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Junho de 2011 Candidatura a Presidente Instituto Politécnico de Lisboa

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BASES PROGRAMÁTICAS

Junho de 2011

Candidatura a Presidente

Instituto Politécnico de Lisboa

PROGRAMA DE CANDIDATURA DO PROFESSOR COORDENADOR LUÍS MANUEL VICENTE FERREIRA A PRESIDENTE DO INSTITUTO POLITÉCNICO DE LISBOA

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A minha candidatura a presidente do Instituto Politécnico de Lisboa visa, antes de mais, dar

continuidade ao trabalho iniciado quando assumimos, pela primeira vez, a presidência do IPL,

assente nos seguintes princípios orientadores: i) promoção da qualidade, ii) dignificação dos

docentes e funcionários e iii) aumento do prestígio da instituição, numa base institucional de

solidariedade, respeito, coerência e bom senso. Conceitos que nos orientaram até hoje e que

aplicamos através de acções simples, transparentes, objectivas e pragmáticas.

Apesar da actualidade deste quadro de princípios que nos permite mantê-lo como um conjunto

de referências base, estamos conscientes que as grandes mudanças que vivemos hoje no ensino

superior apontam para novos desafios que vão exigir a intervenção de todos e requerem de cada

um esforços redobrados, se quisermos continuar a construir um projecto educativo de qualidade

na senda do que foi o passado memorável das unidades orgânicas e do IPL.

Por isso, este projecto é antes de mais um projecto colectivo e agregador, porque, no nosso

entendimento, esta é a única via para vencer os desafios que enfrentamos e que são

determinantes para o futuro das unidades orgânicas que formam o IPL.

Mas, neste novo quadro legislativo, económico, financeiro e social em que nos encontramos,

importa definir e reequacionar um conjunto de aspectos no plano estratégico, suscitado ou

imposto pelas grandes mutações em curso na sociedade portuguesa e, em particular, no ensino

superior, sem prejuízo de outros que a dinâmica da mudança aconselhe ou exija, tendo como

pressupostos primordiais o referencial do quadro de princípios atrás enunciado. Assim,

consideramos como objectivos estratégicos prioritários:

i. Um ensino superior de excelência com uma oferta formativa diversificada em áreas

estratégicas prioritárias, vocacionado para a empregabilidade e para o

desenvolvimento nacional.

Programa de candidatura

PROGRAMA DE CANDIDATURA DO PROFESSOR COORDENADOR LUÍS MANUEL VICENTE FERREIRA A PRESIDENTE DO INSTITUTO POLITÉCNICO DE LISBOA

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ii. A formação avançada do corpo docente, ao nível do doutoramento e da aquisição do

título de especialista, e o desenvolvimento de centros de investigação.

iii. A implementação de um Sistema Interno de Garantia da Qualidade (SIGQ),

adequado ao universo do IPL, que vise dar resposta às exigências da Agência de

Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES).

iv. A integração das unidades orgânicas nas redes nacionais e internacionais de

conhecimento, incluindo os nossos parceiros dos países de expressão portuguesa.

v. A promoção de protocolos para a celebração de parcerias conjuntas nos âmbitos do

desenvolvimento científico, tecnológico, artístico, de serviços à comunidade e de

outras relações interinstitucionais.

vi. O reforço das acções internas e externas que visem e facilitem o sentido

empreendedor dos nossos formandos.

vii. Optimização dos recursos financeiros disponíveis e aumento da captação de receita

privativa.

viii. Reforço das infra-estruturas e acções de apoio aos alunos: Serviços de Acção Social

(SAS); mobilidade interna; construção e manutenção de infra-estruturas; melhoria

dos serviços administrativos; feira de 1º emprego; criação da Associação de Antigos

Alunos (3A).

ix. Divulgação e imagem do IPL: Gabinete de Comunicação e Imagem (GCI) e

assessoria de imprensa.

 

PROGRAMA DE CANDIDATURA DO PROFESSOR COORDENADOR LUÍS MANUEL VICENTE FERREIRA A PRESIDENTE DO INSTITUTO POLITÉCNICO DE LISBOA

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a) Situação Actual do IPL

O Instituto Politécnico de Lisboa apresenta-se hoje como uma grande instituição nacional de

ensino superior. Oferece um conjunto de formações formais que totaliza 36 licenciaturas e

48 mestrados, adequados aos princípios de Bolonha e direccionados para os mercados e para

a empregabilidade, nos domínios científicos da engenharia, contabilidade e gestão,

tecnologias da saúde, educação, comunicação, música, teatro e cinema, e dança.

No último concurso nacional de acesso ao ensino superior, às 2.444 novas vagas propostas a

concurso, que representaram 7% de aumento relativamente ao ano anterior, concorreram 12.396

candidatos, o que correspondeu a uma procura cinco vezes superior à oferta. Preenchemos, em

primeira fase, 97,5% das vagas diurnas e 72,4% das vagas em pós-laboral, com 46,2% das vagas

ocupadas por candidatos em primeira opção e com uma média de entrada de 14,3 valores.

O número actual de alunos em frequência nas oito unidades orgânicas do Instituto Politécnico de

Lisboa totaliza 14.540 estudantes, que representa, relativamente ao ano anterior, um acréscimo

de 8%, demonstrando, deste modo, o bom desempenho do IPL no cumprimento do

compromisso de aumentar a qualificação dos portugueses, assumido no âmbito do contrato de

confiança. E este desempenho é tanto mais de realçar, quanto o aumento de 8% no número de

alunos não teve igual correspondência no aumento do número de professores, cujo crescimento

equivalente a tempo integral (ETIs) foi apenas de 2,5%, incluindo as substituições no âmbito do

Programa de Apoio à Formação Avançada de Docentes do Ensino Politécnico (PROTEC).

b) O Novo Projecto Educativo Pós-Bolonha

O novo projecto educativo, iniciado pelo que se designou chamar a Declaração de Bolonha,

veio exigir um enorme esforço de adaptação, em particular por parte dos docentes, para

podermos projectar um ensino superior de qualidade internacional no espaço IPL, capaz de

potenciar ao máximo a aprendizagem e capacidades em cada aprendente.

Um ensino superior de excelência com uma oferta formativa diversificada em áreas estratégicas prioritárias, vocacionado para a empregabilidade e para o desenvolvimento nacional.

