cancro cítrico

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2 - Manual técnico • Cancro cítrico • maio • 2008 • Fundecitrus

Ocancro cítrico é uma doença que ataca os citros em geral(laranjas doces, tangerinas,

limões e limas ácidas). Causada pelabactéria Xanthomonas citri subsp.citri, está presente no Brasil desde1957.

Nenhuma variedade ou espécie deuso comercial para produção decítricos é completamente resistentea doença, mas há uma variaçãoquanto à suscetibilidade ao cancrocítrico (em ordem crescente desuscetibilidade: Poncan, Mexerica dorio, Lima ácida Tahiti, Laranja ‘Pêra’,

Laranja ‘Valência’, Laranja‘Natal’,Tangor ‘Murcote’, Limão‘Cravo’, Laranja ‘Hamlin’, Laranja‘Baianinha’, Limão ‘Siciliano’, Limão‘Galego’ e Pomelo).

O cancro cítrico pode serconfundido com outras doenças. Porisso, sempre que houver suspeita decontaminação, o material deve seranalisado em laboratório credenciado.É importante salientar que somentepessoal autorizado, dos governosEstadual ou Federal, podem retiraramostras de folhas, frutos ou ramosde plantas suspeitas de contaminação.

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Manual técnico • Cancro cítrico • maio • 2008 • Fundecitrus - 3

Os sintomas podem ocorrer em ramos,folhas e frutos.

Folhas - O primeirosintoma visível é oaparecimento de pe-quenas manchas ama-relas, circulares (pou-cos milímetros dediâmetro). Em segui-da os sintomas progri-dem para manchas marrons, circulares, quepodem atingir alguns centímetros dediâmetro.

O cancro cítrico geralmente induz lesõessalientes, nos dois lados das folhas, o quefacilita a sua diferenciação de outrasdoenças. Mas cuidado, sintomas de cancrocítrico podem ocorrer em apenas um ladodas folhas, principalmente quandoassociados às galerias provocadas pelominador dos citros. É muito comum oaparecimento de um anel amarelo ao redordas lesões de cor marrom.

Frutos - A doença se manifesta pelosurgimento de pequenas manchasamarelas, circulares, que aos poucos vãocrescendo e tornando-se marrons. Asmanchas são salientes, parecidas comverrugas.

Com o progresso da doença as lesões nosfrutos podem rachar, acelerando a podridãoe a queda.

Ramos - As lesões também são salientes,na forma de crostas de cor parda.

Sintomas

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Bactéria do cancro cítrico

Abactéria que provoca o cancrocítrico penetra nos tecidos dos ramos, das folhas e dos frutos

pelas aberturas naturais (estômatos)ou por ferimentos, causados porespinhos, material de colheita,trânsito de veículos, máquinas eimplementos ou pelo minador doscitros.

A bactéria espalha-se rapidamenteno pomar, podendo deslocar-se pordezenas ou mesmo centenas demetros e infectar novas plantas epomares.

Fácil disseminação sendo o homem o principal responsável

Sobrevivência da bactériaA bactéria do cancro cítrico podesobreviver por vários meses emmaterial vegetal cítrico contaminadodestacado da planta.Em outros materiais, como metal,plástico, madeira e tecido, a sobre-vivência da bactéria varia de algumashoras até poucos dias.

Como se dissemina dentro do

pomarHomem: pode levar a bactéria deplantas doentes para plantas epomares sadios por meio de materialde colheita, implementos, roupas,mudas, frutos, veículos que transitampela propriedade, dentre outros.

Natureza: chu-va com vento é oprincipal e maisfreqüente meca-nismo de dis-seminação dabactéria no pomar.

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Manual técnico • Cancro cítrico • maio • 2008 • Fundecitrus - 5

Distribuição no pomar e

propagaçãoA distribuição do cancro cítrico nopomar, conforme comprovado empesquisas, depende da quantidade deplantas doentes. Geralmente adoença surge em poucas plantaslocalizadas nas bordas dos talhões.

Baixa contaminação - o cancro cítricoatinge um grupo de plantas próximasumas das outras, formando reboleirasde plantas doentes.

