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VINICIUS COMPLETO RECÉM-LANÇADO, BOX REÚNE PROSA, POESIA E TEATRO DO POETINHA PÁG. 10 MÍN: 15°C MÁX: 27°C CURITIBA Segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018 Edição nº 1.692, ano 7 www.metrojornal.com.br | [email protected] | www.facebook.com/metrojornal | @MetroJornal_CTB Capitão Wilson recebeu taça da família do ex-jogador e radialista Dionísio Filho, morto em 2015 e homenageado com nome do primeiro turno do Estadual | GERALDO BUBNIAK / FOLHAPRESS Curitiba será vitrine da inovação Carli Filho enfrenta júri depois de nove anos de processo Pela primeira vez maior evento de cidades inteligentes do mundo acontece no Brasil PÁG. 03 Ex-deputado que provocou acidente com duas mortes em 2009 tem julgamento marcado para começar amanhã PÁG. 04 Capital guarda 3 mil tesouros asiáticos Coleção foi feita por mais de 30 anos por diplomata brasileiro e passa a ser exibida no MON nesta sexta. Algumas das peças valeriam milhões caso colocadas à venda PÁG. 02 O DIONGÃO É DO VERDÃO Coxa bate Rio Branco e leva primeiro turno do Estadual PÁG. 16

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VINICIUS

COMPLETORECÉM-LANÇADO, BOX REÚNE PROSA, POESIA E TEATRO DO POETINHA PÁG. 10

MÍN: 15°CMÁX: 27°C

CURITIBA

Segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018Edição nº 1.692, ano 7

www.metrojornal.com.br | [email protected] | www.facebook.com/metrojornal | @MetroJornal_CTB

Capitão Wilson recebeu taça da família do ex-jogador e radialista Dionísio Filho, morto em 2015 e homenageado com nome do primeiro turno do Estadual | GERALDO BUBNIAK / FOLHAPRESS

Curitiba será vitrine da inovação

Carli Filho enfrenta júri depois de nove anos de processo

Pela primeira vez maior evento de cidades inteligentes do mundo acontece no Brasil PÁG. 03

Ex-deputado que provocou acidente com duas mortes em 2009 tem julgamento marcado para começar amanhã PÁG. 04

Capital guarda 3 mil tesouros asiáticosColeção foi feita por mais de 30 anos por diplomata brasileiro e passa a ser exibida no MON nesta sexta. Algumas das peças valeriam milhões caso colocadas à venda PÁG. 02

O DIONGÃO É DO VERDÃO Coxa bate Rio Branco e leva primeiro turno do Estadual PÁG. 16

CURITIBA, SEGUNDA-FEIRA, 26 DE FEVEREIRO DE 2018www.metrojornal.com.br 02| {FOCO}

Editado e distribuído por Metro Jornal S/A, CNPJ 07.780.914/0001-61. Endereço: rua Santa Cecília, 802, Pilarzinho, CEP 80820-070, Curitiba, PR. Tel.: 041/3069-9191O ����� ������ Curitiba é impresso na Gráfica Press Alternativa Ltda / Alm. Tamandaré/PR

EXPEDIENTEMetro Jornal. ��������� Cláudio Costa Bianchini (MTB: 70.145) E���� ����� Luiz Rivoiro (MTB: 21.162) ������� ��������� Rogério Domingues �������� ��������� Sara VellosoE����-Ex������� � ����� Vitor Iwasso

Metro Jornal Curitiba. E������Ex�������� Martha Feldens (MTB: 071) E����� � ����� Priscila S. Belavenute. ����� ��������� Christian TabakaGrupo Bandeirantes de Comunicação Curitiba � ������� !x�������� Amado Osman

A tiragem e distribuição desta edição são auditadas pela BDO.

FALE COM A REDAÇÃ[email protected]/3069-9189

COMERCIAL: 041/3069-9191

O "���� #���� circula em 21 países e tem alcance diário superior a 18 milhões de leitores. No Brasil, é uma joint venture do Grupo Bandeirantes de Comunicação e da Metro Internacional. É publicado e distribuído gratuitamente de segunda a sexta em São Paulo, ABC, Campinas, Rio de Janeiro, Curitiba, Belo Horizonte, Porto Alegre, Brasília, Espírito Santo e Maringá, somando 505 mil exemplares diários.

O MON (Museu Oscar Nieme-yer) abre nessa sexta-feira a primeira de uma séria expo-sições de mais cerca de 3 mil obras de arte asiáticas inédi-tas. Elas foram doadas pelo diplomata Fausto Godoy, que começou o trabalho de cole-ta em 1985. “Antes, eu já ti-nha adquirido algumas peças, mas mais como itens de deco-ração exóticos para a casa. Foi na Índia que eu comecei a ser mobilizado quase que pela obsessão de trazer a Ásia pa-ra o Brasil”, lembra.

As peças foram compradas pouco a pouco - seja das mãos dos próprios artistas ou de pessoas que queriam se desfa-zer de peças, em antiquários, lojas ou feirinhas de rua. Go-doy serviu, como diplomata, em 11 países asiáticos.

“Na Ásia a arte não é co-mo se imagina no Ociden-te. A visão é holística, assim existe tanta arte em uma roupa, quanto em uma pin-tura. Um quadro é arte tan-to quanto uma roupa, e ne-nhuma é considerada mais importante”, explica.

Assim, além de pinturas e esculturas, a coleção tem peças têxteis, objetos em metal e até marionetes de seis mil anos atrás.

Alguns são itens de va-lor no mercado da arte, en-tre eles seis pares de cadeiras do século XVI, que em leilões, chegaram a serem vendidos

por R$ 4 milhões. “Eu vejo es-ses valores, muitas vezes, em matérias de jornal. Nunca co-lecionei por dinheiro, nunca vendi uma só peça. Eu quero retribuir ao meu país o privi-légio que eu tive”, afirma.

Ascensão asiáticaO diplomata conta que logo

no início da sua carreira per-cebeu que os países asiáticos viriam a ter protagonismo global, e consequentemen-te, maior importância para o Brasil. “Nosso maior parceiro comercial é a China. Das dez maiores economias do mun-do, três são da Ásia [a China é a 2ª, Japão, 3ª e India, 5ª]”,

destaca ele, que também é um dos fundadores do Nú-cleo de Estudos e Negócios Asiáticos da ESPM (Escola Su-perior de Propaganda e Mar-keting), em São Paulo. “É o primeiro curso no país sobre questões civilizacionais e de negócios da Ásia”, diz.

A chegada da coleção a Curitiba impulsionará o in-teresse brasileiro sobre o continente, aposta o diplo-mata. “A globalização está chegando antes em Curiti-ba do que em São Paulo e no Rio Janeiro. É fundamental que a cultura do Brasil saia dos eixos “normais”.

MON. Itens, alguns vendidos por milhões, foram colecionados desde 1984 por diplomata Fausto Godoy. “Vejo os preços em matérias de jornal, nunca colecionei por dinheiro”, conta

Exposição abre na sexta-feira, aos preços de R$ 20 e R$ 10 (a meia entrada) | DIVULGAÇÃO

Cidade herda coleção única de peças da Ásia

Itens foram cobiçados por vários museus

Coleção chegou a ser levada para

o MASP | DIVULGAÇÃO /MASP

Antes de chegar a Curitiba, a coleção quase foi parar em São Paulo e em vários outras instituições, conta o diploma-ta Fausto Godoy. “Fui sonda-do em várias outras opções, inclusive para a criar um no-vo museu, mas eu quero soli-dez no tratamento”, explica.

Em 2011, ele assinou um contrato de comodato com o MASP (Museu de Arte de São Paulo) para que a insti-tuição recebesse as peças.

Elas chegaram a ser levadas a São Paulo, mas transcor-ridos seis anos, no ano pas-sado, o acordo foi desfeito e o museu devolveu as peças sem nunca as ter exibido.

“Houve uma mudança de gestão e uma diferença de conceito. A atual direto-ria do MASP quer mais ar-te ocidental o todo o empe-nho e a minha coleção é de arte asiática. E tinha ainda uma questão de espaço”, ex-

plica Godoy, garantindo que não houve nenhum desacer-to com o museu paulista.

O então curador-chefe do MASP, Teixeira Coelho, que também atua na curadoria de várias exposições em Curiti-ba, foi quem sugeriu a Godoy a vinda dos itens ao MON.

Pelo acordo as peças fo-ram doadas em definitivo, mas o museu precisa garan-tir a preservação delas.

METRO CURITIBA

Transporte

Sérgio Malucelli lança livro

O presidente da Fetrans-par (Federação das Em-presas de Transporte de Cargas do Estado do Para-ná), Sérgio Malucelli, lan-ça hoje em Curitiba o li-vro ‘Coronel Malucelli nosso eterno comandan-te”. A obra conta a traje-tória de Malucelli, que já atuou no comando da Po-lícia Rodoviária, foi Co-mandante da PM na Ca-pital e, à época da criação da CIC (Cidade Industrial de Curitiba), passou a tra-balhar no setor de trans-porte. O livro já foi lança-do em Morretes, cidade natal de Malucelli, e hoje o evento será na Setcepar – Rua Almirante Gonçal-ves, 1966 –, no Rebouças, às 19h. METRO CURITIBA

Saúde

Secretária presta contas hojeA secretária municipal de saúde, Márcia Cecília Huçulak, participa ho-je na Câmara Municipal de uma audiência públi-ca para a apresentação do balanço da Prefeitu-ra sobre a saúde pública do município. No ano passado, o então che-fe da pasta, João Carlos Baracho, esteve na Câ-mara e deu o panorama da cidade no início da gestão do prefeito Ra-fael Greca (PMN) e fa-lou da dívida encontra-da pelo Município, de R$ 233 milhões somen-te na área da saúde.

A realização da au-diência pública é deter-minada pela lei com-plementar federal 141/2012, que exige dos gestores do SUS audito-rias regulares. O evento será aberto ao público.

METRO CURITIBA

Peças foram coletadas desde 1984

| DIVULGAÇÃO

Alguns itens poderiam ser vendidos

por milhões | DIVULGAÇÃO

Histórias

de vida

DIVULGAÇÃO

THIAGOMACHADOMETRO CURITIBA

1FOCO

No Japão

“A mulher vai querer aquela palhaçada da Lei do Feminicídio?

Tem que ter pistola em casa.

O vagabundo, quando quer fazer uma

maldade para uma mulher, já sabe que ele está errado, mas

se a mulher tiver uma arma em casa ele não

vai fazer besteira.”

P$OPO%TA PARA ACABAR COM A

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA, FEITA EM

DISCURSO PELO DEPUTADO JAIR

BOLSONARO, NO JAPÃO, SEGUNDO O

JORNAL “FOLHA DE S. PAULO”

Dólar

- 0,21%

(R$ 3,242)

Bovespa

+ 0,70%

(87.293 pts)

Euro

- 0,59%

(R$ 3,981)

Selic

(6,75% a.a.)

Salário

mínimo

(R$ 954)

Cotações

Nesta quarta (28) e quinta-fei-ra (1) Curitiba recebe no Ex-po Renault Barigui a primei-ra edição brasileira do Smart City Expo, o maior evento mundial de cidades inteli-gentes. Chancelado pela FI-RA Barcelona Internacional, consórcio público catalão que promove anualmente o congresso mundial na Espa-nha, o evento terá uma área de exposição – com entrada gratuita mediante inscrição – e outra de congressos, paga, com 18 palestrantes interna-cionais e 36 brasileiros.

Segundo André Telles, co--fundador do iCities, empre-sa responsável por trazer o evento para o país, não exis-te um modelo ideal de cidade inteligente, até porque todas estão em processo de cons-trução. “Elas são eternamen-te beta, porque as inovações vão surgindo a todo tempo. A questão é conseguir aplicar essas tecnologias dentro da cidade para que reflitam na maior qualidade de vida do cidadão”, resume.

O evento de origem espa-nhola, que já foi expandido regionalmente para outras cidades do mundo como Kyoto (JAP), Montreal (CAN),

Puebla (MEX), Casablanca (MAR) e Istambul (TUR) tem contrato para pelo menos quatro edições na capital paranaense. “Curitiba tem um histórico, um DNA mui-to forte relacionado a inova-ção na cidade em si, desde a criação do plano urbanís-tico da cidade, o Plano Aga-che, depois a criação do BRT e o próprio [Jaime] Lerner sendo uma figura emblemá-tica com suas inovações”,

explica Telles. “Até esta ges-tão tem o mérito com a cria-ção do Vale do Pinhão, que é o incentivo ao empreende-dorismo de impacto, as star-tups, algo muito forte den-tro do conceito de cidades inteligentes, apoiar empre-sas de base tecnológica que possam trazer soluções para a cidade”, completou.

