capitulo 4 - controle biológico

16
Capítulo 4 Controle Biológico: Aplicações na Área de Ciência das Plantas Daninhas Dauri J. Tessmann 1. Introdução R.S. Oliveira Jr. et al. (Eds.), Biologia e Manejo de Plantas Daninhas (2011) ISBN 978-85-64619-02-9

Upload: lidiane-vieira-da-silva

Post on 31-Dec-2015

52 views

Category:

Documents


9 download

TRANSCRIPT

Page 1: Capitulo 4 - controle biológico

Capítulo 4

Controle Biológico: Aplicações na Áreade Ciência das Plantas Daninhas

Dauri J. Tessmann

1. Introdução

A supressão ou estabilização de populações de plantas daninhas por meiodo controle biológico baseia-se na utilização de determinados organismosque dependem destas plantas para a sua sobrevivência. Os grupos de orga-nismos mais estudados e utilizados como agentes de biocontrole são, prin-cipalmente, insetos �tófagos e fungos �topatogênicos, e, em menor escala,bactérias e vírus �topatogênicos, ácaros e peixes. O objetivo do controlebiológico não é a erradicação de populações inteiras de plantas que ocor-rem em determinadas áreas, mas sim a redução da sua densidade a níveisaceitáveis ou subeconômicos. Entretanto, o controle biológico possui al-gumas limitações e não tem sido possível implementá-lo com sucesso emtodas as situações em que o controle de plantas daninhas é necessário.Este método tem sido mais utilizado quando ocorre uma grande densidadeou predominância de uma espécie de planta daninha em uma determinadaárea ou região. Isto porque o controle biológico é muito seletivo, ou seja, osorganismos utilizados como agentes de biocontrole são geralmente especí-�cos para determinadas espécies de plantas e, portanto, não atuam contraum complexo �orístico. Entretanto, embora em escala global a importânciaprática do controle biológico para o controle de plantas daninhas ainda sejasecundária, este método de controle tem sido implementado com sucesso eestá bem estabelecido em vários países.

Os trabalhos pioneiros de controle biológico de plantas consistiram naintrodução de insetos �tófagos exóticos de uma área geográ�ca para outracom o objetivo de controlar plantas daninhas introduzidas. Além destaestratégia, denominada inoculativa ou controle biológico clássico, outrasduas estratégias também têm sido implementadas para o controle bioló-gico de plantas daninhas: a estratégia inundativa, também denominadaestratégia bio-herbicida, e a estratégia aumentativa (Charudattan, 1988;Tebeest, 1996).

R.S. Oliveira Jr. et al. (Eds.), Biologia e Manejo de Plantas Daninhas (2011) ISBN 978-85-64619-02-9

Page 2: Capitulo 4 - controle biológico

80 Tessmann

2. Estratégia Inoculativa ou Controle Biológico Clássico

O controle biológico clássico ou estratégia inoculativa é aplicável nos casosde plantas daninhas que foram introduzidas em áreas novas e que estejamseparadas geogra�camente dos seus inimigos naturais nativos. Neste caso,o objetivo do controle biológico não é a imediata redução ou eliminação dasplantas daninhas, mas sim a redução e a estabilização em longo prazo dadensidade de plantas em determinada área. Para que o sucesso do controlebiológico clássico seja contínuo, não pode ocorrer a erradicação completadas espécies invasoras em uma área ou região, mas é necessário que umapequena quantidade de plantas permaneça para viabilizar a sobrevivênciados inimigos naturais das plantas. Esta estratégia está baseada na idéia deque o controle resulta justamente da pressão constante dos inimigos natu-rais sobre os seus hospedeiros, pois parte-se do princípio de que tais plantasse tornaram daninhas nos novos ambientes devido, em grande parte, à au-sência de pressão dos inimigos naturais nas novas áreas colonizadas.

O sucesso do controle biológico clássico depende da capacidade de auto-perpetuação dos agentes nas áreas em que os mesmos foram introduzidos,assim como da sua capacidade de dispersão natural. Para a implementaçãodo controle biológico clássico, a primeira tarefa realizada é uma pesquisacuidadosa na região de origem da planta daninha, a �m de identi�car-se osseus inimigos naturais. Os organismos buscados são aqueles que tenhamcoevoluído com as plantas, que sejam especí�cos para determinadas plan-tas ou grupo de plantas, e que não possuam hospedeiras alternativas naárea onde o inimigo natural vai ser introduzido. Somente a partir de en-tão os organismos selecionados serão liberados nas áreas onde o controle édesejado. Como regra geral, tais liberações seguem exaustivas avaliaçõesrelativas ao seu impacto ambiental nos novos ambientes.

A estratégia do controle biológico clássico tem sido empregada comsucesso no controle de plantas daninhas que invadem áreas de pastagensextensivas, reservas �orestais e ecossistemas frágeis, como, por exemplo,os ecossistemas aquáticos. Nestas áreas o controle mecânico é, muitasvezes, de difícil execução ou mesmo inviável economicamente e o controlequímico, além de ser de também de difícil execução, muitas vezes não édesejável devido às suas óbvias implicações ambientais. Nestes ambientes,o controle químico ou mecânico, quando possíveis, são apenas soluções decurto prazo, pois necessitam ser reaplicados regularmente, ao passo que ocontrole biológico é uma medida que pode oferecer solução de longo prazopara estes problemas.

