campesinato e agronegÓcio: as contradiÇÕes no ... · campesinato e agronegÓcio: as...

16
CAMPESINATO E AGRONEGÓCIO: AS CONTRADIÇÕES NO ASSENTAMENTO DE REFORMA AGRÁRIA 13 DE MAIO Dislaine Sousa de Sá 1 Universidade Federal de Sergipe UFS [email protected] Jonatas Ribeiro Marques Barbosa 2 Universidade Federal de Sergipe UFS [email protected] GT4: Campesinato e Agronegócio RESUMO O presente artigo é resultado de pesquisa realizada na disciplina de Geografia Agrária. Tem como objetivo geral promover a discussão sobre a questão agrária e as contradições existentes no Assentamento de Reforma Agrária 13 de Maio, situado no município de Japaratuba/SE, de modo a identificar os impactos sociais, econômicos, ambientais e culturais após a introdução do cultivo da cana-de-açúcar na região. A pesquisa sustentou-se no método Materialista Histórico Dialético e caracterizou-se como exploratória, utilizando-se de levantamento bibliográfico e pesquisa de campo. Sua relevância advém da necessidade de aprofundar o debate sobre a temática no âmbito acadêmico, de maneira a contribuir para qualificá-lo, bem como suscitar outras discussões pertinentes. De um modo geral, os resultados revelam a existência de contradições no assentamento em decorrência da produção canavieira da região. PALAVRAS-CHAVES: Cana-de-açúcar; Campesinato; Agronegócio. 1. Introdução O espaço rural brasileiro tem passado por variadas transformações ao longo do tempo. Na medida em que tais mudanças expandem-se as relações do homem com seu meio são alteradas. Esse fato tem apresentado rebatimentos negativos para o homem no campo e consequentemente para toda a sociedade. Alguns rebatimentos são difusos e pouco percebidos 1 Bacharela em Serviço Social/UFS. 2 Graduando em Geografia/UFS Estagiário do Programa de Educação Ambiental com Comunidades Costeiras PEAC.

Upload: phamcong

Post on 11-Nov-2018

219 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: CAMPESINATO E AGRONEGÓCIO: AS CONTRADIÇÕES NO ... · CAMPESINATO E AGRONEGÓCIO: AS CONTRADIÇÕES NO ASSENTAMENTO DE REFORMA AGRÁRIA 13 DE MAIO Dislaine Sousa de Sá1 Universidade

CAMPESINATO E AGRONEGÓCIO: AS CONTRADIÇÕES NO ASSENTAMENTO

DE REFORMA AGRÁRIA 13 DE MAIO

Dislaine Sousa de Sá1

Universidade Federal de Sergipe – UFS

[email protected]

Jonatas Ribeiro Marques Barbosa2

Universidade Federal de Sergipe – UFS

[email protected]

GT4: Campesinato e Agronegócio

RESUMO

O presente artigo é resultado de pesquisa realizada na disciplina de Geografia Agrária. Tem como

objetivo geral promover a discussão sobre a questão agrária e as contradições existentes no

Assentamento de Reforma Agrária 13 de Maio, situado no município de Japaratuba/SE, de modo a

identificar os impactos sociais, econômicos, ambientais e culturais após a introdução do cultivo da

cana-de-açúcar na região. A pesquisa sustentou-se no método Materialista Histórico Dialético e

caracterizou-se como exploratória, utilizando-se de levantamento bibliográfico e pesquisa de campo.

Sua relevância advém da necessidade de aprofundar o debate sobre a temática no âmbito acadêmico,

de maneira a contribuir para qualificá-lo, bem como suscitar outras discussões pertinentes. De um

modo geral, os resultados revelam a existência de contradições no assentamento em decorrência da

produção canavieira da região.

PALAVRAS-CHAVES: Cana-de-açúcar; Campesinato; Agronegócio.

1. Introdução

O espaço rural brasileiro tem passado por variadas transformações ao longo do tempo.

Na medida em que tais mudanças expandem-se as relações do homem com seu meio são

alteradas. Esse fato tem apresentado rebatimentos negativos para o homem no campo e

consequentemente para toda a sociedade. Alguns rebatimentos são difusos e pouco percebidos

1 Bacharela em Serviço Social/UFS.

2 Graduando em Geografia/UFS – Estagiário do Programa de Educação Ambiental com Comunidades Costeiras

– PEAC.

Page 2: CAMPESINATO E AGRONEGÓCIO: AS CONTRADIÇÕES NO ... · CAMPESINATO E AGRONEGÓCIO: AS CONTRADIÇÕES NO ASSENTAMENTO DE REFORMA AGRÁRIA 13 DE MAIO Dislaine Sousa de Sá1 Universidade

pelo conjunto da sociedade a curto prazo, porém outros são imediatos e precisam de soluções

estruturais para serem resolvidos definitivamente.

