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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE BIOLOGIA CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS BASE DE DADOS DE ESPÉCIES ARBUSTIVO-ARBÓREAS COMO FERRAMENTA DE AVALIAÇÃO DE PROJETOS DE RESTAURAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS Elaborado por GABRIELA ARRUDA CANOSA Orientador DR. LUIZ FERNANDO DUARTE DE MORAES Coorientador PROF. DR. PAULO SÉRGIO DOS SANTOS LELES Seropédica - RJ 2013

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Monografia de conclusão de curso de Biologia na UFRRJ que trata de uma construção de base de dados de espécies lenhosas com potencial para uso em restauração florestal, e a utilização dessa como ferramenta para avaliação de projetos de restauração de áreas degradadas

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO DE BIOLOGIA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

BASE DE DADOS DE ESPÉCIES ARBUSTIVO-ARBÓREAS

COMO FERRAMENTA DE AVALIAÇÃO DE PROJETOS

DE RESTAURAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

Elaborado por

GABRIELA ARRUDA CANOSA

Orientador

DR. LUIZ FERNANDO DUARTE DE MORAES

Coorientador

PROF. DR. PAULO SÉRGIO DOS SANTOS LELES

Seropédica - RJ

2013

GABRIELA ARRUDA CANOSA

BASE DE DADOS DE ESPÉCIES ARBUSTIVO-ARBÓREAS

COMO FERRAMENTA DE AVALIAÇÃO DE PROJETOS

DE RESTAURAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

Monografia apresentada como requisito

parcial para obtenção do grau de Bacharel em

Ciências Biológicas do Instituto de Biologia da

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Orientador

DR. LUIZ FERNANDO DUARTE DE MORAES

Coorientador

PROF. DR. PAULO SÉRGIO DOS SANTOS LELES

Seropédica

Setembro – 2013

ii

iii

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, Roseli Arruda e Juan Canosa, que nunca mediram esforços para me

darem todo o apoio necessário para que eu conseguisse atingir meus objetivos. Vocês são

as pessoas mais importantes da minha vida, e sem vocês, certamente eu não seria quem

sou.

A minha irmã, que sempre foi um exemplo como toda irmã mais velha, e que nos

presenteou com um anjinho chamado Rafael.

Ao meu afilhado Rafael, peço desculpas pela ausência nos últimos anos em que

meu tempo foi tomado pelo compromisso com a graduação, perdi grande parte de seu

crescimento e ainda não consegui demonstrar toda a importância que você tem na minha

vida.

Aos meus irmãos, minha surpresa na vida, e que amo incondicionalmente desde que

os conheço.

Aos meus tios uruguaios, que não tiveram a fronteira como limite para me darem

apoio e força nas minhas conquistas.

A minha vó Lya, pela torcida, apoio e por todos os ensinamentos culinários e

artísticos.

Ao meu abuelo, que tenho certeza que sempre torceu por mim, e ainda torce do

lugar onde está.

A minha família “paulixta”, que quero sempre bem.

Ao meu orientador Luiz Fernando Duarte de Moraes, por tudo que me ensinou.

Você não sabe a sorte que tive em te ter como professor e como amigo, que me apoiou até

o último ponto colocado neste trabalho. Grande parte da minha formação em Biologia eu

devo a você.

A Mel, Ana e Bruna, que moram comigo e são minha força todos os dias, e à Lara,

Loury, Louise e Jeny, que moraram comigo durante algum tempo da minha passagem pela

Rural, saibam que vocês foram grande parte do meu alicerce.

A minha grande turma, “cês são dez”, a minha distância não reflete a importância

que vocês tiveram no meu dia-a-dia, e desde o primeiro.

Aos queridos amigos e amigas da biologia e principalmente ao Ramiro, Zé, Tiago e

Godoy, pelos bons tempos sempre guardados na memória.

A todas às amigas e amigos que fiz durante esses mais de quatro anos na Rural,

vocês se tornaram minha família.

iv

A Carol e Mari, que como grandes amigas, sentiram a minha distância ao ingressar

na universidade. Saibam que vocês são para toda a vida, não importa onde ela seja.

Ao Cévio, pela ajuda no trabalho e por todo o apoio e paciência nessa fase de

conclusão de curso.

Ao restaurante Erva-doce, que me proporcionou conhecer pessoas incríveis e me

ensinou muita coisa sobre como agir em um espaço coletivo, além da culinária deliciosa, é

claro.

Ao Grupo de Permacultura da Rural, que me acompanhou durante o início do meu

trajeto na Permacultura e me deu impulso para seguí-la como estilo de vida.

Ao Coletivo Terra Prometida, por todos os sacos de terra empilhados (rs). A todos

que participam desse trabalho coletivo, por todo o aprendizado tido no assentamento Terra

Prometida.

A todos os participantes do curso “Árvores na Agricultura Familiar” que mesmo

sem saberem, me incentivam no meu caminhar daqui pra frente. Vocês são a esperança da

agricultura familiar e da agroecologia no Rio de Janeiro.

Aos “Jus” e a todos que conheci na Casa Colméia e em outros espaços de

Permacultura, os aprendizados ao lado de vocês foram muito importantes durante a minha

graduação. Que continuemos nesse caminho.

A todos do GESEF/INEA, e principalmente a Cristina, Julia, Bruno, Flávio,

Michele, Zé Maria e Rodrigo, que me receberam e me auxiliaram na execução deste

trabalho.

Ao coorientador Prof. Paulo Sergio dos Santos Leles, que me auxiliou na conclusão

deste trabalho.

Aos membros da banca, Pesquisador Alexander Silva de Resende, Prof. Paulo

Sergio dos Santos Leles e Prof. Lucas Amaral de Melo, que aceitaram dar importantes

contribuições para este trabalho.

A todos os mestres que fizeram parte da minha jornada na graduação, e

principalmente ao Prof. Lucio Carramillo Caetano. A minha formação como bióloga

reflete em parte do conhecimento que compartilharam comigo.

A Embrapa Agrobiologia, pela estrutura disponibilizada para o desenvolvimento

deste trabalho e à FAPERJ pelo auxílio com a bolsa de iniciação científica.

A UFRRJ, por ter mudado a minha vida, serei eternamente grata pelos momentos

que me proporcionou.

v

“Tudo é uma questão de manter

a mente quieta

a espinha ereta

e o coração tranquilo”

Walter Franco

vi

RESUMO

A prática da restauração ecológica tem aumentado no Brasil em função da demanda

crescente pela regularização ambiental de atividades produtivas. Um aspecto importante é

conhecer os atributos funcionais das espécies florestais, o que pode dar subsídios à seleção

de espécies durante a elaboração de projetos de restauração de áreas degradadas (PRAD).

O presente trabalho tem como objetivos a elaboração de uma base de dados de espécies

lenhosas potenciais para restauração ecológica na Mata Atlântica do Rio de Janeiro, a

partir da sistematização de dados secundários sobre três atributos funcionais específicos: i)

Capacidade de fixação biológica de nitrogênio atmosférico, ii) Atratividade à fauna

silvestre e iii) Oferta de produtos madeireiros e não madeireiros. A base de dados foi usada

posteriormente para avaliação das listas de espécies sugeridas para restauração florestal em

PRAD encaminhados para análise ao Instituto Estadual do Ambiente (INEA), do Rio de

Janeiro. Além das listas de espécies sugeridas nos PRAD, em alguns casos também foram

encontradas listas de espécies da flora do entorno e de relatórios de implantação, que foram

comparadas às de espécies sugeridas. Para a base de dados foram levantadas 808 espécies

lenhosas ocorrentes no RJ de acordo com seus atributos funcionais. Dessas espécies, 112

são fixadoras de nitrogênio, 573 são atrativas à fauna silvestre e 415 possuem potencial de

uso econômico. Na análise dos PRAD, foram verificadas 44 listas de espécies sugeridas.

Pôde-se constatar que nenhum PRAD seguiu todas as indicações da Instrução Normativa

IBAMA nº04/2011 e da Resolução INEA nº36/2011. Das 674 espécies sugeridas em todos

os PRAD, 327 (48,4%) tiveram apenas uma citação. Foram consideradas três proporções

de citações para cada espécie com relação ao total de PRAD: 30%, 50%, 70%, resultando

em 75, 24 e 6 espécies, respectivamente. O resultado indica que apenas 75 espécies são

frequentemente utilizadas na restauração ecológica no RJ, o que diante da alta riqueza

característica da Mata Atlântica e do resultado da base de dados sugere que as espécies

nativas não estão sendo exploradas em sua potencialidade na restauração florestal. Dessas

espécies, 74 estão na base de dados apresentada, indicando seu potencial de utilização na

avaliação e elaboração de listas de espécies florestais em PRAD. Sugere-se que mais

atenção seja dada a elaboração e avaliação das listas de espécies sugeridas nos PRAD, de

forma que essas ações tenham maiores chances de atingir os objetivos da restauração

florestal.

Palavras-chave: Restauração Ecológica; Espécies lenhosas; Atributos funcionais; Base de

dados, Rio de Janeiro

vii

ABSTRACT

Ecological restoration of Brazilian tropical forest has recently increased due to legal

obligations of landowners. Knowledge on functional attributes of forest tree species may

support species selection for restoration projects (PRAD). This study aimed to build a

forest species database for the Atlantic in Rio de Janeiro, by gathering information on three

functional attributes: i) Potential for biologically fixing atmospheric nitrogen; ii)

Attractiveness to wildlife; and iii) Potential of supplying wood and non wood products.

Database was later used to evaluate lists of species suggested for forest restoration due to

legal obligation cases, managed by the Instituto Estadual do Ambiente (INEA), in Rio de

Janeiro. Besides lists of species suggested for planting, some projects included lists of

regional species, and reports of species which were really planted. Database built consists

of 808 woody native species, and of these, 112 are N-fixing species, 573 are wildlife

attracting plants, and 415 were found to provide either wood or non wood products.

Restoration projects (PRAD) contained 44 lists of suggested species which were analyzed,

and none of them followed legal instructions. 327 (48.4%) out of 674 species were listed

only once in the PRAD. Seventy-five species were listed in 30% of the PRAD, and only

six species can be considered very common species, since they could be found in at least

70% of the restoration projects. Anyway, lists could be richer in species. Seventy-four out

of the 75 species listed in 30% of the projects can be found in our database, which suggest

they have important functional attributes and should be part of restoration projects. Finally,

environmental public institutes are suggested to give special attention in the lists of species

suggest in order to have more successful restoration projects.

Key-words: Ecological restoration; Forest species; Database; Restoration projects;

Functional attributes

viii

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .........................................................................................................1

2 OBJETIVOS ..............................................................................................................4

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...................................................................................5

3.1 RESTAURAÇÃO ECOLÓGICA ..............................................................5

3.1.1 O que é a Restauração Ecológica? ........................................................5

3.1.2 Breve histórico: avanços e desafios ......................................................8

3.1.3 Como nortear as ações de restauração? ................................................9

3.1.4 O papel da diversidade funcional na restauração ................................ 11

3.1.5 A escolha das espécies a partir de seus atributos funcionais ............... 12

3.1.6 Avaliação e monitoramento de áreas restauradas ................................ 15

3.1.7 Legislação e Restauração Ecológica ................................................... 16

3.2 PROJETOS DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS (PRAD)

NO RIO DE JANEIRO ................................................................................................ 18

3.2.1 INEA – Instituto Estadual do Ambiente ............................................. 18

3.2.2 O que são Projetos de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD)?... 19

3.2.3 O uso das espécies florestais nos PRAD ............................................ 20

4 MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 22

4.1 ELABORAÇÃO DA BASE DE DADOS ................................................ 22

4.1.1 Leguminosas fixadoras de nitrogênio ................................................. 23

4.1.2 Espécies atrativas à fauna silvestre ..................................................... 24

4.1.3 Espécies com potencial de uso madeireiro e não madeireiro............... 26

4.2 PROJETOS DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS (PRAD)

NO RIO DE JANEIRO ................................................................................................ 28

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................. 33

5.1 ELABORAÇÃO DA BASE DE DADOS ................................................ 33

5.1.1 Leguminosas fixadoras de nitrogênio ................................................. 34

5.1.2 Espécies atrativas à fauna silvestre ..................................................... 36

ix

5.1.3 Espécies com potencial de uso madeireiro e não madeireiro............... 39

5.2 PROJETOS DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS (PRAD)

NO RIO DE JANEIRO ................................................................................................ 43

5.2.1 Os Projetos de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) ............... 43

5.2.2 As listas de espécies encontradas nos processos ................................. 49

6 CONCLUSÕES ....................................................................................................... 77

7 COMENTÁRIOS FINAIS ....................................................................................... 78

7.1 Conflito na taxonomia vegetal ................................................................. 78

7.2 Recomendações ....................................................................................... 78

7.3 Potencialidades ....................................................................................... 79

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 80

x

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Relação entre os conceitos de Ecologia, Ecologia da Restauração e

Restauração Ecológica, modificado de PALMER et al. (2006). ..........................................6

Figura 2. Exemplo de matriz construída em planilha eletrônica com as informações

levantadas para as espécies lenhosas da Mata Atlântica do Rio de Janeiro atrativas à fauna.

........................................................................................................................................ 26

Figura 3. Exemplo de matriz construída em planilha eletrônica com as informações

levantadas para as espécies lenhosas da Mata Atlântica do Rio de Janeiro com potencial de

uso madeireiro e não madeireiro. ...................................................................................... 28

Figura 4. Exemplo de matriz construída em planilha eletrônica com informações

sobre os processos analisados na GESEF/INEA que contém Projetos de Restauração de

Áreas Degradadas – PRAD. ............................................................................................. 29

Figura 5. Exemplo de matriz com as espécies sugeridas nos PRAD apresentados a

GESEF/INEA, indicando quais espécies estão incluídas na base de dados apresentada no

presente trabalho, com indicação sobre presença ou ausência dos atributos funcionais

levantados. Legenda: Base de dados RJ: "Sim" - ocorre na base de dados do RJ; "Não" -

não ocorre na base de dados; "*" - ocorre na base de dados da Mata Atlântica do Brasil,

mas não tem ocorrência no RJ. Atributos: "x" – possui o atributo funcional; "-" - Não

possui o atributo funcional. .............................................................................................. 30

Figura 6. Exemplo de matriz construída em planilha eletrônica com informações

sobre o cumprimento das recomendações dadas pela nº04/2011 (IBAMA, 2011) e

Resolução INEA nº 36/2011 (INEA, 2011) na elaboração das listas de espécies sugeridas

nos Projetos de Restauração de Áreas Degradadas - PRAD apresentados a GESEF/INEA.

Também é indicado o número de espécies e de famílias por PRAD, e o número de espécies

que estão incluídas na base de dados apresentada no presente trabalho. ............................ 32

Figura 7. Resultado quantitativo das espécies que compõem a base de dados de

espécies lenhosas com potencial de uso em restauração ecológica, ocorrentes na Mata

Atlântica do Rio de Janeiro. Os números em parênteses indicam a quantidade de espécies

total encontradas para os atributos. Os números dentro do círculo, fora das interseções,

indicam as espécies encontradas especificamente para cada atributo e os incluídos nas

interseções são as de múltiplo uso e seus atributos concomitantes respectivos. ................. 33

Figura 8. Frequência com que as espécies foram sugeridas nos PRAD analisados. O

número de citações varia entre 1 e 42. .............................................................................. 52

xi

Figura 9. Número de espécies elencadas por PRAD, categorizadas a partir de

intervalos de dezenas de unidades. ................................................................................... 53

Figura 10. Porcentagem de espécies sugeridas por PRAD que constam na base de

dados de espécies florestais com potencial para Restauração Florestal da Mata Atlântica do

Rio de Janeiro. No eixo “x” cada número corresponde identificação do PRAD no presente

trabalho. ........................................................................................................................... 56

Figura 11. Porcentagem de espécies sugeridas por PRAD com cada um dos três

atributos levantados pela base de dados de espécies florestais com potencial para

Restauração Florestal da Mata Atlântica do Rio de Janeiro. No eixo “x” cada número

corresponde à identificação do PRAD no presente trabalho. No eixo “y”, as porcentagens

de espécies com cada atributo em relação ao número de espécies sugeridas no PRAD

referente. Legenda: “FBN” – fixação biológica de nitrogênio; “Atrativas” – atratividade à

fauna silvestre; “PFM e PFNM” – produtos florestais madeireiros e não-madeireiros. ...... 62

Figura 12. Porcentagem de espécies da flora regional que foram sugeridas nos

PRAD, quando a lista florística da região de plantio foi enviada. ...................................... 71

Figura 13. Quantidade de espécies plantadas, indicadas em relatórios de

implantação, que já haviam sido sugeridas nos PRAD referentes. ..................................... 72

xii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Bibliografia utilizada para o levantamento das espécies lenhosas da Mata

Atlântica do Rio de Janeiro atrativas à fauna .................................................................... 25

Tabela 2. Bibliografia utilizada para o levantamento das espécies lenhosas da Mata

Atlântica do Rio de Janeiro com potencial de uso madeireiro e não madeireiro ................ 27

Tabela 3. Resultado quantitativo das espécies leguminosas lenhosas fixadoras de

nitrogênio de ocorrência na Mata Atlântica do estado do Rio de Janeiro ........................... 34

Tabela 4. Gêneros de espécies lenhosas que ocorrem na Mata Atlântica do Brasil,

com registro de nodulação por bactérias fixadoras de nitrogênio, organizados por

Subfamília (SF) e por Grupo de nodulação (+) ou (+/). Legenda: SF: C – Caesalpinoideae;

M - Mimosoidae; P - Papilionoidae; Grupos de nodulação: (+), quando todas as espécies

estudadas quanto a nodulação no gênero estudadas possuem resultado positivo de FBN, e

(+/-), gêneros que apresentam espécies com registro positivo e espécies com registro

negativo para nodulação ................................................................................................... 35

Tabela 5. Famílias de espécies vegetais lenhosas ocorrentes na Mata Atlântica do

estado do Rio de Janeiro atrativas à fauna silvestre e classe de fauna que atraem .............. 37

Tabela 6. Produtos florestais madeireiros e não madeireiros e características do uso

por categoria citados para espécies florestais de ocorrência na Mata Atlântica do Rio de

Janeiro ............................................................................................................................. 41

Tabela 7. Identificação dos Projetos de Restauração de Áreas Degradadas (PRAD)

enviados à GESEF/INEA por empresas e pessoas físicas para adequação ambiental. Os

PRAD foram identificados por números de acordo com a ordem de análise. Legenda:

Assunto: “RL” - Reserva Legal; “LA” - Licenciamento Ambiental ................................... 44

Tabela 8. Análise qualitativa dos PRAD analisados de acordo com as indicações

feitas pela Instrução Normativa IBAMA nº04/2011 (IBAMA, 2011) e Resolução INEA

nº36/2011 (INEA, 2011) para construção de listas de espécies sugeridas para o plantio nos

PRAD. Legenda: Os PRAD em destaque e com número de identificação em negrito

correspondem aos enviados após junho de 2011 ............................................................... 50

Tabela 9. Resultado quantitativo, por PRAD, do número de espécies sugeridas e de

famílias a que pertencem, além do número das espécies incluídas na base de dados

construída neste trabalho. Legenda: “n” – número de espécies; “FBN” - Fixação Biológica

de Nitrogênio; “Atrativas” - atratividade à fauna silvestre; “PFM e PFNM” - potencial para

uso de produtos florestais madeireiros e não madeireiros ................................................. 54

xiii

Tabela 10. Espécies citadas em mais de 30% dos PRAD analisados. Legenda: FBN

– Fixação Biológica de Nitrogênio; Fauna – atratividade à fauna silvestre; PFM e PFNM –

Produtos Florestais Madeireiros e Não Madeireiros; Base de dados – RJ?: “Sim” –

Presente na base de dados para o RJ, “*” – Presente na base de dados para a Mata

Atlântica, mas sem ocorrência no RJ, “Não*” - Não está na base de dados, mas tem

ocorrência no RJ.; Atributos: “x” – Presença, “-“ – Ausência ........................................... 57

Tabela 11. Espécies citadas pelos PRAD apresentados a GESEF/INEA que

possuem os três atributos funcionais (fixação biológica de nitrogênio, Atratividade a fauna

e potencial de uso econômico) levantados pela base de dados de espécies florestais

potenciais para uso em restauração ecológica da Mata Atlântica apresentada no presente

trabalho ............................................................................................................................ 63

Tabela 12. Espécies comumente citadas em mais de 30% dos PRAD e em mais de

30% dos Relatórios de Plantio analisados ......................................................................... 74

1 INTRODUÇÃO

A prática da restauração ecológica tem sido cada vez mais empregada no Brasil em

função da crescente demanda pela regularização ambiental de atividades produtivas, como

forma de mitigar e compensar impactos ambientais (ARONSON et al., 2011). É uma

ferramenta para reverter processos de degradação, potencializando a conservação da

biodiversidade e a geração de serviços e bens ecossistêmicos (ARONSON et al., 2011;

BRANCALION et al., 2010). Essa prática é apoiada na Ecologia da Restauração, uma

nova área emergente na ciência que traz todo o arcabouço teórico para realização das ações

(SER, 2004).

A Mata Atlântica é um dos biomas mais ameaçados do Brasil, com grande demanda

por restauração de seus ecossistemas. Este bioma é caracterizado pela alta diversidade de

espécies e alto grau de endemismo. Graças a essa característica e por estar em “status de

ameaçada”, com cerca de apenas 7% de sua área original remanescente, é considerada um

dos 25 hotspots mundiais (TABARELLI et al., 2005). Nos últimos séculos esse bioma tem

sido reduzido a fragmentos florestais, entre os quais mais de 80% possuem áreas menores

que 50 hectares (RIBEIRO et al., 2009). Isso se deve à sobrexploração de recursos

florestais e à exploração de terras para atividades agropecuárias (TABARELLI et al.,

2005), além de expansão urbana e industrial.

Nesse contexto, pode-se dizer que a necessidade de recuperação das características

naturais de estrutura e funcionamento dos ecossistemas degradados é a principal

importância da restauração ecológica (OLIVEIRA, 2011). De forma geral, as iniciativas de

restauração na Mata Atlântica têm como objetivo a adequação legal de propriedades e

empreendimentos, o restabelecimento de bens e serviços gerados pelo ecossistema e/ou a

conservação de espécies nativas (BRANCALION et al., 2010).

As demandas atuais mais comuns de restauração ecológica no que diz respeito ao

comprimento da legislação por empreendimentos e propriedades rurais vêm da (i)

reposição ou compensação ambiental tidas como condicionantes para Autorização de

Supressão da Vegetação (ASV) (BRASIL, 2012), (ii) mitigação de impactos ambientais,

como ações que visam a minimização de impactos inevitáveis de um empreendimento, na

forma de reposição ou compensação florestal, exigidas pelos órgãos ambientais para

concessão de licença ambiental (ARONSON et al., 2011), (iii) reparação de danos

ambientais decorrentes de infrações como desmatamentos e queimadas sem autorização

pelos órgãos competentes (BRASIL, 2012) e (v) recomposição de áreas de preservação

2

permanente e de áreas de reserva legal, como parte do processo de regularização ambiental de

propriedades rurais (BRASIL, 2012).

