capitulo 3-carlos marcelo - recursos minerais

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    Servio Pblico Federal

    Universidade Federal do Par

    Assessoria de Educao a Distncia

    Instituto de Geocincias

    Faculdade de Geologia

    MDULO I

    GEOLOGIA APLICADA A MINARAO

    CAPTULO 03:

    RECURSOS MINERAIS

    Prof. Carlos Marcello Dias [email protected]

    Belm

    2015

    mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]
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    SUMRIO

    APRESENTAO............................................................................................................................. 4

    1. RECURSOS FSICOS E O PAPEL NA ECONOMIA ............................................................ 5

    2. DEPSITO MINERAL ............................................................................................................ 10

    2.1. Histrico ............................................................................................................................... 10

    2.2. Conceitos Bsicos ................................................................................................................. 12

    2.3. Estilos de mineralizao e Morfologia dos depsitos minerais ........................................... 18

    3. TIPOS GENTICOS DE DEPSITOS MINERAIS ............................................................ 22

    3.1. Processos Ortomagmticos .................................................................................................. 25

    3.2. Depsitos Hidrotermais ........................................................................................................ 27

    3.3. Depsitos Magmtico-hidrotermais ..................................................................................... 27

    3.4. Depsitos Metamrfico-hidrotermais ................................................................................... 28

    3.5. Depsitos Diagenticos ........................................................................................................ 29

    3.6. Depsitos Hidrotermais Superficiais e do Assoalho Ocenico ............................................ 31

    3.7. Depsitos Sedimentares e Supergnicos .............................................................................. 32

    4. TECTNICA GLOBAL E METALOGNESE .................................................................... 34

    4.1. Introduo ............................................................................................................................. 34

    4.2. Metalognese ao longo do Tempo ........................................................................................ 37

    5. Principais mtodos de explorao de depsito minerais ........................................................ 42

    5.1. Introduo ............................................................................................................................. 42

    5.2. Explorao Geofsica ........................................................................................................... 43

    5.3. Explorao Geolgica .......................................................................................................... 44

    5.4. Explorao Geoqumica ....................................................................................................... 46

    5.5. Sensoriamento Remoto ......................................................................................................... 47

    5.6. Da Explorao para a Mina ................................................................................................. 47

    6. REFERNCIAS ........................................................................................................................ 49

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    APRESENTAO

    Esta primeira verso da apostila sobre Geologia Econmica uma integrao das notas de

    aulas da disciplina Processos de Formao de Depsitos M inerais, ofertada regularmente no curso

    de graduao em Geologia da Universidade Federal do Par. Alguns tpicos esto bem

    desenvolvidos e abrangentes, mas outros ainda precisam de certa carga de trabalho. Crticas e

    sugestes so muito bem-vindas!

    Ao trmino desta leitura, o estudante dever estar apto a discutir e aprofundar seu

    conhecimento adquirido com leituras complementares sobre os principais tipos de depsitos

    minerais e seus processos formadores, bem como sobre as tcnicas modernas de explotao desses

    minrios.

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    1. RECURSOS FSICOS E O PAPEL NA ECONOMIA

    A populao atual do planeta Terra cresce a cada dia e j ultrapassou 7 bilhes de habitantes,

    especialmente nos ltimos 150 anos, acompanhada do aumento na demanda por recursos fsicos que

    so vitais para a sociedade moderna (Fig. 1.1). Diante desse quadro, fica claro cada vez mais a

    necessidade de entendimento da natureza, origem e distribuio dos principais depsitos minerais

    do mundo, sejam eles metlicos, no-metlicos ou energticos.

    F igura 1.1Demanda por cobre no Mundo Desenvolvidodesde 2010 e as projees at 2025.

    Fonte: Queensland Government Dept Mines and Energy.

    Todos os minerais e materiais naturais extrados do mundo inorgnico da crosta terrestre e

    essenciais sociedade so considerados recursos fsicos (Misra, 2000), como por exemplo carvo,

    metais, gua, argila, sais, etc. (Fig. 1.2).

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    F igura 1.2Principais recursos fsicos utilizados anualmente pela sociedade moderna (mdia per

    capita) na indstria de base ou como fonte de energia.

    Os recursos fsicos no-renovveis no podem artificialmente produzidos ou serem

    gerados pela natureza em uma escala comparada do seu consumo (ou no nosso tempo de vida),sendo portanto limitado, a exemplo de combustveis fsseis, metais, gua subterrnea. Isso se

    tornou um dos principais problemas para o desenvolvimento econmico no final do sculo XX em

    torno de que os recursos naturais da Terra so finitos, e que sua explotao deve ser realizada de

    forma que no afete geraes futuras.

    O conceito de Desenvolvimento Sustentvel em termos de explotao de ocorrncias

    minerais implica que prticas sociais e econmicas futuras devem esforar-se para no os depletar

    ao ponto onde as necessidades futuras no possam ser satisfeitas. Isso parece um objetivo

    impossvel diante do crescimento populacional mundial sem precedentes no ltimo sculo, bem

    como pelo fato de que muitas commodities estaro exauridas nos prximos 100 anos. O desafio

    ento para o contnuo fornecimento de recursos no futuro multifacetado, e requerer um melhor

    entendimento do Sistema Terra, incentivos melhorados para promoverem reciclagem mais eficiente

    dos recursos existentes e encontrar alternativas para commoditiesque esto prximas da exausto

    (Robb, 2005).

    Os trendsde produo para petrleo, bauxita, cobre e ouro da Fig. 1.3, essenciais para a

    indstria moderna, confirmam que a busca por recursos diretamente proporcional ao crescimento

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    populacional e muito provavelmente continuar assim nas prximas dcadas. A produo mundial

    de petrleo aumentou vertiginosamente at o final da dcada de 70, mas desde ento variados

    fatores polticos e econmicos contriburam para uma produo oscilante. Um nivelamento similar

    de produo evidente para a bauxita, mas o este comportamento no evidente ainda para ouro. O

    cobre um caso especfico onde a reserva mundial est nivelada, refletindo em parte a ausncia de

    descoberta de novas e grandes reservas (Robb, 2005).

    F igura 1.3 Trends de produo global para petrleo (a), bauxita (b), cobre (c) e ouro (d) no

    sculo XX. Modificado de Robb (2005).

    No caso dos metais, por que so to importantes? Possuem certas propriedades que

    outros materiais no apresentam: resistncia mecnica, dureza alta, condutividade trmica e eltrica,

    resistncia corroso, etc. Assim, possuem aplicaes que outros materiais no podem facilmente,

    ou com baixos custos, substituir (Tab. 1.1).

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    Metais ferrosos Ferro, mangans, nquel, crmio, molibdnio, tungstnio, vandio,

    cobalto

    Metais no-ferr osos Cobre, chumbo, zinco, estanho, alumnio

    Metais preciosos Ouro, prata, platinides (Pt, Pd, Ir, Os, Rh, Ru)

    Metais radioativos Urnio, trio

    Metais menores Antimnio, berlio, bismuto, cdmio, mercrio, nibio, selnio, tntalo,

    telrio, titnio, zircnio

    Tabela 1.1Alguns tipos de metais mais utilizados na indstria de transformao moderna.

