cap 1 lagoa casamento

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1 Regiões da Lagoa do Casamento e dos Butiazais de Tapes, Planície Costeira do Rio Grande do Sul

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Page 1: Cap 1 Lagoa Casamento

1

Regiões da Lagoa do Casamento

e dos Butiazais de Tapes,

Planície Costeira do Rio Grande do Sul

Page 2: Cap 1 Lagoa Casamento

2

República Federativa do BrasilPresidente: LUIZ INÁCIO LULA DA SILVAVice-Presidente: JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA

Ministério do Meio AmbienteMinistra: MARINA SILVA

Secretaria ExecutivaSecretário: CLÁUDIO ROBERTO BERTOLDO LANGONE

Secretaria de Biodiversidade e FlorestasSecretário: JOÃO PAULO RIBEIRO CAPOBIANCOPrograma Nacional de Conservação da BiodiversidadeDiretor: PAULO YOSHIO KAGEYAMAGerência de Conservação da BiodiversidadeGerente: BRAULIO FERREIRA DE SOUZA DIASProjeto de Conservação e Utilização Sustentável daDiversidade Biológica Brasileira - PROBIOGerente: DANIELA AMÉRICA SUÁREZ DE OLIVEIRA

Acompanhamento EditorialMárcia M. N. PaesProjeto GráficoMarco BandeiraEditoração Eletrônica e FinalizaçãoSCAN - Editoração & Produção Gráfica55 51 3330.1103 - E-mail: [email protected] das AberturasAdriano Becker - fotos em terraRicardo A. Ramos - fotos áereasFotos InternasAdriano Becker e equipe do projetoRevisãoFernando Gertum BeckerLuciano de Azevedo MouraRevisão da Língua PortuguesaMaria Beatriz Maury de Carvalho

CD em anexo na 3a Capa

Page 3: Cap 1 Lagoa Casamento

3

Ministério do Meio Ambiente

Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul

Regiões da Lagoa do Casamento

e dos Butiazais de Tapes,

Planície Costeira do Rio Grande do Sul

Fernando Gertum Becker

Ricardo Aranha Ramos

Luciano de Azevedo Moura

(Organizadores)

Brasília/DF • 2007

Page 4: Cap 1 Lagoa Casamento

4

Catalogação na FonteInstituto do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

B615 Biodiversidade. Regiões da Lagoa do Casamento e dos Butiazais de Tapes, planície costeirado Rio Grande do Sul / Ministério do Meio Ambiente. – Brasília: MMA / SBF, 2006.388 p. : il. color. ; 42 cm + 1 CD-ROM ¾. (Série Biodiversidade, 25)

BibliografiaISBN 85-7738-037-8

1. Conservação ambiental. 2. Biodiversidade. I. Becker, Fernando Gertum. II. Ramos,Ricardo Aranha. III. Moura, Luciano de Azevedo. IV. Ministério do Meio Ambiente. V.Secretaria de Biodiversidade e Florestas. VI. Título. VII. Série.

CDU (2.ed.)574

ApoioProjeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira – PROBIOGlobal Environment Facility – GEFBanco Mundial – BIRDConselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPqPrograma das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD/Projeto BRA/00/021

Ministério do Meio Ambiente – MMACentro de Informação e Documentação Luís Eduardo Magalhães – CID AmbientalEsplanada dos Ministérios – Bloco B – Térreo700068-900 Brasília – DFTel.: 55 61 4009.1235 Fax: 55 61 4009.1980E-mail: [email protected]

Fundação Zoobotânica do Rio Grande do SulMuseu de Ciências NaturaisRua Dr. Salvador França,1427 - bairro Jardim BotânicoCEP 90690-000 - Porto Alegre/RSTel.: 55 51 3336.3281 - E-mail: [email protected]

Page 5: Cap 1 Lagoa Casamento

5

Livros sobre a biodiversidade de regiões geográficas

específicas constituem um importante apoio para condução de

diretrizes de planejamento e conservação da diversidade biológica,

além de servirem como referencial para novas pesquisas

científicas. De igual importância, é a contribuição que podem ter

para que a sociedade forme um vínculo cultural e afetivo com a

natureza de sua própria região. Ambos, conhecimento científico e

identidade afetiva e cultural, estão entre os elementos necessários

para que se obtenha sucesso na conservação da biodiversidade,

aliada à utilização racional dos recursos naturais e à manutenção

da qualidade ambiental.

Este livro é conseqüência direta da iniciativa do Ministério do

Meio Ambiente (MMA) em suprir as lacunas de conhecimento e

estabelecer os fundamentos para o planejamento da conservação da

biodiversidade no Brasil. Estas iniciativas tomaram forma através

do Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade

Biológica Brasileira (PROBIO), coordenado pelo Ministério em

parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e

Tecnológico (CNPq), e que fomentou a execução de estudos sobre

biodiversidade em biomas brasileiros.

