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Centro Federal de Educao Tecnolgica de Gois

Centro Federal de Educao Tecnolgica de Gois

FILOSOFIA

Prof.: Jos Luiz Leo

Projeto Pensar

Pensando a vida

Textos selecionadosVIAGEM

Provocao: Ler o texto.

Esquematizar os principais conceitos.

Debater./Seminrio.

INVESTIGAR EXIGE UM MTODO

Deve-se filosofar, ou no se deve : mas para decidir no filosofar

ainda e sempre necessrio filosofar; assim, pois, em qualquer

caso, filosofar necessrio.

Aristteles

Toda viagem prope o desconhecido: a surpresa e a experincia, se no o que se busca, o que no se pode evitar. Por isso a nossa atitude de preparao antes de iniciar a viagem. Ela espontnea e sinal daquela prudncia mnima que caracteriza as pessoas sensatas. Por algum motivo importante, voc est iniciando uma viagem: uma viagem ao mundo da Filosofia. Que mundo este, ainda no sabemos. Mas devemos nos certificar de que estamos preparados para a experincia filosfica a iniciar.

Quando fazemos uma viagem, a nossa experincia comum procura os motivos que justificam o esforo da preparao e da caminhada. Tambm, neste caso, a experincia comum um guia precioso, embora as paisagens que iremos contemplar no sejam as mesmas que uma viagem comum nos ofereceria. O nosso destino, o mundo da Filosofia, um mundo imaginrio, como tantos outros; como o da arte, o da cincia, o da religio, o do mito, e outros que participam do universo imaginrio do homem. Seria muito bom que de incio voc tivesse conscincia de que o mundo da filosofia ocupa um lugar privilegiado no universo imaginrio do homem, especialmente do homem ocidental. Este o objetivo de fundo dessa viagem que estamos iniciado.

Somos homens e mulheres ocidentais. Ou melhor, estamos nos tornando homens e mulheres ocidentais. Isso significa que, pouco a pouco, o nosso modo de ser, de sentir, de fazer as coisas, enfim, o nosso modo de viver, vai ficando de acordo com os modos ocidentais. Como podemos saber o que um modo ocidental de viver? No uma coisa que se veja, que se toque ou se escute. , portanto, um algo imaginrio, alguma coisa que s podemos captar pelo pensamento e pela imaginao.

RECOLHENDO VESTGIOS DO IMAGINRIO

Mas o pensamento s pode captar essa coisa imaginria porque ela deixa vestgios de sua existncia. Recolher os vestgios da existncia de algo, examin-los, propor ligaes entre diversos vestgios aparentemente da mesma fonte, descobrir qual a coisa da qual esses vestgios testemunham a existncia, nisso consiste uma investigao. Investigar quer dizer entrar em contato com vestgios da existncia de algo que se quer compreender, saber o que eles significam.

Em lngua portuguesa, h uma outra palavra usada como sinnima de investigao: a palavra pesquisa. que quer dizer a mesma coisa, embora no significado da palavra pesquisa haja maior nfase na idia de pergunta: pesquisar investigar fazendo perguntas.

Se voc est muito curioso para saber, afinal de contas, o que isso tudo tem a ver com filosofia, aceite como definio preliminar que filosofia investigao das formas de vida do homem ocidental. Como voc pode notar, por essa definio somos levados a relacionar a filosofia com a histria.

E, de fato, essa relao existe: no momento adequado iremos investig-la. Por enquanto, consideremos apenas uma frase clebre de um filsofo que dedicou sua vida a examinar profundamente a conscincia do homem ocidental.

Esse filsofo Hegel, e a frase : "A filosofia, tal como a coruja de Minerva, ala vo apenas ao entardecer". Ou seja, depois que a histria acontece, j ao seu entardecer, 'que a filosofia inicia as suas investigaes. Mas a filosofia olha o passado de maneira diferente da histria. A histria olha o passado para entender como ele condicionou o presente, enquanto a filosofia olha o passado para sonhar com o futuro. Sua questo fundamental : Como tenho conscincia do que sou? Como tenho conscincia das minhas possibilidades e dos meus limites? Como o que sou est ligado com o que foi e com o que ser? Afinal, o que que eu sou, enquanto ser humano, distinto das coisas que me cercam e definido na histria passada e na textura das relaes de que atualmente participo?

Em outras palavras: a conscincia nova que a investigao filosfica propicia a conscincia de ns mesmos e de tudo o que pode influenciar o processo dessa conscincia.

REAL ... / REALIDADE ...

...Familiarizar-se com o mundo quer dizer compreender o significado dos seus objetos, do comportamento de uns em relao aos outros, isto , significa defini-los em funo dos valores que eles representam para ns mesmos. O real posto numa relao de valores com o homem passa a se chamar realidade. O real o que nos absolutamente estranho, quando comparado com nossos valores. Enquanto a realidade aquilo com que temos algum grau de familiaridade, em face das coisas que valem para ns. Por isso, compreendemos a realidade, podemos ter conscincia dela, podemos descobrir suas leis de funcionamento, mas o mesmo no se d com o real. Sabemos que o real existe, por pressuposio: aquilo que se oculta para alm de nossas percepes ou aquilo que est alm do que pode ser pensado. O real o limite da conscincia... Realidade , portanto, o que faz sentido para a conscincia humana.(1)

PENSAR ...

