"capão da onça" com a norma regulamentadora 31
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO
TRABALHO
KAROLLINE MARQUES DA SILVA
AVALIAÇÃO DE CONFORMIDADE DA FAZENDA ESCOLA “CAPÃO
DA ONÇA” COM A NORMA REGULAMENTADORA 31
PONTA GROSSA
2012
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KAROLLINE MARQUES DA SILVA
AVALIAÇÃO DE CONFORMIDADE DA FAZENDA ESCOLA “CAPÃO
DA ONÇA” COM A NORMA REGULAMENTADORA 31
PONTA GROSSA
2012
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado para obtenção de título Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho na Universidade Estadual de Ponta Grossa.
Orientador: Prof. Dr. Altair Justino
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO
TRABALHO
AVALIAÇÃO DE CONFORMIDADE DA FAZENDA ESCOLA “CAPÃO DA ONÇA”
COM A NORMA REGULAMENTADORA 31
Trabalho de Conclusão de Curso submetido à Universidade Estadual de Ponta Grossa para
obtenção do título de Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho
Departamento de Engenharia Civil
CURSISTA:
KAROLLINE MARQUES DA SILVA
Prof. Carlos Luciano Sant’Ana Vargas, D.Eng.
Coordenador do EngSeg2011
BANCA EXAMINADORA:
Prof. Altair Justino, Dr.
Orientador
Prof. Luiz Carlos Lavalle Filho, Esp.
Prof. Alceu Gomes Andrade Filho, Dr.
Membros
Ponta Grossa, junho de 2012
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Um agradecimento especial à minha madrinha
Roseli Hyeda, pelo apoio.
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RESUMO
Este trabalho tem por objetivo identificar as condições de segurança de
trabalho durante as atividades desenvolvidas na Fazenda Escola “Capão da
Onça” da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Para tanto, foram
verificadas por meio de entrevista, observações locais e registros fotográficos o
cumprimento dos preceitos estabelecidos na NR 31 entre os passíveis de
infração, classificados como “conforme”, “não conforme” e “não aplicáveis”. Os
resultados revelaram que dos 273 itens listados, 131 (47,98%) estão em
conformidade, 74 itens (27,11%) não estão em conformidade e 68 itens
(24,91%) não se aplicam com preceitos estabelecidos na NR 31. O item
referente a Agrotóxicos, Adjuvantes e Produtos Afins, acumula 16 situações de
não conformidade verificadas e que apresenta maior quantidade de riscos à
segurança e saúde do trabalhador. Além das medidas de proteção que já foram
tomadas, é preciso adotar procedimentos de manutenção, realizar
treinamentos de capacitação e fornecer mais informações sobre saúde e
segurança do trabalho aos funcionários, melhorando as condições de
segurança de trabalho na Fazenda Escola.
Palavras chave: Trabalho rural, segurança no trabalho, risco de acidente.
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Destinação da água de lavagem de equipamentos de
pulverização.......................................................................................................... 15
Figura 2 - Depósito de Defensivos Agrícolas ......................................... 17
Figura 3 - Alerta em fonte de água ......................................................... 18
Figura 4 – Local provisório de destino de embalagens vazias.............. 18
Figura 5 - Armazenamento de embalagens vazias ............................... 19
Figura 6 - Incineração em local de armazenamento de embalagens ... 19
Figura 7 - Tanque de evaporação .......................................................... 20
Figura 8 - Fábrica de Ração ................................................................... 21
Figura 9 - Equipamento para a classificação de grãos.......................... 22
Figura 10 - Comunicação entre depósito de grãos e sementes............ 22
Figura 11 - Espaço multiuso ................................................................... 23
Figura 12 - Vias de acesso a instalações da Fazenda Escola .............. 23
Figura 13 - Fotos de máquinas e equipamentos com e sem situação de
risco....................................................................................................................... 25
Figura 14 - Local para utilizado o processo de silagem ........................ 27
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LISTA DE SIGLAS
AT Acidente do Trabalho
CAT Comunicação de Acidente do Trabalho
CIPA Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
CIPATR Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho
Rural
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
NR Norma Regulamentadora
PRORH Pró Reitoria de Recursos Humanos
SESMT Seção de Engenharia, Segurança e Medicina do Trabalho
SESTR Serviço Especializado em Segurança e Saúde do Trabalho
Rural
SIPAT Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................... 5
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................. 6
3 OBJETIVOS ......................................................................................... 12
3.1 GERAL ........................................................................................... 12
3.2 ESPECÍFICOS .............................................................................. 12
4 MATERIAL E MÉTODOS .................................................................... 13
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................... 14
5.1 LEVANTAMENTOS DAS CONDIÇÕES DE SEGURANÇA ........ 14
5.2 PRECEITOS DA NR 31 ................................................................ 28
6 CONCLUSÃO ...................................................................................... 41
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1 INTRODUÇÃO
Segundo estimativas do IBGE, o Brasil colherá em 2012, safra recorde
de produção de grãos com 160,3 milhões de toneladas. Apesar dos resultados
expressivos, o país é líder mundial no consumo de agrotóxicos com US$ 7,2
bilhões em 2010.
Os aumentos das produções agropecuárias sucederam das
transformações tecnológicas que ocorreram no meio rural, gerando
crescimento acentuado do setor e impactaram a vida dos trabalhadores, sendo
necessário discutir sobre saúde e segurança do trabalho rural (TEIXEIRA e
FREITAS, 2003). É comum que estes trabalhadores subestimem os riscos a
que estão sujeitos e os percebam de maneira diferente da avaliação técnica
(PERES et al., 2005).
O desconhecimento e o descaso quanto aos riscos, somados a
utilização inadequada ou não utilização de equipamentos de proteção, deixam
o trabalhador rural vulnerável, favorecendo a ocorrência de doenças e
acidentes do trabalho (ARAÚJO et al., 2007).
No estado do Paraná, os acidentes do trabalho no meio rural
destacam-se, obtendo a quinta colocação entre o número de registros de
acidentes do trabalho na safra 2008/2009 (ANUÁRIO BRASILEIRO DE
PROTEÇÃO, 2011), reforçando a necessidade de estudos voltados à
segurança no setor.
Segundo a NR 31 (BRASIL, 2005), diversos EPIs devem ser utilizados,
de acordo com a atividade realizada, assim como treinamentos são
necessários para a conscientização dos trabalhadores.
No desenvolvimento de atividades agropecuárias são utilizados
diversos tipos de ambientes, máquinas, equipamentos, ferramentas e serviços
manuais, submetendo o trabalhador rural a diversas situações de risco, sendo
necessário estudo detalhado de cada local de trabalho para estabelecer
medidas de proteção de acidentes e da saúde com base nas normas e
legislações vigentes.
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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A teoria do risco de acidente do trabalho aponta os principais agentes
de risco ocupacionais presentes no ambiente de trabalho, que podem ser
físicos, mecânicos, biológicos e ergonômicos, estes considerados desde a
segunda guerra mundial, a partir das condições de adequação dos
instrumentos de trabalho ao homem, além dos riscos psicossociais, em
destaque na atualidade em virtude do reconhecimento da crescente exposição
do trabalhador a situações de tensão e estresse no trabalho (TEIXEIRA e
FREITAS, 2003).
