cálculo parâmetros lt ufpe

Upload: bruno-andrade

Post on 28-Feb-2018

229 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 7/25/2019 Clculo Parmetros Lt Ufpe

    1/118

    UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

    CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCINCIAS

    PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM ENGENHARIA ELTRICA

    DCIO DA SILVA MELO

    APLICAO DE SINCROFASORES PARA

    AFERIO DE PARMETROS ELTRICOS DE

    LINHAS DE TRANSMISSO.

    Recife, Setembro de 2008

  • 7/25/2019 Clculo Parmetros Lt Ufpe

    2/118

    i

    UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

    CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCINCIAS

    PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM ENGENHARIA ELTRICA

    APLICAO DE SINCROFASORES PARA

    AFERIO DE PARMETROS ELTRICOS DE

    LINHAS DE TRANSMISSO.

    por

    DCIO DA SILVA MELO

    Dissertao submetida ao Programa de Ps-Graduao em Engenharia Eltrica da

    Universidade Federal de Pernambuco como parte dos requisitos para a obteno do grau de

    Mestre em Engenharia Eltrica

    ORIENTADOR: PROF. JOS MAURCIO DE BARROS BEZERRA,D.SC

    Recife, Setembro de 2008

    Dcio da Silva Melo, 2008

  • 7/25/2019 Clculo Parmetros Lt Ufpe

    3/118

    M528a Melo, Dcio da Silva.Aplicao de sincrofasores para aferio de parmetros eltricos

    de linhas de transmisso / Dcio da Silva Melo. - Recife: O Autor,2008.

    xii, 104 folhas, il : tabs. Grafs.

    Dissertao (Mestrado) Universidade Federal de Pernambuco.CTG. Programa de Ps-Graduao em Engenharia Eltrica, 2008.

    Inclui Referncias e Anexos.

    1. Engenharia Eltrica. 2.Parmetro de Linha. 3.Sincrofasores.4.PMU. 5.Processamento de Energia. I Ttulo

    UFPE 621.3BCTG/ 2009-070

  • 7/25/2019 Clculo Parmetros Lt Ufpe

    4/118

    ii

  • 7/25/2019 Clculo Parmetros Lt Ufpe

    5/118

    iii

    DEDICATRIA

    Dedico a:

    Aos meus pais, Jos Pedro de Melo e

    Maria Jos da Silva Melo.

    Em especial, a minha esposa Niedja

    Queiroz Melo e meus filhos Rayanne

    Nascimento Melo, Wallace Nascimento

    Melo e Dcio da Silva Melo Junior.

  • 7/25/2019 Clculo Parmetros Lt Ufpe

    6/118

    iv

    AGRADECIMENTOS

    Agradeo a Deus, que sempre esteve presente em todos os momentos da minha

    vida.

    Aos professores do mestrado em engenharia eltrica da Universidade Federal de

    Pernambuco (UFPE) pela oportunidade de aprimorar o conhecimento.

    A CHESF pela oportunidade de participao neste mestrado.

    Ao colega Herivelto de Souza Bronzeado, por ter sugerido o tema de dissertao e

    pelo apoio durante o desenvolvimento deste trabalho.Ao professor da UNICAMP Jose Pissolato Filho pelo apoio durante o

    desenvolvimento do trabalho.

    Ao meu orientador, professor Jos Mauricio de Barros Bezerra, pelo ensinamento e

    cooperao durante o desenvolvimento do trabalho.

    Aos colegas Tranquelino Ferreira Monteiro, Paulo Roberto Pereira da Silva, Wilson

    Santos de Santana pelo desenvolvimento do trabalho em laboratrio.

    Ao apoio da REASON Tecnologia S.A. pelos equipamentos fornecidos para os

    testes, e pela consultoria tcnica nas montagens de laboratrio e de campo.

    Aos colegas Lucio Correa Meireles, Maria do Socorro Cavalcanti Melo e Marcos

    Antnio Rolim Villa Verde pelo companheirismo antes, durante e aps o mestrado.

    Aos colegas Joo Varela Eduardo, Antnio Roseval Ferreira Freire e Antnio Elias

    de Almeida Nogueira pelo apoio durante o desenvolvimento do trabalho e anlise da

    aderncia dos resultados ao sistema de potncia.

    Ao colega Jose Geraldo da Silva Jnior pela reviso final do trabalho.

    Aos meus pais, Jos Pedro de Melo e Maria Jos da Silva Melo, pelo amor carinho

    e dedicao durante toda minha vida.

    Enfim, a todos que, de alguma forma direta ou indiretamente, contriburam para a

    realizao deste trabalho.

    Dcio da Silva Melo

    Universidade Federal de Pernambuco

    30 de Setembro de 2008

  • 7/25/2019 Clculo Parmetros Lt Ufpe

    7/118

    v

    Resumo da Dissertao apresentada UFPE como parte dos requisitos necessriospara a obteno do grau de Mestre em Engenharia Eltrica

    APLICAO DE SINCROFASORES PARA AFERIO DEPARMETROS ELTRICOS DE LINHAS DE

    TRANSMISSO

    Dcio da Silva Melo

    Setembro/2008

    Orientador:Prof. Jos Maurcio de Barros Bezerra, D.Sc

    rea de Concentrao:Processamento da Energia

    Palavras-chaves: Parmetros de linha, PMU Unidade de Medio de Fase,

    Sincrofasores

    Nmero de Pginas:118

    RESUMO: Este trabalho apresenta uma metodologia que permite medir os parmetros

    eltricos de linha, baseado na oscilografia dos registradores digitais de perturbao, e emseguida permite avaliar a preciso da metodologia desenvolvida em relao aos mtodos de

    clculo convencionalmente utilizados. A partir da metodologia proposta, foram

    desenvolvidas rotinas computacionais, utilizando-se o software MATLAB, que

    possibilitam aferir os parmetros das linhas de transmisso, tendo como entrada de dados

    os registros de oscilografia dos registradores digitais de perturbao, desde que estes

    possuam suas medies e converses analgico-digitais sincronizadas atravs de sistema

    de posicionamento global. A validao da metodologia utilizada e das rotinas

    computacionais desenvolvidas foi realizada atravs de simulaes preliminares no softwareATP. A partir de tais simulaes, foi possvel a gerao de registros de oscilografia em

    dois terminais de uma linha de transmisso utilizada como teste. De posse desses registros,

    foram utilizadas rotinas computacionais desenvolvidas no MATLAB para aferio dos

    parmetros. Em testes realizados em laboratrio, foi validada a possibilidade de obteno

    de fasores com erros inferiores a 0,1 graus eltricos em seus argumentos. Tal preciso

    representa a condio necessria para se obter os parmetros eltricos de uma linha de

    transmisso com um erro inferior a trs por cento. Como estudos de caso em campo, foram

    realizadas aferies dos parmetros eltricos da LT da CHESF Messias-Recife II, de 500kV.

  • 7/25/2019 Clculo Parmetros Lt Ufpe

    8/118

    vi

    Abstract of Dissertation presented to UFPE as a partial fulfillment of theRequirements for the degree of Master in Electrical Engineering

    APPLICATION OF SINCROFASORES FOR AFERIO OF

    ELECTRIC PARAMETERS OF LINES OF TRANSMISSION.

    Dcio da Silva Melo

    September /2008

    Supervisor: Prof. Jos Maurcio de Barros Bezerra, D.Sc

    Concentration area: Energy processing

    Keywords: Line parameters, PMU - Phasor Measurement Units,

    Synchrophasor

    Number of pages: 118

    ABSTRACT: This paper presents a methodology that allows measuring the line

    electrical parameters, based on the oscillography of digital registers of disturbance, and

    then evaluates the accuracy of the developed methodology in comparison to the calculation

    methods traditionally used. According to the the proposed methodology, computational

    routines were developed using the MATLAB, that enables the measurements of the

    transmission lines parameters having as input data the oscillographys report from digital

    registers of disturbance, as long as these ones have their measurements and digital

    analogical conversions synchronized by a global positioning system. The validation of the

    used methodology and the developed routines was performed by preliminary simulations at

    the ATP. Through such simulations it was possible to generate oscillography registers in

    two transmission line terminals used as test. From theses registers, computational routines

    were developed in MATLAB to obtain electrical parameters. In tests accomplished in

    laboratory it was confirmed the possibility of obtaining phasors with errors inferior to 0.1

    electrical degrees in their arguments. Such precision represents the necessary condition to

    calculate the electric parameters of a transmission line with an error inferior to three

    percent. As study cases in field it was measured the electric parameters of 500 kV

    CHESFs transmission line Messias-Recife II.

  • 7/25/2019 Clculo Parmetros Lt Ufpe

    9/118

    vii

    SUMRIO

    DEDICATRIA...................................................................................................................iiiAGRADECIMENTOS.........................................................................................................ivRESUMO .............................................................................................................................. vABSTRACT ......................................................................................................................... viLISTA DE FIGURAS ..........................................................................................................ixLISTA DE TABELAS ..........................................................................................................xLISTA DE ABREVIATURAS E SMBOLOS.................................................................... xi1 Consideraes iniciais....................................................................................................... 1

    1.1 Introduo ..................................................................................................................11.2 Motivao ..................................................................................................................31.3 Reviso bibliogrfica ................................................................................................. 41.4 Os objetivos deste trabalho........................................................................................81.5 Diviso dos Captulos ................................................................................................ 8

    2 Clculo e medio convencional de parmetros de linhas de transmisso .....................102.1 Metodologia de clculo de parmetros eltricos de linhas de transmisso..............11

    2.1.1 Indutncia .......................................................................................................... 112.1.2 Capacitncia.......................................................................................................142.1.3 A Resistncia e Condutncia em Paralelo ......................................................... 19

    2.2 Consideraes sobre uma LT real............................................................................202.2.1 Altura mdia do condutor.................................................................................. 212.2.2 Mtodo de Carson.............................................................................................. 22

    2.2.3 Reatncia e Susceptncia de seqncia das LTs ............................................... 232.2.4 Dificuldades prticas de implementao do clculo convencional: ..................252.2.5 Anlise da sensibilidade da metodologia convencional .................................... 25

    2.3 Medio convencional de parmetros de LTs ......................................................... 282.3.1 Metodologia tradicional de medio direta de parmetros de LT.....................302.3.2 Aplicao da metodologia de medio direta de parmetros eltricos de LTs . 322.3.3 Dificuldades prticas de implementao da medio direta.............................. 34

    2.4 Comparao entre valores calculados e medidos.....................................................343 Modelo para aferio de parmetros de linhas a partir das grandezas fasoriais em seus

    terminais..........................................................................................................................373.1 Clculo de parmetros de linha em sistema sem indutncia mtua e sistema

    perfeitamente equilibrado a partir dos fasores sincronizados.................................. 383.2 Decomposio de sistemas desequilibrados em componentes simtricas ............... 393.2.1 Expresses das tenses ou intensidades de um sistema trifsico em funo das

    componentes simtricas..................................................................................... 413.2.2 Expresses das componentes simtricas em funo das tenses ou intensidade

    de corrente de um sistema trifsico. ..................................................................413.3 Extrao dos fasores, a partir dos registros de oscilografia de um equipamento

    qualquer. ..................................................................................................................424 Validao do modelo a partir do ATP ............................................................................ 46