PROGRAMA DE CANDIDATURA DO PROFESSOR COORDENADOR LUÍS MANUEL VICENTE FERREIRA A PRESIDENTE DO INSTITUTO POLITÉCNICO DE LISBOA

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Matérias como: i) personalização do ensino, ii) tutorias orientadas para as competências

vocacionais, criativas, inovadoras e empreendedoras e não para o facilitismo e para as

estatísticas, iii) sucesso escolar, iv) certificação dos processos de aprendizagem e de avaliação

e v) parcerias de formação interinstitucionais são apenas alguns dos aspectos que obrigam à

constante reformulação de práticas e conceitos no âmbito deste novo projecto educativo.

A presidência do IPL, em sintonia com a das escolas/institutos tem, pois, neste âmbito muitos

aspectos que são da sua esfera de intervenção, o que faz com que assumamos a inteira

responsabilidade pela sua implementação. Todavia, algumas das matérias referidas são da

competência estrita dos Conselhos Técnico-Científicos (CTC) e Conselhos Pedagógicos (CP)

das respectivas unidades orgânicas. Relativamente a estas, é nosso dever exercer uma política de

influência que intensifique e promova práticas que levem ao sucesso deste novo projecto

educativo.

c) Os Novos Públicos e a Formação ao Longo da Vida

As mudanças, tendo na sua génese a já referida Declaração de Bolonha, também se

vocacionam para a aposta da captação de novos públicos e formação ao longo da vida. Dois

aspectos, eles próprios indissociáveis, que importa não descurar sob pena de não

cumprirmos a função social de ampliação da oferta de formação avançada e actualização do

conhecimento, que constitui uma das acções principais das instituições de ensino superior.

De facto, o aumento crescente de necessidade de quadros de formação superior, que nos países

da OCDE já atinge os 27% e em Portugal não ultrapassa os 15%, exige para se atingir os

níveis dos países economicamente mais desenvolvidos o recrutamento de outros públicos para

além do recurso aos públicos convencionais. Por outro lado, as mutações sociais das últimas

décadas estão a induzir, cada vez mais, a um estado de obsolescência precoce e, até, em

muitos casos, a um estado de analfabetismo tecnológico dos quadros de formação superior.

Esta verdade, para além de ser preocupante, é tanto mais grave, porquanto é neste patamar

sociológico que se inserem, maioritariamente, as elites de cada país.

Quanto à captação de novos públicos, o IPL tem feito uma aposta importante,

nomeadamente no que diz respeito à entrada de alunos maiores de 23 anos, onde o processo

de admissão garantiu um elevado nível de qualidade, e à formação pós-laboral, tanto ao

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nível da licenciatura como do mestrado. De notar, que a oferta de formação em pós-laboral,

no ano lectivo 2009/10 foi de 448 vagas que representaram 17,7% da oferta total do IPL. Em

2010/11 houve, relativamente ao ano anterior, um aumento de 39,7%, sendo a oferta de 626

vagas que representaram 23,2% da oferta total do IPL.

No domínio da formação ao longo da vida é preciso reforçar a oferta com cursos de actualização

curricular especializados e pós-graduações não conferentes de grau. Este aspecto torna-se

premente para dar resposta às necessidades da sociedade portuguesa e constitui um dos

contributos do ensino superior para vencer os desafios da produtividade e competitividade

nacionais. Nesse sentido, pretendemos, junto com as ordens profissionais e outras organizações

de classe, estudar a implementação de planos de formação não conferentes de grau que melhor

se adeqúem à actualização curricular dos quadros superiores que representam.

Esta acção não exclui, como é óbvio, o dinamismo do corpo docente e das unidades

orgânicas relativamente à apresentação de ofertas de outros cursos em função das

oportunidades de mercado e da complementaridade formativa que os mesmos representam.

d) Ensino a Distância

O ensino a distância apresenta-se como uma ferramenta pedagógica muito poderosa para

acções de formação, de carácter formal ou não formal, em determinados grupos/áreas como

são, por exemplo: a formação de jovens imigrantes portugueses, a formação ao longo da

vida e as parcerias com países de expressão portuguesa.

Torna-se, por isso, importante que o IPL adquira tecnologia e experiência neste domínio,

através de parcerias nacionais ou internacionais, para o desenvolvimento de acções nos

domínios especializados deste método de formação. Pensamos, aliás, que em matéria de

formação dos recursos humanos para a docência e na produção de conteúdos, a ESEL, a

ESCS e a ESTC estão em condições de dar contributos fundamentais. Pretendemos

envolver-nos, desde logo, no projecto E-politécnico proposto para todo o sistema politécnico

no âmbito do contrato de confiança, mas consideramos também importante o envolvimento

autónomo em nichos específicos não previstos no projecto E-politécnico.

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e) Opção Estratégica para Novas Áreas de Formação

Importa também captar novas áreas de formação para o IPL. Realçamos, desde logo, os

novos cursos criados e aprovados pela Agência de Avaliação e Acreditação (A3ES) em

2010, nomeadamente a licenciatura em Solicitadoria no ISCAL e os mestrados em

Intervenção Precoce na ESEL, Engenharia de Redes de Comunicação e Multimédia no

ISEL. Mas entendemos que há outras áreas, também elas relevantes, para a oferta formativa

do IPL. Damos como exemplos os domínios científicos/tecnológicos de Engenharia

Alimentar, Design e, mesmo, Hotelaria. Por isso, importa desenvolver acções no sentido de

potenciar o desenvolvimento destas novas áreas de formação.

Contudo, o aparecimento de novas ofertas formativas deve também potenciar o

aparecimento de projectos interdisciplinares endógenos. O curso de Música na Comunidade

coordenado conjuntamente pela ESEL e pela ESML é um bom exemplo deste tipo de

interacção que importa fomentar dentro do IPL, sobretudo numa época em que assistimos a

um esboroar de fronteiras entre os vários domínios do conhecimento.

f) O Ensino Politécnico e a Sua Representação Social

A nova legislação recentemente aplicada ao ensino superior trouxe, em alguns aspectos, uma

melhoria da representação social e da valorização simbólica do ensino politécnico. São bons

exemplos a introdução do 2º ciclo no seu plano formativo e a revisão do estatuto da carreira

docente, em particular no que se refere à introdução da categoria de Professor Coordenador

Principal e às condições de estabilidade do corpo docente.

