caixa 2012 - conhecimentos específicos

226
Caixa Econômica Federal 1 SUMÁRIO CONHECIMENTOS BANCÁRIOS..................................................................................................... 05 1 – INTRODUÇÃO......................................................................................................................... 07 2 - ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL.............................................................. 07 3 - NOÇÕES DE POLÍTICAS ECONÔMICA E MONETÁRIA............................................................ 08 4 – INSTRUMENTOS DE POLÍTICA MONETÁRIA........................................................................... 09 5 – MERCADO FINANCEIRO MERCADO MONETÁRIO E MERCADO DE CRÉDITO................ 09 6 – FORMAÇÃO DA TAXA DE JUROS.......................................................................................... 10 7 – MERCADO PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO.................................................................................... 11 8 – CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL....................................................................................... 11 9 – BANCO CENTRAL DO BRASIL................................................................................................... 12 10 – CONSELHO DE RECURSOS DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL.................................. 13 11 – DEPÓSITOS À VISTA (CONTA CORRENTE).......................................................................... 14 12 – DEPÓSITOS A PRAZO (CDB E RDB)....................................................................................... 15 13 – ABERTURA E MOVIMENTAÇÃO DE CONTAS: DOCUMENTOS BÁSICOS........................ 15 14 - PESSOA FÍSICA E PESSOA JURÍDICA: CAPACIDADE E INCAPACIDADE CIVIL, REPRESENTAÇÃO E DOMICÍLIO................................................................................................. 18 15 – CHEQUE – REQUISITOS ESSENCIAIS, CIRCULAÇÃO, ENDOSSO, CRUZAMENTO, COMPENSAÇÃO............................................................................................................................ 23 16 – CADERNETAS DE POUPANÇA................................................................................................ 30 17 – LETRA DE CÂMBIO................................................................................................................... 31 18 – FINANCIAMENTO DE CAPITAL FIXO...................................................................................... 32 19 – FINANCIAMENTO DE CAPITAL DE GIRO............................................................................... 32 20 – CRÉDITO DIRETO AO CONSUMIDOR (CDC)......................................................................... 33 21 – CRÉDITO ROTATIVO................................................................................................................ 33 22 – CHEQUE ESPECIAL................................................................................................................. 34 23 – CONTAS GARANTIDAS............................................................................................................ 34 24 – DESCONTOS DE TÍTULOS...................................................................................................... 34 25 – HOT MONEY.............................................................................................................................. 35 26 – VENDOR FINANCE................................................................................................................... 35 27 – COMPROR FINANCE................................................................................................................ 36 28 – LEASING (TIPOS, FUNCIONAMENTO, BENS)........................................................................ 36 29 – BANCOS COMERCIAIS............................................................................................................ 37 30 – BANCOS DE INVESTIMENTO.................................................................................................. 38 31 – BANCOS DE DESENVOLVIMENTO......................................................................................... 38 32 – SOCIEDADES DE CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO..................................... 39 33 – SOCIEDADES DE ARRENDAMENTO MERCANTIL................................................................ 39 34 – SOCIEDADES DE CRÉDITO IMOBILIÁRIO............................................................................. 40 35 – BANCOS MÚLTIPLOS.............................................................................................................. 40 36 – CAIXAS ECONÔMICAS............................................................................................................ 41 37 – ASSOCIAÇÕES DE POUPANÇA E EMPRÉSTIMO................................................................. 41 38 – COOPERATIVAS DE CRÉDITO................................................................................................ 42 39 – BANCOS COMERCIAIS COOPERATIVOS............................................................................... 43 40 – INSTITUIÇÃO MONETÁRIA E NÃO-MONETÁRIA................................................................... 43

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Page 1: CAIXA 2012 - Conhecimentos Específicos

Caixa Econômica Federal 1

SUMÁRIO CONHECIMENTOS BANCÁRIOS............................ ......................................................................... 05 1 – INTRODUÇÃO......................................................................................................................... 07 2 - ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL.............................................................. 07 3 - NOÇÕES DE POLÍTICAS ECONÔMICA E MONETÁRIA............................................................ 08 4 – INSTRUMENTOS DE POLÍTICA MONETÁRIA........................................................................... 09 5 – MERCADO FINANCEIRO MERCADO MONETÁRIO E MERCADO DE CRÉDITO................ 09 6 – FORMAÇÃO DA TAXA DE JUROS.......................................................................................... 10 7 – MERCADO PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO.................................................................................... 11 8 – CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL....................................................................................... 11 9 – BANCO CENTRAL DO BRASIL................................................................................................... 12 10 – CONSELHO DE RECURSOS DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL.................................. 13 11 – DEPÓSITOS À VISTA (CONTA CORRENTE).......................................................................... 14 12 – DEPÓSITOS A PRAZO (CDB E RDB)....................................................................................... 15 13 – ABERTURA E MOVIMENTAÇÃO DE CONTAS: DOCUMENTOS BÁSICOS........................ 15 14 - PESSOA FÍSICA E PESSOA JURÍDICA: CAPACIDADE E INCAPACIDADE CIVIL, REPRESENTAÇÃO E DOMICÍLIO.................................................................................................

18

15 – CHEQUE – REQUISITOS ESSENCIAIS, CIRCULAÇÃO, ENDOSSO, CRUZAMENTO, COMPENSAÇÃO............................................................................................................................

23

16 – CADERNETAS DE POUPANÇA................................................................................................ 30 17 – LETRA DE CÂMBIO................................................................................................................... 31 18 – FINANCIAMENTO DE CAPITAL FIXO...................................................................................... 32 19 – FINANCIAMENTO DE CAPITAL DE GIRO............................................................................... 32 20 – CRÉDITO DIRETO AO CONSUMIDOR (CDC)......................................................................... 33 21 – CRÉDITO ROTATIVO................................................................................................................ 33 22 – CHEQUE ESPECIAL................................................................................................................. 34 23 – CONTAS GARANTIDAS............................................................................................................ 34 24 – DESCONTOS DE TÍTULOS...................................................................................................... 34 25 – HOT MONEY.............................................................................................................................. 35 26 – VENDOR FINANCE................................................................................................................... 35 27 – COMPROR FINANCE................................................................................................................ 36 28 – LEASING (TIPOS, FUNCIONAMENTO, BENS)........................................................................ 36 29 – BANCOS COMERCIAIS............................................................................................................ 37 30 – BANCOS DE INVESTIMENTO.................................................................................................. 38 31 – BANCOS DE DESENVOLVIMENTO......................................................................................... 38 32 – SOCIEDADES DE CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO..................................... 39 33 – SOCIEDADES DE ARRENDAMENTO MERCANTIL................................................................ 39 34 – SOCIEDADES DE CRÉDITO IMOBILIÁRIO............................................................................. 40 35 – BANCOS MÚLTIPLOS.............................................................................................................. 40 36 – CAIXAS ECONÔMICAS............................................................................................................ 41 37 – ASSOCIAÇÕES DE POUPANÇA E EMPRÉSTIMO................................................................. 41 38 – COOPERATIVAS DE CRÉDITO................................................................................................ 42 39 – BANCOS COMERCIAIS COOPERATIVOS............................................................................... 43 40 – INSTITUIÇÃO MONETÁRIA E NÃO-MONETÁRIA................................................................... 43

Page 2: CAIXA 2012 - Conhecimentos Específicos

2 Caixa Econômica Federal

41 – MERCADO DE CAPITAIS.......................................................................................................... 43 42 – CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL..................................................................................... 44 43 – COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS................................................................................ 44 44 – ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO......................................................................................... 47 45 – SOCIEDADES ANÔNIMAS OU COMPANHIAS........................................................................ 48 46 – AÇÃO – CARACTERÍSTICAS................................................................................................... 48 47 – DIREITOS DOS ACIONISTAS................................................................................................... 50 48 – NEGOCIANDO COM AÇÕES.................................................................................................... 51 49 – DESDOBRAMENTO E GRUPAMENTO DE AÇÕES................................................................ 52 50 – DEBÊNTURES........................................................................................................................... 53 51 – BOLSA DE VALORES............................................................................................................... 53 52 – BM&BOVESPA.......................................................................................................................... 54 53 – FUNCIONAMENTO DO MERCADO À VISTA DE AÇÕES....................................................... 55 54 – MERCADO DE BALCÃO........................................................................................................... 56 55 – SOCIEDADES CORRETORAS DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS E SOCIEDADES DISTRIBUIDORAS DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS.........................................................

56

56 – BOLSAS DE MERCADORIAS E DE FUTUROS....................................................................... 58 57 - SISTEMA ESPECIAL DE LIQUIDAÇÃO E CUSTÓDIA (SELIC) 58 58 – CENTRAL DE LIQUIDAÇÃO FINANCEIRA E DE CUSTÓDIA DE TÍTULOS (CETIP)............. 59 59 – SISTEMA DE SEGUROS PRIVADOS, PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR ABERTA TÍTULOS DE CAPITALIZAÇÃO.........................................................................................................

60

60 – CONSELHO NACIONAL DE SEGUROS PRIVADOS (CNSP).................................................. 60 61 – SUPERINTENDÊNCIA DE SEGUROS PRIVADOS (SUSEP).................................................. 61 62 – PLANOS DE SEGUROS............................................................................................................ 62 63 – SOCIEDADES SEGURADORAS............................................................................................... 63 64 – SOCIEDADES ADMINISTRADORAS DE SEGURO-SAÚDE.................................................... 64 65 – CORRETORAS DE SEGUROS................................................................................................. 64 66 – RESSEGURO, COSSEGURO E RETROCESSÃO................................................................ 65 67 – INSTITUTO DE RESSEGUROS DO BRASIL............................................................................ 66 68 – ENTIDADES ABERTAS DE PREVIDÊNCIA PRIVADA............................................................. 66 69 – PLANOS DE APOSENTADORIA E PENSÃO PRIVADOS ABERTOS...................................... 67 70 – SOCIEDADES DE CAPITALIZAÇÃO........................................................................................ 68 71 – ENTIDADES FECHADAS DE PREVIDÊNCIA PRIVADA.......................................................... 68 72 – MERCADO DE CÂMBIO............................................................................................................ 69 73 – INSTITUIÇÕES AUTORIZADAS A OPERAR............................................................................ 69 74 – BANCOS DE CÂMBIO............................................................................................................... 71 75 – SOCIEDADE CORRETORA DE CÂMBIO................................................................................. 71 76 – OPERAÇÕES BÁSICAS............................................................................................................ 71 77 – CONTRATOS DE CÂMBIO – CARACTERÍSTICAS.................................................................. 72 78 – TAXAS DE CÂMBIO.................................................................................................................. 73 79 – POSIÇÃO DE CÂMBIO.............................................................................................................. 74 80 – REMESSAS............................................................................................................................... 75 81 – SISCOMEX................................................................................................................................ 76 82 - SISTEMA DE PAGAMENTOS BRASILEIRO – SPB................................................................ 77

Page 3: CAIXA 2012 - Conhecimentos Específicos

Caixa Econômica Federal 3

ÉTICA E ATENDIMENTO................................ .................................................................................. 81 ÉTICA................................................................................................................................................. 83 CONCEITOS...................................................................................................................................... 83 CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO SERVIDOR PÚBLICO CIVIL DO PODER EXECUTIVO FEDERAL...........................................................................................................................................

88

CÓDIGO DE ÉTICA DA CAIXA......................................................................................................... 100 ATENDIMENTO................................................................................................................................ 105 LEGISLAÇAO.................................................................................................................................... 105

LEI Nº 8.078/90 - CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR..................................................... 105 DECRETO Nº 5.903, DE 20 DE SETEMBRO DE 2006. ............................................................. 124 CIRCULAR 3.289/2001................................................................................................................. 126 RESOLUCAO 3.518/2007............................................................................................................ 127 RESOLUÇÃO BACEN Nº 3.694, DE 26 DE MARÇO DE 2009.................................................... 131 DECRETO Nº 6.523, DE 31 DE JULHO DE 2008........................................................................ 132 RESOLUÇÃO Nº. 3849 DE 25 /03/2010..................................................................................... 135

MARKETING EM EMPRESAS DE SERVIÇOS................................................................................. 139 HISTÓRIA E ESTATUTO DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL..... .................................................. 147 HISTÓRIA DA CAIXA......................................................................................................................... 149 DECRETO Nº 6.473, DE 5 DE JUNHO DE 2008 - ESTATUTO DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – CEF................................................................................................................................

155

LEGISLAÇÃO......................................... ........................................................................................... 179 1. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA........................................... 181 2. LEGISLAÇÃO................................................................................................................................. 187

LEI Nº 7.998/1990......................................................................................................................... 187 LEI COMPLEMENTAR Nº 7/1970................................................................................................. 192 LEI Nº 8.036/1990..................................................................................................................... 194 LEI Nº 10.836/2004...................................................................................................................... 205

3. SEGURO-DESEMPREGO............................................................................................................. 209 4. PIS – PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO SOCIAL............................................................................ 211 5. FUNDO DE GARANTIA POR TEMPO DE SERVIÇO – FGTS...................................................... 213

Page 4: CAIXA 2012 - Conhecimentos Específicos

Caixa Econômica Federal 4

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Caixa Econômica Federal 7

1 – Introdução

Prezado(a) aluno(a),

Seja muito bem-vindo ao curso de Conhecimentos Bancários para o concurso da Caixa Econômica Federal 2012.

Este nosso curso foi elaborado levando em conta o conteúdo exigido no Edital Caixa Cesgranrio 2012.

Ao longo dos nossos dez encontros teremos a oportunidade de trabalhar todo conteúdo, por meio de aulas teóricas, exemplos da prática bancária e vários exercícios.

Estarei a disposição em sala de aula e também no meio virtual. Participem da grupo Conhecimentos Bancários no Google Groups disponível em http://goo.gl/gbKiJ e da minha comunidade Conhecimentos Bancários acessando http://goo.gl/4a6Y7. Também estou no Twitter em @ProfBancario

Estude e realize os seus sonhos!

Conte com a minha experiência profissional, pois trabalho em bancos desde 1968, com o meu auxílio e com a minha parceria.

Fique na paz!

Prof. Cid Roberto

Conhecimentos Bancários

2 - Estrutura do Sistema Financeiro Nacional

Estrutura - modo como as diferentes partes de um todo estão dispostas.

Sistema - Conjunto de partes, componentes, que interagem entre si, de forma ordenada, a fim de atingir um objetivo comum.

De acordo com o conceito, todos os sistemas têm partes que interagem entre si, possuem ordem ou normas e visam um objetivo comum.

Assim, poderíamos fazer as seguintes associações:

SISTEMA PARTES ORDENAMENTO/ NORMAS

OBJETIVO

Solar planetas, estrelas, satélites, etc. leis da gravidade, física, etc.

manter o equilíbrio dos corpos celestes

Transporte vias, veículos, passageiros, etc. código de trânsito transportar cargas e passageiros

Financeiro Nacional

órgãos normativos, entidades supervisoras, entidades financeiras, entidades auxiliares, PF e PJ, etc.

leis, decretos, resoluções, normas, códigos, etc.

circular as finanças da nação brasileira; encontro dos superavitários com os deficitários

CONHECIMENTOS

BANCÁRIOS

Page 8: CAIXA 2012 - Conhecimentos Específicos

8

Financeiro

Nacional

Fonte: http://www.bcb.gov.br/?SFNCOMP

Órgãos Normativos

Têm a atribuição de traçar as linhas gerais que devem ser observadas na parte do Sistema Financeiro que está a cargo de cada uma delas. Não executam coisa alguma.

São o Conselho Monetário Nacional Nacional de Previdência Complementar

Entidades Supervisoras

Executam o que foi determinado pelos órgãos normativos, cabendo supervisionar, fiscalizar, acompanhar e punir os operadores

São elas:

Operadores

São todos aqueles que fazem efetivamente o Sistema Financeiro Nacional alcançar o seu objetivo de proporcionar o encontro dos superavitários com os deficitários, cabendopelos órgãos normativos e que

3 -

Política Econômica

A política econômica consiste no conjunto de ações governamentais que são planejadas para atingir determinadas finalidades relacionadas com a

Os instrumentos da política econômica são:

Financeiro - relativo a finanças.

Nacional - da nação ou a ela relativo.

Fonte: http://www.bcb.gov.br/?SFNCOMP

Órgãos Normativos

Têm a atribuição de traçar as linhas gerais que devem ser observadas na parte do Sistema Financeiro que está a cargo de cada uma delas. Não executam coisa alguma.

São o Conselho Monetário Nacional Nacional de Previdência Complementar

Entidades Supervisoras

Executam o que foi determinado pelos órgãos normativos, cabendo supervisionar, fiscalizar, acompanhar e punir os operadores

São elas:

• Banco Central do Brasil • Comissão de Valores Mobiliários • Superintendência de Seguros Privados • Superintendência Nacional de Previdência Complementar

Operadores

São todos aqueles que fazem efetivamente o Sistema Financeiro Nacional alcançar o seu objetivo de proporcionar o encontro dos superavitários com os deficitários, cabendopelos órgãos normativos e que

- Noções de Políticas Econômica e Monetária

Política Econômica

A política econômica consiste no conjunto de ações governamentais que são planejadas para atingir determinadas finalidades relacionadas com a

Os instrumentos da política econômica são:

relativo a finanças.

da nação ou a ela relativo.

Fonte: http://www.bcb.gov.br/?SFNCOMP

Órgãos Normativos

Têm a atribuição de traçar as linhas gerais que devem ser observadas na parte do Sistema Financeiro que está a cargo de cada uma delas. Não executam coisa alguma.

São o Conselho Monetário Nacional Nacional de Previdência Complementar

Entidades Supervisoras

Executam o que foi determinado pelos órgãos normativos, cabendo supervisionar, fiscalizar, acompanhar e punir os operadores do Sistema Financeiro, dentro das atribuições definidas para cada uma delas.

Banco Central do Brasil Comissão de Valores Mobiliários Superintendência de Seguros Privados Superintendência Nacional de Previdência Complementar

São todos aqueles que fazem efetivamente o Sistema Financeiro Nacional alcançar o seu objetivo de proporcionar o encontro dos superavitários com os deficitários, cabendopelos órgãos normativos e que

Noções de Políticas Econômica e Monetária

Política Econômica

A política econômica consiste no conjunto de ações governamentais que são planejadas para atingir determinadas finalidades relacionadas com a

Os instrumentos da política econômica são:

relativo a finanças.

da nação ou a ela relativo.

Fonte: http://www.bcb.gov.br/?SFNCOMP

Têm a atribuição de traçar as linhas gerais que devem ser observadas na parte do Sistema Financeiro que está a cargo de cada uma delas. Não executam coisa alguma.

São o Conselho Monetário Nacional -Nacional de Previdência Complementar

Entidades Supervisoras

Executam o que foi determinado pelos órgãos normativos, cabendo supervisionar, fiscalizar, acompanhar e do Sistema Financeiro, dentro das atribuições definidas para cada uma delas.

Banco Central do Brasil - BacenComissão de Valores Mobiliários Superintendência de Seguros Privados Superintendência Nacional de Previdência Complementar

São todos aqueles que fazem efetivamente o Sistema Financeiro Nacional alcançar o seu objetivo de proporcionar o encontro dos superavitários com os deficitários, cabendopelos órgãos normativos e que são implementadas pelas entidades supervisoras.

Noções de Políticas Econômica e Monetária

A política econômica consiste no conjunto de ações governamentais que são planejadas para atingir determinadas finalidades relacionadas com a

Os instrumentos da política econômica são:

da nação ou a ela relativo.

Fonte: http://www.bcb.gov.br/?SFNCOMP

Têm a atribuição de traçar as linhas gerais que devem ser observadas na parte do Sistema Financeiro que está a cargo de cada uma delas. Não executam coisa alguma.

- CMN, o Conselho Nacional de Seguros Privados Nacional de Previdência Complementar - CNPC.

Executam o que foi determinado pelos órgãos normativos, cabendo supervisionar, fiscalizar, acompanhar e do Sistema Financeiro, dentro das atribuições definidas para cada uma delas.

Bacen Comissão de Valores Mobiliários - CVM Superintendência de Seguros Privados - Superintendência Nacional de Previdência Complementar

São todos aqueles que fazem efetivamente o Sistema Financeiro Nacional alcançar o seu objetivo de proporcionar o encontro dos superavitários com os deficitários, cabendo

são implementadas pelas entidades supervisoras.

Noções de Políticas Econômica e Monetária

A política econômica consiste no conjunto de ações governamentais que são planejadas para atingir determinadas finalidades relacionadas com a situação econômica do Brasil.

Os instrumentos da política econômica são:

Têm a atribuição de traçar as linhas gerais que devem ser observadas na parte do Sistema Financeiro que está a cargo de cada uma delas. Não executam coisa alguma.

CMN, o Conselho Nacional de Seguros Privados CNPC.

Executam o que foi determinado pelos órgãos normativos, cabendo supervisionar, fiscalizar, acompanhar e do Sistema Financeiro, dentro das atribuições definidas para cada uma delas.

Susep

Superintendência Nacional de Previdência Complementar

São todos aqueles que fazem efetivamente o Sistema Financeiro Nacional alcançar o seu objetivo de proporcionar o encontro dos superavitários com os deficitários, cabendo

são implementadas pelas entidades supervisoras.

Noções de Políticas Econômica e Monetária

A política econômica consiste no conjunto de ações governamentais que são planejadas para atingir situação econômica do Brasil.

Têm a atribuição de traçar as linhas gerais que devem ser observadas na parte do Sistema Financeiro que está a cargo de cada uma delas. Não executam coisa alguma.

CMN, o Conselho Nacional de Seguros Privados

Executam o que foi determinado pelos órgãos normativos, cabendo supervisionar, fiscalizar, acompanhar e do Sistema Financeiro, dentro das atribuições definidas para cada uma delas.

Superintendência Nacional de Previdência Complementar - Previc.

São todos aqueles que fazem efetivamente o Sistema Financeiro Nacional alcançar o seu objetivo de proporcionar o encontro dos superavitários com os deficitários, cabendo

são implementadas pelas entidades supervisoras.

A política econômica consiste no conjunto de ações governamentais que são planejadas para atingir situação econômica do Brasil.

Têm a atribuição de traçar as linhas gerais que devem ser observadas na parte do Sistema Financeiro que

CMN, o Conselho Nacional de Seguros Privados

Executam o que foi determinado pelos órgãos normativos, cabendo supervisionar, fiscalizar, acompanhar e do Sistema Financeiro, dentro das atribuições definidas para cada uma delas.

Previc.

São todos aqueles que fazem efetivamente o Sistema Financeiro Nacional alcançar o seu objetivo de proporcionar o encontro dos superavitários com os deficitários, cabendo-lhes observar as regras definidas

são implementadas pelas entidades supervisoras.

A política econômica consiste no conjunto de ações governamentais que são planejadas para atingir situação econômica do Brasil.

Caixa Econômica Federal

Têm a atribuição de traçar as linhas gerais que devem ser observadas na parte do Sistema Financeiro que

CMN, o Conselho Nacional de Seguros Privados - CNSP e o Conselho

Executam o que foi determinado pelos órgãos normativos, cabendo supervisionar, fiscalizar, acompanhar e do Sistema Financeiro, dentro das atribuições definidas para cada uma delas.

São todos aqueles que fazem efetivamente o Sistema Financeiro Nacional alcançar o seu objetivo de lhes observar as regras definidas

A política econômica consiste no conjunto de ações governamentais que são planejadas para atingir

Caixa Econômica Federal

Têm a atribuição de traçar as linhas gerais que devem ser observadas na parte do Sistema Financeiro que

CNSP e o Conselho

Executam o que foi determinado pelos órgãos normativos, cabendo supervisionar, fiscalizar, acompanhar e do Sistema Financeiro, dentro das atribuições definidas para cada uma delas.

São todos aqueles que fazem efetivamente o Sistema Financeiro Nacional alcançar o seu objetivo de lhes observar as regras definidas

A política econômica consiste no conjunto de ações governamentais que são planejadas para atingir

Caixa Econômica Federal

Têm a atribuição de traçar as linhas gerais que devem ser observadas na parte do Sistema Financeiro que

CNSP e o Conselho

Executam o que foi determinado pelos órgãos normativos, cabendo supervisionar, fiscalizar, acompanhar e

São todos aqueles que fazem efetivamente o Sistema Financeiro Nacional alcançar o seu objetivo de lhes observar as regras definidas

A política econômica consiste no conjunto de ações governamentais que são planejadas para atingir

Page 9: CAIXA 2012 - Conhecimentos Específicos

Caixa Econômica Federal 9

política fiscal - tem a ver com os gastos públicos e os impostos;

política monetária - diz respeito à moeda nacional e aos títulos públicos (dívida pública interna);

política cambial - tem a ver com as moedas estrangeiras;

política creditícia - diz respeito à concessão de créditos.

4 – Instrumentos de Política Monetária

Política Monetária

Como dito anteriormente, diz respeito à moeda nacional. São os procedimentos que o governo adota para regular a oferta (quantidade) da moeda em circulação na economia nacional.

Instrumentos de política monetária

São três, basicamente, os instrumentos utilizados pelo governo:

• compra e venda de títulos públicos (operações do mercado aberto) - quando o governo vende (lança) títulos no mercado ele retira moeda da economia e quando compra títulos ele coloca moeda na economia;

• depósitos compulsórios - corresponde a um percentual das captações que os bancos são obrigados a recolher ao Banco Central; quanto maior o percentual do compulsório menos moeda na economia e vice-versa; e

• controle da taxa de juros - quanto maior a taxa de juros menos pessoas estarão dispostas a tomar dinheiro emprestado, resultando em menos moeda na economia.

Alguns defendem que o redesconto e a emissão de moeda também são instrumentos de política monetária.

5 – Mercado Financeiro mercado monetário e mercado de crédito

Mercado Financeiro

O setor financeiro é constituído por quatro segmentos, definidos pelos tipos de operações que os caracterizam e pelos fins a que se destinam.

O termo mercado é usualmente empregado na designação desses segmentos. Esta designação resulta da própria essência da intermediação financeira: os intermediários financeiros estão entre os tomadores de recursos, aqueles que exercem a procura por ativos financeiros, e os poupadores, que detêm recursos excedentes e exercem a oferta destes excedentes de ativos financeiros.

Termos, portanto, a situação típica de um mercado constituído pelas forças da oferta e da procura.

Assim, os quatro segmentos do setor financeiro correspondem a quatro mercados

Mercado Monetário

É neste mercado que se estabelece o nível de liquidez geral da economia, definido pelo suprimento de moeda, em seu conceito estrito e convencional constituída pelo papel-moeda e pela moeda escritural, esta última correspondendo aos depósitos à vista no sistema bancário. O Banco Central, na qualidade de autoridade monetária, é o regulador do nível dos estoques monetários. Para compatibilizar, no dia a dia, o nível destes estoques com a desejada liquidez da economia, as autoridades monetárias operam neste mercado junto a uma rede de intermediários financeiros, através da qual injeta ou retira recursos.

Neste mercado, de alta sensibilidade e de grandes montantes negociados, as operações são de curtíssimo prazo, lastreadas por títulos repassados pelo Banco Central.

Page 10: CAIXA 2012 - Conhecimentos Específicos

10 Caixa Econômica Federal

Também fazem parte deste mercado as operações do chamado interbancário, lastreadas em CDIs. As operações do Banco Central no mercado monetário são denominadas Operações no Mercado Aberto (OpenMarket).

Mercado de Crédito

As operações neste mercado têm prazos curto, médio e longo; têm por finalidade o financiamento do consumo das pessoas físicas, do capital fixo e do capital de giro das empresas. Esse processo envolve concessores de crédito (instituições financeiras) e tomadores finais (pessoas físicas e jurídicas), com normas preestabelecidas, tais como valor da operação, destino do uso, custo do crédito, prazo, garantias oferecidas e forma de liquidação:

• valor da operacão : valor em moeda ou percentual do bem a financiar; • destino do uso : crédito industríal, rural, imobiliário, capital de giro, pessoal, direto ao consumidor; • custo do crédito : refere-se ao custo de captação de recursos, mais impostos e taxas e mais

remuneração do agente financeiro (spread1); • prazo : data de vencimento; • garantias : reais - baseadas em bens ou títulos (hipoteca, alienação fiduciáría e penhor); fidejussórias

- prestadas por terceira pessoa (aval e fiança, garantem até a capacidade do patrimônio do avalista ou fiador); acessórias (seguro do bem);

• forma de liquidação : de uma só vez ou pagamento parcelado.

É também neste mercado de crédito que os poupadores (agentes superavitários quanto aos recursos financeiros) fornecem os recursos que serão repassados.

Além desses dois mercados temos ainda o Mercado de Câmbio e o Mercado de Capitais que serão tratados mais a frente.

Fonte: NEWLANDS JR, Carlos Arthur. Sistema Financeiro e Bancário . Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.

6 – Formação da Taxa de Juros

O dinheiro é uma mercadoria como outra qualquer, tem preço, que é a taxa de juro, e está sujeita à lei da oferta e da procura.

As taxa de juros é inversamente proporcional à oferta de dinheiro no mercado.

Sempre que há muito dinheiro disponível para empréstimos, a taxa de juros é menor; isto facilita a contratação de empréstimos, e por outro lado, havendo pouco dinheiro em circulação, a taxa de juros tende a subir, dificultando a obtenção de empréstimos.

A taxa de juros nas operações de empréstimos pode variar pelas seguintes razões:

• Pelos riscos que apresenta o tomador do empréstimo quanto ao pagamento, ou seja, pelas garantias apresentadas;

• Pelo intervalo de tempo e forma de amortização.

A taxa de juros pode ser nominal ou real.

Nominal é a taxa que o tomador do empréstimo paga, expresso em porcentagem para usar uma determinada quantia em dinheiro. Se não houver inflação a taxa de juros nominal será igual a taxa de juros real. Havendo inflação, a taxa de juros nominal considera o valor da taxa de inflação, enquanto que a taxa de juros real mede o retorno de uma aplicação em termos de quantidades de bens.

1Define-se spread como a diferença entre o custo da captação (percentual que a instituiçãofinanceira remunera o poupador)

e os juros cobrados na concessão do crédito.

Page 11: CAIXA 2012 - Conhecimentos Específicos

Caixa Econômica Federal 11

Na formação (cálculo) das taxas de juros são levados em conta os seguintes componentes:

• custo de captação;

• despesas administrativas;

• despesas operacionais;

• tributos;

• risco de crédito; e

• ganho pretendido (spread).

7 – Mercado Primário e Secundário

Mercado primário

As empresas ou o governo emitem títulos e valores mobiliários para captar novos recursos diretamente de investidores.

Mercado secundário

É composto por títulos e valores mobiliários previamente adquiridos no mercado primário, ocorrendo apenas a troca de titularidade, isto é, a compra e venda. Não envolve mais o emissor e nem a entrada de novos recursos de capital para quem o emitiu. Seu objetivo é gerar negócios, isto é, dar liquidez aos títulos.

8 – Conselho Monetário Nacional

O Conselho Monetário Nacional (CMN) foi instituído pela Lei 4.595, de 31 de dezembro de 1964.

É o órgão deliberativo máximo do Sistema Financeiro Nacional.

É o órgão responsável por expedir diretrizes gerais para o bom funcionamento do SFN.

Dentre suas funções estão:

• adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da economia e seu processo de desenvolvimento;

• regular o valor interno e externo da moeda e o equilíbrio do balanço de pagamentos; • orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras; • propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros; • zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras; • coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da dívida pública interna e externa; • estabelecer a meta de inflação; • regular as condições de constituição, funcionamento e fiscalização das instituições financeiras; • fixar as diretrizes e normas da política cambial, inclusive quanto a compra e venda de ouro; • disciplinar o crédito em todas as suas modalidades e as operações creditícias em todas as suas

formas; • regular a constituição, funcionamento e fiscalização dos que exercerem atividades no SFN, bem

como a aplicação das penalidades previstas; • regulamentar, fixando limites, prazos e outras condições, as operações de redesconto e de

empréstimo, efetuadas com quaisquer instituições financeiras públicas e privadas de natureza bancária;

• estabelecer normas a serem observadas pelo Banco Central do Brasil em suas transações com títulos públicos;

• estabelecer limites para a remuneração das operações e serviços bancários ou financeiros;

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12 Caixa Econômica Federal

• outorgar ao Banco Central o monopólio das operações de câmbio quando necessário; • determinar o recolhimento compulsório das instituições financeiras; • autorizar as emissões de moeda; • aprovar os orçamentos monetários preparados pelo Banco Central; • aplicar aos bancos estrangeiros que funcionem no País as mesmas vedações ou restrições

equivalentes, que vigorem nas praças de suas matrizes, em relação a bancos brasileiros ali instalados ou que nelas desejem estabelecer-se.

É constituído pelo Ministro de Estado da Fazenda (Presidente), pelo Ministro de Estado do Planejamento e Orçamento e pelo Presidente do Banco Central do Brasil (Bacen).

Os seus membros reúnem-se uma vez por mês para deliberarem sobre assuntos relacionados com as competências do CMN.

Em casos extraordinários pode acontecer mais de uma reunião por mês.

As matérias aprovadas são regulamentadas por meio de Resoluções, normativo de caráter público, sempre divulgado no Diário Oficial da União e na página de normativos do Banco Central do Brasil.

De todas as reuniões são lavradas atas, cujo extrato é publicado no DOU

Os serviços de secretaria do CMN são exercidos pelo Bacen.

9 – Banco Central do Brasil

É uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda.

Cabe ao Bacen fazer com que sejam implementadas e cumpridas as decisões do CMN, em especial, no que diz respeito ao mercado financeiro.

Tem o papel de executar as políticas definidas pelo CMN, fiscalizando o SFN.

Banco dos bancos - depósitos compulsórios e redesconto de liquidez.

Gestor do SFN - normas, autorizações, fiscalização e intervenção.

Executor da política monetária - controle dos meios de pagamento - liquidez do mercado.

Banco emissor - orçamento monetário, instrumentos de política monetária, emissão e saneamento do meio circulante.

Banqueiro do governo - gestor e fiel depositário das reservas internacionais do país, e representante do país diante das instituições financeiras internacionais.

O Banco Central do Brasil será administrado por uma diretoria composta de nove membros, um dos quais será seu Presidente, todos nomeados pelo Presidente da República, entre brasileiros de ilibada reputação e notória capacidade em assuntos econômico-financeiros, após sabatina do Senado Federal, sendo demissíveis a qualquer momento (ad nutum), conforme Decreto nº 91.961, de 19.11.1985.

Hoje, a Diretoria Colegiada do banco Central do Brasil é composta por oito membros, sete diretores e um presidente, pois a Diretoria de Estudos Especiais foi desativada pelo voto BCB nº 140/2007, de 23.05.2007.

Compete:

• controle monetário, • serviço do meio circulante, • autorizar o funcionamento das instituições financeiras, • fixar normas para o funcionamento das instituições financeiras,

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Caixa Econômica Federal 13

• fiscalizar e punir, • depositário das reservas internacionais no Brasil, • controle sobre o capital estrangeiro no Brasil, • política cambial, • fixar e recolher os depósitos compulsórios, • realizar operações de redesconto, • estabelecer condições para a posse e para o exercício de quaisquer cargos e administração de

instituições financeiras privadas, • efetuar compra e venda de títulos públicos federais, • determinar que as matrizes das instituições financeiras registrem os cadastros das firmas que

operam com suas agências há mais de um ano. • promover a colocação de empréstimos internos ou externos, podendo, também, encarregar-se dos

respectivos serviços, • efetuar compra e venda de títulos de sociedades de economia mista e empresas do Estado, • regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros papéis, e • regular as condições de concorrência entre instituições financeiras, coibindo-lhes os abusos com a

aplicação punições.

É vedado ao Banco Central:

Fazer operações bancárias de qualquer natureza com outras pessoas de direito público ou privado, salvo as expressamente autorizadas por lei.

Os encargos e serviços de competência do Banco Central, quando por ele não executados diretamente, serão contratados de preferência com o Banco do Brasil S. A., exceto nos casos especialmente autorizados pelo Conselho Monetário Nacional.

Constituem receita do Banco Central do Brasil as rendas:

• de operações financeiras e de outras aplicações de seus recursos, • das operações de câmbio, de compra e venda de ouro e de quaisquer outras operações em moeda

estrangeira, e • eventuais, inclusive as derivadas de multas e de juros de mora aplicados por força do disposto na

legislação em vigor.

10 - Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nac ional

É um órgão colegiado, de segundo grau, integrante da estrutura do Ministério da Fazenda.

O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional é constituído por oito Conselheiros, possuidores de conhecimentos especializados em assuntos relativos aos mercados financeiro, de câmbio, de capitais, e de crédito rural e industrial.

Composição:

I. dois representantes do Ministério da Fazenda (Minifaz); II. um representante do Banco Central do Brasil (Bacen); III. um representante da Comissão de Valores Mobiliários (CVM); IV. quatro representantes das entidades de classe dos mercados afins, por estas indicados em lista

tríplice.

Todos os Conselheiros são nomeados pelo Ministro da Fazenda, com mandatos de dois anos, podendo ser reconduzidos uma única vez.

As entidades de classe que integram o CRFSN são as seguintes:

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14 Caixa Econômica Federal

Abrasca (Associação Brasileira das Companhias Abertas),

Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais),

CNBV (Comissão de Bolsas de Valores),

Febraban (Federação Brasileira das Associações de Bancos),

Abel (Associação Brasileira das Empresas de Leasing),

Adeval (Associação das Empresas Distribuidoras de Valores),

AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil).

Sendo que os representantes das quatro primeiras entidades têm assento no Conselho como membros-titulares e os demais, como suplentes.

Fazem parte ainda:

três Procuradores da Fazenda Nacional, designados pelo Procurador-Geral da Fazenda Nacional, com a atribuição de zelar pela fiel observância da legislação aplicável, e um Secretário-Executivo, nomeado pelo Ministério da Fazenda, responsável pela execução e coordenação dos trabalhos administrativos.

O Banco Central do Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários e a Secretaria de Comércio Exterior proporcionam o respectivo apoio técnico e administrativo.

Um dos representantes do Ministério da Fazenda é o presidente do Conselho e o

vice-presidente é o representante designado pelo Ministério da Fazenda dentre os quatro representantes das entidades de classe que integram o Conselho.

Atribuições:

• julgar em segunda e última instância administrativa os recursos interpostos das decisões relativas às penalidades administrativas aplicadas pelo Banco Central do Brasil, pela Comissão de Valores Mobiliários,pela Secretaria de Comércio Exterior e pela Receita Federal.

Recursos de penalidades examinados:

• relativas a penalidades por infrações à legislação cambial, de capitais estrangeiros e de crédito rural e industrial;

• relativas à aplicação de penalidades por infração à legislação de consórcios; • referentes à adoção de medidas cautelares; e • referentes à desclassificação e à descaracterização de operações de crédito rural e industrial, e a

impedimentos referentes ao Programa de Garantia de Atividade Agropecuária - PROAGRO.

Compete ainda apreciar os recursos de ofício, dos órgãos e entidades competentes, contra decisões de arquivamento dos processos.

11 – Depósitos à vista (conta corrente)

A captação de depósitos à vista, livremente movimentáveis, é atividade típica e própria dos bancos comerciais, o que os configura como instituições financeiras monetárias ou bancárias.

É a chamada captação a custo zero.

Como há custos para a abertura e movimentação da conta corrente, os bancos podem estabelecer valores mínimos para a abertura.

Os bancos nada podem cobrar a título de manutenção de conta corrente.

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Caixa Econômica Federal 15

A conta corrente é o produto básico de relacionamento entre o banco e o cliente, através dela são movimentados os recursos do cliente via depósito, cheques, ordens de pagamento, créditos de salários e benefícios e débitos de contas agendadas (luz, telefone, fatura de cartão de crédito, tv a cabo, internet e etc.).

A conta corrente pode ser pode ser pessoal ou conjunta.

A conjunta pode ser:

• simples (exige a assinatura de, no mínimo, dois participantes) ou • solidária (exige a assinatura apenas de um participante).

12 – Depósitos a prazo (CDB e RDB)

O CDB – Certificado de Depósito Bancário é um título de crédito (físico ou escritural) e o RDB – Recibo de Depósito Bancário é um recibo que ao serem emitidos geram a obrigação das instituições emissoras pagar ao aplicador, ao final do prazo contratado, o capital inicial mais a remuneração prevista.

São títulos de renda fixa, emitidos por bancos comerciais, múltiplos, de investimento ou de desenvolvimento. As Sociedades de Crédito Financiamento e Investimento podem captar somente na forma de RDB.

O público-alvo dos CDBs são tanto pessoas físicas como as jurídicas.

Podem ser pré ou pós-fixados.

• pré-fixado – o investidor sabe, no momento da aplicação, quanto irá receber no vencimento, • pós-fixado – o rendimento é composto por uma taxa de juros definida no momento da aplicação e

ainda é atrelado a algum índice.

O prazo mínimo é de um dia, variando conforme o tipo de remuneração contratada.

A principal diferença entre os dois títulos é que o CDB, sendo um título, pode ser negociado por meio de transferência. O RDB é inegociável e intransferível.

Podem ser resgatados antes do prazo contratado, se acertado com o banco, mas há o risco de não serem abonados rendimentos.

Esses investimentos podem ter a incidência de quatro alíquotas distintas de Imposto de Renda na Fonte sobre os seus rendimentos, conforme o prazo da aplicação:

Alíquota Prazo da Aplicação

22,5% até 180 dias

20,0% entre 181 dias e 360 dias

17,5% entre 361 dias e 720 dias

15,0% 721 dias ou mais

13 – Abertura e movimentação de contas: documentos básicos

Tipos de Contas

Os principais tipos de conta são:

depósito à vista - é o tipo mais usual de conta bancária. Nela, o dinheiro do depositante fica à sua disposição para ser sacado a qualquer momento;

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poupança - foi criada para estimular a economia popular e permite a aplicação de pequenos valores que passam a gerar rendimentos mensalmente; e

conta-salário - é um tipo especial de conta de registro e controle de fluxo de recursos, destinada a receber salários, proventos, soldos, vencimentos, aposentadorias, pensões e similares. A "conta-salário" não admite outro tipo de depósito além dos créditos da entidade pagadora e não é movimentável por cheques.