Assim, para os requerentes dessas adequações legais é exigida a apresentação de

um Projeto de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) ao órgão ambiental competente,

com o propósito de apresentar as medidas propostas para as áreas em que se fazem

necessárias ações de restauração ecológica (INEA, 2011). No âmbito federal, o

instrumento legal que norteia a elaboração desses PRAD é a Instrução normativa nº04, de

13 de abril de 2011 (IBAMA, 2011) e no âmbito estadual, para o Rio de Janeiro, há a

Resolução INEA nº 36, de 08 de julho de 2011 (INEA, 2011).

O termo ‘recuperação de áreas degradadas’ é indistintamente utilizado no Brasil

como referência a diversas técnicas que visam reverter a situação de um ecossistema

degradado a um estado desejável (ARONSON et al., 2011). Já o termo restauração de

áreas degradadas (ou restauração ecológica) é referente às ações que visam assistir e

mediar à recuperação da funcionalidade, estabilidade e integridade biológicas do

ecossistema degradado no longo prazo (ENGEL & PARROTA, 2003). Considerando que a

sociedade, o Estado e os órgãos ambientais provavelemente esperam de um Projeto de

Recuperação de Áreas Degradadas que o ecossistema seja funcionalmente restaurado e se

autosustente no longo prazo, os projetos denominados como de recuperação de áreas

degradadas, no presente trabalho, serão tratados como projetos de restauração ecológica.

Para aumentar a possibilidade de que os objetivos da restauração sejam alcançados

é importante um bom planejamento. Dentro desse planejamento deve-se dar atenção à

escolha das espécies a serem introduzidas, que devem ser relacionadas tanto ao histórico e

ambiente local quanto aos respectivos atributos e funções que cumprem em um

ecossistema, características importantes para o restabelecimento da estabilidade da

comunidade, que é um dos objetivos centrais da restauração ecológica (ENGEL &

PARROTA, 2003; SER, 2004).

Em contrapartida, MELO & DURIGAN (2007) notaram que não há atenção dada a

escolha das espécies em ações para recomposição florestal atuais, e afirmam haver uma

tendência na preocupação apenas com a recuperação de aspectos funcionais pontuais no

ecossistema como proteção contra erosão e manutenção da vazão de água, no caso de

matas ciliares, deixando a desejar no que diz respeito a conservação da diversidade

biológica

A teoria Biodiversidade no Funcionamento do Ecossistema (BEF) foca na relação

diversidade-estabilidade dos ecossistemas, sendo uma das premissas a de que a diversidade

3

funcional é mais importante que a diversidade taxonômica na construção de um projeto de

restauração (ENGEL, 2011). Assim, o conhecimento dos atributos funcionais das espécies

florestais é essencial para nortear as ações de restauração, tornando-se necessária a

sistematização dessas informações para auxiliar na elaboração de projetos de restauração

ecológica, assim como na verificação, por analistas de órgãos ambientais, das espécies

incluídas nesses projetos.

4

2 OBJETIVOS

O presente trabalho tem como objetivo geral a elaboração de uma base de dados de

espécies lenhosas potenciais para restauração ecológica da Mata Atlântica do estado do Rio

de Janeiro e o seu uso na avaliação de listas de espécies sugeridas em projetos de

restauração ecológica no estado.

Os objetivos específicos deste estudo são:

- Elaborar uma base de dados de espécies lenhosas da Mata Atlântica com potencial

de uso em restauração florestal, para o estado do Rio de Janeiro, com base em três atributos

funcionais: (i) potencial para fixação biológica de nitrogênio atmosférico; (ii) atratividade

de fauna silvestre; e (iii) oferta de produtos florestais madeireiros e não madeireiros.

- Avaliar listas de espécies florestais nativas incluídas em Projetos de Restauração

de Áreas Degradadas (PRAD) analisados pelo Instituto Estadual do Ambiente (INEA),

como sendo representativas das ações de retauração voltadas para adequação legal

ambiental no estado do Rio de Janeiro. A avaliação inclui os seguintes aspectos: (i) se as

indicações dadas por instrumentos legais para a elaboração das listas de espécies incluídas

nos PRAD estão sendo seguidas; (ii) a quantidade de espécies utilizadas e se atende a

riqueza desejada nos projetos de restauração; (iii) quais as espécies comumente utilizadas

nas ações de restauração no estado do Rio de Janeiro; (iv) se a base de dados auxilia na

avaliação das listas de espécies incluídas nos PRAD, como forma de subsidiar a utilização

da mesma para elaboração de projetos de restauração ecológica, assim como a análise

desses projetos por analistas ambientais.

5

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 RESTAURAÇÃO ECOLÓGICA

3.1.1 O que é a Restauração Ecológica?

Para iniciar uma discussão acerca da Restauração Ecológica deve-se primeiro

conceituá-la e diferi-la de outros conceitos similares. O termo restauração vem do seu

equivalente em inglês “restoration”, que significa retorno ao estado original do

ecossistema, algo que remete a um objetivo praticamente impossível de ser alcançado já

que dificilmente se conhece as condições originais de um ecossistema e tendo em vista que

a sucessão secundária pode tomar caminhos alternativos àqueles esperados (ENGEL &

PARROTA, 2003).

O conceito de restauração evoluiu nas últimas décadas e atualmente considera que

não se deve retornar exatamente às condições históricas naturais (SER, 2004), mas assistir

e mediar à recuperação da funcionalidade, estabilidade e integridade biológicas desse

ecossistema no longo prazo, tendo como referência, se possível, as características

históricas do mesmo e/ou estudos de ecossistemas comparáveis (ENGEL & PARROTA,

2003; SER, 2004). Assim, pode-se dizer que a restauração de um ecossistema não consiste

em promover uma cópia exata de um modelo histórico, mas no direcionamento de

processos naturais que culminem na funcionalidade sustentável do ecossistema tal como

era naturalmente e anteriormente à degradação (ENGEL & PARROTA, 2003).

A Sociedade Internacional para a Restauração Ecológica - SER define Restauração

Ecológica como processo e prática de auxiliar a recuperação de um ecossistema que foi

degradado, danificado ou destruído (SER, 2004). É uma atividade proposital que inicia

e/ou acelera a recuperação de um ecossistema degradado visando a sua estabilidade e

sustentabilidade (SER, 2004). Nesse contexto, é importante mencionar o conceito de

ambiente degradado, que é a simplificação ou modificação do ecossistema devido causas

naturais ou antrópicas, diminuindo a resiliência ambiental do mesmo até um ponto em que

o ecossistema não pode retornar à sua função inicial naturalmente (ARONSON et al.,

2011).

OLIVEIRA (2011) inclui na definição de Restauração Ecológica todo o conjunto de

práticas que compõem o campo da restauração. Nessa definição estão inclusos desde a base

científica da Ecologia da Restauração, que é uma subárea da Ecologia e é o arcabouço

teórico sobre o qual a prática da Restauração Ecológica se apoia (SER, 2004) (Figura 1),

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até todo o arcabouço político, tecnológico, econômico, social e cultural do envolvimento

humano.

Figura 1. Relação entre os conceitos de Ecologia, Ecologia da Restauração e Restauração

Ecológica, modificado de PALMER et al. (2006).

O termo ‘recuperação de áreas degradadas’, amplamente difundido no Brasil

(ARONSON et al., 2011), pode ser confundido com o conceito da ‘restauração ecológica’.

A recuperação de áreas degradadas pode ser considerada como o restabelecimento de

funções pontuais dentro de um ecossistema (ARONSON et al., 2011), e não da sua

funcionalidade como um todo. Como exemplos de objetivos da recuperação têm-se a

estabilização e recuperação das condições do solo, controle da poluição e reativação de

nascentes (ENGEL & PARROTA, 2003).

Para atingir os diferentes objetivos da recuperação de áreas degradadas também são

usadas espécies arbóreas e arbustivas (MORAES et al., 2010), porém sem a preocupação

de uma diversidade funcional do ecossistema. Essa diferença não impede que a

recuperação seja aliada ao processo de restauração. A recuperação de áreas degradadas

pode ser uma primeira etapa para atingir o objetivo final da restauração ecológica, desde

que outras preocupações como diversidade e composição de espécies relacionadas à

funcionalidade e estabilidade do ecossistema sejam incorporadas ao projeto (ENGEL &

PARROTA, 2003).

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Assim, como apresentado pela SER (2004), um ecossistema considerado restaurado

é aquele que retomou sua resiliência e sustentabilidade. Como base para determinação se

houve sucesso na restauração ecológica, SER (2004) utiliza os nove atributos listados

abaixo:

1) Deve conter um conjunto de espécies características de

ecossistemas de referência que possibilitem uma estrutura

apropriada de comunidade;

2) Deve consistir, em sua maior parte, de espécies nativas. Em

ecossistemas culturais restaurados, podem ser permitidas espécies

exóticas domesticadas e de espécies ruderais não invasoras (aquelas

que colonizam sítios perturbados), porém em número pequeno;

3) Devem estar representados todos grupos funcionais necessários

para o desenvolvimento e estabilidade do ecossistema restaurado.

Se algum estiver ausente, deve ter o potencial de colonização por

meios naturais;

4) O ambiente físico do ecossistema restaurado deve ser capaz de

sustentar populações reprodutivas suficientes de espécies que

contribuam para sua estabilidade ao longo prazo;

5) O ecossistema restaurado deve funcionar normalmente para o

estágio ecológico de desenvolvimento em que se encontra, sem

sinais de disfunção;

6) Deve estar adequadamente integrado com sua paisagem ou matriz

ecológica através de fluxos bióticos e abióticos;

7) Não deve haver ameaças potenciais à establidade do ecossistema

oriundas da paisagem circundante;

8) Deve ser resiliente para suportar eventos estressantes periódicos no

ambiente local de caráter natural;

9) Deve se autosustentar no mesmo grau que seu ecossistema de

referência e tem o potencial de persistir indefinidamente sob

condições ambientais adversas

8

3.1.2 Breve histórico: avanços e desafios

Até onde há registros, a preocupação com a restauração de ecossistemas, mesmo

que sem um conceito e embasamento científico formado, começou no final do século XIX,

com a conhecida iniciativa de recuperação da Floresta da Tijuca, em 1862 (DURIGAN &

ENGEL, 2012; ENGEL & PARROTA, 2003; RODRIGUES et al., 2009). Desde então,

inúmeras áreas tem sido plantadas com enfoques principais diferentes, mas com objetivo

final semelhante: o de restaurar ecossistemas em estado de degradação.

RODRIGUES et al. (2009) citam plantios com finalidade para restauração

ocorridos na década de 1950. Em 1954 ocorreu a recomposição de parte da floresta no

Parque Nacional de Itatiaia, privilegiando espécies com crescimento rápido. Um ano

depois, trabalho semelhante ocorreu no município de Cosmópolis, onde 71 espécies

lenhosas foram plantadas na recuperação de mata ciliar, mas ainda sem planejamento da

estrutura do plantio.

Mas, foi a partir da década de 1980, que a chamada Ecologia da Restauração se

desenvolveu como ciência e teve seu termo definido com mais clareza (DURIGAN &

ENGEL, 2012; ENGEL & PARROTA, 2003). No início dos anos 80 ainda existia pouco

conhecimento sobre os processos ecológicos que mantêm a dinâmica de florestas nativas e

como aplicar esse conhecimento nas ações de restauração florestal (RODRIGUES et al.,

2009). Até esse momento ainda havia uma visão mais simplificada do processo de

restauração ecológica, sem critérios para a escolha das espécies e sem planejamento para o

desenho estrutural do plantio (RODRIGUES et al., 2009).

Nessas últimas décadas ocorreram mudanças na maneira de planejar a restauração

ecológica no Brasil. Dentro da ecologia vegetal, alguns conceitos e fundamentos que antes

não eram visados nos projetos de restauração, hoje são cada vez mais importantes e

passaram a ser o foco da restauração ecológica de ecossistemas (MARTINS et al., 2012).

Dos resultados e estudos dos plantios visando à restauração, muitos produtos técnico-

científicos como livros, manuais técnicos, estudos científicos e normas técnicas vem sendo

formulados como forma de suprir as grandes demandas de reparação de áreas intensamente

impactadas por atividades antrópicas (DURIGAN & ENGEL, 2012), a exemplo da

mineração, agropecuária intensiva e hidrelétricas que pressionam áreas ripárias.

O conhecimento acerca da Restauração Ecológica certamente aumentou desde seu

pioneirismo, mas ainda é parcial e não foi totalmente incorporado à prática, tendo em

consideração que essa é uma ciência relativamente nova. Há conquistas com relação à:

9

biogeografia das espécies; produção de mudas de árvores nativas; manejo da sucessão

ecológica; técnicas para promover a regeneração natural; controle de espécies invasoras;

atração de fauna como estratégia de aumentar a diversidade; redução dos custos com o

plantio e manejo; normas legais e fiscalização ambiental (ainda que careçam de critérios

mais claros e objetivos); percepção social da importância do tema; ao aumento do

contingente de profissionais capacitados e à extensão de áreas restauradas (DURIGAN &

ENGEL, 2012).

Deve-se aumentar o embasamento científico e a inclusão de questões

socioeconômicas no debate da restauração. Dentre os entraves a serem solucionados está o

reconhecimento e superação dos filtros ecológicos e a compreensão da estruturação de

comunidades. Descobrir indicadores eficientes que retratem o sucesso do plantio e

formular técnicas de manejo adaptativo do ecossistema ao longo do processo de

restauração também são ações futuras essenciais. Ainda há carência de respostas sobre

questões relacionadas à relação entre a área a ser restaurada, sua resiliência e a paisagem

do entorno, principalmente em como favorecer fluxos desejáveis como chegada de novas

espécies nativas, e minimizar os indesejáveis como invasão de espécies prejudiciais.

(DURIGAN & ENGEL, 2012).

3.1.3 Como nortear as ações de restauração?

Sabe-se que o objetivo principal de todas as ações de restauração deve ser retomar a

funcionalidade, estabilidade e integridade de um ecossistema degradado levando em

consideração seu estado anterior à degradação ou considerando características de

ecossistemas comparáveis, no entanto, é muito importante concentrar nas características

desejadas no futuro. A forma de atingir esse objetivo e seu sucesso depende das ações a

serem tomadas em consideração às características intrínsecas e particulares de cada área a

ser restaurada (MARTINS et al., 2012).

Para o planejamento das ações devem ser levadas em consideração questões

relacionadas à escala no tempo e no espaço. Com relação à escala no espaço, o ideal é que

a área direcionada para um projeto de restauração seja grande o bastante para diminuir

efeitos de borda e para que vários efeitos possam ser mensurados no mesmo momento. No

mesmo contexto, a área deve ter o tamanho ideal aos recursos disponíveis para seu

financiamento e às possíveis necessidades de intervenção no caso de controle de distúrbios

(ENGEL & PARROTA, 2003). Com relação à escala temporal, sabe-se que as respostas

10

virão em tempos distintos: no curto prazo deve-se pensar em alguns serviços do

ecossistema; em médio prazo na sua complexidade estrutural; e em longo prazo na sua

sustentabilidade. Portanto, um projeto de restauração deve sempre ser projetado em uma

longa escala temporal (ENGEL & PARROTA, 2003).

Ao iniciar um projeto de restauração deve-se levar em conta o diagnóstico

ambiental da área a ser restaurada, buscando o maior nível de conhecimento possível sobre

seu uso atual, histórico de degradação e características do ecossistema original (MORAES et al.,

2010). As diferentes técnicas possíveis de serem adotadas dependem em grande parte desse

diagnóstico, e segundo MARTINS et al. (2012) devem ser norteadas por algumas diretrizes

principais:

Respeitar a diversidade natural dos ecossistemas: O planejamento das ações de

restauração deve ser baseado na diversidade natural do tipo de ecossistema em questão. A

alta diversidade de espécies arbustivas e arbóreas é uma característica típica de florestas

tropicais em geral, mas em formações florestais paludosas, inundáveis, manguezais,

restinga, entre outras, a diversidade é menor por serem ambientes com condições seletivas.

Considerar a matriz em que a área a ser restaurada está inserida: Considerar

aspectos como tipo de matriz predominante na paisagem, conectividade de fragmentos e

estado de conservação são algumas questões importantes a serem observadas. Esse aspecto

leva ao consenso sobre a necessidade ou não de introdução de alta diversidade no local.

Por exemplo, uma matriz caracterizada por culturas agrícolas e com fragmentos muito

isolados ou ausentes requer uma restauração com alta diversidade e manutenção, mas uma

área degradada inserida em uma matriz florestal com remanescentes naturais próximos e

relativamente bem conservados, requer menor diversidade e menor preocupação com

manutenção.

Considerar também outras formas de vida: Ao contrário do que ocorre em

grande parte dos projetos de restauração, não se deve pensar apenas nas espécies arbóreas,

por mais importantes que sejam para atingir uma cobertura vegetal rapidamente. Outras

formas de vida, principalmente em paisagens muito antropizadas, devem ser incluídas no

sistema para ocupar o nicho sub-bosque. Assim, deve-se aumentar a diversidade total da

floresta, tornando-a mais atrativa à fauna silvestre e resistente à invasão de espécies

exóticas.

Promover a sucessão ecológica por meio de técnicas de nucleação: A nucleação

é entendida como uma forma de facilitar a sucessão por uma espécie ou grupo de espécies

que conseguem melhorar alguma(s) condição(s) do ambiente favorecendo o

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estabelecimento de espécies mais exigentes. As espécies nucleadoras são chamadas

facilitadoras e iniciam esse processo graças a interações interespecíficas e com o meio

físico, a exemplo de leguminosas fixadoras de nitrogênio, de espécies com alta capacidade

de cobertura do solo exposto (melhorando as condições de germinação de espécies mais

tardias), e de espécies atrativas à fauna silvestre tanto por seus frutos atrativos, quanto por

fornecer abrigo ou ter forma de poleiro. São várias técnicas de nucleação que podem ser

usadas, destacando-se a transposição do banco de sementes (considerada uma das mais

viáveis), transposição de galhadas e outros restos vegetais, instalação de poleiros naturais

e/ou artificiais, semeadura direta e plantio de mudas em ilhas de alta diversidade.

3.1.4 O papel da diversidade funcional na restauração

A característica mais evidente nos ecossistemas tropicais em geral é a diversidade

biológica (COUTO & BARBOSA, 2011). Se a restauração ecológica visa a assemelhar um

ecossistema por ora degradado ao estágio pré-perturbatório (COUTO & BARBOSA,

2011), é de se esperar que haja uma preocupação especial com o grau de diversidade a ser

introduzida ou obtida através de estímulos à regeneração natural (MARTINS et al., 2012).

Porém, essa questão vai além da avaliação do grau natural de diversidade dos ecossistemas

tropicais, já que a maior preocupação da restauração ecológica é retomar a funcionalidade

e estabilidade do ecossistema e não somente incluir um grande número de espécies em uma

área.

Dessa forma, deve-se pensar como a biodiversidade afeta a funcionalidade de um

ecossistema, linha de pensamento que desencadeia na abordagem BEF (Biodiversidade no

Funcionamento do Ecossistema). Essa abordagem foca na relação diversidade-estabilidade

dos ecossistemas (ENGEL, 2011), onde a diversidade funcional, e não o número de

espécies, é que determina a estabilidade do ecossistema do ponto de vista funcional

(ARONSON et al., 2011). Dentro do estudo da Ecologia da Restauração, esse debate tenta

levar à quantidade de espécies necessárias para que se atinja um ecossistema estável e

funcional (DURIGAN & ENGEL, 2012). Diferente da abordagem da ecologia clássica,

onde a biodiversidade é causa do meio biótico e seu funcionamento, na teoria BEF a

funcionalidade do ecossistema é produto da biodiversidade, passível de ser limitada pelo

meio físico (ENGEL, 2011).

Nessa abordagem, em que são enfatizadas as características funcionais das espécies,

as interações entre as mesmas e o papel regulador dessas na funcionalidade ecossistêmica,

12

a diversidade funcional é mais importante do que a diversidade taxonômica. Segundo

ENGEL (2011), a funcionalidade do ecossistema pode aumentar, diminuir ou não

modificar com o aumento da riqueza de espécies. Contudo, na maioria dos estudos há a

indicação de que quanto maior o número de espécies, maior a capacidade do ecossistema

de prover serviços ambientais. Além disso, devem ser levados em consideração aspectos

como as abundâncias das espécies, a redundância ecológica e a complementaridade das

espécies.

O mínimo funcionamento de um ecossistema pode ser atingido com um menor

número de espécies, porém uma riqueza maior deve ser requerida para um funcionamento

à longo prazo (DURIGAN & ENGEL, 2012). O conhecimento das características

funcionais dessas espécies é essencial para garantir os objetivos centrais da restauração de

uma área degradada: autossustentabilidade e estabilidade da comunidade (ENGEL &

PARROTA, 2003). Entretanto MELO & DURIGAN (2007) afirmam que nas ações de

recomposição florestal atuais não tem havido uma tendência em escolher as espécies

visando à conservação da biodiversidade, mas sim uma maior preocupação na recuperação

de aspectos pontuais no ecossistema, como o controle da erosão. Dessa forma, é necessário

que, a partir do conhecimento das espécies e seus respectivos atributos, seja sistematizado

um conjunto de espécies que desempenhem funções complementares ao funcionamento

total do ecossistema.

3.1.5 A escolha das espécies a partir de seus atributos funcionais

Baseado em uma das principais premissas da teoria BEF, em que a diversidade

funcional é mais importante que a diversidade taxonômica na construção de um projeto de

restauração, é importante entender alguns dos principais atributos específicos a serem

abordados. No presente trabalho serão discutidos e avaliados principalmente três atributos

funcionais: a fixação biológica de nitrogênio, a atratividade à fauna silvestre e a capacidade

de prover produtos de uso madeireiro e não madeireiro. Atributos que provêm serviços

ambientais, como capacidade de sombreamento e de aporte de matéria orgânica e a

identificação de características gerais das espécies também são importantes na elaboração

de um projeto com essa finalidade.

Fixação Biológica de Nitrogênio

Um atributo essencial na recuperação das condições do solo é a Fixação Biológica

de Nitrogênio (FBN), especialmente em ambientes tropicais, onde a disponibilidade desse

13

nutriente é muito baixa (CHADA et al., 2004). Grande parte das espécies do grupo das

leguminosas (Fabaceae) possui a capacidade de se associar a bactérias diazotróficas

fixadoras de nitrogênio atmosférico que permitem que o nitrogênio atmosférico seja

disponibilizado na forma assimilável às mesmas (FARIA & FRANCO, 2002). O

crescimento das plantas, a composição de comunidades e a produtividade do ecossistema

estão relacionados com o nível desse nutriente no solo (VITOUSEK & FIELD, 1999).

