canalha 4 - 28 de julho de 2014

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1 CANALHA! Pra que e por que greve de estudantes? ESTUDANTE PRESO EM TREMEMBÉ: perseguição política e veto ao direito de livre manifestação Alunos da Odonto precisam de 5 mil reais para o segundo semestre do curso O repasse de verbas e a real autonomia universitária Alimentos distribuídos. E agora? De frente com a assistente JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DE MORADORES DO CRUSP ANO II - Nº 4 - 28 DE JULHO DE 2014 - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

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Jornal da Associação dos Moradores do Crusp

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CANALHA!

Pra que e por que greve de estudantes?

EstudANtE PrEso Em trEmEmbé: perseguição política e veto aodireito de livre manifestação

Alunos da odonto precisamde 5 mil reais para o segundosemestre do curso

o repasse de verbas e a realautonomia universitária

Alimentos distribuídos. E agora?

de frente com a assistente

JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DE MORADORES DO CRUSPANO II - Nº 4 - 28 DE JULHO DE 2014 - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

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CANALHA

Jornal da Associação deMoradores do Crusp (Amorcrusp)Ano II - nº 428 de julho de 2014Tiragem: 2000 exemplaresDistribuição gratuita

DIRETORIA DA AMORCRUSPGestão Acorda Crusp

Adriano LopesAugusto SaraivaAndrea MarçalCarol FreitasCeumar MendonçaIvan ConternoLeandro PaixãoMárcio da SilvaRoberto Parente

SEDE

Av. Prof. Mello Moraes, 1235Crusp, bloco F, térreoButantã - São Paulo/SPCEP: 05508-030Telefone: (11) [email protected] de segunda a sexta-feira das 13h às 23h

FACEBOOK

facebook.com/acordacruspfacebook.com/amorcrusp.crusp

Você pode enviar material para ser publicado neste jornal:[email protected]

Metérias assinadas não necessariamente refletem posições desta gestão

Ufa... Demorou um pouco, um mês, mas finalmente ges-tamos o primeiro grito impres-so de “Canalha” da gestão “Acorda, Crusp!”. “Canalha” era um dos dois nomes que tínhamos propostos, quan-do escolhemos “Retomada” para nomear o coletivo que formamos em 2012. Em 2013 propusemos à gestão “Crusp Popular” o lançamento de um jornal e qual não foi nossa gra-ta surpresa que o nome esco-lhido tenha sido “Canalha!” ;) Eis aqui o quarto número. Es-peramos que este jornal sirva cada vez mais como instru-mento de debate e ampliação das vozes sociais, políticas, literárias, críticas, plásticas e satíricas do Crusp.

Neste número, publicamos a matéria “K e L: a cultura au-toritária permanece”. Se tem uma pauta que unifica hoje todo o movimento estudantil é a defesa intransigente de um política ainda inexistente de acesso e permanência estu-dantil. Não há estudos, não há avaliações, não uma política de vergonha que garanta qua-lidade aos estudos dos bravos que conseguiram vencer as barreiras sociais impostas aos estudantes pobres, especial-mente os negros, e sem con-

dições de custear seu acesso e permanência na universi-dade. O que temos hoje são gambiarras de uma política e não mais do que isso. Mas há algo novo no ar. Estamos ven-do vários grupos se formando em vários cursos e no Crusp, que estão se mobilizando, por um lado, e, por outro, levan-tando dados, fazendo estudos e elaborando uma política de permanência que a burocra-cia universitária não elabora porque não lhe interessa.

Não vamos tolerar mais a permanência de uma arrogân-cia autoritária, porque é ela que impede a permanência que defendemos: dos estu-dantes negros, negras, de fa-mílias pobres, historicamente injustiçados, incluídos sempre marginalmente, seja na socie-dade como um todo, seja na USP. Não esperamos nada de cima pra baixo. Abrindo cami-nho à vida cá embaixo, mina-mos estruturas excludentes, construímos a nossa história, com um pé no sonho e o outro no chão, e fazemos despen-car dos céus os que se acre-ditavam senhores do nosso destino. Acorda, Crusp! “So-nho que se sonha só é só um sonho que se sonha só, mas sonho que se sonha junto...” ;)

Editorial

Página 3- Estudante preso em Tremembé - Pra que e por que greve de estudantes? Página 4- Avança a repressão : Fábio Hideki e Rafael Marques continuam presos Página 5 Notas

Página 6- K e L: a permanência da cultura autoritária

Página 7- Alimento distribuídos. E agora?

Página 8- De frente com o assistente- Coseas largou a sala das crianças

Página 9- Estudantes pobres humilhados na Odonto- Ex-diretor sumiu com projeto da Amorcrusp- Assistentes sociais impedem a solicitação de vagas para pós-graduação

Página 10- Cadeirantes reclamam: Elevadores no Crusp não funcionam - Bicicletas

Página 11- Reintegração de Posse Unifesp- Prestação de contas - Troca- Troca

Página 12 Falácias Reitoreiras

Página 14 Receitas

Página 16 Rapidinhas

Índice

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Pra que e por que greve de estudantes?Muitas vezes nos deparamos

com o seguinte questionamen-to: se estudantes não produ-zem nenhuma mercadoria ou serviço, por que fazer uma gre-ve estudantil? Quem, além dos próprios estudantes, são afeta-dos pela greve?

O método da greve surge no movimento operário como uma forma de luta que pressiona o patrão a atender as reivindica-ções dos trabalhadores ao cus-to de se parar a produção de mercadorias de onde o capita-lista tira seu lucro. Em meio aos estudantes, tal função perde o sentido.

