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DISTRITO de LEIRIA Qualidade de vida superior num território com grande diversidade Esta revista faz parte integrante da edição 1624 do Jornal de Leiria, de 27.08.2015

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DISTRITO de LEIRIA

Qualidade de vida superior num territóriocom grande diversidade

Esta revista faz parte integrante da edição 1624 do Jornal de Leiria, de 27.08.2015

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São muitas as características dodistrito de Leiria que fazemdesse território um dos maisinteressantes de Portugal para

viver. A heterogeneidade dos seus 16concelhos proporciona distintosestilos de vida, podendo optar-se pelaurbanidade das cidades ou pelaproximidade à natureza, que pode irda tranquilidade da serra à vistadeslumbrante que o Atlântico oferece.Bafejado pela riqueza natural, etambém pela sua centralidade no eixoLisboa-Porto, o distrito de Leiria temtambém beneficiado da acção humanada sua população que, além doriquíssimo património que foiconstruindo ao longo da história, fezdesta região uma das mais dinâmicasdo País em termos empresariais, comreflexos em taxas de desempregotradicionalmente abaixo da médianacional e em empregos diferenciadose estimulantes. Para a boa qualidadede vida que o distrito de Leiriaproporciona a quem nele habita, há aconsiderar igualmente uma redeescolar bem estruturada e com ofertadiversificada, o enorme saltoqualitativo dado ao nível dos serviçosde saúde, uma dinâmica culturalcrescente e instituições de ensinosuperior que garantemempregabilidade.Esta revista foca precisamente asuperior qualidade de vida que épossível encontrar no distrito deLeiria, que se apresenta como umterritório de grande atractividade paraquem foge do desemprego que fustigaoutras regiões do País, mas tambémpara quem procura uma existênciamais calma, fora dos grandes centrosurbanos de Lisboa ou Porto, sem, aomesmo tempo, deixar de estar pertodeles. �

João Nazário

04 Distrito de Leiria: no centro do País, no topo da qualidade de vida

10 Alcobaça14 Alvaiázere16 Ansião19 Batalha22 Bombarral24 Caldas da Rainha26 Castanheira de Pera28 Figueiró dos Vinhos31 Leiria35 Marinha Grande38 Nazaré40 Óbidos42 Pedrogão Grande44 Peniche 46 Pombal49 Porto de Mós

Edição: Jorlis - Edições e Publicações, Lda.Director: João Nazário Redacção: Lurdes Trindade, Paula Sofia LuzServiços Comerciais: Rui Pereira, Sandra Nicolau Fotografias: Ricardo GraçaPaginação: Isilda Trindade, Rita Carlos Impressão: Gráfica, Lda.Tiragem: 15.000 N.º de Registo 109980 Depósito Legal n.º 5628/84 Distribuição: Jornal de Leiria, edição n.º 1624, de 27 de Agosto de 2015

Índice

Ficha Técnica

Editorial

27 de Agosto de 2015 Distrito de Leiria 3

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Distrito de Leiria: no centro do País,no topo daqualidade de vidaDistrito Entre a urbanidade das cidades, o verde dasserras e o azul sereno do mar, Leiria tem tudo paraproporcionar excelentes condições de vida. Não falta umtecido empresarial dinâmicor, serviços de saúde deexcelência e educação de qualidade.

Lurdes [email protected]

� Filipe Oliveira, 39 anos, acabou dechegar a Leiria com a mulher e o filho de4 anos. Largou o emprego na multina-cional em Lisboa, os amigos de infânciae veio ao encontro da qualidade de vidaque há muito diz ter perdido no frenesida grande cidade.

Em Leiria há apenas um mês, já co-meçou a sentir as diferenças. Tem ago-ra uma vida mais tranquila, com tempopara fazer o que gosta, para usufruir dafamília e dos amigos que ao longo dosanos foi cultivando na terra natal damulher com quem casou. “Em Lisboanão tínhamos tempo para estar comninguém, faltava-nos uma rede deapoio”, admite o “alfacinha de gema”,como o próprio faz questão de dizer. Sim,Filipe Oliveira nasceu em Lisboa e sem-

4 Distrito de Leiria 27 de Agosto de 2015

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pre fincou o pé junto de Susana, garan-tindo-lhe que nunca de lá sairia para mo-rar em Leiria ou onde quer que fosse. Atéao dia em que nasceu o Miguel. A mu-dança para Leiria começou a ganharforma e cada vez com maior intensida-de.

Curiosamente Filipe não equacionouSantarém como possibilidade para resi-dir, embora seja nesse concelho que ospais vivem depois da aposentação. “San-tarém estaria completamente fora dequestão. É uma cidade morta. Leiriatem mais vida, tem bons espaços cultu-rais, temos cá amigos e a vida social émais barata.”

Entre os factores que contribuírampara que o casal tivesse escolhido Leiria,sobressaem, além da rede de apoio en-contrada nos pais de Susana, o maisbaixo custo de vida, as excelentes aces-sibilidades, a proximidade às praias e à

serra, a animação da própria cidade e ofacto de se tratar de uma região dinâmi-ca em termos empresariais.

Filipe descobriu esta dinâmica quan-do procurou emprego na sua área, oDesign. Em três meses, Filipe encon-trou trabalho numa agência em Fátimae está a gostar muito. “Em Lisboa traba-lhava numa multinacional, era muitagente, muita confusão, já precisava dealgo mais calmo.” Mas, antes disso en-viou vários currículos, falou com muitosempresários e teve oportunidade desentir o pulsar da região. “Existe muitoemprego no distrito, na minha área e nãosó. Leiria é uma região muito dinâmica.”

Por outro lado, “quase tudo é mais ba-rato em Leria, com excepção dos super-mercados, cujos preços são mais ou me-nos uniformizados. Mas ir a um restau-rante, a um bar, ou mesmo comprar ouarrendar uma casa… é quase metadedo preço…”

Ao contrário de Filipe, Nuno Ferraz eMarta Brito são de Leiria. Estiveram vin-te anos em Lisboa. Ela estudou Gestão,ele Marketing. Ela era manager numamultinacional de consultoria fiscal, eleconstruiu carreira na banca. Com dois fi-lhos pequenos, João e Matilde, há mui-to que se falava em casa na possibilida-de de regressarem a Leiria mas, sobre-tudo por motivos profissionais, a decisãofoi sendo adiada, especialmente por-que para Marta não seria possível fazer,em Leiria, o que fazia em Lisboa.

Há um ano decidiram mudar. Ele con-seguiu transferência de banco, ela trocoua multinacional pela delegação de umaempresa de Lisboa em Leiria. Ele man-teve os mesmos rendimentos, mas elanão. Ainda assim, valeu a pena. “A vidaé mais tranquila e o custo de vida cá tam-bém é bastante mais baixo”, revela,Nuno Ferraz. Tão mais baixo que Nunoe Marta acabam por ter mais dinheiro cádo que tinham em Lisboa. “As condições

de vida em Lisboa degradaram-se mui-to nos últimos anos. O custo de vida au-mentou desproporcionalmente aos sa-lários.”

Os dois casais há muito que sentiam aevolução da cidade e da própria região.Em tempo de férias, observavam que aospoucos ia ficando tudo mais bonito,mais arranjado, com uma vida culturalsem comparação com o passado. Comofertas de concertos, teatro e exposiçõesao ar livre ou em recintos fechados. Ecom espaços de lazer apelativos, onde asactividades para as crianças são maisacessíveis do que nas grandes cidades.Em Leiria ou nos concelhos vizinhos.

Poder-se-á dizer que em Leiria háqualidade de vida? José Pires Manso, pro-fessor catedrático na Universidade do Mi-nho e autor de dois dos mais completosestudos sobre Os Municípios e a Quali-dade de Vida em Portugal, explica que hávárias definições de qualidade de vida,embora, numa dimensão subjetiva elaseja expressa pelas expectativas pes-soais e pelas comparações sociais daspessoas. “Ter amigos e fortes relaçõespessoais pode ser fundamental para seestar satisfeito com a vida”, diz o pro-fessor, ao mesmo tempo que questionase “vale a pena ter amigos, ter bonsares, viver no meio da natureza, se de-pois não existir emprego, não existiremmeios para satisfazer as necessidades bá-sicas”.

Embora a qualidade de vida seja umconceito muito lacto, José Pires Mansoarrisca dizer que se trata da “satisfaçãodas necessidades da população em ter-mos económicos, sociais, psicológicos,espirituais e ambientais, aspectos queproporcionam segurança, tranquilidadee esperança de um futuro melhor”.

Leiria “é uma região sui-géneris”O investigador considera que Leiria “éuma região sui-géneris”, sobretudo de-vido à sua grande dinâmica empresarialimprimida por sectores como os moldese os plásticos. “Apesar de ter tido algu-mas áreas em crise, como o vidro (cris-talaria) na Marinha Grande, e a cerâmi-ca, soube dar a volta e impor-se comouma das regiões mais resilientes e comíndices de desemprego mais baixos quea média nacional”

A própria região é muito diversificada,

27 de Agosto de 2015 Distrito de Leiria 5

No cômputo geral, a região[Leiria] ficou muito bemclassificada no ranking daqualidade de vida

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6 Distrito de Leiria 27 de Agosto de 2015

diz ainda José Pires Manso, conside-rando que são as suas características he-terogéneas, entre o mar e a serra, que aenriquecem como um todo. “No côm-puto geral, a região ficou muito bem clas-sificada no ranking da qualidade devida”, diz o professor.

Também Nuno Mangas, presidentedo Instituto Politécnico de Leiria (IPLei-ria) considera que a diversificação do seutecido empresarial faz com que esta re-gião tenha características que “a tornamsingular e façam dela uma das mais ricase resilientes”.

Sem grandes empresas, como acon-tece com Aveiro, Braga ou Setúbal –que com duas ou três grandes empresas,algumas multinacionais, asseguram ogrosso do volume de exportações –“Leiria tem conseguido, sem a pujançadessas grandes alavancas, manter-secomo uma das mais desenvolvidas dopaís”, afirma ainda Nuno Mangas, atri-buindo essa situação aos grandes em-pregadores locais que subiram a pulso eque “têm apostado na qualificação dosseus recursos humanos, na inovação, nodesenvolvimento, na investigação e,sobretudo, na internacionalização”.

Favorecido pela centralidade no eixo Lisboa-PortoA heterogeneidade dos dezasseis con-celhos do distrito proporcionam a pos-sibilidade de distintos estilos de vida. En-tre a urbanidade das cidades, a proxi-midade à natureza ou o contexto do mar,a variedade é grande para quem procu-

ra um bom lugar para viver. Além se serfavorecido pela centralidade no eixoLisboa-Porto, o próprio distrito é hojetambém um dos que melhores acessosrodoviários dispõe. Aliás, essa é uma dascondições valorizadas por quem decidetrocar uma grande cidade por Leiria. “Es-tamos a uma hora de Lisboa e a um pas-so de tudo”, conta Filipe Oliveira. Lem-bra que a sua mulher, nesta primeira fasede vida em Leiria, ainda faz a viagem dia-riamente para Lisboa. “Demora menostempo no caminho do que quando vi-víamos em Lisboa.”

Por outro lado, estamos a falar de umdos distritos mais dinâmicos do País. Oseu tecido empresarial variado e inova-dor tem reflexos em taxas de desem-prego historicamente abaixo da médianacional e em empregos diferenciados eestimulantes.

Veja-se que em Junho deste ano, se-gundo dados do IEFP, o desempregodiminuiu no distrito de Leiria 16,5%, va-lor muito acima da média nacional quefoi de 13%.

Ainda recentemente, a Bloom Con-sulting, no estudo Portugal City BrandRanking 2015 – Municípios de Portugal,classificou Leiria como a 3ª cidade a ní-vel nacional para viver, apenas supera-dad por Lisboa e Sintra.

No ranking da região Centro, Leiria éa melhor cidade para viver, ficando àfrente de cidades como Coimbra ouAveiro. Dos concelhos do distrito, segue-se Pombal (7ª) como a melhor cidadepara viver.

Mas na área dos negócios, Leiria tam-bém surge muito bem colocada, ficandona segunda posição na região Centro.Caldas da Rainha surge em 7º lugar, se-guida de Pombal (11.ª), Alcobaça (13.ª),Óbidos (15.ª) e Marinha Grande (17.ª).Ainda na área dos negócios, mas a nívelnacional, Leiria ocupa o sexto lugar noranking, subindo duas posições em re-lação a 2014. Mesmo assim, surge àfrente de Aveiro.

A saúde com os melhoresSe a nível empresarial a região tem mos-trado a sua singularidade, na saúde aevolução também tem sido notável.Nesse campo, o Centro Hospitalar de Lei-ria (CHL) tem dado cartas ao longo dosanos, com a criação de serviços cada vezmais inovadores e introdução de tecno-logia de ponta. Tem feito também parteda política dos responsáveis do (CHL) acontração de profissionais experientes ecompetentes que trocam, inclusiva-mente, os seus lugares em grandes hos-pitais, para se instalarem definitiva-mente em Leiria. A excelência dos ser-viços de saúde praticada na região e aqualidade de vida são argumentos paraa fixação dos médicos na região. O San-to André “é um hospital muito bemapetrechado, com equipamento de últi-ma geração, com muito boa capacidadetécnica e com profissionais muito com-petentes”. Quem fala assim é Salvato Fei-jó, 60 anos, médico pneumologista quedeixou o seu lugar no hospital de SantaMaria em Lisboa, para vir chefiar o ser-

Leiria tem tudo. Tem praias,tem serra. Tem boas escolas,tem um bom hospital e bonscentros de saúde. E temcinemas, teatro… e temacessibilidades.Salvato Feijó, director doServiço de Pneumologia doHospital de Santo André, emLeiria há dois meses.

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27 de Agosto de 2015 Distrito de Leiria 7

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viço de Pneumologia do Hospital deSanto André, em Leiria. Largou casa eamigos. Instalou-se definitivamente nacidade, num apartamento junto à PraçaRodrigues, com a mulher e o filho de cin-co anos.

Está encantado. Não apenas com o am-biente da cidade, que considera “agra-dável”, com “uma excelente animaçãocultural e um bom custo de vida”, massobretudo com o desafio que lhe foi co-locado em termos profissionais. “NoSanta Maria era tudo já mais do mesmo.Aqui tenho a possibilidade de ajudar acriar um serviço, de formar pessoas,com equipas motivadas, muito compe-tentes, com vontade de mudar e de fazersempre melhor. O hospital de Leiria é ex-celente.” Embora ainda vá a Lisboa duasvezes por semana, Salvato Feijó querabraçar esta cidade como se fosse adele. Sente que aqui terá melhores con-

dições para criar o seu filho mais novo,que vai para o colégio da Cruz da Areia.E que terá ele próprio uma vida maistranquila. “Leiria tem tudo. Tem praias,tem serra. Tem boas escolas, tem umbom hospital e bons centros de saúde. Etem cinemas, teatro… e tem acessibili-dades. Que mais poderíamos desejar?”

Hoje, diz o médico, para termos aces-

so a um bom serviço de saúde, qualquerque seja a especialidade, já não é neces-sário recorrer aos grandes centros. OCentro Hospitalar de Leiria, que acolheos hospitais de Santo André, de Pombale de Alcobaça, está muito bem equipado,com os melhores profissionais e com tec-nologia inovadora.

