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CÂNCER DE PULMÃO Maria da Conceição Muniz Ribeiro

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CÂNCER DE PULMÃO

Maria da Conceição Muniz Ribeiro

O PROBLEMA DO CÂNCER DE PULMÃO

NO BRASIL

Não há dados de sobrevida para os estágios 2 e 3. O

Japão é o recordista em números de casos, mas o índice

médio de cura ao país chega a 60% graças a programas de

rastreamento precoce.

No Brasil

Para 2014, estimam-se 16.400 casos novos de

câncer de pulmão entre homens e 10.930

entre mulheres. Tais valores correspondem a

um risco estimado de 16,79 casos novos a

cada 100 mil homens e 10,75 a cada 100 mil

mulheres.

É o mais comum de todos os tumores malignos, apresentando aumento de 2% por ano na sua incidência mundial. Em 90% dos casos diagnosticados, o câncer de pulmão está associado ao consumo de derivados de tabaco. Altamente letal, a sobrevida média cumulativa total em cinco anos varia entre 13 e 21% em países desenvolvidos e entre 7 e 10% nos países em desenvolvimento. No fim do século XX, o câncer de pulmão se tornou uma das principais causas de morte evitáveis.

EVOLUÇÃO DA DOENÇA

Estágio 1 tumor localizado no tórax probabilidade de

sobrevida de 5 anos com tratamento é de 70% a 80%

Estágio 2 tumor um pouco maior de 3 cm com

probabilidade de sobrevida de 5 anos com tratamento é

de 50%

Estágio 3 tumor legalizado no tórax com invasão nos

linfonodos, probabilidade de sobrevida de 5 anos com

tratamento é de 10%

Estágio 4 apresenta metástase, principalmente no cérebro

e fígado, probabilidade de sobrevida de 5 anos com

tratamento é de 1%

O câncer não é uma doença única e sim um grupo de

mais de cem doenças diferentes, que têm em comum a

perda, pelo organismo, do controle sobre o crescimento e

multiplicação das células alteradas (Franks, 1990).

A expressão "Câncer" vem do latim que significa

"Caranguejo", pela sua capacidade de ser invasivo.

TABAGISMO

Representa o principal fator de risco evitável não só do

câncer, como também de doenças cardiovasculares e

respiratórias, sendo hoje considerado um dos mais graves

problemas de saúde pública no mundo.

Ao consumo dos derivados do tabaco são atribuídas:

o 30% das mortes por câncer;

o 45% das mortes por doença coronariana;

o 85% das mortes por doença pulmonar obstrutiva crônica;

o 25% das mortes por doença cérebro-vascular.

FATOR DE RISCO

Os tipos de câncer que incidem com maior frequência em

fumantes são: de pulmão, laringe, esôfago, pâncreas, rim, bexiga,

boca e colo do útero.

O câncer de pulmão, em 90% dos casos provocado pelo

tabagismo, ocupa a primeira posição em mortalidade por

câncer no sexo masculino, no Brasil e na maioria dos países

desenvolvidos. Esse tipo de câncer apresenta uma alta

letalidade.

A mortalidade pelo tabagismo é alarmante: a cada ano, o uso

dos derivados do tabaco mata cerca de três milhões de

pessoas em todo o mundo. Ele vem causando mais mortes

prematuras no mundo do que a soma de mortes provocadas

por AIDS, consumo de cocaína, heroína, álcool, acidentes de

trânsito, incêndios e suicídios juntos.

No Brasil, estima-se que a cada ano o cigarro mate

precocemente cerca de oitenta mil pessoas, ou seja, cerca

de oito brasileiros a cada hora.

Há no país um contingente de 30,6 milhões de fumantes,

sendo 11,2 milhões de mulheres e 16,7 milhões de

homens.

O alcatrão é reconhecido como um carcinógeno

completo e potente, capaz de atuar nas três fases da

carcinogênese: indução, promoção e progressão.

A nicotina é uma droga psicoativa capaz de causar

dependência química, pelos mesmos mecanismos da

cocaína, maconha, heroína e álcool.

