caminhos que levaram a independência do brasil

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ETEC SÃO JOSÉ DOS CAMPOS INDEPÊNDENCIA DO BRASIL Comparações ao processo de independência do Brasil, revoltas separatistas que ocorreram no Brasil no século XVIII - Conjuração Baiana e Inconfidência Mineira - e o processo que levou à separação do Brasil em relação a Portugal desde a vinda da família real portuguesa até o ano de 1822 2º ETIM Informática para Internet São José dos Campos 2015

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Uma arquivo que descreve os caminhos que levaram à Independência do Brasil e quais as diferenças entre as revoluções de independências do Haiti

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Page 1: Caminhos que levaram a Independência do Brasil

ETEC São josé dos campos

INDEPÊNDENCIA DO BRASIL

Comparações ao processo de independência do Brasil, revoltas separatistas que ocorreram no Brasil no século XVIII - Conjuração Baiana e Inconfidência Mineira - e o processo que

levou à separação do Brasil em relação a Portugal desde a vinda da família real portuguesa até o ano de 1822

2º ETIM Informática para Internet

São José dos Campos

2015

Page 2: Caminhos que levaram a Independência do Brasil

Ana Carolina Salmont Nº02Bruna de Assis Ramos Ferreira Nº05Caian Benetelli de Carvalho Nº06Caio Rodolfo Silva Nº08Marcos Vinicius Silva Nº28Maysa Alves Carvalho Nº29Victoria Cristina Verissimo Nº39

INDEPÊNDENCIA DO BRASIL

Comparações ao processo de independência do Brasil, revoltas separatistas que ocorreram no Brasil no século XVIII - Conjuração Baiana e Inconfidência Mineira - e o processo que levou à separação do Brasil em relação a Portugal desde a vinda da família real portuguesa até o ano

de 1822

Pesquisa de história apresentado no Ensino Médio na ETEC São José dos Campos para menção

Prof. Jaqueline Longo

São José dos Campos

2015

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Page 3: Caminhos que levaram a Independência do Brasil

Índice Introdução Independência do Haiti

Antes da revolta Inimigos Brancos Burguesia no poder Paz inatingível Exemplo para o mundo

Conjuração Baiana Significado Inspiração História Revoltas da Elite Objetivos

Cavalheiros de Luz Populares O que resultou Líderes

Inconfidência Mineira História Leis Contexto Principais Causas Objetivos Principais Questão da Escravidão Exploração Elite Final Curiosidade

Bibliografia

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Page 4: Caminhos que levaram a Independência do Brasil

IntroduçãoVeremos nas páginas a seguir alguns momentos históricos, influenciados pela Revolução Francesa, que resultaram na Independência do Haiti e nos movimentos revoltosos no Brasil. Conheceremos também a história sobre a Independência do Brasil e um pouco do que aconteceu depois.

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Independência do Haiti Antes da revoltaO trabalho na cana era extenuante e desumano. Por décadas, a colônia francesa de São Domingos sustentou um dos mais lucrativos negócios do Novo Mundo com o chicote apontado para o corpo dos escravos africanos. Os negros cavavam valas para o plantio das mudas, cuidavam dos brotos, zelavam pelo crescimento, faziam a colheita e toda a fabricação do açúcar. Os lucros dependiam da exploração do trabalho. A manutenção da escravidão pelos donos de engenho se baseava em castigos brutais e tinha um nível de perseguição implacável. Os relatos da época descreviam que as punições das chibatas eram mais comuns do que receber comida. Mutilavam lhes membros, orelhas e genitais; faziam-nos comer excrementos; amarravam-lhes grilhões e blocos de madeira; prendiam-nos a postes fincados no chão. A tortura sistemática originava, não sem razão, uma sede de vingança.