Em 2002, a Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul

(FZB), entre outras instituições do país, foi contemplada com

recursos de edital lançado pelo PROBIO, para realização de

inventários de biodiversidade em áreas previamente determinadas

pelo MMA como prioritárias para estudo e conservação da

diversidade biológica. O projeto – originalmente denominado

“Avaliação da biodiversidade na Lagoa do Cerro, na Lagoa do

Casamento e em seus ecossistemas associados, Zona Costeira, Rio

Grande do Sul” – foi executado a partir de 2003 pelo Museu de

Ciências Naturais (MCN) da FZB, além de bolsistas e

colaboradores de outras instituições de pesquisa.

Os resultados apresentados nas próximas páginas resultam

de um intenso trabalho de obtenção de informações sobre a

biodiversidade em duas áreas, denominadas ao longo do livro

como região dos Butiazais de Tapes e região da Lagoa do

Casamento. Ambas incluem remanescentes de hábitats naturais da

Planície Costeira do Rio Grande do Sul (banhados, lagoas,

campos de dunas, restingas e butiazais) que vêm progressivamente

diminuindo em superfície, sofrendo alterações ambientais e

perdendo biodiversidade. Paradoxalmente, apesar da proximidade

da capital do Estado e dos centros de pesquisa científica, o

conhecimento pormenorizado sobre os componentes da

biodiversidade destas duas áreas era escasso ou estava disperso em

trabalhos científicos isolados e nas coleções biológicas depositadas

nas instituições de pesquisa.

Este livro, portanto, contém os resultados originais obtidos

em campo durante a execução do projeto e é, em certo grau, uma

síntese do conhecimento existente. O texto possui estilo e forma

predominantemente técnico-científicos, necessários para a análise e

utilização críticas por pesquisadores e gestores de meio ambiente.

Porém, por meio do projeto gráfico e das imagens apresentadas,

buscou-se não apenas uma documentação visual, mas cativar tanto o

leitor técnico como o leigo. Além disso, em alguns capítulos, são

apresentadas informações genéricas sobre os organismos estudados,

com intuito de tornar a informação acessível também ao leitor não-

especializado. Na Seção I, procurou-se estabelecer o contexto geral

das áreas estudadas, abrangendo temas como a formação geológica

da planície costeira, suas as áreas de maior interesse para

conservação da biodiversidade, e algumas de suas características

socioeconômicas e culturais. Na seção II, os resultados dos

levantamentos de campo são apresentados em detalhe para cada

grupo da fauna e flora e, por fim, a Seção III apresenta uma síntese

dos resultados e recomendações para conservação e manejo da

biodiversidade da região.

A realização de um projeto como este envolve inúmeras tarefas

e dificuldades científicas, logísticas e administrativas, e não poderia

ter sido concluído sem a colaboração de um grande número de

profissionais, não somente da FZB mas de diversas outras

instituições. A todos expressamos nosso agradecimento, em particular:

Ao Ministério do Meio Ambiente e à equipe do PROBIO,

particularmente a Daniela Oliveira, Cilúlia M. R. de Freitas

Maury, Karina Gontijo, Gisele Silva, Carlos Alvarez e Danilo

Souza pela condução atenciosa e eficiente dos vários aspectos que

concorreram para o bom andamento e conclusão do projeto.

À Verena E. Nygaard, Presidente da FZB, e a Ney Gastal,

Diretor do MCN, por proporcionar a logística e infra-estrutura

durante o desenvolvimento do projeto.

Às Senhoras Nair Heller de Barros e Helena Mello Soares e

aos Senhores José Taylor, Osvaldo Gutheil, Edegardo Marques da

Rocha Velho, André Velho, Antonio Jose Velho Martins, César

Ingletto, Eduardo e Francisco Westphalen Velho, pelo apoio a este

projeto de pesquisa através da atenciosa recepção em suas

propriedades, da infra-estrutura e estadia oferecidas gentilmente.

Aos técnicos da FZB, em especial a Eduardo S. Borsato,

Cleodir Mansan, Tomaz V. Aguzzoli, Mariano C. Pairet Jr.,

George R. Cunha, Ari D. Nilson e Manoel L. Nunes pelo dedicado

apoio nas atividades de campo e de laboratório. A Juliano P.

Salomon Abi Fakredin, pela atuação na execução das tarefas

administrativas e pela colaboração em vários momentos do

projeto, inclusive nos trabalhos de campo.

À Brigada Militar e a Patrulha Ambiental (Patram),

especialmente ao Major Duarte e aos soldados Ferraz e Tonial pelo

auxílio na segurança durante as expedições de campo e nas

operações de resgate.

