camboriú 128 anos

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A minha Camboriú dos SONHOS Especial 128 anos Caderno Especial Jornal Linha Popular - Março de 2012

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Caderno especial em comemoração aos 128 anos de Camboriú, produzido em 2012 pela equipe do jornal Linha Popular.

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A minha Camboriú dos SONHOS

Especial

128anos

Caderno Especial Jornal Linha Popular - Março de 2012

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Especial 128 anos - Jornal Linha Popular Camboriú, 30 de março de 20122

A cidade que sonhamosMiguel de Cervan-

tes foi um famoso escritor espanhol, que teve como obra prima de sua carreira o livro Dom Quixote de La Mancha. A obra literária, escrita em 1600, tem como personagem principal um homem comum, mas que se destaca pela capacida-de que tinha de sonhar. Dom Quixote, ao longo da história, passa para os leitores uma lição interes-sante quando afirma que um sonho que se sonha só é apenas um sonho. Mas um sonho que se sonha em conjunto é o primeiro pas-so para a realidade.

A frase pode parecer piegas, mas traz consigo um fato muito real, nos fazendo lembrar que so-zinhos não conseguimos ir muito longe. Pensando nisso, a equipe do Linha Popular foi às ruas para saber como as pessoas que vivem a cidade sonham a Camboriú ideal. Neste caderno, você, leitor, irá

encontrar a opinião de 20 pessoas, cada uma na sua área de atuação, so-bre como a cidade deve caminhar para chegar a se tornar excelência em cada um dos aspectos abordados.

Todos sabemos que as cidades têm defici-ências e que para ultra-passá-las é preciso ação, mas, antes disso, é preci-so sonhar com a realidade buscada. Nesta semana, em homenagem ao ani-versário de 128 anos de Camboriú, nosso presen-te é criar a oportunidade de sonharmos juntos com um município ideal e, mais do que isso, é incen-tivar as pessoas para que participem desta cami-nhada rumo à perfeição.

Se você acha que isso é impossível, leia a opinião de nossos entre-vistados, veja como os sonhos são possíveis e sinta-se convidado a so-nhar também.

Gustavo Zonta - Mtb/SC 3428 JPFernando Assanti - Mtb/SC 3424 JPStefani Ceolla

Redação

Rua Maria da Glória Pereira, nº 149 - sala 102 - 2º pisoCentro - CamboriúCEP 88340-000

Sede

Tiragem

2 mil exemplares

Editora

Naiza Comel - Mtb/SC 2899 JP

Capa e fotografias: Gustavo Zonta

Sitewww.linhapopular.com.br

Impresso na Gráfica Rio Sul

ContatoTel.: 3365-4893Cel.: 9983-0763

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www.linhapopular.com.br/blogEste jornal integra o CCJ - Cadastro Catarinense de Jornais

Expediente

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Camboriú, 30 de março de 2012 Especial 128 anos - Jornal Linha Popular 3

“A natureza exuberante é a matéria-prima para o ESPORTE”Para Eduardo Amorim,

surfista e responsável pelo Fi-gra, em muitas áreas, o futuro já chegou a Camboriú. No es-porte, ele salienta a atuação do Camboriú FC, que com 9 anos de existência já chegou à elite do futebol catarinense. Vôlei, futsal e outros esportes olím-picos, que têm espaço nas es-colas e se tornaram populares, também são bem representados na cidade. Na Camboriú dos sonhos de Eduardo, outra área esportiva vai ganhar espaço: a dos esportes radicais.

Para ele, Camboriú tem toda a matéria-prima neces-sária para a prática esportiva. Rios, cachoeiras e morros po-deriam unir os esportes radicais com a consciência ambiental e fomentar o potencial turístico da cidade.

Para embasar sua opi-nião, Eduardo lembra a Cam-boriú do passado, em que es-portes como o automobilismo eram fortes e uniam a comu-nidade. “Isso aqui já foi palco de grandes realizações. Eu fui

morar fora, mas sou cidadão camboriuense de nascimento e vi toda essa movimentação do esporte aqui”, diz. Para ele, ter como base a cidade do passa-do, em que todos se uniam em função do esporte, é pensar a Camboriú que está por vir. “A velha Camboriú é a Camboriú do futuro”, diz.

Nos sonhos de Eduardo, a união é o futuro do esporte. Ele é responsável pelo Figra, local em que foram fundadas as associações de surf e skate de Camboriú. Com a iniciati-va, já vê outros esportistas se interessarem pela formação de grupos. “O pessoal do bicicross e do bodyboard também está se movimentando para criar asso-ciações”, revela.

Ele já foi presidente da Liga de Esportes Radicais de Balneário Camboriú e quer tra-zer esta iniciativa para a cidade. “O que a gente está fazendo é tentar unir o pessoal, garimpan-do os vários esportes e os des-taques para organizar e montar uma futura liga de esportes

radicais, que seria responsável por fomentar esses esportes não olímpicos que têm dificuldade de mobilizar o setor público”, explica.

Eduardo afirma que a cidade tem potencial para isso. “Podemos apostar nos esportes náuticos, que são ecologica-mente corretos. Temos um po-tencial incrível para os esportes radicais. Poderíamos usar o rio, as cachoeiras com espor-tes como rafting, escalada, que poderiam ser praticados em pequena e média escala. Ca-valgadas, ciclismo, escaladas são opções que já existem, mas a administração pública ainda não viu o perfil que Camboriú tem para esses esportes”, opina.

Ele salienta: “O gover-no que investe em esporte economiza em saúde. Os es-portes de ação geralmente são praticados em atrativos natu-rais, então quem pratica vai preservar o meio ambiente. As pessoas querem o melhor morro para escalar, o melhor rio para navegar”.

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Especial 128 anos - Jornal Linha Popular Camboriú, 30 de março de 20124

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Parabéns Camboriú.A sul!internet está ligada em você, sempre.

ACOLHEDORA, BONITA E SINGULAR.

Ela já faz parte da gente e cada vez mais nós queremos fazer parte da história dela.

“Na Camboriú ideal, você pode circular com SEGURANÇA”

Mineiro de nascimento e camboriuense de coração, Tiago Teixeira Ghilardi é policial militar. Ele tem uma visão bastante crítica da área da segurança pública e afir-ma que a solução inicia com aumento do efetivo policial. A Camboriú dos sonhos de Ghilardi tem mais policiais nas ruas e tranquilidade.

“A primeira coisa é mais efetivo. Não resolve o problema, mas é um princí-pio. O número de policiais é muito pequeno em relação ao número de habitantes. Cam-boriú não está nem perto do ideal”, opina o policial.

Oficial de Comunica-ção Social do 12° Batalhão da Polícia Militar, do qual Camboriú faz parte, Ghilar-di afirma que outro proble-ma grave da cidade é a per-turbação do sossego alheio. “Um grande número de ocorrências nossas é a per-turbação, que mostra a falta de respeito da população. É

som alto em carro, nos ba-res, isso gera transtornos”, explica.

Como policial, ele aposta em um conjunto de fatores para a melhoria da qualidade de vida na cidade. Ações sociais e união da po-pulação, para ele, são funda-mentais. “Nós sabemos onde e porque acontecem os cri-mes, e são áreas carentes de políticas sociais, onde falta atuação do Estado”, opina.

