cap. 01 conceito, fontes e princÍpios do direito ...s3-sa-east-1.amazonaws.com/. 0… · direito...

48
DIREITO ADMINISTRATIVO Super Apostila Nota11 Cap. 01 – CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO. Prof. Gustavo Knoplock

Upload: letuyen

Post on 28-Jul-2018

219 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Cap. 01 CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO ...s3-sa-east-1.amazonaws.com/. 0… · DIREITO ADMINISTRATIVO Super Apostila Nota11 Cap. 01 – CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO

DIREITO ADMINISTRATIVO

Super Apostila Nota11

Cap. 01 – CONCEITO,

FONTES E PRINCÍPIOS DO

DIREITO

ADMINISTRATIVO.

Prof. Gustavo Knoplock

Page 2: Cap. 01 CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO ...s3-sa-east-1.amazonaws.com/. 0… · DIREITO ADMINISTRATIVO Super Apostila Nota11 Cap. 01 – CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO

Prof. Gustavo Knoplock

www.nota11.com.br 2

Sumário

1. Introdução e objetivos dessa apostila. ............................................. 2

2. Conceito e fontes do Direito Administrativo. ..................................... 3

2.1 Conceito do Direito Administrativo. .................................................. 3

2.2 Fontes do Direito Administrativo. .................................................... 7

3. Sistema Inglês x Francês de Jurisdição. ........................................... 9

4. Administração Pública – sentidos .................................................... 11

4.1 Sentidos subjetivo e objetivo ......................................................... 11

4.2 Sentidos amplo e estrito ............................................................... 11

5. Princípios da Administração Pública ................................................ 13

6. Administração Pública – Princípios Constitucionais expressos ............. 15

7. Administração Pública – Princípios Constitucionais implícitos .............. 24

8. Regime Jurídico-Administrativo. ..................................................... 37

9. DICA DE OURO. ........................................................................... 39

10. Principais pontos a serem fixados ................................................... 39

11. Lista das questões que resolvemos. ................................................ 43

1. Introdução e objetivos dessa apostila

Esse material vai tratar do Conceito, Noções Introdutórias e Princípios da

Administração Pública, assunto regularmente cobrado nos principais

concursos públicos.

Mas, antes disso, quero bater um papo inicial com você para apresentar o

objetivo desse material.

O Direito Administrativo é conhecido por ser o ramo não codificado do

Direito; isso quer dizer que, enquanto o Direito Civil e o Direito Penal, por

exemplo, podem ser condensados no Código Civil e no Código Penal,

respectivamente, e o Direito Constitucional está amparado no texto da

Constituição Federal, o Direito Administrativo não possui um “Código de

Direito Administrativo”.

O estudo do Direito Administrativo exige a leitura de inúmeras leis

esparsas, além de depender muito de entendimentos doutrinários (muitas

das vezes conflitantes) e da jurisprudência do STF e do STJ.

Page 3: Cap. 01 CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO ...s3-sa-east-1.amazonaws.com/. 0… · DIREITO ADMINISTRATIVO Super Apostila Nota11 Cap. 01 – CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO

Prof. Gustavo Knoplock

www.nota11.com.br 3

Resultado disso é a quantidade infinita de livros e matérias sobre Direito

Administrativo que, a pretexto de procurar esmiuçar cada assunto específico

da matéria, acabam por cansar e confundir os alunos que se preparam para

concursos públicos, levando-os ao desespero!!!

Nesse material, quero aplicar a experiência que adquiri ao longo de quase

duas décadas em sala de aula, como professor, e como autor de livros

dedicados ao Direito Administrativo, para trazer um novo conceito no

estudo da matéria.

Minha intenção é criar algo que aumente o resultado do seu estudo, ou

seja, consiga ser ao mesmo tempo COMPLETO, CLARO, SUCINTO, PRECISO

e EXTREMAMENTE OBJETIVO, com o objetivo de maximizar a absorção do

conhecimento e evitar que você precise gastar tempo fazendo resumos e

revisões dispendiosas.

Ou seja, queremos que ele seja o grande apoio para a proposta do Nota11

de lhe deixar pronto para GABARITAR a prova em um tempo até 10X

mais rápido que os materiais e métodos tradicionais do mercado.

Vários tópicos dessa apostila foram retirados e/ou baseados no meu livro

Manual de Direito Administrativo – Editora Método – Grupo GEN, que

aborda detalhadamente cada tema do estudo do Direito Administrativo.

Minha intenção com o presente material, no entanto, é outra: ser mais

DIRETO e OBJETIVO, sem perder CONTEÚDO.

Mais do que um objetivo, isso é um verdadeiro DESAFIO, que agora vamos

passar a encarar juntos... Vamos lá?!!!

P.S. – Tenha atenção aos grifos. O que está negritado sempre será algo

importante!

2. Conceito e fontes do Direito Administrativo

2.1. Conceito do Direito Administrativo

Nível de concurso: Todos!

Os doutrinadores pátrios divergem quanto ao conceito do Direito

Administrativo. Para o nosso objetivo, é importante termos em mente os

seguintes elementos essenciais:

Page 4: Cap. 01 CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO ...s3-sa-east-1.amazonaws.com/. 0… · DIREITO ADMINISTRATIVO Super Apostila Nota11 Cap. 01 – CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO

Prof. Gustavo Knoplock

www.nota11.com.br 4

Ramo do direito público;

Que estuda o conjunto de princípios e normas que regulam o

exercício da função administrativa (do Estado).

O direito é dividido em dois grandes ramos: Direito Público e Direito

Privado.

O ramo do direito privado é aquele que se preocupa em estudar as

relações existentes entre pessoas que se encontram niveladas em direitos e

obrigações; o direito privado é o “direito dos iguais”.

Quando uma pessoa contrata outra para lhe dar aulas particulares, por

exemplo, ambos (aluno e professor) têm os mesmos direitos. Assim, caso o

aluno não pague, o professor não estará obrigado a dar mais aulas, da

mesma maneira que, se o professor não der aulas, o aluno não é obrigado a

lhe pagar.

O direito civil e o direito empresarial são ramos do direito privado.

O ramo do direito público, ao contrário, é caracterizado pela desigualdade

entre as partes. Quando o Poder Público determina a desapropriação do

imóvel de um particular, por exemplo, o particular tem direito a receber o

valor justo pelo imóvel, mas não tem o direito de alegar não ter interesse

em desocupar o imóvel.

Nesse caso, o Poder Público irá se sobrepor ao particular, uma vez que o

Poder Público representa a coletividade, que tem interesse na

desapropriação do imóvel particular para a construção de um hospital

público, por exemplo.

Nesse sentido é que dizemos, portanto, que o direito administrativo é

ramo do direito público, uma vez que trata da estruturação da

Administração, que pode se sobrepor aos interesses dos particulares.

A definição de direito administrativo varia de autor para autor, não havendo

consenso sobre uma única definição.

Além disso, houve uma evolução sobre a melhor definição a adotar, com o

passar dos tempos, até chegarmos aos dias atuais, dependo dos critérios

adotados em cada época.

Os principais critérios utilizados foram os seguintes:

Critério das relações jurídicas:

Procurou definir o Direito Administrativo como o ramo do direito que trata

das relações entre o Poder Público e os administrados. É insatisfatório uma

Page 5: Cap. 01 CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO ...s3-sa-east-1.amazonaws.com/. 0… · DIREITO ADMINISTRATIVO Super Apostila Nota11 Cap. 01 – CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO

Prof. Gustavo Knoplock

www.nota11.com.br 5

vez que todos os outros ramos de direito público, como o Direito

Constitucional e o Direito Tributário, tratam de relações entre o Estado e o

particular.

Critério da distinção entre atividade jurídica e social do Estado:

Procurou definir o Direito Administrativo distinguindo dois sentidos diversos

para a Administração Pública, quais sejam, os sentidos objetivo e subjetivo.

Em sentido subjetivo, estaremos analisando os sujeitos que compõem a

Administração, que exercem as atividades, que são os órgãos públicos.

Em sentido objetivo, estaremos analisando o objeto, a matéria, a atividade

exercida pela Administração, que é a atividade jurídica não contenciosa

(significando dizer que a Administração pode aplicar o direito, mas não pode

julgar questões em caráter definitivo; assim, a Administração pode aplicar

um auto de infração e pode mesmo julgar um recurso administrativo contra

essa autuação, mas esse julgamento não é definitivo, uma vez que apenas

o Poder Judiciário pode julgar ações em caráter definitivo).

É o conceito adotado por José Cretella Júnior, segundo o qual o Direito

Administrativo é o “ramo do direito público interno que regula a atividade

jurídica não contenciosa do Estado e a constituição dos órgãos e meios de

sua ação em geral”.

Critério teleológico:

O termo “teleológico” retrata um adjetivo que serve para relacionar um fato

à sua causa; em sentido jurídico, a interpretação teleológica de uma lei é a

forma de interpretar a lei buscando-se compreender a finalidade para a qual

aquela lei foi editada.

Nesse sentido, portanto, o Direito Administrativo seria o ramo do direito que

se preocupa em regular as atividades do Poder Público voltadas para atingir

seu fim de interesse público.

O problema é que o direito constitucional, o tributário, e outros, além do

direito administrativo, também se preocupam com o fim de interesse

público.

Critério negativo:

O critério negativo, ou residual, foi apenas uma evolução do critério

teleológico a fim de deixar claro que o Direito Administrativo serviria para

Page 6: Cap. 01 CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO ...s3-sa-east-1.amazonaws.com/. 0… · DIREITO ADMINISTRATIVO Super Apostila Nota11 Cap. 01 – CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO

Prof. Gustavo Knoplock

www.nota11.com.br 6

estudar as atividades do Poder Público voltadas para atingir seu fim de

interesse público, excluindo-se as funções legislativa e judicial.

Critério da hierarquia entre os órgãos:

Esse critério procurou separar os campos de estudo das disciplinas de

Direito Administrativo e Direito Constitucional, seguindo o entendimento de

que os órgãos hierarquicamente superiores, aqueles de primeiro escalão,

deveriam ser estudados pelo ramo do Direito Constitucional, cabendo ao

Direito Administrativo estudar apenas os órgãos de menor nível hierárquico,

aqueles incumbidos apenas de funções de execução.

Sabemos que esse entendimento atualmente não mais se sustenta, uma

vez os órgãos de mais altos níveis hierárquicos (tais como o STF e o

Congresso Nacional) são estudados pelo Direito Administrativo no que se

refere às suas funções puramente administrativas (uma vez que as funções

judicial e legislativa são de fato objeto de estudo do Direito Constitucional).

Critério do Poder Executivo:

Esse critério, que procurou restringir o Direito Administrativo à atuação do

Poder Executivo, é claramente insatisfatório uma vez que não é só o Poder

Executivo que exerce funções administrativas.

Assim, por exemplo, os atos relativos à vida funcional dos servidores dos

Poderes Legislativo e Judiciário, da mesma forma que os do Poder

Executivo, serão objeto do Direito Administrativo.

Critério da Administração Pública:

Esse critério, de certa forma mais simples e lógico que os anteriores, é o

atualmente adotado pela maior parte da doutrina, segundo o qual o Direito

Administrativo é o conjunto de princípios que regem a atuação da

Administração Pública.