Pensar, na significao etimolgica do termo, quer dizer sopesar, por na balana para avaliar o peso de alguma coisa, ponderar. O pensamento que filosofa usa ao mximo seus recursos para aprender a avaliar: quer tornar-se avaliador justo. Por causa disso, sem imposio externa, se submete aprendizagem de pensar: busca a cor, o som e o sabor da realidade. Procura transformar-se em conhecimento e linguagem... (2)

MITO ... / RAZO .../ VERDADE ...

Site: www.discursus.cjb.net - Curso: Convite filosofia.

O caminho do mito ao logos

Toda a cultura e civilizao ocidentais tm seus fundamentos na filosofia grega e, por ela, so determinadas at nossos dias.

Segundo uma tradio referida a Plutarco e Ccero, que remontaria a Heraclides do Ponto, ouvinte de Plato, Pitgoras (c. 570 . C.) teria sido o primeiro a usar as palavras filsofo e filosofia para significar que o nome de sbio s convm a Deus, pois os homens s podem amar e perseguir a sabedoria. certo que, antes de Scrates e Plato, as palavras filosofia e filosofar eram usadas em acepes que iam desde a cultura do esprito em geral at o exerccio de um esforo para adquirir conhecimentos novos. Com Scrates e Plato essas palavras adquirem preciso para designar no a posse mas o desejo ou amor da sabedoria. Ao sentido literal de amor e sabedoria, Plato acrescenta-lhe o sentido paradoxal de cincia da ignorncia ou saber do no-saber, porque o filsofo nem de todo sabe nem de todo no sabe, vivendo entre a ignorncia absoluta e a posse plena de sabedoria. No sculo XV, Nicolau de Cusa formula esta situao como docta ignorantia. Mas, o verdadeiro filsofo, para Plato, aquele que desde a juventude, deseja e procura a verdade integral (Repblica, VI, 485d), que, em ltimo lugar, se identifica com o Bem Supremo (Banquete, 210 d).

Cincia da ignorncia, a filosofia torna-se exerccio da dvida e arte da interrogao para, graas ao juzo pessoal e independente, vencer o peso morto de tradies e doutrinas que, passivamente recebidas e aceitas, s um obstculo ao homem para afirmar-se em sua verdadeira liberdade e dignidade. S a palavra essencial do logos (razo) capaz , segundo Plato, de interpretar tanto os orculos de Delfos como a linguagem dos smbolos e sinais com que nos acenam os mitos e as religies. Neste sentido, Scrates tornou-se paradigma incontestado do verdadeiro filsofo por sua atitude marcada pelo amor incondicional e intrpido verdade.

A sabedoria oriental, historicamente, anterior filosofia ocidental. Apresenta, todavia, um carter essencialmente religioso. No Oriente, a sabedoria patrimnio de castas sacerdotais que tm a grande preocupao de transmitir a herana dos antepassados em sua pureza. A sabedoria oriental fundamenta-se, pois, na tradio, enquanto a filosofia grega pensa e reflete criticamente a tradio, os costumes e as crenas dos antepassados em busca da verdade.

No Ocidente, o homem do sculo XX perde sempre mais o respeito e a venerao de valores tradicionais. No dia a dia surge um choque entre pais e filhos quando esses parecem ignorar os sofrimentos, as lutas e os sacrifcios que os pais tiveram, no passado, para conquistar o bem-estar atual. Hoje percebe-se uma tendncia a questionar todos os valores do passado. Quer olhar-se apenas para a frente. Tomamos conscincia de nossa insero no grande processo dinmico da histria. A tradio foi questionada, sobretudo nos tempos modernos, de maneira to radical que parece ter perdido sua evidncia imediata para sempre. Quem hoje quiser conservar uma tradio dever justific-la criticamente. Quer isto dizer que a tradio se tornou sem importncia? No!

Todos estamos inseridos numa tradio. Nascemos em determinada famlia, pertencemos a determinado povo, herdamos determinada histria, cultura e lngua. Nenhuma sociedade conhece a lngua a no ser como produto herdado de geraes anteriores. A lngua , entre todas as instituies sociais, aquela que forma um todo com a vida social. Na sociedade exercemos determinada profisso que aprendemos de outros. At os revolucionrios, que visam a transformar radicalmente uma determinada ordem, dependem de uma tradio. Dela recebem, ao menos em grande parte, a capacidade crtica e os meios para a luta. Antes que o revolucionrio se engajasse pela justia, muitos j pensaram sobre a idia de justia. O revolucionrio constata que a prtica social, econmica ou poltica no corresponde a tal idia recebida. Tenta concretiz-la. Neste sentido at pode ser que o revolucionrio ou o reformador levem a tradio mais a srio que outros, colocando seu esprito na prtica.

No caminho histrico da humanidade constatamos que, em todas as pocas, o homem deseja conhecer mais e melhor.

1. Nascimento da filosofia grega

Filosofias, de alguma maneira, expressam a conscincia de uma poca. O filsofo o indivduo que formula de maneira mais clara e sistemtica o que ocorre, de maneira annima, numa poca. Coloca tnicas, precisando e ampliando horizontes. At certo ponto se pode dizer que, na filosofia, se expressa a autoconscincia de determinada poca. Assim, filosofias expressam o ser homem e sua histria. Filosofias buscam clarear as razes mais profundas das condies da vida humana, iluminando metodicamente experincias.