Parte do nitrogênio assimilado a partir dessa associação simbiótica é incorporado na

matéria orgânica do solo através da ciclagem dos nutrientes contidos na serrapilheira com

baixa relação C/N produzida por essas leguminosas (KNOPS et al., 2002). A incorporação

de N por essa matéria orgânica, juntamente com o crescimento das raízes, que aumenta a

atividade biológica do solo, contribuem para a sua recuperação e criam boas condições

para o estabelecimento e crescimento de espécies vegetais mais exigentes (FRANCO et al.,

1992).

Complementarmente, a associação com bactérias concomitante à presença de

fungos micorrízicos facilita a obtenção de fósforo por essas plantas, tornando-as

praticamente autossuficientes nesses nutrientes, o que aumenta a possibilidade de

colonização eficiente dessas leguminosas (FARIA & LIMA, 2002). Além de ser uma

alternativa economicamente viável à adubação química, há que se considerar outros

produtos com potencial econômico associados a várias leguminosas arbóreas, como

madeira, lenha e alimentos (FARIA & UCHÔAS, 2007), o que agrega outro valor à sua

utilização em projetos de restauração e agroflorestas.

Atratividade à fauna silvestre

Os animais são os principais agentes transportadores durante as duas fases

reprodutivas das angiospermas (SILVA, 2003): na floração exercem o papel de

polinizadores, e na frutificação são dispersores de sementes para cerca de 50 a 90 % das

espécies florestais tropicais (HOWE & SMALLWOOD, 1982). A vegetação, em

contrapartida, fornece alimento à fauna silvestre através de interações como polinização

(principalmente o néctar), herbivoria (caules e folhas) e dispersão (frutos e sementes), além

de propiciar aos animais abrigo e moradia em galhos e troncos, por exemplo.

A dispersão pode ocorrer através de diferentes agentes transportadores, que

conferem ao vegetal as chamadas síndromes de dispersão, sendo a espécie considerada

zoocórica quando suas sementes são dispersas por animais (ARGEL-DE-OLIVEIRA,

1998). A dispersão zoocórica é dada por animais frugívoros, que se alimentam dos frutos

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sem destruir as sementes, e os principais animais considerados agentes transportadores de

sementes são os vertebrados, com destaque para aves e morcegos, mas também incluindo

outros mamíferos, répteis e peixeis (ARGEL-DE-OLIVEIRA, 1998). Há destaque também

para o papel da mirmecoria (dispersão por formigas) na dispersão de sementes em florestas

tropicais. Nesse contexto, ARGEL-DE-OLIVEIRA (1998) faz um elo entre características

do fruto e/ou semente e a tendência a determinado grupo de fauna ser o dispersor.

A dispersão de sementes representa o elo entre a última fase reprodutiva vegetal

com a primeira fase do recrutamento e estabelecimento da população (BARBOSA, 2006),

e é considerada um processo demográfico chave (JORDANO et al., 2006) que favorece o

aumento da resiliência ambiental da área (REIS et al., 1999), e garante uma maior auto

sustentabilidade do plantio com finalidade para restauração. Quando realizada por animais,

a chegada de outras espécies vegetais trazidas de fragmentos próximos ao plantio é

favorecida, o que permite o recrutamento das espécies ali presentes e facilita o processo de

regeneração natural. A polinização por animais também é um processo demográfico

importante para o aumento da resiliência ambiental, pois garante o fluxo gênico e a

produção de sementes de qualidade (BARBOSA & PIZO, 2006).

A importância da inclusão de espécies atrativas à fauna silvestre nos plantios com

finalidade para restauração ecológica é destacada em instrumentos legais como Instrução

Normativa IBAMA nº04/2011 (IBAMA, 2011) e pela Resolução SMA-SP nº08/2008

(SÃO PAULO, 2008). REIS et al. (2006) afirmam que quanto maior o número de espécies

em uma comunidade com capacidade de atrair fauna silvestre, maior a chance de rapidez

do processo de restauração. BARBOSA (2006) destaca a influência da proximidade do

plantio com finalidade para restauração de outros fragmentos florestais para as interações

entre plantas e animais. Destaca-se também a importância em garantir a disponibilidade de

frutos atrativos para a fauna silvestre ao longo de todo o ano, que pode ser dada através do

estudo prévio da fenologia reprodutiva das espécies atrativas a serem inseridas no projeto

(REIS et al., 1999). Essa preocupação possibilita que a interação fauna-vegetal se

mantenha no longo prazo (REIS et al., 1999), favorecendo a autossustentabilidade do

plantio com finalidade para restauração.

Produtos florestais madeireiros e não madeireiros

De forma a aliar a questão ambiental à socioeconômica, podemos incluir os

produtos florestais como um atributo importante na seleção de espécies lenhosas para

serem utilizadas em plantios de restauração. Agregar valor econômico a uma floresta em

15

pé significa incentivar, por exemplo, agricultores familiares a recomporem áreas de reserva

legal sem entender isso como um empecilho à economia familiar. Além disso, esses

produtos podem servir não só para o comércio e geração de renda, mas também para a

subsistência de sua família (SANTOS et al., 2003) , diminuindo a dependência de produtos

externos. É importante lembrar que utilizar produtos florestais das espécies lenhosas não

significa desbastar uma área (principalmente para os produtos florestais madeireiros), mas

sim utilizar técnicas corretas desde a implantação e cultivo ao manejo, aumentando

também a capacidade produtiva do terreno.

A classificação exata de produtos florestais madeireiros e não madeireiros é incerta

atualmente, isso porque autores consideram diferentes recursos para cada categoria.

SANTOS et al. (2003), faz uma síntese de diferentes conceitos e classificações existentes

para produtos florestais não madeireiros. A exemplo da consideração de CARVALHAES

et al. (2008), os produtos florestais não madeireiros (PFNM) são: paisagístico, artesanato,

medicinal, cosmético ou farmacêutico, alimentos, corantes, mudas e sementes, óleos,

fibras, produtos químicos, melíferas e movelaria; e os produtos florestais madeireiros

(PFM): madeira para estrutura, energia, movelaria, artesanato, produção de pequenos

objetos, instrumentos musicais, caixotaria, tornearia e construção naval.

3.1.6 Avaliação e monitoramento de áreas restauradas

Os termos avaliação e monitoramento têm conceitos diferentes, mesmo que às

vezes sejam confundidos (SILVEIRA, 2012). No contexto da restauração ecológica, a

avaliação basicamente visa definir se o projeto técnico alcançou os objetivos inicialmente

propostos (BRANCALION et al., 2012), enquanto que o monitoramento visa descrever o

estado atual ou a variação temporal dos estados das áreas em restauração (BRANCALION,

2012; SILVEIRA, 2012).

O monitoramento auxilia na avaliação do desenvolimento da área em restauração,

na identificação de perturbações e do manejo necessário a amenização das mesmas e na

verificação da eficiência das espécies e técnicas utilizadas, sendo essencial para aumentar o

conhecimento sobre comunidades em restauração (SCHIEVENIN et al., 2007). Para

MELO et al. (2007), a importância no monitoramento da qualidade ambiental de áreas em

restauração está na avaliação da efetividade dos esforços aplicados nas ações.

Para um monitoramento eficaz é importante que sejam escolhidos bons indicadores

ecológicos, que são parâmetros avaliadores de atributos ou processos (MORAES et al.,

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2010). Ainda há um gargalo na ciência florestal com relação ao desenvolvimento de

indicadores, já que sua fundamentação teórica tem sido bem estabelecida, mas ainda não

há testes e estudos suficientes que os validem (MELO et al., 2007). MORAES et al. (2010)

sugerem que os indicadores devem consistir principalmente das seguintes atribuições dos

ecossistemas em restauração: composição (espécies), estrutura e funcionalidade (interações

ecológicas).

COUTO & BARBOSA (2011) chamam atenção para a medição e o monitoramento

da biodiversidade em áreas em restauração, onde deve ser avaliada desde a etapa do

planejamento, na seleção de espécies, coleta de sementes e produção das mudas até as

etapas de plantio e manutenção.

RODRIGUES et al. (2009) sugerem que os indicadores de processos de restauração

devem ser divididos em três grupos de acordo com diferentes períodos de tempo a partir da

implantação: (i) fase de implantação (1–12 meses); (ii) fase de pós-implantacao (ocupação)

(1–3 anos); e (iii) fase de vegetação restaurada (ocupação e funcionamento) (acima de 4

anos). Para a primeira fase listam que os indicadores devem ater na avaliação do solo-

substrato, cobertura vegetal existente, profundidade de covas no caso de plantio, cobertura

da área por espécies invasoras e indivíduos plantados e regenerantes. Para a segunda fase,

sugerem indicadores também para a avaliação dos dois últimos itens citados para a

primeira fase. Na última fase, além dos dois itens citados nas duas primeiras fases

(cobertura por espécies invasoras e indivíduos plantados e regenerantes), sugerem

indicadores para avaliação da chegada de outras formas de vida, aspectos fisionômicos da

vegetação (estratificação) e da fauna existente.

3.1.7 Legislação e Restauração Ecológica

Diante do contexto atual da alta fragmentação da Mata Atlântica (TABARELLI et

al., 2005) e do potencial da restauração florestal como ferramenta para adequação

ambiental de atividades produtivas agrícolas e florestais, é necessária a criação de polít icas

públicas como instrumentos legais que orientem as ações de restauração (BRANCALION

et al., 2010). A legislação para ações de restauração ecológica no Brasil é relativamente

recente (DURIGAN et al., 2010).

Segundo DURIGAN et al. (2010) uma menção importante no histórico da

utilização de florestas plantadas na legislação foi dada pela na Lei nº 4.771, de 15 de

setembro de 1965 (BRASIL, 1965) e em instrumentos jurídicos complementares como a

17

Medida Provisória nº 2.166-67, de 24 de agosto de 2001 (BRASIL, 2001), em que o uso de

florestas plantadas já era tida como forma de compensar áreas de reserva legal em

propriedades rurais. A Lei nº 4.771/1965 (BRASIL, 1965) foi modificada pela Lei nº

12.651, de 15 de maio de 2012 (BRASIL, 2012), onde no Art. 17 (§ 1º) passou a ser

admitido o manejo sustentável de vegetação florestal em áreas de Reserva Legal, com

ressalvas dadas pelos Art. 20, 21, 22 e 23.

A Política Nacional do Meio Ambiente, dada pela Lei nº 6.938, de 31 de agosto de

1981 (BRASIL, 1981) também prevê a restauração como um de seus princípios, mesmo

que referenciada como “recuperação de áreas degradadas”. Em 2001, com a primeira

versão da Resolução SMA/SP (Resolução SMA nº 21, de 21 de novembro de 2001)

começou-se a estipular regras que orientassem projetos de restauração (DURIGAN et al.,

2010). Após as reedições de 2003 (Resolução SMA nº 47, de 27 de novembro de 2003) e

de 2007 (Resolução SMA nº 08, de 07 de março de 2007), foi publicada, em 2008, sua

versão atual, a Resolução nº 08, de 31 de janeiro de 2008 (SÃO PAULO, 2008). Segundo

BRANCALION et al., 2010 os resultados positivos obtidos a partir da publicação dessa

Resolução a tornaram um exemplo de modelo de instrumento legal para outros estados do

Brasil, o que pode ser exemplificado pela Instrução Normativa nº 17, de 06 de dezembro

de 2006, publicada pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do

Espírito Santo (ESPÍRITO SANTO, 2006) e também pela Resolução INEA nº36, de 08 de

julho de 2011 (INEA, 2011), que estabelecem critérios técnicos e oferecem orientação para

elaboração de PRAD nos estados do Espírito Santo e Rio de Janeiro, respectivamente.

A Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012 (BRASIL, 2012), traz no Art. 26 que o

requerimento para autorização da supressão vegetal depende, entre outros, da reposição ou

compensação florestal (§ 4º) e que no caso de reposição devem ser priorizadas as espécies

nativas do mesmo bioma da supressão (§ 3º). Além disso, no § 4º do Art.33 traz que a

reposição florestal deve ser realizada no mesmo Estado de origem da matéria-prima

utilizada, e frisa novamente a prioridade que deve ser dada a espécies nativas. Ainda, o

Cap. X trata sobre o programa de apoio e incentivo à preservação e recuperação do meio

ambiente, onde apresenta diversos incentivos que o Governo deve prever para, dentre

outros, os casos de recuperação de áreas degradadas. Para os casos de Áreas de

Preservação Permanente e Reserva Legal que não estão em adequação ao previsto por essa

lei, deve ser realizada a recomposição florestal (Art. 61 e Art. 66) que pode ser feita, entre

outros métodos, pelo plantio de espécies nativas ou plantio de espécies nativas intercaladas

com exóticas, no caso de sistemas agroflorestais, desde que essas não excedam 50%.

18

Um exemplo recente de incentivo legal às ações de restauração ecológica é a

recém-publicada Lei nº12.854, de 26 de agosto de 2013 (BRASIL, 2013), que fomenta e

incentiva a recuperação florestal com a implantação de sistemas agroflorestais em áreas

rurais desapropriadas ou em áreas degradadas em posse de agricultores familiares

assentados e de comunidades tradicionais. Nos Art. 2º e 3º é frisado que as ações devem

representar alternativa econômica e de segurança alimentar e energética dos agricultores.

Também traz a possibilidade de financiamento das ações com recursos de fundos nacionais

(Art. 4º).

Contudo, DURIGAN et al. (2010) consideram que há controvérsias sobre a

conveniência das legislações que estabelecem critérios e parâmetros a serem seguidos em

ações de restauração, visto que há carência de estudos científicos que corroborem com

esses parâmetros. Entretanto, BRANCALION et al. (2010) consideram que devem ser

contruídas mais políticas públicas que promovam a conservação da biodiversidade, já que

mesmo havendo carência de informações científicas, deve-se adotar o princípio da

precaução.

3.2 PROJETOS DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS (PRAD) NO

RIO DE JANEIRO

3.2.1 INEA – Instituto Estadual do Ambiente

No Rio de Janeiro, em âmbito estadual, o Instituo Estadual do Ambiente - INEA é o

órgão ambiental responsável pela política florestal e conservação dos recursos naturais

renováveis (REZENDE, 2011). Segundo a Lei Estadual nº 5.101, de 04 de outubro de 2007

(RIO DE JANEIRO, 2007) é função do INEA “executar as políticas estaduais do meio

ambiente, de recursos hídricos e de recursos florestais adotadas pelos Poderes Executivo e

Legislativo, com sede na Capital do Estado”. Assim, esse órgão tem a missão de proteger,

conservar e recuperar o meio ambiente para promover o desenvolvimento sustentável

(INEA, 2013b).

O INEA é resultado da unificação de três órgãos ambientais estaduais, extintos no

momento de sua criação: Fundação Estadual de Engenharia e Meio Ambiente (FEEMA),

Superintendência Estadual de Rios e Lagoas (SERLA) e o Instituto Estadual de Florestas

(IEF) (RIO DE JANEIRO, 2007; RIO DE JANEIRO, 2009a). Essa unificação amplia a

ação dos antigos três órgãos e visa maior eficiência na execução das políticas estaduais de

meio ambiente (RIO DE JANEIRO, 2007). Segundo INEA (2010) esse órgão é

19

regulamentado pelos Decretos Estaduais nº 41.628, de 12 de janeiro de 2009 (RIO DE

JANEIRO, 2009a) e nº 42.062, de 06 de outubro de 2009 (RIO DE JANEIRO, 2009b).

Dentre as demais competências do INEA, estão algumas direta ou indiretamente

relacionadas ao presente trabalho, indicadas pela Lei Estadual nº 5.101/2007 (RIO DE

JANEIRO, 2007) como sendo: I - Conduzir processos de licenciamento de competência

estadual; II - Exercer poder de polícia em matéria ambiental e de recursos hídricos; III-

expedir normas regulamentares sobre as matérias de sua competência; IV - gerir as

unidades estaduais de conservação da natureza; V - celebrar termos de ajustamento de

conduta, conforme previsto na legislação; VI - promover ações de recuperação ambiental;

VII - realizar ações de controle e desenvolvimento florestal.

Além do INEA, a fiscalização ambiental no estado do Rio de Janeiro pode ser

exercida por outros órgãos ambientais (INEA, 2010), desde que sejam de competência de

suas respectivas esferas, Federal ou Municipal. O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e

Recursos Naturais Renováveis – IBAMA atua na esfera federal. As Secretarias Municipais

atuam na esfera municipal, podendo aplicar leis próprias, desde que não sejam mais

permissivas que as do âmbito federal e estadual (BRASIL, 1988, Art. 30).

3.2.2 O que são Projetos de Recuperação de Áreas Degradadas

(PRAD)?

O termo “Projeto de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD)” é aplicado aos

projetos de recuperação, recomposição, reabilitação ou restauração ecológica de áreas

degredadas, alteradas, perturbadas ou desflorestadas, segundo a Resolução INEA nº36 de

08 de julho de 2011 (INEA, 2011). Nessa mesma Resolução nº 36, o Art.1 numera os casos

em que é exigida a apresentação e cumprimento dos PRAD, a saber:

I - reparação de danos ambientais decorrentes de autuações

administrativas de desmatamentos, queimadas e infrações similares;

II - recomposição em áreas de reserva legal;

III - reposição florestal, implantação de corredores ecológicos e

restauração de áreas de preservação permanente, exigidos como

condicionantes em processos de licenciamento ambiental;

IV - recomposição florestal previstos em Termo de Ajustamento

Ambiental - TAC ou como condicionantes de Autorizações de Supressão

de Vegetação - ASV. (INEA, 2011)

20

Em síntese, os PRAD são documentos que indicam as medidas propostas para a

mitigação de impactos ambientais decorrentes de atividades desenvolvidas por

empreendimentos ou causados por infrações no âmbito ambiental, para a recuperação de

áreas de reserva legal e para condicionantes de supressão vegetal (INEA, 2013a).

No âmbito federal, a análise dos PRAD é de competência do Instituto Brasileiro do

Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, e na Instrução Normativa

IBAMA nº04/2011 (IBAMA, 2011) é regulamentado todo o procedimento necessário à sua

elaboração e análise. Na esfera estadual, para o estado do Rio de Janeiro, o órgão

responsável é o Instituto Estadual do Ambiente (INEA), e a análise técnica é de

competência da Diretoria de Biodiversidade e Áreas Protegidas – DIBAP, segundo a

Resolução INEA nº 36/2011 (INEA, 2011). O termo de referência para sua elaboração está

regulamentado por essa mesma Resolução INEA. Segundo o Decreto Estadual nº 41.628,

de 12 de janeiro de 2009 (RIO DE JANEIRO, 2009a), O DIPAP é composto por três

gerências: Gerência de Serviço Florestal - GESEF, Gerência de Unidade de Conservação

de Uso Sustentável - GEUSO e Gerência de Unidades de Conservação de Proteção Integral

– GEPRO. No caso do presente trabalho, a análise técnica dos PRAD é de competência da

GESEF.

3.2.3 O uso das espécies florestais nos PRAD

Indicações dadas pelos órgãos ambientais competentes

A Instrução Normativa IBAMA nº04/2011 (IBAMA, 2011), em seu Art. 6º, frisa a

utilização de espécies nativas da região em que está inserido o projeto. Ainda nesse

contexto, o Art. 7º diz que, no caso do plantio em mudas, as espécies nativas deverão ser

quantificadas. Além disso, deve ser identificada a maior diversidade possível de espécies

florestais, porém considerando atos normativos vigentes e sendo respeitadas as

particularidades de cada região. No Art. 8º dessa mesma Instrução Normativa há

indicações de como essas espécies devem ser listadas – identificadas por família, nome

científico e nome vulgar – e ainda indica que deve ser dada atenção especial às espécies

nativas com dispersão zoocórica. Destaque-se que não há referência aos atributos

funcionais das espécies.

A título de curiosidade, dentro do contexto dos aspectos socioeconômicos e

culturais no debate da restauração, é importante frisar que no Art. 9º, a Instrução

Normativa (IBAMA, 2011) possibilita o uso de Sistemas Agroflorestais – SAF na

21

restauração em posse do agricultor familiar, do empreendedor familiar rural e de povos e

comunidades tradicionais, devendo ser esse justificado no PRAD. Ainda possibilita a

exploração mediante manejo sustentável da área recuperada, desde que obedecida à

legislação vigente (Art. 10º) (IBAMA,2011).

No âmbito do estado do Rio de Janeiro, o Termo de Referência para Elaboração de

PRAD, publicado no Anexo I da Resolução INEA nº 36/2011 (INEA, 2011), indica que as

espécies vegetais a serem empregadas no projeto devem ser listadas com indicação de seus

respectivos nomes científico e vulgar e com indicação sobre se fazem parte ou não da flora

regional, informando o grupo ecológico a que pertencem. A escolha das espécies deve ser

justificada, assim como a diversidade e a proporção por grupo ecológico, e em

contrapartida ao recomendado por IBAMA (2011), essas podem ser nativas e/ou exóticas.

Riqueza de espécies

Os instrumentos legais IBAMA (2011) e INEA (2011) fazem menção à diversidade

de espécies a serem utilizadas nos projetos de restauração florestal, e inclusive a Instrução

Normativa IBAMA nº 04/2011 frisa a importância de utilizar a maior diversidade possível

nos plantios. A discussão da riqueza na restauração ecológica tem base no princípio de que

o ecossistema de referência deve ser observado (SER, 2004). No contexto da Mata

Atlântica, pode-se dizer que a alta riqueza de espécies é uma das características marcantes

do bioma (RODRIGUES et al., 2009). Ainda, JONES et al. (1997) afirmam que muitas das

características do ecossistema, como estrutura de comunidades, interações ecológicas e

modificações no ambiente físico, estão correlacionadas com a riqueza de espécies.

Segundo BRANCALION et al. (2010), até que não se tenha o conhecimento

científico corroborado que identifique quais as poucas espécies que garantem o aumento

gradual da biodiversidade em ambientes degradados, deve ser sugerido e utilizado um

número mínimo de espécies para utilização em plantios de restauração, aumentando as

chances de sucesso dos objetivos da restauração florestal. Na Resolução SMA/SP nº 08, de

31 de janeiro de 2008 (SÃO PAULO, 2008), é indicado que um número mínimo de 80

espécies florestais nativas de ocorrência regional, indicadas pela própria Resolução e/ou

identificadas através de levantamentos florísticos, deve ser atingido ao final do processo de

restauração. Em RODRIGUES et al. (2009), também está sugerido um mínimo de 80 a 120

espécies arbustivo-arbóreas, para permitir o recobrimento da área degradada com a

formação de capoeira e o desenvolvimento de uma sucessão secundária.

