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4 | FUGAS | Público | Sábado 2 Junho 2012 Capa Porto O lado B do Porto A “história e autenticidade” convivem com a “cidade mais cosmopolita e contemporânea”. Adivinham-lhe uma “inquietude cultural”. Roteiro indie para a cidade que vai receber os festivaleiros Primavera no próximo fim-de-semana. Andreia Marques Pereira (texto) e Nelson Garrido (fotos) H á uma contra-revolução em curso no centro do Porto e na cidade muitos falam nela com tristeza. Há pou- cos anos, ninguém imaginaria que poderia vir a existir um “manual” autárquico de Medidas de actuação e utilização da Baixa da cidade do Porto, porque a Baixa se insuflava de vida durante o dia para a ver es- vair-se à medida que o sol se punha. João Pedro Coimbra, compositor e letrista dos Mesa, recorda-se bem desses tempos, quando tinha estú- dio na Rua de Cândido dos Reis e “não se via ninguém na rua à noite”. Agora já lá andam e isso “é muito gratificante — e ver que foram as pessoas que o fizeram é algo a que dou muito valor”. O “agora” da Baixa do Porto é, diz, “um atractivo mundial”. “Os estrangeiros vêm cá e ficam doidos” — a noite é interminável, bebem-se copos na rua… O “agora”, que pro- vocou o surgimento do “manual”, existe porque, entretanto, uma re- volução aconteceu, ou se calhar uma série de pequenas revoluções, que transfiguraram quarteirões mais ou menos decrépitos em símbolos de uma certa contemporaneidade do Porto e nova imagem da cidade — a mesma que chegou às páginas de jor- nais insuspeitos, como o New York Times, mostrando o Porto como uma cidade cool, harmonização exacta entre a história e a modernidade. Foram os bares que chegaram, pri- meiro pé ante pé, agora em sprint, foi a base da low-cost Ryanair no ae- roporto Sá Carneiro que aproximou mais a cidade da Europa, foram as lojas, foram os restaurantes, foram os hostels… Não todos na mesma me- dida, claro, mas a movida instalou-se na Baixa portuense e poucos a que- rem ver sair. Mas muitos já o prevêem, à boleia destas tais “medidas de actuação e utilização da Baixa” que restrin- gem horários, limitam potência sonora, proíbem venda ambulante e fecham algumas ruas ao trânsito. “Não me admirava que a Baixa do Porto recuasse uns anos”, admite Nelson Pedrosa, na varanda do seu Era Uma Vez no Porto, bar a mirar a Torre dos Clérigos, o ícone por- tuense que emprestou o nome a este olho de furacão. Muito pouco espiritual, a congregação de ba- res e movida que agora gravita em torno da igreja e torre construídas por Nicolau Nasoni no século XVIII e que se tornou sinónimo invo- luntário de um Porto cool, eleito o “melhor destino europeu de 2012” pela European Consumers Choice. “Com a sua variedade de ofertas, o Porto conquista todos os seus visi- tantes”, lê-se na (curta) declaração do organismo, “desde os que o pro- curam pela sua história e autentici- dade, como os que buscam explorar uma nova cidade, mais cosmopolita e contemporânea”. Do topo dos 75 metros de altura da Torre dos Clé- rigos, a cidade estende-se em 360 graus: a poente encontra-se com o Atlântico e é na sua orla que o Festi- val Primavera Sound vai assentar na próxima semana. Aquele que é dos principais eventos de música alterna- tiva na Europa sai pela primeira vez de Barcelona e viaja até ao Parque da Cidade do Porto, com interlúdios pela Casa da Música e Hard Club. O motivo da escolha do Porto? As “muitas características comuns com Barcelona” e a “inquietude cultural”, justificou Gabi Ruiz, o director do festival catalão, na altura do anúncio. Pretexto, portanto, para desvendar um pouco dessa “inquietude” que vai trazer ao Porto uma média de 25 mil visitantes por dia entre 7 e 10 de Junho. E que mistura, voltamos a citar o European Consumers Choice, “o famoso Vinho do Porto, um cen- tro histórico distinguido como Patri- mónio Mundial da Humanidade pela UNESCO, museus, parques e jardins encantadores, boutiques de desig- ners nacionais e internacionais…”

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4 | FUGAS | Público | Sábado 2 Junho 2012

CapaPorto

O lado B do Porto

A “história e autenticidade” convivem com a “cidade mais cosmopolita e contemporânea”. Adivinham-lhe uma “inquietude cultural”. Roteiro indie para a cidade que vai receber os festivaleiros Primavera no próximo fi m-de-semana. Andreia Marques Pereira (texto) e Nelson Garrido ( fotos)

H á

uma contra-revolução em curso no

centro do Porto e na cidade muitos

falam nela com tristeza. Há pou-

cos anos, ninguém imaginaria que

poderia vir a existir um “manual”

autárquico de Medidas de actuação e utilização da Baixa da cidade do Porto, porque a Baixa se insufl ava

de vida durante o dia para a ver es-

vair-se à medida que o sol se punha.

João Pedro Coimbra, compositor e

letrista dos Mesa, recorda-se bem

desses tempos, quando tinha estú-

dio na Rua de Cândido dos Reis e

“não se via ninguém na rua à noite”.