Os exemplos mais importantes de controle biológico de plantas dani-nhas com a estratégia clássica estão listados na Tabela 1. O controle deSenecio jacobaea e de Carduus nutans nas pradarias dos EUA e do Ca-nadá, assim como o controle das plantas daninhas aquáticas Eichhorniacrassipes, Alternanthera philoxeroides e Pistia stratioides no sul dos EUA

Page 3: Capitulo 4 - controle biológico

Controle biológico 81

são os exemplos mais importantes de utilização de insetos �tófagos no con-trole biológico clássico (McFadyen, 1998). O exemplo mais importante dautilização de fungos �topatogênicos foi a introdução da ferrugem Puccinia

chondrillina do mediterrâneo, onde é nativa, para a América do Norte e aAustrália, com o objetivo de controlar a planta daninha Chondrilla juncea.Na Austrália, esta planta invasora de pastagens naturais e de lavouras detrigo tem sido controlada com sucesso pela ação desta ferrugem, porém nooeste americano, o controle tem sido apenas parcial. Outro exemplo é autilização do fungo Entyloma compositarum para o controle de Ageratinariparia em áreas de pastagens naturais e de �orestas no Hawai. Esta plantafoi introduzida naquele estado americano procedente do México em 1925como ornamental. Em 1974, cerca de nove meses após a introdução doagente de biocontrole, a sua população foi reduzida em mais de 80%.

A ferrugem Uromycladium tepperianum, nativa da Austrália e introdu-zida na África do Sul para o controle de uma espécie de árvore invasora,Acacia saligna, é um outro exemplo de sucesso do emprego do controlebiológico clássico. Desde a introdução deste fungo naquele país, em 1987,a densidade de plantas nas áreas infectadas por esta ferrugem já foi re-duzida em mais de 80%. Outros exemplos importantes também são asintroduções das ferrugens Phragmidium violaceus no Chile para o controlede Rubus constrictus, uma espécie arbustiva que ocorre em pastagens na-tivas daquele país, e mais recentemente, de Phragmidium carduorum nosEUA, procedente da Turquia, para o controle de Carduus thoermeri emáreas de pastagens nativas (Tebeest, 1996; Mortensen, 1998).

Muitas plantas tornam-se daninhas porque foram introduzidas intenci-onalmente ou acidentalmente em regiões fora das áreas de sua distribuiçãonatural. Um exemplo ilustrativo é o caso do aguapé (Eichhornia crassi-

pes). Esta planta aquática é nativa da bacia amazônica e do pantanalmato-grossense e têm sido disseminada pelo homem em várias regiões tro-picais e subtropicais do planeta durante os últimos cem anos. Nos locaisinvadidos, esta planta tem se tornado uma das piores plantas invasoras deambientes aquáticos, devido, em grande parte, à ausência de seus inimigosnaturais. Para o seu controle em alguns estados do sul dos EUA tem-seutilizado uma combinação dos métodos de controle biológico, químico emecânico. Porém, também neste caso, somente o controle biológico pareceser uma solução do problema a longo prazo, uma vez que o controle quí-mico com herbicidas requer freqüentes reaplicações, e o controle mecânico,além de ser muito dispendioso, também deve ser aplicado continuamentepara ser e�ciente. Para o controle biológico desta planta, três espécies deinsetos, Neochetina brushi, N. eichhoriniae (Coleoptera: Curculionidae)e Sameodes albiguttalis(Lepidoptera: Pyralidae), foram introduzidas na-quele país durante a década de setenta, procedentes da América do Sul(Center, 1996). Os problemas causados por E. crassipes são crescentes e

Page 4: Capitulo 4 - controle biológico

82 Tessmann

Tabela

1.Algunsexem

plosdecontro

lebiológico

clássico

deplantasdaninhascom

fungoseinseto

s.Fonte:

adaptadode

Adams(1988),Charudatta

n(1990),Center

(1996),Grodow

itzet

al.(1997),McF

adyen

(1998)eMorten

sen(1998).

Planta

Daninha

Local

Agente

decontrole

Naturezadoagente

Origem

do

biológico

agente

Acacia

saligna

África

doSul

Uromycladium

tepperia

num

Fungo

(Basid

iomycota

-ferru

gem)

Austrália

Ageratin

arip

aria

EUA,Haw

aiEntylomaageratin

ae

Fungo

(Ascom

ycota)Jam

aicaAlternanthera

philoxeroides

EUA

Agasic

leshygrophila

Inseto

(Coleop

tera:Chrysom

elidae)

Argentin

aCarduusnutans

EUA,Canadá

Rhinocyllusconicus

Inseto

(Coleop

tera:Curcu

lionidae)

Fran

çaC.nutans

EUA,Canadá

Puccinia

carduorum

∗Fungo

(Basid

iomycota

-ferru

gem)

Turqu

iaChondrilla

juncea

Austrália,

EUA

Puccinia

chondrillin

aFungo

(Basid

iomycota

-ferru

gem)