22

DURIGAN et al. (2010) entretanto, refutam a ideia de se estipular um número

mínimo de espécies a serem introduzidas em plantios de restauração, já que a sua aplicação

prática é extremamente difícil. Em ambientes degradados, o habitat e as feições

geomorfológicas possivelmente foram altamente modificados, sendo difícil inferir o

número de espécies pré-existentes. Os autores sugerem que há muitos estudos que indicam

que a baixa diversidade não resulta necessariamente em insucesso nos plantios. Contudo,

não retiram a importância da busca da alta diversidade de espécies em plantios para

restauração, principalmente em florestas tropicais.

Em contrapartida, BRANCALION et al. (2010) defendem que deve ser almejado o

máximo de diversidade possível, consideram que o número mínimo de 80 espécies a ser

atingido por projeto é arbitrário, que representa um número reduzido de riqueza caso o

ecossistema de referência seja uma floresta tropical. Ainda, entende que esse número

representa um valor de referência, o qual deve ser claramente definido em instrumentos

legais para que não haja interpretações subjetivas e definam metas a serem cumpridas em

ações públicas e/ou privadas.

4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 ELABORAÇÃO DA BASE DE DADOS

A elaboração da base de dados foi precedida da definição dos atributos específicos

que forneçam serviços importantes que um ecossistema restaurado deve oferecer: i)

fixação de nitrogênio, ii) atratividade a fauna silvestre (enfoque em dispersão de frutos e

sementes) e iii) oferta de produtos madeireiros e não madeireiros.

As informações foram levantadas a partir de dados secundários em pesquisas feitas

a artigos científicos, livros, legislação específica, cartilhas, bases de dados virtuais (THE

PLANT LIST, 2010; USDA, 2011; ILDIS, 2012; FORZZA et al., 2013; TROPICOS©,

2013) e demais fontes que contêm informações sobre as espécies e seus atributos. A base

de dados foi inicialmente elaborada para espécies lenhosas nativas da Mata Atlântica de

todo o Brasil, e para o presente trabalho foram destacadas as ocorrentes na Mata Atlântica

do Rio de Janeiro, que é onde está situado o foco da pesquisa de análise dos PRAD (a ser

explicitado posteriormente). Foi dada preferência ao levantamento das espécies nativas do

Brasil, mas algumas espécies consideradas subespontâneas também foram incluídas,

principalmente quando a pesquisa tratou do potencial de uso madeireiro e não madeireiro.

23

Para cada atributo foram feitos levantamentos com metodologias diferentes e em

tempos distintos. As informações foram sistematizadas em matrizes construídas em

planilhas eletrônicas no software Excel®, para cada atributo. Todas as informações foram

repassadas à matriz de dados de acordo com o que estava descrito nas referências, a fim de

não perder a qualidade da informação. Em seguida, todas as espécies levantadas nas três

listagens foram reunidas em uma única matriz, onde são indicados os atributos que cada

espécie possui e se é de ocorrência natural do estado do Rio de Janeiro, facilitando o

recorte para o presente trabalho. Dessa forma, há uma base de dados principal com as

informações gerais de todas as espécies obtidas e outras três sub-bases que reúnem as

informações detalhadas das espécies com relação a cada atributo.

4.1.1 Leguminosas fixadoras de nitrogênio

Foram identificadas as espécies de leguminosas lenhosas da Mata Atlântica do Rio

de Janeiro que têm registros em estudos científicos de que possuem a capacidade de

associação com bactérias diazotróficas e consequentemente de fixação biológica de

nitrogênio atmosférico. O levantamento das informações ocorreu basicamente em duas

etapas. A primeira foi a identificação dos gêneros de Fabaceae que possuem espécies que

atendem três requisitos: (i) lenhosas, (ii) nativas da Mata Atlântica e (iii) fixadoras de

nitrogênio. Posteriormente foram identificadas as espécies que compõem esses gêneros e

que estão dentro das mesmas especificações.

As informações sobre ocorrência na Mata Atlântica (com enfoque para estado do

Rio de Janeiro) e capacidade de nodulação foram coletadas, principalmente, em duas bases

de dados virtuais: Flora do Brasil (FORZZA et al., 2013), que contém todas as espécies

identificadas no Brasil e suas ocorrências, e GRIN (USDA, 2011), que contém todos os

registros de nodulação em estudos científicos publicados. Para identificar os gêneros com

hábito lenhoso, foram feitas consultas a SPRENT (2009) que contém informações sobre o

hábito geral dos gêneros de leguminosas. Em seguida, foram feitas consultas a artigos

científicos (SILVA & TOZZI, 2011; LEMOS & MEGURO, 2010; ANDREATA et al.,

2008; DUTRA et al., 2008a, 2008b; FILARDI et al., 2007; RODRIGUES & GARCIA,

2007; SACRAMENTO et al., 2007) a fim de identificar quais espécies levantadas inseridas

nesses gêneros são lenhosas, já que em gêneros como Chamaecrista, Dalbergia,

Machaerium, Mimosa, Piptadenia e Zornia algumas espécies são herbáceas ou lianas.

Outras bases de dados eletrônicas como ILDIS©

(2012), TROPICOS© (2013) e THE

PLANT LIST (2010) também foram consultadas a fim de verificar questões taxonômicas.

24

Informações complementares sobre registros de nodulação foram encontradas em LEWIS

et al. (2005).

As espécies exóticas à Mata Atlântica não foram incluídas no levantamento das

leguminosas fixadoras de nitrogênio, com exceção de algumas consideradas de ocorrência

subespontânea. As variedades ou subespécies também não foram incluídas, exceto para

Anadenanthera, em que essa divisão é essencial à taxonomia.

No caso de encontrar resultados opostos de nodulação para a mesma espécie em

estudos científicos distintos, foram considerados os registros com a confirmação positiva

desse potencial. A explicação pode estar no fato de que algumas características ambientais,

como altas concentrações de nitrato no solo, indisponibilidade de fungos micorrízicos e/ou

de bactérias nodulantes compatíveis, podem inviabilizar a nodulação por bactérias

fixadoras de N2 atmosférico em algumas espécies (JESUS et al., 2005; NETO et al., 1998;

SOUZA et al., 1994), o que não retira das mesmas o seu potencial de nodulação em

condições favoráveis.

Outra consideração a ser feita é que, sendo a fixação biológica de nitrogênio um

atributo relacionado à linhagem evolutiva dessas espécies (REIS & TEIXEIRA, 2005),

todas as contidas nos gêneros que nodulam foram consideradas por este trabalho como

espécies potenciais para nodulação, embora sem registro específico.

4.1.2 Espécies atrativas à fauna silvestre

Uma lista inicial de espécies ocorrentes na Mata Atlântica com dispersão zoocórica,

que orientou a busca mais específica em artigos científicos, foi obtida no Anexo da

Resolução SMA/SP nº 08, de 31 de janeiro de 2008 (SÃO PAULO, 2008) que apresenta

uma lista de espécies ocorrentes no estado de São Paulo e suas respectivas síndromes de

dispersão. Para este trabalho, foram filtradas apenas as espécies que ocorrem no Rio de

Janeiro. Em seguida, livros como SHANLEY et al. (2010) e NOGUEIRA (2010) e 75

publicações científicas relacionadas ao assunto (Tabela 1) foram consultadas a fim de

aumentar a lista inicial e obter informações mais específicas. Informações referentes à

taxonomia e ocorrência foram obtidas na base de dados virtual Flora do Brasil (FORZZA

et al., 2013). Para solucionar problemas com a taxonomia foram feitas consultas as bases

de dados TROPICOS (2013) e THE PLANT LIST (2010).

25

Tabela 1. Bibliografia utilizada para o levantamento das espécies lenhosas da Mata

Atlântica do Rio de Janeiro atrativas à fauna

1 AGUIAR et al., 2003 40 MARCONDES-MACHADO, 2009

2 ALESSIO et al., 2003 41 MARQUES et al., 2008

3 ALVES, 2008 42 MARTINS, 2007

4 ANDREAZZI et al., 2009 43 MENDONÇA et al., 2003

5 ANTUNES et al., 1998 44 MESSIAS & ALVES, 2009

6 ATHIÊ & DIAS, 2012 45 MIKICH, 2002a

7 ATTANASIO et al., 2006 46 MIKICH, 2002b

8 BAPTISTA-MARIA, 2007 47 MIRANDA & PASSOS, 2004

9 BOCCHESE et al., 2008 48 NOGUEIRA, 2010

10 CARVALHO, 2008 49 NOVAES & NOBRE, 2009

11 CASTRO & GALETTI, 2004 50 OLIVEIRA-FILHO & GALETTI, 1996

12 CAVASSANI et al., 2003 51 PASSOS et al., 2003

13 CAZETTA et al., 2002 52 PASSOS & PASSAMANI, 2003

14 CAZETTA et al., 2008 53 PEREIRA & MANTOVANI, 2001

15 CHAVES & MANFREDI, 2010 54 PETERLE et al., 2007

16 CHEIDA, 2005 55 PIÑA-RODRIGUES et al., 2007

17 COSTA et al., 2007 56 PINTO & SETZ, 2004

18 DALPONTE & LIMA, 1999 57 PIRES et al., 2003

19 FADINI & DE MARCO, 2004 58 PIZO & OLIVEIRA, 2000

20 FAUSTINO & MACHADO, 2006 59 PIZO et al., 2002

21 FONSECA & ANTUNES, 2007 60 REIS & PERACCHI, 1987

22 FONTES, 2003 61 SÃO PAULO, 2008

23 FRANCISCO & GALETTI, 2002 62 RIBEIRO et al., 2010

24 FRANZON et al., 2009 63 ROCHA et al., 2004

25 FUNDAÇÃO FLORESTAL, 2008 64 RODRIGUES et al., 2007

26 GALETTI et al., 2000 65 ROSA, 2004

27 GAMA et al., 2003 66 RUBIM, 2009

28 GONÇALVES, 2010 67 SANTOS & BEISIEGEL, 2006

29 GOULART, 2007 68 SANTOS-JÚNIOR & MACEDO, 2007

30 GRESSLER et al., 2006 69 SATO et al., 2008

31 HIGA, 2006 70 SETTE, 2012

32 JESUS & MONTEIRO-FILHO, 2007 71 SIMÕES & LINO, 2002

33 JORDANO et al., 2006 72 STEFFLER, 2003

34 KRÜGEL et al., 2006 73 TABARELLI & MANTOVANI, 1999

35 LENZI & ORTH, 2003 74 TOFOLI et al., 2007

36 LIESENFIELD et al., 2008 75 VALE et al., 2011

37 MACHADO & ROSA, 2005 76 ZORZI, 2009

38 MANHAES, 2003 77 ZUCARATTO et al., 2010

39 MANHAES et al., 2003

26

A revisão bibliográfica focou em estudos sobre a dispersão, mas foram incluídas

informações sobre outros tipos de interação, como polinização e herbivoria, quando eram

encontradas nas bibliografias levantadas. O levantamento foi baseado tanto em estudos

sobre as espécies florestais, quanto sobre a fauna dispersora. Para cada espécie, quando

havia informações disponíveis, foi registrado seu nome popular, o grupo de fauna atraído

(quando possível, a espécie), atrativo que a planta oferece ao animal e tipo de interação (

Figura 2). Além disso, toda a bibliografia está registrada por espécie encontrada,

sendo possível retornar à fonte bibliográfica sempre que necessário.

Figura 2. Exemplo de matriz construída em planilha eletrônica com as informações

levantadas para as espécies lenhosas da Mata Atlântica do Rio de Janeiro

atrativas à fauna.

4.1.3 Espécies com potencial de uso madeireiro e não madeireiro

Para a listagem de espécies lenhosas com potencial de uso madeireiro e não

madeireiro ocorrentes no estado do Rio de Janeiro foi utilizada basicamente a mesma

metodologia que a do levantamento das espécies atrativas de fauna. As informações foram

obtidas a partir de produtos científicos diversos reconhecidos através de um levantamento

bibliográfico acerca do tema. A bibliografia utilizada para o levantamento das espécies

com potencial de uso econômico está listada na Tabela 2.

Espécie Nome vulgar Animal atraídoAtrativo para

o animal

Tipo de

Interação

Carpotroche brasiliensis  (Raddi)

Endl.Sapucainha

Mamíferos: Paca - Cuniculus paca

(Linnaeus, 1766)Sementes Dispersão

Anacardium humile A. St.-Hil.Cajueiro-do-

campo

Mamíferos: Raposa-do-campo -

Lycalopex vetulus (Lund, 1842)Frutos Dispersão

Astronium fraxinifolium Schott

ex Spreng.Aroeira-d'água

Mamíferos: Anta - Tapirus terrestris

(Linnaeus, 1758)Frutos Dispersão

ANACARDIACEAE

ACHARIACEAE

27

Tabela 2. Bibliografia utilizada para o levantamento das espécies lenhosas da Mata

Atlântica do Rio de Janeiro com potencial de uso madeireiro e não madeireiro

1 BOTREL et al., 2006 23 BORBA & MACEDO, 2006

2 FERRAZ et al., 2005 24 CHAVES & MANFREDI, 2010

3 CARVALHAES et al., 2008 25 SANTANA et al., 2008

4 JESUS et al., 2009 26 CARVALHO, 2003

5 SANQUETTA et al., 2010 27 CARVALHO, 2006

6 ALVINO et al., 2005 28 CARVALHO, 2008

7 SILVA & SANTANA, 2011 29 CARVALHO, 2010

8 MAY, 2002 30 FELFILI et al., 2000

09 UBESSI-MACARINI et al., 2011 31 VIDAL & BOUFLEUER

10 FUNDAÇÃO FLORESTAL, 2008 32 FRANZON et al., 2009

11 BARROS & VERISSIMO, 2002 33 ALMEIDA, 2010

12 GAMA et al., 2003 34 GONÇALVES et al., 2012

13 MENEZES, 2009 35 SCHWARTZ, 2007

14 PINTO et al., 2006 36 MARTINS et al., 2011

15 SHANLEY et al., 2005 37 KINUPP, 2007

16 RUSCHEL et al., 2003 38 ZUCHIWSCHI et al., 2010

17 JUNIOR, 2002 39 LORENZI, 2002a

18 MOREIRA et al., 2002 40 LORENZI, 2002b

19 XAVIER & LEITE, 2008 41 LORENZI, 2009

20 BRAGA et al., 2012 42 RIBEIRO, 2010

21 OLIVEIRA & SCOLFORO, 2008 43 LIMA et al., 2009

22 SIMÕES & LINO, 2002 44 VILELA et al., 1993

A partir da análise dessa bibliografia, foram sistematizadas informações sobre: (i)

finalidade do uso, classificada em apícola, alimentação, artesanato, combustível (lenha,

carvão), uso para fins ecológicos, fibras, forragem, madeira, medicinal, ornamental e

produto bioquímico (tanino, saponina, resina); (ii) características do uso, abordando os

detalhes descritos sobre cada uso de cada espécie, quando encontrados (ex: combustível

para lenha, madeira para movelaria); e (iii) parte do vegetal utilizada em cada categoria de

uso (SANTOS et al., 2003). As espécies estão organizadas por família e para cada espécie

está indicado o hábito e a bibliografia consultada, que está referenciada por números que a

indicam em outra listagem (Tabela 2). Na Figura 3 está um exemplo da matriz construída

em planilha eletrônica com as informações registradas.

28

Figura 3. Exemplo de matriz construída em planilha eletrônica com as informações

levantadas para as espécies lenhosas da Mata Atlântica do Rio de Janeiro com

potencial de uso madeireiro e não madeireiro.

4.2 PROJETOS DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS (PRAD) NO

RIO DE JANEIRO

Para avaliar o atual uso das espécies lenhosas em Projetos de Restauração de Áreas

Degradadas (PRAD) no estado do Rio de Janeiro, foram estudadas listas incluídas em

PRAD de processos destinados à averbação de reserva legal, medida compensatória,

mitigação de impactos ambientais e infração ambiental. Os PRAD estudados foram

analisados pela Gerência de Serviços Florestais (GESEF), que pertence a Diretoria de

Biodiversidade e Áreas Protegidas – DIBAP, do Instituto Estadual do Ambiente - INEA.

Essa análise foi possível mediante autorização dada pelo Gerente de Serviços Florestais no

processo de nº E-07/002.03613/2013, baseado na Lei Estadual nº 5.101/2007 (RIO DE

JANEIRO, 2007), que diz:

Art. 16 – Ressalvados os documentos e os autos cuja divulgação possa

violar segredo protegido ou a intimidade nos termos da legislação própria

vigente, todos os demais, uma vez finalizados, permanecerão abertos à

consulta do público na Biblioteca e, sempre que possível, no sítio

eletrônico do Instituto (RIO DE JANEIRO, 2007)

Foram verificados todos os PRAD disponíveis na GESEF/INEA. Para verificar as

listas desses PRAD, os processos foram consultados no próprio INEA em visitas

agendadas com os analistas. No local foram feitas anotações gerais dos processos sobre:

Espécie Nome vulgarFinalidade de

usoCaracterísticas do uso

Parte do

vegetal

utilizada

Hábito Fonte

ANACARDIACEAE

Alimentação Amêndoa Fruto

Medicinal

Chá: feito para úlceras e

diarréia; O chá (decocto)

junto à casca de goiaba

branca é usado para dor de

dente e gengiva

Fruto e

folha

Produto

bioquímico

Líquido da casca da

castanha

Folha e

casca

APOCYNACEAE

Artesanato Arranjo de flores secas Flores

EcológicoRecomendada para

restauração florestalSementes

Construção civil Tronco

Carpintaria Tronco

Tacos e carroceria Tronco

Ornamental

Arborização de parques,

pela beleza de suas folhas

brilhantes

Indivíduo

Anacardium occidentale

L.

Árvore 21, 32

Caju Árvore

3, 4,

16, 20,

25

Aspidosperma

cylindrocarpon Müll.Arg.

Peroba-poca;

GuatambuMadeira

29

empresa ou sítio (proprietário) proponente, assunto do processo (averbação de reserva

legal, medida compensatória, mitigação de impactos ou infração ambiental),

empreendimento, área a ser restaurada (em hectares), local da restauração e outras

informações consideradas pertinentes. Essas informações foram organizadas em uma

matriz construída em planilha eletrônica como exemplifica a Figura 4.

PRAD Empresa/Sítio

Proponente Assunto Empreendimento

Área do

plantio (ha) Local do plantio

(município, RJ)

2 Fazenda Santa

Rosália Averbação de

Reserva Legal *Pessoa Física 18,3 Rio Bonito

28 Petrobrás Compensação

ambiental

Terminal de Cabiúnas -

TECAB

(Ampliação das instalações)

5,0 Cabiúnas, Macaé

Figura 4. Exemplo de matriz construída em planilha eletrônica com informações sobre os

processos analisados na GESEF/INEA que contém Projetos de Restauração de

Áreas Degradadas – PRAD.

Após o registro das informações sobre os processos, foram obtidas cópias das listas

de espécies sugeridas para o plantio, e quando presentes, das listas de espécies do laudo de

caracterização da vegetação local e de relatórios de implantação referentes ao plantio, para

estudo detalhado fora do INEA. Todas as listas obtidas foram repassadas para planilhas

eletrônicas construídas no Excel® de forma a organizar e facilitar o estudo.

A referência utilizada para verificar a diversidade funcional das espécies sugeridas

nos PRAD foi a base de dados elaborada no presente trabalho. A comparação com a base

de dados previu tanto a verificação da diversidade funcional utilizada em projetos de

restauração ecológica, quanto à verificação do potencial de uso da base de dados elaborada

como ferramenta metodológica para futuras elaborações e avaliações de PRAD.

Nas matrizes construídas com as listas obtidas de cada PRAD, foi sistematizada a

comparação com a base de dados apresentada neste trabalho. Para cada espécie sugerida

nos PRAD, foi indicada ausência ou presença na base de dados e, se presente, qual(is)

característica(s) funcional(is) possui (fixação de nitrogênio - FBN, atratividade à fauna

silvestre, produtos florestais madeireiros e não madeireiros - PFM e PFNM), como

exemplificado na Erro! Fonte de referência não encontrada.. Como dito anteriormente,

a base de dados das espécies do Rio de Janeiro é resultado de um recorte feito de uma base

com espécies de ocorrência em toda a Mata Atlântica do Brasil. Assim, as espécies

30

incluídas na base de dados geral, mas sem ocorrência no RJ, também foram comparadas às

espécies listadas nos PRAD, identificadas com o sinal “*”, como na Erro! Fonte de

referência não encontrada..

Figura 5. Exemplo de matriz com as espécies sugeridas nos PRAD apresentados a

GESEF/INEA, indicando quais espécies estão incluídas na base de dados

apresentada no presente trabalho, com indicação sobre presença ou ausência

dos atributos funcionais levantados. Legenda: Base de dados RJ: "Sim" -

ocorre na base de dados do RJ; "Não" - não ocorre na base de dados; "*" -

ocorre na base de dados da Mata Atlântica do Brasil, mas não tem ocorrência

no RJ. Atributos: "x" – possui o atributo funcional; "-" - Não possui o atributo

funcional.

Nos PRAD em que a lista do levantamento florístico foi enviada, foi quantificado o

número de espécies ocorrentes na região do plantio que foram sugeridas nos PRAD, a fim

de verificar se foi seguida a indicação de utilizar espécies nativas da região (BRASIL,

2012; IBAMA, 2011; SER. 2004). Da mesma forma, quando os relatórios de implantação

referentes ao plantio foram enviados, foi quantificado o número de espécies plantadas que

haviam sido sugeridas no PRAD referente.

Os PRAD destinados a Restinga e Manguezal não foram analisados pelo fato de

serem ambientes com caracaterísticas naturais diferentes, como a baixa diversidade de

espécies (SÃO PAULO, 2008). Além disso, as espécies em que só foram indicados os

gêneros (ex: Cecropia sp.) ou com hábito não lenhoso não foram incluídas nas análises.

Foram construídas matrizes individuais para cada PRAD em planilhas eletrônicas

construídas no Excel®, com o objetivo de analisá-las separadamente. Em momento

posterior houve a compilação dos dados de todos os PRAD em duas matrizes gerais. A

primeira é referente à união de todas as espécies citadas nos PRAD, onde foi indicado em

qual(is) e em quantos PRAD cada espécie foi citada. Na outra matriz (Figura 6) há

informações referentes às indicações feitas pela Instrução Normativa IBAMA nº04/2011

(IBAMA, 2011) e Resolução INEA nº 36/2011 (INEA, 2011), onde foi registrado em quais

FBN FaunaPFM e

PFNM

Unonopsis guatterioides (A.DC.)

R.E.Fr.

Annonaceae Não - - -

Protium heptaphyllum (Aubl.)