Isto se se falar em saúde pública. Por-

Centro Hospitalar de Leiria garantecuidados de saúde ao nível

dos oferecidos em Lisboa, Porto ou Coimbra

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8 Distrito de Leiria 27 de Agosto de 2015

Em Junho deste ano, o InstitutoNacional de Estatística (INE) indicoua região de Leiria como a que mais sedesenvolveu em 2013, segundo oÍndice Sintético de DesenvolvimentoRegional (ISDR). Leiria é ainda aquinta região mais desenvolvida doPaís, atrás das áreas metropolitanasde Lisboa (1.º) e do Porto (3.º), doAlto Minho (2.º) e de Aveiro (4.º). Deacordo com o documento, elaboradocom base numa matriz de 65indicadores estatísticos, Leiriaregistou, em 2013, um ISDR globalde 99,70 - ligeiramente abaixo damédia nacional (100) -, o querepresenta um aumento de 1,64 faceao ano anterior, o maior crescimentoregistado entre as 25 sub-regiõesportuguesas. O Oeste aparece em16.º lugar, tendo diminuído o seuíndice de desenvolvimento em 2013.O relatório faz uma análise de trêscategorias mais específicas: coesão,competitividade e qualidadeambiental. Na primeira, que avalia,por exemplo, o grau de acesso dapopulação a equipamento e serviçoscolectivos básicos, Leiria apareceem quarto lugar. Ao nível dacompetitividade (criação de riquezae a capacidade demonstrada pelasempresas para competir no contextointernacional) Leiria surge na oitavaposição, atrás de Lisboa, Aveiro,Porto, Cávado, Alto Minho, AlentejoLitoral e Ave. �

Leiria: A região que mais sedesenvolveu

que a saúde privada é igualmente ummundo que nos últimos anos tem sofri-do grande evolução quer em termos decirurgia quer de consultas da especiali-dade ou mesmo exames de diagnóstico.

O fator IPLCom maos de 10 mil estudantes em cur-sos formais no ano lectivo passado, o Ins-tituto Politécnico de Leiria é a nona ins-tituição pública de ensino superior commaior número de alunos e o terceiromaior politécnico, a seguir ao Porto e Lis-boa. As cinco escolas da instituição (trêsem Leiria, uma em Caldas da Rainha euma em Peniche) têm tido um forte im-pacto na região, em diferentes níveis.Desde logo, devido aos milhares de alu-nos que procuram essas escolas para es-tudar, acabando muitos por permanecerapós os estudos, e às centenas de pro-fessores que ali exercem a sua activida-de profissional, mas também pela es-treita ligação com o tecido empresarial.Muitos dos seus projectos de investiga-ção são feitos em colaboração com em-presas da região, ajudando a introduzirinovação e diferenciação nas mesmas.

Pão d’algas, gin com algas, hambúr-guer de cavala, sardinhas congeladasem água do mar ou pepinos do mar… sãoapenas alguns produtos desenvolvidosno Cetemares, em Peniche, em parceriacom as empresas que os comercializam.“O que nos diferencia dos megas centrosde investigação é a nossa ligação à eco-nomia real e a nossa preocupação em fa-zer produtos comercializáveis”, explicaNuno Mangas. Referindo a importânciada investigação em ligação ao mundoempresarial, o presidente do IPLeiriaexplica que após o desenvolvimento denovos produtos, as empresas passam ater novas perspectivas de negócio. Como Centro para o Desenvolvimento Rápi-do e Sustentado do Produto, na MarinhaGrande, a preocupação é semelhante.Neste centro, que em breve mudará deinstalações, a impressão 3D é uma dasprivilegiadas, embora haja outros re-cursos. “Temos investigadores da área da

Nos centros de investigação doIPLeiria existe a preocupação de

desenvolver produtos comercializá-veis como o gin com algas

engenharia mecânica, da biomecânica edo design industrial de Caldas, entre ou-tros. Permite-se um encontro de saberesmuito interessante”, explica o presi-dente do IPL.

A limitação de não ser universidadeNos vários centros de investigação doIPLeiria estão cerca de uma centena deestudantes e investigadores a desen-volver teses de doutoramento, acom-panhados e coordenados por docentesdo Politécnico. Pertencem a outras ins-tituições de ensino superior, portugue-sas e estrangeiras. “Embora estejam emlaboratórios nossos, todo o trabalhoserá acreditado nessas instituições enão no politécnico de Leiria, incluindoas propinas…”, explica Nuno Mangas,para quem a maior limitação do IPLei-ria é não poder conceder todos os títu-los académicos.

“É um problema de lei e não de com-petências”, explica Nuno Mangas, paraquem “o maior argumento se prendecom o facto de estarmos numa das re-giões mais dinâmicas do país. E sugere:“com o novo quadro Portugal 2020, vo-cacionado para o desenvolvimento, in-vestigação e inovação, os empresários,principalmente os que têm indústriade ponta, já perceberam a necessidadede ter pessoal muito qualificado”. Logo,adianta, “esta é uma limitação da insti-tuição que sente não poder dar todas asrespostas aos empresários”.

Queremos manter a nossa matriz deformação. Em ligação com as empresas,queremos fazer também o terceiro ciclo.Sendo a Universidade Técnica de Leiria. Seo problema é o nome, altere-se o nome.” �

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Paula Sofia [email protected]

� Até podia bastar-lhe o Mosteiro e todaa história dos monges de Cister, as chitasou as maçãs. O concelho podia até valer-

Doces, maçãs, chitas e descansoHistória e arte Diz a canção que “quem passa por Alcobaça, não passa sem lá voltar”. Emterra de monges, doces conventuais, praia e história, existe a convicção de que osequipamentos e infraestruturas espalhados pelo concelho são ingredientes que fazemdaquele um lugar seguro, pacato, com tudo o que é preciso para bem-viver.

se apenas da riqueza natural que mora napraia de Paredes de Vitória ou na emble-mática São Martinho do Porto. Mas Alco-baça é muito mais do que isso. Gosta dese apresentar como “um concelho segu-ro e pacato, ingredientes essenciais paraa qualidade de vida de uma qualquer lo-calidade. Temos também uma boa rede decuidados de saúde primários que irá embreve ser melhorada e alargada, e, em pa-ralelo, uma excelente e bem distribuídarede de apoio social”, aponta a CâmaraMunicipal. Além disso, “estamos dotadosde boas infraestruturas de lazer e cultu-ra como são o CineTeatro de AlcobaçaJoão D’Oliva Monteiro, o Parque dos Mon-ges, o Hotel Real Abadia, o Your Hotel &Spa entre outros equipamentos espalha-

dos pelo concelho”. A população residenteronda os 56 mil habitantes, distribuída pe-las 13 freguesias, tornando assim Alcoba-ça no segundo município mais populosoda comunidade intermunicipal do oeste.O presidente, Paulo Inácio, vai agoraapontar baterias para o turismo e rege-neração urbana, e apostar na requalifica-ção do património. Paralelamente, ostempos que correm são de empenho di-versificado. Pela primeira vez, o municí-pio vai promover um plano de ação socialescolar alargada, “que vai permitir a todosos alunos do 1º ciclo, sem exceção, rece-berem material escolar essencial e ma-nuais escolares emprestados”, anunciaPaulo Inácio. O sistema implica duas ver-tentes: constitui um apoio significativo

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para as famílias que residem ou quequeiram residir no concelho, “porquepodem contar com o município para ali-viar os avultados encargos financeiroscom os primeiros anos de escolaridadedos filhos”, e, em segundo lugar, “é umaforma de incutir sentido de responsabi-lidade aos alunos no que toca ao manu-seamento dos manuais escolares, uma vezque ficam encarregues deles apenas du-rante o respetivo ano lectivo, tendo de osdevolver no final, para que nos anos se-guintes outros alunos possam usufruirdestes manuais”. O autarca acredita queestá a lançar bases, ainda que indirecta-mente, para “um incentivo à natalidade”,considerando tratar-se de “um claro fac-tor de atractividade para o concelho”. Poroutro lado, realça o “esforço significativo”que tem sido feito ao nível da diplomaciaeconómica, no sentido de captar investi-mento privado. São disso exemplo aszonas industriais como a do Casal daAreia e a futura Área de Localização Em-presarial da Benedita.

Foram anos em torno de um “longo edifícil processo de promoção daabertura do concurso” para aconstrução de um hotel no Mosteirode Alcobaça, finalmente alcançadoem Julho deste ano. O presidente daCâmara acredita que “esteempreendimento será feito naperspetiva de estimular a economialocal, potenciando o turismo e acriação de emprego”. De resto, estáprevista a criação de pelo menos 70postos de trabalho. O concursopúblico para a concessão do Claustrodo Rachadouro, no Mosteiro deAlcobaça, pretende atrair uminvestimento de 15 milhões de eurosna criação de um hotel de charme,com cerca de 80 quartos.O concurso determina que ospotenciais interessados naconcessão do claustro e jardins

envolventes apresentem “umaproposta concreta, do ponto de vistaarquitetónico”, para a instalação dohotel que deverá ter “quatro ou maisestrelas”. De acordo com a DirecçãoGeral do património Cultural, ocontrato com potenciaisinvestidores poderá ser assinado noinício de 2016. �

Aberto concurso públicoHotel de charme nasce no Mosteiro

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12 Distrito de Leiria 27 de Agosto de 2015

Requalificar o património e criar um parque verdeEntretanto, estão já numa fase adiantada ostrabalhos de requalificação do Mosteiro deCós, com o objetivo de construir infraes-truturas de apoio ao visitante. A autarquiasublinha que tem desenvolvido vários es-forços para o Mosteiro de Cós ser conside-rado pela Direção Geral do PatrimónioCultural uma extensão do Mosteiro de Al-cobaça, facilitando a canalização de fundoscomunitários exclusivos para o património.Ao mesmo tempo, estão a ser lançados osalicerces do futuro Parque Verde de Alco-baça - um espaço de conforto e lazer que in-cluirá estruturas de pedonais e fruição dachamada Levada do Rio Alcoa, um desvioartificial do Rio Alcoa, feito pelos mongescistercienses para irrigar o Mosteiro de Al-cobaça. “O parque verde será um dos ex-libris da cidade, quer para os turistasquer para os residentes”, considera PauloInácio. Também em fase avançada estão asobras de requalificação da Praça Damas-ceno de Campos, na Benedita, e de cons-trução da USF de São Martinho do Porto,

que tem inauguração prevista para o finalde Setembro. Inácio considera que “ con-celho de Alcobaça tem melhorado signifi-cativamente a sua rede apoio social e decuidados de saúde primários”. Por isso nãotem dúvidas de que “têm sido feitos gran-des investimentos na melhoria da quali-dade de vida, no fomento da cultura e dasartes, nas acessibilidades da rede de es-tradas e no turismo”. �

São Martinho do Porto é uma dasbelezas raras do património naturalde Alcobaça

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Viver melhor, por menor custoQualidade A possibilidade de viver melhor, com menor custo do que num centrourbano, é a bandeira que este concelho acena, a toda a hora, como forma de captargente para o seu território. O município adoptou por lema “sorte em viver aqui”.

Paula Sofia [email protected]

� São pouco mais de 7200 as pessoas quevivem naquele concelho do norte do dis-trito, de rara beleza, e dotado de equipa-mentos e infraestruturas de fazer inveja amuitos centros urbanos de maior dimensão.É ali que mora a única mulher a presidir auma Câmara no distrito de Leiria. Chama-se Célia Marques, tem menos de 40 anos,não foi a eleições como cabeça de lista massubstituiu o antecessor, sem medos. Bair-rista como todos os autarcas de concelhosmais pequenos, acredita que “quem optapor se fixar no concelho de Alvaiázere temuma qualidade de vida superior à que en-contraria em centros urbanos de maior di-mensão, associada a menores custos devida”. Célia Marques fala sem reservas da

aposta estratégica em sectores que consi-dera basilares para a população, com des-taque para a Educação e a Saúde. “Temosprocurado infraestruturar o concelho comequipamentos que possibilitam uma edu-cação de excelência às nossas crianças, semdescurar a componente formativa (atravésda oferta de atividades extra curriculares),a comparticipação na aquisição de mate-riais, o acompanhamento dos alunos depoisdo horário escolar ou a oferta de um siste-ma de transporte escolar, literalmente,porta a porta”, enfatiza a autarca, ao mes-mo tempo que aponta as preocupações como sector da saúde: “ estamos empenhadosem contribuir para que, em conjunto coma tutela, o concelho possa oferecer serviçosde saúde de proximidade de elevada qua-lidade para a sua população. A prova des-se empenho consubstancia-se, não só, na

inauguração do novo edifício do centro desaúde, cuja construção foi promovida pelomunicípio, mas também por uma pre-mente atitude colaborativa com a Admi-nistração Regional de Saúde”. De resto, ain-da recentemente o Município cedeu ao cen-tro de saúde uma viatura para possibilitara prestação de cuidados de saúde a franjasda população com maior vulnerabilidadee dificuldades de mobilidade. É dessa par-ceria e proximidade que se faz, também, aqualidade de vida.

Estancar a hemorragia demográficaCélia Marques sabe que o maior desafio queum autarca de um pequeno município dointerior enfrenta é a desertificação. “Con-sidero como hercúlea, mas não impossível,a tarefa de estancar a ‘hemorragia demo-gráfica’ que se verifica há décadas no nos-

Alvaiázere

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27 de Agosto de 2015 Distrito de Leiria 15

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so concelho, e em concelhos que enfermamdos mesmos constrangimentos que o nos-so”. Em Alvaiázere, o poder político traçouum plano que funcionará a duas dimensõesdistintas,mas complementares : “Por umlado a autarquia vai disponibilizar umconjunto de serviços sociais aos seus mu-nícipes, de elevada qualidade e a baixos cus-tos, que sejam complementados por um en-quadramento fiscal municipal atrativo.Paralelamente, queremos criar condiçõespara a fixação de empresas e o acolhi-mento de novos empreendedores, poten-ciando áreas que vão ao encontro dos nos-sos recursos endógenos que nos diferen-ciam como território. Pretendemos quequem viva no concelho reconheça no nos-so lema, ‘Sorte em viver aqui’, se sinta ver-dadeiramente afortunado por viver emAlvaiázere”.