Na área de exposição, além de multinacionais e empresas locais como Itai-

pu e Copel, cerca de 1/4 dos 800 m² será do Smart Plaza Vale do Pinhão, espaço idea-lizado pela prefeitura, atra-vés da Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inova-ção. O ambiente vai mostrar todo o “ecossistema de ino-vação da capital” e as inicia-tivas pioneiras nascidas no Vale, com aproximadamen-te 80 pitches (apresentações de cinco minutos) e dez ex-positores, como a curiti-

bana Prevention, empresa que irá expor o Adam Robô, que faz o pré-diagnóstico de doenças oculares como mio-pia, hipermetropia, presbio-pia e astigmatismo.

“No ano passado, o En-genho da Inovação [sede do Vale, no Rebouças] recebeu mais de 50 eventos voltados à inovação, como palestras, debates, feiras, workshops, experimentações de novas tecnologias e conferências in-ternacionais”, ressalta o dire-tor técnico da Agência Curiti-ba, Tiago Francisco da Silva.

Para Telles, o evento in-clusive traz uma responsabi-lidade para a cidade. “É uma oportunidade para reposicio-nar a cidade que respira ino-

vação, que tem essa vocação, inclusive mundial. Puebla (no México), que já vai para sua 4ª edição, aplicou con-ceitos apresentados e já pas-sou por transformações”, diz o empresário. A expectativa é de que cinco mil pessoas participem do Smart City Ex-po nos dois dias. As inscri-ções e compra do passapor-te podem ser feitas no www.smartcityexpocuritiba.com.

PalestrantesEntre os destaques do con-gresso, que será focado em tecnologia disruptivas, ino-vação digital, governança e cidades sustentáveis do fu-turo, está o italiano Carlos Ratti, diretor do Sensable City Lab, do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachu-setts), responsável por estu-dar tecnologias capazes de transformar a vida nas ci-dades. Outro expoente é o holandês Frans-Anton Ver-mast, consultor do Amster-dam Smart City, plataforma de soluções urbanísticas e tecnologias para cidades.

A Arquidiocese de Curiti-ba espera reunir 100 mil pessoas nos dias 30 e 31 de maio no Centro Cívico, para a celebração do Corpus Ch-risti. O bispo auxiliar Dom Francisco Cota de Oliveira esteve na Câmara Municipal na sexta-feira, para apresen-tar o planejamento do even-to, que durante o encontro recebeu o apoio de 14 verea-dores católicos.

Eduardo Filho, repre-sentante da Arquidiocese, realizou uma apresenta-ção aos vereadores, em que disse o que objetivo é tor-nar o evento não só uma festa religiosa, mas uma atração artística, cultural e gastronômica. Com isso, a igreja aposta no possível crescimento do turismo re-

ligioso na cidade. “Sabe-mos que há expectativa to-dos os anos”, disse o bispo auxiliar Dom Francisco Co-ta de Oliveira.

Neste ano as pessoas que confeccionam o tradi-cional tapete de serragem receberão capacitação em artes visuais no período

que antecede a festa. Essa capacitação nunca ocorreu em eventos anterior.

Outras novidades se-rão um coral de 400 vozes e a participação de padres na procissão, para ouvir a confissão e atender a po-pulação. Pela primeira vez a Arquidiocese organizará uma ação social vinculada à solenidade, arrecadando produtos para doação.

METRO CURITIBA

CURITIBA, SEGUNDA-FEIRA, 26 DE FEVEREIRO DE 2018

www.metrojornal.com.br {FOCO} 03|

Motoristas de aplicativos vão protestar

Os motoristas de apli-cativo que atuam em Curitiba estão se mobi-lizando, por redes so-ciais, para realizar um protesto hoje, contra a votação de um projeto de lei em Brasília.

A campanha é nacio-nal e em Curitiba a car-reata está marcada para começar às 9h no Par-que Barigui.

Na terça-feira a Câ-mara dos Deputados po-de votar o Projeto de Lei 657, que já tramitou no Senado Federal sob o número 28/2017. Segun-do os motoristas de apli-cativos, se aprovado o texto inviabiliza o servi-ço em todo o país.

METRO CURITIBA

Jovem fura sinal, provoca acidente e é preso

Um jovem de 24 anos foi preso na manhã de ontem em Cascavel, Oeste do Estado, depois de provocar um aciden-te de trânsito por furar o sinal vermelho. A ação foi gravada por uma câ-mera de segurança, que mostra o motorista des-respeitando a sinaliza-ção e atingindo a lateral de um carro, que cruza-va no sinal verde. Nin-guém ficou ferido.

Após a chegada da PRF (Polícia Rodoviária Federal) ao local o jovem se recusou a fazer o tes-te do bafômetro e aca-bou preso. Ele foi enca-minhado para a 15ª SDP (Subdivisão Policial) em Cascavel. METRO CURITIBA

Cascavel Votação em Brasília

Igreja quer ampliar festa de Corpus Christi 2018

Procissão do ano passado no Centro Cívico | LEVY FERREIRA/SMCS

4 kmé o tamanho a que o tapete tradicional pode chegar neste ano, segundo a Arquidiocese Ano passado ele teve 2 km.

Smart City Expo Curitiba 2018. Capital sedia maior evento de cidades inteligentes do mundo, que pela primeira vez acontece no Brasil

O óculos de realidade virtual da empresa Beenoculus será apresentado | DANIEL CASTELLANO / SMCS

Curitiba será vitrine da inovação nesta semana

“Curitiba tem um histórico, um DNA muito forte relacionado a inovação na cidade em si, desde a criação do plano urbanístico da cidade, o Plano Agache, depois a criação do BRT e o próprio Lerner” ANDRÉ TELLES, CO-FUNDADOR DO ICITIES

BRUNNOBRUGNOLO METRO CURITIBA

O Tribunal do Júri de Curitiba vai receber amanhã, a partir das 13h, um dos julgamentos mais esperados nos últimos anos: sete jurados vão deci-dir se o ex-deputado Luiz Fer-nando Ribas Carli Filho, de 35 anos, assumiu ou não o risco de matar os jovens Gilmar Ya-red e Carlos Murilo de Almei-da em uma colisão no trân-sito na madrugada de 7 de maio de 2009.

A defesa, que já havia con-seguido adiar o julgamento duas vezes – a última em ja-neiro de 2016 –, tentou mais uma suspensão do júri po-pular. Desta vez, a justificati-va seriam “dúvidas concretas quanto à imparcialidade dos jurados”, já que em Curitiba, segundo os advogados, a opi-nião pública está mobilizada contra o réu. O habeas corpus foi tentado em todas as ins-tâncias até ser rejeitado, na última sexta-feira, pelo mi-nistro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

Um dos argumentos da de-fesa é a popularidade da mãe de uma das vítimas. Após a morte do filho Gilmar, Chris-tiane Yared (PR) virou ativista da segurança no trânsito e se tornou, em 2014, a deputada

federal mais votada do Para-ná, com 200 mil eleitores.

Enquanto Yared ganhou poder para manter o caso em evidência, Carli Filho se re-colheu. Eleito deputado es-tadual aos 23 anos em 2006, sob o nome do pai, o ex-depu-tado federal Fernando Ribas Carli, ele deixou a política lo-go após a tragédia. Hoje vive recluso em Guarapuava, na região central do Paraná, re-duto político da família.

Logo após o acidente – que matou os dois jovens na hora e deixou Carli Filho hospitalizado por um mês – as circunstâncias começa-

ram a pesar contra o ex-de-putado: ele estava com a car-teira de motorista suspensa, com 130 pontos e 30 multas, das quais 23 por excesso de velocidade. Havia consumi-do, com amigos, quatro gar-rafas de vinho antes de diri-gir e trafegava, no momento do acidente, a uma veloci-dade entre 161 km/h e 173 km/h, segundo a perícia, tan-to que o seu carro, um Passat preto, decolou na pista antes de cair em cima do veículo em que as vítimas estavam.

Desde então, somente duas manifestações de Car-li Filho vieram a público. Na

primeira, quando falou à Jus-tiça em 2010 – o vídeo só veio à tona em 2015 –, ele admi-tiu ter bebido com amigos no restaurante e, em seguida, disse não se lembrar de mais nada até acordar no hospital.

Na segunda vez, em um vídeo gravado em 2016, ele se dirigiu às famílias das ví-timas, explicou porque havia passado tanto tempo em si-lêncio e pediu perdão. “Eu er-rei, sim. Eu bebi e dirigi. Meu Deus, se eu pudesse voltar atrás”, disse o ex-deputado.

A defesa de Carli Filho foi procurada, mas não quis se manifestar. METRO CURITIBA

CURITIBA, SEGUNDA-FEIRA, 26 DE FEVEREIRO DE 2018

www.metrojornal.com.br 04| {FOCO}

Justiça. Defesa perdeu últimas cartadas e ex-deputado deverá ser julgado amanhã, a partir das 13h, por duas mortes no trânsito em 2009

Quase 9 anos após tragédia, Carli Filho vai a julgamento

Interessados em acompanhar júri fizeram fila desde a madrugada por senha: caso mobilizou curitibanos | DANIEL CARON / AGP

A tragédiaCuritiba acordou no dia 7 de maio de 2009 com a notícia de que o jovem deputado Carli Filho se envolveu em uma colisão de trânsito com dois mortos: Gilmar Yared, de 26 anos, e Carlos Almeida, de 20 anos | BAND TV CURITIBA

Os fatosAs investigações revelam que Carli Filho estava com 7,8 decigramas de álcool por litro de sangue na hora do acidente. Além disso, tinha CNH suspensa com 30 multas e trafegava a pelo menos 161 km/h ao colidir | MARCELO ELIAS

Na JustiçaCarli Filho foi denunciado três meses após o crime. Em 2011 a Justiça decidiu que ele iria a júri popular, mas ele foi adiado porque o exame de alcoolemia, tirado com o réu desacordado, foi invalidado | RODRIGO LEAL

O confrontoChristiane Yared, mãe de um dos mortos, foi eleita deputada federal em 2014 com 200 mil votos (140 mil em Curitiba), com uma campanha baseada em leis mais duras para embriaguez ao volante | DIVULGAÇÃO

Mais esperaReagendado para janeiro de 2016, o julgamento foi novamente suspenso, uma semana antes da data, pelo ministro Ricardo Lewandowski, porque ainda havia recursos em aberto no STJ e no Supremo | ANTONIO CRUZ / ABR

Hora HNo dia 22 de novembro de 2017 o juiz Daniel Surdi de Avelar, que conduziu o processo, confirmou o júri para 27 e 28 de fevereiro. A defesa tentou suspender o julgamento no TJ-PR, no STJ e no STF, mas não conseguiu | RODRIGO LEAL

Com a capacidade do Tribu-nal do Júri de Curitiba limita-da a 200 espectadores, a Justi-ça teve que distribuir senhas para os interessados.

Na última sexta-feira, pes-soas começaram a chegar ao local ainda de madrugada. A primeira remessa – de 70 se-nhas – foi aberta às 8h, e a se-gunda e última, às 11h30, se esgotou em menos de uma hora. Quem não conseguiu um número reclamou.

A comoção social do caso foi usada pelo desembarga-

dor Clayton Camargo, do TJ--PR (Tribunal de Justiça do Pa-raná), para concordar com a defesa do ex-deputado e votar para tirar o júri de Curitiba.

“É notório que houve mo-vimentação popular com pro-testos e até carreatas a pretex-to de exigir a condenação do réu com o incentivo da assis-tente de acusação, hoje depu-tada federal Christiane Yared. E isso consubstancia clamor público, por evidente”, escre-veu Camargo, que foi voto vencido. METRO CURITIBA

Senhas para acompanhar júri se esgotaram em 1h

Confira o passo-a-passo

• Escolha do júri O tribunal convocou 45 cidadãos, mas só sete serão sorteados para compor o júri.

• Testemunhas Ambas as partes vão poder interrogar as testemunhas de acusação e de defesa.

• Acusado É a vez de o júri ouvir Carli Filho, mas ele não é obrigado a comparecer

• Debates orais Acusação e defesa falam por 1h30 cada e, se quiserem, há uma réplica e tréplica com 1h cada.