Europ

aCirsiu

marvense

Austrália,

EUA

Puccinia

xanthi

Fungo

(Basid

iomycota

-ferru

gem)

Austrália

Eichhornia

crassip

es

EUA

Neochetin

aeichhorniae

Inseto

(Coleop

tera:Curcu

lionidae)

Am.doSul

E.crassip

es

EUA

N.bruchi

Inseto

(Coleop

tera:Curcu

lionidae)

Am.doSul

E.crassip

es

EUA

Ured

oeichhorniae∗

Fungo

(Basid

iomycota

-ferru

gem)

Argentin

aGalegao�cinales

Chile

Uromycesgalega

Fungo

(Basid

iomycota

-ferru

gem)

Fran

çaHydrilla

vertic

illata

EUA

Hydrellia

balciunasi ∗

Inseto

(Diptera:

Ephyd

ridae)

Austrália

Pistia

stratio

tes

EUA

Neohydronomusa�nis

Inseto

(Coleop

tera:Curcu

lionidae)

Argentin

aRubusconstric

tus

Chile

Phragmidium

violaceum

Fungo

(Basid

iomycota

-ferru

gem)

Alem

anha

R.fru

ticosus

Austrália

P.violaceum

Fungo

(Basid

iomycota

-ferru

gem)

Alem

anha

R.ulmifolius

Chile

P.violaceum

Fungo

(Basid

iomycota

-ferru

gem)

Alem

anha

Senecio

jacobea

eEUA

Longita

rsusjacobea

eInseto

(Coleop

tera:Chrysom

elidae)

ItáliaS.vulgaris

EUA,Europ

aP.lagenophorae

Fungo

(Basid

iomycota

-ferru

gem)

Austrália

∗em

estudo.

Page 5: Capitulo 4 - controle biológico

Controle biológico 83

atualmente vários países africanos, asiáticos e centro americanos estão im-plementando programas de controle biológico para esta planta com insetos�tófagos e fungos �topatogênicos (Charudattan et al., 1996). Também nocaso dos ambientes aquáticos, dentre os esforços que têm sido direcionadospara o desenvolvimento de opções de controle de plantas daninhas, tem-seincluído, inclusive, a utilização de peixes, como é o caso da carpa (Cte-nopharyngodon idella), um herbívoro não seletivo utilizado para o controlede plantas aquáticas submersas.

Em linhas gerais a estratégia de controle biológico clássica é e�cientepara o controle de plantas daninhas perenes e exóticas que crescem for-mando estandes densos e que cobrem áreas extensivas. Particularmente,quando a ocorrência de pequenas populações residuais da planta não causaperdas econômicas e quando outras práticas de controle não são econo-micamente viáveis ou ambientalmente aceitáveis. Esta estratégia é espe-cialmente apropriada para o controle de plantas daninhas exóticas queestão geogra�camente isoladas de seus parasitas. Tais plantas quando in-troduzidas em novas regiões sem seus inimigos naturais frequentemente sedisseminam e aumentam sua população tornando-se plantas daninhas.

A agressividade dos organismos utilizados como agentes de controlebiológico determina dois efeitos principais sobre as populações de plantashospedeiras: o aumento na sua mortalidade ou a redução da sua capaci-dade de reprodução. No caso da estratégia de controle biológico clássica,os organismos reduzem as populações de plantas hospedeiras em função dereduzirem, geralmente, a capacidade de reprodução das plantas. Enquantoque no caso de �topatógenos empregados na estratégia bio-herbicida, ospatógenos, geralmente, causam a mortalidade direta das plantas hospedei-ras. Neste sentido, vários trabalhos têm demonstrado que a dinâmica dadensidade de plantas hospedeiras ao longo de muitos anos pode ser umafunção da agressividade dos organismos que colonizam estas plantas (Tebe-est et al., 1992). No caso de fungos �topatogênicos, o estudo de simulaçãode Tebeest et al. (1992) mostrou que as alterações na densidade das plan-tas hospedeiras pode ser in�uenciada pela agressividade dos patógenos quecolonizam as mesmas. A Figura 1 mostra que a introdução de um pató-geno com baixa agressividade (K = 0, 15; onde 0, 15 pode signi�car que15% das plantas infectadas são mortas ou que a capacidade de reproduçãodas plantas é reduzida em 15%) em um população de plantas hospedeirasresulta em uma série de oscilações na densidade das plantas e tais oscila-ções são seguidas por um período longo de equilíbrio. Isto signi�ca quea densidade de plantas no estádio de equilíbrio é determinada pela agres-sividade do patógeno. Com K = 0, 66 o equilíbrio foi atingido com umadensidade de plantas menor do que com K = 0, 15, e este equilíbrio podesofrer pequenas oscilações periódicas quando o valor K aumenta um pouco(K = 0, 68). Por outro lado, quando o valor de K é alto (K = 0, 90) pode

Page 6: Capitulo 4 - controle biológico

84 Tessmann

ocorrer uma alta oscilação na densidade de plantas hospedeiras, com perío-dos alternados de altas e baixas densidades no tempo. A conclusão destesautores foi de que a e�ciência de um patógeno em regular a população deuma planta hospedeira está relacionada com o nível de sua agressividade.Estes estudos de simulação da dinâmica da interação de patógenos complantas hospedeiras mostram que aqueles patógenos que possuem altos ní-veis de agressividade (K) não proporcionam um equilíbrio na população deplantas daninhas a longo prazo e podem ocorrer níveis de doenças altos ebaixos de forma alternada durante algum tempo. Portanto, tais patógenosnão são bons candidatos para o controle biológico clássico, mas sim para aestratégia inundativa ou bio-herbicida.