Veja como isso está sendo cobrado

1 (IBFC/TÉCNICO - MPE-SP) Conceituando o Direito Administrativo,

como sendo o conjunto de princípios que disciplinam a atividade jurídica

não contenciosa do Estado e a constituição dos órgãos e meios de sua

atuação, está se adotando o critério:

a) Do órgão.

Page 7: Cap. 01 CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO ...s3-sa-east-1.amazonaws.com/. 0… · DIREITO ADMINISTRATIVO Super Apostila Nota11 Cap. 01 – CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO

Prof. Gustavo Knoplock

www.nota11.com.br 7

b) Das relações sociais do Estado.

c) Da Administração Pública.

d) Da atividade social.

e) Da distinção entre atividade jurídica e social do Estado.

Comentário:

Como a definição citou a atividade do Estado e os seus órgãos, foi baseada

no critério que faz a distinção entre a atividade jurídica e a social do Estado

(letra E).

2 (IBFC/DIREITO - SEPLAG-MG) “Direito Administrativo é o sistema de

princípios jurídicos que regulam a atividade do Estado para o cumprimento

de seus fins.” O conceito citado no enunciado adotou o critério:

a) Da Escola do Serviço Público.

b) Das Relações Jurídicas.

c) Do Poder Executivo.

d) Teleológico.

Comentário:

O critério que busca o cumprimento dos fins do Estado é o critério

teleológico, preocupado em avaliar a finalidade da atuação estatal.

Gabarito letra D.

2.2. Fontes do Direito Administrativo

Nível de concurso: Todos!

Costuma-se dizer que o Direito Administrativo é o ramo do Direito que não

é codificado. O Direito Civil é baseado no Código Civil, o Direito Penal no

Código Penal e assim por diante; o próprio Direito Constitucional é baseado

na Constituição Federal.

Não há um Código de Direito Administrativo, e assim, as suas normas

encontram-se espalhadas em diversas leis específicas, como licitações e

contratos, processo administrativo, estatutos, etc. Não é difícil encontrar

temas de Direito Administrativo que não se encontram em lei alguma, e

Page 8: Cap. 01 CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO ...s3-sa-east-1.amazonaws.com/. 0… · DIREITO ADMINISTRATIVO Super Apostila Nota11 Cap. 01 – CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO

Prof. Gustavo Knoplock

www.nota11.com.br 8

ainda, leis que dispõem coisas totalmente impróprias, que são criticadas

com veemência pela doutrina.

Assim, as FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO são:

LEI

DOUTRINA

JURISPRUDÊNCIA

COSTUMES

Devemos entender a palavra LEI em sentido amplo, abrangendo desde a

Constituição Federal até as leis complementares e ordinárias e demais

normas.

Além disso, o Direito Administrativo se baseia na DOUTRINA, que é o

entendimento abalizado dos doutos na matéria, tais como os mestres Hely

Lopes Meirelles, Celso Antônio Bandeira de Mello, Maria Sylvia Zanella Di

Pietro e Carvalhinho.

A JURISPRUDÊNCIA é o conjunto de decisões judiciais reiteradas de um

Tribunal a respeito de determinada matéria.

Cada Tribunal possui sua própria jurisprudência, mas, para fins de concurso

público, é importante conhecer os casos mais importantes da jurisprudência

do STF e do STJ.

A jurisprudência do STF não vincula, ou seja, não obriga que os demais

Tribunais e juízes inferiores julguem diferente, uma vez que não há

hierarquia na função judicial. Assim, por exemplo, ainda que haja

jurisprudência do STF no sentido de que a cor dos uniformes é “verde”, um

juízo inferior pode entender que a cor é “azul”.

As exceções se resumem às hipóteses de súmulas vinculantes e às

matérias de repercussão geral.

CUIDADO!!!

As SÚMULAS DO STF são decisões do STF que não vinculam, não

obrigam os demais juízos.

As SÚMULAS VINCULANTES DO STF são decisões do STF que vinculam,

obrigam os demais juízos, que não poderão julgar de forma diferente.

Page 9: Cap. 01 CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO ...s3-sa-east-1.amazonaws.com/. 0… · DIREITO ADMINISTRATIVO Super Apostila Nota11 Cap. 01 – CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO

Prof. Gustavo Knoplock

www.nota11.com.br 9

Assim, se houver súmula vinculante dizendo que a cor é verde, nenhum juiz

poderá decidir por outra cor.

No caso da repercussão geral, o STF primeiro tem que decidir se a

“questão a respeito da cor dos uniformes” é ou não relevante. Se entender

que sim, irá declarar que aquele tema tem repercussão geral e, ao decidir

que a cor é verde, comunicará a todos os demais juízos.

A partir daí, após cada julgamento em que o juiz decidir igual ao STF

(verde), não caberá mais recurso daquela decisão. Se o juiz decidir que a

cor é azul, aí sim caberia recurso podendo-se chegar ao STF.

Esses institutos, aqui tratados de forma rápida, por se referir à função

judicial (e não administrativa) do Estado, devem ser estudados em Direito

Constitucional.

Como dito anteriormente, é comum haver uma lei dizendo uma coisa X

enquanto a doutrina defende a coisa Y. E na prova, você responde X ou Y?

Bom, o ideal é que essas contradições não fossem cobradas em prova, mas

são!

A melhor saída é responder X, ou seja, é melhor responder o que está

previsto na LEI, que é a fonte primária do Direito Administrativo, até

porque, se não for esse o gabarito, é muito fácil apresentar recurso

fundamentado na lei.

Só devemos responder de acordo com a doutrina ou jurisprudência se a

questão exigir isso, da seguinte maneira: “De acordo com a doutrina

majoritária, podemos afirmar que...” ou então “Conforme a jurisprudência

do STF, assinale a alternativa correta”.

Além de tudo que foi dito, o COSTUME, ou seja, a praxe administrativa,

ainda é muito respeitada e observada pela Administração (embora cada dia

menos).

3. Sistema Inglês x Francês de Jurisdição

Nível de concurso: Principais concursos!

No Brasil, seguimos o sistema inglês, onde a jurisdição é una, haja vista

que cabe ao Poder Judiciário dar a última palavra às questões nas quais a

administração é parte, lembremo-nos do art. 5º, XXXV: a lei não excluirá da

apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.

Alguns países adotam o sistema francês, ou sistema do contencioso

administrativo, pelo qual as matérias administrativas não são levadas ao

Page 10: Cap. 01 CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO ...s3-sa-east-1.amazonaws.com/. 0… · DIREITO ADMINISTRATIVO Super Apostila Nota11 Cap. 01 – CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO

Prof. Gustavo Knoplock

www.nota11.com.br 10

Judiciário. Elas são decididas, de forma definitiva, pela própria

Administração, por meio de seus conselhos e tribunais administrativos, sem

possibilidade de recurso ao Judiciário.

O “contencioso administrativo” é, portanto, uma decisão administrativa

definitiva e irreformável, não admitida em nosso sistema por impedir o

acesso ao Judiciário, ou seja, por ferir o princípio da inafastabilidade do

controle judicial.

Ou seja:

SISTEMA DO CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO:

Matéria administrativa → Administração Pública

Demais matérias → Poder Judiciário

SISTEMA DE JURISDIÇÃO UNA (BRASIL):

Matéria administrativa

Poder Judiciário

Demais matérias

Quadro esquemático retirado do livro Manual de Direito Administrativo –

Grupo GEN – Prof. Gustavo Mello Knoplock

Veja como está fácil…

3 (ESAF/ANALISTA TÉCNICO - SUSEP) O sistema adotado, no

ordenamento jurídico brasileiro, de controle judicial de legalidade, dos atos

da Administração Pública, é

a) o da chamada jurisdição única.

b) o do chamado contencioso administrativo.

c) o de que os atos de gestão estão excluídos da apreciação judicial.

d) o do necessário exaurimento das instâncias administrativas, para o

exercício do controle jurisdicional.

Page 11: Cap. 01 CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO ...s3-sa-east-1.amazonaws.com/. 0… · DIREITO ADMINISTRATIVO Super Apostila Nota11 Cap. 01 – CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO

Prof. Gustavo Knoplock

www.nota11.com.br 11

e) o da justiça administrativa, excludente da judicial.

Comentário

O Brasil não adota o sistema do contencioso administrativo (sistema

francês), mas sim o sistema de jurisdição única, ou una (sistema inglês),

uma vez que as decisões administrativas são passíveis de alteração pelo

Poder Judiciário. Gabarito: letra A

4. Administração Pública - sentidos

4.1. Sentidos subjetivo e objetivo

Nível de concurso: Todos!

Subjetivo, formal ou orgânico – como o próprio nome sugere, tem como ponto de partida o conjunto de sujeitos (agentes, órgãos e entidades) responsáveis pela execução da função administrativa do

Estado;

Objetivo, material ou funcional – este leva em conta o objeto da

Administração (as próprias funções, atividades) da Administração

Pública. Melhor dizendo, trata-se do conjunto de atividades da

Administração para chegar aos seus fins. Enquadram-se nestas

atividades de fomento, polícia administrativa, serviço público e

intervenção administrativa.

SENTIDOS:

SUBJETIVO, FORMAL, ORGÂNICO:

Agentes, órgãos e entidades

OBJETIVO, MATERIAL, FUNCIONAL:

Funções, atividades administrativas

4.2. Sentidos amplo e estrito

Nível de concurso: Todos!

Estrito – engloba apenas os órgãos puramente administrativos, incumbidos de realizar as atividades administrativas em sentido

estrito, tais como a prestação de serviços públicos;

Page 12: Cap. 01 CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO ...s3-sa-east-1.amazonaws.com/. 0… · DIREITO ADMINISTRATIVO Super Apostila Nota11 Cap. 01 – CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO

Prof. Gustavo Knoplock

www.nota11.com.br 12

Amplo – inclui ainda os órgãos governamentais responsáveis por

funções políticas, de governo, tal como a indicação de um nome pelo

Presidente da República, ao Senado Federal, para ocupar o cargo de

Procurador Geral da República.

SENTIDOS:

ESTRITO: abrange apenas os órgãos e funções administrativos.

AMPLO: abrange ainda os órgãos de governo em suas funções políticas.

Já sabemos que o Poder Judiciário e o Poder Legislativo integram a

Administração apenas quando realizarem funções administrativas, portanto,

a Administração não inclui as funções legislativa e jurisdicional, mas há

ainda uma quarta função mista que é a função política, pela qual, por

exemplo, são traçadas as metas de governo.

Administração em sentido amplo inclui essa função política, além da função

administrativa, enquanto que, em sentido estrito, só a função

administrativa propriamente dita.

Função Legislativa

Função Jurisdicional

Função Administrativa Administração Pública Administração (sentido estrito) Pública

Função Política (sentido amplo)

Quadro esquemático retirado do livro Manual de Direito Administrativo –

Grupo GEN – Prof. Gustavo Mello Knoplock

Isso está sendo cobrado assim

4 (ESAF/ATRFB – MIN. FAZENDA) A expressão Administração Pública,

em sentido estrito, compreende, sob o aspecto subjetivo, apenas os órgãos

administrativos e, sob o aspecto objetivo, apenas a função administrativa,

Page 13: Cap. 01 CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO ...s3-sa-east-1.amazonaws.com/. 0… · DIREITO ADMINISTRATIVO Super Apostila Nota11 Cap. 01 – CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO

Prof. Gustavo Knoplock

www.nota11.com.br 13

excluídos, no primeiro caso, os órgãos governamentais e, no segundo, a

função política.