Agora já lá andam e isso “é muito

gratifi cante — e ver que foram as

pessoas que o fi zeram é algo a que

dou muito valor”.

O “agora” da Baixa do Porto é,

diz, “um atractivo mundial”. “Os

estrangeiros vêm cá e fi cam doidos”

— a noite é interminável, bebem-se

copos na rua… O “agora”, que pro-

vocou o surgimento do “manual”,

existe porque, entretanto, uma re-

volução aconteceu, ou se calhar uma

série de pequenas revoluções, que

transfi guraram quarteirões mais ou

menos decrépitos em símbolos de

uma certa contemporaneidade do

Porto e nova imagem da cidade — a

mesma que chegou às páginas de jor-

nais insuspeitos, como o New York

Times, mostrando o Porto como uma

cidade cool, harmonização exacta

entre a história e a modernidade.

Foram os bares que chegaram, pri-

meiro pé ante pé, agora em sprint, foi a base da low-cost Ryanair no ae-

roporto Sá Carneiro que aproximou

mais a cidade da Europa, foram as

lojas, foram os restaurantes, foram

os hostels… Não todos na mesma me-

dida, claro, mas a movida instalou-se

na Baixa portuense e poucos a que-

rem ver sair.

Mas muitos já o prevêem, à boleia

destas tais “medidas de actuação e

utilização da Baixa” que restrin-

gem horários, limitam potência

sonora, proíbem venda ambulante

e fecham algumas ruas ao trânsito.

“Não me admirava que a Baixa do

Porto recuasse uns anos”, admite

Nelson Pedrosa, na varanda do seu

Era Uma Vez no Porto, bar a mirar

a Torre dos Clérigos, o ícone por-

tuense que emprestou o nome a

este olho de furacão. Muito pouco

espiritual, a congregação de ba-

res e movida que agora gravita em

torno da igreja e torre construídas

por Nicolau Nasoni no século XVIII

e que se tornou sinónimo invo-

luntário de um Porto cool, eleito o

“melhor destino europeu de 2012”

pela European Consumers Choice.

“Com a sua variedade de ofertas,

o Porto conquista todos os seus visi-

tantes”, lê-se na (curta) declaração

do organismo, “desde os que o pro-

curam pela sua história e autentici-

dade, como os que buscam explorar

uma nova cidade, mais cosmopolita

e contemporânea”. Do topo dos 75

metros de altura da Torre dos Clé-

rigos, a cidade estende-se em 360

graus: a poente encontra-se com o

Atlântico e é na sua orla que o Festi-

val Primavera Sound vai assentar na

próxima semana. Aquele que é dos

principais eventos de música alterna-

tiva na Europa sai pela primeira vez

de Barcelona e viaja até ao Parque

da Cidade do Porto, com interlúdios

pela Casa da Música e Hard Club.

O motivo da escolha do Porto? As

“muitas características comuns com

Barcelona” e a “inquietude cultural”,

justifi cou Gabi Ruiz, o director do

festival catalão, na altura do anúncio.

Pretexto, portanto, para desvendar

um pouco dessa “inquietude” que

vai trazer ao Porto uma média de

25 mil visitantes por dia entre 7 e 10

de Junho. E que mistura, voltamos a

citar o European Consumers Choice,

“o famoso Vinho do Porto, um cen-

tro histórico distinguido como Patri-

mónio Mundial da Humanidade pela

UNESCO, museus, parques e jardins

encantadores, boutiques de desig-

ners nacionais e internacionais…”

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conta desta rua, muito para além

dos bares, e esse é o elemento que

continua a distingui-la, para o bem

e para o mal. Na paralela Cândido

dos Reis a rua está mais “controla-

da” em esplanadas bem defi nidas.

Por enquanto. “É mais virada para

o interior, mas o seu crescimento pa-

rece potenciar estar na rua, em con-

vívio.” Quem o diz é Joel Azevedo,

que, com dois sócios, é responsável

pelo novíssimo maomaria, wine bar

e happy bar, com clara devoção pela

música indie, que no início de todo

este movimento, quando os Clérigos

eram apenas um enclave da noite

portuense (não “a” noite portuense),

era uma espécie de credo professado

pela maioria dos espaços.

Elisa Bessa aprecia a diferença

deste novo bar. “Acho que estão a

abrir sítios sem a preocupação de ser

bonitos, confortáveis”, considera,

“estes assim não são apenas para be-

ber fi nos”. Elisa conhece bem a nova

Baixa porque é aqui que trabalha.

“Durante o dia há cada vez mais tu-

ristas e cada vez menos portuenses.”

Os bares, analisa, até estão a puxar

novamente pela zona — os copos de

fi m de tarde começam até a ter se-

guidores entre os portuenses.

E até onde é que isso pode ir? Car-

Porto XXNeste início de noite nas esplanadas

da Praça Filipa de Lencastre o por-

tuguês está claramente em minoria.