    4.1 Obteno dos parmetros da LT a partir dos fasores............................................... 464.1.1 Calcular o Modelo PI equivalente atravs da medio indireta de parmetros de

    LT. ..................................................................................................................... 464.1.2 Calcular os parmetros ABCD de Sequncia Positiva e Zero desta LT............47

  • 7/25/2019 Clculo Parmetros Lt Ufpe

    10/118

    viii

    4.1.3 Arbitrar fasores desequilibrados de corrente e tenso nos terminais da mesma ecalcular os fasores na entrada desta LT ............................................................. 49

    4.1.4 Recalcular os parmetros da LT ........................................................................ 514.2 Obteno dos parmetros da LT a partir de simulaes no ATP............................. 52

    4.2.1 Modelagem no ATP da LT................................................................................ 524.2.2 Gerao de oscilografias nos dois terminais de LT........................................... 534.2.3 Converso do formato dos arquivos gerados..................................................... 544.2.4 Re-clculo dos parmetros da LT...................................................................... 54

    5 Validao do modelo a partir de aferies laboratoriais e de campo..............................565.1 Caractersticas da LT escolhida para aplicao da metodologia ............................. 565.2 Realizao de testes em laboratrio.........................................................................58

    5.2.1 Montagem de uma plataforma em laboratrio .................................................. 585.2.2 Clculo de fasores nos secundrios dos transformadores de instrumentos ....... 605.2.3 Aferio e parametrizao dos equipamentos para a simulao. ...................... 605.2.4 Simulao dos fasores da LT............................................................................. 61

    5.2.5 Ratificao da resoluo do equipamento ......................................................... 625.2.6 Aferio dos parmetros a partir da oscilografia gerada. .................................. 62

    5.3 Validao do modelo em uma LT do sistema de transmisso................................. 635.3.1 Instalao dos equipamentos nos terminais da LT ............................................ 635.3.2 Anlise dos registros.......................................................................................... 675.3.3 Anlise das causas da divergncia de parmetros .............................................715.3.4 Avaliao da aderncia do novo modelo ao Sistema de Potncia..................... 72

    5.4 Avaliao dos erros de processamento de sinal ....................................................... 736 Concluses e perspectivas............................................................................................... 76ANEXOS............................................................................................................................. 78Anexo A - Programas de Modelagem da 05L7 ...................................................................78Anexo B - Programas para Clculo de Parmetros ............................................................. 81Anexo C Roteiros de Testes em Laboratrio ...................................................................94Anexo D Modelagem no ATP da LT Messias Recife II ............................................... 101REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .............................................................................. 102

  • 7/25/2019 Clculo Parmetros Lt Ufpe

    11/118

    ix

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 3.1 - Decomposio de um sistema desequilibrado............................................. 39Figura 3.2 - Componentes Simtricas ............................................................................. 40

    Figura 3.3 - Discretizao de um sinal com 8 amostras por ciclo................................... 43Figura 4.1 - Diagrama Fasorial dos terminais da LT 05L7 MSI/RCD............................ 51Figura 4.2 - Modelagem no ATP da LT 05L7 MSI/RCD............................................... 53Figura 4.3 - Oscilografia do Terminal de MSI................................................................ 53Figura 4.4 - Oscilografia do Terminal de RCD............................................................... 54Figura 4.5 - Fasores calculados usando-se os arquivos CSV..........................................55Figura 5.1 - Diagrama unifilar da 05L7 no terminal de RCD .........................................57Figura 5.2 - Diagrama unifilar da 05L7 no terminal de MSI ..........................................57Figura 5.3 - Diagrama de Montagem em Laboratrio..................................................... 58Figura 5.4 - Instalao da antenas receptoras GPS em Laboratrio................................ 59Figura 5.5 - Equipamentos usados em Laboratrio......................................................... 59

    Figura 5.6 - Oscilografia aps aferio dos RDPs .......................................................... 61Figura 5.7 - Simulao de Fasores em laboratrio.......................................................... 61Figura 5.8 - Preciso de um microssegundo entre equipamentos ................................... 62Figura 5.9 - Diagrama de montagem de RDPs na instalao de MSI............................. 64Figura 5.10 - RDP instalado no terminal de MSI.............................................................. 65Figura 5.11 - Antena receptora instalada no terminal de MSI ..........................................65Figura 5.12 - RDP instalado no terminal de RCD............................................................. 66Figura 5.13 - Antena receptora instalada no terminal de RCD .........................................66Figura 5.14 - Comportamento trmico dos condutores da LT 05L7................................. 68Figura 5.15 - Comportamento dirio da resistncia .......................................................... 69Figura 5.16 - Comportamento dirio da reatncia............................................................. 69Figura 5.17 - Comportamento dirio da suscepitncia......................................................70Figura 5.18 - Comportamento dirio da capacitncia ....................................................... 70Figura 5.19 - Digrama de Ishikawa Divergncia entre parmetros................................ 71Figura 5.20 - Previso diria de consumo da LT 05L7..................................................... 72Figura 5.21 - Fases do processo de transformao do sinal ..............................................73Figura 5.22 - Relacionamento entre erro de fase e os parmetros de seqncia zero....... 74Figura 5.23 - Relacionamento entre erro de fase e os parmetros de seqncia positiva . 74Figura B.1 - Interconexo entre os Programas................................................................. 81Figura C.1 - Diagrama de interligao para a aferio dos equipamentos ......................95Figura C.2 - Parametrizao do RDP para calibrao ..................................................... 96

    Figura C.3 - Erros entre disparos menor ou igual a 1 microssegundo............................. 97Figura C.4 - Sobreposio das seis fase de tenso e seis de correntes............................. 97Figura C.5 - Diagrama de interligao entre os equipamentos ........................................98Figura C.6 - Registro oscilografico gerado em laboratrio .............................................99Figura D.1 - Modelagem no ATP da LT 05L7 MSI/RCD.............................................101

  • 7/25/2019 Clculo Parmetros Lt Ufpe

    12/118

    x

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 3.1 - Processamento digital do sinal de oscilografia............................................ 45Tabela 4.1 - Parmetros da LT 05L7, calculados de forma indireta................................ 47Tabela 4.2 - Parmetros de seqncia positiva e zero da LT analisada........................... 47Tabela 4.3 - Fasores arbitrados no terminal de Recife II................................................. 49Tabela 4.4 - Fasores de entrada e sada da LT 05L7 ....................................................... 51Tabela 4.5 - Resultado do Clculo de Parmetros (a partir dos fasores)......................... 52Tabela 4.6 - Resultado do Clculo de Parmetros (a partir do ATP) .............................. 55Tabela 5.1 - Fasores nos secundrios de Transformadores de Instrumentos................... 60Tabela 5.2 - Resultado da aferio de parmetros (em laboratrio)................................ 62

    Tabela 5.3 - Parmetros calculados da LT a partir dos fasores. ...................................... 67Tabela C.1 - Fasores nos secundrios de Transformadores de Instrumentos................... 99Tabela C.2 - Valores de parmetros encontrados........................................................... 100Tabela D.1 - Parmetros utilizados na modelagem da LT.............................................. 101Tabela D.2 - Parmetros da LT modelada...................................................................... 101

  • 7/25/2019 Clculo Parmetros Lt Ufpe

    13/118

    xi

    LISTA DE ABREVIATURAS E SMBOLOS

    ABREVIATURAS

    ATP................- Alternative Transients ProgramATPDRAW ...- Interface grfica para o rotina computacional ATPBNB...............- Subestao de BanabuiuCHESF........... - Companhia Hidro Eltrica do So FranciscoCOMTRADE - IEEE Standard Commom Format for Transient Data ExchangeCSV ...............- Comma Separated Values Formato de Arquivo, cujos dados so

    separados por virgula.

    FEX................- Feixe ExpandidoFTZ................- Subestao de FortalezaGPS................- Global Positioning SystemIED ................- Inteligent Eletronic DeviceIP....................- Internet ProtocolIRIG-B...........- Inter Range Instrumentation Group Time CodeLED ...............- Light Emmitting DiodeLT ..................- Linha de TransmissoMATLAB ......- Matrix LaboratoryMLG ..............- Subestao de MilagresMSI................- Subestao de Messias

    OPGW ...........- Optical Ground WirePAF................- Subestao de Paulo Afonso IIIPMU ..............- Phasor Measurement UnitsRCD...............- Subestao de Recife IIRDP ...............- Registrador Digital de PerturbaoRMG..............- Raio Mdio GeomtricoRTC ...............- Relao do Transformador de CorrenteRTP................- Relao do Transformador de PotencialSCS................- Sistema de Controle SupervisrioSE ..................- SubestaoSEP ...............- Sistema Eltrico de PotenciaTC..................- Transformador de CorrenteTI ...................- Transformador para InstrumentoTOP................- The Output Processor - Rotina computacional para converso de um

    formato de arquivo para outro.TP ..................- Transformador de PotencialTPC................- Transformador de Potencial Capacitivo

  • 7/25/2019 Clculo Parmetros Lt Ufpe

    14/118

    xii

    SMBOLOS

    i ...................= condutores da linha de transmissoV& ...................= Fasor calculado a partir das amostrasf [Hz]............= Freqncia do sistema

    iH [m] ...........= Altura do condutor i sobre o solo, no ponto de sua suspenso, junto estrutura

    ih [m] ............= Altura mdia do condutor

    jiD [m] ...........= Distancia do condutor i e a imagem do condutor j

    jid [m] ............= Distncia entre os condutores i e j

    if [m] .............= Flexa do condutor estimada para um vo mdio da linha de transmissosob condies de temperatura mdia

    [.m] .........= Resistividade do solo

    iz& [/Km] .....= Elementos da diagonal da matriz de impedncia com lao formado pelocondutor i e a terra

    cir [/Km] .....= Resistncia do condutorH [m] ..........= Variao da altura da linha de transmissoC0 [nF/km] ...= Capacitncia de seqncia zeroC1 [nF/km] ...= Capacitncia de seqncia positivaK ...................= k-esimo Item das amostras

    N ....................= Nmero total de amostrasR0 [/Km] ....= Resistncia de seqncia zeroR1 [/Km] ....= Resistncia de seqncia positivaX0 [/Km] ....= Reatncia de seqncia zeroX1 [/Km] ....= Reatncia de seqncia positivaXK ..................= Valor da k-sima amostra

  • 7/25/2019 Clculo Parmetros Lt Ufpe

    15/118

    1

    1CONSIDERAES INICIAIS

    1.1 Introduo

    As linhas de transmisso (LT) se constituem elementos primordiais dos sistemas

    eltricos de potncia, pois so responsveis pela interligao das fontes de energia com os

    consumidores finais. No Brasil, em particular, a concentrao do consumo de energia em

    regies especficas associada com uma gerao de vocao tipicamente hidreltrica e,

    portanto, localizada em locais remotos, exige uma malha de transmisso de grande porte. A

    modelagem de tal quantidade de elementos impe um rigor bastante elevado, j que

    imprecises nessa representao podero produzir desvios significativos entre os

    resultados dos estudos de planejamento e aqueles verificados na operao diria do

    sistema.

