camaçari legal

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ESTADO DA BAHIA PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMAÇARI SECRETARIA DO PLANEJAMENTO URBANO E DO MEIO AMBIENTE 1 APRESENTAÇÃO O projeto Camaçari Legal é fruto da inquietação da Secretaria do Planejamento Urbano e do Meio Ambiento – Seplan, ante a cultura de invasões em franco desenvolvimento no Município, que tanto tem descaracterizado sua estética urbanística, degradado seu patrimônio natural e produzido uma variedade de problemas. Por iniciativa do titular da Secretaria após visitar um projeto denominado congelamento de favelas no Estado de São Paulo, o “Camaçari Legal” se propõe ao enfrentamento das ações clandestinas na área de habitação, cuja estratégia da operação será a urbanização dos assentamentos já consolidados, dentre outras ações. Para tanto, serão chamados a participar todas as secretarias da estrutura municipal, agentes políticos, moradores de áreas subnormais e a população do Município em geral. Pretende-se com isso realizar um pacto, em que, qualquer munícipe possa atuar como fiscal de seu bairro, de sua cidade ou do assentamento onde mora, no sentido de prevenir o levantamento de novas habitações e o surgimento de novas invasões. 4

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ESTADO DA BAHIA PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMAÇARI SECRETARIA DO PLANEJAMENTO URBANO E DO MEIO AMBIENTE

1 APRESENTAÇÃO

O projeto Camaçari Legal é fruto da inquietação da Secretaria do Planejamento Urbano e do

Meio Ambiento – Seplan, ante a cultura de invasões em franco desenvolvimento no Município,

que tanto tem descaracterizado sua estética urbanística, degradado seu patrimônio natural e

produzido uma variedade de problemas.

Por iniciativa do titular da Secretaria após visitar um projeto denominado congelamento de

favelas no Estado de São Paulo, o “Camaçari Legal” se propõe ao enfrentamento das ações

clandestinas na área de habitação, cuja estratégia da operação será a urbanização dos

assentamentos já consolidados, dentre outras ações.

Para tanto, serão chamados a participar todas as secretarias da estrutura municipal, agentes

políticos, moradores de áreas subnormais e a população do Município em geral. Pretende-se com

isso realizar um pacto, em que, qualquer munícipe possa atuar como fiscal de seu bairro, de sua

cidade ou do assentamento onde mora, no sentido de prevenir o levantamento de novas

habitações e o surgimento de novas invasões.

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2 INTRODUÇÃO

Dentre os manifestos problemas que afligem o Município de Camaçari, a ocupação irregular de

áreas remanescentes – a favelização -, é, sem dúvida, um dos mais preocupantes. Isso porque essa

ocupação costuma se dar desordenadamente sem que as respectivas moradias obedeçam a

qualquer critério técnico ou padrão construtivo. Tais habitações tanto podem ser de alvenaria

como de chapas derivadas de madeira, ou ainda, de restos resgatados em lixões. A falta de infra-

estrutura urbana, serviços e equipamentos sociais e comunitários produzem uma impactação

sócio ambiental negativa, tanto para os moradores quanto para a Cidade.

O surgimento espontâneo dessas ocupações no Município, teve início por ocasião da

implantação do maior complexo petroquímico da América Latina em seu território. O grande

contingente de pessoas que para aqui migraram em busca de oportunidade de emprego, elevou,

sobremaneira, a demanda por habitação e forçou o Município a um crescimento urbano

acelerado, de forma não planejada. Foram determinantes para consolidar tal situação: (a) A

fixação de mão de obra com pouca ou nenhuma qualificação; (b) o déficit habitacional; (c) a

ausência de políticas públicas na área de habitação para esse segmento de renda; (d) a grande

dimensão de áreas livres do Município; (e) a inexistência de planejamento para essas áreas; e (f)

o incentivo de agentes políticos no procedimento invasivo. Esses fatores, aliados a omissão do

poder publico, solidificaram e fizeram prosperar a cultura de invasões de propriedades pública e

privada. Também, comprometeram seriamente a integridade estética urbana e paisagística

municipal, dada a velocidade com que aumentou a quantidade de áreas e de habitações

subnormais no Município, assim como a degradação ambiental baseada no manejo predatório dos

recursos naturais. Decorre daí, um crescimento significativo de criminalidade, de mendicância, de

assistência e demanda por serviços públicos e da informalidade, dentre outros. A complexidade

advinda desses problemas sociais – perceptíveis ou latentes - requer do poder público uma nova

dinâmica nas inter-relações no âmbito municipal, como também, um maior investimento com a

adoção de políticas estratégicas como forma de prevenir, barrar ou sanar essas questões.