    A economia de um pas dependente de seus recursos minerais. Segundo o Portal Brasil

    (www.brasil.gov.br), as exportaes do setor mineral brasileiro, que abrange a minerao (indstria

    extrativa, exceto petrleo e gs) e indstria da transformao mineral (metlicos, no metlicos e

    compostos qumicos inorgnicos) superaram as importaes em 2014, resultando em saldo

    comercial positivo em US$ 35,1 bilhes. No perodo, as exportaes alcanaram US$ 47,4 bilhes e

    as importaes US$ 12,32 bilhes. A participao das exportaes do setor mineral no total das

    exportaes brasileiras foi de 21 % (somente as exportaes de minrio de ferro foram responsveis

    por 11,5% do total das exportaes brasileiras).

    Contudo, nem tudo so flores. A diminuio sensvel de investimentos no setor mineral tem

    agravado a situao social, com o aumento de desemprego, bem como a diminuio gradativa da

    produo (Fig. 1.4).

    Os maiores cortes e suspenses de projetos tm sido feitos em operaes de minrio de

    ferro, at porque a commodity responsvel por 60 % do total dos investimentos minerais do pas.

    Recursos para projetos de ouro e cobre tambm tm encolhido, bem como aqueles que seriam

    direcionados para a produo de nquel e zinco. A razo das quedas no nica, mas um conjunto

    de fatores que fizeram minguar o otimismo na minerao brasileira. Queda dos preos das

    commodities, burocracia excessiva para licenciamentos ambientais, escassez de capital e incertezas

    regulatrias formam o pacote de desestmulo. O minrio de ferro, por exemplo, caiu 36 %, de um

    pico de US$ 190 a tonelada em 2011 para perto de US$ 66 agora. No caso do ouro, a cotao caiu

    17 % em um ano e cerca de 45 % desde 2011. H ao menos 14 projetos ou operaes de ouro

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    parados no pas, principalmente de empresas de menores portes. A Austrlia passou o Brasil em

    produo em 2008. Em 2013, o pas produziu 525 milhes de toneladas de minrio de ferro, 26 %

    mais do que a produo brasileira. A tendncia o aumento dessa diferena. No ano passado, os

    australianos investiram perto de US$ 1,6 bilho em explorao mineral, enquanto os investimentos

    brasileiros ficaram prximos de US$ 300 milhes, de acordo com a empresa de pesquisa SNL

    Metals & Mining (IBRAM, 2014; www.ibram.org.br).

    O aumento recente do risco de racionamento de energia, a inflao dos custos de produo e

    a indefinio sobre o marco regulatrio do setor fecham o quadro de entraves ao aumento de

    investimento em minerao no Brasil.

    F igura 1.4Retrao de investimentos e produo do setor mineral ao longo de 4 anos, bem como

    as projees pouco animadoras at 2018.

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    2. DEPSITO MINERAL

    2.1. Histrico

    Uma base slida para teorias modernas de depsito mineral foi formulada no sculo XVI

    pelo alemo George Bauer, o qual geralmente conhecido pelo seu nome latinizado de Georgius

    Agricola (Fig. 2.1). Suas observaes sobre depsitos minerais eram nicas para aquele tempo,

    considerado portanto o primeiro gelogo metalogeneticista da histria. Ele viveu em Erzgebirge,

    regio da Saxnia (agora Sul da Alemanha), e adquiriu sozinho conhecimento nas minas daquele

    distrito. Ele escreveu vrios tratados em Geologia e Minerao, onde o mais significante dele oDe

    Re Metallica(ttulo em Latim para Sobre a Natureza dos Metais(Minerais)) de 1556 (Fig. 2.2) .

    Apesar do fato de que muitos trabalhos de Agricola foram escritos em Latim, e portanto acessvelpara poucos, seus textos estimularam a cincia dos depsitos minerais, a qual at mesmo hoje ainda

    carrega o selo da sua influncia. A sua principal contribuio foi a tentativa de classificar minrios

    (depsitos), sem a qual pouco progresso cientfico possvel. Essa classificao era baseada na

    gnese, se os depsitos eram aluviais ou in situ, e ento na forma. Agricola foi responsvel por dois

    princpios fundamentais na sua classificao de depsitos minerais: 1) Que os canais de minrio

    so feies secundrias, mais jovens que as rochas encaixantes; e 2) Que os minrios depositaram a

    partir de solues que circularam esses canais. Por fim, marcando portanto a transio daespeculao para observao.

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    F igura 2.1Georg Pawer, nome em alemo de Georgius Agricola (latinizado) em 1556.

    A B

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    F igura 2.2 Imagens ricas em detalhes sobre as atividades mineiras do sculo XVI (Agricola,

    1556). A) Um guincho alimentado pela fora dgua utilizado para erguer o minrio; b) A

    representao de uma mina subterrnea.

    2.2. Conceitos Bsicos

    Os metais so uma categoria de um trio de materiais geolgicos no qual baseada nossa

    civilizao industrial atual. As outras duas categorias so minerais combustveis como carvo,

    petrleo e gs natural; e no-metlicos (minerais industriais) como pedra, areia e cascalho, sal ou

    argila. Depsitos de minrio metlico e distritos so conhecidos e explotados desde a antiguidade e

    seu nmero cresceu fortemente. Antes da Revoluo Industrial apenas dez metais eram conhecidos

    e utilizados (ouro, cobre, estanho, ferro, chumbo, prata, mercrio, antimnio, arsnico, bismuto,parcialmente zinco em ligas), implicando em um nmero de minas e sua variedade geolgica

    pequenos. Alguns depsitos antigos ou minas eram famosos por causa da contribuio para a

    riqueza e poder do estado local, territrio ou reino, e/ou sua importncia para a economia e

    comrcio do mundo medieval e antigo.

    O conceito de depsito mineral amplo, inequvoco, relativo e constantemente modificado

    desde antes da revoluo industrial:

    1) Depsitos Minerais so formados quando uma commoditie til suficientemente

    concentrada em uma parte acessvel da crosta da Terra e que pode ser extrada com lucro

    (Robb, 2005).

    2) Um depsito mineral (ou um depsito de minrio) pode ser definido como um corpo

    rochoso que contm um ou mais elementos com abundncia suficientemente acima da mdia

    crustal para ter valor econmico (Misra, 2000).

    3) Minrio um mineral metalfero, ou um agregado de metais metalferos, mais ou menosmisturado com ganga, que a partir do ponto de vista do minerador pode fornecer lucro, ou

    sob o ponto de vista dos metalrgicos pode ser tratado com lucro. O teste de rendimento de

    um metal ou metais em lucro parece ser a nica possibilidade para um empreendedor

    (Evans, 1993).

    4) Um depsito mineral uma ocorrncia mineral de tamanho e teor suficientes para que

    nas mais favorveis circunstncias possa ser considerado de potencial econmico(Cox e

    Singer, 1992).

