calc 2b - funções reais de duas variáveis reais nova

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CAP ´ ITULO 3 FUNC ¸ ˜ OES REAIS DE V ´ ARIAS VARI ´ AVEIS REAIS 3.1 Fun¸ oes Reais de V´ arias Vari´ aveis Reais Vamos agora tratar do segundo caso particular de fun¸c˜oes F : Dom(F ) R n R m , ques˜aoasfun¸c˜ oes reais de v´arias vari´aveis reais. Neste caso, temos que m =1e n 2, i.e. o dom´ ınio ´ e um subconjunto de R n , n 2, enquanto que o contradom´ ınio ´ e um subconjunto da reta . DEFINIC ¸ ˜ AO 3.1.1: Dado Dom(f ) R n , uma fun¸c˜ ao real f dev´ariasvari´aveisreais ´ e uma correspondˆ encia, f : Dom(f ) R n R, que a cada ponto X =(x 1 ,x 2 , ..., x n ) Dom(f ), associa um e apenas um y = f (X ) R. Exemplo 3.1.1: Abaixo temos alguns exemplos de fun¸c˜oes reais de v´arias vari´aveis, com n = 2 ((a) e (b)) e n = 3 ((c) e (d)). a) f (x, y)=4 (x 2 + y 2 ), (x, y) R 2 . b) g(x, y)= xy,(x, y) R 2 . c) h(x, y, z )= x + y + z ,(x, y, z ) R 3 . d) w(x, y, z )= 1 x 2 + y 2 + z 2 ,(x, y, z ) R 3 \{(0, 0, 0)}. Conforme mencionado, o conjunto Dom(f e chamado de dom´ ınio dafun¸c˜ao f . Al´ em disso, continuaremos abusando da linguagem, conforme mencionado nas aulas ante- riores. Isto ´ e, quando a fun¸c˜ ao f for dada por sua express˜ao e fizermos a pergunta: “qual ´ e o dom´ ınio da fun¸c˜ ao f ?” Estaremos de fato perguntando: “qual ´ e o maior subconjunto de R n no qual f est´a bem definida?”, ou seja, “qual ´ e o maior subconjunto Dom(f ) R n , tal que f (X ) ´ e um elemento de R, para todo X Dom(f )?” 27

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Função real de 2 variaveis no calculo 2B

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  • CAPITULO 3

    FUNC ~OES REAIS DE VARIASVARIAVEIS REAIS

    3.1 Func~oes Reais de Varias Variaveis Reais

    Vamos agora tratar do segundo caso particular de func~oes F : Dom(F ) Rn ! Rm,que s~ao as func~oes reais de varias variaveis reais. Neste caso, temos que m = 1 e n 2,i.e. o domnio e um subconjunto de Rn, n 2, enquanto que o contradomnio e umsubconjunto da reta .

    DEFINIC ~AO 3.1.1: DadoDom(f) Rn, uma func~ao real f de varias variaveis reaise uma corresponde^ncia, f : Dom(f) Rn ! R, que a cada pontoX = (x1; x2; :::; xn) 2Dom(f), associa um e apenas um y = f(X) 2 R.

    Exemplo 3.1.1: Abaixo temos alguns exemplos de func~oes reais de varias variaveis,com n = 2 ((a) e (b)) e n = 3 ((c) e (d)).a) f(x; y) = 4 (x2 + y2), (x; y) 2 R2.b) g(x; y) = xy, (x; y) 2 R2.c) h(x; y; z) = x+ y + z, (x; y; z) 2 R3.d) w(x; y; z) =

    1

    x2 + y2 + z2, (x; y; z) 2 R3nf(0; 0; 0)g.

    Conforme mencionado, o conjunto Dom(f) e chamado de domnio da func~ao f . Alemdisso, continuaremos abusando da linguagem, conforme mencionado nas aulas ante-riores. Isto e, quando a func~ao f for dada por sua express~ao e zermos a pergunta:\qual e o domnio da func~ao f?" Estaremos de fato perguntando: \qual e o maiorsubconjunto de Rn no qual f esta bem denida?", ou seja, \qual e o maior subconjuntoDom(f) Rn, tal que f(X) e um elemento de R, para todo X 2 Dom(f)?"

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  • Calculo 2B - Notas de Aula (em construc~ao) - Prof a Denise 2013-1 28

    3.2 Operac~oes com Func~oes Reais de Varias Varia-veis Reais

    Deniremos a seguir as usuais operac~oes de soma, diferenca, produto e quociente, damesma forma que zemos para func~oes reais de uma variavel.

    DEFINIC ~AO 3.2.1: Considere as func~oes f; g : D Rn ! R e a constante k 2 R.Neste caso, denimos as seguintes func~oes:

    a) a func~ao f + g : D Rn ! R, chamada de soma de f e g, dada por(f + g)(X) = f(X) + g(X);8X 2 D;

    b) a func~ao f g : D Rn ! R, chamada de diferenca entre f e g, dada por(f g)(X) = f(X) g(X);8X 2 D;

    c) a func~ao kf : D Rn ! R, chamada de produto de f pela constante k, dada por(kf)(X) = kf(X); 8X 2 D;

    d) a func~ao fg : D Rn ! R, chamada de produto de f pela func~ao g, dada por(fg)(X) = f(X)g(X);8X 2 D;

    e) se g(X) 6= 0, 8X 2 D, a func~ao fg: D Rn ! R, chamada de quociente de f pela

    func~ao g, dada por f

    g

    (X) =

    f(X)

    g(X);8X 2 D:

    Vamos inicialmente nos concentrar em func~oes reais de apenas duas variaveis reais.