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Neste sentido, a Secretaria do Planejamento Urbano e do Meio Ambiente – Seplan, propõe a

intervenção nas principais áreas cujos assentamentos já estejam consolidados, através do

desenvolvimento de um Projeto Urbanístico - Camaçari legal -, utilizando para tanto os

instrumentos legais de política urbana e respectivos mecanismos de controle. Pretende, por meio

de o projeto, adotar como estratégia da ação nas áreas que venham a ser intervindas, a realização

de uma política de urbanização, por meio da qual, possa vir a conter a fixação de novas unidades

de moradias. Para tanto, quando do desdobramento de todas as ações propostas, deverá contar

com a participação efetiva de várias secretarias.

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3 JUSTIFICATIVA

Atualmente, o Município de Camaçari é visualizado como Pólo gerador de emprego da região

metropolitana, por abrigar em seu território além do Pólo Petroquímico, um Pólo Automotivo e

alguns Pólos Municipais oriundos da logística do poder público. Esses indicadores lhes

asseguram a posição de maior PIB e de segunda maior receita do Estado da Bahia. Contudo, a

ausência de políticas públicas infra e superestruturais inviabilizaram a fixação de uma classe

média de renda, que, por suas demandas, promovesse o crescimento da oferta de bens e de

serviços. Assim, a maior parte da riqueza gerada no Município circula fora de seus limites. O que

se verifica é uma assimetria entre a renda e o PIB per captas demonstrando que a riqueza aqui

produzida não se reproduz na mesma proporção, porquanto sua distribuição se dá além das

fronteiras do Município. Mesmo assim, Camaçari se mantêm como potencial acolhedora de

trabalhadores – semi ou não qualificados -, dos Municípios circunvizinhos e até de outros

Estados. É, talvez, ou até por isso mesmo, que um acréscimo na taxa de emprego não é seguido

em termos proporcionais de um decréscimo do desemprego. Não é sem razão que o índice anual

de crescimento de sua população supera a média urbana nacional nesse mesmo intervalo de

tempo1. Também não é atoa a proliferação vertiginosa dos problemas sociais especialmente no

campo da habitação. Mesmo porque, as invasões não se realizam somente por pessoas da

comunidade, mas, também, por outras vindas de Municípios vizinhos, que levantam a moradia e

mantêem-na fechada à espera de valorização da área assentada ou de comprador, fomentando a

especulação imobiliária. Entretanto, invasões de propriedades e construções clandestinas no

Município não é um problema novo. Apenas, foi relegado a um plano inferior por outras

administrações passadas que não demonstraram vontade política para o enfrentamento dessa

questão. Não houve uma tentativa séria de promover um acordo político e social que

contemplasse a população, baseado em projetos de habitação, de conscientização e de educação

da comunidade no trato de seu habitat, que lhe assegurasse viver de forma sustentável.

Vale considerar ainda, que problemas antigos, sólidos e recorrentes não se resolvem com ações

pontuais e muito menos no curto prazo. Carecem, antes de tudo, de ações planejadas, encadeadas

e contínuas, cujo alcance não se atenha apenas aos objetivos esperados, mas que possa também 1 Vide Perfil Diagnóstico de Camaçari, 2001 a 2004 (uma publicação da Seplan)

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promover, paulatinamente, uma modificação “cultural” na população. Justifica-se, portanto, que a

intervenção estratégica de planejamento da Seplan tenha como prioridade a recuperação da

estética urbanística e paisagística municipal, a começar pela contenção e urbanização de favelas,

no momento em que as diretrizes traçadas pela administração pública atual, apontam para um

salto qualitativo no desenvolvimento do Município. Seja quanto às propostas para a implantação

da cidade universitária, da cidade do saber, de um pólo de turismo, de uma vila olímpica, de um

autódromo, da melhoria de praças públicas ou de uma política habitacional atrativa para a classe

média, entre outras disposições contidas no Plano Diretor de desenvolvimento Urbano – PDDU.