Como “camboriuen-se”, Ghilardi diz que o gran-de número de homicídios o entristece, mas os dados motivam. “Dá vontade de reverter esse quadro e tra-balhamos muito para isso”, garante. “Eu vou para Cam-boriú atender ocorrência porque faço questão. Faço ronda, vou em bar, confiro alvará. É um conjunto de responsabilidades e a socie-dade também tem sua parce-la”, diz.

Apesar de enfrentar a

realidade, ele ainda tem oti-mismo, mas sabe que as mu-danças levam tempo. “Não vai acontecer de hoje para amanhã. A PM está cons-truindo a companhia com potencial para se transfor-mar em batalhão. É um so-nho, e dentro deste sonho o meu é atuar em Camboriú”, diz.

Escolheu a cidade para crescer, morar e formar sua família, e garante que não pretende sair de Cambo-riú. “Eu prefiro morar aqui, e sei que ainda falta muito para se tornar a cidade ideal, mas acredito em Camboriú”, afirma.

“A Camboriú ideal para mim passaria de um choque de reformulação no trânsito. É uma cidade em que você possa circular com tranquilidade e segurança e também tenha isso no inte-rior de sua casa. Na área da segurança precisa efetivo, efetivo, efetivo”, opina.

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“O ideal para o TRANSPORTE PÚBLICO seria ter mais linhas”

Leonilda Vieira de Liz espera o ônibus no ponto acompanhada da neta, Ste-fanny. A menina de 12 anos mora em Itajaí e vem até Camboriú duas vezes por semana para treinar hapki-dô. Nestes dias, a rotina da avó muda. Leonilda sai do Rio Pequeno, onde mora, e vai para o centro da cidade. A neta chega de Praiana e, à tarde, volta para Itajaí. A avó a acompanha no ponto e depois volta para sua casa. Stefanny segue para Itajaí, Leonilda para o Rio Peque-no. Pegar ônibus, para elas, é algo comum. No entanto, o transporte coletivo está longe do ideal.

Para Leonilda, o prin-cipal problema do transpor-te em Camboriú é a pequena quantidade de horários. “No Rio Pequeno são poucos. Eu

entendo que não tem mui-ta gente que mora lá e usa o ônibus, mas seria bom se tivesse mais opção de horá-rio”, opina.

De segunda a sexta--feira, passam pelo bair-ro, em direção ao centro, 12 ônibus. O primeiro é às 6h20 e o último às 21h20. Os ônibus passam, em mé-dia, de hora e hora. Mesmo assim, com atrasos e neces-sidade de pegar outros cole-tivos para ir a outros locais da cidade, o transporte é di-ficultado.

Outro problema apon-tado por Leonilda é a difi-culdade de ligação entre os bairros através do trans-porte coletivo. “Se for para ir do Rio Pequeno para o Monte Alegre, por exemplo, é muito difícil”, diz. “A in-terligação entre os bairros é

difícil”, completa. No entanto, o que

mais a incomoda é o pre-ço. Este ano, a passagem da Praiana foi reajustada para R$ 3. “Pesa no bolso”, diz Leonilda.

Na cidade de seus so-nhos, o transporte coletivo ofereceria mais horários e preço justo. “A qualidade dos ônibus e o atendimen-to são muito bons. O preço é o que complica, é muito caro”, afirma.

Sem outra opção de meio de transporte, ela opta, muitas vezes, por seguir a pé pela cidade. “Já me acos-tumei”, diz a lageana, que mora em Camboriú há 12 anos. Para ela, o transporte coletivo é um detalhe que pode tornar melhor a quali-dade de vida na cidade que escolheu para viver.

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“É preciso manter a MÃO DE OBRA aqui”No ano passado, 30 pes-

soas se matricularam nas aulas da Casa da Costureira do Monte Alegre. 27 concluíram o curso. 13 delas terminaram as aulas já trabalhando na área, com carteira assinada. Muitos ousaram ainda mais: abriram o próprio negócio. Para Dorquinhas Malmann, res-ponsável pela Casa, esta é a prin-cipal importância dos cursos pro-fissionalizantes: capacitar mão de obra para que fique e gere renda para Camboriú.

Costureira há 40 anos, ela é professora há quatro. Pela ex-periência que tem, conta que os jovens perderam o interesse por algumas áreas, como a de traba-lhos manuais. Os cursos profis-sionalizantes começaram, então, a ser procurados por pessoas de uma faixa etária mais elevada. “Aqui, a maioria dos alunos são mulheres entre 30 e 40 anos de idade”, conta. Para ela, isso reve-la um novo perfil empreendedor, e é esta característica que os cur-sos profissionalizantes buscam fomentar.

Dorquinhas conta que ob-serva a iniciativa que os alunos têm de abrirem suas empresas. “Elas estão comprando máquinas e montando pequenas facções em casa”, diz. Assim, a mão de obra formada pela Casa fica em Cam-boriú e movimenta a economia do município.

O curso dá tão certo que há uma lista de espera com 80 nomes. Para Dorquinhas, isso mostra a necessidade que a po-pulação tem de se capacitar para o mercado. Com base nisso, a professora e costureira tem um sonho bastante específico para a área: uma cooperativa.

“O ideal seria um prédio maior, com espaço para as aulas e também para uma cooperativa. Assim os alunos poderiam estu-dar e trabalhar aqui”, sugere. No sonho de Dorquinhas, os alunos da Casa da Costureira poderiam fazer os uniformes das secretarias municipais e das escolas da cida-de.

“Eu imagino dentro do Monte Alegre uma cooperativa,

porque a maioria das pessoas daqui sai para trabalhar em Bal-neário. A união é o sonho. Já ide-alizei, fiz projeto”, conta a costu-reira.

Ela sabe que dá certo pelos pequenos resultados que já viu os alunos alcançarem. “Eu passo para eles que nem que aprendam só uma peça, devem fazer bem feita. É gratificante quando con-seguem”, diz.

Na Casa, tem uma relação familiar com os alunos. “Quando a gente começa, eu reúno todos e falo sobre não trazer problemas de casa para cá. Nós passamos três horas por dia juntos, precisa-mos de um clima bom”, afirma.

Além de espaço de en-sino, a Casa é também lugar de prática. Alunos do curso de moda da Univali, que moram no distrito, também estão matricu-lados nas aulas. “Na faculdade eles têm a teoria, aqui eles pra-ticam”, diz Dorquinhas. Nesse ambiente variado, ela encontra o prazer de fazer o que gosta e formar profissionais.

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Especial 128 anos - Jornal Linha Popular Camboriú, 30 de março de 20128

“A INCLUSÃO é uma questão de oportunidade”Quando era criança, Ru-

bia Costa da Silva tinha medo de um vizinho. Ele era portador de necessidades especiais. No caminho para escola, ela atra-vessava a rua para não passar em frente à casa dele. Não sa-bia, mas adotava um comporta-mento preconceituoso. A Rubia do passado é bem diferente da Rubia atual. Há mais de dez anos, ela dá fim ao preconcei-to de forma prática: trabalha na Associação de Pais e Ami-gos dos Excepcionais – Apae de Camboriú. Sabe que o pre-conceito que ela mesma tinha quando criança continua a exis-tir na sociedade. Na Camboriú dos seus sonhos, as diferenças são respeitadas e a inclusão é possível.