    Tais desvios tornam-se ainda mais relevantes quando se considera que a rede

    eltrica brasileira, por dispor de centros de controle regionais e nacionais com telemedidas

    em tempo real de praticamente todas as barras do sistema de potncia, permite um

    confronto direto entre o estado previsto para as mesmas e o estado de fato observado. As

    diferenas, se importantes, podem desacreditar completamente os estudos e as suas

    recomendaes, especialmente aquelas destinadas a superao de situaes de

    contingncias.

    Tal quadro assume uma gravidade ainda maior quando se tem em conta que os

    modelos das LTs subsidiam decises cruciais para um funcionamento confivel do sistema,

    uma vez que elemento chave no estabelecimento do nvel de curto-circuito das diversas

    barras da rede. Define, portanto, no somente a capacidade de interrupo dos conjuntos de

    manobra, como tambm o correto encadeamento dos dispositivos de proteo primria e de

    retaguarda, assegurando, assim, uma seletividade tal que apenas os circuitos realmente

    atingidos pela anormalidade sejam isolados, minimizando as repercusses no restante do

    sistema.A compensao das prprias LTs outro aspecto diretamente associado aos

  • 7/25/2019 Clculo Parmetros Lt Ufpe

    16/118

    2

    parmetros que representam as mesmas, particularmente a susceptncia capacitiva.

    Qualquer impreciso nos valores adotados para esses elementos do modelo matemtico

    poder suscitar um dimensionamento incorreto para os dispositivos de compensao srie

    e/ou em derivao, limitando o carregamento da LT caso se torne excessivos ou elevando

    demasiadamente a tenso se insuficiente.

    Acrescenta-se aos aspectos j descritos, a ntima ligao entre os parmetros das

    LTs e a definio dos pontos de operao estvel do sistema, pois as primeiras funcionam

    como uma mola que interliga os subsistemas. Uma margem de estabilidade elevada ou

    reduzida poder ser o resultado do uso de parmetros incorretos, pondo em risco o sistema

    ou limitando o intercmbio de potncia entre as reas.

    A exposio acima mostra, sem dvida, a importncia para um planejamentoadequado do sistema de potncia da disponibilidade de um modelo para as LTs que

    reproduza com a fidelidade possvel o comportamento real das mesmas. Em geral e,

    particularmente no setor eltrico brasileiro, os parmetros para esses modelos so

    estimados com base em procedimento clssicos de clculo, concebidos a partir de

    hipteses simplificadoras, o que pode introduzir, sob determinadas circunstncias, erros

    relevantes nessas estimativas. Entre vrios autores, Kusic e Garrison (2004) apontam, por

    exemplo, desvios da ordem de 25 a 30% entre as informaes constantes dos bancos dedados das empresas construdos da forma tradicional e os valores reais levantados para

    esses parmetros. As implicaes de erros dessa monta so, evidentemente, significativas,

    visto que influenciaro fortemente a qualidade e o custo da energia fornecida pelas

    empresas.

    A presente dissertao pretende, justamente, propor uma metodologia para a

    determinao dos parmetros das LTs que minimize os erros citados e, para isso, far uso

    de informaes coletadas em tempo real e de modo simultneo nos terminais das LTs. Aperspectiva de aplicao dessa metodologia somente foi vislumbrada com o advento do

    Sistema de Posio Global, conhecido mundialmente como GPS, o qual, embora declarado

    operacional em 1995, somente foi liberada com preciso plena a partir de meados do ano

    2000. Trata-se, portanto, de uma metodologia de carter bastante recente e em

    implementao em toda a sua plenitude.

  • 7/25/2019 Clculo Parmetros Lt Ufpe

    17/118

    3

    1.2 Motivao

    Dentro deste contexto, aps a energizao de algumas instalaes da CHESF,

    foram detectados, atravs do sistema de superviso e controle, e medio operacional,

    valores de tenso, potncia ativa e reativa incompatveis com os valores previstos em

    estudo. Essa incompatibilidade teve como principais conseqncias:

    necessidade de compensao da energia reativa para atingirmos nveissatisfatrios de tenso nas barras;

    operao indevida da proteo;

    nmero elevado de alarmes nos sistemas de superviso, em virtude daincompatibilidade entre o limite mximo previsto em plena carga e o nvel realda operao.

    Ainda dentro deste contexto, o crescimento imprevisto da carga do Sistema Norte e

    considerando a escassez de recursos, a partir de 1996, LTs utilizando tcnicas FEX (Feixe

    Expandido) foram colocadas em operao comercial na CHESF (EDUARDO, 2000).

    Quando houve energizao dessas LTs, foram observadas discrepncias entre os

    valores previstos atravs de simulao de fluxo de carga e os valores medidos em campo,

    bem como algumas ocorrncias tambm imprevistas foram registradas, tais como:

    atuao de proteo de sobretenso quando houve manobras das LTs FEX nos

    trechos Paulo Afonso - Milagres e Banabuiu-Fortaleza, com tenses de partida de

    acordo com os valores definidos pelos estudos eltricos. Para uma mesma tenso de

    partida observou-se que em algumas manobras ocorria a atuao de proteo de

    sobrecorrente e em outras no, dando aparentemente, certo carter aleatrio aofenmeno;

    carregamento dos compensadores estticos inferior em at 50 MVar aos valores

    previstos nos estudos;

    atuao de proteo de sobretenso de LTs, barras e equipamentos aps curto-

    circuitos na rede de distribuio derivada da subestao de Fortaleza.

    o histrico operacional mostrou que, mesmo antes das implantaes das tcnicas de

  • 7/25/2019 Clculo Parmetros Lt Ufpe

    18/118

    4

    FEX, foram detectadas sobretenses de regime permanente, tendo inclusive havido

    partida do rel de sobretenso como no caso da ocorrncia no terminal de Milagres.

    Objetivando analisar as causas das discrepncias acima, foi montado um grupo de

    estudos que, a partir de ensaios e simulaes, encontrou dificuldades nas anlises devido a

    restries tcnicas para medio dos parmetros eltricos da LT, luz da tecnologia

    disponvel na ocasio.

    Estudos recentes realizados na empresa mostraram a existncia de divergncia entre

    os valores previstos e encontrados de tenso, potncia ativa e reativa nos seguintes

    corredores:

    Luiz Gonzaga-Milagres-Quixad-Fortaleza;

    Fortaleza-Sobral III-Terezina II-Presidente Dutra.

    O Sistema vem se comportando como se o valor da capacitncia da LT fosse

    superior ao previsto, forando o Compensador esttico (CE) de fortaleza a fornecer mais

    energia do que estava previsto. Anlises preliminares conduzem a se suspeitar dos critrios

    adotados para especificao dos equipamentos reativos necessrios compensao

    capacitiva da LT; entretanto, os valores reais dos parmetros eltricos das LTs esto ainda

    sob suspeita.

    1.3 Reviso bibliogrfica

    O assunto j vem sendo debatido mundialmente desde a dcada de 70. O relatrio

    CHESF (1982) um exemplo de emprego desta metodologia de medio de parmetros de

    LT. Nesta poca procedia-se da seguinte maneira: abriam-se os disjuntores dos dois

    terminais de LT, aplicavam-se tenses de aproximadamente 225 Vrms defasadas de 120

    graus em um dos terminais de LT, registravam-se os valores de tenso, corrente e ngulo

    entre estes fasores, e a partir da relao entre estas medidas, calculava-se a impedncia de

    circuito aberto da mesma. Em seguida repetia-se todo este processo, porm, com o outro

    terminal de LT em curto-circuito para determinar a impedncia de curto-circuito da LT. A

    partir das impedncias de circuito aberto e de curto-circuito, calculavam-se os parmetrosda mesma. O fato de trabalhar com baixa tenso, 225 Vac 60 Hz, torna a metodologia

  • 7/25/2019 Clculo Parmetros Lt Ufpe

    19/118

    5

    vulnervel a erros devido a interferncias eletromagnticas e impacta na necessidade de

    indispor as LTs paralelas para minimizar estes erros.

    Um trabalho que utiliza metodologia de medio semelhante ao anterior, porm

    leva em considerao o fato de que os parmetros (resistncia, capacitncia e indutncia)

    variam em funo da freqncia foi proposto por Kurokawa (2003). Neste trabalho

    desenvolvido um processo de clculo dos parmetros longitudinais e transversais de LTs a

    partir das correntes e tenses de fase da LT. O mtodo utiliza o conceito de impedncia

    equivalente que a impedncia calculada em um extremo da LT considerando o outro

    extremo em aberto e em curto-circuito, respectivamente. Inicialmente so desenvolvidas

    equaes que relacionam as correntes e tenses nas fases com as impedncias equivalentes

    da LT. Em seguida, so mostradas equaes que relacionam as impedncias equivalentescom as funes de propagao modais da LT. Utilizando as impedncias equivalentes e a

    funo de propagao de cada modo possvel obter os parmetros longitudinais e

    transversais da LT no domnio modal. Para converter os parmetros do domnio modal

    para o domnio das fases so utilizadas duas matrizes de transformao: Em uma situao,

    utiliza-se a matriz de transformao modal exata e, em outra situao, utiliza-se a matriz de

    Clake como sendo a nica matriz de transformao. So obtidos resultados para uma LT

    trifsica com comprimento de 500 km, sem transposio e com plano de simetria vertical,cuja tenso nominal 440 kV. Os resultados obtidos com uso da matriz de Clake

    mostraram que, se as correntes e tenses de fase, em funo da freqncia, so conhecidas,

    possvel obter, com algumas aproximaes, os parmetros longitudinais e transversais

    desta LT.

    Pode ser citado mais recentemente, Paulino (2004), a utilizao de medio de

    parmetros com gerador de sinal em freqncia diferente da nominal. Nesta metodologia,

    um Processador Digital de Sinal (DSP) gera sinais senoidais em uma faixa de freqnciade 15 a 400 Hz. Este sinal alimentado por um amplificador com fonte chaveada. Um

    transformador de sada associa a impedncia interna do amplificador com a impedncia do

    objeto em teste. A multiplicao dos sinais medidos com o sinal gerado ).( tsen e o sinal

    defasado de 90, ).cos( t , permite uma excelente filtragem de rudo e uma medida das

    partes reais e imaginarias. Assim, as impedncias complexas jXRZ += podem ser

    determinadas. Uma vez que na freqncia de 60 Hz os nveis de rudos sero elevados

    devido s LTs paralelas, o valor de impedncia para esta freqncia ser determinado por

  • 7/25/2019 Clculo Parmetros Lt Ufpe

    20/118

    6

    interpolao.