Uma babel rodeia-nos. “Sabe tão

bem”, afi rma Paula Faria. “Antiga-

mente”, diz Gisela Duarte, “os turis-

tas no Porto eram pessoal mais velho

e [vinham] sobretudo no Verão. Ago-

ra estamos invadidos por mochilei-

ros todo o ano”. E esta é uma das

zonas onde eles mais se concentram

— à noite, principalmente. Faz tudo

parte da “Baixa-Clérigos” que já tem

subdivisões: aqui, em “Filipa de Len-

castre” ou “Ceuta”, como lhe cha-

mam as amigas (do histórico café),

a “idade sobe um pouco, há alguma

sofi sticação, que a arquitectura tam-

bém proporciona”, consideram as

portuenses Paula e Gisela. “Muito

confortável”, resumem, sobretudo

enquanto as multidões compactas

não tornam difícil a movimentação,

e com “boa música” e “diferente” em

todos os bares.

O termo de comparação é quase

sempre a Rua das Galerias de Paris

de onde houve movida nos Clérigos

(movida ecléctica, aliás, onde o mais

despretensioso transeunte pode cru-

zar-se com trajes de noite, smoking

incluído). As multidões tomaram

O Candelabro (à esquerda), na Rua da Conceição, é um espaço de reunião durante praticamente todo o dia. À direita, o passeio fronteiro ao mar, na Foz.

la Costa não sabe, mas tem a cer-

teza de que não vai fi car por aqui.

Da sua Lemon Pie, loja de roupa e

acessórios na Rua das Oliveiras, tem

observado a dinâmica da zona e vai

enumerando os encerramentos: as

Galerias Lumière, um alfarrabista,

outro alfarrabista, a loja de costura, a

sex shop. Tudo em meio ano, calcula,

depois de um período de aparente

boom. “A tendência é piorar”, diz,

prevendo que rapidamente a sua rua

seja só de bares — “só se os senhorios

baterem o pé, como o meu”.

Já há alguns bares na rua, mas

quase todos instalados há bastante

tempo, um hostel que abriu na porta

ao lado e outro que se prepara para

abrir um pouco acima; o bar 77, per-

to, aparece certifi cado como o que

mais “minis” vende em Portugal.

Carla Costa vende roupa Surkana e

Pepa Loves, por exemplo, mas são

as sapatilhas Victoria (que podem

ser personalizadas) a grande ânco-

ra da loja, que atrai mais turistas do

que portugueses. Em Junho, haverá

vários eventos promocionais e fes-

tas (“sempre fomos conhecidos por

elas”), uma forma de fazer frente à

vizinha Rua da Cedofeita, que “se

transformou em outlet” e torna mui-

to difícil a sobrevivência do negó-

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CapaPorto

cio. “Se estivéssemos no Aviz ou

mesmo em Santa Catarina…”.

Santa Catarina é a rua mais co-

mercial do Porto e há décadas al-

berga um dos cafés mais bonitos

do mundo — o Majestic. Porém, há

poucas surpresas na rua, composta

por cadeias internacionais ou esta-

belecimento tradicionais que, como

é comum na cidade, fecham ao do-

mingo. Porfírios era o nome da sua

loja mais alternativa nos anos 1990

— agora é a Ekstra, dos fi lhos dos

ex-proprietários da Porfírios e com

uma oferta que agrada a vários tribos

urbanas: dos rockabilly aos góticos

e punks, descreve Luísa Araújo. Há

uma certa infl uência das “Harajuku

girls” e qualquer uma pode sair da-

qui como pin up (com um pendor

gótico, reconheça-se).

Uns números acima, na esquina

com a Rua de 31 de Janeiro — o Tea-

tro Nacional São João a espreitar, o

antigo cinema Batalha a decair e a

Igreja de Santo Ildefonso a brilhar

em azulejos — a alternativa não é tão

radical, mas é eminentemente ur-

bana. A Taken Urban.Culture.Store

é o paradigma do Porto cosmopoli-

ta: edifício centenário (em restau-

ro exterior e magnífi cos tectos) e

conteúdo contemporâneo. Marcas

como a Fred Perry (colecção Amy

Winhouse em abundância), Skunk

Funk, Carhartt, Insight, entre outras,

compõem uma oferta respeitável em

roupa, acessórios, sapatilhas (e há

um canto de skate).

Porto SpiritualizedJá recebeu o epíteto de “Soho por-

tuense” e agora a Rua de Miguel

Bombarda é o centro do chamado

“quarteirão das artes”, com tentá-

culos por ruas vizinhas. Pintura,

escultura, instalações enchem ga-

lerias que se sucedem quase sem

descanso, e um inesperado centro

comercial. Dizem-no “alternativo” e

o certo é que as lojas que se encon-

tram no Centro Comercial Bombarda

(CCB) são edição única. Há roupa de

jovens designers, artesanato urba-

no, mobiliário de autor, produtos

gourmet (portugueses e não só) e

vintage, merchandising pop, jardim

com esplanada…

A Ó! Galeria é a “montra” do CCB

e a ilustração a sua religião. Tem

espaço expositivo, ao fundo, onde

encontramos mostra de Rita Was-

ted, incluindo uma intervenção na

parede “Fuck you, world, I’m out”

(e quem o diz “é” Amy Winehou-

se); e espaço de venda. Grande

parte do acervo dos 40 artistas da

galeria está em capas, outro cobre

paredes, “em constante transfor-

mação”, uma “forma de dinamizar

a galeria”, declara Ema Ribeiro, a

responsável. Uma parte, pequena,

vai viajar até ao Primavera Sound na

próxima semana, onde vai dividir es-

paço com a vizinha Águas Furtadas.