Figura 1. Simulação da in�uência do nível de agressividade dos�topatógenos (K) na dinâmica da densidade de plantas, onde os valores de

K próximos de zero e de um signi�cam a ocorrência de doenças poucoseveras e muito severas, respectivamente. Adaptado de Tebeest et al.

(1992).

Um fator que pode limitar a utilização do controle biológico clássicoé o fato de que este depende da introdução de insetos ou patógenos exó-ticos, e a importação de patógenos de um país para outro está sujeita a

Page 7: Capitulo 4 - controle biológico

Controle biológico 85

regulações legislativas. Na maioria dos países, um complexo trâmite buro-crático precisa ser seguido para a efetivação da entrada de novos agentesde biocontrole a �m de que os riscos de entrada de organismos indesejadossejam minimizados. De modo geral, o risco real associado à introduçãode insetos �tófagos ou de patógenos de plantas está associado à falta deconhecimentos sobre a biologia destes organismos, principalmente de seushábitos ou tendências em ampliar o seu círculo de plantas hospedeiras ede sua capacidade de recombinação com espécies nativas. De modo geral,o sucesso ou e�ciência do método clássico de controle biológico somentepode ser avaliado após um período de 10 a 20 anos da introdução dos ini-migos naturais. A taxa de sucesso do estabelecimento dos agentes nas áreasintroduzidas tem atingido o nível de 60%, sendo que em apenas 30% doscasos têm-se atingido níveis de controle considerados completos (Schroeder,1992; McFadyen, 1998).

3. Estratégia Inundativa

A estratégia inundativa tem sido aplicada somente quando fungos, bacté-rias ou vírus �topatogênicos são utilizados como agentes de biocontrole econsiste na aplicação massiva de doses de inóculo do patógeno sobre umagrande população de plantas daninhas, com o objetivo de criar uma rápidaepidemia da doença e levar as plantas rapidamente à morte. Neste caso,ocorre a manipulação humana direta das fases de produção e de distribuiçãodo inóculo do patógeno (esporos, fragmentos de hifas ou clamidósporos defungos, assim como células bacterianas e partículas virais) e, de modo ge-ral, esta estratégia é mais bem empregada no controle de plantas daninhasanuais em áreas cultivadas ou em áreas onde é desejado o controle imediatodas plantas daninhas. O inóculo do patógeno é aplicado sobre a populaçãode plantas daninhas alvo através de métodos convencionais de aplicaçãode produtos �tossanitários e pode ser integrado com outros programas deaplicações de pesticidas. Como no caso dos herbicidas químicos, há a ne-cessidade de aplicações regulares do agente de controle biológico porque omesmo geralmente não sobrevive em uma densidade su�ciente ou não semultiplica nos restos de cultura. Neste caso, devido às similaridades comos herbicidas químicos, a estratégia inundativa também tem sido chamadade bio-herbicida ou mico-herbicida.

O termo mico-herbicida foi proposto pela primeira vez por Daniel et al.(1973) para designar herbicidas microbianos à base de fungos. Entretanto,bio-herbicidas são patógenos de plantas empregados como agentes de con-trole de plantas daninhas tanto na estratégia inundativa como na estratégiaaumentativa. No primeiro caso, o bio-herbicida é aplicado regularmente emtoda a área em que se deseja o controle, enquanto que no segundo, o bio-herbicida é aplicado regularmente somente em parte da área. A estratégiaaumentativa será discutida mais adiante.

Page 8: Capitulo 4 - controle biológico

86 Tessmann

Em contraste com o controle biológico clássico, o qual é patrocinadobasicamente pelo setor público, os bio-herbicidas representam uma opçãode negócio para as empresas privadas. O fato de serem utilizados de formasimilar aos herbicidas químicos torna os herbicidas microbianos bastanteatrativos ao desenvolvimento industrial. Os bio-herbicidas seguem as mes-mas regulamentações em relação à formulação, padronização, empacota-mento e comercialização dos pesticidas em geral. É esperado dos herbicidasmicrobianos fornecidos para o uso comercial que os mesmos proporcionemum alto índice de mortalidade ou de dano às plantas daninhas e o controledeve ser rápido e facilmente obtido sob condições normais das práticasagrícolas.

