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Procedimento de AIA ao “Campo de Golfe de Santa Maria” - Parecer Final 1/54 PROCEDIMENTO DE AVALIAÇÃO DE IMPACTE AMBIENTAL CAMPO DE GOLFE DE SANTA MARIAFASE DE ESTUDO PRÉVIO PARECER FINAL DA COMISSÃO DE AVALIAÇÃO

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Procedimento de AIA ao “Campo de Golfe de Santa Maria” - Parecer Final 1/54

PROCEDIMENTO

DE AVALIAÇÃO DE IMPACTE AMBIENTAL

“CAMPO DE GOLFE DE SANTA

MARIA”

FASE DE ESTUDO PRÉVIO

PARECER FINAL DA COMISSÃO DE AVALIAÇÃO

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Procedimento de AIA ao “Campo de Golfe de Santa Maria” - Parecer Final 2/54

ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO ----------------------------------------------------------------------------- 3

2. DESCRIÇÃO DO PROJETO E ALTERNATIVAS CONSIDERADAS -------- 4

2.1. OBJETIVOS, JUSTIFICAÇÃO E DESCRIÇÃO DO PROJETO ------------------------ 4

2.2. PROJETOS ASSOCIADOS E COMPLEMENTARES ----------------------------------- 5

2.4. ALTERNATIVAS CONSIDERADAS ---------------------------------------------------- 6

3. SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA, IMPACTES, E MEDIDAS POR

PROPOSTAS POR FATOR AMBIENTAL ---------------------------------------- 6

3.1. CONSIDERAÇÕES ---------------------------------------------------------------------- 6

3.2. ENQUADRAMENTO CLIMATOLÓGICO ---------------------------------------------- 7

3.3. ENQUADRAMENTO GEOMORFOLÓGICO E GEOLÓGICO ------------------------- 8

3.4. HIDROGEOLOGIA E RECURSOS HÍDRICOS SUPERFICIAIS ---------------------10

3.5. SOLOS ----------------------------------------------------------------------------------15

3.6. QUALIDADE DO SOLO ----------------------------------------------------------------19

3.7. FATORES BIOLÓGICOS E ECOLÓGICOS -------------------------------------------19

3.8. ENERGIA -------------------------------------------------------------------------------25

3.9. QUALIDADE DO AR -------------------------------------------------------------------29

3.10. AMBIENTE SONORO ----------------------------------------------------------------33

3.11. GESTÃO DE RESÍDUOS -------------------------------------------------------------40

3.12. ORDENAMENTO E GESTÃO DO TERRITÓRIO ---------------------------------- 43

3.13. PAISAGEM ----------------------------------------------------------------------------44

3.14. PATRIMÓNIO CONSTRUÍDO E ARQUEOLÓGICO --------------------------------47

3.15. SOCIOECONOMIA -------------------------------------------------------------------48

3.16. EVOLUÇÃO DO LOCAL NA AUSÊNCIA DO PROJETO ----------------------------51

4. CONSULTA PÚBLICA -------------------------------------------------------------------52

4.1. RESUMO DA CONSULTA PÚBLICA --------------------------------------------------52

4.2. CONSULTA A ENTIDADES ------------------------------------------------------------52

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ------------------------------------------------------------53

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Procedimento de AIA ao “Campo de Golfe de Santa Maria” - Parecer Final 3/54

1. INTRODUÇÃO

O início do procedimento de Avaliação de Impacte Ambiental (AIA) ao

empreendimento “Campo de Golfe de Santa Maria” ao abrigo do Legislativo Regional

n.º 30/2010/A, de 15 de Novembro (Diploma AILA) foi no dia 20 de Junho de 2011

com a entrada na Direção Regional do Ambiente, Autoridade Ambiental do Estudo de

Impacte Ambiental (EIA) e do Estudo Prévia remetido pela Câmara Municipal de Vila

do Porto na qualidade de Entidade Licenciadora.

Nos termos do Diploma AILA foi nomeada a Comissão de Avaliação (CA) EIA com a

seguinte composição:

- Direção de Serviços de Monitorização, Avaliação Ambiental e Licenciamento

(DSMAAL), que preside à CA, representada por Carlos Faria e substituído nas suas

faltas e impedimentos por Filipe Pires, o qual também assume a componente da

Participação Pública;

- Direção de Serviços de Ordenamento do Território (DSOT), representada por Isabel

Castanho;

- Direção de Serviços de Recursos Hídricos (DSRH), representada por Sandra Mendes;

- Câmara Municipal de Vila do Porto (CMVP), representada por Ana Cristina Gago da

Câmara;

- Direção de Serviços da Conservação da Natureza (DSCN), representada por Paulo

Pimentel;

- Serviços de Ambiente de Santa Maria (SASMA), representados por Rita Câmara.

O EIA e o Estudo Prévio foram então disponibilizados à CA em suporte digital através

da rede interna da Secretaria Regional do Ambiente e do Mar.

A 20 de Julho a CA visitou a área de implantação do campo de golfe e depois emitiu o

seu parecer de apreciação ao EIA, tendo solicitado mais elementos, pelo que o

procedimento foi suspenso até à receção do um Aditamento a 29 de Setembro, após um

pedido de prorrogação efetuado pelo proponente do prazo antes estipulado.

Os novos documentos foram divulgados em suporte digital pelos mesmos meios que os

anteriores e a CA emitiu um parecer favorável à conformidade do EIA a 6 de Outubro

de 2011.

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A 7 de Outubro a Autoridade Ambiental declarou o EIA conforme com o exposto nos

artigos 34.º, 35.º e 36.º do Diploma AILA, pelo que o procedimento irá prosseguiu para

a fase de Participação Pública.

Assim, nos termos do Diploma AILA, a fase de Consulta Pública decorreu por um

período de 20 dias, entre 17 de Outubro e 14 de Novembro inclusive, cujo seu

desenrolar se encontra resumidamente em capítulo próprio deste parecer com base no

respetivo relatório.

Após a receção do relatório da Consulta Pública, a CA elaborou o presente parecer final,

que procura integrar as apreciações do EIA ao projeto, os resultados da Consulta

Pública e os conhecimentos técnicos dos elementos que constituem a CA, de modo a

servir de apoio à Autoridade Ambiental na elaboração da sua proposta de Declaração de

Impacte Ambiental (DIA) e à Secretaria Regional do Ambiente e do Mar na sua decisão

final.

Nos capítulos seguintes deste parecer, sempre que não se fizer menção específica em

contrário, a referência ao EIA, como fonte de informação, corresponde ao conjunto

formado pelo Relatório e respectivo Aditamento.

2. DESCRIÇÃO DO PROJECTO E ALTERNATIVAS CONSIDERADAS

2.1 OBJETIVOS JUSTIFICAÇÃO E DESCRIÇÃO DO PROJETO

O EIA assume como objetivo principal do projeto: aumentar a quantidade e qualidade

da oferta de equipamentos para a prática do golfe na Região Autónoma dos Açores,

proporcionando ainda a oferta de um equipamento com qualidade para a prática de

competições desportivas a nível regional e nacional.

O EIA refere que, do ponto de vista estratégico, a construção do campo de golfe

contribui para o cumprimento do objetivo de desenvolvimento turístico da ilha de Santa

Maria através da instalação de um equipamento desportivo de elevada qualidade. Desta

forma, a implantação deste Projeto visa promover a ilha como um destino alternativo de

golfe, complementando de forma sustentável a oferta tradicional de produto turístico de

cariz sazonal.

O EIA acresce ainda que, a concretização do Campo de Golfe na ilha de Santa Maria

(CCISM) procura colmatar algumas carências já identificadas para o sector na região,

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visto que o golfe é uma atividade de dimensão considerável, que tem sofrido um

crescimento substancial na última década na Europa, nomeadamente em Portugal, país

que se tem vindo a afirmar como um dos destinos preferidos pelos praticantes deste

desporto. Ainda segundo este documento, o Golfe consiste assim numa atividade

económica de importância real e crescente, que atrai turistas durante todo o ano.

2.2 PROJETOS ASSOCIADOS E COMPLEMENTARES

O EIA refere que, a implantação de um CCISM, é segundo o entendimento do Governo

Regional, um empreendimento de excecional interesse regional, deliberando assim este

Organismo, de desencadear o mecanismo excecional de suspensão dos planos

municipais, nomeadamente o Plano Municipal de Vila do Porto, com a publicação do

Decreto Regulamentar Regional nº 2/2009/A, de 23 de Fevereiro, em que a área de

suspensão abrange exclusivamente a área de implantação do campo de golfe de Santa

Maria, correspondendo à zona do Tremoçal, área que corresponde ao atual local de

implantação do CGISM. De acordo com o EIA, a referida suspensão fundamentou-se na

importância extrema que este empreendimento tem para a economia local e regional,

tornando a ilha de Santa Maria como um destino de referência para a prática do Golfe.

O projeto visa assim cumprir o disposto no Plano Diretor Municipal de Vila do Porto

que classifica esta área como exclusivamente destinada à implantação do CCISM.

No entanto, o EIA salienta que existe a necessidade de enquadrar este projeto a uma

escala regional, ou até mesmo nacional, de forma a não tornar o investimento numa

realidade desajustada das necessidades locais. Para tal, será necessária uma aposta forte

na divulgação do campo de golfe, não como um fim em si, mas como algo integrado

num circuito regional de golfe, aproveitando os outros campos existentes nos Açores.

A potencial dificuldade ao êxito deste investimento, conforme mencionado no EIA, são

os elevados valores das tarifas aéreas entre ilhas e Portugal continental (e restantes

destinos na Europa). Não obstante, o anteriormente mencionado, o EIA assume que o

projeto será uma alavanca para fomentar novos investimentos na área da restauração e

hotelaria.

Para que a divulgação seja eficiente, o EIA considera necessária a mobilização de

diversas instituições, de forma a reduzir a estrutura de custos típica de um turista que se

desloca aos Açores, e transformar o arquipélago (Santa Maria inclusive) num “destino

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de Golfe”, aprazível a diversos visitantes internacionais, passando pela análise dos

aspetos relativos a preços de passagens, locais de estadias, rede de restauração,

atividades lúdicas complementares e diversificadas, para que, após a construção do

campo de golfe, a sua potencial utilização seja amplamente explorada.

2.3 ALTERNATIVAS CONSIDERADAS

Segundo o EIA, assim que o Governo Regional dos Açores decidiu promover a

construção de um CGISM, foram consideradas diferentes alternativas, alvo de estudos

técnicos para a implantação do equipamento desportivo na ilha.

As três alternativas consideradas para a implantação do CCISM, foram as seguintes:

“Quinta do Monteiro”, “Mata dos Piquinhos” e “Tremoçal”. Após uma análise de vários

fatores ambientais para as diferentes alternativas, o EIA concluiu através de um estudo

técnico e especializado, que a zona do “Tremoçal”, área que corresponde à atual

localização do Projeto, reúne inúmeras vantagens evidentes de índole paisagística e de

integração no tecido urbano, manutenção e acessibilidades, resultando na seleção desta

alternativa como lugar privilegiado.

3. SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA, IMPACTES E MEDIDAS PROPOSTAS POR

FATOR AMBIENTAL

3.1. CONSIDERAÇÕES

O EIA após expor o projeto, os seus objetivos e alternativas consideradas caracteriza a

área de estudo na atualidade, tendo em conta várias vertentes selecionadas pelos seus

autores e designadas por fatores ambientais, e de modo a definir a situação de referência

da zona de implantação do empreendimento.

Depois, ao longo de outros capítulos, o EIA perspetiva os impactes que estes sofrerão

em virtude da implementação do projeto ao longo das fases de construção, exploração e

desativação deste, na última considerando duas fases com demolição das infraestruturas

construídas e retorno ao uso atual do solo ou reconversão da área num espaço de lazer.

Os impactes são classificados em função do seu sentido favorável ou não magnitude,

significância e reversibilidade, depois são propostas medidas de mitigação dos

negativos ou para potenciar os positivos, todavia estas por vezes são enquadradas em

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função de um dado factor ambiental, outras vezes de acordo com um trabalho a realizar

e ainda nalguns casos são transversais e consideradas num programa de gestão

ambiental. No capítulo de síntese são ainda expostas diretrizes de programas de

monitorização das evoluções para deteção de eventuais desvios ao estimado

previamente.

Depois no EIA são assumidas as lacunas de conhecimento e por fim o documento

termina com o cruzamento das várias deduções desenvolvidas no Relatório e as

conclusões dos seus autores sobre a viabilidade do projeto face ao balanço dos impactes

negativos e benefícios dos objetivos pretendidos.

Embora o Relatório distribua por diferentes capítulos as abordagens expostas nos

parágrafos anteriores, neste parecer, com exceção das conclusões ou considerações

finais, os vários aspetos referidos serão reunidos num único capítulo e agrupados em

torno de cada um dos fatores ambientais considerados. Apesar de este documento

sintetizar o EIA, não substitui a sua leitura.

Esta reestruturação teve em conta a distribuição das competências dos vários Serviços

que integram a CA, o que, por vezes, implica adaptações, redistribuições e rearranjos

diferentes dos adotados no EIA.

Contudo, as considerações finais da CA sobre os aspetos acima mencionados e

empreendimento, em resultado do teor do EIA, da observação do terreno, dos

conhecimentos técnicos dos elementos que a constituem e do relatório da Consulta

Pública formam um último capítulo separado no presente documento.

A CA ao não expressar neste parecer discordância sobre uma dada medida proposta no

EIA a mesma é considerada aceite, recomendando-se a sua integração na Declaração de

Impacte Ambiental (DIA), caso esta seja condicionalmente favorável.

3.2. ENQUADRAMENTO CLIMATOLÓGICO

O EIA, a partir da descrição da dinâmica de circulação atmosférica em torno dos Açores

e apresentação dos parâmetros meteorológicos e climatológicos obtidos nas estações do

Aeroporto, São Pedro e Fontinhas na ilha de Santa Maria, caracteriza o clima do

Arquipélago como de amenidade térmica, com um regime de ventos persistentes,

elevados índices de humidade, com uma estação de Setembro a Março

predominantemente chuvosa, devido à passagem frequente de perturbações

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depressionárias associadas à frente polar e nos restantes meses correspondendo a uma

estação menos chuvosa, devido à influência do anticiclone dos Açores.

Face à importância da água na exploração do empreendimento, apresenta-se o exposto

no EIA sobre a reserva de água no solo, com base na estação meteorológica de São

Pedro, referência para a área de implantação do campo de golfe: a restituição de água no

solo decorre de Outubro a meados de Novembro, sucede-se um período de excedentes

de Dezembro a Abril, o consumo desta reserva entre Maio a fins de Junho, a partir de

então há um período de necessidades de água no solo até finais de Setembro.