Os inimigos brancosTal qual o Brasil pré-abolicionista, também havia quilombos organizados nas montanhas haitianas para montar uma resistência contra a escravidão. O mais temido foi o líder Mackland. Negro da Guiné, ele era um visionário, grande orador e se dizia imortal com os poderes do vodu. Tinha seguidores aos montes. Em 1758 planejou envenenar a água das casas dos brancos para libertar os escravos. Foi traído, capturado e queimado vivo.

O rancor dos maus-tratos não foi a única razão para as revoltas de 1791: ideias iluministas da Revolução Francesa chegaram à colônia, acendendo movimentos burgueses. Em reunião entre metrópole (com um grupo composto pelo clero, a nobreza e a burguesia) e a colônia (composto por proprietários de terra e mulatos). A colônia, ao pedir por mais espaço na política, é indagada: não era igualdade que queriam?

Burguesia no poderRepresentante do governo francês dizia que se os donos de terra da colônia considerassem os negros como homens, seria o mesmo que considerar “cavalos e mulas”. A burguesia francesa cria uma Assembleia que contraria a monarquia. A liberdade da França e a emancipação de São Domingos seria ao mesmo tempo, porém a sociedade de São Domingos mantinha uma visão indivisível. A Assembleia Constituinte aprova a igualdade de direitos entre todas as pessoas (inclusive em São Domingos) em 1791. Muitos escravos começaram a entender o que acontecia, e viam nisso uma oportunidade. Ricos fazendeiros viam a igualdade como uma ameaça, insistindo que não eram pessoas.

Na planície do norte de São Domingos, onde os canaviais se alastravam lado a lado por dezenas de quilômetros, um capataz (e também sacerdote do vodu) liderou uma rebelião. Boukman planejou atear fogo nas plantações, exterminar os brancos e tomar a colônia a partir de Lê Cap. Quando começou a revolta, os escravos destruíram completamente as fazendas. As plantações viraram cortinas de chamas e fumaça. Os latifundiários foram executados. O ódio dos negros aflorou e Boukman começou a revolução negra.Os escravos da parte sul e do lado ocidental engrossaram o coro das revoltas. A repressão aumentou. Boukman foi morto em luta, mas o levante não parou. Os insurgentes passaram de 100 mil e ganharam adeptos. De uma onda de fúria, o movimento amadureceu e abraçou a bandeira da liberdade e da independência.

Ao lado dos primeiros líderes, como Jean François e Biassou, outro ex-escravo demonstrou excelência de planejamento militar e conhecimento de política: Toussaint L’Ouverture. Ele recebeu certa liberdade de seu senhor de engenho para tocar a

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fazenda, teve acesso a alguma literatura e não foi submetido aos suplícios dos maus-tratos. Possuía uma intuição política acima da média e logo se tornou um dos comandantes da revolta. Unificou e organizou um exército que poderia derrotar tropas europeias.

Paz inatingível Os brancos se negavam a aceitar uma rendição ou um acordo de paz. Três comissários franceses com 6 mil soldados chegaram a São Domingos para tentar acabar com as disputas políticas e as rebeliões dos escravos. Logo depois a monarquia caiu na França e a República foi proclamada. Em meio às negociações dos comissários, os franceses declararam guerra contra a Inglaterra e os rebeldes também se mobilizavam na medida da evolução política do Velho Continente. Os exércitos dos ex-escravos se movimentaram entre apoios à Espanha, Inglaterra e França durante os anos seguintes. Em 1794, a França aboliu a escravidão de todos os seus territórios. Toussaint, lutando pelos franceses, conseguiu expulsar britânicos e espanhóis da colônia. Foi nomeado pela metrópole chefe do exército. Chegava ao auge de seu poder. Quando Napoleão Bonaparte foi eleito primeiro-cônsul, São Domingos proclamou uma Constituição, tornando-se província autônoma. Contudo, em 1802, Napoleão se tornou cônsul vitalício e começou a reação. Já com o domínio da Louisiana, ao sul dos Estados Unidos, enxergou São Domingos como um ponto-chave para a expansão do império francês no Novo Mundo. Enviou uma armada para a ilha:47 mil homens sob o comando do general LeClerc.Toussaint não acreditava que Napoleão quisesse restabelecer o domínio e a escravidão, mas virou-se contra o governante. Após fracassos de seu exército, rearticulou as forças sob seu comando e imprimiu sobre as tropas francesas derrotas memoráveis. Ainda bem-intencionado com os colonizadores, o líder negro fez um acordo de paz e se deixou levar, preso, até a França, na tentativa de negociar. Acabou morto numa prisão em Forte Joux, nos Alpes. O maior líder da revolta foi traído por sua própria confiança na liberdade.