Segundo a Classificação Nacional de Atividade Econômica – CNAE,
em 2008, no Paraná, foram registrados 2.414 acidentes de trabalho em
empresas relacionadas à agricultura, pecuária, silvicultura e exploração
florestal (ANUÁRIO BRASILEIRO DE PROTEÇÃO, 2011). As atividades
relacionadas a pecuária e criação de animais registram poucos acidentes,
sendo a produção mista, lavoura e pecuária, responsável por 39,2% dos
acidentes registrados (TEIXEIRA e FREITAS, 2003).
Entre trabalhadores rurais, a avaliação e a percepção dos riscos
diferem da avaliação técnica, sendo comum a negação dos riscos de acidentes
do trabalho, a falta de relação entre causa e efeito (PERES et al., 2005) e a
predominância de práticas curativas ao invés de medidas preventivas de saúde
e segurança do trabalho (SCOPINHO, 2000). Há elevado desconhecimento
dos riscos da exposição, bem como a não utilização de equipamentos de
proteção individual durante a aplicação pela maioria dos trabalhadores
(ARAÚJO et al., 2007).
O índice de absenteísmo em empresas do setor rural ultrapassa 11%,
com a maioria das faltas justificadas com atestado médico, enquanto no setor
administrativo este índice é de aproximadamente 1% (SCOPINHO, 2000). Por
isso, o uso de EPI requer ação técnica, educacional e psicológica para a sua
aplicação (MONQUERO, 2009).
A exposição do trabalhador aos agrotóxicos, a ambientes ruidosos
(maquinário), animais peçonhentos e condições climáticas (chuva e sol), além
da adoção de posturas antiergonômicas, são consideradas pelos médicos os
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principais causadores de subnotificações no segmento. O Paraná teve a quinta
colocação em número de acidentes registrados e também no número de
mortos em acidentes do trabalho na safra 2008/2009 (ANUÁRIO BRASILEIRO
DE PROTEÇÃO, 2011).
Nas atividades realizadas pelo trabalhador rural, há grande incidência
de acidentes causados por ferramentas manuais (49,9%), máquinas e
implementos agrícolas ou provocados por animais (14,7%) (TEIXEIRA e
FREITAS, 2003; SILVA et al., 2005).
Entre as doenças do trabalho, 94,5% envolvem torção. Quanto aos
afastamentos devido aos acidentes do trabalho sofridos pelos trabalhadores da
área rural, 6,5% não afastaram o trabalhador de suas atividades profissionais,
61,2% o afastaram até 15 dias, 32,3% resultaram em período de afastamento
superior a 15 dias. Cerca de 52% das lesões ocorrem nos braços, 42, 3% nas
mãos e 39,6% no tronco (TEIXEIRA e FREITAS, 2003).
Para os acidentes-tipo, as partes do corpo mais atingidas foram os
membros superiores 39,0% e os inferiores 38,8%, ambos encontram-se muito
sujeitos aos traumatismos causados pelas ferramentas de trabalho. Nos
membros superiores, as partes mais atingidas são os dedos 46,3% e as mãos,
enquanto nos inferiores tanto as pernas como os pés têm pesos muito
parecidos, 50% e 49,7%, respectivamente (TEIXEIRA e FREITAS, 2003).
A proporção de acidentes de trabalho entre os gêneros é coerente à
composição da população de trabalhadores rurais, aproximadamente 90%
homens. A faixa etária mais suscetível aos acidentes de trabalho é de 20 aos
24 anos (TEIXEIRA e FREITAS, 2003).
Em trabalhos com máquinas agrícolas, os principais riscos são a
exposição ao sol, chuva, frio, poeira, gases de combustão, ruído, deriva de
defensivos agrícolas, vibrações, calor gerado pelo motor (TOSIN et al., 2009).
Em máquinas agrícolas, o ruído pode ser originado em diferentes
fontes.
Os tratores tendem a produzir altos níveis de pressão sonora, com
maior intensidade quando operando em maiores rotações. Em experimentos
com micro-tratores, na rotação do motor a 1200 rpm, a máxima pressão sonora
obtida foi de 71,82 dB, enquanto, na rotação de 2400 rpm, os níveis de pressão
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sonora obtidos à altura do ouvido do operador foram de 87,47 e 85,65 dB, com
e sem o acionamento de uma roçadora, respectivamente. Também foram
efetuadas medidas a um raio de afastamento de 5 metros a partir do
equipamento e todos os valores obtidos foram inferiores a 85 dB (RUAS et al.,
2011).
O escape, que causa ruído de grande intensidade, é responsável por
45% a 60% do ruído total. As demais fontes são aspiração de ar do motor (15-
20%), ventilador (12-20%) e vibração (15-20%). Gonçalves e colaboradores
(2011) realizaram medições em vinte e seis tratores de nove marcas diferentes.
No estudo, a verificação de ruído foi realizada nas revendas, em pista plana,
sem declividade longitudinal e em todos os casos o nível do ruído foi superior a
85 dB, dose máxima permitida para uma jornada de trabalho de 8 horas,
conforme a NR15 (BRASIL, 2011).
Tosan e colaboradores (2009) também realizaram medições em
tratores, com e sem cabine, e obteve os resultados 87,17 e 102,17 dB(A),
respectivamente, também acima do limite das especificações da NR 15.
Durante as operações agrícolas, devido aos implementos e maior esforço do
motor, a intensidade do ruído é maior (GONÇALVES et al., 2011).
Outras máquinas amplamente utilizadas no trabalho agrícola são as
máquinas manuais como roçadoras, motosserras e pulverizadores. A
concepção destas máquinas, incluindo o modo de funcionamento, temperatura
de trabalho, tempo de utilização ininterrupta, conformação, acessórios e
dispositivos de segurança devem evitar os riscos de acidente do trabalho
(ALONÇO et al., 2006).
No trabalho de roçada, os EPIs necessários, segundo a NR 31
(BRASIL, 2005), são protetor auditivo, óculos, perneiras que protejam de
agentes cortantes e luvas protetoras contra vibrações e agentes cortantes.
Para a aplicação de agrotóxicos com equipamento costal, é
considerado como EPI padrão o uso de boné, máscara, viseira facial, macacão,
avental, luvas e botas. A não utilização ou subutilização tornam ineficiente o
EPI. Entrevistas realizadas com trabalhadores rurais revelam que 63% utilizam
EPI padrão durante o preparo da calda e aplicação do produto, 14,8% dos
trabalhadores utilizam apenas máscara e luvas e nenhum EPI foi utilizado por
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22,2%. Segundo os entrevistados, as roupas para a aplicação de agrotóxicos
são quentes, incômodas, limitam a mobilidade e dificultam a respiração e por
isso não foram utilizadas. O estudo revelou ainda que 18,5% entram na lavoura
logo após a pulverização e 51,8% aguardam um dia, o restante espera o tempo
determinado pela bula do produto (MONQUERO, 2009).
A exposição sem a devida proteção a agrotóxicos são a causa de
notificações de intoxicação por produtos do grupo dos fosfatos, sais de
potássio e nitratos. As intoxicações por fosfatos se caracterizam por
hipocalcemia, as causadas por sais de potássio provocam ulceração da
mucosa gástrica, hemorragia e perfuração intestinal. Os nitratos, por mudanças
metabólicas, geram substâncias carcinogênicas (SILVA et al., 2005).