À Prefeitura de Palmares do Sul, em especial ao Sr. Roberto

Hirtz Dutra, vice-prefeito, e à Prefeitura de Tapes, pela cordial

recepção e pelo fornecimento de informações sobre as regiões

estudadas.

A Jacqueline Siqueira pelo apoio à coordenação durante a

primeira fase do projeto, e a Igor P. Coelho, Luciane Coletti, Thais

Michel e Flávio C. Riella pelo auxílio nos trabalhos de campo.

A Daniela Gelain (IBAMA-RS), pela orientação na emissão

das licenças de coleta.

A Eduardo Vélez Martin, ex-diretor do MCN que,

juntamente com L. de A. Moura, concebeu o projeto

originalmente submetido ao MMA.

A Adriano Becker, pela dedicação e profissionalismo no

trabalho de documentação fotográfica.

A Scan - Editoração & Produção Gráfica: Iza Teixeira,

Marco Bandeira, Carolina Citton Puccini e Fernanda Pinheiro,

pelo paciente e criterioso trabalho de concepção gráfica,

editoração, diagramação e finalização deste livro.

Porto Alegre, julho de 2006.

Fernando Gertum Becker

Ricardo Aranha Ramos

Luciano de Azevedo Moura

(Organizadores)

Page 6: Cap 1 Lagoa Casamento

6

Seção I – Regiões da Lagoa do Casamento e dos Butiazais de Tapes .............................................................................................................................. 9

1. Introdução .......................................................................................................................................................................................................................... 10Fernando G. Becker, Ricardo A. Ramos, Luciano de A. Moura

2. Planície Costeira ............................................................................................................................................................................................................... 20Jorge A. Villwock, Luiz. J. Tomazelli

3. Socioeconomia, cultura e ambiente ................................................................................................................................................................................... 34Luiza Chomenko

4. Áreas importantes de conservação na Planície Costeira do Rio Grande do Sul ............................................................................................................... 46Maria Inês Burger, Ricardo A. Ramos

Seção II – Diagnóstico ......................................................................................................................................................................................................... 59

5. Paisagem, uso e cobertura da terra .................................................................................................................................................................................... 60Ricardo A. Ramos, Arlete I. Pasqualetto, Rodrigo A. Balbueno, Eduardo da S. Pinheiro

6. Flora e vegetação ............................................................................................................................................................................................................... 84Maria de Lourdes A. A. de Oliveira, Rosana M. Senna, Márcia T. M. B. das Neves, Martina Blank, Ilsi Iob Boldrini

7. Ficoflora ........................................................................................................................................................................................................................... 112Lezilda Carvalho Torgan, Sandra Maria Alves da Silva, Vera Regina Werner, Zulanira M. Rosa, Luciana de S. Cardoso, Silvana C. Rodrigues,Cristiane B. dos Santos, Carla B. Palma, Jaqueline R. Fortuna, Mariéllen D. Martins, Aline B. Bicca, Andrea S. Weber

8. Protozooplâncton e Rotifera ............................................................................................................................................................................................ 130Luciana de Souza Cardoso

9. Macroinvertebrados bentônicos ....................................................................................................................................................................................... 144Cecilia Volkmer-Ribeiro, Rosária De Rosa-Barbosa, Demétrio L. Guadagnin, Carolina C. Mostardeiro, Ana Paula da S. Pedroso

10. Esponjas ......................................................................................................................................................................................................................... 156Cecilia Volkmer-Ribeiro, Rosária De Rosa-Barbosa, Carolina C. Mostardeiro

11. Crustáceos...................................................................................................................................................................................................................... 164Marcelo P. de Barros

Page 7: Cap 1 Lagoa Casamento

7

12. Aranhas ........................................................................................................................................................................................................................... 172

Ricardo Ott, Erica Helena Buckup, Maria Aparecida de Leão Marques

13. Insetos aquáticos .......................................................................................................... .................................................................................................. 186

Hilda Alice de Oliveira Gastal

14. Hemípteros terrestres ...................................................................................................... ............................................................................................... 198

Aline Barcellos

15. Coleópteros terrestres ..................................................................................................... ............................................................................................... 210

Luciano de Azevedo Moura

16. Cerambycidae (Coleoptera) .................................................................................................. ......................................................................................... 230

Maria Helena M. Galileo, Luciano de A. Moura, Rodrigo M. Moraes

17. Moluscos terrestres ........................................................................................................ ................................................................................................ 240

Ingrid Heydrich

18. Moluscos límnicos .......................................................................................................... ............................................................................................... 252

Sílvia Drügg-Hahn, Vera Lucia Lopes-Pitoni, Fernanda de B. Cunha, Aline P. Carvalho

19. Peixes ..................................................................................................................... ........................................................................................................ 262

Fernando G. Becker, Karin M. Grosser, Paulo C. C. Milani, Aloisio S. Braun

20. Anfíbios ................................................................................................................... ...................................................................................................... 276

