calendário 3o. trimestre – provas: 2,5 pontos cada · mas se deus é onipotente pode não ter...

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Caro estudante, Este material contém informações básicas sobre os conteúdos e datas das provas e trabalhos do corrente trimestre. Para maiores informações, procure diretamente o professor de filosofia, Daniel de Oliveira Neto. Bons estudos. Calendário 3 o . Trimestre – Provas: 2,5 pontos cada Turma Disciplina Avaliação Data 231 Filosofia Prova 1 16/10/2015 232 Filosofia Prova 1 16/10/2015 Conteúdos Descartes e Leibiniz. Turma Disciplina Avaliação Data 231 Filosofia Prova 2 21/08/2015 232 Filosofia Prova 2 21/08/2015 Conteúdos Idealistas e Empiristas. MATERIAL DE APOIO PARA A PROVA – Lembre-se que não é o conteúdo completo. Utilize as anotações do seu caderno para aprofundamento da matéria, além do livro didático. Junto a este material está disponível um e-book das meditações. Procure, ao ler, fazer os paralelos com os exemplos dados em sala de aula. Bons estudos.

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Caro estudante,Este material contém informações básicas sobre os conteúdos e datas das provas e

trabalhos do corrente trimestre. Para maiores informações, procure diretamente oprofessor de filosofia, Daniel de Oliveira Neto.

Bons estudos.

Calendário 3o. Trimestre – Provas: 2,5 pontos cada

Turma Disciplina Avaliação Data

231 Filosofia Prova 1 16/10/2015

232 Filosofia Prova 1 16/10/2015

Conteúdos

Descartes e Leibiniz.

Turma Disciplina Avaliação Data

231 Filosofia Prova 2 21/08/2015

232 Filosofia Prova 2 21/08/2015

Conteúdos

Idealistas e Empiristas.

MATERIAL DE APOIO PARA A PROVA – Lembre-se que não é o conteúdo completo. Utilizeas anotações do seu caderno para aprofundamento da matéria, além do livro didático.Junto a este material está disponível um e-book das meditações.

Procure, ao ler, fazer os paralelos com os exemplos dados em sala de aula.

Bons estudos.

Esquema de Descartes

Bom senso – todos temos a capacidade de discernir o certo do errado.Tentativa de encontrar um método de investigação que fosse capaz de nos dar a verdade.Fundada a metafísica, a física seria possível e, depois, a medicina, a mecânica e todas asdemais ciências...

Esquema da Primeira Meditação:

1. Instauração do critérioa) o que é provável será tomado como duvidoso e b) o que é duvidoso será tomado como falso.

2. Exclusão dos sentidos – me enganei.3. Por esses mesmos sentidos tomo consciência do mundo (sentado junto à lareira)

a) Louco.b) Sonhando (sonhando ou em vigília)?

4. Em sonho representamos as coisas do mundo.a) Coisas que tomo como reais (sereias peixe mais homem)

a. existentesb. verdadeiras

b) As coisas verdadeiras são as básicas que não posso duvidar, coisas simples:ex. Extensão, cores, grandeza, número, quantidade. (aritmética)Acordado ou dormindo, 2+3=5

5. Mas se Deus é onipotente pode não ter criado a Terra e as coisasMas me dotou de um sentido que me faça parecer que tudo existe.Ele pode querer que me engane quando penso que 2+3=5 (Deus enganador).

6. Como pode Deus querer que eu me engane se ele é soberanamente bom?O caso é que me engano.

7. Em conformidade com os ateus, vamos pensar em Deus como uma fábula.Mas os ateus não podem negar que me engano.O engano é uma imperfeição.Se sou imperfeito, tudo aponta que eu me engane sempre.Se eu me engano, posso me enganar sobre tudo.

8. Vamos lembrar dos enganos, pois estamos habituados com as mentirasTendemos a tomá-la como verdades.

9. Podemos supor um gênio maligno que quer que eu me engane.Posso pensar que eu não tenha corpo, mas quer que eu acredite ter.