Atravs da histria, a filosofia se ocupa com a busca do sentido do ser. Neste sentido originrio, todo o homem filsofo, pois todos perguntam, de uma ou outra maneira, pelo sentido do ser, e de modo especial, pelo sentido da existncia humana. Entretanto, como reflexo sistemtica e rigorosa, a filosofia surgiu em determinado momento histrico, ou seja, cerca do sculo VI a. C., na Grcia.

No comeo predominou certo dogmatismo, pois o conhecimento ainda no constitua ele mesmo um problema. Supe-se, simplesmente, a possibilidade do conhecimento e a realidade do contato entre sujeito e objeto. Ainda no se v o conhecimento como relao ou inter-relao entre sujeito e objeto. Os pensadores pr socrticos (os filsofos jnios, os eleticos, Herclito e os pitagoricos) confiavam lentamente na capacidade (de conhecer a verdade) da razo humana. Voltaram-se totalmente para a natureza, para a physis (o ser). Como problema, o conhecimento surge apenas com os sofistas.

1.1 Como os filsofos gregos responderam a pergunta pelo sentido do ser?

Com a reflexo sobre a singularidade da filosofia como atitude crtica, bem como sobre as possibilidades do conhecimento, Plato abriu o caminho a um vasto conjunto de temas que constituem o domnio propriamente dito de sua aplicao. Mas foi Aristteles quem salientou melhor a sabedoria (sofia) como objeto do ros ou amor. Abandonou os mitos aos poetas e elaborou uma filosofia indicando um mtodo e objeto prprios. Definiu a filosofia como cincia do ser enquanto ser, como cincia dos primeiros princpios e das primeiras causas e cincia da causa absolutamente primeira da qual esto suspensos o cu e a terra, do primeiro motor. Identifica ontologia com teologia. Cincia do ser enquanto ser, no qual se conhecem todas as coisas, a filosofia , por isso, a mais universal e desinteressada de todas as cincias (Metafsica, 982a) , superior fsica e matemtica (Metafsica, 1026a); Cincia primeira, a filosofia distingue-se das demais cincias servindo-lhes de fundamentao; Cincia dos princpios, tambm a cincias da verdade por excelncia (Metaf. 993a 30 e 993b 20). Filosofar, no sentido amplo do termo, equivale a servir-se da faculdade de reflexo, que a marca distintiva do homem. Assim pode-se dizer, com Wilhelm Nestle, que a filosofia grega segue o caminho do mito ao logos.

Aristteles fala de telogos que teriam precedido os primeiro filsofos gregos. Esses telogos teriam tentado explicar a origem da natureza, recorrendo ao mito de Oceano e Ttis (Ilada, 14, 201 e 302), como pais da gerao. Quem eram esses telogos? Aristteles usa a palavra telogo em sentido diferente do atual. Isso decorre de sua diviso tripla da cincia terica: matemtica-fsica-teologia. Definiu a teologia como epistme (cincia) dos primeiros princpios universais do ser, adquirindo novo significado como metafsica ou filosofia primeira. Plato (Pol. II, 379 a ) e a tradio platnica referem teologia ao falar mtico cultual de Deus, medida na responsabilidade poltica e crtica, que pelo logos se torna um falar sobre deuses. Tambm em Plato j o falar filosfico-crtico das lendas e estrias dos deuses, desmitolizadas e interpretadas de acordo com a educao poltica. Assim, at certo ponto, a teologia representa o caminho do mito ao logos. A funo do logos consiste em revelar a verdade oculta nos mitos dos deuses. Por esta rao, os primeiros cristos rejeitaram a palavra teologia, aceitando-a, mais tarde, como conhecimento do verdadeiro Deus e de seu Cristo.

Podemos dizer que os telogos, antes dos filsofos, explicavam a origem e o sentido das coisas por um mito, como o de Oceano e Ttis, apelando a algo exterior e alheio s coisas para explic-las. Os filsofos, por sua vez, recorrem razo. Aristteles chamou os telogos de filomitos (amigos do mito). Enquanto os filomitos ou telogos buscavam a origem de tudo no mito de Oceano e Ttis, os filsofos a procuravam na gua, no ar ou em outro elemento. Apesar da semelhana nas explicaes, havia uma diferena essencial no caminho (mtodo) seguido para chegar explicao.

A primeira expresso do esprito grego est ligada a crenas mticas. Homero e Hesodo condensam essas crenas a respeito dos deuses e dos homens em moldes fixos. Aristteles diz que o mito o primeiro degrau que leva filosofia, pois o mito tambm quer compreender. O mito trata das mesmas coisas que a filosofia: a origem e gnese do mundo , o fenmeno da vida, o sentido da existncia humana, o futuro e a imortalidade, a necessidade e a liberdade. Mas o mito tenta a soluo destas questes atravs de meios diferentes, extraindo os conceitos e as representaes da vida humana. A filosofia o pensar crtico, o esforo racional e autnomo em confronto com a crena e a sociedade.

1.2 Como os gregos chegaram convico de que o mundo e a vida so inteligveis?

A atividade dos filsofos, s aos poucos, repercutiu na vida social e religiosa. Quando os gregos tinham que tomar decises importantes consultavam os adivinhos, examinando as entranhas das vtimas imoladas aos deuses ou recorrendo aos orculos, sobretudo ao de Delfos. Isso mostra que no confiavam muito na razo humana para compreender a realidade com a prpria inteligncia. Quando surgia um conflito entre o pressgio dos adivinhos e os dados da razo, atinham-se aos adivinhos. Certo dia, Creso, derrotado por Ciro, mandou perguntar a Apolo deus do santurio de Delfos se no tinha vergonha de t-lo enganado por t-lo conduzido a uma guerra na qual foi derrotado. A pitonisa (sacerdotisa do templo e intermediria dos orculos de Apolo ) lhe teria respondido categoricamente: O destino fatal impossvel de ser evitado mesmo por um Deus.

