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Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Curitiba Gerência de Ensino e Pesquisa Departamento Acadêmico de Matemática CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL Prof

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Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Curitiba Gerência de Ensino e Pesquisa Departamento Acadêmico de Matemática

CÁLCULO DIFERENCIAL E

INTEGRAL

Prof . Gilmar Bornatto

Cálculo Diferencial e Integral

1

AULA 01

1 - FUNÇÕES

1.1 - Conceito matemático de função

Definição 1: Domínio da função é o conjunto de todos os valores dados para a variável independente.

Definição 2: Imagem da função é o conjunto de todos os valores correspondentes da variável dependente.

Como, em geral, trabalhamos com funções numéricas, o domínio e a imagem são conjuntos numéricos, e podemos definir com mais rigor o que é uma função matemática utilizando a linguagem da teoria dos conjuntos.

Para isso, temos que definir antes o que é um produto cartesiano e uma relação entre dois conjuntos.

Definição 3: Produto cartesiano: Dados dois conjuntos não vazios A e B , denomina-se produto cartesiano (indica-se: A × B ) de A por B o conjunto formado pelos pares ordenados nos quais o primeiro elemento pertence a A e o segundo pertence a B .

(Eq.1) A ×B ={( x , y )/ x ∈ A e y ∈ B }.

Definição 4: Relação: Dados dois conjuntos A e B , dá-se o nome de relação r de A em B a qualquer subconjunto de A ×B .

(Eq.2) r é relação de A em B ⇔ r ⊂ A ×B . Exemplo:

Sejam os conjuntos A ={0,1,2,3}, B ={0,2,4,6,8,10} e a relação r de A em B , tal que y =2 x , x ∈ A e y ∈ B . Escrever os elementos dessa relação r .

Como x ∈ A : x =0 ⇒ y =0 ⇒ (0,0)∈ A ×B ;

x =1 ⇒ y =2 ⇒ (1,2)∈ A × B ;

x =2 ⇒ y =4 ⇒ (2,4)∈ A ×B ;

x =3 ⇒ y =6 ⇒ (3,6)∈ A ×B .

Então, r ={(0,0), (1,2), (2,4), (3,6)}.

3210

123456

y

x

789

10

[Fig.1]: Representação da relação por diagrama. [Fig.2]: Representação da relação por sistema cartesiano.

00A B

123

246810

r

Cálculo Diferencial e Integral

2

Obs.: Podemos observar que, numa relação r de A em B , o conjunto r é formado pelos pares ( x , y ) em que o elemento x ∈ A é associado ao elemento y ∈ B mediante uma lei de associação (no caso, y =2 x ).

1.2 - Definição de função

Definição 5: Sejam A e B dois conjuntos não vazios e f uma relação de A em B . Essa

relação f é uma função de A em B quando a cada elemento x do conjunto A está associado

um e apenas um elemento y do conjunto B .

Nos exercícios a seguir, verifique se as relações representam função de A em B . Juntifique sua resposta e apresente o diagrama da relação.

Exemplos:

1) Dados os conjuntos A ={0,5,15} e B ={0,5,10,15,20,25}, seja a relação de A em B expressa pela fórmula y = x +5, com x ∈ A e y ∈ B .

0

0A B

515

510152025

x =0 ⇒ y =5 ⇒ (0,5)∈ A × B ;

x =5 ⇒ y =10 ⇒ (5,10)∈ A × B ;

x =15 ⇒ y =20 ⇒ (15,20)∈ A × B .

• Todos os elementos de A estão associados a elementos de B .

• A cada elemento de A está associado um único elemento de B .

Neste caso, a relação de A em B expressa pela fórmula y = x +5 é uma função de A em B .

2) Dados os conjuntos A ={−2,0,2,5} e B ={0,2,5,10,20}, seja a relação de A em B expressa pela fórmula y = x , com x ∈ A e y ∈ B .

0

A B

25

0251020

-2

x =0 ⇒ y =0 ⇒ (0,0)∈ A × B ;

x =2 ⇒ y =2 ⇒ (2,2)∈ A × B ;

x =5 ⇒ y =5 ⇒ (5,5)∈ A × B .

• O elemento −2 de A não está associado a nenhum elemento de B .

Neste caso, a relação de A em B não é uma função de A em B .

Cálculo Diferencial e Integral

3

3) Dados os conjuntos A ={−3,−1,1,3} e B ={1,3,6,9}, seja a relação de A em B expressa pela

fórmula y = 2x , com x ∈ A e y ∈ B .

A B

13

1369

-3-1

x =−3 ⇒ y =9 ⇒ (−3,9)∈ A × B ;

x =−1 ⇒ y =1 ⇒ (−1,1)∈ A × B ;

x =1 ⇒ y =1 ⇒ (1,1)∈ A × B ;

x =3 ⇒ y =9 ⇒ (3,9)∈ A × B .

• Todos os elementos de A estão associados a elementos de B .

• A cada elemento de A está associado um único elemento de B .

Neste caso, a relação de A em B expressa pela fórmula y = 2x é uma função de A em B .

4) Dados os conjuntos A ={16,81} e B ={−2,2,3}, seja a relação de A em B expressa pela

fórmula 4y = x , com x ∈ A e y ∈ B .

A B

81

-2

2

3

16

x =16 ⇒ y =−2 ou y =2 ⇒ (16,−2) e (16,2)∈ A × B ;

x =81 ⇒ y =3 ⇒ (81,3)∈ A × B .

• Todos os elementos de A estão associados a elementos de B .

• O elemento 16 do conjunto A está associado a dois elementos do conjunto B .

Neste caso, a relação de A em B não é uma função de A em B . 1.3 – Notação de Função

Quando temos uma função de A em B , podemos representá-la da seguinte forma:

f : A→B (lê-se: função de A em B )

x a y (lê-se: a cada valor de x ∈ A associa-se um só valor y ∈ B )

A letra f , em geral, dá o nome às funções, mas podemos ter também a função g , h , etc.

Numa função g : R →R , dada pela fórmula y = 2x −8, podemos também escrever g ( x )= 2x −8.

Neste caso, g ( 2 ) significa o valor de y quando x = 2 , ou g ( 2 )=−6.

Cálculo Diferencial e Integral

4

1.4 - Domínio, contradomínio e imagem de uma função Uma função f com domínio A e imagens em B será denotada por:

f : A→B (função que associa valores do conjunto A a valores do conjunto B )

x a y = f ( x ) (a cada elemento x ∈ A corresponde um único y ∈ B )

O conjunto A é denominado domínio da função, que indicaremos por D . O domínio da função também chamado campo de definição ou campo de existência da função, serve para definir em que conjunto estamos trabalhando, isto é, os valores possíveis para a variável x .

O conjunto B é denominado contradomínio da função, que indicaremos por CD . É no contradomínio que estão os elementos que podem corresponder aos elementos do domínio.

Cada elemento x do domínio tem um correspondente y no contradomínio. A esse valor de

y damos o nome de imagem de x pela função f . O conjunto de todos os valores de y que são

imagens de valores de x forma o conjunto imagem da função, que indicaremos por Im . Note que o conjunto imagem da função é um subconjunto do contradomínio da mesma.

f : A→B x a y = f ( x )

D = A , CD = B , Im ={ y ∈CD / y é correspondente de algum valor de x }.

Exemplos:

1) Dados os conjuntos A ={−3,−1,0,2} e B ={−1,0,1,2,3,4}, determinar o conjunto imagem da função f : A→B definida por f ( x )= x +2.

f (−3)=(−3)+2=−1

f (−1)=(−1)+2=1

f (0)=(0)+2=2

f (2)=(2)+2=4

A B

02

01234

-3-1

-1

Im ={−1,1,2,4}

2) Dada a função f : R →R definida por f ( x )=a x +b , com a ,b ∈R , calcular a e b , sabendo

que f (1)=4 e f (−1)=−2. A lei de formação da função é f ( x )=a x +b ou y = a x +b .

f (1)=4 ⇒ x =1 e y =4 ⇒ 4=a ⋅1+b (i)

f (−1)=−2 ⇒ x =−1 e y =−2 ⇒ −2=a ⋅(−1)+b (ii) De (i) e (ii), temos:

a + b = 4

−a + b = −2

2b = 2 ⇒ b =1 e a =3 a =3 e b =1 ⇒ f ( x )=3 x +1.

Cálculo Diferencial e Integral

5

1.5 – Função Composta

Tome as funções f : A→B , definida por f ( x )=2 x , e g : B →C , definida por g ( x )= 2x .

Note que o contradomínio B da função f é o mesmo domínio da função g .

f : A→B : a cada x ∈ A associa-se um único y ∈ B , tal que y =2 x .

g : B →C : a cada y ∈ B associa-se um único z ∈C , tal que z = 2y .

Neste caso, podemos considerar uma terceira função, h : A→C , que faz a composição entre as funções f e g :

A B Cg

h

f

x y z

[Fig. 1]: Função composta

h : A→C : a cada x ∈ A associa-se um único z ∈C , tal que z = 2y = 22 )( x =4 2x .

Essa função h de A em C , dada por h ( x )=4 2x , é denominada função composta de g e

f .

De um modo geral, para indicar como o elemento z ∈C é determinado de modo único pelo elemento x ∈ A , escrevemos:

z = g ( y )= g ( f ( x )) Notação: A função composta de g e f será indicada por g o f (lê-se: g círculo f )

(Eq.3) ( g o f )( x )= g ( f ( x ))

Exemplos: 1) Sejam as funções reais f e g definidas respectivamente por f ( x )= x +1 e g ( x )=2 2x −3. Determine:

a) f ( g ( x )).

f ( g ( x ))= f (2 2x −3)=2 2x −3+1=2 2x −2 f ( g ( x ))=2 2x −2.

b) g ( f ( x )).

g ( f ( x ))= g ( x +1)=2 21)( +x −3=2( 2x +2 x +1)−3=2 2x +4 x +2−3=2 2x +4 x −1 g ( f ( x ))=2 2x +4 x −1.

c) Os valores de x para que se tenha f ( g ( x ))= g ( f ( x )).

f ( g ( x ))= g ( f ( x )) 2 2x −2=2 2x +4 x −1 −2=4 x −1 4 x =1−2

x =−41 .

Cálculo Diferencial e Integral

6

3210

1234

y

x-1-2

-1-2 4

f

f

-1

2) Sendo f ( x )=3 x −1 e f ( g ( x ))=6 x +8, determine g ( x ).

Como f ( x )=3 x −1, então f ( g ( x ))=3⋅ g ( x )−1.

Como f ( g ( x ))=6 x +8, então 3⋅ g ( x )−1=6 x +8. 3⋅ g ( x )−1=6 x +8 3⋅ g ( x )=6 x +8+1

g ( x )=3

96 +x

g ( x )=2 x +3. 1.6 – Função Inversa

Definição 6: Função bijetora: A função f é denominada BIJETORA, se satisfaz as duas condições abaixo:

• 1. O contradomínio de f coincide com sua imagem, ou seja, todo elemento do contradomínio é correspondente de algum elemento do domínio.

• 2. Cada elemento do contradomínio de f é imagem de um único elemento do domínio.

Definição 7: Diz-se que uma função f possui inversa 1−f se for bijetora.

1.6.1 – Determinação da Função Inversa

Caso a função seja bijetora, possuindo portanto inversa, é possível determinar a sua inversa. Para isso “trocamos” a variável x por y na lei que define a função e em seguida “isolamos” o y , obtendo a lei que define a função inversa.

É preciso apenas tomar certo cuidado com o domínio da nova função obtida.

Exemplo:

1) Obter a lei da função inversa 1−f da função f dada por y = x +2.

y = x +2 ⇒ função f . x = y +2 ⇒ trocando a variável x por y e y por x .

y = x −2 ⇒ isolando y .

Então, y = x −2 é a lei da função inversa da função dada por y = x +2.

Logo:

f ( x )= x +2 e 1−f ( x )= x −2

2) Construir os gráficos das funções f e 1−f do exercício anterior, num mesmo sistema de coordenadas.

x f ( x ) x 1−f ( x )

−1 1 1 −1

0 2 2 0

1 3 3 1

2 4 4 2

Note que os gráficos das funções f e

1−f são simétricos em relação à reta que contém as bissetrizes do 1o e 3o quadrantes.

Cálculo Diferencial e Integral

7

3) Determinar a função inversa 1−g da função g ( x )=32

5−+

xx , cujo domínio é D =R −

⎭⎬⎫

⎩⎨⎧

23 .

y =32

5−+

xx

⇒ função g .

x =32

5−+

yy

⇒ trocando a variável x por y e y por x .

(2 y −3) x = y +5 ⇒ isolando y . 2 x y −3 x − y =5 y (2 x −1)=3 x +5

y =1253

−+

xx

⇒ 2 x −1≠0 ⇒ x ≠21

.

Logo, 1−g : R −⎭⎬⎫

⎩⎨⎧

21

→ R −⎭⎬⎫

⎩⎨⎧

23

dada por y =1253

−+

xx

é a função inversa procurada.

AULA 01 – EXERCÍCIOS 1) Seja a relação de A = {0, 1, 3} em B =

{0, 1, 2, 3, 4, 5} definida por g(x) = x2 – 4x + 3. Faça o diagrama de g e verifique se g é uma função de A em B. Em caso afirmativo escreva o conjunto imagem.

2) Seja a função f de D = {1, 2, 3, 4, 5} em R definida por f(x) = (x – 2)(x – 4). Determine o seu conjunto imagem.

3) Sejam f e g funções reais definidas, para todo o número real não nulo, por:

( )2583)( −⎟⎠⎞

⎜⎝⎛ +−= x

xxxf e

( )233135)( 2 +−⎟

⎠⎞

⎜⎝⎛ −= xx

xxg

Se a e b são números reais distintos tais que f(a) = g(a) e f(b) = g(b), calcule a + b

4) Considere a função f(x) real, definida por f(1) = 43 e f(x + 1) = 2f(x) – 15. Determine o valor de f(0)

5) Determine o domínio das seguintes funções: a) 54)( −= xxf

b) 1

3)( 2 −=

xxf

c) xy 21−=

d) 2

741

31)(

−−

−+

++

=x

xxx

xxf

6) Sendo 1

1)(−

=x

xf , x≠ 1 e 42)( −= xxg ,

ache o valor de ⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛⎟⎠⎞

⎜⎝⎛+

21))2(( fggf .

7) Se 1

1)(−

=x

xf , qual o valor de x para que

f(f(x)) = 1?

8) Dada a função 562)(

−+

=xxxf com x ≠ 5.

calcule: a) f-1(x) b) f-1(4)

Respostas: 1) sim, Im{0, 3} 2) Im = {-1, 0, 3} 3) 3 4) 29 5) a) D = R b) D = R – {-1, 1}

c) ⎭⎬⎫

⎩⎨⎧ ≤∈=

21| xRxD

d) { }2,,43| ≠<<−∈= xexRxD 6) – 9

7) 23

=x

8) a) 265

−+

xx

b) 13

Cálculo Diferencial e Integral

8

AULA 02

2- FUNÇÃO POLINOMIAL

Definição 8: Função polinomial com uma variável ou simplesmente função polinomial é aquela cuja formulação matemática é expressa por um polinômio.

2.1 - Função polinomial do 1o grau A função polinomial do 1o grau é a que tem sua representação matemática por um

polinômio de grau 1. Representação da função polinomial do 1o grau:

f ( x )=a x +b , com a ,b ∈ R ( a ≠0). a e b são os coeficientes e x a variável independente.

Exemplo:

Em uma função polinomial do 1o grau, y = f ( x ), sabe-se que f (1)=4 e f (−2)=10. Escreva a

função f e calcule f ⎟⎠⎞

⎜⎝⎛−

21

.

Se f é polinomial do 1o grau, então podemos escrever: y =a x +b . Usando os dados do problema: f (1)=4 ⇒ x =1 e y =4. Então, a ⋅1+b =4 ⇒ a +b =4 (i).

f (−2)=10 ⇒ x =−2 e y =10. Então, a ⋅(−2)+b =10 ⇒ −2 a +b =10 (ii). Resolvendo o sistema formado por (i) e (ii):

(i) a + b = 4 a + b = 4

(ii) −2 a + b = 10 ⋅(−1) 2 a − b = −10

3 a = −6 ⇒a =−2 Se a =−2, então −2+b =4 ⇒ b =6. A função f é dada por f ( x )=−2 x +6.

Cálculo de f ⎟⎠⎞

⎜⎝⎛−

21

:

f ⎟⎠⎞

⎜⎝⎛−

21

=−2⋅ ⎟⎠⎞

⎜⎝⎛−

21

+6=1+6=7

A função é f ( x )=−2 x +6 e f ⎟⎠⎞

⎜⎝⎛−

21

=7.

2.1.1 - Função linear Seja a função polinomial do 1o grau f ( x )=a x +b . No caso de b =0, temos f ( x )=a x , e

ela recebe o nome especial de função linear.

Obs.: Se, em uma função linear tivermos a =1, teremos f ( x )= x ou y = x , que se dá o nome de função identidade.

Cálculo Diferencial e Integral

9

2.1.2 – Gráfico de uma função polinomial do 1o grau Para construir o gráfico de uma função polinomial do 1o grau, atribuímos valores do domínio

à variável x e calculamos as respectivas imagens. Exemplo:

Construir o gráfico da função real f dada por y =2 x −1.

x y Par ordenado

−2 −5 (−2,−5)

−1 −3 (−1,−3)

0 −1 (0,−1)

1 1 (1,1)

2 3 (2,3)

3 5 (3,5)

3210

1234

y

x-1-2

-1-2 4

5

-3-4-5

Definição 9: O gráfico da função linear y =a x ( a ≠0) é sempre uma reta que passa pela origem do sistema cartesiano.

Definição 10: O gráfico da função polinomial do 1o grau y =a x +b ( a ≠0) intercepta o eixo das

ordenadas no ponto (0,b ). 2.1.3 – Determinação de uma função a partir do gráfico

Nos exercícios abaixo, determine a lei de formação da função f ( x )=a x +b .

Exemplo:

1) Determine a lei de formação da função f , cujo gráfico cartesiano é:

3210

1234

y

x-1-2

-1-2 4

5

-3-4-5

Cálculo Diferencial e Integral

10

Sabendo-se que y =a x +b , do gráfico, temos que:

x =−1 e y =−1 ⇒ −1=a ⋅(−1)+b ⇒ −a +b =−1 (i).

x =1 e y =3 ⇒ 3=a ⋅(1)+b ⇒ a +b =3 (ii).

(i) −a + b = −1

(ii) a + b = 3

2b = 2

⇒ b =1

Se b =1, então a +b =3 ⇒ a +1=3 ⇒ a =2 Logo: A função é f ( x )=2 x +1.

2) Determine a lei de formação da função f , cujo gráfico cartesiano é:

3210

1234

y

x-1-2

-1-2 4

5

-3-4-5

Sabendo-se que y =a x +b , do gráfico, temos que:

x =1 e y =1 ⇒ 1=a ⋅(1)+b ⇒ a +b =1 (i).

x =2 e y =−2 ⇒ −2=a ⋅(2)+b ⇒ 2 a +b =−2 (ii).

(i) a + b = 1 ⋅(−1) −a − b = −1

(ii) 2 a + b = −2 2 a + b = −2

a = −3 ⇒a =−3 Se a =−3, então −3+b =1 ⇒ ⇒ b =4 Logo: A função é f ( x )=−3 x +4.

2.1.4 - Crescimento e decrescimento de uma função polinomial do 1o grau

Seja f a função polinomial do 1o grau definida por f ( x )=a x +b . Podemos determinar que:

• i) A função f é crescente se o coeficiente a >0;

• ii) A função f é decrescente se o coeficiente a <0. Exemplo:

Cálculo Diferencial e Integral

11

Construir os gráficos das funções f e g do 1o grau a seguir:

i) f ( x )=2 x +1 ii) g ( x )=−2 x +1

3210

1234

y

x-1-2

-1-2 4

5

-3-4-5

3210

1234

y

x-1-2

-1-2 4

5

-3-4-5

i) Aumentando os valores atribuídos a x , aumentam também os valores correspondentes da imagem f ( x ).

ii) Aumentando os valores atribuídos a x , diminuem os valores correspondentes da imagem g ( x ).

2.1.5 - Estudo do sinal da função polinomial do 1o grau

Definição 11: Estudar o sinal de uma função f significa determinar para que valores de x temos

f ( x )>0, f ( x )<0 ou f ( x )=0.

2.1.5.1 - Zero de uma função polinomial do 1o grau

Definição 12: Denomina-se zero ou raiz da função f ( x )=a x +b o valor de x que anula a

função, isto é, torna f ( x )=0.

Definição 13: Geometricamente, o zero da função polinomial do 1o grau f ( x )=a x +b , a ≠0, é a abscissa do ponto em que a reta corta o eixo x .

Exemplo:

Dada a lei de formação da função y =−2 x −4, construir o gráfico e determinar os valores reais de x para os quais: a) y =0; b) y >0 e c) y <0.

Podemos notar que a função é decrescente, pois a <0. O zero da função é: −2 x −4=0 ⇒ −2 x =4 ⇒ 2 x =−4 ⇒ x =−2. Logo, a reta intercepta o eixo x no ponto de abscissa x =−2. A solução do problema é:

• a) f ( x )=0 ⇒ { x ∈ R ; x =−2};

• b) f ( x )>0 ⇒ { x ∈ R ; x <−2};

• c) f ( x )<0 ⇒ { x ∈ R ; x >−2}.

