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CAPA

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CAPA

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Revista dos Alunos de Educação Física

Faculdades Network – Revista da Faculdade de Educação Física

ISSN

Publicação anual das Faculdades Network

A Revista de Educação Física é uma publicação de divulgação científica na área de educação física,

aberta a contribuições de pesquisadores de todo o Brasil e do exterior.

Diretora Geral das Faculdades Network

Profa. Drana. Tânia Cristina Bassani Cecílio

Secretária Geral

Érica Biazon

Coord. Do Curso de Pedagogia

Profa. Dra. Angela Harumi Tamaru

Assessoria de Comunicação

Alzeni Maria Silva Duda Gambeta

(MTB 37218)

Editoração Gráfica e Eletrônica

Nathália Ruiz Leal

Wellinton Fernandes

Central de Atendimento

(19) 3476-7676 Ramal 213

[email protected]

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Revista dos Alunos de Educação Física

Faculdades Network – Revista da Faculdade de Educação Física

ISSN

Ficha Catalográfica elaborada pela Faculdade Network

SUMÁRIO

Revista dos Alunos de Educação Física / Tânia Cristina

Bassani Cecílio (org)– v. 3, n.1 (2014) – Nova Odessa,

SP: Faculdades Network, 2016-

Anual

Editada pelas Faculdades Network

ISSN

1.Educação - Periódicos. I. Faculdades Network (Nova

Odessa, SP).

CDD 21ª – 370.5

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SUMÁRIO

EDITORIAL................................................................................................................07

A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA NA APRENDIZAGEM

E NO DESENVOLVIMENTO MOTOR DE ESCOLARES

Adrielli Arnoni Ferreira, Thiago Augusto Costa de Oliveira........................................08

OBESIDADE INFANTIL: UMA REFLEXÃO PARA PAIS E

PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃOFÍSICA

Angélica Albanezi Leandrin, Thiago Augusto Costa de Oliveira...................................15

A DANÇA COMO COMPONENTE CURRICULAR NAS AULAS DE

EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

Camila Moura Galindo, Thiago Augusto Costa de Oliveira.......................................27

A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO INFANTIL

Elisangela Martins Alves, Thiago Augusto Costa de Oliveira........................................34

A IMPORTANCIA DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

Gilmar Caetano da Silva, Thiago Augusto Costa de Oliveira.......................................41

A INFLUENCIA DA MÍDIA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA

ESCOLAR, DE ALGUMA FORMA SERÁ QUE ISSO ACONTECE?

Jhonatan Henrique da Silva, Thiago Augusto Costa de Oliveira...................................51

OBESIDADE NO ENSINO INFANTIL: COMO A EDUCAÇÃO FÍSICA

PODE CONTRIBUIR PARA DIMINUIÇÃO DA OBESIDADE INFANTIL?

Jhonatan dos Santos, Thiago Augusto Costa de Oliveira.............................................59

BULLYING ESCOLAR: O ESTUDO DESTA AGRESSIVIDADE

Luiz Paulo de Lima dos Reis, Thiago Augusto Costa de Oliveira..................................63

A IMPORTÂNCIA DO FUTEBOL NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

Marcelo do Amaral Moreira, Thiago Augusto Costa de Oliveira..................................70

A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Márcio Firmino Dos Passos, Thiago Augusto Costa de Oliveira...................................76

BULLYING NA ESCOLA

Maria Inácia, Thiago Augusto Costa de Oliveira...........................................................89

INFLUÊNCIAS DAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

NA PREVENÇÃO DA OBESIDADE

Napoleana da Conceição Castro, Thiago Augusto Costa de Oliveira............................98

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A IMPORTÂNCIA DA PRATICA DO FUTEBOL NA EDUCAÇÃO

FISÍCA ESCOLA

Roberson Rodrigues de Carvalho, Thiago Augusto Costa de Oliveira.........................106

A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR SOBRE

ASPECTOS NO COMBATE DA OBESIDADE INFANTIL

Tatiane Alves Barbosa , Thiago Augusto Costa de Oliveira.........................................111

EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: A IMPORTANCIA DO FUTEBOL

E A INCLUSÃO FEMININA Valto Lopes da Silva, Thiago Augusto Costa de Oliveira.............................................119

SEDENTARISMO E SUAS CONSÊQUENCIAS EM CRIANÇAS

E ADOLESCENTES NA FASE ESCOLAR

Walkiria Domingos dos Santos, Thiago Augusto Costa de Oliveira.............................126

AVALIAÇÃO DA COORDENAÇÃO MOTORA EM ESCOLARES DO

3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL DO COLÉGIO NETWORK

Ricardo Haruo Fukunishi, Thiago Augusto Costa de Oliveira.....................................136

JUDÔ NA ESCOLA COMO ELE PODE AJUDAR OS PROFESSORES

E AS CRIANÇAS NO SEU APRENDIZADO

Ana Carolina da Silva, Marcus Gomides......................................................................144

A CAPOEIRA COMO CONTEÚDO CURRICULAR NAS AULAS DE

EDUCAÇÃO FÍSICA

Fabio Freires, Marcus Gomides...................................................................................152

INSERÇÃO DO TÊNIS DE CAMPO NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

Ousanan Oliveira de Souza, Marcus Gomides..............................................................159

A IMPORTÂNCIA DAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA

EDUCAÇÃO INFANTIL

Katia Suzane Viguini, Thiago Augusto Costa de Oliveira............................................168

O JOGO E SUA EFICÁCIA COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA

Marcio Roberto Lopez, Marcus Gomides..................................................................176

NATAÇÃO COMO COMPONENTE PARA MELHORAS

DO DESENVOLVIMENTO MOTOR ESCOLAR – ESTUDO

EXPLORATÓRIO Rafael Gonçalves Gava, Thiago Augusto Costa de Oliveira........................................182

O CAMINHO DO GUERREIRO – OS BENEFÍCIOS PISCOLÓGICOS NA

PRÁTICA DAS ARTES MARCIAIS PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES

Marcelo Penacio Domingos, Marcus Gomides.............................................................192

O ESPORTE DE AVENTURA E SEUS BENEFÍCIOS NA EDUCAÇÃO

FÍSICA ESCOLAR

Pedro Navarrete Bento Fernandes, Marcus Gomides..................................................204

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OBESIDADE E SEDENTARISMO INFANTIL COMO FATORES DE

RISCO ÀS DOENÇAS CARDIOVASCULARES

Leandro Mezavilla Ribeiro, Marcus Gomides.............................................................210

A INFLUÊNCIA DO SEDENTARISMO INFANTIL NO

DESENVOLVIMENTO MOTOR

Guilherme da Silva Casari, Marcus Gomides...............................................................215

ATE QUE PONTO A ESCOLA E AS AULAS DE EDUCAÇAO FISICA

EXERCEM INFLUENCIA SOBRE A OBESIDADE INFANTIL?

Marcia Aurea de Oliveira Sousa, Thiago Augusto Costa de Oliveira..........................220

RUGBY: INSERÇÃO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Vitor Hugo de Morais Novais, Marcus Gomides..........................................................230

CAPOEIRA RITMO, MÚSICA E AÇÃO COMO METODOLOGIA DE

ENSINO NA DISCIPLINA DA EDUCAÇÃO FÍSICA

Rosineide Maria Silva, Marcus Gomides......................................................................241

O TAEKWONDO COMO MÉTODO PEDAGÓGICO NAS ATIVIDADES

DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

Jorge de Souza, Marcus Gomides.............................................................................253

A IMPORTÂNCIA DAS ATIVIDADES CORPORAIS NA EDUCAÇÃO

INFANTIL

Maria Madalena Inácio Felix, Marcus Gomides..........................................................265

A CONTRIBUIÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA PARA INDIVÍDUOS

COM TRANSTORNO DE ESPECTRO AUTISTA (TEA)

Jonatas da Silva Sobral, Marcus Gomides...............................................................275

FALTA DE MATERIAL E INFRAESTRUTURA NA EDUCAÇÃO

FÍSICA ESCOLAR, A RECREAÇÃO COMO ALTERNATIVA

Rodrigo Cruz de Sousa, Marcus Gomides.....................................................................283

A CAPOEIRA COMO UNIDADE, MÉTODO E CONCEITO PARA

EDUCAÇÃO FÍSICA

Sidney Roberto da Silva, Marcus Gomides...................................................................291

SKATE NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

André Queiroz Perez, Marcus Gomides, Tânia Cristina Bassani Cecilio....................304

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EDITORIAL

A revista dos alunos de Educação Física das faculdades NetWork 2016,

apresenta com brilhantismo a produção dos Trabalhos de Conclusão de Curso dos

nossos discentes.

Partindo da premissa que, o constructo do conhecimento não se materializa se

realizado de maneira isolada, nesta seara enaltecemos o trabalho dos nossos

orientadores e professores.

Os temas de pesquisa apresentados nesta edição transitam pela sapiência que

permeia Educação Física como, Lutas, Esportes Coletivos, Esportes Sobre Rodas,

Aspectos Sociais e Psicológicos, Dança, Esportes de aventura, Obesidade infantil,

Mídia, Pedagogia do esporte, Artes Cênicas, Aprendizagem Motora, Esportes de

Raquete, Sedentarismo, Educação Infantil.

A preocupação dos alunos é delineada sobre como os conhecimentos produzidos

nestes campos interagem ou interferem com a Educação Física escolar.

Diante de tantas ideias e discussões apresentadas, convidamos a todos para

desfrutar desta leitura que com certeza irá aguçar seu anseio pelo conhecimento.

Prof. Me. Thiago Oliveira

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A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA NA

APRENDIZAGEM E NO DESENVOLVIMENTO MOTOR DE

ESCOLARES

Adrielli Arnoni Ferreira

²

Thiago Augusto Costa de Oliveira ²

RESUMO

Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de compreender como as crianças e jovens

crescem fisicamente, desenvolvem-se no domínio motor e social, relacionam-se com

seu corpo, percebem suas potencialidades e sua saúde estão na ordem do inevitável.

Diante destas constatações emerge a necessidade de identificar como e quais variáveis

podem influenciar o Desenvolvimento e o Comportamento Motor longo da vida. Para

isso foi feita uma pesquisa qualitativa concretizada através de uma revisão de literatura.

Após análise dos estudos foi verificado que a carga horaria das aulas de Educação

Física não são suficientes para proporcionar um resultado determinante no

desenvolvimento motor da criança, porem mostram-se importantes pois proporcionam

melhora significativa no desenvolvimento motor. Ainda é possível identificar que as

aulas de Educação Física devem ser priorizadas e é sugerido que um aumento de carga

horaria.

Palavra-chave: Desenvolvimento Motor – Educação Física.

ABSTRACT

This work was developed with the aim of understanding how children and young people

grow physically, they develop motor and social, relate to your body, realized their

potential and their health are the order of the inevitable. In view of these findings

emerges the need to identify how and what variables can influence the development and

Motor Behavior lifetime. For this was made a qualitative research implemented through

a literature review. After analysis of the studies, it was found the hourly charge of

physical education classes are not sufficient to provide a decisive result in the motor

development of the child, however found to be important because they provide

significant improvement in motor development. It is still possible to identify the physical

education classes should be prioritized and it is suggested that an increase of hourly

load

Keywords: Inclusion, Down Syndrome, Physical Education.

¹Graduanda em Educação Física (Licenciatura), Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445,

13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: hotmail.com). ² Professor Mestre em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades Network –

Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected])

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Introdução

Entender como as crianças e jovens crescem fisicamente, desenvolvem-se no

domínio motor e social, relacionam-se com seu corpo, percebem suas potencialidades e

sua saúde estão na ordem do inevitável. Diante destas constatações emerge a

necessidade de identificar como e quais variáveis podem influenciar o Desenvolvimento

e o Comportamento Motor longo da vida.

Dentro da grande área do Comportamento Motor temos inúmeros estudos sendo

realizados, e duas subáreas tem tido suas preocupações direcionadas para a Educação

Física escolar, a primeira é a Aprendizagem Motora que pode ser descrita como um

campo de investigação relacionado ao estudo dos mecanismos e processos subjacentes

às mudanças no comportamento motor de um indivíduo como resultado da prática, bem

como os fatores que influenciam estas mudanças e o Desenvolvimento Motor que

procura entender como os seres humanos desenvolvem as habilidades motoras, através

da vida.

Estes estudos se justificam pois compreender o a aprendizagem e o

desenvolvimento é fundamental para o desenvolvimento das diversas habilidades

motoras básicas como andar, correr, saltar, galopar, arremessar e rebater.

A importância destas áreas é tamanha que tornasse fundamental que as crianças

tenham aceso a um ambiente de aprendizagem diversificado onde novas situações sejam

oferecidas para que os movimentos sejam aprimorados por meio da intervenção dos

professores e esta intervenção deve ocorrer principalmente na Educação Física escolar.

Nosso estudo procura identificar como a literatura tem discutido os fatores que

interferem no desenvolvimento, como segue.

Revisão Bibliográfica

Os estudos abordam diferentes fatores que podem interferir neste processo e

ainda buscam apontar caminhos para a intervenção como no estudo de Tani, Basso e

Corrêa (2012) que realizam um ensaio cujo objetivo foi discutir uma fase do processo

de desenvolvimento motor, que contempla três componentes – professor, aluno e

matéria, que em primeiro plano tem que estabelecer relação entre aluno matéria e

ensino. Para isto foi feito uma revisão de literatura. Os autores sugerem que o papel do

professor é propor um conteúdo adequado às necessidades dos alunos, despertar e

motivar o entusiasmo para a aprendizagem. E sugerem que se o aluno não estiver

preparado para a matéria pode ocorrer uma queda de motivação, ou um ensino de

capacidade já adquiridas. Por fim é apontado que o ensino de habilidades motoras deve

ocorrer de acordo com a idade e ir avançando conforme a maturação da criança.

Para verificar as variáveis determinantes para este processo Maforte et al. (2007)

realiza um estudo com objetivo de investigar o estágio dos padrões saltar, correr, chutar,

arremessar e receber de alunos praticantes de educação física escolar do ensino

fundamental. Participaram do estudo 57 alunos com idade média entre 6,84 e 8,88 anos

do 3º período do ensino infantil, 1ª e 2ª séries do ensino fundamental. Para a avaliação

dos padrões fundamentais de movimento, foi utilizado o modelo de avaliação

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instrumental dos movimentos fundamentais. Após análise dos resultados foi sugerido

que o estágio maduro foi atingido apenas entre o grupo com idade acima de 8 anos.

Diante dos achados os autores sugerem que as crianças que participam das aulas de

Educação Física e praticam atividades regularmente tiveram um melhor resultado nos

testes de desenvolvimento, comparada com as que não praticam, e ainda apontam que

não pode-se dizer que as aulas de educação física são determinantes no

desenvolvimento motor, o que se pode apontar que tem uma melhora significativa, mas

a atividade física regular influencia no desenvolvimento motor, e que as aulas de

educação física na grade escolar podem melhorar o desenvolvimento motor.

Uma outra variável foi investigado por Silveira et al. (2013) que procuraram

verificar o efeito das dicas verbais na aquisição de habilidade rebater na Educação

Física escolar, com foco de atenção no seu no seu aspecto perceptivo e motor. Foram

investigados 84 sujeitos com idade entre 6 e 8 anos divididos em três grupos (G1-sem

dicas / G2-com dica perceptiva / G3-com dica motora). Os resultados mostraram que o

grupo com dica perceptiva apresentou melhores resultados. Os autores acreditam que

para a aprendizagem dos alunos na Educação Física escolar, as dicas focadas no

movimento podem auxiliar e aumentar o desempenho e a coordenação motora,

trabalhando também com a atenção do indivíduo no ambiente que está inserido, as dicas

se tornam uma ótima estratégia para o desenvolvimento dos alunos, deste modo

contribuindo para que seu movimento seja melhor executado. As dicas verbais

influenciam o desenvolvimento motor, pois funcionam como instrução ou como

orientação de como será realizado o movimento com mais eficiência, simplesmente é

direcionada sua atenção ao ambiente que está inserido, proporcionando um maior nível

de atenção. Como por exemplo: sugestões em rapidez, do tipo “olho na bola”, isso pode

ajudar a fixar sua atenção no momento exato da execução do movimento, o que pode

influenciar a vida da criança tanto na escola como fora. Os autores ainda relatam a

importância da Educação física escolar no desenvolvimento motor de escolares, e como

os professores podem auxiliar no processo de desenvolvimento motor.

Em uma outra linha Chaves et al. (2012) propõem um estudo que visou estimar a

contribuição dos fatores genéticos e ambientais na variabilidade do desempenho

interindividual na coordenação motora. Participaram do estudo 64 pares de gêmeos com

idade entre 5 e 14 anos. Foi utilizada a bateria de teste KTK (Equilíbrio, Saltos

monopodias, transposição lateral e saltos laterais) para avaliar o desempenho da

coordenação. Os resultados mostraram valores mais elevados entre gêmeos

monozigóticos, sugerindo presença de fatores genéticos. O permitiu aos investigadores

relatar que fatores genéticos e ambientais influenciam a variabilidade no

desenvolvimento da coordenação motora das crianças. Os autores acreditam na

construção de um contexto de aprendizagem mais diferenciado, no que tange o

aprendizado e o desenvolvimento da coordenação motora da criança, pois cada criança

tem suas pecuraliedades, e que os professores tem que respeitar isso.

Com objetivo de avaliar o desempenho motor de crianças com e sem indicativos

de dificuldades de aprendizagem Silva e Beltrame (2011), investigam 406 escolares

com idade entre 7 e 10 anos. O indicativo de dificuldade de aprendizagem foi verificado

por meio do Teste de Desempenho Escolar (TDE) e o desempenho motor através do

MABC. Os resultados apontam que não houve associação significativa entre sexo e

indicativo de dificuldades de aprendizagem. Os autores sugerem que a dificuldade de

leitura e escrita está relacionada a coordenação motora fina, onde cada criança tem que

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receber o tratamento adequado para sua dificuldade, nessa fase é onde ás crianças

começam a mostrar suas dificuldades, deste modo deve ser trabalhado, jogos,

brincadeiras para proporcionar a criança um melhor aprendizado.

Pensando em uma abordagem maior Ferraz e Flores (2004) testaram um

programa de Educação Física na Educação Infantil, visando verificar o impacto de um

ensino sistematizado nas unidades de conteúdo, a saber: a) habilidades motoras básicas;

b) conhecimento das partes do corpo; c) noção de educação física. Participaram 35

crianças de 4 anos de idade. Os autores avaliaram nas crianças suas habilidades motoras

básicas (saltar, arremessar e equilíbrio). Os resultados mostram que teve diferença

significativa entre as turmas, mostrando que a turma que teve aulas de educação física

no semestre com duração de 50 minutos por semana evoluiu, o que permite sugerir que

as aulas de educação física são essenciais para o desenvolvimento motor das crianças. E

ainda apontam que se houvessem mais aulas os alunos teriam uma melhora maior no

desenvolvimento motor.

Já Santos et al. (2015) realizam um estudo com o objetivo de verificar o impacto

da atividade esportiva programada de ballet clássico e de futsal sobre indicadores de

motricidade global e de equilíbrio. Participaram do estudo 160 crianças com 10 anos de

idade divididas em 4 grupos (meninos praticantes de futsal [n=40] e não praticantes

[n=40] e meninas praticantes de ballet [n=40] e não praticantes [n=40]). Para avaliação

foi utilizado o teste EDM. Foram encontrados nos resultados diferença entre os grupos

de prática sistematizada índices de desenvolvimento motor mais elevados. Os Autores

dizem que a pratica de educação física em escolares contribuem no desenvolvimento

motor infantil, que as crianças que praticam atividades esportivas tem um melhor

desenvolvimento nessa idade.

Em outro nível de análise Ré (2001) realiza uma revisão de literatura com

objetivo de abordar as relações entre o desenvolvimento biológico e a experiência

ambiental durante a infância e a adolescência e suas implicações para a aquisição de

habilidades e capacidades motoras inerentes ao esporte. Suas preposições sugerem que

de 0 a 3 anos a atividade motora é bem ativa, mas totalmente descoordenada, a criança

tem que ter estímulos coordenativos de acordo com sua idade. O autor defini que com 3

anos de idade a criança já tem 70% de um cérebro adulto e de 3 a 5 anos o peso corporal

de uma criança e até mesmo seu crescimento são estáveis, em ambos os sexos, a maior

preocupação com crianças nessa idade é o desenvolvimento motor, desenvolvimentos

coordenativos e cognitivos estes aspectos devem ser trabalhados na individualidade de

cada um, com atividades diversificadas e que dão prazer a criança possibilitando o

desenvolvimento das habilidades motoras, o desenvolvimento cognitivo e social. Com

idade entre 5 e 10 anos ocorre a evolução do controle na coordenação motora da

criança, aumentando várias habilidades incluindo força, velocidade e resistência, nessa

idade é importante dar a criança estímulos para evolução das capacidades citadas. Na

adolescência O conjunto de maturação e experiências anteriores influencia seu

desempenho motor, ou seja na infância é a hora exata de trabalhar o desenvolvimento

motor pois é o que irá influenciar na vida do indivíduo. O autor aponta que na idade dos

6 anos é a faixa etária onde as crianças começam a desenvolver seu movimentos mais

coordenado, nessa idade é visível e notável a desigualdade de coordenação, pelo fato

cultural e não maturacional, onde as crianças já vem com uma experiência cultural de

jogos e brincadeiras, experiência adquiridas antes de entrar na escola. É proposto

também que a desigualdade socioeconômica dos escolares, pesquisa dividida em vários

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tipos de renda, onde as crianças com menor renda teve um melhor resultado do

desenvolvimento motor, o autor destaca também que provavelmente pelo fato de jogos

eletrônicos onde crianças com maior renda tem acesso ás esses tipos de brinquedos e

crianças com menos renda tem mais experiências em jogos e brincadeiras, talvez por

serem mais privados de jogos eletrônicos, então entende-se que o sociocultural interfere

e influência na coordenação motora infantil. Por fim é apontada coordenativa entre

meninos e meninas da mesma faixa etária, onde não teve uma diferença motora tão

significativa, onde meninos e meninas se destacam em aspectos diferentes mas nada de

anormal, meninos se destacaram mais em velocidade, corrida, Agilidade e força e ás

meninas um melhor desempenho em equilíbrio e coordenação bilateral.

Em suma os estudos mostram que dos 7 aos 10 anos é a idade em que as

crianças se encontram em constante evolução é a fase que a coordenação motora se

torna madura, deste modo fica evidente que nessa fase temos que priorizar as aulas de

Educação Física, para tornar suas habilidades mais eficientes, se a carga horaria fosse

maior as crianças teriam um melhor desenvolvimento ou com a pratica de atividades

físicas fora da escola. Outro ponto evidente para o aprendizado das crianças é a

participação do professor, sua influência é fundamental no aprendizado das crianças,

elas estão sempre prontas para receber estímulos.

É neste cenário que realizamos o presente estudo que teve por objetivo verificar

se a Educação Física pode influenciar na aprendizagem e no desenvolvimento motor de

escolares

Método

Foi feita uma pesquisa qualitativa concretizada através de uma revisão de

literatura. Inicialmente o tema foi pesquisado em livros, dissertações e teses e

posteriormente em base de dados e em periódicos. O método de análise dos textos e dos

artigos foi influído pela literatura (NELSON; THOMAS, 2012; CERVO; BERVIAN,

2007), seguindo a ordem de leitura de reconhecimento, leitura seletiva, leitura crítica ou

reflexiva e pôr fim a leitura interpretativa.

Resultados e conclusões

Após análise dos estudos foi verificado que a carga horaria das aulas de

Educação Física não são suficientes para proporcionar um resultado determinante no

desenvolvimento motor da criança mas assim mostram-se importantes pois

proporcionam melhora significativa do desenvolvimento motor.

Ainda é possível identificar que as aulas de Educação Física devem ser

priorizadas nas grade e ainda ter sua carga horaria aumentada, a literatura mostra que as

crianças cresceriam com e teriam um melhor desenvolvimento motor com estas

propostas, o que pode levar estas crianças a alcançar uma melhor qualidade de vida.

Com a pratica do esporte e das aulas de Educação Física o desenvolvimento motor

infantil até uma idade madura pode proporcionar mais saúde o que talvez leve a

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prevenir doenças, e diminuir as chances de sobrepeso, obesidade, hipertensão, colesterol

e outras doenças.

As crianças tem que praticar atividade física e é nas aulas de Educação Física

através de conteúdos adequados e motivadores, priorizando as necessidades de cada

uma, que nossa área (Educação Física) pode contribuir para o amadurecimento e uma

ótima qualidade de vida.

Considerações finais

Com base em nossos resultados esperamos que as aulas de Educação Física

proporcionem melhora na aprendizagem e desenvolvimento motor para nossas crianças.

Para que isso ocorra necessitamos de um tempo maior com cada uma delas, talvez

aumentando a carga horaria das aulas de Educação Física teríamos melhoras mais

significativas, ainda precisamos que os profissionais estejam dispostos a trabalhar com a

criança os aspectos que elas mais necessitam, e no desenvolvimento deste trabalho

respeitar a individualidade de cada uma, respeitando o seu desenvolvimento, pois nem

toda criança se desenvolve no mesmo tempo. A sugestão é uma proposta com aulas

diferenciadas que contemplem cada dificuldade, onde possa ser trabalhado com mais

eficiência o desenvolvimento motor. Ainda podemos sugerimos que deve-se trabalhar

com as crianças os modelos conceitual, procedimental e atitudinal o que permitiria

respeitar suas individualidades.

Referências

CHAVES, R. N. et al, Variabilidade na coordenação motora: uma abordagem

centrada no delineamento gemear, Revista Brasileira de Educação Física e esporte,

São Paulo, v. 26, n. 2, p. 301 – 311, 2012

DEUS. R. K. B. C. et al. Modelação longitudinal dos níveis de coordenação

motora de crianças dos seis aos 10 anos de idade, Revista Brasileira de Educação

Física e esporte, São Paulo, v. 24, n. 2, p. 259 – 273, 2010.

FERRAZ, O.L.; FLORES, K. Z. Influência de um programa na aprendizagem e

desenvolvimento de conteúdos conceituais e procedimentais, Revista Brasileira de

Educação Física e esporte, São Paulo, v.18, n.1, p. 47-60, 2004.

MAFORTE, J. P. G. et al. Analise dos padrões fundamentais do movimento em

escolares de sete a nove anos de idade. Revista Brasileira de Educação Física e

esporte, v. 21, n. 3, p. 195 – 204, 2007.

MIYABAYASHI, L. A.; PIMENTEL, G. G. A. Interações sociais e proficiência

motora em escolares do ensino fundamental, Revista Brasileira de Educação Física e

esporte, São Paulo, v. 25, n. 4, p. 649 – 662, 2011.

RÉ, A, H, N. Crescimento, maturação e desenvolvimento na infância e

adolescência: Implicações para o esporte. Revista de Motricidade, v. 7, n. 3, p. 55 –

67, 2009.

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SANTOS. C. R. et al, Efeito da atividade esportiva sistematizada sobre o

desenvolvimento motor de crianças de sete a 10 anos, Revista Brasileira de Educação

Física e esporte, São Paulo, v. 29, n. 3, p. 497 – 506, 2015.

SILVA, J.; BELTRAME, T.S. Desempenho motor e dificuldades de

aprendizagem em escolares com idades entre 7 e 10 anos, Motricidade, v.7, n.2, p. 57-

68, 2011.

SILVEIRA, S. R. et al. Aquisição da habilidade motora rebater na educação

física escolar um estudo e dicas de aprendizagem como conteúdo de ensino. Revista

Brasileira de Educação Física e esporte, v. 27, n. 1, p. 149 – 157, 2003.

TANI, G. O. et al, ensino do esporte para crianças e jovens: considerações sobre

uma fase do processo de desenvolvimento motor esquecida, Revista Brasileira de

Educação Física e esporte, São Paulo, v. 26, n. 2, p. 339 – 350, 2012.

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OBESIDADE INFANTIL: UMA REFLEXÃO PARA PAIS E

PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO FÍSICA

Angélica Albanezi Leandrin

¹

Thiago Augusto Costa de Oliveira ²

RESUMO

Este artigo tem como objetivo investigar através de uma pesquisa bibliográfica, os

fatores que influenciam o excesso de peso e obesidade na educação infantil. Os

resultados obtidos permitiram sugerir uma grande influência por meio dos pais em

relação ao estilo de vida de seus filhos, e que essa influência pode ser exercida por

fatores biológicos, psicológicos, socioeconômicos e sócio-comportamentais que

contribuem para o desenvolvimento da obesidade.

Palavras-chaves: Obesidade infantil, atividade física, Educação Física Escolar.

ABSTRACT

This article aims to investigate through a literature review, the factors that influence

overweight and obesity in early childhood education. The results allowed to suggest a

great influence through the fathers in relation to the lifestyle of their children, and that

this influence can be exerted by biological, psychological, socio-economic and socio-

behavioral contributing to the development of obesity.

Keywords: Childhood obesity, physical activity, physical education.

¹ Graduanda em Educação Física (Licenciatura), Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta,

2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]).

² Professor Mestre em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades

Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail:

[email protected]).

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Introdução

A obesidade/sobrepeso são doenças crônico-degenerativas, caracterizadas pelo

acúmulo de gordura corporal no organismo, gerando aumento gradativo de peso. É

considerada uma doença por si só, mas também pode ser fatores de risco para doenças

cardiovasculares. A obesidade na infância induz as múltiplas anormalidades

metabólicas, contribuindo para a manifestação de diversas doenças na vida adulta:

doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes, dislipidemia, alguns tipos de câncer e

transtornos psicossociais, sendo a obesidade/sobrepeso visceral, o maior motivo de

preocupação nesse quadro.

O aparecimento da obesidade/sobrepeso parece estar associado à interação de

aspectos multifatoriais, sendo eles: metabólicos, nutricionais, psicossociais, ambientais

e culturais, que influenciam indivíduos geneticamente predispostos. Neste sentido, o

fator de risco que aparenta ser mais relevante para o aparecimento da

obesidade/sobrepeso precoce na infância, é a presença da obesidade em seus pais, pela

soma da influência genética e do ambiente em que vivem (QUADROS et al., 2012).

O aumento na prevalência da obesidade na infância é preocupante devido ao

risco maior dessas crianças de tornarem adultos obesos e desenvolverem doenças

associadas ao grande ganho de peso, sendo assim, o importante papel da Educação

Física Escolar emerge como fator regulador, integrado a um programa de educação

alimentar junto com os familiares, pode determinar a obtenção bastante positiva no

combate ao problema (SILVA et al., 2005).

A importância da prevenção da obesidade/sobrepeso, a escola tem sido

considerada o melhor espaço para a realização do levantamento de dados para as

intervenções necessárias, isso porque, toda criança frequenta a escola, e deste modo são

muito influenciadas pelos professores, principalmente os professores de Educação

Física que tem contato mais próximo com os alunos.

Em suma, a Educação Física Escolar não pode perder de vista o caráter

multifatorial da saúde e, portanto, da qualidade de vida. Como disciplina escolar, ela

não deve abandonar sua preocupação em subsidiar e encorajar os alunos a adotarem

hábitos saudáveis, claro que só isso não basta, cabe aos pais a responsabilidade de dar o

exemplo e criar oportunidades para que seus filhos possam ter uma prática regular de

exercícios físicos e uma alimentação saudável.

EXCESSO DE PESO E OBESIDADE EM ESCOLARES: ASSOCIAÇÃO

COM FATORES BIOPSICOLÓGICOS, SOCIOECONÔMICOS E

COMPORTAMENTAIS

Guimarães et al., (2012), realizaram um estudo com o objetivo de verificar a

associação dos fatores biopsicológicos, socioeconômicos e comportamentais em

escolares com excesso de peso e obesidade. A amostra foi composta por 393 alunos,

com 9 anos, sendo 41% do sexo masculino 61% com excesso de peso e 39% obesos.

Foi utilizado um questionário adaptado de Oliveira Cols (2003), que é composto por

cinco partes: a) fatores biológicos: sexo, faixa etária, etnia; b) avaliação antropométrica;

c) fatores comportamentais: hábitos alimentares, atividades físicas e lazer; d) fatores

psicológicos: dinâmica familiar, repetência escolar, série e imagem pessoal; e) fatores

socioeconômico dos pais ou responsáveis dos alunos. É importante destacar que, os

escolares em muitos momentos se contradizem nas respostas, dificultando a análise dos

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dados. Os resultados demonstraram que a obesidade é maior entre meninas, isso porque

em média os meninos tem um gasto calórico maior. O estudo mostrou também que os

alunos de etnia branca possuem uma probabilidade maior ao excesso de peso, e os

negros à obesidade. Quanto ao fator psicológico, mais direcionado à imagem corporal,

pode-se verificar que os resultados apresentaram uma imagem pessoal positiva. O

desfecho das análises permite aos autores sugerir que a atuação dos profissionais e as

adoções de medidas preventivas e controle do avanço dessa pandemia, podem ser

prejudiciais devido a um terço dos alunos desta pesquisa mostraram-se satisfeitos com o

excesso de peso e obesidade, tornando assim preocupante que este excesso de peso e

obesidade tornem-se padrões que irão persistir ao longo da vida.

FATORES ASSOCIADOS À OBESIDADE EM ESCOLARES

Os autores Giuliano e Carneiro (2004) realizaram um estudo com objetivo de

investigar a relação de atividade diária de sono de escolares com sobrepeso e obesidade,

e alguns fatores familiares como: a escolaridade, obesidade, e atividade física diária dos

pais em relação à obesidade dos filhos. Foram avaliadas 452 escolares e selecionadas 68

crianças com sobrepeso e obesidade e 97 com peso dentro da média normal para

preenchimento de questionários. Foi feito uma avaliação antropométrica. O estudo

mostrou que a prevalência de sobrepeso e obesidade foi de 21,1% nos meninos e 22,9%

nas meninas. A adiposidade deferiu na comparação das crianças normais com as

demais. Nas crianças com sobrepeso e obesidade, a adiposidade correlacionou-se

diretamente com o tempo de permanência sentado e inversamente com as horas de sono.

A ocorrência de sobrepeso e obesidade foi maior nas crianças cujas mães tinham menor

escolaridade e a frequência de sobrepeso e obesidade nos pais das crianças com

sobrepeso e obesidade foi maior do que nos pais das crianças normais. O sedentarismo

predominou na maioria dos pais. Baseado nos resultados pode-se afirmar que a

tendência ao sedentarismo, demonstrada neste estudo é pela associação entre tempo de

permanência sentado e a porcentagem de gordura corporal nas crianças avaliadas. O

estudo destaca a inatividade das crianças como um dos fatores associados à obesidade.

As horas diárias de sono apresentaram-se como fator positivo na manutenção do

equilíbrio pondero estatural. A escolaridade materna e a ocorrência de sobrepeso e

obesidade nos pais estão associadas com sobrepeso e obesidade nos filhos, segundo os

autores.

EXCESSO DE PESO E OBESIDADE: PREVENÇÃO NA ESCOLA

Coelho, et al., (2008) realizaram um estudo com o objetivo de determinar a

incidência de excesso de peso e de obesidade na população infantil e juvenil

escolarizada com vista aos futuros, avaliar a eficácia de um plano de atuação que a

escola utiliza como veículo na prevenção da obesidade. Procedeu-se a avaliação do

sexo, idade, raça, peso e estatura e foi calculado o índice de massa corporal. Nesta

pesquisa, foram avaliados 1875 alunos, com idades compreendidas a partir dos 5 aos 17

anos. Constatou-se que 9,5% dos alunos apresentavam obesidade, e 21% excesso de

peso. O índice de obesidade foi particularmente elevado nas crianças da pré-primária e

do primeiro ciclo de escolaridade. Da análise realizada constatou-se uma prevalência de

excesso de peso e obesidade significativa em todos os grupos etários, estes dados

parecem sugerir que esta situação apresenta uma tendência de agravamento, com uma

obtenção de crianças cada vez mais jovens e, consequentemente, com maior risco de

complicações. Com esses resultados, foi concluído que a escola é sem dúvida um vetor

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primordial na prevenção da obesidade, intervindo no nível da educação alimentar e do

gosto pela prática de exercício físico, para que os resultados sejam alcançados de forma

consistente, é essencial o envolvimento ativo da família e comunidade. Paralelamente, é

urgente criar condições para que os comportamentos aprendidos na escola possam ser

postos em prática.

OBESIDADE INFANTIL: ESCOLA E FAMÍLIA PRECISAM ESTAR

ALERTAS

O objetivo do trabalho de Vieira (2009) foi monitorar durante três anos a

variação do índice de massa corporal dos alunos e avaliar a resposta da família ao

serviço de orientação para os pais sobre obesidade infantil oferecido pelas escolas. O

estudo ocorreu na perspectiva da análise anual das variáveis dependentes: o índice de

massa corporal como indicador absoluto, a incidência de sobrecarga ponderal na

amostra de estudo, a incidência de obesidade na amostra de estudo. Foi realizado entre

os anos de 2006 e 2008 envolvendo uma população composta por 192 alunos em 2006,

sendo 109 meninos e 83 meninas com idades entre 7 e 11 anos. No ano de 2007, o total

de alunos foi de 176, sendo 104 meninos e 72 meninas com idades entre 7 e 11 anos e

em 2008 o número de alunos foi de 162, sendo 93 meninos e 69 meninas com idades

entre 7 e 11 anos. As medidas foram realizadas na própria escola através do uso de uma

balança manual, para mensuração do peso e de uma fita métrica, fixada na parede de

uma superfície plana, para aferição da altura. Após o levantamento dos dados referentes

ao peso e a altura foi calculado o IMC. O resultado geral do estudo indicou valores

bastante elevados (22,3%) de sobrecarga ponderal entre o gênero feminino, comparados

com as estimativas máximas (18%). No gênero masculino o valor obtido (16%)

encontra-se relativamente próximo da estimativa máxima. Os resultados da incidência

de obesidade entre os gêneros (masculino 2,6% e feminino 3,6%) encontram-se dentro

da média, que os situam entre 0,1% e 4% em idades compreendidas entre 2 e 18 anos.

No período pesquisado, observou-se também a redução tanto dos índices de sobrepeso

quanto os de obesidade na amostra estudada. O serviço de orientação disponibilizado

pela escola foi pouco procurado pelos pais. Em 2006, dos 42 pais convidados pelo

Serviço de Orientação Educacional (SOE) para o encontro individual, no qual teriam

acesso ao resultado da pesquisa, apenas 6 compareceram. Em 2007 o número de pais

convidados foi quase o mesmo, porém a presença foi de apenas 2. Em 2008 apenas 1

pai compareceu diante da lista de 38 convidados. Houve, portanto, um baixo índice de

envolvimento dos pais dos alunos em situação de risco, frente às medidas de

intervenção propostas pela escola. Assim, os autores sugerem que o desenvolvimento de

hábitos alimentares saudáveis e de atividades físicas regulares, durante a infância e

adolescência, são fundamentais para prevenir a instalação e a progressão da obesidade

na vida adulta. O aumento na prevalência da obesidade entre crianças, adolescentes e

adultos, em todo o mundo, é alarmante e os resultados dessa mudança virão na melhoria

da saúde geral da criança e no fortalecimento da sua autoimagem, aspectos importantes

para elevar a autoestima e, consequentemente, melhorar as suas relações pessoais e

interpessoais, tornando-se assim um ser humano mais feliz.

A INFLUÊNCIA DOS PAIS NO ESTILO DE VIDA DOS FILHOS E SUA

RELAÇÃO COM A OBESIDADE INFANTIL

O presente estudo (DALCASTAGNÉ et al., 2008) teve como objetivo,

investigar através de uma pesquisa bibliográfica a influência dos pais no estilo de vida

dos filhos e sua relação com a obesidade infantil. Com base nos resultados obtidos,

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conclui-se que nos 15 estudos realizados existe uma grande influência dos pais no estilo

de vida dos filhos e que esta influência pode ser de extrema importância para minimizar

a obesidade dos mesmos. O que permitiu concluir que existe uma grande influência por

meio dos pais em relação ao estilo de vida de seus filhos e que essa influência pode ser

exercida por fatores biológicos, psicológicos, sócio- econômicos e sócio

comportamentais que contribuem para o desenvolvimento da obesidade. Os fatores

biológicos, psicológicos, socioeconômicos e sócios comportamentais analisados,

exercem uma forte contribuição para o desenvolvimento da obesidade. Esses fatores

confirmam a influência do micro- ambiente familiar e do microambiente na gênese do

sobrepeso/obesidade. Há possível associação destas alterações nutricionais com acesso

aos alimentos e determinados hábitos alimentares, também evidências de que o

sobrepeso e a obesidade estão fortemente associados ao estilo de vida sedentário. Sendo

assim, é evidentemente que a obesidade é uma questão que deve ser avaliada e tratada

dentro da própria família, pois em grande parte dos casos, onde o pai e mãe são obesos,

a tendência dos filhos é se apresentarem na mesma situação.

A PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA ENTRE ESCOLARES COM

SOBREPESO E OBESIDADE

O objetivo do estudo de Celestino e Costa (2006) foi analisar a relação entre

escolares com sobrepeso e obesidade e a prática de atividades físicas nas aulas de

Educação Física escolar e no tempo livre. As variáveis foram analisadas por meio de

questionário das atividades diárias e avaliação da composição corporal. Realizou-se

uma pesquisa do tipo descritiva, cuja mostra foi composta por 42 adolescentes de ambos

os sexos, abrangendo uma faixa etária entre 10 e 12 anos de idade, alunos do ensino

fundamental de uma escola da rede priva da situada na região de Osasco-SP. A

avaliação da composição corporal constituiu-se pelas medidas de peso e estatura. Os

resultados mostraram que, do total de 42 crianças avaliadas, 20% apresentavam

sobrepeso, 30% obesidade e 50% peso normal. Entre a população com

sobrepeso/obesidade verificou-se que a prevalência de obesidade é maior entre o sexo

feminino, pois 33% das meninas foram classificadas como obesas. O grupo dos

indivíduos com sobrepeso/obesidade apresentaram maiores médias de tempo para o uso

de equipamentos eletrônicos, em média 365,7minutos diários para TV e 327,8 minutos

diários para Videogame e acesso a Internet. Os índices de sobrepeso e obesidade

encontrados nesta pesquisa, 50% de uma amostra composta por 42 indivíduos,

evidenciam a gravidade do problema e a necessidade da prevenção em meios propícios

como a escola, em especial pela disciplina Educação Física. Todos os escolares da

amostra estudavam em estabelecimento particular, o que sugere a relação entre classes

socioeconômicas mais elevadas com a prevalência maior de sobrepeso e obesidade.

Considerando os objetivos da pesquisa e respeitando as limitações inerentes os autores

concluem que os escolares com sobrepeso/obesidade praticam menos atividade física

que os escolares com pesos normais, mostrando-se mais ativos fisicamente nos finais de

semana do que durante a semana, em especial as meninas com sobrepeso/ obesidade.

Além disso, observou-se que a população em questão participa das aulas de Educação

Física escolar, mas um fator que pode minimizar ou desmotivar essa participação se

refere ao tipo de atividade proposta, pois apresentaram tendência a abandonar ou fugir

das atividades que enfocam o deslocamento corporal e que evidenciam as dificuldades

motoras oriundas do excesso de peso corporal.

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PERFIL EPIDEMOLÓGICO DA OBESIDADE EM CRIANÇAS:

RELAÇÃO ENTRE TELEVISÃO, ATIVIDADE FÍSICA E OBESIDADE

O objetivo do presente trabalho (PIMENTA; PALMA, 2001) foi investigar a

prevalência da obesidade em crianças entre 10 a 11,9 anos, alunos da 4ª série do Ensino

Fundamental. A amostra desta pesquisa compreendeu 56 crianças (29 meninas e 27

meninos) na faixa de 10 a 11 anos, alunos da 4ª série do Ensino Fundamental. A seleção

da amostra foi realizada de modo intencional, a fim de facilitar a coleta das medidas

antropométricas, além dessa coleta, também foi utilizado, como instrumento da

pesquisa, um questionário com questões abertas e fechadas, o qual foi respondido pelo

responsável do aluno. A utilização deste instrumento visou a obtenção de informações

sobre a rotina diária da criança, a respeito de atividade física e/ou esportes, horas

dedicadas à televisão e, ainda, sobre o hábito esportivo dos pais. No levantamento sobre

a obesidade, pode-se observar que a média do percentual de gordura ficou em 25,22 (±

10,91), e mais da metade da amostra situou-se dentro das faixas não desejáveis,

indicando uma alta prevalência da obesidade. Os dados mostraram, ainda, uma grande

tendência ao sedentarismo. A média de tempo semanal dedicado à atividade física

apresentou um total de 476,25 minutos, por criança, enquanto que a média de tempo

destinado a assistir televisão foi de 1.103,03 minutos. Os resultados do presente estudo

demonstraram uma elevada prevalência da obesidade, na amostra escolhida, e uma alta

e significante associação entre o tempo dedicado à televisão e essa prevalência. O

estudo mostra que, apesar dessas causas parecerem ser múltiplas e complexas, existem

dados que possibilitam haver realmente uma relação causal entre a TV e a obesidade.

Normalmente, quando se assiste TV, a vontade de comer, e os alimentos escolhidos

costumam ser de altos teores calóricos e gordurosos, tais como pipoca, batata frita,

biscoitos, chocolates, doces etc. Baseado nestes dados fortalece-se a questão de se

adotarem medidas de prevenção da obesidade, durante a infância já que a obesidade é a

principal causadora da hipertensão em crianças e que esta pode ajudar a desenvolver

algum tipo de complicação cardiovascular ou cerebrovascular, a partir de um período de

7 anos. Outra questão que mostra a necessidade de intervenção é que as fases onde

ocorrem picos de hiperplasia das células adiposas coincidem justamente com os

períodos da infância. Por fim, acreditando no princípio de que para algo se tornar um

hábito deve ser trabalhado desde cedo, deve-se oferecer às crianças uma dieta

equilibrada e motiva-las a se dedicarem a alguma atividade esportiva que lhes dê prazer,

afastando-as do sedentarismo, na tentativa de minimizar o número de pessoas obesas na

idade adulta. Diante das constatações os autores apontam que os pais, a escola, o

professor de Educação Física devem atuar como incentivadores desse processo, pois a

prevenção da obesidade infantil parece ser o melhor caminho.

A INFLUÊNCIA DOS PAIS NO ESTILO DE VIDA DOS FILHOS E SUA

RELAÇÃO COM A OBESIDADE INFANTIL

Bankoff e Moutinho (2008) tiveram por objetivo investigar através de uma

pesquisa bibliográfica a influência dos pais no estilo de vida dos filhos e sua relação

com a obesidade infantil. De acordo com os resultados, conclui-se que 15 estudos

realizados existe uma grande influência dos pais no estilo de vida dos filhos e que esta

influência pode ser de extrema importância para minimizar a obesidade dos mesmos. Os

resultados que mostra na presente revisão bibliográfica permitiu-se concluir uma grande

influência por meio dos pais em relação ao estilo de vida de seus filhos, e que essa

influência pode ser exercida por fatores biológicos, psicológicos, socioeconômicos e

sócios comportamentais que contribuem para o desenvolvimento da obesidade. Esses

fatores confirmam a influência do micro- ambiente familiar e do microambiente na

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gênese do sobrepeso/obesidade. Há possível associação destas alterações nutricionais

com acesso aos alimentos e determinados hábitos alimentares, também evidências de

que o sobrepeso e a obesidade estão fortemente associados ao estilo de vida sedentário.

Evidentemente a obesidade é uma questão que deve ser avaliada e tratada dentro da

própria família, pois em grande parte dos casos, onde o pai e mãe são obesos, a

tendência dos filhos é se apresentarem na mesma situação. A maior difusão deste

conhecimento bem como a proliferação destes estudos é importante para proporcionar

um atendimento e intervenção adequada à obesidade infantil.

OBESIDADE INFANTIL: IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA

ESCOLAR NA MUDANÇA DESTE CENÁRIO O autor Ferreira (2015) realizou um estudo que teve por objetivo apresentar a

obesidade como uma epidemia mundial e traçar um vínculo com o papel da educação

física escolar em crianças na prevenção e tratamento deste mal e através da linha de

raciocínio traçada, observar e propor através da pesquisa realizada, possíveis meios para

se trabalhar a prevenção e estratégias para tratamento. O método utilizado neste trabalho

trata-se de um estudo bibliográfico transversal com abordagem descritiva. O

procedimento foi uma pesquisa fundamentada na revisão de literatura, sendo desta

forma feita buscas bibliográficas nas bases de dados do Scielo (Scientific Eletronic

Library Online), Google Acadêmico, como também, em publicações de livros e artigos

online. Os resultados apontaram um panorama geral da obesidade e sobrepeso no Brasil,

em que a prevalência de sobrepeso e obesidade encontrada em brasileiros de 7 a 9 anos

foi de 15,4 e 7,8%, respectivamente para os sexos masculino e feminino, que, se

combinada (sobrepeso+obesidade), seria de 23,2%. Outro ponto mais preocupante foi

que a prevalência de obesidade em uma cidade serrana do Rio Grande do Sul foi de 8%

e de sobrepeso 19,9%, totalizando 27,9% da amostra. Rech também comparou seu

resultado às pesquisas de outras regiões do país, em que as prevalências de obesidade e

sobrepeso encontradas são superiores aos estudos realizados em Fortaleza/CE (19,5%

de obesidade e sobrepeso), Corumbá/MS (6,5% obesidade e 6,2% sobrepeso) e Belo

Horizonte/MG (3,1% obesidade e 8,4% sobrepeso). Quando comparado com os

resultados de Santos/SP (18% obesidade e 15,7% sobrepeso), as prevalências de

obesidade e sobrepeso do presente estudo são menores. A discussão na presente

pesquisa mostra que a obesidade é um problema sério e que demanda atenção, mas a

obesidade infantil ainda deve ser objeto de futuros estudos, pois ainda se sabe pouco os

problemas reais que essas crianças terão por se tornarem obesas na infância. Pode-se

afirmar que a escola é um local de diversas experiências, sendo, portanto, um excelente

local para aprendizagem de hábitos saudáveis, principalmente nas aulas de educação

física, que deve ensinar o aluno a conhecer e cuidar da própria saúde. Sendo assim, foi

concluído que a educação física na escola tem maior facilidade de se aproximar do

aluno e propor a todos mudanças de hábitos que sejam levados e amplamente

divulgados à família dos escolares, acreditando que nesse caso, a prevenção é o melhor

remédio. Na vida das crianças já obesas, existe toda uma preocupação em trazer de

volta à um peso desejável, propondo um estilo de vida mais saudável e alimentos mais

adequados, livre de açúcares e pouco industrializados.

A OBESIDADE INFANTIL: UM OLHAR SOBRE O CONTEXTO

FAMILIAR, ESCOLAR E DA MÍDIA Duré et al., (2013) tiveram o objetivo neste artigo, discutir a problemática da

obesidade infantil considerando três agentes que influenciam o estilo de vida de

escolares com sobrepeso e obesidade: mídia audiovisual, relações familiares e

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instituições acadêmicas. O método utilizado trata-se de uma revisão de literatura. Os

resultados apontaram que, segundo a pesquisa realizada em Brasília, 17,3% das crianças

obesas com idade entre 07 e 10 anos apresentam síndrome metabólica, outro estudo

realizado na cidade de Viçosa-MG, com 199 adolescentes, encontrou uma prevalência

de 35,5% de síndrome metabólica nos escolares obesos, a pesquisa revela que cerca de

50% das crianças gastam seu tempo em atividades leves, como assistir televisão e jogar

videogame, não havendo, portanto, atividade física vigorosa. Diante de tais resultados,

pode-se verificar uma alta prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças e

adolescentes, o que ressalta a importância de programas específicos de atenção à saúde

desse grupo. A discussão deste estudo nos traz dados da Sociedade Brasileira de

Endocrinologia, que mostram que na faixa etária de 05 à 09 anos, os níveis de obesidade

vem aumentando (meninos 51,4%; meninas 43,8%), além disso, o Sistema Único de

Saúde (SUS) gasta anualmente 448 milhões de reais com o tratamento das doenças

relacionadas à obesidade. Quando se trata de obesidade grave, os gastos chegam a 116

milhões. Baseado nos dados colhidos neste estudo, os autores concluem que, os

principais fatores influenciadores dessa patologia são o sedentarismo e a alimentação

inadequada. Outro ponto observado refere-se aos investimentos despendidos pelo

governo no tocante à infraestrutura e às ações de orientação para a prática de atividades

físicas, tornando as escolas uma referência para tal. É importante salientar que as

escolas exercem papel fundamental na orientação e incentivo à prática de hábitos

alimentares saudáveis, justificando-se, assim, a necessidade de adaptar as cantinas

escolares a essa nova realidade, e também o papel importante da família, que se destaca

como ponto agregador desses fatores, servindo como mediador e controlador dessas

novas ações.

Revisão bibliográfica

O excesso de peso e a obesidade são fatores de risco cruciais no

desenvolvimento de muitas doenças crônicas, tais como as doenças cardíacas e

respiratórias, a diabetes mellitus ou a diabetes do tipo 2, a hipertensão e alguns cancros

que podem levar a morte prematura.

Sendo assim, parte da literatura tem se preocupado em investigar este tema,

como segue: Guimarães, et al., (2012) buscou verificar a associação dos fatores

biopsicológicos, socioeconômicos e comportamentais em escolares com excesso de

peso e obesidade.

Já os autores Coelho, et al, (2008), Ferreira (2015) e Celestino e Costa (2006)

realizaram estudos visando determinar a incidência de excesso de peso e de obesidade

na população infantil e juvenil escolarizada e avaliar a eficácia de um plano de atuação

que a escola utiliza como veículo na prevenção da obesidade.

Os estudos de Vieira (2009), Dalcastagné et al. (2008), Bankoff e Moutinho

(2008), Duré et al., Giuliano e Carneiro (2004) e Pimenta e Palma (2001), avaliaram a

problemática da obesidade infantil considerando três agentes que influenciam o estilo de

vida de escolares com sobrepeso e obesidade: mídia audiovisual, relações familiares e

instituições acadêmicas, e em consequência disso, avaliaram a resposta da família ao

serviço de orientação para os pais.

Para o levantamento dos dados coletados, Guimarães et al. (2012), Coelho, et al,

(2008), Ferreira (2015), Celestino e Costa (2006), Vieira (2009) e Pimenta e Palma

(2001) optaram em realizar uma avaliação nos escolares por faixa etária, sexo, idade,

raça, peso, estatura e o índice de massa corporal. A seleção das amostras foi realizada

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de modo intencional a fim de facilitar a coleta das medidas antropométricas, além dessa

coleta, também foi utilizado como instrumento das pesquisas, questionários com

questões abertas e fechadas, o qual foi respondido pelos alunos ou responsável dos

mesmos.

Os fatores biológicos, psicológicos, socioeconômicos e sócios comportamentais

analisados nas pesquisas, exercem uma forte contribuição para o desenvolvimento da

obesidade, segundo os autores Giuliano e Carneiro (2004), Dalcastagné et al. (2008),

Bankoff e Moutinho (2008) e Duré et al.(2013), que apresentaram seus resultados

através de estudos bibliográficos com abordagens descritivas e pesquisas

fundamentadas na revisão de literatura, permitiu concluir que, além dos fatores

mencionados, existe uma grande influência por meio dos pais em relação ao estilo de

vida de seus filhos.

Os resultados dos estudos apontam que a obesidade infantil tem crescido a cada

dia, e com ela a preocupação dos professores e pais em como fazer com que as crianças

percam peso e evitar futuros problemas de saúde.

Assim sendo, todos os autores apresentaram em suas conclusões que a obesidade

é maior entre meninas comparado com meninos, pois em média os garotos tem um

gasto calórico maior.

A ocorrência de sobrepeso e obesidade foi maior nas crianças cujas mães tinham

menor escolaridade e a frequência de sobrepeso e obesidade nos pais das crianças com

sobrepeso e obesidade foi maior do que nos pais das crianças normais. O sedentarismo

predominou na maioria dos pais, o que chama a atenção é que existe uma grande

influência por meio dos pais em relação ao estilo de vida de seus filhos e que essa

influência pode ser exercida por fatores biológicos, psicológicos, socioeconômicos e

sócio comportamentais que contribuem para o desenvolvimento da obesidade.

Os fatores biológicos, psicológicos, socioeconômicos e sócios comportamentais

analisados, exercem uma forte contribuição para o desenvolvimento da obesidade. Esses

fatores confirmam a influência do micro- ambiente familiar e do microambiente na

gênese do sobrepeso/obesidade.

Além de todos esses fatores apresentados, o principal índice de sobrepeso e

obesidade encontrados nas pesquisas, evidenciam a gravidade do problema e a

necessidade da prevenção em meios propícios como a escola, em especial pela

disciplina de Educação Física.

O desfecho das análises permitiu aos autores sugerir que a atuação dos

profissionais e as adoções de medidas preventivas e controle do avanço dessa pandemia,

podem ser prejudiciais devido há um terço dos alunos desta pesquisa mostraram-se

satisfeitos com o excesso de peso e obesidade, tornando assim preocupante que este

excesso de peso e obesidade tornem-se padrões que irão persistir ao longo da vida. Os

estudos destacam a inatividade das crianças como um dos fatores associados à

obesidade.

Em suma, os autores apontam que a escola é sem dúvida um vetor primordial

na prevenção da obesidade, intervindo em nível da educação alimentar e do gosto pela

prática de exercício físico, para que os resultados sejam alcançados de forma

consistente, é essencial o envolvimento ativo da família e comunidade. Paralelamente, é

urgente criar condições para que os comportamentos aprendidos na escola possam ser

postos em prática, onde possa desenvolver hábitos alimentares saudáveis e atividades

físicas regulares, durante a infância e adolescência, são ações fundamentais para

prevenir a instalação e a progressão da obesidade na vida adulta.

Os autores afirmam que a escola é um local de diversas experiências, sendo,

portanto, um excelente local para aprendizagem de hábitos saudáveis, principalmente

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nas aulas de educação física, que em tese devem ensinar o aluno a conhecer e cuidar da

própria saúde. A Educação Física na escola tem maior facilidade de se aproximar do

aluno e propor a todos mudanças de hábitos que sejam levados e amplamente

divulgados à família dos escolares, acreditando que nesse caso, a prevenção é o melhor

remédio.

É neste cenário que emerge nossa inquietude, onde a prevenção e a identificação

das variáveis que podem influenciar a obesidade tenham papel importante no combate

desta doença.

Objetivo

Investigar os fatores que influenciam o excesso de peso e obesidade na educação

infantil.

Método

Foi realizada uma pesquisa qualitativa concretizada através de uma revisão de

literatura. Inicialmente o tema foi pesquisado em livros, dissertações e teses e

posteriormente em base de dados e em periódicos. O método de análise dos textos e dos

artigos foi influído pela literatura (NELSON; THOMAS, 2012; CERVO; BERVIAN,

2007), seguindo a ordem de literatura de reconhecimento, leitura crítica ou reflexiva e

pôr fim a leitura interpretativa.

Resultados e conclusão

De acordo com as pesquisas, o aumento na prevalência da obesidade entre

crianças, adolescentes e adultos, em todo o mundo, é alarmante e os resultados dessa

mudança virão na melhoria da saúde geral da criança e no fortalecimento da sua

autoimagem, aspectos importantes para elevar a autoestima e, consequentemente,

melhorar as suas relações pessoais e interpessoais, e de fato, a obesidade é uma questão

que deve ser avaliada e tratada dentro da própria família, pois em grande parte dos

casos, onde o pai e mãe são obesos, a tendência dos filhos é se apresentarem na mesma

situação.

Acreditando no princípio de que para algo se tornar um hábito, deve ser

trabalhado desde cedo, deve-se oferecer às crianças uma dieta equilibrada e motiva-las a

se dedicarem a alguma atividade esportiva que lhes dê prazer, afastando-as do

sedentarismo, na tentativa de minimizar o número de pessoas obesas na idade adulta.

Diante das constatações, os pais, a escola, o professor de Educação Física devem atuar

como incentivadores desse processo, pois a prevenção da obesidade infantil parece ser o

melhor caminho.

Considerações finais

A realidade atual tem demonstrado um aumento considerável na prevalência da

obesidade e sobrepeso em escolares. É muito importante que as escolas exerçam papel

fundamental na orientação e incentivo à prática de hábitos alimentares saudáveis e nas

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atividades físicas, mas também, é de extrema importância que a família tende à se

destacar como ponto agregador desses fatores, servindo como principal mediador e

controlador dessas ações.

A criança aprende pelo modelo dos pais, por isso, quando os veem se

exercitando e se alimentando corretamente, tal atitude serve de estímulo para que ela

aprenda desde cedo a adquirir hábitos saudáveis, quando os pais são sedentários, os

filhos provavelmente também serão, pois a criança depende totalmente dos pais para

tudo. Fugir da atração da TV e dos computadores e adotar brincadeiras que requerem

movimentação, como esconde-esconde, pega-pega e amarelinha é um hábito saudável

que pode ser estimulado dentro de casa, de nada adianta o aluno ser instruído com

hábitos saudáveis na escola se dentro de casa os pais, a família não der continuidade, os

pais, a escola. O professor de Educação Física deve atuar como incentivador desse

processo, pois acreditamos que a prevenção é sempre o melhor caminho.

Referências

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A DANÇA COMO COMPONENTE CURRICULAR NAS AULAS DE

EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

Camila Moura Galindo

¹

Thiago Augusto Costa de Oliveira ²

RESUMO

Esse estudo tem como principal objetivo mostrar a importância da dança como

componente curricular nas aulas de Educação Física nas escolas, e o motivo maior pela

qual esse componente não recebe a necessária atenção nessas aulas, utilizando de

estudos de grandes autores e pesquisadores da área que abriram discussões sobre a

temática. Partindo desses estudos, conclui-se que a dança é valiosa como elemento

educativo, artístico e cultural, entretanto é tratado limitadamente como o

reconhecimento de movimentos pelos profissionais da Educação Física, que não se

sentem aptos a desenvolver tais atividades.

Palavras-Chaves: Dança, Educação Física escolar.

ABSTRACT

This study aims to show the importance of dance as a curricular component in physical

education classes in schools, and the biggest reason why this component does not

receive the necessary attention in these classes, using studies of great authors and

researchers who opened discussions on the subject. Based on these studies, it is

concluded that the dance is valuable as educational, artistic and cultural element,

however is treated narrowly as the recognition of movements by the Physical Education

professionals, who do not feel able to develop such activities.

KeyWords: Dance, physical education.

¹Graduanda em Educação Física (Licenciatura), Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445,

13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]). ² Professor Mestre em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades Network –

Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected])

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1 Introdução

A dança é uma das mais antigas manifestações de expressão corporal, que

nasceu da necessidade que o homem tinha de se comunicar com o mundo e de se

expressar (MIYABARA, 2011). A dança talvez seja a primeira atividade física

sistematizada pelo homem, posto que, o caráter ritualístico da motricidade corporal, por

vezes, confunde-se com a gênese das primeiras organizações sociais (NANNI, 2008) e

está situada desde 1971 como conteúdo da disciplina Educação Física no bloco de

conteúdos atividades rítmicas e expressivas, e a prerrogativa concedida aos demais

conteúdos na Educação Física escolar (jogos, ginástica, esporte, lutas) (VIEIRA, 2014).

Existem várias problemáticas que impossibilitam as vivências desse componente

na aulas de Educação Física escolar. Segundo Miyabara (2011), em sua pesquisa

realizada com docentes dos cursos de Educação Física de diversas instituições, por meio

de uma pesquisa descritiva qualitativa, concluiu que algumas dessas instituições não

possuem esse componente em sua grade curricular, e quando a possui, não é suficiente

para que os docentes se sintam seguros para desenvolver essas atividades. O mesmo

ocorre nas pesquisas de alguns autores com profissionais da área que tiveram acesso a

essas aulas em seus cursos de graduação, entretanto, não se sentem preparados para

desenvolver atividades relacionadas à dança em suas aulas (NASCIMENTO;

OEHLSCLARGERKLEE, 2012; JUNIOR; PERES; RIEIRO, 2001), porém reconhecem

a importância desse componente para o desenvolvimentos de seus alunos.

Consta no currículo da maioria das Escolas de Educação Física do Brasil a

Dança como disciplina durante alguns períodos, geralmente utilizando o Sistema

Universal da Dança, fruto do trabalho de longos anos de estudo e pesquisa da eminente

professora Helenita Sá Earp, titular e chefe do Departamento de Arte Corporal da

Escola de Educação Física e desporto da U. F. R. J. Esta base quando bem ministrada

nas Escolas de Educação Física e, quando bem absolvidas, como são as outras

disciplinas do currículo de Educação Física concorrendo para o bom desempenho

didático-pedagógico e científico do professor. (NANNI, 2008).

Sendo assim, este estudo tem como objetivo apontar os principais motivos que

distanciam a dança das aulas de Educação Física nas escolas, e sugerir com base nas

pesquisas formas de melhorias e soluções apontadas por pesquisadores da área.

2 Revisão Bibliográfica

Foi realizado um estudo afim de entender segundo a visão de alguns autores da

área suas posições, pesquisas e conclusões relacionados a essa temática.

Está claro para a maioria desses autores que a dança é de grande importância

para as aulas de Educação Física. Silva (2010) entende que dar visibilidade aos

significados atribuídos por professores e alunos em relação à dança como parte do

currículo escolar, possibilitará contribuir para discussões que consideram sua

potencialidade educacional, ou seja, como elemento educativo, artístico e cultural no

ensino escolar. Alcântara, et al., (2012) acreditam que são muitos os benefícios da dança

para os indivíduos, tanto psicológico como cognitivo e motor. Miyabara (2011) mostrou

em sua pesquisa a dança como uma das mais antigas manifestações de expressão

corporal, que nasceu da necessidade que o homem tinha de se comunicar com o mundo

e de se expressar. Nanni (2008) mostra que a dança predispõe o homem a desenvolver e

aprimorar suas características sensoriais, intelectuais, emocionais, afetivas. A dança

permite, pelo processo educacional, a utilização do processo criativo e, por meio deste,

criar novas formas e fenômenos do movimento. Nanni destaca alguns objetivos gerais e

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benefícios da Dança como Educação: Perceber o corpo como veículo de manifestação

do movimento e expressão como Arte e como Educação. Perceber o corpo e o

movimento como uma forma de linguagem capaz de viabilizar, criar pelo processo

coreográfico possibilidade de veicular expressões e comunicação de conceitos, valores e

conhecimentos e outros, através da Dança. Expressar as possibilidades e potencialidades

corporais com vocabulário formal próprio, resguardando porém, a expansão, expressão

e vitalidade das formas e movimentos em: amplitude, abrangência e qualidade. Ampliar

a capacidade de expressar novas formas corporais e movimentos a partir de

informações, estimulações e experiências da relação do corpo no espaço temporal, ritmo

temporal e na dinâmica. Ampliar a capacidade de observar, perceber, analisar, refletir,

criar, agir, participar teoricamente com o corpo em relação ao meio como membro de

uma comunidade.

Sendo assim, realizaram pesquisas afim de entender o porquê a Dança não

possui a devida atenção nas aulas de Educação Física. Viera (2014) em seu estudo

objetiva identificar a relação entre o conhecimento da dança na Arte e na Educação

Física. Entendeu-se que apesar de a dança estar situada desde 1971 como conteúdo da

disciplina Educação Física no bloco de conteúdos atividades rítmicas e expressivas e na

Artes como uma linguagem artística, a prerrogativa concedida aos demais conteúdos na

Educação Física escolar (jogos, ginástica, esporte, lutas) e as demais linguagens da arte

(artes visuais, música, teatro) é facilmente observada no dia-a-dia das escolas

configurando-se em uma não aprendizagem em dança ou ainda dá não utilização desse

conteúdo nas aulas das referidas disciplinas. A dança é minimamente tratada como

componente folclórico no interior das escolar, seja pela Educação Física ou pela Arte;

raramente é valorizada por ter um conhecimento próprio e uma linguagem expressiva

específica. Ela é reconhecida como atividade extracurricular, extraescolar, utilizada nas

apresentações de cunho festivo da escola. No estudo de Silva (2010) onde seguiu o

estudo de alguns autores, aliados à análise dos discursos dos participantes de sua

entrevista, nos possibilitou um maior entendimento no que se refere à presença limitada

da dança na escola como elemento educativo, uma vez que partiu do contexto da cultura

da escola e dos significados atribuídos pelos sujeitos que conferem sentido ao processo

educativo - docentes e discentes. Alcântara, et al., (2012) mostram que a dança na

escola é apenas utilizada em eventos festivos ou como atividades extracurriculares.

Afirmam que a dança é conteúdo da Educação Física; está inclusa no bloco de conteúdo

dos Parâmetros Curriculares Nacionais De Educação Física. Onde objetiva demonstrar,

por meio de uma revisão sistemática, a importância do conteúdo dança nas aulas de

Educação Física. Sua metodologia utilizada foi a revisão sistemática com livros e

artigos, realizados nos anos 1993 a 2011. Os resultados apresentados pelos artigos

analisados mostram que grande parte dos profissionais e estudantes de Educação Física

escolar acham importante o papel da dança em suas aulas, porém possuem dificuldade

para aplicá-la. São grandes os benefícios da dança educação, contudo os profissionais

da Educação Física Escolar ainda não se sentem preparados para desenvolvê-la em suas

aulas. Ehrenberg e Gallardo (2005) realizaram um estudo de cunho bibliográfico que

visa refletir sobre a dança como um dos conhecimentos a ser tratados nas aulas de

Educação Física escolar, com um olhar estabelecido pelo conceito de cultura como

categoria principal para essas aulas. Sendo essa uma abordagem relativamente nova

para a área e ainda discutida de maneira equivocada, os motivaram a realizar um estudo,

partindo dos pressupostos mais antigos da Educação Física, cuja associação sempre foi

de um corpo exclusivamente biológico, e buscando alcançar a relação cultural para área.

Nunes (2009) afirma que dificilmente o ensino da Dança na escola é desenvolvido

enquanto cultura de movimento nas aulas de Educação Física. Quando ocorre, muitas

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vezes não é considerada a realidade dos educandos, tornando-os apenas reprodutores de

uma prática não significativa. Em vista disso, através da disciplina Prática de Ensino, do

curso de licenciatura plena em Educação Física, da Universidade Federal de Santa

Maria, foi oportunizado o ensino da Dança na Educação Física para alunos do ensino

fundamental. Isto se justifica no sentido de contribuir em novas práticas na Educação

Física Escolar, que respeitem a realidade e experiências dos alunos, de acordo com os

princípios pedagógicos da Dança enquanto educação, distanciando-se das visões

mecanicistas do movimento. Os participantes foram alunos do segundo ano do ensino

fundamental, de uma Escola Pública de Santa Maria (RS). A metodologia e conteúdo da

Dança utilizados foram baseados no Projeto Político Pedagógico da Escola (PPP), que

trata do ensino na concepção crítico-emancipatória. As avaliações das aulas, também de

conformidade com o PPP, foram emancipatória e diagnóstica, servindo de reflexão para

determinar caminhos, onde os educandos demonstraram o resultado de um processo de

construção de conhecimento e não apenas a acumulação de dados. Soares e Saraiva

(1999) realizaram um estudo onde analisaram algumas propostas teórico-metodológicas

para o ensino da dança na escola, que foram construídas a partir da experiência

quotidiana de suas autoras da prática da Educação Física. São algumas propostas que

convergem para uma concepção de dança como movimento histórico cultural e, por

isso, a uma visão pedagógica que coloca o ser humano no centro do processo criativo

que é o fazer em dança. Considera-se que os encaminhamentos das autoras podem

auxiliar a inclusão da dança no conteúdo da Educação Física Escolar. Brasileiro (2003)

analisou a dança como conteúdo curricular nas aulas de Educação Física escolar por

reconhecer a ausência de discussões sobre o assunto. Em sua pesquisa, foram

consultados professores de Educação Física da rede estadual de ensino, através de

questionários. As respostas obtidas do questionário evidenciaram que nenhum dos que

retornaram esse instrumento de coleta trata o conteúdo “dança” nas aulas de Educação

Física e apenas um indica recorrer à dança em festividades e datas comemorativas.

Depois da análise dos resultados os autores se questionam: Como superar o fato de que

a dança, quando tratada por profissionais de Educação Física, normalmente, limita-se a

reconhecimento de movimentos? Retira-se dela o seu sentido/significado ou a

possibilidade de construí-los, e apega se unicamente às suas possibilidades de

movimento, aos seus códigos. Esse é sem dúvida um limite explicito na área de

Educação Física, que também tem sido tratada como uma fazer destituído do saber. A

questão comprova a necessidade de uma discussão mais aprofundada acerca do trato

com o conhecimento “dança” nos cursos de formação de professores de Educação

Física. Miyabara (2011) para seu estudo realizou uma pesquisa descritiva, com enfoque

qualitativo, além de uma análise documental das matrizes curriculares das dez

Universidades da cidade de São Paulo que oferecem o curso de Educação Física. Foi

realizada uma entrevista semiestruturada, com sete docentes dos cursos que oferecem o

conteúdo dança em suas grades. Ao concluir essa pesquisa, constatou que, das dez

universidades da capital de São Paulo, que oferecem o curso de licenciatura em

Educação Física, três delas não contemplam o componente curricular dança em suas

matrizes curriculares.

Alguns desses estudos resultaram em discussões e até algumas sugestões por

parte desses autores. Silva (2010) concretiza que enquanto o problema da falta de

profissionais capacitados para este ensino não é resolvido, caberá aos educadores a

busca autônoma de conteúdos e metodologias que colaborem para uma prática mais

significativa ao aprendizado do aluno. Ehrenberg e Gallardo (2005) coloca que há

possibilidades de trabalho para a dança nas aulas de Educação Física Escolar, com um

enfoque cultural. Brasileiro (2003) reafirma assim, a importância de aprender e

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vivenciar nossa cultura corpórea através da dança, uma linguagem que o homem

construiu e reconstrói/constrói ao longo de sua história. Para Miyabara (2011) O

conteúdo trabalhado nas diversas disciplinas do componente prioriza vivências

corporais ao alcance de todos. Averiguou-se que o egresso passa por formação que lhe

dá o suporte para a inclusão do componente em suas aulas, porém os entrevistados

acreditam que isso não ocorra na prática. Sugere a necessidade de novas pesquisas nessa

temática, visando uma maior compreensão do assunto.

Enfim, Nanni (2008) em sua maestria diz que cabe ao professor de Educação

Física aprofundar seus conhecimentos e habilidades técnico-científico, cultural, artístico

em dança, aprimorando cada vez mais seus atributos e valores como comunicadores.

Ainda diz que o profissional da Educação Física quando quiser enveredar por esse

caminho, deverá continuar buscando subsídeos para uma atuação afetiva e

positivamente neste campo de ação da Educação Física. Terá que continuar buscando a

essência das coisas, pelas descobertas dos princípios da mecânica corporal e as

características e peculiaridades de sua linguagem em Dança, os parâmetros gerais da

dança e seus elementos estruturais; métodos e processo de ensino – aprendizado e a

compreensão do processo criativo aplicado à dança; sua relação com os indivíduos ou o

grupo, e mais, ter como aporte afetivo as disciplinas biológicas para melhor perceber o

crescimento e desenvolvimento do educando. Por fim, diz que a aplicação técnica da

Dança deverá ser feita através de suas experiências criativas ou pela redescoberta da

expressão estética do movimento, pelas possibilidades de comunicação não verbal com

seus semelhantes através da Dança, o que possibilitará tornar a dança disponível para o

máximo possível de pessoas, sem o caráter elitista fazendo que cada um possa dançar

dentro dos limites de sua capacidade.

3 Objetivo

Averiguar o porquê a Dança não é devidamente vivenciada nas aulas de

Educação Física Escolar.

4 Método

Foi feita uma pesquisa qualitativa concretizada através de uma revisão de

literatura. Inicialmente o tema foi pesquisado em livros, dissertações e teses, e

posteriormente em base de dados e periódicos. O método de análise dos textos e dos

artigos foi influído pela literatura (NELSON; THOMAS, 2012; CERVO; BERVIAN,

2007), seguindo a ordem de leitura de conhecimento, leitura seletiva, leitura crítica ou

reflexiva e pôr fim a leitura interpretativa.

5 Resultados e Conclusões

Percebemos então com a leitura e o estudo dos artigos, que os professores de

Educação Física admitem que a dança é um componente que deveria receber maior

atenção devido à sua grande contribuição no aprendizado cognitivo, social e cultural dos

alunos, além de ser uma atividade física bastante prazerosa, entretanto, os mesmo

encontram grandes dificuldades para inserir a dança em seus planos de aula. Isso ocorre,

segundo eles, pela falta de preparo dos próprios professores que não se sentem aptos

para desenvolver atividades que envolvam a dança. A dança só é trabalhada nas escolas

em festividades, sem qualquer pesquisa ou maiores orientações. Isso é tratado de forma

natural pelos professores, mas não deveria, a dança é um componente curricular nos

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cursos de formação superior (Educação Física), portanto esses profissionais deveriam

estar aptos a desenvolver tal atividade, já que foram instruídos para isso. É necessária

uma atenção maior à esse componente no curso superior de Educação Física, para que

não haja mais despreparo desses profissionais, e para que essa atividade não seja

excluída da rotina dos alunos.

6 Considerações Finais

Não há dúvidas então de que a dança é um elemento indispensável dentro da

disciplina de Educação Física, sendo ela a disciplina que educa o aluno como corpo e

mente. Não há dúvidas de que a dança é a linguagem universal do corpo, que não

exclui, pois aceita os limites de cada indivíduo em suas particularidades, sendo assim,

não existe faixa etária para a dança, todos podem dançar. A dança instrui de forma

lúdica como atividade física, arte, história. Mas não tem sua devida atenção em nenhum

desses cenários em âmbito escolar. Podemos ver a dança com destaque em grandes

acontecimentos históricos para os esportes no nosso País, como recentemente as

Olimpíadas no Rio de Janeiro, onde toda a história do nosso País foi mostrada através

da dança. Porém, infelizmente a dança só é vista como espetáculo, e não como

Educação. Para que haja mudança nessa falha educacional, é primeiramente necessário

atingir o coração da Educação Física: Seus profissionais. Se os professores de Educação

Física colocam limites em si mesmos, não sabem lidar com a dança, seus alunos saberão

ainda menos. É imprescindível que exista a disciplina DANÇA na grade curricular dos

cursos de graduação em Educação Física, para que cada dia mais a Dança apareça nas

aulas de Educação Física escolar. E que não só seja mais uma matéria na grade

curricular, é necessário que os futuros professores de Educação Física entendam a

grande valia da dança para o desenvolvimento dos seus alunos. É necessário um

professor interessado e pensante, para fazer seu aluno pensar e se interessar.

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34

A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO

INFANTIL

Elisangela Martins Alves¹

Thiago Augusto Costa de Oliveira²

RESUMO

O objetivo do presente estudo foi verificar os benefícios que a Educação Física pode

trazer para a Educação Infantil. Foi feito uma revisão de literatura. Os resultados

apontam que a Educação Física ela dá a possibilidade de proporcionar as crianças uma

diversidade de experiência, através de situações nas quais elas possam criar, inventar,

descobrir movimentos novos, reelaborar conceitos e ideias sobre o movimento e suas

ações, pode contribuir também para o desenvolvimento que envolvem a dimensão

corporal, movimento, a expressividade, a sensibilidade, a criatividade, por meio, por

exemplo da Pedagogia do Jogo. Concluímos que a Educação Física se mostra

fundamental para o ensino infantil.

Palavra-chave: Educação Física, Educação Infantil, Aprendizagem.

ABSTRACT

The aim of this study was to determine what benefits that Physical Education can bring

to the Children's Education. It was done a literature review. The results show that

Physical Education can contribute to children's education by expanding the

experiments involving body size, movement, expression, sensitivity, creativity, through,

for example the Game Pedagogy. We conclude that physical education is fundamental

to children's education.

Keywords: Physical Education, Early Childhood Education, Learning.

(1)

Graduanda em Educação Física (Licenciatura), Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445,

13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]). (2)

Professor Mestre em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades Network –

Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected])

Page 35: CAPA - nwk.edu.br§ão-Física... · CAPA . 2 Revista dos Alunos de Educação Física ... Thiago Augusto Costa de Oliveira ² RESUMO Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de

35

1 Introdução

A Educação Infantil tem por objetivo promover o desenvolvimento integral da

criança em seus aspectos físico, afetivo, intelectual, linguístico e social,

complementando a ação da família e da comunidade.

O acesso à Educação nessa faixa etária deve ser oferecido em creches e pré-

escolas, que se caracterizem como espaços institucionais não domésticos públicos ou

privados, em jornada integral ou parcial, regulados e supervisionados por órgão

competente do sistema de ensino.

De acordo com a lei LDB. 9394/96 garante que a Educação Física faça parte do

componente curricular da Educação Infantil, devendo estar integrada à proposta

pedagógica da escola inclusive no que tange à avaliação, que deve ser realizada de

forma continua e cumulativa em relação ao desempenho.

O campo mais comumente, privilegiado no interior das instituições escolares é a

educação psicomotora, que em linhas gerais, se propõe a promover a formação de base

indispensável no desenvolvimento motor, afetivo e psicológico, dando oportunidade

para que, por meio de jogos, de atividades lúdicas, desenvolva as aptidões perceptivas

como meio de ajustamento do comportamento psicomotor.

A contribuição da Educação Física na Educação Infantil são fundamentais na

importância do movimentar se humano e nas contribuições que a experiência com a

cultura do movimento pode trazer em todo o processo de formação da criança.

Nessas propostas pedagógicas, a Educação Física se constituiu e se apresentam

de diversas formas, sobre a influência e orientação de diferentes tendências, analisadas

pelo Grupo de Estudos Ampliados em Educação Física (1996), como a recreação, a

psicomotricidade e o desenvolvimento/aprendizagem motora.

2 Revisão Bibliográfica

Magalhães, Kobal e Godoy (2007) realizou um estudo que teve por objetivo

trazer reflexões acerca da Educação Física como componente curricular na Educação

Infantil. De acordo com apontamentos dispostos na literatura, a Lei de Diretrizes e

Bases da Educação Nacional e o Referencial Curricular para a Educação Infantil. Os

autores apontam após análise que, é fundamental a parceria com as professoras

polivalentes, pois elas mantêm um contato mais direto e constante com as crianças,

detendo conhecimentos que podem complementar e auxiliar nesse processo. Assim, o

trabalho coletivo composto pela diversidade de conhecimentos e atuações de cada um

dos atores desse processo, pode contribuir na construção de uma educação de melhor

qualidade para as crianças, na formação de cidadãos mais humanos, saudáveis e felizes.

Ferraz (2004) diz que foi investigar o ensino sistematizado de um programa de

Educação Física na Educação Infantil, essa pesquisa é de natureza quase experimental,

onde foi feita uma comparação entre duas turmas, compostas por 35 crianças de 4 anos,

de uma escola da Rede Municipal de São Paulo. Uma das turmas, denominada grupo

experimental, teve aulas de educação física com duração de 50 minutos, duas vezes por

semana, enquanto a outra, denominada grupo controle, não participou de aulas de

educação física. Foi realizada uma avaliação diagnóstica antes do início das aulas. Os

dois grupos foram submetidos a cinco testes: três de habilidades motoras básicas (saltar,

arremessar e equilíbrio), um sobre o reconhecimento das partes do corpo e uma

entrevista visando avaliar a noção do que é educação física. Considerando-se o

resultado do estudo os autores verificam um indicativo de adequação dos objetivos

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específicos do programa, pois não se pretende dar aulas de estimulação motora, ao invés

disso, propiciar uma base motora, mediante experiências de movimento variadas, para

que as crianças possam apreciar e usufruir com segurança dos elementos que compõem

a cultura de movimentos.

Em um estudo sobre a escolarização Garanhani (2002) observou que a

necessidade da Educação Física para a infância surgiu no século XVIII, devido à

preocupação dos pensadores da época com a preservação da criança. Nesse momento

histórico, os jogos e os brinquedos infantis tomam um lugar de destaque na educação da

pequena infância, e a tendência lúdico-espontânea que norteava a educação infantil

passa também a nortear a educação física da criança. Nessa época, os movimentos

corporais passam a ter um lugar de destaque nas orientações curriculares da educação

infantil, com o objetivo de dar suporte para a aquisição e o domínio das linguagens oral

e escrita.

A Educação Física, nas propostas pedagógicas, se constituiu e ainda se

apresenta, nos dias atuais, de forma diversa, sob a influência e orientação de diferentes

tendências, como a recreação, a psicomotricidade e o desenvolvimento/aprendizagem

motora, assim brincando em atividades de intensa movimentação corporal, a criança

desenvolverá os seus aspectos físico-motores e, ao mesmo tempo, poderá ser levada a

entender que esses movimentos têm significados, pois se manifestam com o objetivo de

expressão e comunicação e poderá entender, que os movimentos corporais se agrupam

em diversas práticas.. Desse modo, foi concluído que, o movimento corporal, da

criança não é somente uma necessidade para o seu desenvolvimento físico-motor, mas

também um conhecimento que, traduzido em linguagem, contribui para a sua

constituição como sujeito cultural, a autora ainda propõe que dentro de uma concepção

de educação infantil que os movimentos corporais sejam valorizados de modo a gerar

implicações pedagógicas reais no processo de escolarização.

Mello et al., (2015) realiza um ensaio para discutir as possibilidades teóricas e

metodológicas para a construção do conhecimento centrados no protagonismo infantil.

Os autores propõem que seja estabelecido um diálogo interdisciplinar para dar suporte

as pesquisas tradicionais sobre as crianças. Sobre esta perspectiva seria possível

identificar as múltiplas facetas de mundo, como por exemplo a linguagem corporal.

Diante da visita a literatura os autores apontam que os instrumentos utilizados nas

pesquisas que buscam compreender o universo infantil são insuficientes para

compreender o protagonismo infantil e suas produções culturais, este tópico

apresentamos algumas pesquisas realizadas nas redes públicas municipais de Educação

Infantil da Grande Vitória(ES), que dialogaram com os pressupostos da Sociologia da

Infância e dos Estudos que buscaram valorizar o protagonismo infantil e as produções

culturais das crianças. Observa-se nas produções desses grupos o diálogo com as

práticas pedagógicas da Educação Física com a Educação Infantil desenvolvidas nos

cotidianos das instituições infantis, dando visibilidade às produções das crianças nesses

contextos, elas estabeleceram movimentos de partilhas e de negociações entre

pesquisadores e praticantes dos cotidianos escolares, constituindo narrativas coletivas

por meio de complexas redes de conversações, em ações que compartilham fazeres e

saberes para sinalizar outras possibilidades de se produzir conhecimentos na Educação

Física, para tanto, buscamos, pressupostos teórico-metodológicos para compreender as

maneiras singulares como as crianças se tornam autoras das suas próprias vidas. Assim,

a escuta sensível do pesquisador, que considera as transgressões infantis, as suas

expectativas, as suas dúvidas e questionamentos, suas hipóteses e formulações, é

imperativa na produção de conhecimentos com as crianças.

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Silva e Pinheiro (1999) discutem a participação da Educação Física na

construção da educação infantil como campo de produção de conhecimento. Podemos

relacionar a educação infantil com a Educação Física, no sentido de esclarecer suas

possíveis interfaces na elaboração de um saber que tem como objeto comum

(respeitadas as especificidades de cada área), dentro das instituições de educação

infantil. Se considerarmos que a problemática da Educação Física pode ser o “o

movimentar-se humano e suas objetivações culturais na perspectiva de sua

participação/contribuição para a educação do homem”, parecer-nos-á mais do que

justificável que essa área pode e deve contribuir para o repensar do corpo, do

movimento e da cultura corporal da criança pequena na creche e na pré-escola. Seria

essa contribuição uma forma de contrariar os índices que apontam para a parca reflexão

acerca dessa temática na educação infantil e na própria Educação Física.

Simão e Fiamoncini (2013) realizam um estudo com objetivo de contribuir com

as reflexões e inquietações dos estudantes e professores de Educação Física que

trabalham na educação infantil. Após a análise da literatura foi sugerido pelos autores

que a pratica pedagógica deve ser conduzida respeitando às necessidades e interesses

das crianças e deve ter como objetivo cuidar e educar de modo a ampliar o repertório.

Em síntese verificamos os estudos tem como objetivos verificar

(MARYNELMA, 2001), a escolarização do corpo infantil a necessidade da Educação

Física para a infância e consequentemente a expressão “Educação Física”, surgiram no

século XVIII, devido à preocupação dos pensadores da época com a conservação da

criança

Já Debortoli , Linhares e Vago (2002), afirma que os estudos e as pesquisas que

se ocupam da presença dessa disciplina nos estabelecimentos de ensino investigam sua

história, os métodos e processos de ensino e aprendizagem, a formação dos professores

e as concepções de corpo, movimento e cultura em que estes pretendem fundamentar

seu saber escolar. Através de brincadeiras em atividades de intensa movimentação

corporal, a criança desenvolverá os seus aspectos físico-motores e, ao mesmo tempo,

poderá ser levada a entender que esses movimentos têm significados, pois se

manifestam com o objetivo de expressão e comunicação. Poderá entender, também, que

os movimentos corporais se agrupam em diversas práticas

Nessa perspectiva Buss-Simão e Fiamoncini. (2013) diz que a prática

pedagógica da Educação Física deve procurar não se restringir a uma programação de

atividades e organização de rotinas, mas empenhar-se em redimensionar a ação

pedagógica como uma dinâmica permanente de sistemáticas intervenções e

preproposições que só podem ser alcançadas por um continuo processo de investigação

do universo infantil por meio das observações e dos registros.

A Educação Física também pode trazer para Educação Infantil a ampliação das

experiências que envolvem a dimensão corporal , o movimento, a expressividade , a

sensibilidade, a criatividade, por meio, principalmente, da brincadeira, pois, brincando a

criança esta presente, esta inteira, ativa e envolvida com o repertório do brincar e não

com resultados ou destrezas que pode surgir a partir deste brincar

Já Osvaldo Luiz Ferraz e Kelly Zoppei Flores (2004) dizem que a noção do que

é educação física, atrelada às dimensões conceitual, atitudinal e procedimental, foi

aprendida. Tudo indica que o programa teve influência na aprendizagem de conteúdos

conceituais, colaborando para inserção mais qualificada das crianças na cultura de

movimento.

Por fim Márcia Buss­Simão, Luciana Fiamoncini.( 2013) diz que a contribuição

e uma especificidade que a Educação Física pode trazer para Educação Infantil e a

ampliação das experiências que envolvem a dimensão corporal , o movimento, a

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expressividade , a sensibilidade, a criatividade, por meio, principalmente, da

brincadeira, pois, brincando a criança esta presente, esta inteira, ativa e envolvida com o

repertório do brincar e não com resultados ou destrezas que pode surgir a partir deste

brincar.

3 Objetivo

O objetivo do presente estudo foi verificar qual a importância e os benefícios

que a Educação Física pode trazer para o Ensino Infantil.

4 Método

Foi feita uma pesquisa qualitativa concretizada em sala de aula através de uma

revisão de literatura. Inicialmente o tema foi pesquisado em livros, dissertações e teses e

posteriormente em base de dados e em periódicos. O método de análise dos textos e dos

artigos foi influído pela literatura (NELSON; THOMAS, 2012; CERVO; BERVIAN,

2007), seguindo a ordem de leitura de reconhecimento, leitura seletiva, leitura crítica ou

reflexiva e por fim a leitura interpretativa.

5 Resultados e Conclusões

Após análise da literatura os resultados apontam que a prática pedagógica da

Educação Física deve procurar não se restringir a uma programação de atividades e

organização de rotinas. Atualmente, busca-se uma prática pedagógica da Educação

Física na Educação Infantil que contribua para ampliação das linguagens, das interações

e da leitura de mundo por parte das crianças.

A Educação Física tem se desenvolvido como uma ‘atividade’, em que o

movimento é considerado a partir da possibilidade física de cada criança.

As análises nos mostram que uma das contribuições que Educação

Física pode trazer para Educação Infantil e a ampliação das experiências que envolvem

a dimensão corporal, o movimento, a expressividade , a sensibilidade, a criatividade,

por meio, principalmente, da brincadeira, pois, brincando a criança esta presente, esta

inteira, ativa e envolvida com o repertório do brincar e não com resultados ou destrezas

que pode surgir a partir deste brincar.

Desse modo, concluímos que o movimento corporal da criança não é somente

uma necessidade para o seu desenvolvimento físico-motor, mas também um

conhecimento que, traduzido em linguagem, contribui para a sua constituição como

sujeito cultural e social.

6 Considerações Finais

De acordo com os artigos citados podemos sugerir que a Educação Física é uma

peça fundamental na vida de uma criança, pois acredita-se que a partir dos do

desenvolvimento dos aspectos cognitivo, afetivo e social a criança se desenvolvera na

sua plenitude.

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Apesar da notória importância da Educação Física para a educação infantil é

sabido que ainda existem escolinhas que tem deixado a desejar nessa área, muitas

crianças não tem um bom desenvolvimento, por falta de capricho algumas escolas que

não tem dado credibilidade deixando de lado, a importância que a Educação Física pode

trazer na vida de uma criança, pois através da Educação Física conseguimos ajudar a

trabalhar noção espacial, flexibilidade, lateralidade, equilíbrio, concentração, agilidade,

movimentos cognitivos, afetivo e social entre outros.

Diante do exposto podemos sugerir que a presença do profissional de Educação

Física na educação infantil é fundamental para o desenvolvimento da vida de uma

criança, ou seja a criança ira ser estimulada em seus aspectos físico, psicomotor,

intelecto, social e cultural no sentido amplo da concepção da palavra vida.

Referências

BASEI, P. A; A Educação Física no Ensino Infantil: A importância do

movimentar se e suas contribuições no desenvolvimento da criança; Revista

Iberoamericana de Educación (ISSN: 1681-5653).

BUSS-SIMÃO, M; FIAMONCI, L; Educação Física na Educação Infantil:

Reflexões sobre a Possibilidade de Trabalhos com Projetos; Pensar em Prática,

Goiania, v. 16, n.1-319, jan./mar.2013.

BUSS-SIMÃO, M; FIAMONCINI, L; Educação Física na Educação Infantil:

Reflexões sobre a Possibilidade de Trabalhos com Projetos; Pensar a Prática, Goiânia,

v. 16 ,n .1 ,p .1­319, jan./mar. 2013.

DEBORTOLI, J. A; LINHARES, M. A; T: Infância e conhecimento escolar

princípios para a construção de uma Educação Física “para” e “com” as crianças;

Pensar a Prática v. 5: 92-105, Jul./Jun. 2001-2002.

FERRAZ, O. L; FLORES, K. Z ; Educação Física na educação infantil uma

parceria necessária Revista. Brasileira de Educação Física e Esporte, São Paulo,

v.18, n.1, p.47-60, jan./mar. 2004.

FERRAZ,O.L; FLORES,K.Z; . Educação física na educação infantil: influência

de um programa na aprendizagem e desenvolvimento de conteúdos conceituais e

procedimentais Revista Brasileira Educação Física do Esportes, São Paulo, v.18,

n.1, p.47-60, jan./mar. 2004.

GARANHANI, M. C. A Educação Física na escolarização da pequena infância;

Pensar a Prática v.5, p. 106-122, Jul./Jun. 2001-200.

GARANHANI, M.C. A Educação Física na escolarização da pequena infância;

Pensar a Prática, v. 5, p. 106-122, Jul./Jun. 2002.

GARANHANI, M.C. A Educação Física na escolarização da pequena infância;

Pensar a Prática, v. 5, p. 106-122, 2001.

Page 40: CAPA - nwk.edu.br§ão-Física... · CAPA . 2 Revista dos Alunos de Educação Física ... Thiago Augusto Costa de Oliveira ² RESUMO Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de

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MAGALHÕES, J. S ; Kobal, M. C; Godoy, R.P; Educação Física na educação

infantil uma parceria necessária; Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte –

Volume 6, número 3, 2007.

MAGALHOES, J. S. Educação Física na educação infantil uma parceria

necessária. Revista Mackenzie de Educação Física e Esportes, v. 6(3), p. 43-52,

2007.

Page 41: CAPA - nwk.edu.br§ão-Física... · CAPA . 2 Revista dos Alunos de Educação Física ... Thiago Augusto Costa de Oliveira ² RESUMO Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de

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A IMPORTANCIA DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA

ESCOLAR

Gilmar Caetano da Silva

¹

Thiago Augusto Costa de Oliveira ²

RESUMO

Para iniciar os estudos realizou-se inicialmente uma pesquisa a respeito dos principais

temas abordados nos artigos relacionados a Educação Física Escolar. Para em seguida

focar na importância do professor de Educação Física nas escolas de ensino

fundamental e ensino médio. Levando em conta o profissionalismo, dedicação, valores

e diretrizes pedagógicas.

Palavra-chave: Educação Física escolar, Professor, Importância.

ABSTRACT

To start the studies was carried out initially a survey about the main issues addressed in

articles related to physical education. To then focus on the importance of physical

education teacher in elementary schools and high school. Taking into account the

professionalism, dedication, values and pedagogical guidelines.

Keyword: Physical Education, Teacher, Importance.

(1)

Graduando em Educação Física (Licenciatura), Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445,

13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]) (2)

Professor Mestre em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades Network –

Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected])

Page 42: CAPA - nwk.edu.br§ão-Física... · CAPA . 2 Revista dos Alunos de Educação Física ... Thiago Augusto Costa de Oliveira ² RESUMO Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de

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1 Introdução

O professor desempenha uma função impar dentro da escola. Sendo membro de

uma equipe que trabalha para o melhor desempenho do aluno dentro e fora da escola.

A educação vem sofrendo grandes transformações sociais que acabam ecoando

nas escolas.

Os professores junto com a Educação Física precisam firmar e justificar as

teorias apresentadas à comunidade escolar e também a comunidade, afunilando as

relações entre teoria e prática pedagógica.

Nota-se que a Educação Física é vista apenas como esporte na escola deixando

de lado por muitos a questão lúdica, multidisciplinar e de saúde coletiva, associada

também às aulas.

Betti (1995) constatou que colegas e professores indagam fatores como as

condições de infraestrutura escolar sendo um dos principais fatores que contribuem para

obter êxito e satisfação nas aulas de Educação Física.

Não somente a falta estrutura, mas a falta de materiais necessários e desinteresse

dos alunos principalmente nos anos finais do ensino médio contribuem para o insucesso

das aulas.

A Educação Física é a disciplina mais aceita pelos alunos, porém não é vista

como importante e sim como algo prazeroso e satisfatório.

O professor possui um fundamental papel na formação de seus alunos como um

todo, sendo um orientador no desenvolvimento das atitudes dos alunos, desempenhando

um papel de modelo e referência.

2 Revisão bibliográfica

A Educação Física escolar compõe um papel relacionado à cultura corporal de

movimento.

Dispõem de conteúdo, metodologias e estratégias moldadas aos vários níveis de

ensino.

Ressalta diferentes formas de avaliação, sendo analisada sua inferência para

Educação Física e apresentando sugestões.

É dedutível que a Educação Física é uma matéria de grande valia para estreitar

relações entre a teoria e a prática e inovação pedagógica, levando em consideração a

formação integral de crianças e jovens para ajustá-la a crítica da cultura corporal e de

movimento.

A educação Física possui uma tradição técnica pedagogia de pelo menos um

século e meio em estratégias de ensino nos campos da ginástica, recreação, esporte e

atividades rítmicas e expressivas.

Ultimamente a educação vem sofrendo grandes transformações sociais que

ecoam nas escolas. Os professores junto com a Educação Física precisam firmar e

justificar as teorias apresentadas a comunidade escolar e também a comunidade,

afunilando as relações entre teoria e prática pedagógica.

Provando de novas estratégias e metodologias para que a Educação Física

continue contribuindo para formação integral das crianças e jovens e para apossar-se da

crítica da cultura contemporânea.

Constata-se que a Educação Física escolar vive momentos de grande descaso, já

que a mesma está sendo utilizada para diversos fins, tendo em vista também a falta de

qualificação dos profissionais da área.

Page 43: CAPA - nwk.edu.br§ão-Física... · CAPA . 2 Revista dos Alunos de Educação Física ... Thiago Augusto Costa de Oliveira ² RESUMO Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de

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A disciplina de Educação Física presente no currículo escolar aborda pontos

importantes na formação e desenvolvimento do aluno.

Por meio de estudos pode-se constatar o interesse ou a falta de interesse de

professores de Educação Física na formação social do aluno.

A educação física no ambiente escolar esta sendo como atividades apenas como

prática esportiva, sendo voltado o interesse apenas para parte técnica.

A criança é um ser sociocultural, onde se as aulas de Educação Física forem

voltadas apenas para parte técnica será deixado de lado à formação integral da criança,

tendo importantes fatores que devem ser trabalhados como; respeito mútuo, cooperação

e afetividade.

O ser humano possui de diversas formas de expressar seus valores, através de

atitudes que se diferenciam de acordo com a individualidade de cada um, levando em

conta também a perspectiva afetiva, cognitiva de conduta que cada um trás junto com a

cultura vivida.

No espaço escolar o processo de formação e transmissão de valores e atitudes

que se deseja é destacado, pois a escola esforça-se para enriquecer nas crianças uma

moral cidadã.

Para que isso se torne possível é fundamental a colaboração do professor

direcionando seus alunos, não deixando de ser flexível de acordo com a situação

apresentada.

Verifica-se que nas aulas de Educação Física é propícia para o trabalho com

atitudes e valores, podendo ser trabalhadas de diversas formas. Já que existe o contato

físico, podendo ser trabalhado o aprendizado através de competições sadias e da

colaboração presentes nos jogos, pelo desafio que existe entre o ganhar e o perder.

A Educação Física possui um fundamental papel na formação de seus alunos

como um todo, tendo o professor como um orientador no desenvolvimento das atitudes

das crianças, desempenhando um papel de modelo e referência.

Iniciando estudos sobre a Pedagogia na Educação Física Escola, partindo do

princípio de alguns temas abordados nas manifestações da área de Educação Física, para

somente após classificar o que seria Educação Física Escolar.