Os agrotóxicos começaram a ser utilizados a partir da década de 60,
mas foi em 1975, com o Plano Nacional de Desenvolvimento (PND), que se
popularizaram. Neste momento, produtos importados passaram a ser
comercializados no país e a compra estava vinculada à obtenção de crédito
rural (SILVA et al., 2005).
Atualmente, a venda e utilização destes produtos são normatizados
pelo decreto 4.074, de 4 de janeiro de 2002, que regulamenta a lei número
7.802, de 11 de julho de 1989, e dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a
produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a
comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a
exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a
classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus
componentes e afins, e dá outras providências (BRASIL, 2002).
Entre os trabalhadores rurais, há a crença de que a toxicidade oral é a
mais relevante (MONQUERO, 2009). A ingestão é um fato raro, tornando a
inalação e o contato com a pele os meios mais comuns de intoxicação. A pele
é o órgão mais exposto durante a elaboração da calda e a via de contaminação
mais comum durante as pulverizações (DOMINGUES et al., 2004;
MONQUERO, 2009). A inalação é mais comum durante o manuseio, limpeza
do equipamento utilizado para pulverização e durante o descarte de
embalagens vazias (SPIEWAK, 2001; DOMINGUES et al., 2004).
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Dermatoses e dermatites de contato são patologias freqüentes em
pessoas que manipulam agrotóxicos. Urticária, hipopigmentação da pele e
alterações em unhas e cabelos também são relatadas (SPIEWAK, 2001).
Segundo dados levantados por Araújo e colaboradores (2007), 81% dos
indivíduos se banham após aplicação dos agrotóxicos, mas apenas ao término
do dia de trabalho, aumentando o tempo de contato da substância com a pele,
o que aumenta o risco de contaminação, a lavagem das mãos após aplicação é
feita por apenas 11% dos entrevistados.
As intoxicações por agrotóxicos podem ser classificadas como aguda,
subaguda e crônica. A intoxicação aguda é aquela em que os sintomas surgem
algumas horas após a exposição a grandes doses, ainda que por curto período,
a produtos extremamente ou altamente tóxicos. Os sintomas são nítidos e
podem ocorrer de forma leve, moderada ou grave, dependendo da quantidade
de agrotóxico absorvido, sendo náuseas, vômito, cefaléia, tontura,
desorientação, hiperexcitabilidade, parestesias, irritação de pele e mucosas,
fasciculação muscular, dificuldade respiratória, hemorragia, convulsões, coma
e morte (SILVA et al., 2005; DOMINGUES et al., 2004).
A intoxicação subaguda ocorre por exposição moderada ou leve a
produtos altamente ou medianamente tóxicos. Alguns sintomas são dor de
cabeça, fraqueza, mal-estar, dor de estômago e sonolência, e não surgem
imediatamente (DOMINGUES et al., 2004).
A intoxicação crônica ocorre por exposição pequena ou moderada a
um ou múltiplos produtos, por longos períodos, com surgimento tardio dos
sintomas, dificultando a associação entre causa e efeito. Alterações
imunológicas, genéticas, má formação congênita e câncer podem ser causados
por este tipo de exposição, além de efeitos deletérios sobre o sistema nervoso,
hematopoético, respiratório, cardiovascular, geniturinário, gastrointestinal,
hepático, hepático e endócrino, neoplasias, reações alérgicas e alterações
comportamentais (SILVA et al., 2005; DOMINGUES et al., 2004).
O efeito toxicológico de um composto depende do padrão de exposição
(dose, freqüência e duração) e de absorção, bem como do metabolismo do
indivíduo exposto (DOMINGUES et al., 2004).
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A temperatura atmosférica promove o aumento da volatilidade e a
pressão de vapor de diversas substâncias, o que aumenta a probabilidade de
inalação. Nesta situação, a absorção cutânea também é favorecida pelo
aumento da velocidade circulatória (SILVA et al., 2005).
A exposição combinada às substâncias químicas pode causar três
tipos de efeitos sobre a saúde: independentes, sinérgicos aditivos ou
potencializados e antagônicos. Os efeitos toxicológicos da exposição laboral
podem ainda ser influenciados por tabagismo, alcoolismo e estado nutricional
(SILVA et al., 2005).
A calda de agrotóxico deve ser preparada em dose e quantidade
adequadas, porém é comum que as sobras são aplicadas em terrenos vizinhos
à área tratada ou armazenada no próprio pulverizador. O equipamento utilizado
para pulverização deve ser lavado após cada aplicação, mas isto não é rotina
para pequenos produtores (53% costumam adotar este procedimento)
(MONQUERO, 2009).
A tríplice lavagem das embalagens vazias de agrotóxicos é respeitada,
mas 18,6% das embalagens não são devolvidas nos postos de recebimento
(MONQUERO, 2009).
A lavagem de máquinas e equipamentos deve ser realizada em local
adequado, com dispositivo de coleta, de modo que os resíduos da lavagem
sejam canalizados para os tanques de reaproveitamento ou para o tanque de
evaporação (THEISEN et al., 2009).
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3 OBJETIVOS 3.1 GERAL
Identificar as condições de segurança de trabalho durante as atividades
desenvolvidas na Fazenda Escola “Capão da Onça” da Universidade Estadual
de Ponta Grossa.
3.2 ESPECÍFICOS
Identificar as condições de segurança no trabalho com máquinas e
equipamentos agrícolas;
Verificar as aplicações e uso dos EPIs;
Identificar as condições de segurança de instalações onde são realizadas as
atividades;
Estabelecer os preceitos que são atendidos e não atendidos na NR 31.
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4 MATERIAL E MÉTODOS
A metodologia de pesquisa adotada foi o estudo de caso das condições
segurança de trabalho nas atividades desenvolvidas na Fazenda Escola
“Capão da Onça” da Universidade Estadual de Ponta Grossa, localizada no
Município de Ponta Grossa - Paraná.
As informações foram levantadas por meio de entrevistas informais com
gestores e funcionários, observações e registro de imagens nos locais de
trabalho (OLIVEIRA et al., 2006).
Após a coleta de dados e registros fotográficos, as situações foram
classificadas em “conformes” e “não conformes”, com base nos preceitos da
Norma Regulamentadora (ALONÇO et al., 2006) sobre segurança e saúde no
trabalho na agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aqüicultura -
NR 31 (BRASIL, 2005).
A Fazenda Escola “Capão da Onça” é uma unidade experimental onde
são desenvolvidas atividades de ensino, pesquisa, extensão e produção,
envolvendo alunos e professores do ensino médio e ensino superior
(graduação e pós-graduação) de diversos cursos ofertados pela UEPG, como
Técnico em Agropecuária, Agronomia e Zootecnia, entre outros.
A propriedade possui área de 312,11 hectares dos quais 62,42
hectares são de reserva legal, 33,57 hectares de preservação permanente e
216,12 hectares destinados para as atividades agropecuárias (FAZENDA
ESCOLA..., 2009), enquadrando a aplicação da NR 31.
Atualmente estão lotados na Fazenda Escola 28 funcionários, sendo
que destes, 17 são caracterizados como trabalhadores rurais: 5 na pecuária e
12 na agricultura. Atualmente, nenhum deles participa da Comissão Interna de
Prevenção de Acidentes (CIPA) da UEPG e segundo os depoimentos colhidos,
os membros da comissão não visitam a Fazenda Escola.
