capítulo 3 - o trabalho do profissional

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  • 8/16/2019 Capítulo 3 - O Trabalho Do Profissional

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    Disciplina: Prática de Projetos_capítulo 3 ® Todos os direitos reservados 

    Capitulo 3: O trabalho do profissional

    Abertura Capitulo 3

    Olá!

    Vamos começar agora o 3° capítulo da disciplina Prática de Projetos. Porém, antes deiniciarmos, vamos relembrar o que vimos no capítulo 2?

    RelembrandoNo capítulo 2 pudemos entender a definição e a importância do marketing para a áreado design. Conhecemos os 3 setores que influenciam na profissão do designer deinteriores dentro de um escritório e vimos também os vários tipos de clientes e comoagir em cada situação.

    Agora, iniciando o Capítulo 3, abordaremos os seguintes assuntos:

    1.1 Ética1.2 Legislação.1.3 Etapas do projeto.1.4 Administração da obra.1.5 Contrato.

    Objetivos do Capitulo 3

    Neste capitulo desenvolveremos os seguintes objetivos:- Entender a importância da ética para a vida profissional.- Conhecer as legislações vigentes para os designers de interiores.- Conhecer as várias etapas de um projeto de interiores e como e quanto cobrar porcada uma delas.- Entender os diversos modos de administrar uma obra.- Preparar um contrato de trabalho profissional.

    Você está ciente dos objetivos propostos para esta unidade? Então vamos em frente.

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    Disciplina: Prática de Projetos_capítulo 3 ® Todos os direitos reservados 

    Contextualizando:

    1.1. Ética

    Neste primeiro momento gostaria de dar ênfase a um discurso muito importante para acarreira e que norteia o trabalho dos profissionais, a ética.

    Nada adianta ser um profissional de sucesso se você não respeita os concorrentes, seage de modo desleal, se recebe comissões ilegais...

    Quando falamos de ética profissional estamos falando de honestidade, sigilo ecompetência. Honestidade é a primeira virtude no campo profissional, é um principioque não admite relatividade, tolerância ou interpretação circunstancial.

    honestidade,

    sigilo ecompetência

    O sigilo também é outra virtude profissional, uma informação sigilosa é algo que nos éconfiado e cuja preservação de silencio é obrigatória. E por ultimo temos a outra grandevirtude que é a competência, e agir de modo competente quer dizer ter senso deresponsabilidade, lealdade e iniciativa no mundo profissional.

    Parecem valores simples, mas muitas vezes e por muitos profissionais esses valoressão esquecidos.

    Ética = conjunto de valores

    Ser ético significa possuir valores como ser honesto, íntegro, responsável pelas açõespraticadas, atender o próximo com competência e sigilo quando for solicitado.

    Tenha certeza que esses valores são fundamentais para a carreira e para aempregabilidade profissional!

    A ética também é relacionada com o cumprimento de Leis, pois precisamos seguir“regras” para convivermos bem em sociedade.

    1.2.LegislaçãoDesign  de interiores ainda não é uma profissão regulamentada, mas temos nossaatividade listada no CBO (Classificação Brasileira de Ocupações).

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    CBO (Classificação Brasileira de Ocupações-http://www.mtecbo.gov.br/cbosite/pages/home.jsf )

    É um documento que dá reconhecimento, nomeia títulos e descreve as característicasdas ocupações do mercado de trabalho brasileiro. Essa classificação do Ministério do

    Trabalho e Emprego são fundamentais para uniformizar e administrar as ocupações epara o planejamento da educação profissional e das requalificações ocupacionais.Através da CBO, o Ministério do Trabalho reconhece as profissões de técnico emdesign  de interiores e bacharel em design  de interiores sob os códigos designer   deinteriores (nível superior) 2629 e designer  de Interiores (nível médio) 3751. 

    De acordo com as atividades descritas na CBO, o profissional de designer  de interiorestem autonomia para: 

    - Analisar a proposta de trabalho - Conceituar o projeto - Elaborar estudo preliminar, anteprojeto, projeto executivo. - Executar o projeto - Acompanhar a obra 

    * Tudo isso sem qualquer elaboração ou alteração de estrutura. 