Porém, não podemos deixar de referir que faltam cumprir-se aspectos fundamentais, que foram

intencionalmente negados ao ensino politécnico no sentido de mitigar uma verdadeira valorização

social deste subsistema. Damos apenas três exemplos que consideramos sintomáticos:

i) a negação de oferta formativa ao nível do 3º ciclo, mesmo quando existam condições

científicas que o justifiquem, como sejam a existência de centros de investigação de

excelência e elevado número de doutorados, ou, áreas científicas da exclusiva

responsabilidade do ensino politécnico;

ii) a não atribuição do título equivalente a Agregado, quando este título tem por base o

reconhecimento acumulado ao longo de um processo de enriquecimento curricular, e é

necessário para o ingresso na categoria de topo;

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iii) a impossibilidade de consórcios ou parcerias estratégicas entre os sistemas politécnico e

universitário, num bloqueio de partilha completamente inadequado para os tempos em

que vivemos.

Nesta matéria pugnaremos para que nas instâncias apropriadas, a começar pela nossa

intervenção ao nível do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos

(CCISP), possamos alterar estes e outros condicionamentos para o ensino politécnico.

g) O Corpo Docente, a Escola, e a Sociedade

No quadro actual de desenvolvimento do ensino superior, o docente não pode ter uma

função limitada exclusivamente à dimensão de “professor” como agente de mediação

pedagógica do conhecimento. Por isso, se tem defendido, e nós concordamos plenamente

com o princípio, a necessidade de o docente ser simultaneamente “professor e investigador”

ou “professor e especialista”, no caso particular do sistema politécnico. Só a dimensão

“investigador” ou “especialista” pode permitir a interacção com o conhecimento, sustentado

na base da reflexão/experimentação/execução, transferindo, por esta via, para o “professor”

a competência da actualização científica/artística ou tecnológica.

A escola, repositório concentrador de recursos científicos/artísticos e tecnológicos, tem de

permitir e exigir que o docente desenvolva competências e crie oportunidades para investigar,

experimentar, transmitir e aplicar. Contudo, a escola só por si dificilmente tem condições para

que o docente cumpra em plenitude o exercício de todas estas funções. Por isso, é fundamental

a ligação escola-sociedade numa parceria biunívoca e, nesta relação, importa que a escola dê

respostas consentâneas com a emergência das necessidades da sociedade em matérias de

formação, investigação científica/artística e/ou desenvolvimento tecnológico.

O dinamismo das organizações de ensino superior passa obrigatoriamente pela mobilização

do seu corpo docente na sua múltipla função de “professor e investigador/especialista” e/ou

“professor e conferencista/organizador de eventos” (colóquios, seminários, conferências,

etc.), fazendo a interface da relação da escola com a sociedade. Acreditamos que será, pois,

da simbiose corpo docente, escola e sociedade que poderá nascer maior conhecimento,

diversificação e a excelência do ensino superior, tendo como objectivos fundamentais a

qualificação dos portugueses e a investigação aplicada, sustentadas na empregabilidade e no

desenvolvimento nacional.

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a) A Situação Actual do Corpo Docente do IPL

Com um total de 1.305 docentes, dos quais 22% tem o grau de Doutor, 40% tem o grau de

Mestre e 33% tem o grau de Licenciado, o IPL cumpre a imposição de 15% de doutores exigida

pelo Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES) para o ensino politécnico.

O apoio a projectos científicos, financiados pelo IPL, contribuiu de forma decisiva não só

para o aprofundamento de uma cultura científica nas unidades orgânicas, nomeadamente ao

nível da produção e divulgação de resultados através da publicação de artigos, livros e

comunicações, como também ao nível da qualificação pós-graduada do seu corpo docente.

Esta acção, a par de outras implementadas pelas próprias unidades orgânicas, contribuiu

para que o corpo docente do IPL tenha hoje um elevado grau de qualificações, tendo

ultrapassado em 7% o número de doutorados imposto pelo RJIES, aspecto que é tanto ou

mais relevante, se recordarmos que à data de aprovação do referido diploma, Setembro de

2007, não cumpríamos esses rácios.

b) Aumento do Número de Doutores

Temos como objectivo, para os próximos quatro anos, atingir o número de 40% de

doutorados. Para alcançar este desígnio, manteremos o esforço financeiro de apoio a novas

candidaturas ao programa PROTEC, que actualmente já contempla 104 docentes em

doutoramento. Contamos também com os doutoramentos desenvolvidos conjuntamente

entre o IPL, a UL e, mais recentemente, com o ISCTE, alguns dos quais já em

funcionamento, bem como com outras parcerias com universidades nacionais e estrangeiras,

que poderão dar um contributo muito valioso para atingirmos este propósito.

A formação avançada do corpo docente, ao nível do doutoramento e da aquisição do título de especialista, e o desenvolvimento de centros de investigação.

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c) Título de Especialista

A matriz do ensino politécnico, cujas formações são orientadas para as profissões e altas

taxas de empregabilidade, exige um corpo docente altamente qualificado, não só ao nível

científico, mas também ao nível tecnológico. O título de Especialista, criado recentemente

pelo RJIES e regulamentado pelo D. L. n.º 206/2009 de 31 de Agosto e pelo despacho n.º

1696/2010 do Instituto Politécnico de Lisboa, veio dar resposta à valorização da experiência

profissional para fins académicos, com a particularidade de ser uma atribuição exclusiva das

instituições de ensino politécnico.

O novo estatuto da carreira docente consubstanciou a valorização deste título, atribuído a

profissionais com mais de 10 anos de experiência relevante na área em que se propõem

adquirir o título, permitindo o acesso às categorias de professores adjunto e coordenador

num plano de paralelismo com o grau de doutor. Esta dignificação da carreira profissional

para fins académicos é, a nosso ver, estratégica e fundamental para as formações de ensino

politécnico. Porém, importa referir, até pelas razões enunciadas, que a atribuição do título de

Especialista deve obedecer a padrões de avaliação muito exigentes.

Assumimos, desde logo, a necessidade urgente de ter no mapa de pessoal docente do

Instituto Politécnico de Lisboa profissionais de elevado gabarito a quem seja atribuído o

título de Especialista de modo a cumprir os indicadores exigidos para o ensino politécnico,

mas não pactuaremos com soluções facilitadoras. Consideramos, por isso, que é importante

continuar a exigir algumas regras internas, das quais enumeraremos três: 1ª) os pedidos de

atribuição do título de Especialista que não estejam definidos como especialidades nas

respectivas ordens profissionais e que venham a suscitar dúvidas no quadro da Classificação

Nacional das Áreas de Educação e Formação, previstas na portaria nº 256/2005 de 16 de

Março, serão objecto de avaliação por parte dos Conselhos Técnico-Científicos; 2ª) os júris

dos concursos para candidatos internos serão totalmente compostos por elementos externos,

enquanto o IPL não tiver especialistas titulados na respectiva área; 3ª) as solicitações de

elementos para a constituição de júris de concursos não coordenados pelo IPL, no âmbito de

parceria ou consórcio com outros institutos, serão enviados aos Conselhos Técnico-

Científicos para indicação dos respectivos elementos do júri.