Márcio Borges-Martins, Patrick Colombo, Caroline Zank, Fernando G. Becker, Maria Teresa Queiroz Melo

21. Répteis .................................................................................................................... ....................................................................................................... 292

Márcio Borges-Martins, Maria Lúcia M. Alves, Moema Leitão de Araujo, Roberto Baptista de Oliveira, Ana Carolina Anés

22. Aves ....................................................................................................................... ........................................................................................................ 316

Glayson A. Bencke, Maria I. Burger, João C. P. Dotto, Demétrio L. Guadagnin, Tatiane O. Leite, João O. Menegheti

23. Mamíferos .................................................................................................................. .................................................................................................... 356

Mariana Faria-Corrêa, Fábio S. Vilella, Márcia M. de Assis Jardim

Seção III – Síntese .............................................................................................................................................................................................................. 367

24. Biodiversidade – síntese e conservação..................................................................................... .................................................................................... 368

Fernando G. Becker, Ricardo A. Ramos, Luciano de A. Moura, Glayson A. Bencke, Maria de Lourdes A. A. de Oliveira

Lista de autores ............................................................................................................... ...................................................................................................... 386

Page 8: Cap 1 Lagoa Casamento

8

Page 9: Cap 1 Lagoa Casamento

9

Seção I

Regiões da Lagoa do Casamentoe dos Butiazais de Tapes

Regiões da Lagoa do Casamento

e dos Butiazais de Tapes,

Planície Costeira do Rio Grande do Sul

Page 10: Cap 1 Lagoa Casamento

10

Fernando GertumBecker, Ricardo Aranha

Ramos & Luciano deAzevedo Moura

1.

Introdução

Page 11: Cap 1 Lagoa Casamento

11

Introdução

O Brasil é considerado um país possuidor demegadiversidade biológica, ou seja, é um dos países com

maior variabilidade de organismos vivos de diversas origens,incluindo ecossistemas aquáticos e terrestres, complexos

ecológicos que deles fazem parte e também toda avariabilidade intra e interespecífica e de ecossistemas

(SCBD, 2005). As informações sobre a diversidadebrasileira que maior projeção e divulgação alcançam

geralmente provêm de regiões de indiscutível importânciapara conservação, como a Amazônia (possui 40% das

florestas tropicais remanescentes; Peres, 2005); a MataAtlântica e o Cerrado (hotspots mundiais de biodiversidade,

isto é, áreas de grande riqueza biológica, com altaproporção de biota endêmica e sob forte pressão de

degradação ambiental; Myers et al., 2000) e o Pantanal(maior área úmida tropical do mundo; Brandon et al., 2005).

Há, porém, uma importante parcela da biodiversidadesituada em outras regiões, como a Caatinga (Silva et al.,

2004) e as Zonas Costeira e Marinha (Brasil, 2002a), cujasespécies e habitats, em conjunto, possuem características

ecológicas únicas, diferenciadas das demais. Exemplos sãoos mosaicos de terrenos arenosos e dunas, áreas úmidas

(particularmente banhados, turfeiras e matas paludosas) elagoas, formados em função de sutis variações topográficas

da planície costeira (ver figuras do Cap. 2, neste volume).No sul do Brasil, além da extraordinária configuração

espacial de diferentes tipos de habitat e da grandeheterogeneidade de comunidades vegetais (ver Caps. 5 e 6,

neste volume), há também características de fauna como,por exemplo, a abundância de aves migratórias (ver Cap.

22, neste volume), os peixes anádromos (que passam partedo ciclo de vida em água doce e parte em águas marinhas)e os peixes-anuais (possuem um ciclo de vida curto e vivemem ambientes temporários; Costa, 2002), ou os tuco-tucos

(roedores fossoriais, do gênero Ctenomys, que vivem emgalerias subterrâneas; Freitas, 1995).

Importantes iniciativas vêm sendo realizadas noBrasil, tanto no sentido de aumentar o conhecimento sobre

a diversidade biológica em distintos biomas, quanto no deestabelecer prioridades de conservação da biodiversidade e

de sua utilização sustentável (Brasil, 2002b; Brasil, 2004).Uma destas iniciativas foi a promoção de um conjunto de

seminários para identificação de prioridades regionais,abrangendo seis biomas brasileiros - Amazônia, Cerrado,

Pantanal, Caatinga, Mata Atlântica e Campos Sulinos - alémda Zona Costeira e Marinha, a qual é constituída por

diferentes biomas (Brasil, 2004). Estes semináriosidentificaram um total de 900 áreas prioritárias para

conservação e apontaram lacunas no conhecimento dosbiomas; tais áreas foram classificadas em quatro categorias:

a) extrema importância biológica; b) muito alta importânciabiológica; c) alta importância biológica; d)

insuficientemente conhecidas, mas de provável interessebiológico. Destas, 43% estão situadas na Amazônia

Brasileira, 9% na Caatinga, 20% na Mata Atlântica eCampos Sulinos, cerca de 10% no Cerrado e Pantanal e

18% nas Zonas Costeira e Marinha (Brasil, 2004).

