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Page 1: Capítulo 10 Modernidade x Pós - Modernidade · modernidade. Há na sociologia pós-moderna uma busca pelo reconhecimento das chamadas “minorias”. Na análise clássica, voltadas

O mal estar científico e o mal estar social

Capítulo 10

Modernidade x Pós - Modernidade

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As transformações sociais e políticas tornaram o século XIX um cenário de mudanças. Duas grandes revoluções alteraram completamente a configuração da sociedade europeia: Revolução Francesa e Revolução Industrial. A sociologia moderna se constitui como ramo do conhecimento no final desse período.

A modernidade é vista como categoria de época e perspectiva de discurso. Enquanto período histórico podemos situá-la no contexto iluminista até a consolidação da sociologia. O discurso era profundamente marcado pelo cientificismo, a emancipação humana seria fruto de um projeto que permitisse a superação dos limites impostos pela natureza. Objetivo similar ao fixado pelas ciências naturais e exatas. A negação do senso comum e das explicações míticas-religiosas estruturavam o pensamento. Naquele mundo de transformação a ciência teria a responsabilidade de conduzir e organizar o processo.

Modernidade

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Modernidade

A teoria sociológica desse período é associada a todos os autores clássicos. As características do discurso são: interpretações universalistas (válida para todos); teorias totalizantes (abrangentes); homogeneizantes (percebe os indivíduos como um todo influenciado por estruturas – FATO SOCIAL).

*Weber foi o clássico que antecipou o novo discurso, o conceito de ação social leva em consideração a especificidade dos indivíduos.

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Discurso criado logo após a consolidação das Ciências Sociais. As transformações agora eram de outra ordem, a financeirização do capital revela o caráter fluído do capitalismo e mutante das novas relações.

Um grupo de teóricos (Z. Bauman e Habermascomo referência de nossas aulas) apresenta uma perspectiva mais relativista, privilegiando a análise das diferenças, especificidades e fragmentação do mundo. Na realidade é contemporânea, o contexto é globalizado e as relações seriam líquidas. Essa série de fatores impossibilitaria o discurso científico como total, homogeneizante, demandando uma sociologia das subjetividades.

Pós-modernidade

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A proposta de situar o momento contemporâneo como “pós-moderno” não é consenso. De qualquer forma podemos apontar para uma série de novos temas problematizados a partir dessa postura de superação da modernidade.

Há na sociologia pós-moderna uma busca pelo reconhecimento das chamadas “minorias”. Na análise clássica, voltadas para a questão de classe como a única existente. A busca pela subjetividade enfatiza uma ciência cada vez mais voltada para a visibilização de questões como gênero, raça e conflitos étnicos.

Pós-modernidade

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Uma das primeiras escolas de pensamento do século XX. A proposta é oriunda do centro de estudos marxistas ligados a Universidade de Frankfurt.

A avaliação daquele início de século XX era desanimadora. Os teóricos clássicos passam por um processo revisionista, o próprio Marx, figura que inspira o instituto de pesquisa, é visto como autor marcado pelas limitações típicas do pensamento científico moderno.

As instituições sociais tradicionais como a família, que protegiam os indivíduos e conferiam sentido à sua existência, se desintegraram sob a pressão do mundo do trabalho e da competição da vida moderna. Para a escola, nenhuma criação cultural estava livre da mercantilização do mundo, a própria produção de cultura e hábitos estava resumida a um ato de consumo.

Escola de Frankfurt

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“Tudo que é sólido se desmancha no ar”. A frase de Karl Marx se revela pertinente na análise frankfurtiana, a avassaladora expansão capitalista irá engolir todas as formas antigas de organização socioeconômica e culturais.

Theodor Adorno (1968), Max Horkheimer (1960) e Herbert Marcuse (1969) são alguns dos nomes que irão protagonizar uma nova visão sobre a produção cultural da sociedade industrial.

A lógica da produção em série ocupa todos os espaços da vida moderna. O lazer, as expectativas e sonhos estão subordinados as regras e dinâmicas do mercado. O ócio e o lúdico são mal vistos, os espaços de consumo se apresentam como grandes territórios de realização.

Escola de Frankfurt

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Qual é a influência de meios de comunicação de massa, como a TV, sobre uma sociedade? Como as pessoas são mobilizadas a acompanharem um noticiário como se estivessem assistindo a uma telenovela, como ocorreu no caso da morte da menina Isabella? Os primeiros pensadores que detectarem a dissolução das fronteiras entre informação, consumo, entretenimento e política, ocasionada pela mídia, bem como seus efeitos nocivos na formação crítica de uma sociedade, foram os pensadores da Escola de Frankfurt.

Disponível em http://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/escola-de-frankfurt-critica-a-sociedade-de-comunicacao-de-massa.htm (com alterações)

O desenvolvimento técnico-industrial conduziu à padronização do gosto em beneficio do mercado. Esse fenômeno reduziu a criticidade da população, assim como vislumbrou a minimização da tensão social existente no nosso cenário.Os estudos dos filósofos de Frankfurt ficaram conhecidos como Teoria Crítica, que se contrapõe à Teoria Tradicional. A Teoria Crítica buscou unir teoria e prática, ou seja, incorporar ao pensamento tradicional dos autores uma tensão com o presente e uma revisão do que foi produzido pelos autores clássicos.

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Jürgen Habermas (1929) é um filósofo e sociólogo alemão contemporâneo, que tem seu nome associado à Teoria Crítica. Com o processo de modernização passou a prevalecer nas sociedades industriais uma forma de racionalidade que não se revelou eficaz. O autor busca superar as oposições que transpassam a cultura contemporânea: “modernidade versus pós-modernidade, racionalismo versus relativismo, universalismo versus contextualismo, subjetivismo versus objetivismo, humanismo versus ‘morte do homem’. Habermas busca ampliar o conceito de razão, para o de uma razão que contém em si as possibilidades de reconciliação consigo mesma: a razão comunicativa. Com sua teoria, Habermas pretende mostrar que as idéias de verdade, liberdade e justiça inscrevem-se de forma quase transcendental nas estruturas da fala cotidiana.

A ação comunicativa supõe o entendimento entre os indivíduos que procuram, pelo uso de argumentos racionai. Instaura-se aí o mundo da sociabilidade, da espontaneidade, da

solidariedade, da cooperação.

Adaptado: Educação & Sociedade, ano XX, nº 66, Abril/99

Habermas o diálogo para a busca pelo consensointeração como forma de alcançar uma sociedade mais democrática