Um dos problemas apontados é a diminuição da variedade de alimentos, isso se deve

em certa medida ao processo de expansão do agronegócio no cenário rural brasileiro. Nesse

contexto, a soberania alimentar e a função social do campesinato não são resguardados. Tem-

se notado também o agravamento da expropriação e superexploração dos camponeses dentro

e fora dos assentamentos de reforma agrária. Contraditoriamente os camponeses lutam pela

sobrevivência e autonomia da unidade familiar, apesar de estarem inseridos numa relação

dissimétrica, onde os agentes econômicos dominantes ditam as regras de organização e

reprodução social.

Por estas razões, e considerando as contradições inerentes ao modo de produção

capitalista, compreende-se a necessidade de pesquisar o espaço rural e seus contrastes. Nessa

perspectiva, o referido trabalho pretende identificar as relações de produção estabelecidas no

Projeto de Assentamento (PA) 13 de Maio, localizado no município de Japaratuba, em

Sergipe. É importante destacar a maneira como a produção de cana-de-açúcar tem se

expandido em torno do PA, bem como, os impactos ambientais e socioeconômicos desse

cultivo para os camponeses. Assim, a pesquisa tem como finalidade possibilitar a reflexão

acerca da função exercida pelos assentados haja vista a crescente produção de cana-de-açúcar.

É importante ressaltar que o presente trabalho originou-se de uma pesquisa realizada

na disciplina Geografia Agrária do Departamento de Geografia da Universidade Federal de

Sergipe no período letivo 2014.2. Por isso a investigação compreendeu-se num recorte

temporal entre 2005 e 2013.

Dessa forma, esta pesquisa fundamentou-se em momentos distintos como

levantamento bibliográfico, coleta de dados estatísticos em órgãos governamentais como o

Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) e Instituto Nacional de Colonização e

Reforma Agrária (INCRA), realização de visita à área de estudo com o desenvolvimento de

entrevistas, a fim de comparar os dados pré-estabelecidos condizentes com a realidade

encontrada.

O presente artigo está estruturado, inicialmente, com o referencial teórico acerca da

questão camponesa, num segundo momento faz-se com um breve histórico da produção de

cana-de-açúcar no Brasil e em Sergipe com ênfase para o município de Japaratuba, onde

foram apresentados dados empíricos acerca da produção municipal. E por fim, foi analisada a

relação entre o cultivo da cana e as possíveis contradições existentes no PA 13 de Maio.

Page 3: CAMPESINATO E AGRONEGÓCIO: AS CONTRADIÇÕES NO ... · CAMPESINATO E AGRONEGÓCIO: AS CONTRADIÇÕES NO ASSENTAMENTO DE REFORMA AGRÁRIA 13 DE MAIO Dislaine Sousa de Sá1 Universidade

2. Discussões conceituais acerca do campesinato

O processo de transição do feudalismo para o modo de produção capitalista trouxe

uma nova realidade que ao longo do tempo vem se mostrando perversa para o camponês.

Compreende-se que a diminuição do pequeno estabelecimento agrícola, e em contrapartida a

ampliação dos grandes latifúndios se caracteriza como principal contradição no contexto

atual. Essa realidade (re)configurou as relações entre camponês sociedade, mercado e

indústria. Todavia, é notória a resistência apresentada pelo camponês diante do modo de

produção a qual foi imposto. (PAULLINO; ALMEIDA, 2010).

Uma das principais dificuldades encontradas na investigação sobre a questão agrária

brasileira e sobre o camponês diz respeito às teorias que o definem e o enquadram de maneira

simplória em uma categoria fadada ao desaparecimento ou ao proletariado, sem considerar o

seu papel e a sua força no quadro da organização espacial. Sendo assim, é importante de

imediato levar em consideração as peculiaridades do camponês para que essa classe social

histórica não seja penalizada e não seja sobreposta por outra cultura, como se existisse apenas

um modelo de cultura.

Vale salientar que ao refletir sobre esses sujeitos sociais históricos na atual realidade

brasileira, é preciso atentar-se ao movimento de suas transformações. Desse modo, com o

intuito de quebrar alguns dogmas, os autores Redin e Silveira (2010, p. 2), advertem que o

resgate da noção de campesinato não implica transpor os modelos clássicos para a realidade

brasileira do século XXI.

Hoje, falar em campesinato exige considerar que dogmas como o equilíbrio

trabalho-consumo como mecanismo regulador das decisões-ações dos

camponeses devem ser questionados, considerando a maior inserção nos

circuitos de mercado e a possibilidade de gerar excedentes em relação às

necessidades de consumo familiar; como também o consumo pode ser

atendido com a aquisição de alimentos e não, apenas pela produção própria.

Desse modo, surge a necessidade de definir quem é o homem camponês para poder

compreender a importância, o papel e a sua força na realidade brasileira. Nesse sentido,

Moura (1986), evidencia que “nada mais nada menos do que sete importantes revoluções do

século XX tiveram intensa participação camponesa desde a Revolução Mexicana de 1910 a

Revolução Cubana de 1958”. Para José de Souza Martins (1991), a Revolta do Contestado,

que durou cerca de um ano foi a maior revolta na História de Movimentos Sociais do Brasil

que teve a presença camponesa.