    3.3 Func~oes Reais de Duas Variaveis Reais

    Vamos trabalhar nesta sec~ao apenas com func~oes reais de duas variaveis reais. Isto e,vamos trabalhar com func~oes f da forma

    f : Dom(f) R2 ! R(x; y) 7! f(x; y):

    Vamos iniciar identicando e esbocando o domnio de algumas func~oes de duas variaveisreais.

  • Calculo 2B - Notas de Aula (em construc~ao) - Prof a Denise 2013-1 29

    Exemplo 3.3.1: Determine e esboce o domnio das func~oes denidas pelas express~oesabaixo.

    a) f1(x; y) =x+ y

    x y .b) f2(x; y) =

    py x+p1 y.

    c) f3(x; y) =1p

    x2 y2 .d) f4(x; y) =

    px2 y2 1.

    e) f5(x; y) =y

    x 1.f) f6(x; y) = ln(xy 1).

    Soluc~ao:

    a) Neste caso, como o termo x y aparece no denomi-nador da express~ao de f1, devemos ter x y 6= 0. Destaforma, segue que

    Dom(f1) = f(x; y) 2 R2 j y 6= xg:

    Temos portanto, que o domnio da func~ao e todo planoxy, excetuando a reta y = x (gura ao lado).

    y

    x

    b) Neste caso, para podermos calcular as duas razes queaparecem na express~ao de f2, devemos ter y x 0 e1 y 0. Portanto, segue que

    Dom(f2) = f(x; y) 2 R2 j y x e y 1g:

    Ao lado, temos um esboco de Dom(f2), que e a regi~aoacima da reta y = x e abaixo da reta y = 1.

    y

    x

    1

    c) Neste caso, para podermos calcular a raiz que aparecena express~ao de f3, devemos ter x

    2y2 0. Alem disso,como o termo

    px2 y2 esta no denominador da func~ao

    f3, e necessario ter x2 y2 6= 0. Portanto, segue que

    Dom(f3) = f(x; y) 2 R2 jx2 y2 > 0g:

    Como x2 y2 > 0, y2 < x2 , jyj < jxj , jxj < y 0. Desta forma, segue que

    Dom(f6) = f(x; y) 2 R2 jxy > 1g:

    Ao lado, temos um esboco de Dom(f6), que e a regi~aodo plano determinada pela hiperbole xy = 1 que n~aocontem a origem.

    y

    x

    ~

    3.4 Exemplos de Func~oes Reais de Duas VariaveisReais

    Veremos a seguir exemplos de alguns tipos de func~oes reais de duas variaveis reais.

    Exemplo 3.4.1: (Func~ao Polinomial) Uma func~ao polinomial de duas variaveisreais a valores reais e uma func~ao f : R2 ! R dada por

    f(x; y) =X

    m+npamnx

    nym;

    onde p e um natural xo e os coecientes amn s~ao numeros reais dados. A soma e

  • Calculo 2B - Notas de Aula (em construc~ao) - Prof a Denise 2013-1 31

    estendida a todas soluc~oes (m;n), m e n naturais, da inequac~ao m+ n p.

    Exemplo: f(x; y) = 2x5y2 + x2y3.

    Exemplo 3.4.2: (Func~ao Am) Uma func~ao am de duas variaveis reais a valoresreais e uma func~ao f : R2 ! R dada por

    f(x; y) = ax+ by + c;

    onde a, b e c s~ao numeros reais dados. A func~ao am e um caso particular de umafunc~ao polinomial.

    Exemplo: f(x; y) = 2x+ 7y +p6.

    Exemplo 3.4.3: (Func~ao Linear) Uma func~ao linear de duas variaveis reais a valoresreais e uma func~ao f : R2 ! R dada por

    f(x; y) = ax+ by;

    onde a e b s~ao numeros reais dados. A func~ao linear e um caso particular de umafunc~ao am.

    Exemplo: f(x; y) = 2x+2p3y.

    Exemplo 3.4.4: (Func~ao Racional) Uma func~ao racional de duas variaveis reais avalores reais e uma func~ao f : Dom(f) R2 ! R dada por

    f(x; y) =p(x; y)

    q(x; y);

    onde p e q s~ao func~oes polinomiais dadas. Temos, neste caso, que Dom(f) = f(x; y) 2R2 j q(x; y) 6= 0g:

    Exemplo: f(x; y) =x2y2 + 7y3

    xy + x. Observe que

    Dom(f) = f(x; y) 2 R2 jx(y + 1) 6= 0g= f(x; y) 2 R2 jx 6= 0 e y 6= 1g

    Temos portanto, que o domnio da func~ao e todo planoxy, excetuando as retas x = 0 e y = 1 (gura ao lado).

    y

    x1

    3.5 Curvas de Nvel de Func~oes Reais de Duas Variaveis

  • Calculo 2B - Notas de Aula (em construc~ao) - Prof a Denise 2013-1 32

    Seja f : Dom(f) R2 ! R. Conforme ja sabemos, dado k 2 Im(f), temos que oconjunto de nvel da func~ao f correspondente ao nvel k e o subconjunto do domniodado por

    Ck(f) = f(x; y) 2 Dom(f) j f(x; y) = kg:No caso em quest~ao, que e o das func~oes reais de duas variaveis reais, os conjuntosde nvel de f s~ao curvas. Por este motivo, os conjuntos de nvel de func~oes reais deduas variaveis reais s~ao chamados de curvas de nvel. Em alguns casos, temos quecurvas de nvel podem se degenerar em pontos. Conforme mencionado, as curvas denvel s~ao muito uteis para se ter uma vis~ao do comportamento da func~ao. Isto porque,elas nos fornecem todos os pontos do domnio, tais que o valor da func~ao e igual aum determinado real na imagem da func~ao. Desta forma, se, para todo k na imagemda func~ao, conhece^ssemos suas curvas de nvel k, poderamos construir o graco de f\pegando"cada curva de nvel de f e \colocando"na altura z = k.