Posteriormente, o EIA não considera a existência de impactes ao nível de clima, pelo

que também não é proposta qualquer medidas de mitigação ou programa de

monitorização para o mesmo, enquanto os aspetos relacionados com disponibilidade,

consumos, qualidade e gestão de água são tratados nos respetivos fatores ambientais.

A CA está de acordo que o tratamento dado a este fator ambiental, tendo em conta que o

mesmo não é suscetível ao presente empreendimento, pelo que a sua abordagem se

prende precisamente com a necessidade de fornecer elementos para a gestão dos aspetos

relacionados com outros descritores ambientais.

3.3. ENQUADRAMENTO GEOMORFOLÓGICO E GEOLÓGICO

O EIA, nesta caracterização recorre a várias imagens, apresenta inicialmente as

dimensões de Santa Maria, depois refere que geomorfologicamente a ilha está dividida

em duas regiões a oriental mais acidentada, com uma rede de drenagem densa e maior

desenvolvimento de solo e vegetação. A ocidental aplanada e com uma rede de

drenagem pouco desenvolvida essencialmente retilínea, correspondendo a um conjunto

de plataformas de abrasão marinha.

Prossegue com a descrição da evolução da interpretação da geologia da ilha e expõe a

sua estratigrafia, constituída por 8 unidades, onde se destacam litologias eruptivas e

formações sedimentares submarinas.

Na sua estratigrafia a unidade mais antiga conhecida é a Formação dos Cabrestantes

constituída por piroclastos submarinos e de idade Ante-Miocénico superior. Seguem-se

a Formação do Porto, 2 cones subaéreos; o Complexo dos Anjos constituído de

escoadas lávicas intercaladas de paleossolos; Complexo do Touril depósitos detríticos

submarinos e carbonatados; Complexo do Facho Pico Alto, representa uma evolução

temporal de um vulcanismo inicialmente submarino para subaéreo; Formação de

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Feteira, níveis piroclásticos provenientes de três cones que representam o vulcanismo

mais recente da ilha; Formações Plio-Pleistocénicas geralmente praias litorais entre 140

e 200 m; Formações Pleistocénicas depósitos correlacionados com a instalação das

plataformas de abrasão e Formações Holocénicas, aluviões situados em algumas baías

da ilha.

A partir das unidades expostas o Relatório descreve a história eruptiva da ilha e a sua

tectónica, sendo de destacar o facto da maioria das falhas não apresentarem sinais de

atividade há tempo e se agruparem em três famílias NW-SE, N-S e NE-SW, embora na

costa norte sejam evidentes algumas com movimentos recentes.

A área de implantação do projeto assenta sobretudo na Formação de Feteiras de idade

Pliocénica formada por piroclastos muito alterados, com intensa argilificação

avermelhados, a Equipa do EIA desconhece a coluna litológica dos furos de prospeção

de água realizados pelo proponente na zona apesar de referenciados como Anexo I –

Cortes dos Furos (Colunas Definitivas) dos furos produtivos e Anexo II – Cortes dos

Furos improdutivos do Relatório Final da OPWAY de Maio de 2010, os mesmos não

constam dos referidos anexos.

Tendo em conta a tipologia do projeto a CA é de parecer que os elementos apresentados

ao nível da geologia e geomorfologia são suficientes para os objetivos do presente EIA.

IMPACTES

Ao nível dos impactes, o EIA fez uma articulação com outros fatores ambientes, onde

do conteúdo se deduz os seguintes impactes sobre a Geologia e Geomorfologia.

Fase de Construção

- Movimentação de terras (196.499 m3 de aterros e 197.508 m

3 de escavações) com

alterações nas condições de transporte e sedimentação para e nos cursos de água, o qual

não é especificamente classificado.

Fase de Exploração

Não estão especificados no EIA impactes na geologia e geomorfologia para esta fase do

projeto.

Fase de Desativação

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No caso de reconversão para uma zona de lazer os impactes para esta fase serão

semelhantes ao da fase de exploração, no caso de demolição das infraestruturas uso

agrícola, durante esses trabalhos a situação será semelhante a fase de construção.

A CA reconhece que devido ao empreendimento se implantar numa superfície de

abrasão face à sua tipologia, não deverão ocorrer impactes significativos na geologia e

geomorfologia, mas haverá escavações e aterros na fase de construção, o que implica de

facto impactes neste fator ambiental, embora os mesmos não sejam significativos. Na

fase de desativação, mesmo no cenário de demolição das infraestruturas não se

perspetivam estes trabalhos.

MEDIDAS DE MITIGAÇÃO

Selecionam-se para este ponto aquelas medidas que parecem refletir-se mais

significativamente sobre a Geologia e a Geomorfologia.

Fase de Construção

- As terras resultantes da decapagem da camada superficial devem ser

acondicionadas, para reutilização posterior, em local afastado da linha de água

superficial e das águas costeiras e sempre que necessário com estruturas de

retenção de sedimentos;

- Identificar e implementar ações nas zonas de risco de modo a prevenir a

ocorrência de erosão e sedimentação na área do projeto;

- Gestão adequada dos movimentos de terra, de forma a diminuir a erosão e o

caudal sólido afluente aos cursos de água;

A CA verifica que todas estas medidas se podem integrar num plano de gestão da obra

cuja elaboração e conteúdo deverá ser proposto para apresentação em RECAPE.

3.4. HIDROGEOLOGIA E RECURSOS HÍDRICOS SUPERFICIAIS

Este empreendimento situa-se numa área onde existem, nas imediações e a jusante,

quatro furos de captação de água para consumo humano (Covas, João Luís, ANA 1 e

ANA 2) e de uma nascente (Brejo) captada para fins de abastecimento público para

consumo humano a montante do empreendimento pela Câmara Municipal de Vila do

Porto.

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A implantação a oeste do campo de golfe coincide com o início de dois afluentes da

Ribeira de São Francisco

IMPACTES

Para este descritor, são identificados os impactes possíveis de contaminar os aquíferos e

de afetar a recarga aquífera. No que respeita aos recursos hídricos superficiais são

elencados os impactes possíveis de contaminação dos cursos de água envolventes à área

do projeto, alteração das condições de transporte sedimentar nos cursos de água

(assoreamento) e impactes ao nível consumo de água.

Fase de Construção

Para os impactes associados à contaminação de recursos hídricos subterrâneas foram

classificados como negativos, com significância baixa, diretos, de magnitude baixa,

temporários e reversíveis.

O impacte associado ao consumo de água na fase de construção foi considerado de

impacte nulo a negativo, significância nula a baixa, direto, de magnitude baixa,

temporário e reversível. Considerando os volumes de água a utilizar durante esta fase do

projeto os impactes, a CA entende que este impacte é negativo e significante.

Não foram classificados os possíveis impactes nos recursos hídricos superficiais.

Fase de Exploração

Nesta fase, os impactes sobre os recursos hídricos em termos qualitativos (dos aquíferos

e dos cursos de água) foram classificados de negativos, mas de nula a baixa

significância, enquanto em termos quantitativos (consumo de água) como negativos,

mas de significância moderada, direto, de magnitude média a elevada, cíclico e

reversíveis

A CA considera que o consumo de água é de moderada a elevada significância, quer na

fase de construção quer na fase de exploração, mesmo tendo em conta o recurso

preferencial à reutilização das águas pluviais como alternativa.

Fase de Desativação

Durante a fase de desativação os potenciais impactes previstos sobre os recursos

hídricos, qualitativa e quantitativamente, são classificados como nulos a negativos, de

significância nula a baixa, diretos, de magnitude baixa, temporários e reversíveis.

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Procedimento de AIA ao “Campo de Golfe de Santa Maria” - Parecer Final 12/54

A CA concorda genericamente com os impactes identificados e sua classificação.

MEDIDAS DE MINIMIZAÇÃO

As medidas de mitigação propostas para os impactes identificados no EIA são aceites

pela CA, havendo algumas medidas que a CA entende serem relevantes para os recursos

hídricos:

Fase de Construção

- Sensibilização do pessoal e adequada gestão de todas as operações em fase de

obra, para prevenir a poluição acidental;

- Adequada armazenagem e manuseamento das substâncias perigosas utilizadas

nas maquinarias mobilizadas, de forma a evitar a poluição acidental;

- Adequada gestão dos movimentos de terra, de forma a diminuir a erosão e o

caudal sólido afluente aos cursos de água;

- Interceção do escoamento superficial na área do campo, para minimizar a

erosão, quer em fase de obra, quer na fase de exploração;

- Estabelecimento de um programa de irrigação adequado, tendo como princípio a

maximização da reutilização da água;

- Adequada armazenagem e manuseamento dos fertilizantes e fitofármacos, de

forma a evitar eventos de poluição acidental;

- Estabelecimento e controle, por análises periódicas, de um plano de fertilização

e uso de fitofármacos;

- Controlo operacional na aplicação de fertilizantes de libertação lenta,

fertirrigação, adoção de fitofármacos homologados e de baixo risco;

- Implementação de um plano de monitorização dos recursos hídricos adequado;

- Instalações sanitárias do estaleiro de apoio à obra providas de um sistema de

drenagem autónomo, através da instalação de uma fossa séptica estanque ou, em

alternativa, a instalações sanitárias amovíveis;

- Acondicionamento de terras em local previamente determinado e devidamente

identificado e afastado da linha de água superficial e das águas costeiras, nos

casos em que se considere necessário e aplicável, de modo a evitar o

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Procedimento de AIA ao “Campo de Golfe de Santa Maria” - Parecer Final 13/54

arrastamento de material para a linha de água e/ou mar. Sempre que necessário e

aplicável, devem ser introduzidas estruturas de retenção de sedimentos;

- Lavagem de camiões – betoneira em locais pré-determinados (pontos de

limpeza), afastados da linha de costa e da linha de água superficial por forma a

evitar o arrastamento das escorrências;

- Limpeza de todos os locais do estaleiro e frentes de obra após a conclusão dos

trabalhos de construção;

- Abastecimento de água potável durante a obra deverá ser do posto mais próximo

da rede pública;

- Planeamento adequado para a implementação de técnicas de proteção integradas

e adoção de Boas Práticas Agrícolas.

A CA propõe como medida de mitigação adicional a programação e gestão da obra

de modo a que a movimentação de terras coincida preferencialmente com a época

seca.

Fase de exploração

- Instalação de um sistema de irrigação informatizado, que permita um controlo

rigoroso do consumo de água que possa resultar numa redução de consumo de

aproximadamente de 30 %;

- Implementação de um Plano de Gestão de Rega eficiente permite reduzir os

volumes usados e adicionalmente reduzir os consumos de adubos e pesticidas.

Este sistema fornece ainda meios para monitorização contínua do risco de

contaminação das toalhas freáticas e pontos para recolha de amostras de água

drenada para análise;

- Estabelecimento de um programa de irrigação com vista a uma redução

significativa do consumo de água;

- Estabelecimento de um adequado plano de corte, com uma redução das áreas de

corte regular e aumento das áreas de Roughs. Com a redução da área de corte

reduz o consumo de combustíveis, menor utilização dos equipamentos e uma

menor necessidade de fertilização;

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Procedimento de AIA ao “Campo de Golfe de Santa Maria” - Parecer Final 14/54

- Elaboração de um adequado programa de reutilização de água, os planos de água

a implementar no campo de golfe e lagos, deverão ser elaborados no sentido de

permitir o seu funcionamento como um circuito fechado, permitindo:

a) Recuperação da água resultante das escorrências de superfície, provenientes

da restante área do Campo de Golfe;

b) Recuperação de nutrientes e pesticidas resultantes da drenagem de superfície.

- Instalação de uma Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR), para

tratamento de águas residuais geradas no clubhouse, Academia e Centro de

Manutenção;

- No centro de manutenção todas as zonas de operações de manutenção deverão

ser impermeabilizadas e devidamente cobertas, de forma a proporcionar

proteção contra a chuva e contra o vento. É importante garantir que pequenas

quantidades de fluidos e águas contaminadas resultantes da lavagem das

instalações, veículos/equipamentos deverão ser encaminhadas para a grelha do

pavimento, e por sua vez, para o separador de hidrocarbonetos;

- Implementação de estruturas específicas para prevenir impactes, nomeadamente

estruturas de compostagem, estruturas para separação e armazenamento de

óleos, estruturas para recolha e tratamento de águas sujas, nomeadamente as

provenientes de lavagens de material de aplicação de pesticidas;

- Nas áreas de armazenamento de produtos químicos, óleos, combustíveis deverão

ser providas de bacias de retenção com capacidade adequada, garantindo as

condições necessárias de contenção em caso de derrames e/ou construção de

uma caixa estanque, para posterior remoção e destino final adequado;

- Sensibilização e formação do pessoal, na prevenção e atuação em caso de

derrames e boas práticas no manuseamento de substâncias perigosas e na

utilização de meios absorventes e/ou retenção rápida de pequenos derrames;

- Desenvolvimento e estabelecimento de programa de prevenção/redução da

eutrofização dos planos de água, nomeadamente:

a) Criação de Buffer-zones em torno das massas de água (zonas de não aplicação

de pesticidas), estas zonas tampão deverão ser no mínimo de 5 metros;

b) Colocação de flora aquática de forma a remover o excesso de nutrientes.

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Procedimento de AIA ao “Campo de Golfe de Santa Maria” - Parecer Final 15/54

A CA considera que deverá ser ainda comtemplada uma medida de

controlo/monitorização do estado quantitativo e qualitativo das águas subterrâneas,

particularmente durante a fase de maior exploração dos furos de captação de água.

Em matéria dos recursos hídricos no capítulo do EIA “Síntese das Medidas de

Mitigação Gestão Ambiental e Monitorização” são propostas medidas de mitigação

adicionais durante a fase de construção e de exploração não contempladas no respetivo

indicador, que a CA considera relevantes para evitar e prevenir a contaminação dos

recursos hídricos superficiais e subterrâneos.

MONITORIZAÇÃO E GESTÃO AMBIENTAL

Antes do início das obras de construção é proposto no EIA um plano de monitorização

para determinar o estado de referência do estado quantitativo e qualitativo das águas

superficiais e subterrâneas, bem como avaliar a evolução do estado quantitativo destas

águas. Considera-se pertinente proceder à avaliação do estado qualitativo das águas

subterrâneas e superficiais no decurso das obras de construção e durante a fase de

exploração.