    O designer de Interiores não pode:

    - Usar a expressão Arquitetura de Interiores em cartões de vista, site ou placas deobras.- Realizar alterações em fachadas e muros (além de vigas, colunas e pilares)consideradas áreas estruturais as quais os DI não tem autorização.

    - Mencionar como descrição de atividade a criação do projeto de elétrica, atividadeprivativa do Engenheiro Elétrico. O certo é publicar que o Designer de Interiores faz alocalização dos pontos de elétrica.

    Para a questão dos aspectos técnicos de um projeto como a elaboração ou alteraçãode estrutura, a responsabilidade técnica legal são dos engenheiros ligados ao sistemaCrea/Confea e dos arquitetos ligados ao sistema CAU.

    Crea, Confea e CAU:

    O Crea e Confea assim como o CAU, são órgãos regulamentadores. O Crea é oConselho Regional de Engenharia e Agronomia. O Confea é o Conselho Federal deEngenharia e Agronomia e o CAU é o Conselho dos Arquitetos e Urbanistas. Todos têma atribuição de legislar, julgar e defender o exercício de engenheiros (de todas asáreas), arquitetos e agrônomos.

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    Para as questões técnicas de um projeto que envolve arquitetura de interiores, como aelaboração ou alteração de estrutura, os designers de interiores devem fazer parceriascom arquitetos e engenheiros. Além de serem imprescindíveis para execução de certosprojetos, as parcerias profissionais são sempre enriquecedoras e estimulantes. Além

    do fato de abrirem portas e contatos profissionais importantes.

    Crea ou CAU para designers de interiores:

    A profissão de designer de interiores tanto de nível médio como superior está em fasede regulamentação através do Projeto de Lei de 2012 constante neste link:http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=B4A79117633B9313832657703C0AB902.node1?codteor=1037507&filename=PL+4692%2F2012 .

    Isso significa que não temos um órgão regulamentador porém o CREA possui umatabela de Títulos Profissionais onde os alunos formados em escolas de nível médio

    através do código 213-02-00 são intitulados “Técnicos em Decoração”, podendo obtera carteirinha profissional.

    Muitos questionam que se a profissão não é regulamentada, não deveria estar inseridana tabela de títulos profissionais do Crea. Muitos designers de interiores não aceitamfazer parte do CREA e muito menos serem autuados por ele. E tão pouco aceitam otítulo de Técnico em Decoração que vai de contra ao título de Técnico em Design deInteriores da CBO, enfim, ainda não se chegou num consenso.

    Com a vinda do CAU, que envolve novas orientações, o CREA não está no momentoafiliando os Designers de Interiores através do código 213-02-00.

    Acreditamos que com o projeto de Lei dos Designers de Interiores quando aprovado,será visto qual Conselho irá responder por estes profissionais. Se será o conselhoCREA ou o conselho CAU ou outro que possa vir a ser criado. Portanto nestemomento nem o CREA e nem o CAU podem autuar os Designers de Interiores.

    Dicas de leitura:A Resolução Nº 1.010, de 22 de agosto de 2005:

    Dispõe sobre a regulamentação da atribuição de títulos profissionais, atividades,competências e caracterização do âmbito de atuação dos profissionais inseridos noSistema Confea/Crea, para efeito de fiscalização do Exercício profissional.

    Fonte: http://app.crea-rj.org.br/portalcreav2midia/documentos/resolucao1010.pdf   

    A Resolução N° 21, de 5 de Abril de 2012Dispõe sobre as atividades e atribuições profissionais do arquiteto e urbanista e dáoutras providências.http://www.caubr.org.br/wp-content/uploads/anexos/resolucao/RES-21_CAUBR_16_2012.pdf  

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    Projeto de Lei, de 2012 Dispõe sobre a regulamentação e o exercício da profissão de designer de interioreshttp://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=B4A79117633B9313832657703C0AB902.node1?codteor=1037507&filename=PL+4692%2F2012 

    CREA autua Designers de InterioresAssociados da ABD que enfrentaram problemas com o CREA relatam os transtornosque tiveram com essa situação, Fonte: http://alexandremessias.webnode.com.br/news/site%20lan%C3%A7ado/ 

    Associação Brasileira de Designers de Interiores (ABD) 

    A Associação Brasileira de Designers de Interiores (ABD) é um órgão de classe queconglomera profissionais de arquitetura de interiores e designers de interiores. Essaassociação tem a função de estabelecer condutas e critérios sobre a profissão, mas

    sem atuar de forma reguladora como um conselho.