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    Fica claro que depsitos minerais so acumulaes ou concentraes anmalas

    (anomalias geoqumicas)locais de metais (minerais) quando em relao ao teor mdio desse metal

    na crosta continental (clarkede concentrao, Tab. 2.1). Contudo, so fortemente influenciados

    pela situao econmica, interesse de um empreendedor, polticas pblicas ou condies

    geogrficas. Nesse sentido, um corpo de minrio refere-se a um volume especfico de material

    dentro de um depsito mineral que pode ser explotado e comercializado com razovel lucro em

    funo das condies anteriormente descritas. A forma de ocorrncia dos minerais e metais na

    natureza determina o mtodo de lavra, o custo da extrao, a quantidade de rejeito gerado pelos

    processos de extrao, separao e concentrao e o impacto ao meio ambiente.

    Ocorrncia mineral uma concentrao anmala de um mineral/metal considerada valiosa

    para fins acadmicos ou tcnicos, mas totalmente antieconmica. Uma jazida (ore deposit) um

    depsito mineral que foi avaliado, apresentando tamanho, teor e acessibilidade que tornam vivel e

    lucrativa sua explorao. Minarepresenta a jazida em plena operao.

    Informaes so mais acessveis a partir de jazidas e minas, principalmente porque a lavra

    propicia maior exposio das rochas, possibilitando maior compreenso dos processos

    mineralizantes.

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    Tabela 2.1 Teores mdios crustais (clarkes) de metais em depsitos grandes, gigantes e

    supergigantes. Compilado de Laznicka (1999).

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    Uma distino tambm feita entre reservas e recursos (Fig. 2.3). Reserva uma

    estimativa de tonelagem e teor de minrio que espera-se que possa ser lavrado, conhecido por

    sondagem ou outra medio especfica. Recurso inclui a reserva e todos os outros depsitos

    minerais potencialmente viveis desconhecidos ou antieconmicos atualmente, mas que ainda possa

    ser razoavelmente esperado de existir.

    F igura 2.3 Aplicao dos conceitos de Reserva e Recurso em depsito hipottico de carvo

    (Adaptado da USGSServio Geolgico dos EUA). Recurso Inferido = baixo nvel de confiana;

    Recurso Indicado = razovel nvel de confiana; Recurso Medido = alto nvel de confiana;

    Reserva Provvel = Parte economicamente minervel dos recursos indicados e, em algumas

    circunstncias, dos recursos medidos; e Reserva Provada = Parte economicamente minervel dos

    recursos medidos.

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    Requerimentos para estimativas de recursos minerais (Fig. 2.4):

    Interpretaes geolgicas confiveis (mapeamento, amostragem);

    Alta qualidade e representatividade de amostras e anlises;

    Experincia de pessoal qualificado;

    Tcnicas geoestatsticas, estatsticas, etc.

    F igura 2.4 Analogia entre uma biblioteca e uma rea mineralizada em fase de explorao. As

    agulhas representam os furos e sondagem.

    Grau (teor) a concentrao mdia de uma substncia valiosa em um depsito mineral, e o

    Teor de Corte(Cut-off grade) a concentrao mnima requerida para atingir o ponto de equilbrio

    para a explotao de um depsito mineral em termos de receitas e custos. Qualquer programa de

    explorao detalhado designado para coletar uma quantidade adequada de dados que permita a

    determinao do teor de corte; e ento as reservas (tonelagem de material mineralizado) e teor

    mdiode um corpo de minrio podem ser calculados. A determinao do teor de corte crtica na

    avaliao de um depsito mineral porque o tamanho das reservas cresce progressivamente,

    frequentemente exponencialmente, com a diminuio do teor de corte.

    Os minerais de interesse econmico em um depsito mineral so referidos como minerais

    de minrio, e o rejeito como ganga (Fig. 2.5). Contudo, minerais acessrios dos grupos do sulfeto e

    xidos (pirita, arsenopirita, magnetita, ilmenita, etc.), especialmente em depsitos minerais

    metlicos, so algumas vezes descritos como minerais de minrio, apesar de realmente constiturem

    parte da ganga. A Fig. 2.6 sintetiza as principais caractersticas de cada um desses componentes.

    O desaf o das

    estimativas de recursos

    e reservas:

    Imagine vrias agulhas

    atravessando essa

    sala...

    (quanto da diversidade

    desse ambiente essas

    agulhas poderiam

    amostrar?)

    http://www.crirsco.com/crirsco_presentation_to_iasb.pdf

    Pat Stephenson (2005

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    F igura 2.5 Principais componentes de um depsito mineral zincfero, Depsito da regio de

    Vazante (MG), adaptado de Monteiro et al. (2006).

    F igura 2.6Principais caractersticas e parmetros dos componentes de um depsito mineral.

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    2.3. Estilos de mineralizao e Morfologia dos depsitos minerais

    O estilo de mineralizao se refere ao padro de distribuio de minerais de minrio na

    rocha hospedeira, e que varia de ser muito sutil (at mesmo invisvel a olho n, como em alguns

    depsitos) para bastante pronunciado (como no caso dos depsitos de sulfetos macios

    vulcanognico). As formas de depsitos minerais tambm so altamente variveis, de concordante,

    tabular, estratiforme a veios e corpos de brechas discordantes. A Tab. 2.2 sumariza os termos

    comumente usados.

    Tabela 2.2 Alguns termos comumente usados para estilo de mineralizao e morfologia de

    depsitos minerais. Adaptado de Laznicka (2006).

    Ocorrncia do minrio (Fig. 2.7)

    Disseminado: minerais de minrio finamente dispersos, a baixos teores, em grandes

    volumes de rochas;

    Confinado:minerais de minrio concentrados em pequeno volume de rocha, altos teores.

    Relao do minrio com a rocha hospedeira (Fig. 2.8)

    Discordante:seccionam as rochas e suas estruturas. So mais jovens que as hospedeiras;

    Concordante:posicionam-se paralelamente ao acamamento ou qualquer outra estrutura da

    rocha. Podem ser ou no mais jovens que as hospedeiras.

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    F igura 2.7 Exemplo de mineralizao disseminada de pirita e esfalerita (A); e sistema de

    fraturas do tipo stockwork com bolses de minrio confinados (B).

    A

    B

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    Figura 2.8 Mineralizao concordante de Pb-Zn estratiforme em sedimento (A); Veios

    discordantes de calcita (vermelho) e willemita (verde) em sedimentos (B).

    A

    B

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    Relao temporal com as rochas encaixantes

    Singentico: refere-se a depsitos de minrio que formam ao mesmo tempo que suas rochas

    hospedeiras;

    Epigentico: refere-se a depsitos de minrio que formam depois que suas rochas

    hospedeiras.

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    3. TIPOS GENTICOS DE DEPSITOS MINERAIS

    A conexo direta dos tipos de depsitos com seus processos de formao certamente a

    melhor maneira de classific-los, fornecendo melhores critrios para a compreenso do depsito

    com relao s suas caractersticas (Fig. 3.1). Por sua vez, isso gera melhores modelos de

    explorao para a descoberta e avaliao deles. No entanto, Modelos Descritivosso necessrios,

    em termos prticos para ajudar engenheiros na avaliao de depsitos em particular (Guilbert e

    Park, 2007). Assim, Modelos Genticos so compilaes das propriedades de um grupo de

    depsitos relacionados, nos quais as razes pelas quais os atributos foram favorveis so

    identificadas e explicadas pela compreenso de processos genticos (Cox e Singer, 1992).