Os estudantes fazem gre-ve, pois enquanto existe aula é muito difícil de se realizar as manifestações massivas. Como ir em uma passeata no dia de hoje, se ao final do dia ou ama-nhã tenho que entregar um tra-balho? Como ir cobrar do reitor e do governo o atendimento das nossas reivindicações se estou em meio às provas?

A greve de estudantes serve para liberá-los de suas tare-fas acadêmicas para a luta. É quando as necessidades dos estudantes são ignoradas e atropeladas que o movimento vai à greve. E, justamente pelo

fato da paralisação por si só não afetar diretamente aqueles que detêm o poder da universida-de, que nos momentos de gre-ve há tantas atividades: desde debates de formação sobre as reivindicações, métodos de luta e objetivos do movimento, até as atividades de força, que bus-cam atingir diretamente o fun-cionamento da universidade, ou até mesmo da cidade, com as passeatas, os piquetes, as ocu-pações etc. para que tenhamos a pressão pelo atendimento das reivindicações.

Adriano Lopes

Estudante preso em tremembé: não podemosaceitar aperseguição política e o veto

ao direito de livre manifestaçãoNeste primeiro jornal da ges-

tão, estamos em meio a um brutal ataque ao direito de ma-nifestação. No dia 23 de junho, após a manifestação contra a repressão e pela readmissão dos metroviários e rodoviários demitidos, Fábio Hideki e Ra-fael Marques foram presos e ainda estão detidos. O absurdo é tamanho que a propaganda feita pela polícia e pela grande mídia é de que prenderam os primeiros black blocs.

O SBT lançou uma matéria di-ferenciando os black blocs en-tre os jovens das periferias que executam as ações nos atos e os “mentores” das ações, que estariam espalhados pelas uni-versidades públicas onde ocu-pavam as reitorias. Claramente buscavam imprimir ao Fábio Hidéki o título de líder dos bla-

ck blocs. A matéria utiliza uma gravação da ocupação da rei-toria de 2011 quando todos que entraram no prédio estavam com o rosto coberto. Busca-vam colocar tal atitude como uma ação black bloc, o que é anacrônico, pois os black blocs no Brasil surgiram com as ma-nifestações de junho de 2013 e não dois anos antes.

Essa propaganda grotesca traz um vínculo com a USP que liga tal perseguição diretamen-te ao CRUSP. A ocupação foi o método utilizado para conseguir todas as vagas que temos hoje aqui na moradia. Até mesmo o A1 só saiu do papel por pres-são da ocupação da reitoria de 2007. Ou seja, se prenderam de modo absurdo o Fábio, nós não estamos nem um pouco ilesos de tal arbitrariedade. Nossa luta

pelo direito à moradia, nossa reivindicação de devolução dos blocos K e L e tantas pautas es-pecíficas (como a internet) es-tão sim sendo atacadas quando em um movimento reivindica-tório prisões acontecem como aconteceram.

Nós, cruspianos devemos lutar pelo nosso direito de lu-tar, nosso direito de reivindi-car, nosso direito de ir às ruas para impor aos governos e à burocracias universitárias a conquista das nossas reivindi-cações. Se não combatermos hoje a repressão, fortalecemos o autoritarismo do Estado e amanhã estaremos fragilizados para conquistar nossas tão ele-mentares reivindicações.

Pelo livre direito de manifestação!

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Avança a repressão: Fabio Hideki e rafael marques continuam presos!

A perseguição política aos movimentos sociais tem se agudizado. Não têm movimen-to social que se levante e não esbarre no cerco policial. O Estado tem colocado contra as manifestações um efetivo policial gigantesco, chegando a ultrapassar o número de ma-nifestantes. Chegou até ao ab-surdo de mandar centenas de policiais da tropa de choque e da cavalaria para cercar um de-bate que aconteceria contra a repressão na praça Roosevelt e ainda prender dois advoga-dos e mais cinco outros mani-festantes.

Um pequeno histórico dos últimos fatos da perseguição política nos mostra a gravidade da repressão:

• A polícia tem ido fre-quentemente a casa de inte-grantes do MPL (Movimento Passe Livre) e tentado obrigá--los a prestar depoimento so-bre as manifestações que têm organizado, com o claro intento de coibi-los.

• O processo contra os 72 estudantes presos na reinte-gração de posse da reitoria em 2011, que estava parado voltou a caminhar.

• Os estudantes que fo-ram presos na “Moradia Reto-mada”, ocupação do térreo do bloco G do CRUSP (onde hoje é alojamento e algumas salas e auditório), estão com o pro-cesso correndo. Uma parte de-les não aceitou a suspenção condicional do processo (que em poucas palavras é uma pu-nição antecipada, que inclusive amarra os estudantes a não mais participar das atividades

políticas em troca de não terem sua “ficha suja”).

• Os estudantes da Uni-fesp de Guarulhos que sofre-ram reintegração de posse da diretoria acadêmica quando lutavam pelas mínimas condi-ções de infraestrutura do cam-pus foram sentenciados como criminosos.

• A greve dos rodoviários pelas reivindicações salariais contou com mais de 20 demis-sões.

• A greve dos metroviá-rios, também com a pauta sa-larial, e que foi brutalmente re-primida com a tropa de choque indo por dentro das estações para dissolver os piquetes, con-tou com mais de 40 demitidos.