Nos mais de dez anos em que atua na área, Rubia perce-beu que ocorreram melhorias. A Apae de Camboriú trabalha com a inclusão em três áreas: social, educacional e no mer-cado de trabalho. “Eu vejo hoje que a inclusão social funciona, está sendo bem feita. A cidade

aceita a pessoa com deficiên-cia, mas ainda tem que me-lhorar”, opina Rubia, que atua como orientadora pedagógica na Escola Especial Alegria de Viver.

Alguns entraves, porém, dificultam a vida do portador de necessidades especiais. Um problema grave, para ela, é a acessibilidade. “Tem que dar estrutura física para o deficien-te, e isso mostra que ainda tem alguém na sociedade que dis-crimina essa pessoa”, afirma.

Para ultrapassar as bar-reiras, a Apae aposta na in-clusão escolar, que é o enca-minhamento de alunos com deficiência à escola regular. “A escola é um fator importantís-simo para a inclusão, molda as crianças e modifica o pensa-mento das famílias”, opina.

“O problema maior ain-da é a inclusão no mercado de trabalho, principalmente a do deficiente intelectual”, diz Ru-bia. Em Camboriú, a dificulda-de ocorre porque as empresas ainda não abriram as portas

para o deficiente. “Também há poucas empresas grandes na ci-dade”, lamenta a orientadora.

Na Camboriú dos seus sonhos, as diferenças são res-peitadas. Crianças com defici-ência estudam juntas com as ditas “normais”. “Há na nossa sociedade ainda aquele padrão de normalidade”, reflete. O ide-al, para ela, seria a convivência apesar das diferenças.

No mercado de traba-lho, nos sonhos de Rubia, as empresas procurariam os de-ficientes e os contratariam não pensando apenas na cota, de-terminada por lei. “A evolução deles no trabalho é impressio-nante”, afirma.

Na sociedade, há aces-sibilidade, estrutura nas ruas, prédios públicos e comércio para facilitar a locomoção dos portadores de deficiência. “Nos meus sonhos, tem estrutura”, diz. Muito já melhorou. Nos sonhos de Rubia, o preconcei-to que havia na criança que ela foi deixa de existir em toda a sociedade.

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“Eu sonho que as pessoas de Camboriú não precisem do COMÉRCIO de Balneário”

Foi apostando em Camboriú que Fernanda Dalago Valnier Duarte de Souza abriu sua loja, há sete anos. Natural de Cam-boriú, ela observava a difi-culdade que os moradores – e ela mesma – tinham em comprar roupas de quali-dade aqui. “O comércio em Camboriú era muito precá-rio”, relata. Assim surgiu a Moça Bakana. O cenário, para Fernanda, é bem di-ferente daquele em que co-meçou, e a Camboriú dos sonhos é a Camboriú de agora.

A comerciante afir-ma que o crescimento do comércio está diretamente ligado ao desenvolvimen-to da cidade. “Camboriú cresceu muito nestes anos. Pessoas de fora se insta-

laram aqui, começaram a construir e a investir na cidade”, diz. Foi neste ambiente que a loja se fi-xou e teve destaque.

Hoje, Fernanda con-ta que mais de 50% de seus clientes são de fora de Camboriú. “Mostra que a cidade está cha-mando moradores e que aumentou o poder aquisi-tivo da população”, diz.

E m p r e e n d e d o r a , Fernanda está de olho em outras fatias do merca-do. Sabe que muita coisa melhorou, mas ainda fal-ta. Por isso, está abrindo uma loja de confecções masculinas. Aponta, tam-bém, outras áreas que precisam se desenvol-ver, como a gastronomia. “Temos boas lojas, muita

gente empenhada. Preci-sávamos de mais restau-rantes”, opina.

A parceria entre co-merciantes, campanhas da Câmara de Dirigentes Lojistas – CDL, promo-ções em diferentes datas também são uma aposta. Na opinião de Fernanda, algo precisa ser feito para manter o cliente em Cam-boriú. “O comércio tem que chamar atenção”, diz.

Nos sonhos de Fer-nanda, Camboriú é inde-pendente. Os moradores não precisam mais recor-rer à vizinha Balneário porque tudo que preci-sa, encontram aqui. “Sou bastante otimista sobre isso. Acredito em Cambo-riú e quero crescer muito aqui”, completa.

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“Participação popular e Secretaria de Projetos são fundamentais na POLÍTICA”

Estudante de admi-nistração pública, Leonardo Teixeira acredita que diver-sos fatores influenciam uma atuação política correta e que resulte no desenvolvimento da cidade. Para ele, alguns fatores são fundamentais para a Camboriú dos seus sonhos. Participação popular, Secre-taria de Projetos e voto distri-tal poderiam mudar a realida-de da cidade.

Ele explica que, na fa-culdade, estuda-se a admi-nistração pública comparada, que consiste em identificar bons exemplos em todo o mundo e analisar formas de adequá-los à realidade lo-cal. “A gente percebe de que forma buscam recursos, traz para o modelo atual e adap-ta”, explica.

Como bons exemplos, ele cita a administração parti-cipativa. “A comunidade pre-cisa estar engajada, ter uma atuação forte. É importante para que a administração pú-blica flua de forma correta”,

opina.Segundo Leonardo, um

conjunto de fatores funcio-nando adequadamente resul-ta em qualidade de vida. “É preciso política, sociedade atuante e empresariado cons-ciente”, diz.

Outro exemplo a ser se-guido, de acordo com ele, é a criação de uma Secretaria de Projetos. “É uma secretaria voltada ao técnico. Faria uma varredura no município detec-tando todas as necessidades, porque o Governo Federal tem a verba, o que faltam são projetos”, explica. A intenção seria captar recursos federais para a aplicação em melho-rias. De acordo com Leonar-do, os custos seriam baixos para a criação da secretaria. “Precisaria de dois adminis-tradores públicos, dois a três técnicos e um estagiário. Se precisar de suporte jurídico ou de engenheiros, usaria os de outras secretarias, integra-ria”, explica.

Reduzir os gastos muni-

cipais também é fundamental. “Enxugar a máquina pública é necessário. Gastar 50% em folha de pagamento se tornou uma meta das Prefeituras. Se você tem um limite para gastar, gasta o limite. Não é assim que tem que acontecer. Tem que gastar o mínimo e arrecadar o máximo”, diz.

Outro fator necessário para o desenvolvimento ple-no da administração pública é a participação da sociedade. Leonardo apóia o plano dire-tor participativo e a criação de um observatório social, que uniria pessoas sem vín-culo partidário para fiscalizar o governo. “Forma um grupo tão forte que faz com que a administração ande em linha reta”, afirma.

Voto distrital e partici-pação dos eleitores em par-tidos políticos também for-mariam a cidade ideal para Leonardo. “Querendo ou não, é a política que norteia a admi-nistração e está envolvida em tudo”, finaliza.