    Concluindo o curso é interessante associar-se a ABD, porque além de ter acesso adiversos informativos e textos da área, ser sócio gera credibilidade e profissionalismoao designer de interiores!

    Dicas de leitura:Sobre a Associação Brasileira de Designers de Interiores (ABD)www.abd.org.br  

    1.3. Etapas do projeto.

    A divisão em etapas do ciclo de vida de um projeto ajuda a estabelecer metas e facilitara coordenação de pessoas e processos.

    No primeiro encontro com o cliente, na primeira entrevista, o principal objetivo éconhecê-lo para definir o programa de necessidades e também o dimensionamento daobra, a definição de prazos, os recursos disponíveis e a modalidade de execução do

    projeto.A maioria dos profissionais não cobram o primeiro encontro. Mas caso seja cobradoisso deve ser explicado logo no início ao cliente.Depois do primeiro encontro e já com todas os dados fornecidos pelo cliente oprofissional já tem o suficiente para montar uma planilha de operação e custos doprojeto. Inicia-se então o ante-projeto.

    No ante-projeto se apresenta ao cliente croquis da idéia através de:

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    1- fotos e imagens de referências,2- estudo de paleta de cores e materiais de revestimentos,3- lay-out do mobiliário e complementos como desenho de gesso e piso, e um4- orçamento simplificado.

    Com o ante-projeto pronto marca-se então o segundo encontro. Nesse momento oobjetivo maior é apresentar e discutir a idéia do espaço com o cliente.

    Esta etapa é passível de mudanças, ou seja, estamos apresentando o projeto mas ocliente pode pedir alterações, por isso os desenhos são técnicos porém simplificados.

    Caso ele não sofra alterações é apresentado o contrato de trabalho com a coleta dasassinaturas, e o ante projeto se transforma em projeto executivo.

    O projeto executivo é o projeto que consta detalhadamente todas as especificaçõestécnicas para a execução do projeto. O designer deve sempre imaginar que ele nãoestará presente na obra e que os desenhos, junto com o memorial descritivo, serão o

    suficiente para a realização do projeto. Então quanto maior for o grau de detalhamentoe informação mais fácil será a realização do projeto.

    Não é interessante deixar o projeto com o cliente antes de assinar o contrato, pelaquestão do vínculo que ele terá com você, pois tendo acesso ao projeto sem aassinatura do contrato, ele poderá passar a idéia a outro profissional e você perder ocliente.

    No projeto executivo devem constar:

    1- plantas, cortes, e elevações cotadas em todas as suas partes;2- lay-out detalhado do mobiliário e equipamentos;3- paginação de pisos e revestimentos;4- projeto de iluminação com indicação dos pontos de luz e circuitos elétricos;5- projeto de forros e sancas;6- projeto de bancadas, balcões e móveis planejados;7- detalhamento do revestimento das escadas, corrimões e guarda-corpos;8- projeto para vidros e espelhos;9- projeto com localização dos pontos hidro-sanitários;10- memorial descritivo;11- orçamento detalhado;12- cronograma da obra.

    Depois do segundo encontro com o ante-projeto definido, parte-se para a realização doprojeto executivo e este uma vez pronto, marca-se um terceiro encontro cujo objetivo é justamente apresentar este projeto. Mas não se esqueça de que o projeto executivovocê só realizará após assinatura do contrato para ter certeza que você não estarátrabalhando em vão.

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    Lembre-se também de deixar claro ao cliente que somente na fase de ante-projeto épossível fazer alterações. Uma vez definido o ante-projeto, se parte para o projetoexecutivo. Nessa etapa deve-se evitar qualquer tipo de alteração no projeto, porqueisso acarretaria alterações nos desenhos e sobretudo perda de tempo.