10. Se posso cogitar isso, não sou capaz nem de avaliar a existência do meu corpo.

Cógito – 2a. Meditação§1 – Estou como que em águas profundas

§2 – Ponto fixo de Arquimedes - Serei feliz se encontrar ao menos 1 coisa que seja certa e indubitável

§3 – Não há nada de certo no mundo

§4 – Será que existe algum Deus que me põe no espírito tais pensamentos? Não, talvez crie por mim mesmo os pensamentos. - Se não existe nada, será que eu também não existo? - Se pensei algo, se duvidei de algo, existia. - Se Deus me engana é necessário que eu exista.- Eu sou, eu existo: verdadeiro toda vez que pensar isso.

3a Meditação

A terceira meditação de René Descartes retoma a ideia de que é necessária ummétodo para conhecer as outras coisas, porém ainda não sei qual método é esse.

Sempre pensei que poderia conhecer todas as coisas objetivamente, valendo-meimparcialmente de meus sentidos. Foi esse justamente meu maior engano, pois essedescolamento do sujeito não é verdadeiro.

Percebi, que sempre haverá a necessidade de um Eu para pensar. E é este Eu quepode-se atribuir os enganos, embora julgue que estou em acerto.

Até mesmo com relação às coisas mais simples posso estar enganado, pois um blocode cera vai me parecer de um modo de uma momento e de outro no momento seguinte. Oque me garante então a permanência das coisas se não o entendimento? Pois bem, oproblema reside no fato de que eu posso me enganar com as coisas mais simples doentendimento também. Alguém pode querer que eu me engane quando penso que 2+3=5(um Deus enganador, por exemplo). Para avançarmos, então, faz-se necessário determinarse existe ou não um Deus. E se existe, se ele pode ou não me enganar.

Vamos começar analisando o que são as ideias. Ideias são pensamento que formama imagem da coisa. Cabe ao entendimento apreciar as ideias, gerando nossas vontades,afecções ou juízos. Mas as vontades em si não são falsas ou verdadeiras, embora nãosaibamos se são verossímeis. A verdade ou falsidade está relacionada com o juízo que ovivente faz das afecções ou vontades. E o maior erro do juízo é relacionar as ideias a algoexterior.

Sabemos que as ideias são (a princípio consideradas) representações inatas, criadaspela mente, vindas de fora. Mas onde se originam? Originam-se de uma inclinação naturalque eu tenho de interagir com o mundo, meu “eu interior” com o mundo. Não é possívelneste momento determinar se se trata de coisas exteriores (que talvez jamais possaconhecer como são na realidade) ou são meramente pensamentos internos (que conheço).

O que percebo é que ao tentar representar o mundo, observo ideias que semostram mais ou menos perfeitas. E por eu ter produzido ideias errôneas sobre o mundo, epor ter duvidado, noto-me criatura imperfeita. Se sou criatura que pensa coisasimperfeitas, concluo que me engano e erro.

Como pode uma criatura que se engana produzir algo perfeito, na medida em queposso notar a ideia de perfeição em mim?

Observo ideias perfeitas como a bondade, a infinitude, a onipotência, a soberania,etc.

Tais ideias estão em mim e não posso ser a causa delas, pois todo efeito tem umacausa. E de algo imperfeito é impossível gerar algo perfeito. Ou seja, enquanto serimperfeito não posso gerar ou ser a causa da perfeição.

Se não tenho em mim a causa da perfeição que observo em algumas ideias perfeitasque possuo, é porque essas ideias devem ser inatas. Se tenho essas ideias comigo e não asproduzi, é porque nasci com essas ideias.

Se trago comigo, de forma inata, tais ideias, algum ser deve ter posto em mim.Obviamente o ser que as pôs em mim não pode ser tão imperfeito como eu.