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A empresa de Nel-son Shultz está desde julho do ano passado instalada em Camboriú. Com a criação do distrito industrial e apoio da Pre-feitura, a Massas Schultz conseguiu construir sua sede própria e agora in-veste em melhorias. Em Camboriú, ele conseguiu realizar seu sonho do presente. No seu sonho, a Camboriú do futuro tem espaço para que outros empresários possam se instalar aqui.

“A vocação de Camboriú é o setor de serviços, comércio, agri-cultura e indústria, por-que tem espaço na cidade para isso”, opina o em-presário. Para ele, a cida-de abriu portas que não existiam enquanto esta-va instalado em Balneá-rio Camboriú. “Lá nossa sede era em um prédio alugado. Pleiteamos um

terreno aqui com a Pre-feitura e conseguimos vir para cá. Temos toda a fa-cilidade em relação aos fornecedores, o acesso aqui é muito bom, é fácil. Estamos em uma região estratégica em Santa Ca-tarina”, diz.

Apesar da oportu-nidade, Nelson tem um olhar crítico e afirma que “nós estamos limitados, essa é a verdade”. Ele ex-plica que, no momento, a sede é suficiente, mas há necessidade de expandir e não existe espaço para isso.

Para ele, a cidade do futuro precisa de melhor infraestrutura. “O distrito industrial é pequeno. Ele comporta pequenas e mé-dias empresas, mas não as grandes. Teria que haver outro local para que esse tipo de empresa, maior, pudesse se instalar”, su-gere o empresário.

Para Nelson, é isso que falta para que Cam-boriú tenha um grande pólo industrial. “Temos o porto perto, a BR ao lado, localização ideal, mão de obra para isso”, afirma. Em sua empresa, a maior parte dos postos de trabalho é ocupada por moradores de Cam-boriú. “Não exigimos qualificação porque nós treinamos a mão de obra aqui dentro”, explica.

O exemplo de Nel-son pode ser seguido e representar o crescimen-to do setor industrial e do emprego em Cambo-riú. “Nós estamos satis-feitos com o local em que estamos instalados. A construção de uma sede própria é uma reali-zação e vamos trabalhar em prol da cidade porque é a maneira de agrade-cermos por aquilo que ela nos deu”.

“O ideal é um local para INDÚSTRIAS de grande porte”

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Especial 128 anos - Jornal Linha Popular Camboriú, 30 de março de 2012

Uma cidade de alto pa-drão. É assim a Camboriú dos sonhos do engenheiro Moisés Bernardes. Para ele, a cidade do futuro deixou de ser “dormitó-rio de Balneário Camboriú”. O município ideal parou de inves-tir em loteamentos populares e aposta em empreendimentos para famílias de alto poder aqui-sitivo. Cresce sustentavelmente e torna a natureza um atrativo que as pessoas queiram pagar para ter.

“Camboriú tem um gran-de problema na urbanização”, afirma o engenheiro, que faz parte do Conselho da Cidade e atua na área há dez anos. “Os lo-teadores querem aproveitar todo o espaço, o que gera um proble-ma urbanístico. A gente observa isso no Santa Regina, onde não há uma árvore entre os lotes”, explica.

Para ele, as cidades da região cresceram rapidamente e sem planejamento. Moisés afir-ma que há como reverter esse cenário, mas o processo é caro

e leva tempo. Como áreas em que a ocupação ocorreu sem estrutura, ele cita, além do San-ta Regina, o distrito do Monte Alegre. Aponta como falhas a construção de moradias em áre-as irregulares, como morros, a falta de saneamento básico e in-fraestrutura para a instalação das residências.

“Uma palavra que está bem na moda hoje é o desen-volvimento sustentável, e esta é a saída”, afirma o engenhei-ro. Para ele, Camboriú precisa de novos acessos, que facilitem o trânsito e motivem melhorias nas vias. Além disso, Moisés fala da importância de uma nova área para a instalação de empre-sas. “Precisa disponibilizar área para a indústria, não podemos depender do turismo, da agri-cultura, tem que ter outra matriz econômica”, analisa.

Para ele, a localização do distrito industrial é ruim, por es-tar no centro da cidade. “Quem tem indústria precisa que cami-nhões entrem e saiam e de espa-

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“O PLANEJAMENTO URBANO tem que ser sustentável”

ço para crescer, ali não tem”, diz. Moisés afirma que o po-

tencial natural de Camboriú tem que ser levado em conta em to-dos os setores do desenvolvi-mento urbano. “O que a gente tem de melhor aqui é a natureza. Com base nisso, podemos criar alguma coisa diferente que atraia investimentos de alto padrão. Seriam loteamentos com pla-nejamento diferente, com áreas verdes, e não com tanta densida-de como tem hoje, preservando o que tem de natural”, sugere.

Na Camboriú dos sonhos do engenheiro, os condomínios terão as áreas verdes como atra-tivo. “Serão grandes lotes para construção de prédios de alto padrão, com estrutura e preser-vando o meio ambiente, onde as pessoas tenham fácil acesso à rodovia, seja uma região bo-nita”, diz. Para Moisés, “Cam-boriú ficou uma cidade boa, tem atrativos para trazer pessoas de alto poder aquisitivo, que vão consumir aqui, e desenvolver a cidade sustentavelmente”.

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Camboriú, 30 de março de 2012 Especial 128 anos - Jornal Linha Popular 15

“O que falta na SAÚDE é melhorar o atendimento”Na Camboriú dos so-

nhos da técnica em enfer-magem Elizabete Bertoldi, a saúde será humanizada. Ela afirma que isso já está come-çando a acontecer, mas pre-cisa avançar muito para que o atendimento se torne ideal. Nos sonhos de Bete, o servi-ço é prestado com amor.

“A saúde já passou por processos bem piores”, opi-na. Ela sugere: “É necessária uma orientação melhor para os pacientes”. No dia a dia da profissão, a técnica em enfer-magem percebe que a carên-cia das pessoas que procuram atendimento é grande, e que muitos problemas poderiam ser resolvidos de forma sim-ples. “Muitos nos procuram não pela doença, mas pela carência. Tem problemas que muitas vezes a conversa, um abraço, resolvem. Não é só o

atendimento médico que bus-cam, é o todo. Estamos ten-tando fazer isso”, diz.

Ela cita como exem-plo o caso de uma família que atendeu no hospital e que buscava atendimento para o filho de dois meses de idade. “O paizinho che-gou com o filho, reclamava do atendimento. Eu cheguei e fui perguntar o que estava acontecendo, conversei com a família, expliquei o pro-cedimento, o que o médico estava fazendo, quais tinham sido as falhas da família. Ele já acalmou. A mãezinha ficou feliz, teve o atendimento que queria”, conta a enfermeira, que aposta no carinho e no diálogo. Para Bete, isso é um dom. “É uma coisa que está dentro do coração da gente”, afirma.

Natural de Camboriú,

ela atua na área da saúde há 16 anos. “Até meus 30 e poucos anos trabalhava no comércio, depois comecei como aten-dente. Fui conhecendo, apren-dendo e amando aquilo. Abriu o curso de auxiliar e eu fiz. Aí veio o técnico e graças a Deus eu me encontrei na profissão”, conta.