    As metodologias mencionadas nos pargrafos anteriores, alm dos riscos contra a

    segurana fsica para os tcnicos envolvidos na medio, tm imprecises devido ao fato

    de trabalhar com sinais fora da faixa nominal de operao da LT (tenso e freqncia

    diferentes da nominal). Alm dos problemas mencionados, importante enfatizar que para

    realizao dos testes necessrio indispor a LT, bem como as LTs paralelas a mesma.

    Uma proposta de medio de parmetros de LT sem necessidade de desligar a

    mesma feita por Castillo (2006). Na metodologia proposta, que se baseia nas equaes

    normais, o vetor de estado convencional aumentado para incluso dos parmetros a

    serem estimados. Este vetor de estado aumentado ento estimado atravs de uma

    grande quantidade de medidas, obtidas em diversas amostras durante um intervalo detempo em que as variveis de estado do sistema no tenham sofrido alteraes

    significativas de valor. Esta situao ocorre tipicamente noite, fora do horrio de pico. A

    partir das concluses do autor possvel inferir que a metodologia poder estimar os

    parmetros de LT no horrio da noite o que j garantiria uma melhor aproximao do que

    os valores calculados a partir da geometria da LT, porm, para eficincia da mesma,

    necessrio garantir informaes corretas do sistema de superviso (estados das

    seccionadoras e disjuntores de todo o sistema, bem como exatido nas mediesanalgicas) as quais, na prtica, nem sempre so verdadeiras.

    Com o surgimento da tecnologia de Sistemas de Medio Fasorial Sincronizada

    (SMFS), cujas aplicaes ainda no foram plenamente definidas (EHRENSPERGER,

    2003) embora j se saiba que ter grande impacto sobre o gerenciamento do Sistema

    Eltrico de Potencia (SEP), comea a surgir uma srie de aplicaes sobre a mesma. Essas

    aplicaes tero impacto imediato em:

    Estimao de Estados: que dever sofrer significativas modificaes, abandonando

    parte dos atuais programas computacionais que se destinam a estimar as tenses

    complexas das barras do sistema. Atualmente, necessria a resoluo de um sistema

    de equao bastante dispendioso computacionalmente e, devido lentido do processo,

    a presente tecnologia calcula os fasores a cada 2 ou 5 segundos, sendo desta forma,

    incapaz de fornecer informaes sobre os estado dinmico do sistema.

  • 7/25/2019 Clculo Parmetros Lt Ufpe

    21/118

    7

    Analise de Segurana do Sistema:que na forma tradicionalmente concebida dependia

    do estimador de estado, e como este no funcionava plenamente, a anlise de segurana

    tornava-se impossvel de ser realizada. Com a introduo desta nova tecnologia de

    SMFS, com os fasores sendo medidos a cada ciclo de (16,66 milissegundo), e no mais

    a cada 2 ou 5 segundos torna-se possvel visualizar o comportamento dinmico do

    sistema.

    Os sistemas voltados para o monitoramento, controle, proteo e automao de grandes

    reas, esto sendo desenvolvidos em vrios paises. O nome recente dado a estes sistemas

    WAEMS (Wide rea Energy Systems). Acompanhando o desenvolvimento destes, tem-se

    os:

    WAMS (Wide rea Monitoring Systems): monitoramento dos dados e informaes

    do SEP;

    WAMPS (Wide rea Protection Systems): objetiva a monitorao, incorporando

    tambm algumas funes de protees sistmicas;

    WAMCS (Wide rea Monitoring and Control Systems): incorpora funes de

    controle do SAP;

    WAMPACS (Wide Area Monitoring Protection and Control Systems): integratodas as funes anteriores em um s sistema.

    Apesar das aplicaes mencionadas pelo autor, a medio de parmetros de LT a

    partir dos fasores sincronizados de entrada e sada da mesma, um tema ainda pouco

    explorado. Podem ser citados alguns trabalhos onde comentada a possibilidade de

    obteno destes parmetros a partir dos fasores medidos:

    a) TIANSHU BI (2008) mostra, para uma LT monofsica, que a partir dos fasores

    de entrada e sada de LT possvel calcular os parmetros do modelo PI

    equivalente, e se o modelo de parmetros distribudo for desejado, este poder ser

    determinado atravs das relaes hiperblicas entre o modelo PI de parmetros

    concentrado e parmetros distribudos em LTs de transmisses areas;

    b) MASCHER (2008) avalia o efeito da variao da resistividade nos parmetros deseqncia zero e conseqentemente da tomada de deciso do rel de distncia e

  • 7/25/2019 Clculo Parmetros Lt Ufpe

    22/118

    8

    prope o uso de ajustes adaptativos, baseado em medio sincronizada (PMU),

    para garantir uma melhoria incremental em termo da operao correta do rel

    para faltas limiares em diferentes condies de resistividade de solo.

    Vale ressaltar que, nesses trabalhos, uma vez que so trabalhos tericos, nos quais

    as simulaes foram realizadas utilizando-se ferramentas como o ATP, no considerado

    os erros provocados por TI e instrumentos de medio de fasores.

    1.4 Os objetivos deste trabalho

    Este trabalho introduz tcnicas de medio de parmetros eltricos de LTs, no

    intuito de contribuir para anlises de problemas similares aos enfocados anteriormente. O

    primeiro objetivo propor uma metodologia que a partir dos registros oscilogrficos dos

    Dispositivos Eletrnicos Inteligentes (IED), permita calcular os parmetros de LT, sem

    necessidade de indispor a mesma. Essa metodologia dever permitir que estes valores

    sejam medidos em regime transitrio e/ou permanente.

    Como segundo objetivo analisado a variao dos parmetros eltricos de LTs em

    funo de mudanas climticas sazonais, carregamento eltrico da LT ou pequenas

    incompatibilidades entre os dados de projeto e a construo.

    1.5 Diviso dos Captulos

    A partir da contextualizao do tema enfocado, no Captulo 2 descrita uma

    reviso da metodologia utilizada para o clculo e medio de parmetros de LT, em

    seguida so feitos alguns comentrios sobre as possveis causas de impreciso no clculo

    destes parmetros e mostrados alguns grficos da variao do parmetro em funo depossveis variaes na altura do condutor e condutividade do solo.

    No Captulo 3, apresentada a metodologia para calcular os parmetros de LT com

    base nos fasores dos terminais da mesma, considerando o caso de uma LT sem indutncia

    mtua, e com o sistema perfeitamente equilibrado. Em seguida, feita uma reviso da

    teoria da decomposio de sistemas desequilibrados em componentes simtricas para

    possibilitar a aplicao da metodologia anterior a um sistema desequilibrado, e logo aps,

    feita uma reviso da tcnica de processamento digital de sinal para possibilitar a extrao

    de fasores dos registros de oscilografia de um equipamento qualquer.

  • 7/25/2019 Clculo Parmetros Lt Ufpe

    23/118

    9

    No Captulo 4, objetivando ratificar a viabilidade de utilizao da metodologia

    proposta, foi calculado o modelo PI de uma LT de 500 kV com dados dos parmetros da

    mesma, calculados a partir de sua geometria. Em seguida se arbitrou fasores de tenso e

    corrente compatveis com uma carga desequilibrada em um de seus terminais. A partir

    destes fasores e do modelo PI da LT, calculou-se os fasores no outro terminal. De posse

    dos fasores, utilizando-se rotinas computacionais desenvolvidas, so aferidos os

    parmetros da LT. Ainda nesse Captulo, so registrados modelos especficos, nos quais

    foram aplicados o ATP (Alternative Transients Program) LT em questo. A partir desses

    modelos foram gerados os arquivos de oscilografia nos dois terminais da mesma. De posse

    desses arquivos foram executadas as rotinas desenvolvidas para aferio dos parmetros da

    LT.No Captulo 5, so descritas montagens eltricas realizadas em laboratrio com o

    intuito de avaliar os erros provocados por eventuais falhas de sincronismo de tempo dos

    receptores GPS, processamento digital de sinal e circuitos condicionadores de sinais. So

    registradas, ainda, montagens de campo para medio dos parmetros da LT Messias-

    Recife II de 500 kV, utilizada como estudo de caso.

    No Captulo 6, so feitas as concluses e anlises da realidade da CHESF, no que

    diz respeito viabilidade da implantao da metodologia apresentada. Em seguida, feitoum breve comentrio sobre as perspectivas de expanso do uso da metodologia

    apresentada em um contexto mais amplo.

    Nos anexos, so apresentadas as rotinas computacionais desenvolvidas, as quais

    deram suporte implementao da metodologia de aferio de parmetros eltricos de LTs

    proposta, como tambm os roteiros de testes realizados em laboratrio.

  • 7/25/2019 Clculo Parmetros Lt Ufpe

    24/118

    10

    2CLCULO E MEDIOCONVENCIONAL DEPARMETROS DE LINHASDE TRANSMISSO

    Objetivando um melhor entendimento dos captulos seguintes deste trabalho,

    fazemos a seguir uma reviso de alguns conceitos bsicos de clculo e medio

    convencionais de parmetros de LT.

    De uma forma geral, as caractersticas de desempenho eltrico de uma LT (como elo

    de um sistema de potncia) podem ser expressas em funo de quatro parmetros:

    indutncia (L), em H/m; capacitncia (C) em paralelo, em F/m; resistncia (R), em /m; e

    condutncia (G) em paralelo, em S/m.

    So esses parmetros que permitem construir o modelo eltrico de uma LT, de tal

    forma a inseri-la em um contexto associado a toda uma rede eltrica e, por conseguinte,

    avaliar e simular o comportamento das tenses, correntes e fluxo de carga em todo o

    sistema de potncia.

    Como ser visto, esses parmetros so calculados em funo dos tipos de condutores

    utilizados, a sua quantidade por fase e a geometria que caracteriza o seu arranjo associados

    s estruturas suportes e cadeias de isoladores que os mantm suspensos. de se esperar

    que a concepo de uma LT passe, portanto, por uma etapa de estudos em que os seus

    parmetros eltricos sejam os mais adequados possveis ao sistema de transmisso ao qual

    ser conectado, buscando-se, logicamente, consolidar o atendimento s cargas eltricas

    supridas pelo sistema e a qualidade da energia disponibilizada aos diversos consumidores,

    atravs de uma anlise criteriosa de custo e benefcio de cada alternativa levantada.

    Os modelos de clculo disponveis na literatura incorporam algumas simplificaes

    no intuito de viabilizar as suas concepes e implementaes prticas. Algumas dessas

    simplificaes implicam em imprecises que merecem ser devidamente avaliadas no

    sentido de no incorporarem distores no desempenho das novas instalaes eltricas

  • 7/25/2019 Clculo Parmetros Lt Ufpe

    25/118

    11

    incorporadas ao sistema de transmisso.

    Por outro lado, aps a energizao de uma linha de transmisso, desejvel que seus

    parmetros eltricos sejam adequadamente medidos, objetivando com isso aferir se o

    desempenho eltrico esperado da nova instalao ser de fato alcanado, procurando-se,

    eventualmente, introduzir adequaes nos esquemas de proteo e compensao, caso os

    parmetros medidos difiram substancialmente dos valores previamente calculados.