    Observac~ao 3.5.1: Como sabemos que f e constante ao longo das curvas de nvel,observe que duas curvas de nvel de uma func~ao f correspondentes aos nveis k1 e k2,onde k1 6= k2, n~ao podem se interceptar.

    Vamos agora fazer alguns exemplos.

    Exemplo 3.5.1: Determine e esboce as curvas de nvel das func~oes dadas abaixo.

    a) f1(x; y) = x+ y.b) f2(x; y) = x

    2 + y2.

    c) f3(x; y) =y

    x 1.d) f4(x; y) = ln(xy 1).e) f5(x; y) = y

    2 x2.f) f6(x; y) =

    xy2

    x2 + y4.

    Soluc~ao:

    a) Neste caso, observe que Dom(f1) = R2 e que Im(f1) = R. Desta forma, temos quepara todo k real, o conjunto de nvel k de f1 e dado por

    Ck(f1) = f(x; y) 2 R2 jx+ y = kg:

    Ou seja, as curvas de nvel k de f1 s~ao retas x+ y = k. Por exemplo,para k = 0, temos a reta y = x;para k = 1, temos a reta y = x+ 1;para k = 2, temos a reta y = x+ 2;para k = 1, temos a reta y = x 1;

  • Calculo 2B - Notas de Aula (em construc~ao) - Prof a Denise 2013-1 33

    para k = 2, temos a reta y = x 2.As curvas de nvel de f1 encontram-se esbocadas abaixo. A curva de nvel k = 0 estaesbocada em azul, as curvas de nvel k > 0 est~ao esbocadas em verde e as curvas denvel k < 0 est~ao esbocadas em rosa.

    y

    x

    b) Neste caso, observe que Dom(f2) = R2 e que Im(f2) = fz 2 R j z 0g. Destaforma, temos que, para todo k 0 real, o conjunto de nvel k de f2 e dado por

    Ck(f2) = f(x; y) 2 R2 jx2 + y2 = kg:Observe que, para k = 0, temos apenas o ponto (0; 0), i.e. C0(f2) = f(0; 0)g. Ja parak > 0, temos que as curvas de nvel k > 0 de f2 s~ao circunfere^ncias x

    2 + y2 = k, i. e.circunfere^ncias de raio

    pk e centro na origem. Por exemplo,

    para k = 1, temos a circunfere^ncia x2 + y2 = 1;para k = 2, temos a circunfere^ncia x2 + y2 = 2;para k = 3, temos a circunfere^ncia x2 + y2 = 3;para k = 4, temos a circunfere^ncia x2 + y2 = 4.As curvas de nvel de f2 encontram-se esbocadas abaixo. A curva de nvel k = 0 (aorigem) esta esbocada em azul e as curvas de nvel k > 0 est~ao esbocadas em verde.

    y

    x

    c) Neste caso, observe que

    Dom(f3) = f(x; y) 2 R2 jx 6= 1ge que Im(f3) = R. Desta forma, temos que para todo k real, o conjunto de nvel k def3 e dado por

    Ck(f3) = f(x; y) 2 Dom(f3) j y = k(x 1)g;ou seja, as curvas de nvel k de f3 s~ao retas y = k(x 1). Por exemplo,para k = 0, temos a reta y = 0;

  • Calculo 2B - Notas de Aula (em construc~ao) - Prof a Denise 2013-1 34

    para k = 1, temos a reta y = x 1;para k = 2, temos a reta y = 2x 2;para k = 1, temos a reta y = x+ 1;para k = 2, temos a reta y = 2x+ 2.As curvas de nvel de f3 encontram-se esbocadas abaixo. As curvas de nvel k = 0(semi-retas) est~ao esbocadas em azul, as curvas de nvel k > 0 (semi-retas) est~aoesbocadas em verde e as curvas de nvel k < 0 (semi-retas) est~ao esbocadas em rosa.

    y

    x

    d) Neste caso, observe que

    Dom(f4) = f(x; y) 2 R2 jxy > 1ge que Im(f4) = R. Desta forma, temos que, para todo k real, o conjunto de nvel k def4 e dado por

    Ck(f4) = f(x; y) 2 Dom(f4) j ln(xy 1) = kg:Como ln(xy 1) = k , xy 1 = ek , xy = 1+ ek, temos que as curvas de nvel k def s~ao as hiperboles xy = 1 + ek. Por exemplo,para k = 0, temos a hiperbole xy = 2;para k = 1, temos a hiperbole xy = 1 + e;para k = 2, temos a hiperbole xy = 1 + e2;

    para k = 1, temos a hiperbole y = xy = 1 + 1e;

    para k = 2, temos a hiperbole y = xy = 1 + 1e2.