Ela percebe que os ser-viços de saúde em Camboriú melhoraram muito. Bete des-taca a contratação de médicos especializados e os atendi-mentos prestados pelos postos de saúde e pelo hospital, onde trabalha hoje. “O serviço está modernizado”, diz.

Para a técnica, o que fal-ta é um pouco de sua visão. “É preciso respeito, carinho, afe-to. É disso que as pessoas pre-cisam. O que falta para a cida-de ser ideal é dar mais atenção para os nossos pacientes”.

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Especial 128 anos - Jornal Linha Popular Camboriú, 30 de março de 201216

“O futuro da EDUCAÇÃO está no diálogo”Escolas, creches, ma-

terial escolar de qualidade. Para a professora Eliana An-drea Backes, isso já é realida-de em Camboriú. Atuante na classe, ela é bastante crítica ao avaliar o setor, e afirma que falta pouco para que a educação da cidade atinja o patamar ideal.

“Eu acho que bastante coisa melhorou”, afirma. A principal mudança identifica-da por Eliana está na postura do professor. “Hoje a gente sabe das coisas. Há dez anos, o professor tinha medo de exigir seus direitos. Agora, a gente conhece as leis. A gen-te sabe que existe um plano de carreira, da onde vêm seus recursos”, explica.

Com este conhecimen-to, o profissional passou a batalhar mais para que seus direitos sejam atendidos. Isso, para ela, acabou moti-

vando a mudança de postura dos governos e abriu os olhos do poder público para a edu-cação.

“Muitos investimentos foram feitos, a gente percebe isso nas creches, na qualida-de das escolas. A gente sabe que há a preocupação com o professor e com o aluno. Hoje o material escolar que vem para os alunos é de pri-meira qualidade, os recursos estão sendo investidos”, co-memora.

Na Camboriú dos so-nhos de Eliana, “para ser a cidade ideal, a única coisa que está faltando realmente é valorizar o profissional no todo”. Ela afirma que os go-vernantes têm que se adequar às leis. “Nós não queremos fazer greve, o professor não quer parar, deixar o aluno em casa, ter desgaste com o go-verno. A gente quer o diálo-

go, mas quer que os direitos sejam respeitados. Os gover-nos têm que ter uma conversa mais aberta com os professo-res”, sugere.

Efetiva do estado e do município, mora há seis anos em Camboriú e afirma que o futuro da cidade passa pela educação. Gostaria que mui-tos tivessem a visão que ela tem. “Eu digo que trabalho na melhor escola de Cambo-riú, que meu filho estuda na melhor. Independente de qual for, eu tenho que dizer que é a melhor, que meus alunos são os melhores. Se eu não valorizar, ninguém vai”, diz.

Com carinho e preo-cupação com os estudantes, avalia a importância de sua profissão. “Eu sou tão impor-tante para o futuro dos meus alunos quanto sou para meus filhos. A gente forma a opi-nião deles para o futuro”.

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Camboriú, 30 de março de 2012 Especial 128 anos - Jornal Linha Popular 17

“Registrar os causos mantém viva a HISTÓRIA de Camboriú”“Escrevam”, pede a

historiadora Mariléia Va-nin. Para ela, a principal forma de manter a história viva é registrando. Pro-fessora do Instituto Fede-ral, antigo Colégio Agrí-cola, ela vê nos “causos” que atravessam gerações a grande oportunidade de manter viva a história de Camboriú. Na cidade de seus sonhos, existem re-gistros e as origens são preservadas através do tombamento de lugares históricos.

Paranaense, Mari-léia trabalha no colégio há mais de 20 anos e se encantou pela história da cidade. Lamenta a escas-sez de livros a respeito das origens de Santa Ca-tarina. “A gente sabe que tudo começou com os aço-rianos e todo o andamento da história da região, mas não existem registros da movimentação, da trans-formação”, explica.

“Eu penso que falta o resgate histórico pri-meiro do povo”, opina a professora. Questiona-da sobre o que os mora-dores podem fazer para preservar a história, ela é direta: escrever. “Cam-boriú é uma cidade cheia

de causos que me deixam fascinada. Muitos não percebem, mas neles está a história de seu povo. Os causos explicam como as pessoas vivam, quais eram seus valores, dão uma visão de como era a Camboriú do passado”, afirma.

Como forma de res-gatar pelo menos parte disso, Mariléia, em par-ceria com outros pesqui-sadores, está organizando um livro sobre a história do Colégio Agrícola e de antigos habitantes de Camboriú. “A ideia é con-tar a história oral, ouvir as pessoas”, diz.

Na cidade dos seus sonhos, essa iniciativa será tomada também por outras pessoas e valori-zada pela comunidade. Além disso, os prédios e lugares históricos serão preservados. “As casas antigas, a igreja, a casa paroquial, têm um valor inestimável para a futura geração”, afirma.

Ela lamenta o des-prezo com que a história é tratada e ficou eviden-ciado na destruição do sambaqui do Santa Regi-na. “Eu fiquei muito cha-teada ao saber desse fato.

O sambaqui mostra que há mais de 3 mil anos já tinha gente aqui, e agora sim-plesmente vão lotear”, diz.

Para ela, isso mos-tra que as pessoas não têm noção da importância da história, e salienta: “Um povo que não preserva é um povo sem memória”. Mariléia sugere que o mu-nicípio tome a iniciativa de preservar. “A comunidade tem que cobrar dos verea-dores isso. Que exista al-guma lei que faça com que se preserve o centro histó-rico para que não ocorra o que ocorreu com a antiga Prefeitura. São pequenos detalhes que fazem a dife-rença”, afirma.

Nos sonhos de Mari-léia, a história de Cambo-riú será ainda um atrativo turístico. As pessoas virão para a cidade para conhe-cer as origens da região. Além disso, as raízes serão ensinadas nas escolas, e as crianças terão interesse em aprender. “É preciso ter um museu para ir, um arquivo histórico”, sugere. A pro-fessora lembra que “todos nós somos agentes da his-tória, ela é dinâmica, muda todo dia, e nós consegui-mos respeitá-la mudando a mentalidade das pessoas”.

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“O AGRICULTOR precisa ser valorizado”A profissão de Odil Ram-

peloti segue na contramão de outras áreas da cidade. Ele não vislumbra um futuro bom. Pelo contrário, aposta no fim da agri-cultura. Não vê mais os jovens no campo, não tem ajuda do go-verno, não é valorizado pela so-ciedade. Mesmo assim, garante que é agricultor “desde antes de nascer”, e vai morrer fazendo isso. Nos seus sonhos, passado presente e futuro seriam dife-rentes.

“Falta apoio do governo, da Prefeitura, de tudo. Do jei-to que está, a gente vai parar”, lamenta o agricultor. Odil é um dos maiores produtores de ar-roz de Camboriú. Em sua pro-priedade, colhe cerca de 30 mil sacas por safra. Exemplifica em números o quanto a profissão é desvalorizada. “Está muito di-fícil manter, é só fazer a conta. Cinco anos atrás, a saca era R$ 35, o óleo R$ 0,70 o litro. Ago-ra o arroz está R$ 24 e o óleo passa de R$ 2. O governo diz que dá apoio, mas para o agri-

cultor não tem apoio nenhum”, afirma.