Quando se fala em novos projectos, Cé-lia Marques lembra de imediato que “oMunicípio de Alvaiázere foi exímio na cap-tação dos fundos comunitários do ante-rior quadro comunitário”. Ela, que já in-tegrava o executivo, sabe que esse apoiofoi fundamental para dar uma nova fi-sionomia à vila e ao concelho, e por issoaponta baterias para o arranque do pro-grama Portugal 2020. “Actualmente a au-tarquia encontra-se focada em concluir o

plano estratégico que irá nortear a açãopolítica nos próximos anos”. Desse rol fazparte o processo de revisão do plano Di-retor Municipal, permitindo-lhe entãoimplementar novos instrumentos de ges-tão do território, “potenciando um de-senvolvimento mais sustentável do con-celho nos próximos anos e enquadrando-

os na estratégia de requalificação urbanaque foi encetada no passado”. A captaçãode investimento é outra das prioridadesimediatas. “O concelho tem dificuldadeem alocar novas unidades industriais.Por isso pretendemos dar solução nocurto prazo a este problema identificado”.�

Em breve, o concelho de Alvaiázere vaicontar com um novo projecto na área doturismo. Célia Marques anuncia, comsatisfação, a entrada em funcionamentode uma rede de unidades hoteleiras queresultaram da requalificação de antigasescolas primárias entretantodesativadas. “A autarquia promoveu asua requalificação e, no presente, está adecorrer o procedimento administrativoque possibilitará a exploração destasunidades por parte de privados”. Porisso mesmo, fica feito o convite aosleitores, para um fim-de-semana poraquelas paragens, em que “o automóvelfica estacionado e em que poderãousufruir do charme destas unidadeshoteleiras, estimular os sentidos pelanatureza envolvente, experimentar osnossos percursos pedestres associados a

cada uma destas escolas e quepermitirão descobrir as singularidadesdo património natural, arquitetónico earqueológico de Alvaiázere, semdescurar a degustação das nossasiguarias gastronómicas, onde o cabrito,os azeites, o queijo Rabaçal e o chícharofazem as delícias”. �

Aposta no turismo ruralAntigas escolas vão transformar-se em rede hoteleira

1. Alvaiázere quer afirmar-se comosímbolo de qualidade de vida2. O chícharo é a iguaria típica doconcelho3. São vários os percursos pedestres naserra de Alvaiázere

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16 Distrito de Leiria 27 de Agosto de 2015

O interior que renasce todos os diasEquipamentos Se há um exemplo de resiliência no combate à interioridade, fintando aadversidade que ela traz consigo, é o concelho de Ansião. O dinamismo empresarial começaa fazer inveja a alguns concelhos do litoral. Depois há a pacatez da vila, a qualidade dosespaços verdes, culturais e desportivos. Uma caixinha de surpresas que o IC8 abriu..Paula Sofia [email protected]

� O que tem para oferecer, como factordiferenciador, ao nível da qualidade devida, o concelho de Ansião? À primeiravista pode não ser fácil identificar as di-ferenças. Mas basta uma volta mais de-morada pelo território para perceber aforma como está posicionado um vastoconjunto de equipamentos de qualida-de em várias áreas: as escolas, edifíciosdesportivos e culturais, a rede viária, in-fraestruturas básicas, espaços verdes enúcleos urbanos, “ não esquecendo o di-

namismo empresarial do concelho, pa-tente numa série de investimentos einiciativas, a começar pelo bom ritmo deatribuição de lotes na zona de ampliaçãodo Parque Empresarial do Camporês”. Éesse o orgulho de Rui Rocha, presiden-te da Câmara há dois mandatos, que nãose cansa de falar também na localizaçãocentral de Ansião em relação aos grandescentros urbanos da região e do País, a 30minutos de Leiria ou Coimbra e a 1h30 deLisboa e Porto, o que permite um aces-so rápido a esses locais.

O avanço da desertificação nos con-celhos do interior fez despertar em An-

sião uma vontade férrea de atrair pes-soas. E isso só é possível oferecendo qua-lidade de vida, que inclua trabalho,equipamentos de apoio e lazer. “ In-cluimos neste conceito mais alargado asvárias áreas em que construímos um fu-turo para o Concelho de Ansião, seja coma criação de emprego, no Parque Em-presarial, seja com as condições de ex-celência na Educação ou o apoio em ter-mos de Solidariedade Social, no Des-porto, na Cultura. É este ambiente glo-bal que é distintivo na competitividadeterritorial e que fará a diferença na op-ção de onde queremos viver, associado

Ansião

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à relação custo/utilizador altamenteatractiva”, sublinha Rui Rocha, que sevale de uma constatação: “o esforço fi-nanceiro do Município, num défice anuala rondar os 1,3 milhões de euros, paraproporcionar um conjunto de serviços apreços razoáveis”.

Mais proximidade, maior escalaPor estes dias o município de Ansiãodeve iniciar a construção da bancadacoberta do Estádio Municipal, um in-vestimento a rondar os 400 mil euros.Paralelamente, continua a desenvolverum conjunto de intervenções de pro-ximidade nas várias freguesias do Con-celho, que ocupa uma área geográficana ordem 180 m2. Ali vivem mais de 13mil pessoas. É nessas que a autarquiapensa quando fala no desenvolvimen-to de vários projectos imateriais, quepassam pela qualificação dos serviçose “uma maior proximidade aos cida-dãos, seja através do Programa Apro-ximar, do atendimento camarário des-centralizado ou ainda do orçamentoparticipativo e da aplicação para smart-phones, permitindo um novo relacio-namento entre o serviço público e aspessoas”. Por outro lado, no âmbito doPortugal 2020, Ansião espera conseguiro alargamento da regeneração urbanada vila a zonas que não foi possívelabranger em 2012, aquando dessa gran-de intervenção. Juntam-se a este planoum conjunto de projectos na área do sa-neamento básico para vários pontos doConcelho de Ansião, designadamenteChão de Couce, Santiago da Guarda eAlvorge. “Manteremos, ainda, a nossapolítica de atracção de investimento,nomeadamente para o Parque Empre-sarial do Camporês, com as reduções de50% no preço m2 de terreno e nas taxasurbanísticas”, garante o autarca.

Em Ansião não faltam locais de inte-resse para visitar. Um deles é o Comple-xo Monumental de Santiago da Guarda,com a sua residência senhorial Manue-lina e villa tardo-Romana, num conjun-to único à escala Ibérica. Rui Rochaaconselha também as várias possibili-

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DEA Orquídea Selvagem é de rara

beleza. Encontra-se na Serra do Anjoda Guarda

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18 Distrito de Leiria 27 de Agosto de 2015

“A evolução, nos últimos dez anos,verificou-se sobretudo ao nível daqualidade dos equipamentos,serviços e infra-estruturas,apresentando-se hoje Ansião comoum concelho a par dos maismodernos”. O presidente da Câmaraconsidera mesmo que a sua terraassumiu “algum pioneirismo emdiversas áreas, nomeadamente naspossibilidades de interacção eintervenção pelos munícipes, de que é

exemplo a aplicação para dispositivosmóveis lançada recentemente”. Apreservação do emprego existente e o

esforço para a criação de novoemprego pode ser considerada comouma marca dos últimos anos. “Oúnico aspecto em que esta últimadécada foi algo decepcionante tem aver com a estagnação dos projectostendentes à verdadeira qualificaçãodo IC8, enquanto ItinerárioComplementar”. E mesmo que essabatalha não dependa directamente daCâmara, Ansião está pronta a travá-la,até vencer. �

Evolução na última década nos equipamentos é notória A modernidade também mora no concelho

dades de fruição do Parque Verde do Na-bão, e toda a rede de Percursos Pedestres,“que permite uma descoberta de quali-dade de todo o concelho e dos imensoslocais e paisagens que lhes estão asso-ciados”. Se o tempo não lhe permitirmais do que um fim-de-semana em An-sião, deve iniciar-se pela própria vila. Sigadepois para norte do concelho, passan-do por Lagarteira e Torre de Vale de To-dos e percorrendo a freguesia de Alvor-ge, desde a aldeia tradicional de Ateanhaaté à sede, passando pelo monte deTrás de Figueiró. A tarde pode ser pas-sada em Santiago da Guarda, entrandopelos moinhos de Outeiro e seguindopara uma visita guiada ao ComplexoMonumental. À noite pode sempreprocurar uma boa romaria ou uma dasmuitas ofertas culturais e recreativas.Ao domingo pode rumar bem cedo aPousaflores e descobrir a serra do Anjoda Guarda e toda a bio-diversidadeque lhe está associada. Uma visita ao Ci-clo do Pão antecede um almoço emChão de Couce, na zona de lazer. Valea pena conhecer a igreja local, e termi-nar na Praça Costa Rêgo, em Avelar,onde resiste o forno comunitário e aigreja de Nossa Senhora da Guia. �

1. A praça do município, depois de requalificada

2. Moinhos do Outeiro, a apreciardurante os percursos pedestres

3. A vila é sempre acolhedora paraquem lá vive e para quem a visita

4. Complexo Monumental deSantiago da Guarda

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Batalha

Pujança A grandeza do Mosteiro de Santa Maria da Vitória perpassou para todo o territórioconcelhio. A Batalha cresceu em população, nos últimos anos, e acompanha essa evoluçãocom uma nova fisionomia, que atesta a qualidade de vida.

Paula Sofia [email protected]

�“A Batalha é um território pujante, de em-preendedores, que potencia a qualidade devida. O facto de a população ter crescido,mediante os resultados dos últimos censos,evidencia bem o dinamismo e a forte pro-cura que temos registado em termos de fi-xação de novas famílias”. É com indisfar-çável orgulho que o presidente da Câmarada Batalha traça o retrato mais recentedeste concelho vizinho de Leiria. Paulo Bap-tista Santos tem ainda outras razões parasorrir, quando olha para o território: O re-gisto de uma reduzida taxa de desempre-go e “o facto de recebermos mais de meiomilhão de turistas por ano”. Na verdade, oautarca acredita tratarem-se de “indica-dores que revelam a capacidade das nossasempresas e da dinâmica do turismo. Emsuma, além de um território diversificado,que alia a paisagem tipicamente serrana domaciço calcário estremenho ao vale doLena, a Batalha é um território que goza deenorme centralidade, com grande procu-ra turística e com um dinamismo empre-sarial muito activo”. Tudo isto numa altu-ra em que cresceram os espaços verdes, quealiam qualidade ao enquadramento paisa-gístico de referência. Sendo assim, a cap-tação de mais gente para o território con-celhio “é um desafio constante, bastanteexigente, e que cruza em si mesmo diver-sas variáveis. O emprego é claramente umdos fatores que pesa. Felizmente contamoscom empresários dinâmicos e um con-junto muito sólido de empresas que dia-

A grandeza de um território cada vez mais procurado

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riamente procuram crescer, quer no planonacional, quer internacionalmente”, consi-dera Paulo Baptista Santos, que neste primei-ro mandato ao leme da autarquia tem procu-rado fazer crescer a rede de infraestruturas e deequipamentos públicos. Quere-os modernos eacessíveis à população, nomeadamente emáreas como a saúde ou ao nível da qualidadede atendimento aos cidadãos. O mesmo se apli-ca à rede escolar, “orientada para a formaçãoqualitativa dos jovens, capaz de os preparar

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Está em curso na Batalha um novo projetode proximidade dos serviços públicos aoscidadãos, através da implementação daLoja do Cidadão. O espaço funciona noedifício da Câmara e tem sido uma mais--valia preciosa para os cerca de 15 milhabitantes do concelho, distribuídos pelavila e pelas freguesias. No entanto, nospróximos tempos a autarquia pretendeapostar mais na vertente social, reforçandoa rede de equipamentos de apoio edesenvolvendo programas de envelhe-cimento activo. A juntar a essa prioridade,há a preocupação com a educação eformação. “Estamos a realizar importantesobjetivos a esse nível”, refere o presidenteda Câmara, numa altura em que avança arequalificação da Escola Básica eSecundária da Batalha e a construção deum novo Centro Educativo em Reguengodo Fetal. No futuro, a autarquia tencionaainda qualificar a oferta turística em novosdomínios (turismo científico e religioso),valorizar os recursos naturais e potenciarnovas localizações empresariais. �

Reforço no apoio socialEnvelhecimento activo

1. A Pia doUrso, único

ParqueEcosenso-

rial do país2. Museu daComunida-

deConcelhia

da Batalha

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para os desafios futuros e para uma socie-dade muito competitiva”.

O melhor museuÉ certo que o Mosteiro de Santa Maria da Vi-tória é o cartão de visita mais emblemáti-co da Batalha. No entanto, o patrimónioconcelhio é de tal forma rico e vasto, que poresta altura é difícil escolher o que aconse-lhar, no âmbito do interesse turístico. É ocaso da aldeia da Pia do Urso, onde fica o

único parque ecosensorial do país e um dospoucos da Europa. Junta-se a este naipe oMuseu da Comunidade Concelhia da Ba-talha, considerado em 2012 o melhor mu-seu português e vencedor do conceituadoprémio europeu Kenneth Hudson.

Não raras vezes, os cerca de 100 metrosquadrados que compõem o território con-celhio são escalpelizados por turistas na-cionais e estrangeiros. Para quem ainda nãodesfrutou de um roteiro de encher a vista

e alma, fica a sugestão de Paulo BaptistaSantos: “Proporia para começar que o ro-teiro se iniciasse em São Mamede e que nes-sa freguesia tipicamente serrana, visitás-semos a aldeia da Pia do Urso e experi-mentássemos um ou dois percursos de BTT.Prosseguíamos depois até às Grutas daMoeda para apreciarmos umas das grutasmais emblemáticas do nosso país. Depoisde São Mamede, a nossa jornada prosse-guiria até ao Reguengo do Fetal, uma aldeiaúnica pela tipicidade que apresenta e da-ríamos um pulo até ao Buraco Roto – co-nhecida gruta necrópole onde alguns es-peleólogos se encontram a realizar trabalhosde inventariação das diferentes galerias. De-pois de uma reconfortante refeição com al-gumas das iguarias que o concelho tem paraoferecer, acompanhado de um vinho daAdega Cooperativa da Batalha, saíamosem direção à Vila da Batalha. Aqui visitamosa Igreja Matriz, aberta recentemente ao pú-blico nos meses de verão, a Ponte da Bou-taca e, logo ali ao lado, o novo Centro de In-terpretação da 1ª Posição Portuguesa na Ba-talha de Aljubarrota, seguindo-se a visita aoMuseu da Comunidade Concelhia. �

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Um concelho rural que os investigadoresprocuramOrgulho Bombarral está a mostrar que vale a pena terorgulho na sua ruralidade. Tem produtos agrícolas que sedistingem. E um território apetecido por investidoresestrangeiros.

Lurdes [email protected]

� A herança deixada pelos monges de Cis-ter continua bem viva naquele que é oconcelho mais rural do distrito. Notabi-lizado no passado como um dos maioresprodutores de vinho do país, Bombarralmantém ainda hoje o estatuto de quali-

dade ímpar nas mais nobres castas. É daliconcelho que saem para o país e para oestrageiro muitos dos bacelos e enxertosprontos para a produção de uvas de ex-celência. “Somos o maior produtor de ba-celos e enxertos prontos do País”, reve-la o presidente da câmara.

José Manuel Vieira diz mesmo que sóa freguesia do Pó é responsável por cer-

Bombarral

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1. Além do bom vinho, Bombarral é omaior produtor de bacelos do país.2. Um dos muitos espectáculos nabelíssima sala do Teatro EduardoBrasão.

ca de 65% da produção nacional, produ-zindo mais de 30 milhões de pés por ano.“Muitas das uvas produzidas em Portu-gal e no mundo são de bacelos e enxer-tos do nosso concelho. Somos especia-listas em seleccionar boas castas.”

Para promover o território e a suaprincipal actividade, a Junta de Fre-guesia do Pó desenvolveu mesmo arealização de um filme documental in-titulado a Mestria na Enxertia. “Pre-tendemos um reconhecimento maisalargado da importância desta activi-dade no panorama agrícola nacional,pois o seu melhor resultado se con-substanciará na qualidade do vinhoque produzimos”, afirma o presidenteda junta. Para Nuno Bernardino trata-se de uma técnica que tem vindo a seraprofundada e aperfeiçoada nos últimos15 anos pelos agricultores do Pó, loca-lidade que é hoje conhecida pela “ter-ra dos bacelos”. Neste filme, o enxertopronto de videira é pois o grande pro-tagonista. Desde a sua fase inicial até àsua comercialização e posterior plan-tação, podem visualizar-se todas as fa-ses de transformação do produto que é

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Bombarral é, neste momento, osegundo maior produtor de pera rochado país, com cerca de dois mil hectaresde área de cultivo. José Manuel Vieirasublinha que cerca de 70% daprodução agrícola do Bombarral é perarocha. Os restantes 30% são repartidosentre a vinha e a produção dehortícolas e de bacelos para aplantação de vinhas. Embora sepreveja uma quebra de produção depera, os produtores já têm novasplantações com vista a novosmercados como a Colômbia, o Peru, aÍndia e o México. �

Novos mercados na calhaSegundo maior produtorde pera rocha

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cada vez mais procurado por portu-gueses e estrangeiros.