Comentário

Essa afirmativa foi considerada correta, misturando-se os dois critérios. O

mais difícil foi, sem dúvidas, a interpretação da afirmativa. Vamos colocar

em outra ordem, para facilitar:

Em sentido estrito, Administração Pública compreende:

Em sentido subjetivo: os órgãos administrativos (excluindo-se os

órgãos governamentais, que seria em sentido amplo).

Em sentido objetivo: a função administrativa (excluindo-se a função

política, que seria em sentido amplo).

5. Princípios da Administração Pública

Nível de concurso: Todos!

Os princípios são as regras que a Administração Pública deve seguir. Eu

acho que esse é o assunto mais importante do Direito Administrativo, uma

vez que todos os demais assuntos estão direta ou indiretamente

relacionados a esse tema.

As LEIS devem ser elaboradas pelo Poder Legislativo sempre de acordo com

os princípios, ou seja, os princípios são na verdade anteriores à lei. Os

princípios demonstram a “regra do jogo”, mostram como a atuação da

Administração deve ser, o que em tese ela deve procurar fazer e aquilo que

ela não deve fazer.

Entendendo-se bem os princípios (sem procurar apenas decorá-los), você

poderá acertar questões de concurso relativas, por exemplo, a Licitações e

Contratos, sem conhecer a lei específica que trata desse tema, apenas

raciocinando e eliminando alternativas na prova apenas com o raciocínio,

imaginando que determinadas atuações devem ser proibidas por aquela lei

porque ferem princípios da Administração. E isso é verdade!

Bom, os princípios que veremos servem para demonstrar, antes de tudo,

que a Administração não se coloca no mesmo nível que o particular, que as

regras aplicáveis à Administração não são as mesmas regras que se aplicam

aos particulares, ou seja, as regras de Direito Público são diferentes das

regras de Direito Privado.

Page 14: Cap. 01 CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO ...s3-sa-east-1.amazonaws.com/. 0… · DIREITO ADMINISTRATIVO Super Apostila Nota11 Cap. 01 – CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO

Prof. Gustavo Knoplock

www.nota11.com.br 14

Veremos que vários desses princípios servem para mostrar que a

Administração Pública tem vantagens, prerrogativas, privilégios que não se

estendem aos particulares, colocando a Administração em posição de

supremacia em relação aos particulares, ou seja, alguns princípios conferem

prerrogativas à Administração.

Por outro lado, alguns outros princípios servem justamente para o contrário,

para mostrar que a Administração não pode fazer o que ela quiser e bem

entender, ou seja, que a Administração deve respeitar determinados

direitos dos particulares, então, alguns princípios servem para conferir

sujeições, limitações à atuação da Administração.

Os princípios que conferem sujeições à atuação da Administração se

aplicam a toda a Administração Pública, uma vez que toda ela deve

respeitar esses limites, no entanto, os princípios que conferem

prerrogativas só se aplicam às pessoas jurídicas de Direito Público, pois só

essas gozam de privilégios.

Por exemplo, a seleção de pessoal para a Administração exige a realização

de concurso público, essa regra é uma imposição à Administração, uma

sujeição, portanto, TODA a Administração, Direta ou Indireta está obrigada

a fazer concurso.

A possibilidade de se desapropriar um imóvel de um particular para a

realização de uma obra, por exemplo, é uma prerrogativa, uma regra de

Direito Público e, portanto, somente pessoas jurídicas de Direito Público

podem desapropriar.

Então:

PRERROGATIVAS ADMINISTRAÇÃO DIRETA, AUTARQUIAS E

FUNDAÇÕES PÚBLICAS (SOMENTE

PESSOAS DE DIREITO PÚBLICO);

SUJEIÇÕES TODA A ADMINISTRAÇÃO, DIRETA E

INDIRETA.

Além disso, os princípios são divididos em dois grandes grupos: os

princípios constitucionais expressos e os princípios implícitos (ou

reconhecidos).

Page 15: Cap. 01 CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO ...s3-sa-east-1.amazonaws.com/. 0… · DIREITO ADMINISTRATIVO Super Apostila Nota11 Cap. 01 – CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO

Prof. Gustavo Knoplock

www.nota11.com.br 15

Como o nome está dizendo, os princípios constitucionais expressos são

aqueles que aparecem expressamente previstos na CF, em seu artigo 37

caput. Assim, dispõe a Constituição que TODA a Administração deve

obediência aos princípios da Legalidade, Impessoalidade, Moralidade,

Publicidade e Eficiência (a fórmula LIMPE).

Os princípios implícitos são aqueles que não aparecem expressamente

previstos na CF, assim, por exemplo, veremos que a Administração deve

obediência ao princípio da razoabilidade, mas esse termo não aparece

expressamente em nenhum lugar da Constituição, por isso é implícito.

6. Administração Pública – Princípios Constitucionais expressos

Nível de concurso: Todos!

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes

da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos

princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e

eficiência e, também, ao seguinte (...).

Os princípios expressos não representam prerrogativas da Administração, e

sim SUJEIÇÕES impostas a ela, uma vez que a Administração tem o dever

de agir conforme a lei, de forma impessoal, moral, pública e eficiente e,

assim sendo, esses princípios expressos, por demonstrar sujeições, se

aplicam a toda a Administração, Direta e Indireta.

As iniciais destes princípios formam um mnemônico muito utilizado: o

LIMPE. Vamos entender cada um dos princípios:

LEGALIDADE: o agente público só pode fazer aquilo que estiver previsto

em LEI.

Os particulares podem fazer tudo aquilo que não for proibido em lei, mas os

agentes públicos, de maneira diversa, só podem fazer o que estiver

previsto na lei.

A diferença é que se não houver nenhuma lei falando se algo pode ou não

ser feito, o particular poderá fazer à vontade, pois não é proibido, mas o

agente público, em seu serviço, não poderá fazer aquilo pois não está

previsto em lei.

O princípio da legalidade pode ser entendido, portanto, em dois sentidos

diversos:

Page 16: Cap. 01 CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO ...s3-sa-east-1.amazonaws.com/. 0… · DIREITO ADMINISTRATIVO Super Apostila Nota11 Cap. 01 – CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO

Prof. Gustavo Knoplock

www.nota11.com.br 16

1- Para o cidadão - legalidade é poder fazer tudo aquilo que a lei não

proíba.

2- Para o agente público - legalidade é poder fazer somente aquilo que

a lei permite ou autoriza.

O princípio da legalidade é, assim, muito mais restrito para o agente

público do que para o particular. Nesse sentido é que a doutrina vem

apelidando de princípio da restritividade o princípio da legalidade

administrativa.

Mais amplo do que o princípio da legalidade (agir conforme a lei) é o

princípio da juridicidade, que contempla a lei e os demais instrumentos

normativos, tais como Constituição, tratados, costumes, decretos, princípios

gerais, costumes etc.

Veja como isso está sendo cobrado

5 (ESAF / ANALISTA TÉCNICO - SUSEP) A legalidade, como princípio

básico da Administração Pública, especificamente, consiste mais em que, a

autoridade administrativa só pode praticar atos, quando

a) autorizados ou permitidos em lei.

b) não vedados em lei.

c) indicada sua fundamentação.

d) tenha competência para tanto.

e) objetivam interesse público.

Comentário

A letra C demonstra o princípio da motivação, uma vez que a Administração

deve indicar a fundamentação, ou seja, os motivos de seus atos.

A letra D apenas demonstra que os atos só podem ser praticados por quem

possua competência para tal, o que não retrata o princípio da legalidade.

A letra E apresenta o princípio da impessoalidade, ou finalidade, que deve

ser sempre o interesse público.

As letras A e B tratam do princípio da legalidade. A letra B retrata o

princípio da legalidade voltada para os particulares em geral, que podem

fazer tudo aquilo que a lei não veda, de acordo com a Constituição federal

artigo 5º II:

Page 17: Cap. 01 CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO ...s3-sa-east-1.amazonaws.com/. 0… · DIREITO ADMINISTRATIVO Super Apostila Nota11 Cap. 01 – CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO

Prof. Gustavo Knoplock

www.nota11.com.br 17

Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão

em virtude de lei, ou seja, o particular pode fazer tudo o que não seja

proibido em lei.

Para os agentes públicos, o princípio da legalidade tem conceito diferente,

uma vez que esses só podem fazer aquilo que estiver previsto em lei. O

princípio da legalidade para o agente público é mais restrito do que para o

particular, razão pela qual alguns doutrinadores têm se referido a isso como

o princípio da restritividade, que, em suma, é a aplicação do princípio da

legalidade ao serviço público.

Assim sendo, o agente só pode fazer o que estiver autorizado, permitido,

previsto, determinado, expresso em lei. Gabarito: letra A

IMPESSOALIDADE: o agente público deve trabalhar agindo sempre de

forma a querer beneficiar a coletividade, buscando a finalidade que é o

interesse público, não podendo nunca agir buscando uma finalidade

pessoal, ou seja, fazer ou deixar de fazer alguma coisa visando se

beneficiar, beneficiar algum amigo ou prejudicar um inimigo.

Quando um político manda colocar o nome dele em uma escola municipal

não está pensando no interesse público, está agindo de forma pessoal,

buscando se promover.

Essa atuação é expressamente proibida pelo artigo 37 § 1º da Constituição

Federal.

Como os atos dos agentes públicos são imputados aos órgãos que eles

estão vinculados, é necessário que sejam realizados com impessoalidade.

Assim, o agente público é apenas a forma de exteriorizar a vontade da

administração, um mero executor do ato, não podendo deixar que aspectos

subjetivos, pessoais, influenciem na sua execução.

O agente público deve ser impessoal ao praticar o ato, não pode agir de

forma a se beneficiar, beneficiar um amigo ou prejudicar um inimigo de

forma pessoal.

O agente deve buscar sempre a finalidade de interesse público, e nunca a

finalidade pessoal, razão pela qual o princípio da impessoalidade tem sido

definido pela doutrina majoritária como equivalente ao princípio da

finalidade.

Esse princípio veda a promoção pessoal do administrador, de forma a

impedir que o administrador, aproveitando-se da propaganda do governo,

busque sua autopromoção.

Page 18: Cap. 01 CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO ...s3-sa-east-1.amazonaws.com/. 0… · DIREITO ADMINISTRATIVO Super Apostila Nota11 Cap. 01 – CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO

Prof. Gustavo Knoplock

www.nota11.com.br 18

Para dar efetividade a este princípio, prescreve o art. 37, §1º: “A

publicidade (propaganda) dos atos, programas, obras, serviços e

campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo

ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou

imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores

públicos”.

Tranquilo…

6 (ESAF / AGENTE EXECUTIVO - SUSEP) O princípio constitucional do

Direito Administrativo, cuja observância forçosa, na prática dos atos

administrativos, importa assegurar que, o seu resultado, efetivamente,

atinja o seu fim legal, de interesse público, é o da

a) legalidade.

b) publicidade.

c) impessoalidade.

d) razoabilidade.

e) moralidade.