Marchand

Burseraceae Sim - x x

Luehea divaricata Mart. & Zucc. Malvaceae * - x x

Psidium cattleianum Sabine Myrtaceae Sim - x x

Machaerium nyctitans (Vell.)

Benth.

Fabaceae

(Papil.)

Sim x - x

Myroxylon peruiferum L.f. Fabaceae

(Papil.)

Sim - x x

Espécie FamíliaBase de

dados RJ

Atributos

31

PRAD havia indicação por espécie do nome científico (se estava escrito corretamente),

nome vulgar, família, grupo sucessional, síndrome de dispersão e sobre fazer parte da flora

do entorno. Além disso, foram resumidas as justificativas apresentadas sobre a escolha das

espécies.

A análise qualitativa foi feita para todos os PRAD, independentemente da data de

envio, pois o objetivo dessa análise foi entender as características gerais de todas as listas.

As recomendações feitas pela Instrução Normativa IBAMA nº04/2011 (IBAMA, 2011) e

pela Resolução INEA nº36/2011 (INEA, 2011) foram parâmetros para observação das

características das listas de espécies inseridas nos PRAD, mas só foi considerado o fato de

seguir ou não as indicações desses instrumentos legais, para aqueles PRAD enviados após

o mês de junho de 2011 (a Resolução INEA nº36/2011 foi publicada em junho de 2011 e a

Instrução Normativa IBAMA nº04/2011 foi publicada em abril de 2011).

32

Figura 6. Exemplo de matriz construída em planilha eletrônica com informações sobre o cumprimento das recomendações dadas pela

nº04/2011 (IBAMA, 2011) e Resolução INEA nº 36/2011 (INEA, 2011) na elaboração das listas de espécies sugeridas nos

Projetos de Restauração de Áreas Degradadas - PRAD apresentados a GESEF/INEA. Também é indicado o número de espécies e

de famílias por PRAD, e o número de espécies que estão incluídas na base de dados apresentada no presente trabalho.

Sobre

fazer

parte da

flora

regional

FamíliaNome

vulgar

Nome

científico

correto

Grupo

sucession

al

Síndrome

de

dispersão

Espécies FamíliasBase de

dados RJFBN Atrativas

PFM e

PFNM

1 Não Não Não Não Sim Sim Não Não 31 21 30 4 27 28

Ocorrentes

na região;

Adaptadas

às condições

de solo e

declividade

2 Sim

Não: dentre

as 22

espécies do

entorno

levantadas,

apenas 7

foram

elencadas.

Não Não Sim

Não:

poucos

errados

Sim Não 26 19 26 7 22 21

Ocorrentes

na região;

Adaptadas

às condições

de solo e

declividade

3 Não Não Não Não Sim

Não:

poucos

errados

Sim Não 23 15 18 4 12 14

Espécies de

transição

entre mangue

e terra firme

Justificativ

a sobre a

escolha das

espécies

Observações

importantes

Os textos que

justificam a

escolha das

espéices são

exatamente

iguais, embora

trate de sítios

distintos, e de

diferentes

responsáveis

pelo projeto.

PRAD

Apresentou

lista de

espécies do

entorno

Utilização

das espécies

nativas do

entorno

Informação por espécieMaior diversidade

possivel (n)Diversidade funcional (n)

33

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 ELABORAÇÃO DA BASE DE DADOS

Foram levantadas 808 espécies lenhosas nativas da Mata Atlântica que têm

potencial para uso em restauração florestal de acordo com seus atributos funcionais. Do

total de espécies, 112 são fixadoras de nitrogênio, 573 são atrativas à fauna e 415 possuem

potencial de uso econômico. Dessas, três são fixadoras e atrativas de fauna, 218 são

atrativas à fauna e têm potencial de uso econômico, e outras 34 são fixadoras e têm

potencial de uso. Apenas 19 espécies possuem todos os três atributos levantados. Essas

espécies, portanto, são consideradas de uso múltiplo. Esse resultado quantitativo das

espécies para cada atributo está ilustrado na Figura 7.

A quantidade de 808 espécies levantadas no presente trabalho, para o estado do Rio

de Janeiro, é aparentemente expressiva. Esse resultado é um indicativo do potencial do uso

de espécies nativas em plantios de restauração que visem à diversidade funcional. Também

indica que a base de dados elaborada tem potencial de auxíliar na listagem de espécies

sugeridas em projetos de restauração ecológica.

Figura 7. Resultado quantitativo das espécies que compõem a base de dados de espécies

lenhosas com potencial de uso em restauração ecológica, ocorrentes na Mata

Atlântica do Rio de Janeiro. Os números em parênteses indicam a quantidade de

espécies total encontradas para os atributos. Os números dentro do círculo, fora

das interseções, indicam as espécies encontradas especificamente para cada

atributo e os incluídos nas interseções são as de múltiplo uso e seus atributos

concomitantes respectivos.

34

5.1.1 Leguminosas fixadoras de nitrogênio

Foram listadas 112 espécies, distribuídas em 39 gêneros, de leguminosas arbustivas

e arbóreas ocorrentes no estado do Rio de Janeiro que possuem registro de fixação

biológica de nitrogênio. Dessas espécies, dez pertencem à subfamília Caesalpinoideae, 49 à

Mimosoideae e 53 à subfamília Papilionoideae (Tabela 3).

Tabela 3. Resultado quantitativo das espécies leguminosas lenhosas fixadoras de

nitrogênio de ocorrência na Mata Atlântica do estado do Rio de Janeiro

Subfamília Nº de Gêneros Nº de Espécies

Caesalpinoideae 5 10

Mimosoideae 14 49

Papilionoideae 20 53

Total 39 112

É importante salientar que esse número reflete apenas às espécies que já foram

estudadas quanto a sua capacidade de nodulação. Cerca de 150 espécies de leguminosas

lenhosas ocorrentes na Mata Atlântica do Rio de Janeiro foram consideradas como

potenciais noduladoras, pois estão incluídas nos gêneros que contém espécies que

nodulam, mas não têm registro específico sobre essa capacidade. Esse resultado sugere

uma lacuna de conhecimento nesse tema específico.

De acordo com o resultado desse levantamento, os gêneros foram categorizados em

dois grupos: positivo “(+)” e positivo/negativo “(+/-)” (Tabela 4). O primeiro caracteriza

gêneros em que todas as espécies já estudadas têm registro positivo para nodulação, e o

segundo os gêneros que apresentam simultaneamente registros positivo e negativo para

nodulação.

Especificamente para os 26 gêneros “(+)” foram encontradas 152 espécies

ocorrentes no Rio de Janeiro, sendo 69 (45%) com a FBN confirmada. Desses gêneros,

Mimosa e Inga tiveram os resultados mais expressivos quanto ao número de espécies

registradas, também devido ao grande número de espécies incluídas nos mesmos. Nos

gêneros Albizia, Enterolobium, Erythrina, Chloroleucon e Poecilanthe há um menor

número de espécies inclusas, mas todas ou aproximadamente todas as espécies dentre as

ocorrentes na Mata Atlântica possuem confirmação desse potencial.

Para os treze gêneros “(+/-)” foram levantadas 128 espécies potenciais, com apenas

52 (40%) com algum registro de nodulação em estudos científicos, sendo 41 (32%)

positivos e onze negativos. Nesse caso, podem ser citados os gêneros Anadenanthera,

Swartzia, Chamaecrista, Machaerium e Senegalia.

35

Para algumas espécies houve dificuldade no levantamento das informações por

questões taxonômicas, como no caso de Senegalia, para o qual não há registro de

nodulação no GRIN. Esse gênero passou por recentes modificações, e seus resultados se

deram a partir de seus basiônimos, predominantemente do gênero Acacia (SEIGLER et al.,

2006).

Tabela 4. Gêneros de espécies lenhosas que ocorrem na Mata Atlântica do Brasil, com

registro de nodulação por bactérias fixadoras de nitrogênio, organizados por

Subfamília (SF) e por Grupo de nodulação (+) ou (+/). Legenda: SF: C –

Caesalpinoideae; M - Mimosoidae; P - Papilionoidae; Grupos de nodulação:

(+), quando todas as espécies estudadas quanto a nodulação no gênero

estudadas possuem resultado positivo de FBN, e (+/-), gêneros que apresentam

espécies com registro positivo e espécies com registro negativo para nodulação

Gênero SF Grupo de

nodulação Gênero SF

Grupo de

nodulação

Abarema M (+) Machaerium P (+/-)

Albizia M (+) Mimosa M (+)

Anadenanthera M (+/-) Myrocarpus P (+/-)

Andira P (+/-) Ormosia P (+)

Apuleia C (+) Parapiptadenia M (+)

Ateleia P (+) Piptadenia M (+/-)

Barnebydendron C (+) Plathymenia M (+)

Calliandra M (+/-) Platymiscium P (+)

Centrolobium P (+) Platypodium P (+)

Chamaecrista C (+/-) Poecilanthe P (+)

Chloroleucon M (+) Pseudopiptadenia M (+)

Dahlstedtia P (+) Schizolobium C (+/-)

Dalbergia P (+) Senegalia M (+/-)

Dimorphandra C (+/-) Sesbania P (+)

Diplotropis P (+) Sophora P (+)

Enterolobium M (+) Swartzia P (+/-)

Erythrina P (+) Tachigali C (+/-)

Hymenolobium P (+/-) Zornia P (+)

Inga M (+) Zygia M (+)

Lonchocarpus P (+)

36

5.1.2 Espécies atrativas à fauna silvestre

Foram encontradas 574 espécies lenhosas incluídas em 81 famílias, com ocorrência

no estado do Rio de janeiro, que possuem algum tipo de interação com a fauna (dispersão,

polinização ou herbivoria) (Tabela 5). Dessas espécies, 397 possuem informações sobre a

dispersão zoocórica, como a fauna atraída e o atrativo vegetal, que inclui sementes ou

frutos. As outras 177 espécies foram incluídas na lista por terem interação de herbivoria ou

polinização com a fauna silvestre, mesmo não sendo o foco da pesquisa, ou por terem

indicação de zoocoria na literatura, embora sem detalhes sobre a fauna dispersora.

Para 364 dessas espécies, o atrativo ao animal é o fruto, e para outras 33 (6,5%) as

sementes é que fazem esse papel. Dessa forma, é nítida a importância que os frutos têm,

através de suas diversas formas, cores e composições nutricionais (WIESBAUER et al.,

2008) na atração dos animais que dispersam suas sementes após se alimentarem dos frutos.

Com relação à fauna dispersora, foram encontrados registros de cinco classes de

animais: aves, representadas por 99 espécies em oito ordens; mamíferos, representados por

49 espécies em nove ordens, dentre roedores, quirópteros, primatas e outros; répteis,

incluindo principalmente os Teiús; insetos, representados basicamente por formigas; e

peixes. As aves tiveram predominância nos resultados, pois realizam a dispersão de 282

das espécies, seguidas dos mamíferos que dispersam 178 das espécies listadas.

A família com maior representatividade de espécies florestais atrativas à fauna e

diversidade de grupos de fauna atraídos é a Myrtaceae, que representada por 80 espécies

nesse levantamento, atrai todas as cinco classes de fauna levantadas. A espécie Psidium

cattleianum Sabine é a única da lista que possui interação de dispersão com essas cinco

classes de animais. Outras que possuem grande representatividade quanto ao número de

espécies atrativas são: Lauraceae, com 38 espécies; Melastomataceae, com 27; Rubiaceae,

com 24; Solanaceae, com 22; e Arecaceae, com 21.

Sugere-se que há tendência de algumas famílias a atraírem determinado grupo de

fauna com maior intensidade. Solanaceae, por exemplo, tem 18 das 22 espécies atraindo

mamíferos e para Piperaceae só foram encontrados registros para atração desse mesmo

grupo. Da mesma forma, Lauraceae e Melastomataceae têm maior atratividade às aves,

com 30 e 21 espécies dispersadas por esse grupo, respectivamente. Assim, pode ser

interessante, na elaboração da listagem de espécies para o plantio de restauração ecológica,

prever não só a atração à fauna, mas também os diferentes grupos a serem atraídos.

37

Tabela 5. Famílias de espécies vegetais lenhosas ocorrentes na Mata Atlântica do estado do

Rio de Janeiro atrativas à fauna silvestre e classe de fauna que atraem

Famílias

Espécies

Vegetais

(n)

Espécies vegetais dispersadas por... (n)

Mamíferos Aves Répteis Peixes Insetos

Achariaceae 1 1 - - - -

Anacardiaceae 7 4 4 - 1 1

Annonaceae 13 6 7 2 - 1

Apocynaceae 6 4 1 - - -

Aquifoliaceae 4 - 4 - - -

Araliaceae 5 1 3 - - -

Araucariaceae 1 1 - - - -

Arecaceae 21 18 7 2 1 2

Asteraceae 2 1 - - - -

Bignoniaceae 9 - 5 - - -

Boraginaceae 6 3 4 1 - -

Burseraceae 1 - 1 - - -

Cactaceae 2 1 1 1 - -

Calophyllaceae 1 1 - - - -

Cannabaceae 4 - 1 - 1 -

Cardiopteridaceae 2 - - - - -

Caricaceae 3 2 2 1 - -

Celastraceae 18 4 1 - - 1

Chloranthaceae 1 - 1 - - -

Clethraceae 1 - - - - -

Clusiaceae 4 3 1 - - 1

Chrysobalanaceae 4 - - - - -

Combretaceae 3 2 3 - - -

Connaraceae 2 - - - - -

Ebenaceae 3 2 1 - - -

Elaeocarpaceae 3 1 1 - - -

Ericaceae 1 - 1 - - -

Erythroxylaceae 10 1 4 - - -

Euphorbiaceae 10 2 6 - - 2

Fabaceae

(Caesalpinoideae) 15 4 6 - - -

continua...

38

Tabela 5. (continuação)

Famílias

Espécies

Vegetais

(n)

Espécies vegetais dispersadas por... (n)

Mamíferos Aves Répteis Peixes Insetos

Fabaceae

(Mimosoideae) 17 5 11 - 3 -

Fabaceae

(Papilionoideae) 17 3 4 1 - -

Hypericaceae 2 1 - - - -

Humiriaceae 2 - 1 - - -

Lamiaceae 5 - 1 - - -

Lauraceae 38 4 30 - - -

Lecythidaceae 3 3 2 - - -

Loganiaceae 1 - - - - -

Magnoliaceae 1 - 1 - - -

Malpighiaceae 8 - 3 - - -

Malvaceae 4 2 3 - - -

Marcgraviaceae 1 - 1 - - -

Melastomataceae 27 1 21 - 1 -

Meliaceae 15 2 9 - - 1

Menispermaceae 1 - 1 - - -

Monimiaceae 9 - 1 - - -

Moraceae 14 13 10 - 4 -

Myristicaceae 3 - 3 - - 2

Myrtaceae 80 31 48 7 8 6

Nyctaginaceae 4 - 1 - - -

Ochnaceae 2 - - - - -

Olacaceae 2 - - - - 1

Opiliaceae 1 - - - - -

Pentaphylacaceae 2 - 1 - - -

Peraceae 1 - 1 - - -

Phyllanthaceae 3 - 2 - - 1

Phytolaccaceae 2 1 1 - - -

Piperaceae 13 13 - - - -

Pittosporaceae 1 - 1 - - -

Podocarpaceae 1 - - - - -

Polygonaceae 1 - - - - -

continua...

39

Tabela 5. (continuação)

Famílias

Espécies

Vegetais

(n)

Espécies vegetais dispersadas por... (n)

Mamíferos Aves Répteis Peixes Insetos

Primulaceae 15 - 4 - - -

Quiinaceae 1 - - - - 1

Rhamnaceae 2 - 1 - - -

Rosaceae 5 4 2 - - -

Rubiaceae 24 2 13 1 1 -

Rutaceae 8 3 8 - - -

Sabiaceae 1 - - - - -

Salicaceae 6 - 6 - - -

Sapindaceae 9 3 3 - - 2

Sapotaceae 10 4 4 1 2 1

Smilacaceae 1 1 - - - -

Simaroubaceae 3 1 - - - -

Solanaceae 22 18 4 2 - -

Styracaceae 1 - 1 - - -

Symplocaceae 2 - 2 - - -

Thymelaeaceae 8 - - - - -

Urticaceae 6 3 3 - - 1

Verbenaceae 4 - 4 1 - 1

Violaceae 1 1 - - - -

Winteraceae 1 - 1 - - -

81 574 178 282 20 22 24

5.1.3 Espécies com potencial de uso madeireiro e não madeireiro

Foram listadas 414 espécies lenhosas da Mata Atlântica do estado do Rio de Janeiro

que possuem potencial de uso madeireiro e/ou não madeireiro. De acordo com informações

na bibliografia consultada, o uso econômico das espécies foi categorizado nas seguintes

finalidades de uso principais: alimentação, apícola, artesanato, combustível, cortiça, uso

ecológico, fibras, forragem, madeira, medicinal, ornamental, outros usos não madeireiros e

produto bioquímico.

Essas categorias foram detalhadas conforme indicação nas referências pesquisadas.

Para espécies que fornecem alimentação, foram levantadas informações sobre confecção

de bebidas, uso como condimentos e óleos, além de folhas, flores e frutos comestíveis in

40

natura e suas possíveis variações. No caso do uso apícola algumas vezes foi chamada

atenção sobre a grande quantidade de pólen e/ou néctar e a qualidade do mel fornecido a

partir da florada. Para quase metade das espécies (46,5%) foi citado o potencial

ornamental, que vai desde o uso em arte topiária e cercas vivas até arborização urbana e

rural e paisagismo de parques e praças.

O potencial medicinal das espécies florestais é bem destacado na literatura, sendo

frequentemente citado com referência a detalhes de preparo, uso e finalidade, havendo

demanda de compilação detalhada desses dados de forma a evitar a perda desses

conhecimentos, muito frequentemente oriundos de conhecimentos tradicionais. Com

relação ao uso para artesanato, são citadas confecções de cestos, biojóias, arranjos de

flores, frutos e folhas secos, e entalhes e objetos de madeira. O uso de produtos

bioquímicos vegetais pode ser feito a partir da extração de corantes, goma, látex, óleos,

resinas, saponina, substâncias tanantes, entre outros. Essas e outras características de uso

estão descritas na Tabela 6.

O potencial de uso madeireiro foi o mais citado dentre todas as categorias, sendo

indicado para 229 das espécies, ou seja, para mais da metade (55%). Para essa finalidade,

diversos usos foram encontrados na literatura, que vão desde o autoconsumo aos usos

potenciais para geração de renda. É importante frisar que esses usos devem estar de acordo

com a legislação vigente e devem ser feitos a partir de um manejo sustentável adequado

(BRASIL, 2012). São exemplos de características do uso madeireiro: utilização para

caixotaria, movelaria e carpintaria e uso na construção civil e rural, confecção de arco-de-

peneira, cabos de ferramentas, canoa e jangada, instrumentos musicais, entre outros. Por

vezes é citado o potencial da espécie em prover produtos relacionados a papel e celulose.

Apesar de 55% das espécies terem potencial madeireiro, oferecendo um produto

para longo prazo, outras categorias de uso merecem destaque. A proporção de espécies

lenhosas registradas com potencial de alimentação (34%) sugere que essas espécies podem

contribuir para aumentar a garantia de segurança alimentar de agricultores que adotarem

sistemas agroflorestais. Por outro lado, o uso medicinal (com registro para 46% das

espécies) e o uso ecológico (43% das espécies) merecem ter os respectivos potenciais

melhor explorados, seja para benefícios à saúde pública, seja pela possibilidade de oferta

de serviços ambientais, e sua consequente remuneração. Para 26% das espécies foi citado o

uso apícola, indicando mais um potencial de geração de renda a curto/médio prazo

utilizando árvores no terreno. Ainda que não tenham sido registrados com proporções

41

mais expressivas, usos como o artesanal e a obtenção de fibras podem representar a

geração de renda alternativa em curto prazo.

Tabela 6. Produtos florestais madeireiros e não madeireiros e características do uso por

categoria citados para espécies florestais de ocorrência na Mata Atlântica do Rio de Janeiro

Potencial de uso Características do uso Espécies (n)

Alimentação

Amêndoa

140

Bebidas

Condimentos

Flores, folhas e frutos comestíveis

Óleo

Aplicação industrial

Mucilagem comestível

Apícola

Pólen

106 Nectar

Qualidade do mel

Artesanato

Arranjos

37 Biojóias

Cesto

Objetos de madeira e entalhes

Combustível

Lenha

140 Pólvora

Carvão

Ecológico

Restauração ecológica

177

SAF

Atração à fauna

Sombreadora

Ocupação de clareiras

Produção de sementes

Crescimento rápido

Rusticidade

Fibras

Embira: cordas e amarrações

15

Fábrico de cordas grossas

Fábrico de vassouras, isolantes térmicos

e cordas para amarração de navios

Têxteis

Forragem

Bovinos

36

Caprinos

Cavalos

Lebres

Suínos

continua...

42

Tabela 6. (continuação)

Potencial de uso Características do uso Espécies (n)

Madeira

Alta/Boa qualidade

229

Médio/Alto valor comercial

Arco-de-peneira

Artefatos de madeira

Assoalho

Cabo de ferramentas

Caixotaria

Canoa e Jangada

Carpintaria

Carro de boi

Construção civil e de casas ou rural

Instrumentos musicais

Madeira serrada

Moirão e Postes

Movelaria

Papel e celulose

Medicinal

Alucinógena

191

Banho

Chá

Hemostático energético

Indústria farmacêutica

Maceração

Melado

Óleo

Tintura

Xarope

Ornamental

Arbonização urbana e rural

193

Cercas vivas e arte topiária

Comercialização de mudas, bonsais,

topiaria e ramos para arranjos florais.

Paisagismo

Outros usos não-

madeireiros Cortiça

15

Produto bioquímico

Alcalóides, Flavonóides, Garrofina,

Saponina, Silvactina

97

Corante

Cosmético e perfumaria

Material isolante

Goma

Óleos essenciais

Resina

Substâncias tanantes

Nº total de espécies com potencial de uso econômico = 414

43

5.2 PROJETOS DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS (PRAD) NO

RIO DE JANEIRO

5.2.1 Os Projetos de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD)

Do total de 46 Projetos de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) inicialmente

obtidos no INEA, incluídos em 34 processos administrativos abertos entre 2006 e 2012,

foram verificadas 44 listas de espécies sugeridas. Isso porque dois PRAD eram referentes a

áreas de manguezal e restinga, que não eram o foco da avaliação (PRAD 29 e 32), e para

outro PRAD (35) não houve acesso à listagem de espécies sugeridas para o plantio. Além

disso, o PRAD 40 é referente a várias áreas que inicialmente possuíam a mesma lista de

espécies sugeridas, porém foi anexada posteriormente uma segunda listagem para uma

dessas áreas, que então passou a ter duas listas vigentes (chamadas de PRAD 40 e 40A)

(Tabela 7).