3210

1234

y

x-1-2

-1-2 4

5

-3-4-5

5-3-4-5

Cálculo Diferencial e Integral

12

2.1.5.2 – Quadro de sinais da função polinomial do 1o grau

f ( x )=a x +b , a≠0

Zero da função: a x +b =0 ⇒ x =−ab

a>0 a<0

x

xf ( )>0xf ( )<0x

ab

ab

axb

xf ( )<0xf ( )>0x

ab

f ( x )= 0 ⇒ x = −ab f ( x )= 0 ⇒ x = −

ab

f ( x )> 0 ⇒ x > −ab f ( x )> 0 ⇒ x < −

ab

f ( x )< 0 ⇒ x < −ab f ( x )< 0 ⇒ x > −

ab

2.2 – Inequações do 1o grau

Definição 14: Denomina-se inequação do 1o grau na variável x toda desigualdade que pode ser reduzida a uma das formas:

• a x +b ≥0;

• a x +b >0;

• a x +b ≤0;

• a x +b <0. com a , b ∈ R e a ≠0.

Exemplo:

Verificar se 4( x −1)− 2x ≥3 x − x ( x +1) é uma inequação do 1o grau. 4( x −1)− 2x ≥3 x − x ( x +1)

4 x −4− 2x ≥3 x − 2x − x 4 x −3 x + x −4≥0 2 x −4≥0

Logo, 2 x −4 é um polinômio do 1o grau, então 4( x +1)− 2x ≥3 x − x ( x +1) é uma inequação do 1o grau.

2.2.1 - Resolução de inequações do 1o grau

Definição 15: Para se resolver uma inequação do 1o grau, são utilizadas as propriedades das desigualdades, apresentando-se o conjunto verdade da inequação (conjunto solução S).

Cálculo Diferencial e Integral

13

Exemplos:

1) Resolver a inequação seguinte: 4( x −1)− 2x ≥3 x − x ( x +1). Represente a solução na reta real.

4( x −1)− 2x ≥3 x − x ( x +1)

4 x −4− 2x ≥3 x − 2x − x 4 x −3 x + x −4≥0 2 x ≥4 x ≥2

S={ x∈R ; x ≥2} x2

2) Resolver a inequação seguinte: 3

1−x+

214 )( x−

>4x+

62 x−

. Represente a solução na reta real.

31−x+

214 )( x−

>4x+

62 x−

Reduzindo os dois membros ao menor denominador comum:

12242444 xx −+−

>12

243 xx −+

Simplificando: −20 x +20> x +4 −20 x − x >−20+4 −21 x >−16 Multiplicando por (−1): 21 x <16

x <2116

S={ x ∈ R ; x <2116

}

x1621

2.2.2 - Sistemas de inequações do 1o grau

Definição 16: O conjunto solução S de um sistema de inequações é determinado pela intersecção dos conjuntos soluções de cada inequação do sistema.

Exemplo:

Resolver a inequação −1<2 x −3≤ x . Apresente o conjunto solução S e represente na reta real. Na verdade, resolver essa inequação simultânea é equivalente a resolver o sistema:

(i) −1 < 2 x −3 (i) x > 1

(ii) 2 x −3 ≤ x (ii) x ≤ 3

x

x

x1 3

(i)

(ii)(i) ∩

(ii)

S={ x ∈ R ; 1< x ≤3}

Cálculo Diferencial e Integral

14

2.2.3 - Inequação-produto e inequação-quociente

Uma inequação do 2o grau do tipo 2x +2 x −8≥0 pode ser expressa por um produto de inequações do 1o grau, fatorando o 1o membro da desigualdade:

2x +2 x −8≥0 ⇒ ( x −2)⋅( x +4)≥0.

Definição 17: RESOLUÇÃO: Para resolver uma inequação-produto ou uma inequação-quociente, fazemos o estudo dos sinais das funções polinomiais do 1o grau envolvidas. A seguir, determinamos o sinal do produto ou quociente dessas funções, lembrando as regras de sinais do produto e do quociente de números reais. Exemplos:

1) Resolver a inequação ( 2x + x −2)⋅(− x +2)≤0.

( 2x + x −2)⋅(− x +2)≤0 ⇒ ( x +2)⋅( x −1)⋅(− x +2)≤0

f(x) = x +2 ⇒ f(x) = 0 ⇒ x = −2 a > 0

g(x) = x −1 ⇒ g(x) = 0 ⇒ x = 1 a > 0

h(x) = − x +2 ⇒ h(x) = 0 ⇒ x = 2 a < 0

x

-2 2

( )g

x( )f

x( )h

x( )x( )x( )f g h1

S={ x ∈ R ; −2≤ x ≤1 ou x ≥2}

2) Resolver a inequação 2

13−+−

xx

≥0.

f(x) = −3 x +1 ⇒ f(x) = 0 ⇒ x = 1/3 a < 0

g(x) = x −2 ⇒ g(x) = 0 ⇒ x = 2 a < 0

x

2

( )g

x( )f

x( )x( )fg 13

S={ x∈R ; 31≤ x <2}

Cálculo Diferencial e Integral

15

3) Resolver a inequação 292

−−

xx

≤0.

292

−−

xx

≤0 ⇒ 2

33−

−⋅+x

xx )()(≤0

f(x) = x +3 ⇒ f(x) = 0 ⇒ x = −3 a > 0

g(x) = x −3 ⇒ g(x) = 0 ⇒ x = 3 a > 0

h(x) = x −2 ⇒ h(x) = 0 ⇒ x = 2 a > 0

x

-3 3

( )g

x( )f

x( )h

x( )x( )x( )f g

h 2 S={ x∈R ; x ≤−3 ou 2< x ≤3}

4) Determine o domínio da função y =5

322

−−+

xxx

.

5322

−−+

xxx

≥0 ⇒ 5

13−

−⋅+x

xx )()(≥0

f(x) = x +3 ⇒ f(x) = 0 ⇒ x = −3 a > 0

g(x) = x −1 ⇒ g(x) = 0 ⇒ x = 1 a > 0

h(x) = x −5 ⇒ h(x) = 0 ⇒ x = 5 a > 0

x

-3 5

( )g

x( )f

x( )h

x( )x( )x( )f g

h 1 D={ x∈R ; −3≤ x ≤1 ou x >5}

Cálculo Diferencial e Integral

16

AULA 02 – EXERCÍCIOS

1) Dada a função f(x) = 5x – 2, determine: a) f(2) b) o valor de x para que f(x) = 0 2) Em uma função polinomial do 1o grau, y = f(x), sabe-se que f(1) = 4 e f(-2) = 10.

Escreva a função f e calcule ⎟⎠⎞

⎜⎝⎛−

21f

3) Um vendedor recebe mensalmente um salário composto de duas partes: uma parte fixa, no valor de R$900,00 e uma variável, que corresponde a uma comissão de 8% do total de vendas que ele fez durante o mês. a) Expressar a lei da função que representa seu salário mensal b) Calcular o salário do vendedor que durante um mês ele vendeu R$ 50.000,00 em produtos 4) Num determinado país, o gasto governamental com educação, por aluno em escola pública, foi de 3.000 dólares no ano de 1985, e de 3.600 dólares em 1993. Admitindo que o gráfico do gasto por aluno em função do tempo seja constituído de pontos de uma reta: a) Obtenha a lei que descreve o gasto por aluno (y) em função do tempo (x), considerando x = 0 para o ano de 1985, x = 1 para o ano de 1986, x = 2 para o ano de 1987 e assim por diante. b) Em que ano o gasto por aluno será o dobro do que era em 1985? 5) Considere as funções f e g definidas em R por f(x) = 8 – x e g(x) = 3x a) Ache as raízes das funções f e g b) Sabendo que os gráficos de f e g são retas concorrentes, calcule as coordenadas do ponto de intersecção. 6) Resolver a inequação 4x – 1 + 2(1 – 3x) ≤ 0 7) Determinar o conjunto verdade da

inequação: 6

242

)1(43

1 xxxx −+>

−+

8) Resolver o sistema ⎩⎨⎧

<−−≥−

03512

xx

9) João possui um terreno de 1000m2, no qual pretende construir uma casa. Ao engenheiro responsável pela planta, ele impõe as seguintes condições: a área destinada ao lazer (piscina, churrasqueira, etc) deve ter 200m2, e a área interna da casa mais a área de lazer devem ultrapassar 50% da área total do terreno; além disso, o custo para construir a casa deverá ser de, no máximo, R$ 200.000,00. Sabendo que o metro quadrado construído nessa região custa R$ 500,00, qual é a área interna da casa que o engenheiro poderá projetar? 10) Determinar o domínio da função

31+−−

=x

xy

Respostas: 1) a) 8 b) 2/5 2) f(x) = - 2x + 6 e f(-1/2) = 7 3) a) y = 900 + 0,08x b) R$ 4900,00 4) a) y = 75x + 3000 b) 2025 5) a) 8 e 0 b) (2, 6)

6) ⎭⎬⎫

⎩⎨⎧ ≥∈=

21| xRxS

7) ⎭⎬⎫

⎩⎨⎧ <∈=

2116| xRxS

8) { }3| ≥∈= xRxS 9) entre 300m2 e 400m2

10) { }31| <≤∈= xRxD

Cálculo Diferencial e Integral

17

AULA 03

2.3 - Função polinomial do 2o grau

Definição 18: A função f : R → R dada por f ( x )= a 2x +b x + c , com a , b e c reais e a ≠0, denomina-se função polinomial do 2o grau ou função quadrática. Os números representados por a , b e c são os coeficientes da função. Note que se a =0 temos uma função do 1o grau ou uma função constante. Exemplo:

Considere a função f do 2o grau, em que f (0)=5, f (1)=3 e f (−1)=1. Escreva a lei de

formação dessa função e calcule f (5).

Resolução

Tome f ( x )=a 2x +b x + c , com a ≠0.

f (0) = 5 ⇒ a (0)2+b (0)+c = 5 ⇒ c = 5 c = 5

f (1) = 3 ⇒ a (1)2+b (1)+c = 3 ⇒ a +b = −2 i)

f (−1) = 1 ⇒ a (−1)2+b (−1)+c = 1 ⇒ a −b = −4 ii)

Resolvendo o sistema formado por (i) e (ii):

(i) a + b = −2

(ii) a − b = −4

(i)+(ii) 2 a = −6 ⇒ a = −3 ⇒ b = 1

A lei de formação da função será f ( x )=−3 2x + x +5

f (5)=−3(5)2+(5)+5

f (5)=−65.

2.3.1 - Gráfico de uma função quadrática O gráfico de uma função polinomial do 2o grau ou quadrática é uma curva aberta chamada

parábola. Para evitar a determinação de um número muito grande de pontos e obter uma boa

representação gráfica, vamos destacar três importantes características do gráfico da função quadrática:

(i)

Concavidade

(ii)

Zeros ou raízes

(iii)

Vértice

2.3.2 - Concavidade

A concavidade de uma parábola que representa uma função quadrática f ( x )=a 2x +b x + c do 2o grau depende do sinal do coeficiente a :

Cálculo Diferencial e Integral

18

a >0: concavidade para CIMA a <0: concavidade para BAIXO

[Fig.4]: Concavidade de uma função quadrática.

2.3.3 - Zeros de uma função quadrática

Definição 19: Os zeros ou raízes da função quadrática f ( x )=a 2x +b x + c são as raízes da

equação do 2o grau a 2x +b x +c =0, ou seja:

Raízes: x =a

acbb2

42 −±−.

Considerando Δ= 2b −4 a c , pode-se ocorrer três situações:

• i) Δ>0 ⇒ as duas raízes são reais e diferentes: 1x =a

b2

Δ+− e 2x =

ab

2Δ−−

.

• ii) Δ=0 ⇒ as duas raízes são reais e iguais (raiz dupla): 1x = 2x =−a

b2

.

• iii) Δ<0 ⇒ não há raízes reais.

Obs.: Em uma equação do 2o grau a 2x +b x + c =0, a soma das raízes é S e o produto é P tal que:

S= 1x + 2x =−ab

e P= 1x ⋅ 2x =ac

.

Definição 20: Geometricamente, os zeros ou raízes de uma função polinomial do 2o grau são as abscissa dos pontos em que a parábola intercepta o eixo x .

2.3.4 - Vértice da parábola

Considere as parábolas abaixo e observe o vértice V ( Vx , Vy ) em cada uma:

x

y

x

y

x2x1

x1 x2

V( ),xV yV

V( ),xV yV

Eixo de simetria

[Fig.5]: Vértice de parábolas (Δ>0 para as duas).

Cálculo Diferencial e Integral

19

Uma forma de se obter o vértice V ( Vx , Vy ) é:

• Vx =2

21 xx +, já que o vértice encontra-se no eixo de simetria da parábola;

• Vy =a 2Vx +b Vx +c , já que o Vx foi obtido acima.

Outra forma de se obter o vértice V ( Vx , Vy ) é aplicando as fórmulas:

• Vx =−a

b2

e Vy =−a4Δ

.

2.3.5 - Gráfico de uma parábola Com o conhecimento das principais características de uma parábola, podemos esboçar com

mais facilidade o gráfico de uma função quadrática. Exemplos:

1) Construir o gráfico da função y = 2x +2 x , determinando sua imagem.

a =1>0 ⇒ concavidade voltada para cima.

Zeros da função: 2x +2 x =0 ⇒ x ( x +2)=0 ⇒ 1x =0 e 2x =−2.

Ponto onde a parábola corta o eixo y :

x =0 ⇒ y =0 ⇒ (0,0)

Vértice da parábola: Vx =−

ab2

=−22=−1

Vy =−a4Δ

=−44=−1

⇒ V (−1,−1)

Imagem: y ≥−1 para todo x Real Im ={ y ∈ R ; y ≥−1}

3210

1234

y

x-1-2

-1-2 4

5

-3-4-5

5-3-4-5

V

2) Construir o gráfico da função y =− 2x +4 x −5, determinando sua imagem.

a =−1<0 ⇒ concavidade voltada para baixo.

Zeros da função: − 2x +4 x −5=0 ⇒ Δ=−4. ∃/ zeros reais.

Ponto onde a parábola corta o eixo y :

x =0 ⇒ y =−5 ⇒ (0,−5)

Vértice da parábola: Vx =−

ab2

=−2

4−

=2

Vy =−a4Δ

=−44

−−

=−1

⇒ V (2,−1)

Imagem: y ≤−1 para todo x Real Im ={ y ∈ R ; y ≤−1}

3210

1234

y

x-1-2

-1-2 4

5

-3-4-5

5-3-4-5

V

Cálculo Diferencial e Integral

20

2.3.6 - Estudo do sinal da função quadrática Os valores reais de x que tornam a função quadrática positiva, negativa ou nula, podem ser dados considerando-se os casos, relacionados na tabela abaixo.

f ( x )=a 2x +b x + c com ( a , b e c ∈ R e a ≠0)

a >0 a <0

xx2x1

xx1 x2

f ( x )>0 para x < 1x ou x > 2x f ( x )<0 para x < 1x ou x > 2x

f ( x )<0 para 1x < x < 2x f ( x )>0 para 1x < x < 2x

f ( x )=0 para x = 1x ou x = 2x f ( x )=0 para x = 1x ou x = 2x

xx2x1

xx2x1

f ( x )>0 para x ≠ 1x f ( x )<0 para x ≠ 1x

f ( x )<0 ∃/ x real f ( x )>0 ∃/ x real

f ( x )=0 para x = 1x = 2x f ( x )=0 para x = 1x = 2x

x

x

f ( x )>0 ∀ x real f ( x )<0 ∀ x real

f ( x )<0 ∃/ x real f ( x )>0 ∃/ x real

f ( x )=0 ∃/ x real f ( x )=0 ∃/ x real

2.4 - Inequações do 2o grau Definição 21: Denomina-se inequação do 2o grau na variável x toda desigualdade que pode ser reduzida a uma das formas:

• a 2x +b x + c ≥0;

• a 2x +b x + c >0;

• a 2x +b x + c ≤0;

• a 2x +b x + c <0. com a , b , c∈ R e a ≠0.

Cálculo Diferencial e Integral

21

2.4.1 - Resolução de inequações do 2o grau Definição 22: Para se resolver uma inequação do 2o grau, são utilizadas as propriedades das desigualdades, apresentando-se o conjunto verdade da inequação (conjunto solução S).

Exemplo: 1) Resolver a inequação 2x −3 x +2>0. Resolução

Estudar a variação do sinal da função f ( x )= 2x −3 x +2.

a =1>0 ⇒ Concavidade para cima.

2x −3 x +2=0

Δ=1>0 ⇒ Duas raízes reais diferentes.

1x =1 x =

213±

2x =2

x21

S={ x ∈ R ; x <1 ou x >2}. Obs: somente valores positivos.

2) Resolver a inequação 2x −10 x +25≥0. Resolução

Estudar a variação do sinal da função f ( x )= 2x −10 x +25.

a =1>0 ⇒ Concavidade para cima.

2x −10 x +25=0

Δ=0 ⇒ Raiz dupla (única).

1x = 2x =

210

x =5

x5

S=R . Obs: Todos os valores são positivos ou iguais a zero.

3) Resolver a inequação −2 2x +5 x −6≥0. Resolução

Estudar a variação do sinal da função f ( x )=−2 2x +5 x −6.

a =−2<0 ⇒ Concavidade para baixo.

−2 2x +5 x −6=0

Δ=−23<0⇒ Não possui zeros reais.

∃/ x real

x

S=∅. Obs: Nunca se tem valores positivos ou iguais a zero.

2.4.2 - Sistemas de inequações do 2o grau

Definição 23: O conjunto solução S de um sistema de inequações é determinado pela intersecção dos conjuntos soluções de cada inequação do sistema.

Cálculo Diferencial e Integral

22

Exemplo:

1) Resolver o sistema de inequações ⎩⎨⎧

<+−≥+

05682 22

xxxx

.

Resolução

(i) ⇒ 2 2x +8≥ 2x −6 x ⇒ 2 2x +8− 2x +6 x ≥0 ⇒ 2x +6 x +8≥0. (ii) ⇒ x +5<0.

Resolução de (i): Estudar a variação do sinal da função f ( x )= 2x +6 x +8.

a =1>0 ⇒ Concavidade para cima.

2x +6 x +8=0

Δ=4>0 ⇒ Duas raízes reais diferentes.

1x =−4 x =

226±−

2x =−2

x-2-4

S(i)={ x ∈ R ; x ≤−4 ou x ≥−2}. Reta real: x-2-4

Resolução de (ii): x +5<0 ⇒ x <−5.

S(ii)={ x ∈ R ; x ≤−5}. Reta real: x-5

Intersecção entre (i) e (ii) ⇒ (i)∩(ii):

x-5

x-5

x-2-4(i)

(ii)

(i) (ii)∩ S={ x ∈ R ; x ≤−5}.

2) Resolver a inequação x −4< 2x −4≤ x +2.

Resolução

(i) ⇒ x −4< 2x −4 ⇒ x −4− 2x +4<0 ⋅(−1) ⇒ 2x − x >0.

(ii) ⇒ 2x −4≤ x +2 ⇒ 2x −4− x −2≤0 ⇒ 2x − x −6≤0.

Resolução de (i): Estudar a variação do sinal da função f ( x )= 2x − x .

a =1>0 ⇒ Concavidade para cima.

2x − x =0 x ( x −1)=0 ⇒ Zeros={0,1}.

Δ=1>0 ⇒ Duas raízes reais diferentes.

1x =0 x =

211±

2x =1

x10

S(i)={ x ∈ R ; x <0 ou x >1}. Reta real: x10

Cálculo Diferencial e Integral

23

Resolução de (ii): Estudar a variação do sinal da função g ( x )= 2x − x −6.

a =1>0 ⇒ Concavidade para cima.

2x − x −6=0

Δ=25>0 ⇒ Duas raízes reais diferentes.

1x =−2 x =

251±

2x =3

x3-2

S(ii)={ x ∈ R ; −2≤ x ≤3}. Reta real: x3-2

Intersecção entre (i) e (ii) ⇒ (i)∩(ii):

x-2

x

x10(i)

(ii)

(i) (ii)∩

3

-2 0 1 3 S={ x ∈ R ; −2≤ x <0 ou 1< x ≤3}.

2.4.3 - Inequação-produto e inequação-quociente

Definição 24: RESOLUÇÃO: Para resolver uma inequação-produto ou uma inequação-quociente, fazemos o estudo dos sinais das funções polinomiais envolvidas. A seguir, determinamos o sinal do produto ou quociente dessas funções, lembrando as regras de sinais do produto e do quociente de números reais. Exemplos:

1) Resolver a inequação ( 2x −2 x −3)⋅(− 2x −3 x +4)>0. Resolução

f(x) = 2x −2 x −3 ⇒ a > 0 ⇒ Δ=16 > 0 ⇒ 1x = -1

e 2x = 3

g(x) = − 2x −3 x +4 ⇒ a < 0 ⇒ Δ=25 > 0 ⇒ 1x = −4 e 2x = 1

f(x) g(x)

x3-1

x1-4

x3-1 x1-4

Cálculo Diferencial e Integral

24

x

-4

( )g

x( )f

x( )x( )f g1 3-1

S={ x ∈ R ; −4< x <−1 ou 1< x <3}.

2) Resolver a inequação 16

652

2

−+−

xxx

≥0.

Resolução

f(x) = 2x −5 x +6 ⇒ a > 0 ⇒ Δ=1 > 0 ⇒ 1x = 2 e 2x = 3

g(x) = 2x −16 ⇒ a > 0 ⇒ Δ=64 > 0 ⇒ 1x = −4 e 2x = 4

f(x) g(x)

x32

x4-4

x32 x4-4

x

-4

( )g

x( )f

x( )x( )f

g 3 42 S={ x ∈ R ; x <−4 ou 2≤ x ≤3 ou x >4}.

3) Determine o domínio da função f ( x )=6

1032

−−−

xxx

.

Resolução

f só representa um número real se 6

1032

−−−

xxx

≥0.

f(x) = 2x −3 x −10 ⇒ a > 0 ⇒ Δ=49 > 0 ⇒ 1x = −2 e 2x = 5

g(x) = x −6 ⇒ a > 0 ⇒ g(x) = 0 ⇒ x = 6

f(x) g(x)

x5-2

x6

x5-2 x6

Cálculo Diferencial e Integral

25

x

-2

( )g

x( )f

x( )x( )f

g 5 6 D ={ x ∈ R ; −2≤ x ≤5 ou x >6}.