Page 4: CAMPESINATO E AGRONEGÓCIO: AS CONTRADIÇÕES NO ... · CAMPESINATO E AGRONEGÓCIO: AS CONTRADIÇÕES NO ASSENTAMENTO DE REFORMA AGRÁRIA 13 DE MAIO Dislaine Sousa de Sá1 Universidade

Para Santos (2012), os camponeses são sujeitos sociais que escrevem suas histórias

sedimentadas na história do próprio país. Homens que reivindicam legitimamente o direito à

vida; de ser camponês e também o direito de vir a ser.

Moura (1986) apresenta importantes contribuições sobre a existência do camponês

nessa sociedade capitalista, bem como interpretações com relação a esta classe social,

apontando alguns dos pontos negativos referentes às interpretações como as que consideram

as formas de reprodução camponesa oriundas de resíduos de uma formação social anterior,

como resquícios ou sobrevivência de épocas passadas o que para esta autora “essas

interpretações revelaram-se instrumentos inadequados de apreensão de sua condição social”.

O camponês é o trabalhador que se envolve mais diretamente com os segredos da natureza,

com melhor aprofundamento do conhecimento do tempo e do espaço e, por sua vez, já existia

antes daquilo que convencionamos chamar ciência. (MOURA, 1986, p. 8).

Para esta autora, as razões que justificam o crescente estudo sobre esta classe social, o

campesinato, são as seguintes: o fato de o camponês controlar terras no capitalismo sem ser

possuidor de capital, como também o fato de o camponês lutar por formas culturais e sociais

próprias de organização sem se recusar a sociedade que o abrange e circula. Outro fator

propulsor para tais estudos está relacionado à expansão dos complexos agroindustriais que

tem transformado o camponês em mão-de-obra para o capital sem torná-lo necessariamente

um operário.

As análises discorridas acima se referem algumas das contradições presentes nas

concepções sobre a vida do homem no campo. Verifica-se que o conceito atribuído ao

camponês apresenta significado complexo que transcende a materialidade econômica da troca

de mercadoria. Por isso, pauta-se em algumas características de organização social como o

trabalho familiar, os costumes herdados, a tradição religiosa e o comportamento político.

3. Breve histórico sobre o cultivo da cana-de-açúcar em Sergipe

A ocupação do território que posteriormente seria o Brasil se deu de maneira lenta e

conturbada, passando por diferentes momentos num contexto de expansão marítima e

desenvolvimento mercantil do comercio continental europeu. Não era o interesse dos

portugueses – os pioneiros na busca ultramarina –, colonizar o continente americano, mas sim

descobrir um novo caminho para se chegar até as Índias. Estas terras que hoje

convencionamos chamar de Brasil foi descoberta por acaso, segundo Prado Júnior (1998).

Page 5: CAMPESINATO E AGRONEGÓCIO: AS CONTRADIÇÕES NO ... · CAMPESINATO E AGRONEGÓCIO: AS CONTRADIÇÕES NO ASSENTAMENTO DE REFORMA AGRÁRIA 13 DE MAIO Dislaine Sousa de Sá1 Universidade

O ambiente hostil que aqui se apresentava tanto por parte da natureza quanto por parte

dos povos que já viviam na colônia antes da chegada dos europeus foram alguns dos

motivadores para a não colonização no início. Além disso, a baixa densidade demográfica em

Portugal naquele momento desfavorecia tal feito. Parte-se daí a necessidade de gerar

interesses econômicos ou alguns estímulos para que houvesse a ocupação, visto que havia a

ameaça de invasão dos franceses que já se faziam presentes no litoral nas primeiras atividades

extrativistas da madeira, mais precisamente pau-brasil. (PRADO JÚNIOR, 1998).

Vale destacar que o principal estímulo para produzir no país advinha da escassez de

alguns gêneros alimentícios nas zonas temperadas. Nesse sentido, os portugueses vieram para

a colônia com a finalidade de gerenciar a produção de gêneros alimentícios, visando atender

as necessidades da metrópole e, consequentemente, vislumbravam negócios lucrativos em

virtude da disponibilidade de vastas extensões de terras férteis encontradas, além de dispor de

mão de obra barata. (PRADO JÚNIOR, 1998).

Esse cenário será determinante para o caráter que tomará a exploração agrária. Mas,

como gerar interesses de povoamento em terras hostis e sem muitos atrativos e num momento

em que o comércio no oriente estava aquecido? A solução encontrada pelo rei de Portugal foi

dar terras aqueles que se dispusessem a ir, dando-os poderes absolutos ou soberanos. Ainda

assim apenas doze se candidataram. Foi dividido a costa em doze partes lineares com

extensão entre 30 e 100 léguas, são as capitanias hereditárias. (PRADO JÚNIOR, 1998).

Verifica-se, nesse período, o direcionamento de graves investimentos para negociantes

e banqueiros pertencentes ao processo de colonização das terras descobertas com o objetivo

de cultivar a cana-de-açúcar. Dá-se início a agricultura, monocultura e a formação dos

latifúndios, o qual contou, a priori, com mão de obra dos indígenas e dos escravos trazidos da

África. Esses fatos são importantes para delimitar a formação econômica do Brasil e a função

dessa configuração no cenário internacional, além de evidenciarem as raízes da exploração

agrária no país. (Ibidem, 1998).