• Veredicto Os jurados se reúnem em uma sala secreta, votam por cédulas e o juiz anuncia a sentença

Como será o júri

• Da promotoria (MP) - Christiane Yared - Mãe de uma das vítimas, será ouvida como informante- Eduardo Missel - Amigo de Carli Filho, esteve com ele no restaurante antes da tragédia- Altevir Santos - Garçom do restaurante

• Da acusação (famílias Yared e Almeida) - Yuri da Cunha* - Dirigia pela via no acidente- Leandro Lopes Ribeiro* - Testemunha ocular- Iwerson Pereira - Atuava no estacionamento do restaurante

• Da defesa - Valdir Florenzo - Perito particular- Ventura Martelo Filho - Perito particular

* - Também foram indicados pela defesa

As testemunhas

Comoção social contra carli Filho foi usada por defesa | IVONALDO ALEXANDRE / AGP

CURITIBA, SEGUNDA-FEIRA, 26 DE FEVEREIRO DE 2018

www.metrojornal.com.br {BRASIL} 05|

REPRODUÇÃO

O jornalista José Luiz Date-na conversou com o presi-dente Michel Temer (MDB), que classificou a interven-ção federal no Rio de Janei-ro como um ato de cora-gem e negou que a medida seja uma jogada eleitoral. Os custos da operação se-rão bancados pelo próprio Rio de Janeiro e só num se-gundo momento poderão ser empregados recursos federais, segundo o presi-dente. Temer admitiu que as Forças Armadas preci-sam de segurança jurídica para dar apoio à polícia, e não deixarão de partir para o confronto, se for neces-sário. Confira os principais trechos da entrevista.

O que levou o senhor a decretar a intervenção no Rio de Janeiro? E a refor-ma da Previdência? Isso é campanha eleitoral?Primeiro, você sabe que nós não abandonamos a Previ-dência. A Previdência, na verdade, nós levamos até o fim. Até porque, digamos assim, o resultado dela não seria para o meu governo, seria para os próximos go-vernos e, especialmente, para os aposentados. Agora, estava havendo, de fato, di-ficuldades para a eventual votação. E nesta questão da administração, você mui-tas vezes tem que pesar os valores. Então, o valor Pre-vidência, que estava difícil de votar agora, e o valor Se-gurança Pública, que esta-va, digamos, inafastável lá no Rio de Janeiro e no país. Tanto que é interessante, nós acabamos decretando a intervenção, e a interven-ção muitas vezes pode ser geral. Ela pode intervir no Estado, até afastar o gover-nador, mas eu não fiz isso. Eu fiz uma intervenção.

Foi cogitado isso, de afas-tar o Pezão (governador do Rio de Janeiro)?Claro. Cogitou-se no primeiro momento, mas eu logo afas-tei a ideia, porque seria…

Pensou-se em tirar o Pe-zão do cargo?Seria uma coisa muito ra-dical e eu logo refutei. E, refutando, ficamos com a conclusão de que nós de-veríamos intervir na área da Segurança Pública e do sistema penitenciário. Foi uma coisa acordada, por-que eu mandei dois emissá-rios para conversar com o Pezão no Rio de Janeiro.

O ministro Jungmann (De-fesa) foi um deles?O Jungmann foi um deles, o Jungmann e o Moreira (mi-nistro da Secretaria-Geral). Foram os dois para lá, con-versaram com o Pezão e o Pezão veio com eles para cá. E lá pelas 9h da noite che-gou aqui e me disse: “Olha,

MICHEL TEMEREm entrevista a José Luiz Datena, presidente explica como foi defi nida a

intervenção no Rio de Janeiro e diz que ações não trarão aumento de impostos

‘SE HOUVER NECESSIDADE, HAVERÁ CONFRONTO’

presidente, eu quero que decretem a intervenção nes-sa área, estou precisando disso”. Porque nós estamos trabalhando lá no Rio de Ja-neiro há quase um ano com a chamada GLO, que é Ga-rantia da Lei e da Ordem.

Que é diferente da intervenção?É diferente da intervenção.

O governador pede?O governador pede. E eu acedi o pedido dele, há um ano, e lá estão as Forças Ar-madas, há muito tempo. Mas não tem administração da Segurança Pública, e se você não tem o poder de in-tervir na administração pa-ra regulamentar o que deve ser regulamentado, ajei-tar o que deve ser ajeitado, você não tem como levar adiante uma boa política de segurança pública. Por isso que eu decretei a interven-ção que eu estou chaman-do de intervenção coopera-tiva. E, como você acabou de ver, é uma intervenção acordada com o próprio go-vernador. E devo fazer um registro, a intervenção não é militar, não, a interven-ção é uma intervenção fe-deral, portanto, uma inter-venção civil que se faz no Estado. Agora, veja bem, na hora de escolher o nome, escolheu-se o nome de um militar. Não há razão para,

digamos assim, ignorar que um militar tem capacida-de para gerir esses assuntos como, aliás, já está geren-ciando há muito tempo lá no Rio de Janeiro.

Quando o senhor fala as-sim: “Cogitou-se afastar o Pezão”, eu queria saber quem é que cogitou afas-tar o Pezão, foi uma deci-são aqui dentro?Não, conversa generaliza-da, essas coisas…

Os militares fizeram parte desse aconselhamento?Não, não, não, não, não aconselham. Quem toma es-sas decisões é o presidente da República. Levantaram a hipótese e eu disse: absolu-tamente não. Não vou fazer esse tipo de intervenção.

Mas foi civil, foi ministro do senhor que levantou essa hipótese?Foi uma conversa que nós ti-vemos generalizada. E nesse momento é claro que você levanta todas as hipóteses.

Os ministros militares participaram?Simplesmente ouviram. E participaram até da primei-ra reunião. Porque nessas coi-sas, não há soluções imedia-tas que não possam passar por várias cogitações. Eu me recordo, vou contar um epi-sódio a você: eu era secretá-

rio da Segurança Pública em São Paulo e Montoro, o go-vernador. Foi a primeira vez que eu fui Secretário da Segu-rança Pública. Em dado mo-mento, houve lá uma possibi-lidade de greve de delegados e o Montoro reuniu a mim, o secretário de Governo, que na época era o Bresser Pe-reira até, e o secretário dele, que era o filho, Eugênio Mon-toro. E eu fiz uma considera-ção, cada um fez uma consi-deração, aí depois, quando terminou a rodada, eu fiz uma nova consideração e o Montoro perguntou: o que você acha disso? “Ah não, eu já dei a minha opinião, não dou mais”. E ele disse: “Mas espera um minutinho, eu sou o governador e ouço as pessoas as vezes 10 vezes, pa-ra depois decidir”. Então, nes-tas questões, você tem que discutir muito amplamente a questão administrativa, pa-ra chegar à conclusão muito adequada que nós chegamos, que era intervir apenas no se-tor da Segurança Pública e no setor penitenciário.

Se não der certo, há proba-bilidade do afastamento do governador? Passa pela sua cabeça, presidente?Não, porque eu tenho ab-soluta convicção de que da-rá certo. As pesquisas feitas no Rio de Janeiro e no país revelam que mais de 80% da opinião pública é favorá-

vel à intervenção. Valeu ou não valeu decretar a inter-venção? Pode-se dizer que é um jogo de alto risco, mas é um jogo necessário. Por-que eu tive coragem de fa-zer coisas que muita gente não teve. A questão da Se-gurança Pública, aliás, eu devo registrar também o seguinte: eu não vou ficar apenas na intervenção, lo-go estarei anunciando o Mi-nistério Extraordinário de Segurança Pública.

E o ministro é o Jobim?Não, ainda não se sabe. Ain-da não se sabe. Eu vou anun-ciar na segunda-feira (hoje). Há uns 10 nomes cogitados.

Isto implica em maior gasto para o governo?Pode implicar, mas é im-portante, porque nós va-mos, nós já temos as mis-sões constitucionais que cabem à União, não é? Trá-fico de drogas, fronteiras, etc. O que nós vamos fa-zer com este Ministério Ex-traordinário de Segurança Pública é coordenar a ação em todo país, que é o que falta, e o que nenhum go-verno federal quis fazer. Porque você diz assim: po-xa, vou chamar a questão da segurança pública, que é uma questão delicada, com-plicada, difícil, não é? Para a área Federal, não vou cha-mar. Eu tive coragem para

fazer isso. Estou tendo cora-gem para fazer isso.

De onde sai o dinheiro pa-ra tentar recuperar a polí-cia do Rio de Janeiro, para que ela ajude, inclusive, na intervenção? Vai implicar em aumento de impostos?Não. Tem recurso lá para a Segurança Pública. Na se-quência, se necessário, recur-sos federais, que nós vamos aportar para o Rio de Janeiro.

Como é possível dar apoio legal a essa intervenção? A primeira salvaguarda exa-ta e precisamente é ques-tão do julgamento militar. Você sabe que muito recen-temente nós produzimos uma lei que transfere essa hipótese do confronto, do militar com o criminoso, para a Justiça Militar, pri-meiro ponto. Segundo pon-to é que os militares dão apoio às polícias locais. Is-to é uma coisa que nós co-meçamos fazer no início do ano passado, com apoio das Forças Armadas, mais de 38 varreduras em presídios. E quando eles fazem as varre-duras eles dão apoio à Polí-cia Militar, que vai lá, entra e faz a varredura.

Soldado do Exército es-tá preparado para atirar e tem ordem para atirar?Claro que ele não pode, se deixar matar, ele vai deixar a segurança ficar absoluta-mente impune, não vai, não vai. Nós esperamos que não aconteça. Porque como eu disse a você, a ideia é dar to-do apoio à polícia local.

Mas a ordem é essa?Mas se houver necessidade, o que vai fazer?

A ordem é partir para o confronto?Se for necessário, partir pa-ra o confronto.

E está garantido esse deta-lhe legal?Agora, espera um minuti-nho, porque a gente diz es-sas coisas e a imprensa pe-ga uma frasezinha, e diz: “Temer agride os Direitos Humanos”, é preciso escla-recer certas coisas. A pri-meira coisa que eu quero dizer é que no próprio Mi-nistério de Direitos Huma-nos nós estamos promo-vendo um grupo que vai acompanhar essas ações. De outra parte, lá na Câma-ra Federal, igualmente tem um grupo que vai acompa-nhar essas ações, e se não me engano, no Ministério Público, também haverá grupo que vai acompanhar.

No fundo, uma coisa clara: se houver confronto, vai haver confronto...Claro, mas eu sou homem da lei e eu cumpro o texto constitucional. METRO

CURITIBA, SEGUNDA-FEIRA, 26 DE FEVEREIRO DE 2018

www.metrojornal.com.br 06| {BRASIL}

PACOTE DE SEGURANÇAVeja alguns dos projetos na fila de análise pelo Congresso:

Novo Código PenalInclui na lista de crimes

hediondos tortura, racismo e terrorismo, por exemplo. Amplia as provas, como fotos e vídeos, para atestar embriaguez. Pune

crimes na internet

Tramita desde julho de 2012 no Senado

Sistema Único de Segurança

Prevê métodos unificados de formação de policiais e banco

nacional de boletins de ocorrência e de investigações

em curso

Tramita na Câmara desde 2012

Colônias agrícolasPermite que presos menos perigosos possam exercer

trabalho, com monitoramento eletrônico, em troca de redução

de pena

Pronto para votação no plenário da Câmara

Bloqueadores de celularObriga a instalação, em até 180

dias, de bloqueadores de celular em presídios que usam recursos do

Fundo Penitenciário

Aprovado pelo Senado, aguarda análise da Câmara

Novo Estatuto do Desarmamento

Diminui de 25 para 21 anos a idade mínima para adquirir armas; cria o registro permanente, revertendo a

necessidade de reautorização periódica de porte; e autoriza o porte a quem tiver atestado de sanidade mental e

não tiver antecedentes criminais

Tramita na Câmara desde 2012

Tráfico de armas e drogas

Endurecimento das lei para aumentar as penas para os crimes,

hoje entre 5 a 15 anos de prisão

Em elaboração por uma comissão de juristas comandada pelo

ministro Alexandre de Moraes, do STF

A intervenção federal na se-gurança pública do Rio de Janeiro motivou o Congres-so a tirar a poeira de pro-jetos na área. Antes de a agenda eleitoral tornar-se prioridade, Câmara e Sena-do prometem se debruçar sobre uma agenda de vota-ções sobre o tema para não ficar no papel de coadjuvan-te do combate ao crime.

O pacote vai contemplar desde a tentativa de cria-ção do Sistema Único de Se-gurança ao endurecimento de penas de crimes contra o tráfico de drogas e armas. Temas polêmicos, como a revisão do Estatuto do De-sarmamento, também fo-ram pinçados e contam com o lobby da bancada da segu-

rança, que tem em torno de 270 deputados.

A atitude é uma resposta do Legislativo à postura do governo, que, sem consultar os parlamentares, fixou um agenda de prioridades, com 15 projetos na área econômi-ca, e provocou mal-estar.

Os presidentes da Câma-ra, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), pretendem defi-nir o calendário de votações nesta semana.

Esforço concentradoO empenho tem como ad-versário o tempo. A partir da definição dos candida-tos, em abril, o esvaziamen-to das sessões está previsto. Tanto que os líderes articu-

lam propor esforço concen-trado, ou seja, interromper por alguns dias as campa-nhas para se dedicarem a votações, prática comum em ano eleitoral.