• Dois manifestantes (Fá-bio Hideki e Rafael Marques) foram presos após uma ma-nifestação contra a repressão policial e a Copa do Mundo e ainda se encontram detidos.

• Ao menos 19 manifes-tantes do Rio de Janeiro foram presos e levados a penitenciá-rias.

Esse breve histórico nos mos-tra como os movimentos sociais reivindicatórios têm sido crimi-nalizados. É importante notar que a punição e a perseguição aos lutadores são, na verdade, um ataque contra as reivindica-ções, contra as bandeiras que estes movimentos levantam.

A crise econômica têm feito o Estado e os capitalistas corta-rem “gastos” (leia-se cortar di-reitos e empregos, e não cortar o lucro dos capitalistas). Não é por menos que vemos as gre-ves em defesa dos salários e as demissões acontecendo.

Mesmo agora na USP há uma forte greve dos funcionários devido ao reajuste salarial de 0%, que significa arrocho sala-rial em meio à alta do custo de vida.

A perseguição política e o ataque aos movimentos é a tentativa de impor os ataques às condições de vida, que sen-timos claramente na universi-dade com o corte de bolsas e a não contratação dos professo-res e funcionários necessários para o funcionamento da uni-versidade.

A prisão de Rafael Marques e Fábio Hideki

Após a manifestação de 23 de junho, que contava com uma re-lação de mais de três policiais para cada manifestante, alguns “P2” (policiais infiltrados no mo-vimento) detiveram Hideki no metrô Consolação. Minutos an-tes, Rafael Marques também estava sendo preso do lado de fora da estação. Os manifestan-tes, do lado de fora, tentaram impedir que Rafael fosse preso. Foram recebidos com bombas e balas de borracha do choque e ainda foram aterrorizados com dois tiros para o alto da arma de fogo de um policial. Do lado de dentro, a tentativa de não deixar levar o Fábio foi coibida com a entrada da tropa de choque dentro do metrô.

A propaganda contra eles, fei-ta pelo secretário de segurança Fernando Grella, foi a de que eles eram “lideres dos black blocs”. O SBT chegou até a fa-zer uma distinção entre os bla-ck blocs, dizendo que há dois

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tipos: os jovens das periferias que realizam as ações nos atos e os mentores intelectuais que estão espalhados pelas univer-sidades públicas e ocupam as reitorias. Na mesma matéria, o SBT mostrava o vídeo da ocu-pação da reitoria de 2011, que mostrava os estudantes en-trando com a cara mascarada (buscando claramente fazer um ligação anacrônica com os bla-ck blocs). A todo custo a grande mídia busca o apoio para a le-gitimação das prisões.

Fábio Hideki está no presidío de segurança máxima do Tre-membé. O pedido de habeas corpus foi negado pelo Tribunal de Justiça e todos os artifícios jurídicos que poderiam ser usa-dos têm sido negados.

No dia 10 de julho, a polícia foi à casa de Fábio para procurar possíveis provas. Não encon-traram nada e ainda levaram a mãe do preso à delegacia para esclarecimentos.

O irmão de Fábio o vinha vi-sitando (apenas familiares e os advogados podem visitá-lo) e divulgado algumas das cartas escritas por ele. Depois da se-gunda carta, agentes penitenci-ários passram a impedir a saí-da das cartas.

Lutar pelo direito de lutar

As prisões são um ataque a todos aqueles que se manifes-

tam e às suas reivindicações. Por isso, todos os movimentos sindicais e sociais devem res-ponder de forma unitária nas ruas, levantando mais alto as bandeiras pelas quais os com-panheiros foram presos e apli-cando os métodos da ação di-reta.

No Crusp não pode ser dife-rente. E é por isso que a gestão “Acorda Crusp” têm buscado compor as manifestações e di-vulgar ao máximo esse luta em defesa de todos aqueles que lutam.

“Na primeira noite eles se aproximam

e roubam uma flordo nosso jardim.E não dizemos nada.Na segunda noite, já não se

escondem:pisam as flores,matam nosso cão,e não dizemos nada.Até que um dia,o mais frágil delesentra sozinho em nossa casa,rouba-nos a luz, e,conhecendo nosso medo,arranca-nos a voz da garganta.E já não podemos dizer nada.”

(excerto do poema “No ca-minho com Maiakóvski”, de Eduardo Alves da Costa, 1935. Obs: Maiakóvski foi um poeta russo “suicidado” no processo de estalinização da URSS.)

NOTAS

> Moradores tentan-do ver jogos da Copa nas salas de vídeo do bloco C e E e não con-seguem. A SAS deu calote na Sky.

> Depois que os mora-dores do Crusp decidi-ram protestar contra a não distribuição de ali-mentos, a SAS decidiu atender à solicitação e libererou os alimentos no dia 13/06.

> Por conta do ato que fizemos no dia 21 de maio, o lixão que per-manecia entre os blo-cos A1 e B foi removi-do e já estamos com o espaço completamen-te livre.

> Cientistas recente-mente conseguiram levar sinal de wi-fi para a Lua. O mistério que ninguém ainda conse-guiu resolver é como levar sinal de wi-fi até o Crusp.

