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CÂMARA TÉCNICA
ORIENTAÇÃO FUNDAMENTADA Nº 024/2015
Assunto: Massagens estéticas, terapias alternativas,
fitoterapia, auriculoterapia e terapia floral.
1. Do fato
Questionamento sobre a realização de massagens estéticas, terapias alternativas,
fitoterapia, auriculoterapia, terapia floral pelo Enfermeiro e Técnico de Enfermagem.
2. Da fundamentação e análise
Ante o questionamento suscitado, entendemos que a enfermagem segue regramento
próprio, consubstanciado na Lei do Exercício Profissional (LEI No 7.498/1986) e seu Decreto
regulamentador (Decreto 94.406/1987), além do Código de Ética dos Profissionais de
Enfermagem. Neste sentido, a enfermagem atua na promoção, prevenção, recuperação e
reabilitação da saúde humana, com autonomia e em consonância com os preceitos éticos e
legais.
Sendo assim, ao analisarmos vosso questionamento, consideramos o Parecer da
Câmara Técnica - COREN-SP n° 005/2014, que dispõe sobre a prática corporal Lian Gong -
18 terapia, e trata das Práticas Integrativas e Complementares nos seguintes termos:
[..]
As Práticas Integrativas e Complementares em Saúde foram regulamentadas
pelo Ministério da Saúde em 2006, pela publicação da Portaria 971/2006.
Nessa portaria o Ministério da Saúde entende que tais práticas compreendem
o universo de abordagens denominado pela OMS de Medicina Tradicional e
Complementar/Alternativa -MT/MCA. Entre as práticas aprovadas e
recomendadas estão a Acunpuntura, a Homeopatia, a Fitoterapia e o
Termalismo Social/Crenoterapia. Destaca-se nesse documento a referência à
11ª Conferência Nacional de Saúde (2000), que recomenda "incorporar na
atenção básica: Rede PSF e PACS, práticas não convencionais de terapêutica
como acupuntura e homeopatia"[...] (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006b).
Para os profissionais de enfermagem deve-se considerar o que preconiza a
Resolução COFEN n. 197/1997 que estabelece e reconhece as Terapias Alternativas como
especialidade e/ou qualificação do profissional de Enfermagem” e determina:
Art. 1º - Estabelecer e reconhecer as Terapias Alternativas como especialidade e/ou
qualificação do profissional de Enfermagem
Art. 2º que para receber a titulação prevista, o profissional de Enfermagem deverá
ter concluído e sido aprovado em curso reconhecido por instituição de ensino ou
entidade congênere, com uma carga horária mínima de 360 horas.
[...] (CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM, 1997)
O Código de Ética dos Profissionais da Enfermagem determina em seu artigo 12,
ser dever do profissional prestar assistência de enfermagem livre de danos decorrentes de
imperícia, negligência e imprudência e para tanto, é imprescindível que fundamente suas
ações em recomendações científicas atuais, que sejam individualizadas a cada
cliente/paciente, a fim de garantir assistência de enfermagem segura e livre de riscos.
No que se refere às atribuições do Técnico e Auxiliar de Enfermagem, a Lei nº
7.498/1986 determina:
[...]
Art.12 O Técnico de Enfermagem exerce atividade de nível médio, envolvendo
orientação e acompanhamento do trabalho de enfermagem em grau auxiliar, e
participação no planejamento da assistência de Enfermagem;
Art.13 O Auxiliar de Enfermagem exerce atividades de nível médio, de natureza
repetitiva, envolvendo serviços auxiliares de enfermagem sob supervisão, bem como
a participação em nível de execução simples, em processos de tratamento […]
(BRASIL, 1986).
Vale ressaltar que no artigo 13 do Decreto 94.406/87, regulamentador da Lei
7.498/86, estabelece que as atividades dos Técnicos e Auxiliares de Enfermagem somente
poderão ser exercidas sob supervisão, orientação e direção do Enfermeiro.
Deste modo entendemos que o Enfermeiro, desde que obtenha a titulação de
Especialista ou Qualificação realizada em instituição devidamente reconhecida e validada,
com carga horária mínima de 360 horas - poderá realizar todas as atividades inerentes à
mesma, ressalvando-se que Técnicos e Auxiliares de Enfermagem somente poderão executar
tais atividades sob orientação e supervisão do Enfermeiro.