Exemplo para o mundoA repercussão da revolução de São Domingos foi gigantesca para a luta contra a escravidão. Ainda maior era o temor dos escravocratas de que a revolta influenciasse todas as Américas. O historiador John Hope Franklin escreveu, em Da escravidão à liberdade, que os americanos ficaram horrorizados diante das notícias do que acontecia no Haiti. A partir de 1791, “muitos preocuparam-se mais com os acontecimentos no Haiti do que com a luta de vida ou morte que se desenvolvia entre França e Inglaterra”. No Brasil, muitos comentaristas nativos e estrangeiros escreveram sobre os perigos da revolta em terras tupiniquins, embora a influência tenha sido limitada. Alguns milicianos mulatos no Rio de Janeiro usavam retratos de Dessalines.

Conjuração BaianaSignificadoO próprio termo “conjuração” significa ajuntamento conspiratório, identificando esse movimento como algo que tinha o objetivo de interpor-se ao poder vigente da coroa portuguesa. Os revoltosos da Bahia colocaram-se frontalmente contra os problemas que essa província enfrentava na época, como escassez de alimentos, e também levantavam bandeiras a favor da abolição da escravidão, da proclamação da República na região da Bahia e do livre mercado também naquela região. Todos esses temas alinhavam-se ao pensamento liberal vindo, sobretudo, da França revolucionária.

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InspiraçãoA Conjuração Baiana foi uma luta que tivemos em Salvador dentro do conjunto das lutas que o Iluminismo inspirou: Revolução Francesa, Independência Norte-Americana, Inconfidência Mineira e no Rio de Janeiro.Além da inspiração na Revolução Francesa, a Conjuração Baiana também se situava no contexto da das revoltas dos escravos do Haiti, de 1791, que culminariam na independência daquele país. Todo esse contexto preocupava a corte portuguesa, que procurou retaliar qualquer tipo de insurgência semelhante em suas colônias.

HistóriaNo final do século XVIII, países do mundo inteiro passavam por um intenso processo de transição política, motivados pelo ideal de liberdade, igualdade e fraternidade disseminado pela Revolução Francesa, que ocorreu em 1789.Também conhecida como Revolta dos Alfaiates. Na avalanche da Revolução Francesa Conjuração Baiana foi uma revolta social de caráter popular ocorrida na Bahia em 1798. Teve uma importante influência dos ideais da Revolução Francesa. Além de ser emancipacionista, defendeu importantes mudanças sociais e políticas na sociedade e exigia, a qualquer custo, a independência do domínio português.Apesar de não ter sido concretizado em sua totalidade, a Conjuração Baiana é considerada uma importante revolta popular. Muito além da pretensão de derrubar a monarquia, a revolta pôs em xeque as questões sociais do país e deu impulsão para o surgimento das primeiras campanhas abolicionistas do país.