AULA 03 – EXERCÍCIOS 1) Considere a função f do 20 grau, onde f(0) = 5, f(1) = 3 e f(-1) = 1. Escreva a lei de formação dessa função e calcule f(5). 2) Determine o valor de m para que a parábola que representa graficamente a função y = 3x2 – x + m passe pelo ponto (1, 6) 3) Determinar os zeros da função y = x2 – 4x – 5 4) Seja a função f(x) = x2 – 2x + 3k. Sabendo que essa função possui dois zeros reais iguais, determine o valor real de k. 5) A função f(x) = x2 + kx + 36 possui duas raízes reais, m e n, de modo que

12511

=+nm

. Determine o valor de f(-1)

nessa função 6) Determinar as coordenadas do vértice V da parábola que representa a função f(x) = - 5x2 + 3x – 1. 7) Determinar a e b de modo que o gráfico da função definida por y = ax2 + bx – 9 tenha o vértice no ponto (4, - 25) 8) Determinar o conjunto imagem da função f(x) = x2 – 3x + 2 9) A função f(x) = x2 – x – 6 admite valor máximo ou valor mínimo? Qual é esse valor? 10) Considerar todos os possíveis retângulos que possuem perímetro igual a 80 cm. Dentre esses retângulos, determinar aquele que terá área máxima. Qual será essa área? 11) Determinar p de modo que a função f(x)= px2 + (2p – 1)x + p assuma valores positivos para todo x real. 12) Resolver a inequação –x2 + 1 ≤0 13) Determinar o conjunto solução da inequação x2 – 10x + 25 ≥ 0 14) Resolver a inequação x – 4 <x2 – 4 ≤ x + 2

15) Resolver a inequação 1312

<++

xx

Respostas 1) f(x) = - 3x2 + x + 5

f(5) = - 65 2) 4 3) 5 e -1 4) 1/3 5) 52

6) ⎟⎠⎞

⎜⎝⎛ −

2011,

103V

7) a = 1 e b = - 8

8) ⎭⎬⎫

⎩⎨⎧ −≥∈=

41/Im yRy

9) O valor mínimo da função é y = - 25/4 10) O retângulo que terá a maior área será o de lados 20 cm e 20cm, e a área máxima será de 400 cm2.

11) ⎭⎬⎫

⎩⎨⎧ >∈

41/ pRp

12) { }1,,1| ≥−≤∈= xouxRxS 13) S = R 14) { 02| <≤−∈= xRxS ou }31 ≤< x 15) S = {x ∈ R| x < - 3 ou -1< x <2}

Cálculo Diferencial e Integral

26

AULA 04

3 – FUNÇÃO EXPONENCIAL 3.1 – Revisão de Potenciação

3.1.1 - Potências com expoente natural Sendo a um número real e n um número natural, com n ≥2, definimos:

(Eq.4) na = 43421 Kfatores n

aaaa ⋅⋅⋅⋅ .

Para n =1 e n =0 são definidos:

(Eq.5) 1a =a .

(Eq.6) 0a =1 ( a ≠0).

3.1.2 - Potências com expoente inteiro Se a é um número real não-nulo (a ≠0) e n um número inteiro e positivo, definimos:

(Eq.7) na− = na1

.

3.1.3 - Potências com expoente racional

Se a é um número real positivo e nm

um número racional, com n inteiro positivo,

definimos:

(Eq.8) nm

a = n ma .

3.1.4 -Potências com expoente real Podemos considerar que as potências com expoente real têm significado no conjunto dos números

reais. Temos, por exemplo: 210 =25,954553519470080977981828375983.

3.1.4.1 - Propriedades

Para as potências com expoente real são válidas as seguintes propriedades operatórias:

• ma ⋅ na = nma + .

• ma : na = nma − ( a ≠0).

• nma )( = nma ⋅ .

• nba )( ⋅ = na ⋅ nb .

• n

ba⎟⎠⎞

⎜⎝⎛

= n

n

ba

(b ≠0).

Cálculo Diferencial e Integral

27

Exemplos

1) Dê o resultado mais simples de ( 35 ⋅ 65 ): 105 . Resolução Usando as propriedades, temos:

( 35 ⋅ 65 ): 105 =( 635 + ): 105 = 95 : 105 = 1095 − = 15− =51

.

2) Calcule o valor da expressão 2

32 −

⎟⎠⎞

⎜⎝⎛

+3

21⎟⎠⎞

⎜⎝⎛

− 06 .

Resolução 2

32 −

⎟⎠⎞

⎜⎝⎛

+3

21⎟⎠⎞

⎜⎝⎛

− 06 =2

23⎟⎠⎞

⎜⎝⎛

+3

21⎟⎠⎞

⎜⎝⎛

−1=49+

81−1=

88118 −+=

811

.

3) Simplifique x

xx

222 25 ++ −

.

Resolução

x

xx

222 25 ++ −

= x

xx

22222 25 ⋅−⋅

= x

x

2222 25 )( −⋅

= 52 − 22 =28.

4) Calcule 34

8 . Resolução

• Primeira resolução: 34

8 = 3 48 = 3 4096 =16.

• Segunda resolução: 34

8 = 3432 )( = 3

432 ⋅= 42 =16.

5) Determine o valor de 7081 , : 2081 , .

Resolução 7081 , : 2081 , = 207081 ,, − = 5081 , = 5043 ,)( = 23 =9.

10) Qual o valor de 2210 )( : 510 ),( ?

Resolução 2210 )( : 510 ),( = 2210 ⋅ : 5110 )( − = 210 : 510− = )( 5210 −− = 710 =10000000.

3.2 - Equações exponenciais

Definição 25: Chama-se equação exponencial toda equação que contém incógnita no expoente. Exemplo:

• x2 =16.

• 13 +x + 23 −x =9.

Cálculo Diferencial e Integral

28

• 13 −x =27.

• 10⋅ x22 −5⋅ x22 −1=0.

3.2.1 -Resolução de equações exponenciais Para resolver uma equação exponencial, devemos transformá-la de modo a obter potências

de mesma base no primeiro e no segundo membros da equação utilizando as definições e propriedades da potenciação. Além disso, usaremos o seguinte fato:

Definição 26: Se a >0, a ≠1 e x é a incógnita, a solução da equação xa = pa é x = p .

Exemplos:

1) Resolver a equação x4 =512. Resolução

Usando as propriedades das potências, vamos transformar o 1o e 2o membros da equação em potências de mesma base:

x4 =512 ⇒ x)( 22 = 92 ⇒ x22 = 92 ⇒ 2 x =9 ⇒ x =29

.

S=⎭⎬⎫

⎩⎨⎧

29

.

2) Uma empresa produziu, num certo ano, 8000 unidades de determinado produto. Projetando um aumento anual de produção de 50%, pergunta-se:

• a) Qual a produção P dessa empresa t anos depois?

• b) Após quantos anos a produção anual da empresa será de 40500 unidades?

Resolução

• a) Obs: 50%=10050

=0,5

Um ano depois: 8000+0,5⋅8000=8000⋅(1+0,5)=8000⋅1,5

Dois anos depois: (8000⋅1,5)⋅1,5=8000⋅ 251 ),(

Três anos depois: (8000⋅ 251 ),( )⋅1,5=8000⋅ 351 ),(

Produção P, t anos depois: P=8000⋅ t),( 51

• b) Fazendo P=40500, na fórmula anterior, obtemos a equação:

40500=8000⋅ t),( 51 Resolvendo a equação:

40500=8000⋅ t),( 51

⇒ t),( 51 =800040500

. Obs: 1,5=23

.

⇒ t

⎟⎠⎞

⎜⎝⎛

23

=1681

⇒ t

⎟⎠⎞

⎜⎝⎛

23

= 4

4

23

⇒ t

⎟⎠⎞

⎜⎝⎛

23

=4

23⎟⎠⎞

⎜⎝⎛

⇒ t =4.

Desse modo, a produção anual da empresa será de 40500 unidades após 4 anos.

Cálculo Diferencial e Integral

29

3) Determine o conjunto solução da equação 281 +x =1 no universo dos números reais.

Resolução Sabendo que 081 =1, temos:

281 +x =1 ⇒ 281 +x = 081 ⇒ x +2=0 ⇒ x =−2. S={−2}.

3.2.2 - Resolução de equações exponenciais com o uso de artifícios Para se resolver determinadas equações exponenciais, são necessárias algumas

transformações e artifícios. Exemplos:

1) Resolver a equação x4 −5⋅ x2 +4=0. Resolução Usando as propriedades da potenciação, vamos fazer uma transformação na equação dada:

x4 −5⋅ x2 +4=0 ⇒ x)( 22 −5⋅ x2 +4=0 ⇒ 22 )( x −5⋅ x2 +4=0.

Fazendo x2 = y , temos a equação do 2o grau em y :

2y −5 y +4=0 ⇒ y =2

16255 −± ⇒ 1y =4 e 2y =1.

Voltando à igualdade x2 = y :

1y =4: x2 = y ⇒ x2 =4 ⇒ x2 = 22 ⇒ x =2.

2y =1: x2 = y ⇒ x2 =1 ⇒ x2 = 02 ⇒ x =0.

S={0,2}.

2) Determine o conjunto solução da equação x5 − x−25 =24. Resolução Preparando a equação, temos:

x5 − x−25 =24 ⇒ x5 − 25 ⋅ x−5 =24 ⇒ x5 −25⋅ x51

=24 ⇒ x5 − x525

=24.

Fazendo x5 = y , temos:

y −y

25=24 ⇒ 2y −25=24 y ⇒ 2y −24 y −25=0 ⇒

⎩⎨⎧

−=

=

125

2

1

yy

Voltando à igualdade x5 = y :

1y =25: x5 = y ⇒ x5 =25 ⇒ x5 = 25 ⇒ x =2.

2y =−1: x5 = y ⇒ x5 =−1 ⇒ Esta equação não tem raiz em R , pois x5 >0, para todo x real.

S={2}.

3.3 - Função exponencial

Definição 27: A função f : R → R dada por f ( x )= xa (com a >0 e a ≠1) é denominada função exponencial de base a .

Cálculo Diferencial e Integral

30

3.3.1 - Gráfico da função exponencial no plano cartesiano

Dada a função f : R →R , definida por f ( x )= xa (com a >0 e a ≠1), temos dois casos para traçar seu gráfico: (i) a >1 e (ii) 0<a <1.

• (i) a >1.

1) Traçar o gráfico de f ( x )= x2 .

x f ( x )= x2

−2 41

−1 21

0 1

1 2

2 4

3 8

3210

678

y

x-1-2 4-3-4

12345

OBS.1: Quanto maior o expoente x , maior é a potência xa , ou seja, se a >1 a função f ( x )= xa é crescente.

• (ii) 0<a <1.

2) Traçar o gráfico de f ( x )=x

⎟⎠⎞

⎜⎝⎛

21

.

x f ( x )=x

⎟⎠⎞

⎜⎝⎛

21

−3 8

−2 4

−1 2

0 1

1 21

2 41

3210

678

y

x-1-2 4-3-4

12345

Cálculo Diferencial e Integral

31

Obs.2: Quanto maior o expoente x , menor é a potência xa , ou seja, se 0<a <1 a função

f ( x )= xa é decrescente. Com base no gráfico, podem-se tirar algumas considerações:

3.3.2 - Características da função exponencial

Seja f : R →R , definida por f ( x )= xa (com a >0 e a ≠1).

• Domínio da função f são todos os números reais ⇒ D =R .

• Imagem da função f são os números reais positivos ⇒ Im = ∗+R .

• A curva da função passa pelo ponto (0,1).

• A função é crescente para a base a >1.

• A função é decrescente para a base 0< a <1.

3.4 - Inequações exponenciais

Definição 28: São inequações exponenciais aquelas que aparecem incógnitas no expoente.

3.4.1 - Resolução de inequações exponenciais Para resolver inequações exponenciais, devemos observar dois passos importantes:

• 1) Redução dos dois membros da inequação a potências de mesma base;

• 2) Verificar a base da exponencial, a >1 ou 0<a <1, aplicando as propriedades abaixo.

Caso (i): a >1 Caso (ii): 0<a <1

ma > na ⇒ m > n ma > na ⇒ m < n

As desigualdades têm mesmo sentido

As desigualdades têm sentidos diferentes

Exemplos:

1) Resolva a inequação x2 >32.

Resolução

Como 52 =32, a inequação pode ser escrita: x2 > 52 ⇒ Caso (i): a >1.

⇒ x >5.

S={ x∈R ; x >5}.

2) Resolva a inequação xx 23 23 +)( ≥1.

Resolução xx 23 2

3 +)( ≥1 ⇒ xx 23 23 +)( ≥ 03)( ⇒ Caso (i): a >1.

⇒ 3 2x +2 x ≥0

Tome f ( x )=3 2x +2 x

f ( x )=0 ⇒ 3 2x +2 x =0 ⇒ ⎪⎩

⎪⎨⎧

=

−=

032

2

1

x

x

x023 S={ x ∈ R ; x ≤−2/3 ou x ≥0}.

Cálculo Diferencial e Integral

32

3) Resolva a inequação 3

21 +

⎟⎠⎞

⎜⎝⎛

x

<72

21 −

⎟⎠⎞

⎜⎝⎛

x

.

Resolução 3

21 +

⎟⎠⎞

⎜⎝⎛

x

<72

21 −

⎟⎠⎞

⎜⎝⎛

x

⇒ Caso (ii): 0<a <1.

x +3>2 x −7 ⇒ − x >−10 ⋅(−1) ⇒ x <10. S={ x ∈ R ; x <10}.

AULA 04 – EXERCÍCIOS 1) Uma cultura inicial de 100 bactérias, reproduz-se em condições ideais. Supondo que, por divisão celular, cada bactéria dessa cultura dê origem a duas outras bactérias idênticas por hora. a) Qual a população dessa cultura após 3 horas do instante inicial? b) Depois de quantas horas a população dessa cultura será de 51.200 bactérias? 2) Resolva as equações:

a) 72821 =++x

b) 08134 4 =−−

xx

3) Determine o conjunto solução das seguintes equações:

a) 0273.2832 =+− xx

b) xx 2.123222 =+

c) 145

6416 +=+ x

x

4) Se f(x) = x2 + x e g(x) = 3x, determine x para que f(g(x)) = 2. 5) Cada golpe de uma bomba extrai 10% de óleo de um tanque. A capacidade do tanque é de 1 m3 e, inicialmente, esta cheio. a) Após o 5o golpe, qual o valor mais próximo para o volume de óleo que permanece no tanque? b) Qual é a lei da função que representa o volume de óleo que permanece no tanque após n golpes? 6) Resolva as inequações:

a) ( ) ( )4355

2

≥− xx

b) 513

31

31 +−

⎟⎠⎞

⎜⎝⎛<⎟

⎠⎞

⎜⎝⎛

xx

C) 1275,02 222 <⋅− ++ xX 7) Determine o domínio da função

12 2 −= −xy

Respostas: 1) a) 800 bactérias b) 9 horas 2) a) 3/2 b) 4 3) a) {0, 3} b) {2, 3} c) {1, 2} 4) x = 0 5) a) 0,59m3 b) f(n) = 1 . (0,9)n

6) a) }4,,1/{ ≥−≤∈ xouxRx

b) }3/{ >∈ xRx

c) }0/{ <∈ xRx

7) }2/{ ≥∈ xRx

Cálculo Diferencial e Integral

33

AULA 05 4 – FUNÇÃO LOGARÍTMICA 4.1 – Definição de Logaritmo

Definição 29: Dados dois números reais positivos, a e b , com a ≠1, existe um único número real

x de modo que xa =b . Este número x é chamado de logaritmo de b na base a e indica-se balog .

Podemos então, escrever:

(Eq.9) xa =b ⇔ x = balog (1≠a >0 e b >0).

Na igualdade x = balog , temos:

• a é a base do logaritmo;

• b é o logaritmando ou antilogaritmo;

• x é o logaritmo. Exemplos:

Calcular o valor de x nos exercícios seguintes:

1) 322log = x .

x2 =32 ⇒ x2 = 52 ⇒ x =5.

2) 164log = x .

x4 =16 ⇒ x4 = 24 ⇒ x =2.

3) x8log =1.

18 = x ⇒ x =8.

4) 813log = x .

x3 =81 ⇒ x3 = 43 ⇒ x =4.

5) 15log = x .

x5 =1 ⇒ x5 = 05 ⇒ x =0.

OBS. 1: blog ⇒ significa b10log . Quando não se indica a base, fica subentendido que a

base é 10.

4.2 - Conseqüências da definição Tome 1≠ a >0, b >0 e m um número real qualquer. Da definição de logaritmos, pode-se

verificar que:

Cálculo Diferencial e Integral

34

• 1) O logaritmo de 1 em qualquer base é igual a zero.

1alog =0, pois 0a =1.

• 2) O logaritmo da própria base é igual a 1.

aalog =1, pois 1a =a .

• 3) O logaritmo de uma potência da base é igual ao expoente. m

a alog =m , pois ma = ma .

• 4) O logaritmo de b na base a é o expoente ao qual devemos elevar a para obter b . baa log =b , pois xa =b ⇔ x = balog .

4.3 - Propriedades dos logaritmos

• 1) Logaritmo de produto )(log yxa ⋅ = xalog + yalog (1≠ a >0, x >0 e y >0).

• 2) Logaritmo de quociente

⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛yx

alog = xalog − yalog (1≠ a >0, x >0 e y >0).

• 3) Logaritmo de potência m

a xlog =m ⋅ xalog (1≠ a >0, x >0 e m ∈ R ).

4.4 - Cologaritmo Cologaritmo de um número positivo b numa base a (1≠ a >0) é o logaritmo do inverso desse

número b na base a .

(Eq.10) bco alog = ⎟⎠⎞

⎜⎝⎛

ba1log ⇒ bco alog =− balog (1≠ a >0 e b >0).

Exemplo:

Sabendo que log 3=a e log 5=b , calcule os logaritmos abaixo, em função de a e b .

• a) log 15

log 15= log (3⋅5)= log 3+ log 5=a +b .

• b) log 675

log 675= log ( 33 ⋅ 25 )= log 33 + log 25 =3 log 3+2 log 5=3 a +2b .

• c) log 2

log 2= log 510 = log 10− log 5=1−b .

4.5 - Mudança de base As propriedades logarítmicas são válidas para logaritmos numa mesma base, por isso, em

muitos casos, é conveniente fazer a conversão de logaritmos de bases diferentes para uma única base.

A seguir, será apresentada a fórmula de mudança de base.

Cálculo Diferencial e Integral

35

Seja: balog = x ⇒ xa =b .

Aplicando o logaritmo na base c em ambos os membros, obtemos:

xc alog = bclog ⇒ x ⋅ aclog = bclog ⇒ x =

ab

c

c

loglog

, mas x = balog .

Então:

(Eq.11) balog =ab

c

c

loglog

(1≠ a >0, 1≠c >0 e b >0).

Exemplos:

1) Sendo log 2=0,3 e log 3=0,4, calcule 62log .

62log =26

loglog

=232

log)log( ⋅=

232

logloglog +

=30

4030,

,, +=

3070,,

=37

.

2) Resolva a equação x2log + x4log + x16log =7.

A condição de existência é x >0. Transformando para a base 2:

x2log + x4log + x16log =7

x2log +42

2

loglog x

+162

2

loglog x

=7

x2log +2

2 xlog+

42 xlog

=7

424 222 xxx logloglog ++

=428

7 x2log =28

x2log =4 42 = x

x =16 ⇒ 16 satisfaz a condição de existência. Logo, o conjunto solução é:

S={16}.

3) Resolva a equação 2log ( x +2)+ 2log ( x −2)=5.

Condições de existência são: x +2>0 e x −2>0 ⇒ x >−2 e x >2. Então: x >2.

2log ( x +2)+ 2log ( x −2)=5

2log [( x +2)⋅( x −2)]=5

( x +2)⋅( x −2)= 52 2x −4=32 2x =36 2x =±6 ⇒ −6 não satisfaz a condição de existência mas, 6 satisfaz.

Logo, o conjunto solução é: S={6}.

Cálculo Diferencial e Integral

36

4.6 - Função logarítmica

A função exponencial g : R → ∗+R definida por g ( x )= xa (com 1≠ a >0) é bijetora. Nesse caso,

podemos determinar a sua função inversa. É a função logarítmica definida abaixo.

Definição 30: A função f : ∗+R → R definida por f ( x )= xalog (com 1≠ a >0) é chamada função

logarítmica de base a .

4.6.1 - Gráfico da função logarítmica no plano cartesiano Como os gráficos de funções inversas são simétricos em relação à bissetriz dos quadrantes

ímpares, o gráfico da função logarítmica é de imediata construção, uma vez que já vimos o gráfico da função exponencial.

Seja f : ∗+R →R , tal que y = xalog e 1−f : R → ∗

+R , tal que y = xa . Os gráficos de f e 1−f

serão plotados no mesmo plano cartesiano ortogonal.

• (i) a >1.

3210

678

y

x-1-2 4-3-4

12345

=y x

log xa=y

=y xa

Gráfico da função logarítmica e exponencial ( a >1).

• (ii) 0<a <1.

3210

678

y

x-1-2 4-3-4

12345

=y xa=y x

log xa=y

Gráfico da função logarítmica e exponencial (0< a <1).

Cálculo Diferencial e Integral

37

4.7 - Inequações logarítmicas Chamamos de inequação logarítmica toda inequação que envolve logaritmos com a incógnita

aparecendo no logaritmando, na base ou em ambos.

Exemplos:

1) Resolva a inequação 21log ( x −3)≥

21log 4.

Condição de existência: x −3>0 ⇒ x >3 (i). Base: (0<a <1). Como a base é um número entre 0 e 1, a função logarítmica é decrescente e o sentido da desigualdade se inverte para os logaritmandos. x −3≤4 ⇒ x ≤3 (ii). A solução da inequação deve satisfazer as duas condições:

x

x

x

7

3(i)

(ii)

(i) (ii)∩ 73

S={ x ∈ R ; 3< x ≤7}.