Abertura

Para abertura de conta de depósito, é necessário preencher a ficha-proposta de abertura de conta, que é o contrato firmado entre banco e cliente; dispor de quantia mínima, caso exigida pelo banco; e apresentar os originais dos seguintes documentos:

no caso de pessoa física: • documento de identificação (carteira de identidade ou equivalente, como, por exemplo, a carteira

nacional de habilitação nos moldes previstos na Lei 9.503, de 1997); • inscrição no Cadastro de Pessoa Física (CPF); e • comprovante de residência.

no caso de pessoa jurídica: • documento de constituição da empresa (contrato social e registro na junta comercial); • documentos que qualifiquem e autorizem os representantes, mandatários ou prepostos a movimentar

a conta; e • inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ).

O contrato de abertura de conta um acordo entre as partes, a instituição financeira não é obrigada a abrir uma conta específica.

O menor de idade pode ser titular de conta bancária. O jovem menor de 16 anos precisa ser representado pelo pai, mãe ou responsável legal. O maior de 16 e menor de 18 anos não-emancipado deve ser assistido pelo pai, mãe ou pelo responsável legal.

O banco deve prestar no ato de abertura conta informações sobre direitos e deveres do correntista e do banco, constantes de contrato, tais como:

• condições para fornecimento de talonário de cheques; • necessidade de você comunicar, por escrito, qualquer mudança de endereço ou número de telefone; • condições para inclusão do nome do depositante no Cadastro de Emitentes de Cheque sem Fundos

(CCF); • informação de que os cheques liquidados, uma vez microfilmados, poderão ser destruídos; • tarifas de serviços, incluindo a informação sobre serviços que não podem ser cobrados; • saldo médio mínimo exigido para manutenção da conta.

Todos esses assuntos devem estar previstos em cláusulas explicativas na ficha-proposta.

Antes de abrir uma conta o interessado deve tomar os seguintes cuidados: • ler atentamente o contrato de abertura de conta (ficha-proposta); • não assinar nenhum documento antes de esclarecer todas as dúvidas, inclusive referentes a tarifas,

juros e outros encargos; • solicitar cópia dos documentos que assinou.

As informações incluídas na ficha-proposta e todos os documentos de identificação devem ser conferidos, nos originais, quando da abertura da conta, pelo funcionário encarregado da abertura da conta, que assina a ficha juntamente com o gerente responsável.

Os nomes desses dois funcionários devem estar claramente indicados na ficha-proposta.

Em caso de abertura de contas para deficientes visuais o banco deve providenciar a leitura de todo o contrato, em voz alta.

O dinheiro depositado em qualquer tipo de conta não pode ser transferido, pelo banco, para qualquer modalidade de investimento sem autorização do correntista.

Isso somente pode ocorrer mediante autorização feita por escrito ou por meio eletrônico.

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O banco não pode fazer débitos em conta sem autorização do cliente.

O banco só pode debitar na conta se tiver sido autorizado pelo correntista. Essa autorização pode ocorrer no momento da assinatura do contrato, ou em contratos de financiamento e empréstimo em que o cliente concorde com o débito em sua conta, ou ainda nas situações de agendamento de pagamento solicitado pelo titular da conta.

O débito relativo a tarifas bancárias normalmente é autorizado no momento da assinatura do contrato.

Observe que, mesmo autorizado, o débito referente à cobrança de tarifa em conta-corrente e em conta de poupança não pode ser superior ao saldo disponível, sendo que o saldo disponível compreende o saldo em sua conta mais o limite de cheque especial, quando houver.

Sendo um contrato voluntário e por tempo indeterminado, uma conta bancária pode ser encerrada por qualquer uma das partes envolvidas.

Quando a iniciativa do encerramento for do banco, ele deve: • comunicar o fato, solicitando a regularização do saldo e a devolução dos cheques por acaso em poder do

correntista; • anotar a decisão na ficha-proposta.

O banco deverá encerrar a conta se forem verificadas irregularidades nas informações prestadas, julgadas de natureza grave, comunicando o fato imediatamente ao Banco Central.

No caso da inclusão no CCF, o encerramento da conta depende da decisão do próprio banco, mas não poderá continuar fornecendo talão de cheque a você.

Quando a iniciativa do encerramento for sua, você deverá observar os seguintes cuidados: • entregar ao banco correspondência solicitando o encerramento da sua conta, exigindo recibo na

cópia, ou enviar pelo correio, por meio de carta registrada; • verificar se todos os cheques emitidos foram compensados para evitar que seu nome seja incluído no

CCF pelo motivo 13 (conta encerrada); • entregar ao banco as folhas de cheque ainda em seu poder, ou apresentar declaração de que as

inutilizou; • manter recursos suficientes para o pagamento de compromissos assumidos com a instituição

financeira ou decorrentes de disposições legais.

A instituição financeira deve lhe informar a data do efetivo encerramento da conta, por correspondência ou por meio eletrônico.

O Banco Central não pode bloquear ou desbloquear valores em contas.

Apenas um Juiz pode protocolar ordens de bloqueio, desbloqueio e transferências de valores e/ou contas, solicitar informações sobre endereço, existência de ativos financeiros, saldo, extratos, comunicação de falência e extinção de falência.

Para facilitar a comunicação entre o Poder Judiciário e as instituições financeiras, o Banco Central desenvolveu um sistema informatizado chamado BacenJud, por meio do qual as ordens judiciais são registradas e transmitidas eletronicamente para as instituições financeiras.

Na verdade, os juízes poderiam enviar suas determinações diretamente às instituições financeiras, mas, pela facilidade de comunicação que dispõe com o Sistema Financeiro, o Banco Central auxilia o Poder Judiciário na intermediação desse processo.

Movimentação

A movimentação de recursos na conta-corrente pessoa física ocorre por meio de cheque, guia de retirada, cartão magnético e Internet Banking.

Guia de retirada, também chamada de cheque avulso ou saque contra recibo, é um documento de saque exclusivamente para uso na agência bancária, sendo fornecida ao correntista somente no momento do saque.

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18 Caixa Econômica Federal

O cartão magnético é um cartão de plástico dotado de uma tarja magnética e/ou um chip, que permite consultas, saques e demais operações bancárias nos terminais eletrônicos dos bancos ou dos estabelecimentos comerciais conveniados.

Internet Banking é uma tecnologia que permite o acesso do cliente à sua conta, para consulta e transações eletrônicas, por meio do site do banco na Internet.

Neste contexto, quando falamos de movimentação, estamos nos referindo a saque, retiradas, pagamentos e transferências, ou seja, movimentação a débito.

É importante fazer esta diferenciação, pois a movimentação a crédito de uma conta (depósitos, por exemplo) pode ser feita por qualquer pessoa (qualquer um pode depositar valores em qualquer conta, sua ou de outrem, à sua livre escolha); no entanto, evidentemente apenas o titular de uma conta-corrente ou seus representantes podem efetuar saques e pagamentos.

Na conta conjunta não solidária, a movimentação se dá exclusivamente por cheques ou guia de retirada.

Não é emitido cartão magnético para este tipo de conta, pois o cartão magnético é de uso pessoal e individual e a conta conjunta não solidária só admite saques efetuados por todos os titulares em conjunto.

14 - Pessoa física e pessoa jurídica: capacidade e incapacidade civil, representação e domicílio

Pessoas Físicas

Capacidade e Incapacidade Civil

Capacidade de Fato – É aquela que permite o exercício de direitos pelo próprio titular. Confunde-se com o autodiscernimento ou consciência dos próprios atos. Trata-se, portanto, de uma aptidão que não depende de determinação legal, sendo mero atributo da personalidade moral.

Capacidade Jurídica – É aquela que possibilita a pessoa a adquirir e exercer direitos e contrair obrigações (CC: art. 5°).

Capacidade Plena – É aquela atribuída a todas as pessoas aptas a exercer direitos, isto é, as que completam 18 anos (CC: mis. 1 ° a 6°).

Da Personalidade e da Capacidade Civil

Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.

São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil:

I – os menores de dezesseis anos;

II – os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos;

lII – os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. Obs.: Estes deverão ser representados em seus atos.

São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer:

I – os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;

II – os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido;

lll – os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo;

IV – os pródigos.

Obs.: Estes deverão ser assistidos em seus atos.

Atenção: A capacidade dos índios será regulada por legislação especial. A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.

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Caixa Econômica Federal 19

Cessará, para os menores, a incapacidade:

I – pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;

II – pelo casamento;

III – pelo exercício de emprego público efetivo;

IV – pela colação de grau em curso de ensino superior;

V – pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria. A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva.

Pessoas Jurídicas

As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito privado.

São pessoas jurídicas de direito público interno:

I - a União;

II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;

III - os Municípios;

IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;

V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.

Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas do Código Civil.

São pessoas jurídicas de direito público externo: os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público.

As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo.

São pessoas jurídicas de direito privado:

I - as associações;

II - as sociedades;

III - as fundações;

IV - as organizações religiosas;

V - os partidos políticos.

São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-Ihes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento.

As disposições concernentes às associações aplicam-se subsidiariamente às sociedades.

Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o disposto em lei específica.

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20 Caixa Econômica Federal

Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.

Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro.

- O registro declarará:

I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver;

II - o nome e a individualização dos fundadores ou institui dores, e dos diretores;

III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente;

IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo;

V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais;

VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso.

Obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores, exercidos nos limites de seus poderes definidos no ato constitutivo.

Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão pela maioria de votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso.

Decai em três anos o direito de anular as decisões a que se refere este artigo, quando violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo, simulação ou fraude.

Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, a requerimento de qualquer interessado, nomear-Ihe-á administrador provisório.

Desconsideração da Personalidade Jurídica

Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.

Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização para seu funcionamento, ela subsistirá para os fins de liquidação, até que esta se conclua.

Far-se-á, no registro onde a pessoa jurídica estiver inscrita, a averbação de sua dissolução.

As disposições para a liquidação das sociedades aplicam-se, no que couber, às demais pessoas jurídicas de direito privado.

Encerrada a liquidação, promover-se-á o cancelamento da inscrição da pessoa jurídica.

Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade.

A sociedade adquire personalidade jurídica com a inscrição, no registro próprio e na forma da lei, dos seus atos constitutivos.

Do Registro - O empresário e a sociedade empresária vinculam-se ao Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais, e a sociedade simples ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas, o qual deverá obedecer às normas fixadas para aquele registro, se a sociedade simples adotar um dos tipos de sociedade empresária.

Representação

Na sucessão legítima, direito dos descendentes em linha reta, ou colateral, do falecido, de suceder em todos os direitos que a ele competiam; faculdade legal que se atribui a alguém para agir em juízo; a representação é o objetivo do mandato, razão pela qual se diferencia de qualquer contrato.

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Caixa Econômica Federal 21

Podem ser representadas as pessoas jurídicas, os incapazes, o interdito, entre outros. Em Juízo, a parte será representada por advogado legalmente habilitado. Outras formas de representação são arroladas pelo Código de Processo Civil em seu art. 12 – autorização dada pela vítima do crime ou seu representante legal, para que a autoridade policial, o promotor público ou o juiz determinem a instauração de inquérito policial, a fim de que o órgão do Ministério Público possa oferecer a denúncia nos crimes de ação pública dependentes dessa formalidade.

Da Representação

Os poderes de representação conferem-se por lei ou pelo interessado. A manifestação de vontade pelo representante, nos limites de seus poderes, produz efeitos em relação ao representado. Salvo se o permitir a lei ou o representado, é anulável o negócio jurídico que o representante, no seu interesse ou por conta de outrem, celebrar consigo mesmo.

O representante é obrigado a provar às pessoas com quem tratar em nome do representado, a sua qualidade e a extensão de seus poderes, sob pena de, não o fazendo, responder pelos atos que a estes excederem. É anulável o negócio concluído pelo representante em conflito de interesses com o representado, se tal fato era ou devia ser do conhecimento de quem com aquele tratou.

Do Mandato

Opera-se o mandato quando alguém recebe de outrem poderes para, em seu nome, praticar atos ou administrar interesses. A procuração é o instrumento do mandato. Todas as pessoas capazes são aptas para dar procuração mediante instrumento particular, que valerá desde que tenha a assinatura do outorgante.

O instrumento particular deve conter a indicação do lugar onde este foi passado, a qualificação do outorgante e do outorgado, a data e o objetivo da outorga com a designação e a extensão dos poderes conferidos. O terceiro com quem o mandatário tratar poderá exigir que a procuração traga a firma reconhecida.

Quando se outorgue mandato por instrumento público, ainda pode substabelecer-se mediante instrumento particular.

O mandato pode ser expresso ou tácito, verbal ou escrito. A outorga do mandato está sujeita à forma exigida por lei para o ato a ser praticado.

Não se admite mandato verbal quando o ato deva ser celebrado por escrito. O mandato presume-se gratuito quando não houver sido estipulada retribuição, exceto se o seu objeto corresponder àqueles que o mandatário trata por ofício ou profissão lucrativa.

O mandato pode ser especial a um ou mais negócios determinadamente, ou geral a todos os do mandante. O mandato em temos gerais só confere poderes de administração.

Para alienar, hipotecar, transigir, ou praticar outros quaisquer atos que exorbitem da administração ordinária, depende a procuração de poderes especiais e expressos. Os atos praticados por quem não tenha mandato, ou não tenha poderes suficientes, são ineficazes em relação àquele em cujo nome foram praticados, salvo se este os ratificar.

O maior de dezesseis e menor de dezoito anos não emancipado pode ser mandatário, mas o mandante não tem ação contra ele senão de conformidade com as regras gerais, aplicáveis às obrigações contraídas por menores.

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Da Extinção do Mandato

Cessa o mandato:

I - pela revogação ou pela renúncia;

II - pela morte ou interdição de uma das partes;

III - pela mudança de estado que inabilite o mandante a conferir os poderes, ou o mandatário para os exercer;

IV - pelo término do prazo ou pela conclusão do negócio. A renúncia do mandato será comunicada ao mandante, que, se for prejudicado pela sua inoportunidade, ou pela falta de tempo, a fim de proceder à substituição do procurador, será indenizado pelo mandatário, salvo se este provar que não podia continuar no mandato sem prejuízo considerável, e que não lhe era dado substabelecer.

São válidos, a respeito dos contratantes de boa-fé, os atos com estes ajustados em nome do mandante pelo mandatário, enquanto este ignorar a morte daquele ou a extinção do mandato, por qualquer outra causa. Se falecer o mandatário, pendente o negócio a ele cometido, os herdeiros, tendo ciência do mandato, avisarão o mandante, e providenciarão a bem dele, como as circunstâncias exigirem.

Domicílio

Local onde a pessoa fixa sua residência com ânimo definitivo (CF: art. 5°, XI, 14, § 3°, IV, e 139, V; CC: arts. 70 e 71; LICC: art. 7°, § 8°; CPC: arts. 94 a 96,11 1, e 172, § 2°; CPP: art. 72, 73, 283, 369 e 534).

O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas.

É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à profissão, o lugar onde esta é exercida. Se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos, cada um deles constituirá domicílio para as relações que lhe corresponderem.

Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, o lugar onde for encontrada.

Muda-se o domicílio, transferindo a residência, com a intenção manifesta de mudá-lo. A prova da intenção resultará do que declarar a pessoa às municipalidades dos lugares que deixar e dos para onde for. Se não fizer tais declarações, a prova resultará da própria mudança, com as circunstâncias que a acompanharem.

Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é:

I – da União, o Distrito Federal;

II – dos Estados e Territórios, as respectivas capitais;

III – do Município, o lugar onde funcione a administração municipal;

IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos. Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados.

Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver-se-á por domicílio da pessoa jurídica, no tocante às obrigações contraídas por cada uma das suas agências, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder.

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Caixa Econômica Federal 23

Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso. O domicílio do incapaz é o do seu representante ou assistente; o do servidor público, o lugar em que exercer permanentemente suas funções; o do militar, onde servir, e, sendo da Marinha ou da Aeronáutica, a sede do comando a que se encontrar imediatamente subordinado; o do marítimo, onde o navio estiver matriculado; e o do preso, o lugar em que cumprir a sentença. O agente diplomático do Brasil, que, citado no estrangeiro, alegar extraterritorialidade sem designar onde tem, no país, o seu domicílio, poderá ser demandado no Distrito Federal ou no último ponto do território brasileiro onde o teve. Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domicílio onde se exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes.

15 – Cheque – requisitos essenciais, circulação, en dosso, cruzamento, compensação

Cheque

Requisitos Essenciais

O art. 1º da Lei n.º 7.357/85, define os requisitos essenciais que o cheque deve conter, a saber:

I) a denominação "cheque" inscrita no contexto do título e expressa na língua em que este é redigido;

II) a ordem incondicional de pagar uma determinada quantia;

III) o nome do banco (sacado) que deve pagar;

IV) a indicação do lugar onde deve ser pago;

V) local e data de emissão;

VI) a assinatura do emitente (sacador), ou de seu mandatário como poderes especiais.

Dentro do princípio geral da Lei Uniforme coube ao Banco Central do Brasil a regulamentação e padronização do cheque no nosso país, acrescentando aos requisitos essenciais estabelecidos pela Lei os denominados elementos de padronização, que compõem o lay-out padronizado do cheque.

Podemos verificar que, independentemente do banco, os campos do lay-out do cheque são sempre os mesmos nas mesmas posições.

A quantia a ser paga deve ser determinada por cifra e por extenso, prevalecendo o extenso em caso de divergência.

Indicada a quantia mais de uma vez, quer por extenso, quer por algarismo, prevalece, no caso de divergência, a indicação da menor quantia. Indicada a quantia três ou mais vezes, prevalece, em caso de divergência, a indicação da menor quantia. O não preenchimento da quantia em algarismos não impede o pagamento do cheque.

A data de emissão compreende o dia, o mês e o ano. Não se admite o mês grafado numericamente.

A assinatura do emitente pode ser constituída por chancela mecânica ou processo equivalente. Salvo a assinatura do emitente, todas as indicações podem ser impressas, datilografadas ou manuscritas, no todo ou em parte, não podendo conter rasura ou emenda.

Lugar de Pagamento

Existem requisitos que, embora constem do art. 1º da Lei do Cheque, não são considerados essenciais, em virtude de a Lei Uniforme apresentar critérios para o seu suprimento.

Assim, destacam-se da enumeração do referido art. 1º as alíneas 4 (indicação do lugar do pagamento) e 5 (data e lugar da emissão).

Diz o art. 2º da Lei Uniforme relativa ao cheque: "Na falta de indicação especial, o lugar designado ao lado do nome do sacado considera-se como sendo o lugar do pagamento. Se forem indicados vários lugares ao lado do nome do sacado, o cheque é pagável no primeiro lugar indicado."

Na ausência destas indicações ou de qualquer outra indicação, o cheque é pagável no lugar em que o sacado tem o seu estabelecimento principal.

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24 Caixa Econômica Federal

O cheque sem indicação do lugar de sua emissão considera-se passado no lugar designado ao lado do nome do emitente.

Cheque ao portador e cheque nominativo

As normas em geral tratam do cheque como sendo ao portador ou nominativo.

O cheque é considerado ao portador quando não indica o nome do beneficiário, sendo pagável a quem o apresentar.

Todavia, o prof. Cabral, renomado professor de Conhecimentos Bancários, defende a tese de que só existem dois tipos de cheques: ao portador ou à ordem.

O professor Cabral destaca que o Código Civil Brasileiro, de 2002, fala de títulos ao portador e à ordem.

No que diz respeito ao título nominativo, a característica desse título é o que o nome do favorecido conste em livro de registro do emitente e transferência ocorre mediante termo, em registro do emitente, assinado pelo proprietário e pelo adquirente

Todavia, a grande maioria de autores de livros e apostilas, inclusive o Carlos Arthur Newlands Jr, o Banco Central do Brasil e as demais instituições financeiras tratam do assunto desconsiderando esse particular apontado pelo Cabral. Ou seja, entendem que o cheque pode ser ao portador ou nominativo.

A lei determina que o Bacen - Banco Central do Brasil - estabeleça um valor máximo para a emissão de cheques ao portador. Acima deste valor - que desde julho/1994 está estabelecido em R$ 100,00 - o cheque será emitido obrigatoriamente na forma nominativa.

No caso específico de cheque emitido por entidade pública, é obrigatória a emissão de cheque na forma nominativa para qualquer valor de emissão.

O cheque é nominativo quando indica o nome do beneficiário. Pode ser nominativo à ordem e nominativo não à ordem.

Nominativo à ordem é o cheque no qual é indicado o nome do beneficiário, que pode sacá-lo ou transferir os direitos a outrem, mediante assinatura no verso (endosso).

Nominativo não à ordem é o cheque cujo beneficiário indicado para sacá-lo não pode transferir os direitos por endosso, admitindo-se, porém, a transferência através de cessão civil, ou seja, através de transferência de direitos registrada em cartório.

Para tornar o cheque não à ordem, o emitente deve escrever esta expressão logo após o nome do beneficiário, sem rasurar a expressão pré-impressa "à ordem".

O endosso é a forma em que o beneficiário transfere a propriedade de um cheque nominativo à ordem, mediante assinatura no verso do documento. O endosso pode ser feito por pessoa física maior ou emancipada ou por pessoa jurídica.

Endosso

O endosso pode ser em branco ou em preto.

Endosso em branco é aquele em que o beneficiário apenas apõe sua assinatura no verso do cheque, sem mencionar um novo beneficiário.

Até 31 de dezembro de 2007, devido à Lei da CPMF - Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras, extinta naquela data, não se admitia a transferência por endosso em branco.

Endosso em preto é aquele em que o beneficiário apõe sua assinatura no verso do cheque, mencionando o novo beneficiário.

O endosso pode ser dispensado: • para depósito em nome do beneficiário indicado no anverso do cheque ou do beneficiário final indicado no

verso do cheque; • para depósito ou pagamento de compromisso em nome do emitente, no caso de cheque nominativo ao

banco no qual o emitente deve efetuar o depósito ou o pagamento do compromisso.

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Cruzamento

Para maior segurança do portador e do sacador foi instituído o cruzamento de cheques, que poderá ser feito por qualquer um dos interessados: beneficiário, emitente ou sacado (banco). O cruzamento impede o saque do cheque em espécie no guichê.

Cruzamento de cheque é a aposição de duas linhas paralelas no anverso, tornando-o pagável pelo sacado apenas a banco ou a cliente do sacado. Ressaltamos que a Lei do Cheque não estabelece tamanho para as linhas que compõem o cruzamento; portanto, mesmo duas pequenas linhas paralelas no canto do anverso (frente) do cheque já caracterizam o cruzamento.

O cruzamento pode ser em branco ou em preto, conforme explicamos a seguir: • cruzamento em branco não contém na entrelinha o nome do banco, sendo, portanto, pagável a qualquer

banco; • cruzamento em preto contém na entrelinha o nome do banco a que deve ser pago, sendo portanto

apresentável única e exclusivamente ao banco mencionado entre as linhas.

É vedado o acolhimento por um banco de cheque com cruzamento em preto de outro banco.

A Lei não admite a anulação do cruzamento; qualquer declaração neste sentido não surtirá efeito algum. Admite-se a transformação do cruzamento em branco em cruzamento em preto; entretanto, o contrário não é admitido.

A Lei admite também a chamada Cláusula para ser levada em conta, que consiste em uma anotação no anverso do cheque, estabelecendo a finalidade para a qual o emitente deseja que seja utilizado este cheque.

As mais comuns são "para depósito em conta-corrente", "apenas para pagamento ao favorecido ou depósito em sua conta-corrente” e similares. Não é permitida anulação da inscrição. A inscrição obrigatoriamente deverá ser cumprida.

O cheque contendo no anverso do título a expressão "Para ser creditado em conta do favorecido", não pode ser transferido por endosso.

Circulação

Apresentação, Pagamento e Prescrição do Cheque

O cheque circula passando de mão em mão, sendo transferido a outra pessoa quando não for ao portador, por meio de endosso.

Todavia, há prazo a ser observado para a sua apresentação.

A Lei determinou prazos para apresentação e prescrição do cheque. Isso tudo para evitar que o beneficiá rio permanecesse com o cheque por um período indeterminado de tempo.

O prazo de apresentação do cheque é de 30 dias para o cheque da mesma praça e de 60 dias para o cheque de outra praça.

Do ponto de vista legal e prático, o prazo de apresentação é aquele durante o qual os coobrigados também respondem pelo pagamento do cheque.

Após o prazo de apresentação, dentro do prazo de prescrição, apenas os obrigados diretos (o emitente e seus avalistas) respondem pelo pagamento do cheque.

A prescrição cambial do cheque consiste na perda do direito do beneficiário de executar o título em ação cambial (prescrição cambial).

No caso do cheque, a prescrição cambial também implica que o beneficiário perde o direito de descontar o cheque junto ao banco.

Segundo a Lei do Cheque, prescreve em seis meses após vencido o prazo de apresentação o direito à ação cambial.

Portanto, a prescrição do cheque ocorre em: • 30 dias mais 6 meses, para o cheque emitido na mesma praça em que deve ser pago; • 60 dias mais 6 meses, para o cheque emitido em praça diferente daquela em que deve ser pago.

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Caso o cheque não mencione a praça de emissão, entende-se que foi emitido na mesma praça.

Para a Lei do Cheque, praça equivale a município.

A morte do emitente ou a sua incapacidade posterior à emissão não invalida os efeitos do cheque.

A figura do cheque pré-datado inexiste na Lei do Cheque; portanto, o banco pagará o cheque na data em que este for apresentado.

Entretanto, o Judiciário consolidou jurisprudência no sentido de que o cheque pré-datado é um contrato verbal entre o emitente e o beneficiário, e que a apresentação para pagamento de um cheque pré-datado antes do dia aprazado constitui quebra deste contrato verbal.

Em 17/02/2009, o Superior Tribunal de Justiça decidiu que a apresentação de cheque pré-datado antes da data ajustada pelas partes pode gerar dano moral. A decisão deu origem à Súmula nº 370.

O banco tem obrigação de pagar o cheque, havendo provisão de fundos, até o prazo de prescrição.

Entretanto, há determinadas situações em que a Lei prevê ao sacado (banco) o direito de recusar-se ao pagamento do cheque, mesmo que seja apresentado dentro dos prazos previstos e que tenha suficiente provisão de fundos, quais sejam: • apresentação de cheque em que falte qualquer requisito essencial (por exemplo, cheque sem

preenchimento do extenso ou sem assinatura); • cheque emitido na forma que não seja a fornecida pelo sacado - como já comentamos anteriormente,

apenas o banco pode confeccionar o talonário de cheque: não se admite que o correntista confeccione um cheque em casa ou "compre modelo em papelaria". Esta restrição não existe para os outros títulos de crédito: a duplicata, a letra de câmbio e a nota promissória podem ser confeccionadas pelo emitente ou preenchidas a partir de modelo comprado em papelaria;

• dúvida quanto à autenticidade do documento ou de alguns dos seus lançamentos; cheque mutilado, partido, rasurado ou com data suspeita;

• aviso de extravio do cheque ou do talão; • oposição/contraordem de cheque; • falência do titular da conta para que não possa o falido subtrair do total o valor correspondente, devendo o

pagamento ser feito ao sindico ou liquidatário; • incapacidade do portador; • assinatura divergente ou insuficiente; • cheque com irregularidade de endosso.

Comentamos acima que um dos motivos que impede o pagamento do cheque é a oposição.

Oposição é a solicitação feita para sustação do pagamento do cheque, por escrito, não cabendo ao banco sacado questionar o motivo alegado.

A oposição pode ser feita pelo emitente do cheque ou pelo portador legitimado.

Portador legitimado é qualquer pessoa que declare possuir direitos sobre o cheque; para comprovar esta condição, é necessário e suficiente que o portador informe os dados do cheque ao banco.

Caso o motivo alegado seja furto ou roubo, o solicitante deve apresentar o Boletim de Ocorrência Policial.

O cancelamento da oposição somente pode ocorrer por iniciativa do próprio solicitante, que deve formalizar o cancelamento, por escrito, no verso do modelo da solicitação inicial.

A diferença entre oposição/contra-ordem e aviso de extravio é que no caso da oposição, o cheque foi emitido, e no caso do aviso de extravio, o cheque foi perdido em branco.

Quando não existir provisão de fundos, o cheque pode ser protestado por falta de pagamento. No caso de falta de pagamento, o protesto do cheque é necessário e importante para que o portador assegure direito de regresso contra os endossantes e seus respectivos avalistas.

Compensação

É a troca, entre as instituições financeiras participantes, de cheques e outros papéis compensáveis que representam valor.

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Está caminhando aceleradamente para a troca integralmente eletrônica.

Podem transitar pela compensação: • cheques; • fichas de compensação; • ordens bancárias; • outros papéis compensáveis.

É disciplinada pelo Banco Central e executada pelo Banco do Brasil, que sedia as sessões de troca e devolução de documentos.

Na compensação, existem as figuras do Executante, Participante, Remetente e Destinatário, explicadas a seguir:

Executante - Banco do Brasil;

Participante - qualquer instituição financeira que participa das sessões de troca e devolução;

Remetente - instituição que remete documentos compensáveis a outra(s) através de uma sessão de troca;

Destinatário - instituição que recebe documentos de outra(s) numa sessão de troca.

Existem três modalidades de compensação: • a Local, • a Integrada Regional e • a Nacional.

A Compensação Local abrange as agências bancárias de um mesmo município; a Integrada Regional engloba as agências localizadas em determinada região, delimitada pelo Banco Central e denominada Sistema Integrado Regional de Compensação (SIRC); já a Compensação Nacional engloba agências em todo o país.

A Compe Nacional é utilizada para trocar documentos que foram depositados em uma agência de um SIRC para serem finalizados em outra agência bancária de outro SIRC. As sessões de troca nacional são sediadas em São Paulo. Nela, todas as instituições financeiras que mantêm contas de depósitos movimentáveis por cheques precisam ter representante.

Os depósitos efetuados em cheque nas contas dos clientes dos bancos remetentes ficam bloqueados pelo prazo necessário à efetivação da troca e devolução do cheque. Este prazo sempre é contado em dias úteis, a partir do imediatamente seguinte ao depósito, e em função da sessão de troca: • local/integrada regional - cheques superiores: 24h; • local/integrada regional - cheques inferiores: 48h; • compensação nacional: varia, dependendo da localização da agência remetente e da agência sacada.

Pode ser de 3 a 22 dias úteis; este prazo maior é utilizado apenas quando a agência sacada está localizada em uma praça de difícil acesso. A definição das praças de difícil acesso é responsabilidade do Banco Central.

A divisão quanto aos valores dos cheques em "cheques superiores" e "cheques inferiores” obedece à norma do Bacen, que estabelece o valor mínimo para que o cheque seja considerado "superior". Até novembro de 2009, este valor estava em R$ 300,00.

Devolução de Cheques pela Compensação

Quando a apresentação do cheque é feita pela compensação, existem vários motivospara a devolução deste cheque.

Veremos a seguir os motivos de devolução de cheques utilizados na agência bancária.

Os motivos de devolução são agrupados em quatro grupos: • sem provisão de fundos (de 11 a 14 - dezena 10); • impedimento ao pagamento (de 20 a 30 - dezena 20); • cheque com irregularidade (de 31 a 36 - dezena 30); • apresentação indevida (de 40 a 49 - dezena 40).

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Vejamos os motivos:

Cheque sem provisão de fundos

Código Motivo

11 cheque sem fundos - 1 ª apresentação

12 cheque sem fundos - 2ª apresentação

13 conta encerrada

14 prática espúria

O motivo 12 caracteriza-se quando a reapresentação do cheque ocorrer em data diferente da 1 ª apresentação pelo mesmo motivo, salvo se nesse espaço de tempo não houver ocorrências que se enquadrem como: • contraordem ou oposição ao pagamento pelo emitente ou pelo portador - código 21; • cancelamento de talonário pelo banco sacado - código 25.

O motivo 14 é utilizado exclusivamente pelos bancos que assumirem o Compromisso de Pronto Acolhimento (CPA) junto ao Bacen O motivo 14 caracteriza-se pela ocorrência de uma das situações a seguir: • se forem apresentados, no mesmo dia, mais de 3 cheques sem fundos cujo valor não ultrapasse o limite de

R$ 3,41; • se pagos, em datas diferentes, 3 ou mais cheques sem fundos, cujo valor não ultrapasse o limite de R$

3,41.

O Compromisso de Pronto Acolhimento é um compromisso firmado pelo banco junto ao Bacen de que até 3 cheques com insuficiência de fundos cujo valor não ultrapasse R$ 3,41 serão pagos pelo banco, mesmo sem fundos disponíveis na conta do cliente.

O banco é responsável pela inclusão do nome do correntista no Cadastro de Emitentes de Cheques Sem Fundos (CCF), quando ocorrer devolução pelos códigos 12, 13 ou 14. O prazo de permanência dos nomes dos correntistas no CCF é de 5 (cinco) anos, contados a partir da data da última inclusão.

No caso de cheque emitido por correntista(s) de conta conjunta solidária, será incluído no CCF apenas o CPF do correntista que emitiu o cheque. No caso de cheque emitido por correntista(s) de conta conjunta não solidária, terão que ser incluídos no CCF os nomes e respectivos CPF de todos os titulares da conta.

Conta conjunta é aquela cadastrada em nome de dois ou mais titulares. A conta conjunta solidária pode ser movimentada individualmente por qualquer um dos titulares; a conta conjunta não solidária só pode ser movimentada por todos os titulares em conjunto.

O correntista incluso no CCF pode solicitar ao banco a exclusão de seu nome do Cadastro, desde que o cliente comprove o pagamento do cheque que deu origem à ocorrência e efetue o recolhimento das taxas decorrentes.

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Impedimento ao Pagamento

Código Motivo

20 talão extraviado em branco pelo cliente

21 contraordem ou oposição ao pagamento pelo emitente ou portador

22 divergência ou insuficiência de assinatura

24 bloqueio judicial ou determinação do Banco Central do Brasil

25 cancelamento de talonário pelo banco sacado

28 contraordem/oposição por furto ou roubo

29 cheque bloqueado por falta de confirmação de recebimento do talonário pelo correntista

O motivo 29 se aplica aos talonários solicitados pelo cliente no autoatendimento, Internet ou telefone, e remetidos para sua residência pelo correio. O cliente deve confirmar junto ao banco o recebimento do talonário antes de emitir o cheque.

30 roubo de malotes

Cheque com Irregularidade

Código Motivo

31

erro formal, ou seja, sem data de emissão, com o mês grafado numericamente, ausência de assinatura, não registro do valor por extenso, ou com erro no extenso

32 ausência ou irregularidade na aplicação do carimbo de compensação

33 divergência de endosso bancário

O motivo 33 é utilizado em duas situações, ambas com o cheque cruzado em branco: • cheque nominativo a um banco e apresentado por outro; • cheque com dois ou mais carimbos de endosso bancário (carimbo de compensação aposto no verso do cheque) apostas por bancos diferentes, sem o cancelamento de um deles.

34

cheque apresentado por estabelecimento bancário que não o indicado no cruzamento em preto, sem o endosso-mandato

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Cheque com Irregularidade

Código Motivo

35

cheque fraudado, emitido sem prévio controle ou responsabilidade do estabelecimento bancário ou ainda com adulteração da praça sacada e cheque contendo a expressão "Pagável em qualquer Agência" impressa por meio diferente do utilizado para a sua personalização

Cheque sem provisão de fundos

Código Motivo

43

cheque devolvido anteriormente pelos códigos 21, 22, 23, 24, 31 e 34, não passível de reapresentação em virtude de persistir o motivo da devolução

44 cheque prescrito

48

cheque de valor superior ao estipulado pelo Banco Central emitido sem a identificação do beneficiá rio, ou seja, cheque acima de R$ 100,00 ao portador

49

remessa nula, caracterizada pela reapresentação de cheque devolvido pelos códigos 12, 13, 14, 25, 28, 30, 35, 43, 44, podendo a devolução ocorrer a qualquer tempo

16 – Cadernetas de Poupança

É a aplicação mais simples e tradicional, onde se podem aplicar pequenas somas e ter liquidez, apesar da perda de rentabilidade para saques fora da data de aniversário da aplicação.

Remunera o depositante mensalmente pela taxa de juros de 0,5% a.m. aplicada sobre os valores atualizados pela TR.

A TR - Taxa Referencial é obtida a partir das médias dos CDBs de 30 dias a taxas pré-fixadas praticadas por bancos comerciais.

A TR é ajustada por meio de um redutor, de modo a adequá-la aos contratos de poupança e do Sistema Financeiro da Habitação.

Por ser remunerada com taxa pós-fixada, sua rentabilidade só é conhecida na data de aniversário da aplicação (sempre no mesmo dia do mês do depósito).

Podem depositar pessoas físicas e jurídicas.

Os rendimentos obtidos por Pessoas físicas e jurídicas não-tributadas não pagam imposto de renda. As pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real pagam o imposto de renda sobre os rendimentos auferidos.

A abertura da poupança tradicional pode ser feita em qualquer dia do mês, sendo que as contas abertas nos dias 29, 30 e 31 começam a contar rendimento a partir do dia primeiro do mês seguinte.

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As modalidades são: tradicional e rural ou caderneta verde.

A caderneta de poupança tradicional já foi um produto exclusivo das instituições que compõem o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), a saber:

• sociedades de crédito imobiliário, • carteiras imobiliárias dos bancos múltiplos, • associações de poupança e empréstimo, e • as caixas econômicas.

A maioria dos recursos captados em caderneta de poupança tradicional devem ser aplicados no financiamento imobiliário.

A caderneta de poupança rural já foi produto exclusivo do Banco do Amazônia, do Banco do Nordeste, do Banco do Brasil e dos Bancos Cooperativos. Hoje as outras instituições autorizadas a captar por meio de depósitos de poupança também podem captar por meio da poupança rural.

A maioria dos recursos captados pela caderneta de poupança rural devem ser aplicados para atendimento do crédito rural.

É vedado às instituições financeiras a cobrança de qualquer remuneração a título de manutenção de contas de poupança, sem exceção.

17 – Letra de Câmbio

É uma ordem de pagamento, à vista ou a prazo, que um sacador emite contra um sacado , em favor de um beneficiário (tomador), que pode ser o próprio sacador ou um terceiro.

Na letra de câmbio, participam os seguintes personagens:

• sacador ou emitente ou ordenante - aquele que dá a ordem para pagar. • sacado - aquele contra quem é dada a ordem. É o devedor do título. Aceitando-a, passa a

denominar-se aceitante. • beneficiário , favorecido ou tomador - aquele a favor de quem é dada a ordem.

São requisitos essenciais da letra de câmbio:

• a expressão "letra de câmbio"; • a quantia que deve ser paga; • o nome de quem deve pagar; • o nome da pessoa a quem deve ser paga; • data e lugar onde a letra é sacada (emitida); • assinatura do sacador.

Na falta de lugar de pagamento, presume-se pagável no domicílio do sacado ou no lugar indicado junto a seu nome.

O vencimento da letra de câmbio pode ser:

• à vista - na apresentação (neste caso, a letra de câmbio tem validade de 1 ano após a emissão); • a dia certo (data de vencimento); • a tempo certo da data (prazo após a emissão); a tempo certo de vista (prazo após o aceite).

Quanto ao protesto , a letra de câmbio pode ser protestada por falta de pagamento, ou por falta ou recusa de aceite.

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Na letra de câmbio, a prescrição da ação cambial ocorre nos seguintes prazos:

• contra o aceitante: 3 anos a partir do vencimento; • contra os endossantes e contra o sacador: 1 ano a partir do protesto; • ação de regresso (do endossante que foi demandado contra os anteriores e contra o sacador): 6

meses após ter pago o título.

Especial atenção deve ser dada à chamada Letra de Câmbio Financeira , que só pode ser emitida por instituição financeira, sendo uma das principais formas de captação de recursos das sociedades de crédito, financiamento e investimento (financeiras).

18 – Financiamento de Capital Fixo

São os recursos liberados pelas instituições financeiras com a destinação específica de financiar a aquisição dos bens fixos das empresas.

Como bens fixos, devemos entender aqueles classificados no ativo imobilizado das empresas.

São os veículos, as instalações, os móveis e utensílios, a infra-estrutura da empresa, o maquinário, os computadores, as instalações complementares, ou seja, tudo aquilo que é necessário para que a empresa possa exercer sua atividade produtiva.

São operações de longo prazo e com juros mais em conta para viabilizar o desenvolvimento da empresa e até de uma região.

Desta forma, as fontes (funding) destas operações têm origem nas entidades e instituições governamentais.

Destaca-se o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) como o grande financiador das empresas no longo prazo.

19 – Financiamento de Capital de Giro

O capital de giro é o conjunto de valores necessários para a empresa fazer seus negócios acontecerem (girar), está diretamente relacionado com o circulante da empresa.

Tem a ver com os recebimentos e os pagamentos da empresa.

A necessidade de capital de giro acontece quando a empresa tem algum compromisso a pagar e só terá os recursos necessários dali a alguns dias.

Estes compromissos podem ser impostos, aluguéis, folha de pagamento, fornecedores e etc.

O financiamento de capital de giro visa atender essa necessidade de capital da empresa.

Firma-se um contrato específico de abertura de crédito rotativo, onde é estabelecido o prazo, taxa, valor e garantias.

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20 – Crédito Direto ao Consumidor (CDC)

É a operação realizada pelas financeiras para que seus clientes adquiram bens e serviços.

Sua maior utilização é para a aquisição de veículos e eletrodomésticos.

O bem financiado serve como garantia da operação, ficando alienado à financeira, ou seja, o cliente transfere à financeira a propriedade do bem adquirido com o dinheiro emprestado até o pagamento total da dívida.

Atualmente, os contratos têm sido firmados com a incidência somente de juros pré-fixados e não há prazo máximo para a sua realização.

Existe um tipo especial de CDC, chamado CDC-I, que vem a ser o Crédito Direto ao Consumidor com a interveniência do lojista vendedor.

A palavra interveniência significa, segundo o Aurélio, entre outros, que há prática intervenção. Esse CDC é chamado com interveniência porque o lojista vendedor intervém na operação.

O financiamento não é liberado com a participação somente da financeira e do cliente comprador do produto que estiver sendo vendido.