Logo, a ideia da perfeição, assim como dos atributos da perfeição que encontroreunidos na ideia que faço de Deus, só pode ter sido posta em mim por um ser perfeito. Eeste ser é Deus. (4ª certeza)

Deus existe e é perfeito.

Se Deus é perfeito não pode ser enganador, pois o engano exclui a ideia debondade, que é uma perfeição. Logo, ao pensar 2+3=5, eu não estou enganado.

Com esse raciocínio, as ideias fundamentais, simples são resgatadas comoverdadeiras.

A partir das ideias simples, é possível recomeçar a busca da construções daconquista da realidade do mundo exterior, através de sucessivos passos, de uma cadeialógica de pensamentos.

O retorno ao Método

Descartes retoma seu anseio pelo método propondo 4 regras fundamentais paraalcançar a verdade (no livro Discurso do Método).

É interessante mencionar, que Santo Agostinho formulou um argumento similar aocogito, mas sem que o tivesse desenvolvido – talvez não se tenha apercebido da sua realimportância.

1 – A evidência – para aceitarmos alguma coisa por verdadeira, não podemos terqualquer dúvida sobre a sua veracidade. À evidência opõe-se a conjectura, que é noessencial, dúvida, mesmo que temporária. A evidência é atingida por intermédio daintuição, aqui entendida como um conceito da mente, que no estado de pureza e deatenção, não é atingida por qualquer dúvida objeto do pensamento;

2 – A análise – as questões devem ser observadas no maior número de partespossível, simplificando-as, para que a razão possa ter um entendimento mais perfeito;

3 – A síntese – conduzir a investigação do mais simples para o mais complexo, éregra de ouro;

4 – A enumeração – o investigador deve realizar enumerações exaustivas e revisõesgerais, de modo a que tenha a convicção de nada ter omitido.

Imagine uma grande peneira onde a coisa a ser observada é posta e “peneirada” empequenas partes, mas depois todas as partes devem ser observadas separadamente einvestigas e revisadas.

Estava aberta, assim, uma nova fase na história da ciência.

Disciplina: Filosofia

Prof.: Daniel de Oliveira Neto

Leibniz – resumo.

VERDADES DE RAZÃO E VERDADES DE FATO EM LEIBNIZ

Leibniz ambicionou constituir uma ciência universal, mas nunca conseguiu levar seu projetoadiante. Suas ideias formam um todo coerente e sistemático que busca explicar a totalidade dascoisas. A lógica tem um papel fundamental nessas explicações e receberam uma inovação com oautor, que concebeu-a como um cálculo matemático (lógica simbólica). É um autor difícil de entendere por isso não é lido por leigos.

O filósofo tenta definir a natureza da verdade. Ele analisa as proposições verdadeiras e concluique em todas elas a noção de predicado está incluída na noção do sujeito. Por exemplo: dizer “otriângulo tem três lados” é uma proposição verdadeira, pois a noção “três lados” (o predicado) estáincluída na de “triângulo” (sujeito). Se fosse dito “o triângulo tem quatro lados” teríamos umaproposição falsa, pois a noção não está incluída na de triângulo. A frase verdadeira poderia serrepresentada, simbolicamente, por A é A (identidade), e a frase falsa, por A é ¬A (contradição). Trata-se de uma retomada do princípio de não contradição, presente na lógica aristotélica (é impossível ser enão ser ao mesmo tempo).

A verdade, portanto, deverá ser sempre expressa pela proposição A é A. Mesmo quandotemos uma proposição do tipo A é B, para conhecer se ela é falsa ou não, devemos analisar e reduzir anoção de B até transformá-la em A e obter a proposição A é A ou A é ¬A. Analisar significa, aqui,identificar tudo o que está no sujeito.