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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 LEVANTAMENTOS DAS CONDIÇÕES DE SEGURANÇA
Na propriedade não há mapas de risco, bem como material para
prestação de primeiros socorros e pessoa treinada para este fim.
Nas dependências da Fazenda Escola, 7 banheiros e 3 chuveiros estão
distribuídos para atender aos funcionários, suprindo o estabelecido pela NR 31,
sendo 2 na área administrativa, 1 no almoxarifado, 1 no alojamento, onde os
trabalhadores podem tomar banho após a pulverização de defensivos, 1 no
barracão, onde também há um chuveiro e um tanque para a lavagem dos
macacões utilizados durante a pulverização, e 1 no refeitório.
Os EPIs são fornecidos pela Seção de Engenharia e Medicina do
Trabalho - SESMT da Pró-Reitoria de Recursos Humanos da universidade. Há
alguma dificuldade na reposição de alguns equipamentos, principalmente
daqueles com pequena vida útil devido à baixa qualidade. Quando da
reposição de botas, nem sempre há numeração adequada. Não há
fornecimento de uniformes, sendo que as vestimentas utilizadas na realização
de atividades são de responsabilidade do trabalhador, que arca com custos de
aquisição de jalecos e macacões.
Todos os trabalhadores entrevistados alegam não ter recebido
treinamento ou instrução em matéria de segurança do trabalho e que não há
divulgação ou incentivo para participação das palestras de aperfeiçoamento
realizadas em outros setores da universidade, como no Colégio Agrícola
Augusto Ribas, dependendo do empenho pessoal para obter informação sobre
os eventos. Porém, segundo registros arquivados na Seção de Treinamento e
Desenvolvimento da PRORH, alguns servidores estiveram presentes nos
últimos treinamentos realizados na universidade e também na SIPAT do
corrente ano.
São 8 trabalhadores em exposição direta a agrotóxicos e entre este
grupo de trabalhadores não há mulheres (excluindo a possibilidade de
gestantes) e menores de 18, mas há um funcionário com mais de 60 anos de
15
idade e que realiza aplicações de agrotóxicos, o que contraria a NR 31, item
31.8.3. Não há registros de casos recentes de intoxicação.
Não há qualquer tipo de indicação de áreas onde houve recente
aplicação de defensivos, nem alertas quanto ao intervalo de reentrada após a
pulverização, sendo que há vezes em que alunos acessam as áreas logo após
as aplicações.
As vestimentas e demais EPIs necessários ao trabalhador diretamente
exposto são fornecidos e repostos sempre que requisitados, porém a
higienização é de responsabilidade do próprio funcionário, sendo realizada nas
dependências da Fazenda Escola ou na própria residência. Os funcionários
não receberam orientações a respeito de higiene pessoal após a aplicação e
alegam não ter certeza se o modo como retiram as vestimentas utilizadas
durante as aplicações é correto, mas há um alojamento e chuveiros disponíveis
para o banho e armários para a guarda das roupas pessoais.
Após a aplicação de defensivos, os equipamentos utilizados são
lavados e a água de lavagem é descartada no ambiente, sem nenhuma
destinação especial, como mostra a figura 1.
Figura 1 - Destinação da água de lavagem de equipamentos de pulverização
Quando utilizado o equipamento costal, a limpeza é feita pelo próprio
aplicador, ainda utilizando as vestimentas e demais EPIs. Vale ressaltar o
descaso do perigo de manipulação destes produtos pelo relato de um
trabalhador, segundo o qual produtos aplicados na horta são “fracos” e “saem”
depois de dois dias.
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Os agrotóxicos utilizados são registrados e autorizados pelos órgãos
competentes, sendo que o depósito para o armazenamento dos produtos está
localizado a cerca de 50 metros do refeitório e adjacente a oficina mecânica.
O local é construído em alvenaria, coberto, sinalizado e de acesso
restrito (Fig. 2a). A ventilação da instalação é feita por duas janelas, sem telas
ou grades, o que permite o acesso de pequenos animais (Fig. 2b). O espaço
disponível é insuficiente para a estocagem dos agrotóxicos e ainda há outros
materiais armazenados conjuntamente, como EPIs e ferramentas manuais. A
maioria dos produtos está disposta nestas prateleiras, mas algumas caixas são
deixadas no chão, devido a falta de espaço (Fig. 2c). O espaço para circulação
entre as prateleiras é pequeno, cerca de 0,60 m e várias prateleiras estão
encostadas nas paredes (Fig. 2d). Os produtos parcialmente utilizados são
mantidos na embalagem original e há algumas ferramentas manuais guardadas
no local sem bainhas.
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(a) Sinalização (b) Ventilação
(c) Caixas dispostas no chão (d) Prateleiras juntas à parede
Figura 2 - Depósito de Defensivos Agrícolas
Junto ao depósito de agrotóxicos há uma torneira para o fornecimento
de água para diluição dos produtos e lavagem dos tanques e equipamentos
utilizados na pulverização. Como é possível ver na figura 3, há um alerta
fixado, informando que esta água é imprópria para consumo.
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Figura 3 - Alerta em fonte de água
As embalagens vazias de agrotóxicos não são reutilizadas, porém a
destinação não esta apropriada, sendo encontradas algumas delas em local
próximo ao depósito de agrotóxicos, conforme constatado em cinco visitas
realizadas e registrado nas figuras 4a e 4b.
(a) Embalagens descartadas – primeira
visita
(b) Embalagens descartadas – segunda
visita
Figura 4 – Local provisório de destino de embalagens vazias
Outras embalagens são agrupadas e armazenadas a céu aberto, em
local cercado, mas sem portões que restrinjam a área e com sinais de
incineração no local (Fig. 5 e 6). Estas embalagens ficam dispostas neste local
até serem devolvidas nos revendedores de agrotóxicos, conforme estabelecido
na nota fiscal, ou ainda esporadicamente entregues na Associação dos
Revendedores de Insumos Agropecuários dos Campos Gerais -
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ASSOCAMPOS, responsável pela classificação e preparo das embalagens até
o destino final (reciclagem controlada ou incineração).
(a) Vista geral de depósito de embalagens (b) Depósito de embalagens – detalhe.
Figura 5 - Armazenamento de embalagens vazias
Figura 6 - Incineração em local de armazenamento de embalagens
A Fazenda Escola dispõe de um tanque de evaporação, construído
para receber a água de lavagem dos equipamentos que aplicam os
agrotóxicos, porém não esta sendo utilizado para este fim e também não
possui alerta ou sinalização sobre a toxicidade dos produtos que armazena. Há
telas delimitando a área da construção, mas não há portões para regular o
acesso. O tanque de evaporação é fechado e os respiros são telados para
evitar a entrada de animais e há vazamentos, como podem ser observados na
figura 7.
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Figura 7 - Tanque de evaporação
Nas dependências da Fazenda Escola há uma fábrica de ração, onde
grãos são moídos e os sacos de ração animal são armazenados. Na área de
estocagem, os sacos são colocados sobre paletes de madeira, evitando o
contato direto com o chão, e também estão afastados das paredes, seguindo
as orientações de armazenamento para vários tipos de produtos.