2) Resolva a inequação 4log ( 2x − x )≥ 4log (2 x +10).

1a Condição de existência:

2x − x >0 ⇒ x <0 ou x >1 (i). 2a Condição de existência: 2 x +10>0 ⇒ x >−5 (ii). Base: ( a >1).

2x − x ≥2 x +10 ⇒ 2x − x −2 x −10≥0 ⇒ 2x −3 x −10≥0 ⇒ x ≤−2 ou x ≥5 (iii). A solução da inequação deve satisfazer as três condições:

x

x

x(i)

(ii)

(iii)

x(i) (ii)∩ -2

(iii)∩ -5 0 1

5

-5

-2

0 1

S={ x ∈ R ; −5< x ≤−2 ou x ≥5}.

Cálculo Diferencial e Integral

38

3) Suponha que o preço de um carro sofra uma desvalorização de 20% ao ano. Depois de quanto tempo, aproximadamente, seu preço cairá para cerca da metade do preço de um carro novo? (Use

10log 2=0,3)

p = 0p (1−0,2) t ⇒ p = 0p (0,8) t ⇒ p = 0pt

⎟⎠⎞

⎜⎝⎛108

Procura-se p =20p

, logo:

20p= 0p

t

⎟⎠⎞

⎜⎝⎛108

⇒ ( 0p ≠0) ⇒ 21=

t

⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

1023

⇒ 12− = t32 ⋅ t−10

Aplicando 10log em ambos os membros, temos:

10log 12− = 10log ( t32 ⋅ t−10 )

10log 12− = 10log ( t32 ⋅ t−10 )

10log 12− = 10log t32 + 10log t−10

− 10log 2=3 t 10log 2− t 10log 10

−0,3=3 t ⋅0,3− t −0,3=0,9 t − t −0,3=−0,1 t t =3

O preço do carro cairá para a metade do preço do carro novo depois de 3 anos AULA 05 – EXERCÍCIOS 1) Resolva as seguintes equações: a) log2 (x – 4) = 3 b) logx (3x2 – x) = 2 c) (log3x)2 – log3x – 6 = 0 d) log5(log3x) = 1 2) Sabendo que log 2 = 0,301 e log 3 = 0,477, calcule: a) log 6 b) log 5

c) log 2,5 d) log 3 3) Qual o conjunto solução da equação

a) 21)1(log)13(log 42 =+−− xx

b) 2loglog 10010 =+ xx

4) Determine o campo de existência da função

)2510(log)12(log)( 23

23 +−−−−= xxxxxf

5) Resolva as inequações:

a) log3(5x – 1) > log3 4 b) log2(x – 4) > 1 c) log12(x – 1) + log12(x – 2) ≤ 1 Respostas: 1) a) 12 b) ½ c) {1/9, 27} d) 243 2) a) 0,778 b) 0,699 c) 0,398 d) 0,2385 3) a) 1 b) 100 4) }5,,4,,3/{ ≠>−<∈ xexouxRx

5) a) }1/{ >∈= xRxS

b) }6/{ >∈= xRxS

c) }52/{ ≤<∈= xRxS

Cálculo Diferencial e Integral

39

AULA 06

5 - FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS

5.1 - Seno e cosseno de um arco: Tome o arco α dado na figura abaixo:

A

P

N

M

[Fig.5] Arco α para o conceito de seno e cosseno.

Seno de um arco é a ordenada do ponto P.

(Eq.12) senα=ON =MP .

Cosseno de um arco é a abscissa do ponto P.

(Eq.13) cosα=OM = NP .

5.1.1 – Conseqüências: Para qualquer ponto da circunferência, a ordenada e a abscissa nunca são menores que −1

nem maiores que +1. Por isso dizemos que seno e cosseno são números compreendidos entre −1 e +1, o que nos permite concluir:

(Eq.14) −1 ≤ sen α ≤ 1 e −1 ≤ cosα ≤ 1

5.1.2 - Função seno e função cosseno Função seno é a função que associa a cada arco x ∈R o número sen x ∈ R , ou y = sen x .

Função cosseno é a função que associa a cada arco x ∈ R o número cos x ∈ R , ou y =cos x .

5.1.3 - Gráfico das funções seno e cosseno Para estudar a função seno ( y = sen x ) e a função cosseno ( y =cos x ) vamos variar x no

intervalo [0,2π].

5.1.3.1 - Função seno:

y = sen x

AO O π2

π3

π4

π6 π

π2

3π2

1

1y

x

[Fig.6]Gráfico da função seno.

Cálculo Diferencial e Integral

40

5.1.3.2 - Conclusões

• O domínio da função y = sen x é o conjunto dos números reais, isto é, D = R .

• A imagem da função y = sen x é o intervalo [−1,+1], isto é, −1≤ sen x ≤+1.

• Toda vez que somamos 2π a um determinado valor de x , a função seno assume o mesmo valor. Como 2π é o menor número positivo para o qual isso acontece, o período da função y = sen x é p =2π. Essa conclusão pode ser obtida, também, a partir do ciclo trigonométrico onde marcamos o arco

x . Quando adicionamos 2 k π ao arco x , obtemos sempre o mesmo valor para o seno, pois a

função seno é periódica de período 2π.

(Eq.15) sen x = sen ( x +2 k π), k ∈Z (Inteiros).

5.1.3.3 - Seno é função ímpar

No ciclo trigonométrico, os pontos correspondentes aos números x e − x têm imagens simétricas em relação ao eixo das abscissas. Daí resulta que as ordenadas desses pontos têm o mesmo valor absoluto, porém, sinais opostos. Então, sen (− x )=− sen x .

Quando uma função f é tal que f (− x )=− f ( x ), para todo x do seu domínio, dizemos

que f é uma função ímpar. Como sen (− x )=− sen x , para todo x real, podemos afirmar que a função seno é ímpar.

5.1.3.4 - Função cosseno y =cos x

AO O π2

π3

π4

π6 π

π2

3π2

1

1y

x

[Fig. 2]: Gráfico da função cosseno.

5.1.3.5 - Conclusões

• O domínio da função y =cos x é o conjunto dos números reais, isto é, D = R .

• A imagem da função y =cos x é o intervalo [−1,+1], isto é, −1≤cos x ≤+1.

• O período da função y =cos x é p =2π. Essa conclusão pode ser obtida, também, a partir do ciclo trigonométrico onde marcamos o arco

x . Quando adicionamos 2 k π ao arco x , obtemos sempre o mesmo valor para o cosseno, pois a

função cosseno é periódica de período 2π.

(Eq.16) cos x =cos ( x +2 k π), k ∈Z (Inteiros).

5.1.3.6 - Cosseno é função par No ciclo trigonométrico, os pontos correspondentes aos números x e − x têm imagens

simétricas em relação ao eixo das abscissas. Daí resulta que esses pontos têm a mesma abscissa. Então, cos (− x )=cos x .

Cálculo Diferencial e Integral

41

Quando uma função f é tal que f (− x )= f ( x ), para todo x do seu domínio, dizemos que

f é uma função par. Como cos (− x )=cos x , para todo x real, podemos afirmar que a função cosseno é par.

Exemplos:

1) Construa o gráfico da função y =2sen x , dando o domínio, a imagem e o período.

x sen x 2 sen x y

0 0 2⋅0 0

1 2⋅1 2

π 0 2⋅0 0

23π

−1 2⋅(−1) −2

2π 0 2⋅0 0

O π2 π

π2

3π2

1

1

y

x

2

2

Observando o gráfico, temos: D = R , Im =[−2,2], e p =2π.

2) Construa o gráfico da função y =cos2x

, dando o domínio, a imagem e o período.

2x

x cos2x

y

0 0 1 1

π 0 0

π 2π −1 −1

23π

3π 0 0

2π 4π 1 1

Observando o gráfico, temos: D = R , Im =[−1,1], e p =4π.

5.2 - Tangente de um arco Tome o arco α dado na figura abaixo:

AP

N

M

T

eixo das tangentes

[Fig. 3]: Arco α para o conceito de tangente.

O π ππ

23 π4

1

1y

x

Cálculo Diferencial e Integral

42

Tangente de um arco é a ordenada do ponto T (segmento AT).

(Eq.17) tanα= AT .

5.2.1 - Conseqüências

• O eixo vertical, suporte de AT , é chamado eixo das tangentes.

• Podemos dizer que tanα só é definida se α∈R e α≠2π+ k π ( k ∈Z ).

5.2.2 - Função tangente

Função tangente é a função que associa a cada arco x ∈ R , com x ≠2π+ k π ( k ∈Z ), o

número tan x ∈ R , ou y = tan x .

5.2.3 - Gráfico da função tangente Para estudar a função tangente ( y = tan x ) vamos variar x no intervalo [0,2π].

AO O π2

π3

π4

π6 π π

23

π2

1

1

y

x

0,58

1,73

1,73

0,58

[Fig. 4]: Gráfico da função tangente.

5.2.4 - Conclusões

• O domínio da função y = tan x é o conjunto dos números reais x ∈R , com x ≠2π+ k π ( k ∈Z ),

isto é, D ={ x ∈ R / x ≠2π+ k π, k ∈Z }.

• A imagem da função y = tan x é o conjunto dos números reais.

• Toda vez que somamos k π a um determinado valor de x , a função tangente assume o mesmo valor. Como π é o menor número positivo para o qual isso acontece, o período da função y = tan x é p =π.

(Eq.18) tan ( x + k π)= tan x , k ∈Z .

5.2.5 - Tangente é uma função ímpar

Como tan (− x )=− tan x , para todo x real, com x ≠2π+ k π ( k ∈Z ), podemos afirmar que a

função tangente é ímpar.

Cálculo Diferencial e Integral

43

5.3 - Cotangente de um arco Tome o arco α dado na figura abaixo:

A

P

N

M

Ceixo dascotangentes

B

[Fig. 5]: Arco α para o conceito de cotangente.

Cotangente de um arco é a abscissa do ponto C (segmento BC).

(Eq.19) cot α= BC .

5.3.1 - Conseqüências

• O eixo horizontal, suporte de BC , é chamado eixo das cotangentes.

• Podemos dizer que cot α só é definida se α∈R e α≠ k π ( k ∈Z ).

5.3.2 - Função cotangente Função cotangente é a função que associa a cada arco x ∈ R , com x ≠ k π ( k ∈Z ), o número cot x ∈ R , ou y =cot x .

5.3.3 - Gráfico da função cotangente Para estudar a função cotangente ( y =cot x ) vamos variar x no intervalo [0,2π].

AO O π2

π3

π4

π6 π π

23 π2

1

1

y

x

0,58

1,73

1,73

0,58

[Fig. 6]: Gráfico da função cotangente.

5.3.4 - Conclusões

• O domínio da função y =cot x é o conjunto dos números reais x ∈R , com x ≠ k π ( k ∈Z ), isto

é, D ={ x ∈ R / x ≠ k π, k ∈Z }.

• A imagem da função y =cot x é o conjunto dos números reais.

• Toda vez que somamos k π a um determinado valor de x , a função cotangente assume o mesmo valor. Como π é o menor número positivo para o qual isso acontece, o período da função y =cot x é p =π.

cot ( x + k π)=cot x , k ∈Z .

Cálculo Diferencial e Integral

44

5.3.5 - Cotangente é uma função ímpar Como cot (− x )=−cot x , para todo x real, com x ≠ k π ( k ∈Z ), podemos afirmar que a função cotangente é ímpar.

5.4 - Secante e cossecante de um arco Tome o arco α dado na figura abaixo:

A

P

N

M S

D

[Fig. 7]: Arco α para o conceito de secante e cossecante.

Traçando uma reta tangente à circunferência pelo ponto P, interceptamos o eixo das abscissas no ponto S e o eixo das ordenadas no ponto D.

(Eq.20) sec α=OS .

(Eq.21) seccos α=OD .

5.4.1 - Função secante e cossecante

Função secante é a função que associa a cada arco x ∈R , com x ≠2π+ k π ( k ∈Z ), o

número sec x ∈ R , ou y = sec x

Função cossecante é a função que associa a cada arco x ∈ R , com x ≠ k π ( k ∈Z ), o número seccos x ∈ R , ou y = seccos x .

5.4.2 - Gráfico da função secante Para estudar a função secante ( y = sec x ) vamos variar x no intervalo [0,2π].

AO Oπ2π

3π4

π6

ππ2

3

π2

1

1

y

x

1,151,41

2

1,151,41

2

[Fig. 8]: Gráfico da função secante.

Cálculo Diferencial e Integral

45

5.4.3 - Conclusões

• O domínio da função y = sec x é o conjunto dos números reais x ∈ R , com x ≠2π+ k π ( k ∈Z ),

isto é, D ={ x ∈ R / x ≠2π+ k π, k ∈Z }.

• A imagem da função y = sec x é o conjunto dos números reais maiores ou iguais a 1 ou

menores ou iguais a −1, isto é, Im ={ y ∈ R / y ≥1 ou y ≤−1}.

• Toda vez que somamos 2 k π a um determinado valor de x , a função secante assume o mesmo valor. Como 2π é o menor número positivo para o qual isso acontece, o período da função y = sec x é p =2π.

(Eq.22) sec ( x +2 k π)=sec x , k ∈Z .

5.4.4 - Gráfico da função cossecante Para estudar a função cossecante ( y = seccos x ) vamos variar x no intervalo [0,2π].

O π2

π3

π4

π6 π

π2

3π2

1

1

y

x

1,151,41

2

1,151,41

2

AO

[Fig. 9]: Gráfico da função cossecante.

5.4.5 - Conclusões

• O domínio da função y = seccos x é o conjunto dos números reais x ∈ R , com x ≠ k π ( k ∈Z ),

isto é, D ={ x ∈ R / x ≠ k π, k ∈Z }.

• A imagem da função y = seccos x é o conjunto dos números reais maiores ou iguais a 1 ou

menores ou iguais a −1, isto é, Im ={ y ∈ R / y ≥1 ou y ≤−1}.

• Toda vez que somamos 2 k π a um determinado valor de x , a função cossecante assume o mesmo valor. Como π é o menor número positivo para o qual isso acontece, o período da função y = seccos x é p =2π.

(Eq.23) seccos ( x +2 k π)= seccos x , k ∈Z .

5.5 - Relações trigonométricas Será feito o estudo das relações que existem entre as funções trigonométricas, pois elas têm

muitas aplicações na trigonometria e fora dela. Para as deduções das relações, tomaremos como base o ciclo trigonométrico e um ângulo α dado.

Cálculo Diferencial e Integral

46

A

P

N

M S

D

Ceixo dascotangentesB

T

eixo das tangentes

[Fig. 10]: Funções trigonométricas no ciclo.

Podemos identificar as funções trigonométricas no ciclo, em relação ao ângulo α:

sen α=ON ; cosα=OM ; tanα= AT ; cot α= BC ; sec α=OS e seccos α=OD .

Analisando as funções no ciclo e fixando inicialmente o ângulo α, podemos fazer as seguintes mudanças, para facilitar o entendimento das relações trigonométricas:

C

B

A E

F

D

cosα

cotα

tanαsenαsecαcossecα

1unidade

[Fig. 11]: Funções adaptadas no ciclo.

Com as novas adaptações, temos as seguintes funções:

sen α= AB ; cosα=OA ; tanα=CD ; cot α=OE ; sec α=OD e seccos α=OF .

Daí tiram-se três triângulos semelhantes:

ΔOAB ≡ΔOCD ≡ΔOEF .

COα

D

tanαsecαB

Acosα

senα1

1 Oα

E

F

cotα

cossecα

1

21 3

[Fig. 12]: Triângulos semelhantes.

5.5.1 - Usando o teorema de Pitágoras

• sen 2α+cos 2α=1;

• tan 2α+1= sec 2α;

• cot 2α+1= seccos 2α.

5.5.2 - Usando semelhança entre triângulos

Cálculo Diferencial e Integral

47

Com base na figura acima, tome as seguintes proporções, dadas as razões entre os triângulos:

Razões do triângulo 2 para 1 : 1αsec

=αcos

1 ⇒ sec α=

αcos1

;

1αtan=

αα

cossen

⇒ tanα=αα

cossen

.

Razões do triângulo 3 para 1 : 1

αseccos=

αsen1

⇒ seccos α=αsen

1;

1αcot=

αα

sencos

⇒ cot α=αα

sencos

.

Razões do triângulo 3 para 2 : 1

αseccos=

αα

tansec

⇒ seccos α=αα

tansec

;

1αcot=

αtan1

⇒ cot α=αtan

1.

Exemplos:

Com base nos três triângulos semelhantes da figura anterior, resolva os exercícios que seguem abaixo:

1) Determine as razões que se pede abaixo, do triângulo 1 para 2 .

sen α=αα

sectan

;

cosα=αsec

1.

2) Determine as razões que se pede abaixo, do triângulo 1 para 3 .

sen α=αseccos

1;

cosα=α

αseccos

cot.

3) Determine as razões que se pede abaixo, do triângulo 2 para 3 .

sec α=αα

cotseccos

;

tanα=αcot

1.

5.5.3 - Identidades trigonométricas A igualdade sen 2α+cos 2α=1 é verdadeira para qualquer α pertencente aos domínios das

funções seno e cosseno. Logo, ela é uma identidade trigonométrica. Quando temos uma igualdade, só podemos aceitá-la como identidade após uma prova, ou

seja, após uma demonstração. Para fazer uma demonstração desse tipo, podemos nos valer de qualquer das relações dadas

acima, que são identidades.

Cálculo Diferencial e Integral

48

5.5.3.1 - Processo para demonstrar identidades Considerando a igualdade, levaremos todas as funções envolvidas para uma razão

equivalente em um dos três triângulos. Depois é só operar ambos os membros e chegar a uma mesma expressão. Exemplos:

Nos exercícios seguintes, demonstre que as igualdades são identidades:

1) tan 2α⋅ sen 2α= tan 2α− sen 2α

COα

D

tanαsecαB

Acosα

senα1

1 Oα

E

F

cotα

cossecα

1

21 3

Levar do triângulo 2 para 1 : tan 2α⋅ sen 2α= tan 2α− sen 2α

αα

2

2

cossen

⋅ sen 2α=αα

2

2

cossen

− sen 2α

αα

2

4

cossen

ααα2

222

coscossensen −

αα

2

4

cossen

αα2

22

cos)sen(sen

αα

2

4

cossen

=αα

2

4

cossen

⇒ C.Q.D. (como queríamos demonstrar).

2) (1+cot α)2+(1−cot α)2=2⋅ seccos 2α

COα

D

tanαsecαB

Acosα

senα1

1 Oα

E

F

cotα

cossecα

1

21 3

Todas as funções já se encontram no triângulo 3 , basta desenvolver: (1+cot α)2+(1−cot α)2=2⋅ seccos 2α (1+cot α)2+(1−cot α)2=2⋅ seccos 2α 1+2cot α+cot 2α+1−2cot α+cot 2α=2⋅ seccos 2α 2+2cot 2α=2⋅ seccos 2α 2⋅(1+cot 2α)=2⋅ seccos 2α 2⋅ seccos 2α=2⋅ seccos 2α ⇒ C.Q.D.

3) sec 2α+ seccos 2α= sec 2α⋅ seccos 2α

COα

D

tanαsecαB

Acosα

senα1

1 Oα

E

F

cotα

cossecα

1

21 3

Cálculo Diferencial e Integral

49

Levar do triângulo 3 para 2 : sec 2α+ seccos 2α= sec 2α⋅ seccos 2α

sec 2α+αα

2

2

tansec

= sec 2α⋅αα

2

2

tansec

αααα

2

222

tansectansec +

=αα

2

4

tansec

ααα

2

22 1tan

)(tansec +⋅=

αα

2

4

tansec

ααα

2

22

tan)(secsec ⋅=

αα

2

4

tansec

αα

2

4

tansec

=αα

2

4

tansec

⇒ C.Q.D.

4) α

αseccos

sen=1−

αα

seccos

COα

D

tanαsecαB

Acosα

senα1

1 Oα

E

F

cotα

cossecα

1

21 3

Levar dos triângulos 3 e 2 para 1 :

αα

seccossen

=1−αα

seccos

α

α

sen

sen1 =1−

α

α

cos

cos1

sen 2α=1−cos 2α sen 2α= sen 2α ⇒ C.Q.D.

5) αααα

cossecsenseccos

−−

=cot 3α

COα

D

tanαsecαB

Acosα

senα1

1 Oα

E

F

cotα

cossecα

1

21 3

Cálculo Diferencial e Integral

50

Levar dos triângulos 1 e 2 para 3 :

αααα

cossecsenseccos

−−

=cot 3α

αα

αα

αα

seccoscot

cotseccos

seccosseccos

−1

=cot 3α

αααα

αα

seccoscotcotseccos

seccosseccos

22

2 1

=cot 3α ⇒ Obs: seccos 2α−1=cot 2α

αα

seccoscot2

⋅αα

αα22 cotseccos

seccoscot−

=cot 3α

ααα

seccosseccoscot3

⋅αα 221

1cotcot −+

=cot 3α

cot 3α⋅01

1+

=cot 3α

cot 3α=cot 3α ⇒ C.Q.D. AULA 06 - EXERCÍCIOS 1) Dado sen x = 3/4 , com 0<x< π /2, calcular cos x. 2) Para que valores de a temos, simultaneamente, senx=a + 1 e cos x = a?

3) Dado 33cos −=x , com ππ

<< x2

,

calcule tg x.

4) Simplifique a expressão αααα

ggtg

cotseccot⋅+

.