Os gregos chamam o destino de moira. A moira o que toca a cada ser por sorte, ou seja, a prpria sorte; o fado, a fatalidade, aquilo que necessariamente acontecer, aquilo que tem que ser, que foge at da vontade dos deuses. O destino a estrutura inexorvel, imutvel, segura e implacvel da realidade. Aproxima-se, desta forma, daquilo que os filsofos chamam physis, que permanece imutvel atravs de todas as mudanas. O destino , para os filsofos, a explicao ltima das coisas, embora latente nelas. Mas o caminho das filsofos diferente daquele dos telogos.

Para os telogos, no h caminho que leve o homem das prprias coisas a seu destino. Este s pode chegar-lhe atravs dos deuses, ou seja, atravs dos orculos e adivinhos. Para os filsofos, ao contrrio, h um caminho que leva natureza das coisas. No caso do mito, segundo Julin Maras, h uma descontinuidade absoluta entre a realidade manifesta e a latncia em vista da qual teho que orientar e decidir a minha vida. No posso ir ao latente, mas ele deve vir a mim atravs do servio dos deuses; para acender ao latente a partir das coisas mesmas que esto a e com as quais me encontro no h caminho; dito em grego, no h mtodo. Ora, aos poucos tal atitude se tornou insustentvel na prtica. A vida humana complica-se em sociedade. Urge planejar o futuro mais ou menos a longo prazo. Mas s posso planejar se souber como as coisas se podero comportar. Isso pressupe o caminho do manifesto ao oculto, ou seja, daquilo que as coisas mostram ser aqui e agora at aquilo que sero sempre e necessariamente. Eis a questo que est na origem da filosofia e que originou a prpria filosofia na antiga Grcia.

Os gregos observavam a natureza e se escandalizavam com a grande multiplicidade de coisas e com sua mudana contnua. Atena, a deusa da sabedoria, deixa de iluminar o homem; aos poucos, retira-se para junto dos outros deuses no monte Olimpo. Abandonado pelos deuses, o homem passa a observar o mundo com a prpria razo. Filha de Taumante, ou seja do espanto e da admirao, a filosofia um modo de conhecimento sobre todas as coisas. A observao ou contemplao a atitude do observador que no interfere no curso da natureza, no lhe impe seus desejos pessoais. A contemplao um modo de se posicionar diante do mundo com o objetivo de compreend-lo e explic-lo de maneira objetiva com os olhos da razo, do logos, como nica maneira capaz de enxergar a verdade de todas as coisas. Para compreender a infinidade de entes, o grego busca um princpio unificador, uma unidade. Relaciona a mudana com algo que sempre permanece idntico. Chega concluso de que a vida deve ser inteligvel para ns sem recurso aos orculos e s adivinhaes.

O problema da mudana (devir) inclua, para os gregos, a questo da gerao e destruio. Observa-se que, em dado momento, as coisas comeam a ser, crescem, amadurecem e , depois, deixam de ser. Observa-se que o pai e o filho so dois, distintos um do outro, sob certo aspecto; sob outro, so o mesmo. O filho procede do pai, mas ambos so homens. H, portanto, uma identidade comum a ambos. Desta forma, a identidade fundamental de ambos um caminho, um mtodo que leva um a outro. A isso chamou-se physis, ou seja, o que idntico no pai e no filho a natureza.

A natureza pode ser expressa da seguinte forma: o filho o mesmo que era o pai e, afinal, o mesmo que sero seus prprios filhos. Tal identidade explica-se enquanto ambos so pessoas humanas. Chegamos realidade permanente atravs da gerao. Assim encontra-se aquilo que permanece atravs de todas as mudanas: o que havia antes, o que h agora e o que haver no futuro. A natureza das coisas , pois, antiga e sempre jovem. Por ser antiga e estar no comeo, os gregos chamavam-na arch (princpio).

Neste caminho, para os filsofos, a realidade latente, que dirige com necessidade as coisas e os acontecimentos, no mais a moira, o destino, e sim, a natureza ou physis. No mais algo extrnseco, mas aquilo que constitui a prpria coisa por dentro. Conseqentemente desaparece a necessidade de recorrer aos deuses para conhecer a realidade latente. Agora o homem o pode desvelar as coisas. A este desvelamento os gregos chamam altheia (verdade). Neste sentido Aristteles diz que os filsofos pensam acerca da verdade, i. , filosofam acerca daquilo que h verdadeiramente.

A filosofia comeou quando o homem comeou a procurar a natureza como fundamento permanente e idntico de toda a realidade como o princpio unificador. Isso j aconteceu antes de Scrates, Plato e Aristteles.

Michele F. Sciacca diz que o perodo religioso do pensamento grego est estreitamente ligado quele posterior mais propriamente filosfico e cientfico, que a continuao e o desenvolvimento do primeiro. Pela ao da poesia e pela influncia das investigaes cientficas particulares, especialmente astronmicas, pouco a pouco a pesquisa comea a libertar-se do seu carter mtico, sem um destaque ntido entre as concepes cosmolgicas e teolgicas e as especulaes fsicas (Histria da Filos. I, S. Paulo: Mestre Jou, 1967, p. 27).