    Este captulo trata, portanto, de toda essa contextualizao. So descritos,

    inicialmente, os conceitos associados ao clculo de parmetros de linhas de transmisso,

    posteriormente, so feitas consideraes quanto s imprecises inseridas nesses modelos,

    em seguida so descritos os mtodos tradicionais para medio dos parmetros eltricos e,

    finalmente, so analisados os resultados obtidos a partir da aplicao da metodologia emcasos reais, comparando-se os valores calculados com os medidos em campo.

    2.1 Metodologia de clculo de parmetros eltricos de linhas de

    transmisso

    Conforme j comentado, o desempenho eltrico de um sistema de transmisso deenergia decisivamente influenciado pelos valores de seus parmetros eltricos. Sua

    determinao, dentro de um mnimo rigor matemtico , portanto necessria. Por outro

    lado, esse rigor dever ser compatvel com o grau de confiana que pode ser depositado

    nos dados de projeto, nem sempre perfeitamente definidos. O tpico que se inicia enfoca

    resumidamente as formas tradicionais de clculo dos parmetros eltricos de uma linha de

    transmisso.

    2.1.1 Indutncia

    , para engenheiros de sistemas de potncia, o parmetro mais importante da LT.

    Para sua anlise, ser considerada, inicialmente, uma LT monofsica, para, em uma etapa

    posterior, se partir para a sua generalizao.

    A partir da aplicao da lei de Ampre, ao se considerar os fluxos magnticos

    internos e externos a um condutor produzido por uma corrente eltrica circulando neste

  • 7/25/2019 Clculo Parmetros Lt Ufpe

    26/118

    12

    condutor, pode ser mostrado que o fluxo total resultante dado por (FUCHS, 1979):

    [ ]msV102 7

    =

    r

    dLnI , (2.1)

    onde:

    I corrente aplicada ao condutor, em Amper;

    d distncia em metros entre o centro do condutor percorrido pala corrente Ie o

    centro de outro condutor paralelo ao anterior, sem corrente aplicada;

    41 = rer pode ser interpretada como sendo o raio de um condutor fictcio, terico,

    que , no possuindo fluxo interno, produz, no entanto, o mesmo fluxo total queseria produzido pela corrente Iao percorrer o condutor slido real examinado;

    r raio do condutor percorrido pela corrente I , em metros.

    Considerando-se agora dois condutores A e B, como representado na Figura 2.1,

    separados de uma distancia d[m], admitindo que os condutores so cilndricos, retilneos,

    paralelos e perfeitamente isolados entre si, considerando, ainda, seus raios ar e br e que os

    mesmos esto conduzindo as correntes aI e bI , respectivamente, pode ser montada a

    equao matricial (2.2) para os fluxos magnticos totais aferidos em um ponto P arbitrrio.

    Figura 2.1 - Sistema de dois condutores paralelos

    ]/.[

    '

    11

    1

    '

    1

    102 7 msVI

    I

    rLn

    dLn

    dLn

    rLn

    b

    a

    bAB

    ABa

    b

    a

    =

    , (2.2)

    Simbolicamente esta ltima equao poderia ser escrita como:

  • 7/25/2019 Clculo Parmetros Lt Ufpe

    27/118

    13

    [ ] [ ] [ ] IFk = , (2.3)

    Da definio de indutncia vem:

    [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] FkLLogoIL == , (2.4)

    Portanto:

    ]/[

    '

    11

    1

    '

    1

    102 7 mH

    r

    Ln

    d

    Ln

    dLn

    rLn

    L

    L

    bAB

    ABa

    b

    a

    =

    , (2.5)

    Para um grupo de N condutores a equao (2.5) tomar a seguinte forma:

    [ ] ]/[

    '

    2

    '2

    '

    2'

    2

    mH

    r

    hLn

    d

    DLn

    d

    DLn

    d

    DLn

    dDLn

    rhLn

    dDLn

    dDLn

    d

    DLn

    d

    DLn

    r

    hLn

    d

    DLn

    d

    DLn

    d

    DLn

    d

    DLn

    r

    hLn

    KL

    n

    n

    CN

    CN

    BN

    BN

    AN

    AN

    CN

    CN

    c

    c

    BC

    BC

    AC

    AC

    BN

    BN

    BC

    BC

    b

    b

    AB

    AB

    AN

    AN

    AC

    AC

    AB

    AB

    a

    a

    =

    L

    MMMM

    L

    L

    L

    , (2.6)

    A matriz acima valida para o clculo das reatncias indutivas exceto pela constante

    k, cujo valor muda para: 410..5664,12 = fk [ohm/km]. Desta forma a reatncia indutiva

    ser ento: [ ] [ ]FkXk L = em [ohm/km].

    Pode ser observado que a matriz [ ]F simtrica e a sua lei de formao facilmente

    estabelecida. A partir dessa observao possvel introduzir os coeficientes de campo,

    empregados por alguns autores:

    [ ]kmHr

    2hLnkf

    i

    iii

    = , (2.7)

  • 7/25/2019 Clculo Parmetros Lt Ufpe

    28/118

    14

    so os termos da diagonal, que recebem o nome de coeficientes de campo prprios e

    [ ]kmHd

    D

    Lnkf ij

    ij

    ij = , (2.8)

    os termos genricos fora da diagonal, que recebem o nome de coeficientes de campo

    mtuos. A matriz [ ]F ,portanto, toma a seguinte forma:

    [ ]

    =

    nncnbnan

    cnccbcac

    bnbcbbab

    anacabaa

    ffff

    ffff

    ffff

    ffff

    F

    L

    MMMMM

    L

    L

    L

    . (2.9)

    2.1.2 Capacitncia

    Os condutores das linhas de transmisso de energia eltrica energizadas apresentamdiferenas de potencial entre si e tambm com relao ao solo. Estas indicam a presena de

    cargas eltricas distribudas ao longo desses mesmos condutores. Uma linha de transmisso

    comporta-se, portanto, como um capacitor de vrios eletrodos compostos pelos prprios

    condutores e o solo. Assim sendo, uma linha de transmisso ao ser energizada, absorve da

    fonte cargas eltricas necessrias ao seu carregamento, da mesma maneira que um

    capacitor.

    demonstrvel que no caso de dois condutores paralelos com cargas q+ e q comraio r, existir um plano eqidistante XYsobre o qual todos os pontos possuem potencial

    nulo, este ponto, pode ser, portanto, assimilado a um condutor neutro.

    Definindo capacitncia como carga por unidade de potencial, para uma carga q em

    coulomb/metro de condutor, vem:

    ( )]/[

    /mF

    rDLnU

    qC

    ab

    ab

    = , (2.10)

  • 7/25/2019 Clculo Parmetros Lt Ufpe

    29/118

    15

    +q -q

    a b

    D/2 D/2

    Cab

    Ca0 Cb0

    D

    Figura 2.2 - Capacitncia entre dois condutores.

    Da figura 2.2 conclui-se que:

    ][22 000 V

    r

    DLn

    qU

    C

    q

    C

    qU a

    aba

    a=== , (2.11)

    ][22 00

    0 Vr

    DLn

    qU

    C

    q

    C

    qU b

    aba

    b

    === . (2.12)

    Por outro lado, o solo terrestre deve ser considerado condutor de eletricidade. Os

    condutores das LTs areas encontram-se suspensos a uma altura h do solo. Nestas

    condies, o condutor comporta-se como um capacitor composto de um eletrodo cilndrico

    longo, paralelo a um eletrodo plano. Assim, para uma carga q+ [coulomb/m] existente na

    superfcie do condutor, existir uma carga q distribuda no solo de tal forma que o

    comportamento do campo eltrico semelhante ao comportamento de dois condutores

    separados de uma distncia h.2 com cargas opostas. Usando a equao (2.11) pode-se

    concluir que a diferena de potencial entre o condutor e o solo ser:

    ][

    2

    20 Vr

    h

    Ln

    q

    Ua

    = , (2.13)

    No caso de dois condutores esta equao toma a seguinte forma,

    ][2

    2

    2

    1V

    q

    q

    r

    hLn

    d

    DLn

    d

    DLn

    r

    hLn

    U

    U

    b

    a

    b

    b

    ab

    ab

    ab

    ab

    a

    a

    b

    a

    =

    ,

    (2.14)

    Pode ser observado que a matriz simtrica em torno da diagonal. Onde abD

    representa a distncia entre o condutor a e a imagem de b abd representa a distncia

  • 7/25/2019 Clculo Parmetros Lt Ufpe

    30/118

    16

    entre o condutor a e o condutor b , conforme Figura 2.3. Generalizando para n

    condutores, vem:

    Figura 2.3 - Dois condutores suspensos sobre o solo e suas imagens

    ][

    2

    2

    2

    2

    2

    1V

    q

    q

    q

    q

    r

    hLn

    d

    DLn

    d

    DLn

    d

    DLn

    d

    DLn

    r

    hLn

    d

    DLn

    d

    DLn

    d

    DLn

    d

    DLn

    r

    hLn

    d

    DLn

    d

    DLn

    d

    DLn

    d

    DLn

    r

    hLn

    U

    U

    U

    U

    n

    c

    b

    a

    n

    n

    cn

    cn

    bn

    bn

    an

    an

    cn

    cn

    c

    c

    ab

    bc

    ac

    ac

    bn

    bn

    ab

    bc

    b

    b

    ab

    ab

    an

    an

    ac

    ac

    ab

    ab

    a

    a

    n

    c

    b

    a

    =

    M

    L

    MMMMM

    L

    L

    L

    M

    , (2.15)

    A matriz acima denominada matriz dos coeficientes do campo eltrico de Maxwel.

    Os termos da diagonal, equao (2.16), so denominados coeficientes de potencial prprioe os termos fora da diagonal, equao (2.17), coeficientes de potencial mutuo.

    ]/[2

    2

    1faradKm

    r

    hLna

    i

    iii

    =

    ,(2.16)

    ]/[2

    1faradKm

    d

    DLna

    ij

    ij

    ij

    =

    ,(2.17)

    Os coeficientes de potenciais dependem exclusivamente da permissividade do meio e

  • 7/25/2019 Clculo Parmetros Lt Ufpe

    31/118

    17

    das dimenses fsicas dos condutores e da LT.

    Atravs de uma analise da Figura 2.3, pode ser concludo que a distncia entre um

    condutor i e a imagem de seu vizinho j determinada atravs da equao (2.18).

