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1
CAPA
2
Revista dos Alunos de Educação Física
Faculdades Network – Revista da Faculdade de Educação Física
ISSN
Publicação anual das Faculdades Network
A Revista de Educação Física é uma publicação de divulgação científica na área de educação física,
aberta a contribuições de pesquisadores de todo o Brasil e do exterior.
Diretora Geral das Faculdades Network
Profa. Drana. Tânia Cristina Bassani Cecílio
Secretária Geral
Érica Biazon
Coord. Do Curso de Pedagogia
Profa. Dra. Angela Harumi Tamaru
Assessoria de Comunicação
Alzeni Maria Silva Duda Gambeta
(MTB 37218)
Editoração Gráfica e Eletrônica
Nathália Ruiz Leal
Wellinton Fernandes
Central de Atendimento
(19) 3476-7676 Ramal 213
3
Revista dos Alunos de Educação Física
Faculdades Network – Revista da Faculdade de Educação Física
ISSN
Ficha Catalográfica elaborada pela Faculdade Network
SUMÁRIO
Revista dos Alunos de Educação Física / Tânia Cristina
Bassani Cecílio (org)– v. 3, n.1 (2014) – Nova Odessa,
SP: Faculdades Network, 2016-
Anual
Editada pelas Faculdades Network
ISSN
1.Educação - Periódicos. I. Faculdades Network (Nova
Odessa, SP).
CDD 21ª – 370.5
4
SUMÁRIO
EDITORIAL................................................................................................................07
A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA NA APRENDIZAGEM
E NO DESENVOLVIMENTO MOTOR DE ESCOLARES
Adrielli Arnoni Ferreira, Thiago Augusto Costa de Oliveira........................................08
OBESIDADE INFANTIL: UMA REFLEXÃO PARA PAIS E
PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃOFÍSICA
Angélica Albanezi Leandrin, Thiago Augusto Costa de Oliveira...................................15
A DANÇA COMO COMPONENTE CURRICULAR NAS AULAS DE
EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
Camila Moura Galindo, Thiago Augusto Costa de Oliveira.......................................27
A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO INFANTIL
Elisangela Martins Alves, Thiago Augusto Costa de Oliveira........................................34
A IMPORTANCIA DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
Gilmar Caetano da Silva, Thiago Augusto Costa de Oliveira.......................................41
A INFLUENCIA DA MÍDIA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA
ESCOLAR, DE ALGUMA FORMA SERÁ QUE ISSO ACONTECE?
Jhonatan Henrique da Silva, Thiago Augusto Costa de Oliveira...................................51
OBESIDADE NO ENSINO INFANTIL: COMO A EDUCAÇÃO FÍSICA
PODE CONTRIBUIR PARA DIMINUIÇÃO DA OBESIDADE INFANTIL?
Jhonatan dos Santos, Thiago Augusto Costa de Oliveira.............................................59
BULLYING ESCOLAR: O ESTUDO DESTA AGRESSIVIDADE
Luiz Paulo de Lima dos Reis, Thiago Augusto Costa de Oliveira..................................63
A IMPORTÂNCIA DO FUTEBOL NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
Marcelo do Amaral Moreira, Thiago Augusto Costa de Oliveira..................................70
A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Márcio Firmino Dos Passos, Thiago Augusto Costa de Oliveira...................................76
BULLYING NA ESCOLA
Maria Inácia, Thiago Augusto Costa de Oliveira...........................................................89
INFLUÊNCIAS DAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
NA PREVENÇÃO DA OBESIDADE
Napoleana da Conceição Castro, Thiago Augusto Costa de Oliveira............................98
5
A IMPORTÂNCIA DA PRATICA DO FUTEBOL NA EDUCAÇÃO
FISÍCA ESCOLA
Roberson Rodrigues de Carvalho, Thiago Augusto Costa de Oliveira.........................106
A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR SOBRE
ASPECTOS NO COMBATE DA OBESIDADE INFANTIL
Tatiane Alves Barbosa , Thiago Augusto Costa de Oliveira.........................................111
EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: A IMPORTANCIA DO FUTEBOL
E A INCLUSÃO FEMININA Valto Lopes da Silva, Thiago Augusto Costa de Oliveira.............................................119
SEDENTARISMO E SUAS CONSÊQUENCIAS EM CRIANÇAS
E ADOLESCENTES NA FASE ESCOLAR
Walkiria Domingos dos Santos, Thiago Augusto Costa de Oliveira.............................126
AVALIAÇÃO DA COORDENAÇÃO MOTORA EM ESCOLARES DO
3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL DO COLÉGIO NETWORK
Ricardo Haruo Fukunishi, Thiago Augusto Costa de Oliveira.....................................136
JUDÔ NA ESCOLA COMO ELE PODE AJUDAR OS PROFESSORES
E AS CRIANÇAS NO SEU APRENDIZADO
Ana Carolina da Silva, Marcus Gomides......................................................................144
A CAPOEIRA COMO CONTEÚDO CURRICULAR NAS AULAS DE
EDUCAÇÃO FÍSICA
Fabio Freires, Marcus Gomides...................................................................................152
INSERÇÃO DO TÊNIS DE CAMPO NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
Ousanan Oliveira de Souza, Marcus Gomides..............................................................159
A IMPORTÂNCIA DAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA
EDUCAÇÃO INFANTIL
Katia Suzane Viguini, Thiago Augusto Costa de Oliveira............................................168
O JOGO E SUA EFICÁCIA COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA
Marcio Roberto Lopez, Marcus Gomides..................................................................176
NATAÇÃO COMO COMPONENTE PARA MELHORAS
DO DESENVOLVIMENTO MOTOR ESCOLAR – ESTUDO
EXPLORATÓRIO Rafael Gonçalves Gava, Thiago Augusto Costa de Oliveira........................................182
O CAMINHO DO GUERREIRO – OS BENEFÍCIOS PISCOLÓGICOS NA
PRÁTICA DAS ARTES MARCIAIS PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Marcelo Penacio Domingos, Marcus Gomides.............................................................192
O ESPORTE DE AVENTURA E SEUS BENEFÍCIOS NA EDUCAÇÃO
FÍSICA ESCOLAR
Pedro Navarrete Bento Fernandes, Marcus Gomides..................................................204
6
OBESIDADE E SEDENTARISMO INFANTIL COMO FATORES DE
RISCO ÀS DOENÇAS CARDIOVASCULARES
Leandro Mezavilla Ribeiro, Marcus Gomides.............................................................210
A INFLUÊNCIA DO SEDENTARISMO INFANTIL NO
DESENVOLVIMENTO MOTOR
Guilherme da Silva Casari, Marcus Gomides...............................................................215
ATE QUE PONTO A ESCOLA E AS AULAS DE EDUCAÇAO FISICA
EXERCEM INFLUENCIA SOBRE A OBESIDADE INFANTIL?
Marcia Aurea de Oliveira Sousa, Thiago Augusto Costa de Oliveira..........................220
RUGBY: INSERÇÃO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Vitor Hugo de Morais Novais, Marcus Gomides..........................................................230
CAPOEIRA RITMO, MÚSICA E AÇÃO COMO METODOLOGIA DE
ENSINO NA DISCIPLINA DA EDUCAÇÃO FÍSICA
Rosineide Maria Silva, Marcus Gomides......................................................................241
O TAEKWONDO COMO MÉTODO PEDAGÓGICO NAS ATIVIDADES
DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
Jorge de Souza, Marcus Gomides.............................................................................253
A IMPORTÂNCIA DAS ATIVIDADES CORPORAIS NA EDUCAÇÃO
INFANTIL
Maria Madalena Inácio Felix, Marcus Gomides..........................................................265
A CONTRIBUIÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA PARA INDIVÍDUOS
COM TRANSTORNO DE ESPECTRO AUTISTA (TEA)
Jonatas da Silva Sobral, Marcus Gomides...............................................................275
FALTA DE MATERIAL E INFRAESTRUTURA NA EDUCAÇÃO
FÍSICA ESCOLAR, A RECREAÇÃO COMO ALTERNATIVA
Rodrigo Cruz de Sousa, Marcus Gomides.....................................................................283
A CAPOEIRA COMO UNIDADE, MÉTODO E CONCEITO PARA
EDUCAÇÃO FÍSICA
Sidney Roberto da Silva, Marcus Gomides...................................................................291
SKATE NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
André Queiroz Perez, Marcus Gomides, Tânia Cristina Bassani Cecilio....................304
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EDITORIAL
A revista dos alunos de Educação Física das faculdades NetWork 2016,
apresenta com brilhantismo a produção dos Trabalhos de Conclusão de Curso dos
nossos discentes.
Partindo da premissa que, o constructo do conhecimento não se materializa se
realizado de maneira isolada, nesta seara enaltecemos o trabalho dos nossos
orientadores e professores.
Os temas de pesquisa apresentados nesta edição transitam pela sapiência que
permeia Educação Física como, Lutas, Esportes Coletivos, Esportes Sobre Rodas,
Aspectos Sociais e Psicológicos, Dança, Esportes de aventura, Obesidade infantil,
Mídia, Pedagogia do esporte, Artes Cênicas, Aprendizagem Motora, Esportes de
Raquete, Sedentarismo, Educação Infantil.
A preocupação dos alunos é delineada sobre como os conhecimentos produzidos
nestes campos interagem ou interferem com a Educação Física escolar.
Diante de tantas ideias e discussões apresentadas, convidamos a todos para
desfrutar desta leitura que com certeza irá aguçar seu anseio pelo conhecimento.
Prof. Me. Thiago Oliveira
8
A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA NA
APRENDIZAGEM E NO DESENVOLVIMENTO MOTOR DE
ESCOLARES
Adrielli Arnoni Ferreira
²
Thiago Augusto Costa de Oliveira ²
RESUMO
Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de compreender como as crianças e jovens
crescem fisicamente, desenvolvem-se no domínio motor e social, relacionam-se com
seu corpo, percebem suas potencialidades e sua saúde estão na ordem do inevitável.
Diante destas constatações emerge a necessidade de identificar como e quais variáveis
podem influenciar o Desenvolvimento e o Comportamento Motor longo da vida. Para
isso foi feita uma pesquisa qualitativa concretizada através de uma revisão de literatura.
Após análise dos estudos foi verificado que a carga horaria das aulas de Educação
Física não são suficientes para proporcionar um resultado determinante no
desenvolvimento motor da criança, porem mostram-se importantes pois proporcionam
melhora significativa no desenvolvimento motor. Ainda é possível identificar que as
aulas de Educação Física devem ser priorizadas e é sugerido que um aumento de carga
horaria.
Palavra-chave: Desenvolvimento Motor – Educação Física.
ABSTRACT
This work was developed with the aim of understanding how children and young people
grow physically, they develop motor and social, relate to your body, realized their
potential and their health are the order of the inevitable. In view of these findings
emerges the need to identify how and what variables can influence the development and
Motor Behavior lifetime. For this was made a qualitative research implemented through
a literature review. After analysis of the studies, it was found the hourly charge of
physical education classes are not sufficient to provide a decisive result in the motor
development of the child, however found to be important because they provide
significant improvement in motor development. It is still possible to identify the physical
education classes should be prioritized and it is suggested that an increase of hourly
load
Keywords: Inclusion, Down Syndrome, Physical Education.
¹Graduanda em Educação Física (Licenciatura), Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445,
13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: hotmail.com). ² Professor Mestre em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades Network –
Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected])
9
Introdução
Entender como as crianças e jovens crescem fisicamente, desenvolvem-se no
domínio motor e social, relacionam-se com seu corpo, percebem suas potencialidades e
sua saúde estão na ordem do inevitável. Diante destas constatações emerge a
necessidade de identificar como e quais variáveis podem influenciar o Desenvolvimento
e o Comportamento Motor longo da vida.
Dentro da grande área do Comportamento Motor temos inúmeros estudos sendo
realizados, e duas subáreas tem tido suas preocupações direcionadas para a Educação
Física escolar, a primeira é a Aprendizagem Motora que pode ser descrita como um
campo de investigação relacionado ao estudo dos mecanismos e processos subjacentes
às mudanças no comportamento motor de um indivíduo como resultado da prática, bem
como os fatores que influenciam estas mudanças e o Desenvolvimento Motor que
procura entender como os seres humanos desenvolvem as habilidades motoras, através
da vida.
Estes estudos se justificam pois compreender o a aprendizagem e o
desenvolvimento é fundamental para o desenvolvimento das diversas habilidades
motoras básicas como andar, correr, saltar, galopar, arremessar e rebater.
A importância destas áreas é tamanha que tornasse fundamental que as crianças
tenham aceso a um ambiente de aprendizagem diversificado onde novas situações sejam
oferecidas para que os movimentos sejam aprimorados por meio da intervenção dos
professores e esta intervenção deve ocorrer principalmente na Educação Física escolar.
Nosso estudo procura identificar como a literatura tem discutido os fatores que
interferem no desenvolvimento, como segue.
Revisão Bibliográfica
Os estudos abordam diferentes fatores que podem interferir neste processo e
ainda buscam apontar caminhos para a intervenção como no estudo de Tani, Basso e
Corrêa (2012) que realizam um ensaio cujo objetivo foi discutir uma fase do processo
de desenvolvimento motor, que contempla três componentes – professor, aluno e
matéria, que em primeiro plano tem que estabelecer relação entre aluno matéria e
ensino. Para isto foi feito uma revisão de literatura. Os autores sugerem que o papel do
professor é propor um conteúdo adequado às necessidades dos alunos, despertar e
motivar o entusiasmo para a aprendizagem. E sugerem que se o aluno não estiver
preparado para a matéria pode ocorrer uma queda de motivação, ou um ensino de
capacidade já adquiridas. Por fim é apontado que o ensino de habilidades motoras deve
ocorrer de acordo com a idade e ir avançando conforme a maturação da criança.
Para verificar as variáveis determinantes para este processo Maforte et al. (2007)
realiza um estudo com objetivo de investigar o estágio dos padrões saltar, correr, chutar,
arremessar e receber de alunos praticantes de educação física escolar do ensino
fundamental. Participaram do estudo 57 alunos com idade média entre 6,84 e 8,88 anos
do 3º período do ensino infantil, 1ª e 2ª séries do ensino fundamental. Para a avaliação
dos padrões fundamentais de movimento, foi utilizado o modelo de avaliação
10
instrumental dos movimentos fundamentais. Após análise dos resultados foi sugerido
que o estágio maduro foi atingido apenas entre o grupo com idade acima de 8 anos.
Diante dos achados os autores sugerem que as crianças que participam das aulas de
Educação Física e praticam atividades regularmente tiveram um melhor resultado nos
testes de desenvolvimento, comparada com as que não praticam, e ainda apontam que
não pode-se dizer que as aulas de educação física são determinantes no
desenvolvimento motor, o que se pode apontar que tem uma melhora significativa, mas
a atividade física regular influencia no desenvolvimento motor, e que as aulas de
educação física na grade escolar podem melhorar o desenvolvimento motor.
Uma outra variável foi investigado por Silveira et al. (2013) que procuraram
verificar o efeito das dicas verbais na aquisição de habilidade rebater na Educação
Física escolar, com foco de atenção no seu no seu aspecto perceptivo e motor. Foram
investigados 84 sujeitos com idade entre 6 e 8 anos divididos em três grupos (G1-sem
dicas / G2-com dica perceptiva / G3-com dica motora). Os resultados mostraram que o
grupo com dica perceptiva apresentou melhores resultados. Os autores acreditam que
para a aprendizagem dos alunos na Educação Física escolar, as dicas focadas no
movimento podem auxiliar e aumentar o desempenho e a coordenação motora,
trabalhando também com a atenção do indivíduo no ambiente que está inserido, as dicas
se tornam uma ótima estratégia para o desenvolvimento dos alunos, deste modo
contribuindo para que seu movimento seja melhor executado. As dicas verbais
influenciam o desenvolvimento motor, pois funcionam como instrução ou como
orientação de como será realizado o movimento com mais eficiência, simplesmente é
direcionada sua atenção ao ambiente que está inserido, proporcionando um maior nível
de atenção. Como por exemplo: sugestões em rapidez, do tipo “olho na bola”, isso pode
ajudar a fixar sua atenção no momento exato da execução do movimento, o que pode
influenciar a vida da criança tanto na escola como fora. Os autores ainda relatam a
importância da Educação física escolar no desenvolvimento motor de escolares, e como
os professores podem auxiliar no processo de desenvolvimento motor.
Em uma outra linha Chaves et al. (2012) propõem um estudo que visou estimar a
contribuição dos fatores genéticos e ambientais na variabilidade do desempenho
interindividual na coordenação motora. Participaram do estudo 64 pares de gêmeos com
idade entre 5 e 14 anos. Foi utilizada a bateria de teste KTK (Equilíbrio, Saltos
monopodias, transposição lateral e saltos laterais) para avaliar o desempenho da
coordenação. Os resultados mostraram valores mais elevados entre gêmeos
monozigóticos, sugerindo presença de fatores genéticos. O permitiu aos investigadores
relatar que fatores genéticos e ambientais influenciam a variabilidade no
desenvolvimento da coordenação motora das crianças. Os autores acreditam na
construção de um contexto de aprendizagem mais diferenciado, no que tange o
aprendizado e o desenvolvimento da coordenação motora da criança, pois cada criança
tem suas pecuraliedades, e que os professores tem que respeitar isso.
Com objetivo de avaliar o desempenho motor de crianças com e sem indicativos
de dificuldades de aprendizagem Silva e Beltrame (2011), investigam 406 escolares
com idade entre 7 e 10 anos. O indicativo de dificuldade de aprendizagem foi verificado
por meio do Teste de Desempenho Escolar (TDE) e o desempenho motor através do
MABC. Os resultados apontam que não houve associação significativa entre sexo e
indicativo de dificuldades de aprendizagem. Os autores sugerem que a dificuldade de
leitura e escrita está relacionada a coordenação motora fina, onde cada criança tem que
11
receber o tratamento adequado para sua dificuldade, nessa fase é onde ás crianças
começam a mostrar suas dificuldades, deste modo deve ser trabalhado, jogos,
brincadeiras para proporcionar a criança um melhor aprendizado.
Pensando em uma abordagem maior Ferraz e Flores (2004) testaram um
programa de Educação Física na Educação Infantil, visando verificar o impacto de um
ensino sistematizado nas unidades de conteúdo, a saber: a) habilidades motoras básicas;
b) conhecimento das partes do corpo; c) noção de educação física. Participaram 35
crianças de 4 anos de idade. Os autores avaliaram nas crianças suas habilidades motoras
básicas (saltar, arremessar e equilíbrio). Os resultados mostram que teve diferença
significativa entre as turmas, mostrando que a turma que teve aulas de educação física
no semestre com duração de 50 minutos por semana evoluiu, o que permite sugerir que
as aulas de educação física são essenciais para o desenvolvimento motor das crianças. E
ainda apontam que se houvessem mais aulas os alunos teriam uma melhora maior no
desenvolvimento motor.
Já Santos et al. (2015) realizam um estudo com o objetivo de verificar o impacto
da atividade esportiva programada de ballet clássico e de futsal sobre indicadores de
motricidade global e de equilíbrio. Participaram do estudo 160 crianças com 10 anos de
idade divididas em 4 grupos (meninos praticantes de futsal [n=40] e não praticantes
[n=40] e meninas praticantes de ballet [n=40] e não praticantes [n=40]). Para avaliação
foi utilizado o teste EDM. Foram encontrados nos resultados diferença entre os grupos
de prática sistematizada índices de desenvolvimento motor mais elevados. Os Autores
dizem que a pratica de educação física em escolares contribuem no desenvolvimento
motor infantil, que as crianças que praticam atividades esportivas tem um melhor
desenvolvimento nessa idade.
Em outro nível de análise Ré (2001) realiza uma revisão de literatura com
objetivo de abordar as relações entre o desenvolvimento biológico e a experiência
ambiental durante a infância e a adolescência e suas implicações para a aquisição de
habilidades e capacidades motoras inerentes ao esporte. Suas preposições sugerem que
de 0 a 3 anos a atividade motora é bem ativa, mas totalmente descoordenada, a criança
tem que ter estímulos coordenativos de acordo com sua idade. O autor defini que com 3
anos de idade a criança já tem 70% de um cérebro adulto e de 3 a 5 anos o peso corporal
de uma criança e até mesmo seu crescimento são estáveis, em ambos os sexos, a maior
preocupação com crianças nessa idade é o desenvolvimento motor, desenvolvimentos
coordenativos e cognitivos estes aspectos devem ser trabalhados na individualidade de
cada um, com atividades diversificadas e que dão prazer a criança possibilitando o
desenvolvimento das habilidades motoras, o desenvolvimento cognitivo e social. Com
idade entre 5 e 10 anos ocorre a evolução do controle na coordenação motora da
criança, aumentando várias habilidades incluindo força, velocidade e resistência, nessa
idade é importante dar a criança estímulos para evolução das capacidades citadas. Na
adolescência O conjunto de maturação e experiências anteriores influencia seu
desempenho motor, ou seja na infância é a hora exata de trabalhar o desenvolvimento
motor pois é o que irá influenciar na vida do indivíduo. O autor aponta que na idade dos
6 anos é a faixa etária onde as crianças começam a desenvolver seu movimentos mais
coordenado, nessa idade é visível e notável a desigualdade de coordenação, pelo fato
cultural e não maturacional, onde as crianças já vem com uma experiência cultural de
jogos e brincadeiras, experiência adquiridas antes de entrar na escola. É proposto
também que a desigualdade socioeconômica dos escolares, pesquisa dividida em vários
12
tipos de renda, onde as crianças com menor renda teve um melhor resultado do
desenvolvimento motor, o autor destaca também que provavelmente pelo fato de jogos
eletrônicos onde crianças com maior renda tem acesso ás esses tipos de brinquedos e
crianças com menos renda tem mais experiências em jogos e brincadeiras, talvez por
serem mais privados de jogos eletrônicos, então entende-se que o sociocultural interfere
e influência na coordenação motora infantil. Por fim é apontada coordenativa entre
meninos e meninas da mesma faixa etária, onde não teve uma diferença motora tão
significativa, onde meninos e meninas se destacam em aspectos diferentes mas nada de
anormal, meninos se destacaram mais em velocidade, corrida, Agilidade e força e ás
meninas um melhor desempenho em equilíbrio e coordenação bilateral.
Em suma os estudos mostram que dos 7 aos 10 anos é a idade em que as
crianças se encontram em constante evolução é a fase que a coordenação motora se
torna madura, deste modo fica evidente que nessa fase temos que priorizar as aulas de
Educação Física, para tornar suas habilidades mais eficientes, se a carga horaria fosse
maior as crianças teriam um melhor desenvolvimento ou com a pratica de atividades
físicas fora da escola. Outro ponto evidente para o aprendizado das crianças é a
participação do professor, sua influência é fundamental no aprendizado das crianças,
elas estão sempre prontas para receber estímulos.
É neste cenário que realizamos o presente estudo que teve por objetivo verificar
se a Educação Física pode influenciar na aprendizagem e no desenvolvimento motor de
escolares
Método
Foi feita uma pesquisa qualitativa concretizada através de uma revisão de
literatura. Inicialmente o tema foi pesquisado em livros, dissertações e teses e
posteriormente em base de dados e em periódicos. O método de análise dos textos e dos
artigos foi influído pela literatura (NELSON; THOMAS, 2012; CERVO; BERVIAN,
2007), seguindo a ordem de leitura de reconhecimento, leitura seletiva, leitura crítica ou
reflexiva e pôr fim a leitura interpretativa.
Resultados e conclusões
Após análise dos estudos foi verificado que a carga horaria das aulas de
Educação Física não são suficientes para proporcionar um resultado determinante no
desenvolvimento motor da criança mas assim mostram-se importantes pois
proporcionam melhora significativa do desenvolvimento motor.
Ainda é possível identificar que as aulas de Educação Física devem ser
priorizadas nas grade e ainda ter sua carga horaria aumentada, a literatura mostra que as
crianças cresceriam com e teriam um melhor desenvolvimento motor com estas
propostas, o que pode levar estas crianças a alcançar uma melhor qualidade de vida.
Com a pratica do esporte e das aulas de Educação Física o desenvolvimento motor
infantil até uma idade madura pode proporcionar mais saúde o que talvez leve a
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prevenir doenças, e diminuir as chances de sobrepeso, obesidade, hipertensão, colesterol
e outras doenças.
As crianças tem que praticar atividade física e é nas aulas de Educação Física
através de conteúdos adequados e motivadores, priorizando as necessidades de cada
uma, que nossa área (Educação Física) pode contribuir para o amadurecimento e uma
ótima qualidade de vida.
Considerações finais
Com base em nossos resultados esperamos que as aulas de Educação Física
proporcionem melhora na aprendizagem e desenvolvimento motor para nossas crianças.
Para que isso ocorra necessitamos de um tempo maior com cada uma delas, talvez
aumentando a carga horaria das aulas de Educação Física teríamos melhoras mais
significativas, ainda precisamos que os profissionais estejam dispostos a trabalhar com a
criança os aspectos que elas mais necessitam, e no desenvolvimento deste trabalho
respeitar a individualidade de cada uma, respeitando o seu desenvolvimento, pois nem
toda criança se desenvolve no mesmo tempo. A sugestão é uma proposta com aulas
diferenciadas que contemplem cada dificuldade, onde possa ser trabalhado com mais
eficiência o desenvolvimento motor. Ainda podemos sugerimos que deve-se trabalhar
com as crianças os modelos conceitual, procedimental e atitudinal o que permitiria
respeitar suas individualidades.
Referências
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centrada no delineamento gemear, Revista Brasileira de Educação Física e esporte,
São Paulo, v. 26, n. 2, p. 301 – 311, 2012
DEUS. R. K. B. C. et al. Modelação longitudinal dos níveis de coordenação
motora de crianças dos seis aos 10 anos de idade, Revista Brasileira de Educação
Física e esporte, São Paulo, v. 24, n. 2, p. 259 – 273, 2010.
FERRAZ, O.L.; FLORES, K. Z. Influência de um programa na aprendizagem e
desenvolvimento de conteúdos conceituais e procedimentais, Revista Brasileira de
Educação Física e esporte, São Paulo, v.18, n.1, p. 47-60, 2004.
MAFORTE, J. P. G. et al. Analise dos padrões fundamentais do movimento em
escolares de sete a nove anos de idade. Revista Brasileira de Educação Física e
esporte, v. 21, n. 3, p. 195 – 204, 2007.
MIYABAYASHI, L. A.; PIMENTEL, G. G. A. Interações sociais e proficiência
motora em escolares do ensino fundamental, Revista Brasileira de Educação Física e
esporte, São Paulo, v. 25, n. 4, p. 649 – 662, 2011.
RÉ, A, H, N. Crescimento, maturação e desenvolvimento na infância e
adolescência: Implicações para o esporte. Revista de Motricidade, v. 7, n. 3, p. 55 –
67, 2009.
14
SANTOS. C. R. et al, Efeito da atividade esportiva sistematizada sobre o
desenvolvimento motor de crianças de sete a 10 anos, Revista Brasileira de Educação
Física e esporte, São Paulo, v. 29, n. 3, p. 497 – 506, 2015.
SILVA, J.; BELTRAME, T.S. Desempenho motor e dificuldades de
aprendizagem em escolares com idades entre 7 e 10 anos, Motricidade, v.7, n.2, p. 57-
68, 2011.
SILVEIRA, S. R. et al. Aquisição da habilidade motora rebater na educação
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Brasileira de Educação Física e esporte, v. 27, n. 1, p. 149 – 157, 2003.
TANI, G. O. et al, ensino do esporte para crianças e jovens: considerações sobre
uma fase do processo de desenvolvimento motor esquecida, Revista Brasileira de
Educação Física e esporte, São Paulo, v. 26, n. 2, p. 339 – 350, 2012.
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OBESIDADE INFANTIL: UMA REFLEXÃO PARA PAIS E
PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO FÍSICA
Angélica Albanezi Leandrin
¹
Thiago Augusto Costa de Oliveira ²
RESUMO
Este artigo tem como objetivo investigar através de uma pesquisa bibliográfica, os
fatores que influenciam o excesso de peso e obesidade na educação infantil. Os
resultados obtidos permitiram sugerir uma grande influência por meio dos pais em
relação ao estilo de vida de seus filhos, e que essa influência pode ser exercida por
fatores biológicos, psicológicos, socioeconômicos e sócio-comportamentais que
contribuem para o desenvolvimento da obesidade.
Palavras-chaves: Obesidade infantil, atividade física, Educação Física Escolar.
ABSTRACT
This article aims to investigate through a literature review, the factors that influence
overweight and obesity in early childhood education. The results allowed to suggest a
great influence through the fathers in relation to the lifestyle of their children, and that
this influence can be exerted by biological, psychological, socio-economic and socio-
behavioral contributing to the development of obesity.
Keywords: Childhood obesity, physical activity, physical education.
¹ Graduanda em Educação Física (Licenciatura), Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta,
2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]).
² Professor Mestre em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades
Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail:
16
Introdução
A obesidade/sobrepeso são doenças crônico-degenerativas, caracterizadas pelo
acúmulo de gordura corporal no organismo, gerando aumento gradativo de peso. É
considerada uma doença por si só, mas também pode ser fatores de risco para doenças
cardiovasculares. A obesidade na infância induz as múltiplas anormalidades
metabólicas, contribuindo para a manifestação de diversas doenças na vida adulta:
doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes, dislipidemia, alguns tipos de câncer e
transtornos psicossociais, sendo a obesidade/sobrepeso visceral, o maior motivo de
preocupação nesse quadro.
O aparecimento da obesidade/sobrepeso parece estar associado à interação de
aspectos multifatoriais, sendo eles: metabólicos, nutricionais, psicossociais, ambientais
e culturais, que influenciam indivíduos geneticamente predispostos. Neste sentido, o
fator de risco que aparenta ser mais relevante para o aparecimento da
obesidade/sobrepeso precoce na infância, é a presença da obesidade em seus pais, pela
soma da influência genética e do ambiente em que vivem (QUADROS et al., 2012).
O aumento na prevalência da obesidade na infância é preocupante devido ao
risco maior dessas crianças de tornarem adultos obesos e desenvolverem doenças
associadas ao grande ganho de peso, sendo assim, o importante papel da Educação
Física Escolar emerge como fator regulador, integrado a um programa de educação
alimentar junto com os familiares, pode determinar a obtenção bastante positiva no
combate ao problema (SILVA et al., 2005).
A importância da prevenção da obesidade/sobrepeso, a escola tem sido
considerada o melhor espaço para a realização do levantamento de dados para as
intervenções necessárias, isso porque, toda criança frequenta a escola, e deste modo são
muito influenciadas pelos professores, principalmente os professores de Educação
Física que tem contato mais próximo com os alunos.
Em suma, a Educação Física Escolar não pode perder de vista o caráter
multifatorial da saúde e, portanto, da qualidade de vida. Como disciplina escolar, ela
não deve abandonar sua preocupação em subsidiar e encorajar os alunos a adotarem
hábitos saudáveis, claro que só isso não basta, cabe aos pais a responsabilidade de dar o
exemplo e criar oportunidades para que seus filhos possam ter uma prática regular de
exercícios físicos e uma alimentação saudável.
EXCESSO DE PESO E OBESIDADE EM ESCOLARES: ASSOCIAÇÃO
COM FATORES BIOPSICOLÓGICOS, SOCIOECONÔMICOS E
COMPORTAMENTAIS
Guimarães et al., (2012), realizaram um estudo com o objetivo de verificar a
associação dos fatores biopsicológicos, socioeconômicos e comportamentais em
escolares com excesso de peso e obesidade. A amostra foi composta por 393 alunos,
com 9 anos, sendo 41% do sexo masculino 61% com excesso de peso e 39% obesos.
Foi utilizado um questionário adaptado de Oliveira Cols (2003), que é composto por
cinco partes: a) fatores biológicos: sexo, faixa etária, etnia; b) avaliação antropométrica;
c) fatores comportamentais: hábitos alimentares, atividades físicas e lazer; d) fatores
psicológicos: dinâmica familiar, repetência escolar, série e imagem pessoal; e) fatores
socioeconômico dos pais ou responsáveis dos alunos. É importante destacar que, os
escolares em muitos momentos se contradizem nas respostas, dificultando a análise dos
17
dados. Os resultados demonstraram que a obesidade é maior entre meninas, isso porque
em média os meninos tem um gasto calórico maior. O estudo mostrou também que os
alunos de etnia branca possuem uma probabilidade maior ao excesso de peso, e os
negros à obesidade. Quanto ao fator psicológico, mais direcionado à imagem corporal,
pode-se verificar que os resultados apresentaram uma imagem pessoal positiva. O
desfecho das análises permite aos autores sugerir que a atuação dos profissionais e as
adoções de medidas preventivas e controle do avanço dessa pandemia, podem ser
prejudiciais devido a um terço dos alunos desta pesquisa mostraram-se satisfeitos com o
excesso de peso e obesidade, tornando assim preocupante que este excesso de peso e
obesidade tornem-se padrões que irão persistir ao longo da vida.
FATORES ASSOCIADOS À OBESIDADE EM ESCOLARES
Os autores Giuliano e Carneiro (2004) realizaram um estudo com objetivo de
investigar a relação de atividade diária de sono de escolares com sobrepeso e obesidade,
e alguns fatores familiares como: a escolaridade, obesidade, e atividade física diária dos
pais em relação à obesidade dos filhos. Foram avaliadas 452 escolares e selecionadas 68
crianças com sobrepeso e obesidade e 97 com peso dentro da média normal para
preenchimento de questionários. Foi feito uma avaliação antropométrica. O estudo
mostrou que a prevalência de sobrepeso e obesidade foi de 21,1% nos meninos e 22,9%
nas meninas. A adiposidade deferiu na comparação das crianças normais com as
demais. Nas crianças com sobrepeso e obesidade, a adiposidade correlacionou-se
diretamente com o tempo de permanência sentado e inversamente com as horas de sono.
A ocorrência de sobrepeso e obesidade foi maior nas crianças cujas mães tinham menor
escolaridade e a frequência de sobrepeso e obesidade nos pais das crianças com
sobrepeso e obesidade foi maior do que nos pais das crianças normais. O sedentarismo
predominou na maioria dos pais. Baseado nos resultados pode-se afirmar que a
tendência ao sedentarismo, demonstrada neste estudo é pela associação entre tempo de
permanência sentado e a porcentagem de gordura corporal nas crianças avaliadas. O
estudo destaca a inatividade das crianças como um dos fatores associados à obesidade.
As horas diárias de sono apresentaram-se como fator positivo na manutenção do
equilíbrio pondero estatural. A escolaridade materna e a ocorrência de sobrepeso e
obesidade nos pais estão associadas com sobrepeso e obesidade nos filhos, segundo os
autores.
EXCESSO DE PESO E OBESIDADE: PREVENÇÃO NA ESCOLA
Coelho, et al., (2008) realizaram um estudo com o objetivo de determinar a
incidência de excesso de peso e de obesidade na população infantil e juvenil
escolarizada com vista aos futuros, avaliar a eficácia de um plano de atuação que a
escola utiliza como veículo na prevenção da obesidade. Procedeu-se a avaliação do
sexo, idade, raça, peso e estatura e foi calculado o índice de massa corporal. Nesta
pesquisa, foram avaliados 1875 alunos, com idades compreendidas a partir dos 5 aos 17
anos. Constatou-se que 9,5% dos alunos apresentavam obesidade, e 21% excesso de
peso. O índice de obesidade foi particularmente elevado nas crianças da pré-primária e
do primeiro ciclo de escolaridade. Da análise realizada constatou-se uma prevalência de
excesso de peso e obesidade significativa em todos os grupos etários, estes dados
parecem sugerir que esta situação apresenta uma tendência de agravamento, com uma
obtenção de crianças cada vez mais jovens e, consequentemente, com maior risco de
complicações. Com esses resultados, foi concluído que a escola é sem dúvida um vetor
18
primordial na prevenção da obesidade, intervindo no nível da educação alimentar e do
gosto pela prática de exercício físico, para que os resultados sejam alcançados de forma
consistente, é essencial o envolvimento ativo da família e comunidade. Paralelamente, é
urgente criar condições para que os comportamentos aprendidos na escola possam ser
postos em prática.
OBESIDADE INFANTIL: ESCOLA E FAMÍLIA PRECISAM ESTAR
ALERTAS
O objetivo do trabalho de Vieira (2009) foi monitorar durante três anos a
variação do índice de massa corporal dos alunos e avaliar a resposta da família ao
serviço de orientação para os pais sobre obesidade infantil oferecido pelas escolas. O
estudo ocorreu na perspectiva da análise anual das variáveis dependentes: o índice de
massa corporal como indicador absoluto, a incidência de sobrecarga ponderal na
amostra de estudo, a incidência de obesidade na amostra de estudo. Foi realizado entre
os anos de 2006 e 2008 envolvendo uma população composta por 192 alunos em 2006,
sendo 109 meninos e 83 meninas com idades entre 7 e 11 anos. No ano de 2007, o total
de alunos foi de 176, sendo 104 meninos e 72 meninas com idades entre 7 e 11 anos e
em 2008 o número de alunos foi de 162, sendo 93 meninos e 69 meninas com idades
entre 7 e 11 anos. As medidas foram realizadas na própria escola através do uso de uma
balança manual, para mensuração do peso e de uma fita métrica, fixada na parede de
uma superfície plana, para aferição da altura. Após o levantamento dos dados referentes
ao peso e a altura foi calculado o IMC. O resultado geral do estudo indicou valores
bastante elevados (22,3%) de sobrecarga ponderal entre o gênero feminino, comparados
com as estimativas máximas (18%). No gênero masculino o valor obtido (16%)
encontra-se relativamente próximo da estimativa máxima. Os resultados da incidência
de obesidade entre os gêneros (masculino 2,6% e feminino 3,6%) encontram-se dentro
da média, que os situam entre 0,1% e 4% em idades compreendidas entre 2 e 18 anos.
No período pesquisado, observou-se também a redução tanto dos índices de sobrepeso
quanto os de obesidade na amostra estudada. O serviço de orientação disponibilizado
pela escola foi pouco procurado pelos pais. Em 2006, dos 42 pais convidados pelo
Serviço de Orientação Educacional (SOE) para o encontro individual, no qual teriam
acesso ao resultado da pesquisa, apenas 6 compareceram. Em 2007 o número de pais
convidados foi quase o mesmo, porém a presença foi de apenas 2. Em 2008 apenas 1
pai compareceu diante da lista de 38 convidados. Houve, portanto, um baixo índice de
envolvimento dos pais dos alunos em situação de risco, frente às medidas de
intervenção propostas pela escola. Assim, os autores sugerem que o desenvolvimento de
hábitos alimentares saudáveis e de atividades físicas regulares, durante a infância e
adolescência, são fundamentais para prevenir a instalação e a progressão da obesidade
na vida adulta. O aumento na prevalência da obesidade entre crianças, adolescentes e
adultos, em todo o mundo, é alarmante e os resultados dessa mudança virão na melhoria
da saúde geral da criança e no fortalecimento da sua autoimagem, aspectos importantes
para elevar a autoestima e, consequentemente, melhorar as suas relações pessoais e
interpessoais, tornando-se assim um ser humano mais feliz.
A INFLUÊNCIA DOS PAIS NO ESTILO DE VIDA DOS FILHOS E SUA
RELAÇÃO COM A OBESIDADE INFANTIL
O presente estudo (DALCASTAGNÉ et al., 2008) teve como objetivo,
investigar através de uma pesquisa bibliográfica a influência dos pais no estilo de vida
dos filhos e sua relação com a obesidade infantil. Com base nos resultados obtidos,
19
conclui-se que nos 15 estudos realizados existe uma grande influência dos pais no estilo
de vida dos filhos e que esta influência pode ser de extrema importância para minimizar
a obesidade dos mesmos. O que permitiu concluir que existe uma grande influência por
meio dos pais em relação ao estilo de vida de seus filhos e que essa influência pode ser
exercida por fatores biológicos, psicológicos, sócio- econômicos e sócio
comportamentais que contribuem para o desenvolvimento da obesidade. Os fatores
biológicos, psicológicos, socioeconômicos e sócios comportamentais analisados,
exercem uma forte contribuição para o desenvolvimento da obesidade. Esses fatores
confirmam a influência do micro- ambiente familiar e do microambiente na gênese do
sobrepeso/obesidade. Há possível associação destas alterações nutricionais com acesso
aos alimentos e determinados hábitos alimentares, também evidências de que o
sobrepeso e a obesidade estão fortemente associados ao estilo de vida sedentário. Sendo
assim, é evidentemente que a obesidade é uma questão que deve ser avaliada e tratada
dentro da própria família, pois em grande parte dos casos, onde o pai e mãe são obesos,
a tendência dos filhos é se apresentarem na mesma situação.
A PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA ENTRE ESCOLARES COM
SOBREPESO E OBESIDADE
O objetivo do estudo de Celestino e Costa (2006) foi analisar a relação entre
escolares com sobrepeso e obesidade e a prática de atividades físicas nas aulas de
Educação Física escolar e no tempo livre. As variáveis foram analisadas por meio de
questionário das atividades diárias e avaliação da composição corporal. Realizou-se
uma pesquisa do tipo descritiva, cuja mostra foi composta por 42 adolescentes de ambos
os sexos, abrangendo uma faixa etária entre 10 e 12 anos de idade, alunos do ensino
fundamental de uma escola da rede priva da situada na região de Osasco-SP. A
avaliação da composição corporal constituiu-se pelas medidas de peso e estatura. Os
resultados mostraram que, do total de 42 crianças avaliadas, 20% apresentavam
sobrepeso, 30% obesidade e 50% peso normal. Entre a população com
sobrepeso/obesidade verificou-se que a prevalência de obesidade é maior entre o sexo
feminino, pois 33% das meninas foram classificadas como obesas. O grupo dos
indivíduos com sobrepeso/obesidade apresentaram maiores médias de tempo para o uso
de equipamentos eletrônicos, em média 365,7minutos diários para TV e 327,8 minutos
diários para Videogame e acesso a Internet. Os índices de sobrepeso e obesidade
encontrados nesta pesquisa, 50% de uma amostra composta por 42 indivíduos,
evidenciam a gravidade do problema e a necessidade da prevenção em meios propícios
como a escola, em especial pela disciplina Educação Física. Todos os escolares da
amostra estudavam em estabelecimento particular, o que sugere a relação entre classes
socioeconômicas mais elevadas com a prevalência maior de sobrepeso e obesidade.
Considerando os objetivos da pesquisa e respeitando as limitações inerentes os autores
concluem que os escolares com sobrepeso/obesidade praticam menos atividade física
que os escolares com pesos normais, mostrando-se mais ativos fisicamente nos finais de
semana do que durante a semana, em especial as meninas com sobrepeso/ obesidade.
Além disso, observou-se que a população em questão participa das aulas de Educação
Física escolar, mas um fator que pode minimizar ou desmotivar essa participação se
refere ao tipo de atividade proposta, pois apresentaram tendência a abandonar ou fugir
das atividades que enfocam o deslocamento corporal e que evidenciam as dificuldades
motoras oriundas do excesso de peso corporal.
20
PERFIL EPIDEMOLÓGICO DA OBESIDADE EM CRIANÇAS:
RELAÇÃO ENTRE TELEVISÃO, ATIVIDADE FÍSICA E OBESIDADE
O objetivo do presente trabalho (PIMENTA; PALMA, 2001) foi investigar a
prevalência da obesidade em crianças entre 10 a 11,9 anos, alunos da 4ª série do Ensino
Fundamental. A amostra desta pesquisa compreendeu 56 crianças (29 meninas e 27
meninos) na faixa de 10 a 11 anos, alunos da 4ª série do Ensino Fundamental. A seleção
da amostra foi realizada de modo intencional, a fim de facilitar a coleta das medidas
antropométricas, além dessa coleta, também foi utilizado, como instrumento da
pesquisa, um questionário com questões abertas e fechadas, o qual foi respondido pelo
responsável do aluno. A utilização deste instrumento visou a obtenção de informações
sobre a rotina diária da criança, a respeito de atividade física e/ou esportes, horas
dedicadas à televisão e, ainda, sobre o hábito esportivo dos pais. No levantamento sobre
a obesidade, pode-se observar que a média do percentual de gordura ficou em 25,22 (±
10,91), e mais da metade da amostra situou-se dentro das faixas não desejáveis,
indicando uma alta prevalência da obesidade. Os dados mostraram, ainda, uma grande
tendência ao sedentarismo. A média de tempo semanal dedicado à atividade física
apresentou um total de 476,25 minutos, por criança, enquanto que a média de tempo
destinado a assistir televisão foi de 1.103,03 minutos. Os resultados do presente estudo
demonstraram uma elevada prevalência da obesidade, na amostra escolhida, e uma alta
e significante associação entre o tempo dedicado à televisão e essa prevalência. O
estudo mostra que, apesar dessas causas parecerem ser múltiplas e complexas, existem
dados que possibilitam haver realmente uma relação causal entre a TV e a obesidade.
Normalmente, quando se assiste TV, a vontade de comer, e os alimentos escolhidos
costumam ser de altos teores calóricos e gordurosos, tais como pipoca, batata frita,
biscoitos, chocolates, doces etc. Baseado nestes dados fortalece-se a questão de se
adotarem medidas de prevenção da obesidade, durante a infância já que a obesidade é a
principal causadora da hipertensão em crianças e que esta pode ajudar a desenvolver
algum tipo de complicação cardiovascular ou cerebrovascular, a partir de um período de
7 anos. Outra questão que mostra a necessidade de intervenção é que as fases onde
ocorrem picos de hiperplasia das células adiposas coincidem justamente com os
períodos da infância. Por fim, acreditando no princípio de que para algo se tornar um
hábito deve ser trabalhado desde cedo, deve-se oferecer às crianças uma dieta
equilibrada e motiva-las a se dedicarem a alguma atividade esportiva que lhes dê prazer,
afastando-as do sedentarismo, na tentativa de minimizar o número de pessoas obesas na
idade adulta. Diante das constatações os autores apontam que os pais, a escola, o
professor de Educação Física devem atuar como incentivadores desse processo, pois a
prevenção da obesidade infantil parece ser o melhor caminho.
A INFLUÊNCIA DOS PAIS NO ESTILO DE VIDA DOS FILHOS E SUA
RELAÇÃO COM A OBESIDADE INFANTIL
Bankoff e Moutinho (2008) tiveram por objetivo investigar através de uma
pesquisa bibliográfica a influência dos pais no estilo de vida dos filhos e sua relação
com a obesidade infantil. De acordo com os resultados, conclui-se que 15 estudos
realizados existe uma grande influência dos pais no estilo de vida dos filhos e que esta
influência pode ser de extrema importância para minimizar a obesidade dos mesmos. Os
resultados que mostra na presente revisão bibliográfica permitiu-se concluir uma grande
influência por meio dos pais em relação ao estilo de vida de seus filhos, e que essa
influência pode ser exercida por fatores biológicos, psicológicos, socioeconômicos e
sócios comportamentais que contribuem para o desenvolvimento da obesidade. Esses
fatores confirmam a influência do micro- ambiente familiar e do microambiente na
21
gênese do sobrepeso/obesidade. Há possível associação destas alterações nutricionais
com acesso aos alimentos e determinados hábitos alimentares, também evidências de
que o sobrepeso e a obesidade estão fortemente associados ao estilo de vida sedentário.
Evidentemente a obesidade é uma questão que deve ser avaliada e tratada dentro da
própria família, pois em grande parte dos casos, onde o pai e mãe são obesos, a
tendência dos filhos é se apresentarem na mesma situação. A maior difusão deste
conhecimento bem como a proliferação destes estudos é importante para proporcionar
um atendimento e intervenção adequada à obesidade infantil.
OBESIDADE INFANTIL: IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA
ESCOLAR NA MUDANÇA DESTE CENÁRIO O autor Ferreira (2015) realizou um estudo que teve por objetivo apresentar a
obesidade como uma epidemia mundial e traçar um vínculo com o papel da educação
física escolar em crianças na prevenção e tratamento deste mal e através da linha de
raciocínio traçada, observar e propor através da pesquisa realizada, possíveis meios para
se trabalhar a prevenção e estratégias para tratamento. O método utilizado neste trabalho
trata-se de um estudo bibliográfico transversal com abordagem descritiva. O
procedimento foi uma pesquisa fundamentada na revisão de literatura, sendo desta
forma feita buscas bibliográficas nas bases de dados do Scielo (Scientific Eletronic
Library Online), Google Acadêmico, como também, em publicações de livros e artigos
online. Os resultados apontaram um panorama geral da obesidade e sobrepeso no Brasil,
em que a prevalência de sobrepeso e obesidade encontrada em brasileiros de 7 a 9 anos
foi de 15,4 e 7,8%, respectivamente para os sexos masculino e feminino, que, se
combinada (sobrepeso+obesidade), seria de 23,2%. Outro ponto mais preocupante foi
que a prevalência de obesidade em uma cidade serrana do Rio Grande do Sul foi de 8%
e de sobrepeso 19,9%, totalizando 27,9% da amostra. Rech também comparou seu
resultado às pesquisas de outras regiões do país, em que as prevalências de obesidade e
sobrepeso encontradas são superiores aos estudos realizados em Fortaleza/CE (19,5%
de obesidade e sobrepeso), Corumbá/MS (6,5% obesidade e 6,2% sobrepeso) e Belo
Horizonte/MG (3,1% obesidade e 8,4% sobrepeso). Quando comparado com os
resultados de Santos/SP (18% obesidade e 15,7% sobrepeso), as prevalências de
obesidade e sobrepeso do presente estudo são menores. A discussão na presente
pesquisa mostra que a obesidade é um problema sério e que demanda atenção, mas a
obesidade infantil ainda deve ser objeto de futuros estudos, pois ainda se sabe pouco os
problemas reais que essas crianças terão por se tornarem obesas na infância. Pode-se
afirmar que a escola é um local de diversas experiências, sendo, portanto, um excelente
local para aprendizagem de hábitos saudáveis, principalmente nas aulas de educação
física, que deve ensinar o aluno a conhecer e cuidar da própria saúde. Sendo assim, foi
concluído que a educação física na escola tem maior facilidade de se aproximar do
aluno e propor a todos mudanças de hábitos que sejam levados e amplamente
divulgados à família dos escolares, acreditando que nesse caso, a prevenção é o melhor
remédio. Na vida das crianças já obesas, existe toda uma preocupação em trazer de
volta à um peso desejável, propondo um estilo de vida mais saudável e alimentos mais
adequados, livre de açúcares e pouco industrializados.
A OBESIDADE INFANTIL: UM OLHAR SOBRE O CONTEXTO
FAMILIAR, ESCOLAR E DA MÍDIA Duré et al., (2013) tiveram o objetivo neste artigo, discutir a problemática da
obesidade infantil considerando três agentes que influenciam o estilo de vida de
escolares com sobrepeso e obesidade: mídia audiovisual, relações familiares e
22
instituições acadêmicas. O método utilizado trata-se de uma revisão de literatura. Os
resultados apontaram que, segundo a pesquisa realizada em Brasília, 17,3% das crianças
obesas com idade entre 07 e 10 anos apresentam síndrome metabólica, outro estudo
realizado na cidade de Viçosa-MG, com 199 adolescentes, encontrou uma prevalência
de 35,5% de síndrome metabólica nos escolares obesos, a pesquisa revela que cerca de
50% das crianças gastam seu tempo em atividades leves, como assistir televisão e jogar
videogame, não havendo, portanto, atividade física vigorosa. Diante de tais resultados,
pode-se verificar uma alta prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças e
adolescentes, o que ressalta a importância de programas específicos de atenção à saúde
desse grupo. A discussão deste estudo nos traz dados da Sociedade Brasileira de
Endocrinologia, que mostram que na faixa etária de 05 à 09 anos, os níveis de obesidade
vem aumentando (meninos 51,4%; meninas 43,8%), além disso, o Sistema Único de
Saúde (SUS) gasta anualmente 448 milhões de reais com o tratamento das doenças
relacionadas à obesidade. Quando se trata de obesidade grave, os gastos chegam a 116
milhões. Baseado nos dados colhidos neste estudo, os autores concluem que, os
principais fatores influenciadores dessa patologia são o sedentarismo e a alimentação
inadequada. Outro ponto observado refere-se aos investimentos despendidos pelo
governo no tocante à infraestrutura e às ações de orientação para a prática de atividades
físicas, tornando as escolas uma referência para tal. É importante salientar que as
escolas exercem papel fundamental na orientação e incentivo à prática de hábitos
alimentares saudáveis, justificando-se, assim, a necessidade de adaptar as cantinas
escolares a essa nova realidade, e também o papel importante da família, que se destaca
como ponto agregador desses fatores, servindo como mediador e controlador dessas
novas ações.
Revisão bibliográfica
O excesso de peso e a obesidade são fatores de risco cruciais no
desenvolvimento de muitas doenças crônicas, tais como as doenças cardíacas e
respiratórias, a diabetes mellitus ou a diabetes do tipo 2, a hipertensão e alguns cancros
que podem levar a morte prematura.
Sendo assim, parte da literatura tem se preocupado em investigar este tema,
como segue: Guimarães, et al., (2012) buscou verificar a associação dos fatores
biopsicológicos, socioeconômicos e comportamentais em escolares com excesso de
peso e obesidade.
Já os autores Coelho, et al, (2008), Ferreira (2015) e Celestino e Costa (2006)
realizaram estudos visando determinar a incidência de excesso de peso e de obesidade
na população infantil e juvenil escolarizada e avaliar a eficácia de um plano de atuação
que a escola utiliza como veículo na prevenção da obesidade.
Os estudos de Vieira (2009), Dalcastagné et al. (2008), Bankoff e Moutinho
(2008), Duré et al., Giuliano e Carneiro (2004) e Pimenta e Palma (2001), avaliaram a
problemática da obesidade infantil considerando três agentes que influenciam o estilo de
vida de escolares com sobrepeso e obesidade: mídia audiovisual, relações familiares e
instituições acadêmicas, e em consequência disso, avaliaram a resposta da família ao
serviço de orientação para os pais.
Para o levantamento dos dados coletados, Guimarães et al. (2012), Coelho, et al,
(2008), Ferreira (2015), Celestino e Costa (2006), Vieira (2009) e Pimenta e Palma
(2001) optaram em realizar uma avaliação nos escolares por faixa etária, sexo, idade,
raça, peso, estatura e o índice de massa corporal. A seleção das amostras foi realizada
23
de modo intencional a fim de facilitar a coleta das medidas antropométricas, além dessa
coleta, também foi utilizado como instrumento das pesquisas, questionários com
questões abertas e fechadas, o qual foi respondido pelos alunos ou responsável dos
mesmos.
Os fatores biológicos, psicológicos, socioeconômicos e sócios comportamentais
analisados nas pesquisas, exercem uma forte contribuição para o desenvolvimento da
obesidade, segundo os autores Giuliano e Carneiro (2004), Dalcastagné et al. (2008),
Bankoff e Moutinho (2008) e Duré et al.(2013), que apresentaram seus resultados
através de estudos bibliográficos com abordagens descritivas e pesquisas
fundamentadas na revisão de literatura, permitiu concluir que, além dos fatores
mencionados, existe uma grande influência por meio dos pais em relação ao estilo de
vida de seus filhos.
Os resultados dos estudos apontam que a obesidade infantil tem crescido a cada
dia, e com ela a preocupação dos professores e pais em como fazer com que as crianças
percam peso e evitar futuros problemas de saúde.
Assim sendo, todos os autores apresentaram em suas conclusões que a obesidade
é maior entre meninas comparado com meninos, pois em média os garotos tem um
gasto calórico maior.
A ocorrência de sobrepeso e obesidade foi maior nas crianças cujas mães tinham
menor escolaridade e a frequência de sobrepeso e obesidade nos pais das crianças com
sobrepeso e obesidade foi maior do que nos pais das crianças normais. O sedentarismo
predominou na maioria dos pais, o que chama a atenção é que existe uma grande
influência por meio dos pais em relação ao estilo de vida de seus filhos e que essa
influência pode ser exercida por fatores biológicos, psicológicos, socioeconômicos e
sócio comportamentais que contribuem para o desenvolvimento da obesidade.
Os fatores biológicos, psicológicos, socioeconômicos e sócios comportamentais
analisados, exercem uma forte contribuição para o desenvolvimento da obesidade. Esses
fatores confirmam a influência do micro- ambiente familiar e do microambiente na
gênese do sobrepeso/obesidade.
Além de todos esses fatores apresentados, o principal índice de sobrepeso e
obesidade encontrados nas pesquisas, evidenciam a gravidade do problema e a
necessidade da prevenção em meios propícios como a escola, em especial pela
disciplina de Educação Física.
O desfecho das análises permitiu aos autores sugerir que a atuação dos
profissionais e as adoções de medidas preventivas e controle do avanço dessa pandemia,
podem ser prejudiciais devido há um terço dos alunos desta pesquisa mostraram-se
satisfeitos com o excesso de peso e obesidade, tornando assim preocupante que este
excesso de peso e obesidade tornem-se padrões que irão persistir ao longo da vida. Os
estudos destacam a inatividade das crianças como um dos fatores associados à
obesidade.
Em suma, os autores apontam que a escola é sem dúvida um vetor primordial
na prevenção da obesidade, intervindo em nível da educação alimentar e do gosto pela
prática de exercício físico, para que os resultados sejam alcançados de forma
consistente, é essencial o envolvimento ativo da família e comunidade. Paralelamente, é
urgente criar condições para que os comportamentos aprendidos na escola possam ser
postos em prática, onde possa desenvolver hábitos alimentares saudáveis e atividades
físicas regulares, durante a infância e adolescência, são ações fundamentais para
prevenir a instalação e a progressão da obesidade na vida adulta.
Os autores afirmam que a escola é um local de diversas experiências, sendo,
portanto, um excelente local para aprendizagem de hábitos saudáveis, principalmente
24
nas aulas de educação física, que em tese devem ensinar o aluno a conhecer e cuidar da
própria saúde. A Educação Física na escola tem maior facilidade de se aproximar do
aluno e propor a todos mudanças de hábitos que sejam levados e amplamente
divulgados à família dos escolares, acreditando que nesse caso, a prevenção é o melhor
remédio.
É neste cenário que emerge nossa inquietude, onde a prevenção e a identificação
das variáveis que podem influenciar a obesidade tenham papel importante no combate
desta doença.
Objetivo
Investigar os fatores que influenciam o excesso de peso e obesidade na educação
infantil.
Método
Foi realizada uma pesquisa qualitativa concretizada através de uma revisão de
literatura. Inicialmente o tema foi pesquisado em livros, dissertações e teses e
posteriormente em base de dados e em periódicos. O método de análise dos textos e dos
artigos foi influído pela literatura (NELSON; THOMAS, 2012; CERVO; BERVIAN,
2007), seguindo a ordem de literatura de reconhecimento, leitura crítica ou reflexiva e
pôr fim a leitura interpretativa.
Resultados e conclusão
De acordo com as pesquisas, o aumento na prevalência da obesidade entre
crianças, adolescentes e adultos, em todo o mundo, é alarmante e os resultados dessa
mudança virão na melhoria da saúde geral da criança e no fortalecimento da sua
autoimagem, aspectos importantes para elevar a autoestima e, consequentemente,
melhorar as suas relações pessoais e interpessoais, e de fato, a obesidade é uma questão
que deve ser avaliada e tratada dentro da própria família, pois em grande parte dos
casos, onde o pai e mãe são obesos, a tendência dos filhos é se apresentarem na mesma
situação.
Acreditando no princípio de que para algo se tornar um hábito, deve ser
trabalhado desde cedo, deve-se oferecer às crianças uma dieta equilibrada e motiva-las a
se dedicarem a alguma atividade esportiva que lhes dê prazer, afastando-as do
sedentarismo, na tentativa de minimizar o número de pessoas obesas na idade adulta.
Diante das constatações, os pais, a escola, o professor de Educação Física devem atuar
como incentivadores desse processo, pois a prevenção da obesidade infantil parece ser o
melhor caminho.
Considerações finais
A realidade atual tem demonstrado um aumento considerável na prevalência da
obesidade e sobrepeso em escolares. É muito importante que as escolas exerçam papel
fundamental na orientação e incentivo à prática de hábitos alimentares saudáveis e nas
25
atividades físicas, mas também, é de extrema importância que a família tende à se
destacar como ponto agregador desses fatores, servindo como principal mediador e
controlador dessas ações.
A criança aprende pelo modelo dos pais, por isso, quando os veem se
exercitando e se alimentando corretamente, tal atitude serve de estímulo para que ela
aprenda desde cedo a adquirir hábitos saudáveis, quando os pais são sedentários, os
filhos provavelmente também serão, pois a criança depende totalmente dos pais para
tudo. Fugir da atração da TV e dos computadores e adotar brincadeiras que requerem
movimentação, como esconde-esconde, pega-pega e amarelinha é um hábito saudável
que pode ser estimulado dentro de casa, de nada adianta o aluno ser instruído com
hábitos saudáveis na escola se dentro de casa os pais, a família não der continuidade, os
pais, a escola. O professor de Educação Física deve atuar como incentivador desse
processo, pois acreditamos que a prevenção é sempre o melhor caminho.
Referências
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Pré-Escolares, Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, v. 23, p. 105-
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26
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27
A DANÇA COMO COMPONENTE CURRICULAR NAS AULAS DE
EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
Camila Moura Galindo
¹
Thiago Augusto Costa de Oliveira ²
RESUMO
Esse estudo tem como principal objetivo mostrar a importância da dança como
componente curricular nas aulas de Educação Física nas escolas, e o motivo maior pela
qual esse componente não recebe a necessária atenção nessas aulas, utilizando de
estudos de grandes autores e pesquisadores da área que abriram discussões sobre a
temática. Partindo desses estudos, conclui-se que a dança é valiosa como elemento
educativo, artístico e cultural, entretanto é tratado limitadamente como o
reconhecimento de movimentos pelos profissionais da Educação Física, que não se
sentem aptos a desenvolver tais atividades.
Palavras-Chaves: Dança, Educação Física escolar.
ABSTRACT
This study aims to show the importance of dance as a curricular component in physical
education classes in schools, and the biggest reason why this component does not
receive the necessary attention in these classes, using studies of great authors and
researchers who opened discussions on the subject. Based on these studies, it is
concluded that the dance is valuable as educational, artistic and cultural element,
however is treated narrowly as the recognition of movements by the Physical Education
professionals, who do not feel able to develop such activities.
KeyWords: Dance, physical education.
¹Graduanda em Educação Física (Licenciatura), Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445,
13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]). ² Professor Mestre em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades Network –
Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected])
28
1 Introdução
A dança é uma das mais antigas manifestações de expressão corporal, que
nasceu da necessidade que o homem tinha de se comunicar com o mundo e de se
expressar (MIYABARA, 2011). A dança talvez seja a primeira atividade física
sistematizada pelo homem, posto que, o caráter ritualístico da motricidade corporal, por
vezes, confunde-se com a gênese das primeiras organizações sociais (NANNI, 2008) e
está situada desde 1971 como conteúdo da disciplina Educação Física no bloco de
conteúdos atividades rítmicas e expressivas, e a prerrogativa concedida aos demais
conteúdos na Educação Física escolar (jogos, ginástica, esporte, lutas) (VIEIRA, 2014).
Existem várias problemáticas que impossibilitam as vivências desse componente
na aulas de Educação Física escolar. Segundo Miyabara (2011), em sua pesquisa
realizada com docentes dos cursos de Educação Física de diversas instituições, por meio
de uma pesquisa descritiva qualitativa, concluiu que algumas dessas instituições não
possuem esse componente em sua grade curricular, e quando a possui, não é suficiente
para que os docentes se sintam seguros para desenvolver essas atividades. O mesmo
ocorre nas pesquisas de alguns autores com profissionais da área que tiveram acesso a
essas aulas em seus cursos de graduação, entretanto, não se sentem preparados para
desenvolver atividades relacionadas à dança em suas aulas (NASCIMENTO;
OEHLSCLARGERKLEE, 2012; JUNIOR; PERES; RIEIRO, 2001), porém reconhecem
a importância desse componente para o desenvolvimentos de seus alunos.
Consta no currículo da maioria das Escolas de Educação Física do Brasil a
Dança como disciplina durante alguns períodos, geralmente utilizando o Sistema
Universal da Dança, fruto do trabalho de longos anos de estudo e pesquisa da eminente
professora Helenita Sá Earp, titular e chefe do Departamento de Arte Corporal da
Escola de Educação Física e desporto da U. F. R. J. Esta base quando bem ministrada
nas Escolas de Educação Física e, quando bem absolvidas, como são as outras
disciplinas do currículo de Educação Física concorrendo para o bom desempenho
didático-pedagógico e científico do professor. (NANNI, 2008).
Sendo assim, este estudo tem como objetivo apontar os principais motivos que
distanciam a dança das aulas de Educação Física nas escolas, e sugerir com base nas
pesquisas formas de melhorias e soluções apontadas por pesquisadores da área.
2 Revisão Bibliográfica
Foi realizado um estudo afim de entender segundo a visão de alguns autores da
área suas posições, pesquisas e conclusões relacionados a essa temática.
Está claro para a maioria desses autores que a dança é de grande importância
para as aulas de Educação Física. Silva (2010) entende que dar visibilidade aos
significados atribuídos por professores e alunos em relação à dança como parte do
currículo escolar, possibilitará contribuir para discussões que consideram sua
potencialidade educacional, ou seja, como elemento educativo, artístico e cultural no
ensino escolar. Alcântara, et al., (2012) acreditam que são muitos os benefícios da dança
para os indivíduos, tanto psicológico como cognitivo e motor. Miyabara (2011) mostrou
em sua pesquisa a dança como uma das mais antigas manifestações de expressão
corporal, que nasceu da necessidade que o homem tinha de se comunicar com o mundo
e de se expressar. Nanni (2008) mostra que a dança predispõe o homem a desenvolver e
aprimorar suas características sensoriais, intelectuais, emocionais, afetivas. A dança
permite, pelo processo educacional, a utilização do processo criativo e, por meio deste,
criar novas formas e fenômenos do movimento. Nanni destaca alguns objetivos gerais e
29
benefícios da Dança como Educação: Perceber o corpo como veículo de manifestação
do movimento e expressão como Arte e como Educação. Perceber o corpo e o
movimento como uma forma de linguagem capaz de viabilizar, criar pelo processo
coreográfico possibilidade de veicular expressões e comunicação de conceitos, valores e
conhecimentos e outros, através da Dança. Expressar as possibilidades e potencialidades
corporais com vocabulário formal próprio, resguardando porém, a expansão, expressão
e vitalidade das formas e movimentos em: amplitude, abrangência e qualidade. Ampliar
a capacidade de expressar novas formas corporais e movimentos a partir de
informações, estimulações e experiências da relação do corpo no espaço temporal, ritmo
temporal e na dinâmica. Ampliar a capacidade de observar, perceber, analisar, refletir,
criar, agir, participar teoricamente com o corpo em relação ao meio como membro de
uma comunidade.
Sendo assim, realizaram pesquisas afim de entender o porquê a Dança não
possui a devida atenção nas aulas de Educação Física. Viera (2014) em seu estudo
objetiva identificar a relação entre o conhecimento da dança na Arte e na Educação
Física. Entendeu-se que apesar de a dança estar situada desde 1971 como conteúdo da
disciplina Educação Física no bloco de conteúdos atividades rítmicas e expressivas e na
Artes como uma linguagem artística, a prerrogativa concedida aos demais conteúdos na
Educação Física escolar (jogos, ginástica, esporte, lutas) e as demais linguagens da arte
(artes visuais, música, teatro) é facilmente observada no dia-a-dia das escolas
configurando-se em uma não aprendizagem em dança ou ainda dá não utilização desse
conteúdo nas aulas das referidas disciplinas. A dança é minimamente tratada como
componente folclórico no interior das escolar, seja pela Educação Física ou pela Arte;
raramente é valorizada por ter um conhecimento próprio e uma linguagem expressiva
específica. Ela é reconhecida como atividade extracurricular, extraescolar, utilizada nas
apresentações de cunho festivo da escola. No estudo de Silva (2010) onde seguiu o
estudo de alguns autores, aliados à análise dos discursos dos participantes de sua
entrevista, nos possibilitou um maior entendimento no que se refere à presença limitada
da dança na escola como elemento educativo, uma vez que partiu do contexto da cultura
da escola e dos significados atribuídos pelos sujeitos que conferem sentido ao processo
educativo - docentes e discentes. Alcântara, et al., (2012) mostram que a dança na
escola é apenas utilizada em eventos festivos ou como atividades extracurriculares.
Afirmam que a dança é conteúdo da Educação Física; está inclusa no bloco de conteúdo
dos Parâmetros Curriculares Nacionais De Educação Física. Onde objetiva demonstrar,
por meio de uma revisão sistemática, a importância do conteúdo dança nas aulas de
Educação Física. Sua metodologia utilizada foi a revisão sistemática com livros e
artigos, realizados nos anos 1993 a 2011. Os resultados apresentados pelos artigos
analisados mostram que grande parte dos profissionais e estudantes de Educação Física
escolar acham importante o papel da dança em suas aulas, porém possuem dificuldade
para aplicá-la. São grandes os benefícios da dança educação, contudo os profissionais
da Educação Física Escolar ainda não se sentem preparados para desenvolvê-la em suas
aulas. Ehrenberg e Gallardo (2005) realizaram um estudo de cunho bibliográfico que
visa refletir sobre a dança como um dos conhecimentos a ser tratados nas aulas de
Educação Física escolar, com um olhar estabelecido pelo conceito de cultura como
categoria principal para essas aulas. Sendo essa uma abordagem relativamente nova
para a área e ainda discutida de maneira equivocada, os motivaram a realizar um estudo,
partindo dos pressupostos mais antigos da Educação Física, cuja associação sempre foi
de um corpo exclusivamente biológico, e buscando alcançar a relação cultural para área.
Nunes (2009) afirma que dificilmente o ensino da Dança na escola é desenvolvido
enquanto cultura de movimento nas aulas de Educação Física. Quando ocorre, muitas
30
vezes não é considerada a realidade dos educandos, tornando-os apenas reprodutores de
uma prática não significativa. Em vista disso, através da disciplina Prática de Ensino, do
curso de licenciatura plena em Educação Física, da Universidade Federal de Santa
Maria, foi oportunizado o ensino da Dança na Educação Física para alunos do ensino
fundamental. Isto se justifica no sentido de contribuir em novas práticas na Educação
Física Escolar, que respeitem a realidade e experiências dos alunos, de acordo com os
princípios pedagógicos da Dança enquanto educação, distanciando-se das visões
mecanicistas do movimento. Os participantes foram alunos do segundo ano do ensino
fundamental, de uma Escola Pública de Santa Maria (RS). A metodologia e conteúdo da
Dança utilizados foram baseados no Projeto Político Pedagógico da Escola (PPP), que
trata do ensino na concepção crítico-emancipatória. As avaliações das aulas, também de
conformidade com o PPP, foram emancipatória e diagnóstica, servindo de reflexão para
determinar caminhos, onde os educandos demonstraram o resultado de um processo de
construção de conhecimento e não apenas a acumulação de dados. Soares e Saraiva
(1999) realizaram um estudo onde analisaram algumas propostas teórico-metodológicas
para o ensino da dança na escola, que foram construídas a partir da experiência
quotidiana de suas autoras da prática da Educação Física. São algumas propostas que
convergem para uma concepção de dança como movimento histórico cultural e, por
isso, a uma visão pedagógica que coloca o ser humano no centro do processo criativo
que é o fazer em dança. Considera-se que os encaminhamentos das autoras podem
auxiliar a inclusão da dança no conteúdo da Educação Física Escolar. Brasileiro (2003)
analisou a dança como conteúdo curricular nas aulas de Educação Física escolar por
reconhecer a ausência de discussões sobre o assunto. Em sua pesquisa, foram
consultados professores de Educação Física da rede estadual de ensino, através de
questionários. As respostas obtidas do questionário evidenciaram que nenhum dos que
retornaram esse instrumento de coleta trata o conteúdo “dança” nas aulas de Educação
Física e apenas um indica recorrer à dança em festividades e datas comemorativas.
Depois da análise dos resultados os autores se questionam: Como superar o fato de que
a dança, quando tratada por profissionais de Educação Física, normalmente, limita-se a
reconhecimento de movimentos? Retira-se dela o seu sentido/significado ou a
possibilidade de construí-los, e apega se unicamente às suas possibilidades de
movimento, aos seus códigos. Esse é sem dúvida um limite explicito na área de
Educação Física, que também tem sido tratada como uma fazer destituído do saber. A
questão comprova a necessidade de uma discussão mais aprofundada acerca do trato
com o conhecimento “dança” nos cursos de formação de professores de Educação
Física. Miyabara (2011) para seu estudo realizou uma pesquisa descritiva, com enfoque
qualitativo, além de uma análise documental das matrizes curriculares das dez
Universidades da cidade de São Paulo que oferecem o curso de Educação Física. Foi
realizada uma entrevista semiestruturada, com sete docentes dos cursos que oferecem o
conteúdo dança em suas grades. Ao concluir essa pesquisa, constatou que, das dez
universidades da capital de São Paulo, que oferecem o curso de licenciatura em
Educação Física, três delas não contemplam o componente curricular dança em suas
matrizes curriculares.
Alguns desses estudos resultaram em discussões e até algumas sugestões por
parte desses autores. Silva (2010) concretiza que enquanto o problema da falta de
profissionais capacitados para este ensino não é resolvido, caberá aos educadores a
busca autônoma de conteúdos e metodologias que colaborem para uma prática mais
significativa ao aprendizado do aluno. Ehrenberg e Gallardo (2005) coloca que há
possibilidades de trabalho para a dança nas aulas de Educação Física Escolar, com um
enfoque cultural. Brasileiro (2003) reafirma assim, a importância de aprender e
31
vivenciar nossa cultura corpórea através da dança, uma linguagem que o homem
construiu e reconstrói/constrói ao longo de sua história. Para Miyabara (2011) O
conteúdo trabalhado nas diversas disciplinas do componente prioriza vivências
corporais ao alcance de todos. Averiguou-se que o egresso passa por formação que lhe
dá o suporte para a inclusão do componente em suas aulas, porém os entrevistados
acreditam que isso não ocorra na prática. Sugere a necessidade de novas pesquisas nessa
temática, visando uma maior compreensão do assunto.
Enfim, Nanni (2008) em sua maestria diz que cabe ao professor de Educação
Física aprofundar seus conhecimentos e habilidades técnico-científico, cultural, artístico
em dança, aprimorando cada vez mais seus atributos e valores como comunicadores.
Ainda diz que o profissional da Educação Física quando quiser enveredar por esse
caminho, deverá continuar buscando subsídeos para uma atuação afetiva e
positivamente neste campo de ação da Educação Física. Terá que continuar buscando a
essência das coisas, pelas descobertas dos princípios da mecânica corporal e as
características e peculiaridades de sua linguagem em Dança, os parâmetros gerais da
dança e seus elementos estruturais; métodos e processo de ensino – aprendizado e a
compreensão do processo criativo aplicado à dança; sua relação com os indivíduos ou o
grupo, e mais, ter como aporte afetivo as disciplinas biológicas para melhor perceber o
crescimento e desenvolvimento do educando. Por fim, diz que a aplicação técnica da
Dança deverá ser feita através de suas experiências criativas ou pela redescoberta da
expressão estética do movimento, pelas possibilidades de comunicação não verbal com
seus semelhantes através da Dança, o que possibilitará tornar a dança disponível para o
máximo possível de pessoas, sem o caráter elitista fazendo que cada um possa dançar
dentro dos limites de sua capacidade.
3 Objetivo
Averiguar o porquê a Dança não é devidamente vivenciada nas aulas de
Educação Física Escolar.
4 Método
Foi feita uma pesquisa qualitativa concretizada através de uma revisão de
literatura. Inicialmente o tema foi pesquisado em livros, dissertações e teses, e
posteriormente em base de dados e periódicos. O método de análise dos textos e dos
artigos foi influído pela literatura (NELSON; THOMAS, 2012; CERVO; BERVIAN,
2007), seguindo a ordem de leitura de conhecimento, leitura seletiva, leitura crítica ou
reflexiva e pôr fim a leitura interpretativa.
5 Resultados e Conclusões
Percebemos então com a leitura e o estudo dos artigos, que os professores de
Educação Física admitem que a dança é um componente que deveria receber maior
atenção devido à sua grande contribuição no aprendizado cognitivo, social e cultural dos
alunos, além de ser uma atividade física bastante prazerosa, entretanto, os mesmo
encontram grandes dificuldades para inserir a dança em seus planos de aula. Isso ocorre,
segundo eles, pela falta de preparo dos próprios professores que não se sentem aptos
para desenvolver atividades que envolvam a dança. A dança só é trabalhada nas escolas
em festividades, sem qualquer pesquisa ou maiores orientações. Isso é tratado de forma
natural pelos professores, mas não deveria, a dança é um componente curricular nos
32
cursos de formação superior (Educação Física), portanto esses profissionais deveriam
estar aptos a desenvolver tal atividade, já que foram instruídos para isso. É necessária
uma atenção maior à esse componente no curso superior de Educação Física, para que
não haja mais despreparo desses profissionais, e para que essa atividade não seja
excluída da rotina dos alunos.
6 Considerações Finais
Não há dúvidas então de que a dança é um elemento indispensável dentro da
disciplina de Educação Física, sendo ela a disciplina que educa o aluno como corpo e
mente. Não há dúvidas de que a dança é a linguagem universal do corpo, que não
exclui, pois aceita os limites de cada indivíduo em suas particularidades, sendo assim,
não existe faixa etária para a dança, todos podem dançar. A dança instrui de forma
lúdica como atividade física, arte, história. Mas não tem sua devida atenção em nenhum
desses cenários em âmbito escolar. Podemos ver a dança com destaque em grandes
acontecimentos históricos para os esportes no nosso País, como recentemente as
Olimpíadas no Rio de Janeiro, onde toda a história do nosso País foi mostrada através
da dança. Porém, infelizmente a dança só é vista como espetáculo, e não como
Educação. Para que haja mudança nessa falha educacional, é primeiramente necessário
atingir o coração da Educação Física: Seus profissionais. Se os professores de Educação
Física colocam limites em si mesmos, não sabem lidar com a dança, seus alunos saberão
ainda menos. É imprescindível que exista a disciplina DANÇA na grade curricular dos
cursos de graduação em Educação Física, para que cada dia mais a Dança apareça nas
aulas de Educação Física escolar. E que não só seja mais uma matéria na grade
curricular, é necessário que os futuros professores de Educação Física entendam a
grande valia da dança para o desenvolvimento dos seus alunos. É necessário um
professor interessado e pensante, para fazer seu aluno pensar e se interessar.
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33
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VIEIRA, M. S. A dança na arte e na educação física: Diálogos possíveis.
Revista Tempos e espaços em educação. v.7, n.13, mai/ago 2014.
34
A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO
INFANTIL
Elisangela Martins Alves¹
Thiago Augusto Costa de Oliveira²
RESUMO
O objetivo do presente estudo foi verificar os benefícios que a Educação Física pode
trazer para a Educação Infantil. Foi feito uma revisão de literatura. Os resultados
apontam que a Educação Física ela dá a possibilidade de proporcionar as crianças uma
diversidade de experiência, através de situações nas quais elas possam criar, inventar,
descobrir movimentos novos, reelaborar conceitos e ideias sobre o movimento e suas
ações, pode contribuir também para o desenvolvimento que envolvem a dimensão
corporal, movimento, a expressividade, a sensibilidade, a criatividade, por meio, por
exemplo da Pedagogia do Jogo. Concluímos que a Educação Física se mostra
fundamental para o ensino infantil.
Palavra-chave: Educação Física, Educação Infantil, Aprendizagem.
ABSTRACT
The aim of this study was to determine what benefits that Physical Education can bring
to the Children's Education. It was done a literature review. The results show that
Physical Education can contribute to children's education by expanding the
experiments involving body size, movement, expression, sensitivity, creativity, through,
for example the Game Pedagogy. We conclude that physical education is fundamental
to children's education.
Keywords: Physical Education, Early Childhood Education, Learning.
(1)
Graduanda em Educação Física (Licenciatura), Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445,
13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]). (2)
Professor Mestre em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades Network –
Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected])
35
1 Introdução
A Educação Infantil tem por objetivo promover o desenvolvimento integral da
criança em seus aspectos físico, afetivo, intelectual, linguístico e social,
complementando a ação da família e da comunidade.
O acesso à Educação nessa faixa etária deve ser oferecido em creches e pré-
escolas, que se caracterizem como espaços institucionais não domésticos públicos ou
privados, em jornada integral ou parcial, regulados e supervisionados por órgão
competente do sistema de ensino.
De acordo com a lei LDB. 9394/96 garante que a Educação Física faça parte do
componente curricular da Educação Infantil, devendo estar integrada à proposta
pedagógica da escola inclusive no que tange à avaliação, que deve ser realizada de
forma continua e cumulativa em relação ao desempenho.
O campo mais comumente, privilegiado no interior das instituições escolares é a
educação psicomotora, que em linhas gerais, se propõe a promover a formação de base
indispensável no desenvolvimento motor, afetivo e psicológico, dando oportunidade
para que, por meio de jogos, de atividades lúdicas, desenvolva as aptidões perceptivas
como meio de ajustamento do comportamento psicomotor.
A contribuição da Educação Física na Educação Infantil são fundamentais na
importância do movimentar se humano e nas contribuições que a experiência com a
cultura do movimento pode trazer em todo o processo de formação da criança.
Nessas propostas pedagógicas, a Educação Física se constituiu e se apresentam
de diversas formas, sobre a influência e orientação de diferentes tendências, analisadas
pelo Grupo de Estudos Ampliados em Educação Física (1996), como a recreação, a
psicomotricidade e o desenvolvimento/aprendizagem motora.
2 Revisão Bibliográfica
Magalhães, Kobal e Godoy (2007) realizou um estudo que teve por objetivo
trazer reflexões acerca da Educação Física como componente curricular na Educação
Infantil. De acordo com apontamentos dispostos na literatura, a Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional e o Referencial Curricular para a Educação Infantil. Os
autores apontam após análise que, é fundamental a parceria com as professoras
polivalentes, pois elas mantêm um contato mais direto e constante com as crianças,
detendo conhecimentos que podem complementar e auxiliar nesse processo. Assim, o
trabalho coletivo composto pela diversidade de conhecimentos e atuações de cada um
dos atores desse processo, pode contribuir na construção de uma educação de melhor
qualidade para as crianças, na formação de cidadãos mais humanos, saudáveis e felizes.
Ferraz (2004) diz que foi investigar o ensino sistematizado de um programa de
Educação Física na Educação Infantil, essa pesquisa é de natureza quase experimental,
onde foi feita uma comparação entre duas turmas, compostas por 35 crianças de 4 anos,
de uma escola da Rede Municipal de São Paulo. Uma das turmas, denominada grupo
experimental, teve aulas de educação física com duração de 50 minutos, duas vezes por
semana, enquanto a outra, denominada grupo controle, não participou de aulas de
educação física. Foi realizada uma avaliação diagnóstica antes do início das aulas. Os
dois grupos foram submetidos a cinco testes: três de habilidades motoras básicas (saltar,
arremessar e equilíbrio), um sobre o reconhecimento das partes do corpo e uma
entrevista visando avaliar a noção do que é educação física. Considerando-se o
resultado do estudo os autores verificam um indicativo de adequação dos objetivos
36
específicos do programa, pois não se pretende dar aulas de estimulação motora, ao invés
disso, propiciar uma base motora, mediante experiências de movimento variadas, para
que as crianças possam apreciar e usufruir com segurança dos elementos que compõem
a cultura de movimentos.
Em um estudo sobre a escolarização Garanhani (2002) observou que a
necessidade da Educação Física para a infância surgiu no século XVIII, devido à
preocupação dos pensadores da época com a preservação da criança. Nesse momento
histórico, os jogos e os brinquedos infantis tomam um lugar de destaque na educação da
pequena infância, e a tendência lúdico-espontânea que norteava a educação infantil
passa também a nortear a educação física da criança. Nessa época, os movimentos
corporais passam a ter um lugar de destaque nas orientações curriculares da educação
infantil, com o objetivo de dar suporte para a aquisição e o domínio das linguagens oral
e escrita.
A Educação Física, nas propostas pedagógicas, se constituiu e ainda se
apresenta, nos dias atuais, de forma diversa, sob a influência e orientação de diferentes
tendências, como a recreação, a psicomotricidade e o desenvolvimento/aprendizagem
motora, assim brincando em atividades de intensa movimentação corporal, a criança
desenvolverá os seus aspectos físico-motores e, ao mesmo tempo, poderá ser levada a
entender que esses movimentos têm significados, pois se manifestam com o objetivo de
expressão e comunicação e poderá entender, que os movimentos corporais se agrupam
em diversas práticas.. Desse modo, foi concluído que, o movimento corporal, da
criança não é somente uma necessidade para o seu desenvolvimento físico-motor, mas
também um conhecimento que, traduzido em linguagem, contribui para a sua
constituição como sujeito cultural, a autora ainda propõe que dentro de uma concepção
de educação infantil que os movimentos corporais sejam valorizados de modo a gerar
implicações pedagógicas reais no processo de escolarização.
Mello et al., (2015) realiza um ensaio para discutir as possibilidades teóricas e
metodológicas para a construção do conhecimento centrados no protagonismo infantil.
Os autores propõem que seja estabelecido um diálogo interdisciplinar para dar suporte
as pesquisas tradicionais sobre as crianças. Sobre esta perspectiva seria possível
identificar as múltiplas facetas de mundo, como por exemplo a linguagem corporal.
Diante da visita a literatura os autores apontam que os instrumentos utilizados nas
pesquisas que buscam compreender o universo infantil são insuficientes para
compreender o protagonismo infantil e suas produções culturais, este tópico
apresentamos algumas pesquisas realizadas nas redes públicas municipais de Educação
Infantil da Grande Vitória(ES), que dialogaram com os pressupostos da Sociologia da
Infância e dos Estudos que buscaram valorizar o protagonismo infantil e as produções
culturais das crianças. Observa-se nas produções desses grupos o diálogo com as
práticas pedagógicas da Educação Física com a Educação Infantil desenvolvidas nos
cotidianos das instituições infantis, dando visibilidade às produções das crianças nesses
contextos, elas estabeleceram movimentos de partilhas e de negociações entre
pesquisadores e praticantes dos cotidianos escolares, constituindo narrativas coletivas
por meio de complexas redes de conversações, em ações que compartilham fazeres e
saberes para sinalizar outras possibilidades de se produzir conhecimentos na Educação
Física, para tanto, buscamos, pressupostos teórico-metodológicos para compreender as
maneiras singulares como as crianças se tornam autoras das suas próprias vidas. Assim,
a escuta sensível do pesquisador, que considera as transgressões infantis, as suas
expectativas, as suas dúvidas e questionamentos, suas hipóteses e formulações, é
imperativa na produção de conhecimentos com as crianças.
37
Silva e Pinheiro (1999) discutem a participação da Educação Física na
construção da educação infantil como campo de produção de conhecimento. Podemos
relacionar a educação infantil com a Educação Física, no sentido de esclarecer suas
possíveis interfaces na elaboração de um saber que tem como objeto comum
(respeitadas as especificidades de cada área), dentro das instituições de educação
infantil. Se considerarmos que a problemática da Educação Física pode ser o “o
movimentar-se humano e suas objetivações culturais na perspectiva de sua
participação/contribuição para a educação do homem”, parecer-nos-á mais do que
justificável que essa área pode e deve contribuir para o repensar do corpo, do
movimento e da cultura corporal da criança pequena na creche e na pré-escola. Seria
essa contribuição uma forma de contrariar os índices que apontam para a parca reflexão
acerca dessa temática na educação infantil e na própria Educação Física.
Simão e Fiamoncini (2013) realizam um estudo com objetivo de contribuir com
as reflexões e inquietações dos estudantes e professores de Educação Física que
trabalham na educação infantil. Após a análise da literatura foi sugerido pelos autores
que a pratica pedagógica deve ser conduzida respeitando às necessidades e interesses
das crianças e deve ter como objetivo cuidar e educar de modo a ampliar o repertório.
Em síntese verificamos os estudos tem como objetivos verificar
(MARYNELMA, 2001), a escolarização do corpo infantil a necessidade da Educação
Física para a infância e consequentemente a expressão “Educação Física”, surgiram no
século XVIII, devido à preocupação dos pensadores da época com a conservação da
criança
Já Debortoli , Linhares e Vago (2002), afirma que os estudos e as pesquisas que
se ocupam da presença dessa disciplina nos estabelecimentos de ensino investigam sua
história, os métodos e processos de ensino e aprendizagem, a formação dos professores
e as concepções de corpo, movimento e cultura em que estes pretendem fundamentar
seu saber escolar. Através de brincadeiras em atividades de intensa movimentação
corporal, a criança desenvolverá os seus aspectos físico-motores e, ao mesmo tempo,
poderá ser levada a entender que esses movimentos têm significados, pois se
manifestam com o objetivo de expressão e comunicação. Poderá entender, também, que
os movimentos corporais se agrupam em diversas práticas
Nessa perspectiva Buss-Simão e Fiamoncini. (2013) diz que a prática
pedagógica da Educação Física deve procurar não se restringir a uma programação de
atividades e organização de rotinas, mas empenhar-se em redimensionar a ação
pedagógica como uma dinâmica permanente de sistemáticas intervenções e
preproposições que só podem ser alcançadas por um continuo processo de investigação
do universo infantil por meio das observações e dos registros.
A Educação Física também pode trazer para Educação Infantil a ampliação das
experiências que envolvem a dimensão corporal , o movimento, a expressividade , a
sensibilidade, a criatividade, por meio, principalmente, da brincadeira, pois, brincando a
criança esta presente, esta inteira, ativa e envolvida com o repertório do brincar e não
com resultados ou destrezas que pode surgir a partir deste brincar
Já Osvaldo Luiz Ferraz e Kelly Zoppei Flores (2004) dizem que a noção do que
é educação física, atrelada às dimensões conceitual, atitudinal e procedimental, foi
aprendida. Tudo indica que o programa teve influência na aprendizagem de conteúdos
conceituais, colaborando para inserção mais qualificada das crianças na cultura de
movimento.
Por fim Márcia BussSimão, Luciana Fiamoncini.( 2013) diz que a contribuição
e uma especificidade que a Educação Física pode trazer para Educação Infantil e a
ampliação das experiências que envolvem a dimensão corporal , o movimento, a
38
expressividade , a sensibilidade, a criatividade, por meio, principalmente, da
brincadeira, pois, brincando a criança esta presente, esta inteira, ativa e envolvida com o
repertório do brincar e não com resultados ou destrezas que pode surgir a partir deste
brincar.
3 Objetivo
O objetivo do presente estudo foi verificar qual a importância e os benefícios
que a Educação Física pode trazer para o Ensino Infantil.
4 Método
Foi feita uma pesquisa qualitativa concretizada em sala de aula através de uma
revisão de literatura. Inicialmente o tema foi pesquisado em livros, dissertações e teses e
posteriormente em base de dados e em periódicos. O método de análise dos textos e dos
artigos foi influído pela literatura (NELSON; THOMAS, 2012; CERVO; BERVIAN,
2007), seguindo a ordem de leitura de reconhecimento, leitura seletiva, leitura crítica ou
reflexiva e por fim a leitura interpretativa.
5 Resultados e Conclusões
Após análise da literatura os resultados apontam que a prática pedagógica da
Educação Física deve procurar não se restringir a uma programação de atividades e
organização de rotinas. Atualmente, busca-se uma prática pedagógica da Educação
Física na Educação Infantil que contribua para ampliação das linguagens, das interações
e da leitura de mundo por parte das crianças.
A Educação Física tem se desenvolvido como uma ‘atividade’, em que o
movimento é considerado a partir da possibilidade física de cada criança.
As análises nos mostram que uma das contribuições que Educação
Física pode trazer para Educação Infantil e a ampliação das experiências que envolvem
a dimensão corporal, o movimento, a expressividade , a sensibilidade, a criatividade,
por meio, principalmente, da brincadeira, pois, brincando a criança esta presente, esta
inteira, ativa e envolvida com o repertório do brincar e não com resultados ou destrezas
que pode surgir a partir deste brincar.
Desse modo, concluímos que o movimento corporal da criança não é somente
uma necessidade para o seu desenvolvimento físico-motor, mas também um
conhecimento que, traduzido em linguagem, contribui para a sua constituição como
sujeito cultural e social.
6 Considerações Finais
De acordo com os artigos citados podemos sugerir que a Educação Física é uma
peça fundamental na vida de uma criança, pois acredita-se que a partir dos do
desenvolvimento dos aspectos cognitivo, afetivo e social a criança se desenvolvera na
sua plenitude.
39
Apesar da notória importância da Educação Física para a educação infantil é
sabido que ainda existem escolinhas que tem deixado a desejar nessa área, muitas
crianças não tem um bom desenvolvimento, por falta de capricho algumas escolas que
não tem dado credibilidade deixando de lado, a importância que a Educação Física pode
trazer na vida de uma criança, pois através da Educação Física conseguimos ajudar a
trabalhar noção espacial, flexibilidade, lateralidade, equilíbrio, concentração, agilidade,
movimentos cognitivos, afetivo e social entre outros.
Diante do exposto podemos sugerir que a presença do profissional de Educação
Física na educação infantil é fundamental para o desenvolvimento da vida de uma
criança, ou seja a criança ira ser estimulada em seus aspectos físico, psicomotor,
intelecto, social e cultural no sentido amplo da concepção da palavra vida.
Referências
BASEI, P. A; A Educação Física no Ensino Infantil: A importância do
movimentar se e suas contribuições no desenvolvimento da criança; Revista
Iberoamericana de Educación (ISSN: 1681-5653).
BUSS-SIMÃO, M; FIAMONCI, L; Educação Física na Educação Infantil:
Reflexões sobre a Possibilidade de Trabalhos com Projetos; Pensar em Prática,
Goiania, v. 16, n.1-319, jan./mar.2013.
BUSS-SIMÃO, M; FIAMONCINI, L; Educação Física na Educação Infantil:
Reflexões sobre a Possibilidade de Trabalhos com Projetos; Pensar a Prática, Goiânia,
v. 16 ,n .1 ,p .1319, jan./mar. 2013.
DEBORTOLI, J. A; LINHARES, M. A; T: Infância e conhecimento escolar
princípios para a construção de uma Educação Física “para” e “com” as crianças;
Pensar a Prática v. 5: 92-105, Jul./Jun. 2001-2002.
FERRAZ, O. L; FLORES, K. Z ; Educação Física na educação infantil uma
parceria necessária Revista. Brasileira de Educação Física e Esporte, São Paulo,
v.18, n.1, p.47-60, jan./mar. 2004.
FERRAZ,O.L; FLORES,K.Z; . Educação física na educação infantil: influência
de um programa na aprendizagem e desenvolvimento de conteúdos conceituais e
procedimentais Revista Brasileira Educação Física do Esportes, São Paulo, v.18,
n.1, p.47-60, jan./mar. 2004.
GARANHANI, M. C. A Educação Física na escolarização da pequena infância;
Pensar a Prática v.5, p. 106-122, Jul./Jun. 2001-200.
GARANHANI, M.C. A Educação Física na escolarização da pequena infância;
Pensar a Prática, v. 5, p. 106-122, Jul./Jun. 2002.
GARANHANI, M.C. A Educação Física na escolarização da pequena infância;
Pensar a Prática, v. 5, p. 106-122, 2001.
40
MAGALHÕES, J. S ; Kobal, M. C; Godoy, R.P; Educação Física na educação
infantil uma parceria necessária; Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte –
Volume 6, número 3, 2007.
MAGALHOES, J. S. Educação Física na educação infantil uma parceria
necessária. Revista Mackenzie de Educação Física e Esportes, v. 6(3), p. 43-52,
2007.
41
A IMPORTANCIA DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA
ESCOLAR
Gilmar Caetano da Silva
¹
Thiago Augusto Costa de Oliveira ²
RESUMO
Para iniciar os estudos realizou-se inicialmente uma pesquisa a respeito dos principais
temas abordados nos artigos relacionados a Educação Física Escolar. Para em seguida
focar na importância do professor de Educação Física nas escolas de ensino
fundamental e ensino médio. Levando em conta o profissionalismo, dedicação, valores
e diretrizes pedagógicas.
Palavra-chave: Educação Física escolar, Professor, Importância.
ABSTRACT
To start the studies was carried out initially a survey about the main issues addressed in
articles related to physical education. To then focus on the importance of physical
education teacher in elementary schools and high school. Taking into account the
professionalism, dedication, values and pedagogical guidelines.
Keyword: Physical Education, Teacher, Importance.
(1)
Graduando em Educação Física (Licenciatura), Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445,
13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]) (2)
Professor Mestre em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades Network –
Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected])
42
1 Introdução
O professor desempenha uma função impar dentro da escola. Sendo membro de
uma equipe que trabalha para o melhor desempenho do aluno dentro e fora da escola.
A educação vem sofrendo grandes transformações sociais que acabam ecoando
nas escolas.
Os professores junto com a Educação Física precisam firmar e justificar as
teorias apresentadas à comunidade escolar e também a comunidade, afunilando as
relações entre teoria e prática pedagógica.
Nota-se que a Educação Física é vista apenas como esporte na escola deixando
de lado por muitos a questão lúdica, multidisciplinar e de saúde coletiva, associada
também às aulas.
Betti (1995) constatou que colegas e professores indagam fatores como as
condições de infraestrutura escolar sendo um dos principais fatores que contribuem para
obter êxito e satisfação nas aulas de Educação Física.
Não somente a falta estrutura, mas a falta de materiais necessários e desinteresse
dos alunos principalmente nos anos finais do ensino médio contribuem para o insucesso
das aulas.
A Educação Física é a disciplina mais aceita pelos alunos, porém não é vista
como importante e sim como algo prazeroso e satisfatório.
O professor possui um fundamental papel na formação de seus alunos como um
todo, sendo um orientador no desenvolvimento das atitudes dos alunos, desempenhando
um papel de modelo e referência.
2 Revisão bibliográfica
A Educação Física escolar compõe um papel relacionado à cultura corporal de
movimento.
Dispõem de conteúdo, metodologias e estratégias moldadas aos vários níveis de
ensino.
Ressalta diferentes formas de avaliação, sendo analisada sua inferência para
Educação Física e apresentando sugestões.
É dedutível que a Educação Física é uma matéria de grande valia para estreitar
relações entre a teoria e a prática e inovação pedagógica, levando em consideração a
formação integral de crianças e jovens para ajustá-la a crítica da cultura corporal e de
movimento.
A educação Física possui uma tradição técnica pedagogia de pelo menos um
século e meio em estratégias de ensino nos campos da ginástica, recreação, esporte e
atividades rítmicas e expressivas.
Ultimamente a educação vem sofrendo grandes transformações sociais que
ecoam nas escolas. Os professores junto com a Educação Física precisam firmar e
justificar as teorias apresentadas a comunidade escolar e também a comunidade,
afunilando as relações entre teoria e prática pedagógica.
Provando de novas estratégias e metodologias para que a Educação Física
continue contribuindo para formação integral das crianças e jovens e para apossar-se da
crítica da cultura contemporânea.
Constata-se que a Educação Física escolar vive momentos de grande descaso, já
que a mesma está sendo utilizada para diversos fins, tendo em vista também a falta de
qualificação dos profissionais da área.
43
A disciplina de Educação Física presente no currículo escolar aborda pontos
importantes na formação e desenvolvimento do aluno.
Por meio de estudos pode-se constatar o interesse ou a falta de interesse de
professores de Educação Física na formação social do aluno.
A educação física no ambiente escolar esta sendo como atividades apenas como
prática esportiva, sendo voltado o interesse apenas para parte técnica.
A criança é um ser sociocultural, onde se as aulas de Educação Física forem
voltadas apenas para parte técnica será deixado de lado à formação integral da criança,
tendo importantes fatores que devem ser trabalhados como; respeito mútuo, cooperação
e afetividade.