Esse tipo de operação atende os interesses de lojas varejistas que tradicionalmente fazem vendas a prazo. Como essas lojas não são instituições financeiras elas não podem financiar seus compradores. Assim, esses lojistas firmam contratos com instituições financeiras que assumem o compromisso de financiar as vendas desses varejistas.

Quando da formalização do contrato com o lojista, a instituição financeira passa a contar com o lojista garantindo adicionalmente a operação além da garantia real do produto vendido quando ele fica vinculado ao financiamento na forma de alienação fiduciária.

Para o comprador é interessante, pois contrata o financiamento diretamente na loja onde estiver comprando, sem haver a necessidade de procurar alguma financeira que possa financiar suas compras.

Para o lojista tem a vantagem dele receber a vista as vendas que serão pagas parceladamente à financeira pelo seu cliente comprador.

21 – Crédito rotativo

O contrato de abertura de crédito rotativo é a linha de crédito aberta com determinado limite para que o cliente utilize conforme sua necessidade.

É rotativo exatamente por ter mobilidade, o cliente utiliza o quanto necessita, quando quiser, pelo período que precisar, restituindo ao banco assim que puder.

Como está pré-estabelecido não há data certa para o uso do crédito nem para devolver (a data-limite é a data de vencimento do contrato).

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22 – Cheque Especial

Destina-se praticamente às pessoas físicas.

É um limite de crédito pré-estabelecido, vinculado à conta corrente do cliente, utilizado de forma automática pela emissão de cheques quando não há saldo disponível.

Conforme a conta corrente vai recebendo créditos, os recursos vão sendo transferidos para cobrir o saldo devedor utilizado.

Encargos:

• taxas - pré ou pós-fixadas (CDI ou TR + juros mensais) incidente sobre os valores utilizados e respectivo prazo,

• IOF - incidente sobre os prazos e valores utilizados.

23 – Contas garantidas

São contas de empréstimo separadas, mas vinculadas às contas correntes, com limite de crédito de utilização rotativa destinado a suprir eventuais necessidades de capital de giro.

Geralmente são movimentadas diretamente pelos cheques emitidos pelos clientes, quando não há saldo disponível na conta corrente.

São rotativas por que um limite é pré-definido para o cliente utilizar quando necessário e conforme a conta corrente vai recebendo créditos os recursos vão sendo transferidos à conta garantida até cobrir o saldo devedor.

Destinam-se às pessoas jurídicas.

São garantidas por que o cliente tem um limite de uso garantido previamente e também porque para a abertura da conta o cliente oferece garantias que podem ser:

• nota promissória com aval dos sócios ou terceiros que possam apresentar algum bem, • caução de títulos de crédito (duplicatas ou cheques pré-datados), e/ou • alienação fiduciária/hipoteca.

Os juros desta operação são calculados diariamente sobre o saldo devedor e cobrados, normalmente, no primeiro dia útil do mês seguinte ao da movimentação.

Encargos:

• taxas - pré ou pós-fixadas (CDI ou TR + juros mensais) incidente sobre os valores utilizados e respectivo prazo,

• IOF - incidente sobre os prazos e valores utilizados.

24 – Descontos de títulos

São os adiantamentos de recursos que os bancos fazem aos clientes, sobre valores de duplicatas de cobrança ou notas promissórias, para antecipar o fluxo de caixa do cliente.

O cliente garante o recebimento de recursos que, teoricamente, só teria disponíveis no futuro.

Geralmente, o desconto é feito sobre títulos com prazo máximo de 60 dias e prazo médio de 30 dias.

O banco tem o direito de regresso, ou seja, no vencimento, caso o título não seja pago pelo sacado, o cedente assume a responsabilidade do pagamento, inclusive de multas e/ou juros de mora por atraso.

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Descontos também podem ser feitos sobre os recibos de venda com cartões de crédito e os cheques pré-datados (no caso de cheques pré-datados, esses documentos ficam em caução como garantia do empréstimo).

25 – Hot Money

É o empréstimo de curtíssimo prazo, normalmente por um dia, sendo, no máximo, por 29 dias.

Têm a finalidade de financiar o capital de giro das empresas para cobrir necessidades imediatas de recursos, sem contrato de empréstimo de caráter complexo.

A formação de taxa para o hot money é definida levando em conta a taxa do Certificado de Depósito Interbancário (ou interfinanceiro) CDI do dia da operação, tributos e ganho pretendido.

Por ser uma operação de curto prazo o hot money tem a vantagem de permitir uma rápida mudança de posição no caso de uma variação brusca nas taxas de juros para baixo.

O Comunicado Bacen 7.569, de 25.05.2000, na alínea IX, diz que para efeito de distinção entre as operações de "hot money" e de capital de giro deve-se classificar como na segunda modalidade aquelas contratadas com prazo igual ou superior a 30 dias.

Sendo assim, hot money tem prazo de até 29 dias. Com prazo igual ou superior a 30 dias é operação de capital de giro.

26 – Vendor Finance

É uma operação de financiamento de vendas com base na cessão de crédito, permitindo que uma empresa venda seu produto a prazo e receba o pagamento à vista.

Envolve transações de compra e venda entre pessoas jurídicas.

Supõe que a empresa compradora seja cliente tradicional da vendedora, pois será a vendedora quem assumirá o risco do negócio, como intermediadora.

A empresa vendedora transfere o crédito decorrente da venda ao banco que em troca de uma taxa de intermediação paga à vista ao próprio vendedor e financia o comprador.

Como a venda não é financiada diretamente pela empresa vendedora, a base de cálculo para a cobrança de tributos, comissões e royalties, torna-se menor.

Comprador

Comprador

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36 Caixa Econômica Federal

Reduz também a carga de IPI, ICM, PIS e Cofins que incide sobre o preço da Nota Fiscal da empresa vendedora.

Se a própria vendedora financiasse a venda, iria embutir no preço os custos financeiros, aumentando mais ainda os impostos a pagar.

Com o vendor é possível vender por um preço mais competitivo, além do que ao receber a vista tem imediato reforço no seu caixa.

O cliente comprador beneficia-se com taxas menores que as do mercado para o financiamento isolado de uma empresa, pois estará obtendo uma taxa que leva em conta o risco do vendedor.

Em resumo, é uma modalidade de financiamento de vendas na qual quem contrata o crédito é o vendedor do bem, mas quem paga o crédito é o comprador.

A operação é formalizada com a assinatura de um contrato, com direito de regresso entre o banco e a empresa vendedora (fornecedora) e um contrato de abertura de crédito entre as partes:

• empresa vendedora, • banco, e • empresa compradora.

27 – Compror Finance

É a operação inversa do vendor.

É uma operação de financiamento de compras com base na cessão de crédito, permitindo que uma empresa compre o seu produto a prazo e o vendedor receba o pagamento à vista.

Ocorre quando pequenas indústrias vendem para grandes fábricas e montadoras.

Diferentemente do compror, onde a grande montadora ou indústria compradora funciona como um fiador, no vendor é ela mesmo a devedora.

É um instrumento de crédito que dilata o prazo de pagamento de compra sem envolver o vendedor (fornecedor).

O título a pagar funciona como um “lastro” para o banco financiar o cliente que irá lhe pagar em data futura pré-combinada, acrescido de juros e IOF.

Como no compro, este produto exige um contrato-mãe definindo as condições básicas da operação, que será efetivada quando do envio ao banco dos contratos-filhos, com as planilhas dos dados dos pagamentos que serão financiados.

28 – Leasing (tipos, funcionamento, bens)

O princípio básico que fundamenta a operação de leasing é que o fato gerador de rendimentos para uma empresa é a utilização e não a propriedade de um bem.

No Brasil, o leasing é chamado de arrendamento mercantil.

Há dois tipos de leasing:

• financeiro - funciona como uma operação financeira, o total recebido a título de contraprestação mais o VRG, será suficiente para que a arrendadora recupere o valor gasto na aquisição e tenha a rentabilidade financeira esperada na operação representada pela taxa pactuada; e

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Caixa Econômica Federal 37

• operacional – não funciona como uma operação financeira, o total recebido a título de contraprestação mais a quantia que for apurada ao final do contrato com a venda do bem, deverá ser suficiente para que a arrendadora recupere o valor gasto na aquisição e tenha a rentabilidade financeira esperada no negócio.

diferenças entre o leasing:

financeiro operacional

prazo mínimo

2 anos para bens com vida útil de até 5 anos

3 anos para bens com vida útil acima de 5 anos

3 meses

prazo máximo não há 75% da vida útil do bem arrendado

manutenção do bem arrendado

a cargo do arrendatário pode ser a cargo do arrendador ou do

arrendatário

VRG obrigatório não é permitido

opção de compra pelo valor do VRG pelo valor de mercado

29 – Bancos Comerciais

É instituição financeira privada ou pública.

Objetivo principal:

• proporcionar o suprimento oportuno e adequado dos recursos necessários para financiar, a curto e médio prazos, o comércio, a indústria, as empresas prestadoras de serviços, as pessoas físicas e terceiros em geral.

A captação de depósitos à vista, livremente movimentáveis, é atividade típica do banco comercial.

Deve ser constituído sob a forma de sociedade anônima e na sua denominação social constar a expressão "Banco".

É vedado o uso da palavra Central na denominação social.

Podem:

• descontar títulos; • realizar operações de abertura de crédito simples ou em conta corrente (conta garantida/cheque

especial); • realizar operações especiais, inclusive do crédito rural, de câmbio e comércio internacional; • captar depósitos à vista e a prazo fixo; • obter recursos junto às instituições oficiais para repasse aos clientes; • obter recursos externos para repasse; e • efetuar a prestação de serviços, inclusive mediante convênio com outras instituições.

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38 Caixa Econômica Federal

30 – Bancos de Investimento

São os grandes municiadores de crédito de médio e longo prazos no mercado, suprindo os agentes carentes de recursos para investimento em capital de giro e fixo.

Especializados em operações de participação societária de caráter temporário, de financiamento da atividade produtiva para suprimento de capital fixo e de giro e de administração de recursos de terceiros.

Devem ser constituídos sob a forma de sociedade anônima.

Na sua denominação deve constar a expressão "Banco de Investimento".

As atividades inerentes à consecução de seus objetivos são:

• praticar operações de compra e venda, por conta própria ou de terceiros, de metais preciosos, no mercado físico, e de quaisquer títulos e valores mobiliários, nos mercados financeiros e de capitais;

• operar em bolsas de mercadorias e de futuros, bem como em mercados de balcão organizados, por conta própria e de terceiros;

• operar em todas as modalidades de concessão de crédito para financiamento de capital fixo e de giro;

• participar do processo de emissão, subscrição (underwriting) para revenda e distribuição de títulos e valores mobiliários;

• operar em câmbio, mediante autorização específica do Banco Central do Brasil; • coordenar processos de reorganização e reestruturação de sociedades e conglomerados, financeiros

ou não, mediante prestação de serviços de consultoria, participação societária e/ou concessão de financiamentos ou empréstimos;

• realizar outras operações autorizadas pelo Banco Central do Brasil.

Os bancos de investimento podem empregar em suas atividades, além de recursos próprios, os provenientes de:

• depósitos a prazo, com ou sem emissão de certificado; • recursos oriundos do exterior, inclusive por meio de repasses interbancários; • repasse de recursos oficiais; • depósitos interfinanceiros; • outras formas de captação autorizadas pelo Banco Central do Brasil.

Os bancos de investimento podem manter contas, sem juros e não movimentáveis por cheque, relativas a recursos de terceiros destinados a aplicações ou prestação de serviços.

Podem dedicar-se também à prestação de vários tipos de serviços, tais como:

• avais; • custódias; • negociação no mercado de capitais; • administração de carteiras de títulos e valores mobiliários e de fundos de investimento, underwriting,

etc. • administração de empresas cujo objeto social esteja diretamente vinculado a operações praticadas

no âmbito do mercado financeiro, abrangendo o exercício de atividades necessárias ao seu funcionamento, inclusive escrituração, administração de ativos e passivos e custódia.

31 – Bancos de desenvolvimento

Os Bancos de Desenvolvimento são instituições financeiras públicas não federais, constituídas sob a forma de sociedade anônima, com sede na Capital do Estado da Federação que detiver seu controle acionário (Res. CMN 394).

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Adotam, obrigatória e privativamente, em sua denominação, a expressão "Banco de Desenvolvimento", seguida do nome do Estado em que tenham sede.

O objetivo precípuo dos Bancos de Desenvolvimento é proporcionar o suprimento oportuno e adequado dos recursos necessários ao financiamento, a médio e longo prazos, de programas e projetos que visem a promover o desenvolvimento econômico e social dos respectivos Estados da Federação onde tenham sede, cabendo-lhes apoiar prioritariamente o setor privado.

Excepcionalmente, quando o empreendimento visar a benefícios de interesse comum, os Bancos de Desenvolvimento podem assistir a programas e projetos desenvolvidos fora dos respectivos Estados.

Para atender a seu objetivo, os Bancos de Desenvolvimento podem apoiar iniciativas que visem a:

• ampliar a capacidade produtiva da economia; • incentivar a melhoria da produtividade; • assegurar melhor ordenação de setores da economia regional e o saneamento de empresas; • incrementar a produção rural por meio de projetos integrados; • promover a incorporação e o desenvolvimento de tecnologia de produção.

Podem dar seu apoio financeiro a:

• pessoas físicas residentes e domiciliadas no País; • pessoas jurídicas de direito privado; e • pessoas jurídicas de direito público ou entidade direta ou indiretamente por elas controladas.

Podem praticar as seguintes modalidades de operações:

• empréstimos e financiamentos; • prestação de garantias; • investimentos.

Podem praticar as seguintes modalidades de operações passivas:

• depósitos a prazo; • operações de crédito, inclusive as provenientes de empréstimos e financiamentos obtidos no País ou

no exterior; e • operações de crédito ou contribuições do setor público federal, estadual ou municipal.

32–Sociedades de crédito, financiamento e investime nto

São as financeiras, que têm por finalidade conceder crédito pessoal e financiar bens duráveis às pessoas físicas ou jurídicas (usuários finais) por meio do conhecido crediário ou CDC (crédito direto ao consumidor).

Devem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima e na sua denominação social deve constar a expressão "Crédito, Financiamento e Investimento".

Podem captar recursos por meio de aceite ou colocação de Letra de Câmbio no mercado e de depósito a prazo na forma de RDB (Res. CMN 45 e 3.454).

33 – Sociedades de arrendamento mercantil

As sociedades de arrendamento mercantil devem adotar a forma jurídica de sociedades anônimas.

Estão sujeitas, no que couber, às mesmas condições estabelecidas para o funcionamento de instituições financeiras na Lei nº 4.595, de 31.12.64, e legislação posterior relativa ao Sistema Financeiro Nacional.

Devem observar as regras definidas na Res. CMN 2.309, de 28.08.1996.

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Em sua denominação social deve constar obrigatoriamente a expressão "Arrendamento Mercantil".

Suas fontes de recursos (operações passivas) são:

• empréstimos contraídos no exterior; • empréstimos e financiamentos de instituições financeiras nacionais, inclusive de repasses de

recursos externos; • instituições financeiras oficiais, destinados a repasses de programas específicos; • debêntures de emissão pública ou particular; • cessão de contratos de arrendamento mercantil, bem como dos direitos creditórios deles

decorrentes; • depósitos interfinanceiros; • outras formas de captação de recursos, autorizadas pelo BCB.

Têm a finalidade de realizar operações de arrendamento mercantil – leasing (operações ativas).

Surgiram com o reconhecimento de que a propriedade de um bem não gera lucro, mas sim a sua utilização econômica.

As empresas que necessitam de um determinado bem em sua atividade produtiva e não possuem recursos para a compra, arrendam o bem para uso em seu negócio.

Diferença entre aluguel e arrendamento mercantil:

• aluguel - uso do bem para o prazer próprio, e • arrendamento mercantil - uso do bem com objetivo de obter ganhos.

34–Sociedades de Crédito Imobiliário

Devem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima, adotando obrigatoriamente em sua denominação social a expressão "Crédito Imobiliário" (Res. CMN 2.735).

São instituições financeiras criadas pela Lei n° 4. 380, de 21.09.1964, para atuar no financiamento habitacional.

Suas operações passivas são os depósitos de poupança, a emissão de letras e cédulas hipotecárias e depósitos interfinanceiros.

Suas operações ativas são: financiamento para construção de habitações, abertura de crédito para compra ou construção de casa própria, financiamento de capital de giro a empresas incorporadoras, produtoras e distribuidoras de material de construção.

35 – Bancos Múltiplos

É a instituição financeira privada ou pública que realiza as operações ativas, passivas e acessórias das diversas instituições financeiras, por intermédio das seguintes carteiras:

• comercial, • de investimento e/ou de desenvolvimento, • de crédito imobiliário, • de arrendamento mercantil e • de crédito, financiamento e investimento.

O banco múltiplo deve ser constituído com, no mínimo, duas carteiras, sendo uma delas, obrigatoriamente, comercial ou de investimento, e ser organizado sob a forma de sociedade anônima.

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Essas operações estão sujeitas às mesmas normas legais e regulamentares aplicáveis às instituições singulares correspondentes às suas carteiras.

A carteira de desenvolvimento somente poderá ser operada por banco público.

Na sua denominação social deve constar a expressão "banco”.

36 – Caixas econômicas

A Caixa Econômica Federal (Caixa) é a única caixa econômica em funcionamento no país.

Trata-se de uma instituição financeira soba forma de empresa pública vinculada ao Ministério da Fazenda.

É instituição integrante do SFN e auxiliar da execução da política de crédito do Governo Federal.

Sujeita-se às decisões e à disciplina normativa do órgão competente e à fiscalização do Banco Central do Brasil.

Trata-se de instituição assemelhada aos bancos comerciais, podendo captar depósitos à vista, realizar operações ativas e efetuar prestação de serviços.

Uma característica distintiva da Caixa é que ela prioriza a concessão de empréstimos e financiamentos a programas e projetos nas áreas de assistência social, saúde, educação, trabalho, transportes urbanos e esporte.

O estatuto da Caixa está disponível no endereço:

http://downloads.caixa.gov.br/_arquivos/caixa/estatuto_caixa/Decreto_6473.pdf

O Art. 5º do Capítulo II do Estatuto da Caixa, diz que a CEF tem por objetivos, entre outros:

XXI - atuar em projetos e programas de cooperação técnica internacional, como forma de auxiliar na solução de problemas sociais e econômicos (incluído pelo Decreto n° 6.796, de 2009).

XXII - efetuar aplicações não reembolsáveis ou reembolsáveis ainda que parcialmente, destinadas especificamente a apoiar projetos e investimentos de caráter socioambiental, que se enquadrem em seus programas e ações, principalmente nas áreas de habitação de interesse social, saneamento ambiental, gestão ambiental, geração de trabalho e renda, saúde, educação, desportos, cultura, justiça, alimentação, desenvolvimento institucional, desenvolvimento rural, entre outras vinculadas ao desenvolvimento sustentável que beneficiem, prioritariamente, a população de baixa renda, na forma fixada pelo Conselho Diretor e aprovada pelo Conselho de Administração da CEF (incluído pelo Decreto nº 7.086, de 2010).

37 – Associações de poupança e empréstimo

Atuam no financiamento habitacional.

Suas operações passivas são:

• depósitos de cadernetas de poupança, • emissão de letras e cédulas hipotecárias, • depósitos interfinanceiros, e • empréstimos externos.

Suas operações ativas são, basicamente, direcionadas ao mercado imobiliário e ao Sistema Financeiro da Habitação (SFH).

São constituídas sob a forma de sociedade civil, sendo de propriedade comum de seus associados.

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Os depositantes dessas entidades são considerados acionistas da associação e, por isso, não recebem rendimentos, mas dividendos.

Os recursos dos depositantes são, assim, classificados no patrimônio líquido da associação e não no passivo exigível.

38 – Cooperativas de crédito

São sociedades de pessoas de natureza civil, com forma jurídica própria, não sujeitas à falência, constituídas para prestar serviços aos associados e que se distinguem das demais sociedades pelas seguintes características.

A legislação específica surgiu a partir da Lei Complementar nº 130, de 17.04.2009, e observam, além da legislação e normas do sistema financeiro, a Lei nº 5.764, de 16.12.1971, que define a política nacional de cooperativismo e institui o regime jurídico das sociedades cooperativas.

Atuando tanto no setor rural quanto no urbano, as cooperativas de crédito podem se originar da associação de funcionários de uma mesma empresa ou grupo de empresas, de profissionais de determinado segmento, de empresários ou mesmo adotar a livre admissão de associados em uma área determinada de atuação, sob certas condições.

A Lei Complementar nº 130/2009 veda a constituição de cooperativa mista com seção de crédito.

Os eventuais lucros auferidos com suas operações - prestação de serviços e oferecimento de crédito aos cooperados - são repartidos entre os associados

Devem adotar, obrigatoriamente, em sua denominação social, a expressão "cooperativa" (vedada a utilização da palavra "banco").

Devem possuir o número mínimo de vinte cooperados (exigência legal comum a qualquer tipo de cooperativa) e adequar sua área de ação às possibilidades de reunião, controle, operações e prestações de serviços.

Uma área de atuação importante das cooperativas de crédito tem sido no setor primário da economia, tendo como objetivo viabilizar financeiramente o escoamento das safras agrícolas bem como criar um mecanismo de melhor comercialização desses produtos.

Podem:

Na captação (operações passivas):

• captar depósitos (somente de associados), • obter empréstimos ou repasses de instituições financeiras nacionais ou estrangeiras, e, • receber recursos oriundos de fundos oficiais;

Na aplicação (operações ativas):

• conceder créditos, e • aplicar recursos no mercado financeiro;

Na prestação de serviços:

• prestar garantias, • prestar serviços de cobrança, de custódia, de recebimentos e pagamentos por conta de terceiros

(instituições públicas ou privadas); • prestar serviços de correspondente no País.

Mais informações sobre as Cooperativas de Crédito podem ser obtidas na cartilha “História do Cooperativismo de Crédito no Brasil”, disponível no endereço http://goo.gl/rfZfL

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39 – Bancos comerciais cooperativos

São bancos comerciais, ou bancos múltiplos com carteira comercial, com controle acionário de Cooperativas Centrais de Crédito, e/ou suas federações e confederações, que devem deter, no mínimo, 51% das ações com direito a voto.

São constituídos obrigatoriamente sob a forma de sociedades anônimas e em sua denominação social deve incluir a expressão "Banco Cooperativo".

Sua atuação é restrita às Unidades da Federação em que estão situadas as sedes das pessoas jurídicas controladoras (cooperativas de crédito e/ou suas federações e confederações).

São autorizadas a captar recursos por meio da poupança rural, cabendo aplicar, no mínimo, 65% desses recursos da seguinte forma:

• em operações de crédito rural; • na comercialização, beneficiamento ou industrialização de produtos de origem agropecuária ou de

insumos utilizados naquela atividade; e • na aquisição, diretamente de seu emitente, de Cédulas de Produto Rural (CPR).

40 – Instituição Monetária e Não-Monetária

41 – Mercado de Capitais

No Mercado de Capitais são negociados valores mobiliários, predominando, ações, debêntures e quotas de fundos de investimento.

Entretanto, existem vários outros tipos de valores mobiliários.

O art. 2º da Lei nº 6.385, de 07.12.76, com alterações feitas pela Lei nº 10.303, de 31.10.01, define como valores mobiliários:

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44 Caixa Econômica Federal

• as ações, debêntures e bônus de subscrição; • os cupons, direitos, recibos de subscrição e certificados de desdobramento relativos aos valores

mobiliários; • os certificados de depósito de valores mobiliários; • as cédulas de debêntures; • as cotas de fundos de investimento em valores mobiliários ou de clubes de investimento em

quaisquer ativos; • as notas comerciais; • os contratos futuros, de opções e outros derivativos, cujos ativos subjacentes sejam valores

mobiliários; • outros contratos derivativos, independentemente dos ativos subjacentes.

Nenhuma emissão pública de valores mobiliários poderá ser distribuída, no mercado, sem prévio registro na CVM, entendendo-se por atos de distribuição a venda, promessa de venda, oferta à venda ou subscrição, aceitação de pedido de venda ou subscrição de valores mobiliários.

Estão expressamente excluídos do mercado de valores mobiliários os títulos da dívida pública federal, estadual ou municipal.

42 – Conselho Monetário Nacional

Como já visto anteriormente, é o órgão deliberativo máximo do Sistema Financeiro Nacional.

Compete ao CMN estabelecer as diretrizes gerais das políticas monetária, cambial e creditícia; regular as condições de constituição, funcionamento e fiscalização das instituições financeiras; e disciplinar os instrumentos de política monetária e cambial.

É constituído pelo Ministro de Estado da Fazenda (Presidente), pelo Ministro de Estado do Planejamento e Orçamento e pelo Presidente do Banco Central do Brasil.

Com relação ao Mercado de Capitais, conforme o Art.3º da lei 6.385, de 07.12.76, compete ao Conselho Monetário Nacional:

• definir a política a ser observada na organização e no funcionamento do mercado de valores mobiliários;

• regular a utilização do crédito nesse mercado; • fixar, a orientação geral a ser observada pela Comissão de Valores Mobiliários no exercício de suas

atribuições; • definir as atividades da Comissão de Valores Mobiliários que devem ser exercidas em coordenação

com o Banco Central do Brasil. • aprovar o quadro e o regulamento de pessoal da Comissão de Valores Mobiliários, bem como fixar a

retribuição do presidente, diretores, ocupantes de funções de confiança e demais servidores.

43 – Comissão de Valores Mobiliários

A Lei que criou a CVM (6.385/76) e a Lei das Sociedades por Ações (6.404/76) disciplinaram o funcionamento do mercado de valores mobiliários e a atuação de seus protagonistas, assim classificados, as companhias abertas, os intermediários financeiros e os investidores, além de outros cuja atividade gira em torno desse universo principal.

É administrada por um Presidente e quatro Diretores, nomeados pelo Presidente da República e aprovados pelo Senado Federal. Eles formam o chamado "colegiado" da CVM.

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Seus integrantes têm mandato de 5 anos e só perdem seus mandatos "em virtude de renúncia, de condenação judicial transitada em julgado ou de processo administrativo disciplinar" (art. 6º § 2º).

A CVM tem poderes para disciplinar, normatizar e fiscalizar a atuação dos diversos integrantes do mercado.

A sede da CVM está localizada no Rio de Janeiro possuindo duas Superintendências regionais: São Paulo e Brasília.

Seu poder normatizador abrange todas as matérias referentes ao mercado de valores mobiliários.

Cabe à CVM, entre outras, disciplinar as seguintes matérias:

• registro de companhias abertas; • registro de distribuições de valores mobiliários; • credenciamento de auditores independentes e administradores de carteiras de valores mobiliários; • organização, funcionamento e operações das bolsas de valores; • negociação e intermediação no mercado de valores mobiliários; • administração de carteiras e a custódia de valores mobiliários; • suspensão ou cancelamento de registros, credenciamentos ou autorizações; • suspensão de emissão, distribuição ou negociação de determinado valor mobiliário ou decretar

recesso de bolsa de valores.

O sistema de registro gera, na verdade, um fluxo permanente de informações ao investidor.

Essas informações, fornecidas periodicamente por todas as companhias abertas, podem ser financeiras e, portanto, condicionadas a normas de natureza contábil, ou apenas referirem-se a fatos relevantes da vida das empresas.

Entende-se como fato relevante, aquele evento que possa influir na decisão do investidor, quanto a negociar com valores emitidos pela companhia.

A CVM não exerce julgamento de valor em relação a qualquer informação divulgada pelas companhias. Zela, entretanto, pela sua regularidade e confiabilidade e, para tanto, normatiza e persegue a sua padronização.

A Lei atribui à CVM competência para apurar, julgar e punir irregularidades eventualmente cometidas no mercado.

Diante de qualquer suspeita a CVM pode iniciar um inquérito administrativo, através do qual, recolhe informações, toma depoimentos e reúne provas com vistas a identificar claramente o responsável por práticas ilegais, oferecendo-lhe, a partir da acusação, amplo direito de defesa.

O Colegiado tem poderes para julgar e punir o faltoso.

As penalidades que a CVM pode atribuir vão desde a simples advertência até a inabilitação para o exercício de atividades no mercado, passando pelas multas pecuniárias.

De acordo com a lei que a criou, a Comissão de Valores Mobiliários exercerá suas funções, a fim de:

• estimular a formação de poupanças e a sua aplicação em valores mobiliários; • promover a expansão e o funcionamento eficiente e regular do mercado de ações, e estimular as

aplicações permanentes em ações do capital social de companhias abertas sob controle de capitais privados nacionais;

• assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados da bolsa e de balcão; • proteger os titulares de valores mobiliários e os investidores do mercado contra: • proteger os titulares de valores mobiliários e os investidores do mercado contra: • emissões irregulares de valores mobiliários; • proteger os titulares de valores mobiliários e os investidores do mercado contra: • atos ilegais de administradores e acionistas controladores das companhias abertas, ou de

administradores de carteira de valores mobiliários.

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46 Caixa Econômica Federal

Agentes do Mercado de Capitais

Emissores

Companhias abertas

Intermediários

Bancos de Investimento

Corretoras de Mercadorias

Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários

Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários

Agentes autônomos de investimento

Administradores de carteiras

Administradores de Mercado

Bolsas de Valores

Depositárias

Câmaras de Compensação e Liquidação

Outros

Analistas de Mercado de Valores Mobiliários

Empresas de Auditoria

Consultorias

Investidores

Pessoas Físicas

Institucionais

Empresas

Estrangeiros

Outros

A Reforma da Lei das Sociedades Anônimas

A Lei 6.404/76 passou por uma reforma significativa em 2001, empreendida pela Lei 10.303, de 31 de outubro. As alterações ocorridas tocam em alguns temas fundamentais do direito societário, em especial no que diz respeito às companhias aberta.

O Novo Mercado

É um segmento especial de listagem de ações de companhias que se comprometam voluntariamente a adotar as boas práticas de governança corporativa.

Foram estabelecidas regras que envolvem melhorias na divulgação de informações, nos direitos dos acionistas e na governança das companhias.

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Caixa Econômica Federal 47

44 – Estrutura e Funcionamento

O mercado de capitais é o conjunto de mercados, instituições e ativos que viabiliza a transferência de recursos financeiros entre tomadores (companhias abertas) e aplicadores (investidores) destes recursos.

Essa transferência ocorre por meio de operações financeiras que podem se dar diretamente entre companhias e investidores ou através de intermediários financeiros.

As operações que ocorrem no mercado de capitais, bem como seus participantes são regulados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

As companhias abertas necessitam de recursos financeiros para realizar investimentos produtivos, tais como: construção de novas plantas industriais, inovação tecnológica, expansão da capacidade, aquisição de outras empresas ou mesmo o alongamento do prazo de suas dívidas.

Os investidores, por outro lado, possuem recursos financeiros excedentes, que precisam ser aplicados de maneira rentável e valorizar-se ao longo do tempo, contribuindo para o aumento de capital do investidor.

Para compatibilizar os diversos interesses entre companhias e investidores, estes recorrem aos intermediários financeiros, que cumprem a função de reunir investidores e companhias, propiciando a alocação eficiente dos recursos financeiros na economia.

O papel dos intermediários financeiros é harmonizar as necessidades dos investidores com as das companhias abertas.

Por exemplo, uma companhia que necessita captar recursos para investimentos, se desejar fazê-lo através do mercado de capitais, deve procurar os intermediários financeiros, que irão distribuir seus títulos para serem oferecidos a diversos investidores, possibilitando mobilizar o montante de recursos requerido pela companhia.

O primeiro passo para isso é o registro de companhia aberta junto à CVM.

O intermediário financeiro irá pedir o registro em nome da companhia apresentando uma série de documentos que são especificados pela CVM, entre eles os principais atos societários, as últimas demonstrações financeiras, parecer de auditor independente, entre outros.

Uma vez obtido o registro de companhia aberta junto à CVM, a empresa pode, por exemplo, emitir títulos representativos de seu capital, as ações, ou representativos de empréstimos tomados via mercado de capitais, como debêntures e notas comerciais ("commercialpapers").

A colocação inicial desses títulos ou valores mobiliários se dá no chamado mercado primário, onde as ações e/ou debêntures, por exemplo, são vendidas pela primeira vez e os recursos financeiros obtidos são direcionados para a respectiva companhia.

Finalizada essa primeira etapa, os investidores que adquiriram esses títulos e valores mobiliários podem revendê-los no chamado mercado secundário, onde ocorre a sua negociação entre os investidores.

As negociações no mercado secundário ocorrem nas bolsas de valores e nos mercados de balcão organizado e não organizado.

As bolsas de valores e as entidades do mercado de balcão organizado têm o status de auto-reguladores, pois são responsáveis por estabelecer diversas regras relativas ao funcionamento dos mercados por elas administrados e à atuação dos intermediários que neles atuam.

Cabe lembrar que as bolsas de valores e os mercados de balcão organizado são supervisionados pela CVM.

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48 Caixa Econômica Federal

45 – Sociedades Anônimas ou Companhias

A sociedade anônima ou companhia tem o seu capital dividido em ações, e a responsabilidade dos sócios ou acionistas será limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas, conforme o Art. 1º da Lei 6.404, conhecida como Lei das S.A.

A sociedade será designada por denominação acompanhada das expressões "companhia" ou "sociedade anônima", expressas por extenso ou abreviadamentemas vedada a utilização da primeira ao final.

Segundo o Art. 4º Lei 6.404, a companhia é aberta ou fechada conforme os valores mobiliários de sua emissão estejam ou não admitidos à negociação no mercado de valores mobiliários.

Companhia Aberta

É também chamada de empresa com capital aberto, ou seja, a participação no seu capital é acessível a qualquer investidor.

Uma companhia é considerada aberta quando promove a colocação de valores mobiliários em bolsas de valores ou no mercado de balcão.

As companhias abertas estão obrigadas à divulgação de qualquer deliberação da assembléia de acionistas, ou qualquer fato relevante que possa influir de modo ponderável na cotação de suas ações, na decisão de seus investidores em negociar com seus títulos e na determinação dos investidores de exercerem quaisquer direitos inerentes à condição de titular dos valores emitidos pela companhia.

Os atos ou fatos considerados relevantes, segundo a instrução CVM 358. Da sua leitura, constatamos que se trata de procedimentos que terão reflexos no resultado da empresa e consequentemente no valor das suas ações. Confira em: http://goo.gl/4zPSL

Companhia Fechada

É também chamada de empresa com capital fechado, dessa forma, a participaçãono seu capital é limitada a alguns investidores.

É uma empresa com capital de propriedade restrita, cujas ações não podem ser negociadas em bolsas de valores. Suas ações são negociadas no próprio balcão da empresa.

Não está sujeita a divulgar as informações obrigatórias ao Mercado, conforme exigência da CVM para as empresas de capital aberto.

46 – Ação - características

Ação é um valor mobiliário, emitido por sociedades anônimas, que representa uma parcela do seu capital social.

O proprietário de ações emitidas por uma companhia é chamado de acionista e tem status de sócio, tendo direitos e deveres perante a sociedade, no limite das ações adquiridas.

Apesar de todas as sociedades anônimas terem o seu capital dividido em ações, somente as ações que forem emitidas por companhias de capital aberto, as quais possuem registro na CVM, poderão ser negociadas publicamente.

A propriedade da ação é representada por um "Certificado de Ações" ou pelo "Extrato de Posição Acionária" emitidos, respectivamente, pela companhia e por uma instituição contratada pela sociedade para o atendimento aos acionistas.

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Em qualquer caso, no documento deverá constar, dentre outras informações, o número de ações possuídas e o nome do acionista.

Obs.: Atualmente, as ações são predominantemente escriturais, isto é, sua propriedade é comprovada por extratos e não mais por cautelas.

O investimento em ações é considerado de renda variável.

Tipos de Ações

No Brasil, há três espécies de ações emitidas pelas companhias abertas. O que as diferencia são os direitos que concedem a seus acionistas.

O Estatuto Social das Companhias, que é o conjunto de regras que deve ser cumprida pelos administradores e acionistas, define as características de cada espécie de ações.

Ação Ordinária (sigla ON) - Sua principal característica é conferir ao seu titular direito a voto nas Assembleias de acionistas.

Ação Preferencial (sigla PN) - Normalmente, o Estatuto retira dessa espécie de ação o direito de voto.

Em contrapartida, concede outras vantagens, tais como:

Prioridade na distribuição dos dividendos (sua principal característica), o que significa que não podem ser pagos dividendos às ações ordinárias sem que se paguem os dividendos às ações preferenciais;

Prioridade no reembolso do capital, o que significa que, no caso de liquidação da companhia, depois de pagos os credores, os recursos que sobrarem serão destinados primeiramente ao resgate das ações preferenciais.

No que diz respeito aos dividendos, o detentor de ações preferenciais terá, no mínimo, uma das seguintes vantagens ou preferências:

• receber, no mínimo, 25% do lucro líquido da empresa, proporcional à quantidade de ações possuídas;

• caso o percentual mínimo de 25% não seja definido, ele receberá dividendos de 10% acima do dividendo distribuído ao acionista ordinário;

• em caso de venda da companhia, o acionista preferencial tem direito a vender suas ações por, no mínimo, 80% do valor pago aos acionistas controladores (ação ordinária). Este direito é conhecido no mercado como “tag along”.

As ações preferenciais devem contar com pelo menos uma das vantagens ou preferências acima citadas.

Caso não haja distribuição de dividendos por três anos (exercícios) consecutivos, as ações preferenciais adquirem direito a voto.

Ações de Fruição - São ações que já foram amortizadas, ou seja, a companhia antecipou ao acionista a quantia a que ele teria direito no caso de liquidação da companhia. Somente o Estatuto ou a Assembleia Geral Extraordinária da companhia poderá autorizar esta operação.

Quanto à forma, as ações serão nominativas , emitidas em nome de seu titular, o qual estará inscrito no Livro de Registro de Ações Nominativas.

O controle da posição dos titulares poderá também ser feito por instituições financeiras especificamente autorizadas pela Comissão de Valores Mobiliários - CVM, sendo essas ações apresentadas na forma escritural.

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47 – Direitos dos Acionistas

Quando você compra uma ação de uma companhia aberta se torna acionista e participa do lucro da companhia através do recebimento de dividendos e de bonificações.

Quando for o caso de emissão de novas ações por parte da companhia, haverá ainda o direito de subscrição dessas ações.

Pode ganhar também caso haja valorização do preço das ações na bolsa de valores.

Obedecida a Legislação e observando o contido no Estatuto Social da Companhia, os administradores propõem e os acionistas, em assembléia geral, deliberam a distribuição de direitos aos acionistas, dentre os quais se destacam:

Dividendos - O dividendo é a parcela do lucro distribuída em dinheiro aos acionistas, sendo deliberado em Assembleia Geral Ordinária, anualmente realizada para aprovação das contas do exercício social anterior.

Bonificações - Ao longo das atividades, a Companhia poderá destinar parte dos lucros sociais para a constituição de uma conta de "Reservas" (termo contábil). Caso a companhia queira, em exercício social posterior, distribuir aos acionistas o valor acumulado na conta de Reservas, poderá fazê-lo na forma de Bonificação, podendo efetuar o pagamento em espécie ou com a distribuição de novas ações.

Subscrições de novas ações - É o ato de adquirir novas ações emitidas em decorrência de aumento de capital da Companhia. O aumento de capital tem como objetivo suprir as necessidades de recursos, seja para ampliar a capacidade produtiva, suprir as necessidades de capital de giro ou para sanear o passivo.

Bônus de Subscrição - É um direito dado ao acionista de subscrever novas ações numa data futura a um preço determinado. Esses bônus de subscrição podem ser alienados ou atribuídos, como vantagem adicional, aos subscritores de ações e debêntures, ou o investidor terá que pagar um preço por esse direito que, logicamente, será inferior ao preço da ação no mercado.

Valor das Ações

O preço das ações, chamado no mercado de "cotação", oscila conforme a expectativa dos investidores em relação à companhia.

Vários fatores influenciam os investidores na decisão de comprar ou vender as ações, entre eles:

• a perspectiva de lucro da companhia em suas atividades; • o fluxo de dividendos a serem distribuídos; • as projeções realizadas pelos analistas de mercado relativas aos rumos da Companhia; • análises das escolas que estudam a tendência do preço das ações; • a liquidez das ações no mercado; • o grau de alinhamento de interesses existente entre administradores, acionista controlador e demais

acionistas; • indicadores de mercado.

Se o resultado desse conjunto de fatores for favorável, a procura por essas ações fará com que sua cotação suba. Se acontecer o contrário, sua cotação cairá.

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48 – Negociando com Ações

Valor das Ações

O preço das ações, chamado no mercado de "cotação", oscila conforme a expectativa dos investidores em relação à companhia.

Vários fatores influenciam os investidores na decisão de comprar ou vender as ações, entre eles:

• a perspectiva de lucro da companhia em suas atividades; • o fluxo de dividendos a serem distribuídos; • as projeções realizadas pelos analistas de mercado relativas aos rumos da Companhia; • análises das escolas que estudam a tendência do preço das ações; • a liquidez das ações no mercado; • o grau de alinhamento de interesses existente entre administradores, acionista controlador e demais

acionistas; • indicadores de mercado.

Se o resultado desse conjunto de fatores for favorável, a procura por essas ações fará com que sua cotação suba. Se acontecer o contrário, sua cotação cairá.

Os investidores devem comprar ou vender ações emitidas por companhias abertas através das corretoras ou distribuidoras de valores mobiliários sociedades integrantes do sistema de distribuição de valores mobiliários que possuem registro na CVM.

Negociando pela internet

As ordens dadas a sociedades distribuidoras poderão ser ou não repassadas àscorretoras, quando a compra ou venda for efetuada no pregão da Bolsa de Valores.

Uma negociação on line obedece às mesmas regras aplicáveis às operações tradicionais em bolsas de valores. A corretora é obrigada a informar aos seus clientes todos os dispositivos e regras de negociação.

Home Broker

É o sistema das corretoras que permite o acesso das pessoas físicas (seus clientes) à plataforma de negociação eletrônica da BOVESPA via Internet.

