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Aquicultura e Pesca

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Perspectivas 2017

RETOMADA DO CRESCIMENTO DA PRODUÇÃO COM FOCO NA REGULARIZAÇÃO SANITÁRIA

Investimento em sanidade e legislação simplificada poderá transformar o Brasil em um grande produtor mundial de pescado.

Em 2017 espera-se a retomada do crescimento na produção aquícola nacional a partir da re-posição das reservas hídricas pelo país, impulsionada também pela demanda reprimida do mercado criada pela sensível redução na importação de pescados. O aumento generaliza-do nos custos dos insumos, por conta da inflação, deve continuar pressionando a busca por maior eficiência e competitividade do setor e, com isso, sua organização, o que deve intensi-ficar o movimento no sentido de implantar Arranjos Produtivos Locais (APLs), sobretudo nas regiões onde já existe maior concentração da produção. O setor deverá estar preparado para a implementação dos Programas de Sanidade Aquícola, exemplos do Programa Nacional de Sanidade de Animais Aquáticos de Cultivo - “Aquicultura com Sanidade” e do “Alevino Moni-torado”.

Apesar da estabilização na taxa de câmbio, a tendência é de queda nas importações de pes-cado em 2017 por conta da menor aceitação dos produtos oriundos da Ásia. Além disso, esses produtos devem sofrer aumento de preço, em dólar, por conta da elevação nos custos de produção em países, como o Vietnã. A implementação de novas medidas de controle sobre a qualidade do pescado importado exigirá a entrada de produtos de melhor qualidade e, em consequência, de maior valor. Essa situação torna mais justa a competição com o pescado nacional com foco na qualidade.

A adoção de sistemas mais ágeis e transparentes para o licenciamento ambiental, nos prin-cipais estados produtores do país, contribuirá para a formalização da atividade que ainda é preponderantemente informal, dando maior segurança aos investidores e aos produtores. É necessário que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) foque suas ações na solução dos gargalos regulatórios que tanto dificultam o crescimento da atividade. É o caso, por exemplo, da modernização do Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (Riispoa); de mais agilidade na liberação das concessões de uso de águas públicas; do fomento das cadeias produtivas organizadas em APL; e da necessi-dade de maior coordenação das ações de pesquisas em conjunto com o setor privado.

Com relação ao setor pesqueiro, prevê-se o início das discussões com o Mapa quanto às no-vas normas para subvenção ao preço do óleo diesel e simplificação do modelo de emissão e renovações de licenças de pesca. E, ainda, a adoção de novo modelo de rastreamento das embarcações via satélite.

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Balanço 2016 BRASILEIRO EXIGE MAIS QUALIDADE DO PESCADO CONSUMIDO

A balança comercial de pescados continuou deficitária, mas com importações em queda, in-dicando crescente rejeição ao produto asiático.

Em 2016, a produção nacional de pescado permaneceu praticamente estável em relação a 2015. Esta estagnação se deu por fatores como a forte estiagem na região Nordeste, que sus-pendeu a produção de tilápias em tanque-rede no açude do Castanhão, no Ceará, e a redução da disponibilidade hídrica em todo o interior desta região. Outro fator importante foi a queda na produção de peixes redondos no estado do Mato Grosso, um dos maiores produtores do país, por conta de dificuldades no escoamento dos produtos. Houve queda na produção em Roraima, também provocada pela forte estiagem que atingiu o estado por dois anos con-secutivos. A redução na produção de tilápias no estado de São Paulo, também por conta da estiagem nos grandes reservatórios de água em 2015, provocou queda na produção e colheita em 2016. Já a queda da produção em algumas regiões foi compensada pelo crescimento em grandes estados produtores, como Paraná, Santa Catarina, Rondônia, entre outros.

A balança comercial de pescados continuou deficitária ao longo deste ano, mas, desde 2015, as importações continuam em queda. Importações menores, principalmente dos produtos oriundos da Ásia, inicialmente, provocaram a elevação dos preços em reais, de-vido à alta da taxa de câmbio da moeda americana. No entanto, recentemente, são cla-ros os indícios de uma crescente rejeição dos produtores asiáticos. A redução nas vendas desses produtos no país vem ocorrendo apesar da sensível queda dos preços em 2016, segundo fontes ligadas ao setor de varejo.

Valores da Balança Comercial de Pescados - Brasil

Fonte: Mdic, 2016.

2000

Importação Exportação Saldo Valor médio imp. (US$) Valor médio imp. (R$)

1500

-1500

1000

-1000

500

US$

106

Valo

r uni

tário

do

pesc

ado

impo

rtad

o (k

g)

-500

0

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016(jan/set)

15

10

5

-5

-10

0

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No ambiente institucional, apesar das mudanças feitas pelo novo governo nas equipes dos ministérios, a criação e a manutenção da Câmara Setorial da Aquicultura, no âmbito do Mapa foi de extrema importância para o setor. Reunindo representantes dos setores público e pri-vado, a Câmara tem discutido os principais gargalos e propostas necessárias para o cres-cimento do setor. Entre as principais propostas estão: a desburocratização do processo de regularização da atividade aquícola no país, com a instituição dos processos de licenciamento ambiental autodeclaratório e online, a exemplo do modelo existente no Paraná e em Santa Catarina; a simplificação do processo de obtenção do certificado emitido pelo Serviço de Ins-peção Federal (SIF), com mudança no foco e garantia das características do produto final, ao invés da instauração de processos; a isonomia das exigências sobre o pescado importado com os produtos produzidos no país; e a prioridade das pesquisas com foco nas necessidades do setor.

No setor pesqueiro, 2016 foi marcado por estagnação dos trabalhos de fomento e de promo-ção devido à incorporação do Ministério da Pesca e Aquicultura ao Mapa. O reduzido quadro de pessoal do Mapa trouxe sérios prejuízos ao setor no que diz respeito a emissão e renovação de licenças de pesca e fomento da atividade em relação aos programas do óleo diesel e de re-novação da frota pesqueira. Outro fator que trouxe impacto para o setor pesqueiro, em 2016, foram os erros de transmissão de dados do rastreamento das embarcações, via satélite. Essa situação resultou em grande quantidade de multas e de apreensão de pescado, sem a correta justificativa por parte dos órgãos reguladores e ambientais.