camilo pessanha vida e obra

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Camilo Pessanha Camilo Pessanha Nascimento 7 de Setembro de 1867 Coimbra , Portugal Morte 1 de Março de 1926 (58 anos) Macau Nacionalidade Português Ocupação Poeta , ensaios e traduções Movimento literário Simbolismo Camilo de Almeida Pessanha (Coimbra , 7 de Setembro de 1867 Macau , 1 de Março de 1926 ) foi um poeta português . [1] É considerado o expoente máximo do simbolismo em língua portuguesa , além de antecipador do princípio modernista da fragmentação . [2]

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Page 1: Camilo Pessanha Vida e Obra

Camilo Pessanha

Camilo Pessanha

Nascimento 7 de Setembro de 1867Coimbra, Portugal

Morte 1 de Março de 1926 (58 anos)Macau

Nacionalidade Português

Ocupação Poeta, ensaios e traduções

Movimento literário Simbolismo

Camilo de Almeida Pessanha (Coimbra, 7 de Setembro de 1867 — Macau, 1 de Março de 1926) foi um poeta português.[1]

É considerado o expoente máximo do simbolismo em língua portuguesa, além de antecipador do princípio modernista da fragmentação.[2]

Índice

1 Vida 2 Características estéticas 3 Obras 4 Ver também

Page 2: Camilo Pessanha Vida e Obra

5 Bibliografia 6 Referências 7 Ligações externas

Vida

Camilo de Almeida Pessanha nasceu como filho ilegítimo de Francisco António de Almeida Pessanha, um estudante de direito de aristocracia, e Maria Espírito Santo Duarte Nunes Pereira, sua empregada, em 7 de setembro de 1867, às 11.00 horas, na Sé Nova, Coimbra, Portugal. O casal teria mais quatro filhos.[3]

Tirou o curso de direito em Coimbra. Procurador Régio em Mirandela (1892), advogado em Óbidos, em 1894, transfere-se para Macau, onde, durante três anos, foi professor de Filosofia Elementar no Liceu de Macau, deixando de leccionar por ter sido nomeado, em 1900, conservador do registro predial em Macau e depois juiz de comarca.[1] Entre 1894 e 1915 voltou a Portugal algumas vezes, para tratamento de saúde, tendo, numa delas, sido apresentado a Fernando Pessoa que era, como Mário de Sá-Carneiro, apreciador da sua poesia.

Publicou poemas em várias revistas e jornais, mas seu único livro Clepsidra (1920), foi publicado sem a sua participação (pois se encontrava em Macau) por Ana de Castro Osório, a partir de autógrafos e recortes de jornais. Graças a essa iniciativa, os versos de Pessanha se salvaram do esquecimento.[1] Posteriormente, o filho de Ana de Castro Osório, João de Castro Osório, ampliou a Clepsidra original, acrescentando-lhe poemas que foram encontrados. Essas edições foram publicadas em 1945, 1954 e 1969.[3]

Apesar da pequena dimensão da sua obra, é considerado um dos poetas mais importantes da língua portuguesa. Camilo Pessanha morreu no dia 1 de Março de 1926 em Macau, devido ao uso excessivo de Ópio.[3]

Características estéticas

Além das características simbolistas que sua obra assume, já bem conhecidas, Camilo Pessanha antecipa alguns princípios de tendências modernistas.

Camilo Pessanha buscou em Charles Baudelaire, proto-simbolista francês, o termo “Clepsidra”, que elegeu como título do seu único livro de poemas, praticando uma poética da sugestão como proposta por Mallarmé, evitando nomear um objeto direta e imediatamente.[3]

Por outro lado, segundo o pesquisador da Universidade do Porto Luís Adriano Carlos [4] , o seu chamado "metaforismo" entraria no mesmo rol estético do imagismo, do inteseccionismo e do surrealismo, buscando as relações analógicas entre significante e significado por intermédio da clivagem dinâmica dos dois planos.[1]

Junto de sua fragmentação sintática, que segundo a pesquisadora da Universidade do Minho Maria do Carmo Pinheiro Mendes substitui um mundo ordenado segundo leis universalmente reconhecidas por um mundo fundado sobre a ambiguidade, a

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transitoriedade e a fragmentação[5], podemos encontrar na obra de Camilo Pessanha, de acordo com os dois autores citados, duas características que costumam ser mais relacionadas à poesia moderna que ao Simbolismo mais convencional.

Obras

Manuscritos o Poesia

Caderno Poético de Camilo Pessanha. (A.H.M.) Ó Meu Coração Torna para Trás. s.d., s.l.. (B.N.L.) Viola Chinesa . s.d., s.l. (poema dedicado a Wenceslau de

Moraes). (B.N.L.) Desejos. 8 Novembro 1889. (B.M.P.) San Gabriel. Macau, 7 Maio 1898. (B.N.L.) Rosas de Inverno. Macau, 1901. (B.N.L.) Passou o Outono Já, Já Torna o Frio… Lisboa, 20 Janeiro 1916.