    F igura 3.1 Esquema ilustrando os principais depsitos Arqueanos formados acima do manto

    litosfrico, bem como aqueles de margens divergentes (Groves e Bierlein, 2007).

    Evans (1993) e Cox e Singer (1992) dividem os processos de formao de minrio em

    quatro principais categorias: magmticos, hidrotermais, metamrficos e superficiais (Fig. 3.2). Os

    trs primeiros referem-se a fenmenos subsuperficiais, ao passo que o ltimo abrange processos que

    ocorrem na superfcie da Terra. Diante da complexidade dos sistemas hidrotermais, subdivises

    ainda so propostas: magmtico-hidrotermais, metamrfico-hidrotermais, diagenticos hidrotermais

    e superficiais hidrotermais. Hipgeno outro termo til usado para descrever mineralizaes

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    formadas por processos profundos na Terra, enquanto que Suprgeno refere-se a processos

    sobrepostos mineralizao original (Tab. 3.1). Muitas vezes, estes termos so sinnimos de

    primrioe secundrio, respectivamente.

    Figura 3.2 Classificao de depsitos segundo o ambiente de formao de suas rochas

    hospedeiras. Modificado de Cox e Singer (1992) e Evans (1993).

    Tabela 3.1Principais classes dos depsitos minerais economicamente importantes. Adaptado de

    Laznicka (2006).

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    3.1.Processos Ortomagmticos

    Depsitos ortomagmticos so aqueles gerados a partir de processos magmticos primrios

    (magmas resfriando e cristalizando). So geneticamente relacionados com a evoluo de magmas

    que se alojam na crosta (tanto continental quanto ocenica). Eles esto hospedados dentro das

    rochas das quais eles se formaram. Portanto, eles so, por definio, tambm singenticos. Estes

    depsitos podem ser formados como resultado de:

    Cristalizao de fases slidascomo um diferenciado (cumulado) de um magma que resfria.

    Concentrao de minerais de minrio (segregao) na base da cmara magmtica em

    virtude de sua maior densidade (Fig. 3.3);

    Minerais cristalizados a partir de fludos residuais enriquecidos formados de um magma

    que resfria e cristaliza;

    A formao de um fundido sulfetado desenvolvido pela imiscibilidade com um fundido

    silictico coexistente;

    Filtragem por presso (filter pressing). Concentrao de minerais por compresso de

    cmara magmtica. Tambm ocorre em magmas tholeiticos em virtude da baixa oxidao;

    Onde um magma transporta xenlitos capturados durante sua passagem pela crosta da

    Terra.

    F igura 3.3 Cristalizao fracionada de olivina (a); e segregao de sulfeto de um magmamfico-ultramfico e formao de possvel depsito de sulfeto magmtico (Laznicka, 2006).

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    O manto a fonte mais prxima e acessvel para metais siderfilos e calcfilos que formam

    depsitos de segregao magmtica, tais como Cr, V, Ti, Fe-Co-Ni-Cu, EGP (Pt, Pd, Rh, Ru, Os,

    Ir). Associam-se geneticamente a magmas mficose ultramficosgerados pela fuso parcial do

    manto.

    Cromita, o principal mineral de minrio de cromo, cristaliza de um magma e, devido sua

    maior densidade, afunda na base e acumula (Fig. 3.4), formando Depsitos Estratiformes, tanto

    intracontinentais como em complexos ofiolticos. Exemplos clssicos incluem: Complexo de

    Bushveld (frica do Sul); Great Dyke (Zimbabwe); Complexo de Stillwater (USA); Campo

    Formoso (Brasil).Os depsitos de sulfeto magmtico so formados por processo semelhante, mas

    requer a contaminao do magma mantlico com o enxofre de rochas crustais, gerando gotculas de

    sulfeto (fundido) que capturam sobretudo Ni, Cu, Co e Platinides do magma e afundam na cmara

    magmtica.

    F igura 3.4Depsito de segregao magmtica de Bushveld (frica do Sul). Notar as espessas

    camadas de cromita e/ou piroxenito (escuras) associadas s camadas de anortosito (claras).

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    3.2.Depsitos Hidrotermais

    Depsitos hidrotermais so aqueles que literalmente se formam a partir de gua quente

    (fludos hidrotermais) que circulam atravs da crosta terrestre. A evidncia direta para a presena

    desses fludos na crosta terrestre so manifestaes superficiais como fontes geotermais (hot

    springs) e fumarolas, mas evidncia indireta fornecida pela presena de minerais hidratados

    mesmo em rochas cristalinas. Fluidos hidrotermais podem ter sua origem em pltons gneos ou a

    partir de reaes metamrficas profundas na crosta, mas eles tambm podem ser o resultado de gua

    meterica ou do mar aquecida que circulou em profundidade, ou podem ser liberados de gua

    aprisionada em bacias sedimentares submetidas a mudanas diagenticas.

    O rastreio da fonte original para esta gama de fluidos agora amplamente possvel por meio

    de estudos de incluses fluidas em minerais e uso de marcadores isotpicos. Em uma extremidadeda escala de depsitos hidrotermais h fluidos diretamente relacionados ou exsolvidos de magma

    em cristalizao, e no outro extremo guas superficiais aquecidas nas partes profundas e quentes da

    crosta da Terra. Tecnicamente falando, o termo hidrotermal s deve ser usado para fluidos

    dominados por gua, enquanto que fludos no estado gasoso deve ser referido como

    pneumatoltico. Depsitos hidrotermais podem ser tanto singentico como epigentico.

    3.3. Depsitos Magmtico-hidrotermais

    Fluidos magmtico-hidrotermais formam assim que um magma resfria e cristaliza. Em

    alguns casos, o sistema magmtico pode ser simplesmente uma fonte passiva de calor que guia a

    circulao de fluidos exticos para o magma atravs crosta adjacente fraturada na qual o magma

    invade (Fig. 3.5). Em muitos outros casos o magma, particularmente de composio flsica, contm

    quantidades muito significativas de gua miscvel, a qual carregada no prprio magma. A medida

    que o magma resfria e cristaliza torna-se mais concentrado e eventualmente forma uma fase fluida

    imiscvel, a qual coleta outros componentes que preferem separar-se do fundido silictico. Gases

    tambm so miscveis em fundido silicato em temperaturas e presses mais elevadas. Componentes

    concentrados em uma fase fluda que podem exsolver do magma incluem ons de cloreto, o que leva

    formao de salmouras de altas temperaturas que so eficientes solventes para metais como ferro,

    cobre, chumbo e zinco (Laznicka, 2006). Estas fases fludas ricas em metais podem ento migrar

    para longe do magma e ento interagir com minerais e fludos no magma previamente cristalizado

    ou rochas hospedeiras, modificando a composio desses fludos por reaes qumicas e

    precipitando novas fases minerais, incluindo minerais de minrio. Estes fluidos tambm podem

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    concentrar gases miscveis, como CO2, SO2e H2S, os quais tambm podem ajudar no transporte de

    alguns metais.