As sacarias (50 quilos) são colocadas em pilhas com altura aproximada
de 1,50 m (Fig. 8a) e deslocados manualmente, sendo necessário conceitos de
ergonomia e evitar que os trabalhadores não carreguem peso em excesso.
O trabalhador que opera os equipamentos da fábrica recebeu EPIs,
entre eles bota, luva, avental, máscara e protetor auricular, mas usava apenas
a bota durante a entrevista. Segundo o trabalhador, ele utiliza avental, máscara
e protetor auricular apenas quando está moendo grãos, quando grande
quantidade de pós e ruídos são produzidos. Esta atividade é habitual e
esporádica, uma ou duas vezes durante a semana.
A ração produzida é ensacada em equipamento localizado em desnível
de cerca de um metro em relação ao chão da fábrica, sem nenhuma
sinalização ou proteção contra quedas (Fig. 8b). Para chegar à ensacadeira, o
trabalhador utiliza uma escada, com dois degraus, primeiro com 0,20 m de
largura e o segundo com 0,14 m e espaços entre eles de 0,25 m, seguida de
outro degrau de 0,25 m de altura (Fig. 8c).
O saco de ração, após o enchimento, deve ser então elevado pelo
trabalhador manualmente. Durante a realização desta atividade, os exaustores
são ligados, mas devido o seu posicionamento, o pó gerado passam
21
obrigatoriamente pelo trabalhador no seu posto de trabalho. As correias destes
equipamentos são devidamente protegidas (Fig. 8d).
(a) Estocagem (b) Área para envase
(c) Escada de acesso (d) Proteção de correias
Figura 8 - Fábrica de Ração
No local destinado ao depósito de grãos, existem máquinas para
classificação e envase de produtos, nas quais foram adicionadas proteções nas
correias, confeccionadas com chapas metálicas. Contudo, pela necessidade de
fluxo de ar para a operação da selecionadora de grãos, foi aberto um orifício na
chapa de proteção, expondo parte da correia (Fig. 9). Aconselha-se a
substituição desta proteção por uma tela metálica, de modo a não comprometer
o funcionamento do equipamento.
22
Figura 9 - Equipamento para a classificação de grãos
Outra instalação é o depósito de sementes, anexo ao depósito de
grãos. O acesso a este local (Fig. 10) (onde ocorre o tratamento de sementes
com agrotóxicos), é feito exclusivamente pelo depósito de grãos (produtos
destinados ao consumo) e com grande possibilidade de contaminação,
havendo necessidade de isolar os ambientes. Há uma porta para acesso
externo, mas apresenta-se comprometida, sendo necessários reparos para que
volte permitir sua abertura.
Figura 10 - Comunicação entre depósito de grãos e sementes
Adjacente ao depósito de grãos há um espaço coberto, sem piso e
aberto, sem nenhuma barreira para restrição de acesso (Fig. 11). Este local é
utilizado para diversas necessidades de serviços, inclusive para guardar
adubos agrícolas, o que não é adequado.
23
Figura 11 - Espaço multiuso
A maioria das vias de acesso aos locais de trabalho são demarcadas
pelo uso constante (Fig. 12a e 12b). Nas proximidades do prédio administrativo
há meio fio e disposição de pedras na via. Não há sinalização indicando limite
de velocidade para os veículos que circulam pela fazenda e não nenhum tipo
de sinalização noturna. O acesso às dependências é monitorado por um vigia
que fica em uma guarita na entrada, que registra a movimentação, mas apenas
pede a identificação de quem entra, sem nenhum tipo de orientação quanto ao
tráfego interno.
(a) Via de acesso - estábulos (b) Via de acesso – administração
Figura 12 - Vias de acesso a instalações da Fazenda Escola
As edificações não possuem nenhum tipo de proteção contra
descargas elétricas atmosféricas, exceto o novo prédio construído para a
leiteria.
As novas instalações para leiteria consistem em sala de ordenha, sala
para pasteurização, sala para elaboração de produtos, escritório, sanitários,
24
central de gás e sala da caldeira. O local destinado à instalação da caldeira
respeita as dimensões mínimas e distâncias exigidas, de acordo com a NR 13
(BRASIL, 2008), específica para caldeiras e vasos de pressão. Na sala de
ordenha há um declive em relação ao nível do pavimento, projetado para
permitir a operação dos equipamentos de ordenha. O acesso a este local pode
ser feito por escadas fixas ou por uma escada móvel. A edificação é cercada
por calçadas com canaletas para coleta de resíduos líquidos sem nenhum tipo
de proteção, como grades que promovam o nivelamento com a calçada.
Nestas instalações há extintor de incêndio.
Nem todas as máquinas acionadas pela tomada de potência do trator
tem o eixo cardan protegido com capa específica (Fig. 13b), como observado
em diferentes visitas realizadas e registradas nas fotos da Figura 13.
Alguns dos tratores são modelos antigos e não possuem a cabine
fechada, mas possuem proteção contra tombamento. Estas máquinas não
possuem cinto de segurança (Fig. 13e).
Alguns dos equipamentos acessórios possuem correias expostas.
25
(a) Transmissão sem proteção no eixo
cardan
(b) Transmissão com o eixo cardan
protegido
(c) Transmissão sem proteção no eixo
cardan
(d) Eixo cardan desprotegido - detalhe
(e) Ausência de cinto de segurança (f) Eixo da máquina utilizada para
pulverização
(g) Eixo e correias desprotegidos (h) Eixo e correias desprotegidos
Figura 13 - Fotos de máquinas e equipamentos com e sem situação de risco
26
Apesar de haver tratores com cabines fechadas, o utilizado para
pulverização possui a cabine aberta.
Os trabalhadores realizam os exames médicos ocupacionais
periodicamente e nesta ocasião o médico do trabalho verifica se foram
vacinados e estão com a imunização atualizada.
Apesar do fornecimento de EPIs, não são disponibilizadas luvas para
os funcionários que realizam a higienização de coxos, nem máscaras para
funcionários que trabalham com animais e possuem alergias respiratórias.
Um dos estábulos foi construído recentemente e possui estrutura em
concreto, o outro é mais antigo. Em nenhuma destas estruturas existe proteção
contra descargas elétricas ambientais ou extintores de incêndio. Ainda que
estas instalações estejam localizadas distante das demais, a distribuição de
extintores foi aprovada pelo Corpo de Bombeiros, órgão responsável pela
avaliação dos projetos de prevenção de incêndio. No aprisco existe uma
plataforma sem grade de proteção e com a estrutura desgastada, sendo
evidente a possibilidade de queda.
Os estercos de animais são utilizados como adubação nas áreas de
pastagem. Não há sistema para coleta de chorume e os resíduos líquidos são
destinados para fossas.
O barracão onde atualmente o processo de silagem é realizado
também não possui sistema para coleta de chorume (Fig. 14c). Este barracão
encontra-se parcialmente destelhado devido a ocorrências climáticas (Fig. 14a
e 14b), mesmo havendo realização de trabalho diário no local, inclusive em
dias de chuva.