A monitorização da qualidade da água será balizada pelos critérios definidos pelo

Decreto-Lei n.º 236/98, de 1 de Agosto.

3.5. SOLOS

O EIA refere que a maioria dos solos dos Açores são do tipo Andossolo, originários de

matérias vulcânicos desenvolvidos, dos quais se destacam as cinzas, a pedra-pomes e,

em menor proporção, a escória basáltica. Os Andossolos apresentam, em geral, uma

elevada capacidade de retenção de água, apresentando por isso um elevado teor em

humidade.

É ainda feita uma alusão à origem complexa dos solos vulcânicos, uma vez que estes se

traduzem pela existência de muitos fenómenos eruptivos com características químicas,

mineralógicas e físicas distintas.

O EIA avalia a capacidade de uso do solo de acordo com o sistema classificativo

adotado para a região, baseado no USDA “Land Use Classification System”, e de

acordo com a Planta de Condicionantes – Reserva Agrícola Regional – PMV de Vila do

Porto, classificando o uso do solo como de classe VI, solos não aráveis.

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Procedimento de AIA ao “Campo de Golfe de Santa Maria” - Parecer Final 16/54

Impactes

Para este factor ambiental, o EIA identifica os seguintes impactes:

Fase de Construção

Perda de estrutura por compactação dos solos, decorrente da passagem de

máquinas, deposição de materiais inertes na zona de stocks e instalação do

estaleiro;

Erosão e consequente perda da camada superficial dos solos, por ação hídrica e

eólica, inerentes às ações de limpeza, desmatação, modelação do terreno e

construção dos lagos e reservatório;

Alteração do padrão de drenagem natural do terreno, decorrente das ações de

modelação do terreno;

Possibilidade de contaminação e alteração química do solo, maioritariamente

decorrente de:

- Derrame acidental de óleos e combustíveis das máquinas e equipamentos

utilizados na construção do campo de golfe;

- Efeitos de focos de poluição, como sejam, áreas de depósitos de resíduos ou áreas

onde possam ocorrer derrames acidentais de produtos químicos usados na obra;

-Derrame acidental aquando da transfega de combustíveis ou de águas residuais dos

sanitários a instalar no estaleiro;

- Aplicação de corretivos, fertilizantes e produtos fitossanitários na fase de

preparação do terreno para o sementeiro e introdução de espécies vegetais, se a

utilização não for gerida corretamente.

O EIA classifica os impactes nesta fase como Negativos Moderados, Diretos;

Magnitude Baixa Média; Temporários e Reversíveis.

Fase de Exploração

Contaminação química do solo por utilização/aplicação de fertilizantes, produtos

fitossanitários e outras substâncias químicas, de forma não planeada e controlada,

na manutenção das áreas relvadas e de enquadramento paisagístico;

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Procedimento de AIA ao “Campo de Golfe de Santa Maria” - Parecer Final 17/54

Ocorrência de incidentes ambientais por derrame acidental de óleos e combustíveis,

aquando da ação mecânica de manutenção de relvado;

Ocorrência de incidentes ambientais por derrame de óleos e outros lubrificantes,

combustíveis, solventes e outras substâncias perigosas no Centro de Manutenção do

campo de Golfe;

Contaminação pontual do solo pelas águas residuais resultantes de avaria na ETAR.

O EIA classifica os impactes nesta fase como Negativos, Não Significativos a

Significativos Médios; Diretos; Magnitude Baixa; Temporários e Irreversíveis.

Fase de Desativação (para o cenário 1)

- Demolição das infraestruturas de apoio;

- Caminhos do campo de apoio à manutenção e possivelmente a eliminação dos

bunkers e de alguns dos lagos;

- Remoção da rede de rega e de drenagem;

- Adequação das espécies vegetais à atividade agrícola.

Fase de Desativação (para o cenário 2)

- Demolição das infraestruturas de apoio;

- Manutenção das zonas verdes.

Medidas de Minimização

De forma a minimizar os impactes acima identificados o EIA propõe a implementação

das seguintes medidas para a fase de construção:

- Instalação de um sand cap em todas as áreas de jogo, protege os solos contra a perda

de estrutura e contra a compactação, ao redistribuir as cargas;

- Proceder à decapagem da camada superficial, antes de se iniciarem os trabalhos de

movimentação de terras, de modo a diminuir a perca de solo vegetal. Este material

deverá ser guardado na fase de construção por forma a ser reutilizado;

- Identificar os riscos, e as zonas vulneráveis e definir as ações a desenvolver por todos

os intervenientes para prevenir a ocorrência de erosão e sedimentação;

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Procedimento de AIA ao “Campo de Golfe de Santa Maria” - Parecer Final 18/54

- Elaboração do Plano de Acessos, Estaleiro e Zonas de Stock de Materiais que

constituirá a base para um controlo rigoroso que se pretende ter sobre as áreas

intervencionadas e zonas de circulação;

- Os acessos em obra serão restringidos aos acessos necessários à construção do campo

de golfe. Na sua maioria, sempre que possível, estes acessos irão coincidir com os

futuros caminhos do golfe e de apoio à manutenção;

- De modo a minimizar as contaminações dos solos por óleos, combustíveis, proceder a

uma manutenção preventiva de todos os equipamentos e viaturas necessários à

construção do campo de golfe, de modo a evitar derrames;

- Outra forma de evitar contaminação de solos é manter o estaleiro devidamente

organizado, com a delimitação de zonas distintas e respetiva identificação;

- Execução de casas de banho portáteis com um sistema de recolha;

- Monitorização química do solo;

- Formação dos recursos humanos intervenientes na fase de construção.

Propõe-se a implementação das seguintes medidas para a fase de exploração:

- Implementação de um plano de manutenção de áreas relvadas adequado, de modo a

obter um equilíbrio entre a aplicação de fertilizantes e fitofármacos, a rega e os cortes;

- Adotar um sistema de coletores de forma a assegurar a drenagem dos efluentes,

prevendo-se a sua ligação final a uma Estação de Tratamento de Águas Residuais e

posteriormente a um poço absorvente;

- Evitar os derrames acidentais de produtos químicos, combustíveis, óleos, com maior

probabilidade de ocorrerem no centro de Manutenção, dotando os locais de

armazenamento dos mesmos de adequados meios de contenção de derrames e fugas;

- Encaminhamento dos efluentes originados na lavagens de máquinas e equipamentos

para um separador de hidrocarbonetos.

As medidas propostas pelo EIA para a fase de desativação são as mesmas descritas

paras as fases de construção e exploração.

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Procedimento de AIA ao “Campo de Golfe de Santa Maria” - Parecer Final 19/54

3.6. QUALIDADE DO SOLO

O EIA refere que quer a nível nacional quer da União Europeia não existe legislação

sobre a qualidade dos solos, pelo que o estudo terá como principal objetivo no que toca

a este fator ambiental a prevenção de impactes de diferentes tipologias associados às

atividades e infraestruturas inerentes ao campo de golfe.

As principais fontes de poluição identificadas no EIA são a agropecuária, com as fossas

sépticas das habitações da almagreira, atividade da indústria extrativa que se desenvolve

nas imediações.

É executada no Estudo a classificação da qualidade do solo tendo por base o estudo

realizado pela Universidade dos Açores no âmbito da “Apreciação dos Solos de 3

Locais Alternativos para Instalação de um Campo de Golfe na Ilha de Santa Maria”, e

em concreto na zona do tremoçal.

O EIA neste sobre este fator ambiental conclui que do ponto de vista químico e nutritivo

o solo da zona do Tremoçal não apresenta limitações assinaláveis, apresentando

caraterísticas agronómicas adequadas para a instalação de um vasto leque de relvados.

Os impactes identificados para o fator ambiental anterior, Solos, são os mesmos para o

presente fator ambiental.

3.7. FATORES BIOLÓGICOS E ECOLÓGICOS

O EIA refere que a construção do campo de golfe constitui uma mais-valia em termos

paisagísticos e ecológicos para a área de intervenção, relativamente à situação atual em

que o terreno se encontra, promovendo ainda uma continuidade com a envolvente.

A integração paisagística do campo teve por objetivo garantir uma continuidade visual e

funcional com as áreas envolventes. O projeto teve por princípio base a conservação da

natureza, integrando as áreas de jogo no espaço envolvente, mantendo as características

ecológicas destas áreas e promovendo a sua valorização/ recuperação, garantindo assim

uma envolvente com interligações, continuidade e referencial na paisagem.

Na sua maioria, a zona afetada pelo empreendimento corresponde a terrenos muito

descaracterizados, do ponto de vista da vegetação natural, ocupados atualmente por

pastagens constituída por gramíneas. Nas margens dos caminhos de acesso, ou

delimitando as propriedades, predominam os característicos muretes de pedra basáltica

recoberta por líquenes.

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Procedimento de AIA ao “Campo de Golfe de Santa Maria” - Parecer Final 20/54

Na zona de implantação e envolvente do futuro campo de golfe da Ilha de Santa Maria

foi realizado um levantamento in loco das plantas e animais e consultada a bibliografia.

O EIA assinala, nomeadamente, a presença e/ou potencial presença de 3 espermatófitas

nativas, 4 moluscos endémicos, 4 artrópodes herbívoros nativos, sendo um dos quais

endémico. A vegetação que ocorre é na sua maioria constituída por espécies

introduzidas pelo Homem, com exceção das aves, que pela sua mobilidade, poderão

surgir no local, no entanto, não foi identificada qualquer espécie ou habitat merecedor

de proteção especial.

De acordo com o aditamento ao EIA os limites territoriais do PNI de Santa Maria

cruzam os da área de projeto, formando uma cunha no lado sul. Nesta área do Parque

Natural, localizada dentro da área de projeto, não haverá nenhuma intervenção. O

projeto de paisagismo classifica esta área como “vegetação natural a manter”.

IMPACTES

O EIA separa os impactes nas fases de construção, de exploração e de desativação.

Fase de Construção

Não se preveem incidências negativas significativas sobre a fauna e a flora,

caracterizadas como pobres do ponto de vista da diversidade específica.

Os principais impactes previstos são:

- Possível dispersão e colonização por parte de infestantes;

- A emissão de ruído que constitui um factor de perturbação das aves terrestres;

- Possível acidente relacionado com a gestão de efluentes líquidos, armazenamento e

manuseamento de substâncias perigosas, gestão de resíduos e consumo de água, que

pode originar a contaminação dos recursos hídricos e solos resultando na perturbação

dos ecossistemas próximos da zona de intervenção e/ ou dos que futuramente se possam

vir a formar.

Nesta fase os impactes são classificados como negativos, não significativos a

significativos moderados, diretos, de magnitude baixa, temporários, irreversíveis, sendo

irrelevantes para as partes interessadas.

Fase de Exploração

Os fatores de perturbação decorrem devido:

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Procedimento de AIA ao “Campo de Golfe de Santa Maria” - Parecer Final 21/54

- Presença de pessoas e da passagem de viaturas;

- Operações de fertilização e tratamento fitossanitário

O Projeto de Integração Paisagística integrará a implementação de ações que permitirão

manter, incrementar e criar oportunidades para a requalificação ambiental das áreas

localizadas dentro do Campo de Golfe.

Nesta fase os impactes são classificados como positivos, significativos moderados a

significativos altos, diretos, de magnitude média, permanentes, irreversíveis, sendo

irrelevantes para as partes interessadas.

Fase de Desativação

Não é perspetivada a desativação do campo de Golfe. No entanto, considera-se como

hipótese válida a conceção de um plano de desativação e enceramento, com os cenários

de:

- Encerramento e demolição das infraestruturas com retorno da área do campo para

terrenos agrícolas;

- Reconversão do uso original do campo de golfe, mantendo ou alterando total ou

parcialmente as infraestruturas previstas, mantendo-se o uso turístico ou a reconversão

numa área verde de lazer, parque ou jardim.

MEDIDAS DE MITIGAÇÃO

Fase de Construção

- Adoção de técnicas construtivas que minimizem a dispersão de sedimentos;

- Monitorização do material detrítico em suspensão;

- Evitar a perturbação das comunidades animais e vegetais tanto na área de intervenção,

como em áreas adjacentes;

- Salvaguardar todas as espécies de endémicas ou protegidas, identificando-as e

sinalizando-as, de forma a evitar consequências negativas sobre estas espécies (no caso

de espécies vegetais, só em último recurso se efetuará o corte destas espécies);

- Construção de sistemas de drenagem e de saneamento das zonas de trabalho;

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Procedimento de AIA ao “Campo de Golfe de Santa Maria” - Parecer Final 22/54

- Cuidados redobrados na circulação das máquinas afetas à obra de forma a evitar-se a

dispersão de infestantes. Caso sejam detetadas situações potenciadoras proceder-se-á à

limpeza das máquinas por aspersão;

- Estabelecimento de um programa de formação e sensibilização dos operários;

- Acompanhamento ambiental da obra por técnicos qualificados;

- Nas operações de limpeza e desmatação do terreno, serão removidas as raízes de

forma seletiva. As espécies desejáveis deverão ficar e deverão ser replantadas as

espécies nativas e pretendidas, principalmente espécies arbóreas, de acordo com o plano

de paisagismo. Antes do início dos trabalhos, todas as zonas a salvaguardar deverão

estar claramente marcadas no terreno, identificadas e sinalizadas;

- Monitorização química e do solo, aquando da preparação da plantação de modo a

minimizar os impactes resultantes da aplicação de fertilizantes e produtos fitossanitários

no solo;

- Controlo operacional na aplicação de fertilizantes de libertação lenta, fertilização,

adoção de fitofármacos homologados e de baixo risco;

- Planeamento adequado para a implementação de técnicas de proteção integrada e

adoção de Boas Práticas Agrícolas.