Para tanto, buscou, preliminarmente, reformar os instrumentos públicos de política urbana e de

igual modo seus mecanismos de controle, respectivamente, tais como: (a) o PDDU, ora em fase

de ajustes finais para posterior aprovação do legislativo municipal; (b) a legislação que norteia e

dá suporte ao desenvolvimento das políticas públicas urbanísticas e paisagísticas como o Código

de Obras e Edificação, Código Urbanístico e Ambiental e o Código de Polícia Administrativa; e

(c) a estruturação da atividade fiscal de uso do solo e de meio ambiente, que, através da

efetividade de suas ações deverá atuar presentemente na contenção, disciplina, orientação e

prevenção de atos realizados à revelia da Lei.

Sabe-se, porém, que urbanizar favelas não é um processo simples, tampouco barato. Porque o

problema habitacional não é resolvido apenas com a moradia. Requer antes de tudo, um projeto

político muito mais amplo. Urbanizar significa água, luz, esgoto, sistema viário, coleta de lixo,

asfalto, melhorias, remoções, relocações, consolidações, novas unidades habitacionais,

regularização fundiária - processo jurídico – e projeto de desenho urbano, quais sejam: projetos

de infra-estrutura, sistema viário, implantação – topografia - e equipamentos comunitários. É,

portanto, imprescindível contar com a vontade política do Chefe do Executivo Municipal aliada

ao comprometimento das Secretarias, que, por força da competência, terão de imiscuir-se no

processo.

Ressalta-se também que, uma vez realizada a urbanização da área e desde que adequadamente

assistida, os efeitos benéficos para o Município serão incontáveis, a começar pelo aspecto

urbanístico e paisagístico da localidade. A procura por assistência pública diminuirá

gradativamente, assim como, também, o índice de violência e marginalidade. Sem contar que os

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moradores passarão a pagar pelos serviços de consumo - água, luz, coleta urbana – e impostos

municipais o que dificilmente vai ocorrer se mantidos na condição de subnormalidade.

Acresça-se, ainda, que a educação, conscientização e sensibilização dos moradores quanto ao

trato urbanístico e ambiental da cidade que lhes acolheu e lhes assiste, servirá de multiplicador

que vai resultar na mobilização de novas responsabilidades sociais e parcerias.

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4 OBJETIVOS

4.1 GERAL

Promover um acordo político e social entre o poder público, agentes políticos, moradores de

áreas subnormais e a comunidade em geral, utilizando a estratégia de urbanização

concomitantemente à assistência, educação e conscientização da comunidade como forma, tanto

de conter a favelização, quanto de iniciar a formação de uma nova cultura – a da

responsabilidade social – com a comunidade, com seu bairro e com seu Município.

4.2 ESPECÍFICOS

Impedir a instalação de novas unidades de habitação em assentamentos já

consolidados;

atender a demanda de urbanização desses assentamentos;

promover a regularização fundiária das moradias já existentes;

prevenir a ocupação espontânea de novas ocupações em áreas livres ou em áreas

remanescentes de projetos;

frear a especulação imobiliária;

anular ações de lideranças comunitárias consideradas nocivas ao território municipal;

prestar assistência à comunidade desses assentamentos, visando viabilizar o

atendimento de suas demandas prioritárias;

desenvolver ações educativas e de conscientização ambiental dos moradores das áreas

intervindas para que se tornem aliados na preservação do meio ambiente.

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5 METODOLOGIA

O projeto deverá ser amplamente divulgado através de placas educativas, cartilha e folder

informativos, bem como, da veiculação de chamadas e mensagens educativas nos mídia locais.

