capao anos 30

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CAPÃO NA HISTORIA VERÃO NA DÉCADA DE 30 EM CAPÃO DA CANOA Para quem não sabe, há mais de dois anos venho trabalhando para resgatar a memória de Capão da Canoa, com o sonho de escrever um livro impresso, e devolver aos caponenses a nossa História, que se perdeu, soterrada pelos prédios de concreto. Com muita dificuldade, tenho caminhado pela cidade, batendo de porta em porta de moradores antigos, buscando informações, filmes e fotografias, portanto, hoje, possuo o maior acervo fotográfico da praia de Capão, com mais de quinhentas fotografias, inclusive do primeiro farol desta praia, datado de 1910, assim como a foto de um caponense, o Major João Pedro da Silva, que lutou na Guerra dos Farrapos dos 18 aos 28 anos (de 1835 a 1845), e passou com sua tropa de soldados, por Capão da Canoa, por volta de 1840. Tudo que aprendi, ao longo de minhas pesquisas nesses mais de dois anos, tenho repassado para a população, ministrando palestras gratuitamente nas escolas, e mostrando o material que possuo, em forma de livro on-line aqui no Portal Capão, o que tem me rendido grande satisfação pessoal, além da popularidade e simpatia da população caponense. Então continuo minha caminhada em nome da História linda de Capão da Canoa. E um dia desses passeando por Porto Alegre, entrei numa loja de antiguidades e vi uma coleção de fotografias de pessoas que foram veranistas nos verões de 1932 e 1933 no Hotel Atlantico em Capão da Canoa. E para quem não sabe, o Hotel Atlantico é oriundo do Hotel Bonfiglio, que foi o primeiro hotel de Capão da Canoa, em 1920, que depois foi vendido para Gaspar Grizza e tornou-se Hotel Grizza e logo após, foi vendido para o francês Senhor Henrique Roeneau, que, depois de uma grande reforma, o reinaugurou como Hotel Atlantico, ficava localizado entre as Ruas Moema e Guaraci, com a lateral para a Rua Pindorama, onde hoje localiza-se o Edifício Pindorama. O hotel tinha uma curiosidade, que era novidade

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CAPÃO NA HISTORIA VERÃO NA DÉCADA DE 30 EM CAPÃO DA CANOA

    Para quem não sabe, há mais de dois anos venho trabalhando para resgatar a memória de Capão da Canoa, com o sonho de escrever um livro impresso, e devolver aos caponenses a nossa História, que se perdeu, soterrada pelos prédios de concreto. Com muita dificuldade, tenho caminhado pela cidade, batendo de porta em porta de moradores antigos, buscando informações, filmes e fotografias, portanto, hoje, possuo o maior acervo fotográfico da praia de Capão, com mais de quinhentas fotografias, inclusive do primeiro farol desta praia, datado de 1910, assim como a foto de um caponense, o Major João Pedro da Silva, que lutou na Guerra dos Farrapos dos 18 aos 28 anos (de 1835 a 1845), e passou com sua tropa de soldados, por Capão da Canoa, por volta de 1840.     Tudo que aprendi, ao longo de minhas pesquisas nesses mais de dois anos, tenho repassado para a população, ministrando palestras gratuitamente nas escolas, e mostrando o material que possuo, em forma de livro on-line aqui no Portal Capão, o que tem me rendido grande satisfação pessoal, além da popularidade e simpatia da população caponense.        Então continuo minha caminhada em nome da História linda de Capão da Canoa. E um dia desses passeando por Porto Alegre, entrei numa loja de antiguidades e vi uma coleção de fotografias de pessoas que foram veranistas nos verões de 1932 e 1933 no Hotel Atlantico em Capão da Canoa. E para quem não sabe, o Hotel Atlantico é oriundo do Hotel Bonfiglio, que foi o primeiro hotel de Capão da Canoa, em 1920, que depois foi vendido para Gaspar Grizza e tornou-se Hotel Grizza e logo após, foi vendido para o francês Senhor Henrique Roeneau, que, depois de uma grande reforma, o reinaugurou como Hotel Atlantico, ficava localizado entre as Ruas Moema e Guaraci, com a lateral para a Rua Pindorama, onde hoje localiza-se o Edifício Pindorama. O hotel tinha uma curiosidade, que era novidade para muita gente: um corredor que atravessava todo o prédio, construído em madeira. As pessoas, entravam pela Rua Moema, atravessavam o hotel, e saiam lá na Guaraci.   As pessoas da coleção de fotos, que eu comprei imediatamente quando vi, me deixaram bastante curioso, pelos trajes que vestiam e bastante intrigado pelo comportamento em seus passeios pela beira da praia de Capão da Canoa. O fatos das mocinhas só passearem com mocinhas e os rapazes só passearem com rapazes, deixa algumas dúvidas sobre o comportamento daquelas pessoas. Quem seriam aquelas pessoas? Será que na época, a moral e os bons costumes não permitia que mulheres passeassem em companhia de homens? Ou quem sabe, nos Anos 30, entre os hóspedes do Hotel Atlantico e seus passeios, já existia a questão da homossexualidade? Reparem nas fotos e tirem suas conclusões, se existe conotação sexual. Nunca saberemos, mas podemos continuar acompanhando aqui na minha

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coluna, todas as curiosidades que atravessaram gerações na História de Capão da Canoa, tão cheia de riquezas de detalhes e curiosidades.