Os primeiros herbicidas microbiológicos foram registrados nos EUA,no início da década de 80. O primeiro fungo utilizado comercialmentecomo bio-herbicida foi Phytophthora palmivora, sob o nome comercial deDe Viner, em 1981. Este bio-herbicida foi desenvolvido para o controle deMorreria odorata, uma planta daninha que ocorre em pomares de citros noEstado da Flórida, EUA. Esta planta foi introduzida nos EUA como umaplanta ornamental, da América do Sul, e tornou-se uma planta daninhaque chegou a colonizar cerca de 120 mil hectares de citros naquele país. Obio-herbicida De Vine foi desenvolvido comercialmente pela Abbott Labo-ratories, Chicago, IL, EUA, a partir de um isolado do fungo P. palmivora

obtido em um pomar de citros da Flórida. Este bio-herbicida consiste emuma formulação líquida contendo clamidósporos (esporos de sobrevivên-cia) do fungo que é aplicada através de pulverização em pós-emergênciada planta, produzindo um nível de controle (mortalidade) de 90 a 100%com apenas uma aplicação. A morte da planta daninha resulta da seca deseus ramos e folhas causada pela colonização do fungo. Um fato curiosoé que a alta e�ciência deste bio-herbicida restringiu a sua vida comercial,uma vez que o fungo permanece ativo no solo por vários anos, dispensandocom isto a necessidade de aplicações continuadas do produto. Atualmente,De Vine é produzido e comercializado nos EUA somente mediante pedidosantecipados para a empresa fabricante.

O fungo Colletotrichum gloeosporioides f.sp. aeschynomene foi desen-volvido também nos EUA e registrado como um bio-herbicida com o nomecomercial de Collegor pela empresa Upjohn Company, Kalamazoo, MI,EUA, para o controle do angiquinho (Aeschynomene virginica), em 1982.Esta planta daninha, além de causar danos a algumas culturas devido àcompetição direta, também possui sementes que são difíceis de ser separa-das das sementes de arroz. Collego (atualmente registrado nos EUA como nome de Lockdownr) foi desenvolvido para o controle de A. virginica

em lavouras de arroz e soja em vários estados americanos, apresentandoum nível de controle superior a 90%. A morte de plântulas resulta dainfecção e colonização do fungo em colmos, pecíolos e folhas da planta.Collego é formulado como pó molhável contendo 15% de esporos vivos e

Page 9: Capitulo 4 - controle biológico

Controle biológico 87

secos do fungo (conídios) e 85% de ingredientes inertes. Atualmente, estebio-herbicida é produzido e comercializado pela empresa Encore Technolo-gies, Minnetonka, MN, EUA.

O bio-herbicida Biomalr é baseado em esporos (conídios) do fungo C.gloeosporioides f.sp. malvae e foi registrado no Canadá em 1992 para ocontrole de Malva pusilla em várias culturas. Este fungo infecta folhas,pecíolos e colmos, causando a morte das plantas dentro de 17 a 20 diasapós a inoculação, atingindo um nível de controle de 90 a 100%. Apesarde registrado pela empresa PhilomBios, Saskatchewan, Canadá, este bio-herbicida ainda não está disponível comercialmente.

O fungo Alternaria cassiae tem sido estudado extensivamente para ocontrole de Cassia obtusifolia, uma importante planta invasora em lavourasde soja e algodão nos EUA, assim como no cerrado brasileiro. Um bio-herbicida, formulado à base de conídios deste fungo, chegou ao estádiode desenvolvimento comercial pela Mycogen Corporation sob o nome deCasstr, porém o projeto não teve continuidade.

O fungo Cercospora rodmanii mostrou bom potencial para ser utilizadocomo bio-herbicida para o controle de aguapé nos EUA, porém o fabricantedescontinuou o projeto devido à existência de herbicidas químicos, os quaisproporcionam o controle mais rápido e econômico desta planta daninhaaquática.

Patógenos pouco especí�cos também têm sido utilizados como herbici-das biológicos. Por exemplo, o fungo de solo Sclerotinia sclerotiorum temsido utilizado nos EUA para o controle de Cirsium arvense, Centauria ma-culosa e Taraxacum o�cinale em pastagens de gramíneas e em campos degolfe. Apesar deste fungo possuir um amplo círculo de plantas hospedei-ras, que inclui muitas culturas de importância comercial, o mesmo tem-semostrado apropriado para ser utilizado como agente de controle biológicode plantas daninhas de folhas largas em meio a gramíneas. Deve ser res-saltado que nestas áreas não poderão ser cultivadas espécies de interessecomercial que sejam susceptíveis ao patógeno por um longo tempo. Até omomento, o único exemplo de bio-herbicida formulado com vírus foi desen-volvido no estado da Flórida (EUA), para o controle de joá-bravo (Sola-num viarum), uma planta daninha exótica naquele país, e que causa danosprincipalmente em pastagens. Neste caso, foi desenvolvido o bio-herbicidaSolvinixr, o qual é formulado com partículas de Tobacco mild green mosaic

tobamovírus. Este bio-herbicida deve ser pulverizado na parte aérea dasplantas, e pode proporcionar 100% de controle quando aplicado em plantasjovens (Charudattan & Hiebert, 2007).

Na África do Sul, o bio-herbicida Stumpoutr foi desenvolvido com baseno fungo da classe basidiomycetes, Cylindrobasidium leave, para o controlede arbustos e árvores invasoras. Este fungo é aplicado após o corte dosarbustos e das árvores para prevenir a sua rebrota, e embora possua um

Page 10: Capitulo 4 - controle biológico

88 Tessmann

círculo amplo de plantas hospedeiros, somente é agressivo quando inocu-lado em plantas com ferimentos (Morris, 1996).