Efeito colateralO Senado tem pronta para votação uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que proíbe o bloqueio de re-cursos do Fundo Nacional de Segurança Pública. Como é proibido mudar a Consti-tuição durante a vigência da intervenção, a proposta foi para a mesma gaveta da re-forma da Previdência.

Sai a Previdência. Parlamentares prometem votar pacote que inclui endurecimento de penas e virtual reversão do Estatuto do Desarmamento

Temer deve chamar Eunício e Maia para uma reunião na tentativa de diminuir o mal-estar | MARLENE BERGAMO/FOLHAPRESS

Segurança pública vira nova pauta prioritária do Congresso

MARCELOFREITAS METRO BRASÍLIA

Interventor promete plano para dez meses; fim de semana teve mais violência no Rio

Após uma série de reuniões no Comando Militar do Leste, esta semana marca o início de fato da intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro. O interventor, general Walter Souza Braga Netto, deve apre-sentar o planejamento para os próximos dez meses. Tam-bém será apresentado o gene-ral Richard Fernandez Nunes, que assumirá a Secretaria de

Segurança. O general Mauro Sinott será chefe do Gabinete de Intervenção.

A expectativa é de que a Polícia Militar continue com o patrulhamento de rotina e que as operações de Garantia da Lei e da Ordem, com em-prego das Forças Armadas, continuem de forma pontual, mas sejam intensificadas.

De julho de 2017 até o car-

naval, foram, em média, três operações por mês. Depois do anúncio da intervenção, fo-ram três em uma semana.

Menino morto com tiroO fim de semana voltou a ser marcado pela violência. Em ação conjunta, as polícias Mi-litar e Civil apreenderam um adolescente responsável pela morte de um menino de 10

anos com um tiro na cabeça, no morro Cantagalo.

A pistola usada no cri-me também foi apreendida. Ao ser capturado, no sábado à noite, o adolescente de 17 anos disse que deixou a arma com a criança e que houve um disparo acidental quando tentava pegá-la de volta. Se-gundo moradores, o jovem, que já tinha passagens por

roubos na delegacia, seria li-gado ao tráfico de drogas.

No sábado, dentro de um abrigo para menores infrato-res, quatro mataram dois in-ternos enforcados. A Divi-são de Homicídios investiga o caso. Na sexta-feira, na zo-na norte, duas pessoas mor-reram e cinco ficaram feridas em um tiroteio. METRO RIO COM

BAND E AGÊNCIA BRASIL

CURITIBA, SEGUNDA-FEIRA, 26 DE FEVEREIRO DE 2018

www.metrojornal.com.br {ECONOMIA} 07|

A Receita Federal libera ho-je o programa para declarar o Imposto de Renda 2018. O prazo de entrega começa na próxima quinta-feira, dia 1º de março, e vai até 30 de abril.

A expectativa do Fisco é receber neste ano 28,8 mi-lhões declarações, 300 mil a mais do que em 2017.

“Os primeiros dias são os mais interessantes para o envio. Quem entrega com antecedência receberá sua restituição antes. Além dis-so, em caso de problemas, o contribuinte terá tempo para resolvê-los, evitando a necessidade de realizar uma declaração retificado-ra após o prazo de entrega”, diz o diretor da Confirp, Ri-chard Domingos.

É obrigado a declarar quem recebeu rendimentos tributáveis em 2017 acima de R$ 28.559,70. Também precisa entregar o documen-to quem recebeu rendimen-tos isentos, não tributáveis ou tributáveis exclusiva-mente na fonte, cuja soma foi superior a R$ 40 mil.

Contribuintes com pro-priedades de bens ou direi-tos que, somados, tenham valor superior a R$ 300 mil também devem declarar IR. Além disso, a declaração é obrigatória para quem ob-teve ganho de capital com a alienação de bens ou di-

reitos, realizou operações na Bolsa de Valores, ou pre-tende compensar prejuízos com a atividade rural.

CPF para dependentesNeste ano, será obrigatória a apresentação do CPF pa-ra dependentes a partir de 8 anos, completados até o dia 31 de dezembro de 2017. Até então, a obrigatoriedade va-lia somente para dependen-tes com 12 anos ou mais. A partir de 2019, a obrigação é para qualquer idade.

No caso dos bens, serão incluídos neste ano campos para as informações com-plementares, mas o preen-chimento será obrigatório apenas em 2019. A Receita orienta, no entanto, os con-tribuintes a preencherem todos os campos neste ano para facilitar a importação de dados em 2019.

Para cada tipo de bem, será incluído um campo. Por exemplo, no caso de imóveis, o programa pedirá a data de aquisição, área do imóvel, registro de inscri-ção em órgão público e no cartório. Para veículos, será pedido o Renavam (Registro Nacional de Veículo). A Re-ceita também vai solicitar o CNPJ da instituição finan-ceira onde o contribuinte tem conta-corrente e aplica-ções financeiras. METRO

Imposto de Renda. Programa para preencher declaração será liberado hoje. Contribuinte pode entregar documento a partir de quinta

ACERTO DE CONTAS COM O LEÃO

FONTE: RECEITA FEDERAL

CALENDÁRIO

26 DE FEVEREIRO

Liberação do programa de declaração no site r�.gov.br. Não é necessário baixar o programa de entrega, que foi incorporado ao de declaração. O software também é atualizado automaticamente

28 DE FEVEREIRO

Prazo final para que as empresas entreguem o informe de rendimentos a empregados. O mesmo vale para instituições financeiras e empresas de planos de saúde e odontológicos, além de previdência privada

1º DE MARÇO

Início da entrega da declaração. Também será liberado o programa “Meu Imposto de Renda”

30 DE ABRIL

Prazo de entrega acaba às 23h59min59s. Quem entrega fora do prazo está sujeito a multa de 1% do imposto devido ao mês, até o limite de 20%. O valor mínimo é de R$ 165,74

Painel inicial: terá informações das fichas que poderão ser mais relevantes para o contribuinte

Dependentes: será exigido o CPF de dependentes a partir de 8 anos. Até então, a obrigatoriedade valia somente para dependentes com 12 anos ou mais

Limites de dedução

Recebeu mais de R$ 28.559,70 de renda tributável no ano

Ganhou mais de R$ 40 mil isentos, não tributáveis ou tributados na fonte no ano

Teve ganho com a venda de bens

Comprou ou vendeu ações na Bolsa

Recebeu mais de R$ 142.798,50 em atividade rural ou tem prejuízo rural a ser compensado

Pode deduzir 20% no valor tributável, limitado a R$ 16.754,34

Dependentes:R$ 2.275,08

Educação:R$ 3.561,50

QUEM PRECISA DECLARAR DESCONTO SIMPLIFICADO

DECLARAÇÃO COMPLETA

Basta estar numa situação

Era dono de bens de mais de R$ 300 mil

Passou a morar no Brasil em qualquer mês de 2017 e ficou aqui até 31 de dezembro

Vendeu um imóvel e comprou outro num prazo de 180 dias, usando a isenção de IR no momento da venda

Empregado doméstico:R$ 1.171,84

Saúde:NÃO HÁ LIMITE

No site da Receita, apenas para quem possui certificado digital, pelo o serviço “Meu Imposto de Renda”, no e-CAC (centro virtual de atendimento)

Em qualquer computador, baixando o programa do IR 2018

Em tablets ou celulares, por meio do aplicativo “Meu Imposto de Renda”

COMO DECLARAR

NOVIDADES

Declaração de bens: foram incluídos campos para informações como número de registros, área, localização do bem, CNPJ de empresas e/ou instituições financeiras e Renavam. O preenchimento só será obrigatório em 2019, mas a Receita aconselha a inclusão dos dados neste ano

Cálculo do imposto: será informada a alíquota efetiva utilizada no cálculo da apuração do imposto

Darf: será possível imprimir o Documento de Arrecadação de Receitas Federais para pagamento de todas as quotas do imposto, inclusive as que estão em atraso

“Meu Imposto de Renda”: programa substituirá o m-IRPF, a retificadora on-line e o rascunho. Permite o preenchimento de declarações do IRPF 2018, originais e retificadoras

DESCONTO SIMPLIFICADO

omeça a temporada do IR

Aposentados e pensionis-tas do INSS têm somente até a próxima quarta-fei-ra, dia 28, para provarem que estão vivos. Quem não fizer a comprovação de vi-da no tempo previsto po-derá ter seu pagamento interrompido.

Dos mais de 34 milhões de beneficiários do INSS, quase 32 milhões já reali-zaram a comprovação de vi-da, segundo levantamento divulgado na última sema-na. Até fevereiro de 2018, 3,2 milhões de beneficiá-rios ainda não comparece-ram aos bancos pagadores de seu benefício para reali-zar o procedimento.

Não é necessário ir a uma agência da Previdência So-cial. O procedimento é reali-zado diretamente no banco

em que o segurado recebe o benefício mediante a apre-sentação de um documen-to de identificação com foto, como carteira de identidade, carteira de trabalho e car-teira nacional de habilita-ção. Segundo o INSS, algu-

mas instituições financeiras estão utilizando a tecnologia de biometria para realizar o procedimento nos terminais de autoatendimento.

Os beneficiários que não puderem ir até às agências bancárias por motivos de doença ou dificuldades de locomoção podem realizar a comprovação de vida por meio de um procurador devi-damente cadastrado no INSS ou representante legal. Nes-se caso, o procurador deverá comparecer a uma agência da Previdência Social, muni-do de procuração e apresen-tar o atestado médico que comprove a impossibilidade de locomoção do beneficiário ou doença contagiosa, além dos documentos de identifi-cação do procurador e do be-neficiário. METRO

Segurados do INSS devem fazer prova de vida até quarta

Segurado deve ir ao banco em que

recebe o benefício | MARCELO CAMARGO/ABR

• Onde realizar a comprovação de vida?

Na agência do seu

banco pagador, onde

habitualmente recebe

seu benefício. Não há

necessidade de ir a uma

agência do INSS.

• Quais os documentos necessários? Documento

de identificação com

foto (RG, carteira de

trabalho, carteira

nacional de habilitação,

entre outros).

• Caso perca o prazo, o que o segurado deve fazer? A

comprovação de vida deve

ser feita pelos segurados

que recebem o benefício

por meio de conta

corrente, conta poupança

ou cartão magnético. Para

regularizar a situação,

basta ir à agência bancária

pagadora e realizar a

comprovação de vida

Como fazer

Conta de luz

Bandeira tarifária permanece verde no mês que vem

As contas de luz perma-necerão com bandeira tarifária verde em mar-ço, o que não gera custo adicional para os con-sumidores, em meio a condições favoráveis de geração hidrelétrica no sistema brasileiro, in-formou a Aneel (Agên-cia Nacional de Energia Elétrica). Em janeiro, a bandeira já havia fica-do na cor verde. Em fe-vereiro, a Aneel decidiu manter a tarifa no mes-mo patamar. A manu-tenção da bandeira ta-rifária verde em março significa que a situação nos reservatórios das hidrelétricas continua a melhorar, devido à vol-ta das chuvas. METRO

Tecnologia

Samsung revela smartphones Galaxy S9 e S9+

A Samsung apresentou ontem os smartphones Galaxy S9 e o Galaxy S9+ no Mobile World Con-gress (MWC), em Barcelo-na, na Espanha. Um das novidades é a tecnologia de realidade aumentada, que permitirá, por exem-plo, traduções simultâ-neas ao apontar a câmera do celular para algo escri-to em língua estrangeira. Os aparelhos trazem ain-da reconhecimento facial para desbloqueios e recur-sos para usar dois apps ao mesmo tempo. METRO

Aparelhos trazem

realidade aumentada

DIVULGAÇÃO

CURITIBA, SEGUNDA-FEIRA, 26 DE FEVEREIRO DE 2018

www.metrojornal.com.br 08| {MUNDO}

Coreia do Norte diz estar disposta a dialogar com EUAA Coreia do Norte disse on-tem estar disponível para diá-logos com os Estados Unidos. O recado foi transmitido pe-lo general norte-coreano Kim Yong-chol, líder da delegação do país no encerramento dos Jogos Olímpicos de Pyeon-gChang, na Coreia do Sul.

O militar teve um en-contro de cerca de uma ho-ra com o presidente sul-co-

reano, Moon Jae-in, antes da cerimônia. “A delegação do Norte transmitiu o desejo do líder Kim Jong-un de fazer is-so”, disse o porta-voz da Pre-sidência, Kim Eui-kyeom.

A Casa Branca afirmou que a proposta de diálogo repre-senta o primeiro passo para a desnuclearização da penínsu-la coreana. “A desnucleariza-ção da península coreana tem

de ser feita em diálogo com Pyongyang”, afirmou.