Em se tratando de produção, a agricultura canavieira é uma das mais antigas e

importantes atividades econômicas do Brasil. Nesse sentido, a produção da cana se constitui

como base para a economia de muitos municípios produtores. De acordo com o Ministério da

Agricultura a previsão é que a safra de cana 2016/17 tenha um crescimento de

aproximadamente 4,9% em produção e área se comparada à safra anterior. Por essa razão, o

Brasil é considerado o maior produtor da cana-de-açúcar e seus derivados como o açúcar e o

etanol, sendo responsável por mais da metade do açúcar comercializado no mundo.

Page 6: CAMPESINATO E AGRONEGÓCIO: AS CONTRADIÇÕES NO ... · CAMPESINATO E AGRONEGÓCIO: AS CONTRADIÇÕES NO ASSENTAMENTO DE REFORMA AGRÁRIA 13 DE MAIO Dislaine Sousa de Sá1 Universidade

As maiores produções estão concentradas na zona da mata nordestina, mais

especificamente na faixa que vai do litoral norte do estado de Sergipe ao litoral sul do estado

do Rio Grande do Norte. Além disso, o interior de São Paulo concentra a maior produção de

cana-de-açúcar do país. A figura a seguir ilustra a presença das usinas de cana-de-açúcar

existentes no país.

Figura 1 – Localização das usinas de cana-de-açúcar no Brasil em 2005.

Fonte: http://www.novacana.com

No caso especifico de Sergipe a produtividade da cana vem aumentando

gradativamente. No ano de 2013, o estado alcançou à marca de 3.087.048 milhões de

toneladas e contou com a participação de 25 municípios produtores, com destaque para

Capela, Japaratuba e Laranjeiras que produziram 588, 539 e 408 mil toneladas,

respectivamente. (IBGE, 2015). A figura a seguir demonstra a área de cultivo da cana-de-

açúcar em 2013.

Page 7: CAMPESINATO E AGRONEGÓCIO: AS CONTRADIÇÕES NO ... · CAMPESINATO E AGRONEGÓCIO: AS CONTRADIÇÕES NO ASSENTAMENTO DE REFORMA AGRÁRIA 13 DE MAIO Dislaine Sousa de Sá1 Universidade

Figura 2 – Mapa da produção municipal de cana-de-açúcar em Sergipe no ano de

2013. Fonte: IBGE.

A partir dos dados expostos na figura 2, observa-se que a maior parte da produção da

cana-de-açúcar do estado está localizada da mesorregião do leste sergipano, compreendendo

os municípios da faixa litorânea até na divisa com o agreste. Na própria mesorregião percebe-

se que a produção se concentra na porção norte, onde se localiza o município de Japaratuba. A

concentração nessa região se deve a dois fatores: o fator historiográfico e o ambiental.

Assim como em outras partes do país a cana-de-açúcar foi um cultivo que se instalou

predominantemente na Zona da Mata, próximo à faixa litorânea. Essa instalação é decorrente

do clima favorável, do solo propício ao desenvolvimento desta produção e justifica-se

também pela concentração das usinas na referida região. Além disso, a abundância de água e

de mão de obra na área são fatores que contribuem para o cultivo do gênero.

A figura 3 apresenta alguns dados da produção de cana-de-açúcar em Japaratuba entre

o período de 2005-2013.

Page 8: CAMPESINATO E AGRONEGÓCIO: AS CONTRADIÇÕES NO ... · CAMPESINATO E AGRONEGÓCIO: AS CONTRADIÇÕES NO ASSENTAMENTO DE REFORMA AGRÁRIA 13 DE MAIO Dislaine Sousa de Sá1 Universidade

Figura 3 – Produção de cana-de-açúcar em Japaratuba (2005-2013). Fonte: IBGE.

Quanto à produção da cana-de-açúcar entre os anos de 2005 e 2013, pode-se perceber

um crescente aumento na produção, com uma pequena queda no ano de 2009, que pode ser

explicada pela crise econômica internacional3 neste período.

3 A crise econômica internacional foi um período de recessão iniciado no setor imobiliário no EUA e

rapidamente propagado para o sistema financeiro, repercutindo com diferentes intensidades em vários países do

mundo. Alguns dos impactos sentidos na produção da cana se deve a diminuição de crédito estrangeiro, a

diminuição da exportação com a retração dos mercados externos e a consequente queda dos preços dos produtos

de exportação.

DADOS DA PRODUÇÃO DA CANA-DE-AÇÚCAR EM JAPARATUBA (2005-2013)

ANO PRODUÇÃO

(t)

VALOR DA

PRODUÇÃO

(mil R$)

ÁREA

PLANTADA

(ha)

ÁREA

COLHIDA

(ha)

REDIMENTO

MÉDIO

(Kg/ha)

2005 306.000 11.628 4500 4500 68

2006 330.000 16.718 60

Page 9: CAMPESINATO E AGRONEGÓCIO: AS CONTRADIÇÕES NO ... · CAMPESINATO E AGRONEGÓCIO: AS CONTRADIÇÕES NO ASSENTAMENTO DE REFORMA AGRÁRIA 13 DE MAIO Dislaine Sousa de Sá1 Universidade

Tabela 1 – Dados da produção da cana-de-açúcar em Japaratuba (2005-2013). Fonte: IBGE.