O primeiro bio-herbicida formulado com base em células bacterianas foiCampericor, no Japão. Este bio-herbicida foi desenvolvido utilizando-seum isolado de Xanthomonas campestris pv. poeae que causa murcha emPoa annua, uma gramínea invasora em campos de golfe. Outros exem-plos, ainda em estudo, são a utilização da bactéria Pseudomonas syringaepv. tagetes para o controle de Cirsium arvense e de Agrobacterium spp.para o controle de algumas plantas invasoras em pastagens nativas, comoEuphorbia esula, Acroptilon repens e Centaurea di�usa. Outra linha depesquisa mais recente é a utilização de rizobactérias para o controle deplantas daninhas invasoras gramíneas, como é o caso do estudo da utiliza-ção de Pseudomonas �uorescens para o controle de capim bromo (Bromustectorum) (Mortensen, 1998).

Um aspecto crítico do desenvolvimento de herbicidas microbiológicos,assim como no caso do controle biológico clássico, é a avaliação dos danosem espécies de plantas que não são o alvo desejado. Para isto são feitostestes de patogenicidade em espécies de plantas próximas e também emespécies distantes botanicamente da espécie alvo. Neste caso, aplica-se ométodo centrífugo-�logenético, onde o a ação do bio-herbicida é avaliadainicialmente sobre um grupo de plantas que são próximas taxonomicamenteda espécie alvo, expandindo-se em seguida a avaliação para espécies maisdistantes taxonomicamente. Outros aspectos que são críticos ao funciona-mento dos bio-herbicidas e que podem determinar a sua longevidade nomercado são: (i) a in�uência das condições ambientais sobre a infecção ecolonização da planta pelo patógeno; (ii) a in�uência da idade dos tecidos edo estado nutricional da planta sobre a infecção e colonização do patógenoe o desenvolvimento da doença; (iii) a magnitude da variabilidade genéticada planta alvo; e (iv) a estabilidade genética do patógeno, principalmenteem relação ao seu grau de virulência. Este último aspecto é muito impor-tante, pois alguns patógenos perdem a capacidade de causar doença apósserem multiplicados in vitro por algumas gerações.

Apesar de todo o esforço de pesquisa nas últimas décadas, poucos bio-herbicidas têm chegado ao mercado. Vários fatores concorrem para isto, oprincipal é o fato de que os bio-herbicidas são especí�cos para o controle dedeterminadas plantas daninhas e atingem nichos e mercado que são consi-derados pequenos pelas grandes empresas de pesticidas agrícolas. O desen-volvimento de bio-herbicidas implica na necessidade de desenvolvimento deprocessos tecnológicos apropriados para produção massal, formulação e depreservação do inóculo até a fase de uso, bem como para a distribuição doinóculo no campo. Um ponto crítico para a e�ciência dos bio-herbicidasé a in�uência dos fatores do ambiente, principalmente a duração do mo-lhamento foliar após a sua aplicação. Estes obstáculos têm grande chancede serem superados num futuro próximo graças às novas tecnologias de

Page 11: Capitulo 4 - controle biológico

Controle biológico 89

formulação baseadas em emulsões e polímeros, as quais podem reduzir ain�uência do tempo de molhamento na e�ciência dos bio-herbicidas.

4. Estratégia Aumentativa

A estratégia aumentativa tem sido implementada com insetos �tófagos efungos �topatogênicos de difícil produção em larga escala e que são aplica-dos periodicamente somente em partes das áreas em que se pretende obtero controle. Esta estratégia tem sido apropriada para o controle de tiririca(Cyperus rotundus e C. esculentus) com a ferrugem Puccinia caniculata emregiões onde a mesma é endêmica. Neste caso, a ferrugem se desenvolvenaturalmente no campo e liberações anuais de esporos do fungo, na pri-mavera, causam a inibição do �orescimento e da formação dos tubérculosda planta. O fungo é capaz de se dispersar rapidamente sobre a região,provocando uma epidemia durante a estação de cultivo. Em 1993, o bio-herbicida Dr. Biosedger, formulado com esporos (urediniósporos) destefungo foi registrado nos EUA para o controle da tiririca amarela ou tiri-ricão (C. esculentus), porém o maior problema da utilização deste fungocomo bio-herbicida tem sido a produção de esporos em larga escala, umavez que este fungo é um organismo biotró�co (Phatak et al., 1987; Tebeest,1996).

Esta estratégia é diferente do controle biológico clássico, em que apósuma única introdução espera-se que o agente se disperse sobre uma grandeárea; e também é diferente da estratégia bio-herbicida, onde se espera umamorte rápida das plantas imediatamente após a aplicação do agente.

Existem poucos exemplos da utilização da estratégia aumentativa cominsetos. O mais ilustrativo é o controle da planta aquática Salvinia molestana Austrália, por meio da liberação periódica do curculionídeo Cyrtobagoussalviniae.