O ser humano possui de diversas formas de expressar seus valores, através de
atitudes que se diferenciam de acordo com a individualidade de cada um, levando em
conta também a perspectiva afetiva, cognitiva de conduta que cada um trás junto com a
cultura vivida.
No espaço escolar o processo de formação e transmissão de valores e atitudes
que se deseja é destacado, pois a escola esforça-se para enriquecer nas crianças uma
moral cidadã.
Para que isso se torne possível é fundamental a colaboração do professor
direcionando seus alunos, não deixando de ser flexível de acordo com a situação
apresentada.
Verifica-se que nas aulas de Educação Física é propícia para o trabalho com
atitudes e valores, podendo ser trabalhadas de diversas formas. Já que existe o contato
físico, podendo ser trabalhado o aprendizado através de competições sadias e da
colaboração presentes nos jogos, pelo desafio que existe entre o ganhar e o perder.
A Educação Física possui um fundamental papel na formação de seus alunos
como um todo, tendo o professor como um orientador no desenvolvimento das atitudes
das crianças, desempenhando um papel de modelo e referência.
Iniciando estudos sobre a Pedagogia na Educação Física Escola, partindo do
princípio de alguns temas abordados nas manifestações da área de Educação Física, para
somente após classificar o que seria Educação Física Escolar.
Adotou-se a pesquisa em 11 revistas científicas que representam o meio
recorrente na área de Educação Física.
As revistas selecionadas são de natureza profissional e/ou acadêmicas.
Contrapondo as revistas profissionais com as acadêmicas, nota-se que os
resultados são diferenciados das revistas generalistas; a maioria dos artigos publicados
nas revistas profissionais foi estabelecida a estudos do Processo Ensino-Aprendizagem
(56,1%) e menos de 20% não estavam relacionados com a Educação Física Escolar.
No momento em que se analisam apenas revistas generalistas, 76,2% dos artigos
não estão elencados com a Educação Física Escolar.
Através dos dados apresentados, contata-se a expansão do espaço preenchido
pela Educação Física como uma área de conhecimento no interior das universidades.
Notam-se as mudanças sofridas pela área que antigamente era vista como
semelhante à Educação Física Escolar e nos dias atuais é considerada uma área mais
cingida que estuda o fenômeno movimento humano, desde seu nível de análise
bioquímico até a sociocultural.
O resultado desse estudo esclarece que o contexto escolar não é visto como um
objeto favorecido de estudo para Educação Física, não sendo como um tema principal a
ser investigado.
Mostra-se uma grande preocupação quanto ao déficit de conhecimentos
acadêmicos realizados da pratica pedagógica na escola.
44
Uma alteração na representação desse trabalho passa a ser necessário na área
pedagógica dentro da Educação Física.
Resulta-se que grande parte dos artigos nacionais trabalha com a caracterização
da Educação Física Escolar, os artigos internacionais importam-se com o processo
ensino-aprendizagem.
Percebe-se que no Brasil a pesquisa relacionada a Educação Física Escolar é de
uma proporção ainda pequena e quando acontece é voltada para área da caracterização.
A finalidade desta pesquisa foi relatar o ponto de vista das alunas da 5° a 8° série
do ensino fundamental que possuem da disciplina Educação Física. Levando em
consideração alguns fatores importantes como o gosto pelas aulas, à importância dada à
disciplina de Educação Física, benefícios apresentados, preferencias e a opinião das
alunas com relação à imposição da disciplina de educação física no ensino fundamental.
Foi exposto um questionário para 151 alunas do ensino fundamental, com várias
questões a respeito da matéria.
Nota-se que a Educação Física é vista apenas como esporte na escola deixando
de lado por muitos a questão lúdica e multidisciplinar associada também às aulas.
Leva-se muito em consideração os benefícios que são percebidos apenas sobre o
desenvolvimento corporal, esquecendo-se de outros fatores importantes de como lidar
com a competição e outros fatores lúdicos trabalhados pelo profissional responsável
pelas aulas de Educação Física.
Reflete-se também em outras matérias trabalhadas nas salas de aula, não apenas
em jogos, mas também na rotina diária da vida dos alunos.
O esporte é visto como algo do que mais se gosta e do que menos se gosta de
fazer nas aulas de Educação Física apresentada.
As alunas descobriram o que as aulas trazem fatores importantes que contribuem
de maneira favorável em relação a elas.
Betti (1995) constatou que colegas e professores indagam fatores como as
condições de infraestrutura escolar sendo um dos principais fatores que contribuem para
obter êxito e satisfação nas aulas de Educação Física.
Conclui-se que a Educação Física é a disciplina mais aceita pelos alunos, porém
não é vista como importante e sim como algo prazeroso e satisfatório.
Com a pesquisa as alunas puderam verificar que a Educação Física contribui de
maneira satisfatória nas aulas de Matemática e Português mesmo que não seja tão
notória aos alhos dos alunos.
Seria necessário apurar com maior perspicácia em quais aspectos as alunas
entendem como obrigação as aulas de Educação Física. Porém, a essa percepção de
“obrigação”, agrega a um alto nível de voluntariedade: as aulas se apresentariam as
aulas de Educação Física mesmo que não fossem impostas a elas as aulas. Já que lhe
trazer prazer e satisfação em participar das aulas.
Observa-se a discussão entre gêneros como construção social, que as diferentes
culturas determinam em correlação entre homens e mulheres, mostrando que essa
construção é relacional, tanto quando menciona-se o outro sexo, quando a outras
situações, tal como raça, idade, classe social e habilidades motoras.
Averígua-se a probabilidade corporal em comparação a meninos e meninas e
suas exibições na cultura escolar. Tendo o esporte como quadro de gêneros da Educação
Física e as capacidades de intervenção docente na construção das relações entre
meninos e meninas.
Durante uma aula de Educação Física tende se pensar em aulas articuladas já que
gênero, idade, força e habilidade produzem diversos obstáculos e exclusões vividos por
meninas e meninos nas escolas.
45
Desse modo, constata-se que a separação de meninos e meninas nas aulas de
Educação física despreza a articulação do gênero com outras categorias, tendo outras
formas de conflitos vividas dentro das aulas.
Segundo Thorne (1993) a presença de adultos entre crianças pode diminuir a
separação de gêneros, pois ao incentivarem a prática conjunta de meninos e meninas, os
comentários pejorativos provenientes dessa interação são minimizados.
O professor deve abrir exceções e fazer alteração de algumas regras em jogos
quando preciso evitando assim a exclusão de meninos ou meninas para o jogo aplicado
aquela aula.
Os professores enfrentam todos os dias diversos conflitos em relação aos
gêneros, presentes nas culturas escolares, principalmente quando se diz em relação às
aulas de Educação Física. Por se tratar de valores e normas culturais que se modificam
em um longo período de tempo.
A forma de socialização nas novas gerações não são claras, trata-se de um
processo complexo e marcado por muita resistência em alguns casos.
Sacristán (1995) afirma que os estudantes são seres com uma bagagem prévia de
crenças, significados, valores, atitudes e comportamentos adquiridos fora do ambiente
escolar.
Mesmo enfrentando diversos obstáculos, deve-se lembrar que a escola serve
também como construção de valores, podendo criar propostas políticos-pedagógicas que
vinculem a cultura escolar e a aprendizagem de origem externa á escolaridade.
O artigo apresentado averiguou e compreendeu os problemas enfrentado pelos
alunos e professores do ensino médio, procurando aplicar soluções para os desafios
enfrentados com relação aos conteúdos desenvolvidos e horários da disciplina dentro do
currículo exigido pelas escolas de Ensino Médio nas aulas de Educação Física. Onde
muitos alunos não tendo alternativa pedem dispensa das aulas.
Já que com a aprovação da LDB 9394/96 o ensino de Educação Física para o
período noturno, passa a ser facultativo para os alunos cursarem.
Para que se cumpra o pressuposto, 30 professores do interior do Estado de São
Paulo foram interrogados através de um questionário apresentado a eles.
A conclusão deste estudo mostrou que os professores entendem que a Educação
Física deva ser aplicada no mesmo período das demais disciplinas, facilitando assim a
popularizar e o ingresso dos alunos na matéria em questão.
O Ensino Médio no Brasil esta atingindo um crescimento considerável, notando-
se que a quantidade de alunos matriculados no Ensino Médio só vem aumentando de
1987 a 1997. Já que a exigência do estudo para o mercado de trabalho tem sido cada dia
mais rigorosa e criteriosa em suas contratações. Sendo assim deve ser mostrado que a
Educação Física também cumpre com um papel importante na formação dos alunos, não
devendo ser deixada de lado ou que os alunos peçam dispensa e se ausentem das aulas
que já gira em torno de 6% dos alunos matriculados no ensino médio.
Assim sendo Correia (1993) observa que o ensino médio deve e pode partir da
ideia de um planejamento participativo. Apresentando melhores níveis de participação e
motivação dos alunos nas atividades apresentadas.
Franco (1997) afirma que é preciso que a escola crie uma cultura que valorize a
educação física, promovendo o envolvimento dos alunos às aulas.
O estudo de Hallal; Knuth; Cruz; Mendes; Malta (2010) teve como objetivo
descrever a pratica de atividade física em adolescentes, no caso, 60.973 alunos do 9°
ano de escolas públicas e particulares das capitais brasileiras com idade média entre 13
e 15 anos de idade usando dados da peNSE (Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar) a
análise de dados incluiu o cálculo de prevalência de jovens ativo por capital, proporção
46
de jovens em cada grupo de atividade física, por região do pais conforme sexo,
escolaridade materna e dependência administrativa escolar.
O instrumento utilizado para investigar a pratica foi concebido com base
previamente validado e usado em pesquisas nacionais com questionários sobre condição
de saúde e nutrição dos escolares. Em relação as principais variáveis do estudo a
proporção de jovens ativos foram de 43,1%, sendo maior nos meninos em comparação
com as meninas.
Apenas duas capitais tiveram mais da metade dos jovens atingindo as
recomendações atuais referentes a pratica de atividade física. Jovens do sexo feminino
foram classificadas como inativas mais frequentemente do que jovens do sexo oposto;
as diferenças nos níveis de atividade física foram maiores do que aquelas observadas em
relação a escolaridade materna.
Os dados do pense indicam baixa prevalência de jovens ativos e com duas ou
mais aulas de educação física por semana, além de elevada prevalência de
comportamento sedentário. Tais dados podem ser utilizados como linha de base para
monitoramento d atividade física em escolares brasileiros, mas desde já sugerem a
necessidade de intervenções para a promoção de atividade física em adolescentes
brasileiros.
Ao analisar a atividade física de forma dicotômica e sem ajuste por qualquer
indicador socioeconômico, mostrou que alunos de escolas privadas eram mais ativos do
que aqueles que frequentavam a escola públicas para promover a atividade física e a
saúde no meio escolar, será preciso atribuir aos comportamentos saudáveis significados
e interesse dos jovens.
A mudança na baixa atividade física e o comportamento sedentário hoje
frequente passa pela busca de tornar o ambiente escolar, a aula de educação física e
outros meios de convívio dos jovens espaços atrativos e dotados de significados.
Este artigo procura propor características do professor visto como triunfante na
sua dominância profissional.
Destaca-se também a prática pedagógica de uma professora de Educação Física
escolar em situação real de ensino.
Cunha (1996) afirma que o professor não tem um papel definido e nem
valorizado. O professor é o fruto de um determinado contexto histórico e social.
Relacionando a prática pedagógica do professor Educação Física e a sua
formação profissional, Darido (1996) detectou dois tipos de formação; a tradicional,
voltada a valorização do desempenho esportivo em implicância a outros desempenhos
educativos e outras mais científica a qual destaca a teoria e o conhecimento científico
derivado das ciências-mães.
Na formação tradicional o papel do professor é relacionado ao papel de
treinador. Onde o mesmo planeja aulas aplicando metodologias e fazendo as avaliações.
Sendo um treinador que controla, lidera e repara a ação de seus alunos.
Na formação científica, ele tenta reparar falhas identificadas na formação dita
como tradicional.
Para se tornar um professor de Educação Física bem sucedido, o profissional
deve se importar não apenas com o ensino de habilidades, mas também com a formação
integral do aluno sendo elas, psicológicas, filosóficas e sociais.
A professora na qual foi apresentada neste artigo mostra a sua prática com
professora de Educação Física e sua rotina diária, desde o planejamento de suas aulas
até a prática exercida no seu dia a dia. Apresenta o que reconhece ser importante para
formação de seus alunos.
47
A professora concluiu sua Graduação em Educação Física em 1970, onde é a
época dita como tradicional, mas a mesma conseguiu ir além dos aspectos negativos de
sua formação e dos obstáculos que surgiram em toda sua jornada como professora, até
os dias atuais.
Ela correu atrás de seus objetivos, sempre pensando na melhoria de seu trabalho.
Diversificando conteúdos aplicados e a maneira na qual ela implementava em suas
aulas.
Trabalhando com turmas mistas, elogiando, incentivando e valorizando cada
aluno, sendo eles visto pessoas individuais, onde cada um tem seu tempo e modo de agir
e se comportar e não os via apenas como um grupo coletivo onde todos deveriam agir
da mesma forma e estar no mesmo estágio de aprendizagem.
Trabalhando com seus alunos conteúdos em suas diferentes dimensões sendo
elas, conceitual, procedimental e atitudinal.
O método avaliativo assumido na maior parte das escolas está relacionado à
comparação de valores, imperando aspectos quantitativos sobre os qualitativos, o que
causa preocupação. Essas preocupações ocorrem principalmente nos que trazem
consigo os estigmas decorrentes de maneiras inadequadas do método avaliativo.
Foi identificado por meio de pesquisas teóricas, que existe complexidade na
forma de avaliar independente da disciplina e na Educação Física escolar essa
complexidade aumenta.
Segundo Luckesi (1998), a avaliação tende a acolher e integrar o aluno ao seu
meio e o julgamento tende a exclui-lo.
Conforme Faria Jr. (1986), não existe uma separação entre as áreas afetivas,
cognitivas e psicomotoras, pois no decorrer da aprendizagem elas se fundem, estão
direta ou indiretamente ligadas.
A avaliação escolar tem sido remodelada ao longo dos anos, em decorrência das
mudanças da sociedade, do comportamento humano, das melhorias tecnológicas entre
outras causas.
Atualmente pretende-se que as aulas de Educação Física deem oportunidade ao
aluno para que ela possa experimentar com habilidade física que evidenciem o corpo,
esportes, lutas, danças e ginástica, enriquecendo assim sua linguagem motora.
Quando avaliação está ligada ao projeto pedagógico da escola será permitido um
diagnóstico de suas capacidades.
A avalição jamais deve colocar o aluno em posição constrangedora, fazendo
com que ele se afaste da experiência das atividades propostas.
Conta-se com diversas formas de avaliação, não vai haver novidades na forma
de avaliar em Educação Física se não houver o empenho e a busca do professor. Cada
professor tem sua forma e seu método de avaliação, o professor deve sempre pensar nos
efeitos e qual será a ação pedagógica que esta avaliação estará trazendo, tendo uma
réplica positiva ou negativa em suas atuações.
Vai perspicácia de o professor avaliar com coerência, não deixando para trás o
considerável ato de avaliar nas escolas.
Pois sistema certas vezes determina ao professor de Educação Física algumas
formas de avaliação que o restringe.
Vale lembrar que cada situação deve ter uma atenção e um modo diferente de
olhar e avaliar a questão apresentada, sabendo que diferentes situações pedem diferentes
procedimentos.
O estudo de Betti (1999) procurou discutir por que outras modalidades, e
conteúdo não desportivos são pouco utilizados nas aulas de educação física. A autora
tentou também, empreender neste artigo outra discussão no sentido de questionar a
48
pouca utilização de outras modalidades esportivas e outros conteúdos da educação física
para que a mesma não continue sendo vista como binômio Educação Física/Esporte (e
muitos menos Educação Física/alguns esportes). É preciso aceitar que o esporte tornou-
se um evento social massivo devido a mídia; o papel do professor é promover o
entendimento em vários sentidos que os jogos esportivos possam ter, porem falta aos
professores adquirir uma nova forma de didática de ensinar o esporte abordando teoria
juntamente com a prática.
A pesquisa desenvolvida em 8 (oito) escolas públicas e particulares verificando
conteúdo desenvolvido em aula e também ouvindo a opinião dos alunos a respeito do
que gostariam de aprender nas aulas de educação física. A escola assumiu o ensino do
esporte como praticamente única estratégia, e esta é uma constatação fácil d ser
percebida em toda instituição escolar, tenha ela ou não estrutura para tal. É preciso
aprender a discutir o esporte e não só aprender a executar, o professor de educação
física é o mais indicado a abordar esse assunto sem transformar a aula em apenas teoria.
As escolas têm vários motivos para o fato de não utilizarem outros conteúdos,
falta de material, espaço insuficiente, pouca estrutura etc. certamente existem outros
motivos, porem cabe aos professores de educação física tomar a decisão de questionar
uma vez que são eles que estão efetivamente dentro da escola e na quadra, suas
condutas é que mudarão ou não o rumo e o crescimento da educação física.
Para Betti e Zuliani (2002) Conclui-se pela necessidade de a Educação Física
estreitar as relações entre teoria e prática e inovar pedagogicamente, a fim de seguir
contribuindo para a formação integral das crianças e jovens e para a apropriação crítica
da cultura corporal de movimento.
Segundo Gumarães, Pellini, Araujo e Mazzini (2001) é visível a situação de
marginalização em que se encontra a Educação Física Escolar, decorrente, por um lado,
de um complexo histórico em que foi utilizada com finalidades diversas e, de outro, da
má qualificação de seus profissionais.
De acordo com Antunes, Dantas, Bigotti, Tokuyoche, Tani, Brasil e André
(2005) os resultados evidenciam que, a maioria dos artigos nacionais trabalha com a
caracterização da Educação Física Escolar, os artigos internacionais demonstram uma
preocupação com o processo ensino-aprendizagem. Conclui-se que a pesquisa em
Educação Física Escolar no Brasil é pequena, e quando ocorre, mostra uma
predominância dos estudos relacionados à caracterização.
Betti e Liz (2003) informam que A Educação Física é fortemente associada ao
esporte, mas as dimensões do Lúdico, do movimento e da competição parecem ser mais
importantes do que os conteúdos específicos.
Sousa e Altmann (1999) discutem o gênero como construção social que uma
dada cultural estabelece em relação a homens e mulheres, mostrando que essa
construção é relacional, tais como raça, idade, classe social e habilidades motoras.
Darido, Galvão, Ferreira e Fiorin (1999) O resultado de seus estudos mostraram
que os professores entendem que a Educação Física deva ser conduzida no mesmo
período das demais disciplinas, pois facilita a democratização do acesso dos alunos, que
as maiores dificuldades dos professores, residem na falta de interesse dos alunos do
ensino médio e falta de habilidade dos mesmos.
Hallal, Knuth, Cruz, Mendes e Malta (2010) concluíram que os dados do PeNSE
indicam baixa prevalência de jovens e adultos e com duas ou mais aulas de Educação
Física por semana, além de elevada prevalência de comportamento sedentário
Galvão (2002) Buscou levantar as competências ou características daquele
professor considerado bem sucedido em sua intervenção profissional.
49
Para Bratifische (2003) o processo avaliativo adotado na grande maioria das
escolas ainda esta ligado à aferição de valores, prevalecendo os aspectos quantitativos
sobre os qualitativos, o que ocasiona inquietações nas pessoas.
Betti (1999) informa que o esporte tornou-se, nas últimas décadas, o conteúdo
hegemônico das aulas de Educação Física, porém apenas algumas modalidades
esportivas são eleitas pelos professores. Este ensaio procura discutir por que outras
modalidades, e conteúdo não esportivos pouco são utilizados.
3 Objetivo
Mostrar a importância do Professor na Educação Física Escolar, mostrando os
pontos positivos e dificuldades enfrentadas em seu cotidiano.
4 Método
Foi feito um estudo descritivo que se caracteriza como uma pesquisa de
levantamento de informações do professor de Educação Física nas escolas. O tema foi
pesquisado em artigos científicos seguindo a ordem de leitura de reconhecimento,
leitura seletiva, leitura crítica ou reflexiva e por fim a leitura interpretativa.
5 Resultados e Conclusão
Verifiquei através deste estudo que o professor de Educação Física está longe de
ser apenas um esportista, sua competência esta relacionada ao conceito de cultura
corporal de movimento, habilidades motoras e socialização dos alunos.
Amplificando o desenvolvimento físico e disciplinar, trabalhando com a
autoconfiança através de atividades concedida nos Parâmetros Curriculares Nacionais.
Podemos concluir que para ser um profissional bem sucedido ele precisa estar
em constante atualização profissional, para conseguir solucionar os obstáculos
apresentado no cotidiano escolar.
Entende-se que a Educação Física deva ser conduzida no mesmo período das
demais disciplinas, facilitando o acesso dos alunos.
6 Considerações finais
Verifica-se a necessidade de profissionais estimulados e qualificados para
conseguirmos mudar o senário atual da Educação Física Escolar.
Através deste estudo constatou-se que o profissional de Educação Física é de
valiosa importância para a melhoria da qualidade das aulas.
O profissional de Educação Física, deve ter responsabilidade social e ética, pois
é responsável pela qualidade da educação brasileira, tão desvalorizada nos dias de hoje.
A Educação Física escolar é uma ferramenta indispensável, para promover o
ensino de maneira completa, de forma lúdica, colocando em evidencia, as diferenças
culturais, corporais e sociais.
50
Referências
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51
A INFLUÊNCIA DA MÍDIA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO
FÍSICA ESCOLAR, DE ALGUMA FORMA SERÁ QUE ISSO
ACONTECE?
Jhonatan Henrique da Silva ¹
Thiago Augusto Costa de Oliveira ²
RESUMO
A proposta do presente estudo aborda um problema atual, a mídia tecnológica na
educação física escolar, como ela e vista pelos professores e pelos alunos, e como ela é
trabalhada. Diante deste cenário o objetivo da pesquisa foi averiguar a influencia da
mídia nas aulas de educação física escolar, como ela influencia e no que ela influencia,
e o poder desta ferramenta. Para isto foi feita uma pesquisa qualitativa concretizada
através de uma revisão de literatura. Os resultados apontam que a mídia influencia nas
escolhas dos alunos nas modalidades esportivas a serem praticadas nas aulas de
educação física escolar e na aquisição de produtos. O que nos possibilita sugerir que a
mídia possa ser trabalhada com inteligência pelo professor de educação física escolar
como uma nova ferramenta de ensino podendo se extrair da mesma diversas
informações assim enriquecendo suas aulas e proporcionando novas vivencias aos seu
alunos, e contribuindo também para que os alunos tenham um senso critico sobre as
informações que eles recebem dos meios de comunicação.
Palavras-chave: Influencia, mídia, Educação Física escolar.
ABSTRACT The purpose of this study addresses a current problem, technological media in physical
education, as she and views by teachers and students, and how it is crafted. In this
scenario the objective of the research was to investigate the influence of media in
school physical education, how it influences and it influences, and the power of this
tool. For this was made a qualitative research implemented through a literature review.
The results show that the media influences the choices of students in sports to be
practiced in school physical education classes and purchase products. What enables us
to suggest that the media can be crafted with intelligence by the teacher of physical
education as a new teaching tool can extract the same number of information thus
enriching their lessons and providing new livings to their students, and contributing
that to also students have a critical sense of the information they receive from the
media.
Keywords: Influences, Media, Education Physical School.
(1)
Graduando em Educação Física (Licenciatura), Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445,
13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail:jhonatan_silvahenrique@ hotmail.com). (2)
Professor Mestre em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades Network –
Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected])
52
1 Introdução
Mídia é todo suporte de informação que constitui um meio de expressão capaz
de transmitir algum tipo de mensagens. O conjunto dos meios de comunicação social de
massas Abrangem esses meios como o rádio, o cinema, a televisão, a imprensa, e os
meios eletrônicos (REVISTA DEBATES, 2007).
O aumento da tecnologia tem feito com que a mídia chegue na escola e nas aulas
de Educação Física. Essa “ferramenta” pode ser uma aliada a mais para o professor de
Educação Física ou não, pois se for bem trabalhado a mídia consegue trazer muitas
informações proporcionando aos alunos ter contato com atividades diferentes, já se o
professor não souber acompanhar esse avanço ele acaba de alguma forma perdendo seus
alunos, como mostram Santos e Ribeiro, (2000-2016) que analisaram a utilização dos
recursos midiáticos nas aulas de Educação Física nos tempos modernos e como os
recursos midiáticos ocupam um lugar de destaque e estão presente de forma ativa no
processo de formação do indivíduo influenciando nas escolhas, nos gosto, no olhar
perante os diferentes acontecimentos.
Os estudos que relacionam mídia e Educação Física escolar, relatam grande
influencia da mídia nas escolhas, apontando o futebol como a modalidade preferida dos
alunos nas aulas. Varoto (2013) colocam que esta preferência ocorre, pois existe uma
grande diferença entre o futebol e as outras modalidades, essa diferença se deve pelo
fato de 79% das transmissões de TV são de futebol em seguida vem o voleibol com 9%,
basquetebol com 6%, handebol com 3%, outros programas com 3%, nesse aspecto
pode-se sugerir que a influência da mídia no esporte e na cultura é grande, e deve ser
bem trabalhada pelos professores na escola para que os alunos tenham um olhar crítico
sobre essas realidades.
O que nós chama a atenção e nos levou a verificar mais afundo foi tentar
entender qual a influência da mídia realmente na Educação Física escolar, diante disso o
objetivo do estudo foi buscar na literatura conteúdos que esclarecerão de fato se a mídia
tem ou não influencia nos conteúdos das aulas e através de qual ferramentas ela mais se
aproxima dos alunos.
2 Revisão bibliográfica
Conforme visto na literatura Almeida, Lima e Siqueira (2014) realizaram um
estudo com objetivo de identificar a influencia da mídia e o poder que ela tem nas aulas
de educação física e ainda a importância do professor de educação física para ajudar os
alunos a distinguir as informações e deste modo instruir os alunos sobre a como ser
críticos. Foi feita uma revisão de literatura na tentativa de identificar nas aulas de
educação física qual era a atividade mais preferida dos alunos nas aulas de educação
física o resultado foi o futebol, por conta de estar sempre presente na mídia. De acordo
com os levantamentos pode-se identificar que a mídia esta se tornando um assunto
essencial a ser discutido, porque a cada segundo as crianças e os adolescentes recebem
uma avalanche de informação através da Tv, radio Internet. Diante disso os autores
concluem que nos tempo atuais não podemos pensar na Educação Física sem
acrescentar os meios de comunicação, e que sem duvida o futebol é o esporte preferido
dos alunos, pois a quantidade de jogos transmitidos pela TV e enorme.
Betti (2001) teve como objetivo fazer algumas reflexões sobre a mídia na
educação física escolar, pautado em pesquisas bibliográficas o autor sugere que a mídia
pode ser aliada ou inimiga da educação física escolar, pois as crianças e os adolescentes
53
veem o esporte como telespectadores e não como praticantes, pôr o campo esportivo ser
um Telê espetáculo que descaracteriza a educação física e a cultura corporal dos
movimentos o pesquisador defende o uso da TV e de vídeos nas aulas de educação
física, pois acredita que através dessas duas ferramentas pode se extrair conhecimento,
reflexões, e debate entre os alunos, mas com alguns cuidados como á analise e a seleção
de um bom conteúdo a ser passado para os alunos durante as aulas. Alguns vídeos que
podem ajudar nas aulas de educação física como: vídeo como sensibilização, vídeo
como ilustração, vídeo como conteúdo, e sempre pautado em um tema, portanto a
conclusão do estudo aponta que a mídia sendo bem utilizada pelo professor pode ser
uma grande aliada da educação física escolar.
Pontes et al., (2014) teve por objetivo analisar a influência exercida pela mídia
nas aulas de educação física e no âmbito esportivo. Para esse estudo foi realizado uma
revisão bibliográfica. Os resultados estabelecidos apontam que esta discussão está se
tornando cada vez mais necessária, pois a cada estante, crianças e adolescentes recebem
uma avalanche de informações transmitidas pelos principais meios de comunicação,
porem eles ainda não possuem consciência critica para poder distinguir o tipo de
informação que e verdadeira e a que e apenas um a jogada de marketing. Portanto os
autores concluem que a uma necessidade de aumentar a preocupação com as crianças e
os jovens sobre o que eles ouvem e veem na televisão e internet, pois são alvos fáceis
para a mídia.
Barbosa, Mazzonetto (2011) buscou verificar se a alguma influencia da mídia na
seleção dos conteúdos abordados nas aulas de educação física escolar o estudo
caracterizou – se em uma analise de artigos científicos, livros, e texto retirados da
internet, dentre os estudos os autores coletaram alguns dados com os professores de
educação física de escolas publicas da cidade de campinas, chegaram a conclusão que o
futebol e o esporte mais praticado nas aulas de educação física por estar mais presentes
nas transmissões de TV seguido do vôlei , basquete e handebol , na concepção dos
autores se a mídia desse mais atenção as outras modalidades esportiva os alunos iriam
ter um leque mais amplo de opções para realizar novas experiências ,portanto cabe ao
professor propor algumas atividades que estimulem os alunos a se interessar por outras
modalidades que não esteja presente na mídia com tanta frequência , os meios de
informação interferem na formação das crianças e jovens na idade escolar ao restringir
os conteúdos de educação física ,com isso o professor se acomoda e não procura
abordar outros conteúdos se limitando a abordar os mais fáceis.
Já Santos e Ribeiro (2000-2016) analisaram a utilização dos recursos midiáticos
nas aulas de educação física. Nos tempos modernos os recursos midiáticos ocupam um
lugar de destaque e estão presente de forma ativa no processo de formação do indivíduo
influenciando nas escolhas, nos gosto, no olhar perante os diferentes acontecimentos.
Através de uma abordagem qualitativa foi elaborado uma entrevista com os alunos e
uma dinâmica onde foi proposto aos alunos que eles se dividiam em grupos e
elaborassem uma entrevista após o jogo de queimada de acordo com o que eles já viram
em algum meio de comunicação, depois um debate esportivo e por último a criação de
um jornal esportivo. Participaram desse estudo 45 alunos com faixa etária de 11 a 12
anos da 5ª e alguns professores de educação física da escola da rede estadual de ensino.
Os resultados apontam que crianças, jovens e adultos são influenciados por ideias
transmitidas pela TV em alguns momentos chegam a reproduzir ações idênticas ao que
se transmite na TV. Os recursos da mídia podem ser incorporados pela educação física
como um meio a promover reflexões e debate sobre a mídia.
Nesta linha Romão e Duarte (2000-2016) buscou analisar os conteúdos das aulas
de educação física no ensino médio, analisando o professor de uma escola particular e o
54
professor da rede pública. Diagnosticando se de alguma forma a mídia em um contexto
geral tem alguma influência nos conteúdos trabalhados. Os professores foram
analisados através de uma análise qualitativa com um questionário onde os
entrevistados podiam fazer observações e sugestões, após a análise dos dados coletados.
Pode-se identificar que a idade média desses professores foi de 32 a 47 anos por conta
dessa idade os professores não deram continuidade nos estudos e não acompanharam a
evolução dos conteúdos da educação física por isso as atividades nas aulas eram sempre
rotineiras futebol, voleibol, basquetebol, handebol. Os entrevistados pontuaram também
que preferem dar aula para o ensino médio pelo fato deles entenderem os conteúdos
mais rápidos em comparação ao ensino fundamental. Em relação a mídia, se ela
influência nos conteúdos abordado nas aulas, os entrevistados argumentaram que por
conta do tempo vago ser pouco eles acabam não conseguindo acompanhar
frequentemente o que passa na mídia. Portanto com base nos resultados verifica-se que
os professores não ignoram, mas não se baseiam somente no que passa na mídia.
Perante todos os aspectos chega-se a conclusão que os docentes são muito tradicionais
na maneira como conduzem suas aulas de educação física isso se deve ao não
aperfeiçoamento após a graduação.
Já o estudo de Cavalcante e Saraiva (2014) teve como objetivo verificar a
influência da mídia em despertar o interesse dos adolescentes em querer ser um jogador
de futebol, e especificamente para identificar os fatores que levam a essa escolha. Para
obter os dados foi feito uma pesquisa com vinte adolescentes do sexo masculino,
através de um questionário com oito questões relacionadas ao tema, os resultados
demonstram que dos vinte entrevistados dezenove gostariam de ser um jogador de
futebol pelas oportunidades de fazer viagens, dinheiro, carros de luxo, mulheres, e
ajudar a família. Os adolescentes decorrem suas opiniões são influenciadas pelo fato de
a TV mostrar como os jogadores de futebol profissional vivem e usufruem da fama,
esses jogadores são o espelho desses adolescentes, já o único adolescente que não se
interessou pelo futebol alegou não gostar de praticar essas modalidades. Ao analisar
cinquenta e duas matérias exibidas pelo programa, esporte espetacular, 28 reportagens
estava elencado ao estudo, ou seja, só falava sobre o futebol. Portanto, os autores
demonstram que fica evidente após o estudo que a repercussão dada pela TV ao futebol
fomenta a vontade dos adolescentes em ser um jogador de futebol.
Pereira e Varoto (2013) fizeram um estudo para tentar detectar a influência da
mídia ao futebol nos padrões sociocultural na idade escolar segundo a percepção dos
pais ou qual seja seu responsável. Para esse estudo participaram trinta e um pais de
alunos do ensino fundamental de duas escolas públicas. Para coleta de dados foi
utilizado um questionário com dez questões objetivas relacionadas a influência
sociocultural da mídia relativa ao futebol no dia a dia dos alunos. O resultado da
questão referente ao esporte mais praticado e assistido pelos alunos em seu tempo vago
de acordo com a observância dos pais demonstra que existe uma grande diferença entre
o futebol e as outras modalidades, essa diferença se deve pelo fato de 79% das
transmissões de TV são de futebol em seguida vem o voleibol com 9%, basquetebol
com 6%, handebol com 3%, outros programas com 3%, nesse aspecto pode-se sugerir
que a influência da mídia no esporte e na cultura é grande, e deve ser bem trabalhada
pelos professores na escola para que os alunos tenham um olhar crítico sobre essas
realidades.
Já para Pezzuol e Rossato (2015) o estudo teve como objetivo relatar uma
experiência que utiliza as redes sociais como o face book, a partir daí identificando que
atualmente os alunos possuem acesso frequente aos recursos tecnológicos, participaram
do estudo 700 alunos de duas escolas públicas do estado de são Paulo com alunos do
55
fundamental e médio, a professora criou uma página no face book onde esses alunos
tinham acesso a conteúdo das aulas de educação física e eles podiam publicar fotos e
vídeos relacionados a educação física, após observar por um tempo o andamento da
página no face book chegou-se a conclusão que essa ferramenta tecnológica pode
promover a ampliação do conhecimento dos alunos e a flexibilidade na forma de estudo,
um fato que chamo a atenção da professora foram o acesso dos pais dos alunos e o
entusiasmo dos alunos em manter a pagina ativa sempre publicando algo sobre a
educação física ,porem a muita resistência dentro de algumas instituições escolares para
trabalhar com essas ferramenta.
Por fim Morisso, Brachtuogel, Gonzáles (2013) teve como objetivo identificar o
entusiasmo dos professores para o uso das tecnologias de informação e comunicação
nas aulas de educação física e as dificuldades para utilizadas relacionando com o
ensino, o projeto buscou conhecer o uso da T.I.C assim como os fatores que afetam sua
utilização entre os professores de educação física , participaram desse estudo 31
professores com idade entre 30 a 50 anos , foi feito uma pesquisa de campo para a
coleta de dados através de um questionário buscando através das questões conhecer a
relação dos entrevistados com as novas tecnologias, os resultados mostram que a T.I.C
estão cada vez mais presente na rotina dos alunos e que os professores reconhecem isso
afinal eles utilizam das redes sociais como forma de lazer ,portanto concluímos que o
entusiasmo e a motivação e visível nos professores com as novas possibilidades de
ensino este entusiasmo vem junto com várias ideias e desejo do que trabalhar com os
alunos.
Em suma podemos verificar que a influência da mídia está cada vez mais
presente nas aulas de educação física, tanto nas escolhas dos conteúdos, como nas
práticas de diferentes modalidades conforme visto na literatura. Almeida, Lima e
Siqueira (2014), Betti (2001), Pontes e Santos (2014) e Barbosa e Mazzonetto, (2011)
realizaram estudos que na sua essência procuram identificar a influência da mídia e o
poder que ela tem nas aulas de Educação Física e ainda a importância do professor de
educação física para ajudar os alunos a distinguir as informações e deste modo prepara-
los para críticos. Já Santos e Ribeiro, (S/A) analisaram a utilização dos recursos
midiáticos nas aulas de Educação Física. Nos tempos modernos os recursos midiáticos
ocupam um lugar de destaque e estão presente de forma ativa no processo de formação
do indivíduo influenciando nas escolhas, nos gosto, no olhar perante os diferentes
acontecimentos. Nesta linha Romão e Duarte (S/A) analisam os conteúdos das aulas de
Educação Física no ensino médio, comparando professores de uma escola particular e
professores da rede pública, onde tentam diagnosticar se de alguma forma a mídia em
um contexto geral tem alguma influência nos conteúdos trabalhados. Cavalcante e
Saraiva (2014) e Pereira e Varoto (2013) fazem um estudo para tentar detectar a
influência da mídia do futebol na idade escolar segundo a percepção dos pais. Pezzuol e
Rossato (2015) verificam a influência da mídia nas redes sociais. Por fim Morisso,
Brachtuogel e Gonzáles (2013) investigam a relação dos professores ao utilizar as
tecnologias de informação e comunicação nas aulas de educação física e as dificuldades
para utilizadas relacionando com o ensino.
Nestes estudos os métodos mais utilizados foram seis pesquisas de campo e
quatro revisões de literatura, os resultados estabelecidos foram que das seis pesquisas de
campo, quatro delas apontam que o futebol e o esporte que este mais presente na mídia
e nas matérias de alguns programas de esporte por isso se torna o esporte mais preferido
dos alunos, já as outras duas pesquisas apontam que a mídia esta ligada diretamente a
educação física tanto na influencia de modalidades esportiva como nas propagandas de
matérias de programas esportivo influenciando na compra de uma determinada marca
56
conceituada no mercado, perante os resultados das pesquisas de revisão de literatura a
primeira enaltece a importância dessa discussão, pois os alunos recebem uma avalanche
de informação dos meios de comunicação mais ainda na possuem consciência critica, a
segunda revisão ela mostra que o professor de educação física ele não ignora a mídia
mais também não se baseia nela para ministrar suas aulas argumentando que não tem
muito tempo disponível para acompanhar os meios de comunicação, já a terceira revisão
defende o uso das mídias nas aulas de educação física como ferramenta de ensino, já a
quarta revisão mostra que o professor de educação física esta muito entusiasmado com o
avanço da tecnologia e vê nessas ferramenta uma maneira de enriquecer suas aulas
desenvolvendo varias atividades.
Diante do exposto nos questionamos sobre a real influência da mídia nas aulas
de Educação Física escolar.
3 Objetivo
Averiguar se realmente ocorre a influencia da mídia nas aulas de Educação
Física escolar.
4 Método
Foi feita uma pesquisa qualitativa concretizada através de uma revisão de
literatura. Inicialmente o tema foi pesquisado em livros, dissertações e teses e
posteriormente em base de dados e em periódicos. O método de análise dos textos e dos
artigos foi influído pela literatura (NELSON; THOMAS, 2012; CERVO; BERVIAN,
2007), seguindo a ordem de leitura de reconhecimento, leitura seletiva, leitura crítica ou
reflexiva e por fim a leitura interpretativa.
5 Resultados e Conclusão
Verificamos no presente estudo, que existe claramente á influencia da mídia na
educação física escolar, os resultados apontam que o futebol é o esporte preferido dos
alunos, esta obcecação pela pratica do futebol por parte dos alunos, parte da importância
que a mídia de um modo geral repercute sobre o futebol no mundo todo, o reflexo e que
os alunos só querem praticar o futebol nas aulas de educação física isso acaba
descaracterizando as demais modalidades esportivas assim dificultando o trabalho do
professor de educação física em propor aos alunos uma pratica diferente como, por
exemplo: vôlei, basquete, handebol, e diversas outras atividades. A mídia esta tão
vinculada com a educação física escolar que acaba não só influenciando nas
modalidades esportivas como influencia também os alunos a adquirirem um
determinado calçado ou uma roupa que esta sendo usado por aquele atleta que está
sempre presente na mídia.
Os resultados apontam que nos professores de educação física não nos apegamos
à mídia para ministramos as aulas, mas também não as ignoramos, alguns professores
estão entusiasmados com esse avanço da tecnologia e a influencia que ela esta tendo
sobre os alunos vendo como uma nova ferramenta de ensino e uma nova forma de
ampliar os conteúdos das aulas de educação física e proporcionar novas vivencias, mas
devemos dar mais importância a essa discussão, pois a cada segundo os alunos recebem
57
uma avalanche de informação, o problema é que na maioria das vezes o estudantes não
possuem senso critico para lidar com essas informações.
Diante dos resultados apresentados concluímos que de fato a mídia influencia na
educação física escolar, tanto nas escolhas das modalidades por parte dos alunos como
na influencia mercadológica de materiais esportivos. Portanto á mídia não trabalhada de
forma correta. Para o professor de educação física ela se torna um obstáculo negativo á
mais para o professor durante suas aulas.
6 Considerações finais
Verificamos as dificuldades dos professores de educação física em saber lidar e
trabalhar com o avanço da tecnologia nas aulas, se deixa influenciar pelos alunos nas
escolhas dos conteúdos das aulas assim tornando somente em aula de futebol, os
professores tem que se adaptar a essa nova realidade e começar a incluir a mídia de
alguma forma em suas aulas para facilitar seu trabalho.
A inclusão da mídia nas aulas de educação física escolar nos tempos atuais e
indispensáveis, pois através dessa ferramenta o professor pode derrubar o tabu de que a
educação física escolar e só futebol e propor aos alunos pesquisas individuais de
diferentes modalidades, trabalhos em grupos sobre esporte que eles não conheçam
podendo usar o acesso a internet da própria escola para promover essas pesquisas, e
através da sala de vídeo preparar materiais para ser exibido com diversas abordagens
assim proporcionando novas vivencias aos alunos e incluindo a ferramenta mídia como
material de estudo e aprendizagem .
Esperamos maior apoio de quem comanda as escolas e também dos demais
professores das outras disciplinas, pois eles têm um papel crucial nessa nova realidade,
pois acabam tendo mais tempos com os alunos do que nos professores de educação
física.
Uma proposta seria a utilização de trabalhos interdisciplinares, dando uma
atenção especial para esse assunto, pois a avanço da tecnologia só tende a aumentar
assim propondo maiores vivencias através da mídia tecnológica, contribuindo para que
os alunos tenham uma consciência critica dos assuntos que vem através dos meios de
comunicação.
Com todo o senário atual da educação física escolar em relação com a mídia
tecnológica, esperamos que os meios de comunicação deem à mesma importância as
outras modalidades como dão ao futebol tanto nas transmissões televisivas como nas
reportagens dos programas esportivos, pois assim os alunos e todos telespectadores
passaram a conhecer mais sobre as outras modalidades do esporte, assim
consequentemente facilitara o trabalho do professor na educação física escolar e não
necessariamente incluindo a mídia nas aulas, mais dando continuidade e aperfeiçoando
as informações transmitidas pelos meios de comunicação.
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59
OBESIDADE NO ENSINO INFANTIL: COMO A EDUCAÇÃO
FÍSICA PODE CONTRIBUIR PARA DIMINUIÇÃO DA
OBESIDADE INFANTIL?
Jhonatan dos Santos¹
Thiago Augusto Costa de Oliveira²
RESUMO
A proposta do presente estudo gira em torno da obesidade infantil, uma epidemia, sendo
observada há cada ano com mais frequência nas ruas e principalmente nas aulas de
Educação Física Escolar, prejudicando o desenvolvimento motor de nossas crianças,
não somente motor como cognitivo também, além de causar vários riscos há saúde.
Diante deste cenário que estamos passando visando em minimizar essa epidemia
contextualizando o papel da educação física infantil de orientar os alunos e seus
responsáveis sobre os riscos causados, como prevenir, atividades físicas, palestras
nutricionais, aplicando-o no dia-a-dia.
Palavras-chave: Obesidade Infantil, Educação Física Escolar, Epidemia.
ABSTRACT
The purpose of this study revolves around childhood obesity, an epidemic, being
observed for each year with more frequency in the streets and particularly in physical
education classes, damaging the engine development of our children, not only motor
and cognitive also beyond to cause various health risk there. In this scenario we are
going through in order to minimize the epidemic contextualizing the role of childhood
physical education guide students and their parents about the risks caused , how to
prevent , physical activity , nutrition lectures , applying it in day-to - day.
Keywords: Childhood Obesity, School Physical Education , Epidemic .
(1) Graduando em Educação Física (Licenciatura), Faculdades Network - Av. Ampélio Gazzetta, 2445,
13460-000 Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]). (2)
Professor Mestre em Educação Física - Professor do curso de Educação Física, Faculdades Network -
Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]).
60
Introdução
A obesidade infantil vem crescendo em nosso país se tornando uma epidemia,
sendo notada nas escolas e mais perceptíveis nas aulas de Educação Física Escolar
durante as atividades. A obesidade Infantil é provavelmente o distúrbio metabólico mais
antigo, havendo relatos em múmias egípcias e em esculturas Gregas.
(BLUMENKRANTZ, 1997).
O que é obesidade? Há diversas formas de classificar e conceituar, porém a
definição primaria de obesidade seria "o acúmulo excessivo de tecido adiposo no
organismo". (NUNES,1998).
A palavra Obesidade vem do latim obesitas que significa "Excesso de Gordura"
também conhecida como adiposidade, ou seja, acumulação de gordura no corpo,
caracterizando o indivíduo a estar acima do peso "sobrepeso".
Mello, Luft e Meyer (2004), entendem que o aumento da obesidade Infantil se
dá devido há vários fatores, podendo-se ser citados não em uma ordem devidamente
correta, mas que a influenciam. A falta de atividade física, o desmame precoce,
alimentação inadequada, avanços tecnológicos (tv, vídeo games, computadores tablets),
o fácil acesso a fast-foods e a falta de segurança nas ruas, fazendo com que se limite o
espaço físico da criança brincar, sedentarismo, entre outros.
Giuliano e Carneiro (2004), dizem que a obesidade em um dos pais, ou sua
presença na infância, ambos os fatores não devem ser considerados isoladamente, mas
em interação. Concluem que o modelo de comportamento tendendo a inatividade e
inadequação da dieta familiar é um fator que pode levar a obesidade precoce.
Poeta, Duarte e Giuliano (2010), sugerem que a obesidade pode estar ligada a
fatores psicológicos e sociais, compromete a autoestima da pessoa obesa levando a uma
baixa qualidade de vida.
Deste modo entendemos uma pessoa obesa como, "convencionalmente aquela
que pesa 20% a mais do que o padrão especificado com relação ao sexo, altura e
estrutura corporal”. (FLARHERT, 1995; VASQUES; MARTINS; AZEVEDO (2004)).
Revisão bibliográfica
Os estudos de Mello (2004); buscou apresentar características gerais da
obesidade, salientando aspectos práticos do tratamento da obesidade infantil de ampla
aplicação, além da importância da prevenção e formas práticas de realiza-las, sendo
uma pesquisa elaborada com artigos de revisões, estudos observacionais, ensaios
clínicos e posições de consenso. O mesmo ocorreu nos estudos de Giugliano e Carneiro
(2004), visando um questionário criado como avaliação, em um cartão impresso,
contendo peso, estatura e índice de massa corporal dos escolares, visando o diagnóstico
precoce e a orientação dos alunos e familiares quando ao sobrepeso, obesidade e baixo
peso, contendo outro questionário para verificar atividades e nível de sedentarismo dos
pais dos alunos.
Através de questionário Poeta, Duarte e Giuliano (2010) teve como objetivo,
estudar e avaliar a qualidade de vida relacionada a saúde de crianças obesas.
Estudos de Vasques, Martins e Azevedo (2004), visou nos aspectos
psicológicos, terapia cognitiva e formas de tratamentos através de psiquiatras,
alimentações e diagnósticos através de remédios a longo prazo.
Nos estudos de Araújo, Brito e Silva (2010), feito através de artigos e revisões,
analisando na Educação Física, medidas de aulas e informações para que os alunos se
61
policiem com informações e atividades físicas, melhorando suas qualidades de vidas.
Um propósito de como influenciarmos na vida de crianças obesas, uma forma
mais adequada de prevenir ou tentar conciliar exercícios nas aulas de educação física.
Os Objetivos dos estudos se baseiam no fato de acompanhar essa tal questão que cresce
a cada dia em nosso país, destacando pontos principais de qual a razão inicial, níveis de
atividades físicas, sedentarismo, alimentação, saúde e qualidade de vida dessas crianças.
Objetivo
Objetivo deste estudo é analisar a causa da obesidade infantil, e trabalharmos de
forma adequada na Educação Física Escolar formas para educa-los com atividades
físicas, alimentações corretas e incorretas, mostrando-as os problemas de saúde que
podem ocorrer com o intuito de minimizar a obesidade infantil.
Método
Foram feitas pesquisas, quantitativa concretizada, através de revisão de artigos
publicados. Questionários e abordagens, com crianças e responsáveis pelas crianças,
visando e classificando como obesas ou não.
Resultados e Conclusão
Em ambos artigos selecionados, demonstram o alto índice e o crescimento em
nosso País, vários problemas causados pela obesidade relacionados a saúde e
desenvolvimento Psicológico e Motor, devido a fatores como falta de informações,
sedentarismo, alimentação incorreta, e a falta de atividade física e influência de seus
pais.
Considerações Finais
Verificamos através desta pesquisa, a falta de informações tanto dos pais e das
crianças, influenciam no aumento da obesidade infantil, e para combater ou minimizar
essa epidemia, é preciso de mais informação, não somente para pais e crianças, mas
também para os Professores que irão receber essas crianças em suas aulas. A Educação
Física pode contribuir sim, auxiliando-as com informações corretas e meios de
atividades físicas, palestras, conscientização, hábitos alimentares, a todos que passarem
no âmbito escolar, sendo que a maioria de nossas crianças, jovens e adultos passam pela
escola.
Referências
ARAÚJO, R.A.; BRITO, A.A.; SILVA, F.M. O papel da educação física escolar
diante da epidemia da obesidade em crianças e adolescentes; Educação Física em
Revista; v.4; n.2; mai/jun/jul/ago.,2010.
62
BLUMENKRANTZ, M. Obesity: the world ́s metabolic disorder [on line].
Beverly Hills, 1997. [citado em 28/08/1997]. Available from www:<URL:http:
//www.quantumhcp.com.obesity.htm>.
GIUGLIANO, R.; CARNEIRO, E.C. Fatores associados à escola em escolares;
Jornal de Pediatria, Rio de Janeiro, v.80; n.1; p.17-22; 2004.
MELLO, E.D.; LUFT, V.C.; MEYER, F. Obesidade infantil: como podemos ser
eficazes? Jornal de Pediatria, Rio de Janeiro, v.80; n.3; p. 173-82; 2004.
PAZIN, J.; FRAINER, D.E.S. MOREIRA, D. Crianças obesas tem atraso no
desenvolvimento motor; Revista Digital - Buenos Aires; v.11; n101; out; 2006.
POETA, L.S.; DUARTE, M.F.S.; GIULIANO, I.C.B. Qualidade de vida
relacionada à saúde de crianças obesas; Revista da Associação Medica Brasileira,
v.56; n.2; p.168-72; 2010.
VASQUES, F.; MARTINS, F.C.; AZEVEDO, A.P. Aspectos psiquiátricos do
tratamento da obesidade; Revista de Psiquiatria Clinica. v.31; n.4; p.195-198;
Set;2004.
63
BULLYING ESCOLAR: O ESTUDO DESTA
AGRESSIVIDADE
Luiz Paulo de Lima dos Reis¹
Thiago Augusto Costa de Oliveira ²
RESUMO
Este estudo teve por objetivo compreender o bullying no ambiente escolar. Foi feito
uma revisão de literatura. Os resultados apontam que o bullying é identificado na escola
com pessoas envolvidas tendo características diversas, pois se trata de uma violência
repetitiva e intencional, que às vezes aparece escondida em pequenos atos. Como
conclusão é sugerido que haja uma interação entre escola, família e aulas de Educação
Física escolar para combater o bullying.
Palavras-chave: Bullying, Educação Física escolar, Escola.
ABSTRACT
This study aimed to understand bullying at school. It was done a literature review. The
results show that bullying is identified in school with people involved with different
characteristics, since it is a repetitive and intentional violence, which sometimes
appears hidden in small acts. In conclusion it is suggested that there is an interaction
between school, family and classes of Physical Education to combat bullying.
Keywords: Bullying, Physical Education, School.
(1)
Graduando em Educação Física (Licenciatura), Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445,
13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]). (2)
Professor Mestre em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades Network –
Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected])
64
1 Introdução
O bullying tem como objetivo de violência onde apelidar e ou zoar uma pessoa
pode ser visto como inofensivos ou naturais da infância e da relação entre as crianças e
adolescentes na escola.
O bullying caracteriza-se por ser um problema mundial encontrado em todas as
escolas, sejam elas privadas ou públicas, o que vem se expandindo nos últimos anos. A
conduta bullying nas instituições de ensino tem sido um sério problema, pois gera um
aumento significativo da propagação da violência entre os alunos. A prática desse tipo
de violência é vista pelos os autores dedicados a esse assunto como “Fenômeno
bullying”.
Tal fenômeno apresenta-se de forma velada, intencional e repetitiva, dentro de
uma relação desigual de poder, por um longo período de tempo contra uma mesma
vítima, sem motivos evidentes, adotando comportamentos cruéis, humilhantes e
intimidadores, gerando consequências irreparáveis, sejam elas físicas, psíquicas,
emocionais ou comportamentais (LEÃO, 2010).
A violência escolar refere-se a todos os comportamentos agressivos e
antissociais, que variam de conflitos interpessoais até atos criminosos de grande
relevância. Muitas destas situações dependem de fatores externos, onde as intervenções
podem estar além da responsabilidade e da capacidade das instituições de ensino e de
seus funcionários e por meios deste modo de alunos afetados temos que torna um
profissional adequado para tomar devidas providencias rigorosas e de conduta para sim
eliminar estes meios de insulto e ofensas da escola e sim forma pessoas de bem.
2 Revisão bibliográfica
O objetivo do estudo de Souza e Almeida (2011) foi contribuir para a
compreensão do fenômeno o bullying escolar, e refletir sobre alguns de seus
desdobramentos objetivando também as possíveis consequências deste tipo de violência
e suas formas de enfrentamento. Foram entrevistadas 84.000 estudantes em diversos
níveis e períodos escolares, 400 professores e cerca de 1.000 pais. Através desses
estudos verificou-se que, a cada grupo de 7 alunos, um estava envolvido em situações
de bullying. Utilizou-se o método bibliográfico de investigação buscando encontrar na
literatura existente as definições e as possíveis implicações do que convencionou
denotar “bullying”. Os resultados encontraram na literatura 3 fatores recorrentes ao
bullyng: ações repetitivas contra a mesma vítima num período prolongado de tempo;
desequilíbrio de poder dificultando a defesa da vítima; e ausência de motivos que
justifiquem o ataque e ainda duas maneiras que o bullying pode ocorrer, direto ou
indireto. Deve-se pensar a partir dos resultados que algo deve ser feito em conjunto:
família, escola, o poder público e sociedade de um modo geral, que diz respeito ao
âmbito familiar é necessário que os pais estejam atentos aos seus filhos, tanto às suas
necessidades como também para orientá-los em sua conduta, os pais devem contribuir
para a autoestima de seus filhos, ensinando a administrar as relações com as outras
pessoas e respeitar o direito dos outros, na escola, alerta para a importância de inserir no
currículo a aprendizagem não apenas dos conhecimentos mais também para as atitudes
necessárias para a vida postura firme e saber tomar as decisões corretas diante do
problema.
O estudo de Trevisol e Dresh (2011) constitui objetivo de analisar alguns dados
sobre a compreensão de profissionais que atuam na escola sobreo bullying, o que se
65
observa nesse contexto e quais os encaminhamentos são necessário para resolver essa
situação. Este artigo também analisou a prática de bullying na escola a partir de dados
coletados por meio de uma investigação realizada por profissionais de uma escola
pública. Foram utilizamos para o procedimento de coleta de dados um questionário
composto por questões semiestruturadas para permitir o posicionamento dos
participantes sobre o foco do estudo realizado. As questões buscaram identificar: a
compreensão desses profissionais sobre o bullying na escola. Foram observadas atitudes
de maus-tratos nas escolas, as principais queixas; faixa de idade que está comumente
envolvida nessas situações; as providências que são tomadas em relação ao problema. A
amostra foi composta por 24 profissionais, que atuam nas duas escolas públicas do
município de Luzerna, Santa Catarina, sendo: 18 professores e seis funcionários das
escolas entre estes: uma coordenadora pedagógica, um chefe de controle de patrimônio,
um chefe do setor de ensino, um estagiário, um assistente técnico pedagógico e um
assistente de educação. Os resultados apontaram que os maus-tratos ocorrem com mais
frequência na escola, foram evidenciadas as seguintes respostas: em primeiro lugar, os
profissionais especificaram a agressão verbal; em segundo, a agressão física; em
terceiro lugar, maus-tratos morais; em quarto lugar, a violência psicológica, sexual e
virtual e quatro não responderam. Os casos mais citados foram os relacionados a
apelidos, prejuízo na autoestima, as agressões físicas e verbais e mudança de
comportamento do aluno que está sendo vítima. Diante disso, é preciso que os adultos
que têm convívio com essas crianças entendam que elas não praticam os maus-tratos
simplesmente por diversão, e sim estão sinalizando que precisam de ajuda, pois podem
estar sendo vítimas de alguma violência em casa e estar repercutindo na escola. É
importante salientar que não são todos os agressores que pertencem a famílias
desestruturadas. Muitas vezes a ausência de afetividade e empatia nas relações
familiares, pode ser causa de comportamentos de maus-tratos. Os autores sugerem que
os professores precisam lidar e resolver efetivamente os casos de bullying, devem ser
disponibilizadas condições para desenvolver comportamentos mais amigáveis e
saudáveis, evitando, quando possível, ações punitivas, como os castigos, as suspensões
ou expulsão da escola, que acabam por marginalizá-los temos que aprimorar as técnicas
estabelecidas e buscar ajudas com outras instituições para ajudar e intervir o problema
de bullying.
Objetivo deste artigo (PIMENTEL; SILVA; SANTOS, 2007) foi retratar a
história do racismo na educação, que está dentro da sociedade desde os tempos
escravagista e ainda está presente na sociedade. Foi feita uma pesquisa teórica em
livros, artigos, teses, dissertações e material eletrônico para compreender como o
racismo acontece e que modo ele pode ser eliminado das práticas escolares. Os achados
demonstram que a falta de preparo das escolas para receber o aluno negro no dia a dia é
evidente e ainda temos preconceito diante das escolas e na sociedade e cabe destacar
que a discussão do preconceito racial é fundamental para aqueles que atuam no espaço
escolar para a conscientização dos alunos e para que as atitudes a serem ministradas
diante do problema abrangente que é o racismo nas escolas e na sociedade seja livros e
matérias didáticos e deste modo possa suprir o combate ao racismo.
Menegotto, Pasini e Levandowski (2013) tem por objetivo em seu estudo
verificar como ocorre o bullying no Brasil. Foi feita uma revisão bibliográfica e após a
compilação dos artigos que se enquadraram nesse critério foi realizada a leitura deles e
posteriormente uma discussão e analise dos conteúdos foram encontrados 50 artigos
científicos publicados entre 2005 e 2011 diante o processo dos artigos foram reunidos
cinco categorias temáticas considerando os temas que foram centrais na discussão dos
artigos , caracterização do bullying escolar, repercussões do bullying escolar,
66
identificação, prevenção, intervenção e políticas públicas, Estes estudos relatam a
importância de preparar os professores que não sabem identificar as relações de bullying
e nem lidar com elas e a escola precisa pautar a importância de constituir princípios e
tolerâncias de respeito nela adquirida
Trevisol e Uberti verificam a compreensão de alunos pré-adolescentes e
adolescentes entre 12 e 16 anos de idade que frequentam oitavo ano do ensino
fundamental sobre as razões promotoras do bullyng na escola. A amostra foi composta
por 171 alunos de ensino fundamental que estudam no oitavo ano de duas escolas
centrais de um município de uma região oeste de Santa Catarina foram 64 adolescentes
de escola particular, duas turmas e 107 adolescentes de escola pública 5 turmas para
coleta de dados com os alunos foi utilizado um questionário com roteiro estruturado de
questões tendo como foco situações do cotidiano escolar em que se é evidenciada a
violência e como os alunos avaliam estas situações e o que fariam se estivessem
envolvidos as respostas dos questionários com a utilização de uma ferramenta online:
Google Docs estes dados foram analisados com base nos objetivos de estudo todos.
Apesar de todas as respostas terem tido percentil expressivos a ênfase recaiu sobre a
seguinte resposta: Várias vezes os alunos já presenciaram situações de bullyng na
escola, considerando os dados apresentados identifica-se presença de violência na
escola e essa violência ocorre na maioria das vezes em formas psicológica. O bullyng é
um conflito que envolve pares envolve algo, autores e testemunhas que significa que
abordagem comprometida deve prever envolvimento das partes.
Objetivo desse estudo (SILVA; SILVA, 2015) foi investigar o bullyng escolar a
partir da perspectiva de professores do ensino fundamental, trata se de uma investigação
sobre como eles identificam se as situações desse fenômeno e se intervêm. Estes
aspectos são apontados pela literatura como relevantes para o enfrentamento do
problema em função de os professores estabelecerem contato mais direto com os alunos
o que lhes possibilita realização de intervenções imediatas na ocorrência das agressões.
Participaram 10 professores que lecionavam nas turmas de sexto ano do ensino
fundamental, período no qual se localiza um dos picos de vulnerabilidade as práticas do
bullyng. Os participantes apresentam as seguintes características: 80% eram do sexo
feminino e 20% do masculino a média de idade é de 43.7 anos o tempo médio de
serviço é de 14.4, foi utilizada a técnica de coleta de dados um questionário. Os
resultados apontam que as categorias mais analisadas foram concepção dos professoras
que subsidiam a identificação de episódios de bullyng e intervenções empreendidas por
eles sumariamente, os professores investigados demonstram conhecer as principais
formas de manifestação do bullyng em termos de natureza física verbal e psicológica,
notam se a ausência de aspectos fundamentais para a compreensão e caracterização do
bullyng. Essa analise evidencia ainda que o conhecimento insuficiente dos aspectos do
bullyng dificultam a identificação na sala de aula e a diferenciação de outros
comportamentos recorrentes no ambiente escolar tais como brincadeira e indisciplina.
Verificou-se que os professores investigados recorrem a problematização e discussão
das agressões por elas presenciadas envolvendo a turma em sua totalidade e ao mesmo
tempo conscientizá-los das consequências negativas dos atos. Os autores sugerem que
os melhores resultados tem sido obtidos com intervenções articuladas envolvendo
escola, professores, alunos e famílias são adotadas diferentes estratégias como melhoria
da gestão de sala.
O objetivo do estudo de Silva e Negreiros (2013) foi descrever relatos de futuros
pedagogos e suas experiências vividas na escolarização no que tange a compreensão das
atitudes agressivas intencionais e repetitivas que ocorrem sem motivação evidente
executadas por um ou mais estudantes contra seus pares, causando assim a dor e
67
angustia exercidas dentro de um contexto de desigualdade, este tipo de violência e bem
especifico e causa danos a vida de qualquer cidadão. Neste sentido este problema tem
sido observado constantemente e ocasionando inúmeras tragédias bem como doenças
físicas e mentais. Esta pesquisa foi feita por 11 estudantes da universidade do Piauí de
ambos os sexos e matriculados em períodos diferentes. Os dados foram obtidos por
meio de método snowball, método que um indivíduo previamente localizado é
solicitado a por meio de um procedimento nominativo, nomear outros indivíduos que
integram os critérios estabelecidos de modo a assegurar as cadeias de referência.
Durante a escolarização diante dos dados coletados pode se observar que ele está
associado a diversos fatores violência física, psicológica ou simbólica destaque se que a
escola deveriam ter palestras e pratica de diálogo para maior entendimento sobre o
bullying, embora vários estudantes tinham sido alvo eles pensaram diferente fazer a
diferença usando a escola para tornar-se um local de aprendizagem e paz deste modo
observam que os pais e professores fiquem mais atentos para que as crianças podem
viver em harmonia e paz nas escolas e dentro de um contexto sócio educativo na
sociedade
3 Objetivo
O objetivo do estudo foi compreender o bullying no ambiente escolar.
4 Método
Foi feita uma pesquisa qualitativa concretizada através de uma revisão de
literatura. Inicialmente o tema foi pesquisado em livros, dissertações e teses e
posteriormente em base de dados e em periódicos. O método de análise dos textos e dos
artigos foi influído pela literatura (NELSON; THOMAS, 2012; CERVO; BERVIAN,
2007), seguindo a ordem de leitura de reconhecimento, leitura seletiva, leitura crítica ou
reflexiva e por fim a leitura interpretativa.
5 Resultados e Conclusão
Em relações ao bullying as situações mais presentes que aparecem na educação
física e o preconceito com os alunos mais pesados e com sobrepeso que geralmente são
os últimos a seres escolhidos ao menos que os outros alunos os mais espertos vejam que
tem alguma habilidade fora do comum pra jogar no mesmo time se não sempre são os
últimos e muitas vezes ofendidos e descriminados
Eu mesmo presenciei muito isso no meu período de estagio e quando eu
ministrei aula em uma escola acontece muito isso daí temos que ser bons profissionais e
tomar algumas medidas bem simples ou até drásticas como exemplo de uma medida
simples escolher o time, colocar menino e menina no mesmo grupo ou até dar vários
tipos de brincadeiras que todos podem brincar igualmente
Basicamente o professor ou profissional tem que explicar que todos tem direitos
iguais de brincar, aprender e temos que respeitar as diferenças estabelecidas e temos que
pensar antes de falar pra se torna pessoas de bem e com caráter e tudo isso e apenas o
começo e temos que levar pro resto da vida
68
O bullying é identificado na escola com pessoas envolvidas tendo características
diversas, pois se trata de uma violência repetitiva e intencional, que às vezes aparece
escondida em pequenos atos. A dificuldade em reconhecer o bullying pode ocorrer,
também, porque as vítimas normalmente sofrem caladas, com medo de se expor à
situação de repreensão. E, acabam ficando presas a tal violência, desenvolvendo
diversos problemas em seu próprio desenvolvimento.
Muitos professores não conseguem identificar as manifestações do bullying, por
não saberem reagir às situações referentes ao mesmo. Por este motivo, normalmente os
alunos evitam expor o problema aos profissionais da educação, por entenderem que
nada podem fazer para ajudá-los. A família, juntamente com a escola pode ser o
caminho para ajudar no processo de mudanças de ideias, comportamentos e valores no
combate as condutas de bullying
6 Considerações finais
Nesse assunto tão delicado o termo de agressividade que se impõe o bullying
porque de uma forma ele acaba delimitando a pessoa que está sendo zombada e de certa
forma o agressor se acha com o direito de zombar e menosprezar a outra pessoa que não
tem limite de saber o que quando e grave o que se está fazendo porque todos em volta
por muitas vezes acham legal, engraçado, mas não sabe a gravidade de um
“chingamento”.
Por isso nos educadores e pais devemos ficar atentos com qualquer forma de
comportamento diferente para tomarmos medidas bruscas para não ser repetitivo em
alguns casos chamar os pais ou ate levar para direção por que se não estamos fazendo
virar uma bola de neve sempre vai ocorrer estes atos se tomamos medidas leves e de tal
forma isso e muito grave esse tipo de brincadeira ou denominada bullying tem que ser
vista com olhos muito mais atentos para evitar e por fim nesse assunto
Mais no meu conceito o melhor jeito de evitar e sim com palestras educativas
com filhos e pais para mostrar quando e grave esse tipo de assunto e colocar como
agressor e vitima pra saber como dói na pele esse tipo de agressividade e por fim nos
alunos valentões e agressores de uma tal forma e nas escolas deixarem os professores
mais ligados e preparados com esse assunto
Referências
MENEGOTTO. O.M.L.; PASINI, I.A.; LEVANDOWSKI, G. O bullying
escolar no Brasil :uma revisão de artigos científicos. Revista psicológica; teoria e
pratica, São Paulo, p. 203215, maio-agost 2013.
PIMENTEL, C.J.J.; SILVA, L.J.; SANTOS, M.A.N. Racismo na escola : um
desafio a ser superado, Revista Brasileira , São Paulo, 2007.
SILVA, B.H.E.; NEGREIROS, F. Marcas da escola: relatos de estudantes de
pedagogia vítimas de bullying.v.4, n. 2, 2013.
SILVA, J.L.; OLIVEIRA, A.W.; SILVA, I.A.M. Estudo exploratório sobre as
concepções e estratégias de intervenção de professores em face do bullyng escolar, São
Paulo. 189-199, Set,Dez, 2015.
69
SOUZA, P,C.; ALMEIDA, P,C,L. Bullying em ambiente escolar. Enciclopédia
biosfera, Goiânia v.7, n.12, p. 179, 2011.
TREVISOL, C.T.M.; UBERTI, L. Bullying na escola: a compreensão do aluno
no papel de testemunha. Revista Psicologia: teoria e pratica. São Paulo, p.164-176, set-
dez, 2015.
TREVISOL, T.M.; DRESH,D. Escola e bullying: a compreensão dos
educadores. Revista múltipla de leituras.v.4, n.2, p. 1-2. 2011.
70
A IMPORTÂNCIA DO FUTEBOL NA EDUCAÇÃO FÍSICA
ESCOLAR
Marcelo do Amaral Moreira¹
Thiago Augusto Costa de Oliveira²
RESUMO
A proposta do presente estudo mostra a importância do Futebol como parte teórica e
prática para o desenvolvimento do aluno no ambiente escolar. Podemos ver que o
Futebol pode ser entrelaçado e inserido em outros contextos e disciplinas e assim
aumentando o conhecimento sempre como base a Educação Física escolar. O estudo nos
mostra ferramentas e caminhos para execução desse esporte que é muito rico em nossa
cultura e também que cada dia cresce mais e mais. O resultado nos indica que a inclusão
é parte fundamental para a possibilidade de uma excelente pratica e assim dando solidez
a esse esporte no ambiente escolar.
Palavras-chave: Futebol e Educação Física Escolar.
ABSTRACT
The purpose of this study shows the importance of football as theory and practice for
the development of children in the school environment. We can see that the football can
be interlaced and inserted into other contexts and disciplines and increasing knowledge
always based on the School Physical Education. The study shows tools and paths for
running this sport that is very rich in our culture and also that each day grows more
and more. The result tells us that inclusion is a fundamental part for the possibility of
an excellent practice and thus giving strength to this sport in the school environment.
Keywords: Football and Physical Education.
(1)
Graduando em Educação Física (Licenciatura), Faculdades Network – Av.Ampélio
Gazzetta,2445,13460-000, Nova Odessa SP Brasil. e-mail [email protected] (2)
Professor Mestre em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades Network –
Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected])
71
1 Introdução
O Futebol é um esporte em que duas equipes se confrontem. Para prática deve
ter dois gols, uma bola e jogadores. Cada equipe tem um goleiro que é o jogador que
pode usar as mãos no decorrer do jogo para impedir e defender sua equipe de levar gol
da equipe adversária, a equipe que fizer mais gols (Colocar a bola com os pés dentro do
Gol) será a equipe vencedora. (FREIRE, 2011)
Nesses estudos podemos entender e compreender através da leitura que é
composta por pesquisas e vivencias como o futebol é importante na Educação Física
Escolar. O futebol está presente na nossa cultura e podemos por meio dessa ferramenta
desenvolver o conhecimento intelectual e motor dos nossos alunos, pois é um esporte
amplo que pode ser usado também em diversas matérias (disciplinas) e não somente na
Educação Física.
Como exemplo em História: Fatos importantes, como início do futebol no
Brasil, períodos importantes de Copas, Campeonatos e Ligas e Épocas de como se
jogava, maneiras e diferenças de culturas e regiões.
Nos Artigos estudados temos uma prévia de opiniões e conceitos sobre o Futebol
na Educação Física Escolar.
2 Revisão bibliografica
Busso e Daolio (2011) procuraram entender a complexidade do futebol nas
aulas de Educação Física tendo como ferramentas as pesquisas qualitativas,
quantitativas e de campo que na qual tiveram uma análise sobre regras do jogo, saber
jogar, compreensão e entendimento, e um olhar diferente no futebol por meninos e
meninas e as diferenças desse confronto e socialização. No estudo o resultado mostra
uma dissociação da maneira como futebol na escola é usado para ampliar o
conhecimento através das regras e o que a cerca, já que a maioria dos aluno fora da
escola praticam futebol sem regras e da maneira que os convém, assim pode se dizer
que é de extrema importância que o futebol na escola reflita uma condição na qual
atinjam todos no aprender e de condições indiferente nas situações ou classes sociais e
sócios culturais, trabalhando como agir, objetivo e de uma forma sem exclusão e com
interação desse esporte no ambiente escolar.
Cardoso (2002) apresenta a parte teórica e prática do futebol de forma
pedagógica com objetivo de análise e reflexão da concepção crítico emancipatório,
pressupostos sobre desenvolver futebol entre meninos, meninas de forma educativa. O
estudo mostra resultado sobre a complementação da escola onde tudo começa e mostra
a profundidade e importância do futebol para os brasileiros (Alunos) e sua firmação e
consolidação nesse cenário, dessa forma a pesquisa aponta que os alunos chegam a
escola sabendo sobre o que futebol representa, pois eles vivenciam em casa conversas,
visualizam nos parques e ruas mas não tem total conhecimento profundo sobre esse
sistema.
Dessa forma é de extrema importância que as aulas co- educativa devem ser
produzidas com intervenção quando necessário para os aluno possam aumentar a
compreensão e conhecimento de forma ampla.
Costa (2015) mostra através de pesquisa de campo, bibliográfica e natureza
exploratória a reflexão e importância do futebol inserido na Educação Física escolar,
melhorando conceitos que ela pode oferecer na sociedade e atingindo de forma correta e
educativa a promoção e iniciação a cultura esportiva observando o crescimento físico
72
mental e social. Os resultados apontam que a prática bem inserida só qualifica o modo e
crescimento do aluno em partes importantes como socialização, aparelho locomotor,
coletividade, crescimento físico, mental e social, ludicidade e assim formando
indivíduos críticos. Então é de extrema importância que o professor esteja preparado
intelectualmente para levar até os alunos toda compreensão e valores sobre cada
fragmento que se juntam e criam um sistema que possa se firmar e conduzir para uma
nova proposta de ensino do Futebol na escola.
Silva e Junior, (2014) mostram de uma forma clara e pedagógica sobre a
inserção do futebol no contexto escolar educando e ensinado da melhor maneira os
alunos sem os limitar e trabalhando a criatividade dos mesmos. Foram feitas pesquisa
de campo e analisando o futebol como lazer, cotidiano, social e dever em uma escola no
ensino fundamental em Teresópolis RJ. Os resultados mostram que a interação e
participação devem estar presentes nas aulas, assim acrescentando que todos de forma
igual e sem diferenças possam ter rendimento e crescimento na execução da atividade,
sempre observando o desenvolvimento, físico, técnico e tático, trabalhando e corrigindo
as dificuldades e sempre de forma inclusiva para assim ter uma formação rica e muito
mais completa.
Já Junior e Darido (2010) tiveram por objetivo apontar um conjunto de temas
relevantes do conteúdo futebol que possam servir de subsídios para propostas de
sistematização para o componente curricular Educação Física escolar. Foi feita uma
pesquisa qualitativa para buscar o entendimento de um fato particular ao invés da sua
explicação casual. Os resultados apontam nove temas sendo que apenas um foi
aprofundado e deste modo foi possível observar a riqueza de conteúdos e estratégias de
ensino que vincula a Educação Física ao ensino e aprendizagem de conhecimento,
ultrapassando a área procedimental tradicional e ainda ampliando a área de alcance para
dimensões conceitual e atitudinal. Diante do exposto os autores sugerem que é de
extrema importância discutir, perguntar ou questionar sobre a importância dos jogos de
cultura popular e assim fazer com que os envolvidos venham saber o conhecer futebol
não somente pelos campeonatos e suas ligas principais e sim através de brincadeiras e a
partir disso ensinar a distinção das variáveis implícitas no futebol. Sendo assim é
possível propor estratégias validas para o tratamento didático pedagógico o que pode
levar a uma diversificação do aprofundamento do conteúdo através de jogos populares.
Viana (2012) teve por objetivo através de pesquisa de campo e quantitativa o
objetivo de compreender se o futebol é utilizado como “negociação” nas aulas de
Educação Física. Por meio disso tentar achar uma solução para modificar o futebol na
Educação Física escolar. Os resultados mostraram através da pesquisa, histórico,
acontecimentos na escola e questionário que falta um melhor planejamento e uma
metodologia diferenciada a ser seguida para ensinar na escola. Nota-se que o futebol é
passado para somente os alunos jogarem, mas consequentemente sem que venham
aprender e compreender a sistematização do jogo e assim produzindo assim uma melhor
prática nesse esporte. Os professores não incentivam o futebol através de forma lúdica
e pedagógica que seja uma aula inclusiva para todos, pois eles só introduzem o futebol
pelo fato de que assim é uma maneira que a maioria pratique como se fosse uma troca
ou negociação.
Freire (2006) no estudo entende-se como ensinar futebol no ambiente escolar.
Pode se perceber que a criança vem com uma bagagem sobre o que é futebol, pois na
rua, nos condomínios, nas praças e no dia-a-dia o futebol está presente, mas isso não é
bom porque sempre nesses locais esse esporte é praticado de acordo com a limitação.
Através de resultado é fato que o Futebol na escola deve ser ensinado sempre com
correção, de forma lúdica, usando brincadeiras e atividades que possam evoluir e
73
desenvolver a criança de forma motora, técnica e intelectual. O futebol bem ensinado
consequentemente estará sempre em evolução reforçando que o futebol na escola deve
ser de forma inclusiva e para todos.
Silva e Campos (2014) mostra através que o futebol como cultura nacional está
presente em diversas situações no nosso dia-a-dia, permitindo assim que seja
amplamente introduzindo na Educação Física escolar. Para Silva e Campos os
resultados mostram que deve usar o conceito FUTEBOL no geral e desfragmenta-lo
assim podendo dividir em diversas funções para o ganho e produção de conhecimento
dos alunos. Deve se dividir e desfrutar desse fenômeno Futebol para produzir
conhecimento em várias áreas como em Geografia, História, Matemática, Sociologia,
conhecimento em regras entre outros mais. O futebol não é apenas um esporte e sim um
conjunto de variáveis que permite que o seja estudado profundamente aumentado e
dando um leque de situações e estudos a serem abordados. Reforçando a importância do
PROFESSOR para que os estudos sejam executados com um excelente resultado
Silva (2008) mostra através de pesquisa de campo que o futebol e futsal no
ambiente escolar deve ser ensinado para formação de cidadãos e não atletas. No estudo
mostra que no ambiente escolar existe diversos tipos de situações e uma grande
variedades de alunos que não gostam e não interessam por esse esporte. O resultado
mostra que uma boa metodologia e uma aula qualificada pode sim auxiliar o interesse
do aluno para que ele ganhe conhecimento e tenha uma boa qualidade de vida não
somente praticando futebol na escola como fora dela no seu dia-a-dia. O professor como
meio de ligação deve em sua metodologia gerar e produzir satisfação aos que praticam,
cooperação, integração e interação dos alunos de forma inclusiva, sempre respeitando
de forma coletiva a individualidade de cada aluno.
Busso e Daolio (2011) apresenta como se deve haver a inclusão entre meninos e
meninas e o entendimento real das regras, já que a maioria tem um olhar bem diferente
sobre o futebol que é jogado nas ruas e campinhos. Cardoso (2002) Analisa a concepção
e reflexão crítica emancipatória, trabalhando futebol de forma educativa sempre quando
preciso havendo intervenção para correção e reforçando sobre como a pratica do futebol
é importante. Costa (2015) Usa através do futebol um modo de pensar para melhorar e
desenvolver conceitos que pode desenvolver na sociedade crescimento físico e mental.
Trabalhando coletividade, ludicidade, valores e prática esportiva. Silva e Junior (2006)
Mostra como o Futebol deve ser inserido no contexto escolar trabalhando
principalmente a criatividade ligando ao lazer e a parte cotidiana. Junior e Darido
(2010) Desenvolve o Futebol na escola como forma de visualizar as riquezas do
conteúdo explorando e ultrapassado a área procedimental tradicional e aumentando o
conceito atitudinal. Sempre discutindo questionando e através das opiniões criando e
aumentando conhecimento. Viana (2012) apresenta de forma crítica como o Futebol
deve ser melhor planejado e ter uma metodologia diferenciada a ser seguida para que os
alunos de forma pedagógica venham conquistar amplamente os seus conhecimentos.
Freire (2006) Mostra como deve agregar o que a criança tem de conhecimento sobre
Futebol com uma forma Pedagógica de ensino. O futebol deve ser bem ensinado e
sempre de forma inclusiva e lúdica. Silva e Campos (2014) Indica como o futebol cria
um leque e através de partes pode ser usado em diversas áreas educacionais como
História, Geografia, Matemática entre outras mais. O futebol é amplo e torna-se algo
valioso para o ganho de conhecimento intelectual e prático. Mascara e Chiminazzo
(2010). Faz enxergarmos como a escola vem sendo usado para a pratica do futebol pelo
fato de lugares públicos não oferecerem esse tipo de oportunidade, pois temos muitos
clubes e escolinhas que são pagos e muitas crianças desfavorecidas não tem o direto de
praticar. Através disso podemos e devemos usar a escola como fonte importante nesse
74
desenvolvimento prático e intelectual sempre reforçando que o ensino deve ser
inclusivo e usando recreações e brincadeiras também com a parte teórica para melhora
de compreensão e entendimento dos alunos. Silva (2008) mostra como o futebol e futsal
deve ser inserido com uma pedagogia para formação de bons cidadãos e não atletas,
pois na escola todos tem o direto de praticar e não somente os melhores.
3 Objetivo
O objetivo do presente estudo foi averiguar a importância da pratica do Futebol
na Educação Física Escolar.
4 Método
Foi feita uma pesquisa qualitativa concretizada através de uma revisão de
literatura. Inicialmente o tema foi pesquisado em livros, dissertações e teses e
posteriormente em base de dados e em periódicos. O método de análise dos textos e dos
artigos foi influído pela literatura (NELSON; THOMAS, 2012; CERVO; BERVIAN,
2007), seguindo a ordem de leitura de reconhecimento, leitura seletiva, leitura crítica ou
reflexiva e por fim a leitura interpretativa.
5 Resultados e Conclusão
Através desse estudo notamos que podemos e devemos inserir, pois é de extrema
importância a prática do Futebol na Educação Física Escolar e através dele acrescentar e
desenvolver formas e maneiras para aumentar o conhecimento intelectual e ampliar a
parte motora do aluno.
Com base nos resultados podemos sugerir que o futebol pode ser utilizado de
forma inclusiva sem qualquer tipo de diferença de idades e sexo, e executar de forma
coletiva com essência de Fair play e valores humanos.
As ferramentas (vídeos, palestras e a própria pratica) que podem ser utilizadas
são de extrema importância para os alunos, pois dão segurança e suporte para que seja
bem trabalhado o desporto futebol. Ainda podemos aconselhar que seja desenvolvido
trabalhos que enfatizem a parte lúdica, e deste modo apontar os erros e acertos para que
os alunos adquiram conhecimento e possam saber que o resultado de uma prática bem
executada poderá trazer benefícios.
6 Considerações finais
Verificamos que o futebol pode ser abordado em muitos aspectos na escola e
sendo assim construir novas áreas de conhecimento no aluno, também dando grande
auxilio no desenvolvimento motor. Através do estudo nota-se que a amplitude de
atividades que pode ser usada com a essência do jogo de futebol pode interferir em uma
melhora no crescimento do conceito social, dando uma bagagem e instrução sobre
formas e maneiras de se tornar pensadores sobre determinada situação usando como
base o jogo no contexto geral.
75
Podemos sugerir um método corretivo, educativo e diferenciado para ter êxito no
resultado final. O Futebol como já dito, é amplo e pode ser usado como forma de educar
e acrescentar conhecimento não somente em simplesmente jogar, e sim como jogar, a
melhor maneira de jogar, trabalhando a criatividade e estratégia para ser usada na
complexidade do jogo e seus componentes.
É também importante que o método seja utilizado de maneira transversal não se
restringindo a somente a Educação Física e sim possa ligar a outras disciplinas, como
História (fatos, Períodos e Épocas), Geografia (Lugares, Regiões e Natureza de cada
local.) e Matemática (Pontos, Gols Prós Contras e Saldos) e outras matérias e
disciplinas mais. Todo contexto de ensinar e praticar pode ser sempre de forma
inclusiva onde todos tenham condições de vivenciar e produzir seu desenvolvimento.
Referências
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Futebol nas aulas de educação física escolar: Proposta baseada em João Batista Freire.
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FREIRE, J.B. Pedagogia do Futebol. 3°ed. -Campinas,SP: Autores Associados
LTDA 2011.-( coleção educação física e esporte )
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Mackenzie de Educação Física e Esporte. Ano 1 N°1, 2002
http://www.webartigos.com/artigos/o-futsal-na-area-escolar/3828/ acessado em
04/2016
SCAGLIA, A.J. Escolinha de futebol uma questão pedagógica. V.2 N°1
Junho 1996(Relato e Experiência)
SILVA, N.A. Futsal na área escolar: futsal na área escolar. Ano 2008
SILVA, T.D. O futebol como conteúdo nas aulas de educação física nas
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esporte/. Acessado em 04/2016.
SOUZA, C.; MENDONÇA, B.M.; CONTIEIRO, V.D.; LIMA, A.J.; Lima, A.B.
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SOUZA, R.L.F.; MENDES, D.E.S. PEDAGOGIA DO ESPORTE: O Futebol
e Suas Abrangências Sociais. Ano 2000.
76
A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO
INFANTIL
Márcio Firmino Dos Passos¹
Thiago Augusto Costa de Oliveira²
RESUMO
Este artigo tem como objetivo investigar através de uma pesquisa bibliográfica, a
importância da Educação Física na Educação Infantil. Os métodos utilizados foram a
partir de revisões bibliográficas e aulas práticas seguidas de questionários para a coleta
de dados. Os resultados obtidos mostraram que a infância é o período onde se inicia a
aprendizagem necessária à vida adulta, sendo assim, a atividade física tem um
importante papel na formação do indivíduo integrando as várias dimensões de
personalidade: afetiva, cognitiva e motora.
Palavras-chave: Educação Física, Educação Física Escolar, Educação infantil.
ABSTRACT
This article aims to investigate through a literature search, the importance of physical
education in kindergarten. The methods used were from literature reviews and practical
classes followed questionnaires to collect data. The results showed that childhood is the
period where it starts learning needed to adulthood, thus, physical activity plays an
important role in shaping the individual integrating the various personality dimensions:
affective, cognitive and motor.
Keywords: Physical Education, Physical Education, Early Childhood Education.
(1) Graduando em Educação Física (Licenciatura), Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445,
13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]). (2)
Professor Mestre em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades Network –
Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]).
77
Introdução
A lei 9394/96, no artigo 26, 3º parágrafo garante que deve ser ensinado educação
física nas escolas, inclusive para as crianças abaixo de seis anos. Apesar de bastante
discutido, a educação física na educação infantil é respaldada por lei, tentando garantir
da melhor forma possível o desenvolvimento das crianças (LDB, 2005).
Durante o desenvolvimento da criança no início da infância, é importante que
lhe sejam disponibilizados o maior número de experiências motoras possíveis, a fim de
aumentar seu repertório motor e estabelecer relações com o mundo que a rodeia. Para
isso, é necessário que a complexidade dos “desafios” apresentados à criança seja cada
vez mais difícil (SILVA 2015).
É importante ressaltar que o professor de Educação Física deve conhecer
cada estágio em que seus alunos se encontram para que possa enviar estímulos
adequados e eficazes para o desenvolvimento deles.
Atividades físicas são indispensáveis na infância, é uma fase onde a criança está
em desenvolvimento, criando seu caráter, formando ideias, se socializando e
desenvolvendo seus gostos, praticar esportes é indicado em todas as idades e sem
restrições, apenas é preciso escolher a atividade correta e indicada para sua faixa etária e
condição física.
Os estudos apresentados nesta pesquisa, os autores frisam que não só a
existência das aulas de Educação Física na Educação Infantil é importante, mas também
a garantia de que serão disponibilizados professores licenciados, habilitados e
comprometidos com a função, que tem como principal objetivo mediar a construção de
cidadãos capazes de corresponder às necessidades sociais, sendo autores e atuantes no
meio em que estão inseridos.
Verificou-se que os autores das pesquisas possuem uma percepção positiva da
disciplina na escola, visto que todos afirmaram que a Educação Física tem contribuído
no desenvolvimento dos alunos.
Em síntese, este estudo teve como objetivo analisar a importância da Educação
Física na educação Infantil, enfatizando a necessidade de profissionais de educação
física presentes no ambiente escolar para desenvolver atividades que sejam adequadas
para os objetivos.
Revisão bibliográfica
A LINGUAGEM DA CULTURA CORPORAL SOB O OLHAR DE
PROFESSORES DA EDUCAÇÃO INFANTIL
O principal objetivo desta pesquisa (EHRENBERG, 2014) foi identificar o
entendimento de professores acerca da cultura corporal como objeto de estudo da
Educação Física para a Educação Infantil. Para atingir os objetivos propostos, foram
realizadas 43 entrevistas com professores de Educação Infantil de diferentes instituições
de ensino, sendo duas delas públicas e duas particulares, fomentados por algumas
inquietações e questionamentos. Dentre eles, 35 professores (as) eram formados por
cursos superior de Pedagogia; 2 professores(as) em formação em curso superior de
Pedagogia e com magistério completo; 5 professores(as) formados em Licenciaturas
específicas, sendo 1 em Letras, 3 em Artes e 1em Matemática; 1 formado(a) em curso
superior de Biblioteconomia e com magistério completo. Nos resultados, os professores
apontaram que apenas a expressão corporal e/ou a linguagem corporal podem ser
78
trabalhadas na Educação Infantil. A Educação Física, no entendimento deles(as), deve
estar restrita aos alunos da Educação Fundamental. Ao solicitar que os(as)
professores(as) explicassem melhor por que a Educação Física deveria estar apenas no
Ensino Fundamental, ficou claro o entendimento histórico dessa disciplina associada
diretamente ao esporte. Entende se que esse conceito histórico ainda bastante evidente
nas práticas da Educação Física é que fortalece o entendimento dos(as) professores(as)
de que não seja na Educação Infantil o espaço adequado para tais práticas. Acredita se
que a Educação Física atual se ocupe do debate e da reflexão acerca das manifestações
corporais e que, assim, contribua para uma formação humana comprometida com os
valores esperados para a instituição escolar. De acordo com o estudo proposto, pareceu-
nos ser o momento de repensar os cursos de formação, junto com a disciplina de
Educação Física, de orientar, fomentar a discussão e ampliar o debate, para o
entendimento de que a Educação Física contemporânea pode compreender a criança
com suas especificidades e apreciem diferentes repertórios corporais e elaborem suas
experiências pela vivência e experimentação, ampliando a sua sensibilidade e sua
inserção no universo da cultura corporal.
A EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: A IMPORTÂNCIA
DO MOVIMENTAR-SE E SUAS CONTRIBUIÇÕES NO
DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA.
A autora Basei (2008), teve como objetivo trazer algumas contribuições sobre a
Educação Física na Educação Infantil, fundamentadas na importância do movimentar-se
humano e nas contribuições que as experiências com a cultura do movimento podem
trazer nesse período de vida da criança e em todo o seu processo de formação. O
método utilizado foi inicialmente pontuar alguns aspectos que são considerados
relevantes ao falar do processo de desenvolvimento humano e da educação infantil e,
num segundo momento, foi falado especificamente sobre como a Educação Física
através do movimentar-se humano pode contribuir para o desenvolvimento da criança
na Educação Infantil, tendo como pano de fundo uma concepção crítica do ensino. É
dentro dessa perspectiva que o procedimento foi elaborado de modo a enfatizar a
necessidade de proporcionar às crianças na educação infantil, o maior número de
experiências de movimento possível, onde elas possam adquirir formas de movimentar-
se livremente, desenvolvendo sua própria relação com a cultura do movimento,
experimentando os diferentes sentidos e significados do movimento, para, a partir de
suas vivências, incorporá-las a seu mundo de vida. Nesse contexto, os resultados
apresentaram que a compreensão de movimento que é considera o processo como
elemento fundamental, onde o movimento humano é considerado na prática educativa
da Educação Física escolar na Educação Infantil, não como uma estrutura técnica e
objetiva, e sim uma estrutura emancipatória se ampliados nessa compreensão: passando
a entendê-la como uma relação intersubjetiva entre o sujeito e os outros sujeitos que
“movimentam-se” e o seu contexto histórico-social, o qual na forma tradicional
(técnica) de tratar o movimento humano não é considerado. Então, mesmo a criança
experienciando movimentos que já conhece como algo que contém um significado pré-
determinado socialmente, repleta de significados, partindo das premissas acima no
espaço da aula de Educação Física, pode-se reportar a uma contextualização do
consenso cultural que lhe deu origem.
CORPO E APRENDIZAGEM: A IMPORTÂNCIA DO
PROFESSORDEEDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL.
79
Maciel e Fernandes (2014) realizaram um estudo, que teve por objetivo
problematizar a pertinência da formação deste profissional junto à educação infantil,
cuja base teórica crê na indissocialidade corpo/mente e relevância da corporeidade e da
ludicidade, associadas à importância de um profissional qualificado, que tem como
objeto fundamental o estudo da motricidade humana. O método neste estudo consistiu
em uma revisão bibliográfica, descritivo e de abordagem qualitativa, em que se procura
observar e compreender o corpo teórico das atuais práticas em Educação Física na
Educação Infantil. Em seu procedimento, foram analisadas as grades de duas escolas de
grande porte que ofertam educação infantil, propositadamente uma pública - CMEI e
outra privada, da rede salesiana em Cuiabá, sendo que a segunda compreende um total
3.000 alunos no Ensino Básico. Os resultados mostraram que, foi verificado, das cinco
escolas que oferecem Educação Infantil, apenas duas têm Educação Física em sua
matriz curricular, com professor habilitado ministrando as respectivas aulas. Vale dizer
que as atividades de jogos e recreação, movimento e ludicidade, existem em todas as
escolas, em respeito à legislação em Educação Infantil, porém são ministradas pelo
mesmo professor de sala de aula, como sempre aconteceu nas escolas brasileiras. Na
discussão, foi apresentado que o movimento representa a personalidade de cada
indivíduo e sua maneira de estar no mundo, de maneira que as atividades lúdicas, outro
destaque da educação infantil, devem fazer parte do cotidiano escolar. O brincar,
enquanto fator promotor da capacidade e potencialidade da criança deve ocupar um
lugar especial na prática pedagógica, tendo espaço privilegiado dentro da escola, sendo
assim, o professor de educação física, além de gostar de brincar, deve aprender a lidar
com esses conteúdo. Segundo os autores pode-se concluir que o profissional de
Educação Física que atua na Educação Infantil não deve possuir somente
conhecimentos específicos de sua área, mas somá-los aos conhecimentos do contexto da
criança com a qual está trabalhando, todavia a formação específica auxilia
sobremaneira. Deve-se então, considerar e valorizar os aspectos de desenvolvimento
infantil, a maneira de aprender das crianças e seus conhecimentos prévios e ter
consciência do papel da escola, que está baseado em viver o presente e proporcionar
vivências que tenham finalidades concretas para o cotidiano das crianças, haja vista que
a infância atual está sem espaço de liberdade para este corpo aprisionado e sufocado.
VIVENCIANDO A CULTURA CORPORAL DO MOVIMENTO NA
EDUCAÇÃO INFANTIL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.
Este artigo (CARRAZONI, 2015) teve como objetivo apresentar as experiências
obtidas no componente curricular de estágio supervisionado do curso de Licenciatura
em Educação Física da Universidade Federal do Pampa, ocorrido entre os meses de
abril e julho de 2015. O método utilizado nesta pesquisa, contou com 23 alunos entre 5
e 6 anos de idade e composta por 5 observações, seguidas de 15 intervenções de
1h/aula, e a partir do conhecimento e análise das necessidades e possibilidades para com
a turma, onde foi decidido oportunizar a prática física aos alunos visando estimular o
desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais, relações interpessoais e
socioafetivas. O procedimento foi através das aulas planejadas de modo a usufruir da
maioria dos espaços disponíveis para a prática física na escola: pátio da escola, salão e
espaço solar (ambiente fechado, porém, sem cobertura). Assim como, foi utilizado
grande parte dos materiais existentes na instituição de ensino, tais como, linhas de
movimento, placas de madeira, formas geométricas. O resultado desta pesquisa apontou
êxito na proposta de trazer atividades dinâmicas e que despertassem o interesse da
80
turma, oportunizando a prática à alunos que não participavam deste momento e a partir
das intervenções propostas, passaram-se fazer presentes nas atividades. Na discussão do
presente estudo, mostrou que, o planejamento das atividades era realizado visando uma
progressão, para que os alunos vivenciassem, de diferentes maneiras e em diferentes
contextos, os movimentos requisitados, partindo de atividades mais simples à mais
complexas, auxiliando no princípio da progressividade do desenvolvimento motor.
Baseado nos resultados, segundo os autores, pode-se concluir que, diante do que foi
exposto neste relato, e da proposta apresentada ao decorrer do desenvolvimento das
práticas, as perspectivas foram alcançadas, mostrou-se que em um curto período de
tempo, proporcionaram diferentes vivências para os alunos, instigaram quanto à
importância de cada um dos conhecimentos disponibilizados a eles, e não apenas
estimular a prática pela prática, contribuindo para a valorização da Educação Física
nesta etapa de ensino. E, mostrou que a educação infantil é a porta inicial para
valorizarmos a Educação Física em nossa sociedade, uma vez que, as vivências que
estas crianças terão hoje, repercutirão nas próximas etapas de suas vidas.
EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: UMA REVISÃO
SISTEMÁTICA.
Stein, et al., (2015) apresentaram nesta pesquisa o objetivo de conhecer o que
está sendo produzido sobre esta área do conhecimento (Educação Física na Educação
Infantil), e investigar quais os aspectos desta área na Educação Infantil são abordados
nas publicações disponíveis em bases de dados e bibliotecas digitais, na última década.
O método consistiu em uma revisão sistemática de trabalhos científicos que estudaram a
Educação Física na Educação Infantil e o seu momento na rotina da instituição escolar.
Os resultados mostraram que dentro dos 232 artigos pesquisados e os cinco avaliados na
íntegra abordaram predominantemente o nível de atividade física e as recomendações a
respeito das aulas de Educação Física. Nos estudos encontrados sobre o tema, a partir da
literatura analisada, foi possível observar que há uma maior incidência de estudos
relacionados à atividade física e seus benefícios para a saúde infantil, reforçando o
objetivo abordado por quatro, dos cinco artigos selecionados. Acredita-se segundo os
pesquisadores que esses resultados possam estar relacionados às bases de dados elegidas
para a busca, pois apenas a base SCOPUS é multidisciplinar, enquanto as demais são
voltadas à área da saúde. Na discussão, sugere-se que o ambiente escolar seja
fundamental importância e propício para a adoção e manutenção de comportamentos
saudáveis, principalmente durante as aulas de Educação Física, que proporciona ao
aluno a conscientização da importância de se adquirir hábitos saudáveis e o respeito ao
próprio corpo. Baseado neste estudo pode-se afirmar que os estudos acreditam na
eficácia e importância das aulas de Educação Física na Educação Infantil, fato
evidenciado e reforçado nos principais resultados, no que se refere ao aumento do nível
de atividade física, desenvolvimento de habilidades motoras e a manutenção da saúde
destas crianças por meio das aulas de Educação Física.