Ivanka Trump, filha do presidente dos EUA, Donald Trump, liderou delegação do país na cerimônia de encerra-mento dos Jogos. Na sexta-fei-ra, Trump anunciou o maior pacote de sanções já imposto pelos EUA à Coreia do Norte, que classificou a medida co-mo “ato de guerra”. METRO

O Partido Comunista da Chi-na preparou o terreno para que o presidente Xi Jinping fique no cargo indefinida-mente, com uma proposta de remover uma cláusula cons-titucional que limita o servi-ço presidencial em dois man-datos de cinco anos cada um.

Desde que assumiu o car-go há mais de cinco anos, Xi Jinping supervisionou uma reorganização do partido, in-cluindo a retirada de líderes já vistos como intocáveis co-mo parte de sua guerra po-pular à corrupção enraizada.

Segundo a agência de no-tícias estatal “Xinhua”, a pro-posta foi feita pelo Comitê Central do partido, o maior de seus órgãos de elite. A proposta também cobre a posição de vice-presidente.

Xi Jinping, de 64 anos, é cobrado pela Constituição da China a renunciar como

presidente após dois man-datos de cinco anos. Apro-ximando-se do final de seu primeiro mandato, ele será eleito formalmente a um se-gundo no encontro anual de abertura do Parlamento da China, em 5 de março. Na sessão, as propostas de mu-dança na Constituição tam-

bém serão submetidas aos parlamentares chineses. Xi Jinping deveria ficar no car-go até 2023, mas, caso a mu-dança seja aprovada, sua permanência será por tem-po indeterminado.

Não há limite para seu mandato como chefe mili-tar e do partido, ainda que a

norma seja um máximo de 10 anos de mandato.

Xi Jinping iniciou seu se-gundo mandato como chefe do partido e do exército em outubro, ao final de um con-gresso do partido que aconte-ce uma vez a cada cinco anos.

Zhang Lifan, comentaris-ta de história e política, afir-mou que a notícia não era inesperada, e que era difícil prever exatamente quanto tempo Xi Jinping poderia fi-car no poder.

“Em teoria ele pode ser-vir mais tempo que Mugabe, mas na realidade, ninguém tem certeza exatamente do que irá acontecer”, disse à “Reuters” Zhang, referindo--se ao ex-presidente do Zim-bábue, cujas quatro décadas no cargo acabaram em no-vembro, após o exército e seus ex-aliados políticos atua-rem para retirá-lo. METRO

Ásia. Partido Comunista propõe medida para retirar cláusula da Constituição que limita a permanência por dois mandatos consecutivos. Votação será realizada no próximo mês

Mudança permite a Xi Jinping se manter no poder indefinidamente | L.Z./GETTY IMAGES

China pode prolongar mandato de Xi Jinping

Apesar das Nações Unidas de-cretarem no sábado (25) uma trégua de 30 dias na guerra da Síria, novos bombardeios foram registrados ontem no enclave de Ghouta, perto de Damasco. Segundo ativistas, ao menos sete pessoas mor-reram e 30 ficaram feridas.

O Observatório para os Di-reitos Humanos na Síria re-portou que os bombardeios estão menos intensos desde a decisão da ONU. No entanto, continuam os ataques, prin-cipalmente aéreos e de arti-lharia, informou a “Ansa”.

Ghouta é dominado por rebeldes sírios que tem si-do atacado há semanas pe-las forças de Bashar al-Assad, que recebe o apoio políti-co da Rússia e do Irã. Em se-te dias de ofensiva, mais de 500 pessoas morreram. “O Irã e a Síria respeitarão a tré-gua da ONU, mas o cessar-fo-

go não incluiu os subúrbios de Damasco em mãos de ter-roristas. Ali, as operações continuarão”, afirmou che-fe do Exército do Irã, general Mohammad Baqeri.

A resolução da ONU pre-vê o cessar-fogo de 30 dias, mas permite que as ações mi-litares contra grupos terroris-tas como o Estado Islâmico, a Al-Qaeda e a frente Al-Nusra continuem. Essa foi uma exi-gência da Rússia para não ve-tar o documento no Conselho de Segurança da ONU.

Lideranças políticas, po-rém, temem que seja um pre-texto para Assad continuar os ataques. A chanceler da Ale-manha, Angela Merkel, e o presidente da França, Emma-nuel Macron, exigiram ontem de Vladimir Putin que exerça “a máxima pressão” sobre a Síria para conseguir a suspen-são dos ataques. METRO

Síria. Apesar de trégua imposta pela ONU, ataques continuam em Ghouta

Ivanka Trump no encerramento dos

Jogos Olímpicos | LUCY NICHOLSON/REUTERS

Líderes religiosos em Jeru-salém fecharam ontem a Igreja do Santo Sepulcro em protesto contra uma nova política de impostos de Is-rael e uma lei proposta de expropriação de terras.

Líderes Católico Roma-nos, Grego Ortodoxos e Armênios disseram que o local sagrado, parada popu-lar para peregrinos e onde muitos cristãos acreditam que Jesus foi crucificado e enterrado, continuaria fe-chado até nova ordem.

Após o protesto, um co-mitê do gabinete israelen-se atrasou em uma sema-na sua avaliação agendada para ontem de um projeto de lei que permitiria ao Es-tado expropriar terras ven-didas por Igrejas a imobiliá-rias nos últimos anos.

O objetivo declarado do projeto de lei é proteger proprietários contra a pos-sibilidade de que empresas privadas não prolonguem seus contratos de arrenda-mentos de terras. METRO

Jerusalém. Líderes religiosos fecham Santo Sepulcro

Edifício após bombardeio na cidade de Douma | BASSAM KHABIEH/REUTERS

A chanceler alemã, Ange-la Merkel, deve promover o seu mais proeminente crí-tico do partido conserva-dor, Jens Spahn, para um gabinete de coalizão. Dar a Spahn a vaga de ministro da Saúde é uma indicação de que premiê alemã preten-de amenizar as críticas que pediram por sangue fresco e uma nova direção.

Merkel precisa da ben-ção dos dois partidos para assegurar um quarto man-dato. A aprovação de mem-

bros do Sociais Democra-tas ainda está longe de ser uma garantia.

Merkel anunciou sua es-colha de seis ministros do seu partido Democrata Cris-tão antes de os grupos vota-rem o acordo, hoje. “Era mi-nha tarefa apresentar um quadro de pessoas orienta-das pelo futuro e que ofe-reçam uma boa mistura de experiência e novos rostos”, disse Merkel, destacando que ela é a única pessoa aci-ma dos 60 anos. METRO

Alemanha. Merkel oferece ministério a arquirrival

Itália cancela cidadania

A cidade de Ospedalet-to Lodigiano, na Lombar-dia, na Itália, decidiu can-celar a cidadania de 899 brasileiros. Segundo auto-ridades, dois funcionários públicos atuavam em um esquema, com um casal de brasileiros, que envol-via corrupção e não cum-pria o tempo mínimo de permanência na Itália exi-gido para se enquadrar no processo de cidadania via residência. METRO

Escola reabre parcialmente

A escola em Parkland, na Florida, que foi alvo de um massacre de 17 pes-soas, reabriu parcialmen-te no sábado (24), dez dias depois do ataque. A Mar-jory Stoneman Douglas High School abriu as por-tas para que professores pudessem voltar às sa-las de aula e retirar per-tences pessoais. As aulas voltarão somente na pró-xima quarta-feira, com horário reduzido. METRO

Massacre na Flórida 899 brasileiros

CURITIBA, SEGUNDA-FEIRA, 26 DE FEVEREIRO DE 2018

www.metrojornal.com.br {CULTURA} 09|

2CULTURA

A Biblioteca Pública do Pa-raná promove amanhã o lançamento do livro “Co-moVer”, uma obra que re-vela o universo artístico de Luiz Carlos Rettamozo.

A obra surgiu como uma iniciativa do filho do homenageado, Mateus Rettamozo, para propor-cionar ao público um pas-seio pela extensa trajetó-ria do artista Retta, como é conhecido em diver-sos campos das artes e na publicidade.

Por meio de fotogra-fias, textos, imagens e re-flexões do publicitário, o livro apresenta a vida e obra de um dos artistas mais criativos de sua ge-

ração, trazendo ainda de-poimentos de grandes per-sonalidades paranaenses sobre o trabalho de Ret-tamozo, como os poetas Paulo Leminski e Antonio Tadeu Wojciechowski.

O livro, que destaca as funções que Retta exercia como pintor, performer, desenhista, compositor, ator, publicitário e escri-tor, também vem com um óculos chroma depth que permite a visualização das páginas e das obras do ar-tista em 3D.

Às 19h, o contador de histórias Carlos Daitsch-man fará uma leitura dra-mática da Lenda da Cria-ção do Mundo Kaingang e

recitará o poema “Uyba Ye-té”, de Tonicato Miranda.

Gaúcho radicado em Curitiba desde o início dos anos 1970, Luiz Car-los Rettamozo atuou há décadas no circuito artís-tico e publicitário do Pa-raná, colecionando vários prêmios importantes nas artes plásticas e tendo al-gumas de suas obras ex-postas no acervo do Mu-seu Oscar Niemeyer.

METRO CURITIBA

Lançamento. Por iniciativa do filho, artista e publicitário Retta, como é conhecido, ganha obra que passeia pela sua trajetória

Rettamozo ao lado de uma de suas obras | INOVALDO ALEXANDRE

Livro retrata a arte de Luiz Rettamozo

No próximo mês, a capital paranaense recebe uma novi-dade que vai agitar os finais de semana dos curitibanos.

Por meio de uma parce-ria entre a Associação de Comerciantes da Região da Praça da Espanha, a Band Curitiba e a Prefeitura de Curitiba, nasceu o “Palco Música Paraná”.

Sempre aos sábados às 16h, quem passar pela Pra-ça da Espanha vai poder conferir apresentações de artistas e bandas locais em um grande evento que mes-cla gastronomia e cultura.

Com o intuito de con-vidar a população a ocu-par a praça, os criadores do evento também pretendem acrescentar sessões de cine-ma ao ar livre e outras ativi-

dades paralelas ao projeto.A iniciativa conta com a

parceria da Fundação Cultu-ral de Curitiba, do Instituto de Turismo e da Secretaria do Meio Ambiente. A estreia do “Palco Música Paraná” es-tá marcada para os dias 17 e 18 de março na Praça da Es-panha. METRO CURITIBA

Projeto. Capital ganha novoprograma musical em março

No próximo mês, Curitiba vai receber o “Palco Música Paraná” | DIVULGAÇÃO

Curso começa nesta quarta com

aulas pela manhã e tarde | DIVULGAÇÃO

Cursos artísticos

InscriçõesAs inscrições para as oficinas

do primeiro semestre de

2018 do Centro Juvenil

de Artes Plásticas ainda

estão abertas. Há cursos

de desenho, modelagem,

mosaico, múltiplas

linguagens, pinturas e

teatro, e ainda há vagas

disponíveis para crianças

e jovens de 6 a 17 anos.

A inscrição é gratuita e

deve ser feito no próprio

Centro Juvenil de Artes

até 01 de março. Mais

informações: 3323-5643.

Amanhã às 17h na

Biblioteca Pública do

Paraná. Entrada gratuita.

Serviço

“Precisamos convidar a população a ocupar a praça. Espaços públicos precisam de eventos do bem. Podemos transformar a sociedade através da cultura.”

AMADO OSMAN,

DIRETOR-EXECUTIVO DA BAND CURITIBA

O Solar do Rosário promo-ve nesta quarta-feira a aula inaugural do curso “Patri-mônio Histórico e Cultural de Curitiba”.

Ministrado pela professo-ra Letícia Geraldi Ghesti, o curso busca valorizar a his-tória da capital paranaen-se, resgatando importantes pontos turísticos da cidade e grandes personalidades, como Paulo Leminski, Cân-dido de Abreu, Poty Lazza-rotto e Augusto Stresser.

O curso terá duração de fevereiro a junho, com au-las sempre às quartas, sen-do uma turma de 10h às 11h30 e outra das 19h às 20h30. A mensalidade cus-ta R$120 e a matrícula R$40. Inscrições e mais in-formações pelo telefone 3225-6232. METRO CURITIBA

Curso. Patrimônio histórico é revisto

CURITIBA, SEGUNDA-FEIRA, 26 DE FEVEREIRO DE 2018

www.metrojornal.com.br 10| {CULTURA}

A poética de Vini-cius de Moraes (1913-1980) se es-palhou diante da ribalta, pelas on-

das sonoras, por textos na imprensa e em livros. O vo-lume produzido pelo com-positor, dramaturgo, poeta e cronista parecia impossí-vel de ser condensado em apenas uma coleção.