Vinhos encorpados, aromáticos, vivos,novos, intensos, equilibrados, com aro-mas raros. As características dos vinhosdo Oeste são inúmeras. A qualidade é co-mum. Irrepreensível. No início de Agos-to, Bombarral teve a oportunidade demostrar mais uma vez a singularidadedos vinhos produzidos no concelho, naregião e no país, através de mais umaedição do Festival do Vinho Português,associado à Feira Nacional da Pera Ro-cha, igualmente um produto nobre doBombarral. Trata-se do mais antigo cer-tame vitivinícola do país que este anocompletou a sua 32ª edição e onde, du-rante seis dias, mais de 70 mil pessoas,entre elas muitos turistas, tiveram opor-tunidade de degustar a gastronomia e adoçaria regionais nas tasquinhas.

A cada dia que passa Bombarral mos-tra as suas características invulgares.Assumidamente rural orgulha-se da suapaisagem pontuada por extensas vinhase vinhedos, belos pomares que dão cor-po à pera rocha e o verde da serra queacolhe uma vila salpicada de palácios equintas senhoriais e agrícolas. Mas nãodeixa por mãos alheias a divulgação dosseus espaços no centro urbano, como oJardim da Paz e Budha Eden, a bem cui-dada Mata Nacional e os belíssimos edi-fícios do Teatro Eduardo Brazão e o Pos-to de Turismo). Vale a pena visitar no pa-lácio a Biblioteca Municipal e o anfitea-

tro ao ar livre com os seus espaços ajar-dinados e um espelho de água.

“Temos tudo para sermos um dos con-celhos com melhor qualidade de vida”,diz o presidente da câmara. José ManuelVieira considera que o desenvolvimentodo turismo é, neste momento, a fórmu-la para desenvolver um concelho que tempassado por graves problemas de em-prego. A sua ruralidade é uma caracte-rística apelativa para quem visita o Bom-barral, mas redutora para quem ali resi-de, especialmente devido ao seu cariz sa-zonal. Basta recordar que há empresasagrícolas que no tempo das colheitascontratam cerca de 300 pessoas, mas queno resto do ano asseguram todo o traba-lho com cerca de 10% do pessoal. “Istocria graves constrangimentos socioeco-nómicos”, revela o presidente, que semostra, contudo, optimista face às pers-pectivas de mudança que se avizinham.

Em breve Bombarral poderá receberum investimento de cerca de 53 milhõesde euros, através da criação de um dosmaiores parques de diversões do país,promovido por dois empresários ingleses.

O projecto, iniciado em 2011, deverá ar-rancar em 2016. Para já, os obstáculos queimpediam a sua realização foram ultra-passados. José Manuel Vieira explicaque a alteração ao Plano Director Muni-cipal (PDM) foi aprovado para viabilizara obra. Em causa, diz, está criação de 320postos de trabalho directos e outros tan-tos indirectos e mais de 500 mil visitan-

tes por ano, gerando receitas na ordemdos 14,5 milhões de euros. “Será umprojecto âncora para o desenvolvimentosocioeconómico do concelho”, explica.

O próprio Governo classificou o pro-jecto de “relevante interesse público”, au-torizando a desclassificação de 14 hec-tares de terreno da Reserva Agrícola Na-cional (RAN), por considerar que o em-preendimento vai envolver “estruturasamovíveis que não impedem uma futu-ra utilização dos solos para fins agrícolas”,refere o autarca. Para esta decisão con-tribuiu também o investimento e o po-tencial de desenvolvimento da região,criando um impacto positivo na econo-mia nacional através da criação de em-prego e da dinamização de sectores comoa construção civil, a hotelaria, a restau-ração, instalações de lazer, negócios li-gados a actividades turísticas, comércioe redes de transportes.

Equipamentos de recreio, restauraçãoe cinemas serão apenas algumas peçasque farão parte deste parque ecológico,que terá como detalhes a utilização detecnologias virtuais em 4D e a inteli-gência artificial. Será ainda criada umagrande torre panorâmica designada desky towers.

José Manuel Vieira está convicto queeste projecto irá mexer com toda a eco-nomia do Bombarral. “Temos todas ascondições para sermos um concelho dereferência na região e mesmo no País”,diz o autarca. �

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24 Distrito de Leiria 27 de Agosto de 2015

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O verdadeiro amor de água frescaUrbanidade A cultura corre nas veias da segunda cidade mais importante do distrito deLeiria, desde tempos imemoriais. A máxima “mente sã em corpo são” aplica-se, sem favor,ao território que respira arte, saúde e modernidade desde os tempos da rainha D. Leonor.

Paula Sofia [email protected]

�De todos os concelhos do distrito, Caldastalvez seja aquele onde não é fácil apontar“um factor diferenciador” da qualidade devida. “Essa é precisamente a nossa grandemais-valia”, aponta o Município, presidido

desde há dois anos por Fernando Tinta Fer-reira.

Com uma forte raiz termal e cultural, lo-calizada no centro do País e com boasacessibilidades, a cidade goza da proximi-dade do mar, sem esquecer a Lagoa de Óbi-dos. “Caldas da Rainha é um bom local paraviver e visitar”, considera o poder autár-quico, que não se tem poupado a esforçospara melhorar esse conceito.

O concelho é feito de paisagens singula-res (de interior e litoral). Aqui podem ser rea-lizadas as mais variadas actividades, sejamelas de puro lazer, desportivas ou ligadas àárea da saúde. Devido à sua génese (em tor-no do Hospital Termal e actividades daí sub-sequentes), as principais áreas de actividadecaracterizam-se pelo comércio e pelos ser-viços. Contudo, a conjuntura económica do

país obrigou, de certa forma, ao alarga-mento do leque de áreas, por exemplo, aagricultura, que tem assumido a cada diaque passa uma importância maior: bene-ficia da qualidade das terras que se esten-dem pelo oeste, da água abundante e dequalidade, e do clima moderado. Sendo esteum concelho de serviços e comércio, queestá inserido numa região muito diversifi-cada, não se estranha a forte aposta no tu-rismo.

O leque de oferta de Caldas da Rainhacontempla áreas como as artes, cultura, am-biente, desporto e saúde, abrangendo vá-rios tipos de públicos. Para o reforço dessaímpar vertente cultural tem contribuído emlarga escala a Escola Superior de Arte e De-sign, integrada no Instituto Politécnico deLeiria, cujo desempenho é frequentemen-

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27 de Agosto de 2015 Distrito de Leiria 25

te reconhecido no país e internacional-mente, como o mostram os diversos pré-mios alcançados, nomeadamente por tra-balhos de alguns alunos. É verdade que oensino superior foi uma grande alavancapara a cidade e para o concelho, que con-tinua a apostar na captação de mais genteatravés da melhoria de infraestruturas cul-turais, desportivas, e de mobilidade daprópria cidade, sem esquecer a grande in-tervenção que foi feita no âmbito da Re-generação Urbana - e que reordenou es-paços cruciais da malha urbana e do cen-tro histórico. A célebre Praça da Fruta,cuja renovação foi inaugurada este ano, édisso um exemplo.

“Tem havido um cuidado especial namanutenção e zelo do espaço público,bem como um aumento da capacidade de

Neste capítulo, o grandedesafio no horizonte é arecuperação erequalificação do HospitalTermal e todo o patrimónioassociado. O município vaiavançar com as obras embreve, incidindo nasubstituição dascanalizações, através deapoios comunitários, demodo a reabrir o Hospitalnas condições adequadaspara os utentes. Por outrolado, a autarquia tencionapromover um concursopúblico internacional paracativar operadoresprivados, no sentido deavançar para arequalificação dos pavilhõese do Casino para finshoteleiros/residenciais.Com este investimento serápossível atrair mais turistas

e criar riqueza para toda aregião oeste do distrito. Noentanto, caso não hajainvestidores interessados,“o Município avançará paraobras de conservação queimpeçam a derrocada dospavilhões”. Também aconservação do parque e damata será daresponsabilidade daCâmara, “que espera assimconseguir reaproximar apopulação destes espaçostão especiais da nossacidade”. De resto, trata-sede uma aposta igualmenteimportante para toda aregião, já que a reaberturado Hospital Termal e aprestação dos tratamentostem um claro efeito nacriação de riqueza, atravésda dinamização daeconomia local. �

Projecto beneficia toda a região oesteRecuperar o Hospital Termal

estacionamento e condições de mobilida-de para peões e veículos”, destaca a autar-quia, empenhada na promoção ou apoio deiniciativas culturais e desportivas que cons-tituam valor, promovam a atractividade enotoriedade do território e tenham retornopara a economia do concelho, nas suas 12freguesias.

O investimento na promoção do territó-rio e das suas valências, nomeadamente aonível da qualidade dos suportes de divul-gação e diversificação dos mesmos é outraaposta recente. Em Caldas da Rainha o mu-nicípio tem vindo a apostar em “politicasfiscais amigas das PME (Pequenas e MédiasEmpresas) e do tecido económico em geral,que potenciem a instalação de empresas ea criação de emprego.

Ao longo dos 255 km2 do território vivemcerca de 52 mil habitantes. A maioria con-centra-se na cidade, vive do comércio e ser-viços, e subsistem algumas unidades in-dustriais que em tempos fizeram crescer ex-ponencialmente o concelho. As faianças daBordallo Pinheiro continuam a brilhar pelomundo inteiro, a partir das Caldas. �

1. Praça da Fruta foi reabilitada2. O Hospital Termal, uma dasriquezas do concelho3. ESAD tem dinamizado a cultura da ciadade

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Castanheira de Pera

26 Distrito de Leiria 27 de Agosto de 2015

Um novo paradigma de desenvolvimento Portas do Sol Castanheira de Pera é hoje uma verdadeira estância balnear, pululandode vida nos meses de Verão. As montras das lojas ostentam toalhas e bolas de praias epor toda a vila circulam placas a chamar os turistas a arrendar casas ou quartos. Tudograças ao fenómeno Praia das Rocas … às portas do sol da Serra da Lousã.

Lurdes [email protected]

� A Praia das Rocas é o grande centro po-larizador do desenvolvimento de Casta-nheira de Pera. Em dez anos, visitaramaquele equipamento balnear mais de ummilhão de pessoas. Só este ano são espe-radas cerca de 100 mil. Gozam de uma daspraias fluviais mais populares da regiãoCentro e de um clima como há poucos noPaís.

É um local onde se tocam “as diferen-tes influências climáticas existentes em

Portugal Continental”, em que pratica-mente “não há nevoeiros nem neblinas”,não há vento, o que proporciona uns ex-celentes dias mesmo durante o inverno.As palavras são de José Pais, engenheiroflorestal, mas o slogan escolhido há váriosanos para promover o concelho tambémremete para o bom clima: “Castanheira dePera, as portas do sol da Serra da Lousã”.Segundo o presidente da Câmara, “aspessoas são frequentemente surpreendi-das com saídas às seis ou sete da manhãcom um sol luminoso em Castanheira dePera e quando chegam a Avelar encontram

nevoeiro que se mantém até Lisboa du-rante todo o dia”.

Esta é pois uma das vantagens naturaisde Castanheira de Pera que o concelhosoube aproveitar quando construiu aPraia das Rocas e potenciou as restantespraias fluviais. O paradigma de desen-volvimento da vila já está a mudar. Hojeé comum verem-se mulheres e homens nocentro de Castanheira em fato de banhoa entrarem num café ou num restauran-te e o próprio comércio sofreu altera-ções, adaptando-se às necessidades dos vi-sitantes. Por todo o concelho são visíveis

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placas a anunciarem o aluguer de casas oude quartos. Há até quem tenha feito obrasnos seus imóveis para receber turistas.Muitas pessoas têm famílias fidelizadas deano para ano.

Castanheira de Pera está a transfor-mar-se numa verdadeira estância bal-near. “É bom para todos num municípiocomo este, onde se tem perdido popula-ção e onde não existe oferta de trabalho.Deixemo-nos de ilusões.”

A empresa que gere a Praia das Rocasoferece em cada ano actividades mais di-versificadas aos visitantes de Castanhei-ra de Pera, como passeios de barco a remosou gaivota, slide, escalada ou rapel, alémde serviços de desporto de aventura porvários locais do concelho, organização deworkshops, roteiros turísticos, jantares te-máticos, exposições e promoção/repre-sentação em diversas feiras, festivais e fes-tividades.

“Temos boa qualidade de vida”Reconhecendo que o conceito de qualida-de de vida é muito lacto e subjectivo, Fer-nando Lopes considera que quem reside noconcelho tem acesso “a muito mais” do quese vivesse numa grande cidade. “Tembons ares, tem bons equipamentos de

apoio para as pessoas, desde que nascematé que morrem, tem bons acessos, tem co-municações, tem internet, tem praias flu-viais, tem serra, tem tranquilidade.”

Na sua opinião, “falta um empurrão doGoverno – este ou qualquer outro - paraproporcionar outras coisas que as pessoasprecisam, incentivando-as a fixarem-se cáe deslocarem-se para cá”. Muitas vezes“bastava alterar a legislação, proporcio-nando melhores condições (redução deimpostos) a quem reside, trabalha e querinvestir em concelhos de menor densi-dade, como é o nosso caso”.

As prioridades de Fernando Lopes sãoclaras. Desenvolver o turismo, embora re-conheça que não será a panaceia que vairesolver todos os problemas do concelho;potenciar a floresta nas suas multifunções;e criar mais emprego, fixando as empre-sas que existem e tentando atrair ou-tras, dando um privilégio especial à fixa-ção de pessoas e de jovens.

Castanheira possui alguns dos maisbelos sítios do distrito, como os Poços daNeve no Santo António da Neve, bem noalto da Serra da Lousã, rodeados de florapaleolítica. Ou a belíssima Ribeira dePera, motor da indústria têxtil que nofinal do século XIX cresceu e fez comque o concelho prosperasse. Em 1958 foio terceiro centro industrial de lanifíciosdo país. Ancoradas na ribeira que correde norte a sul, misturam-se as praiasfluviais circundadas pela belezainigualável da serra. A Praia Fluvial do

Poço Corga, com um magnífico carvalhalsecular, convida a dias de lazer e apiqueniques em família. Já a Ribeira dasQuelhas seduz pelos seus percursosplenos de cascatas cristalinas. Com umagastronomia onde o mel e a castanha sãoprotagonistas, destaca-se também ocabrito assado e o arroz de cabidela decabrito. O artesanato tem comoapontamento singular o barrete usadopelos campinos do Ribatejo. Marca atradição têxtil e a recordação da únicafábrica do mundo que ainda os produz. �

Praias fluviais que seduzemUm dos mais belos territórios da região

“Temos a calma suficiente para nosdeslocarmos rapidamente a Coimbra, Lei-ria, ao Porto e a Lisboa. Com a A13 estamosa uma hora e meia de Lisboa e uma horado Porto. Podemos dizer que temos boaqualidade de vida, sem stresse, o que fazcom que as pessoas possam viver com al-guma longevidade. Mas continuamos aperder população e não faz sentido.”