5. O Controle Biológico de Plantas Daninhas no Brasil

A pesquisa na área de controle biológico de plantas daninhas no Brasil érecente. Os maiores esforços têm sido direcionados para a busca, identi-�cação e avaliação de patógenos e de insetos com potencial de utilizaçãono controle biológico, principalmente de Cyperus rotundus, Sena obtusifo-

lia, Euphorbia heterophylla e Eichhornia crassipes (Yorinori & Gazziero,1990; Figueiredo, 1995; Fontes et al., 1995; Pomella et al., 1998; Pitelliet al., 1998). Para o controle destas plantas daninhas, a pesquisa tem sedirecionado principalmente para a estratégia inundativa, embora o con-trole biológico clássico também tenha sido considerado em alguns casos.No Brasil, o programa pioneiro de controle biológico inundativo de plan-tas daninhas iniciou-se na EMBRAPA-CNPSo, no início dos anos 80, parao controle do leiteiro (E. heterophylla) com o fungo Bipolaris euphorbiae

Page 12: Capitulo 4 - controle biológico

90 Tessmann

(Yorinori & Gazziero, 1990). A revisão feita por Figueiredo (1995) sobreherbicidas microbiológicos oferece mais detalhes sobre os trabalhos discuti-dos aqui, incluindo também outros estudos feitos no nosso país. No Brasiltambém merece destaque nos últimos anos a pesquisa visando o controlebiológico de plantas daninhas aquáticas, principalmente Egeria spp. e E.crassipes, as quais têm causado problemas econômicos principalmente emrepresas de usinas hidroelétricas na região sudeste do país (Pitelli, 1998).

A pesquisa em controle biológico de plantas daninhas no Brasil temsido liderada principalmente pelos Drs. Eliana G. Fontes (CENAR-GEN/EMBRAPA), Robinson A. Pitelli (UNESP-Jaboticabal) e Robert W.Barreto (UFV).

6. Perspectivas do Controle Biológico de Plantas Daninhas

Dentre as razões que fundamentam a necessidade de ampliar os métodostradicionais de controle de plantas daninhas, destaca-se a sua inaplicabi-lidade em certos ecossistemas, aliado às pressões da opinião pública sobreos seus efeitos nocivos ao homem e ao ambiente. Neste sentido, apesardo progresso alcançado nas últimas décadas, ainda existe a necessidade demuita pesquisa em termos de busca e identi�cação de novos agentes de bi-ocontrole, conhecimentos sobre a biologia destes agentes, de sua e�ciênciae segurança, assim como de tecnologia para sua produção e distribuiçãoe�ciente em grande escala. No caso dos bio-herbicidas, por exemplo, umdos principais pontos que estrangulam o seu desenvolvimento e utilizaçãocomercial é a dependência da e�ciência dos agentes em relação aos fato-res ambientais. Outro fator que deve ser considerado quando se pensa embio-herbicidas como um negócio é o tamanho de mercado, o qual é menor,geralmente, do que o de herbicidas químicos. Para explorar estes merca-dos, a tendência é de ocorrer o envolvimento não de grandes empresas, massim de pequenas e médias empresas de biotecnologia. Os bio-herbicidas,ao invés de serem direcionados para grandes mercados, atenderão apenasdeterminados nichos de mercado.

Os programas de pesquisa, sejam de controle biológico clássico bemcomo aqueles que utilizam as estratégias inundativa e aumentativa, têmsido direcionados para atender, principalmente, problemas que não têmsido e�cientemente resolvidos pelos outros métodos de controle. É o casode áreas de difícil acesso, ecossistemas aquáticos, pastagens naturais ex-tensivas, áreas �orestais e áreas sob linhas de transmissão de eletricidade.Em muitos destes casos, a utilização de herbicidas químicos ou o controlemecânico não é possível ou não é desejável devido à limitações técnicasou legais. Mais recentemente, outro nicho de mercado que apresenta umgrande potencial para ser explorado pelo controle biológico são as espéciesde plantas daninhas que apresentam populações resistentes a herbicidasquímicos.

Page 13: Capitulo 4 - controle biológico

Controle biológico 91

A literatura em controle biológico é relativamente compacta e um catá-logo contendo uma lista completa e atualizada de todos os agentes estuda-dos e utilizados mundialmente foi publicada por Julien & Gri�ths (1999).Também, uma visão dos trabalhos correntes nesta área pode ser obtidaatravés da leitura dos anais do International Symposia on the Biological

Control of Weeds, realizados a cada três ou quatro anos. Além disto, osdesenvolvimentos nesta área também podem sem acompanhados atravésda internet nos sites relacionados na Tabela 2.

Tabela 2. Principais sites relacionados ao controle biológico de plantasdaninhas.

Instituição e EndereçoInternational Organization for Biological Control (IOBC)

http://www.unipa.it/iobc/University of Florida Center for Aquatic and Invasive Plants

http://plants.ifas.u�.edu/Weeds in Australia � Biological Control

http://www.weeds.gov.au/management/biological-control.htmlUSDA European Biological Control Laboratory

http://www.ars-ebcl.org/Weed Feeders/Cornell University

http://www.biocontrol.entomology.cornell.edu/weed.htmlBiological Control of Weeds on the Prairie (Canadá)

http://www.agriculture.gov.sk.ca/Biological_Control_Weeds

Page 14: Capitulo 4 - controle biológico

92 Tessmann

Referências

Adams, E.B., Fungi in classical biocontrol of weeds. In: Burge, N.M.,(Ed.). Fungi in Biological Control Systems. Manchester, UK: Man-chester University Press, 1988. p. 111�123.