Potencial Cancerígeno da Fumaça do

Cigarro

Apenas na fumaça dos produtosoferecidos e promovidos pelaindústria do tabaco podem serdetectados cerca de 4.720substâncias tóxicas diferentes,dentre elas os alcatrões, anicotina, o monóxido decarbono, resíduos defertilizantes e pesticidas, metaispesados e até substânciasradioativas.

INTERVENÇÕES CIRÚRGICAS DO

PULMÃO

Pneumonectomia

o É a remoção de todo um pulmão, geralmente para tratar

neoplasias malignas. bronquiectasia unilateral extensa,

drenagem de abscesso pulmonar crônico envolvendo

porções de um ou mais lobos, tumores benignos

selecionados ou para tratamento de lesão unilateral

extensa.

CIRÚGIA TORÀCICA

Lobectomia

o É a excisão de um ou mais lobos do pulmão. É usada para

remover metástase quando o tumor está localizado

perifericamente e os nodos hilares não são envolvidos.

Também é usada para remover vesículas ou bolhas

enfisematosas gigantes, grandes tumores benigno de

localização central.

Ressecção segmentar

o É a remoção de uma ou mais subdivisões anatômicas lobo

pulmonar. Conserva o tecido pulmonar funcionante,

saudável, preservando segmentos remanescentes. É

indicada para lesões benigna ou bronquiectasia.

Biópsia

o É a ressecção de uma pequena porção do pulmão para

diagnóstico.

Descorticação

o É a remoção de depósito fibrinoso ou membrana

restritiva na pleura visceral e parietal que interfere com a

função ventilatória pulmonar. Tendo como objetivo

retornar à função pulmonar normal.

Cirurgia Videotoracoscópica ou Cirurgia Torácica

Vídeo Assistida ou Vídeo Assisted Thoracic

Surgery (VATS)

É considerada uma área da cirurgia menos agressiva e menos

invasiva.

Ressecção por Cirurgia Robótica

É um procedimento minimamente invasivo, indicado para

tumores menores e em estágio inicial. Entre as indicações

estão os timomas, tumores malignos que acometem o

timo, uma glândula do sistema imunológico localizado no

mediastino. É também aplicada na Lobectomia, retirada de

um lobo pulmonar para tratamento de câncer de pulmão.

No entanto, um fator limitante para sua realização é o

fato de o diagnóstico quase sempre ser feito quando o

tamanho do tumor já superou o recomendável para o

procedimento

PERÍODO PRÉ-OPERATÓRIO

Diagnósticos de Enfermagem

o Medo relacionado à experiência cirúrgica e ao

o Medo relacionado à anestesia e a dor.

o Ansiedade relacionada ao ambiente hospitalar desconhecido, à

incerteza dos resultados, sentimentos de impotência, desesperança e

ao conhecimento insuficiente sobre o câncer e o tratamento.

o Pesar relacionado a potencial perda de função orgânica e aos efeitos

do câncer sobre o estilo de vida.

o Impotência relacionada à suposta perda de controle secundário à

incerteza sobre o prognóstico e ao resultado do tratamento para o

câncer.

o Processo Familiar alterado relacionado aos medos do recente

diagnóstico, os problemas financeiros e ao futuro incerto.

Diagnósticos de Enfermagem (Continuação)

o Risco para angústia espiritual relacionado aos conflitos

centralizados no significado da vida, nas crenças espirituais e

o Risco para padrões de sexualidade alterados relacionados ao

medo, pesar, às modificações na imagem corporal, às mudanças

anatômicas, à dor, à fadiga ou à mudança nas responsabilidades

o Risco para infecção relacionado à alteração no sistema

imunológico

o Distúrbio no autoconceito relacionado à dependência de

outros para o preenchimento das necessidades básicas e à

diminuição da capacidade funcional.

o Ansiedade relacionada à morte aos efeitos do processo de

doença e as medidas inadequadas do alivio da dor.

o Risco relacionado à infecção respiratória.

DRENAGEM TORÁCICA

É uma intervenção para melhorar a troca gasosa e a

respiração no pós-operatório

Objetivos

o Acelerar a cicatrização da ferida, removendo os

fluídos que podem retardar o tecido de granulação;

o Exercer pressão negativa que permita a aderência

das camadas de tecido

o Drenar ar, sangue e líquido serosanguinolento do

espaço pleural e prevenir refluxo;

o Ajudar a reexpandir o tecido pulmonar,

restabelecendo uma pressão negativa normal no

espaço pleural;

o Prevenir o desvio do mediastino e do tecido

pulmonar em colapso, equalizando a pressão em

ambos os lados da cavidade torácica.