Contaminação avançada - as plantasinicialmente doentes (foco) contami-nam várias outras plantas, do mesmopomar ou de pomares vizinhos, distri-buídas não mais em reboleiras, estandoessas novas plantas doentes (saté-lites) mais distantes das plantas foco.

A propagação começa devagar, mas, senão for combatida, rapidamente ficafora de controle. Por isso a necessidadede vistoria constante dos pomares, poisquanto mais cedo forem detectados osfocos da doença, menor será a chancede disseminação do cancro cítrico.

A disseminação do cancro cítrico entreplantas em pomares e pomares/propriedades vizinhos, também podeocorrer por meio de mudas contami-nadas, com a bactéria sendo levada amuitos quilômetros de distância.

A doença no pomar

Início da contaminação

Distribuição adiantada

Contaminação fora do controle

Distribuição da doença

dentro de um talhão

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O minador dos citros é uma praga de ocorrênciacomum na citricultura

brasileira. Além dos danos diretoscausados pelo seu ataque nasfolhas novas das brotações, temum importante papel como agentefacilitador da disseminação docancro cítrico.

As galerias feitas pelo minadordos citros aumentam a probabi-lidade de novos focos da doençaem propriedades contaminadas.Isso acontece porque as lesõesprovocadas pelo minador facilitama penetração da bactéria que causao cancro cítrico na planta.

Plantas com galerias provo-cadas pelo minador dos citros sãomais sensíveis a infecção docancro cítrico. As lesões demorama cicatrizar (10 a 30 dias) epermitem infecções por períodosmais longos, de vários dias,enquanto ferimentos mecânicoscicatrizam em aproximadamente03 dias.

Esses fatores provocam oaumento no número de plantasdoentes nos pomares.

• QuímicoO minador dos citros prefere os períodos demaior vegetação das plantas, embora possaocorrer durante o ano todo. Quando asplantas tiverem brotando, deve-se fazer umainspeção para verificar se é necessário ocontrole químico.

• BiológicoO minador dos citrospossui inimigosnaturais, dentre elesa vespa Ageniaspis

citricola. Essa vespafoi importada eliberada nos pomarespara combater ominador dos citros noBrasil. Tem rápida dispersão, tendo sidoencontrada a mais de 40 km de alguns doslocais de soltura. Apesar de já terem sidoregistrados casos em que a taxa deparasitismo foi superior a 80%, o citricultormuitas vezes deve fazer uso do controlequímico para o controle do minador doscitros, principalmente quando ocorrem altasinfestações da praga.

Controle

Minadordos

citrosPraga facilita a infecçãodo cancro cítrico

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Manual técnico • Cancro cítrico • maio • 2008 • Fundecitrus - 7

Prevenção

Cuidados com as mudas

Utilizar mudas sadias éo primeiro passo para a

formação de um pomar sadioe produtivo. Somente com-pre mudas de viveirosconhecidos e que cumpramtodas as recomendações daSecretaria da Agricultura.

Exija certificado deprocedência de todo o mate-rial de propagação.

Não se iluda por

mudas baratas.

Inspeção regular é medida fundamental para prevenção da doença

Evite intrusos - Cerquea sua propriedade, depreferência com cerca-viva, para evitar a entradade pessoas, veículos ouanimais que possam trans-mitir a bactéria.

Quebra-ventos – Alémdo cancro cítrico, outraspragas e doenças podemser trazidas pelo vento. Osquebra-ventos são reco-mendados nas divisas dapropriedade e tambémseparando os talhões.

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Colheita - vigilância redobradaO aumento da movimentação no pomar durante a colheita exige vigilânciaredobrada. Só permita que circulem no pomar pessoas e veículos quepassaram pelas medidas preventivas de desinfestação.

Material de colheita - Prefira usar seu própriomaterial de colheita: escadas, caixas, sacolas e sacos-caixa. Se tiver que usar material vindo de outraspropriedades, faça antes a desinfestação: mergulhe omaterial em uma solução de 1 litro de amônia quaternáriaem 1.000 litros de água, e pulverize muito bem as escadascom essa solução. Mergulhar caixas e sacolas na solução émelhor do que apenas pulverizá-las.