Leibniz reconhece, no entanto, que existem proposições que escapam a essa demonstração epor mais que recuemos em sua análise e em suas causas não chegamos à identidade (A é A). Porexemplo, a afirmação “D. Pedro I deu o grito do Ipiranga” é uma verdade histórica (um fato) que todosnós conhecemos, mas essa verdade não pode ser demonstrada logicamente, pois a noção “dar o gritodo Ipiranga” (predicado) não pode ser identificada com D. Pedro I (sujeito).

Assim, surge dois tipos de verdade: verdades da razão e verdades de fato. As primeiras são asque uma pessoa chega pela análise lógica dos termos de uma proposição (a soma dos ângulosinternos de um triângulo é 180º). As verdades de fato, por sua vez, são as obtidas após a análise defatos que envolvem a proposição (o dia está quente), são temporais, contingentes e físicas.

Como as verdades da razão são obtidas numa análise, as proposições necessárias passam a serdenominadas proposições analíticas, e as proposições contingentes, por sua vez, proposiçõessintéticas. Esses conceitos reaparecerão em Hume e Kant.

As verdades de fato, que não podem ser demonstradas logicamente, serão fundamentadaspelo princípio metafísico da razão suficiente (tudo que existe tem de ter uma causa ou uma razãodeterminante, isto é, que serve para justificar a priori, de antemão, por que algo é assim em vez de serde outra maneira. Assim, procurando as causas ou razões de uma proposição contingente,encontramos uma imediata, e depois, outra, e mais outra, até o infinito. Então será preciso admitir,

Disciplina: Filosofia

Prof.: Daniel de Oliveira Neto

como razão suficiente e última, Deus, pois é ele quem dá suficiência às coisas, é ele a causa primeiradas coisas.

A ideia da possibilidade surge com as verdades de fato que não são necessárias (como as darazão) e seu contrário é possível, ou seja, poderia não ter ocorrido (o gato é arisco ou não é) e seriaperfeitamente possível. Isso significa que têm vários possíveis. Será, então que o mundo poderia sertotalmente diferente? Não, porque Deus é um ser com o máximo de essência ou qualidades, no qualestariam contidas todas as verdades, todo o cosmo, e ele agiria sempre com um máximo de perfeição.Portanto, Deus teria escolhido um mundo composto de uma série de possíveis (chamadas co-possíveis) que não contradizem entre si e que formam a melhor combinação de possíveis. Em outraspalavras, como Deus só poderia fazer o melhor possível, este é o melhor dos mundos possíveis.

Disciplina: Filosofia

Prof.: Daniel de Oliveira Neto

Empiristas

O termo Empirismo designa uma perspectiva epistemológica defendida por algunsfilósofos, entre os quais Locke, Berkeley e Hume, segundo a qual todo o conhecimento humanosubstancial tem origem na experiência.

Locke

Locke afirma que as palavras enunciam ideias sensíveis. Como isso acontece? Primeiro, poderemosconhecer a origem das nossas noções pela dependência que as palavras tem em comum com as ideiassensíveis; Em segundo lugar, elas podem também significar noções remotas que não possuem relaçãodireta com os sentidos, como, por exemplo, "imaginar", "apreender", "compreender"; Um terceiromomento se pode constatar em todas as linguagens, que os nomes que significam coisas e não seencontram sob nossos sentidos derivaram inicialmente de ideias sensíveis. A última etapa, nesseprocesso de compreensão da origem das ideias, os homens para se comunicarem foram obrigados aemprestar palavras das conhecidas ideias da Sensação para que outras pessoas percebam a mesmasensação, mas sem o estímulo externo. A partir daí, "concordaram com os nomes para significar estasoperações internas de suas mentes, eles estavam suficientemente providos para tomar conhecidaspor palavras todas as suas outras ideias, desde que elas não podiam consistir de nada exceto depercepções sensíveis externas, ou de operações internas de suas mentes a respeito delas."

Disciplina: Filosofia

Prof.: Daniel de Oliveira Neto

Idealistas

Hegel

A Ideia, A Natureza, O Espírito

Os três grandes momentos hegelianos no devir dialético da realidade são aideia, a natureza, o espírito.

