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Revista Ceres
ISSN: 0034-737X
Universidade Federal de Viçosa
Brasil
de Freitas, Luís Carlos; Cardoso Machado, Carlos; Silva, Elias; Gonçalves Jacovine, Laércio Antônio
AVALIAÇÃO QUANTITATIVA DE IMPACTOS AMBIENTAIS DA COLHEITA FLORESTAL EM DOIS
MÓDULOS
Revista Ceres, vol. 54, núm. 313, mayo-junio, 2007, pp. 292-303
Universidade Federal de Viçosa
Vicosa, Brasil
Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=305226813005
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Projeto acadêmico sem fins lucrativos desenvolvido no âmbito da iniciativa Acesso Aberto
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ABSTRACT
RESUMOEste trabalho teve como objetivo avaliar quantitativamente os impactos ambientais inerentes ao processo de
colheita florestal em plantios de eucalipto, utilizando-se o método da matriz de interação. As matrizes foram elaboradasem função dos módulos de colheita estudados (Motosserra + Guincho Arrastador e Motosserra + Forwarder) epreenchidas de acordo com a magnitude dos impactos, utilizando-se notas em uma escala de zero a cinco, adotandoo sinal mais (+) para os impactos positivos e o sinal menos (-) para os negativos. De acordo com os resultados, omódulo que mostrou maiores problemas ambientais foi Motosserra + Guincho Arrastador. A atividade “cortesemimecanizado” (derrubada) apresentou o maior saldo negativo médio de impacto no módulo Motosserra +Forwarder, sendo para Motosserra + Guincho Arrastador a atividade “guinchamento dos toretes” a mais impactante.No que se refere à distribuição dos impactos, o meio biótico foi o mais expressivo, chegando a representar mais de50% do saldo total de impactos nos dois módulos de colheita avaliados.
Palavras-chave: impactos ambientais, colheita florestal, matriz de interação.
QUANTITATIVE EVALUATION OF ENVIRONMENTAL IMPACTS CAUSED BY FORESTHARVEST IN TWO SUBSYSTEMS
The objective of this study was to evaluate quantitatively environmental impacts caused by harvest of eucalyptusplantations, using interaction matrix methods. Matrices were set up as a function of the studied subsystems(Chainsaw + Cable Skidding and Chainsaw + Forwarder) and filled according to impact magnitude, using scores ona scale from zero to five, using the signal (+) for positive impacts and signal (-) for negative impacts. Results showedthat the subsystem causing the greatest environmental problems was chainsaw + cable skidding. The operationsemimechanized cut had the highest mean negative balance of impact in the Chainsaw + Forwarder subsystem,whereas in the chainsaw + cable skidding subsystem the operation log dragging caused the most impact. Impactdistribution was shown more expressive in the biotic compartment, representing more than 50% of the total impactbalance in the two evaluated subsystems.
Key words: environmental impacts, Forest harvest and interaction matrix.
1 Universidade Federal de Viçosa. Programa de Pós-Graduação em Ciência Florestal. Av. P. H. Rolfs, s/n . CEP 36570-000 Viçosa – MG.2 Universidade Federal de Viçosa. Departamento de Engenharia Florestal . E-mail: [email protected].