Adotou-se a pesquisa em 11 revistas científicas que representam o meio

recorrente na área de Educação Física.

As revistas selecionadas são de natureza profissional e/ou acadêmicas.

Contrapondo as revistas profissionais com as acadêmicas, nota-se que os

resultados são diferenciados das revistas generalistas; a maioria dos artigos publicados

nas revistas profissionais foi estabelecida a estudos do Processo Ensino-Aprendizagem

(56,1%) e menos de 20% não estavam relacionados com a Educação Física Escolar.

No momento em que se analisam apenas revistas generalistas, 76,2% dos artigos

não estão elencados com a Educação Física Escolar.

Através dos dados apresentados, contata-se a expansão do espaço preenchido

pela Educação Física como uma área de conhecimento no interior das universidades.

Notam-se as mudanças sofridas pela área que antigamente era vista como

semelhante à Educação Física Escolar e nos dias atuais é considerada uma área mais

cingida que estuda o fenômeno movimento humano, desde seu nível de análise

bioquímico até a sociocultural.

O resultado desse estudo esclarece que o contexto escolar não é visto como um

objeto favorecido de estudo para Educação Física, não sendo como um tema principal a

ser investigado.

Mostra-se uma grande preocupação quanto ao déficit de conhecimentos

acadêmicos realizados da pratica pedagógica na escola.

Page 44: CAPA - nwk.edu.br§ão-Física... · CAPA . 2 Revista dos Alunos de Educação Física ... Thiago Augusto Costa de Oliveira ² RESUMO Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de

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Uma alteração na representação desse trabalho passa a ser necessário na área

pedagógica dentro da Educação Física.

Resulta-se que grande parte dos artigos nacionais trabalha com a caracterização

da Educação Física Escolar, os artigos internacionais importam-se com o processo

ensino-aprendizagem.

Percebe-se que no Brasil a pesquisa relacionada a Educação Física Escolar é de

uma proporção ainda pequena e quando acontece é voltada para área da caracterização.

A finalidade desta pesquisa foi relatar o ponto de vista das alunas da 5° a 8° série

do ensino fundamental que possuem da disciplina Educação Física. Levando em

consideração alguns fatores importantes como o gosto pelas aulas, à importância dada à

disciplina de Educação Física, benefícios apresentados, preferencias e a opinião das

alunas com relação à imposição da disciplina de educação física no ensino fundamental.

Foi exposto um questionário para 151 alunas do ensino fundamental, com várias

questões a respeito da matéria.

Nota-se que a Educação Física é vista apenas como esporte na escola deixando

de lado por muitos a questão lúdica e multidisciplinar associada também às aulas.

Leva-se muito em consideração os benefícios que são percebidos apenas sobre o

desenvolvimento corporal, esquecendo-se de outros fatores importantes de como lidar

com a competição e outros fatores lúdicos trabalhados pelo profissional responsável

pelas aulas de Educação Física.

Reflete-se também em outras matérias trabalhadas nas salas de aula, não apenas

em jogos, mas também na rotina diária da vida dos alunos.

O esporte é visto como algo do que mais se gosta e do que menos se gosta de

fazer nas aulas de Educação Física apresentada.

As alunas descobriram o que as aulas trazem fatores importantes que contribuem

de maneira favorável em relação a elas.

Betti (1995) constatou que colegas e professores indagam fatores como as

condições de infraestrutura escolar sendo um dos principais fatores que contribuem para

obter êxito e satisfação nas aulas de Educação Física.

Conclui-se que a Educação Física é a disciplina mais aceita pelos alunos, porém

não é vista como importante e sim como algo prazeroso e satisfatório.

Com a pesquisa as alunas puderam verificar que a Educação Física contribui de

maneira satisfatória nas aulas de Matemática e Português mesmo que não seja tão

notória aos alhos dos alunos.

Seria necessário apurar com maior perspicácia em quais aspectos as alunas

entendem como obrigação as aulas de Educação Física. Porém, a essa percepção de

“obrigação”, agrega a um alto nível de voluntariedade: as aulas se apresentariam as

aulas de Educação Física mesmo que não fossem impostas a elas as aulas. Já que lhe

trazer prazer e satisfação em participar das aulas.

Observa-se a discussão entre gêneros como construção social, que as diferentes

culturas determinam em correlação entre homens e mulheres, mostrando que essa

construção é relacional, tanto quando menciona-se o outro sexo, quando a outras

situações, tal como raça, idade, classe social e habilidades motoras.

Averígua-se a probabilidade corporal em comparação a meninos e meninas e

suas exibições na cultura escolar. Tendo o esporte como quadro de gêneros da Educação

Física e as capacidades de intervenção docente na construção das relações entre

meninos e meninas.

Durante uma aula de Educação Física tende se pensar em aulas articuladas já que

gênero, idade, força e habilidade produzem diversos obstáculos e exclusões vividos por

meninas e meninos nas escolas.

Page 45: CAPA - nwk.edu.br§ão-Física... · CAPA . 2 Revista dos Alunos de Educação Física ... Thiago Augusto Costa de Oliveira ² RESUMO Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de

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Desse modo, constata-se que a separação de meninos e meninas nas aulas de

Educação física despreza a articulação do gênero com outras categorias, tendo outras

formas de conflitos vividas dentro das aulas.

Segundo Thorne (1993) a presença de adultos entre crianças pode diminuir a

separação de gêneros, pois ao incentivarem a prática conjunta de meninos e meninas, os

comentários pejorativos provenientes dessa interação são minimizados.

O professor deve abrir exceções e fazer alteração de algumas regras em jogos

quando preciso evitando assim a exclusão de meninos ou meninas para o jogo aplicado

aquela aula.

Os professores enfrentam todos os dias diversos conflitos em relação aos

gêneros, presentes nas culturas escolares, principalmente quando se diz em relação às

aulas de Educação Física. Por se tratar de valores e normas culturais que se modificam

em um longo período de tempo.

A forma de socialização nas novas gerações não são claras, trata-se de um

processo complexo e marcado por muita resistência em alguns casos.

Sacristán (1995) afirma que os estudantes são seres com uma bagagem prévia de

crenças, significados, valores, atitudes e comportamentos adquiridos fora do ambiente

escolar.

Mesmo enfrentando diversos obstáculos, deve-se lembrar que a escola serve

também como construção de valores, podendo criar propostas políticos-pedagógicas que

vinculem a cultura escolar e a aprendizagem de origem externa á escolaridade.

O artigo apresentado averiguou e compreendeu os problemas enfrentado pelos

alunos e professores do ensino médio, procurando aplicar soluções para os desafios

enfrentados com relação aos conteúdos desenvolvidos e horários da disciplina dentro do

currículo exigido pelas escolas de Ensino Médio nas aulas de Educação Física. Onde

muitos alunos não tendo alternativa pedem dispensa das aulas.

Já que com a aprovação da LDB 9394/96 o ensino de Educação Física para o

período noturno, passa a ser facultativo para os alunos cursarem.

Para que se cumpra o pressuposto, 30 professores do interior do Estado de São

Paulo foram interrogados através de um questionário apresentado a eles.

A conclusão deste estudo mostrou que os professores entendem que a Educação

Física deva ser aplicada no mesmo período das demais disciplinas, facilitando assim a

popularizar e o ingresso dos alunos na matéria em questão.

O Ensino Médio no Brasil esta atingindo um crescimento considerável, notando-

se que a quantidade de alunos matriculados no Ensino Médio só vem aumentando de

1987 a 1997. Já que a exigência do estudo para o mercado de trabalho tem sido cada dia

mais rigorosa e criteriosa em suas contratações. Sendo assim deve ser mostrado que a

Educação Física também cumpre com um papel importante na formação dos alunos, não

devendo ser deixada de lado ou que os alunos peçam dispensa e se ausentem das aulas

que já gira em torno de 6% dos alunos matriculados no ensino médio.

Assim sendo Correia (1993) observa que o ensino médio deve e pode partir da

ideia de um planejamento participativo. Apresentando melhores níveis de participação e

motivação dos alunos nas atividades apresentadas.

Franco (1997) afirma que é preciso que a escola crie uma cultura que valorize a

educação física, promovendo o envolvimento dos alunos às aulas.

O estudo de Hallal; Knuth; Cruz; Mendes; Malta (2010) teve como objetivo

descrever a pratica de atividade física em adolescentes, no caso, 60.973 alunos do 9°

ano de escolas públicas e particulares das capitais brasileiras com idade média entre 13

e 15 anos de idade usando dados da peNSE (Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar) a

análise de dados incluiu o cálculo de prevalência de jovens ativo por capital, proporção

Page 46: CAPA - nwk.edu.br§ão-Física... · CAPA . 2 Revista dos Alunos de Educação Física ... Thiago Augusto Costa de Oliveira ² RESUMO Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de

46

de jovens em cada grupo de atividade física, por região do pais conforme sexo,

escolaridade materna e dependência administrativa escolar.

O instrumento utilizado para investigar a pratica foi concebido com base

previamente validado e usado em pesquisas nacionais com questionários sobre condição

de saúde e nutrição dos escolares. Em relação as principais variáveis do estudo a

proporção de jovens ativos foram de 43,1%, sendo maior nos meninos em comparação

com as meninas.

Apenas duas capitais tiveram mais da metade dos jovens atingindo as

recomendações atuais referentes a pratica de atividade física. Jovens do sexo feminino

foram classificadas como inativas mais frequentemente do que jovens do sexo oposto;

as diferenças nos níveis de atividade física foram maiores do que aquelas observadas em

relação a escolaridade materna.

Os dados do pense indicam baixa prevalência de jovens ativos e com duas ou

mais aulas de educação física por semana, além de elevada prevalência de

comportamento sedentário. Tais dados podem ser utilizados como linha de base para

monitoramento d atividade física em escolares brasileiros, mas desde já sugerem a

necessidade de intervenções para a promoção de atividade física em adolescentes

brasileiros.

Ao analisar a atividade física de forma dicotômica e sem ajuste por qualquer

indicador socioeconômico, mostrou que alunos de escolas privadas eram mais ativos do

que aqueles que frequentavam a escola públicas para promover a atividade física e a

saúde no meio escolar, será preciso atribuir aos comportamentos saudáveis significados

e interesse dos jovens.

A mudança na baixa atividade física e o comportamento sedentário hoje

frequente passa pela busca de tornar o ambiente escolar, a aula de educação física e

outros meios de convívio dos jovens espaços atrativos e dotados de significados.

Este artigo procura propor características do professor visto como triunfante na

sua dominância profissional.

Destaca-se também a prática pedagógica de uma professora de Educação Física

escolar em situação real de ensino.

Cunha (1996) afirma que o professor não tem um papel definido e nem

valorizado. O professor é o fruto de um determinado contexto histórico e social.

Relacionando a prática pedagógica do professor Educação Física e a sua

formação profissional, Darido (1996) detectou dois tipos de formação; a tradicional,

voltada a valorização do desempenho esportivo em implicância a outros desempenhos

educativos e outras mais científica a qual destaca a teoria e o conhecimento científico

derivado das ciências-mães.

Na formação tradicional o papel do professor é relacionado ao papel de

treinador. Onde o mesmo planeja aulas aplicando metodologias e fazendo as avaliações.

Sendo um treinador que controla, lidera e repara a ação de seus alunos.

Na formação científica, ele tenta reparar falhas identificadas na formação dita

como tradicional.

Para se tornar um professor de Educação Física bem sucedido, o profissional

deve se importar não apenas com o ensino de habilidades, mas também com a formação

integral do aluno sendo elas, psicológicas, filosóficas e sociais.

A professora na qual foi apresentada neste artigo mostra a sua prática com

professora de Educação Física e sua rotina diária, desde o planejamento de suas aulas

até a prática exercida no seu dia a dia. Apresenta o que reconhece ser importante para

formação de seus alunos.

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A professora concluiu sua Graduação em Educação Física em 1970, onde é a

época dita como tradicional, mas a mesma conseguiu ir além dos aspectos negativos de

sua formação e dos obstáculos que surgiram em toda sua jornada como professora, até

os dias atuais.

Ela correu atrás de seus objetivos, sempre pensando na melhoria de seu trabalho.

Diversificando conteúdos aplicados e a maneira na qual ela implementava em suas

aulas.

Trabalhando com turmas mistas, elogiando, incentivando e valorizando cada

aluno, sendo eles visto pessoas individuais, onde cada um tem seu tempo e modo de agir

e se comportar e não os via apenas como um grupo coletivo onde todos deveriam agir

da mesma forma e estar no mesmo estágio de aprendizagem.

Trabalhando com seus alunos conteúdos em suas diferentes dimensões sendo

elas, conceitual, procedimental e atitudinal.

O método avaliativo assumido na maior parte das escolas está relacionado à

comparação de valores, imperando aspectos quantitativos sobre os qualitativos, o que

causa preocupação. Essas preocupações ocorrem principalmente nos que trazem

consigo os estigmas decorrentes de maneiras inadequadas do método avaliativo.

Foi identificado por meio de pesquisas teóricas, que existe complexidade na

forma de avaliar independente da disciplina e na Educação Física escolar essa

complexidade aumenta.

Segundo Luckesi (1998), a avaliação tende a acolher e integrar o aluno ao seu

meio e o julgamento tende a exclui-lo.

Conforme Faria Jr. (1986), não existe uma separação entre as áreas afetivas,

cognitivas e psicomotoras, pois no decorrer da aprendizagem elas se fundem, estão

direta ou indiretamente ligadas.

A avaliação escolar tem sido remodelada ao longo dos anos, em decorrência das

mudanças da sociedade, do comportamento humano, das melhorias tecnológicas entre

outras causas.

Atualmente pretende-se que as aulas de Educação Física deem oportunidade ao

aluno para que ela possa experimentar com habilidade física que evidenciem o corpo,

esportes, lutas, danças e ginástica, enriquecendo assim sua linguagem motora.

Quando avaliação está ligada ao projeto pedagógico da escola será permitido um

diagnóstico de suas capacidades.

A avalição jamais deve colocar o aluno em posição constrangedora, fazendo

com que ele se afaste da experiência das atividades propostas.

Conta-se com diversas formas de avaliação, não vai haver novidades na forma

de avaliar em Educação Física se não houver o empenho e a busca do professor. Cada

professor tem sua forma e seu método de avaliação, o professor deve sempre pensar nos

efeitos e qual será a ação pedagógica que esta avaliação estará trazendo, tendo uma

réplica positiva ou negativa em suas atuações.

Vai perspicácia de o professor avaliar com coerência, não deixando para trás o

considerável ato de avaliar nas escolas.

Pois sistema certas vezes determina ao professor de Educação Física algumas

formas de avaliação que o restringe.

Vale lembrar que cada situação deve ter uma atenção e um modo diferente de

olhar e avaliar a questão apresentada, sabendo que diferentes situações pedem diferentes

procedimentos.

O estudo de Betti (1999) procurou discutir por que outras modalidades, e

conteúdo não desportivos são pouco utilizados nas aulas de educação física. A autora

tentou também, empreender neste artigo outra discussão no sentido de questionar a

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pouca utilização de outras modalidades esportivas e outros conteúdos da educação física

para que a mesma não continue sendo vista como binômio Educação Física/Esporte (e

muitos menos Educação Física/alguns esportes). É preciso aceitar que o esporte tornou-

se um evento social massivo devido a mídia; o papel do professor é promover o

entendimento em vários sentidos que os jogos esportivos possam ter, porem falta aos

professores adquirir uma nova forma de didática de ensinar o esporte abordando teoria

juntamente com a prática.

A pesquisa desenvolvida em 8 (oito) escolas públicas e particulares verificando

conteúdo desenvolvido em aula e também ouvindo a opinião dos alunos a respeito do

que gostariam de aprender nas aulas de educação física. A escola assumiu o ensino do

esporte como praticamente única estratégia, e esta é uma constatação fácil d ser

percebida em toda instituição escolar, tenha ela ou não estrutura para tal. É preciso

aprender a discutir o esporte e não só aprender a executar, o professor de educação

física é o mais indicado a abordar esse assunto sem transformar a aula em apenas teoria.

As escolas têm vários motivos para o fato de não utilizarem outros conteúdos,

falta de material, espaço insuficiente, pouca estrutura etc. certamente existem outros

motivos, porem cabe aos professores de educação física tomar a decisão de questionar

uma vez que são eles que estão efetivamente dentro da escola e na quadra, suas

condutas é que mudarão ou não o rumo e o crescimento da educação física.

Para Betti e Zuliani (2002) Conclui-se pela necessidade de a Educação Física

estreitar as relações entre teoria e prática e inovar pedagogicamente, a fim de seguir

contribuindo para a formação integral das crianças e jovens e para a apropriação crítica

da cultura corporal de movimento.

Segundo Gumarães, Pellini, Araujo e Mazzini (2001) é visível a situação de

marginalização em que se encontra a Educação Física Escolar, decorrente, por um lado,

de um complexo histórico em que foi utilizada com finalidades diversas e, de outro, da

má qualificação de seus profissionais.

De acordo com Antunes, Dantas, Bigotti, Tokuyoche, Tani, Brasil e André

(2005) os resultados evidenciam que, a maioria dos artigos nacionais trabalha com a

caracterização da Educação Física Escolar, os artigos internacionais demonstram uma

preocupação com o processo ensino-aprendizagem. Conclui-se que a pesquisa em

Educação Física Escolar no Brasil é pequena, e quando ocorre, mostra uma

predominância dos estudos relacionados à caracterização.

Betti e Liz (2003) informam que A Educação Física é fortemente associada ao

esporte, mas as dimensões do Lúdico, do movimento e da competição parecem ser mais

importantes do que os conteúdos específicos.

Sousa e Altmann (1999) discutem o gênero como construção social que uma

dada cultural estabelece em relação a homens e mulheres, mostrando que essa

construção é relacional, tais como raça, idade, classe social e habilidades motoras.

Darido, Galvão, Ferreira e Fiorin (1999) O resultado de seus estudos mostraram

que os professores entendem que a Educação Física deva ser conduzida no mesmo

período das demais disciplinas, pois facilita a democratização do acesso dos alunos, que

as maiores dificuldades dos professores, residem na falta de interesse dos alunos do

ensino médio e falta de habilidade dos mesmos.

Hallal, Knuth, Cruz, Mendes e Malta (2010) concluíram que os dados do PeNSE

indicam baixa prevalência de jovens e adultos e com duas ou mais aulas de Educação

Física por semana, além de elevada prevalência de comportamento sedentário

Galvão (2002) Buscou levantar as competências ou características daquele

professor considerado bem sucedido em sua intervenção profissional.

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Para Bratifische (2003) o processo avaliativo adotado na grande maioria das

escolas ainda esta ligado à aferição de valores, prevalecendo os aspectos quantitativos

sobre os qualitativos, o que ocasiona inquietações nas pessoas.

Betti (1999) informa que o esporte tornou-se, nas últimas décadas, o conteúdo

hegemônico das aulas de Educação Física, porém apenas algumas modalidades

esportivas são eleitas pelos professores. Este ensaio procura discutir por que outras

modalidades, e conteúdo não esportivos pouco são utilizados.

3 Objetivo

Mostrar a importância do Professor na Educação Física Escolar, mostrando os

pontos positivos e dificuldades enfrentadas em seu cotidiano.

4 Método

Foi feito um estudo descritivo que se caracteriza como uma pesquisa de

levantamento de informações do professor de Educação Física nas escolas. O tema foi

pesquisado em artigos científicos seguindo a ordem de leitura de reconhecimento,

leitura seletiva, leitura crítica ou reflexiva e por fim a leitura interpretativa.

5 Resultados e Conclusão

Verifiquei através deste estudo que o professor de Educação Física está longe de

ser apenas um esportista, sua competência esta relacionada ao conceito de cultura

corporal de movimento, habilidades motoras e socialização dos alunos.

Amplificando o desenvolvimento físico e disciplinar, trabalhando com a

autoconfiança através de atividades concedida nos Parâmetros Curriculares Nacionais.

Podemos concluir que para ser um profissional bem sucedido ele precisa estar

em constante atualização profissional, para conseguir solucionar os obstáculos

apresentado no cotidiano escolar.

Entende-se que a Educação Física deva ser conduzida no mesmo período das

demais disciplinas, facilitando o acesso dos alunos.

6 Considerações finais

Verifica-se a necessidade de profissionais estimulados e qualificados para

conseguirmos mudar o senário atual da Educação Física Escolar.

Através deste estudo constatou-se que o profissional de Educação Física é de

valiosa importância para a melhoria da qualidade das aulas.

O profissional de Educação Física, deve ter responsabilidade social e ética, pois

é responsável pela qualidade da educação brasileira, tão desvalorizada nos dias de hoje.

A Educação Física escolar é uma ferramenta indispensável, para promover o

ensino de maneira completa, de forma lúdica, colocando em evidencia, as diferenças

culturais, corporais e sociais.

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Referências

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BRATIFISCHE, S.A. Avaliação em Educação Física: Um desafio; Revista da

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DARIDO, S.C. et al. Educação Física no Ensino Médio: reflexões e ações;

Motriz; Dez, v.5, n.2, 1999.

GALVÃO, Z. Educação Física Escolar: a prática do bom professor; Revista

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GUIMARÃES, A.A. et al. Educação Física Escolar; atitudes e valores; Motriz,

Jan-Jun, v.7, n.1, p.17-22, 2001.

HALLAL, P.C et al. Prática de Atividade Física em adolescentes brasileiros;

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SOUSA, E.S; ALTIMANN, H. Meninos e Meninas: expectativas corporais e

implicações na Educação Física Escolar; Caderno Cedes, Ano XIX, n.48, 1999.

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A INFLUÊNCIA DA MÍDIA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO

FÍSICA ESCOLAR, DE ALGUMA FORMA SERÁ QUE ISSO

ACONTECE?

Jhonatan Henrique da Silva ¹

Thiago Augusto Costa de Oliveira ²

RESUMO

A proposta do presente estudo aborda um problema atual, a mídia tecnológica na

educação física escolar, como ela e vista pelos professores e pelos alunos, e como ela é

trabalhada. Diante deste cenário o objetivo da pesquisa foi averiguar a influencia da

mídia nas aulas de educação física escolar, como ela influencia e no que ela influencia,

e o poder desta ferramenta. Para isto foi feita uma pesquisa qualitativa concretizada

através de uma revisão de literatura. Os resultados apontam que a mídia influencia nas

escolhas dos alunos nas modalidades esportivas a serem praticadas nas aulas de

educação física escolar e na aquisição de produtos. O que nos possibilita sugerir que a

mídia possa ser trabalhada com inteligência pelo professor de educação física escolar

como uma nova ferramenta de ensino podendo se extrair da mesma diversas

informações assim enriquecendo suas aulas e proporcionando novas vivencias aos seu

alunos, e contribuindo também para que os alunos tenham um senso critico sobre as

informações que eles recebem dos meios de comunicação.

Palavras-chave: Influencia, mídia, Educação Física escolar.

ABSTRACT The purpose of this study addresses a current problem, technological media in physical

education, as she and views by teachers and students, and how it is crafted. In this

scenario the objective of the research was to investigate the influence of media in

school physical education, how it influences and it influences, and the power of this

tool. For this was made a qualitative research implemented through a literature review.

The results show that the media influences the choices of students in sports to be

practiced in school physical education classes and purchase products. What enables us

to suggest that the media can be crafted with intelligence by the teacher of physical

education as a new teaching tool can extract the same number of information thus

enriching their lessons and providing new livings to their students, and contributing

that to also students have a critical sense of the information they receive from the

media.

Keywords: Influences, Media, Education Physical School.

(1)

Graduando em Educação Física (Licenciatura), Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445,

13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail:jhonatan_silvahenrique@ hotmail.com). (2)

Professor Mestre em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades Network –

Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected])

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1 Introdução

Mídia é todo suporte de informação que constitui um meio de expressão capaz

de transmitir algum tipo de mensagens. O conjunto dos meios de comunicação social de

massas Abrangem esses meios como o rádio, o cinema, a televisão, a imprensa, e os

meios eletrônicos (REVISTA DEBATES, 2007).

O aumento da tecnologia tem feito com que a mídia chegue na escola e nas aulas

de Educação Física. Essa “ferramenta” pode ser uma aliada a mais para o professor de

Educação Física ou não, pois se for bem trabalhado a mídia consegue trazer muitas

informações proporcionando aos alunos ter contato com atividades diferentes, já se o

professor não souber acompanhar esse avanço ele acaba de alguma forma perdendo seus

alunos, como mostram Santos e Ribeiro, (2000-2016) que analisaram a utilização dos

recursos midiáticos nas aulas de Educação Física nos tempos modernos e como os

recursos midiáticos ocupam um lugar de destaque e estão presente de forma ativa no

processo de formação do indivíduo influenciando nas escolhas, nos gosto, no olhar

perante os diferentes acontecimentos.

Os estudos que relacionam mídia e Educação Física escolar, relatam grande

influencia da mídia nas escolhas, apontando o futebol como a modalidade preferida dos

alunos nas aulas. Varoto (2013) colocam que esta preferência ocorre, pois existe uma

grande diferença entre o futebol e as outras modalidades, essa diferença se deve pelo

fato de 79% das transmissões de TV são de futebol em seguida vem o voleibol com 9%,

basquetebol com 6%, handebol com 3%, outros programas com 3%, nesse aspecto

pode-se sugerir que a influência da mídia no esporte e na cultura é grande, e deve ser

bem trabalhada pelos professores na escola para que os alunos tenham um olhar crítico

sobre essas realidades.

O que nós chama a atenção e nos levou a verificar mais afundo foi tentar

entender qual a influência da mídia realmente na Educação Física escolar, diante disso o

objetivo do estudo foi buscar na literatura conteúdos que esclarecerão de fato se a mídia

tem ou não influencia nos conteúdos das aulas e através de qual ferramentas ela mais se

aproxima dos alunos.

2 Revisão bibliográfica

Conforme visto na literatura Almeida, Lima e Siqueira (2014) realizaram um

estudo com objetivo de identificar a influencia da mídia e o poder que ela tem nas aulas

de educação física e ainda a importância do professor de educação física para ajudar os

alunos a distinguir as informações e deste modo instruir os alunos sobre a como ser

críticos. Foi feita uma revisão de literatura na tentativa de identificar nas aulas de

educação física qual era a atividade mais preferida dos alunos nas aulas de educação

física o resultado foi o futebol, por conta de estar sempre presente na mídia. De acordo

com os levantamentos pode-se identificar que a mídia esta se tornando um assunto

essencial a ser discutido, porque a cada segundo as crianças e os adolescentes recebem

uma avalanche de informação através da Tv, radio Internet. Diante disso os autores

concluem que nos tempo atuais não podemos pensar na Educação Física sem

acrescentar os meios de comunicação, e que sem duvida o futebol é o esporte preferido

dos alunos, pois a quantidade de jogos transmitidos pela TV e enorme.

Betti (2001) teve como objetivo fazer algumas reflexões sobre a mídia na

educação física escolar, pautado em pesquisas bibliográficas o autor sugere que a mídia

pode ser aliada ou inimiga da educação física escolar, pois as crianças e os adolescentes

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veem o esporte como telespectadores e não como praticantes, pôr o campo esportivo ser

um Telê espetáculo que descaracteriza a educação física e a cultura corporal dos

movimentos o pesquisador defende o uso da TV e de vídeos nas aulas de educação

física, pois acredita que através dessas duas ferramentas pode se extrair conhecimento,

reflexões, e debate entre os alunos, mas com alguns cuidados como á analise e a seleção

de um bom conteúdo a ser passado para os alunos durante as aulas. Alguns vídeos que

podem ajudar nas aulas de educação física como: vídeo como sensibilização, vídeo

como ilustração, vídeo como conteúdo, e sempre pautado em um tema, portanto a

conclusão do estudo aponta que a mídia sendo bem utilizada pelo professor pode ser

uma grande aliada da educação física escolar.

Pontes et al., (2014) teve por objetivo analisar a influência exercida pela mídia

nas aulas de educação física e no âmbito esportivo. Para esse estudo foi realizado uma

revisão bibliográfica. Os resultados estabelecidos apontam que esta discussão está se

tornando cada vez mais necessária, pois a cada estante, crianças e adolescentes recebem

uma avalanche de informações transmitidas pelos principais meios de comunicação,

porem eles ainda não possuem consciência critica para poder distinguir o tipo de

informação que e verdadeira e a que e apenas um a jogada de marketing. Portanto os

autores concluem que a uma necessidade de aumentar a preocupação com as crianças e

os jovens sobre o que eles ouvem e veem na televisão e internet, pois são alvos fáceis

para a mídia.

Barbosa, Mazzonetto (2011) buscou verificar se a alguma influencia da mídia na

seleção dos conteúdos abordados nas aulas de educação física escolar o estudo

caracterizou – se em uma analise de artigos científicos, livros, e texto retirados da

internet, dentre os estudos os autores coletaram alguns dados com os professores de

educação física de escolas publicas da cidade de campinas, chegaram a conclusão que o

futebol e o esporte mais praticado nas aulas de educação física por estar mais presentes

nas transmissões de TV seguido do vôlei , basquete e handebol , na concepção dos

autores se a mídia desse mais atenção as outras modalidades esportiva os alunos iriam

ter um leque mais amplo de opções para realizar novas experiências ,portanto cabe ao

professor propor algumas atividades que estimulem os alunos a se interessar por outras

modalidades que não esteja presente na mídia com tanta frequência , os meios de

informação interferem na formação das crianças e jovens na idade escolar ao restringir

os conteúdos de educação física ,com isso o professor se acomoda e não procura

abordar outros conteúdos se limitando a abordar os mais fáceis.

Já Santos e Ribeiro (2000-2016) analisaram a utilização dos recursos midiáticos

nas aulas de educação física. Nos tempos modernos os recursos midiáticos ocupam um

lugar de destaque e estão presente de forma ativa no processo de formação do indivíduo

influenciando nas escolhas, nos gosto, no olhar perante os diferentes acontecimentos.

Através de uma abordagem qualitativa foi elaborado uma entrevista com os alunos e

uma dinâmica onde foi proposto aos alunos que eles se dividiam em grupos e

elaborassem uma entrevista após o jogo de queimada de acordo com o que eles já viram

em algum meio de comunicação, depois um debate esportivo e por último a criação de

um jornal esportivo. Participaram desse estudo 45 alunos com faixa etária de 11 a 12

anos da 5ª e alguns professores de educação física da escola da rede estadual de ensino.

Os resultados apontam que crianças, jovens e adultos são influenciados por ideias

transmitidas pela TV em alguns momentos chegam a reproduzir ações idênticas ao que

se transmite na TV. Os recursos da mídia podem ser incorporados pela educação física

como um meio a promover reflexões e debate sobre a mídia.

Nesta linha Romão e Duarte (2000-2016) buscou analisar os conteúdos das aulas

de educação física no ensino médio, analisando o professor de uma escola particular e o

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professor da rede pública. Diagnosticando se de alguma forma a mídia em um contexto

geral tem alguma influência nos conteúdos trabalhados. Os professores foram

analisados através de uma análise qualitativa com um questionário onde os

entrevistados podiam fazer observações e sugestões, após a análise dos dados coletados.

Pode-se identificar que a idade média desses professores foi de 32 a 47 anos por conta

dessa idade os professores não deram continuidade nos estudos e não acompanharam a

evolução dos conteúdos da educação física por isso as atividades nas aulas eram sempre

rotineiras futebol, voleibol, basquetebol, handebol. Os entrevistados pontuaram também

que preferem dar aula para o ensino médio pelo fato deles entenderem os conteúdos

mais rápidos em comparação ao ensino fundamental. Em relação a mídia, se ela

influência nos conteúdos abordado nas aulas, os entrevistados argumentaram que por

conta do tempo vago ser pouco eles acabam não conseguindo acompanhar

frequentemente o que passa na mídia. Portanto com base nos resultados verifica-se que

os professores não ignoram, mas não se baseiam somente no que passa na mídia.

Perante todos os aspectos chega-se a conclusão que os docentes são muito tradicionais

na maneira como conduzem suas aulas de educação física isso se deve ao não

aperfeiçoamento após a graduação.

Já o estudo de Cavalcante e Saraiva (2014) teve como objetivo verificar a

influência da mídia em despertar o interesse dos adolescentes em querer ser um jogador

de futebol, e especificamente para identificar os fatores que levam a essa escolha. Para

obter os dados foi feito uma pesquisa com vinte adolescentes do sexo masculino,

através de um questionário com oito questões relacionadas ao tema, os resultados

demonstram que dos vinte entrevistados dezenove gostariam de ser um jogador de

futebol pelas oportunidades de fazer viagens, dinheiro, carros de luxo, mulheres, e

ajudar a família. Os adolescentes decorrem suas opiniões são influenciadas pelo fato de

a TV mostrar como os jogadores de futebol profissional vivem e usufruem da fama,

esses jogadores são o espelho desses adolescentes, já o único adolescente que não se

interessou pelo futebol alegou não gostar de praticar essas modalidades. Ao analisar

cinquenta e duas matérias exibidas pelo programa, esporte espetacular, 28 reportagens

estava elencado ao estudo, ou seja, só falava sobre o futebol. Portanto, os autores

demonstram que fica evidente após o estudo que a repercussão dada pela TV ao futebol

fomenta a vontade dos adolescentes em ser um jogador de futebol.

Pereira e Varoto (2013) fizeram um estudo para tentar detectar a influência da

mídia ao futebol nos padrões sociocultural na idade escolar segundo a percepção dos

pais ou qual seja seu responsável. Para esse estudo participaram trinta e um pais de

alunos do ensino fundamental de duas escolas públicas. Para coleta de dados foi

utilizado um questionário com dez questões objetivas relacionadas a influência

sociocultural da mídia relativa ao futebol no dia a dia dos alunos. O resultado da

questão referente ao esporte mais praticado e assistido pelos alunos em seu tempo vago

de acordo com a observância dos pais demonstra que existe uma grande diferença entre

o futebol e as outras modalidades, essa diferença se deve pelo fato de 79% das

transmissões de TV são de futebol em seguida vem o voleibol com 9%, basquetebol

com 6%, handebol com 3%, outros programas com 3%, nesse aspecto pode-se sugerir

que a influência da mídia no esporte e na cultura é grande, e deve ser bem trabalhada

pelos professores na escola para que os alunos tenham um olhar crítico sobre essas

realidades.

Já para Pezzuol e Rossato (2015) o estudo teve como objetivo relatar uma

experiência que utiliza as redes sociais como o face book, a partir daí identificando que

atualmente os alunos possuem acesso frequente aos recursos tecnológicos, participaram

do estudo 700 alunos de duas escolas públicas do estado de são Paulo com alunos do

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fundamental e médio, a professora criou uma página no face book onde esses alunos

tinham acesso a conteúdo das aulas de educação física e eles podiam publicar fotos e

vídeos relacionados a educação física, após observar por um tempo o andamento da

página no face book chegou-se a conclusão que essa ferramenta tecnológica pode

promover a ampliação do conhecimento dos alunos e a flexibilidade na forma de estudo,

um fato que chamo a atenção da professora foram o acesso dos pais dos alunos e o

entusiasmo dos alunos em manter a pagina ativa sempre publicando algo sobre a

educação física ,porem a muita resistência dentro de algumas instituições escolares para

trabalhar com essas ferramenta.

Por fim Morisso, Brachtuogel, Gonzáles (2013) teve como objetivo identificar o

entusiasmo dos professores para o uso das tecnologias de informação e comunicação

nas aulas de educação física e as dificuldades para utilizadas relacionando com o

ensino, o projeto buscou conhecer o uso da T.I.C assim como os fatores que afetam sua

utilização entre os professores de educação física , participaram desse estudo 31

professores com idade entre 30 a 50 anos , foi feito uma pesquisa de campo para a

coleta de dados através de um questionário buscando através das questões conhecer a

relação dos entrevistados com as novas tecnologias, os resultados mostram que a T.I.C

estão cada vez mais presente na rotina dos alunos e que os professores reconhecem isso

afinal eles utilizam das redes sociais como forma de lazer ,portanto concluímos que o

entusiasmo e a motivação e visível nos professores com as novas possibilidades de

ensino este entusiasmo vem junto com várias ideias e desejo do que trabalhar com os

alunos.

Em suma podemos verificar que a influência da mídia está cada vez mais

presente nas aulas de educação física, tanto nas escolhas dos conteúdos, como nas

práticas de diferentes modalidades conforme visto na literatura. Almeida, Lima e

Siqueira (2014), Betti (2001), Pontes e Santos (2014) e Barbosa e Mazzonetto, (2011)

realizaram estudos que na sua essência procuram identificar a influência da mídia e o

poder que ela tem nas aulas de Educação Física e ainda a importância do professor de

educação física para ajudar os alunos a distinguir as informações e deste modo prepara-

los para críticos. Já Santos e Ribeiro, (S/A) analisaram a utilização dos recursos

midiáticos nas aulas de Educação Física. Nos tempos modernos os recursos midiáticos

ocupam um lugar de destaque e estão presente de forma ativa no processo de formação

do indivíduo influenciando nas escolhas, nos gosto, no olhar perante os diferentes

acontecimentos. Nesta linha Romão e Duarte (S/A) analisam os conteúdos das aulas de

Educação Física no ensino médio, comparando professores de uma escola particular e

professores da rede pública, onde tentam diagnosticar se de alguma forma a mídia em

um contexto geral tem alguma influência nos conteúdos trabalhados. Cavalcante e

Saraiva (2014) e Pereira e Varoto (2013) fazem um estudo para tentar detectar a

influência da mídia do futebol na idade escolar segundo a percepção dos pais. Pezzuol e

Rossato (2015) verificam a influência da mídia nas redes sociais. Por fim Morisso,

Brachtuogel e Gonzáles (2013) investigam a relação dos professores ao utilizar as

tecnologias de informação e comunicação nas aulas de educação física e as dificuldades

para utilizadas relacionando com o ensino.

Nestes estudos os métodos mais utilizados foram seis pesquisas de campo e

quatro revisões de literatura, os resultados estabelecidos foram que das seis pesquisas de

campo, quatro delas apontam que o futebol e o esporte que este mais presente na mídia

e nas matérias de alguns programas de esporte por isso se torna o esporte mais preferido

dos alunos, já as outras duas pesquisas apontam que a mídia esta ligada diretamente a

educação física tanto na influencia de modalidades esportiva como nas propagandas de

matérias de programas esportivo influenciando na compra de uma determinada marca

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conceituada no mercado, perante os resultados das pesquisas de revisão de literatura a

primeira enaltece a importância dessa discussão, pois os alunos recebem uma avalanche

de informação dos meios de comunicação mais ainda na possuem consciência critica, a

segunda revisão ela mostra que o professor de educação física ele não ignora a mídia

mais também não se baseia nela para ministrar suas aulas argumentando que não tem

muito tempo disponível para acompanhar os meios de comunicação, já a terceira revisão

defende o uso das mídias nas aulas de educação física como ferramenta de ensino, já a

quarta revisão mostra que o professor de educação física esta muito entusiasmado com o

avanço da tecnologia e vê nessas ferramenta uma maneira de enriquecer suas aulas

desenvolvendo varias atividades.

Diante do exposto nos questionamos sobre a real influência da mídia nas aulas

de Educação Física escolar.

3 Objetivo

Averiguar se realmente ocorre a influencia da mídia nas aulas de Educação

Física escolar.

4 Método

Foi feita uma pesquisa qualitativa concretizada através de uma revisão de

literatura. Inicialmente o tema foi pesquisado em livros, dissertações e teses e

posteriormente em base de dados e em periódicos. O método de análise dos textos e dos

artigos foi influído pela literatura (NELSON; THOMAS, 2012; CERVO; BERVIAN,

2007), seguindo a ordem de leitura de reconhecimento, leitura seletiva, leitura crítica ou

reflexiva e por fim a leitura interpretativa.

5 Resultados e Conclusão

Verificamos no presente estudo, que existe claramente á influencia da mídia na

educação física escolar, os resultados apontam que o futebol é o esporte preferido dos

alunos, esta obcecação pela pratica do futebol por parte dos alunos, parte da importância

que a mídia de um modo geral repercute sobre o futebol no mundo todo, o reflexo e que

os alunos só querem praticar o futebol nas aulas de educação física isso acaba

descaracterizando as demais modalidades esportivas assim dificultando o trabalho do

professor de educação física em propor aos alunos uma pratica diferente como, por

exemplo: vôlei, basquete, handebol, e diversas outras atividades. A mídia esta tão

vinculada com a educação física escolar que acaba não só influenciando nas

modalidades esportivas como influencia também os alunos a adquirirem um

determinado calçado ou uma roupa que esta sendo usado por aquele atleta que está

sempre presente na mídia.

Os resultados apontam que nos professores de educação física não nos apegamos

à mídia para ministramos as aulas, mas também não as ignoramos, alguns professores

estão entusiasmados com esse avanço da tecnologia e a influencia que ela esta tendo

sobre os alunos vendo como uma nova ferramenta de ensino e uma nova forma de

ampliar os conteúdos das aulas de educação física e proporcionar novas vivencias, mas

devemos dar mais importância a essa discussão, pois a cada segundo os alunos recebem

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57

uma avalanche de informação, o problema é que na maioria das vezes o estudantes não

possuem senso critico para lidar com essas informações.

Diante dos resultados apresentados concluímos que de fato a mídia influencia na

educação física escolar, tanto nas escolhas das modalidades por parte dos alunos como

na influencia mercadológica de materiais esportivos. Portanto á mídia não trabalhada de

forma correta. Para o professor de educação física ela se torna um obstáculo negativo á

mais para o professor durante suas aulas.

6 Considerações finais

Verificamos as dificuldades dos professores de educação física em saber lidar e

trabalhar com o avanço da tecnologia nas aulas, se deixa influenciar pelos alunos nas

escolhas dos conteúdos das aulas assim tornando somente em aula de futebol, os

professores tem que se adaptar a essa nova realidade e começar a incluir a mídia de

alguma forma em suas aulas para facilitar seu trabalho.

A inclusão da mídia nas aulas de educação física escolar nos tempos atuais e

indispensáveis, pois através dessa ferramenta o professor pode derrubar o tabu de que a

educação física escolar e só futebol e propor aos alunos pesquisas individuais de

diferentes modalidades, trabalhos em grupos sobre esporte que eles não conheçam

podendo usar o acesso a internet da própria escola para promover essas pesquisas, e

através da sala de vídeo preparar materiais para ser exibido com diversas abordagens

assim proporcionando novas vivencias aos alunos e incluindo a ferramenta mídia como

material de estudo e aprendizagem .

Esperamos maior apoio de quem comanda as escolas e também dos demais

professores das outras disciplinas, pois eles têm um papel crucial nessa nova realidade,

pois acabam tendo mais tempos com os alunos do que nos professores de educação

física.

Uma proposta seria a utilização de trabalhos interdisciplinares, dando uma

atenção especial para esse assunto, pois a avanço da tecnologia só tende a aumentar

assim propondo maiores vivencias através da mídia tecnológica, contribuindo para que

os alunos tenham uma consciência critica dos assuntos que vem através dos meios de

comunicação.

Com todo o senário atual da educação física escolar em relação com a mídia

tecnológica, esperamos que os meios de comunicação deem à mesma importância as

outras modalidades como dão ao futebol tanto nas transmissões televisivas como nas

reportagens dos programas esportivos, pois assim os alunos e todos telespectadores

passaram a conhecer mais sobre as outras modalidades do esporte, assim

consequentemente facilitara o trabalho do professor na educação física escolar e não

necessariamente incluindo a mídia nas aulas, mais dando continuidade e aperfeiçoando

as informações transmitidas pelos meios de comunicação.

Referências

ADENILSON; O, PEREIRA; FERNANDO; A, VAROTO Futebol “

Espetáculo”: A Influencia da Mídia nos Padrões Sociais de Alunos do Gênero

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midia-na-escolha-do-esporte-como-conteudo-de-aula-pelos-professores-de-educacao-

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WILLANES; T, S, CAVALCANTE; LAYANE; C, SARAIVA A Influencia da

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OBESIDADE NO ENSINO INFANTIL: COMO A EDUCAÇÃO

FÍSICA PODE CONTRIBUIR PARA DIMINUIÇÃO DA

OBESIDADE INFANTIL?

Jhonatan dos Santos¹

Thiago Augusto Costa de Oliveira²

RESUMO

A proposta do presente estudo gira em torno da obesidade infantil, uma epidemia, sendo

observada há cada ano com mais frequência nas ruas e principalmente nas aulas de

Educação Física Escolar, prejudicando o desenvolvimento motor de nossas crianças,

não somente motor como cognitivo também, além de causar vários riscos há saúde.

Diante deste cenário que estamos passando visando em minimizar essa epidemia

contextualizando o papel da educação física infantil de orientar os alunos e seus

responsáveis sobre os riscos causados, como prevenir, atividades físicas, palestras

nutricionais, aplicando-o no dia-a-dia.

Palavras-chave: Obesidade Infantil, Educação Física Escolar, Epidemia.

ABSTRACT

The purpose of this study revolves around childhood obesity, an epidemic, being

observed for each year with more frequency in the streets and particularly in physical

education classes, damaging the engine development of our children, not only motor

and cognitive also beyond to cause various health risk there. In this scenario we are

going through in order to minimize the epidemic contextualizing the role of childhood

physical education guide students and their parents about the risks caused , how to

prevent , physical activity , nutrition lectures , applying it in day-to - day.

Keywords: Childhood Obesity, School Physical Education , Epidemic .

(1) Graduando em Educação Física (Licenciatura), Faculdades Network - Av. Ampélio Gazzetta, 2445,

13460-000 Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]). (2)

Professor Mestre em Educação Física - Professor do curso de Educação Física, Faculdades Network -

Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]).

Page 60: CAPA - nwk.edu.br§ão-Física... · CAPA . 2 Revista dos Alunos de Educação Física ... Thiago Augusto Costa de Oliveira ² RESUMO Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de

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Introdução

A obesidade infantil vem crescendo em nosso país se tornando uma epidemia,

sendo notada nas escolas e mais perceptíveis nas aulas de Educação Física Escolar

durante as atividades. A obesidade Infantil é provavelmente o distúrbio metabólico mais

antigo, havendo relatos em múmias egípcias e em esculturas Gregas.

(BLUMENKRANTZ, 1997).

O que é obesidade? Há diversas formas de classificar e conceituar, porém a

definição primaria de obesidade seria "o acúmulo excessivo de tecido adiposo no

organismo". (NUNES,1998).

A palavra Obesidade vem do latim obesitas que significa "Excesso de Gordura"

também conhecida como adiposidade, ou seja, acumulação de gordura no corpo,

caracterizando o indivíduo a estar acima do peso "sobrepeso".

Mello, Luft e Meyer (2004), entendem que o aumento da obesidade Infantil se

dá devido há vários fatores, podendo-se ser citados não em uma ordem devidamente

correta, mas que a influenciam. A falta de atividade física, o desmame precoce,

alimentação inadequada, avanços tecnológicos (tv, vídeo games, computadores tablets),

o fácil acesso a fast-foods e a falta de segurança nas ruas, fazendo com que se limite o

espaço físico da criança brincar, sedentarismo, entre outros.

Giuliano e Carneiro (2004), dizem que a obesidade em um dos pais, ou sua

presença na infância, ambos os fatores não devem ser considerados isoladamente, mas

em interação. Concluem que o modelo de comportamento tendendo a inatividade e

inadequação da dieta familiar é um fator que pode levar a obesidade precoce.

Poeta, Duarte e Giuliano (2010), sugerem que a obesidade pode estar ligada a

fatores psicológicos e sociais, compromete a autoestima da pessoa obesa levando a uma

baixa qualidade de vida.

Deste modo entendemos uma pessoa obesa como, "convencionalmente aquela

que pesa 20% a mais do que o padrão especificado com relação ao sexo, altura e

estrutura corporal”. (FLARHERT, 1995; VASQUES; MARTINS; AZEVEDO (2004)).

Revisão bibliográfica

Os estudos de Mello (2004); buscou apresentar características gerais da

obesidade, salientando aspectos práticos do tratamento da obesidade infantil de ampla

aplicação, além da importância da prevenção e formas práticas de realiza-las, sendo

uma pesquisa elaborada com artigos de revisões, estudos observacionais, ensaios

clínicos e posições de consenso. O mesmo ocorreu nos estudos de Giugliano e Carneiro

(2004), visando um questionário criado como avaliação, em um cartão impresso,

contendo peso, estatura e índice de massa corporal dos escolares, visando o diagnóstico

precoce e a orientação dos alunos e familiares quando ao sobrepeso, obesidade e baixo

peso, contendo outro questionário para verificar atividades e nível de sedentarismo dos

pais dos alunos.

Através de questionário Poeta, Duarte e Giuliano (2010) teve como objetivo,

estudar e avaliar a qualidade de vida relacionada a saúde de crianças obesas.

Estudos de Vasques, Martins e Azevedo (2004), visou nos aspectos

psicológicos, terapia cognitiva e formas de tratamentos através de psiquiatras,

alimentações e diagnósticos através de remédios a longo prazo.

Nos estudos de Araújo, Brito e Silva (2010), feito através de artigos e revisões,

analisando na Educação Física, medidas de aulas e informações para que os alunos se

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policiem com informações e atividades físicas, melhorando suas qualidades de vidas.

Um propósito de como influenciarmos na vida de crianças obesas, uma forma

mais adequada de prevenir ou tentar conciliar exercícios nas aulas de educação física.

Os Objetivos dos estudos se baseiam no fato de acompanhar essa tal questão que cresce

a cada dia em nosso país, destacando pontos principais de qual a razão inicial, níveis de

atividades físicas, sedentarismo, alimentação, saúde e qualidade de vida dessas crianças.

Objetivo

Objetivo deste estudo é analisar a causa da obesidade infantil, e trabalharmos de

forma adequada na Educação Física Escolar formas para educa-los com atividades

físicas, alimentações corretas e incorretas, mostrando-as os problemas de saúde que

podem ocorrer com o intuito de minimizar a obesidade infantil.

Método

Foram feitas pesquisas, quantitativa concretizada, através de revisão de artigos

publicados. Questionários e abordagens, com crianças e responsáveis pelas crianças,

visando e classificando como obesas ou não.

Resultados e Conclusão

Em ambos artigos selecionados, demonstram o alto índice e o crescimento em

nosso País, vários problemas causados pela obesidade relacionados a saúde e

desenvolvimento Psicológico e Motor, devido a fatores como falta de informações,

sedentarismo, alimentação incorreta, e a falta de atividade física e influência de seus

pais.

Considerações Finais

Verificamos através desta pesquisa, a falta de informações tanto dos pais e das

crianças, influenciam no aumento da obesidade infantil, e para combater ou minimizar

essa epidemia, é preciso de mais informação, não somente para pais e crianças, mas

também para os Professores que irão receber essas crianças em suas aulas. A Educação

Física pode contribuir sim, auxiliando-as com informações corretas e meios de

atividades físicas, palestras, conscientização, hábitos alimentares, a todos que passarem

no âmbito escolar, sendo que a maioria de nossas crianças, jovens e adultos passam pela

escola.

Referências

ARAÚJO, R.A.; BRITO, A.A.; SILVA, F.M. O papel da educação física escolar

diante da epidemia da obesidade em crianças e adolescentes; Educação Física em

Revista; v.4; n.2; mai/jun/jul/ago.,2010.

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62

BLUMENKRANTZ, M. Obesity: the world ́s metabolic disorder [on line].

Beverly Hills, 1997. [citado em 28/08/1997]. Available from www:<URL:http:

//www.quantumhcp.com.obesity.htm>.

GIUGLIANO, R.; CARNEIRO, E.C. Fatores associados à escola em escolares;

Jornal de Pediatria, Rio de Janeiro, v.80; n.1; p.17-22; 2004.

MELLO, E.D.; LUFT, V.C.; MEYER, F. Obesidade infantil: como podemos ser

eficazes? Jornal de Pediatria, Rio de Janeiro, v.80; n.3; p. 173-82; 2004.

PAZIN, J.; FRAINER, D.E.S. MOREIRA, D. Crianças obesas tem atraso no

desenvolvimento motor; Revista Digital - Buenos Aires; v.11; n101; out; 2006.

POETA, L.S.; DUARTE, M.F.S.; GIULIANO, I.C.B. Qualidade de vida

relacionada à saúde de crianças obesas; Revista da Associação Medica Brasileira,

v.56; n.2; p.168-72; 2010.

VASQUES, F.; MARTINS, F.C.; AZEVEDO, A.P. Aspectos psiquiátricos do

tratamento da obesidade; Revista de Psiquiatria Clinica. v.31; n.4; p.195-198;

Set;2004.

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63

BULLYING ESCOLAR: O ESTUDO DESTA

AGRESSIVIDADE

Luiz Paulo de Lima dos Reis¹

Thiago Augusto Costa de Oliveira ²

RESUMO

Este estudo teve por objetivo compreender o bullying no ambiente escolar. Foi feito

uma revisão de literatura. Os resultados apontam que o bullying é identificado na escola

com pessoas envolvidas tendo características diversas, pois se trata de uma violência

repetitiva e intencional, que às vezes aparece escondida em pequenos atos. Como

conclusão é sugerido que haja uma interação entre escola, família e aulas de Educação

Física escolar para combater o bullying.

Palavras-chave: Bullying, Educação Física escolar, Escola.

ABSTRACT

This study aimed to understand bullying at school. It was done a literature review. The

results show that bullying is identified in school with people involved with different

characteristics, since it is a repetitive and intentional violence, which sometimes

appears hidden in small acts. In conclusion it is suggested that there is an interaction

between school, family and classes of Physical Education to combat bullying.

Keywords: Bullying, Physical Education, School.

(1)

Graduando em Educação Física (Licenciatura), Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445,

13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]). (2)

Professor Mestre em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades Network –

Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected])

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1 Introdução

O bullying tem como objetivo de violência onde apelidar e ou zoar uma pessoa

pode ser visto como inofensivos ou naturais da infância e da relação entre as crianças e

adolescentes na escola.

O bullying caracteriza-se por ser um problema mundial encontrado em todas as

escolas, sejam elas privadas ou públicas, o que vem se expandindo nos últimos anos. A

conduta bullying nas instituições de ensino tem sido um sério problema, pois gera um

aumento significativo da propagação da violência entre os alunos. A prática desse tipo

de violência é vista pelos os autores dedicados a esse assunto como “Fenômeno

bullying”.

Tal fenômeno apresenta-se de forma velada, intencional e repetitiva, dentro de

uma relação desigual de poder, por um longo período de tempo contra uma mesma

vítima, sem motivos evidentes, adotando comportamentos cruéis, humilhantes e

intimidadores, gerando consequências irreparáveis, sejam elas físicas, psíquicas,

emocionais ou comportamentais (LEÃO, 2010).

A violência escolar refere-se a todos os comportamentos agressivos e

antissociais, que variam de conflitos interpessoais até atos criminosos de grande

relevância. Muitas destas situações dependem de fatores externos, onde as intervenções

podem estar além da responsabilidade e da capacidade das instituições de ensino e de

seus funcionários e por meios deste modo de alunos afetados temos que torna um

profissional adequado para tomar devidas providencias rigorosas e de conduta para sim

eliminar estes meios de insulto e ofensas da escola e sim forma pessoas de bem.

2 Revisão bibliográfica

O objetivo do estudo de Souza e Almeida (2011) foi contribuir para a

compreensão do fenômeno o bullying escolar, e refletir sobre alguns de seus

desdobramentos objetivando também as possíveis consequências deste tipo de violência

e suas formas de enfrentamento. Foram entrevistadas 84.000 estudantes em diversos

níveis e períodos escolares, 400 professores e cerca de 1.000 pais. Através desses

estudos verificou-se que, a cada grupo de 7 alunos, um estava envolvido em situações

de bullying. Utilizou-se o método bibliográfico de investigação buscando encontrar na

literatura existente as definições e as possíveis implicações do que convencionou

denotar “bullying”. Os resultados encontraram na literatura 3 fatores recorrentes ao

bullyng: ações repetitivas contra a mesma vítima num período prolongado de tempo;

desequilíbrio de poder dificultando a defesa da vítima; e ausência de motivos que

justifiquem o ataque e ainda duas maneiras que o bullying pode ocorrer, direto ou

indireto. Deve-se pensar a partir dos resultados que algo deve ser feito em conjunto:

família, escola, o poder público e sociedade de um modo geral, que diz respeito ao

âmbito familiar é necessário que os pais estejam atentos aos seus filhos, tanto às suas

necessidades como também para orientá-los em sua conduta, os pais devem contribuir

para a autoestima de seus filhos, ensinando a administrar as relações com as outras

pessoas e respeitar o direito dos outros, na escola, alerta para a importância de inserir no

currículo a aprendizagem não apenas dos conhecimentos mais também para as atitudes

necessárias para a vida postura firme e saber tomar as decisões corretas diante do

problema.

O estudo de Trevisol e Dresh (2011) constitui objetivo de analisar alguns dados

sobre a compreensão de profissionais que atuam na escola sobreo bullying, o que se

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observa nesse contexto e quais os encaminhamentos são necessário para resolver essa

situação. Este artigo também analisou a prática de bullying na escola a partir de dados

coletados por meio de uma investigação realizada por profissionais de uma escola

pública. Foram utilizamos para o procedimento de coleta de dados um questionário

composto por questões semiestruturadas para permitir o posicionamento dos

participantes sobre o foco do estudo realizado. As questões buscaram identificar: a

compreensão desses profissionais sobre o bullying na escola. Foram observadas atitudes

de maus-tratos nas escolas, as principais queixas; faixa de idade que está comumente

envolvida nessas situações; as providências que são tomadas em relação ao problema. A

amostra foi composta por 24 profissionais, que atuam nas duas escolas públicas do

município de Luzerna, Santa Catarina, sendo: 18 professores e seis funcionários das

escolas entre estes: uma coordenadora pedagógica, um chefe de controle de patrimônio,

um chefe do setor de ensino, um estagiário, um assistente técnico pedagógico e um

assistente de educação. Os resultados apontaram que os maus-tratos ocorrem com mais

frequência na escola, foram evidenciadas as seguintes respostas: em primeiro lugar, os

profissionais especificaram a agressão verbal; em segundo, a agressão física; em

terceiro lugar, maus-tratos morais; em quarto lugar, a violência psicológica, sexual e

virtual e quatro não responderam. Os casos mais citados foram os relacionados a

apelidos, prejuízo na autoestima, as agressões físicas e verbais e mudança de

comportamento do aluno que está sendo vítima. Diante disso, é preciso que os adultos

que têm convívio com essas crianças entendam que elas não praticam os maus-tratos

simplesmente por diversão, e sim estão sinalizando que precisam de ajuda, pois podem

estar sendo vítimas de alguma violência em casa e estar repercutindo na escola. É

importante salientar que não são todos os agressores que pertencem a famílias

desestruturadas. Muitas vezes a ausência de afetividade e empatia nas relações

familiares, pode ser causa de comportamentos de maus-tratos. Os autores sugerem que

os professores precisam lidar e resolver efetivamente os casos de bullying, devem ser

disponibilizadas condições para desenvolver comportamentos mais amigáveis e

saudáveis, evitando, quando possível, ações punitivas, como os castigos, as suspensões

ou expulsão da escola, que acabam por marginalizá-los temos que aprimorar as técnicas

estabelecidas e buscar ajudas com outras instituições para ajudar e intervir o problema

de bullying.

Objetivo deste artigo (PIMENTEL; SILVA; SANTOS, 2007) foi retratar a

história do racismo na educação, que está dentro da sociedade desde os tempos

escravagista e ainda está presente na sociedade. Foi feita uma pesquisa teórica em

livros, artigos, teses, dissertações e material eletrônico para compreender como o

racismo acontece e que modo ele pode ser eliminado das práticas escolares. Os achados

demonstram que a falta de preparo das escolas para receber o aluno negro no dia a dia é

evidente e ainda temos preconceito diante das escolas e na sociedade e cabe destacar

que a discussão do preconceito racial é fundamental para aqueles que atuam no espaço

escolar para a conscientização dos alunos e para que as atitudes a serem ministradas

diante do problema abrangente que é o racismo nas escolas e na sociedade seja livros e

matérias didáticos e deste modo possa suprir o combate ao racismo.

Menegotto, Pasini e Levandowski (2013) tem por objetivo em seu estudo

verificar como ocorre o bullying no Brasil. Foi feita uma revisão bibliográfica e após a

compilação dos artigos que se enquadraram nesse critério foi realizada a leitura deles e

posteriormente uma discussão e analise dos conteúdos foram encontrados 50 artigos

científicos publicados entre 2005 e 2011 diante o processo dos artigos foram reunidos

cinco categorias temáticas considerando os temas que foram centrais na discussão dos

artigos , caracterização do bullying escolar, repercussões do bullying escolar,

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identificação, prevenção, intervenção e políticas públicas, Estes estudos relatam a

importância de preparar os professores que não sabem identificar as relações de bullying

e nem lidar com elas e a escola precisa pautar a importância de constituir princípios e

tolerâncias de respeito nela adquirida

Trevisol e Uberti verificam a compreensão de alunos pré-adolescentes e

adolescentes entre 12 e 16 anos de idade que frequentam oitavo ano do ensino

fundamental sobre as razões promotoras do bullyng na escola. A amostra foi composta

por 171 alunos de ensino fundamental que estudam no oitavo ano de duas escolas

centrais de um município de uma região oeste de Santa Catarina foram 64 adolescentes

de escola particular, duas turmas e 107 adolescentes de escola pública 5 turmas para

coleta de dados com os alunos foi utilizado um questionário com roteiro estruturado de

questões tendo como foco situações do cotidiano escolar em que se é evidenciada a

violência e como os alunos avaliam estas situações e o que fariam se estivessem

envolvidos as respostas dos questionários com a utilização de uma ferramenta online:

Google Docs estes dados foram analisados com base nos objetivos de estudo todos.

Apesar de todas as respostas terem tido percentil expressivos a ênfase recaiu sobre a

seguinte resposta: Várias vezes os alunos já presenciaram situações de bullyng na

escola, considerando os dados apresentados identifica-se presença de violência na

escola e essa violência ocorre na maioria das vezes em formas psicológica. O bullyng é

um conflito que envolve pares envolve algo, autores e testemunhas que significa que

abordagem comprometida deve prever envolvimento das partes.

Objetivo desse estudo (SILVA; SILVA, 2015) foi investigar o bullyng escolar a

partir da perspectiva de professores do ensino fundamental, trata se de uma investigação

sobre como eles identificam se as situações desse fenômeno e se intervêm. Estes

aspectos são apontados pela literatura como relevantes para o enfrentamento do

problema em função de os professores estabelecerem contato mais direto com os alunos

o que lhes possibilita realização de intervenções imediatas na ocorrência das agressões.

Participaram 10 professores que lecionavam nas turmas de sexto ano do ensino

fundamental, período no qual se localiza um dos picos de vulnerabilidade as práticas do

bullyng. Os participantes apresentam as seguintes características: 80% eram do sexo

feminino e 20% do masculino a média de idade é de 43.7 anos o tempo médio de

serviço é de 14.4, foi utilizada a técnica de coleta de dados um questionário. Os

resultados apontam que as categorias mais analisadas foram concepção dos professoras

que subsidiam a identificação de episódios de bullyng e intervenções empreendidas por

eles sumariamente, os professores investigados demonstram conhecer as principais

formas de manifestação do bullyng em termos de natureza física verbal e psicológica,

notam se a ausência de aspectos fundamentais para a compreensão e caracterização do

bullyng. Essa analise evidencia ainda que o conhecimento insuficiente dos aspectos do

bullyng dificultam a identificação na sala de aula e a diferenciação de outros

comportamentos recorrentes no ambiente escolar tais como brincadeira e indisciplina.

Verificou-se que os professores investigados recorrem a problematização e discussão

das agressões por elas presenciadas envolvendo a turma em sua totalidade e ao mesmo

tempo conscientizá-los das consequências negativas dos atos. Os autores sugerem que

os melhores resultados tem sido obtidos com intervenções articuladas envolvendo

escola, professores, alunos e famílias são adotadas diferentes estratégias como melhoria

da gestão de sala.

O objetivo do estudo de Silva e Negreiros (2013) foi descrever relatos de futuros

pedagogos e suas experiências vividas na escolarização no que tange a compreensão das

atitudes agressivas intencionais e repetitivas que ocorrem sem motivação evidente

executadas por um ou mais estudantes contra seus pares, causando assim a dor e

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67

angustia exercidas dentro de um contexto de desigualdade, este tipo de violência e bem

especifico e causa danos a vida de qualquer cidadão. Neste sentido este problema tem

sido observado constantemente e ocasionando inúmeras tragédias bem como doenças

físicas e mentais. Esta pesquisa foi feita por 11 estudantes da universidade do Piauí de

ambos os sexos e matriculados em períodos diferentes. Os dados foram obtidos por

meio de método snowball, método que um indivíduo previamente localizado é

solicitado a por meio de um procedimento nominativo, nomear outros indivíduos que

integram os critérios estabelecidos de modo a assegurar as cadeias de referência.

Durante a escolarização diante dos dados coletados pode se observar que ele está

associado a diversos fatores violência física, psicológica ou simbólica destaque se que a

escola deveriam ter palestras e pratica de diálogo para maior entendimento sobre o

bullying, embora vários estudantes tinham sido alvo eles pensaram diferente fazer a

diferença usando a escola para tornar-se um local de aprendizagem e paz deste modo

observam que os pais e professores fiquem mais atentos para que as crianças podem

viver em harmonia e paz nas escolas e dentro de um contexto sócio educativo na

sociedade

3 Objetivo

O objetivo do estudo foi compreender o bullying no ambiente escolar.

4 Método

Foi feita uma pesquisa qualitativa concretizada através de uma revisão de

literatura. Inicialmente o tema foi pesquisado em livros, dissertações e teses e

posteriormente em base de dados e em periódicos. O método de análise dos textos e dos

artigos foi influído pela literatura (NELSON; THOMAS, 2012; CERVO; BERVIAN,

2007), seguindo a ordem de leitura de reconhecimento, leitura seletiva, leitura crítica ou

reflexiva e por fim a leitura interpretativa.

5 Resultados e Conclusão

Em relações ao bullying as situações mais presentes que aparecem na educação

física e o preconceito com os alunos mais pesados e com sobrepeso que geralmente são

os últimos a seres escolhidos ao menos que os outros alunos os mais espertos vejam que

tem alguma habilidade fora do comum pra jogar no mesmo time se não sempre são os

últimos e muitas vezes ofendidos e descriminados

Eu mesmo presenciei muito isso no meu período de estagio e quando eu

ministrei aula em uma escola acontece muito isso daí temos que ser bons profissionais e

tomar algumas medidas bem simples ou até drásticas como exemplo de uma medida

simples escolher o time, colocar menino e menina no mesmo grupo ou até dar vários

tipos de brincadeiras que todos podem brincar igualmente

Basicamente o professor ou profissional tem que explicar que todos tem direitos

iguais de brincar, aprender e temos que respeitar as diferenças estabelecidas e temos que

pensar antes de falar pra se torna pessoas de bem e com caráter e tudo isso e apenas o

começo e temos que levar pro resto da vida

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68

O bullying é identificado na escola com pessoas envolvidas tendo características

diversas, pois se trata de uma violência repetitiva e intencional, que às vezes aparece

escondida em pequenos atos. A dificuldade em reconhecer o bullying pode ocorrer,

também, porque as vítimas normalmente sofrem caladas, com medo de se expor à

situação de repreensão. E, acabam ficando presas a tal violência, desenvolvendo

diversos problemas em seu próprio desenvolvimento.

Muitos professores não conseguem identificar as manifestações do bullying, por

não saberem reagir às situações referentes ao mesmo. Por este motivo, normalmente os

alunos evitam expor o problema aos profissionais da educação, por entenderem que

nada podem fazer para ajudá-los. A família, juntamente com a escola pode ser o

caminho para ajudar no processo de mudanças de ideias, comportamentos e valores no

combate as condutas de bullying

6 Considerações finais

Nesse assunto tão delicado o termo de agressividade que se impõe o bullying

porque de uma forma ele acaba delimitando a pessoa que está sendo zombada e de certa

forma o agressor se acha com o direito de zombar e menosprezar a outra pessoa que não

tem limite de saber o que quando e grave o que se está fazendo porque todos em volta

por muitas vezes acham legal, engraçado, mas não sabe a gravidade de um

“chingamento”.

Por isso nos educadores e pais devemos ficar atentos com qualquer forma de

comportamento diferente para tomarmos medidas bruscas para não ser repetitivo em

alguns casos chamar os pais ou ate levar para direção por que se não estamos fazendo

virar uma bola de neve sempre vai ocorrer estes atos se tomamos medidas leves e de tal

forma isso e muito grave esse tipo de brincadeira ou denominada bullying tem que ser

vista com olhos muito mais atentos para evitar e por fim nesse assunto

Mais no meu conceito o melhor jeito de evitar e sim com palestras educativas

com filhos e pais para mostrar quando e grave esse tipo de assunto e colocar como

agressor e vitima pra saber como dói na pele esse tipo de agressividade e por fim nos

alunos valentões e agressores de uma tal forma e nas escolas deixarem os professores

mais ligados e preparados com esse assunto

Referências

MENEGOTTO. O.M.L.; PASINI, I.A.; LEVANDOWSKI, G. O bullying

escolar no Brasil :uma revisão de artigos científicos. Revista psicológica; teoria e

pratica, São Paulo, p. 203215, maio-agost 2013.

PIMENTEL, C.J.J.; SILVA, L.J.; SANTOS, M.A.N. Racismo na escola : um

desafio a ser superado, Revista Brasileira , São Paulo, 2007.

SILVA, B.H.E.; NEGREIROS, F. Marcas da escola: relatos de estudantes de

pedagogia vítimas de bullying.v.4, n. 2, 2013.

SILVA, J.L.; OLIVEIRA, A.W.; SILVA, I.A.M. Estudo exploratório sobre as

concepções e estratégias de intervenção de professores em face do bullyng escolar, São

Paulo. 189-199, Set,Dez, 2015.

Page 69: CAPA - nwk.edu.br§ão-Física... · CAPA . 2 Revista dos Alunos de Educação Física ... Thiago Augusto Costa de Oliveira ² RESUMO Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de

69

SOUZA, P,C.; ALMEIDA, P,C,L. Bullying em ambiente escolar. Enciclopédia

biosfera, Goiânia v.7, n.12, p. 179, 2011.

TREVISOL, C.T.M.; UBERTI, L. Bullying na escola: a compreensão do aluno

no papel de testemunha. Revista Psicologia: teoria e pratica. São Paulo, p.164-176, set-

dez, 2015.

TREVISOL, T.M.; DRESH,D. Escola e bullying: a compreensão dos

educadores. Revista múltipla de leituras.v.4, n.2, p. 1-2. 2011.

Page 70: CAPA - nwk.edu.br§ão-Física... · CAPA . 2 Revista dos Alunos de Educação Física ... Thiago Augusto Costa de Oliveira ² RESUMO Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de

70

A IMPORTÂNCIA DO FUTEBOL NA EDUCAÇÃO FÍSICA

ESCOLAR

Marcelo do Amaral Moreira¹

Thiago Augusto Costa de Oliveira²

RESUMO

A proposta do presente estudo mostra a importância do Futebol como parte teórica e

prática para o desenvolvimento do aluno no ambiente escolar. Podemos ver que o

Futebol pode ser entrelaçado e inserido em outros contextos e disciplinas e assim

aumentando o conhecimento sempre como base a Educação Física escolar. O estudo nos

mostra ferramentas e caminhos para execução desse esporte que é muito rico em nossa

cultura e também que cada dia cresce mais e mais. O resultado nos indica que a inclusão

é parte fundamental para a possibilidade de uma excelente pratica e assim dando solidez

a esse esporte no ambiente escolar.

Palavras-chave: Futebol e Educação Física Escolar.

ABSTRACT

The purpose of this study shows the importance of football as theory and practice for

the development of children in the school environment. We can see that the football can

be interlaced and inserted into other contexts and disciplines and increasing knowledge

always based on the School Physical Education. The study shows tools and paths for

running this sport that is very rich in our culture and also that each day grows more

and more. The result tells us that inclusion is a fundamental part for the possibility of

an excellent practice and thus giving strength to this sport in the school environment.

Keywords: Football and Physical Education.

(1)

Graduando em Educação Física (Licenciatura), Faculdades Network – Av.Ampélio

Gazzetta,2445,13460-000, Nova Odessa SP Brasil. e-mail [email protected] (2)

Professor Mestre em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades Network –

Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected])

Page 71: CAPA - nwk.edu.br§ão-Física... · CAPA . 2 Revista dos Alunos de Educação Física ... Thiago Augusto Costa de Oliveira ² RESUMO Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de

71

1 Introdução

O Futebol é um esporte em que duas equipes se confrontem. Para prática deve

ter dois gols, uma bola e jogadores. Cada equipe tem um goleiro que é o jogador que

pode usar as mãos no decorrer do jogo para impedir e defender sua equipe de levar gol

da equipe adversária, a equipe que fizer mais gols (Colocar a bola com os pés dentro do

Gol) será a equipe vencedora. (FREIRE, 2011)

Nesses estudos podemos entender e compreender através da leitura que é

composta por pesquisas e vivencias como o futebol é importante na Educação Física

Escolar. O futebol está presente na nossa cultura e podemos por meio dessa ferramenta

desenvolver o conhecimento intelectual e motor dos nossos alunos, pois é um esporte

amplo que pode ser usado também em diversas matérias (disciplinas) e não somente na

Educação Física.

Como exemplo em História: Fatos importantes, como início do futebol no

Brasil, períodos importantes de Copas, Campeonatos e Ligas e Épocas de como se

jogava, maneiras e diferenças de culturas e regiões.

Nos Artigos estudados temos uma prévia de opiniões e conceitos sobre o Futebol

na Educação Física Escolar.

2 Revisão bibliografica

Busso e Daolio (2011) procuraram entender a complexidade do futebol nas

aulas de Educação Física tendo como ferramentas as pesquisas qualitativas,

quantitativas e de campo que na qual tiveram uma análise sobre regras do jogo, saber

jogar, compreensão e entendimento, e um olhar diferente no futebol por meninos e

meninas e as diferenças desse confronto e socialização. No estudo o resultado mostra

uma dissociação da maneira como futebol na escola é usado para ampliar o

conhecimento através das regras e o que a cerca, já que a maioria dos aluno fora da

escola praticam futebol sem regras e da maneira que os convém, assim pode se dizer

que é de extrema importância que o futebol na escola reflita uma condição na qual

atinjam todos no aprender e de condições indiferente nas situações ou classes sociais e

sócios culturais, trabalhando como agir, objetivo e de uma forma sem exclusão e com

interação desse esporte no ambiente escolar.

Cardoso (2002) apresenta a parte teórica e prática do futebol de forma

pedagógica com objetivo de análise e reflexão da concepção crítico emancipatório,

pressupostos sobre desenvolver futebol entre meninos, meninas de forma educativa. O

estudo mostra resultado sobre a complementação da escola onde tudo começa e mostra

a profundidade e importância do futebol para os brasileiros (Alunos) e sua firmação e

consolidação nesse cenário, dessa forma a pesquisa aponta que os alunos chegam a

escola sabendo sobre o que futebol representa, pois eles vivenciam em casa conversas,

visualizam nos parques e ruas mas não tem total conhecimento profundo sobre esse

sistema.

Dessa forma é de extrema importância que as aulas co- educativa devem ser

produzidas com intervenção quando necessário para os aluno possam aumentar a

compreensão e conhecimento de forma ampla.

Costa (2015) mostra através de pesquisa de campo, bibliográfica e natureza

exploratória a reflexão e importância do futebol inserido na Educação Física escolar,

melhorando conceitos que ela pode oferecer na sociedade e atingindo de forma correta e

educativa a promoção e iniciação a cultura esportiva observando o crescimento físico

Page 72: CAPA - nwk.edu.br§ão-Física... · CAPA . 2 Revista dos Alunos de Educação Física ... Thiago Augusto Costa de Oliveira ² RESUMO Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de

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mental e social. Os resultados apontam que a prática bem inserida só qualifica o modo e

crescimento do aluno em partes importantes como socialização, aparelho locomotor,

coletividade, crescimento físico, mental e social, ludicidade e assim formando

indivíduos críticos. Então é de extrema importância que o professor esteja preparado

intelectualmente para levar até os alunos toda compreensão e valores sobre cada

fragmento que se juntam e criam um sistema que possa se firmar e conduzir para uma

nova proposta de ensino do Futebol na escola.

Silva e Junior, (2014) mostram de uma forma clara e pedagógica sobre a

inserção do futebol no contexto escolar educando e ensinado da melhor maneira os

alunos sem os limitar e trabalhando a criatividade dos mesmos. Foram feitas pesquisa

de campo e analisando o futebol como lazer, cotidiano, social e dever em uma escola no

ensino fundamental em Teresópolis RJ. Os resultados mostram que a interação e

participação devem estar presentes nas aulas, assim acrescentando que todos de forma

igual e sem diferenças possam ter rendimento e crescimento na execução da atividade,

sempre observando o desenvolvimento, físico, técnico e tático, trabalhando e corrigindo

as dificuldades e sempre de forma inclusiva para assim ter uma formação rica e muito

mais completa.

Já Junior e Darido (2010) tiveram por objetivo apontar um conjunto de temas

relevantes do conteúdo futebol que possam servir de subsídios para propostas de

sistematização para o componente curricular Educação Física escolar. Foi feita uma

pesquisa qualitativa para buscar o entendimento de um fato particular ao invés da sua

explicação casual. Os resultados apontam nove temas sendo que apenas um foi

aprofundado e deste modo foi possível observar a riqueza de conteúdos e estratégias de

ensino que vincula a Educação Física ao ensino e aprendizagem de conhecimento,

ultrapassando a área procedimental tradicional e ainda ampliando a área de alcance para

dimensões conceitual e atitudinal. Diante do exposto os autores sugerem que é de

extrema importância discutir, perguntar ou questionar sobre a importância dos jogos de

cultura popular e assim fazer com que os envolvidos venham saber o conhecer futebol

não somente pelos campeonatos e suas ligas principais e sim através de brincadeiras e a

partir disso ensinar a distinção das variáveis implícitas no futebol. Sendo assim é

possível propor estratégias validas para o tratamento didático pedagógico o que pode

levar a uma diversificação do aprofundamento do conteúdo através de jogos populares.

Viana (2012) teve por objetivo através de pesquisa de campo e quantitativa o

objetivo de compreender se o futebol é utilizado como “negociação” nas aulas de

Educação Física. Por meio disso tentar achar uma solução para modificar o futebol na

Educação Física escolar. Os resultados mostraram através da pesquisa, histórico,

acontecimentos na escola e questionário que falta um melhor planejamento e uma

metodologia diferenciada a ser seguida para ensinar na escola. Nota-se que o futebol é

passado para somente os alunos jogarem, mas consequentemente sem que venham

aprender e compreender a sistematização do jogo e assim produzindo assim uma melhor

prática nesse esporte. Os professores não incentivam o futebol através de forma lúdica

e pedagógica que seja uma aula inclusiva para todos, pois eles só introduzem o futebol

pelo fato de que assim é uma maneira que a maioria pratique como se fosse uma troca

ou negociação.

Freire (2006) no estudo entende-se como ensinar futebol no ambiente escolar.

Pode se perceber que a criança vem com uma bagagem sobre o que é futebol, pois na

rua, nos condomínios, nas praças e no dia-a-dia o futebol está presente, mas isso não é

bom porque sempre nesses locais esse esporte é praticado de acordo com a limitação.

Através de resultado é fato que o Futebol na escola deve ser ensinado sempre com

correção, de forma lúdica, usando brincadeiras e atividades que possam evoluir e

Page 73: CAPA - nwk.edu.br§ão-Física... · CAPA . 2 Revista dos Alunos de Educação Física ... Thiago Augusto Costa de Oliveira ² RESUMO Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de

73

desenvolver a criança de forma motora, técnica e intelectual. O futebol bem ensinado

consequentemente estará sempre em evolução reforçando que o futebol na escola deve

ser de forma inclusiva e para todos.

Silva e Campos (2014) mostra através que o futebol como cultura nacional está

presente em diversas situações no nosso dia-a-dia, permitindo assim que seja

amplamente introduzindo na Educação Física escolar. Para Silva e Campos os

resultados mostram que deve usar o conceito FUTEBOL no geral e desfragmenta-lo

assim podendo dividir em diversas funções para o ganho e produção de conhecimento

dos alunos. Deve se dividir e desfrutar desse fenômeno Futebol para produzir

conhecimento em várias áreas como em Geografia, História, Matemática, Sociologia,

conhecimento em regras entre outros mais. O futebol não é apenas um esporte e sim um

conjunto de variáveis que permite que o seja estudado profundamente aumentado e

dando um leque de situações e estudos a serem abordados. Reforçando a importância do

PROFESSOR para que os estudos sejam executados com um excelente resultado

Silva (2008) mostra através de pesquisa de campo que o futebol e futsal no

ambiente escolar deve ser ensinado para formação de cidadãos e não atletas. No estudo

mostra que no ambiente escolar existe diversos tipos de situações e uma grande

variedades de alunos que não gostam e não interessam por esse esporte. O resultado

mostra que uma boa metodologia e uma aula qualificada pode sim auxiliar o interesse

do aluno para que ele ganhe conhecimento e tenha uma boa qualidade de vida não

somente praticando futebol na escola como fora dela no seu dia-a-dia. O professor como

meio de ligação deve em sua metodologia gerar e produzir satisfação aos que praticam,

cooperação, integração e interação dos alunos de forma inclusiva, sempre respeitando

de forma coletiva a individualidade de cada aluno.

Busso e Daolio (2011) apresenta como se deve haver a inclusão entre meninos e

meninas e o entendimento real das regras, já que a maioria tem um olhar bem diferente

sobre o futebol que é jogado nas ruas e campinhos. Cardoso (2002) Analisa a concepção

e reflexão crítica emancipatória, trabalhando futebol de forma educativa sempre quando

preciso havendo intervenção para correção e reforçando sobre como a pratica do futebol

é importante. Costa (2015) Usa através do futebol um modo de pensar para melhorar e

desenvolver conceitos que pode desenvolver na sociedade crescimento físico e mental.

Trabalhando coletividade, ludicidade, valores e prática esportiva. Silva e Junior (2006)

Mostra como o Futebol deve ser inserido no contexto escolar trabalhando

principalmente a criatividade ligando ao lazer e a parte cotidiana. Junior e Darido

(2010) Desenvolve o Futebol na escola como forma de visualizar as riquezas do

conteúdo explorando e ultrapassado a área procedimental tradicional e aumentando o

conceito atitudinal. Sempre discutindo questionando e através das opiniões criando e

aumentando conhecimento. Viana (2012) apresenta de forma crítica como o Futebol

deve ser melhor planejado e ter uma metodologia diferenciada a ser seguida para que os

alunos de forma pedagógica venham conquistar amplamente os seus conhecimentos.

Freire (2006) Mostra como deve agregar o que a criança tem de conhecimento sobre

Futebol com uma forma Pedagógica de ensino. O futebol deve ser bem ensinado e

sempre de forma inclusiva e lúdica. Silva e Campos (2014) Indica como o futebol cria

um leque e através de partes pode ser usado em diversas áreas educacionais como

História, Geografia, Matemática entre outras mais. O futebol é amplo e torna-se algo

valioso para o ganho de conhecimento intelectual e prático. Mascara e Chiminazzo

(2010). Faz enxergarmos como a escola vem sendo usado para a pratica do futebol pelo

fato de lugares públicos não oferecerem esse tipo de oportunidade, pois temos muitos

clubes e escolinhas que são pagos e muitas crianças desfavorecidas não tem o direto de

praticar. Através disso podemos e devemos usar a escola como fonte importante nesse

Page 74: CAPA - nwk.edu.br§ão-Física... · CAPA . 2 Revista dos Alunos de Educação Física ... Thiago Augusto Costa de Oliveira ² RESUMO Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de

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desenvolvimento prático e intelectual sempre reforçando que o ensino deve ser

inclusivo e usando recreações e brincadeiras também com a parte teórica para melhora

de compreensão e entendimento dos alunos. Silva (2008) mostra como o futebol e futsal

deve ser inserido com uma pedagogia para formação de bons cidadãos e não atletas,

pois na escola todos tem o direto de praticar e não somente os melhores.

3 Objetivo

O objetivo do presente estudo foi averiguar a importância da pratica do Futebol

na Educação Física Escolar.

4 Método

Foi feita uma pesquisa qualitativa concretizada através de uma revisão de

literatura. Inicialmente o tema foi pesquisado em livros, dissertações e teses e

posteriormente em base de dados e em periódicos. O método de análise dos textos e dos

artigos foi influído pela literatura (NELSON; THOMAS, 2012; CERVO; BERVIAN,

2007), seguindo a ordem de leitura de reconhecimento, leitura seletiva, leitura crítica ou

reflexiva e por fim a leitura interpretativa.

5 Resultados e Conclusão

Através desse estudo notamos que podemos e devemos inserir, pois é de extrema

importância a prática do Futebol na Educação Física Escolar e através dele acrescentar e

desenvolver formas e maneiras para aumentar o conhecimento intelectual e ampliar a

parte motora do aluno.

Com base nos resultados podemos sugerir que o futebol pode ser utilizado de

forma inclusiva sem qualquer tipo de diferença de idades e sexo, e executar de forma

coletiva com essência de Fair play e valores humanos.

As ferramentas (vídeos, palestras e a própria pratica) que podem ser utilizadas

são de extrema importância para os alunos, pois dão segurança e suporte para que seja

bem trabalhado o desporto futebol. Ainda podemos aconselhar que seja desenvolvido

trabalhos que enfatizem a parte lúdica, e deste modo apontar os erros e acertos para que

os alunos adquiram conhecimento e possam saber que o resultado de uma prática bem

executada poderá trazer benefícios.

6 Considerações finais

Verificamos que o futebol pode ser abordado em muitos aspectos na escola e

sendo assim construir novas áreas de conhecimento no aluno, também dando grande

auxilio no desenvolvimento motor. Através do estudo nota-se que a amplitude de

atividades que pode ser usada com a essência do jogo de futebol pode interferir em uma

melhora no crescimento do conceito social, dando uma bagagem e instrução sobre

formas e maneiras de se tornar pensadores sobre determinada situação usando como

base o jogo no contexto geral.

Page 75: CAPA - nwk.edu.br§ão-Física... · CAPA . 2 Revista dos Alunos de Educação Física ... Thiago Augusto Costa de Oliveira ² RESUMO Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de

75

Podemos sugerir um método corretivo, educativo e diferenciado para ter êxito no

resultado final. O Futebol como já dito, é amplo e pode ser usado como forma de educar

e acrescentar conhecimento não somente em simplesmente jogar, e sim como jogar, a

melhor maneira de jogar, trabalhando a criatividade e estratégia para ser usada na

complexidade do jogo e seus componentes.

É também importante que o método seja utilizado de maneira transversal não se

restringindo a somente a Educação Física e sim possa ligar a outras disciplinas, como

História (fatos, Períodos e Épocas), Geografia (Lugares, Regiões e Natureza de cada

local.) e Matemática (Pontos, Gols Prós Contras e Saldos) e outras matérias e

disciplinas mais. Todo contexto de ensinar e praticar pode ser sempre de forma

inclusiva onde todos tenham condições de vivenciar e produzir seu desenvolvimento.

Referências

CHIMINAZZO, G.C.C.; MASCARA, I.D. Universidade do Futebol: O

Futebol nas aulas de educação física escolar: Proposta baseada em João Batista Freire.

Ano 2010 http://universidadedofutebol.com.br/o-futebol-nas-aulas-de-educacao-fisica-

escolar-proposta-pedagogica-baseada-em-joao-batista-freire/. Acessado em 04/2016.

FREIRE, J.B. Pedagogia do Futebol. 3°ed. -Campinas,SP: Autores Associados

LTDA 2011.-( coleção educação física e esporte )

GALVÃO, Z. Educação física escolar: pratica de um bom professor. Revista

Mackenzie de Educação Física e Esporte. Ano 1 N°1, 2002

http://www.webartigos.com/artigos/o-futsal-na-area-escolar/3828/ acessado em

04/2016

SCAGLIA, A.J. Escolinha de futebol uma questão pedagógica. V.2 N°1

Junho 1996(Relato e Experiência)

SILVA, N.A. Futsal na área escolar: futsal na área escolar. Ano 2008

SILVA, T.D. O futebol como conteúdo nas aulas de educação física nas

escolas públicas de Piritiba/ba. Universidade de Brasília. Faculdade De Educação

Física Ano2014.

SILVA, V.N. Futebol na escola: muito mais que jogar, explorar o mundo

através do conhecimento e do esporte. Ano 2016 http://cev.org.br/biblioteca/futebol-

escola-muito-mais-que-jogar-explorar-o-mundo-atraves-conhecimento-construido-pelo-

esporte/. Acessado em 04/2016.

SOUZA, C.; MENDONÇA, B.M.; CONTIEIRO, V.D.; LIMA, A.J.; Lima, A.B.

Futebol, educação física violência escolar. Revista Cientifica do Unisalesiano -Lins-

SP. Ano 1 N°2 Jul/Dez 2010

SOUZA, R.L.F.; MENDES, D.E.S. PEDAGOGIA DO ESPORTE: O Futebol

e Suas Abrangências Sociais. Ano 2000.

Page 76: CAPA - nwk.edu.br§ão-Física... · CAPA . 2 Revista dos Alunos de Educação Física ... Thiago Augusto Costa de Oliveira ² RESUMO Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de

76

A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO

INFANTIL

Márcio Firmino Dos Passos¹

Thiago Augusto Costa de Oliveira²

RESUMO

Este artigo tem como objetivo investigar através de uma pesquisa bibliográfica, a

importância da Educação Física na Educação Infantil. Os métodos utilizados foram a

partir de revisões bibliográficas e aulas práticas seguidas de questionários para a coleta

de dados. Os resultados obtidos mostraram que a infância é o período onde se inicia a

aprendizagem necessária à vida adulta, sendo assim, a atividade física tem um

importante papel na formação do indivíduo integrando as várias dimensões de

personalidade: afetiva, cognitiva e motora.

Palavras-chave: Educação Física, Educação Física Escolar, Educação infantil.

ABSTRACT

This article aims to investigate through a literature search, the importance of physical

education in kindergarten. The methods used were from literature reviews and practical

classes followed questionnaires to collect data. The results showed that childhood is the

period where it starts learning needed to adulthood, thus, physical activity plays an

important role in shaping the individual integrating the various personality dimensions:

affective, cognitive and motor.

Keywords: Physical Education, Physical Education, Early Childhood Education.

(1) Graduando em Educação Física (Licenciatura), Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445,

13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]). (2)

Professor Mestre em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades Network –

Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]).

Page 77: CAPA - nwk.edu.br§ão-Física... · CAPA . 2 Revista dos Alunos de Educação Física ... Thiago Augusto Costa de Oliveira ² RESUMO Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de

77

Introdução

A lei 9394/96, no artigo 26, 3º parágrafo garante que deve ser ensinado educação

física nas escolas, inclusive para as crianças abaixo de seis anos. Apesar de bastante

discutido, a educação física na educação infantil é respaldada por lei, tentando garantir

da melhor forma possível o desenvolvimento das crianças (LDB, 2005).

Durante o desenvolvimento da criança no início da infância, é importante que

lhe sejam disponibilizados o maior número de experiências motoras possíveis, a fim de

aumentar seu repertório motor e estabelecer relações com o mundo que a rodeia. Para

isso, é necessário que a complexidade dos “desafios” apresentados à criança seja cada

vez mais difícil (SILVA 2015).

É importante ressaltar que o professor de Educação Física deve conhecer

cada estágio em que seus alunos se encontram para que possa enviar estímulos

adequados e eficazes para o desenvolvimento deles.

Atividades físicas são indispensáveis na infância, é uma fase onde a criança está

em desenvolvimento, criando seu caráter, formando ideias, se socializando e

desenvolvendo seus gostos, praticar esportes é indicado em todas as idades e sem

restrições, apenas é preciso escolher a atividade correta e indicada para sua faixa etária e

condição física.

Os estudos apresentados nesta pesquisa, os autores frisam que não só a

existência das aulas de Educação Física na Educação Infantil é importante, mas também

a garantia de que serão disponibilizados professores licenciados, habilitados e

comprometidos com a função, que tem como principal objetivo mediar a construção de

cidadãos capazes de corresponder às necessidades sociais, sendo autores e atuantes no

meio em que estão inseridos.

Verificou-se que os autores das pesquisas possuem uma percepção positiva da

disciplina na escola, visto que todos afirmaram que a Educação Física tem contribuído

no desenvolvimento dos alunos.

Em síntese, este estudo teve como objetivo analisar a importância da Educação

Física na educação Infantil, enfatizando a necessidade de profissionais de educação

física presentes no ambiente escolar para desenvolver atividades que sejam adequadas

para os objetivos.

Revisão bibliográfica

A LINGUAGEM DA CULTURA CORPORAL SOB O OLHAR DE

PROFESSORES DA EDUCAÇÃO INFANTIL

O principal objetivo desta pesquisa (EHRENBERG, 2014) foi identificar o

entendimento de professores acerca da cultura corporal como objeto de estudo da

Educação Física para a Educação Infantil. Para atingir os objetivos propostos, foram

realizadas 43 entrevistas com professores de Educação Infantil de diferentes instituições

de ensino, sendo duas delas públicas e duas particulares, fomentados por algumas

inquietações e questionamentos. Dentre eles, 35 professores (as) eram formados por

cursos superior de Pedagogia; 2 professores(as) em formação em curso superior de

Pedagogia e com magistério completo; 5 professores(as) formados em Licenciaturas

específicas, sendo 1 em Letras, 3 em Artes e 1em Matemática; 1 formado(a) em curso

superior de Biblioteconomia e com magistério completo. Nos resultados, os professores

apontaram que apenas a expressão corporal e/ou a linguagem corporal podem ser

Page 78: CAPA - nwk.edu.br§ão-Física... · CAPA . 2 Revista dos Alunos de Educação Física ... Thiago Augusto Costa de Oliveira ² RESUMO Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de

78

trabalhadas na Educação Infantil. A Educação Física, no entendimento deles(as), deve

estar restrita aos alunos da Educação Fundamental. Ao solicitar que os(as)

professores(as) explicassem melhor por que a Educação Física deveria estar apenas no

Ensino Fundamental, ficou claro o entendimento histórico dessa disciplina associada

diretamente ao esporte. Entende se que esse conceito histórico ainda bastante evidente

nas práticas da Educação Física é que fortalece o entendimento dos(as) professores(as)

de que não seja na Educação Infantil o espaço adequado para tais práticas. Acredita se

que a Educação Física atual se ocupe do debate e da reflexão acerca das manifestações

corporais e que, assim, contribua para uma formação humana comprometida com os

valores esperados para a instituição escolar. De acordo com o estudo proposto, pareceu-

nos ser o momento de repensar os cursos de formação, junto com a disciplina de

Educação Física, de orientar, fomentar a discussão e ampliar o debate, para o

entendimento de que a Educação Física contemporânea pode compreender a criança

com suas especificidades e apreciem diferentes repertórios corporais e elaborem suas

experiências pela vivência e experimentação, ampliando a sua sensibilidade e sua

inserção no universo da cultura corporal.

A EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: A IMPORTÂNCIA

DO MOVIMENTAR-SE E SUAS CONTRIBUIÇÕES NO

DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA.

A autora Basei (2008), teve como objetivo trazer algumas contribuições sobre a

Educação Física na Educação Infantil, fundamentadas na importância do movimentar-se

humano e nas contribuições que as experiências com a cultura do movimento podem

trazer nesse período de vida da criança e em todo o seu processo de formação. O

método utilizado foi inicialmente pontuar alguns aspectos que são considerados

relevantes ao falar do processo de desenvolvimento humano e da educação infantil e,

num segundo momento, foi falado especificamente sobre como a Educação Física

através do movimentar-se humano pode contribuir para o desenvolvimento da criança

na Educação Infantil, tendo como pano de fundo uma concepção crítica do ensino. É

dentro dessa perspectiva que o procedimento foi elaborado de modo a enfatizar a

necessidade de proporcionar às crianças na educação infantil, o maior número de

experiências de movimento possível, onde elas possam adquirir formas de movimentar-

se livremente, desenvolvendo sua própria relação com a cultura do movimento,

experimentando os diferentes sentidos e significados do movimento, para, a partir de

suas vivências, incorporá-las a seu mundo de vida. Nesse contexto, os resultados

apresentaram que a compreensão de movimento que é considera o processo como

elemento fundamental, onde o movimento humano é considerado na prática educativa

da Educação Física escolar na Educação Infantil, não como uma estrutura técnica e

objetiva, e sim uma estrutura emancipatória se ampliados nessa compreensão: passando

a entendê-la como uma relação intersubjetiva entre o sujeito e os outros sujeitos que

“movimentam-se” e o seu contexto histórico-social, o qual na forma tradicional

(técnica) de tratar o movimento humano não é considerado. Então, mesmo a criança

experienciando movimentos que já conhece como algo que contém um significado pré-

determinado socialmente, repleta de significados, partindo das premissas acima no

espaço da aula de Educação Física, pode-se reportar a uma contextualização do

consenso cultural que lhe deu origem.

CORPO E APRENDIZAGEM: A IMPORTÂNCIA DO

PROFESSORDEEDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL.

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Maciel e Fernandes (2014) realizaram um estudo, que teve por objetivo

problematizar a pertinência da formação deste profissional junto à educação infantil,

cuja base teórica crê na indissocialidade corpo/mente e relevância da corporeidade e da

ludicidade, associadas à importância de um profissional qualificado, que tem como

objeto fundamental o estudo da motricidade humana. O método neste estudo consistiu

em uma revisão bibliográfica, descritivo e de abordagem qualitativa, em que se procura

observar e compreender o corpo teórico das atuais práticas em Educação Física na

Educação Infantil. Em seu procedimento, foram analisadas as grades de duas escolas de

grande porte que ofertam educação infantil, propositadamente uma pública - CMEI e

outra privada, da rede salesiana em Cuiabá, sendo que a segunda compreende um total

3.000 alunos no Ensino Básico. Os resultados mostraram que, foi verificado, das cinco

escolas que oferecem Educação Infantil, apenas duas têm Educação Física em sua

matriz curricular, com professor habilitado ministrando as respectivas aulas. Vale dizer

que as atividades de jogos e recreação, movimento e ludicidade, existem em todas as

escolas, em respeito à legislação em Educação Infantil, porém são ministradas pelo

mesmo professor de sala de aula, como sempre aconteceu nas escolas brasileiras. Na

discussão, foi apresentado que o movimento representa a personalidade de cada

indivíduo e sua maneira de estar no mundo, de maneira que as atividades lúdicas, outro

destaque da educação infantil, devem fazer parte do cotidiano escolar. O brincar,

enquanto fator promotor da capacidade e potencialidade da criança deve ocupar um

lugar especial na prática pedagógica, tendo espaço privilegiado dentro da escola, sendo

assim, o professor de educação física, além de gostar de brincar, deve aprender a lidar

com esses conteúdo. Segundo os autores pode-se concluir que o profissional de

Educação Física que atua na Educação Infantil não deve possuir somente

conhecimentos específicos de sua área, mas somá-los aos conhecimentos do contexto da

criança com a qual está trabalhando, todavia a formação específica auxilia

sobremaneira. Deve-se então, considerar e valorizar os aspectos de desenvolvimento

infantil, a maneira de aprender das crianças e seus conhecimentos prévios e ter

consciência do papel da escola, que está baseado em viver o presente e proporcionar

vivências que tenham finalidades concretas para o cotidiano das crianças, haja vista que

a infância atual está sem espaço de liberdade para este corpo aprisionado e sufocado.

VIVENCIANDO A CULTURA CORPORAL DO MOVIMENTO NA

EDUCAÇÃO INFANTIL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.

Este artigo (CARRAZONI, 2015) teve como objetivo apresentar as experiências

obtidas no componente curricular de estágio supervisionado do curso de Licenciatura

em Educação Física da Universidade Federal do Pampa, ocorrido entre os meses de

abril e julho de 2015. O método utilizado nesta pesquisa, contou com 23 alunos entre 5

e 6 anos de idade e composta por 5 observações, seguidas de 15 intervenções de

1h/aula, e a partir do conhecimento e análise das necessidades e possibilidades para com

a turma, onde foi decidido oportunizar a prática física aos alunos visando estimular o

desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais, relações interpessoais e

socioafetivas. O procedimento foi através das aulas planejadas de modo a usufruir da

maioria dos espaços disponíveis para a prática física na escola: pátio da escola, salão e

espaço solar (ambiente fechado, porém, sem cobertura). Assim como, foi utilizado

grande parte dos materiais existentes na instituição de ensino, tais como, linhas de

movimento, placas de madeira, formas geométricas. O resultado desta pesquisa apontou

êxito na proposta de trazer atividades dinâmicas e que despertassem o interesse da

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turma, oportunizando a prática à alunos que não participavam deste momento e a partir

das intervenções propostas, passaram-se fazer presentes nas atividades. Na discussão do

presente estudo, mostrou que, o planejamento das atividades era realizado visando uma

progressão, para que os alunos vivenciassem, de diferentes maneiras e em diferentes

contextos, os movimentos requisitados, partindo de atividades mais simples à mais

complexas, auxiliando no princípio da progressividade do desenvolvimento motor.

Baseado nos resultados, segundo os autores, pode-se concluir que, diante do que foi

exposto neste relato, e da proposta apresentada ao decorrer do desenvolvimento das

práticas, as perspectivas foram alcançadas, mostrou-se que em um curto período de

tempo, proporcionaram diferentes vivências para os alunos, instigaram quanto à

importância de cada um dos conhecimentos disponibilizados a eles, e não apenas

estimular a prática pela prática, contribuindo para a valorização da Educação Física

nesta etapa de ensino. E, mostrou que a educação infantil é a porta inicial para

valorizarmos a Educação Física em nossa sociedade, uma vez que, as vivências que

estas crianças terão hoje, repercutirão nas próximas etapas de suas vidas.

EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: UMA REVISÃO

SISTEMÁTICA.

Stein, et al., (2015) apresentaram nesta pesquisa o objetivo de conhecer o que

está sendo produzido sobre esta área do conhecimento (Educação Física na Educação

Infantil), e investigar quais os aspectos desta área na Educação Infantil são abordados

nas publicações disponíveis em bases de dados e bibliotecas digitais, na última década.

O método consistiu em uma revisão sistemática de trabalhos científicos que estudaram a

Educação Física na Educação Infantil e o seu momento na rotina da instituição escolar.

Os resultados mostraram que dentro dos 232 artigos pesquisados e os cinco avaliados na

íntegra abordaram predominantemente o nível de atividade física e as recomendações a

respeito das aulas de Educação Física. Nos estudos encontrados sobre o tema, a partir da

literatura analisada, foi possível observar que há uma maior incidência de estudos

relacionados à atividade física e seus benefícios para a saúde infantil, reforçando o

objetivo abordado por quatro, dos cinco artigos selecionados. Acredita-se segundo os

pesquisadores que esses resultados possam estar relacionados às bases de dados elegidas

para a busca, pois apenas a base SCOPUS é multidisciplinar, enquanto as demais são

voltadas à área da saúde. Na discussão, sugere-se que o ambiente escolar seja

fundamental importância e propício para a adoção e manutenção de comportamentos

saudáveis, principalmente durante as aulas de Educação Física, que proporciona ao

aluno a conscientização da importância de se adquirir hábitos saudáveis e o respeito ao

próprio corpo. Baseado neste estudo pode-se afirmar que os estudos acreditam na

eficácia e importância das aulas de Educação Física na Educação Infantil, fato

evidenciado e reforçado nos principais resultados, no que se refere ao aumento do nível

de atividade física, desenvolvimento de habilidades motoras e a manutenção da saúde

destas crianças por meio das aulas de Educação Física.

A IMPORTÂNCIA DAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO

INFANTIL.

Os autores desta pesquisa (DEZANI et al., 2014) tiveram por objetivo, mostrar

através de uma revisão de literatura a importância das aulas de Educação Física e o

papel do professor para as crianças do Ensino Infantil. De acordo com os resultados

obtidos, é possível sugerir que a Educação Física contribui para o desenvolvimento

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psicomotor das crianças, por este motivo, pode-se dizer que o desenvolvimento, apesar

de ser um processo comum a todas as crianças, pois todas passam pelas mesmas

etapas, é também um fenômeno extremamente singular, pois cada criança vivência

de uma maneira própria. Sendo assim a discussão apresenta que o professor precisa

compreender que existem muitas possibilidades para atingir aos objetivos e

necessidades da disciplina, além de observar a importância da educação física voltada

para a saúde, seguindo moldes da visão higienista do século passado. Entende-se que a

educação para a saúde não é apenas uma disciplina escolar, mas constitui-se em

um princípio de vida que atue na formação de uma consciência corporal

saudável, visando a ações comprometidas e autônomas de integração

biopsicossocial. Assim, a Educação Física atende a numerosos objetivos, tanto de curto

quanto de longo alcance. Ainda para os autores a aula de Educação Física Escolar

deve estar voltada para o desencadeamento de um processo sócio educacional de caráter

permanente. De acordo com o este estudo, deve-se oportunizar ao aluno uma grande

variedade de atividades motoras possibilitará ao mesmo desenvolver seu organismo em

sua totalidade, levando em consideração o aspecto biopsicossocial, não se pretende

desenvolver somente o físico e as destrezas motoras nas aulas de Educação Física, mas

também a função cognitiva e despertar no indivíduo o respeito às normas e regras das

atividades, ao mesmo tempo em que se socialize com os demais colegas durante as

aulas, e para que isso aconteça não podemos esquecer-nos de uma pessoa muito

importante dentro deste processo, o professor de Educação Física, que para atingir tais

objetivos necessita de comprometimento com seus alunos, conhecimento, atualização e

capacitação profissional constante, e uma boa dose de amor pelo que faz, com isso,

possivelmente ocorrerá um êxito nas aulas de Educação Física.

EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL EXPERIÊNCIA DO

ESTÁGIO SUPERVISIONADO I NA EDUCAÇÃO INFANTIL EM 2010.1

Rocha (2010) teve como objetivo relatar a experiência vivida no Estágio

Supervisionado e identificar a importância da Educação Física no ensino infantil e sua

relevância para o desenvolvimento adequado e integral da criança, tendo como

fundamento o movimento humano e suas contribuições a construção de conhecimentos,

habilidades e comportamento que se estruturam durante este período de vida da criança

e que refletem durante todo o seu processo de formação. O procedimento metodológico

é de caráter qualitativo e orientado por elementos de observação ação. O estudo foi de

dimensão participativa, cooperativa e formativa, onde todos os participantes da pesquisa

são responsáveis por seu processo de desenvolvimento. O procedimento desta pesquisa

foi realizado em uma escola pública básica da rede municipal de Sobral – CE, situada

no bairro Sumaré, no período de 23 de março a 10 de maio de 2010, totalizando uma

carga horária de 30 horas, onde foram realizadas inicialmente observações das aulas,

planos de aula e regências com as turmas de infantil IV e V, sob a supervisão da

professora titular da turma. O público alvo, composto por 45 alunos do ensino infantil,

onde era dividido em dois grupos, 22 alunos do infantil IV,e 25 alunos do infantil V.

Nos resultados pode-se observar que, no que diz respeito à execução das atividades

pelas crianças, algumas dificuldades foram diagnosticadas, problemas relacionados à

movimentação, equilíbrio e socialização. Isso se remeteu a uma reflexão sobre o fato

da disciplina Educação Física não existir enquanto componente pedagógico e não estar

inserida no cotidiano da escola. A experiência das crianças sobre os aspectos da cultura

corporal e movimento ficam restritos a um único momento, a “hora do movimento”,

termo que designa o período de vinte minutos durante os quais se realizam atividades

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recreativas de forma aleatória e sem um objetivo claro. A discussão relata que a

educação infantil proporciona um espaço em que a criança aprende, brinca se

desenvolve, se relaciona com outras crianças, dialoga, desenvolve seus

aspectos cognitivos, sociais, afetivos, e isso é essencial, já que é a primeira experiência

educacional da criança fora do ambiente familiar, longe dos pais, que são os meios de

proteção. É neste momento que se destaca a importância da Educação Física na

educação infantil, pois esta trabalha o movimento, a linguagem corporal, a cultura da

criança por meios de atividades lúdicas, jogos e brincadeiras. A brincadeira é algo

normal para as crianças, onde se sentem felizes, sentem prazer, desenvolvem sua

imaginação, assumem outros papéis, e é através do brincar que a criança explora,

experimenta, cria, conhece seu próprio corpo, descobre seus limites, interage com outras

crianças, desenvolvem capacidades, habilidades, brincando em atividades de

movimentação corporal. Portanto, conclui-se que é imprescindível a presença do

professor de Educação Física no ensino infantil, fase em que a criança necessariamente

deve estar brincando, movimentando-se, descobrindo-se, por ser a área do

conhecimento humano que estuda o movimento, não pelo movimento, mas este,

integrando o corpo, cultural, linguagem corporal, a educação física deve estar presente

em todas as etapas da educação.

IMPORTÂNCIA DA APTIDÃO FÍSICA RELACIONADA À SAÚDE E

APTIDÃO MOTORA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES.

O objetivo deste estudo (PEREIRA; MOREIRA, 2013) foi realizar uma revisão

de literatura a fim de analisar a aptidão física relacionada à saúde e a aptidão

motora em crianças e adolescentes. O método deste artigo se caracteriza como

levantamento bibliográfico. Os resultados obtidos mostraram que através desse

levantamento teórico foi possível verificar a aquisição de hábitos positivos para a

prática de atividade física, sempre acompanhada por profissionais de Educação

Física, podem repercutir de forma positiva no desenvolvimento das crianças e

adolescentes, contribuindo de forma decisiva na promoção de saúde. A discussão

apresenta que a hipocinética humana vem sendo mantida ou agravada pela atual “era

digital”. Concomitantemente, os hábitos das pessoas também mudaram com o passar

dos tempos, provocando modificações na qualidade de vida. O próprio lazer é

sedentário. Dentre esses fatos há um consenso de que a hipocinesia está relacionada

com várias doenças crônico-degenerativas, como: acidente vascular cerebral, câncer,

obesidade, osteoporose, diabetes, hipertensão e as cardiovasculares. Cada vez

mais, segundo os autores, existem dados demonstrando que o exercício, a

aptidão e a atividade física estão relacionados com a prevenção, com a

reabilitação de doenças e com a qualidade de vida. Pode-se concluir que é evidente

que a exposição à inatividade física, quando iniciada na infância ou adolescência, torna-

se mais estável na vida adulta e, portanto, mais difícil de modificar. Por isso, quanto

mais cedo forem traçadas metas para a prática de atividade física, a literatura demonstra

que a probabilidade dessa criança ou adolescente se tornar um adulto sedentário serão

mínimas.

EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: INFLUÊNCIA DE

UM PROGRAMA NA APRENDIZAGEM E DESENVLVIMENTO DE

CONTEÚDOS CONCEITUAIS E PROCEDIMENTAIS.

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Os autores Ferraz e Flores (2004) tiveram o objetivo de investigar o ensino

sistematizado de um programa de Educação Física na Educação Infantil nas unidades de

conteúdo: habilidade básica de arremessar, saltar e equilíbrio; conhecimento das partes

do corpo e; noção de educação física. O método utilizado foi uma comparação entre

duas turmas, compostas por 35 crianças de quatro anos, de uma escola da Rede

Municipal de São Paulo. No procedimento, foi realizada uma avaliação diagnóstica

antes do início das aulas, os dois grupos foram submetidos a cinco testes: três de

habilidades motoras básicas (saltar, arremessar e equilíbrio), um sobre o

reconhecimento das partes do corpo e uma entrevista visando avaliar a noção do que é

educação física. Os resultados evidenciaram mudanças significantes e positivas nos dois

grupos para as habilidades de saltar e equilíbrio, indicando influência do processo

maturacional e de experiências extra aulas de educação física e não a influência do

programa. Na habilidade de arremessar, verificou-se mudanças significantes e positivas

nos dois grupos com superioridade para o grupo experimental, indicando efeito do

programa. Em relação aos conteúdos conceituais o grupo experimental apresentou

aprendizagem superior à do grupo controle na noção de educação física. Na

identificação das partes do corpo, os dois grupos demonstraram aprendizagem, sendo

que o grupo experimental foi superior que o grupo controle em um dos componentes.

Os resultados demonstram a necessidade de se considerar o tempo de prática necessário

ao desenvolvimento das habilidades motoras básicas, remetendo-se a perspectiva do

aprender a aprender. Além disso, verifica-se a importância de se considerar os

conteúdos em educação física escolar, não só na dimensão procedimental, mas também

nas dimensões conceitual e atitudinal. A discussão aponta que a inexistência de aulas de

educação física e a precariedade dos projetos pedagógicos das Escolas de Educação

Infantil do Município de São Paulo, revelam uma situação preocupante, esse estudo

pretendeu verificar a exequibilidade de alguns conteúdos que compõem um programa

de educação física mediante metodologia de ensino específica. Em relação aos aspectos

do desenvolvimento de habilidades motoras básicas, destaca-se o fato de que seu

desenvolvimento necessita de maior tempo de prática. Como o número de aulas de um

programa de educação física em três anos letivos, duas vezes por semana, não ultrapassa

200 aulas; as atividades realizadas no tempo livre devem ser pensadas como

complementares ao programa escolar, uma vez que a quantidade de conteúdos que

compõem um programa (habilidades básicas, conceitos do movimento, jogos, atividades

rítmicas entre outros) é extensa demais para o tempo disponível nesse ciclo de

escolarização. Concluindo, os autores consideram os resultados desse estudo um

indicativo de adequação dos objetivos específicos do nosso programa, pois não se

pretende dar aulas de estimulação motora, ao invés disso, propiciar uma base motora,

mediante experiências de movimento variadas, para que as crianças possam apreciar e

usufruir com segurança dos elementos que compõem a cultura de movimentos. E

propõem que diversos programas de educação física sejam testados para se verificar sua

adequação em relação ao sentido que as atividades irão ter em função do contexto

sociocultural em que as crianças estão inseridas. Contudo, esses aspectos não podem

estar dissociados dos métodos adequados de ensino, para não se correr o risco de saber a

importância do que ensinar, sem saber como.

A IMPORÂNCIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

O presente artigo (NEGRÃO et al., 2013) teve como propósito apresentar

algumas considerações acerca da importância da Educação Física na educação infantil,

tendo como objetivo geral compreender a contribuição da educação física na vida do

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educando da educação infantil. O metodo que foi empregado neste artigo é de caráter

qualitativo. Para coleta de dados, utilizou-se a pesquisa bibliográfica. Os resultados

apontaram que a Educação Física e Educação Infantil é considerar a infância como uma

condição da criança, o conjunto de experiências vividas por elas em diferentes lugares

históricos, geográficos e sociais é muito mais do que uma representação dos adultos

sobre esta fase da vida. É preciso conhecer as representações da infância e considerar as

crianças concretas, localizá-las nas relações sociais, etc., reconhecê-las como produtoras

da história. Diante dos relatos aqui contidos no estudo, pode-se perceber a necessidade

de uma revalidação na formação docente, de forma que os currículos sejam revistos,

além de propor experiências mais significativas com o auxilio da formação continuada,

e principalmente medidas governamentais que amparem de forma eficaz a educação

física na educação infantil. A discussão nos mostra que em uma época de mudanças

repentinas na sociedade, nas quais refletem visivelmente na realidade escolar, acredita-

se que a Educação Física e os profissionais que atuam nesta área do ensino, necessitam

fundamentar-se teoricamente a fim de comprovar pra comunidade escolar aquilo que já

se ver na prática, visto que ao estreitarem as relações entre teoria e prática, veremos

novas metodologias de ensino, contribuindo para a formação e o desenvolvimento dos

educandos de educação infantil. Com isso concluiu-se que a educação física é uma

disciplina essencial para a formação integral do educando, assim como a matemática ou

a língua portuguesa, sendo assim nossas escolas precisam receber o amparo destes

profissionais, a fim de somarem forças para o pleno desenvolvimento de crianças que

iniciam sua jornada educacional. Esta pesquisa é de grande valia, pois reúne os

pensamentos de diversos teóricos que abraçam a temática da educação física na

educação infantil, e que visam despertar aqueles que fazem parte do âmbito escolar,

para que dêem o devido valor a esta disciplina tão importante para o educando.

Na educação infantil é de suma importância disponibilizar o maior número de

experiências possíveis, apresentando um novo mundo, onde nesse mundo, permite que a

criança se relacione com um meio social e físico, ajudando no seu desenvolvimento.

Para estimular o intelecto e o físico é preciso que pessoas mais experientes ofereçam

desafios cada vez mais difíceis. A educação física consegue isso de uma forma muito

prazerosa através de jogos, brincadeiras e esportes.

Sendo assim, de acordo com os autores Ehrenberg (2014) e Negrão e et al.

(2013), tiveram o objetivo de apresentar a importância da Educação Física na educação

infantil e compreender a contribuição da educação física na vida do educando da

educação infantil.

Os estudos de Basei (2008), Pereira e Moreira (2013), procurou mostrar

algumas contribuições sobre a Educação Física na Educação Infantil, fundamentadas na

importância do movimentar-se humano e nas contribuições que as experiências com a

cultura do movimento podem trazer nesse período de vida da criança e em todo o seu

processo de formação.

Maciel e Fernandes (2014), Dezani e et al. (2014), tiveram por objetivo, mostrar

a importância das aulas de Educação Física e o papel do professor para as crianças do

Ensino Infantil.

Já Carrazoni (2015) e Rocha (2010), apresentaram em seus estudos as

experiências obtidas no componente curricular de estágio supervisionado do curso de

Licenciatura em Educação Física.

Stein, et al., (2015) apresentaram em suas pesquisas, o que está sendo produzido

sobre a Educação Física na Educação Infantil.

Os estudos de Ferraz e Flores (2004) investigaram o ensino sistematizado de um

programa de Educação Física na Educação Infantil nas unidades de conteúdo:

Page 85: CAPA - nwk.edu.br§ão-Física... · CAPA . 2 Revista dos Alunos de Educação Física ... Thiago Augusto Costa de Oliveira ² RESUMO Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de

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habilidade básica de arremessar, saltar e equilíbrio; conhecimento das partes do corpo e;

noção de educação física.

O método utilizado para a coleta de dados apresentados, os autores Basei (2008),

Maciel e Fernandes (2014), Stein, et al., (2015), Dezani e et al. (2014), Pereira e

Moreira (2013) e Negrão e et al. (2013), buscaram através de uma revisão bibliográfica

observar e compreender o corpo teórico das atuais práticas em Educação Física na

Educação Infantil.

Para os autores Ehrenberg (2014), Carrazoni (2015), Rocha (2010), Ferraz e

Flores (2004), apresentaram em seus estudos métodos compostos por observações em

aulas práticas seguidos por questionários para somar na coleta de dados.

Diante dos relatos contidos nos estudos de Ehrenberg (2014) e Negrão e et al.

(2013), pode-se perceber a necessidade de uma revalidação na formação docente, de

forma que os currículos sejam revistos, além de propor experiências mais significativas

com o auxilio da formação continuada, e principalmente medidas governamentais que

amparem de forma eficaz a educação física na educação infantil.

Os autores Basei (2008), Dezani e et al. (2014), Pereira e Moreira (2013) e

Ferraz e Flores (2004), Stein et al., (2015), apontam nos resultados obtidos, que a

Educação Física contribui para o desenvolvimento psicomotor das crianças, por este

motivo, pode-se dizer que o desenvolvimento, apesar de ser um processo comum a

todas as crianças, pois todas passam pelas mesmas etapas, é também um fenômeno

extremamente singular, pois cada criança vivência de uma maneira própria e sugere-

se que o ambiente escolar seja fundamental importância e propício para a adoção e

manutenção de comportamentos saudáveis, principalmente durante as aulas de

Educação Física, que proporciona ao aluno a conscientização da importância de se

adquirir hábitos saudáveis e o respeito ao próprio corpo.

Para Carrazoni (2015), Maciel e Fernandes (2014) e Rocha (2010), pode-se

observar em seus resultados que, no que diz respeito à execução das atividades pelas

crianças, algumas dificuldades foram diagnosticadas, problemas relacionados à

movimentação, equilíbrio e socialização. Isso se remeteu a uma reflexão sobre o fato da

disciplina Educação Física não existir enquanto componente pedagógico e não estar

inserida no cotidiano das escolas pesquisadas.

Resumindo, podemos verificar que os autores num consenso, apontam a

importância da Educação Física na Educação Infantil. O profissional de Educação

Física deve disponibilizar ao aluno o maior número de possibilidades, por meio de

desafios corporais que envolvam ações cognitivas, afetivas e motoras de maneira

conjunta, e não apenas explorando o corpo de maneira isolada. O professor deve ter a

propriedade dos saberes que constituem o seu fazer docente, tendo capacidade de

articulá-los conforme a realidade específica de seu trabalho cotidiano vale ressaltar

também que, desta forma, os professores valorizam a Educação Física na Educação

Infantil e reconhecem sua extrema importância para o desenvolvimento físico e

cognitivo de cada faixa etária.

Os estudos realizados pelos autores mostram que o desenvolvimento da

Educação Física na Educação Infantil determina para o professor, um desequilíbrio,

uma quebra na sua acomodação, em relação as suas crenças e concepções sobre a

Educação Física, pois trabalho com a infância exige do professor, que, acostumado ou

treinado a objetivar nas suas aulas o desenvolvimento de práticas desportivas, uma

perspectiva diferenciada na maneira de trabalhar com o movimento.

Os professores de Educação Física, competentes e compromissados, devem

conhecer e buscar novas “condições”, trabalhar com a Educação Infantil proporciona

aos professores a oportunidade ideal para que possam exercer o papel de educadores.

Page 86: CAPA - nwk.edu.br§ão-Física... · CAPA . 2 Revista dos Alunos de Educação Física ... Thiago Augusto Costa de Oliveira ² RESUMO Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de

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Pode-se afirmar que a educação infantil é a porta inicial para valorizarmos a

Educação Física em nossa sociedade, uma vez que, as vivências que estas crianças terão

hoje, repercutirão nas próximas etapas de suas vidas.

Assim, de acordo com o autor Negrão e et al. (2013), concluiu-se que a

educação física é uma disciplina essencial para a formação integral do educando, assim

como a matemática ou a língua portuguesa, sendo assim nossas escolas precisam

receber o amparo destes profissionais, a fim de somarem forças para o pleno

desenvolvimento de crianças que iniciam sua jornada educacional.

Objetivo

Investigar a importância da educação Física na educação Infantil através de uma

revisão de literatura.

Método

Foi realizada uma pesquisa qualitativa concretizada através de uma revisão de

literatura. Inicialmente o tema foi pesquisado em livros, dissertações e teses e

posteriormente em base de dados e em periódicos. O método de análise dos textos e dos

artigos foi influído pela literatura (NELSON; THOMAS, 2012; CERVO; BERVIAN,

2007), seguindo a ordem de literatura de reconhecimento, leitura crítica ou reflexiva e

por fim a leitura interpretativa.

Resultados e conclusão

De acordo com as pesquisas, os resultados apontam que quando se pensa em

Educação Infantil, temos como essencial o educar e o cuidar, juntos, vários projetos

curriculares tentam dar conta disso, assumindo a criança como ser histórico, cultural,

que tem direito de apropriar-se do conhecimento socialmente construído. Neste

pensamento, o importante é buscar algo que esteja de acordo com as particularidades do

infantil, pensando no educando como eixo principal ao se tentar construir uma proposta

de trabalho para a primeira infância.

Durante a elaboração deste trabalho os autores relatam também a falta de

profissional qualificado, é bastante ausente em algumas instituições e que na maioria

das vezes as aulas são substituídas por outras e até mesmo por alguns minutos de

recreação. O professor de educação física é extremamente importante para os seus

alunos, uma aula bem elaborada, planejada transmite o verdadeiro sentido da educação,

pois ele consegue alcançar o principal objetivo que é mostrar que a disciplina contribui

para o desenvolvimento das crianças.

Vale ressaltar que a Educação Física na Educação Infantil não serve apenas

como um simples momento de recreação, mas sim de uma disciplina que colabora com

o desenvolvimento integral das crianças.

Considerações finais

Page 87: CAPA - nwk.edu.br§ão-Física... · CAPA . 2 Revista dos Alunos de Educação Física ... Thiago Augusto Costa de Oliveira ² RESUMO Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de

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Na atualidade a Educação Física na escola ainda é vista como uma disciplina

complementar, como se ela fosse menos importante do que Matemática, História ou

Língua Portuguesa, é preciso compreender que a Educação Física é uma disciplina

obrigatória do currículo escolar e que apresenta características próprias, e tem uma

vantagem educacional que poucas disciplinas têm: o poder de adequação do conteúdo

ao grupo social em que será trabalhada. Isso permite uma liberdade de trabalho e como

uma liberdade de avaliação por parte do professor, que pode ser bastante benéfica ao

processo geral educacional da criança.

O professor de Educação Física na Educação Infantil sem sombra de dúvidas

deve ser o mediador entre o conhecimento e o aluno, proporcionando para as crianças

múltiplas vivência de movimentos. O profissional de Educação Física deve estar

preparado para oferecer aos alunos atividades que contribua para o desenvolvimento de

suas habilidades, uma simples brincadeira como, por exemplo, a amarelinha pode

trabalhar equilíbrio, força além de promover interação entre eles.

Finalizo esta conclusão que, através do brincar a criança cria um elo com a

realidade, socializa-se com as outras crianças e diante da brincadeira atribui significados

e sentidos aos seus atos. A brincadeira representa para a criança a sua ação mais séria e

com ela, ela enfrenta a realidade, seus medos e anseios, e conforme suas capacidades

individuais geram possibilidades de se movimentar.

Referências

BASEI, A.P. A Educação Física na Educação Infantil: A Importância do

Movimentar-se e suas Contribuições no Desenvolvimento da Criança, Revista

Iberoamericana de Educación ISSN: 1681-5653 n.º 47/3 – 25 de octubre de 2008 E

DITA: Organización de Estados Iberoamericanos para la Educación, la Ciencia y la

Cultura (OEI).

CARRAZONI, G. S.; TEIXEIRA, A. M.; BERGMANN, M. L. A. Vivenciando

a Cultura Corporal do Movimento na Educação Infantil: Um Relato de

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BULLYING NA ESCOLA

Maria Inácia¹

Thiago Augusto Costa de Oliveira²

RESUMO

Este estudo teve por objetivo verificar os casos de bullying nas escolas e sugerir formas

para combatê-lo. O método utilizado se trata de uma revisão bibliográfica através de

artigos científicos. Os resultados obtidos tratam-se de que o bullying é um

comportamento intimidador e agressivo, comum nas escolas, podendo seguir até a vida

adulta caso não seja feito um tratamento e podendo acontecer muita coisa na vida dessa

criança. Concluindo que é extremamente importante que família e escola andam juntas

para educar e acompanhar as crianças, pois todos devem trabalhar juntos para o

desenvolvimento integral dos mesmos, e não jogando a culpa de um no outro.

Palavras-chaves: Bullying, bullying na escola, violência escolar.

ABSTRACT

This study aimed to verify the cases of bullying in schools and suggest ways to combat

it. The method used is not a literature review by scientific articles. The results, it is that

bullying is an intimidating and aggressive behavior, common in schools may follow into

adulthood if not made a treatment and can happen a lot in the life of that child.

Concluding that it is extremely important that family and school go together to educate

and accompany the children, for all must work together for the integral development of

the same, and not blaming of each other.

Keywords: Bullying, bullying at school, school violence.

(1)

Graduanda em Educação Física (Licenciatura), Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445,

13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]). (2)

Professor Mestre em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades Network –

Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]).

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Introdução

A prática do bullying se concentra na combinação entre a intimidação e a

humilhação das pessoas, é uma forma de abuso psicológico, físico e social. Atualmente

encontramos todas estas manifestações descritas acima nas escolas públicas ou privadas,

rurais ou urbanas, envolvendo crianças e jovens que figuram como vítimas, agressores

ou espectadores. Entre os efeitos sobre as vítimas podemos citar: depressão, ansiedade,

estresse, dores não especificadas, perda de autoestima, problemas de relacionamento,

abuso de drogas e álcool, entre outros. As vítimas são normalmente tímidas, fracas e

frágeis, são incapazes de defender e de reagir. Geralmente são discriminadas por

apresentarem algumas diferenças, como ser gorda, lenta, negra, deficiente física, alta,

sotaque diferente, tirar boas notas e outras. Muitas transferem os maus tratos sofridos

para outras pessoas mais fracas que elas (CHICOTE; MARTINS, 2009).

Essa forma de violência é difícil de ser identificada, uma vez que a vítima teme

delatar os seus agressores, seja pela vergonha que irá passar diante dos demais amigos

de classe, por medo de sofrer represálias, seja por acreditar que os professores ou seus

próprios pais não lhe darão o devido crédito, e o fato de alguns professores acreditarem

que tais agressões são apenas brincadeiras de crianças e que irão passar com o tempo,

atitude essa que faz crescer mais ainda a violência nas escolas e banaliza o sofrimento

da vítima (LEÃO, 2010).

O bullying é um ato que resulta em prejuízo, principalmente nas relações dessas

crianças com outras pessoas, que tem como elo afetivo a escola e o contato com o

grupo. Tal comportamento agressivo contribui para o aparecimento de dificuldades de

concentração e a redução da capacidade de memorização. Quando não há intervenções

eficazes contra o bullying, o espaço escolar torna-se totalmente corrompido, todas as

crianças, são afetadas, passando a experimentar sentimentos de ansiedade e medo.

Os alunos que sofrem bullying, dependendo de suas características individuais e

dos meios em que vivem principalmente os familiares, poderão não ultrapassar os

traumas sofridos na escola, poderão quando adultos apresentar sentimentos negativos,

especialmente com baixa autoestima, tornando-se indivíduos com sérios problemas de

relacionamento. Poderão adquirir, também, um comportamento hostil.

Para acabar com o bullying, os envolvidos tem que se manifestar e se informar,

não pode ficar calados. As crianças podem sim pôr um fim a isso com a ajuda dos seus

pais, professores e outros adultos, mas é preciso planejar, discutir, ter coragem e agir de

maneira prática para lidar com o problema de forma eficiente.

Diante disto, o objetivo deste estudo foi verificar os casos de bullying nas

escolas e qual a melhor forma de combatê-lo.

Revisão de literatura

ESTUDO SOBRE O FENÔMENO BULLYING E SUAS REPERCUSSÕES

SÓCIO-EDUCACIONAIS.

Menezes e Branco (2009) realizaram um estudo com objetivo de tentar

compreender o fenômeno bullying e verificar suas repercussões sócio educacionais.

Para elaboração deste artigo foi aplicada uma pesquisa bibliográfica. Os resultados

mostram que o bullying é entendido como um processo que envolve todos os tipos de

atitudes hostis, propositais e frequentes praticados a nível individual ou grupal sem uma

motivação específica preconizada por uma relação de desigualdade entre agressores e

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vítimas, resultando na intimidação magoa e angustia para aqueles que são alvos. Os

pesquisadores concluem que o bullying é uma forma de violência oculta que chama

atenção principalmente, pelo potencial de gerar consequências drásticas para suas

vítimas, causando danos consideráveis ao psiquismo do indivíduo, trazendo prejuízos de

ordem emocional e socioeducacional.

BULLYING NO AMBIENTE ESCOLAR.

No estudo de Ferreira e Tavares (2009) foi proposto a partir de observações

informais do cotidiano e, também, de discussões intensas sobre o tema da agressividade

e violência nas escolas como objetivo, conscientizar os pais, professores e demais

profissionais da Educação sobre a importância da construção de ações preventivas,

diagnósticas e de atuação à comportamentos de bullying nas escolas, transformando

atitudes agressivas em companheirismo e solidariedade, respeito e amizade. A proposta

foi de orientar os envolvidos quanto ao enfrentamento a esta violência, habilitando os

agressores a uma convivência social sadia e segura. Os resultados apontam necessário

que se estabeleça ações a serem desenvolvidas objetivando as ações do agressor e as

consequências na vítima. Os autores sugerem que é importante, que os educadores e

família, estejam atentos a qualquer sinal de ação agressiva, pois não há métodos

diagnósticos prontos para se determinar o “bullyinista” é necessário que esteja todos

cautelosos às crianças mais propensas a agredirem ou à comportamentos antissociais, a

fim de se verificar qualquer prática de bullying.

BULLYING EM AMBIENTE ESCOLAR

Souza e Almeida (2011) estudam como ocorre o bullying em ambiente escolar.

Realizam uma revisão de literatura onde constatam que o bullying é um problema

mundial e pode ocorrer em vários setores da atividade humana. Geralmente são

verificadas duas formas de bullying: o praticado na escola e aquele praticado no

ambiente de trabalho. Durante muito tempo, comportamentos como o de apelidar e/ou

“zoar” de alguém podem ter sido vistos como inofensivos ou naturais da infância e da

relação entre as crianças e adolescentes na escola, mas é importante salientar que o

bullying é um tipo de problema que se apresenta de forma diferente em cada situação.

Após análise dos dados os autores apontam que sua prevenção entre estudantes

constitui-se em uma medida capaz de possibilitar o pleno desenvolvimento de crianças e

adolescentes, habilitando-os a uma convivência social sadia e segura.

BULLYING – A VIOLÊNCIA TOLERADA NA ESCOLA

O estudo de Ramos (2008) teve por objetivo refletir sobre a problemática do

bullying nas escolas. Segundo o autor, esta expressão, de origem inglesa, define um tipo

específico de violência que tem sido, de certa forma, tolerada pela comunidade escolar.

Qualquer pessoa que algum dia tenha frequentado uma escola, certamente já presenciou

o fenômeno bullying. Para consolidar sua proposta de estudo, foi feito uma pesquisa

junto aos alunos, através de um questionário. A análise dos dados permitiu concluir que

nos relatórios finais escritos pelos alunos, vários assumiram sentirem-se inibidos diante

dos demais, evitando por isso a oralidade, esquivando-se de apresentações de trabalho

ou qualquer outro tipo de exposição nas aulas, com receio de serem vítimas de

comentários depreciativos ou jocosos. Foi sugerido pelo autor que cabe ao professor,

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nestas situações, estar atento a qualquer fato que impeça a manutenção de um clima

amistoso na sala de aula, garantindo as condições de mais baixa ansiedade para o aluno.

O BULLYING ESCOLAR NO BRASIL: UMA REVISÃO DE ARTIGOS

CIENTÍFICOS.

Menegotto, Pasini e Levandowski (2013) realizaram uma pesquisa com o

objetivo de destacar como o bullying se dá nas escolas do Brasil. Através de uma

revisão de literatura foi possível apontar que o bullying é um fenômeno que se

caracteriza por atos de violência física ou verbal, que ocorrem de forma repetitiva e

intencional contra uma ou mais vítimas. No cenário brasileiro, foi, sobretudo, na década

de 1990 que o bullying passou a ser discutido, mas foi, a partir de 2005, que o tema

passou a ser objeto de discussão em artigos científicos. Os resultados destacaram a

importância de preparar os professores, que, muitas vezes, não sabem identificar as

situações de bullying nem lidar com elas. Além disso, os pesquisadores concluem que a

escola como um todo precisa ser repensada, buscando praticar não somente os

conteúdos mínimos das diretrizes curriculares, mas também um trabalho pautado na

importância da constituição dos princípios de tolerância e de respeito.

VIOLÊNCIA NA ESCOLA: OS SINAIS DE BULLYING E O OLHAR

NECESSÁRIO AOS SENTIMENTOS

O objetivo do artigo de Tognetta (2005) procurou relatar cenas de um cotidiano

escolar onde a violência entre meninos e meninas tem nos estarrecido a cada dia.

Segundo o autor tal experiência nos faz compreender a necessidade de uma reflexão

mais profunda sobre a natureza humana, para então, pensar em propostas que nos

auxiliem nas transformações das relações de violência explícita, as quais nossos

meninos e meninas têm sido foco. Os achados mostram que explicações podem finalizar

essa presente discussão e elucidar enfim a relevância dos sentimentos ao tratarmos da

temática tão angustiante que é o bullying: meninos e meninas que se conhecem têm

autoridade sobre si mesmos; têm condições de ter ao que aspirar. A conclusão sugere

que se anteriormente afirmamos que uma virtude depende de uma disposição do sujeito,

da aspiração por ser melhor, e, se queremos que nossos alunos e filhos vençam as

situações de bullying, é preciso que lhes ajudemos a encontrar um novo “sentido para a

vida”.

ESCOLA E BULLYING: A COMPREENSÃO DOS EDUCADORES

Trevisol e Dresch (2011) fazem um estudo com objetivo de analisar a prática de

bullying na escola a partir de dados coletados por meio de uma investigação realizada

com profissionais de escolas públicas do município de Luzerna (SC). Para a coleta de

dados, utilizou--se questionário e posterior análise do conteúdo das respostas. Como

resultado foi verificado que os participantes possuem boa compreensão do assunto; as

consequências do bullying atingem a todos os envolvidos, alterando a gravidade de

acordo com a agressão ocorrida; os tipos de desrespeito mais frequentes são violência

física e verbal; tanto a idade das vítimas como dos agressores ficou entre 11 a 15 anos;

confirma-se a relação de quem sofre bullying com a indisciplina e dificuldade de

aprendizagem. Os autores concluíram que os envolvidos com as questões relacionadas

ao bullying, vítimas, agressores e testemunhas terão consequências físicas e emocionais

de curto e/ou longo prazo, o que pode causar dificuldades escolares, sociais e

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emocionais. As crianças e adolescentes não são atacados de maneira igual, mas há uma

relação direta com a frequência, duração e severidade dos atos de bullying. Os

indivíduos que sofrem maus-tratos quando são crianças têm maior probabilidade de

sofrerem depressão e baixa autoestima quando adultos. Da mesma maneira, quanto

menos a criança for agredida, tanto maior será a predisposição de apresentar

dificuldades associadas a comportamentos antissociais em adultos.

BULLYING – COMPORTAMENTO AGRESSIVO ENTRE

ESTUDANTES

Neto (2005) teve por objetivo através deste estudo, alertar os pediatras sobre a

alta prevalência da prática de bullying entre estudantes, conscientizando-os da

importância de sua atuação na prevenção, diagnóstico e tratamento dos possíveis danos

à saúde e ao desenvolvimento de crianças e adolescentes. Foram acessados bancos de

dados bibliográficos. O comportamento agressivo entre estudantes é um problema

universal, tradicionalmente admitido como natural e frequentemente ignorado ou não

valorizado pelos adultos. Estudos realizados nas duas ̇últimas décadas demonstraram

que a sua prática pode ter consequências negativas imediatas e tardias para todas as

crianças e adolescentes direta ou indiretamente envolvidos. A adoção de programas

preventivos continuados em escolas de educação infantil e de ensino fundamental tem

demonstrado ser uma das medidas mais efetivas na prevenção do consumo de ·álcool e

drogas e na redução da violência social. Concluiu-se que a prevenção do bullying entre

estudantes constitui-se em uma necessária medida de saúde pública, capaz de

possibilitar o pleno desenvolvimento de crianças e adolescentes, habilitando-os a uma

convivência social sadia e segura.

BULLYING E EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA:

CARACTERÍSTICAS, CASOS, CONSEQUÊNCIAS E ESTRATÉGIAS DE

INTERVENÇÃO

Botelho e Souza (2007) realizaram um estudo com objetivo de discutir a

problemática do bullying no âmbito escolar da educação física. Foi realizado um estudo

exploratório que utilizou pesquisas bibliográficas. Os autores apontam que o bullying no

âmbito escolar acontece em diversas escolas, diversos ambientes nas distintas idades da

humanidade. Após analises dos resultados os pesquisadores concluíram que para que as

estratégias de intervenção do bullying sejam eficazes, devem ser incluídos além dos

próprios alunos, o corpo docente, funcionários da escola, familiares e a comunidade do

entorno.

BULLYING NAS ESCOLAS

Os autores Santos e Santos (2005) investigaram na forma de encontros atender

relações afetivas entre estudantes de séries diferentes; aproximação dos pais e da

comunidade em busca de informações sobre o fenômeno e fortalecimento de ideais dos

envolvidos com o projeto. A metodologia utilizada para o trabalho baseia-se numa

pesquisa do tipo levantamento de dados, em busca de sublevar as determinações pré-

concebidas sobre o tema para criar uma nova compreensão, de forma que no primeiro

contato todos tiveram oportunidade de contar suas histórias contextualizando com o

tema. Sob a forma de questionário de pesquisa, os resultados apresentaram que todos os

alunos indiscutivelmente convivem cotidianamente com atos de bullying, o que

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comprova a urgência do estudo desse assunto com eles. Pode-se dizer que palestras com

professores e relatos de pessoas que sofreram bullying na escola colaboraram com a

execução desse projeto, e está sendo importante para os alunos esse enriquecimento

cultural que posteriormente chegará a toda a sociedade, tornando o mundo escolar mais

justo e formando cidadãos com responsabilidade.

Atualmente o bullying é reconhecido como problema que vem de longas datas

nas escolas, e com consequências sérias, tanto para vítimas, quanto para agressores.

Os estudos tiveram por objetivo tentar compreender o fenômeno bullying e

verificar suas repercussões sócio educacionais e de discutir a problemática do bullying

no âmbito escolar da educação física, como mencionam os autores Menezes e Branco

(2009), Ramos (2008), Menegotto, Pasini e Levandowski (2013), Trevisol e Dresch

(2011), Botelho e Souza (2007), Souza e Almeida (2011).

Já Ferreira e Tavares (2009), propuseram como objetivo, conscientizar os pais,

professores e demais profissionais da Educação sobre a importância da construção de

ações preventivas, diagnósticas e de atuação à comportamentos de bullying nas escolas.

Segundo Tognetta (2005), procurou relatar cenas de um cotidiano escolar onde a

violência entre meninos e meninas tem nos estarrecido a cada dia.

Os estudos de Menezes e Branco (2009), Ferreira e Tavares (2009), Souza e

Almeida (2011), Menegotto, Pasini e Levandowski (2013), Botelho e Souza (2007),

Santos e Santos (2005), coletaram os dados através de uma pesquisa bibliográfica.

Já Ramos (2008) e Trevisol e Dresch (2011), para consolidar suas propostas de

estudo, foi feito uma pesquisa junto aos alunos, através de um questionário.

Neto (2005) teve por objetivo através deste estudo, alertar os pediatras sobre a

alta prevalência da prática de bullying entre estudantes.

Tognetta (2005) apresentou suas conclusões através de relatórios sobre o

comportamento dos alunos com observações nas aulas e levantou questões para pensar

em propostas que auxiliem nas transformações das relações de violência explícita, as

quais os alunos sofrem.

Os autores Santos e Santos (2005) investigaram na forma de encontros atender

relações afetivas entre estudantes de séries diferentes; aproximação dos pais e da

comunidade em busca de informações sobre o fenômeno e fortalecimento de ideais dos

envolvidos

Os resultados obtidos pelos autores Menezes e Branco (2009), Souza e Almeida

(2011), Ramos (2008), Trevisol e Dresch (2011), Neto (2005), Santos e Santos (2005),

mostram que o bullying é entendido como um processo que envolve todos os tipos de

atitudes agressivas, propositais e frequentes praticados a nível individual ou grupal sem

uma motivação específica preconizada por uma relação de desigualdade entre

agressores e vítimas, resultando na intimidação magoa e angustia para aqueles que são

alvos, além de além de contribuir para a produção, em larga escala, de cidadãos

estressados, deprimidos, com baixa autoestima, baixa capacidade de auto aceitação e

resistência a frustração, reduzida capacidade de autoafirmação e de auto expressão,

além de outras sintomatologias como doenças psicossomáticas e psicopatologias graves.

Botelho e Souza (2007) apontam que o bullying no âmbito escolar acontece em

diversas escolas, diversos ambientes nas distintas idades da humanidade e foi verificado

que os participantes possuem boa compreensão do assunto.

Ferreira e Tavares (2009) revelaram que é necessário que estabeleça ações a

serem desenvolvidas objetivando as ações do agressor e as consequências na vítima.

Já os autores Menegotto, Pasini e Levandowski (2013) destacam a importância

de preparar os professores, que, muitas vezes, não sabem identificar as situações de

bullying nem lidar com elas.

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Para Tognetta (2005), cabe a comunidade educativa, discutir o que se pode fazer

para transformar essas relações conflitantes tanto entre as pessoas como com nós

mesmos.

Após análise dos dados os autores apontam que sua prevenção entre estudantes

constitui-se em uma medida capaz de possibilitar o desenvolvimento de crianças e

adolescentes, habilitando-os a uma convivência social sadia e segura.

Ramos (2008) sugere que cabe ao professor, em situações de bullying, estar

atento a qualquer fato que impeça a manutenção de um clima amistoso na sala de aula,

garantindo as condições de mais baixa ansiedade para o aluno.

Resumindo os autores sugerem que é de extrema importância que os educadores

e família, estejam atentos a qualquer sinal de ação agressiva, pois não há métodos

diagnósticos prontos para se determinar o bullying, é necessário que esteja todos

cautelosos às crianças mais propensas a agredirem ou a comportamentos antissociais, a

fim de se verificar qualquer prática de bullying. Além disso, os pesquisadores concluem

ainda que a escola como um todo precisa ser repensada, buscando praticar não somente

os conteúdos mínimos das diretrizes curriculares, mas também um trabalho pautado na

importância da constituição dos princípios de tolerância e de respeito.

Objetivo

Investigar através de uma revisão de literatura a ocorrência do fenômeno

bullying no âmbito escolar, verificando os efeitos que pode causar na vida da criança.

Método

Foi realizada uma pesquisa qualitativa concretizada através de uma revisão de

literatura. Inicialmente o tema foi pesquisado em livros, dissertações e teses e

posteriormente em base de dados e em periódicos. O método de análise dos textos e dos

artigos foi influído pela literatura (NELSON; THOMAS, 2012; CERVO; BERVIAN,

2007), seguindo a ordem de literatura de reconhecimento, leitura crítica ou reflexiva e

por fim a leitura interpretativa.

Resultados e conclusão

De acordo com as pesquisas, o Bullying é um ato caracterizado pela violência

física e/ou psicológica de forma intencional e contínua, de um indivíduo ou grupos, sem

nenhum motivo. Trata-se de um comportamento intimidador e agressivo, infelizmente

comum nas escolas, podendo seguir até a vida adulta caso não seja feito um tratamento

e podendo acontecer muita coisa na vida dessa criança. Ela pode encontrar bons

exemplos capazes de fazê-la mudar, pode amadurecer e com o tempo observar que esse

tipo de comportamento não é legal.

Os autores em suma apontam que, o bullying se trata de um problema muito

complexo e de causas múltiplas, portanto, cada escola deve desenvolver sua própria

estratégia para reduzi-lo. Sendo assim, A única maneira de se combater o bullying é

através da cooperação de todos os envolvidos: professores, funcionários, alunos e

principalmente os pais. As medidas tomadas pela escola para o controle do bullying

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bem aplicadas e envolvendo toda a comunidade escolar e família da criança,

contribuirão positivamente para a formação de costumes de não violência nas escolas e

na sociedade.

Considerações finais

A análise de dados deste estudo mostrou que o bullying ocorre por meio de

violência verbal, física e psicológica realizados diariamente e que continuavam por

meses, gerando sentimentos diversos e opostos como, raiva, baixa autoestima,

isolamento social, desanimo abandono e depressão.

A escola é um dos principais locais onde acontece o bullying, por isso é de

extrema importância os professores estarem atentos e quando identificado, o primeiro

passo é chamar os pais para comparecerem a escola, pois é importante conversar e

revisar as regras de comportamento e os limites dentro de casa para que pais e

professores possam entrar num consenso e encontrar a melhor forma de mudar a

situação que a criança vive na escola e ajudá-la a reparar seu erro.

Nunca se deve fechar os olhos para o problema, a família precisa escutar e fazer

uma parceria com a escola, buscar respostas pelo motivo deste comportamento a apoiar

essa criança, pois ela precisa de ajuda. Claro que o autor do bullying deve receber uma

punição pelos seus atos, mas também ele tem que receber apoio e respeito. Nenhuma

família ou escola quer uma situação indesejável dessa, mas o bullying pode ser evitado

tanto dentro de casa quanto na escola, com a capacitação de professores para a detecção

precoce desse tipo de situação e possivelmente o diálogo com os pais.

O maior desafio se encontra em conscientizar à todos a incentivar nas crianças a

criação de valores éticos e a capacidade psicológica para sentir o que sentiria caso

estivesse sofrendo as agressões que ela mesma proporcionava ao outro, isso é

primordial para a criança identificar o quão mal está fazendo à outras crianças. Sendo

assim, é muito importante que família e escola devem andar juntas para educar e

acompanhar as crianças, pois todos devem trabalhar juntos para o desenvolvimento

integral dessas crianças e não jogando a culpa de um no outro. Para evitar que a criança

se torne um agressor, é educá-lo, ensinar sempre a respeitar o outro, principalmente

quando esse outro possui algum aspecto diferente, é importante dar esse exemplo à

criança.

Ninguém jamais se deve calar diante deste problema, a sala de aula pode sim ser

o melhor lugar do universo, pois é lá onde todos podem aprender a se divertir juntos,

independentemente de suas diferenças.

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INFLUÊNCIAS DAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

NA PREVENÇÃO DA OBESIDADE

Napoleana da Conceição Castro¹

Thiago Augusto Costa de Oliveira²

RESUMO

A obesidade vem aumentando cada vez mais dentro da sociedade. Logo a preocupação

em se construir meios preventivos/ profiláticos à doença também vem crescendo. A

Educação Física, como disciplina curricular, visa também formar os sujeitos de forma

que, estes, venham transformar a realidade na qual estão inseridos, é preocupante a

presença da obesidade praticamente em todas as idades. Iniciamos o nosso estudo

buscando dados que justificassem a importância de abordar a obesidade em nosso país.

Partimos das definições sobre o que é obesidade, que é o aumento de gordura corporal

em comparação a massa magra e que deve ser tratada como uma enfermidade crônica

que acompanha muitas complicações para a saúde. Buscamos citar as causas e as

consequências da obesidade. Buscamos citar as causas e as consequências da obesidade,

dentro do âmbito escolar, buscando apoio na literatura utilizada para falarmos sobre a

prevenção e o tratamento da Obesidade. Levando em consideração as aulas de Educação

física seus benefícios nesta etapa de prevenção e tratamento. Outro ponto que

consideramos importante é a inclusão do profissional de Educação Física na melhoria

da qualidade de vida, visando a saúde.

Palavras chaves: Educação física escolar, Aulas de educação física, obesidade.

ABSTRACT

Obesity is increasing more and more in society. Soon the concern to build preventive /

prophylactic means the disease is also growing. Physical education, as curricular

subject, also aims to make the subjects so that they, will transform the reality in which

they live. Worryingly the presence of obesity in almost all ages. We started our study

looking data to justify the importance of addressing obesity in our country. We set out

the definitions of what is obesity, which is the increase in body fat compared to lean

body mass and should be treated as a chronic disease that comes with many health

complications. We seek to name the causes and consequences of obesity.

(1) Napoleana da Conceição Castro (Licenciatura), Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445,

13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil ([email protected]). (2)

Professor Mestre em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades Network –

Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected])

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We seek to name the causes and consequences of obesity within the school environment,

seeking support in the literature used to talk about prevention and treatment of obesity.

taking into account the lessons of physical education benefits at this stage of prevention

and treatment. Another point we consider important is the inclusion of professional

physical education in improving the quality of life, aimed at health.

Key words: Physical education, physical education, obesity

1 Introdução

A obesidade é definida, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), como

a doença na qual o excesso de gordura corporal se acumulou a tal ponto que a saúde

pode ser afetada. Os dados referentes às crianças brasileiras, levantados em 1989 pelo

Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição (INAN) e pelo Programa Nacional de

Saúde e Nutrição (PNSN), apontam que cerca de um milhão e meio de crianças são

obesas, com maior prevalência nas meninas e nas áreas de maior desenvolvimento. No

entanto, esse perfil está mudando, e a obesidade vem aumentando no sexo masculino e

nas classes menos favorecidas. A obesidade é ainda o resultado de ingerir mais energia

que a necessária.

Os prováveis fatores para o aumento da obesidade infantil são a diminuição no

nível de atividade física e a qualidade da dieta.A obesidade pode iniciar em qualquer

idade, desencadeada por fatores como o desmame precoce, a introdução inadequada de

alimentos, distúrbios de o comportamento alimentar e da relação familiar,

especialmente nos períodos de aceleração do crescimento. Rodolfo Giugliano &

Elizabeth C. Carneiro relatam à necessidade da identificação precoce do excesso de

peso em crianças para diminuir o risco de se tornarem adultos obeso. Os autores

enfatizam dois fatores que podem contribuir para dobrar o risco da obesidade em

adultos jovens: obesidade em um dos pais ou sua presença na infância. Ambos os

fatores não devem ser considerados isoladamente, mas em interação. (GIUGLIANO;

CARNEIRO, 2004).

Nas últimas décadas, tem-se dado grande ênfase ao estudo da gordura corporal e

aos índices de adiposidade em crianças e adolescentes, devido a sua associação com o

desenvolvimento de inúmeras doenças representando um fator de risco para a saúde,

quando em excesso (WILMORE; COSTILL, 2001).

Os problemas derivados direta ou indiretamente da obesidade são responsáveis

por uma significativa percentagem de mortes. Na última década o quadro crescente de

obesidade também passou a preocupar países como o Brasil. Dados do IBGE mostram

que um em cada dez adultos é considerado obeso e há tendência em aumentar esta

proporção. Inúmeras pesquisas indicam que muitas doenças da “era moderna” estão

associadas ao excesso de gordura corporal, como por exemplo, as doenças

cardiovasculares, renais, digestivas, diabetes, problemas hepáticos e ortopédicos. A

incidência dessas doenças é duas vezes maior entre os homens obesos e quatro vezes

maior entre as entre as mulheres obesas, quando comparados à população não obesa

(WILMORE; COSTILL, 2001).

Diante das variáveis investigadas nós procuramos verificar a relação da

Educação Física escolar e obesidade para isso fizemos uma visita a literatura como

segue no próximo tópico.

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2 Revisão de literatura

Celestrino (2006) pesquisou a relação dos escolares obesos com a atividade

física nas aulas de Educação Física escolar e em seu tempo livre. Para isso, aplicou-se

um questionário e avaliação antropométrica de peso e estatura, em 42 escolares na faixa

etária 11 e 12 anos, ambos os sexos, em uma escola particular da região de Osasco-SP.

O resultado apontou que, a prevalência de obesidade foi de 33% nas meninas e 23% nos

meninos. Os sujeitos com obesidade, em especial as meninas, apresentaram-se menos

ativos fisicamente em comparação a população com peso normal, tanto durante o tempo

livre da semana como do final de semana; e demonstraram falta de interesse por

atividades físicas mais intensas como a corrida. Foi sugerido que é de fundamental

importância adequar à intensidade e o tipo de atividade física as características

fisiológicas e motoras dessa população.

Giugliano e Carneiro (2004) pesquisou a relação entre obesidade em escolares,

atividade física e horas de sono com a escolaridade e obesidade dos pais. Foi feita

avaliação de peso, estatura, índice de massa corporal e adiposidade (estimada pelas

dobras cutâneas tricipital e subescapular) de escolares seguida da classificação das

crianças em normais, baixo peso, sobrepeso ou obesidade pelo índice de massa corporal

por idade. Foram avaliados 452 escolares e selecionadas 68 crianças com sobrepeso e

obesidade e 97 normais para preenchimento de questionários quanto a atividade física e

horas de sono diárias da criança, escolaridade, atividade física, peso e estatura dos pais.

Os resultados apontaram que a prevalência de sobrepeso e obesidade foi de 21,1% nos

meninos e 22,9% nas meninas. A adiposidade diferiu na comparação das crianças

normais com as demais (p < 0,01). Nas crianças com sobrepeso e obesidade, a

adiposidade correlacionou-se diretamente com o tempo de permanência sentado e

inversamente com as horas de sono (p < 0,05). A ocorrência de sobrepeso e obesidade

foi maior nas crianças cujas mães tinham menor escolaridade (p < 0,01). A frequência

de sobrepeso e obesidade nos pais das crianças com sobrepeso e obesidade foi maior do

que nos pais das crianças normais (p < 0,01). O sedentarismo predominou na maioria

dos pais. O estudo destaca a inatividade das crianças como um dos fatores associados à

obesidade. As horas diárias de sono apresentaram-se como fator positivo na manutenção

do equilíbrio pondero estatural. Os autores sugerem que a escolaridade materna e a

ocorrência de sobrepeso e obesidade nos pais estão associados com sobrepeso e

obesidade nos filhos.

O estudo de Garcia (2003) verificou o nível de adiposidade corporal em crianças

e adolescentes do ensino fundamental da zona urbana de Cianorte –PR., bem como

analisar a predisposição genética e alguns hábitos de vida que podem influir na

obesidade. O estudo caracterizou-se como sendo descritivo do tipo diagnóstico. A

amostra foi composta de 3931 crianças e adolescentes do ensino fundamental de 5ª a 8ª

séries da zona urbana de Cianorte.

A partir dos dados obtidos na amostra pode se inferir a proporção para a

população ao nível de confiança de 95%, com um erro máximo da estimativa de 2,5%.

Os dados referentes à população foram obtidos junto ao Núcleo Regional de Ensino de

Cianorte. Os alunos foram selecionados aleatoriamente para participar da pesquisa. Os

procedimentos obedeceram à seguinte rotina: (a) encaminhamento da equipe às escolas

(pesquisadora e auxiliar); (b) levantamento da listagem das turmas; (c) sorteio dos

diversos grupos de alunos; (d) aplicação do questionário; (e) apresentação da dinâmica

do trabalho aos alunos; (f) coleta dos dados. As medidas eram realizadas pela

pesquisadora; a auxiliar apoiava apenas na organização das crianças e no registro dos

dados. Através das informações obtidas no presente estudo pode-se diagnosticar um alto

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índice de obesidade nas crianças e adolescentes da zona urbana de Cianorte onde 41,6%

das crianças/adolescentes apresentaram peso acima do ideal, sendo que 24,3% destas

são obesas.

O estudo de Rech (2010) teve como objetivo estimar a prevalência de obesidade

e sobrepeso em escolares de 7 a 12 anos (meninos e meninas), de uma cidade serrana do

RS e verificar as possíveis associações com as seguintes variáveis: classe

socioeconômica, aptidão aeróbica, hábitos alimentares e hábitos de lazer (sedentários e

atividade física). Foram avaliados 1.442 escolares, através de um estudo transversal. As

variáveis antropométricas estudadas foram massa corporal total e estatura. A obesidade

foi definida pelo IMC, segundo sexo e idade. Os resultados apontam que as prevalências

de obesidade e sobrepeso foram de 8% (IC=7,54 – 8,45) e 19,9% (IC= 19,62 – 20,17)

respectivamente. As variáveis aptidão aeróbica (p<0,000), prática de esportes fora do

horário escolar (p=0,005), hábitos sedentários (televisão, vídeo game e computador)

(p=0,004) e nível socioeconômico alto (p<0,0004) apresentaram associação estatística

significante com obesidade e sobrepeso. Segundo o autor as prevalências de obesidade e

sobrepeso da população estudada encontram-se elevadas e devem ser motivo de

preocupação das autoridades de saúde do município.

O estudo de Pimenta e Palma (2001) teve como objetivo investigar a prevalência

da obesidade em crianças entre 10 a 11,9 anos, alunos da 4° série do Ensino

Fundamental do Colégio Pedro II, Unidade Tijuca I, do turno da manhã. A amostra

constou de 56 crianças (29 meninas e 27 meninos). Foi realizada a coleta das medidas

antropométricas, também foi utilizado, como instrumento da pesquisa, um questionário

com questões abertas e fechadas, o qual foi respondido pelo responsável do aluno.

Foram feitas medidas da massa corporal, estatura, circunferências de cintura e quadril e

das dobras cutâneas tricipital, subescapular, abdominal, supra ilíaca, peitoral, coxa e

perna. Os dados coletados mostraram uma grande tendência das crianças ao

sedentarismo. A média de tempo semanal em minutos dedicado à atividade física, seja

na escola, no lazer, em atividades esportivas ou na locomoção. No levantamento sobre a

obesidade, pôde-se observar que a média do percentual de gordura ficou em 25,22 (±

10,91). Os dados revelam uma elevada prevalência da obesidade entre o grupo amostral.

O tempo que as crianças destinam à TV pode estar diminuindo o tempo de prática de

atividade física, De acordo com os dados relativos à obesidade, 51,78% das crianças

indicaram estar com algum grau de obesidade. Deste percentual, 19,64% se encontrou

na faixa denominada de moderadamente alto. Com relação ao hábito de assistir à TV,

tanto os meninos quanto as meninas relataram dedicar mais de duas horas por dia, em

média, a este passatempo, caracterizando a tendência de se ocuparem com uma

atividade que demande menos energia. Por fim, acreditando no princípio de que para

algo se tornar um hábito deve ser trabalhado desde cedo, os pais, a escola, o professor

de Educação Física deve atuar como incentivadores desse processo, pois a prevenção da

obesidade infantil parece ser o melhor caminho, sugerem os autores.

Leila et al., (2003) realizaram um estudo que teve como objetivo descrever a

prevalência de obesidade em alunos de escolas públicas e particulares de Salvador,

Bahia. Foram estudados 387 alunos, com idade entre 5 e 10 anos, sendo 55% do sexo

masculino, e 66% alunos de escolas públicas. A obesidade foi definida a partir do índice

de massa corporal (IMC). Nas escolas particulares, observou-se uma maior prevalência

de obesidade (30%) em relação às escolas públicas (8%). As frequências de obesidade

em relação ao sexo e grupo racial entre escolas públicas e particulares foram

semelhantes. Observou-se maior percentual de obesos na faixa de idade entre 7 e 9 anos

nas escolas particulares e entre 9 e 10 anos nas escolas públicas. Segundo os autores, a

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análise das proporções aponta na direção de uma associação direta entre obesidade e

nível socioeconômico.

Dartagnan e Joana (1998) realizaram um estudo que tem como objetivo o análise

da prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes do município de

Londrina (PR), Brasil. Foram investigados 4.289 sujeitos de ambos os sexos e com

idades entre 7 e 17 anos, selecionados aleatoriamente. A obesidade foi definida pela

quantidade de gordura em relação ao peso corporal superior a 20% e 30% para rapazes e

moças, respectivamente. Para as estimativas da gordura corporal, foram utilizados

valores de espessura das dobras cutâneas. O sobrepeso foi estabelecido a partir do 85º

percentil do índice de massa corporal relativo à idade e ao sexo. Os resultados

demonstram que a prevalência de obesidade foi discretamente maior que de sobrepeso,

com tendências de elevação com a idade. As meninas foram mais atingidas pelo excesso

de gordura e de peso corporal que os rapazes, sobretudo no final da adolescência. Nesse

período, por volta de 23% das moças e 17% dos rapazes analisados apresentaram

quantidades de gordura corporal que caracterizam o estado de obesidade.

Lorena et al., (2010) realizaram um estudo que teve como objetivo descrever a

prevalência de sobrepeso e obesidade entre alunos da rede de ensino municipal da

cidade de Anápolis-GO. Foi realizado um estudo transversal epidemiológico descritivo.

A amostra foi composta por 5516 alunos de ambos os sexos e com idade entre 6 e 14

anos que frequentaram as escolas municipais no primeiro semestre de 2009. Os

resultados apontaram que 84.6% (4668) foram classificados como eutróficos, 10.8%

(595) sobrepesados e 4.5% (251) são obesos. O sobrepeso foi mais frequente entre

avaliados do sexo feminino (54 %), e a obesidade mais frequente nos meninos (53%)

quanto aos eutróficos, não foram encontradas diferenças significativas entre os gêneros.

Em relação a idade o maior numero de obesidade foi encontrado aos 7 anos, e a faixa

etária onde ocorreu a maior parte dos casos de excesso de peso foi entre 6 e 10 anos. Os

autores apontam que a cidade apresenta altas prevalências para sobrepeso e obesidade

quando comparadas a estudos realizados em outras cidades.

Marcia e Andréa (2009) realizaram um estudo que procurou Identificar a

ocorrência de sobrepeso e obesidade em crianças pré-escolares, em uma creche do

município de São Paulo, por meio da relação peso/estatura.Participaram 29 crianças de

2 a 5 anos e os dados foram coletados por meio de questionários. Em relação à

avaliação nutricional, percebeu-se que 12 (41%) das crianças eram eutróficas, 7 (24%)

eram obesas, 5 (17%) com sobrepeso, 3 (10%) apresentaram desnutrição de primeiro

grau e, ainda, 1 (4%) tinha obesidade mórbida e 1 (4%) desnutrição de terceiro grau.

Concluiu-se que das crianças avaliadas, um percentual significativo se encontra acima

do peso adequado, necessitando de ações preventivas que visem orientar bons hábitos

de alimentação, estimulando atividade física, diminuindo os índices de obesidade

infantil, e impactando assim, na saúde dessas crianças quando adultas.

Júlia et al., (2007) realizaram um estudo que teve como objetivo verificar a

associação entre atividade física e características socioeconômicas com a presença de

obesidade e/ou sobrepeso em crianças de seis a 14 anos, escolares da Escola Sérgio

Porto e pacientes que procuraram o Ambulatório de Pediatria no Hospital de Clínicas

(HC), ambos no campus da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O estudo

foi realizado por meio da aplicação de questionário aos pais ou responsáveis e coleta de

dados de peso e altura das crianças. A amostra foi composta por 107 crianças (13,1%

com sobrepeso e 11,2% obesas) e a escolar de 109 (16,5% com sobrepeso e 20,2%

obesas). Os resultados não apontaram diferença significante e entre a prevalência de

obesidade ou de obesidade e sobrepeso entre as duas amostras, apesar de as amostras

serem diferentes em relação à renda mensal, escolaridade materna e atividade física,

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sendo que a população ambulatorial apresentou menores índices nestas três variáveis,

comparada à escolar. Os autores descrevem que os índices de sobrepeso e obesidade

encontrados foram elevados, de maneira similar à observada no resto do nosso país,

independentemente do sexo, da classificação socioeconômica e da atividade física.

Em síntese parte dos estudos procura verificar a relação da obesidade com

variáveis como atividade física, horas de sono, fatores genéticos, características sócio

econômicas e pratica de atividade durante o tempo livre (CELESTINO, 2006;

GIULIANO, 2004; JÚLIA et al., 2007). Já os estudos de Lorena et al., (2010) Ferraz et

al., (2003) Márcia e Andréa (2009) Pimenta e Palma (2001) Ricardo (2010) Leila et al.,

(2003) procuram identificar e descrever a prevalência de sobrepeso e obesidade na

população escolar. Em relação aos métodos os estudos utilizam questionários para

verificar as variáveis citadas e avaliações antropométricas, quanto as idades

investigadas há uma variação de 6 até 14 anos de idade.

Os resultados apresentam correlação entre a ocorrência de sobrepeso nos

familiares e crianças, outra importante constatação é a associação do sedentarismo com

a obesidade e por fim verificam que os níveis de obesidade aumento de acordo com a

idade.

As conclusões apontam que as horas de sono são um dos fatores que podem

interferir no controle da obesidade, assim como a quantidade e o tipo de pratica de

atividade física e o sedentarismo. Uma importante ferramenta para prevenir e combater

a obesidade são as aulas de Educação Física que devem ser bem elaboradas e

chamativas.

3. Objetivo

Verificar a influência das aulas de Educação física escolar na prevenção da

obesidade.

4. Método

Foi feita uma pesquisa qualitativa concretizada através de uma revisão de

literatura. Inicialmente o tema foi pesquisado em livros, dissertações e teses e

posteriormente em base de dados e em periódicos. O método de análise dos textos e dos

artigos foi influído pela literatura (NELSON; THOMAS, 2012; CERVO; BERVIAN,

2007), seguindo a ordem de leitura de reconhecimento, leitura seletiva, leitura crítica ou

reflexiva e por fim a leitura interpretativa.

5. Resultados e Conclusões

A reeducação alimentar refere-se à aprendizagem de conceitos básicos de

nutrição como a quantidade e qualidade dos alimentos ideais para cada refeição. E a

atividade física pode propiciar benefícios na qualidade de vida do adolescente orgânicos

e psicossociais como a redução da gordura corporal sem interferência no metabolismo

basal (GUERRA et al., 2001).

É nesse sentido que a escola e a disciplina Educação Física assumem papéis

fundamentais tanto na prevenção quanto no tratamento da obesidade. A escola oferece

um ambiente que faz parte do cotidiano dos adolescentes, não havendo dificuldades de

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acesso ao local, e possui as estruturas necessárias para a prática de atividade física o que

favorece a adesão e resultado da atividade física. A Educação Física contribui no

sentido de aumentar os níveis de atividade física diários desses adolescentes e de

abordar conceitos associados a temas de saúde e obesidade. Acrescenta-se a isso, outra

característica da escola, que se refere à aquisição e reformulação de valores, nesse caso

relacionados à prática de atividade física, hábitos alimentares e outras variáveis que

levam a instalação da obesidade (COSTA et al., 2001).

Pimenta (2001) cita que o uso de equipamentos eletrônicos, em especial a

televisão, contribui para a instalação da obesidade, pois são atividades com baixíssimo

gasto energético e estão associadas, na maioria das vezes, à propagandas de produtos

alimentícios, induzindo ao consumo de alimentos ricos em gorduras e açúcares. Por

meio desta pesquisa, foi possível verificar a relação citada por Amaral e Pimenta

(2001), porque se constatou que 50% dos indivíduos com obesidade dispõem médias de

tempo muito elevadas quanto à utilização dos equipamentos eletrônicos, como

televisão, vídeo game e computador.

Conforme Mello et al., (2004) e Haywood e Getchell (2004), o que poderia

justificar esse aumento da prática de atividade física no final de semana, seria a

possibilidade dos pais acompanharem os filhos em parques, clubes, etc. Acredita-se

também que, pelo fato das meninas estarem menos ocupadas com as atividades

estudantis nos finais de semana essas meninas acabam envolvendo-se mais com

atividades físicas e recreativas.

A obesidade está inserida na sociedade, mas é necessário que se conscientize da

importância de buscar soluções. O profissional de Educação Física não pode vê seus

alunos estarem ou ficarem obesos sem intervir para buscar alternativas de mudar este

quadro. É dentro da escola que se tem contato com a obesidade, então cabe ao professor

de Educação Física preocupar-se e atuar no combate a obesidade.

6. Considerações finais

A partir dos estudos levantados podemos perceber que a Educação Física

Escolar possui papel fundamental na construção de um estilo de vida ativo.

Podemos observar que ela serve como disciplina incentivadora da saúde que

utiliza das práticas corporais diversas para conscientizar e instigar a busca por uma vida

de qualidade.

Os professores que compuseram o diálogo sobre o binômio educação física –

saúde, compreendem a necessidade mundial de se abrir discussões mais aprofundadas a

respeito da obesidade, entendendo, essa, como um mal que coloca em risco a saúde

física, mental e social de seus alunos. Os profissionais em questão procuram intervir,

por meio da Educação Física Escolar, de forma a construírem, juntos a seus alunos, uma

autonomia em relação à construção de um estilo de vida ativo. Para tanto, utilizam

como meio, em suas aulas, a aquisição da experiência do movimento corporal, pois

acreditam que, assim, os alunos despertarão a independência e o prazer pela prática da

atividade física.

Devemos tomar medidas imediatistas quanto a projetos de educação para a

saúde, que envolva não somente a educação física, mas que seja um projeto que

envolvam todas as áreas. Pois os obesos estão aí, e a obesidade tende a continuar

disputando os corpos sedentários que estão presentes numa sociedade que parece ter

parado de se movimentar.

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105

As aulas de Educação Física devem ser planejadas visando despertar o interesse

das crianças e dos adolescentes a praticar exercícios físicos regularmente.

Referências

CELESTRINO, et al. A prática de atividades Físicas em escolares com

sobrepeso e obesidade. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, v.5, p. 47-

54, 2006.

DARTAGNAN et al. Prevalência de Sobrepeso e obesidade em crianças e

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fundamental de 5 ª a 8ª séries,da zona urbana de Cianorte-PR. Revista da Educação

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GIUGLIANO; CARNEIRO. Fatores associados à obesidade em Escolare.

Jornal de Pediatria,v. 80, n.1, 2004.

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um ambulatório geral de Pediatria de hospital universitário. Revista Paul Pediatria

v.25, n.4, p.305-310, 2007.

LEILA et al. Prevalência de Obesidade em Escolares de Salvador, Bahia. Arq

Bras Endocrinol Metab, v. 47 n. 2, p.1-7 Abril 2003.

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pública municipal de Anápolis-Go. Coleção Pesquisa em Educação Física.v.9,

n.1,ISSN: 1981-4313,2010.

MARCIA E ANDRÉA. Ocorrência da obesidade infantil em pré-escolares de

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PIMENTA, A.P.A., PALMA, A. Perfil epidemiológico da obesidade em

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RECH et al. Prevalência de obesidade em escolares de 7 a 12 anos de uma

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Humano, v.12, n.2, p.90-97, 2010.

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106

A IMPORTÂNCIA DA PRATICA DO FUTEBOL NA

EDUCAÇÃO FISÍCA ESCOLAR

Roberson Rodrigues de Carvalho¹ Thiago Augusto Costa de Oliveira

²

RESUMO O objetivo dos estudos foi avaliar a importância das práticas do futebol na Educação

Física Escolar. Foi feita uma revisão de literatura onde Buscou-se verificar por quais

motivos os alunos se afastam das práticas do futebol, dentre o principal as meninas. Os

resultados, se destaca a um preconceito da participação das meninas na prática do

Futebol na Educação Física em que a conclusão de baseia que o professor em seu papel

importante na inserção das práticas do futebol para todos. Com métodos e

procedimentos no decorrer das atividades, deixando o preconceito de futebol sendo

apenas para os homens.

Palavras Chaves: Educação Física Escolar, Futebol, Preconceito.

ABSTRACT

The aim of the studies was to evaluate the importance of football practices in Physical

Education School . a literature review was made which sought to check for what

reasons the students move away from football practice , among the main girls. The

results, stands a prejudice the participation of girls in the practice of Soccer in Physical

Education in which the conclusion is based on the teacher in his role in incerssão of

football practice for all. With methods and procedures in the course of activities,

leaving the football prejudice being only for men.

KeyWords: School Physical Education , Football , Prejudice.

(1)

Graduando em Educação Física (Licenciatura), Faculdades Network Av. Ampélio Gazzetta, 2445,

13460000 Nova Odessa, SP, Brasil (E-mail: [email protected]) (2)

Professor Mestre em Educação Física Professor do curso de Educação Física, Faculdades Network

Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460000, Nova Odessa, SP, Brasil (email: [email protected])

Page 107: CAPA - nwk.edu.br§ão-Física... · CAPA . 2 Revista dos Alunos de Educação Física ... Thiago Augusto Costa de Oliveira ² RESUMO Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de

107

1 Introdução

O futebol é um esporte muito popular praticado em diversos países, é um esporte

simples e que todos podem participar não se sabe o verdadeiro início desta modalidade,

historiadores relatam em algumas pesquisas que este jogo surgiu por volta de 2500 A.C.

O início desta modalidade no Brasil chegou graças a Charles Miller mais conhecido

como o pai do Futebol. Este esporte pode ser praticado em diversos ambientes na

escola, na rua, na grama, etc. Há também o futebol de campo e o futebol de salão sendo

que além do local onde joga o que os diferencia são as regras e a quantidade de

jogadores. O futebol de campo é jogado em um gramado com uma baliza de cada lado

representando a bandeirinha, são onze jogadores para cada lado em que, a um goleiro e

dez nas linha do campo. O futebol de salão é praticado em uma quadra esportiva e é

composto por cinco jogadores de cada lado, um no gol e quatro na linha em que há dois

árbitros um de cada lado da linha vertical dentro da quadra. (FREIRE, 2011).

O futebol no âmbito escolar tem uma importância de interação social e cultural,

além de contribuir nas capacidades de cada indivíduo. Para poder compreender que o

futebol tende sua importância o objetivo de mostrar que a modalidade '' Futebol'' é para

todos, sem nenhuma definição gênero especifico para as mulheres que pouco participa

das aulas práticas de futebol ao professor. O futebol é de suma importância na

coordenação motora de cada faze do desenvolvimento afetivo e social.

Segundo Furlan e Santos (2008) Para os autores temos um longo caminho a ser

discutido, já que o preconceito no futebol é nítido e acontece em qualquer nível do

esporte, diante disso é notório o papel do professor para mudar esta abordagem em que

o futebol não pode ser praticado por mulheres.

2 Revisão Bibliográfica

Objetivo do estudo de Tolves, Delevati e Sawitzki (2014) foi fazer um relato de

experiência de 12 aulas de Educação Física cujo foco foi uma oficina pedagógica

voltada para o futsal. As aulas foram conduzidas sobre as características dos jogos

esportivos coletivos buscando estabelecer uma relação com os métodos parcial, global e

de jogos condicionados. O estudo foi realizado com crianças da quinta série de uma

escola pública Estadual, entre a idade de 11 a 12 anos. Na comparação entre os três

métodos o apresentou de melhor forma para atingir os objetivos da aula foi o método de

jogos condicionados.

Macagnan e Betti (2014) realizaram um estudo com objetivo de tentar identificar

as representações sociais sobre o futebol nas aulas de Educação Física. Foi feita uma

entrevista com vinte e nove (16 meninas e 13 meninos) alunos do 6° ano do Ensino

Fundamental de uma Escola pública em Bauru com idade entre dez e onze anos. O

questionário com sete questões que tinham por objetivo identificar os gostos e as

práticas do aluno relacionada ao futebol. Os resultados apontam que a mídia e a família

são os fatores que se destacam na representação dos alunos sobre o futebol e outro

aspecto relevante foi a constatação pratica do futebol nas escolas é tida como uma busca

como satisfação do aluno pelo esporte. Discussão, no artigo não se refere o papel da

mídia, televisão na figura do jogar a onde a criança se espelha no social ou em casa a

mídia configura o papel de ideológico do futebol simultânea na constatação e

representando a pratica e o incentivo do gosto pelo gênero. Os autores concluem que o

futebol traz a satisfação do aluno tanto no afeto pela amizade ou para algo pessoal,

diversão e valores.

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108

Viana (2008) teve como objetivo em seu estudo analisar a construção do corpo

feminino e verificar o preconceito em questão de gêneros no futebol, abordando o

preconceito e a pratica do futebol feminino e ainda trazendo as condição da pratica no

âmbito escolar. Realizou-se uma pesquisa bibliográfica, as pesquisas se dividiram em

temas como futebol e Educação Física Escolar para influenciar na construção do corpo.

Resultados mostraram que as meninas não recebem o incentivo para praticar o futebol,

desde pequenas as meninas começam a ser influenciadas para pensar que o futebol é um

esporte masculino. Os autores sugerem que o professor precisa oferecer aulas de futebol

onde não seve diferenciar a “cultura do corpo” e ainda que meninas tem que participar

da pratica do futebol, para que isso ocorra deve-se criar propostas pedagógicas onde os

valores e a construção da cultura do corpo sejam discutidas e aceitas dentre as práticas

do esporte. O estudo especifica que a própria sociedade tenta diferenciar na construção

do corpo feminino tornando a frágil, tentando deixar a imagem que o futebol não é de

praticado por mulheres, neste cenário é que o papel do professor deve ser realçado,

mostrando que o futebol é cultural e é para todos, independentemente de ser meninas ou

meninos.

Furlan e Santos (2008) verificaram em seu estudo a participação das mulheres na

pratica do futebol no âmbito escolar. Foram entrevistadas 15 meninas entre 11 e 17 anos

de idade que estudam no colégio Estadual Zulmira Marchesi da Silva na cidade de

Cornélio Proscópio. Os resultado evidenciam que há preconceito na relação entre

futebol feminino, ainda é apontado que o esporte favorece os homens diminuindo a

chance das mulheres praticar o futebol nas aulas de Educação Física. Para os autores

temos um longo caminho a ser discutido, já que o preconceito no futebol é nítido e

acontece em qualquer nível do esporte, diante disso é notório o papel do professor para

mudar esta abordagem em que o futebol não pode ser praticado por mulheres.

O objetivo do estudo de Bastos e Navarro (2009), foi constatar como é a pratica

do futebol feminino na escola. Participaram do estudo alunos de 5° a 8° Série do ensino

Fundamental, 1° ao 3° ano do Ensino Médio. A pesquisa foi realizada através de dados

qualitativos e quantitativos extraídos de um questionário de múltiplas escolhas. Os

resultado mostram que o gosto pela prática do futebol no âmbito escolar é uma

realidade, basta o professor incentivar. É apontado pelos autores que o futebol feminino

na escola vem conquistando seu espaço nas aula, mas para garantir mais espaço é

fundamental o incentivo do professor para as práticas, e que estas intervenções sejam

sem preconceito e desigualdade. Como conclusão é possível afirmar que o futebol

feminino já vem sendo praticado por meninas tanto na escola quanto fora dela e isso já

faz parte do cotidiano dos alunos.

Molina (2000) procura examinar a relação e o conhecimento de futuros

professores de Educação Física quanto ao ensino de um elemento especifico da cultura

brasileira (Futebol). Participaram do estudo 11 estudantes em fase de conclusão de

curso da escola de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul,

alunos do 5° e 8° Série. Os resultados apontam a necessidade de rever conhecimento

destes futuros profissionais, já que ficou evidente a baixo nível de conhecimento sobre o

tema abordado. Na sua maioria os sujeitos estavam preocupados apenas em concluir o

curso.

3 Objetivo

O objetivo deste estudo foi analisar a importância do futebol na Educação Física

Escolar abordando fatores da pratica dentro do âmbito escolar, abordando a interação

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social, Cultural sem preconceito de que o futebol é para ambos tanto meninos quanto

meninas.

4 Métodos

Foram realizadas pesquisas qualitativas onde o tema era extraído de

questionários de múltiplas escolha entrevista com professores e alunos, pesquisas

bibliográficas abordadas em atividades na Educação Física Escolar.

5 Resultados e Conclusões

De acordo com as análises em alguma escolas há professores com falta de

conhecimento em aplicar o futebol nas aulas práticas e que as meninas não recebem o

incentivo para a modalidade do futebol e que no início do aprendizado o Futebol tem

que ser de modo ''Lúdico'' e não com ideias competitivas. A família tende a ter um

enorme valor na criança, mostrando que a pratica do futebol na escola trará benefícios

afetivos de interação para o aluno. Por este motivo, o papel do professor é de nítida

importância e fundamental tirando qualquer tipo de preconceito no futebol e que, esta

modalidade é de satisfação do aluno no apego pela amizade devido a diversão traz a

união de ambos.

Em algumas pesquisas é possível ver o futebol feminino nas escolas sendo

praticado e também fora delas no cotidiano das alunas, para a satisfação. A abordagem

da disciplina do futebol tem seu valor cultural e social tirando qualquer tipo de

preconceito do futebol nas escolas e o professor respeitando os limites do aluno.

6 Considerações Finais

Devido ao pouco conhecimento de alguns professores sobre a abordagem ''O

Futebol'' é um tema que aparenta ser tão simples, mas que não é bem assim muitos

professores acabam deixando os alunos a vontade nas aulas e por isso, a busca do

futebol é mais pela iniciativa dos meninos já que, o professor não está presente para

incentiva-las a pratica das meninas onde ocorre divisões de grupos já que alguns

preferem outras modalidades como por exemplo: Handebol, Basquete, Vôlei e etc. Cabe

ao professor ministrar bem suas aulas com planejamento. Mas como isto é possível? Ao

invés de levar os alunos para a quadra deve-se criar métodos educativos dentro da sala

de aula com slides, vídeos, palestras, trabalhos em grupo abordando a importância do

Futebol na união de gêneros e diferenças sociais, extraindo a ideia de que este esporte

não é algo somente competitivo, mas também uma forma de interagir um com o outro,

fazendo com que se socializem, e aprendam juntos através de uma forma dinâmica e

lúdica.

Referências

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Futsal e futebol, São Paulo v.1, n.2, p.144-162. 2009. ISSN 1984-4956.

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FREIRE, J.B. Pedagogia do futebol. 3°.ed. - Campinas, SP: Autores

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Conexões: Revista da Faculdade de Educação Física da Unicamp, Campinas, v.6,

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Page 111: CAPA - nwk.edu.br§ão-Física... · CAPA . 2 Revista dos Alunos de Educação Física ... Thiago Augusto Costa de Oliveira ² RESUMO Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de

111

A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

SOBRE ASPECTOS NO COMBATE DA OBESIDADE INFANTIL

Tatiane Alves Barbosa 1

Thiago Augusto Costa de Oliveira 2

RESUMO

A proposta do presente estudo discorre em torno do problema atual a obesidade

infantil, e a importância da Educação Física escolar sobre esse aspecto. Diante deste

cenário o objetivo da pesquisa foi verificar qual importância da Educação Física escolar

na prevenção e no controle da obesidade infantil. Para responder nossa pergunta foi

feita uma pesquisa qualitativa concretizada através de uma revisão de literatura. Os

resultados apontam para uma definição acerca do referido tema, parte dos estudos

corroboram a ideia de que o sobrepeso e obesidade nos pais estão associados com

sobrepeso e obesidades nos filhos outros concluem que sem dúvida, o sedentarismo, é

um dos fatores responsáveis pela maior prevalência da obesidade, e que a atividade

física quando praticada de forma regular, por um período diário de 60 minutos,

contribui positivamente para a redução da obesidade e de outras patologias. O que nos

possibilita sugerir é que é possível combater a obesidade infantil, desde que mudanças

sejam feitas, preconceitos extintos, e que o incentivo à atividade física na infância faça

com que a criança mantenha esses hábitos no futuro, evitando a obesidade ao longo da

vida.

Palavras-chave: Obesidade infantil, Educação Física escolar, Combate a Obesidade.

ABSTRACT

The purpose of this study discusses about the current problem of childhood obesity, and

the importance of school physical education on this aspect. To answer our question was

fetus a literature review, qualitative research implemented through a literature review

was made. The results point to a definition about the said topic, of the studies support

the idea that overweight and obesity in the country are associated with overweight and

obesities the children others conclude that without doubt, a sedentary lifestyle, is one of

the factors responsible for the higher prevalence obesity, physical activity and when

practiced on a regular basis, for a period of 60 minutes daily positively contributes to

reduce obesity and other disorders.

(1)

Graduanda em Educação Física (Licenciatura), Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445,

13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]). (2)

Professor Mestre em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades Network –

Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected])

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What enables us to suggest is that it is possible to combat childhood obesity, since

changes are made, extinct prejudices, and encouraging physical activity in childhood

make the child keep these habits in the future, avoiding obesity lifelong.

Keywords: Childhood Obesity, Physical Education, Fighting Obesity.

1 Introdução

Atualmente a obesidade infantil vem ganhando grande destaque por se tratar de

algo que está atingindo níveis alarmantes em todo o mundo, segundo a Organização

Mundial da Saúde pelo menos 41 milhões de crianças com menos de cinco anos estão

acima do peso ou são obesas. A literatura nos mostra que a obesidade surgiu como uma

epidemia, em países desenvolvidos durante as últimas décadas do século XX. Ainda

assim, atualmente, atinge todos os níveis socioeconômicos e vem aumentando sua

incidência também nos países em desenvolvimento (BERNARDI; CICHELERO;

VITOLO, 2005) com isso é possível afirmar que se torna um fenômeno mundial

afetando ricos e pobres sem limitações de etnias, país ou grupo.

A obesidade infantil está fortemente associada a algumas doenças de alta

prevalência nas sociedades modernas, como diabetes Mellitus tipo II, hipertensão,

hipercolesterolemia, doenças cardiovasculares, arteriosclerose e alguns tipos de câncer

(SILVEIRA; ABREU, 2006).

Outro dos fatores ambientais que muito tem contribuído para o excesso de peso

nas crianças é o número de horas passados em frente à televisão, o que de um modo

geral, gera reflexo na inatividade física e consequentemente em elevados níveis de

sedentarismo (FERNANDES, 2008).

Mas a final o que é obesidade infantil? A obesidade infantil pode ser

caracterizada pelo excesso de peso entre bebês e crianças de até 12 anos de idade. A

criança é identificada como obesa quando seu peso corporal ultrapassa em 15% o peso

médio correspondente a sua idade. É uma condição em que o excesso de gordura

corporal afeta negativamente a saúde ou bem-estar de uma criança (JORNAL DO

BRASIL, 2006).

É consenso na literatura que uma das principais causas de obesidade e sobrepeso

é o desequilíbrio entre o consumo de calorias e o gasto calórico. A Obesidade é

considerada doença multifatorial, ocorrendo pela interação de fatores genéticos e

condições do ambiente. Muitos dos mecanismos fisiopatológicos que levam à obesidade

são ainda desconhecidos. As estimativas dos gastos anuais com a obesidade são

alarmantes e geram um enorme gasto aos cofres públicos. Um dos motivos associados a

este aumento da obesidade infantil é o aumento do sedentarismo infantil, pois refere-se

ao fato de que atividades como: andar de bicicleta, brincar de pega ou de queimada já

não sejam mais praticadas nos centros urbanos, devido a insegurança pública e violência

que atingem nossa sociedade.

Na contramão do sedentarismo a atividade física apresenta efeitos benéficos em

relação à saúde, além de retardar o envelhecimento e prevenir o desenvolvimento de

doenças crônicas degenerativas, as quais são derivadas do sedentarismo, sendo um dos

maiores problemas gerando gastos para a saúde pública nas sociedades modernas nos

últimos anos, isso tem sido causado principalmente pela inatividade física e

consequentemente influenciada pelas inovações tecnológicas e maus hábitos

alimentares (GUEDES, 2012).

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113

Para mudar estes hábitos de vida Marques e Gaya (1999) sugerem que a escola

pode ser a local mais apropriada para as intervenções relacionadas à saúde, já que é o

ambiente mais acessível para crianças e adolescentes, o período de educação física hoje

em dia é a única chance da criança se envolver em atividade física esta área tem a

potencialidade de atingir crianças e jovens, incentivando o deslocamento ativo para a

escola e ensinando a importância do estilo de vida ativo para nossa saúde.

O tratamento da obesidade infantil não é uma tarefa fácil, já que hoje em dia o

tratamento se baseia na modificação dos estilos de vida, o que implica na alteração de

seus hábitos alimentares, emocionais e físicos, sociais etc. Quanto maior é a criança,

mais difícil será a mudança de hábitos. Para isso temos que colocar os profissionais da

Educação Física para orienta-los diariamente, junto dos pais, para que possam estar

conectados ao mesmo objetivo, ajudando a criança a compreender a importância da

atividade física dentro e fora da escola, buscando novos hábitos de alimentação, limites

de horas a TV e vídeo game, atividade física prazerosa, trabalhando sempre a inclusão,

aspectos coperacionais, buscando sempre o melhor dos alunos com formas de ensino

inovadoras, e tonificar a relação professor aluno para que esses alunos venham a ter

prazer e proveitos de suas aulas, ajudando e percebendo que viver mais e melhor

depende exclusivamente dos nossos hábitos.

2 Revisão bibliográfica

Para verificar estas ideias citadas acima fomos à literatura para tentar identificar

e compreender como o tema está sendo tratado, como segue.

Os objetivos dos estudos se difundem, apontando questionamentos a respeito do

tema abordado, suas dificuldades no âmbito escolar, de interação, e a falta da prática de

atividade física, como mencionam Lanes et al., (2010), Araújo, Brito e Silva (2010),

Giugliano e Carneiro (2004).

O estudo de Celestrino e Costa (2006) buscou analisar a relação entre escolares

com sobrepeso e obesidade e a prática de atividades físicas nas aulas de Educação

Física escolar e no tempo livre. Ferreira e Lopes (2013) investigou a importância da

atividade física na prevenção e no tratamento da obesidade. Giugliano e

Carneiro (2004) investigou a relação entre obesidade em escolares e atividade física e

horas de sono da criança, escolaridade e obesidade dos pais. Pazin, Frainer e

Moreira (2006) tiveram como objetivo avaliar o desenvolvimento motor de crianças

obesas de ambos os sexos na faixa etárias de 6 a 10 anos pertencentes a 1ª à 4ª série do

ensino fundamental da rede municipal de São José. Pinho e Petroski (1999) verificou a

relação entre a adiposidade corporal e os indicadores de atividade física em

adolescentes durante o período de férias escolares de verão. Teixeira e

Destro (2010) investigou as possibilidades pedagógicas para o combate e a prevenção

da Obesidade infantil com a prática de atividade física escolar. Malina e

Silva (2003) buscou verificar o nível de atividade física e o tempo de assistência à

televisão com a ocorrência de sobrepeso/obesidade. Lanes et al. (2010) verificou as

possíveis causas dos elevados índices de sobrepeso e de obesidade entre os escolares.

Benedito, et al. (2014) investigou a importância que a Educação Física pode exercer na

prevenção e no combate a obesidade infantil. Araújo Brito e Silva (2010) investigou o

papel da educação física escolar na prevenção e controle da obesidade em crianças e

adolescentes.

Celestrino e Costa (2006), Giugliano e Carneiro (2004), Lanes et al., (2010),

Pinho e Petroski (1999) utilizaram a avaliação antropométrica e questionários para

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coleta de dados em sua pesquisa de campo. Ferreira e Lopes (2013) fizeram um

levantamento bibliográfico para sua pesquisa. Frainer e Moreira (2006) utilizaram a

escala de Desenvolvimento Motor (ROSA NETO, 2001). Teixeira e

Destro (2010), Benedito, et al. (2014), Araújo, Brito e Silva(2010) utilizou para sua

pesquisa a revisão de literatura.

Celestrino e Costa (2006) constataram que os escolares com

sobrepeso/obesidade praticam menos atividade física que os escolares com peso normal,

mostrando-se mais ativo fisicamente no final de semana do que durante a semana, em

especial as meninas com sobrepeso/ obesidade. Ferreira e Lopes (2013) constataram que

a atividade física quando praticada de forma regular, por um período diário de 60

minutos, contribui positivamente para a redução da obesidade e de outras patologias.

Giugliano e Carneiro (2004) constatou inatividade das crianças uma ocorrência elevada

de sobrepeso dos alunos atingindo valores superiores a 20% em ambos os sexos,

o sobrepeso e obesidade nos pais estão associados com sobrepeso e obesidade nos

filhos. Pazin Frainer e Moreira (2006) constataram que os escolares apresentam seu

desenvolvimento motor inferior a sua idade cronológica, não tendo uma estimulação

motora adequada para o seu desenvolvimento, e que isto se deve, em parte, pelas

características de exclusão que muitas delas sofrem em atividades físicas diárias. Pinho

e Petroski (1999) constataram que existe uma correlação negativa significativa dos

indicadores de adiposidade com a quantidade de movimentos produzidos pelo corpo e

com o gasto energético relativo à massa corporal, quanto maior o acúmulo de tecido

adiposo maior a prevalência do comportamento físico sedentário e menor o gasto de

energia. Teixeira e Destro (2010) concluem que existem diferentes possibilidades

pedagógicas que podem ser realizadas pelos professores, bastando criatividade e

empenho de toda escola, num trabalho interdisciplinar, tendo como alicerce os

pressupostos da Saúde Renovada. Malina e Silva (2003) constatou que o sobrepeso é

maior em indivíduos que assistem TV 3 hs/dia, ou seja, indivíduos obesos tendem a

assistir TV por tempos prolongados em consequência da obesidade. Sendo assim há

uma relação do tempo de TV com a prevalência de sobrepeso. Lanes et

al.(2010) constatou que as crianças e adolescentes investigados apresentam níveis

elevados de IMC; acima de 25 foi superior no sexo feminino, e o acima de 30, mais

elevado no masculino, houve associação entre hábitos de vida, alimentação inadequada,

sedentarismo e índices elevados de IMC e RCQ. Benedito, et al. (2014) constatou que

a saúde se adquire mediante modificações nos hábitos e atitudes diárias e no estilo de

vida da criança e do adolescente, onde essa conscientização torna-se muito importante

uma vez que os hábitos relativos à promoção da saúde devem ser cultivados ao longo da

vida e não apenas utilizados para um determinado fim momentâneo. Araújo, Brito e

Silva (2010) constatou que um dos fatores responsáveis pela maior prevalência da

obesidade é, sem dúvida, o sedentarismo ou a insuficiente prática de atividade regular.

Sendo assim hábitos errados de alimentação e o sedentarismo constituem-se como os

principais fatores que levam a obesidade infantil podem considerar que a falta de

informações e a educação inadequada influenciam neste processo.

Em suma podemos verificar que os estudos discutem que existem diferentes

possibilidades pedagógicas que podem ser realizadas pelos professores, para combater a

obesidade infantil, bastando criatividade e empenho de toda escola, num trabalho

interdisciplinar. Os autores ainda sugerem que o sobrepeso e obesidade nos pais estão

associados com sobrepeso e obesidade nos filhos, expondo assim a importância não só

da escola, mas também da família perante aos hábitos alimentares e tempo de horas a

TV. Ainda apontam que a saúde se adquire mediante modificações nos hábitos e

atitudes diárias e no estilo de vida da criança e do adolescente, onde essa

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conscientização torna-se muito importante, sendo assim a escola é o local mais

apropriado para as intervenções relacionadas à saúde, já que é o local mais acessível

para crianças e adolescentes, visando oferecer uma educação voltada para a saúde, já

que se a educação física escolar se identifica com interesses relacionados à saúde

pública, e para muitas crianças, torna-se a única oportunidade de acesso às práticas de

atividades físicas.

Por fim pode-se verificar que referente ao comportamento observado, o grupo de

crianças com obesidade, não apresentou características de interação, os escolares

apresentam seu desenvolvimento motor inferior a sua idade cronológica, não tendo uma

estimulação motora adequada para o seu desenvolvimento, e que isto se deve, em parte,

pelas características de exclusão que muitas delas sofrem em atividades físicas diárias.

Reforçando a importância de se trabalhar aspectos coperacionais, buscando formas de

ensino inovadoras, e tonificar a relação professor aluno. Percebemos a cruel realidade

dessas crianças, que vivem escondidas, com vergonha do seu próprio eu, escondidas em

seus mundinhos, onde a sociedade prega a interação, quando na realidade essa falsa

moralidade gera preconceito e discriminação.

Assim quando os professores são colocados à frente de alunos com obesidade, a

realidade emerge, mostrando a dificuldade de se trabalhar e desenvolver hábitos

saudáveis de saúde. Por este motivo, a pesquisa tem tanta relevância, pois através dela,

esperamos verificar a importância das aulas na vida dessas crianças.

Diante deste senário a proposta desta pesquisa discorre em torno do problema

atual a obesidade infantil, e a importância da educação física escolar sobre esse aspecto.

3 Objetivo

O presente estudo teve por objetivo verificar qual importância da Educação

Física escolar na prevenção e controle da obesidade infantil.

4 Método

Foi feita uma pesquisa qualitativa concretizada através de uma revisão de

literatura. Inicialmente o tema foi pesquisado em livros, dissertações e teses e

posteriormente em base de dados e em periódicos. O método de análise dos textos e dos

artigos foi influído pela literatura (NELSON; THOMAS, 2012; CERVO; BERVIAN,

2007), seguindo a ordem de leitura de reconhecimento, leitura seletiva, leitura crítica ou

reflexiva e por fim a leitura interpretativa.

5 Resultados e Conclusão

Podemos sugerir com base na literatura que a atividade física quando praticada

de forma regular, por um período diário de 60 minutos, contribui positivamente para a

redução da obesidade e de outras patologias com isso podemos afirmar que são vários

os benefícios que a pratica de atividade física traz a saúde psicológica e do bem estar.

Em relação às crianças a realização de atividades físicas é de suma importância,

sendo que o primeiro contato que elas possuem é na escola, com as aulas de Educação

Física, na qual tem assistência de profissionais para orienta-las, é também de grande

importância um professor de Educação Física qualificado para realizar suas aulas com

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estimulo, passando isso ao seus alunos para que todos sintam a vontade de participar, e

assim compreender a importância da atividade física para sua saúde.

O entendimento dos benefícios estimulados provocados pelo exercício físico

converte-se em motivação para que essa prática deixe de ser esparsa, isso pode

acontecer desde as primeiras séries do ensino fundamental, pois é na idade escolar que o

ser humano transforma seus hábitos e cabe a nós professores oferecer-lhes

oportunidades saudáveis.

A reposta a nossa pergunta é sim! É grande a importância das aula de Educação

Física na prevenção e no combate a obesidade infantil, desde que seja abolido qualquer

tipo de preconceito e que tenhamos professores adequados para uma boa motivação

e desempenho da criança, com atividades atrativas e com uma boa relação

interpessoal, e que o incentivo à atividade física na infância faça com que a criança

mantenha esses hábitos no futuro, evitando a obesidade ao longo da vida.

6 Considerações Finais

Verificamos a necessidade de uma infraestrutura, de profissionais qualificados e

de um olhar da escola voltado para as crianças que sofrem desse mal. Contudo não

podemos esquecer-nos da importância dos pais para esse combate. É sabido que os

profissionais da área já venham a trabalhar com esses alunos, porem tem que ter uma

visão mais ampla para atividades dinâmicas e que atinja esse público. A obesidade vem

afetando uma grande parte de nossas crianças, isso se deve ao fato de não ter mais

aquele interesse em brincadeiras como antigamente, se deixando levar pela TV e

computador, entrando nesse ciclo vicioso de comer e jogar, com isso nossas crianças

estão sendo afetas com essa epidemia mundial, onde a mídia quer vender mais e mais,

propagandas de guloseimas induzindo ao consumo.

Cabe não só aos professores da área da saúde e pais, mas também aos órgãos

públicos políticas públicas eficientes, capazes de analisar os problemas vivenciados por

eles, discutir, planejar e principalmente executar ações a fim de melhorias e

informações.

Agradecimentos

Primeiramente а Deus que permitiu que tudo isso acontecesse, ao longo de

minha vida, е não somente nestes anos como universitária, mas que em todos os

momentos é o maior mestre que alguém pode conhecer.

Ao meu orientador Thiago Augusto Costa de Oliveira, pelo suporte no pouco

tempo que lhe coube, pelas suas correções e incentivos.

Ao meu marido Bruno Ordonhas e filhos Phelipi e Melissa, pelo amor, incentivo

e apoio incondicional, nada disso seria possível sem o amor de vocês!

A todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu

muito obrigado.

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117

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EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: A IMPORTANCIA DO

FUTEBOL E A INCLUSÃO FEMININA

Valto Lopes da Silva 1

Thiago Augusto Costa de Oliveira 2

RESUMO

A proposta do presente estudo discorre em torno do problema atual a inclusão feminina

e sua importância nas aulas de Educação Física. Podemos dizer que o futebol é tido

como grande fascínio do ‘’homem‘’ desde os tempos antigos, e ainda é visto como um

esporte masculino. Diante deste cenário o objetivo da pesquisa foi averiguar se a

inclusão de meninas realmente é importante nas aulas de Educação Física escolar. Para

isto foi feita uma pesquisa qualitativa concretizada através de uma revisão de literatura.

Os resultados apontam para uma indefinição acerca do referido tema, parte dos estudos

corroboram a ideia de que negar aos meninos e meninas a possibilidade de cruza-las; é

furtar-lhes de antemão, a possibilidade de escolha entre estarem juntos ou separados,

outros concluem que os meninos ao invés de sentirem-se desafiados, sentem medo de

serem vencidos pelas meninas , pois as meninas podem, em algum momento, superar as

expectativas .O que nos possibilita sugerir que a inclusão é possível, desde que

mudanças sejam feitas, preconceitos extintos. Assim, a alteridade coloca-se na direção

de um caminho possível de enfrentamento das tensões advindas da diversidade cultural,

percebidas neste estudo.