A ideia constitui o princípio inteligível da realidade; a natureza é aexteriorização da ideia no espaço e no tempo; o espírito é o retorno da ideia para simesma.

Para Hegel, o homem está em movimento rumo ao seu aperfeiçoamento, e aprimeira fase é a ideia. A ideia se desenvolve interiormente em um processo dialético,segundo o esquema triádico (tese, antítese, síntese), cujo complexo (processo) éobjeto de estudo da Lógica; a saber, a ideia é o sistema dos conceitos puros, querepresentam os esquemas do mundo natural e do espiritual. É, portanto, anterior aestes, mas apenas logicamente.

Chegada ao fim de seu desenvolvimento abstrato, a ideia torna-se natureza,passa da fase em si à fase fora de si; esta fase representa a grande antítese à grandetese (a ideia). Na natureza a ideia perde como que a sua pureza lógica, mas emcompensação adquire uma concretidade que antes não tinha. A ideia, deveriadesenvolver-se das formas ínfimas do mundo físico até às formas mais perfeitas davida orgânica.

Finalmente, tendo a natureza esgotado a sua fecundidade, a ideia, assimconcretizada, volta para si, toma consciência de si no espírito, que é precisamente aideia por si: a grande síntese dos opostos (ideia e natureza). O espírito desenvolve-seatravés dos momentos dialéticos de subjetivo (indivíduo), objetivo (sociedade),absoluto (Deus); este último se desenvolve, por sua vez, em arte (expressão doabsoluto na intuição estética), religião (expressão do absoluto na representaçãomítica), filosofia (expressão conceptual, lógica, plena do absoluto).

Disciplina: Filosofia

Prof.: Daniel de Oliveira Neto

HEGEL

Com o espírito subjetivo, a individualidade empírica, nasce a consciência domundo. O espírito subjetivo compreende três graus dialéticos: consciência,autoconsciência e razão; com esta última é atingida a consciência da unidade do eu edo não-eu. O espírito subjetivo é estudado, em sentido vasto, pela psicologia, que sedivide em antropologia, fenomenologia do espírito, psicologia propriamente dita. Nãoestando, pois, o espírito individual em condição de alcançar, no seu isolamento, os finsdo espírito, de realizar a plena consciência e liberdade do espírito, surge e se afirma afase do espírito objetivo, isto é, a sociedade. No espírito objetivo, nas concretizaçõesda sociedade, Hegel distingue ainda três graus dialéticos: o direito (que reconhece apersonalidade em cada homem, mas pode regular apenas a conduta externa doshomens); a moralidade (que subordina interiormente o espírito humano à lei dodever); a eticidade ou moralidade social (que atribui uma finalidade concreta à açãomoral, e se determina hierarquicamente na família, na sociedade civil, no estado).

A sociedade do estado transcende a sociedade familiar bem como a sociedadecivil, que é um conjunto de interesses econômicos e se diferencia em classes ecorporações. O estado transcende estas sociedades, não porque seja um instrumentomais perfeito para a realização dos fins materiais e espirituais da pessoa humana (aqual unicamente tem realidade metafísica); mas porque, segundo Hegel, tem elemesmo uma realidade metafísica, um valor ético superior ao valor particular e privadodas sociedades precedentes, devido precisamente à sua maior universalidade eamplitude, isto é, é uma superior objetivação do espírito, segundo a metafísicamonista-imanentista de Hegel, daí derivando uma concepção ético-humanista doestado, denominada por Hegel espírito vivente, razão encarnada, deus terreno.