Comentário

O “fim”, ou seja, a finalidade de todo ato administrativo deve ser sempre

o interesse público, ou, senão, a finalidade buscada pelo agente será

pessoal, estará agindo em seu próprio benefício, para favorecer algum

amigo ou prejudicar um inimigo.

O princípio que obriga que o resultado dos atos seja o seu fim legal de

interesse público é o princípio da finalidade, sinônimo de impessoalidade.

Muitos alunos marcaram, nessa questão, o princípio da legalidade pelo fato

de a banca ter colocado (de propósito, a fim de confundir o candidato) que

o resultado do ato deva atingir “o seu fim legal de interesse público”. O

resultado de toda atuação da Administração deve ter sempre como fim o

interesse público, conforme determina a lei, uma vez que, obviamente, a lei

não poderá estabelecer uma finalidade que seja pessoal.

O mais importante no enunciado é que o agente deve buscar aquele

resultado de interesse público (princípio da finalidade) e não que o agente

deve buscar o resultado estabelecido em lei (e daí imaginar-se a

legalidade).

Page 19: Cap. 01 CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO ...s3-sa-east-1.amazonaws.com/. 0… · DIREITO ADMINISTRATIVO Super Apostila Nota11 Cap. 01 – CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO

Prof. Gustavo Knoplock

www.nota11.com.br 19

O enunciado retrata o princípio da impessoalidade. Gabarito: letra C

7 (ESAF / ANALISTA – CVM) Analise os itens a seguir, relacionados aos

princípios que norteiam a atividade da Administração Pública, e marque com

V se a assertiva for verdadeira e com F se for falsa.

( ) Segundo o princípio da impessoalidade, a atuação do administrador

público deve objetivar a realização do interesse público.

Comentário

A afirmativa está correta. Conforme já comentado, de acordo com o

princípio da finalidade ou impessoalidade, a atuação do administrador

público deve visar sempre o interesse público. A finalidade deve ser pública,

nunca pessoal.

MORALIDADE: o agente público deve atuar de forma moral. Assim,

determinada atuação pode não ser ilegal, mas ser imoral.

A moralidade anda junto com a impessoalidade, assim, quando um fiscal

pede propina para não multar um estabelecimento, essa atuação é pessoal

e imoral.

Ao administrador público não basta cumprir o que está na lei, deve-se guiar

por padrões éticos de conduta e zelo pelo alcance do interesse público.

Aqui cabe observar que a moralidade administrativa difere da moral

comum, pois exige respeito a padrões éticos, de boa-fé, decoro, lealdade,

honestidade e probidade incorporados pela prática diária ao conceito de boa

administração.

Como exemplo de esforço para reforçar a moralidade administrativa no

Brasil foi a edição da Súmula Vinculante nº 13, que vedou o nepotismo na

administração pública.

“A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta,

colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da

autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica

investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o

exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função

gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos

Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,

compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a

Constituição Federal”.

Page 20: Cap. 01 CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO ...s3-sa-east-1.amazonaws.com/. 0… · DIREITO ADMINISTRATIVO Super Apostila Nota11 Cap. 01 – CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO

Prof. Gustavo Knoplock

www.nota11.com.br 20

Encerrando, importante sabermos alguns instrumentos que o sistema

jurídico disponibiliza para proteger a moralidade administrativa: Ação

Popular (art. 5º, LVIII da CF); Ação Civil Pública de Improbidade

Administrativa (Lei 8.429/92); Controle externo exercido pelos Tribunais de

Contas.

PUBLICIDADE: a atuação da Administração deve ser pública e

transparente, ou seja, a Administração não deve agir às escuras, de forma

escondida, sigilosa.

A Administração tem o dever de dar publicidade de seus atos, assim, por

exemplo, quando contrata uma empresa para lhe prestar serviço, deve dar

transparência a essa contratação, informando quem foi a empresa

contratada, o valor da contratação e etc.

Este princípio consiste na obrigação da administração de tornar público atos

administrativos, está estreitamente ligado ao dever de transparência na

atuação administrativa.

Importante ainda ressaltar que publicidade não se confunde com

publicação.

Pelo princípio da publicidade exige-se a transparência, a obrigação de

demonstração da atuação administrativa e de prestação das informações de

interesse da sociedade, vedando a prática de condutas sigilosas.

A publicação se refere à divulgação dos atos no diário oficial. Nem tudo

deve ser publicado no diário oficial, mas, ainda assim, deve estar à

disposição da população.

Os atos normativos, e aqueles que sejam de interesse de toda a população

normalmente devem ser divulgados, mas outros dispensam a publicação,

ainda que não dispensem a publicidade.

Por fim, como todos os demais princípios, o da publicidade não é absoluto, a

própria Constituição nos mostra duas exceções:

a) a segurança do Estado, da sociedade (art. 5º, XXXIII);

b) a intimidade dos envolvidos (art. 5º, X).

A fim de regulamentar o princípio constitucional da publicidade foi editada,

em 2011, a Lei nº 12.527, apelidada de “lei de acesso à informação”

trazendo importantes dispositivos:

Art. 3º Os procedimentos previstos nesta Lei destinam-se a

assegurar o direito fundamental de acesso à informação e devem

Page 21: Cap. 01 CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO ...s3-sa-east-1.amazonaws.com/. 0… · DIREITO ADMINISTRATIVO Super Apostila Nota11 Cap. 01 – CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO

Prof. Gustavo Knoplock

www.nota11.com.br 21

ser executados em conformidade com os princípios básicos da

administração pública e com as seguintes diretrizes:

I - observância da publicidade como preceito geral e do sigilo como

exceção;

II - divulgação de informações de interesse público,

independentemente de solicitações;

Ressalta a lei em seu artigo 8º que “é dever dos órgãos e entidades

públicas promover, independentemente de requerimentos, a divulgação em

local de fácil acesso, no âmbito de suas competências, de informações de

interesse coletivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas”.

Para isso, deverão ser utilizados “todos os meios e instrumentos legítimos

de que dispuserem, sendo obrigatória a divulgação em sítios oficiais da rede

mundial de computadores”, estando dispensados da divulgação pela

internet apenas os Municípios com população de até 10.000 habitantes.

Qualquer interessado poderá apresentar aos órgãos públicos pedido de

acesso a informações, desde que o pedido contenha a identificação do

requerente, de forma a afastar o pedido feito de forma anônima, não

podendo a Administração exigir que o requerente exponha os motivos pelos

quais solicita a informação, nem fazer quaisquer exigências que inviabilizem

a solicitação.

A regra, portanto, é a publicidade, sendo o sigilo a exceção, admitida

apenas em se tratando de informações sigilosas e informações

pessoais.

A informação sigilosa (aquela imprescindível à segurança) poderá ser

classificada como “reservada”, “secreta” ou “ultrassecreta” e, assim, admitir

restrição de acesso por até 5 anos, 15 anos ou 25 anos, respectivamente, a

partir do que a informação tornar-se-á automaticamente de acesso público.

Devemos ter em mente que só é admissível a classificação de uma

informação em determinado grau de sigilo em situações excepcionais que

justifiquem a medida, levando-se em conta o risco para a sociedade, e

sempre a partir de decisões fundamentadas.

Dispõe a lei que as informações pessoais relativas à intimidade, vida

privada, honra e imagem das pessoas serão de acesso restrito pelo prazo

máximo de até 100 anos, mas que poderão ser divulgadas antes disso

diante de “previsão legal”.

Page 22: Cap. 01 CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO ...s3-sa-east-1.amazonaws.com/. 0… · DIREITO ADMINISTRATIVO Super Apostila Nota11 Cap. 01 – CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO

Prof. Gustavo Knoplock

www.nota11.com.br 22

Veja como isso está sendo cobrado

8 (ESAF / AGENTE EXECUTIVO – CVM) O dever da Administração de dar

transparência aos seus atos denomina-se:

a) legalidade

b) motivação

c) publicidade

d) eficiência

e) moralidade

Comentário

Essa é moleza! O princípio da publicidade tem exatamente esse contexto, o

da transparência dos atos da Administração, o que não significa que todos

os atos administrativos devam ser publicados no Diário Oficial. Mesmo os

atos que não são publicados no Diário Oficial devem ser públicos e

transparentes. Gabarito: letra C

EFICIÊNCIA: esse princípio foi acrescentado ao artigo 37 caput da CF

apenas na reforma administrativa feita pela emenda constitucional nº 19,

em 1998.

Muito bem, o “carro chefe” da emenda foi justamente a inclusão desse

princípio constitucional. A partir dali, a Administração passou a ser obrigada

a atuar com eficiência, prestando serviços públicos de qualidade, modernos,

rápidos e mais baratos, ou seja, com o melhor custo/benefício para a

população.

O princípio da eficiência mudou a cara da Administração Pública, que passou

a adotar um modelo de administração mais preocupada com resultados e

com a busca pela qualidade, pela satisfação de seus “clientes” (os

administrados).

Em outras palavras, a Administração Pública passou a adotar o modelo de

administração gerencial.

Antes da Reforma Administrativa, adotava-se um modelo de

administração burocrática, apenas preocupada em realizar aquilo que

estivesse previsto em lei, mas nunca com a qualidade do que se estava

realizando.

Page 23: Cap. 01 CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO ...s3-sa-east-1.amazonaws.com/. 0… · DIREITO ADMINISTRATIVO Super Apostila Nota11 Cap. 01 – CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO

Prof. Gustavo Knoplock

www.nota11.com.br 23

Em decorrência disso, os servidores públicos passaram a ser obrigados a

trabalhar sério, mostrando eficiência.

Assim, houve alteração também no artigo 41 da CF passando a prever

(somente após essa emenda constitucional, em 1998) que os servidores

passariam a ser avaliados, passando a haver a verificação da eficiência

deles.

Com isso, para os servidores ainda não estáveis, foi acrescentado ao

artigo 41 o § 4º, dizendo que a estabilidade só seria adquirida, após 3 anos

de serviço, se os mesmos fossem aprovados em uma avaliação especial

de desempenho, feita durante esse período, medindo-se a eficiência de

cada um.

Para os servidores estáveis (após os 3 anos de serviço), também foi

acrescentado o inciso III ao § 1º do artigo 41, passando a prever que esses

servidores já estáveis também passarão por uma avaliação periódica de

desempenho, e, caso sejam considerados ineficientes, perderão seus

cargos.

O problema é que essa avaliação ainda depende da edição de uma Lei

Complementar que dirá como será feita essa avaliação.

Na prática, como até hoje essa Lei Complementar não foi editada, não há

ainda essa avaliação e, por consequência, nenhum servidor estável pode,

atualmente, perder seu cargo por ineficiência.