“Vamos levar mais merchandising”,

revela Ema, “que os autores estão

a produzir agora”. T-shirts, sacos,

postais, cadernos, zines, pins, por-

tanto, e “provavelmente uma capa

com trabalhos mais acessíveis”. No

CCB, as portas mantêm-se abertas,

até porque o próximo sábado é dia

de inaugurações simultâneas, que

é como quem diz, é dia de festa na

Rua de Miguel Bombarda. “É um dia

fantástico”, considera Ema, “não pe-

las vendas, mas porque as pessoas

voltam”. Galerias, lojas, bares, restauran-

tes unem-se para proporcionar uma

experiência única que vale pelo mo-

vimento que gera. Uma oportunida-

de para uma espécie de operação

de relações públicas, como confi r-

ma Ricardo Rodrigues, na Coisas

d’Homem, acabada de sair do fundo

do labiríntico CCB para uma nova

loja nas margens do jardim, onde os

Crianças brincam na rua, conversa--se janela-a-janela e no São João ainda se saltam fogueiras. “Os vizinhos são muito coloridos, dão a cara”

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seus “clássicos com um twist [algo

como british chic, atrevemo-nos]

ganham nova visibilidade”. Ricardo

e Carlos Carneiro, o designer, não

querem “que os homens tenham

uma imagem aborrecida” e o seu

contributo passa por uma marca

própria de acessórios, a CDH, “em

padrões e tecidos pouco usuais” a

complementar oferta de etiquetas

como Ben Sherman e Dr. Denim.

“Quando andávamos à procura de

espaço, queríamos algo alternativo,

Bombarda foi como uma luz ao fun-

do do túnel”, lembra Ricardo. “Esta

zona acabou por ajudar a defi nir o

projecto. Aqui sentimos liberdade

de ir um bocadinho mais longe.”

Porque, justifi ca, aqui “as pessoas

não têm medo de ser elas próprias,

correm riscos”.

Se calhar por isso mesmo tantos

jovens criadores têm encontrado

aqui um porto seguro, mais pro-

priamente na Rua do Rosário, que

cruza a Miguel Bombarda. Em nome

próprio ou em projectos colectivos

— como o Muuda, o Artes em Partes

ou o Cru, espaços multidisciplina-

res —, a rua acolhe novos talentos

e valores reconhecidos da moda

portuguesa. Entre eles Mariana

da Fonseca, que passou por Paris

e regressou para criar a sua Punch

Couture, numa esquina redonda

abrindo à curiosidade da rua a sua

colecção, feita de peças únicas e li-

mitadas. Totalmente made in Portu-

gal, inclui desde os “básicos” twin-sets aos vestidos, em cores neutras

ou em explosões calorosas. Veio

“pelo ambiente criativo, artístico”

e sente “essa imersão”. Sobretudo

em dia de inaugurações simultâne-

as, quando aproveita para promo-

ver eventos: no próximo sábado, o

“Flowers Punch” vai dar música e

fl ores a quem passar.

No outro extremo da rua, o que ca-

minha para o Museu Soares dos Reis,

a Oliva & Co, “da e para a oliveira”,

também correu riscos. Quando se

instalou estava praticamente sozi-

nha, agora juntaram-se-lhe vizinhos

com artesanato urbano e design.

“Somos o novo eixo e isso sente-se

e ressente-se”, admite Helena Ferrei-

ra, uma das sócias, “mas como diz

uma colega, se Bombarda tem muita

vida é porque alguém a criou”. Por

isso, arregaçam-se as mangas para

atrair o público até este canto, que

até tem “uma melhor qualidade de

espaço público”. A Oliva & Co faz a

sua parte com as suas degustações

de azeite (acompanhado por outros

produtos, de conservas a sabonetes,

passando por bombons) e, em bre-

ve, com uma carta de petiscos — os

sábados são eleitos para provas de

vários produtos derivados, incluin-

do chás.

Porto, The RaptureMas a tradição ainda é o que era, por

paragens portuenses, se bem que se

possa revestir de formas diferentes:

o vinho do Porto pode já não ser o

motivo principal de atracção, porém

ainda dá mote a visitas. Como a de

Mark Tachovsky que está na Merce-

aria das Flores a ver garrafas, depois

de ter passado pelas caves de Gaia.

Vem de Vancôver (Canadá), onde es-

tuda vinhos, e já leva muito Portugal

na bagagem — culpa da namorada,

Jessica Hollander, sobrenome que

esconde as origens portuguesas.

Ela busca as suas raízes e, afi nal,

os doces que espreita também são

parte delas. Iam a passar, à procura

de “coisas artesanais, portuguesas”

e acabaram nesta mercearia, visu-

al retro a servir produtos regionais,

os de sempre e os gourmet, a servir

turistas e moradores, aqui na Rua

das Flores, encravada em plena

zona histórica, a ligar os Aliados à

Ribeira. Gostam de vinho e de co-

mida; gostam deste tipo de lojas, “é

melhor do que ver as toalhas junto

do rio”.