Para utilizar o sistema, o investidor precisa ser cliente de uma corretora membro da BOVESPA que possua o sistema Home Broker, que permite que investidores enviem ordens de compra e venda de ações pelo site de sua Corretora.

O sistema consiste no atendimento automatizado da corretora, possibilitando aos seus clientes colocarem para execução, ordens de compra e venda de valores mobiliários no mercado à vista (lote-padrão e fracionário).

As ordens, quando enviadas diretamente via Internet para o sistema Home Broker, serão sempre consideradas como sendo por escrito e aceitas somente após o momento de sua efetiva recepção pelo sistema Mega Bolsa e retorno da confirmação do aceite.

O cancelamento das ordens de operações transmitidas diretamente via Internet para o sistema Home Broker, somente será considerado aceito após sua efetiva recepção pelo sistema Mega Bolsa da BOVESPA, desde que o correspondente negócio ainda não tenha sido realizado.

Pelo Home Broker o investidor pode acessar as cotações on line.

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Principais Vantagens do Home Broker:

• Acesso às cotações on line. O investidor pode ter acesso às cotações (preços) das ações, porém, com algum atraso (cerca de 15 minutos). Assim, é recomendável que o investidor compare as cotações existentes em outras corretoras, em função do lapso de tempo que pode ocorrer entre uma divulgação e outra;

• Recebimento, com maior rapidez, da confirmação das ordens executadas; • Resumo financeiro de todas as operações executadas e suas respectivas notas de corretagens; • Agilidade e praticidade no cadastramento e no trâmite de documentos, sendo, também

recomendável, que o investidor procure a corretora para se cadastrar como cliente; • Possibilidade de consulta em casa ou no escritório das posições financeiras e de custódia; • Envio de ordens imediatas ou programadas, de compra e venda de ações, no Mercado à Vista (lote

padrão e fracionário) e no Mercado de Opções (compra e venda de opções); • Acompanhamento imediato da carteira de ações.

Mercados de Negociação - Tipos

O investidor pode negociar no Mercado à Vista e também no Mercado de Opções.

Mercado à Vista

Lote Padrão - No mercado de lote padrão, as ações são negociadas em lotes unitários ou de quantidades mínimas de 100 (cem), 1.000 (mil), 10.000 (dez mil) ou 100.000 (cem mil) ações, conforme especificação feita pela BOVESPA para cada companhia.

Fracionário - No mercado fracionário, são negociadas quantidades inferiores aos lotes padrões estabelecidos.

Observação: As ações podem ter seus preços para negociação informados por cotação unitária ou por lote de mil ações.

49 – Desdobramento e Grupamento de Ações

Desdobramento ( Split)

Consiste em dividir as ações existentes, sem alterar o valor do investimento, também conhecido como "split".

Esta operação é realizada quando a administração da companhia acredita que deve aumentar a quantidade de papéis em circulação no mercado para facilitar sua negociação.

Com a divisão da ação, o valor dela no mercado também será dividido proporcionalmente.

Exemplo: se um acionista detém 100 ações ao preço de R$ 8,00 cada ação, terá um investimento total de R$ 800,00. Se a companhia resolve dividir cada ação em duas, o investidor passará a ter 200 ações ao preço de R$ 4,00, valendo sua aplicação os mesmos R$ 800,00.

Grupamento ( Inplit)

É a operação contrária ao Desdobramento, consistindo em reunir várias ações em uma, conhecida como "inplit".

O grupamento ocorre quando uma companhia decide elevar o preço da ação para facilitar sua negociação em bolsa pois, entende que o preço baixo está dificultando as operações.

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Da mesma forma que o desdobramento, a operação não altera o valor do investimento.

Exemplo: Se um acionista detém 100 ações ao preço de R$ 2,00 cada ação, terá um investimento total de R$ 200,00. Se a companhia resolve grupar duas ações em uma, o investidor passará a ter 50 ações ao preço de R$ 4,00 cada e seu investimento valerá os mesmos R$ 200,00.

50 – Debêntures

É um título que corresponde a um empréstimo que o comprador do título faz à empresa emissora.

Garante ao comprador uma remuneração certa num prazo certo, sem direito de participação nos bens ou lucros da empresa.

Pode ser emitido apenas por sociedades anônimas não-financeiras de capital aberto.

É uma forma de financiamento através de empréstimo de médio e longo prazo obtida diretamente dos poupadores sem o aporte de recursos de uma instituição financeira.

Quanto ao benefício para o credor, podem ser:

• simples - recebe juros e correção monetária, • conversível - há opção de transformar suas debêntures em ações da própria empresa, ou • permutável - há opção de transformar as debêntures em ações que não as da empresa emissora.

O mercado secundário de debêntures acontece por meio do Sistema Nacional de Debêntures - SND da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), que garante a liquidez e a segurança dos papéis.

Não há prazo mínimo nem máximo previsto em lei.

Pode ser inclusive perpétua.

Geralmente é emitida com prazo mínimo de 1 ano.

Sobre debêntures, vale a pena ler a Cartilha “O Que São Debêntures” elaborada pela Andima - Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro, disponível no endereço:http://goo.gl/zDyCp - consulta em 15.01.2012

51 – Bolsa de Valores

As bolsas de valores são instituições administradoras de mercados.

No caso brasileiro, a BM&FBOVESPA S/A - Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros é a única bolsa em funcionamento, administrando os mercados de Bolsa e de Balcão Organizado.

A diferença entre esses mercados está nas regras de negociação estabelecidas para os ativos registrados em cada um deles.

A BM&FBOVESPA também é responsável por administrar o mercado de bolsa de derivativos e de futuros.

As bolsas de valores são também os centros de negociação de valores mobiliários, que utilizam sistemas eletrônicos de negociação para efetuar compras e vendas desses valores.

No Brasil, atualmente, BM&FBOVESPA é organizada sob a forma de sociedade por ações (S/A), regulada e fiscalizada pela CVM.

As bolsas têm ampla autonomia para exercer seus poderes de auto-regulamentação sobre as corretoras de valores que nela operam.

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Todas as corretoras e distribuidoras são registradas e estão sujeitas à supervisão do Banco Central do Brasil e na CVM.

A principal função de uma bolsa de valores é proporcionar um ambiente transparente e líquido, adequado à realização de negócios com valores mobiliários.

Somente através das corretoras e das distribuidoras, os investidores têm acesso aos sistemas de negociação para efetuarem suas transações de compra e venda desses valores.

Após o recente processo de desmutualização das bolsas de valores no Brasil, o direito de transacionar valores mobiliários em uma bolsa foi desvinculado da propriedade de ações.

Anteriormente, apenas as corretoras proprietárias de títulos patrimoniais podiam negociar em Bolsa.

As companhias que têm ações negociadas nas bolsas são chamadas companhias "listadas".

Para ter ações em bolsas, uma companhia deve ser aberta ou pública, o que não significa que pertença ao governo, e sim que o público em geral detém suas ações.

A companhia deve, ainda, atender aos requisitos estabelecidos pela Lei das S.A. (Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976) e pelas instruções da CVM, além de obedecer a uma série de normas e regras estabelecidas pelas próprias bolsas.

52 – BM&Bovespa

No passado, o Brasil chegou a ter nove bolsas de valores, mas atualmente a BM&FBOVESPA é a única em funcionamento.

A BM&FBOVESPA foi criada em maio de 2008 com a integração entre Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) e Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA), tornando-se a maior bolsa da América Latina, a segunda das Américas e a terceira maior do mundo.

Nela são negociados títulos e valores mobiliários, tais como: ações de companhias abertas, títulos privados de renda fixa, derivativos agropecuários (commodities), derivativos financeiros, entre outros valores mobiliários.

Os mercados de capitais são mais eficientes em países onde existem bolsas de valores bem estruturadas, transparentes e líquidas.

Para que elas desempenhem suas funções, o ambiente de negócios do país tem que ser livre e as regras devem ser claras.

Nestes contextos, as bolsas podem beneficiar todos os indivíduos da sociedade e não somente aqueles que detêm ações de companhias abertas.

Até pouco tempo atrás, grande parte dos negócios ainda era realizada através do pregão viva-voz, mas, atualmente, todos os negócios com ações e opções são realizados através do sistema Mega Bolsa, implantado em 1997.

Em março de 1999, a Bovespa lançou o sistema Home Broker, que permitia que investidores pudessem comprar e/ou vender ações e opções em suas casas através da Internet.

Finalmente, como já dito anteriormente, em maio de 2008, a BOVESPA foi integrada à BM&F, formando, então, a BM&FBOVESPA S/A.

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53 – Funcionamento do mercado à vista de ações

É a compra ou venda de uma determinada quantidade de ações, a um preço estabelecido em pregão.

Assim, quando da realização de um negócio, ao comprador cabe despender o valor financeiro envolvido na operação e ao vendedor a entrega dos títulos-objeto da transação, nos prazos estabelecidos pela BOVESPA.

São títulos-objeto dessa negociação todas as ações de emissão de empresas admitidas à negociação na BOVESPA.

Tipos de Ordem

Ordem a Mercado - o investidor especifica somente a quantidade e as características dos valores mobiliários ou direitos que deseja comprar ou vender. A Corretora deverá executar a ordem a partir do momento que recebê-la.

Ordem Administrada - o investidor especifica somente a quantidade e as características dos valores mobiliários ou direitos que deseja comprar ou vender. A execução da ordem ficará a critério da Corretora.

Ordem Discricionária - pessoa física ou jurídica que administra carteira de títulos e valores mobiliários ou um representante de mais de um cliente estabelecem as condições de execução da ordem.

Após executada, o ordenante irá indicar:

• o nome do investidor (ou investidores); • a quantidade de títulos e/ou valores mobiliários a ser atribuída a cada um deles; • o preço.

Ordem Limitada - a operação será executada por um preço igual ou melhor que o indicado pelo investidor.

Ordem Casada - é aquela constituída por uma ordem de venda de determinado ativo e uma ordem de compra de outro, que só pode ser efetivada se ambas as transações puderem ser executadas, podendo o comitente especificar qual das operações deseja ver executada em primeiro lugar

Ordem de Financiamento - o investidor determina uma ordem de compra ou venda de um valor mobiliário ou direito em determinado mercado e, simultaneamente, a venda ou compra do mesmo valor mobiliário ou direito no mesmo ou em outro mercado, com prazo de vencimento distinto.

Ordem On-Stop - é aquela que especifica o nível de preço a partir do qual a ordem deve ser executada. Uma ordem on-stop de compra deve ser executada a partir do momento em que, no caso de alta de preço, ocorra um negócio a preço igual ou superior ao preço especificado.

Uma ordem on-stop de venda deve ser executada a partir do momento em que, no caso de baixa de preço, ocorra um negócio a preço igual ou inferior ao preço especificado.

Obs. : Nas negociações via Home Broker só são permitidas as ordens limitadas e terão o comitente (investidor) especificado (identificado).

A liquidação das operações é o processo de transferência da propriedade dos títulos e o pagamento/recebimento do montante financeiro envolvido, abrangendo duas etapas:

• disponibilização dos títulos - implica a entrega dos títulos à BOVESPA, pela sociedade corretora intermediária do vendedor. Ocorre no segundo dia útil (D2) após a realização do negócio em pregão (D0). As ações ficam disponíveis ao comprador após a liquidação financeira;

• liquidação financeira - compreende o pagamento do valor total da operação pelo comprador, o respectivo recebimento pelo vendedor e a efetivação da transferência das ações para o comprador. Ocorre no terceiro dia útil (D3) após a realização do negócio em pregão.

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54 – Mercado de balcão

Mercado de Balcão Não Organizado

Mercado que negocia títulos e ativos financeiros entre instituições financeiras, investidores institucionais e outros investidores, em que não existe uma entidade de auto-regulação que coordene as atividades de compra e venda. Normalmente, as negociações se fazem por telefone.

Mercado de Balcão Organizado

O mercado de balcão é chamado de organizado quando se estrutura como um sistema de negociação de títulos e valores mobiliários podendo estar organizado como um sistema eletrônico de negociação por terminais, que interliga as instituições credenciadas em todo o Brasil, processando suas ordens de compra e venda e fechando os negócios eletronicamente.

O Mercado de Balcão Organizado é um segmento de negociação de ativos administrado pela BVSP, em que há a presença da entidade auto-reguladora exercendo a supervisão dos negócios. Entretanto, os parâmetros de negociação e as regras de listagem são menos exigentes do que os do Mercado de Bolsa.

Mais informações no Caderno CVM Mercado de Balcão Organizado, disponível em http://goo.gl/pIIvp (acesso em 15.01.2012).

55 - Sociedades corretoras de títulos e valores mob iliários e Sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários

Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliár ios

As sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários são constituídas sob a forma de sociedade anônima ou por quotas de responsabilidade limitada.

São instituições que possuem como atividade principal a intermediação no mercado de ações (venda, compra e distribuição de títulos e valores mobiliários).

Sua constituição depende do BACEN e o exercício de sua atividade depende de autorização da CVM, estando sujeitas à permanente fiscalização da Bolsa de Valores e, no âmbito das respectivas competências, do Banco Central e da Comissão de Valores Mobiliários

Entre outros direitos que lhes competem, as sociedades corretoras podem:

• promover ou participar de lançamentos públicos de ações; • administrar e custodiar carteiras de títulos e valores mobiliários; • organizar e administrar fundos e clubes de investimentos; • prestar serviços de assessoria técnica em operações inerentes ao mercado financeiro; • operar, como intermediadora, na compra e venda de moedas estrangeiras, por conta e ordem de

terceiros (operações de câmbio), desde que autorizada pelo Banco Central do Brasil. • operar em bolsas de valores e de mercadorias e futuros, por conta própria e de terceiros; • realizar operações de conta margem com seus clientes; • efetuar operações de compra e venda de metais preciosos, por conta própria e de terceiros.

As operações de conta margem englobam:

• o financiamento para compra de ações concedido por sociedade corretora ou distribuidora a seus clientes, para aquisição, no mercado à vista, de ações emitidas por companhias abertas e admitidas à negociação em Bolsa de Valores;

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• o empréstimo de ações para venda realizado por uma sociedade corretora ou distribuidora, tendo por objeto ações emitidas por companhias abertas e admitidas à negociação em Bolsas de Valores, as quais se destinarão, exclusivamente, à venda no mercado à vista, em nome do tomador do empréstimo.

As atividades anteriormente descritas são também comuns às Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários.

É regulamentada pela Resolução n.º 1.655, de 26.10.1989, que disciplina a constituição, a organização e o funcionamento das sociedades corretoras de valores mobiliários, bem como define que o Banco Central e a Comissão de Valores Mobiliários, cada qual dentro da sua esfera de competência, poderão baixar as normas e adotar as medidas julgadas necessárias à execução do disposto na citada Resolução.

Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores Mobi liários

As sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários são constituídas sob a forma de sociedade anônima ou por quotas de responsabilidade limitada, devendo constar na sua denominação social a expressão "Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários".

Algumas de suas atividades:

• intermedeiam a oferta pública e distribuição de títulos e valores mobiliários no mercado; • administram e custodiam as carteiras de títulos e valores mobiliários; • instituem, organizam e administram fundos e clubes de investimento; • operam no mercado acionário, comprando, vendendo e distribuindo títulos e valores mobiliários,

inclusive ouro financeiro, por conta de terceiros; • fazem a intermediação com as bolsas de valores e de mercadorias; • efetuam lançamentos públicos de ações; • operam no mercado aberto e • intermedeiam operações de câmbio.

Suas atividades já tiveram uma faixa operacional mais restrita, pois não podiam operar nas bolsas de mercadorias e valores.

Em 02.03.2009, o Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários editaram a Decisão-Conjunta nº 17, autorizando as sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários a operar diretamente nos ambientes e sistemas de negociação das bolsas de valores.

Decorreu em razão do processo de desmutualização, quando o acesso aos ambientes e sistemas de negociação das bolsas foi desvinculado da propriedade de títulos representativos do patrimônio ou capital da entidade, passando as distribuidoras a exercerem as mesmas atividades das corretoras, que possuíam anteriormente exclusividade nesses ambientes.

São regulamentadas pela Res. 1.653, de 26.10.1989, do CMN, que também define que o Banco Central e a Comissão de Valores Mobiliários, cada qual dentro da sua esfera de competência, poderão baixar as normas e adotar as medidas julgadas necessárias à execução do disposto na citada Resolução.

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56 – Bolsas de mercadorias e de futuros

As bolsas de mercadorias e futuros têm como objetivo efetuar o registro, a compensação e a liquidação, física e financeira, das operações realizadas em pregão ou em sistema eletrônico.

Para tanto, devem desenvolver, organizar e operacionalizar um mercado de derivativos livre e transparente, que proporcione aos agentes econômicos a oportunidade de efetuarem operações de hedging (proteção) ante flutuações de preço de commodities agropecuárias, índices, taxas de juro, moedas e metais, bem como de todo e qualquer instrumento ou variável macroeconômica cuja incerteza de preço no futuro possa influenciar negativamente suas atividades.

Possuem autonomia financeira, patrimonial e administrativa e são fiscalizadas pela Comissão de Valores Mobiliários.

Atualmente, a única bolsa de mercadoria e futuros em funcionamento no país é a BM&FBOVESPA.

57 - Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SEL IC)

O Sistema Especial de Liquidação e de Custódia - SELIC, do Banco Central do Brasil, é um sistema informatizado que se destina à custódia de títulos escriturais de emissão do Tesouro Nacional, bem como ao registro e à liquidação de operações com os referidos títulos.

O Selic é o depositário central dos títulos emitidos pelo Tesouro Nacional e pelo Banco Central do Brasil e nessa condição processa, relativamente a esses títulos, a emissão, o resgate, o pagamento dos juros e a custódia.

Todos os títulos são escriturais, isto é, emitidos exclusivamente na forma eletrônica.

A liquidação da ponta financeira de cada operação é realizada por intermédio do Sistema de Transferência de Reservas - STR, ao qual o Selic é interligado.

O STR é um sistema de transferência de fundos com liquidação bruta em tempo real (LBTR), operado pelo Banco Central do Brasil, que funciona com base em ordens de crédito, isto é, somente o titular da conta a ser debitada pode emitir a ordem de transferência de fundos.

O Selic é gerido pelo Banco Central do Brasil e é por ele operado em parceria com a ANBIMA - Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais tem seus centros operacionais (centro principal e centro de contingência)localizados na cidade do Rio de Janeiro.

ANBIMA - Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais foi criada em 21.10.2009 como resultado da união da ANBID - Associação Nacional dos Bancos de Investimento com a ANDIMA - Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro.

O horário normal de funcionamento é das 6h30min às 18h30min, em todos os dias considerados úteis.

Tratando-se de um sistema de liquidação em tempo real, a liquidação de operações é sempre condicionada à disponibilidade do título negociado na conta de custódia do vendedor e à disponibilidade de recursos por parte do comprador.

Se a conta de custódia do vendedor não apresentar saldo suficiente de títulos, a operação é mantida em pendência pelo prazo máximo de 60 minutos ou até 18h30min, o que ocorrer primeiro (não se enquadram nessa restrição as operações de venda de títulos adquiridos em leilão primário realizado no dia).

No Selic também são registrados os títulos públicos estaduais e municipais emitidos até 1992.

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58 - Central de Liquidação Financeira e de Custódia de Títulos (CETIP)

A CETIP S.A. - Balcão Organizado de Ativos e Derivativos é uma sociedade administradora de mercados de balcão organizados, ou seja, de ambientes de negociação e registro de valores mobiliários, títulos públicos e privados de renda fixa e derivativos de balcão.

É uma câmara de compensação e liquidação sistemicamente importante, nos termos definidos pela legislação do SPB - Sistema de Pagamentos Brasileiro, que efetua a custódia escritural de ativos e contratos, registra operações realizadas no mercado de balcão, processa a liquidação financeira e oferece ao mercado uma Plataforma Eletrônica para a realização de diversos tipos de operações online, tais como leilões e negociação de títulos públicos, privados e valores mobiliários de renda fixa.

Criada pelas instituições financeiras e o Banco Central, iniciou suas operações em 1986, proporcionando mais segurança e agilidade às operações do mercado financeiro brasileiro.

A CETIP, hoje uma sociedade anônima de capital aberto com ações negociadas no Novo Mercado, da BMF&Bovespa, é a maior depositária de títulos privados de renda fixa da América Latina e a maior Câmara de ativos privados do mercado financeiro brasileiro.

Sua atuação garante o suporte necessário a todo o ciclo de operações com títulos de renda fixa, valores mobiliários e derivativos de balcão.

A credibilidade e a confiança que a CETIP trouxe para o mercado levaram as instituições financeiras a criar e empregar a expressão título cetipado como um selo de garantia e qualidade.

Tem como participantes a totalidade dos bancos brasileiros, além de corretoras, distribuidoras, fundos de investimento, seguradoras, fundos de pensão e empresas não financeiras emissoras de títulos, entre outros.

Os mercados atendidos pela CETIP são regulados pelo Banco Central do Brasil e pela CVM - Comissão de Valores Mobiliários e seguem o Código de Conduta do Participante.

A atuação da CETIP garante o suporte necessário a todo o ciclo de operações do mercado financeiro, integrando a custódia, a negociação eletrônica, o registro de negócios e a liquidação financeira para transações com títulos de renda fixa, valores mobiliários e derivativos de balcão.

A custódia de todos os ativos registrados na CETIP é feita de forma escritural, desmaterializada e segregada, por meio de registro eletrônico, em conta aberta em nome do titular.

A Cetip é depositária principalmente de títulos de renda fixa privados , títulos públicos estaduais e municipais (emitidos após 1992)etítulos representativos de dívidas de responsabilidade do Tesouro Nacional, de que são exemplos os relacionados com empresas estatais extintas, com o Fundo de Compensação de Variação Salarial - FCVS, com o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária - Proagro e com a dívida agrária (TDA).

Na qualidade de depositária, a entidade processa a emissão, o resgate e a custódia dos títulos, bem como, quando é o caso, o pagamento dos juros e demais eventos a eles relacionados.

Com poucas exceções, os títulos são emitidos escrituralmente, isto é, existem apenas sob a forma de registros eletrônicos (os títulos emitidos em papel são fisicamente custodiados por bancos autorizados).

Podem participar da Cetip bancos comerciais, bancos múltiplos, caixas econômicas, bancos de investimento, bancos de desenvolvimento, sociedades corretoras de valores, sociedades distribuidoras de valores, sociedades corretoras de mercadorias e de contratos futuros, empresas de leasing, companhias de seguro, bolsas de valores, bolsas de mercadorias e futuros, investidores institucionais, pessoas jurídicas não financeiras, incluindo fundos de investimento e sociedades de previdência privada, investidores estrangeiros, além de outras instituições também autorizadas a operar nos mercados financeiro e de capitais.

A entidade mantém dois centros de processamento (centro principal e centro secundário).

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Em situações de contingência, o processamento pode ser retomado no centro secundário em menoshora. Para registro das operações podem ser utilizadas a Rede de Telecomunicações para o Mercado e a RSFN.

A segunda rede é utilizada também para o tráfego das mensagens relacionadas com a etapa de liquidação das operações.

Em todas as situaçregistro e a liquidação das operações (

São cerca de 50 diferentes tipos de ativos, incluindo títulos de renda fixa, como CDB Depósito Bancário; valores mobiliários, como Debêntures; títulos do agronegócio, como LCA Crédito do Agronegócio e CPR fechados; ativos utilizados como moeda de privatizaçãoOpções Flexíveis sobre Taxa de Câmbio, entre outros.

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O Conselho foi criado pelo Decretode Seguros Privados, do qual o citado Colegiado é o órg

A principal atribuição do CNSP, na época da sua criação, era a de fixar as diretrizes e normas da política governamental para os segmentos de Seguros Privados e Capitalização, tendo posteriormente, com o advento da Lei nº 6.435, de 15.07.1977entidades abertas.

O CNSP tem se submetido a várias mudanças em sua composição, sendo a última por meio da edição da Lei nº 10.190, de 14.02.2001, que lhe determinou a atual estrutura.

Sua atribuição é fixar as diretrizes e normas da política de seguros privados no Brasil, regulando a constituição, organização, funcionamento e fiscalização dos que exercem atividades subordinadas ao Sistema Nacional de Seguros Privados, bem como a aplicaçã

O CNSP estabelece as características gerais dos contratos de seguros, previdência privada aberta e capitalização, além das diretrizes gerais das operações de resseguro.

Em situações de contingência, o processamento pode ser retomado no centro secundário em menoshora. Para registro das operações podem ser utilizadas a Rede de Telecomunicações para o Mercado e a RSFN.

A segunda rede é utilizada também para o tráfego das mensagens relacionadas com a etapa de liquidação das operações.

Em todas as situaçregistro e a liquidação das operações (

São cerca de 50 diferentes tipos de ativos, incluindo títulos de renda fixa, como CDB Depósito Bancário; valores mobiliários, como Debêntures; títulos do agronegócio, como LCA Crédito do Agronegócio e CPR fechados; ativos utilizados como moeda de privatizaçãoOpções Flexíveis sobre Taxa de Câmbio, entre outros.

59 - Sistema de Seguros Privados, Previdência Complement ar Aberta Títulos de Capitalização

60 – Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP)

O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) é o órgão normativo das atividades securitícias do país, foi criado pelo Decretode Seguros Privados, do qual o citado Colegiado é o órg

A principal atribuição do CNSP, na época da sua criação, era a de fixar as diretrizes e normas da política governamental para os segmentos de Seguros Privados e Capitalização, tendo posteriormente, com o advento da Lei nº 6.435, de 15.07.1977entidades abertas.

O CNSP tem se submetido a várias mudanças em sua composição, sendo a última por meio da edição da Lei nº 10.190, de 14.02.2001, que lhe determinou a atual estrutura.

ua atribuição é fixar as diretrizes e normas da política de seguros privados no Brasil, regulando a constituição, organização, funcionamento e fiscalização dos que exercem atividades subordinadas ao Sistema Nacional de Seguros Privados, bem como a aplicaçã

O CNSP estabelece as características gerais dos contratos de seguros, previdência privada aberta e capitalização, além das diretrizes gerais das operações de resseguro.

Em situações de contingência, o processamento pode ser retomado no centro secundário em menoshora. Para registro das operações podem ser utilizadas a Rede de Telecomunicações para o Mercado

A segunda rede é utilizada também para o tráfego das mensagens relacionadas com a etapa de liquidação das operações.

Em todas as situações, o processamento é todo automatizado, isto é, sem intervenção manual entre o registro e a liquidação das operações (

São cerca de 50 diferentes tipos de ativos, incluindo títulos de renda fixa, como CDB Depósito Bancário; valores mobiliários, como Debêntures; títulos do agronegócio, como LCA Crédito do Agronegócio e CPR fechados; ativos utilizados como moeda de privatizaçãoOpções Flexíveis sobre Taxa de Câmbio, entre outros.

Sistema de Seguros Privados, Previdência Complement ar Aberta Títulos de Capitalização

Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP)

Nacional de Seguros Privados (CNSP) é o órgão normativo das atividades securitícias do país, foi criado pelo Decreto-Lei nº 73, de 21.11.1966, diploma que institucionalizou, também, o Sistema Nacional de Seguros Privados, do qual o citado Colegiado é o órg

A principal atribuição do CNSP, na época da sua criação, era a de fixar as diretrizes e normas da política governamental para os segmentos de Seguros Privados e Capitalização, tendo posteriormente, com o advento da Lei nº 6.435, de 15.07.1977entidades abertas.

O CNSP tem se submetido a várias mudanças em sua composição, sendo a última por meio da edição da Lei nº 10.190, de 14.02.2001, que lhe determinou a atual estrutura.

ua atribuição é fixar as diretrizes e normas da política de seguros privados no Brasil, regulando a constituição, organização, funcionamento e fiscalização dos que exercem atividades subordinadas ao Sistema Nacional de Seguros Privados, bem como a aplicaçã

O CNSP estabelece as características gerais dos contratos de seguros, previdência privada aberta e capitalização, além das diretrizes gerais das operações de resseguro.

Em situações de contingência, o processamento pode ser retomado no centro secundário em menoshora. Para registro das operações podem ser utilizadas a Rede de Telecomunicações para o Mercado

A segunda rede é utilizada também para o tráfego das mensagens relacionadas com a etapa de liquidação

ões, o processamento é todo automatizado, isto é, sem intervenção manual entre o registro e a liquidação das operações (

São cerca de 50 diferentes tipos de ativos, incluindo títulos de renda fixa, como CDB Depósito Bancário; valores mobiliários, como Debêntures; títulos do agronegócio, como LCA Crédito do Agronegócio e CPR - Cédula de Produto Rural; cotas de fundos de investimento abertos e fechados; ativos utilizados como moeda de privatizaçãoOpções Flexíveis sobre Taxa de Câmbio, entre outros.

Sistema de Seguros Privados, Previdência Complement ar Aberta Títulos de Capitalização

Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP)

Nacional de Seguros Privados (CNSP) é o órgão normativo das atividades securitícias do país, Lei nº 73, de 21.11.1966, diploma que institucionalizou, também, o Sistema Nacional

de Seguros Privados, do qual o citado Colegiado é o órg

A principal atribuição do CNSP, na época da sua criação, era a de fixar as diretrizes e normas da política governamental para os segmentos de Seguros Privados e Capitalização, tendo posteriormente, com o advento da Lei nº 6.435, de 15.07.1977

O CNSP tem se submetido a várias mudanças em sua composição, sendo a última por meio da edição da Lei nº 10.190, de 14.02.2001, que lhe determinou a atual estrutura.

ua atribuição é fixar as diretrizes e normas da política de seguros privados no Brasil, regulando a constituição, organização, funcionamento e fiscalização dos que exercem atividades subordinadas ao Sistema Nacional de Seguros Privados, bem como a aplicaçã

O CNSP estabelece as características gerais dos contratos de seguros, previdência privada aberta e capitalização, além das diretrizes gerais das operações de resseguro.

Em situações de contingência, o processamento pode ser retomado no centro secundário em menoshora. Para registro das operações podem ser utilizadas a Rede de Telecomunicações para o Mercado

A segunda rede é utilizada também para o tráfego das mensagens relacionadas com a etapa de liquidação

ões, o processamento é todo automatizado, isto é, sem intervenção manual entre o registro e a liquidação das operações (straight through processing

São cerca de 50 diferentes tipos de ativos, incluindo títulos de renda fixa, como CDB Depósito Bancário; valores mobiliários, como Debêntures; títulos do agronegócio, como LCA

Cédula de Produto Rural; cotas de fundos de investimento abertos e fechados; ativos utilizados como moeda de privatizaçãoOpções Flexíveis sobre Taxa de Câmbio, entre outros.

Sistema de Seguros Privados, Previdência Complement ar Aberta Títulos de Capitalização

Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP)

Nacional de Seguros Privados (CNSP) é o órgão normativo das atividades securitícias do país, Lei nº 73, de 21.11.1966, diploma que institucionalizou, também, o Sistema Nacional

de Seguros Privados, do qual o citado Colegiado é o órg

A principal atribuição do CNSP, na época da sua criação, era a de fixar as diretrizes e normas da política governamental para os segmentos de Seguros Privados e Capitalização, tendo posteriormente, com o advento da Lei nº 6.435, de 15.07.1977, suas atribuições se estendido à Previdência Privada, no âmbito das

O CNSP tem se submetido a várias mudanças em sua composição, sendo a última por meio da edição da Lei nº 10.190, de 14.02.2001, que lhe determinou a atual estrutura.

ua atribuição é fixar as diretrizes e normas da política de seguros privados no Brasil, regulando a constituição, organização, funcionamento e fiscalização dos que exercem atividades subordinadas ao Sistema Nacional de Seguros Privados, bem como a aplicaçã

O CNSP estabelece as características gerais dos contratos de seguros, previdência privada aberta e capitalização, além das diretrizes gerais das operações de resseguro.

Em situações de contingência, o processamento pode ser retomado no centro secundário em menoshora. Para registro das operações podem ser utilizadas a Rede de Telecomunicações para o Mercado

A segunda rede é utilizada também para o tráfego das mensagens relacionadas com a etapa de liquidação

ões, o processamento é todo automatizado, isto é, sem intervenção manual entre o straight through processing

São cerca de 50 diferentes tipos de ativos, incluindo títulos de renda fixa, como CDB Depósito Bancário; valores mobiliários, como Debêntures; títulos do agronegócio, como LCA

Cédula de Produto Rural; cotas de fundos de investimento abertos e fechados; ativos utilizados como moeda de privatização; e Derivativos, como Opções Flexíveis sobre Taxa de Câmbio, entre outros.

Sistema de Seguros Privados, Previdência Complement ar Aberta Títulos de Capitalização

Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP)

Nacional de Seguros Privados (CNSP) é o órgão normativo das atividades securitícias do país, Lei nº 73, de 21.11.1966, diploma que institucionalizou, também, o Sistema Nacional

de Seguros Privados, do qual o citado Colegiado é o órgão de cúpula.

A principal atribuição do CNSP, na época da sua criação, era a de fixar as diretrizes e normas da política governamental para os segmentos de Seguros Privados e Capitalização, tendo posteriormente, com o

, suas atribuições se estendido à Previdência Privada, no âmbito das

O CNSP tem se submetido a várias mudanças em sua composição, sendo a última por meio da edição da Lei nº 10.190, de 14.02.2001, que lhe determinou a atual estrutura.

ua atribuição é fixar as diretrizes e normas da política de seguros privados no Brasil, regulando a constituição, organização, funcionamento e fiscalização dos que exercem atividades subordinadas ao Sistema Nacional de Seguros Privados, bem como a aplicaçã

O CNSP estabelece as características gerais dos contratos de seguros, previdência privada aberta e capitalização, além das diretrizes gerais das operações de resseguro.

Em situações de contingência, o processamento pode ser retomado no centro secundário em menoshora. Para registro das operações podem ser utilizadas a Rede de Telecomunicações para o Mercado

A segunda rede é utilizada também para o tráfego das mensagens relacionadas com a etapa de liquidação

ões, o processamento é todo automatizado, isto é, sem intervenção manual entre o straight through processing - STP).

São cerca de 50 diferentes tipos de ativos, incluindo títulos de renda fixa, como CDB Depósito Bancário; valores mobiliários, como Debêntures; títulos do agronegócio, como LCA

Cédula de Produto Rural; cotas de fundos de investimento abertos e ; e Derivativos, como

Sistema de Seguros Privados, Previdência Complement ar Aberta Títulos de Capitalização

Nacional de Seguros Privados (CNSP) é o órgão normativo das atividades securitícias do país, Lei nº 73, de 21.11.1966, diploma que institucionalizou, também, o Sistema Nacional

ão de cúpula.

A principal atribuição do CNSP, na época da sua criação, era a de fixar as diretrizes e normas da política governamental para os segmentos de Seguros Privados e Capitalização, tendo posteriormente, com o

, suas atribuições se estendido à Previdência Privada, no âmbito das

O CNSP tem se submetido a várias mudanças em sua composição, sendo a última por meio da edição da Lei nº 10.190, de 14.02.2001, que lhe determinou a atual estrutura.

ua atribuição é fixar as diretrizes e normas da política de seguros privados no Brasil, regulando a constituição, organização, funcionamento e fiscalização dos que exercem atividades subordinadas ao Sistema Nacional de Seguros Privados, bem como a aplicação das penalidades previstas.

O CNSP estabelece as características gerais dos contratos de seguros, previdência privada aberta e capitalização, além das diretrizes gerais das operações de resseguro.

Em situações de contingência, o processamento pode ser retomado no centro secundário em menoshora. Para registro das operações podem ser utilizadas a Rede de Telecomunicações para o Mercado

A segunda rede é utilizada também para o tráfego das mensagens relacionadas com a etapa de liquidação

ões, o processamento é todo automatizado, isto é, sem intervenção manual entre o STP).

São cerca de 50 diferentes tipos de ativos, incluindo títulos de renda fixa, como CDB Depósito Bancário; valores mobiliários, como Debêntures; títulos do agronegócio, como LCA

Cédula de Produto Rural; cotas de fundos de investimento abertos e ; e Derivativos, como Swap

Sistema de Seguros Privados, Previdência Complement ar Aberta Títulos de Capitalização

Nacional de Seguros Privados (CNSP) é o órgão normativo das atividades securitícias do país, Lei nº 73, de 21.11.1966, diploma que institucionalizou, também, o Sistema Nacional

A principal atribuição do CNSP, na época da sua criação, era a de fixar as diretrizes e normas da política governamental para os segmentos de Seguros Privados e Capitalização, tendo posteriormente, com o

, suas atribuições se estendido à Previdência Privada, no âmbito das

O CNSP tem se submetido a várias mudanças em sua composição, sendo a última por meio da edição da

ua atribuição é fixar as diretrizes e normas da política de seguros privados no Brasil, regulando a constituição, organização, funcionamento e fiscalização dos que exercem atividades subordinadas ao

o das penalidades previstas.

O CNSP estabelece as características gerais dos contratos de seguros, previdência privada aberta e

Caixa Econômica Federal

Em situações de contingência, o processamento pode ser retomado no centro secundário em menoshora. Para registro das operações podem ser utilizadas a Rede de Telecomunicações para o Mercado

A segunda rede é utilizada também para o tráfego das mensagens relacionadas com a etapa de liquidação

ões, o processamento é todo automatizado, isto é, sem intervenção manual entre o

São cerca de 50 diferentes tipos de ativos, incluindo títulos de renda fixa, como CDB - Depósito Bancário; valores mobiliários, como Debêntures; títulos do agronegócio, como LCA

Cédula de Produto Rural; cotas de fundos de investimento abertos e Swap, Termo de Moeda e

Sistema de Seguros Privados, Previdência Complement ar Aberta Títulos de Capitalização

Nacional de Seguros Privados (CNSP) é o órgão normativo das atividades securitícias do país, Lei nº 73, de 21.11.1966, diploma que institucionalizou, também, o Sistema Nacional

A principal atribuição do CNSP, na época da sua criação, era a de fixar as diretrizes e normas da política governamental para os segmentos de Seguros Privados e Capitalização, tendo posteriormente, com o

, suas atribuições se estendido à Previdência Privada, no âmbito das

O CNSP tem se submetido a várias mudanças em sua composição, sendo a última por meio da edição da

ua atribuição é fixar as diretrizes e normas da política de seguros privados no Brasil, regulando a constituição, organização, funcionamento e fiscalização dos que exercem atividades subordinadas ao

o das penalidades previstas.

O CNSP estabelece as características gerais dos contratos de seguros, previdência privada aberta e

Caixa Econômica Federal

Em situações de contingência, o processamento pode ser retomado no centro secundário em menos de uma hora. Para registro das operações podem ser utilizadas a Rede de Telecomunicações para o Mercado - RTM

A segunda rede é utilizada também para o tráfego das mensagens relacionadas com a etapa de liquidação

ões, o processamento é todo automatizado, isto é, sem intervenção manual entre o

Certificado Depósito Bancário; valores mobiliários, como Debêntures; títulos do agronegócio, como LCA - Letra de

Cédula de Produto Rural; cotas de fundos de investimento abertos e , Termo de Moeda e

Sistema de Seguros Privados, Previdência Complement ar Aberta Títulos de Capitalização

Nacional de Seguros Privados (CNSP) é o órgão normativo das atividades securitícias do país, Lei nº 73, de 21.11.1966, diploma que institucionalizou, também, o Sistema Nacional

A principal atribuição do CNSP, na época da sua criação, era a de fixar as diretrizes e normas da política governamental para os segmentos de Seguros Privados e Capitalização, tendo posteriormente, com o

, suas atribuições se estendido à Previdência Privada, no âmbito das

O CNSP tem se submetido a várias mudanças em sua composição, sendo a última por meio da edição da

ua atribuição é fixar as diretrizes e normas da política de seguros privados no Brasil, regulando a constituição, organização, funcionamento e fiscalização dos que exercem atividades subordinadas ao

O CNSP estabelece as características gerais dos contratos de seguros, previdência privada aberta e

Caixa Econômica Federal

de uma RTM

A segunda rede é utilizada também para o tráfego das mensagens relacionadas com a etapa de liquidação

ões, o processamento é todo automatizado, isto é, sem intervenção manual entre o

Certificado de Letra de

Cédula de Produto Rural; cotas de fundos de investimento abertos e , Termo de Moeda e

Nacional de Seguros Privados (CNSP) é o órgão normativo das atividades securitícias do país, Lei nº 73, de 21.11.1966, diploma que institucionalizou, também, o Sistema Nacional

A principal atribuição do CNSP, na época da sua criação, era a de fixar as diretrizes e normas da política governamental para os segmentos de Seguros Privados e Capitalização, tendo posteriormente, com o

, suas atribuições se estendido à Previdência Privada, no âmbito das

O CNSP tem se submetido a várias mudanças em sua composição, sendo a última por meio da edição da

ua atribuição é fixar as diretrizes e normas da política de seguros privados no Brasil, regulando a constituição, organização, funcionamento e fiscalização dos que exercem atividades subordinadas ao

O CNSP estabelece as características gerais dos contratos de seguros, previdência privada aberta e

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Caixa Econômica Federal 61

Prescreve os critérios de constituição das Sociedades Seguradoras, de Previdência Privada Aberta e de Capitalização, com fixação dos limites legais e técnicos das respectivas operações, bem como, disciplina a corretagem no mercado e a profissão de corretor de seguros.

Composição (seis integrantes):

• Ministro de Estado da Fazenda ou seu representante, na qualidade de Presidente; • Superintendente da Superintendência de Seguros Privados - SUSEP, na qualidade de Vice-

Presidente; • Representante do Ministério da Justiça • Representante do Banco Central do Brasil • Representante do Ministério da Previdência e Assistência Social • Representante da Comissão de Valores Mobiliários.

São atribuições do CNSP:

• Fixar as diretrizes e normas da política de seguros privados; • Regular a constituição, organização, funcionamento e fiscalização dos que exercem atividades

subordinadas ao Sistema Nacional de Seguros Privados, bem como a aplicação das penalidades previstas;

• Fixar as características gerais dos contratos de seguros, previdência privada aberta e capitalização; • Estabelecer as diretrizes gerais das operações de resseguro; • Prescrever os critérios de constituição das Sociedades Seguradoras, de Previdência Privada Aberta

e de Capitalização, com fixação dos limites legais e técnicos das respectivas operações; • Disciplinar a corretagem do mercado e a profissão de corretor.