Segundo a dialética hegeliana, naturalmente a sucessão e o predomíniodos vários estados na história da humanidade são necessários, racionais eprogressivos; e necessária, racional e progressiva é a luta, a guerra, grças à qual, aopredomínio de um estado se segue o predomínio de um outro, a um povo eleitosucede um outro. Este, no fundo, tem razão sobre o vencido unicamente porque évencedor, e aquele tem culpa unicamente porque é vencido. A história do mundo -com todo o mal, as injustiças, os crimes de que está cheia - seria destarte o tribunaldo mundo. (O que se compreende, quando se faz coincidir o "ser" com o "deve ser",como acontece de fato no sistema hegeliano, graças à dialética dos opostos, em queos valores - verdadeiro-falso, bem-mal, etc. - são nivelados, porquanto igualmentenecessários para a realização da idéia).

Se bem que no sistema hegeliano a vida do espírito culmine efetivamente noestado, põe dialeticamente acima do espírito objetivo o espírito absoluto, em que,através de uma última hierarquia ternária de graus (arte, religião, filosofia), o espíritorealizaria finalmente a consciência plena da sua infinidade, da sua natureza divina, emuma plena adequação consigo mesmo.

Na arte o espírito tem intuição, em um objeto sensível, da sua essênciaabsoluta; quer dizer, o belo é a idéia concretizada sensivelmente. Portanto, no

Disciplina: Filosofia

Prof.: Daniel de Oliveira Neto

momento estético, o infinito é visto como finito. Na religião, pelo contrário, se efetua aunidade do finito e do infinito, imanente no primeiro; mas em forma sentimental,imaginativa, mítica. Hegel traça uma classificação das religiões, que não passa deuma história das mesmas, segundo o seu sólito método dialético. Nessa classificaçãodas religiões o cristianismo é colocado no vértice como religião absoluta, enquanto noministério da encarnação do Verbo, da humanação de Deus, ele vê, ao contrário, aconsciência que o espírito (humano) adquire da sua natureza divina.

Acima da religião e do cristianismo está a filosofia, que tem o mesmo conteúdoda religião, mas em forma racional, lógica, conceptual. Na filosofia o espírito se tornainteiramente autotransparente, autoconsciente, conquista a sua absoluta liberdade,infinidade. Como as várias religiões representam um processo dialético para a religiãoabsoluta, assim, os diversos sistemas filosóficos, que se encontram na história dafilosofia, representariam os momentos necessários para o advento da filosofiaabsoluta, que seria o idealismo absoluto de Hegel.

Leia mais: http://www.mundodosfilosofos.com.br/hegel2.htm#ixzz2drYErrTm

Ciência:

Pode-se dividir a ciência em:1. LÓGICA (metafísica) ou ciência da idéia em si e para si;2. FILOSOFIA DA NATUREZA ou ciência de idéia em sua existência exterior a si mesma;3. FILOSOFIA DO ESPÍRITO ou ciência da idéia que, após sua exteriorização, volta a recolher-se em si mesma.

Portanto, na natureza, assim como no espírito, encontramos a idéia. Só que na natureza a idéia tem uma existência exterior, ao passo que no espírito a idéia somente existe em si e para si (recolheu-se).

Consciência:

- PROCESSO DE FORMAÇÃO DA CONSCIÊNCIA:1. Relações Morais (família/ vida social);2. Linguagem (simbolizações/ representações);3. Trabalho (interação do homem com a natureza para extração de seus meios de subsistência).

As relações morais explicam o papel que o Outro exerce na formação da consciência de um

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indíviduo¹. Ou seja, o indivíduo só se reconhece quando o Outro o reconhece. E este, por sua vez, depende do reconhecimento daquele para se reconhecer como tal.O trabalho mostra a maneira com que o homem interage com a natureza, considerando-a objeto donde extrai os meios de sua subsistência.A linguagem se dá pelos processos de simbolização e representação e, pode-se dizer, origina as outras duas fases do processo (moral e trabalho), podendo ser considerada como de maior importância. Entretanto, não é assim tratada por Hegel, que estabelece as três fases em uma mesma linha de importância.