A mercearia aterrou aqui tam-

bém para ser janela do que se faz

(e come, sobretudo) em Portugal e

para usufruir do roteiro turístico que

cruza a rua, mas acabando por ter

“algum ambiente de bairro”, conta

Joana Osswald, uma das “joanas” da

mercearia — a outra é a sócia, Joana

Nos armários com portas de rede

alinham-se ainda vinhos e licores,

arroz e compotas biológicas, azeites

e azeitonas, batatas fritas transmon-

tanas e Sovina, a cerveja artesanal

feita no Porto, um best-seller. Aqui

também se servem refeições leves

(dos aperitivos, saladas e pratinhos

de conserva, às tostas, sandes doces,

lanches), acompanhadas de bebidas

quentes e frias, cervejas e vinho a

copo, todo o dia — hoje há provas:

queijo dos Açores e Moscatel de Se-

túbal. “Fechamos às 19h durante a

semana e às 20h ao fi m-de-semana”,

explica, “porque a partir dessa hora

a rua morre um bocadinho”. Descem

apenas os turistas para a Ribeira,

para jantar.

Oliveira. Há “estudantes e jovens”

que vivem perto e até da Rua Escura,

na encosta da Sé, do outro lado da

Rua de Mouzinho da Silveira — o eixo

que divide (informalmente) a zona

histórica cortando o emaranhado de

ruelas numa grande via que une a

Estação de S. Bento à Ribeira—, vem

gente vem gente em busca do pão,

da broa de Avintes, das azeitonas…

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CapaPorto

Seguimos esses passos até lá,

passando o Palácio das Artes, o

Mercado Ferreira Borges converti-

do em Hard Club, sempre em ferro

vermelho ocre a olhar o Infante D.

Henrique que aponta na direcção

do mar. A casa onde nasceu está

mais abaixo, já no dédalo da Ribei-

ra, onde poucos bares sobrevivem

mas onde os restaurantes resistem

e os wine bars começam a surgir,

quase todos a olhar o rio, para as

caves do vinho do Porto que à noi-

te são luzes de néon. É o coração

turístico do Porto, esta Ribeira pos-

tal ilustrado vista do outro lado do

Douro, escura, estreita e labiríntica

em contacto directo, povoada de

escadinhas e pracetas inespera-

das onde a vida segue à margem

do movimento turístico, lojas de

artesanato e souvenirs. Porém, ao

contrário do que os turistas cana-

dianos viram, entre aquelas onde

abundam os atoalhados e cachecóis

da selecção, nasceram projectos em

que o nome Porto equivale a design.

A Take Away Porto é paradigmática:

o conceito é apresentar artistas por-

tuenses a trabalhar sobre o Porto,

em declinações que passam pela

pintura, artesanato, decoração, edi-

ção. Inclui uma galeria no primeiro

andar e no rés-do-chão tanto se en-

contram peças de Siza Vieira como

t-shirts, sacos e postais de autor.

Em alguma destas lojas que pulu-

lam na zona histórica à beira-água

se calhar encontrar-se-ão t-shirts “I

(heart) Opo”. E neste contexto tal-

vez não se coloque a dúvida quanto

ao “Opo”, diminutivo de Oporto.

Mas foi esse desconhecimento que

levou Ana Luandina a uma espécie

de epifania. Daí até ao Miss’Opo

(ou, deveríamos dizer, “a”) foi o

passo de um projecto de café-bar

e guest house, que se materializou

entre a Rua dos Caldeireiros e a

Rua de Trás — literalmente, uma

porta em cada uma das ruas —, em

pleno bairro típico e à sombra dos

Clérigos. Crianças brincam na rua,

conversa-se janela-a-janela e no São

João ainda se saltam fogueiras. “Os

vizinhos são muito coloridos, dão a

cara”, diz Ana.

As máquinas fotográfi cas viram-

se para a Capela de Nossa Senhora

da Silva, frontaria clara marcada

por oratório no primeiro andar e

devotos insuspeitos a deixar, en-

tre gritos de discussão, esmola na

caixa; os rostos espreitam ao lado,

pelas janelas do Miss’Opo, versão

bar-restaurante. O que vêem são

mesas de várias formas, cadeiras

desirmanadas, sofás, armários retro

com livros, panos de renda, jarros

de fl ores e vasos de plantas: uma

turista pede “aquela cerveja”, que

é a Sovina; outros pedem para ver

o espaço soltando “It’s beautiful”. A

curiosidade é tanta que se fazem vi-

sitas guiadas, refere Paula Lopes, a

outra sócia, incluindo à casa de hós-

pedes (t0 e t2): “As pessoas olham,

entram e fi cam… maravilhadas. Di-

zem que não se sentem no Porto”.

Berlim é comparação habitual.

Em breve haverá aqui “Trocas

por Arte” ( Julho, esperam) e o tu-

rismo cultural é uma aposta. Por en-

quanto, servem-se refeições (mais

ou menos) ligeiras — menu de pe-

tiscos a giz na parede — e jantares

quase de improviso, o que signifi ca

sem menu fi xo, ao sabor das idas ao

supermercado. “Como se fosse um

jantar de amigos”, afi rmam.