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h) Centros de Investigação e de Desenvolvimento

O aumento do número de doutorados, perfazendo actualmente 22% de todo o corpo docente

do IPL, apresenta um incremento de massa crítica que justifica cada vez mais a criação de

equipas de investigação e, consequentemente, o desenvolvimento de novas unidades de I&D

acreditadas pela FCT a actuarem dentro do espaço das unidades orgânicas.

Este aspecto é crucial para a captação de recursos financeiros nacionais e europeus que estão

disponíveis para promover a investigação científica e o desenvolvimento tecnológico. Mas é

também uma medida estratégica essencial para o suporte da formação pós-graduada, quer

para as formações de 2º ciclo, que já fazemos, quer para as formações de 3º ciclo, que

ambicionamos fazer. Queremos, por isso, estabelecer um programa especial, que

proximamente apresentaremos ao Conselho Geral (CG), de apoio ao desenvolvimento de

centros acreditados pela FCT.

Todavia, estes centros de investigação, não lhes devendo ser excluída a possibilidade de

desenvolver investigação fundamental, deverão ter uma acção preponderante no domínio da

investigação aplicada direccionada para o desenvolvimento das ideias, dos produtos, das

tecnologias e das empresas, privilegiando parcerias estratégicas com os sectores da

sociedade empresarial, cultural, recreativa e outros de modo a optimizar e a potenciar

recursos, criando uma verdadeira economia do conhecimento em todas as áreas científicas,

sejam elas dos domínios das artes, das ciências ou das tecnologias.

Os centros serão o melhor veículo para aumentar a produção científica interna do IPL.

Porém, interessa também promover a divulgação dessa produção científica, quer a nível

nacional, quer a nível internacional. Nesse sentido, queremos continuar a manter a linha

editorial de “Caminhos do Conhecimento” com a edição de pelo menos cinco livros por ano,

bem como a revista científica Alicerces em paralelo com outras revistas científicas

especializadas já criadas por algumas unidades orgânicas. A promoção de congressos

internacionais sob a égide das nossas escolas/institutos, em domínios científicos específicos

das suas áreas de conhecimento, deve igualmente ser uma prioridade.

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a) A Agência A3ES

O aparecimento da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES),

entidade independente que tem como objectivo avaliar e acreditar o sistema de ensino

superior português, marca uma mudança radical na avaliação da qualidade das instituições

de ensino superior.

Estamos perante um novo paradigma em que os cursos e, consequentemente, as instituições

vão ser avaliados, inclusive por avaliadores internacionais, e desse resultado dependerá a

continuidade ou não do funcionamento do respectivo curso/instituição. Ou seja, trata-se de

uma situação, em que a entidade a quem foi conferida a competência para avaliar tem

simultaneamente o poder discricionário de poder manter ou acabar com o curso/instituição.

b) O Sistema Interno de Garantia de Qualidade do IPL

Quando há um ano atrás a agência propôs que cada instituição de ensino superior

desenvolvesse o seu Sistema Interno de Garantia da Qualidade (SIGQ), o IPL assumiu esta

matéria como uma prioridade absoluta. Constituiu para o efeito uma comissão, que

paulatinamente desenvolveu um trabalho conjuntamente com os grupos constituídos em

cada unidade orgânica, que começa a dar os primeiros passos de modo muito positivo para a

consolidação, a curto/médio prazo, de um excelente SIGQ.

Pugnaremos e envidaremos todos os esforços necessários, e este será um objectivo

estratégico para nós fundamental, para que este Sistema Interno de Garantia da Qualidade

seja acreditado pela agência A3ES. Contudo, importa referir que não basta apenas um bom

SIGQ, é preciso tomar medidas sobre certos aspectos menos positivos que afectam algumas

das escolas/institutos do IPL.

A implementação de um Sistema Interno de Garantia da Qualidade (SIGQ), adequado ao universo do IPL, que vise dar resposta às exigências da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES).

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c) Avaliação dos Docentes

O Estatuto da Carreira Docente, D. L. 207/2009 de 31 de Agosto e L. 7/2010 de 13 de Maio,

conjugado com a L. 66B/2007 de 28 de Dezembro e 12A/2008 de 27 de Fevereiro, veio

propor um sistema de avaliação para os professores do ensino superior. O IPL aprovou o seu

regulamento, nas condições previstas na lei, e definiu um conjunto de regras e critérios a

observar nos processos de avaliação. Pretendemos que esta medida possa ser implementada

já em 2011. Nesse sentido, os CTC das várias unidades orgânicas estão a proceder à

definição de um conjunto de aspectos que lhes são atribuídos pelo regulamento do IPL.

Esperamos que este sistema de avaliação possa representar um aumento da qualidade da

instituição, quer na componente pedagógica, quer na componente científica, que será

naturalmente gerada pela competitividade entre pares.

d) Aspectos Intrínsecos à Qualidade das Instituições

As exigências internacionais ao nível da avaliação das instituições reflectem-se não só na

qualidade científica do corpo docente que importa garantir, mas também, e em particular,

nos aspectos pedagógicos de sucesso escolar dos alunos. Por sua vez, estes dois campos de

avaliação, e em particular o sucesso escolar, têm reflexos muito positivos na aplicação da

fórmula de distribuição do orçamento de Estado, representando ganhos directos elevados.

Torna-se, assim, de extrema importância continuar a actuar nos aspectos

científicos/pedagógicos de modo a minimizar os factores penalizantes.

e) Melhoria da Base de Dados

Por outro lado, importa desenvolver e melhorar a base de dados existente, que materializa a

informação de cada escola/instituto, visando responder também à situação de

empregabilidade dos ex-alunos. Julgamos, aliás, que esta informação pode ser articulada em

sintonia com a Associação de Antigos Alunos, daí a nossa proposta, neste programa de

candidatura, da constituição desta associação.