Revoltas da Elite Por mais que estourassem revoltas contra a colônia portuguesa no Brasil, muitas dessas organizações populares eram movidas por interesses particulares dos grandes donos de terra e da elite oposicionista. Na Bahia também houve a participação da elite. Cipriano Barata, um dos nomes importantes do movimento, era cirurgião formado por Coimbra. Nós tínhamos uma série de intelectuais formados por Coimbra, mas esses faziam parte de uma conjuração chamada Cavaleiros da Luz, que havia sido fundada em 1797, uma espécie de maçonaria e aqui eles eram mais abertos.Por exemplo: quem era oficial falava com os soldados; cirurgiões ou professores falavam com artesãos e alfaiates. Enfim, o povo também acabou envolvido. Tínhamos uma série de padres carmelitas que traduziam textos franceses que eram discutidos na Revolução Francesa para serem trabalhados na Bahia, pelo povo pobre. Então, nós tivemos o envolvimento de camadas populares e não apenas da elite de Coimbra.Essa participação popular fez com que nossa revolução fosse chamada por Afonso Rui de Souza, que foi um grande professor de História da Bahia e diretor do Arquivo Histórico Municipal, de a primeira revolução social brasileira, pois envolveu as classes oprimidas.Outro aspecto interessante da Revolta dos Alfaiates é que os rebeldes da elite, por exemplo, eram fuzilados no Campo da Pólvora. Mas, os pobres eram enforcados, pois a forca é considerada uma morte mais dura, mais demorada. A elite era fuzilada. O povo era enforcado e servia de espetáculo público. Eles eram enforcados no Largo da Forca, que hoje é o Largo da Piedade. Essa atitude mostra o preconceito social sempre existiu na nossa sociedade Salvador em 1763 quando Salvador deixou de ser a capital brasileira, acabou perdendo boa parte dos investimentos da Coroa e passou a ter papel secundário diante da nova capital, o Rio de Janeiro. A população baiana acabou sofrendo com a crise econômica do estado.

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A criseSalvador sofreu com a perda dos privilégios e a redução dos recursos destinados à cidade. Somado a tal fator, o aumento dos impostos e as exigências coloniais vieram a piorar sensivelmente as condições de vida da população local. A violência aumentava cada vez mais com o constante saqueamento de propriedades privadas e mercadorias. Insatisfação popular com o elevado preço cobrado pelos produtos essenciais e alimentos. Além disso, reclamavam da carência de determinados alimentos.Forte insatisfação com o domínio de Portugal sobre o Brasil. O ideal de independência estava presente em vários setores da sociedade baiana.

Objetivos Defendiam a emancipação política do Brasil, ou seja, o fim do pacto colonial

com Portugal; Defendiam a implantação da República; Liberdade comercial no mercado interno e também com o exterior; Liberdade e igualdade entre as pessoas. Portanto eram favoráveis à abolição

dos privilégios sociais e também da escravidão; Aumento de salários para os soldados. Ao mesmo tempo, as notícias do êxito alcançado nos processos de

independência dos Estados Unidos e Haiti e a deflagração da Revolução Francesa trouxeram os ideais de liberdade e igualdade defendidos pelo pensamento iluminista. Empolgados com tais processos revolucionários, alguns representantes dos setores médios e das elites ligados à maçonaria montaram uma sociedade secreta denominada “Cavaleiros da Luz”.

Cavalheiros da luzDurante suas reuniões, os cavaleiros da luz discutiam a organização de um movimento anticolonialista e a criação de um novo governo baseado em princípios republicanos e liberais. Podemos dizer que a participação dos Cavaleiros da Luz foi relativamente limitada. Muitos de seus integrantes não concordavam nas discussões de cunho social, como no caso da abolição da escravidão. Paralelamente, seus participantes distribuíam panfletos convocando a população a se posicionar contra o domínio de Portugal

PopularesEm 12 de Agosto de 1798, o movimento precipitou-se quando alguns de seus membros, distribuindo os panfletos na porta das igrejas e colando-os nas esquinas da cidade, alertaram as autoridades que, de pronto, reagiram, detendo-os. Tal como na Conjuração Mineira, interrogados, acabaram delatando os demais envolvidos.Um desses panfletos declarava:"Animai-vos Povo baiense que está para chegar o tempo feliz da nossa Liberdade: o tempo em que todos seremos irmãos: o tempo em que todos seremos iguais." (in: RUY, Afonso. A primeira revolução social do Brasil. p. 68.) Os membros da elite que estavam envolvidos no movimento foram condenados a penas mais leves ou tiveram suas acusações retiradas. Uniram-se ao levante pobres, letrados, padres, pequenos comerciantes, mulatos, escravos, negros livres, artesãos, soldados, setores populares e, especialmente, muitos alfaiates.