2 O princpio de tudo

A passagem do mito ao logos foi iniciada pelos pr-socrticos. Sua contribuio consiste em terem colocado o problema da unidade na totalidade mltipla e cambiante da realidade.

2.1 Incio da filosofia grega

O primeiro filsofo, segundo Aristteles, foi Tales de Mileto (sc. VII-VI a. C. ). As datas a respeito de sua vida so incertas. Sabe-se com segurana, que viveu no perodo compreendido entre o final do sculo VII a. C. e meados do sculo VI a C. Famoso como matemtico e astrnomo, foi colocado entre os sete sbios da Grcia por sua atuao poltica na tentativa de unir as cidades-Estados da sia Menor numa confederao.

Provavelmente Tales de Mileto nada escreveu. Diz-se que previu o eclipse do sol de 585 a.C e que era to distrado que teria cado num poo quando contemplava os astros. Atravs de interpretaes feitas por outros filsofos que chegam at ns, sua idia bsica era a seguinte: tudo se origina da gua. Isto significa que a physis teria como nico princpio (arch) esse elemento natural que se encontra presente em tudo. A gua o princpio vital de tudo. Segundo Tales, a gua, ao se resfriar torna-se densa e d origem a terra; ao se aquecer transforma-se em vapor e ar, que retornam como chuva quando novamente esfriados. Desse ciclo de movimento da gua (vapor, chuva, rio, mar, terra) nascem as diversas formas de vida vegetal e animal. Enfim, tudo est animado e pleno de foras divinas.

Tales aparece como iniciador da filosofia por causa de seu esforo em buscar o princpio nico de explicao do mundo. Aristteles escreve: A maior parte dos primeiros filsofos considerava como os nicos princpios de todas as coisas os que so da natureza da matria. Aquilo de que todos os seres so constitudos e de que primeiro so gerados e em que por fim se dissolvem, enquanto a substncia subsiste mudando-se apenas as afecoes, tal , para eles o elemento, tal o princpio dos seres; e por isso julgam que nada se gera nem se destri, como se tal natureza subsistisse sempre... Pois deve haver uma natureza qualquer, ou mais do que uma, donde as outras coisas se engendram, mas continuando ela mesma. Quanto ao nmero e natureza destes princpios, nem todos dizem o mesmo. Tales, o fundador da filosofia, diz ser a gua (foi por este motivo que ele declarou que a terra est sobre a gua), levado sem dvida a esta concepo pr ver que o alimento de todas as coisas mido, e que o prprio quente dele procede e dele vive. Ora, aquilo de que todas as coisas procedem , para todos, o seu princpio (Metafsica, I, 3).

Um contemporneo de Tales, na prspera cidade martima de Mileto, na Jnia, na costa asitica da Grcia afirma que o princpio de tudo o indeterminado (o peiron). Para outro pensador jnio, Anaxmenes (sc. VI a C.), a arch de tudo o ar.

Se, com Aristteles, consideramos Tales, Anaximandro e Anaxmenes como os primeiros filsofos, que formam a Escola de Mileto, vemos que lhes comum a mesma pergunta: O que physis? O que o princpio de tudo?

Desta forma, Tales de Mileto d a primeira resposta no mtica pergunta sobre a origem (arch) de tudo e marca a passagem do mythos ao logos.

2.2 O nmero ou a quantidade a arch

Com a destruio da cidade de Mileto pelos persas em 494 a.C., o eixo da cultura helnica se deslocou para a Magna Grcia, no sul da Itlia. Na cidade de Crotona floresceu o pensamento de Pitgoras e de seus seguidores. Pitgoras, se que realmente existiu, teria fundado uma seita religiosa e mstica semelhante ao orfismo, ou seja, um culto popular que pregava a transmigrao da alma (metempsicose) e a necessidade da purificao do homem para salv-lo do ciclo das sucessivas reencarnaes. O orfismo, nome devido ao mtico poeta Orfeu, o revelador, depois de sua descida ao Hades, foi uma espcie de religio secreta que entra em contato com outras formas religiosas como os mistrios eleusinos (culto de Demetra, cujos mistrios se celebram em Elusis) e dionisacos, assim chamados devido ao Deus Dionsio-Baco. Para o orfismo, a filosofia itinerrio, caminho ascendente de purificao. Na Grcia, os poetas exerceram o papel de educadores como em outros povos o fizeram os sacerdotes.

Pitgoras desejava estabelecer um novo tipo de sociedade, governada por uma elite de espritos dedicados busca do saber e da sabedoria. Essa concepo scio-poltica os pitagoricos transmitiram a Plato.

O pitagorismo significa um passo decisivo no desenvolvimento do pensamento racional e cientfico atravs da matemtica. Com os pitagricos, a matemtica libertou-se da condio de mera tcnica para constituir-se em cincia pura, ainda que revestida de certa religiosidade. Para os pitagricos, a arch das coisas o nmero. O pensamento pitagrico dualista. Admite no apenas um, como os jnios, mas dois princpios que fundamentam e ordenam o mundo, representando os nmeros pares e mpares. Nos primeiros predomina o indeterminado e nos mpares prevalece o elemento limitante. Os dois princpios completam-se em harmonia desde que a relao entre ambos seja disposta conforme uma proporo justa. A desordem fruto do desequilbrio.