Palavras-chave: Inclusão, Futebol, Educação Física escolar.

ABSTRACT

The purpose of this study talks about the current problem of inclusion of children with

Down syndrome in adapted and inclusive physical education classes. The reality of

these children get to be cruel, because many of them live hidden in a society that shares

the idea of interaction, when in reality this false morality fills only the notebooks, books

and advertisements. In this scenario the objective was to determine whether the

inclusion of children with Down syndrome actually occurs in the classes of Physical

Education. For this was made a qualitative research realized through a literature

review. The results point to a lack of definition about the said topic, some studies

corroborate the idea of inclusion, others conclude that the inclusion does not occur and

also of the literature points out that inclusion is only possible if there is a link between

the people involved and the organs responsible.

(1)

Graduando em Educação Física (Licenciatura), Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445,

13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil ([email protected]) (2)

Professor Mestre em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades Network –

Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected])

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This enables us to suggest that inclusion is possible as long as changes are made,

extinct prejudices, and public agencies are created able to charge the actual fulfillment

of all our laws were "conquered" throughout history, trying to at least soften the

difference of people living still covered up with no voice to ask for help.

Keywords: Inclusion, Down Syndrome, Physical Education.

1 Introdução

O futebol é um tema muito abordado atualmente hoje é um dos esportes mais

popular e praticado no mundo, categorizado como parte da cultura brasileira, essa

admiração mundial é consequência de sua facilidade e regras simples todavia

empolgante, isso se deve a incomplexidade de formar uma equipe e o baixo custo de

materiais para o mesmo, isso o torna o esporte sublime para o progresso humano e

social de crianças e jovens.

O futebol, tal como conhecemos nos nossos dias, surgiu na Inglaterra no início

do século XIX e a sua profissionalização por volta de 1880. (BENINE 2007). Outros

estudos dizem que o esporte já era praticado na antiguidade por japonês, chineses,

gregos e romanos e os ingleses só criaram novas regras.

Quanto a isso é fácil dizer que o futebol é tido como grande fascínio do

‘’homem ‘’ desde os tempos antigos.

Para (DARIDO, 2010) é fundamental mostrar a importância do futebol visando

o incentivo da modalidade para meninas e meninos.

Com isso consideramos que o ponto de partida para a construção de uma

identidade da Educação Física escolar que contribua para sua valorização do ponto de

vista educacional deva, necessariamente, passar pela compreensão do papel da escola

em nossa sociedade.

Podemos inferir com (DARIDO et. al., 2008) que deixa claro em sua citações as

praticas adotas por professores de educação e sua metodologias. O futebol vem sendo

adotado com aulas praticas ficando os alunos sem o conteúdo teórico sobre o futebol.

Podemos compreender com base em (BALZAMO, 2011) seu estudo afirma que

os alunos trabalhados não tinham ainda passado pela experiência de trabalhar com o

futebol como atividade teórica e reflexiva. Os relatos foram de conhecer os desportos

coletivos apenas no aspecto prático e que esta experiência foi significante e inédita para

os mesmos.

Com isso podemos perceber que é de grande relevâncias as aulas teóricas de

futebol para as aulas de Educação Física Escolar visando assim um melhor

desenvolvimento pessoal e social dos alunos com conhecimento amplo sobre um dos

esportes mais importantes no mundo.

Vale ressaltar que a iniciação esportiva, dentro do programa de Educação Física,

como o próprio nome sugere, é entendido como o momento de familiarização do aluno

com o esporte. Para tanto, entende-se que devam ser utilizados jogos pré- desportivos já

que os mesmos priorizam o lúdico, exigem o mínimo de comportamento tático, técnico

e até mesmo físico, utilizando-se de regras básicas que inclusive são passíveis de

modificações, dependendo das expectativas dos alunos e da realidade do ambiente

vivenciado (WILPERT, 2005).

Assim sendo, salientamos que a criança tem a necessidade de, quando pequena,

experimentar o maior número possível de movimentos e participar o maior número

possível de atividades motoras, pois isto a ajudará na execução de uma atividade mais

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complexa ou até mesmo em situações cotidianas, ou seja, ajudará na formação do seu

repertório motor. (MALAGODI, 1999).

O futebol é muito extenso podendo ser trabalhado pelos profissionais com

conteúdos ricos e bem explorados ,favorecendo o desenvolvimento mental ,físico dos

alunos. Por ser um elemento de diversos valores devemos trazer isso as aulas para que

enriqueça o conhecimento mais amplo dos alunos, tanto de meninas e meninos.

O futebol ainda é visto como um esporte masculino, porem para Altmann (1999)

ao invés de estes sentirem-se desafiados, sentem-se por medo de serem vencidos, pois

as meninas podem, em algum momento, superar as expectativas. A mesma autora

admite que:

Separar meninos e meninas nas aulas é estabelecer uma

divisão polarizada entre gêneros; é exagerar uma generificação das

diferenças entre as pessoas, desconsiderando variações no gênero e

considerando apenas diferenças de gênero como importantes numa

aula; é tornar as fronteiras das divisões de gênero mais rígidas do que

de fato são, e negar aos meninos e meninas a possibilidade de cruzá-

las; é furtar-lhes de antemão, a possibilidade de escolha entre estarem

juntos ou separados (ALTMANN, 1999, p.176).

Para Bracht (1992) a ação do professor deve buscar um clima de aceitação

mútua entre ele e os alunos, um clima de liberdade responsável, e congruência, criando

uma situação de confiança e otimismo. O professor deve, também, imprimir ampla

flexibilidade ao desenvolvimento do conteúdo.

Para isso o professor deve tratar seus alunos de forma similar, para que os

mesmos tenham afinidades em qualquer tipo de esporte introduzido em sala ou em

quadra, desta forma trazendo o futebol como alicerce de interesse ,para poder introduzi-

los na aula de forma geral para que todos possam participar e se envolver, agregando

valores moral e intelectual no todo. Pois segundo Ayoub (2005, p. 2264). “Não é raro

vermos os alunos sedentos pelas aulas de educação física, demonstrando verdadeiras

explosões de alegria e alívio quando saem da sala de aula. O gosto ou a espera pela

educação física, nesse caso, ficam mesclados com as necessidades de viver outras

relações na escola.”

Assim, a alteridade coloca-se na direção de um caminho possível de

enfrentamento das tensões advindas da diversidade cultural, percebidas neste estudo.

A alteridade revela-se no fato de que o que eu sou e o outro é não se faz de

modo linear e único, porém constitui um jogo de imagens múltiplo e diverso (DAOLIO,

2010).

Saber o que eu sou e o que o outro é depende de quem eu sou, do que acredito

que sou, com quem vivo e por quê. Depende também das considerações que o outro tem

sobre isso, a respeito de si mesmo, pois é nesse processo que cada um se faz pessoa e

sujeito, membro de um grupo, de uma cultura e uma sociedade. Depende também do

lugar a partir do qual nós nos olhamos. Trata-se de processos decorrentes de contextos

culturais que nos formam e informam, deles resultando nossa compreensão de mundo e

nossas práticas frente ao igual e ao diferente (GUSMÃO, 2003).

Para que isso não aconteça precisamos formar novas opiniões dentro do esporte

chamado futebol e traze-los para a escola como meio de incentivar os alunos a

participarem e terem um maior conhecimento sobre o mesmo, de se socializar e com

isso trazer benefícios sócias e intelectual mas também como meio de interagir alunos

de modo geral para que todos tenha acesso ao futebol sem desmerecimento de gêneros.

Dessa forma, um novo agir dos professores deve ser implementado para dar sentido às

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aulas e aprendizagens delas decorrentes. Tal atitude permite imprimir um novo olhar

para a Educação Física na escola, possibilitando, dentre outros sentidos, uma

valorização e sua consolidação pelo desenvolvimento de conteúdos que tenham grandes

significados para os alunos.

2 Revisão bibliográfica

Chiminazzo e Mascara (2009) buscaram analisar os princípios básicos

norteadores do futebol nas aulas de Educação Física Escola. Souza e Darido (2002)

investigou uma abordagem preliminar com relação à prática do futebol pelas meninas

nas aulas de Educação Física e em outras situações dentro do ambiente escolar. Ferraz

(1997) teve por objetivo identificar, em sujeitos entre quatro e 19 anos de idade, as

frases ou níveis de desenvolvimento da noção das regras que compõem o jogo de

futebol. Arruda e Braz (2008) buscou diagnosticar o desempenho motor em crianças e

adolescentes praticantes de futebol. Antunes (2007) buscou conhecer e analisar a

recepção de jovens escolares ao discurso midiático- esportivo durante a Copa do Mundo

de 2006, realizada na Alemanha. Viana (2012) buscou compreender se o futebol é

utilizado como “negociação” nas aulas de educação física. Assis e Colpas (2013)

buscou analisar os conceitos de pedagogia do esporte, tendo como principal conteúdo o

futebol e suas possibilidades em relação ao processo educacional no ambiente escolar.

Quintas e Bortoli (2009) verificou o embasamento teórico de artigos e monografias que

abordassem metodologias e fundamentos de iniciação esportiva na escola. Souza et all.,

(2010) buscou analisar no mundo dos esportes: o futebol, o imaginário e a cidadania.

Chiminazzo e Mascara (2009), Assis e Colpas (2013) utilizou para sua pesquisa a

revisão de literatura. Souza e Darido (2002), Ferraz (1997), Viana (2012) utilizaram

questionários para coleta de dados em sua pesquisa de campo. Arruda e Braz (2008)

utilizou aplicação dos teste sentar e alcançar, sprint de 30m. Antunes (2007) utilizou

questionário, entrevistas semi-estruturas, grupos focais e observação participante. Souza

et all., (2010) utilizou para sua pesquisa o estudo de caso com o grupo de futebol

mantido pelo UNISALESIANO. Quintas e Bortoli (2009) teve por objetivo um

embasamento teórico de artigos e monografias. Quintas e Bortoli (2009) constatou a

importância psicossocial da iniciação esportiva do futebol na escola para o

desenvolvimento da criança. Souza e Darido (2002) contatou que o futebol feminino

passou a fazer parte do contexto escolar, embora a ocupação dos espaços destinados à

prática esportiva ainda sejam predominantemente masculinas. Arruda e Braz (2008)

constataram que as modificações no desempenho motor em crianças e adolescentes

praticantes de futebol ocorrem de forma acentuada até os 15 anos, com exceção da

flexibilidade, que mostrou tendência diferente. Para Chiminazzo e Mascara (2009)

constatou que a inclusão de bons profissionais nas escolas, podemos produzir um efeito

real positivo, para se ensinar futebol. Ferraz (1997) constatou a necessidade de se

modificar o paradigma atual e de se adotar uma abordagem mais ampla incluindo outros

níveis de análise dessa cultura de movimento. Viana (2012) constatou que ofutebol é

utilizado no mínimo uma vez por semana nas aulas de Educação Física, mesmo não

sendo tema da aula. O futebol tem sido utilizado como auxilio para a condução das

aulas referentes aos demais temas Souza et all., (2010) constataram que ao iniciar as

atividades, os mesmos apresentavam um comportamento mais agressivo, que foi sendo

aos poucos trabalhado através de atividades e dialogo. Assis e Colpas (2013) constatou

que o futebol deve ser trabalhado com uma pedagogia esportiva que se utiliza de todos

os meios necessários para que o aluno conceba o futebol não apenas como lazer ou

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como uma brincadeira, mas o analise como um esporte inserido em nossa cultura, e rico

em elementos pedagógicos para a sua formação. Antunes (2007) constataram que a

escola e a família são principais mediações institucionais, assim como foi atribuída à

mídia significativa representatividade enquanto mediação tecnológica. Também

constatamos que tanto a escola, como a educação física, necessitam repensar suas ações

pedagógicas, no sentido de investir, cada vez mais, numa formação que não esteja

isolada do mundo vivido pelos sujeitos. Souza e Darido (2002) constatou revela que

podem obter muitos benefícios, principalmente se utilizarem as questões relativas à

prática do futebol para se discutir as relações de gênero presentes na sociedade

brasileira, e assim participar efetivamente na formação do cidadão.

3 Objetivo

O objetivo do presente estudo foi analisar a inclusão feminina e sua importância

nas aulas de Educação Física.

4 Método

Foi feita uma pesquisa qualitativa concretizada através de uma revisão de

literatura. Inicialmente o tema foi pesquisado em livros, dissertações e teses e

posteriormente em base de dados e em periódicos. O método de análise dos textos e dos

artigos foi influído pela literatura (NELSON; THOMAS, 2012; CERVO; BERVIAN,

2007), seguindo a ordem de leitura de reconhecimento, leitura seletiva, leitura crítica ou

reflexiva e por fim a leitura interpretativa.

5 Resultados e Conclusão

Verificamos no presente estudo, que o futebol é muito extenso podendo ser

trabalhado pelos profissionais com conteúdos ricos e bem explorados por ser um dos

esportes mais popular e praticado no mundo, categorizado como parte da cultura

brasileira

É de grande importância trabalhar o futebol como atividade teórica e reflexiva,

para que os alunos visando assim um melhor desenvolvimento pessoal e social dos

alunos com conhecimento amplo sobre um dos esportes mais importantes no mundo.

Foi verificado também que o fato de negar aos meninos e meninas a possibilidade de

ambos jogar o mesmo esporte o futebol, é furtar-lhes de antemão, a possibilidade de

escolha entre estarem juntos ou separados Com isso chego a conclusão que a Educação

Física é de suma importância para a relação pessoal entre meninos e meninas e que ação

do professor deve buscar um clima de aceitação mútua entre eles, um clima de liberdade

responsável, criando uma situação de confiança e otimismo.

O professor deve, também, imprimir ampla flexibilidade ao desenvolvimento do

conteúdo para que os mesmos tenham o futebol como alicerce de interesse, para poder

introduzi-los na aula de forma geral para que todos possam participar e se envolver,

agregando valores.

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6 Considerações finais

É de grande importância o futebol como meio de socialização, e o futebol

influencia diretamente nesse aspecto ,tanto social como intelectual e de valores

pessoais. Para isso devemos nos preocupar tanto com aulas pratica, como as teóricas,

pois só assim poderemos levar a esse alunos um amplo leque de conhecimentos.

Ainda que o futebol traz consigo a história e a mídia como meio de interesse,

fazendo com que crianças e homens se fascinem por este esporte. Porem nas aulas de

Educação Física o futebol é visto como um esporte masculino. Para mudarmos esse

conceito precisamos inserir nas aulas de Educação Física jogos entre meninos e

meninas, debates e jogos de questionários para que o futebol se torne também um

fascínio feminino. Para que isso aconteça, precisamos de uma nova visão de professores

e da escola para esse envolvimento.

Assim, a alteridade coloca-se na direção de um caminho possível de

enfrentamento das tensões advindas da diversidade cultural, percebidas neste estudo.

Agradecimentos

Á Deus, pela força е coragem durante toda esta longa caminhada.

Ao professor Thiago Augusto Costa de Oliveira pela paciência nа orientação е

incentivo quе tornaram possível а conclusão deste Trabalho.

А minha família e amigos pelo apoio e incentivo.

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126

SEDENTARISMO E SUAS CONSÊQUENCIAS EM CRIANÇAS E

ADOLESCENTES NA FASE ESCOLAR

Walkiria Domingos dos Santos 1

Thiago Augusto Costa de Oliveira 2

RESUMO

O presente estudo teve como objetivo por meio de revisão da literatura apresentar a

importância da atividade física para crianças e adolescentes sedentários. Os resultados

apontaram que a falta de atividade física pode levar ao sedentarismo e por consequência

ao aparecimento de doenças como a hipertensão, doenças respiratórias, diabetes,

aumento de colesterol, infarto e também distúrbios cardíacos. A pouca ou nenhuma

pratica de atividade física foi atralada ao comportamento dos escolares que passam boa

parte do dia em frente a televisão, internet e jogando videogame. A conclusão do estudo

sugere que as aulas de Educação Física na escola podem contribuir para que as crianças

e os adolescentes percebam os riscos eminentes ao adotar um comportamento

sedentário.

Palavra-chave: Sedentarismo, Doenças, Educação Física Escolar.

ABSTRACT

This study aimed through literature review to present the importance of physical

activity for children and sedentary adolescents , lack of physical activity causes the

inactivity that resulted brings the onset of diseases such as hypertension, respiratory

diseases , diabetes , increased cholesterol , heart attack and also heart disease . They

get much of the day in front of television, internet and playing video games and thus do

not practice physical activity, physical education classes at school can help children

and adolescents understand the risk they put their health by being sedentary.

Keyword: sedentary lifestyle, diseases, physical education

(1) Graduanda em Educação Física (Licenciatura), Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445,

13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]) (2)

Professor Mestre em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades Network –

Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected])

Page 127: CAPA - nwk.edu.br§ão-Física... · CAPA . 2 Revista dos Alunos de Educação Física ... Thiago Augusto Costa de Oliveira ² RESUMO Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de

127

1 Introdução

O sedentarismo pode ser definido como a falta ou a diminuição da atividade

física, associado à ausência da prática de esportes ou a qualquer outra atividade do

cotidiano do indivíduo. Uma ação efetiva quanto à orientação das crianças e adolescente

para a adoção de um estilo de vida ativo, reforça a importância do ambiente escolar

nesta mudança de comportamento, sobretudo, por ser o local onde as crianças e

adolescentes passam boa parte do dia e, consequentemente, podem aprender e adotar

comportamentos mais adequados para toda a vida.

É importante que se mude este comportamento enquanto estas pessoas ainda são

crianças e adolescentes, porque geralmente as doenças relacionadas ao sedentarismo só

se manifestam na fase adulta.

Por estes fatores que nossa inquietude aflora, e nos remete a questionar se este

problema pode ser evitado com a prática de atividades físicas, durante a aula de

Educação Física na fase escolar.

2 Revisão bibliográfica

A um declínio considerável na quantidade de pratica de atividade física pela

população mundial Silva et al. (2009) e esta constatação nos levou a fazer a revisão de

literatura descrita abaixo e através desta procurar elencar as consequências deste

comportamento para escolares.

Silva et al., (2009) realizaram um trabalho que tem por objetivo verificar o nível

de atividade física (NAF) e o comportamento sedentário em escolares da cidade de

Aracaju (SE). Participaram do estudo 1028 estudantes de ambos os sexos, com uma

média de 15,38 (2,44) e 15,24 (2,40) anos de idade para o sexo feminino e masculino,

respectivamente. Da amostra, 24,7% eram crianças e 75,3% adolescentes, com uma

média de 12,07 (0,88) e 16,39 (1,72) anos de idade, respectivamente.

Foi utilizado o questionário PAQ-C20, o qual contém perguntas que investigam

o NAF de crianças e adolescentes nos sete dias anteriores ao preenchimento do

questionário. Neste instrumento, cada questão tem valor de 1 a 5 e o escore final é

obtido pela média das questões, que representa o intervalo de “muito sedentário” (1) a

“muito ativo” (5). Os escores 2, 3 e 4 indicam as categorias “sedentário”,

“moderadamente ativo” e “ativo”, respectivamente. Além destas classificações

provenientes do questionário, o presente estudo também utilizou uma dicotomização de

tais situações: “inadequada” (muito sedentário + sedentário) e “adequada” (ativo +

muito ativo) para saúde. Os resultado apontam que o sexo masculino teve um escore de

2,25 (0,60) para atividade física, significativamente, maior que o feminino. A

prevalência de sedentarismo foi de 72,5, 89,3 e 85,2% para o sexo feminino,

considerando os grupos “crianças”, adolescentes” e “todo o grupo”, respectivamente,

sendo para o masculino uma prevalência de 55,4, 74,8 e 69,8% para os mesmos grupos

considerados. Não houve diferenças quando consideradas as hTV entre os sexos e nem

ao comparar escolares sedentários com ativos fisicamente (p>0,05). Os autores sugerem

que tais comportamentos se associam à ingestão de comidas com muitas calorias, pobre

em nutrientes e ricas em gorduras, o que prejudica a saúde. Ao considerar os resultados

do presente estudo, os pesquisadores concluem-se que em relação ao NAF os resultados

estão de acordo com as estimativas encontradas nas diferentes cidades brasileiras, com a

prevalência de sedentários maior do que a de indivíduos ativos. Além disso, o sexo

feminino e os adolescentes foram os grupos com maiores prevalências de sedentarismo.

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A respeito do quantitativo de horas gastas pelos escolares em assistência à TV, este

comportamento foi semelhante entre os sexos e, em média, os jovens de Aracaju passam

mais tempo à frente da TV do que o de outras cidades brasileiras. Ademais, o NAF dos

escolares de Aracaju não sofreu influência do tempo de assistência à TV. Diante destas

conclusões é sugerida uma ação efetiva quanto à orientação das crianças e adolescentes

para a adoção de um estilo de vida ativo e reforça a importância do ambiente escolar

nesta mudança de comportamento, sobretudo, por ser o local onde os jovens passam boa

parte do dia e, consequentemente, podem aprender e adotar comportamentos mais

adequados para toda vida.

Sumihara. (2013) realizou esta pesquisa para apresentar dados coletados no

Colégio estadual Complexo 09, com objetivo de levar os alunos a refletirem sobre a

prática da atividade física no período da adolescência, partindo da observação e análise

sobre a importância do exercício físico em contrapartida ao sedentarismo, relacionando

aspectos sociais, culturais, enfatizando os possíveis problemas relacionados à saúde, ao

desenvolvimento e as consequências nos próximos estágios da vida. Esta pesquisa tem

em seu desenvolvimento uma abordagem quantitativa baseada em todos os registros e

análise de dados numéricos obtidos através de um questionário contendo 9 questões

fechadas referentes ao sedentarismo, a importância das aulas de educação física e a

percepção do público-alvo em relação a atividade física escolar em contra partida ao

sedentarismo. Com tais atividades desenvolvidas o que se obteve como resultado final

foram contribuições para formação de cidadãos que sejam conscientes e críticos,

formadores de suas opiniões, que busquem minimizar os impactos do sedentarismo,

enfatizando importância da prática da atividade física no âmbito escolar bem como o

papel do professor como incentivador e mediador deste processo de conhecimento. O

sedentarismo deixa de ser um caso de cultura e passa a ser um problema de saúde

púbica. Esta questão mostra a importância do trabalho de conscientização nas escolas

sobre o sedentarismo e o estímulo a prática de exercícios. Diante dos fatos analisados

foi possível notar, segundo os autores, que o sedentarismo é uma questão discutida entre

os adolescentes e grande parte da população mundial, tornando assim uma preocupação

que passa a ser adotada nas aulas de Educação Física, local onde os alunos têm a

oportunidade esclarecerem dúvidas e aprenderem a levar um estilo de vida saudável,

com qualidade e adoção de hábitos corretos.

Hallal et al, (2006) realizaram esse estudo com o objetivo de descrever os níveis

de atividade física em diversos domínios (deslocamento, escola, lazer) e determinar a

prevalência de sedentarismo e fatores associados entre adolescentes de 10-12 anos de

idade, participantes do Estudo de Coorte de Nascimentos de 1993 em Pelotas, Rio

Grande do Sul. A análise descritiva incluiu cálculos de proporções e intervalos de

confiança de 95% (IC95%). Na análise bruta, a prevalência de cada desfecho foi

calculada para as categorias das variáveis independentes. O modelo utilizado incluiu no

primeiro nível as variáveis: sexo, nível sócio econômico, tipo de moradia e tipo de

escola. No segundo nível, foram utilizados o IMC e o nível de atividade física no lazer

da mãe. No terceiro, estavam as demais variáveis referentes ao adolescente. No ano de

1993, os partos hospitalares (mais de 99% de todos os partos) ocorridos na Cidade de

Pelotas foram monitorados 15 crianças nascidas com vida cujas famílias residiam na

zona urbana da Cidade de Pelotas (N = 5.249) foram incluídas no estudo. Amostras

dessas crianças foram visitadas em diferentes idades. Em 2004 iniciou-se um novo

acompanhamento buscando entrevistar todos os jovens pertencentes ao estudo de

coorte. O trabalho de campo foi iniciado em julho de 2004 e encerrado em março de

2005. Entre os 5.249 participantes da coorte, 141 foram detectados no SIM. Dentre os

5.108 restantes, 4.451 foram entrevistados, os quais, se somados aos óbitos, representam

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129

87,5% da coorte original. Não houve diferenças significativas no percentual de

localização conforme sexo do adolescente ou idade materna, mas houve maior

percentual de perdas nas famílias de nível sócio - econômico mais alto. Utilizando- se o

ponto de corte recomendado para adolescentes 17, a prevalência de sedentarismo foi

elevada, indicando um amplo potencial de intervenção. A identificação de subgrupos

populacionais com maior frequência de sedentarismo pode guiar estratégias efetivas que

visem a aumentar o nível de atividade física de adolescentes. Concluindo, a prevalência

de sedentarismo encontrada nessa população é elevada. Estratégias efetivas de combate

ao sedentarismo na adolescência são necessárias, pois além de afetar mais da metade

dos jovens, o sedentarismo nessa faixa etária é um fator de risco para inatividade física

na idade adulta.

Tenório, et al., (2010) realizaram um trabalho que teve por objetivo Identificar a

prevalência e fatores associados a nível insuficiente de prática de atividades físicas e

exposição a comportamento sedentário em adolescentes. Estudo transversal cuja

amostra foi constituída por 4210 estudantes do ensino médio (14-19 anos), selecionados

através de amostragem por conglomerados em dois estágios. Para coleta de dados foi

utilizado o questionário “Global School-based Student Health Survey”. Sujeitos que

relataram participar de, pelo menos, 60 minutos diários de atividades físicas moderadas

a vigorosas, durante cinco ou mais dias por semana, foram classificados como ativos,

enquanto os demais foram denominados insuficientemente ativos. Foram considerados

expostos a comportamento sedentário aqueles que referiram assistir televisão por três

horas ou mais por dia. A prevalência de insuficientemente ativos foi 65,1% (IC95%

63,7-66,6). Identificou-se que sexo, local de residência (rural/urbano), turno de aulas,

status ocupacional e participação nas aulas de educação física foram fatores associados

a nível insuficiente de atividade física. Verificou-se prevalência de exposição a

comportamento sedentário de 40,9% (IC95% 39,4-42,4) em dias de semana e de 49,9%

(IC95% 48,4-51,4) em dias de final de semana. Local de residência, turno de aulas,

status ocupacional e participação nas aulas de educação física foram fatores associados

à exposição a comportamento sedentário em dias de semana; enquanto sexo, faixa etária

e turno de aulas discriminaram a exposição nos dias de final de semana. Este estudo

evidenciou elevada prevalência de níveis insuficientes de atividade física e de exposição

a comportamento sedentário.

Carmo et al., (2013) realizaram esse trabalho com o objetivo de apresentar

evidências sobre a importância da Educação Física Escolar na formação de alunos

críticos sobre aspectos de saúde, a fim de que tenham consciência da importância da

prática regular de atividade física para a manutenção da sua saúde e longevidade. Foram

consultados artigos científicos que possuíam como descritores, sedentarismo, promoção

da saúde, educação física escolar, em bases científicas como BIREME, SCIENSE

DIRECT, publicados em um período médio de 10 anos. Dos artigos encontrados, foram

estratificados 19 documentos que contribuíam para a tradução da evolução da Educação

Física como ambiente promotor de saúde e que descreviam o comportamento do

professor de educação física, além da receptividade dos alunos, para o alcance dos

objetivos propostos sobre esta abordagem. O sedentarismo é um fator de risco para o

desencadeamento do processo de saúde doença de alunos em fase escolar. Neste estudo

observou-se a influência da atividade física como um indicador para um estilo de vida

mais saudável e equilibrado. Portanto, a Educação Física Escolar, entre outros espaços

sociais que possibilitam a prática de atividade física, como os clubes e outros programas

que promovam vivências entre os jovens, deve incentivar a atividade física nesta faixa

etária, para que este hábito se consolide e permaneça posteriormente na sua vida adulta.

Tal conclusão levou os autores a considerar que se deve perseguir estratégias integradas

Page 130: CAPA - nwk.edu.br§ão-Física... · CAPA . 2 Revista dos Alunos de Educação Física ... Thiago Augusto Costa de Oliveira ² RESUMO Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de

130

para promover hábitos de prática regular de atividade física nas aulas de Educação

Física Escolar e que essas estratégias devem também envolver a comunidade em geral.

Parece evidente, da mesma forma, que políticas públicas educacionais e as políticas

públicas saúde devem ser integradas e desenvolvidas com o intuito de oportunizar aos

estudantes um estilo de vida fisicamente ativo desde cedo, estimulando e reeducando

assim os jovens para uma vida ativa, a partir da escola, por meio das aulas de Educação

Física.

Coelho et al., (2008) realizaram esse trabalho com o objetivo de determinar a

incidência de excesso de peso e de obesidade em crianças e adolescentes numa escola

pública da área da Grande Lisboa e implementar um programa de prevenção da

obesidade a nível escolar. Foram avaliadas as crianças e os adolescentes do ensino pré-

escolar até ao nono ano de escolaridade. Procederam-se à avaliação do sexo, idade, raça,

peso e estatura e foram calculados o Índice de Massa Corporal e o z-score. Foram

realizadas sessões de esclarecimento, houve modificações das ementas escolares e

incentivas a atividade física. A alimentação do grupo escolar foi progressivamente

melhorada, através da elaboração de ementas mais saudáveis nas cantinas, com menor

teor de gordura e açúcar e com limitação do consumo de alimentos de elevado valor

calórico. As máquinas de venda automática de refrigerantes e doces foram removidas e,

simultaneamente, passaram a estar disponíveis opções alimentares mais saudáveis,

como fruta, saladas e sopa. Nas aulas de Educação Física foi proposto atividades

curriculares para estimular o gosto dos jovens pela atividade física. Foram avaliados

1875 alunos, com idades compreendidas entre os 5 e os 17 anos. Foi constado que 9,5%

dos alunos apresentavam obesidade e 21% excesso de peso. O índice de obesidade foi

particularmente elevado nas crianças da pré-primária e do primeiro ciclo de

escolaridade. Aos pais das crianças com obesidade foi dada a possibilidade de

seguimento na consulta de obesidade infantil em Hospital local. A Escola é sem dúvida

um vetor primordial na prevenção da obesidade, intervindo a nível da educação

alimentar e do gosto pela prática de exercício físico. Para que os resultados sejam

alcançados de forma consistente, é essencial o envolvimento ativo da família e de toda a

comunidade. Paralelamente, é urgente criar condições para que os comportamentos

aprendidos na escola possam ser postos em prática. É difícil contrariar a máquina

publicitária que promove o consumo de produtos alimentares pouco saudáveis; é pouco

eficaz aprender a gostar de atividade física se não existirem espaços apropriados para o

fazer. Os autores estão convictos de que os jovens de hoje, se devidamente informados,

estarão aptos a vencer o flagelo da obesidade.

Giugliano e Carneiro (2004) realizaram esse trabalho com o objetivo de analisar

a relação entre obesidade em escolares e atividade física e horas de sono da criança,

escolaridade e obesidade dos pais. Avaliação de peso, estatura, índice de massa corporal

e adiposidade (estimada pelas dobras cutâneas tricipital e subescapular) de escolares

seguidas da classificação das crianças em normais, baixo peso, sobrepeso ou obesidade

pelo índice de massa corporal por idade. Foram avaliados 452 escolares e selecionadas

68 crianças com sobrepeso e obesidade e 97 normais para preenchimento de

questionários quanto a atividade física e horas de sono diárias da criança, escolaridade,

atividade física, peso e estatura dos pais. A prevalência de sobrepeso e obesidade foi de

21,1%nos meninos e 22,9% nas meninas. A adiposidade diferiu na comparação das

crianças normais com as demais (p <; 0,01). Nas crianças com sobrepeso e obesidade, a

adiposidade correlacionou-se diretamente com o tempo de permanência sentado e

inversamente com as horas de sono (p <; 0,05). A ocorrência de sobrepeso e obesidade

foi maior nas crianças cujas mães tinham menor escolaridade (p &lt; 0,01). A

frequência de sobrepeso e obesidade nos pais das crianças com sobrepeso e obesidade

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131

foi maior do que nos pais das crianças normais (p < 0,01), o sedentarismo predominou

na maioria dos pais. O estudo destaca a inatividade das crianças como um dos fatores

associados à obesidade. As horas diárias de sono apresentaram se como fator positivo

na manutenção do equilíbrio pôndero estatural. A escolaridade materna e a ocorrência

de sobrepeso e obesidade nos pais estão associadas com sobrepeso e obesidade nos

filhos.

Baruki et al., (2006) realizaram este estudo com o objetivo de avaliar o estado

nutricional e a associação com o padrão de atividade física em escolares da Rede

Municipal de Ensino de Corumbá (MS). Foi realizado estudo analítico do tipo

transversal com 403 escolares de sete a 10 anos de idade, de ambos os sexos, de 1ª a 4ª

séries. A escolha das escolas e dos alunos foi aleatória. A cidade foi subdividida em

quatro regiões de acordo com a sua localização geográfica: três na periferia e uma na

região central da cidade, na qual se observou uma população com melhor poder

aquisitivo do que nas outras três regiões. Em cada região foi sorteada uma escola,

totalizando quatro escolas. O mesmo procedimento foi adotado na escolha das turmas.

Em cada escola a pesquisa foi realizada em uma turma de cada série escolar (1ª, 2ª, 3ª e

4ª), formando um grupo de quatro turmas por escola. O número de alunos para cada

escola sorteada foi representativo do número de alunos matriculados na região.

Efetuou-se a análise exploratória tendo como variável independente os estados

nutricionais e como variáveis dependentes a atividade física e as medidas

antropométricas, em dois grupos: masculino e feminino. Num segundo momento

adotaram-se como variáveis independentes o estado nutricional, a escola e o sexo.

Verificou-se prevalência de6,2% e 6,5% para risco de sobrepeso e sobrepeso,

respectivamente, com prevalência maior nas meninas do que nos meninos. A maioria

das atividades físicas realizadas pelas crianças foi leve e moderada e nenhuma atividade

física vigorosa foi registrada. Quanto maior a idade, menor o tempo despendido nas

atividades físicas ativas. Constatou-se que crianças estróficas são mais ativas, praticam

atividades físicas mais intensas e gastam menos tempo assistindo à televisão e jogando

videogames do que as crianças com sobrepeso. Os dados evidenciam a importância em

promover mudanças no estilo de vida com a adoção de hábitos saudáveis, desde a

infância, e a sua manutenção por toda a vida. Crianças ativas favorecem uma população

adulta também ativa e saudável contribuindo, consequentemente, para a redução da

incidência de morbidade e mortalidade na idade adulta. Conclui-se, segundo os

pesquisadores, que crianças eutróficas são mais ativas e gastam menos tempo em

atividades sedentárias do que crianças com sobrepeso, evidenciando que é fundamental

educar para a adoção de hábitos saudáveis, desde a infância. Intervenções sociais

envolvendo a escola, as famílias e os profissionais da área de saúde devem proporcionar

orientações nutricionais, conscientizar a população para a redução do sedentarismo e

incentivar a prática de atividades físicas em crianças e adolescentes, com ênfase não

apenas na iniciação, mas principalmente na sua manutenção durante a juventude e a

idade adulta, promovendo saúde pública e melhor qualidade de vida para todos.

Campos, Gomes e Oliveira (2010) realizaram esse estudo com o objetivo de

procurar a ocorrência de obesidade e sobrepeso em crianças da cidade de Bragança,

foi realizado um estudo de corte, transversal, compreendendo 226 alunos matriculados

em escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico, com idades compreendidas entre os 6 e os 9

anos. Para tal, procedeu-se à aplicação de um questionário sócio demográfico associado

à medição de parâmetros simples – peso e altura – assim como à determinação do Índice

de Massa Corporal (IMC), de modo a determinar os Índices de Sobrepeso e de

Obesidade nos elementos da amostra. Os resultados obtidos acompanham também a

tendência de existência de valores de IMC superiores em crianças do sexo feminino e

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132

em particular nas faixas etárias entre os 8 e 9 anos de idade. A distribuição por género

não é significativa sendo os valores muito aproximados em cada

categoria independentemente do tipo de escola frequentado. A maioria dos inquiridos

apresenta à data da avaliação uma idade de 8 a 9 anos (27,9% e 27,4%,

respectivamente) sendo que no ensino público a prevalência seja a idade de 9 anos

(30,7%) e no privado de 8 anos (24,7%). Relativamente ao número de irmãos 22,2%

dos alunos do ensino público referem não ter quaisquer irmãos assim como o fazem

38,6% dos inquiridos no ensino privado, no entanto, a maioria dos indivíduos (38,6 e

49,3%, respectivamente para o ensino oficial e privado) referem a existência de um

único irmão. Assim, não deixa de ser importante salientar que poucas escolas

apresentam atividades físicas organizadas e periódicas pelo que será da maior

pertinência a implementação de programas adequados e sistemáticos de atividade física

nas Escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico, orientados por profissionais qualificados,

paralelamente à promoção de hábitos de ocupação de tempos livres e, em particular, da

adoção de estilos de vida e hábitos alimentares saudáveis como causas contribuintes

para a prevenção do sobrepeso e da obesidade. Tal conjunto de operacionalizações

não deixa de ser alvo das políticas educativas governamentais, conducentes ao bem-

estar e à melhoria das aptidões dos indivíduos, a par do desenvolvimento

biopsicossocial harmonioso que se exige.

Em síntese podemos observar que Silva et al., (2009) e Sumihara (2013) e

Oliveira et al.,(2010) e Hallal et al., (2006) e Tenório et al.,(2010) e Carmo et al.,(2013)

verificaram o nível de atividade física e o comportamento sedentário em escolares.

Coelho et al., (2008) e Giugliano e Carneiro (2004) e Baruki et al.,(2006) e Campos,

Gomes e Oliveira(2006) realizara o estudo com o objetivo de procurar a ocorrência de

obesidade em crianças relacionado ao sedentarismo.

Em relação ao método utilizado, Silva et al, (2009) e Sumihara (2013) utilizaram

o questionário PAQ-C20, o qual contém perguntas que investigam o NAF de crianças e

adolescentes nos sete dias anteriores ao preenchimento do questionário. Oliveira et al,

(2010) coletou dados por meio de inquérito e atividade física recordatório de 24h,

contendo variáveis demográficas, socioeconômica, atividades físicas praticadas e tempo

despendido com algumas atividades sedentárias. Hallal et al, (2006) utilizaram trabalho

de campo, o trabalho de campo foi iniciado em julho de 2004 e encerrado em março de

2005. Entre os 5.249 participantes da coorte, 141 foram detectados no SIM. Dentre os

5.108 restantes, 4.451 foram entrevistados, os quais se somados aos óbitos, representam

87,5% da coorte original. Tenório et al, (2010) para coleta de dados foi utilizado o

questionário “Global School-based Student Helth Survey”. Carmo et al, (2010) fizeram

revisão de literatura. Coelho et al, (2008) procedeu-se à avaliação do sexo, idade, raça,

peso e estatura e foram calculados o índice de massa corporal e o z-score. Giugliano e

Carneiro (2004) realizaram um questionário para as com sobrepeso, obesidade e

normais preencherem. Baruki et al, (2006), utilizaram pesquisa de campo. Campos,

Gomes e Oliveira (2006), utilizaram um questionário sócio- demográfico associado à

medida de parâmetros simples- peso e altura.

Silva et al, (2009), e Sumihara (2013), constataram que através de uma

orientação correta para que as crianças e adolescentes tenham um estilo de vida ativo,

com a ajuda da escola isso para toda vida. Oliveira et al, (2010) observaram que

escolares de menor idade e pertencentes à classe econômica mais baixa gastaram menos

tempo em atividades sedentárias. Hallal et al, (2006) observou que na adolescência o de

sedentarismo é mais elevado. Tenório et al (2010) observou que os adolescentes era

mais sedentários nos dia de semana, mas que nos finais de semana praticam alguma

atividade física. Carmo et al, (2010) perceberam que se deve perseguir estratégias

Page 133: CAPA - nwk.edu.br§ão-Física... · CAPA . 2 Revista dos Alunos de Educação Física ... Thiago Augusto Costa de Oliveira ² RESUMO Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de

133

integradas para promover hábitos de prática regular de atividade física nas aulas de

Educação física escolar e que essas estratégias devem também envolver a comunidade

em geral.

Giugliano e Carneiro (2004) perceberam que a frequência de sobrepeso e

obesidade nos pais das crianças com sobrepeso e obesidade foi maior do que nos pais

das crianças normais (p &lt; 0,01), o sedentarismo predominou na maioria dos pais. O

estudo destaca a inatividade das crianças como um dos fatores associados à obesidade.

As horas diárias de sono apresentaram se como fator positivo na manutenção do

equilíbrio pôndero estatural. A escolaridade materna e a ocorrência de sobrepeso e

obesidade nos pais estão associados com sobrepeso e obesidade nos filhos. Baruki

(2006), Verificou-se prevalência de6,2% e 6,5% para risco de sobrepeso e sobrepeso,

respectivamente, com prevalência maior nas meninas do que nos meninos. A maioria

das atividades físicas realizadas pelas crianças foi leve (&lt; 3 METs) e moderada (3 a 6

METs) nenhuma atividade física vigorosa (&gt; 6 METs) foi registrada. Quanto maior a

idade, menor o tempo despendido nas atividades físicas ativas. Constatou-se que

crianças eutróficas são mais ativas, praticam atividades físicas mais intensas e gastam

menos tempo assistindo à televisão e jogando videogames do que as crianças com

sobrepeso.

Os dados evidenciam a importância em promover mudanças no estilo de vida

com a adoção de hábitos saudáveis, desde a infância, e a sua manutenção por toda a

vida. Crianças ativas favorecem uma população adulta também ativa e saudável

contribuindo, consequentemente, para a redução da incidência de morbidade e

mortalidade na idade. Campos, Gomes e Oliveira (2006) concluíram que é importante

salientar que poucas escolas apresentam atividades físicas organizadas e periódicas pelo

que será da maior pertinência a implementação de programas adequados e sistemáticos

de atividade física nas escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico, orientados por

profissionais qualificados, paralelamente à promoção de hábitos de ocupação de tempos

livres e, em particular, da adoção de estilos de vida e hábitos alimentares saudáveis

como causas contribuintes para a prevenção do sobrepeso e da obesidade.

Tal conjunto de operacionalizações não deixa de ser alvo das políticas

educativas governamentais, conducentes bem-estar e à melhoria das aptidões dos

indivíduos, a par do desenvolvimento biopsicossocial harmonioso que se exige.

3 Objetivo

Verificar a importância da atividade física para crianças e adolescentes

sedentários.

4 Método

Foi feita uma pesquisa qualitativa concretizada através de uma revisão de

literatura. Inicialmente o tema foi pesquisado em livros, dissertações e teses e

posteriormente em base de dados e em periódicos. O método de análise dos textos e dos

artigos foi influído pela literatura (NELSON; THOMAS, 2012; CERVO; BERVIAN,

2007), seguindo a ordem de leitura de reconhecimento, leitura seletiva, leitura crítica ou

reflexiva e por fim a leitura interpretativa.

Page 134: CAPA - nwk.edu.br§ão-Física... · CAPA . 2 Revista dos Alunos de Educação Física ... Thiago Augusto Costa de Oliveira ² RESUMO Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de

134

5 Resultados e Conclusões

Verificamos no presente estudo que o sedentarismo está presente na vida dos

escolares, muitas vezes por falta de segurança nas ruas os pais preferem que seus filhos

fiquem dentro de casa, com a internet, jogos virtuais e televisão, as crianças e

adolescentes também comem mal, a falta de atividades físicas e de uma alimentação

saudável, causa o sedentarismo e consequentemente as doenças cardiovasculares e

obesidade.

Deste modo podemos concluir, diante destes fatos que a escola pode e deve

através da Educação Física escolar, inserir as crianças e os adolescentes na fase escolar,

educar e ensinar que através das atividades físicas podem se tornar ativos e

consequentemente adultos ativos, evitando assim o sedentarismo e as doenças

provenientes.

6 Considerações Finais

O Brasil é um dos países com mais obesos no mundo, isso vem de uma infância

e adolescência culturalmente sedentária, onde a internet, os jogos virtuais, as

propagandas em mídias escritas e na televisão de fast food, encantam as crianças e

adolescentes, promovendo o mal hábito de se alimentarem erroneamente, e estes fatores

somado a inércia e sedentarismo podem causar a obesidade e consequentemente as

doenças relacionadas ao sedentarismo.

Sendo assim sugerimos aos pais e a escola uma mudança de habito, incentivando

a pratica das atividades físicas e uma boa alimentação, e como mediador desta mudança

elegemos o Profissional de Educação Física que pode ser fundamental para o sucesso

desta transformação.

Agradecimentos

Á Deus, que até aqui me sustentou.

Á meu professor e mestre Thiago Augusto Costa de Oliveira, sem você não seria

possível.

Aos meus amigos pelo apoio e incentivo.

Aos meus amados pais, Ezequiel Antonio dos Santos e Leia Domingos dos

Santos, por acreditarem em mim e me apoiarem incondicionalmente, não teriam

conseguido sem o amor de vocês.

Referências

BARUKI. S. B. S. et al., Associação entre estado nutricional e atividade física

em escolares da Rede Municipal de Ensino em Corumbá – MS. Revista Brasileira

Medicina Esporte, v. 12, n. 2, p. 90-94, 2006.

CAMPOS. L. F. et al., Obesidade Infantil, Atividade Física E

Sedentarismo Em Crianças Do 1.º Ciclo Do Ensino Básico Da Cidade De Bragança (6

A 9 ANOS). Revista de Desporto e Saúde da Fundação Técnica e Científica do

Desporto, Bragança, v. 4, n. 3, p. 17-24.2006.

Page 135: CAPA - nwk.edu.br§ão-Física... · CAPA . 2 Revista dos Alunos de Educação Física ... Thiago Augusto Costa de Oliveira ² RESUMO Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de

135

CARMO, N. et al. A Importância da Educação Física Sobre Aspectos de Saúde:

Sedentarismo. Revista Educare Ceunsp, v. 1, n. 1, 2013.

COELHO et al Excesso de peso e obesidade: Prevenção na escola, Acta Med

Port. 2008; 21(4):341-344, 2008.

GIUGLIANO. R., CARNEIRO. E. C. Fatores associados à obesidade em

escolares. Jornal de Pediatria, Rio de Janeiro, v. 80. n.1. 2004.

HALLAL P. C. et al, Prevalência de sedentarismo e fatores associados em

adolescentes de 10-12 anos de idade. Caderno Saúde Pública, Rio de Janeiro, v 22 n. 6

p. 1277-1287, jun, 2006.

SILVA, D. A. S. et al. Nível de atividade física e comportamento sedentário em

escolares. Revista Brasileira Cineantropom Desempenho Humano, Aracaju, v. 11, n.

3, p. 299-306, 2009.

SIMIHARA, K. M. S., Educação Física e saúde: A importância da Educação

Física escolar na prevenção ao sedentarismo no colégio estadual complexo 9

TENÓRIO, M. C. M. et al. Atividade Física e Comportamento Sedentário em

Adolescentes Estudantes do Ensino Médio. Revista Brasileira Epidomiol,

Pernambuco, v. 13, n. 1, p.115-17, 2010.

Page 136: CAPA - nwk.edu.br§ão-Física... · CAPA . 2 Revista dos Alunos de Educação Física ... Thiago Augusto Costa de Oliveira ² RESUMO Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de

136

AVALIAÇÃO DA COORDENAÇÃO MOTORA EM

ESCOLARES DO 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL DO

COLÉGIO NETWORK

Ricardo Haruo Fukunishi 1

Thiago Augusto Costa de Oliveira 2

RESUMO

O presente estudo teve como objetivo avaliar o nível de coordenação motora de crianças

do 3º ano do ensino Fundamental. Participaram do estudo 11 crianças com idade entre 8

e 9 anos, sendo que 7 crianças do sexo masculino e 4 do sexo feminino. Foi aplicado

uma bateria composta por 4 testes (KTK) que apresentam em sua somatória um score

que aponta o nível de coordenação motora do sujeito. A análise dos dados foi feita de

modo descritivo. Após análise dos resultados, verificamos que o nível de coordenação

motora da maioria dos participantes esta dentro dos níveis normais para a faixa etária. O

nível de desempenho motor dos participantes da amostra mostrou-se incluso nos

padrões de normalidade creditados para idade, o que demonstra que o grupo analisado

possui a prontidão motora para realizar as tarefas exigidas.

Palavras-chave: Educação Física escolar, Ensino fundamental, Habilidades motora,

KTK.

ABSTRACT

This study aimed to assess the level of coordination of children of the 3rd grade of

elementary school. The study included 11 children aged 8 and 9 years old, and 7

children males and 4 females. a battery was applied consisting of 4 tests (KTK) they

present in their sum one score that indicates the level of coordination of the subject.

Data analysis was performed descriptively. After analyzing the results, we found that

the level of coordination of most participants is within the normal range for age. The

level of the sample participants of motor performance was shown to be included in the

normal range for age credited, which shows that the group has examined motor

readiness to perform the require tasks.

Keywords: Physical Education, Elementary School, Motor Skills, KTK.

(1) Graduanda em Educação Física (Licenciatura), Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445,

13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]). (2)

Professor Mestre em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades Network –

Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected])

Page 137: CAPA - nwk.edu.br§ão-Física... · CAPA . 2 Revista dos Alunos de Educação Física ... Thiago Augusto Costa de Oliveira ² RESUMO Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de

137

1 Introdução

A coordenação motora, sob uma perspectiva pedagógica e clínica, é a interação

harmoniosa e econômica dos sistemas musculoesquelético, nervoso e sensorial para

produzir ações cinéticas precisas e equilibradas (Kiphard, 1976).

A denominação utilizada para a condição de debilidade ou insuficiência no

desempenho coordenativo é Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação (TDC),

reconhecida pela Associação Americana de Psiquiatria.

A literatura apresenta diferentes métodos para avaliar o desempenho motor de

crianças, incluindo o seu desempenho coordenativo.

Dentre eles estão, Movement Assessment Battery for Children (M-ABC), o

Teste de Proficiência Motora Bruininks-Oseretsky, o Developmental Test of Visual-

Motor Integration (VMI) e o Teste de Coordenação Corporal para Crianças

(Körperkoordinationstest Für Kinder - KTK). Dentre estes o KTK além de ser de baixo

custo e simples execução.

O Teste de Coordenação Corporal para Crianças (Körperkoordinationstest Für

Kinder - KTK), desenvolvido pelos pesquisadores alemães Kiphard e Schilling (1974),

foi construído com o propósito de diagnosticar mais sutilmente as deficiências motoras

em crianças com lesões cerebrais e/ou desvios comportamentais (GORLA; ARAÚJO;

RODRIGUES, 2009).

O Teste de Coordenação Corporal para Crianças (KTK) foi estruturado com

1228 crianças alemães. Pode ser utilizado com crianças entre os cinco anos e os 14 anos

e 11 meses e a sua aplicação tem duração de aproximadamente 10 - 15 minutos por

criança. Como citado, o teste foi constituído de quatro tarefas: trave de equilíbrio, saltos

monopedais, saltos laterais e transferência sobre plataformas. Na primeira tarefa,

verifica-se principalmente o equilíbrio dinâmico; na segunda, a força dos membros

inferiores; na terceira, velocidade; e na quarta, lateralidade e estruturação espaço-

temporal (GORLA et al., 2009).

Os testes propostos pelo KTK podem ser aplicados individualmente,

apresentando confiabilidade de 0.65 a 0.87, mas ao se realizara bateria completa, há

confiabilidade de 0.90, o que demonstra credibilidade para a sua aplicação (GORLA et

al., 2009).

O teste KTK foi realizado em varias populações, em diversos países com várias

finalidades, entre elas estão: estudos do teste KTK com crianças saudáveis, teste KTK

entre os sexos, teste KTK com crianças portadoras de deficiência sensorial, estudo com

crianças com características peculiares, estudo avaliando a influencia do sobrepeso/

obesidade na coordenação motora, entre outros. E em todos eles o teste KTK se mostrou

muito preciso e sensível na detecção de problemas motores.

2 Revisão bibliográfica

O objetivo dos estudos se difundem apontando a importância da coordenação

motora e a influência do índice de massa corporal (IMC) em diferentes idades, Melo,

Lopes (2013), Pelozin et al. (2009), Silva et al. (2013), Graf et al. (2004), Catenassi et al.

(2007), em todos esses estudos mostraram o quanto o sobrepeso e a obesidade

influenciaram negativamente no quoeficiente motor.

O teste de coordenação motora para crianças [Körperkoordinationstest für

Kinder (KTK)] foi o instrumento utilizado para a avaliar a coordenação motora e o

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138

método utilizado para medição foi o Índice de Massa Corporal (IMC) foi obtido a partir

da razão do peso corporal (Kg) pelo quadrado da estatura (m2).

A literatura mostra que o IMC influencia significativamente o nível de

coordenação motora de escolares, as crianças com sobrepeso e obesas de ambos os

sexos apresentam menores níveis de coordenação motora do que as crianças

normoponderais.

Lopes, et al., (2003) os propósitos da presente investigação são: (1) caracterizar

o estado de desenvolvimento da coordenação motora ao longo dos quatro anos do 1ciclo

do ensino básico, das crianças da Região Autónoma dos Açores; (2) mapear as

diferenças entre as crianças dos dois sexos; e (3) identificar a presença de insuficiência

de desenvolvimento coordenativo. A amostra foi constituída por 3742 crianças de

ambos os sexos dos 6 aos 10 anos de idade a frequentar o 1ciclo do ensino básico, na

Região Autónoma dos Açores. Para a avaliação da coordenação motora foi utilizada a

bateria KTK (Körperkoordinationstest für Kinder — KTK). Os resultados apontam que

63,1% das meninas aos 6 anos são bem classificadas. A partir desta idade (6 anos), a

porcentagem diminui, aos 7 anos 28,3%, aos 8 anos 26,6%, aos 9 anos 23,9%, aos 10

anos 54%. Nas meninas foi possível verificar que 46,3% são classificadas como

possuindo perturbações de coordenação e 40,7% como possuindo insuficiência

coordenativa. Já para os resultados mostram que 67% dos meninos aos 6 anos são bem

classificado se o mesmo acontece com as idades subsequentes quando comparado com

as meninas. Aos 7 anos 29,2%, aos 8 anos 24%, aos 9 anos 21% e aos 10 anos 65,8%.

Nos meninos constata-se que 24,8% são classificadas como possuindo perturbações de

coordenação e 46,6% como possuindo insuficiência coordenativa. Os valores médios do

desempenho nas quatro provas do KTK das crianças são inferiores aos verificados na

literatura. Em suma verifica-se uma tendência generalizada para as meninas de uma

dada idade mostrarem perfis de coordenação motora inferiores aqueles que são

esperados para a sua idade. Tal circunstância revela uma forte insuficiência em aspectos

do desenvolvimento coordenativo nas diferentes idades.

Smits-Engelsman et al. (1998) os objetivos deste estudo são três: O primeiro

objetivo era revisar preliminarmente as normas publicadas do Movimento ABC e do

KTK para crianças holandesas. O segundo objetivo era examinar a relação entre as

constituintes dos dois testes. E o terceiro objetivo era examinar a concordância entre os

testes para detectar os casos de déficit de coordenação motora entre crianças que

tiveram uma vivencia motora pobre coordenada pelos pais ou professores. Duzentas e

oito crianças holandesas participaram dos testes, que foram divididos em dois grupos,

um grupo não refere constituído por 134 crianças foram escolhidos aleatoriamente em

escolas normais em toda a Holanda, onde nenhuma dessas crianças tinham qualquer

deficiência física ou neurológica conhecida, as crianças tinham de 5 à 13 anos de idade

e 55% eram meninos, o outro grupo chamado de grupo refere, constituído por 74

crianças, onde as crianças tinham de 5 à 12 anos de idade e 62% eram meninos, todas

essas crianças foram referidas à u fisioterapeuta, por causa da suspeita de terem

problemas motores. Os métodos de avaliação para coordenação motora foram o

Movimento ABC e o KTK para ambos os grupos e sexos. Os resultados do grupo não

referido no teste de Movimento ABC foram de 50% das crianças com menos de 50

pontos percentuais, 16% com menos de 15 pontos percentuais, no teste KTK 68% das

crianças ficaram com menos 50 pontos percentuais e 29% com menos de 15 pontos

percentuais. No grupo referido no teste de Movimento ABC foram 84% das crianças

com menos de 50 pontos percentuais, 59% com menos de 15 pontos percentuais, no

teste KTK 85% das crianças com menos de 50 pontos percentuais, 68% com menos de

15 pontos percentuais. Cento e seis crianças passaram em ambos os testes e apenas 57

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139

foram reprovados nos dois testes, e 45 crianças passaram em um dos testes e

reprovaram em outro. Os autores concluíram que o teste de Movimento ABC está

melhor adaptado para crianças holandesas, já o teste KTK se mostrou sensível demais e

considerado com um padrão excessivamente alto, que seria necessário adapta-lo melhor

para o padrão das crianças holandesas.

Lopes, Maia (1997) o objetivo desta investigação é analisar o desenvolvimento

da capacidade de coordenação corporal em crianças de idade escolar, sujeitas a

atividade física organizada, com dois programas de atividades distintos e a duas

frequências semanais.

A amostra foi constituída por 80 crianças de ambos os sexos com 8,354 ± 0,409

de idade decimal, divididas em quatro grupos com o mesmo número de elementos: G1 -

programa oficial / duas horas; G2 - programa oficial / três horas; G3 - programa

alternativo / duas horas; G4 - programa alternativo / três horas. A avaliação da

capacidade de coordenação corporal foi feita através da bateria de testes de coordenação

corporal para crianças (KTK - 1974). A bateria é constituída por quatro itens (Equilíbrio

à Retaguarda - ER; Saltos Monopedais - SM; Saltos Laterais - SL; Transposição Lateral

- TL). Através do método de correlação teste-reteste numa amostra de 1 228 crianças

em idade escolar (SCHILLING; KIPHARD, 1974) foi encontrado um índice de

fiabilidade de 0,90. Para analisar as condições iniciais recorreu-se à MANOVA testando

as diferenças existentes entre os quatro grupos. Verificou-se que havia diferenças

significativas entre os grupos (L = 0,641; F(12;193,43) = 2,94 p < 0,05). Os testes

univariados posteriores revelaram que as diferenças ocorreram no item Transposição

Lateral (F(3;76) = 6,243; p = 0,001). A análise à posteriori (procedimento Tukey-HSD)

revelou que as diferenças existiam entre o grupo G4 e os grupos G3 e G2. A melhoria

mais acentuada dos resultados dos grupos do programa oficial pode dever-se ao fato

deste programa ser constituído por uma maior variedade de atividades, pois mostrasse

como pressuposto essencial para o treino das capacidades coordenativas. Na

generalidade dos itens da capacidade de coordenação corporal verificaram-se melhorias

em todos os grupos. O programa oficial teve um maior efeito do que o programa

alternativo, embora apenas sobre a melhoria do item SL. Relativamente à frequência

semanal não se podem tirar quaisquer conclusões uma vez que os efeitos dos dois níveis

de frequência são distintos nos dois itens (SL e TL) onde este fator teve influência

significativa. Este estudo não traz conclusões definitivas no que diz respeito ao efeito

relativo dos dois programas e das duas frequências semanais, em virtude, sobretudo, da

sua curta duração, tornando-se necessário a realização de estudos com uma duração de,

pelo menos, um ano letivo.

3 Objetivo

O presente estudo teve como objetivo avaliar o nível de coordenação motora de

crianças do 3º ano do ensino Fundamental

4 Método

Participaram do estudo 11 crianças com idade entre 8 e 9 anos, sendo que 7

crianças do sexo masculino e 4 do sexo feminino. Foi aplicado uma bateria composta

por 4 testes (KTK): trave de equilíbrio, saltos monopedais, saltos laterais e transferência

sobre plataformas.

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140

4.1 Tarefa 1 – Trave de Equilíbrio

Objetivo: estabilidade do equilíbrio em marcha para trás sobre a trave.

Material: Foram utilizadas três traves de 3 metros de comprimento e 3 cm de

altura, com larguras de 6 cm, 4,5cm e 3 cm. Na parte inferior são presos pequenos

travessões de 15x1,5x5cm, espaçados de 50 em 50 cm. Com isso, as traves alcançam

uma altura total de 5cm. Como superfície de apoio para saída, coloca-se à frente da

trave, uma plataforma medindo 25x25x5cm. As três traves de equilíbrio são colocadas

paralelamente.

4.2 Tarefa 2 – Salto Monopedal

Objetivo: Coordenação dos membros inferiores; energia dinâmica/força.

Material: São usados 12 blocos de espuma, medindo cada um 50cm x 20cm x

5cm.

Execução: tarefa consiste em saltar um ou mais blocos de espuma colocados uns

sobre os outros, com uma das pernas.

4.3 Tarefa 3 – Salto Lateral

Objetivo: Velocidade em saltos alternados.

Material: Uma plataforma de madeira (compensado) de 60 x 50 x 0,8cm, com

um sarrafo divisório de 60 x 4 x 2 cm e um Cronômetro.

Execução: A tarefa consiste em saltitar de um lado a outro, com os dois pés ao

mesmo tempo, o mais rápido possível, durante 15 segundos.

4.4 Tarefa 4 – Transferência Sobre Plataforma

Objetivo: lateralidade; estruturação espaço-temporal.

Material: São usados para o teste, 2 plataformas de 25 x 25 x 5 cm e um

cronômetro.

Execução: As plataformas são colocadas lado a lado com uma distância entre

elas de 5 cm. Na direção de deslocar é necessário uma área livre de 5 a 6 metros.

1- Trave de equilíbrio 2- salto monopedal 3- salto lateral 4- transposição

lateral

1 2 3 4

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141

5 Resultados

Tabela 1 - Classificação de quoeficiente motor (QM) e nível de coordenação

motora (GORLA; ARAÚJO; RODRIGUES, 2009).

Q

M

Classificação Desvio

Padrão

Porcentag

em

13

1 – 145

Muito boa coordenação + 3 99 – 100

11

6 – 130

Boa coordenação + 2 85 – 98

86

– 115

Coordenação normal + 1 17 – 84

71

– 85

Perturbação na coordenação - 2 3 – 16

56

– 70

Insuficiência na

coordenação

- 3 0 – 2

Tabela 2 – Analise final de QM

Após análise dos resultados, verificamos que o nível de coordenação motora

(QM) de 84% (n=10) dos participantes foi classificada com score acima de 131 (QM)

ou seja, muito boa coordenação e 16% (n=2) dos sujeitos obtiveram score abaixo de 70

(QM) o que os classifica com insuficiência de coordenação, o que nos mostra que este

grupo tem um nível de coordenação motora que consegue atender as atividades

impostas nas aulas de Educação Física.

Page 142: CAPA - nwk.edu.br§ão-Física... · CAPA . 2 Revista dos Alunos de Educação Física ... Thiago Augusto Costa de Oliveira ² RESUMO Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de

142

6 Considerações finais

Como vimos na literatura muitos alunos do ensino fundamental I estão com um

nível de quoeficiente motor muito baixo, mas no caso do Colégio Network apenas dois

sujeitos estão com um QM muito baixo, onde foi constatado insuficiência de

coordenação, que no final da década de 80, a Associação Americana de Psiquiatria

(American Psychiatric Association [APA], 2002) reconheceu essa condição, que passou

a ser denominada de Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação (TDC). Esse

transtorno caracteriza-se por um comprometimento do desempenho de atividades

diárias, tendo como base a idade cronológica e a inteligência, sem associação com uma

condição médica (SANTOS et al., 2004). Refere-se às crianças com inteligência normal,

que não apresentam sinais de lesão cerebral ou de outras doenças conhecidas, mas que

exibem coordenação motora abaixo do esperado para a sua idade (APA, 2002).

Presume-se que há tal transtorno porque o comportamento esperado da criança

fica muito aquém do esperado para a sua idade, isto é, usa-se de uma lógica normativa

para dizer que o que não se encaixa na norma é “anormal”, ou seja, com “transtorno”.

Isto pode acarretar sérias consequências para o aluno, segundo Smits-Engelsman

et al. (1998), déficit de coordenação motora pode excluir a criança de brincadeiras de

parque, levando ao isolamento social, solidão e até depressão.

Assim como encontrado na literatura onde crianças que tem um menor nível de

coordenação motora eram crianças com sobrepeso ou obesas, através dos estudos do

Melo, Lopes; (2013), Pelozin et al. (2009), Silva et al. (2013), Graf et al. (2004), Catenassi et al. (2007), isso nos leva a pensar em possibilidades para uma intervenção

onde possamos fazer com que esses alunos melhorem esse QM para que fiquem dentro

da normalidade.

Sugerimos que deve ser aplicada uma boa intervenção, que seria tentar a

implementação da variabilidade da prática, onde o profissional de Educação Física

planeje aulas que trabalhem as habilidades motoras onde os alunos venham aprender as

habilidades desejadas para que no futuro ele consiga transferir para a situação de teste

de avaliação, segundo Magill (2000) uma quantidade crescente de variabilidade de

prática, normalmente está associada a uma quantidade crescente de erros de

desempenho durante a prática. No entanto evidências experimentais mostram que, na

aprendizagem de habilidades, é preferível uma quantidade maior de erros de

desempenho do que uma quantidade menor, se eles ocorrem na etapa inicial.

Bibliografia

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escolares do 5º ano do Ensino Fundamental do Colégio Network.

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Page 143: CAPA - nwk.edu.br§ão-Física... · CAPA . 2 Revista dos Alunos de Educação Física ... Thiago Augusto Costa de Oliveira ² RESUMO Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de

143

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MAGILL, R. A.; Aprendizagem Motora Conceitos e Aplicações: Para a

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Page 144: CAPA - nwk.edu.br§ão-Física... · CAPA . 2 Revista dos Alunos de Educação Física ... Thiago Augusto Costa de Oliveira ² RESUMO Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de

144

JUDÔ NA ESCOLA COMO ELE PODE AJUDAR OS

PROFESSORES E AS CRIANÇAS NO SEU APRENDIZADO

Ana Carolina da Silva ¹

Marcus Gomides ²

RESUMO

Este trabalho aborda como inserir o Judô na escola, pois ele pode ter várias utilidades

para professores. A Arte Marcial na Escola irá ajudar as crianças a se desenvolverem

muito mais que só as atividades físicas propostas pelo professor da Educação Física, por

isso temos que atualizar o currículo do profissional da Educação Física, para que ele

possa dar uma aula boa e atrativa, para seus alunos.

Palavras chave: Judô, Escola, Arte Marcial.

ABSTRACT

The work speaks entering judo at school, as it can have many uses for teachers.The

Martial Art School will help children to develop much more than just the physical

activities proposed by the teacher of physical education, so we have to update the

curriculum of professional physical education, so that it can give a good and attractive

class for their students.

Keywords: Judo, School, Martial Arts School.

1.Introdução

A atenção é um conjunto de processos cognitivos usados para selecionar e

manter informações externas (Mattos,apud ANTUNES; IWANAGA,2013). Para

perceber um objeto no campo visual ou reconhecer uma voz na multidão, há um

fenômeno de orientação da atenção prévia à percepção, a atenção em si (Kolb; Wishaw,

apud ANTUNES;IWANAGA, 2013). Contudo, após a percepção, a atenção se mantém

ao longo de todo o processamento da informação até a resposta (Posner, apud

ANTUNES;IWANAGA,2013). Um exemplo que podemos pensar sobre o

funcionamento da atenção nas artes marciais é quando um atleta recebe um ataque do

adversário. Primeiro, ele orienta sua atenção para o movimento dos quadris do

oponente.

(¹)Graduando (licenciatura) em Educação Física das Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445,

13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]).

(²)Professor Especialista em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades

Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail:

[email protected]).

Page 145: CAPA - nwk.edu.br§ão-Física... · CAPA . 2 Revista dos Alunos de Educação Física ... Thiago Augusto Costa de Oliveira ² RESUMO Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de

145

Imediatamente, o processo de percepção se inicia. Uma vez percebida a cinética

do outro lutador, a memória do atleta é ativada elencando uma série de possíveis golpes

que podem advir daquele tipo de movimento de quadril. Depois, uma resposta é

escolhida por um sistema conhecido como tomada de decisão. (Antunes; Iwanaga,

2013).

Os autores se referem a atenção como um sentido de alerta para que seus

adversários não sejam mais rápidos e ágeis que seus instintos, por isso a arte marcial

ajuda no sentido de aguçar suas habilidades a começar com atenção os movimentos.

2. O esporte e a cognição

A atribuição do valor cognitivo à atenção é comum nas pesquisas científicas no

âmbito do esporte, que tendem a interpretar o fenômeno sob o prisma dos processos de

alta ordem, ou top-down, considerados operações centradas nas diretrizes internas do

sujeito, estabelecidas pelos processos cognitivos e influenciadas pela atividade

mnemônica e de representações mentais (Pashler, Johnston; Ruthruff, 2001, citado por

Antunes; Iwanaga, 2013). Segundo os autores, o cognitivo nos ajuda a pensar nos

próximos passos em que nossos adversários vão dar em nossa direção, pois aí temos que

prever seus passos sempre os antecipando.

E, com isso, a cognição vai desenvolvendo- se, aguçando ficando cada vez

melhor.

A atividade esportiva necessita da orientação e manutenção da

atenção em estímulos relevantes ao longo do evento esportivo, todavia, a

atenção seletiva, cujos esforços dos pesquisadores do desporto

contemporâneos estão em clarificar seus fundamentos, constitui um

processo mental complexo que precisa ser investigado desde as

características físicas do objeto (Chen, 1998, Filgueiras, 2011, Posner,

1994), os processos atentivos top-down e down-up ( Pashler; Johnston,

Ruthruff, 2001; Rossini; Galera, 2006) e atividade cerebral sensoperceptiva

visual e atencional (Faw, 2003; Filgueiras, 2010; Kolb; Wishaw, 2003;

Linden, 2008). (citado por;ANTUNES; IWANAGA, 2013)

Assim, segundo os autores, o nosso senso de atenção mental, visual, perceptivo

e cognitivo tem como estímulos a atividade física como uma orientação para que fique

cada vez melhor suas capacidades e habilidades.

A memória é definida como função cognitiva responsável pela retenção e

repetição de uma informação aprendida. No entanto, estudos contemporâneos mostram

que a memória é essencial para coordenar os demais processos mentais de trabalho

proposto por Baddley. (apud Antunes; Iwanaga, 2013)

Historicamente, a memória é dividida de duas formas: função e tempo de

armazenamento (MATTOS, apud ANTUNES; IWANAGA, 2013). Quanto ao tempo de

armazenamento, a memória é dividida em três períodos: sensorial, curto e longo prazo.

A memória sensorial ou memória motora é aquela que dura por apenas alguns

milissegundos e que serve estritamente para dar uma resposta automatizada a uma

informação. Quando queimamos o dedo no fogo ou sentimos uma irritação dérmica, é a

memória sensorial que avisa ao corpo para tirar o dedo ou coçar a região irritada.

Entende-se como memória de curto prazo aquela que fica por menos de 24 horas e cuja

utilidade é estritamente trabalhar com a informação para depois descartá-la ou

armazená-la permanentemente. Decorar um número de telefone, o endereço de e-mail

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146

de um amigo ou o contato de um recém-conhecido numa rede social são exemplos de

memória de curto prazo. Pode até ser que você vá se lembrar dessas informações mais

tarde, mas geralmente você as esquece depois que as usou em seu próprio propósito. A

memória de longo prazo é aquela que dura desde mais de um dia até a vida toda. O

endereço do trabalho novo e até seu próprio nome são exemplos de informações

armazenadas por longos períodos de tempo (WISHAW; KOLB; apud ANTUNES;

IWANAGA, 2013)

De acordo com os autores, então podemos classificar a memória em três

situações: curta, longa e sensorial, que nos diz o que fazer em cada momento que

se é pedido um tipo de memória nossa.

Quando o atleta está aprendendo um novo golpe, o primeiro passo é

entender o processo envolvido no movimento. A biomecânica é muito

importante, mas anda em paralelo com a eficácia do golpe. Para tanto, o

início do treinamento deve ser acompanhado por diversas sessões de

repetição e elaboração verbalizada dos procedimentos do golpe. Pensamos

que o atleta deseja aprender ou aprimorar seu chute giratório. Os primeiros

movimentos serão aprendidos a partir do que foi relatado pelo mestre e o que

foi observado pelo desportista. Para isso, o córtex sensório motor e outras

áreas corticais como uma memória como o córtex pré-frontal e córtex

parietal são utilizadas por se tratar de uma memória episódica, de conteúdo

mais explícito. Neste momento, técnicas como vídeo feedback são essenciais,

pois permitem que o atleta elabore melhor o procedimento. Nessa fase, o

feedback verbal do mestre é essencial, contudo vai perdendo a eficácia ao

longo das repetições. (Boyer et al, Gazzaniga; Heatherton, 2009).

O que os autores estão dizendo é que quanto mais repetições se faz mais melhora

sua técnica e mais apurado fica seu senso de cognição. Para chegar à perfeição do golpe

ensinado pelo mestre.

2.1.O judô e a educação

Como sabemos, o ano de 2016 foi o ano Olímpico e este evento foi realizado no

Brasil, e para nos, indivíduos brasileiros, a cultura do esporte está enraizada; seja ela por

meio de futebol (paixão nacional), prática de artes marciais, ou mesmo a prática de

exercícios para a manutenção da saúde e aprimoramento do corpo; percebe-se que pode

haver o estímulo em aprender através da cultura esportiva do brasileiro. Sendo assim, o

intuito deste trabalho foi mostrar que, através das artes marciais, em especial o Judô,

conseguimos desenvolver a atenção dos alunos, aumentando o nível de concentração

deste e o forçando a ver tudo aquilo que era pragmático e estático em algo desafiante e

empolgante.

Segundo estudos, aprendemos:

O Judô é uma arte marcial esportiva, ou seja, uma atividade física

com origem e fundamentos militares. Foi criado no Japão, em 1882, pelo

professor de educação física Jigoro Kano, que ao criar esta arte marcial, tinha

como objetivo criar uma técnica de defesa pessoal que além de desenvolver o

físico, desenvolvesse o espírito e a mente do indivíduo. Esta arte marcial

chegou ao Brasil no ano de 1922, em pleno período da imigração jáponesa no

país. (Monteiro, 1998)

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147

O Judô é a arte em que se usa ao máximo a força física e espiritual, e

a vitória, representa um fortalecimento espiritual alcançado através de

detalhes percebidos por meio de alta concentração e elaboradas técnicas de

estratégia.

Sendo assim, fica claro o motivo de escolhermos o Judô dentre tantas artes

marciais: primeiro por se tratar de uma arte militar (com regras, hierarquia e

desenvolvimento pessoal), e, em segundo, pela experiência pessoal vivida pelos

integrantes deste trabalho.

Agora queremos explicar de maneira clara a relação entre esporte e aprendizado,

e como o esporte nos auxilia em um melhor sistema de ensino.

Foi comprovado que, no ensino brasileiro existe um grande déficit de atenção

entre os alunos, o que compromete e muito o aprendizado, principalmente nas crianças;

o que corrobora que a pessoa cresça e, de maneira proporcional, este déficit evolua.

Concentração é a capacidade que uma pessoa tem de manter seu

pensamento num único assunto, com disciplina, sem permitir que esse se

desvie para outras coisas. Mas manter a atenção durante todas as aulas não é

nada fácil. Isso depende da motivação enquanto aluno, das metas que deseja

atingir, mas também de uma aula que traga estímulo para toda a turma.

(BARROS, 2016).

A arte marcial sendo utilizado por crianças e adolescentes também pode ajudar

na auto confiança, por meio do aprimoramento do autoconhecimento. Sendo assim, o

Judô que no cenário atual tem como sua principal característica a competição; que

desenvolve nesse estudo um estímulo para seu aprendizado através da concentração e

análise estratégica , que proporcionam satisfação ao aluno de vencer um desafio por

meio da falta de atenção de seu adversário.

O aluno pode manter algumas atitudes que irão auxiliá-lo na

concentração, como: não pensar em assuntos que não dizem respeito

as aulas; não fazer uso de ipod, mini games, e outros; deixar as

conversas para o recreio, se desligar dos barulhos alheios, vindos das

ruas; manter os olhos voltados para o professor bem como para suas

explicações; anotar os conteúdos apresentados.(BARROS,2016).

Essa falta de atenção ou concentração tem como significado uma inércia da

atenção ou uma lentidão para mobilizar a atenção, podendo em alguns momentos ter

causas emocionais; como briga em casa, separação dos pais; o que conduz a criança a

vivenciar um elevado grau de ansiedade, desinteresse por determinados assuntos e

tarefas, dificuldades de aprendizagem, baixo autorendimento escolar e falta de postura

quanto à realização de diversas tarefas. A concentração é importante para a realização de

qualquer tarefa, quem seja física quer seja mental. Associada a concentração está a

atenção, uma vez que é necessário estarmos atentos para atingir um certo nível de

concentração.

Segundo Barros (2016), fazer tarefas e estudar em casa deve se tornar um

hábito , o que também é uma forma de ajudar a se concentrar nas aulas pois, quando

conhecemos a matéria, o raciocínio fica melhor.

E para atingirmos essa atenção e consequentemente a concentração, é crucial

que pais e professores exerçam um trabalho de equipe para que ambos possam partilhar

hábitos rotinas e comportamentos da criança. Possam elaborar um plano do qual

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constem atividades a serem realizadas. É fundamental que seja a própria criança, sob a

supervisão, avaliar os seus comportamentos, quer sejam positivos ou não.

Nesse papel é que a arte do Judô entra, não somente como uma atividade

aeróbica para queimar calorias ou dissipar energia, mas como um suporte psicossocial,

familiar e individual que mostra ao indivíduo que cada erro cometido pelo adversário ou

por si próprio, bem analisado e concentrado, transforma se em meio para se alcançar a

vitória nos combates dentro e fora da academia.

Com o esporte, podemos dizer que as crianças crescem com um objetivo de

vida, buscam crescer vigorosamente com muito menos medo de encarar a vida em suas

formas prazerosas, não deixando que seus medos se tornem obstáculos na obtenção de

suas conquistas.

Para nós, faz todo o sentido, pois não devemos ter medo de nos arriscar e se

cairmos, com a queda nos reerguemos com muito mais força de vontade, atentos as

falhas que nos fizeram cair e concentrados para atingir resultados melhores e diferentes.

O Judô contribui de várias formas para a vida de uma pessoa:

Ele contribui para manter e fortalecer a saúde;

Ele garante o envolvimento dos reflexos físicos e mentais e

reações;

Ele leva a autoconfiança e ao relaxamento, na sua prática

regular;

Contribui para uma filosofia prática de vida;

Ele usa exercícios de respiração e meditação;

Ele ajuda a desenvolver a concentração;

Contribui para aumentar a força de aptidão física;

No Dojo (salão de treinamento), você pode conhecer pessoas

interessantes de um caráter forte;

Ele fornece uma maneira agradável para passar o tempo

Veaceslev, 2010).

Enfim, a prática de atividades esportivas favorece e muito o

desenvolvimento das pessoas. Mas gostaríamos de realizar um adendo, o Judô

assim como qualquer outra atividade de desenvolvimento pessoal, físico ou

espiritual só se torna eficaz se houver um profissional bem preparado e

capacitado, ou seja, o papel do professor é importante para cada aluno na sua

melhoria contínua.

A ação do professor para com seu aluno, é determinante para que este se

torne aplicado nos estudos, vida social, nas suas competições ou até mesmo nos

treinos.

2.2 Desenvolvimento das Crianças e Adolescentes

De acordo com Neofit (2010), o Judô pode ser utilizado como fonte de formação

de uma forma atraente na educação da criança e do adolescente e pode ajudar a

melhorar a psicomotricidade seu crescimento e estimular sua.

O Judô em nosso país está se desenvolvendo muito, pois existe uma abertura

recreativa e educacional muito grande para as crianças e adolescentes, que veem no seu

conteúdo de treino uma forma divertida e muito atraente de aprender e de liberar suas

energias ( medos, dúvidas, ansiedades), através de uma abordagem bem simples de

trabalho que para as crianças permitem aprender o básico da vida, sendo estimulados a

todo momento, desenvolver suas capacidades por meio da concentração.

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Também podemos trabalhar as principais características do jovem com cada

exercício aplicado de forma com que aprendam corretamente, aperfeiçoem suas

qualidades, amenizem seus defeitos, focando no seu desempenho funcional, na sua

maneira correta de executar as atividades como se fosse um passo no dia a dia. “[…] o

Judô para crianças de idade pré escolar, pode levar à implementação do conceito de

formação no início do Judô, e assim, maximizar os efeitos do processo de aprendizagem

durante a educação.”(NEOFIT, 2010).

O papel da Educação é a preparação intelectual, moral, dos alunos para assumir

sua posição na sociedade, com um compromisso da Educação com a Cultura e os alunos

menos capazes deverão esforçar-se para superar suas dificuldades. (MONTEIRO,1998)

Na Educação Física, existe a preocupação com o ato motor, afastando-se do

entendimento mais amplo do seu projeto educacional. Aqui eles mostram que o

professor pode ajudar seus alunos sem os menosprezar, e sim fazendo com que cada um

deles pensarem em si como homens de bem e que podem tudo o que quiser basta que se

esforcem pelos seus desejos passando por todas as dificuldades e imprevisto imposto em

seus caminhos.

No caso da Educação Física, o objetivo do trabalho pedagógico é desenvolver as

habilidades motoras de acordo com o conhecimento que o aluno já possui.

(MONTEIRO,1998).

A Educação Física tem como objetivo trabalhar o corpo junto com a mente pois,

todos precisam de suas habilidades motoras em perfeito estado de atenção, para que o

que seja pedido pela mente o corpo reaja.

Segundo Monteiro (1998), a Educação Física escolar dá-se valor aos processos

mentais e habilidades cognitivas do que a conteúdos organizados racionalmente.

Se usarmos as habilidades em cada matéria, conseguimos usar cada parte do

psicológico da criança e até mesmo do corpo da criança.

O método de ensino baseia na ideia de “aprender fazendo”, valorizando as

tentativas experimentais, a pesquisa, a descoberta e o trabalho de grupo.(MONTEIRO,

1998).

A cada descoberta que a criança faz com qualquer atividade é um tipo de

aprendizagem motora e cognitiva de qualquer tipo de qualidade de vida para tal. Por

isso os adultos tem que ver o que faz na frente das crianças pois são a referência delas.

O papel do professor é auxiliar o desenvolvimento livre e espontâneo da criança.

Aprender a se torna uma atividade de descoberta pessoal. (MONTEIRO,1998).

Com a ajuda do profissional de cada área específica, as descobertas são

totalmente descontraídas, e cada criança se desenvolve em um determinado tempo

específico, para que sua aprendizagem seja completamente inalterada em seu tempo. “A

avaliação é dada pelo profissional, através dos êxitos e esforços do aluno”.

(MONTEIRO,1998).

A cada avaliação dada pelo profissional é uma descoberta do quanto a

aprendizagem do seu aluno foi ou está boa em relação ao de aula. A partir do momento

em que sua avaliação está melhorando, é sinal de que seu aprendizado cognitivo está

plenamente de acordo com seu repertório motor e cognitivo.

3. Objetivo

O objetivo desse trabalho foi mostrar que o Judô pode ser inserido no ambiente

escolar, pois pode ser trabalhado na matéria da Educação Física. Como conteúdo

curricular.

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4. Metodologia

Com base nos autores em que fizemos nossa revisão de literatura, propomos que

a arte marcial Judô seja inserida na escola e os professores possam si levando em o

pensar da criança e do adolescente, habilidades motoras possam aprimorar para fins de

melhorias nas concentrações das crianças visando a saúde e bem estar tanto do corpo

quanto da mente do seu aluno. Como diz (Mattos, 2000), a memória é dividida em três

partes: Sensorial, Curto prazo e Longo prazo; temos que fazer essas memórias serem

bem utilizadas pelos alunos em suas capacidades físicas e também nas suas habilidades

motoras, pois todos temos que utilizá-las sempre.

E também os métodos utilizados no enfoque comportamental onde o professor

pode dar seu posicionamento em busca de uma educação melhor para seus alunos, de

forma não ortodoxa, pois sabemos dos valores que devem ser preservados nos processos

educacionais.

“A Educação Física, enquanto educação, não procura o rendimento máximo, e

sim o ótimo.” (OLIVEIRA, 1994).

O autor quer dizer que o que procuramos dar a nossas crianças e adolescentes é

o bem estar deles e garantir uma vida saudável para todos e equilibrada também.

5. Resultados e Discussões

Os resultados mostram que o cognitivo e o processo motor andam juntos numa

mesma sintonia e com isso teremos que trabalhar para que seja estimulado.

As crianças quando se tornam atletas necessitam de toda ajuda possível, na

escola dos professores em casa dos pais, até mesmo de psicólogo, para que consigam ter

um bom desenvolvimento em todas as áreas do campo afetivo e social.

Temos que intervir sempre que necessário principalmente com as crianças elas

irão precisar de nós, de nossa atenção.

A arte marcial, como processo de aprendizagem, garante mais desenvolvimento

dos processos cognitivo e motor, sendo assim tudo o que o professor fala para a criança

fazer ela irá repetir com gestos de que entendeu ou não irá executar com a máxima

perfeição possível.

Com base em tudo isso, creio que os resultados merecem ser vistas com muita

cautela, afim de que os professores de Educação Física assimilem a arte marcial, para

que consiga adicioná-lo em seu conteúdo escolar para que as crianças e os adolescentes

consigam ter uma maior concentração em seus objetivos de vida e escolares e, com isso,

que consigam uma boa projeção de um futuro melhor tanto o dos profissionais, que

poderão inserir esta em suas aulas, e com isso, obter um melhor resultado, como pro

aluno, que terá uma melhora significativa em seu bem estar, em seu desempenho

escolar, em seu desemprenho como pessoa também.

Enfim, com base no Judô todos poderemos ter uma filosofia de vida para

aproveitar tanto o esporte quanto a vida.

6. Considerações Finais

Podemos dizer que a arte marcial leva a criança a ter um desenvolvimento

cognitivo bastante alto e, com isso, podemos ver até que ponto podemos chegar. Com

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isso, no nosso desenvolvimento psíquico, temos que elaborar novas reflexões para

continuar se desenvolvendo.

E as artes marciais comprovam que podemos focando no esporte, na

concentração, na meditação para que possa vir a fazer o seu melhor em qualquer campo

necessário para isso.

Então o Judô pode e deve ser adicionado como um conteúdo curricular no

ensino na escola pois ele faz com que a aprendizagem de seus alunos seja de ótima

qualidade, sendo uma filosofia de vida.

Referência Bibliográfica

Antunes, M.; Iwanaga,C., Aspectos Multidisciplinares das Artes Marciais.

Jundiaí SP, Paco Editorial:2013, vol.1, cap.4, pág. 55, 60

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KOZDRAŚ,G., the martial art of judô as educational contents for children

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MONTEIRO,L. O treinador de judô no brasil. Sprint, vol.1 Cap. V, pág. 68,69,

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NEOFIT,A. Survey on traningin judô for children of preschool age (4-6/7

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Galati, 2010.

Disponível em:<wikipédia: Judô- origem, história do judô, regras, golpes,

luta, foto, ippon, faixas.2016.

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A CAPOEIRA COMO CONTEÚDO CURRICULAR NAS AULAS

DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Fabio Freires¹

Marcus Gomides²

RESUMO

Esse trabalho busca demonstrar a importância do ensino da capoeira nas aulas de

educação física escolar, através de revisão bibliográfica, Também pretende provocar

reflexão a respeito da inserção das lutas como conteúdo nas aulas, independente do

domínio absoluto do assunto pelo professor, mas buscando se aprimorar, através de

pesquisas relacionadas a Capoeira, observando a importância que ela pode ter no

desenvolvimento integral dos alunos, aumentando o leque de conteúdos a ser trabalhado

nas aulas. Também visou demonstrar o quanto a Capoeira é valorizada, e desenvolvida

em outros países, e por fim, sugerindo a Capoeira como conteúdo, no ensino superior.

Palavras-Chave: Educação Física Escolar, Capoeira, Desenvolvimento.

ABSTRACT

This present study has the to show the big importance about the Capoeira lesson during

the physical education classes, with a bibliographic review, causing a “teacher

thinking” showing the fight as the option education inserted in the classes, independent

of the absolute domain for this subject, but always seeking to improve with Capoeira

searches, noting the importance of the integral development for the students, increasing

the activity options to work during the class. The point is explore the Capoeira as sport,

with your big value in Brazil and other countries, at last, to sugest the Capoeira as the

content for the university education.

Keywords: Physical Education at School, Poultry, Development.

1 Introdução

Este estudo é uma reflexão de como a capoeira é trabalhada na educação física

escolar, A Capoeira por se tratar de uma arte genuinamente brasileira tem sido pouca

explorada pelos professores de educação física, pois muitos trabalham apenas esportes

populares, com isso os jovens perdem o gosto de participar das aulas de educação

física escolar. A educação física possui um leque de conteúdo a ser trabalhado durante

as aulas, a Capoeira certamente esta incluída nesse leque de opções, fortalecendo a

educação física, principalmente neste momento de incertezas. Uma educação física de

qualidade, utilizando todo conteúdo que ela dispõe, certamente inclui as lutas, neste

caso especificamente a capoeira, suas práticas corporais irão auxiliar os professores a

dar uma aula de qualidade, com criatividade, fazendo com que os alunos retomem o

gosto pelas aulas de educação física escolar. “Este conjunto de práticas tem sido

chamado de cultura corporal de movimento, cultura corporal, cultura de movimento,

etc. Por se tratar de um conjunto de saberes diversificado e riquíssimo”. (ROSARIO;

DARIDO, 2005, p. 167). A capoeira trabalhada como componente de auxilio

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pedagógico na educação física escolar contribuirá para a formação do aluno e seu

desenvolvimento motor e cognitivo, e ira estimular a reflexão dos profissionais

envolvidos.

2 Revisão Bibliográfica

A capoeira na escola pode ser uma ferramenta muito importante, que pode ser

utilizada nas aulas de educação física escolar, como conteúdo curricular, por se tratar de

uma arte rica, pela sua historia, movimentos, ritmo, auxiliando no desenvolvimento do

aluno, em todos os seus aspectos, físico, cognitivo, sócio-afetivo, auxiliando e

desenvolvendo suas habilidades motoras.

Nos dias atuais a capoeira é vista como um forte instrumento pedagógico,

despertando o desejo de conhecer algo diferente nas pessoas, por seus movimentos, seu

jogo, suas cantigas.

A interação social é muito importante dentro da capoeira, por se tratar de uma

arte que se joga com o parceiro, e dependem de seus instrumentos, cantigas, ritmo, para

que os praticantes realizem uma roda com muita energia, os alunos de capoeira ficam

em uma mesma sintonia, para que a roda transmita uma emoção positiva.

A capoeira é um conteúdo que pode ser contemplado na escola pelos

seus múltiplos enfoques, que possibilitam, a luta, a dança e a arte, o folclore,

o esporte, a educação, o lazer e o jogo. A mesma deve ser ensinada

globalizadamente, deixando que o aluno se identifique com os aspectos que

mais lhe convier. (SOUSA; OLIVEIRA, 2008, p. 44).

De acordo com CAMPOS (2007) a capoeira por ser considerada por seus

praticantes uma excelente ginástica que trabalha todas as capacidades físicas como

força, resistência, equilíbrio, flexibilidade, parte aeróbia e anaeróbia, portanto a

relação capoeira e a educação física escolar são recíprocas, em todo seu contexto. “A

inclusão das lutas na disciplina de educação física não é promover alunos-soldados,

nem prepará-los para a guerra. Pretende-se oferecê-las, na escola, com o objetivo de

proporcionar diversidade cultural e amplitude de atividades corporais” (FERREIRA,

2006, p. 40). A capoeira por se tratar de uma arte genuinamente brasileira não pode

ficar de fora dos seguimentos de ensino, por tudo isso auxilia muito o

desenvolvimento dos seus alunos. E pode ser trabalhada em todas as faixas etárias,

desde a educação infantil, até o ensino médio.

Pela organização de uma progressão cronológica da historia da

capoeira a fim de que fosse possível observar sua condição inicial de

marginalidade social ate sua inclusão como disciplina em cursos

universitários evidenciando uma elitização das atividades, mas também, e

talvez consequentemente, a sua valorização enquanto atividade pedagógica e

meio de educação. (FREITAS, 2007, p. 25).

A capoeira historicamente passou por vários momentos em sua evolução.

Atualmente está em vários seguimentos diferentes da sociedade, projetos sociais,

dentro de centros comunitários, clubes, academias, oficinas, em escolas como

disciplina extracurricular. A Capoeira contemporânea está inserida nas diversas

classes da sociedade, porem observa-se que na escola ela conquistou seu espaço, em

vários aspectos, seja nos projetos ao final de semana, na grade curricular, em

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apresentações festivas e datas comemorativas como folclore, consciência negra, ela

também está inserida na educação infantil por se tratar de uma arte que ajuda no

desenvolvimento do aluno seja ele motor cognitivo.

O ensinamento lúdico dos conceitos, agregando os aspectos teóricos

e práticos na mesma prática corporal (aula), de forma orientada e consciente,

promovendo o contato com esta rica arte marcial, que contém cultura, dança,

luta, disciplina e jogo em um diálogo corporal com potencialidades incríveis,

plena de vários elementos que podem ser trabalhos dentro e fora de aula, é

uma ferramenta muito útil no ambiente escolar. (GONÇALVES; LUZ; et al,

2010, p. 9).

A Capoeira ensinada de forma lúdica e através de seus movimentos, sua

musicalidade seu instrumento, desenvolvendo na escola em caráter pedagógico vai

ajudar muito no desenvolvimento motor e cognitivo do aluno, contribuindo para sua

formação, e transmitindo valores culturais.

Vemos que a Capoeira pode ser ensinada e apreendida, interações

gestuais, configurando um tipo de linguagem, inserida em determinado

contexto com base no social e histórico. Cada jogada, cada gesto e resposta

gestual ganha um diferente sentido e significado expressados por meio dos

corpos que travam diálogos diferentes, próprios e singulares (SILVA, 2011,

p. 901).

A Capoeira por se tratar de uma arte de movimentos onde os praticantes

desenvolvem todas suas capacidades físicas, no momento do jogo da capoeira, os

alunos realizam gestos e movimento, expressando todas suas habilidades corporais,

um diálogo de perguntas e respostas, através dos movimentos da capoeira e do ritmo.

A Capoeira por se tratar de uma arte genuinamente brasileira, gera em seus praticantes

esse jogo de movimentos e expressão corporal.

Defendemos a idéia de que o ensino da Capoeira deve-se pautar em

paradigmas da Educação Física e do Esporte, reconhecidos pela comunidade

científica mundial. Esses paradigmas contribuirão no suporte teórico

científico que servirá de lastro para garantir a segurança, facilitar o ensino e

oportunizar a melhora do rendimento de maneira eficaz. (CAMPOS, 2007, p.

16).

A Capoeira na escola se trabalhada para crianças da educação infantil e

fundamental, pode produzir um leque de atividades, através de sua história e seus

movimentos, suas músicas, seus instrumentos (berimbau, atabaque, pandeiro) suas

cantigas que despertam uma gama de interesse nos alunos em praticar as aulas. No

caso da educação infantil sem cobrar técnica, cada criança vai desenvolvendo sua

expressão corporal as musica adaptadas, as historias transformadas em brincadeiras, o

movimento adaptado para as crianças, a ginga para as crianças e ensinada através de

mímicas, ajudando no desenvolvimento global da criança.

Ao se lecionar a disciplina de educação física, da educação infantil

até o ensino médio, comprova-se que as lutas fazem sucesso em todas as

faixas etárias. Na educação infantil, as lutas de animais (luta do sapo, luta do

jacaré ou a luta do saci) têm ajudado muito na liberação de agressividade das

crianças, além de serem trabalhados, nestas atividades, todos os fatores

psicomotores. (FERREIRA, 2006, p. 37).

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No ensino escolar, a capoeira, com os movimentos acrobáticos de equilíbrio, o

jogo de pergunta e respostas de movimentos, as músicas, o ritmo, faz com que os

alunos participem das aulas motivadas, buscando melhorar da auto-estima do aluno,

tornando-os posteriormente cidadãos críticos. A capoeira deve ser incluída como

componente curricular nas aulas de educação física escolar, e ensinadas não só pelos

mestres de capoeira, mas também pelos professores de educação física, colaborado e

promovendo as lutas no ambiente escolar, mostrando sua importância para educação.

A capoeira, como uma manifestação cultural brasileira com raízes na

cultura africana precisa ser contemplada nas aulas de Educação Física na

escola como um conteúdo que contribua para a formação das crianças. Desta

forma, é imprescindível que seus aspectos teórico-práticos sejam

considerados de forma integrada e em co-dependência em relação aos

aspectos subjetivos. (NORONHA; PINTO, 2004, p. 128).

As lutas nas aulas de educação física escolar, ainda encontram muita restrição

por parte dos professores de educação física, por não dominar esta área, porém se

colocado no âmbito escolar, percebe-se um leque maior de abordagens de

movimentos, para ser trabalhado com os alunos. “É necessário que a Escola e a

Educação Física considerem a ampliação das possibilidades de vivências e estudos das

práticas da cultura corporal de movimento, democratizando o acesso ao

conhecimento, vivências e significações destas práticas” (NASCIMENTO, 2010, p.

39). A educação física escolar necessita de mais estudos visando melhorias na pratica

do professor, no seu conteúdo, assim melhorando a metodologia, e agregando na

educação dos alunos.

A Educação Infantil vem ganhando cada vez mais importância,

sendo atualmente uma exigência social e ocupando um espaço significativo e

relevante no cenário da educação brasileira. Seus princípios educativos

devem estar ancorados em práticas sociais, culturais e pedagógicas

significativas para que seja considerada de qualidade, sendo, assim, um

espaço fundamental para a construção de novos conhecimentos, permitindo a

interação da criança com o outro e com os fatos e objetos socioculturais e

sendo essas situações de aprendizagem diferenciadas qualitativamente

daquelas que perpassam a vida fora da escola. (RIBEIRO, 2012, p. 26).

Na educação infantil, a capoeira é uma ferramenta muito importante para a

criança, no seu processo de desenvolvimento integral, complementando a ação da

família e da comunidade.

A educação infantil passou a transmitir a idéias da importância que

tem educar uma criança no primeiro período de sua vida. Na infância, como

em qualquer fase da vida, vale a pena viver como se cada dia fosse o ultimo

de todos. E é nessa primeira parte da infância que aprendemos coisas que

serão decisivas para toda vida, como, por exemplo, a bem usar os recursos da

imaginação. (FREIRE, 2009, p. 15).

Atualmente um dos maiores divulgadores da língua portuguesa, através

de suas cantigas, sem sombra de duvidas é a capoeira, sendo desenvolvidos em vários

países, dentro de escolas, academias, praças públicas, eventos culturais, workshop.

Infelizmente no Brasil, ela ainda encontra-se barreiras, sofrendo preconceito, e

dificultando o acesso por vários seguimentos da sociedade, por se tratar de uma arte

genuinamente brasileira, deviria ter um lugar de destaque em todos meios sociais.

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Convém destacar que o grande interesse dos estrangeiros pela

capoeira se desdobra imediatamente em dois desejos, conhecer o Brasil e

falar o português. Muitos mestres e professores que ministram aulas no

exterior, em busca de um apelo a mais «tradicional», fazem questão de se

expressarem no idioma português. Na luta por uma defesa identitária, galgada

na tradição afro-brasileira, muitos professores chegam a proibir nos seus

trabalhos que se façam traduções de nomes de golpes, de movimentos, de

cantigas e de instrumentos de capoeira. (FALCÃO, 2005, p. 120).

Na graduação de educação física escolar o conteúdo lutas é limitado, deveria

aumentar as cargas horárias, assim abriria um leque maior de modalidades da luta para

os novos graduados em educação física escolar, e a capoeira por tudo que representa e

desenvolve os alunos deveria ter uma atenção especial para essa arte rica em

movimentos corporais, ritmos, jogos, inclusão social. “O aluno chega na graduação

esperando encontrar conteúdos voltados extremamente ao aprendizado técnico da

modalidade. Apreender a lutar ou a jogar capoeira suplanta a idéia de apreender a

ensinar a lutar ou como se joga capoeira”. (FREITAS, 2007, p. 93).

3 Objetivo

Este trabalho tem o objetivo de justificar a Capoeira como um componente de

auxilio pedagógico inserida nas aulas de Educação Física Escolar. Estimular a

reflexão, dos profissionais envolvidos direta e indiretamente, sobre a importância da

Capoeira no desenvolvimento integral dos alunos.

4 Método

Para avaliar a questão desta aprendizagem foi utilizando uma revisão

bibliográfica, onde através da literatura foi observado que existe a importância da

inclusão das lutas na disciplina de educação física escolar. E a capoeira através de sua

historia, seus movimentos, suas cantigas e seu jogo de movimentos, aumenta um leque

de conteúdos e atividades a ser trabalhada durante as aulas de educação física escolar,

assim contribuirá de forma pedagógica para a formação integral dos alunos.

5 Resultado e Discussão

Ao analisar o conteúdo proposto percebi que os alunos se sentem muito atraídos

pelo jogo, ritmo, história e movimentos acrobáticos, da Capoeira, observei a

necessidade de conhecimento mesmo que prévio das lutas pelos professores de

educação física, para utilizar durante as aulas os movimentos iniciais das lutas, neste

sentido torna-se importante trabalhar com os alunos as atividades iniciais de Capoeira,

pois desenvolve coordenação motora, lateralidade, equilíbrio, auto-estima, e regras

com os alunos. Porém na escola de modo geral é realizado atividades e esportes

populares na como futsal, basquete, voleibol. Juntamente a isso é possível constatar

que na graduação deveria ter mais disciplinas relacionada a luta para que os novos

formandos tenham um leque maior de atividades para trabalhar com os alunos.