    As curvas de nvel de f4 encontram-se esbocadas abaixo. As curvas de nvel k = 0est~ao esbocadas em azul, as curvas de nvel k > 0 est~ao esbocadas em verde e as curvasde nvel k < 0 est~ao esbocadas em rosa.

    y

    x

    e) Neste caso, observe que Dom(f5) = R2 e que Im(f5) = R. Desta forma, temos que

  • Calculo 2B - Notas de Aula (em construc~ao) - Prof a Denise 2013-1 35

    para todo k real, o conjunto de nvel k de f5 e dado por

    Ck(f5) = f(x; y) 2 R2 j y2 x2 = kg:Observe que, para k = 0, temos que y2 x2 = 0 , y2 = x2 , jyj = jxj , y = x ouy = x, i.e. as curvas de nvel zero s~ao as retas y = x e y = x. Ja para k > 0, temosque as curvas de nvel k > 0 de f5 s~ao as hiperboles y

    2 x2 = k > 0, i. e. hiperbolescujos focos est~ao no eixo y. Contudo, para k < 0, temos que as curvas de nvel k < 0de f5 s~ao as hiperboles y

    2 x2 = k < 0, i. e. hiperboles cujos focos est~ao no eixo x.Por exemplo,para k = 0, temos as retas y = x e y = x;para k = 1, temos a hiperbole y2 x2 = 1;para k = 2, temos a hiperbole y2 x2 = 2;para k = 1, temos a hiperbole x2 y2 = 1;para k = 2, temos a hiperbole x2 y2 = 2.As curvas de nvel de f5 encontram-se esbocadas abaixo. As curvas de nvel k = 0(retas) est~ao esbocadas em azul, as curvas de nvel k > 0 est~ao esbocadas em verde eas curvas de nvel k < 0 est~ao esbocadas em rosa.

    y

    x

    f) Neste caso, observe que Dom(f6) = R2nf(0; 0)g. Como a imagem de f6 n~ao eimediata, diferente do que aconteceu nos exemplos anteriores, vamos deixar para de-termina-la mais tarde. Supondo ent~ao conhecida a imagem de f6, temos que, para todok 2 Im(f6), o conjunto de nvel k de f6 e dado por

    Ck(f6) =

    (x; y) 2 Dom(f6)

    xy2x2 + y4

    = k

    :

    Observe que k = 0 2 Im(f6), e que o conjunto de nvel 0 de f6 e dado porC0(f6) = f(x; y) 2 Dom(f6) jx = 0 ou y = 0g:

    Desenvolvendo ent~ao a igualdadexy2

    x2 + y4= k, para k 6= 0, temos que

    xy2

    x2 + y4= k , xy2 = kx2 + ky4 , kx2 y2x+ ky4 = 0:

    Resolvendo a equac~ao acima em x, segue que

    x =y2 y2p1 4k2

    2k:

  • Calculo 2B - Notas de Aula (em construc~ao) - Prof a Denise 2013-1 36

    De posse deste resultado, podemos observar que Im(f6) =

    12;1

    2

    , uma vez que, dado

    y real, y 6= 0, temos, pela equac~ao anterior, que para obtermos x real, devemos ter que1 4k2 0 , k2 1

    4, jkj 1

    2. Sendo assim, para k 2

    12;1

    2

    , k 6= 0, temos que

    o conjunto de nvel k de f6 e dado por

    Ck(f6) =

    (x; y) 2 Dom(f6)

    x = y21p1 4k22k

    ;

    ou seja, as curvas de nvel k (k 6= 0) de f6 s~ao as parabolas x = y21p1 4k2

    2k

    ,

    com (x; y) 6= (0; 0). Por exemplo,para k = 1=2, temos a parabola x = y2, (x; y) 6= (0; 0);para k = 1=3, temos as parabolas x = y2

    3 +

    p5

    2

    !e x = y2

    3p5

    2

    !, (x; y) 6=

    (0; 0);para k = 1=4, temos as parabolas x = y2

    2 +

    p3e x = y2

    2p3, (x; y) 6= (0; 0);

    para k = 1=2, temos a parabola x = y2, (x; y) 6= (0; 0);para k = 1=3, temos as parabolas x = y2

    3 +

    p5

    2

    !e x = y2

    3p5

    2

    !,

    (x; y) 6= (0; 0);para k = 1=4, temos as parabolas x = y2 2 +p3 e x = y2 2p3, (x; y) 6=(0; 0);As curvas de nvel de f6 encontram-se esbocadas abaixo.

    y

    x

    Vamos agora passar aos gracos de func~oes reais de duas variaveis. Portanto, e interes-sante que voce^ faca uma revis~ao de planos, cilindros, esferas, superfcies de revoluc~ao esuperfcies quadricas em geral. No Ape^ndice 1, temos uma revis~ao destes topicos. N~aodeixe de estuda-los.

    3.6 Gracos de Func~oes Reais de Duas Variaveis

  • Calculo 2B - Notas de Aula (em construc~ao) - Prof a Denise 2013-1 37

    Seja f : Dom(f) R2 ! R. Conforme ja sabemos, temos que o graco da func~ao f eo subconjunto de R3 dado por

    Gr(f) = f(x; y; f(x; y)) 2 R3 j (x; y) 2 Dom(f)g:No caso em quest~ao, que e o das func~oes reais de duas variaveis reais, atente para ofato de que os gracos destas func~oes est~ao em R3.

    A representac~ao geometrica do graco de uma func~ao de duas variaveis e uma tarefaque pode ser muito difcil. Por isto, em alguns casos nos contentamos em visualizaras curvas de nvel. Vamos agora fazer alguns exemplos que n~ao est~ao entre os maisdifceis.