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a) Internacionalização no Espaço Lusófono

Temos promovido uma política de internacionalização das unidades orgânicas,

nomeadamente nos países de expressão portuguesa que julgamos fundamental num contexto

de interesse nacional. São bons exemplos os trabalhos desenvolvidos em parceria com a

Universidade de Cabo Verde ao nível da implementação de cursos de Licenciatura e

Mestrado, onde uma grande parte das escolas/institutos do IPL têm uma intervenção muito

relevante e reconhecida. Seria igualmente importante estender programas de intercâmbio de

alunos e professores no espaço alargado da lusofonia, sendo nosso entendimento que este

aspecto deveria estar coberto por um programa de financiamento a suportar pelos governos

que constituem a CPLP.

Por outro lado, o recente aparecimento do ensino politécnico no Brasil e em Angola abre um

novo espaço de cooperação do maior interesse. Esta aposta pode ser potenciada pela

vantagem da experiência portuguesa em vários domínios científicos/artísticos, podendo

permitir a consolidação de uma rede internacional falada em português. Portugal vive uma

crise económica e financeira que precisamos de ser capazes de superar com atitudes de

esperança e pro-actividade. O ensino superior nacional tem condições para poder exportar

conhecimento científico e recursos humanos de elevado grau, acrescentando valor a essa

internacionalização. Assim, precisamos que sejam criadas as condições de âmbito legislativo

pelas instâncias governamentais para que possamos actuar em conformidade.

b) Internacionalização no Espaço Europeu

Entendemos que é muito importante continuar a intensificar a aposta de intercâmbio de

estudantes e professores que, ao abrigo de alguns programas comunitários, se tem

desenvolvido no IPL, com o crescente interesse por partes das unidades orgânicas.

Actualmente mantemos 230 protocolos com instituições europeias de ensino superior no

âmbito dos programas de mobilidade.

A integração das unidades orgânicas nas redes nacionais e internacionais de conhecimento, incluindo os nossos parceiros dos países de expressão portuguesa.

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Mas, é fundamental aproveitar esta experiência e o conhecimento destes parceiros, bem

como estabelecer protocolos com outros, em particular membros da rede de Universidades

de Ciências Aplicadas, da qual o sistema politécnico português faz parte, com vista ao

desenvolvimento de projectos conjuntos com dimensão e interesse científico, artístico e/ou

tecnológico para candidaturas a programas de apoio comunitário à investigação. Esta

integração nas redes europeias de conhecimento é cada vez mais prioritária até para suportar

as formações de 2º ciclo.

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a) Relações Interinstitucionais

Defendemos uma cultura de partilha com outros como forma de sermos melhores, mais

competentes e mais fortes, exigindo que, nessa partilha, possamos dar e receber. Nesse

sentido, a subscrição de protocolos que promovam parcerias para o desenvolvimento

científico/artístico e tecnológico com outras instituições de ensino superior nacionais e

internacionais, bem como protocolos que envolvam serviços à comunidade nos domínios

empresarial, social, cultural ou outros são cada vez mais indispensáveis para o

desenvolvimento do IPL.

O conjunto de protocolos subscritos e homologados pelo Presidente do Instituto Politécnico

de Lisboa totalizam mais de 750, a maioria dos quais com enorme envolvimento entre as

partes. Sabemos que, para além destes, outros há em funcionamento nas unidades orgânicas,

que não carecem da homologação. Ainda assim, é preciso redobrar esforços para aumentar

este número.

b) Projecto ESTeSL para Prestação de Serviços de Saúde à Comunidade

A Escola Superior de Tecnologia de Saúde de Lisboa foi projectada e construída com infra-

estruturas adequadas para a prestação de serviços de saúde à comunidade. Porém, por

diversas razões esta funcionalidade nunca foi implementada.

Consideramos este projecto de prestação de serviços de saúde para o exterior da maior

relevância não só para as populações, em particular para a população local, mas também

para a escola – como mais-valia para a formação dos alunos –, e para toda a comunidade do

IPL (alunos, funcionários e professores), que podem vir a usufruir deste serviço com

algumas vantagens. Nesse sentido, daremos a máxima prioridade e apoio para a sua

implementação a curto/médio prazo.

A promoção de protocolos para a celebração de parcerias conjuntas nos âmbitos do desenvolvimento científico/artístico, tecnológico e de prestação de serviços à comunidade e de outras relações interinstitucionais

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a) O Empreendedorismo nos Conteúdos Programáticos como Factor Diferenciador

Em matéria de formação de quadros de nível superior adequados às novas realidades

socioeconómicas das sociedades portuguesa e europeia, é imperativo incutir no aluno de

ensino superior um espírito empreendedor. Para isso, as escolas/institutos têm de aliciar os

estudantes, estimulando-os para um exercício permanente de criatividade que vise a geração

de ideias, o aperfeiçoamento de soluções e a resolução de problemas, envolvendo-os nos

projectos de investigação das instituições por forma a motivá-los para uma actividade

empresarial, preparando-os simultaneamente para desafios de assunção de risco.

Acreditamos que, deste modo, somos capazes de melhorar os índices de competitividade e

aumentar, como é desejo de todos, os níveis de ciência, cultura e riqueza nacionais.

b) Acções para Desenvolvimento do Empreendedorismo

i. O POLIEMPREENDE

O POLIEMPREENDE, cuja origem remonta a 2004, cumpre em 2011 a sua 8ª edição. Tem

como patrono desde 5 de Março de 2011, a convite do Presidente do IPL, o Comendador

Rui Nabeiro. É, na sua essência, um projecto global de empreendedorismo que abarca os

Institutos Politécnicos do país, dando origem a um concurso nacional onde competem todos

os primeiros lugares dos concursos regionais de cada instituição. O fomento de uma cultura

de empreendedorismo neste universo de instituições de ensino superior tem potenciado

aspectos muito relevantes, tais como:

O desenvolvimento de competências empreendedoras, integrando-as no plano de estudos

e nas actividades curriculares, com vista a preparar os estudantes para o envolvimento em

projectos autónomos ou de grupo;

A alteração da cultura científica das instituições académicas, no sentido de levar os seus

agentes a desenvolver projectos de vocação empresarial, que possam criar valor para as

regiões e para as comunidades locais;

O reforço das acções internas e externas que visem e facilitem o sentido empreendedor dos nossos formandos.

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A criação de estruturas, através da colaboração com Câmaras Municipais, IAPMEI

(FINICIA), banca, investidores de risco, entre outros, que possam apoiar os projectos de

vocação empresarial inovadores com viabilidade técnica e económica.