    Todos os depsitos minerais formados por substituio ou em fraturas ao redor da cmara

    magma resfriado so por definio epigenticos porque eles superpem as rochas hospedeiras,

    apesar de serem contemporneos a atividade magmtica associada. Outros metais raros podem

    permanecer miscveis nos magmas silictico por muito tempo, mas podem tornar-se concentrados

    fludos aquosos finais, e aprisionados no momento final de cristalizao do magma na cmara

    magmtica. Neste caso, os depsitos so definidos como singenticos, porque os depsitos

    preenchem interstcios no magma a medida que esse cristaliza, semelhante aos depsitos

    ortomagmticos. Dependendo do caminho de cristalizao do magma e a sua interao com

    componentes externos, uma gama de depsitos pode ser gerada desses processos.

    F igura 3.5Desenho esquemtico mostrando a relao gentica de Depsitos do tipo Prfiro de

    Cu, Au e Mo com Depsitos Epitermais de Au, Ag, Cu (etc.). Exemplos de depsitos magmtico-

    hidrotermais (Camprub et al., 2003).

    3.4. Depsitos Metamrfico-hidrotermais

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    Fluidos metamrfico-hidrotermais formam-se como resultado de metamorfismo em

    processos qumico-mineralgicos que podem liberar volteis, frequentemente dominado pela gua e

    gs CO2. Metamorfismo desenvolvido em rochas pela atuao de calor ou presso externa ou uma

    combinao de ambos, diferentes daquelas que essas rochas foram formadas. O calor pode ser

    fornecido pelo profundo soterramento de um macio rochoso ao longo do tempo ou pela intruso de

    um magma nas proximidades. Presso para causar metamorfismo pode ser fornecida pelo mesmo

    soterramento ou ento por processos tectnicos (Fig. 3.6). Por definio, estes depsitos so

    epigenticosporque os efeitos so sobrepostos nas rochas hospedeiras da mineralizao.

    F igura 3.6Mineralizao aurfera (do tipo Au-orognica) epigentica geneticamente vinculada a

    processos metamrfico-hidrotermais. Notar a ocorrncia de sulfetos e ouro na dobra.

    3.5. Depsitos Diagenticos

    Fludos diagenticos so formados como guas nos poros capturados durante a

    sedimentao, bem como fracamente ligados a argilas e outros minerais, e so liberados durante acompactao e litificao. Este processo pode se desenvolver em grande escala em uma bacia

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    sedimentar submetida a soterramento e litificao e relacionado gerao de hidrocarbonetos. A

    gua liberada pode capturar sais dissolvidos (tornando-se uma salmoura), a qual tem uma grande

    capacidade de transportar muitos ctions e ligantes do ponto de deposio para formar um depsito

    mineral. Nessas bacias sedimentares, camadas de evaporito podem ser uma fonte especfica de sais

    que pode ser dissolvida pela gua basinal.

    Bacias submetidas diagnese tornam-se aquecidas, e portanto a salmoura basinal pode

    representar um solvente altamente eficaz na dissoluo de grandes quantidades de metais. Estas

    salmouras podem ento migrar via falhas da crosta terrestre e horizontes permeveis para ambientes

    deposicionais. Depsitos singenticos podem formar quando esses fluidos so expelidos em

    ambiente submarino ou lacustre, onde a precipitao qumica pode resultar em depsitos minerais

    estratificados sedimentares (Fig. 3.7). Depsitos epigenticos tambm podem ser formados quando

    fludos interagem com rochas causando alterao e a precipitao de minerais.

    F igura 3.7 Depsito diagentico do tipo SEDEX (Sedimentar Exalativo) mostrando camada

    arenosa albitizada (branca) intercalada com siltito-argilito alterado (escura) com pirita, clorita

    albita. Exemplo de Sullivan (EUA).

    http://gsc.nrcan.gc.ca/mindep/metallogeny/sedex/purcell/index_e.php

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    3.6. Depsitos Hidrotermais Superficiais e do Assoalho Ocenico

    Fludos hidrotermais superficiais ou do assoalho ocenico so gerados quando guas do mar

    ou meterica penetram profundamente na crosta e tornam-se aquecidas (Fig. 3.8). Esse processo

    particularmente evidente nas regies onde h fluxo de calor crustal elevado, frequentemente onde a

    crosta terrestre adelgaada. No caso do assoalho ocenico, este fenmeno comum onde um novo

    oceano formado pela expanso do assoalho atravs da formao de vulces submarinos. No

    continente, esses fludos hidrotermais podem ser gerados em zonas de atenuao crustal, muitas

    vezes associada ao vulcanismo subareo. No entanto, estes fenmenos podem no estarem

    diretamente relacionado com atividade gnea, j que fludos podem simplesmente interagir com

    calor residual ou convectivo na crosta profunda.

    Manifestaes superficiais desse processo podem ser a presena de hot springs no

    continente ou condutos hidrotermais no fundo do mar. Depsitos formados por estes processospodem epigenticos, j que substituem rochas j formada, ou podem ser singenticos. Por exemplo,

    as fontes hidrotermais do fundo do mar exalam fludos dos quais precipitam minerais de minrio em

    camadas ou macios. O mesmo processo pode ocorrer no continente.

    F igura 3.8Modelo esquemtico conceitual da morfologia da mineralizao do tipo SMV (Sulfeto

    macio vulcanognicos), formada pela descarga de solues hidrotermais no fundo do mar (Galley

    et al., 2007).

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    3.7. Depsitos Sedimentares e Supergnicos

    Processos superficiais de baixa temperatura (< 50 C) tambm podem ser responsveis pela

    formao de depsitos minerais (Fig. 3.9). Processos fsicos, como a eroso fsica (intemperismo

    fsico), transporte e deposio levam diretamente para a redistribuio e acmulo de minerais

    especficos. Tais depsitos so formados como um resultado dos diferentes comportamentos fsico e

    qumico dos minerais que formam as rochas originais. Estes processos fsicos podem ser tanto

    hidrulicos (gua) ou elicos (vento).

    Figura 3.9 Depsito supergnico de Nquel (verde) vinculado a garnierita. Regio de

    Niquelndia (GO).

    O intemperismo qumico tambm um processo muito importante de formao de depsitos

    minerais, resultando em alterao qumica e redistribuio de componentes em rochas superficiais

    por solues migratrias. As diferentes propriedades qumicas dos minerais na superfcie da Terra e

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    dentro da interface de superfcie-crosta podem levar a melhoramentos residuais ou dissoluo

    qumica, bem como mecanismos de reprecipitao para concentrar o metal/mineral de interesse. Em

    tais casos, a formao de minrio controlada pela circulao de gua predominantemente

    meterica na superfcie, embora processos anlogos semelhantes podem ocorrer no assoalho

    ocenico. Estas guas de subsuperfcie podem dissolver componentes possa dissolver os

    componentes, reprecipitando-os em stios minerais favorveis ou interfaces superficiais

    (horizontes). Um outro processo importante para a formao de minrio o fenmeno superficial de

    evaporao. Sais dissolvidos precipitam quando a gua evapora-se em uma bacia de evaporao,

    por exemplo, ou por evaporao da gua a partir da superfcie do solo, devido ao calor do sol.