A IMPORTÂNCIA DAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO
INFANTIL.
Os autores desta pesquisa (DEZANI et al., 2014) tiveram por objetivo, mostrar
através de uma revisão de literatura a importância das aulas de Educação Física e o
papel do professor para as crianças do Ensino Infantil. De acordo com os resultados
obtidos, é possível sugerir que a Educação Física contribui para o desenvolvimento
81
psicomotor das crianças, por este motivo, pode-se dizer que o desenvolvimento, apesar
de ser um processo comum a todas as crianças, pois todas passam pelas mesmas
etapas, é também um fenômeno extremamente singular, pois cada criança vivência
de uma maneira própria. Sendo assim a discussão apresenta que o professor precisa
compreender que existem muitas possibilidades para atingir aos objetivos e
necessidades da disciplina, além de observar a importância da educação física voltada
para a saúde, seguindo moldes da visão higienista do século passado. Entende-se que a
educação para a saúde não é apenas uma disciplina escolar, mas constitui-se em
um princípio de vida que atue na formação de uma consciência corporal
saudável, visando a ações comprometidas e autônomas de integração
biopsicossocial. Assim, a Educação Física atende a numerosos objetivos, tanto de curto
quanto de longo alcance. Ainda para os autores a aula de Educação Física Escolar
deve estar voltada para o desencadeamento de um processo sócio educacional de caráter
permanente. De acordo com o este estudo, deve-se oportunizar ao aluno uma grande
variedade de atividades motoras possibilitará ao mesmo desenvolver seu organismo em
sua totalidade, levando em consideração o aspecto biopsicossocial, não se pretende
desenvolver somente o físico e as destrezas motoras nas aulas de Educação Física, mas
também a função cognitiva e despertar no indivíduo o respeito às normas e regras das
atividades, ao mesmo tempo em que se socialize com os demais colegas durante as
aulas, e para que isso aconteça não podemos esquecer-nos de uma pessoa muito
importante dentro deste processo, o professor de Educação Física, que para atingir tais
objetivos necessita de comprometimento com seus alunos, conhecimento, atualização e
capacitação profissional constante, e uma boa dose de amor pelo que faz, com isso,
possivelmente ocorrerá um êxito nas aulas de Educação Física.
EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL EXPERIÊNCIA DO
ESTÁGIO SUPERVISIONADO I NA EDUCAÇÃO INFANTIL EM 2010.1
Rocha (2010) teve como objetivo relatar a experiência vivida no Estágio
Supervisionado e identificar a importância da Educação Física no ensino infantil e sua
relevância para o desenvolvimento adequado e integral da criança, tendo como
fundamento o movimento humano e suas contribuições a construção de conhecimentos,
habilidades e comportamento que se estruturam durante este período de vida da criança
e que refletem durante todo o seu processo de formação. O procedimento metodológico
é de caráter qualitativo e orientado por elementos de observação ação. O estudo foi de
dimensão participativa, cooperativa e formativa, onde todos os participantes da pesquisa
são responsáveis por seu processo de desenvolvimento. O procedimento desta pesquisa
foi realizado em uma escola pública básica da rede municipal de Sobral – CE, situada
no bairro Sumaré, no período de 23 de março a 10 de maio de 2010, totalizando uma
carga horária de 30 horas, onde foram realizadas inicialmente observações das aulas,
planos de aula e regências com as turmas de infantil IV e V, sob a supervisão da
professora titular da turma. O público alvo, composto por 45 alunos do ensino infantil,
onde era dividido em dois grupos, 22 alunos do infantil IV,e 25 alunos do infantil V.
Nos resultados pode-se observar que, no que diz respeito à execução das atividades
pelas crianças, algumas dificuldades foram diagnosticadas, problemas relacionados à
movimentação, equilíbrio e socialização. Isso se remeteu a uma reflexão sobre o fato
da disciplina Educação Física não existir enquanto componente pedagógico e não estar
inserida no cotidiano da escola. A experiência das crianças sobre os aspectos da cultura
corporal e movimento ficam restritos a um único momento, a “hora do movimento”,
termo que designa o período de vinte minutos durante os quais se realizam atividades
82
recreativas de forma aleatória e sem um objetivo claro. A discussão relata que a
educação infantil proporciona um espaço em que a criança aprende, brinca se
desenvolve, se relaciona com outras crianças, dialoga, desenvolve seus
aspectos cognitivos, sociais, afetivos, e isso é essencial, já que é a primeira experiência
educacional da criança fora do ambiente familiar, longe dos pais, que são os meios de
proteção. É neste momento que se destaca a importância da Educação Física na
educação infantil, pois esta trabalha o movimento, a linguagem corporal, a cultura da
criança por meios de atividades lúdicas, jogos e brincadeiras. A brincadeira é algo
normal para as crianças, onde se sentem felizes, sentem prazer, desenvolvem sua
imaginação, assumem outros papéis, e é através do brincar que a criança explora,
experimenta, cria, conhece seu próprio corpo, descobre seus limites, interage com outras
crianças, desenvolvem capacidades, habilidades, brincando em atividades de
movimentação corporal. Portanto, conclui-se que é imprescindível a presença do
professor de Educação Física no ensino infantil, fase em que a criança necessariamente
deve estar brincando, movimentando-se, descobrindo-se, por ser a área do
conhecimento humano que estuda o movimento, não pelo movimento, mas este,
integrando o corpo, cultural, linguagem corporal, a educação física deve estar presente
em todas as etapas da educação.
IMPORTÂNCIA DA APTIDÃO FÍSICA RELACIONADA À SAÚDE E
APTIDÃO MOTORA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES.
O objetivo deste estudo (PEREIRA; MOREIRA, 2013) foi realizar uma revisão
de literatura a fim de analisar a aptidão física relacionada à saúde e a aptidão
motora em crianças e adolescentes. O método deste artigo se caracteriza como
levantamento bibliográfico. Os resultados obtidos mostraram que através desse
levantamento teórico foi possível verificar a aquisição de hábitos positivos para a
prática de atividade física, sempre acompanhada por profissionais de Educação
Física, podem repercutir de forma positiva no desenvolvimento das crianças e
adolescentes, contribuindo de forma decisiva na promoção de saúde. A discussão
apresenta que a hipocinética humana vem sendo mantida ou agravada pela atual “era
digital”. Concomitantemente, os hábitos das pessoas também mudaram com o passar
dos tempos, provocando modificações na qualidade de vida. O próprio lazer é
sedentário. Dentre esses fatos há um consenso de que a hipocinesia está relacionada
com várias doenças crônico-degenerativas, como: acidente vascular cerebral, câncer,
obesidade, osteoporose, diabetes, hipertensão e as cardiovasculares. Cada vez
mais, segundo os autores, existem dados demonstrando que o exercício, a
aptidão e a atividade física estão relacionados com a prevenção, com a
reabilitação de doenças e com a qualidade de vida. Pode-se concluir que é evidente
que a exposição à inatividade física, quando iniciada na infância ou adolescência, torna-
se mais estável na vida adulta e, portanto, mais difícil de modificar. Por isso, quanto
mais cedo forem traçadas metas para a prática de atividade física, a literatura demonstra
que a probabilidade dessa criança ou adolescente se tornar um adulto sedentário serão
mínimas.
EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: INFLUÊNCIA DE
UM PROGRAMA NA APRENDIZAGEM E DESENVLVIMENTO DE
CONTEÚDOS CONCEITUAIS E PROCEDIMENTAIS.
83
Os autores Ferraz e Flores (2004) tiveram o objetivo de investigar o ensino
sistematizado de um programa de Educação Física na Educação Infantil nas unidades de
conteúdo: habilidade básica de arremessar, saltar e equilíbrio; conhecimento das partes
do corpo e; noção de educação física. O método utilizado foi uma comparação entre
duas turmas, compostas por 35 crianças de quatro anos, de uma escola da Rede
Municipal de São Paulo. No procedimento, foi realizada uma avaliação diagnóstica
antes do início das aulas, os dois grupos foram submetidos a cinco testes: três de
habilidades motoras básicas (saltar, arremessar e equilíbrio), um sobre o
reconhecimento das partes do corpo e uma entrevista visando avaliar a noção do que é
educação física. Os resultados evidenciaram mudanças significantes e positivas nos dois
grupos para as habilidades de saltar e equilíbrio, indicando influência do processo
maturacional e de experiências extra aulas de educação física e não a influência do
programa. Na habilidade de arremessar, verificou-se mudanças significantes e positivas
nos dois grupos com superioridade para o grupo experimental, indicando efeito do
programa. Em relação aos conteúdos conceituais o grupo experimental apresentou
aprendizagem superior à do grupo controle na noção de educação física. Na
identificação das partes do corpo, os dois grupos demonstraram aprendizagem, sendo
que o grupo experimental foi superior que o grupo controle em um dos componentes.
Os resultados demonstram a necessidade de se considerar o tempo de prática necessário
ao desenvolvimento das habilidades motoras básicas, remetendo-se a perspectiva do
aprender a aprender. Além disso, verifica-se a importância de se considerar os
conteúdos em educação física escolar, não só na dimensão procedimental, mas também
nas dimensões conceitual e atitudinal. A discussão aponta que a inexistência de aulas de
educação física e a precariedade dos projetos pedagógicos das Escolas de Educação
Infantil do Município de São Paulo, revelam uma situação preocupante, esse estudo
pretendeu verificar a exequibilidade de alguns conteúdos que compõem um programa
de educação física mediante metodologia de ensino específica. Em relação aos aspectos
do desenvolvimento de habilidades motoras básicas, destaca-se o fato de que seu
desenvolvimento necessita de maior tempo de prática. Como o número de aulas de um
programa de educação física em três anos letivos, duas vezes por semana, não ultrapassa
200 aulas; as atividades realizadas no tempo livre devem ser pensadas como
complementares ao programa escolar, uma vez que a quantidade de conteúdos que
compõem um programa (habilidades básicas, conceitos do movimento, jogos, atividades
rítmicas entre outros) é extensa demais para o tempo disponível nesse ciclo de
escolarização. Concluindo, os autores consideram os resultados desse estudo um
indicativo de adequação dos objetivos específicos do nosso programa, pois não se
pretende dar aulas de estimulação motora, ao invés disso, propiciar uma base motora,
mediante experiências de movimento variadas, para que as crianças possam apreciar e
usufruir com segurança dos elementos que compõem a cultura de movimentos. E
propõem que diversos programas de educação física sejam testados para se verificar sua
adequação em relação ao sentido que as atividades irão ter em função do contexto
sociocultural em que as crianças estão inseridas. Contudo, esses aspectos não podem
estar dissociados dos métodos adequados de ensino, para não se correr o risco de saber a
importância do que ensinar, sem saber como.
A IMPORÂNCIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
O presente artigo (NEGRÃO et al., 2013) teve como propósito apresentar
algumas considerações acerca da importância da Educação Física na educação infantil,
tendo como objetivo geral compreender a contribuição da educação física na vida do
84
educando da educação infantil. O metodo que foi empregado neste artigo é de caráter
qualitativo. Para coleta de dados, utilizou-se a pesquisa bibliográfica. Os resultados
apontaram que a Educação Física e Educação Infantil é considerar a infância como uma
condição da criança, o conjunto de experiências vividas por elas em diferentes lugares
históricos, geográficos e sociais é muito mais do que uma representação dos adultos
sobre esta fase da vida. É preciso conhecer as representações da infância e considerar as
crianças concretas, localizá-las nas relações sociais, etc., reconhecê-las como produtoras
da história. Diante dos relatos aqui contidos no estudo, pode-se perceber a necessidade
de uma revalidação na formação docente, de forma que os currículos sejam revistos,
além de propor experiências mais significativas com o auxilio da formação continuada,
e principalmente medidas governamentais que amparem de forma eficaz a educação
física na educação infantil. A discussão nos mostra que em uma época de mudanças
repentinas na sociedade, nas quais refletem visivelmente na realidade escolar, acredita-
se que a Educação Física e os profissionais que atuam nesta área do ensino, necessitam
fundamentar-se teoricamente a fim de comprovar pra comunidade escolar aquilo que já
se ver na prática, visto que ao estreitarem as relações entre teoria e prática, veremos
novas metodologias de ensino, contribuindo para a formação e o desenvolvimento dos
educandos de educação infantil. Com isso concluiu-se que a educação física é uma
disciplina essencial para a formação integral do educando, assim como a matemática ou
a língua portuguesa, sendo assim nossas escolas precisam receber o amparo destes
profissionais, a fim de somarem forças para o pleno desenvolvimento de crianças que
iniciam sua jornada educacional. Esta pesquisa é de grande valia, pois reúne os
pensamentos de diversos teóricos que abraçam a temática da educação física na
educação infantil, e que visam despertar aqueles que fazem parte do âmbito escolar,
para que dêem o devido valor a esta disciplina tão importante para o educando.
Na educação infantil é de suma importância disponibilizar o maior número de
experiências possíveis, apresentando um novo mundo, onde nesse mundo, permite que a
criança se relacione com um meio social e físico, ajudando no seu desenvolvimento.
Para estimular o intelecto e o físico é preciso que pessoas mais experientes ofereçam
desafios cada vez mais difíceis. A educação física consegue isso de uma forma muito
prazerosa através de jogos, brincadeiras e esportes.
Sendo assim, de acordo com os autores Ehrenberg (2014) e Negrão e et al.
(2013), tiveram o objetivo de apresentar a importância da Educação Física na educação
infantil e compreender a contribuição da educação física na vida do educando da
educação infantil.
Os estudos de Basei (2008), Pereira e Moreira (2013), procurou mostrar
algumas contribuições sobre a Educação Física na Educação Infantil, fundamentadas na
importância do movimentar-se humano e nas contribuições que as experiências com a
cultura do movimento podem trazer nesse período de vida da criança e em todo o seu
processo de formação.
Maciel e Fernandes (2014), Dezani e et al. (2014), tiveram por objetivo, mostrar
a importância das aulas de Educação Física e o papel do professor para as crianças do
Ensino Infantil.
Já Carrazoni (2015) e Rocha (2010), apresentaram em seus estudos as
experiências obtidas no componente curricular de estágio supervisionado do curso de
Licenciatura em Educação Física.
Stein, et al., (2015) apresentaram em suas pesquisas, o que está sendo produzido
sobre a Educação Física na Educação Infantil.
Os estudos de Ferraz e Flores (2004) investigaram o ensino sistematizado de um
programa de Educação Física na Educação Infantil nas unidades de conteúdo:
85
habilidade básica de arremessar, saltar e equilíbrio; conhecimento das partes do corpo e;
noção de educação física.
O método utilizado para a coleta de dados apresentados, os autores Basei (2008),
Maciel e Fernandes (2014), Stein, et al., (2015), Dezani e et al. (2014), Pereira e
Moreira (2013) e Negrão e et al. (2013), buscaram através de uma revisão bibliográfica
observar e compreender o corpo teórico das atuais práticas em Educação Física na
Educação Infantil.
Para os autores Ehrenberg (2014), Carrazoni (2015), Rocha (2010), Ferraz e
Flores (2004), apresentaram em seus estudos métodos compostos por observações em
aulas práticas seguidos por questionários para somar na coleta de dados.
Diante dos relatos contidos nos estudos de Ehrenberg (2014) e Negrão e et al.
(2013), pode-se perceber a necessidade de uma revalidação na formação docente, de
forma que os currículos sejam revistos, além de propor experiências mais significativas
com o auxilio da formação continuada, e principalmente medidas governamentais que
amparem de forma eficaz a educação física na educação infantil.
Os autores Basei (2008), Dezani e et al. (2014), Pereira e Moreira (2013) e
Ferraz e Flores (2004), Stein et al., (2015), apontam nos resultados obtidos, que a
Educação Física contribui para o desenvolvimento psicomotor das crianças, por este
motivo, pode-se dizer que o desenvolvimento, apesar de ser um processo comum a
todas as crianças, pois todas passam pelas mesmas etapas, é também um fenômeno
extremamente singular, pois cada criança vivência de uma maneira própria e sugere-
se que o ambiente escolar seja fundamental importância e propício para a adoção e
manutenção de comportamentos saudáveis, principalmente durante as aulas de
Educação Física, que proporciona ao aluno a conscientização da importância de se
adquirir hábitos saudáveis e o respeito ao próprio corpo.
Para Carrazoni (2015), Maciel e Fernandes (2014) e Rocha (2010), pode-se
observar em seus resultados que, no que diz respeito à execução das atividades pelas
crianças, algumas dificuldades foram diagnosticadas, problemas relacionados à
movimentação, equilíbrio e socialização. Isso se remeteu a uma reflexão sobre o fato da
disciplina Educação Física não existir enquanto componente pedagógico e não estar
inserida no cotidiano das escolas pesquisadas.
Resumindo, podemos verificar que os autores num consenso, apontam a
importância da Educação Física na Educação Infantil. O profissional de Educação
Física deve disponibilizar ao aluno o maior número de possibilidades, por meio de
desafios corporais que envolvam ações cognitivas, afetivas e motoras de maneira
conjunta, e não apenas explorando o corpo de maneira isolada. O professor deve ter a
propriedade dos saberes que constituem o seu fazer docente, tendo capacidade de
articulá-los conforme a realidade específica de seu trabalho cotidiano vale ressaltar
também que, desta forma, os professores valorizam a Educação Física na Educação
Infantil e reconhecem sua extrema importância para o desenvolvimento físico e
cognitivo de cada faixa etária.
Os estudos realizados pelos autores mostram que o desenvolvimento da
Educação Física na Educação Infantil determina para o professor, um desequilíbrio,
uma quebra na sua acomodação, em relação as suas crenças e concepções sobre a
Educação Física, pois trabalho com a infância exige do professor, que, acostumado ou
treinado a objetivar nas suas aulas o desenvolvimento de práticas desportivas, uma
perspectiva diferenciada na maneira de trabalhar com o movimento.
Os professores de Educação Física, competentes e compromissados, devem
conhecer e buscar novas “condições”, trabalhar com a Educação Infantil proporciona
aos professores a oportunidade ideal para que possam exercer o papel de educadores.
86
Pode-se afirmar que a educação infantil é a porta inicial para valorizarmos a
Educação Física em nossa sociedade, uma vez que, as vivências que estas crianças terão
hoje, repercutirão nas próximas etapas de suas vidas.
Assim, de acordo com o autor Negrão e et al. (2013), concluiu-se que a
educação física é uma disciplina essencial para a formação integral do educando, assim
como a matemática ou a língua portuguesa, sendo assim nossas escolas precisam
receber o amparo destes profissionais, a fim de somarem forças para o pleno
desenvolvimento de crianças que iniciam sua jornada educacional.
Objetivo
Investigar a importância da educação Física na educação Infantil através de uma
revisão de literatura.
Método
Foi realizada uma pesquisa qualitativa concretizada através de uma revisão de
literatura. Inicialmente o tema foi pesquisado em livros, dissertações e teses e
posteriormente em base de dados e em periódicos. O método de análise dos textos e dos
artigos foi influído pela literatura (NELSON; THOMAS, 2012; CERVO; BERVIAN,
2007), seguindo a ordem de literatura de reconhecimento, leitura crítica ou reflexiva e
por fim a leitura interpretativa.
Resultados e conclusão
De acordo com as pesquisas, os resultados apontam que quando se pensa em
Educação Infantil, temos como essencial o educar e o cuidar, juntos, vários projetos
curriculares tentam dar conta disso, assumindo a criança como ser histórico, cultural,
que tem direito de apropriar-se do conhecimento socialmente construído. Neste
pensamento, o importante é buscar algo que esteja de acordo com as particularidades do
infantil, pensando no educando como eixo principal ao se tentar construir uma proposta
de trabalho para a primeira infância.
Durante a elaboração deste trabalho os autores relatam também a falta de
profissional qualificado, é bastante ausente em algumas instituições e que na maioria
das vezes as aulas são substituídas por outras e até mesmo por alguns minutos de
recreação. O professor de educação física é extremamente importante para os seus
alunos, uma aula bem elaborada, planejada transmite o verdadeiro sentido da educação,
pois ele consegue alcançar o principal objetivo que é mostrar que a disciplina contribui
para o desenvolvimento das crianças.
Vale ressaltar que a Educação Física na Educação Infantil não serve apenas
como um simples momento de recreação, mas sim de uma disciplina que colabora com
o desenvolvimento integral das crianças.
Considerações finais
87
Na atualidade a Educação Física na escola ainda é vista como uma disciplina
complementar, como se ela fosse menos importante do que Matemática, História ou
Língua Portuguesa, é preciso compreender que a Educação Física é uma disciplina
obrigatória do currículo escolar e que apresenta características próprias, e tem uma
vantagem educacional que poucas disciplinas têm: o poder de adequação do conteúdo
ao grupo social em que será trabalhada. Isso permite uma liberdade de trabalho e como
uma liberdade de avaliação por parte do professor, que pode ser bastante benéfica ao
processo geral educacional da criança.
O professor de Educação Física na Educação Infantil sem sombra de dúvidas
deve ser o mediador entre o conhecimento e o aluno, proporcionando para as crianças
múltiplas vivência de movimentos. O profissional de Educação Física deve estar
preparado para oferecer aos alunos atividades que contribua para o desenvolvimento de
suas habilidades, uma simples brincadeira como, por exemplo, a amarelinha pode
trabalhar equilíbrio, força além de promover interação entre eles.
Finalizo esta conclusão que, através do brincar a criança cria um elo com a
realidade, socializa-se com as outras crianças e diante da brincadeira atribui significados
e sentidos aos seus atos. A brincadeira representa para a criança a sua ação mais séria e
com ela, ela enfrenta a realidade, seus medos e anseios, e conforme suas capacidades
individuais geram possibilidades de se movimentar.
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Movimentar-se e suas Contribuições no Desenvolvimento da Criança, Revista
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ROCHA M. P. Educação Física na Educação Infantil experiência do Estágio
Supervisionado I na Educação Infantil em 2010.
89
BULLYING NA ESCOLA
Maria Inácia¹
Thiago Augusto Costa de Oliveira²
RESUMO
Este estudo teve por objetivo verificar os casos de bullying nas escolas e sugerir formas
para combatê-lo. O método utilizado se trata de uma revisão bibliográfica através de
artigos científicos. Os resultados obtidos tratam-se de que o bullying é um
comportamento intimidador e agressivo, comum nas escolas, podendo seguir até a vida
adulta caso não seja feito um tratamento e podendo acontecer muita coisa na vida dessa
criança. Concluindo que é extremamente importante que família e escola andam juntas
para educar e acompanhar as crianças, pois todos devem trabalhar juntos para o
desenvolvimento integral dos mesmos, e não jogando a culpa de um no outro.
Palavras-chaves: Bullying, bullying na escola, violência escolar.
ABSTRACT
This study aimed to verify the cases of bullying in schools and suggest ways to combat
it. The method used is not a literature review by scientific articles. The results, it is that
bullying is an intimidating and aggressive behavior, common in schools may follow into
adulthood if not made a treatment and can happen a lot in the life of that child.
Concluding that it is extremely important that family and school go together to educate
and accompany the children, for all must work together for the integral development of
the same, and not blaming of each other.
Keywords: Bullying, bullying at school, school violence.
(1)
Graduanda em Educação Física (Licenciatura), Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445,
13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]). (2)
Professor Mestre em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades Network –
Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]).
90
Introdução
A prática do bullying se concentra na combinação entre a intimidação e a
humilhação das pessoas, é uma forma de abuso psicológico, físico e social. Atualmente
encontramos todas estas manifestações descritas acima nas escolas públicas ou privadas,
rurais ou urbanas, envolvendo crianças e jovens que figuram como vítimas, agressores
ou espectadores. Entre os efeitos sobre as vítimas podemos citar: depressão, ansiedade,
estresse, dores não especificadas, perda de autoestima, problemas de relacionamento,
abuso de drogas e álcool, entre outros. As vítimas são normalmente tímidas, fracas e
frágeis, são incapazes de defender e de reagir. Geralmente são discriminadas por
apresentarem algumas diferenças, como ser gorda, lenta, negra, deficiente física, alta,
sotaque diferente, tirar boas notas e outras. Muitas transferem os maus tratos sofridos
para outras pessoas mais fracas que elas (CHICOTE; MARTINS, 2009).
Essa forma de violência é difícil de ser identificada, uma vez que a vítima teme
delatar os seus agressores, seja pela vergonha que irá passar diante dos demais amigos
de classe, por medo de sofrer represálias, seja por acreditar que os professores ou seus
próprios pais não lhe darão o devido crédito, e o fato de alguns professores acreditarem
que tais agressões são apenas brincadeiras de crianças e que irão passar com o tempo,
atitude essa que faz crescer mais ainda a violência nas escolas e banaliza o sofrimento
da vítima (LEÃO, 2010).
O bullying é um ato que resulta em prejuízo, principalmente nas relações dessas
crianças com outras pessoas, que tem como elo afetivo a escola e o contato com o
grupo. Tal comportamento agressivo contribui para o aparecimento de dificuldades de
concentração e a redução da capacidade de memorização. Quando não há intervenções
eficazes contra o bullying, o espaço escolar torna-se totalmente corrompido, todas as
crianças, são afetadas, passando a experimentar sentimentos de ansiedade e medo.
Os alunos que sofrem bullying, dependendo de suas características individuais e
dos meios em que vivem principalmente os familiares, poderão não ultrapassar os
traumas sofridos na escola, poderão quando adultos apresentar sentimentos negativos,
especialmente com baixa autoestima, tornando-se indivíduos com sérios problemas de
relacionamento. Poderão adquirir, também, um comportamento hostil.
Para acabar com o bullying, os envolvidos tem que se manifestar e se informar,
não pode ficar calados. As crianças podem sim pôr um fim a isso com a ajuda dos seus
pais, professores e outros adultos, mas é preciso planejar, discutir, ter coragem e agir de
maneira prática para lidar com o problema de forma eficiente.
Diante disto, o objetivo deste estudo foi verificar os casos de bullying nas
escolas e qual a melhor forma de combatê-lo.
Revisão de literatura
ESTUDO SOBRE O FENÔMENO BULLYING E SUAS REPERCUSSÕES
SÓCIO-EDUCACIONAIS.
Menezes e Branco (2009) realizaram um estudo com objetivo de tentar
compreender o fenômeno bullying e verificar suas repercussões sócio educacionais.
Para elaboração deste artigo foi aplicada uma pesquisa bibliográfica. Os resultados
mostram que o bullying é entendido como um processo que envolve todos os tipos de
atitudes hostis, propositais e frequentes praticados a nível individual ou grupal sem uma
motivação específica preconizada por uma relação de desigualdade entre agressores e
91
vítimas, resultando na intimidação magoa e angustia para aqueles que são alvos. Os
pesquisadores concluem que o bullying é uma forma de violência oculta que chama
atenção principalmente, pelo potencial de gerar consequências drásticas para suas
vítimas, causando danos consideráveis ao psiquismo do indivíduo, trazendo prejuízos de
ordem emocional e socioeducacional.
BULLYING NO AMBIENTE ESCOLAR.
No estudo de Ferreira e Tavares (2009) foi proposto a partir de observações
informais do cotidiano e, também, de discussões intensas sobre o tema da agressividade
e violência nas escolas como objetivo, conscientizar os pais, professores e demais
profissionais da Educação sobre a importância da construção de ações preventivas,
diagnósticas e de atuação à comportamentos de bullying nas escolas, transformando
atitudes agressivas em companheirismo e solidariedade, respeito e amizade. A proposta
foi de orientar os envolvidos quanto ao enfrentamento a esta violência, habilitando os
agressores a uma convivência social sadia e segura. Os resultados apontam necessário
que se estabeleça ações a serem desenvolvidas objetivando as ações do agressor e as
consequências na vítima. Os autores sugerem que é importante, que os educadores e
família, estejam atentos a qualquer sinal de ação agressiva, pois não há métodos
diagnósticos prontos para se determinar o “bullyinista” é necessário que esteja todos
cautelosos às crianças mais propensas a agredirem ou à comportamentos antissociais, a
fim de se verificar qualquer prática de bullying.
BULLYING EM AMBIENTE ESCOLAR
Souza e Almeida (2011) estudam como ocorre o bullying em ambiente escolar.
Realizam uma revisão de literatura onde constatam que o bullying é um problema
mundial e pode ocorrer em vários setores da atividade humana. Geralmente são
verificadas duas formas de bullying: o praticado na escola e aquele praticado no
ambiente de trabalho. Durante muito tempo, comportamentos como o de apelidar e/ou
“zoar” de alguém podem ter sido vistos como inofensivos ou naturais da infância e da
relação entre as crianças e adolescentes na escola, mas é importante salientar que o
bullying é um tipo de problema que se apresenta de forma diferente em cada situação.
Após análise dos dados os autores apontam que sua prevenção entre estudantes
constitui-se em uma medida capaz de possibilitar o pleno desenvolvimento de crianças e
adolescentes, habilitando-os a uma convivência social sadia e segura.
BULLYING – A VIOLÊNCIA TOLERADA NA ESCOLA
O estudo de Ramos (2008) teve por objetivo refletir sobre a problemática do
bullying nas escolas. Segundo o autor, esta expressão, de origem inglesa, define um tipo
específico de violência que tem sido, de certa forma, tolerada pela comunidade escolar.
Qualquer pessoa que algum dia tenha frequentado uma escola, certamente já presenciou
o fenômeno bullying. Para consolidar sua proposta de estudo, foi feito uma pesquisa
junto aos alunos, através de um questionário. A análise dos dados permitiu concluir que
nos relatórios finais escritos pelos alunos, vários assumiram sentirem-se inibidos diante
dos demais, evitando por isso a oralidade, esquivando-se de apresentações de trabalho
ou qualquer outro tipo de exposição nas aulas, com receio de serem vítimas de
comentários depreciativos ou jocosos. Foi sugerido pelo autor que cabe ao professor,
92
nestas situações, estar atento a qualquer fato que impeça a manutenção de um clima
amistoso na sala de aula, garantindo as condições de mais baixa ansiedade para o aluno.
O BULLYING ESCOLAR NO BRASIL: UMA REVISÃO DE ARTIGOS
CIENTÍFICOS.
Menegotto, Pasini e Levandowski (2013) realizaram uma pesquisa com o
objetivo de destacar como o bullying se dá nas escolas do Brasil. Através de uma
revisão de literatura foi possível apontar que o bullying é um fenômeno que se
caracteriza por atos de violência física ou verbal, que ocorrem de forma repetitiva e
intencional contra uma ou mais vítimas. No cenário brasileiro, foi, sobretudo, na década
de 1990 que o bullying passou a ser discutido, mas foi, a partir de 2005, que o tema
passou a ser objeto de discussão em artigos científicos. Os resultados destacaram a
importância de preparar os professores, que, muitas vezes, não sabem identificar as
situações de bullying nem lidar com elas. Além disso, os pesquisadores concluem que a
escola como um todo precisa ser repensada, buscando praticar não somente os
conteúdos mínimos das diretrizes curriculares, mas também um trabalho pautado na
importância da constituição dos princípios de tolerância e de respeito.
VIOLÊNCIA NA ESCOLA: OS SINAIS DE BULLYING E O OLHAR
NECESSÁRIO AOS SENTIMENTOS
O objetivo do artigo de Tognetta (2005) procurou relatar cenas de um cotidiano
escolar onde a violência entre meninos e meninas tem nos estarrecido a cada dia.
Segundo o autor tal experiência nos faz compreender a necessidade de uma reflexão
mais profunda sobre a natureza humana, para então, pensar em propostas que nos
auxiliem nas transformações das relações de violência explícita, as quais nossos
meninos e meninas têm sido foco. Os achados mostram que explicações podem finalizar
essa presente discussão e elucidar enfim a relevância dos sentimentos ao tratarmos da
temática tão angustiante que é o bullying: meninos e meninas que se conhecem têm
autoridade sobre si mesmos; têm condições de ter ao que aspirar. A conclusão sugere
que se anteriormente afirmamos que uma virtude depende de uma disposição do sujeito,
da aspiração por ser melhor, e, se queremos que nossos alunos e filhos vençam as
situações de bullying, é preciso que lhes ajudemos a encontrar um novo “sentido para a
vida”.
ESCOLA E BULLYING: A COMPREENSÃO DOS EDUCADORES
Trevisol e Dresch (2011) fazem um estudo com objetivo de analisar a prática de
bullying na escola a partir de dados coletados por meio de uma investigação realizada
com profissionais de escolas públicas do município de Luzerna (SC). Para a coleta de
dados, utilizou--se questionário e posterior análise do conteúdo das respostas. Como
resultado foi verificado que os participantes possuem boa compreensão do assunto; as
consequências do bullying atingem a todos os envolvidos, alterando a gravidade de
acordo com a agressão ocorrida; os tipos de desrespeito mais frequentes são violência
física e verbal; tanto a idade das vítimas como dos agressores ficou entre 11 a 15 anos;
confirma-se a relação de quem sofre bullying com a indisciplina e dificuldade de
aprendizagem. Os autores concluíram que os envolvidos com as questões relacionadas
ao bullying, vítimas, agressores e testemunhas terão consequências físicas e emocionais
de curto e/ou longo prazo, o que pode causar dificuldades escolares, sociais e
93
emocionais. As crianças e adolescentes não são atacados de maneira igual, mas há uma
relação direta com a frequência, duração e severidade dos atos de bullying. Os
indivíduos que sofrem maus-tratos quando são crianças têm maior probabilidade de
sofrerem depressão e baixa autoestima quando adultos. Da mesma maneira, quanto
menos a criança for agredida, tanto maior será a predisposição de apresentar
dificuldades associadas a comportamentos antissociais em adultos.
BULLYING – COMPORTAMENTO AGRESSIVO ENTRE
ESTUDANTES
Neto (2005) teve por objetivo através deste estudo, alertar os pediatras sobre a
alta prevalência da prática de bullying entre estudantes, conscientizando-os da
importância de sua atuação na prevenção, diagnóstico e tratamento dos possíveis danos
à saúde e ao desenvolvimento de crianças e adolescentes. Foram acessados bancos de
dados bibliográficos. O comportamento agressivo entre estudantes é um problema
universal, tradicionalmente admitido como natural e frequentemente ignorado ou não
valorizado pelos adultos. Estudos realizados nas duas ̇últimas décadas demonstraram
que a sua prática pode ter consequências negativas imediatas e tardias para todas as
crianças e adolescentes direta ou indiretamente envolvidos. A adoção de programas
preventivos continuados em escolas de educação infantil e de ensino fundamental tem
demonstrado ser uma das medidas mais efetivas na prevenção do consumo de ·álcool e
drogas e na redução da violência social. Concluiu-se que a prevenção do bullying entre
estudantes constitui-se em uma necessária medida de saúde pública, capaz de
possibilitar o pleno desenvolvimento de crianças e adolescentes, habilitando-os a uma
convivência social sadia e segura.
BULLYING E EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA:
CARACTERÍSTICAS, CASOS, CONSEQUÊNCIAS E ESTRATÉGIAS DE
INTERVENÇÃO
Botelho e Souza (2007) realizaram um estudo com objetivo de discutir a
problemática do bullying no âmbito escolar da educação física. Foi realizado um estudo
exploratório que utilizou pesquisas bibliográficas. Os autores apontam que o bullying no
âmbito escolar acontece em diversas escolas, diversos ambientes nas distintas idades da
humanidade. Após analises dos resultados os pesquisadores concluíram que para que as
estratégias de intervenção do bullying sejam eficazes, devem ser incluídos além dos
próprios alunos, o corpo docente, funcionários da escola, familiares e a comunidade do
entorno.
BULLYING NAS ESCOLAS
Os autores Santos e Santos (2005) investigaram na forma de encontros atender
relações afetivas entre estudantes de séries diferentes; aproximação dos pais e da
comunidade em busca de informações sobre o fenômeno e fortalecimento de ideais dos
envolvidos com o projeto. A metodologia utilizada para o trabalho baseia-se numa
pesquisa do tipo levantamento de dados, em busca de sublevar as determinações pré-
concebidas sobre o tema para criar uma nova compreensão, de forma que no primeiro
contato todos tiveram oportunidade de contar suas histórias contextualizando com o
tema. Sob a forma de questionário de pesquisa, os resultados apresentaram que todos os
alunos indiscutivelmente convivem cotidianamente com atos de bullying, o que
94
comprova a urgência do estudo desse assunto com eles. Pode-se dizer que palestras com
professores e relatos de pessoas que sofreram bullying na escola colaboraram com a
execução desse projeto, e está sendo importante para os alunos esse enriquecimento
cultural que posteriormente chegará a toda a sociedade, tornando o mundo escolar mais
justo e formando cidadãos com responsabilidade.
Atualmente o bullying é reconhecido como problema que vem de longas datas
nas escolas, e com consequências sérias, tanto para vítimas, quanto para agressores.
Os estudos tiveram por objetivo tentar compreender o fenômeno bullying e
verificar suas repercussões sócio educacionais e de discutir a problemática do bullying
no âmbito escolar da educação física, como mencionam os autores Menezes e Branco
(2009), Ramos (2008), Menegotto, Pasini e Levandowski (2013), Trevisol e Dresch
(2011), Botelho e Souza (2007), Souza e Almeida (2011).
Já Ferreira e Tavares (2009), propuseram como objetivo, conscientizar os pais,
professores e demais profissionais da Educação sobre a importância da construção de
ações preventivas, diagnósticas e de atuação à comportamentos de bullying nas escolas.
Segundo Tognetta (2005), procurou relatar cenas de um cotidiano escolar onde a
violência entre meninos e meninas tem nos estarrecido a cada dia.
Os estudos de Menezes e Branco (2009), Ferreira e Tavares (2009), Souza e
Almeida (2011), Menegotto, Pasini e Levandowski (2013), Botelho e Souza (2007),
Santos e Santos (2005), coletaram os dados através de uma pesquisa bibliográfica.
Já Ramos (2008) e Trevisol e Dresch (2011), para consolidar suas propostas de
estudo, foi feito uma pesquisa junto aos alunos, através de um questionário.
Neto (2005) teve por objetivo através deste estudo, alertar os pediatras sobre a
alta prevalência da prática de bullying entre estudantes.
Tognetta (2005) apresentou suas conclusões através de relatórios sobre o
comportamento dos alunos com observações nas aulas e levantou questões para pensar
em propostas que auxiliem nas transformações das relações de violência explícita, as
quais os alunos sofrem.
Os autores Santos e Santos (2005) investigaram na forma de encontros atender
relações afetivas entre estudantes de séries diferentes; aproximação dos pais e da
comunidade em busca de informações sobre o fenômeno e fortalecimento de ideais dos
envolvidos
Os resultados obtidos pelos autores Menezes e Branco (2009), Souza e Almeida
(2011), Ramos (2008), Trevisol e Dresch (2011), Neto (2005), Santos e Santos (2005),
mostram que o bullying é entendido como um processo que envolve todos os tipos de
atitudes agressivas, propositais e frequentes praticados a nível individual ou grupal sem
uma motivação específica preconizada por uma relação de desigualdade entre
agressores e vítimas, resultando na intimidação magoa e angustia para aqueles que são
alvos, além de além de contribuir para a produção, em larga escala, de cidadãos
estressados, deprimidos, com baixa autoestima, baixa capacidade de auto aceitação e
resistência a frustração, reduzida capacidade de autoafirmação e de auto expressão,
além de outras sintomatologias como doenças psicossomáticas e psicopatologias graves.
Botelho e Souza (2007) apontam que o bullying no âmbito escolar acontece em
diversas escolas, diversos ambientes nas distintas idades da humanidade e foi verificado
que os participantes possuem boa compreensão do assunto.
Ferreira e Tavares (2009) revelaram que é necessário que estabeleça ações a
serem desenvolvidas objetivando as ações do agressor e as consequências na vítima.
Já os autores Menegotto, Pasini e Levandowski (2013) destacam a importância
de preparar os professores, que, muitas vezes, não sabem identificar as situações de
bullying nem lidar com elas.
95
Para Tognetta (2005), cabe a comunidade educativa, discutir o que se pode fazer
para transformar essas relações conflitantes tanto entre as pessoas como com nós
mesmos.
Após análise dos dados os autores apontam que sua prevenção entre estudantes
constitui-se em uma medida capaz de possibilitar o desenvolvimento de crianças e
adolescentes, habilitando-os a uma convivência social sadia e segura.
Ramos (2008) sugere que cabe ao professor, em situações de bullying, estar
atento a qualquer fato que impeça a manutenção de um clima amistoso na sala de aula,
garantindo as condições de mais baixa ansiedade para o aluno.
Resumindo os autores sugerem que é de extrema importância que os educadores
e família, estejam atentos a qualquer sinal de ação agressiva, pois não há métodos
diagnósticos prontos para se determinar o bullying, é necessário que esteja todos
cautelosos às crianças mais propensas a agredirem ou a comportamentos antissociais, a
fim de se verificar qualquer prática de bullying. Além disso, os pesquisadores concluem
ainda que a escola como um todo precisa ser repensada, buscando praticar não somente
os conteúdos mínimos das diretrizes curriculares, mas também um trabalho pautado na
importância da constituição dos princípios de tolerância e de respeito.
Objetivo
Investigar através de uma revisão de literatura a ocorrência do fenômeno
bullying no âmbito escolar, verificando os efeitos que pode causar na vida da criança.
Método
Foi realizada uma pesquisa qualitativa concretizada através de uma revisão de
literatura. Inicialmente o tema foi pesquisado em livros, dissertações e teses e
posteriormente em base de dados e em periódicos. O método de análise dos textos e dos
artigos foi influído pela literatura (NELSON; THOMAS, 2012; CERVO; BERVIAN,
2007), seguindo a ordem de literatura de reconhecimento, leitura crítica ou reflexiva e
por fim a leitura interpretativa.
Resultados e conclusão
De acordo com as pesquisas, o Bullying é um ato caracterizado pela violência
física e/ou psicológica de forma intencional e contínua, de um indivíduo ou grupos, sem
nenhum motivo. Trata-se de um comportamento intimidador e agressivo, infelizmente
comum nas escolas, podendo seguir até a vida adulta caso não seja feito um tratamento
e podendo acontecer muita coisa na vida dessa criança. Ela pode encontrar bons
exemplos capazes de fazê-la mudar, pode amadurecer e com o tempo observar que esse
tipo de comportamento não é legal.
Os autores em suma apontam que, o bullying se trata de um problema muito
complexo e de causas múltiplas, portanto, cada escola deve desenvolver sua própria
estratégia para reduzi-lo. Sendo assim, A única maneira de se combater o bullying é
através da cooperação de todos os envolvidos: professores, funcionários, alunos e
principalmente os pais. As medidas tomadas pela escola para o controle do bullying
96
bem aplicadas e envolvendo toda a comunidade escolar e família da criança,
contribuirão positivamente para a formação de costumes de não violência nas escolas e
na sociedade.
Considerações finais
A análise de dados deste estudo mostrou que o bullying ocorre por meio de
violência verbal, física e psicológica realizados diariamente e que continuavam por
meses, gerando sentimentos diversos e opostos como, raiva, baixa autoestima,
isolamento social, desanimo abandono e depressão.
A escola é um dos principais locais onde acontece o bullying, por isso é de
extrema importância os professores estarem atentos e quando identificado, o primeiro
passo é chamar os pais para comparecerem a escola, pois é importante conversar e
revisar as regras de comportamento e os limites dentro de casa para que pais e
professores possam entrar num consenso e encontrar a melhor forma de mudar a
situação que a criança vive na escola e ajudá-la a reparar seu erro.
Nunca se deve fechar os olhos para o problema, a família precisa escutar e fazer
uma parceria com a escola, buscar respostas pelo motivo deste comportamento a apoiar
essa criança, pois ela precisa de ajuda. Claro que o autor do bullying deve receber uma
punição pelos seus atos, mas também ele tem que receber apoio e respeito. Nenhuma
família ou escola quer uma situação indesejável dessa, mas o bullying pode ser evitado
tanto dentro de casa quanto na escola, com a capacitação de professores para a detecção
precoce desse tipo de situação e possivelmente o diálogo com os pais.
O maior desafio se encontra em conscientizar à todos a incentivar nas crianças a
criação de valores éticos e a capacidade psicológica para sentir o que sentiria caso
estivesse sofrendo as agressões que ela mesma proporcionava ao outro, isso é
primordial para a criança identificar o quão mal está fazendo à outras crianças. Sendo
assim, é muito importante que família e escola devem andar juntas para educar e
acompanhar as crianças, pois todos devem trabalhar juntos para o desenvolvimento
integral dessas crianças e não jogando a culpa de um no outro. Para evitar que a criança
se torne um agressor, é educá-lo, ensinar sempre a respeitar o outro, principalmente
quando esse outro possui algum aspecto diferente, é importante dar esse exemplo à
criança.
Ninguém jamais se deve calar diante deste problema, a sala de aula pode sim ser
o melhor lugar do universo, pois é lá onde todos podem aprender a se divertir juntos,
independentemente de suas diferenças.
Referências
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Características, Casos, Consequências e Estratégias de Intervenção, Revista de
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97
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Católica, Uberlândia, v. 1, n. 2, p. 187-197, 2009.
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Vila Velha, n.4, p. 119-135, Jan./Jun. 2010.
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- UFPE. [email protected], Professora do Departamento de Terapia
Ocupacional - Centro de Ciências da Saúde-UFPE. [email protected].
NETO, A. A. L. Bullying – Comportamento Agressivo Entre Estudantes, Jornal
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RAMOS, A. K. S. Bullying – A Violência Tolerada na Escola, 2008.
SANTOS, F.L.A.; SANTOS, L.R.S. Bullying nas Escolas, Estudante do Curso
de Direito da UEMS, Unidade Universitária de Dourados; E-mail:
[email protected]. Bolsista PIBEX Professor (a) do curso de
Direito da UEMS, Unidade Universitária de Dourados 2005, E-mail:
SOUZA, C.P.; ALMEIDA, L.C.P. Bullying em Ambiente Escolar, Enciclopédia
Biosfera, Centro Científico Conhecer-Goiânia, v.7, n.12, p.179, 2011.
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7
Acesso: 22/08/2016
TOGNETTA, L. R. P. Violência na Escola: Os sinais de Bullying e o Olhar
Necessário aos Sentimentos, In: Pontes, Aldo; De Lima, V. S.: Construindo saberes em
educação. Porto Alegre: Editora Zouk 2005.
TREVISOL, M.T.; DRESCH D. Escola e Bullying: A Compreensão dos
Educadores, Escola e Bullying: A Compreensão dos Educadores, 41 Revista Múltiplas
Leituras, v.4, n.2, p.1-2 2011. ISSN 1982-8993.
98
INFLUÊNCIAS DAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
NA PREVENÇÃO DA OBESIDADE
Napoleana da Conceição Castro¹
Thiago Augusto Costa de Oliveira²
RESUMO
A obesidade vem aumentando cada vez mais dentro da sociedade. Logo a preocupação
em se construir meios preventivos/ profiláticos à doença também vem crescendo. A
Educação Física, como disciplina curricular, visa também formar os sujeitos de forma
que, estes, venham transformar a realidade na qual estão inseridos, é preocupante a
presença da obesidade praticamente em todas as idades. Iniciamos o nosso estudo
buscando dados que justificassem a importância de abordar a obesidade em nosso país.
Partimos das definições sobre o que é obesidade, que é o aumento de gordura corporal
em comparação a massa magra e que deve ser tratada como uma enfermidade crônica
que acompanha muitas complicações para a saúde. Buscamos citar as causas e as
consequências da obesidade. Buscamos citar as causas e as consequências da obesidade,
dentro do âmbito escolar, buscando apoio na literatura utilizada para falarmos sobre a
prevenção e o tratamento da Obesidade. Levando em consideração as aulas de Educação
física seus benefícios nesta etapa de prevenção e tratamento. Outro ponto que
consideramos importante é a inclusão do profissional de Educação Física na melhoria
da qualidade de vida, visando a saúde.
Palavras chaves: Educação física escolar, Aulas de educação física, obesidade.
ABSTRACT
Obesity is increasing more and more in society. Soon the concern to build preventive /
prophylactic means the disease is also growing. Physical education, as curricular
subject, also aims to make the subjects so that they, will transform the reality in which
they live. Worryingly the presence of obesity in almost all ages. We started our study
looking data to justify the importance of addressing obesity in our country. We set out
the definitions of what is obesity, which is the increase in body fat compared to lean
body mass and should be treated as a chronic disease that comes with many health
complications. We seek to name the causes and consequences of obesity.
(1) Napoleana da Conceição Castro (Licenciatura), Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445,
13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil ([email protected]). (2)
Professor Mestre em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades Network –
Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected])
99
We seek to name the causes and consequences of obesity within the school environment,
seeking support in the literature used to talk about prevention and treatment of obesity.
taking into account the lessons of physical education benefits at this stage of prevention
and treatment. Another point we consider important is the inclusion of professional
physical education in improving the quality of life, aimed at health.
Key words: Physical education, physical education, obesity
1 Introdução
A obesidade é definida, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), como
a doença na qual o excesso de gordura corporal se acumulou a tal ponto que a saúde
pode ser afetada. Os dados referentes às crianças brasileiras, levantados em 1989 pelo
Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição (INAN) e pelo Programa Nacional de
Saúde e Nutrição (PNSN), apontam que cerca de um milhão e meio de crianças são
obesas, com maior prevalência nas meninas e nas áreas de maior desenvolvimento. No
entanto, esse perfil está mudando, e a obesidade vem aumentando no sexo masculino e
nas classes menos favorecidas. A obesidade é ainda o resultado de ingerir mais energia
que a necessária.
Os prováveis fatores para o aumento da obesidade infantil são a diminuição no
nível de atividade física e a qualidade da dieta.A obesidade pode iniciar em qualquer
idade, desencadeada por fatores como o desmame precoce, a introdução inadequada de
alimentos, distúrbios de o comportamento alimentar e da relação familiar,
especialmente nos períodos de aceleração do crescimento. Rodolfo Giugliano &
Elizabeth C. Carneiro relatam à necessidade da identificação precoce do excesso de
peso em crianças para diminuir o risco de se tornarem adultos obeso. Os autores
enfatizam dois fatores que podem contribuir para dobrar o risco da obesidade em
adultos jovens: obesidade em um dos pais ou sua presença na infância. Ambos os
fatores não devem ser considerados isoladamente, mas em interação. (GIUGLIANO;
CARNEIRO, 2004).
Nas últimas décadas, tem-se dado grande ênfase ao estudo da gordura corporal e
aos índices de adiposidade em crianças e adolescentes, devido a sua associação com o
desenvolvimento de inúmeras doenças representando um fator de risco para a saúde,
quando em excesso (WILMORE; COSTILL, 2001).
Os problemas derivados direta ou indiretamente da obesidade são responsáveis
por uma significativa percentagem de mortes. Na última década o quadro crescente de
obesidade também passou a preocupar países como o Brasil. Dados do IBGE mostram
que um em cada dez adultos é considerado obeso e há tendência em aumentar esta
proporção. Inúmeras pesquisas indicam que muitas doenças da “era moderna” estão
associadas ao excesso de gordura corporal, como por exemplo, as doenças
cardiovasculares, renais, digestivas, diabetes, problemas hepáticos e ortopédicos. A
incidência dessas doenças é duas vezes maior entre os homens obesos e quatro vezes
maior entre as entre as mulheres obesas, quando comparados à população não obesa
(WILMORE; COSTILL, 2001).
Diante das variáveis investigadas nós procuramos verificar a relação da
Educação Física escolar e obesidade para isso fizemos uma visita a literatura como
segue no próximo tópico.
100
2 Revisão de literatura
Celestrino (2006) pesquisou a relação dos escolares obesos com a atividade
física nas aulas de Educação Física escolar e em seu tempo livre. Para isso, aplicou-se
um questionário e avaliação antropométrica de peso e estatura, em 42 escolares na faixa
etária 11 e 12 anos, ambos os sexos, em uma escola particular da região de Osasco-SP.
O resultado apontou que, a prevalência de obesidade foi de 33% nas meninas e 23% nos
meninos. Os sujeitos com obesidade, em especial as meninas, apresentaram-se menos
ativos fisicamente em comparação a população com peso normal, tanto durante o tempo
livre da semana como do final de semana; e demonstraram falta de interesse por
atividades físicas mais intensas como a corrida. Foi sugerido que é de fundamental
importância adequar à intensidade e o tipo de atividade física as características
fisiológicas e motoras dessa população.
Giugliano e Carneiro (2004) pesquisou a relação entre obesidade em escolares,
atividade física e horas de sono com a escolaridade e obesidade dos pais. Foi feita
avaliação de peso, estatura, índice de massa corporal e adiposidade (estimada pelas
dobras cutâneas tricipital e subescapular) de escolares seguida da classificação das
crianças em normais, baixo peso, sobrepeso ou obesidade pelo índice de massa corporal
por idade. Foram avaliados 452 escolares e selecionadas 68 crianças com sobrepeso e
obesidade e 97 normais para preenchimento de questionários quanto a atividade física e
horas de sono diárias da criança, escolaridade, atividade física, peso e estatura dos pais.
Os resultados apontaram que a prevalência de sobrepeso e obesidade foi de 21,1% nos
meninos e 22,9% nas meninas. A adiposidade diferiu na comparação das crianças
normais com as demais (p < 0,01). Nas crianças com sobrepeso e obesidade, a
adiposidade correlacionou-se diretamente com o tempo de permanência sentado e
inversamente com as horas de sono (p < 0,05). A ocorrência de sobrepeso e obesidade
foi maior nas crianças cujas mães tinham menor escolaridade (p < 0,01). A frequência
de sobrepeso e obesidade nos pais das crianças com sobrepeso e obesidade foi maior do
que nos pais das crianças normais (p < 0,01). O sedentarismo predominou na maioria
dos pais. O estudo destaca a inatividade das crianças como um dos fatores associados à
obesidade. As horas diárias de sono apresentaram-se como fator positivo na manutenção
do equilíbrio pondero estatural. Os autores sugerem que a escolaridade materna e a
ocorrência de sobrepeso e obesidade nos pais estão associados com sobrepeso e
obesidade nos filhos.
O estudo de Garcia (2003) verificou o nível de adiposidade corporal em crianças
e adolescentes do ensino fundamental da zona urbana de Cianorte –PR., bem como
analisar a predisposição genética e alguns hábitos de vida que podem influir na
obesidade. O estudo caracterizou-se como sendo descritivo do tipo diagnóstico. A
amostra foi composta de 3931 crianças e adolescentes do ensino fundamental de 5ª a 8ª
séries da zona urbana de Cianorte.
A partir dos dados obtidos na amostra pode se inferir a proporção para a
população ao nível de confiança de 95%, com um erro máximo da estimativa de 2,5%.
Os dados referentes à população foram obtidos junto ao Núcleo Regional de Ensino de
Cianorte. Os alunos foram selecionados aleatoriamente para participar da pesquisa. Os
procedimentos obedeceram à seguinte rotina: (a) encaminhamento da equipe às escolas
(pesquisadora e auxiliar); (b) levantamento da listagem das turmas; (c) sorteio dos
diversos grupos de alunos; (d) aplicação do questionário; (e) apresentação da dinâmica
do trabalho aos alunos; (f) coleta dos dados. As medidas eram realizadas pela
pesquisadora; a auxiliar apoiava apenas na organização das crianças e no registro dos
dados. Através das informações obtidas no presente estudo pode-se diagnosticar um alto
101
índice de obesidade nas crianças e adolescentes da zona urbana de Cianorte onde 41,6%
das crianças/adolescentes apresentaram peso acima do ideal, sendo que 24,3% destas
são obesas.
O estudo de Rech (2010) teve como objetivo estimar a prevalência de obesidade
e sobrepeso em escolares de 7 a 12 anos (meninos e meninas), de uma cidade serrana do
RS e verificar as possíveis associações com as seguintes variáveis: classe
socioeconômica, aptidão aeróbica, hábitos alimentares e hábitos de lazer (sedentários e
atividade física). Foram avaliados 1.442 escolares, através de um estudo transversal. As
variáveis antropométricas estudadas foram massa corporal total e estatura. A obesidade
foi definida pelo IMC, segundo sexo e idade. Os resultados apontam que as prevalências
de obesidade e sobrepeso foram de 8% (IC=7,54 – 8,45) e 19,9% (IC= 19,62 – 20,17)
respectivamente. As variáveis aptidão aeróbica (p<0,000), prática de esportes fora do
horário escolar (p=0,005), hábitos sedentários (televisão, vídeo game e computador)
(p=0,004) e nível socioeconômico alto (p<0,0004) apresentaram associação estatística
significante com obesidade e sobrepeso. Segundo o autor as prevalências de obesidade e
sobrepeso da população estudada encontram-se elevadas e devem ser motivo de
preocupação das autoridades de saúde do município.
O estudo de Pimenta e Palma (2001) teve como objetivo investigar a prevalência
da obesidade em crianças entre 10 a 11,9 anos, alunos da 4° série do Ensino
Fundamental do Colégio Pedro II, Unidade Tijuca I, do turno da manhã. A amostra
constou de 56 crianças (29 meninas e 27 meninos). Foi realizada a coleta das medidas
antropométricas, também foi utilizado, como instrumento da pesquisa, um questionário
com questões abertas e fechadas, o qual foi respondido pelo responsável do aluno.
Foram feitas medidas da massa corporal, estatura, circunferências de cintura e quadril e
das dobras cutâneas tricipital, subescapular, abdominal, supra ilíaca, peitoral, coxa e
perna. Os dados coletados mostraram uma grande tendência das crianças ao
sedentarismo. A média de tempo semanal em minutos dedicado à atividade física, seja
na escola, no lazer, em atividades esportivas ou na locomoção. No levantamento sobre a
obesidade, pôde-se observar que a média do percentual de gordura ficou em 25,22 (±
10,91). Os dados revelam uma elevada prevalência da obesidade entre o grupo amostral.
O tempo que as crianças destinam à TV pode estar diminuindo o tempo de prática de
atividade física, De acordo com os dados relativos à obesidade, 51,78% das crianças
indicaram estar com algum grau de obesidade. Deste percentual, 19,64% se encontrou
na faixa denominada de moderadamente alto. Com relação ao hábito de assistir à TV,
tanto os meninos quanto as meninas relataram dedicar mais de duas horas por dia, em
média, a este passatempo, caracterizando a tendência de se ocuparem com uma
atividade que demande menos energia. Por fim, acreditando no princípio de que para
algo se tornar um hábito deve ser trabalhado desde cedo, os pais, a escola, o professor
de Educação Física deve atuar como incentivadores desse processo, pois a prevenção da
obesidade infantil parece ser o melhor caminho, sugerem os autores.
Leila et al., (2003) realizaram um estudo que teve como objetivo descrever a
prevalência de obesidade em alunos de escolas públicas e particulares de Salvador,
Bahia. Foram estudados 387 alunos, com idade entre 5 e 10 anos, sendo 55% do sexo
masculino, e 66% alunos de escolas públicas. A obesidade foi definida a partir do índice
de massa corporal (IMC). Nas escolas particulares, observou-se uma maior prevalência
de obesidade (30%) em relação às escolas públicas (8%). As frequências de obesidade
em relação ao sexo e grupo racial entre escolas públicas e particulares foram
semelhantes. Observou-se maior percentual de obesos na faixa de idade entre 7 e 9 anos
nas escolas particulares e entre 9 e 10 anos nas escolas públicas. Segundo os autores, a
102
análise das proporções aponta na direção de uma associação direta entre obesidade e
nível socioeconômico.
Dartagnan e Joana (1998) realizaram um estudo que tem como objetivo o análise
da prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes do município de
Londrina (PR), Brasil. Foram investigados 4.289 sujeitos de ambos os sexos e com
idades entre 7 e 17 anos, selecionados aleatoriamente. A obesidade foi definida pela
quantidade de gordura em relação ao peso corporal superior a 20% e 30% para rapazes e
moças, respectivamente. Para as estimativas da gordura corporal, foram utilizados
valores de espessura das dobras cutâneas. O sobrepeso foi estabelecido a partir do 85º
percentil do índice de massa corporal relativo à idade e ao sexo. Os resultados
demonstram que a prevalência de obesidade foi discretamente maior que de sobrepeso,
com tendências de elevação com a idade. As meninas foram mais atingidas pelo excesso
de gordura e de peso corporal que os rapazes, sobretudo no final da adolescência. Nesse
período, por volta de 23% das moças e 17% dos rapazes analisados apresentaram
quantidades de gordura corporal que caracterizam o estado de obesidade.
Lorena et al., (2010) realizaram um estudo que teve como objetivo descrever a
prevalência de sobrepeso e obesidade entre alunos da rede de ensino municipal da
cidade de Anápolis-GO. Foi realizado um estudo transversal epidemiológico descritivo.
A amostra foi composta por 5516 alunos de ambos os sexos e com idade entre 6 e 14
anos que frequentaram as escolas municipais no primeiro semestre de 2009. Os
resultados apontaram que 84.6% (4668) foram classificados como eutróficos, 10.8%
(595) sobrepesados e 4.5% (251) são obesos. O sobrepeso foi mais frequente entre
avaliados do sexo feminino (54 %), e a obesidade mais frequente nos meninos (53%)
quanto aos eutróficos, não foram encontradas diferenças significativas entre os gêneros.
Em relação a idade o maior numero de obesidade foi encontrado aos 7 anos, e a faixa
etária onde ocorreu a maior parte dos casos de excesso de peso foi entre 6 e 10 anos. Os
autores apontam que a cidade apresenta altas prevalências para sobrepeso e obesidade
quando comparadas a estudos realizados em outras cidades.
Marcia e Andréa (2009) realizaram um estudo que procurou Identificar a
ocorrência de sobrepeso e obesidade em crianças pré-escolares, em uma creche do
município de São Paulo, por meio da relação peso/estatura.Participaram 29 crianças de
2 a 5 anos e os dados foram coletados por meio de questionários. Em relação à
avaliação nutricional, percebeu-se que 12 (41%) das crianças eram eutróficas, 7 (24%)
eram obesas, 5 (17%) com sobrepeso, 3 (10%) apresentaram desnutrição de primeiro
grau e, ainda, 1 (4%) tinha obesidade mórbida e 1 (4%) desnutrição de terceiro grau.
Concluiu-se que das crianças avaliadas, um percentual significativo se encontra acima
do peso adequado, necessitando de ações preventivas que visem orientar bons hábitos
de alimentação, estimulando atividade física, diminuindo os índices de obesidade
infantil, e impactando assim, na saúde dessas crianças quando adultas.
Júlia et al., (2007) realizaram um estudo que teve como objetivo verificar a
associação entre atividade física e características socioeconômicas com a presença de
obesidade e/ou sobrepeso em crianças de seis a 14 anos, escolares da Escola Sérgio
Porto e pacientes que procuraram o Ambulatório de Pediatria no Hospital de Clínicas
(HC), ambos no campus da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O estudo
foi realizado por meio da aplicação de questionário aos pais ou responsáveis e coleta de
dados de peso e altura das crianças. A amostra foi composta por 107 crianças (13,1%
com sobrepeso e 11,2% obesas) e a escolar de 109 (16,5% com sobrepeso e 20,2%
obesas). Os resultados não apontaram diferença significante e entre a prevalência de
obesidade ou de obesidade e sobrepeso entre as duas amostras, apesar de as amostras
serem diferentes em relação à renda mensal, escolaridade materna e atividade física,
103
sendo que a população ambulatorial apresentou menores índices nestas três variáveis,
comparada à escolar. Os autores descrevem que os índices de sobrepeso e obesidade
encontrados foram elevados, de maneira similar à observada no resto do nosso país,
independentemente do sexo, da classificação socioeconômica e da atividade física.
Em síntese parte dos estudos procura verificar a relação da obesidade com
variáveis como atividade física, horas de sono, fatores genéticos, características sócio
econômicas e pratica de atividade durante o tempo livre (CELESTINO, 2006;
GIULIANO, 2004; JÚLIA et al., 2007). Já os estudos de Lorena et al., (2010) Ferraz et
al., (2003) Márcia e Andréa (2009) Pimenta e Palma (2001) Ricardo (2010) Leila et al.,
(2003) procuram identificar e descrever a prevalência de sobrepeso e obesidade na
população escolar. Em relação aos métodos os estudos utilizam questionários para
verificar as variáveis citadas e avaliações antropométricas, quanto as idades
investigadas há uma variação de 6 até 14 anos de idade.
Os resultados apresentam correlação entre a ocorrência de sobrepeso nos
familiares e crianças, outra importante constatação é a associação do sedentarismo com
a obesidade e por fim verificam que os níveis de obesidade aumento de acordo com a
idade.
As conclusões apontam que as horas de sono são um dos fatores que podem
interferir no controle da obesidade, assim como a quantidade e o tipo de pratica de
atividade física e o sedentarismo. Uma importante ferramenta para prevenir e combater
a obesidade são as aulas de Educação Física que devem ser bem elaboradas e
chamativas.
3. Objetivo
Verificar a influência das aulas de Educação física escolar na prevenção da
obesidade.
4. Método
Foi feita uma pesquisa qualitativa concretizada através de uma revisão de
literatura. Inicialmente o tema foi pesquisado em livros, dissertações e teses e
posteriormente em base de dados e em periódicos. O método de análise dos textos e dos
artigos foi influído pela literatura (NELSON; THOMAS, 2012; CERVO; BERVIAN,
2007), seguindo a ordem de leitura de reconhecimento, leitura seletiva, leitura crítica ou
reflexiva e por fim a leitura interpretativa.
5. Resultados e Conclusões
A reeducação alimentar refere-se à aprendizagem de conceitos básicos de
nutrição como a quantidade e qualidade dos alimentos ideais para cada refeição. E a
atividade física pode propiciar benefícios na qualidade de vida do adolescente orgânicos
e psicossociais como a redução da gordura corporal sem interferência no metabolismo
basal (GUERRA et al., 2001).
É nesse sentido que a escola e a disciplina Educação Física assumem papéis
fundamentais tanto na prevenção quanto no tratamento da obesidade. A escola oferece
um ambiente que faz parte do cotidiano dos adolescentes, não havendo dificuldades de
104
acesso ao local, e possui as estruturas necessárias para a prática de atividade física o que
favorece a adesão e resultado da atividade física. A Educação Física contribui no
sentido de aumentar os níveis de atividade física diários desses adolescentes e de
abordar conceitos associados a temas de saúde e obesidade. Acrescenta-se a isso, outra
característica da escola, que se refere à aquisição e reformulação de valores, nesse caso
relacionados à prática de atividade física, hábitos alimentares e outras variáveis que
levam a instalação da obesidade (COSTA et al., 2001).
Pimenta (2001) cita que o uso de equipamentos eletrônicos, em especial a
televisão, contribui para a instalação da obesidade, pois são atividades com baixíssimo
gasto energético e estão associadas, na maioria das vezes, à propagandas de produtos
alimentícios, induzindo ao consumo de alimentos ricos em gorduras e açúcares. Por
meio desta pesquisa, foi possível verificar a relação citada por Amaral e Pimenta
(2001), porque se constatou que 50% dos indivíduos com obesidade dispõem médias de
tempo muito elevadas quanto à utilização dos equipamentos eletrônicos, como
televisão, vídeo game e computador.
Conforme Mello et al., (2004) e Haywood e Getchell (2004), o que poderia
justificar esse aumento da prática de atividade física no final de semana, seria a
possibilidade dos pais acompanharem os filhos em parques, clubes, etc. Acredita-se
também que, pelo fato das meninas estarem menos ocupadas com as atividades
estudantis nos finais de semana essas meninas acabam envolvendo-se mais com
atividades físicas e recreativas.
A obesidade está inserida na sociedade, mas é necessário que se conscientize da
importância de buscar soluções. O profissional de Educação Física não pode vê seus
alunos estarem ou ficarem obesos sem intervir para buscar alternativas de mudar este
quadro. É dentro da escola que se tem contato com a obesidade, então cabe ao professor
de Educação Física preocupar-se e atuar no combate a obesidade.
6. Considerações finais
A partir dos estudos levantados podemos perceber que a Educação Física
Escolar possui papel fundamental na construção de um estilo de vida ativo.
Podemos observar que ela serve como disciplina incentivadora da saúde que
utiliza das práticas corporais diversas para conscientizar e instigar a busca por uma vida
de qualidade.
Os professores que compuseram o diálogo sobre o binômio educação física –
saúde, compreendem a necessidade mundial de se abrir discussões mais aprofundadas a
respeito da obesidade, entendendo, essa, como um mal que coloca em risco a saúde
física, mental e social de seus alunos. Os profissionais em questão procuram intervir,
por meio da Educação Física Escolar, de forma a construírem, juntos a seus alunos, uma
autonomia em relação à construção de um estilo de vida ativo. Para tanto, utilizam
como meio, em suas aulas, a aquisição da experiência do movimento corporal, pois
acreditam que, assim, os alunos despertarão a independência e o prazer pela prática da
atividade física.
Devemos tomar medidas imediatistas quanto a projetos de educação para a
saúde, que envolva não somente a educação física, mas que seja um projeto que
envolvam todas as áreas. Pois os obesos estão aí, e a obesidade tende a continuar
disputando os corpos sedentários que estão presentes numa sociedade que parece ter
parado de se movimentar.
105
As aulas de Educação Física devem ser planejadas visando despertar o interesse
das crianças e dos adolescentes a praticar exercícios físicos regularmente.
Referências
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sobrepeso e obesidade. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, v.5, p. 47-
54, 2006.
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fundamental de 5 ª a 8ª séries,da zona urbana de Cianorte-PR. Revista da Educação
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MARCIA E ANDRÉA. Ocorrência da obesidade infantil em pré-escolares de
uma creche de São Paulo. Einstein.V 7(2 Pt 1):170-5,2009
PIMENTA, A.P.A., PALMA, A. Perfil epidemiológico da obesidade em
crianças: relação entre televisão, atividade física e obesidade. Revista Brasileira de
Ciência e Movimento. v.9(4), p. 19-24, 2001.
RECH et al. Prevalência de obesidade em escolares de 7 a 12 anos de uma
cidade Serrana do RS. Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho
Humano, v.12, n.2, p.90-97, 2010.
106
A IMPORTÂNCIA DA PRATICA DO FUTEBOL NA
EDUCAÇÃO FISÍCA ESCOLAR
Roberson Rodrigues de Carvalho¹ Thiago Augusto Costa de Oliveira
²
RESUMO O objetivo dos estudos foi avaliar a importância das práticas do futebol na Educação
Física Escolar. Foi feita uma revisão de literatura onde Buscou-se verificar por quais
motivos os alunos se afastam das práticas do futebol, dentre o principal as meninas. Os
resultados, se destaca a um preconceito da participação das meninas na prática do
Futebol na Educação Física em que a conclusão de baseia que o professor em seu papel
importante na inserção das práticas do futebol para todos. Com métodos e
procedimentos no decorrer das atividades, deixando o preconceito de futebol sendo
apenas para os homens.
Palavras Chaves: Educação Física Escolar, Futebol, Preconceito.
ABSTRACT
The aim of the studies was to evaluate the importance of football practices in Physical
Education School . a literature review was made which sought to check for what
reasons the students move away from football practice , among the main girls. The
results, stands a prejudice the participation of girls in the practice of Soccer in Physical
Education in which the conclusion is based on the teacher in his role in incerssão of
football practice for all. With methods and procedures in the course of activities,
leaving the football prejudice being only for men.
KeyWords: School Physical Education , Football , Prejudice.
(1)
Graduando em Educação Física (Licenciatura), Faculdades Network Av. Ampélio Gazzetta, 2445,
13460000 Nova Odessa, SP, Brasil (E-mail: [email protected]) (2)
Professor Mestre em Educação Física Professor do curso de Educação Física, Faculdades Network
Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460000, Nova Odessa, SP, Brasil (email: [email protected])
107
1 Introdução
O futebol é um esporte muito popular praticado em diversos países, é um esporte
simples e que todos podem participar não se sabe o verdadeiro início desta modalidade,
historiadores relatam em algumas pesquisas que este jogo surgiu por volta de 2500 A.C.
O início desta modalidade no Brasil chegou graças a Charles Miller mais conhecido
como o pai do Futebol. Este esporte pode ser praticado em diversos ambientes na
escola, na rua, na grama, etc. Há também o futebol de campo e o futebol de salão sendo
que além do local onde joga o que os diferencia são as regras e a quantidade de
jogadores. O futebol de campo é jogado em um gramado com uma baliza de cada lado
representando a bandeirinha, são onze jogadores para cada lado em que, a um goleiro e
dez nas linha do campo. O futebol de salão é praticado em uma quadra esportiva e é
composto por cinco jogadores de cada lado, um no gol e quatro na linha em que há dois
árbitros um de cada lado da linha vertical dentro da quadra. (FREIRE, 2011).
O futebol no âmbito escolar tem uma importância de interação social e cultural,
além de contribuir nas capacidades de cada indivíduo. Para poder compreender que o
futebol tende sua importância o objetivo de mostrar que a modalidade '' Futebol'' é para
todos, sem nenhuma definição gênero especifico para as mulheres que pouco participa
das aulas práticas de futebol ao professor. O futebol é de suma importância na
coordenação motora de cada faze do desenvolvimento afetivo e social.
Segundo Furlan e Santos (2008) Para os autores temos um longo caminho a ser
discutido, já que o preconceito no futebol é nítido e acontece em qualquer nível do
esporte, diante disso é notório o papel do professor para mudar esta abordagem em que
o futebol não pode ser praticado por mulheres.
2 Revisão Bibliográfica
Objetivo do estudo de Tolves, Delevati e Sawitzki (2014) foi fazer um relato de
experiência de 12 aulas de Educação Física cujo foco foi uma oficina pedagógica
voltada para o futsal. As aulas foram conduzidas sobre as características dos jogos
esportivos coletivos buscando estabelecer uma relação com os métodos parcial, global e
de jogos condicionados. O estudo foi realizado com crianças da quinta série de uma
escola pública Estadual, entre a idade de 11 a 12 anos. Na comparação entre os três
métodos o apresentou de melhor forma para atingir os objetivos da aula foi o método de
jogos condicionados.
Macagnan e Betti (2014) realizaram um estudo com objetivo de tentar identificar
as representações sociais sobre o futebol nas aulas de Educação Física. Foi feita uma
entrevista com vinte e nove (16 meninas e 13 meninos) alunos do 6° ano do Ensino
Fundamental de uma Escola pública em Bauru com idade entre dez e onze anos. O
questionário com sete questões que tinham por objetivo identificar os gostos e as
práticas do aluno relacionada ao futebol. Os resultados apontam que a mídia e a família
são os fatores que se destacam na representação dos alunos sobre o futebol e outro
aspecto relevante foi a constatação pratica do futebol nas escolas é tida como uma busca
como satisfação do aluno pelo esporte. Discussão, no artigo não se refere o papel da
mídia, televisão na figura do jogar a onde a criança se espelha no social ou em casa a
mídia configura o papel de ideológico do futebol simultânea na constatação e
representando a pratica e o incentivo do gosto pelo gênero. Os autores concluem que o
futebol traz a satisfação do aluno tanto no afeto pela amizade ou para algo pessoal,
diversão e valores.
108
Viana (2008) teve como objetivo em seu estudo analisar a construção do corpo
feminino e verificar o preconceito em questão de gêneros no futebol, abordando o
preconceito e a pratica do futebol feminino e ainda trazendo as condição da pratica no
âmbito escolar. Realizou-se uma pesquisa bibliográfica, as pesquisas se dividiram em
temas como futebol e Educação Física Escolar para influenciar na construção do corpo.
Resultados mostraram que as meninas não recebem o incentivo para praticar o futebol,
desde pequenas as meninas começam a ser influenciadas para pensar que o futebol é um
esporte masculino. Os autores sugerem que o professor precisa oferecer aulas de futebol
onde não seve diferenciar a “cultura do corpo” e ainda que meninas tem que participar
da pratica do futebol, para que isso ocorra deve-se criar propostas pedagógicas onde os
valores e a construção da cultura do corpo sejam discutidas e aceitas dentre as práticas
do esporte. O estudo especifica que a própria sociedade tenta diferenciar na construção
do corpo feminino tornando a frágil, tentando deixar a imagem que o futebol não é de
praticado por mulheres, neste cenário é que o papel do professor deve ser realçado,
mostrando que o futebol é cultural e é para todos, independentemente de ser meninas ou
meninos.
Furlan e Santos (2008) verificaram em seu estudo a participação das mulheres na
pratica do futebol no âmbito escolar. Foram entrevistadas 15 meninas entre 11 e 17 anos
de idade que estudam no colégio Estadual Zulmira Marchesi da Silva na cidade de
Cornélio Proscópio. Os resultado evidenciam que há preconceito na relação entre
futebol feminino, ainda é apontado que o esporte favorece os homens diminuindo a
chance das mulheres praticar o futebol nas aulas de Educação Física. Para os autores
temos um longo caminho a ser discutido, já que o preconceito no futebol é nítido e
acontece em qualquer nível do esporte, diante disso é notório o papel do professor para
mudar esta abordagem em que o futebol não pode ser praticado por mulheres.
O objetivo do estudo de Bastos e Navarro (2009), foi constatar como é a pratica
do futebol feminino na escola. Participaram do estudo alunos de 5° a 8° Série do ensino
Fundamental, 1° ao 3° ano do Ensino Médio. A pesquisa foi realizada através de dados
qualitativos e quantitativos extraídos de um questionário de múltiplas escolhas. Os
resultado mostram que o gosto pela prática do futebol no âmbito escolar é uma
realidade, basta o professor incentivar. É apontado pelos autores que o futebol feminino
na escola vem conquistando seu espaço nas aula, mas para garantir mais espaço é
fundamental o incentivo do professor para as práticas, e que estas intervenções sejam
sem preconceito e desigualdade. Como conclusão é possível afirmar que o futebol
feminino já vem sendo praticado por meninas tanto na escola quanto fora dela e isso já
faz parte do cotidiano dos alunos.
Molina (2000) procura examinar a relação e o conhecimento de futuros
professores de Educação Física quanto ao ensino de um elemento especifico da cultura
brasileira (Futebol). Participaram do estudo 11 estudantes em fase de conclusão de
curso da escola de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
alunos do 5° e 8° Série. Os resultados apontam a necessidade de rever conhecimento
destes futuros profissionais, já que ficou evidente a baixo nível de conhecimento sobre o
tema abordado. Na sua maioria os sujeitos estavam preocupados apenas em concluir o
curso.
3 Objetivo
O objetivo deste estudo foi analisar a importância do futebol na Educação Física
Escolar abordando fatores da pratica dentro do âmbito escolar, abordando a interação
109
social, Cultural sem preconceito de que o futebol é para ambos tanto meninos quanto
meninas.
4 Métodos
Foram realizadas pesquisas qualitativas onde o tema era extraído de
questionários de múltiplas escolha entrevista com professores e alunos, pesquisas
bibliográficas abordadas em atividades na Educação Física Escolar.
5 Resultados e Conclusões
De acordo com as análises em alguma escolas há professores com falta de
conhecimento em aplicar o futebol nas aulas práticas e que as meninas não recebem o
incentivo para a modalidade do futebol e que no início do aprendizado o Futebol tem
que ser de modo ''Lúdico'' e não com ideias competitivas. A família tende a ter um
enorme valor na criança, mostrando que a pratica do futebol na escola trará benefícios
afetivos de interação para o aluno. Por este motivo, o papel do professor é de nítida
importância e fundamental tirando qualquer tipo de preconceito no futebol e que, esta
modalidade é de satisfação do aluno no apego pela amizade devido a diversão traz a
união de ambos.
Em algumas pesquisas é possível ver o futebol feminino nas escolas sendo
praticado e também fora delas no cotidiano das alunas, para a satisfação. A abordagem
da disciplina do futebol tem seu valor cultural e social tirando qualquer tipo de
preconceito do futebol nas escolas e o professor respeitando os limites do aluno.
6 Considerações Finais
Devido ao pouco conhecimento de alguns professores sobre a abordagem ''O
Futebol'' é um tema que aparenta ser tão simples, mas que não é bem assim muitos
professores acabam deixando os alunos a vontade nas aulas e por isso, a busca do
futebol é mais pela iniciativa dos meninos já que, o professor não está presente para
incentiva-las a pratica das meninas onde ocorre divisões de grupos já que alguns
preferem outras modalidades como por exemplo: Handebol, Basquete, Vôlei e etc. Cabe
ao professor ministrar bem suas aulas com planejamento. Mas como isto é possível? Ao
invés de levar os alunos para a quadra deve-se criar métodos educativos dentro da sala
de aula com slides, vídeos, palestras, trabalhos em grupo abordando a importância do
Futebol na união de gêneros e diferenças sociais, extraindo a ideia de que este esporte
não é algo somente competitivo, mas também uma forma de interagir um com o outro,
fazendo com que se socializem, e aprendam juntos através de uma forma dinâmica e
lúdica.
Referências
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Futsal e futebol, São Paulo v.1, n.2, p.144-162. 2009. ISSN 1984-4956.
110
FREIRE, J.B. Pedagogia do futebol. 3°.ed. - Campinas, SP: Autores
Associados LTDA 2011.- (coleção Educação Física e Esporte)
FURLAN, C.C.; SANTOS, P.L. Futebol feminino e as barreiras do sexíssimo
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MACAGNAN, L.D.G.; BETTI, M. Futebol representações e práticas de
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NETO, M.V. Uma experiencia do ensino do Futebol no curriculum de
Licenciatura em Educação Fisica experiencia n.2; Movimento-Ano VI-N°12-2000/1.
TOLVES, B.C.F.; DELEVATI, M.K.; SAWITZ, R.L. Métodos parcial, global e
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VIANA, A.D.S. Futebol: das questões de gênero a pratica pedagógica;
Conexões: Revista da Faculdade de Educação Física da Unicamp, Campinas, v.6,
Ed. Especial, p.640-648, Jul. 2008. ISSN: 1983-903.
111
A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
SOBRE ASPECTOS NO COMBATE DA OBESIDADE INFANTIL
Tatiane Alves Barbosa 1
Thiago Augusto Costa de Oliveira 2
RESUMO
A proposta do presente estudo discorre em torno do problema atual a obesidade
infantil, e a importância da Educação Física escolar sobre esse aspecto. Diante deste
cenário o objetivo da pesquisa foi verificar qual importância da Educação Física escolar
na prevenção e no controle da obesidade infantil. Para responder nossa pergunta foi
feita uma pesquisa qualitativa concretizada através de uma revisão de literatura. Os
resultados apontam para uma definição acerca do referido tema, parte dos estudos
corroboram a ideia de que o sobrepeso e obesidade nos pais estão associados com
sobrepeso e obesidades nos filhos outros concluem que sem dúvida, o sedentarismo, é
um dos fatores responsáveis pela maior prevalência da obesidade, e que a atividade
física quando praticada de forma regular, por um período diário de 60 minutos,
contribui positivamente para a redução da obesidade e de outras patologias. O que nos
possibilita sugerir é que é possível combater a obesidade infantil, desde que mudanças
sejam feitas, preconceitos extintos, e que o incentivo à atividade física na infância faça
com que a criança mantenha esses hábitos no futuro, evitando a obesidade ao longo da
vida.
Palavras-chave: Obesidade infantil, Educação Física escolar, Combate a Obesidade.
ABSTRACT
The purpose of this study discusses about the current problem of childhood obesity, and
the importance of school physical education on this aspect. To answer our question was
fetus a literature review, qualitative research implemented through a literature review
was made. The results point to a definition about the said topic, of the studies support
the idea that overweight and obesity in the country are associated with overweight and
obesities the children others conclude that without doubt, a sedentary lifestyle, is one of
the factors responsible for the higher prevalence obesity, physical activity and when
practiced on a regular basis, for a period of 60 minutes daily positively contributes to
reduce obesity and other disorders.
(1)
Graduanda em Educação Física (Licenciatura), Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445,
13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]). (2)
Professor Mestre em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades Network –
Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected])
112
What enables us to suggest is that it is possible to combat childhood obesity, since
changes are made, extinct prejudices, and encouraging physical activity in childhood
make the child keep these habits in the future, avoiding obesity lifelong.
Keywords: Childhood Obesity, Physical Education, Fighting Obesity.
1 Introdução
Atualmente a obesidade infantil vem ganhando grande destaque por se tratar de
algo que está atingindo níveis alarmantes em todo o mundo, segundo a Organização
Mundial da Saúde pelo menos 41 milhões de crianças com menos de cinco anos estão
acima do peso ou são obesas. A literatura nos mostra que a obesidade surgiu como uma
epidemia, em países desenvolvidos durante as últimas décadas do século XX. Ainda
assim, atualmente, atinge todos os níveis socioeconômicos e vem aumentando sua
incidência também nos países em desenvolvimento (BERNARDI; CICHELERO;
VITOLO, 2005) com isso é possível afirmar que se torna um fenômeno mundial
afetando ricos e pobres sem limitações de etnias, país ou grupo.
A obesidade infantil está fortemente associada a algumas doenças de alta
prevalência nas sociedades modernas, como diabetes Mellitus tipo II, hipertensão,
hipercolesterolemia, doenças cardiovasculares, arteriosclerose e alguns tipos de câncer
(SILVEIRA; ABREU, 2006).
Outro dos fatores ambientais que muito tem contribuído para o excesso de peso
nas crianças é o número de horas passados em frente à televisão, o que de um modo
geral, gera reflexo na inatividade física e consequentemente em elevados níveis de
sedentarismo (FERNANDES, 2008).
Mas a final o que é obesidade infantil? A obesidade infantil pode ser
caracterizada pelo excesso de peso entre bebês e crianças de até 12 anos de idade. A
criança é identificada como obesa quando seu peso corporal ultrapassa em 15% o peso
médio correspondente a sua idade. É uma condição em que o excesso de gordura
corporal afeta negativamente a saúde ou bem-estar de uma criança (JORNAL DO
BRASIL, 2006).
É consenso na literatura que uma das principais causas de obesidade e sobrepeso
é o desequilíbrio entre o consumo de calorias e o gasto calórico. A Obesidade é
considerada doença multifatorial, ocorrendo pela interação de fatores genéticos e
condições do ambiente. Muitos dos mecanismos fisiopatológicos que levam à obesidade
são ainda desconhecidos. As estimativas dos gastos anuais com a obesidade são
alarmantes e geram um enorme gasto aos cofres públicos. Um dos motivos associados a
este aumento da obesidade infantil é o aumento do sedentarismo infantil, pois refere-se
ao fato de que atividades como: andar de bicicleta, brincar de pega ou de queimada já
não sejam mais praticadas nos centros urbanos, devido a insegurança pública e violência
que atingem nossa sociedade.
Na contramão do sedentarismo a atividade física apresenta efeitos benéficos em
relação à saúde, além de retardar o envelhecimento e prevenir o desenvolvimento de
doenças crônicas degenerativas, as quais são derivadas do sedentarismo, sendo um dos
maiores problemas gerando gastos para a saúde pública nas sociedades modernas nos
últimos anos, isso tem sido causado principalmente pela inatividade física e
consequentemente influenciada pelas inovações tecnológicas e maus hábitos
alimentares (GUEDES, 2012).
113
Para mudar estes hábitos de vida Marques e Gaya (1999) sugerem que a escola
pode ser a local mais apropriada para as intervenções relacionadas à saúde, já que é o
ambiente mais acessível para crianças e adolescentes, o período de educação física hoje
em dia é a única chance da criança se envolver em atividade física esta área tem a
potencialidade de atingir crianças e jovens, incentivando o deslocamento ativo para a
escola e ensinando a importância do estilo de vida ativo para nossa saúde.
O tratamento da obesidade infantil não é uma tarefa fácil, já que hoje em dia o
tratamento se baseia na modificação dos estilos de vida, o que implica na alteração de
seus hábitos alimentares, emocionais e físicos, sociais etc. Quanto maior é a criança,
mais difícil será a mudança de hábitos. Para isso temos que colocar os profissionais da
Educação Física para orienta-los diariamente, junto dos pais, para que possam estar
conectados ao mesmo objetivo, ajudando a criança a compreender a importância da
atividade física dentro e fora da escola, buscando novos hábitos de alimentação, limites
de horas a TV e vídeo game, atividade física prazerosa, trabalhando sempre a inclusão,
aspectos coperacionais, buscando sempre o melhor dos alunos com formas de ensino
inovadoras, e tonificar a relação professor aluno para que esses alunos venham a ter
prazer e proveitos de suas aulas, ajudando e percebendo que viver mais e melhor
depende exclusivamente dos nossos hábitos.
2 Revisão bibliográfica
Para verificar estas ideias citadas acima fomos à literatura para tentar identificar
e compreender como o tema está sendo tratado, como segue.
Os objetivos dos estudos se difundem, apontando questionamentos a respeito do
tema abordado, suas dificuldades no âmbito escolar, de interação, e a falta da prática de
atividade física, como mencionam Lanes et al., (2010), Araújo, Brito e Silva (2010),
Giugliano e Carneiro (2004).
O estudo de Celestrino e Costa (2006) buscou analisar a relação entre escolares
com sobrepeso e obesidade e a prática de atividades físicas nas aulas de Educação
Física escolar e no tempo livre. Ferreira e Lopes (2013) investigou a importância da
atividade física na prevenção e no tratamento da obesidade. Giugliano e
Carneiro (2004) investigou a relação entre obesidade em escolares e atividade física e
horas de sono da criança, escolaridade e obesidade dos pais. Pazin, Frainer e
Moreira (2006) tiveram como objetivo avaliar o desenvolvimento motor de crianças
obesas de ambos os sexos na faixa etárias de 6 a 10 anos pertencentes a 1ª à 4ª série do
ensino fundamental da rede municipal de São José. Pinho e Petroski (1999) verificou a
relação entre a adiposidade corporal e os indicadores de atividade física em
adolescentes durante o período de férias escolares de verão. Teixeira e
Destro (2010) investigou as possibilidades pedagógicas para o combate e a prevenção
da Obesidade infantil com a prática de atividade física escolar. Malina e
Silva (2003) buscou verificar o nível de atividade física e o tempo de assistência à
televisão com a ocorrência de sobrepeso/obesidade. Lanes et al. (2010) verificou as
possíveis causas dos elevados índices de sobrepeso e de obesidade entre os escolares.
Benedito, et al. (2014) investigou a importância que a Educação Física pode exercer na
prevenção e no combate a obesidade infantil. Araújo Brito e Silva (2010) investigou o
papel da educação física escolar na prevenção e controle da obesidade em crianças e
adolescentes.
Celestrino e Costa (2006), Giugliano e Carneiro (2004), Lanes et al., (2010),
Pinho e Petroski (1999) utilizaram a avaliação antropométrica e questionários para
114
coleta de dados em sua pesquisa de campo. Ferreira e Lopes (2013) fizeram um
levantamento bibliográfico para sua pesquisa. Frainer e Moreira (2006) utilizaram a
escala de Desenvolvimento Motor (ROSA NETO, 2001). Teixeira e
Destro (2010), Benedito, et al. (2014), Araújo, Brito e Silva(2010) utilizou para sua
pesquisa a revisão de literatura.
Celestrino e Costa (2006) constataram que os escolares com
sobrepeso/obesidade praticam menos atividade física que os escolares com peso normal,
mostrando-se mais ativo fisicamente no final de semana do que durante a semana, em
especial as meninas com sobrepeso/ obesidade. Ferreira e Lopes (2013) constataram que
a atividade física quando praticada de forma regular, por um período diário de 60
minutos, contribui positivamente para a redução da obesidade e de outras patologias.
Giugliano e Carneiro (2004) constatou inatividade das crianças uma ocorrência elevada
de sobrepeso dos alunos atingindo valores superiores a 20% em ambos os sexos,
o sobrepeso e obesidade nos pais estão associados com sobrepeso e obesidade nos
filhos. Pazin Frainer e Moreira (2006) constataram que os escolares apresentam seu
desenvolvimento motor inferior a sua idade cronológica, não tendo uma estimulação
motora adequada para o seu desenvolvimento, e que isto se deve, em parte, pelas
características de exclusão que muitas delas sofrem em atividades físicas diárias. Pinho
e Petroski (1999) constataram que existe uma correlação negativa significativa dos
indicadores de adiposidade com a quantidade de movimentos produzidos pelo corpo e
com o gasto energético relativo à massa corporal, quanto maior o acúmulo de tecido
adiposo maior a prevalência do comportamento físico sedentário e menor o gasto de
energia. Teixeira e Destro (2010) concluem que existem diferentes possibilidades
pedagógicas que podem ser realizadas pelos professores, bastando criatividade e
empenho de toda escola, num trabalho interdisciplinar, tendo como alicerce os
pressupostos da Saúde Renovada. Malina e Silva (2003) constatou que o sobrepeso é
maior em indivíduos que assistem TV 3 hs/dia, ou seja, indivíduos obesos tendem a
assistir TV por tempos prolongados em consequência da obesidade. Sendo assim há
uma relação do tempo de TV com a prevalência de sobrepeso. Lanes et
al.(2010) constatou que as crianças e adolescentes investigados apresentam níveis
elevados de IMC; acima de 25 foi superior no sexo feminino, e o acima de 30, mais
elevado no masculino, houve associação entre hábitos de vida, alimentação inadequada,
sedentarismo e índices elevados de IMC e RCQ. Benedito, et al. (2014) constatou que
a saúde se adquire mediante modificações nos hábitos e atitudes diárias e no estilo de
vida da criança e do adolescente, onde essa conscientização torna-se muito importante
uma vez que os hábitos relativos à promoção da saúde devem ser cultivados ao longo da
vida e não apenas utilizados para um determinado fim momentâneo. Araújo, Brito e
Silva (2010) constatou que um dos fatores responsáveis pela maior prevalência da
obesidade é, sem dúvida, o sedentarismo ou a insuficiente prática de atividade regular.
Sendo assim hábitos errados de alimentação e o sedentarismo constituem-se como os
principais fatores que levam a obesidade infantil podem considerar que a falta de
informações e a educação inadequada influenciam neste processo.
Em suma podemos verificar que os estudos discutem que existem diferentes
possibilidades pedagógicas que podem ser realizadas pelos professores, para combater a
obesidade infantil, bastando criatividade e empenho de toda escola, num trabalho
interdisciplinar. Os autores ainda sugerem que o sobrepeso e obesidade nos pais estão
associados com sobrepeso e obesidade nos filhos, expondo assim a importância não só
da escola, mas também da família perante aos hábitos alimentares e tempo de horas a
TV. Ainda apontam que a saúde se adquire mediante modificações nos hábitos e
atitudes diárias e no estilo de vida da criança e do adolescente, onde essa
115
conscientização torna-se muito importante, sendo assim a escola é o local mais
apropriado para as intervenções relacionadas à saúde, já que é o local mais acessível
para crianças e adolescentes, visando oferecer uma educação voltada para a saúde, já
que se a educação física escolar se identifica com interesses relacionados à saúde
pública, e para muitas crianças, torna-se a única oportunidade de acesso às práticas de
atividades físicas.
Por fim pode-se verificar que referente ao comportamento observado, o grupo de
crianças com obesidade, não apresentou características de interação, os escolares
apresentam seu desenvolvimento motor inferior a sua idade cronológica, não tendo uma
estimulação motora adequada para o seu desenvolvimento, e que isto se deve, em parte,
pelas características de exclusão que muitas delas sofrem em atividades físicas diárias.
Reforçando a importância de se trabalhar aspectos coperacionais, buscando formas de
ensino inovadoras, e tonificar a relação professor aluno. Percebemos a cruel realidade
dessas crianças, que vivem escondidas, com vergonha do seu próprio eu, escondidas em
seus mundinhos, onde a sociedade prega a interação, quando na realidade essa falsa
moralidade gera preconceito e discriminação.
Assim quando os professores são colocados à frente de alunos com obesidade, a
realidade emerge, mostrando a dificuldade de se trabalhar e desenvolver hábitos
saudáveis de saúde. Por este motivo, a pesquisa tem tanta relevância, pois através dela,
esperamos verificar a importância das aulas na vida dessas crianças.
Diante deste senário a proposta desta pesquisa discorre em torno do problema
atual a obesidade infantil, e a importância da educação física escolar sobre esse aspecto.
3 Objetivo
O presente estudo teve por objetivo verificar qual importância da Educação
Física escolar na prevenção e controle da obesidade infantil.
4 Método
Foi feita uma pesquisa qualitativa concretizada através de uma revisão de
literatura. Inicialmente o tema foi pesquisado em livros, dissertações e teses e
posteriormente em base de dados e em periódicos. O método de análise dos textos e dos
artigos foi influído pela literatura (NELSON; THOMAS, 2012; CERVO; BERVIAN,
2007), seguindo a ordem de leitura de reconhecimento, leitura seletiva, leitura crítica ou
reflexiva e por fim a leitura interpretativa.
5 Resultados e Conclusão
Podemos sugerir com base na literatura que a atividade física quando praticada
de forma regular, por um período diário de 60 minutos, contribui positivamente para a
redução da obesidade e de outras patologias com isso podemos afirmar que são vários
os benefícios que a pratica de atividade física traz a saúde psicológica e do bem estar.
Em relação às crianças a realização de atividades físicas é de suma importância,
sendo que o primeiro contato que elas possuem é na escola, com as aulas de Educação
Física, na qual tem assistência de profissionais para orienta-las, é também de grande
importância um professor de Educação Física qualificado para realizar suas aulas com
116
estimulo, passando isso ao seus alunos para que todos sintam a vontade de participar, e
assim compreender a importância da atividade física para sua saúde.
O entendimento dos benefícios estimulados provocados pelo exercício físico
converte-se em motivação para que essa prática deixe de ser esparsa, isso pode
acontecer desde as primeiras séries do ensino fundamental, pois é na idade escolar que o
ser humano transforma seus hábitos e cabe a nós professores oferecer-lhes
oportunidades saudáveis.
A reposta a nossa pergunta é sim! É grande a importância das aula de Educação
Física na prevenção e no combate a obesidade infantil, desde que seja abolido qualquer
tipo de preconceito e que tenhamos professores adequados para uma boa motivação
e desempenho da criança, com atividades atrativas e com uma boa relação
interpessoal, e que o incentivo à atividade física na infância faça com que a criança
mantenha esses hábitos no futuro, evitando a obesidade ao longo da vida.
6 Considerações Finais
Verificamos a necessidade de uma infraestrutura, de profissionais qualificados e
de um olhar da escola voltado para as crianças que sofrem desse mal. Contudo não
podemos esquecer-nos da importância dos pais para esse combate. É sabido que os
profissionais da área já venham a trabalhar com esses alunos, porem tem que ter uma
visão mais ampla para atividades dinâmicas e que atinja esse público. A obesidade vem
afetando uma grande parte de nossas crianças, isso se deve ao fato de não ter mais
aquele interesse em brincadeiras como antigamente, se deixando levar pela TV e
computador, entrando nesse ciclo vicioso de comer e jogar, com isso nossas crianças
estão sendo afetas com essa epidemia mundial, onde a mídia quer vender mais e mais,
propagandas de guloseimas induzindo ao consumo.
Cabe não só aos professores da área da saúde e pais, mas também aos órgãos
públicos políticas públicas eficientes, capazes de analisar os problemas vivenciados por
eles, discutir, planejar e principalmente executar ações a fim de melhorias e
informações.
Agradecimentos
Primeiramente а Deus que permitiu que tudo isso acontecesse, ao longo de
minha vida, е não somente nestes anos como universitária, mas que em todos os
momentos é o maior mestre que alguém pode conhecer.
Ao meu orientador Thiago Augusto Costa de Oliveira, pelo suporte no pouco
tempo que lhe coube, pelas suas correções e incentivos.
Ao meu marido Bruno Ordonhas e filhos Phelipi e Melissa, pelo amor, incentivo
e apoio incondicional, nada disso seria possível sem o amor de vocês!
A todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu
muito obrigado.