61 – Superintendência de Seguros Privados (Susep)

A SUSEP é o órgão responsável pelo controle e fiscalização dos mercados de seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro.

É uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, foi criada pelo Decreto-lei nº 73, de 21.11.1966, que também instituiu o Sistema Nacional de Seguros Privados, do qual fazem parte o Conselho Nacional de Seguros Privados - CNSP, o IRB Brasil Resseguros S.A. - IRB Brasil Re, as sociedades autorizadas a operar em seguros privados e capitalização, as entidades de previdência privada aberta e os corretores habilitados.

A SUSEP tem como missão institucional "Atuar na regulação, supervisão, fiscalização e incentivo das atividades de seguros, previdência complementar aberta e capitalização, de forma ágil, eficiente, ética e transparente, protegendo os direitos dos consumidores e os interesses da sociedade em geral".

É administrada por um Conselho Diretor, composto pelo Superintendente e por quatro Diretores.

Também integram o Colegiado, sem direito a voto, o Secretário-Geral e Procurador-Geral.

Compete ao Colegiado fixar as políticas gerais da Autarquia, com vistas à ordenação das atividades do mercado, cumprir e fazer cumprir as deliberações do CNSP e aprovar instruções, circulares e pareceres de orientação em matérias de sua competência.

A presidência do Colegiado cabe ao Superintendente que tem, ainda, como atribuições, promover os atos de gestão da Autarquia e sua representação perante o Governo e à sociedade.

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62 Caixa Econômica Federal

São atribuições da Susep:

• Fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e operação das Sociedades Seguradoras, de Capitalização, Entidades de Previdência Privada Aberta e Resseguradores, na qualidade de executora da política traçada pelo CNSP;

• Atuar no sentido de proteger a captação de poupança popular que se efetua através das operações de seguro, previdência privada aberta, de capitalização e resseguro;

• Zelar pela defesa dos interesses dos consumidores dos mercados supervisionados; • Promover o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos operacionais a eles vinculados, com

vistas à maior eficiência do Sistema Nacional de Seguros Privados e do Sistema Nacional de Capitalização;

• Promover a estabilidade dos mercados sob sua jurisdição, assegurando sua expansão e o funcionamento das entidades que neles operem;

• São atribuições da Susep: • Disciplinar e acompanhar os investimentos daquelas entidades, em especial os efetuados em bens

garantidores de provisões técnicas; • Cumprir e fazer cumprir as deliberações do CNSP e exercer as atividades que por este forem

delegadas; • Prover os serviços de Secretaria Executiva do CNSP.

62 – Planos de seguros

A finalidade específica do seguro é restabelecer o equilíbrio econômico perturbado, sendo vedada, por lei, a possibilidade de se revestir do aspecto de jogo ou dar lucro ao segurado.

Segundo o dicionário Aurélio, seguro é o “contrato pelo qual uma das partes se obriga, mediante cobrança de prêmio, a indenizar outra de um perigo ou prejuízo eventual”.

Na estrutura da operação de seguro, são identificados cinco elementos básicos e essenciais previstos no contrato de seguro:

• risco - evento incerto ou de data incerta que independe da vontade das partes contratantes e contra o qual é feito o seguro; o risco é a expectativa de sinistro; sem risco não pode haver contrato de seguro;

• segurado - é a pessoa física ou jurídica que possui um interesse legítimo, relativo à pessoa ou bem, e que transfere à seguradora, mediante o pagamento do prêmio, o risco de um determinado evento atingir o bem ou a pessoa do seu interesse. É a pessoa em nome de quem se faz o seguro;

• segurador ou seguradora - é a pessoa jurídica que assume a responsabilidade por riscos contratados e paga indenização ao segurado ou ao(s) seu(s) beneficiário(s), no caso de ocorrência do sinistro coberto.

• prêmio - é o pagamento efetuado pelo segurado à seguradora, ou seja, é o custo do seguro; • indenização - é o pagamento devido pela seguradora ao(s) beneficiário(s) do seguro, no caso de

risco coberto na ocorrência do sinistro.

O contrato de seguro tem as seguintes características ou princípios:

• nominado - porque é regulado por lei, com um padrão definido; • adesão - porque as condições da apólice são padronizadas e aprovadas por órgãos governamentais;

assim, ao aceitar as condições, o segurado está aderindo com uma margem de opção limitada; • bilateral - porque gera obrigações para as duas partes envolvidas; o não-cumprimento de obrigações

por uma das partes desobriga a outra; • oneroso - porque implica ônus e vantagens econômicas para ambas as partes; • aleatório - porque depende exclusivamente de um evento futuro e incerto;

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Caixa Econômica Federal 63

• formal ou solene - porque para sua prova, a lei obriga a formalidade, determinando que o contrato seja instrumentalizado pela apólice ou pelo bilhete de seguro; e

• da máxima boa-fé - porque o conhecimento e a mensuração do risco pelo segurador dependem da veracidade das informações prestadas pelo segurado.

Para a efetivação do seguro é indispensável a formulação de um contrato.

Os instrumentos essenciais do contrato de seguro são:

• proposta - é o instrumento formal da manifestação da vontade quem quer efetivar um contrato de seguro;

• apólice - é o documento emitido pelo segurador a partir da proposta; é o contrato de seguro propriamente dito.

• pessoal - envolve a pessoa, cobrindo morte, invalidez doença grave; e • patrimonial - diz respeito ao patrimônio, ou seja, os bens do segurado.

63 – Sociedades Seguradoras

As sociedades seguradoras são entidades, constituídas sob a forma de sociedades anônimas, especializadas em pactuar contrato, por meio do qual assumem a obrigação de pagar ao contratante (segurado), ou a quem este designar, uma indenização, no caso em que advenha o risco indicado e temido, recebendo, para isso, o prêmio estabelecido.

Elas não poderão explorar qualquer outro ramo de comércio ou indústria.

A autorização para funcionamento será concedida através de Portaria do Ministro da Indústria e do Comércio, mediante requerimento firmado dirigido ao CNSP e apresentado por intermédio da SUSEP.

Concedida a autorização para funcionamento, a Sociedade terá o prazo de noventa dias para comprovar perante a SUSEP, o cumprimento de todas as formalidades legais ou exigências feitas no ato da autorização.

Feita a comprovação referida no artigo anterior, será expedido a carta-patente pelo Ministro da Indústria e do Comércio.

As alterações dos Estatutos das Sociedades Seguradoras dependerão de prévia autorização do Ministro da Indústria e do Comércio, ouvidos a SUSEP e o CNSP.

As Sociedades Seguradoras só poderão operar em seguros para os quais tenham a necessária autorização, segundo os planos, tarifas e normas aprovadas pelo CNSP.

É vedado às Sociedades Seguradoras reter responsabilidades cujo valor ultrapasse os limites técnico, fixados pela SUSEP de acordo com as normas aprovadas pelo CNSP, e que levarão em conta:

a) a situação econômico-financeira das Sociedades Seguradoras;

b) as condições técnicas das respectivas carteiras.

Como “limite técnico”, entende-se ser o valor básico da retenção, que a companhia de seguros deve adotar em cada ramo ou modalidade que operar, fixado pela ciência atuarial.

Retenção é a parte das responsabilidades pela qual o segurador ou o ressegurador se responsabilizam diretamente, sem ressegurar ou retroceder.

Para garantia de todas as suas obrigações, as Sociedades Seguradoras constituirão reservas técnicas, fundos especiais e provisões, de conformidade com os critérios fixados pelo CNSP, além das reservas e fundos determinados em leis especiais.

O passivo não operacional será constituído pelo valor total das obrigações não cobertas por bens garantidores.

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64 Caixa Econômica Federal

Os bens garantidores das reservas técnicas, fundos e provisões serão registrados na SUSEP e não poderão ser alienados, prometidos alienar ou de qualquer forma gravados sem sua prévia e expressa autorização, sendo nulas de pleno direito, as alienações realizadas ou os gravames constituídos sem a observação desta norma.

As sociedades seguradoras e os resseguradores obedecerão às normas e instruções dos órgãos regulador e fiscalizador de seguros sobre operações de seguro, co-seguro, resseguro e retrocessão, bem como lhes fornecerão dados e informações atinentes a quaisquer aspectos de suas atividades

64 – Sociedades Administradoras de Seguro-Saúde

São empresas seguradoras constituídas como especializadas com o objetivo específico de atuar especificamente com o seguro saúde.

São pessoas jurídicas constituídas e reguladas conforme a legislação específica para a atividade de comercialização de seguros e que garantam a cobertura de riscos de assistência à saúde, mediante livre escolha pelo segurado do prestador do respectivo serviço e reembolso de despesas.

A maior diferença entre os planos e seguros-saúde é operacional. Se o interessado quer ter liberdade de escolha de médicos e hospital, os seguros são mais indicados, pois com eles é possível consultar médicos e entidades que não sejam conveniadas, o que já não acontece nos planos de saúde.

Em outras palavras, o seguro dá mais flexibilidade. Mas, dependendo do seguro contratado, o valor reembolsado pode ser muito inferior ao preço da consulta. Neste tipo de situação, é mais vantajoso optar por médicos conveniados, pois o reembolso é total. Outra diferença é que as seguradoras não podem administrar diretamente hospitais ou clínicas médicas.

Tanto os planos de saúde quanto dos seguros de saúde oferecem hoje cinco tipos de coberturas.

Além do plano de referência, existem outras quatro coberturas segmentadas, como detalhado abaixo:

• Plano de referência • Plano ambulatorial • Hospitalar • Plano hospitalar com obstetrícia • Plano odontológico

O valor da mensalidade é função não só do perfil de risco do segurado, como também das coberturas às quais quiser ter direito. Se o interessado não tem como arcar com os custos de um plano de referência, deve avaliaras suas necessidades e combinar alguns planos segmentados, de forma a obter uma cobertura mais ampla, sem custos exagerados.

65 – Corretoras de Seguros

Todas as atividades do corretor de seguros realizadas no Brasil estão subordinadas às disposições da Circular SUSEP N° 127, de 13.04.2000.

O corretor de seguros, pessoa física ou jurídica, é o intermediário legalmente autorizado a angariar e promover contratos de seguro entre as sociedades seguradoras e as pessoas físicas ou jurídicas de direito privado.

Considera-se:

• corretora de seguros ou corretora - a pessoa jurídica; e • corretor de seguros ou corretor - a pessoa física.

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Cabe à Superintendência de Seguros Privados - SUSEP conceder a autorização para o exercício da profissão, na forma do registro, e expedir a competente carteira ou título de habilitação para o corretor ou corretora de seguros, respectivamente, atendidos os requisitos formais e legais.

É obrigatório constar uma das expressões: "Corretora de Seguros" ou "Corretagem de Seguros", mesmo que intercaladas por outra(s) atividade(s), na denominação social e/ou no nome fantasia da corretora de seguros.

O corretor pode requerer, a qualquer tempo, a suspensão do Registro da corretora pela qual é responsável, mas em nenhuma hipótese, a corretora de seguros pode operar sem a participação de corretor devidamente habilitado e registrado na SUSEP e, no caso de afastamento do corretor, por qualquer motivo, este deve ser imediatamente substituído.

As comissões de corretagem só podem ser pagas ao corretor ou corretora de seguros devidamente habilitado e registrado, que houver assinado a proposta, não podendo haver distinção entre corretor ou corretora, para efeito de pagamento de comissão.

No caso de cancelamento ou de devolução de prêmio, deve o corretor ou corretora restituir comissão à seguradora, proporcionalmente ao valor devolvido ou não recebido pela seguradora.

É vedado ao corretor de seguros e ao preposto aceitar ou exercer emprego em pessoa jurídica de Direito Público; e manter relação de emprego, direção ou representação com sociedade seguradora, resseguradora, de capitalização ou entidade de previdência privada aberta. Esses impedimentos aplicam-se, também, aos sócios e diretores de corretora.

O corretor de seguros responde civilmente perante os segurados e as sociedades seguradoras pelos prejuízos que causar, por omissão, imperícia ou negligência no exercício da profissão.

Cabe responsabilidade profissional, perante a SUSEP, ao corretor de seguros que deixar de cumprir as leis, regulamentos e resoluções em vigor, ou que der causa dolosa ou culposa e prejuízos às sociedades seguradoras ou aos segurados.

66 – Resseguro, Cosseguro e Retrocessão

Resseguro

Denomina-se resseguro à operação pela qual o segurador, transfere a outrem, total ou parcialmente, um risco assumido através da emissão de uma apólice ou um conjunto delas. Nessa operação, o segurador objetiva diminuir suas responsabilidades na aceitação de um risco considerado excessivo ou perigoso, e cede a outro uma parte da responsabilidade e do prêmio recebido. Simplistamente o resseguro é visto como um seguro do seguro.

Tecnicamente, o resseguro é um contrato que visa equilibrar e dar solvência aos seguradores e evitar, através da diluição dos riscos, quebradeiras generalizadas de seguradores no caso de excesso de sinistralidade, como a ocorrência de grandes tragédias, garantindo assim o pagamento das indenizações aos segurados. Em alguns casos, por força de contrato ou regulação, o resseguro passa a ser obrigatório.

Cosseguro

Um cosseguro é um seguro realizado por duas ou mais seguradoras referente ao mesmo risco. Assim, reduz-se um perigo de grandes dimensões em responsabilidades menores, de modo que cada seguradora assuma a responsabilidade por uma parte do montante. A apólice é emitida pela seguradora líder e nela fica estabelecida a participação de cada cosseguradora no total da quantia segurada. Essa participação determina, também, a divisão proporcional do prêmio pago entre as cosseguradoras.

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Retrocessão

Operação feita pelo ressegurador e que consiste na cessão de parte das responsabilidades por ele aceitas a outro, ou outros resseguradores. Em outro enfoque: é o resseguro de um resseguro. Os planos de retrocessão são, basicamente, da mesma natureza dos utilizados em operações de resseguro, delas diferindo apenas na condição dos participantes, pois enquanto o segurador direto faz cessões em resseguro, o ressegurador faz retrocessões a outros resseguradores. Em qualquer caso, tanto nas operações de resseguro quanto nas de retrocessão, o ressegurador e o retrocessionário obrigam-se apenas com as entidades que lhes fizeram cessões ou retrocessões, nunca com os segurados. No Brasil as seguradoras autorizadas a operar no País são retrocessionárias, obrigatórias, do IRB. V. tb. Co-Seguro e Reseguro.

67 – Instituto de Resseguros do Brasil

O IRB-BRASIL RESSEGUROS S.A., que utiliza a abreviatura IRB-Brasil Re, é uma sociedade anônima de economia mista com controle acionário da União, vinculada ao Ministério da Fazenda, constituída conforme previsto no Decreto-lei n° 73, de 21.11.1966, com a redação dada pela Lei n° 9.482, de 13.08.1997, por transformação do Instituto de Resseguros do Brasil - IRB, sociedade de economia mista atípica criada pelo Decreto-lei n° 1.186, de 03.04.1939.

Sua sede é localizada na cidade do Rio de Janeiro, com filiais em Brasília, Porto Alegre, São Paulo, Nova York e Londres.

Como o nome sugere, resseguro é o seguro do seguro. Quando uma companhia assume um contrato de seguro superior à sua capacidade financeira, ela necessita repassar esse risco, ou parte dele, a uma resseguradora.

O resseguro é uma prática comum, feita em todo o mundo, como forma de mitigar o risco, preservar a estabilidade das companhias seguradoras e garantir a liquidação do sinistro ao segurado.

Em agosto de 96, o Congresso Nacional aprovou a quebra de monopólio para a atividade de resseguro no Brasil, delegada, até então, exclusivamente ao IRB-Brasil Re.

Um ano depois, o então Instituto de Resseguros do Brasil foi transformado em IRB-Brasil Resseguros, sob a forma de sociedade por ações, permanecendo como empresa estatal de economia mista, com controle acionário da União.

68 – Entidades Abertas de Previdência Privada

A previdência privada é uma forma de poupança de longo prazo para evitar que a pessoa na aposentadoria sofra uma redução muito grande de sua renda.

Qualquer pessoa que receba mais do que o teto de benefício da Previdência Social (INSS) deve se preocupar em formar uma poupança, seja através da previdência privada ou de recursos administrados por sua própria conta.

Tecnicamente falando, o processo de poupança consiste de duas fases.

Na primeira, o poupador acumula um capital. Durante todo esse processo, este capital receberá rendimentos

Regra geral, nesta fase (2ª), o poupador não faz novas acumulações, embora continue se beneficiando do rendimento sobre o capital acumulado.

Naturalmente, o valor dos benefícios deve ter uma relação de proporção com o capital acumulado. Quanto maior o capital, maior o benefício.

Não é possível fazer saques expressivos sobre o capital sem correr o risco de o dinheiro poupado acabar muito rápido.

São entidades constituídas unicamente sob a forma de sociedades anônimas.

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Entidades Abertas de Previdência Privada

Têm por objetivo instituir e operar planos de benefícios de caráter previdenciário concedidos em forma de renda continuada ou pagamento único, acessíveis a quaisquer pessoas físicas.

69 - Planos de aposentadoria e pensão privados aber tos

Funcionam como um fundo de investimento com o objetivo de complementar a aposentadoria do seu investidor.

Aposentadoria básica é a aposentadoria oficial paga pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).

A previdência complementar fechada é uma opção de aposentadoria complementar oferecida pelas empresas aos empregados, ou seja, a empresa constitui um fundo de pensão para o qual contribuem a própria empresa e seus funcionários, não sendo, portanto aberto para outras pessoas.

A previdência complementar aberta oferece uma opção de aposentadoria complementar para qualquer pessoa que adquira seu plano.

Ao final do prazo definido para contribuições, tanto na fechada como na aberta, o investidor pode sacar todo o valor acumulado de uma só vez ou pode passar a receber uma renda vitalícia, com a possibilidade de ser transferida para um beneficiário indicado quando do falecimento do investidor.

PGBL - Plano Gerador de Benefício Livre

É mais vantajoso para aqueles que fazem a declaração do imposto de renda pelo formulário completo. É uma aplicação em que incide risco, já que não há garantia de rentabilidade, que inclusive pode ser negativa. Ainda assim, em caso de ganho, ele é repassado integralmente ao participante.

O resgate pode ser feito no prazo de 60 dias de duas formas:de uma única vez, ou transformado em parcelas mensais.

Também pode ser abatido até 12% da renda bruta anual do Imposto de Renda e tem taxa de carregamento de até 5%. É comercializado por seguradoras.

Com o PGBL, o dinheiro é colocado em um fundo de investimento exclusivo, administrado por uma empresa especializada na gestão de recursos de terceiros e é fiscalizado pelo Banco Central.

VGBL - Vida Gerador de Benefício Livre

Uma de suas principais vantagens está na possibilidade de se optar, já quando da adesão ao plano, pela idade de quando se começará a receber o rendimento investido.

Essa renda poderá ser recebida em uma única parcela ou então em quantias mensais.

Também há a possibilidade de se contribuir com quantias variáveis, podendo se fazer um aporte maior quando houver disponibilidade para tal.

O valor acumulado pelo participante também pode ser sacado há qualquer momento.

É aconselhável para aqueles que não têm renda tributável, já que não é dedutível do Imposto de Renda, ainda que seja necessário o pagamento de IR sobre o ganho de capital

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PGBL VGBL

O Que é

É um plano de Previdência Complementar que permite a acumulação de recursos e a contratação de rendas para recebimento a partir de uma data escolhida pelo participante.

Um plano com possibilidade de acumulação de recursos para o futuro, os quais podem ser resgatados na forma de renda mensal ou pagamento único a partir de uma data escolhida pelo participante.

Para quem é mais indicado

Mais atraente para quem declara Imposto de Renda completo, podendo aproveitar do abatimento da Renda Bruta anual na fase de contribuição.

Para quem declara Imposto de Renda simplificado ou tem previdência complementar e/ou já abate o limite máximo de 12% da Renda Bruta anual.

Trata-mento fiscal

Abatimento das contribuições no Imposto de Renda (até o limite de 12% da Renda Bruta anual) durante o período de acumulação. Sobre os valores de resgate e rendas haverá a incidência de tributação conforme alíquota da tabela do Imposto de Renda Pessoa Física em vigor.

Durante o período de acumulação, os recursos aplicados estão isentos de tributação sobre os rendimentos. Somente no momento do recebimento de renda ou resgate haverá a incidência de Imposto de Renda, apenas sobre os rendimentos aferidos.

70 - Sociedades de Capitalização

São entidades, constituídas sob a forma de sociedades anônimas, que negociam contratos (títulos de capitalização) que têm por objeto o depósito periódico de prestações pecuniárias pelo contratante, o qual terá, depois de cumprido o prazo contratado, o direito de resgatar parte dos valores depositados corrigidos por uma taxa de juros estabelecida contratualmente;conferindo, ainda, quando previsto, o direito de concorrer a sorteios de prêmios em dinheiro.

Do ponto de vista das finanças, “capitalização” é o processo de aplicação de uma importância a uma determinada taxa de juros e de seu crescimento por força da incorporação desses mesmos juros à quantia inicialmente aplicada.

No sentido particular do termo, “capitalização” é uma combinação de economia programada e sorteio, sendo que o conceito financeiro acima exposto aplica-se apenas ao componente "economia programada", cabendo ao componente lotérico o papel de poder antecipar, a qualquer tempo, o recebimento da quantia que se pretende economizar ou de um múltiplo dela de conformidade com o plano.

Para a venda de um título de Capitalização é necessário uma série de formalidades que visam a garantia do consumidor. A Sociedade de Capitalização deve submeter o seu plano ao órgão fiscalizador do Sistema Nacional de Capitalização - SUSEP.

71 - Entidades fechadas de previdência privada

São os chamados “fundos de pensão”.

São organizadas sob a forma de fundação ou sociedade civil, sem fins lucrativos e são acessíveis, exclusivamente, aos empregados de uma empresa ou grupo de empresas ou aos servidores da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, entes denominados patrocinadores ou aos associados ou membros de pessoas jurídicas de caráter profissional, classista ou setorial, denominadas instituidores.

Devem seguir as diretrizes estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional, por meio da Resolução 3.121, de 25 de setembro de 2003, no que tange à aplicação dos recursos dos planos de benefícios.

Também são regidas pela Lei Complementar 109, de 29.05.2001.

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72 - Mercado de Câmbio

Chama-se mercado de câmbio o ambiente, abstrato, onde se realizam as operações de câmbio, entre os agentes autorizados e entre estes e seus clientes.

No mercado de câmbio, também prevalece a lei da oferta e da procura. Portanto, existem agentes no mercado de câmbio que ofertam moeda estrangeira e outros agentes que demandam moeda estrangeira, quais sejam:

os que ofertam divisas - são os que trazem recursos financeiros estrangeiros para o Brasil. São os exportadores, turistas estrangeiros, devedores de empréstimos e investimentos (no ingresso dos recursos internacionais) e os que recebem transferências do exterior;

os que demandam divisas - são os que remetem recursos financeiros para o exterior. São os importadores, aqueles que enviam remessas para o exterior em forma de dividendos e lucros, os que fazem transferência ao exterior, os devedores de investimentos e empréstimos (quando remetem ao exterior o principal e os juros).

Entende-se como “divisas” os recursos financeiros em moeda estrangeira, tendo o dólar americano como referência.

Nas operações de câmbio realizadas entre bancos, o comércio de divisas somente leva em consideração os depósitos em moedas estrangeiras em bancos no exterior.

Os papéis-moeda estrangeiros (como dólar, euro, etc) não são divisas enquanto estão em circulação.

Todavia, esses papéis-moeda convertem-se em divisas quando são levados a crédito de uma conta comercial no exterior.

No caso dos turistas estrangeiros, eles ofertam divisas ao trocarem seus dólares por reais em uma instituição autorizada a operar com câmbio.

73 - Instituições autorizadas a operar

Até março de 2005, o mercado de câmbio compreendia dois segmentos: o de taxas livres ou, como era chamado comumente, o comercial, e o mercado de câmbio de taxas flutuantes, comumente chamado de turismo.

A partir de 04.03.2005, com a Res. 3.265 do CMN, foram unificados os segmentos comercial e taxas livres num único mercado de câmbio, sendo também extinta a Consolidação das Normas Cambiais (CNC), substituída pelo Regulamento do Mercado de Câmbio e Capitais Internacionais (RMCCI).

Por lei, compete ao Banco Central o monopólio sobre toda moeda estrangeira transacionada no mercado de câmbio. Na prática, o Banco Central autoriza bancos e outras instituições a operar nesse mercado e estabelece as regras a serem observadas por todos.

Podem operar no mercado de câmbio apenas as instituições autorizadas pelo Banco Central, quais sejam: bancos comerciais, bancos múltiplos, bancos de investimento, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades corretoras de câmbio ou de títulos e valores mobiliários, sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários.

A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos e as administradoras de cartões de crédito também são autorizados pelo Bacen a realizar operações de câmbio, respectivamente com vales postais e compras internacionais.

As instituições autorizadas a operar no mercado de câmbio podem realizar as seguintes operações:

a) bancos, exceto de desenvolvimento; e caixas econômicas: todas as previstas no RMCCI;

b) bancos de desenvolvimento: operações específicas autorizadas;

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c) sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades corretoras de câmbio ou de títulos e valores mobiliários e sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários:

• compra ou venda de moeda estrangeira em cheques vinculados a transferências unilaterais e de moeda estrangeira em espécie, cheques e cheques de viagem relativos a viagens internacionais, operações de câmbio simplificado de exportação e de importação e transferências do e para o exterior, de natureza financeira, não sujeitas ou vinculadas a registro no Banco Central do Brasil, até o limite de US$50.000,00, bem como operações no mercado interbancário, arbitragens no País e, por meio de banco autorizado a operar no mercado de câmbio, arbitragem com o exterior;

d) A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT, também é autorizada pelo Banco Central a realizar operações com vales postais internacionais, emissivos e receptivos, para atender às seguintes demandas:

• manutenção de pessoas físicas no exterior; • contribuições a entidades associativas e previdenciárias; • aquisição de programas de computador para uso próprio; • aposentadorias e pensões; • aquisição de medicamentos no exterior, não destinados a comercialização; • compromissos diversos, tais como aluguel de veículos, multas de trânsito, reservas em

estabelecimentos hoteleiros, despesas com comunicações, assinatura de jornais e revistas, outros gastos de natureza eventual, e pagamento de livros, jornais, revistas e publicações similares, quando a importação não estiver sujeita a registro no Siscomex;

• pagamento de serviços de reparos, consertos e recondicionamento de máquinas e peças; e • doações.

Também o pagamento de exportações brasileiras até US$ 10 mil por operação pode se dar por meio de vale postal internacional.

A partir de maio de 2008, com a publicação da Resolução nº 3.568/2008 do Conselho Monetário Nacional, as instituições integrantes do Sistema Financeiro Nacional autorizadas a operar no mercado de câmbio podem contratar, mediante convênio similar aos celebrados com correspondentes bancários:

• pessoas jurídicas em geral para negociar a realização de transferências unilaterais, na forma definida pelo Banco Central;

• pessoas jurídicas listadas no Ministério do Turismo, para a realização de operações com moeda estrangeira em espécie, cheques ou cheques de viagem ("câmbio manual");

• instituições financeiras e demais instituições, não autorizadas a operar com câmbio, para realização de transferências unilaterais e compra e venda de moeda estrangeira em espécie, cheques ou cheques de viagem ("câmbio manual"). Essas negociações estão limitadas a US$ 3 mil, por operação.

Até 17.12.2008, as agências de turismo estavam autorizadas a efetuar operações de compra ou venda de moeda estrangeira em espécie, cheques e cheques de viagem relativos a viagens internacionais, e os meios de hospedagem de turismo exclusivamente compra, de residentes ou domiciliados no exterior, de moeda estrangeira em espécie, cheques e cheques de viagem relativos a turismo no País.

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Com a expedição da Resolução CMN nº 3.661/2008, de 17/12/2008, ficou definido que as autorizações para operar no mercado de câmbio detidas por agências de turismo e por meios de hospedagem de turismo expiram em 31 de dezembro de 2009.

No caso de agência de turismo cujos controladores finais tenham apresentado pedido de autorização ao Banco Central do Brasil para a constituição e funcionamento de instituição financeira autorizada a operar no mercado de câmbio, o prazo de validade das autorizações para operar no mercado de câmbio será até o início das atividades da instituição financeira constituída, desde que isso tenha ocorrido antes de 31/12/2009.

74 - Bancos de Câmbio

Tratam-se de instituições financeiras especializadas na realização de operações de câmbio.

Estão autorizadas a realizar, sem restrições, operações de câmbio e operações de crédito vinculadas às de câmbio, como financiamentos à exportação e importação e adiantamentos sobre contratos de câmbio, e ainda a receber depósitos em contas sem remuneração, não movimentáveis por cheque ou por meio eletrônico pelo titular, cujos recursos sejam destinados à realização das operações acima citadas.

Na denominação dessas instituições deve constar a expressão "Banco de Câmbio" (Res. CMN 3.426, de 2006).

75 - Sociedade corretora de câmbio

As sociedades corretoras de câmbio são constituídas sob a forma de sociedade anônima ou por quotas de responsabilidade limitada, devendo constar na sua denominação social a expressão "Corretora de Câmbio".

Têm por objeto social exclusivo a intermediação em operações de câmbio e a prática de operações no mercado de câmbio de taxas flutuantes.

São supervisionadas pelo Banco Central do Brasil (Resolução CMN 1.770, de 1990).

76 - Operações básicas

Câmbio é toda operação em que há troca de moeda nacional por moeda estrangeira ou vice-versa.

Compreende também as operações de troca de uma moeda estrangeira por outra moeda estrangeira.

Entende-se por operações de câmbio a troca de moeda de um país pela de outro. As denominações compra e venda têm como referência a instituição autorizada a operar com câmbio.

Especificando melhor, em relação ao estabelecimento operador as operações de câmbio se classificam em:

• compra - recebimento de moeda estrangeira e entrega de moeda nacional; • venda - entrega de moeda estrangeira e recebimento de moeda nacional; • arbitragem - entrega de moeda estrangeira e compra de outra moeda estrangeira.

Assim, a compra de moeda estrangeira significa o banco ou instituição receber moeda estrangeira e entregar reais, enquanto a operação de venda significa o banco entregar moeda estrangeira e receber reais.

A operação de troca de uma moeda estrangeira por outra é denominada arbitragem, sendo mais comum nas chamadas operações "dólar-cabo", que são transações eletrônicas envolvendo diversas praças do mercado internacional de câmbio.

No que se refere às trocas de moedas, podemos classificá-Ias em duas formas:

• câmbio manual - operações que envolvem a compra e venda de moedas estrangeiras em espécie (inclusive travellers checks);

• câmbio sacado - quando na troca existem títulos ou documentos representativos da moeda.

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O câmbio sacado divide-se em:

• operações financeiras , que não se referem diretamente ao comércio exterior, e • operações comerciais , as quais referem-se diretamente às exportações e importações de

mercadorias e serviços.

77 - Contratos de câmbio – características

No Brasil, toda operação de câmbio deve ser realizada por meio de contrato de câmbio, tendo sempre como uma das partes uma instituição autorizada a operar em câmbio pelo Banco Central, que comprará ou venderá a moeda estrangeira.

No sistema brasileiro, as divisas são monopólio do Estado, que é representado pelo Bacen e que determina como e quando uma instituição financeira pode operar com câmbio.

Qualquer pessoa, física ou jurídica, pode ir então, a uma instituição autorizada (banco, caixa econômica, agência de turismo, meio de hospedagem, corretora de valores. distribuidora de valores), para trocar moeda nacional por moeda estrangeira e vice-versa.

Deve ser observada, porém, a regulamentação específica, que se encontra no Regulamento do Mercado de Câmbio e Capitais Internacionais (RMCCI), para a perfeita identificação do que se refere a operação de câmbio.

O contrato de câmbio é um instrumento particular, bilateral, no qual um vendedor se compromete a entregar determinada quantidade de moedas estrangeiras, sob determinadas condições (taxas, prazos, formas de entrega) a um comprador, recebendo em contra partida o equivalente em moeda nacional.

O contrato de câmbio é o instrumento por intermédio do qual se efetua a operação de câmbio, tanto o câmbio manual quanto o sacado.

Nele, constam necessariamente, dentre outras informações, a moeda estrangeira que o agente do mercado está comprando ou vendendo, a taxa contratada, o valor correspondente em moeda nacional, os nomes do comprador e do vendedor (e respectivas assinaturas).

O contrato de câmbio é o documento que formaliza a operação, ou seja, é o comprovante a ser apresentado à fiscalização.

Nas operações cambiais mais simples, como as do câmbio manual, admite-se o Contrato de Câmbio Simplificado, também conhecido como Boleto de Câmbio.

O Boleto de Câmbio pode ser utilizado nas operações de câmbio para viagens internacionais, transferências unilaterais, exportação e importação simplificadas, serviços governamentais e serviços diversos.

Os contratos podem ser de compra ou de venda, sempre sob a ótica do estabelecimento financeiro.

Um contrato de compra é celebrado quando a compra de moeda é efetuada pelo estabelecimento financeiro. Sob o mesmo ângulo, um contrato de venda significa que quem vende a moeda estrangeira é a instituição financeira.

Considerando a importância do câmbio para a economia nacional, o Conselho Monetário Nacional (CMN) estabelece normas para a formalização dos contratos de câmbio, que são implementadas pelo Bacen através do Sisbacen2.

O Sisbacen - Sistema de Informações do Banco Central - é um sistema eletrônico de coleta, armazenagem e troca de informações que liga o Banco Central aos agentes do sistema financeiro nacional.

O contrato, depois de firmado entre as partes (vendedor, comprador, e se necessário, corretor), transforma-se em um documento irrevogável, só poderá ser cancelado ou alterado por consenso entre pactuantes, obedecidas também as normas do Bacen.

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A liquidação do contrato de câmbio ocorre quando o vendedor entrega a moeda estrangeira ao comprador. Pode ter liquidação futura ou liquidação pronta.

O que denomina um contrato de câmbio é a sua finalidade ou a operação inicial ou final que lhe dá origem.

Sempre que alguém compra ou vende moeda, significa que existe uma operação comercial de importação ou exportação ou uma transferência financeira de um país para outro, que justifica o câmbio.

Sendo assim, podemos classificar os contratos de câmbio em: de exportação; de importação; financeiro de ingresso e financeiro de remessa.

No geral, quando um banco compra moeda em uma operação de câmbio, a moeda estrangeira é creditada em conta do banco comprador no exterior, através de uma filial ou de um banco conveniado lá fora, e o vendedor recebe a quantia equivalente em moeda nacional.

Na importação, por exemplo, o importador entrega reais (R$) ao banco, em troca do direito sobre o equivalente em moeda estrangeira, que é entregue ao exportador ou a um terceiro interessado (normalmente um banco) no exterior.

À margem da lei, funciona um segmento denominado mercado paralelo, mercado negro, ou câmbio negro.

Os negócios realizados nesse mercado, bem como a posse de moeda estrangeira sem origem justificada, são ilegais e sujeitam o cidadão ou a empresa às penas da lei.

Devemos lembrar ainda que e o dólar paralelo possibilita o financiamento e a lavagem de dinheiro oriundo das atividades ilegais como narcotráfico e superfaturamentos, tanto nas importações como exportações.

78 - Taxas de câmbio

Taxa de câmbio é o preço de uma moeda estrangeira medido em unidades ou frações (centavos) da moeda nacional.

A moeda estrangeira mais negociada é o dólar dos Estados Unidos, fazendo com que a cotação de referência utilizada seja a dessa moeda.

Dessa forma, quando dizemos, por exemplo, que a taxa de câmbio brasileira é 1,80, significa que um dólar americano custa R$ 1,80.

A taxa de câmbio reflete apenas um custo de uma moeda em relação a outra, não agregando quaisquer custos operacionais incorridos pelos bancos para realização do negócio.

No seu conceito mais simples, a taxa de câmbio divide-se em taxa de venda e taxa de compra.

Pensando sempre do ponto de vista do banco (ou outro agente autorizado a operar pelo BC), a taxa de venda é preço que o banco cobra para vender a moeda estrangeira (a um importador, por exemplo), enquanto a taxa de compra reflete o preço que o banco aceita pagar pela moeda estrangeira que lhe é ofertada (por um exportador, por exemplo).

O intervalo entre a taxa de compra (a menor) e a de venda (a maior) representa o ganho do banco com a negociação da moeda, e é conhecido como spread.

A seguir descrevemos as várias taxas de câmbio que circulam pelo mercado:

• taxa do mercado de câmbio - estabelece o parâmetro para as operações oficiais de compra e venda de moeda no comércio exterior e demais operações do mercado de câmbio;

• taxa de câmbio interbancária pronta - estabelece o parâmetro para as operações de compra e venda de moedas entre bancos no interbancário em dólar para entrega em 48 horas;

• taxa de câmbio de mercado de cabo - estabelece o parâmetro de compra e venda de moeda que será utilizada para transferência direta para o exterior;

• taxa PTAX do Bacen - é a taxa média do dólar interbancário, apurada pelo Bacen ao final do dia;

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• taxa de câmbio de mercado paralelo - estabelece o parâmetro para compra e venda de moeda fora dos padrões oficiais via doleiros. Relembramos que o mercado paralelo é ilegal, estando seus agentes e usuários sujeitos a prisão em flagrante e processo criminal.

Existe ainda no mercado de câmbio a chamada taxa de paridade, que é a relação entre uma moeda estrangeira e o dólar americano ou outra moeda estrangeira, isto é, quando nenhuma das moedas é o real (R$).

No mercado de câmbio brasileiro, a taxa de paridade é sempre obtida em relação ao dólar americano, que é a moeda de referência do mercado cambial.

79 - Posição de Câmbio

A posição de câmbio representa o volume das operações de compra e de venda de moeda estrangeira realizadas pelas instituições financeiras que podem operar em câmbio.

Essas operações são consolidadas diariamente pelo seu equivalente em dólares dos Estados Unidos e de forma centralizada para cada instituição.

O valor da posição de câmbio é obtido pela diferença entre as compras e as vendas do dia, acrescida ou diminuída da posição de fechamento do dia anterior, podendo ter os seguintes resultados:

• nivelada , quando o total de compras é igual ao total de vendas; • comprada , quando o total de compras é maior que o total de vendas; • vendida , quando o total de compras é menor que o total de vendas.

À primeira vista, poderíamos pensar que posição de câmbio seria então algo parecido com "saldo de caixa em moeda estrangeira".

Esta suposição não é correta, pelo simples motivo de que muitas transações de câmbio são feitas para liquidação futura, especialmente aquelas que envolvem compra e venda de moeda estrangeira entre instituições financeiras - o chamado interbancário em dólar - e entre uma instituição financeira e um agente de comércio exterior.

Só que, para apuração da posição de câmbio de um agente autorizado, são computadas todas as transações fechadas naquele dia, independentemente se são para liquidação pronta - até 48 horas, considerada à vista no mercado de câmbio - ou para liquidação futura.

Não há limite preestabelecido para as posições de câmbio comprada ou vendida dos bancos e caixas econômicas autorizados: estas instituições podem assumir qualquer valor de posição comprada ou vendida, desde que seus ativos comportem o risco assumido.

Os demais integrantes do Sistema Financeiro Nacional só podem ter posição de câmbio comprada.

Agências de turismo não têm posição de câmbio, pois só operam à vista no câmbio manual.

Estes agentes devem observar um limite operacional diário de US$ 200 mil para as agências no caso destes consideradas globalmente todas as suas dependências no país.

O valor de eventual excesso sobre os limites atribuídos às agências de turismo e aos meios a operar no mercado de câmbio, podendo os meios de hospedagem vender também a agências de turismo.

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80 - Remessas

As operações de remessas envolvem o envio do país para o exterior ou do exterior para o país.

Baseia-se no débito ou crédito em reais, quando no país, de valor equivalente em moeda estrangeira.

A desburocratização e a simplificação das leis e das normas cambiais brasileiras que aconteceram nos últimos anos tornaram mais simples e barato o envio de dinheiro para o Brasil ou para o exterior.

Essa facilidade também alcançou os cartões de uso internacional, beneficiando diretamente os viajantes que os utilizam em suas viagens.

Hoje não é necessário qualquer tipo de autorização governamental para fazer remessas do Brasil para o exterior e nem para receber recursos do exterior.

Aos residentes no Brasil, só é possível receber ou entregar moeda estrangeira em espécie no território nacional nas compras e nas vendas de moeda estrangeira relacionadas a viagens internacionais.

Os recursos recebidos do exterior destinados a residentes devem ser obrigatoriamente convertidos em reais em instituição autorizada a operar no mercado de câmbio pelo Banco Central do Brasil.

Da mesma forma, a moeda estrangeira destinada ao exterior deve ser adquirida nessas instituições. As operações de câmbio feitas em desacordo com essas condições são consideradas ilegais.

Remessas e recebimentos de valores até US$3 mil podem ser realizados por intermédio de correspondentes cambiais. Qualquer empresa regularmente autorizada a exercer uma atividade comercial pode fazer convênio com instituição autorizada a operar em câmbio para ser correspondente cambial.

Transferências internacionais de recursos podem ser realizadas por intermédio dos Correios (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT).

Além disso, recursos do exterior também podem ser recebidos por meio de cartões de crédito internacionais.

Remessa do Exterior para o Brasil

A remessa de dinheiro do exterior para o Brasil pode ser feita de forma prática e segura de três maneiras diferentes:

Por ordem de pagamento:

As ordens de pagamento podem ser remetidas do exterior em moeda estrangeira ou em reais, mas sempre serão pagas aos residentes no Brasil em reais.

Pode ser em moeda estrangeira ou reais. Se for em moeda estrangeira, o beneficiário receberá o valor correspondente em reais.

Por cartão de crédito:

Os bancos brasileiros e a Caixa Econômica Federal aceitam remessas de valores dos brasileiros que estão no exterior por meio de cartão de crédito emitido no exterior.