Ele lamenta a situação do setor em que trabalha “desde a barriga da mãe”. “A agricultura segue um caminho contrário do resto. Você não vê mais um ra-paz novo na agricultura, todos saem”, explica. Se tivesse idade para recomeçar, ele afirma, fa-ria o mesmo. “Eu vou ter que viver até morrer na agricultura, não tenho idade para fazer outra coisa”, diz.

Na Camboriú de seus sonhos, a agricultor seria res-peitado. “A gente está abaixo de tudo, é tratado como se não tivesse valor nenhum”, afirma Odil. Apesar do pessimismo, não quer o fim da profissão. “Teria que ter investimento para o jovem ficar no campo, se não tiver, a agricultura vai acabar”, lamenta. Ele conta que tem um neto de 16 anos que o ajuda na agricultura. “A gente quer que ele estude e saia. Do jeito que está, quem está varrendo rua está ganhando mais”, diz.

Para ele, a profissão exi-ge muito e dá pouco retorno. “O agricultor não tem hora para começar a pegar, não tem hora para largar. Na época da co-lheita, o mais cedo que a gente chega em casa é dez da noite”, conta.

Sonhar, aos 67 anos e com uma realidade tão amarga, é tarefa difícil para Odil. Ele fala do que seria ideal sem ter esperança de melhorias. “Passa pela aposentadoria, pela valo-rização, por apoio financeiro e pelo respeito. Ninguém respeita o agricultor”, afirma.

Odil atendeu a reporta-gem do Linha Popular numa tarde de quarta-feira. Disse ter vergonha de ser encontrado em casa e não no campo. Estava doente. Para ele, a aposenta-doria fere sua dignidade. Justo é continuar trabalhando. “O agricultor que trabalhou a vida inteira na roça, o que ganha não dá para o remédio. E tem gente que ainda acha que o agricultor não merece”, finaliza.

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“As pessoas têm que se integrar ao MEIO AMBIENTE”Na Camboriú dos so-

nhos de Aline Pereira Go-mes, de 22 anos, o verde não é apenas o pano de fundo, é o protagonista. Nele, as pessoas estariam integradas à natureza, as crianças estudariam edu-cação ambiental, as famílias separariam o lixo e ele seria depositado em local adequa-do. Estudante de engenharia ambiental, ela acredita que os problemas poderiam ser resol-vidos com um passo simples: a conscientização.

“Camboriú tem vários pontos fracos em relação ao meio ambiente”, afirma a estu-dante. Para ela, as melhorias só ocorrem se poder público e so-ciedade tiverem a mesma preo-cupação. “Agora está passando o caminhão da coleta seletiva, mas ainda falta a educação am-biental da população, porque a partir do momento que o muni-cípio passa a oferecer esse ser-viço, é dever do cidadão fazer sua parte, separar o lixo orgâ-nico do inorgânico, e isso ainda não é um hábito”, lamenta.

Isso passa, para ela, por uma mudança de postura da sociedade. “A educação am-biental nas escolas também é importante. Já estão ocorrendo projetos, mas isso deveria ser mais forte. É preciso orientar as pessoas e formar as novas gera-ções”, opina.

Problemas estruturais também são apontados pela es-tudante, como a falta de sane-amento básico e as ocupações irregulares. “As pessoas têm tanque séptico e algumas nem tem, é só sumidouro. E é impor-tante, já que não tem a coleta de esgoto, que as pessoas que têm tanque usem corretamente”, afirma. Ela explica que tanques inadequados poluem o solo e todo o ambiente ao redor. “Tem gente que tem tanque séptico e o vizinho tem água de poço, o que acaba afetando a saúde da população”, diz.

A falta de preocupação com a preservação chama a atenção da estudante. “A po-pulação invadiu as Áreas de Preservação Permanente, e isso

resulta em enchentes, causa o assoreamento do rio”, explica. Para ela, esta situação reflete a falta de conscientização e de fiscalização do município, “que deveria destinar áreas à ocupa-ção e áreas a serem reservadas”.

“O ideal seria a preser-vação das margens do rio, a reciclagem do lixo, um aterro adequado e não de fachada”, almeja a estudante. Aline expli-ca que, em 2012, os municípios têm que fazer o plano de ges-tão integrada de resíduos sóli-dos. “Seria muito importante, porque incentiva a criação de cooperativa de catadores e pre-tende extinguir os lixões”, diz.

A estudante lembra que “o meio ambiente está ligado diretamente à saúde das pesso-as, à qualidade de vida” e suge-re também a criação de um par-que nos moldes do Raimundo Malta, de Balneário Camboriú. “Além de integrar as pessoas ao meio ambiente ainda seria área de visitação e garantiria a pre-servação de um local perto da área urbana”, justifica.

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“Eu sonho com um lugar para a ARTE feita em Camboriú”

Sandra Nunes tinha um plano para sua aposen-tadoria: dedicar-se à arte. Como professora, se apo-sentou há quatro anos, mas o sonho não se realizou. Frus-trada com a falta de espaço e incentivo, a artista plástica camboriuense adiou sua re-alização pessoal. Na Cam-boriú que ela sonha, porém, viver de arte será possível.

Ela é um exemplo de sonho que se sonha junto. Ao falar do que almeja para a área na cidade, não consegue pen-sar na sua produção. Cita ar-tistas de Camboriú que sequer sabem da importância daquilo que fazem. “Sem espaço eles ficam como eu, escondidos”, lamenta.

A artista conta que já houve iniciativa de fomentar a arte na cidade com a criação de uma associação. “Fizemos uma exposição muito bonita em Brusque”, conta. No entan-to, a idéia morreu. E desde en-tão, para ela, o setor parou no

tempo.Foi neste ambiente em

que a produção artística não tinha estímulo que o sonho de Sandra repousou. Mas não morreu, ela garante. Nos seus sonhos, há um local específi-co para as artes produzidas em Camboriú.

“Eu acredito que esse ce-nário pode ser revertido, existe potencial para isso. Nós temos artistas maravilhosos em Cam-boriú, que precisam de apoio financeiro e de lugar adequado. O talento a gente tem, mas não é o que basta para a divulgação da arte”, opina.

A artista plástica – para-da por tempo indeterminado, mas não para sempre – sugere a criação de uma nova associa-ção, forte, que cobre do poder público incentivo para a área.

“Na Camboriú dos meus sonhos, os artistas estarão uni-dos e terá um espaço para eles. Nem que seja para uma única exposição, mas precisamos mostrar”, diz. Sandra comple-

ta: “Sonho também que o povo de Camboriú saia um pouco da frente do Big Brother e presti-gie a arte feita aqui”.

A preocupação da popu-lação com a produção artística passa ainda, para a professora aposentada, pela educação. “A arte tem que ser trabalhada e desenvolvida nas escolas, pode despertar aquilo que existe em crianças que não descobriram esse dom, elas podem se en-contrar”, afirma.

Sandra sabe das difi-culdades, da falta de interes-se e de apoio, mas ainda tem esperança. Sonha em fazer o artista que entalha em madei-ra um grande nome da arte em Camboriú. Em tornar o pro-dutor rural que faz esculturas um exemplo a ser seguido. Em fazer com que crianças descu-bram o artista que há dentro delas. Em ter uma sociedade que sensibilize através da arte. “Eu acredito que meu sonho pode se tornar realidade, estou só esperando”.