O que resultouA revolta estava marcada, porém um dos integrantes do movimento, o ferreiro José da Veiga, delatou o movimento para o governador, relatando o dia e a hora em que aconteceria. Percebendo o perigo de uma organização popular em grande escala, o

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rei de Portugal D. Fernando infiltrou homens de seu exército com os revoltosos e acabou surpreendendo-os. O rei conseguiu prender a maioria dos envolvidos e não hesitou em torturá-los.Revoltosos mais pobres, foram condenados imediatamente à morte por enforcamento, enquanto que os intelectuais e mais abastados foram absolvidos pela Coroa.Em contrapartida, os populares que encabeçaram o movimento conspiratório foram presos, torturados e, ainda outros, mortos e esquartejados. Muitos foram expulsos do Brasil, buscando reprimir outras revoltas, o governo português expôs os restos mortais de alguns dos revoltosos espalhados pela cidade de Salvador.

Líderes Um dos principais líderes foi o médico, político e filósofo baiano Cipriano

Barata. Outra importante liderança, que atuou muito na divulgação das ideias do

movimento, foi o soldado Luís Gonzaga das Virgens. Os alfaiates Manuel Faustino dos Santos Lira e João de Deus do Nascimento.

Inconfidência Mineira HistóriaA Inconfidência Mineira foi um dos mais importantes movimentos sociais da História do Brasil. Significou a luta do povo brasileiro pela liberdade, contra a opressão do governo português no período colonial. Ocorreu em Minas Gerais no ano de 1789, em pleno ciclo do ouro.No final do século XVIII, o Brasil ainda era colônia de Portugal e sofria com os abusos políticos e com a cobrança de altas taxas e impostos

Leis Além disso, a metrópole havia decretado uma série de leis que prejudicavam o desenvolvimento industrial e comercial do Brasil. No ano de 1785, por exemplo, Portugal decretou uma lei que proibia o funcionamento de industrias fabris em território brasileiro.

ContextoNo século XVIII, a ascensão da economia mineradora trouxe um intenso processo de criação de centros urbanos pela colônia acompanhada pela formação de camadas sociais intermediárias. Os filhos das elites mineradoras, buscando concluir sua formação educacional, eram enviados para os principais centros universitários europeus. Nessa época, os ideais de igualdade e liberdade do pensamento iluminista espalhavam-se nos meios intelectuais da Europa.Na segunda metade do século XVIII, a economia mineradora dava seus primeiros sinais claros de enfraquecimento. O problema do contrabando, o escasseamento das reservas auríferas e a profunda dependência econômica fizeram com que Portugal aumentasse os impostos e a fiscalização sobre as atividades empreendidas na colônia. Entre outras medidas, as cem arrobas de ouro anuais configuravam uma nova modalidade de cobrança que tentava garantir os lucros lusitanos.Vale lembrar também que, neste período, era grande a extração de ouro, principalmente na região de Minas Gerais. Os brasileiros que encontravam ouro deviam pagar o quinto, ou seja, vinte por cento de todo ouro encontrado acabava nos cofres portugueses. Aqueles que eram pegos com ouro “ilegal” (sem ter pagado o imposto”) sofria duras penas, podendo até ser degredado (enviado a força para o território africano).Com a grande exploração, o ouro começou a diminuir nas minas. Mesmo assim as autoridades portuguesas não diminuíam as cobranças. Nesta época, Portugal criou a