Por outro lado, vivemos hoje à distân-cia de um “simples clique”, diz o presi-dente da câmara, referindo-se aos várioscasais de estrangeiros – americanos, in-gleses, irlandeses e holandeses – que vi-vem em Castanheira e que trabalham apartir dali. “Moram cá porque vale a pena,pagam menos impostos que nos seuspaíses e vivem mais tranquilos. Compra-ram casa, têm filhos pequenos que estãonas nossas escolas… uma opção que tema ver com a rentabilidade do que ganhame com a qualidade de vida.” Internamen-te, defende, “só tínhamos de fazer o mes-mo, de criar condições para as nossaspessoas e não obrigarem-me a cobrarderrama ou as taxas mais altas de IMI…isso é penalizar quem cá vive e afastarquem para cá quer vir.” Tudo porqueCastanheira de Pera é um concelho de bai-xa densidade – é o mais pequeno do dis-trito -, e que vive em situação de reequi-líbrio financeiro. �

1. Praia Fluvial do Poço Corgaconvida a dias de lazer e apiqueniques em família2. Centro da vila assiste a uma novadinâmica no Verão

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28 Distrito de Leiria 27 de Agosto de 2015

Um território cheio deoportunidades de investimento Desenvolvimento Figueiró dos Vinhos é um concelho do interior do distrito, mas não estáisolado. A dois passos dos principais centros urbanos do país e uns quantos quilómetros deEspanha, tem excelentes condições para fixar pessoas e empresas. Dona de uma beleza ímpar,a “Sintra do Norte” de José Malhoa deslumbra com a sua serra, aldeia de xisto e belas praias.

Lurdes [email protected]

� Há 811 anos, quando D. Pedro Afonsoconcedeu carta foral à população de Fi-gueiró [dos Vinhos] estava longe de ima-ginar que o concelho viria a transformar--se num dos mais harmoniosos da regiãocentro do país.

Atravessado pela Ribeira de Alge, a sua“coluna vertebral”, Figueiró dos Vinhosestá a preparar-se para proporcionar aosseus habitantes e a quem pretende fixar--se o que de melhor pode existir nos ter-

ritórios. Já tem impressionantes monu-mentos naturais, que apelam à fruição detodos os sentidos, uma luz única que en-cantou o mestre José Malhoa e é deten-tor de um património cultural, cons-truído e etnográfico, de grande riqueza.Tem educação gratuita para todas ascrianças, equipamentos sociais de exce-lência para idosos e uma componente deapoio à família inigualável.

Falta agora transformar tudo isto emdesenvolvimento económico, tornandoFigueiró dos Vinhos num concelho atrac-tivo para os turistas mas sobretudo para

quem quiser fixar-se. Chegou a hora de recuperar os habi-

tantes perdidos e de potenciar o prota-gonismo das últimas décadas. Não serápossível ressuscitar as duas empresas quedeixaram no desemprego cerca de 400pessoas. Mas é exequível a tarefa de le-var para Figueiró dos Vinhos mais e me-lhores empresas que proporcionem no-vos postos de trabalho, não só para a po-pulação local mas para potenciais novosresidentes.

O município já meteu mãos à obra etem como linha estratégica de actuação

Figueiró dos Vinhos

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27 de Agosto de 2015 Distrito de Leiria 29

a promoção do concelho como oportu-nidade de investimento, num contextoassociado à nova dinâmica empresa-rial. “Figueiró dos Vinhos tem, indubi-tavelmente, excelentes condições devida.” Jorge Abreu refere-se “às boasacessibilidades rodoviárias, a uma lo-calização preferencial, às boas infraes-truturas ligadas à actividade produtivae a outros factores que, no seu conjun-to, contribuem para a qualidade de vidados residentes e que são um atractivopara quem pretende vir a residir em Fi-gueiró dos Vinhos”.

Para o presidente da câmara, sem cria-ção de emprego e sem dinâmica empre-sarial, não é possível fixar população eatrair novos residentes. São factores ca-pitais para assegurar a sustentabilidadefutura dos territórios.

Neste enquadramento, o municípiotem dado respostas concretas aos novosdesafios. A criação do Gabinete de Apoioao Investimento foi um dos primeirospassos. Constituído por um economista,uma jurista e uma engenheira civil, é um

Quando se fala dos concelhos donorte do distrito de Leiria, a palavrainterioridade surge de imediato. Éuma espécie de chavão já arraigadona mente das pessoas,principalmente de quem habitanesses locais mais afastados dosgrandes centros urbanos. Marta Brás,vereadora da cultura de Figueiró dosVinhos, revela que, muitas vezes, ainterioridade é mantida por quem avive, com um estigma associado, masque no caso do distrito de Leiria nãofaz sentido. “Estamos localizados nocentro de Portugal. Temos tudo,entre o mar e a serra, a natureza, aparte religiosa, o património… o quefalta é valorizar o que temos.” Para a autarca, Figueiró dos Vinhostem a particularidade de “estar pertode tudo”. E concretiza: “Chegados aPombal, existem as autoestradas

para Leiria, Porto, Lisboa. Aproximidade a Espanha é outrarealidade. Estamos a dois passos doIC3, temos a A13, temos o IC8 até àSertã, Castelo Branco, Alentejo eEspanha”.Interioridade? “Combate-se commelhores condições de vida àspessoas, com desenvolvimentoeconómico. Tudo isto dá maisqualidade de vida!” �

No centro de Portugal“O que falta é valorizar o que temos.”

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30 Distrito de Leiria 27 de Agosto de 2015

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espaço exclusivamente dedicado aosempresários e ao acompanhamento deprojectos de investimento nas suas di-versas vertentes. Tem também umacomponente proactiva na procura deinvestidores para ocuparem os espaçosempresariais disponíveis em Figueiródos Vinhos, públicos ou privados. Estáainda associado à gestão das áreas em-presariais.

A aposta nos jovens empresários étambém preocupação do executivo. Estáem curso a criação de uma Incubadora deEmpresas/Centro de Apoio ao Empreen-dedorismo que vai disponibilizar gabi-netes devidamente equipados e comacesso a serviços e espaços comuns,como comunicações, internet e auditórioe, fundamentalmente, serviços de con-sultadoria e apoio técnico. Os jovens te-rão acesso a uma rede de mentores des-tinada a apoiar os projectos numa fase ini-cial, determinante para o seu sucesso.

Recentemente foi inaugurado o ParqueEmpresarial de Figueiró dos Vinhosconstituído por 35 lotes, destinados à in-dústria, comércio e serviços. Foi, as-sim, possível concretizar uma reorien-tação do parque, melhorando as condi-ções anteriores, de modo a atrair a cap-tação de investimento.

Além deste parque, o município pre-para outras áreas empresariais nas fre-guesias, na sequência da aprovação doPlano Director Municipal (PDM), queaumentou a área destinada às empresas.

Valorizar o que tem e não olhar para oque não tem. A expressão é da ministrada Agricultura e do Mar, mas encaixa quenem uma luva em Figueiró. Foi proferi-

da no momento da assinatura do proto-colo para o desenvolvimento do plano degestão integrada da ribeira de Alge, em Fi-gueiró dos Vinhos, cujo objectivo é va-lorizar e potenciar o existente no terri-tório, transformando-o em desenvolvi-mento económico.

O projecto, que contempla também acriação de um Centro de Reabilitação emEcossistemas Ribeirinhos, conta com asparcerias do município, do Instituto daConservação da Natureza e das Florestas,das universidades de Aveiro e de Évora eda Escola Superior Agrária de Coimbra.

Carlos Fonseca, da Universidade deAveiro, explica que se trata de uma es-tratégia inovadora para este territóriodelimitado a norte pela Serra da Lousã, asul pelo Rio Zêzere, onde corre a Ribeirade Alge. Esta visão integrada abrange vá-rias vertentes, desde a educação am-biental à vertente agro-florestal e dina-mização da economia local, do turismoe pesca desportiva, motivando um fluxode pessoas para o território.

Alge estruturanteA Ribeira de Alge é um elemento estru-

turante do concelho, explica a vereado-ra Marta Brás, para quem este projecto éde grande interesse para o turismo, paraa cultura e consequentemente para a eco-nomia de Figueiró.

Figueiró tem algumas das praias flu-viais mais emblemáticas da região, des-de a pequena e lindíssima Ana de Avis àFoz de Alge.

As Fragas de São Simão com as suaságuas límpidas, vegetação cerrada e im-ponentes rochas parecem saídas de umlivro de aventuras. Depois de um banhorevigorante, a refeição pode ser tomadalá mesmo no parque de merendas ou norestaurante da recuperada Aldeia de SãoSimão.

Na Foz de Alge existe agora o SãoJoão, um barco para passeios turísticos,com capacidade para 16 pessoas. Insta-lado junto ao Clube Náutico, a embarca-ção pertence ao actual concessionário doParque de Campismo, fazendo parte deum projecto mais ambicioso. Além dasviagens turísticas na albufeira de Caste-lo do Bode, há já um projecto para a cons-trução de um aquaparque natural, quevai funcionar com água da albufeira. �

Museu e Centro de Artes,um dos ex-libris de Figueiró

dos Vinhos

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27 de Agosto de 2015 Distrito de Leiria 31

Leiria

Dentro de ti, ó Leiria, vive-se melhorA cidade A sede do distrito vive dias de glória em matéria de animação. Depois dasobras do programa POLIS, foi mais fácil competir com outras cidades do país ao nível daqualidade de vida. Os números estatísticos reflectem essa mudança de paradigma.Afinal, nos últimos anos a população aumentou 5%, e Leiria passou a figurar no rankingdas melhores para viver

Paula Sofia [email protected]

� Se “a rua direita é torta, o sino estáfora da Sé, o rio corre ao contrário…e emLeiria tudo assim é”, a cidade e o con-celho haveriam de arranjar forma defintar essa desordem natural das coisas.Como? Apostando na terra, tirandopartido do melhor que há, lá dentro: Aspessoas. São elas que fazem as colecti-vidades, as empresas, as ideias e as ini-ciativas. É essa Leiria que gosta de se

mostrar a quem a visita, que vive fre-neticamente em modo-muito-tra-balho durante o dia, que à noite relaxanuma esplanada da Praça RodriguesLobo, janta num dos restaurantes damoda na zona histórica ou junto ao rio,acorda cedo para caminhar ou correr,vive e respira de certa maneira cada vezmais cosmopolita e trilha caminhos al-ternativos. Entre Maio e Outubro, a ci-dade mostra-se mais ao ar livre. Apro-veita o castelo (como acontece por estaaltura com o festival gótico Entremu-

ralhas, que atrai visitantes de todo opaís e do mundo), as ruas todas paraquando Há música na cidade, maisadiante, regressa ao passado para ummercado medieval e volta a avançar,com um cartaz de actividades de enchero olho e a alma.

Mas a cidade não é só festa e diverti-mento, mesmo que haja até quem te-nha pensado em candidatá-la a capitaleuropeia da Cultura. Leiria é muitomais do que isso, o que lhe tem validoboa figura no todo nacional. Ainda no

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32 Distrito de Leiria 27 de Agosto de 2015

ano passado Leiria era considerada a se-gunda melhor cidade para viver noPaís e a primeira da região Centro. Esseestudo de uma consultora internacio-nal de estratégia - a Bloom Consulting -que avaliou, pela primeira vez em Por-tugal, a eficácia de cada um dos 308municípios portugueses, teve em con-ta o posicionamento de Leiria face aoInvestimento (Negócios), Turismo (Vi-sitar) e ‘Talento (Viver)’, fez saber a pro-motora do estudo. Os dados não sur-preenderam de todo o presidente daCâmara de Leiria. Raul Castro acreditaque o elemento diferenciador ao nívelda qualidade de vida assenta “nas res-postas eficientes na Saúde e no EnsinoSuperior, na taxa de desemprego abai-xo da média nacional”, mas sobretudoaponta “espaços de fruição pública aoserviço das famílias e acessibilidades ea atividade cultural, desportiva ou re-creativa que o concelho oferece são ra-zões suficientes para determinar a op-ção de viver em Leiria”.

O poder autárquico traçou um plano

para o futuro que passa por potenciara macroeconomia local. “ Há que con-tinuar a agilizar a instalação de novasempresas e potenciar o Turismo noconcelho, com especial enfoque na ci-dade, em Monte Real (Vila Termal) e napraia de Pedrógão. Em termos micro, háque continuar a apostar na Cultura,na requalificação do Parque Escolar e narede de infraestruturas, harmonizandotodo o território concelhio”, sublinhaRaul Castro, que elege para cartões--de-visita do concelho a rede de espa-ços museológicos, a praia de Pedrógãoe a gastronomia local, um pouco portodo o concelho.

Do lado cosmopolita à pacatez do campoConcentremo-nos então nesse triân-gulo dourado de quem vive em Leiria.Chegar à praia em poucos minutos é umluxo da qualidade de vida. O Pedrógãopode não ser a praia da moda de outrostempos, mas é lá que muitos leiriensesainda se refugiam ao fim-de-semana edurante o verão. Vale a pena descer aoareal mesmo quando o mar não pareceestar de feição, porque a arte xávegamantém-se viva e haverá sempre“quem compra sardinha, fresquinha, asaltar”, como cantam as peixeiras daVieira, ali ao lado. A praia continua a serbastante procurada pelos residentesnos concelhos de Leiria e Pombal, queainda dominam no que toca à proprie-dade de imóveis na aldeia da freguesiade Coimbrão.

No inverno, a maioria dos bares, cafése restaurantes fecha portas. Mas o verãovolta a ser um balão de oxigénio para acafetaria e restauração locais, mesmoque as condições climatéricas o encur-

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1. O Museu da Cidade, a inaugurarem Setembro2. Praia do Pedrógão3. As margens do Lis são procuradaspara caminhar e correr

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27 de Agosto de 2015 Distrito de Leiria 33

tem cada vez mais. Haverá sempre o me-lhor peixe para saborear às mãos de co-nhecedores, e o melhor pôr-do-sol paraapreciar, do paredão. Com o aumento daprática de desporto, disputada entre acorrida e a bicicleta, cresce também a

travessia da distância entre a cidade e apraia, com paragens nos campos do Lis.Por esta altura, os milharais são de umabeleza rara.

De regresso à cidade, demoremo-nosentão num dois-em-um dos cartões de

visita apontados por Raul Castro. Háquem se perca de amores pela gastro-nomia, quedando-se por ali. Há muitase boas marcas na restauração leiriense,para todos os gostos e bolsos – desde asimplicidade pitoresca de alguns espa-ços da zona histórica até à sofisticação.