De acordo com dados obtidos no IBGE (2017), nota-se um crescimento na produção,

como também na área plantada. Se compararmos a produção de 2005 com a de 2013 verifica-

se que houve um aumento de 76%. Já no que concerne a área plantada, constata-se que houve

um aumento absoluto de 77,04%. Porém, o rendimento médio por hectare no ano de 2005 era

muito maior do que 2013, passando de 68 quilos para 64, ou seja, um hectare em 2005 deu

mais lucro que um hectare colhido em 2013.

Figura 4 – Área do cultivo da cana-de-açúcar (2005-2013). Fonte: IBGE.

2007 366.360 12.823 6106 6106 60

2008 372.240 13.773 6204 6204 60

2009 335.040 18.092 5584 5584 60

2010 350.592 22.087 5478 5478 64

2011 432.055 27.219 6647 6647 95

2012 517.855 37.078 7967 7967b 65

2013 539.328 32.360 8427 8427 64

Page 10: CAMPESINATO E AGRONEGÓCIO: AS CONTRADIÇÕES NO ... · CAMPESINATO E AGRONEGÓCIO: AS CONTRADIÇÕES NO ASSENTAMENTO DE REFORMA AGRÁRIA 13 DE MAIO Dislaine Sousa de Sá1 Universidade

Caso o recorte temporal deste trabalho fosse estendido para o último levantamento

feito da produção agrícola municipal, seria possível verificar que o crescimento da área

destinada ao plantio deste gênero continua aumentando, uma vez que em 2015 a área plantada

contabilizou 10.527 hectares para uma produção de 658.464 toneladas no referido ano.

Isso significa menos terras sendo destinada para a policultura, ou seja, menos terras

destinadas à produção de alimentos. Assim, o avanço desse cultivo sinaliza o agravamento de

alguns problemas estruturais, tais como a não efetivação da redistribuição de terras, a

proliferação dos latifúndios em detrimento dos minifúndios e a quebra da autonomia dos

camponeses do município e mais especificamente do assentamento, na medida em que a estes

são negadas as condições para a reprodução do núcleo familiar.

O avanço do cultivo da cana esta relacionado às políticas públicas de fomento a

produção do etanol, tais como o Programa Nacional do Álcool (Proálcool). Por esta razão,

alguns assentamentos de reforma agrária estão surgindo estrategicamente cercadas por

plantações de cana ou nas proximidades. Desse modo, o latifúndio monocultor garante a mão

de obra para o cultivo e ainda consegue cooptar alguns camponeses para o desenvolvimento

dessa atividade.

Um dos rebatimentos imediatos observado tem sido a diminuição da variedade de

produtos alimentícios nos assentamentos. Desse modo, a função social da terra não é

cumprida e uma das consequências é a escassez de alimentos em quantidade e variedade

necessária para atender a sociedade. Esses pontos são importantes para evidenciar algumas

das contradições comuns em muitas realidades, como por exemplo na realidade do

Assentamento 13 de Maio.

4. Questão agrária e as contradições existentes no assentamento 13 de maio

A questão agrária é sem dúvida uma das questões que apresenta grande

complexidade desde o período colonial, sobretudo após a instituição das sesmarias e da Lei de

Terras, em 1850. A criação dessa lei não é à toa: perpassa pelo risco dos escravos recém-

libertos se tornarem trabalhadores rurais e, consequentemente, romperem com a relação de

submissão com os grandes fazendeiros. (STÉDILE, 2011)

Diferente de outros países, a reforma agrária não foi realizada no Brasil, envolvendo

uma série de contradições e conflitos, tanto por parte de latifundiários, quanto pela

perspectiva dos camponeses que não possuem sequer o direito a terra. Quanto a isso,

Mendonça (2010, p. 78), aponta que

Page 11: CAMPESINATO E AGRONEGÓCIO: AS CONTRADIÇÕES NO ... · CAMPESINATO E AGRONEGÓCIO: AS CONTRADIÇÕES NO ASSENTAMENTO DE REFORMA AGRÁRIA 13 DE MAIO Dislaine Sousa de Sá1 Universidade

[...] aqui se está entendendo como “questão agrária” o conjunto de inter-

relações e contradições derivado de uma estrutura fundiária altamente

concentrada que, por seu turno, também determina a concentração de poder

econômico, político e simbólico, criando estruturas de sujeição da população

rural e uma cultura incompatível com um tipo de exploração racional da

terra definido pela fala/prática oficial como a “mais adequada” para o

desenvolvimento nacional.

Com o intuito de ameninzar a desigualdade existente na distribuição de terras no

Brasil, instituiu-se ação estatal através da política de Reforma Agrária, cujo objetivo central é

efetuar a distribuição da terra para a realização de sua função social, de modo a descentralizar

e democratizar a estrutura fundiária, favorecendo a produção de alimentos saudáveis e

permitindo que a partir desse processo a população assentada obtenha renda para a reprodução

de sua família.