Veja como isso está sendo cobrado

9 (ESAF / PROCURADOR DO MUNICÍPIO DE FORTALEZA – PGM

FORTALEZA) O princípio constitucional da eficiência vincula-se à noção de

administração:

a) patrimonialista

b) descentralizada

c) gerencial

d) burocrática

e) informatizada

Page 24: Cap. 01 CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO ...s3-sa-east-1.amazonaws.com/. 0… · DIREITO ADMINISTRATIVO Super Apostila Nota11 Cap. 01 – CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO

Prof. Gustavo Knoplock

www.nota11.com.br 24

Comentário

Como já vimos, esse princípio, introduzido pela Reforma Administrativa,

serviu para exigir a qualidade dos serviços prestados pela Administração, o

que até então, em tese, não era exigido pelo texto constitucional.

Inaugurou-se o modelo de administração gerencial no serviço público

brasileiro. Gabarito: letra C

7. Administração Pública – Princípios Constitucionais implícitos

Nível de concurso: Todos!

A lista de princípios constitucionais expressos é TAXATIVA, ou seja, são

apenas aqueles previstos no artigo 37 caput da CF: LIMPE.

A lista apresentada a seguir para os denominados princípios constitucionais

implícitos, ou reconhecidos, é apenas EXEMPLIFICATIVA, uma vez que há

uma infinidade de princípios reconhecidos pela doutrina. Vamos procurar

apresentar aqueles mais relevantes:

Vale lembrar que, segundo a doutrina majoritária, todos os princípios têm a

mesma relevância na atuação da administração.

SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO SOBRE O PRIVADO: Quando

houver conflito de interesses entre o interesse do Estado e o do particular,

deve prevalecer o interesse estatal, o interesse público.

É o que ocorre, por exemplo, em se tratando das desapropriações. Quando

o Estado decreta a desapropriação de um imóvel particular para a

construção de um hospital público, por exemplo, ainda que o proprietário

não tenha interesse em desocupar o imóvel, ele será forçado a isso.

Uma vez que esse princípio retrata bem uma regra de Direito Público, o

Estado aqui se coloca em posição de superioridade em relação ao particular,

uma vez que representa o interesse público, o interesse de toda a

coletividade, que deve se sobrepor ao interesse individual.

Como esse princípio demonstra uma prerrogativa, somente se aplica às

pessoas jurídicas de Direito Público, ou seja, à Administração Direta,

autárquica e fundacional.

Page 25: Cap. 01 CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO ...s3-sa-east-1.amazonaws.com/. 0… · DIREITO ADMINISTRATIVO Super Apostila Nota11 Cap. 01 – CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO

Prof. Gustavo Knoplock

www.nota11.com.br 25

INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO: Nenhum agente

público pode dispor da coisa pública, ou seja, uma autoridade pública não

pode lidar com a coisa pública, com os bens e interesses do Estado como se

fossem de sua propriedade.

Assim, por exemplo, quando a lei permite que um Deputado Federal nomeie

10 pessoas para ocuparem cargos em comissão de assessores

parlamentares, sem a necessidade de concurso público (uma vez que os

cargos em comissão são de livre nomeação), deve-se entender que essas

pessoas atuarão assessorando as funções parlamentares do Deputado.

Caso seja constatado que algum desses assessores exerce funções

particulares para o Deputado, por exemplo, ao levar os filhos do

parlamentar à escola ou trabalhar como empregado doméstico na residência

do Deputado, tal fato estará ferindo o princípio da indisponibilidade do

interesse público.

Como esse princípio denota uma sujeição, é aplicável a TODA a

Administração Pública.

Segundo o renomado administrativista Celso Antônio Bandeira de Mello,

esses dois princípios são os mais importantes, dos quais decorrem todos os

demais.

Veja como isso está sendo cobrado

10 (ESAF / AFRF – MIN. FAZENDA) O estudo do regime jurídico-

administrativo tem em Celso Antônio Bandeira de Mello o seu principal autor

e formulador. Para o citado jurista, o regime jurídico-administrativo é

construído, fundamentalmente, sobre dois princípios básicos, dos quais os

demais decorrem. Para ele, estes princípios são:

a) indisponibilidade do interesse público pela Administração e supremacia

do interesse público sobre o particular.

b) legalidade e supremacia do interesse público.

c) igualdade dos administrados em face da Administração e controle

jurisdicional dos atos administrativos.

d) obrigatoriedade do desempenho da atividade pública e finalidade pública

dos atos da Administração.

e) legalidade e finalidade.

Page 26: Cap. 01 CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO ...s3-sa-east-1.amazonaws.com/. 0… · DIREITO ADMINISTRATIVO Super Apostila Nota11 Cap. 01 – CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO

Prof. Gustavo Knoplock

www.nota11.com.br 26

Comentário

Essa questão é bem literal, retirada do livro do referido autor. De acordo

com o professor, e boa parte da doutrina, os princípios mais importantes

são os dois primeiros princípios comentados nesse material, quais sejam, a

supremacia do interesse público sobre o privado e a indisponibilidade do

interesse público.

O primeiro (supremacia) serve para demonstrar a máxima prerrogativa da

Administração (das pessoas de Direito Público) e o segundo

(indisponibilidade) demonstra uma sujeição, uma restrição imposta aos

agentes públicos.

Assim, se apresenta a gangorra das prerrogativas e sujeições da

Administração. Serve, em suma, para mostrar que o agente público (em

nome da Administração) pode MAIS do que o particular, mas NÃO PODE

TUDO! Ele não pode agir da maneira que quiser e bem entender, como se a

coisa pública estivesse à sua disposição. Gabarito: letra A

PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE: Presume-se que todos os atos

realizados pela Administração sejam legítimos, ou seja, que tenham sido

editados de acordo com os princípios que regem a Administração.

Nada impede que o particular consiga provar que determinada atuação da

Administração é ilegal, imoral, pessoal, desproporcional…

Essa presunção é relativa, presunção juris tantum, vez que admitem prova

em contrário (a presunção de legitimidade não é absoluta, ou juris et de

jure, que seria aquela em que não se admitiria nenhuma contestação ou

prova em contrário).

ESPECIALIDADE: Serve de fundamento para que a Administração pratique

a descentralização, criando entidades da Administração Indireta que terão

independência e autonomia e serão especializadas naquela função.

TUTELA: Ou controle, permitindo que as atuações da Administração sejam

fiscalizadas e controladas por outra estrutura externa. Isso ocorre, por

exemplo, quando o Poder Judiciário e/ou o Poder Legislativo, de forma

externa, fiscalizam e controlam as atuações da Administração.

Page 27: Cap. 01 CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO ...s3-sa-east-1.amazonaws.com/. 0… · DIREITO ADMINISTRATIVO Super Apostila Nota11 Cap. 01 – CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO

Prof. Gustavo Knoplock

www.nota11.com.br 27

AUTOTUTELA: Ou autocontrole, permitindo que a Administração Direta

controle os seus próprios atos, internamente, podendo anular os atos ilegais

e revogar os atos que entender inconvenientes.

O princípio da autotutela, também chamado de princípio da

sindicabilidade, decorre diretamente controle interno que a administração

deve exercer sobre seus próprios atos, sem a necessidade de recorrer ao

Poder Judiciário. Tal determinação tem previsão legal expressa na Lei

9.784/99:

“Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados

de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou

oportunidade, respeitados os direitos adquiridos”.

Veja que se o ato for ilegal a administração tem o dever de anular.

Já a revogação ocorrerá quando o ato for válido, no entanto se tornou

inoportuno ou inconveniente para a administração, lembre-se que tal

hipótese é uma faculdade para administração.

HIERARQUIA: Relação de coordenação e subordinação entre os órgãos e

entre os agentes.

CONTINUIDADE DO SERVIÇO PÚBLICO: O serviço público não pode ser

interrompido. As necessidades da coletividade não podem deixar de ser

atendidas.

Em consequência desse princípio ocorrem a restrição ao direito de greve

nos serviços públicos (que, de acordo com o artigo 37 VII da Constituição,

dependem de regulamentação por lei específica) e a impossibilidade, para o

contratado, de invocar plenamente a exceptio non adimpleti contractus

contra a Administração pública.

O artigo 37 VII da CF, que prevê o direito de greve no serviço público nos

termos e limites definidos em lei específica é uma norma constitucional

de eficácia limitada.

Uma vez que essa lei específica até o momento não foi editada, durante

muitos anos entendeu o STF que a greve no serviço público estaria vedada.

Depois de inúmeros mandados de injunção apresentados em defesa dos

servidores, no entanto, o STF alterou seu posicionamento e declarou que

enquanto não for editada a lei específica de greve no serviço público, os

servidores podem realizar a greve desde que atendam os requisitos da lei

de greve aplicável à iniciativa privada no que couber.

Page 28: Cap. 01 CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO ...s3-sa-east-1.amazonaws.com/. 0… · DIREITO ADMINISTRATIVO Super Apostila Nota11 Cap. 01 – CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO

Prof. Gustavo Knoplock

www.nota11.com.br 28

Essa última ressalva significa dizer que a lei de greve da iniciativa privada

não se aplica indistintamente a todos os servidores.

Segundo o STF, a greve continua vedada (enquanto não for editada a lei

específica de greve no serviço público) para os servidores da área de

segurança pública, saúde e atividades da administração da Justiça, além de

fiscais de rendas.

A exceptio non adimpleti contractus é a “exceção do contrato não

cumprido”, se refere à permissão dada a uma das partes em um contrato

privado para deixar de cumprir com seus deveres assumidos, em função de

a outra parte não ter honrado com a sua contrapartida.

Ao contrário do que ocorre em um contrato privado, nos contratos

administrativos, ainda que a administração pública deixe de honrar com

suas obrigações, não realizando os pagamentos devidos, o contratado não

pode interromper imediatamente a prestação dos serviços (de acordo com a

lei 8666/93, isso só poderá ocorrer após 90 dias de atraso de pagamento).

Veja como isso está sendo cobrado

11 (ESAF / ANALISTA – CVM) Analise os itens a seguir, relacionados aos

princípios que norteiam a atividade da Administração Pública, e marque com

V se a assertiva for verdadeira e com F se for falsa.

( ) As restrições ao direito de greve do servidor público decorrem do

princípio da continuidade das atividades da Administração Pública.

Comentário

A afirmativa está correta, e é muito fácil...

Como já comentado anteriormente, a restrição (mas não a proibição

absoluta) do direito de greve decorre da necessidade de continuidade do

serviço público.

RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE: Necessidade de adequação

entre meios e fins imposta à Administração, sendo vedada a imposição de

obrigações, restrições e sanções em medida superior àquela estritamente

necessária ao atendimento do interesse público e devendo ser observadas

as formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados.

Quando a Administração interfere na órbita privada dos particulares, ou

seja, quando a Administração faz alguma imposição ao particular (que, a

Page 29: Cap. 01 CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO ...s3-sa-east-1.amazonaws.com/. 0… · DIREITO ADMINISTRATIVO Super Apostila Nota11 Cap. 01 – CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO

Prof. Gustavo Knoplock

www.nota11.com.br 29

princípio, não está disposto a cumprir), proíbe que ele faça algo, aplica a ele

alguma punição, faz a ele alguma exigência, alguma restrição, alguma

condição para que ele possa exercer um direito, entre outras intervenções,

a Administração deve atuar de forma razoável e proporcional.

A Administração não pode fazer imposições, restrições, exigências que não

sejam razoáveis, que não tenham fundamento, bom senso, e que sejam

desproporcionais, desnecessárias, excessivas.