6 Considerações finais

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Observei que a capoeira é muito importante no ambiente escolar, pois vejo os

professores de educação física, despreparados para trabalhar, não só a capoeira como

qualquer outra arte marcial na escola. Não precisa ser mestre, para ministrar a

iniciação de lutas, basta o professor buscar um pouco mais de conhecimento nessa

área. É possível observar que os alunos adoram essas praticas, e ela pode ser

trabalhada de forma lúdica onde os alunos aprendem brincando essa pratica corporal.

E vivenciando a luta na escola irá ajudar muito na sua formação e no seu

desenvolvimento.

REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA

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Entreideias: Educação, cultura e sociedade, v. 5, n. 4, 2007.

FALCÃO, J. L. C. Fluxos e refluxos da capoeira: Brasil e Portugal gingando

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FERREIRA, H.S. As lutas na educação física escolar. Revista de educação

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FREIRE, J. B. Educação de Corpo Inteiro: Teoria e Prática da Educação

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FREITAS, J.L. Capoeira na Educação Física: como ensinar. ed. 1. Curitiba,

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159

INSERÇÃO DO TÊNIS DE CAMPO NA EDUCAÇÃO FÍSICA

ESCOLAR

Ousanan Oliveira de Souza 1

Marcus Gomides 2

RESUMO

Este artigo tem como objetivo investigar através de uma pesquisa bibliográfica a

possibilidade da inserção do tênis de campo nas escolas. A problemática encontrada

nesse estudo foi que, os professores licenciados em Educação Física não estão

capacitados para a modalidade do tênis nas escolas devido não ter a disciplina tênis de

campo e esportes de raquetes na grade curricular. Para ocorrer a inserção do tênis como

conteúdo da Educação Física Escolar, seria necessário um novo planejamento de

projetos onde diretores e professores planejariam a modalidade do tênis como prática

esportiva acessível à todos. O método utilizado neste estudo foi uma pesquisa

qualitativa concretizada através de uma revisão de literatura. Os resultados obtidos

permitiram mostrar que o tênis pode ser inserido nas escolas, desde que o professor de

Educação Física possa criar um ambiente significativo, onde requer compreender o jogo

do tênis como modalidade esportiva.

Palavras-chave: Educação Física Escolar, Tênis de Campo, Tênis na Escola.

ABSTRACT

This article aims to investigate through a bibliographical research the possibility of

inserting field tennis in schools. The problem found in this study was that, teachers

licensed in Physical Education are not qualified for the sport of tennis in schools due to

not having the discipline of field tennis and racket sports in the curriculum. For the

insertion of tennis as a content of Physical Education School, it would be necessary a

new planning of projects where directors and teachers would plan the sport of tennis as

a sports practice accessible to all. The method used in this study was a qualitative

research carried out through a literature review. The results obtained showed that

tennis can be inserted in schools, since the Physical Education teacher can create a

significant environment, where it requires understanding the game of tennis as a sport.

Keywords: School Physical Education, Field of Tennis, Tennis School.

(1) Graduando em Educação Física (Licenciatura), Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445,

13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]). (2)

Professor em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades Network – Av.

Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]

.com.br).

Introdução

Page 160: CAPA - nwk.edu.br§ão-Física... · CAPA . 2 Revista dos Alunos de Educação Física ... Thiago Augusto Costa de Oliveira ² RESUMO Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de

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Segundo a Confederação Brasileira de Tênis, o esporte chegou ao Brasil pelas

mãos dos engenheiros ingleses, que vinham trabalhar nas empresas de energia elétrica e

nas estradas de ferro do país no final do século XIX. Porém o tênis é pouco difundido

no Brasil tendo seu auge somente após 1997, ano em que o brasileiro Gustavo Kuerten,

mais conhecido como Guga, venceu um dos torneios do Grand Slan, em Rolland

Garros. Contudo o esporte ainda é pouco praticado em nosso país, existem raros e

isolados recintos adequados para a prática do esporte, que são geralmente clubes ou

quadras particulares, havendo pouquíssimas quadras públicas, além dos materiais

específicos do tênis de campo ser de alto custo para uma grande parcela da sociedade

(MOURA, 2013).

Partindo do embasamento da inserção do tênis de campo nas escolas, os

Parâmetros Curriculares Nacionais –PCN’s destacam que a Educação Física no ensino

fundamental deve ser norteada pelos seguintes princípios básicos: da inclusão, da

diversidade e das categorias de conteúdos. O primeiro princípio tem como meta incluir

o aluno na cultura corporal de movimento. O segundo tem como objetivo ampliar as

relações entre os conhecimentos da cultura corporal de movimento e os sujeitos da

aprendizagem. E, por fim, o terceiro diz que o objeto central da cultura corporal de

movimento é relativo ao fazer, sentir e compreender com o corpo (BRASIL, 1998).

As aulas de Educação Física permitem aos alunos vivenciarem diferentes

práticas corporais oriundas das mais diversas manifestações culturais e das mais

variadas combinações de influências presentes na vida cotidiana dos indivíduos. Essas

influências podem ser evidenciadas nas danças, nos esportes, nas lutas, nos jogos e nas

ginásticas que compõem um vasto patrimônio cultural a ser valorizado, conhecido e

desfrutado por todos (SOUZA e MARTINS, 2009).

A Educação Física surge como uma área disciplinar privilegiada para o ensino

de várias modalidades desportivas, já que nos seus conteúdos são contempladas às

atividades físicas desportivas (MATILDES, 2012).

Contudo, diante das propostas atuais no campo teórico da Educação Física

brasileira, existe uma necessidade de intervir na intenção de se fazer conhecer outras

modalidades, como o tênis, que possuem a possibilidade de contribuir para o

desenvolvimento social e intelectual dos alunos. Para tanto, esta modalidade, em

especial, precisa quebrar os estigmas que carrega historicamente (TRAVASSOS, 2015).

A escola é um dos lugares responsáveis por todo desenvolvimento cultural no

universo dos estudantes. E ela é a instituição responsável pela popularização do tênis de

campo em conjunto com as outras instituições sociais (SILVA, 1999).

A proposta e a expansão do tênis no meio acadêmico e escolar irão oportunizar

as crianças menos favorecidas à prática desta modalidade e, com isso, os acadêmicos

em Educação Física podem ministrar aulas de iniciação sem ter a necessidade de serem

atletas nessa modalidade. Dessa forma, iria popularizar o tênis através de aulas na

faculdade a comunidades carentes e projetos sociais. O tênis deve ser ensinado nas

escolas públicas e projetos sociais envolvendo, as Universidades tanto particulares

como as públicas (SIPRIANO ET AL, 2012). Uma forma pra que isso aconteça, seria a

inserção da disciplina de esportes de raquetes na grade curricular das universidades nos

cursos de licenciatura podendo assim os universitários estarem capacitados para as

adaptações de iniciação a modalidade tênis.

Na Educação Física Escolar a maior parte dos conteúdos das aulas ministradas

são jogos coletivos, e sendo ao mesmo tempo educativos, divertidos e desafiadores,

contribuindo para a melhoria da saúde e autoestima, e estimulando para que desperte na

criança o interesse pelo esporte e consequentemente pelas aulas de Educação Física

(ARAÚJO, s/d).

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E, partindo dessa ideia, este artigo teve por objetivo averiguar a possibilidade da

inserção do tênis de campo na Educação Física Escolar, de maneira que os alunos

interfiram e sejam marcados pelo processo de construção deste conhecimento, e que

essa modalidade contribua em seus valores culturais e sociais.

1. Revisão de literatura

O esporte é tratado como fenômeno sociocultural, sendo considerado um

patrimônio da humanidade. Historicamente, foram criadas diversas modalidades

esportivas que sofreram modificações até atingirmos o momento atual (BARROSO;

DARIDO, 2006).

Neste sentido, podemos concordar que o desporto escolar precisa ser valorizado

para que haja mudanças a favor do ensino e inserção das modalidades que ainda não

estão inclusas na educação física escolar. E, por esta razão:

A possibilidade de mudança no esporte escolar está na valorização

da atividade curricular da Educação Física em abranger o desporto escolar,

estabelecer diretrizes e ações para que as escolas e as universidades sejam

importantes formadoras de atletas, criar condições e exigir investimentos em

espaço, equipamentos e materiais necessários, incentivar a realização de

jogos colegiais e universitários em todos os estados e recuperar as instalações

esportivas das escolas e universidades (RENNÓ et al 2010).

Referindo-se à Educação Física, é correto afirmar que o esporte é um importante

aliado no processo de formação de escolares, podendo ser entendido como um

fenômeno composto por diversas modalidades esportivas que são dotadas de regras

sistematizadas e organizadas mundialmente (CHIMINAZZO, 2008).

A importância do esporte na sociedade sendo demonstrada de

diversas formas, uma delas é a preocupação dos governos em tornar o esporte

obrigatório onde quer que sua ação se faça sentir, especialmente no ensino,

desde a primeira infância até os cursos universitários. No âmbito social, o

esporte tem função pedagógica no processo de formação do indivíduo,

ressaltando a disciplina, o respeito à hierarquia e as regras do jogo, a

solidariedade, o espírito de equipe e outros importantes fatores do

desenvolvimento humano (RENNÓ et al 2010).

Segundo Bulso (2015), para dar início aos primeiros passos da formação

completa do tenista, é imprescindível estabelecer as bases teórico-metodológicas, as

quais constituem os principais requisitos à adequada sistematização do modelo

educativo e, inclusive, à emergência de novas perspectivas de aprendizagem para o

ensino do tênis.

E o autor continua:

O tênis ainda é considerado um esporte de elite, tendo sua prática

restrita a uma pequena parcela da população brasileira de maior poder

aquisitivo. A falta de instalações públicas associada à ausência da disciplina

tênis de campo na maior parte das universidades brasileiras tem dificultado a

disseminação desta modalidade, uma vez que a escassez de profissionais

capacitados tem ausentado o tênis do ambiente escolar, deixando de atender

uma enorme parcela da população (BULSO, 2015).

Um professor universitário especialista nessa modalidade comenta essa escassez:

“O tênis é uma modalidade que ainda não tem presença entre os conteúdos da Educação

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Física Escolar, embora seja uma modalidade que promove no seu contexto ações de

sucesso e de fracasso, tornando-se ferramenta para as aulas (STUCCHI 2007, p.193)”.

A modalidade tênis de campo é ausente nas escolas devido a falta da disciplina

nas universidades no curso de Licenciatura em Educação Física, e também por ser

considerado um esporte elitizado, como mostra os autores a seguir:

A prática do tênis na Educação Física escolar vai além da tentativa

da desconstrução da visão como sendo um esporte de “elite”, isso se define

porque as práticas esportivas nas escolas dependem de um conjunto de

mudanças de decisões que envolvem desde o diretor até o próprio professor

de educação Física, são eles que escolhem as modalidades esportivas que

serão desenvolvidas na escola. É bem difícil que a modalidade do tênis seja

escolhida como conteúdo da Educação Física Escolar. Para a inserção do

tênis na escola, diretoria e professores teriam que tomar novas posturas,

desenvolvendo e criando projetos junto com o professor de Educação Física e

que envolva o tênis como pratica esportiva acessível a todos os alunos

interessados (TRAVASSOS e DANTAS S/D)

Infelizmente hoje, ainda nos deparamos com essa tese de que a modalidade tênis

é um esporte de elite e isso dificulta a inserção do esporte nas escolas. Porém não

necessariamente precisamos dos materiais profissionais para executar o jogo, nas

escolas, tudo isso pode ser adaptado com orientação do professor, os próprios alunos

podem confeccionar sua raquete, podendo usar uma bola comum como as de plásticos

usadas em piscina de bolinha, e o esporte pode ser praticado na quadra poliesportiva.

Cabe ao professor de Educação Física usar da criatividade e ludicidade para despertar

interesse dos alunos para a prática da modalidade do tênis. Com embasamento nesta

ideia, os autores enfatizam: O tênis no âmbito escolar deve ter uma série de características

diferenciadas do tênis desporto, pois deve sempre buscar o lúdico e o

desenvolvimento geral da criança e deixar de lado o espírito agonístico do

desporto, deve-se prevalecer os aspectos de cooperação e socialização. O

improviso e a criatividade fazem parte do dia a dia das aulas de Educação

Física, os professores precisam utilizar todo conhecimento recebido em seus

cursos, sobre seleção de conteúdos e estratégias de ensino para que a

iniciação ao tênis seja significativa e eficaz (PINTO; CUNHA, 1998).

Vale ressaltar que para se tornar possível a inserção do tênis nas aulas de

Educação Física, o professor deve trabalhar com os alunos de forma lúdica, adaptando a

quadra e os materiais utilizados nas aulas, para que assim os alunos sintam prazer em

praticar a modalidade tênis criando a possibilidade de descobrir novos talentos.

A capacidade e criatividade de adaptar campos de tênis nos mais diversos locais

são hoje do conhecimento da maioria dos professores, quer para o tênis, quer para as

outras matérias e, nesse sentido, o tênis pode ser inserido em qualquer ciclo desde que

haja o material mínimo disponível como bolas e raquetes (MATILDES, 2012).

E há autores que enxergam para além dos ganhos motores, como pode-se ver:

“Além de ser um jogo de identidade individual em seu aspecto terminal do processo de

aprendizagem, o tênis de campo permite abordagens didático-pedagógicas que irão

atuar de várias formas, tanto no coletivo como no individual, tornando o indivíduo apto

qualquer outro tipo de trabalho em grupo e ajuda no desenvolvimento motor da criança

(VILARTA e BOCCALETTO, 2008)”.

A prática do tênis faz com que aluno busque resolver problemáticas durante o

jogo, desperta o trabalho em equipe, permite ter uma autoestima melhor, beneficia nos

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aspectos físicos, mentais, sociais, emocionais, cognitivos, intelectuais, morais, da saúde

e no desenvolvimento motor.

Ramalho (2006) mostra que, além de os escolares conhecerem modalidade e

participarem efetivamente de seu desenvolvimento em aula, desenvolverão relações

com seus colegas e professor de organização, respeito mútuo, indo até para o campo

afetivo, fatores estes que desencadearão entendimento destas relações em sociedade.

O tênis pode ser incluído nas escolas, isso depende exclusivamente

dos diretores e professores de Educação Física, a partir de uma capacitação

inicial mínima de conhecimento do esporte em questão, visto que nenhum

curso de graduação oferece a disciplina como currículo obrigatório, e a

omissão ao oferecimento do esporte se dão pelo não conhecimento das

possibilidades de adaptações do tênis e a utilização dos materiais alternativos

(RAMAHO, 2006).

Figueiredo (2011) aponta que, de fato, o professor é o responsável pelas decisões

referentes à contextualização dos objetivos e conteúdos prescritos, aplicação de

métodos, estruturação do espaço, do tempo de execução do processo de aprendizagem e

a articulação dos recursos disponíveis.

Assim, é preciso que o professor faça as adequações didáticas de seu

planejamento de aula, como afirma o autor:

O tênis, por ser uma atividade motora com regras e componentes

técnico-tácticas bastante complexas, necessita de uma adaptação para que

possa ser aplicado com sucesso nas aulas de Educação Física. Muitas vezes, o

professor procura ensinar aos alunos uma técnica completa, copiando um

modelo que o aluno não consegue reproduzir em situação de jogo. O

desenvolvimento do tênis na escola não deverá, assim, ser uma mera

reprodução do tênis institucionalizado. Deve realizar-se uma adaptação da

modalidade considerando os alunos. De fato, é o tênis que se deve adaptar às

crianças e não o contrário (FIGUEIREDO, 2011).

A transformação que ocorre no ensino do tênis depende portanto da qualificação

dos professores, que devem adaptar o desenvolvimento da criança em longo prazo, sem

se preocupar com que os resultados sejam competitivos em um curto espaço de tempo

(MANGRICH; STINGHEN, 2008).

E, além disso, pode-se ver na prática da modalidade maiores ganhos, como os

apontados por Ramalho (2012).

O tênis de campo sendo entendido pelos alunos, além de

conhecerem a modalidade, participarão efetivamente de seu desenvolvimento

em aula, na escola, os alunos desenvolverão relações para com seus colegas e

professor, respeito mútuo, indo até para o campo afetivo, fatores estes que

desencadearão entendimento destas relações em sociedade, sempre se

conscientizando do que acontece à sua volta, a fim de compreenderem o

ambiente sobre o qual se desenvolvem para enquadrar-se ou criticá-lo de

acordo com suas individualidades (subjetividade) além de seus interesses

coletivos de classe, formando-se assim, cidadãos em sua plenitude

(RAMALHO, 2006).

O tênis é um esporte que ajuda as crianças a se desenvolver em outras

disciplinas na escola como matemática e inglês, devido a contagem de pontos e os

nomes dos golpes do tênis serem de língua estrangeira, o inglês, e favorece no

raciocínio, agilidade e flexibilidade. O tênis tem como origem não permitir que a vitória

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sobre seu adversário não aconteça de forma ilícita, moldando a criança no seu caráter,

moral e honestidade.

É possível trabalhar o tênis nas escolas, mas é preciso rever a forma

como deve ser trabalhado, desenvolver novos meios e técnicas, e que maior

dificuldade de se trabalhar um esporte individual na escola é a falta de espaço

o qual os professores de educação física têm disponível para tantos alunos.

Além disso, fica complicado dar atenção para cada aluno num esporte

individual, diferentemente de um esporte coletivo (KRUGER, 2013).

Referente a ideia do autor Kruger (2013) de que a maior dificuldade de se

trabalhar um esporte individual é a falta de espaço, discordamos, pois havíamos

comentado a respeito, o tênis é sim um esporte individual, mas não impede de trabalhar

de forma coletiva, adaptando os espaços que possuímos em cada escola. Exemplo:

sendo possível a prática do tênis numa parede, numa sala de aula ou pátio da escola, de

modo que qualquer espaço pode ser utilizado para a prática do tênis.

De acordo com Pinto; Cunha (1998), os professores precisam utilizar todo o

conhecimento recebido em seus cursos, sobre seleção de conteúdos e estratégias de

ensino, para que a iniciação ao Tênis seja significativa para a criança.

Através da conscientização dos diretores, professores e do governo, podemos

trabalhar com projetos nas escolas para a inserção do tênis, e com isso as crianças irão

se beneficiar com a prática dessa modalidade e tornando o esporte acessível à todos.

O professor de tênis atual não basta só jogar bem, tem que ter uma

sólida formação e domínio de conteúdos baseados nas ciências aplicadas ao

esporte. Acredita-se que só com poder econômico é que conseguiremos

popularizar o tênis, a questão não é ter dinheiro, mas aproveitar recursos

disponíveis e trabalhar de modo mais eficiente para se popularizar o tênis e

que crianças menos favorecidas tenham mais oportunidades, não só no tênis,

mas em todos os segmentos da vida (SIPRIANO et al, 2012).

Kruger (2013) afirma que é possível trabalhar o tênis nas escolas, mas é preciso

rever a forma como deve ser trabalhado, desenvolver novos meios e técnicas.

A prática do tênis na Educação Física escolar vai muito além da

tentativa de desconstrução da visão do mesmo como sendo um esporte de

“elite” isso porque as práticas esportivas na escola dependem de um conjunto

de mudanças e decisões que envolvem desde o diretor até o próprio professor

de educação física, ou seja, são eles que escolhem as modalidades esportivas

que serão ofertadas e desenvolvidas na escola (TRAVASSOS, 2015).

Por tudo que foi dito, os jogos de iniciação ao tênis devem ser divertidos, adaptáveis aos

alunos através dos objetivos, deve ser variado, seguir um planejamento, com regras e

pontuações fáceis, demonstrações, nível equilibrado dos alunos, professor ser imparcial e

também participar das atividades caso necessário, a fim de animar os alunos continuamente.

Pode-se sugerir ainda que o professor inicie estas atividades da modalidade do tênis, partindo do

simples para o complexo (SOUZA e MARTINS, 2009). O tênis é um esporte individual que traz benefícios de forma coletiva na vida de quem o

pratica, acredito que não existe oportunidade melhor para a interação do esporte no período

escolar.

2. Objetivo

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Este estudo teve por objetivo averiguar a possibilidade da inserção do tênis de

campo na Educação Física Escolar.

3. Método

Foi realizada uma pesquisa qualitativa concretizada através de uma revisão de

literatura. Inicialmente o tema foi pesquisado em livros, dissertações e teses e

posteriormente em base de dados e em periódicos.

4. Resultados

De acordo com as pesquisas, o resultado obtido foi que o tênis pode ser inserido

nas escolas, desde que o professor de Educação Física possa criar um ambiente

adequado, onde requer compreender o jogo do tênis como modalidade esportiva e

potencializar os aspectos cognitivos, afetivos e motores, que são de extrema importância

para que novas metodologias de aprendizagem do tênis sejam contempladas no

conteúdo curricular nas aulas de educação física (RAMALHO, 2006).

É o professor quem desempenha um papel muito importante dentro da escola,

onde ele passa a ser um construtor de conhecimentos, fornecendo o auxílio e

estimulando os alunos a pensarem, além de estimular o interesse pelo esporte em geral.

Por conta dessas responsabilidades, a formação do professor de Educação Física pode

ser entendida como complexa, pois durante todo período de sua formação acadêmica, há

necessidade de se conhecer aspectos importantes a diversas áreas ligadas a Fisiologia,

Bioquímica, Anatomia, Cinesiologia dentre outras, além de um amplo conhecimento

sobre as dimensões Sociais e Psicomotoras. Sendo assim, verifica-se que, através de um

bom empenho do professor e uma prática simples, utilizando materiais diversos e

alternativos, a iniciação do tênis de campo poderia ser proporcionada para muitas

crianças em todas as classes sociais, reduzindo assim a impressão de que o tênis de

campo tem de ser um esporte de elite. Algumas sugestões de adaptações dos materiais

para a prática do tênis na escola: a própria mão usada como raquete, pratinhos de

papelão, tampas plásticas, raquete confeccionada com cabide de metal e meia calça,

bolinhas plásticas, bolinhas de meia, bexigas, e outro tipos de bola usadas para outro

esporte como de vôlei, de futebol e ping pong. As adaptações para o espaço seria o uso

de paredes, uso da quadra poliesportiva, do pátio, uso da marcação da quadra de vôlei,

os postes do vôlei e rede, cones, tambores e qualquer outro espaço que a escola

disponibiliza. Cabe ao professor usar da imaginação e criatividade para a elaboração das

aulas de iniciação ao tênis.

5. Considerações finais

Este trabalho de final de curso teve o intuito de mostrar que é possível implantar

o tênis de campo nas escolas, sem haver a necessidade da construção de quadras

oficiais, utilizando-se as próprias quadras poliesportivas, adaptando o jogo e os

materiais.

De acordo com Barroso e Darido (2006), na Educação Física Escolar, cabe ao

professor estimular seus alunos a construir novos conhecimentos, que fujam da rotina da

maioria dos esportes promovidos nos planejamentos, pois é fundamental que haja

promoção, divulgação e multiplicação de novos interessados ao esporte.

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É fundamental que o professor de Educação Física tenha sempre uma proposta

diferente em mão para despertar no aluno interesse, curiosidade, envolvimento e

estímulo para aprender brincando, sendo assim, é perfeitamente possível incluir o tênis

nas aulas de Educação Física Escolar. Para o aprendizado do tênis, a repetição de

determinados movimentos é fundamental, para a eficácia do aprendizado desses

movimentos, é necessário que este seja trabalhado de forma lúdica, adaptando jogos e

brincadeiras.

Outro ponto muito importante é avaliar o ambiente de trabalho e o estágio de

desenvolvimento físico e cognitivo dos alunos para não oferecer vivências muito

distantes do nível de compreensão ou habilidade e, para isso, os profissionais da

Educação Física precisam estar atentos.

Acredito que, dessa forma, com divulgação, popularização e adaptação do tênis

nas escolas, o crescimento do esporte no país e a chance de descobrir novos talentos

serão maiores, não precisando esperar pelo surgimento de novas referências, ao mesmo

tempo oportunizando a prática da modalidade tênis. Com as devidas adaptações dos

materiais utilizados numa aula de tênis na escola, este se torna fácil, divertido e

acessível a todos.

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168

A IMPORTÂNCIA DAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Katia Suzane Viguini¹

Thiago Augusto Costa de Oliveira²

RESUMO

O objetivo deste estudo e mostrar a importância das aulas de Educação física na Educação

infantil, o rico repertorio motor a ser trabalhado com este nível que irá atender ao

desenvolvimento completo do indivíduo. Porem e algo que precisa sair da teoria e vir para a

pratica, pois há estudo em que pedagogas atuam como professor de educação física, outros

que professores de educação física dizem ter pouco tempo de pratica onde não conseguem

trabalhar o desenvolvimento motor e as habilidades fundamentais das crianças . Concluímos

que é de fundamental importância tratar das especificidades da Educação Física desde a

infância.

Palavras-chave: Educação física, Educação infantil, Repertoria motor

ABSTRACT

The purpose of this study is to show the importance of physical education classes in children's

education, the rich repertoire engine to be worked with this level that will meet the

individual's complete development. However, something that needs to come out of theory and

come to practice, because there is a study in which pedagogues act as a physical education

teacher, others that physical education teachers say have little time for practice where they

can not work motor development and fundamental skills Of children. We conclude that it is of

fundamental importance to deal with the specificities of Physical Education from childhood.

Keywords: Physical Education, Education Children, Motor Repertoiret

(1) Graduanda em Educação Física (Licenciatura), Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]). (2) Professor Mestre em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected])

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1 Introdução

A Educação infantil, primeira etapa da educação básica, e oferecida em creches e pré-

escolas, as quais se caracterizam como espaços institucionais não domésticos que constituem

estabelecimentos educacionais que cuidam de crianças de 0 a 5 anos de idade no período

diurno, em jornada integral ou parcial, regulados e supervisionados por órgãos competente do

sistema de ensino e submetidos a controle social (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2013)

De acordo com a LDB artigo 29 (1996) “a educação infantil, primeira etapa da

educação básica tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5 anos, em

seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da

comunidade.

Segundo Alves (2013) na educação infantil e importante disponibilizar o maior

número de experiências possíveis, apresentando um novo mundo. Nesse mundo a criança

começa a se relacionar com um meio social e físico, ajudando no desenvolvimento. Para

estimular o intelecto e o físico e preciso que pessoas experientes ofereçam desafios cada vez

mais difíceis. A educação física consegue isso de uma forma prazerosa através de jogos,

brincadeiras e esportes. Os principais objetivos da atividade física infantil são: domínio do

controle corporal, diferenciar cada parte do corpo através do movimento, a noção de espaço e

tempo, melhorar o desempenho em atividades de forca, resistência, flexibilidade, velocidade,

e cooperar em atividades de grupo.

Gallahue (2005) mostra a fase do desenvolvimento motor que deve ser respeitada ao se

trabalhar com a criança, são divididas em quadro fase: Fase motora reflexa, que são os

primeiros movimentos que o feto faz, e involuntário formam a base para o desenvolvimento

motor; Fase de movimentos rudimentares, são os primeiros movimentos voluntários

realizados pela criança do nascimento até por volta dos 2 anos de idade, são movimentos

necessários para sua sobrevivência; Fase de movimentos fundamentais são movimentos

consequentes dos movimentos rudimentares, e a fase que a criança explora, descobre e

experimenta a capacidade motora de seus corpos.

Segundo Gallahue (2005), os movimentos fundamentais são divididos em três

estágios, o estágio inicial, o estágio elementar e o estágio maduro. Inicial é uma fase de

movimentos fundamentais que representa as primeiras tentativas da criança orientada para o

objetivo de desempenhar uma habilidade fundamental. Os movimentos da maioria das

crianças da idade de 2 anos estão no nível inicial, com algumas exceções de crianças que

podem estar além deste nível; Elementar envolve maior controle e melhor coordenação

rítmica dos movimentos fundamentais, aprimora-se a sincronização dos elementos temporais

e espaciais dos movimentos, mas os padrões de movimentos neste estágio são ainda

geralmente restritos ou exagerados, embora mais bem coordenados .Muitas crianças e até

adultos não vão além desse estagio elementar; Maduro na fase de movimentos fundamentais e

caracterizado por desempenhos mecanicamente eficientes, coordenados e controlados.

Geralmente as crianças tem potencialidade de desenvolver se para o estágio maduro

quase com 5 ou 6 anos de idade, este estágio e quando a criança tem maior controle de

execução, coordenação e eficiência mecânica, na maioria das habilidades fundamentais.

Alguns indivíduos não conseguem alcançar este estágio e permanecem no estágio elementar

pela vida toda. Fase de movimentos especializados, nesta fase o indivíduo tem a capacidade

de realizar atividades motoras mais complexas em sua vida diária ou em atividades esportivas

ou recreativa.

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2 Revisão bibliográfica

O objetivo da pesquisa de Pansera, Paula e Valentini (2008) foi investigar o

desempenho de crianças nas habilidades motoras fundamentais, saltos horizontal, arremesso e

equilíbrio com um pé, no decorrer de um programa de Educação física regular. Os

movimentos foram avaliados por estágios de maturidade. Participaram do experimento 22

crianças com idade entre 4 e 7 anos. A pesquisa e do tipo descritivo exploratório,

desenvolvimentista, onde se busca observar o comportamento motor de crianças em diferentes

faixas etárias. As crianças foram classificadas por estagio de maturidade, estagio (inicial,

elementar ou maduro) da fase das habilidades motoras fundamentais. Os resultados apontaram

que crianças de 4 e 5 anos apresentaram níveis elementares nas habilidades motoras, porem as

crianças com 6 a 7 anos, também apresentaram níveis elementares, não maduros,

evidenciando atrasos em seu desempenho motor. Estes resultados se alinham com estudos

prévios, os quais enfatizam a necessidade de engajar crianças em práticas mais efetivas,

mudando a crença de que o tempo livre de pátio e o suficiente para se desenvolver níveis

desejados de movimento, destacando a necessidade de considerar a importância pedagógica

de atividade motora na formação da criança. Segundo os autores, 30 minutos de aula de

educação física e pouco para garantir padrões maduros nas habilidades motoras

fundamentais, para que sejam atingidos pelas crianças na idade em que deveriam, apenas a

orientação e a motivação não são suficientes, pois o tempo de atividade pratica deve ser

levado em consideração e melhor estudado.

Ayoub (2005) realizou um estudo objetivo para verificar as experiências com a

Educação Física na educação infantil vivida por estagiários do curso de licenciatura em

Educação física numa escola municipal de educação infantil localizada na cidade de

Campinas. O espaço oferecido para Educação física o momento de ida ao parque das crianças.

Já nas primeiras tentativas de realização do trabalho, os estagiários encontraram dificuldades

devido a associação imediata da Educação física com o momento de parque, uma vez que as

crianças queriam ficar livres para brincar. Os resultados apontam que os estagiários se

apoiaram na abordagem critico-superadora para propor atividades na aula. Os autores sugerem

com base, nas vivencias com as crianças que e possível realizar um trabalho norteador

pautando nas abordagens Educação Física.

No estudo de Magalhães, Kobal e Godoy (2007) o objetivo foi analisar as

contribuições da Educação física na educação infantil, propondo uma parceria entre diretores,

professores polivalentes, professores de Educação Física e pais. Para os autores os primeiros

anos de vida da criança são de importância fundamental para seu desenvolvimento, sendo que

a escola vai desempenhar uma função impar nesse processo que ocorre em creches e pré-

escolas. O profissional de Educação Física atuando nas escolas e visto como refém de uma

cultura esportista, não entendendo a Educação física como uma disciplina que atende ao

desenvolvimento completo do indivíduo. Os conteúdo da educação infantil são definidos

como uma seleção de saberes cultural, habilidades, linguagens, valores, crenças, sentimentos,

atitudes, interesses, modelos de conduta, entre outro, sendo conteúdos significativos. Após

análise da literatura os pesquisadores sugerem que e fundamental que as escolas de educação

infantil ofereçam aulas de Educação física, no sentido de possibilitar um rico repertorio motor

para crianças, entretanto a presença da Educação física na Educação infantil acontece com

maior frequência apenas na teoria.

Cavalaro e Muller (2009) realizaram um estudo com objetivo de verificar a

possibilidade de inserção do professor de Educação física na educação infantil. Realizou-se

uma pesquisa qualitativa bibliográfica e documental. A intenção não foi comparar

quantitativamente os cursos de pedagogia e Educação Física. Segundo os autores uma das

disciplinas que trabalham o conhecimento sobre movimento e a psicologia da educação I que

vê esse saber através da psicomotricidade. Dado o espoco torna-se cada vez mais evidente e

necessário a articulação entre educação física e educação infantil. Assim e sugerido no estudo

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que, com crianças, a temática do movimento ou da Educação física seja trabalhada de forma

integrada entre o professor de Educação física e o professor da sala de aula (pedagogo).

Ayoub (2001) realiza um ensaio propondo reflexões sobre a Educação Física na

educação infantil as discussões em torno desta questão vêm se intensificando desde a lei de

diretrizes e bases da Educação nacional. Um dos pontos essenciais dessa reflexão diz respeito

a organização geral do currículo das creches e pré-escolas, separando a educação e cuidado no

sentido de se buscar uma superação da dicotomia educação\assistência com crianças de zero a

seis anos. A expressão corporal caracteriza-se como uma das linguagens fundamentais a

serem trabalhadas na infância, as discussões em torno da educação infantil, suas

problemáticas e suas relações mais amplas com o contexto educacional Brasileiro parece não

fazer parte da formação dos licenciados em Educação Física, pois acabam atuando como

meros aplicadores de joguinhos, que tem como função divertir as crianças. A autora sugere

que temos um longo caminho a construir em busca de centros de educação infantil nos quais o

educar e cuidar estejam presentes nas relações com as crianças, centros que realiza um

trabalho efetivo de parceria entre profissionais, crianças, familiares, comunidade, que

contribua para a educação humana, na qual haja espaço para o diálogo e o lúdico.

O objetivo do artigo de Mello et al., (2012) foi identificar e discutir as representações

sociais que professores de um centro municipal de educação infantil de Vitoria\ES possuem

sobre a Educação Física. Além disso, analisa em que medidas essas representações se

aproximam ou se distanciam das diretrizes curriculares da Educação infantil do município. Os

dados foram produzidos pela observação participante e por entrevistas semi-estruturados.

Participaram das atividades comunicativas 6 professores e uma estagiaria que trabalham com

crianças de seis meses até seis anos de idade. Em um primeiro momento foi observado e

registrado em diário de campo as representações sociais associadas à Educação física, em um

segundo momento foram realizadas duas entrevistas semi-estruturados. E em um terceiro

momento, foram apresentados alguns dados registrados no diário de campo referente à

observação das aulas de Educação Física. Ao conceberem a Educação Física como um

momento de descanso por não estar com as crianças a professora regente e a estagiaria não

percebe a possibilidade da construção de um projeto coletivo que compartilhe os saberes e

fazeres escolares. Com base, nas representações sociais os autores identificam, que e possível

perceber que os participantes do cotidiano pesquisados não concebem a Educação física como

um componente curricular na educação infantil, portador de um saber especifico capaz de

contribuir para o desenvolvimento integral das crianças.

Ferraz e Macedo (2001) realizaram um estudo cujo objetivo foi investigar a presença

ou não da Educação Física na educação infantil no munícipio de SP, e a percepção de

professores em relação ao ensino e aprendizagem nesta área. Participaram deste estudo 196

professores generalistas de uma delegacia de ensino. Foi utilizado um questionário com seis

questões referentes à formação profissional, existência ou não do trabalho da Educação Física,

concepções da Educação Física na educação infantil, necessidade e tipo de acompanhamento

pedagógico. Pode-se verificar que 46% dos professores pesquisados não desenvolvem essa

área do conhecimento, quanto o papel da Educação física os resultados indicaram a

dificuldade dos professores em delimitarem a especificidade dessa área. Assim verificou-se

que trabalho de qualidade são possíveis e que os professores querem melhorar sua pratica

pedagógica, resta saber se os governantes possuem vontade de transformar e reconhecer a

crise na Educação brasileira em ações concretas para caminhos que resolvam verdadeiramente

esses problemas.

O objetivo da pesquisa de Ferraz e Flores (2004) foi tentar um programa de Educação

Física na educação infantil, visando verificar o impacto de um estudo sistematizado nas

unidades. Foi feito uma comparação entre duas turmas, compostas por 35 crianças de quatro

anos uma das turmas denominada grupo experimental teve aulas de Educação física duas

vezes na semana, enquanto o denominado grupo controle não participou de aulas de Educação

física.

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O teste foi a habilidade saltar, equilíbrio e arremessar, na segunda etapa foram feitos a

entrevista sobre noção de Educação física, na sequência o teste sobre as partes do corpo. Os

resultados demonstraram a necessidade de se considerar o tempo de pratica necessário ao

desenvolvimento das habilidades motoras básicas, verificou a importância de se considerar os

conteúdos em Educação física, não só na dimensão procedimental, mas também na conceitual

e atitudinal. O autor conclui que não se pretende dar aulas de estimulação motora ao invés

disso, propiciar uma base motora, mediante experiências de movimentos variados, para que a

criança possa apreciar e usufruir com segurança dos elementos que compõem a cultura do

movimento.

Basei (1981) a educação Física na educação infantil, tem como importância o

movimentar-se humano e nas contribuições que as experiências com a cultura do movimento

podem trazer nesse período de vida da criança em todo o seu processo de formação. A

Educação Física na educação infantil desempenha um papel de relevada importância. Refere-

se às crianças de 0 a 6 anos de idade. O ponto de orientação dessa concepção do movimento é

a criança que se move que se encontra em um diálogo pessoal e situacional com o mundo.

Estamos num campo de discussão, de debates e reflexões, que ainda é marcado pela escassez

de produções teóricas, de pesquisas e de estudos que contribuam para a legitimação da aula e

de professores de Educação física neste nível da educação infantil. Sendo assim é de

fundamental importância tratar das especificidades do campo de conhecimentos da Educação

física desde a primeira infância, respeitando o desenvolvimento da criança.

Em síntese Pansera, Paula, e Valentini (2008) investigaram o desempenho das

habilidades motoras fundamentais na Educação infantil. Ayoub (2001), Magalhães, Kobal e

Godoy (2007), Cavalaro e Muller (2009) realizaram estudos com objetivo de discutir a

inserção da Educação física na Educação física infantil. Já Ayoub (2005) narrou experiências

com a Educação Física na educação infantil em uma escola municipal. Mello et al(2006)

buscou discutir as representações sociais que professores de um centro municipal de educação

infantil possuem sobre a Educação Física, nesta mesma linha Ferraz e Macedo(2001)

verificam o papel da Educação física na educação infantil, explicitados por professores. Ferraz

e Flores (2004) testam um programa de Educação física na Educação infantil visando verificar

seu impacto na Educação infantil. Por fim, Basei (1981) discute a Educação física na

educação infantil e, a importância do movimentar-se.

Em relação aos métodos utilizados Pansera et al., (2008) realizaram uma pesquisa

descritiva. Ayoub (2001), Magalhaes, Kobal e Godoy (2007), Mello et al., (2006) e Ferraz e

Macedo (2001) utilizaram questionários e observação in loco. Ferraz e Flores (2004)

aplicaram testes para inferir níveis de habilidades motoras. Por fim Cavalaro e Muller (2009)

e Basei (1981) fizeram pesquisa bibliográfica.

Quanto aos resultados Pansera et al., (2008) mostraram que crianças com 6 a 7 anos,

apresentam níveis não maduros, evidenciando atrasos no desempenho motor. Ayoub (2005)

verificou que e possível a utilização de uma proposta diferente. Ayoub (2001) a expressão

corporal caracteriza-se como uma das linguagens fundamentais a serem trabalhadas na

infância. Mello et al., (2006) verificou que não há Educação Física na educação infantil.

Magalhaes, Kobal e Godoy (2007), Ferraz e Macedo (2001) e Cavalaro e Muller (2009)

demonstram que e importante a Educação física ser inserida na educação infantil. Basei

(1981) a criança e o ponto de orientação dessa concepção do movimento, e a criança que se

move que se encontra em um diálogo pessoal e situacional com o mundo.

Pansera (2008) conclui que apenas a orientação e a motivação não são suficientes, pois

o tempo de atividade pratica deve ser levado em consideração e melhor estudado.

Ayoub(2005) conclui que e possível realizar um trabalho norteador pautado nas abordagens

Educação física. Ayoub (2001) conclui que temos um longo caminho a construir em busca de

centros de educação infantil nos quais o educar e o cuidar estejam presentes nas relações com

as crianças, na qual haja espaço para o diálogo e o lúdico. Mello (2012) nas exposições que

identificaram, que e possível perceber que os participantes do cotidiano pesquisado não

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concebem a Educação Física como um componente curricular na educação infantil.

Magalhaes, Kobal, Godoy (2007) E fundamental que as escolas de Educação infantil

ofereçam aulas de Educação física no sentido de possibilitar um rico repertorio motor. Ferraz

e Macedo (2001) conclui que trabalho de qualidade e possível e que os professores querem

melhorar suas práticas pedagógicas. Cavalaro e Muller (2009) sugere , que com crianças a

Educação física seja trabalhada de forma integrada entre o professor de Educação física e o

pedagogo. Ferraz e Flores (2004) conclui que se pretende propiciar uma base motora,

mediante experiências de movimentos variados, para que a criança possa apreciar e usufruir

com segurança dos elementos que compõem a cultura do movimento. Basei (1981) e de

fundamental importância tratar das especificidades do campo de conhecimento da Educação

física desde a primeira

3 Objetivo

Averiguar a importância das aulas de Educação Física na educação infantil.

4 Método

Foi realizada uma pesquisa qualitativa concretizada através de uma revisão de literatura. Inicialmente o tema foi pesquisado em livros, dissertações e teses e posteriormente

em base de dados e em periódicos. seguindo a ordem de literatura de reconhecimento, leitura crítica ou reflexiva e pôr fim a leitura interpretativa.

5 Resultado e Conclusões Verificamos que é possível ter aulas de Educação física na educação infantil com

profissionais qualificados, que saibam respeitar o desenvolvimento motor das crianças, e

desenvolver as habilidades fundamentais para essas crianças, há escolas onde pedagogos

fazem o papel de um professor de educação física dando as crianças somente um momento de

parque, e houve estudo no qual verificou que não há Educação física na educação infantil. Por

tudo isso concluiu que é possível uma proposta diferente, que professores de Educação física

estão dispostos a estudar mais e trabalhar com este nível, que segundo eles dizem não ter

muita vivencia, a educação física e umas das linguagens fundamentais a serem trabalhadas,

pois tem um rico repertorio motor que através dele pretende dar as crianças experiências de

movimentos variados, onde elas possam usufruir dos elementos que compõem a cultura

corporal.

6 Considerações finais

Verificamos a necessidade de profissionais qualificados, de um reconhecimento maior

na área de Educação Física, pois quando não estão em momento de parque, tem pouco tempo de pratica, e preciso ver a criança como ponto de partida e respeitar seu desenvolvimento

motor em cada faixa etária. Contudo e importante que professores, instituições e sociedade, tenha o conhecimento

do vasto repertorio motor que a Educação física pode possibilitar a criança, importante que

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entendam a fase de desenvolvimento de cada faixa etária para que isso não venha prejudicar o desenvolvimento da criança no futuro.

A Educação Física como quaisquer outra área requer preparo, pois e a partir dela

que a criança vai desenvolver seu aspecto cognitivo, afetivo, social, e motor, que ela

conhecera melhor seu corpo, através do movimento, e o meio a sua volta, onde ela irá

aprender habilidades fundamentais que levara por toda a vida. E preciso que órgãos

públicos analise os problemas vivenciados que a lei não fique só na teoria ,mas traga

para pratica pois e possível ter profissionais qualificados,e possível trabalhar com as

crianças a fase do desenvolvimento motor desde a infância para que quando a criança

chega a vida adulta não sinta a falta de habilidades básicas como: arremessar, saltar,

correr,e quilíbrio, forca, resistência ,para que a criança conheça como um todo seu

corpo, o espaço a sua volta, comece a trabalhar em grupo se encontre tanto fisicamente

quanto psicologicamente. É possível sim ter aulas de educação Física na educação infantil, desde que tenha

professores de Educação Física atuando nessa área, e que sejam qualificados para que

saibam respeitar o desenvolvimento motor de cada faixa etária e respeite o

desenvolvimento de cada criança, e possível que a Educação Física ganhe espaço como

todas as outras disciplina a serem desenvolvidas com as crianças, e que professores,

pais, instituições, órgãos públicos entendam a importância da cultura corporal.

Referencias Alves. F. A. A importância da educação física na educação infantil. Disponível:

www. portaleducacao.com. br. Acesso 09- 09- 2016 Ayoub. E. Narrando experiências com a educação física na educação infantil.

Revista brasileira de ciências do esporte, Campinas, v 26, n 3, p. 143-158, 2005 Ayoub. E. Reflexões sobre a educação física na educação infantil, Revista

Paulista educação física, São Paulo, v 4, p. 53-60, 2001 Basei. A. P. A educação fisica na educação infantil: A importância do

movimentar-se e suas contribuições no desenvolvimento da criança, Revista ibero- americano de educacion, issn: 1681- 5653, n 47- 3, 2008

Cavalaro. A. G, Muller. V. R. Educação física na educação infantil uma

realidade almejada, Revista educar, Curitiba, n 54, p. 241- 250, 2009 Ferraz. O. L, Flores. R. Z. Educação física na educação infantil: influencia de

um programa na aprendizagem e desenvolvimento de conteúdos conceituais e procedimentais, Revista brasileira de educação física, São Paulo, v 18, n 1, p. 47- 60, 2004

Ferraz. O. L, Macedo. L, Macedo. L. Educacao fisica na educação infantil uma

realidade almejada, Revista Paul educação fisica, São Paulo, n 1, p. 63- 82, 2001 Gallahue, Ozmun, 2005. Desenvolvimento motor do nascimento a fase adulta.

Disponível: www. Ufsj. Edu. BR. Acesso: 09- 09- 2016

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Magalhaes. J. S, Kobal. M. C, Godoy. R. P. Educação física na educação infantil uma parceria necessária, Revista Mackenzie de educação física e esporte, v 6, p. 43- 52, 2007

Mello. A. S, Rodrigues. K. S, Santos. W. Costa. F. R, Votre. S. J. Representações sociais sobre a educação fisica na educação infantil, Revista educação

física \ UEM, v 23, p. 443- 455, 2012 Ministerio da educação 2013. Disponível: www.jusbrasil.com.br. Acesso: 09-

09- 2016 Pansera. S. M, Paula. P. R, Valentini. C. N. Educação física no ensino infantil,

sua influencia no desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais, Revista

cinergis, v 9, n 2, p. 24- 32, 2008

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O JOGO E SUA EFICÁCIA COMO FERRAMENTA

PEDAGÓGICA

Marcio Roberto Lopez1

Marcus Gomides2

RESUMO

Este trabalho pretende analisar e atestar qual o papel do fenômeno jogo para o ser

humano, e sobretudo como o professor de educação física pode se apropriar dessa

abrangente ferramenta na atribuição de suas aulas. Como os pesquisadores veem no

jogo um facilitador para atingir significativos resultados, a fim de oferecer uma

formação que vá além do ambiente escolar e que proporcione ao aluno/cidadão

conteúdos que possam vir a ser alicerce para toda a sua vida.

Palavras chaves: Educação Física escolar. Ensino-Aprendizagem. Lúdico.

ABSTRACT

This work intends to analyze and certify what role game phenomenon for humans, and

especially as the physical education teacher can take ownership of this comprehensive

tool in your teaching assignment. As the researchers see in the game an enabler to

achieve significant results, in order to offer training which go beyond the school

environment and providing the student/general public content that might be basis for

your whole life.

Keywords: School physical education. Teaching And Learning. Playful.

1 Introdução

“A educação física relaciona-se diretamente a totalidade do homem e esta

totalidade implica, principalmente, nas necessidades, nas vontades, nas emoções e no

sentimento que se caracterizam por manifestações corporais” (MARINHO, 1995, p 2).

Ao lançar um olhar para esse fenômeno pode-se confirmar principalmente que o

jogo um material de grande utilidade para o professor de Educação Física, e ainda

afirmar que este faz parte da nossa caminhada quanto seres humanos desde sempre quer

queiramos ou não.

E como um ser na sua totalidade somos guiados pelas emoções e a partir delas,

pavimentamos nosso caminho. Na elaboração do presente artigo ficou mais claras as

possibilidades que os profissionais da área podem estudar e sistematizar os trabalhos

baseado também no jogo.

As coisas importantes da vida tornam-se importantes porque foram amplificadas

pelo sistema emocional e nós o sentimos como importantes. “A emoção intensificada

não só nos faz prestar atenção ao que despertou, mas também cria a motivação e força

para ação necessária” (MARTINS.2004.p 91).

1 Graduando (licenciatura) em Educação Física das Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445,

13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected] ). 2 Professor especialista em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades

Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail:

[email protected])

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2 Revisão de literatura

O objetivo deste trabalho foi de afirmar a eficácia do jogo como ferramenta

pedagógica para o professor de Educação Física.

Com a intenção de atestar a eficácia do jogo como ferramenta pedagógica, é que

foi arquitetado este trabalho, buscando amparo em alguns dos mais importantes

estudiosos acerca do referido tema, bem como sua definição e significado de atribuições

direcionado a este fenômeno social.

Huizinga (1980), por exemplo, enxerga o jogo como elemento da cultura

humana, dizendo alias que este é anterior á cultura, visto que esta se atrela a existência

das sociedades, porém os jogos são praticados até mesmo por animais.

Vygotsky (1998) na sua perspectiva sócio histórica sendo ele um dos maiores ou

maior representante, afirma que a criança constrói seu aprendizado dentro de um

contesto social e momento histórico que permeiam seu crescimento. Relata que nessa

situação os jogos são condutas que imitam ações reais, já que para ele o jogo é a

memória em ação, pois mesmo sendo uma situação imaginária essa é compreensível á

luz de uma situação real.

Na teoria cognitiva lembrando a epistemologia do aprendizado Piagetiana, pode-

se definir o jogo devido a satisfação e a liberdade de quem a joga como ferramenta

indispensável, já que este serve como reflexo do nível de desenvolvimento coletivo da

criança, e é no jogo que ela aplica tudo que aprende.

Kishimoto (1998) identifica na obra Piagetiana que cada ato de inteligência é

definido pelo equilíbrio entre as duas tendências: assimilação e acomodação, porém

Piaget (1972) identifica o jogo como sendo simples assimilação funcional ou

reprodutor, ainda afirma que o jogo é um caso típico das condutas negligenciadas pela

escola tradicional, isto dito porque muitas vezes o jogo não recebe a devida atenção,

tendo simplesmente papel secundário no ambiente escolar, segundo o mesmo autor

muitos ignoram seus significados funcionais.

Lopes e Madureira (2006) apontam o jogo como sendo “o alicerce do

divertimento, da criação, do fazer e da plena expressão dos corpos e das vontades”.

Entendendo então como um meio para se desenvolver a ludicidade, a aprendizagem

bem como a contribuição para a melhora na aquisição e ampliação do acervo motor,

para a criança ela é a alma do jogo.

“Todo hábito entra na vida como uma brincadeira, e mesmo em suas formas

mais enrijecidas sobrevive um restinho de jogo no final” (BENJAMIN, 1984). Já

tomando como verdade a afirmação por Benjamin (1984) que, a criança possui o ato de

jogar intrinsicamente ligada à sua persona e entende-se ainda que isso se apresente

através de brincadeiras, e levamos em conta que brincar é a melhor parte de nossas

vidas quando crianças, por que não tomar posse desta ferramenta” jogo” como atributo

pedagógico.

Quando se menciona que o jogo “não é serio”, não estamos dizendo

que há “Ausência de seriedade” Esta parece ser uma afirmação contraditória,

mas podemos explica-la. Menciona-se que, ao jogar, o jogador o faz de modo

compenetrado, demonstrando seu envolvimento com a ação. Logo, esta

atenção dispensada ao jogo faz alusão ao valor que o jogador atribui a

atividade. Considera-se que não se atribui valor a algo, sem considera-lo

importante, relevante e sério. (Carneiro, 2012, p. 48).

Freire (2002) relata o poder persuasivo existente e empregado a nós pelo “

senhor do jogo”. Esse por ele mencionado em sua obra tem força para criar um enredo

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sobre tudo quando criança, a ponto de que uma vez por ele envolvido, no ato de jogar,

ficamos tão entregues que força se faz necessário para voltarmos ao “mundo real”.

“Nem sabíamos que jogávamos por pouco não nos esquecíamos de voltar ao

mundo real e ficávamos a mercê do senhor do jogo para sempre, nem sei como lhe

escapamos”. (FREIRE 2002, p 10)

Ainda nessa mesma obra, porém agora em outra sequencia, o autor afirma

categoricamente um dos melhores atributos apregoado ao jogo como ferramenta

pedagógica, ao citar em um dos tópicos. “Se durante o jogo as habilidades podem ser

aperfeiçoadas pela repetição, isso certamente vai fazer com que o jogador se prepare

para novos desafios, isto é, para assimilar conhecimentos de nível superior” (FREIRE,

2002, p. 83).

“O jogo é uma categoria maior, uma meta de vida, uma simulação lúdica da

realidade que se manifesta, se concretiza, quando as pessoas praticam esportes, quando

lutam, quando fazem ginásticas ou quando as crianças brincam”. (FREIRE; SCAGLIA;

2003. p 31).

O professor de educação física para estes autores tem obrigação não de

transmitir verdades, mas de fazer intervenções a fim de transmitir conhecimentos,

permitindo a interação entre pessoas (alunos) e as relações pertinentes a seu crescimento

pessoal.

Ao indagarmos á uma criança sobre jogo, possivelmente ela não terá

em seu vocabulário de palavras, uma suficientemente capaz de transmitir, em

plenitude, as manifestações e/ou inquietudes intrínsecas em sua complexa

trama reflexiva relacionada ao seu ambiente. E, talvez, para uma criança não

exista palavras que sejam capazes de descrever plenamente toda a emoção

refletida em seus olhos, quando joga/brinca, pois, mais do que buscar

fundamentação teórica, ela vive o jogo incessante e intensamente; é

arrebatada ao mundo do jogo. (REVERDITO; SCAGLIA, 2009, p. 144).

Ainda segundo os mesmos, todo o aluno quando chega à escola traz consigo

alguns conhecimentos oriundos de suas vivencias no decorrer da vida, nenhum ser

humano é oco ou passou dormindo todo o tempo que precedeu sua entrada no ambiente

escolar propriamente dito. E como já foi visto, o ser humano traz culturalmente o ato de

jogar. Apropriar-se da sistematização do ensino-aprendizagem por meio desta

ferramenta pedagógica, pode auxiliar e muito, o professor de educação física.

O favorecimento da apropriação dos patrimônios culturais

produzidos pela humanidade, no caso especifico da educação física, a

apropriação da cultura, mais diretamente vinculada as práticas corporais, tais

como os jogos e exercícios. Estas práticas serão tanto objeto de ensino

quando veículo educacional. (Nesse ultimo caso, quando tematizados)

(FREIRE e ESCAGLIA, 2003, p. 31).

Pressupõe-se que o jogo pode preparar o indivíduo para ter uma bagagem da

vida em sociedade, já que segundo ele, proporciona este atributo que lhe impõem

cuidados como regras por exemplo. Porém, é dado num ambiente prazeroso que faz

com que se obtenham habilidades para viver situações que demandem atenção de nível

mais alto. “Mais o jogo não representa apenas o vivido, também prepara o devir. É no

espaço livre de pressões que as habilidades no caso para se viver em sociedade são

executadas. Podendo assim servir de suporte a outro nível mais alto quando necessário”.

(FREIRE 1997, p. 117).

Os autores pesquisados no desenrolar deste trabalho, na sua maioria, para não

dizer na totalidade, procuraram ver o indivíduo-aluno como um ser completo que possui

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várias facetas que completam o ser humano como um todo. Por meio desta pesquisa que

tentar olhar para um único ponto faz com que o professor cometa ato falho.

É na educação física que o professor tem maior intimidade e possibilidade de

aproximação deste indivíduo aluno, já que cuida, além de outras partes, e acima de tudo

do desenvolvimento corporal, algo que todos nós levamos por toda a caminhada.

Vimos anteriormente que, sem dúvida, os humanos possuem energia

em abundancia, porque não a produzem apenas para consumo das

necessidades. Ao contrário, produzem um tanto a mais, para compensar suas

carências. Tais carências, que são faltas naturais, são compensadas quando a

energia que sobra em cada um de nós, é investida no fenômeno das

representações anteriores, na imaginação, no espírito. Daí ser perfeitamente

compreensível uma criança pouco se cansar quando brinca, ou o inventor

consumir horas de trabalho em seu laboratório sem chegar á exaustão. Ora,

fica claro que essa resistência demonstrada nestas horas porque, no caso da

criança, ela recorre não á energia para provimento de alguma necessidade,

mais a energia que sobra que só pode ser utilizada no mundo lúdico, no

mundo do jogo ou da arte. (FREIRE, 2002, p. 27).

Quando olhamos para o jogo de uma forma mais calorosa, estudamos sempre e

cada vez mais todos os seus componentes – funcional, emocional, lúdico e etc; se assim

feito, as chances de se fazer a diferença como profissionais segundo o que foi entendido

pela pesquisa, aumenta significativamente.

Assim o jogo como componente da educação física, e a educação

física como possibilidade para o jogo, “juntos” os dois deveriam permitir um

encontro com o desenvolvimento de qualidades pessoais, de cooperação, de

sociabilização e de criatividade. Para desta forma ser instinto a mentalidade

de que o homem é unicamente um ser produtor. Pois além de produzir (e

acima de tudo) ele também “ vive” sente, movimenta-se, joga e quer ser feliz.

(MARINHO. 1995, p 5)

3 Método

Com o intuito de afirmar tal tese, foi feito uma revisão de literatura pesquisando

e analisando o tema em livros, dissertações e teses e posteriormente em base de dados e

em periódicos o que foi dito e qual conclusão a cerca do tema chegaram os estudiosos

que se propuseram a despender atenção sobre o referido assunto.

4 Resultados e Discursões

Freire e Scaglia (2003) São categóricos quando afirmam que, não reconhecer o

papel pedagógico que o jogo pode alcançar, ao atribuí-lo como ferramenta de

ensino/aprendizagem sobre tudo, se aplicado as crianças, só pode ser justificado com a

crença que as vezes beira o vício, de achar que os conhecimentos necessários e

imprescindíveis que a escola tem a oferecer, são aqueles que são baseados em conteúdos

disciplinares mais preocupados com informações do que conhecimento prático.

A pesquisa mostra que usar do caráter lúdico do jogo, proporciona prazer a

quem o pratica, sem esquecer que para praticá-lo se faz necessário certo empenho,

atenção e aceitação x regras, por exemplo, como foi visto na colocação dos autores. Isso

melhora o interesse do aluno no que for proposto pelo professor, e ao contrário do que

muitas vezes se pensa agrega conhecimento de todos os âmbitos, aumentando também o

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acervo pedagógico-cognitivo, já que para jogar indivíduo analisa e baliza antes de

realizar uma ação.

Ainda, a pesquisa demonstra a importância do papel cultural e social do que

tange a formação do cidadão que a educação física também exerce, através do jogo,

brincadeiras típicas, etc.

Pesquisar sobre o jogo leva-nos a ter uma visão mais ampla sobre o papel do

docente que vamos exercer a partir de agora, o quanto ele o é importante, sobre tudo

para a criança, pois seu caráter lúdico proporciona prazer a quem o realiza simplesmente

pelo ato de jogar.

E por ser tão encantador e fazer parte da cultura humana, se aprofundar no

assunto traz para o professor de Educação Física uma didática diferenciada que lhe

acrescentará materiais e possibilidades que farão com que ele se aproxime ainda mais

do aluno, tornando assim mais produtivo seu papel na arte de ensinar. Foi visto que

podemos olhar o aluno de maneira mais ampla ao atribuirmos o jogo como transmissor

de conhecimento, isso faz com que nos envolvamos mais com o ser humano a ser

ensinado e assim sendo, podemos incutir em sua essência valores que hão de ser

norteadores na sua caminhada, seja dentro ou fora do ambiente escolar, socialmente

falando aliás, devolveremos seres pensantes e isso é enriquecedor.

5 Considerações Finais

Como esse tema já vem sendo trabalhados por outros autores, podemos dizer que

estão entre os expoentes máximos na área da educação, a afirmar a eficácia desse tema “

jogo” como facilitador pedagógico. Professores que além de estudar aplicam ou fazem

uso deste artificio para sistematizar as suas aulas. Portanto é verossímil afirmar que

podemos e devemos olhar com maior carinho para o “jogo” que vai ajudar a atingir

nossos objetivos como profissionais de Educação Física.

Referencias

BENJAMIN, W. Reflexões: A criança, o brinquedo, a educação. São Paulo:

Summos,1974.

CARNEIRO, K, T. O jogo na Educação Física. São Paulo: Bela vista.

Phorte.2012

FREIRE, J. B. O jogo entre o riso e o choro. Campinas: Autores

associados,2002

FREIRE, J. B; SCAGILA, A. J. Educação como prática corporal. São Paulo:

Scipione,2003.

FREIRE.J. B. Educação de corpo inteiro. 4º ed. São Paulo: Scipione, 1997.

HUIZINGA, J. Homo Ludens: Jogo como elemento da cultura. São Paulo:

Perspectiva,1980.

KISHIMOTO, T. M. O jogo e a educação infantil. São Paulo: Pioneira, 1998

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LOPEZ, J; MADUREIRA, J. R. A educação física em jogo: Práticas corporais,

expressão e arte. Revista brasileira de ciência e esporte. Vol 27. Nº2, Janeiro.2006

MARTINS. J. M. A lógica das emoções: Na ciência e na vida. Petrópoles:

Vozes.2004.

MARINHO, A. O jogo enquanto Educação. Matrivivencia. Rio Claro, 1995.

PIAGET, J. A psicologia e pedagogia. Forense/Universitária-RJ.2ºed.1972.

REVERDITO, R. S; SCAGLIA, A. J. Pedagogia do esporte: Jogos coletivos de

invasão. São Paulo: Phorte, 2009.

VIGOTSKI, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes,

6ºed.1998.

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NATAÇÃO COMO COMPONENTE PARA MELHORAS DO

DESENVOLVIMENTO MOTOR ESCOLAR – ESTUDO EXPLORATÓRIO

Rafael Gonçalves Gava 1

Thiago Augusto Costa de Oliveira 2

RESUMO

Este trabalho tem como proposta averiguar a eficácia da prática de natação no

desenvolvimento motor de escolares. Os resultados apontam que a prática da natação

traz benefícios para a aprendizagem organizada, coordenação motora, descontração,

ludicidade e melhora no nível da função social, aumentando o círculo de amizade,

auxiliando na prevenção de doenças e aumento da saúde. Conclui-se que programas de

natação potencializam as aquisições motoras da primeira infância independente do

gênero e contribuem para o desenvolvimento integral, resultando numa melhor

qualidade de vida. O meio líquido abrange vivências corporais de jogo e exercício para

crianças.

Palavras-chave: Coordenação Motora, Educação Física Escolar, Esporte Aquático.

ABSTRACT This paper aims to determine the effectiveness of swimming practice in the motor development of children. The results show that the practice of swimming is beneficial to

organized learning, coordination, relaxation, playfulness and improvement in the level

of social function by increasing the circle of friendship, helping to prevent disease and increased health. It is concluded that swimming programs leverage the motor skills of

the first regardless of gender childhood and contribute to the integral development, resulting in a better quality of life. The liquid medium covers bodily experiences of play

and exercise for children.

Keywords: Motor Coordination, School Physical Education, Water Sport.

(1) Graduando em Educação Física (Licenciatura), Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta,

2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]). (2) Professor Mestre em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades

Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail:

[email protected]).

Page 183: CAPA - nwk.edu.br§ão-Física... · CAPA . 2 Revista dos Alunos de Educação Física ... Thiago Augusto Costa de Oliveira ² RESUMO Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de

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Introdução

A Educação Física Escolar é uma área extensa, que abrange brincadeiras, jogos,

esportes, ginásticas, conhecimento corporal, atividade física e tem por objetivo

aperfeiçoar, controlar e zelar pela manutenção da saúde do corpo e da mente do ser

humano. Foi através da Educação Física que as atividades envolvendo movimentos

foram desvendadas, é por meio dela que hoje é possível transmitir valores culturais,

agregar conhecimento e passar de geração para geração (SOARES, 1998).

Apesar de Educação Física escolar ser “responsável” por formar o ser humano

na plenitude dos aspectos citados, recentemente estudos tem apontado que algo não

caminha bem, pois a literatura tem verificado baixo nível de coordenação motora em

escolares e consequentemente um atraso no desenvolvimento motor (DEUS et al, 2010).

Para verificar o nível de coordenação motora de escolares os estudos têm

utilizado alguns testes, como o KTK que é uma bateria de teste de coordenação motora

(Körperkoordinationtest für Kinder – KTK) de Kiphard e Schilling (1974). Esses testes

envolvem todos os aspectos característicos de um estado de coordenação motora, que

tem como componentes o equilíbrio, o ritmo, a lateralidade e a velocidade.

Identificar este problema é de suma importância, pois através destes dados é

possível propor intervenções que melhorem os níveis coordenativos das crianças. Toda

criança passa por uma sequência natural de desenvolvimento e certamente sofrerá a

influência do meio e particularmente das Escolas, que devem proporcionar atividades

que acoplem maior bagagem motora aos escolares pois, a partir da oferta de atividades

motoras diversificadas, pode haver uma melhor execução coordenada dos movimentos

do ser humano, o que possibilitará a execução com economia e harmonização das

habilidades desenvolvidas (PEREIRA, 1997).

Existem inúmeras possibilidades de atividades que podem ser propostas. Para o

presente estudo foi questionado se a natação pode contribuir para uma melhora na

coordenação motora e consequentemente no nível de desenvolvimento motor, já que é

uma das modalidades mais completas, segundo a literatura, e que desenvolve aspectos

motores, cognitivos e afetivo-sociais (FREUDEHEIN; GAMA; CARRACEDO, 2003).

Revisão bibliográfica

Um baixo nível de coordenação motora fica evidenciado na literatura, como por

exemplo no estudo de Lopes et al. (LOPES et al., 2003), em que se procurou-se

investigar e (1) caracterizar o estado de desenvolvimento da coordenação motora ao

longo dos quatro anos do 1ciclo do ensino básico, das crianças da Região Autonoma dos

Açores; (2) mapear as diferenças entre as crianças dos dois sexos; e (3) identificar a

presença de insuficiência de desenvolvimento coordenativo. A amostra foi constituída

por 3742 crianças de ambos os sexos dos 6 aos 10 anos de idade a frequentar o 1 ciclo

do ensino básico. Para a avaliação da coordenação motora foi utilizada a bateria KTK

(Körperkoordinationstest für Kinder). Os resultados apontam que 63,1% das meninas

aos 6 anos são bem classificadas. A partir dessa idade, a porcentagem diminui: aos 7

anos 28,3%, aos 8 anos 26,6%, aos 9 anos 23,9% e aos 10 anos 54%. Nas meninas, foi

possível verificar que 46,3% são classificadas como possuindo perturbações de

coordenação e 40,7% como possuindo insuficiência coordenativa. Já para os resultados

mostram que 67% dos meninos aos 6 anos são bem classificados e o mesmo acontece

com as idades subsequentes, quando comparadas com as meninas aos 7 anos 29,2%, aos

8 anos 24%, aos 9 anos 21% e aos 10 anos 65,8%. Nos meninos, constata-se que 24,8%

são classificadas como possuindo perturbações de coordenação e 46,6% como

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possuindo insuficiência coordenativa. Os valores médios do desempenho nas quatro

provas do KTK das crianças são inferiores aos verificados na literatura. Em suma,

verifica-se uma tendência generalizada para as meninas de uma dada idade mostrarem

perfis de coordenação motora inferiores àqueles que são esperados para a sua idade. Tal

circunstância revela uma forte insuficiência em aspectos do desenvolvimento

coordenativo nas diferentes idades.

Ainda nesta linha e pensando na associação de tarefas, Florêncio (2015) realiza

um estudo com o propósito de investigar a associação entre as capacidades perceptivo-

motoras e o desempenho de tarefas motoras em sujeitos de 7 e 13 anos de idade.

Participaram desse estudo 110 sujeitos, contrabalanceados em termos de sexo e idade.

Como metodo, utilizou-se do Teste KTK. Com os resultados obtidos, pode-se

considerar que tanto para as capacidades quanto paras as tarefas motoras, nota-se que os

sujeitos com 13 anos de idade apresentaram melhores resultados em relação aos de 7

anos. No entanto, considerando os valores mínimos e máximos em muitas variáveis há

valores semelhantes, o que indica uma amplitude de variação semelhante. Apesar de

haver outras capacidades perceptivo-motoras, entende-se que as utilizadas permitiram

delinear questões e estabelecer algumas hipóteses, realizando alguns avanços sobre a

problemática apresentada. Os autores concluem que o desempenho de tarefas motoras

típicas da infância pode ser influenciado pelo nível de desenvolvimento das capacidades

perceptivo-motoras de cada indivíduo, podendo gerar graus diferentes de associação

e/ou um conjunto diferente de capacidades perceptivo-motoras para cada tarefa.

Silva e Ferreira (2001) realizam um estudo com o intuito de verificar a

contribuição que um programa de atividades físicas proporciona no desenvolvimento da

coordenação corporal em crianças com síndrome de Down. Participaram desse estudo 9

alunos da APAE de Maringá com síndrome de Down, com deficiência mental moderada

(na classificação pedagógica), com idade de 6 a 10 anos, sendo 4 do sexo feminino e 5

do sexo masculino. Como metodologia, foi utilizada uma pesquisa de campo com a

utilização do Teste KTK. Os resultados constatam que as crianças alcançaram

progressos significativos durante a aplicação do programa. Além disso, esses resultados

indicaram que a aplicação do programa proposto trouxe uma melhora significativa no

desenvolvimento motor de 78% dos sujeitos, com relação aos saltos monopedais e

saltos laterais, respectivamente. Ocorreu uma melhora estatisticamente significativa na

coordenação dos sujeitos da amostra. Esse resultado pôde ser observado no decorrer das

aulas, considerando que, ao final do trabalho, os alunos já apresentavam maior

facilidade de execução das atividades propostas no programa. Os autores concluem que

esse modelo de trabalho, ou seja, aulas de Educação Física direcionadas ao

desenvolvimento motor mais especificamente, mostram-se importantes, pois provou ser

um modelo que certamente proporciona resultados satisfatórios, que é o que todos os

profissionais de Educação Física buscam como objetivo com seu trabalho.

A literatura nos apresenta um déficit na coordenação motora de escolares com

reflexo no desenvolvimento motor desta população e como retrocitado, uma das

habilidades que pode ajudar a equilibrar esta deficiência pode ser a natação, que, como

tentaremos mostrar em seguida, pode contribuir para a diminuição do problema

apontado.

Pereira e Saccani (2009) realizam um estudo com objetivo de analisar o nível de

desenvolvimento motor de bebês que participam periodicamente de aulas de natação.

Participaram do estudo 28 bebês (14 meninas e 14 meninos) com idades entre 0 e 18

meses. Para avaliação do desenvolvimento motor, foi utilizada a escala motora infantil

Alberta. Os resultados apontam que nenhuma criança demonstrou desenvolvimento

motor anormal, percentil inferior a 5%. Os valores percentílicos variaram entre 32 e

89%, evidenciando desenvolvimento acima do esperado para a faixa etária. Ao observar

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as pontuações dentro de cada postura da escala, observou-se que, na postura prono, as

crianças obtiveram maiores pontuações que nas posições supino, sentado e em pé. Ao

comparar desempenho motor entre gêneros, não foi observada diferença significativa

entre os sexos. Os resultados permitem apontar ainda que os bebês que participam das

aulas de natação apresentam desempenho motor acima da média. O melhor desempenho

na postura prono pode ser atribuído às oportunidades diversas as quais os bebês são

expostos em decúbito ventral durante as aulas. Além disso, a densidade do meio líquido

permite a realização de movimentos que bebês, em geral, não seriam capazes de realizar

fora d’água, em decorrência da diminuição da ação da gravidade. Os autores sugerem

que programas de natação para bebês podem contribuir para as aquisições motoras da

primeira infância, potencializando o desenvolvimento motor de bebês independente do

gênero. Sendo assim, o desenvolvimento global da criança é estimulado se oferecermos

oportunidades para que ele vivencie experiências e sensações diversificadas. Estímulos

aquáticos para bebês são essenciais, e essas atividades devem ser direcionadas,

significativas e adequadas às necessidades de cada criança.

Oliveira et al. (2013) realizam um estudo para analisar os benefícios que a

natação traz para as crianças que praticam aulas regularmente, com análise em sua

vivência motora e quais as influências que exercem sobre o aspecto físico, psicológico e

social. Participaram do estudo 25 crianças de ambos os sexos e idade de 6 a 12 anos. Foi

feita uma pesquisa de campo que incluiu: termo de concordância, consentimento livre e

esclarecido e aplicação do questionário. Os pais dos participantes do projeto

responderam a um questionário com 8 questões sendo 2 dissertativas e 6 de múltipla

escolha. Os resultados apontam que a maioria da amostra começou a praticar a natação

com 8 anos (40%). Quando questionado sobre o porque os filhos a praticavam, a

maioria dos pais/responsáveis respondeu que procurava a melhoria da saúde e para que

as crianças praticassem alguma atividade física, e não ficassem sedentárias. Não houve

nenhuma resposta negativa quanto aos benefícios da prática da natação pelas crianças,

sendo que 44% da amostra respondeu que a natação trouxe uma melhoria na saúde. De

acordo com o estudo, foi constatado que a prática da natação traz vários benefícios

como contribuição para aprendizagem organizada, coordenação motora,

desenvolvimento, oferece descontração e ludicidade, benefícios no sistema respiratório

e cardiovascular, recuperando e prevenindo doenças; eleva à auto estima, diminuindo o

stress, melhora a disposição para demais atividades, no aspecto social melhora a relação

interpessoal e aumento dos círculos de amizade. As crianças participam das aulas de

natação de forma prazerosa. De acordo com os autores, foi comprovado que os

resultados condizem com o que foi mostrado na revisão de literatura. A prática contínua

da natação para as crianças e os benefícios adquiridos são de grande importância para o

desenvolvimento integral e contribuem para uma melhor qualidade de vida.

Selau (2000) realiza um estudo para descrever a análise do comportamento

lúdico da criança no meio líquido, relacionado ao desenvolvimento e aprendizagem nas

teorias do jogo. Participaram do estudo 17 crianças de 4 a 7 anos de idade, de ambos os

sexos. Foi feito um estudo de investigação de corte naturalista, isto é, qualitativa e

etnográfica, destinado a descrever, explicar e interpretar os processos que ocorrem no

brincar infantil no meio líquido, a relação da criança com os professores, com os demais

e com os objetos, além de sua atividade espontânea. Foi observado que as crianças se

utilizam de sua natureza para se desenvolver quando deixadas em liberdade, brincando

na água. O trabalho contribui para que se repensem novas alternativas pedagógicas na

água, que considere e valorize a manifestação lúdica das crianças envolvidas. O meio

líquido, segundo os autores, pode ser desencadeador de novas emoções, sensações, bem

como pode proporcionar manifestações simbólicas de outra natureza, diferentes

daquelas que não são desse meio. De acordo com os pesquisadores, pode-se sugerir que

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o meio líquido abranja vivências corporais de jogo e exercício para crianças, e deve ser

mais aproveitado para este fim.

Aidar et al. (2006) realizam um estudo com o propósito de avaliar os benefícios

de pessoas com paralisia cerebral submetidos a um programa de atividades físicas

aquáticas. Participaram do estudo 27 crianças portadoras de Paralisia Cerebral, sendo 11

meninas e 16 meninos com idade de 1 a 6 anos. A método adotado foi o Inventário de

Avaliação Pediátrica de Disfunção. Foram realizadas aulas com frequência de duas

vezes por semana e duração máxima de 45 minutos cada, por16 semanas. Os resultados

mostram que ao comparar os dados antes e depois dos exercícios físicos, verificou-se

melhora no nível da função social do grupo todo. Diante disto, é possível inferir que a

água proporciona um maior relaxamento e fortalecimento inicial para os músculos mais

fracos, maior mobilidade articular, um stress biomecânico menor, auxílio e resistência

aos movimentos, uma vez que diminui a sobrecarga. Por outro lado, tem uma resistência

maior do que a do ar 9,24. A água ainda estimularia a circulação periférica, facilitando o

retorno venoso, e melhoraria a respiração, oferecendo um efeito massageador,

estimulando uma melhor contração muscular, o que promoveria uma melhora na

postura. Os autores concluem que as atividades físicas, mais especificamente as feitas

no ambiente aquático, têm se demonstrado um meio eficaz na melhora da mobilidade

em portadores de Paralisia Cerebral.

Carvalho (2013) realiza um estudo a fim de avaliar a coordenação motora em

crianças de 7 a 10 anos. Participaram do estudo 41 crianças matriculadas na Escolinha

Municipal de Natação da Prefeitura de Vinhedo, São Paulo, com idade entre 7 e 10

anos, de ambos os sexos, sendo 20 meninas e 21 meninos. Como método, foi utilizado o

Teste KTK. Com os resultados, foi observado que a média do escore do quociente

motor do Grupo A (7 a 8 anos) feminino no momento pré-intervenção foi de 95,44

passando para 110,77 no pós-teste e no mesmo grupo, mas do sexo masculino, a média

deste foi de 97,2 para 108,5. Já o Grupo B (9 a 10 anos) feminino apresentou uma

média do escore do Quociente Motor (QM) de 89,82 no pré-teste e 102,45 no pós-teste

e o grupo B masculino foi de 102,72 para 114,63. Este estudo mostrou que as meninas

apresentaram resultados melhores que o dos meninos quanto à soma do Quociente

Motor, na idade dos 7 aos 8 anos, mas os meninos a superam já no grupo B (9 a 10

anos). Os dados permitem aos pesquisadores sugerir que tanto meninas quanto meninos

tendem a obter melhoras de desempenho motor através dos anos. De acordo com os

autores, evidenciaram-se os benefícios que um programa de iniciação a natação pode

exercer sobre crianças com perturbação ou insuficiência na coordenação, ou até mesmo

melhoras em indivíduos já com coordenação considerada normal. Cabe aos

profissionais de Educação Física, principalmente na área da Natação, a partir desses

estudos, desenvolverem programas e intervenções mais adequadas ao desenvolvimento

motor das crianças tanto na fase de iniciação a natação quanto em fases posteriores.

Para dar um norte aos programas que devem ser propostos para que se insira a

natação como atividade que pode influenciar no nível de coordenação motora e

desenvolvimento das crianças, Freudenheim, Gama e Carracedo (2003) realizam um

estudo a fim de estabelecer princípios teóricos para a elaboração do ensino do nadar

para crianças. Participam desse estudo crianças que frequentemente participam de

escolas de natação. O método utilizado foi a utilização de um PENC (Plano de Ensino

do Nadar para Crianças), que abrange os conteúdos dos três domínios de ensino: Fase

de movimentos fundamentais, Fase de combinação de movimentos fundamentais e Fase

de movimentos culturalmente determinados. Para realizar a avaliação, foram utilizados

dois instrumentos: a ficha de avaliação individual (abrangendo objetivos motores,

afetivo-sociais e cognitivos) e o diário (observações registradas após a aula). A

avaliação tem como objetivo acompanhar o processo de aprendizagem individual,

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conhecendo o perfil do aluno, é possível tornar o planejamento mais eficiente, com

progressão adequada do ensino. Os resultados permitem notar que, desde a implantação

do PENC tem-se observado, a partir da ficha de avaliação individual e dos diários, que

os alunos têm progredido em direção aos objetivos estabelecidos em cada uma das três

fases de aprendizado. Os autores concluem que a utilização dos parâmetros

apresentados não se restringe ao âmbito de programas de ensino de natação para

crianças. Inclusive, já têm sido utilizados, com algumas adaptações, para o ensino do

nadar a indivíduos adultos e idosos. Mas esses parâmetros, bem como os programas de

ensino baseados neles, não podem ser considerados uma proposta definitiva. A

implantação demanda ajustes à realidade específica e uma avaliação também sempre

leva à necessidade de reformulações. Desse modo, o PENC deve ser visto não como um

programa a ser seguido literalmente – o que o tornaria uma “camisa-de-força” –, mas

sim como um referencial para o desenvolvimento de uma proposta de ensino do nadar

fundamentada em conhecimentos teóricos.

Em síntese, a literatura traz inúmeras vertentes sobre a influência da natação

como segue, Aidar et al., (2006) e Silva e Ferreira (2011) abordaram doenças crônicas

(Paralisia Cerebral e Síndrome de Down, respectivamente), avaliando desde a função

social até a coordenação corporal que a prática de um programa de atividade física

aquática proporciona. Pereira e Saccani (2009) avaliaram o desenvolvimento motor de

bebês. Oliveira et al. (2013) buscaram analisar os benefícios da natação, com análise da

vivência motora e influências no aspecto físico, psicológico e social. Selau (2000)

procurou descrever a análise do comportamento lúdico da criança no meio líquido.

Carvalho (2013) avaliou a coordenação motora em crianças de 7 a 10 anos. Florêncio

(2015) investigou a relação entre as capacidades perceptivo-motoras e o desempenho de

tarefas motoras. Lopes et al. (2003) investigou o estado de desenvolvimento da

coordenação motora ao longo dos quatro anos do 1º ciclo do ensino básico.

Freudenheim, Gama e Carracedo (2003) estabeleceram princípios teóricos para a

elaboração de programas de ensino do nadar para crianças. Catenassi et al. (2007)

verificaram a relação entre índice de massa corporal e habilidade motora grossa.

Aidar et al. (2006) utilizaram o Inventário de Avaliação Pediátrica de Disfunção

(Haley et al. 2000). Silva e Ferreira (2011), Carvalho (2013), Florêncio (2015), Lopes et

al. (2003), Catenassi et al. (2007) utilizaram o Teste KTK (Gorla, 1995). Pereira e

Saccani (2009) utilizaram a Escala Motor Infantil Alberta (PIPER; DARRAH 1992).

Oliveira et al. (2013) utilizou um questionário para coleta de dados em sua pesquisa de

campo. Selau (2000) utilizou os estudos de Coll (1994) com uma estratégia de

observador-participante. Freudenheim, Gama e Carracedo (2003) utilizaram um PENC

(Plano de Ensino do Nadar para Crianças). Catenassi et al. (2007) utilizou também o

Test of Gross Motor Development – Second Edition (Ulrich, 2000).

Aidar et al. (2006) constataram uma melhora no nível da função social do grupo.

Silva e Ferreira (2011) constataram que aplicação do programa trouxe uma melhora

significativa no desenvolvimento motor de 78% dos sujeitos. Pereira e Saccani (2009)

constataram que nenhuma criança demonstrou desenvolvimento motor anormal,

percentil inferior a 5%. Oliveira et al. (2013) constataram que a pratica da natação traz

benefícios como contribuição para aprendizagem organizada, coordenação motora,

desenvolvimento, descontração e ludicidade. Selau (2000) constatou que crianças

utilizam de sua natureza para se desenvolver quando deixadas em liberdade, brincando

na água. Carvalho (2013) constatou que um programa de iniciação a natação pode trazer

benefícios em crianças com perturbação ou insuficiência na coordenação, e até melhorar

indivíduos já com coordenação considerada normal. Florêncio (2015) constatou que não

foi encontrada diferença significativa baseada na Literatura. Lopes et al. (2003)

constataram que as crianças do 1º ciclo do ensino básico apresentam perturbações na

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188

coordenação e insuficiência coordenativa. Freudenheim, Gama e Carracedo (2003)

constataram que a partir da ficha de avaliação individual e dos diários, é possível

perceber se os alunos têm progredido em direção aos objetivos estabelecidos em cada

uma das três fases de aprendizado. Catenassi et al. (2007) constataram que em crianças

de até 6 anos de ambos os sexos, prevalece o mesmo potencial de desenvolvimento

motor.

Pereira e Saccani (2009) concluem que programas de natação para bebês

contribuem para as aquisições motoras da primeira infância, potencializando o

desenvolvimento motor de bebês independente do gênero. Oliveira et al. (2013)

concluem que a prática contínua da natação para as crianças e os benefícios adquiridos

são de grande importância para o desenvolvimento integral, o que contribui para uma

melhor qualidade de vida, aumentando o círculo de amizade e auxiliando a prevenção

das doenças e ajudando na socialização das crianças. Selau (2000) conclui que o meio

líquido abrange vivências corporais de jogo e exercício para crianças, e deve ser mais

aproveitado para este fim. Aidar et al. (2006) concluem que as atividades físicas feitas

no ambiente aquático têm-se demonstrado um meio eficaz na melhora da mobilidade em

portadores de Paralisia Cerebral. Carvalho (2013) conclui que cabe aos profissionais de

Educação Física na área da Natação desenvolverem programas e intervenções mais

adequadas ao desenvolvimento motor das crianças tanto na fase de iniciação a natação

quando em fases posteriores. Florêncio (2015) conclui que os resultados obtidos neste

estudo geram um indicativo de um campo promissor para a investigação das diferenças

individuais no desempenho de crianças e jovens. Silva e Ferreira (2001) concluem que

as aulas de Educação Física direcionadas ao desenvolvimento motor se mostram

importantes, pois foi provado ser um modelo que proporciona resultados satisfatórios,

que é o que todos os profissionais de Educação Física buscam como objetivo com seu

trabalho, que é o desenvolvimento da criança. Lopes et al. (2003) concluem que as

autoridades educativas da Região Autónoma dos Açores devem tomar medidas sérias

para a remediação do fraco nível de desenvolvimento coordenativo das crianças do

1CEB. Freudenheim, Gama e Carracedo (2003) concluem que o PENC deve ser visto

como um referencial para o desenvolvimento de uma proposta de ensino do nadar

fundamentada em conhecimentos teóricos. Catenassi et al. (2007) concluem que

crianças obesas ou com sobrepeso têm o mesmo potencial que crianças normais para

desenvolver a habilidade motora grossa e que são capazes de realizar movimentos com

a mesma qualidade.

Diante do exposto, nossa inquietude teve por objetivo verificar se a natação pode

ser utilizada como componente para melhorar a coordenação motora e o nível de

desenvolvimento motor de escolares.

Método

Foi feita uma pesquisa qualitativa através de uma revisão de literatura.

Inicialmente o tema foi pesquisado em livros, dissertações e teses e posteriormente em

base de dados e em periódicos. O método de análise dos textos e dos artigos foi

influído pela literatura (NELSON; THOMAS, 2012; CERVO; BERVIAN, 2007),

seguindo a ordem de leitura de reconhecimento, leitura seletiva, leitura crítica ou

reflexiva e, por fim, a leitura interpretativa.

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189

Resultados e Conclusão

Verificamos, no presente estudo, que a prática da natação traz benefícios para a

aprendizagem organizada, coordenação motora, descontração, ludicidade e melhora no

nível da função social, aumentando o círculo de amizade, auxiliando a prevenção de

doenças e aumento da saúde. As crianças utilizam de sua natureza para se desenvolver

quando deixadas em liberdade, brincando na água. A partir da ficha de avaliação

individual e dos diários, é possível perceber se os alunos têm progredido em direção aos

objetivos estabelecidos.

Por tudo isso, conclui-se que programas de natação potencializam as aquisições

motoras da primeira infância independente do gênero, e contribuem para o

desenvolvimento integral, resultando numa melhor qualidade de vida. O meio líquido

abrange vivências corporais de jogo e exercício para crianças, mostrando-se eficaz na

melhora da mobilidade em portadores de Paralisia Cerebral e deve ser mais aproveitado

para este fim. Cabe aos profissionais de Educação Física na área da natação

desenvolverem programas e intervenções mais adequadas ao desenvolvimento motor

das crianças tanto na fase de iniciação a natação quando em fases posteriores.

Considerações finais

Verificamos a necessidade de uma nova maneira de se pensar nas aulas de

Educação Física. Os professores nas escolas precisam entender a importância da prática

contínua de um programa de natação em suas aulas, fazendo parte do planejamento

docente, do planejamento escolar e do Projeto Político Pedagógico da Unidade Escolar.

E os profissionais que trabalham em clubes e afins precisam estar atentos se os alunos

estão vivenciando novas experiências nas aulas, buscando inovar e tornar a natação um

esporte prazeroso e vantajoso de se praticar.

Um mau professor acaba não elaborando uma boa aula, e uma aula que não é

boa acaba não despertando interesse dos alunos, e quando não há interesse dos alunos a

Educação Física deixa de fazer sentido. Os alunos vão crescendo sem a devida correção

do professor, acarretando em consequências como o déficit e perturbação na

coordenação motora. Um simples teste é capaz de demonstrar quão grandioso é

problema da deficiência coordenativa em uma turma, conforme Lopes et al. (2003)

constataram em sua pesquisa através do Teste KTK. E se a falta de comprometimento

do professor afeta alunos normais, ocorrerá também com alunos deficientes. A

Educação Física lida diretamente com a inclusão, e os deficientes são ainda mais

afetados. Silva e Ferreira (2001) constataram que um programa de atividades físicas

focado na coordenação motora (KTK) de alunos com Síndrome de Down trouxe

melhoras em 78% dos participantes, deixando claro que uma boa aula dada por um

professor é fundamental para proporcionar resultados satisfatórios para todos os alunos,

inclusive deficientes. E na natação, bebês apresentam ganho de coordenação motora

com 18 meses de idade, sendo uma ótima oportunidade de vivenciarem novas

experiências (Pereira e Saccani, 2009). E dos 6 aos 12 anos, a prática regular da natação

traz benefícios físicos (melhora do sistema respiratório e cardiovascular), psicológicos

(elevação da autoestima e diminuição do stress) e sociais (melhora relação interpessoal),

segundo Oliveira et al. (2013).

Programas de cursos profissionalizantes e valorização salarial para os

profissionais que ensinam natação, estando dentro ou fora da escola, pode ser uma

solução para que mais pessoas da área tenham vontade de incluir natação em suas aulas.

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190

Somente com profissionais capacitados para dar aula, que possam fazer a diferença no

mercado e serem capazes de transmitir seus conhecimentos de forma adequada é que

teremos alunos interessados em praticar e desfrutar dos benefícios que a prática traz.

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192

O CAMINHO DO GUERREIRO – OS BENEFÍCIOS

PISCOLÓGICOS NA PRÁTICA DAS ARTES MARCIAIS PARA

CRIANÇAS E ADOLESCENTES

Marcelo Penacio Domingos¹

Marcus Gomides²

RESUMO

Tentando encontrar uma alternativa de baixo custo e mais segura para ajudar crianças e

adolescentes a tratarem patologias psíquicas como depressão, fobia social, ansiedade

generalizada e até mesmo Toc. Tivemos a iniciativa de elaborar este trabalho para

encontrar nas artes marciais um caminho que pudesse desviar o oprimido do caminho da

destruição e levá-lo até o caminho do guerreiro. Várias pesquisas foram utilizadas para

identificar o problema e até mesmo a solução para esse mal, em que por fim realizamos

nosso próprio estudo de caso onde podemos concluir baseado em dados científicos que

a Arte Marcial pode trazer benefícios psicológicos aos seus praticantes.

Palavras chave: Artes Marciais. Lutas. Depressão. Educação. Violência. Psicologia.

ABSTRACT

Trying to find a low-cost alternative and safer to help children and adolescents treated

mental disorders such as depression, social phobia, generalized anxiety and even toc.

We had the initiative to draw up this work to find the martial arts a path that could

divert the oppressed from the path of destruction and lead you to the path of the

warrior. Several research form used to identify the problem and even the solution to this

evil, which finally realize our own case study where we can conclude based on scientific

data that the martial art can bring psychological beneficial to its practitioners.

1-Graduando (licenciatura) em Educação Física das Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445,

13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]).

2-Professor especialista em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades

Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail:

[email protected])

Page 193: CAPA - nwk.edu.br§ão-Física... · CAPA . 2 Revista dos Alunos de Educação Física ... Thiago Augusto Costa de Oliveira ² RESUMO Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de

193

Introdução

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, a OMS, publicados entre

1980 e 2012, Estima-se que o suicídio seja uma das principais causas de mortalidade

durante a adolescência, especialmente entre 15 e 19 anos, Sendo o Brasil o 63º país em

taxa de suicídios pelo mundo e classificado como oitavo na América Latina.

(VENANCIO, 2014)

Levantamentos mais recentes (OMS, 2014) apontam que uma das possíveis

causas do suicídio entre crianças e adolescentes esta associado a algum quadro de

patologia ou perturbação mental, incluindo neste quadro fatores sociais como

desemprego ou perda de status e fatores socioambientais como problemas interpessoais

e influencias externas.

A constante evolução na tecnologia e as diversas áreas de conhecimento trazem

consigo a necessidade de melhor qualificação profissional. Fatores como estes obrigam

as pessoas a adotar um ritmo de vida mais acelerado e confrontante. Crianças desde

cedo já possuem tabelas de horários pré-estabelecidos sobre o que deve fazer durante o

dia: escola, cursinho, aulas de reforço etc.

Os pais e às vezes até a própria escola, estão mais preocupados em uma

preparação de mão de obra infantil para o futuro mercado de trabalho do que com o

próprio desenvolvimento humano dos estudantes. (SOUSA; VAGO, 1997). O

resultado ao longo prazo é o inicio de uma forte carga de Stress que consequentemente

pode acarretar diversas doenças como: depressão, fobias sociais e TOC, tendo em sua

grande maioria, origem no período escolar.

O ser humano caminha em fases de evolução constante no decorrer do tempo,

estágios de aprendizagem e formação cognitiva que evoluem durante períodos

específicos da vida, sendo a infância o período mais rico para a sua formação.

(PIAGET, 1992). Em certos períodos, a formação afetiva e o processo de influência dos

ciclos sociais (escola, amigos, parentes etc), constroem personalidade e posturas que

podem influenciar toda a sua formação humana até a fase adulta, sendo assim, Tudo

aquilo que o indivíduo recebe do meio externo pode ter consequências tanto positivas

como negativas em sua formação humana.

O estresse pode ser o motor propulsor para diversas patologias como a

Depressão, fobias sociais, transtorno do pânico, ansiedade generalizada e transtorno

bipolar. O tratamento recomendado é em muitas vezes farmacológico, sendo realizado

em longos períodos de acompanhamento psiquiátrico e psicológico para um estudo

completo do caso. Não é de hoje que os médicos adicionam no tratamento além dos

métodos citados acima, a inclusão de atividades físicas sistematizadas e a inclusão

social do indivíduo em terapias em grupo. Pesquisas comprovam que a prática de

atividades físicas podem diminuir os escores de depressão, agressividade e ansiedade.

(CHEICK ET AL.2003; BATISTA 2013; PACHENCO 2012; ANDRADE ET AL

2.014)

Neste artigo usaremos as Artes Marciais como sugestão de atividade benéfica

para os escolares. A mesma se trata de uma atividade física sistematizada,

proporcionando ao praticante a inclusão em um meio social novo, e em sua verdadeira

essência, é uma atividade de cunho pedagógico, pois o praticante esta em fase de

aprendizagem constante, desde quando iniciante até depois de se tornar mestre. As

Artes Marciais também trabalham com os componentes éticos ao colocar numa posição

central o respeito ás pessoas e aos locais de prática ( dojo, academias, etc).

(DELL'AGLIO; TRUSZ 2010).

Page 194: CAPA - nwk.edu.br§ão-Física... · CAPA . 2 Revista dos Alunos de Educação Física ... Thiago Augusto Costa de Oliveira ² RESUMO Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de

194

O intuito deste trabalho é mostrar quais os benefícios psicológicos que a arte

marcial pode causar em escolares e o porquê ela, dentre tantas outras atividades, seria

uma alternativa para promover uma saúde mental estável.

Revisão bibliográfica - Violência e agressividade

No ano de 2000, uma pesquisa foi realizada em Três municípios brasileiros de

diferentes estados, Iguatu ( CE), Campinas ( SP) e Juiz de fora ( Mg) onde alunos e

professores de diferentes escolas da rede pública e privada foram entrevistados. Foi

possível verificar que muitos dos alunos que apresentavam comportamento violento

dentro da sala de aula como agressão física e verbal, uso de drogas, roubo e até conflitos

armados, tiveram influencia direta dos familiares e amigos, o que levou posteriormente

os mesmos a reproduzir tais atos:

Em relação ao comportamento violento, muitos dos alunos que se

queixaram de ser humilhados na família, na escola e na comunidade,

também disseram agir da mesma forma com seus semelhantes, reproduzindo

o comportamento censurado. ( NJAINE; MINAYO. 2003.Pag.121)

Com o passar dos anos, surge mais pesquisas e propostas para a melhoria de

qualidade de ensino dos estudantes, o que nos da a impressão de que o progresso

científico trará melhorias significativas até a próxima geração. Infelizmente ao

comparar levantamentos feitos 14 anos depois da pesquisa realizada por Njaine, é

possível observar que a violência entre escolares se mostra ainda um fator estagnado no

Brasil.

Dados apresentados pelo Sistema de informação de Mortalidade (SIM) do

Ministério da saúde apontam o homicídio, acidentes de trânsitos e suicídios como as

principais causas de morte entre Crianças e adolescentes no Brasil. Os dados mostram

que a partir dos 13 anos, o risco de homicídio aumenta até os 20 anos de idade, caindo

gradativamente depois. (VENANCIO, 2014).

A falta da presença de um adulto na vida da criança compromete cada vez mais

sua noção de civilidade e companheirismo, oque pode acarretar em comportamento

agressivo, intolerante e baixa autoestima. (NJAINE; MINAYO. 2003). Pesquisas

indicam que a falta de atividades extras curriculares geram grande desinteresse dos

alunos nas aulas, oque pode acarretar baixo desempenho, desanimo de continuar na

escola e ate comportamento agressivo com o tempo (NJAINE; MINAYO. 2003)

Transtorno do pânico

Segundo a CID – 10, classificação internacional de doenças da organização

mundial de saúde – O transtorno do pânico (ou ansiedade paroxística episódica) é

definido como “ataques recorrentes da ansiedade grave (pânico), os quais não estão

restritos a qualquer situação ou conjunto de circunstancias em particular e que são,

portanto, imprevisíveis.

Como característica da patologia, o indivíduo pode apresentar desde Palpitação,

sudorese, tremores ou abalos a desconforto abdominal. Quase sempre o ataque do

pânico é seguido pelo medo de vir uma nova crise.

Pessoas que passaram por situações traumáticas (abandono, morte, separação,

ausências por parte dos pais) ou comportamentos repressivos por parte dos

responsáveis, desenvolvem uma instabilidade á sentimentos negativos como ansiedade,

culpa, vergonha e raiva, fazendo com que os vejam como sentimentos ameaçadores, o

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195

que gera um novo ciclo de maior ansiedade, oque seria um facilitador para a síndrome.

(CAREZZATO, 2008)

A melhora do transtorno é possível, quando a pessoa se reconecta com os

conflitos iniciais traumáticos que a induziram a patologia, compreendendo o fator

causador e acima disso, criando novas atividades e experiências que induzam uma nova

estrutura interna. A esse sistema de ordem e desordem, o indivíduo cria novas

experiências e as contempla com mais intensidade do que as anteriores. Para isso a

nova fase deve ser positivamente mais marcante do que a originária a crise, e vivenciada

regularmente pelo indivíduo. (CAREZZATO, 2008).

Em resumo, é crucial que a pessoa com T.P não se isole do mundo nem se

“feche” em relação as pessoas. Ela deve buscar sempre novas experiências, atividades

que lhe ocupem a cabeça trazendo lembranças positivas mais fortes que as traumáticas.

Fobia Social

Segundo a Diagnostic and Statistical Manual - DSM – V, a fobia social se

caracteriza por um medo persistente e acentuado de uma ou mais situações sociais onde

a pessoa é exposta a outros indivíduos, a exposição ao estímulo fóbico, provoca uma

resposta de intenso sofrimento e ansiedade e pode causar a pessoa um ataque de

pânico. Normalmente indivíduos com a síndrome tem medo e evitam falar para grandes

grupos ou confrontar ideias.

Rey (2001) recomenda em sua revisão de literatura, que o indivíduo que

apresenta a fobia social, além dos medicamentos farmacológicos e tratamento cognitivo

– comportamental, pratique atividades realizadas em grupo, como dança e atividades

esportivas pois constitui-se como um meio para o desenvolvimento das habilidades

sociais.

Depressão

A depressão, do ponto de vista fisiológico, é uma possível disfunção

neurotransmissora, como a baixa produção de hormônios importantes como a serotonina

e noradrenalina, podendo ser transmitida hereditariamente ou desenvolvida por

alterações funcionais em áreas específicas do cérebro. Sendo responsável por morte

prematura.

Devido ao alto custo de medicamentos, os indivíduos com a patologia buscam

meios mais acessíveis e compatíveis a sua condição para tratar a depressão. O exercício

físico representa um dos mais recentes achados por exercer efeito positivo nos processos

de prevenção e tratamento da depressão. ( BATISTA; ORNELLAS. 2013)

Pesquisas mostram que o exercício físico sistematizado, realizado em dois

grupos de idosos contendo idades de 40 a 70 anos de idade, apresentou índices muito

mais baixos nos escores de depressão do grupo submetido ao treinamento quando

comparado ao grupo que não praticaram nenhuma atividade física durante o mesmo

período de pesquisa. (BATISTA, 2013).

Ao recorrer a literatura, podemos observar que a pratica de exercícios físicos

promovem o aumento da produção de hormônios como a noradrenalina ( hormônio que

influencia os batimentos cardíacos, ansiedade e sono ) e serotonina ( popularmente

conhecido como hormônio da felicidade, responsável pelas sensações de prazer e

relaxamento). (ANDRADE AT ALL, 2014).