Os pitagricos distinguem, pois, dois mundos: o mundo superior do bem ordenado, da perfeio, o reino das divindades e o mundo corporal e sensvel, o mundo sublunar das coisas perecveis. Desprezam a realidade corporal e sensvel em favor da realidade supra-sensvel e de seu respectivo conhecimento. O corpo (soma) a priso, a tumba (sema) da alma. Enfim, os pitagricos so vidos de realidades espirituais e, por isso, entusiasmaram-se pelas cincias matemticas e geomtricas, uma vez que os nmeros e as figuras geomtricas so realidades no-corpreas e, no entanto,apresentam consistncia real ao serem pensados. Alm disso, segundo eles, a realidade propriamente dita no a material, mas a matemtica e geomtrica. Compreende-se, assim, que afirmem que o nmero a arch de todas as coisas, especialmente do uno, do qual derivam os demais nmeros.

Com os pitagricos manifesta-se uma das tentaes permanentes, na filosofia, no sentido de menosprezar a matria a favor de uma realidade supra-sensvel e puramente intelectual. Esta tentao apareceu no incio da histria da filosofia e persiste como problema gnosiolgico at hoje. Mas o homem aprendeu a ver o mundo como uma ordem penetrvel pela razo.

2.3 A experincia dos sentidos e o conhecimento intelectual

Dentro da filosofia pr-socrtica salienta-se a filosofia de Herclito e de Parmnides. Trata-se de duas posies opostas, situadas em dois extremos: feso, na Grcia asitica, e Elia, no sul da Itlia. Estas duas direes tm em comum o mesmo ponto de partida, herdado dos filsofos jnios: existe um princpio nico que explique o mundo em seus diversos e mltiplos aspectos? Em feso, Herclito (540-480 a C.) diz que os contrrios formam uma unidade; em Elia, Parmnides afirma que os contrrios jamais podem coexistir.

Para Herclito, o mundo se explica por causa das mudanas e contradies. Todas as coisas opem-se umas s outras e dessa tenso resulta a unidade do mundo. Essa oposio no um equilbrio de foras iguais, nem a harmonia dos contrrios pela justa medida imposta por um ser supremo, como queriam os pitagricos. A divergncia e a oposio no s produzem a unidade do mundo mas tambm a sua transformao. Para Herclito, o mundo um eterno fluir como um rio, onde impossvel banhar-se duas vezes na mesma gua. Nada permanente, pois tudo flui, se move. Tudo devir.

Herclito parte do dado da experincia: o fluxo incessante das coisas e do sujeito cognoscente. Mas o fluxo universal apenas o primeiro momento de sua especulao. Ao fluxo da experincia, Herclito ope a exigncia da razo e a necessidade religiosa da unidade permanente. A f e a autoconscincia, segundo ele, permitem descobrir, no homem e nas coisas, a razo eterna (o logos), harmonia oculta e identidade dos contrrios. Desta forma, a anttese inicial de experincia e razo, manifesta a tentativa de conciliar a oposio com a identidade, o mltiplo com a unidade. Podem distinguir-se trs momentos de um desenvolvimento contnuo: a) a experincia do fluxo; b) a exigncia racional da permanncia; c) o reconhecimento da sua identidade.

Parmnides (540-460 a . C.), ao contrrio de Herclito, tenta eliminar tudo que seja varivel e contraditrio. o primeiro filsofo a no falar simplesmente das coisas, mas do ser das coisas. Responde a pergunta pela verdade das coisas no plano metafsico. O ser, do qual Parmnides fala, o uno, nico, imutvel e permanente. O que muda, segundo ele, o mltiplo, o ilusrio. Para encontrar a verdade, o filsofo deve fixar-se no ser alm de toda a multiplicidade. O caminho ao ser no pode ser trilhado pelos sentidos, mas pelo nos, ou seja, pela mente. O conhecimento sensvel ilusrio porque apenas nos d a multiplicidade e a mudana das coisas. Em outras palavras, os sentidos seguem o caminho da opinio, no o da verdade. O que os sentidos apresentam so iluses, meras aparncias produzidas por opinies enganadoras. O ser o ser. Parmnides descarta o conhecimento por via dos sentidos como meras opinies e opta pela certeza que a razo produz por meios lgicos e dedutivos.

O grande princpio de Parmnides este: o ser e no pode no ser; o no ser no e no pode ser de modo algum. Justifica: tudo aquilo que algum pensa e diz, . No se pode pensar e dizer seno pensando e dizendo aquilo que . Pensar o nada, significa no pensar. Assim pensar e ser coincidem: ...pensar e ser o mesmo. Pensar e ser o mesmo e isso em funo do que o pensamento existe. Porque, sem o ser, no qual expresso, no encontrars o pensar: com efeito, fora do ser nada mais ele ou ser....

Parmnides de Elia, ao formular o problema do ser, formulou as bases tanto da metafsica como da lgica. Enquanto outros pensadores procuravam a arch do universo em algum de seus elementos (p. ex. gua), Parmnides no se fixa em nenhuma forma fsica ou particular, mas em algo que se possa conter todas a coisas. Antes de as coisas serem isto ou aquilo simplesmente so. Dizendo que o ser e o no-ser no formula um dos princpios bsicos da lgica, ou seja, o princpio da contradio ou princpio da identidade. Segundo Parmnides, ser e pensar equivalem-se pois o que no pensvel no existe. O ser pensvel porque existe e existe porque pensvel.

