canal da imprensa - 81

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Jornalismo que preserva Raphael Vaz O jornalismo é por si só, uma profissão dinâmica e essencialmente factual. Cabe ao profissional da imprensa cobrir de forma contundente os acontecimentos que compõe a história da sociedade em que ele está inserido, buscando todas as fontes e subsídios necessários para a composição de um bom artigo ou reportagem. No entanto, também há na profissão a busca pelos fatos do passado. Levantar documentos e relatos de pessoas que estiveram envolvi- dos em determinado assunto, para esquadrinhar um tema ou acontecimento pré-determinado. Foi esta linha que a estudante Milenna Vieira seguiu na confecção de seu livro-reportagem para a apresentação do seu trabalho de conclusão de curso. Intitulado Centro White Brasil 20 anos: Preservando a Memória Adventista, o manuscrito tem como propósito principal “resgatar a história do Centro White do Brasil para poder divulgá-la e, ao mesmo tempo, preservá-la”, como declara a autora. O Centro White do Brasil é uma extensão da organização Patrimônio Literário de Ellen G. White, com sede nos Estados Unidos. Localizado na Região Metropolitana de Campinas, a organização brasileira se propõe a perpetuar a memória da escritora norte-americana Ellen White, através da preservação dos seus manuscritos. Além destes, o centro ainda possui edições completas de periódicos que fazem parte da história da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Reviravolta A idéia original de Milenna não envolvia de forma direta o Centro White. A princípio, a proposta era criar um livro-reportagem que abordasse a história da Revista Adventista, um periódico mensal de caráter informativo e doutrinário. A escritora só iria usar o centro com o objetivo de ter acesso a estas revistas, já que ele possui em seu acervo todas as edições da mesma. Após uma consultoria com Alberto Timm, pastor e ex-professor do curso de Teologia do Unasp, campus Engenhei- ro Coelho, Milenna decidiu mudar o enfoque do seu trabalho e focalizar sua pesquisa no Centro White. Para isso, se uniu a duas colegas com o propósito de criar um videodocumentário que narrasse essa história. No decorrer do trabalho, com a desistência das colegas deste tema, Milenna comprometeu-se com a produção de um livro- reportagem. Composto de 56 páginas, a autora narra como se deu a iniciativa de criar o primeiro centro nos Estados Unidos e como foi o processo de extensão deste centro para o Brasil. Em seguida, aborda a história do centro nacional, os oficiais que estiveram à frente da organização, além da dinâmica e extensão que a instituição pretende alcançar. Ela conta também sobre o acervo que o centro possui, a extensão deste em forma de minicentros espalhados pelo País e a intenção da preservação da memória adventista pelos centros. Para finalizar o livro, Milenna publica uma entrevista com o diretor do Centro de Pesquisas Ellen G. White do Brasil, Renato Stencel. Apontamentos pessoais Segundo a estudante, um dos principais motivos que a incentivou a escolher este tema foi a falta de conhecimento histórico das pessoas que convivem ou mesmo que freqüentam o centro. “Há muitas pessoas que vivem num determinado lugar e nem sabem a história daquele local”, explica. Avaliando de forma crua o resultado final do seu trabalho, ela acredita que poderia ter rendido mais e atribui a sua principal dificuldade durante a composição do livro à tradução de material. Durante os quatro meses que es- teve envolvida na produção do manuscrito, Milena destaca como maior crescimento pessoal o aperfeiçoamento da produção textual. “Para escrever não basta falar bem. Tem que se levar em conta o estilo do texto”, pontua.

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Jornalismo que preserva

Raphael Vaz

O jornalismo é por si só, uma profissão dinâmica e essencialmente factual. Cabe ao profissional da imprensa cobrir de forma contundente os acontecimentos que compõe a história da sociedade em que ele está inserido, buscando todas as fontes e subsídios necessários para a composição de um bom artigo ou reportagem. No entanto, também há na profissão a busca pelos fatos do passado. Levantar documentos e relatos de pessoas que estiveram envolvi-dos em determinado assunto, para esquadrinhar um tema ou acontecimento pré-determinado.

Foi esta linha que a estudante Milenna Vieira seguiu na confecção de seu livro-reportagem para a apresentação do seu trabalho de conclusão de curso. Intitulado Centro White Brasil 20 anos: Preservando a Memória Adventista, o manuscrito tem como propósito principal “resgatar a história do Centro White do Brasil para poder divulgá-la e, ao mesmo tempo, preservá-la”, como declara a autora.

O Centro White do Brasil é uma extensão da organização Patrimônio Literário de Ellen G. White, com sede nos Estados Unidos. Localizado na Região Metropolitana de Campinas, a organização brasileira se propõe a perpetuar a memória da escritora norte-americana Ellen White, através da preservação dos seus manuscritos. Além destes, o centro ainda possui edições completas de periódicos que fazem parte da história da Igreja Adventista do Sétimo Dia.

Reviravolta

A idéia original de Milenna não envolvia de forma direta o Centro White. A princípio, a proposta era criar um livro-reportagem que abordasse a história da Revista Adventista, um periódico mensal de caráter informativo e doutrinário. A escritora só iria usar o centro com o objetivo de ter acesso a estas revistas, já que ele possui em seu acervo todas as edições da mesma.

Após uma consultoria com Alberto Timm, pastor e ex-professor do curso de Teologia do Unasp, campus Engenhei-ro Coelho, Milenna decidiu mudar o enfoque do seu trabalho e focalizar sua pesquisa no Centro White. Para isso, se uniu a duas colegas com o propósito de criar um videodocumentário que narrasse essa história. No decorrer do trabalho, com a desistência das colegas deste tema, Milenna comprometeu-se com a produção de um livro-reportagem.

Composto de 56 páginas, a autora narra como se deu a iniciativa de criar o primeiro centro nos Estados Unidos e como foi o processo de extensão deste centro para o Brasil. Em seguida, aborda a história do centro nacional, os oficiais que estiveram à frente da organização, além da dinâmica e extensão que a instituição pretende alcançar. Ela conta também sobre o acervo que o centro possui, a extensão deste em forma de minicentros espalhados pelo País e a intenção da preservação da memória adventista pelos centros. Para finalizar o livro, Milenna publica uma entrevista com o diretor do Centro de Pesquisas Ellen G. White do Brasil, Renato Stencel.

Apontamentos pessoais

Segundo a estudante, um dos principais motivos que a incentivou a escolher este tema foi a falta de conhecimento histórico das pessoas que convivem ou mesmo que freqüentam o centro. “Há muitas pessoas que vivem num determinado lugar e nem sabem a história daquele local”, explica.

Avaliando de forma crua o resultado final do seu trabalho, ela acredita que poderia ter rendido mais e atribui a sua principal dificuldade durante a composição do livro à tradução de material. Durante os quatro meses que es-teve envolvida na produção do manuscrito, Milena destaca como maior crescimento pessoal o aperfeiçoamento da produção textual. “Para escrever não basta falar bem. Tem que se levar em conta o estilo do texto”, pontua.