O valor em reais pode ser creditado em conta de depósito ou poupança no Brasil, do próprio remetente ou de outro beneficiário, ou ser recebido em dinheiro, diretamente pelo beneficiário, desde que observado o limite em vigor.

Pelo serviço Dinheiro Certo, dos Correios:

Dinheiro Certo é o serviço de transferências financeiras internacionais dos Correios. O envio e o recebimento de valores são feitos eletronicamente entre o Brasil e os países conveniados.

O remetente deve comparecer à empresa de correios do local onde se encontra, no exterior, para fornecer as informações necessárias.

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Remessa do Brasil para o Exterior

A remessa de dinheiro do Brasil para o exterior pode ser feita de forma prática e segura por meio de ordem de pagamento e pelos Correios.

Independentemente da forma utilizada, sempre estão envolvidos o remetente do dinheiro e o beneficiário.

O remetente é quem está no Brasil e que vai fazer a remessa do dinheiro.

A identificação do remetente deve ocorrer em todas as situações, independentemente do valor da remessa.

O beneficiário é quem vai receber o dinheiro no exterior.

Por ordem de pagamento:

Diferentemente das ordens de pagamento do exterior para o Brasil, as ordens de pagamento do Brasil para o exterior devem ser feitas exclusivamente em moeda estrangeira.

Por ordem de pagamento:

A taxa de câmbio deve ser negociada entre o remetente e a instituição no Brasil.

Pelo serviço Dinheiro Certo, dos Correios:

Dinheiro Certo é o serviço de transferências financeiras internacionais dos Correios.

Pelo serviço Dinheiro Certo, dos Correios:

O envio e o recebimento de valores são feitos eletronicamente entre o Brasil e os países conveniados.

81 - Siscomex

O Sistema Integrado de Comércio Exterior - SISCOMEX, é um instrumento informatizado, por meio do qual é exercido o controle governamental do comércio exterior brasileiro.

É uma ferramenta facilitadora, que permite a adoção de um fluxo único de informações, eliminando controles paralelos e diminuindo significativamente o volume de documentos envolvidos nas operações.

É um instrumento que agrega competitividade às empresas exportadoras, na medida em que reduz o custo da burocracia.

O Siscomex promove a integração das atividades de todos os órgãos gestores do comércio exterior, inclusive o câmbio, permitindo o acompanhamento, orientação e controle das diversas etapas do processo exportador e importador.

O Siscomex começou a operar em 1993, para as exportações e, em 1997, para as importações. É administrado pelos chamados órgãos gestores, que são: a Secretaria de Comércio Exterior - SECEX, a Receita Federal do Brasil - RFB e o Banco Central do Brasil - BACEN.

As operações registradas via Sistema são analisadas online tanto pelos órgãos gestores, quanto pelos órgãos anuentes que estabelecem regras específicas para o desembaraço de mercadorias dentro de sua área de competência.

Os órgãos anuentes são todos aqueles órgãos que necessitam efetuar uma análise complementar, dentro de sua área de competência, de determinadas operações de exportação.

Estão interligados ao SISCOMEX, de modo a tornar mais ágil esta análise.

Desse modo, para que a operação se torne efetiva é necessário, em alguns casos, o estabelecimento de normas específicas por parte dos órgãos anuentes.

São usuários do Siscomex:

• importadores, exportadores, depositários e transportadores, por meio de seus empregados ou representantes legais;

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• a Receita Federal do Brasil - RFB, a Secretaria de Comércio Exterior - SECEX, os Órgãos Anuentes e as Secretarias de Fazenda ou de Finanças dos Estados e do Distrito Federal, por meio de seus servidores;

• as instituições financeiras autorizadas pela SECEX a elaborar licença de importação, por meio de seus empregados;

• o Banco Central do Brasil - BACEN e as instituições financeiras autorizadas a operar em câmbio, mediante acesso aos dados transferidos para o Sistema de Informações do Banco Central - SISBACEN, por meio de seus servidores e empregados.

Por intermédio do Siscomex o exportador pode:

• Fazer o registro e o acompanhamento das suas exportações; • Receber mensagens e trocar informações com os órgãos responsáveis por autorizações e

fiscalizações.

Os custos de operação do SISCOMEX são financiados pela Taxa de Utilização do Sistema Integrado de Comércio Exterior - SISCOMEX, administrada pela Secretaria da Receita Federal do Ministério da Fazenda.

82 - Sistema de Pagamentos Brasileiro - SPB

O Sistema de Pagamentos Brasileiro - SPB compreende as entidades, os sistemas e os procedimentos relacionados com a transferência de fundos e de outros ativos financeiros, entre os diversos agentes econômicos do mercado brasileiro, ou que envolvam o processamento, acompensação e a liquidação de pagamentos em qualquer de suas formas.

Integram o SPB:

• serviço de compensação de cheques; • sistema de compensação e liquidação de ordens eletrônicas de débito e de crédito; • sistema de transferência de fundos; • sistema de compensação e de liquidação de operações com títulos e valores mobiliários; • sistema de compensação e de liquidação de operações realizadas em bolsas de mercadorias e de

futuros; • sistema que envolve operações com derivativos financeiros; • sistema de transferência de outros ativos financeiros.

Os sistemas depagamentos têm um papel fundamental na economia porquepermitem a realização de todo tipo de transações entre os agentes.E uma premissa para a realização dessas transações, com a consequente movimentação de fundos entre as partes, é a garantia de que o sistema funciona muito bem e de que os riscos envolvidos são desprezíveis.

Em outras palavras, a confiança da sociedade nos sistemas de pagamentos permite o funcionamento normal da economia. A eventual existência de falhas, mesmo que raras, na cadeia de pagamentos pode gerar uma enorme erosão na confiança dos agentes e prejudicaro funcionamento normal das transações econômicas.

Adicionalmente, a possibilidade de não efetivação de uma transferência de um banco para outro, sefor de grande monta, pode gerar uma cadeia de inadimplências, levar à quebra de bancos e paralisar o funcionamento do sistema.

Também é possível que uma menor confiança nos sistemas de pagamentos prejudique a confiança que a sociedade deposita nas instituições bancárias, o que pode, potencialmente, desestabilizar o sistema financeiro.

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Para reduzir os riscos sistêmicos descritosacima, os bancos centrais procuram atuar para assegurar robustez e segurança aossistemas de pagamentos. Além da preocupação com a estabilidade financeira, a atuação dos bancos centrais busca promover uma grande eficiência dos sistemas de pagamentos, com o intuito de dinamizar a economia como um todo.

O Sistema de Pagamentos Brasileiro - SPB apresenta alto grau de automação, com crescente utilização de meios eletrônicos para transferência de fundos e liquidação de obrigações, em substituição aos instrumentos baseados em papel. A maior eficiência e, em especial, a redução dos prazos de transferência de recursos sempre se colocaram como pontos centrais no processo de evolução do SPB até meados da década de 90, presente o ambiente de inflação crônica até então existente no país. Na reforma conduzida pelo Banco Central do Brasil em 2001 e 2002, o foco foi redirecionado para a questão do gerenciamento de riscos no âmbito dos sistemas de compensação e de liquidação.

De um lado, a base legal relacionada com os sistemas de liquidação foi fortalecida por intermédio da Lei 10.214, de 2001, que,entre outras disposições, reconhece a compensação multilateral e possibilita a efetiva realização de garantias no âmbito desses sistemas mesmo no caso de insolvência civil de participante, além de obrigar as entidades operadoras de sistemas considerados sistemicamente importantes a atuarem como contraparte central e, ressalvado o risco de emissor, assegurarem a liquidação de todas as operações. De outro lado, entraram em operação, em abril de 2002, umsistema de liquidação bruta em tempo real, o Sistema de Transferência de Reservas - STR, operado pelo Banco Central do Brasil, e um sistema especial para liquidação de operações interbancárias de câmbio, a Câmara de Câmbio da BM&F, bem como foi alterado o modus operandi do Sistema Especial de Liquidação e Custódia – Selic, também operado pelo Banco Central do Brasil, o qual, a partir do citado mês, passou a liquidar operações com títulos públicos federais em tempo real.

As entidades que atuam como contraparte central adotam adequados mecanismos de proteção, tais como, dependendo do tipo de sistema e da natureza das operações cursadas, limites operacionais, chamadas de margem, depósitos de garantias e fundos de garantia de liquidação. O princípio da entrega contra pagamento é observado em todos os sistemas de compensação e de liquidação de títulos e valores mobiliários. No caso de operação envolvendo moeda estrangeira, o princípio correspondente à situação, de pagamento contra pagamento, também é observado se a liquidação ocorrer por intermédio da Câmara de Câmbio da BM&F.

O STR é, por assim dizer, o centro de liquidação das operações interbancárias em decorrência da conjugação dos seguintes fatos: primeiro, por disposição legal (Lei 4.595), todas as instituições bancárias (instituições que captam depósitos à vista) têm de manter suas disponibilidades de recursos no Banco Central do Brasil; segundo, por determinação regulamentar (Circular 3.057), os resultados líquidos apurados nos sistemas de liquidação considerados sistemicamente importantes devem ter sua liquidação final no Banco Central do Brasil, em contas de reservas bancárias; e finalmente, também por disposição regulamentar (Circular 3.101), todas as transferências de fundos entre contas de reservas bancárias têm de ser feitas por intermédio do STR.

Transferências interbancárias de fundos são também liquidadas por intermédio da Câmara Interbancária de Pagamentos – CIP, da Centralizadora da Compensação de Cheques – Compe e da Câmara TecBan. O Sitraf, um dos sistemas operados pela CIP, utiliza modelo híbrido de liquidação, o qual combina características dos sistemas de liquidação diferida (LDL) e dos sistemas de liquidação bruta (LBTR). O Siloc, que também é operado pela CIP, a Compe e a Câmara TecBan são sistemas LDL com compensação multilateral de obrigações. No caso do Siloc e da Compe, a liquidação é em D+1 e no da Câmara TecBan, D ou D+1 dependendo do horário em que originada a transferência de fundos.

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Para o suave funcionamento do sistema de pagamentos no ambiente de liquidação em tempo real , três aspectos são especialmente importantes: primeiro, o Banco Central do Brasil concede, aos participantes do STR, titulares de conta de reservas bancárias, crédito intradia na forma de operações compromissadas com títulos públicos federais, sem custos financeiros, isto é, o preço da operação de volta é igual ao preço da operação de ida; segundo, a verificação de cumprimento dos recolhimentos compulsórios é feita com base em saldos de final do dia, valendo dizer que esses recursos podem ser livremente utilizados ao longo do dia para fins de liquidação de obrigações2; por último, o Banco Central do Brasil, se e quando julgar necessário, pode acionar rotina para otimizar o processo de liquidação das ordens de transferência de fundos mantidas em filas de espera no âmbito do STR.

Na liquidação de operações com títulos e valores mobiliários, o SPB apresenta certa segmentação. O Selic, conforme já mencionado, liquida operações com títulos públicos federais em tempo real. A Câmara de Ativos da BM&F também liquida operações com esses títulos, segundo sistemática diferenciada. A Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia - CBLC liquida principalmente operações com ações realizadas na Bolsa de Valores de São Paulo – Bovespa e na Sociedade Operadora do Mercado de Ativos - Soma. Os títulos de dívida corporativa são liquidados principalmente por intermédio da Câmara de Custódia e Liquidação - Cetip. A BM&F, além da Câmara de Ativos e da Câmara de Câmbio, opera sistema de liquidação de operações com derivativos (Câmara de Derivativos). Quase todos os títulos são desmaterializados, existindo apenas sob a forma de registros eletrônicos. Os sistemas de negociação, de compensação e de liquidação são altamente automatizados e STP (straight-throughprocessing) é amplamente utilizado.

O Banco Central do Brasil tem procurado atuar de forma mais intensiva também no sentido de promover o desenvolvimento dos sistemas de pagamentos de varejo, visando, sobretudo, ganhos de eficiência relacionados, por exemplo, com o maior uso de instrumentos eletrônicos de pagamento, com a melhor utilização das redes de máquinas de atendimento automático (ATM) e de transferências de crédito a partir do ponto de venda (PDV), bem como com a maior integração entre os pertinentes sistemas de compensação e de liquidação.

2A utilização de recursos mantidos em contas de reservas bancárias, cujo saldo é considerado para fins de verificação do

recolhimento compulsório e encaixe obrigatório relacionados com recursos à vista, independe de qualquer providência

especial. Para utilização de outros recursos, registrados em outras contas de recolhimento compulsório/encaixe obrigatório,

o participante precisa encaminhar ao STR ordem específica determinando a transferência dos recursos, da conta em que se

encontravam registrados, para sua conta de reservas bancárias.

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ÉTICA Conceitos: Ética A filosofia define "ética" como o estudo do “modo de ser”, da "conduta ideal", esta decorrente de um conceito mais amplo, o de "homem ideal". Sua utilidade mais presente consiste em ditar as qualidades das ações humanas, definindo-as como boas ou ruins, tendo como norte a razão da felicidade – "o soberano bem". Em resumo, a Ética é uma ciência que estuda os valores e virtudes do homem, estabelecendo um conjunto de regras de conduta e de postura a serem observadas para que o convívio em sociedade se dê de forma orde-nada e justa. É comum que da boa intenção se siga a boa ação e que desta última se siga um bom resultado e vice-versa. Por causa disso, teorias éticas podem identificar o locus primário do valor moral ou nas disposições de cará-ter do agente, das quais emerge a sua intenção, ou no tipo de ação que ela produz, ou na conseqüência resultante da ação. No primeiro caso temos as éticas da virtude, no segundo as éticas deontológicas (‘deon’ = dever) e no terceiro as éticas teleológicas (‘telos’= objetivo, fim) ou conseqüencialistas, como mostra o esquema:

Disposições de caráter do agente = Ética da Virtude Tipos de ação = Ética Deontológica Conseqüências da ação = Ética Teleológica ou Conseqüencialista

Ética da virtude A ética da virtude teve a sua origem entre os filósofos gregos, principalmente em Aristóteles, tendo sido re-descoberta contemporaneamente por filósofos como G. E. M. Anscombe e Alasdair McIntyre. Ela deixa de localizar o centro irradiador do valor moral no agir para localizá-lo no ser daquele que age. O que vale não é o que o agente faz, mas as disposições de caráter que determinam motivos ou intenções das quais resultam as ações que possibilitam às pessoas viverem bem em uma sociedade. Essas disposições chamam-se virtu-des. Ética deontológica Kant foi um filósofo que fez algo no sentido de construir uma ética deontológica mais racional, que não é constituída por uma simples lista de regras, mas por um princípio que permite inferir se uma dada ação é moralmente correta e se a regra nela envolvida é moral. Esse princípio, que Kant chama de imperativo cate-górico, é uma regra de segunda ordem. Quando ele se deixa aplicar a uma dada ação, ela é moralmente correta; se não, ela pode deixar de sê-lo. Esse conceito enfrentou muitas objeções e contra-exemplos que o ameaçaram ao decorrer dos anos. Talvez a versão da ética deontológica mais resistente a contra-exemplos seja a de Sir David Ross. Ele acha que há certos deveres que são parte da natureza fundamental do univer-so, adicionando uma estratégia para resolver os casos onde as normas que os prescrevem parecem exigir violação. Ross distingue entre deveres aparentes e deveres reais. Em casos como o do vizinho que procura João para pedir a arma que emprestara de volta para matar alguém, o que existe é um conflito entre dois deveres, um deles aparente e o outro real. O dever aparente é o de devolver o objeto emprestado, mas o dever real, que na situação predomina, é o de proteger a vida, o que faz com que se torne moralmente corre-ta a não-devolução da arma. O que nos permite distinguir o dever prima facie do dever real? A resposta, para Ross, é que temos uma intuição disso.

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Ética teleológica Como um tipo de ação pode ser sempre pensado como envolvendo uma regra de ação, podemos dizer que é o fato de o conjunto das conseqüências de um tipo de ação ser bom que nos permite defini-lo como bom e identificar a regra nele envolvida como moralmente recomendável. E quando as conseqüências de um tipo de ação são em seu conjunto más, reconhece-se que a própria ação precisa ser definida como má, originan-do-se daí o dever de evitá-la. Com isso continuamos a admitir como justificada a existência de normas mo-rais, mas passamos a buscar o seu fundamento último em um outro lugar que não nelas mesmas. Conju-gando os dois argumentos chegamos à conclusão de que o fundamento último do valor moral, a sua fonte originadora, o seu locus primário, é a conseqüência da ação: é o valor moral do conjunto das conseqüências de um tipo de ação que acaba por definir o valor moral da regra envolvida nesse tipo de ação, e é esse mesmo conjunto das conseqüências, geralmente expresso no seguimento das regras envolvidas, que acaba por definir o que conta como disposição virtuosa de caráter. O utilitarismo defende ser a ação moralmente correta aquela que tem como conseqüência um bem maior para todos, inclusive para o agente. O princípio geral do utilitarismo de ação pode ser enunciado como: PGU: Uma ação moralmente correta é a que produz maior bem e/ou menor mal para a maioria. A adoção do princípio utilitário não é algo que depende diretamente das disposições altruístas do ser huma-no, mas de um contrato social implícito. O princípio do utilitarismo de regras pode ser assim colocado: PUR: a ação moralmente correta é a que segue uma regra cuja adoção produz um bem maior para a socie-dade que adota o sistema de regras a qual ela pertence. Através de PUR podemos justificar regras deontológicas, como as propostas por Ross (fidelidade, gratidão, justiça, beneficência, não-malevolência) em termos utilitários, pelo fato da sua admissão produzir em geral um bem maior. Nasch define a ética utilitarista como “o estudo da forma pela qual normas morais e pessoais se aplicam às atividades e aos objetivos de uma empresa comercial”. Com isso, o que a autora afirma é que a ética nas organizações não se caracteriza como valores abstratos nem alheios aos que vigoram na sociedade; ao con-trário, as pessoas que as constituem, sendo sujeitos históricos e sociais, levam para elas as mesmas cren-ças e princípios que aprenderam enquanto membros da sociedade. Normalmente, o mundo de uma organi-zação é permeado por conflitos, por choques entre interesses individuais e, muitas vezes, entre esses e os da própria organização, de modo que a ética servirá para regular essas relações, colocando limites e parâ-metros a serem seguidos. Moral Alguns diferenciam ética e moral do seguinte modo: 1. Ética é princípio, moral são aspectos de condutas específicas; 2. Ética é permanente, moral é temporal; 3. Ética é universal, moral é cultural; 4. Ética é regra, moral é conduta da regra; 5. Ética é teoria, moral é prática. Quando se indaga o que é correto, aborda-se a Ética; a seguir, quando há a ação, questiona-se a Moral, uma vez que é referente ao ato em si. A Moral se refere, então, ao comportamento adquirido ou modo de ser conquistado pelo homem. É o conjunto de normas, princípios e valores, aceitos ou descobertos de forma livre e consciente, que regulam o comportamento individual dos homens. Num segun-do aspecto, é sabido que os valores morais expressam uma cultura. Dessa forma, variam historicamente, pois cada sociedade edifica suas normas a partir das suas crenças, modelo social, formação econômica e social. Valores Os valores são juízos ou limites sobre as ações humanas que se baseiam em definições do que é bom/ mau ou do que é o bem ou o mal. Eles são imprescindíveis para que possamos guiar nossa compreensão do mundo e de nós mesmos e servem de parâmetros pelos quais fazemos escolhas e orientamos nossas a-ções. Esses valores são desenvolvidos pela consciência humana, ao longo da história.

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Virtudes A idéia grega de virtude estava intimamente ligada à noção de função, competência e atividade. Um médico virtuoso é um médico que desempenha de forma excelente as suas competências, da mesma forma que uma faca excelente é a que permite cortar muito bem. Uma pessoa torna-se virtuosa não, procurando ser como a maioria, mas, ao invés, destacando-se da massa. A pessoa excelente é aquela que desempenha a função excepcionalmente bem. Sendo a principal função do homem livre o exercício da razão, em ordem à construção do conhecimento e ao uso da inteligência criativa, a eudaimonia atinge-se através de uma vida intelectual ativa e excelente. O nível de excelência varia de pessoa para pessoa em função das atividades que realiza. Pessoas diferentes com funções diferentes apresentam níveis de realização e de excelência necessariamente diversos. Em conseqüência, um ato é visto como bom ou mau de acordo com a forma co-mo preenche a sua função, sendo tanto mais excelente quanto melhor a cumprir. Virtudes podem ser morais e não-morais. Virtudes morais são a bondade, o senso de justiça, a sinceridade, a honestidade, a fidelidade, a lealdade. E virtudes não-morais são a coragem, a força de vontade. Muitos consideraram a bondade e o senso de justiça as duas virtudes morais cardinais. Essas duas virtudes pare-cem, ademais, ser interdependentes, pois uma boa pessoa, para escolher as boas ações, precisará possuir senso de justiça e ninguém deseja o zelo justiceiro sem magnanimidade de um inquisidor. Virtudes morais podem depender de virtudes não-morais; embora uma virtude como a coragem não seja em si mesma moral, possuí-la é importante para o próprio exercício das virtudes morais. Uma pessoa pode sentir-se indignada contra uma injustiça, mas poderá precisar de coragem para clamar publicamente contra ela. Ética Aplicada Noções de ética empresarial e profissional Um conjunto de valores éticos é uma importante ferramenta para que gerentes e empregados tomem deci-sões empresariais condizentes com as metas e convicções de uma companhia. Quando bem alinhavada e implementada, uma declaração de valores éticos especifica a forma pela qual a empresa administrará os negócios. Como tal, ela será utilizada por gerentes e funcionários como um valioso indicador, especialmente no momento de tomar decisões importantes ou difíceis. Uma declaração de valores éticos pode ajudar a empresa a desenvolver relações sólidas com fornecedores, clientes, e outros parceiros; a reduzir o número de processos legais e de contingências, a negociar conflitos de interesse e a assegurar o cumprimento das leis. Quando solicitadas a refletir sobre os princípios que freqüentemente guiam suas decisões no trabalho, as pessoas tipicamente mencionam Honestidade, Justiça, Compaixão, Compromisso, Respeito ao pró-ximo, Integridade, Lealdade e Solidariedade. Todos estes princípios podem ser indicados na declaração de valores éticos de uma empresa. Os lideres empresariais descobriram que a ética passou a ser um fator que agrega valor à imagem da em-presa. Eis a razão da crescente preocupação, entre os empresários, com a adoção de padrões éticos para suas organizações. Sem dúvida, os integrantes dessas organizações serão analisados através do compor-tamento e das ações por eles praticadas, tendo como base um conjunto de princípios e valores. Da mesma forma que o indivíduo é analisado pelos seus atos, as empresas (que são formadas por indiví-duos) passaram a ter sua conduta mais controlada e analisada, sobretudo após a edição de leis que visam a defesa de interesses coletivos. A credibilidade de uma instituição é o reflexo da prática efetiva de valores como a integridade, honestidade, transparência, qualidade do produto, eficiência do serviço, respeito ao con-sumidor, entre outros. Nessa dimensão ética distinguem-se dois grandes planos de ação que são propostos como desafio às orga-nizações: de um lado, em termos de projeção de seus valores para o exterior, fala-se em empresa cidadã, no sentido de respeito ao meio ambiente, incentivo ao trabalho voluntário, realização de algum benefício para a comunidade, responsabilidade social, etc. De outro lado, sob a perspectiva de seu público mais próximo, como executivos, empregados, colaboradores, fornecedores, acionistas, envidam-se esforços para a criação de um sistema que assegure um modo ético de operar, sempre respeitando a filosofia da organização e os princípios do direito. São muito pesados os ônus impostos às empresas que, despreocupadas com a ética, enfrentam situações que muitas vezes, em apenas um dia, destroem uma imagem que consumiu anos para ser conquistada. Mul-tas elevadas, quebra da rotina normal, empregados desmotivados, fraude interna, perda da confiança na reputação da empresa, são exemplos desses ônus.

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Daí o motivo de muitas empresas terem adotado elevados padrões pessoais de conduta para seleção de seus empregados, cientes de que, atualmente, a integridade nos negócios exige profissionais altamente ca-pazes de compaginar princípios pessoais e valores empresariais. É perfeitamente plausível e absolutamente necessário aliar lucros, resultados, produtividade, qualidade e eficiência de produtos e serviços, além de outros valores típicos de empresa, com valores pessoais, tais co-mo: honestidade, justiça, cooperação, tenacidade, compreensão, exigência, prudência, entre outros. Por essa razão muitas empresas de respeito empreendem um esforço organizado, a fim de encorajar a conduta ética entre seus empregados. Para tanto, elegem princípios e valores que são erigidos como baluartes da organização. Sob a égide desses postulados, implantam códigos de ética, idealizam programas (hoje em dia programas virtuais) de treinamento para seus executivos e empregados, criam comitês de ética, capacitam lideres que percorrem os estabelecimentos da organização incentivando o desenvolvimento de um clima ético, além de outras ações. Nessa perspectiva, as empresas que se utilizam de todos estes instrumentos, conquistam um clima muito favorável à assimilação, por parte de todos os seus colaboradores, daqueles princípios e valores, que pouco à pouco vão se disseminando por toda a organização. Adquirem a consciência de que a ética nasce de um imperativo, que emerge de uma convicção interior, reclamando coerência entre os princípios defendidos e as atitudes tomadas. A empresa que desenvolve programas de ética, preocupando-se com a criação e desen-volvimento de clima ético no ambiente de trabalho, terá agregada à sua imagem excelente fator de competiti-vidade. O padrão ético no serviço público Ser ético nas relações contratuais deixou de ser uma opção sob o novo Código Civil. O novo Código Civil tem sido elogiado pela incorporação de preceitos éticos ao seu texto. Tais dispositivos são dirigidos aos pra-ticantes de atos jurídicos, principalmente as partes dos contratos. Muitos contratos são celebrados por pes-soas naturais. Outros são estabelecidos entre pessoas jurídicas, ou entre essas e as pessoas naturais. O novo Código Civil dirige-se sempre às pessoas, inclusive àquelas que agem na representação de sociedade (geralmente organizada sob a forma de empresa), associação ou fundação. Sabemos que a ética empresarial, em sua essência, é a determinação, às pessoas que integram uma orga-nização, de agir sempre em conformidade com os valores da honestidade, verdade e justiça, em todas as atividades nas quais representem essas entidades jurídicas: nas compras, nas vendas, nos empréstimos, nas relações com empregados, com a concorrência, com o governo e com a comunidade, e em quaisquer outras. A prática dos valores acima implica agir sempre em boa-fé, consistente na prática de cada ato sem dolo e sem incorrer em fraude, revelando a verdade à outra parte e agindo sob a convicção de estar protegido pela lei, tomando também como verdadeiras e justas as declarações e exigências do outro contratante. A boa-fé significa também somente assumir obrigações com a possibilidade e a intenção verdadeiras de cumpri-las no prazo acordado. Portanto, agir em boa-fé significa acima de tudo agir com ética. Ser ético nas relações obri-gacionais (contratuais) deixou de ser uma opção sob o novo Código Civil. Passou a ser um dever cuja viola-ção acarretará responsabilidades para a parte infratora. Para se ter uma idéia de como o novo código valorizou a matéria, basta verificar que a expressão boa-fé foi nele citado 55 vezes, contra 30 vezes em que era citada pelo repositório antigo, revogado. O principal dispo-sitivo do novo Código Civil a respeito do assunto é o que estabelece que os contratantes são obrigados a observar a boa-fé tanto na celebração quanto no cumprimento dos contratos (artigo 422). E o código acres-centa também o dever da probidade, assim entendida a honestidade, ou seja, a prática de não lesar a ou-trem e, em conseqüência atribuir a cada um o que lhe é devido.

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Outros dispositivos importantes que valorizam o aspecto ético e a boa-fé no novo código são: (a) os contra-tos devem ser interpretados de acordo com a boa-fé e os usos do lugar em que forem celebrados (artigo 113). Esse dispositivo deve ser sempre aplicado em conjunto com o que determina que se deve atentar mais para a vontade das partes do que para a literalidade das palavras com que elas a expressam (artigo 112); (b) no caso de simulação de negócio jurídico, ficam ressalvados os direitos dos terceiros de boa-fé em face dos contraentes (artigo 167); (c) o titular de direito legítimo que ao exercê-lo excede os limites dos seus fins eco-nômicos e sociais ou da boa-fé comete ato ilícito (artigo 187); (d) o devedor que paga a alguém julgando ser este último o credor, baseado em fundadas razões, libera-se da obrigação, mesmo que fique provado que faltava ao recebedor a legitimidade (artigo 309). Com tais provisões, o novo código certamente desestimula as ações antiéticas, como, por exemplo: (a) a empresa compradora de bens ou contratante de serviços que atrasa o pagamento do fornecedor porque o contrato não prevê multa, ou quando prevê o valor desta é menor do que os juros pagos pelo mercado finan-ceiro pelo investimento do montante durante o período de atraso; (b) a empresa fornecedora que entrega produto anunciado com características diferentes daquelas que de fato possui e com as quais se comprome-teu perante a organização adquirente; (c) o devedor que assume dívida que sabe não poder honrar, ou quando de antemão não pretender pagar. As penalidades pelo descumprimento dos deveres éticos são as previstas para a violação das obrigações contratuais. Em qualquer caso, a empresa que agir com má-fé, deixando de proceder de conformidade com os princípios éticos, como regra geral fica sujeita ao pagamento de perdas e danos, mais correção monetária e juros (artigos 389/395). As perdas e danos compreenderão os valores que a parte prejudicada tenha perdi-do, mais aqueles que razoavelmente tenha deixado de ganhar (artigos 402/405). No caso de descumprimen-to de obrigações de pagamento em dinheiro, se não houver no contrato previsão de multa o juiz poderá arbi-trar juros a serem calculados por taxa que reflita a perda real do prejudicado, ou seja, aquelas praticadas pelo mercado financeiro. A gestão da ética nas empresas públicas

Decreto n° 1.171, de 22 de junho de 1994.

Aprova o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal. Art. 1° Fica aprovado o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, que com este baixa. Art. 2° Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta e indireta implementarão, em sessen-ta dias, as providências necessárias à plena vigência do Código de Ética, inclusive mediante a constituição da respectiva Comissão de Ética, integrada por três servidores ou empregados titulares de cargo efetivo ou emprego permanente. Parágrafo único . A constituição da Comissão de Ética será comunicada à Secretaria da Administração Fe-deral da Presidência da República, com a indicação dos respectivos membros titulares e suplentes. Art. 3° Este decreto entra em vigor na data de sua publicação.

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Código de Ética Profissional do Servidor Público Ci vil do Poder Executivo Federal

Das Regras Deontológicas

I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios morais são primados maiores que devem nortear o servidor público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercí-cio da vocação do próprio poder estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes serão direcionados para a preservação da honra e da tradição dos serviços públicos. II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37, ca-put, e § 4°, da Constituição Federal. III - A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser acres-cida da idéia de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo. IV- A remuneração do servidor público é custeada pelos tributos pagos direta ou indiretamente por todos, até por ele próprio, e por isso se exige, como contrapartida, que a moralidade administrativa se integre no Direi-to, como elemento indissociável de sua aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, como conseqüência em fator de legalidade. V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio VI - A função pública deve ser tida como exercício profissional e, portanto, se integra na vida particular de cada servidor público. Assim, os fatos e atos verificados na conduta do dia-a-dia em sua vida privada pode-rão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional. VII - Salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou interesse superior do Estado e da Ad-ministração Pública, a serem preservados em processo previamente declarado sigiloso, nos termos da lei, a publicidade de qualquer ato administrativo constitui requisito de eficácia e moralidade, ensejando sua omis-são comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem a negar. VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária aos interesses da própria pessoa interessada ou da Administração Pública. Nenhum Estado pode crescer ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo do hábito do erro, da opressão, ou da mentira, que sempre aniquilam até mesmo a dignidade humana quanto mais a de uma Nação. IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao serviço público caracterizam o esforço pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga seus tributos direta ou indiretamente significa causar-lhe dano moral. Da mesma forma, causar dano a qualquer bem pertencente ao patrimônio público, deteriorando-o, por descuido ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa ao equipamento e às instalações ou ao Estado, mas a todos os homens de boa vontade que dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas esperanças e seus esforços para construí-los. X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solução que compete ao setor em que exerça suas funções, permitindo a formação de longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na prestação do serviço, não caracteriza apenas atitude contra a ética ou ato de desumanidade, mas principalmente grave dano moral aos usuários dos serviços públicos. XI - O servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de seus superiores, velando atentamente por seu cumprimento, e, assim, evitando a conduta negligente Os repetidos erros, o descaso e o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e caracterizam até mesmo imprudência no desempenho da função pública.

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XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho é fator de desmoralização do serviço público, o que quase sempre conduz à desordem nas relações humanas. XIII - O servidor que trabalha em harmonia com a estrutura organizacional, respeitando seus colegas e cada concidadão, colabora e de todos pode receber colaboração, pois sua atividade pública é a grande oportuni-dade para o crescimento e o engrandecimento da Nação.

Dos Principais Deveres do Servidor Público XIV - São deveres fundamentais do servidor público: a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou emprego público de que seja titular; b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento, pondo fim ou procurando prioritariamente

resolver situações procrastinatórias, principalmente diante de filas ou de qualquer outra espécie de atraso na prestação dos serviços pelo setor em que exerça suas atribuições, com o fim de evitar dano moral ao usuário;

c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu caráter, escolhendo sempre, quando estiver diante de duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum;

d) jamais retardar qualquer prestação de contas, condição essencial da gestão dos bens, direitos e serviços da coletividade a seu cargo;

e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços, aperfeiçoando o processo de comunicação e contato com o público;

f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios éticos que se materializam na adequada pres-tação dos serviços públicos;

g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, respeitando a capacidade e as limitações individuais de todos os usuários do serviço público, sem qualquer espécie de preconceito ou distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político e posição social, abstendo-se, dessa forma, de causar-lhes dano moral;

h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de representar contra qualquer comprometimento indevido da estrutura em que se funda o Poder Estatal;

i) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de contratantes, interessados e outros que visem obter quaisquer favores, benesses ou vantagens indevidas em decorrência de ações morais, ilegais ou aéticas e denunciá-las;

j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências específicas da defesa da vida e da segurança cole-tiva;

l) ser assíduo e freqüente ao serviço, na certeza de que sua ausência provoca danos ao trabalho ordenado, refletindo negativamente em todo o sistema;

m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e qualquer ato ou fato contrário ao interesse público, exigindo as providências cabíveis;

n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, seguindo os métodos mais adequados à sua organi-zação e distribuição;

o) participar dos movimentos e estudos que se relacionem com a melhoria do exercício de suas funções, tendo por escopo a realização do bem comum;

p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao exercício da função; q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço e a legislação pertinentes ao órgão onde

exerce suas funções; r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instruções superiores, as tarefas de seu cargo ou fun-

ção, tanto quanto possível, com critério, segurança e rapidez, mantendo tudo sempre em boa ordem. s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por quem de direito; t) exercer, com estrita moderação, as prerrogativas funcionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de fazê-

lo contrariamente aos legítimos interesses dos usuários do serviço público e dos jurisdicionados adminis-trativos;

u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou autoridade com finalidade estranha ao inte-resse público, mesmo que observando as formalidades legais e não cometendo qualquer violação ex-pressa à lei;

v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe sobre a existência deste Código de Ética, estimu-lando o seu integral cumprimento.

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Das Vedações ao Servidor Público XV - E vedado ao servidor público; a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências, para obter qualquer favore-

cimento, para si ou para outrem; b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos que deles dependam; c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente com erro ou infração a este Código de Ética ou

ao Código de Ética de sua profissão; d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por qualquer pessoa, causan-

do-lhe dano moral ou material; e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou do seu conhecimento para atendi-

mento do seu mister; f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, paixões ou interesses de ordem pessoal interfi-

ram no trato com o público, com os jurisdicionados administrativos ou com colegas hierarquicamente su-periores ou inferiores;

g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio, co-missão, doação ou vantagem de qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa, para o cum-primento da sua missão ou para influenciar outro servidor para o mesmo fim;

h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para providências; i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do atendimento em serviços públicos; j) desviar servidor público para atendimento a interesse particular; l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente autorizado, qualquer documento, livro ou bem perten-

cente ao patrimônio público; m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de seu serviço, em benefício próprio, de

parentes, de amigos ou de terceiros; n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente; o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra a moral, a honestidade ou a dignidade da pes-

soa humana; p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a empreendimentos de cunho duvidoso.

Das Comissões de Ética XVI - Em todos os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta, indireta autárquica e funda-cional, ou em qualquer órgão ou entidade que exerça atribuições delegadas pelo poder público, deverá ser criada uma Comissão de Ética, encarregada de orientar e aconselhar sobre a ética profissional do servidor, no tratamento com as pessoas e com o patrimônio público, competindo-lhe conhecer concretamente de im-putação ou de procedimento susceptível de censura. XVII- Cada Comissão de Ética, integrada por três servidores públicos e respectivos suplentes, poderá instau-rar, de ofício, processo sobre ato, fato ou conduta que considerar passível de infringência a princípio ou nor-ma ético-profissional, podendo ainda conhecer de consultas, denúncias ou representações formuladas contra o servidor público, a repartição ou o setor em que haja ocorrido a falta, cuja análise e deliberação forem re-comendáveis para atender ou resguardar o exercício do cargo ou função pública, desde que formuladas por autoridade, servidor, jurisdicionados administrativos, qualquer cidadão que se identifique ou quaisquer enti-dades associativas regularmente constituídas. XVIII - À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos organismos encarregados da execução do quadro de carreira dos servidores, os registros sobre sua conduta Ética, para o efeito de instruir e fundamentar promo-ções e para todos os demais procedimentos próprios da carreira do servidor público. XIX - Os procedimentos a serem adotados pela Comissão de Ética, para a apuração de fato ou ato que, em princípio, se apresente contrário à ética, em conformidade com este Código, terão o rito sumário, ouvidos apenas o queixoso e o servidor, ou apenas este, se a apuração decorrer de conhecimento de ofício, cabendo sempre recurso ao respectivo Ministro de Estado. XX - Dada a eventual gravidade da conduta do servidor ou sua reincidência, poderá a Comissão de Ética encaminhar a sua decisão e respectivo expediente para a Comissão Permanente de Processo Disciplinar do respectivo órgão, se houver, e, cumulativamente, se for o caso, à entidade em que, por exercício profissional, o servidor público esteja inscrito, para as providências disciplinares cabíveis. O retardamento dos procedi-mentos aqui prescritos implicará comprometimento ético da própria Comissão, cabendo à Comissão de Ética do órgão hierarquicamente superior o seu conhecimento e providências.

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XXI - As decisões da Comissão de Ética, na análise de qualquer fato ou ato submetido à sua apreciação ou por ela levantado, serão resumidas em ementa e, com a omissão dos nomes dos interessados, divulgadas no próprio órgão, bem como remetidas às demais Comissões de Ética, criadas com o fito de formação da consciência ética na prestação de serviços públicos. Uma cópia completa de todo o expediente deverá ser remetida à Secretaria da Administração Federal da Presidência da República. XXII - A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de Ética é a de censura e sua fundamentação constará do respectivo parecer, assinado por todos os seus integrantes, com ciência do faltoso. XXIII - A Comissão de Ética não poderá se eximir de fundamentar o julgamento da falta de ética do servidor público ou do prestador de serviços contratado, alegando a falta de previsão neste Código, cabendo-lhe re-correr à analogia, aos costumes e aos princípios éticos e morais conhecidos em outras profissões; XXIV - Para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se por servidor público todo aquele que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza permanente, temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as entidades paraestatais, as empresas públi-cas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado. XXV - Em cada órgão do Poder Executivo Federal em que qualquer cidadão houver de tomar posse ou ser investido em função pública, deverá ser prestado, perante a respectiva Comissão de Ética, um compromisso solene de acatamento e observância das regras estabelecidas por este Código de Ética e de todos os princí-pios éticos e morais estabelecidos pela tradição e pelos bons costumes. A gestão da ética nas empresas privadas Um cargo de nome feio tem aparecido com cada vez mais freqüência nas empresas francesas: o deontolo-gista. Grandes grupos, como Vivendi (o maior na área de entretenimento e comunicação da França), Total (de petróleo), Saint-Gobain (da Vidraria Santa Marina) e IBM, entre muitos outros, já contam com esse pro-fissional no organograma. Deontologia, segundo o Aurélio, é "o estudo dos princípios, fundamentos e siste-mas de moral". A moral é definida como um "conjunto de regras de conduta consideradas válidas para qual-quer tempo ou lugar, grupo ou indivíduo". O deontologista é, portanto, o executivo que tem a função de guar-dião da ética da empresa, formalizando regras de boa conduta e instituindo regulamentos para os funcioná-rios. Ele está sempre atento às ações na Justiça por parte de consumidores, defensores dos direitos huma-nos ou do meio ambiente. Também é todo ouvidos às interrogações dos acionistas preocupados com o futu-ro moral das corporações nas quais investem seu dinheiro. A maioria dos deontologistas vem da magistratura, mas também podem ser ex-dirigentes de filiais ou funcio-nários aposentados. Quem não assume a denominação pode constar no organograma como "encarregado das questões éticas" ou algo similar. Nas empresas francesas em geral os deontologistas trabalham com o grupo jurídico e com uma equipe de risco de gestão, formando uma comissão de deontologia, e respondem diretamente à presidência. A nova onda francesa começou no sistema financeiro. Desde 1997, o regulamento do Conselho dos Merca-dos Financeiros (CMF), entidade que controla as atividades financeiras na França, exige a presença de um deontologista em cada empresa do setor. Os cerca de 800 deontologistas financeiros em atuação na França foram obrigados a passar por um exame para exercer o posto. "Eles são responsáveis pela vigilância à inte-gridade e transparência do mercado", diz Bruno Gizard, secretário-geral adjunto do CMF. A Inglaterra é o único país europeu, além da França, onde a existência do deontologista financeiro, batizado em inglês de compliance officer, é obrigatória. Conflito de interesses Todas as vezes em que o exercício do cargo público puder ser impropriamente afetado por interesse privado do agente público ou de pessoa a ele ligada por laços de compadrio, parentesco ou negócio configura-se uma situação que suscita conflito de interesses.