    ][..4 2 mdhhD ijjiij += ,(2.18)

    Considerando-se um sistema de condutores energizado por correntes alternadas

    senoidais, cargas e tenses podem ser representadas por fasores, desta forma a equao

    (2.15) toma a seguinte forma, ressaltando que os fasores passam a ser indicados com um

    ponto sobre a letra em maisculo:

    ][ V

    Q

    Q

    Q

    Q

    aaaa

    aaaa

    aaaaaaaa

    U

    U

    U

    U

    n

    c

    b

    a

    nncnbnan

    cnccbcac

    bnbcbbab

    anacabaa

    n

    c

    b

    a

    =

    &

    M

    &

    &&

    L

    MMMMM

    L

    LL

    &

    M

    &

    &&

    , (2.19)

    Ou, simbolicamente, utilizando a mesma notao de fasores para nmeros

    complexos, vem:

    [ ] [ ][ ] [ ] [ ] [ ] ][1 coulombUAQQAU &&&&&& == , (2.20)

    Ao se atentar para a definio de capacitncia: carga por unidade de potencial, ou

    [ ] [ ][ ] ][. coulombUCQUCQU

    QC &&&&&&

    &

    && ===

    (2.21)

    Donde se pode concluir que:

    [ ] [ ] ][1 faradAC = && (2.22)

    De uma forma genrica, sendo iU& a diferena de potencial a que est submetido cada

    condutor i com relao ao solo, as cargas em cada um dos condutores podero ser

    determinadas em funo das capacitncias parciais e das tenses. Desta forma, para o

  • 7/25/2019 Clculo Parmetros Lt Ufpe

    32/118

    18

    condutor a pode ser afirmado que:

    )()()(0 naancaacbaabaaa UUCUUCUUCUCQ &&K&&&&&& ++++= [coulumb/km],

    (2.23)

    nancacbabaanacabaa UCUCUCUCCCCQ &L&&&L& ++++= )( 0 [coulumb/km], (2.24)

    Aplicando o mesmo raciocnio para os demais condutores, chega-se Equao

    (2.25).

    [ ]

    +++

    +++

    +++

    =

    )(

    )(

    )(

    0

    0

    0

    bnannbnan

    bnbnabbab

    anabanaba

    CCCCC

    CCCCC

    CCCCC

    C

    LL

    MMMM

    LL

    LL

    [F/km],

    (2.25)

    Considerando a matriz [ ] 1A como definida na Equao (2.26).

    [ ]

    GGG

    GGG

    GGG

    DA

    nnbnan

    bnbbab

    anabaa

    =

    L

    MMMM

    L

    L

    11 [F/km], (2.26)

    na qual D o determinante da matriz [ ]A e ijG seus cofatores. Resolvendo a igualdade

    [ ] [ ]CA =1 ,obtemos os valores das capacitncias parciais entre condutor e solo:

    GGG

    GGG

    GGG

    D

    C

    C

    C

    nnbnan

    bnbbab

    anabaa

    n

    b

    a

    =

    1

    1

    1

    1

    0

    0

    0

    M

    L

    MMMM

    L

    L

    M [F/km], (2.27)

    J foi visto que os coeficientes de campo dependem do valor da permissividade do

  • 7/25/2019 Clculo Parmetros Lt Ufpe

    33/118

    19

    meio () e das dimenses fsicas do sistema de condutores, portanto as capacitncias

    parciais, determinadas em funo desses coeficientes, apresentam a mesma dependncia.

    2.1.3 A Resistncia e Condutncia em Paralelo

    Esses parmetros determinam completamente as perdas ativas de transmisso. Esto

    diretamente associados com a economia que pode ser feita na transmisso de energia

    eltrica. A resistncia ( r) de um condutor corrente alternada, freqncia ( [ ]Hzf ), pode

    ser definida como (FUCHS, 1979):

    2I

    pr

    conduo= , (2.28)

    E a condutncia ( g ) de disperso, que deve representar aquelas perdas que so

    proporcionais tenso das LTs (FUCHS, 1979):

    2V

    pgdisperso

    = , (2.29)

    Desta forma, dado o modelo PI equivalente da LT, as perdas totais podem ser

    calculadas como:

    22VgIrPppp dispersocoduo +=+= , (2.30)

    A potncia ativa nos terminais da LT, medida atravs de equipamentos com boaexatido (classe de exatido 0,3%) logo a exatido dos parmetros re g pode ser obtida

    atravs de comparao entre estas medidas.

    As frmulas mencionadas anteriormente so teis para avaliao do modelo PI da LT

    aps sua construo e energizao, porm, como j mencionado, necessria a definio

    destes parmetros no momento da concepo do projeto. Desta forma, os parmetros re

    g podem ser calculados como detalhado a seguir.

  • 7/25/2019 Clculo Parmetros Lt Ufpe

    34/118

    20

    A resistncia total rpoder ser decomposta em trs parcelas:

    adacc rrrr ++= , (2.31)

    Onde

    - ccr [ohm/km] resistncia que o condutor apresenta passagem da corrente

    contnua. E para uma dada temperatura 1t , pode ser calculada pela seguinte frmula:

    S

    lrcc = [ohm], (2.32)

    e para outra temperatura 2t , da seguinte maneira:

    1

    2

    1

    2

    tT

    tT

    r

    r

    cc

    cc

    +

    += , (2.33)

    onde T, varia com a natureza e tempera do material (cobre recozido T=234.5 , cobre

    tempera dura T=241, etc.)

    - ar [ohm/km] resistncia que provocada pela existncia de fluxo magntico no

    interior dos condutores. Devido a corrente alternada, tem-se a manifestao do efeito

    pelicular, isto , a tendncia da corrente se concentrar na periferia do condutor.

    - adr [ohm/km] resistncia aparente adicional. A presena dos cabos pra-raios

    aterrados das LT, constituem fonte adicional de perda de energia e estas podem ser

    superior s perdas por efeito corona.

    J para a condutncia em paralelo ( g ), no existe nenhuma frmula confivel. Est

    associada corrente de disperso entre as fases e a terra. Costuma-se desprez-la em

    condies normais de funcionamento. Neste trabalho proposta a medio.

    2.2 Consideraes sobre uma LT real

    Os conceitos bsicos, vistos na seo anterior permitem a determinao das

    expresses que definem os parmetros das LTs, so vlidos para condies idealizadas:

    condutores de seo cilndricas, retos, isolados entre si e com relao ao solo e correndo

    paralelamente entre si e ao solo. Infelizmente, isso no acontece nas LTs reais. Para

  • 7/25/2019 Clculo Parmetros Lt Ufpe

    35/118

    21

    conseguir dados que representem a caractersticas das LTs em estudo, torna-se necessrio,

    um perfeito levantamento da situao do campo, objetivando determinar caractersticas

    topogrficas, paralelismos entre LTs etc. Critrios estatsticos racionais se fazem

    necessrios a fim de considerar um valor que represente uma massa de dados relativamente

    grande, tais como: altura da estrutura, resistividade do solo, altura condutor/solo e

    condutor/pra-raios; onde nem sempre o valor mdio o mais representativo, j que

    existem picos que desviam estes valores. A seguir so citados alguns critrios adotados

    para determinao destas caractersticas que devero representar, da forma mais aderente

    possvel realidade, as caractersticas da LT em estudo. Para um estudo mais detalhado

    sobre o assunto recomenda-se consultar a bibliografia citada no final deste trabalho.

    2.2.1 Altura mdia do condutor

    No que tange a compensao da variao da altura dos condutores, por exemplo, tem

    sido utilizado, tanto para o clculo das indutncias como das capacitncias a seguinte

    expresso.

    fHh ii = 7,0 [m] (2.34)

    Onde:

    .i = condutores cba ,, e p da LT;

    iH [m] = Altura do condutor i sobre o solo, no ponto de sua suspenso, junto

    estrutura;

    ih [m] = Altura mdia do condutor i;

    if [m] = Flexa do condutor i estimada para um vo mdio da linha sob condies

    de temperatura mdia.

  • 7/25/2019 Clculo Parmetros Lt Ufpe

    36/118

    22

    2.2.2 Mtodo de Carson

    O clculo das reatncias indutivas das LTs areas de transmisso feito

    considerando como ponto de partida, sistemas trifsicos equilibrados (FUCHS, 1979).

    Essas reatncias, de acordo com a teoria das componentes simtricas, so, nos sistemas

    desequilibrados as reatncias indutivas de seqncia positiva e de seqncia negativa

    iguais entre si. A determinao das reatncias indutivas de seqncia nula (ou zero) ,

    portanto, necessria, a fim de que sistemas desequilibrados possam ser examinados.

    Lembrando que nos sistemas trifsicos as componentes de seqncia nula dascorrentes so iguais em mdulo e fase, fluindo nos condutores de fase e retornando por um

    percurso que consiste somente no solo, num condutor neutro, nos cabos pra-raios ou em

    uma combinao dos mesmos. Uma vez que o retorno comumente se d pelo solo, ou pelo

    solo em paralelo com outro percurso, como os cabos pra-raios, para a determinao da

    reatncia indutiva e resistncias s correntes de seqncia nula necessrio empregar

    mtodos que tomam em considerao a resistividade do solo, bem como a distribuio das

    correntes no mesmo. Como verificado que tanto a resistncia como a reatncia deseqncia nula so afetadas pelos mesmos fatores, usual considerar o seu

    desenvolvimento simultaneamente.

    Os estudos desenvolvidos por Carson (FUCHS, 1979) propuseram mtodos de

    clculo cujos resultados mais se aproximam dos valores medidos em instalaes reais.

    Carson props dois mtodos: exato e aproximado. No mtodo exato, Carson apresentou

    suas equaes em forma de srie. No mtodo aproximado, alguns termos da srie so

    desprezados. O termo de correo da resistncia devido ao solo torna-se constante e

    proporcional freqncia do sistema, enquanto que o termo de correo da reatncia

    indutiva proporcional resistividade do solo e inversamente proporcional freqncia.

    Nessas condies, as impedncias prprias e mtuas passam a ser dadas por:

    si

    ciiD

    ffjfrz

    /368,658log..10.935325,2810.88,9 44

    ++=& [ohm/km] (2.35)

  • 7/25/2019 Clculo Parmetros Lt Ufpe

    37/118

    23

    ji

    ijd

    ffjfz

    /368,658log..10.935325,2810.88,9 44

    +=& [ohm/km] (2.36)

    Onde:

    iz& [/Km] = Elementos da diagonal da matriz de impedncia com lao formado pelo

    condutor i e a terra;

    cir [/Km] = Resistncia do condutor;

    [.m] = Resistividade do solo;

    f [Hz] = Freqncia do sistema;

    jiD [m] = Distncia do condutor ie a imagem do condutorj;

    jid [m] = Distncia entre os condutores iej.

    Essas equaes, em clculos comparativos podero levar a diferenas de at 10% o

    que, a primeira vista, pode ser uma condenao do mtodo simplificado. Isso, no entanto,

    no deve ocorrer se atentarmos simplesmente para o fato de que nem mesmo esse grau de

    certeza se pode ter quanto aos valores da resistividade do solo. Para esta grandeza, o

    projetista pode contar, no mximo, com valores obtidos por amostragem ao longo da LT,

    nas condies existentes na poca em que foram realizadas as medidas, pois podem variar.

    No interior do Brasil, tpico o caso de solo no qual foram detectadas medidas de

    resistividade da ordem de 10 000 [.m] em poca de secas, e da ordem de 1 000 [.m]

    com solo molhado. O projetista poderia contar, no mximo com valores obtidos por

    amostragem ao longo da LT, nas condies existentes na poca em que foram realizadas as

    medidas (FUCHS, 1979).