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Derrama. Esta funcionava da seguinte forma: cada região de exploração de ouro deveria pagar 100 arrobas de ouro (1500 quilos) por ano para a metrópole. Quando a região não conseguia cumprir estas exigências, soldados da coroa entravam nas casas das famílias para retirarem os pertences até completar o valor devido.Todas estas atitudes foram provocando uma insatisfação muito grande no povo e, principalmente, nos fazendeiros rurais e donos de minas que queriam pagar menos impostos e ter mais participação na vida política do país. Alguns membros da elite brasileira (intelectuais, fazendeiros, militares e donos de minas), influenciados pelas ideias de liberdade que vinham do iluminismo europeu, começaram a se reunir para buscar uma solução definitiva para o problema: a conquista da Independência do Brasil.

Principais causas:– Exploração política e econômica exercida por Portugal sobre sua principal

colônia, o Brasil;– Derrama: caso uma região não conseguisse pagar 1500 quilos de ouro para

Portugal, soldados entravam nas casas das pessoas para pegar bens até completar o valor devido;

– A proibição da instalação de manufaturas no Brasil.

Objetivos principais:– Obter a independência do Brasil em relação a Portugal;– Implantar uma República no Brasil;– Liberar e favorecer a implantação de manufaturas no Brasil;– Criação de uma universidade pública na cidade de Vila Rica.

Questão da EscravidãoNão havia consenso com relação à libertação dos escravos. Alguns inconfidentes, entre eles Tiradentes, eram favoráveis à abolição da escravidão, enquanto outros eram contrários e queriam a independência sem transformações sociais de grande impacto.

ExploraçãoOs brasileiros que encontravam ouro deviam pagar o quinto, ou seja, vinte por cento de todo ouro encontrado acabava nos cofres portugueses. Aqueles que eram pegos com ouro “ilegal” (sem ter pagado o imposto”) sofria duras penas, podendo até ser degredado (enviado a força para o território africano).Com a grande exploração, o ouro começou a diminuir nas minas. Mesmo assim as autoridades portuguesas não diminuíam as cobranças. Nesta época, Portugal criou a Derrama. Esta funcionava da seguinte forma: cada região de exploração de ouro deveria pagar 100 arrobas de ouro (1500 quilos) por ano para a metrópole. Quando a região não conseguia cumprir estas exigências, soldados da coroa entravam nas casas das famílias para retirarem os pertences até completar o valor devido.Todas estas atitudes foram provocando uma insatisfação muito grande no povo e, principalmente, nos fazendeiros rurais e donos de minas que queriam pagar menos impostos e ter mais participação na vida política do país

Elite Alguns membros da elite brasileira (intelectuais, fazendeiros, militares e donos de minas), influenciados pelas ideias de liberdade que vinham do iluminismo europeu, começaram a se reunir para buscar uma solução definitiva para o problema: a conquista da independência do Brasil.O grupo, liderado pelo alferes Joaquim José da Silva Xavier, conhecido por Tiradentes era formado pelos poetas Tomas Antônio Gonzaga e Cláudio Manuel da Costa, o dono

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de mina Inácio de Alvarenga, o padre Rolim, entre outros representantes da elite mineira. A ideia do grupo era conquistar a liberdade definitiva e implantar o sistema de governo republicano em nosso país. Sobre a questão da escravidão, o grupo não possuía uma posição definida. Estes inconfidentes chegaram a definir até mesmo uma nova bandeira para o Brasil. Ela seria composta por um triangulo vermelho num fundo branco, com a inscrição em latim: Libertas Quae Sera Tamen (Liberdade ainda que Tardia).

Final Os inconfidentes haviam marcado o dia do movimento para uma data em a derrama seria executada. Desta forma, poderiam contar com o apoio de parte da população que estaria revoltada. Porém, um dos inconfidentes, Joaquim Silvério dos Reis, delatou o movimento para as autoridades portuguesas, em troca do perdão de suas dívidas com a coroa. Todos os inconfidentes foram presos, enviados para a capital (Rio de Janeiro) e acusados pelo crime de infidelidade ao rei. Alguns inconfidentes ganharam como punição o degredo para a África e outros uma pena de prisão. Porém, Tiradentes, após assumir a liderança do movimento, foi condenado a forca em praça pública.Embora fracassada, podemos considerar a Inconfidência Mineira como um exemplo valoroso da luta dos brasileiros pela independência, pela liberdade e contra um governo que tratava sua colônia com violência, autoritarismo, ganância e falta de respeito.