Video de fotos da coluna. 

 

 1934...De acordo com o livro Raízes de Capão da Canoa, o primeiro hotel de Capão da Canoa foi o Hotel Bonfiglio, construído por volta de 1920. Depois foi comprado pelo Sr. Gaspar Grizza e tornou-se Hotel Grizza, que logo após, foi vendido para o sr. Henrique Roeneau, que depois de uma grande reforma o reinaugurou com o nome de Hotel Atlantico. O Atlântico ficava localizado entre as ruas Moema e Guaraci, com a lateral para a Rua Pindorama, onde hoje localiza-se o Edifício Pindorama. Foto Paulinho do Magisterio AP.  

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1934...Estas veranistas estão de frente para o mar, nas cabanas do Hotel Atlantico, mais ou menos onde  quinze anos mais tarde, neste gramado se construiu o Edifício Aimoré, que foi um marco em Capão da Canoa, por ser o primeiro do Litoral Norte e permanece até hoje no mesmo local. Foto Paulinho do Magisterio A/P.  

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1933...Mocinhas veranistas, hóspedes do Hotel Atlantico, em trajes de banho de mar, que só eram recomendados, das 8 horas e 30 min. às 10 horas e 30 minutos. O almoço era servido em torno das 11 horas. Foto Paulinho do Magisterio AP.   

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1932...Um hóspede do Hotel Atlântico posando para esta foto, num posto de salvamento. Como na verdade na época não existia salva-vidas, então o hotel oferecia esta bóia, quando os próprios banhistas atendiam os afogados. Foto Paulinho do Magisterio AP.   

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1932...Veranistas, hóspedes do Hotel Atlantico, em frente a bóia de salvamento, que era também um ponto turístico. Este "posto de salvamento" ficava num campo, onde hoje localiza-se o Edifício Aimoré. Foto Paulinho do Magisterio AP.   

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 1932...Veranistas, hóspedes do Hotel Atlantico em trajes de passeio à beira mar, onde hoje localiza-se o Baronda. Como o jantar era servido à tardinha, por volta das 17 horas, após este horário era comum caminhar, para fazer a digestão, já que não era aconselhável passear à noite, por ser muito escuro na beira da praia. Na época, não existia luz elétrica. Foto Paulinho do Magisterio AP. 

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1932...Uma veranista, hóspede do Hotel Atlantico, na porta de sua cabana, em trajes de banho, inclusive a touca, para um mergulho na parte da tarde, quando o banho de mar, só era aconselhável das 15 às 16 horas. Foto Paulinho do Magisterio AP.   

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1933...Mais uma mocinha veranista, posando para a foto no "posto de salvamento" e "ponto turístico". Em caso de afogamento, os banhista prestavam atendimento aos demais. Alguém soltava a corda com a manivela na roldana, enquanto outros levavam a bóia até o mar para prestar socorro. Reparem ao fundo, à direita da foto, o Hotel Atlantico e parte do centro de Capão da Canoa na época, onde hoje localiza-se o Edifício Aimoré. Foto Paulinho do Magisterio AP.   

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1932...Rapazes veranistas e hóspedes do Hotel Atlantico em trajes para passeio à tardinha, após o jantar às 17 horas. Reparem que na época, rapazes só passeavam em companhia de rapazes e mocinhas em companhia de mocinhas, como mandava a moral e os bons costumes naquele tempo. Foto Paulinho do Magisterio AP.   

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 1932...Como mandava a moral , respeito e os bons costumes da época, mocinhas só passeavam com mocinhas. Aqui, as hóspedes do Hotel Atlantico, estão trajadas para o banho de mar, que na parte da tarde só era recomendado das 15 às 16 horas. Elas estão, no local onde hoje seria em frente ao Hotel Bassani. Foto Paulinho do Magisterio AP.  

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1932...Passeio de mocinhas hóspedes do Hotel Atlantico num banho de mar na parte da tarde, que tinha que ser somente das 15 às 16 horas, onde hoje localiza-se o Baronda. Foto Paulinho do Magisterio AP.   

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1932...Após o jantar, que era servido às 17 horas, as mocinhas hóspedes do Hotel Atlantico, saiam para uma caminhada em trajes de passeio. Como na época era considerado imoral mulheres andarem em companhias masculinas, as mulheres só passeavam com mulheres e os homens com os homens. Foto Paulinho do Magisterio AP.    

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