117
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119
EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: A IMPORTANCIA DO
FUTEBOL E A INCLUSÃO FEMININA
Valto Lopes da Silva 1
Thiago Augusto Costa de Oliveira 2
RESUMO
A proposta do presente estudo discorre em torno do problema atual a inclusão feminina
e sua importância nas aulas de Educação Física. Podemos dizer que o futebol é tido
como grande fascínio do ‘’homem‘’ desde os tempos antigos, e ainda é visto como um
esporte masculino. Diante deste cenário o objetivo da pesquisa foi averiguar se a
inclusão de meninas realmente é importante nas aulas de Educação Física escolar. Para
isto foi feita uma pesquisa qualitativa concretizada através de uma revisão de literatura.
Os resultados apontam para uma indefinição acerca do referido tema, parte dos estudos
corroboram a ideia de que negar aos meninos e meninas a possibilidade de cruza-las; é
furtar-lhes de antemão, a possibilidade de escolha entre estarem juntos ou separados,
outros concluem que os meninos ao invés de sentirem-se desafiados, sentem medo de
serem vencidos pelas meninas , pois as meninas podem, em algum momento, superar as
expectativas .O que nos possibilita sugerir que a inclusão é possível, desde que
mudanças sejam feitas, preconceitos extintos. Assim, a alteridade coloca-se na direção
de um caminho possível de enfrentamento das tensões advindas da diversidade cultural,
percebidas neste estudo.
Palavras-chave: Inclusão, Futebol, Educação Física escolar.
ABSTRACT
The purpose of this study talks about the current problem of inclusion of children with
Down syndrome in adapted and inclusive physical education classes. The reality of
these children get to be cruel, because many of them live hidden in a society that shares
the idea of interaction, when in reality this false morality fills only the notebooks, books
and advertisements. In this scenario the objective was to determine whether the
inclusion of children with Down syndrome actually occurs in the classes of Physical
Education. For this was made a qualitative research realized through a literature
review. The results point to a lack of definition about the said topic, some studies
corroborate the idea of inclusion, others conclude that the inclusion does not occur and
also of the literature points out that inclusion is only possible if there is a link between
the people involved and the organs responsible.
(1)
Graduando em Educação Física (Licenciatura), Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445,
13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil ([email protected]) (2)
Professor Mestre em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades Network –
Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected])
120
This enables us to suggest that inclusion is possible as long as changes are made,
extinct prejudices, and public agencies are created able to charge the actual fulfillment
of all our laws were "conquered" throughout history, trying to at least soften the
difference of people living still covered up with no voice to ask for help.
Keywords: Inclusion, Down Syndrome, Physical Education.
1 Introdução
O futebol é um tema muito abordado atualmente hoje é um dos esportes mais
popular e praticado no mundo, categorizado como parte da cultura brasileira, essa
admiração mundial é consequência de sua facilidade e regras simples todavia
empolgante, isso se deve a incomplexidade de formar uma equipe e o baixo custo de
materiais para o mesmo, isso o torna o esporte sublime para o progresso humano e
social de crianças e jovens.
O futebol, tal como conhecemos nos nossos dias, surgiu na Inglaterra no início
do século XIX e a sua profissionalização por volta de 1880. (BENINE 2007). Outros
estudos dizem que o esporte já era praticado na antiguidade por japonês, chineses,
gregos e romanos e os ingleses só criaram novas regras.
Quanto a isso é fácil dizer que o futebol é tido como grande fascínio do
‘’homem ‘’ desde os tempos antigos.
Para (DARIDO, 2010) é fundamental mostrar a importância do futebol visando
o incentivo da modalidade para meninas e meninos.
Com isso consideramos que o ponto de partida para a construção de uma
identidade da Educação Física escolar que contribua para sua valorização do ponto de
vista educacional deva, necessariamente, passar pela compreensão do papel da escola
em nossa sociedade.
Podemos inferir com (DARIDO et. al., 2008) que deixa claro em sua citações as
praticas adotas por professores de educação e sua metodologias. O futebol vem sendo
adotado com aulas praticas ficando os alunos sem o conteúdo teórico sobre o futebol.
Podemos compreender com base em (BALZAMO, 2011) seu estudo afirma que
os alunos trabalhados não tinham ainda passado pela experiência de trabalhar com o
futebol como atividade teórica e reflexiva. Os relatos foram de conhecer os desportos
coletivos apenas no aspecto prático e que esta experiência foi significante e inédita para
os mesmos.
Com isso podemos perceber que é de grande relevâncias as aulas teóricas de
futebol para as aulas de Educação Física Escolar visando assim um melhor
desenvolvimento pessoal e social dos alunos com conhecimento amplo sobre um dos
esportes mais importantes no mundo.
Vale ressaltar que a iniciação esportiva, dentro do programa de Educação Física,
como o próprio nome sugere, é entendido como o momento de familiarização do aluno
com o esporte. Para tanto, entende-se que devam ser utilizados jogos pré- desportivos já
que os mesmos priorizam o lúdico, exigem o mínimo de comportamento tático, técnico
e até mesmo físico, utilizando-se de regras básicas que inclusive são passíveis de
modificações, dependendo das expectativas dos alunos e da realidade do ambiente
vivenciado (WILPERT, 2005).
Assim sendo, salientamos que a criança tem a necessidade de, quando pequena,
experimentar o maior número possível de movimentos e participar o maior número
possível de atividades motoras, pois isto a ajudará na execução de uma atividade mais
121
complexa ou até mesmo em situações cotidianas, ou seja, ajudará na formação do seu
repertório motor. (MALAGODI, 1999).
O futebol é muito extenso podendo ser trabalhado pelos profissionais com
conteúdos ricos e bem explorados ,favorecendo o desenvolvimento mental ,físico dos
alunos. Por ser um elemento de diversos valores devemos trazer isso as aulas para que
enriqueça o conhecimento mais amplo dos alunos, tanto de meninas e meninos.
O futebol ainda é visto como um esporte masculino, porem para Altmann (1999)
ao invés de estes sentirem-se desafiados, sentem-se por medo de serem vencidos, pois
as meninas podem, em algum momento, superar as expectativas. A mesma autora
admite que:
Separar meninos e meninas nas aulas é estabelecer uma
divisão polarizada entre gêneros; é exagerar uma generificação das
diferenças entre as pessoas, desconsiderando variações no gênero e
considerando apenas diferenças de gênero como importantes numa
aula; é tornar as fronteiras das divisões de gênero mais rígidas do que
de fato são, e negar aos meninos e meninas a possibilidade de cruzá-
las; é furtar-lhes de antemão, a possibilidade de escolha entre estarem
juntos ou separados (ALTMANN, 1999, p.176).
Para Bracht (1992) a ação do professor deve buscar um clima de aceitação
mútua entre ele e os alunos, um clima de liberdade responsável, e congruência, criando
uma situação de confiança e otimismo. O professor deve, também, imprimir ampla
flexibilidade ao desenvolvimento do conteúdo.
Para isso o professor deve tratar seus alunos de forma similar, para que os
mesmos tenham afinidades em qualquer tipo de esporte introduzido em sala ou em
quadra, desta forma trazendo o futebol como alicerce de interesse ,para poder introduzi-
los na aula de forma geral para que todos possam participar e se envolver, agregando
valores moral e intelectual no todo. Pois segundo Ayoub (2005, p. 2264). “Não é raro
vermos os alunos sedentos pelas aulas de educação física, demonstrando verdadeiras
explosões de alegria e alívio quando saem da sala de aula. O gosto ou a espera pela
educação física, nesse caso, ficam mesclados com as necessidades de viver outras
relações na escola.”
Assim, a alteridade coloca-se na direção de um caminho possível de
enfrentamento das tensões advindas da diversidade cultural, percebidas neste estudo.
A alteridade revela-se no fato de que o que eu sou e o outro é não se faz de
modo linear e único, porém constitui um jogo de imagens múltiplo e diverso (DAOLIO,
2010).
Saber o que eu sou e o que o outro é depende de quem eu sou, do que acredito
que sou, com quem vivo e por quê. Depende também das considerações que o outro tem
sobre isso, a respeito de si mesmo, pois é nesse processo que cada um se faz pessoa e
sujeito, membro de um grupo, de uma cultura e uma sociedade. Depende também do
lugar a partir do qual nós nos olhamos. Trata-se de processos decorrentes de contextos
culturais que nos formam e informam, deles resultando nossa compreensão de mundo e
nossas práticas frente ao igual e ao diferente (GUSMÃO, 2003).
Para que isso não aconteça precisamos formar novas opiniões dentro do esporte
chamado futebol e traze-los para a escola como meio de incentivar os alunos a
participarem e terem um maior conhecimento sobre o mesmo, de se socializar e com
isso trazer benefícios sócias e intelectual mas também como meio de interagir alunos
de modo geral para que todos tenha acesso ao futebol sem desmerecimento de gêneros.
Dessa forma, um novo agir dos professores deve ser implementado para dar sentido às
122
aulas e aprendizagens delas decorrentes. Tal atitude permite imprimir um novo olhar
para a Educação Física na escola, possibilitando, dentre outros sentidos, uma
valorização e sua consolidação pelo desenvolvimento de conteúdos que tenham grandes
significados para os alunos.
2 Revisão bibliográfica
Chiminazzo e Mascara (2009) buscaram analisar os princípios básicos
norteadores do futebol nas aulas de Educação Física Escola. Souza e Darido (2002)
investigou uma abordagem preliminar com relação à prática do futebol pelas meninas
nas aulas de Educação Física e em outras situações dentro do ambiente escolar. Ferraz
(1997) teve por objetivo identificar, em sujeitos entre quatro e 19 anos de idade, as
frases ou níveis de desenvolvimento da noção das regras que compõem o jogo de
futebol. Arruda e Braz (2008) buscou diagnosticar o desempenho motor em crianças e
adolescentes praticantes de futebol. Antunes (2007) buscou conhecer e analisar a
recepção de jovens escolares ao discurso midiático- esportivo durante a Copa do Mundo
de 2006, realizada na Alemanha. Viana (2012) buscou compreender se o futebol é
utilizado como “negociação” nas aulas de educação física. Assis e Colpas (2013)
buscou analisar os conceitos de pedagogia do esporte, tendo como principal conteúdo o
futebol e suas possibilidades em relação ao processo educacional no ambiente escolar.
Quintas e Bortoli (2009) verificou o embasamento teórico de artigos e monografias que
abordassem metodologias e fundamentos de iniciação esportiva na escola. Souza et all.,
(2010) buscou analisar no mundo dos esportes: o futebol, o imaginário e a cidadania.
Chiminazzo e Mascara (2009), Assis e Colpas (2013) utilizou para sua pesquisa a
revisão de literatura. Souza e Darido (2002), Ferraz (1997), Viana (2012) utilizaram
questionários para coleta de dados em sua pesquisa de campo. Arruda e Braz (2008)
utilizou aplicação dos teste sentar e alcançar, sprint de 30m. Antunes (2007) utilizou
questionário, entrevistas semi-estruturas, grupos focais e observação participante. Souza
et all., (2010) utilizou para sua pesquisa o estudo de caso com o grupo de futebol
mantido pelo UNISALESIANO. Quintas e Bortoli (2009) teve por objetivo um
embasamento teórico de artigos e monografias. Quintas e Bortoli (2009) constatou a
importância psicossocial da iniciação esportiva do futebol na escola para o
desenvolvimento da criança. Souza e Darido (2002) contatou que o futebol feminino
passou a fazer parte do contexto escolar, embora a ocupação dos espaços destinados à
prática esportiva ainda sejam predominantemente masculinas. Arruda e Braz (2008)
constataram que as modificações no desempenho motor em crianças e adolescentes
praticantes de futebol ocorrem de forma acentuada até os 15 anos, com exceção da
flexibilidade, que mostrou tendência diferente. Para Chiminazzo e Mascara (2009)
constatou que a inclusão de bons profissionais nas escolas, podemos produzir um efeito
real positivo, para se ensinar futebol. Ferraz (1997) constatou a necessidade de se
modificar o paradigma atual e de se adotar uma abordagem mais ampla incluindo outros
níveis de análise dessa cultura de movimento. Viana (2012) constatou que ofutebol é
utilizado no mínimo uma vez por semana nas aulas de Educação Física, mesmo não
sendo tema da aula. O futebol tem sido utilizado como auxilio para a condução das
aulas referentes aos demais temas Souza et all., (2010) constataram que ao iniciar as
atividades, os mesmos apresentavam um comportamento mais agressivo, que foi sendo
aos poucos trabalhado através de atividades e dialogo. Assis e Colpas (2013) constatou
que o futebol deve ser trabalhado com uma pedagogia esportiva que se utiliza de todos
os meios necessários para que o aluno conceba o futebol não apenas como lazer ou
123
como uma brincadeira, mas o analise como um esporte inserido em nossa cultura, e rico
em elementos pedagógicos para a sua formação. Antunes (2007) constataram que a
escola e a família são principais mediações institucionais, assim como foi atribuída à
mídia significativa representatividade enquanto mediação tecnológica. Também
constatamos que tanto a escola, como a educação física, necessitam repensar suas ações
pedagógicas, no sentido de investir, cada vez mais, numa formação que não esteja
isolada do mundo vivido pelos sujeitos. Souza e Darido (2002) constatou revela que
podem obter muitos benefícios, principalmente se utilizarem as questões relativas à
prática do futebol para se discutir as relações de gênero presentes na sociedade
brasileira, e assim participar efetivamente na formação do cidadão.
3 Objetivo
O objetivo do presente estudo foi analisar a inclusão feminina e sua importância
nas aulas de Educação Física.
4 Método
Foi feita uma pesquisa qualitativa concretizada através de uma revisão de
literatura. Inicialmente o tema foi pesquisado em livros, dissertações e teses e
posteriormente em base de dados e em periódicos. O método de análise dos textos e dos
artigos foi influído pela literatura (NELSON; THOMAS, 2012; CERVO; BERVIAN,
2007), seguindo a ordem de leitura de reconhecimento, leitura seletiva, leitura crítica ou
reflexiva e por fim a leitura interpretativa.
5 Resultados e Conclusão
Verificamos no presente estudo, que o futebol é muito extenso podendo ser
trabalhado pelos profissionais com conteúdos ricos e bem explorados por ser um dos
esportes mais popular e praticado no mundo, categorizado como parte da cultura
brasileira
É de grande importância trabalhar o futebol como atividade teórica e reflexiva,
para que os alunos visando assim um melhor desenvolvimento pessoal e social dos
alunos com conhecimento amplo sobre um dos esportes mais importantes no mundo.
Foi verificado também que o fato de negar aos meninos e meninas a possibilidade de
ambos jogar o mesmo esporte o futebol, é furtar-lhes de antemão, a possibilidade de
escolha entre estarem juntos ou separados Com isso chego a conclusão que a Educação
Física é de suma importância para a relação pessoal entre meninos e meninas e que ação
do professor deve buscar um clima de aceitação mútua entre eles, um clima de liberdade
responsável, criando uma situação de confiança e otimismo.
O professor deve, também, imprimir ampla flexibilidade ao desenvolvimento do
conteúdo para que os mesmos tenham o futebol como alicerce de interesse, para poder
introduzi-los na aula de forma geral para que todos possam participar e se envolver,
agregando valores.
124
6 Considerações finais
É de grande importância o futebol como meio de socialização, e o futebol
influencia diretamente nesse aspecto ,tanto social como intelectual e de valores
pessoais. Para isso devemos nos preocupar tanto com aulas pratica, como as teóricas,
pois só assim poderemos levar a esse alunos um amplo leque de conhecimentos.
Ainda que o futebol traz consigo a história e a mídia como meio de interesse,
fazendo com que crianças e homens se fascinem por este esporte. Porem nas aulas de
Educação Física o futebol é visto como um esporte masculino. Para mudarmos esse
conceito precisamos inserir nas aulas de Educação Física jogos entre meninos e
meninas, debates e jogos de questionários para que o futebol se torne também um
fascínio feminino. Para que isso aconteça, precisamos de uma nova visão de professores
e da escola para esse envolvimento.
Assim, a alteridade coloca-se na direção de um caminho possível de
enfrentamento das tensões advindas da diversidade cultural, percebidas neste estudo.
Agradecimentos
Á Deus, pela força е coragem durante toda esta longa caminhada.
Ao professor Thiago Augusto Costa de Oliveira pela paciência nа orientação е
incentivo quе tornaram possível а conclusão deste Trabalho.
А minha família e amigos pelo apoio e incentivo.
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126
SEDENTARISMO E SUAS CONSÊQUENCIAS EM CRIANÇAS E
ADOLESCENTES NA FASE ESCOLAR
Walkiria Domingos dos Santos 1
Thiago Augusto Costa de Oliveira 2
RESUMO
O presente estudo teve como objetivo por meio de revisão da literatura apresentar a
importância da atividade física para crianças e adolescentes sedentários. Os resultados
apontaram que a falta de atividade física pode levar ao sedentarismo e por consequência
ao aparecimento de doenças como a hipertensão, doenças respiratórias, diabetes,
aumento de colesterol, infarto e também distúrbios cardíacos. A pouca ou nenhuma
pratica de atividade física foi atralada ao comportamento dos escolares que passam boa
parte do dia em frente a televisão, internet e jogando videogame. A conclusão do estudo
sugere que as aulas de Educação Física na escola podem contribuir para que as crianças
e os adolescentes percebam os riscos eminentes ao adotar um comportamento
sedentário.
Palavra-chave: Sedentarismo, Doenças, Educação Física Escolar.
ABSTRACT
This study aimed through literature review to present the importance of physical
activity for children and sedentary adolescents , lack of physical activity causes the
inactivity that resulted brings the onset of diseases such as hypertension, respiratory
diseases , diabetes , increased cholesterol , heart attack and also heart disease . They
get much of the day in front of television, internet and playing video games and thus do
not practice physical activity, physical education classes at school can help children
and adolescents understand the risk they put their health by being sedentary.
Keyword: sedentary lifestyle, diseases, physical education
(1) Graduanda em Educação Física (Licenciatura), Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445,
13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]) (2)
Professor Mestre em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades Network –
Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected])
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1 Introdução
O sedentarismo pode ser definido como a falta ou a diminuição da atividade
física, associado à ausência da prática de esportes ou a qualquer outra atividade do
cotidiano do indivíduo. Uma ação efetiva quanto à orientação das crianças e adolescente
para a adoção de um estilo de vida ativo, reforça a importância do ambiente escolar
nesta mudança de comportamento, sobretudo, por ser o local onde as crianças e
adolescentes passam boa parte do dia e, consequentemente, podem aprender e adotar
comportamentos mais adequados para toda a vida.
É importante que se mude este comportamento enquanto estas pessoas ainda são
crianças e adolescentes, porque geralmente as doenças relacionadas ao sedentarismo só
se manifestam na fase adulta.
Por estes fatores que nossa inquietude aflora, e nos remete a questionar se este
problema pode ser evitado com a prática de atividades físicas, durante a aula de
Educação Física na fase escolar.
2 Revisão bibliográfica
A um declínio considerável na quantidade de pratica de atividade física pela
população mundial Silva et al. (2009) e esta constatação nos levou a fazer a revisão de
literatura descrita abaixo e através desta procurar elencar as consequências deste
comportamento para escolares.
Silva et al., (2009) realizaram um trabalho que tem por objetivo verificar o nível
de atividade física (NAF) e o comportamento sedentário em escolares da cidade de
Aracaju (SE). Participaram do estudo 1028 estudantes de ambos os sexos, com uma
média de 15,38 (2,44) e 15,24 (2,40) anos de idade para o sexo feminino e masculino,
respectivamente. Da amostra, 24,7% eram crianças e 75,3% adolescentes, com uma
média de 12,07 (0,88) e 16,39 (1,72) anos de idade, respectivamente.
Foi utilizado o questionário PAQ-C20, o qual contém perguntas que investigam
o NAF de crianças e adolescentes nos sete dias anteriores ao preenchimento do
questionário. Neste instrumento, cada questão tem valor de 1 a 5 e o escore final é
obtido pela média das questões, que representa o intervalo de “muito sedentário” (1) a
“muito ativo” (5). Os escores 2, 3 e 4 indicam as categorias “sedentário”,
“moderadamente ativo” e “ativo”, respectivamente. Além destas classificações
provenientes do questionário, o presente estudo também utilizou uma dicotomização de
tais situações: “inadequada” (muito sedentário + sedentário) e “adequada” (ativo +
muito ativo) para saúde. Os resultado apontam que o sexo masculino teve um escore de
2,25 (0,60) para atividade física, significativamente, maior que o feminino. A
prevalência de sedentarismo foi de 72,5, 89,3 e 85,2% para o sexo feminino,
considerando os grupos “crianças”, adolescentes” e “todo o grupo”, respectivamente,
sendo para o masculino uma prevalência de 55,4, 74,8 e 69,8% para os mesmos grupos
considerados. Não houve diferenças quando consideradas as hTV entre os sexos e nem
ao comparar escolares sedentários com ativos fisicamente (p>0,05). Os autores sugerem
que tais comportamentos se associam à ingestão de comidas com muitas calorias, pobre
em nutrientes e ricas em gorduras, o que prejudica a saúde. Ao considerar os resultados
do presente estudo, os pesquisadores concluem-se que em relação ao NAF os resultados
estão de acordo com as estimativas encontradas nas diferentes cidades brasileiras, com a
prevalência de sedentários maior do que a de indivíduos ativos. Além disso, o sexo
feminino e os adolescentes foram os grupos com maiores prevalências de sedentarismo.
128
A respeito do quantitativo de horas gastas pelos escolares em assistência à TV, este
comportamento foi semelhante entre os sexos e, em média, os jovens de Aracaju passam
mais tempo à frente da TV do que o de outras cidades brasileiras. Ademais, o NAF dos
escolares de Aracaju não sofreu influência do tempo de assistência à TV. Diante destas
conclusões é sugerida uma ação efetiva quanto à orientação das crianças e adolescentes
para a adoção de um estilo de vida ativo e reforça a importância do ambiente escolar
nesta mudança de comportamento, sobretudo, por ser o local onde os jovens passam boa
parte do dia e, consequentemente, podem aprender e adotar comportamentos mais
adequados para toda vida.
Sumihara. (2013) realizou esta pesquisa para apresentar dados coletados no
Colégio estadual Complexo 09, com objetivo de levar os alunos a refletirem sobre a
prática da atividade física no período da adolescência, partindo da observação e análise
sobre a importância do exercício físico em contrapartida ao sedentarismo, relacionando
aspectos sociais, culturais, enfatizando os possíveis problemas relacionados à saúde, ao
desenvolvimento e as consequências nos próximos estágios da vida. Esta pesquisa tem
em seu desenvolvimento uma abordagem quantitativa baseada em todos os registros e
análise de dados numéricos obtidos através de um questionário contendo 9 questões
fechadas referentes ao sedentarismo, a importância das aulas de educação física e a
percepção do público-alvo em relação a atividade física escolar em contra partida ao
sedentarismo. Com tais atividades desenvolvidas o que se obteve como resultado final
foram contribuições para formação de cidadãos que sejam conscientes e críticos,
formadores de suas opiniões, que busquem minimizar os impactos do sedentarismo,
enfatizando importância da prática da atividade física no âmbito escolar bem como o
papel do professor como incentivador e mediador deste processo de conhecimento. O
sedentarismo deixa de ser um caso de cultura e passa a ser um problema de saúde
púbica. Esta questão mostra a importância do trabalho de conscientização nas escolas
sobre o sedentarismo e o estímulo a prática de exercícios. Diante dos fatos analisados
foi possível notar, segundo os autores, que o sedentarismo é uma questão discutida entre
os adolescentes e grande parte da população mundial, tornando assim uma preocupação
que passa a ser adotada nas aulas de Educação Física, local onde os alunos têm a
oportunidade esclarecerem dúvidas e aprenderem a levar um estilo de vida saudável,
com qualidade e adoção de hábitos corretos.
Hallal et al, (2006) realizaram esse estudo com o objetivo de descrever os níveis
de atividade física em diversos domínios (deslocamento, escola, lazer) e determinar a
prevalência de sedentarismo e fatores associados entre adolescentes de 10-12 anos de
idade, participantes do Estudo de Coorte de Nascimentos de 1993 em Pelotas, Rio
Grande do Sul. A análise descritiva incluiu cálculos de proporções e intervalos de
confiança de 95% (IC95%). Na análise bruta, a prevalência de cada desfecho foi
calculada para as categorias das variáveis independentes. O modelo utilizado incluiu no
primeiro nível as variáveis: sexo, nível sócio econômico, tipo de moradia e tipo de
escola. No segundo nível, foram utilizados o IMC e o nível de atividade física no lazer
da mãe. No terceiro, estavam as demais variáveis referentes ao adolescente. No ano de
1993, os partos hospitalares (mais de 99% de todos os partos) ocorridos na Cidade de
Pelotas foram monitorados 15 crianças nascidas com vida cujas famílias residiam na
zona urbana da Cidade de Pelotas (N = 5.249) foram incluídas no estudo. Amostras
dessas crianças foram visitadas em diferentes idades. Em 2004 iniciou-se um novo
acompanhamento buscando entrevistar todos os jovens pertencentes ao estudo de
coorte. O trabalho de campo foi iniciado em julho de 2004 e encerrado em março de
2005. Entre os 5.249 participantes da coorte, 141 foram detectados no SIM. Dentre os
5.108 restantes, 4.451 foram entrevistados, os quais, se somados aos óbitos, representam
129
87,5% da coorte original. Não houve diferenças significativas no percentual de
localização conforme sexo do adolescente ou idade materna, mas houve maior
percentual de perdas nas famílias de nível sócio - econômico mais alto. Utilizando- se o
ponto de corte recomendado para adolescentes 17, a prevalência de sedentarismo foi
elevada, indicando um amplo potencial de intervenção. A identificação de subgrupos
populacionais com maior frequência de sedentarismo pode guiar estratégias efetivas que
visem a aumentar o nível de atividade física de adolescentes. Concluindo, a prevalência
de sedentarismo encontrada nessa população é elevada. Estratégias efetivas de combate
ao sedentarismo na adolescência são necessárias, pois além de afetar mais da metade
dos jovens, o sedentarismo nessa faixa etária é um fator de risco para inatividade física
na idade adulta.
Tenório, et al., (2010) realizaram um trabalho que teve por objetivo Identificar a
prevalência e fatores associados a nível insuficiente de prática de atividades físicas e
exposição a comportamento sedentário em adolescentes. Estudo transversal cuja
amostra foi constituída por 4210 estudantes do ensino médio (14-19 anos), selecionados
através de amostragem por conglomerados em dois estágios. Para coleta de dados foi
utilizado o questionário “Global School-based Student Health Survey”. Sujeitos que
relataram participar de, pelo menos, 60 minutos diários de atividades físicas moderadas
a vigorosas, durante cinco ou mais dias por semana, foram classificados como ativos,
enquanto os demais foram denominados insuficientemente ativos. Foram considerados
expostos a comportamento sedentário aqueles que referiram assistir televisão por três
horas ou mais por dia. A prevalência de insuficientemente ativos foi 65,1% (IC95%
63,7-66,6). Identificou-se que sexo, local de residência (rural/urbano), turno de aulas,
status ocupacional e participação nas aulas de educação física foram fatores associados
a nível insuficiente de atividade física. Verificou-se prevalência de exposição a
comportamento sedentário de 40,9% (IC95% 39,4-42,4) em dias de semana e de 49,9%
(IC95% 48,4-51,4) em dias de final de semana. Local de residência, turno de aulas,
status ocupacional e participação nas aulas de educação física foram fatores associados
à exposição a comportamento sedentário em dias de semana; enquanto sexo, faixa etária
e turno de aulas discriminaram a exposição nos dias de final de semana. Este estudo
evidenciou elevada prevalência de níveis insuficientes de atividade física e de exposição
a comportamento sedentário.
Carmo et al., (2013) realizaram esse trabalho com o objetivo de apresentar
evidências sobre a importância da Educação Física Escolar na formação de alunos
críticos sobre aspectos de saúde, a fim de que tenham consciência da importância da
prática regular de atividade física para a manutenção da sua saúde e longevidade. Foram
consultados artigos científicos que possuíam como descritores, sedentarismo, promoção
da saúde, educação física escolar, em bases científicas como BIREME, SCIENSE
DIRECT, publicados em um período médio de 10 anos. Dos artigos encontrados, foram
estratificados 19 documentos que contribuíam para a tradução da evolução da Educação
Física como ambiente promotor de saúde e que descreviam o comportamento do
professor de educação física, além da receptividade dos alunos, para o alcance dos
objetivos propostos sobre esta abordagem. O sedentarismo é um fator de risco para o
desencadeamento do processo de saúde doença de alunos em fase escolar. Neste estudo
observou-se a influência da atividade física como um indicador para um estilo de vida
mais saudável e equilibrado. Portanto, a Educação Física Escolar, entre outros espaços
sociais que possibilitam a prática de atividade física, como os clubes e outros programas
que promovam vivências entre os jovens, deve incentivar a atividade física nesta faixa
etária, para que este hábito se consolide e permaneça posteriormente na sua vida adulta.
Tal conclusão levou os autores a considerar que se deve perseguir estratégias integradas
130
para promover hábitos de prática regular de atividade física nas aulas de Educação
Física Escolar e que essas estratégias devem também envolver a comunidade em geral.
Parece evidente, da mesma forma, que políticas públicas educacionais e as políticas
públicas saúde devem ser integradas e desenvolvidas com o intuito de oportunizar aos
estudantes um estilo de vida fisicamente ativo desde cedo, estimulando e reeducando
assim os jovens para uma vida ativa, a partir da escola, por meio das aulas de Educação
Física.
Coelho et al., (2008) realizaram esse trabalho com o objetivo de determinar a
incidência de excesso de peso e de obesidade em crianças e adolescentes numa escola
pública da área da Grande Lisboa e implementar um programa de prevenção da
obesidade a nível escolar. Foram avaliadas as crianças e os adolescentes do ensino pré-
escolar até ao nono ano de escolaridade. Procederam-se à avaliação do sexo, idade, raça,
peso e estatura e foram calculados o Índice de Massa Corporal e o z-score. Foram
realizadas sessões de esclarecimento, houve modificações das ementas escolares e
incentivas a atividade física. A alimentação do grupo escolar foi progressivamente
melhorada, através da elaboração de ementas mais saudáveis nas cantinas, com menor
teor de gordura e açúcar e com limitação do consumo de alimentos de elevado valor
calórico. As máquinas de venda automática de refrigerantes e doces foram removidas e,
simultaneamente, passaram a estar disponíveis opções alimentares mais saudáveis,
como fruta, saladas e sopa. Nas aulas de Educação Física foi proposto atividades
curriculares para estimular o gosto dos jovens pela atividade física. Foram avaliados
1875 alunos, com idades compreendidas entre os 5 e os 17 anos. Foi constado que 9,5%
dos alunos apresentavam obesidade e 21% excesso de peso. O índice de obesidade foi
particularmente elevado nas crianças da pré-primária e do primeiro ciclo de
escolaridade. Aos pais das crianças com obesidade foi dada a possibilidade de
seguimento na consulta de obesidade infantil em Hospital local. A Escola é sem dúvida
um vetor primordial na prevenção da obesidade, intervindo a nível da educação
alimentar e do gosto pela prática de exercício físico. Para que os resultados sejam
alcançados de forma consistente, é essencial o envolvimento ativo da família e de toda a
comunidade. Paralelamente, é urgente criar condições para que os comportamentos
aprendidos na escola possam ser postos em prática. É difícil contrariar a máquina
publicitária que promove o consumo de produtos alimentares pouco saudáveis; é pouco
eficaz aprender a gostar de atividade física se não existirem espaços apropriados para o
fazer. Os autores estão convictos de que os jovens de hoje, se devidamente informados,
estarão aptos a vencer o flagelo da obesidade.
Giugliano e Carneiro (2004) realizaram esse trabalho com o objetivo de analisar
a relação entre obesidade em escolares e atividade física e horas de sono da criança,
escolaridade e obesidade dos pais. Avaliação de peso, estatura, índice de massa corporal
e adiposidade (estimada pelas dobras cutâneas tricipital e subescapular) de escolares
seguidas da classificação das crianças em normais, baixo peso, sobrepeso ou obesidade
pelo índice de massa corporal por idade. Foram avaliados 452 escolares e selecionadas
68 crianças com sobrepeso e obesidade e 97 normais para preenchimento de
questionários quanto a atividade física e horas de sono diárias da criança, escolaridade,
atividade física, peso e estatura dos pais. A prevalência de sobrepeso e obesidade foi de
21,1%nos meninos e 22,9% nas meninas. A adiposidade diferiu na comparação das
crianças normais com as demais (p <; 0,01). Nas crianças com sobrepeso e obesidade, a
adiposidade correlacionou-se diretamente com o tempo de permanência sentado e
inversamente com as horas de sono (p <; 0,05). A ocorrência de sobrepeso e obesidade
foi maior nas crianças cujas mães tinham menor escolaridade (p < 0,01). A
frequência de sobrepeso e obesidade nos pais das crianças com sobrepeso e obesidade
131
foi maior do que nos pais das crianças normais (p < 0,01), o sedentarismo predominou
na maioria dos pais. O estudo destaca a inatividade das crianças como um dos fatores
associados à obesidade. As horas diárias de sono apresentaram se como fator positivo
na manutenção do equilíbrio pôndero estatural. A escolaridade materna e a ocorrência
de sobrepeso e obesidade nos pais estão associadas com sobrepeso e obesidade nos
filhos.
Baruki et al., (2006) realizaram este estudo com o objetivo de avaliar o estado
nutricional e a associação com o padrão de atividade física em escolares da Rede
Municipal de Ensino de Corumbá (MS). Foi realizado estudo analítico do tipo
transversal com 403 escolares de sete a 10 anos de idade, de ambos os sexos, de 1ª a 4ª
séries. A escolha das escolas e dos alunos foi aleatória. A cidade foi subdividida em
quatro regiões de acordo com a sua localização geográfica: três na periferia e uma na
região central da cidade, na qual se observou uma população com melhor poder
aquisitivo do que nas outras três regiões. Em cada região foi sorteada uma escola,
totalizando quatro escolas. O mesmo procedimento foi adotado na escolha das turmas.
Em cada escola a pesquisa foi realizada em uma turma de cada série escolar (1ª, 2ª, 3ª e
4ª), formando um grupo de quatro turmas por escola. O número de alunos para cada
escola sorteada foi representativo do número de alunos matriculados na região.
Efetuou-se a análise exploratória tendo como variável independente os estados
nutricionais e como variáveis dependentes a atividade física e as medidas
antropométricas, em dois grupos: masculino e feminino. Num segundo momento
adotaram-se como variáveis independentes o estado nutricional, a escola e o sexo.
Verificou-se prevalência de6,2% e 6,5% para risco de sobrepeso e sobrepeso,
respectivamente, com prevalência maior nas meninas do que nos meninos. A maioria
das atividades físicas realizadas pelas crianças foi leve e moderada e nenhuma atividade
física vigorosa foi registrada. Quanto maior a idade, menor o tempo despendido nas
atividades físicas ativas. Constatou-se que crianças estróficas são mais ativas, praticam
atividades físicas mais intensas e gastam menos tempo assistindo à televisão e jogando
videogames do que as crianças com sobrepeso. Os dados evidenciam a importância em
promover mudanças no estilo de vida com a adoção de hábitos saudáveis, desde a
infância, e a sua manutenção por toda a vida. Crianças ativas favorecem uma população
adulta também ativa e saudável contribuindo, consequentemente, para a redução da
incidência de morbidade e mortalidade na idade adulta. Conclui-se, segundo os
pesquisadores, que crianças eutróficas são mais ativas e gastam menos tempo em
atividades sedentárias do que crianças com sobrepeso, evidenciando que é fundamental
educar para a adoção de hábitos saudáveis, desde a infância. Intervenções sociais
envolvendo a escola, as famílias e os profissionais da área de saúde devem proporcionar
orientações nutricionais, conscientizar a população para a redução do sedentarismo e
incentivar a prática de atividades físicas em crianças e adolescentes, com ênfase não
apenas na iniciação, mas principalmente na sua manutenção durante a juventude e a
idade adulta, promovendo saúde pública e melhor qualidade de vida para todos.
Campos, Gomes e Oliveira (2010) realizaram esse estudo com o objetivo de
procurar a ocorrência de obesidade e sobrepeso em crianças da cidade de Bragança,
foi realizado um estudo de corte, transversal, compreendendo 226 alunos matriculados
em escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico, com idades compreendidas entre os 6 e os 9
anos. Para tal, procedeu-se à aplicação de um questionário sócio demográfico associado
à medição de parâmetros simples – peso e altura – assim como à determinação do Índice
de Massa Corporal (IMC), de modo a determinar os Índices de Sobrepeso e de
Obesidade nos elementos da amostra. Os resultados obtidos acompanham também a
tendência de existência de valores de IMC superiores em crianças do sexo feminino e
132
em particular nas faixas etárias entre os 8 e 9 anos de idade. A distribuição por género
não é significativa sendo os valores muito aproximados em cada
categoria independentemente do tipo de escola frequentado. A maioria dos inquiridos
apresenta à data da avaliação uma idade de 8 a 9 anos (27,9% e 27,4%,
respectivamente) sendo que no ensino público a prevalência seja a idade de 9 anos
(30,7%) e no privado de 8 anos (24,7%). Relativamente ao número de irmãos 22,2%
dos alunos do ensino público referem não ter quaisquer irmãos assim como o fazem
38,6% dos inquiridos no ensino privado, no entanto, a maioria dos indivíduos (38,6 e
49,3%, respectivamente para o ensino oficial e privado) referem a existência de um
único irmão. Assim, não deixa de ser importante salientar que poucas escolas
apresentam atividades físicas organizadas e periódicas pelo que será da maior
pertinência a implementação de programas adequados e sistemáticos de atividade física
nas Escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico, orientados por profissionais qualificados,
paralelamente à promoção de hábitos de ocupação de tempos livres e, em particular, da
adoção de estilos de vida e hábitos alimentares saudáveis como causas contribuintes
para a prevenção do sobrepeso e da obesidade. Tal conjunto de operacionalizações
não deixa de ser alvo das políticas educativas governamentais, conducentes ao bem-
estar e à melhoria das aptidões dos indivíduos, a par do desenvolvimento
biopsicossocial harmonioso que se exige.
Em síntese podemos observar que Silva et al., (2009) e Sumihara (2013) e
Oliveira et al.,(2010) e Hallal et al., (2006) e Tenório et al.,(2010) e Carmo et al.,(2013)
verificaram o nível de atividade física e o comportamento sedentário em escolares.
Coelho et al., (2008) e Giugliano e Carneiro (2004) e Baruki et al.,(2006) e Campos,
Gomes e Oliveira(2006) realizara o estudo com o objetivo de procurar a ocorrência de
obesidade em crianças relacionado ao sedentarismo.
Em relação ao método utilizado, Silva et al, (2009) e Sumihara (2013) utilizaram
o questionário PAQ-C20, o qual contém perguntas que investigam o NAF de crianças e
adolescentes nos sete dias anteriores ao preenchimento do questionário. Oliveira et al,
(2010) coletou dados por meio de inquérito e atividade física recordatório de 24h,
contendo variáveis demográficas, socioeconômica, atividades físicas praticadas e tempo
despendido com algumas atividades sedentárias. Hallal et al, (2006) utilizaram trabalho
de campo, o trabalho de campo foi iniciado em julho de 2004 e encerrado em março de
2005. Entre os 5.249 participantes da coorte, 141 foram detectados no SIM. Dentre os
5.108 restantes, 4.451 foram entrevistados, os quais se somados aos óbitos, representam
87,5% da coorte original. Tenório et al, (2010) para coleta de dados foi utilizado o
questionário “Global School-based Student Helth Survey”. Carmo et al, (2010) fizeram
revisão de literatura. Coelho et al, (2008) procedeu-se à avaliação do sexo, idade, raça,
peso e estatura e foram calculados o índice de massa corporal e o z-score. Giugliano e
Carneiro (2004) realizaram um questionário para as com sobrepeso, obesidade e
normais preencherem. Baruki et al, (2006), utilizaram pesquisa de campo. Campos,
Gomes e Oliveira (2006), utilizaram um questionário sócio- demográfico associado à
medida de parâmetros simples- peso e altura.
Silva et al, (2009), e Sumihara (2013), constataram que através de uma
orientação correta para que as crianças e adolescentes tenham um estilo de vida ativo,
com a ajuda da escola isso para toda vida. Oliveira et al, (2010) observaram que
escolares de menor idade e pertencentes à classe econômica mais baixa gastaram menos
tempo em atividades sedentárias. Hallal et al, (2006) observou que na adolescência o de
sedentarismo é mais elevado. Tenório et al (2010) observou que os adolescentes era
mais sedentários nos dia de semana, mas que nos finais de semana praticam alguma
atividade física. Carmo et al, (2010) perceberam que se deve perseguir estratégias
133
integradas para promover hábitos de prática regular de atividade física nas aulas de
Educação física escolar e que essas estratégias devem também envolver a comunidade
em geral.
Giugliano e Carneiro (2004) perceberam que a frequência de sobrepeso e
obesidade nos pais das crianças com sobrepeso e obesidade foi maior do que nos pais
das crianças normais (p < 0,01), o sedentarismo predominou na maioria dos pais. O
estudo destaca a inatividade das crianças como um dos fatores associados à obesidade.
As horas diárias de sono apresentaram se como fator positivo na manutenção do
equilíbrio pôndero estatural. A escolaridade materna e a ocorrência de sobrepeso e
obesidade nos pais estão associados com sobrepeso e obesidade nos filhos. Baruki
(2006), Verificou-se prevalência de6,2% e 6,5% para risco de sobrepeso e sobrepeso,
respectivamente, com prevalência maior nas meninas do que nos meninos. A maioria
das atividades físicas realizadas pelas crianças foi leve (< 3 METs) e moderada (3 a 6
METs) nenhuma atividade física vigorosa (> 6 METs) foi registrada. Quanto maior a
idade, menor o tempo despendido nas atividades físicas ativas. Constatou-se que
crianças eutróficas são mais ativas, praticam atividades físicas mais intensas e gastam
menos tempo assistindo à televisão e jogando videogames do que as crianças com
sobrepeso.
Os dados evidenciam a importância em promover mudanças no estilo de vida
com a adoção de hábitos saudáveis, desde a infância, e a sua manutenção por toda a
vida. Crianças ativas favorecem uma população adulta também ativa e saudável
contribuindo, consequentemente, para a redução da incidência de morbidade e
mortalidade na idade. Campos, Gomes e Oliveira (2006) concluíram que é importante
salientar que poucas escolas apresentam atividades físicas organizadas e periódicas pelo
que será da maior pertinência a implementação de programas adequados e sistemáticos
de atividade física nas escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico, orientados por
profissionais qualificados, paralelamente à promoção de hábitos de ocupação de tempos
livres e, em particular, da adoção de estilos de vida e hábitos alimentares saudáveis
como causas contribuintes para a prevenção do sobrepeso e da obesidade.
Tal conjunto de operacionalizações não deixa de ser alvo das políticas
educativas governamentais, conducentes bem-estar e à melhoria das aptidões dos
indivíduos, a par do desenvolvimento biopsicossocial harmonioso que se exige.
3 Objetivo
Verificar a importância da atividade física para crianças e adolescentes
sedentários.
4 Método
Foi feita uma pesquisa qualitativa concretizada através de uma revisão de
literatura. Inicialmente o tema foi pesquisado em livros, dissertações e teses e
posteriormente em base de dados e em periódicos. O método de análise dos textos e dos
artigos foi influído pela literatura (NELSON; THOMAS, 2012; CERVO; BERVIAN,
2007), seguindo a ordem de leitura de reconhecimento, leitura seletiva, leitura crítica ou
reflexiva e por fim a leitura interpretativa.
134
5 Resultados e Conclusões
Verificamos no presente estudo que o sedentarismo está presente na vida dos
escolares, muitas vezes por falta de segurança nas ruas os pais preferem que seus filhos
fiquem dentro de casa, com a internet, jogos virtuais e televisão, as crianças e
adolescentes também comem mal, a falta de atividades físicas e de uma alimentação
saudável, causa o sedentarismo e consequentemente as doenças cardiovasculares e
obesidade.
Deste modo podemos concluir, diante destes fatos que a escola pode e deve
através da Educação Física escolar, inserir as crianças e os adolescentes na fase escolar,
educar e ensinar que através das atividades físicas podem se tornar ativos e
consequentemente adultos ativos, evitando assim o sedentarismo e as doenças
provenientes.
6 Considerações Finais
O Brasil é um dos países com mais obesos no mundo, isso vem de uma infância
e adolescência culturalmente sedentária, onde a internet, os jogos virtuais, as
propagandas em mídias escritas e na televisão de fast food, encantam as crianças e
adolescentes, promovendo o mal hábito de se alimentarem erroneamente, e estes fatores
somado a inércia e sedentarismo podem causar a obesidade e consequentemente as
doenças relacionadas ao sedentarismo.
Sendo assim sugerimos aos pais e a escola uma mudança de habito, incentivando
a pratica das atividades físicas e uma boa alimentação, e como mediador desta mudança
elegemos o Profissional de Educação Física que pode ser fundamental para o sucesso
desta transformação.
Agradecimentos
Á Deus, que até aqui me sustentou.
Á meu professor e mestre Thiago Augusto Costa de Oliveira, sem você não seria
possível.
Aos meus amigos pelo apoio e incentivo.
Aos meus amados pais, Ezequiel Antonio dos Santos e Leia Domingos dos
Santos, por acreditarem em mim e me apoiarem incondicionalmente, não teriam
conseguido sem o amor de vocês.
Referências
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Pernambuco, v. 13, n. 1, p.115-17, 2010.
136
AVALIAÇÃO DA COORDENAÇÃO MOTORA EM
ESCOLARES DO 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL DO
COLÉGIO NETWORK
Ricardo Haruo Fukunishi 1
Thiago Augusto Costa de Oliveira 2
RESUMO
O presente estudo teve como objetivo avaliar o nível de coordenação motora de crianças
do 3º ano do ensino Fundamental. Participaram do estudo 11 crianças com idade entre 8
e 9 anos, sendo que 7 crianças do sexo masculino e 4 do sexo feminino. Foi aplicado
uma bateria composta por 4 testes (KTK) que apresentam em sua somatória um score
que aponta o nível de coordenação motora do sujeito. A análise dos dados foi feita de
modo descritivo. Após análise dos resultados, verificamos que o nível de coordenação
motora da maioria dos participantes esta dentro dos níveis normais para a faixa etária. O
nível de desempenho motor dos participantes da amostra mostrou-se incluso nos
padrões de normalidade creditados para idade, o que demonstra que o grupo analisado
possui a prontidão motora para realizar as tarefas exigidas.
Palavras-chave: Educação Física escolar, Ensino fundamental, Habilidades motora,
KTK.
ABSTRACT
This study aimed to assess the level of coordination of children of the 3rd grade of
elementary school. The study included 11 children aged 8 and 9 years old, and 7
children males and 4 females. a battery was applied consisting of 4 tests (KTK) they
present in their sum one score that indicates the level of coordination of the subject.
Data analysis was performed descriptively. After analyzing the results, we found that
the level of coordination of most participants is within the normal range for age. The
level of the sample participants of motor performance was shown to be included in the
normal range for age credited, which shows that the group has examined motor
readiness to perform the require tasks.
Keywords: Physical Education, Elementary School, Motor Skills, KTK.
(1) Graduanda em Educação Física (Licenciatura), Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445,
13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]). (2)
Professor Mestre em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades Network –
Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected])
137
1 Introdução
A coordenação motora, sob uma perspectiva pedagógica e clínica, é a interação
harmoniosa e econômica dos sistemas musculoesquelético, nervoso e sensorial para
produzir ações cinéticas precisas e equilibradas (Kiphard, 1976).
A denominação utilizada para a condição de debilidade ou insuficiência no
desempenho coordenativo é Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação (TDC),
reconhecida pela Associação Americana de Psiquiatria.
A literatura apresenta diferentes métodos para avaliar o desempenho motor de
crianças, incluindo o seu desempenho coordenativo.
Dentre eles estão, Movement Assessment Battery for Children (M-ABC), o
Teste de Proficiência Motora Bruininks-Oseretsky, o Developmental Test of Visual-
Motor Integration (VMI) e o Teste de Coordenação Corporal para Crianças
(Körperkoordinationstest Für Kinder - KTK). Dentre estes o KTK além de ser de baixo
custo e simples execução.
O Teste de Coordenação Corporal para Crianças (Körperkoordinationstest Für
Kinder - KTK), desenvolvido pelos pesquisadores alemães Kiphard e Schilling (1974),
foi construído com o propósito de diagnosticar mais sutilmente as deficiências motoras
em crianças com lesões cerebrais e/ou desvios comportamentais (GORLA; ARAÚJO;
RODRIGUES, 2009).
O Teste de Coordenação Corporal para Crianças (KTK) foi estruturado com
1228 crianças alemães. Pode ser utilizado com crianças entre os cinco anos e os 14 anos
e 11 meses e a sua aplicação tem duração de aproximadamente 10 - 15 minutos por
criança. Como citado, o teste foi constituído de quatro tarefas: trave de equilíbrio, saltos
monopedais, saltos laterais e transferência sobre plataformas. Na primeira tarefa,
verifica-se principalmente o equilíbrio dinâmico; na segunda, a força dos membros
inferiores; na terceira, velocidade; e na quarta, lateralidade e estruturação espaço-
temporal (GORLA et al., 2009).
Os testes propostos pelo KTK podem ser aplicados individualmente,
apresentando confiabilidade de 0.65 a 0.87, mas ao se realizara bateria completa, há
confiabilidade de 0.90, o que demonstra credibilidade para a sua aplicação (GORLA et
al., 2009).
O teste KTK foi realizado em varias populações, em diversos países com várias
finalidades, entre elas estão: estudos do teste KTK com crianças saudáveis, teste KTK
entre os sexos, teste KTK com crianças portadoras de deficiência sensorial, estudo com
crianças com características peculiares, estudo avaliando a influencia do sobrepeso/
obesidade na coordenação motora, entre outros. E em todos eles o teste KTK se mostrou
muito preciso e sensível na detecção de problemas motores.
2 Revisão bibliográfica
O objetivo dos estudos se difundem apontando a importância da coordenação
motora e a influência do índice de massa corporal (IMC) em diferentes idades, Melo,
Lopes (2013), Pelozin et al. (2009), Silva et al. (2013), Graf et al. (2004), Catenassi et al.
(2007), em todos esses estudos mostraram o quanto o sobrepeso e a obesidade
influenciaram negativamente no quoeficiente motor.
O teste de coordenação motora para crianças [Körperkoordinationstest für
Kinder (KTK)] foi o instrumento utilizado para a avaliar a coordenação motora e o
138
método utilizado para medição foi o Índice de Massa Corporal (IMC) foi obtido a partir
da razão do peso corporal (Kg) pelo quadrado da estatura (m2).
A literatura mostra que o IMC influencia significativamente o nível de
coordenação motora de escolares, as crianças com sobrepeso e obesas de ambos os
sexos apresentam menores níveis de coordenação motora do que as crianças
normoponderais.
Lopes, et al., (2003) os propósitos da presente investigação são: (1) caracterizar
o estado de desenvolvimento da coordenação motora ao longo dos quatro anos do 1ciclo
do ensino básico, das crianças da Região Autónoma dos Açores; (2) mapear as
diferenças entre as crianças dos dois sexos; e (3) identificar a presença de insuficiência
de desenvolvimento coordenativo. A amostra foi constituída por 3742 crianças de
ambos os sexos dos 6 aos 10 anos de idade a frequentar o 1ciclo do ensino básico, na
Região Autónoma dos Açores. Para a avaliação da coordenação motora foi utilizada a
bateria KTK (Körperkoordinationstest für Kinder — KTK). Os resultados apontam que
63,1% das meninas aos 6 anos são bem classificadas. A partir desta idade (6 anos), a
porcentagem diminui, aos 7 anos 28,3%, aos 8 anos 26,6%, aos 9 anos 23,9%, aos 10
anos 54%. Nas meninas foi possível verificar que 46,3% são classificadas como
possuindo perturbações de coordenação e 40,7% como possuindo insuficiência
coordenativa. Já para os resultados mostram que 67% dos meninos aos 6 anos são bem
classificado se o mesmo acontece com as idades subsequentes quando comparado com
as meninas. Aos 7 anos 29,2%, aos 8 anos 24%, aos 9 anos 21% e aos 10 anos 65,8%.
Nos meninos constata-se que 24,8% são classificadas como possuindo perturbações de
coordenação e 46,6% como possuindo insuficiência coordenativa. Os valores médios do
desempenho nas quatro provas do KTK das crianças são inferiores aos verificados na
literatura. Em suma verifica-se uma tendência generalizada para as meninas de uma
dada idade mostrarem perfis de coordenação motora inferiores aqueles que são
esperados para a sua idade. Tal circunstância revela uma forte insuficiência em aspectos
do desenvolvimento coordenativo nas diferentes idades.
Smits-Engelsman et al. (1998) os objetivos deste estudo são três: O primeiro
objetivo era revisar preliminarmente as normas publicadas do Movimento ABC e do
KTK para crianças holandesas. O segundo objetivo era examinar a relação entre as
constituintes dos dois testes. E o terceiro objetivo era examinar a concordância entre os
testes para detectar os casos de déficit de coordenação motora entre crianças que
tiveram uma vivencia motora pobre coordenada pelos pais ou professores. Duzentas e
oito crianças holandesas participaram dos testes, que foram divididos em dois grupos,
um grupo não refere constituído por 134 crianças foram escolhidos aleatoriamente em
escolas normais em toda a Holanda, onde nenhuma dessas crianças tinham qualquer
deficiência física ou neurológica conhecida, as crianças tinham de 5 à 13 anos de idade
e 55% eram meninos, o outro grupo chamado de grupo refere, constituído por 74
crianças, onde as crianças tinham de 5 à 12 anos de idade e 62% eram meninos, todas
essas crianças foram referidas à u fisioterapeuta, por causa da suspeita de terem
problemas motores. Os métodos de avaliação para coordenação motora foram o
Movimento ABC e o KTK para ambos os grupos e sexos. Os resultados do grupo não
referido no teste de Movimento ABC foram de 50% das crianças com menos de 50
pontos percentuais, 16% com menos de 15 pontos percentuais, no teste KTK 68% das
crianças ficaram com menos 50 pontos percentuais e 29% com menos de 15 pontos
percentuais. No grupo referido no teste de Movimento ABC foram 84% das crianças
com menos de 50 pontos percentuais, 59% com menos de 15 pontos percentuais, no
teste KTK 85% das crianças com menos de 50 pontos percentuais, 68% com menos de
15 pontos percentuais. Cento e seis crianças passaram em ambos os testes e apenas 57
139
foram reprovados nos dois testes, e 45 crianças passaram em um dos testes e
reprovaram em outro. Os autores concluíram que o teste de Movimento ABC está
melhor adaptado para crianças holandesas, já o teste KTK se mostrou sensível demais e
considerado com um padrão excessivamente alto, que seria necessário adapta-lo melhor
para o padrão das crianças holandesas.
Lopes, Maia (1997) o objetivo desta investigação é analisar o desenvolvimento
da capacidade de coordenação corporal em crianças de idade escolar, sujeitas a
atividade física organizada, com dois programas de atividades distintos e a duas
frequências semanais.
A amostra foi constituída por 80 crianças de ambos os sexos com 8,354 ± 0,409
de idade decimal, divididas em quatro grupos com o mesmo número de elementos: G1 -
programa oficial / duas horas; G2 - programa oficial / três horas; G3 - programa
alternativo / duas horas; G4 - programa alternativo / três horas. A avaliação da
capacidade de coordenação corporal foi feita através da bateria de testes de coordenação
corporal para crianças (KTK - 1974). A bateria é constituída por quatro itens (Equilíbrio
à Retaguarda - ER; Saltos Monopedais - SM; Saltos Laterais - SL; Transposição Lateral
- TL). Através do método de correlação teste-reteste numa amostra de 1 228 crianças
em idade escolar (SCHILLING; KIPHARD, 1974) foi encontrado um índice de
fiabilidade de 0,90. Para analisar as condições iniciais recorreu-se à MANOVA testando
as diferenças existentes entre os quatro grupos. Verificou-se que havia diferenças
significativas entre os grupos (L = 0,641; F(12;193,43) = 2,94 p < 0,05). Os testes
univariados posteriores revelaram que as diferenças ocorreram no item Transposição
Lateral (F(3;76) = 6,243; p = 0,001). A análise à posteriori (procedimento Tukey-HSD)
revelou que as diferenças existiam entre o grupo G4 e os grupos G3 e G2. A melhoria
mais acentuada dos resultados dos grupos do programa oficial pode dever-se ao fato
deste programa ser constituído por uma maior variedade de atividades, pois mostrasse
como pressuposto essencial para o treino das capacidades coordenativas. Na
generalidade dos itens da capacidade de coordenação corporal verificaram-se melhorias
em todos os grupos. O programa oficial teve um maior efeito do que o programa
alternativo, embora apenas sobre a melhoria do item SL. Relativamente à frequência
semanal não se podem tirar quaisquer conclusões uma vez que os efeitos dos dois níveis
de frequência são distintos nos dois itens (SL e TL) onde este fator teve influência
significativa. Este estudo não traz conclusões definitivas no que diz respeito ao efeito
relativo dos dois programas e das duas frequências semanais, em virtude, sobretudo, da
sua curta duração, tornando-se necessário a realização de estudos com uma duração de,
pelo menos, um ano letivo.
3 Objetivo
O presente estudo teve como objetivo avaliar o nível de coordenação motora de
crianças do 3º ano do ensino Fundamental
4 Método
Participaram do estudo 11 crianças com idade entre 8 e 9 anos, sendo que 7
crianças do sexo masculino e 4 do sexo feminino. Foi aplicado uma bateria composta
por 4 testes (KTK): trave de equilíbrio, saltos monopedais, saltos laterais e transferência
sobre plataformas.
140
4.1 Tarefa 1 – Trave de Equilíbrio
Objetivo: estabilidade do equilíbrio em marcha para trás sobre a trave.
Material: Foram utilizadas três traves de 3 metros de comprimento e 3 cm de
altura, com larguras de 6 cm, 4,5cm e 3 cm. Na parte inferior são presos pequenos
travessões de 15x1,5x5cm, espaçados de 50 em 50 cm. Com isso, as traves alcançam
uma altura total de 5cm. Como superfície de apoio para saída, coloca-se à frente da
trave, uma plataforma medindo 25x25x5cm. As três traves de equilíbrio são colocadas
paralelamente.
4.2 Tarefa 2 – Salto Monopedal
Objetivo: Coordenação dos membros inferiores; energia dinâmica/força.
Material: São usados 12 blocos de espuma, medindo cada um 50cm x 20cm x
5cm.
Execução: tarefa consiste em saltar um ou mais blocos de espuma colocados uns
sobre os outros, com uma das pernas.
4.3 Tarefa 3 – Salto Lateral
Objetivo: Velocidade em saltos alternados.
Material: Uma plataforma de madeira (compensado) de 60 x 50 x 0,8cm, com
um sarrafo divisório de 60 x 4 x 2 cm e um Cronômetro.
Execução: A tarefa consiste em saltitar de um lado a outro, com os dois pés ao
mesmo tempo, o mais rápido possível, durante 15 segundos.
4.4 Tarefa 4 – Transferência Sobre Plataforma
Objetivo: lateralidade; estruturação espaço-temporal.
Material: São usados para o teste, 2 plataformas de 25 x 25 x 5 cm e um
cronômetro.
Execução: As plataformas são colocadas lado a lado com uma distância entre
elas de 5 cm. Na direção de deslocar é necessário uma área livre de 5 a 6 metros.
1- Trave de equilíbrio 2- salto monopedal 3- salto lateral 4- transposição
lateral
1 2 3 4
141
5 Resultados
Tabela 1 - Classificação de quoeficiente motor (QM) e nível de coordenação
motora (GORLA; ARAÚJO; RODRIGUES, 2009).
Q
M
Classificação Desvio
Padrão
Porcentag
em
13
1 – 145
Muito boa coordenação + 3 99 – 100
11
6 – 130
Boa coordenação + 2 85 – 98
86
– 115
Coordenação normal + 1 17 – 84
71
– 85
Perturbação na coordenação - 2 3 – 16
56
– 70
Insuficiência na
coordenação
- 3 0 – 2
Tabela 2 – Analise final de QM
Após análise dos resultados, verificamos que o nível de coordenação motora
(QM) de 84% (n=10) dos participantes foi classificada com score acima de 131 (QM)
ou seja, muito boa coordenação e 16% (n=2) dos sujeitos obtiveram score abaixo de 70
(QM) o que os classifica com insuficiência de coordenação, o que nos mostra que este
grupo tem um nível de coordenação motora que consegue atender as atividades
impostas nas aulas de Educação Física.
142
6 Considerações finais
Como vimos na literatura muitos alunos do ensino fundamental I estão com um
nível de quoeficiente motor muito baixo, mas no caso do Colégio Network apenas dois
sujeitos estão com um QM muito baixo, onde foi constatado insuficiência de
coordenação, que no final da década de 80, a Associação Americana de Psiquiatria
(American Psychiatric Association [APA], 2002) reconheceu essa condição, que passou
a ser denominada de Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação (TDC). Esse
transtorno caracteriza-se por um comprometimento do desempenho de atividades
diárias, tendo como base a idade cronológica e a inteligência, sem associação com uma
condição médica (SANTOS et al., 2004). Refere-se às crianças com inteligência normal,
que não apresentam sinais de lesão cerebral ou de outras doenças conhecidas, mas que
exibem coordenação motora abaixo do esperado para a sua idade (APA, 2002).
Presume-se que há tal transtorno porque o comportamento esperado da criança
fica muito aquém do esperado para a sua idade, isto é, usa-se de uma lógica normativa
para dizer que o que não se encaixa na norma é “anormal”, ou seja, com “transtorno”.
Isto pode acarretar sérias consequências para o aluno, segundo Smits-Engelsman
et al. (1998), déficit de coordenação motora pode excluir a criança de brincadeiras de
parque, levando ao isolamento social, solidão e até depressão.
Assim como encontrado na literatura onde crianças que tem um menor nível de
coordenação motora eram crianças com sobrepeso ou obesas, através dos estudos do
Melo, Lopes; (2013), Pelozin et al. (2009), Silva et al. (2013), Graf et al. (2004), Catenassi et al. (2007), isso nos leva a pensar em possibilidades para uma intervenção
onde possamos fazer com que esses alunos melhorem esse QM para que fiquem dentro
da normalidade.
Sugerimos que deve ser aplicada uma boa intervenção, que seria tentar a
implementação da variabilidade da prática, onde o profissional de Educação Física
planeje aulas que trabalhem as habilidades motoras onde os alunos venham aprender as
habilidades desejadas para que no futuro ele consiga transferir para a situação de teste
de avaliação, segundo Magill (2000) uma quantidade crescente de variabilidade de
prática, normalmente está associada a uma quantidade crescente de erros de
desempenho durante a prática. No entanto evidências experimentais mostram que, na
aprendizagem de habilidades, é preferível uma quantidade maior de erros de
desempenho do que uma quantidade menor, se eles ocorrem na etapa inicial.
Bibliografia
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do Mestrado em Promoção da Saúde da Universidade de Santa Cruz do
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MELO, M. M.; LOPES, V. P.; Associação entre índice de massa corporal e a
coordenação motora em crianças, Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, v.
27, n. 1, p. 7-13, 2013.
MAGILL, R. A.; Aprendizagem Motora Conceitos e Aplicações: Para a
aprendizagem de habilidades motoras é importante a variabilidade de experiências
práticas. Tradução da 5ª edição americana, São Paulo, 2000 p. 244-245.
144
JUDÔ NA ESCOLA COMO ELE PODE AJUDAR OS
PROFESSORES E AS CRIANÇAS NO SEU APRENDIZADO
Ana Carolina da Silva ¹
Marcus Gomides ²
RESUMO
Este trabalho aborda como inserir o Judô na escola, pois ele pode ter várias utilidades
para professores. A Arte Marcial na Escola irá ajudar as crianças a se desenvolverem
muito mais que só as atividades físicas propostas pelo professor da Educação Física, por
isso temos que atualizar o currículo do profissional da Educação Física, para que ele
possa dar uma aula boa e atrativa, para seus alunos.
Palavras chave: Judô, Escola, Arte Marcial.
ABSTRACT
The work speaks entering judo at school, as it can have many uses for teachers.The
Martial Art School will help children to develop much more than just the physical
activities proposed by the teacher of physical education, so we have to update the
curriculum of professional physical education, so that it can give a good and attractive
class for their students.
Keywords: Judo, School, Martial Arts School.
1.Introdução
A atenção é um conjunto de processos cognitivos usados para selecionar e
manter informações externas (Mattos,apud ANTUNES; IWANAGA,2013). Para
perceber um objeto no campo visual ou reconhecer uma voz na multidão, há um
fenômeno de orientação da atenção prévia à percepção, a atenção em si (Kolb; Wishaw,
apud ANTUNES;IWANAGA, 2013). Contudo, após a percepção, a atenção se mantém
ao longo de todo o processamento da informação até a resposta (Posner, apud
ANTUNES;IWANAGA,2013). Um exemplo que podemos pensar sobre o
funcionamento da atenção nas artes marciais é quando um atleta recebe um ataque do
adversário. Primeiro, ele orienta sua atenção para o movimento dos quadris do
oponente.
(¹)Graduando (licenciatura) em Educação Física das Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445,
13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]).
(²)Professor Especialista em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades
Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail:
145
Imediatamente, o processo de percepção se inicia. Uma vez percebida a cinética
do outro lutador, a memória do atleta é ativada elencando uma série de possíveis golpes
que podem advir daquele tipo de movimento de quadril. Depois, uma resposta é
escolhida por um sistema conhecido como tomada de decisão. (Antunes; Iwanaga,
2013).
Os autores se referem a atenção como um sentido de alerta para que seus
adversários não sejam mais rápidos e ágeis que seus instintos, por isso a arte marcial
ajuda no sentido de aguçar suas habilidades a começar com atenção os movimentos.
2. O esporte e a cognição
A atribuição do valor cognitivo à atenção é comum nas pesquisas científicas no
âmbito do esporte, que tendem a interpretar o fenômeno sob o prisma dos processos de
alta ordem, ou top-down, considerados operações centradas nas diretrizes internas do
sujeito, estabelecidas pelos processos cognitivos e influenciadas pela atividade
mnemônica e de representações mentais (Pashler, Johnston; Ruthruff, 2001, citado por
Antunes; Iwanaga, 2013). Segundo os autores, o cognitivo nos ajuda a pensar nos
próximos passos em que nossos adversários vão dar em nossa direção, pois aí temos que
prever seus passos sempre os antecipando.
E, com isso, a cognição vai desenvolvendo- se, aguçando ficando cada vez
melhor.
A atividade esportiva necessita da orientação e manutenção da
atenção em estímulos relevantes ao longo do evento esportivo, todavia, a
atenção seletiva, cujos esforços dos pesquisadores do desporto
contemporâneos estão em clarificar seus fundamentos, constitui um
processo mental complexo que precisa ser investigado desde as
características físicas do objeto (Chen, 1998, Filgueiras, 2011, Posner,
1994), os processos atentivos top-down e down-up ( Pashler; Johnston,
Ruthruff, 2001; Rossini; Galera, 2006) e atividade cerebral sensoperceptiva
visual e atencional (Faw, 2003; Filgueiras, 2010; Kolb; Wishaw, 2003;
Linden, 2008). (citado por;ANTUNES; IWANAGA, 2013)
Assim, segundo os autores, o nosso senso de atenção mental, visual, perceptivo
e cognitivo tem como estímulos a atividade física como uma orientação para que fique
cada vez melhor suas capacidades e habilidades.
A memória é definida como função cognitiva responsável pela retenção e
repetição de uma informação aprendida. No entanto, estudos contemporâneos mostram
que a memória é essencial para coordenar os demais processos mentais de trabalho
proposto por Baddley. (apud Antunes; Iwanaga, 2013)
Historicamente, a memória é dividida de duas formas: função e tempo de
armazenamento (MATTOS, apud ANTUNES; IWANAGA, 2013). Quanto ao tempo de
armazenamento, a memória é dividida em três períodos: sensorial, curto e longo prazo.
A memória sensorial ou memória motora é aquela que dura por apenas alguns
milissegundos e que serve estritamente para dar uma resposta automatizada a uma
informação. Quando queimamos o dedo no fogo ou sentimos uma irritação dérmica, é a
memória sensorial que avisa ao corpo para tirar o dedo ou coçar a região irritada.
Entende-se como memória de curto prazo aquela que fica por menos de 24 horas e cuja
utilidade é estritamente trabalhar com a informação para depois descartá-la ou
armazená-la permanentemente. Decorar um número de telefone, o endereço de e-mail
146
de um amigo ou o contato de um recém-conhecido numa rede social são exemplos de
memória de curto prazo. Pode até ser que você vá se lembrar dessas informações mais
tarde, mas geralmente você as esquece depois que as usou em seu próprio propósito. A
memória de longo prazo é aquela que dura desde mais de um dia até a vida toda. O
endereço do trabalho novo e até seu próprio nome são exemplos de informações
armazenadas por longos períodos de tempo (WISHAW; KOLB; apud ANTUNES;
IWANAGA, 2013)
De acordo com os autores, então podemos classificar a memória em três
situações: curta, longa e sensorial, que nos diz o que fazer em cada momento que
se é pedido um tipo de memória nossa.
Quando o atleta está aprendendo um novo golpe, o primeiro passo é
entender o processo envolvido no movimento. A biomecânica é muito
importante, mas anda em paralelo com a eficácia do golpe. Para tanto, o
início do treinamento deve ser acompanhado por diversas sessões de
repetição e elaboração verbalizada dos procedimentos do golpe. Pensamos
que o atleta deseja aprender ou aprimorar seu chute giratório. Os primeiros
movimentos serão aprendidos a partir do que foi relatado pelo mestre e o que
foi observado pelo desportista. Para isso, o córtex sensório motor e outras
áreas corticais como uma memória como o córtex pré-frontal e córtex
parietal são utilizadas por se tratar de uma memória episódica, de conteúdo
mais explícito. Neste momento, técnicas como vídeo feedback são essenciais,
pois permitem que o atleta elabore melhor o procedimento. Nessa fase, o
feedback verbal do mestre é essencial, contudo vai perdendo a eficácia ao
longo das repetições. (Boyer et al, Gazzaniga; Heatherton, 2009).
O que os autores estão dizendo é que quanto mais repetições se faz mais melhora
sua técnica e mais apurado fica seu senso de cognição. Para chegar à perfeição do golpe
ensinado pelo mestre.
2.1.O judô e a educação
Como sabemos, o ano de 2016 foi o ano Olímpico e este evento foi realizado no
Brasil, e para nos, indivíduos brasileiros, a cultura do esporte está enraizada; seja ela por
meio de futebol (paixão nacional), prática de artes marciais, ou mesmo a prática de
exercícios para a manutenção da saúde e aprimoramento do corpo; percebe-se que pode
haver o estímulo em aprender através da cultura esportiva do brasileiro. Sendo assim, o
intuito deste trabalho foi mostrar que, através das artes marciais, em especial o Judô,
conseguimos desenvolver a atenção dos alunos, aumentando o nível de concentração
deste e o forçando a ver tudo aquilo que era pragmático e estático em algo desafiante e
empolgante.
Segundo estudos, aprendemos:
O Judô é uma arte marcial esportiva, ou seja, uma atividade física
com origem e fundamentos militares. Foi criado no Japão, em 1882, pelo
professor de educação física Jigoro Kano, que ao criar esta arte marcial, tinha
como objetivo criar uma técnica de defesa pessoal que além de desenvolver o
físico, desenvolvesse o espírito e a mente do indivíduo. Esta arte marcial
chegou ao Brasil no ano de 1922, em pleno período da imigração jáponesa no
país. (Monteiro, 1998)
147
O Judô é a arte em que se usa ao máximo a força física e espiritual, e
a vitória, representa um fortalecimento espiritual alcançado através de
detalhes percebidos por meio de alta concentração e elaboradas técnicas de
estratégia.
Sendo assim, fica claro o motivo de escolhermos o Judô dentre tantas artes
marciais: primeiro por se tratar de uma arte militar (com regras, hierarquia e
desenvolvimento pessoal), e, em segundo, pela experiência pessoal vivida pelos
integrantes deste trabalho.
Agora queremos explicar de maneira clara a relação entre esporte e aprendizado,
e como o esporte nos auxilia em um melhor sistema de ensino.
Foi comprovado que, no ensino brasileiro existe um grande déficit de atenção
entre os alunos, o que compromete e muito o aprendizado, principalmente nas crianças;
o que corrobora que a pessoa cresça e, de maneira proporcional, este déficit evolua.
Concentração é a capacidade que uma pessoa tem de manter seu
pensamento num único assunto, com disciplina, sem permitir que esse se
desvie para outras coisas. Mas manter a atenção durante todas as aulas não é
nada fácil. Isso depende da motivação enquanto aluno, das metas que deseja
atingir, mas também de uma aula que traga estímulo para toda a turma.
(BARROS, 2016).
A arte marcial sendo utilizado por crianças e adolescentes também pode ajudar
na auto confiança, por meio do aprimoramento do autoconhecimento. Sendo assim, o
Judô que no cenário atual tem como sua principal característica a competição; que
desenvolve nesse estudo um estímulo para seu aprendizado através da concentração e
análise estratégica , que proporcionam satisfação ao aluno de vencer um desafio por
meio da falta de atenção de seu adversário.
O aluno pode manter algumas atitudes que irão auxiliá-lo na
concentração, como: não pensar em assuntos que não dizem respeito
as aulas; não fazer uso de ipod, mini games, e outros; deixar as
conversas para o recreio, se desligar dos barulhos alheios, vindos das
ruas; manter os olhos voltados para o professor bem como para suas
explicações; anotar os conteúdos apresentados.(BARROS,2016).
Essa falta de atenção ou concentração tem como significado uma inércia da
atenção ou uma lentidão para mobilizar a atenção, podendo em alguns momentos ter
causas emocionais; como briga em casa, separação dos pais; o que conduz a criança a
vivenciar um elevado grau de ansiedade, desinteresse por determinados assuntos e
tarefas, dificuldades de aprendizagem, baixo autorendimento escolar e falta de postura
quanto à realização de diversas tarefas. A concentração é importante para a realização de
qualquer tarefa, quem seja física quer seja mental. Associada a concentração está a
atenção, uma vez que é necessário estarmos atentos para atingir um certo nível de
concentração.
Segundo Barros (2016), fazer tarefas e estudar em casa deve se tornar um
hábito , o que também é uma forma de ajudar a se concentrar nas aulas pois, quando
conhecemos a matéria, o raciocínio fica melhor.
E para atingirmos essa atenção e consequentemente a concentração, é crucial
que pais e professores exerçam um trabalho de equipe para que ambos possam partilhar
hábitos rotinas e comportamentos da criança. Possam elaborar um plano do qual
148
constem atividades a serem realizadas. É fundamental que seja a própria criança, sob a
supervisão, avaliar os seus comportamentos, quer sejam positivos ou não.
Nesse papel é que a arte do Judô entra, não somente como uma atividade
aeróbica para queimar calorias ou dissipar energia, mas como um suporte psicossocial,
familiar e individual que mostra ao indivíduo que cada erro cometido pelo adversário ou
por si próprio, bem analisado e concentrado, transforma se em meio para se alcançar a
vitória nos combates dentro e fora da academia.
Com o esporte, podemos dizer que as crianças crescem com um objetivo de
vida, buscam crescer vigorosamente com muito menos medo de encarar a vida em suas
formas prazerosas, não deixando que seus medos se tornem obstáculos na obtenção de
suas conquistas.
Para nós, faz todo o sentido, pois não devemos ter medo de nos arriscar e se
cairmos, com a queda nos reerguemos com muito mais força de vontade, atentos as
falhas que nos fizeram cair e concentrados para atingir resultados melhores e diferentes.
O Judô contribui de várias formas para a vida de uma pessoa:
Ele contribui para manter e fortalecer a saúde;
Ele garante o envolvimento dos reflexos físicos e mentais e
reações;
Ele leva a autoconfiança e ao relaxamento, na sua prática
regular;
Contribui para uma filosofia prática de vida;
Ele usa exercícios de respiração e meditação;
Ele ajuda a desenvolver a concentração;
Contribui para aumentar a força de aptidão física;
No Dojo (salão de treinamento), você pode conhecer pessoas
interessantes de um caráter forte;
Ele fornece uma maneira agradável para passar o tempo
Veaceslev, 2010).
Enfim, a prática de atividades esportivas favorece e muito o
desenvolvimento das pessoas. Mas gostaríamos de realizar um adendo, o Judô
assim como qualquer outra atividade de desenvolvimento pessoal, físico ou
espiritual só se torna eficaz se houver um profissional bem preparado e
capacitado, ou seja, o papel do professor é importante para cada aluno na sua
melhoria contínua.
A ação do professor para com seu aluno, é determinante para que este se
torne aplicado nos estudos, vida social, nas suas competições ou até mesmo nos
treinos.
2.2 Desenvolvimento das Crianças e Adolescentes
De acordo com Neofit (2010), o Judô pode ser utilizado como fonte de formação
de uma forma atraente na educação da criança e do adolescente e pode ajudar a
melhorar a psicomotricidade seu crescimento e estimular sua.
O Judô em nosso país está se desenvolvendo muito, pois existe uma abertura
recreativa e educacional muito grande para as crianças e adolescentes, que veem no seu
conteúdo de treino uma forma divertida e muito atraente de aprender e de liberar suas
energias ( medos, dúvidas, ansiedades), através de uma abordagem bem simples de
trabalho que para as crianças permitem aprender o básico da vida, sendo estimulados a
todo momento, desenvolver suas capacidades por meio da concentração.
149
Também podemos trabalhar as principais características do jovem com cada
exercício aplicado de forma com que aprendam corretamente, aperfeiçoem suas
qualidades, amenizem seus defeitos, focando no seu desempenho funcional, na sua
maneira correta de executar as atividades como se fosse um passo no dia a dia. “[…] o
Judô para crianças de idade pré escolar, pode levar à implementação do conceito de
formação no início do Judô, e assim, maximizar os efeitos do processo de aprendizagem
durante a educação.”(NEOFIT, 2010).
O papel da Educação é a preparação intelectual, moral, dos alunos para assumir
sua posição na sociedade, com um compromisso da Educação com a Cultura e os alunos
menos capazes deverão esforçar-se para superar suas dificuldades. (MONTEIRO,1998)
Na Educação Física, existe a preocupação com o ato motor, afastando-se do
entendimento mais amplo do seu projeto educacional. Aqui eles mostram que o
professor pode ajudar seus alunos sem os menosprezar, e sim fazendo com que cada um
deles pensarem em si como homens de bem e que podem tudo o que quiser basta que se
esforcem pelos seus desejos passando por todas as dificuldades e imprevisto imposto em
seus caminhos.
No caso da Educação Física, o objetivo do trabalho pedagógico é desenvolver as
habilidades motoras de acordo com o conhecimento que o aluno já possui.
(MONTEIRO,1998).
A Educação Física tem como objetivo trabalhar o corpo junto com a mente pois,
todos precisam de suas habilidades motoras em perfeito estado de atenção, para que o
que seja pedido pela mente o corpo reaja.
Segundo Monteiro (1998), a Educação Física escolar dá-se valor aos processos
mentais e habilidades cognitivas do que a conteúdos organizados racionalmente.
Se usarmos as habilidades em cada matéria, conseguimos usar cada parte do
psicológico da criança e até mesmo do corpo da criança.
O método de ensino baseia na ideia de “aprender fazendo”, valorizando as
tentativas experimentais, a pesquisa, a descoberta e o trabalho de grupo.(MONTEIRO,
1998).
A cada descoberta que a criança faz com qualquer atividade é um tipo de
aprendizagem motora e cognitiva de qualquer tipo de qualidade de vida para tal. Por
isso os adultos tem que ver o que faz na frente das crianças pois são a referência delas.
O papel do professor é auxiliar o desenvolvimento livre e espontâneo da criança.
Aprender a se torna uma atividade de descoberta pessoal. (MONTEIRO,1998).
Com a ajuda do profissional de cada área específica, as descobertas são
totalmente descontraídas, e cada criança se desenvolve em um determinado tempo
específico, para que sua aprendizagem seja completamente inalterada em seu tempo. “A
avaliação é dada pelo profissional, através dos êxitos e esforços do aluno”.
(MONTEIRO,1998).
A cada avaliação dada pelo profissional é uma descoberta do quanto a
aprendizagem do seu aluno foi ou está boa em relação ao de aula. A partir do momento
em que sua avaliação está melhorando, é sinal de que seu aprendizado cognitivo está
plenamente de acordo com seu repertório motor e cognitivo.
3. Objetivo
O objetivo desse trabalho foi mostrar que o Judô pode ser inserido no ambiente
escolar, pois pode ser trabalhado na matéria da Educação Física. Como conteúdo
curricular.
150
4. Metodologia
Com base nos autores em que fizemos nossa revisão de literatura, propomos que
a arte marcial Judô seja inserida na escola e os professores possam si levando em o
pensar da criança e do adolescente, habilidades motoras possam aprimorar para fins de
melhorias nas concentrações das crianças visando a saúde e bem estar tanto do corpo
quanto da mente do seu aluno. Como diz (Mattos, 2000), a memória é dividida em três
partes: Sensorial, Curto prazo e Longo prazo; temos que fazer essas memórias serem
bem utilizadas pelos alunos em suas capacidades físicas e também nas suas habilidades
motoras, pois todos temos que utilizá-las sempre.
E também os métodos utilizados no enfoque comportamental onde o professor
pode dar seu posicionamento em busca de uma educação melhor para seus alunos, de
forma não ortodoxa, pois sabemos dos valores que devem ser preservados nos processos
educacionais.
“A Educação Física, enquanto educação, não procura o rendimento máximo, e
sim o ótimo.” (OLIVEIRA, 1994).
O autor quer dizer que o que procuramos dar a nossas crianças e adolescentes é
o bem estar deles e garantir uma vida saudável para todos e equilibrada também.
5. Resultados e Discussões
Os resultados mostram que o cognitivo e o processo motor andam juntos numa
mesma sintonia e com isso teremos que trabalhar para que seja estimulado.
As crianças quando se tornam atletas necessitam de toda ajuda possível, na
escola dos professores em casa dos pais, até mesmo de psicólogo, para que consigam ter
um bom desenvolvimento em todas as áreas do campo afetivo e social.
Temos que intervir sempre que necessário principalmente com as crianças elas
irão precisar de nós, de nossa atenção.
A arte marcial, como processo de aprendizagem, garante mais desenvolvimento
dos processos cognitivo e motor, sendo assim tudo o que o professor fala para a criança
fazer ela irá repetir com gestos de que entendeu ou não irá executar com a máxima
perfeição possível.
Com base em tudo isso, creio que os resultados merecem ser vistas com muita
cautela, afim de que os professores de Educação Física assimilem a arte marcial, para
que consiga adicioná-lo em seu conteúdo escolar para que as crianças e os adolescentes
consigam ter uma maior concentração em seus objetivos de vida e escolares e, com isso,
que consigam uma boa projeção de um futuro melhor tanto o dos profissionais, que
poderão inserir esta em suas aulas, e com isso, obter um melhor resultado, como pro
aluno, que terá uma melhora significativa em seu bem estar, em seu desempenho
escolar, em seu desemprenho como pessoa também.
Enfim, com base no Judô todos poderemos ter uma filosofia de vida para
aproveitar tanto o esporte quanto a vida.
6. Considerações Finais
Podemos dizer que a arte marcial leva a criança a ter um desenvolvimento
cognitivo bastante alto e, com isso, podemos ver até que ponto podemos chegar. Com
151
isso, no nosso desenvolvimento psíquico, temos que elaborar novas reflexões para
continuar se desenvolvendo.
E as artes marciais comprovam que podemos focando no esporte, na
concentração, na meditação para que possa vir a fazer o seu melhor em qualquer campo
necessário para isso.
Então o Judô pode e deve ser adicionado como um conteúdo curricular no
ensino na escola pois ele faz com que a aprendizagem de seus alunos seja de ótima
qualidade, sendo uma filosofia de vida.
Referência Bibliográfica
Antunes, M.; Iwanaga,C., Aspectos Multidisciplinares das Artes Marciais.
Jundiaí SP, Paco Editorial:2013, vol.1, cap.4, pág. 55, 60
Barros,J.:Disponívelem:
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MONTEIRO,L. O treinador de judô no brasil. Sprint, vol.1 Cap. V, pág. 68,69,
Rio de Janeiro,1998.
NEOFIT,A. Survey on traningin judô for children of preschool age (4-6/7
years). The annals of “Dunarea de Jos” University of Galati. 2010
CHISINÃU, V.; CHIRAZI, I.; PITESTI,R.; GALATI,I. judô-the alternative
method of comtemporary education, The Annals of “Duranera de Jos” University of
Galati, 2010.
Disponível em:<wikipédia: Judô- origem, história do judô, regras, golpes,
luta, foto, ippon, faixas.2016.
152
A CAPOEIRA COMO CONTEÚDO CURRICULAR NAS AULAS
DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Fabio Freires¹
Marcus Gomides²
RESUMO
Esse trabalho busca demonstrar a importância do ensino da capoeira nas aulas de
educação física escolar, através de revisão bibliográfica, Também pretende provocar
reflexão a respeito da inserção das lutas como conteúdo nas aulas, independente do
domínio absoluto do assunto pelo professor, mas buscando se aprimorar, através de
pesquisas relacionadas a Capoeira, observando a importância que ela pode ter no
desenvolvimento integral dos alunos, aumentando o leque de conteúdos a ser trabalhado
nas aulas. Também visou demonstrar o quanto a Capoeira é valorizada, e desenvolvida
em outros países, e por fim, sugerindo a Capoeira como conteúdo, no ensino superior.
Palavras-Chave: Educação Física Escolar, Capoeira, Desenvolvimento.
ABSTRACT
This present study has the to show the big importance about the Capoeira lesson during
the physical education classes, with a bibliographic review, causing a “teacher
thinking” showing the fight as the option education inserted in the classes, independent
of the absolute domain for this subject, but always seeking to improve with Capoeira
searches, noting the importance of the integral development for the students, increasing
the activity options to work during the class. The point is explore the Capoeira as sport,
with your big value in Brazil and other countries, at last, to sugest the Capoeira as the
content for the university education.
Keywords: Physical Education at School, Poultry, Development.
1 Introdução
Este estudo é uma reflexão de como a capoeira é trabalhada na educação física
escolar, A Capoeira por se tratar de uma arte genuinamente brasileira tem sido pouca
explorada pelos professores de educação física, pois muitos trabalham apenas esportes
populares, com isso os jovens perdem o gosto de participar das aulas de educação
física escolar. A educação física possui um leque de conteúdo a ser trabalhado durante
as aulas, a Capoeira certamente esta incluída nesse leque de opções, fortalecendo a
educação física, principalmente neste momento de incertezas. Uma educação física de
qualidade, utilizando todo conteúdo que ela dispõe, certamente inclui as lutas, neste
caso especificamente a capoeira, suas práticas corporais irão auxiliar os professores a
dar uma aula de qualidade, com criatividade, fazendo com que os alunos retomem o
gosto pelas aulas de educação física escolar. “Este conjunto de práticas tem sido
chamado de cultura corporal de movimento, cultura corporal, cultura de movimento,
etc. Por se tratar de um conjunto de saberes diversificado e riquíssimo”. (ROSARIO;
DARIDO, 2005, p. 167). A capoeira trabalhada como componente de auxilio
153
pedagógico na educação física escolar contribuirá para a formação do aluno e seu
desenvolvimento motor e cognitivo, e ira estimular a reflexão dos profissionais
envolvidos.
2 Revisão Bibliográfica
A capoeira na escola pode ser uma ferramenta muito importante, que pode ser
utilizada nas aulas de educação física escolar, como conteúdo curricular, por se tratar de
uma arte rica, pela sua historia, movimentos, ritmo, auxiliando no desenvolvimento do
aluno, em todos os seus aspectos, físico, cognitivo, sócio-afetivo, auxiliando e
desenvolvendo suas habilidades motoras.
Nos dias atuais a capoeira é vista como um forte instrumento pedagógico,
despertando o desejo de conhecer algo diferente nas pessoas, por seus movimentos, seu
jogo, suas cantigas.
A interação social é muito importante dentro da capoeira, por se tratar de uma
arte que se joga com o parceiro, e dependem de seus instrumentos, cantigas, ritmo, para
que os praticantes realizem uma roda com muita energia, os alunos de capoeira ficam
em uma mesma sintonia, para que a roda transmita uma emoção positiva.
A capoeira é um conteúdo que pode ser contemplado na escola pelos
seus múltiplos enfoques, que possibilitam, a luta, a dança e a arte, o folclore,
o esporte, a educação, o lazer e o jogo. A mesma deve ser ensinada
globalizadamente, deixando que o aluno se identifique com os aspectos que
mais lhe convier. (SOUSA; OLIVEIRA, 2008, p. 44).
De acordo com CAMPOS (2007) a capoeira por ser considerada por seus
praticantes uma excelente ginástica que trabalha todas as capacidades físicas como
força, resistência, equilíbrio, flexibilidade, parte aeróbia e anaeróbia, portanto a
relação capoeira e a educação física escolar são recíprocas, em todo seu contexto. “A
inclusão das lutas na disciplina de educação física não é promover alunos-soldados,
nem prepará-los para a guerra. Pretende-se oferecê-las, na escola, com o objetivo de
proporcionar diversidade cultural e amplitude de atividades corporais” (FERREIRA,
2006, p. 40). A capoeira por se tratar de uma arte genuinamente brasileira não pode
ficar de fora dos seguimentos de ensino, por tudo isso auxilia muito o
desenvolvimento dos seus alunos. E pode ser trabalhada em todas as faixas etárias,
desde a educação infantil, até o ensino médio.
Pela organização de uma progressão cronológica da historia da
capoeira a fim de que fosse possível observar sua condição inicial de
marginalidade social ate sua inclusão como disciplina em cursos
universitários evidenciando uma elitização das atividades, mas também, e
talvez consequentemente, a sua valorização enquanto atividade pedagógica e
meio de educação. (FREITAS, 2007, p. 25).
A capoeira historicamente passou por vários momentos em sua evolução.
Atualmente está em vários seguimentos diferentes da sociedade, projetos sociais,
dentro de centros comunitários, clubes, academias, oficinas, em escolas como
disciplina extracurricular. A Capoeira contemporânea está inserida nas diversas
classes da sociedade, porem observa-se que na escola ela conquistou seu espaço, em
vários aspectos, seja nos projetos ao final de semana, na grade curricular, em
154
apresentações festivas e datas comemorativas como folclore, consciência negra, ela
também está inserida na educação infantil por se tratar de uma arte que ajuda no
desenvolvimento do aluno seja ele motor cognitivo.
O ensinamento lúdico dos conceitos, agregando os aspectos teóricos
e práticos na mesma prática corporal (aula), de forma orientada e consciente,
promovendo o contato com esta rica arte marcial, que contém cultura, dança,
luta, disciplina e jogo em um diálogo corporal com potencialidades incríveis,
plena de vários elementos que podem ser trabalhos dentro e fora de aula, é
uma ferramenta muito útil no ambiente escolar. (GONÇALVES; LUZ; et al,
2010, p. 9).
A Capoeira ensinada de forma lúdica e através de seus movimentos, sua
musicalidade seu instrumento, desenvolvendo na escola em caráter pedagógico vai
ajudar muito no desenvolvimento motor e cognitivo do aluno, contribuindo para sua
formação, e transmitindo valores culturais.
Vemos que a Capoeira pode ser ensinada e apreendida, interações
gestuais, configurando um tipo de linguagem, inserida em determinado
contexto com base no social e histórico. Cada jogada, cada gesto e resposta
gestual ganha um diferente sentido e significado expressados por meio dos
corpos que travam diálogos diferentes, próprios e singulares (SILVA, 2011,
p. 901).
A Capoeira por se tratar de uma arte de movimentos onde os praticantes
desenvolvem todas suas capacidades físicas, no momento do jogo da capoeira, os
alunos realizam gestos e movimento, expressando todas suas habilidades corporais,
um diálogo de perguntas e respostas, através dos movimentos da capoeira e do ritmo.
A Capoeira por se tratar de uma arte genuinamente brasileira, gera em seus praticantes
esse jogo de movimentos e expressão corporal.
Defendemos a idéia de que o ensino da Capoeira deve-se pautar em
paradigmas da Educação Física e do Esporte, reconhecidos pela comunidade
científica mundial. Esses paradigmas contribuirão no suporte teórico
científico que servirá de lastro para garantir a segurança, facilitar o ensino e
oportunizar a melhora do rendimento de maneira eficaz. (CAMPOS, 2007, p.
16).
A Capoeira na escola se trabalhada para crianças da educação infantil e
fundamental, pode produzir um leque de atividades, através de sua história e seus
movimentos, suas músicas, seus instrumentos (berimbau, atabaque, pandeiro) suas
cantigas que despertam uma gama de interesse nos alunos em praticar as aulas. No
caso da educação infantil sem cobrar técnica, cada criança vai desenvolvendo sua
expressão corporal as musica adaptadas, as historias transformadas em brincadeiras, o
movimento adaptado para as crianças, a ginga para as crianças e ensinada através de
mímicas, ajudando no desenvolvimento global da criança.
Ao se lecionar a disciplina de educação física, da educação infantil
até o ensino médio, comprova-se que as lutas fazem sucesso em todas as
faixas etárias. Na educação infantil, as lutas de animais (luta do sapo, luta do
jacaré ou a luta do saci) têm ajudado muito na liberação de agressividade das
crianças, além de serem trabalhados, nestas atividades, todos os fatores
psicomotores. (FERREIRA, 2006, p. 37).
155
No ensino escolar, a capoeira, com os movimentos acrobáticos de equilíbrio, o
jogo de pergunta e respostas de movimentos, as músicas, o ritmo, faz com que os
alunos participem das aulas motivadas, buscando melhorar da auto-estima do aluno,
tornando-os posteriormente cidadãos críticos. A capoeira deve ser incluída como
componente curricular nas aulas de educação física escolar, e ensinadas não só pelos
mestres de capoeira, mas também pelos professores de educação física, colaborado e
promovendo as lutas no ambiente escolar, mostrando sua importância para educação.
A capoeira, como uma manifestação cultural brasileira com raízes na
cultura africana precisa ser contemplada nas aulas de Educação Física na
escola como um conteúdo que contribua para a formação das crianças. Desta
forma, é imprescindível que seus aspectos teórico-práticos sejam
considerados de forma integrada e em co-dependência em relação aos
aspectos subjetivos. (NORONHA; PINTO, 2004, p. 128).
As lutas nas aulas de educação física escolar, ainda encontram muita restrição
por parte dos professores de educação física, por não dominar esta área, porém se
colocado no âmbito escolar, percebe-se um leque maior de abordagens de
movimentos, para ser trabalhado com os alunos. “É necessário que a Escola e a
Educação Física considerem a ampliação das possibilidades de vivências e estudos das
práticas da cultura corporal de movimento, democratizando o acesso ao
conhecimento, vivências e significações destas práticas” (NASCIMENTO, 2010, p.
39). A educação física escolar necessita de mais estudos visando melhorias na pratica
do professor, no seu conteúdo, assim melhorando a metodologia, e agregando na
educação dos alunos.
A Educação Infantil vem ganhando cada vez mais importância,
sendo atualmente uma exigência social e ocupando um espaço significativo e
relevante no cenário da educação brasileira. Seus princípios educativos
devem estar ancorados em práticas sociais, culturais e pedagógicas
significativas para que seja considerada de qualidade, sendo, assim, um
espaço fundamental para a construção de novos conhecimentos, permitindo a
interação da criança com o outro e com os fatos e objetos socioculturais e
sendo essas situações de aprendizagem diferenciadas qualitativamente
daquelas que perpassam a vida fora da escola. (RIBEIRO, 2012, p. 26).
Na educação infantil, a capoeira é uma ferramenta muito importante para a
criança, no seu processo de desenvolvimento integral, complementando a ação da
família e da comunidade.
A educação infantil passou a transmitir a idéias da importância que
tem educar uma criança no primeiro período de sua vida. Na infância, como
em qualquer fase da vida, vale a pena viver como se cada dia fosse o ultimo
de todos. E é nessa primeira parte da infância que aprendemos coisas que
serão decisivas para toda vida, como, por exemplo, a bem usar os recursos da
imaginação. (FREIRE, 2009, p. 15).
Atualmente um dos maiores divulgadores da língua portuguesa, através
de suas cantigas, sem sombra de duvidas é a capoeira, sendo desenvolvidos em vários
países, dentro de escolas, academias, praças públicas, eventos culturais, workshop.
Infelizmente no Brasil, ela ainda encontra-se barreiras, sofrendo preconceito, e
dificultando o acesso por vários seguimentos da sociedade, por se tratar de uma arte
genuinamente brasileira, deviria ter um lugar de destaque em todos meios sociais.
156
Convém destacar que o grande interesse dos estrangeiros pela
capoeira se desdobra imediatamente em dois desejos, conhecer o Brasil e
falar o português. Muitos mestres e professores que ministram aulas no
exterior, em busca de um apelo a mais «tradicional», fazem questão de se
expressarem no idioma português. Na luta por uma defesa identitária, galgada
na tradição afro-brasileira, muitos professores chegam a proibir nos seus
trabalhos que se façam traduções de nomes de golpes, de movimentos, de
cantigas e de instrumentos de capoeira. (FALCÃO, 2005, p. 120).
Na graduação de educação física escolar o conteúdo lutas é limitado, deveria
aumentar as cargas horárias, assim abriria um leque maior de modalidades da luta para
os novos graduados em educação física escolar, e a capoeira por tudo que representa e
desenvolve os alunos deveria ter uma atenção especial para essa arte rica em
movimentos corporais, ritmos, jogos, inclusão social. “O aluno chega na graduação
esperando encontrar conteúdos voltados extremamente ao aprendizado técnico da
modalidade. Apreender a lutar ou a jogar capoeira suplanta a idéia de apreender a
ensinar a lutar ou como se joga capoeira”. (FREITAS, 2007, p. 93).
3 Objetivo
Este trabalho tem o objetivo de justificar a Capoeira como um componente de
auxilio pedagógico inserida nas aulas de Educação Física Escolar. Estimular a
reflexão, dos profissionais envolvidos direta e indiretamente, sobre a importância da
Capoeira no desenvolvimento integral dos alunos.
4 Método
Para avaliar a questão desta aprendizagem foi utilizando uma revisão
bibliográfica, onde através da literatura foi observado que existe a importância da
inclusão das lutas na disciplina de educação física escolar. E a capoeira através de sua
historia, seus movimentos, suas cantigas e seu jogo de movimentos, aumenta um leque
de conteúdos e atividades a ser trabalhada durante as aulas de educação física escolar,
assim contribuirá de forma pedagógica para a formação integral dos alunos.
5 Resultado e Discussão
Ao analisar o conteúdo proposto percebi que os alunos se sentem muito atraídos
pelo jogo, ritmo, história e movimentos acrobáticos, da Capoeira, observei a
necessidade de conhecimento mesmo que prévio das lutas pelos professores de
educação física, para utilizar durante as aulas os movimentos iniciais das lutas, neste
sentido torna-se importante trabalhar com os alunos as atividades iniciais de Capoeira,
pois desenvolve coordenação motora, lateralidade, equilíbrio, auto-estima, e regras
com os alunos. Porém na escola de modo geral é realizado atividades e esportes
populares na como futsal, basquete, voleibol. Juntamente a isso é possível constatar
que na graduação deveria ter mais disciplinas relacionada a luta para que os novos
formandos tenham um leque maior de atividades para trabalhar com os alunos.