    Exemplo 3.6.1: Determine e esboce os gracos das func~oes dadas abaixo. Use ascurvas de nvel encontradas no Exemplo 3.5.1, se achar necessario.

    a) h1(x; y) = x+ y.b) h2(x; y) = x

    2 + y2.c) h3(x; y) = y

    2 x2.d) h4(x; y) = e

    (x2+y2).e) h5(x; y) = 1 y2.f) h6(x; y) =

    y

    x 1.g) h7(x; y) = ln(xy 1).

    Soluc~ao:

    a) Temos que o graco de h1 e dado por

    Gr(h1) = f(x; y; x+ y) 2 R3 j (x; y) 2 R2g:

    Temos portanto, que o graco da func~ao e o plano

    z = x+ y;

    que e o plano que contem a origem e e perpendicular aosvetores (1; 1;1) e (1;1; 1) (gura ao lado).

    x

    y

    z

    b) Temos que o graco de h2 e dado por

    Gr(h2) = f(x; y; x2 + y2) 2 R3 j (x; y) 2 R2g:

    Temos portanto, que o graco da func~ao e o paraboloidez = x2 + y2 (gura ao lado).

    x

    y

    z

  • Calculo 2B - Notas de Aula (em construc~ao) - Prof a Denise 2013-1 38

    c) Temos que o graco de h3 e dado por

    Gr(h3) = f(x; y; y2 x2) 2 R3 j (x; y) 2 R2g:

    Temos portanto, que o graco da func~ao e o paraboloidehiperbolico z = y2 x2 (gura ao lado).

    xy

    z

    d) Temos que o graco de h4 e dado por

    Gr(h4) =n

    x; y; e(x2+y2)

    2 R3 j (x; y) 2 R2

    o:

    Neste caso, observe que, as variaveis x e y so aparece naforma (

    px2 + y2)2. Estamos portanto diante de uma

    superfcie de revoluc~ao. Desta forma, para descobrir afunc~ao z = f(y) (ou z = f(x)), cuja rotac~ao do gracoresultou na superfcie em quest~ao, vamos substituir otermo (x2 + y2) na express~ao de h4 por y

    2 (ou por x2).Encontramos assim, a func~ao z = f(y) = ey

    2. Temos

    ent~ao, que o graco de h4 e a superfcie gerada pelarotac~ao da curva z = ey

    2, no plano yz, em torno do eixo

    z (ou, o que da no mesmo, a rotac~ao da curva z2 = ex2,

    no plano xz, em torno do eixo z) (gura ao lado).

    xy

    z

    e) Temos que o graco de h5 e dado por

    Gr(h5) =x; y; 1 y2 2 R3 j (x; y) 2 R2 :

    Neste caso, observe que, no plano yz, a equac~ao z =1 y2, e a equac~ao de uma parabola. Portanto, em R3,a equac~ao z = 1 y2 e a equac~ao de um cilindro cujadiretriz e a parabola z = 1 y2, no plano yz, e cujageratriz e paralela ao eixo x. Este cilindro e chamadode cilindro parabolico (gura ao lado).

    x y

    z

  • Calculo 2B - Notas de Aula (em construc~ao) - Prof a Denise 2013-1 39

    f) Temos que o graco de h6 e dado por

    Gr(h6) =

    x; y;

    y

    x 12 R3 jx 6= 1

    :

    Lembre-se que vimos, no Exemplo 3.3.1 (e), queDom(h6) = f(x; y) 2 R2 jx 6= 1g. Na gura ao lado,temos o graco esbocado pelo Maple V. Embora sejadifcil visualizar, procure observar que a reta dada pelaintersec~ao dos planos x = 1 e y = 0 n~ao pertence aograco da func~ao. Alem disso, temos que o graco de h6n~ao intercepta o plano x = 1 e, quanto mais os pontos dodomnio se aproximam da reta x = 1, maior ca o valorda func~ao. Imagine mais ou menos uma \vareta"que aomesmo tempo que gira em torno da reta x = 1, y = 0,vai levantando uma extremidade e abaixando a outra.Note tambem, que o processo de \colocar"as curvas denvel k na altura z = k, facilita a visualizac~ao do graco.

    x

    y

    z

    g) Temos que o graco de h7 e dado por

    Gr(h7) = f(x; y; ln(xy 1)) 2 R3 j (x; y) 2 Dom(f4)g:

    Lembre-se que vimos, no Exemplo 3.3.1 (f), queDom(h7) = f(x; y) 2 R2 j xy > 1g. Na gura ao ladotemos o esboco do graco da func~ao realizado pelo Ma-ple V. Apesar de ser de difcil visualizac~ao, observe queo processo de \colocar"as curvas de nvel k na alturaz = k, faz com que o graco de h7 esbocado parecabastante razoavel.

    x

    y

    z

    ~

    Vamos agora nos concentrar em func~oes reais de tre^s variaveis reais.

    3.7 Func~oes Reais de Tre^s Variaveis Reais

    Vamos estudar agora com mais detalhes as func~oes reais de tre^s variaveis reais. Isto e,func~oes f da forma

    f : Dom(f) R3 ! R(x; y; z) 7! f(x; y; z):

    Vamos iniciar identicando e esbocando o domnio de algumas func~oes de tre^s variaveis

  • Calculo 2B - Notas de Aula (em construc~ao) - Prof a Denise 2013-1 40

    reais.

    Exemplo 3.7.1: Determine e esboce o domnio das func~oes denidas pelas express~oesabaixo.

    a) f1(x; y; z) =p1 x2 y2 z2.

    b) f2(x; y; z) =p1 z.

    c) f3(x; y; z) =1p

    1 x y z , x 0, y 0 e z 0.