Seu desenvolvimento se dará de forma participativa mantendo-se um canal de comunicação

permanente entre a comunidade e representantes do poder público. Nesse sentido serão

realizadas:

Reuniões - preliminarmente com os técnicos da Seplan responsáveis pelo desenvolvimento do

projeto e os líderes dos assentamentos, visando sua adesão, colaboração, convencimento e

facilitação da mobilização dos moradores, além da minimização de quaisquer conflitos de

interesses, porventura, existentes. Posteriormente com os moradores, com igual objetivo e mais

ainda para informar acerca da pesquisa socioeconômica mediante o preenchimento de um

questionário.

A intervenção se dará mediante o desenvolvimento das seguintes etapas:

cadastramento físico – levantamento planialtimétrico;

retirada de cercas;

colocação de placas educativas;

cadastramento sócio-econômico através da aplicação de questionário censitário;

apuração, análise e interpretação dos dados coletados;

depuração dos dados e elaboração do perfil sócio-econômico dos moradores;

identificação de prioridades a serem atendidas e o tipo de intervenção a ser realizada;

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reuniões entre os técnicos da Seplan e os técnicos das Secretarias a seguir enumeradas,

que serão inseridas no desenvolvimento do projeto executivo, com a finalidade de dar

conhecimento do perfil dos moradores, das prioridades a serem atendidas e o tipo de

intervenção que cada uma das secretarias deverá realizar, quais sejam:

(a) SEPLAN/SEINFRA - elaboração do projeto físico – urbanístico ambiental de

acordo com as prioridades identificadas

(b) SEPLAN – análise dos impactos ambientais; proposição de medidas de

saneamento; prevenção e recuperação de degradação da área intervinda;

elaboração e desenvolvimento de projetos de educação e conscientização

ambiental dessa comunidade; indicação de áreas destinadas a relocações;

fiscalização efetiva da área intervinda bem como, do território municipal;

identificação de novas áreas que por suas peculiaridades sejam passíveis de

invasão - ação preventiva.

(c) SEPLAN/LIMPEC – retirada de cercas, entulhos, colocação de placas educativas

e outras ações.

(d) SEPLAN/SEHAB – recuperação, ampliação, alteração, remoções, relocações,

construção de novas unidades habitacionais, e/ou padronização de moradias.

(e) SEAS/SEABES – proposição de alternativas que possam viabilizar a geração de

ocupação e renda; identificação dentre os moradores, da mão de obra qualificada

existente e desempregada, propor sua capacitação e aproveitamento remunerado

nos serviços de infra-estrutura ou outros; levantamento de necessidades

assistenciais para menores – trabalhador ou infrator e idosos, entre outras ações de

sua competência.

(f) SESAU/SEDUC – elaborar propostas de intervenção inerente às especificidades

de suas áreas de atuações, assim como, programas de assistência comunitária.

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(g) SEINC – atuar na área de capacitação de mão de obra e de incentivo à formação

de Cooperativas de produção.

(h) PROJUR – ajuizamento de ação se necessária, para regularização fundiária da

área e das moradias.

(i) SEFAZ – cadastramento ou recadastramento das habitações para fins de

lançamento do Imposto Predial e territorial Urbano – IPTU.

(j) SEORLA – atuar em parceria com as secretarias responsáveis pela execução do

projeto em assentamentos consolidados na orla marítima do Município.

(k) SETUR – propor intervenção dentro de sua área de competência, em parceria com

as secretarias inseridas na execução do projeto.

(l) MINISTÉRIO PÚBLICO – na condição de representante judicial do povo.

6 DESENVOLVIMENTO

O projeto executivo de urbanização será precedido das ações elencadas na metodologia sob a

responsabilidade da equipe técnica da Seplan, que trabalhará com a comunidade da área a ser

intervinda,. no sentido de obter sua adesão e efetiva colaboração e participação.

A definição do primeiro assentamento a sofrer a intervenção deve levar em consideração

especificidades tais como: localização próxima ao centro, entrada da Cidade ou vizinhança com

outras ocupações em condições semelhantes; dimensão da área total da ocupação e existência de

área remanescente passível de ser ocupada; aspecto visual da ocupação dado o tipo e materiais

construtivos.