Fase de Exploração

- O PIP deverá contemplar a utilização de endémicas e/ ou autóctones (de preferência,

espécies de Santa Maria);

- Recriação de habitats naturais existentes na região, promovendo a fixação de espécies

de fauna e flora de forma natural;

- Ações de sensibilização dirigidas aos funcionários e utilizadores, e colocação de

placares identificadores das diversas espécies potencialmente observáveis no campo de

golfe;

- Criação de corredores ecológicos, através do campo, e entre zonas não jogáveis, de

forma a permitir o seu atravessamento pela fauna local;

- Utilização de planos de água para a recriação de ambientes lênticos característicos da

região;

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Procedimento de AIA ao “Campo de Golfe de Santa Maria” - Parecer Final 23/54

- Desenvolvimento e implementação de procedimentos que acompanhem o

desenvolvimento nutricional das massas de água na área de influência do campo de

golfe (prevenção da eutrofização);

- Criação de Buffer-zones (zonas de não utilização de químicos) na periferia do campo

de golfe e na periferia dos planos de água;

- Instalação de um adequado Parque de Resíduos (impermeabilizado, coberto e

espaçoso) que permita o correto acondicionamento dos resíduos e a sua segregação;

- Implementação de um plano de gestão do consumo de água;

- Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental, baseado em normas ou sistemas

reconhecidos específicos para a gestão sustentável de campos de golfe;

- No sentido de evitar a implantação e propagação de plantas invasoras, deverá ser

implementado um plano adequado de combate de infestantes e de plantas não

autóctones;

- Implementação de um Plano de Educação Ambiental, que vise a informação e

sensibilização da comunidade local e dos jogadores sobre a importância das áreas de

proteção existentes na área do campo de golfe

Fase de Desativação

A optar-se pelo encerramento do campo de golfe, com demolição das suas

infraestruturas, deverão ter-se em linha de conta as medidas de mitigação preconizadas

na fase de construção. Caso a opção seja pela reconversão do uso do campo de golfe,

mantendo ou alterando total ou parcialmente as suas infraestruturas, estas deverão ser

direcionadas para uma utilização turística. Se se optar pela reconversão do campo de

golfe numa área verde de lazer, num parque ou jardim, não são preconizadas medidas de

minimização.

A CA concorda genericamente com os impactes identificados, bem como a sua

classificação, e as medidas de mitigação apresentadas. No entanto a CA informa que:

- A utilização de espécimes, nomeadamente, de Thymus vulgaris, Festuca glauca,

Duranta repens e Koeleria macrantha, assim como de Ophiopogon japonicus e

Ophiopogon planiscapus são espécies exóticas e sem presença cientificamente

confirmada na Natureza na RAA, desconhecendo-se, portanto, o seu comportamento

quando disseminadas. Atendendo a que existem espécies naturais/endémicas da RAA,

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Procedimento de AIA ao “Campo de Golfe de Santa Maria” - Parecer Final 24/54

designadamente para os dois primeiros géneros referidos e que a utilização de espécies

nos Açores do mesmo género de espécies naturais/endémicas poderá ter como

consequência uma hibridação (como já existem registos) entre essas espécies, com

consequências irreversíveis com a destruição de património genético da flora açoriana, é

entendimento da CA que as espécies referidas deverão ser substituídas por outras que

possuam presença confirmada na ilha de Santa Maria e que não apresentem risco

ecológico ou características invasoras conhecidas, devendo, dar-se preferência espécies

naturais, por forma a ir de encontro ao preconizado no EIA, nomeadamente, o “Projeto

de Arquitetura Paisagística do campo de golfe deverá contemplar a utilização de

espécies endémicas e/ou autóctones (de preferência, espécies de Santa Maria”.

Atendendo ao princípio da precaução e da ação preventiva subjacentes atrás, deverá,

também, a espécie Potamogeton polygonifolius, sem presença confirmada em Santa

Maria, ser substituída, nomeadamente, por Potamogeton nodosus e/ ou Potamogeton

pisillus;

- Qualquer material vegetal de taxa endémicos e naturais artificialmente propagados (o

mesmo se aplica para o recolhido na Natureza e com estatuto de protecção ao abrigo do

D.L. n.º 316/89, de 22 de Setembro, e do Decreto-Lei n.º 49/2005,de 24 de Fevereiro,

nova redação ao Decreto-Lei n.º 140/99, de 24 de Abril, adaptado à Região pelo Decreto

Legislativo Regional nº 18/2002/A, de 16 de Maio, no caso de ser concedida

licença/autorização para o efeito por parte da DRA) a utilizar deverá ser proveniente de

pés-mãe da ilha de Santa Maria (de forma a evitar-se uma potencial ocorrência de

contaminação genética entre populações selvagens de diferentes ilhas) e o mais próximo

possível da área do Projeto (de forma a salvaguardar-se possíveis e diferentes ecótipos

na ilha para um determinado taxon);

- No Anexo II do PIP, existem legendas a figuras que não correspondem às espécies;

- As espécies a utilizar para constituição dos relvados das áreas de jogo deverão cumprir

para com a legislação nacional que diz respeito ao Catálogo Nacional de Variedades de

Espécies Agrícolas e Hortícolas (CNV), nomeadamente o Decreto-Lei nº 40/2009, de 11

de Fevereiro, e não devendo comportar carácter invasor e/ou com risco ecológico;

- Atendendo a que algumas das espécies escolhidas possuem estatuto de proteção, ao

abrigo da legislação referida no parágrafo anterior, o RECAPE deverá fazer referência à

proveniência do material vegetal autóctone a utilizar e respetivas quantidades.

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Procedimento de AIA ao “Campo de Golfe de Santa Maria” - Parecer Final 25/54

3.8. ENERGIA

O EIA inicia a caracterização deste fator ambiental referindo que tem como objetivo

proceder ao levantamento dos dados energéticos de Santa Maria em termos de

produção, consumo e fontes de energia para minimizar impactes, intensificar a

eficiência energética e aumentar o uso de energias renováveis para a fixação de CO2.

Depois expõe a metodologia do EIA e o quadro legal para este fator ambiental,

sobretudo, ao nível nacional menciona a Estratégia Nacional para a Energia, o Plano

Nacional de Ação para a Eficiência Energética, o Sistema Nacional de Certificação

Energética e da Qualidade do Ar nos Edifícios, o Regulamento dos Sistemas

Energéticos e de Climatização dos Edifícios e o Regulamento das Características de

Comportamento Técnico em Edifícios, referenciados aos respetivos Diplomas Legais.

Já ao nível regional lista o Decreto Legislativo Regional n.º 16/2009/A de 13 de

Outubro que transpõe o Sistema Certificação Energética e da Qualidade do Ar nos

Edifícios, o programa PROENERGIA com incentivos à produção por fontes renováveis

e regime de majorações de eficiência energética estabelecido no SIDER.

O EIA refere a forte dependência dos Açores de fontes energéticas não renováveis (72%

em 2007), e com recurso a gráficos e texto mostra progressivo aumento do consumo de

combustíveis fósseis e os esforços de implementação de sistemas energéticos a partir de

fontes renováveis como o vento, os recursos hídricos e a geotermia, cujo peso destas é

ainda desigual nas várias ilhas do Arquipélago. Em termos de consumo de eletricidade

em primeiro lugar vem o Doméstico, seguindo-se Comércio e Serviços, Industriais e por

fim o setor Público incluindo a iluminação exterior

Ao nível de Santa Maria é referido apenas a produção de eletricidade com uma Central

Termoelétrica de 5,680 MW e um Parque Eólico com 900kW responsável com cerca de

13% da energia injetada na rede de abastecimento, onde o consumo tem tido uma

tendência de crescimento, mas que se diferencia do Regional por o principal destino ser

o setor do Comércio e Serviços e só depois o Doméstico e em último lugar o Industrial.

O EIA conclui pela necessidade de maior diversificação de fontes de energia, sobretudo

endógenas, daí a importância dos incentivos e a implementação de medidas de

eficiência energética no projeto do Campo de Golfe de Santa Maria.

IMPACTES

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Procedimento de AIA ao “Campo de Golfe de Santa Maria” - Parecer Final 26/54

Na sequência da implementação do Campo de Golfe de Santa Maria o EIA estima os

seguintes impactes:

Fase de Construção

O EIA informa que a construção civil é uma das atividades com maiores impactes

energéticos e neste projeto refere as seguintes:

- Consumo de combustíveis fósseis nos equipamentos e viaturas envolvidos na obra;

- Consumo associados à obtenção de matérias-primas necessárias à construção dos

edifícios de apoio;

- Consumo de eletricidade associado às obras de construção de edifícios, sistemas de

rega, drenagem e no estaleiro.

Os potenciais impactes ambientais sobre a Energia nesta fase são classificados como

negativos, significativos baixos, diretos, magnitude média, temporários e irreversíveis.

Fase de Exploração

- Consumo de energia elétrica nas diferentes atividades nos edifícios, incluindo na

iluminação, climatização e outros equipamentos;

- Consumo de eletricidade para o funcionamento dos sistemas de rega e drenagem;

- Consumo de energia elétrica para o funcionamento da estação de tratamento de águas

residuais;

- Consumo de combustíveis nos buggie” e demais equipamentos de manutenção do

campo de golfe associados à limpeza e corte de relva;

- Consumo de combustível do gerador de emergência.

Os potenciais impactes ambientais sobre a Energia nesta fase são classificados como

negativos, significativos baixos a médios, diretos, magnitude média, temporários e

irreversíveis.

Fase de Desativação

Nesta fase os impactes são função dos cenários que vierem então a acontecer, a

destruição e retorno agrícola implica impactes semelhantes aos da fase de construção, o

reaproveitamento para lazer da área do campo de golfe terá efeitos equivalentes aos da

fase de exploração.

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Procedimento de AIA ao “Campo de Golfe de Santa Maria” - Parecer Final 27/54

MEDIDAS DE MITIGAÇÃO

O EIA propõe as seguintes medidas:

- Adoção de matérias-primas e técnicas de construção ao encontro da eficiência

energética dos edifícios de apoio do campo de golfe para a fase de exploração, sendo

assumido que o estudo prévio já considera alguns critérios construtivo nas Notas

Técnicas sobre Edifícios de Apoio;

- Elaboração de um Plano de Gestão de Recursos que minimize o consumo quer de

matéria-prima, combustíveis e energia elétrica;

- Recorrer ao consumo de energia elétrica da rede pública de distribuição em detrimento

de geradores que só consomem combustíveis fósseis.

São ainda indicadas medidas a implementar na construção cuja mitigação ocorre na fase

de exploração:

- Aerogeradores associado a um sistema solar fotovoltaico como alternativa ao consumo

de energia da rede pública para utilizar em todos os edifícios de apoio, alimentar

estações de bombagem, sistemas de rega e de drenagem e outros, podendo inclusive

fornecer a produção excedentária à rede;

- Implementação de um sistema solar térmico para aquecimento das águas sanitárias a

partir de um modo centralizado;

- Implantação dos edifícios de apoio de modo a usufruírem do maior número de horas

da luz solar;

As medidas das técnicas do projeto inseridas no estudo prévio e referidas no EIA e no

âmbito da eficiência energética são as seguintes:

• Recurso a ventilação livre (free cooling), nas estações intermédias, em substituição da

climatização activa, fazendo-se a insuflação de ar exterior em substituição do ar

recirculado e tratado, por aquele apresentar temperaturas baixas e adequadas à

absorção de carga térmica interior.

• Recurso à redução de caudais de ar novo, durante os períodos de não ocupação,

nomeadamente nocturnos, mantendo-se no entanto, alguma pressurização do Edifício,

por razões de assepsia.

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Procedimento de AIA ao “Campo de Golfe de Santa Maria” - Parecer Final 28/54

• Utilização de circuladores de água quente e fria, com caudal variável de acordo com

as

necessidades de aquecimento e arrefecimento do conjunto das unidades locais de

climatização, em alternativa aos sistemas clássicos de caudal permanente nos

circuladores. Tal medida obrigará porém a utilizar válvulas de controlo das unidades

de tratamento de ar de duas vias, em vez do sistema clássico de três vias.

• Modulações da temperatura de entrega de água quente para aquecimento. A

temperatura deverá ser ajustada automaticamente em função da temperatura exterior,

reduzindo-se assim as perdas térmicas de toda a tubagem e dos sistemas associados.

• Concepção dos sistemas de iluminação artificial, de modo a permitir níveis de

iluminação variáveis em função da luminosidade exterior.

• Recurso a aparelhos de iluminação com balastros electrónicos.

e

• Protecção térmica nas lajes de cobertura que deverão ser isoladas exteriormente,

para redução dos ganhos solares no Verão e para protecção contra as perdas

convectivas de calor interior que teriam lugar no Inverno.

• Recurso à instalação de vidro duplo em todas as janelas, com caixilharias que

garantam corte térmico.

• Execução de paredes envolventes com baixo coeficiente de transmissão de calor. O

valor baixo deste coeficiente poderá ser obtido pela utilização de paredes duplas com

isolamento interior e constituição construtiva conforme recomendações da

especialidade.

• Protecção contra perdas lineares pela envolvente e na ligação ao terreno, com a

aplicação de isolante entre parede exterior e o terreno.

• Eliminação, na medida do possível, de eventuais pontes térmicas lineares e planas,

através do envolvimento dos elementos estruturais resistentes (vigas e pilares), com

elementos isolantes. Simultaneamente dever-se-á assegurar uma configuração

termicamente favorável dos elementos de ligação das paredes aos terraços.

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Procedimento de AIA ao “Campo de Golfe de Santa Maria” - Parecer Final 29/54

A CA tem a referir que o Plano de Gestão de Recursos deverá acompanhar o RECAPE e

sujeito a apreciação e aprovação da Autoridade Ambiental.

As medidas de aumento da eficiência energética referidas como integrantes o Estudo

Prévio e consequentemente já assumidas pelos projetistas são consideradas como aceites

em sede de procedimento de AIA e condicionam o projeto, não podendo ser alteradas

sem um fundamento adequado e após aceitação deste pela Autoridade Ambiental.

Fase de Exploração

- Aspetos a respeitar nos sistemas de climatização: recurso a ventilação livre em

substituição da ativa, redução de caudais de ar novo nos períodos de não ocupação,

utilização de circuladores de água quente e fria com caudal variável de acordo com as

necessidades de aquecimento e arrefecimento, e modelação da temperatura de entrega

de água quente para aquecimento;

- Buggies movidos a eletricidade em detrimento dos combustíveis fósseis;

- Adoção de um sistema de gestão de consumos energéticos de acordo com a norma EN

16001.

A CA tem a referir que deve ficar evidenciado em RECAPE as medidas acima expostas,

sendo que a adoção de buggies elétricos já está considerado ao nível da qualidade do ar

e do ambiente sonoro

Fase de Desativação

Se o espaço for reconvertido em zona de lazer as medidas da fase de exploração devem

ser estendidas ao novo uso, se as estruturas forem demolidas o EIA não propõe medidas,

pois os consumos serão extintos ao nível deste empreendimento.

3.9. QUALIDADE DO AR

O EIA começa por apresentar a metodologia para a caracterização deste factor

ambiental: quadro legislativo, identificação das principais fontes poluentes da área de

estudo, os recetores sensíveis próximos e qualificação da qualidade do ar.