    Soluc~ao:

    a) Neste caso, para podermos calcular a raiz de 1x2y2 z2, que aparece na express~ao de f1, devemos ter1 x2 y2 z2 0. Desta forma, segue que

    Dom(f1) = f(x; y; z) 2 R3 jx2 + y2 + z2 1g:

    Temos portanto, que o domnio da func~ao e a esferax2 + y2 + z2 = 1 e seu interior (gura ao lado).

    xy

    z

    b) Neste caso, para podermos calcular a raiz de 1 zque aparece na express~ao de f2, devemos ter 1 z 0.Portanto, segue que

    Dom(f2) = f(x; y; z) 2 R3 j z 1g:

    Temos portanto, que o domnio da func~ao f2 e a regi~aodo espaco abaixo do plano z = 1, incluindo o proprioplano z = 1.

    xy

    1

    z

    c) Neste caso, para podermos calcular a raiz de 1xyz que aparece na express~ao de f3, devemos ter 1xyz 0. Alem disso, como o termop1 x y z esta nodenominador da func~ao f3, e necessario ter 1xyz 6=0. Portanto, segue que

    Dom(f3) = f(x; y; z) 2 R3 jx+y+z < 1; x 0; y 0 e z 0g:

    Temos portanto, que o domnio da func~ao f3 e a regi~aodo primeiro octante limitada pelo do plano x+y+z = 1,excluindo o proprio plano x+ y + z = 1.

    xy

    11

    1

    z

    ~

    3.8 Exemplos de Func~oes Reais de Tre^s Variaveis Re-ais

  • Calculo 2B - Notas de Aula (em construc~ao) - Prof a Denise 2013-1 41

    Veremos a seguir exemplos de alguns tipos de func~oes reais de tre^s variaveis reais.

    Exemplo 3.8.1: (Func~ao Polinomial) Uma func~ao polinomial de tre^s variaveis reaisa valores reais e uma func~ao f : R3 ! R dada por

    f(x; y; z) =X

    m+n+kpamnkx

    nymzk;

    onde p e um natural xo e os coecientes amnk s~ao numeros reais dados. A soma eestendida a todas soluc~oes (m;n; k), m, n e k naturais, da inequac~ao m+ n+ k p.

    Exemplo: f(x; y; z) = 2x5y2z + x2y3z3 + z2.

    Exemplo 3.8.2: (Func~ao Am) Uma func~ao am de tre^s variaveis reais a valoresreais e uma func~ao f : R3 ! R dada por

    f(x; y; z) = ax+ by + cz + d;

    onde a, b, c e d s~ao numeros reais dados.

    Exemplo: f(x; y; z) = 2x+ 7y +

    p5

    7z + 3.

    Exemplo 3.8.3: (Func~ao Linear) Uma func~ao linear de tre^s variaveis reais a valoresreais e uma func~ao f : R3 ! R dada por

    f(x; y; z) = ax+ by + cz;

    onde a, b e c s~ao numeros reais dados.

    Exemplo: f(x; y; z) = 2x+2p3y + z.

    Exemplo 3.8.4: (Func~ao Racional) Uma func~ao racional de tre^s variaveis reais avalores reais e uma func~ao f : Dom(f) R3 ! R dada por

    f(x; y; z) =p(x; y; z)

    q(x; y; z);

    onde p e q s~ao func~oes polinomiais dadas. Temos, neste caso, queDom(f) = f(x; y; z) 2R3 j q(x; y; z) 6= 0g:

    Exemplo: f(x; y; z) =x2y2 + 7y3 + z2

    xy + xz. Neste caso, observe que

    Dom(f) = f(x; y; z) 2 R3 jxy + xz 6= 0g= f(x; y; z) 2 R3 jx(y + z) 6= 0g= f(x; y; z) 2 R3 jx 6= 0 e y + z 6= 0g:

  • Calculo 2B - Notas de Aula (em construc~ao) - Prof a Denise 2013-1 42

    Portanto, o domnio de f e todo R3, menos o plano x = 0 e plano y + z = 0.

    3.9 Superfcies de Nvel de Func~oes Reais de Tre^sVariaveis

    Seja f : Dom(f) R3 ! R. Conforme ja sabemos, dado k 2 Im(f), temos que oconjunto de nvel da func~ao f correspondente ao nvel k e o subconjunto do domniodado por

    Sk(f) = f(x; y; z) 2 Dom(f) j f(x; y; z)) = kg:No caso em quest~ao, que e o das func~oes reais de tre^s variaveis reais, os conjuntos denvel de f s~ao superfcies. Por este motivo, os conjuntos de nvel de func~oes reais detre^s variaveis reais s~ao chamados de superfcies de nvel. Em alguns casos, temos quesuperfcies de nvel podem se degenerar em curvas e ate em pontos.

    Observac~ao 3.9.1: Como sabemos que f e constante ao longo das superfcies de nvel,observe que duas superfcies de nvel de uma func~ao f correspondentes aos nveis k1 ek2, onde k1 6= k2, n~ao podem se interceptar.

    Vamos agora fazer alguns exemplos.

    Exemplo 3.9.1: Determine e esboce as superfcies de nvel das func~oes dadas abaixo.

    a) h1(x; y; z) = x.b) h2(x; y; z) = x

    2 + y2.c) h3(x; y; z) = x

    2 + 4y2 + z2.

    d) h4(x; y; z) =1p

    1 x y z , x 0, y 0 e z 0.e) h5(x; y; z) = x

    2 + y2 z2.