(B.M.P.)o Processos judiciais

Camilo Pessanha Advogado Oficioso (Processo Crime). Macau, 1894. (A.T.)

Camilo Pessanha Queixoso (Processo Crime). Macau, 1911. (A.T.)

Camilo Pessanha Juiz Substituto (Processo Civil). Macau, 1917. (A.T.)

Camilo Pessanha Conservador do Registo Predial. Macau, 1919. (A.T.)

Impressos o Poesia

Livros Clepsydra. Lisboa, Lusitânia Ed. Ana de Castro Osório,

1920, 1a edição (Há edição fac-símile publicada pela Ecopy em 2009)

Clepsidra. Lisboa, Atica, Ed. João de Castro Osório, 1945, 1956 (reimp.)

Clepsidra e Outros Poemas, Ed. João de Castro Osório, Lisboa, Atica 1969

Caderno Poético de Camilo Pessanha, Macau, Edição dos Serviços de Educação e Cultura da Biblioteca Nacional de Macau, 1985.

Clepsydra - Poemas de Camilo Pessanha, São Paulo, Editora da UNICAMP, 1992.

Textos dispersos em publicações periódicas "San Gabriel". Jornal Único, Macau, 7 Maio 1897. "Rosas de Inverno". O Porvir, Hong-Kong, 21 Dezembro

1901 "Branco e Vermelho". Ideia Nova, Macau, (13) 18 Março

1929 (número integralmente dedicado a Camilo Pessanha).

"O "Caderno" de Camilo Pessanha" (apresentação de Danilo Barreiros). Persona, Porto, (10) Julho 1984.

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o Ensaios e Traduções Livros

Kuok Man Kan To Shu – Leituras Chinesas (livro escolar, em colaboração com José Vicente Jorge). Macau, Editora da Tipografia Mercantil de N. T. Fernandes e Filhos, 1915.

Catálogo da Colecção de Arte Chinesa Oferecida ao Museu Nacional. Macau, Imprensa Nacional, 1916 (exemplar, com dedicatória, oferecido a José Vicente Jorge).

Homenagem aos Aviadores que Completaram o 1o Raid Aéreo Lisboa-Macau. Macau, 1924.

Oito Elegias Chinesas. Lisboa, Edições Descobrimento, 1931 (separata).

China, Estudos e Traduções, Lisboa, Agência Geral das Colónias, 1944.

Camões nas Paragens Orientais (em colaboração com Wenceslau de Moraes). Porto, Tipografia Mendonça, , 1951., (inclui o ensaio "Macau e a Gruta de Camões").

Testamento de Camilo Pessanha, Lisboa, Bertrand Editora, 1961.

Cartas a Alberto Osório de Castro, João Baptista de Castro e Ana de Castro Osório (organização de Maria José Lancastre). Lisboa, Imprensa Nacional, 1984.

Contos, Crónicas, Cartas Escolhidas e Textos de Temática Chinesa, Lisboa, Publicações Europa-América, 1988.

Camilo Pessanha – Prosador e Tradutor, organização, prefácio e notas de Daniel Pires; IPOR / ICM, 1992

Textos dispersos "Estética Chinesa". A Verdade, Macau, (85) 2 Junho

1910. Prefácio a Esboço Crítico da Civilização Chinesa de J.

António Filipe de Morais Palha. Macau, Tipografia Mercantil de N. T. Fernandes e Filhos, 1912.

"Violoncelos". Centauro, Lisboa, (1) Outubro 1916. "Macau". O Mundo Português, Lisboa, (17) Maio 1935. "Uma Conferência de Camilo Pessanha". Persona, Porto,

(11/ 12) Dezembro 1985. "Legenda Budista". A Academia, Macau, (3) 1 Dezembro

1920. "Vozes do Outono" in Anuário de Macau para 1927.

Macau, coordenação do Governo da Província.

Bibliografia

Saraiva, António José and Óscar Lopes (1993). História da Literatura Portuguesa. Oporto: Porto Editora, 17° ed. ISBN 972-0-30170-8

Biblioteca Nacional de Portugal. Camilo Pessanha.

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Referências

1. ↑ a b c d Camilo de Almeida Pessanha - Biografia (em português). Klick Educação. UOL - Educação. Página visitada em 7 de setembro de 2012.

2. ↑ Pinheiro Mendes, Maria do Carmo. Camilo Pessanha e literatura portuguesa do final do Século XIX. Macau. China. Site Hoje Macau. Página visualizada em 26/07/2010.

3. ↑ a b c d Camilo Pessanha (em português). Portal São Francisco. Página visitada em 7 de setembro de 2012.

4. ↑ Carlos, Luís Adriano. Poesia moderna e dissolução. Universidade do Porto. Faculdade de Letras. 1989.

5. ↑ Pinheiro Mendes, Maria do Carmo. Camilo Pessanha e literatura portuguesa do final do Século XIX.