No entanto, o box “Vini-cius de Moraes” conseguiu reunir até obras pouco co-nhecidas do Poetinha. A or-ganização, dividida em dois volumes, apresenta o resul-tado de um minucioso traba-lho de seleção e comparação em toda a trajetória do autor.

Assim, os leitores pode-rão levar para casa obras co-mo “Soneto da Intimidade” e “Soneto da Fidelidade”, e aproveitar todo o lirismo de um dos maiores autores da língua portuguesa.

Os dois livros da caixa trazem toda a produção em música, poesia, prosa e tea-tro do Poetinha. Com o pas-sar das páginas, é possível acompanhar como se deu o amadurecimento do autor ao longo das décadas.

“O poeta começa simbo-lista, como era a tendência no Rio de Janeiro da época. Mas com o tempo ele foi se aproximando dos aspectos clássicos e, paradoxalmen-te, se tornando cada vez mais moderno”, conta Da-niel Gil, em entrevista ao Metro Jornal.

O pesquisador, doutoran-do em Literatura Brasileira pela UFRJ (Universidade Fe-deral do Rio de Janeiro), é um dos organizadores da re-cém-lançada caixa.

Vinicius em prosa e poesiaQuem lança os olhos sobre a primeira parte se depa-ra com os poemas e a pro-sa poética do escritor, nas-cido no Rio de Janeiro. O capítulo “Dispersos” é o que concentra textos de coleções que tiveram pou-ca circulação na época de publicação.

“É possível afirmar que esta é a maior publicação com a poesia esparsa do Vi-nicius de Moraes. E também a mais rigorosa”, garante Daniel Gil. METRO RIO

Literatura. Box que reúne música, poesia, prosa e teatro de Vinicius de Moraes chega às livrarias

BOX “VINICIUS DE MORAES”

EDITORA NOVA

FRONTEIRA

R$ 97,90

Organização demorou a ser finalizada e revela autor múltiploNo segundo volume, a fa-ce bossa-novista do prota-gonista da coleção aflora. Além de todas as compo-sições musicais, estão ali também os resultados da dedicação do autor ao tea-tro: “Orfeu da Conceição”, que virou até filme sob di-reção do francês Marcel Camus, é um dos atrativos.

A profusão de áreas de atuação do escritor tornou a tarefa de reunir a produ-ção do Poetinha um traba-lho quase hercúleo. E foi diante de todo esse mate-rial que os organizadores se debruçaram até que os volumes chegassem às li-vrarias do país.

“O próprio Vinicius gos-tava de aperfeiçoar uma coisa ou outra entre as edi-ções. Precisávamos desco-brir se as mudanças nos li-vros tinham sido feitas por editores ou pelo próprio autor”, explica Gil.

O organizador afirma que o processo para a pu-blicação demorou mais de cinco anos. “É um dos au-tores mais editados do país. Por isso, foi necessá-rio um trabalho difícil de comparação”, revela.

Relação com a famíliaTodo o acervo do autor foi doado pela família para a Fundação Casa de Rui Bar-bosa, na zona sul do Rio. A iniciativa tinha como obje-tivo beneficiar empreitadas como a que deu origem ao box “Vinicius de Moraes”.

“Quando os familiares perceberam que era um trabalho sério, a tarefa foi muito facilitada. Eles se mostraram muito atencio-sos”, lembra Daniel.

A introdução da coleção mostra essa proximidade com os parentes do escri-tor: Laetitia Cruz de Mo-raes, irmã do poeta, assina o texto que apresenta aos leitores a organização.

METRO RIO

“Eu possa me dizer do amor (que tive): Que não seja imortal, posto que é chama. Mas que seja infinito enquanto dure.”

ESTROFE DO ‘SONETO DA FIDELIDADE’ (1939)

ARQUIVO FOLHAPRESS/01-01-1967

Sonetos em

“Minha fase predileta da poesia de Vinicius é a entre 1946 e 1960. Ali, o autor já se mostra amadurecido.”

DANIEL GIL, ORGANIZADOR DA COLEÇÃO

intimidade

Ingresso para a peça ‘Orfeu da Conceição’

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Autor lançou sua primeira obra em 1933 Ao lado de Rubem Braga, na década de 1940

Esboço de ‘Chega de Saudade’, que estourou no disco homônimo, de 1959

Com o parceiro TomJobim, nos anos 1960

Poeta nunca abandonou a política:acima, na greve no ABC, em 1979

Vinicius de Moraes só abandonoua literatura quando morreu, em 1980

1930 1940 1950

1980 1970 1960

ANOS DE PRODUÇÃO

CURITIBA, SEGUNDA-FEIRA, 26 DE FEVEREIRO DE 2018

www.metrojornal.com.br {CULTURA} 11|

O universo dos moradores de rua de Los Angeles será tema do próximo longa do cineasta colombiano Juan Zapata, que se divide entre os Estados Unidos e o Bra-sil – foi na cidade de Por-to Alegre que ele fundou a Zapata Filmes e fez lon-gas como “Simone” (2013) e “A Dança da Vida” (2007), além da coprodução “Ano-ther Forever” (2016). “Os sem teto se misturam com a paisagem de Los Angeles, uma das principais cidades norte-americanas. O mais interessante é que o esti-lo deles muda conforme a geografia da metrópole”, explica Zapata.

É justamente esta movi-mentação que vai conduzir os protagonistas de “2 Shots of Tequila” (ou “2 Doses de Tequila”, em português), vi-vidos pelos atores Rober-to Birindelli (uruguaio que construiu sua carreira em

Porto Alegre) e Marlon Mo-reno (vencedor do Kikito de ator latino em Gramado em 2013, com o filme “Cazan-do Luciernágas”).

Na pele de dois home-less (sem teto, em inglês), os personagens andam pe-la cidade em busca de uma tequila específica, mostran-do cenários como o centro de Los Angeles e a famosa Venice Beach. Ao longo do filme, o público conhece suas histórias e motivações. “Eles dividem sonhos e me-dos nesta caminhada”, com-pleta Zapata, que começa as filmagens em maio.

Inferno em LAO roteiro leva a assinatura do paulistano Thomas Sta-vros, do longa “Polícia Fe-deral – A Lei é Para Todos” e da série “1 Contra Todos”. Para construir a história dos homeless, Zapata e Sta-vros fizeram todo o percur-

so de “2 Shots of Tequila” em novembro passado, in-cluindo muitas conversas com os próprios moradores das ruas. “Foi impressio-nante o que vivenciamos. O país mais rico do mun-do tem o maior inferno do mundo, existem áreas de degradação absoluta”, co-menta o roteirista. A prin-cipal diferença com a si-tuação brasileira, na visão dele, é que os sem teto dos Estados Unidos seguem as mesmas regras rígidas dos demais cidadãos.

Com a incumbência de captar U$S 3 milhões para a realização do filme, os pro-dutores Douglas Limbach e José Guertzenstein acredi-tam na universalidade da história. “É um filme sobre esperança”, dizem.

Em produção. O diretor Juan Zapata se prepara para filmar ‘2 Shots of Tequila’, em maio. O longa, com roteiro de Thomas Stavros, vai acompanhar dois sem teto na metrópole norte-americana. Personagens serão vividos por Marlon Moreno e Roberto Birindelli

Filme vai mostrar a realidade dos sem teto na metrópole norte-americana | JUAN ZAPATA/DIVULGAÇÃO

Pelas ruas de Los Angeles

MÔNICA KANITZ METRO PORTO ALEGRE

Maratonista narra aventuras em coleção de livros

Maratonista também é administrador de empresas e palestrante | DIVULGAÇÃO

O maratonista curitiba-no Marcelo Alves lan-ça amanhã a obra “8 Can-tos do Mundo”, uma coleção voltada ao público infantojuvenil.

Após colecionar uma sé-rie de experiências reali-zando as maratonas mais extremas do planeta, o atleta resolveu transfor-mar as suas aventuras em um projeto inédito que mescla esporte e leitura.

Em uma caixa com 8 li-vros, a coleção reúne his-

tórias que se passam em lugares percorridos por Marcelo, o primeiro brasi-leiro a completar o desafio mundial 7x7x7, que convi-da os seus participantes a completarem sete marato-nas em sete dias consecu-tivos e em sete continen-tes diferentes.

Nas obras, uma série de aventuras são narra-das em locais como Antár-tida, Polo Norte, Amazô-nia, Nepal, Miami, Grécia, Marrocos e Sidney. Em ca-

da história, o leitor tem a oportunidade de saber um pouco mais sobre a geo-grafia, a cultura, o cotidia-no, a fauna e flora do lo-cal, assim como sobre os povos que lá habitam.

Tendo como ponto de partida uma maratona feita pelo atleta, a cole-ção “8 Cantos do Mundo” também busca incentivar crianças e adolescentes à leitura, à pratica de es-portes e aos bons hábitos alimentares.

Além de duas maratonas polares, Marcelo Alves já correu a Jungle Marathon no meio da Floresta Ama-zônica em 2013 e a Everest Marathon em 2014, co-nhecida como a maratona mais alta do mundo.

METRO CURITIBA

Série inspirada em ‘O Senhor dos Anéis’ será feita em 2019Mais nova produção da Ama-zon, a série baseada no suces-so literário e cinematográfico “O Senhor dos Anéis” come-çará a ser feita em 2019.

Quem divulgou essa in-formação foi a versão ale-mã do site “IGN”. O proje-to que está atualmente em desenvolvimento não tem sinopse oficial e nem elen-co confirmado.

Ainda segundo o “IGN”, a nova série deve contar com mais de uma temporada.

Recentemente, o ator Ian McKellen afirmou que gostaria de voltar a viver o mago Gandalf. Ele parti-

cipou do programa “Gra-ham Norton’s Radio 2” e foi questionado se ficaria inco-modado caso outro ator pe-gasse o papel.

“Como assim, outro Gandalf ?”, brincou McKel-len. “Eu não respondi que sim ainda porque não me convidaram. Mas você está sugerindo que outra pessoa deveria fazê-lo? Gandalf tem mais de 7 mil anos de idade, então eu não estou velho demais”. METRO

“O Senhor dos Anéis” é um épico de J. R. R Tolkien | DIVULGAÇÃO

Amanhã às 19h no Gards

Rooftop Bar (Avenida do

Batel, 1868). Entrada franca.

Serviço

CURITIBA, SEGUNDA-FEIRA, 26 DE FEVEREIRO DE 2018

www.metrojornal.com.br 12| {CULTURA}

Numa escalada de violên-cia que vive o país, com uma intervenção federal no Rio de Janeiro, o mentor da paz, Arun Gandhi, quin-to neto de Mahatma Gan-dhi (1869-1948), líder pa-cifista, visitou Campinas para participar do “Fórum Campinas Pela Paz”, que aconteceu no último final de semana. Em janeiro des-te ano, o ativista lançou o livro “A virtude da raiva”, em que conta sobre como usou as dez lições deixa-das pelo seu avô para re-pensar a raiva. Atualmente, Arun é presidente da orga-nização sem fins lucrativos Gandhi Worldwide Educa-tion Institute e viaja ao re-dor do mundo difundin-do sua mensagem de paz e não-violência. O ativista pe-la paz conversou com o Me-tro Jornal sobre sua vida.

Na sua infância, o senhor sofreu agressões por ser indiano na África do Sul?Sim. Eu sofri agressões fí-sicas e abuso emocional o tempo todo.

O que é mais importante na formação de uma criança?Acho que é importante pa-ra os pais incutir em seus filhos amor, respeito, com-paixão. Os pais devem vi-ver o que eles querem que seus filhos aprendam. É sempre melhor contro-lar as crianças por meio do amor e não do medo.

O senhor comanda um instituto de educação pe-la não-violência na Índia. Como educar uma criança para que ela seja discipli-nada sem castigo?As crianças geralmen-te imitam o que veem os adultos fazendo. Como um adulto, se você punir seu filho, eles aprendem que, quando alguém faz algo er-rado, eles devem ser puni-dos. É assim que a violên-cia cresce. Justiça não é vingança, mas reforma.

A escola formal é impor-tante para a educação? Pergunto isso porque o senhor nunca frequentou uma escola.Uma escola formal é im-portante porque os pais não têm tempo e qualifica-ção para ensinar o que as escolas podem ensinar. Os pais deveriam ensinar so-bre a vida, o respeito e a compaixão. As escolas for-mais devem oferecer uma educação holística, que in-corpore a mente, o cora-ção e as mãos. Em outras palavras: estudantes têm que adquirir conhecimen-to de livros – eles têm de ler –, mas também têm de saber sobre as pessoas e as culturas do mundo, e de-vem poder usar as mãos para fazer coisas de uso

ARUN GANDHIAtivista pela paz, quinto neto do líder do movimento pela não-violência, Mahatma

Gandhi, afi rma em entrevista, que seus pais sugeriram a ele dedicar a vida para garantir a eliminação da violência no mundo, “para que todos possam viver em harmonia”.