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K e L: a permanência da cultura autoritária

Foi durante a ditadura civil-mi-litar que o Crusp (mas também a USP como um todo) sofreu os maiores ataques. “De 1964 até 1968 o corte de verbas foi da ordem de 86%. Agora, o go-vernador Abreu Sodré acaba de cortar em 92% a verba orçamen-tária destinada aos exercícios de 1968, 69 e 70 da C.U. [Cidade Universitária], reduzindo de 230 milhões de cruzeiros novos para apenas 22 milhões. O ISSU [Ins-tituto de Serviço Social da Uni-versidade] também sofreu redu-ção de 80% no seu orçamento. Para 1968, o déficit é da ordem de 600 mil cruzeiros novos. Os funcionários têm pagamento previsto até os próximos meses. É a falência do ISSU.”i

Da ideia inicial de doze blo-cos com doze andares restou a opção emergencial por um projeto de execução rápida, que ficasse pronta antes dos jogos panamericanos de 1963, para abrigar os atletas. Assim, foram concluídos apenas seis blocos de seis andares: A a F. Dos demais, G a L, foi levanta-do o esqueleto. Terminados os jogos, a universidade não cum-pre a promessa de transformar os alojamentos em moradia es-tudantil e, ainda em 63, os seis blocos são invadidos e ocupa-dos pelos estudantes. Nos anos seguintes é demolido o bloco H, mas não sem resistência. A primeira máquina enviada para por abaixo o prédio é incendia-da pelos moradores, no episó-dio que ficou conhecido como a destruição do “monstro” ou “submarino amarelo”.

Em 67, as vagas já não dão conta da demanda e os candi-datos a moradores do Crusp in-vadem o bloco F, ocupado até então parcialmente pela admi-nistração da universidade, pelo ambulatório médico e por alunos estrangeiros.ii No ano seguinte são expulsos do F por tropas do exército e ocupam, em 68, o blo-co G, onde funcionava o ISSU e onde instalam a sede da UNE e do DCE. No final desse mesmo ano, o prédio da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, na Maria Antonia, é

incendiado e é editado o AI-5. O curso de Letras é transferido para os blocos do Crusp e para as col-meias, construídas com este fim. Seria por provocação política ou pura azaração que as alunas do curso passaram a ser chamadas de “abelhinhas”? O Crusp tem muita história pra contar.

Na década de 70, a reitoria transfere-se para os blocos K e L, derruba os blocos I e J e abre uma rua dividindo o Crusp ao meio.

As “comissões da verdade” instauradas recentemente no país têm escancarado, com provas cabais, que a transição da ditadura à democracia ainda não se completou. Ainda convi-vemos com instituições, práti-cas e protocolos autoritários e criminosos herdados, mantidos e reproduzidos até hoje. Na USP não é diferente. A invasão do Crusp por uma administra-ção com inúmeras denúncias de colaboração com o regime civil-militar ainda não foi rever-tida. Os blocos K e L continuam

ocupados por órgãos burocrá-ticos da universidade enquan-to centenas de estudantes de baixa renda têm seus pedidos de moradia no Crusp negados todo ano porque não há vagas.

A direção do movimento es-tudantil da USP, nomeadamen-te o DCE, por sua vez, apesar de apoiar formalmente a pauta de devolução dos blocos, não tem agido direta e contunden-temente para pressionar a rei-toria a devolver e reformar os blocos. Justamente quando a pauta principal de uma greve, a atual, se apresentou como sendo a exigência de uma po-lítica eficaz de permanência estudantil, sintetizada na devo-lução dos blocos K e L, na im-plementação de cotas raciais e sociais de acesso e o fim das perseguições políticas – com um primeiro passo nesse senti-do -, ao invés de o DCE cumprir seu papel de organização des-ta luta, cumpre o papel oposto. Falas da EACH e do Crusp só são garantidas por exigência e intervenção do plenário, as-sembleias são desmarcadas e remarcadas na véspera até que... estamos já em período de férias, os professores exi-gindo avaliações por email e nossos companheiros do DCE, calados. Sobre o K e L, en-quanto isso, ouvimos falar que há quem defenda, na burocra-cia universitária, transformá--los em moradia. Mas para os cadetes da Academia de Polí-cia instalada ao lado do portão principal da USP, pasmem.

Uma mudança de postura é ne-

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Alimentos distribuídos. E agora?

Há quem compare os prazeres da mesa aos da cama. Desconheço,

porém, na cama, algo que se aproxime do momento em que a gema escorre, dourando

os grãos de arroz.L. F. Veríssimo, citado de memória

Miojo entupindo ralos, sauda-des dos hambúrgueres na últi-ma distribuição –medo de pen-dura no Sweden? – mostram a inépcia culinária de muito crus-piano, e o decorrente risco de perdas, digam-no os ovos que não chegaram aos apês.

Talvez o caso de exigir à SAS cozinheiras terceirizadas, talvez o momento de juntar à experiência universitário-crus-piana alguma destreza ao fo-gão. Aqui vai um quitute fácil, com acompanhamento, usan-do apenas itens distribuídos:

Cuscuz paulista. Em pouco óleo doure 4 coxas de frango, acrescente alho e cebola pi-cados e 1 malagueta da horta, cubra com água e deixe cozer por 20 min. Enquanto isso, coza dois ovos por sete minu-tos após a fervura. Retire as

coxas para esfriar e junte ao caldo um copo de extrato, mis-ture e mantenha em fogo baixo. Decore o fundo de um recipien-te com os ovos em rodelas e ervilhas, as bordas com fatias finas de tomate – elas grudam. Junte ao caldo a carne desfia-da das coxas, ervilhas e farinha de milho (a amarela flocada). Mexa até virar uma pasta uni-forme e verta no recipiente pre-parado. Ficará firme ao esfriar. Desenforme e sirva com salada de repolho ligeiramente refoga-do em pouco óleo, muito alho e sal a gosto.