AVALIAÇÃO QUANTITATIVA DE IMPACTOS AMBIENTAIS DA COLHEITAFLORESTAL EM DOIS MÓDULOS
Luís Carlos de Freitas1
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INTRODUÇÃO
O estudo de impacto ambiental na fase de colheitaflorestal tornar-se importante em virtude da grandecapacidade de alteração do meio ambiente propor-cionada por essa atividade, principalmente no que serefere aos compartimentos físico e biótico (Andrade,1998). Esta fase apresenta também grande relevânciano meio antrópico, devido basicamente à geração deempregos, proporcionando, em razão disso, papel fun-damental no contexto socioeconômico do País. O se-tor florestal tem, inclusive, dado importante contri-buição à economia nacional, participando com 5% doPIB (Produto Interno Bruto), gerando impostos naordem de R$ 2 bilhões e investimentos anuais de R$264 milhões (Machado, 2002). Outra importância rela-cionada à colheita de floresta plantada está na suaeficiência no processo de redução da exploração so-bre as florestas nativas. Contudo, esta fase acarretaalguns impactos negativos, destacando-se: no meiofísico, os processos de compactação do solo (Fenner,2002; Greacen & Sands, 1980) e os fenômenos erosivos(Silva, 2002); no meio biótico, os danos às cepas (Sou-za & Machado, 1985) e à vegetação de sub-bosque(Silva, 1994); e no meio antrópico, os riscos de aci-dentes (Freitas, 2004) e o aspecto estético epaisagístico (Machado & Lopes, 2002). Alguns auto-res têm enfocado a ocorrência de impactos ambientaisinerentes aos módulos de colheita avaliados. Silva(1994) relata impactos referentes ao uso de motos-serra, em virtude da emissão de gases para a atmosfe-ra. Silva (2002) destaca os impactos relacionados àcompactação pelo tráfego de Forwarder nas áreas decolheita. As máquinas empregadas na colheita, emgeral, são muito pesadas e, combinadas com a movi-mentação e o levantamento de toras, exercem grandespressões ao solo (Scopel et al., 1992). A compactaçãodo solo pelo uso de máquinas acarreta diminuição dosprocessos de infiltração e percolação da água de chu-va, contribuindo, desta forma, com a desregularizaçãoda vazão, pelo aumento do escoamento superficial esubsuperficial (Ludke et al., 2001). O tráfego de má-quinas dentro dos talhões também causa danos à ve-getação, como escoriações, perda de casca, rachadu-ras, esmagamento e, em alguns casos, arranquio dascepas (Lira Filho, 1993). Além do tráfego, têm-se tam-bém danos em virtude do processo de extração.
Freitas (2004) destaca impactos de grandes magnitu-des num sistema de arraste de madeira por cabo, so-bretudo com relação aos processos erosivos.
O estudo do impacto ambiental por meio de matrizesde interação mostra-se como uma alternativa eficientena avaliação das alterações nos compartimentos físico,biótico e antrópico, uma vez que permite caracterizar aproblemática ambiental de forma ilustrativa, possibili-tando assim um norteamento mais expressivo em termosde controle desses parâmetros ambientais. Esse méto-do, no entanto, deve ser complementado por meio deoutro denominado listagem de controle (check-list), oqual é utilizado para listar os impactos ambientais iden-tificados na matriz de interação.
O objetivo geral deste estudo foi fazer uma avaliaçãoquantitativa de impactos ambientais em dois módulosde colheita florestal, pertencentes ao sistema de torascurtas. Os objetivos específicos foram: caracterizar aproblemática ambiental nos módulos de colheita avalia-dos; e adotar medidas de controle visando equacionartais problemas, por meio da adoção de medidas miti-gadoras e potencializadoras para os impactos ambientaisnegativos e positivos, respectivamente.
MATERIAL E MÉTODOS
A pesquisa foi desenvolvida em povoamentos deEucalyptus grandis pertencentes a uma empresaflores-tal produtora de celulose, localizada na região deGuanhães, no Estado de Minas Gerais, delimitada pelascoordenadas geográficas 18o 47' 02'’ de latitude sul e 42o
55' 39'’ de longitude oeste. A área de coleta de dados écaracterizada por relevo suave a forte ondulado, comprecipitação média de 1.184 mm/ano e umidade relativade 62%. O solo da região é profundo, argiloso e fértil. Oestudo foi realizado na época da seca, no período de 4 a9 de agosto de 2003, tendo como propósito avaliar aproblemática ambiental de dois módulos de colheita per-tencentes ao sistema de toras curtas.
Foram utilizadas matrizes de interação, as quais fo-ram preenchidas em forma de questionários por técni-cos ligados à área de colheita florestal. As matrizes usa-das na coleta de dados foram projetadas para os seguin-tes módulos de colheita: Motosserra + Guincho Arrasta-dor e Motosserra + Forwarder.