POBREZA É AMIGA DA VIOLÊNCIA

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diário que contemplem os interesses das crianças. Escolas e faculdades hoje são fábricas de trabalhado-res, não são locais de for-mação de cidadãos infor-mados e compassivos.

Qual é a raiz da violência?Criamos uma Cultura de Violência que domina to-dos os aspectos da vida humana. Isso ocorre na

vida familiar, no entrete-nimento, nos esportes, na religião, nos negócios… tudo tem algum tipo de violência. O motivo é que queremos controlar todos pelo medo, porque é fácil e rápido.

Por que para o senhor a pobreza é o pior tipo de violência? Está numa es-cala acima da violência

sexual e a discriminação?A pobreza é o pior tipo de violência porque afeta um grande número de pessoas, porque, uma vez que você está preso à pobreza, é pra-ticamente impossível sair e porque se tornou a forma moderna de escravidão. Criamos um sistema eco-nômico que se baseia na forte exploração dos fracos para ganhos egoístas.

No Brasil, a violência é tão grande que o gover-no teve que fazer inter-venção federal no Esta-do do Rio de Janeiro com o exército para tentar di-minuir o poder do crime organizado. Diante desta realidade, como conven-cer as pessoas a não revi-dar as agressões e violên-cias que sofrem?Sempre que houver dispa-

ridade econômica ou so-cial, haverá violência e cri-me. A solução não é mais violência e punição, mas um esforço coordenado dos governos e dos cida-dãos com mais recursos para criar programas para afastar as pessoas da po-breza, dando-lhes esperan-ça para uma vida melhor.

De forma resumida, quais são os cinco pilares da não violência?Os cinco pilares da não-vio-lência são: respeito, com-preensão, aceitação, apre-ciação e compaixão.

Como prega a não-violên-cia, o senhor consegue manter a calma sempre? Já se irritou?Sim, eu fico irritado e até com raiva, mas, como o avô, eu tento encontrar soluções.

É um fardo ou uma benção ser neto de Mahatma Gandhi?Claro que é uma bênção e uma responsabilidade. Se eu não compartilhasse a sabedoria que ganhei de-le e dos meus pais com o mundo, então eu seria egoísta e interesseiro.

Como reagiu ao assassinato do seu avô?Minha primeira reação foi a raiva. Eu disse a meus pais que, se eu estivesse lá, eu teria matado a pes-soa que matou meu avô. Meus pais me lembraram as lições que o avô me en-sinou. Eles sugeriram que eu deveria aprender a per-doar e a dedicar minha vi-da a garantir que a vio-lência seja eliminada da vida humana, para que to-dos nós possamos apren-der a viver em harmonia uns com os outros e com a natureza.

Qual é o caminho para acabar com a violência?Quando desenvolvemos compaixão, amor e res-peito. Quando consegui-mos sentir a dor dos ou-tros e, voluntariamente, nos sacrificamos para aju-dá-los. Quando percebe-mos que estamos todos in-terconectados como seres humanos e com a nature-za. Quando reconhecemos que a estabilidade e segu-rança de qualquer nação depende da estabilidade e da segurança do mundo inteiro. Aí então consegui-mos criar paz e harmonia.

METRO CAMPINAS

‘A VIRTUDE DA RAIVA’

ARUN GANDHI

SEXTANTE, R$ 29,90

CURITIBA, SEGUNDA-FEIRA, 26 DE FEVEREIRO DE 2018www.metrojornal.com.br {PUBLIMETRO} 13|

Leitor fala

Ouvidoria que não ouveÉ absurdo que o governo do Estado do Pa-raná divulgue um telefone 0800 da Ouvi-doria Estadual de Saúde para ouvir recla-mações dos usuários, mas esse número, que é o 0800-644 4414, nunca atende. Is-to é, não funciona, chama, chama e ne-nhum servidor atende a ligação. O cida-dão pode ligar de manhã ou à tarde que só vai ouvir o toque de chamada, e nada mais! O governo do Paraná falta com res-peito para com os cidadãos até na hora do direito de reclamar de péssimos servi-ços públicos na área da saúde.CÉLIO BORBA - CURITIBA - PR

Carli FilhoIndependentemente da posição sócio--cultural, quem comete um crime gro-tesco de trânsito, a exemplo do atribuí-do ao ex-deputado estadual Carli Filho - à luz das supostas várias provas colhi-das e após o devido processo legal com definitiva sentença condenatória - deve sofrer a sanção prevista em lei. Uma pe-na exemplar e a sua efetiva execução, em tese, não visam a vingança contra a pessoa do infrator mas, sim, uma satisfa-ção à sociedade ao lado da função peda-gógica a estimular, na frieza do cárcere, a reflexão do criminoso bem como a sua esperada ressocialização.RICARDO NOGUEIRA RAMOS- CURITIBA - PR

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Utilizar o banheiro pode ser algo trivial, comum, mas não para mais da metade da população do mundo. Cer-ca de 4,5 bilhões de pessoas no planeta não têm acesso ao saneamento básico segu-ro, segundo relatório da OMS (Organização Mundial da Saúde) e Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infân-cia) divulgado em 2017.

De olho nisso, o fundador da Microsoft, Bill Gates, por meio de sua fundação, está investindo em uma nova tec-nologia sanitária que faz de-jetos virarem energia e água. E isso sem utilizar eletricida-de e água para descarga, com custo abaixo de US$ 5 cen-tavos por usuário por dia. A privada do futuro foi batiza-da de Nano Membrane Toilet.

Na realidade a privada foi criada em 2012 por pesqui-sadores da Universidade de Cranfield, no Reino Unido, com investimento da Funda-ção Bill e Melinda Gates. Ou-tra vantagem da invenção é não depender de conexão com uma rede de esgoto.

Tudo o que o usuário pre-cisa fazer, depois do uso, é fe-char a tampa. O vaso usa um mecanismo de rotação para enviar os resíduos líquidos para uma câmara, onde ocor-

re a separação das molécu-las de água do restante, com o auxílio de uma membrana nanotecnológica.

Por fim, a água será con-duzida para um reservatório na parte frontal, permitin-do que seja usada na limpe-za doméstica ou na irrigação de plantas.

Os resíduos sólidos são destinados para outra câma-ra e o usuário tem a oportu-nidade de escolher se quer incinerá-los ou transformá--los em energia para abas-tecer pequenos dispositivos móveis ou manter o próprio sistema do vaso.

A invenção não é autos-suficiente e demanda ma-nutenção. Por exemplo, as membranas precisam ser trocadas a cada três meses e os dejetos ainda devem ser esvaziados com regularida-de. Para realizar esse serviço, a equipe da Nano Membrane pensa na possibilidade de alugar as privadas para as fa-mílias e contratar profissio-nais capacitados.

Atualmente, a tecnologia está em fase de testes em co-munidades na Índia e na Áfri-ca. Se os resultados forem po-sitivos, será distribuída para outras regiões com carência de saneamento. METRO

Que tal uma privada que recicla dejetos?Tecnologia. Milionário Bill Gates está investindo em vaso sanitário do futuro

Mecanismos impedem que o odor

se espalhe

DIVULGAÇÃO/UNIVERSIDADE DE CRANFIELDOs invasores

Cruzadas

Sudoku

Soluções

O momento é de compreensão na forma de vivenciar padrões e velhos costumes, sejam os seus ou o que

outras pessoas preservam.

Tendências a maior interesse por estudos, atividades culturais e entretenimentos que preencham

a mente e sua rotina.

Cuide para não ser tomado (a) por impulsos consumistas. Período importante para decisões

relacionadas a temas materiais.

Propensões a mais impulsos no esclarecimento de assuntos que envolvam relacionamentos.

Pondere com o jeito de se expressar.

Período indicado para reflexões sobre seu comportamento e mesmo para exercitar mais as suas crenças.

Interrompa desgastes na rotina.

Seja mais paciente com diferenças de opiniões, especialmente com questões

profissionais e nas amizades. Parcerias tomarão atenção.

Momento para tratar assuntos financeiros com moderação, especialmente para evitar impulsos

consumistas. Repense despesas que possui. 

Novos interesses marcarão o setor profissional e trarão oportunidades para uma nova

fase. Cuide para não sobrecarregar seu ritmo.

Atitudes diferentes marcarão sua postura nas relações sociais. Também é um momento especial

para declarações afetivas.

O empenho a temas que envolvam grupos será mais intenso. Período para atenção com atitudes

individualistas diante das amizades.

Hoje a perseverança será chave para tratar assuntos e, principalmente, para lidar com algumas

convivências. Use a diplomacia.

Decisões que envolvam crenças, ideologias e temas culturais tendem a tomar sua atenção.

Modere nas expectativas diante das relações.

Horóscopo Astrólogo de Plantãowww.astrologo.blog.br

[email protected]: Guilherme Salviano

CURITIBA, SEGUNDA-FEIRA, 26 DE FEVEREIRO DE 2018

www.metrojornal.com.br 14| {TURISMO}

PLUS

+Overdose de paisagens. Percorrer

de cabo a rabo o maior país domundo, a Rússia, tem suas

peculiaridades. Neve, montanhas, gente e línguas diferentes: tudo éinóspito na mítica Transiberiana,

ferrovia cuja construção começou há 125 anos e foi finalizada há um século

ma das viagens mais míticas do mundo é a da fer-rovia Transiberiana. São de seis a sete

dias de trem (se o viajante de-cidir não fazer paradas) entre Moscou e Vladivostok (ou Pe-quim), em mais de 9 mil qui-lômetros. Lá fora, um gelo. Dentro do trem, clima para ficar só de camiseta. Ótimo para o melhor passatempo do trajeto: apreciar as paisa-gens surpreendentes e inte-ragir com os demais passa-geiros – ainda que a maioria seja de russos e não fale nem uma vírgula de inglês.

Mesmo longa, a viagem é instigante a cada momento.

A opinião é do editor-chefe do guia “O Viajante”, o gaú-cho Zizo Asnis. Ele embar-cou em 2016 na rota Trans-mongoliana, que vai até Pequim, atravessando a Si-béria e a Mongólia. Na ver-dade, o Transiberiano tem três circuitos. Além desse pela Mongólia, há a Trans-manchuriana, da Sibéria até Pequim por um trecho maior do território russo e sem passar pela Mongólia, e a Transiberiana, que, apesar de ter legado o nome gené-rico ao percurso, é a menos procurada – acaba na ponta oriental da Rússia.

“Toda minha viagem, com as paradas, durou 11

dias. Mas em nenhum mo-mento fiquei entediado. As ocupações? Ler, dormir, to-mar chá, comer, escrever, ‘conversar’ com os russos e, acima de tudo, apreciar a in-variavelmente excepcional vista da janela, que desven-da a grande Rússia siberiana e continental”, atesta Zizo.

Tomaram seu tempo os inúmeros cenários que pas-savam pela janela e os diver-sos viajantes com quem inte-ragiu – e a comida inóspita, e os atrativos de cada parada em locais no caminho... “Le-vei ‘Crime e Castigo’, achei que a leitura ocuparia meu ócio, mas, confesso, não con-segui terminá-lo. Não pela

eventual dificuldade do tex-to de Dostoiévski, mas por-que a janela do trem sempre roubava minha atenção.”

Os passeios pelas cidades do percurso esticaram a via-gem. É possível descer em algum lugar que você achou interessante e depois pegar o trem seguinte.

E, diferente do que se pensa, fazer a Transibe-riana não exige grandes esforços burocráticos. A passagem pode ser com-prada pela internet, no si-te http://pass.rzd.ru/main--pass/public/en. Confira nesta página alguns cená-rios dessa instigante via-gem. METRO POA

Zizo Asnis é autor do Guia O Viajante Europa 10ª edição (box com 3 volumes), que contém capítulo sobre a Transiberiana• www.oviajante.uol.com.br

ATRAVESSANDO A TRAVESSANDO A ATRAVESSTRAVESS

125 ANOS DEPOISeventual dificuldade do tex-to de Dostoiévski, mas por-que a janela do trem sempre

Os passeios pelas cidades do percurso esticaram a via-gem. É possível descer em do percurso esticaram a via-gem. É possível descer em do percurso esticaram a via-

algum lugar que você achou interessante e depois pegar

E, diferente do que se pensa, fazer a Transibe-

instigante a cada momento. instigante a cada momento. com as paradas, durou 11 segui terminá-lo. Não pela gem. www.oviajante.uol.com.brinstigante a cada momento.