2.4 Movimento de tomos

Demcrito (470-370 a C.) discpulo de Leucipo, foi o primeiro a pensar o mundo como uma infinita combinao de tomos. Demcrito, natural de Abdera, no foi propriamente pr-socrtico, mas contemporneo e antagonista de Plato. At certo pondo, foi sistematizador do materialismo contra o idealismo de Plato. Mas, os historiadores costumam trat-lo como pr-socrtico. De acordo com Demcrito, se as coisas recebem diferentes nomes (doce, amargo) isso acontece por mera conveno humana, pois na realidade apenas existem o tomo e a sua ausncia, ou seja, o vazio. O tomo algo como o ser de Parmnides. Cada tomo indivisvel, ou seja, no contm partes, no se modifica e, portanto, no nasce, nem morre. Todos os tomos so qualitativamente idnticos entre si. Distinguem-se pelo tamanho e forma, pela posio etc. Demcrito concebe a alma humana como um composto de tomos leves, lisos e redondos, mantidos atravs da respirao. Os tomos so as ltimas partculas da matria, ou seja, a arch de todas as coisas. Aristteles escreve a respeito da doutrina sobre o tomo do mestre de Demcrito, Leucipo: Leucipo tambm diz que existem certos slidos, porm indivisveis, se no se admitirem meatos (poros) contnuos em todos as partes. Mas isto impossvel; pois no haveria nenhum outro slido alm dos poros, mas tudo seria vazio. necessrio, pois, que os slidos que se tocam sejam indivisveis e que no seu meio haja vazios, que Empdocles chama de meatos (poros) (De Gen. Corrupt. 1,8,325).

Sexto Emprico, em Sobre a lgica, cita um texto de Demcrito: H duas espcies de conhecimento, um genuno, outro obscuro. Ao conhecimento obscuro pertencem, no seu conjunto, vista, audio, paladar e tato. O conhecimento genuno, porm, est separado daquele. Quando o obscuro no pode ver com maior mincia, nem ouvir, nem sentir cheiro e sabor, nem perceber pelo tato, mas preciso procurar mais finamente, ento apresenta-se o genuno que possui um rgo de conhecimento mais fino (VII, 138).

Para Demcrito, o pensamento puro movimento de tomos. O homem comea com o conhecimento sensvel, com a sensao, e o processo o seguinte: os objetos diante de ns emitem pequenas partculas (eidola) que penetram em nossos sentidos e encontram-se com os tomos da alma produzindo a sensao correspondente. O conhecimento intelectual, o pensamento, apenas difere da sensao em grau: supe um movimento de tomos mais sutis e rpidos. Antes de Scrates, Demcrito tem conscincia dos limites do conhecimento: no sabemos nada da realidade e o que sabemos opinio.

3 Os sofistas

A vitria de Atenas sobre os persas, em 479 a.C., marca a consolidao de sua democracia. D-se valor educao. A praa pblica o lugar onde se decidem os assuntos de toda a plis (cidade). Para obter xito nas assemblias, exigem-se mestres da palavra. Surgem os sofistas ou sbios. Esses, na prtica, no se interessam pela verdade absoluta e ltima. Dedicam-se s cincias humanas e prticas, como retrica, poltica e arte de discutir com xito. At certo ponto, os sofistas professam um relativismo mais ou menos acentuado, pois o mundo humano aparece-lhes como uma criao do prprio homem. Neste mundo no h um nico princpio, mas apenas convenes. Protgoras (480-410 a C.), o primeiro sofista, diz que o homem a medida de todas as coisas. Ora, se o homem a medida de todas as coisas, o conhecimento humano est limitado pelos sentidos, sempre variveis e, se h algum acordo, este fruto de conveno e no do conhecimento de uma suposta verdade absoluta. Da mesma maneira, as formas de organizao social e poltica so fruto de convenes resultantes de acordo com as circunstncias e as convenincias.

Aristteles critica a doutrina da relatividade e verdade dos contrrios e da negao do princpio de contradio: o princpio...expresso por Protgoras, que afirmava ser o homem a medida de todas as coisas... outra coisa no seno que aquilo que parece a cada um tambm o certamente. Mas, se isto verdade, conclui-se que a mesma coisa e no ao mesmo tempo, e que boa e m ao mesmo tempo, e, assim, desta maneira, rene em si todos os opostos, porque amide, uma coisa parece bela a uns e feia a outros, e deve valer como medida o que parece a cada um (Metaf. 11.6).

Denunciando as certezas, Protgoras afirma:No que se refere aos deuses, no posso saber se existem ou se no existem, nem que aspecto tm; porque h muitas coisas que impedem um conhecimento seguro, a obscuridade do assunto e a brevidade da vida humana (fragmento 4, em Digenes Larcio, IX, 51).

Os sofistas no constituam uma escola. Apresentavam diferentes solues para os mesmos problemas, representando correntes vrias.

Os sofistas so o resultado da democracia, em Atenas, que instaura a civilizao da palavra e, conseqentemente, um novo ideal de educao. Procura formar-se, agora, bons oradores e no mais bons guerreiros, como nos antigos tempos da aristocracia. Os sofistas representam o novo tipo de educadores.

Por causa de seu relativismo, os sofistas foram odiados. Muitos sequer os consideravam filsofos. At hoje a palavra sofista tornou-se sinnimo de demagogo e sofisma sinnimo de falso argumento. Na verdade preciso discernir, pois os sofistas tentaram acumular conhecimentos e tcnicas sobre as mais variadas atividades humanas, embora muitas vezes superficiais. No eram heris, nem viles, mas homens de seu tempo.