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    4. TECTNICA GLOBAL E METALOGNESE

    4.1. Introduo

    Segundo a teoria da tectnica de placas, a litosfera terrestre (Fig. 4.1) no uma camada

    contnua, e sim, ela fragmentada em uma dzia ou mais de grandes placas rgidas que esto

    contnuo movimento na superfcie terrestre. Uma placa tectnica uma grande fatia, macia e

    irregular, de rocha slida, geralmente composta de litosfera continental e ocenica. As placas

    variam grandemente em relao ao tamanho horizontal, desde algumas centenas at milhares de

    quilmetros, no qual as placas do Pacfico e da Antrtida so as maiores. A espessura das placas

    tambm varia enormemente, desde menos de 15 km para a litosfera ocenica jovem at em torno de

    200 km ou mais para antigas litosferas continentais (como por exemplo, as partes internas dasAmricas do Sul e do Norte).

    F igura 4.1Perfil esquemtico da estrutura interna do Planeta Terra classificada com base na

    composio qumica (lado esquerdo) e propriedades fsicas (lado direito). Fonte: Pearson PrenticeHall.

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    As placas tectnicas movem-se porque o interior do planeta quente, e ainda que a maior

    parte do manto abaixo da litosfera seja slido, ele tambm quente e dctil. O manto pode fluir se

    sujeito a foras tectnicas originadas pela conveco mantlica. Uma placa pode dobrar levemente

    quando ela move-se, mas relativamente pequena variao ocorre nas pores internas de uma placa.

    Quase toda atividade tectnica maior ocorre ao longo dos limites das placas, incluindo atividade

    vulcnica e terremotos, onde as placas interagem entre si.

    Trs tipos de limites de placas tectnicas so reconhecidos e definem trs fundamentais

    tipos de deformao e atividade geolgica (Fig. 4.2):

    Limites Divergentes: onde as placas tectnicas separam-se e movem-se em direes

    opostas, permitindo a formao de nova litosfera;

    L imites Convergentes:no qual as placas tectnicas convergem, colidem e uma mergulha

    por baixo da outra, promovendo o retorno da litosfera ocenica para o manto;

    L imites Transformantes (Conservativo): onde as placas tectnicas deslizam lateralmente

    uma em relao as outras, aproximadamente a altos ngulos em relao aos limites

    divergentes.

    F igura 4.2Desenhos esquemticos dos tipos de limites transformante, divergente e convergente.

    Modificado dePress et al. (2003).

    Assim, a tectnicade placas moderna fornece um excelente arcabouo para a discusso dos

    diferentes tipos e caractersticas geoqumicas da atividade gnea atual (Fig. 4.3). 90% das atividades

    gneas recentes est ligada a movimentos de placas e plumas mantlicas.

    Fontes mantlicas e continentais, juntamente com diferentes processos de gerao ediferenciao de magmas, dependem do Ambiente Tectnico onde elas ocorrem.

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    Consequentemente, diferentes Ambientes Tectnicos produzem sutes de rochas comagmticas com

    assinaturas composicionais distintas, chamadas Associaes Petrotectnicas ou Petrogenticas.

    F igura 4.3 Ambientes tectnicos e principais associaes petrotectnicas de rochas gneas que

    so comumente geradas (Fonte: http://csmres.jmu.edu/geollab/Fichter/IgnRx/suittect.html).

    Ambientes geradores de rochas gneas com base na Tectnica de Placas so (Fig. 4.4):

    Margens Construtivas de placas (limites divergentes):

    - Dorsais meso-ocenicas;

    - Centros de expanso de bacias de retro-arco.

    Margens Destrutivas de placas (limites convergentes):

    - Arcos de ilhas;

    - Margens continentais ativas.

    Ambiente Ocenico Intra-Placa:

    - Ilhas ocenicas.

    Ambiente Continental Intra-Placa:

    - Derrames de basaltos continentais;

    -Riftscontinentais;- Magmatismo potssico e ultrapotssico.

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    F igura 4.4 Mosaico das placas tectnicas que constituem a parte mais externa da litosfera da

    Terra. (Press et al., 2003).

    4.2. Metalognese ao longo do Tempo

    Depsitos minerais economicamente viveis so heterogneos, mas no aleatoriamentedistribudos no tempo e no espao. Sua distribuio intimamente relacionada com a evoluo da

    Terra, particularmente, ao seu resfriamento progressivo e evoluo geodinmica desde a tectnica

    influenciada por plumas at a tectnica de placas moderna, com consequncias para o balano entre

    os processos preservacional e formacional. Como os sistemas de depsitos minerais exigem um

    conjunto muito especfico de processos para produzirem excepcional enriquecimento de metais em

    relao ao teor mdio na crosta, eles podem se formar apenas sob certas condies e em ambientes

    tectnicos particulares. Assim, certos tipos de depsitos minerais so diagnsticos de ambientestectnicos especficos e podem ser utilizados no somente para defini-los, em conjunto com

    evidncias tectnicas e petrogenticas mais convencionais, mas tambm ajudam a limitar a

    evoluo geodinmica da Terra e suas consequncias ambientais (Groves e Bierlein, 2007). Assim,

    alguns fatores a considerar no tempo e no espao so: 1)Ambiente de formao; 2)Incorporao

    na crosta continental; 3) Exumao e 4)Processos no-uniformes.

    Um agrupamento lgico de tipos de depsitos minerais em termos de seus ambientes

    geodinmicos. Isto mais convenientemente entendido no contexto de placas tectnicas, comreferncia s influncias dos impactos de Plumas mantlicasonde apropriado. Por sua vez, a forma

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    mais lgica que descreve esses ambientes de placas tectnicas em termos de Ciclo

    Supercontinental (Fig. 4.5), que controla os ambientes geodinmicos dominantes na Terra em

    qualquer momento durante sua evoluo, e um controle de primeira ordem na distribuio

    temporal dos seus tipos de depsitos minerais (Robb, 2005).

    A distribuio de alguns depsitos minerais no tempo pode estar relacionada a diferentes

    partes do Ciclo Supercontinental:

    Depsitos associados com rift continentalpredominantemente correspondem a perodos de

    rifteamento supercontinental;

    Depsitos associados a subduco e convergncia de placa predominaram durante

    agregao supercontinental;

    Depsitos vinculados a rift foram incorporados nos continentes durante ciclos de coliso.

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    F igura 4.5Diagrama esquemtico do Ciclo Supercontinental. Massas continentais juntam-se e

    desagregam-se em ciclo de 200500 Ma. Primeiro grande perodo de estabilizao crustal (2.85

    2.5 Ga)muitos depsitos minerais preservados.

    Por sua vez, o Ciclo de Plumas Mantlicas est diretamente relacionado a plumas

    mantlicas (Fig. 4.6), que so magmas quentes anmalos que ascendem a partir do limite manto

    ncleo. So fundidos da base da litosfera (1400 1700 C) que produzem komatitos (Arqueano) e

    derrames baslticos (Arqueano ao Fanerozoico). A maioria dos depsitos magmticos de Ni so

    provavelmente vinculados a plumas mantlicas.

    F igura 4.6Ilustrao por computao grfica de uma pluma mantlica alcanando a crosta

    ocenica. Fonte: http://www.theskepticsguide.org/volcanic-plumes-crafters-of-continents-or-

    ghosts-in-the-earth.