5) Demonstre as seguintes identidades: a) (1 + cotg2x)(1 – cos2x) = 1 b) tg x + cotgx = tg x. Cossec2x

c) 2cos1

cos2cos1

2 xtgx

xx

xsen=

+⋅

+

Respostas:

1) 47cos =x

2) a = 0 ou a = -1

3) 2−=tgx 4) sec α

Cálculo Diferencial e Integral

51

AULA 07

6 - LIMITES

6.1 - Noção Intuitiva: Seja a função f(x)= 2x + 1. Vamos dar valores a x que se aproximem de 1, pela sua direita (valores maiores que 1) e pela sua esquerda (valores menores que 1) e calcular o valor correspondente de y.

x y = 2x + 1 x y = 2x + 1 1,01 0,6 1,02 0,7 1,03 0,9 1,04 0,95 1,1 0,98 1,2 0,99

Notamos que a medida que x se aproxima de 1, y se aproxima de ______, ou seja, quando x tende para 1 (x→1), y tende para _____ (y→_____), ou seja: 3)12(lim 1 =+→ xx

De forma geral, escrevemos: bxfax =→ )(lim

6.1.1 - Propriedades:

1. )(lim)(lim)]()([lim xgxfxgxf axaxax →→→ ±=±

2. )(lim)(lim)]()([lim xgxfxgxf axaxax →→→ ⋅=⋅

3. )(lim)(lim

)()(lim

xgxf

xgxf

ax

axax

→→ =

4. ( ) *0 ,)(lim)(lim Nnxfxf n

axn

ax ∈= →→

5. *,)(lim)(lim Nnxfxf nax

nax ∈= →→

6. ( ))(lim))((lim xfsenxfsen axax →→ =

Exemplos:

1) =+→ )3(lim 321 xxx

2) =→ )cos(lim 3 xxx π

3) =+→ 10

coslim 20 xx

x

Cálculo Diferencial e Integral

52

4) =+→22

1 )3(lim xx

5) =−+→ 1lim 232 xxx

6) =+→ )3(lim 2

1 xxsenx

7) =−+→ )432(lim 2

2 xxx

8) =−−

→ 24lim

2

2 xx

x

9) =−+−

→ 934lim 2

2

3 xxx

x

10) =−

+−→ 1

45lim2

1 xxx

x

11) =−+−

→ 123lim 2

3

1 xxx

x

12) =−+

→ xx

x33lim 0

13) =++−→ )43(lim 31 xxx

14) =+→ )(coslim 0 senxxx

Cálculo Diferencial e Integral

53

15) =−−

→ 48lim 2

3

2 xx

x

16) =−−

→ 11lim 1 h

hh

17) =−+

→ tt

t5325lim 0

18) =−+

→ tt

t16)4(lim

2

0

19) =−++

−→ 123lim 2

2

1 xxx

x

20) =−−+

→ xxx

x11lim 0

21) =−−

→ 11lim 5

4

1 xx

x

Cálculo Diferencial e Integral

54

AULA 07 - EXERCÍCIOS

1) =+++→ )15(lim 231 xxxx

2) =+−−−→ )342(lim 231 xxxx

3) =−−−−→

)1224(lim 232 xxxx

4) =−−+

→ 545lim 2

2

2 xxx

x

5) =−+−

→ 2107lim

2

2 xxx

x

6) =+

−+−→ 3

32lim2

3 xxx

x

7) =+−+−

→ 1234lim 5

3

1 xxxx

x

8) =−−

→ 636lim

2

6 xx

x

9) =++

−→ 232lim

5

2 xx

x

10) =+−+−

−+−→ 27543610

27188lim 234

234

3 xxxxxxx

x

11) =−

−→ 42

2lim 2 xx

x

12) =−−

→ 24lim 4 x

xx

13) =−−

→ xx

x 42lim 0

14) =−+−

→ 132lim 1 x

xx

15) =−+

→ 11lim 0 x

xx

16) =−−+

→ 2321lim 4 x

xx

17) =−−−

−+−→

11532232lim

2

2

2xxxx

x

Respostas 1) 8 2) 4

3) 526 −− 4) -10 5) -3 6) -4

7) 31−

8) 12 9) 80 10) 2 11) 0 12) 4 13) 4

14) 41−

15) 2

16) 34

17) 145

Cálculo Diferencial e Integral

55

AULA 08 6.2 - LIMITES INFINITOS: Quando os valores assumidos pela variável x são tais que |x|> N, sendo N tão grande quanto se queria, então se diz que o limite da variável x é infinito.

+∞=+∞→ xxlim ou −∞=−∞→ xxlim

6.2.1 - Igualdades Simbólicas: 6.2.1.1 – Tipo Soma:

a. (3) + ( ∞± ) = ∞± b. (+∞ ) + (+∞ ) = + ∞ c. - ∞ + (-∞ ) = - ∞ d. ∞ - ∞ = indeterminado

6.2.1.2 – Tipo Produto:

a. 5 x ( ∞± ) = ∞± b. (-5) x ( ∞± ) = ∞m c. (+∞ )x(+∞ ) = + ∞ d. (+∞ )x(-∞ ) = -∞ e. ± ∞ x 0 = indeterminado

6.2.1.3 – Tipo Quociente:

a. 0=∞c

b. ∞=∞c

c. 00=

d.00

e =∞∞

indeterminado

6.2.1.4 – Tipo Potência:

a. +∞=+∞c (c>1)

b. 0=+∞c (0<c<1)

c. 00 =∞

d. 0=−∞c

e. +∞=+∞ +∞)(

f. −∞=−∞ c)( (se c for ímpar)

g. +∞=−∞ c)( (se c for par)

h. 0)( =+∞ −∞

i. 0)( =±∞ −c j. 00 = indeterminado k. =±∞ 0)( indeterminado

l. =±∞1 indetermindado

Cálculo Diferencial e Integral

56

Obs.: O limite de uma função polinomial quando x tende ao infinito, é o limite do termo de maior grau. Exemplos:

1) =−++∞← )13(lim 2 xxx

2) =−+

−+−+∞→ 432

1245lim 2

2

xxxxx

x

3) =+−−+

−∞→ 3543lim 2

2

xxxx

x

4) −∞→xlim =+

34

5

62

xx

5) =−+

++∞→ 132

18lim 4

4

xxxx

x

6) =−−−+++∞→ )11(lim 22 xxxxx

Cálculo Diferencial e Integral

57

AULA 08– EXERCÍCIOS 1) =−−−+∞→ )1235(lim 23 xxxx

2) =−+−−∞→ )122(lim 245 xxxx

3) =−+−−∞→ )123(lim 24 xxx

4) =+++∞→ )853(lim 24 xxx

5) =−+−−∞→ )235(lim 3 xxx

6) =−+−+∞→ )23(lim 2 xxx

7) =−+

−+−+∞→ 3

132lim 2

23

xxxxx

x

8) =−+

−∞→ 112lim 2

2

xx

x

9) =−−∞→ 3

3lim 2xx

x

10) =−+−++−

−∞→ 3591253lim 23

23

xxxxxx

x

11) =+−−+

−∞→ 784852lim 5

23

xxxx

x

12) =+

+−−∞→ 7

125lim23

xxx

x

13) =−+++

−∞→ 33

2

)1(1limxx

xxx

14) =+

+++∞→ 1

1lim2

xxx

x

15) =+

++−∞→ 1

1lim2

xxx

x

16) =+

−−+∞→

1532lim

4

2

xxx

x

17) =+

−−−∞→

1532lim

4

2

xxx

x

18) =−+++∞→ )43(lim 2 xxxx

19) =−++−∞→ )43(lim 2 xxxx

Respostas:

1) + ∞ 2) - ∞ 3) - ∞ 4) +∞ 5) +∞ 6) -∞ 7) +∞ 8) 2 9) 0

10) 31

11) 0 12) +∞

13) 31

14) 1 15) -1 16) 2 17) 2

18) 23

19) +∞

Cálculo Diferencial e Integral

58

AULA 09

6.3 – LIMITES TRIGONOMÉTRICOS:

1lim 0 =→ xsenx

x

Demonstrando o limite fundamental por tabela temos que:

Usando valores de x→ 0 em radianos, obtemos valores iguais ou muito próximos.

Exemplos:

1) =→ xxsen

x3lim 0

2) =−

→ 20cos1limx

xx

3) =→ xsenxsen

x 25lim 0

4) =++

→ xsenxsensenxxsen

x 425lim 0

5) =++

→ xsenxxsenx

x 923lim 0

x Senx

0,008 0,008

0,006 0,006

0,004 0,004

0,002 0,002

0,001 0,001

Cálculo Diferencial e Integral

59

6) =→ xtgx

x 0lim

7) =−

→ xx

xcos1lim 0

8) =→ sennxsenmx

x 0lim

AULA 09 – EXERCÍCIOS

1) =→ xxsen

x 23lim 0

2) =→ xsenx

x 4lim 0

3) =→ xxtg

x 32lim 0

4) =→ xsenxsen

x 34lim 0

5) =→ xtgxtg

x 53lim 0

6) =−

→ xsenxx

xcos1lim 0

7) =−

→ 20sec1limx

xx

8) =+

→ xsenxtgx

x 0lim

9) =−−

→ tgxxsenx

x 1coslim 0

10) =−

→ xsensenxtgx

x 20lim

11) =+−

→ senxxsenxx

x 0lim

12) =−

→ xsenxx

x 43cos5coslim 0

13) =−

→ senxxsenxsen

x23lim 0

14) =−+

→ xsenaaxsen

x)(lim 0

15) =−

→ 20 32cos1lim

xx

x

Respostas:

1) 3/2 2) ¼ 3) 2/3 4) 4/3 5) 3/5 6) ½ 7) – ½ 8) 2 9) -1 10) 0 11) 0 12) 0 13) 1 14) cos a 15) 2/3

Cálculo Diferencial e Integral

60

AULA 10

6.4 – LIMITES DE FUNÇÃO EXPONENCIAL E LOGARÍTMICAS:

ex

x

x =⎟⎠⎞

⎜⎝⎛ +∞→

11lim (1)

Neste caso, e representa a base dos logaritmos naturais ou neperianos. Trata-se do número irracional e, cujo valor aproximado é 2,7182818

Nota-se que a medida que x ∞→ , x

x⎟⎠⎞

⎜⎝⎛ +

11 → e

De forma análoga, efetuando a substituição yx=

1 e

yx 1=

temos:

ey yy =+→

1

0 )1(lim (2)

Ainda de forma mais geral, temos:

(3) klyl

y eky =+→ )1(lim 0

(4) kllx

x exk

=⎟⎠⎞

⎜⎝⎛ +∞→ 1lim

(5) ax

a x

x ln1lim 0 =−

(6) 11lim 0 =−

→ xe x

x

Exemplos:

1) =⎟⎠⎞

⎜⎝⎛ +∞→

x

x x

431lim

2) =+→x

x x3

0 )21(lim

X

x

x⎟⎠⎞

⎜⎝⎛ +

11

1 2

2 2,25

3 2,3703

10 2,5937

100 2,7048

1000 2,7169

10000 2,7181

100000 2,7182

Cálculo Diferencial e Integral

61

3) =−

→ x

x

x 213lim 0

4) =−

→ xsene x

x 21lim 0

5) =⎟⎠⎞

⎜⎝⎛ +∞→

x

x x

251lim

6) ( ) =+→x

x x2

0 21lim

7) =−

→ x

x

x12lim 0

8) =−→ 13lim 0 xx e

xsen

9) =−

→ xsene x

x 41lim

3

0

10) =−

→ xsen

x

x 213lim

5

0

11) =−+−−

−→ 26413loglim 2 x

xx

Cálculo Diferencial e Integral

62

AULA 10 – EXERCÍCIOS

1) =−−

→24

2

2

3lim xx

x

2) =−

→1

1

1lim xx

x e

3) =⎟⎠⎞

⎜⎝⎛ −

+−

245

4

2

1limx

xx

x e

4) =++++

−→ 4523loglim 2

2

31 xxxx

x

5) =−+

−→ 21

3lnlim 3 xx

x

6) =+−

→ xxxx

x 2

3

0 loglim

7) =⎟⎠⎞

⎜⎝⎛ ++∞→

x

x x

211lim

8) =⎟⎠⎞

⎜⎝⎛ +−∞→

311limx

x x

9) =⎟⎠⎞

⎜⎝⎛ +

+

+∞→

211limx

x x

10) =⎟⎠⎞

⎜⎝⎛ +

+∞→

311limx

x x

11) =⎟⎠⎞

⎜⎝⎛ +−∞→

x

x x41lim

12) =⎟⎠⎞

⎜⎝⎛ ++∞→

x

x x

321lim

13) =⎟⎠⎞

⎜⎝⎛ −−∞→

x

x x

321lim

14) =+→x

x x1

0 )41(lim

15) =−→x

x x2

0 )31(lim

16) =⎟⎠⎞

⎜⎝⎛

−− +

+∞→

3

14lim

x

x xx

17) =⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛−+

+∞→

2

31lim 2

2 x

x xx

18) =⎟⎠⎞

⎜⎝⎛

++

+∞→

x

x xx

1232lim

19) =+

→ xx

x 2)1ln(lim 0

20) =+

→ xx

x 3)21ln(lim 0

Respostas

1) 81 2) e2 3) e-12 4) -1 5) ln4 6) 0 7) e2 8) e1/3 9) e 10) e 11) e4 12) e6 13) e-6 14) e4 15) e-6 16) e-3 17) e4 18) e 19) ½ 20) 2/3

Cálculo Diferencial e Integral

63

xa

?

y

AULA 11

6.5 – LIMITES LATERAIS: Consideramos uma função y = f(x), da qual queremos achar os limites laterais para x tendendo a a, ou seja, queremos calcular:

Limite lateral à direita ?)(lim =

−→ xfax

Limite lateral à esquerda Vejamos como proceder em cada caso:

Limite a direita (quando x→ a+) Fazemos a seguinte troca de variável: x = a + h, com h > 0 x → a, devemos ter h → 0 Exemplo: =+

+→ )43(lim 2 xx

Limite a esquerda (quando x → a-) Fazemos a seguinte troca de variável: x = a – h, com h > 0 x → a devemos ter h → 0 Exemplo: =+

−→ )43(lim 2 xx

O Limite de uma função existe quando )(lim)(lim xfxf axax +− →→ =

x

?

y

a

?)(lim =+→ xfax

Cálculo Diferencial e Integral

64

AULA 11 – EXERCÍCIOS 1) =−−+→

)13(lim 22 xxx

2) =+−

+→ 243lim 3 x

xx

3) =−

+−−→ 13

235lim2

1 xxx

x

4) =+−+−

−→ 23105lim 2

2

3 xxxx

x

5) =−++→)31(lim

3x

x

6) =−

+→ 2lim

2 xx

x

7) =+−→)3(lim 2

2xx

x

8) =++→)3(lim 2

2 xxx

9) =−

−→ 23lim 2 x

xx

10) =−

+→ 23lim

2 xx

x

11) =−→x

x

1

02lim

12) =+→x

x

1

0 2lim

13) =+

−→x

x 1021

4lim

14) =+

+→x

x 1021

4lim

15) Calcule os limites laterais solicitados.

a) ⎪⎩

⎪⎨

<+=>−

=1x se14x1x se 2

x se xxf

123)(

)(lim1

xf x +→

, )(lim1

xf x −→

, )(lim1

xfx→

b) ⎪⎩

⎪⎨

>=<−

=2 x se1-x2x se 0

x se xxf

21)(

2

)(lim2

xf x +→

e )(lim2

xf x −→

c) ⎪⎩

⎪⎨

>+

=<

=

2 x se7-6xx-

2x se 1x se 1-3x-x

xf2

22)(

2

)(lim2

xf x +→

e )(lim2

xf x −→

Respostas:

1) 9 2) 1 3) 2 4) 26 5) 1 6) ∞ 7) 10 8) 10 9) -∞ 10) +∞ 11) 0 12) +∞ 13) 4 14) 0 15) a) 1 e 5 b) 1 e -3 c) 1 e 1

Cálculo Diferencial e Integral

65

AULA 12

7 - ASSÍNTOTAS HORIZONTAIS E VERTICAIS

7.1 – INTRODUÇÃO: Traçaremos com facilidade um esboço gráfico de uma função se conhecermos as assíntotas horizontais e verticais do gráfico, caso elas existam.

Assíntota são as linhas horizontais e verticais que no gráfico servem para traçarmos a função, onde a função vai tender para este valor, o que encontrarmos da assíntota, porém não "toca " esta reta, pois a assintota são os limites laterais vertical e horizontal da função

7.2 – ASSÍNTOTA VERTICAL Dizemos que a reta x = a é uma assíntota vertical do gráfico de f, se pelo menos uma das afirmações seguintes for verdadeira:

i. ∞=+→)(lim xf

ax

ii. −∞=+→)(lim xf

ax

iii. ∞=−→)(lim xf

ax

iv. −∞=−→)(lim xf

ax

7.3 – ASSÍNTOTA HORIZONTAL Dizemos que a reta y = b é uma assíntota horizontal do gráfico de f, se pelo menos uma das afirmações seguintes for verdadeira:

i. bxfx =+∞→ )(lim

ii. bxfx =−∞→ )(lim

Exemplos:

1) Seja a função)1(

2)(−

=x

xf . Encontre a equação assíntotas horizontais e verticais se ela

existirem.

Cálculo Diferencial e Integral

66

2) Considere a função 2)2(43)(−

−=x

xf . Encontre a equação das assíntotas horizontais e

verticais, se ela existirem.

Cálculo Diferencial e Integral

67

8 – FUNÇÕES CONTÍNUAS 8.1 – DEFINIÇÃO: Uma função f é contínua em um ponto a se são satisfeitas as seguintes condições:

i. ∃ )(af

ii. ∃ )(lim xfax→

iii. )()(lim afxfax =→

Exemplos: Verifique se as funções abaixo são contínuas no ponto indicado:

1) xxxf 352)( +−= em x = 4

2) 2

|2|)( −=

xxf em x = 2

Cálculo Diferencial e Integral

68

3) ⎪⎩

⎪⎨

>−=<−

=333231

)(

2

xsexxsexsex

xf em x = 3

AULA 12 – EXERCÍCIOS Escreva a equação das assíntotas das funções abaixo, faça um esboço do gráfico da função:

1) 3

5−

=x

y

2) 113

−+

=xxy

3) x

y 2=

4) 2)1(2−

=x

y

5) 2

31−

+−=x

y

Verifique se as funções abaixo são contínuas nos pontos indicados

6) ⎪⎩

⎪⎨⎧

=

≠−−

=31

33

|3|)(

xse

xsexx

xf em x = 3

7) 39)(

2

−−

=x

xxf em x = 3

8) 53)( −= xxf em x = 2

9) ⎩⎨⎧

<−≥+−

=23215

)(2

xsexxsexx

xf em x = 2

Respostas

1) x = 3 é a equação da assíntota vertical e y = 0 é a assintota horizontal

2) x = 1 é a equação da assíntota vertical e y = 3 é a assintota horizontal

3) x = 0 é a equação da assíntota vertical e y = 0 é a assíntota horizontal

4) x = 1 é a equação da assíntota vertical e y = 0 é a assíntota horizontal

5) x = 2 é a equação da assíntota vertical e y = - 1 é a assíntota horizontal

6) a função não é contínua 7) a função é continua 8) a função é contínua 9) a função não é contínua

Cálculo Diferencial e Integral

69

AULA 13

9 – DERIVADAS

9.1 – INTRODUÇÃO: O Cálculo Diferencial e Integral criado por Leibniz e Newton no século XVII tornou-se logo de início um instrumento precioso e imprescindível para a solução de vários problemas relativos à Matemática e a Física. Na verdade, é indispensável para investigação não-elementar tanto nas ciências naturais como humanas. O formalismo matemático do Cálculo que à primeira vista nos parece abstrato e fora da realidade, está internamente relacionado com o raciocínio usado pelas pessoas em geral na resolução de problemas cotidianos. 9.2 – DETERMINAÇÃO DO COEFICIENTE ANGULAR DA RETA TANGENTE AO GRÁFICO DE UMA FUNÇÃO EM UM DETERMINADO PONTO DESTE GRÁFICO: Seja f uma função representada no gráfico abaixo:

y

xx

f x( )

Gostaríamos de encontrar a inclinação da reta tangente a este gráfico em um determinado ponto, vamos supor P(x, f(x)). Sabemos que o coeficiente angular da reta nos dá a inclinação desta. Sendo assim, devemos encontrar o coeficiente angular da reta tangente ao gráfico em P (x, f(x)).

y

xx

f x( )

Cálculo Diferencial e Integral

70

Seja P(x, f(x)) e Q (x + h, f(x +h)) dois pontos da função f onde h representa a diferença entre as abscissas de P e Q. É fácil determinar o coeficiente angular da reta PQ utilizando os conceitos de trigonometria no triângulo retângulo. Seja s a reta secante ao gráfico de f pelos pontos P e Q.

y

x

Q

P

x x + h

f x( )

f x+h( )

f x( )

s

R

Sabemos que o coeficiente angular mPQ da reta secante é dado pr

PRQRtgmm sPQ === α

h

xfhxfms)()( −+

= (i) inclinação da reta secante

Podemos tomar no gráfico pontos Q1, Q2, Q3, Q5,....Qn cada vez mais próximos de P, a reta s(PQ) secante a curva, tende a posição de tangência em P e o acréscimo h, tende a zero.

y

x

Q

P

x x + h

f x( )

f x+h( )

f x( )

s

RQ3

Q2

Q1

Logo:

hxfhxfm

mm

xt

sxt

)()(lim

lim

0

0

−+=

=

onde m representa o coeficiente angular da reta tangente. Esse limite quando existe é chamado Derivada de t

Cálculo Diferencial e Integral

71

9.3 – DEFINIÇÃO: Seja uma função f: D → R, e seja D’ o conjunto de todos os valores x tal que exista f’(x). Chama-se função derivada de f a função f’ : D’ → R tal que:

xxfxxfxf x Δ

−Δ+= →Δ

)()(lim)(' 0

Exemplo: 1) Se f(x) = x2 determine a equação da reta tangente ao gráfico f no ponto de abscissa x = 2

Cálculo Diferencial e Integral

72

1) Seja a função f: R → R tal que f(x) = x2. Obter a função derivada de f: 2) Utilizando a definição calcule a derivada da função f(x)=x3 9.3.1 – Outras notações para a função derivada:

y’ (lê-se: derivada de y) y’x (lê-se: derivada de y em relação a x)

dxdy

(derivada de y em relação a x)

Df (derivada de f)

Cálculo Diferencial e Integral

73

9.4 – SIGNIFICADO FÍSICO DA DERIVADA; A questão fundamental da cinemática consiste em determinar a velocidade de um móvel em um instante qualquer quando é conhecida a equação de seu movimento ou seja, a expressão que nos dá o espaço (posição) em função do tempo, s=f(t). Quantitativamente a velocidade exprime em geral, a razão de variação do espaço em relação ao tempo. Quando esta razão é constante, temos o movimento uniforme. Ou seja, se o móvel percorre um espaço SΔ em um intervalo de tempo tΔ , a velocidade é dada pelo quociente

tSvΔΔ

= , que é uma razão constante.