27
(a) Vista geral do silo
(b) Detalhe: cobertura (c) Detalhe: escoamento de chorume
Figura 14 - Local para utilizado o processo de silagem
A água disponibilizada nas instalações é proveniente de poço artesiano
e fica armazenada em caixa de água até o consumo. Limpezas não são
realizadas na caixa de água. Os funcionários não sabem informar se há algum
sistema de tratamento ou cloração da água e se são realizadas análises de
controle de qualidade da água.
O abastecimento de combustível é realizado nas instalações, em
bomba localizada em estrutura anexa ao depósito de defensivos. Não existe
nenhuma proteção ou demarcação para isolamento desta área. Também é
possível verificar vazamentos na bomba.
28
5.2 PRECEITOS DA NR 31
Após as observações levantadas, foi elaborada um lista com os
preceitos estabelecidos na NR 31, onde as situações passíveis de atribuição de
infração foram classificadas em “conformes” e “não conformes”, conforme
apresentado na Tabela 1.
Tabela 1 – Avaliação de conformidade da Fazenda Escola “Capão da Onça”
com a NR 31* (Brasil, 2005).
Item Descrição Situação
31.3.3 Responsabilidades do empregador
a garantir adequadas condições de trabalho Não conforme
b realizar avaliações de riscos Conforme
c promover melhorias Conforme
d cumprir e fazer cumprir as disposições legais Não conforme
e analisar os AT juntamente com a CIPA Conforme
f divulgar informações de SST Não conforme
g adotar procedimentos quando ocorrer um AT Conforme
h fornecer instruções para o trabalho seguro Não conforme
i garantir a participação da CIPA Não conforme
j (1) informar os trabalhadores os riscos do trabalho Não conforme
j (2) informar resultados de exames médicos Conforme
j (3) Informar os resultados da avaliações ambientais Não conforme
k permitir que representante dos trabalhadores
acompanhem fiscalizações Conforme
l Adotar medidas de avaliação de riscos Não conforme
31.5 Gestão de Segurança, Saúde e Meio Ambiente
29
Tabela 1 – Avaliação de conformidade da Fazenda Escola “Capão da Onça”
com a NR 31* (Brasil, 2005).
(continuação)
Item Descrição Situação
31.5.1 Ações de segurança visando prevenção Conforme
31.5.1.1a Melhoria das condições e ambiente de trabalho Não conforme
31.5.1.1b Promoção da saúde Não conforme
31.5.1.1c Campanhas educativas Não conforme
31.5.1.2a Riscos químicos, físicos, mecânicos e biológicos Conforme
31.5.1.2b Investigação e análise de acidente Conforme
31.5.1.2c Organização do trabalho Não conforme
31.5.1.3 Implantação de ações de preservação da saúde
ocupacional, custeadas pelo empregador Não conforme
31.5.1.3.1 Exames médicos
a Exame médico admissional Conforme
b Exame médico periódico Conforme
c Exame médico de retorno, após ausência
superior a 30 dias Conforme
d Exame médico de mudança de função Conforme
e Exame médico demissional Conforme
31.5.1.3.2 Avaliação clínica e exames complementares
conforme a função Conforme
31.5.1.3.3 Emissão do Atestado de Saúde Ocupacional –
ASO Conforme
31.5.1.3.4 ASO em duas vias, para arquivo e para o
trabalhador Conforme
31.5.1.3.5 Ações de saúde peculiares Não conforme
31.5.1.3.6 Material para primeiros socorros Não conforme
31.5.1.3.7 Pessoa treinada para prestação de primeiros
socorros se houver 10 trabalhadores ou mais Não conforme
31.5.1.3.8 Remoção do acidentado Conforme
31.5.1.3.9a Acesso a órgãos de saúde para prevenção e
profilaxia Conforme
30
Tabela 1 – Avaliação de conformidade da Fazenda Escola “Capão da Onça”
com a NR 31* (Brasil, 2005).
(continuação)
Item Descrição Situação
31.5.1.3.9b Aplicação de vacina antitetânica Conforme
31.5.1.3.10 Acidente com animais peçonhentos Não se aplica
31.5.3.11a Emissão de CAT para doenças ocupacionais Conforme
31.5.3.11b Afastamento da fonte de exposição ao risco Conforme
31.5.3.11c Conduta previdenciária Conforme
31.6.2 Atribuições do Serviço Especializado em
Segurança e Saúde do Trabalho Rural Não conforme
31.6.3 Recursos para a o cumprimento das atribuições
do SESTR Conforme
31.6.5.1 Dimensionamento do SESTR incluindo
contratos temporários Não se aplica
31.6.6.1
Contratação de técnico de segurança do
trabalho ou SESTR externo se o empregador
não tiver capacitação
Não se aplica
31.6.6.2 Capacitação para adequação aos itens
anteriores Não se aplica
31.6.7 Constituição de SESTR, se mais de 50
funcionários Não se aplica
31.6.8.5 SESTR externo Não se aplica
31.6.11 Dimensionamento do SESTR Não se aplica
31.6.12 Jornada de trabalho do SESTR Não se aplica
31.6.13 Dimensionamento do SESTR externo ou
coletivo Não se aplica
31.7.2 CIPATR por estabelecimento, se mais de 20
empregados Conforme
31.7.2.1 Adequação da CIPATR em período de safra Não se aplica
31.7.3 Composição da CIPATR Não se aplica
31.7.4 a
31.7.20.3 Disposições diversas sobre a CIPATR Não se aplica
31
Tabela 1 – Avaliação de conformidade da Fazenda Escola “Capão da Onça”
com a NR 31* (Brasil, 2005).
(continuação)
Item Descrição Situação
31.8 Agrotóxicos, adjuvantes e produtos afins
31.8.2 Manipulação apenas de produtos registrados e
autorizados Conforme
31.8.3 Manipulação vetada para menores de 18 anos,
maiores de 60 e gestantes Não conforme
31.8.3.1 Afastamento de gestantes em exposição direta
ou indireta Não se aplica
31.8.4 Manipulação de acordo com receituário e
indicações Não conforme
31.8.5 Trabalho em áreas recém tratadas, intervalo de
reentrada Não conforme
31.8.6 Entrada em área durante pulverização aérea Não se aplica
31.8.7 Instruções para expostos direta e indiretamente Não conforme
31.8.8 Capacitação para os diretamente expostos Não conforme
31.8.8.1 Sobre o conteúdo da capacitação para os
diretamente expostos Não conforme
31.8.8.2 Sobre o desenvolvimento da capacitação para
os diretamente expostos Não conforme
31.8.8.4 Complementação da capacitação Não conforme
31.8.9a Fornecimento de EPI adequado Conforme
31.8.9b Higienização, descontaminação e substituição
de EPi Não conforme
31.8.9c Orientação sobre os dispositivos de proteção Não conforme
31.8.9d Local para guarda de roupas de uso pessoal Conforme
31.8.9e Fornecer água, sabão e toalhas Não conforme
31.8.9f Vestimentas contaminadas fora do ambiente de
trabalho Não conforme
31.8.9g Reutilização de vestimentas sem
descontaminação Não conforme
32
Tabela 1 – Avaliação de conformidade da Fazenda Escola “Capão da Onça”
com a NR 31* (Brasil, 2005).