6 Considerações finais
157
Observei que a capoeira é muito importante no ambiente escolar, pois vejo os
professores de educação física, despreparados para trabalhar, não só a capoeira como
qualquer outra arte marcial na escola. Não precisa ser mestre, para ministrar a
iniciação de lutas, basta o professor buscar um pouco mais de conhecimento nessa
área. É possível observar que os alunos adoram essas praticas, e ela pode ser
trabalhada de forma lúdica onde os alunos aprendem brincando essa pratica corporal.
E vivenciando a luta na escola irá ajudar muito na sua formação e no seu
desenvolvimento.
REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA
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Entreideias: Educação, cultura e sociedade, v. 5, n. 4, 2007.
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FERREIRA, H.S. As lutas na educação física escolar. Revista de educação
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FREIRE, J. B. Educação de Corpo Inteiro: Teoria e Prática da Educação
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FREITAS, J.L. Capoeira na Educação Física: como ensinar. ed. 1. Curitiba,
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GONÇALVES, D, et al. As possibilidades do ensino da Capoeira na educação
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NORONHA, F. D. A; PINTO, N. R. Capoeira nas aulas de Educação Física:
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SILVA, P. C. Capoeira nas aulas de Educação Física: alguns apontamentos
sobre processos de ensino-aprendizado de professores. Revista Brasileira de
Ciências do Esporte, v. 33, n. 4, 2011.
158
SOUZA, S. A. R; OLIVEIRA, A. A. B. Estruturação da capoeira como
conteúdo da educação física no ensino fundamental e médio. Journal of Physical
Education, v. 12, n. 2, 2008.
159
INSERÇÃO DO TÊNIS DE CAMPO NA EDUCAÇÃO FÍSICA
ESCOLAR
Ousanan Oliveira de Souza 1
Marcus Gomides 2
RESUMO
Este artigo tem como objetivo investigar através de uma pesquisa bibliográfica a
possibilidade da inserção do tênis de campo nas escolas. A problemática encontrada
nesse estudo foi que, os professores licenciados em Educação Física não estão
capacitados para a modalidade do tênis nas escolas devido não ter a disciplina tênis de
campo e esportes de raquetes na grade curricular. Para ocorrer a inserção do tênis como
conteúdo da Educação Física Escolar, seria necessário um novo planejamento de
projetos onde diretores e professores planejariam a modalidade do tênis como prática
esportiva acessível à todos. O método utilizado neste estudo foi uma pesquisa
qualitativa concretizada através de uma revisão de literatura. Os resultados obtidos
permitiram mostrar que o tênis pode ser inserido nas escolas, desde que o professor de
Educação Física possa criar um ambiente significativo, onde requer compreender o jogo
do tênis como modalidade esportiva.
Palavras-chave: Educação Física Escolar, Tênis de Campo, Tênis na Escola.
ABSTRACT
This article aims to investigate through a bibliographical research the possibility of
inserting field tennis in schools. The problem found in this study was that, teachers
licensed in Physical Education are not qualified for the sport of tennis in schools due to
not having the discipline of field tennis and racket sports in the curriculum. For the
insertion of tennis as a content of Physical Education School, it would be necessary a
new planning of projects where directors and teachers would plan the sport of tennis as
a sports practice accessible to all. The method used in this study was a qualitative
research carried out through a literature review. The results obtained showed that
tennis can be inserted in schools, since the Physical Education teacher can create a
significant environment, where it requires understanding the game of tennis as a sport.
Keywords: School Physical Education, Field of Tennis, Tennis School.
(1) Graduando em Educação Física (Licenciatura), Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445,
13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]). (2)
Professor em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades Network – Av.
Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]
.com.br).
Introdução
160
Segundo a Confederação Brasileira de Tênis, o esporte chegou ao Brasil pelas
mãos dos engenheiros ingleses, que vinham trabalhar nas empresas de energia elétrica e
nas estradas de ferro do país no final do século XIX. Porém o tênis é pouco difundido
no Brasil tendo seu auge somente após 1997, ano em que o brasileiro Gustavo Kuerten,
mais conhecido como Guga, venceu um dos torneios do Grand Slan, em Rolland
Garros. Contudo o esporte ainda é pouco praticado em nosso país, existem raros e
isolados recintos adequados para a prática do esporte, que são geralmente clubes ou
quadras particulares, havendo pouquíssimas quadras públicas, além dos materiais
específicos do tênis de campo ser de alto custo para uma grande parcela da sociedade
(MOURA, 2013).
Partindo do embasamento da inserção do tênis de campo nas escolas, os
Parâmetros Curriculares Nacionais –PCN’s destacam que a Educação Física no ensino
fundamental deve ser norteada pelos seguintes princípios básicos: da inclusão, da
diversidade e das categorias de conteúdos. O primeiro princípio tem como meta incluir
o aluno na cultura corporal de movimento. O segundo tem como objetivo ampliar as
relações entre os conhecimentos da cultura corporal de movimento e os sujeitos da
aprendizagem. E, por fim, o terceiro diz que o objeto central da cultura corporal de
movimento é relativo ao fazer, sentir e compreender com o corpo (BRASIL, 1998).
As aulas de Educação Física permitem aos alunos vivenciarem diferentes
práticas corporais oriundas das mais diversas manifestações culturais e das mais
variadas combinações de influências presentes na vida cotidiana dos indivíduos. Essas
influências podem ser evidenciadas nas danças, nos esportes, nas lutas, nos jogos e nas
ginásticas que compõem um vasto patrimônio cultural a ser valorizado, conhecido e
desfrutado por todos (SOUZA e MARTINS, 2009).
A Educação Física surge como uma área disciplinar privilegiada para o ensino
de várias modalidades desportivas, já que nos seus conteúdos são contempladas às
atividades físicas desportivas (MATILDES, 2012).
Contudo, diante das propostas atuais no campo teórico da Educação Física
brasileira, existe uma necessidade de intervir na intenção de se fazer conhecer outras
modalidades, como o tênis, que possuem a possibilidade de contribuir para o
desenvolvimento social e intelectual dos alunos. Para tanto, esta modalidade, em
especial, precisa quebrar os estigmas que carrega historicamente (TRAVASSOS, 2015).
A escola é um dos lugares responsáveis por todo desenvolvimento cultural no
universo dos estudantes. E ela é a instituição responsável pela popularização do tênis de
campo em conjunto com as outras instituições sociais (SILVA, 1999).
A proposta e a expansão do tênis no meio acadêmico e escolar irão oportunizar
as crianças menos favorecidas à prática desta modalidade e, com isso, os acadêmicos
em Educação Física podem ministrar aulas de iniciação sem ter a necessidade de serem
atletas nessa modalidade. Dessa forma, iria popularizar o tênis através de aulas na
faculdade a comunidades carentes e projetos sociais. O tênis deve ser ensinado nas
escolas públicas e projetos sociais envolvendo, as Universidades tanto particulares
como as públicas (SIPRIANO ET AL, 2012). Uma forma pra que isso aconteça, seria a
inserção da disciplina de esportes de raquetes na grade curricular das universidades nos
cursos de licenciatura podendo assim os universitários estarem capacitados para as
adaptações de iniciação a modalidade tênis.
Na Educação Física Escolar a maior parte dos conteúdos das aulas ministradas
são jogos coletivos, e sendo ao mesmo tempo educativos, divertidos e desafiadores,
contribuindo para a melhoria da saúde e autoestima, e estimulando para que desperte na
criança o interesse pelo esporte e consequentemente pelas aulas de Educação Física
(ARAÚJO, s/d).
161
E, partindo dessa ideia, este artigo teve por objetivo averiguar a possibilidade da
inserção do tênis de campo na Educação Física Escolar, de maneira que os alunos
interfiram e sejam marcados pelo processo de construção deste conhecimento, e que
essa modalidade contribua em seus valores culturais e sociais.
1. Revisão de literatura
O esporte é tratado como fenômeno sociocultural, sendo considerado um
patrimônio da humanidade. Historicamente, foram criadas diversas modalidades
esportivas que sofreram modificações até atingirmos o momento atual (BARROSO;
DARIDO, 2006).
Neste sentido, podemos concordar que o desporto escolar precisa ser valorizado
para que haja mudanças a favor do ensino e inserção das modalidades que ainda não
estão inclusas na educação física escolar. E, por esta razão:
A possibilidade de mudança no esporte escolar está na valorização
da atividade curricular da Educação Física em abranger o desporto escolar,
estabelecer diretrizes e ações para que as escolas e as universidades sejam
importantes formadoras de atletas, criar condições e exigir investimentos em
espaço, equipamentos e materiais necessários, incentivar a realização de
jogos colegiais e universitários em todos os estados e recuperar as instalações
esportivas das escolas e universidades (RENNÓ et al 2010).
Referindo-se à Educação Física, é correto afirmar que o esporte é um importante
aliado no processo de formação de escolares, podendo ser entendido como um
fenômeno composto por diversas modalidades esportivas que são dotadas de regras
sistematizadas e organizadas mundialmente (CHIMINAZZO, 2008).
A importância do esporte na sociedade sendo demonstrada de
diversas formas, uma delas é a preocupação dos governos em tornar o esporte
obrigatório onde quer que sua ação se faça sentir, especialmente no ensino,
desde a primeira infância até os cursos universitários. No âmbito social, o
esporte tem função pedagógica no processo de formação do indivíduo,
ressaltando a disciplina, o respeito à hierarquia e as regras do jogo, a
solidariedade, o espírito de equipe e outros importantes fatores do
desenvolvimento humano (RENNÓ et al 2010).
Segundo Bulso (2015), para dar início aos primeiros passos da formação
completa do tenista, é imprescindível estabelecer as bases teórico-metodológicas, as
quais constituem os principais requisitos à adequada sistematização do modelo
educativo e, inclusive, à emergência de novas perspectivas de aprendizagem para o
ensino do tênis.
E o autor continua:
O tênis ainda é considerado um esporte de elite, tendo sua prática
restrita a uma pequena parcela da população brasileira de maior poder
aquisitivo. A falta de instalações públicas associada à ausência da disciplina
tênis de campo na maior parte das universidades brasileiras tem dificultado a
disseminação desta modalidade, uma vez que a escassez de profissionais
capacitados tem ausentado o tênis do ambiente escolar, deixando de atender
uma enorme parcela da população (BULSO, 2015).
Um professor universitário especialista nessa modalidade comenta essa escassez:
“O tênis é uma modalidade que ainda não tem presença entre os conteúdos da Educação
162
Física Escolar, embora seja uma modalidade que promove no seu contexto ações de
sucesso e de fracasso, tornando-se ferramenta para as aulas (STUCCHI 2007, p.193)”.
A modalidade tênis de campo é ausente nas escolas devido a falta da disciplina
nas universidades no curso de Licenciatura em Educação Física, e também por ser
considerado um esporte elitizado, como mostra os autores a seguir:
A prática do tênis na Educação Física escolar vai além da tentativa
da desconstrução da visão como sendo um esporte de “elite”, isso se define
porque as práticas esportivas nas escolas dependem de um conjunto de
mudanças de decisões que envolvem desde o diretor até o próprio professor
de educação Física, são eles que escolhem as modalidades esportivas que
serão desenvolvidas na escola. É bem difícil que a modalidade do tênis seja
escolhida como conteúdo da Educação Física Escolar. Para a inserção do
tênis na escola, diretoria e professores teriam que tomar novas posturas,
desenvolvendo e criando projetos junto com o professor de Educação Física e
que envolva o tênis como pratica esportiva acessível a todos os alunos
interessados (TRAVASSOS e DANTAS S/D)
Infelizmente hoje, ainda nos deparamos com essa tese de que a modalidade tênis
é um esporte de elite e isso dificulta a inserção do esporte nas escolas. Porém não
necessariamente precisamos dos materiais profissionais para executar o jogo, nas
escolas, tudo isso pode ser adaptado com orientação do professor, os próprios alunos
podem confeccionar sua raquete, podendo usar uma bola comum como as de plásticos
usadas em piscina de bolinha, e o esporte pode ser praticado na quadra poliesportiva.
Cabe ao professor de Educação Física usar da criatividade e ludicidade para despertar
interesse dos alunos para a prática da modalidade do tênis. Com embasamento nesta
ideia, os autores enfatizam: O tênis no âmbito escolar deve ter uma série de características
diferenciadas do tênis desporto, pois deve sempre buscar o lúdico e o
desenvolvimento geral da criança e deixar de lado o espírito agonístico do
desporto, deve-se prevalecer os aspectos de cooperação e socialização. O
improviso e a criatividade fazem parte do dia a dia das aulas de Educação
Física, os professores precisam utilizar todo conhecimento recebido em seus
cursos, sobre seleção de conteúdos e estratégias de ensino para que a
iniciação ao tênis seja significativa e eficaz (PINTO; CUNHA, 1998).
Vale ressaltar que para se tornar possível a inserção do tênis nas aulas de
Educação Física, o professor deve trabalhar com os alunos de forma lúdica, adaptando a
quadra e os materiais utilizados nas aulas, para que assim os alunos sintam prazer em
praticar a modalidade tênis criando a possibilidade de descobrir novos talentos.
A capacidade e criatividade de adaptar campos de tênis nos mais diversos locais
são hoje do conhecimento da maioria dos professores, quer para o tênis, quer para as
outras matérias e, nesse sentido, o tênis pode ser inserido em qualquer ciclo desde que
haja o material mínimo disponível como bolas e raquetes (MATILDES, 2012).
E há autores que enxergam para além dos ganhos motores, como pode-se ver:
“Além de ser um jogo de identidade individual em seu aspecto terminal do processo de
aprendizagem, o tênis de campo permite abordagens didático-pedagógicas que irão
atuar de várias formas, tanto no coletivo como no individual, tornando o indivíduo apto
qualquer outro tipo de trabalho em grupo e ajuda no desenvolvimento motor da criança
(VILARTA e BOCCALETTO, 2008)”.
A prática do tênis faz com que aluno busque resolver problemáticas durante o
jogo, desperta o trabalho em equipe, permite ter uma autoestima melhor, beneficia nos
163
aspectos físicos, mentais, sociais, emocionais, cognitivos, intelectuais, morais, da saúde
e no desenvolvimento motor.
Ramalho (2006) mostra que, além de os escolares conhecerem modalidade e
participarem efetivamente de seu desenvolvimento em aula, desenvolverão relações
com seus colegas e professor de organização, respeito mútuo, indo até para o campo
afetivo, fatores estes que desencadearão entendimento destas relações em sociedade.
O tênis pode ser incluído nas escolas, isso depende exclusivamente
dos diretores e professores de Educação Física, a partir de uma capacitação
inicial mínima de conhecimento do esporte em questão, visto que nenhum
curso de graduação oferece a disciplina como currículo obrigatório, e a
omissão ao oferecimento do esporte se dão pelo não conhecimento das
possibilidades de adaptações do tênis e a utilização dos materiais alternativos
(RAMAHO, 2006).
Figueiredo (2011) aponta que, de fato, o professor é o responsável pelas decisões
referentes à contextualização dos objetivos e conteúdos prescritos, aplicação de
métodos, estruturação do espaço, do tempo de execução do processo de aprendizagem e
a articulação dos recursos disponíveis.
Assim, é preciso que o professor faça as adequações didáticas de seu
planejamento de aula, como afirma o autor:
O tênis, por ser uma atividade motora com regras e componentes
técnico-tácticas bastante complexas, necessita de uma adaptação para que
possa ser aplicado com sucesso nas aulas de Educação Física. Muitas vezes, o
professor procura ensinar aos alunos uma técnica completa, copiando um
modelo que o aluno não consegue reproduzir em situação de jogo. O
desenvolvimento do tênis na escola não deverá, assim, ser uma mera
reprodução do tênis institucionalizado. Deve realizar-se uma adaptação da
modalidade considerando os alunos. De fato, é o tênis que se deve adaptar às
crianças e não o contrário (FIGUEIREDO, 2011).
A transformação que ocorre no ensino do tênis depende portanto da qualificação
dos professores, que devem adaptar o desenvolvimento da criança em longo prazo, sem
se preocupar com que os resultados sejam competitivos em um curto espaço de tempo
(MANGRICH; STINGHEN, 2008).
E, além disso, pode-se ver na prática da modalidade maiores ganhos, como os
apontados por Ramalho (2012).
O tênis de campo sendo entendido pelos alunos, além de
conhecerem a modalidade, participarão efetivamente de seu desenvolvimento
em aula, na escola, os alunos desenvolverão relações para com seus colegas e
professor, respeito mútuo, indo até para o campo afetivo, fatores estes que
desencadearão entendimento destas relações em sociedade, sempre se
conscientizando do que acontece à sua volta, a fim de compreenderem o
ambiente sobre o qual se desenvolvem para enquadrar-se ou criticá-lo de
acordo com suas individualidades (subjetividade) além de seus interesses
coletivos de classe, formando-se assim, cidadãos em sua plenitude
(RAMALHO, 2006).
O tênis é um esporte que ajuda as crianças a se desenvolver em outras
disciplinas na escola como matemática e inglês, devido a contagem de pontos e os
nomes dos golpes do tênis serem de língua estrangeira, o inglês, e favorece no
raciocínio, agilidade e flexibilidade. O tênis tem como origem não permitir que a vitória
164
sobre seu adversário não aconteça de forma ilícita, moldando a criança no seu caráter,
moral e honestidade.
É possível trabalhar o tênis nas escolas, mas é preciso rever a forma
como deve ser trabalhado, desenvolver novos meios e técnicas, e que maior
dificuldade de se trabalhar um esporte individual na escola é a falta de espaço
o qual os professores de educação física têm disponível para tantos alunos.
Além disso, fica complicado dar atenção para cada aluno num esporte
individual, diferentemente de um esporte coletivo (KRUGER, 2013).
Referente a ideia do autor Kruger (2013) de que a maior dificuldade de se
trabalhar um esporte individual é a falta de espaço, discordamos, pois havíamos
comentado a respeito, o tênis é sim um esporte individual, mas não impede de trabalhar
de forma coletiva, adaptando os espaços que possuímos em cada escola. Exemplo:
sendo possível a prática do tênis numa parede, numa sala de aula ou pátio da escola, de
modo que qualquer espaço pode ser utilizado para a prática do tênis.
De acordo com Pinto; Cunha (1998), os professores precisam utilizar todo o
conhecimento recebido em seus cursos, sobre seleção de conteúdos e estratégias de
ensino, para que a iniciação ao Tênis seja significativa para a criança.
Através da conscientização dos diretores, professores e do governo, podemos
trabalhar com projetos nas escolas para a inserção do tênis, e com isso as crianças irão
se beneficiar com a prática dessa modalidade e tornando o esporte acessível à todos.
O professor de tênis atual não basta só jogar bem, tem que ter uma
sólida formação e domínio de conteúdos baseados nas ciências aplicadas ao
esporte. Acredita-se que só com poder econômico é que conseguiremos
popularizar o tênis, a questão não é ter dinheiro, mas aproveitar recursos
disponíveis e trabalhar de modo mais eficiente para se popularizar o tênis e
que crianças menos favorecidas tenham mais oportunidades, não só no tênis,
mas em todos os segmentos da vida (SIPRIANO et al, 2012).
Kruger (2013) afirma que é possível trabalhar o tênis nas escolas, mas é preciso
rever a forma como deve ser trabalhado, desenvolver novos meios e técnicas.
A prática do tênis na Educação Física escolar vai muito além da
tentativa de desconstrução da visão do mesmo como sendo um esporte de
“elite” isso porque as práticas esportivas na escola dependem de um conjunto
de mudanças e decisões que envolvem desde o diretor até o próprio professor
de educação física, ou seja, são eles que escolhem as modalidades esportivas
que serão ofertadas e desenvolvidas na escola (TRAVASSOS, 2015).
Por tudo que foi dito, os jogos de iniciação ao tênis devem ser divertidos, adaptáveis aos
alunos através dos objetivos, deve ser variado, seguir um planejamento, com regras e
pontuações fáceis, demonstrações, nível equilibrado dos alunos, professor ser imparcial e
também participar das atividades caso necessário, a fim de animar os alunos continuamente.
Pode-se sugerir ainda que o professor inicie estas atividades da modalidade do tênis, partindo do
simples para o complexo (SOUZA e MARTINS, 2009). O tênis é um esporte individual que traz benefícios de forma coletiva na vida de quem o
pratica, acredito que não existe oportunidade melhor para a interação do esporte no período
escolar.
2. Objetivo
165
Este estudo teve por objetivo averiguar a possibilidade da inserção do tênis de
campo na Educação Física Escolar.
3. Método
Foi realizada uma pesquisa qualitativa concretizada através de uma revisão de
literatura. Inicialmente o tema foi pesquisado em livros, dissertações e teses e
posteriormente em base de dados e em periódicos.
4. Resultados
De acordo com as pesquisas, o resultado obtido foi que o tênis pode ser inserido
nas escolas, desde que o professor de Educação Física possa criar um ambiente
adequado, onde requer compreender o jogo do tênis como modalidade esportiva e
potencializar os aspectos cognitivos, afetivos e motores, que são de extrema importância
para que novas metodologias de aprendizagem do tênis sejam contempladas no
conteúdo curricular nas aulas de educação física (RAMALHO, 2006).
É o professor quem desempenha um papel muito importante dentro da escola,
onde ele passa a ser um construtor de conhecimentos, fornecendo o auxílio e
estimulando os alunos a pensarem, além de estimular o interesse pelo esporte em geral.
Por conta dessas responsabilidades, a formação do professor de Educação Física pode
ser entendida como complexa, pois durante todo período de sua formação acadêmica, há
necessidade de se conhecer aspectos importantes a diversas áreas ligadas a Fisiologia,
Bioquímica, Anatomia, Cinesiologia dentre outras, além de um amplo conhecimento
sobre as dimensões Sociais e Psicomotoras. Sendo assim, verifica-se que, através de um
bom empenho do professor e uma prática simples, utilizando materiais diversos e
alternativos, a iniciação do tênis de campo poderia ser proporcionada para muitas
crianças em todas as classes sociais, reduzindo assim a impressão de que o tênis de
campo tem de ser um esporte de elite. Algumas sugestões de adaptações dos materiais
para a prática do tênis na escola: a própria mão usada como raquete, pratinhos de
papelão, tampas plásticas, raquete confeccionada com cabide de metal e meia calça,
bolinhas plásticas, bolinhas de meia, bexigas, e outro tipos de bola usadas para outro
esporte como de vôlei, de futebol e ping pong. As adaptações para o espaço seria o uso
de paredes, uso da quadra poliesportiva, do pátio, uso da marcação da quadra de vôlei,
os postes do vôlei e rede, cones, tambores e qualquer outro espaço que a escola
disponibiliza. Cabe ao professor usar da imaginação e criatividade para a elaboração das
aulas de iniciação ao tênis.
5. Considerações finais
Este trabalho de final de curso teve o intuito de mostrar que é possível implantar
o tênis de campo nas escolas, sem haver a necessidade da construção de quadras
oficiais, utilizando-se as próprias quadras poliesportivas, adaptando o jogo e os
materiais.
De acordo com Barroso e Darido (2006), na Educação Física Escolar, cabe ao
professor estimular seus alunos a construir novos conhecimentos, que fujam da rotina da
maioria dos esportes promovidos nos planejamentos, pois é fundamental que haja
promoção, divulgação e multiplicação de novos interessados ao esporte.
166
É fundamental que o professor de Educação Física tenha sempre uma proposta
diferente em mão para despertar no aluno interesse, curiosidade, envolvimento e
estímulo para aprender brincando, sendo assim, é perfeitamente possível incluir o tênis
nas aulas de Educação Física Escolar. Para o aprendizado do tênis, a repetição de
determinados movimentos é fundamental, para a eficácia do aprendizado desses
movimentos, é necessário que este seja trabalhado de forma lúdica, adaptando jogos e
brincadeiras.
Outro ponto muito importante é avaliar o ambiente de trabalho e o estágio de
desenvolvimento físico e cognitivo dos alunos para não oferecer vivências muito
distantes do nível de compreensão ou habilidade e, para isso, os profissionais da
Educação Física precisam estar atentos.
Acredito que, dessa forma, com divulgação, popularização e adaptação do tênis
nas escolas, o crescimento do esporte no país e a chance de descobrir novos talentos
serão maiores, não precisando esperar pelo surgimento de novas referências, ao mesmo
tempo oportunizando a prática da modalidade tênis. Com as devidas adaptações dos
materiais utilizados numa aula de tênis na escola, este se torna fácil, divertido e
acessível a todos.
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168
A IMPORTÂNCIA DAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Katia Suzane Viguini¹
Thiago Augusto Costa de Oliveira²
RESUMO
O objetivo deste estudo e mostrar a importância das aulas de Educação física na Educação
infantil, o rico repertorio motor a ser trabalhado com este nível que irá atender ao
desenvolvimento completo do indivíduo. Porem e algo que precisa sair da teoria e vir para a
pratica, pois há estudo em que pedagogas atuam como professor de educação física, outros
que professores de educação física dizem ter pouco tempo de pratica onde não conseguem
trabalhar o desenvolvimento motor e as habilidades fundamentais das crianças . Concluímos
que é de fundamental importância tratar das especificidades da Educação Física desde a
infância.
Palavras-chave: Educação física, Educação infantil, Repertoria motor
ABSTRACT
The purpose of this study is to show the importance of physical education classes in children's
education, the rich repertoire engine to be worked with this level that will meet the
individual's complete development. However, something that needs to come out of theory and
come to practice, because there is a study in which pedagogues act as a physical education
teacher, others that physical education teachers say have little time for practice where they
can not work motor development and fundamental skills Of children. We conclude that it is of
fundamental importance to deal with the specificities of Physical Education from childhood.
Keywords: Physical Education, Education Children, Motor Repertoiret
(1) Graduanda em Educação Física (Licenciatura), Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]). (2) Professor Mestre em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected])
169
1 Introdução
A Educação infantil, primeira etapa da educação básica, e oferecida em creches e pré-
escolas, as quais se caracterizam como espaços institucionais não domésticos que constituem
estabelecimentos educacionais que cuidam de crianças de 0 a 5 anos de idade no período
diurno, em jornada integral ou parcial, regulados e supervisionados por órgãos competente do
sistema de ensino e submetidos a controle social (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2013)
De acordo com a LDB artigo 29 (1996) “a educação infantil, primeira etapa da
educação básica tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5 anos, em
seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da
comunidade.
Segundo Alves (2013) na educação infantil e importante disponibilizar o maior
número de experiências possíveis, apresentando um novo mundo. Nesse mundo a criança
começa a se relacionar com um meio social e físico, ajudando no desenvolvimento. Para
estimular o intelecto e o físico e preciso que pessoas experientes ofereçam desafios cada vez
mais difíceis. A educação física consegue isso de uma forma prazerosa através de jogos,
brincadeiras e esportes. Os principais objetivos da atividade física infantil são: domínio do
controle corporal, diferenciar cada parte do corpo através do movimento, a noção de espaço e
tempo, melhorar o desempenho em atividades de forca, resistência, flexibilidade, velocidade,
e cooperar em atividades de grupo.
Gallahue (2005) mostra a fase do desenvolvimento motor que deve ser respeitada ao se
trabalhar com a criança, são divididas em quadro fase: Fase motora reflexa, que são os
primeiros movimentos que o feto faz, e involuntário formam a base para o desenvolvimento
motor; Fase de movimentos rudimentares, são os primeiros movimentos voluntários
realizados pela criança do nascimento até por volta dos 2 anos de idade, são movimentos
necessários para sua sobrevivência; Fase de movimentos fundamentais são movimentos
consequentes dos movimentos rudimentares, e a fase que a criança explora, descobre e
experimenta a capacidade motora de seus corpos.
Segundo Gallahue (2005), os movimentos fundamentais são divididos em três
estágios, o estágio inicial, o estágio elementar e o estágio maduro. Inicial é uma fase de
movimentos fundamentais que representa as primeiras tentativas da criança orientada para o
objetivo de desempenhar uma habilidade fundamental. Os movimentos da maioria das
crianças da idade de 2 anos estão no nível inicial, com algumas exceções de crianças que
podem estar além deste nível; Elementar envolve maior controle e melhor coordenação
rítmica dos movimentos fundamentais, aprimora-se a sincronização dos elementos temporais
e espaciais dos movimentos, mas os padrões de movimentos neste estágio são ainda
geralmente restritos ou exagerados, embora mais bem coordenados .Muitas crianças e até
adultos não vão além desse estagio elementar; Maduro na fase de movimentos fundamentais e
caracterizado por desempenhos mecanicamente eficientes, coordenados e controlados.
Geralmente as crianças tem potencialidade de desenvolver se para o estágio maduro
quase com 5 ou 6 anos de idade, este estágio e quando a criança tem maior controle de
execução, coordenação e eficiência mecânica, na maioria das habilidades fundamentais.
Alguns indivíduos não conseguem alcançar este estágio e permanecem no estágio elementar
pela vida toda. Fase de movimentos especializados, nesta fase o indivíduo tem a capacidade
de realizar atividades motoras mais complexas em sua vida diária ou em atividades esportivas
ou recreativa.
170
2 Revisão bibliográfica
O objetivo da pesquisa de Pansera, Paula e Valentini (2008) foi investigar o
desempenho de crianças nas habilidades motoras fundamentais, saltos horizontal, arremesso e
equilíbrio com um pé, no decorrer de um programa de Educação física regular. Os
movimentos foram avaliados por estágios de maturidade. Participaram do experimento 22
crianças com idade entre 4 e 7 anos. A pesquisa e do tipo descritivo exploratório,
desenvolvimentista, onde se busca observar o comportamento motor de crianças em diferentes
faixas etárias. As crianças foram classificadas por estagio de maturidade, estagio (inicial,
elementar ou maduro) da fase das habilidades motoras fundamentais. Os resultados apontaram
que crianças de 4 e 5 anos apresentaram níveis elementares nas habilidades motoras, porem as
crianças com 6 a 7 anos, também apresentaram níveis elementares, não maduros,
evidenciando atrasos em seu desempenho motor. Estes resultados se alinham com estudos
prévios, os quais enfatizam a necessidade de engajar crianças em práticas mais efetivas,
mudando a crença de que o tempo livre de pátio e o suficiente para se desenvolver níveis
desejados de movimento, destacando a necessidade de considerar a importância pedagógica
de atividade motora na formação da criança. Segundo os autores, 30 minutos de aula de
educação física e pouco para garantir padrões maduros nas habilidades motoras
fundamentais, para que sejam atingidos pelas crianças na idade em que deveriam, apenas a
orientação e a motivação não são suficientes, pois o tempo de atividade pratica deve ser
levado em consideração e melhor estudado.
Ayoub (2005) realizou um estudo objetivo para verificar as experiências com a
Educação Física na educação infantil vivida por estagiários do curso de licenciatura em
Educação física numa escola municipal de educação infantil localizada na cidade de
Campinas. O espaço oferecido para Educação física o momento de ida ao parque das crianças.
Já nas primeiras tentativas de realização do trabalho, os estagiários encontraram dificuldades
devido a associação imediata da Educação física com o momento de parque, uma vez que as
crianças queriam ficar livres para brincar. Os resultados apontam que os estagiários se
apoiaram na abordagem critico-superadora para propor atividades na aula. Os autores sugerem
com base, nas vivencias com as crianças que e possível realizar um trabalho norteador
pautando nas abordagens Educação Física.
No estudo de Magalhães, Kobal e Godoy (2007) o objetivo foi analisar as
contribuições da Educação física na educação infantil, propondo uma parceria entre diretores,
professores polivalentes, professores de Educação Física e pais. Para os autores os primeiros
anos de vida da criança são de importância fundamental para seu desenvolvimento, sendo que
a escola vai desempenhar uma função impar nesse processo que ocorre em creches e pré-
escolas. O profissional de Educação Física atuando nas escolas e visto como refém de uma
cultura esportista, não entendendo a Educação física como uma disciplina que atende ao
desenvolvimento completo do indivíduo. Os conteúdo da educação infantil são definidos
como uma seleção de saberes cultural, habilidades, linguagens, valores, crenças, sentimentos,
atitudes, interesses, modelos de conduta, entre outro, sendo conteúdos significativos. Após
análise da literatura os pesquisadores sugerem que e fundamental que as escolas de educação
infantil ofereçam aulas de Educação física, no sentido de possibilitar um rico repertorio motor
para crianças, entretanto a presença da Educação física na Educação infantil acontece com
maior frequência apenas na teoria.
Cavalaro e Muller (2009) realizaram um estudo com objetivo de verificar a
possibilidade de inserção do professor de Educação física na educação infantil. Realizou-se
uma pesquisa qualitativa bibliográfica e documental. A intenção não foi comparar
quantitativamente os cursos de pedagogia e Educação Física. Segundo os autores uma das
disciplinas que trabalham o conhecimento sobre movimento e a psicologia da educação I que
vê esse saber através da psicomotricidade. Dado o espoco torna-se cada vez mais evidente e
necessário a articulação entre educação física e educação infantil. Assim e sugerido no estudo
171
que, com crianças, a temática do movimento ou da Educação física seja trabalhada de forma
integrada entre o professor de Educação física e o professor da sala de aula (pedagogo).
Ayoub (2001) realiza um ensaio propondo reflexões sobre a Educação Física na
educação infantil as discussões em torno desta questão vêm se intensificando desde a lei de
diretrizes e bases da Educação nacional. Um dos pontos essenciais dessa reflexão diz respeito
a organização geral do currículo das creches e pré-escolas, separando a educação e cuidado no
sentido de se buscar uma superação da dicotomia educação\assistência com crianças de zero a
seis anos. A expressão corporal caracteriza-se como uma das linguagens fundamentais a
serem trabalhadas na infância, as discussões em torno da educação infantil, suas
problemáticas e suas relações mais amplas com o contexto educacional Brasileiro parece não
fazer parte da formação dos licenciados em Educação Física, pois acabam atuando como
meros aplicadores de joguinhos, que tem como função divertir as crianças. A autora sugere
que temos um longo caminho a construir em busca de centros de educação infantil nos quais o
educar e cuidar estejam presentes nas relações com as crianças, centros que realiza um
trabalho efetivo de parceria entre profissionais, crianças, familiares, comunidade, que
contribua para a educação humana, na qual haja espaço para o diálogo e o lúdico.
O objetivo do artigo de Mello et al., (2012) foi identificar e discutir as representações
sociais que professores de um centro municipal de educação infantil de Vitoria\ES possuem
sobre a Educação Física. Além disso, analisa em que medidas essas representações se
aproximam ou se distanciam das diretrizes curriculares da Educação infantil do município. Os
dados foram produzidos pela observação participante e por entrevistas semi-estruturados.
Participaram das atividades comunicativas 6 professores e uma estagiaria que trabalham com
crianças de seis meses até seis anos de idade. Em um primeiro momento foi observado e
registrado em diário de campo as representações sociais associadas à Educação física, em um
segundo momento foram realizadas duas entrevistas semi-estruturados. E em um terceiro
momento, foram apresentados alguns dados registrados no diário de campo referente à
observação das aulas de Educação Física. Ao conceberem a Educação Física como um
momento de descanso por não estar com as crianças a professora regente e a estagiaria não
percebe a possibilidade da construção de um projeto coletivo que compartilhe os saberes e
fazeres escolares. Com base, nas representações sociais os autores identificam, que e possível
perceber que os participantes do cotidiano pesquisados não concebem a Educação física como
um componente curricular na educação infantil, portador de um saber especifico capaz de
contribuir para o desenvolvimento integral das crianças.
Ferraz e Macedo (2001) realizaram um estudo cujo objetivo foi investigar a presença
ou não da Educação Física na educação infantil no munícipio de SP, e a percepção de
professores em relação ao ensino e aprendizagem nesta área. Participaram deste estudo 196
professores generalistas de uma delegacia de ensino. Foi utilizado um questionário com seis
questões referentes à formação profissional, existência ou não do trabalho da Educação Física,
concepções da Educação Física na educação infantil, necessidade e tipo de acompanhamento
pedagógico. Pode-se verificar que 46% dos professores pesquisados não desenvolvem essa
área do conhecimento, quanto o papel da Educação física os resultados indicaram a
dificuldade dos professores em delimitarem a especificidade dessa área. Assim verificou-se
que trabalho de qualidade são possíveis e que os professores querem melhorar sua pratica
pedagógica, resta saber se os governantes possuem vontade de transformar e reconhecer a
crise na Educação brasileira em ações concretas para caminhos que resolvam verdadeiramente
esses problemas.
O objetivo da pesquisa de Ferraz e Flores (2004) foi tentar um programa de Educação
Física na educação infantil, visando verificar o impacto de um estudo sistematizado nas
unidades. Foi feito uma comparação entre duas turmas, compostas por 35 crianças de quatro
anos uma das turmas denominada grupo experimental teve aulas de Educação física duas
vezes na semana, enquanto o denominado grupo controle não participou de aulas de Educação
física.
172
O teste foi a habilidade saltar, equilíbrio e arremessar, na segunda etapa foram feitos a
entrevista sobre noção de Educação física, na sequência o teste sobre as partes do corpo. Os
resultados demonstraram a necessidade de se considerar o tempo de pratica necessário ao
desenvolvimento das habilidades motoras básicas, verificou a importância de se considerar os
conteúdos em Educação física, não só na dimensão procedimental, mas também na conceitual
e atitudinal. O autor conclui que não se pretende dar aulas de estimulação motora ao invés
disso, propiciar uma base motora, mediante experiências de movimentos variados, para que a
criança possa apreciar e usufruir com segurança dos elementos que compõem a cultura do
movimento.
Basei (1981) a educação Física na educação infantil, tem como importância o
movimentar-se humano e nas contribuições que as experiências com a cultura do movimento
podem trazer nesse período de vida da criança em todo o seu processo de formação. A
Educação Física na educação infantil desempenha um papel de relevada importância. Refere-
se às crianças de 0 a 6 anos de idade. O ponto de orientação dessa concepção do movimento é
a criança que se move que se encontra em um diálogo pessoal e situacional com o mundo.
Estamos num campo de discussão, de debates e reflexões, que ainda é marcado pela escassez
de produções teóricas, de pesquisas e de estudos que contribuam para a legitimação da aula e
de professores de Educação física neste nível da educação infantil. Sendo assim é de
fundamental importância tratar das especificidades do campo de conhecimentos da Educação
física desde a primeira infância, respeitando o desenvolvimento da criança.
Em síntese Pansera, Paula, e Valentini (2008) investigaram o desempenho das
habilidades motoras fundamentais na Educação infantil. Ayoub (2001), Magalhães, Kobal e
Godoy (2007), Cavalaro e Muller (2009) realizaram estudos com objetivo de discutir a
inserção da Educação física na Educação física infantil. Já Ayoub (2005) narrou experiências
com a Educação Física na educação infantil em uma escola municipal. Mello et al(2006)
buscou discutir as representações sociais que professores de um centro municipal de educação
infantil possuem sobre a Educação Física, nesta mesma linha Ferraz e Macedo(2001)
verificam o papel da Educação física na educação infantil, explicitados por professores. Ferraz
e Flores (2004) testam um programa de Educação física na Educação infantil visando verificar
seu impacto na Educação infantil. Por fim, Basei (1981) discute a Educação física na
educação infantil e, a importância do movimentar-se.
Em relação aos métodos utilizados Pansera et al., (2008) realizaram uma pesquisa
descritiva. Ayoub (2001), Magalhaes, Kobal e Godoy (2007), Mello et al., (2006) e Ferraz e
Macedo (2001) utilizaram questionários e observação in loco. Ferraz e Flores (2004)
aplicaram testes para inferir níveis de habilidades motoras. Por fim Cavalaro e Muller (2009)
e Basei (1981) fizeram pesquisa bibliográfica.
Quanto aos resultados Pansera et al., (2008) mostraram que crianças com 6 a 7 anos,
apresentam níveis não maduros, evidenciando atrasos no desempenho motor. Ayoub (2005)
verificou que e possível a utilização de uma proposta diferente. Ayoub (2001) a expressão
corporal caracteriza-se como uma das linguagens fundamentais a serem trabalhadas na
infância. Mello et al., (2006) verificou que não há Educação Física na educação infantil.
Magalhaes, Kobal e Godoy (2007), Ferraz e Macedo (2001) e Cavalaro e Muller (2009)
demonstram que e importante a Educação física ser inserida na educação infantil. Basei
(1981) a criança e o ponto de orientação dessa concepção do movimento, e a criança que se
move que se encontra em um diálogo pessoal e situacional com o mundo.
Pansera (2008) conclui que apenas a orientação e a motivação não são suficientes, pois
o tempo de atividade pratica deve ser levado em consideração e melhor estudado.
Ayoub(2005) conclui que e possível realizar um trabalho norteador pautado nas abordagens
Educação física. Ayoub (2001) conclui que temos um longo caminho a construir em busca de
centros de educação infantil nos quais o educar e o cuidar estejam presentes nas relações com
as crianças, na qual haja espaço para o diálogo e o lúdico. Mello (2012) nas exposições que
identificaram, que e possível perceber que os participantes do cotidiano pesquisado não
173
concebem a Educação Física como um componente curricular na educação infantil.
Magalhaes, Kobal, Godoy (2007) E fundamental que as escolas de Educação infantil
ofereçam aulas de Educação física no sentido de possibilitar um rico repertorio motor. Ferraz
e Macedo (2001) conclui que trabalho de qualidade e possível e que os professores querem
melhorar suas práticas pedagógicas. Cavalaro e Muller (2009) sugere , que com crianças a
Educação física seja trabalhada de forma integrada entre o professor de Educação física e o
pedagogo. Ferraz e Flores (2004) conclui que se pretende propiciar uma base motora,
mediante experiências de movimentos variados, para que a criança possa apreciar e usufruir
com segurança dos elementos que compõem a cultura do movimento. Basei (1981) e de
fundamental importância tratar das especificidades do campo de conhecimento da Educação
física desde a primeira
3 Objetivo
Averiguar a importância das aulas de Educação Física na educação infantil.
4 Método
Foi realizada uma pesquisa qualitativa concretizada através de uma revisão de literatura. Inicialmente o tema foi pesquisado em livros, dissertações e teses e posteriormente
em base de dados e em periódicos. seguindo a ordem de literatura de reconhecimento, leitura crítica ou reflexiva e pôr fim a leitura interpretativa.
5 Resultado e Conclusões Verificamos que é possível ter aulas de Educação física na educação infantil com
profissionais qualificados, que saibam respeitar o desenvolvimento motor das crianças, e
desenvolver as habilidades fundamentais para essas crianças, há escolas onde pedagogos
fazem o papel de um professor de educação física dando as crianças somente um momento de
parque, e houve estudo no qual verificou que não há Educação física na educação infantil. Por
tudo isso concluiu que é possível uma proposta diferente, que professores de Educação física
estão dispostos a estudar mais e trabalhar com este nível, que segundo eles dizem não ter
muita vivencia, a educação física e umas das linguagens fundamentais a serem trabalhadas,
pois tem um rico repertorio motor que através dele pretende dar as crianças experiências de
movimentos variados, onde elas possam usufruir dos elementos que compõem a cultura
corporal.
6 Considerações finais
Verificamos a necessidade de profissionais qualificados, de um reconhecimento maior
na área de Educação Física, pois quando não estão em momento de parque, tem pouco tempo de pratica, e preciso ver a criança como ponto de partida e respeitar seu desenvolvimento
motor em cada faixa etária. Contudo e importante que professores, instituições e sociedade, tenha o conhecimento
do vasto repertorio motor que a Educação física pode possibilitar a criança, importante que
174
entendam a fase de desenvolvimento de cada faixa etária para que isso não venha prejudicar o desenvolvimento da criança no futuro.
A Educação Física como quaisquer outra área requer preparo, pois e a partir dela
que a criança vai desenvolver seu aspecto cognitivo, afetivo, social, e motor, que ela
conhecera melhor seu corpo, através do movimento, e o meio a sua volta, onde ela irá
aprender habilidades fundamentais que levara por toda a vida. E preciso que órgãos
públicos analise os problemas vivenciados que a lei não fique só na teoria ,mas traga
para pratica pois e possível ter profissionais qualificados,e possível trabalhar com as
crianças a fase do desenvolvimento motor desde a infância para que quando a criança
chega a vida adulta não sinta a falta de habilidades básicas como: arremessar, saltar,
correr,e quilíbrio, forca, resistência ,para que a criança conheça como um todo seu
corpo, o espaço a sua volta, comece a trabalhar em grupo se encontre tanto fisicamente
quanto psicologicamente. É possível sim ter aulas de educação Física na educação infantil, desde que tenha
professores de Educação Física atuando nessa área, e que sejam qualificados para que
saibam respeitar o desenvolvimento motor de cada faixa etária e respeite o
desenvolvimento de cada criança, e possível que a Educação Física ganhe espaço como
todas as outras disciplina a serem desenvolvidas com as crianças, e que professores,
pais, instituições, órgãos públicos entendam a importância da cultura corporal.
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Disponível: www. Ufsj. Edu. BR. Acesso: 09- 09- 2016
175
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Mello. A. S, Rodrigues. K. S, Santos. W. Costa. F. R, Votre. S. J. Representações sociais sobre a educação fisica na educação infantil, Revista educação
física \ UEM, v 23, p. 443- 455, 2012 Ministerio da educação 2013. Disponível: www.jusbrasil.com.br. Acesso: 09-
09- 2016 Pansera. S. M, Paula. P. R, Valentini. C. N. Educação física no ensino infantil,
sua influencia no desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais, Revista
cinergis, v 9, n 2, p. 24- 32, 2008
176
O JOGO E SUA EFICÁCIA COMO FERRAMENTA
PEDAGÓGICA
Marcio Roberto Lopez1
Marcus Gomides2
RESUMO
Este trabalho pretende analisar e atestar qual o papel do fenômeno jogo para o ser
humano, e sobretudo como o professor de educação física pode se apropriar dessa
abrangente ferramenta na atribuição de suas aulas. Como os pesquisadores veem no
jogo um facilitador para atingir significativos resultados, a fim de oferecer uma
formação que vá além do ambiente escolar e que proporcione ao aluno/cidadão
conteúdos que possam vir a ser alicerce para toda a sua vida.
Palavras chaves: Educação Física escolar. Ensino-Aprendizagem. Lúdico.
ABSTRACT
This work intends to analyze and certify what role game phenomenon for humans, and
especially as the physical education teacher can take ownership of this comprehensive
tool in your teaching assignment. As the researchers see in the game an enabler to
achieve significant results, in order to offer training which go beyond the school
environment and providing the student/general public content that might be basis for
your whole life.
Keywords: School physical education. Teaching And Learning. Playful.
1 Introdução
“A educação física relaciona-se diretamente a totalidade do homem e esta
totalidade implica, principalmente, nas necessidades, nas vontades, nas emoções e no
sentimento que se caracterizam por manifestações corporais” (MARINHO, 1995, p 2).
Ao lançar um olhar para esse fenômeno pode-se confirmar principalmente que o
jogo um material de grande utilidade para o professor de Educação Física, e ainda
afirmar que este faz parte da nossa caminhada quanto seres humanos desde sempre quer
queiramos ou não.
E como um ser na sua totalidade somos guiados pelas emoções e a partir delas,
pavimentamos nosso caminho. Na elaboração do presente artigo ficou mais claras as
possibilidades que os profissionais da área podem estudar e sistematizar os trabalhos
baseado também no jogo.
As coisas importantes da vida tornam-se importantes porque foram amplificadas
pelo sistema emocional e nós o sentimos como importantes. “A emoção intensificada
não só nos faz prestar atenção ao que despertou, mas também cria a motivação e força
para ação necessária” (MARTINS.2004.p 91).
1 Graduando (licenciatura) em Educação Física das Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445,
13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected] ). 2 Professor especialista em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades
Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail:
177
2 Revisão de literatura
O objetivo deste trabalho foi de afirmar a eficácia do jogo como ferramenta
pedagógica para o professor de Educação Física.
Com a intenção de atestar a eficácia do jogo como ferramenta pedagógica, é que
foi arquitetado este trabalho, buscando amparo em alguns dos mais importantes
estudiosos acerca do referido tema, bem como sua definição e significado de atribuições
direcionado a este fenômeno social.
Huizinga (1980), por exemplo, enxerga o jogo como elemento da cultura
humana, dizendo alias que este é anterior á cultura, visto que esta se atrela a existência
das sociedades, porém os jogos são praticados até mesmo por animais.
Vygotsky (1998) na sua perspectiva sócio histórica sendo ele um dos maiores ou
maior representante, afirma que a criança constrói seu aprendizado dentro de um
contesto social e momento histórico que permeiam seu crescimento. Relata que nessa
situação os jogos são condutas que imitam ações reais, já que para ele o jogo é a
memória em ação, pois mesmo sendo uma situação imaginária essa é compreensível á
luz de uma situação real.
Na teoria cognitiva lembrando a epistemologia do aprendizado Piagetiana, pode-
se definir o jogo devido a satisfação e a liberdade de quem a joga como ferramenta
indispensável, já que este serve como reflexo do nível de desenvolvimento coletivo da
criança, e é no jogo que ela aplica tudo que aprende.
Kishimoto (1998) identifica na obra Piagetiana que cada ato de inteligência é
definido pelo equilíbrio entre as duas tendências: assimilação e acomodação, porém
Piaget (1972) identifica o jogo como sendo simples assimilação funcional ou
reprodutor, ainda afirma que o jogo é um caso típico das condutas negligenciadas pela
escola tradicional, isto dito porque muitas vezes o jogo não recebe a devida atenção,
tendo simplesmente papel secundário no ambiente escolar, segundo o mesmo autor
muitos ignoram seus significados funcionais.
Lopes e Madureira (2006) apontam o jogo como sendo “o alicerce do
divertimento, da criação, do fazer e da plena expressão dos corpos e das vontades”.
Entendendo então como um meio para se desenvolver a ludicidade, a aprendizagem
bem como a contribuição para a melhora na aquisição e ampliação do acervo motor,
para a criança ela é a alma do jogo.
“Todo hábito entra na vida como uma brincadeira, e mesmo em suas formas
mais enrijecidas sobrevive um restinho de jogo no final” (BENJAMIN, 1984). Já
tomando como verdade a afirmação por Benjamin (1984) que, a criança possui o ato de
jogar intrinsicamente ligada à sua persona e entende-se ainda que isso se apresente
através de brincadeiras, e levamos em conta que brincar é a melhor parte de nossas
vidas quando crianças, por que não tomar posse desta ferramenta” jogo” como atributo
pedagógico.
Quando se menciona que o jogo “não é serio”, não estamos dizendo
que há “Ausência de seriedade” Esta parece ser uma afirmação contraditória,
mas podemos explica-la. Menciona-se que, ao jogar, o jogador o faz de modo
compenetrado, demonstrando seu envolvimento com a ação. Logo, esta
atenção dispensada ao jogo faz alusão ao valor que o jogador atribui a
atividade. Considera-se que não se atribui valor a algo, sem considera-lo
importante, relevante e sério. (Carneiro, 2012, p. 48).
Freire (2002) relata o poder persuasivo existente e empregado a nós pelo “
senhor do jogo”. Esse por ele mencionado em sua obra tem força para criar um enredo
178
sobre tudo quando criança, a ponto de que uma vez por ele envolvido, no ato de jogar,
ficamos tão entregues que força se faz necessário para voltarmos ao “mundo real”.
“Nem sabíamos que jogávamos por pouco não nos esquecíamos de voltar ao
mundo real e ficávamos a mercê do senhor do jogo para sempre, nem sei como lhe
escapamos”. (FREIRE 2002, p 10)
Ainda nessa mesma obra, porém agora em outra sequencia, o autor afirma
categoricamente um dos melhores atributos apregoado ao jogo como ferramenta
pedagógica, ao citar em um dos tópicos. “Se durante o jogo as habilidades podem ser
aperfeiçoadas pela repetição, isso certamente vai fazer com que o jogador se prepare
para novos desafios, isto é, para assimilar conhecimentos de nível superior” (FREIRE,
2002, p. 83).
“O jogo é uma categoria maior, uma meta de vida, uma simulação lúdica da
realidade que se manifesta, se concretiza, quando as pessoas praticam esportes, quando
lutam, quando fazem ginásticas ou quando as crianças brincam”. (FREIRE; SCAGLIA;
2003. p 31).
O professor de educação física para estes autores tem obrigação não de
transmitir verdades, mas de fazer intervenções a fim de transmitir conhecimentos,
permitindo a interação entre pessoas (alunos) e as relações pertinentes a seu crescimento
pessoal.
Ao indagarmos á uma criança sobre jogo, possivelmente ela não terá
em seu vocabulário de palavras, uma suficientemente capaz de transmitir, em
plenitude, as manifestações e/ou inquietudes intrínsecas em sua complexa
trama reflexiva relacionada ao seu ambiente. E, talvez, para uma criança não
exista palavras que sejam capazes de descrever plenamente toda a emoção
refletida em seus olhos, quando joga/brinca, pois, mais do que buscar
fundamentação teórica, ela vive o jogo incessante e intensamente; é
arrebatada ao mundo do jogo. (REVERDITO; SCAGLIA, 2009, p. 144).
Ainda segundo os mesmos, todo o aluno quando chega à escola traz consigo
alguns conhecimentos oriundos de suas vivencias no decorrer da vida, nenhum ser
humano é oco ou passou dormindo todo o tempo que precedeu sua entrada no ambiente
escolar propriamente dito. E como já foi visto, o ser humano traz culturalmente o ato de
jogar. Apropriar-se da sistematização do ensino-aprendizagem por meio desta
ferramenta pedagógica, pode auxiliar e muito, o professor de educação física.
O favorecimento da apropriação dos patrimônios culturais
produzidos pela humanidade, no caso especifico da educação física, a
apropriação da cultura, mais diretamente vinculada as práticas corporais, tais
como os jogos e exercícios. Estas práticas serão tanto objeto de ensino
quando veículo educacional. (Nesse ultimo caso, quando tematizados)
(FREIRE e ESCAGLIA, 2003, p. 31).
Pressupõe-se que o jogo pode preparar o indivíduo para ter uma bagagem da
vida em sociedade, já que segundo ele, proporciona este atributo que lhe impõem
cuidados como regras por exemplo. Porém, é dado num ambiente prazeroso que faz
com que se obtenham habilidades para viver situações que demandem atenção de nível
mais alto. “Mais o jogo não representa apenas o vivido, também prepara o devir. É no
espaço livre de pressões que as habilidades no caso para se viver em sociedade são
executadas. Podendo assim servir de suporte a outro nível mais alto quando necessário”.
(FREIRE 1997, p. 117).
Os autores pesquisados no desenrolar deste trabalho, na sua maioria, para não
dizer na totalidade, procuraram ver o indivíduo-aluno como um ser completo que possui
179
várias facetas que completam o ser humano como um todo. Por meio desta pesquisa que
tentar olhar para um único ponto faz com que o professor cometa ato falho.
É na educação física que o professor tem maior intimidade e possibilidade de
aproximação deste indivíduo aluno, já que cuida, além de outras partes, e acima de tudo
do desenvolvimento corporal, algo que todos nós levamos por toda a caminhada.
Vimos anteriormente que, sem dúvida, os humanos possuem energia
em abundancia, porque não a produzem apenas para consumo das
necessidades. Ao contrário, produzem um tanto a mais, para compensar suas
carências. Tais carências, que são faltas naturais, são compensadas quando a
energia que sobra em cada um de nós, é investida no fenômeno das
representações anteriores, na imaginação, no espírito. Daí ser perfeitamente
compreensível uma criança pouco se cansar quando brinca, ou o inventor
consumir horas de trabalho em seu laboratório sem chegar á exaustão. Ora,
fica claro que essa resistência demonstrada nestas horas porque, no caso da
criança, ela recorre não á energia para provimento de alguma necessidade,
mais a energia que sobra que só pode ser utilizada no mundo lúdico, no
mundo do jogo ou da arte. (FREIRE, 2002, p. 27).
Quando olhamos para o jogo de uma forma mais calorosa, estudamos sempre e
cada vez mais todos os seus componentes – funcional, emocional, lúdico e etc; se assim
feito, as chances de se fazer a diferença como profissionais segundo o que foi entendido
pela pesquisa, aumenta significativamente.
Assim o jogo como componente da educação física, e a educação
física como possibilidade para o jogo, “juntos” os dois deveriam permitir um
encontro com o desenvolvimento de qualidades pessoais, de cooperação, de
sociabilização e de criatividade. Para desta forma ser instinto a mentalidade
de que o homem é unicamente um ser produtor. Pois além de produzir (e
acima de tudo) ele também “ vive” sente, movimenta-se, joga e quer ser feliz.
(MARINHO. 1995, p 5)
3 Método
Com o intuito de afirmar tal tese, foi feito uma revisão de literatura pesquisando
e analisando o tema em livros, dissertações e teses e posteriormente em base de dados e
em periódicos o que foi dito e qual conclusão a cerca do tema chegaram os estudiosos
que se propuseram a despender atenção sobre o referido assunto.
4 Resultados e Discursões
Freire e Scaglia (2003) São categóricos quando afirmam que, não reconhecer o
papel pedagógico que o jogo pode alcançar, ao atribuí-lo como ferramenta de
ensino/aprendizagem sobre tudo, se aplicado as crianças, só pode ser justificado com a
crença que as vezes beira o vício, de achar que os conhecimentos necessários e
imprescindíveis que a escola tem a oferecer, são aqueles que são baseados em conteúdos
disciplinares mais preocupados com informações do que conhecimento prático.
A pesquisa mostra que usar do caráter lúdico do jogo, proporciona prazer a
quem o pratica, sem esquecer que para praticá-lo se faz necessário certo empenho,
atenção e aceitação x regras, por exemplo, como foi visto na colocação dos autores. Isso
melhora o interesse do aluno no que for proposto pelo professor, e ao contrário do que
muitas vezes se pensa agrega conhecimento de todos os âmbitos, aumentando também o
180
acervo pedagógico-cognitivo, já que para jogar indivíduo analisa e baliza antes de
realizar uma ação.
Ainda, a pesquisa demonstra a importância do papel cultural e social do que
tange a formação do cidadão que a educação física também exerce, através do jogo,
brincadeiras típicas, etc.
Pesquisar sobre o jogo leva-nos a ter uma visão mais ampla sobre o papel do
docente que vamos exercer a partir de agora, o quanto ele o é importante, sobre tudo
para a criança, pois seu caráter lúdico proporciona prazer a quem o realiza simplesmente
pelo ato de jogar.
E por ser tão encantador e fazer parte da cultura humana, se aprofundar no
assunto traz para o professor de Educação Física uma didática diferenciada que lhe
acrescentará materiais e possibilidades que farão com que ele se aproxime ainda mais
do aluno, tornando assim mais produtivo seu papel na arte de ensinar. Foi visto que
podemos olhar o aluno de maneira mais ampla ao atribuirmos o jogo como transmissor
de conhecimento, isso faz com que nos envolvamos mais com o ser humano a ser
ensinado e assim sendo, podemos incutir em sua essência valores que hão de ser
norteadores na sua caminhada, seja dentro ou fora do ambiente escolar, socialmente
falando aliás, devolveremos seres pensantes e isso é enriquecedor.
5 Considerações Finais
Como esse tema já vem sendo trabalhados por outros autores, podemos dizer que
estão entre os expoentes máximos na área da educação, a afirmar a eficácia desse tema “
jogo” como facilitador pedagógico. Professores que além de estudar aplicam ou fazem
uso deste artificio para sistematizar as suas aulas. Portanto é verossímil afirmar que
podemos e devemos olhar com maior carinho para o “jogo” que vai ajudar a atingir
nossos objetivos como profissionais de Educação Física.
Referencias
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Summos,1974.
CARNEIRO, K, T. O jogo na Educação Física. São Paulo: Bela vista.
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VIGOTSKI, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes,
6ºed.1998.
182
NATAÇÃO COMO COMPONENTE PARA MELHORAS DO
DESENVOLVIMENTO MOTOR ESCOLAR – ESTUDO EXPLORATÓRIO
Rafael Gonçalves Gava 1
Thiago Augusto Costa de Oliveira 2
RESUMO
Este trabalho tem como proposta averiguar a eficácia da prática de natação no
desenvolvimento motor de escolares. Os resultados apontam que a prática da natação
traz benefícios para a aprendizagem organizada, coordenação motora, descontração,
ludicidade e melhora no nível da função social, aumentando o círculo de amizade,
auxiliando na prevenção de doenças e aumento da saúde. Conclui-se que programas de
natação potencializam as aquisições motoras da primeira infância independente do
gênero e contribuem para o desenvolvimento integral, resultando numa melhor
qualidade de vida. O meio líquido abrange vivências corporais de jogo e exercício para
crianças.
Palavras-chave: Coordenação Motora, Educação Física Escolar, Esporte Aquático.
ABSTRACT This paper aims to determine the effectiveness of swimming practice in the motor development of children. The results show that the practice of swimming is beneficial to
organized learning, coordination, relaxation, playfulness and improvement in the level
of social function by increasing the circle of friendship, helping to prevent disease and increased health. It is concluded that swimming programs leverage the motor skills of
the first regardless of gender childhood and contribute to the integral development, resulting in a better quality of life. The liquid medium covers bodily experiences of play
and exercise for children.
Keywords: Motor Coordination, School Physical Education, Water Sport.
(1) Graduando em Educação Física (Licenciatura), Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta,
2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]). (2) Professor Mestre em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades
Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail:
183
Introdução
A Educação Física Escolar é uma área extensa, que abrange brincadeiras, jogos,
esportes, ginásticas, conhecimento corporal, atividade física e tem por objetivo
aperfeiçoar, controlar e zelar pela manutenção da saúde do corpo e da mente do ser
humano. Foi através da Educação Física que as atividades envolvendo movimentos
foram desvendadas, é por meio dela que hoje é possível transmitir valores culturais,
agregar conhecimento e passar de geração para geração (SOARES, 1998).
Apesar de Educação Física escolar ser “responsável” por formar o ser humano
na plenitude dos aspectos citados, recentemente estudos tem apontado que algo não
caminha bem, pois a literatura tem verificado baixo nível de coordenação motora em
escolares e consequentemente um atraso no desenvolvimento motor (DEUS et al, 2010).
Para verificar o nível de coordenação motora de escolares os estudos têm
utilizado alguns testes, como o KTK que é uma bateria de teste de coordenação motora
(Körperkoordinationtest für Kinder – KTK) de Kiphard e Schilling (1974). Esses testes
envolvem todos os aspectos característicos de um estado de coordenação motora, que
tem como componentes o equilíbrio, o ritmo, a lateralidade e a velocidade.
Identificar este problema é de suma importância, pois através destes dados é
possível propor intervenções que melhorem os níveis coordenativos das crianças. Toda
criança passa por uma sequência natural de desenvolvimento e certamente sofrerá a
influência do meio e particularmente das Escolas, que devem proporcionar atividades
que acoplem maior bagagem motora aos escolares pois, a partir da oferta de atividades
motoras diversificadas, pode haver uma melhor execução coordenada dos movimentos
do ser humano, o que possibilitará a execução com economia e harmonização das
habilidades desenvolvidas (PEREIRA, 1997).
Existem inúmeras possibilidades de atividades que podem ser propostas. Para o
presente estudo foi questionado se a natação pode contribuir para uma melhora na
coordenação motora e consequentemente no nível de desenvolvimento motor, já que é
uma das modalidades mais completas, segundo a literatura, e que desenvolve aspectos
motores, cognitivos e afetivo-sociais (FREUDEHEIN; GAMA; CARRACEDO, 2003).
Revisão bibliográfica
Um baixo nível de coordenação motora fica evidenciado na literatura, como por
exemplo no estudo de Lopes et al. (LOPES et al., 2003), em que se procurou-se
investigar e (1) caracterizar o estado de desenvolvimento da coordenação motora ao
longo dos quatro anos do 1ciclo do ensino básico, das crianças da Região Autonoma dos
Açores; (2) mapear as diferenças entre as crianças dos dois sexos; e (3) identificar a
presença de insuficiência de desenvolvimento coordenativo. A amostra foi constituída
por 3742 crianças de ambos os sexos dos 6 aos 10 anos de idade a frequentar o 1 ciclo
do ensino básico. Para a avaliação da coordenação motora foi utilizada a bateria KTK
(Körperkoordinationstest für Kinder). Os resultados apontam que 63,1% das meninas
aos 6 anos são bem classificadas. A partir dessa idade, a porcentagem diminui: aos 7
anos 28,3%, aos 8 anos 26,6%, aos 9 anos 23,9% e aos 10 anos 54%. Nas meninas, foi
possível verificar que 46,3% são classificadas como possuindo perturbações de
coordenação e 40,7% como possuindo insuficiência coordenativa. Já para os resultados
mostram que 67% dos meninos aos 6 anos são bem classificados e o mesmo acontece
com as idades subsequentes, quando comparadas com as meninas aos 7 anos 29,2%, aos
8 anos 24%, aos 9 anos 21% e aos 10 anos 65,8%. Nos meninos, constata-se que 24,8%
são classificadas como possuindo perturbações de coordenação e 46,6% como
184
possuindo insuficiência coordenativa. Os valores médios do desempenho nas quatro
provas do KTK das crianças são inferiores aos verificados na literatura. Em suma,
verifica-se uma tendência generalizada para as meninas de uma dada idade mostrarem
perfis de coordenação motora inferiores àqueles que são esperados para a sua idade. Tal
circunstância revela uma forte insuficiência em aspectos do desenvolvimento
coordenativo nas diferentes idades.
Ainda nesta linha e pensando na associação de tarefas, Florêncio (2015) realiza
um estudo com o propósito de investigar a associação entre as capacidades perceptivo-
motoras e o desempenho de tarefas motoras em sujeitos de 7 e 13 anos de idade.
Participaram desse estudo 110 sujeitos, contrabalanceados em termos de sexo e idade.
Como metodo, utilizou-se do Teste KTK. Com os resultados obtidos, pode-se
considerar que tanto para as capacidades quanto paras as tarefas motoras, nota-se que os
sujeitos com 13 anos de idade apresentaram melhores resultados em relação aos de 7
anos. No entanto, considerando os valores mínimos e máximos em muitas variáveis há
valores semelhantes, o que indica uma amplitude de variação semelhante. Apesar de
haver outras capacidades perceptivo-motoras, entende-se que as utilizadas permitiram
delinear questões e estabelecer algumas hipóteses, realizando alguns avanços sobre a
problemática apresentada. Os autores concluem que o desempenho de tarefas motoras
típicas da infância pode ser influenciado pelo nível de desenvolvimento das capacidades
perceptivo-motoras de cada indivíduo, podendo gerar graus diferentes de associação
e/ou um conjunto diferente de capacidades perceptivo-motoras para cada tarefa.
Silva e Ferreira (2001) realizam um estudo com o intuito de verificar a
contribuição que um programa de atividades físicas proporciona no desenvolvimento da
coordenação corporal em crianças com síndrome de Down. Participaram desse estudo 9
alunos da APAE de Maringá com síndrome de Down, com deficiência mental moderada
(na classificação pedagógica), com idade de 6 a 10 anos, sendo 4 do sexo feminino e 5
do sexo masculino. Como metodologia, foi utilizada uma pesquisa de campo com a
utilização do Teste KTK. Os resultados constatam que as crianças alcançaram
progressos significativos durante a aplicação do programa. Além disso, esses resultados
indicaram que a aplicação do programa proposto trouxe uma melhora significativa no
desenvolvimento motor de 78% dos sujeitos, com relação aos saltos monopedais e
saltos laterais, respectivamente. Ocorreu uma melhora estatisticamente significativa na
coordenação dos sujeitos da amostra. Esse resultado pôde ser observado no decorrer das
aulas, considerando que, ao final do trabalho, os alunos já apresentavam maior
facilidade de execução das atividades propostas no programa. Os autores concluem que
esse modelo de trabalho, ou seja, aulas de Educação Física direcionadas ao
desenvolvimento motor mais especificamente, mostram-se importantes, pois provou ser
um modelo que certamente proporciona resultados satisfatórios, que é o que todos os
profissionais de Educação Física buscam como objetivo com seu trabalho.
A literatura nos apresenta um déficit na coordenação motora de escolares com
reflexo no desenvolvimento motor desta população e como retrocitado, uma das
habilidades que pode ajudar a equilibrar esta deficiência pode ser a natação, que, como
tentaremos mostrar em seguida, pode contribuir para a diminuição do problema
apontado.
Pereira e Saccani (2009) realizam um estudo com objetivo de analisar o nível de
desenvolvimento motor de bebês que participam periodicamente de aulas de natação.
Participaram do estudo 28 bebês (14 meninas e 14 meninos) com idades entre 0 e 18
meses. Para avaliação do desenvolvimento motor, foi utilizada a escala motora infantil
Alberta. Os resultados apontam que nenhuma criança demonstrou desenvolvimento
motor anormal, percentil inferior a 5%. Os valores percentílicos variaram entre 32 e
89%, evidenciando desenvolvimento acima do esperado para a faixa etária. Ao observar
185
as pontuações dentro de cada postura da escala, observou-se que, na postura prono, as
crianças obtiveram maiores pontuações que nas posições supino, sentado e em pé. Ao
comparar desempenho motor entre gêneros, não foi observada diferença significativa
entre os sexos. Os resultados permitem apontar ainda que os bebês que participam das
aulas de natação apresentam desempenho motor acima da média. O melhor desempenho
na postura prono pode ser atribuído às oportunidades diversas as quais os bebês são
expostos em decúbito ventral durante as aulas. Além disso, a densidade do meio líquido
permite a realização de movimentos que bebês, em geral, não seriam capazes de realizar
fora d’água, em decorrência da diminuição da ação da gravidade. Os autores sugerem
que programas de natação para bebês podem contribuir para as aquisições motoras da
primeira infância, potencializando o desenvolvimento motor de bebês independente do
gênero. Sendo assim, o desenvolvimento global da criança é estimulado se oferecermos
oportunidades para que ele vivencie experiências e sensações diversificadas. Estímulos
aquáticos para bebês são essenciais, e essas atividades devem ser direcionadas,
significativas e adequadas às necessidades de cada criança.
Oliveira et al. (2013) realizam um estudo para analisar os benefícios que a
natação traz para as crianças que praticam aulas regularmente, com análise em sua
vivência motora e quais as influências que exercem sobre o aspecto físico, psicológico e
social. Participaram do estudo 25 crianças de ambos os sexos e idade de 6 a 12 anos. Foi
feita uma pesquisa de campo que incluiu: termo de concordância, consentimento livre e
esclarecido e aplicação do questionário. Os pais dos participantes do projeto
responderam a um questionário com 8 questões sendo 2 dissertativas e 6 de múltipla
escolha. Os resultados apontam que a maioria da amostra começou a praticar a natação
com 8 anos (40%). Quando questionado sobre o porque os filhos a praticavam, a
maioria dos pais/responsáveis respondeu que procurava a melhoria da saúde e para que
as crianças praticassem alguma atividade física, e não ficassem sedentárias. Não houve
nenhuma resposta negativa quanto aos benefícios da prática da natação pelas crianças,
sendo que 44% da amostra respondeu que a natação trouxe uma melhoria na saúde. De
acordo com o estudo, foi constatado que a prática da natação traz vários benefícios
como contribuição para aprendizagem organizada, coordenação motora,
desenvolvimento, oferece descontração e ludicidade, benefícios no sistema respiratório
e cardiovascular, recuperando e prevenindo doenças; eleva à auto estima, diminuindo o
stress, melhora a disposição para demais atividades, no aspecto social melhora a relação
interpessoal e aumento dos círculos de amizade. As crianças participam das aulas de
natação de forma prazerosa. De acordo com os autores, foi comprovado que os
resultados condizem com o que foi mostrado na revisão de literatura. A prática contínua
da natação para as crianças e os benefícios adquiridos são de grande importância para o
desenvolvimento integral e contribuem para uma melhor qualidade de vida.
Selau (2000) realiza um estudo para descrever a análise do comportamento
lúdico da criança no meio líquido, relacionado ao desenvolvimento e aprendizagem nas
teorias do jogo. Participaram do estudo 17 crianças de 4 a 7 anos de idade, de ambos os
sexos. Foi feito um estudo de investigação de corte naturalista, isto é, qualitativa e
etnográfica, destinado a descrever, explicar e interpretar os processos que ocorrem no
brincar infantil no meio líquido, a relação da criança com os professores, com os demais
e com os objetos, além de sua atividade espontânea. Foi observado que as crianças se
utilizam de sua natureza para se desenvolver quando deixadas em liberdade, brincando
na água. O trabalho contribui para que se repensem novas alternativas pedagógicas na
água, que considere e valorize a manifestação lúdica das crianças envolvidas. O meio
líquido, segundo os autores, pode ser desencadeador de novas emoções, sensações, bem
como pode proporcionar manifestações simbólicas de outra natureza, diferentes
daquelas que não são desse meio. De acordo com os pesquisadores, pode-se sugerir que
186
o meio líquido abranja vivências corporais de jogo e exercício para crianças, e deve ser
mais aproveitado para este fim.
Aidar et al. (2006) realizam um estudo com o propósito de avaliar os benefícios
de pessoas com paralisia cerebral submetidos a um programa de atividades físicas
aquáticas. Participaram do estudo 27 crianças portadoras de Paralisia Cerebral, sendo 11
meninas e 16 meninos com idade de 1 a 6 anos. A método adotado foi o Inventário de
Avaliação Pediátrica de Disfunção. Foram realizadas aulas com frequência de duas
vezes por semana e duração máxima de 45 minutos cada, por16 semanas. Os resultados
mostram que ao comparar os dados antes e depois dos exercícios físicos, verificou-se
melhora no nível da função social do grupo todo. Diante disto, é possível inferir que a
água proporciona um maior relaxamento e fortalecimento inicial para os músculos mais
fracos, maior mobilidade articular, um stress biomecânico menor, auxílio e resistência
aos movimentos, uma vez que diminui a sobrecarga. Por outro lado, tem uma resistência
maior do que a do ar 9,24. A água ainda estimularia a circulação periférica, facilitando o
retorno venoso, e melhoraria a respiração, oferecendo um efeito massageador,
estimulando uma melhor contração muscular, o que promoveria uma melhora na
postura. Os autores concluem que as atividades físicas, mais especificamente as feitas
no ambiente aquático, têm se demonstrado um meio eficaz na melhora da mobilidade
em portadores de Paralisia Cerebral.
Carvalho (2013) realiza um estudo a fim de avaliar a coordenação motora em
crianças de 7 a 10 anos. Participaram do estudo 41 crianças matriculadas na Escolinha
Municipal de Natação da Prefeitura de Vinhedo, São Paulo, com idade entre 7 e 10
anos, de ambos os sexos, sendo 20 meninas e 21 meninos. Como método, foi utilizado o
Teste KTK. Com os resultados, foi observado que a média do escore do quociente
motor do Grupo A (7 a 8 anos) feminino no momento pré-intervenção foi de 95,44
passando para 110,77 no pós-teste e no mesmo grupo, mas do sexo masculino, a média
deste foi de 97,2 para 108,5. Já o Grupo B (9 a 10 anos) feminino apresentou uma
média do escore do Quociente Motor (QM) de 89,82 no pré-teste e 102,45 no pós-teste
e o grupo B masculino foi de 102,72 para 114,63. Este estudo mostrou que as meninas
apresentaram resultados melhores que o dos meninos quanto à soma do Quociente
Motor, na idade dos 7 aos 8 anos, mas os meninos a superam já no grupo B (9 a 10
anos). Os dados permitem aos pesquisadores sugerir que tanto meninas quanto meninos
tendem a obter melhoras de desempenho motor através dos anos. De acordo com os
autores, evidenciaram-se os benefícios que um programa de iniciação a natação pode
exercer sobre crianças com perturbação ou insuficiência na coordenação, ou até mesmo
melhoras em indivíduos já com coordenação considerada normal. Cabe aos
profissionais de Educação Física, principalmente na área da Natação, a partir desses
estudos, desenvolverem programas e intervenções mais adequadas ao desenvolvimento
motor das crianças tanto na fase de iniciação a natação quanto em fases posteriores.
Para dar um norte aos programas que devem ser propostos para que se insira a
natação como atividade que pode influenciar no nível de coordenação motora e
desenvolvimento das crianças, Freudenheim, Gama e Carracedo (2003) realizam um
estudo a fim de estabelecer princípios teóricos para a elaboração do ensino do nadar
para crianças. Participam desse estudo crianças que frequentemente participam de
escolas de natação. O método utilizado foi a utilização de um PENC (Plano de Ensino
do Nadar para Crianças), que abrange os conteúdos dos três domínios de ensino: Fase
de movimentos fundamentais, Fase de combinação de movimentos fundamentais e Fase
de movimentos culturalmente determinados. Para realizar a avaliação, foram utilizados
dois instrumentos: a ficha de avaliação individual (abrangendo objetivos motores,
afetivo-sociais e cognitivos) e o diário (observações registradas após a aula). A
avaliação tem como objetivo acompanhar o processo de aprendizagem individual,
187
conhecendo o perfil do aluno, é possível tornar o planejamento mais eficiente, com
progressão adequada do ensino. Os resultados permitem notar que, desde a implantação
do PENC tem-se observado, a partir da ficha de avaliação individual e dos diários, que
os alunos têm progredido em direção aos objetivos estabelecidos em cada uma das três
fases de aprendizado. Os autores concluem que a utilização dos parâmetros
apresentados não se restringe ao âmbito de programas de ensino de natação para
crianças. Inclusive, já têm sido utilizados, com algumas adaptações, para o ensino do
nadar a indivíduos adultos e idosos. Mas esses parâmetros, bem como os programas de
ensino baseados neles, não podem ser considerados uma proposta definitiva. A
implantação demanda ajustes à realidade específica e uma avaliação também sempre
leva à necessidade de reformulações. Desse modo, o PENC deve ser visto não como um
programa a ser seguido literalmente – o que o tornaria uma “camisa-de-força” –, mas
sim como um referencial para o desenvolvimento de uma proposta de ensino do nadar
fundamentada em conhecimentos teóricos.
Em síntese, a literatura traz inúmeras vertentes sobre a influência da natação
como segue, Aidar et al., (2006) e Silva e Ferreira (2011) abordaram doenças crônicas
(Paralisia Cerebral e Síndrome de Down, respectivamente), avaliando desde a função
social até a coordenação corporal que a prática de um programa de atividade física
aquática proporciona. Pereira e Saccani (2009) avaliaram o desenvolvimento motor de
bebês. Oliveira et al. (2013) buscaram analisar os benefícios da natação, com análise da
vivência motora e influências no aspecto físico, psicológico e social. Selau (2000)
procurou descrever a análise do comportamento lúdico da criança no meio líquido.
Carvalho (2013) avaliou a coordenação motora em crianças de 7 a 10 anos. Florêncio
(2015) investigou a relação entre as capacidades perceptivo-motoras e o desempenho de
tarefas motoras. Lopes et al. (2003) investigou o estado de desenvolvimento da
coordenação motora ao longo dos quatro anos do 1º ciclo do ensino básico.
Freudenheim, Gama e Carracedo (2003) estabeleceram princípios teóricos para a
elaboração de programas de ensino do nadar para crianças. Catenassi et al. (2007)
verificaram a relação entre índice de massa corporal e habilidade motora grossa.
Aidar et al. (2006) utilizaram o Inventário de Avaliação Pediátrica de Disfunção
(Haley et al. 2000). Silva e Ferreira (2011), Carvalho (2013), Florêncio (2015), Lopes et
al. (2003), Catenassi et al. (2007) utilizaram o Teste KTK (Gorla, 1995). Pereira e
Saccani (2009) utilizaram a Escala Motor Infantil Alberta (PIPER; DARRAH 1992).
Oliveira et al. (2013) utilizou um questionário para coleta de dados em sua pesquisa de
campo. Selau (2000) utilizou os estudos de Coll (1994) com uma estratégia de
observador-participante. Freudenheim, Gama e Carracedo (2003) utilizaram um PENC
(Plano de Ensino do Nadar para Crianças). Catenassi et al. (2007) utilizou também o
Test of Gross Motor Development – Second Edition (Ulrich, 2000).
Aidar et al. (2006) constataram uma melhora no nível da função social do grupo.
Silva e Ferreira (2011) constataram que aplicação do programa trouxe uma melhora
significativa no desenvolvimento motor de 78% dos sujeitos. Pereira e Saccani (2009)
constataram que nenhuma criança demonstrou desenvolvimento motor anormal,
percentil inferior a 5%. Oliveira et al. (2013) constataram que a pratica da natação traz
benefícios como contribuição para aprendizagem organizada, coordenação motora,
desenvolvimento, descontração e ludicidade. Selau (2000) constatou que crianças
utilizam de sua natureza para se desenvolver quando deixadas em liberdade, brincando
na água. Carvalho (2013) constatou que um programa de iniciação a natação pode trazer
benefícios em crianças com perturbação ou insuficiência na coordenação, e até melhorar
indivíduos já com coordenação considerada normal. Florêncio (2015) constatou que não
foi encontrada diferença significativa baseada na Literatura. Lopes et al. (2003)
constataram que as crianças do 1º ciclo do ensino básico apresentam perturbações na
188
coordenação e insuficiência coordenativa. Freudenheim, Gama e Carracedo (2003)
constataram que a partir da ficha de avaliação individual e dos diários, é possível
perceber se os alunos têm progredido em direção aos objetivos estabelecidos em cada
uma das três fases de aprendizado. Catenassi et al. (2007) constataram que em crianças
de até 6 anos de ambos os sexos, prevalece o mesmo potencial de desenvolvimento
motor.
Pereira e Saccani (2009) concluem que programas de natação para bebês
contribuem para as aquisições motoras da primeira infância, potencializando o
desenvolvimento motor de bebês independente do gênero. Oliveira et al. (2013)
concluem que a prática contínua da natação para as crianças e os benefícios adquiridos
são de grande importância para o desenvolvimento integral, o que contribui para uma
melhor qualidade de vida, aumentando o círculo de amizade e auxiliando a prevenção
das doenças e ajudando na socialização das crianças. Selau (2000) conclui que o meio
líquido abrange vivências corporais de jogo e exercício para crianças, e deve ser mais
aproveitado para este fim. Aidar et al. (2006) concluem que as atividades físicas feitas
no ambiente aquático têm-se demonstrado um meio eficaz na melhora da mobilidade em
portadores de Paralisia Cerebral. Carvalho (2013) conclui que cabe aos profissionais de
Educação Física na área da Natação desenvolverem programas e intervenções mais
adequadas ao desenvolvimento motor das crianças tanto na fase de iniciação a natação
quando em fases posteriores. Florêncio (2015) conclui que os resultados obtidos neste
estudo geram um indicativo de um campo promissor para a investigação das diferenças
individuais no desempenho de crianças e jovens. Silva e Ferreira (2001) concluem que
as aulas de Educação Física direcionadas ao desenvolvimento motor se mostram
importantes, pois foi provado ser um modelo que proporciona resultados satisfatórios,
que é o que todos os profissionais de Educação Física buscam como objetivo com seu
trabalho, que é o desenvolvimento da criança. Lopes et al. (2003) concluem que as
autoridades educativas da Região Autónoma dos Açores devem tomar medidas sérias
para a remediação do fraco nível de desenvolvimento coordenativo das crianças do
1CEB. Freudenheim, Gama e Carracedo (2003) concluem que o PENC deve ser visto
como um referencial para o desenvolvimento de uma proposta de ensino do nadar
fundamentada em conhecimentos teóricos. Catenassi et al. (2007) concluem que
crianças obesas ou com sobrepeso têm o mesmo potencial que crianças normais para
desenvolver a habilidade motora grossa e que são capazes de realizar movimentos com
a mesma qualidade.
Diante do exposto, nossa inquietude teve por objetivo verificar se a natação pode
ser utilizada como componente para melhorar a coordenação motora e o nível de
desenvolvimento motor de escolares.
Método
Foi feita uma pesquisa qualitativa através de uma revisão de literatura.
Inicialmente o tema foi pesquisado em livros, dissertações e teses e posteriormente em
base de dados e em periódicos. O método de análise dos textos e dos artigos foi
influído pela literatura (NELSON; THOMAS, 2012; CERVO; BERVIAN, 2007),
seguindo a ordem de leitura de reconhecimento, leitura seletiva, leitura crítica ou
reflexiva e, por fim, a leitura interpretativa.
189
Resultados e Conclusão
Verificamos, no presente estudo, que a prática da natação traz benefícios para a
aprendizagem organizada, coordenação motora, descontração, ludicidade e melhora no
nível da função social, aumentando o círculo de amizade, auxiliando a prevenção de
doenças e aumento da saúde. As crianças utilizam de sua natureza para se desenvolver
quando deixadas em liberdade, brincando na água. A partir da ficha de avaliação
individual e dos diários, é possível perceber se os alunos têm progredido em direção aos
objetivos estabelecidos.
Por tudo isso, conclui-se que programas de natação potencializam as aquisições
motoras da primeira infância independente do gênero, e contribuem para o
desenvolvimento integral, resultando numa melhor qualidade de vida. O meio líquido
abrange vivências corporais de jogo e exercício para crianças, mostrando-se eficaz na
melhora da mobilidade em portadores de Paralisia Cerebral e deve ser mais aproveitado
para este fim. Cabe aos profissionais de Educação Física na área da natação
desenvolverem programas e intervenções mais adequadas ao desenvolvimento motor
das crianças tanto na fase de iniciação a natação quando em fases posteriores.
Considerações finais
Verificamos a necessidade de uma nova maneira de se pensar nas aulas de
Educação Física. Os professores nas escolas precisam entender a importância da prática
contínua de um programa de natação em suas aulas, fazendo parte do planejamento
docente, do planejamento escolar e do Projeto Político Pedagógico da Unidade Escolar.
E os profissionais que trabalham em clubes e afins precisam estar atentos se os alunos
estão vivenciando novas experiências nas aulas, buscando inovar e tornar a natação um
esporte prazeroso e vantajoso de se praticar.
Um mau professor acaba não elaborando uma boa aula, e uma aula que não é
boa acaba não despertando interesse dos alunos, e quando não há interesse dos alunos a
Educação Física deixa de fazer sentido. Os alunos vão crescendo sem a devida correção
do professor, acarretando em consequências como o déficit e perturbação na
coordenação motora. Um simples teste é capaz de demonstrar quão grandioso é
problema da deficiência coordenativa em uma turma, conforme Lopes et al. (2003)
constataram em sua pesquisa através do Teste KTK. E se a falta de comprometimento
do professor afeta alunos normais, ocorrerá também com alunos deficientes. A
Educação Física lida diretamente com a inclusão, e os deficientes são ainda mais
afetados. Silva e Ferreira (2001) constataram que um programa de atividades físicas
focado na coordenação motora (KTK) de alunos com Síndrome de Down trouxe
melhoras em 78% dos participantes, deixando claro que uma boa aula dada por um
professor é fundamental para proporcionar resultados satisfatórios para todos os alunos,
inclusive deficientes. E na natação, bebês apresentam ganho de coordenação motora
com 18 meses de idade, sendo uma ótima oportunidade de vivenciarem novas
experiências (Pereira e Saccani, 2009). E dos 6 aos 12 anos, a prática regular da natação
traz benefícios físicos (melhora do sistema respiratório e cardiovascular), psicológicos
(elevação da autoestima e diminuição do stress) e sociais (melhora relação interpessoal),
segundo Oliveira et al. (2013).
Programas de cursos profissionalizantes e valorização salarial para os
profissionais que ensinam natação, estando dentro ou fora da escola, pode ser uma
solução para que mais pessoas da área tenham vontade de incluir natação em suas aulas.
190
Somente com profissionais capacitados para dar aula, que possam fazer a diferença no
mercado e serem capazes de transmitir seus conhecimentos de forma adequada é que
teremos alunos interessados em praticar e desfrutar dos benefícios que a prática traz.
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192
O CAMINHO DO GUERREIRO – OS BENEFÍCIOS
PISCOLÓGICOS NA PRÁTICA DAS ARTES MARCIAIS PARA
CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Marcelo Penacio Domingos¹
Marcus Gomides²
RESUMO
Tentando encontrar uma alternativa de baixo custo e mais segura para ajudar crianças e
adolescentes a tratarem patologias psíquicas como depressão, fobia social, ansiedade
generalizada e até mesmo Toc. Tivemos a iniciativa de elaborar este trabalho para
encontrar nas artes marciais um caminho que pudesse desviar o oprimido do caminho da
destruição e levá-lo até o caminho do guerreiro. Várias pesquisas foram utilizadas para
identificar o problema e até mesmo a solução para esse mal, em que por fim realizamos
nosso próprio estudo de caso onde podemos concluir baseado em dados científicos que
a Arte Marcial pode trazer benefícios psicológicos aos seus praticantes.
Palavras chave: Artes Marciais. Lutas. Depressão. Educação. Violência. Psicologia.
ABSTRACT
Trying to find a low-cost alternative and safer to help children and adolescents treated
mental disorders such as depression, social phobia, generalized anxiety and even toc.
We had the initiative to draw up this work to find the martial arts a path that could
divert the oppressed from the path of destruction and lead you to the path of the
warrior. Several research form used to identify the problem and even the solution to this
evil, which finally realize our own case study where we can conclude based on scientific
data that the martial art can bring psychological beneficial to its practitioners.
1-Graduando (licenciatura) em Educação Física das Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445,
13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]).
2-Professor especialista em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades
Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail:
193
Introdução
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, a OMS, publicados entre
1980 e 2012, Estima-se que o suicídio seja uma das principais causas de mortalidade
durante a adolescência, especialmente entre 15 e 19 anos, Sendo o Brasil o 63º país em
taxa de suicídios pelo mundo e classificado como oitavo na América Latina.
(VENANCIO, 2014)
Levantamentos mais recentes (OMS, 2014) apontam que uma das possíveis
causas do suicídio entre crianças e adolescentes esta associado a algum quadro de
patologia ou perturbação mental, incluindo neste quadro fatores sociais como
desemprego ou perda de status e fatores socioambientais como problemas interpessoais
e influencias externas.
A constante evolução na tecnologia e as diversas áreas de conhecimento trazem
consigo a necessidade de melhor qualificação profissional. Fatores como estes obrigam
as pessoas a adotar um ritmo de vida mais acelerado e confrontante. Crianças desde
cedo já possuem tabelas de horários pré-estabelecidos sobre o que deve fazer durante o
dia: escola, cursinho, aulas de reforço etc.
Os pais e às vezes até a própria escola, estão mais preocupados em uma
preparação de mão de obra infantil para o futuro mercado de trabalho do que com o
próprio desenvolvimento humano dos estudantes. (SOUSA; VAGO, 1997). O
resultado ao longo prazo é o inicio de uma forte carga de Stress que consequentemente
pode acarretar diversas doenças como: depressão, fobias sociais e TOC, tendo em sua
grande maioria, origem no período escolar.
O ser humano caminha em fases de evolução constante no decorrer do tempo,
estágios de aprendizagem e formação cognitiva que evoluem durante períodos
específicos da vida, sendo a infância o período mais rico para a sua formação.
(PIAGET, 1992). Em certos períodos, a formação afetiva e o processo de influência dos
ciclos sociais (escola, amigos, parentes etc), constroem personalidade e posturas que
podem influenciar toda a sua formação humana até a fase adulta, sendo assim, Tudo
aquilo que o indivíduo recebe do meio externo pode ter consequências tanto positivas
como negativas em sua formação humana.
O estresse pode ser o motor propulsor para diversas patologias como a
Depressão, fobias sociais, transtorno do pânico, ansiedade generalizada e transtorno
bipolar. O tratamento recomendado é em muitas vezes farmacológico, sendo realizado
em longos períodos de acompanhamento psiquiátrico e psicológico para um estudo
completo do caso. Não é de hoje que os médicos adicionam no tratamento além dos
métodos citados acima, a inclusão de atividades físicas sistematizadas e a inclusão
social do indivíduo em terapias em grupo. Pesquisas comprovam que a prática de
atividades físicas podem diminuir os escores de depressão, agressividade e ansiedade.
(CHEICK ET AL.2003; BATISTA 2013; PACHENCO 2012; ANDRADE ET AL
2.014)
Neste artigo usaremos as Artes Marciais como sugestão de atividade benéfica
para os escolares. A mesma se trata de uma atividade física sistematizada,
proporcionando ao praticante a inclusão em um meio social novo, e em sua verdadeira
essência, é uma atividade de cunho pedagógico, pois o praticante esta em fase de
aprendizagem constante, desde quando iniciante até depois de se tornar mestre. As
Artes Marciais também trabalham com os componentes éticos ao colocar numa posição
central o respeito ás pessoas e aos locais de prática ( dojo, academias, etc).
(DELL'AGLIO; TRUSZ 2010).
194
O intuito deste trabalho é mostrar quais os benefícios psicológicos que a arte
marcial pode causar em escolares e o porquê ela, dentre tantas outras atividades, seria
uma alternativa para promover uma saúde mental estável.
Revisão bibliográfica - Violência e agressividade
No ano de 2000, uma pesquisa foi realizada em Três municípios brasileiros de
diferentes estados, Iguatu ( CE), Campinas ( SP) e Juiz de fora ( Mg) onde alunos e
professores de diferentes escolas da rede pública e privada foram entrevistados. Foi
possível verificar que muitos dos alunos que apresentavam comportamento violento
dentro da sala de aula como agressão física e verbal, uso de drogas, roubo e até conflitos
armados, tiveram influencia direta dos familiares e amigos, o que levou posteriormente
os mesmos a reproduzir tais atos:
Em relação ao comportamento violento, muitos dos alunos que se
queixaram de ser humilhados na família, na escola e na comunidade,
também disseram agir da mesma forma com seus semelhantes, reproduzindo
o comportamento censurado. ( NJAINE; MINAYO. 2003.Pag.121)
Com o passar dos anos, surge mais pesquisas e propostas para a melhoria de
qualidade de ensino dos estudantes, o que nos da a impressão de que o progresso
científico trará melhorias significativas até a próxima geração. Infelizmente ao
comparar levantamentos feitos 14 anos depois da pesquisa realizada por Njaine, é
possível observar que a violência entre escolares se mostra ainda um fator estagnado no
Brasil.
Dados apresentados pelo Sistema de informação de Mortalidade (SIM) do
Ministério da saúde apontam o homicídio, acidentes de trânsitos e suicídios como as
principais causas de morte entre Crianças e adolescentes no Brasil. Os dados mostram
que a partir dos 13 anos, o risco de homicídio aumenta até os 20 anos de idade, caindo
gradativamente depois. (VENANCIO, 2014).
A falta da presença de um adulto na vida da criança compromete cada vez mais
sua noção de civilidade e companheirismo, oque pode acarretar em comportamento
agressivo, intolerante e baixa autoestima. (NJAINE; MINAYO. 2003). Pesquisas
indicam que a falta de atividades extras curriculares geram grande desinteresse dos
alunos nas aulas, oque pode acarretar baixo desempenho, desanimo de continuar na
escola e ate comportamento agressivo com o tempo (NJAINE; MINAYO. 2003)
Transtorno do pânico
Segundo a CID – 10, classificação internacional de doenças da organização
mundial de saúde – O transtorno do pânico (ou ansiedade paroxística episódica) é
definido como “ataques recorrentes da ansiedade grave (pânico), os quais não estão
restritos a qualquer situação ou conjunto de circunstancias em particular e que são,
portanto, imprevisíveis.
Como característica da patologia, o indivíduo pode apresentar desde Palpitação,
sudorese, tremores ou abalos a desconforto abdominal. Quase sempre o ataque do
pânico é seguido pelo medo de vir uma nova crise.
Pessoas que passaram por situações traumáticas (abandono, morte, separação,
ausências por parte dos pais) ou comportamentos repressivos por parte dos
responsáveis, desenvolvem uma instabilidade á sentimentos negativos como ansiedade,
culpa, vergonha e raiva, fazendo com que os vejam como sentimentos ameaçadores, o
195
que gera um novo ciclo de maior ansiedade, oque seria um facilitador para a síndrome.
(CAREZZATO, 2008)
A melhora do transtorno é possível, quando a pessoa se reconecta com os
conflitos iniciais traumáticos que a induziram a patologia, compreendendo o fator
causador e acima disso, criando novas atividades e experiências que induzam uma nova
estrutura interna. A esse sistema de ordem e desordem, o indivíduo cria novas
experiências e as contempla com mais intensidade do que as anteriores. Para isso a
nova fase deve ser positivamente mais marcante do que a originária a crise, e vivenciada
regularmente pelo indivíduo. (CAREZZATO, 2008).
Em resumo, é crucial que a pessoa com T.P não se isole do mundo nem se
“feche” em relação as pessoas. Ela deve buscar sempre novas experiências, atividades
que lhe ocupem a cabeça trazendo lembranças positivas mais fortes que as traumáticas.
Fobia Social
Segundo a Diagnostic and Statistical Manual - DSM – V, a fobia social se
caracteriza por um medo persistente e acentuado de uma ou mais situações sociais onde
a pessoa é exposta a outros indivíduos, a exposição ao estímulo fóbico, provoca uma
resposta de intenso sofrimento e ansiedade e pode causar a pessoa um ataque de
pânico. Normalmente indivíduos com a síndrome tem medo e evitam falar para grandes
grupos ou confrontar ideias.
Rey (2001) recomenda em sua revisão de literatura, que o indivíduo que
apresenta a fobia social, além dos medicamentos farmacológicos e tratamento cognitivo
– comportamental, pratique atividades realizadas em grupo, como dança e atividades
esportivas pois constitui-se como um meio para o desenvolvimento das habilidades
sociais.
Depressão
A depressão, do ponto de vista fisiológico, é uma possível disfunção
neurotransmissora, como a baixa produção de hormônios importantes como a serotonina
e noradrenalina, podendo ser transmitida hereditariamente ou desenvolvida por
alterações funcionais em áreas específicas do cérebro. Sendo responsável por morte
prematura.
Devido ao alto custo de medicamentos, os indivíduos com a patologia buscam
meios mais acessíveis e compatíveis a sua condição para tratar a depressão. O exercício
físico representa um dos mais recentes achados por exercer efeito positivo nos processos
de prevenção e tratamento da depressão. ( BATISTA; ORNELLAS. 2013)
Pesquisas mostram que o exercício físico sistematizado, realizado em dois
grupos de idosos contendo idades de 40 a 70 anos de idade, apresentou índices muito
mais baixos nos escores de depressão do grupo submetido ao treinamento quando
comparado ao grupo que não praticaram nenhuma atividade física durante o mesmo
período de pesquisa. (BATISTA, 2013).
Ao recorrer a literatura, podemos observar que a pratica de exercícios físicos
promovem o aumento da produção de hormônios como a noradrenalina ( hormônio que
influencia os batimentos cardíacos, ansiedade e sono ) e serotonina ( popularmente
conhecido como hormônio da felicidade, responsável pelas sensações de prazer e
relaxamento). (ANDRADE AT ALL, 2014).
Fica evidente que a prática de atividades físicas, desportivas ou recreativas,
trazem melhoras significativas para os aspectos psicológicos de seus praticantes. Porem
buscou agora em especial na nossa pesquisa, apontar o que a literatura nos traz sobre os
196
efeitos da prática das Artes Marciais na vida de escolares. Neste primeiro momento
recorremos a literatura para apontar oque a produção cientifica tem para contribuir com
a problemática. Em segundo momento será realizado uma pesquisa de campo de caráter
quantitativa para verificar em escolares praticantes, quais as influencias cognitivas e
comportamentais que a mesma lhe proporcionou em relação ao antes e depois da prática
das AM.
Arte Marcial e saúde mental
Em 2013 foi realizada em Portugal uma pesquisa, em que os responsáveis
pretendiam relacionar a prática do judô na formação do autoconceito, a autoestima e
autoconhecimento dos praticantes. Uma amostra de 531 alunos foi selecionada (295
masculino e 236 feminino), sendo que 96 destes alunos praticavam judô regularmente.
Os pesquisadores verificaram que os alunos que praticavam judô juntamente
com outra modalidade desportiva de caráter formal, apresentavam os critérios acima
(autoestima, autoconceito e autoconhecimento) mais elevados do que o grupo que
apenas praticava a Educação física nos horários de aula e do grupo que não praticava
nenhuma atividade extracurricular. (BATISTA; DELGADO.2013).