Assim, importa manter e aprofundar este programa reforçando a participação das

escolas/institutos do IPL, tanto mais que o Instituto Politécnico de Lisboa assumiu a

responsabilidade da gestão do POLIEMPREENDE no ano de 2011.

ii. Acções de Formação Directas de Empreendedorismo

Nesta área há que realçar o mestrado Gestão e Empreendedorismo proposto pelo ISCAL e

aprovado pela Direcção Geral do Ensino Superior (DGES), que visa dar formação específica

na área da gestão, associando-a à problemática do empreendedorismo. Apesar de o mestrado

ainda não estar a funcionar, julgamos que será prioritário fazer o máximo esforço na

captação de alunos para o iniciar rapidamente.

Para além deste projecto, foi assinado recentemente um protocolo com a UL para

desenvolvimento de actividades de empreendedorismo, nomeadamente formativas, cujo

primeiro curso de formação foi ministrado nas instalações dos serviços da presidência do

IPL e concluído por mais de 30 formandos da UL e do IPL.

iii. Acções com a OPEN

O IPL mantém através do ISEL um protocolo de parceria com a incubadora de empresas

OPEN- Associação para Oportunidades Específicas de Negócios. Esta parceria tem neste

momento duas empresas start-ups que nasceram dos projectos de desenvolvimento do ISEL

com a BRISA e a GALP. Está em gestação o aparecimento de mais três empresas resultantes

destas e de outras parcerias. Queremos que este projecto se amplie e possa envolver novas

empresas resultantes de mais projectos de investigação/desenvolvimento entre as nossas

instituições e o tecido empresarial nacional. Foi nesse sentido que recentemente o IPL

financiou o aumento das instalações de ligação com a OPEN a funcionar no ISEL.

iv. Acções com as Câmaras Municipais

Iniciámos um projecto de construção de um Centro de Empreendedorismo entre o IPL e as

Câmaras Municipais da região de Lisboa. As CM podem ter um papel fulcral no

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desenvolvimento do empreendedorismo, em particular no que diz respeito às

microempresas, dada a sua capacidade ao nível da intervenção e do conhecimento locais, do

interesse na fixação das populações e na potenciação dos recursos regionais. Têm

igualmente, muitas delas, capacidade instalada ao nível das infra-estruturas, em muitos casos

subaproveitadas, que podem facilitar a instalação imediata de empresas. Assim, o interesse

do envolvimento das CM para o desenvolvimento das microempresas e outras de maior

dimensão justifica-se, desde logo, pelos seguintes aspectos:

Potenciação de oportunidades empresariais através do aproveitamento dos recursos

industriais, agrícolas, florestais e outros que existam na própria região.

Fixação dos jovens com formação superior e das populações na região.

Disponibilização de infra-estruturas para o desenvolvimento da actividade.

Facilitação na implementação de novas infra-estruturas que sejam necessárias ao

desenvolvimento dos projectos de empreendedorismo.

Assinámos em Fevereiro de 2011 um protocolo com a Câmara Municipal de Loures e, mais

recentemente, com a Câmara Municipal de Arruda dos Vinhos. Estão em fase de negociação

protocolos idênticos com as Câmaras Municipais de Lisboa, Oeiras, Vila Franca de Xira e

Cadaval.

 

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a) Financiamento Orçamento de Estado

Temos assistido nos últimos anos a um forte desinvestimento do Estado no ensino superior e,

apesar do reforço verificado em 2010 e 2011 com base no contrato de confiança assinado pelo

governo e pelas instituições de ensino superior ― que serviu basicamente para repor parte das

perdas relativamente aos aumentos para a CGA (15%) e IVA (3%) ―, a situação actual permite

afirmar que o orçamento disponível (72% de orçamento de Estado mais 28% de orçamento

privativo) basicamente suporta o pagamento de salários (82%) e as despesas de funcionamento,

não se vislumbrando que a curto ou médio prazos haja aumento de financiamento para o ensino

superior face ao estado das finanças públicas. A gestão que temos vindo a fazer desses recursos

financeiros visa a sua optimização, sustentada através de concursos globais ou de projectos

comuns, aproveitando o factor economia de escala.

Porém, para o exercício de um ensino superior de qualidade é importante uma maior

disponibilidade de recursos financeiros capazes de promover reinvestimentos nas

instalações, na manutenção dos edifícios, nas redes e equipamento informático, na aquisição

de software, em novos laboratórios, na investigação, na formação de docentes, na

actualização do acervo bibliográfico, entre outros que poderíamos enumerar.

b) Financiamento Orçamento Privativo

Sendo certo que muito do investimento referido deveria, no nosso entendimento, ser da

responsabilidade do Estado, porque o ensino superior e o conhecimento científico são bens

do interesse comum fundamentais para o desenvolvimento das sociedades, também é

verdade que as instituições deverão esforçar-se por captar financiamento privativo adicional

àquele que resulta do pagamento de propinas e emolumentos da formação dos 1ºs e 2ºs

ciclos, através de acções de intervenção e da prestação de serviços à comunidade nos vários

sectores produtivos e sociais. Pugnaremos por apoiar todas as iniciativas, individuais ou

colectivas, que no plano institucional visem atingir estes objectivos. Pensamos que a

Fundação para Desenvolvimento do IPL é um elemento importante para a dinamização de

acções que visem a captação de receita privativa. Esperamos que rapidamente lhe seja

atribuída a qualidade de instituição de interesse público.

Optimização dos recursos financeiros disponíveis e aumento da captação de receita privativa.

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a) Serviços de Acção Social

Os Serviços de Acção Social (SAS) do IPL actuam nas áreas da alimentação, bolsas de

estudo, residência e apoio psicológico. Esta estrutura de enorme relevância no apoio aos

estudantes tem-se revelado de uma enorme eficácia face aos recursos financeiros de que

dispõe, quando comparados com outros serviços da mesma natureza de outras instituições de

ensino superior. Pretendemos manter o nível de eficácia nas acções que os SAS já

desenvolvem e, apesar dos constrangimentos financeiros, queremos também melhorar o

apoio dos SAS às actividades culturais e recreativas dos estudantes.

Gostaríamos que a representação dos estudantes no Conselho de Acção Social (CAS) fosse

mais efectiva, ao contrário do que tem sucedido, para que possam defender os interesses dos

alunos e intervir na procura de soluções, nomeadamente ao nível dos aspectos relacionados

com as refeições e a residência. Julgamos que a constituição da Federação das Associações

do IPL (FAIPL) poderá, nesta matéria, dar uma resposta mais eficaz na nomeação dos

representantes dos alunos para o CAS.