O Museu da cidade e do concelhoOs espaços museológicos de que fala oautarca são uma aposta forte. A mais re-cente diz respeito ao tão esperado Mu-seu de Leiria. O espaço resulta da re-conversão do convento de Santo Agos-tinho, está pronto, e aguarda apenaspela inauguração – que deverá ser fei-ta pelo Presidente da República, em Se-tembro deste ano. Sabe-se que o Museudeverá inaugurar com uma exposiçãotemporária sobre a evolução da ocu-pação no Castelo de Leiria e uma outra,de longa duração, integrada por artis-tas locais. Um deles será Lino António,autor de obras como os painéis do San-tuário de Fátima, da tapeçaria Olisipo

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34 Distrito de Leiria 27 de Agosto de 2015

Leiria tem muito para aproveitar,dentro e dora de portas. Podemoscomeçar com uma visita ao Castelo.Ali ao lado está o m|i|mo - Museu daImagem em Movimento, a Sé deLeiria, a Praça Rodrigues Lobo, oMuseu do Moinho de Papel e, a partirde Setembro, o Museu da Cidade emSt. Agostinho). É difícil escolher ondealmoçar, pela diversidade, o que é umbom sinal. No segundo dia propõe-seuma visita ao Museu Escolar emMarrazes, ao Agromuseu MunicipalDona Julinha, na Ortigosa, visita ao

Santuário dos Milagres e, claro, àpraia de Pedrógão, onde pode assistirà Arte Xávega.Neste roteiro fica a faltar o complexodas Termas de Monte Real, que porora estão fechadas, enquantodecorrem obras de requalificação. Noentanto, é sempre tempo de visitar asimpática vila, com diversas unidadeshoteleiras para pernoitar. Os amantesdas caminhadas podem sempre ligardois destinos de beleza pura, nanatureza: a praia do Pedrógão e aLagoa da Ervideira. �

O que fazer, o que visitarSugestão de fim-de-semana

(realizada para o Hotel Ritz, em Lisboa),dos vitrais do pórtico da Aula Magna, dosfrescos do átrio principal da BibliotecaNacional, ou dos vitrais do Tribunal deSeia. De acordo com a autarquia leirien-se, o programa museológico vai integrar“importantes reservas e colecções decarácter multicisciplinar”. Para além doespólio do antigo Museu de Leiria, doacervo deste novo espaço farão parte ascolecções artísticas municipais e a reservada arqueologia, constituída por milharesde peças. Mobiliário, cerâmica, vidro, nu-mismática, pintura antiga e contempo-rânea vão conviver também no Museu deLeiria, onde, para além das obras deLino António, haverá espaço tambémpara as de Adriano de Sousa Lopes (úni-co pintor português que esteve nas trin-cheiras da I Guerra Mundial e que regis-tou, com grandes realismo, em dese-nhos, a batalha de Frandres). O Museu vaireceber também as obras de José Luís Ti-noco, compositor e artista plástico de Lei-ria. É ele o autor de obras-primas comoNo teu poema, imortalizado pelo fadistaCarlos do Carmo. De resto, a autarquiaacredita que o novo Museu de Leiriaserá “o fulcro da rede museus concelhios,bem como um centro interpretativo dahistória da cidade e da região, expressonas diferentes histórias de arte, arqueo-logia, etnografia, história social e políti-ca, literatura, música e de outras fontessonoras e escritas”. Caberá ali de tudo umpouco, afinal.

Mais populaçãoÀ medida que o país perdeu populaçãopara a emigração, Leiria acabou por in-verter a tendência, também ao nível docrescimento populacional. “Nos últimoscinco anos houve um aumento de popu-lação (5,2%), uma melhoria da oferta deanimação, dinamização do associativis-mo, aumento de empresas instaladas noconcelho e promoção turística”, diz opresidente da Câmara. De acordo com osúltimos dados do Instituto Nacional de Es-tatística, em Leiria vivem, por esta altu-ra, cerca de 125 mil pessoas. �

1. O Museu da Imagem emMovimento - m|i|mo2. Lagoa da Ervedeira

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27 de Agosto de 2015 Distrito de Leiria 35

MarinhaGrande

Fabricar a qualidade de vida no meio da naturezaEmpreender Está no ADN da Marinha Grande seguir em frente, em qualquercircunstância. A cidade que já foi vidreira é hoje reconhecida pelo universo dos moldes e dosplásticos, num patamar que a coloca no topo nacional e internacional. É ali que se concentrapoder de compra e se vive à sombra do Pinhal e dos parques verdes.

Paula Sofia [email protected]

� O que leva tanta gente a procurar a Ma-rinha Grande ao fim-de-semana? Não, nãoé o vidro, não são os moldes nem o plásti-co, pois que esses são o sustento de uma boaparte dos habitantes daquele concelho e deoutros, como Leiria. Sabemos que a cida-de vidreira há muito que cedeu o estatutopara os moldes e plásticos, emoldurandoem museus e outros espaços as memóriasde outros tempos. Mas foi precisa arte emuito engenho para recuperar os espaçosque a terra já tinha, reaproveitando o queé de todos, a partir de pedaços de terra e de

céu azul. A verdade é que a cidade da Ma-rinha Grande dispõe de três parques urba-nos e de um jardim, numa área de 20,53hectares. São espaços onde cabem todas asgerações. Ao mesmo tempo, os pais e avóspodem caminhar e fazer exercício físico, en-quanto os mais novos dispõem de espaçoscom equipamentos de diversão, nos espa-ços infantis.

Talvez o mais conhecido (e procurado)seja o Parque dos Mártires do Colonialismo,no centro da cidade. Tem uma área apro-ximada de 52.500 m2, com espaço de jogoe recreio, um polidesportivo, um anfiteatro,e equipamentos de manutenção física e cor-redores pedonais e cicláveis. Mas se o seu

registo é aquele em que apenas quer apre-ciar a paisagem, os patos no lago, tomar umcafé descansado e ler um jornal, tambémo pode fazer. A dimensão do parque per-mite a co-existência de diversos ambientes,sem que interfiram com essa imagem bu-cólica.

Ainda maior na extensão de verde é oParque da Cerca. Numa área aproximada de68.200 m2 existem um espaço de jogo e re-creio, parque radical, equipamentos demanutenção física e corredores pedonais ecicláveis. Junta-se a estes o parque das Ber-nardas, mais procurado para o desporto, àconta do seu campo sintético de futebol de11. Também ele integra corredores pedonais

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36 Distrito de Leiria 27 de Agosto de 2015

e para bicicletas. O mesmo acontece como Jardim Luís de Camões. Ainda que maispequeno, integra igualmente espaços dejogo e recreio, bem como equipamentos demanutenção desportiva. E se caminhar-mos em direção a São Pedro de Moel, des-cobre-se que há vida para além da praia eda mata nacional. Ali há também dois par-ques, com uma área de um hectare emeio. O Vale do Ribeiro e o mítico Bambisão perfeitos para respirar o pinhal em es-tado puro, ao longo de todo o ano. Bastaque o tempo o permita.

Um tesouro chamado empregoMas a verdade é que toda a qualidade devida que a Marinha Grande respira advémde um factor primordial: o emprego, so-bretudo o emprego qualificado, que re-sulta também no investimento a outrosníveis, nomeadamente na Educação.Não é por acaso que ali se concentram co-légios privados, que o poder de compraé mais elevado, que o associativismosingra, fazendo juz ao espírito comuni-tário. De certa forma, consegue-se na Ma-rinha um equilíbrio interessante entre ocapital e associativismo.

“Somos uma cidade de pequena-média dimensão, implantada num ter-

As praias da Vieira e São Pedro de Moelsão um cartão de visita do concelho daMarinha Grande. É lá que muitoscaminhos vão dar, durante o verão, e porisso não admira que sejam, tambémelas, a menina-dos-olhos de muitosmarinhenses. Álvaro Pereira sugereambas para um passeio de fim-de-semana, não sem antes os visitantes sededicarem a uma paragem no NúcleoMuseológico e Cultural constituído peloMuseu do Vidro e Museu JoaquimCorreia e Casa Cultura - Teatro Stephens.Esta última foi o mais recenteinvestimento do Município no campocultural, inaugurado no ano passado.“Depois almoce num restaurante docentro tradicional”, sugere o autarca,que depois encaminha os visitantes paraum passeio pelas Matas e a Praia de SãoPedro Moel, com destaque para a CasaMuseu Afonso Lopes Vieira e o Farol, obelíssimo Farol, que é possível visitar. Ànoite, o convite é mesmo para a Casa daCultura e um dos espectáculos que porlá estão sempre em agenda. Ao segundo

dia haverá tempo para desfrutar dosParques da Cidade, e depois seguir até àà Praia da Vieira para almoçar num dosmuitos restaurantes que servem (entreoutras iguarias) o célebre Arroz deMarisco, uma das sete maravilhas dagastronomia. “De tarde, faça o percursopedestre da Praia da Vieira, o primeiro aser homologado internacionalmente”. �

Pinhal e praia são riqueza naturalDe São Pedro à Vieira

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27 de Agosto de 2015 Distrito de Leiria 37

ritório plano que permite ter uma maiordiversidade nas alternativas de mobili-dade e com serviços públicos concen-trados numa zona central da cidade e defácil acesso. Temos ainda toda a envol-vência natural proporcionada pelo Pi-nhal do Rei e por esses Parques da Ci-dade”, a descrição de Álvaro Pereira, pre-sidente da Câmara da Marinha Grande,vai ao encontro da imagem daqueleconcelho enquanto pólo de desenvolvi-mento económico e qualidade de vida.Ali, a principal fonte de atração de novasgerações continua a ser o tecido empre-sarial. Para além disso, a regeneração ur-bana, com recuperação dos edifícios e a(re)abertura de novos pólos de ativida-de cultural como a Casa da Cultura Tea-tro Stephens, o Núcleo de Arte Con-temporânea (NAC) e o Edifício da Resi-nagem, também concorrem para as con-dições de bem-viver que se pretendem.

Álvaro Pereira invoca o Plano Estratégi-co de Desenvolvimento Urbano (PEDU)para referir o empenho “num conjunto deprojetos que têm como objetivo alargar arede de mobilidade sustentável (ciclovias)e a regeneração urbana do centro tradicio-nal”. É nisso que a autarquia está a trabalhar,por ora. �

1. A praia de SãoPedro de Moel éum dos cartõesde visita doconcelho,procuradatambém comoresidência fixapara quemprivilegia essaqualidade devida2 . A actividadeindustrialcontínua a fazera diferença 3. O Centrotradicional foirequalificado

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Distrito:Layout 1 24-08-2015 10:30 Página 37

Em volta da pesca, na faina domar, há uma onda de optimismoOlha a onda A beleza natural da vila piscatória tem atraído o turismo lá de fora e cá dedentro. Os créditos devem-se, em larga medida, ao fenómeno das ondas gigantespotenciado pelo surfista Mc Namara. Mas há muito mais vida para além da praia, e muitoengenho na arte de divulgar a Nazaré

Paula Sofia [email protected]

� O mundo nem sempre soube disso,mas sempre houve vida na Nazaré paraalém das ondas de Mc Namara. Ou

Nazaré

38 Distrito de Leiria 27 de Agosto de 2015

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para além das mulheres “dos chambres”do carnaval, das modas do Tá-Mar e dassete saias. Assim que se explica que, dé-cada de 90, uma verdadeira explosãocultural tenha passado por ali, a partirde Valado dos Frades, a aldeia que viunascer um dos maiores fenómenos dojazz em Portugal: a Big Band. Valado éuma das três freguesias do concelho, apar de Famalicão e da própria vila-sede, composta por três núcleos habi-tacionais: Praia, Sítio e Pederneira. “Es-tes três lugares formam uma das pai-sagens mais bonitas do país e, porquenão, do planeta. Assim, a natureza seráo factor diferenciador mais imediato noque respeita à qualidade de vida”, refereValter Chicharro, presidente daquela

autarquia desde 2013. O autarca acreditaque “basta caminhar nas ruas da Naza-ré para nos depararmos com esses fac-tores diferenciadores da qualidade devida, ao virar de cada esquina. O “tra-je vivo”, por exemplo, que ainda é vi-sível no quotidiano de muitas nazarenasque não hesitam em mostrar as célebres“sete saias” aos transeuntes mais cu-riosos.

Depois há a gastronomia, as tradiçõesa História, o culto de Nossa Sra. da Na-zaré (8 séculos mais antigo do que o Mi-lagre de Fátima), as maiores ondas domundo, o novo Centro de Saúde queserá construído nos próximos meses…e outros projectos que aqui não cabemna totalidade. Estarão entre eles a ver-

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tente empresarial, a procura crescenteda Nazaré por praticantes e adeptos dosdesportos aquáticos (no próximo mêsde outubro haverá uma etapa do Mun-dial de Bodyboard), o turismo (o novoPosto de Turismo da Nazaré foi recen-temente inaugurado), a recuperação doespaço público (requalificação da “mar-ginal” da Nazaré em curso), a valori-zação das tradições (requalificação dazona de secagem do peixe no arealprevista para meados de maio de 2016).

A aposta no forte de São Miguel ArcanjoEntre as linhas que norteiam a acção doactual executivo consta uma apostaforte na valorização do património,com a abertura ao público do Forte deSão Miguel Arcanjo. Valter Chicharrofala dessa iniciativa com indisfarçávelorgulho: “em pouco menos de 7 mesesjá levou cerca de 75000 pessoas a visi-tar este monumento”. E sublinha amelhoria significativa da comunica-ção entre o município e os muníci-pes/visitantes, lembrando que o novoPortal do Município da Nazaré estevenomeado para os prestigiados AWW-WARDS.

E se um visitante tiver apenas umfim-de-semana para saborear a Nazaré?

À semelhança de outras zonasbalneares do distrito e do país, quetêm no turismo a principalactividade, a sazonalidade é umproblema com o qual a Nazaré sedepara há muito tempo. Ainda assim,a autarquia local acredita que temvindo a reduzir, gradualmente, “ofosso existente entre a época alta e aépoca baixa, com o aperfeiçoamentode projetos como o The NorthCanyon Project, por exemplo, queocorre no período das ondasgigantes, entre outubro e dezembro,assim como com a valorização deoutros fatores de atração que temosno nosso concelho”.Por outro lado, a conclusão da Áreade Localização Empresarial deValado dos Frades, cuja inauguraçãoestá prevista para setembro desteano, será “uma das maioresalavancas para a economia local, paraa criação de novos postos de trabalhoe subsequente fixação depopulação”, acredita ValterChicharro. De acordo com os últimoscensos, vivem na Nazaré cerca de 15mil habitantes. �

Tirar partido dos recursos naturaisCombater a sazonalidade

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1. A praia (vista do sítio) continua aser uma das imagens mais fortes doTurismo em Portugal2. A arte xávega mantém viva atradição3. As ondas gigantes tornaram-seum fenómeno de atracção turística eempresarial

“Aísugiro a descoberta do “Nazaré Mu-seum” - serviço de áudio-guia que de-senvolvemos em parceria com umaempresa da Nazaré, disponível na AppStore e Google Play - que proporcionaaos visitantes uma experiência bemmelhor do que qualquer roteiro quedescrevesse em duas ou três linhas”.Valter Chicharro acredita que, cada vezmais, há vida para além da praia. �

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Óbidos

O filão inesgotável da criatividadeExcelência Óbidos afirmou-se como um dos concelhos mais criativos eempreendedores do distrito. Desde os mais emblemáticos acontecimentos culturais, aum parque tecnológico inovador, conseguiu intensificar a sua Vila Literária e colocar narede da Unesco o seu agrupamento de escolas…

Lurdes [email protected]

� Óbidos tem condições únicas para se vi-ver, trabalhar e divertir. Não se trata de umsimples slogan mas de uma realidade con-firmada pela sua localização a poucos pas-sos das praias, de campos de golfe, escolasde equitação, de vela, de surf ou de um por-to de embarcações de recreio. Para não fa-lar da intensa vida cultural, durante todo oano, além do acesso a actividades como amúsica, a dança ou o teatro.

O epíteto de vila criativa está cada vezmais enraizado em Óbidos. Tudo ali é pen-sado ao mais pequeno detalhe, com cria-tividade, inovação, ousadia até. Desde o

mais pequeno evento ao Festival Interna-cional do Chocolateou mesmo a 20ª ediçãoda Semana do Piano que terminou emcheio este ano, com uma exposição de gra-vuras de Maria Helena Vieira da Silva.

Óbidos distingue-se no panorama das vi-las – e até cidades – do distrito e do País. Nãosó em termos culturais mas também no querespeita ao caminho de consolidação demelhores condições de vida para quem lávive ou quer viver.

Passaram dez anos desde que o execu-tivo, então liderado por Telmo Faria, iniciouuma aposta forte no empreendedorismocriativo. Durante este período o municípioimplementou um conjunto de projectosque hoje se misturam com a sua identida-

de. “Apostámos na criatividade enquantorecurso endógeno, não do território mas daspessoas. Para nós a criatividade é essaenergia inesgotável, esse filão que pisamos,essa atmosfera que respiramos. É tam-bém um fortíssimo agente transformador,capaz de gerar inovação ao serviço da ca-deia de valor”, explica Humberto Mar-ques.