Concluso

Tales foi o iniciador da filosofia da physis (natureza), pois foi o primeiro a afirmar a existncia de um princpio originrio nico (a gua). O princpio aquilo do qual derivam originariamente e no que se ultimam todos os seres (Aristteles). Para Tales esse princpio a natureza no sentido original de realidade primeira e fundamental, ou seja, aquilo que primrio, fundamental e persistente, em oposio quilo que secundrio e transitrio. Tales baseou sua afirmao no puro raciocnio, no logos. Outros, que consideravam Oceano e Ttis como pai e me de todas as coisas, baseavam-se na imaginao e no mito. Enquanto Tales apresenta uma forma de conhecimento baseado em argumentaes racionais, outros apresentam crenas fantstico-poticas. Assim, a partir de Tales, o logos humano passa a conquistar a realidade em seu todo (princpio de todas as coisas) e em algumas de suas partes (objeto das cincias particulares). (3)

1) CUNHA, J. Auri.

2) WUENSCH, Ana Mriam/ STIRO, Anglica

3) ZILLES, Urbano

As perguntas da vida

Partida: a) Viagem/Imaginrio/Mundo Ocidental b) Pensar/Real/Realidade c) Mito/Razo/Verdade d) Informao e)Conhecimento f) Sabedoria g) Filosofia h) Cincia

Parada 01: a) PENSAR: Morte/Vida b) Necessrio

Parada 02: a) Razo b) Verdade c) Campos da Verdade d)Idias/Crenas e) Ceticismo/Relativismo f) Pensamento

Parada 03: a) EU: Dentro/Fora b) Conscincia c) Corpo/Alma: funcionamento/experimento d) Humano

Parada 04: a) Linguagem b) Seres vivos/Homem: algo mais/algo menos c) Humilhaes tericas d) Inteligncias: animais/homens e) Conduta animal/Comportamento humano f) Meio/Mundo e) SMBOLO

Parada 05: a) Mundo b) Idias c) Idias mticas/Idias filosficas d) Universo e) Ordem f) Princpio antrpico

Parada 06: a) Habitar b) Atuar c) Ao humana d) Decidir

e) Liberdade

Parada 07: a) Natureza b) Natureza humana c) Cultura d) Valorar e) Tcnica/Tecnologia

Parada 08: a) OUTRO b) Convivncia: tica/Poltica c) U-topia/Eu-topia

Parada 09: a) Prazer/Dor b) Bom/Belo c) Beleza

d) Necessrio/Agradvel e) Conceito f) Beleza aderente/Beleza vaga

g) Bonito/Formoso h) Plato: Arte/Filosofia

Parada 10: a) Tempo b) Medida do Tempo c) Ritmos/Prazos

d) Tempo: social/natural e) Doutrina do destino/Teoria dos futuros contingentes f) Tempo/Espao e) Recomendao: Quatro coisas...

Parada 11: SEMINRIO: A Repblica...

Parada 12: Provocao: Cidadania: Justia X Segurana...

Roteiro : A RepblicaPLATO: A busca por um mundo inteligvel.

Tema 01 - Plato e o seu projeto. / A Repblica

Tema 02 - Seo I - Livro I : Afirmao de Trasmaco: a justia no mais do que o interesse do mais forte.

Tema 03 - Seo II - Livro II : Glauco defende ser a justia no um bem, mas o fruto de um acordo decorrente da impossibilidade de praticar a injustia. Scrates busca explicar a justia na alma humana e a justia na cidade.

Livro III : Scrates demonstra o surgimento das diferentes profisses, sua desconfiana quanto poesia e faz consideraes sobre o tipo de educao a ser dada aos jovens, os futuros guardies da cidade.

Livro IV : As trs partes que compem a alma: uma parte que raciocina, uma que tem capacidade de desejar e outra que se irrita sem razo.

Tema 04 - Seo III - Livro V : Adimanto prope a Scrates que faa consideraes sobre a organizao da cidade, relativa comunho das mulheres, ao casamento e procriao.

Livro VI : Scrates critica os sofistas e elogia o verdadeiro filsofo como aquele que pode servir de exemplo para os outros cidados, pois procura ser justo de fato, e no apenas na aparncia.

Livro VII: O mito da caverna.

Tema 05 - Seo IV - Livro VIII : Scrates prope a discusso sobre as diferentes formas de governo e os tipos de homens que lhes correspondem: aristocracia, timocracia, oligarquia, democracia, tirania.

Livro IX : Scrates faz consideraes sobre o carter do tirano e o tipo de vida que leva para verificar se ela desgraada ou feliz. Demonstra, mais uma vez, a vitria do justo sobre o injusto.

Tema 06 - Seo V - Livro X : Reflexes sobre os poetas como imitadores da imagem da virtude e de outros assuntos, sem nunca chegarem verdade, comeando por Homero. O mito de ER. Scrates termina seu debate, afirmando serem o bem e a justia o fim nico da alma humana.

AVALIAO/CRITRIOS

Presena/Assiduidade

Leitura crtica

Criatividade

Debate/Perguntas/Pensar excelente

Concidadania/Fraternura

Participao/Receptividade

Grau de pesquisa

Lngua materna

Autonomia/Significados

Fator "X"

Provocao : Agora com voc...

Pensar excelente : crtico, criativo, elaborado.

PENSAR ...

"Pensar no apenas ter idias, mas t-las com jeito."-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

"De todos os modos, parece idia boa que todo estudante, antes de meter-se a profissional, aprenda a saber pensar." DEMO,Pedro

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