Nas Zonas Costeira e Marinha, 164 áreasprioritárias foram identificadas, sendo que 40 delas

situam-se em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.Entre todas as áreas apontadas na Zona Costeira, 50

tiveram como indicativo de ação prioritária a realização deinventário da diversidade biológica. Em outras palavras,

foram consideradas áreas onde o grau de conhecimentosobre a biodiversidade era insuficiente e que, portanto,

deveriam ser objeto de um levantamento de informaçõesde campo sobre as espécies e os habitats nelas

existentes (Brasil, 2002a; Brasil, 2004).

Este livro contém os resultados do trabalho deinventário biológico em quatro das áreas prioritárias da zona

costeira meridional do Brasil (tab. I), todas elas situadas noRio Grande do Sul, ao sul de Porto Alegre (fig. 1). Em função

de sua contigüidade geográfica, três destas áreas foramestudadas em conjunto, sob a denominação de “região da

Lagoa do Casamento”, enquanto que a área restante foidenominada de “região dos Butiazais de Tapes” (tab. I).

O inventário realizado nestas duas regiões tevecomo principais objetivos (a) identificar e mapear as áreas

naturais remanescentes e (b) caracterizar a riqueza e acomposição de espécies de diversos grupos biológicos nasáreas naturais remanescentes, incluindo uma avaliação daimportância para conservação. Os dados foram obtidos de

forma a poder integrar informações sobre a biota e seushabitats, uma vez que habitats e sua distribuição na

paisagem são parte do que se entende por biodiversidade(Dias, 2001) e são essenciais para a concepção de

estratégias de manejo e conservação, não apenas porserem indissociáveis da biota, mas também porque

constituem características ecossistêmicas estruturais efuncionais. Estas, são consideradas como bens ou serviços

ambientais, ou seja, trazem benefícios que contribuemdiretamente para o bem-estar humano (Bensusan, 2002;

Costanza et al., 1997). Como exemplos de serviçosambientais, pode-se mencionar o papel de áreas úmidasna regulação de fluxos e estoques naturais de água, que

servem para irrigação e abastecimento; sua função naatenuação de flutuações ambientais, garantindo a

prevenção de processos erosivos; ou até mesmo asoportunidades recreativas, sob a forma de turismo ou

pesca recreativa, entre outras (para mais detalhes, verCostanza et al., 1997).

Neste capítulo introdutório, apresenta-se uma brevecaracterização das regiões estudadas e do procedimento

metodológico geral empregado no inventário de diversidadebiológica. Informações mais aprofundadas sobre a

formação geológica e características geomorfológicas,paisagem atual, unidades de conservação e interface entre

socioeconomia e ambiente, podem ser encontradas noscapítulos iniciais (Seção I). Os capítulos posteriores (Seção

II) contêm os resultados do inventário biológicopropriamente dito, tratando cada grupo de organismosseparadamente. Por fim, é apresentado um capítulo de

síntese, onde é realizado um balanço dos principaisresultados, perspectivas e recomendações levantadas ao

longo dos capítulos anteriores.

Região de estudo Áreas prioritárias Classe de prioridade Ação indicada

Lagoa do Casamento Lagoa do Casamento (113) Insuficientemente conhecida Inventário e unidade de

conservação de uso direto

Lagoa dos Gateados (114) Extrema importância biológica Unidade de conservaçãode uso direto

Banhado da Fazenda Alta importância biológica Recuperação e manejo

Cavalhada (112)Butiazais de Tapes Lagoa do Cerro (115) Extrema importância biológica Inventário, manejo e unidade

de conservação de uso direto

Tabela I.Regiões abrangidas no presente estudo e sua respectiva classificação, conforme relacionada no relatório “Avaliação eAções Prioritárias para Conservação da Biodiversidade das Zonas Costeira e Marinha” (Brasil, 2002a). Os númerosentre parênteses correspondem àqueles utilizados em Brasil (2002a) para identificar as áreas prioritárias em todo país.

Page 12: Cap 1 Lagoa Casamento

12

Figura 1.Localização geográfica das regiões da Lagoa do Casamento e dos Butiazaisde Tapes (Planície Costeira do Rio Grande do Sul).