Assim, por exemplo, a exigência de testes físicos de corridas e saltos é

perfeitamente razoável e proporcional em um concurso para agente da

Polícia Federal, mas é completamente irrazoável e desproporcional em um

concurso para merendeira de escola.

Está muito fácil…

12(ESAF / ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO – MPOG) A

observância da adequação e da exigibilidade, por parte do agente público,

constitui fundamento do seguinte princípio da Administração Pública:

a) Publicidade.

b) Moralidade.

c) Legalidade.

d) Proporcionalidade.

e) Impessoalidade.

Comentário

A exigibilidade significa a “possibilidade de exigir”. Assim, quando a

Administração exige algo ao particular, deve observar o princípio da

razoabilidade e da proporcionalidade.

Dessa forma, a possibilidade de se exigir testes físicos em um concurso

público deve observar a razoabilidade. A exigência desses testes em um

concurso pode ser proporcional às atribuições daquele cargo, mas ser

desproporcional em relação a outro cargo.

Deve, assim, haver uma “adequação” entre as exigências feitas no concurso

e as atribuições do cargo, razão pela qual o gabarito é a letra D.

Page 30: Cap. 01 CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO ...s3-sa-east-1.amazonaws.com/. 0… · DIREITO ADMINISTRATIVO Super Apostila Nota11 Cap. 01 – CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO

Prof. Gustavo Knoplock

www.nota11.com.br 30

13 (ESAF / AGENTE EXECUTIVO – CVM) O princípio da Administração

Pública que se fundamenta na ideia de que as restrições à liberdade ou

propriedade privadas somente são legítimas quando forem necessárias e

indispensáveis ao atendimento do interesse público denomina-se:

a) legalidade.

b) publicidade.

c) proporcionalidade.

d) moralidade.

e) eficiência.

Comentário

O enunciado utilizou duas palavras chaves, que sempre são usadas pelas

bancas quando se referem ao princípio da razoabilidade e

proporcionalidade: “restrições” e, principalmente, o termo “necessárias”.

Quando a Administração faz alguma restrição, ou toma uma medida

restritiva em nível acima do que seria o “necessário” e suficiente para o

caso, estará ferindo o princípio da razoabilidade e proporcionalidade.

Gabarito: letra C

14 (ESAF / AFRF – MIN. FAZENDA) Tratando-se de poder de polícia,

sabe-se que podem ocorrer excessos na sua execução material, por meio de

intensidade da medida maior que a necessária para a compulsão do

obrigado ou pela extensão da medida ser maior que a necessária para a

obtenção dos resultados licitamente desejados.

Para limitar tais excessos, impõe-se observar, especialmente, o seguinte

princípio:

a) legalidade

b) finalidade

c) proporcionalidade

d) moralidade

e) contraditório

Page 31: Cap. 01 CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO ...s3-sa-east-1.amazonaws.com/. 0… · DIREITO ADMINISTRATIVO Super Apostila Nota11 Cap. 01 – CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO

Prof. Gustavo Knoplock

www.nota11.com.br 31

Comentário

Quanto mais você estuda e resolve questões, mais você verifica que o

assunto é simples e que a aprovação em concurso público não é nenhum

“bicho de sete cabeças”. Essa questão usou, mais uma vez, a palavra

“necessária”...

Quando a Administração exerce o seu poder de polícia (que será estudado

no capítulo relativo aos poderes da Administração), por exemplo, quando

um fiscal de vigilância sanitária autua ou interdita um estabelecimento, essa

sanção deve ser proporcional à irregularidade constatada.

Deve haver razoabilidade na atuação, não se admitindo medidas maiores

que as “necessárias”.

Assim sendo, a razoabilidade e proporcionalidade são os princípios a serem

observados, de forma a limitar a discricionariedade presente no poder de

polícia. Gabarito: letra C

MOTIVAÇÃO: É na verdade uma decorrência do princípio da publicidade,

significando dizer que a Administração deve motivar os seus atos,

mostrando claramente os motivos pelos quais está agindo de determinada

maneira.

A Lei nº 9.784/1999, em seu artigo 50, define que nos atos ali enumerados

(uma lista que engloba, na prática, qualquer atuação administrativa) a

motivação, a demonstração dos motivos daquele ato é obrigatória.

Esse artigo é MUITO IMPORTANTE PARA CONCURSOS!

A motivação dos atos administrativos que possam prejudicar particulares é

a regra geral, diretamente relacionada ao direito de ampla defesa contra

eventual ato ilegal.

SEGURANÇA JURÍDICA: Veda a aplicação retroativa de nova

interpretação de lei.

É comum, na esfera administrativa, haver mudança de interpretação de

determinadas normas legais, com a consequente mudança de orientação,

em caráter normativo, afetando situações já reconhecidas e consolidadas na

vigência de orientação anterior.

Essa possibilidade de mudança de orientação é inevitável, porém gera

insegurança jurídica, pois os interessados nunca sabem quando a sua

situação será passível de contestação pela própria Administração Pública.

Daí a regra que veda a aplicação retroativa.

Page 32: Cap. 01 CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO ...s3-sa-east-1.amazonaws.com/. 0… · DIREITO ADMINISTRATIVO Super Apostila Nota11 Cap. 01 – CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO

Prof. Gustavo Knoplock

www.nota11.com.br 32

Isso não impede que a Administração anule atos ilegais, isto sim com

aplicação retroativa, já que atos ilegais não geram direitos.

A Administração precisa, portanto, respeitar os particulares que de boa-fé

interagem com a Administração, que não devem ser pegos de surpresa.

Veja como isso está sendo cobrado nas provas

15 (ESAF / ANALISTA – CVM) Analise os itens a seguir, relacionados aos

princípios que norteiam a atividade da Administração Pública, e marque com

V se a assertiva for verdadeira e com F se for falsa.

( ) A estipulação legal de prazo decadencial para a Administração anular

seus atos é contrária ao princípio da segurança jurídica.

Comentário

A afirmativa está errada. A Lei nº 9.784/1999 dispõe, em seu artigo 54, que

“o direito da Administração de anular os atos administrativos de que

decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos,

contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé”.

Imagine, por exemplo, que a Administração tenha promovido um servidor

da classe 1 para a classe 2 e que, tempos depois, seja verificado que aquela

promoção foi feita de forma irregular. A promoção poderá ser anulada?

Depende da situação…

Se a promoção tiver ocorrido em decorrência de algum documento falso

apresentado pelo servidor (que, assim, agiu de má-fé), a promoção será

anulada.

Se a promoção tiver ocorrido por um engano, uma falha da própria

Administração, sem a participação do servidor (que, assim, agiu de boa-fé),

a anulação só poderá ocorrer no prazo de até 5 anos após a promoção.

Esse prazo máximo para que a Administração possa rever o ato decorre do

princípio da segurança jurídica, que serve para proteger os particulares

de boa-fé.

INAFASTABILIDADE DO CONTROLE JUDICIAL: Não se pode impedir o

acesso de ninguém ao Poder Judiciário, logo, pode haver o controle judicial

sobre a Administração.

Page 33: Cap. 01 CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO ...s3-sa-east-1.amazonaws.com/. 0… · DIREITO ADMINISTRATIVO Super Apostila Nota11 Cap. 01 – CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO

Prof. Gustavo Knoplock

www.nota11.com.br 33

Esse princípio constitucional, em verdade, não é específico do Direito

Administrativo, uma vez que se aplica de forma ampla e geral a todos, da

Administração Pública ou não.

Costumamos nos referir a esse princípio aqui apenas para lembrar que ele

também é aplicável à Administração.

Significa a “impossibilidade de se afastar” alguém do Controle Judicial, ou

seja, não se pode impedir que qualquer pessoa recorra ao Judiciário quando

quiser, inclusive contra a própria Administração.

No Brasil existe a possibilidade de que um particular que se sinta

prejudicado por um ato da Administração, como por exemplo uma multa a

ele aplicada, possa recorrer administrativamente perante a própria

Administração, para que esta reveja sua atuação (fundada na autotutela).

Caso esse recurso administrativo seja indeferido, nada impede que o

particular vá ao Judiciário contra aquela multa aplicada a fim de que o

Poder Judiciário anule a multa aplicada (tutela), uma vez que o Poder

Judiciário sempre poderá desfazer a decisão administrativa, pois somente o

Judiciário decide qualquer matéria, sejam matérias administrativas ou

outras matérias, de forma definitiva.

Isso representa o sistema de jurisdição única, ou una, que é o sistema

inglês, adotado no Brasil.

Alguns países adotam o sistema francês, ou sistema do contencioso

administrativo, pelo qual as matérias administrativas não são levadas ao

Judiciário. Elas são decididas, de forma definitiva, pela própria

Administração, por meio de seus conselhos e tribunais administrativos, sem

possibilidade de recurso ao Judiciário.

O “contencioso administrativo” é, portanto, uma decisão administrativa

definitiva e irreformável, não admitida em nosso sistema por impedir o

acesso ao Judiciário, ou seja, por ferir o princípio da inafastabilidade do

controle judicial.

Além disso, cabe assinalar que os recursos administrativos são uma

faculdade, ou seja, um particular pode, a qualquer tempo, ingressar com

uma ação judicial em face da Administração Pública sem a necessidade de

recorrer administrativamente ou antes de esgotar a via administrativa.

RESPONSABILIZAÇÃO: Para evitar a arbitrariedade do Estado, ele pode

ser responsabilizado por danos a terceiros, por atos ilícitos, etc.

Page 34: Cap. 01 CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO ...s3-sa-east-1.amazonaws.com/. 0… · DIREITO ADMINISTRATIVO Super Apostila Nota11 Cap. 01 – CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO

Prof. Gustavo Knoplock

www.nota11.com.br 34

ISONOMIA: Veda o tratamento desigual entre pessoas que estejam na

mesma situação. “Tratar os iguais igualmente e os desiguais

desigualmente”.

Veja como é tranquilo

16 (ESAF / ANALISTA – CVM) Analise os itens a seguir, relacionados aos

princípios que norteiam a atividade da Administração Pública, e marque com

V se a assertiva for verdadeira e com F se for falsa.

( ) Em razão do princípio da isonomia, é vedada a adoção de quaisquer

discriminações positivas pela Administração Pública.

Comentário

Como eu sempre digo, o aluno não pode deixar de observar as expressões

muito determinantes utilizadas nas provas, tais como “sempre”, “nunca”,

“todos”, “absolutamente”, “sem exceções”...

Quando a questão afirmar que “o time tal nunca foi rebaixado”, você tem

que se perguntar: “ele já foi rebaixado alguma vez?”. Se você lembrar de

uma única vez, ainda que isso tenha ocorrido há muitos anos, a afirmativa

está errada.

A afirmativa “A Administração deve obediência ao princípio da publicidade”

está correta, conforme artigo 37 caput da CF.

A afirmativa “A Administração sempre deve obediência ao princípio da

publicidade” está errada, uma vez que há exceções.

A questão da prova está errada por causa da palavra “quaisquer”.

A princípio, todos devem ser tratados igualmente pela Administração, mas

nem sempre.

Sabemos que nem todas as pessoas são iguais, e, portanto, há a

necessidade de tratamentos diferentes para pessoas diferentes. Assim é,

por exemplo, que a CF assegura que algumas vagas em concursos públicos

serão reservadas para os portadores de deficiência.