Outro aspecto relevante a ser desenvolvido será a criação do “Observatório para Aplicação

das Políticas de Acção Social”. De facto, precisamos de ter disponíveis em permanência

dados informativos sustentados por informação estatística, que permitam tomar opções

adequadas no apoio complementar aos alunos. Este aspecto é muito relevante, se atendermos

ao momento económico e financeiro que vivemos e às implicações negativas que essa

realidade pode induzir em alguns grupos sociais.

b) Mobilidade Interna

Um dos aspectos mais interessantes no quadro da U.E. para o ensino superior consiste nos

programas de mobilidade. O IPL tem usado estes programas com enorme sucesso, quer para

os estudantes, quer para os docentes, na sua relação com outros estabelecimentos de ensino

Reforço das infra-estruturas e acções de apoio aos alunos: Serviços de Acção Social (SAS); mobilidade interna; construção e manutenção de infra-estruturas; melhoria dos serviços administrativos; feira 1º emprego; criação da Associação Antigos Alunos (3A)

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superior no espaço europeu. Contudo, ainda não soubemos potenciar um programa de

mobilidade interna de estudantes entre escolas/institutos da própria instituição, apesar de

todos reconhecermos o mérito que esta mobilidade poderia representar num quadro de

aquisição de competências complementares.

Nesse sentido, importa definir um programa interno de mobilidade, quer de estudantes, quer até

de docentes, de modo a dar aos nossos alunos a oportunidade de obterem créditos em unidades

curriculares complementares noutra escola/instituto sem ser a unidade orgânica de origem para

maior enriquecimento da sua formação científica/artística/cultural. Este aspecto, que se reveste

de uma enorme importância, dada a diversificação da oferta formativa no cruzamento dos

domínios tecnológico/artístico/social/cultural, pode constituir um factor diferenciador positivo a

evidenciar pelas unidades orgânicas como argumento apelativo na captação de novos alunos.

c) Construção e Melhoria de Infra-estruturas

i) Novas Instalações para o ISCAL

O projecto de arquitectura do novo edifício do ISCAL ficou finalmente concluído em

2010 após as sugestões de alteração propostas pela equipa de revisão à equipa projectista.

Iniciámos o processo de concurso de construção prevendo a construção da obra por fases

em função das disponibilidades financeiras disponíveis. Contudo, as restrições impostas

pela Lei e D. L. da execução orçamental para 2011 obrigaram à suspensão do referido

concurso. Aguardamos que futuras disposições de execução orçamental possam permitir

continuar o processo de concurso para se iniciar a execução da obra.

ii) Novas Instalações para a ESD

A Escola Superior de Dança assumiu a mudança das actuais instalações, palácio do Marquês

de Pombal, para novas instalações a construir no Campus de Benfica. Esta opção tem como

pressuposto que a venda (por permuta) do actual espaço suporte o valor de construção do

novo edifício. Já foram iniciados contactos com alguns agentes que podem estar interessados

neste processo. Salientamos a Câmara Municipal de Lisboa como potencial interessada.

iii) Instalações para Cantina do ISEL e Campus de Benfica

O atraso da tutela na autorização de construção da cantina do ISEL (6 anos) levou à

inadequação do projecto face às novas normas de construção entretanto promulgadas. O

custo proposto pelo arquitecto para a alteração do projecto, superior ao próprio custo do

projecto inicial, e as implicações que essas alterações viriam a ter no custo final da obra

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face ao valor da adjudicação, superior ao limite legal estabelecido de mais de 5%,

levaram-nos à anulação da obra. Nesse sentido, vamos iniciar o processo contemplando a

execução do projecto para a cantina do ISEL e do campus de Benfica.

iv) Pavilhão desportivo

O IPL não tem nenhum pavilhão desportivo para acções onde se implemente uma cultura

de desporto. Sendo certo que este aspecto é uma parte integrante da formação do

indivíduo que faz parte do nosso objecto social, iremos lançar um concurso para a

conceptualização de um pavilhão desportivo que sirva todo o universo do IPL. Queremos,

também, recuperar o espaço desportivo existente no Campus de Benfica de forma a

garantir as condições de segurança do mesmo para a prática desportiva.

v) Pavimentação dos Acessos Campus de Benfica

O pavimento dos acessos do Campus de Benfica encontra-se em acentuado estado de

degradação. Nesse sentido, iremos executar uma intervenção de modo a melhorar os

acessos, bem como o escoamento das águas pluviais que se acumulam em frente ao P3.

i) Melhoria dos Serviços Administrativos

Os serviços da presidência do Instituto Politécnico de Lisboa mantêm desde 2007 a

certificação internacional de qualidade da norma ISO 9001-2000. No ano de 2010 foi

aprovada a extensão desta certificação para os SAS. Pretendemos, progressivamente,

estender a aplicação destas normas de qualidade às escolas/institutos do IPL, porque

consideramos importante a normalização dos procedimentos que se traduzem num aumento

da qualidade de resposta dos serviços administrativos.

O Instituto Politécnico de Lisboa tem hoje um número de funcionários em efectividade de

funções que representa apenas cerca de 54% dos rácios indicadores estabelecidos para o

ensino superior. Esta realidade, que tem sido difícil de contrariar face às restrições de

colocação de funcionários verificada nos últimos anos, tem prejudicado o que poderia ser

uma maior eficácia dos serviços.

Para obviar este problema temos apostado nos sistemas de informação, que têm sido uma ajuda

imprescindível no aumento de produtividade dos vários serviços. Contudo, falta, e é urgente

fazê-lo, satisfazer um conjunto de solicitações de forma sistematizada em todas as unidades

orgânicas por via online, como são por exemplo, pedidos de certidões e certificados, resposta a

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requerimentos, pagamento de emolumentos, emissão de recibos e demais documentos emitidos

pelos serviços, bem como entrega de documentação por parte dos alunos.