É nesse contexto que está inserido o assentamento 13 de Maio, localizado no

município de Japaratuba, região do Vale Cotinguiba, no estado de Sergipe. O referido teve sua

criação em 2004 e assentou 41 famílias mediante desapropriação de terras da Fazenda Cabral

para fins de reforma agrária. Pertencente à filha Cabral, a área do assentamento corresponde a

482,33 hectares e ao logo do tempo foi destinado ao cultivo da cana para a produção de

açúcar (RAMOS FILHO, 2008).

No assentamento são cultivados diversos gêneros alimentícios destinados tanto para o

consumo quanto para a comercialização em feiras livres. Destaca-se a produção da macaxeira

devido à variedade de seus fins, uma vez que, o cultivo desse alimento permite a fabricação

de alguns derivados, a exemplo do bolo de macaxeira, da tapioca, do mingau. Os camponeses

produzem também feijão, milho, batata, amendoim, abóbora, melancia, conforme dados

coletados em visita.

Nesse interim, vale salientar a importância do trabalho para a constituição e

reprodução do ser social. Para Marx (2013), o homem, por meio do trabalho se constitui

enquanto ser social e se distingue dos demais seres vivos sem perder sua naturalidade. É o

único ser vivo capaz de prever teologicamente, propor finalidades, de acordo com cada

momento histórico. O trabalho é a atividade fundante da humanidade, pois é a partir dele que

o homem interage com a natureza, transformando matéria-prima em produtos que atendam

suas necessidades.

[...] as condições materiais de existência e reprodução da sociedade – vale

dizer, a satisfação material das necessidades dos homens que constituem a

sociedade – obtêm-se numa interação com a natureza: a sociedade, através

Page 12: CAMPESINATO E AGRONEGÓCIO: AS CONTRADIÇÕES NO ... · CAMPESINATO E AGRONEGÓCIO: AS CONTRADIÇÕES NO ASSENTAMENTO DE REFORMA AGRÁRIA 13 DE MAIO Dislaine Sousa de Sá1 Universidade

dos seus membros (homens e mulheres), transforma matérias naturais em

produtos que atendem às suas necessidades. Essa transformação é realizada

através da atividade a que denominamos: trabalho. (NETTO; BRAZ, 2012,

p.42).

Importante ressaltar que nem todos assentados conseguem sobreviver da colheita, o

que implica na submissão a trabalhos precários e insalubres tanto em indústrias, quanto no

latifúndio da cana-de-açúcar situado na região. Além disso, é notório o crescimento de

trabalhos análogos à escravidão no campo nas últimas décadas. Em documento publicado pela

Comissão Pastoral da Terra (CPT), dados indicam que

As denúncias de situações de trabalho escravo relacionadas pela CPT

correspondentes ao ano de 2016 registram 68 ocorrências de violações e

irregularidades trabalhistas classificadas como análogas à escravidão,

abrangendo 751 trabalhadores, sendo que destes pelo menos 544 foram

resgatados pela ação fiscalizadora de órgãos oficiais vinculados direta ou

indiretamente ao Ministério do Trabalho e Previdência Social - MTPS.

(CPT, 2016, p. 135).

Apesar da resistência apresentada pelos assentados, sobretudo por insistirem na

produção de alimentos orgânicos, a pulverização de agrotóxicos ao redor da comunidade tem

impactado de maneira negativa para reprodução social dos camponeses. Na concepção de

Stédile (2013, p. 33), o modelo de produção do agronegócio produz a

[...] organização da produção agrícola na forma de monocultivo (um só

produto) em escalas de áreas cada vez maiores; uso intensivo de máquinas

agrícolas, também em escala cada vez mais ampla, expulsando a mão de

obra do campo; a prática de uma agricultura sem agricultores; uso intensivo

de venenos agrícolas, os agrotóxicos, que destroem a fertilidade natural dos

solos e seus micro-organismos, contaminam as águas dos lençóis freáticos e

inclusive a atmosfera, ao adotarem desfolhantes e secantes que evaporam e

regressam com as chuvas e, sobretudo, contaminam os alimentos

produzidos, trazendo consequências gravíssimas para a saúde da população;

uso cada vez maior de sementes transgênicas, padronizadas, e agressão ao

meio ambiente com técnicas de produção que buscam apenas a maior taxa de

lucro em menor tempo. (STÉDILE, 2013, p.33).

A expansão do agronegócio representa um novo regime de superprodução e

acumulação instituída pela mundialização do capital, com características particulares quando

comparada aos modelos anteriores de desenvolvimento capitalista (ALVES, 1999). Em se

tratando da monocultura, o Brasil ocupa a posição de maior produtor de cana-de-açúcar. De

acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB, 2008), aproximadamente

55% dessa produção é destinada à fabricação de álcool.

Page 13: CAMPESINATO E AGRONEGÓCIO: AS CONTRADIÇÕES NO ... · CAMPESINATO E AGRONEGÓCIO: AS CONTRADIÇÕES NO ASSENTAMENTO DE REFORMA AGRÁRIA 13 DE MAIO Dislaine Sousa de Sá1 Universidade

Isso significa dizer que as relações de produção estabelecidas não se configuram por

acaso, haja vista a representatividade do cultivo desse gênero para o setor agropecuário,

especificamente na geração de energia renovável, que possivelmente se tornará a principal

fonte de agroenergia.