Isso significa dizer, então, que há tratamentos diferentes em situações

diferentes, sem que se possa alegar que está havendo aí uma discriminação

no acesso aos cargos públicos.

Page 35: Cap. 01 CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO ...s3-sa-east-1.amazonaws.com/. 0… · DIREITO ADMINISTRATIVO Super Apostila Nota11 Cap. 01 – CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO

Prof. Gustavo Knoplock

www.nota11.com.br 35

Resumindo, o princípio da isonomia não veda a adoção de algumas

“discriminações positivas”, o estabelecimento de regras diferenciadas, em

alguns casos.

AUTOEXECUTORIEDADE: Esse princípio retrata um atributo importante

dos atos administrativos, que será estudado naquele capítulo.

Significa dizer que a Administração tem a “possibilidade de auto-executar”,

ou seja, a Administração, por meio de seus agentes, pode executar seus

próprios atos sem a necessidade de recorrer previamente ao Judiciário para

lhe pedir autorização.

Assim é que, por exemplo, quando um fiscal de vigilância sanitária se

depara com uma situação grave em um restaurante, pode imediatamente

interditar o estabelecimento e apreender as mercadorias impróprias para

consumo.

O fiscal, ou seja, a Administração, não vai ao Judiciário solicitar ordem

judicial de interdição do estabelecimento. A Administração pode, se

entender que é necessário, interditar o estabelecimento imediatamente sem

ordem judicial.

Veremos no capítulo de atos administrativos que esse princípio,

obviamente, admite exceções.

Veja como isso está sendo cobrado

17 (ESAF / FISCAL DE RENDAS - SMFRJ) Referente aos princípios da

Administração Pública, assinale a opção correta.

a) Tendo em vista o caráter restritivo da medida, é necessária lei formal

para coibir a prática de nepotismo no âmbito da Administração Pública,

tornando-se inviável, assim, sustentar tal óbice com base na aplicação

direta dos princípios previstos no art. 37, caput, da Constituição Federal.

b) Entre os princípios da Administração Pública previstos expressamente na

Constituição Federal, encontram-se os da publicidade e da eficácia.

c) É viável impedir, excepcionalmente, o desfazimento de um ato, a

princípio, contrário ao Ordenamento Jurídico, com base no princípio da

segurança jurídica.

d) O princípio da autotutela consiste na obrigatoriedade de o agente

público, independentemente da sua vontade, sempre defender o ato

Page 36: Cap. 01 CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO ...s3-sa-east-1.amazonaws.com/. 0… · DIREITO ADMINISTRATIVO Super Apostila Nota11 Cap. 01 – CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO

Prof. Gustavo Knoplock

www.nota11.com.br 36

administrativo quando impugnado judicialmente, em face da

indisponibilidade do interesse defendido.

e) O devido processo legal não é preceito a ser observado na esfera

administrativa, mas apenas no âmbito judicial.

Comentário

A letra A está errada. O nepotismo se refere à conhecida prática pela qual

as autoridades públicas nomeiam seus parentes, sem concurso, para

integrar os quadros da Administração Pública, recebendo boas

remunerações para, em regra, nada produzir.

O nepotismo fere os princípios da impessoalidade e da moralidade, logo, é

vedado pela CF, ainda que não haja lei formal nesse sentido.

Ainda assim, o STF editou a súmula vinculante nº 13, conhecida como

súmula anti-nepotismo, de forma a impedir a nomeação de cônjuges e

parentes até o terceiro grau, nos seguintes termos:

A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta,

colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da

autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica

investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o

exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função

gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos

Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,

compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a

Constituição Federal.

O erro da letra B é que a eficiência (e não eficácia) é princípio expresso.

A letra C está correta. Se a Administração constata que determinado ato

administrativo por ela editado é “contrário ao Ordenamento Jurídico”, ou

seja, é ilegal, deverá em regra invalidar esse ato. Excepcionalmente, poderá

a Administração não desfazer aquele ato, mantendo-o, a fim de não trazer

prejuízo ao particular de boa-fé, com base no princípio da segurança

jurídica.

Dessa forma, poderá a Administração convalidar o ato ilegítimo a fim de

não prejudicar os particulares. Esse assunto será visto em detalhes no

capítulo relativo aos atos administrativos.

A letra D está errada pois, pelo princípio da autotutela, o agente público

deve invalidar um ato da própria Administração quando verificar que o

mesmo foi editado de forma irregular (inclusive de acordo com o princípio

da moralidade), e não, como afirma a questão, sempre defender aquele

ato que está sendo contestado.

Page 37: Cap. 01 CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO ...s3-sa-east-1.amazonaws.com/. 0… · DIREITO ADMINISTRATIVO Super Apostila Nota11 Cap. 01 – CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO

Prof. Gustavo Knoplock

www.nota11.com.br 37

A opção E também está errada. O princípio do devido processo legal

significa que um particular não pode ser prejudicado pelo Poder Público sem

que sejam seguidos os trâmites legais, assegurando-se ao particular vários

direitos, como acompanhar o processo, se defender, contestar, etc.

O devido processo legal deve ser observado tanto no âmbito judicial como

no âmbito administrativo.

8. Regime Jurídico Administrativo

Nível de concurso: Principais concursos!

É o conjunto de normas e princípios que regem a relação entre a

Administração e o administrado conferindo poderes maiores, privilégios à

Administração Pública, colocando-a em uma posição superior, o que não

seria aceito em uma relação entre particulares, regida pelo direito privado.

São exemplos dessas prerrogativas da Administração a auto-

executoriedade, o poder de expropriar, de aplicar sanções contratuais,

impor medidas de polícia...

Além dessas prerrogativas, há princípios que, de forma diferente, servem

para estabelecer as restrições a serem respeitadas pela Administração.

São exemplos dessas restrições a obrigatoriedade de realizar concurso

público, licitação pública, prestação de contas, motivação dos seus atos...

É importante que se diga que nem sempre a Administração submete-se a

regime jurídico de direito público.

Às vezes ela se submeterá a regime jurídico de direito privado, como, por

exemplo, é estabelecido no artigo 173 § 1º da CRFB, determinando que a

lei estabelecerá regime jurídico próprio das empresas privadas às empresas

públicas e sociedades de economia mista que explorem atividade

econômica.

Entretanto, mesmo aqui a Administração não perderá todos os seus

privilégios, sendo o regime privado parcialmente derrogado pelo regime

público.

CUIDADO!!!

Não podemos confundir as expressões regime jurídico-administrativo e

regime jurídico da Administração.

Page 38: Cap. 01 CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO ...s3-sa-east-1.amazonaws.com/. 0… · DIREITO ADMINISTRATIVO Super Apostila Nota11 Cap. 01 – CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO

Prof. Gustavo Knoplock

www.nota11.com.br 38

O regime jurídico-administrativo é usado em sentido estrito, para se

referir apenas às regras de direito público, às normas que servem para dar

vantagens, prerrogativas, privilégios à Administração, colocando-a numa

relação vertical em relação ao particular.

O regime jurídico da Administração é usado em sentido amplo, de

forma a se referir a ambos os regimes (direito público e direito privado)

aplicáveis à Administração Pública.

Regime jurídico Regime

da Administração jurídico-administrativo

Veja como isso está sendo cobrado

18 (ESAF / ATRFB – MIN. FAZENDA) Marque certo ou errado.

A expressão regime jurídico da Administração Pública é utilizada para

designar, em sentido amplo, os regimes de direito público e de direito

privado a que pode submeter-se a Administração Pública.

Comentário

A afirmativa está certa. Repare que a questão se referiu ao regime jurídico

da Administração (e não ao regime jurídico-administrativo) e se preocupou

ainda em ressaltar que a expressão é utilizada em sentido amplo.

Nesse sentido (amplo), estaremos nos referindo ao regime jurídico da

Administração, que engloba ambos os regimes aplicáveis à Administração.

Page 39: Cap. 01 CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO ...s3-sa-east-1.amazonaws.com/. 0… · DIREITO ADMINISTRATIVO Super Apostila Nota11 Cap. 01 – CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO

Prof. Gustavo Knoplock

www.nota11.com.br 39

9. DICA DE OURO

Agora que acabamos o conteúdo da apostila, é ESSENCIAL que você

vá até este capítulo no sistema Nota11 de fichas interativas e

pratique!

As fichas são neurologicamente formuladas para que esses pontos

nunca mais saiam da sua cabeça...

Esse será o grande diferencial para que você consiga estar pronto

para gabaritar a prova em um tempo até 10X mais rápido que nos

materiais e métodos disponíveis no mercado.

10.Principais pontos a serem fixados

Direito Administrativo (critérios):

Critério das relações jurídicas:

Trata das relações entre o Estado e o particular

Critério da distinção entre atividade jurídica e social do Estado:

Apresenta duas características: a atividade jurídica não

contenciosa do Estado e a constituição dos órgãos

Critério teleológico:

É o que visa cumprir a finalidade do Estado

Critério negativo ou residual:

É o que visa cumprir a finalidade do Estado excluindo as

funções legislativa e judicial

Critério da hierarquia entre os órgãos:

Direito Administrativo é aquele que estuda os órgãos

inferiores; Direito Constitucional estuda os órgãos superiores.

Critério do Poder Executivo:

Que se identifica com o Poder Executivo

Critério da Administração Pública:

Princípios que regem a atuação da Administração

Direito Administrativo (pelo critério da Administração Pública):

Page 40: Cap. 01 CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO ...s3-sa-east-1.amazonaws.com/. 0… · DIREITO ADMINISTRATIVO Super Apostila Nota11 Cap. 01 – CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO

Prof. Gustavo Knoplock

www.nota11.com.br 40

Ramo do direito público;

Que estuda o conjunto de princípios e normas que regulam o

exercício da função administrativa do Estado, visando alcançar o

interesse público.

FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO

LEI

DOUTRINA

JURISPRUDÊNCIA

COSTUMES

SISTEMAS ADMINISTRATIVOS, ou SISTEMAS DE JURISDIÇÃO:

SISTEMA DO CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO:

Matéria administrativa → Administração Pública

Demais matérias → Poder Judiciário

SISTEMA DE JURISDIÇÃO UNA (BRASIL):

Matéria administrativa

Poder Judiciário

Demais matérias

ADMINISTRAÇÃO (SENTIDOS):

SUBJETIVO, FORMAL, ORGÂNICO:

Agentes, órgãos e entidades

OBJETIVO, MATERIAL, FUNCIONAL:

Funções, atividades administrativas

Page 41: Cap. 01 CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO ...s3-sa-east-1.amazonaws.com/. 0… · DIREITO ADMINISTRATIVO Super Apostila Nota11 Cap. 01 – CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO

Prof. Gustavo Knoplock

www.nota11.com.br 41

ESTRITO: Abrange apenas os órgãos e funções administrativos.

AMPLO: Abrange ainda os órgãos de governo em suas funções

políticas.

Função Legislativa

Função Jurisdicional

Função Administrativa Administração Pública Administração

(sentido estrito) Pública Função Política (sentido amplo)

REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO:

Conjunto de princípios que conferem prerrogativas e aplicam sujeições

ao Poder Público.