De facto, de uma estratégia de desen-volvimento inicialmente centrada na agri-cultura e no turismo, o território avançoupara um modelo de “verdadeira realidadede empresas que se instalou em Óbidos”,reflecte ainda o presidente da câmara na ce-rimónia de inauguração dos edifícios cen-trais do Parque Tecnológico (PTO).

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A maioria das acções realizadas em Óbi-dos tem um carácter criativo e o Parque Tec-nológico é um exemplo evidente. Aposta so-bretudo na economia criativa aplicada àsagro-tecnologias, ao turismo, ao bem-estare às TIC.

Quer afirmar-se como um verdadeirocentro de investigação e de competências,apoiando ideias de negócio, desde a fase deidealização até à prototipagem.

Mas sendo a educação uma das bandei-ras de Óbidos, o PTO quer assumir-se como“instrumento de inovação pública” nestaárea, existindo nos edifícios centrais o La-boratório de Educação Criativa. Com o De-Code Academy as crianças entre os 6 e os 12anos adquirem competências básicas naárea da programação de modo a que, no fu-turo, sejam capazes de criar um jogo, umaaplicação ou a interagir com robótica. Já oMyMachine, resultado de uma parceriacom o município de Kortrijk, na Bélgica, de-safia os mais pequenos a pensarem e a cria-rem a máquina dos seus sonhos que será de-pois construída por instituições de ensinosuperior e profissional em colaboraçãocom os seus mentores.

Em breve, toda a população pode usufruirde uma parte deste oásis empreendedor.Está a ser desenvolvido um conceito de

campus em que empresas e comunidade te-rão acesso livre a várias valências, entre elasum circuito de manutenção e de BTT,campo de ténis, áreas públicas de lazer ehorta comunitária.

Ainda na área da educação, a cereja emcima do bolo chegou no final do ano lec-tivo, com a notícia de que o Agrupamen-to de Escolas Josefa de Óbidos já perten-ce à Rede de Escolas Associadas da Unes-co. Foi o resultado de uma candidatura doprojecto Fábrica da Criatividade, em par-ceria com o município.

Entre os atributos necessários para fa-zer parte desta rede, estão a prática de umensino intercultural, bem como princípiosde democracia e participação nas suas es-truturas e métodos. Critérios como o tra-balho de equipa, o elevado padrão de qua-lidade, um ambiente criativo e empreen-dedor e o sentido ético foram também ti-dos em conta nesta candidatura.Activi-

dades inovadoras, métodos e recursos pe-dagógicos para promover a paz e uma edu-cação de qualidade para todos são outrosdos requisitos impostos pela UNESCO.

Desde cedo, Óbidos encarou a educaçãocriativa como a primeira prioridade do Pla-no de Metas, oferecendo a todos os alunosacesso às novas tecnologias, ofertas edu-cativas inovadoras e acompanhamentopor equipas especializadas. No âmbito doprograma Descobre o teu Talento, os alu-nos escolhem as suas disciplinas, enfati-zando a individualidade e o seu talentoatravés da criatividade.

Mas Óbidos não é só criatividade entremuralhas. É muito mais que isso. A Redede Rega de Óbidos vai começar já a serconstruída. Representa um “velho so-nho” dos agricultores de Óbidos, que vaipermitir, segundo o presidente da câma-ra, a duplicação do Produto Interno Bru-to.

“Vai ser construída uma estação eleva-tória que vai permitir fornecer água fil-trada aos agricultores, através de 50 qui-lómetros de tubagens e cerca de 1,5 litrosde água por segundo, por hectare. Serãodisponibilizadas 400 tomadas de água, oque perfaz três tomadas por hectare, aosquase mil agricultores abrangidos. É omaior investimento público feito no con-celho de Óbidos e no distrito de Leiria eum dos maiores do País, em 2015”. �

Óbidos vai receber em Outubro, entre osdias 15 e 26, mais um evento cultural queirá colocar a região no mapainternacional. O Fólio – FestivalLiterário Internacional de Óbidos contacom a participação de meia centena deescritores nacionais e internacionais,destacando momentos históricosligados à literatura e aos paíseslusófonos. Mas quem visitar Óbidos aolongo desses 12 dias vai encontrar umavila ainda mais literária do que já é. Umacasa da ilustração, esplanadas literárias,leituras encenadas, praça de autógrafos,concertos, experiências gastronómicas,cinema, teatro, performance,exposições, entre outros. Telmo Faria,coordenador geral do projecto, explica

que é uma enorme responsabilidade“criar um festival que se demarque detodos os outros e que construa a suaprópria identidade, desenhando muitadinâmica num ambiente de festapermanente e dando a oportunidade amuitas pessoas departiciparem”. Óbidos já é uma VilaLiterária desde 2013 pela mão deeditoras, livreiros e município. Hoje noconcelho quase todos os locais são deleitura. Não apenas os espaços históricostransformados em livrarias – como aIgreja de Santiago - mas os museus,galerias, hotéis, mercado biológico,centros de design de interiores, entremuitos outros. Óbidos já é há muito olugar do livro. �

Festival Literário Internacional em OutubroÓbidos quer ser o lugar do livro

1. Fábrica da Criatividade levou oagrupamento de escolas Josefa deÓbidos à rede da Unesco.2. Livraria Santiago - os livros fazemparte do dia-a-dia das pessoas quevivem e visitam a vila criativa.3. “À conquista do Castelo deÓbidos”, um espectáculo em vídeomapping e sonoplastia queencantou os turistas.

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Viver devagar, entre o Cabril e o ZêzereNatureza Da albufeira do cabril às margens do Zêzere, a riqueza do concelho mais pequenodo distrito está por toda a parte nos seus recursos naturais. A luta contra a perda dedemografia e a desertificação faz-se com atracção de investimento, e com a valorização dasassociações locais. São elas que potenciam a qualidade de vida.

Paula Sofia [email protected]

� “Pedrógão Grande é, garantidamente,um dos concelhos que melhor qualidade devida oferece, em todo o distrito de Leiria”.A convicção do presidente, Valdemar Alves,perpassa pelos habitantes locais, pelos queousaram ficar no nordeste de Leira, resis-tindo à desertificação. “Estamos rodeadospor floresta densa que nos dá ar puro, aomesmo tempo que nos garante variadas ac-tividades de lazer em comunhão com a na-tureza, rotas e trilhos fantásticos”. É ali quese encontra o terceiro maior espelho de águado país, graças à barragem do Cabril, o Rio

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PedrógãoGrande

Zêzere e várias ribeiras e praias fluviais quepermitem aos residentes e visitantes des-frutar desse bem preciso que é a água: des-de nadar em água límpida até à canoagem,tudo é possível. Não admira, por isso, quePedrógão Grande esteja entre os concelhoscom qualidade de água de 100%.

“A natureza, sem dúvida, diferencia--nos em termos de vida com saúde, calmae lazer”, acredita Valdemar Alves, num con-celho que tem vindo a apostar no ensino ecultura como factores de melhor qualida-de de vida, “sobretudo neste período de cri-se em que os cortes nestas áreas foramenormes”. Desde o final de 2013 que a au-tarquia procura aprofundar a qualidade da

Nos 129 km2, repartidos por trêsFreguesias moram cerca de 4000habitantes. Têm ao seu dispor dois esta-belecimentos de ensino pré-escolar eoutros dois do ensino básico, para um totalna ordem dos 120 alunos nestes níveis.Junta-se ao naipe a Escola C+S MiguelLeitão de Andrada e a Escola Tecnológica eProfissional da Zona Pinhal, criada em1989. É aqui que se concentram 225 alu-nos. Muitos desses acabam por serrequisitados pelas cerca de 400 empresasque ainda laboram em Pedrógão Grande. �

Zona do Pinhal Ensino destacado

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A beleza dointerior estápresente emcada recanto dePedrógãoGrande. Paraalém daAlbufeira doCabril o lazerencontra-setambém naPraia doMosteiro .

relação com as escolas, “algo que tem sur-tido efeito e sido reconhecido”. Ao mesmotempo, ali procura-se dinamizar a ofertacultural. “Em termos de infraestruturas, es-tamos dotados do capital físico funda-mental para as famílias viverem e convi-verem, mas sobretudo para que lhes falteo menos possível e não tenham de recor-rer a serviço público e privado fora do con-celho”, sublinha o autarca de um concelhofortemente marcado pela demografia: ali vi-vem cerca de 4000 habitantes, menos doque em muitas freguesias de outros con-celhos. E por isso é tão importante atrairmais gente para o território, preservando oque de bom existe no concelho e “garanti-do o equilíbrio na gestão do Município. Sódesta forma é que conseguimos abrir es-paço para ajudar financeiramente as di-versas organizações que existem no con-celho: as IPSS, as várias associações e, na-turalmente, as Juntas de Freguesia”. Sãoelas, afinal, que dinamizam e constroem acomunidade. “São a cola que preservagente no nosso concelho”, afirma o presi-dente, que não tem dúvidas da importân-cia de atrair mais gente. “ Mas se não pre-servarmos e zelarmos pelas que existem,então atrairemos pessoas em vão…” Terásido essa a razão que levou o executivo quelidera a aumentar, nos últimos anos, osapoios financeiros às organizações, per-

mitindo-lhes que se equilibrem e consigamimprimir a dinâmica necessária “para quetodos gostem de cá viver e outros sintamque existe uma comunidade onde vale apena viver”.

Atrair Investimento é prioridade“Atrair população começa com este pro-cesso interno, ao mesmo tempo que se ten-ta desenvolver a economia, dando ferra-mentas para a criação de negócios e atrain-do investimento e com ele postos de tra-balho, sendo este um processo demoradoque tem de ser continuado no futuro”, con-sidera o autarca de Pedrógão Grande. EmJulho deste ano, teve início um programade cooperação com uma Câmara de Co-mércio chinesa, ao mesmo tempo que de-correm negociações com vários empresá-rios nacionais e estrangeiros. “Uns poderãomaterializar-se, outros não, é normal…”

A potenciação turística da albufeira doCabril está também entre as prioridades. Oautarca admite que o aquela relíquia localestá “desde há muito negligenciada. É a ter-

ceira maior de Portugal. Estamos a desen-volver múltiplos contactos e projetos paraeste belo local, que maravilha todos tantopela sua beleza como pelo seu potencial de-saproveitado. Mas também noutras áreasde turismo do concelho que necessitam deprogredir” O programa Portugal 2020 e asparcerias com privados serão importantesapoios. Em breve, a autarquia conta lançaro Programa de Empreendedorismo comUniversidade e empresas. Consistirá numcurso que abarca conhecimento prático emgestão, ferramentas, comportamento eacompanhamento por mentores aquandoda criação da empresa, oferecido gratuita-mente pelo Município.

As sugestões aos visitantes passam peloCentro de Interpretação Turística. Os aman-tes da natureza têm ali uma uma rede depercursos pedestres para desfrutar das pai-sagens, fauna e flora da Ribeira de Pera e dovale do rio Zêzere. Depois podem refrescar--se na Praia Fluvial do Mosteiro, nas Albu-feiras do Cabril ou da Bouçã, ou na Zona deRecreio e Lazer de Mega Fundeira. �

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Das Berlengas ao centro histórico, o melhor para osamigosMar É da água que advém toda a riqueza deste concelho asul do distrito. Na crista da onda está o turismo que procura oarquipélago das Berlengas, a praia de Supertubos e o surf, e aaposta nas energias renováveis. E está também a grandezade uma escola superior, ou a arte da renda de bilros.

Paula Sofia [email protected]

� Os amigos de Peniche são, afinal,aqueles que gostam da cidade, que a es-colhem para viver ou para passear. Naverdade, são a antítese da expressãoque a memória popular celebrizou, a parde outros mitos urbanos ou rurais. É nes-te concelho, a sul do distrito, liderado hátrês mandatos por um presidente-sur-fista, que o turismo se mantém na cris-ta da onda. António José Correia, o au-tarca de quem se fala, considera que “amatriz identitária do concelho de Peni-che, onde se ressalta, com destaque, aomnipresença e importância do Marenquanto elemento central, é um factordiferenciador da qualidade de vida, umdos ativos endógenos promotores do ter-ritório. A par de magnífico patrimónionatural e paisagístico, Peniche é deten-tor de um vasto e significativo patrimó-nio histórico e cultural, ao qual se co-nectam vectores de promoção de quali-dade de vida com a aposta na dinami-zação de eventos, atmosfera criativa,educação e formação, fatores chavepara quem procura este concelho pelasua qualidade de vida”.

A aposta numa programação culturale turística significativa, bem como empolos de criação, educação e formação,a fileira da onda e o potencial turístico doconcelho, associado à riqueza paisagís-tica, são factores de atratividade desteterritório. Foi esse plano que António

Peniche

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José Correia traçou, para sustentar aaposta no Turismo, Cultura, sem perderde vista o potencial das ondas: o surf eas energias renováveis contribuem for-temente para este cenário.

Peniche é, só por si, uma grande cal-deirada em matéria de cartões-de--visita. Comecemos pelo Arquipélagodas Berlengas, a Reserva da Biosfera daUnesco, que dista 5,7 milhas do CaboCarvoeiro, ali em Peniche. Consideradauma área com elevado interesse botâ-nico, habitat de nidificação para algumasespécies de aves marinhas e ponto depassagem para numerosas espécies mi-gradoras, é dotado também de um inte-ressante património arqueológico e na-tural subaquático. Ergue-se neste ro-teiro a A Fortaleza de Peniche, Monu-mento Nacional classificado desde mar-ço de 1938, e cujo início da construçãoremonta ao ano de 1557. “Enquanto es-paço de promoção cultural, funcionam,no seu interior, o Museu Municipal dePeniche, o Estúdio Municipal de Dan-ça e o Atelier Local de Artes – ALA”. Nocentro histórico resiste a Ribeira Velha,antigo porto de pesca desta cidade. “Na-quela zona assiste-se ao pulsar de umaterra que fez do Mar a sua subsistência,com o cheiro a peixe assado, os sons dasgaivotas e dos sinos das igrejas, o brilhodo sol nas ondas e a fusão das diferentescores dos edifícios, numa experiênciasensorial a não perder”. A paixão que oautarca coloca na forma como descrevea sua cidade é facilmente constatada

Peniche ocupa uma área geográfica depouco mais de 77 km2 e tem registadoscerca de 27.700 habitantes, de acordocom os censos de 2011. Apesar dessadimensão reduzida, a cidade é dotada deuma escola superior e de um hospital,dando cobertura a duas áreas tãoimportantes como a Saúde e a Educação.“Apesar dos constrangimentosfinanceiros municipais, muito seconcretizou em ordem à melhoria daqualidade de vida no nosso concelho”,considera António José Correia, queaponta “investimentos consideráveis notratamento das águas residuais, querindustriais quer domésticas, e quepermitiram atingir níveis elevados naqualidade das nossas águas balneares,expressos na conquista de 9 bandeirasde praias com água dourada, 6bandeiras azuis e 2 bandeiras de praiasacessíveis”. Foi esse investimento,juntamente com as condições naturaisde excelência, que permitiram aconquista do Campeonato do Mundo deSurf - este ano vai para a sétima edição,contribuindo para o aumento daatractividade do concelho, “comconsequências muito positivas noinvestimento privado, nas áreas dahotelaria, restauração e serviços deanimação turística”. �

Reconhecimento Campeonato do mundode surf na sétima edição

num passeio por estes pontos que ligama riqueza da terra. E se não tivéssemosmais que um fim-de-semana para a co-nhecer? Bastava seguir o percurso por eleaconselhado: “Num primeiro dia, apro-veite para conhecer os polos da Rede Mu-seológica de Peniche (Museu Municipalde Peniche e Centro Interpretativo deAtouguia da Baleia); visite alguns dostemplos do concelho, integrados na Rotadas Igrejas do Concelho de Peniche; ob-serve o saltitar dos bilros das rendilhei-ras da Escola de Renda de Bilros do Mu-nicípio de Peniche; percorra o Centro His-tórico da cidade e faça uma visita ao re-dor da Península, com paragem no CaboCarvoeiro. No final da tarde, descanse noconforto de uma esplanada com uma be-bida com vista sobre o oceano e apreciea boa gastronomia penichense, com des-taque para os pratos de peixe como é ocaso da Caldeirada, num dos restauran-tes locais”. O segundo dia é intuitivo, paraquem ouve falar do arquipélago: “em-barque de manhã para a Reserva Naturaldas Berlengas, onde poderá percorreros trilhos pedestres, visitar o Forte de S.João Batista, fazer um périplo de barcopelas grutas da ilha e, mesmo, aproveitarpara um batismo de mergulho”. �

1. Ondas de Peniche sãomundialmente conhecidas2. Pesca faz parte do ADN da cidade3. ESTM colabora com váriasempresas

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Lurdes [email protected]

� Pombal vive actualmente um padrão dedesenvolvimento económico apoiado emnovas regras, que atravessam a economiaa educação, a cultura, a saúde e área social.“As cidades têm, cada vez mais, de iden-

tificar os lugares em que se distinguem. Sódepois terão condições para tomarem op-ções de investimento”.