Descontamine tudo - Todos os veículos que entraremna propriedade, sejam caminhões ou ônibus detrabalhadores, devem ser pulverizados. Isso pode ser feitopelo arco-rodolúvio, ou com pulverizador manual outratorizado, aplicando amônia quaternária.

Bins - Caminhões circulando no pomar podem sertransmissores da bactéria do cancro cítrico e tambémpodem ferir as plantas, o que facilita a penetração dabactéria. Procure ter bins nos limites da propriedade; elespodem ser de barranco, metálicos ou móveis.

Queime os restos vegetais - Veículos que venhamde outras propriedades, antes de passar pelo arco-rodolúvioou pela pulverização, devem ser limpos: restos de colheitaou material vegetal (galhos, folhas ou frutos) devem sercoletados e queimados. Lembre-se que a bactéria do can-cro cítrico sobrevive por vários meses em material cítrico.

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Manual técnico • Cancro cítrico • maio • 2008 • Fundecitrus - 9

Treine seu pessoal

Éimportante que os inspetores,colhedores, tratoristas eoutras pessoas que trabalhem

na propriedade sejam bem treinadose capazes de identificar os sintomasdo cancro cítrico no pomar.

Crie programas de incentivospara identificação de focos dadoença, organize palestras e utilizeo programa do Fundecitrus queoferece treinamento gratuito napropriedade.

Se não for possível ofereceruniforme a todos os trabalhadores,peça-lhes que só entrem napropriedade com roupas limpas (nãoutilizadas em outros pomares oupropriedades), que lavem as mãoscom bactericidas, e façam tambéma desinfestação dos calçados antesde entrar no pomar.

InspeçãoInspecionar o pomar rotineiramente é uma das medidas mais importantespara prevenir a doença.

Tenha sempre em mente quequanto mais cedo e de maneiracorreta for combatido menos pre-juízo o cancro cítrico vai trazer.

As inspeções devem ser realiza-das durante o ano todo.

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Como inspecionar1. Os inspetores devem ser orien-tados antes do trabalho. É precisoque eles sejam treinados parareconhecer os sintomas.2. Preferencialmente todas as ruasdo pomar devem ser inspecionadas.3. A vistoria deve ser feita plantaa planta, caminhando ao lado delas.É muito importante que toda aplanta seja bem observada.4. O rendimento na inspeção vaidepender do tamanho das árvores.

• Nunca retire folhas, ramos ou frutos quando houver suspeita de cancrocítrico, evitanto-se assim a disseminação da bactéria para outrasplantas, pomares ou até mesmo propriedades.

• Não tente sozinho controlar os focos da doença. O controle nos casosde contaminação deve ser feito empregando-se uma técnica adequada.

• Se você tiver alguma dúvida, avise o Fundecitrus ou a Secretaria daAgricultura e um técnico irá ao seu pomar.

Dicas importantes

Quando inspecionar1. A inspeção do cancro cítricodeve ser uma rotina.2. No mínimo, deverão ocorrer 03inspeções – 01 antes da colheita e02 durante ou após o períodochuvoso (verão e outono), quandoocorre maior vegetação e adetecção de plantas doentes éfacilitada.

Propriedades com histórico da doença

Nos talhões em que havia cancro cítrico e nos vizinhos, recomenda-seinspeções mensais e em todas as árvores.

Propriedades vizinhas de focos da doença

Recomenda-se a inspeção em todas as árvores, com freqüência superior a 3inspeções/ano.

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Erradicação

Metodologia• Quando detectada ao menos uma

planta doente, três equipes dife-rentes fazem inspeções consecu-tivas no talhão.

• Com base no total de plantasencontradas nas inspeções, se nopomar houver mais de 0,5% deplantas doentes, todo ele deve sererradicado.

• Se houver 0,5% ou menos, deplantas doentes, são eliminadas asplantas doentes e as que estão numraio mínimo de 30 metros.