Também foi possível observar que os praticantes da arte, possuíam melhor
rendimento escolar ( 84,15%) do que o grupo de alunos que não possuíam atividades
extracurriculares ( 77,45%) sendo que os alunos mais graduados apresentavam um nível
de autoconhecimento significativamente superior do que os menos graduados
(BATISTA; DELGADO.2013).
Uma possível explicação para a melhora no rendimento escolar, se encontra no
fato de, ao pertencer a um Dojo ( local de treinamento) e ao desenvolver o prazer pela
prática. O aluno inserido naquele meio deve obedecer as regras impostas pelo mestre, e
sendo sempre encorajado pelo sensei/sifu/treinador etc, e colegas de treino, o aluno
adquire respeito mutuo pelos demais e em muitos dos casos admiração pelo professor.
Segunda a teoria de Piaget sobre psicologia evolutiva, a moral no sujeito, vem do
respeito adquirido pelas regras. Porem a mesma começa no respeito e afinidade pelas
pessoas que nos impoem estas regras. (DELL'AGLIO; TRUSZ. 2010).
Segundo Paim e Pereira (2004), verificando quais os fatores que levavam um
grupo de jovens a praticar à capoeira na escola, pode-se registrar que 55,56% buscam a
arte marcial para melhoria na própria saúde e que 54,63% visavam fazer novas
amizades ou estar inseridos em um grupo. Os resultados da pesquisa acima corroboram
com Gallahue ( 2003) quando afirma que a necessidade de pertencer a um grupo é
muito forte na adolescência, fator importante que leva o indivíduo a buscar a prática de
esportes.
Um estudo realizado na cidade de Cascavel - PR, com alunos praticantes de
Taekwondo teve como objetivo verificar mudanças positivas no comportamento dos
escolares. Professores e pais foram entrevistados a respeito dos praticantes da arte em
relação à vida pessoal e escolar, os resultados foram significativamente positivos.
71,42% dos professores afirmam melhora no comportamento e desempenho dos alunos
com mais de 6 meses de prática da arte, 57,14% ainda no requisito escolar, afirmam que
os praticantes desenvolveram maior respeito pelos professores. Entre os 59 pais
entrevistados, 79% afirmam que seus filhos tiveram mudanças positivas no
comportamento após a prática do Taekwondo. ( VIEIRA ; MOREIRA .2008).
197
A arte marcial estimula a criança a desenvolver um melhor comportamento
humano. Quando estimulada a um reforço positivo, o indivíduo recebe um estímulo de
recompensa. Já no reforço negativo a resposta leva à remoção do estímulo. Seguindo
esta lógica, ao recorrer a pesquisas que mostram a conduta de alguns mestres para com
seus alunos, podemos observas que os mesmos, colocam como requisito mínimo para a
prática das Artes Marciais, condutas que os praticantes devem seguir para se graduar ou
continuar treinando, como respeito, disciplina e boa conduta para com a sociedade.
Recorrendo novamente ao trabalho de Vieira; Moreira (2008), apontamos um
exemplo para a prática do Taekwondo, os mestres e responsáveis cobram dos alunos
maior respeito com os pais e professores, melhor dedicação nos estudos e frequência
escolar, sendo que antes de qualquer exame de graduação, os pais dos alunos são
questionados do andamento dos mesmos fora do Dojo. Ao analisar os estudos de
Vygotsky sobre o comportamento humano, tamanha quantidade de estímulos positivos
exigidos pelos Senseis dos praticantes, pode gerar uma influencia externa significativa
para a formação do carácter da criança durante seu desenvolvimento piscosocial.
Como dito anteriormente a falta de atividades extracurriculares na escola pode
além de causar desinteresse nas aulas, gerar com o tempo agressividade e baixo
desempenho. Buscando soluções que possam estar ao alcance do educador, fazemos um
comparativo entre estudantes e professores sobre metodologias que conseguem reverter
este quadro. Para isso, analisamos atividades que vão além da matéria do quadro negro,
atividades extracurriculares de cunho pedagógico que possam servir de alternativa para
a educação e formação do carácter da criança.
Destacamos uma pesquisa realizada em 2008 feita com 20 professores de artes
marciais para saber qual influencia que a prática da mesma teria no comportamento dos
seus alunos. 9 dos professores entrevistados apontaram problemas de comportamento
nos seus alunos antes da prática da arte, 6 apontaram problemas de agressividade e 7
dos 20 professores afirmam que os pais matriculam os filhos buscando disciplina e
melhora no comportamento. (ANTONIO ET AL, 2008)
Ao serem questionados sobre o comportamento dos alunos depois de os mesmos
já estarem a um tempo praticando a arte, os resultados demonstram-se satisfatórios. Os
professores relatam que os próprios pais afirmam melhorais no comportamento dos
filhos em relação a escola : “ […] Sim, claro ele começou a interagir com outras
pessoas, começou a participar de outros espaços, trocar informações [...]”
“[...] Como eu falei anteriormente, ele está se relacionando muito
melhor até aonde ele pratica a arte marcial, na escola, no bairro, no trabalho e com os
seus familiares [...]”.
Os próprios professores afirmam que os alunos se apresentavam evidentemente
mais calmos e menos agressivos, estavam mais sociáveis, apresentavam maior interesse
no treino e autoconfiança no dia a dia. Um fato interessante para se apontar no estudo é
que os professores sempre verificam o rendimento social e escolar dos alunos para saber
como caminha a evolução do mesmo. ( ANTONIO ET AL,, 2008)
Em termos de competições, apesar do contato extremo durante as lutas, é
possível observar um maior autocontrole dos competidores e suas equipes em termos de
violência quando comparado com outros esportes. Segundo Pacheco (2012) As
caracterizadas como nobreza, autocontrole, respeito mutuo e obediência às regras se
destaca em competições de Jiu-jitsu, Judô e Karatê.
É importante ressaltar que a arte marcial em nível competitivo possui como fator
positivo o fato de incentivar o participante a superar suas próprias expectativas e
desenvolver um melhor autoconceito e autoestima (BATISTA; DELGADO. 2013),
principalmente em relação a troca de experiências vivenciadas em torneios, ao conhecer
neles novos mestres, praticantes e estilos. Quanto ao aspecto negativo da arte marcial
198
como competição, é necessário ter cautela para não transforma-la em uma “fabrica de
atletas” em qur é mais importante um cartel de lutas do que a formação humana.
Muitos bons alunos são perdidos em academias que priorizam nas lutas apenas os
campeonatos, a competição é consequência da luta e não a prioridade.
Metodologia
Para corroborar com as pesquisas anteriores, decidimos realizar uma pesquisa
de campo de caráter investigativo, com praticantes de Kung fu de um projeto social
realizado no interior de São Paulo, na cidade de Sumaré. O grupo foi selecionado
devido ao fato de possuírem um público heterogênico envolvendo crianças e adultos
dentro das escolas estaduais da região. Foram selecionadas duas equipes desse mesmo
grupo, um na escola EE Dom Jayme Barros Câmara e um na escola EE Vereador
Euclides Miranda, ambas localizadas nas proximidades do centro da cidade. Para a
pesquisa recebemos a autorização de ambos os professores e mestre responsável pelo
projeto, garantindo anonimato dos participantes.
O questionário é composto de seis perguntas, sendo cinco alternativas de
múltipla escolha e uma dissertativa, onde o entrevistado deverá constar: 1-O tempo de
prática da arte marcial. 2-Se apresentava algum problema antes da mesma. 3- Os
motivos que o levaram á treinar. 4-Como avalia seu comportamento antes da arte. 5-
Como avalia seu comportamento depois da arte. 6- Se a arte marcial lhe trouxe algum
beneficio a vida.
As Questões Um, dois e três serão representadas de forma quantitativa em
forma de gráficos enquanto as questões quatro, cinco e seis serão apresentadas de forma
descritiva para melhor discussão a seguir.
Resultados e Discussões
A pesquisa foi realizada com um total de 34 participantes sem separação de
idade ou gênero, apenas ressaltamos o tempo de prática dos entrevistados. Para verificar
se os resultados das pesquisas citadas anteriormente tem concordância entre si,
elaboramos sete alternativas de múltipla escolha para analisar se os indivíduos possuíam
algum problema antes da prática das artes marciais que batem com as discussões
anteriores.
50%
3%
23%
11%
14%
32%
3%
6%
17
1
8
4
5
11
1
2
Ansiedade
Depressão
Dificuldade P/Concentração
Fobia Social
Insonia
Irritabilidade
Toc
Não apresentava problemas
TIPOS DE PROBLEMAS APRESENTADOS ANTES DA PRÁTICA
Entrevistados Porcentual
199
Dos 34 entrevistados, 17 afirmaram ter ansiedade (50%) como um problema
antes da prática enquanto 11 apresentavam irritabilidade (32%). Devemos lembrar que
segundo a CID – 10, classificação internacional de doenças da organização mundial de
saúde, o transtorno do pânico tem como como principal facilitador para as crises, a
ansiedade e irritabilidade elevadas.
8 dos participantes ( 23%) apresentavam dificuldade para se concentrar, 5
tinham insônia (14%), 4 fobia social (11%), 2 não apresentavam problemas (6%), 1
apresentava Toc ( 3%) e 1 apresentava Depressão (3%).
Para descobrir o que levou os participantes a prática da A.M, selecionamos oito
situações novamente de múltipla escolha.
19 entrevistados (55%) buscavam aprender coisas novas, 16 (47%) buscavam
melhoria/manutenção na saúde e 16 a autodefesa (47%). OBS: frisamos novamente que
as questões são de múltipla escolha.
9 entrevistados (26%) afirmaram ter entrado no projeto buscando maior
autocontrole, 6 (17%) buscavam se socializar/conhecer pessoas novas, 1 (3%) por
recomendação médica, 1 (3%) queria se afastar de vícios e 1( 3%) busco a arte para se
afastar de pessoas ou lugares que lhe incomodam.
Para entender se a A.M conseguiu desempenhar algum papel transformador
positivo, elaboramos um quadro comparativo de comportamento com o ANTES e
DEPOIS dos praticantes do projeto no seguinte formato: Tabela1. Avaliação comportamental ANTES da prática das Artes marciais
MUITO
BAIXA B
AIXA N
ORMAL AC.
MÉDIA A
LTA N
/R
Autoconfiança 2
18
14
Agressividade 6 8
10 7 2 1
Sociabilidade
11
18 1 3 1
Insônia 9 5 1
3 5 2
Timidez 2 4 1
4 11 3
Ansiedade 1 2 1
2 9 1
0
47%
26%
47%
55%
17%
3%
3%
3%
16
9
16
19
6
1
1
1
Autodefesa
Autocontrole
Melhoria/Manutenção da saúde
Aprender coisas novas
Conhecer pessoas novas/ Socializar
Se afastar de pessoas ou lugares
Vícios
Recomendação médica
FATORES MOTIVACIONAIS PARA A PRÁTICA
Entrevistados Porcentual
200
Motivação 2 7 1
6 7 2
Conhecimento/VdA 1 6
16 8 3
Apatia 6 7 1
8 1 1 1
Como se pode observar na tabela 1, de 34 participantes, 18 (52%) antes da
prática do Kung Fu possuíam a autoconfiança baixa. 9 (24%) apresentavam a ansiedade
acima da média enquanto 10 (29%) apresentavam ela alta. 11(32%) possuíam a
sociabilidade baixa e timidez acima da média. Fatores como estes, quanto constantes
podem acarretar com o tempo quadros de Fobia social e síndrome do pânico.
(CAREZZATO, 2008; Rey, 2001).
7 (20%) dos entrevistados possuíam motivação baixa, 6 (17%) vontade de
aprender baixa e 7 (20%) valores na agressividade acima da média. No quesito insônia
foram verificados 5 (14%) com valores acima da média. Não foram verificados valores
negativos significativos na apatia. Tabela2. Avaliação comportamental DEPOIS da prática das Artes marciais
A tabela 2 demonstra os dados dos praticantes depois da prática da A.M. pode-
se destacar por imediato o quesito autoconfiança. No quadro anterior (período antes da
prática) nenhum praticante possuía a autoconfiança Acima da média ou alta. Ao observa
o quadro do período pós A.M Podemos observar que 15 praticantes (44%) possuíam sua
autoconfiança acima da média e 3 (8%) alta.
Outro ponto importante a ser observado é o fator agressividade. No período
antes da prática da A.M apenas 6 praticantes ( 17%) afirmavam ter a agressividade
muito baixa. No período pós A.M esse numero subiu para 14 praticantes (41%).
No quesito sociabilidade podemos verificar no quadro 2 que apenas 1 individuo
possuía a sociabilidade acima da média e 3 praticantes a sociabilidade alta, progredindo
para 10 (29%) e 6 ( 17%) respectivamente.
No quesito insônia, no período pré A.M, 5 (14%) apresentavam-se acima da
média. No período pós A.M esse valor foi reduzido para zero. Ao analisar o fator
timidez verificamos que antes de iniciarem no kung fu, 2 praticantes apenas,
apresentavam valores muito baixos de timidez e 4 praticantes valores baixos. Estes
MUITO
BAIXA B
AIXA N
ORMAL AC.
MÉDIA A
LTA N
/R
Autoconfiança 1 1 13 15 3 1
Agressividade 14 8 9 3
Sociabilidade 1 15 10 6 2
Insônia 12 8 12 2
Timidez 7 1
0 13 4
Ansiedade 5 4 15 5 4 1
Motivação 1 11 13 9
Conhecimento/VdA 13 10
10 1
Apatia 6 1
3 12 3
201
valores subiram significativamente depois da pratica para 7 (20%) e 10 (29%)
respectivamente.
A ansiedade dos praticantes, motivação e apatia também sofreram alterações
positivas, dando uma atenção especial ao fator vontade de aprender/conhecimento, que
antes da prática se apresentava com 8 (23%) praticantes acima da media e 3 (8%) alta,
passando no período pós arte para 10 ( 29%) acima da média e 10 (29%) alta.
Na ultima pergunta de nossa pesquisa, foi questionado aos Participantes se a
Arte Marcial lhes trouxe algum beneficio a vida. Dos 34 praticantes, 32 (94%)
afirmaram que sim, e 2 (6%) não responderam.
OBS: O tempo de prática em média dos alunos era de 1 a 2 anos de treinamento
Considerações finais
Após verificar a produção cientifica utilizada em nossa revisão de literatura,
planejar e executar uma pesquisa de campo que segue a mesma linha de raciocínio dos
artigos e autores até então mencionados, podemos chegar a conclusão que a Arte
marcial se mostra um auxilio na prevenção de patologias psíquicas, um facilitador para
despertar a vontade de aprender e autoconhecimento dos alunos, sem falar do
desenvolvimento da disciplina e condicionamento físico dos praticantes. Infelizmente
são poucas as produções literárias que envolvem o tema, tornando-se necessárias mais
pesquisas relacionadas ao assunto no Brasil.
Reforçamos que a mesma deveria ser mais trabalhada nas escolas, se possível
por profissionais qualificados da área, ou mestres representantes da mesma. Por fim,
baseado em conteúdos científicos, podemos afirmar que ate o presente momento, a Arte
marcial, independentemente do estilo, se mostra benéfica psicologicamente para seus
praticantes.
OMS: Organização mundial da Saúde
CID: Classificação Internacional de Doenças, da Organização Mundial de Saúde Página 201
A.M: Arte Marcial
DSM - Diagnostic and Statistical Manual / Manual de diagnóstico e estatística , da OMS
202
Dedico este trabalho a todos os professores e mestres que
participaram da minha vida. Em especial á minha família querida e a
meu Sensei, mentor e amigo Emerson Prado, que me ajudou a trilhar o
meu próprio caminho do guerreiro.
Referencias
ANDRADE, R.V; ET AL. Atuação dos Neurotransmissores na Depressão.
2014. p.37, Trabalho de Conclusão de Curso (Farmácia) UNIPLAC. Planalto central
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de depressão. Revista Brasileira de prescrição e fisiologia do exercício. Novembro,
2013.
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estresse psicossocial em adolescentes estudantes do Ensino Médio. Cad. Saúde
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bebes, crianças, adolescentes e adultos. 2 Ed. Phorte: São Paulo,2003
LÓPEZ, R.E. Introdução a psicologia evolutiva de Piaget. Editora Cultural.
São Paulo. 1993
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VIEIRA, C.A; MOREIRA, V.T. A prática do Taekowndo para crianças e
adolescentes. Cascavel – Paraná. 2° semestre 2008
204
O ESPORTE DE AVENTURA E SEUS BENEFÍCIOS NA
EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
Pedro Navarrete Bento Fernandes¹
Marcus Gomides²
RESUMO
O texto relata os benefícios que o esporte de aventura pode trazer na Educação Física
escolar, tais como: movimentos globais, capacidades física e estimulando a criação de
estratégias para situações do dia a dia. O presente estudo teve como objetivo, por meio
de uma revisão de literatura mostrar os benefícios que o esporte de aventura leva para o
ambiente escolar utilizando o meio ambiente como uma ferramenta de aprendizagem.
Conclui-se que a junção do esporte de aventura com a educação física é muito benéfica
para os alunos, pois o professor irá abordar outras disciplinas do currículo utilizando o
esporte como ferramenta. Além de contribuir para que os educandos adquiram valores
como cidadania, perseverança, superação, cooperação, conhecimento dos próprios
limites, conhecimento corporal, autoestima, criatividade, respeito aos demais e ao meio
ambiente, com responsabilidade e controle emocional, valorizando o trabalho em
equipe, entre outros.
Palavras-chaves: Meio ambiente; Aprendizagem; Beneficiação.
ABSTRACT
The text reports the benefits that adventure sports can bring in school Physical
Education, such as: global movements, physical abilities and stimulating the creation of
strategies for everyday situations. The present study aimed to, through a literature
review, show the benefits that adventure sport brings to the school environment using
the environment as a learning tool. It is concluded that the joining of adventure sport
with physical education is very beneficial for students, because the teacher will
approach other disciplines of the curriculum using sport as a tool. In addition to
helping students acquire values such as citizenship, perseverance, overcoming,
cooperation, knowledge of their own limits, body knowledge, self-esteem, creativity,
respect for others and the environment, with responsibility and emotional control,
among others.
Keywords: Environment; Learning; Beneficiation.
_______________________________
1 Graduando em Educação Física (Licenciatura), Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445,
13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]). 2 Professor em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades Network – Av.
Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected])
205
1. INTRODUÇÃO
É notável a amplitude em relação aos estudos aplicados com a introdução de esportes de
aventura na educaçao física escolar, conectado o meio ambiente com o ambiente escolar,
desenvolvendo valores humanos como o próprio desenvolvimento motor, afetivo e cultural.
Segundo,Tahara e Filho (2011), no que tangue às atividades de aventura dentro do
ambiente escolar, esclarece que as mesmas devem proporcionar estímulos apropriados aos
diferentes segmentos de ensino, desde a educação infantil até o ensino médio. Dentro deste
percurso é importante destacar um desenvolvimento integral do ser humano, o qual valorize o
acervo motor, cultural, cognitivo e afetivo - social dos alunos tendo como base as atividades de
aventura e a natureza.
A ideia dessa conexão é levar, a esse público jovem, a importância e ampliar o nível
cultural, assim motivar futuros amantes do esporte coligados com a natureza e ampliando a
visão de futuros praticantes. Em estudos é notável a eficácia que se tem com essa forma física
aplicada ao lazer ecológico com práticas esportivas, isto leva ao conhecimento e eleva,
ampliando a curiosidade dos educandos levando a futuros promotores do esporte ligado à
natureza.
De acordo com Armbrust (2010), nas aulas de educação física escolar, o professor pode
utilizar diversas ferramentas pedagógicas e estratégias de intervenção, por meio de
experimentação motriz que converge a processos de desenvolvimento motor, durante todo ciclo
da vida, em reação aos desafios enfrentados diariamente no mundo em constante mutação.
O esporte auxilia os alunos a expandir seu conhecimento de forma simples e satisfatória,
tendo o ambiente escolar ligado à natureza o educador pode desenvolver um trabalho que
englobe todas as disciplinas do currículo. O desenvolvimento de atividades voltadas à natureza
motiva os educandos a aprender de maneira prazerosa. Através do esporte, pode-se promover
uma educação continuada melhorando a qualidade em aula e a aprendizagem, pois a o indivíduo
é levada a desenvolver os conteúdos criando uma relação de cuidado com a saúde e a natureza,
ou seja, ela passa a desenvolver uma relação de respeito com o meio ambiente, percebendo que
ambos estão ligados.
O contato com a natureza faz com que o indivíduo tome consciência da sua interação
com o meio social do qual pertence, esclarecendo suas dúvidas e ajudando a
perceber que o esporte contribui para criar trilhas e alcançar seus sonhos. O esporte
aliado à natureza leva a percepção, contribui para que o ser humano se torne sensível a tudo
que o cerca, torna as pessoas mais cuidadosas com a própria saúde. O conteúdo de Educação
Física , nesta perpectiva contribui para formar cidadãos compromissados em perceber que suas
ações transformam a natureza e as pessoas que fazem parte do grupo social ao qual estão
inseridos.
As atividades desenvolvidas no decorrer das aulas através do esporte faz com que ocorra
o aumento da adrenalina, a sensação de prazer faz com que as aulas consideradas como chatas
se tornem prazerosas,sendo assim os os alunos passam a ter mais interesse em aprender e
entender os conteúdos. A pratica de esportes não pode ficar restrita apenas no horário das aulas
de educação física, dentro de outras disciplinas o mesmo deve ser utilizado.
Em uma aula de Matemática sobre medidas, o professor da disciplina pode trabalhar em
parceria com o de Educação Física e juntos desenvolverem atividades voltadas à compreensão
do aluno sobre o objetivo que se quer alcançar do conteúdo, por exemplo, em uma atividade de
caminhada pode se trabalhar medidas de comprimento e de tempo, ampliando o conhecimento
do aluno de forma prazerosa.
206
2. Revisão de literatura
Segundo Armbrust e Silva (2012), os esportes radicais começam a chamar atenção da
comunidade acadêmica a partir de diferentes olhares. Seja no lazer, como expressão das AFAN
(ATIVIDADES FÍSICAS DE AVENTURA NA NATUREZA); seja no treinamento, com as
estruturações funcionas para competidores e amadores de corridas de aventura, escalada surfe e
outras, e mais recentemente na área educacional, citada aqui ,a escola propriamente dita, pois os
programas de educação experiencial já acontecem há bastante tempo.
Os esportes de aventura ganharam tanta importância, que os Parâmetros Curriculares
Nacionais (PCN, 1998) apresentam, no eixo transversal "Meio Ambiente”, para os alunos dos 5º
ao 8º anos a necessidade de realizar uma educação com atividades corporais praticadas junto á
natureza: surfe, alpinismo, bicicross, jet-ski, entre outros esportes radicais como, montanhismo,
caminhada, mergulho, exploração de cavernas e atividades de lazer ecológico “(BRASIL, 1998
p.40) apud Lauro”.
Segundo Amrbrust e Silva (2012) , quando pensamos nos inúmeros objetivos de
desenvolvimento humano presentes na EF escolar pensamos que os ER podem ser abordados
para promover a consciência para o enfrentamento das incertezas o que pode colaborar com o
processo do desenvolvimento do pensamento julgamento e comportamento autônomos do
indivíduo, seja em sua vida pessoal , seja voltado a questões do seu coletivo mais próximo ,
como também aquelas relativas ao cuidado com planeta ; Com essas vias diferentes , o esporte
de aventura pode ser trabalhado na escola.
Essas atividades, como componente curricular inovador
dentro da área da Educação Física Escolar, podem ampliar quantitativa
e qualitativamente as vivências dos educados, e aprendizagens,
interligados com a importante abordagem das questões ligadas ao meio
ambiente natural TAHARA; FILHO (2013, p.62).
O esporte de Aventura, além de trabalhar com os aspectos motor, cognitivo, afetivo e
cultural, pode-se dizer que possibilita situações onde ocorre o aumento da adrenalina, trazendo
uma satisfação e prazer para o indivíduo que pratica, saindo da rotina do dia a dia.
Uma das principais características dos esportes radicais é aumento de
adrenalina no corpo humano, fazendo com que o praticante sinta uma grande
satisfação e prazer ao praticar FRANÇA; BOZZ; FURIHATA; SCHIAROLLI,
(2015)
Hoje em dia, com a influência que a mídia tem no mundo, possibilita em um simples
comercial influenciar pessoas a ter curiosidade em conhecer esportes diversificados ,como o
esporte de aventura; assim de modo que o professor pode apresentar em um ambiente escolar o
esporte de aventura ,estimulando o aluno a conhecer novos esportes, onde possa ter
oportunidades reinventar , recriar e transcender indiferente, de gêneros, as habilidades motoras
que podem ser utilizadas em outras modalidades da cultura corporal. O aluno aprende a se
socializar em grupos, a criar regras, debater sobre essas regras e até mesmo mudá-las, com isso
o processo pode estimular os desenvolvimentos moral e social das crianças.
Segundo Vieira, Pereira e Marco (2011), dentro da escola, com um profissional
ensinando e auxiliando, podemos nos utilizar do Parkour para trabalhar os movimentos globais.
Seu conteúdo é rico e estão inseridos movimentos em que o praticante desenvolve e aprimora
seu equilíbrio, agilidade, flexibilidade, força, entre outras habilidades, bem como as
capacidades, além de ser estimulada a criação de estratégias para as situações problemas
apresentadas e possivelmente um avanço no raciocínio das crianças. Tudo isso se divertindo,
mergulhando em um universo novo e desafiador.
Para Armbrust e Silva (2012) ,quando pensamos nos inúmeros objetivos de
207
desenvolvimento humano presentes na educação física escolar, pensamos que os esportes
radicais podem ser abordados para promover a consciência para o enfrentamento das incertezas,
o que pode colaborar como processo do desenvolvimento do pensamento, julgando, o
comportamento autônomo do indivíduo, seja em sua vida pessoal, sejam voltado às questões do
seu coletivo mais próximo, como também àquelas relativas ao cuidado com o planeta.
Segundo Tahara e Filho (2013), a temática de aventura constitui um conjunto de práticas
recentes dentro da área da Educação Física e podem acontecer sem descriminação de gênero,
habilidades motoras, questões culturais /ou interesses competitivos. Tal temática pode
constituir-se como práticas de elevado poder formativo e, se tratadas de forma pedagógica,
podem auxiliar de maneira eficaz na tarefa de educar os alunos coerentemente para com os
assuntos ligados a educação ambiental e a aprendizagem de algumas modalidades as atividades
de aventura.
De acordo com Leite e Hartmann (2014), dessa forma, professores de outra disciplina
podem estar presentes durantes estas atividades e auxiliar na inter-relação dos conteúdos das
aulas de Educação Física. Por exemplo, o professor de Geografia pode em uma aula de escalada
abordar os tópicos sobre o relevo do local ou os tipos de rocha encontrados; o professor de
Ciências pode abordar a vegetação e a fauna encontradas durante uma aula de Trekking
(caminhada); o professor de Matemática pode explorar medidas de distâncias e diversos cálculos
realizados na natureza.
Para França, Bozz, Furihata,Rosa e Schiarolli (2015), é neste sentido e com esta intenção
que o ensino deste conteúdo pode se torna relevante e significativo aos alunos na escola.
Obviamente, existem algumas dificuldades inerentes ao conteúdo por conta da indisponibilidade
de matérias e de condições para a prática , mas cabe ao professor pesquisar possibilidades de
tratamento didático - pedagógico para o processo de ensino e de aprendizagem, por exemplo, a
utilização de vídeos, fotos, imagens, ou até mesmo convidar um profissional experiente para
dialogar com os alunos sobre determinada modalidade esportiva-radical.
Com estas vias diferenciadas, os ER podem ser trabalhados na escola para um despertar
consciente ao enfrentamento das incertezas, uma vez que se trata de atividades que contém
imprevisibilidades, para um processo de autonomia do indivíduo no coletivo e no cuidado com o
planeta. AMRBRUST; SILVA (2012).
3. Método
Para poder realizar este estudo foi utilizada uma revisão de literatura, através de artigos
periódicos nos anos de 2010 a 2015 para compreender os assuntos relacionados com os
benefícios do esporte de Aventura no âmbito escolar.
A importância dessa revisão de literatura é um aspecto essencial na produção de novos
conhecimentos capazes de influenciar e contribuir para o desenvolvimento teórico-metodológico
da pesquisa realizada.
4. Resultados e discussões
Nos últimos anos, o esporte de Aventura vem crescendo no ambiente escolar, porém
ainda falta divulgação, apoio e professores qualificados para introduzi-los nas escolas, pois é
inevitável que muitos obstáculos irão aparecer para dificultar.
Alguns educadores são resistentes a utilizar os esportes de aventura nas escolas, pois
alegam não ter espaço adequado para tal pratica, porém cabe ao profissional adaptar as
atividades de acordo com a sua realidade, ou seja, pode-se usar os materiais disponíveis na
escola, montando um circuito utilizando bancos suecos, cordas verticais presas nas árvores ou
tabela de basquete. Os recursos devem ser utilizados de acordo com a faixa etária dos
208
envolvidos.
O trabalho não deve ser realizado de maneira isolado, a equipe escolar deve-se unir e
traçar as estratégias, planejando quais os objetivos e conteúdos que estarão trabalhando. Os
resultados das atividades devem contemplar o trabalho de maneira prazerosa, para que os alunos
com dificuldade consigam avançar na sua aprendizagem. O esporte de aventura no ambiente
escolar é para ser um aliado na pratica pedagógica e educacional, as atividades devem ter uma
finalidade de onde se quer chegar.
Se a equipe de educadores trabalharem pensando nas dificuldades que os alunos
precisam sanar nas matérias do currículo o resultado será benéfico para todos os envolvidos no
processo de aprendizagem do educando.
5. Considerações finais
Através desse estudo podemos notar que são inúmeros os benefícios que o esporte de
Aventura proporciona aos alunos de todas as faixas etárias, eles são perfeitos aliados no auxílio
do desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo e sociocultural. encoraja o indivíduo a superar
seus próprios limites e a ter consciência de suas ações perante o nosso planeta.
A escola é um espaço onde o educador tem a oportunidade de contribuir para a formação
de cidadãos críticos e conscientes de suas ações enquanto pertencente a um grupo. Alguns
alunos só tem a oportunidade de aprender valores no ambiente escolar, por este motivo cabe a
cada profissional envolvido com a aprendizagem dos alunos saber explorar e contribuir na
formação do caráter, pois pessoas sadias ajudam a formar uma sociedade mais humana.
É notável que os alunos apreciem mais as aulas de Educação Física, por isso cabe à
equipe escolar realizar o planejamento envolvendo o profissional desta área nas demais
disciplinas. A geração de hoje busca por desafios, são movidos à adrenalina e as atividades que
envolvem esportes de Aventura são grandes aliadas a auxiliarem os alunos na aprendizagem de
maneira prazerosa, atingindo os resultados de cada disciplina do currículo escolar.
A inserção dos esportes de aventura nas aulas de educação física requer um
planejamento da equipe escolar e envolvimento de todos. É de conhecimento que os espaços
escolares são limitados, além do medo e do preconceito por parte da equipe escolar, pais e a
comunidade local. Por isso a inclusão do mesmo deve ser implantada como uma proposta que
conste no Plano Político pedagógico das instituições escolares.
A falta de espaço não é motivo para não realizar as atividades, o professor deve ser
criativo e adequar os espaços de acordo com que pretende realizar. Também cabe a o professor
estar sempre em constante qualificação, buscando cursos que o auxilie em sua pratica
pedagógica.
É importante que a equipe escolar conheça os educandos, a comunidade onde estão
inseridos e assim fazer um diagnóstico de como a pratica de esportes de aventura irá contribuir
na formação e desenvolvimento dos alunos. Toda mudança requer um começo e disposição para
aceitação do novo, sendo que a resistência nem sempre vem dos alunos e sim da equipe escolar
que muitas vezes não quer sair da zona de conforto.
6. Agradecimentos
Primeiramente quero agradecer a Deus, pois sem Ele não estaria aqui nesse momento tão
especial em minha vida.
A minha mãe, pois ela me ajudou, incentivou muito nessa etapa que se completa, não
teria conseguido sem ela. Dedico minha formação a minha mãe que é minha rainha.
Quero agradecer em especial a uma pessoa que foi e é tudo pra mim, mas infelizmente
209
não esta mais entre nós, mas ele lá de cima com Deus, está muito feliz. Pai seu filho está se
formando, te amo muito.
Aos meus irmãos Eduardo e Maria Cristina, aos meus sobrinhos “Pepo”, “Nana” e
“Duda”.
A minha namorada e companheira, que nesta reta final, me apoiou e me ajudou nesta
nova etapa da minha vida, sendo paciente nos momentos em que precisei ficar ausente para
concluir meus estudos.
A Faculdades Network e a toda direção, administração, ao grupo docente que tive o
prazer de aprender e me qualificar para ser um excelente profissional.
Ao meu orientador Marcus Gomides pelo suporte que me deu meu eterno agradecimento
Aos meus amigos que fiz durante esses quatro anos, que hoje se tornaram mais que
amigos, ao prefeito Bill que me acompanhou desde o começo e me incentivou e a todos que me
apoiaram desde o começo até o fim desta jornada, meu muito obrigado. Eu venci.
Referências
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Os esportes radicais na Educação Física escolar. Movimento (ESEF/UFRGS), v.18, n. 1, p.281-
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ARMBRUST,Igor; SILVA, SAPS. Esportes Radicais como conteúdo da Educação
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SÃO PAULO. Disciplinar da USJT: Iniversidade Responsabilidade Social. São Paulo: USJT,
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ARMBRUST, Igor; LAURO, Flávio Antônio Ascânio. Skate e suas possibilidades
educacionais. Motriz rev. educ. fís.(Impr.), v. 16, n. 3, p. 799-807, 2010
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais:
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Gabriel Bargeri; SCHIAROLI, Gustavo. Esportes Radicais (ER) Na Escola
Fundamentaçãoes e Experimentacões. Artigo, 2015
LEITE, Rodrigo Alves Porto; HARTMANN, Cassio. Educação Ambiental e as
Atividades Físicas de Aventura na Natureza como conteúdo da educação física escolar no
ensino fundamental. In: IV Congresso Científico Norte-Nordeste-CONFAFF, Livro de
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TAHARA, Alexander Klein; CARNICELLI Filho, Sandro. A presença das atividades de
aventura nas aulas de Educação Física. Arquivos de Ciências do Esporte, v. 1, n. 1, 2013.
VIEIRA, Marcelo; PEREIRA, Dimitri Wuo; MARCO, Melissa. Primeiros obstáculos no
Parkour escolar. In: Congresso Paulistano De Educação Física Escolar, São Paulo.
CONPEFE. 2011.
210
OBESIDADE E SEDENTARISMO INFANTIL COMO FATORES DE
RISCO ÀS DOENÇAS CARDIOVASCULARES
Leandro Mezavilla Ribeiro
Marcus Gomides
RESUMO
Estudos científicos demonstram que crianças e adolescentes estão cada vez mais sedentários e
com sobrepeso. O presente estudo teve como objetivo por meio da revisão da literatura
apresentar a importância das atividades físicas e uma boa alimentação para crianças e
adolescentes. A causa de maior relevância é a diminuição dos centros urbanos e o
desenvolvimento tecnológico tornando-os cada vez mais inativos. Outra causa que agrava ainda
mais essa situação é a má alimentação; como redes de fastfood e alimentos ricos em gorduras,
que consequentemente levam a obesidade e a doenças cardiovasculares. Conclui-se que crianças
e adolescentes estão cada vez mais obesas e sedentárias, aumentando o risco de doenças
cardiovasculares na vida adulta.
Palavras-chave: sedentário, obeso, cardiovascular.
ABSTRACT Scientific studies show that children and adolescents are becoming more sedentary and
overweight. The present study aimed to review the literature to present the importance of
physical activities and good nutrition for children and adolescents. The most important cause is
the decline of urban centers and technological development, making them increasingly inactive.
Another cause that further aggravates this situation is poor diet; Such as fastfood networks and
high-fat foods, which consequently lead to obesity and cardiovascular diseases. It is concluded
that children and adolescents are becoming more obese and sedentary, increasing the risk of
cardiovascular diseases in adult life.
Keywords: sedentary, obese, cardiovascular.
1 Introdução
O número de doenças cardiovasculares vem aumentando nos últimos anos e esse
problema já se inicia na infância e juventude.
“Os fatores de risco cardiovascular existentes durante a infância e adolescência tendem a
se manter e influenciar a condição de saúde na vida adulta, portanto, as doenças
cardiovasculares tratam-se igualmente de um problema de cunho infanto-juvenil” (KROTH;
MAIA, 2015).
Graduando em Educação Física (Licenciatura), Faculdades Net Work– Av. Ampélio Gazzeta, 2445-,
Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]). Professor em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades Net Work – Av.
Ampélio Gazzeta, 2445-, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]).
211
Alguns fatores a doenças cardiovasculares estão relacionados à obesidade e o
sedentarismo, por isso uma boa alimentação junto às atividades físicas tem papel relevante na
prevenção de doenças.
Os aumentos dos centros urbanos também contribuem para esse quadro, pois as crianças
cada vez mais permanecem presas em suas casas, passando horas em contato com aparelhos
tecnológicos, todos esses hábitos somados a uma má alimentação tornam-se responsáveis no
distúrbio estrutural do organismo humano.
“Os demais fatores de risco cardiovascular, de modo semelhante, apresentam uma alta
freqüência, sobretudo o tempo diário de uso da TV, computador e videogame, o consumo de
álcool, hábitos alimentares de risco e inatividade física.” (KROTH; MAIA, 2015).
Para que esse quadro seja revertido, as mudanças no estilo de vida da criança e até
mesmo da família são imprescindíveis, como por exemplo: uma reeducação alimentar e o
aumento das atividades físicas.
Esse estudo é de extrema relevância para a sociedade, pois a prevenção a doenças ainda
na infância é crucial para uma vida adulta saudável.
Dentro desse contexto, o presente trabalho busca alertar sobre os riscos das doenças
crônicas.
2 Revisão bibliográfica
De acordo com os artigos realizados nos últimos anos, houve um aumento
significativo no índice de doenças cardiovasculares, dentre alguns fatores estão relacionados à
obesidade e o sedentarismo.
Dessa perspectiva “Segundo os últimos dados do Ministério da Saúde, as DVC são
responsáveis pela grande parte da mortalidade dos brasileiros, correspondendo a 31% do total”
(SCHERR; RIBEIRO, 2009).
Para Alves et al (2005) e Almeida et al (2000), a inatividade física juntamente com a
obesidade em adolescentes vem aumentando rapidamente e isso pode-se tornar um grande fator
de risco para doenças cardíacas dentre outras doenças crônicas.
Fonte: https://newsemcimadahora.wordpress.com/2011/04/12/grafico-causas-da-obesidade-no-brasil/
Devido ao grande aumento dos centros urbanos onde se concentram a maior parte das
crianças, a redução dos seus espaços de lazer e a falta de confiabilidade dos pais na questão de
212
segurança, fez com que se agravasse o nível de sedentarismo na infância e adolescência fazendo
com que permaneçam cada vez mais reclusas em suas casas.
O levantamento do nível de conhecimento e a importância da prática de
atividade física na infância e na adolescência fazem-se necessário, pois muitas crianças
e adolescentes deixam de brincar de correr, pular, jogar adequadamente por até anos e
ficam horas e horas em frente à televisão, jogando vídeo game ou navegando na
internet, muitas das vezes rumo ao nada culminando com o aumentando do índice de
inatividade física na infância e na adolescência. (MACHADO, 2011, p. 10).
Para Lancarotte et al (2009) ; Kroth e Maia (2015), as crianças brasileiras variam de três
a quatro horas diárias em frente a televisão, videogames e computadores do que no convívio
social.
É importante considerar que as redes de fastfood fazem um grande apelo ao público
infantil, principalmente através da mídia, fazendo com que se torne cada vez mais precoce a
introdução desses alimentos no dia a dia.
Crianças e adolescentes tem se comportado de maneira sedentária se aliando a
maus hábitos alimentares com a diminuição de alimentos nutricionais como frutas,
verduras, legumes e aumento do consumo de alimentos ricos em gorduras como
sanduíches, salgadinho e frituras provocando o aumento de doenças crônicas na idade
adulta. (BRACCO et al, 2003 apud MACHADO, 2011, p. 11).
Contudo, ressalta Petrelluzzi; Kawamura; Paschoal (2004), que o estresse de vida,
juntamente com as redes de comidas industrializadas e o desenvolvimento tecnológico são os
principais responsáveis pelo distúrbio estrutural do organismo humano.
Segundo Gama et al (2007), a manutenção da saúde é de imprescindível importância
durante a infância, pois o sobrepeso adquirido persiste na vida adulta acompanhada de diversos
fatores para doenças crônicas.
Para Soares e Petroski (2003), as mudanças do estilo de vida da criança e da família são
de primordial importância no combate da obesidade infantil. Juntamente com a reeducação
alimentar e o aumento de atividades físicas são possíveis obterem-se melhorias nos hábitos
diários em longo prazo. No âmbito escolar, o acompanhamento do educador físico é
fundamental, pois possui um contato direto com a criança diariamente sendo possível observar
mudanças de peso como nenhum outro profissional da área escolar.
No auxilio desse trabalho, além dos pais e professores, outros profissionais da área da
saúde, tais como médicos, psicólogos e nutricionistas, podem auxiliar e facilitar o diagnostico,
orientando no controle de sobrepeso. Hoje a obesidade e um dos problemas mais graves de
saúde publica, deste modo e preciso ficar atentos aos sinais de alerta.
Molina et al (2010), Gomes et al (2012), Scherr e Ribeiro (2009), acreditam que a
descoberta precoce da obesidade infantil é de suma importância pois, quanto antes diagnosticada
pode ser realizadas ações de promoção à saúde.
De acordo com a lei (BRASIL. Lei 11.721, 2008, art. 1)fica instituído o dia 11 de
Outubro como o Dia Nacional da Prevenção da Obesidade. Porém, esta data não trás eficácia
precisa nas realizações de campanhas para o combate à obesidade infantil. A falta de informação
para a população e conscientização da prevenção da doença, não tem grandes proporções como
as campanhas feitas para câncer de mama, dengue, AIDS entre outras.
3 Objetivo
Averiguar os fatores de risco para às doenças cardiovasculares e meios de prevenção.
213
4 Método
Foi utilizada uma revisão de literatura, através de artigos e periódicos nos anos de 2000 à
2015, para obter uma ideia atual e precisa sobre o tema.
5 Resultados e Conclusão
Através desse estudo notamos como as crianças estão cada vez mais obesas e
sedentárias, e os fatores de risco são a inatividade física, a má alimentação e o avanço
tecnológico, podendo levar a sérios danos a sua saúde na vida adulta. Os pais e responsáveis
devem ficar atentos a essa situação realizando mudanças no estilo de vida da criança, uma
reeducação e o estimulo a pratica esportiva. No âmbito escolar os professores de educação física
têm um papel muito importante, pois eles têm o contato diário com a criança, podendo notar
mudanças físicas como nenhum outro profissional da área escolar, utilizando de meios simples
como o calculo do IMC (índice de massa corporal) e medida da circunferência abdominal.
Porem, ainda falta muita informação sobre esse assunto para a sociedade, deve-se introduzir
palestras nas escolas e bairros ou até mesmo campanhas como já são feitas para AIDS, câncer
de mama, dengue entre outros.
6 Considerações finais
Verificamos a necessidade de alertar as crianças e os pais sobre os riscos da obesidade e
do sedentarismo, causados pela má alimentação, avanços tecnológicos e a inatividade física.
Esses hábitos iniciados ainda na infância podem se perpetuar durante a vida adulta.
A prevenção primaria é um dos meios para evitar ou diminuir o risco a doenças
cardiovasculares. Devem-se fazer mudanças ainda na infância, para que na fase adulta ela
usufrua de uma boa qualidade de vida sem riscos a doenças crônicas.
7 Agradecimentos
Agradeço esse trabalho primeiramente a Deus por estar sempre do meu lado, aos meus
pais que me ajudaram nessa importante fase da minha vida dando todo apoio para que esse
sonho se realizasse, a minha família e todos os amigos que sempre acreditaram em mim. A
Faculdade NetWork, seu corpo docente, direção, administração e funcionários. Ao meu
orientador Marcus Gomides pela a atenção e suporte.
E a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu
muito obrigado.
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em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11721.htm>Acesso em
10/10/2016.
215
A INFLUÊNCIA DO SEDENTARISMO INFANTIL NO
DESENVOLVIMENTO MOTOR
Guilherme da Silva Casari
3
Marcus Gomides4
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo averiguar as principais causas do sedentarismo infantil e sua
influencia no desenvolvimento motor destas crianças. A busca de dados ocorreu através de uma
revisão de literatura, os estudos apontam que todas as crianças que são sedentárias em ambos
ambientes, escolar e social, demonstram dificuldades no seu desenvolvimento motor, afetivo e
social. Alguns motivos para o sedentarismo infantil, temos: O acesso, cada vez mais precoce, da
tecnologia, o crescimento da violência urbana e o aumento da densidade de veículos . Concluí-
se que as crianças que não praticam atividades físicas escolares e extracurriculares, sendo elas
lúdicas ou não, possuem dificuldades para ter um desenvolvimento motor adequado e ate
mesmo em atividades básicas do dia a dia.
Palavras-chave: Sedentário, desenvolvimento, tecnologia.
ABSTRACT
Studies show that all children who are sedentary in both environments, school and social,
demonstrate difficulties in motor development, affective and social. Having as some reasons for
this child inactivity, Access, increasingly early, technology, growth of urban violence and
increasing vehicle density. Through a literature review, this study aims to investigate the main
causes of child inactivity and its influence on the motor development of these children.
Concluded that children who do not practice school and extracurricular physical activities,
whether recreational or not, have difficulties to have a proper motor development and even in
basic activities of daily life.
Keywords: Sedentary, development, technology.
1 INTRODUÇÃO
Desenvolvimento motor está diretamente relacionado a idade cronológica do individuo e
também esta associado a atividade executada, características do individuo e do ambiente. Este
desenvolvimento motor, ocorre mais intenso durante a infância, principalmente no período
escolar, onde a criança tem seu primeiro contato com atividades escolares que irão exigir o
desempenho motor e domínio do corpo.
Segundo Sá CSC, et al (2014), mudanças sociais, econômicas e espaciais têm interferido
diretamente no desempenho motor, tornando os indivíduos mais sedentários. O que agrava o
3 Graduando em Educação Física (Licenciatura), Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000,
Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]). 4 Professor em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades Network – Av. Ampélio
Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected])
216
desenvolvimento motor, principalmente quando relacionado ao sedentarismo na infância, a falta
de atividades físicas comprometem diretamente o desempenho motor e equilíbrio destas
crianças, podendo prejudicar o aprendizado escolar no modo geral das mesmas.
O desenvolvimento de hábitos saudáveis na infância e a pratica de atividades físicas ou
lúdicas são de extrema importância para desenvolver elementos básicos da motricidade grossa e
fina, equilíbrio estático e dinâmico, organização espacial e lateralidade. O que nos alerta sobre o
atual estilo de vida da sociedade, incluindo as crianças.
Esta revisão de literatura tem como objetivo, pesquisar artigos que mostram como o
sedentarismo infantil tem interferido diretamente no desenvolvimento motor e os principais
fatores do sedentarismo infantil.
2 REVISAO DE LITERATURA
Vários fatores relacionados ao sedentarismo, tem tido um aumento nos últimos anos,
sendo assim elevando o numero de crianças sedentárias em todo o pais. “A televisão, na
atualidade, representa uma das principais formas de passatempo humano de todas as faixas
etárias, inclusive crianças desde a mais tenra idade. Longos períodos em frente à TV podem
conduzir ao sedentarismo.” DE CAMARGO et al (2008).
“As crianças tornaram-se menos ativas nas últimas décadas, incentivadas pelos avanços
tecnológicos.” OLIVEIRA et al (2010). O que leva ao declínio quando se trata do
desenvolvimento motor destas crianças.
Nos últimos anos, mudança social, econômica e espacial tem interferido no
comportamento das crianças. A falta de experiência motora e da pratica de programas
de atividades físicas direcionadas são grandes causadores do sedentarismo em crianças,
adolescentes e adultos, que compromete o desempenho motor SÁ; CARVALHO;
MAZZITELLI, (2014).
Os movimentos aprendidos nos primeiros anos de vida caracterizam a base para
aprendizado motor futuro. “As habilidades motoras que a crianças adquire nessa fase serão
aperfeiçoadas e se tornarão habilidades básicas na adolescência e na fase adulta” (SÁ;
BELLINTANE; MARQUES, 2008). Crianças que se desenvolvem em ambientes que estimulam
a pratica de exercícios ou atividades físicas, tem mais facilidade para o seu desenvolvimento
motor, assim como o torna mais acelerado do que em relação a crianças que crescem em
ambientes desestimulantes a pratica de exercícios físicos.
O fato das crianças substituírem as brincadeiras clássicas tais como:
pega-pega, jogar bola, isto é, atividades nas quais envolvem movimento físico
por jogos eletrônicos, computadores, videogames, entre outros, podem
comprometer a saúde física e psicológica da criança, provocando
isolamento social da mesma, pois, cada vez mais crianças são acometidas pelo
fenômeno da obesidade em função do sedentarismo causado pelos dispositivos
eletrônicos. DE PAIVA, DA SILVA COSTA, (2015).
Portanto as atividades físicas ou atividades lúdicas extracurriculares são de extrema
importância no desenvolvimento motor e manutenção da saúde das crianças. Auxiliando no
desenvolvimento motor como também no desenvolvimento social das crianças, estimulando o
convívio das mesmas em ambientes sociais favoráveis para a pratica de exercícios físicos ou
brincadeiras clássicas, a troca desses hábitos saudáveis por hábitos sedentários como
217
videogames, computadores ou passar o tempo livre em frente à televisão, pode ter graves
consequências na vida das crianças, como a obesidade e prejudicar seu desenvolvimento, seja
ele motor ou social. “Especialmente em crianças e jovens, a atividade física interage
positivamente com as estratégias para adoção de uma dieta saudável, desestimula o uso do
álcool, das drogas e tabagismo, reduz a violência e promove a integração social.” OLIVEIRA et
al (2010).
“Recentemente os Centros para Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC) e o
Colégio Americano de Medicina do Esporte relataram que, aproximadamente, 250.000 vidas
são perdidas anualmente devido ao estilo de vida sedentário.” DALCASTAGNÉ et al (2012).
Sabe-se que movimentos fundamentais são requisitos básicos para a pratica de atividades
físicas, consequentemente crianças que possuem dificuldades em executar habilidades motoras
básicas, terão menor probabilidade a pratica de atividades motoras escolares, reduzindo o
desenvolvimento motor e participações em atividades físicas futuras que auxiliam na qualidade
de vida (POETA LS et al, 2010).
O crescimento da violência urbana, o aumento da densidade de veículos e a falta de
lugares apropriados para a pratica de exercícios físicos no horário de lazer, tem feito com que as
crianças procurem outras atividades, das quais não se exige grandes gastos caloricos, como
brincar com jogos eletrônicos, cursos de informática e idiomas, ou ate mesmo deveres de casa.
"O sedentarismo, características própria destes tipos de atividades, aliado ao alto consumo de
alimentos industrializados, constitui uma das causas do aumento da taxa de obesidade infantil”
(KREBS et al, 2011). A televisão tem sido um dos maiores problemas contra o sedentarismo,
sendo que uma das mídias que mais cresceu nos últimos anos, e também uma das mídias que
mais influenciam nos últimos anos. "Um dos fatores socioculturais que interfere no
desenvolvimento da criança é a televisão, por ser o veículo de comunicação que mais se
expandiu ao longo das últimas décadas."(SÁ; BELLINTANE; MARQUES, 2008).
O contato precoce das crianças do século XXI com a tecnologia seja ela um DVD,
celulares de ultima geração ou computadores, desestimula a pratica de atividades lúdicas básicas
como, jogar bola na rua, pega-pega, pique esconde, entre outras atividades que contribuem para
que as crianças tenham um desenvolvimento motor, social e afetivo. “Nesse sentido, os
diapositivos eletrônicos, tais como: tabletes, computadores, celulares de ultima geração jogos
eletrônicos fazem parte do processo de industrialização, tal fenômeno influencia diretamente na
maturação cognitiva, afetiva e social das crianças, já que, o sedentarismo é inerente ao processo
de automação gerado pela tecnologia” (DE PAIVA, DA SILVA COSTA, 2015).
3 OBJETIVO
Objetivo deste estudo foi verificar a influencia do sedentarismo infantil no
desenvolvimento motor.
4 MÉTODO
Foi realizada uma Revisão de literatura, através de artigos e periódicos, para obter uma
ideia atual e precisa sobre o tema e também para a delimitação do problema, para o
desenvolvimento do conhecimento.
218
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Notamos que o sedentarismo infantil, esta diretamente ligado ao declínio do
desenvolvimento motor das crianças nas escolas hoje em dia, juntamente ao avanço tecnológico
e seu fácil acesso pelas crianças, acarretando no desinteresse da pratica de atividades físicas
tanto escolares como na sua hora de lazer, verificamos também que o desempenho motor destas
crianças, esta ligado ao ambiente em que ela esta inserida. Com este estudo podemos destacar
que o desenvolvimento motor na infância e no inicio da idade escolar, é de extrema importância
não só pelo desempenho motor, como também para que se desenvolvam socialmente e
afetivamente, possibilitando assim um futuro sem muitas dificuldades para a realização de
tarefas básicas destes indivíduos, tornando-os perceptíveis a pratica de atividades físicas, seja
ela lúdica ou não.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base neste estudo, podemos notar o aumento de crianças sedentárias, influenciando
diretamente no desempenho motor. Podendo assim agravar a saúde e o desenvolvimento social e
afetivo dos indivíduos sedentários, levando em conta que o desenvolvimento motor na infância
é de extrema importância para adquirir habilidades básicas do dia a dia. O que nos leva a refletir
sobre o papel que o professor de Educação Física tem na vida destas crianças, podemos e
devemos induzir e auxiliar nossos alunos a pratica de hábitos saudáveis e a pratica da atividade
física seja ela lúdica ou não, tornando as aulas de Educação Física escolar uma janela para que
as crianças tenham conhecimento da importância na pratica de exercícios físicos ao longo de
suas vidas.
7 AGRADECIMENTOS
Quero agradecer a Deus por ter me dado saúde e sabedoria para completar mais essa fase
em minha vida.
A minha família que sempre me apoiou incondicionalmente nesta caminhada.
A Faculdades Network, a todo seu grupo docente, a direção e administração que juntos
me concederam a oportunidade de ser um profissional qualificado.
Ao meu orientador, Marcus Gomides, pelo suporte no tempo em que lhe coube.
Aos meus companheiros de turma, que hoje vieram a ser verdadeiros amigos e a todos
que direta e indiretamente estiveram me apoiando em minha formação, o meu muito obrigado a
todos.
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relação com a obesidade infantil. RBONE-Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e
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219
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POETA, Lisiane Schilling; DUARTE, Maria de Fátima da Silva; GIULIANO, Isabela de
Carlos Back. Qualidade de vida relacionada à saúde de crianças obesas. Rev Assoc Med Bras,
v. 56, n. 2, p. 168-72, 2010.
220
ATE QUE PONTO A ESCOLA E AS AULAS DE EDUCAÇAO FISICA
EXERCEM INFLUENCIA SOBRE A OBESIDADE INFANTIL?
Marcia Aurea de Oliveira Sousa¹
Thiago Augusto Costa de Oliveira²
RESUMO
É notório que tem aumentado a cada dia a incidência de casos de obesidade nas crianças e
adolescentes, é na escola onde deve haver as maiores intervenções para controle e combate
desses casos. Com base nessa afirmação o objetivo deste estudo foi averiguar a influência
exercida pela escola e as aulas de Educação Física sobre a obesidade infantil, qual o papel do
professor e das escolas no combate do sobrepeso/obesidade. Esse trabalho foi desenvolvido a
partir de uma revisão bibliográfica de caráter qualitativo. Após pesquisa entendemos que a
escola e os professores de Educação Física têm um papel decisivo no estilo de vida da criança.
Palavras-chave: Obesidade infantil, Educação Física escolar, Escola.
ABSTRACT
It is notorious that has increased every day the incidence of obesity in children and adolescents, is
at school where there should be major interventions to control and combat these cases. Based on
this statement the purpose of this study was to investigate the influence of the school and
physical education classes on child obesity, the role of teachers and schools in the fight
overweight / obesity. This work was developed from a literature review of qualitative. After
research we understand that the school and physical education teachers play a decisive role in
the child's lifestyle.
Keywords: Childhood Obesity, Physical Education, School.
(1) Graduanda em Educação Física (Licenciatura), Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000,
Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]).
(2) Professor Mestre em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades Network – Av.
Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected])
221
1 Introdução
A obesidade infantil é definida como acúmulo excessivo de gordura em regiões
específicas ou no corpo como um todo afetando negativamente a saúde ou o bem estar da
criança. É sabido que dentre os fatores que contribuem para o desenvolvimento da obesidade
são destaques a má alimentação e a falta da prática de atividades físicas, além de fatores
biológicos, comportamentais e psicológicos (FILHO, 2013; CORNACHIONI; ZADRA;
VALENTIM, 2011).
Um ambiente onde é notório a presença da obesidade infantil é a escola, tanto é verdade
que esta instituição tem reconhecido o seu papel na luta contra o sobrepeso e obesidade infantil e
podem constituir-se em um ambiente favorável para medidas de prevenção e intervenção. Estas
instituições de ensino assumem esse papel porque as crianças passam boa parte do seu tempo
nesse ambiente o que a torna uma parte crítica do meio social que modela a alimentação e o
padrão de atividade física das crianças.
Assim, a escola, como promotora de saúde, é propícia à aplicação de programas de
educação em saúde em larga escala, incluindo programas de educação nutricional e programas
de atividade física (MAYER; WEBER, 2013).
Segundo Giugliano e Carneiro (2004) nas últimas décadas, as crianças tornaram-se
menos ativas incentivadas pelos avanços tecnológicos. Uma relação positiva entre a inatividade,
como o tempo gasto com televisão, internet e videogame, e o aumento da adiposidade em
escolares foi observada. O aumento da atividade física, por outro lado, diminui o risco de
obesidade, atuando na regulação do balanço energético e preservando ou mantendo a boa forma.
Ainda, Giuliano e Carneiro (2004) relatam que 75% da rotina diária das crianças
abrangem o tempo de sono e o tempo sentado. Para os autores, o número de horas de sono
interfere na gordura corporal em crianças. O sono pode atuar favoravelmente na manutenção
da composição corporal e deve ser estimulado nos casos de sobrepeso e obesidade.
Diante das informações o presente estudo buscou verificar a influencias das aulas de
Educação Física e da escola no sobrepeso/obesidade.
2 Revisão bibliográfica
O estudo de Giugliano e Carneiro (2003) teve como objetivo investigar a relação de
atividade diária e horas de sono com sobrepeso e obesidade em escolares estudando alguns
fatores familiares como escolaridade, obesidade e atividade física diária dos pais. O estudo foi
realizado em duas fases: na primeira foram avaliados o IMC e a gordura corporal dos escolares
classificando-os através dos resultados em grupos considerados normais, com sobrepeso e
obesidade; na segunda fase os grupos receberam um questionário para que fosse preenchido
pelos pais dos alunos. De com os resultados a porcentagem de gordura media foi crescente e as
diferenças observadas foram significativas entre os grupos principalmente comparando o grupo
dos escolares considerados normais com o grupo com obesidade. Foram constatadas diferenças
na rotina das crianças quanto ao tempo de permanência sentados, horas de sono diária, grau de
escolaridade dos pais e frequência em atividades físicas. Os autores sugerem que a tendência ao
sedentarismo demonstrada neste estudo pode ter relação com as horas de sono diárias o que
pode favorecer a redução da gordura corporal e ainda destacam a importância da educação
familiar na diminuição dos casos de sobrepeso e obesidade nas crianças. O estudo ressalta
ocorrência elevada de sobrepeso e obesidade em escolares de classe média e média-alta, e
aponta fatores predisponentes ao sobrepeso e obesidade como a inatividade, redução das horas
de sono diárias, ocorrência em um ou em ambos os pais.
222
O estudo de Celestrino e Costa (2006) teve como objetivo analisar a relação dos
escolares obesos com a atividade física nas aulas de Educação Física escolar e em seu tempo
livre. Foi feita uma pesquisa descritiva com 42 adolescentes com idade entre 10 e 12 anos,
alunos do ensino fundamental de uma escola da rede privada. As variáveis foram analisadas por
meio de questionário das atividades diárias e avaliação da composição corporal, analisando o uso
de equipamentos eletrônicos, atividade física da semana, atividade física do final de semana,
prática de esportes, participação nas aulas de Educação Física, atividades físicas prazerosas das
aulas de Educação Física, adesão aos jogos ou brincadeiras tradicionais. A avaliação da
composição corporal constituiu-se pelas medidas de peso e estatura. As medidas coletadas foram
aplicadas na formula utilizada para calcular o IMC, a saber: (peso/ altura ²). Os resultados
provenientes do cálculo desta fórmula foram comparados a uma tabela de IMC por sexo e idade
classificando assim os sujeitos da amostra em sujeitos na faixa de peso normal sobrepeso e
obesidade. De 42 indivíduos avaliados, 20% apresentaram sobrepeso, 30% obesidade e 50%
peso normal, entre a população com sobrepeso/obesidade verificou-se que a prevalência de
obesidade é maior entre o sexo feminino pois 33% das meninas foram classificadas como
obesas. Os grupos com sobrepeso/obesidade apresentaram maiores medias de tempo para uso de
equipamentos eletrônicos como videogame, TV e internet. Os índices de sobrepeso e obesidade
encontrados nesta pesquisa, 50% de uma amostra composta por 42 indivíduos evidenciam a
gravidade do problema e a necessidade de profilaxia em meios próprios como a escola em
especial nas aulas de Educação Física. No que se refere as atividades realizadas pelos indivíduos
com sobrepeso/obesidade durante o tempo livre da semana notou- se principalmente entre o sexo
feminino a predominância de atividades com caráter sedentário, como assistir TV e fazer lição de
casa. Com relação ao sexo masculino, as atividades sedentárias ou de baixo gasto energético
estavam presentes e houve maiores porcentagens de meninos que conciliam equipamentos
eletrônicos com brincadeiras do que as meninas. Após análise dos dados os autores concluem
que os escolares com sobrepeso/obesidade praticam menos atividade física que escolares com
peso normal, mostrando-se mais ativos nos finais de semana que durante a semana, em especial
as meninas. Além disso foi observado que os indivíduos participam das aulas de Educação
Física, mas um fator que pode minimizar ou desmotivar essa participação é o tipo de atividade
proposta. Diante desta informação os autores sugerem que que o profissional de Educação
Física deve selecionar melhor seu repertorio de atividades que serão aplicadas nas aulas.
Mayer e Weber (2013) buscaram verificar a prevalência e a utilização de práticas de
prevenção e controle de sobrepeso e obesidade em duas escolas públicas. Para responder sua
pergunta os autores verificaram o peso, altura, IMC e também uma entrevista com o diretor das
escolas. Participaram da pesquisa, além dos diretores das 2 escolas, 139 alunos de 5° e 6° ano
com idade entre 10 e 14 anos de idade (sendo 64% do sexo feminino e 36% do sexo masculino).
Foi realizada uma análise qualitativa das respostas discursivas presentes na entrevista feita aos
diretores verificando as práticas escolares no controle da obesidade, verificou-se também o peso e
altura dos alunos calculando assim o IMC e por fim realizando a comparação entre as escolas. Os
resultados demonstram que 13% das crianças estão com sobrepeso e 5% com obesidade, a
desnutrição apresentou uma porcentagem de 9% e 73% estavam com peso considerado normal;
na escola “1”, 12% apresentavam sobrepeso e 3% obesidade enquanto na escola “2”, 14%
apresentavam sobrepeso e 7% obesidade. As escolas afirmaram não adotar nenhuma medida
para o controle de sobrepeso/obesidade apesar dos resultados apresentarem uma média de 13%
de sobrepeso e 5% de obesidade esse tema parece não ser considerado um problema para as
escolas, porém as mesmas afirmam estarem preocupadas com a alimentação equilibrada e
atividade física da criança. Diante do exposto os autores sugerem que o excesso de peso teve sua
incidência elevada entre as crianças pesquisadas e ainda que é importante considerar o papel das
escolas no desenvolvimento do excesso de peso das crianças através de trabalhos
223
desenvolvidos junto a comunidade, constituindo um ambiente promotor de saúde que ter
influência nas condições de um IMC saudável o que pode ajudar no controle da obesidade e
contribui para um desenvolvimento mais saudável.
O estudo de Mazzoccante et al. (2013) teve como objetivo investigar se avaliações
antropométricas (AA) estão sendo realizadas nas escolas pelo professor de Educação Física e
ainda se há um retorno dessas avaliações ao aluno. Trata-se de um estudo transversal, descritivo e
analítico, realizado com 35 professores dos ensinos fundamental e médio. A investigação se deu
por meio da aplicação de um questionário objetivo contendo 17 questões que visam analisar os
seguintes aspectos: sexo e idade dos professores, tempo de conclusão do curso superior,
realização intra ou extracurricular da disciplina, medidas e avaliação em educação física, bem
como a realização de uma auto avaliação, avaliação sobre o nível de conhecimento e domínio do
conteúdo de técnicas de medidas e avaliação em educação física. Os resultados apresentados
demonstram que, apesar de 71,4% e 31,4% dos professores de escolas pública e particular,
respectivamente, terem cursado na graduação e/ou terem participado de algum curso
extracurricular sobre medidas e avaliação, apenas 42,9% realizavam AA em seus alunos. Esses
resultados permitem aos autores sugerir que a não realização das AA não se deve à falta de
instrumentalização do professor durante a realização do curso superior. É importante destacar
que não se observa campanhas educativas que abordem os temas sobrepeso e obesidade.
O estudo de Corrêa e Silva Filho (2008) teve como objetivo investigar as escolhas de
adolescentes de ambos os gêneros em relação a atividades de caminhada em aulas de educação
física. Os participantes foram rapazes e moças adolescentes (N = 158), com média de idade de
14,52 anos, estudantes de oitavas séries do ensino fundamental. O trabalho foi desenvolvido
como parte do programa do componente curricular Educação Física, pelo próprio professor. Foi
utilizada uma lista de nove atividades de caminhada, organizada em quatro temas: social, jogo,
competição e exercício/ “fitness”. A pesquisa foi realizada em nove dias/aulas, nos quais a cada
três os alunos escolhiam a atividade a ser realizada de uma lista de três atividades. Os resultados
mostraram que na primeira escolha (três primeiras aulas), as atividades de caminhada com
cunho social obtiveram mais escolhas do que aquelas de exercícios; nas três aulas seguintes,
segunda lista de escolha, as caminhadas em forma de jogo e competição foram mais escolhidas
do que aquelas de exercícios; e, nos três últimos dias de aula (terceira lista), as caminhadas com
características sociais foram mais escolhidas do que aquelas com características de jogo e, que
essas últimas foram mais escolhidas do que as caminhadas em forma de competição.
Concernente às comparações entre rapazes e moças, o teste estatístico mostrou que no primeiro
dia os rapazes escolheram mais as caminhadas com exercícios e com competição, as moças,
contudo, elas escolheram mais a caminhada social mais do que os rapazes. Verificou-se que este
último resultado (caminhada social) se repetiu no segundo dia. O estudo mostra que a liberdade
de escolha do aprendiz tem sido foco de investigação em vários campos do conhecimento como,
por exemplo, Aprendizagem Verbal e Cognitiva, Aprendizagem Motora e Pedagogia do
Movimento esses resultados deveriam ser replicados para conferir a consistência das conclusões
e implicações levantadas. Além disso, os autores sugerem que estudos futuros são necessários
para investigar questões relativas a como as escolhas se manifestam em relação ao avanço na
escolaridade. Os estudos mostram que é importante lembrar que, independentemente de uma
única ou de diferentes atividades, a liberdade de escolha pode ser manipulada de diferentes
formas.
Já Melo e Lopes (2013) tiveram como objetivo analisar a associação entre o índice de
massa corporal (IMC) e a coordenação motora das crianças A amostra foi constituída por 794
crianças de ambos os sexos (meninas: n = 398; meninos: n = 396) com idades compreendidas
entre os 6 e os 9 anos. O teste de coordenação motora para crianças KTK foi o instrumento
utilizado para a avaliar a coordenação motora. O KTK é composto por quatro provas: equilíbrio,
saltos monopedais, saltos laterais e transposição lateral. De acordo com os valores de corte do
224
IOTF para o IMC, a prevalência de sobrepeso e de obesidade é de 20 e 9,8% respectivamente, o
que é consistente com os dados para população infantil portuguesa da mesma idade, sendo
31,5% obesas ou com sobrepeso. Os valores mostram, uma tendência para os meninos
apresentarem, em todas as idades, melhor desempenho coordenativo do que as meninas. Uma
das principais causas da obesidade, quer em crianças quer em adultos, é o sedentarismo. As
crianças despendem muito tempo vendo televisão ou em outras atividades sedentárias em frente a
uma tela. Os resultados do presente estudo mostram que são as crianças com sobrepeso e
obesas, aquelas que marcadamente apresentam baixos níveis de coordenação motora,
comparativamente às crianças com peso normal, que a coordenação motora é um preditor
significativo nas mudanças de IMC das crianças. O estudo destaca, ainda, a potencial
importância da promoção do desenvolvimento da coordenação motora nas crianças na
diminuição dos níveis de obesidade. É sugerido que a instrução sistemática e a disponibilidade
de tempo e espaço adequados para a prática são fatores significativos que contribuem para a
melhoria da proficiência motora nas crianças. Em conclusão, os pesquisadores apontam que a
coordenação motora está moderada e negativamente associada com o IMC e a associação
aumenta durante a infância. As crianças com sobrepeso e obesas de ambos os sexos apresentam
menores níveis de coordenação motora do que as crianças normoponderais.
Burgos et al. (2009) procuraram mostrar que o estilo de vida é entendido como tudo
aquilo que se vive e se faz no dia a dia (em casa, no trabalho, na escola, no lazer, com os amigos,
entre outros) é resultado da educação, da cultura da atividade física e desportiva, do convívio em
sociedade e de toda dinâmica globalizada que chega às nossas vidas. São sujeitos deste estudo
2486 escolares de Santa Cruz do Sul, município localizado no centro do Estado do Rio Grande
do Sul, região sul do Brasil, sendo estratificados por conglomerados: 690 escolares do centro,
1165 da periferia urbana, 631 do meio rural; 1241 escolares do sexo masculino, 1245 do sexo
feminino que responderam a um questionário. Os dados mostraram que programas de atividade
física, realizados na escola, consistem das aulas de Educação Física e de outras oportunidades
relacionadas à prática dessas atividades, como atividades durante o recreio e intervalos, prática
esportiva entre os escolares, bem como estímulo aos escolares a caminharem e a andarem de
bicicleta mais frequentemente, nas horas de lazer. Ainda, o oferecimento de uma Educação
Física de qualidade, na escola, faz com que os escolares se tornem mais ativos fisicamente.
Entre os escolares avaliados, 1942 são praticantes (78%) e 544 (22%) não praticantes de
atividades lúdico-desportivas. Porém, do total dos escolares do sexo masculino, 1046 (84,3%)
são praticantes e 195 (15,7%) são não praticantes. Já, do sexo feminino, 896 (72%) são
praticantes e 349 (28%) são não praticantes de atividades lúdico-desportivas. O estudo constatou
que os locais mais utilizados para a prática de atividades são: o pátio da casa (em todas as
regiões, com resultados mais expressivos na zona rural), quadra da escola (na região centro) e a
rua (na periferia). Os autores sugerem, de forma geral, que esta temática relacionada ao contexto
social mais amplo, faça parte dos conteúdos curriculares da Educação Física e dos demais
componentes curriculares das escolas e integre as políticas públicas que contemplem espaços e
atividades físicas e esportivas de lazer, que enriqueçam e eduquem para o desenvolvimento do
lazer em todos os conteúdos culturais.
O estudo de Cornachion, Zadra e Valentim (2011) procurou apresentar os fatores que
influenciam a obesidade infantil e discutir a importância da educação física escolar na
prevenção dessa patologia, há muito tempo nota-se o excesso de peso e o sedentarismo explícito
na vida das crianças e jovens no mundo. O presente estudo tem características de pesquisa
básica, que visa ampliar os conhecimentos teóricos sobre o tema, além de ter caráter descritivo,
bibliográfico e interdisciplinar. O método utilizado foi de revisão de literatura em livros e
artigos relacionados à obesidade infantil, educação física escolar e qualidade de vida na
infância. O estudo destaca que geralmente a criança obesa é pouco hábil no esporte, não se
destacando. A ginástica de academia não é lúdica e dificilmente é tolerada por um longo
225
período, porque é um processo repetitivo. Ideias criativas são necessárias para aumentar o gasto
calórico e do metabolismo, principalmente no período de férias e atividades como descer
escadas do edifício onde mora, pular corda, brincar de pega-pega na quadra devem ser
incentivadas. A escola é sugerida como o local mais apropriado para as intervenções
relacionadas à saúde, já que é o local mais acessível para crianças e adolescentes, como
sugerem. Os autores afirmam que a escola e a educação física escolar devem oferecer uma
educação voltada para a saúde, já que se identificam com interesses relacionados à saúde
pública. Sendo a obesidade uma preocupação da saúde pública, é necessário proporcionar às
crianças conceitos relacionados à aptidão física, atividade física e saúde. É muito importante que
seja incorporado ao currículo formal das escolas, em diferentes séries, o estudo de nutrição e
hábitos de vida saudável, pois neste local e momento é que pode começar o interesse, o
entendimento e mesmo a mudança dos hábitos das crianças, por intermédio dos professores. O
presente estudo conclui que a obesidade infantil pode trazer sérios problemas para a saúde, por
isso é importante que o profissional de Educação Física oriente e incentive seus alunos a
praticarem exercícios físicos não só pela competição, mas pela própria saúde. A escola tem que
estimular os alunos a terem uma alimentação saudável, mas nada disto é válido sem ter a
cooperação dos pais.
O estudo de Filho (2013) teve como objetivo verificar os benefícios da disciplina de
educação física escolar para a saúde, sua contribuição no combate e prevenção da obesidade, e
como alunos e professores percebem as aulas de Educação Física. A amostra da pesquisa foi
constituída por 20 alunos com idade entre 10 e 20 anos, distribuídos de 6º ao 9º ano do ensino
fundamental escolhidos de forma aleatória. A pesquisa será desenvolvida a partir de uma
abordagem qualitativa, O instrumento de pesquisa foi um questionário com 07 (sete) perguntas
semiestruturadas com o objetivo de verificar a visão que os mesmos têm da disciplina de
Educação Física, importância alimentar e também se praticam algum esporte ou exercícios
físicos regularmente, bem como o conhecimento que os alunos têm sobre a obesidade. Quando
perguntados a respeito da participação de todas as atividades propostas dentro da aula de
educação física, 16 entrevistados, totalizando 80% afirmaram participar de todas as atividades
propostas nas aulas de educação física; três responderam que participam parcialmente nas
atividades, totalizando 15% e 01 respondeu que não participa de nenhuma atividade totalizando
5%. Os resultados mostram que atividade física traz benefícios para todas as pessoas, mesmo as
que não têm problemas com o peso. De acordo com os dados levantados para esta pesquisa
observou-se que há um grande número de crianças e adolescentes com baixo peso, seguido por
um índice significativo de peso normal. Desta forma, a criança mantém um contato direto e
permanente com a atividade física por toda sua vida. Tendo maior satisfação na realização das
atividades físicas, maior será seu desejo de se exercitar, dessa maneira o exercício deixa de ter
uma conotação de sofrimento. Diante do grande número de casos de obesidade existente
atualmente e das consequências provocadas por ela em todas as idades, no caso das crianças e
adolescentes, a conscientização sobre o problema deve incluir informações aconselhando sobre
hábitos alimentares e prática de atividade física para aplicação no seu cotidiano.
O estudo de Mello e Costa (2015) teve por objetivo verificar se a quantidade de pratica
de atividade física em escolares pode ter influência no sobrepeso e na obesidade. Participaram
do estudo 16 crianças de ambos os sexos, com uma faixa etária de 09 a 11 anos de idade alunas
de uma escola particular do município de Nova Odessa-SP. Foi aplicado um questionário com
perguntas especificas sobre quantidade de vezes que a crianças faz aula de Educação Física; Se
dentro da aula o professor discute as doenças causadas pela obesidade; outra questão sobre a
ingesta de alimentos não saudáveis; a quantidade de prática de atividade física fora do ambiente
escolar. Os resultados mostram que a maioria das crianças gostam de praticar atividade física
escolar, após análise do questionário podemos observar que todas as crianças participam duas
vezes por semana das aulas de Educação Física; todas relatam que o tema obesidade é abordado
226
e discutido nas aulas; com relação a prática de atividade física fora da escola e quantas vezes
elas brincam por semana podemos verificar que a maioria pratica entre 2 e 3 vezes por semana,
mas o que nos chamou a atenção foi que apesar da maioria consumir alimentos não saudáveis de
3 a 7 vezes na semana isso não influenciou no aumento da obesidade. Estes dados levaram os
autores a concluir que o fator da atividade física não influenciou no peso corporal. Com essas
informações foi sugerido que o fator pratica de atividade física não influenciou nos resultados,
mas e o que pode ser considerado como um fator de risco para um futuro não muito saudável e
ainda com ganho de peso foi a alimentação. As escolas deveriam incentivar as cantinas a
planejar melhor o cardápio com alimentos mais saudáveis, pois as crianças passam horas dentro
da escola e precisam de uma alimentação que seja equilibrada.
Em síntese a obesidade tem sido fruto de inúmeros estudos, visto que os impactos das
consequências do aumento de peso são catastróficos para a população. O objetivo dos estudos se
difundem apontando questionamentos sobre a importância da educação física escolar no
controle da obesidade em crianças e adolescentes, até que ponto fatores familiares influenciam
nessa condição como mencionam Giugliano e Carneiro (2004), Celestrino e Costa (2006),
Cornachion, Zadra e Valentim (2011), Filho (2013), Mello e Costa (2015). Outros estudos
buscaram identificar as ações das escolas no trabalho de prevenção da obesidade, as escolhas
dos alunos em relação às atividades físicas e se estão sendo realizadas as avaliações
antropométricas nos alunos como meio de prevenção do sobrepeso/obesidade. Mayer e Weber
(2013); Mazzoccante, et al.(2013); Corrêa e Silva Filho (2008); Melo e Lopes (2013).
Já Burgos, et al.(2009) tiveram como objetivo mostrar que atividade física e estilo de
vida entende-se por tudo aquilo que se vive e faz no dia a dia sendo resultado de sua educação e
da cultura da atividade física e desportiva incentivadas pelas aulas de educação física.
Para responder os questionamentos os estudos de Giugliano e Carneiro (2004),
Celestrino e Costa (2006), Mayer e Weber (2013), Mazzoccante. (2013), Filho (2013), Mello e
Costa (2015) Avaliaram crianças e adolescentes através de questionários onde coletavam dados
como idade, peso, altura, IMC, estilo de vida e atividades diárias para classificar os grupos com
sobrepeso e obesidade. Já Melo e Lopes (2013) utilizaram o KTK, teste de coordenação motora
em crianças; Cornachion, Zadra e Valentim (2011) fizeram uma pesquisa simples com caráter
descritivo e bibliográfico para mostrar que o incentivo as atividades lúdicas com ideias criativas
pode ajudar a manter uma boa qualidade de vida nas crianças.
Burgos et al.(2009) utilizaram critério da ABIPEME (Associação Brasileira de Institutos
de Pesquisa de Mercado). Para mostrar que programas de atividade física, realizados na escola,
consistem das aulas de Educação Física e de outras oportunidades relacionadas à prática dessas
atividades auxiliam no gasto calórico e manutenção da boa forma corporal.
Os resultados destes estudos apontam que o sobrepeso e a obesidade apresentam um
número significativo em crianças e adolescentes, sendo ainda mais constantes em crianças do
sexo feminino, uma vez que os meninos apresentam, em todas as idades, melhor desempenho
coordenativo do que as meninas. Uma das principais causas da obesidade, quer em crianças quer
em adultos, é o sedentarismo (GIUGLIANO; CARNEIRO, 2004; MAYER; WEBER, 2013;
BURGOS et al.,2009; MELO; LOPES, 2013). Os grupos com sobrepeso/obesidade
apresentaram maiores medias de tempo para uso de equipamentos eletrônicos como videogame,
TV e internet (CELESTRINO; COSTA 2006).
Por fim Filho (2013), Mello e Costa (2015), Cornachion, Zadra e Valentim (2011)
identificaram que a escola é sugerida como o local mais apropriado para as intervenções
relacionadas à saúde pois a maioria das crianças gostam de praticar atividade física escolar,
portanto a escola e a educação física escolar devem oferecer uma educação voltada para a saúde, já
que se identificam com interesses relacionados à saúde pública.
As conclusões dos estudos de Mayer e Weber (2013), Mazzoccante et al.(2013), Corrêa e
Silva Filho (2008); Burgos et al.(2009), constatam o papel das escolas no desenvolvimento
227
do excesso de peso e um IMC saudável das crianças uma vez que é possível incorporar à
programação de aulas de Educação Física Escolar atividades lúdico/desportivas para despertar o
interesse dos alunos pela atividade física, dando a elas liberdade de escolha nas atividades
propostas para aula. Para Mello e Costa (2015) as escolas deveriam incentivar as cantinas a
planejar melhor o cardápio com alimentos mais saudáveis, pois as crianças passam horas dentro
da escola e precisam de uma alimentação que seja equilibrada. Auxiliando, ainda mais, na
manutenção da boa forma nos alunos e prevenindo-os do sobrepeso/obesidade.
Giugliano e Carneiro (2004), Melo e Lopes (2013), Cornachion, Zadra e Valentim
(2011) concluem que a obesidade infantil pode trazer sérios problemas para a saúde, por isso é
importante que o profissional de Educação Física oriente e incentive seus alunos a praticarem
exercícios físicos, incentivando o desenvolvimento motor das crianças, a coordenação motora
está moderada e negativamente associada com o IMC e a associação aumenta durante a infância
assim como a educação familiar; A importância da educação, principalmente materna, é
demonstrada pela maior ocorrência de sobrepeso e obesidade nos escolares cujas mães tinham
um menor grau educacional, sugerindo assim que pode ser um fator de risco para obesidade dos
filhos.
Celestrino e Costa (2006) e Filho (2013) após análise dos dados concluem que os
escolares com sobrepeso/obesidade praticam menos atividade física que escolares com peso
normal, mostrando-se mais ativos nos finais de semana que durante a semana. Diante desta
informação os autores sugerem que o profissional de Educação Física deve selecionar melhor
seu repertorio de atividades que serão aplicadas nas aulas e também incluir informações
aconselhando sobre hábitos alimentares e prática de atividade física para aplicação no seu
cotidiano.
Diante as considerações verificadas junto a literatura o presente estudo buscou verificar a
influencias das aulas de Educação Física e da escola no sobrepeso/obesidade.
3 Objetivo
O objetivo do presente estudo foi verificar até que ponto a escola e as aulas de Educação
Física escolar influenciam na obesidade infantil.
4 Método
Foi feita uma pesquisa qualitativa concretizada através de uma revisão de literatura.
Inicialmente o tema foi pesquisado em livros, dissertações e teses e posteriormente em base de
dados e em periódicos. O método de análise dos textos e dos artigos foi influído pela literatura
(NELSON; THOMAS, 2012; CERVO; BERVIAN, 2007), seguindo a ordem de leitura de
reconhecimento, leitura seletiva, leitura crítica ou reflexiva e por fim a leitura interpretativa.
5 Resultados e conclusão
Após analises dos estudos verificamos que as escolas têm um papel relevante na
manutenção de peso das crianças uma vez que as mesmas passam várias horas do dia no
ambiente escolar e precisam de uma alimentação balanceada, além de incorporar à programação
de aulas de Educação Física Escolar atividades lúdico/desportivas para despertar o interesse
dos alunos pela atividade física. O professor de Educação Física por sua vez tem o papel de
228
orientar e incentivar a pratica de exercícios uma vez que as crianças que apresentaram
sobrepeso/obesidade apresentam maior quantidade de horas sentado e mostrando-se
mais ativos nos finais de semana.
Desse modo concluímos que se as escolas, juntamente com o professor de
Educação Física, tivessem um melhor planejamento voltado para essa questão, com
cardápios saudáveis, informações aconselhando sobre hábitos alimentares e prática de
atividade física em um repertorio de atividades que seriam aplicadas dando a elas
liberdade de escolha nas atividades propostas para aula reduziríamos a ocorrência de
sobrepeso/obesidade aos escolares.
6 Considerações finais
Com base nos resultados podemos afirmar que a escola é o local mais
apropriado para as intervenções relacionadas à saúde e apesar de estarem preocupadas
com os índices de sobrepeso/obesidade, não tem um projeto voltado para a prevenção
e combate da obesidade infantil.
Os professores de Educação Física por sua vez precisam assumir que seu papel
na escola é de proporcionar bons hábitos tanto alimentares como da prática de
atividade física diária nas crianças. Sendo assim, o correto seria uma parceria da escola
e dos professores juntamente com a comunidade em que a escola está inserida,
promoverem um projeto de saúde e bem estar onde todos tivessem a oportunidade de
participar, para que toda a família da criança esteja inserida nesse projeto e assim
conseguirmos reduzir o número de casos de obesidade.
Referencias
GIUGLIANO, R.; CARNEIRO, E. C. Fatores relacionados a obesidade.
Revista Scielo Brasil; Brasília/ DF. 2003.
CELESTRINO, J. O.; COSTA, A. S. A pratica de atividade física em
escolares com sobrepeso e obesidade. Revista Mackenzie de Educação Física e
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MAYER, A. P. F.; WEBER, L. D. A influência da escola na alimentação e na
atividade física da criança. Camine: caminhos
da educação.
http://periodicos.franca.unesp.br/index.php/caminhos/article/view/682 Franca SP, v.
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MAZZOCCANTE, R. P; SOUSA, I. C; SALES, M. M; MELO, G. F;
NETO, W. BCAMPBELL, C. S. G; A avaliação antropométrica em crianças tem
229
sido realizada nas escolas para prevenção do sobrepeso e obesidade? Revista
Mackenzie de Educação Física e Esporte. v. 12, n. 2, p. 76-88, 2013.
CORRÊA, U. C; SILVA FILHO, A. S. A escolha de adolescentes em relação
a atividades de caminhada em aulas de educação física. Revista Brasileira de
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MELO M. M.; LOPES V.P. Associação entre o índice de massa corporal e a
coordenação motora em crianças. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte,
São Paulo, Jan-Mar; v. 27(1), p. 7-13, 2013.
CORNACHIONI, T. M; ZADRA, J. C. M; VALENTIM, A. A obesidade
infantil na escola e a importância do exercício físico. EFDesportes.com, Revista
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FILHO, D. J. S. Educação física como ferramenta de prevenção da
obesidade, 2013.
MELLO, D.R.; OLIVEIRA, T.A.C. Atividade física x Obesidade. Revista dos
Alunos de Educação Física-Faculdades Network. Nova Odessa/SP, ano 2. v. 4, n.
1, p. 20-26, 2015.
CERVO, A.L.; SILVA, R. Metodologia Científica. Pearson Education - 6ª Ed.
2007.
THOMAS, J.R.; NELSON, J.K. Métodos de Pesquisa Em Atividade Física -
6ª Ed. São Paulo: Artmed. 2012.
230
RUGBY: INSERÇÃO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Vitor Hugo de Morais Novais
5
Marcus Gomides6
RESUMO
Este trabalho representa a dedicação de obter matérias que possam relatar sobre a
possível didática na prática do rugby nas escolas brasileiras, tento em vista uma
preocupação de construção da formação dos alunos, a abordagem para esta modalidade
nas escolas é justificada, na medida em que são poucos os trabalhos que falam sobre
este tema. Tendo em vista que este conteúdo é considerado próprio da disciplina de
educação física e com intenção de falar sobre o Tag Rugby que é uma modalidade de
iniciação deste esporte e sua implantação na educação física escolar, e ainda ressaltando
os motivos desta implantação, as dificuldades que geralmente são encontradas pelos
professores de educação física e os resultados obtidos depois da inserção do esporte no
âmbito escolar.
Palavras chaves: Tag Rugby, Implantação, Escolar.
ABSTRACT
This work represents the dedication to get materials that can report on the possible
teaching the practice of rugby in Brazilian schools, try to view a concern for the
construction of training of students, the approach to this sport in schools is justified
insofar as they are few studies that talk about this topic. Given that this content is
considered to own the physical education discipline and intend to talk about the Tag
Rugby is a form of initiation of this sport and its implementation in physical education,
and also emphasizing the reasons for this deployment, the difficulties usually
encountered by physical education teachers and the results after the insertion of sport
in schools.
Keywords: Tag Rugby, Implementation, School.
Introdução
Há algumas contradições à respeito da origem do Rugby no mundo. Alguns
historiadores afirmam que se originou durante a uma partida de football realizada em
1823, na Rugby School. Onde, um londrino chamado William Webb Ellis, entediado
com a monotonia do football, teria agarrado a bola em seus braços e, desrespeitando as
regras do jogo vigentes da região, que não permitia que a bola fosse segurada com as
5 Graduando em Educação Física (Licenciatura), Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445,
13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]).
6 Professor Especialista em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades
Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail:
231
mãos, avançou rumo ao campo adversário, enquanto os oponentes tentavam segurá-lo
para impedir a sua progressão (COLLINS, 2009) citado por Sambrana (2014)
. A Rugby School (A Rugby School, uma escola pública situada em uma cidade
chamada Rugby, na Inglaterra fundada em 1567) é apontada como referência de marco
importante para a promoção do Rugby, pois além de se situar na Cidade de
Rugby(cidade da Inglaterra) , abordava uma metodologia de ensino diferente das outras
escolas públicas daquela época. Acreditavam na possibilidade do esporte como uma
maneira formativa na construção do indivíduo, o ser social. Tinham pra si, ideais de que
um aluno aprendia melhor dentro da escola, praticando algo mais produtivo, do que se
ficasse mundo afora, rodeado de vícios e bebidas (CENAMO,2010) citado por
Sambrana (2014).
No contexto escolar brasileiro o Rugby esta presente na grade curricular do
primeiro ano do ensino médio, porem quase não vem sendo trabalhado, e devido a nossa
cultura do futebol vem a reforçar ainda mais falta de conhecimento da modalidade;
Nesse entendimento inserir o rugby na escola pode ser relevante para reforçar valores
sociais e humanos.
Desta maneira, será verificado como o Rugby pode ser aplicado nas aulas de
Educação Física Escolar pelo professor para a formação global dos alunos. Foi
desenvolvido um levantamento do estudo do Rugby sobre a questão da agressividade
positiva dos alunos, nas quais estão inseridos os benefícios do desporto para os alunos
na escola.
O esporte é fruto da modernidade. Entretanto, o esporte para estar na escola, e
ser ensinado na escola, isto é, tornar-se um esporte “da” escola, deve ser reelaborado
consolidado em um meio educativo para além da repetição e da mecanização, da
finalidade única da técnica e do rendimento, em que os mais fracos e os menos
habilidosos são colocados à margem e marcados pela exclusão.
Oliveira, (2004). Citado por Sambrana (2014) Fala que no Brasil, o Rugby
chegou ao final século XIX e princípio do século XX, onde a disseminação do futebol
era dominante. Entretanto, a dispersão do Rugby entre as elites locais não ficou muito
distante daquela apresentada pelo futebol. Tanto que o primeiro time de Rugby, o São
Paulo Athletic Club, foi idealizado por Charles Miller, o mesmo que organizou o
primeiro time de futebol do Brasil. Entretanto, a equipe foi descontinuada em 1896,
quando Miller passou a se dedicar apenas ao futebol.
A Confederação Brasileira de Rugby é o órgão que incentiva os diversos
projetos relacionados à este desporto. Assim, uma de suas ações é o apoio a projetos de
Tag Rugby, desenvolvidos pelos clubes em escolas ou organizações, por exemplo. O
Tag Rugby é um jogo de iniciação ao Rugby, e tem como suas principais características,
a ausência do contato físico. As equipes do Tag Rugby são constituídas tanto por
meninas quanto por meninos, o que promove integração entre os participantes, além de
não possuir nenhum critério físico para a sua prática esportiva. Pode ser praticado
mesmo 12 em espaços reduzidos, quadras, entre outros, locais que encontramos na
realidade das escolas brasileiras (SAMBRANA, 2014 p.11)
Objetivo
Tendo com objetivo saber se a implantação do Rugby é eficiente nas aulas de
educação física escolar como atividade pedagógica; Nas escolas brasileiras o professor
de educação física deverá buscar conhecimento do rugby através de equipes locais onde
poderá aprender sobre a pratica esportiva, e como professor poderá aprender e ensinar
232
com a equipe local além de tornar-se um divulgador do esporte e um captador de
jogadores para a equipe local sendo assim, um divulgador do esporte. Buscar
informações do esporte nos Sites das Federações nacionais, regionais e Internacionais
para conseguir materiais teóricos para possuir embasamento teórico para suas aulas no
meio escolar.
Revisão Bibliográfica.
O Rugby foi criado na Inglaterra em 1823 por um aluno no meio da sua aula de
educação física, em que no meio da sua aula Willian Webb Elis pegou a bola e saiu
correndo em direção ao gol da equipe adversária. (Confederação Brasileira de Rugby,
2010); Não existe algo que fale que é obrigatória a inserção do Rugby nas escolas
nacionais; mas por outro lado a implantação desse esporte é de grande importância, pois
pode melhorar a capacidade de desenvolvimento psicológico dos alunos, devido a
diversas situações de jogo na qual o aluno ira presenciar; O Rugby se subdivide em
diversas modalidades, como o Rugby Tag. Que nada mais é que a iniciação deste
esporte; O Bitoque Rugby que não se deferência muito do Tag, mudando apenas a
numeração dos pontos e algumas regras da defesa; O Jogo da azeitona Rugby, que
também se assemelha com o Bitoque Rugby porem a mudança esta no método de
progressão do adversário com a bola; O Touch Rugby que se diferencia na quantidade
de jogadores que vai de acordo com o espaço podendo chegar ate 15 jogadores para
cada time e o método de obstrução da defesa é tocar no jogador que estiver com a bola;
o Quad Rugby que é uma modalidade bem especifica e muito diferenciada das demais,
pois é uma modalidade para cadeirantes; e ainda o Beach Rugby, que é uma modalidade
que se joga na areia e diferente do Tag o Beach Rugby tem contato físico.
A chegada do Rugby no Brasil vem por meio de intercâmbios, Cerano (2010)
citado por Sambrana (2014) salienta que um dos fatores mais fortes para a difusão do
Rugby naquela época, foram os intercâmbios estudantis dos imigrantes britânicos nas
terras brasileiras, onde eles traziam consigo um pouco da cultura do football.
Oliveira (2004) citado por Sambrana (2014) relata que o primeiro clube de
esporte fundado no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, foi em 1875, e era conhecido
como Paissandu Crickect Clube. Ainda no Rio de Janeiro, em 1891, o Clube brasileiro
de futebol Rugby, foi o primeiro clube a desenvolver atividades sobre o Rugby, tendo
com o seu pioneiro um jovem brasileiro que havia recém chegado da Inglaterra, Luiz
Leonel Moura, onde La havia tido contato com o Rugby.
Tratando do assunto em questão, a implantação do Rugby nas escolas vem sendo
através do Rugby Tag, pois é uma modalidade de iniciação deste esporte; O Tag Rugby
tem algumas características básicas como, por exemplo, bola deverá ser transportada
sempre com as duas mãos, para ser passada a qualquer momento; uma das suas
principais características do Rugby e do Tag Rugby é que a bola só pode ser passada
para o lado ou para trás.
Bola A bola de rúgby é de formato oval, varia de 28,0 cm à 30,0 cm, com uma
circunferência total de 74,0 cm a 77,0 cm, e de seção transversal de 58,0 cm à 62,0 cm,
sua pressão deve estar entre 65,71 e 68,75 kPa, tendo assim, entre 410 à 460 gramas.
233
(https://www.google.com.br/search?q=passe+do+rugby&espv=2&biw=1066&bih=626&source=lnms&tbm
=isch&sa=X&ved=0ahUKEwj_0qf65dPPAhUKEpAKHXLvBcoQ_AUIBigB&dpr=0.75#tbm=isch&q=bola+do+rug
by&imgrc=nBvNNLF5-bYY4M%3A)
Campo O campo é de formato retangular, tem comprimento máximo de 144 metros e
largura máxima de 70 metros, e não há um mínimo determinado. A superfície é
preferencialmente de grama, sendo que a grama artificial é permitida caso esteja em
acordo com as regulações do World Rugby. O jogo pode ser sobre a neve, desde que a
neve e a superfície subjacente sejam seguros para tal. Não é permitido jogar-se em uma
superfície dura permanente como concreto ou asfalto, porem nas escolas o jogo se torna
adaptável em diferentes locas, atendendo as necessidades de cada escola.
234
A linha que marca o início do in-goal, também chamada de linha de meta, é
considerada parte dele. As linhas laterais são consideradas fora de campo. Caso um
atleta em posse da bola toque na linha lateral é considerado que a bola saiu do campo.
(Gilber, Portal do Rugby, 2016)
Uniforme dos jogadores
Itens permitidos (a) O jogador pode usar uma camisa, camiseta ou colete e um
shorts para tag; (b) A organização pode permitir a utilização de um cinto de tag com as
fitas fixadas; (c) O cinto de tag deverá ser preso por cima da roupa e na altura da
cintura; (d) A camisa, camiseta ou colete devem estar para dentro do short a todo o
momento; (e). Os tags devem ser devidamente posicionados nos dois lados e na altura
do quadril, sendo uma cor para cada equipe.
Itens proibidos (a). Um jogador não poderá usar qualquer item que tenha sido
contaminado por sangue; (b). Um jogador não poderá usar nada que seja afiado e
abrasivo; (c). Um jogador não poderá usar nenhum item que tenha fivela, presilha,
anéis, dobradiças, fechos, parafusos, material rígido ou projeção de outra forma não
permitida pela Lei no 4º do livro de Leis de Rugby da IRB, fora o cinto do tag. (D). Um
jogador não poderá usar jóias como colares, brincos e anéis; (e). Um jogador não poderá
usar luvas, mas luvas sem os dedos serão permitidas; (f). Um jogador não deverá
utilizar qualquer item além dos normalmente permitidos na Lei no 4º do livro de Leis de
Rugby da IRB.
O árbitro tem poder para decidir a qualquer momento, antes ou durante o jogo,
que um jogador tenha partes perigosas ou ilegais nas roupas. Se o árbitro decidir que a
roupa é ilegal ou perigosa, ele deverá ordenar ao jogador que retire ou troque. O jogador
não poderá retornar até que tenha trocado ou removido o item.
(Federação Paulista de Rugby, Leis do Tag Rugby, São Paulo, p 1-24. 2015)
Início e Recomeço do Jogo
No meio campo, com um pontapé livre. Quando há ensaio, recomeça da mesma
forma, contudo o pontapé livre é efetuado pela equipa que sofreu ensaio (ultrapassar a
linha adversária).
Outras situações de recomeço do jogo:
1. A equipe adversária terá que recuar no terreno até atingir uma distância de 5m
do portador da bola;
2. A equipe com posse de bola recomeça o jogo com pontapé livre no local das
seguintes situações:
3. Quando um jogador intencionalmente joga a bola com o pé;
4. Quando há um passe para frente;
5. Quando há falta;
6. Quando o jogador que tem a bola sai pela linha lateral;
7. Quando a bola sai pela linha lateral.
235
Ataque
No ataque o portador da bola deve avançar e os restantes jogadores devem
colocar-se atrás do portador da bola de forma a apoiar (décalage).