O fato do número de processos ser menor que ao número de PRAD é consequência

de, para alguns casos, haver demanda de mais de um PRAD para o mesmo processo,

principalmente quando se trata de compensação ambiental a ser feita por grandes

empreendimentos. Assim, nos casos de um mesmo empreendimento precisar compensar

diferentes áreas há dois tipos de abordagens: uma em que são enviados diversos PRAD no

mesmo processo, e outra em que em um mesmo PRAD são feitas as mesmas indicações

para áreas distintas, mesmo que venham a receber tratamentos diferentes no futuro.

Em alguns processos houve PRAD anteriormente reprovados pela avaliação do

INEA, e assim, foi enviado outro referente à mesma área de plantio. Dessa forma, apenas a

lista do último projeto enviado (aprovado ou em andamento de verificação) foi analisada.

Cada PRAD foi numerado por ordem de análise, com a indicação para cada um dada por

números no intervalo de 1 - 44. Ou seja, o PRAD “1” é referente ao primeiro estudado no

INEA e assim é respectivamente até o PRAD “44”, que é o último analisado. Os PRAD

analisados estão listados na Tabela 7, onde constam informações, a partir do número de

identificação no presente trabalho, sobre a empresa ou sítio proponente (no caso de pessoa

física), o motivo pelo qual está sendo enviado (assunto), o empreendimento do qual se

trata, a área a ser restaurada em hectares, e o município da restauração.

44

Tabela 7. Identificação dos Projetos de Restauração de Áreas Degradadas (PRAD) enviados à GESEF/INEA por empresas e pessoas físicas para

adequação ambiental. Os PRAD foram identificados por números de acordo com a ordem de análise. Legenda: Assunto: “RL” -

Reserva Legal; “LA” - Licenciamento Ambiental

PRAD EMPRESA/SÍTIO

PROPONENTE ASSUNTO EMPREENDIMENTO

ÁREA DO

PLANTIO (HA) LOCAL DO PLANTIO *

1

Sítio Pedra Branca (Wirlei

Vicente de Mello Torres

Braga)

Averbação de RL *Pessoa Física 6,1 Silva Jardim

2 Fazenda Santa Rosália

(Raiza Cardoso Nogueira) Averbação de RL *Pessoa Física 18,3 Rio Bonito

3 LLX Sudoeste Operações

Portuárias LTDA Compensação Ambiental Superporto Sudoeste 10,4 Guaratiba, Rio de Janeiro

4

Hydroen Geração e

Comercialização de

Energia LTDA

Averbação de RL (LA)

Hydroen Energias - Implantação da

CHG Maravilha - Atividade de

Geração de Energia Elétrica

1,95 Macuco

5 J.J.G. Itaboraí Areal LTDA Averbação de RL J.J.G. Itaboraí Areal LTDA - Extração

de areola 37,0 Itaboraí

6 Vallourec & Sumitomo

Tubos do Brasil LTDA Averbação de RL (LA) - - Seropédica

7 Concessionária da Rodovia

Presidente Dutra S/A -

NovaDutra

Compensação Ambiental

Rodovia Presidente Dutra (Supressão

efetuada ao longo)

1,5 Porto Real

8 Compensação Ambiental 1,5 Resende

9 Reginaves Indústria e

Comércio de Aves LTDA Averbação de RL (LA)

Reginaves Indústria e Comércio de

Aves LTDA - Atividade granjeira 3,6 Barra do Piraí

10 Cervejaria Petrópolis S.A. Programa de Adequação

Ambiental - PAA (Projetos)

Cervejaria Petrópolis - Optou realizar

o PAA da Fazenda Rio das Pedras 40,0 Petrópolis

continua...

45

Tabela 7. (continuação)

PRAD EMPRESA/SÍTIO

PROPONENTE ASSUNTO EMPREENDIMENTO

ÁREA DO

PLANTIO (HA) LOCAL DO PLANTIO *

11

Sítio Nova Conquista

(Mauricio Carvalho

Santiago)

Averbação de RL (LA) *Pessoa Física 12,8 Teresopolis

12 Sítio dos Medeiros (Alvaro

Tadeu da Silva) Averbação de RL (LA) *Pessoa Física 4,0 Seropédica

13

GESEF /

THYSSSENKRUPP

Companhia Siderúrgica do

Atlântico

Compensação Ambiental Compensação de emissões de gases do

efeito estufa da TKCSA

60,9

Parque Estadual da Pedra

Branca (PEPB), Rio de

Janeiro

14 66,0 PEPB, Rio de Janeiro

15 37,4 PEPB, Rio de Janeiro

16 Furnas - Eletrobras PAA(LA) Linhas de Transmissão que cortam a

Reserva da União 10,8

Reserva Biológica da União,

Rio das Ostras

17

Energisa Soluções S/A Averbação de RL (LA)

Usina Hidrelétrica Caju 137,0 Santa Maria Madalena

18 Usina Hidrelétrica São Sebastião do

Alto 84,0 São Sebastião do Alto

19 Usina Hidrelétrica Santo Antônio 44,0 Bom Jardim

20 Sítio Forte (Marcos Sávio

Pires Jardim)

Mitigação de Infração Ambiental

(Medida cautelar por embargo de

atividade de supressão de

vegetação nativa )

*Pessoa Física 0,2 Enseada de Ponta Grossa,

Ilha Grande, Angra dos Reis

21

Fazenda Santa Edwiges

(Fernando Motta Spinola e

Castro)

Averbação de RL *Pessoa Física 14,9 Magé

continua...

46

Tabela 7. (continuação)

PRAD EMPRESA/SÍTIO

PROPONENTE ASSUNTO EMPREENDIMENTO

ÁREA DO

PLANTIO (HA) LOCAL DO PLANTIO *

22

JCA Holding Participações

LTDA (Proprietário do

Sítio)

Averbação de RL (LA)

"Holdings" de instituições não-

financeiras e Aluguel de imóveis

prórpios

1,2 Cabo Frio

23 Light Energia S/A Compensação Ambiental (LA)

Reforço dos Diques 1 e 2 -

Reservatório de Lajes (Recuperação

estrutural) - Esse reservatório integra

parte de um complexo de geração de

energia

1,5 Serra do mar, entre Piraí e

Rio Claro

24

Fazenda Seropédica

(Espolio C. C. dos Santos e

Joconda F. dos Santos)

Averbação de RL *Pessoa Física 45,5 Seropédica

25 Central de Tratamento de Resíduos Alcantara S/A

Averbação de RL (LA)

CTR São Gonçalo -Tratamento de

disposição de resíduos não-perigosos e perigosos

- São Gonçalo

26 Lafarge Brasil S/A Averbação de RL (LA) CIA de Cimento Portland Lacim - Lafarge Cimentos (Fabricação de

cimento)

73,0 Cantagalo

27 Mineração Santa Luzia de

Itaguaí LTDA Averbação de RL (LA)

Mineração Santa Luzia de Itaguaí

LTDA - Extração e britamento de

pedras e apoio à extração de minerais

não-metálicos

62,0 Itaguaí

28 Petrobrás Compensação Ambiental

(Supressão de vegetação)

Terminal de Cabiúnas - TECAB

(Ampliação das instalações) 5,0

Terreno contíguo ao

TECAB: Cabiúnas, Macaé

29**

MPC - Mineração,

Pesquisa e Comércio

LTDA

Compensação Ambiental

(Supressão de vegetação -

Obtenção de Lincença de

Instalação para o Porto do Açu)

Porto do Açu 208,0 RPPN Caruara, São João da

Barra

30 LLX Minas - Rio Compensação Ambiental

(Supressão de vegetação)

Estrada: Pedreira (Morro do Itaoca) x

Porto do Açu (Complexo Portuário do

Açu)

170,0 Campos dos Goytacazes

continua...

47

Tabela 7. (continuação)

PRAD EMPRESA/SÍTIO

PROPONENTE ASSUNTO EMPREENDIMENTO

ÁREA DO

PLANTIO (HA) LOCAL DO PLANTIO *

31 Paulo Alves da Costa Filho

Mitigação de Infração Ambiental

(Embargo de atividade de

supressão de vegetação nativa )

Descrição dos fatos: Movimentação

de terra e supressão de vegetação em

APP sem licença e autorização dos

órgãos ambientais competentes

0,07 São José do Vale do Rio

Preto

32** Polifix Industria e

Comercio LTDA ME Compensação Ambiental (LA)

Polifix - Serviços de fundição de ferro

e aço 0,1

Faixa marginal do Rio

Guapi-Macacu - (APA) da

Bacia do rio Macacu

33 Tecnoil Comércio e

Representações LTDA Compensação Ambiental (LA) Realização de obras de Terraplanagem 4,0

APA de Macaé de Cima -

Lumiar, Nova Friburgo

34

THYSSSENKRUPP CSA -

Siderúrgica do Atlântico LTDA

Compensação Ambiental (LA)

Terminal Portuário da CSA - Implantação

35,7 Rio Claro

35*** Compensação Ambiental (LA) 39,0 Rio Claro

36 Compensação Ambiental (LA) - CSA - Distrito Industrial de

Santa Cruz - Rio de Janeiro

37 Compensação Ambiental (LA) 5,4 CSA - Distrito Industrial de

Santa Cruz - Rio de Janeiro

38 Compensação Ambiental (LA) 4,7 CSA - Distrito Industrial de

Santa Cruz - Rio de Janeiro

continua...

48

Tabela 7. (continuação)

PRAD EMPRESA/SÍTIO

PROPONENTE ASSUNTO EMPREENDIMENTO

ÁREA DO

PLANTIO (HA) LOCAL DO PLANTIO *

39

Petrobrás

Compensação Ambiental (LA).

OBS: Esses PRAD, em conjunto,

estão relacionados à implantação

desses três empreendimentos.

Visam atender às aos TCA

(Termos de Compromisso

Ambiental) relacionados às ASV

(Autorizações de Supressão de

Vegetação) dos três

empreendimentos.

GASDUC-III (Gasoduto Cabiúnas

REDUC); ECOMP (Estação de

Compressão Campos Elísios);

GASJAP (Gasoduto Japeri REDUC) -

Respectivamente aos processos

GASDUC-III (Gasoduto

Cabiúnas REDUC); ECOMP (Estação

de Compressão Campos Elísios);

GASJAP (Gasoduto Japeri REDUC) -

Respectivamente aos processos

7,0 Área I - Cachoeiras de Macacu

40 +

40A**** 46,0

Áreas II a IX - Silva Jardim (II,

III, IV), Cachoeiras de Macacu

(V a VIII) e Guapimirim (IX)

41 34,8

Áreas X a XIV - Silva Jardim

(X, XI), Seropédica (XII, XIII)

e Duque de Caxias (XIV)

42 18,8

Áreas XV a XIX - Seropédica

(XV a XVII) e Duque de

Caxias (XVIII, XIX)

43 39,1 Fazenda Dourada - Casimiro de

Abreu

44 4,1 Terminal Cabiúnas (TECAB) -

Distrito de Cabiúnas, Macaé

45 80,35 REBIO União - Rio das Ostras

46 30,0 REBIO Poço das Antas - Silva

Jardim

* Todos os locais estão incluídos no estado do Rio de Janeiro (RJ) ** PRAD que não foram analisados pela sua localização (restinga/manguezal) *** PRAD que não foi analisado por ter tido acesso apenas ao processo, e não à lista de espécies sugeridas, embora houvesse uma. **** Posterior ao envio inicial do PRAD, foi anexada uma nova lista de espécies elencadas para a área II, devido à problemas técnicos. Por isso, há dois PRAD 40: 40 e 40A.

49

5.2.2 As listas de espécies encontradas nos processos

As listas apresentadas nos PRAD não são compostas pelas espécies que serão

efetivamente plantadas, mas sim de espécies sugeridas para o plantio. Além dessas, em

alguns PRAD também foram enviadas listas de espécies do entorno, correspondentes às

espécies levantadas na região do plantio. O ideal é que seja dada preferência a espécies

regionais, conforme proposto pela Instrução Normativa IBAMA nº04/2011 (IBAMA,

2011). Assim, para os casos em que foi enviada a lista de espécies do entorno foi

verificado se as espécies foram elencadas ou não.

Poucos processos contêm relatórios enviados posteriormente ao Projeto informando

sobre o andamento do mesmo, inclusive porque essa é uma exigência feita apenas para

aqueles em que o INEA julga necessário. Nos processos em que há relatórios, e nos que

possuem listagem de mudas efetivamente plantadas, foi feita uma análise para saber

quantas das espécies plantadas já tinham sido sugeridas no PRAD, e quais são elas.

As listas de espécies sugeridas nos PRAD

Análise qualitativa da construção das listas

Para os 13 PRAD que foram enviados após o mês de junho de 2011 e que não são

referentes a mangue e restinga, pôde-se constatar que não foram seguidas todas as

indicações feitas pela Instrução Normativa IBAMA nº04/2011 (IBAMA, 2011) e

Resolução INEA nº36/2011 (INEA, 2011). Essa constatação é baseada na Tabela 8, onde

foi indicado se o PRAD apresentou as atribuições recomendadas por esses dois

instrumentos legais: lista de espécies do entorno, nome científico (e se todos estavam

corretos), informação por espécie sobre fazer parte da flora regional, família a que

pertence, nome vulgar, grupo sucessional e síndrome de dispersão (que indica se foi dada

atenção especial às espécies zoocóricas). Os PRAD destacados e com o número de

identificação em negrito na Tabela 8 são os enviados após o mês de junho de 2011, e para

os enviados anteriormente a essa data foi feita a mesma análise para observar as

características gerais dos mesmos, tendo as recomendações dos instrumentos legais acima

citados apenas como parâmetros de observação.

Com relação à análise qualitativa de todos os PRAD, foi visto que apenas as

informações sobre a família, nome vulgar e grupo sucessional das espécies foram incluídas

em mais da metade das listas verificadas, com atenção especial ao nome vulgar e grupo

sucessional, que foram informados em mais de 70% das mesmas. A informação sobre a

50

espécie fazer parte da flora regional não é dada em nenhum dos PRAD analisados. A

síndrome de dispersão foi indicada para apenas dez PRAD, e a listagem de espécies do

entorno só foi enviada para onze, o que significa que ambos foram enviados para menos de

30% dos projetos verificados.

Dos 44 PRAD analisados, apenas três listas de espécies sugeridas tiveram todos os

nomes científicos corretos gramaticalmente. É bom frisar que foram desconsiderados os

erros de nomenclatura desatualizada (em todos os PRAD houve, no mínimo, uma espécie

que se encaixa nesse caso), visto que houve muitas modificações na taxonomia vegetal nos

últimos anos, e sendo essa uma dificuldade encontrada no levantamento. Considerou-se,

portanto, erro gramatical como o táxon atual escrito de maneira errônea. Isso não

siginifica dizer que a lista é inválida, mas é um indicativo do descuido na hora de sugerir as

espécies e formatar as listas, visto que há muitas bases de dados diponíveis para consulta

sobre a taxonomia correta (THE PLANT LIST, 2010; ILDIS, 2012; FORZZA et al., 2013;

TROPICOS©, 2013).

Tabela 8. Análise qualitativa dos PRAD analisados de acordo com as indicações feitas pela

Instrução Normativa IBAMA nº04/2011 (IBAMA, 2011) e Resolução INEA

nº36/2011 (INEA, 2011) para construção de listas de espécies sugeridas para o

plantio nos PRAD. Legenda: Os PRAD em destaque e com número de

identificação em negrito correspondem aos enviados após junho de 2011.

PRAD

Lista de

espécies

do

entorno

Todos os

nomes

científicos

corretos

Informação por espécie

Flora do

entorno Família

Nome

vulgar Grupo

sucessional

Síndrome

de

dispersão

1 Não Sim Não Não Sim Não Não

2 Sim Não Não Não Sim Sim Não

3 Não Não Não Não Sim Sim Não

4 Sim Não Não Não Sim Sim Não

5 - Não Não Sim Não Sim Não

6 Sim Não Não Sim Sim Não Não

7 Sim Não Não Não Sim Sim Não

8 Não Não Não Não Sim Sim Não

9 Não Sim Não Sim Sim Não Não

10 Não Sim Não Sim Sim Sim Não

11 Não Não Não Não Sim Não Não

12 Não Não Não Não Sim Sim Não

13 Não Não Não Não Sim Sim Não

14 Não Não Não Não Sim Sim Não

15 Não Não Não Não Sim Sim Não

16 Sim* Não Não Depende

da listagem Depende

da listagem Depende da

listagem Depende

da listagem

continua...

51

Tabela 8. (continuação)

PRAD

Lista de

espécies

do

entorno

Todos os

nomes

científicos

corretos

Informação por espécie

Flora do

entorno Família

Nome

vulgar Grupo

sucessional Síndrome de

dispersão

17 Não Não Não Sim Sim Sim Não

18 Não Não Não Sim Sim Sim Não

19 Não Não Não Sim Sim Sim Não

20 Não Não Não Não Sim Sim Não

21 Sim Não Não Não Sim Sim Não

22 Não Não Não Não Sim Sim Não

23 Sim Não Não Não Sim Sim Não

24 Não Não Não Não Sim Sim Não

25 Sim Não Não Sim Sim Sim Não

26 Sim Não Não Sim Sim Sim Não

27 Sim Não Não Não Sim Sim Não

28 Sim Não Não Não Sim Sim Não

29 Restinga

30 Não Não Não Não Sim Sim Não

31 Não Não Não Não Sim Não Não

32 Mangue

33 - Não Não Não Sim Sim Não

34 Não Não Não Sim Sim Sim Não

35 Sem acesso à listagem de espécies sugeridas

36 Não Não Não Sim Sim Sim Não

37 Não Não Não Sim Sim Sim Não

38 Não Não Não Sim Sim Sim Não

39 Não Não Não Sim Sim Sim Sim

40 Não Não Não Sim Sim Sim Sim

40a Não Não Não Sim Sim Sim Sim

41 Não Não Não Sim Sim Sim Sim

42 Não Não Não Sim Sim Sim Sim

43 Não Não Não Sim Sim Sim Sim

44 Não Não Não Sim Sim Sim Sim

45 Não Não Não Sim Sim Sim Sim

46 Não Não Não Sim Sim Sim Sim

Após

jun/2011

(n=13) 4 1 0 3 12 11 0

Total

(n=44) 11 3 0 22 43 38 10

* Caso especial em que as espécies sugeridas estão distribuídas em diversas listas de levantamentos

florísticos regionais obtidos através de dados secundários.

52

As espécies sugeridas

Dentre as 674 espécies citadas nas listas dos PRAD, 327 (48,4%) tiveram apenas

uma citação e 97 (14,4%) apenas duas citações em todas as 44 listas estudadas (Figura 8).

Essas 424 (62,8) espécies são desconsideradas, portanto, como comumente sugeridas em

projetos de restauração. Conforme ilustra a Figura 8, a porcentagem de espécies decai à

medida que o número de citação nos PRAD aumenta. Isso quer dizer que são poucas as

espécies sugeridas comumente nos PRAD.

Figura 8. Frequência com que as espécies foram sugeridas nos PRAD analisados. O

número de citações varia entre 1 e 42.

Para a análise de quais as espécies são frequentemente sugeridas nos PRAD, foram

consideradas três proporções de citações: 30%, 50%, 70% do total de PRAD. As espécies

citadas acima dessas proporções foram quantificadas e listadas a fim de apresentar maiores

detalhes a respeito das mesmas.

Considerando somente as espécies que foram citadas em mais de 30% das listas de

espécies sugeridas, que é o correspondente a treze listas, tem-se um número de 75 espécies.

Se considerar somente àquelas que estão em mais da metade dos PRAD, o resultado é de

24 espécies. E ainda, se aumentar a proporção de listas em que foram citadas para 70%, ou

seja, em mais de 31 listas, esse número é de apenas seis espécies. Na Tabela 9 estão os

resultados quantitativos, e na Tabela 10 são apresentadas as 75 espécies e detalhes sobre

seus atributos funcionais, nome vulgar e número de citações nos PRAD.

Visto que esses PRAD foram elaborados para o bioma Mata Atlântica, que tem

como característica a alta riqueza de espécies (TABARELLI et al., 2005), e visto que

foram levantadas 808 espécies florestais ocorrentes no Rio de Janeiro potenciais para

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 Tota

l d

e e

spécie

s su

gerid

as

(%)

Nº de vezes que foram sugeridas

53

utilização em restauração ecológica apresentada no presente trabalho, esse resultado sugere

que a riqueza de espécies florestais diponível têm sido pouco explorada em plantios com

finalidade para restauração ecológica.

O número de espécies sugeridas varia entre 15 e 285 por PRAD, com média de 71

espécies. Na Figura 9, esse resultado está organizado em intervalos de dezenas de

unidades, que mostra que a quantidade de espécies mais utilizada nos PRAD está no

intervalo de 41-50 espécies. Considerando indicações em instrumentos legais e na

literatura (BRANCALION et al., 2010; RODRIGUES et al., 2009; SÃO PAULO, 2008)

para a utilização de no mínimo 80 espécies por projeto de restauração, pode-se dizer que

mais da metade dos PRAD (26) estudados não sugerem a riqueza mínima de espécies tida

como referência para as ações de restauração atualmente. Inclusive, a média de 71 espécies

sugeridas por PRAD também não atinge o resultado esperado pelas indicações.

É importante frisar que não está sendo feita a avaliação sobre se a sugestão de um

número mínimo de 80 espécies está correta e condiz com a prática da restauração, mas sim,

utilizamos essa referência usual do número de espécies como um parâmetro para entender

se a elaboração atual de PRAD segue as recomendações encontradas na literatura e em

instrumentos legais.

Figura 9. Número de espécies sugeridas por PRAD, categorizadas a partir de intervalos de

dezenas de unidades.

0

2

4

6

8

10

12

PR

AD

(n

)

Espécies elencadas (n)

54

Espécies sugeridas x Espécies da base de dados RJ

Diante da comparação entre todas as espécies sugeridas pelos PRAD e as espécies

incluídas na base de dados construída nesse estudo, constatou-se que 372 das 674 espécies

listadas nos PRAD estão incluídas na base de dados, ou seja, mais que a metade das

espécies (55%) (Tabela 9).

A Tabela 9 mostra o resultado quantitativo das espécies sugeridas em cada PRAD

analisado. Nas colunas associadas à riqueza tem-se o número de espécies e de famílias por

lista analisada. Nas colunas relacionadas à diversidade funcional, é indicado também para

cada PRAD o número e a porcentagem de espécies incluídas na base de dados do RJ e o

número de espécies para cada atributo funcional levantado.