Fica evidente que a prática de atividades físicas, desportivas ou recreativas,

trazem melhoras significativas para os aspectos psicológicos de seus praticantes. Porem

buscou agora em especial na nossa pesquisa, apontar o que a literatura nos traz sobre os

Page 196: CAPA - nwk.edu.br§ão-Física... · CAPA . 2 Revista dos Alunos de Educação Física ... Thiago Augusto Costa de Oliveira ² RESUMO Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de

196

efeitos da prática das Artes Marciais na vida de escolares. Neste primeiro momento

recorremos a literatura para apontar oque a produção cientifica tem para contribuir com

a problemática. Em segundo momento será realizado uma pesquisa de campo de caráter

quantitativa para verificar em escolares praticantes, quais as influencias cognitivas e

comportamentais que a mesma lhe proporcionou em relação ao antes e depois da prática

das AM.

Arte Marcial e saúde mental

Em 2013 foi realizada em Portugal uma pesquisa, em que os responsáveis

pretendiam relacionar a prática do judô na formação do autoconceito, a autoestima e

autoconhecimento dos praticantes. Uma amostra de 531 alunos foi selecionada (295

masculino e 236 feminino), sendo que 96 destes alunos praticavam judô regularmente.

Os pesquisadores verificaram que os alunos que praticavam judô juntamente

com outra modalidade desportiva de caráter formal, apresentavam os critérios acima

(autoestima, autoconceito e autoconhecimento) mais elevados do que o grupo que

apenas praticava a Educação física nos horários de aula e do grupo que não praticava

nenhuma atividade extracurricular. (BATISTA; DELGADO.2013).

Também foi possível observar que os praticantes da arte, possuíam melhor

rendimento escolar ( 84,15%) do que o grupo de alunos que não possuíam atividades

extracurriculares ( 77,45%) sendo que os alunos mais graduados apresentavam um nível

de autoconhecimento significativamente superior do que os menos graduados

(BATISTA; DELGADO.2013).

Uma possível explicação para a melhora no rendimento escolar, se encontra no

fato de, ao pertencer a um Dojo ( local de treinamento) e ao desenvolver o prazer pela

prática. O aluno inserido naquele meio deve obedecer as regras impostas pelo mestre, e

sendo sempre encorajado pelo sensei/sifu/treinador etc, e colegas de treino, o aluno

adquire respeito mutuo pelos demais e em muitos dos casos admiração pelo professor.

Segunda a teoria de Piaget sobre psicologia evolutiva, a moral no sujeito, vem do

respeito adquirido pelas regras. Porem a mesma começa no respeito e afinidade pelas

pessoas que nos impoem estas regras. (DELL'AGLIO; TRUSZ. 2010).

Segundo Paim e Pereira (2004), verificando quais os fatores que levavam um

grupo de jovens a praticar à capoeira na escola, pode-se registrar que 55,56% buscam a

arte marcial para melhoria na própria saúde e que 54,63% visavam fazer novas

amizades ou estar inseridos em um grupo. Os resultados da pesquisa acima corroboram

com Gallahue ( 2003) quando afirma que a necessidade de pertencer a um grupo é

muito forte na adolescência, fator importante que leva o indivíduo a buscar a prática de

esportes.

Um estudo realizado na cidade de Cascavel - PR, com alunos praticantes de

Taekwondo teve como objetivo verificar mudanças positivas no comportamento dos

escolares. Professores e pais foram entrevistados a respeito dos praticantes da arte em

relação à vida pessoal e escolar, os resultados foram significativamente positivos.

71,42% dos professores afirmam melhora no comportamento e desempenho dos alunos

com mais de 6 meses de prática da arte, 57,14% ainda no requisito escolar, afirmam que

os praticantes desenvolveram maior respeito pelos professores. Entre os 59 pais

entrevistados, 79% afirmam que seus filhos tiveram mudanças positivas no

comportamento após a prática do Taekwondo. ( VIEIRA ; MOREIRA .2008).

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197

A arte marcial estimula a criança a desenvolver um melhor comportamento

humano. Quando estimulada a um reforço positivo, o indivíduo recebe um estímulo de

recompensa. Já no reforço negativo a resposta leva à remoção do estímulo. Seguindo

esta lógica, ao recorrer a pesquisas que mostram a conduta de alguns mestres para com

seus alunos, podemos observas que os mesmos, colocam como requisito mínimo para a

prática das Artes Marciais, condutas que os praticantes devem seguir para se graduar ou

continuar treinando, como respeito, disciplina e boa conduta para com a sociedade.

Recorrendo novamente ao trabalho de Vieira; Moreira (2008), apontamos um

exemplo para a prática do Taekwondo, os mestres e responsáveis cobram dos alunos

maior respeito com os pais e professores, melhor dedicação nos estudos e frequência

escolar, sendo que antes de qualquer exame de graduação, os pais dos alunos são

questionados do andamento dos mesmos fora do Dojo. Ao analisar os estudos de

Vygotsky sobre o comportamento humano, tamanha quantidade de estímulos positivos

exigidos pelos Senseis dos praticantes, pode gerar uma influencia externa significativa

para a formação do carácter da criança durante seu desenvolvimento piscosocial.

Como dito anteriormente a falta de atividades extracurriculares na escola pode

além de causar desinteresse nas aulas, gerar com o tempo agressividade e baixo

desempenho. Buscando soluções que possam estar ao alcance do educador, fazemos um

comparativo entre estudantes e professores sobre metodologias que conseguem reverter

este quadro. Para isso, analisamos atividades que vão além da matéria do quadro negro,

atividades extracurriculares de cunho pedagógico que possam servir de alternativa para

a educação e formação do carácter da criança.

Destacamos uma pesquisa realizada em 2008 feita com 20 professores de artes

marciais para saber qual influencia que a prática da mesma teria no comportamento dos

seus alunos. 9 dos professores entrevistados apontaram problemas de comportamento

nos seus alunos antes da prática da arte, 6 apontaram problemas de agressividade e 7

dos 20 professores afirmam que os pais matriculam os filhos buscando disciplina e

melhora no comportamento. (ANTONIO ET AL, 2008)

Ao serem questionados sobre o comportamento dos alunos depois de os mesmos

já estarem a um tempo praticando a arte, os resultados demonstram-se satisfatórios. Os

professores relatam que os próprios pais afirmam melhorais no comportamento dos

filhos em relação a escola : “ […] Sim, claro ele começou a interagir com outras

pessoas, começou a participar de outros espaços, trocar informações [...]”

“[...] Como eu falei anteriormente, ele está se relacionando muito

melhor até aonde ele pratica a arte marcial, na escola, no bairro, no trabalho e com os

seus familiares [...]”.

Os próprios professores afirmam que os alunos se apresentavam evidentemente

mais calmos e menos agressivos, estavam mais sociáveis, apresentavam maior interesse

no treino e autoconfiança no dia a dia. Um fato interessante para se apontar no estudo é

que os professores sempre verificam o rendimento social e escolar dos alunos para saber

como caminha a evolução do mesmo. ( ANTONIO ET AL,, 2008)

Em termos de competições, apesar do contato extremo durante as lutas, é

possível observar um maior autocontrole dos competidores e suas equipes em termos de

violência quando comparado com outros esportes. Segundo Pacheco (2012) As

caracterizadas como nobreza, autocontrole, respeito mutuo e obediência às regras se

destaca em competições de Jiu-jitsu, Judô e Karatê.

É importante ressaltar que a arte marcial em nível competitivo possui como fator

positivo o fato de incentivar o participante a superar suas próprias expectativas e

desenvolver um melhor autoconceito e autoestima (BATISTA; DELGADO. 2013),

principalmente em relação a troca de experiências vivenciadas em torneios, ao conhecer

neles novos mestres, praticantes e estilos. Quanto ao aspecto negativo da arte marcial

Page 198: CAPA - nwk.edu.br§ão-Física... · CAPA . 2 Revista dos Alunos de Educação Física ... Thiago Augusto Costa de Oliveira ² RESUMO Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de

198

como competição, é necessário ter cautela para não transforma-la em uma “fabrica de

atletas” em qur é mais importante um cartel de lutas do que a formação humana.

Muitos bons alunos são perdidos em academias que priorizam nas lutas apenas os

campeonatos, a competição é consequência da luta e não a prioridade.

Metodologia

Para corroborar com as pesquisas anteriores, decidimos realizar uma pesquisa

de campo de caráter investigativo, com praticantes de Kung fu de um projeto social

realizado no interior de São Paulo, na cidade de Sumaré. O grupo foi selecionado

devido ao fato de possuírem um público heterogênico envolvendo crianças e adultos

dentro das escolas estaduais da região. Foram selecionadas duas equipes desse mesmo

grupo, um na escola EE Dom Jayme Barros Câmara e um na escola EE Vereador

Euclides Miranda, ambas localizadas nas proximidades do centro da cidade. Para a

pesquisa recebemos a autorização de ambos os professores e mestre responsável pelo

projeto, garantindo anonimato dos participantes.

O questionário é composto de seis perguntas, sendo cinco alternativas de

múltipla escolha e uma dissertativa, onde o entrevistado deverá constar: 1-O tempo de

prática da arte marcial. 2-Se apresentava algum problema antes da mesma. 3- Os

motivos que o levaram á treinar. 4-Como avalia seu comportamento antes da arte. 5-

Como avalia seu comportamento depois da arte. 6- Se a arte marcial lhe trouxe algum

beneficio a vida.

As Questões Um, dois e três serão representadas de forma quantitativa em

forma de gráficos enquanto as questões quatro, cinco e seis serão apresentadas de forma

descritiva para melhor discussão a seguir.

Resultados e Discussões

A pesquisa foi realizada com um total de 34 participantes sem separação de

idade ou gênero, apenas ressaltamos o tempo de prática dos entrevistados. Para verificar

se os resultados das pesquisas citadas anteriormente tem concordância entre si,

elaboramos sete alternativas de múltipla escolha para analisar se os indivíduos possuíam

algum problema antes da prática das artes marciais que batem com as discussões

anteriores.

50%

3%

23%

11%

14%

32%

3%

6%

17

1

8

4

5

11

1

2

Ansiedade

Depressão

Dificuldade P/Concentração

Fobia Social

Insonia

Irritabilidade

Toc

Não apresentava problemas

TIPOS DE PROBLEMAS APRESENTADOS ANTES DA PRÁTICA

Entrevistados Porcentual

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199

Dos 34 entrevistados, 17 afirmaram ter ansiedade (50%) como um problema

antes da prática enquanto 11 apresentavam irritabilidade (32%). Devemos lembrar que

segundo a CID – 10, classificação internacional de doenças da organização mundial de

saúde, o transtorno do pânico tem como como principal facilitador para as crises, a

ansiedade e irritabilidade elevadas.

8 dos participantes ( 23%) apresentavam dificuldade para se concentrar, 5

tinham insônia (14%), 4 fobia social (11%), 2 não apresentavam problemas (6%), 1

apresentava Toc ( 3%) e 1 apresentava Depressão (3%).

Para descobrir o que levou os participantes a prática da A.M, selecionamos oito

situações novamente de múltipla escolha.

19 entrevistados (55%) buscavam aprender coisas novas, 16 (47%) buscavam

melhoria/manutenção na saúde e 16 a autodefesa (47%). OBS: frisamos novamente que

as questões são de múltipla escolha.

9 entrevistados (26%) afirmaram ter entrado no projeto buscando maior

autocontrole, 6 (17%) buscavam se socializar/conhecer pessoas novas, 1 (3%) por

recomendação médica, 1 (3%) queria se afastar de vícios e 1( 3%) busco a arte para se

afastar de pessoas ou lugares que lhe incomodam.

Para entender se a A.M conseguiu desempenhar algum papel transformador

positivo, elaboramos um quadro comparativo de comportamento com o ANTES e

DEPOIS dos praticantes do projeto no seguinte formato: Tabela1. Avaliação comportamental ANTES da prática das Artes marciais

MUITO

BAIXA B

AIXA N

ORMAL AC.

MÉDIA A

LTA N

/R

Autoconfiança 2

18

14

Agressividade 6 8

10 7 2 1

Sociabilidade

11

18 1 3 1

Insônia 9 5 1

3 5 2

Timidez 2 4 1

4 11 3

Ansiedade 1 2 1

2 9 1

0

47%

26%

47%

55%

17%

3%

3%

3%

16

9

16

19

6

1

1

1

Autodefesa

Autocontrole

Melhoria/Manutenção da saúde

Aprender coisas novas

Conhecer pessoas novas/ Socializar

Se afastar de pessoas ou lugares

Vícios

Recomendação médica

FATORES MOTIVACIONAIS PARA A PRÁTICA

Entrevistados Porcentual

Page 200: CAPA - nwk.edu.br§ão-Física... · CAPA . 2 Revista dos Alunos de Educação Física ... Thiago Augusto Costa de Oliveira ² RESUMO Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de

200

Motivação 2 7 1

6 7 2

Conhecimento/VdA 1 6

16 8 3

Apatia 6 7 1

8 1 1 1

Como se pode observar na tabela 1, de 34 participantes, 18 (52%) antes da

prática do Kung Fu possuíam a autoconfiança baixa. 9 (24%) apresentavam a ansiedade

acima da média enquanto 10 (29%) apresentavam ela alta. 11(32%) possuíam a

sociabilidade baixa e timidez acima da média. Fatores como estes, quanto constantes

podem acarretar com o tempo quadros de Fobia social e síndrome do pânico.

(CAREZZATO, 2008; Rey, 2001).

7 (20%) dos entrevistados possuíam motivação baixa, 6 (17%) vontade de

aprender baixa e 7 (20%) valores na agressividade acima da média. No quesito insônia

foram verificados 5 (14%) com valores acima da média. Não foram verificados valores

negativos significativos na apatia. Tabela2. Avaliação comportamental DEPOIS da prática das Artes marciais

A tabela 2 demonstra os dados dos praticantes depois da prática da A.M. pode-

se destacar por imediato o quesito autoconfiança. No quadro anterior (período antes da

prática) nenhum praticante possuía a autoconfiança Acima da média ou alta. Ao observa

o quadro do período pós A.M Podemos observar que 15 praticantes (44%) possuíam sua

autoconfiança acima da média e 3 (8%) alta.

Outro ponto importante a ser observado é o fator agressividade. No período

antes da prática da A.M apenas 6 praticantes ( 17%) afirmavam ter a agressividade

muito baixa. No período pós A.M esse numero subiu para 14 praticantes (41%).

No quesito sociabilidade podemos verificar no quadro 2 que apenas 1 individuo

possuía a sociabilidade acima da média e 3 praticantes a sociabilidade alta, progredindo

para 10 (29%) e 6 ( 17%) respectivamente.

No quesito insônia, no período pré A.M, 5 (14%) apresentavam-se acima da

média. No período pós A.M esse valor foi reduzido para zero. Ao analisar o fator

timidez verificamos que antes de iniciarem no kung fu, 2 praticantes apenas,

apresentavam valores muito baixos de timidez e 4 praticantes valores baixos. Estes

MUITO

BAIXA B

AIXA N

ORMAL AC.

MÉDIA A

LTA N

/R

Autoconfiança 1 1 13 15 3 1

Agressividade 14 8 9 3

Sociabilidade 1 15 10 6 2

Insônia 12 8 12 2

Timidez 7 1

0 13 4

Ansiedade 5 4 15 5 4 1

Motivação 1 11 13 9

Conhecimento/VdA 13 10

10 1

Apatia 6 1

3 12 3

Page 201: CAPA - nwk.edu.br§ão-Física... · CAPA . 2 Revista dos Alunos de Educação Física ... Thiago Augusto Costa de Oliveira ² RESUMO Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de

201

valores subiram significativamente depois da pratica para 7 (20%) e 10 (29%)

respectivamente.

A ansiedade dos praticantes, motivação e apatia também sofreram alterações

positivas, dando uma atenção especial ao fator vontade de aprender/conhecimento, que

antes da prática se apresentava com 8 (23%) praticantes acima da media e 3 (8%) alta,

passando no período pós arte para 10 ( 29%) acima da média e 10 (29%) alta.

Na ultima pergunta de nossa pesquisa, foi questionado aos Participantes se a

Arte Marcial lhes trouxe algum beneficio a vida. Dos 34 praticantes, 32 (94%)

afirmaram que sim, e 2 (6%) não responderam.

OBS: O tempo de prática em média dos alunos era de 1 a 2 anos de treinamento

Considerações finais

Após verificar a produção cientifica utilizada em nossa revisão de literatura,

planejar e executar uma pesquisa de campo que segue a mesma linha de raciocínio dos

artigos e autores até então mencionados, podemos chegar a conclusão que a Arte

marcial se mostra um auxilio na prevenção de patologias psíquicas, um facilitador para

despertar a vontade de aprender e autoconhecimento dos alunos, sem falar do

desenvolvimento da disciplina e condicionamento físico dos praticantes. Infelizmente

são poucas as produções literárias que envolvem o tema, tornando-se necessárias mais

pesquisas relacionadas ao assunto no Brasil.

Reforçamos que a mesma deveria ser mais trabalhada nas escolas, se possível

por profissionais qualificados da área, ou mestres representantes da mesma. Por fim,

baseado em conteúdos científicos, podemos afirmar que ate o presente momento, a Arte

marcial, independentemente do estilo, se mostra benéfica psicologicamente para seus

praticantes.

OMS: Organização mundial da Saúde

CID: Classificação Internacional de Doenças, da Organização Mundial de Saúde Página 201

A.M: Arte Marcial

DSM - Diagnostic and Statistical Manual / Manual de diagnóstico e estatística , da OMS

Page 202: CAPA - nwk.edu.br§ão-Física... · CAPA . 2 Revista dos Alunos de Educação Física ... Thiago Augusto Costa de Oliveira ² RESUMO Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de

202

Dedico este trabalho a todos os professores e mestres que

participaram da minha vida. Em especial á minha família querida e a

meu Sensei, mentor e amigo Emerson Prado, que me ajudou a trilhar o

meu próprio caminho do guerreiro.

Referencias

ANDRADE, R.V; ET AL. Atuação dos Neurotransmissores na Depressão.

2014. p.37, Trabalho de Conclusão de Curso (Farmácia) UNIPLAC. Planalto central

BATISTA, W.S; ORNELLAS F.H. Relação entre o Exercício físico e o grau

de depressão. Revista Brasileira de prescrição e fisiologia do exercício. Novembro,

2013.

CARVALHO, P.D; ET AL. Condutas de risco à saúde e indicadores de

estresse psicossocial em adolescentes estudantes do Ensino Médio. Cad. Saúde

Pública, Rio de Janeiro, p2095. Nov.2011

CHEIK, N.C; ET AL. Efeitos do exercício físico e da atividade física na

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CAREZZATO, M, C. Uma leitura psicodramática da síndrome do pânico.

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D´REY, G, J, F; ET.AL. Fobia social, mais que uma simples timidez.

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FERREIRA, H.S. As lutas na educação física escolar. Rv de educação física.

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GALLAHUE, D; OZMUN, J. Compreendendo o desenvolvimento motor de

bebes, crianças, adolescentes e adultos. 2 Ed. Phorte: São Paulo,2003

LÓPEZ, R.E. Introdução a psicologia evolutiva de Piaget. Editora Cultural.

São Paulo. 1993

NJAINE, K; MINAYO, M. C. S. Violência na escolar, identificando pistas

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PACHENCO, R, L. A influencia das artes marciais na redução da

agressividade em adolescentes nas aulas de Educação Física. Polêmica, V.11.

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PAIM, C, C, M; PEREIRA, E, F. Fatores motivacionais dos adolescentes para

a prática de capoeira na escola. Matriz, Rio Claro, v10, dezembro 2004.

SOUSA, E.S; VAGO, M.R. A nova LDB: Percussões no ensino da educação

física. Presença pedagógica. Campinas-SP.V.3, N. 16, P,18. Julho 1997

Page 203: CAPA - nwk.edu.br§ão-Física... · CAPA . 2 Revista dos Alunos de Educação Física ... Thiago Augusto Costa de Oliveira ² RESUMO Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de

203

VENANCIO, T. Morte em números: As principais causas de óbito no Brasil

e no mundo. Reportagem. ComCiência. N.163. Novembro de 2014

VIEIRA, C.A; MOREIRA, V.T. A prática do Taekowndo para crianças e

adolescentes. Cascavel – Paraná. 2° semestre 2008

Page 204: CAPA - nwk.edu.br§ão-Física... · CAPA . 2 Revista dos Alunos de Educação Física ... Thiago Augusto Costa de Oliveira ² RESUMO Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de

204

O ESPORTE DE AVENTURA E SEUS BENEFÍCIOS NA

EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

Pedro Navarrete Bento Fernandes¹

Marcus Gomides²

RESUMO

O texto relata os benefícios que o esporte de aventura pode trazer na Educação Física

escolar, tais como: movimentos globais, capacidades física e estimulando a criação de

estratégias para situações do dia a dia. O presente estudo teve como objetivo, por meio

de uma revisão de literatura mostrar os benefícios que o esporte de aventura leva para o

ambiente escolar utilizando o meio ambiente como uma ferramenta de aprendizagem.

Conclui-se que a junção do esporte de aventura com a educação física é muito benéfica

para os alunos, pois o professor irá abordar outras disciplinas do currículo utilizando o

esporte como ferramenta. Além de contribuir para que os educandos adquiram valores

como cidadania, perseverança, superação, cooperação, conhecimento dos próprios

limites, conhecimento corporal, autoestima, criatividade, respeito aos demais e ao meio

ambiente, com responsabilidade e controle emocional, valorizando o trabalho em

equipe, entre outros.

Palavras-chaves: Meio ambiente; Aprendizagem; Beneficiação.

ABSTRACT

The text reports the benefits that adventure sports can bring in school Physical

Education, such as: global movements, physical abilities and stimulating the creation of

strategies for everyday situations. The present study aimed to, through a literature

review, show the benefits that adventure sport brings to the school environment using

the environment as a learning tool. It is concluded that the joining of adventure sport

with physical education is very beneficial for students, because the teacher will

approach other disciplines of the curriculum using sport as a tool. In addition to

helping students acquire values such as citizenship, perseverance, overcoming,

cooperation, knowledge of their own limits, body knowledge, self-esteem, creativity,

respect for others and the environment, with responsibility and emotional control,

among others.

Keywords: Environment; Learning; Beneficiation.

_______________________________

1 Graduando em Educação Física (Licenciatura), Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445,

13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]). 2 Professor em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades Network – Av.

Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected])

Page 205: CAPA - nwk.edu.br§ão-Física... · CAPA . 2 Revista dos Alunos de Educação Física ... Thiago Augusto Costa de Oliveira ² RESUMO Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de

205

1. INTRODUÇÃO

É notável a amplitude em relação aos estudos aplicados com a introdução de esportes de

aventura na educaçao física escolar, conectado o meio ambiente com o ambiente escolar,

desenvolvendo valores humanos como o próprio desenvolvimento motor, afetivo e cultural.

Segundo,Tahara e Filho (2011), no que tangue às atividades de aventura dentro do

ambiente escolar, esclarece que as mesmas devem proporcionar estímulos apropriados aos

diferentes segmentos de ensino, desde a educação infantil até o ensino médio. Dentro deste

percurso é importante destacar um desenvolvimento integral do ser humano, o qual valorize o

acervo motor, cultural, cognitivo e afetivo - social dos alunos tendo como base as atividades de

aventura e a natureza.

A ideia dessa conexão é levar, a esse público jovem, a importância e ampliar o nível

cultural, assim motivar futuros amantes do esporte coligados com a natureza e ampliando a

visão de futuros praticantes. Em estudos é notável a eficácia que se tem com essa forma física

aplicada ao lazer ecológico com práticas esportivas, isto leva ao conhecimento e eleva,

ampliando a curiosidade dos educandos levando a futuros promotores do esporte ligado à

natureza.

De acordo com Armbrust (2010), nas aulas de educação física escolar, o professor pode

utilizar diversas ferramentas pedagógicas e estratégias de intervenção, por meio de

experimentação motriz que converge a processos de desenvolvimento motor, durante todo ciclo

da vida, em reação aos desafios enfrentados diariamente no mundo em constante mutação.

O esporte auxilia os alunos a expandir seu conhecimento de forma simples e satisfatória,

tendo o ambiente escolar ligado à natureza o educador pode desenvolver um trabalho que

englobe todas as disciplinas do currículo. O desenvolvimento de atividades voltadas à natureza

motiva os educandos a aprender de maneira prazerosa. Através do esporte, pode-se promover

uma educação continuada melhorando a qualidade em aula e a aprendizagem, pois a o indivíduo

é levada a desenvolver os conteúdos criando uma relação de cuidado com a saúde e a natureza,

ou seja, ela passa a desenvolver uma relação de respeito com o meio ambiente, percebendo que

ambos estão ligados.

O contato com a natureza faz com que o indivíduo tome consciência da sua interação

com o meio social do qual pertence, esclarecendo suas dúvidas e ajudando a

perceber que o esporte contribui para criar trilhas e alcançar seus sonhos. O esporte

aliado à natureza leva a percepção, contribui para que o ser humano se torne sensível a tudo

que o cerca, torna as pessoas mais cuidadosas com a própria saúde. O conteúdo de Educação

Física , nesta perpectiva contribui para formar cidadãos compromissados em perceber que suas

ações transformam a natureza e as pessoas que fazem parte do grupo social ao qual estão

inseridos.

As atividades desenvolvidas no decorrer das aulas através do esporte faz com que ocorra

o aumento da adrenalina, a sensação de prazer faz com que as aulas consideradas como chatas

se tornem prazerosas,sendo assim os os alunos passam a ter mais interesse em aprender e

entender os conteúdos. A pratica de esportes não pode ficar restrita apenas no horário das aulas

de educação física, dentro de outras disciplinas o mesmo deve ser utilizado.

Em uma aula de Matemática sobre medidas, o professor da disciplina pode trabalhar em

parceria com o de Educação Física e juntos desenvolverem atividades voltadas à compreensão

do aluno sobre o objetivo que se quer alcançar do conteúdo, por exemplo, em uma atividade de

caminhada pode se trabalhar medidas de comprimento e de tempo, ampliando o conhecimento

do aluno de forma prazerosa.

Page 206: CAPA - nwk.edu.br§ão-Física... · CAPA . 2 Revista dos Alunos de Educação Física ... Thiago Augusto Costa de Oliveira ² RESUMO Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de

206

2. Revisão de literatura

Segundo Armbrust e Silva (2012), os esportes radicais começam a chamar atenção da

comunidade acadêmica a partir de diferentes olhares. Seja no lazer, como expressão das AFAN

(ATIVIDADES FÍSICAS DE AVENTURA NA NATUREZA); seja no treinamento, com as

estruturações funcionas para competidores e amadores de corridas de aventura, escalada surfe e

outras, e mais recentemente na área educacional, citada aqui ,a escola propriamente dita, pois os

programas de educação experiencial já acontecem há bastante tempo.

Os esportes de aventura ganharam tanta importância, que os Parâmetros Curriculares

Nacionais (PCN, 1998) apresentam, no eixo transversal "Meio Ambiente”, para os alunos dos 5º

ao 8º anos a necessidade de realizar uma educação com atividades corporais praticadas junto á

natureza: surfe, alpinismo, bicicross, jet-ski, entre outros esportes radicais como, montanhismo,

caminhada, mergulho, exploração de cavernas e atividades de lazer ecológico “(BRASIL, 1998

p.40) apud Lauro”.

Segundo Amrbrust e Silva (2012) , quando pensamos nos inúmeros objetivos de

desenvolvimento humano presentes na EF escolar pensamos que os ER podem ser abordados

para promover a consciência para o enfrentamento das incertezas o que pode colaborar com o

processo do desenvolvimento do pensamento julgamento e comportamento autônomos do

indivíduo, seja em sua vida pessoal , seja voltado a questões do seu coletivo mais próximo ,

como também aquelas relativas ao cuidado com planeta ; Com essas vias diferentes , o esporte

de aventura pode ser trabalhado na escola.

Essas atividades, como componente curricular inovador

dentro da área da Educação Física Escolar, podem ampliar quantitativa

e qualitativamente as vivências dos educados, e aprendizagens,

interligados com a importante abordagem das questões ligadas ao meio

ambiente natural TAHARA; FILHO (2013, p.62).

O esporte de Aventura, além de trabalhar com os aspectos motor, cognitivo, afetivo e

cultural, pode-se dizer que possibilita situações onde ocorre o aumento da adrenalina, trazendo

uma satisfação e prazer para o indivíduo que pratica, saindo da rotina do dia a dia.

Uma das principais características dos esportes radicais é aumento de

adrenalina no corpo humano, fazendo com que o praticante sinta uma grande

satisfação e prazer ao praticar FRANÇA; BOZZ; FURIHATA; SCHIAROLLI,

(2015)

Hoje em dia, com a influência que a mídia tem no mundo, possibilita em um simples

comercial influenciar pessoas a ter curiosidade em conhecer esportes diversificados ,como o

esporte de aventura; assim de modo que o professor pode apresentar em um ambiente escolar o

esporte de aventura ,estimulando o aluno a conhecer novos esportes, onde possa ter

oportunidades reinventar , recriar e transcender indiferente, de gêneros, as habilidades motoras

que podem ser utilizadas em outras modalidades da cultura corporal. O aluno aprende a se

socializar em grupos, a criar regras, debater sobre essas regras e até mesmo mudá-las, com isso

o processo pode estimular os desenvolvimentos moral e social das crianças.

Segundo Vieira, Pereira e Marco (2011), dentro da escola, com um profissional

ensinando e auxiliando, podemos nos utilizar do Parkour para trabalhar os movimentos globais.

Seu conteúdo é rico e estão inseridos movimentos em que o praticante desenvolve e aprimora

seu equilíbrio, agilidade, flexibilidade, força, entre outras habilidades, bem como as

capacidades, além de ser estimulada a criação de estratégias para as situações problemas

apresentadas e possivelmente um avanço no raciocínio das crianças. Tudo isso se divertindo,

mergulhando em um universo novo e desafiador.

Para Armbrust e Silva (2012) ,quando pensamos nos inúmeros objetivos de

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207

desenvolvimento humano presentes na educação física escolar, pensamos que os esportes

radicais podem ser abordados para promover a consciência para o enfrentamento das incertezas,

o que pode colaborar como processo do desenvolvimento do pensamento, julgando, o

comportamento autônomo do indivíduo, seja em sua vida pessoal, sejam voltado às questões do

seu coletivo mais próximo, como também àquelas relativas ao cuidado com o planeta.

Segundo Tahara e Filho (2013), a temática de aventura constitui um conjunto de práticas

recentes dentro da área da Educação Física e podem acontecer sem descriminação de gênero,

habilidades motoras, questões culturais /ou interesses competitivos. Tal temática pode

constituir-se como práticas de elevado poder formativo e, se tratadas de forma pedagógica,

podem auxiliar de maneira eficaz na tarefa de educar os alunos coerentemente para com os

assuntos ligados a educação ambiental e a aprendizagem de algumas modalidades as atividades

de aventura.

De acordo com Leite e Hartmann (2014), dessa forma, professores de outra disciplina

podem estar presentes durantes estas atividades e auxiliar na inter-relação dos conteúdos das

aulas de Educação Física. Por exemplo, o professor de Geografia pode em uma aula de escalada

abordar os tópicos sobre o relevo do local ou os tipos de rocha encontrados; o professor de

Ciências pode abordar a vegetação e a fauna encontradas durante uma aula de Trekking

(caminhada); o professor de Matemática pode explorar medidas de distâncias e diversos cálculos

realizados na natureza.

Para França, Bozz, Furihata,Rosa e Schiarolli (2015), é neste sentido e com esta intenção

que o ensino deste conteúdo pode se torna relevante e significativo aos alunos na escola.

Obviamente, existem algumas dificuldades inerentes ao conteúdo por conta da indisponibilidade

de matérias e de condições para a prática , mas cabe ao professor pesquisar possibilidades de

tratamento didático - pedagógico para o processo de ensino e de aprendizagem, por exemplo, a

utilização de vídeos, fotos, imagens, ou até mesmo convidar um profissional experiente para

dialogar com os alunos sobre determinada modalidade esportiva-radical.

Com estas vias diferenciadas, os ER podem ser trabalhados na escola para um despertar

consciente ao enfrentamento das incertezas, uma vez que se trata de atividades que contém

imprevisibilidades, para um processo de autonomia do indivíduo no coletivo e no cuidado com o

planeta. AMRBRUST; SILVA (2012).

3. Método

Para poder realizar este estudo foi utilizada uma revisão de literatura, através de artigos

periódicos nos anos de 2010 a 2015 para compreender os assuntos relacionados com os

benefícios do esporte de Aventura no âmbito escolar.

A importância dessa revisão de literatura é um aspecto essencial na produção de novos

conhecimentos capazes de influenciar e contribuir para o desenvolvimento teórico-metodológico

da pesquisa realizada.

4. Resultados e discussões

Nos últimos anos, o esporte de Aventura vem crescendo no ambiente escolar, porém

ainda falta divulgação, apoio e professores qualificados para introduzi-los nas escolas, pois é

inevitável que muitos obstáculos irão aparecer para dificultar.

Alguns educadores são resistentes a utilizar os esportes de aventura nas escolas, pois

alegam não ter espaço adequado para tal pratica, porém cabe ao profissional adaptar as

atividades de acordo com a sua realidade, ou seja, pode-se usar os materiais disponíveis na

escola, montando um circuito utilizando bancos suecos, cordas verticais presas nas árvores ou

tabela de basquete. Os recursos devem ser utilizados de acordo com a faixa etária dos

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208

envolvidos.

O trabalho não deve ser realizado de maneira isolado, a equipe escolar deve-se unir e

traçar as estratégias, planejando quais os objetivos e conteúdos que estarão trabalhando. Os

resultados das atividades devem contemplar o trabalho de maneira prazerosa, para que os alunos

com dificuldade consigam avançar na sua aprendizagem. O esporte de aventura no ambiente

escolar é para ser um aliado na pratica pedagógica e educacional, as atividades devem ter uma

finalidade de onde se quer chegar.

Se a equipe de educadores trabalharem pensando nas dificuldades que os alunos

precisam sanar nas matérias do currículo o resultado será benéfico para todos os envolvidos no

processo de aprendizagem do educando.

5. Considerações finais

Através desse estudo podemos notar que são inúmeros os benefícios que o esporte de

Aventura proporciona aos alunos de todas as faixas etárias, eles são perfeitos aliados no auxílio

do desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo e sociocultural. encoraja o indivíduo a superar

seus próprios limites e a ter consciência de suas ações perante o nosso planeta.

A escola é um espaço onde o educador tem a oportunidade de contribuir para a formação

de cidadãos críticos e conscientes de suas ações enquanto pertencente a um grupo. Alguns

alunos só tem a oportunidade de aprender valores no ambiente escolar, por este motivo cabe a

cada profissional envolvido com a aprendizagem dos alunos saber explorar e contribuir na

formação do caráter, pois pessoas sadias ajudam a formar uma sociedade mais humana.

É notável que os alunos apreciem mais as aulas de Educação Física, por isso cabe à

equipe escolar realizar o planejamento envolvendo o profissional desta área nas demais

disciplinas. A geração de hoje busca por desafios, são movidos à adrenalina e as atividades que

envolvem esportes de Aventura são grandes aliadas a auxiliarem os alunos na aprendizagem de

maneira prazerosa, atingindo os resultados de cada disciplina do currículo escolar.

A inserção dos esportes de aventura nas aulas de educação física requer um

planejamento da equipe escolar e envolvimento de todos. É de conhecimento que os espaços

escolares são limitados, além do medo e do preconceito por parte da equipe escolar, pais e a

comunidade local. Por isso a inclusão do mesmo deve ser implantada como uma proposta que

conste no Plano Político pedagógico das instituições escolares.

A falta de espaço não é motivo para não realizar as atividades, o professor deve ser

criativo e adequar os espaços de acordo com que pretende realizar. Também cabe a o professor

estar sempre em constante qualificação, buscando cursos que o auxilie em sua pratica

pedagógica.

É importante que a equipe escolar conheça os educandos, a comunidade onde estão

inseridos e assim fazer um diagnóstico de como a pratica de esportes de aventura irá contribuir

na formação e desenvolvimento dos alunos. Toda mudança requer um começo e disposição para

aceitação do novo, sendo que a resistência nem sempre vem dos alunos e sim da equipe escolar

que muitas vezes não quer sair da zona de conforto.

6. Agradecimentos

Primeiramente quero agradecer a Deus, pois sem Ele não estaria aqui nesse momento tão

especial em minha vida.

A minha mãe, pois ela me ajudou, incentivou muito nessa etapa que se completa, não

teria conseguido sem ela. Dedico minha formação a minha mãe que é minha rainha.

Quero agradecer em especial a uma pessoa que foi e é tudo pra mim, mas infelizmente

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não esta mais entre nós, mas ele lá de cima com Deus, está muito feliz. Pai seu filho está se

formando, te amo muito.

Aos meus irmãos Eduardo e Maria Cristina, aos meus sobrinhos “Pepo”, “Nana” e

“Duda”.

A minha namorada e companheira, que nesta reta final, me apoiou e me ajudou nesta

nova etapa da minha vida, sendo paciente nos momentos em que precisei ficar ausente para

concluir meus estudos.

A Faculdades Network e a toda direção, administração, ao grupo docente que tive o

prazer de aprender e me qualificar para ser um excelente profissional.

Ao meu orientador Marcus Gomides pelo suporte que me deu meu eterno agradecimento

Aos meus amigos que fiz durante esses quatro anos, que hoje se tornaram mais que

amigos, ao prefeito Bill que me acompanhou desde o começo e me incentivou e a todos que me

apoiaram desde o começo até o fim desta jornada, meu muito obrigado. Eu venci.

Referências

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210

OBESIDADE E SEDENTARISMO INFANTIL COMO FATORES DE

RISCO ÀS DOENÇAS CARDIOVASCULARES

Leandro Mezavilla Ribeiro

Marcus Gomides

RESUMO

Estudos científicos demonstram que crianças e adolescentes estão cada vez mais sedentários e

com sobrepeso. O presente estudo teve como objetivo por meio da revisão da literatura

apresentar a importância das atividades físicas e uma boa alimentação para crianças e

adolescentes. A causa de maior relevância é a diminuição dos centros urbanos e o

desenvolvimento tecnológico tornando-os cada vez mais inativos. Outra causa que agrava ainda

mais essa situação é a má alimentação; como redes de fastfood e alimentos ricos em gorduras,

que consequentemente levam a obesidade e a doenças cardiovasculares. Conclui-se que crianças

e adolescentes estão cada vez mais obesas e sedentárias, aumentando o risco de doenças

cardiovasculares na vida adulta.

Palavras-chave: sedentário, obeso, cardiovascular.

ABSTRACT Scientific studies show that children and adolescents are becoming more sedentary and

overweight. The present study aimed to review the literature to present the importance of

physical activities and good nutrition for children and adolescents. The most important cause is

the decline of urban centers and technological development, making them increasingly inactive.

Another cause that further aggravates this situation is poor diet; Such as fastfood networks and

high-fat foods, which consequently lead to obesity and cardiovascular diseases. It is concluded

that children and adolescents are becoming more obese and sedentary, increasing the risk of

cardiovascular diseases in adult life.

Keywords: sedentary, obese, cardiovascular.

1 Introdução

O número de doenças cardiovasculares vem aumentando nos últimos anos e esse

problema já se inicia na infância e juventude.

“Os fatores de risco cardiovascular existentes durante a infância e adolescência tendem a

se manter e influenciar a condição de saúde na vida adulta, portanto, as doenças

cardiovasculares tratam-se igualmente de um problema de cunho infanto-juvenil” (KROTH;

MAIA, 2015).

Graduando em Educação Física (Licenciatura), Faculdades Net Work– Av. Ampélio Gazzeta, 2445-,

Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]). Professor em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades Net Work – Av.

Ampélio Gazzeta, 2445-, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]).

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Alguns fatores a doenças cardiovasculares estão relacionados à obesidade e o

sedentarismo, por isso uma boa alimentação junto às atividades físicas tem papel relevante na

prevenção de doenças.

Os aumentos dos centros urbanos também contribuem para esse quadro, pois as crianças

cada vez mais permanecem presas em suas casas, passando horas em contato com aparelhos

tecnológicos, todos esses hábitos somados a uma má alimentação tornam-se responsáveis no

distúrbio estrutural do organismo humano.

“Os demais fatores de risco cardiovascular, de modo semelhante, apresentam uma alta

freqüência, sobretudo o tempo diário de uso da TV, computador e videogame, o consumo de

álcool, hábitos alimentares de risco e inatividade física.” (KROTH; MAIA, 2015).

Para que esse quadro seja revertido, as mudanças no estilo de vida da criança e até

mesmo da família são imprescindíveis, como por exemplo: uma reeducação alimentar e o

aumento das atividades físicas.

Esse estudo é de extrema relevância para a sociedade, pois a prevenção a doenças ainda

na infância é crucial para uma vida adulta saudável.

Dentro desse contexto, o presente trabalho busca alertar sobre os riscos das doenças

crônicas.

2 Revisão bibliográfica

De acordo com os artigos realizados nos últimos anos, houve um aumento

significativo no índice de doenças cardiovasculares, dentre alguns fatores estão relacionados à

obesidade e o sedentarismo.

Dessa perspectiva “Segundo os últimos dados do Ministério da Saúde, as DVC são

responsáveis pela grande parte da mortalidade dos brasileiros, correspondendo a 31% do total”

(SCHERR; RIBEIRO, 2009).

Para Alves et al (2005) e Almeida et al (2000), a inatividade física juntamente com a

obesidade em adolescentes vem aumentando rapidamente e isso pode-se tornar um grande fator

de risco para doenças cardíacas dentre outras doenças crônicas.

Fonte: https://newsemcimadahora.wordpress.com/2011/04/12/grafico-causas-da-obesidade-no-brasil/

Devido ao grande aumento dos centros urbanos onde se concentram a maior parte das

crianças, a redução dos seus espaços de lazer e a falta de confiabilidade dos pais na questão de

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segurança, fez com que se agravasse o nível de sedentarismo na infância e adolescência fazendo

com que permaneçam cada vez mais reclusas em suas casas.

O levantamento do nível de conhecimento e a importância da prática de

atividade física na infância e na adolescência fazem-se necessário, pois muitas crianças

e adolescentes deixam de brincar de correr, pular, jogar adequadamente por até anos e

ficam horas e horas em frente à televisão, jogando vídeo game ou navegando na

internet, muitas das vezes rumo ao nada culminando com o aumentando do índice de

inatividade física na infância e na adolescência. (MACHADO, 2011, p. 10).

Para Lancarotte et al (2009) ; Kroth e Maia (2015), as crianças brasileiras variam de três

a quatro horas diárias em frente a televisão, videogames e computadores do que no convívio

social.

É importante considerar que as redes de fastfood fazem um grande apelo ao público

infantil, principalmente através da mídia, fazendo com que se torne cada vez mais precoce a

introdução desses alimentos no dia a dia.

Crianças e adolescentes tem se comportado de maneira sedentária se aliando a

maus hábitos alimentares com a diminuição de alimentos nutricionais como frutas,

verduras, legumes e aumento do consumo de alimentos ricos em gorduras como

sanduíches, salgadinho e frituras provocando o aumento de doenças crônicas na idade

adulta. (BRACCO et al, 2003 apud MACHADO, 2011, p. 11).

Contudo, ressalta Petrelluzzi; Kawamura; Paschoal (2004), que o estresse de vida,

juntamente com as redes de comidas industrializadas e o desenvolvimento tecnológico são os

principais responsáveis pelo distúrbio estrutural do organismo humano.

Segundo Gama et al (2007), a manutenção da saúde é de imprescindível importância

durante a infância, pois o sobrepeso adquirido persiste na vida adulta acompanhada de diversos

fatores para doenças crônicas.

Para Soares e Petroski (2003), as mudanças do estilo de vida da criança e da família são

de primordial importância no combate da obesidade infantil. Juntamente com a reeducação

alimentar e o aumento de atividades físicas são possíveis obterem-se melhorias nos hábitos

diários em longo prazo. No âmbito escolar, o acompanhamento do educador físico é

fundamental, pois possui um contato direto com a criança diariamente sendo possível observar

mudanças de peso como nenhum outro profissional da área escolar.

No auxilio desse trabalho, além dos pais e professores, outros profissionais da área da

saúde, tais como médicos, psicólogos e nutricionistas, podem auxiliar e facilitar o diagnostico,

orientando no controle de sobrepeso. Hoje a obesidade e um dos problemas mais graves de

saúde publica, deste modo e preciso ficar atentos aos sinais de alerta.

Molina et al (2010), Gomes et al (2012), Scherr e Ribeiro (2009), acreditam que a

descoberta precoce da obesidade infantil é de suma importância pois, quanto antes diagnosticada

pode ser realizadas ações de promoção à saúde.

De acordo com a lei (BRASIL. Lei 11.721, 2008, art. 1)fica instituído o dia 11 de

Outubro como o Dia Nacional da Prevenção da Obesidade. Porém, esta data não trás eficácia

precisa nas realizações de campanhas para o combate à obesidade infantil. A falta de informação

para a população e conscientização da prevenção da doença, não tem grandes proporções como

as campanhas feitas para câncer de mama, dengue, AIDS entre outras.

3 Objetivo

Averiguar os fatores de risco para às doenças cardiovasculares e meios de prevenção.

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4 Método

Foi utilizada uma revisão de literatura, através de artigos e periódicos nos anos de 2000 à

2015, para obter uma ideia atual e precisa sobre o tema.

5 Resultados e Conclusão

Através desse estudo notamos como as crianças estão cada vez mais obesas e

sedentárias, e os fatores de risco são a inatividade física, a má alimentação e o avanço

tecnológico, podendo levar a sérios danos a sua saúde na vida adulta. Os pais e responsáveis

devem ficar atentos a essa situação realizando mudanças no estilo de vida da criança, uma

reeducação e o estimulo a pratica esportiva. No âmbito escolar os professores de educação física

têm um papel muito importante, pois eles têm o contato diário com a criança, podendo notar

mudanças físicas como nenhum outro profissional da área escolar, utilizando de meios simples

como o calculo do IMC (índice de massa corporal) e medida da circunferência abdominal.

Porem, ainda falta muita informação sobre esse assunto para a sociedade, deve-se introduzir

palestras nas escolas e bairros ou até mesmo campanhas como já são feitas para AIDS, câncer

de mama, dengue entre outros.

6 Considerações finais

Verificamos a necessidade de alertar as crianças e os pais sobre os riscos da obesidade e

do sedentarismo, causados pela má alimentação, avanços tecnológicos e a inatividade física.

Esses hábitos iniciados ainda na infância podem se perpetuar durante a vida adulta.

A prevenção primaria é um dos meios para evitar ou diminuir o risco a doenças

cardiovasculares. Devem-se fazer mudanças ainda na infância, para que na fase adulta ela

usufrua de uma boa qualidade de vida sem riscos a doenças crônicas.

7 Agradecimentos

Agradeço esse trabalho primeiramente a Deus por estar sempre do meu lado, aos meus

pais que me ajudaram nessa importante fase da minha vida dando todo apoio para que esse

sonho se realizasse, a minha família e todos os amigos que sempre acreditaram em mim. A

Faculdade NetWork, seu corpo docente, direção, administração e funcionários. Ao meu

orientador Marcus Gomides pela a atenção e suporte.

E a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu

muito obrigado.

Referências

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214

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10/10/2016.

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215

A INFLUÊNCIA DO SEDENTARISMO INFANTIL NO

DESENVOLVIMENTO MOTOR

Guilherme da Silva Casari

3

Marcus Gomides4

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo averiguar as principais causas do sedentarismo infantil e sua

influencia no desenvolvimento motor destas crianças. A busca de dados ocorreu através de uma

revisão de literatura, os estudos apontam que todas as crianças que são sedentárias em ambos

ambientes, escolar e social, demonstram dificuldades no seu desenvolvimento motor, afetivo e

social. Alguns motivos para o sedentarismo infantil, temos: O acesso, cada vez mais precoce, da

tecnologia, o crescimento da violência urbana e o aumento da densidade de veículos . Concluí-

se que as crianças que não praticam atividades físicas escolares e extracurriculares, sendo elas

lúdicas ou não, possuem dificuldades para ter um desenvolvimento motor adequado e ate

mesmo em atividades básicas do dia a dia.

Palavras-chave: Sedentário, desenvolvimento, tecnologia.

ABSTRACT

Studies show that all children who are sedentary in both environments, school and social,

demonstrate difficulties in motor development, affective and social. Having as some reasons for

this child inactivity, Access, increasingly early, technology, growth of urban violence and

increasing vehicle density. Through a literature review, this study aims to investigate the main

causes of child inactivity and its influence on the motor development of these children.

Concluded that children who do not practice school and extracurricular physical activities,

whether recreational or not, have difficulties to have a proper motor development and even in

basic activities of daily life.

Keywords: Sedentary, development, technology.

1 INTRODUÇÃO

Desenvolvimento motor está diretamente relacionado a idade cronológica do individuo e

também esta associado a atividade executada, características do individuo e do ambiente. Este

desenvolvimento motor, ocorre mais intenso durante a infância, principalmente no período

escolar, onde a criança tem seu primeiro contato com atividades escolares que irão exigir o

desempenho motor e domínio do corpo.

Segundo Sá CSC, et al (2014), mudanças sociais, econômicas e espaciais têm interferido

diretamente no desempenho motor, tornando os indivíduos mais sedentários. O que agrava o

3 Graduando em Educação Física (Licenciatura), Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000,

Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]). 4 Professor em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades Network – Av. Ampélio

Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected])

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216

desenvolvimento motor, principalmente quando relacionado ao sedentarismo na infância, a falta

de atividades físicas comprometem diretamente o desempenho motor e equilíbrio destas

crianças, podendo prejudicar o aprendizado escolar no modo geral das mesmas.

O desenvolvimento de hábitos saudáveis na infância e a pratica de atividades físicas ou

lúdicas são de extrema importância para desenvolver elementos básicos da motricidade grossa e

fina, equilíbrio estático e dinâmico, organização espacial e lateralidade. O que nos alerta sobre o

atual estilo de vida da sociedade, incluindo as crianças.

Esta revisão de literatura tem como objetivo, pesquisar artigos que mostram como o

sedentarismo infantil tem interferido diretamente no desenvolvimento motor e os principais

fatores do sedentarismo infantil.

2 REVISAO DE LITERATURA

Vários fatores relacionados ao sedentarismo, tem tido um aumento nos últimos anos,

sendo assim elevando o numero de crianças sedentárias em todo o pais. “A televisão, na

atualidade, representa uma das principais formas de passatempo humano de todas as faixas

etárias, inclusive crianças desde a mais tenra idade. Longos períodos em frente à TV podem

conduzir ao sedentarismo.” DE CAMARGO et al (2008).

“As crianças tornaram-se menos ativas nas últimas décadas, incentivadas pelos avanços

tecnológicos.” OLIVEIRA et al (2010). O que leva ao declínio quando se trata do

desenvolvimento motor destas crianças.

Nos últimos anos, mudança social, econômica e espacial tem interferido no

comportamento das crianças. A falta de experiência motora e da pratica de programas

de atividades físicas direcionadas são grandes causadores do sedentarismo em crianças,

adolescentes e adultos, que compromete o desempenho motor SÁ; CARVALHO;

MAZZITELLI, (2014).

Os movimentos aprendidos nos primeiros anos de vida caracterizam a base para

aprendizado motor futuro. “As habilidades motoras que a crianças adquire nessa fase serão

aperfeiçoadas e se tornarão habilidades básicas na adolescência e na fase adulta” (SÁ;

BELLINTANE; MARQUES, 2008). Crianças que se desenvolvem em ambientes que estimulam

a pratica de exercícios ou atividades físicas, tem mais facilidade para o seu desenvolvimento

motor, assim como o torna mais acelerado do que em relação a crianças que crescem em

ambientes desestimulantes a pratica de exercícios físicos.

O fato das crianças substituírem as brincadeiras clássicas tais como:

pega-pega, jogar bola, isto é, atividades nas quais envolvem movimento físico

por jogos eletrônicos, computadores, videogames, entre outros, podem

comprometer a saúde física e psicológica da criança, provocando

isolamento social da mesma, pois, cada vez mais crianças são acometidas pelo

fenômeno da obesidade em função do sedentarismo causado pelos dispositivos

eletrônicos. DE PAIVA, DA SILVA COSTA, (2015).

Portanto as atividades físicas ou atividades lúdicas extracurriculares são de extrema

importância no desenvolvimento motor e manutenção da saúde das crianças. Auxiliando no

desenvolvimento motor como também no desenvolvimento social das crianças, estimulando o

convívio das mesmas em ambientes sociais favoráveis para a pratica de exercícios físicos ou

brincadeiras clássicas, a troca desses hábitos saudáveis por hábitos sedentários como

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videogames, computadores ou passar o tempo livre em frente à televisão, pode ter graves

consequências na vida das crianças, como a obesidade e prejudicar seu desenvolvimento, seja

ele motor ou social. “Especialmente em crianças e jovens, a atividade física interage

positivamente com as estratégias para adoção de uma dieta saudável, desestimula o uso do

álcool, das drogas e tabagismo, reduz a violência e promove a integração social.” OLIVEIRA et

al (2010).

“Recentemente os Centros para Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC) e o

Colégio Americano de Medicina do Esporte relataram que, aproximadamente, 250.000 vidas

são perdidas anualmente devido ao estilo de vida sedentário.” DALCASTAGNÉ et al (2012).

Sabe-se que movimentos fundamentais são requisitos básicos para a pratica de atividades

físicas, consequentemente crianças que possuem dificuldades em executar habilidades motoras

básicas, terão menor probabilidade a pratica de atividades motoras escolares, reduzindo o

desenvolvimento motor e participações em atividades físicas futuras que auxiliam na qualidade

de vida (POETA LS et al, 2010).

O crescimento da violência urbana, o aumento da densidade de veículos e a falta de

lugares apropriados para a pratica de exercícios físicos no horário de lazer, tem feito com que as

crianças procurem outras atividades, das quais não se exige grandes gastos caloricos, como

brincar com jogos eletrônicos, cursos de informática e idiomas, ou ate mesmo deveres de casa.

"O sedentarismo, características própria destes tipos de atividades, aliado ao alto consumo de

alimentos industrializados, constitui uma das causas do aumento da taxa de obesidade infantil”

(KREBS et al, 2011). A televisão tem sido um dos maiores problemas contra o sedentarismo,

sendo que uma das mídias que mais cresceu nos últimos anos, e também uma das mídias que

mais influenciam nos últimos anos. "Um dos fatores socioculturais que interfere no

desenvolvimento da criança é a televisão, por ser o veículo de comunicação que mais se

expandiu ao longo das últimas décadas."(SÁ; BELLINTANE; MARQUES, 2008).

O contato precoce das crianças do século XXI com a tecnologia seja ela um DVD,

celulares de ultima geração ou computadores, desestimula a pratica de atividades lúdicas básicas

como, jogar bola na rua, pega-pega, pique esconde, entre outras atividades que contribuem para

que as crianças tenham um desenvolvimento motor, social e afetivo. “Nesse sentido, os

diapositivos eletrônicos, tais como: tabletes, computadores, celulares de ultima geração jogos

eletrônicos fazem parte do processo de industrialização, tal fenômeno influencia diretamente na

maturação cognitiva, afetiva e social das crianças, já que, o sedentarismo é inerente ao processo

de automação gerado pela tecnologia” (DE PAIVA, DA SILVA COSTA, 2015).

3 OBJETIVO

Objetivo deste estudo foi verificar a influencia do sedentarismo infantil no

desenvolvimento motor.

4 MÉTODO

Foi realizada uma Revisão de literatura, através de artigos e periódicos, para obter uma

ideia atual e precisa sobre o tema e também para a delimitação do problema, para o

desenvolvimento do conhecimento.

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5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Notamos que o sedentarismo infantil, esta diretamente ligado ao declínio do

desenvolvimento motor das crianças nas escolas hoje em dia, juntamente ao avanço tecnológico

e seu fácil acesso pelas crianças, acarretando no desinteresse da pratica de atividades físicas

tanto escolares como na sua hora de lazer, verificamos também que o desempenho motor destas

crianças, esta ligado ao ambiente em que ela esta inserida. Com este estudo podemos destacar

que o desenvolvimento motor na infância e no inicio da idade escolar, é de extrema importância

não só pelo desempenho motor, como também para que se desenvolvam socialmente e

afetivamente, possibilitando assim um futuro sem muitas dificuldades para a realização de

tarefas básicas destes indivíduos, tornando-os perceptíveis a pratica de atividades físicas, seja

ela lúdica ou não.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base neste estudo, podemos notar o aumento de crianças sedentárias, influenciando

diretamente no desempenho motor. Podendo assim agravar a saúde e o desenvolvimento social e

afetivo dos indivíduos sedentários, levando em conta que o desenvolvimento motor na infância

é de extrema importância para adquirir habilidades básicas do dia a dia. O que nos leva a refletir

sobre o papel que o professor de Educação Física tem na vida destas crianças, podemos e

devemos induzir e auxiliar nossos alunos a pratica de hábitos saudáveis e a pratica da atividade

física seja ela lúdica ou não, tornando as aulas de Educação Física escolar uma janela para que

as crianças tenham conhecimento da importância na pratica de exercícios físicos ao longo de

suas vidas.

7 AGRADECIMENTOS

Quero agradecer a Deus por ter me dado saúde e sabedoria para completar mais essa fase

em minha vida.

A minha família que sempre me apoiou incondicionalmente nesta caminhada.

A Faculdades Network, a todo seu grupo docente, a direção e administração que juntos

me concederam a oportunidade de ser um profissional qualificado.

Ao meu orientador, Marcus Gomides, pelo suporte no tempo em que lhe coube.

Aos meus companheiros de turma, que hoje vieram a ser verdadeiros amigos e a todos

que direta e indiretamente estiveram me apoiando em minha formação, o meu muito obrigado a

todos.

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DALCASTAGNÉ, Giovanni et al. Influência dos pais no estilo de vida dos filhos e sua

relação com a obesidade infantil. RBONE-Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e

Emagrecimento, v. 2, n. 7, 2012.

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Page 220: CAPA - nwk.edu.br§ão-Física... · CAPA . 2 Revista dos Alunos de Educação Física ... Thiago Augusto Costa de Oliveira ² RESUMO Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de

220

ATE QUE PONTO A ESCOLA E AS AULAS DE EDUCAÇAO FISICA

EXERCEM INFLUENCIA SOBRE A OBESIDADE INFANTIL?

Marcia Aurea de Oliveira Sousa¹

Thiago Augusto Costa de Oliveira²

RESUMO

É notório que tem aumentado a cada dia a incidência de casos de obesidade nas crianças e

adolescentes, é na escola onde deve haver as maiores intervenções para controle e combate

desses casos. Com base nessa afirmação o objetivo deste estudo foi averiguar a influência

exercida pela escola e as aulas de Educação Física sobre a obesidade infantil, qual o papel do

professor e das escolas no combate do sobrepeso/obesidade. Esse trabalho foi desenvolvido a

partir de uma revisão bibliográfica de caráter qualitativo. Após pesquisa entendemos que a

escola e os professores de Educação Física têm um papel decisivo no estilo de vida da criança.

Palavras-chave: Obesidade infantil, Educação Física escolar, Escola.

ABSTRACT

It is notorious that has increased every day the incidence of obesity in children and adolescents, is

at school where there should be major interventions to control and combat these cases. Based on

this statement the purpose of this study was to investigate the influence of the school and

physical education classes on child obesity, the role of teachers and schools in the fight

overweight / obesity. This work was developed from a literature review of qualitative. After

research we understand that the school and physical education teachers play a decisive role in

the child's lifestyle.

Keywords: Childhood Obesity, Physical Education, School.

(1) Graduanda em Educação Física (Licenciatura), Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000,

Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]).

(2) Professor Mestre em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades Network – Av.

Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected])

Page 221: CAPA - nwk.edu.br§ão-Física... · CAPA . 2 Revista dos Alunos de Educação Física ... Thiago Augusto Costa de Oliveira ² RESUMO Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de

221

1 Introdução

A obesidade infantil é definida como acúmulo excessivo de gordura em regiões

específicas ou no corpo como um todo afetando negativamente a saúde ou o bem estar da

criança. É sabido que dentre os fatores que contribuem para o desenvolvimento da obesidade

são destaques a má alimentação e a falta da prática de atividades físicas, além de fatores

biológicos, comportamentais e psicológicos (FILHO, 2013; CORNACHIONI; ZADRA;

VALENTIM, 2011).

Um ambiente onde é notório a presença da obesidade infantil é a escola, tanto é verdade

que esta instituição tem reconhecido o seu papel na luta contra o sobrepeso e obesidade infantil e

podem constituir-se em um ambiente favorável para medidas de prevenção e intervenção. Estas

instituições de ensino assumem esse papel porque as crianças passam boa parte do seu tempo

nesse ambiente o que a torna uma parte crítica do meio social que modela a alimentação e o

padrão de atividade física das crianças.

Assim, a escola, como promotora de saúde, é propícia à aplicação de programas de

educação em saúde em larga escala, incluindo programas de educação nutricional e programas

de atividade física (MAYER; WEBER, 2013).

Segundo Giugliano e Carneiro (2004) nas últimas décadas, as crianças tornaram-se

menos ativas incentivadas pelos avanços tecnológicos. Uma relação positiva entre a inatividade,

como o tempo gasto com televisão, internet e videogame, e o aumento da adiposidade em

escolares foi observada. O aumento da atividade física, por outro lado, diminui o risco de

obesidade, atuando na regulação do balanço energético e preservando ou mantendo a boa forma.

Ainda, Giuliano e Carneiro (2004) relatam que 75% da rotina diária das crianças

abrangem o tempo de sono e o tempo sentado. Para os autores, o número de horas de sono

interfere na gordura corporal em crianças. O sono pode atuar favoravelmente na manutenção

da composição corporal e deve ser estimulado nos casos de sobrepeso e obesidade.

Diante das informações o presente estudo buscou verificar a influencias das aulas de

Educação Física e da escola no sobrepeso/obesidade.

2 Revisão bibliográfica

O estudo de Giugliano e Carneiro (2003) teve como objetivo investigar a relação de

atividade diária e horas de sono com sobrepeso e obesidade em escolares estudando alguns

fatores familiares como escolaridade, obesidade e atividade física diária dos pais. O estudo foi

realizado em duas fases: na primeira foram avaliados o IMC e a gordura corporal dos escolares

classificando-os através dos resultados em grupos considerados normais, com sobrepeso e

obesidade; na segunda fase os grupos receberam um questionário para que fosse preenchido

pelos pais dos alunos. De com os resultados a porcentagem de gordura media foi crescente e as

diferenças observadas foram significativas entre os grupos principalmente comparando o grupo

dos escolares considerados normais com o grupo com obesidade. Foram constatadas diferenças

na rotina das crianças quanto ao tempo de permanência sentados, horas de sono diária, grau de

escolaridade dos pais e frequência em atividades físicas. Os autores sugerem que a tendência ao

sedentarismo demonstrada neste estudo pode ter relação com as horas de sono diárias o que

pode favorecer a redução da gordura corporal e ainda destacam a importância da educação

familiar na diminuição dos casos de sobrepeso e obesidade nas crianças. O estudo ressalta

ocorrência elevada de sobrepeso e obesidade em escolares de classe média e média-alta, e

aponta fatores predisponentes ao sobrepeso e obesidade como a inatividade, redução das horas

de sono diárias, ocorrência em um ou em ambos os pais.

Page 222: CAPA - nwk.edu.br§ão-Física... · CAPA . 2 Revista dos Alunos de Educação Física ... Thiago Augusto Costa de Oliveira ² RESUMO Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de

222

O estudo de Celestrino e Costa (2006) teve como objetivo analisar a relação dos

escolares obesos com a atividade física nas aulas de Educação Física escolar e em seu tempo

livre. Foi feita uma pesquisa descritiva com 42 adolescentes com idade entre 10 e 12 anos,

alunos do ensino fundamental de uma escola da rede privada. As variáveis foram analisadas por

meio de questionário das atividades diárias e avaliação da composição corporal, analisando o uso

de equipamentos eletrônicos, atividade física da semana, atividade física do final de semana,

prática de esportes, participação nas aulas de Educação Física, atividades físicas prazerosas das

aulas de Educação Física, adesão aos jogos ou brincadeiras tradicionais. A avaliação da

composição corporal constituiu-se pelas medidas de peso e estatura. As medidas coletadas foram

aplicadas na formula utilizada para calcular o IMC, a saber: (peso/ altura ²). Os resultados

provenientes do cálculo desta fórmula foram comparados a uma tabela de IMC por sexo e idade

classificando assim os sujeitos da amostra em sujeitos na faixa de peso normal sobrepeso e

obesidade. De 42 indivíduos avaliados, 20% apresentaram sobrepeso, 30% obesidade e 50%

peso normal, entre a população com sobrepeso/obesidade verificou-se que a prevalência de

obesidade é maior entre o sexo feminino pois 33% das meninas foram classificadas como

obesas. Os grupos com sobrepeso/obesidade apresentaram maiores medias de tempo para uso de

equipamentos eletrônicos como videogame, TV e internet. Os índices de sobrepeso e obesidade

encontrados nesta pesquisa, 50% de uma amostra composta por 42 indivíduos evidenciam a

gravidade do problema e a necessidade de profilaxia em meios próprios como a escola em

especial nas aulas de Educação Física. No que se refere as atividades realizadas pelos indivíduos

com sobrepeso/obesidade durante o tempo livre da semana notou- se principalmente entre o sexo

feminino a predominância de atividades com caráter sedentário, como assistir TV e fazer lição de

casa. Com relação ao sexo masculino, as atividades sedentárias ou de baixo gasto energético

estavam presentes e houve maiores porcentagens de meninos que conciliam equipamentos

eletrônicos com brincadeiras do que as meninas. Após análise dos dados os autores concluem

que os escolares com sobrepeso/obesidade praticam menos atividade física que escolares com

peso normal, mostrando-se mais ativos nos finais de semana que durante a semana, em especial

as meninas. Além disso foi observado que os indivíduos participam das aulas de Educação

Física, mas um fator que pode minimizar ou desmotivar essa participação é o tipo de atividade

proposta. Diante desta informação os autores sugerem que que o profissional de Educação

Física deve selecionar melhor seu repertorio de atividades que serão aplicadas nas aulas.

Mayer e Weber (2013) buscaram verificar a prevalência e a utilização de práticas de

prevenção e controle de sobrepeso e obesidade em duas escolas públicas. Para responder sua

pergunta os autores verificaram o peso, altura, IMC e também uma entrevista com o diretor das

escolas. Participaram da pesquisa, além dos diretores das 2 escolas, 139 alunos de 5° e 6° ano

com idade entre 10 e 14 anos de idade (sendo 64% do sexo feminino e 36% do sexo masculino).

Foi realizada uma análise qualitativa das respostas discursivas presentes na entrevista feita aos

diretores verificando as práticas escolares no controle da obesidade, verificou-se também o peso e

altura dos alunos calculando assim o IMC e por fim realizando a comparação entre as escolas. Os

resultados demonstram que 13% das crianças estão com sobrepeso e 5% com obesidade, a

desnutrição apresentou uma porcentagem de 9% e 73% estavam com peso considerado normal;

na escola “1”, 12% apresentavam sobrepeso e 3% obesidade enquanto na escola “2”, 14%

apresentavam sobrepeso e 7% obesidade. As escolas afirmaram não adotar nenhuma medida

para o controle de sobrepeso/obesidade apesar dos resultados apresentarem uma média de 13%

de sobrepeso e 5% de obesidade esse tema parece não ser considerado um problema para as

escolas, porém as mesmas afirmam estarem preocupadas com a alimentação equilibrada e

atividade física da criança. Diante do exposto os autores sugerem que o excesso de peso teve sua

incidência elevada entre as crianças pesquisadas e ainda que é importante considerar o papel das

escolas no desenvolvimento do excesso de peso das crianças através de trabalhos

Page 223: CAPA - nwk.edu.br§ão-Física... · CAPA . 2 Revista dos Alunos de Educação Física ... Thiago Augusto Costa de Oliveira ² RESUMO Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de

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desenvolvidos junto a comunidade, constituindo um ambiente promotor de saúde que ter

influência nas condições de um IMC saudável o que pode ajudar no controle da obesidade e

contribui para um desenvolvimento mais saudável.

O estudo de Mazzoccante et al. (2013) teve como objetivo investigar se avaliações

antropométricas (AA) estão sendo realizadas nas escolas pelo professor de Educação Física e

ainda se há um retorno dessas avaliações ao aluno. Trata-se de um estudo transversal, descritivo e

analítico, realizado com 35 professores dos ensinos fundamental e médio. A investigação se deu

por meio da aplicação de um questionário objetivo contendo 17 questões que visam analisar os

seguintes aspectos: sexo e idade dos professores, tempo de conclusão do curso superior,

realização intra ou extracurricular da disciplina, medidas e avaliação em educação física, bem

como a realização de uma auto avaliação, avaliação sobre o nível de conhecimento e domínio do

conteúdo de técnicas de medidas e avaliação em educação física. Os resultados apresentados

demonstram que, apesar de 71,4% e 31,4% dos professores de escolas pública e particular,

respectivamente, terem cursado na graduação e/ou terem participado de algum curso

extracurricular sobre medidas e avaliação, apenas 42,9% realizavam AA em seus alunos. Esses

resultados permitem aos autores sugerir que a não realização das AA não se deve à falta de

instrumentalização do professor durante a realização do curso superior. É importante destacar

que não se observa campanhas educativas que abordem os temas sobrepeso e obesidade.

O estudo de Corrêa e Silva Filho (2008) teve como objetivo investigar as escolhas de

adolescentes de ambos os gêneros em relação a atividades de caminhada em aulas de educação

física. Os participantes foram rapazes e moças adolescentes (N = 158), com média de idade de

14,52 anos, estudantes de oitavas séries do ensino fundamental. O trabalho foi desenvolvido

como parte do programa do componente curricular Educação Física, pelo próprio professor. Foi

utilizada uma lista de nove atividades de caminhada, organizada em quatro temas: social, jogo,

competição e exercício/ “fitness”. A pesquisa foi realizada em nove dias/aulas, nos quais a cada

três os alunos escolhiam a atividade a ser realizada de uma lista de três atividades. Os resultados

mostraram que na primeira escolha (três primeiras aulas), as atividades de caminhada com

cunho social obtiveram mais escolhas do que aquelas de exercícios; nas três aulas seguintes,

segunda lista de escolha, as caminhadas em forma de jogo e competição foram mais escolhidas

do que aquelas de exercícios; e, nos três últimos dias de aula (terceira lista), as caminhadas com

características sociais foram mais escolhidas do que aquelas com características de jogo e, que

essas últimas foram mais escolhidas do que as caminhadas em forma de competição.

Concernente às comparações entre rapazes e moças, o teste estatístico mostrou que no primeiro

dia os rapazes escolheram mais as caminhadas com exercícios e com competição, as moças,

contudo, elas escolheram mais a caminhada social mais do que os rapazes. Verificou-se que este

último resultado (caminhada social) se repetiu no segundo dia. O estudo mostra que a liberdade

de escolha do aprendiz tem sido foco de investigação em vários campos do conhecimento como,

por exemplo, Aprendizagem Verbal e Cognitiva, Aprendizagem Motora e Pedagogia do

Movimento esses resultados deveriam ser replicados para conferir a consistência das conclusões

e implicações levantadas. Além disso, os autores sugerem que estudos futuros são necessários

para investigar questões relativas a como as escolhas se manifestam em relação ao avanço na

escolaridade. Os estudos mostram que é importante lembrar que, independentemente de uma

única ou de diferentes atividades, a liberdade de escolha pode ser manipulada de diferentes

formas.

Já Melo e Lopes (2013) tiveram como objetivo analisar a associação entre o índice de

massa corporal (IMC) e a coordenação motora das crianças A amostra foi constituída por 794

crianças de ambos os sexos (meninas: n = 398; meninos: n = 396) com idades compreendidas

entre os 6 e os 9 anos. O teste de coordenação motora para crianças KTK foi o instrumento

utilizado para a avaliar a coordenação motora. O KTK é composto por quatro provas: equilíbrio,

saltos monopedais, saltos laterais e transposição lateral. De acordo com os valores de corte do

Page 224: CAPA - nwk.edu.br§ão-Física... · CAPA . 2 Revista dos Alunos de Educação Física ... Thiago Augusto Costa de Oliveira ² RESUMO Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de

224

IOTF para o IMC, a prevalência de sobrepeso e de obesidade é de 20 e 9,8% respectivamente, o

que é consistente com os dados para população infantil portuguesa da mesma idade, sendo

31,5% obesas ou com sobrepeso. Os valores mostram, uma tendência para os meninos

apresentarem, em todas as idades, melhor desempenho coordenativo do que as meninas. Uma

das principais causas da obesidade, quer em crianças quer em adultos, é o sedentarismo. As

crianças despendem muito tempo vendo televisão ou em outras atividades sedentárias em frente a

uma tela. Os resultados do presente estudo mostram que são as crianças com sobrepeso e

obesas, aquelas que marcadamente apresentam baixos níveis de coordenação motora,

comparativamente às crianças com peso normal, que a coordenação motora é um preditor

significativo nas mudanças de IMC das crianças. O estudo destaca, ainda, a potencial

importância da promoção do desenvolvimento da coordenação motora nas crianças na

diminuição dos níveis de obesidade. É sugerido que a instrução sistemática e a disponibilidade

de tempo e espaço adequados para a prática são fatores significativos que contribuem para a

melhoria da proficiência motora nas crianças. Em conclusão, os pesquisadores apontam que a

coordenação motora está moderada e negativamente associada com o IMC e a associação

aumenta durante a infância. As crianças com sobrepeso e obesas de ambos os sexos apresentam

menores níveis de coordenação motora do que as crianças normoponderais.

Burgos et al. (2009) procuraram mostrar que o estilo de vida é entendido como tudo

aquilo que se vive e se faz no dia a dia (em casa, no trabalho, na escola, no lazer, com os amigos,

entre outros) é resultado da educação, da cultura da atividade física e desportiva, do convívio em

sociedade e de toda dinâmica globalizada que chega às nossas vidas. São sujeitos deste estudo

2486 escolares de Santa Cruz do Sul, município localizado no centro do Estado do Rio Grande

do Sul, região sul do Brasil, sendo estratificados por conglomerados: 690 escolares do centro,

1165 da periferia urbana, 631 do meio rural; 1241 escolares do sexo masculino, 1245 do sexo

feminino que responderam a um questionário. Os dados mostraram que programas de atividade

física, realizados na escola, consistem das aulas de Educação Física e de outras oportunidades

relacionadas à prática dessas atividades, como atividades durante o recreio e intervalos, prática

esportiva entre os escolares, bem como estímulo aos escolares a caminharem e a andarem de

bicicleta mais frequentemente, nas horas de lazer. Ainda, o oferecimento de uma Educação

Física de qualidade, na escola, faz com que os escolares se tornem mais ativos fisicamente.

Entre os escolares avaliados, 1942 são praticantes (78%) e 544 (22%) não praticantes de

atividades lúdico-desportivas. Porém, do total dos escolares do sexo masculino, 1046 (84,3%)

são praticantes e 195 (15,7%) são não praticantes. Já, do sexo feminino, 896 (72%) são

praticantes e 349 (28%) são não praticantes de atividades lúdico-desportivas. O estudo constatou

que os locais mais utilizados para a prática de atividades são: o pátio da casa (em todas as

regiões, com resultados mais expressivos na zona rural), quadra da escola (na região centro) e a

rua (na periferia). Os autores sugerem, de forma geral, que esta temática relacionada ao contexto

social mais amplo, faça parte dos conteúdos curriculares da Educação Física e dos demais

componentes curriculares das escolas e integre as políticas públicas que contemplem espaços e

atividades físicas e esportivas de lazer, que enriqueçam e eduquem para o desenvolvimento do

lazer em todos os conteúdos culturais.

O estudo de Cornachion, Zadra e Valentim (2011) procurou apresentar os fatores que

influenciam a obesidade infantil e discutir a importância da educação física escolar na

prevenção dessa patologia, há muito tempo nota-se o excesso de peso e o sedentarismo explícito

na vida das crianças e jovens no mundo. O presente estudo tem características de pesquisa

básica, que visa ampliar os conhecimentos teóricos sobre o tema, além de ter caráter descritivo,

bibliográfico e interdisciplinar. O método utilizado foi de revisão de literatura em livros e

artigos relacionados à obesidade infantil, educação física escolar e qualidade de vida na

infância. O estudo destaca que geralmente a criança obesa é pouco hábil no esporte, não se

destacando. A ginástica de academia não é lúdica e dificilmente é tolerada por um longo

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período, porque é um processo repetitivo. Ideias criativas são necessárias para aumentar o gasto

calórico e do metabolismo, principalmente no período de férias e atividades como descer

escadas do edifício onde mora, pular corda, brincar de pega-pega na quadra devem ser

incentivadas. A escola é sugerida como o local mais apropriado para as intervenções

relacionadas à saúde, já que é o local mais acessível para crianças e adolescentes, como

sugerem. Os autores afirmam que a escola e a educação física escolar devem oferecer uma

educação voltada para a saúde, já que se identificam com interesses relacionados à saúde

pública. Sendo a obesidade uma preocupação da saúde pública, é necessário proporcionar às

crianças conceitos relacionados à aptidão física, atividade física e saúde. É muito importante que

seja incorporado ao currículo formal das escolas, em diferentes séries, o estudo de nutrição e

hábitos de vida saudável, pois neste local e momento é que pode começar o interesse, o

entendimento e mesmo a mudança dos hábitos das crianças, por intermédio dos professores. O

presente estudo conclui que a obesidade infantil pode trazer sérios problemas para a saúde, por

isso é importante que o profissional de Educação Física oriente e incentive seus alunos a

praticarem exercícios físicos não só pela competição, mas pela própria saúde. A escola tem que

estimular os alunos a terem uma alimentação saudável, mas nada disto é válido sem ter a

cooperação dos pais.

O estudo de Filho (2013) teve como objetivo verificar os benefícios da disciplina de

educação física escolar para a saúde, sua contribuição no combate e prevenção da obesidade, e

como alunos e professores percebem as aulas de Educação Física. A amostra da pesquisa foi

constituída por 20 alunos com idade entre 10 e 20 anos, distribuídos de 6º ao 9º ano do ensino

fundamental escolhidos de forma aleatória. A pesquisa será desenvolvida a partir de uma

abordagem qualitativa, O instrumento de pesquisa foi um questionário com 07 (sete) perguntas

semiestruturadas com o objetivo de verificar a visão que os mesmos têm da disciplina de

Educação Física, importância alimentar e também se praticam algum esporte ou exercícios

físicos regularmente, bem como o conhecimento que os alunos têm sobre a obesidade. Quando

perguntados a respeito da participação de todas as atividades propostas dentro da aula de

educação física, 16 entrevistados, totalizando 80% afirmaram participar de todas as atividades

propostas nas aulas de educação física; três responderam que participam parcialmente nas

atividades, totalizando 15% e 01 respondeu que não participa de nenhuma atividade totalizando

5%. Os resultados mostram que atividade física traz benefícios para todas as pessoas, mesmo as

que não têm problemas com o peso. De acordo com os dados levantados para esta pesquisa

observou-se que há um grande número de crianças e adolescentes com baixo peso, seguido por

um índice significativo de peso normal. Desta forma, a criança mantém um contato direto e

permanente com a atividade física por toda sua vida. Tendo maior satisfação na realização das

atividades físicas, maior será seu desejo de se exercitar, dessa maneira o exercício deixa de ter

uma conotação de sofrimento. Diante do grande número de casos de obesidade existente

atualmente e das consequências provocadas por ela em todas as idades, no caso das crianças e

adolescentes, a conscientização sobre o problema deve incluir informações aconselhando sobre

hábitos alimentares e prática de atividade física para aplicação no seu cotidiano.

O estudo de Mello e Costa (2015) teve por objetivo verificar se a quantidade de pratica

de atividade física em escolares pode ter influência no sobrepeso e na obesidade. Participaram

do estudo 16 crianças de ambos os sexos, com uma faixa etária de 09 a 11 anos de idade alunas

de uma escola particular do município de Nova Odessa-SP. Foi aplicado um questionário com

perguntas especificas sobre quantidade de vezes que a crianças faz aula de Educação Física; Se

dentro da aula o professor discute as doenças causadas pela obesidade; outra questão sobre a

ingesta de alimentos não saudáveis; a quantidade de prática de atividade física fora do ambiente

escolar. Os resultados mostram que a maioria das crianças gostam de praticar atividade física

escolar, após análise do questionário podemos observar que todas as crianças participam duas

vezes por semana das aulas de Educação Física; todas relatam que o tema obesidade é abordado

Page 226: CAPA - nwk.edu.br§ão-Física... · CAPA . 2 Revista dos Alunos de Educação Física ... Thiago Augusto Costa de Oliveira ² RESUMO Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de

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e discutido nas aulas; com relação a prática de atividade física fora da escola e quantas vezes

elas brincam por semana podemos verificar que a maioria pratica entre 2 e 3 vezes por semana,

mas o que nos chamou a atenção foi que apesar da maioria consumir alimentos não saudáveis de

3 a 7 vezes na semana isso não influenciou no aumento da obesidade. Estes dados levaram os

autores a concluir que o fator da atividade física não influenciou no peso corporal. Com essas

informações foi sugerido que o fator pratica de atividade física não influenciou nos resultados,

mas e o que pode ser considerado como um fator de risco para um futuro não muito saudável e

ainda com ganho de peso foi a alimentação. As escolas deveriam incentivar as cantinas a

planejar melhor o cardápio com alimentos mais saudáveis, pois as crianças passam horas dentro

da escola e precisam de uma alimentação que seja equilibrada.

Em síntese a obesidade tem sido fruto de inúmeros estudos, visto que os impactos das

consequências do aumento de peso são catastróficos para a população. O objetivo dos estudos se

difundem apontando questionamentos sobre a importância da educação física escolar no

controle da obesidade em crianças e adolescentes, até que ponto fatores familiares influenciam

nessa condição como mencionam Giugliano e Carneiro (2004), Celestrino e Costa (2006),

Cornachion, Zadra e Valentim (2011), Filho (2013), Mello e Costa (2015). Outros estudos

buscaram identificar as ações das escolas no trabalho de prevenção da obesidade, as escolhas

dos alunos em relação às atividades físicas e se estão sendo realizadas as avaliações

antropométricas nos alunos como meio de prevenção do sobrepeso/obesidade. Mayer e Weber

(2013); Mazzoccante, et al.(2013); Corrêa e Silva Filho (2008); Melo e Lopes (2013).

Já Burgos, et al.(2009) tiveram como objetivo mostrar que atividade física e estilo de

vida entende-se por tudo aquilo que se vive e faz no dia a dia sendo resultado de sua educação e

da cultura da atividade física e desportiva incentivadas pelas aulas de educação física.

Para responder os questionamentos os estudos de Giugliano e Carneiro (2004),

Celestrino e Costa (2006), Mayer e Weber (2013), Mazzoccante. (2013), Filho (2013), Mello e

Costa (2015) Avaliaram crianças e adolescentes através de questionários onde coletavam dados

como idade, peso, altura, IMC, estilo de vida e atividades diárias para classificar os grupos com

sobrepeso e obesidade. Já Melo e Lopes (2013) utilizaram o KTK, teste de coordenação motora

em crianças; Cornachion, Zadra e Valentim (2011) fizeram uma pesquisa simples com caráter

descritivo e bibliográfico para mostrar que o incentivo as atividades lúdicas com ideias criativas

pode ajudar a manter uma boa qualidade de vida nas crianças.

Burgos et al.(2009) utilizaram critério da ABIPEME (Associação Brasileira de Institutos

de Pesquisa de Mercado). Para mostrar que programas de atividade física, realizados na escola,

consistem das aulas de Educação Física e de outras oportunidades relacionadas à prática dessas

atividades auxiliam no gasto calórico e manutenção da boa forma corporal.

Os resultados destes estudos apontam que o sobrepeso e a obesidade apresentam um

número significativo em crianças e adolescentes, sendo ainda mais constantes em crianças do

sexo feminino, uma vez que os meninos apresentam, em todas as idades, melhor desempenho

coordenativo do que as meninas. Uma das principais causas da obesidade, quer em crianças quer

em adultos, é o sedentarismo (GIUGLIANO; CARNEIRO, 2004; MAYER; WEBER, 2013;

BURGOS et al.,2009; MELO; LOPES, 2013). Os grupos com sobrepeso/obesidade

apresentaram maiores medias de tempo para uso de equipamentos eletrônicos como videogame,

TV e internet (CELESTRINO; COSTA 2006).

Por fim Filho (2013), Mello e Costa (2015), Cornachion, Zadra e Valentim (2011)

identificaram que a escola é sugerida como o local mais apropriado para as intervenções

relacionadas à saúde pois a maioria das crianças gostam de praticar atividade física escolar,

portanto a escola e a educação física escolar devem oferecer uma educação voltada para a saúde, já

que se identificam com interesses relacionados à saúde pública.

As conclusões dos estudos de Mayer e Weber (2013), Mazzoccante et al.(2013), Corrêa e

Silva Filho (2008); Burgos et al.(2009), constatam o papel das escolas no desenvolvimento

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do excesso de peso e um IMC saudável das crianças uma vez que é possível incorporar à

programação de aulas de Educação Física Escolar atividades lúdico/desportivas para despertar o

interesse dos alunos pela atividade física, dando a elas liberdade de escolha nas atividades

propostas para aula. Para Mello e Costa (2015) as escolas deveriam incentivar as cantinas a

planejar melhor o cardápio com alimentos mais saudáveis, pois as crianças passam horas dentro

da escola e precisam de uma alimentação que seja equilibrada. Auxiliando, ainda mais, na

manutenção da boa forma nos alunos e prevenindo-os do sobrepeso/obesidade.

Giugliano e Carneiro (2004), Melo e Lopes (2013), Cornachion, Zadra e Valentim

(2011) concluem que a obesidade infantil pode trazer sérios problemas para a saúde, por isso é

importante que o profissional de Educação Física oriente e incentive seus alunos a praticarem

exercícios físicos, incentivando o desenvolvimento motor das crianças, a coordenação motora

está moderada e negativamente associada com o IMC e a associação aumenta durante a infância

assim como a educação familiar; A importância da educação, principalmente materna, é

demonstrada pela maior ocorrência de sobrepeso e obesidade nos escolares cujas mães tinham

um menor grau educacional, sugerindo assim que pode ser um fator de risco para obesidade dos

filhos.

Celestrino e Costa (2006) e Filho (2013) após análise dos dados concluem que os

escolares com sobrepeso/obesidade praticam menos atividade física que escolares com peso

normal, mostrando-se mais ativos nos finais de semana que durante a semana. Diante desta

informação os autores sugerem que o profissional de Educação Física deve selecionar melhor

seu repertorio de atividades que serão aplicadas nas aulas e também incluir informações

aconselhando sobre hábitos alimentares e prática de atividade física para aplicação no seu

cotidiano.

Diante as considerações verificadas junto a literatura o presente estudo buscou verificar a

influencias das aulas de Educação Física e da escola no sobrepeso/obesidade.

3 Objetivo

O objetivo do presente estudo foi verificar até que ponto a escola e as aulas de Educação

Física escolar influenciam na obesidade infantil.

4 Método

Foi feita uma pesquisa qualitativa concretizada através de uma revisão de literatura.

Inicialmente o tema foi pesquisado em livros, dissertações e teses e posteriormente em base de

dados e em periódicos. O método de análise dos textos e dos artigos foi influído pela literatura

(NELSON; THOMAS, 2012; CERVO; BERVIAN, 2007), seguindo a ordem de leitura de

reconhecimento, leitura seletiva, leitura crítica ou reflexiva e por fim a leitura interpretativa.

5 Resultados e conclusão

Após analises dos estudos verificamos que as escolas têm um papel relevante na

manutenção de peso das crianças uma vez que as mesmas passam várias horas do dia no

ambiente escolar e precisam de uma alimentação balanceada, além de incorporar à programação

de aulas de Educação Física Escolar atividades lúdico/desportivas para despertar o interesse

dos alunos pela atividade física. O professor de Educação Física por sua vez tem o papel de

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orientar e incentivar a pratica de exercícios uma vez que as crianças que apresentaram

sobrepeso/obesidade apresentam maior quantidade de horas sentado e mostrando-se

mais ativos nos finais de semana.

Desse modo concluímos que se as escolas, juntamente com o professor de

Educação Física, tivessem um melhor planejamento voltado para essa questão, com

cardápios saudáveis, informações aconselhando sobre hábitos alimentares e prática de

atividade física em um repertorio de atividades que seriam aplicadas dando a elas

liberdade de escolha nas atividades propostas para aula reduziríamos a ocorrência de

sobrepeso/obesidade aos escolares.

6 Considerações finais

Com base nos resultados podemos afirmar que a escola é o local mais

apropriado para as intervenções relacionadas à saúde e apesar de estarem preocupadas

com os índices de sobrepeso/obesidade, não tem um projeto voltado para a prevenção

e combate da obesidade infantil.

Os professores de Educação Física por sua vez precisam assumir que seu papel

na escola é de proporcionar bons hábitos tanto alimentares como da prática de

atividade física diária nas crianças. Sendo assim, o correto seria uma parceria da escola

e dos professores juntamente com a comunidade em que a escola está inserida,

promoverem um projeto de saúde e bem estar onde todos tivessem a oportunidade de

participar, para que toda a família da criança esteja inserida nesse projeto e assim

conseguirmos reduzir o número de casos de obesidade.

Referencias

GIUGLIANO, R.; CARNEIRO, E. C. Fatores relacionados a obesidade.

Revista Scielo Brasil; Brasília/ DF. 2003.

CELESTRINO, J. O.; COSTA, A. S. A pratica de atividade física em

escolares com sobrepeso e obesidade. Revista Mackenzie de Educação Física e

Esporte. v 5. n. especial, p. 47-54, 2006.

MAYER, A. P. F.; WEBER, L. D. A influência da escola na alimentação e na

atividade física da criança. Camine: caminhos

da educação.

http://periodicos.franca.unesp.br/index.php/caminhos/article/view/682 Franca SP, v.

5, n. 1. 2013.

MAZZOCCANTE, R. P; SOUSA, I. C; SALES, M. M; MELO, G. F;

NETO, W. BCAMPBELL, C. S. G; A avaliação antropométrica em crianças tem

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sido realizada nas escolas para prevenção do sobrepeso e obesidade? Revista

Mackenzie de Educação Física e Esporte. v. 12, n. 2, p. 76-88, 2013.

CORRÊA, U. C; SILVA FILHO, A. S. A escolha de adolescentes em relação

a atividades de caminhada em aulas de educação física. Revista Brasileira de

Educação Física e Esporte, São Paulo, v.22, n.2, p.149-59, abr./jun. 2008.

MELO M. M.; LOPES V.P. Associação entre o índice de massa corporal e a

coordenação motora em crianças. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte,

São Paulo, Jan-Mar; v. 27(1), p. 7-13, 2013.

CORNACHIONI, T. M; ZADRA, J. C. M; VALENTIM, A. A obesidade

infantil na escola e a importância do exercício físico. EFDesportes.com, Revista

digital. Buenos Aires, v.16, n. 157, Jun. 2011.

FILHO, D. J. S. Educação física como ferramenta de prevenção da

obesidade, 2013.

MELLO, D.R.; OLIVEIRA, T.A.C. Atividade física x Obesidade. Revista dos

Alunos de Educação Física-Faculdades Network. Nova Odessa/SP, ano 2. v. 4, n.

1, p. 20-26, 2015.

CERVO, A.L.; SILVA, R. Metodologia Científica. Pearson Education - 6ª Ed.

2007.

THOMAS, J.R.; NELSON, J.K. Métodos de Pesquisa Em Atividade Física -

6ª Ed. São Paulo: Artmed. 2012.

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RUGBY: INSERÇÃO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Vitor Hugo de Morais Novais

5

Marcus Gomides6

RESUMO

Este trabalho representa a dedicação de obter matérias que possam relatar sobre a

possível didática na prática do rugby nas escolas brasileiras, tento em vista uma

preocupação de construção da formação dos alunos, a abordagem para esta modalidade

nas escolas é justificada, na medida em que são poucos os trabalhos que falam sobre

este tema. Tendo em vista que este conteúdo é considerado próprio da disciplina de

educação física e com intenção de falar sobre o Tag Rugby que é uma modalidade de

iniciação deste esporte e sua implantação na educação física escolar, e ainda ressaltando

os motivos desta implantação, as dificuldades que geralmente são encontradas pelos

professores de educação física e os resultados obtidos depois da inserção do esporte no

âmbito escolar.

Palavras chaves: Tag Rugby, Implantação, Escolar.

ABSTRACT

This work represents the dedication to get materials that can report on the possible

teaching the practice of rugby in Brazilian schools, try to view a concern for the

construction of training of students, the approach to this sport in schools is justified

insofar as they are few studies that talk about this topic. Given that this content is

considered to own the physical education discipline and intend to talk about the Tag

Rugby is a form of initiation of this sport and its implementation in physical education,

and also emphasizing the reasons for this deployment, the difficulties usually

encountered by physical education teachers and the results after the insertion of sport

in schools.

Keywords: Tag Rugby, Implementation, School.

Introdução

Há algumas contradições à respeito da origem do Rugby no mundo. Alguns

historiadores afirmam que se originou durante a uma partida de football realizada em

1823, na Rugby School. Onde, um londrino chamado William Webb Ellis, entediado

com a monotonia do football, teria agarrado a bola em seus braços e, desrespeitando as

regras do jogo vigentes da região, que não permitia que a bola fosse segurada com as

5 Graduando em Educação Física (Licenciatura), Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445,

13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]).

6 Professor Especialista em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades

Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail:

[email protected]).

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mãos, avançou rumo ao campo adversário, enquanto os oponentes tentavam segurá-lo

para impedir a sua progressão (COLLINS, 2009) citado por Sambrana (2014)

. A Rugby School (A Rugby School, uma escola pública situada em uma cidade

chamada Rugby, na Inglaterra fundada em 1567) é apontada como referência de marco

importante para a promoção do Rugby, pois além de se situar na Cidade de

Rugby(cidade da Inglaterra) , abordava uma metodologia de ensino diferente das outras

escolas públicas daquela época. Acreditavam na possibilidade do esporte como uma

maneira formativa na construção do indivíduo, o ser social. Tinham pra si, ideais de que

um aluno aprendia melhor dentro da escola, praticando algo mais produtivo, do que se

ficasse mundo afora, rodeado de vícios e bebidas (CENAMO,2010) citado por

Sambrana (2014).

No contexto escolar brasileiro o Rugby esta presente na grade curricular do

primeiro ano do ensino médio, porem quase não vem sendo trabalhado, e devido a nossa

cultura do futebol vem a reforçar ainda mais falta de conhecimento da modalidade;

Nesse entendimento inserir o rugby na escola pode ser relevante para reforçar valores

sociais e humanos.

Desta maneira, será verificado como o Rugby pode ser aplicado nas aulas de

Educação Física Escolar pelo professor para a formação global dos alunos. Foi

desenvolvido um levantamento do estudo do Rugby sobre a questão da agressividade

positiva dos alunos, nas quais estão inseridos os benefícios do desporto para os alunos

na escola.

O esporte é fruto da modernidade. Entretanto, o esporte para estar na escola, e

ser ensinado na escola, isto é, tornar-se um esporte “da” escola, deve ser reelaborado

consolidado em um meio educativo para além da repetição e da mecanização, da

finalidade única da técnica e do rendimento, em que os mais fracos e os menos

habilidosos são colocados à margem e marcados pela exclusão.

Oliveira, (2004). Citado por Sambrana (2014) Fala que no Brasil, o Rugby

chegou ao final século XIX e princípio do século XX, onde a disseminação do futebol

era dominante. Entretanto, a dispersão do Rugby entre as elites locais não ficou muito

distante daquela apresentada pelo futebol. Tanto que o primeiro time de Rugby, o São

Paulo Athletic Club, foi idealizado por Charles Miller, o mesmo que organizou o

primeiro time de futebol do Brasil. Entretanto, a equipe foi descontinuada em 1896,

quando Miller passou a se dedicar apenas ao futebol.

A Confederação Brasileira de Rugby é o órgão que incentiva os diversos

projetos relacionados à este desporto. Assim, uma de suas ações é o apoio a projetos de

Tag Rugby, desenvolvidos pelos clubes em escolas ou organizações, por exemplo. O

Tag Rugby é um jogo de iniciação ao Rugby, e tem como suas principais características,

a ausência do contato físico. As equipes do Tag Rugby são constituídas tanto por

meninas quanto por meninos, o que promove integração entre os participantes, além de

não possuir nenhum critério físico para a sua prática esportiva. Pode ser praticado

mesmo 12 em espaços reduzidos, quadras, entre outros, locais que encontramos na

realidade das escolas brasileiras (SAMBRANA, 2014 p.11)

Objetivo

Tendo com objetivo saber se a implantação do Rugby é eficiente nas aulas de

educação física escolar como atividade pedagógica; Nas escolas brasileiras o professor

de educação física deverá buscar conhecimento do rugby através de equipes locais onde

poderá aprender sobre a pratica esportiva, e como professor poderá aprender e ensinar

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com a equipe local além de tornar-se um divulgador do esporte e um captador de

jogadores para a equipe local sendo assim, um divulgador do esporte. Buscar

informações do esporte nos Sites das Federações nacionais, regionais e Internacionais

para conseguir materiais teóricos para possuir embasamento teórico para suas aulas no

meio escolar.

Revisão Bibliográfica.

O Rugby foi criado na Inglaterra em 1823 por um aluno no meio da sua aula de

educação física, em que no meio da sua aula Willian Webb Elis pegou a bola e saiu

correndo em direção ao gol da equipe adversária. (Confederação Brasileira de Rugby,

2010); Não existe algo que fale que é obrigatória a inserção do Rugby nas escolas

nacionais; mas por outro lado a implantação desse esporte é de grande importância, pois

pode melhorar a capacidade de desenvolvimento psicológico dos alunos, devido a

diversas situações de jogo na qual o aluno ira presenciar; O Rugby se subdivide em

diversas modalidades, como o Rugby Tag. Que nada mais é que a iniciação deste

esporte; O Bitoque Rugby que não se deferência muito do Tag, mudando apenas a

numeração dos pontos e algumas regras da defesa; O Jogo da azeitona Rugby, que

também se assemelha com o Bitoque Rugby porem a mudança esta no método de

progressão do adversário com a bola; O Touch Rugby que se diferencia na quantidade

de jogadores que vai de acordo com o espaço podendo chegar ate 15 jogadores para

cada time e o método de obstrução da defesa é tocar no jogador que estiver com a bola;

o Quad Rugby que é uma modalidade bem especifica e muito diferenciada das demais,

pois é uma modalidade para cadeirantes; e ainda o Beach Rugby, que é uma modalidade

que se joga na areia e diferente do Tag o Beach Rugby tem contato físico.

A chegada do Rugby no Brasil vem por meio de intercâmbios, Cerano (2010)

citado por Sambrana (2014) salienta que um dos fatores mais fortes para a difusão do

Rugby naquela época, foram os intercâmbios estudantis dos imigrantes britânicos nas

terras brasileiras, onde eles traziam consigo um pouco da cultura do football.

Oliveira (2004) citado por Sambrana (2014) relata que o primeiro clube de

esporte fundado no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, foi em 1875, e era conhecido

como Paissandu Crickect Clube. Ainda no Rio de Janeiro, em 1891, o Clube brasileiro

de futebol Rugby, foi o primeiro clube a desenvolver atividades sobre o Rugby, tendo

com o seu pioneiro um jovem brasileiro que havia recém chegado da Inglaterra, Luiz

Leonel Moura, onde La havia tido contato com o Rugby.

Tratando do assunto em questão, a implantação do Rugby nas escolas vem sendo

através do Rugby Tag, pois é uma modalidade de iniciação deste esporte; O Tag Rugby

tem algumas características básicas como, por exemplo, bola deverá ser transportada

sempre com as duas mãos, para ser passada a qualquer momento; uma das suas

principais características do Rugby e do Tag Rugby é que a bola só pode ser passada

para o lado ou para trás.

Bola A bola de rúgby é de formato oval, varia de 28,0 cm à 30,0 cm, com uma

circunferência total de 74,0 cm a 77,0 cm, e de seção transversal de 58,0 cm à 62,0 cm,

sua pressão deve estar entre 65,71 e 68,75 kPa, tendo assim, entre 410 à 460 gramas.

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(https://www.google.com.br/search?q=passe+do+rugby&espv=2&biw=1066&bih=626&source=lnms&tbm

=isch&sa=X&ved=0ahUKEwj_0qf65dPPAhUKEpAKHXLvBcoQ_AUIBigB&dpr=0.75#tbm=isch&q=bola+do+rug

by&imgrc=nBvNNLF5-bYY4M%3A)

Campo O campo é de formato retangular, tem comprimento máximo de 144 metros e

largura máxima de 70 metros, e não há um mínimo determinado. A superfície é

preferencialmente de grama, sendo que a grama artificial é permitida caso esteja em

acordo com as regulações do World Rugby. O jogo pode ser sobre a neve, desde que a

neve e a superfície subjacente sejam seguros para tal. Não é permitido jogar-se em uma

superfície dura permanente como concreto ou asfalto, porem nas escolas o jogo se torna

adaptável em diferentes locas, atendendo as necessidades de cada escola.

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A linha que marca o início do in-goal, também chamada de linha de meta, é

considerada parte dele. As linhas laterais são consideradas fora de campo. Caso um

atleta em posse da bola toque na linha lateral é considerado que a bola saiu do campo.

(Gilber, Portal do Rugby, 2016)

Uniforme dos jogadores

Itens permitidos (a) O jogador pode usar uma camisa, camiseta ou colete e um

shorts para tag; (b) A organização pode permitir a utilização de um cinto de tag com as

fitas fixadas; (c) O cinto de tag deverá ser preso por cima da roupa e na altura da

cintura; (d) A camisa, camiseta ou colete devem estar para dentro do short a todo o

momento; (e). Os tags devem ser devidamente posicionados nos dois lados e na altura

do quadril, sendo uma cor para cada equipe.