O portador da bola deve correr livremente com a bola e fintar os adversários,
mas poderá passar a bola caso não tenha espaço livre é sua frente, ou se um colega de
equipa se encontrar em melhor posição para avançar e marcar ensaio.
Defensores
Na defesa os jogadores devem:
Avançar para reduzir o espaço aos adversários e movimentar-se para a posição
onde consigam executar TAG;
Retirar a fita do cinto do portador da bola, para parar a progressão do portador
da bola, o que o obriga a parar e passar a bola;
Posicionar-se em linha com os colegas de equipa para diminuir o espaço de
passagem do ataque.
Em cada TAG o defensor tem que respeitar sempre a sequencia:
1. Retirar a fita e gritar TAG;
2. Levantar o braço;
3. Entregar a fita.
4. Fora de Jogo
O fora de Jogo apenas tem lugar quando há um TAG. Quando há um TAG todos
os jogadores da equipa que defende devem recuar até estarem colocados atrás do
defensor que tem a fita na mão.
Se um jogador está fora de jogo e intercepta, impede ou atrasa o passe, é
marcada falta a equipa que defende. Neste caso o jogo recomeça com um pontapé livre
onde o TAG foi realizado pela última vez.
Pontuação
Para marcar ensaio basta passar essa linha, não sendo necessário tocar com a
bola no chão, valendo um ponto.
1. Corrida com bola
2. Recebe a bola em aceleração;
3. Corre para frente;
4. Transporta a bola nas duas mãos;
236
5. Passa o peso do corpo de um pé para o outro;
6. Evita o adversário, procura espaços livres;
7. Muda de direção.
Passe e Recepção
1. Comunica com os colegas de equipa;
2. Corre na direção da bola;
3. Braços virados para o lado de aonde vem o passe, com as mãos abertas;
4. Olhar para onde se vai passar;
5. Rotação do tronco e dos MS para executar o passe;
6. Transfere o peso do corpo para acompanhar a recepção e o passe;
7. Termina com os braços e cabeça virada para onde se executou o passe.
(https://www.google.com.br/search?q=passe+do+rugby&espv=2&biw=1066&bih=626&source=lnms&tbm
=isch&sa=X&ved=0ahUKEwj_0qf65dPPAhUKEpAKHXLvBcoQ_AUIBigB&dpr=0.75#imgrc=oFR0tG25bpXWz
M%3A)
Defesa
1. Olha em frente;
2. Baixo centro de gravidade;
3. Costas direitas;
4. Joelhos semifletidos;
5. Peso na ponta dos pés não podendo estar paralelos.
(GOMES, D. SOARES, D. SANT’ANNA, H. SANT’ANNA, I. FRANÇA,
M. JACKOB, T, Pensando o Rugby na escola, 2014)
Princípios do Jogo
237
“O Rugby é um jogo de invasão e evasão; uma vez adquirida a posse da bola, o
objetivo é levá-la para frente (portando ou chutando-a) dentro do território adversário e,
finalmente, marcar pontos. É importante que todos compreendam os princípios
fundamentais do jogo e como eles se relacionam com as habilidades necessárias para se
jogar”.
(Rugby ready: a collective responsibility, 2007)
Mendes (2012) relata que o Rugby deveria ser implantado em meio às aulas
da educação física, pois acredita que melhoraria os valores sociais e humanos dos
alunos; Coll et al. (2000).
Alunos e alunas do Ensino Médio da E.E. Alexandre Von Humboldt,
localizada na região oeste de São Paulo, dão relatos sobre o que o Rugby oferece para
eles; Entre os alunos, o jogo é visto por diferentes perspectivas. Para uns, é sinônimo de
amizade. Para outros, serve como melhora na qualidade de vida. “São os valores como
respeito, disciplina e união que tem o time. Eu não vejo nenhum outro esporte assim,
com toda essa união entre os jogadores”, afirma o aluno Caio Alexandre Dias Padilha.
“O rugby me ensina a ter mais humildade com os amigos, aprender a ter
mais comprometimento, colaboração em equipe, e outras coisas. Também me auxilia
muito em questões que envolvem a minha saúde”, revela Igor José Chavez de Ornelas,
outro praticante do esporte.
(Rugby é aliado na educação de alunos em escola da rede estadual, São
Paulo, 2015)
Zabala (1998) citados por Teodoro (2015) relatam que esses valores,
atitudes e modelos de conduta são essenciais para a socialização do aluno; para isso eles
propõem três dimensões para o desenvolvimento dos conteúdos: a dimensão conceitual,
que fala que todos os alunos devem saber sobre a definição, origem, história mudanças
entre outros; a dimensão procedimental que fala que todos os alunos devem saber os
fundamentos básicos, regras e táticas do jogo; e a dimensão atitudinal que fala que todos
devem ter respeito, honestidade e coletividade no jogo.
Mesmo nos dias de hoje com tanta acessibilidade para se fazer algo, ainda
existe várias barreiras que impede o ensino do rugby nas escolas nacionais; Mendes
(2012); Vaz (2005) e Abreu (2011) concordam que a prática do Rugby nas escolas ainda
238
esta muito limitada devidas algumas dificuldades encontradas como falta de espaço,
falta de conhecimento do esporte tanto dos professores quanto dos alunos um certo
desinteresse das escolas, falta de recursos e materiais (bolas e tags), falsa imagem do
jogo como sendo muito violento, medo de lesões dos alunos e também por termos um
esporte predominantemente cultural em nossos país que é o futebol.
Nas escolas particulares a implantação do rugby se torna bem mais fácil e
acessível, devido a sua infra-estrutura e poder aquisitivo; em setembro de 2012, o Try
Rugby trouxe 12 técnicos ingleses da Premiership Rugby para ensinar o esporte a
alunos do Sesi-SP. De acordo com Pflug, a proposta de intercâmbio foi apresentada em
2012 ao presidente do Sesi-SP, Paulo Skaf, que incentivou a ação. “O rúgbi no Brasil
ainda está engatinhando e o Sesi-SP dará esta contribuição ao Brasil”, afirmou Skaf em
setembro, lembrando que a modalidade esportiva será disputada nos Jogos Olímpicos
do Rio de Janeiro, em 2016, no ano de 2011 a coordenadoria do Sesi-SP foi à Inglaterra
para tomar conhecimento sobre o projeto da Liga de Rugby inglesa. Em setembro de
2012, o projeto foi iniciado, levando um técnico para cada unidade de ensino do Sesi-
SP”, disse Silva (2012), coordenador de Esporte e Lazer do Sesi-Campinas 2.
“Os técnicos ingleses vieram para iniciar o projeto aqui no Estado de São
Paulo e o saldo até agora é muito positivo. É um sucesso entre os alunos. Muitos não
conheciam. É uma modalidade ainda desconhecida no Brasil. Mas, com a didática do
Sesi-SP e com o know-how dos treinadores ingleses, o esporte tem atraído a atenção de
todos” (SILVA, 2013).
Rogério Silva ainda conta que mesmo após o fim da participação dos
técnicos ingleses, em julho de 2013, os treinadores do Sesi-SP poderão continuar
ensinando a prática do esporte, Silva (2013) fala que a intenção é de que o projeto deixe
um legado em todas as unidades do SESI. (ABATI, G. Projeto Try Rugby Brasil leva
doze alunos do Sesi-SP à Inglaterra, Cinco, 2013).
A implantação do Rugby no SESI teve grande aceitação de todos os alunos,
pois era uma modalidade esportiva diferente na qual praticamente ninguém havia
praticado ainda, para o SESI Fuad Assef Maluf em Sumaré SP, veio o técnico Jhoseph;
em sua chegada o professor Adan Cobra fez sua apresentação e explicou para todos os
alunos qual seria a intenção desse projeto e como funcionaria; no início das aulas todos
tiveram muita dificuldade em relação comunicação, pois o técnico Jhoseph só falava
Inglês. No decorrer dos treinos todos foram se familiarizando com este esporte e com a
língua Inglesa, após a implantação do Rugby no SESI, veio a “Liga Try Rugby” que é o
nome dado para a competição de Rugby, semelhante a uma copa do mundo, porem
neste caso foi uma competição fechada somente na rede SESI, esta competição foi
dividida em diversas etapas e cada etapa foi realizada em uma região.
Metodologia
Após uma experiência vivida há cinco anos, pude efetuar um estudo focado na
implantação do Rugby no meio escolar; utilizando novos meios de pesquisas e varias
informações novas obtidas por estudo sobre o tema e debate entre pessoas deste ramo,
pude constatar que a implantação do Rugby nas escolas é eficaz e vem cada vez mais se
destacando no âmbito da educação física escolar, pois com a prática deste esporte os
alunos vêem adquirindo e demonstra educação e respeito pelo próximo e pelos
adversários através da didática e metodologia deste esporte.
239
Conclusão
Considerando o problema inicial deste trabalho, que questionava sobre a
implantação do Rugby nas aulas de educação física como instrumento pedagógico, a
partir daí me propus a coletar informações que pudesse de certa forma afirma essa
teoria; após pesquisas pude observar que muitos pesquisadores relatavam que a
implantação do rugby no meio escolar tinha bons resultados, pois ajudava a melhorar
vários aspectos dos alunos, tais como: respeito ao próximo, coletividade, união as
demais pessoas e ajudando também nos aspectos físicos por ser um esporte e uma
atividade física a ser praticada.
Através do meu contato direto com a inserção do Rugby na escola na qual
estudei pude observar também que por ser um esporte pouco praticado nas escolas
brasileira, acaba despertando muita curiosidade dos alunos, pude analisar também que
uma escola com uma infraestrutura de nível elevado pode acessar mais facilmente este
esporte, pois tem mais poder aquisitivo tornando mais fácil a capacitação de seus
professores e técnicos e a aquisição de matérias específicos de jogo e de treinamento do
esporte.
Contudo o esporte vem tomando grandes dimensões e as escolas públicas vêm
obtendo êxitos em seus projetos de tag rugby e cada vez mais se familiarizando e
divulgando o rugby no Brasil e nas escolas.
Consideração final
Ao final deste estudo e de acordo com resultados obtidos podemos falar que a
implantação do Tag Rugby nas aulas de educação física escolar pode sim apresentar
bons resultados na formação dos alunos, com isso muitas escolas brasileiras estão cada
vez mais se interessando e implantando o Rugby nas aulas de educação física.
Podemos analisar também que muitos profissionais da educação física não têm
algum conhecimento sobre esta modalidade; com isso muitos profissionais vêem se
preparando e estudando para obter esse conhecimento, mas sobre tudo ainda existem
vários outros problemas em relação a pratica do Rugby, como locais inadequados e falta
de materiais adequado, com isso a adaptação do jogo se sobre sai para que assim os
alunos possam praticar essa modalidade.
Referências Bibliográficas
ABREU, Marlon, A inclusão do rugby na educação física escolar: notas
para a construção de uma abordagem de ensino, Paraná, 1-8, Jun. 2011
ABATI, G. Projeto Try Rugby Brasil leva doze alunos do Sesi-SP à
Inglaterra, Cinco, 2013. Disponível em: <http://www.sesisp.org.br/noticias/projeto-try-
rugby-brasil-leva-doze-alunos-do-sesi-sp-a-inglaterra> acesso em: 20 Set. 2016.
Confederação brasileira de Rugby, São Paulo, 2010, disponível em:
<https://ww2.brasilrugby.com.br/pages/onde-jogar-rugby-no-brasil> Acesso: 19 Set.
2016
240
Federação Paulista de Rugby, Leis do Tag Rugby, São Paulo, p 1-24. 2015.
Gilber, Portal do Rugby, 2016, disponível em:
<http://www.portaldorugby.com.br/entenda-o-rugby/guia-para-iniciantes>, acesso: 19
Set 2016.
GOMES, D. SOARES, D. SANT’ANNA, H. SANT’ANNA, I. FRANÇA, M.
JACKOB, T, Pensando o Rugby na escola, 2014, disponível em:
<https://mecrugby.wordpress.com/rugby-na-escola/>, Acesso: 20 Set 2016.
MENDES, Andre; QUINTINO, Leornardo; FERREIRA, Rafaela; GOMES,
Wagner, Rugby inserção nas aulas de educação física escolar, 1-12,
Rugby é aliado na educação de alunos em escola da rede estadual, São
Paulo, 2015, disponível em: < http://www.educacao.sp.gov.br/noticias/rugby-e-aliado-
na-educacao-de-alunos-em-escola-da-rede-estadual>, Acesso: 20 Set 2016
Rugby ready: a collective responsibility, 2007, disponivel em:
<http://rugbyready.worldrugby.org/?section=1>, acesso: 11 Out 52016
SAMBRANA. J. D. G, A inserção do Tag Rugby na escola: uma visão dos
acadêmicos de educação física do CPAN/UFMS, Corumbá, p 1-47, Jul, 2014.
VAZ. L. M. T, Ensino do rugby no meio escolar, Buenos Aires, v 10, n 81, p 1-4,
Fev, 2005.
241
CAPOEIRA RITMO, MÚSICA E AÇÃO COMO
METODOLOGIA DE ENSINO NA DISCIPLINA DA EDUCAÇÃO
FÍSICA
Rosineide Maria Silva7
Marcus Gomides8
RESUMO
A Disciplina da Educação Física ao longo dos anos vem passando por um processo
evolutivo dentro da Gestão da Educação Brasileira e, com a Renovação dos PCN’s, tem
dado a essa disciplina uma nova forma, ela deixa de ser uma matéria voltada a prática
de atividades físicas e passa a crescer como metodologia de ensino, trazendo aos seus
conteúdos propriedades culturais, históricas, intelectuais, cognitivas e sociais. E, para
ensinar, o Educador Físico deve se adequar a essa nova realidade, uma vez que ensinar é
muito mais do que meramente ser um transmissor de conteúdo. A Capoeira é um dos
nossos maiores patrimônios culturais, está diretamente ligada à nossa história, sua
musicalidade vem enriquecer a Disciplina, a alegria tem efeitos positivos sobre a
educação. “É preciso que saibamos que, sem certas qualidades ou virtudes como
amorosidade, respeito aos outros, tolerância, humildade, gosto pela alegria, gosto pela
vida, abertura ao novo, disponibilidade à mudança, persistência na luta, recusa aos
fatalismos, identificação com a esperança, abertura à justiça [...]” (FREIRE, 2004, p.
120). Este artigo pretende mostrar o quanto a música, e a alegria expressada nos ritmos
da Capoeira podem fazer diferença como método de ensino e transmitir aos alunos o
novo.
Palavras Chaves: Renovação. Cultura. Capoeira. Música. Metodologia.
ABSTRACTS
The discipline of physical education have been going through an evolutionary process
over the years within the management of Brazilian Education, and with the renewal of
the PCNS's, has given this discipline a new form where it ceases to be a subject focused
on the practice of physical activities and grow as a teaching methodology. Bringing to
its content cultural, historical, intellectual, cognitive and social properties. Moreover,
in order to teach the Physical Educator must fit himself/herself in this new reality, once
teaching is much more than merely being a content’s convey. Capoeira is one of our
major cultural heritage, it is directly linked to our history, its musicality enriching the
discipline; the joy has positive effects on education. "we ought to know that, without
certain qualities or virtues like lovingness, respect, tolerance, humbleness, zest for joy
and life, being open to what is new , availability to changes, persistence in fighting,
refusing fatalism, hope’s identification, openness to justice…" (FREIRE, 2004, p. 120).
This article intends to show how much the music and the joy expressed in Capoeira’s
7 Graduando em Educação Física (Licenciatura), Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445,
13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]). 8 Professor Especialista em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades
Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail:
242
rhythms can make a difference as a teaching method and pass on to the students what is
new.
KeyWords: Renewal. Culture. capoeira. Music. Methodology .
1 Introdução
A Educação é sem dúvidas o portal das mudanças, trata-se da maior ferramenta
que um governo pode influir para atingir um estado inovador e transformador, mas
sabemos que para se alcançar o grau de qualidade esperado, temos diante de nós um
desafio de um longo caminho a percorrer, o que exige de nós educadores a consciência
de nossas ações, de nossas iniciativas e metodologias para poder promover um ensino
rico e vasto que seja capaz de contagiar nossos alunos e fazer despertar dentro deles
essa vontade de vencer e construir o novo.
E a música é sem sombra de dúvidas um exímio recurso, já que ela proporciona
alegria, ela traz relaxamento e equilíbrio aos alunos. Para muitos educadores trabalhar
com esse tipo de recurso implica retirar os alunos de dentro da sala de aula, ora essa
colocação trata-se de um senso equivocado, já que uma criança feliz dificilmente vai
apresentar um quadro indisciplinar.
É falso também tomar como inconciliáveis seriedades docentes e
alegria, como se a alegria fosse inimiga da rigoridade. Pelo contrário, quanto
mais metodicamente rigoroso me torno na minha busca e na minha docência,
tanto mais alegre me sinto e esperançoso também. A alegria não chega
apenas no encontro do achado mas faz parte do processo da busca. E ensinar
e aprender não podem dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria
[...] ( FREIRE 2004, p. 142)
Apresentar uma metodologia focada no ensinar com alegria de modo algum
prejudica o ensino, já que esta, quando aplicada, torna o saber mais fácil, mais
assimilável.
A introdução da Capoeira no conteúdo escolar é mais do que se incluir uma nova
matéria, trata se de implantar um contexto histórico e cultural um tesouro nacional, que
deve sim ser conhecido por todos os cidadãos deste país, uma vez que este é a
representação de sua própria história vejamos:
É preciso considera-la como parte da dinâmica constante da cultura
afro-brasileira... A capoeira surgiu no Brasil como luta de resistência de uma
comunidade que trazia uma imensa bagagem cultural de sua terra de origem e
que precisou desenvolver um conjunto de técnicas corporais em virtude da
situação de opressão que viviam durante a escravidão[...] (VIEIRA, 1995, p.
9).
Isso deixa claro que a Capoeira é sim um grande patrimônio de nosso povo e
merece ser preservada e divulgada no contexto escolar.
O papel de um profissional da educação é amplo, rigoroso, o que muitas vezes
causa dúvida sobre como conseguir sucesso, como gerar o melhor para seus alunos.
Ministrar os conteúdos é importante, não há dúvidas, mas chegar ao final do dia letivo e
ter a certeza que o conteúdo ministrado pode e fez a diferença a esse aluno é onde mora
a certeza de sucesso, que pode integrá-lo aos colegas, que pode ensinar as crianças as
práticas de boa convivência e deste modo tornar este ambiente um local feliz, “o
professor vence ou é derrotado na profissão não apenas pelo seu saber maior ou menor,
243
mas principalmente pela sua capacidade de lidar com os alunos e ser aceito por eles. A
criança é feliz ou infeliz na medida em que seja aceita pelos colegas e consiga entender-
se com eles”. (LEITE, 1983, p. 237)
O maior desafio encontrado na educação apresenta se no ato de construir um
homem público, consciente de seus direitos, mas principalmente de seus deveres e
garantir que estes possam ser cumpridos. Devemos efetuar a compreensão deste papel
junto ao bem comum, orientar nossos alunos e fazê-lo capazes de defender e lutar por
este bem comum, por fazer dele um direito de todos independente de estudo, profissão,
dinheiro ou classe social.
Os objetivos deste estudo são o de trazer os diferentes recursos apresentados
pelo estimulo rítmico apresentado na Bela Arte da Capoeira para servir como
mecanismo para o aumento do potencial intelectual além de capitalizar este recurso
como apoio para as demais disciplinas apresentadas nos PCNS. A música inspira,
transforma e tornam as pessoas mais criativas, a Disciplina da Educação Física é muito
mais do que jogo de futebol, correr e vôlei, é um campo vasto para as atividades
corporais e sensoriais, que se bem desenvolvidas e administradas com metodologias
inovadoras irá gerar uma série de recursos a gestão escolar.
Quando se estimula a base sensorial das crianças ampliam-se as habilidades para
o raciocínio e a resposta rápida aos reflexos gerados por este estimulo. Isto pode ser
perfeitamente identificado pelo aumento da memorização e uso da Lógica para as
questões de matemática por exemplo. Além disso, a Capoeira por ser uma arte de luta
que associa a música aos movimentos estimula inúmeras áreas do cérebro,
proporcionando melhorias considerativas ao ambiente escolar, também facilitam a
socialização das crianças umas com as outras. Dessa forma o objetivo central do estudo
realizado é constituir novas metodologias de ensino para as práticas de sala de aula da
Disciplina da Educação Física, melhorando o ambiente e a gestão escolar.
2 Revisão Bibliográficas
A Educação Física é uma disciplina que visa o aperfeiçoamento, controle,
manutenção da saúde do corpo e da mente do ser humano, trata-se de um conjunto de
atividades físicas desenvolvidas de forma planejada e estruturada a fim de gerar o pleno
condicionamento físico.
Em seu contexto histórico a Educação Física remonta raízes antigas, uma vez
que as atividades físicas são atribuições da vida diária das pessoas.
Enfim, o que precisamos analisar é que a Educação Física como
disciplina Escolar não aconteceu por acaso. A inserção desta no espaço
escolar é permeada de referências históricas singulares. Associadas a ideais
higiênicos, eugênicos e militares, a Gymnastica e a Educação Physica
percorrem um particular caminho no interior dos recintos escolares.
Obviamente, ainda que obedecendo às práticas comuns, os diversos contextos
culturais acabam por ressignificar a sua ocorrência, conferindo-lhe aspectos
distintos e distintivos. (ALVES,2013).
Desta forma podemos concluir que o homem sempre esteve junto as esportivas,
e estas por sua vez remontam a era do homem Neandertal, que em sua vida tinha a
questão da condição física bem constituída uma determinação de sobrevivência uma vez
que eram nômades e tinham que lutar pelos alimentos com os outros animais e muitas
244
vezes com grupos adversários dentro da sua própria espécie. Portanto a ter um corpo
forte, ágil os distinguia dos demais.
Conhecer o processo histórico da Educação Física como atividade física, até
chegarmos ao que temos hoje é importante, uma vez que a história faz parte de nossa
vivência e nos permite analisar os erros cometidos para que estes não se repitam, “[...] a
função da história é fornecer à sociedade uma explicação sobre ela mesma. [...] A
história procura especificamente ver as transformações pelas quais passara, as
sociedades humanas. A transformação é a essência da história.” (BORGES, 2007, p.
49).
Portanto, muito do que vemos e vivemos hoje, advém de ações promovidas no
passado e que com o passar dos anos e a própria evolução humana tornaram
primordiais. Desse modo, a Educação Física não poderia ser diferente, sabemos que as
primeiras práticas eram voltadas apenas a mera questão de sobrevivência, o homem
caçava para se alimentar, assim como muitas vezes também precisava correr e fugir dos
animais mais selvagens e assim desse modo evitar virar a caça. Para pescar, precisava
nadar para transpor áreas mais fundas e perigosas, depois com a descoberta do fogo e o
desenvolvimento da agricultura, essa prática ampliou-se ainda mais, como vemos em
nossa história.
As funções exercidas em nosso cotidiano obrigavam-nos a desenvolver os
movimentos corporais básicas como caminhada e corrida, os saltos e arremessos. Com o
passar do tempo cada região desenvolveu técnicas específicas para lidar com os
obstáculos apresentados por cada uma.
Mas foi nas chamadas era clássica que as atividades físicas tiveram seu maior
avanço, com o progresso conquistado na Grécia antiga, houve o aprimoramento das
atividades nas escolas militares como as vistas nos Impérios do Japão e China, sem
contar o desenvolvimento físico obtido pelo poderoso Império Romano. E podemos
dizer que os primeiros ensaios para que a Educação Física se tornasse uma disciplina
educacional foram construídos dentro das armadas militares. E isto comprova a origem
e a existência dessa disciplina e, consequentemente, seu contexto histórico não poderia
deixar de ser mencionado.
[...] a História da Educação Física precisa encontrar sua definição e
seu espaço, abolindo a compreensão de que todo amontoado de datas e fatos,
colocados em qualquer momento, mesmo que seja com uma pretensa
abordagem crítica, é história. A História da Educação Física precisa encontrar
uma especificidade uma qualidade que a destaquem, e isso deve ser
preocupação central daqueles que estudam mais sistematicamente a história,
construindo exemplos também para aqueles que eventualmente fazem seu
uso. (MELO, 1996, p. 43).
No processo histórico da Educação Física no Brasil, vemos que as práticas das
atividades físicas vieram como abertura de processo de mudanças econômicas, sociais e
culturais.
Tanto esporte quanto ginástica chegaram ao Brasil no contexto de
mudanças socioculturais do século XIX e, principalmente nos anos finais
daquele século, Foram compreendidas como estratégia de controle corporal e
de adequação aos novos ritmos de vida necessários e impostos com a
modernidade. Como o Brasil recebeu a influência de diferentes países e como
a ecleticidade é uma marca de nossa formação cultural, no interior das
escolas e na educação física aparentemente se refletiu tal possibilidade de
“articulação” entre diversas alternativas pedagógicas. [...] logo se
compreenderia por que esporte e ginástica teriam dividido o espaço nas aulas
245
de educação física das escolas brasileiras já no século XIX. (MELO, 2007, p
58).
Analisando essa questão, fica claro que a Educação Física não pode nem deve
ser vista meramente como uma simples disciplina que nada tende a acrescentar, pelo
contrário, está e sempre esteve integrada nos contextos sociais e hoje tem um papel de
grande importância para Educação Brasileira, na formação de cidadãos.
Sabemos que nossa própria cultura é uma fonte clara desse manifesto cultural
como pudemos ver na história da luta pela liberdade do país diante do domínio de
Portugal, das constantes lutas travadas pelos povos indígenas e dos negros que,
arrancados de sua pátria tiveram que se reencontrar em um novo país e fazer deste uma
nova Terra, depois a constante luta dos povos indígenas e africanos em seu direito de
serem livres, serem reconhecidos como seres humanos e uma parte importante deste
povo brasileiro.
Por isso ao estudar a Capoeira em seu contexto histórico, percebe-se que esta
arte está inteiramente ligada ao próprio contexto histórico da Educação Física no Brasil,
a Capoeira hoje se torna um grande legado para o povo brasileiro e representa, de forma
muito digna, uma expressão da arte, da atividade de transformar os movimentos do
corpo; a cadência rítmica dada pela música na Capoeira apresenta nos essa identificação
de esporte e arte, e principalmente como isto pode auxiliar a Disciplina em sua
composição do formar cidadãos.
A música existente desta cultura tão envolvente como é a Capoeira para o ensino
da disciplina é evidenciada. “Este livro não precisa de nenhum adendo explicativo. Os
comentários que nele foram introduzidos são totalmente dispensáveis. Eles foram
escritos pelo Terno e o As. O terno e o As na capoeira é um mau tocador de pandeiro
[...]” (MOREIRA, 1975, p 02).
Esta nota nos mostra que a capoeira é arte de forma clara, é ritmo do começo ao
fim, sua sincronia melódica remete a inúmeros sincronismos o que torna a ginga da
dança agradável e divertido, de modo que usado dentro da sala de aula é uma excelente
ferramenta de trabalho, e que acaba enriquecendo inda mais as práticas metodológicas
da Educação Física, como roteiro de ensino solicitado pelos PCNS.
A Capoeira em sua composição artística também apresenta conceitos
importantes a respeito de parceria e união em seus movimentos, no cuidar do outro, no
respeitar o outro e no dividir essa responsabilidade com alegria. Para educação isso é
um fator rico e de grande importância, já que desenvolver esse senso de cuidado, de
respeito pelo outro é o princípio básico do formar cidadão, “O coletivo infantil deve
necessariamente crescer e enriquecer, vislumbrar à sua frente um amanhã melhor e lutar
por ele num jubiloso esforço comum, num sonho alegre e obstinado”. (MAKARENKO,
1987, p 192).
Esta é base central deste estudo, mais do que criar técnicas deve se gerar a
diferença inovando, trazendo o novo e gerando novos talentos através dos estímulos
dados nas aulas que se utilizam do grande leque da composição musical da Capoeira e
seus instrumentos.
A Capoeira é a representação da luta, era um recurso de alento diante de uma
dura e árdua realidade de um trabalho muitas vezes desumano, mas o interessante na
análise do histórico dos negros trazidos ao Brasil era que mesmo num trabalho, feroz,
ainda assim eles conseguiam ver aquém do mal que os atingia, eles encaravam o
trabalho como algo que tinha que ser feito, e nas rodas de Capoeira, via-se que, apesar
dos labores, eles mantinham sua força, sua vontade, sua alegria.
246
[...] a vida não é uma festa permanente. As festas acontecem de vez
em quando, o que existe mais é o trabalho, o ser humano tem toda sorte de
preocupações, responsabilidades, assim vivem todos os que trabalham. E
numa vida assim há mais alegria e sentido do que na tua festa. [...] O labor e
a vida de trabalho também são alegrias [...] (MAKARENKO, 1986, p 215)
“A ginga da capoeira, sublinhada pelas chulas ao som de berimbaus e pandeiros,
dá ao jogo uma aparência de dança” (CARNEIRO, 1975, p. 5). “A ginga é ritmada ao
som do berimbau. Por intermédio dela, o corpo dos capoeiristas descreve círculos no
espaço circular da roda, o corpo dança, aproximando a capoeira do lúdico” (REIS, 1997,
p. 129). A música é mais do que uma cadência rítmica, é um legado cultural que reúne a
obra prima de muitos mestres e presenteia nos com um baú de Arte, Música e Dança,
que propicia para prática do saber, dentro do âmbito escolar um recurso vasto e lúdico,
que nos permite, como educadores, enriquecer nosso contexto para nossas atividades e
inovar, gerando a abertura de novas metodologias e estratégias para o parâmetro escolar.
As sinergias musculares que caracterizam fisiologicamente o
movimento humano serão tanto mais ricas quanto mais trouxerem no seu
bojo uma expressão significativa da própria vida. Caso contrário, torna-se
gestos mecânicos em nada diferentes de que é capaz um robô ou uma outra
máquina qualquer. (FALCÃO, 1996, p. 66)
Quando se fala da Educação Física com o instrumento, recurso educacional a
qual estamos falando exatamente desta sinergia, que exprime o ideal desta Disciplina
que é ser motivador para o educando gerando práticas que podem ser usadas além da
sala de aula podem ser implantadas como método e caminho para vida. A educação
mais do investir no ter conhecimento, precisa ser formadora do mesmo, criar pessoas
preparadas para lidar com seu dia-a-dia, no contexto do ser cidadão, e o quanto respeitar
o outro é importante para o exercício do ser social, “Cada um deve saber que faz parte
do grupo e tem de encarar o outro como o seu companheiro mais chegado e principal
amigo, tem a obrigação de respeitá-lo, defendê-lo, ajudá-lo em tudo se ele precisar de
ajuda, e corrigi-lo se ele errar[...]” (MAKARENKO,1986,128)
“Historicamente a Educação Física ocidental moderna tem ensinado
O JOGO, A GINASTICA, AS LUTAS, A DANÇA, OS ESPORTES.
Poderíamos afirmar então que estes são conteúdos clássicos. Permaneceram
através do tempo transformando inúmeros de seus aspectos para se afirmar
como elementos da cultura, como linguagem singular do homem no tempo.
As atividades físicas tematizadas pela Educação Física se afirmam como
linguagens e comunicaram sempre sentidos e significados da passagem do
homem pelo mundo”. (SOARES, 1996, p. 11)
A bagagem histórica transmitida pela Capoeira enriquece o conteúdo escolar,
pois mostra que nosso país tem história, tem raízes fortes que devem ser preservadas e
transmitidas de geração em geração, tornando se uma evidência de nossa permanente
história e luta por nossa cultura uma referência a temporal, que deve ser divulgada com
bastante propriedade, pois é reflexo de nossa luta, de nossa referência como cidadãos
brasileiros.
247
4 Método
Os estudos efetuados para a elaboração do presente artigo, foi feito, aplicando
uma pesquisa detalhada dentro do tema apresentado, de modo a fornecer todo contexto
técnico necessário a construção de uma metodologia clara e expressiva, priorizando
nossas raízes culturais e mostrando que a música promove boas práticas de ensino. O
estudo foi feito através da observação de vivência das rodas, da paixão exercida pelo
ritmo compassado dos instrumentos, vendo como o corpo e a mente reage diante das
notas. A partir daí a metodologia foi sendo construída numa base de contexto
educacional para Disciplina de Educação Física, a fim de levar para sala de aula novos
paradigmas para Educação. Foi feita uma pesquisa qualitativa concretizada através de
uma revisão de literatura.
5 Resultados e Discussões
A Capoeira é muito mais do que um jogo rítmico, é um processo sociocultural
que tem vários períodos de mudanças na história do Brasil.
A Capoeira hoje está inserida nos PCNS como conteúdo a ser ministrado nas
disciplinas por se tratar de um legítimo Patrimônio Histórico Brasileiro.
Para Educação Física, essa arte engloba muito dos seus conceitos disciplinares a
respeito das expressões corporais, do desenvolvimento das habilidades cognitivas,
sensoriais, e culturais, uma vez que a Educação Física se define como a matéria que
propicia a prática da boa saúde e a capacidade física através de atividades corporais.
A música é um instrumento de incentivo cognitivo, pois trata-se de um estímulo
sonoro, que aumenta as conexões entre os neurônios, e isso amplia a capacidade de
raciocínio, portanto quanto maior for o estimulo, maior será a possibilidade do aumento
do percentual intelectual. A Disciplina da Educação Física está diretamente relacionada
a essa questão do desenvolvimento cognitivo e intelectual, uma vez que suas atividades
trabalham corpo e mente de forma integrada. A associação da Capoeira como método de
ensino nas atividades da Educação Física englobará de forma direta essa interação
rítmica como estimulo neural e corporal. Ampliando o entendimento de resposta do
cérebro a estes estímulos. A música é um caminho de orientação e equilíbrio, e serve
como base de referência e propagador das expressões corporais. Música é a
representação dos sentidos pelo corpo e pela mente.
A Capoeira muitas vezes é notificada como uma expressão rítmica, pois os
movimentos são regidos pelos instrumentos que ditam as bases dos movimentos da luta.
A música pode ser utilizada como catalizador da percepção motora e sensorial, essa
percepção é usada em muitos pontos do nosso dia-a-dia, e dentro da nossa vida
acadêmica reflete se em nossa formação intelectual e cultural.
A educação Física é mais que uma Disciplina hoje, é uma matéria de extrema
importância para trato com os jovens que sentem a necessidade do aprender diferente,
do sair da sala de aula e ganhar novas dimensões. Portanto a contribuição da Disciplina
da Educação Física no quadro educacional é nítida e merece receber atenção quanto aos
métodos empregados para aplicação dessa disciplina, “[...] que seriam o de oferecer uma
“disciplina” de Educação Física no sistema escolar com enfoque à formação integral dos
sujeitos do processo, assim como um corpo de conhecimentos historicamente
produzidos e úteis a todos, visando à autonomia no trato com os mesmos.” (OLIVEIRA,
1997, p. 23).
248
A escola tem como principal responsabilidade implantar um aprendizado capaz
de tornar os alunos, pessoas capazes de serem inseridas em sua cultura, desenvolvendo
este aluno em sua total capacidade, seja ela orgânica, intelectual, social e política. Nessa
base a Educação Física apresenta a movimentação corporal, através de atividades
dinâmicas, rodas de brincadeira, da luta, da dança, assim o aluno vai poder relacionar-se
de forma produtiva, afinal “O movimento é uma linguagem, a qual permite às crianças
agirem sobre o meio físico e atuarem sobre o ambiente humano, mobilizando as pessoas
de seu teor expressivo. Sendo assim, é tão importante quanto qualquer outra”.
(ZURAWSKI, 1998, p. 19). O desenvolvimento desta disciplina no enfoque escolar tem
crescido muito nestes últimos anos e para o Educador Físico ter a consciência de seu
papel no quadro escolar fará toda diferença no sucesso do seu trabalho. A Capoeira,
diferentemente das demais lutas ela se destaca por ser promovida pelos ritmos dados
pelos instrumentos, que cadenciam os movimentos exercidos pelos capoeiristas, tanto
que quanto maior essa cadência, maior se torna velocidade e precisão destes
movimentos.
A música é vista por muitos pesquisadores como um tipo de modalidade que
proporciona desenvolvimento intelectual e também promove o equilíbrio. E quando isto
é usado na sala de aula, potencializa a capacidade de interpretação e raciocínio das
crianças.
Segundo estudos realizados por pesquisadores alemães, pessoas que
analisam tons musicais apresentam área do cérebro 25% maior em
comparação aos indivíduos que não desenvolvem trabalho com música, bem
como aos que estudaram as notas musicais e as divisões rítmicas, obtiveram
notas 100% maiores que os demais colegas em relação a um determinado
conteúdo de matemática [...] (CAIADO)
Fica claro que o uso dos ritmos apresentados junto à roda da Capoeira pode
ajudar muito no desenvolvimento de crianças com dificuldades no Déficit de Atenção,
que apresentam índices de indisciplina, Déficit Intelectual, entre tantos outros
vivenciados na educação, para o professor desenvolver metodologias que possam ajudar
a sanar ou ao menos diminuir estas dificuldades, farão muita diferença no processo
escolar.
E as alegrias transmitidas nos sons ritmados do Berimbau promovem uma
interação entre os participantes, fator importante para o processo de desenvolvimento
social, como destaca o autor:
As sinergias musculares que caracterizam fisiologicamente o
movimento humano serão tanto mais ricas quanto mais trouxerem no seu
bojo uma expressão significativa da própria vida. Caso contrário, torna-se
gestos mecânicos em nada diferentes de que é capaz um robô ou uma outra
máquina qualquer. (FALCÃO, 1996, p. 66)
Quando se fala da Educação Física com o instrumento, recurso educacional que
estamos falando exatamente desta sinergia, que exprime o ideal desta Disciplina que é
ser motivador para o educando gerando práticas que podem ser usadas além da sala de
aula pode ser implantado como método e caminho para vida. A educação mais do
investir no ter conhecimento, precisa ser formadora do mesmo, criar pessoas preparadas
para lidar com seu dia-a-dia, no contexto do ser cidadão, e o quanto respeitar o outro é
importante para o exercício do ser social, “Cada um deve saber que faz parte do grupo e
tem de encarar o outro como o seu companheiro mais chegado e principal amigo, tem a
249
obrigação de respeitá-lo, defendê-lo, ajudá-lo em tudo se ele precisar de ajuda, e corrigi-
lo se ele errar.” (MAKARENKO, 1986, p.128)
Assim “A ginga da capoeira, sublinhada pelas chulas ao som de berimbaus e
pandeiros, dá ao jogo uma aparência de dança” (CARNEIRO, 1975, p. 5). “A ginga é
ritmada ao som do berimbau. Por intermédio dela, o corpo dos capoeiristas descreve
círculos no espaço circular da roda, o corpo dança, aproximando a capoeira do lúdico”.
(REIS, 1997, p. 129). A música é mais do uma cadência rítmica, é um legado cultural
que reúne a obra prima de muitos mestres e nos presenteia com um baú de Arte, Música
e Dança que propicia para prática do saber, dentro do âmbito escolar um recurso vasto e
lúdico. Que nos permite como educadores enriquecer nosso contextual para nossas
atividades e inovar gerando a abertura de novas metodologias e estratégias para o
parâmetro escolar, e abrindo uma nova porta para Educação Brasileira.
Historicamente a Educação Física ocidental moderna tem ensinado
O JOGO, A GINASTICA, AS LUTAS, A DANÇA, OS ESPORTES.
Poderíamos afirmar então que estes são conteúdos clássicos. Permaneceram
através do tempo transformando inúmeros de seus aspectos para se afirmar
como elementos da cultura, como linguagem singular do homem no tempo.
As atividades físicas tematizadas pela Educação Física se afirmam como
linguagens e comunicaram sempre sentidos e significados da passagem do
homem pelo mundo. (SOARES, 1996, p. 11)
Bagagem histórica transmitida pela Capoeira enriquece o conteúdo escolar, pois
mostra que nosso país tem história, tem raízes fortes que devem ser preservadas e
transmitidas de geração em geração, se tornando uma evidência de nossa permanente
história e luta por nossa cultura uma referência a temporal, que deve ser divulgada com
bastante propriedade, pois é reflexo de nossa luta, de nossa referência como cidadãos
brasileiros, filhos desta nobre pátria.
Proporcionar ao aluno esse encontro com sua identidade faz com que a escola
deixe de ser um mero instrumento transmissor de conhecimento e passe a ser um
gerador de novos caminhos de suporte a vida dentro e fora do contexto escolar para esse
aluno, pois a escola acaba sendo o farol direcionador para a possibilidade de um futuro
melhor as crianças.
Garantir esse direito de sonhar, de construir um futuro seguro é um dever da
educação e isso é visto na educação promovida pelos países de primeiro mundo. Trata-
se de um direito que deveria ser garantido a todo e qualquer cidadão e defender esse
direito é uma ação diária de cada profissional que opta por ser um Educador (a).
A música acompanhada pelos movimentos rápidos Capoeira ajudam a melhorar
a coordenação motora, o reflexo de resposta da mente a um estímulo ou pergunta,
melhora a qualidade física e a saúde, além de integrar os alunos como uma equipe,
assim os resultados são inúmeros e as melhorias encontradas podem se associadas a
outras disciplinas como a matemática, português, história e geografia. Portanto podem
integrar essas disciplinas assim como os profissionais que as ministram, a fim de tornar
a escola um ambiente inovador, transformador, com certeza vai gerar benefícios as
crianças e a toda comunidade em volta da escola.
A Capoeira por ser um elemento de múltiplas bases, pode ser usada nas mais
variadas fases do desenvolvimento, porque engloba a música, a dança, os movimentos,
o sincronismo entre tantos outros, que juntos despertam e ampliam inúmeros estímulos,
onde o desenvolvimento pisco cognitivo pela importância assumida por eles para as
crianças, “[...] podemos dizer que cada estágio do desenvolvimento psíquico caracteriza
250
se por uma relação explícita entre a criança e a realidade principal naquele estágio e por
um tipo preciso de dominante de atividade” (LEONTIEV, 1988, p. 64)
Os instrumentos utilizados na roda da Capoeira têm grande importância já que
eles ditam o ritmo e cadência dos movimentos, pois o ritmo influi diretamente nos
estímulos cerebrais, mente e corpo torna-se um proporcionando um equilíbrio perfeito
na roda. Isso nos mostra que quanto maior sejam os estímulos oferecidos às crianças
maiores será o retorno dado por elas junto ao ambiente escolar, a Capoeira tem muitos
ritmos, uma vez que são constituídos por vários instrumentos como: Berimbau,
Baqueta, Caxixi, Dobrão, Pandeiro, Agogô, Atabaque, Reco-Reco. A música da Capoeira pode ser vista nos ritmos de festas tipicamente brasileiras
como samba, o maracatu, frevo etc. Pois esses ritmos também vêm dos próprios ritmos
da África, e essa musicalidade é uma parte atuante em nossa cultura que encanta o
mundo. E devem ser mantidos e preservados como marco de nossa história, do ser
brasileiro.
A Capoeira é um misto de dança, arte poesia e por isso gera tanto encanto, o uso
dela na Disciplina da Educação Física proporciona benefícios gigantescos, pois trata-se
de um ritmo forte , envolvente que é fácil de ser aprendido, e melhora o raciocínio
lógico afinal notas musicais são elementos que envolvem conceitos das disciplinas de
matemática, física e podem ser usadas para estudo destas matérias também, portanto
fica claro que utilizar a Capoeira como elemento educacional trará inúmeros recursos,
mas o que podemos identificar quando se participa de uma roda, dessa alegria expressa
nessa arte, é que os melhores benefícios são os emocionais, pois ajuda na autoestima, na
convivência em equipe, algo muito importante para nossa adolescência hoje em dia,
que é tão vitimada com ações como Bulling, agressividade entre outros.
Ações essas que não deveriam ser vistas nas salas de aulas, mas com uma
sociedade tão conectada ao mundo virtual as pessoas se tornam muitas vezes sozinhas
em meio a multidão, não sendo ouvidas e tendo que se adequar aos grupos impostos
pelas mídias digitais que tanto tem preocupado, pais, escola e a sociedade. Assim a
Capoeira vem trazer a essas adolescentes e jovens uma realidade mais saudável, onde
eles possam ser parceiros, possam aprender a criar juntos e, o principal, possam
respeitar uns aos outros.
Considerais Finais
Ser Educador (a) é um desafio diário e contínuo, que nunca cessa e chama nos
ao trabalho, a criar o impensável, a inovar para fazer a diferença no ambiente escolar e a
sociedade. Este não é um papel fácil, que se faz de qualquer jeito, já que muitas vezes
somos vistos como um segundo pai, uma segunda mãe, mesmo que não sejamos, mas
somos vistos assim. Isto nos leva a ser muito mais que educador, nos leva a ser um
orientador, ser luz, farol e caminho para nossos alunos.
Porque querendo ou não somos um espelho, somos exemplo e só por isso
devemos abraçar esta causa com todo nosso amor, ética, responsabilidade e
profissionalismo, como mãe eu quero o melhor para meus filhos e ao deixá-los na
escola espero que eles possam ter esse mesmo amor e respeito, por isso quando penso
em minha posição como Educadora Física vejo que agora posso e devo fazer a diferença
, trazer aos meus alunos a esperança de uma vida melhor, um futuro melhor, de passar a
eles a mesma alegria que a música gera em mim, faz bem para a alma ouvir cantar e
sentir, tudo isso faz parte da história e da minha vida também.
251
Nossa missão junto a sociedade é de transmitir o conhecimento como nos é
delegado pela sociedade que nos confia a condução do caminho da aprendizagem a
muitos indivíduos e por sermos espelhos temos que ser exemplo de boas coisas e boas
condutas. E nossa carreira como educadores ao longo do caminho irá nos mostrar que o
aprender também é o ensinar, e vice-versa, portanto ao mesmo tempo em que ensinamos
em nossa sala de aula também estamos a aprender numa roda crescente que nunca para.
Agradecimentos
Agradeço primeiramente, a Deus, por ter me apontado o caminho certo, pois
consegui conciliar um trabalho acadêmico com aquilo que mais Amo, mas reconheço
que a capoeira me escolheu, me sinto totalmente realizada por dar esta contribuição
acadêmica para essa arte que a todos acolhem. Aos meus pais que nos momentos mais
cruciais da minha vida, com todas as suas limitações para entender esse processo, foram
eles que me ajudaram a criar ” esse filho ”. Aos meus irmãos, Roseli que, além de amiga
foi a minha confidente e em especial o Sidney, meus sinceros agradecimentos pelas
tantas “garupas” compartilhadas ao vento, sol e chuva nessa longa jornada, dando apoio
e muitas vezes segurando na mão. Aos meus professores, em especial o professor
Marcus Gomides, que nos orientou, também ao professor Emerson Richard Stewart
Anbar, que foi fundamental nesse processo pois além do suporte físico me deu apoio
psicológico, com tudo posso dizer que isso significou muito no meu processo de
formação. A todos os outros professores: Magda, Riller, Celso, Roberta, Kleber, Mario,
entre tantos outros com os quais aprendi muito e me transformei. A meus amigos Jorge,
Claudia Manão, Sueli, Andreia, Katia, Elisia, Maria josé e a minha eterna amiga Lu,
“em memória’. Primos Eder, Edmilson, Edson. E a toda a minha família da Berimbau
de Ouro que é a minha base meu alicerce estão sempre presentes em minha vida. Nova
chance, novo momento, então quero viver tudo que a vida agora tem para me oferecer.
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Esportes. Montes Claros – MG, Editora Unimontes, ed 1ª, 2013.
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252
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(Tradução de Tatiana Belinki). Vol. 3
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ZURAWSKI, M. P. O Corpo e o Movimento da Criança de Zero a Seis Anos.
Revista Criança – do Professor de Ed. Infantil. MEC. 31. Novembro/1998 p 19 .
253
O TAEKWONDO COMO MÉTODO PEDAGÓGICO NAS
ATIVIDADES DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
Jorge de Souza
9
Marcus Gomides10
RESUMO
Quando se estuda Educação Física vê-se diante de um mundo vasto, que está muito
aquém da forma e corpo, a Educação Física é uma ciência que tem como fundamento
estabelecer práticas adequadas das atividades físicas sejam elas voltadas para o esporte
como para a manutenção de boa saúde, assim como garantir a resistência física e o total
controle do corpo e mente. O Taekwondo mostra-se como um elemento de grande
importância dentro das práticas escolares para Educação Física já que esta arte marcial
se volta justamente para o total equilíbrio entre corpo e mente. Isto nos mostra que
podemos trabalhar uma série de fatores que somados contribuirão de forma produtiva
para o desenvolvimento destes alunos dentro e fora da sala de aula, devemos olhar isto
de forma ampla uma vez que estes resultados dependem de como colocaremos esta
temática diferente diante de nossos alunos.
Palavras chave: Atividades Físicas. Práticas Escolares. Metodologias de Ensino.
Desenvolvimento.
ABSTRACT
When studying physical education finds himself in front of a vast world, which is far
short of shape and body, physical education is a science that has as a basis to establish
appropriate physical activity practices whether they are geared for the sport and for the
maintenance of good health as well as ensure the physical endurance and total control
of body and mind. Taekwondo shows up as an element of great importance within
school practices for physical education since this martial art turns to the total balance
between body and mind. This shows us that we can work on a number of factors
combined will contribute productively to the development of these students in and
outside the classroom, we should look at this broadly as these results depend on how we
put this issue differently in front of our students.
Keywords: Physical activities. School practices. Methodologies. Development.
1 Introdução
Segundo Kim e Silva (2000), o ser humano, independente da sua origem, sempre
precisou desenvolver métodos de autodefesa e combate corpo a corpo, o que o levou ao
desenvolvimento das práticas corporais.
9 Graduando em Educação Física (Licenciatura), Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445,
13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]). 10
Professor especialista em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades
Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail:
254
O Taekwondo é uma arte marcial coreana que teve seu histórico documentado
há cerca de 2000 anos, conforme Negrão (2012), sua introdução ocorreu no Brasil em
1970 através do Mestre Sang Min Cho, e a partir daí tem crescido consideravelmente.
“A palavra Taekwondo significa literalmente, “o caminho do pé e do punho”. Fica mais
fácil [...] traduzirmos como “O caminho do desenvolvimento através do treinamento dos
pés e punhos” (NEGRÃO, 2012, p 17).
Pode-se dizer que há mais de três mil anos o povo coreano começava a praticar
artes marciais. Conforme Gil (1990), o Ching Heung, o vigésimo quarto Rei a
representar a Dinastia Silla, acredita-se que ele tenha sido o primeiro monarca a aplicar
o treinamento ao seu corpo de oficiais de elite, que ficou conhecido como Hawrangdo.
Esses jovens aristocratas treinavam sobre as montanhas e gelados rios de forma feroz
até a época em que ocorreu a união da península coreana.
Os Hwarangs foram responsáveis pela difusão do Tae Kyon na
coreia durante a dinastia de Silla, que durou de 668 a 935. Durante este
período, o Tae Kyon permaneceu principalmente como um esporte e uma
atividade recreativa para melhorar a forma física, embora fosse um excelente
sistema de autodefesa. Até o fim da dinastia Koryo (935 a 1392), o
fundamento da arte não se alterou. Durante este tempo, Tae Kyon tornou-se
conhecido como Soobak, passando de um sistema de desenvolvimento e
melhoria das capacidades físicas para uma arte de combate. (GOULART,
2002, p. 11)
Gil (1990), em seu livro, diz que o Soo Bak deve ser considerado a forma
primitiva do Taekwondo, que ganhou certo destaque nas dinastias de Silla e Koguryo
por seus movimentos serem similares ao Tae kyon. Alguns historiadores acreditam que
muitas formas de combate orientais, incluindo a visão espiritual da arte, tenham se
desenvolvido na Coreia oriundas do Hawrangdo.
“Em 1909, o Japão invadiu a Coreia, que proíbe a prática de todos as
manifestações culturais, incluindo as artes marciais coreanas; ô permitindo a prática aos
policiais do caratê...” (AKILIAN, 2009, p. 20).
Kim e Silva (2000) afirma que no ano de 1955, o general Choi Hong Hee
defendeu a unificação das escolas coreana sobre o nome de Taekwondo, sendo somente
efetivado esse nome em 1961, após ele assumir a presidência da então associação
coreana de Taesoodo.
Após esse ocorrido “o general criou as 24 formas de Chang Hun Ryu, o Hyong,
atualmente Tul, conjunto de movimentos de ataque e defesa executados contra
adversário imaginário[...]” (KIM ; SILVA, 2000, p. 19). Esses movimentos podem ser
considerados os primeiros do Taekwondo, sendo praticado por diversas academias
atualmente e considerado por muitos as mais belas formas já criadas.
“Enquanto esporte olímpico, o Taekwondo teve sua primeira demonstração nos
jogos olímpicos de Seul em 1988, até ser adotado como modalidade oficial em Sidney,
no ano de 2.000” (AKAVIN; MORINE, 2012, p. 144). Além de ser uma arte marcial, é
um caminho e um estilo de vida, tendo como objetivo a formação de um indivíduo
integro e preparado para auxiliar na construção de uma sociedade mais justa e digna.
O que isso interfere na prática da sala de aula? Para Educação Física, vemos as
ações cognitivas, o aumento da capacidade física, a interação social e o respeito pelo
indivíduo. É sabido que o oriental tem muito a nos ensinar em sua cultura e, assim, pode
agregar diversos pontos e aprimorar à nossa.
A escolha deste tema teve como base central a minha experiência vivida, como
atleta e professor da arte marcial e hoje, em um mundo onde os índices de violência
crescem a cada dia, o Taekwondo vem trazer os ensinamentos das artes marciais para
255
sala de aula e leva-nos a redescobrir como educadores e a rever claramente nossos
conceitos quanto às práticas da sala de aula. Assim, o Taekwondo é uma arte marcial
que é composta por técnicas de autocontrole, concentração física e mental, com técnicas
modernas de combate desportivo.
Essas técnicas podem ser utilizadas como catalisadores de métodos de ensino
para estimular o desenvolvimento cognitivo e intelectual de seus praticantes, além de
reforçar os reflexos e a velocidade de resposta das atividades cerebrais, estimulando-as
constantemente, isso proporcionará resultados em diversas disciplinas além da
Educação Física, sendo que nossa juventude carece de identidade nos dias atuais, nossos
adolescentes vivem presos as redes sociais, e muitas vezes esquecem-se de que existe
um mundo muito maior, mais amplo, muito além de uma tela de um aparelho eletrônico.
As pessoas hoje estão perdendo essa referência do contato físico direto, e as
aulas de Taekwondo irão auxiliar nessa vivência, nesse aspecto de companheirismo tão
importante para o desenvolvimento desses jovens no processo de construção de suas
vidas.
Compreende se que o trato pedagógico do componente lutas na
Educação Física escolar deva comportar necessariamente aspectos da
autonomia, criticidade, emancipação e a construção de conhecimentos
significativos. As reflexões que apontam para a cultura corporal de
movimento como o conjunto de conhecimentos que devem ser “tematizados”
pela Educação Física podem municiar, pedagogicamente, para construir
possibilidades metodológicas para o trato específico deste tema.
(NASCIMENTO; ALMEIDA, 2007).
Por isso uma prática pedagógica consciente é importante para o profissional da
Educação, afinal sabemos que somos transmissores de conhecimentos, mas nosso papel
se institui muito aquém do que atuar nesse processo; nosso dever é ser o farol para as
mudanças, sermos a “pedra angular” para promover as ações necessárias rumo a um
novo caminho, uma nova realidade para nossos jovens.
Sabemos que este é um desafio que nos apresenta muitas inconstâncias, e a
maior delas se implica no separar as diretrizes acadêmicas das práticas esportivas. A
escola não pode se tornar uma extensão da academia, do clube para um atleta, ele deve
se concentrar em manter suas diretrizes pedagógicas, o que se torna de suma
importância.
É fundamental também que se faça uma clara distinção entre os
objetivos da Educação Física escolar e os objetivos do esporte, da dança, da
ginástica e da luta profissionais, pois, embora seja uma referência, o
profissionalismo não pode ser a meta almejada pela escola. A Educação
Física escolar deve dar oportunidades a todos os alunos para que
desenvolvam suas potencialidades, de forma democrática e não seletiva,
visando seu aprimoramento como seres humanos. (BRASIL, 1997, p. 24)
O presente artigo tem como objetivo analisar a metodologia aplicada à prática do
Taekwondo como arte marcial de origem oriental, e validar o que pode ser utilizado,
para se trabalhar com crianças e adolescentes que têm alto índice de indisciplina na
escola, portanto a Educação Física, muitas vezes, acaba sendo a matéria que essas
crianças mais se identificam e diante disso a necessidade de se conciliar as estratégias
em várias disciplinas dos PCN´S, uma vez que estão fortemente interligadas umas com
as outras.
256
2 Revisão Bibliográfica
Segundo Rondinelli (2013), o ser humano deve dominar o próprio corpo na qual
sem que haja uma dicotomia da separação do corpo e da mente, conforme proposto por
Descartes. Assim passamos a entender que a disciplina de Educação Física está voltada
a produzir o controle da mente sobre as ações do corpo, a fim de ocorrer um melhor
aproveitamento das ações geradas pelo corpo oriundos dos estímulos cerebrais e
ambientais, estabelecendo assim uma linha tênue de equilíbrio entre as funções que um
exerce sobre o outro. Por isso quando se estuda Educação Física vê-se diante de um
mundo vasto, que está muito além da forma e corpo como é mencionado a seguir
“atividade que por meios, processos e técnicas, desenvolve e aprimora forças físicas,
morais, cívicas, psíquicas e sociais do educando” (BRASIL, 2001, p. 22).
Com isso, o estudo do Taekwondo como metodologia das aulas de Educação
Física tem sido constantemente avaliado, mas para isso precisamos nos atentar sobre
alguns conceitos inerentes ao tema, “os termos Lutas e Artes Marciais, visto que muitas
vezes são compreendidos como sinônimos” (NUNES, 2013, p. 2). Embora possam ser
vistos como sinônimos no conceito pedagógico, eles se diferem já que luta é tida como
uma competição entre dois indivíduos, já a arte marcial é um pouco mais abrangente,
uma vez que se apresenta como uma disciplina física e mental codificada em diferentes
técnicas e graus, visando o desenvolvimento tanto físico como mental, portanto vemos
que a arte marcial é algo extenso e que tem muito a contribuir para as práticas
educacionais na disciplina de Educação Física.
Assim para que se entenda o conceito deve-se conhecer a história, a fim de
delimitar o berço dos esportes, que remonta à sociedade grega, assim sendo, considera -
se esta a sua terra mãe:
Conta a história que os Jogos Olímpicos ocorreram em dois
momentos distintos, o da Era Antiga (776 a.C. até o século IV d.C) e o da
modernidade (a partir de 1896). Durante o século XIX foram feitas várias
tentativas pelo Barão Pierre de Coubertin para retornar os Jogos Olímpicos
na Era Moderna, com intuito de abrandar as guerras e celebrar a paz entre as
nações. (AMADEI, 2008, p 08)
O desenvolvimento das atividades esportivas na Grécia estava intrinsecamente
ligado ao aprimoramento da intelectualidade bem como o da espiritualidade
representado pela mitologia e a filosofia de vida contemporânea daquele período.
O corpo bem definido naquela época era altamente valorizado, pois indicava
destreza, saúde e obviamente força, que gerava destaque a seus possuidores, a maior
prova que os Jogos Olímpicos eram tão venerados e tão disputados até o presente
momento.
A presença das práticas de atividades voltadas ao corpo também foi vista nas
culturas dos povos orientais, tais como Coreia, Japão, China e outros. As práticas
corporais tinha como sua finalidade o combate em guerras para a conquista de
territórios e para a sua defesa, obtendo o aprimoramento das qualidades físicas e
disciplinares dos guerreiros.
Conhecer as origens dessa disciplina mostra-se como ponto de grande
importância aos seus educadores, uma vez que isto nos mostra como podemos melhorar,
como cita Marx (1974), em que os homens são construtores da sua própria história e
que suas decisões estaão ligadas ao seu passado.
É de suma importância que a docência seja aplicada com referências sólidas, a
fim de que possa transmitir aos discentes a sensação de segurança em seu caminho. Por
257
isso, a Educação Física hoje como prática escolar tem muito a contribuir para a
educação que, muitas vezes, carece de inovação, de amor ao trabalho e incentivo.
O Taekwondo é uma arte marcial, uma prática esportiva e também, sem dúvida,
uma atividade física, portanto a utilização desta arte como forma de metodologia para as
aulas de Educação Física enriquece e reforça esse conceito ampliando ainda mais este
enorme campo de estudos.
Pode-se entender como de suma importância o conteúdo de lutas no
desenvolvimento do cidadão, sendo que dessa forma, os alunos poderão
receber esses estímulos de maneira correta, incitando o educando a entender
o real significado tanto como esporte, também como reflexão/relaxamento,
para assim desmistificar as batalhas cotidianas de classes e necessidades
humanas. (SANTOS; OLIVEIRA; CANDIDO, 2011, p. 2).
Levando esse contraponto para o ambiente escolar, vemos que o ensino do
Taekwondo se torna um meio para redução de altos índices de indisciplina dos alunos,
da violência para com outros colegas e falta de compromisso com suas atividades
educacionais, logo a criança que atuam prática esportiva como o Taekwondo nas aulas
de Educação Física, com certeza, apresentará melhora do autocontrole e desempenho
acadêmico e social.
Ao avaliarmos as pessoas que ensinam e praticam artes marciais, vemos em sua
personalidade o equilíbrio, o domínio de corpo e da mente, assim como vemos também
os aspectos neurológicos como o aumento da capacidade de reflexo, consequentemente,
na educação, por isso vemos que todas as medidas não beneficiam somente as aulas de
Educação Física, mas todo cotidiano desses jovens e quantificamos o quanto isso pode
potencializar o seu futuro.
Assim o conceito do formar um cidadão e tornar as pessoas preparadas para
viverem em sociedade, “Assim todo aquele que pratica o Taekwondo adquire o
desenvolvimento físico de seu corpo, que o faz mais seguro de si mesmo, e a disciplina
mental, que o torna muito mais equilibrado transformando-a em pessoa com alto
espirito confiante, generoso, justo, humilde e líder.” (KIM, 1995, p.14).
A educação como praticada na sala de aula atualmente está muito aquém dos
conceitos de transmitir e gerar novos conhecimentos, ela também se envolve na
formação elementar deste individuo, tornando-se atuante no futuro do como ela será
como pessoa, por isso seu papel adquiriu maior responsabilidade uma vez que este
individuo torna-se um membro da sociedade e interage com ela.
Este conceito da disciplina como formador de um indivíduo cidadão social vem
desde os tempos da era inicial da República.
[...] de enorme importância para a “educação” não apenas “física” do
povo brasileiro, mas para a “educação plena”, ou seja, moral e intelectual.
Das inúmeras reformas que buscaram incorporar a ginástica nos currículos
escolares, reformas estas que faziam parte do universo de informações de Rui
Barbosa, é preciso destacar o decreto n. 7.247, de 19 de abril de 1879. Este
decreto, ou esta reforma do ensino assinada por Carlos Leôncio de Carvalho,
trazia já em sua grade curricular o espaço obrigatório para o ensino [...]
(SOARES, 2004, p. 92).
Portanto a importância da Educação Física no contexto escolar já se evidencia há
muito tempo, mas só agora essa visão começa a tomar as reais proporções como
benefícios para o contexto educacional.
O estudo levantado tem como intenção ser mais que uma análise visual sobre o
tema, ele visa atender a demanda de novas metodologias e inovações para rede de
258
ensino, tornando o saber práticas envolventes e participativas, sendo capazes de integrar
nossos educando numa realidade mais ética, com maiores valores e maior preparo para
vida através do processo de ensino e aprendizagem do Taekwondo.
Muitos não veem a inserção das lutas no contexto prático nas aulas de Educação
Física, no entanto é um conteúdo oficial conforme os PCN´S, “esse documento não
apenas mostra as lutas como um conteúdo a ser trabalhado, como também aponta alguns
caminhos para que o professor leve essa proposta ao aluno” (RONDINELLI, 2013).
As artes marciais são, sem dúvida, uma prática esportiva, com inúmeras lutas no
seu contexto, mas sua origem remonta ao desenvolvimento das antigas civilizações.
Mas, por ser um recurso tão vasto e tão dinâmico, não perde a importância, pelo
contrário, sua utilização como método de ensino assertivo cresce cada dia mais, nesse
contexto, mostra que as práticas corporais, assim como a prática das artes márcias, é um
grande material de estudo para criação de novas metodologias de ensino. Por isso o
recurso das artes marciais vem a ser um processo gradativo e que vem para ficar, uma
vez que se aprende muito mais do que os movimentos da arte, aprende-se o ser
esportista, o ser cidadão.
O Taekwondo mostra-se como um elemento de grande importância nas práticas
escolares para Educação Física já, que esta arte marcial se volta justamente para o
equilíbrio entre corpo e mente. Isto nos mostra que podemos trabalhar uma série de
fatores, que, somados contribuirão de forma construtiva para o desenvolvimento destes
alunos dentro e fora do ambiente escolar, por isso devemos ter um olhar mais amplo
para com essa pratica, uma vez que esses resultados dependem de como aplicaremos
este conteúdo aos nossos alunos, “os conteúdos são exteriores ao aluno que devem ser
assimilados e não simplesmente reinventados” (LIBÂNEO, 1985, p. 39).
Com isso, tem-se a missão de um novo rumo à forma de se trabalhar com as
lutas na Educação Física Escolar, sendo um novo recurso para criação e metodologias
inovadoras.
O papel do docente é muito além do que um mero fornecedor de conteúdo,
“educar é substancialmente formar” (FREIRE, 1996, p. 37). Desse modo, quanto maior
se torna nossa consciência e nossa responsabilidade como formadores de cidadãos,
maior se torna a nossa probabilidade de êxito diante do percurso da arte do ser educar, o
que torna este papel uma ação integral em curso na educação brasileira e que, se bem
empregada apresenta ótimos resultados como nos mostram os inúmeros resultados
apresentados pela educação dos países de primeiro mundo.
A prática do Taekwondo torna-se um grande recurso, pois seus princípios já
enfatizam essa necessidade de se proporcionar valores e combater ações de indisciplina
e da desvalorização do próximo, que se tornam recorrentes na sociedade
contemporânea, com os episódios de bullings entre os alunos na prática de sala de aula e
que, sem dúvida, devem ser fortemente combatidos. Uma vez que o praticante acaba por
desenvolver durante a sua vivência alguns valores que farão parte do seu dia a dia na
sociedade a qual ele estará inserido, tem-se que “o ser humano necessita de
autoconhecimento. Saber qual é a sua força e quais são as suas fraquezas para se
posicionar de forma inteligente perante o mundo. Com este conhecimento ele pode
superar o mais difícil obstáculo real: a falta de confiança.” (NEGRÃO, 2012, p. 18).
Os praticantes do Taekwondo devem ter a característica de liderança, lembrando
que ser líder representa ser humilde e determinado, ter cuidado no que se fala e em suas
ações, significa também ter autocontrole condicionado, porque sem isso não se atinge
objetivo. Autocontrole quando somado a potência/capacidade resultada em
autodesenvolvimento. Quanto à força e experiência, estes permitem o perfeito
entendimento das situações e, com isso, obtemos o aperfeiçoamento do ego,
259
estabelecendo como princípio a força de vontade o espírito de sacrifício, indispensáveis
a prática de qualquer arte marcial.
Boas Maneiras (Cortesia) “é a combinação da educação com a gentileza, a
manifestação do respeito às regras de civilidade no tratamento com os outros. Ser cortês
é mostrar-se pronto para ajudar outra pessoa com atenção e simpatia” (NEGRÃO, 2012,
p. 81). Sendo essencial a postura de modéstia, cortesia, delicadeza e humanismo, que
estão sempre presentes para aqueles que praticam essa arte, os praticantes desenvolvem
as quatros seguintes características:
Bom senso (Integridade) é a simplicidade do saber se envergonhar, uma vez que
o praticante desta arte jamais pode esquecer-se de colocar-se em seu lugar, da posição
que ocupa, “deve ser sempre honesto consigo e honesto e ético com os outros. Somente
com humildade, e principalmente com honestidade, podemos admitir nossas falhas e
deficiências. Somente reconhecendo as deficiências poderemos superá-las” (NEGRÃO,
2012, p. 94), já que este princípio se aplica ao sentido de responsabilidade e justiça que
cada participante deve ter consigo e para com os outros.
Tenacidade (Perseverança) “é a força, a vontade de continuar, buscar atingir os
objetivos e não desistir diante das dificuldades” (NEGRÃO, 2012, p. 109), continuar
sempre em busca dos seus objetivos, sem deixar se abater pelas adversidades impostas
pela vida, lutando até o último segundo por aquilo que ele acredita e deseja.
Autocontrole (Domínio sobre si) “é a capacidade de agir com lucidez em
momentos difíceis, mantendo as emoções sob o controle do raciocínio e do bom senso”
(NEGRÃO, 2012, p. 123). Deve-se levar uma vida simples, constituída sem temor sobre
quaisquer forças externas, já que a falta de controle nada mais é do que a apresentação
do primeiro passo rumo à derrota, e preciso sempre seguir firme diante de seus
objetivos, conservando seu caráter.
Invulnerabilidade (Espirito Indomável) se torna “fundamental para superarmos
as armadilhas do fracasso, do sucesso momentâneo, e continuar buscando nossos
objetivos com a mesma intensidade e retidão” (NEGRÃO, 2012, p. 141).
Independentemente do que tivermos que enfrentar, devemos manter a nossa mente
focada, mantendo nossa cabeça erguida diante das dificuldades, sem hesitar, sem temer,
mas ainda assim, temos de ter o objetivo e trabalhar para conquistá-lo com honra e
coragem.
O Taekwondo é uma arte de princípios, por isso uma pessoa, mesmo não
gozando de uma boa saúde, encontra a motivação durante as aulas desta arte marcial. A
motivação está diretamente relacionada ao critério, sentimento E moral, por se tratar de
arte marcial, um esporte que utiliza todas as partes do corpo e induz a motivação através
da captação da emoção integrando de forma equilibrando a mente com o corpo, “... a
confiança em si mesmo, física e mentalmente, é benéfica à sua vida pessoal, à sua
família e à sua vivência dentro da nação” (GOULART, 2002, p. 15).
Não basta apenas viver por viver, mas sim viver bem e feliz e, assim, garantir a
felicidade daquele que está à sua volta. Sendo assim, o sentido do Taekwondo está em
obter motivação para a prática como sadio, da mente equilibrada, da constituição de
valores morais um caminho pleno para uma vida feliz.
O principal objetivo do Taekwondo está além da questão física, já que estabelece
o princípio do aperfeiçoamento do caráter humano. Direciona seus praticantes a lutar
contra as injustiças, defendendo aquilo que é certo sob quaisquer que sejam as
dificuldades que possam se apresentar, impondo uma prática limpa da arte, em que a
segurança do adversário nunca seja ignorada, o ponto-chave é neutralizar o ataque, o
movimento sem machucar o outro, exercendo total domínio sobre sua força física e
260
mente, desenvolvendo como seu principal conceito o da arte que treina a mente através
do corpo.
Sendo o Taekwondo uma arte marcial, uma luta, muitos devem se perguntar por
que propor uma arte marcial como método de ensino, já que a luta por muitos é
entendido como uma forma de violência, porém, ao observarmos de modo lúcido o
conceito de violência, este não se aplica pela prática ou não do uso da força, da
agilidade corporal, mas sim da falta de autocontrole psicológico e emocional, questões
internas. Os alunos rotineiramente jogam futebol, vôlei, tênis de mesa e, por sua vez, o
professor de educação Física, no decorrer da prática desses esportes, vê se obrigado a
resolver conflitos físicos entre os alunos, então, muitas vezes, afirmar que incluir a
prática de artes marciais, é uma incitação à violência se torna um argumento frágil, e
sem fundamento.
Para o as crianças o TAEKWONDO permite também um
desenvolvimento moral, pois elas aprendem a respeitarem-se a elas mesmas e
aos outros. A autodisciplina, consequência de aprender e praticar as técnicas
reflete-se geralmente noutras áreas da vida delas. Na escola, melhoram
frequentemente, pois aprendem a focar objetivos e trabalhar em busca de sua
realização. (GOULART, 2002, p. 16).
Os conceitos desta arte marcial dispõem que esta deva proporcionar ao
praticante confiança física e equilíbrio na mente, mantidos por uma disciplina aplicada.
O praticante deve fortalecer sua força interior, dando-lhe confiança e incentivando-o a
ter senso de generosidade para com os outros, porque este sabe que jamais poderá usar
de sua força para subjugar o outro, impor sua vontade, sabe que tem que respeitar seus
adversários, e os seus conhecimentos só podem ser usados em sentido de defesa e isso
somente se não houver outro recurso. Com isso “através da prática do Taekwondo, é
possível ultrapassar a si mesmo; assim o homem acaba por reconhecer de que pode
dominar-se e superar-se com a comoção sentimental de prosperidade ou fracasso”
(KIM; SILVA, 2000, p. 24).
Os seus movimentos do Taekwondo conjugados com o espírito transformam-se
em movimentos, pois possuem velocidade e leveza, nem por isso deixam de ter seu
ponto de impacto no processo de desarme e imobilização de seus oponentes.
As crianças em desenvolvimento tendem a possuir mais facilidade de adquirir
novos valores e princípios do que pessoas adultas, por isso os métodos de ensino
apresentados pelo Taekwondo com certeza serão sentidos não só na Disciplina, mas na
própria vida cotidiana desses alunos. Sabemos que muitas escolas se localizam em áreas
de vulnerabilidade social e que, por sua vez, esta acaba sendo a porta de saída de uma
vida difícil, com isso, o educador que se encontra numa escola com essa realidade tem
que estar preparado para lidar com crianças que irão apresentar altos índices de
indisciplinas, déficit de atenção, uso de violência para com o próximo, cabendo a esse
profissional trazer algo melhor a essa população já tão desgastada pelas mazelas sociais.
“A criança não é um adulto em miniatura, e por sua natureza, é inquieta e gosta de se
movimentar. Seu treinamento deve ser planejado de acordo com seu grau de maturação
biológica e deve ser voluntario, alegre e livre de pressões, para que libere sua
imaginação e maneira de se expressar” (GOULART, 2002, p. 17).
O esporte influi diretamente no desenvolvimento intelectual das crianças que
praticam determinados modalidades, que tendem a ter seu raciocínio e reflexos
melhorados, com isso, o Taekwondo é capaz de trazer os mais diversos benéficos a
essas crianças, pois atuará como fator de redução da indisciplina, um forte auxílio para
as que apresentam déficit de atenção e para aqueles que vivem uma realidade de
261
dificuldades constantes. Esse esporte tem suma importância na mudança da realidade
dos seus praticantes, uma vez que como arte marcial tem por regra uma conduta
exemplar dos seus praticantes.
Por isso a presença desta arte marcial como uma nova pratica de ensino mostra-
se como um recurso imprescindível na Educação Física escolar, sabendo que a
aplicação do método encontrará barreiras, pois muitas vezes o educador não sendo
praticante da arte marcial encontrará dificuldades em difundir seu uso dentro da
disciplina.
A presença das lutas nas escolas é pequena, e, quando existe, é
ministrada por terceiros e desvinculada da disciplina de educação física, em
atividades extracurriculares ou por meio de grupos de treinamento. A
literatura mostra duas justificativas apresentadas por professores de educação
física para esta restrição da prática de lutas na escola: a primeira é a falta de
vivência dos docentes sobre o tema, tanto no cotidiano de vida, como na
formação acadêmica; a segunda é que a violência seria intrínseca às lutas, e
sua prática estimularia a agressividade nos alunos. (NASCIMENTO;
ALMEIDA, 2007).
Avaliando por esse ponto de vista, tende-se a focar no problema da execução do
método, o que leva muitos educadores a desistir, mas sabe-se que “não é necessário
saber lutar para ensinar lutas na escola, já que não é intenção dela formar
atletas/lutadores, mas sim transmitir valores, conceitos e atitudes” (NASCIMENTO;
ALMEIDA, 2007), logo fica claro que o principal objetivo de se incluir o Taekwondo
como conteúdo de ensino na Educação Física escolar, não se refere essencialmente aos
movimentos da luta, mas sim a sua essência como instrumento formador de pessoas,
uma vez que a arte marcial é a representação da instituição de valores éticos e morais,
que, sem dúvida, são muito úteis para sala de aula e sociedade.
3 Métodos
Para o desenvolvimento deste artigo, foi feita uma revisão de literatura.
Inicialmente o tema foi pesquisado em livros, dissertações e teses e, posteriormente, em
base de dados e em periódicos, para com isso trazer os bons resultados da prática do
Taekwondo na disciplina da Educação Física.
4 Resultados e Discussões
A própria Disciplina da Educação Física é um novo conceito na Educação
Brasileira, pois hoje ela é muito mais do que meros treinos de corrida e futebol. Essa
nova forma de se trabalhar, contribui para o enriquecimento dos conteúdos,
diversificando os temas, trabalhando questões que vão desde a boa saúde e a uma
nutrição adequada, até o processo de construção de valores, de moral e ética na
formação de novos cidadãos.
Dessa forma, o educador tem que estabelecer princípios e valores dentro de sua
prática de ensino.
É não só interessante, mas profundamente importante que os
estudantes percebam as diferenças de compreensão dos fatos, as posições às
vezes antagônicas entre professores na apreciação dos problemas e no
262
equacionamento de soluções. Mas é fundamental que percebam o respeito e a
lealdade com que um professor analisa e critica as posturas dos outros.
(FREIRE, 1996).
O educador portanto deve estar preparado para saber separar esses
posicionamentos de sua prática de sala de aula e se, dentre seus alunos, obtiver aqueles
que realmente têm a veia certa para se tornar um atleta, cabe ao educador orienta-los aos
meios adequados para desenvolver esses potenciais.
A experiência de educadores que praticam artes marciais reforçam essa prática
pedagógica, este educador vem com vasto conhecimento e metodologias, pois sua
própria vivência serve para mostrar aos alunos que este conceito é bem-sucedido. Saber
ensinar é, antes de mais nada, constituir-se como exemplo e não podemos imprimir
valores em nossos alunos, cujas práticas não efetuamos; se nós, como educadores, não
demonstrarmos a importância desses valores apresentados nas práticas do Taekwondo e
na própria vida, como poderemos cobrar responsabilidade de nossos alunos diante dessa
vivência no âmbito escolar, e fora dela?
Com isso, torna-se essencial que nós, formadores de conhecimentos o tenhamos
embutidos dentro de nós, em nossa vida diária, para podermos ser exemplo claros aos
nossos alunos.
Fui um menino cheio de anúncios docentes, o que não significa que
tenha nascido professor. Agora, quando me revejo, me retorno-coisa que
gosto de fazer-me lembro de um menino curioso. Um professor que não
exerce a curiosidade está equivocado. Eu me perguntava muito, perguntava
aos outros, era método de estudo[...] Na adolescência sonhava tanto em ser
professor que às vezes, para mim era difícil perceber que estava no
imaginário e não no real: eu me via dando aulas. (FREIRE, 2005, p. 305).
Ter um diploma na área da educação necessariamente não nos torna educadores,
para tal é preciso buscar esses ideias, ser capaz de desbravar novos métodos, de
melhorar e quantificar os já existentes e somente assim seremos capazes de construir a
diferença para nossa educação.
Assim, seremos capazes de despertar a criatividade e a esperança em nossos
alunos, apresentando a eles opções para vida e que, com o conhecimento eles, serão
capazes de ir muito mais além do que se propuseram dentro de suas atividades e
poderão, no futuro, também trazerem o novo para as novas gerações.
5 Considerações Finais
A Educação Física vem a ser mais do que uma mera atividade física, ela tem a
responsabilidade de inovar o educar, transmitir o novo dentro desse universo que
chamamos Mundo da Educação. E sabemos que o papel do professor, do educador, é
muito maior do que livros e métodos tendem a nos trazer.
Essa experiência e educar, e formar cidadãos, construir seres humanos se estende
para além de nós, ela flui adiante a cada dia, gerando inovação no ensinar, trazendo a
vivência para mais perto, aconchegando em nossas mentes o fruto desse saber, desse
estar um passo à frente das mudanças que hoje são tão necessárias dentro da Educação
Brasileira.
Estar próximo aos jovens e entender suas realidades nos fará profissionais
melhores, nos permitirá ver além do óbvio e poder ser verdadeiramente um ser atuante,
tonando se completo. “Afirma que no reforço positivo, uma resposta leva à apresentação
263
de um estímulo de recompensa. No reforço negativo a resposta leva à remoção do
estímulo.” (WEITEN, 2002), com isso o trabalho da modalidade Taekwondo no âmbito
escolar vem a contribuir de maneira ampla para a formação do aluno enquanto
indivíduo em desenvolvimento, tornado se uma ferramenta que amplia o leque de
opções do professor sendo mais do que uma simples vivência da modalidade, conforme
proposto pelos parâmetros curriculares atuais em nosso país. Sim o profissional
consegue trabalhar os fatores que não são permitidos a ele nas formas tradicionais de
ensino e aprendizagem, e leva o aluno a se tornar mais consciente com o seu próprio
corpo, com o colegas de escola, familiares e com a comunidade em geral.
Agradecimentos
Primeiramente a Deus por ter me dado a oportunidade de ter mais esta conquista,
a todos meus familiares e amigos que me acompanharam nessa jornada
A faculdade Network por ter oportunizado uma aprendizagem de qualidade, e
aos professores e mestre que me instruíram a o longo desses 04(quatro) anos de curso, e
em especial ao meu orientador o professor Marcus Gomides que colaborou de maneira
das quais não tenho palavras para expressar minha gratidão, no processo de elaboração e
conclusão deste artigo. E por fim a todos os amigos e colegas de classe, com que tive o
prazer de compartilhar essa jornada na busca pelo conhecimento que com certeza não se
encerra aqui e que continuará por toda nossa vida.
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265
A IMPORTÂNCIA DAS ATIVIDADES CORPORAIS NA
EDUCAÇÃO INFANTIL
Maria Madalena Inácio Felix11
Marcus Gomides12
RESUMO Este artigo objetiva estudar atividades corporais como uma ferramenta que pode servir de estímulo para as crianças da educação infantil, desenvolver habilidades que as levem ao aprendizado. Partindo de uma revisão bibliográfica, o artigo trata de pontos importantes mostrando atividades motoras como contribuinte no aprendizado das crianças, atividades corporais aparecerão de forma lúdica como, brincadeiras e jogos, servindo de instrumentos importantes no processo psicomotor e cognitivo das mesmas. Considerando que a criança aprende brincando, é necessário que quanto mais experiências lhes oferecerem, maior será o seu ganho. O artigo ainda mostra que atividades motoras terão melhores resultados, quando estas, tem a orientação do profissional capacitado (Professor de Educação Física). Mostrando a importância de se dar um ensino de qualidade. Através de suas orientações o aluno poderá adquirir um melhor resultado em seu aprendizado. A intenção do artigo é esclarecer que as atividades corporais, com a ação do professor apto, trazem benefícios, que podem ajudar os mesmos a adquirir autonomia e responsabilidade, servindo como uma ponte que os levará ao aprendizado.
Palavra chave: Lúdico. Interação, Desenvolvimento. Aprender.
ABSTRACT This article aims to bodily activities as a tool that can serve as a stimulus for children of early childhood education, develop skills that lead to learning. Based on a literature review, the article will deal with some important points that will bring the motor activities as a contributor, in the learning of children, and secondly the body activities appear so as playful, fun and games, serving as important instruments in the psychomotor and cognitive process. Whereas the child learns playing, it is necessary that the more experiences they offer, the greater will be your gain. The article even shows that motor activity will have better results when these, have the guidance of skilled professional (Physical education teacher). Showing the importance that the teacher in this area has. Through its guidelines the student may acquire a better result in their learning. The intent of the article is clear that the body activities with the teacher's action fit can bring benefits that can help them acquire autonomy and responsibility, serving as a bridge can directs them to learning.
Keywords: Playful. Interaction, Development. Learn.
11
Graduanda em Educação Física (Licenciatura), Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445,
13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]). 12
Professor especialista em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades
Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail:
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1. Introdução
O presente artigo pretende mostrar a importância que as atividades corporais têm
nas aulas de Educação Física no desenvolvimento motor e cognitivo através do
movimento, fazendo com que a criança aprenda de forma prazerosa.
A palavra lúdico se originou de "ludus" que significa jogo, a palavra
evoluiu ganhando novas considerações principalmente pelas pesquisas
envolvendo a psicomotricidade, por esse motivo passou a ter outros sentidos e
não somente o sentido de jogo. As atividades lúdicas fazem parte da atividade
humana caracterizando-se pela espontaneidade, funcionalidade, satisfação e
prazer do individuo pela atividade prática. Na aplicabilidade das atividades
lúdicas considera-se não somente o resultado, mas a ação, o movimento, assim
como as vivências por elas proporcionadas.( ANJOS, 2013, p.13.)
O lúdico e os jogos não devem ser vistos, dentro da escola, como um passa
tempo, mas sim como uma metodologia de ensino, que pode direcionar o aluno ao
rendimento escolar.
Segundo Anjos (2013), atividade lúdica é uma ferramenta que estimula o aluno a
ser participativo, influenciando a ter melhor resultado em seu aprendizado.
A escola do ensino fundamental 1 deve enxergar no lúdico uma ferramenta
estratégica para que, por meio desta, o educando possa se habituar, com a vida escolar,
facilitando-o se socializar com os demais.
A instituição deve oferecer um ensino onde seja preservado o direito de seus
integrantes, para que possam assim, aprender, sem que haja dano em sua infância.
Nesse sentido o professor de Educação Física entra como o orientador que
pode levar os mesmos, por meio de práticas recreativas e lúdicas, a preservar sua
infância, fazendo uma junção do dever, priorizando o prazer.
Atividades lúdicas e jogos faz com que os alunos da educação infantil aprendam
a criar situações que desenvolvam suas funções, pois é no imaginar, que se põe em ação
o seu potencial.
Portanto, o brincar é parte imprescindível do mundo infantil. Quando
a criança está envolvida em algum jogo ou brincadeira, pode parecer ao adulto
que ela estar apenas se divertindo, "perdendo tempo". Mas o brincar representa
uma atividade muito séria, na qual ela se envolve por inteiro, mobilizando e
desenvolvendo suas potencialidades físicas, mentais, sociais e afetivas.
(CAVALCANTE. 2007.p.22).
Vincular o brincar com a criança é explorar o movimento por meio de jogos,
pois ambos estão interligados no desenvolvimento infantil; O grande contribuinte para
se facilitar esse ensino é o professor de Educação Física, sendo ele o profissional,
capacitado, que poderá, por meio de atividades corporais, atingir sua meta de levar o
aluno a aprender através da prática.
Tendo o conhecimento que o jogo é uma atividade física que passa diversão, as
aulas devem ser realizadas de forma espontânea. Huizinga (1980) define o jogo como
sendo uma ação voluntaria.
Segundo Dallabona e Mendes (2004) a escola que propõe um ensino onde o
brincar é visto com seriedade, estará contribuindo para o desenvolvimento integral de
seus estudantes, bem como formando cidadãos.
267
O que causou o interesse da pesquisa a escolha deste tema foi observar que
diversos autores falam do lúdico como uma ferramenta que pode ajudar no
desenvolvimento da criança, dentro e fora do âmbito escolar, este trabalho foi realizado
através de uma revisão bibliográfica na justificativa de verificar se os professores, têm
a mesma visão, onde as atividades motoras ajudam o aluno do fundamenta 1 a ser
estimulados por meio das aulas de Educação Física, se realmente a visão dos
professores tem relação com este tema. E se os mesmos acreditam que atividades
corporais podem fortalecer a imaginação dos educandos, levando-os a serem criativos e
produtivos em seu aprendizado, além de proporcionar um enriquecimento cultural.
O professor consciente de seu compromisso social deve planejar
situações lúdicas onde a criança possa vivenciar experiências na construção e
reconstrução de saberes existentes em seu mundo, além de significativas
interações sociais que isso pode proporcionar. Desse modo, a criança aprende
brincando, de maneira prazerosa. Sendo assim podemos dizer que o lúdico, na
sua essência, faz toda diferença no planejamento de ensino, possibilitando
momentos de interação, socialização, problematização e reflexão crítica do
conhecimento.
As brincadeiras não são apenas uma forma de entretenimento para
gastar as energias das crianças, mas formas de enriquecer e contribuir para o
desenvolvimento intelectual das mesmas. Ela não é simplesmente uma
distração para os alunos, ao contrário, ocupa lugar de extraordinária
importância na Educação Física escolar. Pois a mesma estimula o crescimento
e o desenvolvimento, a coordenação motora, as capacidades intelectuais, o
empreendimento individual, possibilitando o avanço dos conhecimentos
teórico-práticos (ANJOS, 2013, p. 31.)
2. Revisão bibliográfica
Atividades corporais são estudados por vários autores que vêem, no lúdico, um
meio que pode levar o progresso psicomotor da criança em direção ao aprendizado.
Nessa visão, palavras como lúdico, ação, brincadeiras, jogos e educação física
serão descritos de forma ampla, em um sentido que demostre o desenvolvimento do
corpo e mente.
Segundo Cavalcante (2007), atividades alegres auxiliam o aluno a desenvolver
suas habilidades em todos os aspectos, cognitivo, motor e afetivo.
Oferecer atividades motoras, por meio de jogos e brincadeiras é possibilitar que
o indivíduo adquira consciência do seu próprio corpo. Segundo Freire (1989), a criança
entende o que ela experimenta, quando a mesma o faz, torna-se real.
O jogo leva o integrante a desenvolver seu raciocínio e a ter controle do seu
corpo, pois ao realizar uma atividade, ela estará pondo, em prática, ambos psicomotor e
cognitivo.
Percebe-se, então que de acordo com Freire (1989), para que a criança cresça em
seu raciocínio, é necessário que se tenha uma progressão na metodologia a ela aplicada,
fortalecendo a sua ação corporal.
Contextualizar as atividades lúdicas e recreativas, portanto, é o
primeiro processo de ensino aprendizagem, por assim entender que a relação
de grupo e a convivência com a diversidade cultural, são fortes primordiais e
decisivos no processo de formação humana da criança ignorar este início do
processo formativo na educação infantil é no mínimo não pensar numa
qualidade eficiente no futuro destes pequenos estudantes. (ANJOS, 2013, p,
14).
268
Segundo Neto et al (2010.), a evolução motora é um processo sequencial, onde
o comportamento do indivíduo é destacado através de suas vivências.
Sendo assim é importante ter conhecimento sobre o desenvolvimento da criança
e suas especificidades. O brinquedo propõe um mundo imaginário da criança e do adulto
criador do objeto lúdico. No caso da criança o imaginário varia conforme a
idade. Para o pré-escolar de 3 anos, está carregado de animismo; de 5 a 6
anos, integra predominantemente elementos da realidade. (KISHIMOTO,
1994, p, 109.)
Pode-se observar que na medida em que a criança cresce, ela aumenta a
capacidade de entendimento, desenvolve o raciocínio através de experiências a ela
dadas, já conseguem diferenciar o real do faz de contas.
As atividades lúdicas proporcionam a criança a se expressar de
diversas maneiras, como lateralidade, melhora a coordenação psicomotora,
além de desenvolver, melhorar a convivência social, assim como torna os
alunos mais participativos entre outras. No espaço lúdico, a criança pode
desenvolver suas potencialidades assim como compartilha experiências
vividas por eles, proporcionando uma convivência dinâmica entre os
mesmos. O ato de brincar através das atividades lúdicas faz com que a
criança venha a desenvolver e melhorar a confiança em si mesma, sua
imaginação, a autoestima, o autocontrole, a cooperação e a criatividade; o
brinquedo revela o seu mundo interior e leva a criança a aprender brincando.
(ANJOS, 2013, p, 32.)
Espera-se que a escola colabore com este processo do crescimento de seus
integrantes, é importante que os professores de Educação Física entendam o seu papel
como grande influenciador criar situações através de atividades corporais, levando o
educando a ter experiências a partir do movimento, a adquirir vivências que possam
ajudar em seu domínio motor.
No processo da educação infantil o papel do professor é de suma
importância, pois é ele quem cria os espaços, disponibiliza materiais, participa
das brincadeiras, ou seja, faz a mediação da construção do conhecimento.
A desvalorização do movimento natural e espontâneo da criança em
favor do conhecimento estruturado e formalizado ignora as dimensões
educativas da brincadeira e do 11 jogo como forma rica e poderosa de
estimular a atividade construtiva da criança. É urgente e necessário que o
professor procure ampliar cada vez mais as vivências da criança com o
ambiente físico, com brinquedos, brincadeiras e com outras crianças.
O jogo, compreendido sob a ótica do brinquedo e da criatividade,
deverá encontrar maior espaço para ser entendido como educação, na medida
em que os professores compreenderem melhor toda sua capacidade potencial
de contribuir para com o desenvolvimento da criança. (CAVALCANTE. 2007,
p, 10, 11.)
Com isso “a criança que brinca, está não só explorando o mundo ao seu redor,
mas também, comunicando sentimentos, ideias, fantasias, intercambiando o real e o
imaginário nesse espaço chamado brincadeira e que será o de suas futuras atividades
culturais” (RODRIGUES, 2009, p, 23.)
Na educação infantil, que contribuição às atividades corporais exerce? O papel
das atividades motoras é importante para o desenvolvimento motor do indivíduo, pois
através das atividades corporais podem desenvolver funções motoras básicas como,
269
saltar, correr, pular, saltitar, entre outras. Sendo trabalhadas estas habilidades o
indivíduo terá noção do seu próprio corpo.
Caberá ao professor instruir, para que a mesma tenha uma evolução, em direção
a construção de saberes, através das atividades corporais, desafiando-a por meio de
experiências motoras básica.
Levando em conta que a criança aprende brincando, as atividades
corporais devem ser vistas como uma ferramenta que ajudará em seu aprendizado no
desenvolvimento motor, como também influencia em suas ações, melhorando em seu
convívio social. Proporcionar estímulos por meio de brincadeiras e jogos ocasionará
resultados promissores ao indivíduo.
O professor consciente de seu compromisso social deve planejar
situações lúdicas onde a criança possa vivenciar experiências na construção e
reconstrução de saberes existentes em seu mundo, além de significativas
interações sociais que isso pode proporcionar. Desse modo, a criança aprende
brincando, de maneira prazerosa. Sendo assim podemos dizer que o lúdico, na
sua essência, faz toda diferença no planejamento de ensino, possibilitando
momentos de interação, socialização, problematização e reflexão crítica do
conhecimento.. (ANJOS, 2013, p, 31.)
Sabe-se que as crianças têm para si as brincadeiras e jogos, como algo muito
sério. “A criança procede então como escritores que põe em seu personagem o que
queriam ter sido. ” (CHATEAU, 1987, p, 31.)
De acordo com o mesmo a criança ao brincar, se sente realizada pois é por meio
do jogo que demostra seus desejos.
O referido autor afirma que o jogo é uma ferramenta, que pode ajudar o
professor a conhecer melhor o seu aluno, pois é brincando que a criança mostra suas
características, percebe-se então que de acordo com estas afirmações o jogo beneficia
ambos (Professor e Aluno).
Devido ao aumento da violência, os pais não deixam as crianças brincarem nas
ruas, e na intenção de protegê-los acabam deixando a criança sem alternativas,
ocasionando, a troca do brincar pelo brinquedo, ficando prejudicado em seu
desenvolvimento motor e por seguinte se distanciando do convívio social.
É esperado que no âmbito escolar o indivíduo tenha o direito do qual lhe foi
impossibilitado, fora do mesmo.
Desde o início de sua vida, a criança apresenta ritmos e maneiras
diferentes para andar, falar, brincar, comer, ler e escrever. Pode–se dizer que a
educação deve ser voltada para tais perspectivas, pois o ser humano é um ser
de múltiplas dimensões, com ritmos diferentes e o seu desenvolvimento é um
processo contínuo. Considerar as especificidades de cada faixa etária das
crianças significa reconhecê-las como cidadãs, possuidoras de direitos e
deveres, entre eles a educação pública e de qualidade. (PINTO; TAVARES,
2010, p, 228.)
De acordo com Freire (1989), o que dificulta a escola a desenvolver tais
motivações nas crianças, é a falta de não se desenvolver criatividade, é necessário levar
o brincar para a escola.
Freire (1989), ainda menciona que, a escola não deve se prender a uma
determinada aprendizagem entre saltar ou até mesmo o escrever, mais o seu papel é
priorizar em seu desenvolvimento total, “No meu entender, a educação física não é
apenas educação do ou pelo movimento: é educação de corpo inteiro, entendendo-se,
270
por isso, um corpo em relação com outros corpos e objetos, no espaço”. (FREIRE,
1989, p, 84.)
3. Método
Este artigo se baseia em uma revisão bibliográfica, tendo como consulta diversos
autores, entre eles Gallahue, 2013, Chateau, 1987, Freire, 1989, que, através de seus
trabalhos científicos, colaboraram para elaboração deste.
4. Resultados e Discussões
Um estudo de dados realizado por Neto e et al, (2010) em duas escolas publicas
de Florianópolis-SC com alunos cursando do 1°ao 4° ano, do ensino fundamental, sendo
56 do sexo masculino e 45 do sexo feminino no total de 101 alunos.
Com duração de 03(três) meses de investigação, este estudo teve como objetivo
correlacionar a idade cronológica com a idade motora geral dos investigados, neste
estudo foram avaliados apenas estudantes que não apresentavam quaisquer tipos de
dificuldades com o aprendizado.
Foi usado como instrumento de investigação o protocolo de EDM Escala de
desenvolvimento motor onde foram aplicadas 10 atividades corporais em crianças de 02
a 11 anos; Ao decorrer das realizações, ia-se aumentando o grau de dificuldade
respeitando a faixa etária de cada um; A criança não conseguindo executar a atividade
proposta, a mesma era interrompida.
Através dessas análises foi concluído que o desempenho corporal que os
estudantes tiveram tinha relação com o seu aprendizado.
Já em outro estudo realizado por Neto e Brandl, (s/d). um projeto desenvolvido
em duas cidades do Paraná, em séries inicias, o estudo que pertence ao programa do
governo do estado do Paraná “universidade sem fronteiras”, tinha como o objetivo
demostrar que as atividades corporais devem ser aplicadas por professores da área,
Foram realizadas atividades motoras através de oficinas (jogos, construção de
brinquedos, entre outros). As atividades desenvolvidas foram realizadas aos finais de
semana durante um ano com todos os alunos; Através destas atividades pode-se
melhorar o desempenho motor, como o saltar, correr, pular, entre outras.
O resultado se deu a partir de uma coleta de dados, com a participação dos pais
dos alunos, e com todo o corpo diretivo da escola.
Concluíu-se que as atividades motoras aplicadas pelo profissional da área se tem
melhores resultados, podendo ser visto, no cotidiano dos alunos, na motivação, no
respeito, nas regras, atenção e na concentração, servindo de melhora em outras
disciplinas.
Os professores de outras disciplinas responderam que os alunos que mostravam
problema com o aprendizado, tiveram melhoras significativas em todos os aspectos,
sendo que, os que não apresentavam dificuldades obtiveram uma evolução no nível de
aprendizagem.
Já em um terceiro estudo, realizado por Anjos (2013) na escola estadual Cora
Coralina, em Ji-Paraná-RO objetivou-se avaliar a visão que os professores desta escola
tinha a respeito de aulas recreativas e lúdicas, dentro da Educação Física, se eles
concordavam que essas aulas realmente poderiam beneficiar o aluno a ter melhoras em
seu aprendizado; Já que diversos autores afirmam que sim.
271
Foi feito um questionário contendo oito perguntas que foram entregues a
dezessete professores do ensino fundamental 1, todos do sexo feminino, e com
graduação em pedagogia; Através de suas respostas, os professores, em sua maioria,
afirmam que as aulas lúdicas e recreativas trazem benefícios não só dentro das aulas de
Educação Física, mas também beneficia todas as outras disciplinas, pois o aluno
demostra maior interesse no aprendizado; Atividades as deixam-nas estimuladas.