Tabela 9. Resultado quantitativo, por PRAD, do número de espécies sugeridas e de

famílias a que pertencem, além do número das espécies incluídas na base de

dados construída neste trabalho. Legenda: “n” – número de espécies; “FBN” -

Fixação Biológica de Nitrogênio; “Atrativas” - atratividade à fauna silvestre;

“PFM e PFNM” - potencial para uso de produtos florestais madeireiros e não

madeireiros

PRAD

Riqueza (n) Diversidade funcional

Espécies Famílias

Base de

dados RJ

(n)

Base de

dados RJ

(%)

FBN (n) Atrativas

(n)

PFM e

PFNM

(n)

1 31 21 30 97% 4 27 28

2 26 19 26 100% 7 22 21

3 23 15 18 78% 4 12 14

4 38 22 28 74% 5 27 26

5 79 31 66 84% 16 55 67

6 34 20 31 91% 6 22 29

7 142 43 121 85% 17 113 116

8 143 43 121 85% 17 115 117

9 20 16 16 80% 2 15 16

10 163 53 108 66% 12 92 84

11 49 24 37 76% 8 31 30

12 109 35 91 83% 18 74 73

13 50 22 44 88% 13 36 43

14 50 22 44 88% 13 36 43

15 50 22 44 88% 13 36 43

16 285 58 169 59% 35 146 131

17 115 36 104 90% 22 80 91

18 115 36 104 90% 22 80 91

19 115 36 104 90% 22 80 91

20 15 11 11 73% 4 13 12

21 50 28 40 80% 11 41 40

continua...

55

Tabela 9. (continuação)

PRAD

Riqueza (n) Diversidade funcional

Espécies Famílias Base de

dados RJ (n)

Base de

dados RJ

(%) FBN (n)

Atrativas

(n) PFM e

PFNM (n)

22 43 20 33 77% 7 28 32

23 86 28 45 52% 10 33 37

24 49 19 46 94% 11 37 42

25 43 20 42 98% 10 34 37

26 87 32 78 90% 17 72 72

27 27 13 23 85% 9 16 23

28 56 24 48 86% 12 38 44

29 Restinga

30 111 39 82 74% 20 71 63

31 82 32 71 87% 9 69 63

32 Mangue

33 50 21 45 90% 14 36 43

34 41 19 35 85% 9 27 31

35 Sem acesso à listagem de espécies sugeridas

36 38 20 30 79% 7 28 29

37 38 20 30 79% 7 28 29

38 38 20 30 79% 7 28 29

39 59 21 49 83% 9 45 48

40 67 28 53 79% 10 52 54

40A 75 29 68 91% 12 57 61

41 67 28 53 79% 10 52 54

42 67 28 53 79% 10 52 54

43 75 29 68 91% 12 57 61

44 75 29 68 91% 12 57 61

45 75 29 68 91% 12 57 61

46 75 29 68 91% 12 57 61

TOTAL 674 78 372 - 74 309 291

MÉDIA 71 27 58 81% 12 50 52

Considerando cada PRAD individualmente, a porcentagem de espécies sugeridas

que estão incluídas na base de dados apresentada no presente trabalho é sempre maior que

50%. Ainda, em 41 dos PRAD, mais de 70% das espécies sugeridas estão na base de

dados. A Figura 10 ilustra esse resultado, onde a linha azul, representada pela porcentagem

de espécies sugeridas por PRAD que estão na base de dados, está constantemente acima da

faixa de 50%. Esse resultado é um indicativo de que a base de dados elaborada é uma

potencial ferramenta de avaliação e elaboração de listas de espécies sugeridas em projetos

de restauração ecológica.

56

Figura 10. Porcentagem de espécies sugeridas por PRAD que constam na base de dados de

espécies florestais com potencial para Restauração Florestal da Mata Atlântica

do Rio de Janeiro. No eixo “x” cada número corresponde identificação do

PRAD no presente trabalho.

Quando são analisa as 75 espécies citadas em mais de 30% dos PRAD, tem-se que

70 dessas espécies estão na base de dados que foi construída nesse estudo para o Rio de

Janeiro, e quatro estão na base de dados para a Mata Atlântica do Brasil, sem ocorrência no

estado. A única espécie que não consta na base de dados e que foi comumente citada

dentre os PRAD é Sparattosperma leucanthum (Vell.) K.Schum. (Bignoniaceae). O fato de

apenas uma das 75 espécies comumente citadas pelos PRAD não estar presente na base de

dados elaborada no presente trabalho é mais um fator que sugere o potencial da sua

utilização na avaliação e elaboração de listas de espécies florestais a serem utilizadas em

ações de restauração ecológica.

Na Tabela 10, as 75 espécies citadas em mais de 30% dos PRAD estão distribuídas

por família, com destaque para a presença ou ausência na base de dados elaborada, de

acordo com seus atributos funcionais. Além disso, na última coluna está indicado o número

de PRAD em que cada espécie foi citada, e se esse número corresponde a mais de 30%,

50% ou 70% dos PRAD. É importante notar que grande parte dessas espécies possui alta

plasticidade fenotípica, ou seja, conseguem se adaptar a qualquer tipo de ambiente.

10%

30%

50%

70%

90%

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

26

27

28

30

31

33

34

36

37

38

39

40

40a

41

42

43

44

45

46

Esp

écie

s (%

)

PRAD

57

Tabela 10. Espécies citadas em mais de 30% dos PRAD analisados. Legenda: FBN –

Fixação Biológica de Nitrogênio; Fauna – atratividade à fauna silvestre; PFM

e PFNM – Produtos Florestais Madeireiros e Não Madeireiros; Base de dados

– RJ?: “Sim” – Presente na base de dados para o RJ, “*” – Presente na base de

dados para a Mata Atlântica, mas sem ocorrência no RJ, “Não*” - Não está na

base de dados, mas tem ocorrência no RJ.; Atributos: “x” – Presença, “-“ –

Ausência

Espécie Nome

vulgar

Base de

dados -

RJ?

Atributos PRAD

FBN Fauna PFM e

PFNM

Citações

(n)

Citações

(%)

ANACARDIACEAE

Schinus

terebinthifolius Raddi

Aroeira-

pimenteira Sim - x x 34 > 70%

Lithraea molleoides

(Vell.) Engler

Aroeira-

branca * - x x 13 > 30%

ANNONACEAE

Annona cacans Warm. Araticum-

cagão Sim - x x 13 > 30%

Xylopia brasiliensis

Spreng.

Imbiú-

pimenta Sim - x - 16 > 30%

ARECACEAE

Euterpe edulis Mart. Palmito-

juçara Sim - x x 22 > 50%

Syagrus

romanzoffiana

(Cham.) Glassman

Jerivá Sim - x x 23 > 50%

ASTERACEAE

Gochnatia

polymorpha (Less.)

Cabrera

Camará Sim - x x 14 > 30%

BIGNONIACEAE

Cybistax

antisyphilitica Mart. Ipê-verde Sim - - x 13 > 30%

Handroanthus

chrysotrichus (Mart.

ex DC.) Mattos

Ipê-

amarelo Sim - x x 24 > 50%

Handroanthus

heptaphyllus (Vell.)

Mattos

Ipê-roxo Sim - x x 21 > 30%

Sparattosperma

leucanthum (Vell.)

K.Schum.

Ipê-cinco-

folhas Não* - - - 23 > 50%

BORAGINACEAE

Cordia superba

Cham.

Babosa-

branca Sim - x - 20 > 30%

CANNABACEAE

Trema micrantha (L.)

Blume Crindiúva Sim - x x 29 > 50%

continua...

58

Tabela 10. (continuação)

Espécie Nome

vulgar

Base de

dados -

RJ?

Atributos PRAD

FBN Fauna PFM e

PFNM

Citações

(n)

Citações

(%)

EUPHORBIACEAE

Alchornea glandulosa

Poepp. & Endl. Tapiá Sim - x x 14 > 30%

Alchornea

triplinervea (Spreng.)

Müll.Arg.

Tapiá;

Tanheiro Sim - x x 21 > 30%

Croton floribundus

Sprengel Capixingui Sim - x x 21 > 30%

Croton urucurana

Baillon

Sangue-de-

drago Sim - x x 20 > 30%

Joannesia princeps

Vell

Cotieira;

Boleira Sim - x - 22 > 50%

FABACEAE (CAESALPINOIDAE)

Apuleia leiocarpa

(Vogel) J.F.Macbr. Garapa Sim - - x 18 > 30%

Bauhinia forficata

Link Pata-de-vaca Sim - x x 21 > 30%

Caesalpinia

echinata Lam. Pau-brasil Sim - x x 14 > 30%

Caesalpinia

peltophoryoides

Benth.

Sibipiruna Sim - x - 16 > 30%

Copaifera

langsdorfii Desf. Copaíba * - x x 21 > 30%

Hymenaea

courbaril L. Jatobá Sim - x x 26 > 50%

Libidibia ferrea

(Mart. ex Tul.)

L.P.Queiroz

Pau-ferro Sim - x x 16 > 30%

Peltophorum

dubium (Spreng.)

Taub.

Canafístula Sim - x x 23 > 30%

Pterogyne nitens

Tul.

Amendoim-

bravo Sim - - x 16 > 30%

Schizolobium

parahyba (Vell.)

Blake

Guapuruvu Sim - x x 34 > 70%

Senna macranthera

(DC. ex Collad.)

H.S.Irwin &

Barneby

Pau-fava Sim - x x 22 > 50%

continua...

59

Tabela 10. (continuação)

Espécie Nome

vulgar

Base de

dados -

RJ?

Atributos PRAD

FBN Fauna PFM e

PFNM

Citações

(n)

Citações

(%)

Senna multijuga

(Rich.) H.S.Irwin &

Barneby

Sene Sim - x x 23 > 50%

FABACEAE (MIMOSOIDAE)

Anadenanthera

colubrina (Vell.)

Benan var. cebil

(Griseb) Altschul

Angico-

branco Sim x - x 14 > 30%

Anadenanthera

peregrina (L.) Speg. Angico-preto Sim x - x 17 > 30%

Enterolobium

contortisiliquum

(Vell.) Morong

Tamboril Sim x x x 20 > 30%

Inga edulis Mart Ingá-de-

metro Sim x x x 14 > 30%

Inga laurina (Sw.)

Willd. Ingá-feijão Sim x x x 18 > 30%

Inga vera subsp.

Affinis (DC.)

T.D.Penn.

Ingá-banana Sim x x x 13 > 30%

Mimosa

bimucronata (DC.)

Kuntze

Maricá Sim x - x 15 > 30%

Piptadenia

gonoacantha

(Mart.) J.F. Macbr.

Pau-jacaré Sim x x x 33 > 70%

Plathymenia

reticulata Benth. Vinhático Sim - - x 23 > 50%

Senegalia

polyphylla (DC.)

Britton & Rose

Monjoleiro Sim x x x 20 > 30%

FABACEAE (PAPILIONOIDAE)

Centrolobium

tomentosum

Guillem. ex Benth.

Araribá Sim x x x 16 > 30%

Dalbergia nigra

(Vell.) Allemão ex

Benth.

Jacarandá-

da-bahia Sim x - x 22 > 30%

Erythrina falcata

Benth.

Suinã;

Mulungu Sim x - x 18 > 30%

Erythrina verna

Vell. Suinã Sim x - x 15 > 30%

continua...

60

Tabela 10. (continuação)

Espécie Nome

vulgar

Base de

dados -

RJ?

Atributos PRAD

FBN Fauna PFM e

PFNM

Citações

(n)

Citações

(%)

Machaerium

nyctitans (Vell.)

Benth.

Bico-de-pato Sim x - x 15 > 70%

Pterocarpus rohrii

Vahl Pau-sangue Sim - - x 16 > 30%

LAMIACEAE

Aegiphila

integrifolia (Jacq.)

Moldenke

Tamanqueiro Sim - x x 19 > 30%

LECYTHIDACEAE

Cariniana

estrellensis (Raddi)

Kuntze

Jequitibá;

Jequitibá-

branco

Sim - x x 22 > 50%

Cariniana legalis

(Mart.) O. Kuntze

Jequitibá-

rosa Sim - x - 22 > 50%

Lecythis pisonis

Cambess. Sapucaia * - x x 21 > 30%

MALVACEAE

Ceiba speciosa (A.

St.-Hil.) Gibbs &

Semir

Paineira Sim - x x 33 > 70%

Guazuma ulmifolia

Lam.

Mutamba;

Araticum-

bravo

* - x x 14 > 30%

Luehea divaricata

Mart.

Açoita-

cavalo Sim - x x 13 > 30%

Luehea grandiflora

Mart. & Zucc.

Açoita-

cavalo-

graúdo

Sim - - x 16 > 30%

Pseudobombax

grandiflorium

(Cav.) A.Robyns

Embiruçu Sim - x x 31 > 70%

MELASTOMATACEAE

Miconia

cinnamomifolia

(DC.) Naudin

Jacatirão Sim - x x 21 > 30%

Tibouchina

granulosa (Desr.)

Cogn.

Quaresmeira Sim - x - 23 > 50%

Tibouchina

mutabilis (Vell.)

Cogn.

Manacá-da-

serra Sim - - x 15 > 30%

continua...

61

Tabela 10. (continuação)

Espécie Nome

vulgar

Base de

dados -

RJ?

Atributos PRAD

FBN Fauna PFM e

PFNM

Citações

(n)

Citações

(%)

MELIACEAE

Cabralea canjerana

(Vell.) Mart. Canjerana Sim - x x 17 > 30%

Cedrela fissilis Vell. Cedro;

Cedro-rosa Sim - x x 25 > 50%

Guarea guidonia Carrapeta Sim - x x 24 > 50%

MYRTACEAE

Eugenia brasiliensis

Lam. Grumixama Sim - x - 20 > 30%

Eugenia uniflora L. Pitanga Sim - x x 21 > 30%

Psidium cattleianum

Sabine

Araçá;

Araçá-

amarelo

Sim - x x 19 > 30%

Psidium guajava L. Goiabeira Sim - x x 20 > 30%

PHYTOLACACEAE

Gallesia integrifolia

(Spreng.) Harms Pau-d'alho Sim - x x 42 > 70%

PRIMULACEAE

Myrsine coriacea

(Sw.) R.Br. ex

Roem. & Schult.

Capororoca Sim - x x 13 > 30%

RUBIACEAE

Genipa americana L. Genipapo Sim - x x 19 > 30%

RUTACEAE

Zanthoxylum

rhoifolium Lam.

Tamanqueira;

Mamica-de-

cadela Sim - x x 13 > 30%

SALICACEAE

Casearia sylvestris

Swartz

Pau-de-

lagarto Sim - x x 16 > 30%

SAPINDACEAE

Cupania oblongifolia

Mart. Camboatá Sim - x x 20 > 30%

URTICACEAE

Cecropia glaziovii

Snethl.

Embaúba-

vermelha Sim - x x 16 > 30%

Cecropia hololeuca

Miq.

Embaúba-

prateada Sim - x - 18 > 30%

Cecropia

pachystachya Trec.

Embaúba-

branca Sim - x x 18 > 30%

VERBENACEAE

Citharexylum

myrianthum Cham.

Tarumã;

Pau-viola Sim - x x 23 > 50%

Total (n) Sim: 70 15 61 67 > 30% = 75

62

Em cada PRAD, quando as espécies são analisadas de acordo com os atributos

funcionais indicados na base de dados apresentada, pode-se notar que uma frequência entre

40% e 90% das espécies são atrativas à fauna silvestre e/ou potenciais para uso madeireiro

e não madeireiro. A frequência de espécies é ainda mais alta dentro do intervalo de 60% e

80%, como observado na Figura 11. As espécies fixadoras de nitrogênio, por estarem

restritas à família Fabaceae representam entre 10% a 40% das espécies elencadas para cada

PRAD.

Figura 11. Porcentagem de espécies sugeridas por PRAD com cada um dos três atributos

levantados pela base de dados de espécies florestais com potencial para

Restauração Florestal da Mata Atlântica do Rio de Janeiro. No eixo “x” cada

número corresponde à identificação do PRAD no presente trabalho. No eixo

“y”, as porcentagens de espécies com cada atributo em relação ao número de

espécies sugeridas no PRAD referente. Legenda: “FBN” – fixação biológica de

nitrogênio; “Atrativas” – atratividade à fauna silvestre; “PFM e PFNM” –

produtos florestais madeireiros e não-madeireiros.

Foram registradas 19 espécies de leguminosas, do total de espécies elencadas pelos

PRAD, que possuem os três atributos levantados. Essas espécies estão na Tabela 11, onde

estão detalhadas informações sobre a fauna silvestre que atrai e seus potenciais de uso

econômico, características levantadas na base de dados de espécies florestais para

Restauração Ecológica do Rio de Janeiro. Os dados apresentados são os que constam da

literatura analisada, não excluindo a possibilidade de haverem outras informações acerca

das espécies.

0%

20%

40%

60%

80%

100%

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

26

27

28

30

31

33

34

36

37

38

39

40

40a

41

42

43

44

45

46

Esp

écie

s (%

)

PRAD

FBN Atrativas PFM e PFNM

63

Tabela 11. Espécies citadas pelos PRAD apresentados a GESEF/INEA que possuem os três atributos funcionais (fixação biológica de nitrogênio,

Atratividade a fauna e potencial de uso econômico) levantados pela base de dados de espécies florestais potenciais para uso em

restauração ecológica da Mata Atlântica apresentada no presente trabalho

Espécie Nome vulgar Hábito Fauna

dispersora Usos potenciais Características do uso

Partes da planta

utilizadas

MIMOSOIDEAE

Enterolobium

contortisiliquum (Vell.)

Morong.

Tamboril;

Orelha-de-

Negro; Pau-

de-sabão;

Timbaúva;

Timburí;

Árvore

Mamíferos:

Anta (Tapirus

terrestris

Linnaeus, 1758),

Paca e Cutia

Apícola - Flores

Artesanato - Ramos

Combustível Carvão Tronco

Ecológico

Bom sombreamento

Indivíduo

Potencial de introdução em

pastagens sem necessidade de

proteção de mudas

Usada em SAF

Forragem - Folhas

Madeira

Serrada -

Caico (canoa) -

Gamela -

Medicinal - Frutos e raiz

Ornamental Paisagismo Sementes

Produto

bioquímico

Saponina: Fabricação de sabão

caseiro

Frutos, sementes e

tronco

Outros usos

não-

madeireiros

- Tronco

continua...

64

Tabela 11. (continuação)

Espécie Nome vulgar Hábito Fauna

dispersora Usos potenciais Características do uso

Partes da planta

utilizadas

Inga edulis Mart.

Ingá-de-

macaco; Inga-

cipó

Árvore

Mamíferos: Macacos

Alimentação Humana Fruto

Apícola - Flores

Combustível Lenha Tronco

Ecológico

Produz muita biomassa

Indivíduo Indicada para SAF

Bom sombreamento

Recomendada para Restauração

Aves:

Pteroglossus

aracari L.,

Pionus

maximiliani

(Kuhl, 1820)

Forragem - -

Madeira - Tronco

Medicinal

Indicada para tratamento de

reumatismo, problemas

intestinais, dor de cabeça.

-

Ornamental - -

Inga laurina (Sw.) Willd.

Ingá-branco;

Ingá-chichica;

Ingá-de-

macaco ; Ingá-

feijão

Árvore

Aves:

Pscitacídeos

(Aratingas)

Alimentação Frutos comestíveis Fruto

Combustível Lenha Tronco

Ecológico

Recomendada para restauração

florestal Indivíduo

Bom sombreamento

Ornamental - Indivíduo

Inga marginata Willd.

(continua)

Ingá-feijão;

Ingá-mirim;

Angá-miúdo

Árvore

Mamíferos

Alimentação Frutos comestíveis Fruto

Apícola - Flores

Combustível Lenha de boa qualidade e Carvão Tronco

Ecológico

Recomendada para recuperação

de solos Indivíduo

Peixes Bom sombreamento -

Recomendada para restauração -

continua...

65

Tabela 11. (continuação)

Espécie Nome vulgar Hábito Fauna

dispersora

Usos

potenciais Características do uso

Partes da planta

utilizadas

Forragem - -

Inga marginata Willd.

(continuação)

Ingá-feijão;

Ingá-mirim;

Angá-miúdo

Árvore Aves

Madeira Celulose e Papel Tronco

Medicinal -

Produto

bioquímico Tanino: Curtir couro -

Ornamental Paisagismo Indivíduo

Inga sessilis (Vell.) Mart.

Ingá-ferradura;

Ingá-macaco Árvore

Aves

Alimentação Frutos comestíveis Fruto

Combustível Carvão e lenha de boa qualidade Tronco

Ecológico Usada em restauração Indivíduo

Alto potencial para SAF -

Mamíferos:

Macaco-bugio

Forragem - -

Madeira - Tronco

Medicinal - -

Produto

bioquímico Tanino: Curtir couro -

Ornamental Paisagismo Indivíduo

Inga vera Willd.

(continua)

Angá; Ingá-

doce; Angá-

graúdo; Ingá-

quatro-quinas;

Ingá-banana

Árvore

Fauna em geral

Aves: Cyanocorax

chrysops (Vieillot,

1818), Amazona

aestiva (L.),

Pteroglossus

castanotis (Gould,

1834),

Ramphastos toco

Mül.

Alimentação Frutos comestíveis Fruto

Apícola - Flores

Combustível Lenha Tronco

Ecológico Potencial para Restauração

Florestal Indivíduo

Madeira

Celulose e Papel

Tronco Construção civil e rural

Régua de curral

Movelaria

continua...

66

Tabela 11. (continuação)

Espécie Nome vulgar Hábito Fauna

dispersora Usos potenciais Características do uso

Partes da planta

utilizadas

Inga vera Willd.

(continuação) Mamíferos:

Bugios

Ornamental Paisagismo Sementes

Produto

bioquímico Tanino: Curtir couro -

Mimosa scabrella Benth.

Bracaatinga;

Alecrim-da-

beira-do-rio

Arbusto

/ Árvore

Mamíferos:

Bugio-marrom

(Alouatta guariba

(Humboldt))

Apícola - Flores

Combustível Lenha de primeira qualidade e

carvão. Tronco

Ecológico

Usada em SAF: É consoriada

com erva-mate, a exemplo.

Indivíduo Espécie facilitadora

Recomendado para mourão vivo

Controle de erosão

Recomendada para Restauração

Forragem - -

Madeira

Celulose e Papel

Tronco Potencial madeireira

Construção de casas

Medicinal Combate às coceiras Casca e caule

Ornamental Paisagismo Indivíduo

Produto

bioquímico

Goma -

Tanino: Curtir couro -

Cosmético

Parapiptadenia rigida

(Benth.) Brenan

(continua)

Angico-

vermelho;

Gurucaia;

Angico-

verdadeiro

Árvore Aves: Amazona

aestiva (L.)

Apícola - Flores

Combustível Lenha e Carvão de muito boa

qualidade Tronco

Ecológico Usada em SAF

Indivíduo Bom sombreamento

continua...