    Adicionalmente, a distribuio dos depsitos no tempo tambm afetada pelo potencial de

    preservao. Eroso um processo constante de exumao de rochas, trazendo-as prximas

    superfcie por um perodo limitado at sua completa remoo. Assim, grande potencial para o

    soterramentoou eroso dos depsitos depende de:

    Ambiente tectnico;

    Poucos depsitos dos tipos Prfiro e Epitermal so mais antigos que aqueles do

    Fanerozoico;

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    Depsito high-sulfidation (1,86 Ga) da Provncia Mineral do Tapajs o nico no

    Paleoproterozoico at ento registrado (Juliani et al., 2005).

    Isto inicialmente evidente na diferena entre a tectnica do Arqueanoe do Proterozoico-Fanerozoicoe a sua relao com o resfriamento irreversvel da Terra. A tectnica de placas era

    ativa no Arqueano, mas tinha diferente caracterstica em funo de diferenas de temperaturas no

    manto. A espessa, flexvel e refratria litosfera arqueana evitou a sua reciclagem nos ambientes

    convergentes, formando ento crtons estveis e preservando os depsitos relativamente rasos de

    Au orognico, SMV, Ni em komatitos e o manto litosfrico portador de diamantes. Deformaes

    subsequentes no Proterozoico e Fanerozoico concentraram-se ao longo das margens da crosta

    arqueana (Fig. 4.7).

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    F igura 4.7a) Mapa simplificado mostrando possvel configurao de Rodnia, contendo massas

    continentais amalgamadas; b) Mapa simplificado mostrando como os fragmentos de Rodnia

    podem ter se reconsolidado no final do Proterozoico e incio do Fanerozoico (Robb, 2005).

    Abaixo encontram-se sintetizados os principais tipos de depsitos restritos no tempo:

    Depsitos de Niassociados a komatitos:Arqueano.

    Depsitos de platinides associados intruses mficas acamadadas gigantes (ex.

    Bushveld, Stillwater):Neoarqueano aoPaleoproterozoico.

    Principais depsitos de cromita em intruses mfica-ultramficas acamadadas:

    Neoarqueano.

    Depsitos de xi dos de FeTi(ex. Lac Tio, Tellnes) hospedados em anortositos: 0,91,1

    Ga (Meso a Neoproterozoico).

    Di amantes associados a kimberl i tos: presente durante todo o tempo geolgico, mas foram

    formados entre 1 e 3,6 Ga e ento concentrados.

    Pb-Zn SEDEX:Meso ao Paleoproterozoico e Paleozoico.

    Depsitos de U em bacias de crtons estveis:Mesoproterozoico.

    Formaes ferrferas(ex. Carajs, Quadriltero ferrfero): 2,651,85 Ga (Neoarqueano

    ao Paleoproterozoico).

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    5. PRINCIPAIS MTODOS DE EXPLORAO DE DEPSITO MINERAIS

    5.1. Introduo

    A Explorao consiste em atividades relacionadas ao estabelecimento de um depsito

    mineral atravs de mtodos geofsicos, geolgicos e geoqumicos. seguida pela prospeco e

    segue o planejamento e fases de reconhecimento. Pode ser dividida em um nmero de etapas

    interligadas e sequenciais que envolvem o aumento das despesas e a diminuio do risco (Fig. 5.1).

    A terminologia usada para descrever estes estgios muito variada. Estas fases cobrem os estgios

    que levam seleo de uma rea para o mapeamento detalhado; isto geralmente o ponto no qual

    a rea requerida para pesquisa. A fase de planejamento abrange a seleo do commoditie, tipo de

    depsito, mtodos de explorao, bem como a criao de uma organizao de explorao. Oprocesso de seleo de furos de sondagem dentro da rea licenciada chamado de seleo de alvos,

    ao passo que a sondagem chamada de teste de alvo. O depsito ento uma fase de pr-

    desenvolvimento seguido por um estudo de viabilidade.

    Um gelogo prospectando um distrito est em busca de exposio superficial de minerais,

    observando irregularidades na cor, forma ou composio de rocha. A sua experincia lhe diz onde

    procurar, para ter maiores chances de sucesso. s vezes ele vai tropear em garimpos, o que pode

    ter o influenciando a prospectar aquela rea. Mtodos que utilizam gravidade, tais como bateamento usado para prospeco de ouro em aluvies. Em reas com acesso limitado a gua, o bateamento

    com vento pode ser utilizado.

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    F igura 5.1Estgios de um projeto de explorao (Moon et al., 2006).

    5.2. Explorao Geofsica

    Aps a sua introduo na dcada de 50, levantamentos aerogeofsicos ficaram comumente

    usados como um primeiro passo na explorao geofsica.

    Grandes reas podem ser efetivamente cobertas em um curto perodo de tempo. Os mapas

    mais comuns aerogeofsicos so os magnetomtricos, que registram as variaes no campo

    magntico na Terra com alto grau de preciso. A seleo ideal de altitude e espaamento, bem como

    escolha da instrumentao, muito importante.

    A partir da superfcie, diferentes mtodos geofsicos so usados para explorar formaes

    abaixo da superfcie, com base nas propriedades fsicas das rochas e minerais portadores de metais,

    tais como magnetismo, gravidade, condutividade elctrica, radioatividade e velocidade do som.

    Dois ou mais mtodos so muitas vezes combinados em um levantamento, para a aquisio de

    dados mais confiveis. Os resultados das pesquisas so compilados, e combinados com informaes

    geolgicas da superfcie e amostras de testemunho de qualquer sondagem anterior, para decidir se

    vale a pena prosseguir com a explorao. Caso positivo, as informaes geram uma base para

    campanhas de perfurao futuras.

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    Levantamentos magnticos medir variaes no campo magntico da Terra causados por

    propriedades magnticas de formaes de rocha de subsuperfcie. Na prospeco de minerais

    metlicos, estas tcnicas so particularmente teis para a localizao de magnetita, pirrotita e

    ilmenita. Levantamentos eletromagnticos (EM) so baseados em variaes na condutividade

    eltrica na massa rochosa. Um transmissor usado para criar um campo eletromagntico alternado

    primrio. Correntes induzidas produzem um campo secundrio no macio rochoso. O campo

    resultante pode ser rastreado e medido, revelando a condutividade das rochas do subsolo.

    Levantamentos eletromagnticos so usados principalmente para mapear estruturas geolgicas, mas

    tambm para descobrir depsitos minerais de sulfetos contendo cobre ou chumbo, magnetita, pirita,

    grafita e certos minerais de mangans.

    Levantamentos gravimtricosmedem pequenas variaes no campo gravitacional causada

    pela atrao de rochas do subsolo. A variao da gravidade pode ser causada por falhas, anticlinais,

    e domos de sal que so frequentemente associados com formaes portadoras de petrleo.