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SITUAÇÕES DE RISCO 1. Atividades profissionais paralelas ao exercício da função pública:

a) no próprio setor público a.1 participação em conselhos de empresas a.2 docência

b) no setor privado b.1 em empresas e sociedades com ou sem fins lucrativos b.2 em ONGs b.3 prestação de consultoria

2. Atividade político-partidária e em entidades associativas diversas 3. Investimentos e outras relações de negócio, inclusive participação em empresas 4. Exercício de atividades profissionais no setor privado após deixar o cargo:

a) Atuar para pessoa física ou jurídica com quem se relacionava institucionalmente em função do cargo público;

b) Atuar em processo ou negócio que tenha sido objeto de sua participação em função do cargo pú-blico que ocupou;

c) Representar interesse privado junto ao órgão público onde o exerceu cargo ou com o qual tenha mantido relacionamento oficial direto e relevante.

5. Relações de compadrio e parentesco MEDIDAS PARA PREVENIR CONFLITOS 1. Observar vedação para desenvolver certas atividades paralelas, em função do cargo público ocupado. 2. Limitação para fazer investimentos em ativos cujo valor ou cotação possa ser afetado por decisão ou polí-

tica governamental a respeito da qual o agente público tenha informações privilegiadas. 3. Transferir a gestão do patrimônio próprio para administradores independentes 4. Declarar-se impedido para participar do processo decisório a respeito de matéria que envolva interesse

pessoal ou de pessoa ligada por laços de parentesco ou negócio 5. Quarentena:

a) Restrições para atividades profissionais em função da matéria; b) Restrições para atividades profissionais em função da área de atuação ou relacionamento mantido

enquanto no cargo público. Atividades Paralelas 1. Servidor vinculado ao Código de Conduta da Alta Administração Federal pode desempenhar outras ativi-

dades profissionais? Sim. Nos limites da lei e desde que observadas as restrições para atividades que possam suscitar conflitos de interesses. A Constituição Federal veda a acumulação de cargos públicos, exceto quando existir compati-bilidade de horários e consistir em dois cargos de professor, um cargo de professor com outro técnico ou científico e dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde com profissões regulamentadas no (art. 37). Outras proibições e condições para o exercício de atividades paralelas no setor privado constam nas leis 8112/90, 8027/92, 8429/92, 9790/99 e dos decretos 1171/94 e 4081/02. Além disso, é importante que sejam observadas as restrições específicas que constam nos códigos de conduta, estatutos ou regras de pessoal das entidades onde o servidor exerce suas funções. Para os servidores vinculados ao Código de Conduta da alta Administração Federal, a Comissão de Ética Pública expediu a Resolução Interpretativa Nº 8, que identificou as situações em que o exercício de atividade paralela suscitar conflito de interesses. 2. Que tipo de atividade paralela suscita conflito de interesses com o exercício da função pública? Suscita conflito de interesses o exercício de atividade que: a) em razão da sua natureza, seja incompatível com as atribuições do cargo ou função pública da autorida-

de, como tal considerada, inclusive, a atividade desenvolvida em áreas afins à competência funcional; b) viole o princípio da integral dedicação pelo ocupante de cargo em comissão ou função de confiança, que

exige a precedência das atribuições do cargo ou função pública sobre quaisquer outras atividades; c) implique a prestação de serviços a pessoa física ou jurídica ou a manutenção de vínculo de negócio com

quem tenha interesse em decisão individual ou coletiva da autoridade; d) possa, pela sua natureza, implicar o uso de informação à qual a autoridade tenha acesso em razão do

cargo e não seja de conhecimento público; e) possa transmitir à opinião pública dúvida a respeito da integridade, moralidade, clareza de posições e de-

coro da autoridade.

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3. Desenvolver atividade paralela sem remuneração ou para entidade sem fins lucrativos previne eventual conflito de interesses?

Não. A ocorrência de conflito de interesses independe do recebimento de qualquer ganho ou retribuição pela autoridade, assim como da personalidade jurídica da entidade. O conflito ocorre quando a autoridade acumu-la funções públicas e privadas com objetivos comuns, onde a decisão da autoridade pode privilegiar uma pessoa física ou jurídica, com ou sem finalidade de lucro. 4. Que atitude deve tomar a autoridade para prevenir situação que configure conflito de interesses? Conforme o caso,deve: a) abrir mão da atividade ou licenciar-se do cargo, enquanto perdurar a situação passível de suscitar conflito

de interesses; b) alienar bens e direitos que integram o seu patrimônio e cuja manutenção possa suscitar conflito de inte-

resses; c) transferir a administração dos bens e direitos que possam suscitar conflito de interesses a instituição fi-

nanceira ou a administradora da carteira de valores mobiliários autorizadas pelo Banco Central ou pela Comissão de Valores Mobiliários, conforme o caso, mediante instrumento contratual que contenha cláusu-la que vede a participação da autoridade em qualquer decisão de investimento assim como o seu prévio conhecimento de decisões da instituição administradora quanto à gestão dos bens e direitos;

d) na hipótese de conflito de interesses específico e transitório, comunicar sua ocorrência ao superior hierár-quico ou aos demais membros de órgão colegiado de que faça parte a autoridade, em se tratando de de-cisão coletiva, abstendo-se de votar ou participar da discussão do assunto;

e) divulgar publicamente sua agenda de compromissos, com identificação das atividades que não sejam decorrência do cargo ou função pública.

5. A autoridade precisa informar a Comissão de Ética Pública sobre as medidas que adotou para prevenir

conflitos de interesses? Sim. A Comissão deverá ser informada pela autoridade e opinará, em cada caso concreto, sobre a suficiên-cia da medida adotada para prevenir situação que possa suscitar conflito de interesses. 6. A autoridade pública poderá participar em conselhos de administração e fiscal de empresa privada da qual

a União seja acionista? Sim. Desde que a participação resulte de indicação institucional da autoridade pública competente. É impor-tante observar nesses casos a vedação para participar de deliberação que possa suscitar conflito de interes-ses com o Poder Público. 7. Manter participação em empresa, sociedade civil ou negócio configura conflito com o exercício da função

pública? Não. Contudo tais participações devem ser informadas à Comissão de Ética Pública por meio da Declaração Confidencial de Informações (art. 4º do Código de Conduta e Resolução CEP Nº 5) Além do mais, deve a autoridade observar o seguinte: a) não participar da gestão da empresa, sociedade ou negócio, formal ou informalmente. b) vedação para que:

i) a empresa, sociedade ou negócio de que participe a autoridade transacione com a entidade pública on-de a autoridade exerça cargo de direção de qualquer natureza, inclusive função de conselheiro de ad-ministração ou fiscal;

ii) represente interesses suscetíveis de serem afetados pela entidade pública onde exerce cargo de dire-ção;

iii) desempenhe atividade que suscite conflito de interesses com a função pública. 8. Gerir o próprio patrimônio configura conflito com a restrição para que a autoridade participe da gestão de

empresa, sociedade civil ou negócio? A gestão do seu próprio patrimônio por parte da autoridade é vedada sempre que o item integrante desse patrimônio seja empresa ou sociedade civil ou ainda investimento em bens, cujo valor ou cotação possa ser afetado por decisão ou política governamental, a respeito da qual a autoridade pública tenha informações privilegiadas em razão do cargo ou função, inclusive investimento de renda variável ou em commodities, contratos futuros e moedas para fim especulativo. (§1º, art. 5º, Código de Conduta).

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9. O que deve fazer a autoridade que, ao tomar posse em cargo ou função pública que o vincule ao Código de Conduta da Alta Administração Federal, possua investimento vedado?

A autoridade deve tomar uma das seguintes providências: a) manter inalteradas suas posições, subordinando qualquer mudança a comunicação prévia e fundamenta-

da à Comissão de Ética Pública. b) contratar administrador independente que passe a fazer a gestão desses investimentos, de forma equiva-

lente a um blind trust. 10. Pode a autoridade, quando em licença não remunerada para tratar de interesses particulares, exercer

atividade profissional no interesse privado? Desde que observados os limites da lei e o que dispõe a Resolução Interpretativa nº 8 da Comissão de Ética Pública, que identifica situações que suscitam conflito de interesses e dispõe sobre o modo de preveni-los, pode ser admitido o exercício de atividade profissional no interesse privado quando em licença não remune-rada para tratar de interesses particulares. É importante notar que ao servidor em licença se aplicam, no que couber, as normas de ética e disciplina estabelecidas na legislação para o servidor da ativa, uma vez que ele mantém o vínculo com o ente público. Assim, havendo dúvida, é importante consultar a área competente do próprio órgão, assim como a Comissão de Ética Pública. 11. Pode o artista, quando investido em cargo público, continuar a desenvolver atividades artísticas de inte-

resse privado, amparadas pela lei de incentivo fiscal da área cultural? Em nenhuma hipótese o exercício da atividade artística paralela ao desempenho do cargo público deve comprometer o interesse público. O desempenho de atividade artística no interesse privado somente é pos-sível quando: a) não for incompatível com as atribuições do cargo ou da função pública, como tal considerada, inclusive, a

atividade desenvolvida em áreas ou matérias afins à competência funcional do agente público; b) não violar o princípio da integral dedicação pelo ocupante de cargo em comissão ou função de confiança,

que exige a precedência das atribuições do cargo público sobre qualquer outra atividade; c) não implicar a prestação de serviços a pessoa física ou jurídica que tenha interesse em decisão individual

ou coletiva do agente público ou possa, pela sua natureza, implicar o uso de informação à qual o agente tenha acesso em razão do cargo e não seja de conhecimento público;

d) não transmitir dúvida à opinião pública a respeito da integridade, moralidade, clareza de posições e decoro do agente público. (Resolução CEP nº 8, de 25/09/2003)

12. O que deve fazer a autoridade pública associada a organização não governamental com interesse em

matéria sob a jurisdição da entidade pública em que exerce sua função para prevenir-se de situação que possa suscitar conflito de interesses?

A autoridade associada a entidade não governamental com interesse em matéria sob a jurisdição da entida-de pública para a qual tenha sido nomeada deve afastar-se da mesma, devendo, após deixar o cargo públi-co, observar a vedação para atuar ou prestar consultoria relativa a processo ou negócio do qual tenha parti-cipado em razão do cargo, nos termos do art. 14 do Código de Conduta da Alta Administração Federal. Para prevenir-se de situação que possa suscitar conflito de interesses, enquanto no cargo público, deve a autoridade observar a necessidade de registro dos contatos profissionais e audiências concedidas a repre-sentantes da organização não governamental da qual se afastou, nos termos do Decreto 4334, de 12.8.2002.

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13. Que cuidados deve adotar a autoridade pública filiada a partido político para prevenir-se de situação que possa suscitar conflito de interesses?

A atividade político-partidária da autoridade não deve resultar em prejuízo para o exercício da função pública, nem implicar na utilização ou aproveitamento das prerrogativas e recursos do cargo postos a sua disposição. Além disso, não deve a autoridade exercer, formal ou informalmente, função de direção ou coordenação partidárias, nem participar de exame de matéria no âmbito partidário que possa implicar, ainda que potenci-almente, na utilização de informação privilegiada a que tem acesso em decorrência do cargo público que ocupa. Para prevenir-se de situações que possam suscitar conflitos, deve a autoridade registrar em agenda de tra-balho: a) audiências concedidas, nos termos do Decreto 4334, de 12.8.2002; b) eventuais atividades profissionais ou políticas que venha a desenvolver no interesse partidário. 14. Pode o agente público receber bolsa de pesquisa do CNPq ou da CAPES, enquanto no exercício de car-

go ou função que o vincule ao Código de Conduta da Alta Administração Federal? Em nenhuma hipótese a percepção de bolsa de apoio à pesquisa científica ou tecnológica pode implicar em compromissos que configurem conflito com o exercício da função pública. Assim, além de observar as nor-mas aplicáveis do CNPq e CAPES, deve o agente público observar a compatibilidade de horários e, ainda: a) a vedação para assumir qualquer compromisso que viole o princípio da integral dedicação ao cargo ou

função pública, que exige a precedência das atribuições do cargo ou função sobre quaisquer outras ativi-dades, bem assim para se utilizar dos recursos ou demais condições que são postas à disposição em ra-zão do cargo público, inclusive no que se refere a informações a que tenha acesso e não estejam à dis-posição do público;

b) abster-se de receber bolsa do CNPq ou da CAPES sempre que em razão das atribuições do cargo público mantiver relacionamento institucional oficial e relevante com tais instituições.

15. Pode a autoridade exercer atividade profissional paralela na área científica ou artística? Sim, observada a compatibilidade de horários e as seguintes condições, de acordo com a Resolução CEP nº 8: a) não violar o princípio da integral dedicação ao cargo público; b) não implicar a prestação de serviço a pessoa física ou jurídica ou a manutenção de vínculo de negócio

com pessoa física ou jurídica que tenha interesse em decisão individual ou coletiva da autoridade; c) não implicar, pela sua natureza, no uso de informação à qual a autoridade tenha acesso em razão do car-

go e não seja de conhecimento público; d) não transmitir à opinião pública dúvida a respeito da integridade, moralidade, clareza de posições e decoro

da autoridade. Vale observar que a autoridade não poderá receber ou participar de evento que receba patrocínio, subsídio ou qualquer tipo de apoio financeiro de entidade pública de cujos quadros faça parte, com a qual tenha rela-cionamento institucional relevante, ou que tenha interesse que dependa de seu pronunciamento individual ou como parte de colegiado. 16. Pode a autoridade ter parente que trabalhe para entidade que presta serviço ou tem relação de negócio

com o órgão público onde exerce suas funções? Suscita conflito de interesses contratar entidade privada de cuja direção participe parente até segundo grau da autoridade, mesmo que a autoridade pública não tenha participado de qualquer das fases do processo de contratação. Quando o grau de parentesco for superior, é possível que a autoridade tenha parente que trabalhe para enti-dade que presta serviço ou tem relação de negócio com o órgão público onde exerça suas funções, desde que a autoridade não participe do processo de identificação e contratação da entidade, quando o grau de parentesco for até o 4º grau. 17. Pode a autoridade ter parente que trabalhe para entidade regulada ou fiscalizada pelo órgão ou entidade

pública onde exerça sua função? Sim, desde que não tenha concorrido direta ou indiretamente para a contratação do parente, e desde que publicamente se declare impedido para participar, direta ou indiretamente, do exame de qualquer matéria de interesse da entidade fiscalizada.

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18. Pode a autoridade ser beneficiária de patrocínio ou contribuição para desenvolver atividade permitida? Sim, exceto se o patrocínio ou contribuição tiver por origem entidade pública ou privada com a qual se rela-cione ou potencialmente possa vir a se relacionar em razão do exercício de função ou cargo público, ou que tenha interesse em decisão de que participe, ou que seja da responsabilidade do órgão público onde exerça sua função. 19. Pode a autoridade afastar-se temporariamente do cargo ou função, sem remuneração, para atuar em

área ou matéria sobre a qual o órgão ou entidade a que serve tem responsabilidade? Não, pois a situação, pela sua natureza, suscita conflito de interesse, uma vez que se trata de área afim à competência funcional, nos termos do que dispõe a letra "a" do item 1 da Resolução CEP nº 8. 20. Pode o agente público prestar, formal ou informalmente, consultoria a pessoa física ou jurídica em projeto

cuja análise seja de sua responsabilidade? Não, pois a situação, pela sua natureza, suscita conflito de interesse, uma vez que é afim à competência funcional, nos termos do que dispõe a letra "a" do item 1 da Resolução CEP nº 8. 21. Pode o agente público vinculado ao Código de Conduta da Alta Administração Federal atuar como pro-

fessor em cursinho preparatório para concurso público? O exercício em paralelo da atividade de docência encontra amparo no inciso XVI do art. 37 da Constituição Federal, que permite a acumulação de remuneração mesmo quando se trate de docência em instituição pú-blica de ensino, quando houver compatibilidade de horários. O exercício da atividade docente para entidade privada de ensino, como usualmente é o caso daquelas que oferecem cursinhos para concursos também não encontra vedação legal, desde que não ocorra em prejuízo do exercício das funções e atribuições inerentes ao cargo público, devendo ser observada a compatibilidade de horários e as seguintes limitações, com base no que dispõe a Resolução CEP nº 8: a) não violar o princípio da integral dedicação ao cargo público, que exige a garantia de precedência para o

cumprimento dos deveres e responsabilidades do cargo público; b) não implicar a prestação de serviço a pessoa física ou jurídica ou a manutenção de vínculo de negócio

com pessoa física ou jurídica que tenha interesse em decisão individual ou coletiva da autoridade; c) possa pela sua natureza, implicar o uso de informação à qual a autoridade tenha acesso em razão do car-

go e não seja de conhecimento público; d) possa transmitir à opinião pública dúvida a respeito da integridade, moralidade, clareza de posições e de-

coro da autoridade. Em vista do exposto, suscita conflito de interesses a autoridade participar como docente de cursinho prepa-ratório para concurso de ingresso de servidores em matéria sob a responsabilidade da organização pública onde exerce sua função. Quando se tratar de funcionário não vinculado ao Código de Conduta da Alta Administração Federal, mas vinculado ao Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, aprovado pelo Decreto 1171/94, recomenda-se que o exercício de atividade de docência em cursinho preparatório para ingresso de funcionários em organização para a qual trabalhe seja objeto de comunicação e autorização prévia da chefia competente, que deverá informar à respectiva Comissão de Ética que, examinadas as cir-cunstâncias de casos concretos, poderá se manifestar em sentido contrário. Da mesma forma, que o cargo ou função pública do servidor ou empregado não seja utilizado para promover o evento por qualquer meio. 22. Pode autoridade publicar livro ou apostila sobre matéria exigida em concurso público? As autoridades vinculadas ao Código de Conduta da Alta Administração Federal devem considerar-se impe-didas para publicar texto de apoio a candidatos para concurso público de ingresso na organização pública em que atuam. No caso dos servidores não vinculados ao Código de Conduta da Alta Administração Federal, mas vincula-dos ao Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, a Comissão de Ética Pública recomenda que se considerem impedidos para publicar texto de apoio a candidatos para con-curso público de ingresso na organização quando participarem, direta ou indiretamente, de qualquer das fases do processo seletivo, inclusive do processo decisório que tenha levado à realização do concurso.

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Presentes e Brindes 1. Qual é a regra geral do Código de Conduta sobre presentes? É proibida a aceitação de presente dado por pessoa, empresa ou entidade que tenha interesse em decisão da autoridade ou do órgão a que esta pertença. 2. Quando se considera que um presente foi oferecido em razão do cargo da autoridade? Considera-se que o presente foi dado em função do cargo sempre que o ofertante: a) estiver sujeito à jurisdição regulatória do órgão a que pertença a autoridade; b) tenha interesse pessoal, profissional ou empresarial em decisão que possa ser tomada pela autoridade

em razão do cargo; c) mantenha relação comercial com o órgão a que pertença a autoridade; d) represente interesse de terceiro, como procurador ou preposto, de pessoa, empresas ou entidade com-

preendida nas hipóteses anteriores. 3. Em que casos a aceitação de presente é permitida? A aceitação de presente é permitida em duas hipóteses: a) de parente ou amigo, desde que o seu custo tenha sido arcado por ele próprio e não por terceiro que te-

nha interesse em decisão da autoridade ou do órgão a que ela pertence; b) de autoridade estrangeira, nos casos protocolares, ou em razão do exercício de funções diplomáticas. 4. Em que casos a recusa do presente pode ser substituída por sua doação? Às vezes, a devolução do presente não pode ser imediata, ou porque a autoridade não o recebeu pessoal-mente, ou até porque pode causar constrangimento recusá-lo de imediato. Se a devolução posterior implicar despesa para a autoridade ela poderá, alternativamente, doá-lo na forma prevista na Resolução CEP nº 3. 5. A quem o presente pode ser doado? A doação pode ser feita a entidade de caráter assistencial ou filantrópico reconhecida como de utilidade pú-blica. Se o presente for um bem não perecível (ex.: relógio, eletrodoméstico etc.), a entidade deverá com-prometer-se, por escrito, a aplicá-lo, ou o seu produto, em suas atividades; os bens perecíveis (alimentos, por exemplo) serão consumidos pela própria entidade. Se for um bem de valor histórico, cultural ou artístico, deverá ser transferido ao IPHAN para que este lhe dê o destino adequado. 6. Que cuidado deve ser tomado para que a doação de presente se processe de forma clara? A doação deve ser registrada na agenda de trabalho da autoridade ou em registro específico que torne pos-sível o seu controle futuro. Além disso, no caso de doações a entidade de caráter assistencial ou filantrópico, esta deve se comprometer, por escrito, a aplicar o bem, ou o seu produto, em suas atividades institucionais. 7. O que caracteriza um brinde cuja aceitação é permitida? Brinde é a lembrança distribuída a título de cortesia, propaganda, divulgação habitual ou por ocasião de e-ventos ou datas comemorativas de caráter histórico ou cultural. O brinde não pode ter valor superior a R$ 100,00. Além disso, sua distribuição deve ser generalizada, ou seja, não se destinar exclusivamente a uma determinada autoridade. Finalmente, não pode ser aceito brinde distribuído por uma mesma pessoa, empre-sa ou entidade a intervalos menores do que doze meses. 8. O que fazer com brinde de valor superior a R$ 100,00? Brinde de valor superior a R$ 100,00 será tratado como presente. Em caso de dúvida quanto ao valor do brinde, a autoridade poderá solicitar a sua avaliação junto ao comércio. Ou, se preferir, dar-lhe logo o trata-mento de presente. 9. Aceitação de up grade de classe em viagem aérea, como cortesia, configura transgressão ao Código de Conduta? O Código de Conduta da Alta Administração Federal veda o recebimento de presentes (art. 9º) e de favores de particulares que permitam situação que possa gerar dúvida sobre a sua probidade ou honorabilidade (art. 7º). Assim, configura transgressão ao Código de Conduta a aceitação de up grade por autoridade, esteja ela em missão oficial ou particular, extensível essa vedação a seus familiares. Tal vedação não se aplica quando a acomodação da autoridade, ou de seus familiares, em classe superior, resultar de problema técnico, como o excesso de passageiros na classe de origem, nem quanto o upgrade resultar de programa de milhagem, que seja de participação aberta e cujas regras sejam comuns a todos os participantes.

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10. Diretor de empresa pública recebe de companhia que lhe presta serviços de segurança um aparelho de TV para ser sorteado entre os funcionários. Pode o presente ser aceito se os diretores da empresa pública, abrangidos pelo Código de Conduta, não participarem do sorteio? Não. O principal objetivo do Código de Conduta é estabelecer um novo padrão de relacionamento entre o setor público e o setor privado, de modo a que se promova a confiança da sociedade na motivação ética que cerca as decisões governamentais. Além disso, o mecanismo do sorteio, se generalizado, poderá constituir forma indesejável de evitar a aplicação da norma que veda a aceitação de presente. 11. Empresa distribuidora de filmes promove regularmente sessões de cinema para o lançamento de filmes novos. Convida para o evento diversas autoridades públicas, especialmente da área de cultura. O convite pode ser aceito? Trata-se de convite para um típico evento promocional regular de empresa privada, cujo valor intrínseco é, por certo, inferior a R$ 100,00. Tem, portanto, as características de um brinde e pode ser aceito. 12. Secretário de Ministério recebeu pelo correio um produto recém lançado pelo fabricante. Trata-se de uma promoção de caráter geral. Produtos similares importados custam menos de R$100,00 e a expectativa é que o produto nacional venha a custar menos ainda que os importados. Ele pode receber? Sim. O produto cumpre todas as características de brinde. Não poderia apenas se essa empresa já houves-se destinado à mesma autoridade outro brinde nos últimos doze meses. 13. Empresa privada, por ocasião do seu aniversário de fundação, editou livro com reproduções de obras de arte, cujo valor estimado no mercado livreiro é inferior a R$ 100,00. Pretende distribuí-los entre seus clientes, inclusive dirigentes de entidades públicas. Pode autoridade submetida ao Código de Conduta aceitar o livro? Sim. O livro preenche as características de brinde. Como no caso anterior, só não poderia ser aceito se a empresa houvesse destinado à mesma autoridade outro brinde nos últimos doze meses. 14. Por ocasião das festas de final de ano, a autoridade recebeu coletânea de material de promoção de de-terminada empresa, todos gravados com seu logotipo, a saber: agenda, relógio, canetas de três tipos dife-rentes e valise para pequenas viagens. Ele pode aceitar? Não, caso o valor do conjunto dos bens supere R$100,00. Sim, caso esse valor seja inferior a R$100,00 e não tenha havido recebimento de outro brinde nos doze meses anteriores. 15. Autoridade recebeu um presente pelo correio. Supõe que o referido presente tenha algum valor artístico. O que fazer? Caracterizada a impossibilidade de devolução sem que a autoridade tenha que incorrer em custos pessoais de remessa, deve o presente ser encaminhado para o IPHAN, acompanhada de expediente da autoridade dirigido ao seu presidente. O IPHAN procederá ao seu exame, confirmará ou não o valor artístico e dará a destinação legal cabível. É bom lembrar que a autoridade deverá manter o registro dos presentes destinados ao IPHAN, bem como aqueles doados a instituições beneficentes, para fins de eventual controle. 16. Pode autoridade aceitar convites para assistir a shows artísticos ou evento esportivo sem ônus? A autoridade pode aceitar convite para show, evento esportivo ou simular: a) por razão institucional, quando o exercício da função pública recomendar sua presença; b) quando se tratar de convite cujo custo esteja dentro do limite de R$ 100,00, estabelecido no artigo 2º, pa-

rágrafo único, inciso II, do Código de Conduta da Alta Administração Federal. Nesses casos, deve a auto-ridade assegurar transparência, o que pode ser feito por meio de registro da participação e suas condi-ções em agenda de compromissos de acesso público.

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Ética e responsabilidade social Até meados do século passado não se esperava das empresas mais do que cumprir com suas obrigações básicas: fabricar bons e confiáveis produtos, prestar bons serviços a preços justos, pagar salários compatí-veis para os funcionários, e cumprir com suas obrigações fiscais. As empresas eram ilhas impessoais, es-tanques da sociedade. Felizmente, as coisas mudaram muito. Agora, além de cumprir com suas obrigações legais, as empresas estão saindo de seus casulos e arregaçando as mangas a fim de colaborar para uma vida melhor de toda a sociedade. De fato, não importa se pressionadas por uma nova visão do consumidor - exigente não só em relação à qualidade e preço do produto ou serviço, mas também à participação das empresas no desenvol-vimento da sociedade e na preservação do meio ambiente - ou se despertadas para a realidade do mundo que as cerca, assumiram sua parcela de responsabilidade para fazer diferença no seu tempo/espaço. Foi o que se denominou de responsabilidade social. Que, em última análise, nada mais é do que não assistir impassível à avalanche de desafios existentes em nosso país. É não dar de ombros para questões que ultra-passam os muros das empresas e os limites da cadeia de negócios, como as diferenças sociais, a qualidade da educação e da saúde, o respeito à diversidade, a preservação do meio ambiente. A última edição da pesquisa Ação Social das Empresas, realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), e divulgada no primeiro semestre deste ano, demonstra essa mudança de postura das em-presas. Segundo o estudo, entre 2000 e 2004, houve um crescimento significativo na proporção de empre-sas privadas brasileiras que realizam ações sociais em benefício das comunidades. Neste período, a partici-pação empresarial na área social aumentou 10 pontos percentuais, passando de 59% para 69%. São apro-ximadamente 600 mil empresas que atuam voluntariamente. Somente em 2004, elas aplicaram cerca de R$ 4,7 bilhões, o que correspondia a 0,27% do Produto Interno Bruto (PIB) naquele ano. Outro ponto que reforça esta mudança de postura do empresariado brasileiro é acrescente demanda por transparência, fundamental para qualquer processo de gestão socialmente responsável. Muitas são as com-panhias que buscam por certificados relacionados especificamente ao tema responsabilidade social, como as normas SA8000, sobre relações de trabalho e AA1000, sobre o dialogo com as partes interessadas e as de qualidade e adequação ambiental, como as normas ISO. As iniciativas sociais têm surtido bons resultados, com ações importantes que contribuem para solucionar, pelo menos em parte, os desafios da sociedade. Tais ações provaram ser especialmente eficientes quando focadas em áreas específicas, e não dispersas em iniciativas pontuais em diferentes setores. Os programas sociais atingem seus objetivos quando apostam nas potencialidades dos beneficiários e não em suas carências, no desenvolvimento contínuo das pessoas e não em puras doações financeiras ou em investimentos de infra-estrutura. A grande diferença é a valorização do ser humano como agente de mudan-ça, protagonistas das transformações que tanto buscamos. Vale também lembrar que empresas são formadas por pessoas. A solução de parte dos desafios que enfren-tamos nas áreas social e ambiental também passam por uma transformação de postura individual. Essas mudanças só chegarão na velocidade que almejamos quando tivermos consciência do nosso papel na soci-edade, seja como indivíduo, membro de um grupo ou responsável por conglomerados econômicos. Para transformar, primeiro precisamos nos perceber como agentes dessa transformação e começar a dialogar. No entanto, por melhores e mais eficientes que sejam os resultados das ações de responsabilidade social, a maioria das empresas brasileiras, ao primeiro sinal de crise, diminui a ênfase de sua atuação social. Justa-mente quando os desafios sociais tendem a crescer e a se agravar. É preciso mudar essa postura, pois são justamente os momentos difíceis os mais propícios para as empre-sas consolidarem sua atuação social, usando seu poder de articulação para chamar sociedade e governo para o diálogo, beneficiando a sociedade com ações concretas na área social e ao mesmo tempo agregando valor à sua imagem corporativa. É preciso deixar de lado a visão imediatista e pensar a longo prazo, com-prometer-se com o desenvolvimento sustentável. Afinal, a empresa que ignora a responsabilidade social está fechando os olhos para o futuro.

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CÓDIGO DE ÉTICA DA CAIXA NOSSA MISSÃO Promover a melhoria contínua da qualidade de vida da sociedade, intermediando recursos e negócios finan-ceiros de qualquer natureza, atuando, prioritariamente, no fomento ao desenvolvimento urbano e nos seg-mentos de habitação, saneamento e infra-estrutura, e na administração de fundos, programas e serviços de caráter social, tendo como valores fundamentais: Direcionamento de ações para o atendimento das expectativas da sociedade e dos clientes; Busca permanente de excelência na qualidade de serviços; Equilíbrio financeiro em todos os negócios; Conduta ética pautada exclusivamente nos valores da sociedade; Respeito e valorização do ser humano. VALORES DO CÓDIGO DE ÉTICA DA CAIXA RESPEITO As pessoas na CAIXA são tratadas com ética, justiça, respeito, cortesia, igualdade e dignidade. Exigimos de dirigentes, empregados e parceiros da CAIXA absoluto respeito pelo ser humano, pelo bem público, pela sociedade e pelo meio ambiente. Repudiamos todas as atitudes de preconceitos relacionadas à origem, raça, gênero, cor, idade, religião, cre-do, classe social, incapacidade física e quaisquer outras formas de discriminação. Respeitamos e valorizamos nossos clientes e seus direitos de consumidores, com a prestação de informa-ções corretas, cumprimento dos prazos acordados e oferecimento de alternativa para satisfação de suas necessidades de negócios com a CAIXA. Preservamos a dignidade de dirigentes, empregados e parceiros, em qualquer circunstância, com a determi-nação de eliminar situações de provocação e constrangimento no ambiente de trabalho que diminuam o seu amor próprio e a sua integridade moral. Os nossos patrocínios atentam para o respeito aos costumes, tradições e valores da sociedade, bem como a preservação do meio ambiente. HONESTIDADE No exercício profissional, os interesses da CAIXA estão em 1º lugar nas mentes dos nossos empregados e dirigentes, em detrimento de interesses pessoais, de grupos ou de terceiros, de forma a resguardar a lisura dos seus processos e de sua imagem. Gerimos com honestidade nossos negócios, os recursos da sociedade e dos fundos e programas que admi-nistramos, oferecendo oportunidades iguais nas transações e relações de emprego. Não admitimos qualquer relacionamento ou prática desleal de comportamento que resulte em conflito de interesses e que estejam em desacordo com o mais alto padrão ético. Não admitimos práticas que fragilizem a imagem da CAIXA e comprometam o seu corpo funcional. Condenamos atitudes que privilegiem fornecedores e prestadores de serviços, sob qualquer pretexto. Condenamos a solicitação de doações, contribuições de bens materiais ou valores a parceiros comerciais ou institucionais em nome da CAIXA, sob qualquer pretexto. COMPROMISSO Os dirigentes, empregados e parceiros da CAIXA estão comprometidos com a uniformidade de procedimen-tos e com o mais elevado padrão ético no exercício de suas atribuições profissionais. Temos compromisso permanente com o cumprimento das leis, das normas e dos regulamentos internos e externos que regem a nossa Instituição. Pautamos nosso relacionamento com clientes, fornecedores, correspondentes, coligadas, controladas, pa-trocinadas, associações e entidades de classe dentro dos princípios deste Código de Ética. Temos o compromisso de oferecer produtos e serviços de qualidade que atendam ou superem as expectati-vas dos nossos clientes. Prestamos orientações e informações corretas aos nossos clientes para que tomem decisões conscientes em seus negócios. Preservamos o sigilo e a segurança das informações. Buscamos a melhoria das condições de segurança e saúde do ambiente de trabalho, preservando a qualida-de de vida dos que nele convivem. Incentivamos a participação voluntária em atividades sociais destinadas a resgatar a cidadania do povo bra-sileiro.

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TRANSPARÊNCIA As relações da CAIXA com os segmentos da sociedade são pautadas no princípio da transparência e na adoção de critérios técnicos. Como empresa pública, estamos comprometidos com a prestação de contas de nossas atividades, dos re-cursos por nós geridos e com a integridade dos nossos controles. Aos nossos clientes, parceiros comerciais, fornecedores e à mídia dispensamos tratamento equânime na disponibilidade de informações claras e tempestivas, por meio de fontes autorizadas e no estrito cumprimen-to dos normativos a que estamos subordinados. Oferecemos aos nossos empregados oportunidades de ascensão profissional, com critérios claros e do co-nhecimento de todos. Valorizamos o processo de comunicação interna, disseminando informações relevantes relacionadas aos negócios e às decisões corporativas. RESPONSABILIDADE Devemos pautar nossas ações nos preceitos e valores éticos deste Código, de forma a resguardar a CAIXA de ações e atitudes inadequadas à sua missão e imagem e a não prejudicar ou comprometer dirigentes e empregados, direta ou indiretamente. Zelamos pela proteção do patrimônio público, com a adequada utilização das informações, dos bens, equi-pamentos e demais recursos colocados à nossa disposição para a gestão eficaz dos nossos negócios. Buscamos a preservação ambiental nos projetos dos quais participamos, por entendermos que a vida de-pende diretamente da qualidade do meio ambiente. Garantimos proteção contra qualquer forma de represália ou discriminação profissional a quem denunciar as violações a este Código, como forma de preservar os valores da CAIXA. Responsabilidade Socioambiental A CAIXA possui diversos produtos e serviços que contribuem para a melhoria da qualidade de vida da socie-dade, reduzindo impactos sobre o meio ambiente. Ao financiar e repassar recursos para o saneamento am-biental, a infra-estrutura, a habitação e as ações socioambientais com a comunidade, a CAIXA promove o Desenvolvimento Sustentável e contribui para o alcance das metas nacionais dos "Objetivos do Milênio". A Política Ambiental da instituição é parte do grande Projeto Corporativo de Responsabilidade Social, que busca desenvolver a cultura organizacional de sustentabilidade e adotar um comportamento proativo junto aos empregados, clientes, fornecedores e parceiros da CAIXA, para consolidar seu posicionamento de em-presa pública socialmente responsável. A busca da ecoeficiência, a eliminação de desperdícios, eficiência energética, estímulo ao uso de materiais reciclados, são exemplos de ações que atingem o público interno e externo. A CAIXA acredita na compatibilidade entre lucratividade e sustentabilidade ambiental e reforça a importância das instituições financeiras para apoiar a transição para modos mais sustentáveis de produção, negócios e serviços.

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Exercícios: Texto para os itens de 1 a 5. Ética e moral Ética tem origem no grego ethos, que significa modo de ser. A palavra moral vem do latim mos ou mores, ou seja, costume ou costumes. A primeira é uma ciência sobre o comportamento moral dos homens em socie-dade e está relacionada à Filosofia. Sua função é a mesma de qualquer teoria: explicar, esclarecer ou inves-tigar determinada realidade, elaborando os conceitos correspondentes. A segunda, como define o filósofo Vázquez, expressa “um conjunto de normas, aceitas livre e conscientemente, que regulam o comportamento individual dos homens”. Ao campo da ética, diferente do da moral, não cabe formular juízo valorativo, mas, sim, explicar as razões da existência de determinada realidade e proporcionar a reflexão acerca dela. A mo-ral é normativa e se manifesta concretamente nas diferentes sociedades como resposta a necessidades so-ciais; sua função consiste em regulamentar as relações entre os indivíduos e entre estes e a comunidade, contribuindo para a estabilidade da ordem social. Internet: <www.espacoacademico.com.br> (com adaptações). A partir do texto acima, julgue os itens a seguir. 01 A distinção fundamental entre ética e moral decorre de explicação etimológica. 02 Infere-se do texto que ética, definida como “uma ciência sobre o comportamento moral dos homens em

sociedade”, corresponde a um conceito mais abrangente e abstrato que o de moral. 03 Compete à moral, como conjunto de normas reguladoras de comportamentos, chegar, por meio de inves-

tigações científicas, à explicação de determinadas realidades sociais. Em 12 de outubro, dia das crianças, voluntários da FENAE (Federação Nacional das Associações do Pesso-al da CAIXA) e da ONG Moradia e Cidadania uniram-se para levar alegria e solidariedade a uma comunida-de de catadores de papel: cerca de 40 crianças e 50 adultos que moram precariamente em um terreno pró-ximo ao metrô, sem água, luz ou qualquer infra-estrutura. Mesmo com todas as dificuldades, são pessoas que estão se organizando e, em breve, graças à sua força de vontade e à ajuda de voluntários, criarão uma cooperativa de catadores de material reciclável, que contribuirá para a inserção social dessas pessoas. Internet: <www.fenae.org.br> (com adaptações). Com base nas afirmativas do segundo parágrafo do texto “Ética e moral” e considerando a notícia reproduzi-da acima, julgue os itens subseqüentes. 04 Pelo foco da ética, o comportamento dos voluntários da FENAE e da ONG Moradia e Cidadania é consi-

derado louvável e relevante. 05 Depreende-se que deve haver um comprometimento moral que impulsiona as pessoas da comunidade

carente citada na notícia a se organizarem em um sistema de cooperativa, a fim de contribuírem para a inserção social de todos.

“Portanto, nem por natureza nem contrariamente à natureza a virtude moral é engendrada em nós, mas a natureza nos dá a capacidade de recebê-la, e esta capacidade se aperfeiçoa com o hábito.” Aristóteles. Ética a Nicômacos. Brasília: Editora da UnB, 2001. Com base na citação de Aristóteles acima, é correto afirmar que 06 o ser humano é mau ou bom por natureza. 07 a virtude moral não é algo inato ao ser humano. Julgue os itens a seguir, relativos a noções e conceitos de ética. 08 A ética ocupa-se basicamente de questões subjetivas, abstratas e essencialmente de interesse particular

do indivíduo. 09 Uma ética deontológica é aquela construída sobre o princípio do dever.

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Acerca do padrão ético no serviço público, julgue os itens a seguir. 10 Age contra a ética ou pratica ato de desumanidade o servidor público que deixa, de forma injustificada,

uma pessoa à espera de solução cuja competência é do setor em que exerça suas funções, permitindo a formação de longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na prestação do serviço.

11 O servidor público não pode desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, o servidor público tem que decidir entre o legal e o ilegal, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, bem como entre o honesto e o desonesto.

É dever do servidor público ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, respeitando a capacidade e as limitações individuais de todos os usuários do serviço público, sem qualquer espécie de preconceito ou distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político e posição social. Código de Ética profissional do servidor público civil do Poder Executivo Federal. Capítulo I. Julgue os itens subseqüentes, com relação às idéias do texto acima. 12 Na gestão pública, é imprescindível o respeito à individualidade do outro. 13 A cortesia é uma característica que depende diretamente do nível de instrução do indivíduo. Julgue os itens subseqüentes, no que se refere ao Código de Ética da CAIXA. 14 O Código de Ética da CAIXA contém princípios que se referem ao relacionamento dos empregados, par-

ceiros e dirigentes da instituição com o público externo, como clientes, fornecedores, correspondentes, coligadas, entre outros.

15 O Código de Ética da CAIXA contém, fundamentalmente, regulamentação ética de questões relativas a transações financeiras. Por essa razão, não faz referências à preocupação da CAIXA com o meio ambi-ente.

Julgue os itens seguintes, relativos à qualidade de atendimento ao público. 16. A queda do padrão de qualidade do atendimento ao público pode comprometer a imagem e a eficácia

dos serviços de uma organização. 17. O longo tempo de espera do cliente e a falta de cortesia na prestação das informações são fortes indica-

dores da perda de qualidade do serviço de atendimento. No que se refere à qualidade do atendimento ao público, julgue os itens seguintes: 18. Para o bom atendimento ao público, são necessários conhecimentos e habilidades, que podem ser trei-

nados, adquiridos ou desenvolvidos 19. Em um atendimento de qualidade, busca-se satisfazer o público, tornar o atendimento gratificante apenas

para quem o executa e manter valorizada a imagem da organização.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 E C E E C E C E C C C C E C E C C C E

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ATENDIMENTO

Legislação Os itens grafados em tipo Courier New são de especial interesse.

Lei nº 8.078/90 - Código de Defesa do Consumidor

Dos Direitos do Consumidor

Disposições Gerais

Art. 1° O presente código estabelece normas de proteção e defesa do consu-midor, de ordem pública e interesse social, nos termos dos arts. 5°, in-ciso XXXII, 170, inciso V, da Consti-tuição Federal e art. 48 de suas Dis-posições Transitórias.