Quando porém, temos um movimento variado, ou seja, o móvel percorre espaços diferentes em tempos iguais, é necessário e fundamental distinguir a velocidade média da velocidade instantânea. Se um automóvel percorre 120 km em 2 horas, não podemos concluir deste fato que sua velocidade tenha sido de 60 km/h. Se durante o percurso nós ativéssemos ao velocímetro constataríamos que a velocidade apresentou variação, ora para mais, ora para menos. Portanto a velocidade de 60 km/h que obtivemos dividindo 120km pelo tempo de 2 horas gastos em percorrê-los é o que chamamos de velocidade média. A velocidade que observamos a cada instante no velocímetro do veículo denominamos velocidade instantânean. Consideremos um móvel de equação horária s = f(t) que se desloca sobre uma trajetória retilínea de origem O e que em um instante t1 ocupe uma posição S1 e num instante t2 ocupe uma posição S2.

Sabemos que o espaço percorrido pelo móvel entre uma posição e outra é 12 SSS −=Δ ou

)()( 12 tftfS −=Δ e que o tempo gasto para percorrê-lo é 12 ttt −=Δ . Logo, sua velocidade média neste percurso é:

12

12

12

12 )()(tt

tftfttSS

tSVm −

−=

−−

=ΔΔ

=

Com a definição de velocidade média e considerando a variação do tempo tendendo a zero podemos estabelecer a equação da velocidade instantânea no instante t1, dada por:

12

120

)()(limlimtt

tftftSV t −

−=

ΔΔ

= →Δ

Mas tttttt Δ+=⇒Δ=− 1212 e considerando t1 um instante genérico t, temos ttt Δ+=2 , logo:

ttfttfV t Δ

−Δ+= →Δ

)()(lim 0

que é a derivada da função f em relação a sua variável independente t, ou seja:

Se S = f(t) então S’(t) = v Raciocínio semelhante pode ser desenvolvido a partir da função velocidade do móvel, v= f(t), o que nos levará a concluir que a sua derivada nos fornecerá a aceleração do móvel em um instante qualquer, isto é: Se v = f(t) então v’(t) = a Onde a é a aceleração instantânea do móvel.

0 S1 S2

Cálculo Diferencial e Integral

74

9.5 – REGRAS DE DERIVAÇÃO: Esta seção contém algumas regras gerais que simplificam o trabalho de cálculo das derivadas. 1) f(x) = c f’(x) = 0

2) f(x) = xn f’(x) = n.xn-1

3) f(x) = u.v f’(x) = u’v + uv’

4) f(x) = u.v.w f’(x) = u’vw + uv’w + uvw’

5) vuxf =)( 2

'')('v

uvvuxf −=

6) f(x) = un f’(x) = n.un-1.u’

7) f(x) = au f’(x) = au.ln a.u’

8) f(x) = eu f’(x) = eu.u’

9) f(x) = ln u uuxf ')(' =

10) f(x) = log a u au

uxfln.

')(' =

11) f(x) = cos u f’(x) = - u’.sen u

12) f(x) = sen u f’(x) = u’.cos u

13) f(x) = tg u f’(x) = u’.sec2 u

14) f(x) = cotg u f’(x) = - u’.cossec2u

15) f(x) = sec u f’(x) = u’.sec u. tg u

16) f(x) = cossec u f’(x) = - u’.cossec u. cotg u

17) f(x) = uv f’(x) = v.uv-1.u’ + uv.v’.ln u

)'.ln'()(' uuvuvuxf v +=

18) f(x) = arc sen u 21

')('u

uxf−

=

19) f(x) = arc cos u 21

)('u

uxf−

−=

20) f(x) = arc tg u 21')('u

uxf+

=

Cálculo Diferencial e Integral

75

9.5.1 – Derivada de função Algébrica:

Exemplos: 1) y = 4x2 – 2x

2) 73

57 2

−−=xy

3) 3 2xy =

4) 1

2+

=x

xy

5) )1)(32( 2xxxy +−+= 6) 52 )3( += xy

7) 21 xy −=

8) 34

2+

=x

y

Cálculo Diferencial e Integral

76

AULA 13 – EXERCÍCIOS 1) y = 5X4 – 3X3 + 2X2 + 3X + 5 2) y = 7x4 -2x3 + 8x

3) xxxy 42

53

2 23

−+=

4) 3

7x

y =

5) 5

4x

y =

6) xxy += 2

7) 44 35 2 xxxy +−=

8) xxy 612 3 +=

9) 53

1−

=x

y

10) 7253

−+

=xxy

11) 55

322 +−

+=

xxxy

12) 223

2

2

+−+−

=xxxxy

13) y = (1 + 4x3)(1 + 2x2) 14) y = (x2 – 1)(1 – 2x)(1 – 3x2) 15) y = (2x2 – 4x + 8)8 16) y = (3a- 2bx)6

17) 3 3bxay +=

18) 3 22 )52( xy −=

19) xaxay −+= )(

20) 45 += xxy

21) 56

523 +

−=

xxy

22) 42

12 ++

+=

xxxy

23) xxy

−+

=11

24) xaxay

−+

=

Respostas: 1) y’ = 20x3 – 9x2 + 4x + 3 2) y’ = 28x3 – 6x2 + 8 3) y’ = 2x2 + 5x – 4

4) 4

21'x

y −=

5) 6

20'x

y −=

6) x

xxy2

4'2 +

=

7) 345 3

44

35

2' xxx

y +−=

8) x

xy 318' +=

9) 25309

3' 2 +−−

=xx

y

10) 2)72(31'−

−=

xy

11) 22

2

)55(2562'

+−+−−

=xx

xxy

12) 22

2

)2(42'+−−

=xx

xy

13) y’ = 40x4 + 12x2 + 4x 14) y’ = 30x4 – 12x3 – 24x2 + 8x + 2 15) y’ = (32x – 32)(2x2 – 4x + 1)7 16) y’ = -12b(3ª-2bx)5

17) 3 23

2

)('

bxabxy+

=

18) 3 2523

20'x

xy−

−=

19) xa

xay−

−=

23'

20) 452

815'++

=x

xy

21) 32

23

)56(10456'

+

++−=

xxxy

22) 32 )42(

3'++

=xx

y

23) )1(1

1'2 xx

y−−

=

24) 2)(

'xax

ay−

=

Cálculo Diferencial e Integral

77

AULA 14

9.5.2 – Derivada de Funções Exponenciais e Logarítmicas: Exemplos: 1) xy 3=

2) xey =

3) xxey 22 +=

4) axexy ⋅= 2

5) 11

+−

= x

x

eey

6) xy 3log=

7) )1(log 2 += xy a

8) xx

xx

eeeey −

+−

=

Cálculo Diferencial e Integral

78

AULA 14 – EXERCÍCIOS

1) y = 3x 2) y = e – x

3) 8xey =

4) 12 ++= xxey

5) xxy 22

7 +=

6) x

eyx

=

7) xxy )1( +=

8) 13

)1( ++= xxy

9) xy 3ln=

10) 3log4 xy =

11) 2

2

1ln

xxy+

=

12) xxy

−+

=11ln

13) 229ln xy −=

14) xx

yln1

=

15) xey x ln=

16) 22 ln xxy =

17) xxy ln

=

Respostas:

1) 3ln3' xy =

2) xey −−='

3) 8

.8' 7 xexy =

4) )12.(' 12

+= ++ xey xx

5) )22.(7ln.7' 22

+= + xy xx

6) 2

)1('xxey

x −=

7) )1ln()1()1(' 1 ++++= − xxxxy xx

8) )1ln(.3.)1()1)(1(' 213 33

+++++= + xxxxxy xx

9) x

xy2ln3'=

10) 10ln

12'x

y =

11) )1(

2' 2xxy

+=

12) 2)1(2'x

y−

=

13) 2292'

xxy

−−

=

14) 2)ln(1ln'

xxxy −−

=

15) ⎟⎠⎞

⎜⎝⎛ +=

xxey x 1ln'

16) )1(ln2' 2 += xxy

17) 2

ln1'x

xy −=

Cálculo Diferencial e Integral

79

AULA 15

9.5.3 – Derivada de Funções Trigonométricas: Exemplos: 1) y = sen 5x 2) y = 3cos 2x 3) y = tg 3x 4) y = sec 4x 5) y = tg x3 6) y = tg2 x 7) y = cotg(1 – 2x2) 8) y = x2cosx 9) y = sen2x.cosx

10) x

xy cos=

11) x

xy−

=2

arccos

Cálculo Diferencial e Integral

80

AULA 15 – EXERCÍCIOS

1) y = cossec 7x 2) y = sen3x + cos2x 3) y = sen5x 4) y = 5sen3x

5) 3 3xtgy =

6) 12 += xseny

7) xxexy cos

=

8) xxy )(cos=

9) x

senxycos

=

10) 34xsenxey x +=

11) xy 3sec=

12) xesenxxy .2=

13) xarcseny 3=

14) x

arctgy 1=

15) )23( −= xarcseny

16) 22xarctgy =

17) )25( 3xarcseny −=

18) )1(cot 2xgarcy −=

19) 3sec xarcy =

20) )1sec(arccos −= xy

21) arcsenxxy += 2 22) arctgxxy .=

23) xy arccosln=

Respostas 1) y’ = -7cossec7x.cotg7x 2) y’ = 3cos3x-2sen2x 3) y’ = 5sen4x.cosx 4) y’ = 15sen2x.cosx

5) xsenx

xtgy

3.3cos3

'3

=

6) 12

12cos'++

=x

xy

7) xexxxsenxxy 2

cos)cos(' −+−=

8) )cos(ln)(cos' xtgxxxy x −=

9) xy 2sec'=

10) 212)cos(' xxsenxey x ++=

11) xtgxx

y .sec2

3' 3=

12) y’ = xex(2senx+xcosx+xsenx)

13) 291

3'x

y−

=

14) 1

1' 2 +−

=x

y

15) 3129

3'2 −+−

=xx

y

16) 4414'

xxy

+=

17) 24204

6'36

2

−+−

−=

xxxy

18) 42222'

xxxy+−

=

19) 1

3'6 −

=xx

y

20) xxx

y2)1(

1'2 −−

−=

21) 21

12'x

xy−

+=

22) 21'

xxarctgxy+

+=

23) 21.arccos

1'xx

y−

−=

Cálculo Diferencial e Integral

81

AULA 16

9.6 – DERIVADAS SUCESSIVAS Seja f uma função contínua em um intervalo I e derivável em um intervalo A ⊂ I. Vimos que a derivada de f em A denotamos por f’ . Se f’ é derivável em um intervalo B, B ⊂ A, a esta derivada de f’ denotamos por f” denominamos derivada segunda de f. Procedendo de maneira análoga, definimos as derivadas terceiras, quarta,...,enésimas. Exemplo: 1) Obtenha até a derivada de 5a ordem da função f(x) = 5x5 – 3x3

2) Dada a função f(x) = x4 – 2x3 + 4x2 – 1, pede-se calcular f”(-1) e f(6)(15)

9.7 – REGRAS DE L’HOSPITAL

Agora apresentaremos um método geral para levantar indeterminações do tipo 00

ou ∞∞

.

Esse método é dado pelas regras de L’Hospital. Regras de L’Hospital:Sejam f e g funções deriváveis num intervalo aberto I. Suponhamos que g’(x) ≠ 0 para todo x ≠ a em I.

i). Se 0)(lim)(lim == →→ xgxf axax e Lxgxf

ax =→ )(')('lim então:

Lxgxf

xgxf

axax == →→ )(')('lim

0()(lim

Cálculo Diferencial e Integral

82

ii). Se ∞== →→ )(lim)(lim xgxf axax e Lxgxf

ax =→ )(')('lim então:

Lxgxf

xgxf

axax == →→ )(')('lim

)()(lim

Obs.: A regra de L’Hospital continua válida se +∞=→ )(')('lim

xgxf

ax ou −∞=→ )(')('lim

xgxf

ax . Ela

também é válida para os limites laterais e para os limites no infinito. Exemplos: Determinar

1) 1

2lim 0 −→ xx ex

2) x

senxx 0lim →

3) x

xx

cos1lim 0−

4) 42lim 4 −

−→ x

xx

5) 236lim 2

2

2 +−−+

→ xxxx

x

Cálculo Diferencial e Integral

83

AULA 16 – EXERCÍCIOS

1) 11lim

2

1 −−

→ xx

x

2) 1

23lim 23

3

1 +−−+−

→ xxxxx

x

3) xx ex3

lim ∞→

4) 1

lnlim 1 −→ xx

x

5) 20 3lim

xsenxx

x−

6) 321lim

xex x

x

+∞→−−

7) 3

lim3

3 −−

→ xee x

x

8) senxx

xtgxx −

−→0lim

9) senxx

xee xx

x −−− −

→ 2lim

2

0

10) xsen

xx π

2

11lim −

11) x

xsenx −

−→ ππ

21

lim

12) 30limxsenxx

x−

13) x

ba xx

x−

→0lim

14)

2

1lim3

2 ππ−

−→ x

xsenx

15) 1cos

1lim2

0 −−

→ xe x

x

16) Obter a derivada terceira das seguintes funções:

a) f(x) = x3 + 2x2 + 1 b) f(x) = 5x2 – 3x +2

c) 121)( −=x

xf

d) f(x) = 2x-3 e) f(x) = sen3x f) f(x) = e2x

17) Obter a derivada segunda das seguintes funções:

a) xa

xy+

=2

b) y = ex.cosx Respostas

1) 2

2) 23

3) 0 4) 1 5) 0 6) 0 7) e3 8) 2 9) 2

10) π2

11) 0

12) 61

13) baln

14) 0 15) -2 16) a) 6 b) 0 c) 0 d) -120x-6

e) -27cos3x f) 8e2x

17) a) 3

2

)(2"

xaay+

=

b) y” = -2exsenx

Cálculo Diferencial e Integral

84

AULA 17

9.8 – APLICAÇÃO DAS DERIVADAS 9.8.1 – Taxas de Variação Relacionadas Notemos que se duas grandezas variáveis estão relacionadas entre si através de uma terceira grandeza, então suas taxas de variação em relação a esta grandeza da qual dependem também estarão.

Exemplo: Se y depende de x e x depende de t, temos: dtdx

dxdy

dtdy

⋅=

Exemplos:

1) Um quadrado se expande de modo que seu lado varia a razão de 5 cm/s. Achar a taxa de variação de sua área em relação ao tempo no instante em que o lado mede 15cm.

2) Um cubo se expande de modo que sua aresta varia a razão de 12,5cm/s. Achar a taxa de

variação de seu volume no instante em que sua aresta mede 10cm.

Cálculo Diferencial e Integral Profa Paula Francis Benevides

85

3) Acumula-se areia em um monte com a forma de um cone onde a altura é igual ao raio da

base. Se o volume de areia cresce a uma taxa de 10 m3/h, a que razão aumenta a área da base quando a altura do monte é de 4m?

Cálculo Diferencial e Integral

86

9.8.2 – Máximos e Mínimos 9.8.2.1 – Introdução: Suponha que o gráfico abaixo tenha sido feito por um instrumento registrador usado para medir a variação de uma quantidade física em relação ao tempo. Em tal caso, o eixo dos x representa o tempo e as ordenadas dos pontos do gráfico, os valores da quantidade f(x). Por exemplo, os valores de y podem representar medidas de temperaturas, pressão, corrente em um circuito elétrico, pressão sangüínea de indivíduo, quantidade de um produto químico em uma solução, bactérias em uma cultura, etc. Observemos que há intervalos em que a função é crescente e outros nos quais ela é decrescente.

y

xa b c d e

M

N

P

A figura mostra que f é crescente no intervalo de ]a,b[, decrescente de ]b, c[, crescente ]c, d[ e decrescente de ]d, e[. Se restringirmos nossa atenção ao intervalo de [b, e], veremos que a quantidade atingiu seu máximo (maior valor) em d e seu mínimo em c. Observe que em outros intervalos existem diferentes máximos e mínimos. O ponto M da curva, de abscissa x = b, situa-se exatamente no ponto onde a função passa de crescente para decrescente. Dizemos então que a função apresenta um máximo local em x = b, ou que f(b) é um máximo local da função. Isto é, o valor de f(b) é o maior valor que a função assume para valores de x, próximos de b. Convém observar que o ponto M não é o ponto mais alto do gráfico. M é o ponto mais alto dos que lhe são próximos. Por isso o adjetivo “local”. Vejamos agora que a função é decrescente no intervalo de ]b, c[ e crescente de ]c, d[. O ponto N da curva situa-se exatamente no ponto em que a função passa de decrescente para crescente e sua abscissa é x = c. Observamos que N é o mais baixo ponto entre os que lhe são próximos. Dizemos que a função apresenta ai um mínimo local, ou que f(c) é um mínimo local de f. O valor de f(c) é o menor valor que a função assume para valores próximos de x, próximos de b. Notemos que a função pode apresentar outros máximos e mínimos locais. Definição 1: Seja f uma função definida em um intervalo l e c um número em l, então:

i). f(x) é máximo de f em l se f(x) ≤ f(c) para todo x em l ii). f(x) é mínimo em f em l se f(x) ≥ f(c) para todo x em l

Definição 2: Seja c um valor do domínio de uma função f

i). f(c) é máximo local de f se existe um intervalo (a,b), contendo c, tal que f(x) ≤ f(c) para todo x em (a,b)

ii). f(c) é mínimo local de f se existe um intervalo (a,b), contendo c, tal que f(x) ≥ f(c) para todo x em (a,b)

Teorema: Se uma função f tem extremo local para um valor c, então f’(c) = 0 ou f’(c) não existe.

Cálculo Diferencial e Integral

87

Suponha que uma função f seja derivável, neste caso o seu gráfico admite tangente em cada ponto, conforme o gráfico abaixo.

No ponto B, de máximo local, e A de mínimo local, a tangente ao gráfico é uma reta horizontal, paralela ao eixo x. Logo f’(a) = f’(b) = 0 pois o coeficiente angular da reta tangente é a derivada da função no ponto. Se f é uma função derivável e xo ponto tal que f’(xo) = 0 ou não exista, dizemos que x0 é um ponto crítico da função f. Portanto da afirmação anterior, concluímos que os máximos e mínimos locais de uma função ocorrem em pontos críticos da função. A condição f’(x) = 0 é necessária para que haja máximo ou mínimo local no ponto x, mas não é suficiente. Seja por exemplo a função f(x) = x3. Derivando temos: f’(x) = 3x2, logo f’(x) = 0 e o ponto de abscissa x = 0 não é nem máximo local nem mínimo local da função. Definição 3: Um ponto (número) c do domínio de uma função f é ponto crítico de f se, ou f’(c)=0 ou f’(c) não exista. Exemplo: Determine os pontos críticos da função f(x) = 4x2 – 3x + 2

A

B

Cálculo Diferencial e Integral

88

9.8.2.2 – Determinação dos Máximos e Mínimos locais: 1º) Calcular a derivada primeira da função f e resolver a equação f’(x)=0, cujas raízes

são as abscissas dos pontos críticos de f. 2º) Examinamos cada ponto crítico encontrado afim de verificar se trata-se de extremo

ou não. Para isso, utilizaremos o teste da derivada primeira ou o teste da derivada segunda.

9.8.2.3 – Crescimento e Decrescimento de funções: Teorema: Seja f uma função contínua em um intervalo fechado [a, b] e derivável no intervalo aberto (a, b).

i). Se f’(x) > 0 para todo x em (a, b) então f é crescente em [a, b] ii). Se f’(x) < 0 para todo x em (a, b) então f é decrescente em [a, b]

9.8.2.4 – Teste da Derivada Primeira: Suponhamos que para x = x0 a função f tenha um ponto crítico e sejam a e b muito próximos de x0 tais que a<x0<b, então:

i). Se tivermos que f’(a) > 0 e f’(b) < 0, então, nesse caso a função passa de crescente a decrescente e podemos afiram que f(x0) é um máximo local da função.

ii). Se tivermos que f’(a) < 0 e f’(b) > 0, então, nesse caso a função passa de decrescente a crescente e podemos afirmar que f(x0) é um mínimo local da função.

Exemplos:

1) Seja a função f(x) = x2 -4. Determine os pontos de máximo, de mínimo e de inflexão se existirem.

Cálculo Diferencial e Integral

89

2) Seja a função f(x) = - x3 + 8x2 + 12x – 5. Determine os pontos de máximo, de mínimo e

de inflexão se existirem. 9.8.2.5 – Concavidade e Teste da Derivada Segunda: Teste da Concavidade: Se uma função f é diferenciável em um intervalo aberto contendo c, então, no ponto P(c, f(c)), o gráfico é:

i). Côncavo para cima se f”(c) > 0 ii). Côncavo para baixo se f”(c) <0

Teste da Derivada Segunda: Seja f diferenciável em um intervalo aberto contendo c e f’(c)=0.

i). Se f”(c) < 0, então f tem máximo local em c ii). Se f”(c) > 0, então f tem mínimo local em c

Se a função f admite derivada segunda nos pontos críticos, e supondo que esta seja

contínua no domínio considerado, podemos empregá-la para examinar cada ponto crítico e classificá-lo.