• Nas reinspeções em talhõeserradicados parcialmente (aplica-ção do raio de 30 metros), se foremencontradas plantas doentes numtotal menor ou igual a 0,5%, são eli-minadas apenas as plantas doentes.Para contaminações que excedam0,5% de plantas doentes, todo otalhão é erradicado. As vistoriasdevem ser periódicas em talhões con-taminados, até que plantas doentesnão sejam mais encontradas por umperíodo mínimo de 2 anos.

Plantio e colheita

Propriedades contaminadas ficamproibidas de comercializar suaprodução até que os trabalhos deerradicação sejam concluídos. Por doisanos não podem ser replantadasplantas cítricas na área erradicada.

Rebrota

O produtor deve ficar atento para osurgimento de rebrotas, comuns apóso processo de erradicação, que devemser eliminadas.

A única maneira de eliminar ocancro cítrico, uma vez que nãoexiste controle químico adequado,é com a erradicação de plantascontaminadas e das suspeitas.

A Secretaria da Agricultura, pormeio da Coordenadoria de DefesaAgropecuária (CDA) do Estado deSão Paulo pode aplicar multas aosprodutores que dificultarem otrabalho de saneamento da citri-cultura. Eis alguns exemplos deatitudes que podem desencadearpesadas multas:• Não comunicar a ocorrência de

pragas e doenças: 501 a 1500UFESPs (Unidade Fiscal do Estadode São Paulo).

• Desenvolver atividades que

possam disseminar pragas e

doenças: 1501 a 35000 UFESPs.• Plantar em áreas interditadas:

3501 a 5000 UFESPs.

Manual técnico • Cancro cítrico • maio • 2008 • Fundecitrus - 11

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Adolfo (SP)(17) [email protected]

Altair (SP)(17) [email protected]

Álvares Machado (SP)(18) [email protected]

Araraquara (SP)(16) [email protected]

Araras (SP)(19) [email protected]

Assis (SP)(18) [email protected]

Bariri (SP)(14) [email protected]

Bastos (SP)(14) [email protected]

Bebedouro (SP)(17) [email protected]

Boa Esperança do Sul (SP)(16) [email protected]

Borborema (SP)(16) [email protected]

Brotas (SP)(14) [email protected]

Buritama (SP)(18) [email protected]

Casa Branca (SP)(19) [email protected]

Colômbia (SP)(17) [email protected]

Descalvado (SP)(19) [email protected]

Engenheiro Coelho (SP)(19) [email protected]

Frutal (MG)(34) [email protected]

General Salgado (SP)(17) [email protected]

Getulina (SP)(14) [email protected]

Guaraci (SP)(17) [email protected]

Guarantã (SP)(14) [email protected]

Ibirá (SP)(17) [email protected]

Icém (SP)(17) [email protected]

Irapuru (SP)(18) [email protected]

Itapetininga (SP)(15) [email protected]

Itápolis (SP)(16) 3262-2182 / [email protected]

Jales (SP)(17) [email protected]

José Bonifácio (SP)(17) [email protected]

Marília (SP)(14) [email protected]

Martinópolis (SP)(18) [email protected]

Matão (SP)(16) 3384-1561matã[email protected]

Mirandópolis (SP)(18) [email protected]

Mogi Mirim (SP)(19) [email protected]

Nova Granada (SP)(17) [email protected]

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Olímpia (SP)(17) [email protected]

Palmeira D Oeste (SP)(17) [email protected]

Paraguaçu Paulista (SP)(18) [email protected]

Penápolis (SP)(18) [email protected]

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Presidente Venceslau (SP)(18) [email protected]

Reginópolis (SP)(14) [email protected]

Santa Cruz do Rio Pardo (SP)(14) [email protected]

Santa Fé do Sul (SP)(17) [email protected]

São Manoel (SP)(14) [email protected]

São Pedro do Turvo (SP)(14) [email protected]

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Tabatinga (SP)(16) [email protected]

Tanabi (SP)(17) [email protected]

Taquaritinga (SP)(16) [email protected]

Teodoro Sampaio (SP)(18) [email protected]

Ubarana (SP)(17) [email protected]

Ubirajara (SP)(14) [email protected]

Votuporanga (SP)(17) [email protected]

Créditos: Cícero AugustoMassari e José Belasque Júnior- Fundecitrus.

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