Refogar é grego? Descascar alho é só um trocadilho? Suges-tões de sítios: http://www.manu-aldomundo.com.br/; http://goo.gl/vkpj4b Não sabe casar os in-gredientes que restam? Google neles! Dos segredos do ovo frito com casquinha ao também fácil boeuf a bourguignon, ao alcan-ce de um clique.

Internet caiu? Pergunte ao vizinho cozinheiro, mesmo que vocês não se biquem: quem gosta de cozinhar quase sempre

gosta de falar de comida e seu preparo. E que a greve seja um adeus ao miojo e outras coisas com gosto de embalagem.

Patrício Moreno

cessária por parte da direção do movimento estudantil para que os blocos K e L voltem para o Crusp. Não se pode esperar nada de se-nhores titulares de casa grande, que parecem ver o Crusp como uma espécie de “senzala” maldi-ta, algo como uma “dependência de empregada” incômoda e inde-sejável. Não fosse assim, os ser-viços prestados no Crusp teriam a memsa qualidade das depen-dências mais nobres da “melhor universidade”. Vide a qualidade da internet, os quartos cheiran-do a esgoto, as fiações pegando

fogo, as mangueiras de incên-dio sem bocal, as infiltrações e entupimentos, as pias, portas e batentes caindo aos pedações, as salas de estudo sem nenhu-ma infra-estrutura, a péssima qualidade dos fogões instalados há não muito tempo e a lista vai linda e longa...

Leandro Paixão,subdiretor da Amorcrusp

_____i Jornal “Vanguarda”, edição de

maio de 1968. Era da o jornal da

AURK (Associação de Uni-versitários Rafael Kauan), pre-decessora da

Amorcrusp.ii Fonte desta e outras infor-

mações usadas neste artigo:http://www.crusp68.org.br,

acessado em 22/06/2014.iii BARROS, Lídia Almeida.

“A toponímia oficial e espontâ-nea na

Cidade Universitária – cam-pus Butantã da USP”, Revista USP, São Paulo,

n. 56, dezembro/fevereiro 2003-2004.

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de frente com a assistente

Sabe aquelas histórias de corredor que ouvimos sobre as situações vividas por quem procurou a assistência social? Esta coluna é um espaço para todos aqueles que desejem relatá-las. Conte a sua! (Não é necessário identificar-se no texto).

Parecer técnico

Se alguém tivesse me avisa-do antes sobre o ‘parecer técni-co’ das assistentes sociais, eu não teria ido fazer minha entre-vista com aquele visual meio punk.

Quando entrei na USP, co-nheci uma pessoa que me hos-pedou ‘regularmente’. Partici-pei do processo seletivo para a vaga. O resultado foi negativo. Ao questionar o veredicto, mi-nha assistente social me disse que meu pai era bancário, e que com o auxílio-moradia – R$

200,00 na época – mais uma ajuda da família, eu poderia pa-gar o aluguel. Só que eu tinha entregado na assistência social sete certidões de nascimento além da minha, minha mãe não trabalha e a única renda de 10 pessoas era a do meu pai, ban-cário – e não banqueiro.

Sem conseguir a vaga e com a pessoa que me hospedou me expulsando por conta dis-so, cogitei ficar na sala da as-sistência social mostrando que eu não tinha como ir para ou-tro lugar – penso hoje que é o que eu deveria ter feito – mas a ideia foi aplacada por uma ami-ga que disse: ‘Vamos pegar o auxilio e tentar alugar um lugar juntas’.

Alguns meses depois a ten-tativa mostrava sua impossibi-lidade. Fui morar ‘de favor’ em uma quitinete no centro. Quan-do o favor já tinha virado folga, apareci no crusp desesperada

atrás de alguém que pudesse me hospedar.

Encontrei alguém que me hospedou por quase 3 anos ‘irregularmente’. Continuei par-ticipando dos processos seleti-vos e, ao fim do meu 4º ano de curso, a assistente social me chamou ‘para conversar’ e dis-se: ‘Mas você é hóspede irre-gular no bloco tal, apartamen-to tal’, ao que respondi: ‘Sou sim e não vou sair de lá. Você acha mesmo que se eu tivesse condições de morar em outro lugar eu ia vir aqui conversar com você?’. Como mágica, na 3ª chamada do processo sele-tivo daquele ano, eu ‘ganhei’ a vaga. A minha pontuação socioeconômica era a mesma desde o meu 1º ano. Então, o que mudou? O ‘parecer técni-co’ da assistente?

Contribuição anônima

A Amorcrusp paga há três anos as bol-sas dos monitores da salinha das crian-ças porque a Coseas resolveu cortá-las. A universidade quer cortar a assistência e a alternativa para isso foi assumir esses gastos pela Amorcrusp. Não vamos acei-tar o fechamento da salinha e vamos exi-gir da SAS, antiga Coseas, a devolução de todo o dinheiro gasto pelos moradores do Crusp para manter o projeto. Que a SAS assuma imediatamente o pagamento dessas bolsas.

Ivan Conterno

Coseas largou asala das crianças

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Estudantes pobreshumilhados na odonto

Os alunos de odontologia precisarão desembolsar cin-co mil reais para compra de material para o segundo se-mestre. Esse é o orçamento baixo, do material mais bara-to. No ano passado, um aluno desistiu do curso por não ter como pagar esse valor. Mais alunos não terão como juntar esse dinheiro esse ano.