Esta entrevista serviu para comprovar que as respostas dadas pelos mesmos
tem relação com o que muitos autores que estudam este tema afirmam.
Por esse motivo a preferência em aplicar as atividades lúdicas nas
aulas de Educação Física é de grande importância visto que estimula a
criatividade proporcionando uma aprendizagem qualitativa, partindo de
princípios que estimulem o seu desenvolvimento social, cognitivo, afetivo e
psicomotor (ANJOS, 2013, p, 22.)
Ficou assim entendido que as atividades motoras em anos inicias não só
desenvolvem as habilidades básicas, como também o aprendizado em sua totalidade.
Sendo uma metodologia de ensino que desenvolve o aprendizado, sabendo, porém que
tal progresso só será desenvolvido mediante as aulas ministradas pelo profissional de
Educação Física sendo que “Para que a aprendizagem seja significativa é necessário que
o indivíduo perceba a relação entre o que está aprendendo e a sua vida. Isso envolvendo
seu raciocínio, análise, imaginação relacionamento entre ideias, coisas e
acontecimentos.” (PINTO; TAVARES, 2010, p, 229.)
De acordo com Anjos (2013) as atividades lúdicas são uma ferramenta
importante no processo de aprendizagem, podendo ser usadas como uma metodologia
que pode combater o fraco rendimento escolar atividades alegres podem contribuir no
interesse pelo aprendizado.
Por isso as atividades de jogos devem ser prazerosas para a criança e
permitir a ela experimentar a situação proporcionada pelo jogo. Não é
permitido obrigar uma criança a brincar o professor deve incentivar a
participar das atividades propostas. O jogo deve ser prazeroso para que as
possibilidades de aprendizagem sejam alcançadas. (ANJOS, 2013, p, 15.)
Percebe-se que o papel do professor mediante ao aluno, é estimular através de
jogos, e brincadeiras, desafiando-o a despertar seu interesse a realizar, com os demais,
os jogos e brincadeiras, ocasionando em ter experiências que as enriqueçam em seu
aprendizado, as atividades motoras libertam o indivíduo, tornando-o confiante.
É dentro desta perspectiva que enfatizamos a necessidade de
proporcionar às crianças, na educação infantil, o maior número de
experiências de movimento possível, onde elas possam adquirir formas de
movimento experimentando os diferentes sentidos e significados do
movimento, para a partir de suas vivências, incorporá-las o seu mundo de
vida. (BASEI, 2008, p, 7.)
Segundo Basei (2008), o corpo em movimento libera emoções que pode
facilitar o envolvimento com o meio em que vivem.
Proporcionar a criança uma aprendizagem prazerosa através de atividades
corporais é dar importância ao desenvolvimento psicomotor da mesma, possibilitando
hábitos de vida saudáveis, pois é através das atividades básicas que a criança terá
compreensão de seu corpo. “O desenvolvimento é um processo contínuo que começa na
272
concepção e cessa com a morte. ” (GALLAHUE; OZMUN. 2013, p, 22) Neste processo
contínuo, as atividades corporais, servem de estimulo, ajudando a ter conhecimento do
seu corpo.
Atividades corporais melhoram o comportamento das crianças, ajudando-as a
serem mais participativas, e mais confiantes; As contribuições são muitas, pois as
atividades corporais têm grande influência que poderá ser refletida quando adultos.
5. Considerações Finais
Nos três estudos de dados, mencionados neste artigo, percebeu-se que um deles
avaliou crianças que não apresentavam quaisquer problemas na aprendizagem, enquanto
o segundo avaliou todas as crianças, já no terceiro estudo, avaliou apenas professores de
outras áreas, entretanto todos os artigos tinham o mesmo objetivo, identificar se as
atividades corporais influenciam de fato no aprendizado do aluno.
É conclusivo que todos os estudos serviram para comprovar que tanto a escola
como os professores concordam com o que diversos autores abordam, que o lúdico é de
fato uma ferramenta importante na inclusão do educando dentro do contexto escolar.
Entretanto percebe-se que para se desenvolver habilidades motoras através de
atividades corporais, as mesmas devem ser administradas por um profissional
capacitado. (Professor de Educação Física).
O professor de Educação Física é o maior colaborador, para que os mesmos
sejam orientados a terem hábitos de vida saudáveis, fora do âmbito escolar a maioria
das crianças não usufruem de práticas motoras por uma infinidade de motivos como já
foram mencionados.
Atividades corporais podem beneficiar o aluno a ter domínio corporal,
equilíbrio, lateralidade, força, raciocínio, entre outros.
Promover um aprendizado que faça com que o aluno tenha progresso em seu
aprendizado é contribuir para que o mesmo desenvolva em uma construção de saberes.
O brincar exerce poder sobre as crianças e no ensino fundamental 1 é essencial
fazer uso de atividades lúdicas, pois negar seu poder é o mesmo de não se ter o
conhecimento do que é o ser criança., É nessa fase que muitos estão sendo inseridos na
escola, e estão completamente fora do convívio que estavam acostumados.
Atrair a criança usando a diversão é dar-lhe o direito de desenvolver o que é
mais poderoso nelas, sua imaginação; No brincar elas interagem umas com as outras.
Mas para que o professor de Educação Física alcance sua meta, é necessário que
a escola seja participativa, na questão de não apenas ver as atividades lúdicas como uma
simples brincadeira, mas enxergá-la como uma estratégia de inclusão social.
É de grande valia que a mesma não apenas saiba de sua eficácia, mas que a
ponha em prática, colaborando para que se alcance o desenvolvimento integral de seus
educandos.
Agradecimentos
Meu agradecimento primeiramente a Deus por ter me ajudado em todos os
momentos, me auxiliando e me dando a vitória, pois Ele tem tornado meu sonho em
realidade.
273
Agradeço ao meu esposo Valmir e a meus filhos, Everton e Jhonata, que sempre
torceram por minha conquista, pois eles têm sido minha motivação para crescer, e a
todos que me ajudaram através de suas orações.
Dedico este trabalho a Deus que sempre me ajudou, e quando pensei, que estava
fraca, Ele se fez forte em mim, para me mostrar que posso todas as coisas Nele., A
todos que me incentivaram com seu amor, meus pais, e meus mestres espirituais que me
ajudaram em oração, e a todos os meus irmãos e amigos em Cristo Jesus o meu muito
obrigado.
A faculdade Network por me dar a oportunidade de ter um aprendizado de
qualidade, através de excelentes mestres.
Aos professores que me instruíram para elaboração deste, pois eles são os
responsáveis por este processo de crescimento em minha vida. E meu agradecimento ao
professor Marcus Gomides que me orientou, para a realização deste.
A todos que me oportunizaram a ter o prazer em conhecer, ao decorrer deste
curso.
Referências
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DECANATO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO - DPPG a, v. 25, n. 10, 2009 .
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confiabilidade da Escala de Desenvolvimento Motor. Rev Bras Cineantropom
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séries iniciais do ensino fundamental: uma proposta de aulas ministradas por
professores formados na área. Unioeste, Universidade Estadual de Londrina, s/d.
275
A CONTRIBUIÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA PARA INDIVÍDUOS
COM TRANSTORNO DE ESPECTRO AUTISTA (TEA)
Jonatas da Silva Sobral13
Marcus Gomides14
RESUMO
O autismo é definido como um distúrbio do desenvolvimento, que se manifesta antes
dos três anos de idade, e é mais comum em meninos que em meninas, causando
dificuldades significativas de comunicação, interação social e de comportamento,
caracterizando-se frequentemente por movimentos estereotipados, atividades repetitivas,
respostas mecânicas, resistência à mudança nas rotinas diárias ou no ambiente. Através
da construção do conceito de autismo, este trabalho apresenta as contribuições da
atividade física escolar para pessoas com Transtorno Espectro Autista (TEA) que
frequentam a escola municipal Tempo de Viver. O desenvolvimento de um indivíduo é
resultante de eventos que acontecem nas interconexões dos ambientes e que toda vez
que um indivíduo se relaciona com outros e presta atenção nas atividades ou as realiza,
existe uma relação estabelecida. Foi possível verificar que as dificuldades de interação
social e de comportamento dos alunos da escola Tempo de Viver, restringiram a prática
de esportes dos alunos quase que exclusivamente às atividades oferecidas pela escola,
no entanto eles estabelecem relações entre eles e com os profissionais da mesma.
Palavras – Chave: Transtorno Espectro Autista. Atividade Física. Educação Física
ABSTRACT Autism is defined as a developmental disorder that manifests itself before the age of
three, and is more common in boys than in girls, causing significant difficulties in
communication, social interaction and behavior, often featuring up by repetitive
movements, repetitive activities, mechanical responses, resistance to change in daily
routines or the environment. By building the concept of autism, this paper presents the
contributions of school physical activity for people with Autistic Disorder Spectrum
(ASD) who attend public school Living Time. Whereas the development of an individual
is the result of events that take place in environments interconnections and every time
an individual relates to others and watch the activities or realize there is an established
relationship. It was possible that the difficulties of social interaction and behavior of
students of Living Time school, restricted the practice of sports almost exclusively to the
activities offered by the school.
Key - Words: Autistic Disorder Spectrum. Physical activity. PE
13
Graduando (licenciando ou bacharelando) em Educação Física das Faculdades Network – Av. Ampélio
Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brazil. (e-mail: [email protected]). 14
Professor especialista em Educação Física, do Curso de Educação Física das Faculdades Network – Av.
Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brazil. (e-mail: [email protected]).
276
1. INTRODUÇÃO
A Educação física inclusiva é de extrema importância, pois é necessário ter, o
desenvolvimento de uma educação apropriada e de alta qualidade para alunos com
necessidades especiais na escola regular. (RODRIGUES, 2000)
Alunos com deficiência precisam de uma aula diferenciada, necessitam de
adaptação para que participem e possam interagir e devem ser tratados de maneira
diferente, porém não discriminatória. Rodrigues (2000) menciona que uma escola
integrativa procura responder a diferença desde que seja legitimada por um parecer
médico-psicológico que a diferença seja uma deficiência sendo um critério a ser
utilizado para se definir a necessidade da escola em preparar-se para o aluno.
Mas segundo Ribeiro (2001), sistema inclusivo está oportunizando a
participação de pessoas portadoras de necessidades especiais a frequentar ambientes até
então utilizados apenas por pessoas sem deficiência.
Essa necessidade de se ter uma educação física inclusiva também poderá ser
oferecida para autistas.
Segundo Filho (2016) autismo é uma desordem comportamental na qual uma
criança jovem não pode desenvolver relações sociais normais, se comporta de modo
compulsivo e ritualista, e geralmente não desenvolve inteligência normal.
As causas do autismo ainda são desconhecidas e atualmente são fortemente
discutidas, mas seus sinais são evidentes, Filho (2016) diz que os sinais de autismo
normalmente aparecem no primeiro ano de vida e sempre antes dos três anos de idade.
A desordem é duas a quatro vezes mais comuns em meninos do que em meninas.
O mesmo principio se aplica em relações entre os ambientes, assim a capacidade
de um ambiente, tal como o lar, escola, trabalho deve funcionar efetivamente como um
contexto para o desenvolvimento. Dependendo da existência e natureza das
interconexões sociais entre os ambientes, incluindo a participação conjunta, a
comunicação e a existência de informações haverá este desenvolvimento.
(BRONFENBRENNER, 1996).
Segundo Bronfenbrenner(1996), ambiente ecológico é concebido como uma
série de estruturas encaixadas. No nível mais interno está o ambiente imediato contendo
a pessoa em desenvolvimento.
A pesquisa na área da educação física sobre autismo pode colaborar com a
análise dos relacionamentos interpessoais estabelecidos pelo autista durante as aulas de
educação física, visto que o autista possui dificuldade em se relacionar com outras
pessoas. A análise da influência do ambiente e a capacidade do profissional de educação
física em lidar com o autismo, assim como sua forma de trabalhar e estimular o
processo de socialização pode servir de ferramenta para os futuros profissionais da área.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A expressão “autismo” foi utilizada em 1911 por Bleuler, (BLEULER, 2005)
que a usou como sinônimo de isolamento. A palavra Autismo vem do grego Autus que
significa retraído, absorto, fechado em si mesmo.
O autismo é definido (Kanner, 1951) como um distúrbio do desenvolvimento,
que se manifesta antes dos três anos de idade, e é mais comum em meninos que em
meninas, causando dificuldades significativas de comunicação, interação social e de
277
comportamento, caracterizando-se frequentemente por movimentos estereotipados,
atividades repetitivas, respostas mecânicas, resistência à mudança nas rotinas diárias ou
no ambiente, etc.
Por causa do nível de isolamento psíquico da pessoa autista, ela não incorpora na
personalidade elementos simbólicos de sua cultura, nem mesmo os segmentos dela que
entram em sua experiência pessoal (KANNER, 1951).
Em 1943, Leo Kanner pesquisou 11 casos de crianças (oito meninos e três
meninas) que apontavam como características: isolamento intenso, incapacidade de
estabelecer relações, comprometimento na linguagem, capacidade de memorização
decorada, reagiam com horror a ruídos fortes, e tendiam à repetição. A partir daí, ele
destacou uma síndrome muito particular no quadro das psicoses infantis cuja
denominação definiu uma patologia própria da criança distinguindo-a da patologia do
adulto, o Autismo Infantil Precoce. Marco inaugural de um campo de práticas e
investigações específicas à criança. Este pensamento está sustentado pela genialidade de
Kanner, cujo trabalho trouxe à luz a experiência radical de algumas crianças imersas na
escuridão do anonimato. Ele colocou em movimento uma clínica que até então conhecia
apenas a escuridão dos porões da debilidade. Esta clínica motivou e incentivou estudos
e pesquisas sobre essa tão “estranha” criança. Contudo, se por um lado retira essa
criança da obscuridade, por outro, a encerra no estatuto da desrazão e como tal sujeita a
um conjunto de práticas de controle e dominação (KANNER, 1951).
As maiorias destas crianças encaminhadas à Kanner, possuíam o diagnóstico de
debilidade mental ou com um possível comprometimento auditivo. Considerando as
particularidades destas crianças, ele destacou como fator comum a todas elas a
incapacidade de se relacionarem de forma habitual com as pessoas e situações desde o
início da vida.
“Seus pais as descreviam como: auto-suficientes, envolvidas numa
concha, e reagiam como se as pessoas não existissem, parecendo ignorá-las.
As histórias dos casos indicam invariavelmente a presença, desde o início, de
uma solidão autística extrema”. (KANNER, 1951: 768/9).
Kanner tomou este ponto, como fundamental para realizar uma distinção clássica
entre o autismo e a esquizofrenia infantil. O que se observava na esquizofrenia infantil
era o fato de que essas crianças conseguiam estabelecer relações e vínculos normais até
uma determinada idade quando, então, se desencadeava algo da ordem da psicose e esse
vínculo era interrompido. O que já não ocorria com as crianças autistas cujo vínculo,
desde o início, não se estabelecia.
Segundo a descrição de Kanner, (1951), na criança autista poderá ser observado,
tanto uma ausência de movimentos antecipatórios quanto de movimentos de
ajustamento à pessoa que a sustenta. São freqüentes os movimentos ritualizados,
utilizando de maneira estereotipada os objetos, manipulando-os de forma repetitiva. O
interesse por movimentos circulares é grande. Está presente também, uma extrema
preocupação pelo que é idêntico ou pelo que é imutável qualquer mudança no cotidiano
dessas crianças é rebatida com uma grande violência.
Os distúrbios de linguagem também estão presentes, podendo ocorrer, em alguns
casos, mas sem valor de comunicação, e em outros, o desenvolvimento da linguagem
pode não ocorrer. Quando a linguagem é adquirida, seu conteúdo é muito pobre.
Destacam-se a ecolalia, dislalia, sintagmas, etc., que são distúrbios de linguagem
característicos da criança autista Kanner (1951), com precisão particularizou as
características da linguagem destas crianças, descrevendo que as palavras “eu” e ”sim”,
na grande maioria dos casos, estão ausentes.
278
Com freqüência ocorre à inversão pronominal onde as palavras “você” ou ”tu”
são utilizadas no lugar do ”eu”. A inflexibilidade da linguagem, também está presente,
onde a criança constrói um sentido rígido, sem possibilidade de deslizamento para que
ocorra construção de sentido. A relação com as pessoas é bastante particularizada por
essas crianças, que se relaciona como se as pessoas não existissem ou são tratadas como
objetos de um mobiliário ou mesmo utilizadas como um instrumento necessário para
que a criança alcance um determinado objetivo.
Kanner (1951) ao final de sua descrição toma partido em favor de uma etiologia
da ordem do biológico em detrimento de qualquer outra, definindo o autismo como uma
perturbação inata do contato afetivo, uma incapacidade, por parte da criança, para
constituir biologicamente esse contato.
Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), CID-10 (Classificação
Internacional de Doenças), de 1991, o autismo é caracterizado pelo funcionamento
anormal em três áreas: de interação social, comunicação e comportamento restrito e
repetitivo.
“De cento e cinqüenta a duzentas publicações internacionais anuais
testemunham igualmente esse interesse, e as discussões em torno da
classificação da síndrome autística deram lugar a debates apaixonados,
opondo as diferentes teorias. Embora as classificações psiquiátricas
internacionais (CID 10), americana (DSM lll-R) e francesa (CFTMEA)
partam todas da descrição sintomática de Kanner, elas não concluem de
modo idêntico. A classificação francesa mantém o autismo dentro de uma
perspectiva psiquiátrica da psicose infantil, enquanto a internacional e a
americana falam de distúrbios invasivos do desenvolvimento. Essas
diferentes definições contribuem, elas também, para alimentar as discussões
entre os profissionais de determinadas correntes educativas e da psicanálise.”
(Amy, 2001: 27).
Estudos recentes demonstram que é possível diagnosticar se uma criança de três
meses sofre de autismo, um tipo de perturbação que faz com que ela não interaja com o
mundo exterior. O diagnóstico é feito por intermédio de testes de comportamento e
questionários respondidos pelos pais. Quanto antes iniciado o tratamento, melhor é o
prognóstico. Algumas crianças respondem melhor, outras nem tanto, mas sempre haverá
algum ganho com a intervenção precoce (AMY,2001).
Dos sinais que permitem identificar o distúrbio em crianças muito pequenas, o
mais claro é a esquiva: elas evitam olhar nos olhos dos pais e não dão nem gostam de
receber carinho, o que os especialistas chamam de obstrução na circulação do afeto. No
entanto, a maioria dos pais só costuma notar que há algo errado por volta de um ano e
meio. Pois, é nessa idade que os pais começam a notar uma defasagem no nível da
linguagem da criança ou fica claro que ela evita brincar com outras crianças (AMY,
2001).
2.1 Teoria do desenvolvimento ecológico
Segundo Bronfenbrenner (1996) o desenvolvimento humano é resultado de uma
interação entre o organismo humano em crescimento e seu meio ambiente. O autor se
ressalta que o comportamento evolui em função da reação comportamental entre o
individuo e o meio ambiente pelo qual ele se relaciona e se desenvolvem.
279
Para Bronfenbrenner(1996) existe um fenômeno entre cada cultura ou subcultura
presentes em diferentes formas em cada tipo de ambiente, ou seja como dentro de cada
subcultura ou sociedade existisse uma maneira de organizar os ambientes. O ambiente
ecológico é formado resultante de uma série de estruturas encaixadas contendo um nível
interno e direto com a pessoa em desenvolvimento e outros níveis que se relacionam
influenciando a vida do próximo sem que esteja no ambiente.
Segundo Bronfenbrenner (1996), sempre que um individuo presta atenção ao
modo de outro interagir-se com o ambiente ou participa é considerado de que o
indivíduo também tenha feito uma relação chamada Díade.
A Díade tem uma importância em relação ao desenvolvimento em dois aspectos,
primeiramente ela constitui uma forma critica para se desenvolver e o outro aspecto é de
servir como bloco construtor básico de um microssistema que irá possibilitar a
formação de relações interpessoais maiores. (BRONFENBRENNER,1996)
O autor indica que a díade adota três formas funcionais que são ás díades de
observação, atividade conjunta e primária.
Em relação a cada díade Bronfenbrenner(1996) destaca em cada uma fatores
determinantes no desenvolvimento:
Díade Observacional: é ocorrida quando um individuo está observando
cuidadosamente alguma atividade realizada por outro que por sua vez reconhece o
interesse sendo demonstrado na atividade.
Díade de atividade conjunta: acontece quando dois participantes se percebem
fazendo alguma atividade juntos, mas não significa que estão fazendo a mesma coisa.
Díade primaria: é a díade que continua a fenomenologicamente para ambos os
participantes mesmo quando eles não estão juntos.
Segundo Bronfenbrenner(1996) em um processo onde já se envolva dois irmãos
ou indivíduos e uma professora esta díade acaba se transformando em uma tríade ou
mais dependendo do numero de pessoas que irão participar ou observar.
Bronfenbrenner (1996) diz que existem quatro divisões em que podem ocorrer
no ambiente em que os denomina como , microssistema, mesossistema, exossistema e
macrossistema .
É destacado pelo autor a tendência da Díade é de observação pois sua evolução
poderá se entender para uma díade de participação conjunta em que ás duas partes se
envolvem em uma atividade.(Coelho,2007)
Segundo Bronfenbrenner (1996) se alguém de uma díade sofre uma mudança no
seu desenvolvimento provavelmente o outro também ira mudar.
Para Coelho(2007) os papéis sociais são definidos como atividades,
comportamentos e relações que são esperados de um individuo que assume determinado
papel em uma dada situação no contexto social assim os comportamentos de outros
indivíduos são com relação a esta pessoa.
O desenvolvimento de um individuo é resultante de eventos que acontecem nas
interconexões dos ambientes e a toda vez em que um individuo se relaciona com outros
e presta atenção nas atividades ou ás realiza existe uma relação
estabelecida.(BRONFENBRENNER, 1996)
Segundo a análise dos Ambientes, se trata de temas da inserção de ambientes naturais como ambientes de pesquisa, e a visão ecológica de desenvolvimento possível dentro de instituições (creches, escolas, etc); e assim dentro dos Microssistemas, trazendo discussões aprofundadas sobre outros três sistemas ecológicos: mesossistema, exossistema e macrossistema, sempre apontando para a dinâmica de interação entre estes temas.
(BRONFENBRENNER, 1996)
Segundo Bronfrenbrenner(1996) as definições desses sistemas são:
280
Microssistemas: É um padrão de papéis e relações integradas vivenciados pela
pessoa em desenvolvimento caracterizada por ambientes imediatos, (casa, sala de aula).
Messosistemas: é um sistema de microssistema sempre que um individuo em
desenvolvimento amplia ou entra em um novo ambiente ele é formado ou seja ele
verifica as ligações entre os microssistemas.
Exossistema: refere-se a um ou mais ambientes que não envolvem o individuo
em desenvolvimento como participante ativo.
Macrossistema: o autor define como o que refere a consistências na forma e
conteúdo de outros sistemas porem mais inferiores.
Em seu estudo Coelho (2007) investiga a inter-relações de diferentes aspectos do
desenvolvimento da habilidade de arremesso por cima do ombro e neste processo de
pesquisa ele aborda a teoria do desenvolvimento ecológico como base de sua tese
avaliando que o ambiente é um fator relevante no desenvolvimento.
Segundo Coelho (2007) a teoria do desenvolvimento é um processo pelo qual a
pessoa e o ambiente interagem produzindo uma constância e também mudanças em suas
características do ser humano por toda sua vida.
Ao se tratar sobre desenvolvimento não se pode apenas observar os resultados de
testes, prontuários e escalas que acabam desconsiderando a variáveis que surgem na
hora de se avaliar (COELHO, 2007)
Para Coelho (2007) dentro de um contexto de avaliação deve se levar em conta
que os movimentos que uma criança realizou e o grau de importância este movimento
representa para ela, o momento que teste aconteceu foi histórico situado, dependendo
também da relação interpessoal do examinado com o examinador, a criança e outras
pessoas que se relacionam com a ela no momento do teste ou em outros ambientes.
Para Coelho (2007) ao se estudar o desenvolvimento é necessário perceber que
não se está pesquisando apenas seres biológicos, mas indivíduos concretos, flexíveis,
sociais, históricos e culturais vivendo em um espaço de tempo e em sociedade, são
indivíduos que estão constantemente em aprendizado.
Após estes estudos no próximo capitulo serão mostrados os resultados obtidos
através da pesquisa sobre o desenvolvimento ecológico do autista nas aulas de educação
física
3.METODOLOGIA
A forma em que a pesquisa se desenvolverá, com base em seus objetivos, foi
determinado o exploratório. De acordo com Gil (2002) “na maioria dos casos, essas
pesquisas envolvem: (a) levantamento bibliográfico; (b) entrevistas com pessoas que
tiveram experiências práticas com o problema pesquisado; e (c) análise de exemplos que
"estimulem a compreensão".
Segundo a caracterização e a forma que as informações são coletadas, objetiva-
se um estudo de caso. De acordo com Gil (2002) “consiste no estudo profundo e
exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado
conhecimento”.
Segundo escreveu Gil (2002) “os propósitos do estudo de caso não são os de
proporcionar o conhecimento preciso das características de uma população, mas sim o
de proporcionar uma visão global do problema ou de identificar possíveis fatores que o
influenciam ou são por ele influenciados”.
281
Seguindo a linha de estudo o tipo de abordagem, direcionou-se pelo método
qualitativo. Segunda a definição do artigo (RAE, 2012) “a pesquisa qualitativa tem o
ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como instrumento
fundamental”.
A pesquisa tambem apresenta abordagem do tipo quantitativa, conforme
Prodanov e Freitas (2013) “No desenvolvimento da pesquisa de natureza quantitativa,
devemos formular hipóteses e classificar a relação entre as variáveis para garantir a
precisão dos resultados, evitando contradições no processo de análise e interpretação”.
Com base em informações em livros e artigos, os métodos de pesquisa utilizados
neste trabalho de conclusão de curso segue uma linha lógica de apresentação, sendo que
as informações obtidas em estudo caracteriza-se exclusivamente a escola Tempo de
Viver (local do objeto de estudo).
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Segundo Tomé (2007) as atividades de educação física contribuem para
melhorar a qualidade de vida das pessoas com autismo. O autor sugere que sejam
desenvolvidas atividades com música, de relaxamento, circuitos, Cooper (pequenas
corridas), natação, de modo que os alunos consigam realizá-las com prazer,
estabelecendo uma relação positiva com o educador.
A adequação das atividades à idade dos alunos é um fator essencial para que os
objetivos propostos sejam alcançados.
No CMEA “Tempo de Viver” são atendidos 20 alunos de 12 a 35 anos, autistas,
que frequentam a escola das 8h às 14h.
Os alunos participam de ginástica laboral uma vez por semana, fazem
caminhadas no bairro da escola, participam de atividades de natação e recreação
aquática (uma vez por semana), bem como se envolvem em jogos cooperativos e em
modalidades esportivas (vôlei, basquete, queimada, etc).
Em reunião com os pais foi realizada uma entrevista que possibilitasse o
conhecimento sobre a realização de atividades físicas fora da unidade escolar. A
entrevista foi realizada em uma sala de aula, onde os pais responderam se os filhos
participavam de algum esporte ou atividade física, em período contrário ao período
escolar. Apenas um dos alunos pratica natação e hipismo uma vez por semana.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A presente pesquisa permitiu a análise dos relacionamentos interpessoais
estabelecidos pelo autista durante as aulas de educação física, visto que o autista possui
dificuldade em se relacionar com outras pessoas. Foi possível verificar através da
pesquisa de campo que o trabalho desenvolvido na escola contribui para a melhoria da
qualidade de vida destes indivíduos e que para 95% dos alunos é o único local onde
conseguem realizar atividades físicas livres e dirigidas.
Constatou-se também a influência do ambiente e a capacidade do profissional de
educação física em lidar com o autismo, bem como sua forma de trabalhar podem
estimular o processo de socialização e diminuir o sedentarismo entre essas pessoas.
282
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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e a relação terapêutica. Rio de janeiro : Jorge Zahar. 2001.
BLEULER, Eugen. Dementia Praecox ou Grupo das Esquizofrenias. Lisboa.
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desenvolvimento da habilidade de arremesso por cima do ombro. Piracicaba, 2007.
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KANNER, L. The conception of woles and parts in early infantile autism,
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PRODANOV, C. C.; FREITAS, E. C. Metodologia do trabalho científico:
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corporal dos autistas. Movimento & Percepção, Espírito Santo do Pinhal,SP,v.8,n. 11,
jul/dez 2007 – ISSN 1679-8678.
283
FALTA DE MATERIAL E INFRAESTRUTURA NA
EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR, A RECREAÇÃO COMO
ALTERNATIVA
Rodrigo Cruz de Sousa
(1)
Marcus Gomides (2)
RESUMO
Este estudo busca demonstrar através de pesquisa bibliográfica um problema bastante
comum que acontece nas aulas de Educação Física Escolar, a falta de material e
infraestrutura, fato que influencia de maneira negativa, desvalorizando cada vez mais a
Educação Física no ambiente escolar, posteriormente este estudo procura sugerir
maneiras práticas para solucionar esses problemas que ocorrem no cotidiano das aulas
desta disciplina, focando na Recreação, como uma das soluções, e na habilidade dos
profissionais que atuam nesta área.
Palavras-chave: Educação Física Escolar, Infraestrutura, Material, Recreação.
ABSTRACT This study's aim is to demonstrate through bibliographic research a very common
problem that occurs in the physical education classes at schools, lack of material
and infrastructure, and how this fact influences negatively, thusincreasingly devaluing
the physical education in the school environment, subsequently, this study seek to
suggest practical ways to solve these problems that occur in the daily classes of this
discipline, focusing on the recreation as one of the solutions, and on the skill of
professionals working in this area.
Keywords: Physical Education School, Infrastructure, Material, Recreation.
1 Introdução
Muitos são os problemas da educação em nosso pais, neste estudo
demonstraremos um problema bastante comum da Educação Física Escolar, a falta
de Materiais e Infraestrutura para realização das aulas, fato que acarreta diversos
problemas no desenvolvimento dos alunos, e profissionais envolvidos neste processo
educacional, que infelizmente por muitas vezes acabam se deixando levar e
aceitando as condições ruins de trabalho, não exercendo sua função da melhor
maneira, utilizaremos a recreação, uma ferramenta da Educação Física como uma das
alternativas. “Existe um rico e vasto mundo de cultura infantil repleto de movimento,
(1) Graduando em Educação Física (Licenciatura) - Faculdades Network - Av. Ampelio Gazzetta,
2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil ([email protected]).
(2) Professor Especialista em Educação Física, Professor do curso de Educação Física - Faculdades
Network. Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil
284
de jogos, de fantasia, quase sempre ignorado pelas instituições de ensino”. (FREIRE,
2009, p. 10). Nós como profissionais que escolhemos esta profissão temos que
assumir a responsabilidade e procurar caminhos para fortalecer a educação e
principalmente dar nossa parcela no desenvolvimento dos alunos, para que se tornem
cidadãos críticos.
2 Revisão Bibliográfica
Um fator que influencia de maneira negativa no processo de ensino
aprendizagem da Educação Física escolar, é a falta de materiais e infraestrutura, este
problema ocorre por diversos motivos, refletindo diretamente nesta questão.
Infraestrutura e materiais, são muito importantes para o andamento do processo,
aumentando as possibilidades para realização de um trabalho de qualidade,
motivador com grande expectativa de resultados positivos no futuro, em pesquisa
realizada concluiu-se que: Os recursos materiais de ensino aplicados nas escolas são
instrumentos importantes dentro da prática pedagógica construída e
executada pelo professor. Todavia, podemos identificar que, muitas escolas
possuem recursos materiais precários e utilizados de forma “adaptável” pelo
corpo docente. (CANESTRARO; ZULAI; KOGUT, 2008, p.12334).
Atualmente a Educação Física é utilizada de diversas formas, recurso para
fins estéticos, transformação de eventos esportivos em espetáculos, e outros,
influenciando de maneira subconsciente a sociedade, consequentemente desviando o
foco de uma das maiores responsabilidades da Educação Física, educar através de
seus conceitos. No ambiente educacional é classificada por alunos, e por muitos
profissionais como complemento de outras disciplinas, dificultando a queda de
algumas barreiras ainda enfrentadas por essa área do conhecimento.
A Educação Física, por se tratar de um componente curricular, no
qual seu objeto seja o movimento corporal, ela necessita de um espaço que
contenha uma estrutura adequada para a realização das atividades práticas
pertinentes ao seu currículo, caso contrário, se a escola não possuir se quer
um espaço físico para estas práticas, provavelmente o ensino da disciplina
em destaque estaria comprometendo o desenvolvimento dos alunos, em suas
capacidades física, motora, social, afetiva e cognitiva. (SILVA; JUNIOR,
2015, p. 466).
Historicamente a Educação Física é desvalorizada, se torna preocupante se
pensarmos que existem leis que deveriam garantir o acesso a esta área do conhecimento,
infelizmente não é o que normalmente acontece.
Mesmo com leis que reconhecem e legitimam dentro do espaço
escolar, a Educação Física é “marginalizada”: muitas vezes o professor não
tem o mesmo reconhecimento em relação aos outros professores que
ministram outras disciplinas “mais importantes”, escolas não garantem a
qualidade dos espaços e quantidade dos recursos didáticos pedagógicos
indispensáveis às aulas de Educação Física. (MEDEIROS, 2009, p. 19).
“Não sou contra o professor ter que usar espaços e material alternativos,
compreendo-os como um excelente recurso pedagógico, porém, entendo que não
deve ser o único meio de se trabalhar a disciplina na escola” (MEDEIROS, 2009, p.
20).
285
Buscando soluções a fim de auxiliar os profissionais que se deparam com essa
situação, infelizmente não são poucos, em qualquer classe, mas principalmente em
escolas públicas, identifiquei na Recreação alguns pontos que confrontavam os
problemas causados pela falta de material e estrutura. Segundo Marcelino (2006),
algumas atividades não precisam necessariamente de materiais para serem realizadas,
consequentemente aumentando ainda mais a importância do profissional responsável
em coordenar a atividade, por ser a única referência.
A Recreação é uma ferramenta da Educação Física ainda pouco reconhecida e
conscientemente explorada, por diversos motivos, encontra-se muitas dificuldades
para defini-la, devido ao fato de ser avaliada de maneira geral pela comunidade
escolar como aula livre, fato bastante comum também para a Educação Física. Para
(AQUINO; GONÇALVES, 2010) é de extrema importância compreender conceitos
existentes no lazer e na recreação, normalmente os profissionais que atuam nesta área
não são capazes de fundamentar o próprio “objeto” de trabalho. “É preciso ter
consciência do valor e da importância do nosso trabalho para reivindicar as
condições necessárias”. (MARCELINO, 2006, p. 11).
A partir de atividades simples pode-se adaptar, recriar atividades, que possam
ser fundamentadas e ter papel importante no desenvolvimento integral dos alunos,
além do desenvolvimento do aluno no ambiente escolar, através dos jogos
tradicionais muito presente na Recreação, pode colaborar certamente na
aproximação, e bom relacionamento entre pais e alunos, reduzindo lacunas que se
estalam entre gerações e dificultam a convivência. ”Definimos, então, os jogos
tradicionais como atividades transmitidas de geração em geração, pelo discurso
informal, em bate-papo e rodas de conversa”. (AQUINO, GONÇALVES, 2010, p.
63). As atividades recreativas têm uma importância na formação de
todo ser humano, compreendendo seu desenvolvimento integral (motor,
social, cognitivo). Elas permitem que os praticantes desenvolvam a
socialização, a criatividade, o vocabulário etc. Por meio das atividades,
percebemos os traços da personalidade, o comportamento individual/grupal
e o desenvolvimento motor de quem prática. (AQUINO, GONÇALVES,
2010, p. 29).
A introdução da Recreação requer um profissional com disposição para
enfrentar situações imprevisíveis, por se tratar de públicos com diferenças, de faixa
etária, cultural, consequentemente diversas formas de entendimento.
Nós como professores de Educação Física, não podemos deixar de
fazer uso de toda a cultura de nosso povo, explorando brincadeiras
tradicionais, para auxiliar no desenvolvimento integral das crianças em
período pré-escolar e escolar. (BARBOSA, LACERDA, 2014, p. 17).
Dentro da recreação os alunos aprendem a respeitar limites, através do jogo.
O jogo é uma maneira de manipulação da realidade, sendo
voluntária, pode ser suspendida a qualquer instante, absorvendo
inteiramente os jogadores. O jogo acontece em um determinado campo
delimitado e imaginário, sendo organizado a partir de regras e tendo um
ritmo próprio, gerando tensão, e levando-o a imprevisibilidade.
Promovendo a liberdade de ações e de expressões, transformando-se assim,
em um legado cultural, que é passado de geração em geração (BARROS,
2010, p. 13).
286
Colaborando posteriormente para a convivência em sociedade.
O brincar e o jogar são momentos sagrados na vida de qualquer
indivíduo. É com a prática dos jogos e das brincadeiras que as crianças
ampliam seus conhecimentos sobre si, sobre os outros e sobre o mundo que
está ao seu redor, desenvolvem as múltiplas linguagens, exploram e
manipulam objetos, organizam seus pensamentos, descobrem e agem com
regras, assumem papel de líderes e se socializam com outras crianças,
preparando-se para um mundo socializado. (AQUINO, GONÇALVES,
2010, p. 53).
Na recreação fundamentada dentro da Educação Física, há a possibilidade de
explorar, e aperfeiçoar o aprendizado com maior liberdade ao aluno, podendo utilizar
ambientes diferenciados, consequentemente havendo maior liberdade para a troca de
experiências, possibilitando vivencias mais próximas com a realidade dos alunos,
colaborando sem dúvida na compreensão dos “desafios” que enfrentam nesta fase da
vida.
Educar para a democracia, como apregoam os nossos planos
educacionais, é coisa de discurso e de papel. O papel que a escola tem nessa
Educação para a democracia passa pelo respeito a criança. Se, nas suas
atividades, os alunos não puderem discutir suas normas de conduta no
período de vida em que isso é mais favorável, não se pode afirmar que se
educa para a democracia. (FREIRE, 2009, p. 150).
O profissional da Recreação deve estar sempre atento para a faixa etária do
público.
Toda atividade pode ser aplicada nas diversas faixas etárias,
sofrendo adaptações em sua aplicação, sua organização e suas estratégias
ministradas. É muito importante entendermos as características das faixas
etárias das pessoas envolvidas nas atividades, pois elas têm ligação direta na
escolha dos jogos e na atuação do recreador. (AQUINO, GONÇALVES,
2010, p. 30).
Um fator muito importante para a aplicação da Recreação é entender as fases
do desenvolvimento cognitivo, motor e socioafetivo dos alunos.
Características do desenvolvimento cognitivo, motor e socioafetivo, de
crianças de 3 a 6 anos.
Cognitivo
Posturas e atitudes egocêntricas, concentrando as atenções em si;
pouca capacidade de conservar a atenção e a concentração por muito tempo,
exigindo troca constante e rápida de ações e/ou atividades; são cercadas
pelo mundo da fantasia, da imaginação e do faz de conta, como princesas e
super-heróis; a criança mais próxima dos 6 anos apresenta assimilação das
atividades a partir das operações concretas; transição do jogo simbólico para
jogo com regras; tendências a apresentar emoções extremas, como o choro;
interesse em números e letras; compreensão das regras, mas quase sem
segui-las; geralmente, sentem medo de escuro e de personagens.
(AQUINO, GONÇALVES, 2010, p. 30).
Motor Boa coordenação motora para as habilidades básicas, como o andar
e o correr, demonstrando prazer e motivação pela prática; desenvolvimento
287
e melhora da coordenação visomotora para atividades que estimulam abrir,
fechar, empilhar, recortar e encaixar; apreciação das atividades que
envolvem equilíbrio, como subir em árvores e saltar numa perna só;
desenvolvimento da coordenação motora fina. (AQUINO, GONÇALVES,
2010, p. 31).
Socioafetivo Início da formação de vínculos afetivos com as pessoas mais
velhas; participação em jogos compostos com pequenos grupos de
indivíduos; organização em grupos cada vez maiores no decorrer do tempo;
linguagem verbal para expressão de sentimentos às pessoas mais próximas;
gosto por aventura e por se sentir independente; a criança solitária tem
“amigos imaginários”; gosto por ser elogiada; forte apego e laço familiar.
(AQUINO, GONÇALVES, 2010, p. 31).
Características do desenvolvimento cognitivo, motor e socioafetivo, de
crianças de 7 a 12 anos.
Cognitivo Transição do egocentrismo para a socialização; reflexão sobre o
objeto concreto e execução de ações práticas; seguem as regras
estabelecidas no jogo; participação na construção dos jogos; como a
definição de funções, regras elaboradas etc.; possibilidade de participar de
grandes jogos, com regras cada vez mais complexas e variadas;
compreensão e armazenamento das experiências já vivenciadas,
relacionando-os com as novas; necessidade de motivação no
desenvolvimento de seu intelecto, com ações que proporcionem ações e
descobertas. (AQUINO, GONÇALVES, 2010, p. 31).
Motor Início da combinação das habilidades motoras básicas; boa
coordenação motora global e precisão nas habilidades de locomoção,
estabilização e manipulação, sendo uma etapa totalmente viável para o
incentivo às atividades esportivas e àquelas que demandam esforço físico;
gosto por atividades que desafiem as habilidades motoras, como subir em
árvores, corridas e saltos; evidente tendência para aperfeiçoar as aptidões
físicas; diferente desenvolvimento muscular e de habilidades motoras entre
os gêneros. . (AQUINO, GONÇALVES, 2010, p. 31).
Socioafetivo Influência direta dos modismos praticados pelos adultos e pela
mídia, por exemplo; necessidade de competir e de apresentar suas
habilidades no grupo de convívio; disposição à formação de grupos de
mesmos interesses; o grupo começa a ter importância, o que reflete
diretamente na idealização das atividades, como na escolha da prática dos
esportes coletivos; gosto por brincar com crianças menores; as meninas
estão preocupadas com a imagem social (roupas e maquilagem) e os
meninos ainda são infantis; necessidade de motivação para convívio social.
(AQUINO, GONÇALVES, 2010, p. 32).
Características do desenvolvimento cognitivo, motor e socioafetivo, em
adolescentes maiores de 13 anos.
Cognitivo
“Reflexão entre meninos e meninas sobre as atividades que tenham contato
com o corpo; necessidade de autoafirmação; conflitos de personalidade; desprezo
pelas atividades físicas. (AQUINO, GONÇALVES, 2010, p. 33).
288
Motor Tendência ao aperfeiçoamento das habilidades motoras,
enfatizando as atividades esportivas; os meninos necessitam de atividades
com maior intensidade, exigindo força, resistência e velocidade; as meninas
se interessam, geralmente, por atividades de menor esforço físico; as
atividades devem promover a ação dos grandes grupos musculares; grande
diferença de habilidade entre os sexos. (AQUINO, GONÇALVES, 2010, p.
33).
Socioafetivo Grande interesse por assuntos culturais e artísticos; apreciação de
atividade ao ar livre e junto à natureza, promovendo a aproximação do
grupo social ao ambiente natural; a estética assume papel de aceitação num
grupo social; plena identificação com o sexo oposto. (AQUINO,
GONÇALVES, 2010, p. 33).
Compreender o aluno, pode ser o ponto de partida para obter sucesso durante a
realização das atividades, principalmente em ambientes sem estrutura adequada, com
pouco ou nenhum material. “Para entender o avanço da criança no seu
desenvolvimento, o professor deve conhecer quais motivações, tendências e
incentivos que a colocam em ação”. (SOARES et. al, 2012, p. 65).
Gostaria de chamar a atenção para um fato comum, diante da situação da falta
de material e infraestrutura, o uso dessa deficiência para o não cumprimento do
trabalho por parte de alguns profissionais que preferem se lamentar e apontar os
erros, em vez de buscar soluções. “O que falta nas escolas, na maioria das vezes, não
é o material, é criatividade. Ou melhor, falta o material mais importante. Essa tal de
criatividade nunca é ensinada nas escolas de formação profissional”. (FREIRE, 2009,
p. 61).
Infelizmente muitos profissionais estão de certa forma contaminados com a
falta de estrutura, materiais, e apoio para a realização das atividades que acabam se
acomodando com a situação e desperdiçando o conhecimento e a criatividade que um
dia o fez escolher esta profissão.
As lamentações quanto a falta de material para se trabalhar em
Educação Física são eternamente as mesmas. Ora, se não tem saquinho de
milho, usa-se um saquinho de arroz, um lenço, uma pedra, qualquer coisa
que a nossa imaginação sugerir. O que não pode é deixar de se promover o
brinquedo. Talvez eu esteja exagerando um pouco, mas o fato é que a falta
de criatividade é um dos graves empecilhos para uma Educação Física de
melhor qualidade. (FREIRE, 2009, p. 60).
Não há receita pronta, o que existem são diversas linhas de pensamentos, que
devem ser estudadas, analisadas, pelos profissionais envolvidos, e o mais importante,
sempre buscar novos conhecimentos, e colocar em prática com toda disposição
possível, para colher bons frutos no futuro.
3 Objetivo
Neste estudo existem dois objetivos o primeiro é demonstrar um problema
bastante comum, que faz parte da realidade escolar, neste caso nas aulas de Educação
Física, a falta de materiais e infraestrutura, comprovando através de pesquisa
bibliográfica que este problema é muito comum, e causa graves consequências no
processo, desestimulando alunos, professores, direção, enfim todos envolvidos de
289
forma direta ou indireta neste processo de ensino-aprendizagem. O segundo objetivo
é sugerir alternativas a fim de encontrar soluções emergenciais para que este fator,
não prejudique o desenvolvimento da disciplina, focando principalmente como a
Recreação, pode ser utilizada e alcançar êxito, através de seus princípios, através de
algumas propostas de atividades, também demonstrando alguns princípios
importantes, como o desenvolvimento de cada faixa etária, como o aluno se
desenvolve em cada fase do período escolar, que se forem compreendidos pelos
profissionais envolvidos, será sem sombra de dúvidas um facilitador no
desenvolvimento das aulas.
4 Métodos
O método utilizado para fundamentar o trabalho, foi a pesquisa bibliográfica,
através de artigos, livros, websites, relacionados diretamente ao assunto.
5 Resultados e Discussões
Analisando a pesquisa realizada, vimos que este é um problema que pode gerar
muito questionamento, pois se trata de um problema cultural, consequentemente
financeiro e social, necessitando do empenho de todos envolvidos, para que possa
ocorrer alguma mudança positiva neste cenário. Segundo (DAMAZIO, SILVA,
2008), numa reflexão sobre a Educação Física na rede pública, encontramos fatores
que colocam limites, como a importância que a sociedade atribui a disciplina, o
empenho do professor, organização do ambiente escolar, e assim por diante. Para
quem atua na área este tema pode gerar diversas discussões por ser um problema
realmente sentido na pele, que pode gerar as mais variadas consequências, por isso
entendo que continuará sendo tema de outros trabalhos, portanto, ainda há muito o
que discutir sobre este problema.
6 Considerações Finais
Ao iniciar esta pesquisa, passei a analisar ainda mais afundo o quanto a falta de
materiais e infraestrutura, pode influenciar no processo e posteriormente no resultado
das aulas de Educação Física Escolar, com esse olhar mais aprofundado, fico ainda
mais preocupado com o futuro da educação, em especial da Educação Física, e o
descaso que estão sendo tratados, porque além de contaminar os profissionais
evolvidos, está também influenciando negativamente, formando uma opinião
destorcida da verdadeira função da Educação Física para a sociedade, os alunos
desde os primeiros anos letivos, não estão mais enxergando o verdadeiro sentido para
a disciplina, portanto se tornara cada vez mais difícil resgatar a credibilidade desta
importante área do conhecimento e desenvolvimento humano, a falta de material e
infraestrutura é apenas um reflexo do descaso que está sendo tratada a Educação
Física. A Educação Física escolar, “justificará sua existência quando apresentar a
cultura do movimento como um patrimônio cultural humano”. (CARNEIRO;
CAMARGO, 2012, p. 21).
A Recreação fundamentada pode ser uma ótima ferramenta, na luta para
reverter este quadro, hoje vivemos uma realidade, onde a infância está sendo furtada
pela falta de segurança, desenvolvimento urbano, etc.; Consequência disto para os
290
profissionais da Educação Física é que as crianças chegaram nas escolas cada vez
com menos vivências “práticas”, portanto o profissional deve sempre buscar
conhecimento, afim de compreender esta nova realidade.
Referência Bibliográfica
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Lúdico ao alcance de todos. ed. 1. São Paulo: Phorte, 2010.
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nas Aulas de Educação Física em Escolas Municipais de Belém. Revista Científica
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SOARES, C. L.; et al. Metodologia do Ensino de Educação Física. Coletivo
de Autores. ed. 2. São Paulo: Cortez, 2012.
291
A CAPOEIRA COMO UNIDADE, MÉTODO E CONCEITO
PARA EDUCAÇÃO FÍSICA
Sidney Roberto da Silva 15
Marcus Gomides 16
RESUMO
A Capoeira integra-se aos PCN’s da Educação Brasileira como um braço forte, pois ela
é mais que uma arte marcial uma luta, ela é um retrato histórico de nossas origens e está
fortemente atrelada a formação do nosso povo, representa parte de nossa origem como
povo brasileiro, e hoje é patrimônio de todos nós, “No Brasil, a pedagogia oficial ainda
não se deu conta inteiramente das possibilidades de aproveitamento educacional desse
jogo para a formação de jovens, preservar nossas raízes é manter sua força viva dentro
de nós garantindo essa história para as próximas gerações”(SODRÉ; MUNIZ, 2002,
pg.81). Para aqueles que abraçam o serviço educacional esta missão de ser mais do que
mero transmissor de conhecimento expande-se, porque cabe a nós promover novos
métodos, abrir a porta para novos caminhos “se a educação não pode tudo, alguma coisa
fundamental a educação pode” (FREIRE, 1996, pg 112), neste fundamento nossa
missão e responsabilidade como educadores torna-se ainda maior, integrar a Capoeira
dentro das práticas de ensino da Disciplina da Educação Física, faz com este educador
se torne um curador de sua própria história, e de sua origem.
Palavras Chaves: Educação. Cultura. Processo Histórico. Inovação.
ABSTRACTS
Capoeira integrates within the PCN's Brazilian education as a strong feature because
it’s more than a martial art, a kind of fight; it is a historical portrait of our origins. It is
strongly attached to our people’s formation, represents part of our origin as Brazilian
people and today is the heritage of all of us. "In Brazil, official education has not yet
fully realized all the possibilities of educational use of this game for youth training. To
preserve our roots is to maintain its living force within us ensuring this story for
generations to come "(SODRÉ; MUNIZ, 2002, pg. 81). For those who embraces the
educational servisse, this mission of being more than mere transmitter of knowledge
expands because it's up to us to promote new methods, opening the door to new ways.
"If education can't do everything, something fundamental education can do" (FREIRE,
1996, pg 112). On this basis our mission and responsibility as educators becomes even
bigger, integranting Capoeira within the teaching experiences of the Physical
Education Discipline makes this educator to become a guardian of his/her own history
and origin.
Keywords: Education. Culture. Historical Process. Innovation.
15 Graduando em Educação Física (Licenciatura), Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445,
13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]). 16
Professor Especialista em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades
Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail:
292
1 Introdução
A Educação Física é muito mais do que uma matéria pura e simples dentro dos
PCNS, trata-se de uma disciplina que abre a porta para educação se fazer mais presente
e se fazer mais ouvida e sentida, por isso o papel que o hoje o Professor de Educação
Física exerce é o papel de inovador, aquele que transmite o saber como técnica de
domínio do corpo e da mente, e a Capoeira representa bem esse papel, por sua força e
história. E acaba por resgatar as nossas raízes, a formação de nosso povo como um
misto de inúmeras culturas e ainda assim um ser diferente que tem seu lugar no mundo,
“concepção sistêmica vê o mundo em termos de relações e de integração” (CAPRA,
1982, p. 260).
O papel do professor é de motivador, muitas vezes ele se depara com realidades
diferentes da sua, quando se atua em regiões carentes, essa perspectiva é ainda maior,
pois as crianças, os jovens que são atendidos por ele são carentes de muitas coisas e a
escola se torna a porta da mudança de vida, o processo de um novo começo, e a
Capoeira representa bem esse momento, esse processo. “Devido à sua origem
subalterna, a capoeira foi tratada como prática marginal até ser incorporada pelo Estado
Novo como um símbolo de identidade nacional. Vargas, em 1954, apresenta a capoeira
como ‘o único esporte verdadeiramente nacional” (FILGUEIRAS, 2003).
A introdução da Capoeira dentro das práticas da Disciplina da Educação Física é
muita mais do apresentar uma nova metodologia é colaborar com o enriquecimento
cultural de nosso país e garantir que ele possa ser valorizado e respeitado por todos.
Espera se que ao final do ensino fundamental os alunos sejam
capazes de: conhecer, valorizar, respeitar e desfrutar da pluralidade de
manifestações de cultura corporal do Brasil e do mundo, percebendo as como
recurso valioso para a integração entre pessoas e entre diferentes grupos
sociais (BRASIL, 2001, p. 63).
A inclusão da Capoeira abrilhanta a educação, por seus movimentos rítmicos,
fortes e presentes, que por diversas vezes foi peça motora em nossos movimentos
históricos como a Abolição da Escravatura em nosso país, dessa forma desenvolver
atividades que possam usar esses movimentos, essa alegria, essa representação de
unidade e força, será atuante no combate às desigualdades sociais, nos conduzindo ao
papel do ser cidadão e o de criar uma cidadania justa, valorizada.
O estudo realizado tem como objetivo de verificar a qualidade e os benefícios da
prática dessa luta dentro da disciplina de Educação Física, observando a possibilidade
de se construir novos métodos para prática educacional como fonte de conhecimento e
cultura, além de trabalhar essas práticas como base de apoio dentro da Educação Física
e levar esses benefícios para outras disciplinas tornando o saber como um saber plural.
2 Revisão Bibliográfica
A Educação Física é uma ciência voltada para as práticas corporais, ela está
presente na área de conhecimentos humanos, e sua presença junto a sociedade remonta
aos primórdios da vida humana, o homem pré-histórico já era um grande exemplo do
293
uso dessas práticas, uma vez que a agilidade e a força eram de grande valia para caça e
para combater outros grupos, uma vez que o homem pré-histórico era um ser nômade e,
portanto, havia inúmeros grupos de diferentes famílias.
Mas a Educação Física tem sua solidificação na propagação da civilização grega,
não é à toa que lá nasceu os Jogos Olímpicos que são praticados até hoje. Os exercícios
físicos praticados pelos gregos tinham uma cadência natural e também era usado para os
treinamentos militares, o que dava ao uso dessas atividades um grau de levada
importância para a sociedade existente na Antiguidade Clássica. Mas na Grécia o
esporte, a atividades físicas eram caracterizadas de acordo a o regimento dado as
grandes cidades estados da época Atena e Esparta, que davam conceitos e estruturas
diferentes para as práticas esportivas.
A educação ateniense não tinha, porém, o caráter eminentemente
militar que caracterizou a vida espartana. Os atenienses, descendentes dos
jônios, povos amantes da cultura, não tinham o espírito guerreiro que os seus
irmãos espartanos herdaram de antepassados dórios (OLIVEIRA, 2004, p
24).
Isso se reflete muito sobre a criação dos Jogos Olímpicos, estes foram criados
em homenagem a Zeus Rei do Olimpo na Mitologia Grega, que com a vinda do
Cristianismo foram considerados como ritos pagãos. No entanto a grandeza desses
jogos, tendo como grande destaque o atletismo mostra-nos que o esporte é um laço
universal e não pode ser parado ou destruído.
É um laço que une povos e pessoas diferentes, onde todos podem estar juntos
sob um mesmo proposito, com isso a Magia dos Jogos Olímpicos mostrava essa força,
esse brilho que o esporte tem sob os povos.
A palavra Física vem do grego “phisis” que significa natureza, então podemos
dizer que Educação é uma ciência que estuda as leis e fenômenos naturais. Essa ciência,
que é voltada para o homem, estuda o uso do corpo, como propagador de força, detentor
de equilíbrio e controle. Cada uma das atividades desenvolvidas está dentro de uma
estrutura planejada e conceituada. Muitos historiadores também defendem que os
esportes fomentam o surgimento de novas práticas sociais, que deveriam formar um
novo cidadão diante da vivência de novos tempos.
Mas sabemos que esta ciência percorreu um longo percurso, para estar hoje do
modo como a conhecemos. A prática da Educação Física, como um modo de ensino, foi
inicialmente utilizada pelos militares, que utilizavam as atividades como instrumento
para condicionar o corpo e a mente, frente aos combates, que estes teriam que enfrentar.
Hoje a Educação Física está muito além de ser uma mera ciência. Ela é uma
disciplina que pode ser utilizada como meio de prática social, aplicadas como ação
transformadora.
A Educação Física tem uma vantagem educacional que poucas
disciplinas têm: O poder de adequação do conteúdo ao grupo social em que
será trabalhada. Esse fato permite uma liberdade de trabalho, bem como uma
liberdade de avaliação – do grupo e do indivíduo – por parte do professor,
que pode ser bastante benéfica ao processo geral educacional do aluno
(RONDANELLI, art., Brasil Escola).
294
Não é por acaso, que está disciplina gradativamente tem evoluído na Educação
Brasileira. Ela hoje é uma disciplina utilizada para promoção social e para o cuidado
dos alunos, com diferentes síndromes e doenças originadas na adolescência, como por
exemplo, a bulimia, discutindo e apresentando novos métodos e caminhos para uma
prática de vida saudável.
Sendo assim o uso das práticas de artes marciais e lutas dentro do contexto da
Educação Física Escolar aprofunda-se cada dia mais.
[...] é preciso enfim levar o aluno a descobrir os motivos para
praticar uma atividade Física, favorecer o desenvolvimento de atitudes
positivas para com a atividade física, Levar à aprendizagem de
comportamentos adequados na prática de uma atividade Física, levar ao
conhecimento, compreensão e análise de seu intelecto todas as Informações
relacionadas às conquistas materiais e espirituais da cultura física, Dirigir sua
vontade e sua emoção para a prática e a apreciação do corpo em movimento
(BETTI, 1992, p.286).
Não há dúvidas, que a Educação Física tem muito a englobar dentro do contexto
educacional e certamente também serve como base de apoio as demais disciplinas.
Desejamos que os alunos apreendam a ginástica em todas as suas
formas historicamente determinadas e culturalmente construídas; o fantástico
acervo de jogos que eles conhecem confrontados com os que não conhecem;
a dança enquanto uma linguagem social que permite a transmissão de
sentimentos e emoções da afetividade vivida nas esferas da religiosidade, do
trabalho, dos costumes etc.; o esporte como prática social que institucionaliza
temas lúdicos da cultura corporal universal, e que se projeta numa dimensão
complexa que envolve códigos, sentidos significados da sociedade que o cria
e o pratica. Assim, a Educação Física deixa de ser vazia de conteúdo
(SOARES; TAFFAREL; ESCOBAR, 1992, p. 219).
Isto mostra, que está disciplina é profunda e atua na formação dos alunos, para
formação do cidadão, para o fortalecimento do equilíbrio e do controle, tão necessários
em nossa vida diária.
Diante disso, englobar a Capoeira como conteúdo da Educação Física,
evidencia-se cada vez mais como uma medida acertada, para o desenvolvimento de
cidadãos equilibrados e preparados para o seu papel e conhecedores de sua própria
história, como portal de identidade.
[...] após o último pós-guerra, a questão da identidade cultural,
acrescida do adjetivo “nacional”, transformou-se em bandeira ideológica dos
Estados emergentes. Realmente, a problemática da identidade surge como
forma reativa a séculos de privação cultural, apropriação econômica e
opressão social (MACHADO, 2004).
Nossa cultura é enraizada por inúmeras injustiças e o reconhecimento da
Capoeira, como patrimônio cultural, é nada mais, nada menos, do que o resgate da
nossa identidade, como brasileiros, como detentores de nossa cultura.
Como expressão artística, a Capoeira faz jus à teoria, que o aprendizado, só se
torna profundo, quando enraizado no alicerce da felicidade. O ritmo, a dança, os seus
295
movimentos fortes e ás vezes, tão delicados tornam este ensinar uma forma de estar
feliz de levar aos alunos algo a mais do que às vezes eles encontram, as crianças de
região mais carentes, vêm de uma realidade dura e a Capoeira leva então a elas, a
leveza, a força, e a alegria para suas vidas. É dessa forma, que está pode transformar e
ser porta de uma vida melhor para elas esse processo todo torna o papel do educador, de
extrema importância.
É falso também tomar como inconciliáveis seriedades docente e
alegria, como se a alegria fosse inimiga da rigorosidade. Pelo contrário,
quanto mais metodicamente rigoroso me torno na minha busca e na minha
docência, tanto mais alegre me sinto e esperançoso também. A alegria não
chega apenas no encontro do achado mas faz parte do processo da busca. E
ensinar e aprender não podem dar-se fora da procura, fora da boniteza e da
alegria (FREIRE, 2004, p. 142).
Aqueles que praticam a Capoeira são unanimes em dizer, que está arte aquece os
seus corações e torna a alma mais forte, pois a beleza de seus movimentos é
transformadora na vida daqueles, que a exercem como uma atividade física. A Capoeira
sem dúvida vem crescendo como matéria desta disciplina e enriquece amplamente o
contexto educacional por se tratar também de uma luta que é referência cultural do
nosso país.
É difícil precisar a data, local e autoria da capoeira “(...) em terras
brasileiras, traços de ancestralidade africana passaram por processos de
adaptação. A movimentação corporal que o negro executava em rituais na
África não se perdeu porque foi para outro continente (PAIVA, 2007, p 49).
A Capoeira foi tida por muito tempo, como uma prática ilegal. Mas isso foi
corrigido, em 15 de julho de 2008. A Capoeira tornou-se Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional. Foi feito o reconhecendo da importância dessa luta, que também é
arte, um tesouro de inestimável valor a nossa cultura e que está presente em nossas
raízes históricas.
A capoeira, assim como o carnaval, o samba e o futebol, faz parte do
conjunto dos grandes ícones contemporâneos representativos da identidade
cultural brasileira. Cada um deles possui uma história própria de ascensão,
inclusão e/ou tensão em seu processo formativo como símbolo nacional. A
capoeira é oriunda da experiência sociocultural de africanos e seus
descendentes no Brasil. Conta em sua trajetória histórica a força da
resistência contra a escravidão e a síntese da expressão de diversas
identidades étnicas de origem africana. Se o carnaval, o futebol e o samba...
(OLIVEIRA; LEAL 2009, p 43).
Dessa forma, é notório que o estudo da Capoeira como um legado histórico é
para nós, a atribuição de um grande Patrimônio, assim como uma representação de
justiça contra os negros gerados pela escravidão em nosso país. Isto, mostra que a
Capoeira é uma arte de movimentos corporais, rítmicos e linguísticos, mostrando que
sua prática gera inúmeros benefícios tanto físicos como psicológicos.
Assim, vemos que seu estudo e prática podem sim, ser perfeitamente aplicada a
rotina escolar, “a capoeira incluída na parte da aplicação desportiva dos métodos de
296
ginástica, tais como o Método Natural Austríaco, o Método da Desportiva Generalizada
e o Método Padrão, ou mesmo como parte principal das aulas de Educação Física...” (CAMPOS, 2001, p 17).
O mestre Xaréu, em sua obra, nos mostra o quanto a Capoeira pode contribuir
nas aulas de Educação Física, como processo de desenvolvimento das funções da
coordenação motoras dos alunos, no treino do controle para disciplina, assim como, no
processo rítmico dos mesmos.
Desta forma, a aplicação dessa arte, também chamada de luta, traz a para sala de
aula, os benefícios, que se aplicados aos conceitos da Educação Física, como
desenvolvimento humano dentro das práticas e habilidades corporais, uma amplitude.
Estes benefícios, notoriamente, podem ser identificados também para o
desenvolvimento de outras disciplinas dispostas nos PCNS.
A história da Capoeira está fortemente ligada a própria história dos Negros no
Brasil, estes foram retirados de suas terras, de seus países a fim de virar mão-de-obra
escrava para os serviços dos países colonizadores da época, “... estudiosos afirmam que
por volta de 1550 é que os primeiros escravos africanos começaram a desembarcar,
oriundos de diferentes tribos, trazendo seus costumes, suas culturas” (PETTA,1996,
p.51).
Dessa forma sabemos que esses povos vieram para o Brasil e ao chegar
trouxeram sua bagagem dentro deles, onde mais tarde essa bagagem também se tornou
vinculo de nossa própria história.
Nos acervos de documentos históricos poucos sabem da Capoeira já que muitos
desses documentos foram destruídos por ordem do então Ministro da Fazenda na época
Ruy Barbosa “... com o argumento de apagar a história negra da escravidão, mandou
incinerar uma vasta documentação relativa a esse período” (MELLO, 1996, p. 29).
Na visão defendida por muitos estudiosos a Capoeira não passava de uma
invenção do Negro na África, onde a Capoeira nada mais era do que uma dança
ritualística, mas com a chegada dos negros ao Brasil por conta do processo da
Colonização Portuguesa, a Capoeira passou a ser apresentada como forma de defesa
pessoal contra os abusos gerados pelos senhores de Engenho.
Para outros pesquisadores, estudiosos da cultura afro-brasileira,
africana e historiadores, a capoeira surgiu no Brasil por um processo de
aculturação em prol da liberdade humana da raça negra escravizada pelos
dominantes da época do Brasil colonial. (SANTOS,1990, p. 19).
Desse modo a Capoeira é o símbolo de um movimento importante para a
valorização humana em seu grito de respeito a liberdade.
Os negros não tinham armas para se defender e descobriram nos movimentos
ritmados de seus próprios corpos o caminho da defesa contra a opressão sofrida, uma
arte criada dentro da própria natureza, observando os movimentos dos animais e assim
sendo sincronizada para luta de libertação, “Tendo como mestra a mãe natureza[...],
utilizando-se das estruturas das manifestações trazidas da África [...], os negros criam e
praticam uma luta de autodefesa para enfrentar o inimig ” (AREIAS, 1996, p. 15-16).
Nessa necessidade de liberdade nascem os quilombos, os negros fugindo de toda
opressão e massacre desumanos sofridos, corriam para as matas a fim de viver longe da
tortura.
297
[...] durante as invasões holandesas, em 1624, os escravos e índios
(as duas primeiras vítimas da colonização), aproveitando a confusão gerada,
fugiram para as matas, em busca de uma vida digna, pelo direito de suas
mulheres poderem manter seus filhos, poderem ser novamente seres humanos
(PRATA, 1987, p. 7).
A Capoeira era fortemente reprimida por isso seus praticantes para preservar
seus movimentos e poder praticar, efetuavam esse processo de modo clandestino uma
vez que aqueles que fossem pegos praticando os movimentos eram duramente castigos,
“essa prática se dava de maneira clandestina, pois, uma vez que ela era utilizada como
arma de luta, os senhores-de-engenho passaram a coibila veementemente, submetendo a
terríveis torturas todos aqueles que a praticassem” (MELLO, 1996, p. 32).
Assim manter a Capoeira viva era também um movimento de luta pela
manutenção da própria luta, por isso quando estavam na presença dos senhores de
Engenho eles a praticam como dança, como brincadeira assim podiam encobrir seu
verdadeiro propósito que era o aperfeiçoamento dos movimentos e desse modo o
berimbau que servia para dar ritmo acaba servindo também como alerta para chegada da
presença dos Senhores e assim deste modo eles transformavam a cadência rítmica como
forma de dança.
Quando estudamos a História da Capoeira, vemos que esta luta, esta arte, sofreu
muitos reverses e nem todos foram bons. Durante muito tempo, a Capoeira esteve
inserida no Código Penal, como uma infração, ou seja, um crime. Isso, foi motivo de
muita insatisfação para os seus praticantes, que sabiam que a Capoeira não era uma arte
de problemas, mas que o problema, estava no caráter de quem a praticava, de forma
indevida, uma vez, que a capoeira se torna um conteúdo:
[...] complexo temático essencialmente interdisciplinar, em
ocorrência de seu processo histórico [...] em que se entrecruzam pressupostos
de várias áreas de conhecimentos, como História, Antropologia, Sociologia,
Psicologia, Filosofia e Educação Física (FALCÃO, 2009, p. 163).
Sendo assim, a sua difusão como metodologia para prática em sala de aula ainda
está em procedimentos, pode-se dizer que dando passos de bebê, dessa forma cabe a nós
como educadores e praticantes da arte mostrar o seu potencial e tirar o mito e suposição
que Capoeira é luta de rua. A Capoeira, é um Patrimônio Cultural e Histórico Brasileiro,
e deve ser tratada como tal. Além disso, as metodologias desenvolvidas por grandes
Mestres como “Mestre Bimba” mostram que sua aplicação no ensino será de extrema
importância para nossos jovens, o educando em jornada, junto ao ser individuo social.
A metodologia se compõe num profundo estudo de suas raízes, no seu grito de
liberdade, que não queria e não podia ser calado. Hoje, como educadores, vemos
crianças de condições mais humildes e necessitadas de amparo, de apoio de tudo,
buscarem na Capoeira, como base de estrutura de vida. Por isso, apresentar este estudo
representa dar voz a todos aqueles, que lutaram por este momento. E também, dar
oportunidade de todos aqueles dentro da educação, que tem a responsabilidade de
transmitir o conhecimento, o caminho para conhecer novos métodos, desenvolver novas
estratégias e traçar novos rumos, sendo a voz daqueles, que precisam falar e ser
ouvidos.
298
3 Método
O método apresentado para o artigo foi realizado através de pesquisas no
contexto histórico, educacional e cultural envolvendo a Disciplina da Educação Física
assim como a própria Capoeira, além da vivência diária como um praticante desta arte
permitiu conseguir avaliar junto aos meus colegas de roda e mestre da Capoeira o
quanto esta arte pode renovar e influenciar como metodologia de ensino.
Foi feita uma pesquisa qualitativa concretizada através de uma revisão de
literatura.
4 Resultados e Discussões
A Educação Física é vista hoje como um agente propagador de saúde, trazendo
benefícios para uma vida saudável, e encontra-se incisivamente presente junto às
atividades esportivas.
A Capoeira mais do que uma luta é um patrimônio cultural do Brasil, e são
inúmeros os seus recursos como métodos de ensino, que se entrepõem ao seu lado
cultural como expressão de arte e estrutura rítmica. A escola como base educacional
trabalha com conceitos de desenvolvimento, sociocultural, intelectual, físico, o que
acaba servindo como conceito de formação de cidadãos, constituindo valores e deveres
ao educando, que quando bem aplicados serão levados por estes por toda vida.
Englobar a Capoeira como conteúdo da Educação Física evidencia-se cada vez
mais como uma medida acertada para o desenvolvimento de cidadãos equilibrados,
preparados para o seu papel e conhecedores de sua própria história, como portal de
identidade.
A importância pedagógica da Capoeira no ambiente escolar vai além de seu
ponto cultural, ela abraça questões políticas, questões de preconceito racial dentre tantos
outros presentes em nossa sociedade.
Por isso, quando foi integrada ao plano escolar assumiu para si a
responsabilidade de quebrar paradigmas, de mostrar que sua apresentação e prática
dentro da sala de aula vêm para enriquecer a vivência acadêmica, pois gera a integração
de todos, rumo a um mesmo propósito.
Isso mostra que nenhuma disciplina por si só tem a responsabilidade sozinha
para uma prática de ensino, de renovação disciplinar não se compõe a uma ou outra
disciplina, mas sim está ligada a todas em conjunto, pois estas se completam para
formar um todo.
Sabemos que o racismo por mais que seja negado é uma realidade dentro de
nosso país e o combate a ele pode e deve começar dentro das escolas, pois não somos
negros, brancos, orientais, europeus por si só, somos antes de qualquer coisa brasileiros
e isto nos torna iguais como cidadãos e detentores de direitos, “não nascemos racistas,
mas nos tornamos racistas devido a um histórico processo de negação da identidade e de
“coisificação” dos povos africanos” (BRASIL, 2004), portanto reconhecer a valorização
dessa cultura representa reconhecer os valores de nossa identidade dentro desse
processo histórico.
A Capoeira é uma atividade que engloba inúmeras outras, a arte, a música, a
dança, sendo um misto de tudo sua pluralidade enriquece os setores físicos e cognitivos.
299
Sendo assim, este aluno desenvolve-se amplamente e os valores e práticas
adquiridos seguem para vida adulta, como geradores de cidadania e contexto social.
Dessa forma fica clara a importância da Capoeira nas práticas Escolares da Disciplina
da Educação Física, como formador de valores.
A Capoeira é sem sombra de dúvida um exímio recurso para metodologia de
ensino na disciplina da Educação Física, mas introduzir essa metodologia enfrenta
dificuldades, muitas vezes por rejeição da administração escolar, outros pela ausência
de profissionais qualificados para ministrar as aulas. Uma vez que se o professor de
Educação Física não é um praticante, não conhece nada da Capoeira fica difícil ao
educador físico implantar os conceitos, pois embora possa embasar e ministrar os
teóricos o prático já não há como efetuar por necessitar de alguém treinado para isso,
“... a Educação Física como área de conhecimento da Cultura Corporal do Movimento e
a Educação Física Escolar é um componente curricular e que a capoeira faz parte da
pluralidade cultural do nosso país” (BRASIL, 1998).
Outra questão refere-se aos horários muitas vezes a atividade não recebe
autorização para ser ministrada durante o horário letivo, o que impacta na presença dos
alunos que muitas vezes não podem estar na escola fora desse horário letivo.
Todos esses fatores devem ser levados em consideração na hora de se efetuar o
planejamento dessas aulas, mas isso não pode se tornar um fator motivador de
obstáculos muito pelo contrário o educador antes de tudo foca-se para o seu principal
objetivo quando efetua a utilização da Capoeira como metodologia de ensino, o
fundamento de apresentar aos seus alunos este reflexo de pluralidade e conjunto ao
desenvolvimento intelectual e cognitivo de seus alunos.
[...] numa concepção consideramos a capoeira uma atividade física
completa, pois atua de maneira direta e indireta sobre os aspectos cognitivos
afetivos e motor. Sendo encarada como lúdica e instrucional articula
atividades de desenvolvimento viso motor com desenvolvimento artístico e
social levando a criança estabelecer relações a partir dela própria, fato que
torna a capoeira multidirecional [...] (SANTOS, 1985, pag. 119).
A Capoeira enriquece o universo dessas crianças, ela permite que estas tenham
todos os principais estímulos necessários ao corpo e mente sejam aplicados, de forma
que possam proporcionar maior qualidade de saúde física, assim como a mental,
incentivando a se manter o senso de equilíbrio e domínio sobre si mesmo, algo tão
importante hoje dentro das escolas, cujos números de violência tem crescido
assustadoramente, e precisam ser reduzidos, portanto integrar a Capoeira a metodologia
de ensino escolar é sem sombra de dúvida uma medida devida e acertada.
As dificuldades e a violência só desaparecerão quando o respeito, o
companheirismo, a ação de cidadania deixar de ser poesia nos livros e passarem a ser
material de prática de ensino nas salas de aula, pois os educadores são em conjunto com
os pais responsáveis pela formação dos futuros seres humanos, cidadãos.
A Capoeira sem dúvida vem crescendo como matéria desta disciplina e
enriquece amplamente o contexto educacional por se tratar também de uma luta que é
referência cultural do nosso país. Assim vemos que seu estudo e prática podem sim ser
perfeitamente aplicados à rotina escolar. A Capoeira compreende uma série de
habilidades físicas que auxiliam na destreza dos movimentos como flexibilidade, força,
agilidade, velocidade, equilíbrio e coordenação motora.
300
A Capoeira apresenta três estilos que se diferenciam nos movimentos e na
cadência musical de seus acompanhamentos, sendo elas Capoeira de Angola, Capoeira
Regional e Capoeira Contemporânea.
A Capoeira diferentemente das Artes Marciais Orientais tem como marco de
seus movimentos os toques do Berimbau, portanto cada movimento feito é excetuado na
mesma sincronia da nota dada pelo instrumento, o que torna a Capoeira uma arte tão
rica e tão bonita de se ver.
A arte é composta por uma série de movimentos golpes rápidos que exigem de
seu praticante extremo equilíbrio e domínio de força de seu corpo pois atingem uma
velocidade e precisão impressionantes.
Esses movimentos exigem do corpo uma coordenação motora precisa, pois
apresenta força muscular diretamente proporcional ao corpo e a coordenação entre os
movimentos dos membros inferiores e superiores, sob intenso trabalho aeróbico, que
impressionam a junção dos movimentos pela cadência ritmada das notas emitidas pelo
Berimbau alcançam estes resultados por englobar identidade entre as formas que as
ondas sonoras exprimem na mente e corpo do praticante.
Integrar está luta dentro da disciplina da Educação Física irá proporcionar maior
desenvolvimento dos alunos, lembrando que o objetivo não se trata de se criar
academias dentro das escolas, mas sim estabelecer um conceito de reconhecimento
cultural de uma arte que é parte de nossa história.
Os benefícios podem ser vistos no processo do fortalecimento muscular, na
memorização, no déficit de atenção, controle emocional, disciplina, melhor convívio
social, criação de parcerias entre os estudantes.
A prática de concentração auxilia naqueles que tem apresentado problemas com
as matérias de exatas, as chamadas disciplinas de raciocínio lógico, aumentado a
velocidade desse raciocínio para essas crianças.
A coordenação beneficia a escrita para as crianças pequenas no movimento das
mãos assim como o apoio em grupo nos treinos, pois os capoeiristas ajudam uns aos
outros no desenvolvimento da arte, da prática dos movimentos por eles executados.
Além disso, a Arte apresenta normas e disciplina para sua prática, pois para
poder ter habilidade devida, é preciso empreender medidas de boa saúde, bons hábitos.
Como não beber, não fumar. Deve se evitar exibição dos golpes fora da roda de
capoeira, assim como evitar conversas durante treinos e não ter medo pois este pode
desequilibrar os movimentos.
Para os adolescentes que estão em fase de crescimento, eles vivem esses
processos de mudanças, e trabalhar com essas disciplinas é muito útil para criação de
valores e respeito perante aos outros.
Isso na vivência escolar estimula aos estudantes uma vida fora de vícios, em
casos como práticas de bulling reprime essa ação, pois a arte tem como exigência o
respeito para com o outro, não apoia a violência, uma vez que o uso da Capoeira, de
seus movimentos é para a apresentação na roda, entre os parceiros de luta e de forma
alguma pode ser usado fora deste ambiente. Em substituição a violência e submissão do
outro a prática da capoeira centraliza a importância do ritmo, do ritual lúdico.
Além disso, sua aplicação pode ser associada às disciplinas de História e
Geografia por conta do seu contexto cultural.
301
5 Considerações Finais
A educação é farol de mudanças é um instrumento de transmissão do
conhecimento e por isso está ligada a tudo, não pode e nem deve ser levada de qualquer
jeito, pois está nas mãos do educador a força e a ferramenta para promover mudanças,
para motivar novos saberes e desencadear a abertura de novos caminhos. Diante disso
quando uma pessoa escolhe tornar-se educador, ele tem que preparar-se para o aprender
e o ensinar, como uma via de mão dupla, enraizada no respeito mútuo, e assim
promover o bem de todos.
A ação de educar está associada ao ato de doar-se sem requerer nada em troca, o
que indica ter um papel ativo, que muitas vezes não é fácil, porque exige do educador
talento, paciência, perseverança, comprometimento e amor desinteressado.
Educar para a liberdade significa aplicar uma educação não pautada em
conceitos engessados, cabe à escola instituir uma pluralidade de ideias e de projetos
pedagógicos e ao educador cabe o papel de aplicar o conceito de democracia dentro da
sala de aula, de forma que esse conceito democrático seja também utilizado nas demais
ações do dia-a-dia destes estudantes.
Cabe a nós o dever de inspirar a busca por novos conhecimentos, do querer
inovar, criar e acima de tudo transformar, só assim a educação será capaz de promover
mudanças concretas nas ações de cidadania. A capoeira como toda sua história muitas
vezes se identifica como essa ação de ensinar, pois nasceu na busca da liberdade para
todos.
Agradecimentos
Agradeço a Deus por ter me proporcionado mais esta maneira de adquirir
conhecimento, e por ter me sustentado e me ajudar nos momentos difíceis.
Aos meus pais, o senhor Santino João da Silva e a senhora Alice Floriza da
Silva, pelo amor, conforto e palavras de incentivo nas horas difíceis, de desânimo e
cansaço a minhas irmãs Rosineide Maria da Silva e Roseli Aparecida da Silva, que
sempre me ajudaram e me mostram o quanto somos fortes unidos.
A meus mestres e professor da Capoeira, Nilson Luiz Batista, Edson João da
Silva, Sebastião dos Santos e Eder João da Silva e também minha amiga Marta
Carvalho, pessoas que sempre me passaram alegria de praticar esta arte e de sempre
buscar conhecimento.
Quero agradecer a Faculdade Network, pela oportunidade de fazer o curso a
todos os professores por me proporcionar o conhecimento e muito mais do que isso a
afetividade pela educação, os meus eternos agradecimentos.
Queria agradecer ao Professor Especialista Marcus Gomides, pela orientação e
apoio na orientação deste trabalho. E por fim meus agradecimentos aos amigos e
colegas de sala, ao qual tive prazer de compartilhar e aprender muito com cada um
fazendo parte dessa formação e que irão continuar presente em minha vida.
302
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304
SKATE NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
André Queiroz Perez17
Marcus Gomides18
Tânia Cristina Bassani Cecilio19
RESUMO
Skate é um estilo de vida, um esporte olímpico praticado por milhões de pessoas pelo
mundo, além de trazer toda uma cultura, ainda traz muitos benefícios ao
desenvolvimento físico e mental aos praticantes. Este artigo tem por objetivo propor a
inclusão do skate como parte integrante do currículo escolar na educação básica. Para
atingir os objetivos propostos, realizamos pesquisas bibliográficas em livros, em
revistas científicas, sites especializados, entre outros. Os resultados observados
demonstram que esse esporte pode ser uma alternativa para as aulas de Educação Física,
especialmente para pré-adolescentes e adolescentes, que tem uma identificação com o
Skate. Observamos também que a legislação obriga as escolas a oferecerem a Educação
física, no Ensino Fundamental e Médio, mas define os conteúdos programáticos de tal
forma que não permite a inserção de outros esportes alternativos que poderiam trazer
mais motivação às aulas. A partir de nossa experiência como instrutor e praticante desse
esporte, também percebemos que as atividades propostas já não correspondem às
expectativas da atual geração, os alunos querem novos estímulos, novas vivências,
esportes atuais, e o skate pode ser essa alternativa para integrar e incluir os jovens a
praticar um esporte que traga satisfação e qualidade de vida, que os motive e atinja seus
anseios e expectativas.
Palavras-Chave: Educação física, Skate, benefícios.
ABSTRACT
Skateboard a lifestyle, an Olympic sport practiced by millions of people around the
world, and bring a whole culture also brings many benefits to physical and mental
development practitioners. This article aims to propose the inclusion of the skateboard
as an integral part of the school curriculum in basic education. To achieve the goals we
conducted bibliographic research in books, scientific journals, specialized sites, among
others. The observed results demonstrate that sport can be an alternative to physical
education classes, especially for preteens and teenagers who have an identification with
the Skate. We also note that the law requires schools to offer physical education in
elementary and high school, but defines the syllabus in such a way that does not allow
the inclusion of alternative sports that could bring more motivation classes. From our
experience as a teacher and practitioner of this sport we also realize that the proposed
17
Graduando (licenciatura) em Educação Física das Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445,
13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]). 18
Professor especialista em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades
Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2245, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail:
[email protected]). 19
Professora Doutora Pedagogia – Faculdades Network – AvAmpélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova
Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]).
305
activities no longer match the current generation of expectations, students want new
stimuli, new livings, current sports, and skateboarding can be this alternative to
integrate and include the young people to practice a sport that brings satisfaction and
quality of life that motivate and achieve their desires and expectations.
Keywords: Physical education, Skating, benefits.
1 Introducão
O skate é um esporte olímpico que possui grande familiaridade e aceitação entre
crianças, pré-adolescentes e jovens, traz grande contribuição para os praticantes e
também é uma atividade bastante lúdica para o espaço escolar. O professor tem a
responsabilidade, em sua prática pedagógica, de propiciar elementos que favoreçam a
formação dos alunos, trazendo, além da essência da prática esportiva, a responsabilidade
social, que envolve todo o processo de ensino, credenciados a agentes transformadores.
É necessário que o professor identifique os interesses dos estudantes e proponha
aulas diversificadas, que respeitem a cultura dos alunos e seus interesses pelos diversos.
Entendemos que é necessário ampliar a cultura dos alunos no que diz respeito ao
esporte, trazer alternativas e apresentar os diversos esportes para que o aluno descubra
com qual (is) se identifica mais.
Neste artigo, especificamente tratamos do skate como um exemplo de esporte
pouco difundido no currículo escolar, porém presente no cotidiano dos estudantes e
entre os praticantes. Esse esporte pode motivar os alunos, tornando-os mais criativos em
busca de seu desenvolvimento físico e mental. Assim sendo, temos por objetivo, com
esse artigo, uma proposta de inclusão desse esporte como parte integrante do currículo
escolar na educação básica.
Visando atingir os objetivos propostos, realizamos uma pesquisa qualitativa com
pesquisas bibliográficas em livros, em revistas científicas, sites especializados, entre
outros. Os resultados observados demonstram que esse esporte pode ser uma alternativa
para as aulas de Educação Física, porém que outros esportes também devem ser
apresentados e que as opiniões dos estudantes precisam ser ouvidas e consideradas com
relação ao esporte de sua escolha e preferência.
Enquanto praticante desse esporte, percebemos o grande interesse entre as
pessoas de todas as idades em aprender e a praticas esse esporte. O skate, a nosso ver,
passa a ser um estilo de vida, alcançando dimensões sociais muito mais amplas que o
esporte.
2 Revisão bibliográfica
No Brasil, a chegada do Skate ocorreu no início da década de 1960, tradição
trazida pelos americanos que visitavam a cidade do Rio de Janeiro, mas só ganhou força
a prática a partir da segunda metade da década de 1970.
O descobrimento do poliuretano foi fundamental para esse esporte, pois é o
material desenvolvido para a produção das rodinhas; a partir desse período, o skate
passou a ter empresas especializadas na produção de equipamentos; para serem
vendidas, o marketing dos fabricantes foi construir pistas, divulgar os equipamentos em
revistas especializadas em esportes de ação e campeonatos. Com o surgimento dos
primeiros atletas que se destacavam, começaram a patrociná-los e criaram equipes para
306
divulgação das marcas e, consecutivamente, todo o mercado dos equipamentos. Com a
massificação do esporte nos EUA, criou-se a necessidade de se abrir novos mercados,
foi quando começaram as excursões de atletas para se apresentarem pelo mundo. E,
como a Califórnia brasileira era o Rio de Janeiro, lá se iniciou o skate no Brasil, nos
anos 80, que se massificou pelo país. Assim, as pistas se espalharam pelo Brasil, não só
pelos litorais, mas em todas as capitais e interiores, iniciando-se a produção de
equipamentos no mercado nacional, revistas e programas especializados, solidificando o
esporte (CHAVES, 2000).
Segundo Armbrust (2010), em suas experiências com a utilização do skate como
ferramenta pedagógica escolar, fundamentado em uma série de perspectivas teóricas
educacionais, desde abordagens culturais a psicomotoras, deve-se argumentar
favoravelmente ao skate, por ser um esporte muito rico culturalmente e que se
enquadrará facilmente como ferramenta pedagógica.
Esse autor defende a escolarização do skate para que possa ser adaptado aos
planos educacionais e, consequentemente, para que sejam levados para a Educação
Física escolar os seus elementos da cultura, que podem ser diversificados, pelas
expressões corporais, música, estilo das roupas, aspectos sociais, inclusão e motricidade
característica dessa prática, exercida historicamente além da escola e dotada de
complexidades e potencialidades. Embora possam ser empecilhos a aproximação com o
risco, a experimentação de outra corporeidade, menos tradicional à Educação Física
Escolar, oque o tira da zona de conforto, tem-se características que seduzem a
experimentar e ampliar os conhecimentos, bem como expandir conteúdos para
diversificar as aulas e entreter os alunos, presenciando-se novos estímulos de
conhecimento.
“Mesmo o skate se caracterizando um esporte urbano e bem
diversificado e muito praticado, ainda carrega os conflitos pedagógicos de
aprendizagem, talvez por ser ainda uma prática ainda não explorada,
pedagogicamente, ainda não nega a existência de conflitos terminológicos
que circulam tanto sobre a categorização dessa prática enquanto
modalidade de conteúdo ou objeto de ensino, assim como ocorre com outras
atividades de aventura, talvez podendo ser denominadas descriminadas,
como o surf, o arvorismo, escalada, entre outras. Esses movimentos de
anunciação de tais práticas também demarcam significativas formas de
abordá-las, pensando nas diferentes significações possíveis e em seus
múltiplos contextos de realização, sejam no ambiente escolar ou fora dele.”
(TEIXEIRA, 2012, p.137).
Ainda segundo esse autor, podemos afirmar que existe uma relação entre a
prática do skate e as práticas pedagógicas, identificadas no grupo estudado com
características individuais e muitas diferenças com relação aos outros grupos de jovens,
seja nas vestimentas, que são apropriadas ao esporte, estilo musical, artes e pinturas dos
equipamentos do skate, linguagem rica em palavras da língua inglesa, empregada nos
equipamentos, nome de manobras ou expressões, todos os movimentos corporais das
manobras do esporte, caracterizando assim o skate como uma prática corporal, e o
relacionando ao estilo de vida jovem, familiarizando com a identidade cultural dos
alunos.
Para Velozo (2013), o skate também traz consigo a “proibição” no ambiente
escolar, que geralmente acontece por ser um esporte que foi, por um grande período,
marginalizado, sem contar que existem também os riscos em sua prática, como há em
todos os esportes.
307
“As sanções impostas acabam fortalecendo ainda mais o vínculo
entre os integrantes do grupo, a reciprocidades entre eles, gerando uma
identidade, aliciando ainda mais novos integrantes para o movimento,
crescendo assim o número de integrantes no grupo; sendo uma atitude
comportamental contemporânea, os conflitos culturais mostram a construção
da identidade jovem, e o anseio por mudanças. Aqui tem-se um real
representante da cultura jovem, o skate, e, claro, os jovens, contra o
monótono estilo imposto pela sociedade; a escola aqui tem de entrar como
mediador de todo esse conflito, podendo transformar tudo isso em um rico
material pedagógico, podendo explorar comportamento, estilo, esporte,
marketing, e todo o mercado que envolve o skate, sendo que ambas as partes
têm a ganhar: a escola, uma nova roupagem no ensino, o aluno com real
interesse pelo ensino; e a sociedade, novos cidadãos.” (VELOZO, 2013,
p.217-231).
Concordamos com a compreensão desse autor (Velozo, 2013), que afirma que o
skate não e só um esporte, mas uma ferramenta transformadora como a maioria dos
esportes, mas ele tem um diferencial muito grande, que é a familiaridade entre os
praticantes. Há uma reciprocidade muito grande no meio, não há distinções entre os
membros, não há um biotipo para os praticantes, todos têm a mesma capacidade, o nível
de prática não é medido no meio, todos têm só um objetivo, que é a evolução do esporte
e, acima de tudo, a diversão. Não há, portanto,a limitação para o esporte hoje
globalizado, mas um grande intercâmbio global entre os praticantes. Assim, a amizade
transpôs todas as fronteiras, de modo que os campeonatos e a competitividade ficam em
segundo plano, afinal a amizade e a troca de manobras são as principais atrações, que
levam milhares de pessoas aos eventos, tamanha amplitude que se criou no esporte.
Entre as vantagens da prática desse esporte, segundo Neves (2012), está no fato
de que a preparação de um atleta de skate tem se desenvolvido bastante, diminuindo
muito o número de lesões e, em consequência desse melhor preparo, teve-se um
aumento do nível das manobras realizadas pelos atletas, maior amplitude e técnica. Por
ser um esporte muito técnico, utiliza-se de um grande preparo físico, aeróbio e
anaeróbio, tendo assim benefícios para os praticantes. Há um imenso gasto calórico em
toda a atividade, pois há uma grande variação de atividade, ajudando assim a tonificar
toda a musculatura do corpo, pois trabalha todos os membros do corpo, além dos
aspectos cognitivos, pois são ações muito rápidas, que estimulam toda a capacidade de
raciocínio, em um pequeno espaço de tempo, equilíbrio, força, em frações de milésimos
de segundo.
O skate, portanto, traz inúmeros benefícios para os seus praticantes que, segundo
Neves (2012), podem-se destacar:
Utilização das vias aeróbias/anaeróbias – no skate se mescla o trabalho de forma
simultânea e alternada das vias, trazendo assim um grande benefício para a parte
cardíaca e respiratória do organismo dos praticantes. O skate trabalha a resistência
aeróbica, visto que, enquanto remam, viram, impulsionam o skate pelas ruas, praças,
avenidas, pistas ou em direção a algum obstáculo; e a resistência anaeróbica para saltar,
impulsionar, realizar alguma manobra com maior amplitude, utilizando mais força em
um curto espaço de tempo.
Flexibilidade – é a capacidade de movimentação de uma articulação ou de
grupos de articulações, deixando hábeis o indivíduo a fazer ações e movimentos
articulares com melhores execuções e menores riscos de lesões.
Resistência e força muscular–o skate trabalha os grandes grupos musculares do
nosso esqueleto, praticamente o corpo todo, exigindo muita força dos membros
inferiores. Em uma sessão de skate, o skatista executa muitos movimentos, dentre eles,
308
agacha e salta centenas de vezes ganhando assim muita resistência muscular, pois há um
grande número de repetições de movimento. A força muscular é trabalhada durante a
realização das manobras com maior amplitude, de modo que necessita de força para
impulsionar os saltos para transpor obstáculos, esses impulsos necessitam de serem
potentes para atingir uma maior altura, também necessita de força para as aterrissagens
nos saltos.
Equilíbrio – o movimento primordial é o básico, iniciar o esporte se resume em
posicionar o corpo na vertical sobre o objeto, seja ele parado ou em movimento, o
primeiro movimento é o mais desafiador, que, com a prática, acaba se tornando o mais
prazeroso, visto que, com a evolução no esporte, se aplica equilíbrio sobre obstáculos. (NEVES, 2012).
A partir de Honorato (2005), podemos afirmar que a Educação Física ficou
desatualizada, ela não evoluiu conforme a sociedade se modificou, os alunos têm novos
hábitos de atividades físicas, acarretando o desinteresse pela educação física escolar,
que costuma promover as atividades coletivas que necessitam de espaços adequados,
além de maior número de praticantes. Tais anseios ajudam a credenciar o skate como
material pedagógico e conteúdo escolar.
A escola, mesmo sendo um grupo social nivelador, possibilita o
desenvolvimento dos indivíduos, tendo cada um uma linha independente de
pensamento e conduta; dentre os indivíduos, há os skatistas com seus
princípios, valores culturais, sociais, adquiridos dentro do âmbito escolar (HONORATO, 2005, p.52-53).
Segundo Bull (2002), o skate, por ser uma atividade física, também favorece um
ganho de qualidade de vida, assim como outra qualquer atividade, porém ainda os seus
benefícios são menos difundidos. Em consequência de poucos estudos sobre o assunto,
a prática do skate pode ser melhor explorada, pois é uma atividade rica culturalmente, e
seus benefícios físicos podem ser abordados pedagogicamente pelos profissionais de
educação física, enriquecendo também conhecimentos teóricos e práticos dos docentes.
E ainda, para Moretto (2007), tem-se:
“Atualmente, o skate é uma ferramenta muito rica, capacitando
pedagogicamente a influenciar no conteúdo das aulas de Educação Física, em
que pode ser abordadas diversas vertentes, não só na educação física, mas
estendendo seu leque de ensino para outras áreas, como física, matemática,
língua estrangeira, artes, etc. O docente, entendendo o conteúdo sobre o
skate, cria grandes possibilidades de abordagens que possibilitam o seu
desenvolvimento, no contexto escolar, para conseguir direcionar o conteúdo.
O conteúdo, ao ser administrado, há necessidade de ser observado e
implementado, respeitando o plano de aula, as habilidades objetivadas e os
procedimentos para uma sequência progressiva segura para a prática, assim
como analisar todo o histórico das experiências anteriores dos alunos,
adequando as aulas para que possam ser aproveitadas da melhor forma
possível o conteúdo pedagógico.” (MORETTO, 2007).
A partir dos autores revisados, percebemos que o skate é um esporte
diferenciado, que poderá ser apresentado como alternativa aos planos de ensino dos
professores da educação básica e que possui um grande potencial de inclusão social. A
identificação dos praticantes de esportes deve ser analisada com respeito e “cuidado”
pelos docentes, evitando a marginalização do esporte e especialmente dos alunos.
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2 Objetivo
Esse artigo tem como objetivo analisar a possibilidade de o skate ser inserido
nos planos de ensino da disciplina de Educação Física na educação básica, evidenciando
como o skate pode enriquecer vivências na formação dos alunos, fortalecendo
socialização e cidadania, contribuindo em seu desenvolvimento em todo o seu processo
de vida.
3 Metodologia
Para atingir os objetivos propostos, realizamos uma pesquisa qualitativa, que
consistiu na revisão da literatura especializada sobre o skate, especialmente sobre
experiência e metodologia de skate; para tanto, utilizamos livros, revistas e publicações
digitais.
4 Resultados
Ao término da revisão efetuada, considerando-se a nossa experiência como
praticante do esporte e ainda as vivências que tivemos durante a realização do estágio
supervisionado propiciado pela licenciatura em Educação Física, constatamos que a
apresentação do skate, enquanto ferramenta pedagógica, pode ser uma alternativa de
inclusão social, tendo em vista que os alunos poderão ter novas vivências, conhecer
esportes novos e o skate, a nosso ver, pode ser essa alternativa para integrar e incluir os
jovens a praticar um esporte que traga mais satisfação e qualidade de vida, que os
motive a fim de atingir seus anseios e expectativas.
O skate já é o segundo esporte mais praticado no Brasil, não há uma faixa etária
específica para os praticantes, além do fato de ela ter várias modalidades dentro do
esporte. O praticante nele se conduz conforme seus limites, de modo que ele vem
invadindo as ruas, os parques, as praças e as escolas, e muitas pessoas estão adotando a
modalidade como atividade física para manter a forma e a saúde em dia.
É um esporte que utiliza de todos os grandes grupos musculares importantes,
assim, não e só importante no desenvolvimento das primeiras fases de vida das crianças,
adolescente e jovens, mas em todo o processo de vida do indivíduo. Estes são só os
aspectos físicos que o esporte skate promove, existem ainda os mentais, todos os
movimentos necessitam de raciocínio lógico e rápido para a execução dos movimentos e
das manobras.
Para muitos, um esporte, para outros, diversão, mas o que se tem de certeza é
que há uma legião de fãs, devotos assíduos da prática, do estilo, da cultura, sendo assim,
porque não ensiná-lo na escola, de modo a fortalecer ainda mais o vínculo escola-
sociedade? Eu sou protagonista deste estudo, tenho experiência com o esporte há 32
anos, de modo que gostaria de colocar em prática tudo que aprendi nessas vivência em
minha atuação profissional.
5 Considerações finais
Ao realizar esse estudo, pudemos concluir que o skate é um esporte atual e que
muitos jovens se identificam com ele. Partir da realidade do aluno é indagar e ter
sensibilidade em perceber entre os estudantes quais conhecem e praticam esse esporte e
aproveitá-lo para o plano de ensino. Em tempos de tantas mudanças, faz-se necessário
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respeitar e conhecer as escolhas dos estudantes e também apresentar-lhes novas
alternativas.
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SUMÁRIO