Seja x0 a abscissa de um ponto crítico, se f”(x0) > 0, o gráfico de f côncavo para cima para x próximo de x0, isto é, f tem ai concavidade voltada pra cima e então f(x0) é um mínimo local de f.

Cálculo Diferencial e Integral

90

Se f”(x0) < 0, o gráfico de f é côncavo para baixo pra x próximo de x0, isto é, f tem

concavidade voltada pra baixo, e nesse caso, f(x0) é um máximo local de f. Resumindo:

Mínimo Local: ⎩⎨⎧

>=

0)("0)('

0

0

xfxf

Máximo Local: ⎩⎨⎧

<=

0)("0)('

0

0

xfxf

Exemplo: Determinar os pontos máximos ou mínimos da função f(x) = - x3 – 3x2 + 9x – 5, se existirem usando o teste da DERIVADA SEGUNDA.

Cálculo Diferencial e Integral

91

AULA 17 – EXERCÍCIOS 1) Ao aquecer um disco circular de metal, seu diâmetro varia à razão de 0,01 cm/min. Quando o diâmetro esta com 5 metros, a que taxa esta variando a área de uma face? 2) Um tanque em forma de cone com vértice para baixo mede 12 m de altura e tem no topo um diâmetro de 12 m. Bombeia-se água à taxa de 4m3/min. Ache a taxa com que o nível da água sobe: a) quando a água tem 2 m de profundidade. b) quando a água tem 8 m de profundidade. 3) Uma pedra lançada em uma lagoa provoca uma série de ondulações concêntricas. Se o raio r da onda exterior cresce uniformemente à taxa de 1,8 m/s, determine a taxa com que a área de água perturbada está crescendo: a) quando r = 3m b) quando r = 6m 4) Determine as abscissas dos pontos críticos das funções abaixo: a) s(t) = 2t3 + t2 – 20t +4 b) f(x) = 4x3 – 5x2 – 42x + 7 c) g(w) = w4 – 32w 5) Determine os pontos de máximo, de mínimo e de inflexão das seguintes funções se existires, UTILIZANDO O TESTE DA DERIVADA PRIMEIRA. a) y = 6x3 + 15x2 – 12x -5

b) 8874)( 2 −+−= xxxf

c) f(x) = - 9x2 + 14x +15 6) Determine as abscissas dos pontos máximos ou mínimos das seguintes funções, UTILIZANDO O TESTE DA DERIVADA SEGUNDA. a) f(x) = x3 – 12x2 + 45x +30 b) y = 8x3 – 51x2 -90x +1 c) y = -x3 – 9x2 + 81x – 6 7) Imagine que a trajetória de uma pedra lançada ao ar seja um trecho da parábola dada por y = 5x 2 – 2 0x (x e y em metros), determine o ponto máximo da função. Respostas:

1) min/2

5 2cmπ

2)

min/41)

min/4)

mb

ma

π

π

3) smbsma

/6,21)/8,10)

2

2

π

π

4)

2)3

72

3)

235)

=

−=

−=

wc

exb

eta

5) a) máx x = -2 e min x = 1/3 b) máx x = 7 c) máx x = 7/9 6) a) máx x = 3 e min x = 5 b) máx x = -3/4 e min x = 5 c) máx x = 3 e min x = - 9 7) P(2,- 20)

Cálculo Diferencial e Integral

92

AULA 18

10 – INTEGRAIS

10.1 – INTRODUÇÃO: Até o momento, nosso problema era; dada a função obter a sua derivada. A partir de agora, trabalharemos com a pergunta inversa: dada a função de quem ela é derivada? A operação contrária a diferenciação (ou a derivação) é chamada de antidiferenciação ou anti-derivada. Definição: Uma função F é chamada de anti-derivada de uma função f em um intervalo l se F’(x) = f(x) para todo x em l Exemplo: Seja f(x) = 4x3 + 2x + 1. F(x) = x4 + x2 + x é a anti-derivada da função f, pois F’(x0 = f(x). Mas não existe uma única integral, note por exemplo que: G(x) = x4 + x2 + x + 5 também é uma anti-derivada de f pois G’(x) = f9x0 Na verdade,qualquer função definida por H(x) = x4 + x2 + x + c onde x é uma constante qualquer, será uma integral de f. 10.1.1 – NOTAÇÃO: A anti-diferenciação é um processo pelo qual se obtém a anti-derivada, mais geral de uma

função encontrada. O símbolo ∫ denota a operação de integral, e escrevemos:

∫ += CxFdxxf )()( onde )()(' xfxF =

A expressão acima é chamada de Integral Indefinida de f. Em lugar de usarmos a

expressão antiderivação para o processo de determinação de F, utilizaremos agora, a expressão Integração Indefinida.

Para facilitar o nosso processo de obtenção da anti-derivada de uma função, temos

algumas regras, que veremos a seguir. 10.2 – INTEGRAIS IMEDIATAS

∫ ++

=+

cnxdxx

nn

1

1

1) ∫ =dxx5

2) ∫ =2xdx

3) ∫ =3 2xdx

Cálculo Diferencial e Integral

93

4) ∫ =− dxxx)1(

5) ∫ =⎟⎠

⎞⎜⎝

⎛ + dxx

x2

32 1

6) ∫ =−+ dx

xxx2

23 )45(

7) ∫ =+ dxxx 223 3.)2(

∫ ++

=+

cnvdvv

nn

1

1

8) ∫ =+ xdxxba .222

∫ += cvvdv ln

9) ∫ =− )32( x

dx

Cálculo Diferencial e Integral

94

10) ∫ =− 3

2

21 xdxx

∫ += ca

advav

v

ln ∫ += cedve vv

11) ∫ =dxxe x

2

1

12) ∫ =dxexx3

13) ( )∫ =

− dxbabaxx

xx 2

cvdvtgv +−=∫ cosln. ou cvdvtgv +=∫ secln.

14) ∫ =xdxtg2

∫ +−= cgvvvdv )cotsecln(cosseccos

15) ∫ =xdxseccos

Cálculo Diferencial e Integral

95

∫ += ctgvvdv2sec

16) ∫ =dxxx 322 sec

∫ ++= ctgvvvdv )ln(secsec

17) ∫ =x

dxxsec

∫ += cxdxtgxx sec..sec

18) ∫ =dxx

senx2cos

∫ +−= cgxxdx cotseccos 2

19) ∫ =+ x

dxcos1

Cálculo Diferencial e Integral

96

cavarcsen

vadv

+=−

∫ 22 ou c

av

vadv

+−=−

∫ arccos22

20) ∫ =− 2916 xdx

cavarctg

avadv

+=+∫

122 ou c

avarc

avadv

+−=+∫ cot1

22

21) ∫ =+ 94 2x

dx

cavarc

aavvdv

+=−

∫ sec122

ou cav

aavvdv

+−=−

∫ secarccos122

22) ∫ =− 94 2xx

dx

Cálculo Diferencial e Integral

97

cvava

ava

dv+

+=

−∫ ln21

22

23) ∫ =−19 2x

dx

∫ ++−

=−

cavav

aavdv ln

21

22 ∫ +±+=±

cavvav

dv )ln( 22

22

24) ∫ =−+ 743 2 xx

dx

Cálculo Diferencial e Integral

98

Aula 18- Exercícios

1) ∫ +dx

xx

33

2

)2(8

2) ∫+

+ dxxx

x3

12 )6(

)3(

3) ∫ − dxxx 42 2

4) dxx

x∫

+ )ln2(

5) ∫+ dx

xx 2)1(

6) ∫ + dxee xx .)1( 3

7) ∫ dxxxsen .2cos.2 2

8) ∫ ⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛+

dxtgxx

2

1sec

9) ∫ −dx

xcbax

222

3

10) ∫ xxdxln.

11) ∫ dxxtg .2

12) ∫ 22 )( xedx

13) dxx

xsenx∫

+cos

cos

14) ∫ dxxsen

gx2

cot

15) ∫ − dxx 2)14(sec

16) ∫ +dx

xbatgxx

sec.sec

17) ∫ dxxsenx

4

3cos

18) ∫ dxxtg .4

19) ∫ + dxxxtg 2)2sec2(

20) ∫ + dxgxtgx 2)cot(

21) ∫ +dx

bxax

44

22) ∫ − 294 tdt

23) ∫ − θθθ24

.cossen

d

24) ∫−14xx

dx

25) ∫−

dxx

x2

2

1arccos

26) ∫ −dx

xx

6

2

5

27) ∫ + arctgxxdx)1( 2

28) ∫ −+ xx eedx

29) ∫ +dx

xtgxx

2sec49.sec

30) ∫ ++ 522 xxdx

31) ∫−− 23 2xx

dx

32) ∫−++ 2)12(

32 xxx

dx

33) ∫−

− dxx

xx21

arccos

Cálculo Diferencial e Integral

99

34) dxxx

x∫ −+

−743

322

35) ∫−+ 2627 xx

xdx

36) ∫++ 21 xx

dx

37) ∫+

− dxxx

9413

2

38) ∫ +−+ dx

xxx

812932

2

39) ∫+

dxxsen

xsen21

2

40) ∫ + x

x

edxe

2

2

2

41) ∫− xxdx

2ln1

42) ∫ + xxsendx

22 cos32

43) dxxx∫ +3 23.

Respostas:

1) cx

++

−23 )2(3

4 2)

4)6(3 3

22 xx + + c

3) cx+

−−

6)21( 2

32

4) cx+

+2

)ln2( 2

5) cxxx +++5

23

422

52

3

21

6) cex

++4

)1( 4

7) cx+−

6)2(cos 3

8) ctgx

++−

11

9) cxcbc

a+−

− )ln(2

3 2222 10) ln(lnx) + c

11) cx +)2ln(sec21

12) ce x +−

441

13) cxx ++)ln(sec l 14) cgx+−

2)(cot 2

15) cxxtgxxtg +++− )44ln(sec214

41

16) cxbab

++ )secln(1 17) c

sensenx x +− 3311

18) cxtgxxtg++−

3

3

19) cxxxtg +−+ 2sec2

20) ctgxgx ++− cot 21) cbxarctg

ba

+2

2

22

22) ctt+⎟

⎠⎞

⎜⎝⎛

−+

3232ln

121

23) csensen

+⎟⎠⎞

⎜⎝⎛

−+

θθ

22ln

41

24) cxarc +2sec21

25) cx+

−3

arccos3

26) cxx

+⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

−+

3

3

55ln

561

27) carctgx +)ln(

28) carctgex + 29) cxarctg +⎟⎠⎞

⎜⎝⎛

3sec2

61

30) cxarctg +⎟⎠⎞

⎜⎝⎛ +

21

21

31) cxarcsen +− )32(

32) ( ) cxarc +

+3

12sec

33) cxx+−+− 2

2

12

arccos

34) cxxxx +⎟

⎠⎞

⎜⎝⎛

+−

−−+7333ln

3013)743ln(

31 2

35) ( ) cxarcsenxx +−

+−+−6

33627 2

36) cxxx +++++ )121ln( 2

37) cxxx +++−+ )942ln(2194

43 22

38) cxarctgxx +−

++−2

2321.

913)8129ln(

91 2

39) cxsen ++ 212

40) cearctgx

+22

1

41) cxarcsen +1

ln

42) ctgxarctg +⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

32

61

43) ( ) 343

723

61)23(

211

+−+ xx

Cálculo Diferencial e Integral

100

AULA 19

10.3 - INTEGRAIS POR PARTES

∫ ∫−= duvvudvu ...

1) ∫ =dxex x.

2) ∫ =dxxx .ln.2

3) ∫ =+ dxxx3 23

Cálculo Diferencial e Integral

101

4) ∫ =++ dxxx )1ln( 2

5) ∫ =xdxsenesenx 2

Cálculo Diferencial e Integral

102

AULA 19 – EXERCÍCIOS 1) ∫ =arcsenxdx

2) ∫ =xdxsen2

3) ∫ =xdx3sec

4) ∫ =dxsenxx ..2

5) =∫ dxex x ..23

6) =∫ dxex x.. 23

7) ∫ =dxarctgxx ..

8) ( )∫ =−

321.

x

xdxarcsenx

9) ∫ =dxxxtg .sec. 32

10) ∫ =− dxxarctgx 1. 2

11) ∫ =+ 2)1(.ln

xdxx

12) ∫ =+

dxx

xarcsen1

Respostas:

1) cxarcsenxx +−+ 21.

2) cxsenx+−

42

2

3) ctgxxtgxx +++ )ln(sec21.sec

21

4) cxxsenxxx +++− cos22cos.2

5) cxex +− )1(21 22

6) cxxxe x +⎟⎠⎞

⎜⎝⎛ +−− 122

34..

83 232

7) cxxarctgx +−+ )1( 2

8) cxx

xarcsenx

+⎟⎠⎞

⎜⎝⎛−+

−− 1

1ln21

1 2

9) ctgxxxtgxxtgx ++−− )ln(sec81sec

81sec

41 3

10) cxxarctgx +−−− 1211

21 222

11) cx

xx

x+⎟

⎠⎞

⎜⎝⎛

++

+−

1ln

)1(ln

12) cxarctgx

xxxarcsen +

+−+1

Cálculo Diferencial e Integral

103

AULA 20

10.4 – INTEGRAÇÃO COM APLICAÇÃO DE IDENTIDADES TRIGONOMÉTRICAS As identidades seguintes são empregadas no cálculo das integrais trigonométricas do presente capítulo:

i). 1cos22 =+ xxsen ii). xxtg 22 sec1 =+

iii). xxg 22 seccoscot1 =+

iv). )2cos1(212 xxsen −=

v). )2cos1(21cos2 xx +=

vi). xsenxsenx 221cos =⋅

vii). [ ])()(21cos yxsenyxsenysenx ++−=⋅

viii). [ ])cos()cos(21 yxyxsenysenx +−−=⋅

ix). [ ])cos()cos(21coscos yxyxyx ++−=⋅

x). xsenx212cos1 2=−

xi). xx21cos2cos1 2=+

xii). ⎟⎠⎞

⎜⎝⎛ −±=± xsenx π

21cos11

Exemplos: 1) ∫ =xdxsen2

2) ∫ =xdx3cos2

Cálculo Diferencial e Integral

104

3) ∫ =xdxsen3

4) ∫ =xdx6cos

5) ∫ =xdxxsen 22 cos

Cálculo Diferencial e Integral

105

6) ∫ =xdxsenxsen 2.3

7) ∫ =dxxxsen .5cos.3

8) ∫ =dxxx .2cos.4cos

9) ( )∫ =+ dxx .3cos1 23

Cálculo Diferencial e Integral

106

10) ∫ =− dxxcos1

11) ∫ =− xsen

dx21

12) =∫ dxxtg .4

13) ∫ =xdxg 2cot 3

Cálculo Diferencial e Integral

107

AULA 20 – EXERCÍCIOS 1) ∫ =xdx5cos

2) ∫ =xdxsen4

3) ∫ =dxxsenx .2.2cos 34

4) ∫ =xdxxsen 3cos.3 53

5) ∫ =xdxxsen 44 cos.

6) ∫ =dxx

xsen3 4

3

cos

7) ∫ =xdxtg 5

8) ∫ =xdx2sec4

9) ∫ =xdxtgx 34 .sec

10) ∫ =xdxxtg 2sec.2 33

11) ∫ =xdxxtg 44 sec.

12) ∫ =xdxg 3cot 4

Respostas:

1) Cxsenxsensenx ++− 53

51

32

2) Cxsenxsenx ++− 43212

41

83

3) Cxx +− 2cos1012cos

141 57

4) Cxx +− 3cos1813cos

241 68

5) ⎟⎠⎞

⎜⎝⎛ ++− Cxsenxsenx

8843

1281

6) Cxx ++− 3

53

1cos

53cos3

7) Cxxtgxtg++− secln

24

24

8) Cxtgxtg ++ 2212

61 3

9) Cxtgxtg++

64

64

ou Cxx+−

4sec

6sec 46

10) Cxx +− 2sec612sec

101 35

11) Cxtgxtg++

75

75

12) Cxxgxg +++− 3cot313cot

91 3

Cálculo Diferencial e Integral

108

AULA 21

10.5 – INTEGRAÇÃO POR FRAÇÕES PARCIAIS Esta técnica é usada para integrar funções racionais próprias, isto é, funções da forma

)()()(

xqxpxR = , onde p e q são polinomiais e o grau de p(x) é menor que o grau de q(x). A ídéia é

desdobrar o integrando R(x) em uma soma de funções racionais mais simples, que podem ser integradas. É fácil verificar que:

1

11

11

22 +

−+

−=

− xxx

A expressão à direita é o que se chama uma decomposição em frações parciais de 1

22 −x

.

Pode-se usar esta decomposição para calcular a integral indefinida de 1

22 −x

.

Basta integrarmos cada uma das frações da decomposição, obtendo:

∫ ∫ ∫ +−

+−

=−

dxx

dxx

dxx 1

11

11

22

O desdobramento do integrando pode ser feito de acordo com os casos seguintes:

CASO 1: O denominador de R(x) pode ser decomposto em fatores distintos do 1o grau. Neste

caso, a cada fator da forma (ax + b), *ℜ∈a e , ℜ∈b , que aparece no denominador, corresponde

uma fração da forma )( bax

A+

.

Exemplos:

)1)(1(

2)1(

22 +−

=− xxxxx

)1()1()1(

22 +

+−

+=− x

Cx

BxA

xx

Calcule ∫ =−+−+ dx

xxxxx

329134

23

2

Cálculo Diferencial e Integral

109

CASO 2: O denominador de R(x) pode ser decomposto em fatores repetidos do 1o grau. A cada fator da forma (ax + b) que aparece n vezes no denominador, corresponde uma soma de n frações da forma:

nn

baxA

baxA

baxA

)(...

)( 221

+++

++

+

Exemplos:

22222 ])1)[(1)(1(1

)12()1(1

−+++

=+−+

+xxx

xxxx

x

4222 )1)(1(1

)12()1(1

−+=

+−++

xxxxxx

45

34

2321

222 )1()1()1()1()1()12()1(1

−+

−+

−+

−+

+=

+−++

xA

xA

xA

xA

xA

xxxx

Calcule ∫ =−+

−+− dxxx

xxx3

23

)2)(1(429183

Cálculo Diferencial e Integral

110

CASO 3: O denominador é constituído por fatores quadráticos distintos e irredutíveis da forma q(x) = ax2 +bx + c com a≠ 0 e não pode portanto ser decomposto em fatores do 1o grau. A cada

fator q(x) que aparece no denominador, corresponde uma fração da forma )(xqBAx +

Exemplo:

)1()1()1)(1(

12

222

1122 +

++

+++

=+++ x

BxAxx

BxAxxx

Calcule ∫ =−+−

−− dxxxx

xx482

2123

2

Cálculo Diferencial e Integral

111

CASO 4: O denominador é constituído por fatores quadráticos repetidos e irredutíveis da forma q(x) = ax2 + bx + c com a≠ 0 e não pode portanto ser decomposto em fatores do 1o grau. A cada fator de q(x) que aparece repetido no denominador, corresponde uma soma de frações da

forma nnn

xqBxA

xqBxA

xqBxA

)]([...

)]([)( 22211 +

+++

++

Calcule ∫ =+

−+− dxx

xxx22

23

)1(3735

Cálculo Diferencial e Integral

112

AULA 21 – EXERCÍCIOS

1) =−−

∫ dxxxx

)4(125

2) ∫ =−−+

− dxxxx

x)3)(2)(1(

1137

3) ∫ =−− dx

xx

2)1(116

4) ∫ =−+

+ dxxx

x82

162

5) ∫ =−

−− dxxxxx

48105

3

2

6) ∫ =−+−− dx

xxxx

)5()1(33252

2

2

Respostas: 1) Cxx +−+ |4|ln2||ln3

2) Cxxx +−+−−+ |3|ln|2|ln5|1|ln4

3) Cx

x +−

+−1

5|1|ln6

4) Cxx +−++− |2|ln3|4|ln2

5) Cxxx +++−− |2|ln4|2|ln||ln2

6) Cxx

x +−−+

−+ |5|ln31

1|1|ln5

Cálculo Diferencial e Integral

113

AULA 22

10.6 – INTEGRAL DEFINIDA: Teorema fundamental do Cálculo: Seja f uma função contínua em [a, b] e g uma função tal

que g’(x) = f(x) para todo x ∈ [a, b]. Então ∫ −=b

aagbgdxxf )()()( .

A expressão ∫b

adxxf )( é chamada de Integral Definida de f de a até b.

Em linguagem simples, este teorema nos diz que se g é uma anti-derivada de f, então a integral definida de a até b de f é dada pela diferença g(b) – g(a). Os valores de a e b são chamados de limites de integração. Exemplos:

1) Calcule ∫ =3

1

2dxx

2) Calcule ∫ =3

15dx

3) Calcule ∫ =7

0xdx

Cálculo Diferencial e Integral

114

X=1 X=3

y

x

10.6.1 – INTERPRETAÇÃO GEOMÉTRICA: Vamos agora interpretar geometricamente os exemplos 2 e 3. 1) Seja f(x) = 5 (exemplo 2). Tomemos a região delimitada por (x), o eixo x e as retas x = 1 e x = 3.

Temos um retângulo de base 2 e altura 5, cuja área é dada por: A1 = b.h = 2x5 = 10u.a (como no exemplo 2) 2) Seja f(x) = x (exemplo 3). Tomaremos a região delimitada pelo eixo x, a função f(x) = x e as retas x = 0 e x = 7.

Temos um triângulo de base 7 e altura 7, cuja área é dada por auA .249

277

2 =⋅

= .

Os fatos observados nestes exemplos não são mera coincidência. Na verdade, se f(x)>0

para x ∈ [a,b], então ∫b

adxxf )( nos fornece a área limitada por f(x) pelas retas x =a e x = b e o

eixo x.