Page 13: Cap 1 Lagoa Casamento

13

As regiões estudadas

As regiões dos Butiazais de Tapes e da Lagoa do Casamento

situam-se na Planície Costeira do Rio Grande do Sul, uma província

fisiográfica com cerca de 620km de extensão e que, em certos

pontos, chega a aproximadamente 100km de largura (Tomazelli etal., 2000). Os eventos mais recentes de evolução paleogeográfica

desta região, representados por sucessivas transgressões e

regressões marinhas, ocorreram entre 400 mil e cinco mil anos

atrás, de modo que a maior parte da província situa-se sobre

substrato sedimentar (ver Capítulo 2, neste volume).

O processo de formação da Planície Costeira está relacionado

com uma importante peculiaridade: a seqüência de ambientes no

sentido da costa oceânica para o interior, que inclui complexos

mosaicos de dunas, banhados, campos, matas, além de um sistema

de lagoas costeiras, que inclui inúmeros corpos d’água de diferentes

tamanhos, desde a Laguna dos Patos (cerca de 10.000km2

) até

pequenas lagoas com menos de 1ha.

A Planície Costeira é uma região de clima subtropical úmido

(tipo Cfa, segundo o sistema de Köppen; Moreno, 1961 apudWaechter, 1985). A precipitação pluviométrica anual fica entre 1.000

e 1.500mm e a temperatura média varia entre 16 e 20°C, ficando a

média do mês mais quente entre 22 e 26°C, e a do mês mais frio,

entre 10 e 15°C (Nimer, 1977). Os ventos são característicos da

região, possuindo direções predominantes relativamente constantes.

Sopram principalmente de NE ao longo de todo ano, mas em

especial na primavera e verão, ao passo que no outono e inverno

cresce a incidência dos ventos de O-SO. É comum encontrar na

região árvores de aspecto anemomórfico, isto é, com a copa

deformada, acompanhando o sentido predominante dos ventos

(Waechter, 1985).

Sob perspectiva biogeográfica, a planície costeira pertence

a duas províncias distintas, a Atlântica e a Pampeana (Cabrera &

Willink, 1973; Morrone, 2001). A província Atlântica possui

vegetação florestal de características predominantemente tropicais,

estendendo-se essencialmente pelo litoral norte do Estado,

enquanto que a província Pampeana, no litoral centro-sul, é

dominada por vegetação campestre, de caráter subtropical

(Cabrera & Willink, 1973; Waechter, 1985). Entretanto, dada a

sua história geológica recente, a maior parte da fauna e a flora da

Planície Costeira do RS não foi originada em processos de

especiação local e, portanto, provém de regiões mais antigas

(Rambo, 1950, 1954, 1961; Waechter, 1985). Além dos elementos

dominantes, originários das províncias Atlântica e Pampeana,

pode-se encontrar componentes patagônicos, andinos, chaquenhos

e holárticos (Rambo, 1954; Reitz, 1961; Waechter, 1985;

Morrone, 2001). Por esta razão, a biota da planície costeira

apresenta baixo número de endemismos quando comparada a

outras regiões. Pode-se dizer que uma de suas principais

peculiaridades regionais é justamente a presença de elementos

florísticos e faunísticos originados em diferentes províncias

biogeográficas (Guadagnin & Leydner, 1999), em contraste com

outras regiões, onde o destaque é dado pelo elevado índice de

formas endêmicas.

No período anterior à colonização européia, a planície

costeira era ocupada por populações Chana e Tupi-Guarani, que

utilizavam peixes, moluscos e camarões (Vieira & Rangel, 1988).

A colonização iniciou-se no século XVII, com portugueses e

espanhóis, mas expandiu-se por toda zona costeira somente após a

imigração açoriana, no século XVIII. Desde este período, as

principais atividades econômicas nas regiões estudadas são a

agricultura (especialmente arroz), a pecuária e a pesca (Vieira &

Rangel, 1988), sendo que mais recentemente, extensas áreas vêm

sendo convertidas em plantações de Pinus e Eucalyptus (Asmus &

Tagliani, 1998).

Região da Lagoa do Casamento. Situada na península de

Mostardas, limite leste da Laguna dos Patos (fig. 1), abrange

porções dos Municípios de Palmares do Sul, Capivari do Sul,

Mostardas e Viamão. Caracteriza-se por apresentar uma paisagem

dominada por grandes lagoas (lagoa Capivari, Lagoa do

Casamento e lagoa dos Gateados) e terrenos relativamente planos,

mas cujas pequenas variações topográficas determinam a

existência de um mosaico de habitats: dunas de areia, campos

arenosos e campos úmidos, matas brejosas ou sobre dunas e áreas

úmidas (banhados) de diversos tipos (fig. 2). Este mosaico, que

originalmente cobria toda a região, hoje se encontra em grande

parte substituído por extensas áreas homogêneas de cultivos

agrícolas, especialmente arroz, sendo que os campos naturais são

manejados para uso pela pecuária.