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Descrição dos métodos de colheita empregados
Nos subsistemas de toras curtas avaliados, as ope-rações de corte (abate) e processamento (desgalha-mento, destopamento e toragem) foram realizadas commotosserra. As árvores abatidas foram traçadas numcomprimento de 2,20 metros, com a galhada depositadana área de corte. A diferença entre estes subsistemas(módulos de colheita) ocorreu em função das atividadesde extração e do empilhamento dos toretes. Assim, nomódulo Motosserra + Guincho Arrastador estes foramempilhados dentro do talhão e, a partir daí, arrastadospor meio de um guincho arrastador (TMO), acoplado aum trator agrícola (Massey Ferguson). No móduloMotosserra + Forwarder, os toretes foram embandeiradosdentro do talhão, sendo utilizado um “Forwarder” (ca-pacidade de carga de 15 m³ e aproximadamente quatroanos de uso) para a realização das atividades de extra-ção e empilhamento da madeira. Este módulo foi adota-do em condições topográficas mais favoráveis, enquan-to o módulo Motosserra + Guincho Arrastador foi restri-to às condições de topografia acidentada.
Etapas para avaliação quantitativa de impactosambientais
Elaboração das matrizes – As matrizes foram elabo-radas de acordo com a metodologia proposta por Silva(1994), sendo evidenciadas nas linhas as atividadesimpactantes pertinentes a cada módulo de colheita e nascolunas os fatores ambientais relevantes dos meios físi-co, biótico e antrópico. As atividades “contratação demão-de-obra”, “instalação de acampamentos”, “roçadapré-corte”, “corte florestal semimecanizado” e “proces-samento semimecanizado” foram comuns aos doismódulos de colheita. O diferencial foi proporcionadopelas atividades específicas de extração e empilhamentodos toretes. Os fatores ambientais relatados no meiofísico foram: ar (partículas sólidas e gases); recursohídrico (turbidez, assoreamento e vazão); e recursoedáfico (compactação, erosão e propriedades químicasdo solo). No meio biótico os fatores ambientais destaca-dos foram: flora terrestre (vegetação original, vegetaçãoplantada e vegetação de sub-bosque); fauna terrestre(vertebrados e insetos); flora aquática (macrófitas efitoplancton); e fauna aquática (peixes e zooplancton).No meio antrópico os estudos enfocaram os seguintesfatores: emprego, acidente e paisagismo. Assim, foi ob-servado em cada uma dessas matrizes um total de seteatividades impactantes e 20 fatores ambientais, sendo
oito no meio físico (40%), nove no biótico (45%) e trêsno antrópico (15%).
Preenchimento das matrizes – As matrizes forampreenchidas de acordo com a magnitude dos impactos,utilizando-se uma pontuação para caracterizar as alte-rações do parâmetro ambiental. Foi adotada uma esca-la para quantificação que variou de zero a cinco, sendoconvencionado o sinal mais (+) para os impactos posi-tivos e menos (-) para os negativos. Assim foram esti-pulados os seguintes valores: 0 - nenhum impacto; 1–impacto desprezível; 2– baixo impacto; 3– médio im-pacto; 4– alto impacto; e 5– altíssimo impacto. O pre-enchimento das matrizes ficou a cargo de doissupervisores e um monitor de campo ligados à empre-sa, sendo todos técnicos com formação de segundograu. Os supervisores tinham experiência de 22 anosna colheita e o monitor de campo cinco anos. Antes dopreenchimento, foi realizada uma reunião com os trêsintegrantes para se esclarecerem alguns termos utiliza-dos nas matrizes.
Interpretação das matrizes – As interpretações dasmatrizes foram realizadas pelo próprio autor, tomandocomo base os dados coletados, ou seja, as três avalia-ções de cada módulo estudado.
Listagem de controle (check-list) – Este método foiutilizado para listar os impactos ambientais inerentes àatividade em estudo, a partir da identificação obtida pormeio das matrizes de interação. Foi empregado o check-list descritivo, com a finalidade de complementar as ma-trizes de interação, uma vez que elas não fornecem osimpactos sob uma perspectiva discursiva.
RESULTADOS E DISCUSSÃOIdentificação e caracterização quantitativa deimpactos ambientais dos métodos de colheita
avaliados
Os impactos ambientais foram identificados equantificados por uma equipe técnica da empresa (doissupervisores e um monitor de campo), os quais traba-lharam de forma independente no preenchimento dasmatrizes de interação. Os resultados dessa avaliaçãoencontram-se nos Quadros 1, 2, 3, 4, 5 e 6.