67

Tabela 11. (continuação)

Espécie Nome vulgar Hábito Fauna

dispersora Usos potenciais Características do uso

Partes da planta

utilizadas

Parapiptadenia rigida

(Benth.) Brenan

(continuação)

Angico-

vermelho;

Gurucaia;

Angico-

verdadeiro

Árvore

Fibras - Casca

Madeira

Construção rural

Tronco

Construção civil

Serrada

Palanque de cerca

Assoalho

Medicinal Depurativo. Contra raquitismo,

inapetênciae debilidade,

Casca, folhas e

exsudados

Ornamental Paisagismo Sementes

Produto

bioquímico

Produtos químicos Casca, raiz e

ramos

Goma -

Saponina: Fabricação de sabão

caseiro -

Tanino: Curtir couro -

Piptadenia gonoacantha

(Mart.) J.F. Macbr.

Angico; Pau-

jacaré Árvore

Aves: Papagaios

e outros

psitacídeos

Apícola - Flores

Combustível Boa lenha e carvão. Tronco

Ecológico Recomendada para Restauração Indivíduo

Forragem - -

Madeira

Construção de casas

Tronco Movelaria

Brinquedos

Celulose e Papel

Ornamental Paisagismo de praças e parques Indivíduo

Produto

bioquímico Tanino: Curtir couro -

continua...

68

Tabela 11. (continuação)

Espécie Nome vulgar Hábito Fauna

dispersora Usos potenciais Características do uso

Partes da planta

utilizadas

Senegalia polyphylla

(DC.) Britton & Rose

Guarucaia,

Monjoleiro,

Paricá-rana,

Paricá-branco;

Angiquinho

Árvore

Mamíferos:

Bugio (Alouatta

belzebul

(Linnaeus,

1766))

Apícola Nectar Flores

Ecológico

Usada em restauração,

principalmente mata ciliar e em

áreas com solo

permanentemente encharcado

Indivíduo

Forragem Bons teores de proteína bruta Folhas

Madeira Celulose e Papel

Tronco Marcenaria e obras internas

Medicinal Para tosse Resina

Ornamental Arbonização urbana e rural,

pela beleza das flores Indivíduo

Produto

bioquímico Substâncias tanantes: Curtume Casca

Stryphnodendron

pulcherrimum (Willd.)

Hochr.

Baguinha, Paricá,

Timbaúba,Timbó-

da-mata, Fava-

barbatimão

Arvoreta

Mamíferos:

Bugio (Alouatta

belzebul

(Linnaeus,

1766))

Produto

bioquímico Tinta de escrever

Casca

Medicinal

Medicina caseira: é anti-

diarréico e hemostático,usado

para hemorragias uterinas,

afecções escorbísticas e hérnias

Casca e Seiva

PAPILIONOIDEAE

Andira anthelmia (Vell.)

J. F. Macbr.

(continua)

Angelim-

Lombriga;

Garacuí;

Angelim; Pau-de-

morcego

Arvoreta

a Árvore

Mamíferos:

Morcegos

Apícola - Flores

Artesanato - -

Combustível Lenha de boa qualidade Tronco

Ecológico Recomendado para Restauração Indivíduo

Forragem Fruto comestível para o gado Frutos

continua...

69

Tabela 11. (continuação)

Espécie Nome vulgar Hábito Fauna

dispersora Usos potenciais Características do uso

Partes da planta

utilizadas

Andira anthelmia (Vell.)

J. F. Macbr.

(continuação)

Madeira

Construção civil

Tronco Construção rural

Movelaria

Medicinal Anti-helmíntico Sementes

Ornamental Paisagismo Indivíduo

Andira fraxinifolia Benth.

Argilim;

Angelim-

Doce;

Angelim; Pau-

angelim; Pau-

de-morcego

Árvore Mamíferos:

Morcegos

Apícola Nectar e polen Flores

Combustível Lenha de boa qualidade Tronco

Ecológico Rústica, usada em restauração de

mata ciliar Indivíduo

Forragem Gado -

Madeira

Uso externo como postes,

mourões e dormentes Tronco

Construção de casas

Medicinal Princípio amargo anti-helmíntico Sementes e

Raiz

Ornamental Arborização urbana, pela beleza

de sua copa e de suas flores Indivíduo

Produto

bioquímico Flavonóides Raiz

Centrolobium

tomentosum Guillem. ex

Benth.

(continua)

Arariba;

Araruva;

Araribá-

vermelho

Árvore

Aves: Araras e

outros psitacídeos

- Papagaios,

Tirivas, Jandaias,

Maracanãs, etc.

Alimentação Sementes comestíveis: o sabor se

assemelha ao do amendoim Sementes

Combustível Lenha e Carvão Tronco

Ecológico Indicada para restauração Indivíduo

Madeira

Construção civil

Tronco Movelaria: móveis finos

Carpintaria em geral

continua...

70

Tabela 11. (continuação)

Espécie Nome vulgar Hábito Fauna dispersora Usos

potenciais Características do uso

Partes da planta

utilizadas

Centrolobium

tomentosum Guillem. ex

Benth.

(continuação)

Medicinal - -

Ornamental

Paisagismo e arborização de

parques e jardins, com ressalvas,

já que seus frutos espinhentos

são levados a longas distâncias

Indivíduo

Produto

bioquímico

Matéria tintorial Cascas e raízes

Tanino: Curtir couro

Erythrina crista-galli L.

Mulungu;

Corticeira-

do-banhado

Árvore

Aves: Beija-flores

(Chlorostilbon

aureoventris (d'Orbigny

& Lafresnaye, 1838)) -

Polinização

Madeira - Tronco

Ornamental - Indivíduo

Erythrina speciosa

Andrews

Mulungu;

Suinã-

Vermelho;

Mulungu-

do-litoral

Árvore

Aves: Beija-flores

(Chlorostilbon

aureoventris (d'Orbigny

& Lafresnaye, 1838)) -

Polinização

Apícola - Flores

Cortiça - Casca do caule

Ecológico

Recomendada para SAF

Indivíduo Pode ser usada como cerca viva

Hospedeira de orquídeas

Forragem - Folhas

Medicinal - -

Produto

bioquímico Tanino: Curtir couro -

Ornamental Paisagismo Indivíduo

Swartzia langsdorffii

Raddi

Pacová-de-

macaco Árvore -

Ecológico Recomendada para restauração Indivíduo

Madeira

Construção civil

Madeira Obras internas e externas

Marcenaria e carpintaria

Ornamental Paisagismo em geral,

principalmente quando em flor Indivíduo

71

Espécies do entorno x Espécies sugeridas

Foi considerado como um indicativo de que a escolha das espécies foi baseada no

levantamento florístico quando mais de 80% das espécies levantadas na região do plantio

foram sugeridas. Assim, apenas três PRAD, dentre os onze em que há espécies do

entorno listadas, estão incluídos nesse quesito, com um caso em especial. A escolha das

espécies no PRAD 16 está justificada no texto do projeto como sendo as que constam nas

diversas tabelas de levantamentos florísticos da região apresentadas no mesmo,

adquiridos a partir de dados secundários. Não há uma lista única que organiza a escolha e

faça uma sugestão de espécies principais. Em sete PRAD há menos de 50% de espécies

sugeridas para o plantio na lista da flora do entorno. Esse resultado pode ser visualizado

na Figura 12, onde a linha azul é correspondente à porcentagem de espécies da região de

plantio do PRAD referente que foram sugeridas.

Figura 12. Porcentagem de espécies da flora regional que foram sugeridas nos PRAD,

quando a lista florística da região de plantio foi enviada.

As espécies plantadas

Foram acessados 23 listas de espécies plantadas referentes aos PRAD em que os

relatórios de implantação foram solicitados. Os PRAD 40, 41 e 42 são referentes a mais

de um plantio que ocorreram em diferentes áreas (Tabela 7) e, por isso, há uma lista de

espécies plantadas para cada área de plantio. As listas foram identificadas, em ordem

alfabética, por letras que seguem os números de identificação dos PRAD, como 40a, 40b,

41a, 41b, e assim sucessivamente. É importante frisar que não foram enviadas ao INEA

as listas de espécies plantadas de todas as áreas até o momento das verificações dos

processos.

0%

20%

40%

60%

80%

100%

2 4 6 7 16 21 23 25 26 27 28

Esp

écie

s (%

)

PRAD

72

Foram encontradas 176 espécies nas listas de espécies plantadas, dentro de 43

famílias. Do total de espécies, 133 estão incluídas na base de dados para o Rio de Janeiro

apresentada no presente trabalho. Outras 16 espécies também estão incluídas na base de

dados, porém para a Mata Atlântica de outro(s) estado(s), sem ocorrência para o Rio de

Janeiro. As outras 27 espécies não estão na base de dados, mas 11 dessas têm ocorrência

para o Rio de Janeiro.

Da mesma forma que o realizado para a lista de espécies sugeridas nos PRAD,

verificou-se quantas são as espécies citadas em mais de 30%, 50% e 70% das listas dos

relatórios de plantio. O resultado obtido foi de 50, 15 e 5 espécies, respectivamente às

proporções indicadas. Complementar ao resultado da quantidade de espécies sugeridas

frequentemente citadas nos PRAD, esse é outro indicativo de que a riqueza de espécies

potencial da Mata Atlântica não está sendo explorada nas ações de restauração no Rio de

Janeiro.

Espécies plantadas x Espécies sugeridas

Em cada relatório de plantio foi comparado a referente lista de espécies sugeridas.

Assim, a partir da análise feita sobre a quantidade de espécies sugeridas que constam nas

listas de espécies plantadas, pode-se constatar que apenas em seis relatórios há menos da

metade da lista preenchida por espécies já sugeridas nos PRAD. Isso significa que, para a

maioria dos Projetos, boa parte das espécies plantadas já havia sido sugerida

anteriormente (Figura 13).

Figura 13. Quantidade de espécies plantadas, indicadas em relatórios de implantação, que

já haviam sido sugeridas nos PRAD referentes.

0%

20%

40%

60%

80%

100%

28

33

34

36

37

38

39

40b

40c

40d

41a

41b

41c

41d

41e

42a

42b

42c

42d

43

44

45

46

Esp

écie

s su

gerid

as

(%)

Lista de espécies plantadas

Espécies sugeridas nos PRAD que constam nos relatórios

de plantio

73

A partir da comparação das espécies contidas em mais de 30% dos relatórios de

plantio com as espécies sugeridas em mais de 30% dos PRAD é constatado que 38

espécies coincidem entre as duas. Essas, portanto, podem ser definidas, como as espécies

mais utilizadas pela restauração ecológica com objetivo de adequação legal no Rio de

Janeiro (Tabela 12). Ainda, pode-se inferir que oito dessas espécies são amplamente

utilizadas por estarem presentes em mais de 50% dos PRAD e dos relatórios de plantio.

São elas: Schinus terebinthifolius Raddi (Aroeira-vermelha), Handroanthus chrysotrichus

(Mart. ex DC.) Mattos (Ipê-amarelo), Senna macranthera (DC. ex Collad.) H.S.Irwin &

Barneby (Pau-fava), Senna multijuga (Rich.) H.S.Irwin & Barneby (Sene), Piptadenia

gonoacantha (Mart.) J.F. Macbr. (Pau-jacaré), Ceiba speciosa (A. St.-Hil.) Gibbs &

Semir (Paineira), Tibouchina granulosa (Desr.) Cogn. (Quaresmeira), Citharexylum

myrianthum Cham (Tarumã-branco). Na Tabela 12, essas espécies estão destacadas em

negrito.

74

Tabela 12. Espécies comumente citadas em mais de 30% dos PRAD e em mais de 30%

dos Relatórios de Plantio analisados

Espécie Nome vulgar

PRAD Relatórios de

plantio (R.P)

Citações

(n)

Citações

(%)

Citações

(n)

Citações

(%)

ANACARDIACEAE

Schinus terebinthifolius

Raddi

Aroeira-

mansa;

Aroeira-

vermelha

34 > 70% 15 > 50%

ARECACEAE

Euterpe edulis Mart. Palmito-juçara 22 > 50% 9 > 30%

Syagrus romanzoffiana

(Cham.) Glassman Jerivá 23 > 50% 9 > 30%

BIGNONIACEAE

Cybistax antisyphilitica

Mart. Ipê-verde 13 > 30% 9 > 30 %

Handroanthus

chrysotrichus (Mart. ex

DC.) Mattos

Ipê-amarelo 24 > 50% 17 > 70%

Sparattosperma

leucanthum (Vell.)

K.Schum.

Caroba-branca;

Ipê-cinco-

folhas

23 > 50% 10 > 30%

BORAGINACEAE

Cordia superba Cham. Babosa-branca 20 > 30% 7 > 30%

CANNABACEAE

Trema micrantha (L.)

Blume

Crindiúva;

Cambará 29 > 50% 8 > 30%

EUPHORBIACEAE

Joannesia princeps Vell Cotieira;

Boleira 22 > 50% 8 > 30%

FABACEAE (CAESALPINOIDAE)

Apuleia leiocarpa

(Vogel) J.F.Macbr. Garapa 18 > 30% 7 > 30%

Bauhinia forficata Link Pata-de-vaca 21 > 30% 9 > 30%

Caesalpinia echinata

Lam. Pau-brasil 14 > 30% 9 > 30%

Caesalpinia

peltophoryoides Benth. Sibipiruna 16 > 30% 17 > 70%

Copaifera langsdorfii

Desf. Copaíba 21 > 30% 7 > 30%

continua...

75

Tabela 12. (continuação)

Espécie Nome vulgar

PRAD Relatórios de

plantio (R.P)

Citações

(n)

Citações

(%)

Citações

(n)

Citações

(%)

Hymenaea courbaril L. Jatobá; Jatobá-

da-mata 26 > 50% 11 > 30%

Libidibia ferrea (Mart. ex

Tul.) L.P.Queiroz Pau-ferro 16 > 30% 11 > 30%

Peltophorum dubium

(Spreng.) Taub. Canafístula 23 > 30% 12 > 50%

Pterogyne nitens Tul.

Amendoim-

bravo;

Bálsamo

16 > 30% 7 > 30%

Schizolobium parahyba

(Vell.) Blake Guapuruvu 34 > 70% 9 > 30%

Senna macranthera

(DC. ex Collad.)

H.S.Irwin & Barneby

Pau-fava 22 > 50% 15 > 50%

Senna multijuga (Rich.)

H.S.Irwin & Barneby Sene; Caquera 23 > 50% 15 > 50%

FABACEAE (MIMOSOIDAE)

Anadenanthera colubrina

(Vell.) Brenan

Angico-

vermelho;

Angico-branco

19 > 30% 9 > 30%

Anadenanthera peregrina

(L.) Speg.

Angico-preto;

Angico-do-

morro

17 > 30% 9 > 30%

Piptadenia gonoacantha

(Mart.) J.F. Macbr.

Angico; Pau-

jacaré 33 > 70% 19 > 70%

Senegalia polyphylla

(DC.) Britton & Rose

Monjoleiro;

Guarucaia 20 > 30% 14 > 50%

FABACEAE (PAPILIONOIDAE)

Machaerium nyctitans

(Vell.) Benth. Bico-de-pato 15 > 70% 7 > 30%

LAMIACEAE

Aegiphila integrifolia

(Jacq.) Moldenke Tamanqueiro 19 > 30% 14 > 50%

LECYTHIDACEAE

Cariniana legalis (Mart.)

O. Kuntze Jequitibá-rosa 22 > 50% 7 > 30%

Lecythis pisonis

Cambess. Sapucaia 21 > 30% 8 > 30%

continua...

76

Tabela 12. (continuação)

Espécie Nome vulgar

PRAD Relatórios de

plantio (R.P)

Citações

(n)

Citações

(%)

Citações

(n)

Citações

(%)

MALVACEAE

Ceiba speciosa (A. St.-

Hil.) Gibbs & Semir Paineira 33 > 70% 14 > 50%

Luehea grandiflora Mart.

& Zucc.

Açoita-cavalo-

graúdo 16 > 30% 7 > 30%

Pseudobombax

grandiflorium (Cav.)

A.Robyns

Embiruçu 31 > 70% 7 > 30%

MELASTOMATACEAE

Tibouchina granulosa

(Desr.) Cogn. Quaresmeira 23 > 50% 16 > 70%

MELIACEAE

Guarea guidonia (L.)

Sleumer Carrapeta 24 > 50% 8 > 30%

MYRTACEAE

Eugenia uniflora L. Pitanga 21 > 30% 10 > 30%

Psidium guajava L. Goiabeira 20 > 30% 11 > 30%

PHYTOLACACEAE

Gallesia integrifolia

(Spreng.) Harms Pau-d'alho 42 > 70% 8 > 30%

RUBIACEAE

Genipa americana L. Genipapo 19 > 30% 7 > 30%

VERBENACEAE

Citharexylum

myrianthum Cham. Tarumã-branco 23 > 50% 17 > 70%

39 espécies comumente citadas em mais

de 30% dos PRAD e dos R.P.

> 30% 69 > 30% 50

> 50% 24 > 50% 15

> 70% 6 > 70% 5

77

6 CONCLUSÕES

A riqueza de espécies lenhosas levantadas para o estado do Rio de Janeiro na

construção da base de dados de espécies florestais potenciais para uso em Restauração de

Áreas Degradadas, para os três atributos selecionados, confirma o potencial do uso

funcional de espécies nativas para restauração. O uso dessas espécies deve ser precedido

de um planejamento onde sejam identificadas espécies vegetais regionais, sua capacidade

de adaptação no campo e priorizadas as que possuam atributos funcionais diversos (que

sejam multifuncionais), e que em conjunto aumentem a chance de sucesso do plantio de

restabelecer funções de uma floresta tropical íntegra.

Considerando a alta riqueza encontrada em florestas da Mata Atlântica e a

quantidade de espécies com potencial de utilização para ações de restauração ecológica

levantada na elaboração da base de dados, conclui-se que o uso de espécies nativas em

plantios com finalidade para restauração ecológica no estado do Rio de Janeiro pode ser

melhor explorado.

De acordo com os resultados obtidos na comparação entre espécies sugeridas e a

base de dados elaborada, conclui-se que a base de dados tem potencial como ferramenta

de avaliação sobre a diversidade funcional dos plantios de restauração florestal, podendo

ser usada com essa finalidade tanto pelos técnicos responsáveis pela elaboração dos

projetos como por analistas dos órgãos ambientais competentes.

78

7 COMENTÁRIOS FINAIS

7.1 Conflito na taxonomia vegetal

A principal dificuldade encontrada na elaboração da base de dados de espécies

florestais para Restauração Florestal na Mata Atlântica, e na análise das espécies

utilizadas em PRAD diz respeito à taxonomia vegetal, que tem sofrido muitas

modificações. Os sistemas de classificação do Reino Vegetal têm sido continuamente

modificados na medida em que novas informações são acrescentadas pela ciência. Esse

fato é confirmado pelo conflito entre publicações científicas e bases de dados virtuais.

Inclusive, mesmo entre as principais bases de dados virtuais consultadas atualmente, há

conflitos entre informações taxonômicas.

Os referidos conflitos entre bases de dados podem ser exemplificados quando

tratamos de espécies como Balizia elegans (Ducke) Barneby & J.W.Grimes (Fabaceae),

em que no THE PLANT LIST (2010) essa é considerada a nomenclatura correta para a

espécie e em TROPICOS®

(2013) o nome aceito é Albizia duckeana L. Rico. Além disso,

a espécie é tida como ocorrente no Brasil nas bases USDA (2011) e TROPICOS®

(2013),

mas em FORZZA et al. (2013) não é encontrada. Outro exemplo é a espécie

Pseudosamanea guachapele (Kunth) Harms que em USDA (2011) é tida como nome

correto e no THE PLANT LIST (2010) o nome correto é Albizia guachapele (Kunth)

Dugand.

7.2 Recomendações

Segundo as observações qualitativas feitas com relação à construção das listas das

espécies sugeridas, pode-se constatar que para nenhum PRAD foram seguidas todas as

indicações feitas pela Instrução Normativa IBAMA nº04/2011 (IBAMA, 2011) e pela

Resolução INEA nº36/2011 (INEA, 2011). A lista de espécies sugeridas, apesar de não

ser a lista que resultará efetivamente no plantio, deve conter as espécies florestais

prioritárias para o plantio, escolhidas a partir de requisitos que favorecerão a recuperação

da funcionalidade, estabilidade e integridade do ecossistema a ser restaurado. Assim,

sugere-se que mais atenção seja dada a elaboração e avaliação das listas incluídas nos

PRAD, de forma que todo o esforço e capital investido nas ações de restauração

ecológica tenha maior probabilidade de atingir os objetivos iniciais.

De maneira a facilitar o trabalho dos analistas ambientais, recomenda-se a

padronização das listas de espécies sugeridas nos PRAD a serem enviadas ao órgão

79

ambiental. Como sugestão, a listagem padrão ideal deve conter as seguintes informações,

por espécie:

Família a que pertente;

Nome científico atualizado e nome vulgar mais utilizado;

Síndrome de dispersão, dando ênfase às espécies zoocóricas;

Grupo ecológico a que pertence, respeitando as devidas proporções entre os

grupos, já sugeridas pelo órgão ambiental;

Características sobre a diversidade funcional, como fixação biológica de

nitrogênio, atratividade a fauna e potencial de uso madeireiro e/ou não madeireiro

ou outros atributos importantes para determinado local em específico; e

Ocorrencia no entorno da área de plantio.

Deve-se dar preferência também para que a maior parte das espécies sugeridas

seja de ocorrência regional, e para isso deve ser anexa ao PRAD uma lista obtida a partir

de levantamentos florísticos na região, que indiquem quais são as espécies mais comuns.

7.3 Potencialidades

Destaca-se a possibilidade de ampliar a base de dados, incluindo mais

informações sobre as espécies e inserindo outros atributos relacionados à funcionalidade

ecossistêmica de plantios para restauração. Também deve ser constantemente atualizada

conforme novos conhecimentos científicos são acrescentados à literatura. Esse fato é

exemplificado pela necessidade que se teve de atualizar dados sobre espécies com

capacidade de fixação biológica de nitrogênio obtidos no ano de 2011 em USDA (2011),

pois houve adição de registros para outras espécies até o ano de 2013. E também por

espécies que antes não tinham registro de ocorrência para o Rio de Janeiro em FORZZA

et al. (2012) e passaram a ter em FORZZA et al. (2013).

Há a potencialidade em consolidar os dados sistematizados em planilha eletrônica

construída no Excel® numa base de dados relacional apta a responder a consultas que

serão apresentadas pelo usuário. Essa pode ser organizada na forma impressa, no caso de

uma publicação que permita a apresentação de todos os dados detalhados levantados por

espécie, ou em um formato que possa servir de base a um aplicativo WEB, com

capacidade de realização de consultas detalhadas pelo usuário.

80

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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