    Vale ressaltar que Carson, considerou condutores paralelos ao solo, e solo semi-

    infinito e homogneo, onde no so consideradas as correntes de deslocamento. Outra

    condio para que sejam vlidas as equaes de Carson que o comprimento de onda das

    ondas consideradas seja suficientemente grande quando comparado com as dimenses

    geomtricas transversais da LT (KUROKAWA, 2003).

    2.2.3 Reatncia e Susceptncia de seqncia das LTs

    Conforme visto, utilizando-se o mtodo de Carson, pode-se chegar a uma matriz

  • 7/25/2019 Clculo Parmetros Lt Ufpe

    38/118

    24

    nxn que representa as indutncias corrigidas, prpias e mutuas de uma LT com n

    condutores. Realizando-se operaes algbricas como ser demonstrado nas equaes

    (2.37 a 2.40) pode-se reduzir este sistema a um sistema equivalente trifsico representado

    por uma matriz 33 x .

    =

    R

    F

    RRRF

    FRFF

    R

    F

    I

    I

    FF

    FFjw

    U

    U

    &

    &

    &

    & [V/km] (2.37)

    Onde:

    FU& = Fasor diferena de potencial/km para cada fase;

    RU& = Fasor diferena de potencial/km para cada cabo pra-raio;

    FFF = impedncia/km para cada fase;

    RRF = impedncia/km para cada cabo pra-raio;

    FI& = Fasor de corrente para cada fase;

    RI& = Fasor de corrente para cada cabo pra-raio.

    Desenvolvendo a equao, vem:

    [ ] [ ][ ] [ ][ ]( )[ ][ ] [ ][ ]( ) [ ] [ ] [ ][ ]RRFRRRRFRFFF

    RFRFFFF

    IFFjIIFIFjw

    IFIFjwU

    &&&&

    &&&

    10 =+=

    += (2.38)

    Logo:

    [ ] [ ] [ ][ ] [ ]( )[ ]FRFRRFRFFF IFFFFjwU &&1

    = [V/km] (2.39)

    Pelo exposto anteriormente, para transformar o sistema com n condutores em um

    sistema equivalente foi necessrio apenas realizar a seguinte transformao:

    [ ] [ ] [ ][ ] [ ]( )RFRRFRFFFF FFFFjwEqvF1

    = [ohm/km] (2.40)

    Este sistema que visto pelas fontes geradoras de energia como um sistema

    desequilibrado pode ser transformado em trs sistemas equilibrados, conforme equao

    (2.41), cujo efeito superposto idntico ao sistema desequilibrado, porm com melhor

    facilidade de analise.

  • 7/25/2019 Clculo Parmetros Lt Ufpe

    39/118

    25

    [ ] [ ] [ ][ ]AEqvFAZ FFS1

    =& [V/km] (2.41)

    Onde:

    S

    Z& = matriz de impedncia seqencial;

    [ ]EqvFFF = matriz equivalente trifsica;

    [ ] ao;transformdematriz

    1

    1

    111

    2

    2 =

    =

    &&

    &&A

    0120

    2

    3

    2

    1 jj l& =+= = operador.

    De forma anloga pode ser calculada as suceptncias capacitivas de seqnciapositiva e nula das LTs.

    2.2.4 Dificuldades prticas de implementao do clculo convencional:

    Algumas dificuldades tornam complexas as implementaes dos clculos modelados

    anteriormente, quais sejam:

    levantamento de dados caractersticos dos corredores de LT, tais como: im

    preciso dos traados, distanciamento entre corredores, alturas diversas dos

    condutores por vo, caractersticas de estruturas, caractersticas de cabos

    condutores e pra-raios de ao convencional ou OPGWs (Optical Ground Wire)

    e identificao de trechos de paralelismos;

    consolidao dos dados de campo;

    criao dos arquivos de entrada utilizados nos programas especficos.

    2.2.5 Anlise da sensibilidade da metodologia convencional

    A seguir, so mostrados alguns dados que caracterizam a sensibilidade dos clculos

    dos parmetros em funo de erros na variao da altura e da condutividade do solo. Na

    Tabela 2.1, considerando-se uma possvel variao da altura mdia da LT de mais oumenos 6 metros em torno de sua altura (20,12 m). Atravs de programa de clculo

  • 7/25/2019 Clculo Parmetros Lt Ufpe

    40/118

    26

    (CHESF, 1984), o qual utiliza as modelagens discutidas anteriormente, com os fatores de

    correo j mencionados, calculou-se os parmetros da LT relacionados na tabela.

    Tabela 2.1 - Parmetros da LT x Altura Mdia

    H R1 X1 C1 R0 X0 C0

    -6,0 0,0246 0,3219 13,7463 0,3767 1,4105 9,0967

    -3,0 0,0246 0,3219 13,6505 0,3765 1,4109 8,5843

    0,0 0,0246 0,3219 13,5915 0,3764 1,4113 8,2003

    3,0 0,0246 0,3219 13,5525 0,3762 1,4116 7,9009

    6,0 0,0246 0,3219 13,5255 0,3761 1,4120 7,6602

    Onde:

    H [m] = Variao da altura da linha de transmisso;

    R1 [/Km] = Resistncia de seqncia positiva;

    X1 [/Km] = Reatncia de seqncia positiva;

    C1 [nF/km] = Capacitncia de seqncia positiva;

    R0 [/Km] = Resistncia de seqncia zero;

    X0 [/Km] = Reatncia de seqncia zero;

    C0 [nF/km] = Capacitncia de seqncia zero.

    Na Tabela 2.2, pode ser observada a variao percentual destes parmetros em

    funo das grandezas calculadas para o condutor em sua altura mdia (20,12 m). Verifica-

    se que no h variao para a resistncia e reatncia de seqncia positiva. Enquanto que a

    capacitncia de seqncia positiva sofre variao de at 1,14%. Por outro lado a

    capacitncia de seqncia zero experimenta variaes de at 11%.

    Tabela 2.2 - Erro Percentual de Parmetros x Altura Mdia

    H R1 X1 C1 R0 X0 C0

    -6,0 0,0000 0,0000 -1,1389 -0,0797 0,0567 -10,9313

    -3,0 0,0000 0,0000 -0,4341 -0,0266 0,0283 -4,6828

    0,0 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000

    3,0 0,0000 0,0000 0,2869 0,0531 -0,0213 3,6511

    6,0 0,0000 0,0000 0,4856 0,0797 -0,0496 6,5863

    Essas avaliaes podem ser verificadas, tambm, nas Figuras 2.4 e 2.5. Verifica-se,

    portanto, que os parmetros de seqncia positiva so pouco sensveis aos erros de altura

  • 7/25/2019 Clculo Parmetros Lt Ufpe

    41/118

    27

    mdia dos condutores o que no se observa com os parmetros de seqncia zero.

    Sensibilidade de Parmetros de LT (Seq. Posit)

    -1,4

    -1,2

    -1,0

    -0,8

    -0,6

    -0,4

    -0,2

    0,0

    0,2

    0,4

    0,6

    -6,0 -3,0 0,0 3,0 6,0

    Variao de Altura (m)

    VariaodeParmetro(%)

    R1 X1 C1

    Figura 2.4 - Variao de Altura x Erro de Parmetros (seqncia positiva)

    Sensibilidade de Parmetros de LT (Seq. Zero)

    -12,0

    -10,0

    -8,0

    -6,0

    -4,0

    -2,0

    0,0

    2,0

    4,0

    6,0

    8,0

    -6,0 -3,0 0,0 3,0 6,0

    Variao de Altura (m)

    VariaodeParmetro(

    %)

    R0 X0 C0

    Figura 2.5 - Variao de Altura x Erro de Parmetros (seqncia zero)

    Na Tabela 2.3, considerando-se uma possvel variao da resistividade do solo, em

    funo de variaes climticas, como mencionado anteriormente, e atravs do mesmo

    programa de clculo j mencionado, foram obtidos os parmetros da LT, considerando-se a

    resistividade de 1500

    .m como referencial para efeito de clculo dos percentuais.

  • 7/25/2019 Clculo Parmetros Lt Ufpe

    42/118

    28

    Tabela 2.3 - Parmetros da LT x Resistividade do solo

    (.m) R0 X0 R0 X0250 0,3211 1,2526 14,9854 11,1946

    750 0,3550 1,3499 6,0101 4,2963

    1250 0,3716 1,3946 1,6150 1,1273

    1500 0,3777 1,4105 0,0000 0,0000

    2000 0,3874 1,4354 -2,5682 -1,7653

    2500 0,3950 1,4546 -4,5804 -3,1266

    3000 0,4014 1,4703 -6,2748 -4,2396

    ohm %

    As variaes dos parmetros com a resistividade podem ser melhor observadas na

    Figura 2.6. Verificam-se, neste caso, fortes variaes da resistncia e reatncia deseqncia zero.

    Sensibilidade de Parmetros de LT (Seq. Zero)

    -10,0

    -5,0

    0,0

    5,0

    10,0

    15,0

    20,0

    250 750 1250 1500 2000 2500 3000

    Variao de Condutividade (.m)

    VariaodeP

    armetro(%)

    R0 X0

    Figura 2.6 - Parmetros da LT x Condutividade do solo

    2.3 Medio convencional de parmetros de LTs

    Os parmetros de LT so grandezas que variam em funo de uma srie de outras

    variveis as quais no podemos prever com preciso os seus valores. Para viabilizar o

    clculo destes parmetros utilizamos normalmente as equaes de Carson, as quais

    consideram algumas simplificaes:

  • 7/25/2019 Clculo Parmetros Lt Ufpe

    43/118

    29

    o solo considerado plano na vizinhana da LT;

    o solo homogneo, sendo a condutividade e a constante dieltrica independentes

    da freqncia e constantes ao longo de toda a extenso da LT;

    os condutores so paralelos entre si e o solo, sendo seus raios muito inferiores s

    distncias envolvidas;

    os efeitos terminais da LT e das estruturas so desprezados na determinao do

    campo eletromagntico;

    os cabos pra-raios de ao da LT possuem permeabilidade magntica constante;

    os cabos de fase, compostos por fios encordoados com alma de ao, so

    representados atravs de um condutor com seo reta com a forma de coroa

    circular, onde a corrente na alma de ao desprezada.

    Seria praticamente impossvel calcular os parmetros de LT desconsiderando as

    simplificaes anteriores.

    Em adio a isso, a bibliografia consultada cita que:

    A fuga de corrente nos isoladores, a qual est correlacionada com o parmetro

    condutncia shunt, funo de uma srie de fatores:

    qualidade do material do isolador;

    condio de superfcie do isolador;

    geometria do isolador;

    freqncia de tenso aplicada;

    potencial a que so submetidos;

    condies meteorolgicas etc.

    Neste aspecto, experincias realizadas na Inglaterra, onde foi construda um LT

    experimental de 275 [kV], mostraram que as perdas variam enormemente, chegando-se aos

    seguintes valores indicativos (FUCHS, 1979):

    com tempo bom 0,25 a 1.5 W/isolador;

    sob chuvas fracas 2,5 W/isolador;

    sob chuvas fortes 25 W/isolador.