A agroenergia é todo combustível derivado da biomassa. Resulta da energia

solar contida nas plantas ou grãos, e é produzida desde os procedimentos

agropecuários os quais, após sua conversão em combustíveis sobre a forma

de álcoois ou óleos, podem ser utilizados na queima que possibilita a

movimentação dos motores industriais, automobilísticos, geradores de

eletricidade, aviões e equipamentos domésticos. Logo, os fatores de

produção fundamentais para a agroenergia são: terra, água, trabalho e

tecnologia.

O etanol, propalado como o possível substituto da gasolina, é um álcool

produzido pela fermentação do açúcar simples, de plantas ricas em amido ou

lenhosas. As fontes de matéria para sua fabricação podem ser: cana,

beterraba, milho, trigo, cevadas, girassol, sorgo açucarado, batata, mandioca,

cereais, madeira, palha, etc. (RAMOS FILHO, 2013, p. 162-163).

Nesse sentido, a expansão da produção da cana-de-açúcar em torno do assentamento

13 de Maio é avaliada como um obstáculo para o desenvolvimento do campesinato,

dificultando o cultivo de alimentos que possibilitam a manutenção dos camponeses no campo.

Essa dinâmica tem incidido em sérios rebatimentos para a população, provocando impactos

ambientais e sociais, sobretudo pela utilização de agrotóxicos pelos usineiros. Na ocasião da

visita, alguns assentados relataram as dificuldades em produzir alimentos orgânicos, como

também discorreram acerca de problemas de saúde apresentados pelos moradores após a

intensificação no uso de pesticidas.

Outro aspecto a ser destacado diz respeito à retirada de grande quantidade de água do

Rio Japaratuba, a qual é destinada a produção canavieira, colocando em pauta a preservação

dessa bacia e a reprodução da fauna e flora da região.

Nota-se que embora tenham alcançado o direito a terra, algumas deficiências apontam

para a incompletude da política de reforma agrária, haja vista a ausência de condições de

acesso a direitos que são inerentes à pessoa, a exemplo do trabalho, saúde, alimentação de

qualidade, educação, previdência social, lazer etc. Desse modo, além da distribuição de terras

para aqueles que não a possuem é necessário que sejam dadas condições de permanência e

reprodução das famílias que conquistarem tais direitos.

Page 14: CAMPESINATO E AGRONEGÓCIO: AS CONTRADIÇÕES NO ... · CAMPESINATO E AGRONEGÓCIO: AS CONTRADIÇÕES NO ASSENTAMENTO DE REFORMA AGRÁRIA 13 DE MAIO Dislaine Sousa de Sá1 Universidade

5. Considerações finais

A proposta assumida buscou contribuir para uma melhor compreensão acerca da

questão agrária, abordando a inserção da produção canavieira no país como determinante para

a constituição do latifúndio. Essa análise possibilitou entender a realidade vivenciada pelo

camponês frente à intensificação da monocultura da cana-de-açúcar, a qual responde ao

modelo do agronegócio estabelecido em acordo entre burguesia nacional e internacional. Teve

como propósito também apresentar discussões sobre a configuração desse plantio em Sergipe,

dando ênfase para expansão e predominância da cana-de-açúcar nos últimos anos e os

impactos desse modelo para a sobrevivência do campesinato.

É notório que a territorialização apresentada tem repercutido em desdobramentos,

sobretudo em impactos sociais, econômicos e ambientais para as comunidades que habitam ao

redor das terras do latifúndio. Compreende-se que esse modelo além de reconfigurar o arranjo

espacial, tem modificado drasticamente o ambiente e as relações do homem camponês com a

terra, família e com o trabalho. Foi possível identificar ainda que as transformações ocorridas

no solo e no nível de poluição da bacia tem ocasionado o desequilíbrio ambiental, bem como

dificuldades na produção de alimentos diferente de outrora.

Por fim, enfatiza-se a necessidade de buscar estratégias de superação da realidade

existente no assentamento 13 de Maio, especialmente no que diz respeito à utilização

desmedida de agrotóxicos pelos latifundiários, de modo a contribuir para a reprodução social

e permanência dos camponeses. Cabe-nos destacar a importância em reconhecer o papel

desempenhado por tais sujeitos na produção de diversos gêneros alimentícios cultivados nos

assentamentos como fonte de trabalho e renda para toda população envolvida de maneira

direta e indireta.

Referências

ALVES, G. O Que é a Mundialização do Capital. Trabalho e Mundialização do capital – A

Nova Degradação do Trabalho na Era da Globalização. Editora Praxis, 1999.

ANDRADE, M. C. de Geografia Rural: questões teórico-metodológico e técnicas. In:

Campo-Território: revista de geografia agrária. v. 5, n. 9, p. 5-17, fev., 2010.

BRAZ, M.; NETTO, J. P. Economia política: uma introdução crítica. São Paulo: Cortez,

2012.