    Caso o cliente peça alterações, o profissional deve avaliar o grau de alteraçõessolicitadas. Se for uma alteração mínima, que não acarretará grandes mudanças naspranchas de desenho, ok. Mas o cliente deve entender que existem limitações e quenão pode fazer inúmeras mudanças ao longo do processo.

    Cobrança de projetos:Os designers de interiores costumam cobrar de R$20,00 a R$80,00 reais o metroquadrado. Mas o preço varia bastante de região para região e da experiência doprofissional.

    Consultoria

    A consultoria é a resolução rápida de um problema que pode ser feito através de breveprojeto, de relatórios e memorial descritivo ou simplesmente através de uma visitatécnica.A consultoria é cobrada por hora ou por metro quadrado depende do trabalho quedeverá ser executado. Por hora cobra-se de R$80,00 a R$150,00, mas esse valor podevariar de região a região e da experiência do profissional. O importante é lembrar que aconsultoria é um projeto rápido, que não ocupará grande quantidade de horas doprofissional, caso contrário se torna um projeto.

    A consultoria é oferecida principalmente para clientes que querem renovar ou reformarum espaço mas não sabem por onde começar. Também pode ser oferecida em caso declientes que tenham dúvidas sobre a compra de algum item, clientes que queremsugestões de decoração, ou em casos de dúvidas ou problemas técnicos em fase deexecução da obra.

    Administração da obra:Caso o cliente tenha tempo e disponibilidade, ele pode fazer a administração da obra, jáque o material necessário (desenhos, memorial descritivo, lista de fornecedores)

    encontram-se em suas mãos. Mas neste caso problemas de atraso ou serviços malexecutados são por sua exclusiva conta e isso deve estar bem claro no contrato.

    Quando o designer fica encarregado da administração ele assume também aresponsabilidade pela qualidade da execução do trabalho. Por este acompanhamento efiscalização os designers de interiores cobram uma taxa que varia de 10% a 15% sobretodos os gastos efetuados com mobiliário, materiais e objetos da obra. 

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    O projeto tem um preço e a administração tem outro. Logicamente você pode fazer umpacote com desconto para projeto e execução da obra e especificar todos os serviçosem contrato.

    Contrato:

    O contrato do projeto de decoração representa segurança tanto para o cliente comopara o designer de interiores. Basicamente devem constar:

    1. A forma de pagamento de todos os honorários, de maneira bem explícita.2. A descrição de todos os itens que o projeto de decoração vai alterar.3. Quais as responsabilidades do administrador da obra, no caso de o decoradorassumir este papel.4. Datas para entrega de desenhos, plantas e perspectivas.5. Possíveis despesas paralelas com projetos complementares, como os de hidráulica eelétrica, feitos, quando necessário, sempre por profissionais especializados.

    Textos complementares:Vejam no próximo tópico,1. Um modelo de proposta comercial e de um contrato de trabalho;2. Textos complementares:

    1-Resumo dos objetivos de um contrato;2-Não abandone o cliente na hora de decidir;3-Saiba o que pedir.

    Boa Leitura!

    Resumo do capitulo

    Neste terceiro capitulo da disciplina de Prática de Projetos foram abordados os temassobre ética e legislação. Vimos também que um projeto de interiores não se resume adesenhos e perspectivas. Mais que isso, os desenhos técnicos devem ser claros e

    precisos para que possam ser executados em canteiro. Esses desenhos não sãoaleatórios e entregues a caso ao cliente, existem etapas e desenhos específicos paracada fase projetual. Estudamos o contrato de trabalho e vimos que ele deve especificarexatamente o que será produzido pelo designer, como também especificar datas,honorários profissionais, multas etc. O contrato é tão importante para o cliente quantopara o designer porque representa garantias para ambas as partes.

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    Estamos fechando o terceiro capitulo desta disciplina. Você pode acessar asinformações disponibilizadas nesta aula quantas vezes necessitar. Leia, releia, nãofique com duvidas.

    Para aumentar seu conhecimento, no próximo capítulo estudaremos orçamento ecronograma da obra.