Ao nível do enquadramento legislativo, o Relatório discrimina os poluentes que

considera significativos em função do seu modo de formação (primários secundários),

fontes naturais ou antropogénicas e efeitos no homem ou no ambiente, apresentando

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Procedimento de AIA ao “Campo de Golfe de Santa Maria” - Parecer Final 30/54

ainda fichas para aqueles que considera mais relevantes (SO2, NOx, O3 e Partículas) no

âmbito do presente procedimento.

Prossegue referindo as principais fontes da envolvente: tráfego rodoviário aéreo e

portuário, três pedreiras, central de brita, atividade agrícola e obras de construção civil.

Já no que se refere a recetores sensíveis são apenas identificadas as habitações e

edifícios públicos da Almagreira e da Praia.

Posteriormente, o EIA assume a inexistência de estações de medição da qualidade do ar

na área de estudo, que a mais próxima se encontra nos Espalhafatos na ilha do Faial, a

qual mede as concentrações de fundo dos mesmos poluentes caracterizados nas fichas e

serve de base à qualificação apresentada no Relatório. Assim são expostos os dados

obtidos nos anos 2007, 2008 e 2009 para no fim assumir-se que o Índice de Qualidade

do Ar nos Açores é “Bom” tem como condicionante o poluente Ozono, por ter sido o

único que apresentou excedências em número limite ao legislado no Decreto-Lei n.º

320/2003, de 20 de Dezembro.

Sobre a caracterização apresentada a CA tem a referir que, tendo em conta a tipologia

do projeto a mesma foi considerada suficiente, contudo, no enquadramento legal não foi

considerado o Decreto-Lei n.º 102/2010, de 23 de Dezembro, o que foi aceite tendo em

consideração que o EIA foi concluído em Dezembro de 2010 e o empreendimento se

encontra ainda em fase de Estudo Prévio.

Todavia aquando do RECAPE deverá ser verificada a adequação do referido no EIA ao

nível da caracterização, propostas de mitigação e eventuais programas de monitorização

face à publicação do Diploma não considerado durante o procedimento de AIA.

IMPACTES

O EIA assume que a implementação do empreendimento pode provocar impactes nas

fases de construção, de exploração e desativação.

Fase de construção

- Emissões de poeiras associada a vários trabalhos a implementar e circulação de

máquinas e equipamentos;

- Emissões de gases de combustão, sobretudo NOx, CO, SOx e partículas pelos motores

dos veículos, maquinas e equipamentos envolvidos nas várias operações desta fase.

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Procedimento de AIA ao “Campo de Golfe de Santa Maria” - Parecer Final 31/54

Estes potenciais impactes foram classificados como negativos, significativos baixos,

diretos, magnitude baixa, temporários e reversíveis.

A CA considera que os principais impactes na qualidade do ar são os expostos no EIA.

Fase de exploração

- Emissões de gases de combustão associados às máquinas e equipamentos de limpeza e

manutenção dos espaços verdes e circulação de buggies

- Emissão de Compostos Orgânicos Voláteis nos postos de abastecimento e nos locais

de manutenção de máquinas e manipulação de produtos fitossanitários, tintas e vernizes.

Estes impactes estão classificados como negativos, significância baixa, diretos,

magnitude baixa, temporários e reversíveis

A CA considera que as conclusões do EIA parecem tecnicamente sustentáveis e que a

metodologia utilizada parece correta face aos objetivos.

MEDIDAS DE MITIGAÇÃO

Para a fase de construção, o EIA apresenta as seguintes de medidas de minimização:

- O Plano de Gestão Ambiental deve incluir requisitos para o controlo das superfícies de

solos sujeitas a movimentações, caminhos não pavimentados e transporte de materiais

pulverulentos de modo a evitar a emissão de poeiras, para entrada em obra de máquinas

e equipamentos e para o plano da respetiva manutenção e conservação a apresentar

pelos empreiteiros tendente a reduzir as emissões dos gases de combustão;

- Recorrer à pulverização dos terrenos com água, para evitar o levantamento de poeiras,

quando estritamente necessário.

- Nos dias secos e ventosos, a aspersão das vias de circulação e manutenção dos

acessos;

- Não executar atividades de movimentação e transporte de terras em situações de

ventos fortes durante os períodos secos, sem o humedecimento dos materiais.

A CA concorda que a maioria das medidas de mitigação dos impactes na qualidade do

ar está relacionada com a gestão ambiental das obras, contudo considera que este deve

conter além de propostas de boa gestão, critérios demonstrativos do seu cumprimento e

de verificação da sua eficácia.

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Procedimento de AIA ao “Campo de Golfe de Santa Maria” - Parecer Final 32/54

As duas últimas medidas constantes no EIA são exemplos de difícil fiscalização e

demonstração, devendo integrar o mesmo Plano e complementadas com mecanismos

referidos no parágrafo anterior.

Fase de Exploração

Para esta fase o EIA propõe as seguintes medidas:

- Recorrer ao abastecimento elétrico dos buggies para minimizar as emissões de gases

de combustão;

- No caso da solução anterior não ser adotada, proceder a uma manutenção preventiva

dos buggies e dos equipamentos utilizados nesta fase para reduzir as emissões;

- Na zona de abastecimento implementar tecnologia que permita a redução de emissões

COV aquando do abastecimento dos buggies;

- Aquando da manutenção dos espaços verdes, implementar técnicas de limpeza que

minimizem a emissão de poeiras;

- Propõe-se a Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental, tendo por base um

referencial adequado à gestão de campos de golfe, visando deste modo: a melhoria do

desempenho ambiental e consequentemente do desempenho das atividades

desenvolvidas no campo de golfe e evidenciar o cumprimento dos requisitos legais.

Sobre estas medidas a CA tem a referir o seguinte:

O EIA apresenta medidas para situações alternativas, utilização de buggies com

abastecimento elétricos ou por hidrocarbonetos, mas as duas opções não foram

comparadas.

A CA reconhece as vantagens para a qualidade do ar do recurso a abastecimento elétrico

nos buggies, assim, no caso da opção pela segunda alternativa, o proponente deverá

demonstrar em RECAPE as razões da escolha através de um estudo de custos benefícios

globais que justifique a rejeição do sistema menos impactante neste fator ambiental.

As restantes medidas devem ser integradas num Plano de Gestão Ambiental do Campo

de Golfe para a fase de exploração, que deve conter os critérios demonstrativos do

cumprimento das medidas nele contidas e para a determinação da sua eficácia.

Fase de Desativação

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Procedimento de AIA ao “Campo de Golfe de Santa Maria” - Parecer Final 33/54

O EIA assume que as medidas para esta fase são as das fases anteriores em função da

solução a adotar de retorno ao uso agrícola ou aproveitamento para zona de lazer.

A CA está genericamente de acordo, embora presuma que os movimentos de terra sejam

menores e consequentemente os impactes deverão ser menores que os da fase de

construção.

3.10. AMBIENTE SONORO

O EIA inicia a caracterização deste fator ambiental com a exposição dos objetivos a

alcançar no domínio do ambiente sonoro, com a metodologia para a caracterização e a

legislação na área do ruído e atividades geradoras de poluição sonora.

Apesar do acima referido, já nos pareceres anteriores da CA foi referido que

Regulamento Geral de Ruído (RGR) referido no EIA não é o aplicado nos Açores, pelo

que a caracterização embora seguisse princípios semelhantes aos do Decreto Legislativo

Regional n.º 23/2010/A, de 30 de Junho, como os critérios eram ligeiramente diferentes

e tal poderia provocar ligeiras alterações nos níveis sonoros calculados

matematicamente.

No seu enquadramento o EIA limitou-se a identificar os recetores sensíveis e as

principais fontes emissoras de ruído da área de estudo, bem como estimar os níveis

sonoros da zona com base em mapas de ruído da Câmara Municipal. Não tendo

efetuado qualquer campanha de medição e cálculos dos parâmetros Lden e Ln.

Assim, apesar de se estar perante uma caracterização legalmente mal enquadrada e sem

recolha de dados quantitativos, uma vez que os princípios do RGR em que a equipa se

baseou são genericamente os do Diploma Regional, tendo em conta que se está em fase

de Estudo Prévio, a exploração do empreendimento não está associada a uma atividade

ruidosa e existe a possibilidade de correção das imperfeições detetadas em RECAPE,

considerou-se que a caracterização quantitativa poderia ser implementada e

devidamente enquadrada na legislação aplicável nos Açores aquando da apreciação da

conformidade do projeto de execução, bem como identificados e implantados em carta

os recetores sensíveis mais próximos do projeto, aspetos que associados a um programa

de monitorização permitiriam não comprometer a viabilidade do campo de golfe e

assegurar o cumprimento dos limites legais de ruído.

IMPACTES

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Procedimento de AIA ao “Campo de Golfe de Santa Maria” - Parecer Final 34/54

Apesar do acima referido ao nível do ambiente sonoro, estão estimados os seguintes

impactes no EIA para este fator ambiental:

Fase de Construção

- Aumento dos níveis de ruído devido à emissão a partir de viaturas, máquinas e

equipamentos nos trabalhos envolvidos, que embora descontínuos podem oscilar entre

70 e 110 dB(A) numa faixa até 100 dos respetivos locais de laboração;

- Acréscimo de tráfego com circulação de veículos pesados nas vias de acesso e

respetivo incremento de ruído.

Estes impactes estão classificados como negativos, significativos médios, diretos,

magnitude moderada, temporários, reversíveis e irrelevantes para as partes interessadas.

A CA na sequência da visita ao local deduz que a avaliação os impactes esperados

parece coerente com o observado no terreno.

Fase de Exploração

O EIA estima os seguintes impactes associados à exploração do campo de golfe de

Santa Maria:

- Aumento do tráfego automóvel associado ao normal funcionamento das instalações;

- Emissões associadas ao funcionamento do equipamento de manutenção do campo de

golfe, dos jardins e instalações, desde corta-relvas, sopros, máquinas pare recolha e

transporte de folhagens, bombas, compressores, unidades de frio, condensadores

AVAC, exaustores, gerador, particularmente os instalados em espaços exteriores.

O EIA não classifica os impactes estimados

Fase de Desativação

O EIA apenas considera a demolição das infraestruturas que terminado a operação se

regressa a uma situação semelhante à de referência.

Contudo, prevê que os impactes gerados ao realizar demolições, com a remoção das

infraestruturas e transporte de uma quantidade significativa de resíduos de construção e

demolição ao destino final são mais significativos que os da fase de construção.

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Procedimento de AIA ao “Campo de Golfe de Santa Maria” - Parecer Final 35/54

A CA reconhece a significância deste impacte, mas também não é de excluir que no

cenário de aproveitamento da área para zona de lazer parte das infraestruturas não seja

desmantelada.

MEDIDAS DE MITIGAÇÃO

Para cada uma das fases consideradas no EIA, este apresenta as seguintes medidas de

para reduzir os impactes neste fator ambiental:

Fase de Construção

- Restrição das operações de construção mais ruidosas, aos dias úteis e no período

diurno, ou, em alternativa, efetuadas mediante obtenção de licença especial de ruído.

Caso seja necessário proceder a atividades de obra entre as 20:00 horas e as 8:00 horas e

aos sábados, domingos e feriados, deverá proceder-se de acordo com a legislação em

vigor;

- A circulação de veículos pesados deve efetuar-se preferencialmente, nos dias úteis e

no período diurno. Toda a movimentação de veículos tipo retroescavadoras,

autobetoneiras, veículos de transporte de pessoal, deverá ser planeada de forma não

ocorrer fora do período diurno;

- Localização do estaleiro e armazéns de apoio à obra na zona da unidade industrial

desativada por ser longe de recetores sensíveis, bem como permitir o mesmo à

circulação para as frentes de trabalho;

- A conservação e a manutenção da maquinaria e veículos deve ser acordo com o

manual do fabricante para manter o ruído nos limites admissíveis, sem retirar os

dispositivos/componentes de proteção de forma a cumprir os legais aos equipamentos

de uso no exterior;

- Dar preferência a utilização de máquinas e equipamento com baixa potência sonora;

- Aplicar, as seguintes boas práticas:

a) Seleção de técnicas e processos construtivos que gerem menos ruídos;

b) Utilizar equipamento com silenciadores e supressores de ruído de origem e/ou

insonorizar a maquinaria de apoio à obra com níveis elevados de ruídos;

c) Isolar e insonorizar adequadamente as áreas de obra em espaços abertos onde se

desenvolvam atividades ruidosas, com taipais de proteção que assegurem alguma

proteção sonora da envolvente;

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Procedimento de AIA ao “Campo de Golfe de Santa Maria” - Parecer Final 36/54

d) Utilizar eletricidade pública, em vez de geradores móveis;

e) Garantir a manutenção periódica de todos os veículos/equipamento de apoio à obra.

O EIA salienta ainda a necessidade de uma campanha de medição do ruído ambiente

antes do início da fase de construção, outra após no seu começo para aferir os níveis de

ruído emitidos para a envolvente e uma extraordinária no caso eventuais reclamações no

decorrer da obra para determinar a significância da situação referida

Para esta fase a CA tem a referir o seguinte:

A obtenção de uma licença especial de ruído não é uma medida de mitigação do

impacte pois não reduz as emissões, apenas as legaliza, mantendo-se o incómodo nos

recetores.

A medição dos níveis de ruído antes da implementação do projeto deve ser uma

condicionante necessária cujos resultados e tratamento devem constar do RECAPE para

colmatar a lacuna do EIA e no caso de deteção de situações cujo empreendimento venha

a implicar o desrespeito do RGR devem estar previstas outras medidas de mitigação em

função desses resultados.

As medidas de boas práticas, programas de manutenção e verificação de máquinas e

equipamentos devem ser integrados no Plano de Gestão da Obra no qual devem constar

critérios demonstrativos do seu cumprimento e da eficácia das mesmas.

Fase de Exploração

O EIA propõe as seguintes para esta fase:

- Utilizar equipamentos sonoros devidamente homologados, de acordo com o

estabelecido no Decreto-lei n.º9/2007, de 17 de Janeiro, e em cumprimento com os

requisitos estabelecidos no Decreto-lei n.º 76/2002, de 26 de Março, em relação aos

equipamentos de uso no exterior;

- Dimensionar e especificar soluções de atenuação sonora no sistema AVAC – sistemas

de aquecimento, ventilação e ar condicionado, no gerador e no equipamento sob

pressão:

- Limitar a velocidade a 20km/h de modo a diminuir o ruído produzido nos acessos

dentro da área do campo de golfe;

- Manutenção dos caminhos e controlo de tráfego de buggies;

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Procedimento de AIA ao “Campo de Golfe de Santa Maria” - Parecer Final 37/54

- Redução dos períodos de corte através do aumento da altura de corte nos fairways;

- Reduzir a extensão das áreas de corte regular, através do aumento dos semi-rough;

- Implementar formação para os elementos afetos ao campo de golfe de sensibilização

para a redução da prática de atividades ruidosas.