Devido à baixa altitude e relativa uniformidade do terreno,

as condições naturais dos habitats, da fauna e da flora, são

bastante influenciadas pelas diferenças sazonais de temperatura e,

especialmente, pela dinâmica natural de inundação determinada

pelas variações de nível da Laguna dos Patos que estão associadas

aos ventos fortes, característicos de toda região costeira do Rio

Grande do Sul. Embora exista uma tendência de que períodos

mais úmidos ocorram no inverno e menos úmidos no verão,

inversões destas condições podem ocorrer mesmo no espaço de

poucos dias, determinando acentuada mudança nos ambientes em

qualquer época do ano (ver fig. 1 do Cap. 5, neste volume).

Região dos Butiazais de Tapes. Situa-se a oeste da Laguna

dos Patos (fig. 1) e inclui parte dos Municípios de Barra do

Ribeiro e Tapes. Ao norte e ao sul desta região encontram-se

extensas áreas de florestas plantadas de Pinus e Eucalyptus.

Diferentemente da região da Lagoa do Casamento, apresenta perfil

de topografia mais heterogêneo devido à presença da Coxilha das

Lombas. Nesta região, pode-se visualizar um gradiente no sentido

leste-oeste, a partir da costa da Laguna dos Patos até o arroio

Araçá, desde uma faixa de praia lagunar com dunas de areia,

campos arenosos e banhados até o sopé da Coxilha das Lombas,

onde a mata domina na encosta, passando gradualmente a compor

um mosaico com extensas manchas de butiazais, campos, baixadas

úmidas e cultivos (fig. 3). Na porção sul desta faixa de planície

lagunar, ocorrem grandes áreas de cultivo de arroz, além de

campos e faixas de mata arenosa de restinga, que circundam as

lagoas do Cerro, Comprida e Suja. Entre a encosta oeste da

Coxilha das Lombas e a estreita faixa de mata ripária do arroio

Araçá, a mata e os butiazais são substituídos, praticamente em sua

totalidade, por cultivos agrícolas e pastagens.

Método geral do inventário

O termo “região” é aqui empregado sensu lato, isto é, de

forma não comprometida com o debate conceitual existente em

Geografia (Bezzi, 2004). Além disso, os nomes utilizados para

designar as duas regiões estudadas não correspondem a

denominações consagradas em mapas oficiais. Note-se que nestes,

o termo “Lagoa do Casamento” é utilizado especificamente para

referir-se àquela lagoa e não a toda área circunvizinha e seus

ecossistemas associados, enquanto o termo “Butiazais de Tapes”

não aparece. Assim, as denominações “região da Lagoa do

Casamento” e “região dos Butiazais de Tapes” foram criadas no

âmbito específico deste estudo com objetivo de facilitar a

referência às áreas de interesse ao longo do texto, incluindo

diversos tipos de ecossistemas e utilizando uma delimitação

geográfica arbitrária.

O trabalho de inventário seguiu o método geral utilizado em

avaliações biológicas rápidas (Sobrevila & Bath, 1992). Avaliações

Ecológicas Rápidas (AER) envolvem procedimentos para obtenção

e aplicação de informação biológica, integrando diversos níveis de

informação, desde imagens de satélite e sobrevôos até

amostragens de campo específicas para determinados tipos de

organismos.

A primeira etapa do trabalho de inventário consistiu de uma

análise prévia de imagens de satélite e da realização de sobrevôos,

incluindo documentação fotográfica sobre as duas regiões de

estudo. O objetivo desta etapa foi identificar as principais áreas

naturais remanescentes, determinando os tipos de habitat mais

representativos existentes, sua quantidade relativa e sua

distribuição espacial. A partir desta análise preliminar, foram

determinadas subáreas prioritárias para realização das amostragens

de fauna e flora, buscando obter abrangência espacial e

representatividade dos principais tipos de habitat de cada região.

Note-se que a delimitação de subáreas teve por mero objetivo a

orientação e otimização do esforço de campo das diferentes

equipes que realizaram o inventário, não havendo qualquer

implicação em termos de identidade ou independência de cada

subárea em relação às demais.

Os locais prioritários de amostragem foram estabelecidos

após reconhecimento de campo onde, verificou-se in loco se as

subáreas de fato apresentavam condições ecológicas relativamente

íntegras e representativas dos habitats de cada região. Além disso,

foram mapeados os principais acessos por terra ou água e os locais

possíveis para estabelecimento das bases de campo e pernoite.

Como resultado da primeira etapa foram definidas subáreas de

amostragem em cada uma das duas regiões estudadas (figs. 4 e 5).