A Câmara de Vereadores mais próxima da População!

Nossa homenagem à Todos que ajudam a construir a

história do nosso Município.Juntos vamos continuar construindo uma cidade

cada vez Melhor!

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Márcio Aquiles da SilvaPresidente

Parabéns CAMBORIÚ 128 Anos!

Parabéns CAMBORIÚ 128 Anos!

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Camboriú, 30 de março de 2012 Especial 128 anos - Jornal Linha Popular 23

“Camboriú tem um potencial enorme para a CONSTRUÇÃO CIVIL”

Em 2008, um bate esta-ca chamou a atenção de quem passava pela rua Porto Alegre. Moradores se perguntaram o que seria feito ali. Quando re-ceberam a resposta de que es-tava sendo construído um pré-dio de 11 andares, muitos não acreditaram. Teria até elevador. Dali, saiu o primeiro prédio residencial de grande porte de Camboriú, o Maria Fernanda. Empreendimento da construto-ra WJA, foi uma aposta que deu certo. Nos sonhos de Waldemor José de Andrade, proprietário da empresa, ali começou o fu-turo.

Natural de Brusque, ele rodou o Brasil todo e há seis anos retornou à região. Foi por ter incentivo da Prefeitura que decidiu investir em Camboriú. “Achamos o terreno, fizemos o projeto, criamos a empresa. Foi muito rápido. A empresa esta-va nascendo e a obra subindo”, conta.

Ao lado do filho, Wal-demor José de Andrade Junior,

que é sócio na empresa, viu o crescimento da cidade e a valo-rização da construção civil nos últimos anos. “Meus irmãos, que constroem em Balneário, disseram que eu era louco de investir aqui, que era uma cida-de dormitório. Faltava visão de alguém de saber que as pessoas precisam de um lugar bom nem que seja para dormir”, afirma Waldemor. A iniciativa deu cer-to. Agora, a WJA constrói seu segundo prédio, que já está na quinta laje.

“A gente acreditou”, diz o construtor. Afirma que, como ele, muitos empresários estão se interessando por Camboriú. Para a atrair o investidor, porém, a ci-dade precisa de contrapartida.

“Estamos aguardando a aprovação do novo plano di-retor. Ele é que vai dizer o que podemos fazer, não somos nós que vamos decidir o que a gen-te quer. A boa idéia nós estamos dando, participando das reuni-ões”, diz Waldemor. Para ele, em alguns aspectos Camboriú

ficou para trás. “Um grande pro-blema é que aqui, diferente de Balneário e de outras cidades, os andares de garagem não en-tram no índice de construção”, explica.

“O que a gente quer ago-ra é que liberem as garagens como é em outras cidades. Até porque é uma questão de espa-ço público. Quem tem garagem não deixa o carro na rua e essas vagas ficam para o comércio”, completa.

Questões estruturais, como preocupação ambiental e trânsito também precisam ser revistas para garantir o desen-volvimento da cidade, na opi-nião do construtor. “Camboriú tem um potencial enorme, os empresários querem vir, mas a contrapartida do município é pouca. Todo mundo fala que Camboriú é a bola da vez, tem tudo para dar certo, mas precisa de infraestrutura”, avalia Junior. “O ideal era um município au-tosustentável, independente de Balneário”, finaliza.

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Especial 128 anos - Jornal Linha Popular Camboriú, 30 de março de 201224

“O TURISMO depende de estrutura e segurança”

Em setembro do ano passado, o governador Rai-mundo Colombo esteve em Camboriú. Na fazenda Top da Mata, que fica na região do Braço, falou sobre a pavi-mentação asfáltica da estrada que liga Camboriú a Brusque e passa em frente ao empre-endimento. Ele ressaltou o potencial turístico da região e a necessidade de abertura de novas estradas para atender à demanda de veículos. Foi o primeiro passo para a realiza-ção do sonho de Allan Roberto Momm, de 17 anos. Ao pensar no seu futuro, o jovem que é filho do proprietário da Top da Mata vê o sucesso de Cambo-riú no setor turístico.

A família Momm come-çou a investir no turismo na cidade há dois anos, quando viu o potencial da fazenda. “Percebemos que chamava atenção de quem passava e resolvemos investir. Quere-mos continuar investindo, mas agora precisamos ter retorno”,

afirma Allan.O retorno esperado de-

pende agora de investimento do setor público. “O turismo vem crescendo, mas ainda falta apoio dos governos. São enviados projetos, mas a gen-te sabe que não depende só do município. Mesmo assim, o pessoal está investindo porque sabe do potencial”, opina.

Para ele, a falta de segu-rança é um grande empecilho. “No hotel fazenda já fomos roubados três vezes em um mês, não tem polícia aqui para cima”, conta. “Falta seguran-ça, mas acredito que ao longo do tempo vamos conseguir”, completa.

Os atrativos, na opinião de Allan, ainda são maiores que as dificuldades. O Top da Mata, aberto há um ano, atende clientes que em sua maioria vêm da região. “O pessoal procura porque gosta desse contato com a natureza, e Camboriú proporciona isso. Muitos voltam”, explica. Ele

afirma que a família não espe-ra um retorno significativo a curto prazo, “porque um bom nome se faz no boca a boca”. Vê na divulgação, porém, ou-tra dificuldade que precisa ser sanada.

“Precisamos que a Pre-feitura invista mais em propa-ganda. Até acontece, mas na região. Precisamos que isso seja levado para os estados vizinhos. Divulgação é o que falta”, diz Allan.

Nos sonhos dele, um as-falto passa em frente ao hotel fazenda, e há um posto policial na localidade. “Na Camboriú dos meus sonhos tem mais segurança, para trazer tranqui-lidade para a gente e para os turistas. A criminalidade difa-ma demais a nossa imagem”, conta o jovem, que atrela seu destino ao destino da cidade. “Penso em atuar nesta área, eu acho que tem futuro. O pessoal está cada vez mais procurando fugir da cidade, da agitação. Isso vai dar certo”.

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“Eu vislumbro uma política de DESENVOLVIMENTO SOCIAL ampla”

Para a assistente social Mari Stela de Oliveira Ger-vásio, é necessário romper com uma teoria do passado: a de que assistência social se faz com clientelismo. A polí-tica da distribuição de cesta básica não pode mais existir. Nos sonhos dela, desenvolvi-mento só ocorre com políti-cas públicas focadas no aten-dimento básico.

“Estou no município há seis anos, e neste período me-lhorou bastante em relação à assistência”, afirma. As melho-rias a que Mari se refere passam basicamente pela efetivação do Centro de Referência em Assis-tência Social – Cras, que atende ao distrito do Monte Alegre. “É uma proposta do Governo Fe-deral. Se for ampliada a assis-tência social básica, que são os Cras, teremos uma população assistida”, diz. Para ela, esse atendimento ainda está aquém da necessidade. “O ideal seria que cada Cras atendesse 5 mil famílias. Teríamos que ter dois

só no Monte Alegre e mais um no centro”, sugere.