1 3 7 x

y

1

3

f(x)=x

7

Cálculo Diferencial e Integral

115

3) Tomemos agora um exemplo em que f(x) < 0 em [a, b]

∫−

−=+

1

3)1( dxx ( ) ( ) 2)3(

23)1(

21

2

221

3

2

−=⎥⎦

⎤⎢⎣

⎡−+

−−⎥

⎤⎢⎣

⎡−+

−=+ −

−xx

A região delimitada por y = (x+1), pelo eixo x e as retas x = - 3 e x = - 1 é apresentada abaixo:

Note que A3 é um triângulo de base 2 e altura 2, assim, ..2

223 auA ⋅=

Assim, vemos que ∫−

−=

1

33 )( dxxfA .

Em geral se f(x)<0 em [a, b] a área delimitada por f(x), o eixo x e as retas x = a e x=b é

dada por ∫=b

adxxfA )( .

10.6.2 – PROPRIEDADES DAS INTEGRAIS DEFINIDAS

1. Se uma função f é integrável no intervalo fechado [a, b], e se k é uma constante qualquer, então:

∫ ∫=b

a

b

adxxfkdxxfk )()(.

Exemplo:

Calcule o valor da integral ∫ =3

05xdx

1

-1

-2

-3 -1x

y

Cálculo Diferencial e Integral

116

2. Se as funções f e g são integráveis no mesmo intervalo fechado [a,b] então f + g é integrável em [a, b] e:

∫ ∫ ∫+=+b

a

b

a

b

adxxgdxxfdxxgxf )()()]()([

Exemplo:

Calcule o valor da integral ∫ =⎥⎦⎤

⎢⎣⎡ +

5

3

2 1 dxx

x

3. Se a função f é integrável nos intervalos fechados [a, b], [a, c] e [c, b] então:

∫ ∫ ∫+=b

a

c

a

b

cdxxfdxxfdxxf )()()(

Exemplo:

Calcule o valor da integral ∫− =3

2xdx

AULA 22 – EXERCÍCIOS Encontre o valor das integrais definidas abaixo:

1) ∫ =2

0

2dxx

2) ∫ =2

1

3dxx

3) ∫ =++4

1

2 )54( dxxx

4) ∫− =+2

2

3 )1( dxx

5) ∫− =⎟⎠⎞⎜

⎝⎛ +

1

13

13

44 dxxx

6) ∫− =+4

3)2( dxx

7) ∫ =−

5

1 13xdx

8) ∫− =−3

3

6 )3( dttt

9) ∫ =+

4

0 2 9xxdx

10) ∫ =+5

04dxx

11) ∫ =1

0

3 78 dxx

Respostas:

1) 38

2) 4

15

3) 66 4) 4

5) 76

6) 2

35

7) [ ]173

22−

8) 7

4374

9) 2

10) 3

38

11) 53

Cálculo Diferencial e Integral

117

AULA 23

10.6.3 – APLICAÇÕES DE INTEGRAL DEFINIDA 10.6.3.1 – CÁLCULO DE ÁREAS DE UMA REGIÃO PLANA Se f é uma função contínua em um intervalo fechado [a, b] e se f(x) ≥0 para todo x em [a, b], então temos que o número que expressa a área da região limitada pela curva y = f(x), o eixo x e as retas x = a e x = b é dada por, em unidades quadradas:

∫=b

adxxfA )(

Por conveniência, referimo-nos à região R como a região sob o gráfico f de a até b. y x a b Exemplos: 1) Encontre a área limitada pela curva y = x2, o eixo x e as retas x = -1 e x = 2.

x x=1 x=2

y

Área = R

Cálculo Diferencial e Integral

118

-4

x

y

-2 2

2) Encontre a área limitada pela curva y = x2 – 4, o eixo x e as retas y = - 2 e x = 2

3) Calcule a área limitada pelas curvas y = x2 + 1, y = - x2

- 1 e as retas x = -1 e x = 3.

y

x

-10

10

3 -1

A1

A2

Cálculo Diferencial e Integral

119

4) Calcule a área da região definida pela curva y = x2 – 4, o eixo x e as retas x = -4 e x = 2

y

2

-4

-2 -4

12

x

A2

A1

Cálculo Diferencial e Integral

120

x a b

y

g(x)

10.6.3.1.1 – ÁREA DA REGIÃO LIMITADA POR DUAS FUNÇÕES: Nesta seção, consideraremos a região que esta entre os gráficos de duas funções.

Se f e g são contínuas em f(x) ≥ g(x) ≥0 para todo x em [a, b], então a área A da região R, limitada pelos gráficos de f, g, x =a e x = b, pode ser calculada subtraindo-se a área da região sob o gráfico de g (fronteira inferior de R) da área da região sob o gráfico de f (fronteira superior de R):

∫ ∫−=b

a

b

adxxgxdxxfA )()(

ou

∫ −b

adxxgxf )]()([

Suponha que desejamos calcular a área A delimitada por duas curvas f(x) e g(x) e as retas x = a e x = b, como ilustra a figura abaixo:

Note que a área pode ser obtida pela diferença das áreas A1 – A2

Sendo ∫=b

adxxfA )(1 e ∫=

b

adxxgA )(2

A = A1 – A2

=A ∫b

adxxf )( ∫−

b

adxxg )(

∫ −=b

adxxgxfA )]()([

Assim verificamos que é válido o teorema a seguir:

x a b

y f(x)

g(x)

y f(x)

a b x

Cálculo Diferencial e Integral

121

Teorema: se f e g são contínuas e f(x) ≥ g(x) ≥0 para todo x em [a, b], então a área A da região delimitada pelos gráficos de f, g, x = a e x = b é:

∫ −=b

adxxgxfA )]()([

Diretrizes pra encontrar a área de uma região R limitada por duas funções:

Esboçar a região, designando por y = f(x) a fronteira superior e por y = g(x) a fronteira inferior.

Encontrar os pontos de intersecção (a e b) entre as duas funções (sistema de equações)

Calcular a integral ∫ −=b

adxxgxfA )]()([

Exemplos: 1) Encontre a área A limitada pela curva f(x) = x2 + 2 e g(x) = 1 no intervalo de [-2, 3]

Cálculo Diferencial e Integral

122

2) Encontre a área A da região limitada pelas curvas y = x2 e y = -x2 + 4x.

AULA 23 – EXERCÍCIOS Encontre a área delimitada pelas curvas e as retas dadas.

1) y = 4x – x2, o eixo x, as retas x = 1 e x=3.

2) y = 8x-x2, o eixo x, as retas x= 0 e x=4.

3) y = x2 + 1 e y =5 4) y = x2 e y = 4x 5) y = 1 – x2 e y = x – 1

6) y = senx, o eixo x, x = 0 e radx2π

=

7) y = senx, o eixo x, x = 0 e x = 2π rad 8) y = cosx, o eixo x, x = 0 e x = 2π rad 9) y = x e y = x2 com 0 2≤≤ x

10) y = x2 e y = x Respostas:

1) au.322

2) ...3

128 au

3) au.3

32 4) au.

332

5) au.29

6) 1 u.a.

7) 4 u. a 8) 4 u. a

9) 1 u. a. 10) ..31 au

Cálculo Diferencial e Integral

123

AULA 24

10.6.3.2 – VOLUME DE UM SÓLIDO DE REVOLUÇÃO: Definição 1: Um sólido de revolução é um sólido gerado pela rotação de uma região do plano em torno de uma reta no plano, chamada de eixo de revolução. Exemplo: Ao girarmos o triângulo abaixo em torno do eixo y, obtemos um cone de revolução.

Definição 2: Seja f uma função contínua no intervalo fechado [a, b]. Se S for o sólido obtido pela rotação, em torno do eixo x da região limitada pela curva y = f(x), o eixo x e as retas x = a e x = b e se V for o número de unidades cúbicas do volume de S, então:

∫=b

adxxfV 2)]([π

Exemplo: Calcule o volume do sólido gerado pela rotação da região plana limitada pela curva y=x2 e as retas x = 2 e x = 3 em torno do eixo x.

y

x

y

x

Cálculo Diferencial e Integral

124

Definição 3: Seja uma região R do plano limitada pelos gráficos de x = a, x = b e pelos gráficos de duas funções contínuas f e g, com f(x) ≥ g(x) ≥ 0 para todo x em [a, b]. Então o volume do sólido gerado pela rotação da região R em torno do eixo x é dado por:

[ ]∫ −=b

adxxgxfV 22 )()(π

Exemplo: Encontre o volume do sólido gerado pela rotação em torno do eixo x, da região limitada pela parábola y = x2 + 1 e a reta y = x + 3

AULA 24 – EXERCÍCIOS 1) Seja f(x) = x2 + 1, determine o volume do sólido gerado pela rotação em torno do eixo x, da região do plano limitada por f(x), pelo eixo x e as retas x = -1 e x = 1.

2) Seja x

xf 1)( = , determine o volume do

sólido gerado pela rotação em torno do eixo x, da região limitada por f(x), pelo eixo x e as retas x = 1 e x = 3. 3) Seja f(x) = x2 – 4x, determine o volume do sólido gerado pela rotação em torno do eixo x, da região do plano limitada por f(x) e pelo eixo x. 4) Em cada um dos exercícios abaixo esboce a região R delimitada pelos gráficos das equações dadas e determine o volume do sólido gerado pela rotação de r em torno do eixo x. a) y = x2, y = 4 – x2

b) y = 2x, y = 6, x = 0

c) 2xy = , y = 4, x = 1

Respostas:

1) ..15

56 vuπ

2) ..3

2 vuπ

3) ..15

512 vuπ

4) a) ..3

264 vuπ

b) π72 u.v.

c) ..12

833 vuπ

Cálculo Diferencial e Integral

125

AULA 25

11 - EQUAÇÕES DIFERENCIAIS

11.1 – INTRODUÇÃO: Definição: Toda equação cujas incógnitas são funções e que contém pelo menos uma derivada ou diferencial destas funções, denomina-se equação diferencial. Exemplos:

1) 13 −= xdxdy

2) 0=− ydxxdy

3) 02

2

=+ ydx

yd

4) 02

2

2

2

=∂∂

+∂∂

yZ

xZ

Classificação: A função y é denominada incógnita de uma variável independente de x. Quando existe apenas uma variável independente, a equação é denominada ordinária, quando há mais de uma variável livre, equação diferencial de derivadas parciais (4o exemplo). Ordem: A ordem de uma equação diferencial é determinada pela ordem da derivada de mais alta ordem contida na equação. Grau: Supondo-se a equação escrita sob forma racional inteira em relação às derivadas, o grau da equação é o maior dos expoentes a que esta elevada a derivada de mais alta ordem contida na equação. Exemplos:

1

3

33

3

=−

dxyd

ydx

ydx ⇒ 3

32

3

3

dxydy

dxydx =−⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛ ⇒ 3a ordem e 2o grau

yxLgdxdyLg =− 2 ⇒ y

xdxdy

Lg =2 ⇒ yedxdy

x=.1

2 ⇒ yexdxdy 2= ⇒ 1a ordem e 1o grau

Observe que nem sempre à primeira vista, pode-se classificar a equação de imediato quanto a ordem e grau.

Cálculo Diferencial e Integral

126

Resolução: Resolver uma ED é determinar todas as funções que, sob a forma finita, verificam a equação, ou seja, é obter uma função de variáveis que, substituída na equação, transforme-a numa identidade.

Exemplo: 13 −= xdxdy

Solução geral: solução que contem tantas constantes arbitrárias quantas forem as unidades de ordem da equação.

Solução particular: solução da equação deduzida da solução geral, atribuindo-se valores particulares as constantes arbitrárias.

Solução singular: solução que não pode ser deduzida da equação geral. Curvas Integrais: A solução geral de uma ED representa uma família de curvas. Essa solução denomina-se primitiva ou integral da ED. Exemplo:

1) Seja a equação xdxdy 2=

Cálculo Diferencial e Integral

127

2) Sendo dadas as curvas seguintes, determinar para cada uma delas a equação diferencial de menor ordem possível que não contenha nenhuma constante arbitrária.

a) 62

3 2

+−= xxy

b) y = C1 sen x + C2 cos x c) y = C1 x2 + C2 d) y = C1 e3x + C2 e- 2x

Cálculo Diferencial e Integral

128

11.2 - EQUAÇÃO DE PRIMEIRA ORDEM E PRIMEIRO GRAU

São equações de 1a ordem e 1o grau:

),( yxFdxdy

= ou 0=+ NdyMdx

em que M = M(x,y) e N = N(x,y). Estas funções tem que ser contínuas no intervalo considerado ( - ∞, ∞) 10 TIPO: EQUAÇÕES DE VARIÁVEIS SEPARÁVEIS. Uma equação do tipo Mdx + Ndy = 0 em que M e N pode ser:

a) Funções de apenas uma variável: b) Produtos com fatores de uma só variável ou c) Constantes.

é denominada equação de variáveis separáveis. Exemplos: Resolver as seguintes equações:

1) 13 −= xdxdy

2) y dx – x dy = 0

Cálculo Diferencial e Integral

129

3) 04=

−− dy

yxxdx

4) 0secsec. =− xdytgyydxtgx

Cálculo Diferencial e Integral

130

5) 01)1( 222 =−−− dyxdxyx

6) (x – 1) dy – y dx = 0

Cálculo Diferencial e Integral

131

7) xyx

ydxdy

)1(1

2

2

++

=

8) (1 + x2)dy – xydx = 0

Cálculo Diferencial e Integral

132

9) 2

2

11

xy

dxdy

++

=

10) 0cos =+ xydxdy

Cálculo Diferencial e Integral

133

11) (x2 + a2)(y2 + b2)dx + (x2 – a2)(y2 – b2)dy = 0 12) sec2 x tg y dx + sec2 y tg x dy = 0

Cálculo Diferencial e Integral

134

13) dxdyxyy

dxdyxa =⎟

⎠⎞

⎜⎝⎛ + 2

14) (1 + x2) y3 dx + (1 – y2) x3 dy = 0

Cálculo Diferencial e Integral

135

AULA 25 – EXERCÍCIOS Sendo dadas as curvas seguintes, determinar para cada uma delas a equação diferencial de menor ordem possível que não contenha nenhuma constante arbitrária. 1) x2 + y2 = C2 2) y = C ex 3) x3 = C (x2 – y2) 4) y = C1 cos 2x + C2 sen 2x 5) y = (C1 + C2x) ex + C3 6) y = C1 e2x + C2 e- x Resolver as equações abaixo:

7) 0.1=−

dxdytgy

x

8) 4xy2 dx + (x2 + 1) dy = 0 9) (2+ y) dx - (3 – x) dy = 0 10) xy dx – (1 + x2) dy = 0

11) 42

2

+=

xe

dxdy y

Respostas: 1) 0=+ ydyxdx

2) 0=− ydxdy

3) dxdyxyxy 23 22 =−

4) 042

2

=+ ydx

yd

5) 02 2

2

3

3

=+−dxdy

dxyd

dxyd

6) 022

2

=−− ydxdy

dxyd

7) x cos y = C

8) Cy

xLg =−+1)1(2 2

9) (2 + y)(3 – x) = C 10) C y2 = 1 + x2

11) Cxarctge y =−2

2

Cálculo Diferencial e Integral

136

AULA 26

11.3 - EQUAÇÕES HOMOGÊNEAS São as da forma Mdx + Ndy = 0, onde M e N são funções homogêneas em x e y e do mesmo grau. Exemplos: 1) (x2 – y2) dx – 2xy dy = 0

Cálculo Diferencial e Integral

137

2) (2x – y) dx – (x + 4y) dy = 0

Cálculo Diferencial e Integral

138

3) (x2 + y2) dx – xy dy = 0

Cálculo Diferencial e Integral

139

AULA 26 – EXERCÍCIOS 1) (x – y) dx – (x + y) dy = 0 2) (x2 + y2) dx + (2x + y)y dy = 0 3) (x + y) dx + (y – x) dy = 0 Respostas:

1) y2 + 2xy – x2 = K 2) y3 + 3xy2 + x3 = k

3) xyarctgyxLgC =+ 22

1

Cálculo Diferencial e Integral

140

AULA 27

11.4 - EQUAÇÕES DIFERENCIAIS EXATAS Uma equação do tipo M dx + N dy = 0 é denominada diferencial exata, se e somente se:

xN

yM

∂∂

=∂∂

→ condição necessária

∫ ∫ =⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛∂∂

−+= CdyyPNMdxU

onde,

∫= MdxP

Exemplos: 1) (x2 – y2)dx – 2xy dy = 0 2) (2x – y + 1) dx – (x + 3y – 2) dy = 0

Cálculo Diferencial e Integral

141

3) ey dx + ( xey – 2y) dy = 0 11.4.1 - FATOR INTEGRANTE:

Quando a expressão Mdx + Ndy não é diferencial exata, isto é, xN

yM

∂∂

≠∂∂

, mostra-se que

há uma infinidade de funções ),( yxF , tais que )( NdyMdxF + é uma diferencial exata.

A esta função ),( yxF , dá-se o nome de fator integrante. F(x): F(y):

⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛∂∂

−∂∂

=xN

yM

NxR 1)( ⎟⎟

⎞⎜⎜⎝

⎛∂∂

−∂∂

−=xN

yM

MyR 1)(

∫=

dxxRecxF

)(.)(

∫=dyyR

ecyF)(

.)( Exemplos: Resolver as seguintes equações diferenciais transformando em exatas através do fator integrante. 1) y2 dx + (xy + 1) dy = 0

Cálculo Diferencial e Integral

142

2) (x2 – y2) dx + 2xy dy = 0 AULA 27 – EXERCÍCIOS 1) (x3 + y2) dx + ( 2xy + cos y) dy = 0

2) 2222 yxy

xdyy

dyyx

dx+

=++

3) 2xy dx + x2 dy = 0 4) senh x.cosy dx = coshx.seny dy

5) 0)( 22 =−− θθ drrdre

6) (2cos y + 4x2) dx = x sen y dy 7) 2x tg y dx + sec2 y dy = 0 8) seny dx + cos y dy = 0 Encontre a solução particular em: 9) 2xy dy = (x2 + y2) dx para y(1) = 2 10) 3y2 dx + x dy = 0 para y(1) = 1/2

Respostas:

1) Ksenyxyx=++ 2

4

4

2) Kyxx =++ 22

3) x2y = K 4) coshycosy = K

5) Kre =− 22θ 6) x2 cos y + x4 = C

7) Ctgyex =2

8) Ceseny x =.

9) xxy 32 +=

10) 2ln3

1+

=x

y

Cálculo Diferencial e Integral

143

AULA 28

11.5 - EQUAÇÕES LINEARES

Equações lineares são aquelas da forma QPydxdy

=+ onde P e Q são funções de x ou

constantes. Se Q = 0, a equação é denominada linear homogênea ou incompleta. 1o Método: Substituição ou de Lagrange

⎥⎦⎤

⎢⎣⎡ +∫∫= ∫

−CdxQeey

PdxPdx..

2o Método: Fator Integrante

Dado QPydxdy

=+

(Py – Q) dx + dy = 0

multiplica-se tudo por ∫ Pdx

e transformando a equação diferencial em exata. Exemplos:

1) Resolver a equação 2−=− xxy

dxdy

por:

a. Lagrange

Cálculo Diferencial e Integral

144

b. Fator integrante:

Cálculo Diferencial e Integral

145

2) senxytgxdxdy

=−

Cálculo Diferencial e Integral

146

3) (x + seny – 1)dy – cosy.dx = 0

Cálculo Diferencial e Integral

147

AULA 28 – EXERCÍCIOS

1) 0cot=−+

xgx

xy

dxdy

2) arctgxydxdyx =++ )1( 2

3) xytgxdxdy cos. +=

4) xxy

dxdy

=−

5) 32 xxy

dxdy

=+

6) Achar a solução particular para y = 0 e x

= 0 em x

ytgxdxdy

cos1

=−

Respotas:

1) [ ]Csenxx

y += )ln(1

2) arctgxeCarctgxy −+−= .1

3) xCxsenxy sec241

21

1 ⎟⎠⎞

⎜⎝⎛ ++=

4) 2xCxy +=

5) 24

61

xCxy +=

6) x

xycos

=

Cálculo Diferencial e Integral

148

AULA 29

11.6 - EQUAÇÃO DE BERNOULLI

Equação da forma: nQyPy

dxdy

=+ (1) para 1≠n e 0≠n

Pois, se: n = 0 ⇒ y’ + P(x)y = g(x) ⇒ caso anterior n = 1 ⇒ y’ + [P(x) – g(x)] y = 0 ⇒ caso anterior e homogênea Transformação de variável:

Substitui por ty n =−1 Deriva-se em relação a x:

dxdt

dxdyyn n =− −)1( (2)

Substituindo (1), que é:

nQyPy

dxdy

=+ ⇒ PyQydxdy n −=

em (2) temos:

( )dxdtPyQyyn nn =−− −)1(

( )( )dxdtPyQn n =−− −11

como ty n =−1 , temos:

dxdtPtQn =−− ))(1(

QntPndxdt )1(])1[( −=−+

Tornando-se assim uma equação linear a ser resolvida pelo método anterior.

Cálculo Diferencial e Integral

149

Exemplos:

1) 232 xyxy

dxdy

=−

Cálculo Diferencial e Integral

150

2) 32 xyxydxdy

=−

Cálculo Diferencial e Integral

151

AULA 29 – EXERCÍCIOS

1) 33 yxxydxdy

=+

2) xyydxdyx ln2=+

3) 33 yxydxdyx =+

4) yxyxdx

dy+=

4

5) 02 2 =+− xydxdyxy

Respostas:

1) 2

.1

12 xeCx

y++

=

2) Cxex

y+

=).ln(1

3) 1.2 2223 =+− yxCyx

4) 2

4 ln21

⎟⎠⎞

⎜⎝⎛ += Cxxy

5) xCxy ln.2 =