- ETAPAS DO PROGRESSO DA CONSCIÊNCIA:1. Consciência sensível: trata-se daquela consciência que supõe apreender o concreto na sensação. Contudo, segundo Hegel, essa apreensão só se efetiva com o conceito do objeto, que permite estabelecer-se uma relação das qualidades sensíveis com o objeto determinado/conceituado;2. Entendimento: trata-se da busca pelo alcance da essência dos fenômenos, sendo, portanto, o mundo supra-sensível produto do entendimento;3. Consciência de si: diz Hegel "Ao retirar o véu que cobre o real, procurando penetrar nas coisas, encontramos apenas a nós mesmo."Ou seja, a consciência descobre dentro dela o ser que ela achava estar fora de si, daí consciência de si;4. Consciência de si em si e para si: aqui, pode-se dizer, a consciência chega ao seu ápice: é o momento em que ela se completa e é em si e para si, justamente pelo reconhecimento da Outra.

Dialética:

A dialética supõe Tese, Antítese e Síntese.

1. TESE: idéia absoluta ou razão - EU;2. ANTÍTESE: sair de si da idéia - natureza - (desgradação) - NÃO EU;3. SÍNTESE: regeneração da idéia no espírito - EU ABSOLUTO.

Fenomenologia do Espírito:

A Fenomenologia descreve o itinerário da alma que se eleva a espírito por meio da consciência; descreve a história do espírito humano: da consciência do conhecimento comum ao saber absoluto. Isso ocorre em etapas, dialeticamente, onde as mais elevadas contém as inferiores, como momentos suprassumidos (mantém-se as etapas inferiores).Hegel concebe que devemos saber lidar com as contradições já que estas vem refutar afirmaçõese trazer uma nova concepção da consciência do real, de modo que aquelas são suprassumidas, isto é, negadas na idéia original, mas conservadas na sua essência profunda. Hegel exemplifica o

Disciplina: Filosofia

Prof.: Daniel de Oliveira Neto

movimento dialético com a flor, que nega a realidade do botão, mas que o conserva na sua essência já que a inexistência daquele acarretaria a sua inexistência.Nas etapas, então, o inferior é anulado pelo superior, porém, sem que esta elimine aquela ao superá-la, mas, sim a conserva (a suprassume).O saber absoluto (síntese no processo dialético) não é algo inacessível ao saber, mas é o saber desi mesmo no saber da consciência: a auto-reflexão. O saber fenomênico é o saber progressivo que o absoluto tem de si mesmo.

A dialética do Senhor e do Escravo:

Nessa metáfora, Hegel pretende demonstrar o processo da identidade da consciência em sua luta pelo reconhecimento pelo outro (a outra consciência). Verifica-se, porém, através de leitura da Fenomenologia, que essa luta pelo reconhecimento se dá, em verdade, em um único sujeito com duas - ou mais - consciências².Primeiramente uma consciência - Senhor - visa submeter a outra ao tê-la como objeto - Escravo -, não obstante, ao mesmo tempo, por depender do reconhecimento desta, indiretamente a concebe também como sujeito. Assim, essa outra consciência - escravo - é, ao mesmo tempo, sujeito e objeto. Dessa maneira, as consciência se provam em uma luta de morte (dominação).Ou seja, o senhor submete o escravo, contudo, depende que este o reconheça como senhor, reconhecendo, implícitamente, que o escravo é também sujeito. Este último, assim, é reconhecido como sujeito pelo senhor e para este trabalha, garantindo a sua existência.Ora, dessa maneira o escravo supera sua condição de consciência submetida à do senhor, enquanto este, dependendo do reconhecimento e do trabalho daquele, se rebaixa a uma condição inferior.Assim, invertem-se, dialeticamente, as posições das consciências e quem antes era sujeito, agora se reduz à mero objeto e o objeto se eleva a sujeito.

http://ellenaquino.blogspot.com.br/2010/03/georg-wilhelm-friedrich-hegel-primeiras.html