    Foi constatado que as perdas por corona em LTs em tenses extra-elevadas podem

    variar de alguns kilowatts/km at algumas centenas de Kilowatts/km sob condies

    adversas de chuva ou garoa. As perdas mdias, como se verificou, constitui apenas

    pequenas parte das perdas por efeito Joule, porm as perdas mximas podem ter influncia

  • 7/25/2019 Clculo Parmetros Lt Ufpe

    44/118

    30

    significante nas demandas dos sistemas (FUCHS, 1979).

    2.3.1

    Metodologia tradicional de medio direta de parmetros de LT.

    Para a LT representada atravs de um quadripolo, como ilustrado na Figura 2.7, os

    fasores de tenso e corrente de entrada podem ser correlacionados com os fasores de tenso

    e corrente de sada das seguintes maneiras:

    221

    221

    IDUCI

    IBUAU

    &&&&&

    &&&&&

    +=

    += ou

    112

    112

    IAUCI

    IBUDU

    &&&&&

    &&&&&

    +=

    = (2.42)

    Figura 2.7 - Quadripolo de uma LT

    Aplicando-se uma tenso na entrada da LT (1

    U ) e mantendo-se o terminal de LT em

    aberto ( 02 =I ), aps as tenses de entrada ( OU1 ) e corrente de entrada ( OI1 ) serem

    medidas, a impedncia de circuito aberto ( OZ11 ) pode ser calculada como demonstrado a

    seguir (FUCHS, 1979):

    C

    AZ

    UC

    UA

    I

    UZUCIDUCI

    UAUBUAU

    o

    o

    oooo

    oo

    &

    &&

    &&

    &&

    &

    &&&&&&&&&

    &&&&&&&

    ====+=

    =+=

    11

    2

    2

    1

    1112121

    2121

    0.

    0.

    (2.43)

    U1

    I2I1

    U2

    L

    YsYs

  • 7/25/2019 Clculo Parmetros Lt Ufpe

    45/118

    31

    Em seguida, com o terminal de LT curto-circuitado ( 02 =U ), as tenses ( CCU1 ) e

    corrente ( CCI1 ) de entrada podem ser medidas novamente e a partir desses valores a

    impedncia de curto-circuito ( CCZ11 ) pode ser calculada da seguinte forma:

    D

    BZ

    ID

    IB

    I

    UZIDIIDCI

    IBUIBAU

    cc

    cc

    cc

    cc

    cccccccccccc

    cccccccc

    &

    &&

    &&

    &&

    &

    &&&&&&&&&

    &&&&&&&

    ====+=

    =+=

    112

    2

    1

    1112121

    2121

    .

    ...0.

    ..0.

    (2.44)

    Procedendo de forma similar, no terminal receptor, e considerando o sentido da

    corrente invertido, uma vez que a tenso ser aplicada do lado do receptor, as impednciasde circuito aberto ( OZ22 ) e de curto-circuito ( CCZ22 ) podem ser obtidas como apresentado a

    seguir.

    Para Impedncia de Circuito aberto ( OZ22 ), 01=I logo:

    C

    DZ

    UC

    UD

    I

    UZUCIAUCI

    UDUBUDU

    o

    o

    oooo

    oo

    &

    &&

    &&

    &&

    &

    &&&&&&&&&

    &&&&&&&

    =

    =

    ==+=

    ==

    22

    1

    1

    2

    2221212

    1212

    0.

    0.

    (2.45)

    Para Impedncia de curto-circuito ( CCZ22 ) temos 01=U logo:

    A

    BZ

    IA

    IB

    I

    UZIAIIACI

    IBUIBDU

    cc

    cc

    cccccccc

    cccc

    &

    &&

    &&

    &&

    &

    &&&&&&&&&

    &&&&&&&

    =

    =

    ==+=

    ==

    221

    1

    2

    2221212

    1212

    .

    ...0.

    ..0.

    (2.46)

    A partir dessas relaes, vem:

    DCDC

    CBDA

    D

    B

    C

    AZZ cco &&&&

    &&&&

    &

    &

    &

    & 11111 =

    == (2.47)

    Considerando que:

  • 7/25/2019 Clculo Parmetros Lt Ufpe

    46/118

    32

    )(

    111).(

    1

    1111

    222

    221111

    22 cco

    o

    o

    cco

    o ZZ

    ZD

    DD

    C

    DCZZZ

    D

    C

    Z ====

    r

    &&

    &

    &&&

    &

    (2.48)

    Conhecendo-se o valor de D& , os demais parmetros do quadripolo podem ser

    calculados.

    Para o caso de um circuito simtrico, como normalmente se modela uma LT, DA && = ,

    por esta razo basta ento realizar as medidas no transmissor como demonstrado a seguir.

    )(11

    )(

    1

    1111112111111

    2

    1111

    11

    ccooccoo

    cco

    cc

    ZZZCCCAC

    AZZZ

    CACA

    CBA

    A

    B

    C

    AZZ

    A

    BZDA

    ===

    =

    ==

    ==

    &&&&&

    &

    &&&&

    &&&

    &

    &

    &

    &&

    &&&

    (2.49)

    Conhecendo-se o valor de C& , os demais parmetros do quadripolo podem ser

    calculados.

    2.3.2 Aplicao da metodologia de medio direta de parmetros

    eltricos de LTs

    Os procedimentos descritos a seguir foram utilizados pela CHESF (1982,1984) para

    aplicao da metodologia descrita anteriormente:

    desligar a LT que se deseja medir os parmetros;

    desligar as LTs paralelas, para se evitar os efeitos de induo mtua, tendo em vistaque iria se aplicar valores de baixa tenso (225 Vrms);

    desligar os sinais de comunicao que utilizam esta LT (onda portadora em linha de

    alta tenso) para evitar erros de medio;

    aps estas aes, seguir o procedimento especifico para cada medio conforme

    ilustrado nas Figuras 2.8 a, b, c e d e detalhado a seguir.

  • 7/25/2019 Clculo Parmetros Lt Ufpe

    47/118

    33

    a) Medio de impedncia de circuito aberto

    para sequncia positiva

    b) Medio de impedncia de curto-circuito

    para sequncia positiva

    c) Medio de impedncia de circuito aberto

    para sequncia zero

    d) Medio de impedncia de curto-circuito

    para sequncia zero

    Figura 2.8 - Medio de Impedncias

    a) Medio da impedncia de circuito aberto passagem de corrente de seqncia

    positiva.Aplicam-se tenses de aproximadamente 225 Vrms, como mostrado na figura 2.8a,

    defasadas de 120 graus e se registra os valores medidos de tenso, corrente e ngulo entre

    esses fasores .

    b) Medio da impedncia de curto-circuito passagem de seqncia positiva.

    Aplica-se tenses de aproximadamente 225 Vrms, como mostrado na figura 2.8b,

    defasadas de 120 graus, porm com o outro terminal de LT curto-circuitado, e se registra

    os valores medidos de tenso, corrente e ngulo entre esses fasores.

    c) Medio da impedncia de circuito aberto passagem de corrente de seqncia

    zero.

    Aplica-se tenso de aproximadamente 225 Vrms, com fonte aterrada, como mostrada

    na figura 2.8c, porm sem o outro terminal de LT curto-circuitado, e se registra os valores

    medidos de tenso, corrente e ngulo entre esses fasores.

  • 7/25/2019 Clculo Parmetros Lt Ufpe

    48/118

    34

    d) Medio da impedncia de curto-circuito passagem de corrente de seqncia

    zero.

    Aplica-se tenso de aproximadamente 225 Vrms, com fonte aterrada, como mostrado

    na figura 2.8d, porm com o outro terminal de LT curto-circuitado e aterrado, e se registra

    os valores medidos de tenso, corrente e ngulo entre estes fasores.

    2.3.3 Dificuldades prticas de implementao da medio direta.

    Durante a aplicao da metodologia na CHESF, foram identificadas algumas

    dificuldades, principalmente associadas necessidade de indispor a LT na qual se desejamedir os parmetros, bem como as demais que pudessem provocar induo da mesma.

    Com o advento da resoluo que calcula a remunerao proporcional disponibilidade dos

    equipamentos do sistema de transmisso, esta metodologia se torna invivel devido

    necessidade de deslig-las em mdia por 4 horas. Alm dessa questo, foram observadas

    ainda as seguintes dificuldades complementares:

    necessidade de planejamento executivo prvio; capacitao e disponibilizao de recursos humanos e materiais;

    dificuldades de acesso em perodo de inverno;

    o fato de trabalhar com baixas tenses, 225 Vac 60Hz, torna a metodologia

    vulnervel a erros devido a interferncias eletromagnticas.

    2.4 Comparao entre valores calculados e medidos

    Nas Tabelas 2.4 a 2.7, so mostrados alguns resultados prticos da medio de

    parmetros a partir da metodologia descrita anteriormente. Tais medies foram realizadas,

    respectivamente, nas seguintes LTs, todas de 500 kV:

    Usina de Sobradinho - So Joo do Piau;

    So Joo do Piau Boa Esperana;

    Piripiri Sobral.

  • 7/25/2019 Clculo Parmetros Lt Ufpe

    49/118

    35

    Tabela 2.4 - USB SJI W1 Comparao entre Parmetros Medidos e Calculados

    R1 X1 C1 R0 X0 C00,0241 0,3219 13,5963 0,3764 1,4109 8,2339

    0,0250 0,3355 13,8783 0,4495 1,3853 8,6135-3,73 -4,22 -2,07 -19,42 1,81 -4,61

    Parmetros

    Valores

    Seq. ZeroExperincia CHESF - LT USB - SJI - W1

    CalculadoMedido

    Desvio (%)

    Seq. Positiva

    Tabela 2.5 - SJI - BEA W1 Comparao entre Parmetros Medidos e Calculados

    R1 X1 C1 R0 X0 C00,0246 0,3219 13,5847 0,3777 1,4105 8,1486

    0,0232 0,3337 13,7852 0,2754 1,1182 8,74265,69 -3,67 -1,48 27,08 20,72 -7,29

    ValoresCalculado

    MedidoDesvio (%)

    Experincia CHESF - LT SJI - BEA - W1

    Parmetros Seq. Positiva Seq. Zero

    Tabela 2.6 - PRI - SBS U1 Comparao entre Parmetros Medidos e Calculados

    R1 X1 C1 R0 X0 C00,0935 0,5197 8,4456 0,4606 1,6333 5,8843

    0,0917 0,5266 8,5595 0,5448 1,5283 6,5231

    1,93 -1,33 -1,35 -18,28 6,43 -10,86

    ValoresCalculado

    Medido

    Desvio (%)

    Experincia CHESF - LT PRI - SBD - U1

    Parmetros Seq. Positiva Seq. Zero

    Na tabela 2.7, so resumidos os valores mximos e mnimos encontrados em todas as

    medies utilizando esta metodologia. Nesta tabela pode ser observado que os parmetros

    de seqncia positiva sofreram desvio mnimo de 0,7% e m