SISTEMA DE DRENAGEM TORÁCICA

O Sistema de aspiração contínua

possui uma câmara de tranrmissão de

pressão negativa que é regulável por

mecanismo de sifonagem reversa

através de coluna d’água submersa. A

câmara de transmissão de pressão

negativa possibilita uma transmissão

de aspiração moderada (graduada) ao

sistema de drenagem pleural ou

mediastinal.

Frasco selo de água.

Sistema de aspiração com dois frascos

Sistema de aspiração com 3 frascos.

Observações

Se houver borbulhas é sinal de que há falhas no sistema;

O sistema simples e de duplo frasco são drenagens

passivas, ou seja, é realizado através da força gravitacional,acontece lentamente e é a mais comumente usada;

O de triplo frasco é uma drenagem ativa, ou seja,

necessita de uma força asperativa contínua, com isso

pretende-se acelerar a reexpansão pulmonar e drenar

uma grande quantidade de líquido e de ar.

Cuidados de Enfermagem

Verificar as conexões mantendo-as bem vedadas;

Verificar se o tubo esta 2,5cm abaixo do nível da solução (500ml) selo d'água;

Marcar no frasco o nível da solução para saber a quantidade drenada;

Fazer a ordenha de hora em hora;

Em caso de mobilização do paciente deve-se pinçar o tubo;

Observar e registrar características da secreção;

Avaliar a função respiratória;

Em caso de emergência, notificar rapidamente ao cirurgião, se for o caso de

uma obstrução por coágulo, realizar o descascamento e/ou ordenha;

Verificar se há oscilação do nível da água no frasco;

Manter o(s) frasco(s) sempre abaixo do tórax;

Encorajar o paciente a tossir (isso faz com que a pressão intrapleural aumente,

servindo assim para eliminar os materiais acumulados no espaço pleural);

Ao ser retirado o dreno, deve-se fazer um curativo oclusivo no local.

Tratamento de Enfermagem no Pós

OPeratório

VENTILAÇÃO MECÂNICA

o IMPORTANTE

o Verificar posicionamento do tubo orotraqueal e fixação adequada.

o Auxiliar no desmame ventilatório

Ausculta pulmonar

Drenagem torácica

Melhorar troca de gases

Melhorar respiração

Reduzir esforço respiratório

Expansibilidade torácica

Tratamento de Enfermagem no PÓS-

OPERATÓRIO

Anotar e desprezar conteúdo drenado.

Verificar débito do dreno

Quantidade

Característica

• Trocar selo d’água

Curativos

Ordenha do sistema de drenagem, SE NECESSÁRIO

Tratamento de Enfermagem no Pós

OPeratório

Monitorizarando a oxigenação Padrão e freqüência respiratória

Saturação e gasometria arterial

Expansibilidade torácica

Presença de secreção

Ausculta pulmonar

Fornecimento de O²

Observar sinais de falência respiratória.

Verificar sinais de superficialidade respiratória,

sudorese, palidez, cianose, rebaixamento da

consciência

Tratamento de Enfermagem no Pós

OPeratório

Monitoraração Hemodinâmica

FC, PA, Pulso

Eletrocardiograma-

PVC

Eletrólitos

Débito urinário

Tratamento de Enfermagem no Pós

OPeratório

• Alívio da dor

– Toracotomia

• Dificuldade de respiração profunda e tosse forçada

• Movimentos limitados

– Cateter epidural

Incentivo a deambulação

Analgesia LEMBRAR QUE: Opióide causa

depressão respiratória

Tração do dreno

Manter abaixo do nível da inserção

• Iniciar dieta– Manter cabeceira elevada 45°

– Observar aceitação

– Auxiliar na ingesta

– Auscultar abdômen

– Comunicar vômitos, distensão abdominal

– Atentar para alterações no padrão respiratório

– Monitorar oximetria de pulso

Obrigada!