Seguindo rua acima, chega-se ao

Centro Português de Fotografi a — a

antiga Cadeia da Relação onde Ca-

milo Castelo Branco esteve encar-

cerado e onde uma exposição apre-

senta até fi nal de Junho As mulheres de Camilo — e pelos interstícios dos

edifícios repletos de roupa a secar e

antenas parabólicas espreita-se a sé,

que surge na colina em frente, para

além do mar de telhados de toda a

zona histórica do Porto.

Porto Beach HouseHá uma imponência cansada na

velha catedral portuense, erigida

nos séculos XII e XIII sobranceira

ao rio. A ponte de Luís I, ali ao lado,

continua a unir as duas margens, o

tabuleiro superior agora reservado

ao metro, o inferior continua a per-

correr o caminho para as caves do

vinho do Porto. Pelo morro da Sé

em ruelas até à Ribeira, da Ribeira

até à Foz em marginal que corre

com o rio para o mar mas entra em

devaneios quando se encontra com

as palmeiras do Jardim do Passeio

Alegre.

Por estes dias é na sua órbita que

o restaurante Sol em Sol espera es-

tar a aproveitar a benevolência do

astro-rei. Neste restaurante nóma-

da, que encontrámos em Maio no

Parque da Cidade, cozinha-se em fo-

gões solares e assume-se o compro-

misso “com uma restauração mais

sustentável”, explica José Pedro,

o cozinheiro. Cada mês tem uma

localização diferente na cidade,

em Agosto vai em “digressão” pelo

país, prometendo uma cozinha com

ingredientes nacionais, “incluindo

frutas e legumes biológicos”. De-

pendendo das benesses naturais,

a ementa é diferente a cada dia —

“Vivemos muito do improviso”, as-

sume José Pedro — mas há sempre

petiscos depois do almoço, “para

rentabilizar a hora solar”.

Quando a Foz olha o mar de

frente são quilómetros de passeio

pontuado de esplanadas raramen-

te vistas da rua, estão um “andar”

abaixo, quase com os pés na areia;

quando a Foz se vira para dentro

descobre-se o emaranhado da Foz

Velha, antigo povoado piscatório, e

os quarteirões da “nova” Foz, aber-

A Rua das Galerias de Paris é um dos centros de animação nocturna do Porto. Já a Mercearia das Flores, na rua com o mesmo nome, trouxe valor acrescentado a um eixo da cidade que beneficiava já de algum movimento turístico.

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manente evolução, de acordo com

o feedback dos clientes. Foi por eles

que o horário foi alterado — passan-

do a servir-se jantares e a abrir ao

domingo —; foi por eles que surgiu

a ideia do brunch que acontece ao

fi m-de-semana e feriados. É nestes

dias que público é mais imprevisí-

vel nestes lados da cidade, e que,

curiosamente, inclui turistas, sobre-

tudo, sublinha João Pedro, os “da

arquitectura”, ou não estivéssemos

em “território Siza”, com o Museu

de Serralves a pouca distância, por

exemplo, e, a algumas centenas de

metros na avenida, o Edifício Vo-

dafone, dos arquitectos Barbosa e

Guimarães, já atraía olhares antes

de ganhar prémios. O “diamante”

chamado Casa da Música, que é in-

contornável em qualquer roteiro,

arquitectónico ou não, também está

na avenida, mas onde ela principia,

na rotunda.

Ao fundo da avenida da Boavista,

o Castelo do Queijo divide o norte

e o sul das praias portuenses. Para

norte fi ca também o Parque da Ci-

dade que só termina no areal, ao

lado do Edifício Transparente: es-

planadas no rés-da-praia, de cafés,

restaurantes e bar; lojas nos outros

pisos, que já viram maior ocupação.

E praia que já vê banhistas. É sem-

pre uma alternativa no Porto, cida-

de à beira-rio e à beira-mar.

tos geometricamente. O comércio

local mistura-se com lojas de autor

— uma das mais recentes, a de Luís

Buchinho, virada para o Forte de

São João da Foz (também conhecido

como Castelo da Foz, construção

militar quinhentista), não muito

longe o atelier de Anabela Baldaque,

e, mudando a bitola, as especialida-

des bretãs da La Bombarde, crepes

e galettes à cabeça, acompanhados

pela sidra Kerné.

O Parque da Cidade já se avista

deste cantinho paralelo à Avenida

da Boavista conhecido por Aviz, gra-

ças ao edifício com o mesmo nome

que alberga escritórios, lojas, resi-

dências. E Aviz é sinónimo de luxo

e exclusividade: tem a fama de ter

as melhores lojas da cidade, com

marcas internacionais de prestígio.

É aqui que o restaurante Sensível

dá os primeiros passos, oferecendo

todas as refeições do ciclo diário.

Espaço irrepreensivelmente mo-

derno, enclausurado em vidro por

todos os lados menos um, para o

projecto da arquitecta Anabela

Rodrigues e do músico João Pedro

Coimbra, que inclui uma pequena

secção gourmet. À mesa, a oferta é

“diferente”, concebida (e cozinha-

da) pela própria Anabela: “Nunca

gostei de comida enfadonha.”