Durante o curso todo, o aluno gasta pelo menos 24 mil reais com material. Os pouquíssimos estudantes do Crusp e de baixa renda em geral precisam se humilhar para tentar arrecadar todo esse dinheiro e e m geral não conseguem. A universi-dade não financia uma coisa que é essencial para a conti-nuidade do curso.

Ao apelar por algum au-xílio, os estudantes ouvem coisas como “mas você não sabia que esse curso é para gente rica?”, ou que quem é pobre deve “batalhar” se realmente quer continuar o curso. No primeiro semestre do curso é impossível que um estudante junte todo esse dinheiro, mesmo “ra-lando”, como querem. Não há nem tempo para acom-panhar o curso e trabalhar ao mesmo tempo.

Para quem não veio dos colégios da elite, não é per-mitido estudar odontologia na USP. Essa é mais uma exigência absurda que im-pede o acesso da maioria da população à universidade pública.

Ex-diretor sumiu com projetor da Amorcrusp

A pergunta que não quer calar: onde estão o projetor e a aparelhagem de som da Amorcrusp? Um patrimônio dos estudantes no valor superior a quatro mil reais.

A gestão anterior da Amorcrusp sumiu com nossos equi-pamentos. Não houve em nenhum momento, nem no de-bate para as eleições e nem nas assembleias, esclareci-mentos sobre o sumiço.

A associação terá que investir novamente na compra desse material. A sabotagem contra a Amorcrusp é a sa-botagem contra todos os moradores que poderiam fazer uso do equipamento para exibição de filmes, festas, deba-tes e mostras.

Ivan Conterno

Assistentessociais impedem a solicitação de

vagas para após-graduação

Diversos pós-graduandos nos denunciam que a SAS nega mora-dia alegando o fim do prazo de ins-crições. No entanto, grande parte dos cursos de pós-graduação emi-tem o número USP aos alunos fora desse prazo.

A burocracia da universidade é intransigente, mas desconexa. Isso serve para falsear o número de solicitantes das vagas de mo-radia. A moradia na universidade é necessária pois esses cursos exi-gem dedicação total.

Diante disso, obviamente são os estudantes que deveriam se-lecionar entre si os moradores do Crusp, verificando todos os casos sem esses impedimentos burocrá-ticos. A tarefa da SAS é a de cons-truir mais vagas e não impedir as inscrições.

Ivan Conterno

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Cadeirantesreclamam:

elevadores no Crusp

não funcionam

Os moradores portadores de deficiência procuraram a Amor-crusp reclamando dos elevado-res e da falta de acessibilidade nos prédios do Crusp. Um ofí-cio foi enviado para a ouvidoria da SAS, mas a ouvidoria pede para que esse pedido seja en-viado para o Ministério Público, se isentando da responsabilida-de. Muita burocracia para pouca ação.

Quando quebram, os elevado-res do Crusp ficam sem funcio-nar por semanas. Há um total descaso com os moradores, em especial com os que não tem outra alternativa e precisam dos elevadores. Existem apenas 12 vagas para portadores de defici-ência no bloco A1. Precisamos de mais blocos e com elevado-res funcionando e isso é urgen-te.

Já temos dois blocos do Crusp que estão sendo usados pela administração da universidade para abrigar bancos entre outros órgãos que não deveriam estar ali. Temos os térreos do bloco G e do bloco E, que poderiam abrigar cadeirantes, mas estão sendo usados pela SAS e pelo banco Santander.

Ivan Conterno

bicicletas: é preciso que auniversidade garanta

este meio de locomoção.

São diversos os lugares onde há projetos de em-préstimos de bicicletas para a locomoção das pessoas, a exemplo do metrô. Porém no CRUSP, onde as bicicle-tas vão além da simples ne-cessidade de passeio, a uni-versidade se negar a fazer qualquer coisa. A Amorcrusp acabou por comprar bicicle-tas e emprestá-la aos mora-dores. Apesar de com isso haver uma alternativa a uma parcela dos estudantes, há aí uma inversão de papeis: quem deve garantir os ser-viços ligados à permanência estudantil é a universidade, não as entidades de organi-zação da luta.

A Amorcrusp deve servir para que os moradores se articulem para cobrar da uni-versidade aquilo que lhes é necessário, não para substi-tuir o papel da universidade. Precisamos avançar nossa organização, porque enquan-to nossos esforços estiverem voltados à substituição e não à cobrança, pouco podere-mos fazer e em quase nada avançaremos em relação às nossas necessidades.

Essa mesma questão está ligada diretamente a outros pontos, como as máquinas de lavar, as salinhas das crianças e até mesmo à US-Pão. Isso só mostra a neces-sidade de avançarmos nos-sa luta.

Garantir o serviço não sig-nifica controlá-lo

Muitas vezes vemos uma falsa polêmica ser levantada quanto ao controle da SAS. Queremos nós fazermos os serviços de manutenção ou queremos que a universidade contrate funcionários para fa-zer tais tarefas?

Ter funcionários fazendo os serviços não implica que deva ser a burocracia quem contro-la a orientação politica geral de tais atividades. O que pre-cisamos entender aqui é que é preciso varrer com a buro-cracia que controla a universi-dade e transformar o que hoje é a SAS em mera zeladoria, tomando pra nós o poder de decisão, criando nossa estru-tura de poder democrática.

Adriano Lopes

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A justiça acaba de condenar 27 estudantes da Unifesp de Guarulhos por desobedecerem a ordem judicial de reintegra-ção de posse. A condenação é de 15 dias de detenção ou o pa-gamento de R$ 724,00 por pes-soa, totalizando R$ 19.548,00.