    Soluc~ao:

  • Calculo 2B - Notas de Aula (em construc~ao) - Prof a Denise 2013-1 43

    a) Neste caso, observe que Dom(h1) = R3 e queIm(h1) = R. Desta forma, temos que para todo k real,as superfcies de h1 correspondentes ao nvel k s~ao dadaspor

    Sk(h1) = f(x; y; z) 2 R3 j x = kg;ou seja, as superfcies de nvel de h1 s~ao planos paralelosao plano yz. Por exemplo,para k = 0, temos o plano x = 0;para k = 1, temos o plano x = 1;para k = 2, temos o plano x = 2;para k = 1, temos o plano x = 1;para k = 2, temos o plano x = 2.As superfcies de nvel de h1 encontram-se esbocadas aolado.

    xy

    z

    b) Neste caso, observe que Dom(h2) = R3 e que a ima-gem de h2 e

    Im(h2) = fk 2 R j k 0g:

    Desta forma, temos que para todo k 0, as superfciesde nvel de h2 correspondentes ao nvel k s~ao dadas por

    Sk(h2) = f(x; y; z) 2 R3 j x2 + y2 = kg:

    Observe que para k = 0, temos que a superfcie denvel de h2 e da forma x

    2 + y2 = 0, o que correspondeao eixo z. Ja para cada k > 0, temos que a superfciede nvel de h2 correspondente ao nvel k e da formax2+y2 = k > 0, o que corresponde a cilindros circularesretos conce^ntricos (gura ao lado). De fato, porexemplopara k = 0, temos x2 + y2 = 0 , x = 0 e y = 0, que ea reta (x; y; z) = (0; 0; z), z 2 R;para k = 1, temos o cilindro x2 + y2 = 1;para k = 2, temos o cilindro x2 + y2 = 2;para k = 3, temos o cilindro x2 + y2 = 3.

    xy

    z

  • Calculo 2B - Notas de Aula (em construc~ao) - Prof a Denise 2013-1 44

    c) Neste caso, observe que Dom(h3) = R3 e que a ima-gem de h3 e

    Im(h3) = fk 2 R j k 0g:

    Desta forma, temos que para todo k 0, as superfciesde nvel de h3 correspondentes ao nvel k s~ao dadas por

    Sk(h3) = f(x; y; z) 2 R3 jx2 + 4y2 + z2 = kg:

    Observe que para k = 0, temos que a superfcie de nvelde h3 se degenera em apenas um ponto, que e a origem(0; 0; 0). Ja para cada k > 0, temos que a superfciede nvel de h3 correspondente ao nvel k e da formax2 + 4y2 + z2 = k > 0, o que corresponde a elipsoidesconcentricos (gura ao lado). De fato, por exemplopara k = 0, temos x2 + 4y2 + z2 = 0 , x = 0, y = 0 ez = 0, que e a origem (0; 0; 0);para k = 1, temos o elipsoide x2 + 4y2 + z2 = 1;para k = 2, temos o elipsoide x2 + 4y2 + z2 = 2;para k = 3, temos o elipsoide x2 + 4y2 + z2 = 3.

    x y

    z

    d) Neste caso, observe que

    Dom(h4) = f(x; y; z) 2 R3 j x+ y + z < 1; x 0; y 0; z 0ge que a imagem de h4 e

    Im(h4) = fk 2 R j k 1g:De fato, como x + y + z < 1, x 0, y 0, z 0, temos que 0 x + y + z < 1 ,1 < x y z 0 , 0 < 1 x y z 1, de modo que 1

    1 x y z 1 e,

    portanto,1p

    1 x y z 1. Desta forma, temos que, para todo k 1, as superfciesde nvel de h4 correspondentes ao nvel k s~ao dadas por

    Sk(h4) =

    (x; y; z) 2 Dom(h4)

    1p1 x y z = k

    =

    (x; y; z) 2 Dom(h4)

    p1 x y z = 1k

    =

    (x; y; z) 2 Dom(h4)

    1 x y z = 1k2

    =

    (x; y; z) 2 Dom(h4)

    x+ y + z = 1 1k2

    Portanto, temos que as superfcies de nvel de h4 correspondentes ao nvel k (k 1)s~ao da forma x + y + z = 1 1

    k2, o que corresponde a planos paralelos ao plano

  • Calculo 2B - Notas de Aula (em construc~ao) - Prof a Denise 2013-1 45

    x+ y + z = 1, contidos no tetraedro x+ y + z < 1, x 0, y 0, z 0 (excetuando aface x+ y + z = 1) (gura abaixo). Por exemplo,para k = 1, temos x+ y + z = 0 , x = 0, y = 0 e z = 0, pois x 0, y 0, z 0;para k = 2, temos o plano x+ y + z = 1 1

    4;

    para k = 3, temos o plano x+ y + z = 1 19;

    para k = 4, temos o plano x+ y + z = 1 116

    .

    x1

    y

    1

    1

    z

    e) Neste caso, observe que Dom(h5) = R3 e queIm(h5) = R. Desta forma, temos que para todo k real,as superfcies de nvel de h5 correspondentes ao nvel ks~ao da forma

    Sk(h5) = f(x; y; z) 2 R3 jx2 + y2 z2 = kg:

    Portanto, vamos ter tre^s casos diferentes:{ para k = 0, temos que as superfcie de nvel de h5 e ocone x2 + y2 z2 = 0;{ para cada k > 0, temos que a superfcie de nvel de h5correspondente ao nvel k e da forma x2+ y2 z2 = jkj.Temos assim, que as superfcies de nvel de h5 s~aohiperboloides de duas folhas;{ para cada k < 0, temos que a superfcie de nvel de h5correspondente ao nvel k e da forma z2 x2 y2 = jkj.Temos assim, que as superfcies de nvel de h5 s~aohiperboloides de uma folha.

    x

    y

    z

  • Calculo 2B - Notas de Aula (em construc~ao) - Prof a Denise 2013-1 46

    xy

    z

    x

    y

    z

    x

    y

    z

    3.10 Gracos de Func~oes Reais de Tre^s Variaveis

    Seja f : Dom(f) R3 ! R. Conforme ja sabemos, temos que o graco da func~ao f eo subconjunto de R4 dado por

    Gr(f) = f(x; y; z; f(x; y; z)) 2 R4 j (x; y; z) 2 Dom(f)g:No caso em quest~ao, que s~ao o das func~oes reais de tre^s variaveis reais, atente para ofato de que os gracos destas func~oes est~ao em R4, de modo que n~ao e possvel esboca-los.

    Exemplo 3.10.1: Determine o graco da func~ao f(x; y; z) = x2 + y2.

    Soluc~ao: Gr(f) = f(x; y; z; x2 + y2) 2 R4 j (x; y; z) 2 R3g:

    3.11 Exerccios

    Exerccio 3.11.1: Determine e esboce as curvas de nvel da func~ao f(x; y) = ex2y.

    Resposta: Temos que Dom(f) = R2 e Im(f) = (0;1). As curvas de nvel k, parak > 0, s~ao dadas por

    Ck(f) = f(x; y) 2 R2 j ex2y = kg= f(x; y) 2 R2 jx2y = ln kg:

    Observe que se k = 1, temos que x2y = 0 , x = 0 ou y = 0. Portanto, as curvas denvel 1 de f s~ao os eixos coordenados. Se 0 < k < 1 ou se k > 1, as curvas de nvel de

    f s~ao dadas pela equac~ao y =ln k

    x2. Note que se 0 < k < 1, ln k < 0, de modo que as

  • Calculo 2B - Notas de Aula (em construc~ao) - Prof a Denise 2013-1 47

    curvas est~ao abaixo do eixo x e se k > 1, ln k > 0, de modo que as curvas est~ao acimado eixo x. Abaixo temos um esboco das curvas de nvel.

    As curvas de nvel k = 1 (eixos coordenados) est~ao esbocadas em azul, as curvas de nvelk > 1 est~ao esbocadas em verde e as curvas de nvel 0 < k < 1 est~ao esbocadas em rosa.

    y

    x

    Exerccio 3.11.2: Determine e esboce as curvas de nvel da func~ao f(x; y) =xy

    x+ y.

    Resposta: Inicialmente, observe que

    Dom(f) = f(x; y) 2 R2 j y 6= xg

    e que Im(f) = R. Desta forma, temos que, para todo k real, o conjunto de nvel k def e dado por

    Ck(f) =

    (x; y) 2 Dom(f) j xy

    x+ y= k

    :

    Para k = 0, temos que as curvas de nvel zero de f s~ao as semi-retas x = 0 e y = 0,

    (x; y) 6= (0; 0). Ja se k 6= 0, temos que xyx+ y

    = k , xy = k(x + y) , y(x k) = kx,

    x 6= y. Portanto, a curva de nvel k 6= 0 de f e o graco das func~ao gk(x) = kxx k ,

    x 6= k, retirando os pontos que pertencem a reta x = y (pois estes pontos n~aopertencem ao domnio de f). Para descobrir que pontos do graco de gk devem serretirados, procedemos com a seguir.

    x 6= y e y = kxx k , x 6=

    kx

    x k , x2 kx 6= kx, x 6= 0:

    Desta forma, ent~ao temos que as curvas de nvel zero de f s~ao as semi-retas x = 0 ey = 0, (x; y) 6= (0; 0) e que as curvas de nvel k 6= 0 de f s~ao formadas pelos gracosdas func~ao gk(x) =

    kx

    x k , x 6= k, retirando-se a origem.

    Abaixo, temos exemplos de curvas de nvel de f relativas a diferentes valores de kescolhidos.

    Para k = 1, a curva de nvel de f e dada por y =x

    x 1, com x 6= 0.

  • Calculo 2B - Notas de Aula (em construc~ao) - Prof a Denise 2013-1 48

    Para k = 2, a curva de nvel de f e dada por que y =2x

    x 2, com x 6= 0.

    Para k = 3, a curva de nvel de f e dada por que y =3x

    x 3, com x 6= 0.Para k = 1, a curva de nvel de f e dada por que y = x

    x+ 1, com x 6= 0.

    Para k = 2, a curva de nvel de f e dada por que y = 2xx+ 2

    , com x 6= 0.Para k = 3, a curva de nvel de f e dada por que y = 3x

    x+ 3, com x 6= 0.

    Algumas curvas de nvel de f encontram-se esbocadas abaixo.

    y

    x

    Exerccio 3.11.3: Determine e esboce o graco e as curvas de nvel da func~ao

    f(x; y) =

    4x2 + 9y2; se 4x2 + 9y2 36

    72 (4x2 + 9y2); se 36 4x2 + 9y2 72 ;

    .

    x y

    z

    Exerccio 3.11.4: Faca os exerccios da Lista 1 do GMA.