As tapas constituem uma boa por-

ção da carta, uma entidade em per-

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10 | FUGAS | Público | Sábado 2 Junho 2012

CapaRoteiro do Porto

O epicentro da noite portuense é a Baixa que, na verdade, parece actuar como uma força centrípeta – de bares e de gente numa relação de causa-efeito que não se sabe bem onde começa. Mas há sobreviventes fora desta órbita e pioneiros desbravando novos territórios na cidade. Deixamos pistas.

BARESEra uma Vez no PortoRua das Carmelitas, 162 (Baixa-Clérigos)Facebook: Era uma vez no Porto

Café Au LaitRua Galeria de Paris, 46 (Baixa-Clérigos)www.facebook.com/aulait.cafe

Casa do LóTravessa de Cedofeita, 20 (Baixa-Clérigos)

PherrugemTravessa de Cedofeita (Baixa-Clérigos)http://facebook.com/pherrugembarporto

maomariaRua de Cândido dos Reis, 84 (Baixa-Clérigos)Facebook: maomaria

CandelabroRua da Conceição, 3 (Baixa-Clérigos)http://cafecandelabro.com

O Meu Mercedes é Maior Que oTeuRua Lada, 20 (Ribeira)www.omeumercedes.com

BonaparteAvenida do Brasil, 130 (Foz)www.bonaparteporto.pt

WINE BARSAssociação de Associação dos Viticultores-Engarrafadores dos Vinhos do Porto e DouroRua Fonte Taurina, 89 (Ribeira)www.avepod.org

RAMALDE

ALDOAR

MATOSINHOS

VILA NOVA DE GAIA

NEVOGILDE

LORDELODO OURO MASSARELOS

CE

Serralves

Parque daCidade

Av. da Boavista

Via Cintu

Av. Assoc. Empresarial de Portugal

Av. de Montevideu

Palácio de Cristal

Circunvalação

A1

Rio Douro

R. Bo

FOZ DO DOURO

BOAVISTA

Solar do Vinho do PortoRua de Entre Quintas, 220 (Massarelos, ao Palácio de Cristal)www.ivdp.pt

La Bohème entre AmisRua da Galeria de Paris, 40 (Baixa-Clérigos)www.laboheme.com.pt

CLUBESPlano BRua de Cândido dos Reis, 30www.planobporto.com

Tendinha dos ClérigosRua Conde de Vizela (Baixa-Clérigos)

RádioPraça Filipa de Lencastre, 178 (Baixa-Clérigos)http://radio167.blogspot.pt

Armazém do CháRua de José Falcão, 180 (Baixa-Clérigos)http://armazemdocha.blogspot.pt

É impossível não notar a proliferação de alojamento pela cidade. Aos hotéis clássicos juntaram-se uma mão cheia de outros, alguns de referência internacional, as guest houses são abundantes, oferecendo, muitas vezes, propostas modernas em arquitectura centenária, os apartamentos de férias estão por todo o lado. Porém, é no segmento dos hostels que a oferta parece crescer de forma mais visível e com qualidade cada vez mais reconhecida.

Tattva Design Hostel Rua do Cativo, 22-28 (Batalha-Sé)www.tattvadesignhostel.com

Miss’Opo Guest HouseRua de Trás, 49 (Baixa-Clérigos)www.missopo.com

Hotel B&B Porto Praça da Batalha, 32 (Batalha)www.bbhotels.pt

Belomonte 20Rua do Belomente, 20 (Ribeira)www.belomonte20.com

A FavoritaRua Miguel Bombarda, 267www.pensaofavorita.pt

Carla Costa, da Lemon Pie, refere que para se conseguir sobreviver comercialmente no Porto, fora dos centros comerciais, é necessário “investir numa marca ou recurso diferente”. E a verdade é que a originalidade tem marcado muitas das propostas comerciais na cidade. Da Manufaktura e a sua oferta de produtos cosméticos à base de cerveja (entre outros) à Passadopresente com o seu vintage sentimental passando pela Mezzanine, com marcas como a Insight, Love Therapy e Iron Fist, há algo que se pode contar em quase todas: espaços trendy e originais.

ROUPAMezzanine Store Rua Cândido dos Reis 53, Porto (Baixa-Clérigos)www.mezzaninestore.com

Taken Urban.Culture.Store Rua Santa Catarina 1 (Baixa)http://takenstore.com

Lemon Pie ShopRua das Oliveiras 59 (Baixa-Clérigos)http://lemonpieshop.com

Punch CoutureRua do Rosário, 253 (Miguel Bombarda)www.punchcouture.com

Luís BuchinhoRua José Falcão, 122 (Baixa-Clérigos)Esplanada do Castelo, 113 (Foz)www.luisbuchinho.pt

EkstraRua de Santa Catarina, 45 (Baixa)www.facebook.com/ekstra.porto

GOURMET/PETISCOSMercearia das FloresRua das Flores, 110, Porto (Ribeira)http://merceariadasflores.com