PRERROGATIVAS ADMINISTRAÇÃO DIRETA, AUTARQUIAS E

FUNDAÇÕES PÚBLICAS (SOMENTE

PESSOAS DE DIREITO PÚBLICO);

SUJEIÇÕES TODA A ADMINISTRAÇÃO, DIRETA E

INDIRETA.

PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO:

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS EXPRESSOS:

LEGALIDADE

IMPESSOALIDADE

MORALIDADE

PUBLICIDADE

EFICIÊNCIA

Page 42: Cap. 01 CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO ...s3-sa-east-1.amazonaws.com/. 0… · DIREITO ADMINISTRATIVO Super Apostila Nota11 Cap. 01 – CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO

Prof. Gustavo Knoplock

www.nota11.com.br 42

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS IMPLÍCITOS:

SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO SOBRE O

PRIVADO

INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO

Mais importantes

PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE

ESPECIALIDADE

TUTELA

AUTOTUTELA

HIERARQUIA

CONTINUIDADE DO SERVIÇO PÚBLICO

RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE

MOTIVAÇÃO

SEGURANÇA JURÍDICA

INAFASTABILIDADE DO CONTROLE JUDICIAL

RESPONSABILIZAÇÃO

ISONOMIA

AUTOEXECUTORIEDADE

Regime jurídico Regime

da Administração jurídico-administrativo

Page 43: Cap. 01 CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO ...s3-sa-east-1.amazonaws.com/. 0… · DIREITO ADMINISTRATIVO Super Apostila Nota11 Cap. 01 – CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO

Prof. Gustavo Knoplock

www.nota11.com.br 43

11.Lista das questões que resolvemos

1 (IBFC/TÉCNICO - MPE-SP) Conceituando o Direito Administrativo,

como sendo o conjunto de princípios que disciplinam a atividade jurídica

não contenciosa do Estado e a constituição dos órgãos e meios de sua

atuação, está se adotando o critério:

a) Do órgão.

b) Das relações sociais do Estado.

c) Da Administração Pública.

d) Da atividade social.

e) Da distinção entre atividade jurídica e social do Estado.

2 (IBFC/DIREITO - SEPLAG-MG) “Direito Administrativo é o sistema de

princípios jurídicos que regulam a atividade do Estado para o cumprimento

de seus fins.” O conceito citado no enunciado adotou o critério:

a) Da Escola do Serviço Público.

b) Das Relações Jurídicas.

c) Do Poder Executivo.

d) Teleológico.

3 (ESAF/ANALISTA TÉCNICO - SUSEP) O sistema adotado, no

ordenamento jurídico brasileiro, de controle judicial de legalidade, dos atos

da Administração Pública, é

a) o da chamada jurisdição única.

b) o do chamado contencioso administrativo.

c) o de que os atos de gestão estão excluídos da apreciação judicial.

d) o do necessário exaurimento das instâncias administrativas, para o

exercício do controle jurisdicional.

e) o da justiça administrativa, excludente da judicial.

4 (ESAF/ATRFB – MIN. FAZENDA) A expressão Administração Pública,

em sentido estrito, compreende, sob o aspecto subjetivo, apenas os órgãos

administrativos e, sob o aspecto objetivo, apenas a função administrativa,

Page 44: Cap. 01 CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO ...s3-sa-east-1.amazonaws.com/. 0… · DIREITO ADMINISTRATIVO Super Apostila Nota11 Cap. 01 – CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO

Prof. Gustavo Knoplock

www.nota11.com.br 44

excluídos, no primeiro caso, os órgãos governamentais e, no segundo, a

função política.

5 (ESAF / ANALISTA TÉCNICO - SUSEP) A legalidade, como princípio

básico da Administração Pública, especificamente, consiste mais em que, a

autoridade administrativa só pode praticar atos, quando

a) autorizados ou permitidos em lei.

b) não vedados em lei.

c) indicada sua fundamentação.

d) tenha competência para tanto.

e) objetivam interesse público.

6 (ESAF / AGENTE EXECUTIVO - SUSEP) O princípio constitucional do

Direito Administrativo, cuja observância forçosa, na prática dos atos

administrativos, importa assegurar que, o seu resultado, efetivamente,

atinja o seu fim legal, de interesse público, é o da

a) legalidade.

b) publicidade.

c) impessoalidade.

d) razoabilidade.

e) moralidade.

7 (ESAF / ANALISTA – CVM) Analise os itens a seguir, relacionados aos

princípios que norteiam a atividade da Administração Pública, e marque com

V se a assertiva for verdadeira e com F se for falsa.

( ) Segundo o princípio da impessoalidade, a atuação do administrador

público deve objetivar a realização do interesse público.

8 (ESAF / AGENTE EXECUTIVO – CVM) O dever da Administração de dar

transparência aos seus atos denomina-se:

a) legalidade

b) motivação

c) publicidade

Page 45: Cap. 01 CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO ...s3-sa-east-1.amazonaws.com/. 0… · DIREITO ADMINISTRATIVO Super Apostila Nota11 Cap. 01 – CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO

Prof. Gustavo Knoplock

www.nota11.com.br 45

d) eficiência

e) moralidade

9 (ESAF / PROCURADOR DO MUNICÍPIO DE FORTALEZA – PGM

FORTALEZA) O princípio constitucional da eficiência vincula-se à noção de

administração:

a) patrimonialista

b) descentralizada

c) gerencial

d) burocrática

e) informatizada

10 (ESAF / AFRF – MIN. FAZENDA) O estudo do regime jurídico-

administrativo tem em Celso Antônio Bandeira de Mello o seu principal autor

e formulador. Para o citado jurista, o regime jurídico-administrativo é

construído, fundamentalmente, sobre dois princípios básicos, dos quais os

demais decorrem. Para ele, estes princípios são:

a) indisponibilidade do interesse público pela Administração e supremacia

do interesse público sobre o particular.

b) legalidade e supremacia do interesse público.

c) igualdade dos administrados em face da Administração e controle

jurisdicional dos atos administrativos.

d) obrigatoriedade do desempenho da atividade pública e finalidade pública

dos atos da Administração.

e) legalidade e finalidade.

11 (ESAF / ANALISTA – CVM) Analise os itens a seguir, relacionados aos

princípios que norteiam a atividade da Administração Pública, e marque com

V se a assertiva for verdadeira e com F se for falsa.

( ) As restrições ao direito de greve do servidor público decorrem do

princípio da continuidade das atividades da Administração Pública.

Page 46: Cap. 01 CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO ...s3-sa-east-1.amazonaws.com/. 0… · DIREITO ADMINISTRATIVO Super Apostila Nota11 Cap. 01 – CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO

Prof. Gustavo Knoplock

www.nota11.com.br 46

12 (ESAF / ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO – MPOG) A

observância da adequação e da exigibilidade, por parte do agente público,

constitui fundamento do seguinte princípio da Administração Pública:

a) Publicidade.

b) Moralidade.

c) Legalidade.

d) Proporcionalidade.

e) Impessoalidade.

13 (ESAF / AGENTE EXECUTIVO – CVM) O princípio da Administração

Pública que se fundamenta na ideia de que as restrições à liberdade ou

propriedade privadas somente são legítimas quando forem necessárias e

indispensáveis ao atendimento do interesse público denomina-se:

a) legalidade.

b) publicidade.

c) proporcionalidade.

d) moralidade.

e) eficiência.

14 (ESAF / AFRF – MIN. FAZENDA) Tratando-se de poder de polícia,

sabe-se que podem ocorrer excessos na sua execução material, por meio de

intensidade da medida maior que a necessária para a compulsão do

obrigado ou pela extensão da medida ser maior que a necessária para a

obtenção dos resultados licitamente desejados.

Para limitar tais excessos, impõe-se observar, especialmente, o seguinte

princípio:

a) legalidade

b) finalidade

c) proporcionalidade

d) moralidade

e) contraditório

Page 47: Cap. 01 CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO ...s3-sa-east-1.amazonaws.com/. 0… · DIREITO ADMINISTRATIVO Super Apostila Nota11 Cap. 01 – CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO

Prof. Gustavo Knoplock

www.nota11.com.br 47

15 (ESAF / ANALISTA – CVM) Analise os itens a seguir, relacionados aos

princípios que norteiam a atividade da Administração Pública, e marque com

V se a assertiva for verdadeira e com F se for falsa.

( ) A estipulação legal de prazo decadencial para a Administração anular

seus atos é contrária ao princípio da segurança jurídica.

16 (ESAF / ANALISTA – CVM) Analise os itens a seguir, relacionados aos

princípios que norteiam a atividade da Administração Pública, e marque com

V se a assertiva for verdadeira e com F se for falsa.

( ) Em razão do princípio da isonomia, é vedada a adoção de quaisquer

discriminações positivas pela Administração Pública.

17 (ESAF / FISCAL DE RENDAS - SMFRJ) Referente aos princípios da

Administração Pública, assinale a opção correta.

a) Tendo em vista o caráter restritivo da medida, é necessária lei formal

para coibir a prática de nepotismo no âmbito da Administração Pública,

tornando-se inviável, assim, sustentar tal óbice com base na aplicação

direta dos princípios previstos no art. 37, caput, da Constituição Federal.

b) Entre os princípios da Administração Pública previstos expressamente na

Constituição Federal, encontram-se os da publicidade e da eficácia.

c) É viável impedir, excepcionalmente, o desfazimento de um ato, a

princípio, contrário ao Ordenamento Jurídico, com base no princípio da

segurança jurídica.

d) O princípio da autotutela consiste na obrigatoriedade de o agente

público, independentemente da sua vontade, sempre defender o ato

administrativo quando impugnado judicialmente, em face da

indisponibilidade do interesse defendido.

e) O devido processo legal não é preceito a ser observado na esfera

administrativa, mas apenas no âmbito judicial.

18 (ESAF / ATRFB – MIN. FAZENDA) Marque certo ou errado.

A expressão regime jurídico da Administração Pública é utilizada para

designar, em sentido amplo, os regimes de direito público e de direito

privado a que pode submeter-se a Administração Pública.

Page 48: Cap. 01 CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO ...s3-sa-east-1.amazonaws.com/. 0… · DIREITO ADMINISTRATIVO Super Apostila Nota11 Cap. 01 – CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS DO

Prof. Gustavo Knoplock

www.nota11.com.br 48

GABARITO:

1 – E 2 -D 3 – A 4 – C 5 – A 6 – C 7 – V 8 – C

9 – C 10 – A 11 - V 12 – D 13 – C 14 – C 15 – F 16 – F

17 – C 18 – C

Atenção!!!

Para garantir que você esteja utilizando um material 100%

atualizado, sempre baixe diretamente do site

WWW.NOTA11.COM.BR

Pegar esse material por outras fontes, que não o site

www.nota11.com.br , além de poder ser enquadrado como CRIME,

poderá prejudicar o seu estudo e contribuir para naufragar o projeto

mais revolucionário e democratizante do ensino para concursos –

O NOTA 11

O Brasil precisa de pessoas honestas e trabalhadores sérios.

Não compactue com a corrupção. Não compactue com a pirataria.

Precisamos de você.

FAÇA SUA PARTE!

Equipe Nota11