CuriosidadeTiradentes jamais teve barba e cabelos grandes. Como alferes, o máximo permitido pelo Exército Português seria um discreto bigode. Durante o tempo que passou na prisão, Tiradentes, assim como todos os presos, tinha periodicamente os cabelos e a barba aparados, para evitar a proliferação de piolhos, e, durante a execução estava careca com a barba feita, pois o cabelo e a barba poderiam interferir na ação da corda.

Vinda da Família Real Portuguesa para o Brasil Antes da viagemEm julho de 1799, D. João torna-se príncipe regente de Portugal. Napoleão Bonaparte tem sucesso cada vez mais rápido na construção de um Império. A partir de 1801, considerava a ideia de transferir a corte para o Brasil, porém o governo se dividia entre uma facção anglófila – que preferia a corte em Portugal, confiando na aliança Luso-Britânica – e a facção francófila, que acreditava numa aproximação com a França.

Apesar da tentativa de manter-se neutro, após a decretação do Bloqueio Continental de 1806 (impedindo o acesso das Ilhas Britânicas aos países dominados pelo Império Francês) isso tornou-se impossível. Em outubro de 1807, o antigo embaixador francês em Lisboa preparava-se para invadir Portugal.

A viagem para o BrasilCom a invasão francesa de Portugal em progresso, em 29 de novembro iniciou-se a viagem da Família Real e da Corte Portuguesa para o Brasil. Dezoito navios de guerra portugueses e treze ingleses escoltaram mais de vinte e cinco navios mercantes de Lisboa até à costa do Brasil. A bordo seguiram mais de quinze mil portugueses. O Reino passou a ser governado por uma Junta de Regência, que logo dissolveu.

Com a presença da Família Real Portuguesa no Brasil a partir de 1808, registrou-se o que alguns historiadores brasileiros denominam de "inversão metropolitana", ou seja, o

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aparelho de Estado Português passou a operar a partir do Brasil, que desse modo deixou de ser uma "colônia" e assumiu efetivamente as funções de metrópole.

DesembarqueD. João desembarcou em Salvador, dia 23 de janeiro com muita comemoração por parte dos brasileiros e luso-brasileiros. Em 28 de janeiro, D. João foi ao Senado da Câmara para assinar o ato em território brasileiro: a carta que abria os portos ao comércio de todas as nações amigas – feita para ajudar as Ilhas Britânicas.

Chegada ao Rio de JaneiroA família real entrou na Baía da Guanabara em 7 de março de 1808. Não havia habitação para alojar os acompanhantes do rei, portanto o vice-rei Conde dos Arcos criou um sistema que nomeavam determinadas casas para serem cedidas aos acompanhantes.

Cofres vazios e ocupação territorialD. João chegou a colônia com os cofres vazios, portanto cria o Banco do Brasil. Ao comprar ações, os novos acionistas eram recompensados com títulos de nobreza.

O território também foi ocupado: o governo melhorou a comunicação entre as províncias, estimulou o povoamento e incentivando o aproveitamento de todas riquezas da colônia.

As iniciativas manufatureiras e o comércio foram liberados. O país começo a ser mapeado.

O retorno a metrópoleDurante o tempo no qual a corte esteve no Brasil, Portugal perdeu meio milhão de habitantes, que fugiram, morreram ou pereceram de fome. A população estava insatisfeita, ainda mais com a liberação dos portos brasileiros, prejudicando os comerciantes portugueses. Uma revolta acontece em setembro de 1820 e a monarquia é ameaçada.