As cidades têm, cada vez mais, de iden-tificar os lugares em que se distinguem. Sódepois terão condições para tomarem op-ções de investimento.

As ideias são de João Matias, presiden-te da Associação de Industriais do Conce-lho de Pombal (AICP), que adianta mesmoque o desenvolvimento socioeconómicodas cidades deve reflectir não apenas a par-te empresarial – como tem sido muito co-mum - mas também as áreas sociais e cul-turais. Deve ser alargado às opções edu-cativas, à saúde, ao parque habitacional,às zonas verdes e a todos os outros facto-res que fazem a vida das pessoas.

Um pouco como fez Marquês de Pom-bal no seu tempo… O carimbo de desen-

volvimento que deixou na região é únicoe inalienável. Em pleno século XVI, Se-bastião José de Carvalho e Mello desen-volveu a agricultura mas promoveu tam-bém uma política mercantilista de tal for-ma inovadora que não se limitou à simplescriação de fábricas de sedas, de chapéus –criou a primeira fábrica de chapéus do paísem Pombal - ou de lanifícios. A elas juntouuma exigente escola, cujos aprendizes, an-tes de começarem a desempenhar as suasfunções como profissionais, cumpriamperíodos obrigatórios de aprendizagem decinco anos.

Considerado um dos mais importantesestadistas portugueses e também um dosmais controversos da história de Portugal,o Marquês de Pombal é sem margem paradúvidas um exemplo de empreendedo-rismo. Por isso Pombal o tem apresentado

E se de repente encontrasse o Marquês?Pioneirismo O padrão de desenvolvimento que Pombal procura é transversal a áreas tãodistintas como a economia, a educação ou a cultura. A marca Marquês de Pombal seráassociada a um território mais atractivo. Os dados já foram lançados.

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Pombal

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IDA

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em várias cerimónias públicas, dentrodo concelho e fora de portas, dando-lheuma imagem mais humana e até român-tica que ele também teve. O Marquêssurge assim ao lado daquela que foi a suasegunda mulher, a Condessa de Daun,apaixonando turistas, mas sobretudo ascrianças. Este lado mais humano do Mar-quês, pode ser revisitado no único museumonográfico do País dedicado ao esta-dista, à sua vida e obra, com peças únicase inéditas, permite ao município de Pom-bal enaltecer a sua figura histórica deforma diferenciadora e singular, poten-ciando-o como imagem de marca do ter-ritório.

“Não existem muitas cidades com apossibilidade de aproveitar uma figura his-tórica como o Marquês de Pombal e as-sociá-la a uma marca que identifiqueprodutos, serviços e turismo. Simboliza origor, a competência, a inovação, a capa-cidade de acção perante as adversidades,tudo imagens muito fortes que colammuito bem com a identidade que preten-demos para a região”, reflecte João Matias.

O pioneirismo herdado do Marquêsfaz há muito parte da estratégia de Pom-bal. Veja-se que foi neste concelho que sur-giu a primeira escola de ensino profissio-nal do país, em 1989. E foi também aquique, recentemente, 40 empresas da re-gião, três associações, uma cooperativa eo município elevaram o capital social da

1. Praça doMarquês, com aIgreja de S.Martinho aofundo.2. Castelo dePombal, ondeparte daanimaçãocultural acontece

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ETAP a 400 mil euros. Um modelo inova-dor que se insere na estratégia de abertu-ra da ETAP à sociedade e às empresas,bem como à intensificação das relações en-tre ambos. O conjunto das empresas liga-das agora à ETAP emprega mais de 2600trabalhadores, tendo facturado, em 2014,mais de 322 milhões de euros. Exportoumais de 100 milhões de euros por ano.

O sucesso escolar é igualmente umaprioridade da câmara de Pombal. Com oprojecto Pombal 2020 – Sucesso Escolar100%, iniciado há um ano, é possível in-tervir-se nas quatro principais dimensõesque influenciam esta problemática: o alu-no, a família, a escola e o território. Chamadoa apresentar os resultados do programa aoPresidente da República, o presidente da câ-mara, Diogo Mateus explicou que o muni-cípio pretende chegar a 2020 com 0% de in-sucesso escolar. Técnicos da autarquia,dos três agrupamentos de escolas e docentro de saúde “avaliaram 706 crianças douniverso de alunos dos 1º e 3º anos de es-colaridade, traçando o seu perfil”, explicouDiogo Mateus. No segundo ano de progra-ma, será feito “o acompanhamento decada criança, dando-lhes a proximidade ea atenção técnica exigidas”.

Para proporcionar igualdade de opor-tunidades a todos os alunos do concelho,a câmara de Pombal estendeu o acesso gra-tuito aos transportes escolares aos alunosdo 10º, 11º e 12º anos de escolaridade. “Émais uma medida pioneira no país e pre-tende ser um contributo para a prossecu-ção do desejo constitucional de termosuma educação tendencialmente gratuitapara todos”, explica o autarca.

Mas há outras áreas onde Pombal sedestaca e que têm como propósito pro-porcionar melhores condições a quemali reside.

No âmbito da saúde, estão a ser inves-tidos cerca de dois milhões de euros noHospital Distrital de Pombal pelo Conselhode Administração (CA) do Centro Hospi-talar de Leiria (CHL). Um investimento apli-cado na remodelação de vários serviços ena aquisição de novos equipamentos,para dar melhores respostas às pessoas eimpedir que sejam obrigados a deslocar-

Neste último ano Pombal viveumomentos raros na área da cultura.Centenas de pessoas desfrutaram dosespaços públicos reabilitados, provando,em cada espectáculo, que o climacultural da cidade está a mudar e a criarofertas mais ricas e cosmopolitas. Veja--se o Festival Sete Sois Sete Luas, umdiálogo intercultural de mais de 30cidades de dez países do mediterrâneo edo mundo lusófono, que durante quatrodias encheu o castelo de Pombal comquatro experiências musicais de várioscantos do mundo. Ou a exposição ondese “chama a atenção para oempobrecimento da inteligência doHomem por culpa da tecnologia”. Não étodos os dias, nem todas as cidades quecontam com a mostraHardware+Software=Burros com aassinatura de Oliviero Toscani, opolémico director artístico da Benetton.Mas Pombal teve mais: o Encontro deLiteratura Infanto-Juvenil – Caminhosde Leitura, o Festival Pombalino emuitos outros concertos de música,dança, teatro no castelo e na zonahistórica. “É cada vez mais um concelhoempreendedor e criativo”, revela avereadora da Cultura, para quem acultura é um pilar basilar na formaçãohumana e na qualidade de vida. �

Concelho criativoOfertas culturais maisricas e cosmopolitas

se a Leiria para aceder a serviços de saúde. Também o Centro de Saúde está com

obras de requalificação e ampliação, pre-vendo-se a sua conclusão ainda este ano.A obra representa um investimento elegí-vel de 1,2 milhões de euros, financiado porfundos comunitários em cerca de um mi-lhão de euros. “Dos 15% da comparticipa-ção nacional, o município de Pombal res-ponsabiliza-se pela aquisição de materiale a ARS-Centro pela construção” informoua autarquia, que assume, ainda, o custo doaluguer dos contentores (de 74.800 euros)onde está a funcionar provisoriamente ocentro de saúde.

Também já entrou em funcionamento aprimeira de duas unidades de saúde fami-liar (USF) previstas para o concelho, a USFMarquês, que dá resposta a 11.458 utentes.Coordenada pelo médico Luís Mourato, fun-ciona provisoriamente nos monoblocos, noparque de estacionamento contíguo à uni-dade de saúde em obras.

A qualidade de vida faz-se também deoutras áreas, ligadas, por exemplo, aoapoio a idosos ou às crianças. E nesse caso,Pombal dispõe de algumas das IPSS maisdinâmicas da região. Apenas como exem-plos, veja-se a Santa Casa da Misericórdia,a delegação centro da Alzheimer Portugalou a Associação de Pais e Educadorespara a Infância de Pombal (APEPI), com asua Casa Abrigo, creches institucional e fa-miliar, jardim-de-infância, centro de aco-lhimento temporário para crianças emrisco e outro destinado a adolescentesgrávidas. �

Marquês de Pombal em passeio coma sua excelêntissima esposa, a

Condessa de Daun

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Porto de Mós

A sedução do emprego… e da beleza da serra Centralidade O concelho de Porto de Mós mudou muito desde que o IC9 o colocou nocentro de Portugal. Há mais empresas, há mais emprego e, consequentemente, melhorescondições de vida. Há também mais pessoas a visitarem um território que seduz pela belezada Serra de Aire e Candeeiros e do castelo senhorial. .

Lurdes [email protected]

� A ousadia dos homens que no século XIVse inspiraram em Porto de Mós para pla-nearem a autonomia de Portugal, pareceter deixado raízes num concelho que aolongo dos últimos anos tem procurado umnovo rumo.

Porto de Mós esteve tempo demais fe-chado dentro de si. Praticamente “oculto”entre a Serra de Aire e Candeeiros e o seucastelo, mantinha nas grutas, algares, la-goas naturais ou nos trilhos serranos asprincipais atracções. Hoje não. “Temosuma zona industrial junto ao principal nórodoviário do país. E não é exagerado”, re-

vela o presidente da câmara, o homem quedesde 2005 delineou como estratégia o de-senvolvimento económico do concelho.

João Salgueiro explica que Porto deMós “tem um nó onde confluem várias es-tradas importantíssimas, como o IC9, aA19, a EN8, o IC2… além de estar a 10 mi-nutos da A1 e da A8 e a pouco mais de horae meia de Espanha”. Ora, “tudo isso pesamuito na decisão dos empresários quequerem investir, na decisão dos turistasque querem visitar Porto de Mós, na de-cisão de quem quer usufruir da serra e dasbelezas naturais”.

Sim. As acessibilidades foram deter-minantes para a nova realidade que Por-to de Mós vive hoje. “A grande preocupa-

ção é com o bem-estar social das pessoas.Mesmo que haja todos os outros factorescomo a saúde, a educação, bom ambien-te, a cultura, as boas acessibilidades, en-tre muitos outros, tem de haver emprego.Se as pessoas não tiverem dinheiro, nãovale a pena andar com floreados.”

João Salgueiro construiu parques em-presariais, chamando ao concelho novasempresas. Iniciou esta nova linha orien-tadora, mesmo antes de começarem afechar algumas empresas-chave na re-gião. O objectivo passou por diversificar otecido empresarial, evitando a exclusivi-dade de sectores. O autarca quis prevenirsituações de crise como as que acontece-ram com três das principais áreas do con-

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Apesar de não atravessar o seumelhor momento na economiaportuguesa, a calçada portuguesacontinua a fazer furor fora de muros.Em Fevereiro deste ano, o jornalbritânico Financial Times incluiu acalçada portuguesa na lista das oitomais belas atracções a nível mundial,ao lado do Grande Canal de Veneza(Itália), do complexo de casas dohutong de Pequim (China), entreoutros apontamentos de cidades.Valerá, pois, a pena pensar nestesector que, além de fonte derendimento de muitas famílias, étambém uma arte ancestral que deveser preservada. �

Calçada Portuguesaentre as mais belas

celho. Os têxteis de Mira de Aire, a cerâ-mica (construção civil) e a louça decorativano Juncal e Pedreiras e a pedra, nomea-damente a calçada portuguesa. “Muitagente do concelho estava ligada a estasáreas e ficou no desemprego”

Felizmente assiste-se ao restabeleci-mento de sectores que se pensava irre-cuperáveis. A cerâmica decorativa é umbom exemplo, com empresas a recrutardesempregados de longa duração que játinham perdido a esperança de regressarao activo. A empresa Vale do Sol, que nostempos áureos chegou a ter 260 traba-lhadores, teve uma fase de quase encer-ramento, com apenas 80 pessoas. Está re-cuperada e a sua mão-de-obra ultrapas-sando as duas centenas de colaboradores.Há outros exemplos neste sector quecontribuíram para o aumento do empre-go, especialmente o feminino, como o

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1. O Parque Verdeda Vila no centrode Porto de Mós

CalçadaPortuguesa estána lista das oitomais belasatracções a nívelmundial.

Grupo Deartis – que tem também a área daindústria de velas – e a antiga fábrica Re-belo & Carneiro, no Juncal. As duas em-presas empregam cerca de duas centenasde pessoas, revela o presidente da câma-ra.

A diversificação de sectores de activi-dades é hoje uma vantagem para o con-celho, na óptica de João Salgueiro. Há boasempresas, muito bem posicionadas no dis-trito e mesmo a nível nacional, em áreascomo a cerâmica tradicional (telhas), asconstruções metálicas, matérias- primaspara plásticos, reciclagem, plásticos, mol-des, têxteis, transformação de pedra, mo-biliário, perfumaria, metalurgia, indústriada cera, entre muitas outras. “A zona in-dustrial reflecte essa variedade e tambémo cada vez maior interesse dos empresá-rios em instalar-se em Porto de Mós”, con-sidera o autarca. Nesse sentido, está já aser planeada a terceira fase da ampliaçãodaquela área empresarial, para receber,pelo menos, mais dez empresas. Três já es-tão em lista de espera. “O concelho, fe-lizmente, hoje não tem muito desem-prego”, diz João Salgueiro, embora reco-nheça que o que pouco que existe é sem-pre preocupante. Por isso mesmo, a apos-ta na captação de mais empresas quer paraPorto de Mós (vila) quer para os parquesempresariais de Mira de Aire e do Juncalnão deixa de ser uma das suas prioridadese uma das suas marcas.

Qualidade de vida? “É um conjuntoenorme de factores que vai da estabilida-de social às condições de saúde, educação,boas acessibilidades, espaços de lazer,clima, proximidade à praia, gastronomia,bons estabelecimentos de ensino… Fe-lizmente Porto de Mós tem tudo isso e senão tem está próximo de tudo”. �

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