Page 15: CAMPESINATO E AGRONEGÓCIO: AS CONTRADIÇÕES NO ... · CAMPESINATO E AGRONEGÓCIO: AS CONTRADIÇÕES NO ASSENTAMENTO DE REFORMA AGRÁRIA 13 DE MAIO Dislaine Sousa de Sá1 Universidade

CONAB. Acompanhamento da safra brasileira de cana-de-açúcar. Disponível em:

http://www.conab.gov.br/conabweb/download/safra/1cana_de_acucar. Acesso em:

07/06/2017.

_________.Perfil do setor do açúcar e do álcool no Brasil. Companhia Nacional de

Abastecimento. Brasília, 2008.

COMISSÃO PASTORAL DA TERRA. Conflitos no campo Brasil 2016. Goiânia: CPT,

2017.

DENEZ, C. C. FAJARDO, S. “O Espaço sob a ótica da Geografia Agrária”: breves

considerações. In: Geonordeste. São Cristóvão/SE, Ano XXIII, n.2, 2012.

IBGE. Japaratuba, produção agrícola municipal. Disponível em:

http://www.cidades.ibge.gov.br/. Acesso em: 07/06/2017.

MARX, K. O capital: crítica da economia política. Trad. Reginaldo Sant’Anna. Rio de

Janeiro: Civilização Brasileira, Livro I, v. 2, 2013.

MEGALE, J. F. Geografia Agrária: Objeto e método. In: Campo-Território: revista de

geografia agrária. v. 6, n. 11, p. 6-20, fev., 2011.

MENDONÇA, S. R. A classe dominante agrária: natureza e comportamento 1964-1900. 2. ed.

In: STEDILE, J. P. (Org.). A questão agrária no Brasil. São Paulo: Cortez, 2010.

Ministério da agricultura. Cana-de-açúcar. Disponível em: http://www.agricultura.

gov.br/vegetal/culturas/cana-de-acucar. Acesso em: 07/06/2017.

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA. Safra de cana-de-açúcar

deve aumentar 4,4%. Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br/noticias/safra-de-cana-

de-acucar-deve-aumentar-4-4>. Acesso em: 10 de mai. De 2017.

MOURA, M. M. Camponeses. São Paulo: Editora Ática, 1986.

PAULINO, E. T.; ALMEIDA, R. A. de. Terra e território: a questão camponesa no

capitalismo. São Paulo, SP: Expressão Popular, 2010. 107 p. (Geografia em movimento).

Portal Brasil. Safra de cana 2016/17 cresce em produção e área. Disponível em:

<http://www.brasil.gov.br/economia-e-emprego/2016/04/safra-de-cana-2016-17-cresce-em-

producao-e-area>. Acesso em: 10 de mai. de 2017.

PRADO JÚNIOR, C. História Econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1998.

RENDIN, E. SILVEIRA P. R. C. da. O campesinato revisitado: contribuição para

compreensão da agricultura contemporânea. In: 48º Congresso SOBER, 25 A 28 de Jul.

2010, p. 20.

RAMOS FILHO, E. DA Silva. A ação do Estado na inserção do agrodiesel em Sergipe:

resistência e subordinação no assentamento Jacaré-Curituba. In: Geonordeste. São

Cristóvao/SE, Ano XXIV, n.2, 2013.

Page 16: CAMPESINATO E AGRONEGÓCIO: AS CONTRADIÇÕES NO ... · CAMPESINATO E AGRONEGÓCIO: AS CONTRADIÇÕES NO ASSENTAMENTO DE REFORMA AGRÁRIA 13 DE MAIO Dislaine Sousa de Sá1 Universidade

RAMOS FILHO, E. DA S. Questão agrária atual: Sergipe como referência para um

estudo confrontativo das políticas de reforma agrária e Reforma agrária de mercado

(2003 –2006). Tese de doutorado. Universidade Estadual Júlio de Mesquita Filho, Presidente

Prudente, 2008. Disponível em: http://www4.fct.unesp.br/nera/ltd/eraldo.pdf. Acesso em:

09/06/2017.

SANTOS, L. Território do camponês sob o enfoque de gênero: divisão sexual do trabalho

e a agroecologia. Dissertação (Mestrado em Geografia). Núcleo de pós- graduação em

geografia. Universidade Federal de Sergipe. São Cristóvão, 2013.

SANTOS, N. D. Pelo Espaço do Homem Camponês: estratégias de reprodução social no

sertão dos estados de Sergipe e Alagoas. Tese (Doutorado). Núcleo de Pós-Graduação em

Geografia, São Cristóvão/SE, 2012. P. 291.

STEDILE, J. P. (Org.). A questão agrária no Brasil: o debate tradicional, 1500-1960. 2. ed.

São Paulo: Expressão Popular, 2011.

_____. (Org.). A questão agrária no Brasil: o debate na década de 2000. 1. ed. São Paulo:

Expressão Popular, 2013.

TAVARES, M. ‘cajueiro dos papagaios’ 154 anos depois. Disponível em:

https://empautaufs.wordpress.com/page/38/. Acesso em: 07/06/2017.