Aspectos ambientais dos módulos de colheitaavaliados
Para um mesmo avaliador, o que diferenciou o saldototal de impacto entre os dois módulos foram as ativida-
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des de extração e empilhamento da madeira, as quaisforam específicas em cada subsistema (módulo) avalia-do. Das atividades impactantes comuns aos doismódulos de colheita, destacou-se o corte florestalsemimecanizado, com um perfil impactante bastante ex-pressivo, conforme observado nos Quadros anexos. Aatividade de “contratação de mão-de-obra” foi a única aapresentar saldo de impacto positivo.
A discussão a seguir foi realizada com base na pro-blemática ambiental inerente à atividade de extração, aqual foi executada de forma diferenciada nos doissubsistemas.
Motosserra + Guincho Arrastador – Este móduloconsolidou-se como a pior alternativa em termosambientais nas três repetições, sendo este aspectoproporcionado pelas grandes alterações no meio am-biente em função, principalmente, da atividade deguinchamento dos toretes. Esta apresentou, inclusi-ve, maior potencial impactante (Figura 1), chegando arepresentar, em uma das repetições, 47,6% do saldototal de impacto (Quadro 1). Nessa avaliação, seis dosoito fatores ambientais do meio físico atingiram notasnegativas máximas, sendo eles: emissão de partículassólidas e de gases (ar); turbidez, assoreamento e va-zão (recurso hídrico); e erosão (recurso edáfico). Oguinchamento causa a compactação e a desestrutu-ração do solo, potencializando, dessa forma, os fenô-menos erosivos, os quais são ainda agravados pelascondições topográficas da referida operação. Essesdanos ambientais incidentes sobre o recurso edáficorefletiram de forma indireta nos componentes do re-curso hídrico. A extração das pilhas de madeira alte-rou também a qualidade do ar, em virtude da suspen-são de particulados. No meio biótico, a flora terrestreacabou sofrendo danos mecânicos devido ao arrastedos feixes, principalmente a brotação e a vegetaçãode sub-bosque. Os componentes bióticos do meio
aquático foram impactados de forma indireta, pelosdanos acarretados ao recurso edáfico. No meioantrópico, o aspecto paisagístico foi comprometidodevido às marcas no solo proporcionadas peloguinchamento dos toretes.
Nesse módulo, 55% dos impactos foram referentesao meio biótico, 38% ao físico e 7% ao antrópico.
Motosserra + Forwarder – Para este subsistema(módulo) de colheita, a extração de madeira do talhãose deu por meio do baldeio, ou seja, os toretes foramtransportados sem contato com o solo. A atividade de“corte florestal semimecanizado” (derrubada) apresen-tou o maior saldo médio de impacto negativo (Figura2). Neste módulo ocorreu inversão de posições entreas principais atividades, ficando, portanto, a atividadede “extração com Forwarder” (transporte primário comForwarder) com o segundo maior saldo médio de im-pacto negativo (Figura 2). O Quadro 4 mostra, com re-lação à atividade de “extração com Forwarder”, graumáximo de impacto para três fatores ambientais, sendoeles: compactação e erosão (recurso edáfico) e assorea-mento (recurso hídrico). Os problemas relacionados àcompactação podem ser ainda mais agravantes em áre-as íngremes, já que nesses casos o Forwarder fica mui-tas vezes impossibilitado de mudar o seu traçado den-tro do talhão, fato esse que potencializa o referido pro-cesso. A pressão dos rodados dessas máquinas, sem-pre na mesma linha, acarreta também a formação detrilhas profundas no solo, as quais constituem rotaspreferenciais para a descida das águas de chuva nostalhões, agravando assim os processos erosivos nes-ses locais. A compactação dentro dos talhões acabapotencializando o escorrimento superficial e subsuper-ficial, em detrimento aos processos de infiltração, acar-retando, dessa forma, a ocorrência de fenômenoserosivos. O aumento do escoamento superficial favo-rece o carreamento dos restos vegetais da colheita pre-sentes nessas trilhas, bem como do próprio solo, que
Figura 1 - Saldo médio das atividades impactantes observado nomódulo Motosserra + Guincho Arrastador.
Figura 2 - Saldo médio das atividades impactantes observado nomódulo Motosserra + Forwarder.