Yaroslavl

ULAN BATOR

PEQUIM

KirovPerm

Yekaterinburg

Tyumen

Omsk NovosibirskKrasnoyarsk

Irkutsk

Baikalsk

Ulan-Ude Chita

Manzhouli

Harbin

Shenyang

Khabarovsk

Vladivostok

600 km

1.200 kmRÚSSIA

CAZAQUISTÃO

UZBEQUISTÃO QUIRGUISTÃO

CHINAMONGÓLIA

UCRÂNIA

BIELORRÚSSIA

MOSCOU TRANSIBERIANA

TRANSMANCHURIANA

TRANSMONGOLIANA

Birobidzhan

Provod... o quê?

Mãezonas

do tremSão elas que fazem

os serviços dentro do Transiberiano, mas

não enrole a língua ao falar o nome do cargo:

provodnitsa. É como se fosse a “aeromoça ferroviária”. Cabe às provodnitsas (há um

ou outro rapaz fazendo a função) entregar a

roupa de cama, servir chá... Algumas são meio brabas, mas

outras podem ser bem mãezonas e arrumar

sua cama, guardar sua passagem, acordá-

lo pela manhã. Enfim, manter contato com elas

no Transiberiano será inevitável. Torça para que vejam um filho em você.

Lago Baikal

FOTOS ZIZO ASNIS/O VIAJANTE/DIVULGAÇÃO

IrkutskGulag, prisão de

trabalhos forçados

Ulan Bator, capitalda Mongólia

CURITIBA, SEGUNDA-FEIRA, 26 DE FEVEREIRO DE 2018

www.metrojornal.com.br {ESPORTE} 15|

3ESPORTE

William

‘É top’O técnico português José Mourinho rasgou elogios ao brasileiro Willian, do Chelsea. “Ele é top. É top dos tops. E na Seleção há também outros jogadores

e um grande treinador (Tite). Acho que vocês

vão fazer qualquer coisa interessante na Rússia”, disse Mourinho ao canal

ESPN. O meio-campo brasileiro marcou o gol do Chelsea na derrota

para o Manchester United, por 2 a 1, ontem, pelo Campeonato Inglês.

PRÓXIMA É NA CHINAPara homenagear a China, país dapróxima Olimpíada, em 2022, os sul-coreanos fizeram uma apresentação cheiade luzes, com ursos pandas patinando. E ahomenagem durou oito minutos, númeroconsiderado da sorte entre os chineses.

LENDAA tcheca Ester Ledecká, de 22

anos, entrou para a história comoa primeira atleta campeã olímpicaem duas modalidades diferentes

em uma mesma Olimpíada. Ela foiouro no snowboard slalom paralelo,onde era favorita, e no esqui alpino

Super G, quando surpreendeu asfavoritas da modalidade.

FOTOS: GETTY IMAGES

VALEU, BRASILCom nove atletas na Olimpíada, oBrasil encerrou sua participação comalguns avanços. No Bobsled 4-Man,conseguiu a 23a posição, a melhorda história (a anterior era a 25a, emTurim-2006). No Bobsled 2-Man osbrasileiros ficaram em 27º.Outro destaque foi Isadora Williams ,na patinação artística, que conseguiupela primeira vez chegar a uma finalolímpica, e terminou em 24º.No esqui cross-country 10km livre,Jacqueline Mourão ficou em 74ºlugar, já nos 15km livre, Victor Santosencerrou a participação em 110º.Michel Macedo teve dificuldadesna pista coreana e não conseguiupontuação nas provas do esqui alpinoslalom gigante e na descida slalom.

Festa do fim

A pira olímpica em

PeyongChang, momentos

antes de ser apagada

Foram duas semanas de mui-ta disputa, recordes e meda-lhas, mas a Olimpíada de In-verno em PyeongChang, na Coreia do Sul, chegou ao fim. Nada melhor que uma festa de encerramento cheia de alegria para celebrar o evento histórico, com direi-to à música pop local, mui-tos fogos de artifícios e até uma imagem de luzes no céu formada por drones.

Com mais de 2.900 atle-tas, foram comemorados 102 títulos olímpicos em 16 dias de competição. Ao todo, 30 países conquista-ram medalhas.

O destaque negativo fi-cou para dois casos de do-ping da equipe da Rússia, no bobsled e no curling. Os rus-sos já não puderam se apre-sentar nos Jogos usando sua bandeira, exatamente como uma das punições do COI por histórico de escândalos de doping pelo país.

Por outro lado, há de se comemorar a aproximação entre as Coreias do Sul e do Norte, que vivem disputas

PeyongChang. Cerimônia encerra a Olimpíada de Inverno com desfile conjunto das Coreias do Sul e do Norte e homenagem à China, sede em 2022

País Ouro Prata Bronze Total

1º Noruega 14 14 11 39

2º Alemanha 14 10 7 31

3º Canadá 11 8 10 29

4º Estados Unidos 9 8 6 23

5º Holanda 8 6 6 20

6º Suécia 7 6 1 14

7º Coreia do Sul 5 7 5 17

8º Suíça 5 6 4 15

9º França 5 4 6 15

10º Áustria 5 3 6 14

QUADRO DE MEDALHAS

A Noruega ficou em primeiro no quadro de medalhas e já tinha feito grande campanha quatro anos atrás, em Sochi, na Rússia, quando ficou em segundo, com o mesmo número de medalhas de ouro dos donos da casa (11), mas com pratas a menos (9 a 5). As 39 medalhas da Noruega representam um recorde de pódios para um país em apenas uma edição dos Jogos de Inverno. A marca anterior pertencia aos Estados Unidos (37 em Vancouver-2010).

e guerras históricas, mas que se uniram nessa Olim-píada, em disputa do hó-quei feminino.

Os Jogos Olímpicos se-guem na Ásia, com a Olimpía-da de Verão, em Tóquio-2020, e na Olimpíada de Inverno, em Pequim-2022. METRO

Isadora

Williams

chegou à final

inédita

CURITIBA, SEGUNDA-FEIRA, 26 DE FEVEREIRO DE 2018www.metrojornal.com.br 16| {ESPORTE}

Depois de um início de ano em marcha lenta, o Coriti-ba bateu ontem o Rio Bran-co por 3x0, no Couto Pereira, e conquistou a Taça Dioní-sio Filho, primeiro turno do campeonato paranaense.

A goleada – que já garan-te o time na decisão da Esta-dual – começou no final do primeiro tempo e foi conso-lidada após o intervalo. O tí-tulo do turno coroa a recu-peração do Coxa, que não perde desde o Atletiba, no início do mês, e vem acer-tando seu futebol.

A segunda metade do Pa-ranaense, a Taça Caio Jú-nior, começa no próximo domingo, e o Coxa recebe o Maringá às 16h. Antes, na quarta-feira às 19h30, o Al-viverde visita o Goiás no jo-go de ida da terceira fase da Copa do Brasil.

O jogoDepois de um início morno o Rio Branco ensaiou uma pres-são, mas logo ela esfriou e o Coxa tomou conta do jogo.

O time já era melhor aos 37’, quando Alecsandro ser-viu Júlio Rusch, que achou Iago na linha de fundo. Iago cruzou, Alecsandro fez 1x0 de cabeça e comemorou à

moda do pai Lela, com a lín-gua para fora.

O Coxa ampliou aos 15’ do segundo tempo. Alecsan-dro aproveitou uma sobra de escanteio e bateu mascado, mas Thalisson Kelven com-pletou de calcanhar. O ter-ceiro saiu aos 23’. Guilherme parede recebeu, ganhou da marcação na força e tocou no cantinho. METRO CURITIBA

Na final. Alviverde se impõe no Couto, vence time do Litoral com facilidade e leva primeiro turno do Estadual, que garante vaga na decisão

Coxa goleia Rio Branco e levanta a Dionísio Filho

Wilson; Marcos Moser, Thalisson Kelven, Romércio

e Léo Andrade; Vítor Carvalho (João Paulo), Júlio Rusch, Thiago Lopes, Iago (Pablo) e Guilherme Parede (Kady); Alecsandro. Técnico: Sandro Forner

Jhones; Raul, Thiagão , Victor (Everton Maringá) e

Fernando; Kessi, Marco Túlio (Eric) e Camargo; Rodrigo Jesus, Kauhan (Damião) e Vandinho Técnico: Maurílio

30

• Gols. Alecsandro 37’/1ºT, Thalisson Kelven 15’, Parede 23’/2ºT • Arbitragem. Felipe Gomes da Silva

CORITIBA

RIO BRANCO

Alecsandro abriu o caminho da vitória coxa-branca no final do primeiro tempo | GERALDO BUBNIAK / FOLHAPRESS

O Coritiba venceu a Taça Dio-nísio Filho sem ter feito uma excelente campanha: o time passou em 2º lugar no grupo A com 11 pontos e eliminou o Foz do Iguaçu nos pênaltis pa-ra chegar à final.

Na Taça Caio Júnior, que será mais curta (apenas 5 jo-gos), os times encaram os ad-versários do próprio grupo. O único clássico da capital será Coritiba x Paraná, porque o Atlético já enfrentou ambos.

Se vencer este segundo turno, o Coxa é automatica-mente campeão. Dono da

melhor campanha da Dioní-sio Filho, o Furacão fará um Atletiba na decisão se con-quistar a Taça Caio Júnior.

Apesar de ter chegado à decisão, o Rio Branco precisa-rá de uma campanha razoá-vel para evitar o rebaixamen-to, já que foi às semifinais com apenas 7 pontos. O time chamou atenção, ontem, ao entrar em campo com uma faixa em homenagem à you-tuber Isabelly Santos, de 14 anos, morta com um tiro na cabeça no Litoral logo após o Carnaval. METRO CURITIBA

Segundo turno será mais curto e só com o Paratiba

Rio Branco homenageou youtuber Isabelly Santos | GABRIEL MACHADO / FOLHAPRESS

Micale mira bom Brasileiro

Apresentado ontem à tarde ao elenco do Paraná, o novo técnico Rogério Micale afirmou ontem que projeta um “bom papel” do Tricolor no Brasileirão, que começa em menos de dois meses. “Para que se mantenha na Série A e a gente visualize coisas maiores”, disse Micale, que ganhou o ouro olímpico com o Brasil em 2016 e no ano passado treinou o Atlético-MG | TV PRC

Atlético

Diniz fará estreia contra adversários da Série A

O time principal do Atlé-tico, comandado por Fer-nando Diniz, vai rece-ber nesta quarta-feira às 21h30 o Ceará, pelo jogo de ida da terceira fase da Copa do Brasil. Será o pri-meiro duelo do novo trei-nador contra um time de Série A na temporada.

Depois da dramática classificação contra o Tu-barão-SC – um 5x4 com quatro viradas e todos os gols no segundo tempo –, o time que enfrenta os cearenses tem algumas in-cógnitas. No ataque, por exemplo, Bergson entrou na concorrência por uma vaga após uma atuação apagada do titular Riba-mar na semana passada.

METRO CURITIBA

O tenista argentino Die-go Schwartzman se sagrou campeão do Rio Open na noite de ontem. Na decisão, ele derrotou o espanhol Fer-nando Verdasco por 2 sets a 0, com parciais de 6/2 e 6/3. Com o título, Schwartzman se torna o quinto estran-geiro a conquistar a cha-ve masculina de simples. Além dele, os espanhóis Ra-fael Nadal e David Ferrer, o uruguaio Pablo Cuevas e o austríaco Dominic Thiem já venceram o torneio.

“Estou muito feliz e mui-to contente por conquistar esse título. A minha família e meus amigos estão muito felizes na Argentina. Foi uma semana perfeita para mim”, disse o tenista após a partida.

Apesar da derrota na fi-nal, Fernando Verdasco foi o campeão de duplas, ao lado do compatriota David Marre-

ro. Juntos, eles superaram o croata Nikola Mektic e o aus-tríaco Alexander Peya por 2 sets a 1, parciais de 7/5, 5/7 e 10/8. METRO RIO

Tênis. Diego Schwartzman é o 50 campeão do Rio Open

Inglaterra

Guardiola leva sua primeira taça pelo Manchester City

Em sua segunda tempora-da no comando do Man-chester City, o técnico Pep Guardiola conquistou on-tem o seu primeiro títu-lo com a equipe. Na final da Copa da Liga Inglesa, disputada no Wembley, o clube venceu o Arse-nal por 3 a 0, com gols de Aguero, Kompany e David Silva. O treinador ainda deve ter mais motivos pa-ra comemorar neste ano. Afinal, o City lidera o In-glês com 72 pontos, 13 a mais do que o Manchester United – que tem um jogo a mais. Aliás, o City volta a campo pela competição contra o Arsenal. As duas equipes se enfrentam na quinta, em Londres, pela 28ª rodada. METRO RIO

Diego Schwartzman ficou com o troféu

do Rio Open | SERGIO MORAES/REUTERS