Itens proibidos (a). Um jogador não poderá usar qualquer item que tenha sido

contaminado por sangue; (b). Um jogador não poderá usar nada que seja afiado e

abrasivo; (c). Um jogador não poderá usar nenhum item que tenha fivela, presilha,

anéis, dobradiças, fechos, parafusos, material rígido ou projeção de outra forma não

permitida pela Lei no 4º do livro de Leis de Rugby da IRB, fora o cinto do tag. (D). Um

jogador não poderá usar jóias como colares, brincos e anéis; (e). Um jogador não poderá

usar luvas, mas luvas sem os dedos serão permitidas; (f). Um jogador não deverá

utilizar qualquer item além dos normalmente permitidos na Lei no 4º do livro de Leis de

Rugby da IRB.

O árbitro tem poder para decidir a qualquer momento, antes ou durante o jogo,

que um jogador tenha partes perigosas ou ilegais nas roupas. Se o árbitro decidir que a

roupa é ilegal ou perigosa, ele deverá ordenar ao jogador que retire ou troque. O jogador

não poderá retornar até que tenha trocado ou removido o item.

(Federação Paulista de Rugby, Leis do Tag Rugby, São Paulo, p 1-24. 2015)

Início e Recomeço do Jogo

No meio campo, com um pontapé livre. Quando há ensaio, recomeça da mesma

forma, contudo o pontapé livre é efetuado pela equipa que sofreu ensaio (ultrapassar a

linha adversária).

Outras situações de recomeço do jogo:

1. A equipe adversária terá que recuar no terreno até atingir uma distância de 5m

do portador da bola;

2. A equipe com posse de bola recomeça o jogo com pontapé livre no local das

seguintes situações:

3. Quando um jogador intencionalmente joga a bola com o pé;

4. Quando há um passe para frente;

5. Quando há falta;

6. Quando o jogador que tem a bola sai pela linha lateral;

7. Quando a bola sai pela linha lateral.

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Ataque

No ataque o portador da bola deve avançar e os restantes jogadores devem

colocar-se atrás do portador da bola de forma a apoiar (décalage).

O portador da bola deve correr livremente com a bola e fintar os adversários,

mas poderá passar a bola caso não tenha espaço livre é sua frente, ou se um colega de

equipa se encontrar em melhor posição para avançar e marcar ensaio.

Defensores

Na defesa os jogadores devem:

Avançar para reduzir o espaço aos adversários e movimentar-se para a posição

onde consigam executar TAG;

Retirar a fita do cinto do portador da bola, para parar a progressão do portador

da bola, o que o obriga a parar e passar a bola;

Posicionar-se em linha com os colegas de equipa para diminuir o espaço de

passagem do ataque.

Em cada TAG o defensor tem que respeitar sempre a sequencia:

1. Retirar a fita e gritar TAG;

2. Levantar o braço;

3. Entregar a fita.

4. Fora de Jogo

O fora de Jogo apenas tem lugar quando há um TAG. Quando há um TAG todos

os jogadores da equipa que defende devem recuar até estarem colocados atrás do

defensor que tem a fita na mão.

Se um jogador está fora de jogo e intercepta, impede ou atrasa o passe, é

marcada falta a equipa que defende. Neste caso o jogo recomeça com um pontapé livre

onde o TAG foi realizado pela última vez.

Pontuação

Para marcar ensaio basta passar essa linha, não sendo necessário tocar com a

bola no chão, valendo um ponto.

1. Corrida com bola

2. Recebe a bola em aceleração;

3. Corre para frente;

4. Transporta a bola nas duas mãos;

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5. Passa o peso do corpo de um pé para o outro;

6. Evita o adversário, procura espaços livres;

7. Muda de direção.

Passe e Recepção

1. Comunica com os colegas de equipa;

2. Corre na direção da bola;

3. Braços virados para o lado de aonde vem o passe, com as mãos abertas;

4. Olhar para onde se vai passar;

5. Rotação do tronco e dos MS para executar o passe;

6. Transfere o peso do corpo para acompanhar a recepção e o passe;

7. Termina com os braços e cabeça virada para onde se executou o passe.

(https://www.google.com.br/search?q=passe+do+rugby&espv=2&biw=1066&bih=626&source=lnms&tbm

=isch&sa=X&ved=0ahUKEwj_0qf65dPPAhUKEpAKHXLvBcoQ_AUIBigB&dpr=0.75#imgrc=oFR0tG25bpXWz

M%3A)

Defesa

1. Olha em frente;

2. Baixo centro de gravidade;

3. Costas direitas;

4. Joelhos semifletidos;

5. Peso na ponta dos pés não podendo estar paralelos.

(GOMES, D. SOARES, D. SANT’ANNA, H. SANT’ANNA, I. FRANÇA,

M. JACKOB, T, Pensando o Rugby na escola, 2014)

Princípios do Jogo

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“O Rugby é um jogo de invasão e evasão; uma vez adquirida a posse da bola, o

objetivo é levá-la para frente (portando ou chutando-a) dentro do território adversário e,

finalmente, marcar pontos. É importante que todos compreendam os princípios

fundamentais do jogo e como eles se relacionam com as habilidades necessárias para se

jogar”.

(Rugby ready: a collective responsibility, 2007)

Mendes (2012) relata que o Rugby deveria ser implantado em meio às aulas

da educação física, pois acredita que melhoraria os valores sociais e humanos dos

alunos; Coll et al. (2000).

Alunos e alunas do Ensino Médio da E.E. Alexandre Von Humboldt,

localizada na região oeste de São Paulo, dão relatos sobre o que o Rugby oferece para

eles; Entre os alunos, o jogo é visto por diferentes perspectivas. Para uns, é sinônimo de

amizade. Para outros, serve como melhora na qualidade de vida. “São os valores como

respeito, disciplina e união que tem o time. Eu não vejo nenhum outro esporte assim,

com toda essa união entre os jogadores”, afirma o aluno Caio Alexandre Dias Padilha.

“O rugby me ensina a ter mais humildade com os amigos, aprender a ter

mais comprometimento, colaboração em equipe, e outras coisas. Também me auxilia

muito em questões que envolvem a minha saúde”, revela Igor José Chavez de Ornelas,

outro praticante do esporte.

(Rugby é aliado na educação de alunos em escola da rede estadual, São

Paulo, 2015)

Zabala (1998) citados por Teodoro (2015) relatam que esses valores,

atitudes e modelos de conduta são essenciais para a socialização do aluno; para isso eles

propõem três dimensões para o desenvolvimento dos conteúdos: a dimensão conceitual,

que fala que todos os alunos devem saber sobre a definição, origem, história mudanças

entre outros; a dimensão procedimental que fala que todos os alunos devem saber os

fundamentos básicos, regras e táticas do jogo; e a dimensão atitudinal que fala que todos

devem ter respeito, honestidade e coletividade no jogo.

Mesmo nos dias de hoje com tanta acessibilidade para se fazer algo, ainda

existe várias barreiras que impede o ensino do rugby nas escolas nacionais; Mendes

(2012); Vaz (2005) e Abreu (2011) concordam que a prática do Rugby nas escolas ainda

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esta muito limitada devidas algumas dificuldades encontradas como falta de espaço,

falta de conhecimento do esporte tanto dos professores quanto dos alunos um certo

desinteresse das escolas, falta de recursos e materiais (bolas e tags), falsa imagem do

jogo como sendo muito violento, medo de lesões dos alunos e também por termos um

esporte predominantemente cultural em nossos país que é o futebol.

Nas escolas particulares a implantação do rugby se torna bem mais fácil e

acessível, devido a sua infra-estrutura e poder aquisitivo; em setembro de 2012, o Try

Rugby trouxe 12 técnicos ingleses da Premiership Rugby para ensinar o esporte a

alunos do Sesi-SP. De acordo com Pflug, a proposta de intercâmbio foi apresentada em

2012 ao presidente do Sesi-SP, Paulo Skaf, que incentivou a ação. “O rúgbi no Brasil

ainda está engatinhando e o Sesi-SP dará esta contribuição ao Brasil”, afirmou Skaf em

setembro, lembrando que a modalidade esportiva será disputada nos Jogos Olímpicos

do Rio de Janeiro, em 2016, no ano de 2011 a coordenadoria do Sesi-SP foi à Inglaterra

para tomar conhecimento sobre o projeto da Liga de Rugby inglesa. Em setembro de

2012, o projeto foi iniciado, levando um técnico para cada unidade de ensino do Sesi-

SP”, disse Silva (2012), coordenador de Esporte e Lazer do Sesi-Campinas 2.

“Os técnicos ingleses vieram para iniciar o projeto aqui no Estado de São

Paulo e o saldo até agora é muito positivo. É um sucesso entre os alunos. Muitos não

conheciam. É uma modalidade ainda desconhecida no Brasil. Mas, com a didática do

Sesi-SP e com o know-how dos treinadores ingleses, o esporte tem atraído a atenção de

todos” (SILVA, 2013).

Rogério Silva ainda conta que mesmo após o fim da participação dos

técnicos ingleses, em julho de 2013, os treinadores do Sesi-SP poderão continuar

ensinando a prática do esporte, Silva (2013) fala que a intenção é de que o projeto deixe

um legado em todas as unidades do SESI. (ABATI, G. Projeto Try Rugby Brasil leva

doze alunos do Sesi-SP à Inglaterra, Cinco, 2013).

A implantação do Rugby no SESI teve grande aceitação de todos os alunos,

pois era uma modalidade esportiva diferente na qual praticamente ninguém havia

praticado ainda, para o SESI Fuad Assef Maluf em Sumaré SP, veio o técnico Jhoseph;

em sua chegada o professor Adan Cobra fez sua apresentação e explicou para todos os

alunos qual seria a intenção desse projeto e como funcionaria; no início das aulas todos

tiveram muita dificuldade em relação comunicação, pois o técnico Jhoseph só falava

Inglês. No decorrer dos treinos todos foram se familiarizando com este esporte e com a

língua Inglesa, após a implantação do Rugby no SESI, veio a “Liga Try Rugby” que é o

nome dado para a competição de Rugby, semelhante a uma copa do mundo, porem

neste caso foi uma competição fechada somente na rede SESI, esta competição foi

dividida em diversas etapas e cada etapa foi realizada em uma região.

Metodologia

Após uma experiência vivida há cinco anos, pude efetuar um estudo focado na

implantação do Rugby no meio escolar; utilizando novos meios de pesquisas e varias

informações novas obtidas por estudo sobre o tema e debate entre pessoas deste ramo,

pude constatar que a implantação do Rugby nas escolas é eficaz e vem cada vez mais se

destacando no âmbito da educação física escolar, pois com a prática deste esporte os

alunos vêem adquirindo e demonstra educação e respeito pelo próximo e pelos

adversários através da didática e metodologia deste esporte.

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Conclusão

Considerando o problema inicial deste trabalho, que questionava sobre a

implantação do Rugby nas aulas de educação física como instrumento pedagógico, a

partir daí me propus a coletar informações que pudesse de certa forma afirma essa

teoria; após pesquisas pude observar que muitos pesquisadores relatavam que a

implantação do rugby no meio escolar tinha bons resultados, pois ajudava a melhorar

vários aspectos dos alunos, tais como: respeito ao próximo, coletividade, união as

demais pessoas e ajudando também nos aspectos físicos por ser um esporte e uma

atividade física a ser praticada.

Através do meu contato direto com a inserção do Rugby na escola na qual

estudei pude observar também que por ser um esporte pouco praticado nas escolas

brasileira, acaba despertando muita curiosidade dos alunos, pude analisar também que

uma escola com uma infraestrutura de nível elevado pode acessar mais facilmente este

esporte, pois tem mais poder aquisitivo tornando mais fácil a capacitação de seus

professores e técnicos e a aquisição de matérias específicos de jogo e de treinamento do

esporte.

Contudo o esporte vem tomando grandes dimensões e as escolas públicas vêm

obtendo êxitos em seus projetos de tag rugby e cada vez mais se familiarizando e

divulgando o rugby no Brasil e nas escolas.

Consideração final

Ao final deste estudo e de acordo com resultados obtidos podemos falar que a

implantação do Tag Rugby nas aulas de educação física escolar pode sim apresentar

bons resultados na formação dos alunos, com isso muitas escolas brasileiras estão cada

vez mais se interessando e implantando o Rugby nas aulas de educação física.

Podemos analisar também que muitos profissionais da educação física não têm

algum conhecimento sobre esta modalidade; com isso muitos profissionais vêem se

preparando e estudando para obter esse conhecimento, mas sobre tudo ainda existem

vários outros problemas em relação a pratica do Rugby, como locais inadequados e falta

de materiais adequado, com isso a adaptação do jogo se sobre sai para que assim os

alunos possam praticar essa modalidade.

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CAPOEIRA RITMO, MÚSICA E AÇÃO COMO

METODOLOGIA DE ENSINO NA DISCIPLINA DA EDUCAÇÃO

FÍSICA

Rosineide Maria Silva7

Marcus Gomides8

RESUMO

A Disciplina da Educação Física ao longo dos anos vem passando por um processo

evolutivo dentro da Gestão da Educação Brasileira e, com a Renovação dos PCN’s, tem

dado a essa disciplina uma nova forma, ela deixa de ser uma matéria voltada a prática

de atividades físicas e passa a crescer como metodologia de ensino, trazendo aos seus

conteúdos propriedades culturais, históricas, intelectuais, cognitivas e sociais. E, para

ensinar, o Educador Físico deve se adequar a essa nova realidade, uma vez que ensinar é

muito mais do que meramente ser um transmissor de conteúdo. A Capoeira é um dos

nossos maiores patrimônios culturais, está diretamente ligada à nossa história, sua

musicalidade vem enriquecer a Disciplina, a alegria tem efeitos positivos sobre a

educação. “É preciso que saibamos que, sem certas qualidades ou virtudes como

amorosidade, respeito aos outros, tolerância, humildade, gosto pela alegria, gosto pela

vida, abertura ao novo, disponibilidade à mudança, persistência na luta, recusa aos

fatalismos, identificação com a esperança, abertura à justiça [...]” (FREIRE, 2004, p.

120). Este artigo pretende mostrar o quanto a música, e a alegria expressada nos ritmos

da Capoeira podem fazer diferença como método de ensino e transmitir aos alunos o

novo.

Palavras Chaves: Renovação. Cultura. Capoeira. Música. Metodologia.

ABSTRACTS

The discipline of physical education have been going through an evolutionary process

over the years within the management of Brazilian Education, and with the renewal of

the PCNS's, has given this discipline a new form where it ceases to be a subject focused

on the practice of physical activities and grow as a teaching methodology. Bringing to

its content cultural, historical, intellectual, cognitive and social properties. Moreover,

in order to teach the Physical Educator must fit himself/herself in this new reality, once

teaching is much more than merely being a content’s convey. Capoeira is one of our

major cultural heritage, it is directly linked to our history, its musicality enriching the

discipline; the joy has positive effects on education. "we ought to know that, without

certain qualities or virtues like lovingness, respect, tolerance, humbleness, zest for joy

and life, being open to what is new , availability to changes, persistence in fighting,

refusing fatalism, hope’s identification, openness to justice…" (FREIRE, 2004, p. 120).

This article intends to show how much the music and the joy expressed in Capoeira’s

7 Graduando em Educação Física (Licenciatura), Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445,

13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]). 8 Professor Especialista em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades

Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail:

[email protected]).

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rhythms can make a difference as a teaching method and pass on to the students what is

new.

KeyWords: Renewal. Culture. capoeira. Music. Methodology .

1 Introdução

A Educação é sem dúvidas o portal das mudanças, trata-se da maior ferramenta

que um governo pode influir para atingir um estado inovador e transformador, mas

sabemos que para se alcançar o grau de qualidade esperado, temos diante de nós um

desafio de um longo caminho a percorrer, o que exige de nós educadores a consciência

de nossas ações, de nossas iniciativas e metodologias para poder promover um ensino

rico e vasto que seja capaz de contagiar nossos alunos e fazer despertar dentro deles

essa vontade de vencer e construir o novo.

E a música é sem sombra de dúvidas um exímio recurso, já que ela proporciona

alegria, ela traz relaxamento e equilíbrio aos alunos. Para muitos educadores trabalhar

com esse tipo de recurso implica retirar os alunos de dentro da sala de aula, ora essa

colocação trata-se de um senso equivocado, já que uma criança feliz dificilmente vai

apresentar um quadro indisciplinar.

É falso também tomar como inconciliáveis seriedades docentes e

alegria, como se a alegria fosse inimiga da rigoridade. Pelo contrário, quanto

mais metodicamente rigoroso me torno na minha busca e na minha docência,

tanto mais alegre me sinto e esperançoso também. A alegria não chega

apenas no encontro do achado mas faz parte do processo da busca. E ensinar

e aprender não podem dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria

[...] ( FREIRE 2004, p. 142)

Apresentar uma metodologia focada no ensinar com alegria de modo algum

prejudica o ensino, já que esta, quando aplicada, torna o saber mais fácil, mais

assimilável.

A introdução da Capoeira no conteúdo escolar é mais do que se incluir uma nova

matéria, trata se de implantar um contexto histórico e cultural um tesouro nacional, que

deve sim ser conhecido por todos os cidadãos deste país, uma vez que este é a

representação de sua própria história vejamos:

É preciso considera-la como parte da dinâmica constante da cultura

afro-brasileira... A capoeira surgiu no Brasil como luta de resistência de uma

comunidade que trazia uma imensa bagagem cultural de sua terra de origem e

que precisou desenvolver um conjunto de técnicas corporais em virtude da

situação de opressão que viviam durante a escravidão[...] (VIEIRA, 1995, p.

9).

Isso deixa claro que a Capoeira é sim um grande patrimônio de nosso povo e

merece ser preservada e divulgada no contexto escolar.

O papel de um profissional da educação é amplo, rigoroso, o que muitas vezes

causa dúvida sobre como conseguir sucesso, como gerar o melhor para seus alunos.

Ministrar os conteúdos é importante, não há dúvidas, mas chegar ao final do dia letivo e

ter a certeza que o conteúdo ministrado pode e fez a diferença a esse aluno é onde mora

a certeza de sucesso, que pode integrá-lo aos colegas, que pode ensinar as crianças as

práticas de boa convivência e deste modo tornar este ambiente um local feliz, “o

professor vence ou é derrotado na profissão não apenas pelo seu saber maior ou menor,

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243

mas principalmente pela sua capacidade de lidar com os alunos e ser aceito por eles. A

criança é feliz ou infeliz na medida em que seja aceita pelos colegas e consiga entender-

se com eles”. (LEITE, 1983, p. 237)

O maior desafio encontrado na educação apresenta se no ato de construir um

homem público, consciente de seus direitos, mas principalmente de seus deveres e

garantir que estes possam ser cumpridos. Devemos efetuar a compreensão deste papel

junto ao bem comum, orientar nossos alunos e fazê-lo capazes de defender e lutar por

este bem comum, por fazer dele um direito de todos independente de estudo, profissão,

dinheiro ou classe social.

Os objetivos deste estudo são o de trazer os diferentes recursos apresentados

pelo estimulo rítmico apresentado na Bela Arte da Capoeira para servir como

mecanismo para o aumento do potencial intelectual além de capitalizar este recurso

como apoio para as demais disciplinas apresentadas nos PCNS. A música inspira,

transforma e tornam as pessoas mais criativas, a Disciplina da Educação Física é muito

mais do que jogo de futebol, correr e vôlei, é um campo vasto para as atividades

corporais e sensoriais, que se bem desenvolvidas e administradas com metodologias

inovadoras irá gerar uma série de recursos a gestão escolar.

Quando se estimula a base sensorial das crianças ampliam-se as habilidades para

o raciocínio e a resposta rápida aos reflexos gerados por este estimulo. Isto pode ser

perfeitamente identificado pelo aumento da memorização e uso da Lógica para as

questões de matemática por exemplo. Além disso, a Capoeira por ser uma arte de luta

que associa a música aos movimentos estimula inúmeras áreas do cérebro,

proporcionando melhorias considerativas ao ambiente escolar, também facilitam a

socialização das crianças umas com as outras. Dessa forma o objetivo central do estudo

realizado é constituir novas metodologias de ensino para as práticas de sala de aula da

Disciplina da Educação Física, melhorando o ambiente e a gestão escolar.

2 Revisão Bibliográficas

A Educação Física é uma disciplina que visa o aperfeiçoamento, controle,

manutenção da saúde do corpo e da mente do ser humano, trata-se de um conjunto de

atividades físicas desenvolvidas de forma planejada e estruturada a fim de gerar o pleno

condicionamento físico.

Em seu contexto histórico a Educação Física remonta raízes antigas, uma vez

que as atividades físicas são atribuições da vida diária das pessoas.

Enfim, o que precisamos analisar é que a Educação Física como

disciplina Escolar não aconteceu por acaso. A inserção desta no espaço

escolar é permeada de referências históricas singulares. Associadas a ideais

higiênicos, eugênicos e militares, a Gymnastica e a Educação Physica

percorrem um particular caminho no interior dos recintos escolares.

Obviamente, ainda que obedecendo às práticas comuns, os diversos contextos

culturais acabam por ressignificar a sua ocorrência, conferindo-lhe aspectos

distintos e distintivos. (ALVES,2013).

Desta forma podemos concluir que o homem sempre esteve junto as esportivas,

e estas por sua vez remontam a era do homem Neandertal, que em sua vida tinha a

questão da condição física bem constituída uma determinação de sobrevivência uma vez

que eram nômades e tinham que lutar pelos alimentos com os outros animais e muitas

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244

vezes com grupos adversários dentro da sua própria espécie. Portanto a ter um corpo

forte, ágil os distinguia dos demais.

Conhecer o processo histórico da Educação Física como atividade física, até

chegarmos ao que temos hoje é importante, uma vez que a história faz parte de nossa

vivência e nos permite analisar os erros cometidos para que estes não se repitam, “[...] a

função da história é fornecer à sociedade uma explicação sobre ela mesma. [...] A

história procura especificamente ver as transformações pelas quais passara, as

sociedades humanas. A transformação é a essência da história.” (BORGES, 2007, p.

49).

Portanto, muito do que vemos e vivemos hoje, advém de ações promovidas no

passado e que com o passar dos anos e a própria evolução humana tornaram

primordiais. Desse modo, a Educação Física não poderia ser diferente, sabemos que as

primeiras práticas eram voltadas apenas a mera questão de sobrevivência, o homem

caçava para se alimentar, assim como muitas vezes também precisava correr e fugir dos

animais mais selvagens e assim desse modo evitar virar a caça. Para pescar, precisava

nadar para transpor áreas mais fundas e perigosas, depois com a descoberta do fogo e o

desenvolvimento da agricultura, essa prática ampliou-se ainda mais, como vemos em

nossa história.

As funções exercidas em nosso cotidiano obrigavam-nos a desenvolver os

movimentos corporais básicas como caminhada e corrida, os saltos e arremessos. Com o

passar do tempo cada região desenvolveu técnicas específicas para lidar com os

obstáculos apresentados por cada uma.

Mas foi nas chamadas era clássica que as atividades físicas tiveram seu maior

avanço, com o progresso conquistado na Grécia antiga, houve o aprimoramento das

atividades nas escolas militares como as vistas nos Impérios do Japão e China, sem

contar o desenvolvimento físico obtido pelo poderoso Império Romano. E podemos

dizer que os primeiros ensaios para que a Educação Física se tornasse uma disciplina

educacional foram construídos dentro das armadas militares. E isto comprova a origem

e a existência dessa disciplina e, consequentemente, seu contexto histórico não poderia

deixar de ser mencionado.

[...] a História da Educação Física precisa encontrar sua definição e

seu espaço, abolindo a compreensão de que todo amontoado de datas e fatos,

colocados em qualquer momento, mesmo que seja com uma pretensa

abordagem crítica, é história. A História da Educação Física precisa encontrar

uma especificidade uma qualidade que a destaquem, e isso deve ser

preocupação central daqueles que estudam mais sistematicamente a história,

construindo exemplos também para aqueles que eventualmente fazem seu

uso. (MELO, 1996, p. 43).

No processo histórico da Educação Física no Brasil, vemos que as práticas das

atividades físicas vieram como abertura de processo de mudanças econômicas, sociais e

culturais.

Tanto esporte quanto ginástica chegaram ao Brasil no contexto de

mudanças socioculturais do século XIX e, principalmente nos anos finais

daquele século, Foram compreendidas como estratégia de controle corporal e

de adequação aos novos ritmos de vida necessários e impostos com a

modernidade. Como o Brasil recebeu a influência de diferentes países e como

a ecleticidade é uma marca de nossa formação cultural, no interior das

escolas e na educação física aparentemente se refletiu tal possibilidade de

“articulação” entre diversas alternativas pedagógicas. [...] logo se

compreenderia por que esporte e ginástica teriam dividido o espaço nas aulas

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de educação física das escolas brasileiras já no século XIX. (MELO, 2007, p

58).

Analisando essa questão, fica claro que a Educação Física não pode nem deve

ser vista meramente como uma simples disciplina que nada tende a acrescentar, pelo

contrário, está e sempre esteve integrada nos contextos sociais e hoje tem um papel de

grande importância para Educação Brasileira, na formação de cidadãos.

Sabemos que nossa própria cultura é uma fonte clara desse manifesto cultural

como pudemos ver na história da luta pela liberdade do país diante do domínio de

Portugal, das constantes lutas travadas pelos povos indígenas e dos negros que,

arrancados de sua pátria tiveram que se reencontrar em um novo país e fazer deste uma

nova Terra, depois a constante luta dos povos indígenas e africanos em seu direito de

serem livres, serem reconhecidos como seres humanos e uma parte importante deste

povo brasileiro.

Por isso ao estudar a Capoeira em seu contexto histórico, percebe-se que esta

arte está inteiramente ligada ao próprio contexto histórico da Educação Física no Brasil,

a Capoeira hoje se torna um grande legado para o povo brasileiro e representa, de forma

muito digna, uma expressão da arte, da atividade de transformar os movimentos do

corpo; a cadência rítmica dada pela música na Capoeira apresenta nos essa identificação

de esporte e arte, e principalmente como isto pode auxiliar a Disciplina em sua

composição do formar cidadãos.

A música existente desta cultura tão envolvente como é a Capoeira para o ensino

da disciplina é evidenciada. “Este livro não precisa de nenhum adendo explicativo. Os

comentários que nele foram introduzidos são totalmente dispensáveis. Eles foram

escritos pelo Terno e o As. O terno e o As na capoeira é um mau tocador de pandeiro

[...]” (MOREIRA, 1975, p 02).

Esta nota nos mostra que a capoeira é arte de forma clara, é ritmo do começo ao

fim, sua sincronia melódica remete a inúmeros sincronismos o que torna a ginga da

dança agradável e divertido, de modo que usado dentro da sala de aula é uma excelente

ferramenta de trabalho, e que acaba enriquecendo inda mais as práticas metodológicas

da Educação Física, como roteiro de ensino solicitado pelos PCNS.

A Capoeira em sua composição artística também apresenta conceitos

importantes a respeito de parceria e união em seus movimentos, no cuidar do outro, no

respeitar o outro e no dividir essa responsabilidade com alegria. Para educação isso é

um fator rico e de grande importância, já que desenvolver esse senso de cuidado, de

respeito pelo outro é o princípio básico do formar cidadão, “O coletivo infantil deve

necessariamente crescer e enriquecer, vislumbrar à sua frente um amanhã melhor e lutar

por ele num jubiloso esforço comum, num sonho alegre e obstinado”. (MAKARENKO,

1987, p 192).

Esta é base central deste estudo, mais do que criar técnicas deve se gerar a

diferença inovando, trazendo o novo e gerando novos talentos através dos estímulos

dados nas aulas que se utilizam do grande leque da composição musical da Capoeira e

seus instrumentos.

A Capoeira é a representação da luta, era um recurso de alento diante de uma

dura e árdua realidade de um trabalho muitas vezes desumano, mas o interessante na

análise do histórico dos negros trazidos ao Brasil era que mesmo num trabalho, feroz,

ainda assim eles conseguiam ver aquém do mal que os atingia, eles encaravam o

trabalho como algo que tinha que ser feito, e nas rodas de Capoeira, via-se que, apesar

dos labores, eles mantinham sua força, sua vontade, sua alegria.

Page 246: CAPA - nwk.edu.br§ão-Física... · CAPA . 2 Revista dos Alunos de Educação Física ... Thiago Augusto Costa de Oliveira ² RESUMO Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de

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[...] a vida não é uma festa permanente. As festas acontecem de vez

em quando, o que existe mais é o trabalho, o ser humano tem toda sorte de

preocupações, responsabilidades, assim vivem todos os que trabalham. E

numa vida assim há mais alegria e sentido do que na tua festa. [...] O labor e

a vida de trabalho também são alegrias [...] (MAKARENKO, 1986, p 215)

“A ginga da capoeira, sublinhada pelas chulas ao som de berimbaus e pandeiros,

dá ao jogo uma aparência de dança” (CARNEIRO, 1975, p. 5). “A ginga é ritmada ao

som do berimbau. Por intermédio dela, o corpo dos capoeiristas descreve círculos no

espaço circular da roda, o corpo dança, aproximando a capoeira do lúdico” (REIS, 1997,

p. 129). A música é mais do que uma cadência rítmica, é um legado cultural que reúne a

obra prima de muitos mestres e presenteia nos com um baú de Arte, Música e Dança,

que propicia para prática do saber, dentro do âmbito escolar um recurso vasto e lúdico,

que nos permite, como educadores, enriquecer nosso contexto para nossas atividades e

inovar, gerando a abertura de novas metodologias e estratégias para o parâmetro escolar.

As sinergias musculares que caracterizam fisiologicamente o

movimento humano serão tanto mais ricas quanto mais trouxerem no seu

bojo uma expressão significativa da própria vida. Caso contrário, torna-se

gestos mecânicos em nada diferentes de que é capaz um robô ou uma outra

máquina qualquer. (FALCÃO, 1996, p. 66)

Quando se fala da Educação Física com o instrumento, recurso educacional a

qual estamos falando exatamente desta sinergia, que exprime o ideal desta Disciplina

que é ser motivador para o educando gerando práticas que podem ser usadas além da

sala de aula podem ser implantadas como método e caminho para vida. A educação

mais do investir no ter conhecimento, precisa ser formadora do mesmo, criar pessoas

preparadas para lidar com seu dia-a-dia, no contexto do ser cidadão, e o quanto respeitar

o outro é importante para o exercício do ser social, “Cada um deve saber que faz parte

do grupo e tem de encarar o outro como o seu companheiro mais chegado e principal

amigo, tem a obrigação de respeitá-lo, defendê-lo, ajudá-lo em tudo se ele precisar de

ajuda, e corrigi-lo se ele errar[...]” (MAKARENKO,1986,128)

“Historicamente a Educação Física ocidental moderna tem ensinado

O JOGO, A GINASTICA, AS LUTAS, A DANÇA, OS ESPORTES.

Poderíamos afirmar então que estes são conteúdos clássicos. Permaneceram

através do tempo transformando inúmeros de seus aspectos para se afirmar

como elementos da cultura, como linguagem singular do homem no tempo.

As atividades físicas tematizadas pela Educação Física se afirmam como

linguagens e comunicaram sempre sentidos e significados da passagem do

homem pelo mundo”. (SOARES, 1996, p. 11)

A bagagem histórica transmitida pela Capoeira enriquece o conteúdo escolar,

pois mostra que nosso país tem história, tem raízes fortes que devem ser preservadas e

transmitidas de geração em geração, tornando se uma evidência de nossa permanente

história e luta por nossa cultura uma referência a temporal, que deve ser divulgada com

bastante propriedade, pois é reflexo de nossa luta, de nossa referência como cidadãos

brasileiros.

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4 Método

Os estudos efetuados para a elaboração do presente artigo, foi feito, aplicando

uma pesquisa detalhada dentro do tema apresentado, de modo a fornecer todo contexto

técnico necessário a construção de uma metodologia clara e expressiva, priorizando

nossas raízes culturais e mostrando que a música promove boas práticas de ensino. O

estudo foi feito através da observação de vivência das rodas, da paixão exercida pelo

ritmo compassado dos instrumentos, vendo como o corpo e a mente reage diante das

notas. A partir daí a metodologia foi sendo construída numa base de contexto

educacional para Disciplina de Educação Física, a fim de levar para sala de aula novos

paradigmas para Educação. Foi feita uma pesquisa qualitativa concretizada através de

uma revisão de literatura.

5 Resultados e Discussões

A Capoeira é muito mais do que um jogo rítmico, é um processo sociocultural

que tem vários períodos de mudanças na história do Brasil.

A Capoeira hoje está inserida nos PCNS como conteúdo a ser ministrado nas

disciplinas por se tratar de um legítimo Patrimônio Histórico Brasileiro.

Para Educação Física, essa arte engloba muito dos seus conceitos disciplinares a

respeito das expressões corporais, do desenvolvimento das habilidades cognitivas,

sensoriais, e culturais, uma vez que a Educação Física se define como a matéria que

propicia a prática da boa saúde e a capacidade física através de atividades corporais.

A música é um instrumento de incentivo cognitivo, pois trata-se de um estímulo

sonoro, que aumenta as conexões entre os neurônios, e isso amplia a capacidade de

raciocínio, portanto quanto maior for o estimulo, maior será a possibilidade do aumento

do percentual intelectual. A Disciplina da Educação Física está diretamente relacionada

a essa questão do desenvolvimento cognitivo e intelectual, uma vez que suas atividades

trabalham corpo e mente de forma integrada. A associação da Capoeira como método de

ensino nas atividades da Educação Física englobará de forma direta essa interação

rítmica como estimulo neural e corporal. Ampliando o entendimento de resposta do

cérebro a estes estímulos. A música é um caminho de orientação e equilíbrio, e serve

como base de referência e propagador das expressões corporais. Música é a

representação dos sentidos pelo corpo e pela mente.

A Capoeira muitas vezes é notificada como uma expressão rítmica, pois os

movimentos são regidos pelos instrumentos que ditam as bases dos movimentos da luta.

A música pode ser utilizada como catalizador da percepção motora e sensorial, essa

percepção é usada em muitos pontos do nosso dia-a-dia, e dentro da nossa vida

acadêmica reflete se em nossa formação intelectual e cultural.

A educação Física é mais que uma Disciplina hoje, é uma matéria de extrema

importância para trato com os jovens que sentem a necessidade do aprender diferente,

do sair da sala de aula e ganhar novas dimensões. Portanto a contribuição da Disciplina

da Educação Física no quadro educacional é nítida e merece receber atenção quanto aos

métodos empregados para aplicação dessa disciplina, “[...] que seriam o de oferecer uma

“disciplina” de Educação Física no sistema escolar com enfoque à formação integral dos

sujeitos do processo, assim como um corpo de conhecimentos historicamente

produzidos e úteis a todos, visando à autonomia no trato com os mesmos.” (OLIVEIRA,

1997, p. 23).

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A escola tem como principal responsabilidade implantar um aprendizado capaz

de tornar os alunos, pessoas capazes de serem inseridas em sua cultura, desenvolvendo

este aluno em sua total capacidade, seja ela orgânica, intelectual, social e política. Nessa

base a Educação Física apresenta a movimentação corporal, através de atividades

dinâmicas, rodas de brincadeira, da luta, da dança, assim o aluno vai poder relacionar-se

de forma produtiva, afinal “O movimento é uma linguagem, a qual permite às crianças

agirem sobre o meio físico e atuarem sobre o ambiente humano, mobilizando as pessoas

de seu teor expressivo. Sendo assim, é tão importante quanto qualquer outra”.

(ZURAWSKI, 1998, p. 19). O desenvolvimento desta disciplina no enfoque escolar tem

crescido muito nestes últimos anos e para o Educador Físico ter a consciência de seu

papel no quadro escolar fará toda diferença no sucesso do seu trabalho. A Capoeira,

diferentemente das demais lutas ela se destaca por ser promovida pelos ritmos dados

pelos instrumentos, que cadenciam os movimentos exercidos pelos capoeiristas, tanto

que quanto maior essa cadência, maior se torna velocidade e precisão destes

movimentos.

A música é vista por muitos pesquisadores como um tipo de modalidade que

proporciona desenvolvimento intelectual e também promove o equilíbrio. E quando isto

é usado na sala de aula, potencializa a capacidade de interpretação e raciocínio das

crianças.

Segundo estudos realizados por pesquisadores alemães, pessoas que

analisam tons musicais apresentam área do cérebro 25% maior em

comparação aos indivíduos que não desenvolvem trabalho com música, bem

como aos que estudaram as notas musicais e as divisões rítmicas, obtiveram

notas 100% maiores que os demais colegas em relação a um determinado

conteúdo de matemática [...] (CAIADO)

Fica claro que o uso dos ritmos apresentados junto à roda da Capoeira pode

ajudar muito no desenvolvimento de crianças com dificuldades no Déficit de Atenção,

que apresentam índices de indisciplina, Déficit Intelectual, entre tantos outros

vivenciados na educação, para o professor desenvolver metodologias que possam ajudar

a sanar ou ao menos diminuir estas dificuldades, farão muita diferença no processo

escolar.

E as alegrias transmitidas nos sons ritmados do Berimbau promovem uma

interação entre os participantes, fator importante para o processo de desenvolvimento

social, como destaca o autor:

As sinergias musculares que caracterizam fisiologicamente o

movimento humano serão tanto mais ricas quanto mais trouxerem no seu

bojo uma expressão significativa da própria vida. Caso contrário, torna-se

gestos mecânicos em nada diferentes de que é capaz um robô ou uma outra

máquina qualquer. (FALCÃO, 1996, p. 66)

Quando se fala da Educação Física com o instrumento, recurso educacional que

estamos falando exatamente desta sinergia, que exprime o ideal desta Disciplina que é

ser motivador para o educando gerando práticas que podem ser usadas além da sala de

aula pode ser implantado como método e caminho para vida. A educação mais do

investir no ter conhecimento, precisa ser formadora do mesmo, criar pessoas preparadas

para lidar com seu dia-a-dia, no contexto do ser cidadão, e o quanto respeitar o outro é

importante para o exercício do ser social, “Cada um deve saber que faz parte do grupo e

tem de encarar o outro como o seu companheiro mais chegado e principal amigo, tem a

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obrigação de respeitá-lo, defendê-lo, ajudá-lo em tudo se ele precisar de ajuda, e corrigi-

lo se ele errar.” (MAKARENKO, 1986, p.128)

Assim “A ginga da capoeira, sublinhada pelas chulas ao som de berimbaus e

pandeiros, dá ao jogo uma aparência de dança” (CARNEIRO, 1975, p. 5). “A ginga é

ritmada ao som do berimbau. Por intermédio dela, o corpo dos capoeiristas descreve

círculos no espaço circular da roda, o corpo dança, aproximando a capoeira do lúdico”.

(REIS, 1997, p. 129). A música é mais do uma cadência rítmica, é um legado cultural

que reúne a obra prima de muitos mestres e nos presenteia com um baú de Arte, Música

e Dança que propicia para prática do saber, dentro do âmbito escolar um recurso vasto e

lúdico. Que nos permite como educadores enriquecer nosso contextual para nossas

atividades e inovar gerando a abertura de novas metodologias e estratégias para o

parâmetro escolar, e abrindo uma nova porta para Educação Brasileira.

Historicamente a Educação Física ocidental moderna tem ensinado

O JOGO, A GINASTICA, AS LUTAS, A DANÇA, OS ESPORTES.

Poderíamos afirmar então que estes são conteúdos clássicos. Permaneceram

através do tempo transformando inúmeros de seus aspectos para se afirmar

como elementos da cultura, como linguagem singular do homem no tempo.

As atividades físicas tematizadas pela Educação Física se afirmam como

linguagens e comunicaram sempre sentidos e significados da passagem do

homem pelo mundo. (SOARES, 1996, p. 11)

Bagagem histórica transmitida pela Capoeira enriquece o conteúdo escolar, pois

mostra que nosso país tem história, tem raízes fortes que devem ser preservadas e

transmitidas de geração em geração, se tornando uma evidência de nossa permanente

história e luta por nossa cultura uma referência a temporal, que deve ser divulgada com

bastante propriedade, pois é reflexo de nossa luta, de nossa referência como cidadãos

brasileiros, filhos desta nobre pátria.

Proporcionar ao aluno esse encontro com sua identidade faz com que a escola

deixe de ser um mero instrumento transmissor de conhecimento e passe a ser um

gerador de novos caminhos de suporte a vida dentro e fora do contexto escolar para esse

aluno, pois a escola acaba sendo o farol direcionador para a possibilidade de um futuro

melhor as crianças.

Garantir esse direito de sonhar, de construir um futuro seguro é um dever da

educação e isso é visto na educação promovida pelos países de primeiro mundo. Trata-

se de um direito que deveria ser garantido a todo e qualquer cidadão e defender esse

direito é uma ação diária de cada profissional que opta por ser um Educador (a).

A música acompanhada pelos movimentos rápidos Capoeira ajudam a melhorar

a coordenação motora, o reflexo de resposta da mente a um estímulo ou pergunta,

melhora a qualidade física e a saúde, além de integrar os alunos como uma equipe,

assim os resultados são inúmeros e as melhorias encontradas podem se associadas a

outras disciplinas como a matemática, português, história e geografia. Portanto podem

integrar essas disciplinas assim como os profissionais que as ministram, a fim de tornar

a escola um ambiente inovador, transformador, com certeza vai gerar benefícios as

crianças e a toda comunidade em volta da escola.

A Capoeira por ser um elemento de múltiplas bases, pode ser usada nas mais

variadas fases do desenvolvimento, porque engloba a música, a dança, os movimentos,

o sincronismo entre tantos outros, que juntos despertam e ampliam inúmeros estímulos,

onde o desenvolvimento pisco cognitivo pela importância assumida por eles para as

crianças, “[...] podemos dizer que cada estágio do desenvolvimento psíquico caracteriza

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se por uma relação explícita entre a criança e a realidade principal naquele estágio e por

um tipo preciso de dominante de atividade” (LEONTIEV, 1988, p. 64)

Os instrumentos utilizados na roda da Capoeira têm grande importância já que

eles ditam o ritmo e cadência dos movimentos, pois o ritmo influi diretamente nos

estímulos cerebrais, mente e corpo torna-se um proporcionando um equilíbrio perfeito

na roda. Isso nos mostra que quanto maior sejam os estímulos oferecidos às crianças

maiores será o retorno dado por elas junto ao ambiente escolar, a Capoeira tem muitos

ritmos, uma vez que são constituídos por vários instrumentos como: Berimbau,

Baqueta, Caxixi, Dobrão, Pandeiro, Agogô, Atabaque, Reco-Reco. A música da Capoeira pode ser vista nos ritmos de festas tipicamente brasileiras

como samba, o maracatu, frevo etc. Pois esses ritmos também vêm dos próprios ritmos

da África, e essa musicalidade é uma parte atuante em nossa cultura que encanta o

mundo. E devem ser mantidos e preservados como marco de nossa história, do ser

brasileiro.

A Capoeira é um misto de dança, arte poesia e por isso gera tanto encanto, o uso

dela na Disciplina da Educação Física proporciona benefícios gigantescos, pois trata-se

de um ritmo forte , envolvente que é fácil de ser aprendido, e melhora o raciocínio

lógico afinal notas musicais são elementos que envolvem conceitos das disciplinas de

matemática, física e podem ser usadas para estudo destas matérias também, portanto

fica claro que utilizar a Capoeira como elemento educacional trará inúmeros recursos,

mas o que podemos identificar quando se participa de uma roda, dessa alegria expressa

nessa arte, é que os melhores benefícios são os emocionais, pois ajuda na autoestima, na

convivência em equipe, algo muito importante para nossa adolescência hoje em dia,

que é tão vitimada com ações como Bulling, agressividade entre outros.

Ações essas que não deveriam ser vistas nas salas de aulas, mas com uma

sociedade tão conectada ao mundo virtual as pessoas se tornam muitas vezes sozinhas

em meio a multidão, não sendo ouvidas e tendo que se adequar aos grupos impostos

pelas mídias digitais que tanto tem preocupado, pais, escola e a sociedade. Assim a

Capoeira vem trazer a essas adolescentes e jovens uma realidade mais saudável, onde

eles possam ser parceiros, possam aprender a criar juntos e, o principal, possam

respeitar uns aos outros.

Considerais Finais

Ser Educador (a) é um desafio diário e contínuo, que nunca cessa e chama nos

ao trabalho, a criar o impensável, a inovar para fazer a diferença no ambiente escolar e a

sociedade. Este não é um papel fácil, que se faz de qualquer jeito, já que muitas vezes

somos vistos como um segundo pai, uma segunda mãe, mesmo que não sejamos, mas

somos vistos assim. Isto nos leva a ser muito mais que educador, nos leva a ser um

orientador, ser luz, farol e caminho para nossos alunos.

Porque querendo ou não somos um espelho, somos exemplo e só por isso

devemos abraçar esta causa com todo nosso amor, ética, responsabilidade e

profissionalismo, como mãe eu quero o melhor para meus filhos e ao deixá-los na

escola espero que eles possam ter esse mesmo amor e respeito, por isso quando penso

em minha posição como Educadora Física vejo que agora posso e devo fazer a diferença

, trazer aos meus alunos a esperança de uma vida melhor, um futuro melhor, de passar a

eles a mesma alegria que a música gera em mim, faz bem para a alma ouvir cantar e

sentir, tudo isso faz parte da história e da minha vida também.

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Nossa missão junto a sociedade é de transmitir o conhecimento como nos é

delegado pela sociedade que nos confia a condução do caminho da aprendizagem a

muitos indivíduos e por sermos espelhos temos que ser exemplo de boas coisas e boas

condutas. E nossa carreira como educadores ao longo do caminho irá nos mostrar que o

aprender também é o ensinar, e vice-versa, portanto ao mesmo tempo em que ensinamos

em nossa sala de aula também estamos a aprender numa roda crescente que nunca para.

Agradecimentos

Agradeço primeiramente, a Deus, por ter me apontado o caminho certo, pois

consegui conciliar um trabalho acadêmico com aquilo que mais Amo, mas reconheço

que a capoeira me escolheu, me sinto totalmente realizada por dar esta contribuição

acadêmica para essa arte que a todos acolhem. Aos meus pais que nos momentos mais

cruciais da minha vida, com todas as suas limitações para entender esse processo, foram

eles que me ajudaram a criar ” esse filho ”. Aos meus irmãos, Roseli que, além de amiga

foi a minha confidente e em especial o Sidney, meus sinceros agradecimentos pelas

tantas “garupas” compartilhadas ao vento, sol e chuva nessa longa jornada, dando apoio

e muitas vezes segurando na mão. Aos meus professores, em especial o professor

Marcus Gomides, que nos orientou, também ao professor Emerson Richard Stewart

Anbar, que foi fundamental nesse processo pois além do suporte físico me deu apoio

psicológico, com tudo posso dizer que isso significou muito no meu processo de

formação. A todos os outros professores: Magda, Riller, Celso, Roberta, Kleber, Mario,

entre tantos outros com os quais aprendi muito e me transformei. A meus amigos Jorge,

Claudia Manão, Sueli, Andreia, Katia, Elisia, Maria josé e a minha eterna amiga Lu,

“em memória’. Primos Eder, Edmilson, Edson. E a toda a minha família da Berimbau

de Ouro que é a minha base meu alicerce estão sempre presentes em minha vida. Nova

chance, novo momento, então quero viver tudo que a vida agora tem para me oferecer.

Referências

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Esportes. Montes Claros – MG, Editora Unimontes, ed 1ª, 2013.

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(Tradução de Tatiana Belinki). Vol. 3

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253

O TAEKWONDO COMO MÉTODO PEDAGÓGICO NAS

ATIVIDADES DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

Jorge de Souza

9

Marcus Gomides10

RESUMO

Quando se estuda Educação Física vê-se diante de um mundo vasto, que está muito

aquém da forma e corpo, a Educação Física é uma ciência que tem como fundamento

estabelecer práticas adequadas das atividades físicas sejam elas voltadas para o esporte

como para a manutenção de boa saúde, assim como garantir a resistência física e o total

controle do corpo e mente. O Taekwondo mostra-se como um elemento de grande

importância dentro das práticas escolares para Educação Física já que esta arte marcial

se volta justamente para o total equilíbrio entre corpo e mente. Isto nos mostra que

podemos trabalhar uma série de fatores que somados contribuirão de forma produtiva

para o desenvolvimento destes alunos dentro e fora da sala de aula, devemos olhar isto

de forma ampla uma vez que estes resultados dependem de como colocaremos esta

temática diferente diante de nossos alunos.

Palavras chave: Atividades Físicas. Práticas Escolares. Metodologias de Ensino.

Desenvolvimento.

ABSTRACT

When studying physical education finds himself in front of a vast world, which is far

short of shape and body, physical education is a science that has as a basis to establish

appropriate physical activity practices whether they are geared for the sport and for the

maintenance of good health as well as ensure the physical endurance and total control

of body and mind. Taekwondo shows up as an element of great importance within

school practices for physical education since this martial art turns to the total balance

between body and mind. This shows us that we can work on a number of factors

combined will contribute productively to the development of these students in and

outside the classroom, we should look at this broadly as these results depend on how we

put this issue differently in front of our students.

Keywords: Physical activities. School practices. Methodologies. Development.

1 Introdução

Segundo Kim e Silva (2000), o ser humano, independente da sua origem, sempre

precisou desenvolver métodos de autodefesa e combate corpo a corpo, o que o levou ao

desenvolvimento das práticas corporais.

9 Graduando em Educação Física (Licenciatura), Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445,

13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]). 10

Professor especialista em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades

Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail:

[email protected])

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254

O Taekwondo é uma arte marcial coreana que teve seu histórico documentado

há cerca de 2000 anos, conforme Negrão (2012), sua introdução ocorreu no Brasil em

1970 através do Mestre Sang Min Cho, e a partir daí tem crescido consideravelmente.

“A palavra Taekwondo significa literalmente, “o caminho do pé e do punho”. Fica mais

fácil [...] traduzirmos como “O caminho do desenvolvimento através do treinamento dos

pés e punhos” (NEGRÃO, 2012, p 17).

Pode-se dizer que há mais de três mil anos o povo coreano começava a praticar

artes marciais. Conforme Gil (1990), o Ching Heung, o vigésimo quarto Rei a

representar a Dinastia Silla, acredita-se que ele tenha sido o primeiro monarca a aplicar

o treinamento ao seu corpo de oficiais de elite, que ficou conhecido como Hawrangdo.

Esses jovens aristocratas treinavam sobre as montanhas e gelados rios de forma feroz

até a época em que ocorreu a união da península coreana.

Os Hwarangs foram responsáveis pela difusão do Tae Kyon na

coreia durante a dinastia de Silla, que durou de 668 a 935. Durante este

período, o Tae Kyon permaneceu principalmente como um esporte e uma

atividade recreativa para melhorar a forma física, embora fosse um excelente

sistema de autodefesa. Até o fim da dinastia Koryo (935 a 1392), o

fundamento da arte não se alterou. Durante este tempo, Tae Kyon tornou-se

conhecido como Soobak, passando de um sistema de desenvolvimento e

melhoria das capacidades físicas para uma arte de combate. (GOULART,

2002, p. 11)

Gil (1990), em seu livro, diz que o Soo Bak deve ser considerado a forma

primitiva do Taekwondo, que ganhou certo destaque nas dinastias de Silla e Koguryo

por seus movimentos serem similares ao Tae kyon. Alguns historiadores acreditam que

muitas formas de combate orientais, incluindo a visão espiritual da arte, tenham se

desenvolvido na Coreia oriundas do Hawrangdo.

“Em 1909, o Japão invadiu a Coreia, que proíbe a prática de todos as

manifestações culturais, incluindo as artes marciais coreanas; ô permitindo a prática aos

policiais do caratê...” (AKILIAN, 2009, p. 20).

Kim e Silva (2000) afirma que no ano de 1955, o general Choi Hong Hee

defendeu a unificação das escolas coreana sobre o nome de Taekwondo, sendo somente

efetivado esse nome em 1961, após ele assumir a presidência da então associação

coreana de Taesoodo.

Após esse ocorrido “o general criou as 24 formas de Chang Hun Ryu, o Hyong,

atualmente Tul, conjunto de movimentos de ataque e defesa executados contra

adversário imaginário[...]” (KIM ; SILVA, 2000, p. 19). Esses movimentos podem ser

considerados os primeiros do Taekwondo, sendo praticado por diversas academias

atualmente e considerado por muitos as mais belas formas já criadas.

“Enquanto esporte olímpico, o Taekwondo teve sua primeira demonstração nos

jogos olímpicos de Seul em 1988, até ser adotado como modalidade oficial em Sidney,

no ano de 2.000” (AKAVIN; MORINE, 2012, p. 144). Além de ser uma arte marcial, é

um caminho e um estilo de vida, tendo como objetivo a formação de um indivíduo

integro e preparado para auxiliar na construção de uma sociedade mais justa e digna.

O que isso interfere na prática da sala de aula? Para Educação Física, vemos as

ações cognitivas, o aumento da capacidade física, a interação social e o respeito pelo

indivíduo. É sabido que o oriental tem muito a nos ensinar em sua cultura e, assim, pode

agregar diversos pontos e aprimorar à nossa.

A escolha deste tema teve como base central a minha experiência vivida, como

atleta e professor da arte marcial e hoje, em um mundo onde os índices de violência

crescem a cada dia, o Taekwondo vem trazer os ensinamentos das artes marciais para

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sala de aula e leva-nos a redescobrir como educadores e a rever claramente nossos

conceitos quanto às práticas da sala de aula. Assim, o Taekwondo é uma arte marcial

que é composta por técnicas de autocontrole, concentração física e mental, com técnicas

modernas de combate desportivo.

Essas técnicas podem ser utilizadas como catalisadores de métodos de ensino

para estimular o desenvolvimento cognitivo e intelectual de seus praticantes, além de

reforçar os reflexos e a velocidade de resposta das atividades cerebrais, estimulando-as

constantemente, isso proporcionará resultados em diversas disciplinas além da

Educação Física, sendo que nossa juventude carece de identidade nos dias atuais, nossos

adolescentes vivem presos as redes sociais, e muitas vezes esquecem-se de que existe

um mundo muito maior, mais amplo, muito além de uma tela de um aparelho eletrônico.

As pessoas hoje estão perdendo essa referência do contato físico direto, e as

aulas de Taekwondo irão auxiliar nessa vivência, nesse aspecto de companheirismo tão

importante para o desenvolvimento desses jovens no processo de construção de suas

vidas.

Compreende se que o trato pedagógico do componente lutas na

Educação Física escolar deva comportar necessariamente aspectos da

autonomia, criticidade, emancipação e a construção de conhecimentos

significativos. As reflexões que apontam para a cultura corporal de

movimento como o conjunto de conhecimentos que devem ser “tematizados”

pela Educação Física podem municiar, pedagogicamente, para construir

possibilidades metodológicas para o trato específico deste tema.

(NASCIMENTO; ALMEIDA, 2007).

Por isso uma prática pedagógica consciente é importante para o profissional da

Educação, afinal sabemos que somos transmissores de conhecimentos, mas nosso papel

se institui muito aquém do que atuar nesse processo; nosso dever é ser o farol para as

mudanças, sermos a “pedra angular” para promover as ações necessárias rumo a um

novo caminho, uma nova realidade para nossos jovens.

Sabemos que este é um desafio que nos apresenta muitas inconstâncias, e a

maior delas se implica no separar as diretrizes acadêmicas das práticas esportivas. A

escola não pode se tornar uma extensão da academia, do clube para um atleta, ele deve

se concentrar em manter suas diretrizes pedagógicas, o que se torna de suma

importância.

É fundamental também que se faça uma clara distinção entre os

objetivos da Educação Física escolar e os objetivos do esporte, da dança, da

ginástica e da luta profissionais, pois, embora seja uma referência, o

profissionalismo não pode ser a meta almejada pela escola. A Educação

Física escolar deve dar oportunidades a todos os alunos para que

desenvolvam suas potencialidades, de forma democrática e não seletiva,

visando seu aprimoramento como seres humanos. (BRASIL, 1997, p. 24)

O presente artigo tem como objetivo analisar a metodologia aplicada à prática do

Taekwondo como arte marcial de origem oriental, e validar o que pode ser utilizado,

para se trabalhar com crianças e adolescentes que têm alto índice de indisciplina na

escola, portanto a Educação Física, muitas vezes, acaba sendo a matéria que essas

crianças mais se identificam e diante disso a necessidade de se conciliar as estratégias

em várias disciplinas dos PCN´S, uma vez que estão fortemente interligadas umas com

as outras.

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2 Revisão Bibliográfica

Segundo Rondinelli (2013), o ser humano deve dominar o próprio corpo na qual

sem que haja uma dicotomia da separação do corpo e da mente, conforme proposto por

Descartes. Assim passamos a entender que a disciplina de Educação Física está voltada

a produzir o controle da mente sobre as ações do corpo, a fim de ocorrer um melhor

aproveitamento das ações geradas pelo corpo oriundos dos estímulos cerebrais e

ambientais, estabelecendo assim uma linha tênue de equilíbrio entre as funções que um

exerce sobre o outro. Por isso quando se estuda Educação Física vê-se diante de um

mundo vasto, que está muito além da forma e corpo como é mencionado a seguir

“atividade que por meios, processos e técnicas, desenvolve e aprimora forças físicas,

morais, cívicas, psíquicas e sociais do educando” (BRASIL, 2001, p. 22).

Com isso, o estudo do Taekwondo como metodologia das aulas de Educação

Física tem sido constantemente avaliado, mas para isso precisamos nos atentar sobre

alguns conceitos inerentes ao tema, “os termos Lutas e Artes Marciais, visto que muitas

vezes são compreendidos como sinônimos” (NUNES, 2013, p. 2). Embora possam ser

vistos como sinônimos no conceito pedagógico, eles se diferem já que luta é tida como

uma competição entre dois indivíduos, já a arte marcial é um pouco mais abrangente,

uma vez que se apresenta como uma disciplina física e mental codificada em diferentes

técnicas e graus, visando o desenvolvimento tanto físico como mental, portanto vemos

que a arte marcial é algo extenso e que tem muito a contribuir para as práticas

educacionais na disciplina de Educação Física.

Assim para que se entenda o conceito deve-se conhecer a história, a fim de

delimitar o berço dos esportes, que remonta à sociedade grega, assim sendo, considera -

se esta a sua terra mãe:

Conta a história que os Jogos Olímpicos ocorreram em dois

momentos distintos, o da Era Antiga (776 a.C. até o século IV d.C) e o da

modernidade (a partir de 1896). Durante o século XIX foram feitas várias

tentativas pelo Barão Pierre de Coubertin para retornar os Jogos Olímpicos

na Era Moderna, com intuito de abrandar as guerras e celebrar a paz entre as

nações. (AMADEI, 2008, p 08)

O desenvolvimento das atividades esportivas na Grécia estava intrinsecamente

ligado ao aprimoramento da intelectualidade bem como o da espiritualidade

representado pela mitologia e a filosofia de vida contemporânea daquele período.

O corpo bem definido naquela época era altamente valorizado, pois indicava

destreza, saúde e obviamente força, que gerava destaque a seus possuidores, a maior

prova que os Jogos Olímpicos eram tão venerados e tão disputados até o presente

momento.

A presença das práticas de atividades voltadas ao corpo também foi vista nas

culturas dos povos orientais, tais como Coreia, Japão, China e outros. As práticas

corporais tinha como sua finalidade o combate em guerras para a conquista de

territórios e para a sua defesa, obtendo o aprimoramento das qualidades físicas e

disciplinares dos guerreiros.

Conhecer as origens dessa disciplina mostra-se como ponto de grande

importância aos seus educadores, uma vez que isto nos mostra como podemos melhorar,

como cita Marx (1974), em que os homens são construtores da sua própria história e

que suas decisões estaão ligadas ao seu passado.

É de suma importância que a docência seja aplicada com referências sólidas, a

fim de que possa transmitir aos discentes a sensação de segurança em seu caminho. Por

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257

isso, a Educação Física hoje como prática escolar tem muito a contribuir para a

educação que, muitas vezes, carece de inovação, de amor ao trabalho e incentivo.

O Taekwondo é uma arte marcial, uma prática esportiva e também, sem dúvida,

uma atividade física, portanto a utilização desta arte como forma de metodologia para as

aulas de Educação Física enriquece e reforça esse conceito ampliando ainda mais este

enorme campo de estudos.

Pode-se entender como de suma importância o conteúdo de lutas no

desenvolvimento do cidadão, sendo que dessa forma, os alunos poderão

receber esses estímulos de maneira correta, incitando o educando a entender

o real significado tanto como esporte, também como reflexão/relaxamento,

para assim desmistificar as batalhas cotidianas de classes e necessidades

humanas. (SANTOS; OLIVEIRA; CANDIDO, 2011, p. 2).

Levando esse contraponto para o ambiente escolar, vemos que o ensino do

Taekwondo se torna um meio para redução de altos índices de indisciplina dos alunos,

da violência para com outros colegas e falta de compromisso com suas atividades

educacionais, logo a criança que atuam prática esportiva como o Taekwondo nas aulas

de Educação Física, com certeza, apresentará melhora do autocontrole e desempenho

acadêmico e social.

Ao avaliarmos as pessoas que ensinam e praticam artes marciais, vemos em sua

personalidade o equilíbrio, o domínio de corpo e da mente, assim como vemos também

os aspectos neurológicos como o aumento da capacidade de reflexo, consequentemente,

na educação, por isso vemos que todas as medidas não beneficiam somente as aulas de

Educação Física, mas todo cotidiano desses jovens e quantificamos o quanto isso pode

potencializar o seu futuro.

Assim o conceito do formar um cidadão e tornar as pessoas preparadas para

viverem em sociedade, “Assim todo aquele que pratica o Taekwondo adquire o

desenvolvimento físico de seu corpo, que o faz mais seguro de si mesmo, e a disciplina

mental, que o torna muito mais equilibrado transformando-a em pessoa com alto

espirito confiante, generoso, justo, humilde e líder.” (KIM, 1995, p.14).

A educação como praticada na sala de aula atualmente está muito aquém dos

conceitos de transmitir e gerar novos conhecimentos, ela também se envolve na

formação elementar deste individuo, tornando-se atuante no futuro do como ela será

como pessoa, por isso seu papel adquiriu maior responsabilidade uma vez que este

individuo torna-se um membro da sociedade e interage com ela.

Este conceito da disciplina como formador de um indivíduo cidadão social vem

desde os tempos da era inicial da República.

[...] de enorme importância para a “educação” não apenas “física” do

povo brasileiro, mas para a “educação plena”, ou seja, moral e intelectual.

Das inúmeras reformas que buscaram incorporar a ginástica nos currículos

escolares, reformas estas que faziam parte do universo de informações de Rui

Barbosa, é preciso destacar o decreto n. 7.247, de 19 de abril de 1879. Este

decreto, ou esta reforma do ensino assinada por Carlos Leôncio de Carvalho,

trazia já em sua grade curricular o espaço obrigatório para o ensino [...]

(SOARES, 2004, p. 92).

Portanto a importância da Educação Física no contexto escolar já se evidencia há

muito tempo, mas só agora essa visão começa a tomar as reais proporções como

benefícios para o contexto educacional.

O estudo levantado tem como intenção ser mais que uma análise visual sobre o

tema, ele visa atender a demanda de novas metodologias e inovações para rede de

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ensino, tornando o saber práticas envolventes e participativas, sendo capazes de integrar

nossos educando numa realidade mais ética, com maiores valores e maior preparo para

vida através do processo de ensino e aprendizagem do Taekwondo.

Muitos não veem a inserção das lutas no contexto prático nas aulas de Educação

Física, no entanto é um conteúdo oficial conforme os PCN´S, “esse documento não

apenas mostra as lutas como um conteúdo a ser trabalhado, como também aponta alguns

caminhos para que o professor leve essa proposta ao aluno” (RONDINELLI, 2013).

As artes marciais são, sem dúvida, uma prática esportiva, com inúmeras lutas no

seu contexto, mas sua origem remonta ao desenvolvimento das antigas civilizações.

Mas, por ser um recurso tão vasto e tão dinâmico, não perde a importância, pelo

contrário, sua utilização como método de ensino assertivo cresce cada dia mais, nesse

contexto, mostra que as práticas corporais, assim como a prática das artes márcias, é um

grande material de estudo para criação de novas metodologias de ensino. Por isso o

recurso das artes marciais vem a ser um processo gradativo e que vem para ficar, uma

vez que se aprende muito mais do que os movimentos da arte, aprende-se o ser

esportista, o ser cidadão.

O Taekwondo mostra-se como um elemento de grande importância nas práticas

escolares para Educação Física já, que esta arte marcial se volta justamente para o

equilíbrio entre corpo e mente. Isto nos mostra que podemos trabalhar uma série de

fatores, que, somados contribuirão de forma construtiva para o desenvolvimento destes

alunos dentro e fora do ambiente escolar, por isso devemos ter um olhar mais amplo

para com essa pratica, uma vez que esses resultados dependem de como aplicaremos

este conteúdo aos nossos alunos, “os conteúdos são exteriores ao aluno que devem ser

assimilados e não simplesmente reinventados” (LIBÂNEO, 1985, p. 39).

Com isso, tem-se a missão de um novo rumo à forma de se trabalhar com as

lutas na Educação Física Escolar, sendo um novo recurso para criação e metodologias

inovadoras.

O papel do docente é muito além do que um mero fornecedor de conteúdo,

“educar é substancialmente formar” (FREIRE, 1996, p. 37). Desse modo, quanto maior

se torna nossa consciência e nossa responsabilidade como formadores de cidadãos,

maior se torna a nossa probabilidade de êxito diante do percurso da arte do ser educar, o

que torna este papel uma ação integral em curso na educação brasileira e que, se bem

empregada apresenta ótimos resultados como nos mostram os inúmeros resultados

apresentados pela educação dos países de primeiro mundo.

A prática do Taekwondo torna-se um grande recurso, pois seus princípios já

enfatizam essa necessidade de se proporcionar valores e combater ações de indisciplina

e da desvalorização do próximo, que se tornam recorrentes na sociedade

contemporânea, com os episódios de bullings entre os alunos na prática de sala de aula e

que, sem dúvida, devem ser fortemente combatidos. Uma vez que o praticante acaba por

desenvolver durante a sua vivência alguns valores que farão parte do seu dia a dia na

sociedade a qual ele estará inserido, tem-se que “o ser humano necessita de

autoconhecimento. Saber qual é a sua força e quais são as suas fraquezas para se

posicionar de forma inteligente perante o mundo. Com este conhecimento ele pode

superar o mais difícil obstáculo real: a falta de confiança.” (NEGRÃO, 2012, p. 18).

Os praticantes do Taekwondo devem ter a característica de liderança, lembrando

que ser líder representa ser humilde e determinado, ter cuidado no que se fala e em suas

ações, significa também ter autocontrole condicionado, porque sem isso não se atinge

objetivo. Autocontrole quando somado a potência/capacidade resultada em

autodesenvolvimento. Quanto à força e experiência, estes permitem o perfeito

entendimento das situações e, com isso, obtemos o aperfeiçoamento do ego,

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estabelecendo como princípio a força de vontade o espírito de sacrifício, indispensáveis

a prática de qualquer arte marcial.

Boas Maneiras (Cortesia) “é a combinação da educação com a gentileza, a

manifestação do respeito às regras de civilidade no tratamento com os outros. Ser cortês

é mostrar-se pronto para ajudar outra pessoa com atenção e simpatia” (NEGRÃO, 2012,

p. 81). Sendo essencial a postura de modéstia, cortesia, delicadeza e humanismo, que

estão sempre presentes para aqueles que praticam essa arte, os praticantes desenvolvem

as quatros seguintes características:

Bom senso (Integridade) é a simplicidade do saber se envergonhar, uma vez que

o praticante desta arte jamais pode esquecer-se de colocar-se em seu lugar, da posição

que ocupa, “deve ser sempre honesto consigo e honesto e ético com os outros. Somente

com humildade, e principalmente com honestidade, podemos admitir nossas falhas e

deficiências. Somente reconhecendo as deficiências poderemos superá-las” (NEGRÃO,

2012, p. 94), já que este princípio se aplica ao sentido de responsabilidade e justiça que

cada participante deve ter consigo e para com os outros.

Tenacidade (Perseverança) “é a força, a vontade de continuar, buscar atingir os

objetivos e não desistir diante das dificuldades” (NEGRÃO, 2012, p. 109), continuar

sempre em busca dos seus objetivos, sem deixar se abater pelas adversidades impostas

pela vida, lutando até o último segundo por aquilo que ele acredita e deseja.

Autocontrole (Domínio sobre si) “é a capacidade de agir com lucidez em

momentos difíceis, mantendo as emoções sob o controle do raciocínio e do bom senso”

(NEGRÃO, 2012, p. 123). Deve-se levar uma vida simples, constituída sem temor sobre

quaisquer forças externas, já que a falta de controle nada mais é do que a apresentação

do primeiro passo rumo à derrota, e preciso sempre seguir firme diante de seus

objetivos, conservando seu caráter.

Invulnerabilidade (Espirito Indomável) se torna “fundamental para superarmos

as armadilhas do fracasso, do sucesso momentâneo, e continuar buscando nossos

objetivos com a mesma intensidade e retidão” (NEGRÃO, 2012, p. 141).

Independentemente do que tivermos que enfrentar, devemos manter a nossa mente

focada, mantendo nossa cabeça erguida diante das dificuldades, sem hesitar, sem temer,

mas ainda assim, temos de ter o objetivo e trabalhar para conquistá-lo com honra e

coragem.

O Taekwondo é uma arte de princípios, por isso uma pessoa, mesmo não

gozando de uma boa saúde, encontra a motivação durante as aulas desta arte marcial. A

motivação está diretamente relacionada ao critério, sentimento E moral, por se tratar de

arte marcial, um esporte que utiliza todas as partes do corpo e induz a motivação através

da captação da emoção integrando de forma equilibrando a mente com o corpo, “... a

confiança em si mesmo, física e mentalmente, é benéfica à sua vida pessoal, à sua

família e à sua vivência dentro da nação” (GOULART, 2002, p. 15).

Não basta apenas viver por viver, mas sim viver bem e feliz e, assim, garantir a

felicidade daquele que está à sua volta. Sendo assim, o sentido do Taekwondo está em

obter motivação para a prática como sadio, da mente equilibrada, da constituição de

valores morais um caminho pleno para uma vida feliz.

O principal objetivo do Taekwondo está além da questão física, já que estabelece

o princípio do aperfeiçoamento do caráter humano. Direciona seus praticantes a lutar

contra as injustiças, defendendo aquilo que é certo sob quaisquer que sejam as

dificuldades que possam se apresentar, impondo uma prática limpa da arte, em que a

segurança do adversário nunca seja ignorada, o ponto-chave é neutralizar o ataque, o

movimento sem machucar o outro, exercendo total domínio sobre sua força física e

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mente, desenvolvendo como seu principal conceito o da arte que treina a mente através

do corpo.

Sendo o Taekwondo uma arte marcial, uma luta, muitos devem se perguntar por

que propor uma arte marcial como método de ensino, já que a luta por muitos é

entendido como uma forma de violência, porém, ao observarmos de modo lúcido o

conceito de violência, este não se aplica pela prática ou não do uso da força, da

agilidade corporal, mas sim da falta de autocontrole psicológico e emocional, questões

internas. Os alunos rotineiramente jogam futebol, vôlei, tênis de mesa e, por sua vez, o

professor de educação Física, no decorrer da prática desses esportes, vê se obrigado a

resolver conflitos físicos entre os alunos, então, muitas vezes, afirmar que incluir a

prática de artes marciais, é uma incitação à violência se torna um argumento frágil, e

sem fundamento.

Para o as crianças o TAEKWONDO permite também um

desenvolvimento moral, pois elas aprendem a respeitarem-se a elas mesmas e

aos outros. A autodisciplina, consequência de aprender e praticar as técnicas

reflete-se geralmente noutras áreas da vida delas. Na escola, melhoram

frequentemente, pois aprendem a focar objetivos e trabalhar em busca de sua

realização. (GOULART, 2002, p. 16).

Os conceitos desta arte marcial dispõem que esta deva proporcionar ao

praticante confiança física e equilíbrio na mente, mantidos por uma disciplina aplicada.

O praticante deve fortalecer sua força interior, dando-lhe confiança e incentivando-o a

ter senso de generosidade para com os outros, porque este sabe que jamais poderá usar

de sua força para subjugar o outro, impor sua vontade, sabe que tem que respeitar seus

adversários, e os seus conhecimentos só podem ser usados em sentido de defesa e isso

somente se não houver outro recurso. Com isso “através da prática do Taekwondo, é

possível ultrapassar a si mesmo; assim o homem acaba por reconhecer de que pode

dominar-se e superar-se com a comoção sentimental de prosperidade ou fracasso”

(KIM; SILVA, 2000, p. 24).

Os seus movimentos do Taekwondo conjugados com o espírito transformam-se

em movimentos, pois possuem velocidade e leveza, nem por isso deixam de ter seu

ponto de impacto no processo de desarme e imobilização de seus oponentes.

As crianças em desenvolvimento tendem a possuir mais facilidade de adquirir

novos valores e princípios do que pessoas adultas, por isso os métodos de ensino

apresentados pelo Taekwondo com certeza serão sentidos não só na Disciplina, mas na

própria vida cotidiana desses alunos. Sabemos que muitas escolas se localizam em áreas

de vulnerabilidade social e que, por sua vez, esta acaba sendo a porta de saída de uma

vida difícil, com isso, o educador que se encontra numa escola com essa realidade tem

que estar preparado para lidar com crianças que irão apresentar altos índices de

indisciplinas, déficit de atenção, uso de violência para com o próximo, cabendo a esse

profissional trazer algo melhor a essa população já tão desgastada pelas mazelas sociais.

“A criança não é um adulto em miniatura, e por sua natureza, é inquieta e gosta de se

movimentar. Seu treinamento deve ser planejado de acordo com seu grau de maturação

biológica e deve ser voluntario, alegre e livre de pressões, para que libere sua

imaginação e maneira de se expressar” (GOULART, 2002, p. 17).

O esporte influi diretamente no desenvolvimento intelectual das crianças que

praticam determinados modalidades, que tendem a ter seu raciocínio e reflexos

melhorados, com isso, o Taekwondo é capaz de trazer os mais diversos benéficos a

essas crianças, pois atuará como fator de redução da indisciplina, um forte auxílio para

as que apresentam déficit de atenção e para aqueles que vivem uma realidade de

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dificuldades constantes. Esse esporte tem suma importância na mudança da realidade

dos seus praticantes, uma vez que como arte marcial tem por regra uma conduta

exemplar dos seus praticantes.

Por isso a presença desta arte marcial como uma nova pratica de ensino mostra-

se como um recurso imprescindível na Educação Física escolar, sabendo que a

aplicação do método encontrará barreiras, pois muitas vezes o educador não sendo

praticante da arte marcial encontrará dificuldades em difundir seu uso dentro da

disciplina.

A presença das lutas nas escolas é pequena, e, quando existe, é

ministrada por terceiros e desvinculada da disciplina de educação física, em

atividades extracurriculares ou por meio de grupos de treinamento. A

literatura mostra duas justificativas apresentadas por professores de educação

física para esta restrição da prática de lutas na escola: a primeira é a falta de

vivência dos docentes sobre o tema, tanto no cotidiano de vida, como na

formação acadêmica; a segunda é que a violência seria intrínseca às lutas, e

sua prática estimularia a agressividade nos alunos. (NASCIMENTO;

ALMEIDA, 2007).

Avaliando por esse ponto de vista, tende-se a focar no problema da execução do

método, o que leva muitos educadores a desistir, mas sabe-se que “não é necessário

saber lutar para ensinar lutas na escola, já que não é intenção dela formar

atletas/lutadores, mas sim transmitir valores, conceitos e atitudes” (NASCIMENTO;

ALMEIDA, 2007), logo fica claro que o principal objetivo de se incluir o Taekwondo

como conteúdo de ensino na Educação Física escolar, não se refere essencialmente aos

movimentos da luta, mas sim a sua essência como instrumento formador de pessoas,

uma vez que a arte marcial é a representação da instituição de valores éticos e morais,

que, sem dúvida, são muito úteis para sala de aula e sociedade.

3 Métodos

Para o desenvolvimento deste artigo, foi feita uma revisão de literatura.

Inicialmente o tema foi pesquisado em livros, dissertações e teses e, posteriormente, em

base de dados e em periódicos, para com isso trazer os bons resultados da prática do

Taekwondo na disciplina da Educação Física.

4 Resultados e Discussões

A própria Disciplina da Educação Física é um novo conceito na Educação

Brasileira, pois hoje ela é muito mais do que meros treinos de corrida e futebol. Essa

nova forma de se trabalhar, contribui para o enriquecimento dos conteúdos,

diversificando os temas, trabalhando questões que vão desde a boa saúde e a uma

nutrição adequada, até o processo de construção de valores, de moral e ética na

formação de novos cidadãos.

Dessa forma, o educador tem que estabelecer princípios e valores dentro de sua

prática de ensino.

É não só interessante, mas profundamente importante que os

estudantes percebam as diferenças de compreensão dos fatos, as posições às

vezes antagônicas entre professores na apreciação dos problemas e no

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262

equacionamento de soluções. Mas é fundamental que percebam o respeito e a

lealdade com que um professor analisa e critica as posturas dos outros.

(FREIRE, 1996).

O educador portanto deve estar preparado para saber separar esses

posicionamentos de sua prática de sala de aula e se, dentre seus alunos, obtiver aqueles

que realmente têm a veia certa para se tornar um atleta, cabe ao educador orienta-los aos

meios adequados para desenvolver esses potenciais.

A experiência de educadores que praticam artes marciais reforçam essa prática

pedagógica, este educador vem com vasto conhecimento e metodologias, pois sua

própria vivência serve para mostrar aos alunos que este conceito é bem-sucedido. Saber

ensinar é, antes de mais nada, constituir-se como exemplo e não podemos imprimir

valores em nossos alunos, cujas práticas não efetuamos; se nós, como educadores, não

demonstrarmos a importância desses valores apresentados nas práticas do Taekwondo e

na própria vida, como poderemos cobrar responsabilidade de nossos alunos diante dessa

vivência no âmbito escolar, e fora dela?

Com isso, torna-se essencial que nós, formadores de conhecimentos o tenhamos

embutidos dentro de nós, em nossa vida diária, para podermos ser exemplo claros aos

nossos alunos.

Fui um menino cheio de anúncios docentes, o que não significa que

tenha nascido professor. Agora, quando me revejo, me retorno-coisa que

gosto de fazer-me lembro de um menino curioso. Um professor que não

exerce a curiosidade está equivocado. Eu me perguntava muito, perguntava

aos outros, era método de estudo[...] Na adolescência sonhava tanto em ser

professor que às vezes, para mim era difícil perceber que estava no

imaginário e não no real: eu me via dando aulas. (FREIRE, 2005, p. 305).

Ter um diploma na área da educação necessariamente não nos torna educadores,

para tal é preciso buscar esses ideias, ser capaz de desbravar novos métodos, de

melhorar e quantificar os já existentes e somente assim seremos capazes de construir a

diferença para nossa educação.

Assim, seremos capazes de despertar a criatividade e a esperança em nossos

alunos, apresentando a eles opções para vida e que, com o conhecimento eles, serão

capazes de ir muito mais além do que se propuseram dentro de suas atividades e

poderão, no futuro, também trazerem o novo para as novas gerações.

5 Considerações Finais

A Educação Física vem a ser mais do que uma mera atividade física, ela tem a

responsabilidade de inovar o educar, transmitir o novo dentro desse universo que

chamamos Mundo da Educação. E sabemos que o papel do professor, do educador, é

muito maior do que livros e métodos tendem a nos trazer.

Essa experiência e educar, e formar cidadãos, construir seres humanos se estende

para além de nós, ela flui adiante a cada dia, gerando inovação no ensinar, trazendo a

vivência para mais perto, aconchegando em nossas mentes o fruto desse saber, desse

estar um passo à frente das mudanças que hoje são tão necessárias dentro da Educação

Brasileira.

Estar próximo aos jovens e entender suas realidades nos fará profissionais

melhores, nos permitirá ver além do óbvio e poder ser verdadeiramente um ser atuante,

tonando se completo. “Afirma que no reforço positivo, uma resposta leva à apresentação

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263

de um estímulo de recompensa. No reforço negativo a resposta leva à remoção do

estímulo.” (WEITEN, 2002), com isso o trabalho da modalidade Taekwondo no âmbito

escolar vem a contribuir de maneira ampla para a formação do aluno enquanto

indivíduo em desenvolvimento, tornado se uma ferramenta que amplia o leque de

opções do professor sendo mais do que uma simples vivência da modalidade, conforme

proposto pelos parâmetros curriculares atuais em nosso país. Sim o profissional

consegue trabalhar os fatores que não são permitidos a ele nas formas tradicionais de

ensino e aprendizagem, e leva o aluno a se tornar mais consciente com o seu próprio

corpo, com o colegas de escola, familiares e com a comunidade em geral.

Agradecimentos

Primeiramente a Deus por ter me dado a oportunidade de ter mais esta conquista,

a todos meus familiares e amigos que me acompanharam nessa jornada

A faculdade Network por ter oportunizado uma aprendizagem de qualidade, e

aos professores e mestre que me instruíram a o longo desses 04(quatro) anos de curso, e

em especial ao meu orientador o professor Marcus Gomides que colaborou de maneira

das quais não tenho palavras para expressar minha gratidão, no processo de elaboração e

conclusão deste artigo. E por fim a todos os amigos e colegas de classe, com que tive o

prazer de compartilhar essa jornada na busca pelo conhecimento que com certeza não se

encerra aqui e que continuará por toda nossa vida.

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265

A IMPORTÂNCIA DAS ATIVIDADES CORPORAIS NA

EDUCAÇÃO INFANTIL

Maria Madalena Inácio Felix11

Marcus Gomides12

RESUMO Este artigo objetiva estudar atividades corporais como uma ferramenta que pode servir de estímulo para as crianças da educação infantil, desenvolver habilidades que as levem ao aprendizado. Partindo de uma revisão bibliográfica, o artigo trata de pontos importantes mostrando atividades motoras como contribuinte no aprendizado das crianças, atividades corporais aparecerão de forma lúdica como, brincadeiras e jogos, servindo de instrumentos importantes no processo psicomotor e cognitivo das mesmas. Considerando que a criança aprende brincando, é necessário que quanto mais experiências lhes oferecerem, maior será o seu ganho. O artigo ainda mostra que atividades motoras terão melhores resultados, quando estas, tem a orientação do profissional capacitado (Professor de Educação Física). Mostrando a importância de se dar um ensino de qualidade. Através de suas orientações o aluno poderá adquirir um melhor resultado em seu aprendizado. A intenção do artigo é esclarecer que as atividades corporais, com a ação do professor apto, trazem benefícios, que podem ajudar os mesmos a adquirir autonomia e responsabilidade, servindo como uma ponte que os levará ao aprendizado.

Palavra chave: Lúdico. Interação, Desenvolvimento. Aprender.

ABSTRACT This article aims to bodily activities as a tool that can serve as a stimulus for children of early childhood education, develop skills that lead to learning. Based on a literature review, the article will deal with some important points that will bring the motor activities as a contributor, in the learning of children, and secondly the body activities appear so as playful, fun and games, serving as important instruments in the psychomotor and cognitive process. Whereas the child learns playing, it is necessary that the more experiences they offer, the greater will be your gain. The article even shows that motor activity will have better results when these, have the guidance of skilled professional (Physical education teacher). Showing the importance that the teacher in this area has. Through its guidelines the student may acquire a better result in their learning. The intent of the article is clear that the body activities with the teacher's action fit can bring benefits that can help them acquire autonomy and responsibility, serving as a bridge can directs them to learning.

Keywords: Playful. Interaction, Development. Learn.

11

Graduanda em Educação Física (Licenciatura), Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445,

13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]). 12

Professor especialista em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades

Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail:

[email protected])

Page 266: CAPA - nwk.edu.br§ão-Física... · CAPA . 2 Revista dos Alunos de Educação Física ... Thiago Augusto Costa de Oliveira ² RESUMO Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de

266

1. Introdução

O presente artigo pretende mostrar a importância que as atividades corporais têm

nas aulas de Educação Física no desenvolvimento motor e cognitivo através do

movimento, fazendo com que a criança aprenda de forma prazerosa.

A palavra lúdico se originou de "ludus" que significa jogo, a palavra

evoluiu ganhando novas considerações principalmente pelas pesquisas

envolvendo a psicomotricidade, por esse motivo passou a ter outros sentidos e

não somente o sentido de jogo. As atividades lúdicas fazem parte da atividade

humana caracterizando-se pela espontaneidade, funcionalidade, satisfação e

prazer do individuo pela atividade prática. Na aplicabilidade das atividades

lúdicas considera-se não somente o resultado, mas a ação, o movimento, assim

como as vivências por elas proporcionadas.( ANJOS, 2013, p.13.)

O lúdico e os jogos não devem ser vistos, dentro da escola, como um passa

tempo, mas sim como uma metodologia de ensino, que pode direcionar o aluno ao

rendimento escolar.

Segundo Anjos (2013), atividade lúdica é uma ferramenta que estimula o aluno a

ser participativo, influenciando a ter melhor resultado em seu aprendizado.

A escola do ensino fundamental 1 deve enxergar no lúdico uma ferramenta

estratégica para que, por meio desta, o educando possa se habituar, com a vida escolar,

facilitando-o se socializar com os demais.

A instituição deve oferecer um ensino onde seja preservado o direito de seus

integrantes, para que possam assim, aprender, sem que haja dano em sua infância.

Nesse sentido o professor de Educação Física entra como o orientador que

pode levar os mesmos, por meio de práticas recreativas e lúdicas, a preservar sua

infância, fazendo uma junção do dever, priorizando o prazer.

Atividades lúdicas e jogos faz com que os alunos da educação infantil aprendam

a criar situações que desenvolvam suas funções, pois é no imaginar, que se põe em ação

o seu potencial.

Portanto, o brincar é parte imprescindível do mundo infantil. Quando

a criança está envolvida em algum jogo ou brincadeira, pode parecer ao adulto

que ela estar apenas se divertindo, "perdendo tempo". Mas o brincar representa

uma atividade muito séria, na qual ela se envolve por inteiro, mobilizando e

desenvolvendo suas potencialidades físicas, mentais, sociais e afetivas.

(CAVALCANTE. 2007.p.22).

Vincular o brincar com a criança é explorar o movimento por meio de jogos,

pois ambos estão interligados no desenvolvimento infantil; O grande contribuinte para

se facilitar esse ensino é o professor de Educação Física, sendo ele o profissional,

capacitado, que poderá, por meio de atividades corporais, atingir sua meta de levar o

aluno a aprender através da prática.

Tendo o conhecimento que o jogo é uma atividade física que passa diversão, as

aulas devem ser realizadas de forma espontânea. Huizinga (1980) define o jogo como

sendo uma ação voluntaria.

Segundo Dallabona e Mendes (2004) a escola que propõe um ensino onde o

brincar é visto com seriedade, estará contribuindo para o desenvolvimento integral de

seus estudantes, bem como formando cidadãos.

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267

O que causou o interesse da pesquisa a escolha deste tema foi observar que

diversos autores falam do lúdico como uma ferramenta que pode ajudar no

desenvolvimento da criança, dentro e fora do âmbito escolar, este trabalho foi realizado

através de uma revisão bibliográfica na justificativa de verificar se os professores, têm

a mesma visão, onde as atividades motoras ajudam o aluno do fundamenta 1 a ser

estimulados por meio das aulas de Educação Física, se realmente a visão dos

professores tem relação com este tema. E se os mesmos acreditam que atividades

corporais podem fortalecer a imaginação dos educandos, levando-os a serem criativos e

produtivos em seu aprendizado, além de proporcionar um enriquecimento cultural.

O professor consciente de seu compromisso social deve planejar

situações lúdicas onde a criança possa vivenciar experiências na construção e

reconstrução de saberes existentes em seu mundo, além de significativas

interações sociais que isso pode proporcionar. Desse modo, a criança aprende

brincando, de maneira prazerosa. Sendo assim podemos dizer que o lúdico, na

sua essência, faz toda diferença no planejamento de ensino, possibilitando

momentos de interação, socialização, problematização e reflexão crítica do

conhecimento.

As brincadeiras não são apenas uma forma de entretenimento para

gastar as energias das crianças, mas formas de enriquecer e contribuir para o

desenvolvimento intelectual das mesmas. Ela não é simplesmente uma

distração para os alunos, ao contrário, ocupa lugar de extraordinária

importância na Educação Física escolar. Pois a mesma estimula o crescimento

e o desenvolvimento, a coordenação motora, as capacidades intelectuais, o

empreendimento individual, possibilitando o avanço dos conhecimentos

teórico-práticos (ANJOS, 2013, p. 31.)

2. Revisão bibliográfica

Atividades corporais são estudados por vários autores que vêem, no lúdico, um

meio que pode levar o progresso psicomotor da criança em direção ao aprendizado.

Nessa visão, palavras como lúdico, ação, brincadeiras, jogos e educação física

serão descritos de forma ampla, em um sentido que demostre o desenvolvimento do

corpo e mente.

Segundo Cavalcante (2007), atividades alegres auxiliam o aluno a desenvolver

suas habilidades em todos os aspectos, cognitivo, motor e afetivo.

Oferecer atividades motoras, por meio de jogos e brincadeiras é possibilitar que

o indivíduo adquira consciência do seu próprio corpo. Segundo Freire (1989), a criança

entende o que ela experimenta, quando a mesma o faz, torna-se real.

O jogo leva o integrante a desenvolver seu raciocínio e a ter controle do seu

corpo, pois ao realizar uma atividade, ela estará pondo, em prática, ambos psicomotor e

cognitivo.

Percebe-se, então que de acordo com Freire (1989), para que a criança cresça em

seu raciocínio, é necessário que se tenha uma progressão na metodologia a ela aplicada,

fortalecendo a sua ação corporal.

Contextualizar as atividades lúdicas e recreativas, portanto, é o

primeiro processo de ensino aprendizagem, por assim entender que a relação

de grupo e a convivência com a diversidade cultural, são fortes primordiais e

decisivos no processo de formação humana da criança ignorar este início do

processo formativo na educação infantil é no mínimo não pensar numa

qualidade eficiente no futuro destes pequenos estudantes. (ANJOS, 2013, p,

14).

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268

Segundo Neto et al (2010.), a evolução motora é um processo sequencial, onde

o comportamento do indivíduo é destacado através de suas vivências.

Sendo assim é importante ter conhecimento sobre o desenvolvimento da criança

e suas especificidades. O brinquedo propõe um mundo imaginário da criança e do adulto

criador do objeto lúdico. No caso da criança o imaginário varia conforme a

idade. Para o pré-escolar de 3 anos, está carregado de animismo; de 5 a 6

anos, integra predominantemente elementos da realidade. (KISHIMOTO,

1994, p, 109.)

Pode-se observar que na medida em que a criança cresce, ela aumenta a

capacidade de entendimento, desenvolve o raciocínio através de experiências a ela

dadas, já conseguem diferenciar o real do faz de contas.

As atividades lúdicas proporcionam a criança a se expressar de

diversas maneiras, como lateralidade, melhora a coordenação psicomotora,

além de desenvolver, melhorar a convivência social, assim como torna os

alunos mais participativos entre outras. No espaço lúdico, a criança pode

desenvolver suas potencialidades assim como compartilha experiências

vividas por eles, proporcionando uma convivência dinâmica entre os

mesmos. O ato de brincar através das atividades lúdicas faz com que a

criança venha a desenvolver e melhorar a confiança em si mesma, sua

imaginação, a autoestima, o autocontrole, a cooperação e a criatividade; o

brinquedo revela o seu mundo interior e leva a criança a aprender brincando.

(ANJOS, 2013, p, 32.)

Espera-se que a escola colabore com este processo do crescimento de seus

integrantes, é importante que os professores de Educação Física entendam o seu papel

como grande influenciador criar situações através de atividades corporais, levando o

educando a ter experiências a partir do movimento, a adquirir vivências que possam

ajudar em seu domínio motor.

No processo da educação infantil o papel do professor é de suma

importância, pois é ele quem cria os espaços, disponibiliza materiais, participa

das brincadeiras, ou seja, faz a mediação da construção do conhecimento.

A desvalorização do movimento natural e espontâneo da criança em

favor do conhecimento estruturado e formalizado ignora as dimensões

educativas da brincadeira e do 11 jogo como forma rica e poderosa de

estimular a atividade construtiva da criança. É urgente e necessário que o

professor procure ampliar cada vez mais as vivências da criança com o

ambiente físico, com brinquedos, brincadeiras e com outras crianças.

O jogo, compreendido sob a ótica do brinquedo e da criatividade,

deverá encontrar maior espaço para ser entendido como educação, na medida

em que os professores compreenderem melhor toda sua capacidade potencial

de contribuir para com o desenvolvimento da criança. (CAVALCANTE. 2007,

p, 10, 11.)

Com isso “a criança que brinca, está não só explorando o mundo ao seu redor,

mas também, comunicando sentimentos, ideias, fantasias, intercambiando o real e o

imaginário nesse espaço chamado brincadeira e que será o de suas futuras atividades

culturais” (RODRIGUES, 2009, p, 23.)

Na educação infantil, que contribuição às atividades corporais exerce? O papel

das atividades motoras é importante para o desenvolvimento motor do indivíduo, pois

através das atividades corporais podem desenvolver funções motoras básicas como,

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269

saltar, correr, pular, saltitar, entre outras. Sendo trabalhadas estas habilidades o

indivíduo terá noção do seu próprio corpo.

Caberá ao professor instruir, para que a mesma tenha uma evolução, em direção

a construção de saberes, através das atividades corporais, desafiando-a por meio de

experiências motoras básica.

Levando em conta que a criança aprende brincando, as atividades

corporais devem ser vistas como uma ferramenta que ajudará em seu aprendizado no

desenvolvimento motor, como também influencia em suas ações, melhorando em seu

convívio social. Proporcionar estímulos por meio de brincadeiras e jogos ocasionará

resultados promissores ao indivíduo.

O professor consciente de seu compromisso social deve planejar

situações lúdicas onde a criança possa vivenciar experiências na construção e

reconstrução de saberes existentes em seu mundo, além de significativas

interações sociais que isso pode proporcionar. Desse modo, a criança aprende

brincando, de maneira prazerosa. Sendo assim podemos dizer que o lúdico, na

sua essência, faz toda diferença no planejamento de ensino, possibilitando

momentos de interação, socialização, problematização e reflexão crítica do

conhecimento.. (ANJOS, 2013, p, 31.)

Sabe-se que as crianças têm para si as brincadeiras e jogos, como algo muito

sério. “A criança procede então como escritores que põe em seu personagem o que

queriam ter sido. ” (CHATEAU, 1987, p, 31.)

De acordo com o mesmo a criança ao brincar, se sente realizada pois é por meio

do jogo que demostra seus desejos.

O referido autor afirma que o jogo é uma ferramenta, que pode ajudar o

professor a conhecer melhor o seu aluno, pois é brincando que a criança mostra suas

características, percebe-se então que de acordo com estas afirmações o jogo beneficia

ambos (Professor e Aluno).

Devido ao aumento da violência, os pais não deixam as crianças brincarem nas

ruas, e na intenção de protegê-los acabam deixando a criança sem alternativas,

ocasionando, a troca do brincar pelo brinquedo, ficando prejudicado em seu

desenvolvimento motor e por seguinte se distanciando do convívio social.

É esperado que no âmbito escolar o indivíduo tenha o direito do qual lhe foi

impossibilitado, fora do mesmo.

Desde o início de sua vida, a criança apresenta ritmos e maneiras

diferentes para andar, falar, brincar, comer, ler e escrever. Pode–se dizer que a

educação deve ser voltada para tais perspectivas, pois o ser humano é um ser

de múltiplas dimensões, com ritmos diferentes e o seu desenvolvimento é um

processo contínuo. Considerar as especificidades de cada faixa etária das

crianças significa reconhecê-las como cidadãs, possuidoras de direitos e

deveres, entre eles a educação pública e de qualidade. (PINTO; TAVARES,

2010, p, 228.)

De acordo com Freire (1989), o que dificulta a escola a desenvolver tais

motivações nas crianças, é a falta de não se desenvolver criatividade, é necessário levar

o brincar para a escola.

Freire (1989), ainda menciona que, a escola não deve se prender a uma

determinada aprendizagem entre saltar ou até mesmo o escrever, mais o seu papel é

priorizar em seu desenvolvimento total, “No meu entender, a educação física não é

apenas educação do ou pelo movimento: é educação de corpo inteiro, entendendo-se,

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270

por isso, um corpo em relação com outros corpos e objetos, no espaço”. (FREIRE,

1989, p, 84.)

3. Método

Este artigo se baseia em uma revisão bibliográfica, tendo como consulta diversos

autores, entre eles Gallahue, 2013, Chateau, 1987, Freire, 1989, que, através de seus

trabalhos científicos, colaboraram para elaboração deste.

4. Resultados e Discussões

Um estudo de dados realizado por Neto e et al, (2010) em duas escolas publicas

de Florianópolis-SC com alunos cursando do 1°ao 4° ano, do ensino fundamental, sendo

56 do sexo masculino e 45 do sexo feminino no total de 101 alunos.

Com duração de 03(três) meses de investigação, este estudo teve como objetivo

correlacionar a idade cronológica com a idade motora geral dos investigados, neste

estudo foram avaliados apenas estudantes que não apresentavam quaisquer tipos de

dificuldades com o aprendizado.

Foi usado como instrumento de investigação o protocolo de EDM Escala de

desenvolvimento motor onde foram aplicadas 10 atividades corporais em crianças de 02

a 11 anos; Ao decorrer das realizações, ia-se aumentando o grau de dificuldade

respeitando a faixa etária de cada um; A criança não conseguindo executar a atividade

proposta, a mesma era interrompida.

Através dessas análises foi concluído que o desempenho corporal que os

estudantes tiveram tinha relação com o seu aprendizado.

Já em outro estudo realizado por Neto e Brandl, (s/d). um projeto desenvolvido

em duas cidades do Paraná, em séries inicias, o estudo que pertence ao programa do

governo do estado do Paraná “universidade sem fronteiras”, tinha como o objetivo

demostrar que as atividades corporais devem ser aplicadas por professores da área,

Foram realizadas atividades motoras através de oficinas (jogos, construção de

brinquedos, entre outros). As atividades desenvolvidas foram realizadas aos finais de

semana durante um ano com todos os alunos; Através destas atividades pode-se

melhorar o desempenho motor, como o saltar, correr, pular, entre outras.

O resultado se deu a partir de uma coleta de dados, com a participação dos pais

dos alunos, e com todo o corpo diretivo da escola.

Concluíu-se que as atividades motoras aplicadas pelo profissional da área se tem

melhores resultados, podendo ser visto, no cotidiano dos alunos, na motivação, no

respeito, nas regras, atenção e na concentração, servindo de melhora em outras

disciplinas.

Os professores de outras disciplinas responderam que os alunos que mostravam

problema com o aprendizado, tiveram melhoras significativas em todos os aspectos,

sendo que, os que não apresentavam dificuldades obtiveram uma evolução no nível de

aprendizagem.

Já em um terceiro estudo, realizado por Anjos (2013) na escola estadual Cora

Coralina, em Ji-Paraná-RO objetivou-se avaliar a visão que os professores desta escola

tinha a respeito de aulas recreativas e lúdicas, dentro da Educação Física, se eles

concordavam que essas aulas realmente poderiam beneficiar o aluno a ter melhoras em

seu aprendizado; Já que diversos autores afirmam que sim.

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271

Foi feito um questionário contendo oito perguntas que foram entregues a

dezessete professores do ensino fundamental 1, todos do sexo feminino, e com

graduação em pedagogia; Através de suas respostas, os professores, em sua maioria,

afirmam que as aulas lúdicas e recreativas trazem benefícios não só dentro das aulas de

Educação Física, mas também beneficia todas as outras disciplinas, pois o aluno

demostra maior interesse no aprendizado; Atividades as deixam-nas estimuladas.

Esta entrevista serviu para comprovar que as respostas dadas pelos mesmos

tem relação com o que muitos autores que estudam este tema afirmam.

Por esse motivo a preferência em aplicar as atividades lúdicas nas

aulas de Educação Física é de grande importância visto que estimula a

criatividade proporcionando uma aprendizagem qualitativa, partindo de

princípios que estimulem o seu desenvolvimento social, cognitivo, afetivo e

psicomotor (ANJOS, 2013, p, 22.)

Ficou assim entendido que as atividades motoras em anos inicias não só

desenvolvem as habilidades básicas, como também o aprendizado em sua totalidade.

Sendo uma metodologia de ensino que desenvolve o aprendizado, sabendo, porém que

tal progresso só será desenvolvido mediante as aulas ministradas pelo profissional de

Educação Física sendo que “Para que a aprendizagem seja significativa é necessário que

o indivíduo perceba a relação entre o que está aprendendo e a sua vida. Isso envolvendo

seu raciocínio, análise, imaginação relacionamento entre ideias, coisas e

acontecimentos.” (PINTO; TAVARES, 2010, p, 229.)

De acordo com Anjos (2013) as atividades lúdicas são uma ferramenta

importante no processo de aprendizagem, podendo ser usadas como uma metodologia

que pode combater o fraco rendimento escolar atividades alegres podem contribuir no

interesse pelo aprendizado.

Por isso as atividades de jogos devem ser prazerosas para a criança e

permitir a ela experimentar a situação proporcionada pelo jogo. Não é

permitido obrigar uma criança a brincar o professor deve incentivar a

participar das atividades propostas. O jogo deve ser prazeroso para que as

possibilidades de aprendizagem sejam alcançadas. (ANJOS, 2013, p, 15.)

Percebe-se que o papel do professor mediante ao aluno, é estimular através de

jogos, e brincadeiras, desafiando-o a despertar seu interesse a realizar, com os demais,

os jogos e brincadeiras, ocasionando em ter experiências que as enriqueçam em seu

aprendizado, as atividades motoras libertam o indivíduo, tornando-o confiante.