Sobre estas medidas a CA apenas tem a referir o seguinte:

A homologação dos equipamentos deve ter em consideração a legislação regional, só na

sua ausência é que se devem seguir critérios da legislação do continente ainda não

adaptada aos Açores.

O cumprimento das medidas referentes às áreas de corte de relva, respetiva altura e

soluções de atenuação sonora no sistema AVAC e outros equipamentos das instalações

deve ficar demonstrado nas especificações técnicas que acompanham a memória

descritiva do projeto de execução, devidamente salientadas no RECAPE e as que se

relacionam aspetos práticos incluídas no Plano de Gestão Ambiental do Campo de

Golfe para a fase de exploração, no qual constem os critérios de evidenciação do seu

respeito e eficácia.

A CA tem ainda a seguinte medida a propor:

- Verificação da viabilidade de utilização de buggies elétricos não emissores de ruído.

No caso da impossibilidade da implementação esta medida, tal terá de ficar

convenientemente demonstrado em RECAPE.

A caracterização do ambiente sonoro a acompanhar o RECAPE deve incluir perspetivas

de ruído tendo em consideração a implementação destas medidas.

Fase de Desativação

O EIA propõe as mesmas medidas da fase de construção no cenário de demolição das

infraestruturas para reconversão da área ao uso agrícola. Na outra alternativa não

preconiza qualquer medida.

PROGRAMA DE MONITORIZAÇÃO

O EIA propõe a implementação de um programa de monitorização dos níveis de ruído

tendo em conta o RGR do Continente, não pormenorizando as respetivas diretrizes.

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Procedimento de AIA ao “Campo de Golfe de Santa Maria” - Parecer Final 38/54

Na ausência de diretrizes a CA recomenda as seguintes, competindo ao proponente

apresentar em RECAPE uma versão final devidamente enquadrada no RGR em vigor

nos Açores e a sujeitar a aprovação da Autoridade Ambiental.

Caracterização da Situação de Referência

Uma campanha de Medições do Nível Sonoro Contínuo Equivalente, LAeq em dB(A)

em bandas de 1/3 de oitava junto ao limite da área de implantação do empreendimento,

cobrindo pelo menos 3 zonas diferentes com recetores sensíveis próximos, sendo um

deles representativo do mais próximo do campo e outro do mais próximo dos edifícios a

construir, recomenda-se ainda medições em locais onde o uso do solo seja suscetível ao

ruído e cobrir as zonas destinadas à implantação dos edifícios de apoio ao campo de

golfe outro e o à instalação do estaleiro.

Os procedimentos devem respeitar as normas portuguesas, como a NP-1730, com

equipamento homologado e calibrado por entidades competentes e os locais das

medições apresentados em carta para verificação da sua adequabilidade aos objetivos

pretendidos.

Os registos devem conduzir, nos diferentes períodos de referência, aos valores dos

indicadores de ruído Ld, Le e Ln, conforme definido no Regulamento Geral de Ruído

em vigor nos Açores e com a duração para serem representativos estatisticamente.

Fase de construção

Com a mesma metodologia e locais determinar os mesmos parâmetros durante o

funcionamento de máquinas, equipamentos e quaisquer operações ruidosas e incluir os

critérios de incomodidade. Deverá ser igualmente monitorizado em simultâneo as

características tonais, impulsivas e relatados o inventário dos principais equipamentos

ruidosos em funcionamento e contagem de tráfego com a proporção de veículos pesados

e ligeiros e as respetivas velocidades médias estimadas.

No caso de reclamações obrigatoriamente dever ser efetuada uma medição

representativa junto ao recetor em causa.

Periodicidade

As campanhas devem ser agendadas em função da calendarização das atividades de

construção e do tipo de equipamento a utilizar. Recomenda-se contudo, no mínimo

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Procedimento de AIA ao “Campo de Golfe de Santa Maria” - Parecer Final 39/54

campanhas semestrais para cada local nas proximidades de usos sensíveis ao ruído onde

decorram atividades ruidosas.

Fase de exploração

Por ser o período mais extenso e considerado o estado final que se pretende com a

implementação do projeto, o mesmo deve permitir comparar com a situação de

referência.

Periodicidade

Ordinariamente pelo menos 2 campanhas semestrais nos dois primeiros anos, sendo

obrigatório duas coincidirem com Julho ou Agosto.

Após a existência de reclamações, num período não superior a 30 dias da sua entrada na

Autoridade Ambiental, exceto se estiver programada um campanha num período não

superior a 60 dias.

Termos do programa

À exceção dos casos de reclamações que não têm termo, as campanhas ordinárias

podem terminar decorridos dois anos caso todos os valores indiciem para que o projeto

não provoque desrespeito ao Regulamento Geral de Ruído.

Relatórios

Para cada campanha de monitorização de ruído deve ser elaborado um Relatório de

Monitorização com a estrutura prevista do Diploma AILA ou regulamentações

posteriores deste, onde deve constar, pelo menos: os locais de monitorização; descrição

dos equipamentos de medição utilizados, das técnicas e metodologias adotadas,

identificação dos períodos de avaliação, das fontes de ruído presentes e das condições

meteorológicas verificadas.

Os Relatórios de Monitorização devem conter os resultados, a análise e conclusões, bem

como uma interpretação de tendências encontradas. Sempre que sejam encontrados

níveis sonoros em excesso aos valores legais deve o Relatório determinar a necessidade

de adoção de medidas de minimização adicionais, as quais, no entanto, podem ser

dimensionadas em sede projeto específico.

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Procedimento de AIA ao “Campo de Golfe de Santa Maria” - Parecer Final 40/54

3.11. GESTÃO DE RESÍDUOS

O EIA assume o empreendimento como gerador de resíduos nas duas primeiras fases,

por isso considera importante apresentar uma caracterização dos sistemas de gestão de

resíduos.

O EIA reconhece que a gestão de resíduos nos Açores tem sofrido uma evolução

acentuada ao longo dos últimos anos, baseada nas linhas SIGRA (Sistema Integrado de

Gestão de Resíduos dos Açores) e PERSU II (Plano Estratégico de Gestão de Resíduos

dos Açores), com objetivos de prevenção e redução da produção de resíduos como

prioridade e hierarquização das operações de gestão com preferência à reutilização dos

resíduos e quando inviável, a reciclagem ou outras formas de valorização surge a última

opção de gestão com a deposição em aterro.

Presentemente, em Santa Maria, com uma produção per capita de 410 kg/hab.ano, tem

uma lixeira controlada na Zamba, para onde vão os resíduos sobrantes de uma operação

de recolha seletiva multilateral com vista à reciclagem e 24 Ecopontos, os produtos

destas fileiras e os perigosos são encaminhados para operadores licenciados.

Existe a intenção de requalificar a lixeira, passando esta ilha a ficar dotada de um

Centro de Processamento de Resíduos com um Centro de Valorização Orgânica por

Compostagem que tratará um terço dos resíduos, um terço sobrante deverá ser

encaminhado para S Miguel para valorização energética e a terceira fração para outros

tipos de valorização no Continente.

Neste levantamento é referido a inexistência de operadores licenciados para resíduos de

construção demolição e de um protocolo de cooperação entre a Câmara e uma entidade

para remoção e tratamento de resíduos de emulsão betuminosa e solos contaminados.

Por fim é exposto um quadro com as tipologias de resíduos produzidos na ilha que

poderão ser reencaminhados por operadores licenciados para exterior.

Impactes

O EIA identifica as atividades geradoras de resíduos nas várias fases do projeto

Fase de construção

Implantação, funcionamento e desativação do estaleiro; operação, movimentação e

manutenção de veículos e máquinas afetos à obra; operações de limpeza e desmatação;

remoção de infraestruturas existentes; movimentação de terras; construção dos lagos,

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Procedimento de AIA ao “Campo de Golfe de Santa Maria” - Parecer Final 41/54

greens, tees, pistas e roughs, bunkers e sistema de rega; acabamento, plantações e

sementeiras; betonagem; pintura e acabamentos; pavimentações e arruamentos.

As atividades mencionadas deverão produzir assim um volume significativo de resíduos

nomeadamente: urbanos equiparados, REE, pneus, Resíduos de Construção e

Demolição (RCD), óleos usados etc. que o EIA estima poderem na sua maioria ser

absorvidos pelos sistemas de gestão e operadores envolvidos na gestão de resíduos em

Santa Maria.

Este impacte é classificado como negativo, significativo baixo, direto, magnitude baixa,

temporário e reversível.

Fase de exploração

O EIA prevê serem produzidos resíduos com características equiparadas aos dos

resíduos sólidos urbanos, alguns perigosos e outros, nomeadamente: verdes; embalagens

de produtos fitofarmacêuticos; óleos usados; baterias; filtros; pneus; tintas; panos sujos;

produtos absorventes; solventes; embalagens contaminadas; lâmpadas fluorescentes;

pilhas e resíduos sólidos equiparados a urbanos.

O EIA refere que o empreendimento prevê espaços e infraestruturas para

armazenamento temporário dos vários tipos de resíduos e graus de perigosidade para

depois entrega a operadores licenciados e destinos integrados no sistema de gestão de

resíduos da ilha de Santa Maria.

O impacte do empreendimento sobre o fator Resíduos é classificado como negativo,

significativo médio, direto de magnitude moderada, temporário e reversível.

Fase de Desativação

No caso do cenário da demolição o EIA estima impactes com as características da fase

de construção, a hipótese alternativa terá impactes semelhantes ao da fase de exploração

embora perspetiva uma magnitude menor.

A CA concorda com os impactes identificados, bem como a sua classificação.

Medidas de Mitigação

O EIA propõe sucintamente a aplicação das seguintes medidas para minimização dos

impactes acima identificados:

Fase de construção

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Procedimento de AIA ao “Campo de Golfe de Santa Maria” - Parecer Final 42/54

- Elaboração e implementação de um plano de Prevenção e Gestão de Resíduos de

Construção e Demolição de acordo com a Lei n.º 46/2008, de 12 de Março, prevendo a

inventariação, identificação dos resíduos produzidos de acordo com a Lista Europeia de

Resíduos aprovada pela Portaria n.º 209/2004, de 3 de Março;

- Reutilização sempre que possível em obra do RCD produzidos;

- Triagem dos resíduos produzidos na obra a cargo do empreiteiro;

- O local para armazenamento provisório dos resíduos dever ter em consideração o livre

acesso das viaturas de transporte de resíduos, dimensões que permitam a

operacionalidade necessária dos veículos e a triagem prevista, estar devidamente

sinalizado e com convenientemente etiquetagem dos materiais acondicionados em

contentores próprios que respeitem as normas legais em função da sua tipologia e

perigosidade; ser arejado, impermeabilizado, coberto e com barreiras de contenção e

retenção de derrames;

- A armazenagem e entrega dos resíduos aos operadores devem ser acompanhadas de

todos os registos e documentação prevista na legislação.

Fase de exploração

- Elaboração e implementação de um Plano de Prevenção e Gestão de Resíduos e

inscrição no Sistema Regional de Informação de Resíduos com todas as obrigações daí

decorrentes em termos de prevenção, redução de produção, caracterização, reutilização,

triagem, armazenagem, inventariação e registo com toda a documentação associada às

operações de transporte, valorização e eliminação;

- Elaboração de um Plano de Segurança Interno que reposta aos regulamentos em

termos de segurança contra incêndios, incluindo o respetivo Plano de Emergência

Interno;

- O bar/café e restaurante deverão aderir ao sub-sistema Verdoreca cumprindo todas as

condicionantes daí decorrentes como uso de embalagens, separação e certificação.

Fase de desativação

No cenário de demolição implementação de um conjunto de medidas semelhantes às da

fase de construção.

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Procedimento de AIA ao “Campo de Golfe de Santa Maria” - Parecer Final 43/54

No caso de continuação da zona para aproveitamento turístico uma gestão de resíduos

semelhante ao da fase de exploração com as devidas adequações.

Sobre o referido neste fator ambiental a CA tem a referir que todos os planos propostos

no EIA para a Gestão de Resíduos devem acompanhar o RECAPE e a sua versão final

fica condicionada ao cumprimento da legislação então em vigor nos Açores e à

aprovação pela Autoridade Ambiental, ouvida as entidades competentes, e devem conter

os critérios demonstrativos do cumprimento das medidas nele contidas para determinar

da sua eficácia.

Os planos para a fase de exploração devem ser compatibilizados com o Plano de Gestão

Ambiental do Campo de Golfe para a fase de exploração.

3.12.ORDENAMENTO E GESTÃO DO TERRITÓRIO

O EIA enquadra a área sujeita ao mesmo nos instrumentos de gestão territorial em

vigor, designadamente, o Plano Regional de Ordenamento do Território; o Plano de

Ordenamento Turístico da Região Autónoma dos Açores; Plano Sectorial para a Rede

Natura 2000 na RAA; no Plano de Ordenamento da Orla Costeira da Ilha de Santa

Maria e no Plano Diretor Municipal de Vila do Porto.

O EIA enquadra ainda a área de intervenção na legislação referente ao Parque Natural

de Ilha de Santa Maria.

Refere ainda os condicionamentos que recaem sobre a área (Reserva Agrícola Regional

e Reserva Ecológica) e a suspensão parcial do Plano Diretor Municipal de Vila do

Porto, alegando que o campo de golfe trata-se de um empreendimento de excecional

interesse regional.

Impactes

Para este fator ambiental, o EIA identifica os seguintes impactes:

Fase de Construção

O EIA nesta fase e para este fator não identifica impactes expetáveis com natureza ou

efeito apreciável e por consequência os restantes parâmetros não são avaliáveis.

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Procedimento de AIA ao “Campo de Golfe de Santa Maria” - Parecer Final 44/54

Assim, os impactes negativos esperados são considerados muito pouco significativos,

sendo constituídos, fundamentalmente, pelos incómodos causados pelas operações de

construção do campo de golfe e pela necessidade de expropriação dos terrenos em

questão, havendo a potencial necessidade de criação de novas vias de acesso.

Fase de Exploração

O EIA considera que com a construção do campo de golfe, sejam originados ao nível do

ordenamento local melhorias em virtude das suas condições gerais, dinamizando-se a

envolvente com o desenvolvimento de estruturas de suporte a esta atividade desportiva.

Fase de Desativação

No que concerne a esta fase, o EIA defende a alteração e atualização dos instrumentos

de gestão territorial, por forma a se compatibilizarem com a nova realidade.