O recente modelo de avaliação de desempenho dos funcionários, vulgo SIADAP, trouxe

alterações profundas, nomeadamente para a própria progressão de carreira. Este novo

regulamento, cujo princípio se centra na avaliação face à capacidade de desempenho

profissional do funcionário, obriga a uma forte componente de formação, objectivando-a

para a especialização. Nesse sentido, continuaremos a fazer uma aposta permanente na

formação técnica dos funcionários de modo a facilitar a sua valorização na carreira, dando-

lhes ferramentas para o desenvolvimento de capacidades que permitam um exercício de

melhor desempenho profissional. Contudo, iremos fomentar e privilegiar o formador

interno, valorizando-o também nessa competência.

j) Feira do Primeiro Emprego

Pretendemos, conjuntamente com as associações de estudantes das escolas/institutos do IPL,

convidando as associações empresariais, MCTES, IPJ, CNE e outros organismos directa ou

indirectamente envolvidos nesta problemática, instituir no IPL a realização da Feira do

Primeiro Emprego. Esta iniciativa visa concentrar empregadores e instruir os alunos com

mecanismos de procura, promover e dinamizar a oferta, incentivar a contratação do primeiro

emprego para jovens recém-formados. Julgamos que, no quadro actual da realidade social

portuguesa, este evento poderá ter algum impacto positivo.

k) Associação de Antigos Alunos (A. A. A.)

Os antigos alunos são referenciais fundamentais para a vida das instituições, desde logo por

razões sentimentais, mas também por razões de representação social, decorrentes, entre

outros aspectos, do seu envolvimento profissional ao nível empresarial, artístico, cultural,

científico, económico e/ou político. Por isso, é urgente a criação de uma associação de

antigos alunos que envolva todo o universo do IPL. Envidaremos todos os esforços para

ajudar a constituir esta entidade, embora tenhamos a convicção que seria mais fácil, mas

pouco racional, constituir oito associações de antigos alunos.

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a) Gabinete de Comunicação e Imagem (GCI)

O Gabinete de Comunicação e Imagem do IPL tem desenvolvido um trabalho meritório na

divulgação e projecção da imagem das unidades orgânicas e do IPL, tanto no plano interno,

como no plano externo. Esta divulgação centra-se em duas vertentes distintas: i) ao nível da

informação identitária e institucional da comunidade IPL, veiculada através da revista

Politecnia e do boletim informativo News Letter e ii) ao nível da divulgação científica,

através da colecção “Caminhos do Conhecimento” (respeitante à edição de livros

normalmente teses de doutoramento), e da Alicerces. Revista de Investigação, Ciência e

Tecnologia para divulgação de artigos científicos.

A revista Politecnia, de edição trimestral, tem 25 números editados e uma tiragem de 4.000

exemplares. A divulgação é feita pelas seguintes entidades: Presidência da República;

Primeiro-ministro; gabinetes ministeriais e secretarias de estado, com particular incidência

no MCTES e no ME, em que a distribuição é feita também ao nível das secretarias gerais,

direcções gerais/regionais, inspecções, gestores de programas e serviços; Assembleia da

República, envolvendo presidentes da Assembleia e das comissões parlamentares, deputados

e serviços; reitorias/presidências e respectivas unidades orgânicas das instituições de ensino

superior universitárias/politécnicas do ensino público, privado, concordatário e militar;

Conselho Nacional de Educação (CNE); Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino

Superior; escolas secundárias do distrito de Lisboa; câmaras municipais da região de Lisboa;

algumas empresas e instituições de âmbito empresarial, artístico, social e do sector da

comunicação social; ordens profissionais; professores (em exercício e reformados),

funcionários (em exercício e reformados) e associações de estudantes do IPL.

A News Letter tem uma produção mensal e a divulgação é feita via online

fundamentalmente para a comunidade IPL.

Divulgação e imagem do IPL: Gabinete de Comunicação e Imagem (GCI) e assessoria de imprensa.

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A colecção “Caminhos do Conhecimento” foi iniciada em 2006. Tem tido uma edição

regular de cerca de cinco livros por ano. Editou 25 livros com uma tiragem de primeira

edição de 500 exemplares. A empresa Colibri é responsável pela distribuição no circuito

comercial. O IPL faz a divulgação geral para as unidades orgânicas, reitorias/presidências de

universidades/institutos politécnicos e bibliotecas nacionais, municipais e académicas. A

distribuição personalizada é feita também pelo IPL em combinação com os autores, tendo

em atenção a área temática dos respectivos livros.

A revista Alicerces editou 4 números com uma tiragem de 500 exemplares cada. A

distribuição é feita pela unidade orgânica responsável pela temática que compõe cada um

dos números da revista.

b) Assessoria de Imprensa

Os meios de comunicação são ferramentas importantes que precisamos de saber usar para a

criação de comunidades simbólicas e a projecção da identidade das instituições na sociedade

contemporânea. Deste modo, importa que essa informação e imagem se pautem pelo

reconhecimento da qualidade do ensino e por factores que se prendam com a adequação dos

planos de estudo ao mercado de trabalho, às vocações e a outros aspectos relacionados com

a cultura das unidades orgânicas. Numa sociedade saturada pela informação, onde, todavia,

a informação de qualidade e a escolha estratégica de públicos alvo estabelecem a diferença,

consideramos que esta matéria é da maior relevância. Por isso, queremos manter um pró-

presidente para a área de comunicação com o objectivo claro de melhorar os meios e acções

de comunicação do IPL.

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Temos consciência que a proposta de bases programáticas que apresentamos nesta candidatura é

ambiciosa, e não será exequível, se não contar com o esforço e a motivação dos professores, dos

funcionários e dos alunos. Por isso, contamos desde logo com todos eles.

Mas, também queremos como parceiros as comunidades empresariais, artísticas, culturais,

sociais e todas as outras, cujos interesses ou áreas de intervenção possam ser galvanizados de

forma interactiva em função do desenvolvimento do IPL. A existência de conselheiros externos

no Conselho Geral pode e deve ser um elemento facilitador neste propósito. Existimos como

instituição de ensino superior para promover o desenvolvimento académico, científico/artístico e

tecnológico. Ou seja, na actual conjuntura de interdependência somos um elo importante na

construção da sociedade, por isso temos a obrigação de dialogar e partilhar com esses parceiros

sociais e dar respostas adequadas às suas necessidades.

Estamos convictos de que um projecto de qualidade de ensino superior, inserido no universo da

União Europeia, passa inevitavelmente pela concretização dos objectivos propostos, porque, a

nosso ver, estas linhas programáticas contêm a génese de mudança necessária para lidar com os

problemas do presente e potenciar o futuro. De nossa parte terão todo o empenho na execução

deste projecto, empenho que simultaneamente pretende ser solidário, equitativo e transparente.

Lisboa, 21 de Junho de 2011.

(Prof. Doutor Luís Manuel Vicente Ferreira)

Conclusão