(continuação)
Item Descrição Situação
31.8.9h Uso de roupas pessoais durante a aplicação de
agrotóxicos Não conforme
31.8.10 Informações sobre agrotóxicos a todos os
trabalhadores Não conforme
31.8.10.1 Sinalização de áreas tratadas Não conforme
31.8.11 Atendimento a trabalhador com sintomas de
intoxicação Não se aplica
31.8.12a Estado de conservação de equipamentos Conforme
31.8.12b Inspeção de equipamentos antes do uso Conforme
31.8.12c Utilizado para a finalidade indicada Conforme
31.8.12d Operados conforme especificações Conforme
31.9.13 Conservação, manutenção, limpeza e utilização
por pessoas treinadas e protegidas Não conforme
31.8.13.1 Limpeza sem contaminar fontes de água Não conforme
31.8.14 Produtos mantidos em embalagens originais Conforme
31.8.15 Vetada a reutilização de embalagens Conforme
31.8.16 Armazenagem a céu aberto Não conforme
31.8.17 Edificações para armazenamento de agrotóxicos, adjuvantes e
produtos afins
a Paredes e cobertura Conforme
b Acesso restrito Conforme
c Ventilação e que não permita acesso de animais Não conforme
d Sinalização Conforme
e Distante 30 metros de habitações, refeitórios,
fontes de água Conforme
f Limpeza e descontaminação Não conforme
31.8.18 Armazenamento Não conforme
31.8.18a Embalagens sobre estrados e afastadas das
paredes e teto Não conforme
33
Tabela 1 – Avaliação de conformidade da Fazenda Escola “Capão da Onça”
com a NR 31* (Brasil, 2005).
(continuação)
Item Descrição Situação
31.8.18b Produtos inflamáveis protegidos de fontes de
combustão Conforme
31.8.19 Recipientes para transporte Conforme
31.8.19.1 Transporte simultâneo com outros itens Conforme
31.8.19.2 Descontaminação de veículos utilizados no
transporte Não se aplica
31.8.19.3 Lavagem de veículos em coleções de águas Não se aplica
31.8.19.4 Transporte de pessoas e agrotóxicos Não se aplica
31.9.1 Eliminação de resíduos sem contaminação
ambiental Não conforme
31.9.2 Emissão de resíduos conforme legislação Não conforme
31.9.3 Resíduos perigosos Não conforme
31.9.4 Compostagem Conforme
31.10.1 Adoção de princípios ergonômicos Não conforme
31.10.2 Levantamento de carga manual Conforme
31.10.3 Treinamento para transporte manual de cargas Não conforme
31.10.4 Transporte com auxílio de aparelho mecânico Conforme
31.10.5 Condições de boa postura Conforme
31.10.6 Operações que utilizem os pés ou pedais Conforme
31.10.7 Pausas em atividades realizadas em pé Conforme
31.10.8 Organização do trabalho Conforme
31.10.9 Pausas em atividades que exijam carga
muscular estática ou dinâmica Conforme
31.11.1 Disponibilizar ferramentas adequadas Conforme
31.11.2 Sobre as ferramentas manuais
31.11.2a Devem ser seguras e suficientes Conforme
31.11.2b Devem ser utilizadas para o que se destinam Conforme
31.11.2c Mantidas em perfeito estado de uso Conforme
34
Tabela 1 – Avaliação de conformidade da Fazenda Escola “Capão da Onça”
com a NR 31* (Brasil, 2005).
(continuação)
Item Descrição Situação
31.11.3 Os cabos das ferramentas Conforme
31.11.4a Ferramentas de corte devem ser transportadas
em bainha Não conforme
31.11.4b Ferramentas de corte devem estar afiadas Conforme
31.12 Máquinas, equipamentos e implementos
31.12.1a Devem ser utilizados para os fins que se
destinam Conforme
31.12.1b Operação por trabalhadores treinados e
qualificados Conforme
31.12.1c Utilização conforme especificações Conforme
31.12.2 Manuais Conforme
31.12.3 Transmissões protegidas Não conforme
31.12.4 Proteção em máquinas com risco de projeção Conforme
31.12.5 Protetores removíveis Não conforme
31.12.6 Estrutura de proteção contra tombamento e
cinto de segurança Não conforme
31.12.7 Vetada execução de serviços em máquinas em
movimento Conforme
31.12.8 Motores de combustão interna em locais
fechados Não se aplica
31.12.9 Plataformas estacionárias Não se aplica
31.12.10 Transporte de pessoas Não conforme
31.12.11 Proteção em partes móveis Não conforme
31.12.12 Alimentação ao nível do solo Não se aplica
31.12.13 Reparo ou substituição de equipamentos Não conforme
31.12.14 Roçadoras com proteção Não conforme
31.12.15 Capacitação de operadores de máquinas Não conforme
31.12.16 Faróis, luzes, sinais sonoros de ré Não conforme
35
Tabela 1 – Avaliação de conformidade da Fazenda Escola “Capão da Onça”
com a NR 31* (Brasil, 2005).
(continuação)
Item Descrição Situação
31.12.17a Acionamentos pelo operador Conforme
31.12.17b Acionamento fora da zona perigosa Conforme
31.12.17c Desligamento por terceiros em caso de
emergência Não conforme
31.12.17d Acionamento involuntário Conforme
31.12.17e Riscos adicionais Conforme
31.12.17.1 Posição neutra em paradas temporárias Conforme
31.12.18 Correias transportadoras Não se aplica
31.12.19 Locais de movimentação de máquinas, equipamentos e veículos
a Regras de preferência Não conforme
b Distância mínima Não conforme
c Velocidades máximas Não conforme
31.12.20 Motosserras Não se aplica
31.13 Secadores Não se aplica
31.14 Silos Não se aplica
31.15 Acessos e vias de circulação
31.15.1 Vias internas em condições adequadas Conforme
31.15.2 Medidas em circunstâncias de chuva Conforme
31.15.3 Sinalização diurna e noturna Não conforme
31.15.4 Barreiras laterais que impeçam queda Não conforme
31.16 Transporte de trabalhadores Não se aplica
31.17 Transporte de cargas
31.17.1 Método de carga e descarga Conforme
31.17.2 Escadas ou rampas utilizadas em
carregamentos Conforme
31.17.3
Trabalhadores sobre a carga em
descarregamento em caminhões graneleiros
abertos
Não se aplica
31.18 Trabalho com animais
36
Tabela 1 – Avaliação de conformidade da Fazenda Escola “Capão da Onça”
com a NR 31* (Brasil, 2005).
(continuação)
Item Descrição Situação
31.18.1a Imunização de trabalhadores Conforme
31.18.1b Manipulação e eliminação de secreções,
limpeza e desinfecção das instalações Não conforme
31.18.1c Fornecimentos de desinfetante para
higienização Conforme
31.18.2a Informações sobre aproximação, contato e
imobilização Conforme
31.18.2b Higienização pessoal e do ambiente Conforme
31.18.2c Doenças transmissíveis Conforme
31.18.3 Reutilização de águas para uso humano Conforme
31.18.4 Tração animal Não se aplica
31.19.1a Procedimentos em condições climáticas
desfavoráveis Conforme
31.19.1b Interrupção de atividades em condições
climáticas desfavoráveis Conforme
31.19.1c Atividades de maior esforço pela manhã ou a
tarde Conforme
31.19.2 Terrenos acidentados Não se aplica
31.20 Medidas de proteção pessoal
31.20.1 Fornecimento de EPI gratuitamente Conforme
31.20.1.1 EPI adequado e em perfeito estado Conforme
31.20.1.2 Exigência que os trabalhadores usem o EPI Não conforme
31.20.1.3 Orientação sobre o uso de EPI Não conforme
31.21 Edificações rurais
31.21.1 Estruturas das edificações Não conforme
31.21.2 Pisos internos Conforme
31.21.3 Proteção em aberturas nos pisos e paredes Não conforme
31.21.4 Antiderrapantes em escadas e rampas Conforme
31.21.5 Proteção contra quedas em escadas e rampas Não conforme
37
Tabela 1 – Avaliação de conformidade da Fazenda Escola “Capão da Onça”
com a NR 31* (Brasil, 2005).