3.13. – PAISAGEM

O EIA, após explanar a metodologia utilizada para caracterização da situação de

referência do descritor em apreço, avança para a caracterização paisagística do local de

implantação do projeto, bem como da sua envolvente.

Assim e de acordo com o EIA, o Tremoçal, local em que se insere a área de implantação

do projeto, faz parte integrante da unidade - Sma 3 (apresentada na figura 3.36 do EIA)

e é caracterizada por uma zona de relevo suavemente ondulado, pouco declivoso, de

transição entre a plataforma ocidental e a Serra do Pico Alto, limitada a sul por arribas

costeiras. É ligeiramente mais húmida e fresca que a Plataforma Ocidental, devido à

maior altitude, o que é percetível nas pastagens, que adquirem um verde mais viçoso. A

agricultura e pecuária são os usos predominantes do solo, marcando a paisagem com a

compartimentação dos campos, limitados com muros de pedra seca.

O povoamento orienta-se predominantemente ao longo da estrada regional e com

carácter rural, apesar de se verificar alguma expansão do centro urbano de Vila do Porto

para a freguesia de Almagreira.

A zona de implantação do projeto insere-se num local com privilegiada panorâmica

sobre a costa sul, nomeadamente sobre a Praia Formosa e a Praínha.

Concomitantemente avistam-se para nordeste o Pico Alto e para sudoeste o Pico do

Facho.

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Procedimento de AIA ao “Campo de Golfe de Santa Maria” - Parecer Final 45/54

Segundo o EIA, na sua maioria, a área a implantar o Campo de Golfe corresponde a

terrenos muito descaracterizados, do ponto de vista da vegetação autóctone, ocupados

por pastagens.

O EIA aponta a necessidade de preservação de qualquer elemento paisagístico

particular, salvaguardando no entanto a quase inexistência de flora, fauna ou habitats

que mereçam proteção particular.

O Projeto compromete-se a extinguir uma instalação industrial abandonada, que

prejudica a paisagem.

A equipa responsável pela AIA verificou in situ o descrito, e concordou que,

implementando-se o proposto no projeto relativamente a vegetação e acumulações de

água, a paisagem do local será beneficiada.

IMPACTES

Para este descritor, foram avaliados e classificados os impactes decorrentes da

implementação do projeto, que abaixo se sintetizam:

Fase de construção

Para esta fase, o Estudo prevê que todas as ações a ela associadas se traduzam em

perturbações/impactes na paisagem. A perceção das características do local será alterada

pela criação de escavações e aterros, movimentações de maquinaria pesada, emissões de

poeiras, destruição do coberto vegetal e introdução de elementos estranhos à paisagem.

Estes impactes são considerados negativos, baixos a médios, diretos, temporários e

reversíveis, pelo facto de a fase de construção ser limitada no tempo.

Fase de exploração

Nesta fase e de acordo com o EIA, a alteração da paisagem não terá quaisquer impactes

negativos significativos, potenciando uma maior diversidade paisagística, através da

requalificação florestal e vegetal da área, privilegiando a flora endémica e autóctone da

ilha. Os impactes nesta fase são considerados pelo EIA como positivos, significativos

médios, diretos, de magnitude moderada, temporários e reversíveis.

Fase de Desativação

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Procedimento de AIA ao “Campo de Golfe de Santa Maria” - Parecer Final 46/54

O EIA aponta a necessidade de, em caso de desativação do campo de Golfe,

desmantelar todas as infraestruturas de modo a evitar a sua degradação e consequente

impacte negativo do ponto de vista paisagístico.

A CA concorda com a classificação dos impactes apresentada, bem como com as

medidas de minimização propostas no EIA, que abaixo se discriminam.

MEDIDAS DE MINIMIZAÇÃO

Fase de construção

- O Projeto considerou o relevo do terreno natural para efetuar o desenho do

campo, prevendo-se portanto escavações apenas para a construção dos lagos;

- Decapagem e reutilização do coberto vegetal;

- Circulação de viaturas restrita aos acessos de obras;

- Elaboração de Plano de acessos, estaleiro e zonas de stock de materiais;

- O estaleiro será implantado em área degradada a recuperar posteriormente;

- Instalação de painéis em torno do perímetro do estaleiro;

- Considerar antecipadamente trabalhos de remoção do estaleiro;

- Desmatação seletiva, permitindo a permanência de espécies nativas;

- Impedir a circulação de viaturas e pessoas fora das zonas desmatadas;

- Elaborar um Plano de Integração Paisagística das Obras, de forma a garantir o

enquadramento paisagístico mais adequado, visando atenuação dos impactes a

este nível previstos.

Fase de exploração

Apesar de se esperarem impactes positivos na fase de exploração, O EIA prevê que

possam advir impactes negativos indiretos, nomeadamente a especulação imobiliária.

Aconselha que sejam impostas rigorosas condições de ordenamento do território e de

licenciamento de novas construções.

Aconselha a um cuidado especial com a manutenção de habitats, através do controlo de

introdução de espécies de flora invasoras.

Menciona ainda a pertinência de dinamização de um plano de educação ambiental, com

o intuito de informar sobre a importância das áreas integradas no campo de Golfe.

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Procedimento de AIA ao “Campo de Golfe de Santa Maria” - Parecer Final 47/54

Fase de desativação:

Mesmos cuidados que na fase de construção, caso se enverede pelo desmantelamento

das infraestruturas. O EIA salvaguarda a necessidade de requalificação dos terrenos de

modo a evitar a degradação e impacte visual negativo.

3.14. PATRIMÓNIO CONSTRUÍDO E ARQUEOLÓGICO

Neste factor, e após apresentação das metodologias utilizadas para obtenção de dados, o

EIA lista os elementos patrimoniais relevantes dentro da área de implantação do projeto,

referindo que não são detentores de qualquer tipo de classificação ou proteção. O EIA

refere um Forno de Cal, localizado no Touril e sete currais (utilizados para fins

agrícolas e com a função de palheiro), aos quais atribui valor etnográfico e patrimonial

médio.

IMPACTES

O projeto considera a manutenção de 3 desses currais, obrigando à demolição dos

restantes para implementação do Campo de Golfe. Os currais a manter e o forno de cal

são considerados no projeto, com trabalhos de recuperação e consolidação.

Em fase de construção não se apontam impactes ao património construído e

arqueológico, considerando-se os impactes em fase de exploração positivos, dada a

requalificação que se indica para as estruturas a manter.

Em fase de desativação considera-se que as infraestruturas retomarão as suas anteriores

utilidades agrícolas, conferindo um favorecimento da paisagem devido à requalificação

sofrida.

A CA concorda genericamente com os impactes apresentados, assim como com as

medidas de minimização dos impactes apresentadas abaixo:

MEDIDAS DE MINIMIZAÇÃO

Fase de construção

- Proteção física ao forno da cal e aos currais a manter;

- Remoção de resíduos depositados no interior do Forno de Cal e currais;

Não se apontam medidas de minimização nas fases de exploração e desativação, por não

serem apontados impactes negativos.

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Procedimento de AIA ao “Campo de Golfe de Santa Maria” - Parecer Final 48/54

3.15. SOCIOECONOMIA

O EIA efetua a apresentação da metodologia utilizada, e em seguida uma

contextualização geográfica e demográfica, concluindo que se tem vindo a registar uma

diminuição da população, queda da fecundidade e tendência para um crescente

envelhecimento populacional. Segundo os dados apresentados pelo EIA, a taxa de

instrução é também baixa na ilha de Santa Maria.

Relativamente às atividades económicas, o EIA aponta a atividade aeronáutica como o

principal pilar da economia da ilha, seguindo-se a predominância do sector terciário,

sendo a agropecuária a base da economia rural. A taxa de desemprego é

consideravelmente elevada.

Segundo o EIA, o turismo é a segunda atividade em termos de importância para a ilha

de Santa Maria, apontando como potencialidades da ilha para esta atividade a paisagem,

o clima, as zonas balneares, os circuitos pedonais, miradouros e as atividades culturais.

Considera que a restauração é insuficiente na época alta, mas aponta a disponibilidade

de alojamento como uma vantagem, tendo-se verificado um aumento de hóspedes na

ilha.

O EIA apresenta as alternativas disponíveis relativamente a transportes e vias de

comunicação para Santa Maria, considerando a proximidade à ilha de São Miguel como

uma mais-valia.

Segundo o EIA, a ilha de Santa Maria dispõem de Centro de Saúde, cinema, três

bibliotecas, um museu e uma galeria de arte. Contudo, atualmente o cinema encontra-se

desativado, existe apenas uma biblioteca pública na ilha, e a galeria de arte está

encerrada há algum tempo, sendo portanto estes dados imprecisos.

O EIA apresenta uma área dedicada às atitudes locais perante o projeto, onde se

manifesta algum entusiasmo relacionado com o desenvolvimento turístico e

investimentos locais que do investimento poderão advir. Contudo, os locais indicam os

problemas ambientais, diretamente relacionados com o abastecimento de água, como a

sua principal preocupação. Apresentam também a viabilidade económica do projeto

como um dos seus receios. A população local associada ao sector agropecuário contesta

a localização, dado que ocupará terrenos de elevada qualidade para a atividade.

Obviamente que a criação de postos de trabalho é considerada pelos locais como uma

vantagem da implementação do projeto.

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Procedimento de AIA ao “Campo de Golfe de Santa Maria” - Parecer Final 49/54

O EIA apresenta um quadro pouco favorável à alternativa ao projeto, na medida em que,

considera provável a contínua degradação da antiga central de britas abandonada no

local, e a degradação da qualidade dos solos agrícolas.

IMPACTES

Os primeiros três impactes listados abaixo são considerados positivos, pois trarão

benefícios à socioeconomia local.

Fase de construção

- Contratação de mão-de-obra local;

- Dinamização do tecido empresarial;

- Afluxo positivo de população exterior;

- Diminuição da qualidade do ar e ambiente sonoro, relacionada com a circulação

de viaturas pesadas;

- Eventual rompimento de redes técnicas;

- Perdas económicas na área da produção agropecuária;

Fase de exploração

- Criação de postos de trabalho;

- Aumento de ofertas de instalações desportivas;

- Aumento de afluência de visitantes à ilha;

- Benefícios ao nível das finanças locais, relacionadas com a cobrança de

impostos e taxas municipais;

- Ligeiro aumento do tráfego rodoviário;

- Diversificação do tecido produtivo, que se refletirá na qualidade de vida da

população local;

- Constrangimentos de abastecimento de água à população local;

Fase de Desativação

Segundo o EIA os impactes nesta fase assemelham-se aos da fase de construção, dado

que o desmantelamento das infraestruturas levará novamente à contratação de mão-de-

obra local. A reconversão da estrutura em outra com características similares permitirá a

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Procedimento de AIA ao “Campo de Golfe de Santa Maria” - Parecer Final 50/54

manutenção dos postos de trabalho. A não reconversão do espaço levaria a um recuo

socioeconómico, ao regresso ao turismo sazonal, a um aumento do desemprego e ao

encerramento dos investimentos iniciados com base no Campo de Golfe.

A CA concorda genericamente com os impactes apresentados, assim como com as

medidas de mitigação listadas abaixo.

MEDIDAS DE MITIGAÇÃO

Fase de construção

- Controlo de tonelagem de viaturas e lavagem de rodados;

- Manutenção e limpeza regular dos acessos rodoviários;

- Prevenir a poluição acidental através da sensibilização do pessoal de obra e

correta gestão de operações;

- Reduzir ao máximo a extensão de estaleiro;

- Implementar as prescrições mínimas de segurança;

- Implementação de sistema de sinalização relativo às atividades de construção;

- Compensação ou indemnização em caso de prejuízo causado a terceiros;

- Contacto prévio com produtores agrícolas que possam ser afetados pela obra e

pagamento de eventuais prejuízos;

- Criação de mecanismo de gestão de eventuais reclamações;

Fase de exploração

Apesar de o EIA referir que a fase de exploração poderá representar constrangimentos

no abastecimento de águas às populações, não apresenta medidas mitigadoras deste

fator. Considera a CA que deverão ser consideradas medidas para minimizar esta

probabilidade em RECAPE.

O EIA apresenta algumas propostas para aproveitamento do projeto como meio de

educação e sensibilização ambiental, como colocação de placas identificadoras de flora

e fauna possíveis de observar no Campo de Golfe, formação específica às equipas de

manutenção e a implementação de programas de transporte que visem a diminuição da

pressão resultante da circulação excessiva de viaturas.

Fase de Desativação

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Procedimento de AIA ao “Campo de Golfe de Santa Maria” - Parecer Final 51/54

Dado que se considera a possibilidade de desmantelamento das infraestruturas, deverão

ser tida em mente as mesmas medidas propostas para a fase de exploração. Dado o

impacto que a desativação poderá ter a nível socioeconómico, o EIA aponta a

necessidade de:

- Criação de um plano de reconversão do projeto com vista à manutenção dos

postos de trabalho;

- Formação noutras áreas para os trabalhadores que perderão as suas fontes de

rendimento;

- Criação de incentivos ao investimento privado em outras áreas.

A CA entende como aceitáveis e adequadas as medidas propostas.

3.16. EVOLUÇÃO DO LOCAL NA AUSÊNCIA DO PROJETO

O EIA considera a ausência de projeto como “alternativa zero” e apresenta a evolução

expectável das características atuais do ambiente na área de estudo sem a presença do

empreendimento.

Neste cenário o EIA perspetiva o aumento da degradação da instalação industrial com o

aumento de áreas de abandono, acumulação de resíduos e a continuação de extração de

inertes, enquanto na envolvente manter-se-iam as práticas de cultivo e de pecuária com

pastagem, o que tem permitido a manutenção do uso do solo atual associado à não

aplicação de práticas agrícolas e pecuárias adequadas, o que preconiza um processo

evolutivo pouco favorável.

A CA considera que o exposto no EIA além de pouco aprofundado está pouco

fundamentado, mas também não tem elementos que permitam uma cenarização

diferente e tecnicamente melhor sustentada.

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Procedimento de AIA ao “Campo de Golfe de Santa Maria” - Parecer Final 52/54

4. CONSULTA PÚBLICA

4.1 RESUMO DA CONSULTA PÚBLICA

Nos termos do Artº. 106.º do Diploma AILA procedeu a Autoridade Ambiental à

publicitação da Consulta Pública através de anúncio publicado no jornal “Diário dos

Açores” contendo os elementos obrigatórios.