É dentro desta perspectiva que enfatizamos a necessidade de

proporcionar às crianças, na educação infantil, o maior número de

experiências de movimento possível, onde elas possam adquirir formas de

movimento experimentando os diferentes sentidos e significados do

movimento, para a partir de suas vivências, incorporá-las o seu mundo de

vida. (BASEI, 2008, p, 7.)

Segundo Basei (2008), o corpo em movimento libera emoções que pode

facilitar o envolvimento com o meio em que vivem.

Proporcionar a criança uma aprendizagem prazerosa através de atividades

corporais é dar importância ao desenvolvimento psicomotor da mesma, possibilitando

hábitos de vida saudáveis, pois é através das atividades básicas que a criança terá

compreensão de seu corpo. “O desenvolvimento é um processo contínuo que começa na

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272

concepção e cessa com a morte. ” (GALLAHUE; OZMUN. 2013, p, 22) Neste processo

contínuo, as atividades corporais, servem de estimulo, ajudando a ter conhecimento do

seu corpo.

Atividades corporais melhoram o comportamento das crianças, ajudando-as a

serem mais participativas, e mais confiantes; As contribuições são muitas, pois as

atividades corporais têm grande influência que poderá ser refletida quando adultos.

5. Considerações Finais

Nos três estudos de dados, mencionados neste artigo, percebeu-se que um deles

avaliou crianças que não apresentavam quaisquer problemas na aprendizagem, enquanto

o segundo avaliou todas as crianças, já no terceiro estudo, avaliou apenas professores de

outras áreas, entretanto todos os artigos tinham o mesmo objetivo, identificar se as

atividades corporais influenciam de fato no aprendizado do aluno.

É conclusivo que todos os estudos serviram para comprovar que tanto a escola

como os professores concordam com o que diversos autores abordam, que o lúdico é de

fato uma ferramenta importante na inclusão do educando dentro do contexto escolar.

Entretanto percebe-se que para se desenvolver habilidades motoras através de

atividades corporais, as mesmas devem ser administradas por um profissional

capacitado. (Professor de Educação Física).

O professor de Educação Física é o maior colaborador, para que os mesmos

sejam orientados a terem hábitos de vida saudáveis, fora do âmbito escolar a maioria

das crianças não usufruem de práticas motoras por uma infinidade de motivos como já

foram mencionados.

Atividades corporais podem beneficiar o aluno a ter domínio corporal,

equilíbrio, lateralidade, força, raciocínio, entre outros.

Promover um aprendizado que faça com que o aluno tenha progresso em seu

aprendizado é contribuir para que o mesmo desenvolva em uma construção de saberes.

O brincar exerce poder sobre as crianças e no ensino fundamental 1 é essencial

fazer uso de atividades lúdicas, pois negar seu poder é o mesmo de não se ter o

conhecimento do que é o ser criança., É nessa fase que muitos estão sendo inseridos na

escola, e estão completamente fora do convívio que estavam acostumados.

Atrair a criança usando a diversão é dar-lhe o direito de desenvolver o que é

mais poderoso nelas, sua imaginação; No brincar elas interagem umas com as outras.

Mas para que o professor de Educação Física alcance sua meta, é necessário que

a escola seja participativa, na questão de não apenas ver as atividades lúdicas como uma

simples brincadeira, mas enxergá-la como uma estratégia de inclusão social.

É de grande valia que a mesma não apenas saiba de sua eficácia, mas que a

ponha em prática, colaborando para que se alcance o desenvolvimento integral de seus

educandos.

Agradecimentos

Meu agradecimento primeiramente a Deus por ter me ajudado em todos os

momentos, me auxiliando e me dando a vitória, pois Ele tem tornado meu sonho em

realidade.

Page 273: CAPA - nwk.edu.br§ão-Física... · CAPA . 2 Revista dos Alunos de Educação Física ... Thiago Augusto Costa de Oliveira ² RESUMO Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de

273

Agradeço ao meu esposo Valmir e a meus filhos, Everton e Jhonata, que sempre

torceram por minha conquista, pois eles têm sido minha motivação para crescer, e a

todos que me ajudaram através de suas orações.

Dedico este trabalho a Deus que sempre me ajudou, e quando pensei, que estava

fraca, Ele se fez forte em mim, para me mostrar que posso todas as coisas Nele., A

todos que me incentivaram com seu amor, meus pais, e meus mestres espirituais que me

ajudaram em oração, e a todos os meus irmãos e amigos em Cristo Jesus o meu muito

obrigado.

A faculdade Network por me dar a oportunidade de ter um aprendizado de

qualidade, através de excelentes mestres.

Aos professores que me instruíram para elaboração deste, pois eles são os

responsáveis por este processo de crescimento em minha vida. E meu agradecimento ao

professor Marcus Gomides que me orientou, para a realização deste.

A todos que me oportunizaram a ter o prazer em conhecer, ao decorrer deste

curso.

Referências

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educação física no processo ensino aprendizagem. Universidade de Brasília– Polo

Ariquemes –RO. 2013.

BASEI, Andréia Paula. A Educação Física na Educação Infantil: a importância

do movimentar-se e suas contribuições no desenvolvimento da criança. Revista

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CAVALCANTE, Sueli . O lúdico e sua importância na aprendizagem da

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CHATEAU, Jean. Jogo E a Criança, O. São Paulo: Grupo Editorial Summus,

1987.

DALLABONA, Sandra Regina; MENDES, Sueli Maria Schimit. O lúdico na

educação infantil: jogar, brincar, uma forma de educar. Revista de divulgação técnico-

científica do ICPG, v. 1, n. 4, 2004.

FREIRE Batista. Educação de corpo inteiro: teória e prática da educação Física.

4ª ed. São Paulo: Editora Scipione, 1989.

Page 274: CAPA - nwk.edu.br§ão-Física... · CAPA . 2 Revista dos Alunos de Educação Física ... Thiago Augusto Costa de Oliveira ² RESUMO Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de

274

GALLAHUE, David L.; OZMUN, John C.; GOODWAY, Jackie D.

Compreendendo o Desenvolvimento Motor-: Bebês, Crianças, Adolescentes e Adultos.

AMGH Editora, 2013.

HUINZIGA, Johan. Homo Ludens: O jogo como elemento de cultura. São

Paulo: Perpectiva, 1980.

KISHIMOTO, Tizuko Morchida. O jogo e a educação infantil. São

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PINTO, Cibele Lemes; TAVARES, Helenice Maria. O lúdico na aprendizagem:

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RODRIGUES, Luzia Maria. A Criança e o Brincar. Rio de Janeiro,UFRRJ

DECANATO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO - DPPG a, v. 25, n. 10, 2009 .

NETO, Rosa et al. A Importância da avaliação motora em escolares: análise da

confiabilidade da Escala de Desenvolvimento Motor. Rev Bras Cineantropom

Desempenho Hum, v. 12, n. 6, 2010.

NETO, Inácio Brandl; BRANDL, Carmem Elisa Henn. Educação Física para as

séries iniciais do ensino fundamental: uma proposta de aulas ministradas por

professores formados na área. Unioeste, Universidade Estadual de Londrina, s/d.

Page 275: CAPA - nwk.edu.br§ão-Física... · CAPA . 2 Revista dos Alunos de Educação Física ... Thiago Augusto Costa de Oliveira ² RESUMO Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de

275

A CONTRIBUIÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA PARA INDIVÍDUOS

COM TRANSTORNO DE ESPECTRO AUTISTA (TEA)

Jonatas da Silva Sobral13

Marcus Gomides14

RESUMO

O autismo é definido como um distúrbio do desenvolvimento, que se manifesta antes

dos três anos de idade, e é mais comum em meninos que em meninas, causando

dificuldades significativas de comunicação, interação social e de comportamento,

caracterizando-se frequentemente por movimentos estereotipados, atividades repetitivas,

respostas mecânicas, resistência à mudança nas rotinas diárias ou no ambiente. Através

da construção do conceito de autismo, este trabalho apresenta as contribuições da

atividade física escolar para pessoas com Transtorno Espectro Autista (TEA) que

frequentam a escola municipal Tempo de Viver. O desenvolvimento de um indivíduo é

resultante de eventos que acontecem nas interconexões dos ambientes e que toda vez

que um indivíduo se relaciona com outros e presta atenção nas atividades ou as realiza,

existe uma relação estabelecida. Foi possível verificar que as dificuldades de interação

social e de comportamento dos alunos da escola Tempo de Viver, restringiram a prática

de esportes dos alunos quase que exclusivamente às atividades oferecidas pela escola,

no entanto eles estabelecem relações entre eles e com os profissionais da mesma.

Palavras – Chave: Transtorno Espectro Autista. Atividade Física. Educação Física

ABSTRACT Autism is defined as a developmental disorder that manifests itself before the age of

three, and is more common in boys than in girls, causing significant difficulties in

communication, social interaction and behavior, often featuring up by repetitive

movements, repetitive activities, mechanical responses, resistance to change in daily

routines or the environment. By building the concept of autism, this paper presents the

contributions of school physical activity for people with Autistic Disorder Spectrum

(ASD) who attend public school Living Time. Whereas the development of an individual

is the result of events that take place in environments interconnections and every time

an individual relates to others and watch the activities or realize there is an established

relationship. It was possible that the difficulties of social interaction and behavior of

students of Living Time school, restricted the practice of sports almost exclusively to the

activities offered by the school.

Key - Words: Autistic Disorder Spectrum. Physical activity. PE

13

Graduando (licenciando ou bacharelando) em Educação Física das Faculdades Network – Av. Ampélio

Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brazil. (e-mail: [email protected]). 14

Professor especialista em Educação Física, do Curso de Educação Física das Faculdades Network – Av.

Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brazil. (e-mail: [email protected]).

Page 276: CAPA - nwk.edu.br§ão-Física... · CAPA . 2 Revista dos Alunos de Educação Física ... Thiago Augusto Costa de Oliveira ² RESUMO Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de

276

1. INTRODUÇÃO

A Educação física inclusiva é de extrema importância, pois é necessário ter, o

desenvolvimento de uma educação apropriada e de alta qualidade para alunos com

necessidades especiais na escola regular. (RODRIGUES, 2000)

Alunos com deficiência precisam de uma aula diferenciada, necessitam de

adaptação para que participem e possam interagir e devem ser tratados de maneira

diferente, porém não discriminatória. Rodrigues (2000) menciona que uma escola

integrativa procura responder a diferença desde que seja legitimada por um parecer

médico-psicológico que a diferença seja uma deficiência sendo um critério a ser

utilizado para se definir a necessidade da escola em preparar-se para o aluno.

Mas segundo Ribeiro (2001), sistema inclusivo está oportunizando a

participação de pessoas portadoras de necessidades especiais a frequentar ambientes até

então utilizados apenas por pessoas sem deficiência.

Essa necessidade de se ter uma educação física inclusiva também poderá ser

oferecida para autistas.

Segundo Filho (2016) autismo é uma desordem comportamental na qual uma

criança jovem não pode desenvolver relações sociais normais, se comporta de modo

compulsivo e ritualista, e geralmente não desenvolve inteligência normal.

As causas do autismo ainda são desconhecidas e atualmente são fortemente

discutidas, mas seus sinais são evidentes, Filho (2016) diz que os sinais de autismo

normalmente aparecem no primeiro ano de vida e sempre antes dos três anos de idade.

A desordem é duas a quatro vezes mais comuns em meninos do que em meninas.

O mesmo principio se aplica em relações entre os ambientes, assim a capacidade

de um ambiente, tal como o lar, escola, trabalho deve funcionar efetivamente como um

contexto para o desenvolvimento. Dependendo da existência e natureza das

interconexões sociais entre os ambientes, incluindo a participação conjunta, a

comunicação e a existência de informações haverá este desenvolvimento.

(BRONFENBRENNER, 1996).

Segundo Bronfenbrenner(1996), ambiente ecológico é concebido como uma

série de estruturas encaixadas. No nível mais interno está o ambiente imediato contendo

a pessoa em desenvolvimento.

A pesquisa na área da educação física sobre autismo pode colaborar com a

análise dos relacionamentos interpessoais estabelecidos pelo autista durante as aulas de

educação física, visto que o autista possui dificuldade em se relacionar com outras

pessoas. A análise da influência do ambiente e a capacidade do profissional de educação

física em lidar com o autismo, assim como sua forma de trabalhar e estimular o

processo de socialização pode servir de ferramenta para os futuros profissionais da área.

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A expressão “autismo” foi utilizada em 1911 por Bleuler, (BLEULER, 2005)

que a usou como sinônimo de isolamento. A palavra Autismo vem do grego Autus que

significa retraído, absorto, fechado em si mesmo.

O autismo é definido (Kanner, 1951) como um distúrbio do desenvolvimento,

que se manifesta antes dos três anos de idade, e é mais comum em meninos que em

meninas, causando dificuldades significativas de comunicação, interação social e de

Page 277: CAPA - nwk.edu.br§ão-Física... · CAPA . 2 Revista dos Alunos de Educação Física ... Thiago Augusto Costa de Oliveira ² RESUMO Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de

277

comportamento, caracterizando-se frequentemente por movimentos estereotipados,

atividades repetitivas, respostas mecânicas, resistência à mudança nas rotinas diárias ou

no ambiente, etc.

Por causa do nível de isolamento psíquico da pessoa autista, ela não incorpora na

personalidade elementos simbólicos de sua cultura, nem mesmo os segmentos dela que

entram em sua experiência pessoal (KANNER, 1951).

Em 1943, Leo Kanner pesquisou 11 casos de crianças (oito meninos e três

meninas) que apontavam como características: isolamento intenso, incapacidade de

estabelecer relações, comprometimento na linguagem, capacidade de memorização

decorada, reagiam com horror a ruídos fortes, e tendiam à repetição. A partir daí, ele

destacou uma síndrome muito particular no quadro das psicoses infantis cuja

denominação definiu uma patologia própria da criança distinguindo-a da patologia do

adulto, o Autismo Infantil Precoce. Marco inaugural de um campo de práticas e

investigações específicas à criança. Este pensamento está sustentado pela genialidade de

Kanner, cujo trabalho trouxe à luz a experiência radical de algumas crianças imersas na

escuridão do anonimato. Ele colocou em movimento uma clínica que até então conhecia

apenas a escuridão dos porões da debilidade. Esta clínica motivou e incentivou estudos

e pesquisas sobre essa tão “estranha” criança. Contudo, se por um lado retira essa

criança da obscuridade, por outro, a encerra no estatuto da desrazão e como tal sujeita a

um conjunto de práticas de controle e dominação (KANNER, 1951).

As maiorias destas crianças encaminhadas à Kanner, possuíam o diagnóstico de

debilidade mental ou com um possível comprometimento auditivo. Considerando as

particularidades destas crianças, ele destacou como fator comum a todas elas a

incapacidade de se relacionarem de forma habitual com as pessoas e situações desde o

início da vida.

“Seus pais as descreviam como: auto-suficientes, envolvidas numa

concha, e reagiam como se as pessoas não existissem, parecendo ignorá-las.

As histórias dos casos indicam invariavelmente a presença, desde o início, de

uma solidão autística extrema”. (KANNER, 1951: 768/9).

Kanner tomou este ponto, como fundamental para realizar uma distinção clássica

entre o autismo e a esquizofrenia infantil. O que se observava na esquizofrenia infantil

era o fato de que essas crianças conseguiam estabelecer relações e vínculos normais até

uma determinada idade quando, então, se desencadeava algo da ordem da psicose e esse

vínculo era interrompido. O que já não ocorria com as crianças autistas cujo vínculo,

desde o início, não se estabelecia.

Segundo a descrição de Kanner, (1951), na criança autista poderá ser observado,

tanto uma ausência de movimentos antecipatórios quanto de movimentos de

ajustamento à pessoa que a sustenta. São freqüentes os movimentos ritualizados,

utilizando de maneira estereotipada os objetos, manipulando-os de forma repetitiva. O

interesse por movimentos circulares é grande. Está presente também, uma extrema

preocupação pelo que é idêntico ou pelo que é imutável qualquer mudança no cotidiano

dessas crianças é rebatida com uma grande violência.

Os distúrbios de linguagem também estão presentes, podendo ocorrer, em alguns

casos, mas sem valor de comunicação, e em outros, o desenvolvimento da linguagem

pode não ocorrer. Quando a linguagem é adquirida, seu conteúdo é muito pobre.

Destacam-se a ecolalia, dislalia, sintagmas, etc., que são distúrbios de linguagem

característicos da criança autista Kanner (1951), com precisão particularizou as

características da linguagem destas crianças, descrevendo que as palavras “eu” e ”sim”,

na grande maioria dos casos, estão ausentes.

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Com freqüência ocorre à inversão pronominal onde as palavras “você” ou ”tu”

são utilizadas no lugar do ”eu”. A inflexibilidade da linguagem, também está presente,

onde a criança constrói um sentido rígido, sem possibilidade de deslizamento para que

ocorra construção de sentido. A relação com as pessoas é bastante particularizada por

essas crianças, que se relaciona como se as pessoas não existissem ou são tratadas como

objetos de um mobiliário ou mesmo utilizadas como um instrumento necessário para

que a criança alcance um determinado objetivo.

Kanner (1951) ao final de sua descrição toma partido em favor de uma etiologia

da ordem do biológico em detrimento de qualquer outra, definindo o autismo como uma

perturbação inata do contato afetivo, uma incapacidade, por parte da criança, para

constituir biologicamente esse contato.

Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), CID-10 (Classificação

Internacional de Doenças), de 1991, o autismo é caracterizado pelo funcionamento

anormal em três áreas: de interação social, comunicação e comportamento restrito e

repetitivo.

“De cento e cinqüenta a duzentas publicações internacionais anuais

testemunham igualmente esse interesse, e as discussões em torno da

classificação da síndrome autística deram lugar a debates apaixonados,

opondo as diferentes teorias. Embora as classificações psiquiátricas

internacionais (CID 10), americana (DSM lll-R) e francesa (CFTMEA)

partam todas da descrição sintomática de Kanner, elas não concluem de

modo idêntico. A classificação francesa mantém o autismo dentro de uma

perspectiva psiquiátrica da psicose infantil, enquanto a internacional e a

americana falam de distúrbios invasivos do desenvolvimento. Essas

diferentes definições contribuem, elas também, para alimentar as discussões

entre os profissionais de determinadas correntes educativas e da psicanálise.”

(Amy, 2001: 27).

Estudos recentes demonstram que é possível diagnosticar se uma criança de três

meses sofre de autismo, um tipo de perturbação que faz com que ela não interaja com o

mundo exterior. O diagnóstico é feito por intermédio de testes de comportamento e

questionários respondidos pelos pais. Quanto antes iniciado o tratamento, melhor é o

prognóstico. Algumas crianças respondem melhor, outras nem tanto, mas sempre haverá

algum ganho com a intervenção precoce (AMY,2001).

Dos sinais que permitem identificar o distúrbio em crianças muito pequenas, o

mais claro é a esquiva: elas evitam olhar nos olhos dos pais e não dão nem gostam de

receber carinho, o que os especialistas chamam de obstrução na circulação do afeto. No

entanto, a maioria dos pais só costuma notar que há algo errado por volta de um ano e

meio. Pois, é nessa idade que os pais começam a notar uma defasagem no nível da

linguagem da criança ou fica claro que ela evita brincar com outras crianças (AMY,

2001).

2.1 Teoria do desenvolvimento ecológico

Segundo Bronfenbrenner (1996) o desenvolvimento humano é resultado de uma

interação entre o organismo humano em crescimento e seu meio ambiente. O autor se

ressalta que o comportamento evolui em função da reação comportamental entre o

individuo e o meio ambiente pelo qual ele se relaciona e se desenvolvem.

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Para Bronfenbrenner(1996) existe um fenômeno entre cada cultura ou subcultura

presentes em diferentes formas em cada tipo de ambiente, ou seja como dentro de cada

subcultura ou sociedade existisse uma maneira de organizar os ambientes. O ambiente

ecológico é formado resultante de uma série de estruturas encaixadas contendo um nível

interno e direto com a pessoa em desenvolvimento e outros níveis que se relacionam

influenciando a vida do próximo sem que esteja no ambiente.

Segundo Bronfenbrenner (1996), sempre que um individuo presta atenção ao

modo de outro interagir-se com o ambiente ou participa é considerado de que o

indivíduo também tenha feito uma relação chamada Díade.

A Díade tem uma importância em relação ao desenvolvimento em dois aspectos,

primeiramente ela constitui uma forma critica para se desenvolver e o outro aspecto é de

servir como bloco construtor básico de um microssistema que irá possibilitar a

formação de relações interpessoais maiores. (BRONFENBRENNER,1996)

O autor indica que a díade adota três formas funcionais que são ás díades de

observação, atividade conjunta e primária.

Em relação a cada díade Bronfenbrenner(1996) destaca em cada uma fatores

determinantes no desenvolvimento:

Díade Observacional: é ocorrida quando um individuo está observando

cuidadosamente alguma atividade realizada por outro que por sua vez reconhece o

interesse sendo demonstrado na atividade.

Díade de atividade conjunta: acontece quando dois participantes se percebem

fazendo alguma atividade juntos, mas não significa que estão fazendo a mesma coisa.

Díade primaria: é a díade que continua a fenomenologicamente para ambos os

participantes mesmo quando eles não estão juntos.

Segundo Bronfenbrenner(1996) em um processo onde já se envolva dois irmãos

ou indivíduos e uma professora esta díade acaba se transformando em uma tríade ou

mais dependendo do numero de pessoas que irão participar ou observar.

Bronfenbrenner (1996) diz que existem quatro divisões em que podem ocorrer

no ambiente em que os denomina como , microssistema, mesossistema, exossistema e

macrossistema .

É destacado pelo autor a tendência da Díade é de observação pois sua evolução

poderá se entender para uma díade de participação conjunta em que ás duas partes se

envolvem em uma atividade.(Coelho,2007)

Segundo Bronfenbrenner (1996) se alguém de uma díade sofre uma mudança no

seu desenvolvimento provavelmente o outro também ira mudar.

Para Coelho(2007) os papéis sociais são definidos como atividades,

comportamentos e relações que são esperados de um individuo que assume determinado

papel em uma dada situação no contexto social assim os comportamentos de outros

indivíduos são com relação a esta pessoa.

O desenvolvimento de um individuo é resultante de eventos que acontecem nas

interconexões dos ambientes e a toda vez em que um individuo se relaciona com outros

e presta atenção nas atividades ou ás realiza existe uma relação

estabelecida.(BRONFENBRENNER, 1996)

Segundo a análise dos Ambientes, se trata de temas da inserção de ambientes naturais como ambientes de pesquisa, e a visão ecológica de desenvolvimento possível dentro de instituições (creches, escolas, etc); e assim dentro dos Microssistemas, trazendo discussões aprofundadas sobre outros três sistemas ecológicos: mesossistema, exossistema e macrossistema, sempre apontando para a dinâmica de interação entre estes temas.

(BRONFENBRENNER, 1996)

Segundo Bronfrenbrenner(1996) as definições desses sistemas são:

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Microssistemas: É um padrão de papéis e relações integradas vivenciados pela

pessoa em desenvolvimento caracterizada por ambientes imediatos, (casa, sala de aula).

Messosistemas: é um sistema de microssistema sempre que um individuo em

desenvolvimento amplia ou entra em um novo ambiente ele é formado ou seja ele

verifica as ligações entre os microssistemas.

Exossistema: refere-se a um ou mais ambientes que não envolvem o individuo

em desenvolvimento como participante ativo.

Macrossistema: o autor define como o que refere a consistências na forma e

conteúdo de outros sistemas porem mais inferiores.

Em seu estudo Coelho (2007) investiga a inter-relações de diferentes aspectos do

desenvolvimento da habilidade de arremesso por cima do ombro e neste processo de

pesquisa ele aborda a teoria do desenvolvimento ecológico como base de sua tese

avaliando que o ambiente é um fator relevante no desenvolvimento.

Segundo Coelho (2007) a teoria do desenvolvimento é um processo pelo qual a

pessoa e o ambiente interagem produzindo uma constância e também mudanças em suas

características do ser humano por toda sua vida.

Ao se tratar sobre desenvolvimento não se pode apenas observar os resultados de

testes, prontuários e escalas que acabam desconsiderando a variáveis que surgem na

hora de se avaliar (COELHO, 2007)

Para Coelho (2007) dentro de um contexto de avaliação deve se levar em conta

que os movimentos que uma criança realizou e o grau de importância este movimento

representa para ela, o momento que teste aconteceu foi histórico situado, dependendo

também da relação interpessoal do examinado com o examinador, a criança e outras

pessoas que se relacionam com a ela no momento do teste ou em outros ambientes.

Para Coelho (2007) ao se estudar o desenvolvimento é necessário perceber que

não se está pesquisando apenas seres biológicos, mas indivíduos concretos, flexíveis,

sociais, históricos e culturais vivendo em um espaço de tempo e em sociedade, são

indivíduos que estão constantemente em aprendizado.

Após estes estudos no próximo capitulo serão mostrados os resultados obtidos

através da pesquisa sobre o desenvolvimento ecológico do autista nas aulas de educação

física

3.METODOLOGIA

A forma em que a pesquisa se desenvolverá, com base em seus objetivos, foi

determinado o exploratório. De acordo com Gil (2002) “na maioria dos casos, essas

pesquisas envolvem: (a) levantamento bibliográfico; (b) entrevistas com pessoas que

tiveram experiências práticas com o problema pesquisado; e (c) análise de exemplos que

"estimulem a compreensão".

Segundo a caracterização e a forma que as informações são coletadas, objetiva-

se um estudo de caso. De acordo com Gil (2002) “consiste no estudo profundo e

exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado

conhecimento”.

Segundo escreveu Gil (2002) “os propósitos do estudo de caso não são os de

proporcionar o conhecimento preciso das características de uma população, mas sim o

de proporcionar uma visão global do problema ou de identificar possíveis fatores que o

influenciam ou são por ele influenciados”.

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Seguindo a linha de estudo o tipo de abordagem, direcionou-se pelo método

qualitativo. Segunda a definição do artigo (RAE, 2012) “a pesquisa qualitativa tem o

ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como instrumento

fundamental”.

A pesquisa tambem apresenta abordagem do tipo quantitativa, conforme

Prodanov e Freitas (2013) “No desenvolvimento da pesquisa de natureza quantitativa,

devemos formular hipóteses e classificar a relação entre as variáveis para garantir a

precisão dos resultados, evitando contradições no processo de análise e interpretação”.

Com base em informações em livros e artigos, os métodos de pesquisa utilizados

neste trabalho de conclusão de curso segue uma linha lógica de apresentação, sendo que

as informações obtidas em estudo caracteriza-se exclusivamente a escola Tempo de

Viver (local do objeto de estudo).

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Segundo Tomé (2007) as atividades de educação física contribuem para

melhorar a qualidade de vida das pessoas com autismo. O autor sugere que sejam

desenvolvidas atividades com música, de relaxamento, circuitos, Cooper (pequenas

corridas), natação, de modo que os alunos consigam realizá-las com prazer,

estabelecendo uma relação positiva com o educador.

A adequação das atividades à idade dos alunos é um fator essencial para que os

objetivos propostos sejam alcançados.

No CMEA “Tempo de Viver” são atendidos 20 alunos de 12 a 35 anos, autistas,

que frequentam a escola das 8h às 14h.

Os alunos participam de ginástica laboral uma vez por semana, fazem

caminhadas no bairro da escola, participam de atividades de natação e recreação

aquática (uma vez por semana), bem como se envolvem em jogos cooperativos e em

modalidades esportivas (vôlei, basquete, queimada, etc).

Em reunião com os pais foi realizada uma entrevista que possibilitasse o

conhecimento sobre a realização de atividades físicas fora da unidade escolar. A

entrevista foi realizada em uma sala de aula, onde os pais responderam se os filhos

participavam de algum esporte ou atividade física, em período contrário ao período

escolar. Apenas um dos alunos pratica natação e hipismo uma vez por semana.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A presente pesquisa permitiu a análise dos relacionamentos interpessoais

estabelecidos pelo autista durante as aulas de educação física, visto que o autista possui

dificuldade em se relacionar com outras pessoas. Foi possível verificar através da

pesquisa de campo que o trabalho desenvolvido na escola contribui para a melhoria da

qualidade de vida destes indivíduos e que para 95% dos alunos é o único local onde

conseguem realizar atividades físicas livres e dirigidas.

Constatou-se também a influência do ambiente e a capacidade do profissional de

educação física em lidar com o autismo, bem como sua forma de trabalhar podem

estimular o processo de socialização e diminuir o sedentarismo entre essas pessoas.

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283

FALTA DE MATERIAL E INFRAESTRUTURA NA

EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR, A RECREAÇÃO COMO

ALTERNATIVA

Rodrigo Cruz de Sousa

(1)

Marcus Gomides (2)

RESUMO

Este estudo busca demonstrar através de pesquisa bibliográfica um problema bastante

comum que acontece nas aulas de Educação Física Escolar, a falta de material e

infraestrutura, fato que influencia de maneira negativa, desvalorizando cada vez mais a

Educação Física no ambiente escolar, posteriormente este estudo procura sugerir

maneiras práticas para solucionar esses problemas que ocorrem no cotidiano das aulas

desta disciplina, focando na Recreação, como uma das soluções, e na habilidade dos

profissionais que atuam nesta área.

Palavras-chave: Educação Física Escolar, Infraestrutura, Material, Recreação.

ABSTRACT This study's aim is to demonstrate through bibliographic research a very common

problem that occurs in the physical education classes at schools, lack of material

and infrastructure, and how this fact influences negatively, thusincreasingly devaluing

the physical education in the school environment, subsequently, this study seek to

suggest practical ways to solve these problems that occur in the daily classes of this

discipline, focusing on the recreation as one of the solutions, and on the skill of

professionals working in this area.

Keywords: Physical Education School, Infrastructure, Material, Recreation.

1 Introdução

Muitos são os problemas da educação em nosso pais, neste estudo

demonstraremos um problema bastante comum da Educação Física Escolar, a falta

de Materiais e Infraestrutura para realização das aulas, fato que acarreta diversos

problemas no desenvolvimento dos alunos, e profissionais envolvidos neste processo

educacional, que infelizmente por muitas vezes acabam se deixando levar e

aceitando as condições ruins de trabalho, não exercendo sua função da melhor

maneira, utilizaremos a recreação, uma ferramenta da Educação Física como uma das

alternativas. “Existe um rico e vasto mundo de cultura infantil repleto de movimento,

(1) Graduando em Educação Física (Licenciatura) - Faculdades Network - Av. Ampelio Gazzetta,

2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil ([email protected]).

(2) Professor Especialista em Educação Física, Professor do curso de Educação Física - Faculdades

Network. Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil

([email protected]).

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284

de jogos, de fantasia, quase sempre ignorado pelas instituições de ensino”. (FREIRE,

2009, p. 10). Nós como profissionais que escolhemos esta profissão temos que

assumir a responsabilidade e procurar caminhos para fortalecer a educação e

principalmente dar nossa parcela no desenvolvimento dos alunos, para que se tornem

cidadãos críticos.

2 Revisão Bibliográfica

Um fator que influencia de maneira negativa no processo de ensino

aprendizagem da Educação Física escolar, é a falta de materiais e infraestrutura, este

problema ocorre por diversos motivos, refletindo diretamente nesta questão.

Infraestrutura e materiais, são muito importantes para o andamento do processo,

aumentando as possibilidades para realização de um trabalho de qualidade,

motivador com grande expectativa de resultados positivos no futuro, em pesquisa

realizada concluiu-se que: Os recursos materiais de ensino aplicados nas escolas são

instrumentos importantes dentro da prática pedagógica construída e

executada pelo professor. Todavia, podemos identificar que, muitas escolas

possuem recursos materiais precários e utilizados de forma “adaptável” pelo

corpo docente. (CANESTRARO; ZULAI; KOGUT, 2008, p.12334).

Atualmente a Educação Física é utilizada de diversas formas, recurso para

fins estéticos, transformação de eventos esportivos em espetáculos, e outros,

influenciando de maneira subconsciente a sociedade, consequentemente desviando o

foco de uma das maiores responsabilidades da Educação Física, educar através de

seus conceitos. No ambiente educacional é classificada por alunos, e por muitos

profissionais como complemento de outras disciplinas, dificultando a queda de

algumas barreiras ainda enfrentadas por essa área do conhecimento.

A Educação Física, por se tratar de um componente curricular, no

qual seu objeto seja o movimento corporal, ela necessita de um espaço que

contenha uma estrutura adequada para a realização das atividades práticas

pertinentes ao seu currículo, caso contrário, se a escola não possuir se quer

um espaço físico para estas práticas, provavelmente o ensino da disciplina

em destaque estaria comprometendo o desenvolvimento dos alunos, em suas

capacidades física, motora, social, afetiva e cognitiva. (SILVA; JUNIOR,

2015, p. 466).

Historicamente a Educação Física é desvalorizada, se torna preocupante se

pensarmos que existem leis que deveriam garantir o acesso a esta área do conhecimento,

infelizmente não é o que normalmente acontece.

Mesmo com leis que reconhecem e legitimam dentro do espaço

escolar, a Educação Física é “marginalizada”: muitas vezes o professor não

tem o mesmo reconhecimento em relação aos outros professores que

ministram outras disciplinas “mais importantes”, escolas não garantem a

qualidade dos espaços e quantidade dos recursos didáticos pedagógicos

indispensáveis às aulas de Educação Física. (MEDEIROS, 2009, p. 19).

“Não sou contra o professor ter que usar espaços e material alternativos,

compreendo-os como um excelente recurso pedagógico, porém, entendo que não

deve ser o único meio de se trabalhar a disciplina na escola” (MEDEIROS, 2009, p.

20).

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Buscando soluções a fim de auxiliar os profissionais que se deparam com essa

situação, infelizmente não são poucos, em qualquer classe, mas principalmente em

escolas públicas, identifiquei na Recreação alguns pontos que confrontavam os

problemas causados pela falta de material e estrutura. Segundo Marcelino (2006),

algumas atividades não precisam necessariamente de materiais para serem realizadas,

consequentemente aumentando ainda mais a importância do profissional responsável

em coordenar a atividade, por ser a única referência.

A Recreação é uma ferramenta da Educação Física ainda pouco reconhecida e

conscientemente explorada, por diversos motivos, encontra-se muitas dificuldades

para defini-la, devido ao fato de ser avaliada de maneira geral pela comunidade

escolar como aula livre, fato bastante comum também para a Educação Física. Para

(AQUINO; GONÇALVES, 2010) é de extrema importância compreender conceitos

existentes no lazer e na recreação, normalmente os profissionais que atuam nesta área

não são capazes de fundamentar o próprio “objeto” de trabalho. “É preciso ter

consciência do valor e da importância do nosso trabalho para reivindicar as

condições necessárias”. (MARCELINO, 2006, p. 11).

A partir de atividades simples pode-se adaptar, recriar atividades, que possam

ser fundamentadas e ter papel importante no desenvolvimento integral dos alunos,

além do desenvolvimento do aluno no ambiente escolar, através dos jogos

tradicionais muito presente na Recreação, pode colaborar certamente na

aproximação, e bom relacionamento entre pais e alunos, reduzindo lacunas que se

estalam entre gerações e dificultam a convivência. ”Definimos, então, os jogos

tradicionais como atividades transmitidas de geração em geração, pelo discurso

informal, em bate-papo e rodas de conversa”. (AQUINO, GONÇALVES, 2010, p.

63). As atividades recreativas têm uma importância na formação de

todo ser humano, compreendendo seu desenvolvimento integral (motor,

social, cognitivo). Elas permitem que os praticantes desenvolvam a

socialização, a criatividade, o vocabulário etc. Por meio das atividades,

percebemos os traços da personalidade, o comportamento individual/grupal

e o desenvolvimento motor de quem prática. (AQUINO, GONÇALVES,

2010, p. 29).

A introdução da Recreação requer um profissional com disposição para

enfrentar situações imprevisíveis, por se tratar de públicos com diferenças, de faixa

etária, cultural, consequentemente diversas formas de entendimento.

Nós como professores de Educação Física, não podemos deixar de

fazer uso de toda a cultura de nosso povo, explorando brincadeiras

tradicionais, para auxiliar no desenvolvimento integral das crianças em

período pré-escolar e escolar. (BARBOSA, LACERDA, 2014, p. 17).

Dentro da recreação os alunos aprendem a respeitar limites, através do jogo.

O jogo é uma maneira de manipulação da realidade, sendo

voluntária, pode ser suspendida a qualquer instante, absorvendo

inteiramente os jogadores. O jogo acontece em um determinado campo

delimitado e imaginário, sendo organizado a partir de regras e tendo um

ritmo próprio, gerando tensão, e levando-o a imprevisibilidade.

Promovendo a liberdade de ações e de expressões, transformando-se assim,

em um legado cultural, que é passado de geração em geração (BARROS,

2010, p. 13).

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Colaborando posteriormente para a convivência em sociedade.

O brincar e o jogar são momentos sagrados na vida de qualquer

indivíduo. É com a prática dos jogos e das brincadeiras que as crianças

ampliam seus conhecimentos sobre si, sobre os outros e sobre o mundo que

está ao seu redor, desenvolvem as múltiplas linguagens, exploram e

manipulam objetos, organizam seus pensamentos, descobrem e agem com

regras, assumem papel de líderes e se socializam com outras crianças,

preparando-se para um mundo socializado. (AQUINO, GONÇALVES,

2010, p. 53).

Na recreação fundamentada dentro da Educação Física, há a possibilidade de

explorar, e aperfeiçoar o aprendizado com maior liberdade ao aluno, podendo utilizar

ambientes diferenciados, consequentemente havendo maior liberdade para a troca de

experiências, possibilitando vivencias mais próximas com a realidade dos alunos,

colaborando sem dúvida na compreensão dos “desafios” que enfrentam nesta fase da

vida.

Educar para a democracia, como apregoam os nossos planos

educacionais, é coisa de discurso e de papel. O papel que a escola tem nessa

Educação para a democracia passa pelo respeito a criança. Se, nas suas

atividades, os alunos não puderem discutir suas normas de conduta no

período de vida em que isso é mais favorável, não se pode afirmar que se

educa para a democracia. (FREIRE, 2009, p. 150).

O profissional da Recreação deve estar sempre atento para a faixa etária do

público.

Toda atividade pode ser aplicada nas diversas faixas etárias,

sofrendo adaptações em sua aplicação, sua organização e suas estratégias

ministradas. É muito importante entendermos as características das faixas

etárias das pessoas envolvidas nas atividades, pois elas têm ligação direta na

escolha dos jogos e na atuação do recreador. (AQUINO, GONÇALVES,

2010, p. 30).

Um fator muito importante para a aplicação da Recreação é entender as fases

do desenvolvimento cognitivo, motor e socioafetivo dos alunos.

Características do desenvolvimento cognitivo, motor e socioafetivo, de

crianças de 3 a 6 anos.

Cognitivo

Posturas e atitudes egocêntricas, concentrando as atenções em si;

pouca capacidade de conservar a atenção e a concentração por muito tempo,

exigindo troca constante e rápida de ações e/ou atividades; são cercadas

pelo mundo da fantasia, da imaginação e do faz de conta, como princesas e

super-heróis; a criança mais próxima dos 6 anos apresenta assimilação das

atividades a partir das operações concretas; transição do jogo simbólico para

jogo com regras; tendências a apresentar emoções extremas, como o choro;

interesse em números e letras; compreensão das regras, mas quase sem

segui-las; geralmente, sentem medo de escuro e de personagens.

(AQUINO, GONÇALVES, 2010, p. 30).

Motor Boa coordenação motora para as habilidades básicas, como o andar

e o correr, demonstrando prazer e motivação pela prática; desenvolvimento

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e melhora da coordenação visomotora para atividades que estimulam abrir,

fechar, empilhar, recortar e encaixar; apreciação das atividades que

envolvem equilíbrio, como subir em árvores e saltar numa perna só;

desenvolvimento da coordenação motora fina. (AQUINO, GONÇALVES,

2010, p. 31).

Socioafetivo Início da formação de vínculos afetivos com as pessoas mais

velhas; participação em jogos compostos com pequenos grupos de

indivíduos; organização em grupos cada vez maiores no decorrer do tempo;

linguagem verbal para expressão de sentimentos às pessoas mais próximas;

gosto por aventura e por se sentir independente; a criança solitária tem

“amigos imaginários”; gosto por ser elogiada; forte apego e laço familiar.

(AQUINO, GONÇALVES, 2010, p. 31).

Características do desenvolvimento cognitivo, motor e socioafetivo, de

crianças de 7 a 12 anos.

Cognitivo Transição do egocentrismo para a socialização; reflexão sobre o

objeto concreto e execução de ações práticas; seguem as regras

estabelecidas no jogo; participação na construção dos jogos; como a

definição de funções, regras elaboradas etc.; possibilidade de participar de

grandes jogos, com regras cada vez mais complexas e variadas;

compreensão e armazenamento das experiências já vivenciadas,

relacionando-os com as novas; necessidade de motivação no

desenvolvimento de seu intelecto, com ações que proporcionem ações e

descobertas. (AQUINO, GONÇALVES, 2010, p. 31).

Motor Início da combinação das habilidades motoras básicas; boa

coordenação motora global e precisão nas habilidades de locomoção,

estabilização e manipulação, sendo uma etapa totalmente viável para o

incentivo às atividades esportivas e àquelas que demandam esforço físico;

gosto por atividades que desafiem as habilidades motoras, como subir em

árvores, corridas e saltos; evidente tendência para aperfeiçoar as aptidões

físicas; diferente desenvolvimento muscular e de habilidades motoras entre

os gêneros. . (AQUINO, GONÇALVES, 2010, p. 31).

Socioafetivo Influência direta dos modismos praticados pelos adultos e pela

mídia, por exemplo; necessidade de competir e de apresentar suas

habilidades no grupo de convívio; disposição à formação de grupos de

mesmos interesses; o grupo começa a ter importância, o que reflete

diretamente na idealização das atividades, como na escolha da prática dos

esportes coletivos; gosto por brincar com crianças menores; as meninas

estão preocupadas com a imagem social (roupas e maquilagem) e os

meninos ainda são infantis; necessidade de motivação para convívio social.

(AQUINO, GONÇALVES, 2010, p. 32).

Características do desenvolvimento cognitivo, motor e socioafetivo, em

adolescentes maiores de 13 anos.

Cognitivo

“Reflexão entre meninos e meninas sobre as atividades que tenham contato

com o corpo; necessidade de autoafirmação; conflitos de personalidade; desprezo

pelas atividades físicas. (AQUINO, GONÇALVES, 2010, p. 33).

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Motor Tendência ao aperfeiçoamento das habilidades motoras,

enfatizando as atividades esportivas; os meninos necessitam de atividades

com maior intensidade, exigindo força, resistência e velocidade; as meninas

se interessam, geralmente, por atividades de menor esforço físico; as

atividades devem promover a ação dos grandes grupos musculares; grande

diferença de habilidade entre os sexos. (AQUINO, GONÇALVES, 2010, p.

33).

Socioafetivo Grande interesse por assuntos culturais e artísticos; apreciação de

atividade ao ar livre e junto à natureza, promovendo a aproximação do

grupo social ao ambiente natural; a estética assume papel de aceitação num

grupo social; plena identificação com o sexo oposto. (AQUINO,

GONÇALVES, 2010, p. 33).

Compreender o aluno, pode ser o ponto de partida para obter sucesso durante a

realização das atividades, principalmente em ambientes sem estrutura adequada, com

pouco ou nenhum material. “Para entender o avanço da criança no seu

desenvolvimento, o professor deve conhecer quais motivações, tendências e

incentivos que a colocam em ação”. (SOARES et. al, 2012, p. 65).

Gostaria de chamar a atenção para um fato comum, diante da situação da falta

de material e infraestrutura, o uso dessa deficiência para o não cumprimento do

trabalho por parte de alguns profissionais que preferem se lamentar e apontar os

erros, em vez de buscar soluções. “O que falta nas escolas, na maioria das vezes, não

é o material, é criatividade. Ou melhor, falta o material mais importante. Essa tal de

criatividade nunca é ensinada nas escolas de formação profissional”. (FREIRE, 2009,

p. 61).

Infelizmente muitos profissionais estão de certa forma contaminados com a

falta de estrutura, materiais, e apoio para a realização das atividades que acabam se

acomodando com a situação e desperdiçando o conhecimento e a criatividade que um

dia o fez escolher esta profissão.

As lamentações quanto a falta de material para se trabalhar em

Educação Física são eternamente as mesmas. Ora, se não tem saquinho de

milho, usa-se um saquinho de arroz, um lenço, uma pedra, qualquer coisa

que a nossa imaginação sugerir. O que não pode é deixar de se promover o

brinquedo. Talvez eu esteja exagerando um pouco, mas o fato é que a falta

de criatividade é um dos graves empecilhos para uma Educação Física de

melhor qualidade. (FREIRE, 2009, p. 60).

Não há receita pronta, o que existem são diversas linhas de pensamentos, que

devem ser estudadas, analisadas, pelos profissionais envolvidos, e o mais importante,

sempre buscar novos conhecimentos, e colocar em prática com toda disposição

possível, para colher bons frutos no futuro.

3 Objetivo

Neste estudo existem dois objetivos o primeiro é demonstrar um problema

bastante comum, que faz parte da realidade escolar, neste caso nas aulas de Educação

Física, a falta de materiais e infraestrutura, comprovando através de pesquisa

bibliográfica que este problema é muito comum, e causa graves consequências no

processo, desestimulando alunos, professores, direção, enfim todos envolvidos de

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forma direta ou indireta neste processo de ensino-aprendizagem. O segundo objetivo

é sugerir alternativas a fim de encontrar soluções emergenciais para que este fator,

não prejudique o desenvolvimento da disciplina, focando principalmente como a

Recreação, pode ser utilizada e alcançar êxito, através de seus princípios, através de

algumas propostas de atividades, também demonstrando alguns princípios

importantes, como o desenvolvimento de cada faixa etária, como o aluno se

desenvolve em cada fase do período escolar, que se forem compreendidos pelos

profissionais envolvidos, será sem sombra de dúvidas um facilitador no

desenvolvimento das aulas.

4 Métodos

O método utilizado para fundamentar o trabalho, foi a pesquisa bibliográfica,

através de artigos, livros, websites, relacionados diretamente ao assunto.

5 Resultados e Discussões

Analisando a pesquisa realizada, vimos que este é um problema que pode gerar

muito questionamento, pois se trata de um problema cultural, consequentemente

financeiro e social, necessitando do empenho de todos envolvidos, para que possa

ocorrer alguma mudança positiva neste cenário. Segundo (DAMAZIO, SILVA,

2008), numa reflexão sobre a Educação Física na rede pública, encontramos fatores

que colocam limites, como a importância que a sociedade atribui a disciplina, o

empenho do professor, organização do ambiente escolar, e assim por diante. Para

quem atua na área este tema pode gerar diversas discussões por ser um problema

realmente sentido na pele, que pode gerar as mais variadas consequências, por isso

entendo que continuará sendo tema de outros trabalhos, portanto, ainda há muito o

que discutir sobre este problema.

6 Considerações Finais

Ao iniciar esta pesquisa, passei a analisar ainda mais afundo o quanto a falta de

materiais e infraestrutura, pode influenciar no processo e posteriormente no resultado

das aulas de Educação Física Escolar, com esse olhar mais aprofundado, fico ainda

mais preocupado com o futuro da educação, em especial da Educação Física, e o

descaso que estão sendo tratados, porque além de contaminar os profissionais

evolvidos, está também influenciando negativamente, formando uma opinião

destorcida da verdadeira função da Educação Física para a sociedade, os alunos

desde os primeiros anos letivos, não estão mais enxergando o verdadeiro sentido para

a disciplina, portanto se tornara cada vez mais difícil resgatar a credibilidade desta

importante área do conhecimento e desenvolvimento humano, a falta de material e

infraestrutura é apenas um reflexo do descaso que está sendo tratada a Educação

Física. A Educação Física escolar, “justificará sua existência quando apresentar a

cultura do movimento como um patrimônio cultural humano”. (CARNEIRO;

CAMARGO, 2012, p. 21).

A Recreação fundamentada pode ser uma ótima ferramenta, na luta para

reverter este quadro, hoje vivemos uma realidade, onde a infância está sendo furtada

pela falta de segurança, desenvolvimento urbano, etc.; Consequência disto para os

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290

profissionais da Educação Física é que as crianças chegaram nas escolas cada vez

com menos vivências “práticas”, portanto o profissional deve sempre buscar

conhecimento, afim de compreender esta nova realidade.

Referência Bibliográfica

AQUINO, T.; GONÇALVES, K. Manual de Lazer e Recreação. O mundo

Lúdico ao alcance de todos. ed. 1. São Paulo: Phorte, 2010.

BARBOSA, L. A.; LACERDA, R. G. Brincadeiras e Lazer na Educação

Física Escolar no Ensino Infantil. Revista dos Alunos de Educação Física Faculdades

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BARROS, M. J. A. As bases para construção de uma pedagogia do treino

pautado no jogo. Movimento & Percepção, Espírito Santo do Pinhal, SP, v. 11, n.

16, p. 8-23, 2010.

CANESTRARO, J.F.; ZULAI, L.C.; KOGUT, M.C. Principais dificuldades

que o professor de educação física enfrenta no processo ensino-aprendizagem do

ensino fundamental e sua influência no trabalho escola. 2008. Disponível

pucpr.br. Acesso em: 25/01/2016.

CARNEIRO, K. T.; CAMARGO, R. L. Considerações históricas da

Educação Física no Brasil. Revista Knesis, p. 12-22, 2012.

DAMAZIO, M. S.; SILVA, M. F. P. O Ensino da Educação Física e o espaço

físico em questão. Pensar a prática, p. 197-207, 2008.

FREIRE, J, B. Educação de corpo inteiro. Teoria e prática da Educação

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MARCELINO, N. C. Lazer e Recreação. Repertório de atividades por fazes

da vida. ed. 2. Campinas, Papirus, 2006.

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nas Aulas de Educação Física em Escolas Municipais de Belém. Revista Científica

da UFPA, Belém, v. 7, n. 1, 2009.

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escolar estadual de Goiatuba – GO: Uma descrição sobre a realidade escolar.

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SOARES, C. L.; et al. Metodologia do Ensino de Educação Física. Coletivo

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Page 291: CAPA - nwk.edu.br§ão-Física... · CAPA . 2 Revista dos Alunos de Educação Física ... Thiago Augusto Costa de Oliveira ² RESUMO Esse trabalho foi desenvolvido com intuito de

291

A CAPOEIRA COMO UNIDADE, MÉTODO E CONCEITO

PARA EDUCAÇÃO FÍSICA

Sidney Roberto da Silva 15

Marcus Gomides 16

RESUMO

A Capoeira integra-se aos PCN’s da Educação Brasileira como um braço forte, pois ela

é mais que uma arte marcial uma luta, ela é um retrato histórico de nossas origens e está

fortemente atrelada a formação do nosso povo, representa parte de nossa origem como

povo brasileiro, e hoje é patrimônio de todos nós, “No Brasil, a pedagogia oficial ainda

não se deu conta inteiramente das possibilidades de aproveitamento educacional desse

jogo para a formação de jovens, preservar nossas raízes é manter sua força viva dentro

de nós garantindo essa história para as próximas gerações”(SODRÉ; MUNIZ, 2002,

pg.81). Para aqueles que abraçam o serviço educacional esta missão de ser mais do que

mero transmissor de conhecimento expande-se, porque cabe a nós promover novos

métodos, abrir a porta para novos caminhos “se a educação não pode tudo, alguma coisa

fundamental a educação pode” (FREIRE, 1996, pg 112), neste fundamento nossa

missão e responsabilidade como educadores torna-se ainda maior, integrar a Capoeira

dentro das práticas de ensino da Disciplina da Educação Física, faz com este educador

se torne um curador de sua própria história, e de sua origem.

Palavras Chaves: Educação. Cultura. Processo Histórico. Inovação.

ABSTRACTS

Capoeira integrates within the PCN's Brazilian education as a strong feature because

it’s more than a martial art, a kind of fight; it is a historical portrait of our origins. It is

strongly attached to our people’s formation, represents part of our origin as Brazilian

people and today is the heritage of all of us. "In Brazil, official education has not yet

fully realized all the possibilities of educational use of this game for youth training. To

preserve our roots is to maintain its living force within us ensuring this story for

generations to come "(SODRÉ; MUNIZ, 2002, pg. 81). For those who embraces the

educational servisse, this mission of being more than mere transmitter of knowledge

expands because it's up to us to promote new methods, opening the door to new ways.

"If education can't do everything, something fundamental education can do" (FREIRE,

1996, pg 112). On this basis our mission and responsibility as educators becomes even

bigger, integranting Capoeira within the teaching experiences of the Physical

Education Discipline makes this educator to become a guardian of his/her own history

and origin.

Keywords: Education. Culture. Historical Process. Innovation.

15 Graduando em Educação Física (Licenciatura), Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445,

13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]). 16

Professor Especialista em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades

Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail:

[email protected]).

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292

1 Introdução

A Educação Física é muito mais do que uma matéria pura e simples dentro dos

PCNS, trata-se de uma disciplina que abre a porta para educação se fazer mais presente

e se fazer mais ouvida e sentida, por isso o papel que o hoje o Professor de Educação

Física exerce é o papel de inovador, aquele que transmite o saber como técnica de

domínio do corpo e da mente, e a Capoeira representa bem esse papel, por sua força e

história. E acaba por resgatar as nossas raízes, a formação de nosso povo como um

misto de inúmeras culturas e ainda assim um ser diferente que tem seu lugar no mundo,

“concepção sistêmica vê o mundo em termos de relações e de integração” (CAPRA,

1982, p. 260).

O papel do professor é de motivador, muitas vezes ele se depara com realidades

diferentes da sua, quando se atua em regiões carentes, essa perspectiva é ainda maior,

pois as crianças, os jovens que são atendidos por ele são carentes de muitas coisas e a

escola se torna a porta da mudança de vida, o processo de um novo começo, e a

Capoeira representa bem esse momento, esse processo. “Devido à sua origem

subalterna, a capoeira foi tratada como prática marginal até ser incorporada pelo Estado

Novo como um símbolo de identidade nacional. Vargas, em 1954, apresenta a capoeira

como ‘o único esporte verdadeiramente nacional” (FILGUEIRAS, 2003).

A introdução da Capoeira dentro das práticas da Disciplina da Educação Física é

muita mais do apresentar uma nova metodologia é colaborar com o enriquecimento

cultural de nosso país e garantir que ele possa ser valorizado e respeitado por todos.

Espera se que ao final do ensino fundamental os alunos sejam

capazes de: conhecer, valorizar, respeitar e desfrutar da pluralidade de

manifestações de cultura corporal do Brasil e do mundo, percebendo as como

recurso valioso para a integração entre pessoas e entre diferentes grupos

sociais (BRASIL, 2001, p. 63).

A inclusão da Capoeira abrilhanta a educação, por seus movimentos rítmicos,

fortes e presentes, que por diversas vezes foi peça motora em nossos movimentos

históricos como a Abolição da Escravatura em nosso país, dessa forma desenvolver

atividades que possam usar esses movimentos, essa alegria, essa representação de

unidade e força, será atuante no combate às desigualdades sociais, nos conduzindo ao

papel do ser cidadão e o de criar uma cidadania justa, valorizada.

O estudo realizado tem como objetivo de verificar a qualidade e os benefícios da

prática dessa luta dentro da disciplina de Educação Física, observando a possibilidade

de se construir novos métodos para prática educacional como fonte de conhecimento e

cultura, além de trabalhar essas práticas como base de apoio dentro da Educação Física

e levar esses benefícios para outras disciplinas tornando o saber como um saber plural.

2 Revisão Bibliográfica

A Educação Física é uma ciência voltada para as práticas corporais, ela está

presente na área de conhecimentos humanos, e sua presença junto a sociedade remonta

aos primórdios da vida humana, o homem pré-histórico já era um grande exemplo do

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uso dessas práticas, uma vez que a agilidade e a força eram de grande valia para caça e

para combater outros grupos, uma vez que o homem pré-histórico era um ser nômade e,

portanto, havia inúmeros grupos de diferentes famílias.

Mas a Educação Física tem sua solidificação na propagação da civilização grega,

não é à toa que lá nasceu os Jogos Olímpicos que são praticados até hoje. Os exercícios

físicos praticados pelos gregos tinham uma cadência natural e também era usado para os

treinamentos militares, o que dava ao uso dessas atividades um grau de levada

importância para a sociedade existente na Antiguidade Clássica. Mas na Grécia o

esporte, a atividades físicas eram caracterizadas de acordo a o regimento dado as

grandes cidades estados da época Atena e Esparta, que davam conceitos e estruturas

diferentes para as práticas esportivas.

A educação ateniense não tinha, porém, o caráter eminentemente

militar que caracterizou a vida espartana. Os atenienses, descendentes dos

jônios, povos amantes da cultura, não tinham o espírito guerreiro que os seus

irmãos espartanos herdaram de antepassados dórios (OLIVEIRA, 2004, p

24).

Isso se reflete muito sobre a criação dos Jogos Olímpicos, estes foram criados

em homenagem a Zeus Rei do Olimpo na Mitologia Grega, que com a vinda do

Cristianismo foram considerados como ritos pagãos. No entanto a grandeza desses

jogos, tendo como grande destaque o atletismo mostra-nos que o esporte é um laço

universal e não pode ser parado ou destruído.

É um laço que une povos e pessoas diferentes, onde todos podem estar juntos

sob um mesmo proposito, com isso a Magia dos Jogos Olímpicos mostrava essa força,

esse brilho que o esporte tem sob os povos.

A palavra Física vem do grego “phisis” que significa natureza, então podemos

dizer que Educação é uma ciência que estuda as leis e fenômenos naturais. Essa ciência,

que é voltada para o homem, estuda o uso do corpo, como propagador de força, detentor

de equilíbrio e controle. Cada uma das atividades desenvolvidas está dentro de uma

estrutura planejada e conceituada. Muitos historiadores também defendem que os

esportes fomentam o surgimento de novas práticas sociais, que deveriam formar um

novo cidadão diante da vivência de novos tempos.

Mas sabemos que esta ciência percorreu um longo percurso, para estar hoje do

modo como a conhecemos. A prática da Educação Física, como um modo de ensino, foi

inicialmente utilizada pelos militares, que utilizavam as atividades como instrumento

para condicionar o corpo e a mente, frente aos combates, que estes teriam que enfrentar.

Hoje a Educação Física está muito além de ser uma mera ciência. Ela é uma

disciplina que pode ser utilizada como meio de prática social, aplicadas como ação

transformadora.

A Educação Física tem uma vantagem educacional que poucas

disciplinas têm: O poder de adequação do conteúdo ao grupo social em que

será trabalhada. Esse fato permite uma liberdade de trabalho, bem como uma

liberdade de avaliação – do grupo e do indivíduo – por parte do professor,

que pode ser bastante benéfica ao processo geral educacional do aluno

(RONDANELLI, art., Brasil Escola).

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Não é por acaso, que está disciplina gradativamente tem evoluído na Educação

Brasileira. Ela hoje é uma disciplina utilizada para promoção social e para o cuidado

dos alunos, com diferentes síndromes e doenças originadas na adolescência, como por

exemplo, a bulimia, discutindo e apresentando novos métodos e caminhos para uma

prática de vida saudável.

Sendo assim o uso das práticas de artes marciais e lutas dentro do contexto da

Educação Física Escolar aprofunda-se cada dia mais.

[...] é preciso enfim levar o aluno a descobrir os motivos para

praticar uma atividade Física, favorecer o desenvolvimento de atitudes

positivas para com a atividade física, Levar à aprendizagem de

comportamentos adequados na prática de uma atividade Física, levar ao

conhecimento, compreensão e análise de seu intelecto todas as Informações

relacionadas às conquistas materiais e espirituais da cultura física, Dirigir sua

vontade e sua emoção para a prática e a apreciação do corpo em movimento

(BETTI, 1992, p.286).

Não há dúvidas, que a Educação Física tem muito a englobar dentro do contexto

educacional e certamente também serve como base de apoio as demais disciplinas.

Desejamos que os alunos apreendam a ginástica em todas as suas

formas historicamente determinadas e culturalmente construídas; o fantástico

acervo de jogos que eles conhecem confrontados com os que não conhecem;

a dança enquanto uma linguagem social que permite a transmissão de

sentimentos e emoções da afetividade vivida nas esferas da religiosidade, do

trabalho, dos costumes etc.; o esporte como prática social que institucionaliza

temas lúdicos da cultura corporal universal, e que se projeta numa dimensão

complexa que envolve códigos, sentidos significados da sociedade que o cria

e o pratica. Assim, a Educação Física deixa de ser vazia de conteúdo

(SOARES; TAFFAREL; ESCOBAR, 1992, p. 219).

Isto mostra, que está disciplina é profunda e atua na formação dos alunos, para

formação do cidadão, para o fortalecimento do equilíbrio e do controle, tão necessários

em nossa vida diária.

Diante disso, englobar a Capoeira como conteúdo da Educação Física,

evidencia-se cada vez mais como uma medida acertada, para o desenvolvimento de

cidadãos equilibrados e preparados para o seu papel e conhecedores de sua própria

história, como portal de identidade.

[...] após o último pós-guerra, a questão da identidade cultural,

acrescida do adjetivo “nacional”, transformou-se em bandeira ideológica dos

Estados emergentes. Realmente, a problemática da identidade surge como

forma reativa a séculos de privação cultural, apropriação econômica e

opressão social (MACHADO, 2004).

Nossa cultura é enraizada por inúmeras injustiças e o reconhecimento da

Capoeira, como patrimônio cultural, é nada mais, nada menos, do que o resgate da

nossa identidade, como brasileiros, como detentores de nossa cultura.

Como expressão artística, a Capoeira faz jus à teoria, que o aprendizado, só se

torna profundo, quando enraizado no alicerce da felicidade. O ritmo, a dança, os seus

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movimentos fortes e ás vezes, tão delicados tornam este ensinar uma forma de estar

feliz de levar aos alunos algo a mais do que às vezes eles encontram, as crianças de

região mais carentes, vêm de uma realidade dura e a Capoeira leva então a elas, a

leveza, a força, e a alegria para suas vidas. É dessa forma, que está pode transformar e

ser porta de uma vida melhor para elas esse processo todo torna o papel do educador, de

extrema importância.

É falso também tomar como inconciliáveis seriedades docente e

alegria, como se a alegria fosse inimiga da rigorosidade. Pelo contrário,

quanto mais metodicamente rigoroso me torno na minha busca e na minha

docência, tanto mais alegre me sinto e esperançoso também. A alegria não

chega apenas no encontro do achado mas faz parte do processo da busca. E

ensinar e aprender não podem dar-se fora da procura, fora da boniteza e da

alegria (FREIRE, 2004, p. 142).

Aqueles que praticam a Capoeira são unanimes em dizer, que está arte aquece os

seus corações e torna a alma mais forte, pois a beleza de seus movimentos é

transformadora na vida daqueles, que a exercem como uma atividade física. A Capoeira

sem dúvida vem crescendo como matéria desta disciplina e enriquece amplamente o

contexto educacional por se tratar também de uma luta que é referência cultural do

nosso país.

É difícil precisar a data, local e autoria da capoeira “(...) em terras

brasileiras, traços de ancestralidade africana passaram por processos de

adaptação. A movimentação corporal que o negro executava em rituais na

África não se perdeu porque foi para outro continente (PAIVA, 2007, p 49).

A Capoeira foi tida por muito tempo, como uma prática ilegal. Mas isso foi

corrigido, em 15 de julho de 2008. A Capoeira tornou-se Patrimônio Histórico e

Artístico Nacional. Foi feito o reconhecendo da importância dessa luta, que também é

arte, um tesouro de inestimável valor a nossa cultura e que está presente em nossas

raízes históricas.

A capoeira, assim como o carnaval, o samba e o futebol, faz parte do

conjunto dos grandes ícones contemporâneos representativos da identidade

cultural brasileira. Cada um deles possui uma história própria de ascensão,

inclusão e/ou tensão em seu processo formativo como símbolo nacional. A

capoeira é oriunda da experiência sociocultural de africanos e seus

descendentes no Brasil. Conta em sua trajetória histórica a força da

resistência contra a escravidão e a síntese da expressão de diversas

identidades étnicas de origem africana. Se o carnaval, o futebol e o samba...

(OLIVEIRA; LEAL 2009, p 43).

Dessa forma, é notório que o estudo da Capoeira como um legado histórico é

para nós, a atribuição de um grande Patrimônio, assim como uma representação de

justiça contra os negros gerados pela escravidão em nosso país. Isto, mostra que a

Capoeira é uma arte de movimentos corporais, rítmicos e linguísticos, mostrando que

sua prática gera inúmeros benefícios tanto físicos como psicológicos.

Assim, vemos que seu estudo e prática podem sim, ser perfeitamente aplicada a

rotina escolar, “a capoeira incluída na parte da aplicação desportiva dos métodos de

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ginástica, tais como o Método Natural Austríaco, o Método da Desportiva Generalizada

e o Método Padrão, ou mesmo como parte principal das aulas de Educação Física...” (CAMPOS, 2001, p 17).

O mestre Xaréu, em sua obra, nos mostra o quanto a Capoeira pode contribuir

nas aulas de Educação Física, como processo de desenvolvimento das funções da

coordenação motoras dos alunos, no treino do controle para disciplina, assim como, no

processo rítmico dos mesmos.

Desta forma, a aplicação dessa arte, também chamada de luta, traz a para sala de

aula, os benefícios, que se aplicados aos conceitos da Educação Física, como

desenvolvimento humano dentro das práticas e habilidades corporais, uma amplitude.

Estes benefícios, notoriamente, podem ser identificados também para o

desenvolvimento de outras disciplinas dispostas nos PCNS.

A história da Capoeira está fortemente ligada a própria história dos Negros no

Brasil, estes foram retirados de suas terras, de seus países a fim de virar mão-de-obra

escrava para os serviços dos países colonizadores da época, “... estudiosos afirmam que

por volta de 1550 é que os primeiros escravos africanos começaram a desembarcar,

oriundos de diferentes tribos, trazendo seus costumes, suas culturas” (PETTA,1996,

p.51).

Dessa forma sabemos que esses povos vieram para o Brasil e ao chegar

trouxeram sua bagagem dentro deles, onde mais tarde essa bagagem também se tornou

vinculo de nossa própria história.

Nos acervos de documentos históricos poucos sabem da Capoeira já que muitos

desses documentos foram destruídos por ordem do então Ministro da Fazenda na época

Ruy Barbosa “... com o argumento de apagar a história negra da escravidão, mandou

incinerar uma vasta documentação relativa a esse período” (MELLO, 1996, p. 29).

Na visão defendida por muitos estudiosos a Capoeira não passava de uma

invenção do Negro na África, onde a Capoeira nada mais era do que uma dança

ritualística, mas com a chegada dos negros ao Brasil por conta do processo da

Colonização Portuguesa, a Capoeira passou a ser apresentada como forma de defesa

pessoal contra os abusos gerados pelos senhores de Engenho.

Para outros pesquisadores, estudiosos da cultura afro-brasileira,

africana e historiadores, a capoeira surgiu no Brasil por um processo de

aculturação em prol da liberdade humana da raça negra escravizada pelos

dominantes da época do Brasil colonial. (SANTOS,1990, p. 19).

Desse modo a Capoeira é o símbolo de um movimento importante para a

valorização humana em seu grito de respeito a liberdade.

Os negros não tinham armas para se defender e descobriram nos movimentos

ritmados de seus próprios corpos o caminho da defesa contra a opressão sofrida, uma

arte criada dentro da própria natureza, observando os movimentos dos animais e assim

sendo sincronizada para luta de libertação, “Tendo como mestra a mãe natureza[...],

utilizando-se das estruturas das manifestações trazidas da África [...], os negros criam e

praticam uma luta de autodefesa para enfrentar o inimig ” (AREIAS, 1996, p. 15-16).

Nessa necessidade de liberdade nascem os quilombos, os negros fugindo de toda

opressão e massacre desumanos sofridos, corriam para as matas a fim de viver longe da

tortura.

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[...] durante as invasões holandesas, em 1624, os escravos e índios

(as duas primeiras vítimas da colonização), aproveitando a confusão gerada,

fugiram para as matas, em busca de uma vida digna, pelo direito de suas

mulheres poderem manter seus filhos, poderem ser novamente seres humanos

(PRATA, 1987, p. 7).

A Capoeira era fortemente reprimida por isso seus praticantes para preservar

seus movimentos e poder praticar, efetuavam esse processo de modo clandestino uma

vez que aqueles que fossem pegos praticando os movimentos eram duramente castigos,

“essa prática se dava de maneira clandestina, pois, uma vez que ela era utilizada como

arma de luta, os senhores-de-engenho passaram a coibila veementemente, submetendo a

terríveis torturas todos aqueles que a praticassem” (MELLO, 1996, p. 32).

Assim manter a Capoeira viva era também um movimento de luta pela

manutenção da própria luta, por isso quando estavam na presença dos senhores de

Engenho eles a praticam como dança, como brincadeira assim podiam encobrir seu

verdadeiro propósito que era o aperfeiçoamento dos movimentos e desse modo o

berimbau que servia para dar ritmo acaba servindo também como alerta para chegada da

presença dos Senhores e assim deste modo eles transformavam a cadência rítmica como

forma de dança.

Quando estudamos a História da Capoeira, vemos que esta luta, esta arte, sofreu

muitos reverses e nem todos foram bons. Durante muito tempo, a Capoeira esteve

inserida no Código Penal, como uma infração, ou seja, um crime. Isso, foi motivo de

muita insatisfação para os seus praticantes, que sabiam que a Capoeira não era uma arte

de problemas, mas que o problema, estava no caráter de quem a praticava, de forma

indevida, uma vez, que a capoeira se torna um conteúdo:

[...] complexo temático essencialmente interdisciplinar, em

ocorrência de seu processo histórico [...] em que se entrecruzam pressupostos

de várias áreas de conhecimentos, como História, Antropologia, Sociologia,

Psicologia, Filosofia e Educação Física (FALCÃO, 2009, p. 163).

Sendo assim, a sua difusão como metodologia para prática em sala de aula ainda

está em procedimentos, pode-se dizer que dando passos de bebê, dessa forma cabe a nós

como educadores e praticantes da arte mostrar o seu potencial e tirar o mito e suposição

que Capoeira é luta de rua. A Capoeira, é um Patrimônio Cultural e Histórico Brasileiro,

e deve ser tratada como tal. Além disso, as metodologias desenvolvidas por grandes

Mestres como “Mestre Bimba” mostram que sua aplicação no ensino será de extrema

importância para nossos jovens, o educando em jornada, junto ao ser individuo social.

A metodologia se compõe num profundo estudo de suas raízes, no seu grito de

liberdade, que não queria e não podia ser calado. Hoje, como educadores, vemos

crianças de condições mais humildes e necessitadas de amparo, de apoio de tudo,

buscarem na Capoeira, como base de estrutura de vida. Por isso, apresentar este estudo

representa dar voz a todos aqueles, que lutaram por este momento. E também, dar

oportunidade de todos aqueles dentro da educação, que tem a responsabilidade de

transmitir o conhecimento, o caminho para conhecer novos métodos, desenvolver novas

estratégias e traçar novos rumos, sendo a voz daqueles, que precisam falar e ser

ouvidos.

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3 Método

O método apresentado para o artigo foi realizado através de pesquisas no

contexto histórico, educacional e cultural envolvendo a Disciplina da Educação Física

assim como a própria Capoeira, além da vivência diária como um praticante desta arte

permitiu conseguir avaliar junto aos meus colegas de roda e mestre da Capoeira o

quanto esta arte pode renovar e influenciar como metodologia de ensino.

Foi feita uma pesquisa qualitativa concretizada através de uma revisão de

literatura.

4 Resultados e Discussões

A Educação Física é vista hoje como um agente propagador de saúde, trazendo

benefícios para uma vida saudável, e encontra-se incisivamente presente junto às

atividades esportivas.

A Capoeira mais do que uma luta é um patrimônio cultural do Brasil, e são

inúmeros os seus recursos como métodos de ensino, que se entrepõem ao seu lado

cultural como expressão de arte e estrutura rítmica. A escola como base educacional

trabalha com conceitos de desenvolvimento, sociocultural, intelectual, físico, o que

acaba servindo como conceito de formação de cidadãos, constituindo valores e deveres

ao educando, que quando bem aplicados serão levados por estes por toda vida.

Englobar a Capoeira como conteúdo da Educação Física evidencia-se cada vez

mais como uma medida acertada para o desenvolvimento de cidadãos equilibrados,

preparados para o seu papel e conhecedores de sua própria história, como portal de

identidade.

A importância pedagógica da Capoeira no ambiente escolar vai além de seu

ponto cultural, ela abraça questões políticas, questões de preconceito racial dentre tantos

outros presentes em nossa sociedade.

Por isso, quando foi integrada ao plano escolar assumiu para si a

responsabilidade de quebrar paradigmas, de mostrar que sua apresentação e prática

dentro da sala de aula vêm para enriquecer a vivência acadêmica, pois gera a integração

de todos, rumo a um mesmo propósito.

Isso mostra que nenhuma disciplina por si só tem a responsabilidade sozinha

para uma prática de ensino, de renovação disciplinar não se compõe a uma ou outra

disciplina, mas sim está ligada a todas em conjunto, pois estas se completam para

formar um todo.

Sabemos que o racismo por mais que seja negado é uma realidade dentro de

nosso país e o combate a ele pode e deve começar dentro das escolas, pois não somos

negros, brancos, orientais, europeus por si só, somos antes de qualquer coisa brasileiros

e isto nos torna iguais como cidadãos e detentores de direitos, “não nascemos racistas,

mas nos tornamos racistas devido a um histórico processo de negação da identidade e de

“coisificação” dos povos africanos” (BRASIL, 2004), portanto reconhecer a valorização

dessa cultura representa reconhecer os valores de nossa identidade dentro desse

processo histórico.

A Capoeira é uma atividade que engloba inúmeras outras, a arte, a música, a

dança, sendo um misto de tudo sua pluralidade enriquece os setores físicos e cognitivos.

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Sendo assim, este aluno desenvolve-se amplamente e os valores e práticas

adquiridos seguem para vida adulta, como geradores de cidadania e contexto social.

Dessa forma fica clara a importância da Capoeira nas práticas Escolares da Disciplina

da Educação Física, como formador de valores.

A Capoeira é sem sombra de dúvida um exímio recurso para metodologia de

ensino na disciplina da Educação Física, mas introduzir essa metodologia enfrenta

dificuldades, muitas vezes por rejeição da administração escolar, outros pela ausência

de profissionais qualificados para ministrar as aulas. Uma vez que se o professor de

Educação Física não é um praticante, não conhece nada da Capoeira fica difícil ao

educador físico implantar os conceitos, pois embora possa embasar e ministrar os

teóricos o prático já não há como efetuar por necessitar de alguém treinado para isso,

“... a Educação Física como área de conhecimento da Cultura Corporal do Movimento e

a Educação Física Escolar é um componente curricular e que a capoeira faz parte da

pluralidade cultural do nosso país” (BRASIL, 1998).

Outra questão refere-se aos horários muitas vezes a atividade não recebe

autorização para ser ministrada durante o horário letivo, o que impacta na presença dos

alunos que muitas vezes não podem estar na escola fora desse horário letivo.

Todos esses fatores devem ser levados em consideração na hora de se efetuar o

planejamento dessas aulas, mas isso não pode se tornar um fator motivador de

obstáculos muito pelo contrário o educador antes de tudo foca-se para o seu principal

objetivo quando efetua a utilização da Capoeira como metodologia de ensino, o

fundamento de apresentar aos seus alunos este reflexo de pluralidade e conjunto ao

desenvolvimento intelectual e cognitivo de seus alunos.

[...] numa concepção consideramos a capoeira uma atividade física

completa, pois atua de maneira direta e indireta sobre os aspectos cognitivos

afetivos e motor. Sendo encarada como lúdica e instrucional articula

atividades de desenvolvimento viso motor com desenvolvimento artístico e

social levando a criança estabelecer relações a partir dela própria, fato que

torna a capoeira multidirecional [...] (SANTOS, 1985, pag. 119).

A Capoeira enriquece o universo dessas crianças, ela permite que estas tenham

todos os principais estímulos necessários ao corpo e mente sejam aplicados, de forma

que possam proporcionar maior qualidade de saúde física, assim como a mental,

incentivando a se manter o senso de equilíbrio e domínio sobre si mesmo, algo tão

importante hoje dentro das escolas, cujos números de violência tem crescido

assustadoramente, e precisam ser reduzidos, portanto integrar a Capoeira a metodologia

de ensino escolar é sem sombra de dúvida uma medida devida e acertada.

As dificuldades e a violência só desaparecerão quando o respeito, o

companheirismo, a ação de cidadania deixar de ser poesia nos livros e passarem a ser

material de prática de ensino nas salas de aula, pois os educadores são em conjunto com

os pais responsáveis pela formação dos futuros seres humanos, cidadãos.

A Capoeira sem dúvida vem crescendo como matéria desta disciplina e

enriquece amplamente o contexto educacional por se tratar também de uma luta que é

referência cultural do nosso país. Assim vemos que seu estudo e prática podem sim ser

perfeitamente aplicados à rotina escolar. A Capoeira compreende uma série de

habilidades físicas que auxiliam na destreza dos movimentos como flexibilidade, força,

agilidade, velocidade, equilíbrio e coordenação motora.

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300

A Capoeira apresenta três estilos que se diferenciam nos movimentos e na

cadência musical de seus acompanhamentos, sendo elas Capoeira de Angola, Capoeira

Regional e Capoeira Contemporânea.

A Capoeira diferentemente das Artes Marciais Orientais tem como marco de

seus movimentos os toques do Berimbau, portanto cada movimento feito é excetuado na

mesma sincronia da nota dada pelo instrumento, o que torna a Capoeira uma arte tão

rica e tão bonita de se ver.

A arte é composta por uma série de movimentos golpes rápidos que exigem de

seu praticante extremo equilíbrio e domínio de força de seu corpo pois atingem uma

velocidade e precisão impressionantes.

Esses movimentos exigem do corpo uma coordenação motora precisa, pois

apresenta força muscular diretamente proporcional ao corpo e a coordenação entre os

movimentos dos membros inferiores e superiores, sob intenso trabalho aeróbico, que

impressionam a junção dos movimentos pela cadência ritmada das notas emitidas pelo

Berimbau alcançam estes resultados por englobar identidade entre as formas que as

ondas sonoras exprimem na mente e corpo do praticante.

Integrar está luta dentro da disciplina da Educação Física irá proporcionar maior

desenvolvimento dos alunos, lembrando que o objetivo não se trata de se criar

academias dentro das escolas, mas sim estabelecer um conceito de reconhecimento

cultural de uma arte que é parte de nossa história.

Os benefícios podem ser vistos no processo do fortalecimento muscular, na

memorização, no déficit de atenção, controle emocional, disciplina, melhor convívio

social, criação de parcerias entre os estudantes.

A prática de concentração auxilia naqueles que tem apresentado problemas com

as matérias de exatas, as chamadas disciplinas de raciocínio lógico, aumentado a

velocidade desse raciocínio para essas crianças.

A coordenação beneficia a escrita para as crianças pequenas no movimento das

mãos assim como o apoio em grupo nos treinos, pois os capoeiristas ajudam uns aos

outros no desenvolvimento da arte, da prática dos movimentos por eles executados.

Além disso, a Arte apresenta normas e disciplina para sua prática, pois para

poder ter habilidade devida, é preciso empreender medidas de boa saúde, bons hábitos.

Como não beber, não fumar. Deve se evitar exibição dos golpes fora da roda de

capoeira, assim como evitar conversas durante treinos e não ter medo pois este pode

desequilibrar os movimentos.

Para os adolescentes que estão em fase de crescimento, eles vivem esses

processos de mudanças, e trabalhar com essas disciplinas é muito útil para criação de

valores e respeito perante aos outros.

Isso na vivência escolar estimula aos estudantes uma vida fora de vícios, em

casos como práticas de bulling reprime essa ação, pois a arte tem como exigência o

respeito para com o outro, não apoia a violência, uma vez que o uso da Capoeira, de

seus movimentos é para a apresentação na roda, entre os parceiros de luta e de forma

alguma pode ser usado fora deste ambiente. Em substituição a violência e submissão do

outro a prática da capoeira centraliza a importância do ritmo, do ritual lúdico.

Além disso, sua aplicação pode ser associada às disciplinas de História e

Geografia por conta do seu contexto cultural.

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5 Considerações Finais

A educação é farol de mudanças é um instrumento de transmissão do

conhecimento e por isso está ligada a tudo, não pode e nem deve ser levada de qualquer

jeito, pois está nas mãos do educador a força e a ferramenta para promover mudanças,

para motivar novos saberes e desencadear a abertura de novos caminhos. Diante disso

quando uma pessoa escolhe tornar-se educador, ele tem que preparar-se para o aprender

e o ensinar, como uma via de mão dupla, enraizada no respeito mútuo, e assim

promover o bem de todos.

A ação de educar está associada ao ato de doar-se sem requerer nada em troca, o

que indica ter um papel ativo, que muitas vezes não é fácil, porque exige do educador

talento, paciência, perseverança, comprometimento e amor desinteressado.

Educar para a liberdade significa aplicar uma educação não pautada em

conceitos engessados, cabe à escola instituir uma pluralidade de ideias e de projetos

pedagógicos e ao educador cabe o papel de aplicar o conceito de democracia dentro da

sala de aula, de forma que esse conceito democrático seja também utilizado nas demais

ações do dia-a-dia destes estudantes.

Cabe a nós o dever de inspirar a busca por novos conhecimentos, do querer

inovar, criar e acima de tudo transformar, só assim a educação será capaz de promover

mudanças concretas nas ações de cidadania. A capoeira como toda sua história muitas

vezes se identifica como essa ação de ensinar, pois nasceu na busca da liberdade para

todos.

Agradecimentos

Agradeço a Deus por ter me proporcionado mais esta maneira de adquirir

conhecimento, e por ter me sustentado e me ajudar nos momentos difíceis.

Aos meus pais, o senhor Santino João da Silva e a senhora Alice Floriza da

Silva, pelo amor, conforto e palavras de incentivo nas horas difíceis, de desânimo e

cansaço a minhas irmãs Rosineide Maria da Silva e Roseli Aparecida da Silva, que

sempre me ajudaram e me mostram o quanto somos fortes unidos.

A meus mestres e professor da Capoeira, Nilson Luiz Batista, Edson João da

Silva, Sebastião dos Santos e Eder João da Silva e também minha amiga Marta

Carvalho, pessoas que sempre me passaram alegria de praticar esta arte e de sempre

buscar conhecimento.

Quero agradecer a Faculdade Network, pela oportunidade de fazer o curso a

todos os professores por me proporcionar o conhecimento e muito mais do que isso a

afetividade pela educação, os meus eternos agradecimentos.

Queria agradecer ao Professor Especialista Marcus Gomides, pela orientação e

apoio na orientação deste trabalho. E por fim meus agradecimentos aos amigos e

colegas de sala, ao qual tive prazer de compartilhar e aprender muito com cada um

fazendo parte dessa formação e que irão continuar presente em minha vida.

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302

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SKATE NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

André Queiroz Perez17

Marcus Gomides18

Tânia Cristina Bassani Cecilio19

RESUMO

Skate é um estilo de vida, um esporte olímpico praticado por milhões de pessoas pelo

mundo, além de trazer toda uma cultura, ainda traz muitos benefícios ao

desenvolvimento físico e mental aos praticantes. Este artigo tem por objetivo propor a

inclusão do skate como parte integrante do currículo escolar na educação básica. Para

atingir os objetivos propostos, realizamos pesquisas bibliográficas em livros, em

revistas científicas, sites especializados, entre outros. Os resultados observados

demonstram que esse esporte pode ser uma alternativa para as aulas de Educação Física,

especialmente para pré-adolescentes e adolescentes, que tem uma identificação com o

Skate. Observamos também que a legislação obriga as escolas a oferecerem a Educação

física, no Ensino Fundamental e Médio, mas define os conteúdos programáticos de tal

forma que não permite a inserção de outros esportes alternativos que poderiam trazer

mais motivação às aulas. A partir de nossa experiência como instrutor e praticante desse

esporte, também percebemos que as atividades propostas já não correspondem às

expectativas da atual geração, os alunos querem novos estímulos, novas vivências,

esportes atuais, e o skate pode ser essa alternativa para integrar e incluir os jovens a

praticar um esporte que traga satisfação e qualidade de vida, que os motive e atinja seus

anseios e expectativas.

Palavras-Chave: Educação física, Skate, benefícios.

ABSTRACT

Skateboard a lifestyle, an Olympic sport practiced by millions of people around the

world, and bring a whole culture also brings many benefits to physical and mental

development practitioners. This article aims to propose the inclusion of the skateboard

as an integral part of the school curriculum in basic education. To achieve the goals we

conducted bibliographic research in books, scientific journals, specialized sites, among

others. The observed results demonstrate that sport can be an alternative to physical

education classes, especially for preteens and teenagers who have an identification with

the Skate. We also note that the law requires schools to offer physical education in

elementary and high school, but defines the syllabus in such a way that does not allow

the inclusion of alternative sports that could bring more motivation classes. From our

experience as a teacher and practitioner of this sport we also realize that the proposed

17

Graduando (licenciatura) em Educação Física das Faculdades Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2445,

13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]). 18

Professor especialista em Educação Física – Professor do curso de Educação Física, Faculdades

Network – Av. Ampélio Gazzetta, 2245, 13460-000, Nova Odessa, SP, Brasil (e-mail:

[email protected]). 19

Professora Doutora Pedagogia – Faculdades Network – AvAmpélio Gazzetta, 2445, 13460-000, Nova

Odessa, SP, Brasil (e-mail: [email protected]).

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activities no longer match the current generation of expectations, students want new

stimuli, new livings, current sports, and skateboarding can be this alternative to

integrate and include the young people to practice a sport that brings satisfaction and

quality of life that motivate and achieve their desires and expectations.

Keywords: Physical education, Skating, benefits.

1 Introducão

O skate é um esporte olímpico que possui grande familiaridade e aceitação entre

crianças, pré-adolescentes e jovens, traz grande contribuição para os praticantes e

também é uma atividade bastante lúdica para o espaço escolar. O professor tem a

responsabilidade, em sua prática pedagógica, de propiciar elementos que favoreçam a

formação dos alunos, trazendo, além da essência da prática esportiva, a responsabilidade

social, que envolve todo o processo de ensino, credenciados a agentes transformadores.

É necessário que o professor identifique os interesses dos estudantes e proponha

aulas diversificadas, que respeitem a cultura dos alunos e seus interesses pelos diversos.

Entendemos que é necessário ampliar a cultura dos alunos no que diz respeito ao

esporte, trazer alternativas e apresentar os diversos esportes para que o aluno descubra

com qual (is) se identifica mais.

Neste artigo, especificamente tratamos do skate como um exemplo de esporte

pouco difundido no currículo escolar, porém presente no cotidiano dos estudantes e

entre os praticantes. Esse esporte pode motivar os alunos, tornando-os mais criativos em

busca de seu desenvolvimento físico e mental. Assim sendo, temos por objetivo, com

esse artigo, uma proposta de inclusão desse esporte como parte integrante do currículo

escolar na educação básica.

Visando atingir os objetivos propostos, realizamos uma pesquisa qualitativa com

pesquisas bibliográficas em livros, em revistas científicas, sites especializados, entre

outros. Os resultados observados demonstram que esse esporte pode ser uma alternativa

para as aulas de Educação Física, porém que outros esportes também devem ser

apresentados e que as opiniões dos estudantes precisam ser ouvidas e consideradas com

relação ao esporte de sua escolha e preferência.

Enquanto praticante desse esporte, percebemos o grande interesse entre as

pessoas de todas as idades em aprender e a praticas esse esporte. O skate, a nosso ver,

passa a ser um estilo de vida, alcançando dimensões sociais muito mais amplas que o

esporte.

2 Revisão bibliográfica

No Brasil, a chegada do Skate ocorreu no início da década de 1960, tradição

trazida pelos americanos que visitavam a cidade do Rio de Janeiro, mas só ganhou força

a prática a partir da segunda metade da década de 1970.

O descobrimento do poliuretano foi fundamental para esse esporte, pois é o

material desenvolvido para a produção das rodinhas; a partir desse período, o skate

passou a ter empresas especializadas na produção de equipamentos; para serem

vendidas, o marketing dos fabricantes foi construir pistas, divulgar os equipamentos em

revistas especializadas em esportes de ação e campeonatos. Com o surgimento dos

primeiros atletas que se destacavam, começaram a patrociná-los e criaram equipes para

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306

divulgação das marcas e, consecutivamente, todo o mercado dos equipamentos. Com a

massificação do esporte nos EUA, criou-se a necessidade de se abrir novos mercados,

foi quando começaram as excursões de atletas para se apresentarem pelo mundo. E,

como a Califórnia brasileira era o Rio de Janeiro, lá se iniciou o skate no Brasil, nos

anos 80, que se massificou pelo país. Assim, as pistas se espalharam pelo Brasil, não só

pelos litorais, mas em todas as capitais e interiores, iniciando-se a produção de

equipamentos no mercado nacional, revistas e programas especializados, solidificando o

esporte (CHAVES, 2000).

Segundo Armbrust (2010), em suas experiências com a utilização do skate como

ferramenta pedagógica escolar, fundamentado em uma série de perspectivas teóricas

educacionais, desde abordagens culturais a psicomotoras, deve-se argumentar

favoravelmente ao skate, por ser um esporte muito rico culturalmente e que se

enquadrará facilmente como ferramenta pedagógica.

Esse autor defende a escolarização do skate para que possa ser adaptado aos

planos educacionais e, consequentemente, para que sejam levados para a Educação

Física escolar os seus elementos da cultura, que podem ser diversificados, pelas

expressões corporais, música, estilo das roupas, aspectos sociais, inclusão e motricidade

característica dessa prática, exercida historicamente além da escola e dotada de

complexidades e potencialidades. Embora possam ser empecilhos a aproximação com o

risco, a experimentação de outra corporeidade, menos tradicional à Educação Física

Escolar, oque o tira da zona de conforto, tem-se características que seduzem a

experimentar e ampliar os conhecimentos, bem como expandir conteúdos para

diversificar as aulas e entreter os alunos, presenciando-se novos estímulos de

conhecimento.

“Mesmo o skate se caracterizando um esporte urbano e bem

diversificado e muito praticado, ainda carrega os conflitos pedagógicos de

aprendizagem, talvez por ser ainda uma prática ainda não explorada,

pedagogicamente, ainda não nega a existência de conflitos terminológicos

que circulam tanto sobre a categorização dessa prática enquanto

modalidade de conteúdo ou objeto de ensino, assim como ocorre com outras

atividades de aventura, talvez podendo ser denominadas descriminadas,

como o surf, o arvorismo, escalada, entre outras. Esses movimentos de

anunciação de tais práticas também demarcam significativas formas de

abordá-las, pensando nas diferentes significações possíveis e em seus

múltiplos contextos de realização, sejam no ambiente escolar ou fora dele.”

(TEIXEIRA, 2012, p.137).

Ainda segundo esse autor, podemos afirmar que existe uma relação entre a

prática do skate e as práticas pedagógicas, identificadas no grupo estudado com

características individuais e muitas diferenças com relação aos outros grupos de jovens,

seja nas vestimentas, que são apropriadas ao esporte, estilo musical, artes e pinturas dos

equipamentos do skate, linguagem rica em palavras da língua inglesa, empregada nos

equipamentos, nome de manobras ou expressões, todos os movimentos corporais das

manobras do esporte, caracterizando assim o skate como uma prática corporal, e o

relacionando ao estilo de vida jovem, familiarizando com a identidade cultural dos

alunos.

Para Velozo (2013), o skate também traz consigo a “proibição” no ambiente

escolar, que geralmente acontece por ser um esporte que foi, por um grande período,

marginalizado, sem contar que existem também os riscos em sua prática, como há em

todos os esportes.

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307

“As sanções impostas acabam fortalecendo ainda mais o vínculo

entre os integrantes do grupo, a reciprocidades entre eles, gerando uma

identidade, aliciando ainda mais novos integrantes para o movimento,

crescendo assim o número de integrantes no grupo; sendo uma atitude

comportamental contemporânea, os conflitos culturais mostram a construção

da identidade jovem, e o anseio por mudanças. Aqui tem-se um real

representante da cultura jovem, o skate, e, claro, os jovens, contra o

monótono estilo imposto pela sociedade; a escola aqui tem de entrar como

mediador de todo esse conflito, podendo transformar tudo isso em um rico

material pedagógico, podendo explorar comportamento, estilo, esporte,

marketing, e todo o mercado que envolve o skate, sendo que ambas as partes

têm a ganhar: a escola, uma nova roupagem no ensino, o aluno com real

interesse pelo ensino; e a sociedade, novos cidadãos.” (VELOZO, 2013,

p.217-231).

Concordamos com a compreensão desse autor (Velozo, 2013), que afirma que o

skate não e só um esporte, mas uma ferramenta transformadora como a maioria dos

esportes, mas ele tem um diferencial muito grande, que é a familiaridade entre os

praticantes. Há uma reciprocidade muito grande no meio, não há distinções entre os

membros, não há um biotipo para os praticantes, todos têm a mesma capacidade, o nível

de prática não é medido no meio, todos têm só um objetivo, que é a evolução do esporte

e, acima de tudo, a diversão. Não há, portanto,a limitação para o esporte hoje

globalizado, mas um grande intercâmbio global entre os praticantes. Assim, a amizade

transpôs todas as fronteiras, de modo que os campeonatos e a competitividade ficam em

segundo plano, afinal a amizade e a troca de manobras são as principais atrações, que

levam milhares de pessoas aos eventos, tamanha amplitude que se criou no esporte.

Entre as vantagens da prática desse esporte, segundo Neves (2012), está no fato

de que a preparação de um atleta de skate tem se desenvolvido bastante, diminuindo

muito o número de lesões e, em consequência desse melhor preparo, teve-se um

aumento do nível das manobras realizadas pelos atletas, maior amplitude e técnica. Por

ser um esporte muito técnico, utiliza-se de um grande preparo físico, aeróbio e

anaeróbio, tendo assim benefícios para os praticantes. Há um imenso gasto calórico em

toda a atividade, pois há uma grande variação de atividade, ajudando assim a tonificar

toda a musculatura do corpo, pois trabalha todos os membros do corpo, além dos

aspectos cognitivos, pois são ações muito rápidas, que estimulam toda a capacidade de

raciocínio, em um pequeno espaço de tempo, equilíbrio, força, em frações de milésimos

de segundo.

O skate, portanto, traz inúmeros benefícios para os seus praticantes que, segundo

Neves (2012), podem-se destacar:

Utilização das vias aeróbias/anaeróbias – no skate se mescla o trabalho de forma

simultânea e alternada das vias, trazendo assim um grande benefício para a parte

cardíaca e respiratória do organismo dos praticantes. O skate trabalha a resistência

aeróbica, visto que, enquanto remam, viram, impulsionam o skate pelas ruas, praças,

avenidas, pistas ou em direção a algum obstáculo; e a resistência anaeróbica para saltar,

impulsionar, realizar alguma manobra com maior amplitude, utilizando mais força em

um curto espaço de tempo.

Flexibilidade – é a capacidade de movimentação de uma articulação ou de

grupos de articulações, deixando hábeis o indivíduo a fazer ações e movimentos

articulares com melhores execuções e menores riscos de lesões.

Resistência e força muscular–o skate trabalha os grandes grupos musculares do

nosso esqueleto, praticamente o corpo todo, exigindo muita força dos membros

inferiores. Em uma sessão de skate, o skatista executa muitos movimentos, dentre eles,

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agacha e salta centenas de vezes ganhando assim muita resistência muscular, pois há um

grande número de repetições de movimento. A força muscular é trabalhada durante a

realização das manobras com maior amplitude, de modo que necessita de força para

impulsionar os saltos para transpor obstáculos, esses impulsos necessitam de serem

potentes para atingir uma maior altura, também necessita de força para as aterrissagens

nos saltos.

Equilíbrio – o movimento primordial é o básico, iniciar o esporte se resume em

posicionar o corpo na vertical sobre o objeto, seja ele parado ou em movimento, o

primeiro movimento é o mais desafiador, que, com a prática, acaba se tornando o mais

prazeroso, visto que, com a evolução no esporte, se aplica equilíbrio sobre obstáculos. (NEVES, 2012).

A partir de Honorato (2005), podemos afirmar que a Educação Física ficou

desatualizada, ela não evoluiu conforme a sociedade se modificou, os alunos têm novos

hábitos de atividades físicas, acarretando o desinteresse pela educação física escolar,

que costuma promover as atividades coletivas que necessitam de espaços adequados,

além de maior número de praticantes. Tais anseios ajudam a credenciar o skate como

material pedagógico e conteúdo escolar.

A escola, mesmo sendo um grupo social nivelador, possibilita o

desenvolvimento dos indivíduos, tendo cada um uma linha independente de

pensamento e conduta; dentre os indivíduos, há os skatistas com seus

princípios, valores culturais, sociais, adquiridos dentro do âmbito escolar (HONORATO, 2005, p.52-53).

Segundo Bull (2002), o skate, por ser uma atividade física, também favorece um

ganho de qualidade de vida, assim como outra qualquer atividade, porém ainda os seus

benefícios são menos difundidos. Em consequência de poucos estudos sobre o assunto,

a prática do skate pode ser melhor explorada, pois é uma atividade rica culturalmente, e

seus benefícios físicos podem ser abordados pedagogicamente pelos profissionais de

educação física, enriquecendo também conhecimentos teóricos e práticos dos docentes.

E ainda, para Moretto (2007), tem-se:

“Atualmente, o skate é uma ferramenta muito rica, capacitando

pedagogicamente a influenciar no conteúdo das aulas de Educação Física, em

que pode ser abordadas diversas vertentes, não só na educação física, mas

estendendo seu leque de ensino para outras áreas, como física, matemática,

língua estrangeira, artes, etc. O docente, entendendo o conteúdo sobre o

skate, cria grandes possibilidades de abordagens que possibilitam o seu

desenvolvimento, no contexto escolar, para conseguir direcionar o conteúdo.

O conteúdo, ao ser administrado, há necessidade de ser observado e

implementado, respeitando o plano de aula, as habilidades objetivadas e os

procedimentos para uma sequência progressiva segura para a prática, assim

como analisar todo o histórico das experiências anteriores dos alunos,

adequando as aulas para que possam ser aproveitadas da melhor forma

possível o conteúdo pedagógico.” (MORETTO, 2007).

A partir dos autores revisados, percebemos que o skate é um esporte

diferenciado, que poderá ser apresentado como alternativa aos planos de ensino dos

professores da educação básica e que possui um grande potencial de inclusão social. A

identificação dos praticantes de esportes deve ser analisada com respeito e “cuidado”

pelos docentes, evitando a marginalização do esporte e especialmente dos alunos.

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2 Objetivo

Esse artigo tem como objetivo analisar a possibilidade de o skate ser inserido

nos planos de ensino da disciplina de Educação Física na educação básica, evidenciando

como o skate pode enriquecer vivências na formação dos alunos, fortalecendo

socialização e cidadania, contribuindo em seu desenvolvimento em todo o seu processo

de vida.

3 Metodologia

Para atingir os objetivos propostos, realizamos uma pesquisa qualitativa, que

consistiu na revisão da literatura especializada sobre o skate, especialmente sobre

experiência e metodologia de skate; para tanto, utilizamos livros, revistas e publicações

digitais.

4 Resultados

Ao término da revisão efetuada, considerando-se a nossa experiência como

praticante do esporte e ainda as vivências que tivemos durante a realização do estágio

supervisionado propiciado pela licenciatura em Educação Física, constatamos que a

apresentação do skate, enquanto ferramenta pedagógica, pode ser uma alternativa de

inclusão social, tendo em vista que os alunos poderão ter novas vivências, conhecer

esportes novos e o skate, a nosso ver, pode ser essa alternativa para integrar e incluir os

jovens a praticar um esporte que traga mais satisfação e qualidade de vida, que os

motive a fim de atingir seus anseios e expectativas.

O skate já é o segundo esporte mais praticado no Brasil, não há uma faixa etária

específica para os praticantes, além do fato de ela ter várias modalidades dentro do

esporte. O praticante nele se conduz conforme seus limites, de modo que ele vem

invadindo as ruas, os parques, as praças e as escolas, e muitas pessoas estão adotando a

modalidade como atividade física para manter a forma e a saúde em dia.

É um esporte que utiliza de todos os grandes grupos musculares importantes,

assim, não e só importante no desenvolvimento das primeiras fases de vida das crianças,

adolescente e jovens, mas em todo o processo de vida do indivíduo. Estes são só os

aspectos físicos que o esporte skate promove, existem ainda os mentais, todos os

movimentos necessitam de raciocínio lógico e rápido para a execução dos movimentos e

das manobras.

Para muitos, um esporte, para outros, diversão, mas o que se tem de certeza é

que há uma legião de fãs, devotos assíduos da prática, do estilo, da cultura, sendo assim,

porque não ensiná-lo na escola, de modo a fortalecer ainda mais o vínculo escola-

sociedade? Eu sou protagonista deste estudo, tenho experiência com o esporte há 32

anos, de modo que gostaria de colocar em prática tudo que aprendi nessas vivência em

minha atuação profissional.

5 Considerações finais

Ao realizar esse estudo, pudemos concluir que o skate é um esporte atual e que

muitos jovens se identificam com ele. Partir da realidade do aluno é indagar e ter

sensibilidade em perceber entre os estudantes quais conhecem e praticam esse esporte e

aproveitá-lo para o plano de ensino. Em tempos de tantas mudanças, faz-se necessário

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respeitar e conhecer as escolhas dos estudantes e também apresentar-lhes novas

alternativas.

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SUMÁRIO