Center, T., Biological control of weeds: waterhyacinth and waterlettuce. In:Rosen, D.; Bennett, F.D. & Capinera, J.L., (Eds.). Pest Management

in the Subtropics. Biological Control � a Florida Perspective. Andover,EUA: Intercept, 1996. p. 481�521.

Charudattan, R., Inundative control of weeds with indigenous fungalpathogens. In: Burge, N.M., (Ed.). Fungi in Biological Control Sys-

tems. Manchester, UK: Manchester University Press, 1988. p. 86�110.

Charudattan, R., Prospects for biological control of weeds by plant patho-gens. Fitopatol Bras, 15:13�19, 1990.

Charudattan, R. & Hiebert, E., A plant virus as a bioherbicide for tropicalsoda Apple, Solanun viarum. Outlooks Pest Manag, 18:167�171, 2007.

Charudattan, R.; Labrada, R.; Center, T.D. & Kelly-Begazo, C., Strategiesfor Water Hyacinth Control. Rome, Italy: FAO, 1996. 217 p.

Daniel, J.T.; Templeton, G.E.; Smith, R.J. & Fox, W.T., Biological controlof northern jointvetch in rice with an endemic fungal disease. Weed

Sci, 21:303�307, 1973.

Figueiredo, G., Herbicidas microbiológicos empregados no controle de plan-tas daninhas. Rev Anu Patol Plantas, 3:111�132, 1995.

Fontes, E.G.; Teixeira, C.A.D.; Pires, C.S.S. & Sujii, E.R., Current statusof the biological control of weeds in Brazil. In: Delfosse, E.S. & Scott,R.R., (Eds.). Proc. of 8th International Symposium on the Biological

Control of Weeds. Melbourne, Australia: DSIR/CSIRO, 1995. p. 693.

Grodowitz, M.J.; Center, R.D.; Confrancesco, A.E. & Freedman, J.A., Re-lease and establishment of Hydrellia balciunasi (Diptera: Ephydridae)for the biological control of the submersed aquatic plant Hydrilla verti-cillata (Hydrocharitaceae) in the United States. Biol Control, 9:15�23,1997.

Julien, M.H. & Gri�ths, M.W., Biological Control of Weeds: A World

Catalogue of Agents and Their Target Weeds. 3a edição. Wallingford,EUA: CAB International, 1999. 212 p.

McFadyen, R.E.C., Biological control of weeds. Annu Rev Entomol,43:369�393, 1998.

Morris, M.J., The development of mycoherbicides for an invasive shrub,Hakea sericea, and a tree, Acacia mearnsii, in South Africa. In: Moran,J.V. & Ho�mann, J.H., (Eds.). Proc. of the 9th International Sympo-

sium on the Biological Control of Weeds. Stellenbosh, South Africa:University of Cape Town Press, 1996. p. 547.

Page 15: Capitulo 4 - controle biológico

Controle biológico 93

Mortensen, K., Biological control of weeds using microorganisms. In: Bo-land, G.J. & Kuykendall, D., (Eds.). Plant-Microbe Interactions and

Biological Control. New York, EUA: Marcel Dekker, 1998. p. 223�249.

Phatak, S.C.; Callaway, M.B. & Vavrina, C.S., Biological control and itsintegration in weed management systems for purple and yellow nut-setge (Cyperus rotundus and C. esculentus). Weed Technol, 1:84�91,1987.

Pitelli, R.A., Macró�tas aquáticas no Brasil, na condição de problemáticas.In: Anais do Workshop Sobre Controle de Plantas Aquáticas. Brasília,DF: IBAMA, 1998. p. 12�15.

Pitelli, R.A.; Charudattan, R. & Devalerio, J.T., E�ect of Alternaria cas-

siae, Pseodocercospora nigricans, and soybean (Glycine max ) plantingdensity on the biological control of sicklepod (Senna obtusifolia). Weed

Technol, 12:37�40, 1998.

Pomella, A.W.V.; Barreto, R.W. & Requia, A.C., Estudo sobre a intera-ção Duosporium Yamadanum X Cyperus rotundus (tiririca). FitopatolBras, 21(suplemento):391, 1998.

Schroeder, D., Biological control of weeds: a review of principles andtrends. Pesq Agropec Bras, 27:191�212, 1992.

Tebeest, D.O., Biological control of weeds with plant pathogens and mi-crobial pesticides. Adv Agronomy, 56:115�137, 1996.

Tebeest, D.O.; Yand, X.B. & Cisar, C.R., The status of biological controlof weeds with fungal pathogens. Annu Rev Phytopathol, 30:637�657,1992.

Yorinori, J.T. & Gazziero, D.L., Control of milkweed (Euphorbia hete-

rophylla) with Helminthosporium sp. In: Proc. of the 7th International

Symposium on the Biological Control of Weeds. Rome, Italy: USDA-ARS, 1990. p. 571�578.

Page 16: Capitulo 4 - controle biológico

94 Tessmann

.