D. João, e parte da corte voltam em 26 de abril de 1821 para Portugal. O príncipe regente teme que o país declare independência, portanto seu filho mais velho fica. Levou também todo o cofre do Banco do Brasil para Portugal.

Processo de Independência do BrasilDia do FicoNa época da volta de D. João a Portugal, muitos brasileiros não queriam a separação de Brasil e Portugal, na nova forma que fora criada em 1815: Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarve. A virada de opiniões ocorreu graças a atuação das Cortes Portuguesas, exigindo a permanência de D. João na metrópole. Assim, instituiu-se ódio ao que era português.

As Cortes queriam o retorno do príncipe para Lisboa, porém brasileiros fizeram abaixo-assinados a favor da permanência de D. Pedro. Ao receber tais cartas, D. Pedro anunciou que ficaria no Brasil.

Tensão pré-independênciaA desconfiança de Portugal era enorme: queriam reconduzir o Brasil à condição de colônia. No final de agosto de 1822, D. Pedro era desconstituído de sua posição e as

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Cortes diziam que suas decisões seriam anuladas e que as províncias passariam a ser governadas por juntas subordinadas a metrópole.

Em uma viagem de Santos a São Paulo, D. Pedro recebe três cartas: uma de José Bonifácio, enfatizando que ele voltava para Portugal ou proclamava a Independência. Outra de princesa Leopoldina, pedindo prudência e atenção aos conselhos de José Bonifácio. Por fim, o cônsul britânico no Rio de Janeiro avisava dos rumores sobre a anulação da condição de herdeiro do trono.

Depois do Grito da IndependênciaO país estava falido, sem exércitos, navios, oficiais, armas ou munição para sustentar lutas. Com empréstimos internacionais, Brasil já nascia endividado. Outro problema era as divergências internas, pois não havia um consenso em relação a qual rumo seguir.

Com tal dissenso, apenas três estados aderiram a Independência: Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Alguns estados estavam sob controle de tropas português, como a Bahia, enquanto outros não queriam trocar Lisboa pelo Rio, como Pernambuco que reivindicava autonomia regional.

Sem partido formado, monarquistas constitucionais e republicanos debatiam suas ideias sobre o futuro do país. O ministro José Bonifácio, líder dos monarquistas constitucionais, defendia que apenas a permanência do príncipe regente garantiria a integridade e sucesso brasileiro.

Processo de rupturaAlguns estados, como Pará, Piauí, Alagoas e Maranhão continuaram obedientes as Cortes, enquanto Rio Grande do Norte e Ceará aderiam à causa de D. Pedro I. O Brasil estava em desvantagem nesta guerra contra Portugal, pois não possuía recursos. A solução foi o recrutamento forçado, que atingiu quase sempre as classes mais humildes.

Em 2 de julho de 1823, a expulsão dos portugueses da Bahia é concluída.

Bibliografia– http://arquivo.geledes.org.br/areas-de-atuacao/questao-racial/afrobrasileiros-e-

suas-lutas/16242-conjuracao-baiana-foi-a-primeira-revolta-social-do-brasil– http://www.mundoeducacao.com/historiadobrasil/a-conjuracao-baiana.htm – http://www.infoescola.com/brasil-colonia/conjuracao-baiana/ – http://www.historiadobrasil.net/conjuracao_baiana.htm – http://www.sohistoria.com.br/ef2/conjuracao/ – http://www.escolakids.com/conjuracao-baiana.htm – http://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/inconfidencia_mineira.htm – http://www.sohistoria.com.br/ef2/inconfidencia/ – http://www.brasilescola.com/historiab/inconfidencia-mineira.htm – http://www.historiadomundo.com.br/idade-moderna/jacobinos-negros-e-a-

independencia-do-haiti.htm– http://www.universitario.com.br/noticias/n.php?i=5567 – http://educarparacrescer.abril.com.br/1808/ – http://educarparacrescer.abril.com.br/1822/

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