O caso se deu em 06 de junho de 2012 quando os estudantes em greve ocupavam a diretoria acadêmica pelo atendimento de suas reivindicações, sendo

uma delas a construção de um prédio definitivo da universi-dade (a Unifesp de Guarulhos não possui estrutura física para as aulas).

Entendemos que essa conde-nação é direcionada ao conjun-to do movimento que se levan-tou em defesa da universidade pública contra os ataques re-pressivos e privatizantes apli-cados pelos governos. Trata--se de mais uma criminalização

aos movimentos sociais.O Comitê Estadual de Luta

Contra a Repressão está em campanha financeira junto às entidades estudantis , sindicais e populares pelo pagamento da condenação porque defende-mos uma ação unitária de todos os movimentos sociais contra os ataques do Estado policial.

Comitê Estadual de Luta Contra a Repressão

TROCA-TROCAPessoal, lembrem-se que sempre pode ter alguém precisando de algum alguma coisa que você possa ter sobrando. Não deixe nada parado na sua estante. Ofereça, peça, troque, faça e acon-teça tanto com os alimentos quanto com outras coisas que você possa fazer escambo

Use a página https://www.facebook.com/TrocaTrocaDoCrusp pra isso!

reintegração de Posse unifesp

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Mensagem enviada pelo ga-binete do reitor afirma que “apesar das dificuldades finan-ceiras enfrentadas pela USP, o Conselho Universitário aprovou proposta do reitor de manter os recursos para os progra-mas de permanência estudan-til. De fato, vou trabalhar para expandi-los.” Essa informação não bate com a realidade dos moradores do Crusp, que ain-da antes da greve começaram a sentir na carne os cortes. Não há peças novas para conserto de vazamentos d’água e curto--circuitos na instalação elétrica dos apartamentos. Os funcio-nários são obrigados a fazer gambiarras que estão minando o Crusp. As mangueiras de in-cêndio - temos denunciado há bastante tempo - não funcio-nam. A internet a cabo prome-tida não veio e a wi-fi precisaria ser quadruplicada pra atender de forma satisfatória os quase dois mil moradores que preci-sam de uma infra-estrutura de vergonha pra pesquisar, es-tudar, escrever seus projetos, artigos, dissertações, teses. O morador do Crusp, de origem humilde em sua maioria, é tra-tado de forma “diferenciada” em relação aos demais estu-dantes da USP. Isso é inadmis-sível. Isso é, na verdade, mais do que inadmissível: … crime. … crime tratar de forma discri-minatória pessoas originárias de famílias negras e pobres em porcentagem muito acima da média da universidade. Espe-ramos que a reitoria e a supe-rintendência de assistência so-cial passem a disponibilizar ao

estudante morador do Crusp a mesma eficiência dos serviços prestados nas melhores facul-dades da USP, ao invés de se

utilizar da artimanha da falácia, anunciando melhorias, quando, na prática, serviços e bolsas tem sido cortados.

Falácias reitoreiras

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receitasBolo de milho (Vegano)

É inverno em SP e isso me lembra festa junina e julina! Desde de que me entendo por gente no nordeste nunca vi um arraiá não tenha o bolo mais gostoso de todos, BOLO DE MILHO! Mas parece que o pessoal anda meio preguiçoso e anda fazendo com farinha de milho. Vamos dar a receita de um bolo feito direto do milho! E mais legal ainda, totalmente livre de ingredientes animais,

pois assim Veganas e Veganos também comem!

Ingredientes: 2 xícaras de fa-rinha de trigo, 1 colher de so-bremesa de fermento em pó (se quiser mais fofim coloca mais uma), 4 espigas de mi-lho, 1 pacote de coco seco ra-lado (sem açúcar, claro!) ou o equivalente a 1 coco fresco, 1 xícara de açúcar demerara (no caso do refinado pode por um pouquim mais! Porém o gosto do demerara é maravilhas!), 1/2 xícara de oleo e 1 vidro de leite de coco (500 ml).

Preparo:Antes de começar tudo, deixe

o coco ralado de molho no leite de coco para ele pegar um pou-co de consistência e não ficar seco. Com excessão da fari-nha de trigo bata tudo no liqui-dificador até ficar uma mistura bem homogênea, misture com farinha até ficar bem homogê-nea. Unte uma forma com óleo + farinha e meta no fogo baixo--médio por aprox 40min e ficar observando até ficar legal!

Fácil, barato e rápido!Agora é só encher o buxo!Roberto (Ceará)

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receitasBolo de chocolate/prestígio (Vegan)

É galera, parece que o frio chegou forte! Algum sempre muito gostoso para isso se chama CHOCOLATEEEE!!! Vamos passar uma receita de um bolo que tem 100% de aprovação (mais de 100 pes-soas já comeram!), é de CHO-COLATE e totalmente Vegano, ou seja, sem nada de origem animal sendo mais saudável e permite que xs veganas e ve-ganos comam =)

Massa: 2 e ½ xícaras de fa-rinha de trigo com fermento, ½ xícara de polvilho doce, 1 colher de sopa de de fermento químico (se quiser mais fofo, coloca mais ½ ), ¾ xícara de cacau em pó (zona cerealista é muito mais barato!), 1 colher de chá de sal, 2 xícaras de água mineral morna, 2 colhe-res de chá de vinagre de vinho branco ou de maçã, 1 e ¾ de xícara de açúcar demerara, 3⁄4 de xícara de óleo

Preparo: Unte uma forma (óleo + farinha) e reserve. Junte os ingredientes secos (com exceção do açúcar) dei-xando-os com uma aparência defarinha homogênea. Dis-solva o açúcar na água mor-na (panela no fogo! Cuidado para não ferver). Junte a água com açúcar aos ingredientes secos, depois oóleo e o res-tante dos ingredientes líqui-dos. Aqui você pode “brincar” com a massa colocando coco ralado ou canela ou aveia ou banana ou etc. Coloque na

forma e leve ao forno pré--aquecido, à 190°C (baixo!) por aproximadamente 40 mi-nutos (normalmente é mais!). Espere esfriar um pouco e corte a massa ao meio com o auxilio de uma linha.