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fica susceptível aos processos de erosão. Estas partí-culas acabam interceptando os cursos d’água, provo-cando, assim, o assoreamento dos canais de drena-gem.
Nesse módulo, 57% dos impactos foram referentesao meio biótico, 38% ao físico e 5% ao antrópico.
Principais impactos identificados e suas respectivasmedidas ambientais
Os impactos ambientais de maior relevância serãodescritos a seguir, juntamente com suas respectivasmedidas ambientais, mitigadoras ou potencializadoras,conforme o caso:
- Geração de empregos para a realização de diferen-tes atividades. Medida potencializadora: priorizar osmódulos de colheita semimecanizados para gerar maiordemanda de mão-de-obra.
- Depreciação da qualidade do ar, quando da emis-são de partículas sólidas e gases, nas atividades queenvolvem o trânsito de máquinas (Forwarder) e movi-mentação da madeira sobre o terreno (guinchamento dostoretes). Medida mitigadora: adotar um planejamento deforma a otimizar a distância de arraste.
- Aumento do nível de turbidez e assoreamento doscorpos d’água, em virtude do aparecimento de fenôme-nos erosivos, decorrentes da compactação, desestru-turação e revolvimento do solo, pelo trânsito de máqui-nas e arraste dos feixes de madeira. Medida mitigadora:realizar um planejamento operacional das áreas a seremcolhidas, a fim de se evitar, na época da colheita, a entra-da de máquinas em locais susceptíveis aos processoserosivos.
- Desregularização da vazão dos cursos d’água, emvirtude do aumento do escorrimento superficial e subsu-perficial, decorrente de sua compactação. Medidamitigadora: priorizar a utilização de máquinas com rodasque proporcionem menor compactação do solo.
- Melhoria das propriedades químicas do solo, emvirtude da deposição de restos vegetais sobre a suacamada superficial, nas atividades de roçada pré-corte,corte e processamento semimecanizado. Medida poten-cializadora: priorizar os módulos de colheita que propor-cionem deposição dos restos vegetais na área de corte.
- Diminuição da capacidade de suporte do meio paraa fauna terrestre, devido aos danos causados à vegeta-ção de sub-bosque, em virtude do trânsito de máquinas,
arraste dos feixes de madeira, atividades de corte,processamento e empilhamento. Medida mitigadora:priorizar os métodos de extração que proporcionem me-nores níveis de danos à vegetação de sub-bosque.
- Danos aos componentes bióticos do meio aquáticoquando da diminuição da produtividade global do seuecossistema, pelo aumento dos processos de assorea-mento e turbidez dos corpos hídricos, como conseqüên-cia do surgimento de fenômenos erosivos. Medidamitigadora: realizar um planejamento operacional das áre-as a serem colhidas, a fim de se evitar a entrada de máqui-nas em locais susceptíveis aos processos erosivos.
- Possibilidade de ocorrência de acidentes de traba-lho, quando da realização das atividades de corte eprocessamento semimecanizado. Medidas mitigadoras:fornecer treinamento aos operadores de motosserra econscientiza-los sobre a importância do uso dos equi-pamentos de proteção individual (EPI).
- Impacto visual, em virtude da remoção da florestaplantada. Medida mitigadora: realizar o corte da flores-ta em mosaicos, a fim de se evitar abertura de grandesáreas.
CONCLUSÕESCom base nos dois módulos de colheita avaliados,
chegou-se às seguintes conclusões:
- O maior saldo de impacto no módulo Motosserra +Guincho Arrastador pode ser explicado não só pelas suasatividades específicas, mas também pelas condições crí-ticas de operação do referido módulo em termos dedeclividade.
- As medidas ambientais relatadas neste trabalhomostraram-se como boas alternativas para o controledos impactos ambientais nos módulos de colheitaavaliados.
- A utilização de matrizes quantitativas na avaliaçãode impactos ambientais mostra-se como alternativa efi-ciente no sentido tanto de identificar os impactos, comode se conhecer a sua relevância.
- O Meio biótico foi o mais impactado nos doismódulos avaliados, sendo esse aspecto proporciona-do pelo maior número de fatores ambientais contem-plados nesse componente e também pela grande mag-nitude de impacto observada em relação à vegetaçãode sub-bosque.
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