    Levantamentos gravimtricos tambm so usados para detectarem minerais de alta densidade, como

    minrio de ferro, pirita e mineralizaes de chumbo e zinco. Em regies onde formaes rochosas

    contm minerais radioativos, a intensidade da radiao ser consideravelmente mais elevada do que

    o nvel de fundo normal. A medio dos nveis de radiao ajuda a localizar depsitos contendo

    urnio, trio e outros minerais associado com substncias radioativas.Levantamento ssmico baseado em variaes de velocidade do som experimentadas em

    diferentes camadas rochosas. O tempo medido para um som viajar de uma fonte na superfcie,

    passar por uma das camadas subjacentes, e novamente detectado em receptor colocado a uma certa

    distncia sobre a superfcie. A fonte de som pode ser o golpe de uma marreta, um peso cado, um

    vibrador mecnico ou uma carga explosiva. As pesquisas ssmicas determinam a qualidade da rocha

    e pode localizar o contato entre camadas geolgicas, ou de um depsito mineral compacto no solo.

    As pesquisas ssmicas tambm so usadas para localizar camadas portadoras de petrleo.Todos os resultados da pesquisa so sobrepostos a mapas que mostram dezenas ou muitas

    vezes centenas de padres anmalos que so teis na definio da locao dos furos de sondagem.

    5.3. Explorao Geolgica

    A parte mais cara da sequncia de explorao de perfurao. Para um perfurador, todos

    os outros mtodos de explorao so como rodeios. A perfuratriz penetra profundamente no solo, e

    traz para a superfcie amostras de tudo o que encontra no seu caminho (Fig. 5.2). Se houverem

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    mineralizaes em determinados pontos abaixo da superfcie, a perfurao pode dar uma resposta

    direta, e pode quantificar a sua presena nesse ponto particular. As despesas com perfurao

    compreendem cerca da metade de todo os custos de explorao. Existem dois mtodos principais de

    perfurao exploratria.

    F igura 5.2Exemplos de perfuratriz em operao e broca utilizadas no processo.

    A sondagem circular (broca diamantada) produz uma amostra de solo em forma de cilindro

    slido (testemunho de sondagem) em uma profundidade exata. Perfurao de percusso produz uma

    amostra esmagada, compreendendo cortes a partir profundidades bem determinadas no buraco.Alm disso, o prprio testemunho pode fornecer uma quantidade complementar de informao,

    particularmente registrando anomalias fsicas, semelhantes aos levantamentos geofsicos

    mencionados acima. A sondagem circular tambm utilizada para definir o tamanho e os limites

    exatos da mineralizao. Isso importante para determinar o teor de minrio a ser tratado, e vital

    para o clculo das reservas minerais que iro manter a mina em execuo no futuro.

    O testemunho uma amostra intacta da geologia do subsolo, que pode ser examinado

    exaustivamente pelo gelogo para determinar a natureza exata da rocha e qualquer mineralizao.Amostras de interesse especial so enviadas para um laboratrio para anlise, a revelar quaisquer

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    teores de metais. As informaes recolhidas pelos testemunhos so importantes e representam

    investimentos de capital substancial.

    5.4. Explorao Geoqumica

    Levantamento geoqumico outra tecnologia de explorao que caracteriza diversas

    especialidades, sendo a principal delas detectar a presena de metais no solo superficial. Ao tomar

    um grande nmero de amostras sobre uma rea extensa e analisando o contedo de cada metal, as

    regies de interesse so identificadas (Tab. 5.1). A rea ento selecionada para estudos mais

    detalhados.

    Tabela 5.1 Exemplos de cores de minerais em afloramentos. teis na definio da rea de

    sondagem.

    O geoqumico ir recolher amostras de corrente em uma base regional e abrangendo

    muitos quilmetros quadrados de um suposto terreno favorvel. O levantamento ser seguido por

    amostragem mais detalhada das variaes na composio qumica das drenagens e por malhas de

    amostras de solo em reas anmalas. Mtodos analticos rpidos e precisos, tais como

    espectroscopia por emisso atmica (ICP), tornou possvel determinar muitos elementos,

    geralmente 30 em cada amostra, gerando uma grande quantidade de dados.

    Explorao comumente inclui programas de amostragem de solo. Isto implica cavar

    buracos em determinados intervalos para coletar amostras de horizontes identificados. As amostras

    so colocadas em sacos, secas, peneiradas para recolher o material mais fino e analisadas para a

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    identificao de elementos "pathfinders" (rastreadores). Um levantamento de amostragem de solo

    pode resultar em milhares de amostras que necessitam de programas computacionais para a

    manipulao de dados eficientemente. Levantamentos geoqumicostambm podem ser realizados

    em fragmentos de rocha. Pesquisas bioqumicas podem utilizar folhas ou cascas em regies ou

    unidades florestais.

    5.5. Sensoriamento Remoto

    Os gelogos tm utilizado a fotografia area para ajudar nos seus esforos de explorao ao

    longo de dcadas. Desde o advento de imagens de satlite com o lanamento do satlite Landsat 1

    em 1972, os gelogos de explorao esto cada vez mais envolvidos na interpretao de imagens

    digitais (dados computadorizados) do terreno. Os avanos tecnolgicos recentes agora oferecemdados de satlite multiespectral de alta resoluo e aerotransportados. Mais recentemente, os

    gelogos envolvidos na pesquisa e explorao comercial foram buscar os depsitos minerais de

    potenciais mais evasivo, por exemplo, os que esto escondidos pela vegetao ou pela cobertura do

    Quaternrio. Geralmente dados de mapas geoqumicos, geofsicos e outros esto disponveis. Agora

    possvel expressar esses dados como imagens digitais, permitindo ao gelogo manipular e

    combin-las usando software de processamento de imagem digital como Erdas Imagine,

    ERMapper, TNT MIPS e sistemas de informao geogrfica (GIS).O sensoriamento remoto a coleta de informaes sobre um objeto ou rea sem estar em

    contato fsico com ele. Sistemas de coleta de dados utilizados em sensoriamento remoto so:

    Fotografias obtidas de voos tripulados espaciais ou cmeras de ar, e

    Scanners eletrnicos ou sensores, tais como scanners multiespectrais em satlites ou avies

    e cmeras de TV, todos os quais gravam dados digitalmente.

    5.6. Da Explorao para a Mina

    Para quantificar a mineralizao, e definir a forma, tamanho e contedo metalfero do

    depsito, o procedimento passo-a-passo nas atividades de explorao necessrio. Em cada etapa

    do processo os gelogos examinam as informaes em mos, para recomendar a continuidade dos

    esforos de explorao. O objetivo estar certo de que o depsito economicamente vivel,

    fornecendo um conhecimento detalhado da geologia para um quadro financeiro favorvel. Minrio

    um conceito econmico, definido como uma concentrao mineral que pode ser economicamente

    extrada e transformada em um produto vendvel.

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    Antes de um depsito mineral ser rotulado como uma jazida, o conhecimento completo

    exigido sobre a mineralizao, tecnologia de minerao proposta e mtodos de processamento. Os

    impactos ambientais da minerao e processamento mineral so cuidadosamente estudados e

    precisam de aprovao. Em casos sem grandes impactos negativos, os proprietrios solicitam

    autorizao para realizar operaes de minerao na rea. Nesta fase, um estudo de viabilidade

    econmica abrangente realizado cobrindo os requisitos de capital, o retorno sobre o investimento,

    perodo de retorno e outros fatores, para que o conselho de administrao da empresa tome a

    deciso final sobre a transformao do prospecto em mina.

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    6. REFERNCIAS

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