O processo de contenção do crescimento de favelas terá início após a realização de reunião

com os moradores, do primeiro assentamento definido como alvo da intervenção. Nessa reunião,

além da adesão e colaboração quanto a responder fielmente as informações requeridas nos

questionários, busca-se firmar um pacto entre os moradores e o poder público, objeto da

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intervenção. Pretende-se com isso, que, cada um dos assentados assuma o papel de “fiscal” de

seu bairro procurando impedir através de denuncia, o levantamento de uma nova habitação. Se

produtiva e frutífera a reunião, deverá ser fixada a placa indicativa da intervenção. Serão

realizadas tantas reuniões com os moradores, quantas forem necessárias, até que seja conquistada

sua confiança e também seu comprometimento com o projeto.

Os questionários serão aplicados por estudantes bolsistas do Município e os dados coletados

serão estatisticamente tratados e analisados por profissionais da área específica, sob a

Coordenação da equipe da Seplan, responsável pela coordenação do projeto. De posse dos

resultados, serão realizadas novas reuniões não só com os moradores, mas, também, com os

técnicos das outras secretarias a fim de dar início a elaboração do projeto executivo.

O levantamento da situação fundiária extremamente importante será realizado

concomitantemente ao desenvolvimento do projeto, através de pesquisas no SIG e em cartórios

para que, conhecidas as implicações jurídicas da área total e de cada moradia, possa ser

identificada a melhor hipótese de legalização – se desapropriação, usucapião, aforamento ou

compra.

O Projeto Executivo que contará com a participação efetiva das secretarias mencionadas será

iniciado a partir da apresentação do relatório dos dados da comunidade - perfil socioeconômico,

demandas e intervenções prioritárias. O projeto ou plano de ação inerente a área específica de

cada secretaria, elaborado e/ou revisado por seus técnicos, será objeto de discussão em reuniões

com os demais técnicos inseridos no processo.

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7 CRONOGRAMA

ATIVIDADES PRELIMINARES

Apresentação projeto ao Chefe do Executivo

Definição do assentamento a ser intervindo

Início da Pesquisa da situação fundiária

Elaboração da proposta de regularização fundiária

Reunião com a Comunidade

Levantamento de demandas através PDDU e OP

Recrutamento e treinamento dos cadastradores

Aplicação dos questionários

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Levantamento topográfico

Tratamento estatístico e análises dos dados

Elaboração perfil socioeconômico da clientela

Reunião com os técnicos das outras secretarias

Elaboração do projeto executivo

Apresentação do projeto executivo aos moradores

Desenvolvimento do projeto executivo

8 ORÇAMENTO

Para o desenvolvimento das atividades preliminares de acordo com o cronograma, não será

realizada a planilha orçamentária visto que o desembolso para as respectivas tarefas, será

realizado através da dotação inerente à secretaria responsável pelo desenvolvimento da ação. O

custo do desenvolvimento do projeto executivo será levantado quando de sua elaboração.

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9 CUSTO/BENEFÍCIO

A intervenção através do projeto Camaçari Legal deverá abranger 43 (quarenta e três)

localidades contendo 18.436 (dezoito mil quatrocentos e trinta e seis) moradias consideradas

subnormais, conforme tabela a seguir:

PRINCIPAIS ÁREAS SUBNORMAIS

ATÉ 2001

QUANT. DE MORADIAS

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TOTAL DE ASSENTAMENTOS

POPULAÇÃO ATINGIDA

EM APA2 E EM ÁREA DE RISCO3 CONSOLIDADAS

43 2.158 16.278 79.680 Fonte: PMC/ SEOSP

Os benefícios quantificáveis ou não, incidirão, tanto sobre os respectivos habitantes quanto

sobre o Município, produzindo impactos tais como:

Melhoramentos quanto aos aspectos visual, urbanístico e paisagístico das localidades

subnormais e respectivas habitações;

Inclusão social de aproximadamente 79.680 (setenta e nove mil seiscentos e

oitenta) moradores, quanto:

(a) ao mercado de trabalho e/ou ocupação e renda;

(b) ao mercado de consumo de bens e serviços;

(c) à saúde e educação;

(d) ao recolhimento do IPTU das respectivas moradias;

(e) ao pagamento do consumo de energia elétrica, água, coleta de lixo o que

dificilmente ocorre em condições de subnormalidade;

(f) à redução gradativa de índices de violência e marginalidade; e

(g) a redução da demanda por assistência pública e consequentemente de desembolso

com programas sociais, dentre outros;

10 CONCLUSÃO

A transformação cultural de um povo não se opera da noite para o dia. É uma empreitada que

requer ação, esforço, tempo, desembolso, persistência e acima de tudo vontade. Por isso mesmo,

a proposição do “Camaçari Legal” de promover a urbanização das ocupações clandestinas e ao

mesmo tempo a conscientização dos respectivos moradores, não é tarefa fácil, é, antes de tudo,

um grande desafio político-administrativo que sem dúvida alguma, será o contraponto entre a

2 Área de Preservação Ambiental3 Os principais riscos são: Inundação, desabamento e linhas de transmissão

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atual administração e as anteriores. Porque desde a implantação do Pólo Petroquímico a inércia

dos Chefes do Executivo que se sucederam na prefeitura, está manifesta no aspecto visual

incôndito do Município. A impressão que se tem é de que seja um dos mais pobres do Estado,

posto que, sua aparência não condiz com a receita aqui gerada.

Assim, planeja-se em janeiro próximo vindouro, iniciar a implantação do projeto pelo

assentamento Jardim Limoeiro dadas as suas peculiaridades, quer sejam, de localização -

proximidade ao centro, entrada da cidade e de uma outra área subnormal - dimensão, padrão

construtivo, de caráter ambiental, dentre outros. O sucesso de tal empreendimento vai depender

não só da vontade política, mas, principalmente do nível de envolvimento e comprometimento

das secretarias parceiras.

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DESENVOLVIMENTO DO PROJETO

CAMAÇARI LEGAL

Primeira área a ser intervinda: Assentamento Jardim Limoeiro

JANEIRO 2007

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JJAARRDDIIMM LLIIMMOOEEIIRROO

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AAÇÇÕES I NTEGRADAS COM TODAS AS ÕES I NTEGRADAS COM TODAS AS SECRETARI AS E SECRETARI AS E ÓÓRGÃOS MUNI CI PAI SRGÃOS MUNI CI PAI S

PROJ ETOCAMAÇARI LEGAL

PROJ ETOPROJ ETOCAMACAMAÇÇARI LEGALARI LEGAL

1 TAREFAS JÁ REALIZADAS:

Reuniões entre os representantes das secretarias parceiras;

reunião realizada no Jardim Limoeiro para apresentar a proposta e firmar um pacto

com os moradores;

levantamento topográfico;

cadastramentos físico e socioeconômico (levantamento censitário);

elaboração do projeto de esgotamento sanitário;

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2 TAREFAS EM DESENVOLVIMENTO

Campanha educativa - colocação de placas e distribuição de folder (SEPLAN);

elaboração do projeto de drenagem pluvial;

tabulação e análise dos dados pesquisados;

elaboração do projeto urbanístico e paisagístico (SEPLAN / SEINFRA);

instalação de um Stand no bairro para dar apoio a equipe de trabalho e atender à

população (SEPLAN);

elaboração do projeto de drenagem pluvial;

elaboração da proposta de regularização fundiária do Jardim Limoeiro (SEPLAN).

3 DEMANDAS PRIORITÁRIAS

Pavimentação das ruas do bairro (SEINFRA);

limpeza urbana - capinação e roçagem (LIMPEC);

iluminação pública – luminárias e posteamento (SESP);

posto móvel de saúde, pelo menos uma vez por semana no bairro.(SESAU);

construção de um campo de futebol, provisório - escolha do local, nivelamento e

colocação de traves (SEINFRA/SEDEL)

transporte Coletivo (SESP)

atendimento aos moradores através do projeto Casa Popular(SEPLAN).

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