Obs: A quantidade de fer-mento você pode colocar mais ou menos dependendode quão denso você quero bolo. Essa receita usa polvilho e isso faz ele ficar um tanto den-so, mas não pesado. É impor-tante usar o cacau porque ele dá mais gosto para o bolo e não vem com açúcar como os chocolates em pó e achocola-tados e apesar de ser um pou-co mais caro ele rende muito mais. Por fim, o açúcar pode ser qualquer, mas o demerara eu acho melhor por dois moti-vos: ele tem um gosto bem for-te mais próximo da rapadura e não é refinado (cuidado vene-no! Rs!). Você pode colocar um pouco do coco ralado na mistura da massa, mas isso dificultará um pouco na hora de cortar ao meio, então faça com moderação!

Recheio de coco: 1 vidro pequeno de leite de coco, 50 gramas de coco ralado seco não adocicado, 1 caixinha de creme de leite de soja ou ½ vidro de leite de coco, ½ xí-cara de açúcar demerara, 2 colheres de sopa de amido de milho diluído no leite de coco

Preparo: Com antecedência deixe o coco ralado misturado com o leite de coco (isto fará q ele umedeça o coco) e mis-ture o creme de soja ou o leite

de coco restante no amido de milho. Misture no fogo o coco ralado com o açúcar e mexa até notar que o coco está mo-linho e o açúcar já diluiu bem (algo aproximadamente 5 mi-nutos). Por fim, coloque amis-tura de amido + leite de coco/creme de soja e misturando até engrossar e ficar soltan-do as bordas da panela. De-pois reserve na geladeira por aproximadamente 3 horas ou no congelador por menos tempo se não tiver tempo útil. Misturar quando for colocar no bolo.

Observações:O coco ralado é melhor o seco e não ado-cicado, pois os outros levam açúcar (se não adoçante que é pior) e acho que é umede-cido não natural. Você pode trocar o creme de leite de soja por mais quantidade de leite de coco, acho até que fica melhor :-)

Cobertura: 1 caixa (200 ml) de creme de soja (ou leite de coco com amido diluído), 1 Barra de chocolate amargo vegano (o da arcor é!), 50g de coco ralado

Preparo: Misture tudo na pa-nela e leve no fogo baixo até ficar consistente.

A receita é longa, mas é MUITO mais fácil de fazer do que um bolo de chocolate tra-dicional e fica demais!!

Agora é só encher o buxo!Roberto (Ceará)

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Moradores frustraram-se ten-tando assistir a alguns jogos da Copa: a SAS deu calote na Sky e deixou o sistema fora do ar.

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Foi noticiado que cientistas conseguiram recentemente en-viar sinal wi-fi de internet até a Lua. O mistério que ninguém ainda conseguiu resolver é como levar o sinal até o Crusp.

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A trupe de teatro La Barra-ca vai dar oficinas de palhaço na sala 51 a partir deste mês. Estamos vendo com eles a viabilidade de apresentarem no Crusp, no final do ano, um espetáculo de rua contemplado com a lei do fomento.

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Você tem tido bons sonhos ultimamente? Esperamos que sim... Documentos internos da SAS revelam que a caminha

de solteiro em que você dorme pode ter custado a “bagatela” de R$ 917,70 aos cofres da universidade. Sim, a unidade. O guarda-roupa? R$ 2.620,00 cada um... Tá sacando por que estão tendo que cortar bolsas, salários e contratações?

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Ex-diretor da Amorcrusp su-miu com o projetor da entidade. Estamos fazendo os cine-de-bates com projetores empres-tados. Um novo custa dois mil reais. Ele também levou a apa-relhagem de som da Associa-ção pra uma “manutenção” (de R$ 900,00) na cidade de Cotia, onde reside. Como o projetor, também não devolveu o som. Segundo ele, a aparelhagem foi apreendida pela polícia.

***** Estudantes da pós-gradua-

ção recém-chegados ao Crusp estão comendo o pão que o diabo amassou. A SAS está

impedindo a entrada deles nos alojamentos. Enviamos ofício (pelo mesmo canal por onde enviamos os pedidos semanais de liberação dos alimentos) nos oferecendo para interme-diar emergencialmente a en-trada deles nos alojamentos. Até agora, silêncio absoluto por parte da SAS. Parece que vamos ter que fazer um pouco mais de barulho.

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As bicicletas estão voltando. Assim que tomar uma empres-tada e começar a andar, verifi-que de saída se está tudo em cima: freios, correia, pneus... Se perceber qualquer coisa fora do lugar, devolva-a ime-diatamente e cancele o em-préstimo, informando o que está quebrado. Vamos manter um controle mais rigoroso pra que as bicicletas estejam sem-pre disponíveis pra quebrar aquele galho na hora do aper-to ou pra dar aquela relaxada pelo campus.

rapidinhas