Tendo em conta que a tipologia do projeto o enquadrada na alínea e) do n.º 20 do

Anexo II do Diploma AILA, a duração da Consulta Pública foi de 20 dias úteis,

decorridos entre 17 de Outubro e 14 de Novembro de 2011.

A documentação obrigatória em papel esteve disponível nas três Bibliotecas Públicas e

Arquivos Regionais dos Açores, nos Serviços de Ambiente de Santa Maria e nas

instalações da Direção Regional do Ambiente, nesta última conjuntamente com o

Estudo Prévio. O suporte digital de todos estes volumes foi também disponibilizado na

página da internet da Autoridade Ambiental no seguinte endereço:

http://www.azores.gov.pt/Portal/pt/entidades/sram/docDiscussao/consulta+publica+AI

A+golfo+santa+maria.htm?lang=pt&area=ct

Em todos os locais constava a informação de que os interessados, devidamente

identificados, podiam manifestar-se por escrito, no prazo da Consulta Pública, dirigindo

as suas exposições à Direção Regional do Ambiente, sita na Rua Cônsul Dabney,

Colónia Alemã - 9900-014 HORTA ou para o E-mail: qualidade.ambiente

@azores.gov.pt.

No fim da Consulta Pública verificou-se que não houve nenhuma participação do

público a contestar o conteúdo do EIA ou a adicionar qualquer informação ao mesmo.

O Relatório da Consulta Pública segue em Anexo ao presente parecer e dele faz parte

integrante.

4.2 CONSULTA A ENTIDADES

Tendo em atenção o facto de se estar em fase de Estudo Prévio e não haver qualquer

entidade de auscultação obrigatória a Autoridade Ambiental não solicitou qualquer

parecer sobre o conteúdo do EIA, eventuais pareceres que se revelassem necessários na

sequência das conclusões deste procedimento deveriam ser requeridos e acompanhar o

RECAPE.

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Procedimento de AIA ao “Campo de Golfe de Santa Maria” - Parecer Final 53/54

5. CONSIDERAÇÕES

Após a análise do conteúdo do EIA, da inexistência de participações de interessados

durante a Consulta Pública e da inexistência, a CA considera que existem riscos

elevados da quantidade de água necessária de para o projeto, sobretudo na fase de

exploração, provocar um impacte negativo significativo na quantidade de recursos

hídricos disponíveis na ilha para abastecer as populações e a respetivas atividades

económicas.

No procedimento de AIA não ficou assegurada a viabilidade do projeto, uma vez que

este depende fortemente de procura externa aspetos que se baseiam em previsões não

verificáveis neste momento.

No Estudo Prévio apresentado são referidas características técnicas a incluir no projeto e

no seu modo de gestão que evidenciam preocupações minimizar impactes, não só em

termos de recursos hídricos, mas também no consumo de energia, enquadramento

paisagístico, conservação da natureza, ambiente sonoro e socioeconomia.

Assim uma vez que o procedimento se encontra em fase de Estudo Prévio, existe a

possibilidade de em fase de Projeto de Execução o proponente demonstrar que as

medidas de gestão, de minimização de impactes e programas de monitorização

asseguram que não fica comprometida a disponibilidade de água em termos de

quantidade e qualidade para fazer face às necessidades para abastecimento da população

da ilha de Santa Maria, face ao exposto a viabilidade do projeto DIA deve condicionar o

licenciamento do Campo de Golfe de Santa Maria a:

- Apresentação dos estudos em RECAPE que evidenciam que a necessidade de

água das populações não fica comprometida com a execução exploração do

Campo de Golfe de Santa Maria em termos de quantidade e qualidade de água

disponível;

- Introdução das características técnicas indicadas no Estudo Prévio para o Projeto

de Execução destinadas a minimizar os impactes esperados com a construção

exploração do Campo de Golfe de Santa Maria e a aumentar a eficiência

energética das instalações;

- Adoção das medidas de minimização e programas propostas no EIA e aceites

pela CA, com as alterações e adições indicadas por esta no presente parecer,

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Procedimento de AIA ao “Campo de Golfe de Santa Maria” - Parecer Final 54/54

bem como sujeição do empreendimento a medidas corretivas que resultem de

eventuais desvios da significância de impactes negativos estimados sede de

procedimento de AIA ou inesperados que venham a ser detetados durante o

período pós-avaliação;

- À implementação dos programas de monitorização e de gestão ambiental

referidos no EIA nos termos aceites ou propostos pela CA;

- Demonstração em RECAPE da conformidade do Projeto de Execução com o

regime jurídico dos instrumentos de gestão territorial em vigor na área de

implantação do empreendimento;

- A verificação e aceitação da adequação dos estudos sobre os Recursos Hídricos,

o respeito pelas características técnicas do Projeto de Execução e medidas de

minimização face ao indicado no EIA com as alterações e adições constantes

neste parecer final, a versão definitiva do sistema de gestão ambiental e dos

programas de monitorização em RECAPE é efetuada pela Autoridade

Ambiental.

A emissão de uma DIA condicionalmente favorável não dispensa a necessidade de

emissão de todas as licenças, autorizações e declarações a que o empreendimento está

sujeito perante a legislação aplicável, mesmo que não mencionadas no presente

documento, incluindo as respeitantes aos projetos acessórios ou complementares, nem

condicionam as competências de outros Serviços da Administração para autorizar o

Campo de Golfe de Santa Maria.

Horta, 20 de dezembro de 2011

P´la Comissão de Avaliação

Carlos Faria

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ANEXO

AO PARECER FINAL DA COMISSÃO DE

AVALIAÇÃO DO CAMPO DE GOLFE DE

SANTA MARIA

Relatório da Consulta Pública

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REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES

SECRETARIA REGIONAL DO AMBIENTE E DO MAR Direção Regional do Ambiente

__________________________________________________________________________________________________________________

Direcção Regional do Ambiente • Rua Cônsul Dabney • Colónia Alemã • Apartado 140 • 9900–014 HORTA Tel. 292 207 300 • Fax. 292 207 352 • e-mail: [email protected]

PROCEDIMENTO DE IMPACTE AMBIENTAL

“CAMPO DE GOLFE DE SANTA MARIA”

RELATÓRIO DA CONSULTA PÚBLICA

HISTORIAL

Ao abrigo do Decreto Legislativo Regional n.º 30/2010/A, de 15 de Novembro (Diploma AILA), o procedimento de Avaliação de Impacte Ambiental (AIA) ao Campo de Golfe de Santa Maria, situado na zona centro/Sul da Ilha de Santa Maria, no lugar do Tremoçal, na área Sul da Freguesia de Almagreira, concelho de Vila do Porto, tendo como proponente a empresa sociedade “Ilhas de Valor, S.A.” e a Câmara Municipal de Vila do Porto como entidade licenciadora, sendo a Direção Regional do Ambiente como Autoridade Ambiental, iniciou-se a 20 de Junho. A 20 de Julho foi emitido um parecer da Comissão de Avaliação a solicitar mais elementos, o que levou à suspensão do mesmo por 20 dias e à retoma deste com a entrega do requerido, tendo sido oficialmente declarada a conformidade do Estudo de Impacte Ambiental a 6 de Outubro de 2011.

CONSULTA PÚBLICA

Nos termos do Art.º 106.º do Diploma AILA procedeu-se à publicitação da Consulta Pública, com um anúncio publicado no diário “Diário dos Açores”, contendo os elementos obrigatórios. Cópia do teor do documento encontra-se anexo ao presente relatório e dele fazem parte integrante.

O Campo de Golfe de Santa Maria, em Fase de Estudo Prévio, enquadra-se na tipologia definida na alínea e) do n.º 20 do Anexo II do Diploma AILA, pelo que a duração da Consulta Pública foi de 20 dias úteis, decorridos entre 17 de Outubro e 14 de Novembro de 2011.

A documentação tornada pública foi: Estudo de Impacte Ambiental, constituído pelo Relatório Síntese, Aditamento e Resumo Não Técnico, bem como os Pareceres da Comissão de Avaliação entretanto emitidos. Estes estiveram disponíveis em suporte de papel nas três Bibliotecas Públicas e Arquivos Regionais dos Açores e nas instalações da Direção Regional do Ambiente e no Serviço de Ambiente de Santa Maria, e ainda em formato digital na página da internet da Autoridade Ambiental com o seguinte endereço:

http://www.azores.gov.pt/Portal/pt/entidades/sram/docDiscussao, estando também presente o Estudo Prévio do empreendimento.

No âmbito do processo de Consulta Pública, em todos os locais constava a informação que os interessados, devidamente identificados, podiam manifestar-se por escrito, no prazo da Consulta Pública, dirigindo as suas exposições à Direção Regional do Ambiente, sita na Rua Cônsul Dabney, Colónia Alemã - 9900-014 HORTA ou para o e-mail: qualidade.ambiente @azores.gov.pt.

Terminado o período da Consulta Pública foram então aguardados 5 dias úteis para a esperar por uma eventual receção de exposições dos interessados no âmbito desta Consulta Pública e emitidas por correio no fim do prazo limite.

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REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES

SECRETARIA REGIONAL DO AMBIENTE E DO MAR Direção Regional do Ambiente

__________________________________________________________________________________________________________________

Direcção Regional do Ambiente • Rua Cônsul Dabney • Colónia Alemã • Apartado 140 • 9900–014 HORTA Tel. 292 207 300 • Fax. 292 207 352 • e-mail: [email protected]

PARTICIPAÇÃO DOS INTERESSADOS

Decorridos 5 dias úteis do termo da Consulta Pública verificou-se que não entrou na Direção Regional do Ambiente qualquer exposição escrita de interessados, quer enviada por e-mail quer por Correio Postal normal.

Assim, deduz-se que nenhum interessado levantou problemas ou dúvidas relativamente ao licenciamento da pedreira de Santa Luzia no âmbito da avaliação de Impacte Ambiental do projeto.

CONCLUSÃO

Terminada a Consulta Pública, conclui-se que nada há a obstar por parte dos interessados no âmbito do Procedimento de Avaliação de Impacte Ambiental.

Deve-se dar conhecimento do teor deste relatório à Comissão de Avaliação do EIA para esta ter em consideração no seu parecer os resultados da Participação Pública.

Horta, 22 de Novembro de 2011

Filipe Pires

Page 58: CAMPO DE GOLFE DE SANTA MARIA - Azores€¦ · empreendimento “Campo de Golfe de Santa Maria” ao abrigo do Legislativo Regional n.º 30/2010/A, de 15 de Novembro (Diploma AILA)

REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES

SECRETARIA REGIONAL DO AMBIENTE E DO MAR Direção Regional do Ambiente

__________________________________________________________________________________________________________________

Direcção Regional do Ambiente • Rua Cônsul Dabney • Colónia Alemã • Apartado 140 • 9900–014 HORTA Tel. 292 207 300 • Fax. 292 207 352 • e-mail: [email protected]

ANEXOS

TEOR DO ANÚNCIO DO JORNAL

Page 59: CAMPO DE GOLFE DE SANTA MARIA - Azores€¦ · empreendimento “Campo de Golfe de Santa Maria” ao abrigo do Legislativo Regional n.º 30/2010/A, de 15 de Novembro (Diploma AILA)

REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES

SECRETARIA REGIONAL DO AMBIENTE E DO MAR Direção Regional do Ambiente

__________________________________________________________________________________________________________________

Direcção Regional do Ambiente • Rua Cônsul Dabney • Colónia Alemã • Apartado 140 • 9900–014 HORTA Tel. 292 207 300 • Fax. 292 207 352 • e-mail: [email protected]

ANÚNCIO

CONSULTA PÚBLICA

ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL

“CAMPO DE GOLFE DE SANTA MARIA”

Proponente: Ilhas de Valor, S.A.

Licenciador: Câmara Municipal de Vila do Porto

Autoridade Ambiental: Direção Regional do Ambiente

O projeto acima mencionado, em Fase de Estudo Prévio, está sujeito a um procedimento de Avaliação de Impacte Ambiental, por estar abrangido pelo exposto na alínea c) do n.º 1 do artigo 16.º conjugado com a alínea e) do n.º 20 do Anexo II do Decreto Legislativo Regional n.º 30/2010/A, de 15 de Novembro. O empreendimento localiza-se na freguesia de Almagreira, do concelho de Ponta, ilha de Santa Maria.

Nos termos e para efeitos do preceituado no art.º 106.º e nos artigos. 111.º, 112.º e 113.º do Decreto Legislativo Regional n.º 30/2010/A, de 15 de Novembro, a Direção Regional do Ambiente, enquanto Autoridade Ambiental, informa que o Estudo de Impacte Ambiental, constituído pelo Relatório Síntese, Aditamento e Resumo Não Técnico, bem como os Pareceres da Comissão de Avaliação entretanto emitido, se encontram disponíveis para Consulta Pública, durante 20 dias úteis, de 17 de Outubro de 2011 a 14 de Novembro de 2011 inclusive, nos seguintes locais:

Direção Regional do Ambiente, sita na Rua Cônsul Dabney, Colónia Alemã - 9900-014 HORTA, Telefone: 292 207 300;

Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada, sita no Largo do Colégio 9500-054 Ponta Delgada, telefone 296 281 216;

Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Angra do Heroísmo, sita no Palácio Bettencourt, Rua da Rosa 49, 9700 171 Angra do Heroísmo, telefone 295 401 000;

Biblioteca Pública e Arquivo Regional João José da Graça, sita na Rua Walter Bensaúde 14 9900-142 Horta, telefone 292 391 344;

Serviços de Ambiente de Santa Mari, sita à Rua Dr. Teófilo Braga 64, 9580-535 Vila do Porto, telefone 296 820 720;

Na Internet através do endereço http://www.azores.gov.pt/Portal/pt/entidades/sram/docDiscussao onde também se encontra o Estudo Prévio do empreendimento.

No âmbito do processo de Consulta Pública os interessados, devidamente identificados, podem manifestar-se por escrito, dentro do prazo atrás referido, devendo todas as exposições serem dirigidas à Direção Regional do Ambiente, sita à Rua Cônsul Dabney, Colónia Alemã - 9900-014 HORTA, E-mail: qualidade.ambiente @azores.gov.pt.

O licenciamento do projeto só poderá ser concedido após a emissão de uma Declaração de Impacte Ambiental Favorável ou Condicionalmente Favorável a emitir pelo Secretário Regional do Ambiente e do Mar e na sequência da verificação e declaração da Conformidade Ambiental do Projeto de Execução com a DIA.

A Declaração de Impacte Ambiental deverá ser emitida até 18 de Janeiro de 2012.

Horta, 11 de Outubro de 2011

O Director Regional do Ambiente

João Bettencourt