Oliva&CoRua Professor Jaime Rios de Sousa, nº 3 (à Rua do Rosário) (Miguel Bombarda)www.facebook.com/OlivaeCo

OUTROSManufakturaRua das Flores, 213-221 (Ribeira)www.manufaktura.com.pt

PassadopresenteRua Sacadura Cabral nº 20 (Cedofeita)www.lojapassadopresente.blogspot.com

A juntar às tripas lendárias e ao não menos histórico bacalhau à Gomes de Sá, o Porto tem actualmente na francesinha um novo símbolo culinário. Uma espécie de parente pobre da família, já que tanto no que respeita ao apuro gastronómico como aos produtos utilizados, em nada se pode comparar com a riqueza daqueles cozinhados. Mas que é popular e está na moda, lá isso é verdade! A ponto de figurar como “especialidade” na generalidade dos cafés e snack-bares. A cidade tem uma tradição bem arreigada de casas de comida farta e franca, onde a qualidade anda sempre de par com o cuidado e a atenção ao cliente. Com as mudanças na animação e na vida cultural, chegou também um fervilhar de novidades no sector gastronómico, com o mote a ser dado pelos espaços de tendência gourmet e contemporânea. A oferta é hoje rica e variada, e a par das casas tradicionais multiplicam-se também os espaços com propostas de pendor mais cosmopolita contempâneo e a preços contidos.

SensívelRua Pedro Homem de Melo, 142ª (Boavista-Foz)www.facebook.com/SensivelPorto

SAIR

DORMIR

COMPRAS

COMER

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FUGAS | Público | Sábado 2 Junho 2012 | 11

GAIA

CEDOFEITA

BONFIM

PARANHOS

CAMPANHÃSTO.ILDEFONSO

Cintura Interna

Estádio Circunvalação

Pontedo Freixo

Av. dosAliados

R. MiguelBombarda

AA

RIBEIRASé

CLÉRIGOS

Tea PointLargo de São Domingos, 78Tel. 220 934 077; 916 405 116; 919 054 921Cozinha: Contemporâneawww.facebook.com/pages/TEA-Point

Adega São NicolauRua S. Nicolau, 1 (Ribeira)Tel. 222 008 232Cozinha: Tradicional

Restaurante O BuracoRua do Bolhão 95 (Baixa) Tel. 222 006 717Cozinha: Tradicionalwww.facebook.com/pages/Restaurante-O-Buraco/

Sol em SolRestaurante itinerantewww.solemsol.com

Katsu Sushi BarRua Comércio do Porto 197 (Ribeira)Tel. 938 334 479Cozinha: Japonesa

Restaurante O ErnestoRua da Picaria, 85Tel. 222 002 600Cozinha: Tradicionalwww.oernesto.com

Taberna do BonjardimRua do Bonjardim, 450 (Baixa)Tel. 222 013 560Cozinha: Comtemporânea de base regional

Restaurante Zé BotaTravessa do Carmo 16 4050-000 Porto (Baixa) Tel. 222 054 697; 918 807 154Cozinha: Tradicionalwww.zebota.com.pt

PETISCOSComer fora de horas é algo que se tem vindo a democratizar no Porto. Os petiscos, as tapas como prefiram chamar, estão a entrar na rotina da cidade – a meio da tarde e noite fora.

Museu dos PresuntosRua do Padre Luís Cabral, 1070 (Foz)

Museu d’AvóTravessa da Cedofeita, 54-56 (Baixa-Clérigos)http://www.facebook.com/museudavo

DOCESCupies GourmetTravessa da Senhora da Luz, 2 (Foz)www.cupiesgourmet.com

Leitaria da Quinta do PaçoPraça Guilherme Gomes Fernandes, 47 (Baixa – Clérigos)Facebook: Leitaria da Quinta do Paço

Creperia La Bombarde Rua de Gondarém 239 (Foz)http://creperialabombarde.wordpress.com

Louie LouieRua do Almada, 275 (Baixa-Clérigos)www.louielouie.biz

Porto CallingRua da Conceição, 80, loja 2 (Baixa-Clérigos)www.facebook.com/#!/portocalling

Livraria LelloRua das Carmelitas, 144 (Baixa-Clérigos)http://lelloprologolivreiro.com.sapo.pt

PoetriaRua das Oliveiras, 70 r/c, loja 12 (Baixa-Clérigos)www.livrariapoetria.com

TimTim por Timtim (BD)Rua da Conceição, 27 (Baixa-Clérigos)http://timtimportimtim.com.sapo.pt

Mercado Porto BeloPraça Carlos Alberto (Baixa-Clérigos)(sábados à tarde)www.facebook.com/mercadoportobelo

Feira da Vandoma Alameda das Fontainhas (sábados de manhã)

Artes em Partes (Miguel Bombarda)Rua do Rosário 274http://artesempartes.net

Muuda Rua do Rosário 294 Miguel Bombarda)www.muuda.com

Bicicletas (aluguer)Vieguini ScootersRua Nova da Alfândega, 7 www.vieguini.com

Centro Comercial BombardaRua de Miguel Bombarda 285 Portohttp://ccbombarda.blogspot.pt

MÚSICA

FEIRAS

LIVRARIAS

VÁRIOS--EM-UM