Page 14: Cap 1 Lagoa Casamento

14

A segunda etapa do inventário consistiu na obtenção de

dados de campo sobre diferentes tipos de organismo, tendo sido a

amostragem concentrada nas subáreas pré-determinadas na

primeira etapa. Conforme as particularidades de cada grupo da

fauna ou flora foram realizadas amostragens complementares em

locais fora das subáreas. A maioria dos grupos de organismo foi

amostrada em duas campanhas de campo em cada região e, na

medida do possível, em cada subárea (as exceções são descritas

nos capítulos específicos sobre cada grupo de organismo). As

amostragens foram georreferenciadas e realizadas com esforço

mensurado (por exemplo, por tempo de procura, distância

percorrida ou número de armadilhas/hora), respeitando as

particularidades de cada tipo de organismo e tipo de habitat. Além

destas amostragens, dados complementares sobre ocorrência de

espécies foram obtidos por meio de amostragens expeditas.

As amostras de fauna e flora foram realizadas em habitatsterrestres e aquáticos, incluindo 18 diferentes grupos de

organismos: algas, plantas vasculares, protozooplâncton, rotíferos,

macroinvertebrados bentônicos, esponjas de água doce,

macrocrustáceos, insetos aquáticos, moluscos aquáticos,

moluscos terrestres, aranhas, coleópteros, hemípteros, peixes,

anfíbios, répteis, aves e mamíferos. Sempre que possível,

espécimes-testemunho foram coletados e incorporados às

coleções zoológicas e no herbário do Museu de Ciências da

Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (os métodos

específicos utilizados para cada grupo da fauna e flora são

descritos nos respectivos capítulos). Adicionalmente, foi realizado

um mapeamento de uso e cobertura da terra e elaborada uma

classificação de unidades de paisagem com base em imagens de

satélite e fotografias aéreas (Cap. 5, neste volume).

Após a obtenção dos dados de campo, foi realizada uma

caracterização de cada grupo de organismos, destacando número

e composição de espécies, estado de conservação (espécies

ameaçadas), espécies de distribuição restrita e expansões de

distribuição geográfica, novidades para ciência (espécies novas ou

potencialmente novas) e interesse especial (exóticas, invasoras,

agricultura, fármaco-toxicológico, econômico, entre outros).

Adicionalmente, procurou-se fazer comparações com a

informação existente sobre cada grupo em outras áreas,

particularmente sobre aquelas situadas em unidades de

conservação ou constituídas por habitats similares aos aqui

estudados.

Na síntese final, procurou-se estabelecer um diagnóstico

geral da biodiversidade, considerando todo o conjunto de táxons

amostrados e tipos de habitat, destacando os principais fatores de

pressão ambiental e discutindo, ainda que de forma não exaustiva ou

definitiva, as estratégias potenciais e ações de conservação.

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Page 15: Cap 1 Lagoa Casamento

15

Figura 2.Paisagens e habitats da região daLagoa do Casamento, PlanícieCosteira do Rio Grande do Sul. (a)Margem norte da Lagoa doCasamento; (b) palharal na lagoa doCapivari; (c-e) banhados na porçãonorte da lagoa dos Gateados eSangradouro; (f-h) matas de restinga,campos arenosos e depressõesúmidas no Pontal do Anastácio; (i,j)mosaico de ambientes na Ilha Grande;(k) em primeiro plano, áreadenominada Buraco Quente, no Pontaldo Anastácio; (l) juncal na margem daLagoa do Casamento. Fotos: AdrianoBecker (h); F. G. Becker (a, b, d, i); R.A. Ramos (c, e, f, g, j, k).

a b c

d e f

g h i

j k l

Page 16: Cap 1 Lagoa Casamento

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Figura 3.Paisagens e habitats da região dosButiazais de Tapes, Planície Costeirado Rio Grande do Sul. (a) Vistapanorâmica mostrando gradientedesde a Laguna dos Patos e dunasadjacentes (ao fundo), Açude Sete ebanhados associados, até ospalmares de Butia capitata e asmatas sobre a Coxilha das Lombas;(b) vista alternativa mostrando aofundo, a lagoa das Capivaras natransição entre a Coxilha dasLombas e as dunas; (c, f) matas,palmares de butiá, banhados e áreasagrícolas sobre a Coxilha dasLombas; (g) Coxilha das Lombas,mostrando a lagoa do Cerro e (h)cordões de mata de restingaadjacentes; (i) campos de dunas; (j)mata de restinga; (k, l) dunas,banhado e mata na área entre aLaguna dos Patos e a Coxilha dasLombas. Fotos: Adriano Becker (e, f,h-l); R. A. Ramos (a-d, g).

a b c

d e f

g h i

j k l

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Figura 4.Localização das subáreas escolhidaspara concentrar as amostragens decampo do inventário de fauna e flora daregião da Lagoa do Casamento,Planície Costeira do Rio Grande do Sul.

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Figura 5.Localização das subáreas escolhidaspara concentrar as amostragens decampo na execução do inventário defauna e flora da região dos Butiazaisde Tapes, Planície Costeira do RioGrande do Sul.

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