(continuação)
Item Descrição Situação
31.21.6 Corrimão em escadas e rampas com paredes
laterias Conforme
31.21.7 Proteção contra intempéries Não conforme
31.21.8a Proteção contra umidade Conforme
31.21.8b Falta ou excesso de insolação Conforme
31.21.8c Ventilação e iluminação Não conforme
31.21.8d Limpeza e desinfecção Conforme
31.21.8e Saneamento e coleta de água Não conforme
31.21.9 Sistema de ventilação em galpões para
armazenamento de grãos e criação de animais Conforme
31.21.10 Segurança e saúde aos trabalhadores e
residentes Conforme
31.22.1 Perigos de choque em instalações elétricas Conforme
31.22.2 Isolamento de instalações elétricas Conforme
31.22.3 Aterramento de instalação ou peça condutora Conforme
31.22.4 Blindagem de instalações elétricas em contato
com água Não se aplica
31.22.5 Ferramentas em trabalhos em redes
energizadas Não se aplica
31.22.6 Proteção contra descargas atmosféricas Não conforme
31.22.7 Cercas elétricas Não se aplica
31.23.1a Disponibilidade de instalações sanitárias Conforme
31.23.1b Locais para refeição Conforme
31.23.1c Alojamento Não se aplica
31.23.1d Local para preparo de alimentos Conforme
31.23.1e Lavanderias Não se aplica
31.23.2a Áreas de vivência em condições de
conservação, asseio e higiene Conforme
31.23.2b Estrutura em alvenaria, madeira ou equivalente Conforme
38
Tabela 1 – Avaliação de conformidade da Fazenda Escola “Capão da Onça”
com a NR 31* (Brasil, 2005).
(continuação)
Item Descrição Situação
31.23.2c Piso Conforme
31.23.2d Cobertura Conforme
31.23.2e Iluminação e ventilação Conforme
31.23.2.1 Utilização das áreas de vivência apenas para os
fins que se destinam Conforme
31.23.3 Instalações sanitárias
31.23.3.1a Um lavatório a cada 20 trabalhadores Conforme
31.23.3.1b Um vaso sanitário a cada 20 trabalhadores Conforme
31.23.3.1c Um mictório a cada 10 trabalhadores Não conforme
31.23.3.1d Um chuveiro a cada 10 trabalhadores Conforme
31.23.3.2a Portas de acesso que impeçam o
devassamento Conforme
31.23.3.2b Separação por sexo Não conforme
31.23.3c Localização Conforme
31.23.3d Dispor de água limpa e papel higiênico Conforme
31.23.3e Ligadas a fossa, esgoto ou similar Conforme
31.23.3f Recipiente para coleta de lixo Conforme
31.23.3.3 Água para banho Conforme
31.23.3.4 Sanitários em frentes de trabalho Não se aplica
31.23.4 Locais para refeição
31.23.4.1a Higiene e conforto das instalações Conforme
31.23.4.1b Capacidade de atendimento Conforme
31.23.4.1c Água limpa para higienização Conforme
31.23.4.1d Mesas com tampos lisos e laváveis Conforme
31.23.4.1e Assentos suficientes Conforme
31.23.4.1f Água potável Conforme
31.23.4.1g Depósito de lixo com tampa Conforme
31.23.4.2 Local para guarda de refeições Conforme
31.23.4.3 Abrigos para refeições em frentes de trabalho Não se aplica
39
Tabela 1 – Avaliação de conformidade da Fazenda Escola “Capão da Onça”
com a NR 31* (Brasil, 2005).
(conclusão)
Item Descrição Situação
31.23.5 Alojamentos Não se aplica
31.23.6.1 Locais para preparo de alimentos
31.23.6.2 Locais para refeições e alojamentos sem
ligação direta Não se aplica
31.23.7 Lavanderias Não se aplica
31.23.8 Garantias aos trabalhadores de empresas
contratadas Conforme
31.23.9 Disponibilizar água potável Conforme
31.23.10 Proibida a utilização de copos coletivos Conforme
31.23.11 Moradias
31.23.11.1a Dimensionamento Conforme
31.23.11.1b Paredes em alvenaria ou madeira Conforme
31.23.11.1c Pisos Conforme
31.23.11.1d Condições sanitárias Conforme
31.23.11.1e Ventilação e iluminação Conforme
31.23.11.1f Cobertura Conforme
31.23.11.1g Poço ou caixa de água Conforme
31.23.11.1h Fossa sépticas ou esgoto Conforme
31.23.11.2 Distância mínima de 50 metros de construções
para outros fins Conforme
31.23.11.3 Vetada a moradia coletiva de famílias Conforme
*Apenas itens passíveis de atribuição de infração.
Dos 273 itens listados, verifica-se que 131 (47,98%) estão em
conformidade com preceitos estabelecidos na NR 31, 74 itens (27,11%) não
estão em conformidade e 68 itens (24,91%) não se aplicam, considerando
apenas os que são passiveis de atribuição de infração. Considerando apenas
os itens que se aplicam à situação atual da Fazenda Escola, ou seja, 205 itens,
as conformidades somam 63,90% e as não conformidades 36,09%.
40
É possível destacar que o item 31.8, referente a Agrotóxicos,
Adjuvantes e Produtos Afins acumula 16 situações em não conformidade,
dentre as 26 descritas neste tópico da NR 31.
Os resultados indicam que as condições de segurança de trabalho na
Fazenda Escola precisam ser melhoradas através de medidas administrativas
e de proteção coletiva.
41
6 CONCLUSÃO Iniciativas para a proteção dos trabalhadores podem ser notadas em
equipamentos e máquinas, porém sem muita manutenção dos sistemas de
proteção adotados. Além de sistemas de proteção coletiva, os equipamentos
para proteção individual também são disponibilizados;
A situação que apresenta maior quantidade de riscos à segurança e saúde
do trabalhador está na atividade de aplicação de agrotóxicos;
Além das medidas que já foram tomadas, é preciso realizar treinamentos de
capacitação e fornecer mais informações sobre saúde e segurança do
trabalho aos funcionários;
As instalações utilizadas para as atividades agropecuárias precisam de
manutenção e adequações para cumprir as normas de segurança do
trabalho;
O uso de EPI deve ser incentivado e é necessário disponibilizar material para
atendimento de primeiros socorros e treinar pessoas para que façam algum
possível atendimento;
O local estudado atende aproximadamente 64% dos preceitos estabelecidos
na NR 31 dentre os 205 itens atualmente aplicáveis à Fazenda Escola e
passíveis de atribuição de infração.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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