Com otimismo, ela faz um retrospecto ao pensar no fu-turo. “O que a gente percebe é que a assistência social no mu-nicípio estava muito vinculada à distribuição de cesta básica. Era clientelismo. Isso melho-rou um pouco”, opina Mari.

Segundo ela, a evolução está ocorrendo. “Dentro dessa área houve um avanço, mas em passos lentos, e isso está ocor-rendo em todos os municípios porque é um assunto novo. As cidades estão se adequando até com gastos. Estamos nos adap-tando à nova realidade e à nova política”, diz.

Na área da assistência social há 24 anos, Mari conta que sonha que o setor atinja o patamar ideal. “Como profis-sional, muitas vezes eu me sin-to frustrada por não fazer tudo que é necessário. Nós somos em poucos profissionais para muitos problemas. Nosso mu-nicípio é atípico, a população é

muito rotativa e as coisas ficam truncadas para serem resolvi-das, como a questão da habita-ção”, explica. Hoje, apenas cin-co assistentes sociais atendem o município.

“O que eu vislumbro é que se amplie a proteção social básica dentro dos Cras, que te-nha mais centros”, afirma. Ela ainda sugere que o Centro de Referência Especializado em Assistência Social seja insta-lado em um local adequado, “e que amplie o número de pro-fissionais, porque é difícil a contratação, não se acha. Não é o município que se recusa a contratar, não tem”, lamenta.

“O meu desejo, meu sonho, é que as políticas pú-blicas sejam ampliadas. O Cras tem que ser uma porta de entrada para o atendimen-to à população. Eu acredito que aos pouquinhos a gente vai chegar lá, já estivemos muito longe do ideal. Se de-pender de boa vontade, vai acontecer”, finaliza.

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“Precisa de espaço, não só para dança, mas para todo tipo de CULTURA”

Fernanda Burkert Ca-margo bota medo nos alunos. Rigorosa, exige concentra-ção nos ensaios. Cobra em-penho e determinação. É ela que está por traz do grupo de dança New Style que, de forma independente, busca espaço em Camboriú. Exi-gente, batalhadora e empe-nhada, nem parece que tem apenas 16 anos. A menina de cabelos vermelhos e voz calma sonha com o reconhe-cimento da cultura em Cam-boriú.

O grupo nasceu no co-légio José Arantes, e quando tinha apenas 11 anos, Fer-nanda já era coreógrafa. No primeiro ano, as sete baila-rinas participaram do Fes-tival de Cultura e ficaram em segundo lugar. No ano em seguinte, em primeiro. Saíram da escola para par-ticipar do Departamento de

Cultura da Prefeitura. Sem incentivo, as meninas saíram e começaram a atuar de for-ma independente. Agora, ba-talham não só por elas, mas pelo fomento da cultura em Camboriú.

A ideia de atuar como um projeto social do qual os alunos possam participar gratuitamente tem dado re-sultado. “A gente começou com sete, estamos em 20”, explica Fernanda. O New Style ensaia três vezes por semana no ginásio Irineu Bornhausen.

O foco do grupo é o jazz. Fernanda está apostan-do na união da dança com a música pop. Ela já estudou na escola de dança Kaiorra e fez aulas também no Re-criarte. Agora, pretende ini-ciar os estudos em Itajaí. “É bom porque de cada lugar a gente aprende técnicas dife-

rentes”, conta.Lamenta a falta de es-

paço para a cultura local. “Aqui o incentivo é muito pequeno. Ninguém se inte-ressa, e o problema não é só da dança. Eu conheci recen-temente os meninos da capo-eira, que eu nem sabia que faziam isso aqui e também treinam no ginásio. Ficam escondidos”, completa.

Nos sonhos de Fer-nanda, a Camboriú apoia a cultura. Uma ideia do grupo é criar uma ONG. “É uma forma de unir as pessoas em torno disso e buscar incen-tivo”, explica. A realização do sonho para a cidade como um todo passa por sua reali-zação pessoal. “Antigamente eu gostava mais de dançar, hoje eu prefiro coreografar. Eu não me vejo sendo uma grande bailarina, e sim uma grande coreógrafa”, afirma.

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Camboriú, 30 de março de 2012 Especial 128 anos - Jornal Linha Popular 29

Quem vê que, ano a ano, esta

Jucélia Vinholi Monteiro Presidente da 43º Subseção Camboriú

FELIZCIDADEfica cada vez mais independente!

Nossa Cidadecomemora, pela primeira

vez, um aniversário com suaSubseção própria da OAB.

5 de abrilParabénsCamboriú

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Especial 128 anos - Jornal Linha Popular Camboriú, 30 de março de 201230

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“No TRÂNSITO ideal, motoristas, ciclistas e pedestres têm seu lugar”

Taxista há seis anos, Fernando de Souza Linhares vive no dia a dia o estresse do trânsito em Camboriú. Sua maior preocupação são os acessos à cidade, onde, nos horários de pico, o fluxo de veículos para. Na Cam-boriú de seus sonhos, con-gestionamentos não existem. Além disso, as ruas têm es-trutura, sinalização, e pedes-tres e ciclistas também têm espaço adequado.

“O ideal seria mais vias para poder sair e chegar a Camboriú com facilidade. Hoje está muito trancado. Em horários de movimento, para tudo”, lamenta. Fernan-do afirma que atende apenas pessoas de Camboriú, e só transita pelas cidades vizi-nhas se for para levar passa-geiros. Respeita o lugar de outros profissionais e acre-

dita que essa postura deve ser adotada por todos. Filho de taxista, afirma que a pro-fissão é importante.

“Tem muita gente que não tem carro e na hora de socorro pode contar com a gente. Por exemplo, a gente anda com muita mulher grá-vida, que vai ganhar bebê”, conta Fernando. “Na hora de acidente ou até lazer, a nossa prestação de serviço é muito importante”, com-pleta.

Um fator que preo-cupa Fernando é a quali-dade das vias. “São poucas asfaltadas e as que existem precisam ser melhoradas, não só em relação à pista, os buracos, mas a sinaliza-ção também. Precisamos de mais ciclovias, tem ruas que não tem calçadas, muita es-trada de chão sem estrutura

nenhuma”, diz.No trânsito tem estres-

se, mas também coisas boas. Já fez, na estrada, grandes amizades. “A relação com o passageiro é tranquila. Tra-to os passageiros da forma mais educada possível. Com os que não querem conversar, fico neutro. Muitas vezes fica uma relação de amizade, tem gente que acabei até levando em casa”, conta.

Essa relação mais humana faz parte de seus sonhos. Na Camboriú que idealiza, motoristas, moto-ciclistas, ciclistas e pedes-tres se respeitam. “No meu sonho tem uma ciclovia de-cente, ruas em que automó-veis, ciclistas e pedestres possam andar juntos”, afir-ma. “Quando saio de casa tento cuidar dos outros, não de mim”, completa.

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Camboriú, 30 de março de 2012 Especial 128 anos - Jornal Linha Popular 31

Alguns contam sua idade...

...Nos contamos a sua

historia

Camboriuú, 128 anos

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Especial 128 anos - Jornal Linha Popular Camboriú, 30 de março de 201232

Nosso melhor

é estar aqui!PRESENTE

Camboriú, 128 anos!