Art. 2° Consumidor é toda pessoa fí-sica ou jurídica que adquire ou uti-liza produto ou serviço como destina-tário final.

Parágrafo único. Equipara-se a consu-midor a coletividade de pessoas, ain-da que indetermináveis, que haja in-tervindo nas relações de consumo.

Art. 3° Fornecedor é toda pessoa fí-sica ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desen-volvem atividade de produção, monta-gem, criação, construção, transforma-ção, importação, exportação, distri-buição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.

§ 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.

§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, me-diante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as de-correntes das relações de caráter trabalhista.

Da Política Nacional de Relações de Consumo

Art. 4º A Política Nacional das Relações de Con-sumo tem por objetivo o atendimento das necessi-dades dos consumidores, o respeito à sua digni-dade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua quali-dade de vida, bem como a transparência e har-monia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios: (Redação dada pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)

I - reconhecimento da vulnerabilidade do consu-midor no mercado de consumo;

II - ação governamental no sentido de proteger efetivamente o consumidor:

a) por iniciativa direta;

b) por incentivos à criação e desenvolvimento de associações representativas;

c) pela presença do Estado no mercado de con-sumo;

d) pela garantia dos produtos e serviços com pa-drões adequados de qualidade, segurança, dura-bilidade e desempenho.

III - harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem econômica (art. 170, da Constituição Fe-deral), sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores;

IV - educação e informação de fornecedores e consumidores, quanto aos seus direitos e deveres, com vistas à melhoria do mercado de consumo;

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V - incentivo à criação pelos fornecedores de mei-os eficientes de controle de qualidade e segurança de produtos e serviços, assim como de mecanis-mos alternativos de solução de conflitos de con-sumo;

VI - coibição e repressão eficientes de todos os abusos praticados no mercado de consumo, inclu-sive a concorrência desleal e utilização indevida de inventos e criações industriais das marcas e nomes comerciais e signos distintivos, que pos-sam causar prejuízos aos consumidores;

VII - racionalização e melhoria dos serviços públi-cos;

VIII - estudo constante das modificações do mer-cado de consumo.

Art. 5° Para a execução da Política Nacional das Relações de Consumo, contará o poder público com os seguintes instrumentos, entre outros:

I - manutenção de assistência jurídica, integral e gratuita para o consumidor carente;

II - instituição de Promotorias de Justiça de Defesa do Consumidor, no âmbito do Ministério Público;

III - criação de delegacias de polícia especializa-das no atendimento de consumidores vítimas de infrações penais de consumo;

IV - criação de Juizados Especiais de Pequenas Causas e Varas Especializadas para a solução de litígios de consumo;

V - concessão de estímulos à criação e desenvol-vimento das Associações de Defesa do Consumi-dor.

§ 1° (Vetado).

§ 2º (Vetado).

Dos Direitos Básicos do Consumidor

Art. 6º São direitos básicos do con-sumidor:

I - a proteção da vida, saúde e segu-rança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos;

II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e ser-viços, asseguradas a liberdade de es-colha e a igualdade nas contratações;

III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e servi-ços, com especificação correta de quantidade, características, composi-ção, qualidade e preço, bem como so-bre os riscos que apresentem;

IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerci-ais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produ-tos e serviços;

V - a modificação das cláusulas con-tratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas;

VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, indi-viduais, coletivos e difusos;

VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à pre-venção ou reparação de danos patrimo-niais e morais, individuais, coleti-vos ou difusos, assegurada a proteção Jurídica, administrativa e técnica aos necessitados;

VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inver-são do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, se-gundo as regras ordinárias de experi-ências;

IX - (Vetado);

X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral.

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Art. 7° Os direitos previstos neste código não ex-cluem outros decorrentes de tratados ou conven-ções internacionais de que o Brasil seja signatário, da legislação interna ordinária, de regulamentos expedidos pelas autoridades administrativas com-petentes, bem como dos que derivem dos princí-pios gerais do direito, analogia, costumes e eqüi-dade.

Parágrafo único . Tendo mais de um autor a ofen-sa, todos responderão solidariamente pela repara-ção dos danos previstos nas normas de consumo.

Da Qualidade de Produtos e Serviços, da Pre-venção e da Reparação dos Danos

Da Proteção à Saúde e Segurança

Art. 8° Os produtos e serviços colocados no mer-cado de consumo não acarretarão riscos à saúde ou segurança dos consumidores, exceto os consi-derados normais e previsíveis em decorrência de sua natureza e fruição, obrigando-se os fornece-dores, em qualquer hipótese, a dar as informações necessárias e adequadas a seu respeito.

Parágrafo único . Em se tratando de produto in-dustrial, ao fabricante cabe prestar as informações a que se refere este artigo, através de impressos apropriados que devam acompanhar o produto.

Art. 9° O fornecedor de produtos e serviços po-tencialmente nocivos ou perigosos à saúde ou segurança deverá informar, de maneira ostensiva e adequada, a respeito da sua nocividade ou peri-culosidade, sem prejuízo da adoção de outras medidas cabíveis em cada caso concreto.

Art. 10. O fornecedor não poderá colocar no mer-cado de consumo produto ou serviço que sabe ou deveria saber apresentar alto grau de nocividade ou periculosidade à saúde ou segurança.

§ 1° O fornecedor de produtos e serviços que, posteriormente à sua introdução no mercado de consumo, tiver conhecimento da periculosidade que apresentem, deverá comunicar o fato imedia-tamente às autoridades competentes e aos con-sumidores, mediante anúncios publicitários.

§ 2° Os anúncios publicitários a que se refere o parágrafo anterior serão veiculados na imprensa, rádio e televisão, às expensas do fornecedor do produto ou serviço.

§ 3° Sempre que tiverem conhecimento de pericu-losidade de produtos ou serviços à saúde ou se-gurança dos consumidores, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão infor-má-los a respeito.

Art. 11 . (Vetado).

Da Responsabilidade pelo Fato do Produto e do Serviço

Art. 12 . O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respon-dem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumi-dores por defeitos decorrentes de projeto, fabrica-ção, construção, montagem, fórmulas, manipula-ção, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos.

§ 1° O produto é defeituoso quando não oferece a segurança que dele legitimamente se espera, le-vando-se em consideração as circunstâncias rele-vantes, entre as quais:

I - sua apresentação;

II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam;

III - a época em que foi colocado em circulação.

§ 2º O produto não é considerado defeituoso pelo fato de outro de melhor qualidade ter sido coloca-do no mercado.

§ 3° O fabricante, o construtor, o produtor ou im-portador só não será responsabilizado quando provar:

I - que não colocou o produto no mercado;

II - que, embora haja colocado o produto no mer-cado, o defeito inexiste;

III - a culpa exclusiva do consumidor ou de tercei-ro.

Art. 13 . O comerciante é igualmente responsável, nos termos do artigo anterior, quando:

I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o im-portador não puderem ser identificados;

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II - o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor, construtor ou importa-dor;

III- não conservar adequadamente os produtos perecíveis.

Parágrafo único . Aquele que efetivar o pagamen-to ao prejudicado poderá exercer o direito de re-gresso contra os demais responsáveis, segundo sua participação na causação do evento danoso.

Art. 14 . O fornecedor de serviços responde, independentemente da exis-tência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.

§ 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar, levando-se em con-sideração as circunstâncias relevan-tes, entre as quais:

I - o modo de seu fornecimento;

II - o resultado e os riscos que razo-avelmente dele se esperam;

III- a época em que foi fornecido.

§ 2º O serviço não é considerado de-feituoso pela adoção de novas técni-cas.

§ 3° O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar:

I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;

II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.

§ 4° A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação de culpa.

Art. 15 . (Vetado).

Art. 16. (Vetado).

Art. 17 . Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consumidores todas as vítimas do evento.

Da Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço

Art. 18 . Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidaria-mente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao con-sumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da dispari-dade, com a indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitá-ria, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substitui-ção das partes viciadas.

§ 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o consumidor exigir, alternati-vamente e à sua escolha:

I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso;

II - a restituição imediata da quantia paga, moneta-riamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;

III - o abatimento proporcional do preço.

§ 2° Poderão as partes convencionar a redução ou ampliação do prazo previsto no parágrafo anterior, não podendo ser inferior a sete nem superior a cento e oitenta dias. Nos contratos de adesão, a cláusula de prazo deverá ser convencionada em separado, por meio de manifestação expressa do consumidor.

§ 3° O consumidor poderá fazer uso imediato das alternativas do § 1° deste artigo sempre que, em razão da extensão do vício, a substituição das partes viciadas puder comprometer a qualidade ou características do produto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de produto essencial.

§ 4° Tendo o consumidor optado pela alternativa do inciso I do § 1° deste artigo, e não sendo pos-sível a substituição do bem, poderá haver substitu-ição por outro de espécie, marca ou modelo diver-sos, mediante complementação ou restituição de eventual diferença de preço, sem prejuízo do dis-posto nos incisos II e III do § 1° deste artigo.

§ 5° No caso de fornecimento de produtos in natu-ra, será responsável perante o consumidor o for-necedor imediato, exceto quando identificado cla-ramente seu produtor.

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§ 6° São impróprios ao uso e consumo:

I - os produtos cujos prazos de validade estejam vencidos;

II - os produtos deteriorados, alterados, adultera-dos, avariados, falsificados, corrompidos, frauda-dos, nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou, ain-da, aqueles em desacordo com as normas regu-lamentares de fabricação, distribuição ou apresen-tação;

III - os produtos que, por qualquer motivo, se reve-lem inadequados ao fim a que se destinam.

Art. 19 . Os fornecedores respondem solidaria-mente pelos vícios de quantidade do produto sempre que, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, seu conteúdo líquido for inferior às indicações constantes do recipiente, da emba-lagem, rotulagem ou de mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:

I - o abatimento proporcional do preço;

II - complementação do peso ou medida;

III - a substituição do produto por outro da mesma espécie, marca ou modelo, sem os aludidos ví-cios;

IV - a restituição imediata da quantia paga, mone-tariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos.

§ 1° Aplica-se a este artigo o disposto no § 4° do artigo anterior.

§ 2° O fornecedor imediato será responsável quando fizer a pesagem ou a medição e o instru-mento utilizado não estiver aferido segundo os padrões oficiais.

Art. 20 . O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os tornem impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparida-de com as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária, po-dendo o consumidor exigir, alternati-vamente e à sua escolha:

I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível;

II - a restituição imediata da quan-tia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;

III - o abatimento proporcional do preço.

§ 1° A reexecução dos serviços poderá ser confiada a terceiros devidamente capacitados, por conta e risco do fornecedor.

§ 2° São impróprios os serviços que se mostrem inadequados para os fins que razoavelmente deles se esperam, bem como aqueles que não atendam as normas regulamentares de prestabili-dade.

Art. 21 . No fornecimento de serviços que tenham por objetivo a reparação de qualquer produto con-siderar-se-á implícita a obrigação do fornecedor de empregar componentes de reposição originais adequados e novos, ou que mantenham as espe-cificações técnicas do fabricante, salvo, quanto a estes últimos, autorização em contrário do con-sumidor.

Art. 22 . Os órgãos públicos, por si ou suas em-presas, concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados, eficien-tes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos.

Parágrafo único . Nos casos de descumprimento, total ou parcial, das obrigações referidas neste artigo, serão as pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las e a reparar os danos causados, na forma prevista neste código.

Art. 23 . A ignorância do fornecedor sobre os ví-cios de qualidade por inadequação dos produtos e serviços não o exime de responsabilidade.

Art. 24 . A garantia legal de adequa-ção do produto ou serviço independe de termo expresso, vedada a exonera-ção contratual do fornecedor.

Art. 25 . É vedada a estipulação con-tratual de cláusula que impossibili-te, exonere ou atenue a obrigação de indenizar prevista nesta e nas seções anteriores.

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§ 1° Havendo mais de um responsável pela causação do dano, todos respon-derão solidariamente pela reparação prevista nesta e nas seções anterio-res.

§ 2° Sendo o dano causado por compo-nente ou peça incorporada ao produto ou serviço, são responsáveis solidá-rios seu fabricante, construtor ou importador e o que realizou a incor-poração.

Da Decadência e da Prescrição

Art. 26 . O direito de reclamar pelos vícios aparen-tes ou de fácil constatação caduca em:

I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de ser-viço e de produtos não duráveis;

II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos duráveis.

§ 1° Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da entrega efetiva do produto ou do término da execução dos serviços.

§ 2° Obstam a decadência:

I - a reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor perante o fornecedor de produtos e serviços até a resposta negativa corresponden-te, que deve ser transmitida de forma inequívoca;

II - (Vetado).

III - a instauração de inquérito civil, até seu encer-ramento.

§ 3° Tratando-se de vício oculto, o prazo deca-dencial inicia-se no momento em que ficar eviden-ciado o defeito.

Art. 27 . Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos causados por fato do pro-duto ou do serviço prevista na Seção II deste Ca-pítulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria.

Parágrafo único . (Vetado).

Da Desconsideração da Personalidade Jurídica

Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personali-dade jurídica da sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou vio-lação dos estatutos ou contrato social. A descon-sideração também será efetivada quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração.

§ 1° (Vetado).

§ 2° As sociedades integrantes dos grupos socie-tários e as sociedades controladas, são subsidia-riamente responsáveis pelas obrigações decorren-tes deste código.

§ 3° As sociedades consorciadas são solidaria-mente responsáveis pelas obrigações decorrentes deste código.

§ 4° As sociedades coligadas só responderão por culpa.

§ 5° Também poderá ser desconsiderada a pes-soa jurídica sempre que sua personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de pre-juízos causados aos consumidores.

Das Práticas Comerciais

Das Disposições Gerais

Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do seguinte, equiparam-se aos consumidores todas as pessoas determináveis ou não, expostas às práticas nele previstas.

Da Oferta

Art. 30 . Toda informação ou publici-dade, suficientemente precisa, veicu-lada por qualquer forma ou meio de comunicação com relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que a fizer vei-cular ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado.

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Art. 31 . A oferta e apresentação de produtos ou serviços devem assegurar informações corretas, claras, preci-sas, ostensivas e em língua portugue-sa sobre suas características, quali-dades, quantidade, composição, preço, garantia, prazos de validade e ori-gem, entre outros dados, bem como so-bre os riscos que apresentam à saúde e segurança dos consumidores.

Art. 32. Os fabricantes e importadores deverão assegurar a oferta de componentes e peças de reposição enquanto não cessar a fabricação ou importação do produto.

Parágrafo único . Cessadas a produção ou impor-tação, a oferta deverá ser mantida por período razoável de tempo, na forma da lei.

Art. 33. Em caso de oferta ou venda por telefone ou reembolso postal, deve constar o nome do fa-bricante e endereço na embalagem, publicidade e em todos os impressos utilizados na transação comercial.

Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço é soli-dariamente responsável pelos atos de seus pre-postos ou representantes autônomos.

Art. 35 . Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento à o-ferta, apresentação ou publicidade, o consumidor poderá, alternativamente e à sua livre escolha:

I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, a-presentação ou publicidade;

II - aceitar outro produto ou presta-ção de serviço equivalente;

III- rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventualmen-te antecipada, monetariamente atuali-zada, e a perdas e danos.

Da Publicidade

Art. 36. A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o consumidor, fácil e imediatamente, a identifique como tal.

Parágrafo único . O fornecedor, na publicidade de seus produtos ou serviços, manterá, em seu po-der, para informação dos legítimos interessados, os dados fáticos, técnicos e científicos que dão sustentação à mensagem.

Art. 37 . É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.

§ 1° É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de cará-ter publicitário, inteira ou parcial-mente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de in-duzir em erro o consumidor a respeito da natureza, características, quali-dade, quantidade, propriedades, ori-gem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços.

§ 2° É abusiva, dentre outras a pu-blicidade discriminatória de qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamen-to e experiência da criança, desres-peita valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou pe-rigosa à sua saúde ou segurança.

§ 3° Para os efeitos deste código, a publicidade é enganosa por omissão quando deixar de informar sobre dado essencial do produto ou serviço.

§ 4° (Vetado).

Art. 38. O ônus da prova da veracidade e corre-ção da informação ou comunicação publicitária cabe a quem as patrocina.

Das Práticas Abusivas

Art. 39 . É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas: (Redação dada pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994)

I- condicionar o fornecimento de pro-duto ou de serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantita-tivos;

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II - recusar atendimento às demandas dos consumidores, na exata medida de suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de conformidade com os usos e costumes;

III - enviar ou entregar ao consumi-dor, sem solicitação prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer servi-ço;

IV - prevalecer-se da fraqueza ou ig-norância do consumidor, tendo em vis-ta sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços;

V - exigir do consumidor vantagem ma-nifestamente excessiva;

VI - executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e autorização expressa do consumidor, ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores entre as partes;

VII - repassar informação depreciati-va, referente a ato praticado pelo consumidor no exercício de seus di-reitos;

VIII - colocar, no mercado de consu-mo, qualquer produto ou serviço em desacordo com as normas expedidas pe-los órgãos oficiais competentes ou, se normas específicas não existirem, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade credencia-da pelo Conselho Nacional de Metrolo-gia, Normalização e Qualidade Indus-trial (Conmetro);

IX - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a quem se disponha a adquiri-los medi-ante pronto pagamento, ressalvados os casos de intermediação regulados em leis especiais; (Redação dada pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994)

X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços. (Incluído pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994)

XI - Dispositivo incluído pela MPV nº 1.890-67, de 22.10.1999, transfor-mado em inciso XIII, quando da con-verão na Lei nº 9.870, de 23.11.1999

XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou deixar a fixação de seu termo inicial a seu exclusivo critério.(Incluído pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)

XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou contra-tualmente estabelecido. (Incluído pe-la Lei nº 9.870, de 23.11.1999)

Parágrafo único . Os serviços presta-dos e os produtos remetidos ou entre-gues ao consumidor, na hipótese pre-vista no inciso III, equiparam-se às amostras grátis, inexistindo obriga-ção de pagamento.

Art. 40 . O fornecedor de serviço será obrigado a entregar ao consumidor orçamento prévio discri-minando o valor da mão-de-obra, dos materiais e equipamentos a serem empregados, as condições de pagamento, bem como as datas de início e término dos serviços.

§ 1º Salvo estipulação em contrário, o valor orçado terá validade pelo prazo de dez dias, contado de seu recebimento pelo consumidor.

§ 2° Uma vez aprovado pelo consumidor, o orça-mento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociação das partes.

§ 3° O consumidor não responde por quaisquer ônus ou acréscimos decorrentes da contratação de serviços de terceiros não previstos no orça-mento prévio.

Art. 41 . No caso de fornecimento de produtos ou de serviços sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preços, os fornecedores deverão respeitar os limites oficiais sob pena de não o fa-zendo, responderem pela restituição da quantia recebida em excesso, monetariamente atualizada, podendo o consumidor exigir à sua escolha, o desfazimento do negócio, sem prejuízo de outras sanções cabíveis.

Da Cobrança de Dívidas

Art. 42 . Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será ex-posto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.

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Parágrafo único . O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à re-petição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, a-crescido de correção monetária e ju-ros legais, salvo hipótese de engano justificável.

Dos Bancos de Dados e Cadastros de Consu-midores

Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do disposto no art. 86, terá acesso às informações existentes em cadas-tros, fichas, registros e dados pes-soais e de consumo arquivados sobre ele, bem como sobre as suas respecti-vas fontes.

§ 1° Os cadastros e dados de consumi-dores devem ser objetivos, claros, verdadeiros e em linguagem de fácil compreensão, não podendo conter in-formações negativas referentes a pe-ríodo superior a cinco anos.

§ 2° A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pessoais e de consu-mo deverá ser comunicada por escrito ao consumidor, quando não solicitada por ele.

§ 3° O consumidor, sempre que encon-trar inexatidão nos seus dados e ca-dastros, poderá exigir sua imediata correção, devendo o arquivista, no prazo de cinco dias úteis, comunicar a alteração aos eventuais destinatá-rios das informações incorretas.

§ 4° Os bancos de dados e cadastros relativos a consumidores, os serviços de proteção ao crédito e congêneres são considerados entidades de caráter público.

§ 5° Consumada a prescrição relativa à cobrança de débitos do consumidor, não serão fornecidas, pelos respecti-vos Sistemas de Proteção ao Crédito, quaisquer informações que possam im-pedir ou dificultar novo acesso ao crédito junto aos fornecedores.

Art. 44 . Os órgãos públicos de defesa do consu-midor manterão cadastros atualizados de recla-mações fundamentadas contra fornecedores de

produtos e serviços, devendo divulgá-lo pública e anualmente. A divulgação indicará se a reclama-ção foi atendida ou não pelo fornecedor.

§ 1° É facultado o acesso às informações lá cons-tantes para orientação e consulta por qualquer interessado.

§ 2° Aplicam-se a este artigo, no que couber, as mesmas regras enunciadas no artigo anterior e as do parágrafo único do art. 22 deste código.

Art. 45. (Vetado).

Da Proteção Contratual

Disposições Gerais

Art. 46 . Os contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão os consumidores, se não lhes for dada a oportunidade de tomar conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se os res-pectivos instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a compreensão de seu sentido e alcance.

Art. 47 . As cláusulas contratuais se-rão interpretadas de maneira mais fa-vorável ao consumidor.

Art. 48 . As declarações de vontade constantes de escritos particulares, recibos e pré-contratos rela-tivos às relações de consumo vinculam o fornece-dor, ensejando inclusive execução específica, nos termos do art. 84 e parágrafos.

Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimen-to comercial, especialmente por telefone ou a do-micílio.

Parágrafo único . Se o consumidor exercitar o direito de arrependimento previsto neste artigo, os valores eventualmente pagos, a qualquer título, durante o prazo de reflexão, serão devolvidos, de imediato, monetariamente atualizados.

Art. 50 . A garantia contratual é complementar à legal e será conferida mediante termo escrito.

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Parágrafo único. O termo de garantia ou equiva-lente deve ser padronizado e esclarecer, de ma-neira adequada em que consiste a mesma garan-tia, bem como a forma, o prazo e o lugar em que pode ser exercitada e os ônus a cargo do consu-midor, devendo ser-lhe entregue, devidamente preenchido pelo fornecedor, no ato do fornecimen-to, acompanhado de manual de instrução, de ins-talação e uso do produto em linguagem didática, com ilustrações.

Das Cláusulas Abusivas

Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratu-ais relativas ao fornecimento de pro-dutos e serviços que:

I - impossibilitem, exonerem ou ate-nuem a responsabilidade do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços ou impliquem re-núncia ou disposição de direitos. Nas relações de consumo entre o fornece-dor e o consumidor pessoa jurídica, a indenização poderá ser limitada, em situações justificáveis;

II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já paga, nos casos previstos neste código;

III - transfiram responsabilidades a terceiros;

IV - estabeleçam obrigações conside-radas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagera-da, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade;

V - (Vetado);

VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do consumidor;

VII - determinem a utilização compul-sória de arbitragem;

VIII - imponham representante para concluir ou realizar outro negócio jurídico pelo consumidor;

IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o contrato, embora obrigando o consumidor;

X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação do preço de maneira unilateral;

XI - autorizem o fornecedor a cance-lar o contrato unilateralmente, sem que igual direito seja conferido ao consumidor;

XII - obriguem o consumidor a ressar-cir os custos de cobrança de sua o-brigação, sem que igual direito lhe seja conferido contra o fornecedor;

XIII - autorizem o fornecedor a modi-ficar unilateralmente o conteúdo ou a qualidade do contrato, após sua cele-bração;

XIV - infrinjam ou possibilitem a vi-olação de normas ambientais;

XV - estejam em desacordo com o sis-tema de proteção ao consumidor;

XVI - possibilitem a renúncia do di-reito de indenização por benfeitorias necessárias.

§ 1º Presume-se exagerada, entre ou-tros casos, a vontade que:

I - ofende os princípios fundamentais do sistema jurídico a que pertence;

II - restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à natureza do contrato, de tal modo a ameaçar seu objeto ou equilíbrio contratual;

III - se mostra excessivamente onero-sa para o consumidor, considerando-se a natureza e conteúdo do contrato, o interesse das partes e outras cir-cunstâncias peculiares ao caso.

§ 2° A nulidade de uma cláusula con-tratual abusiva não invalida o con-trato, exceto quando de sua ausência, apesar dos esforços de integração, decorrer ônus excessivo a qualquer das partes.

§ 3° (Vetado).

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§ 4° É facultado a qualquer consumi-dor ou entidade que o represente re-querer ao Ministério Público que aju-íze a competente ação para ser decla-rada a nulidade de cláusula contratu-al que contrarie o disposto neste có-digo ou de qualquer forma não assegu-re o justo equilíbrio entre direitos e obrigações das partes.

Art. 52 . No fornecimento de produtos ou serviços que envolva outorga de crédito ou concessão de financiamento ao consumidor, o fornecedor deverá, entre outros requisitos, informá-lo prévia e adequadamente sobre:

I - preço do produto ou serviço em moeda corrente nacional;

II - montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual de juros;

III - acréscimos legalmente previs-tos;

IV - número e periodicidade das pres-tações;

V - soma total a pagar, com e sem fi-nanciamento.

§ 1° As multas de mora decorrentes do inadimplemento de obrigações no seu termo não poderão ser superiores a dois por cento do valor da presta-ção.(Redação dada pela Lei nº 9.298, de 1º.8.1996)

§ 2º É assegurado ao consumidor a li-quidação antecipada do débito, total ou parcialmente, mediante redução proporcional dos juros e demais a-créscimos.

§ 3º (Vetado).

Art. 53. Nos contratos de compra e venda de mó-veis ou imóveis mediante pagamento em presta-ções, bem como nas alienações fiduciárias em garantia, consideram-se nulas de pleno direito as cláusulas que estabeleçam a perda total das pres-tações pagas em benefício do credor que, em razão do inadimplemento, pleitear a resolução do contrato e a retomada do produto alienado.

§ 1° (Vetado).

§ 2º Nos contratos do sistema de consórcio de produtos duráveis, a compensação ou a restitui-ção das parcelas quitadas, na forma deste artigo, terá descontada, além da vantagem econômica auferida com a fruição, os prejuízos que o desis-tente ou inadimplente causar ao grupo.

§ 3° Os contratos de que trata o caput deste artigo serão expressos em moeda corrente nacional.

Dos Contratos de Adesão

Art. 54 . Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela autoridade competente ou estabe-lecidas unilateralmente pelo fornece-dor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modi-ficar substancialmente seu conteúdo.

§ 1° A inserção de cláusula no formu-lário não desfigura a natureza de a-desão do contrato.

§ 2° Nos contratos de adesão admite-se cláusula resolutória, desde que a alternativa, cabendo a escolha ao consumidor, ressalvando-se o disposto no § 2° do artigo anterior.

§ 3° Os contratos de adesão escritos serão redigidos em termos claros e com caracteres ostensivos e legíveis, de modo a facilitar sua compreensão pelo consumidor.

§ 4° As cláusulas que implicarem li-mitação de direito do consumidor de-verão ser redigidas com destaque, permitindo sua imediata e fácil com-preensão.

§ 5° (Vetado).

Das Sanções Administrativas

Art. 55 . A União, os Estados e o Distrito Federal, em caráter concorrente e nas suas respectivas áreas de atuação administrativa, baixarão normas relativas à produção, industrialização, distribuição e consumo de produtos e serviços.

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§ 1° A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios fiscalizarão e controlarão a produção, industrialização, distribuição, a publicidade de produtos e serviços e o mercado de consumo, no interesse da preservação da vida, da saúde, da segurança, da informação e do bem-estar do con-sumidor, baixando as normas que se fizerem ne-cessárias.

§ 2° (Vetado).

§ 3° Os órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal e municipais com atribuições para fiscali-zar e controlar o mercado de consumo manterão comissões permanentes para elaboração, revisão e atualização das normas referidas no § 1°, sendo obrigatória a participação dos consumidores e fornecedores.

§ 4° Os órgãos oficiais poderão expedir notifica-ções aos fornecedores para que, sob pena de desobediência, prestem informações sobre ques-tões de interesse do consumidor, resguardado o segredo industrial.

Art. 56 . As infrações das normas de defesa do consumidor ficam sujeitas, conforme o caso, às seguintes sanções administrativas, sem prejuízo das de natureza civil, penal e das definidas em normas específicas:

I - multa;

II - apreensão do produto;

III - inutilização do produto;

IV - cassação do registro do produto junto ao ór-gão competente;

V - proibição de fabricação do produto;

VI - suspensão de fornecimento de produtos ou serviço;

VII - suspensão temporária de atividade;

VIII - revogação de concessão ou permissão de uso;

IX - cassação de licença do estabelecimento ou de atividade;

X - interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de obra ou de atividade;

XI - intervenção administrativa;

XII - imposição de contrapropaganda.

Parágrafo único . As sanções previstas neste artigo serão aplicadas pela autoridade administra-tiva, no âmbito de sua atribuição, podendo ser aplicadas cumulativamente, inclusive por medida cautelar, antecedente ou incidente de procedimen-to administrativo.

Art. 57 . A pena de multa, graduada de acordo com a gravidade da infração, a vantagem auferida e a condição econômica do fornecedor, será apli-cada mediante procedimento administrativo, rever-tendo para o Fundo de que trata a Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985, os valores cabíveis à União, ou para os Fundos estaduais ou municipais de proteção ao consumidor nos demais casos. (Re-dação dada pela Lei nº 8.656, de 21.5.1993)

Parágrafo único . A multa será em montante não inferior a duzentas e não superior a três milhões de vezes o valor da Unidade Fiscal de Referência (Ufir), ou índice equivalente que venha a substituí-lo. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 8.703, de 6.9.1993)

Art. 58. As penas de apreensão, de inutilização de produtos, de proibição de fabricação de produtos, de suspensão do fornecimento de produto ou ser-viço, de cassação do registro do produto e revo-gação da concessão ou permissão de uso serão aplicadas pela administração, mediante procedi-mento administrativo, assegurada ampla defesa, quando forem constatados vícios de quantidade ou de qualidade por inadequação ou insegurança do produto ou serviço.

Art. 59 . As penas de cassação de alvará de licen-ça, de interdição e de suspensão temporária da atividade, bem como a de intervenção administra-tiva, serão aplicadas mediante procedimento ad-ministrativo, assegurada ampla defesa, quando o fornecedor reincidir na prática das infrações de maior gravidade previstas neste código e na legis-lação de consumo.

§ 1° A pena de cassação da concessão será apli-cada à concessionária de serviço público, quando violar obrigação legal ou contratual.

§ 2° A pena de intervenção administrativa será aplicada sempre que as circunstâncias de fato desaconselharem a cassação de licença, a inter-dição ou suspensão da atividade.

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§ 3° Pendendo ação judicial na qual se discuta a imposição de penalidade administrativa, não have-rá reincidência até o trânsito em julgado da sen-tença.

Art. 60. A imposição de contrapropaganda será cominada quando o fornecedor incorrer na prática de publicidade enganosa ou abusiva, nos termos do art. 36 e seus parágrafos, sempre às expensas do infrator.

§ 1º A contrapropaganda será divulgada pelo res-ponsável da mesma forma, freqüência e dimensão e, preferencialmente no mesmo veículo, local, espaço e horário, de forma capaz de desfazer o malefício da publicidade enganosa ou abusiva.

§ 2° (Vetado).

§ 3° (Vetado).

Das Infrações Penais

Art. 61 . Constituem crimes contra as relações de consumo previstas neste código, sem prejuízo do disposto no Código Penal e leis especiais, as con-dutas tipificadas nos artigos seguintes.

Art. 62 . (Vetado).

Art. 63 . Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou periculosidade de produtos, nas embalagens, nos invólucros, recipientes ou publi-cidade:

Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa.

§ 1° Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de alertar, mediante recomendações escritas ostensi-vas, sobre a periculosidade do serviço a ser pres-tado.

§ 2° Se o crime é culposo:

Pena Detenção de um a seis meses ou multa.

Art. 64 . Deixar de comunicar à autoridade compe-tente e aos consumidores a nocividade ou pericu-losidade de produtos cujo conhecimento seja pos-terior à sua colocação no mercado:

Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa.

Parágrafo único . Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de retirar do mercado, imediatamente quando determinado pela autoridade competente, os produtos nocivos ou perigosos, na forma deste artigo.

Art. 65 . Executar serviço de alto grau de periculo-sidade, contrariando determinação de autoridade competente:

Pena Detenção de seis meses a dois anos e mul-ta.

Parágrafo único . As penas deste artigo são apli-cáveis sem prejuízo das correspondentes à lesão corporal e à morte.

Art. 66 . Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante sobre a natureza, ca-racterística, qualidade, quantidade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia de produtos ou serviços:

Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.

§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar a oferta.

§ 2º Se o crime é culposo;

Pena Detenção de um a seis meses ou multa.

Art. 67 . Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser enganosa ou abusiva:

Pena Detenção de três meses a um ano e multa.

Parágrafo único . (Vetado).

Art. 68 . Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser capaz de induzir o consumi-dor a se comportar de forma prejudicial ou perigo-sa a sua saúde ou segurança:

Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa:

Parágrafo único . (Vetado).

Art. 69 . Deixar de organizar dados fáticos, técni-cos e científicos que dão base à publicidade:

Pena Detenção de um a seis meses ou multa.

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118 Caixa Econômica Federal

Art. 70 . Empregar na reparação de produtos, peça ou componentes de reposição usados, sem auto-rização do consumidor:

Pena Detenção de três meses a um ano e multa.

Art. 71 . Utilizar, na cobrança de dívidas, de amea-ça, coação, constrangimento físico ou moral, afir-mações falsas incorretas ou enganosas ou de qualquer outro procedimento que exponha o con-sumidor, injustificadamente, a ridículo ou interfira com seu trabalho, descanso ou lazer:

Pena Detenção de três meses a um ano e multa.

Art. 72. Impedir ou dificultar o acesso do consu-midor às informações que sobre ele constem em cadastros, banco de dados, fichas e registros:

Pena Detenção de seis meses a um ano ou multa.

Art. 73 . Deixar de corrigir imediatamente informa-ção sobre consumidor constante de cadastro, banco de dados, fichas ou registros que sabe ou deveria saber ser inexata:

Pena Detenção de um a seis meses ou multa.

Art. 74 . Deixar de entregar ao consumidor o termo de garantia adequadamente preenchido e com especificação clara de seu conteúdo;

Pena Detenção de um a seis meses ou multa.

Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer para os crimes referidos neste código, incide as penas a esses cominadas na medida de sua culpabilida-de, bem como o diretor, administrador ou gerente da pessoa jurídica que promover, permitir ou por qualquer modo aprovar o fornecimento, oferta, exposição à venda ou manutenção em depósito de produtos ou a oferta e prestação de serviços nas condições por ele proibidas.

Art. 76. São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados neste código:

I - serem cometidos em época de grave crise eco-nômica ou por ocasião de calamidade;

II - ocasionarem grave dano individual ou coletivo;

III - dissimular-se a natureza ilícita do procedimen-to;

IV - quando cometidos:

a) por servidor público, ou por pessoa cuja condi-ção econômico-social seja manifestamente supe-rior à da vítima;

b) em detrimento de operário ou rurícola; de me-nor de dezoito ou maior de sessenta anos ou de pessoas portadoras de deficiência mental interdi-tadas ou não;

V - serem praticados em operações que envolvam alimentos, medicamentos ou quaisquer outros produtos ou serviços essenciais .

Art. 77 . A pena pecuniária prevista nesta Seção será fixada em dias-multa, correspondente ao mínimo e ao máximo de dias de duração da pena privativa da liberdade cominada ao crime. Na indi-vidualização desta multa, o juiz observará o dis-posto no art. 60, §1° do Código Penal.

Art. 78 . Além das penas privativas de liberdade e de multa, podem ser impostas, cumulativa ou al-ternadamente, observado o disposto nos arts. 44 a 47, do Código Penal:

I - a interdição temporária de direitos;

II - a publicação em órgãos de comunicação de grande circulação ou audiência, às expensas do condenado, de notícia sobre os fatos e a conde-nação;

III - a prestação de serviços à comunidade.

Art. 79 . O valor da fiança, nas infrações de que trata este código, será fixado pelo juiz, ou pela autoridade que presidir o inquérito, entre cem e duzentas mil vezes o valor do Bônus do Tesouro Nacional (BTN), ou índice equivalente que venha a substituí-lo.

Parágrafo único . Se assim recomendar a situa-ção econômica do indiciado ou réu, a fiança pode-rá ser:

a) reduzida até a metade do seu valor mínimo;

b) aumentada pelo juiz até vinte vezes.

Art. 80 . No processo penal atinente aos crimes previstos neste código, bem como a outros crimes e contravenções que envolvam relações de con-sumo, poderão intervir, como assistentes do Minis-tério Público, os legitimados indicados no art. 82, inciso III e IV, aos quais também é facultado pro-por ação penal subsidiária, se a denúncia não for oferecida no prazo legal.

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Da Defesa do Consumidor em Juízo

Disposições Gerais

Art. 81 . A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a título coletivo.

Parágrafo único . A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:

I - interesses ou direitos difusos, assim entendi-dos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstân-cias de fato;

II - interesses ou direitos coletivos, assim entendi-dos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base;

III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem co-mum.

Art. 82 . Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados concorrentemente: (Redação da-da pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)

I - o Ministério Público,

II - a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal;

III - as entidades e órgãos da Administração Públi-ca, direta ou indireta, ainda que sem personalida-de jurídica, especificamente destinados à defe-sa dos interesses e direitos protegidos por este código;

IV - as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos por este código, dispensada a autori-zação assemblear.

§ 1° O requisito da pré-constituição pode ser dis-pensado pelo juiz, nas ações previstas nos arts. 91 e seguintes, quando haja manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou característica

do dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido.

§ 2° (Vetado).

§ 3° (Vetado).

Art. 83 . Para a defesa dos direitos e interesses protegidos por este código são admissíveis todas as espécies de ações capazes de propiciar sua adequada e efetiva tutela.

Parágrafo único . (Vetado).

Art. 84 . Na ação que tenha por objeto o cumpri-mento da obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências que assegurem o resul-tado prático equivalente ao do adimplemento.

§ 1° A conversão da obrigação em perdas e danos somente será admissível se por elas optar o autor ou se impossível a tutela específica ou a obtenção do resultado prático correspondente.

§ 2° A indenização por perdas e danos se fará sem prejuízo da multa (art. 287, do Código de Processo Civil).

§ 3° Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia do provi-mento final, é lícito ao juiz conceder a tutela limi-narmente ou após justificação prévia, citado o réu.

§ 4° O juiz poderá, na hipótese do § 3° ou na sen-tença, impor multa diária ao réu, independente-mente de pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação, fixando prazo razoá-vel para o cumprimento do preceito.

§ 5° Para a tutela específica ou para a obtenção do resultado prático equivalente, poderá o juiz determinar as medidas necessárias, tais como busca e apreensão, remoção de coisas e pessoas, desfazimento de obra, impedimento de atividade nociva, além de requisição de força policial.

Art. 85 . (Vetado).

Art. 86 . (Vetado).

Art. 87. Nas ações coletivas de que trata este código não haverá adiantamento de custas, emo-lumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas, nem condenação da associação autora, salvo comprovada má-fé, em honorários de advo-gados, custas e despesas processuais.

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Parágrafo único . Em caso de litigância de má-fé, a associação autora e os diretores responsáveis pela propositura da ação serão solidariamente condenados em honorários advocatícios e ao dé-cuplo das custas, sem prejuízo da responsabilida-de por perdas e danos.

Art. 88. Na hipótese do art. 13, parágrafo único deste código, a ação de regresso poderá ser ajui-zada em processo autônomo, facultada a possibi-lidade de prosseguir-se nos mesmos autos, veda-da a denunciação da lide.

Art. 89 . (Vetado).

Art. 90 . Aplicam-se às ações previstas neste título as normas do Código de Processo Civil e da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, inclusive no que respeita ao inquérito civil, naquilo que não contra-riar suas disposições.

Das Ações Coletivas Para a Defesa de Interes-ses Individuais Homogêneos

Art. 91. Os legitimados de que trata o art. 82 po-derão propor, em nome próprio e no interesse das vítimas ou seus sucessores, ação civil coletiva de responsabilidade pelos danos individualmente sofridos, de acordo com o disposto nos artigos seguintes. (Redação dada pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)

Art. 92. O Ministério Público, se não ajuizar a a-ção, atuará sempre como fiscal da lei.

Parágrafo único . (Vetado).

Art. 93. Ressalvada a competência da Justiça Federal, é competente para a causa a justiça lo-cal:

I - no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano, quando de âmbito local;

II - no foro da Capital do Estado ou no do Distrito Federal, para os danos de âmbito nacional ou regional, aplicando-se as regras do Código de Processo Civil aos casos de competência concor-rente.

Art. 94. Proposta a ação, será publicado edital no órgão oficial, a fim de que os interessados possam intervir no processo como litisconsortes, sem pre-juízo de ampla divulgação pelos meios de comuni-

cação social por parte dos órgãos de defesa do consumidor.

Art. 95. Em caso de procedência do pedido, a condenação será genérica, fixando a responsabili-dade do réu pelos danos causados.

Art. 96. (Vetado).

Art. 97 . A liquidação e a execução de sentença poderão ser promovidas pela vítima e seus suces-sores, assim como pelos legitimados de que trata o art. 82.

Parágrafo único . (Vetado).

Art. 98. A execução poderá ser coletiva, sendo promovida pelos legitimados de que trata o art. 82, abrangendo as vítimas cujas indenizações já tive-ram sido fixadas em sentença de liquidação, sem prejuízo do ajuizamento de outras execuções. (Redação dada pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)

§ 1° A execução coletiva far-se-á com base em certidão das sentenças de liquidação, da qual de-verá constar a ocorrência ou não do trânsito em julgado.

§ 2° É competente para a execução o juízo:

I - da liquidação da sentença ou da ação condena-tória, no caso de execução individual;

II - da ação condenatória, quando coletiva a exe-cução.

Art. 99 . Em caso de concurso de créditos decor-rentes de condenação prevista na Lei n.° 7.347, de 24 de julho de 1985 e de indenizações pelos prejuízos individuais resultantes do mesmo evento danoso, estas terão preferência no pagamento.

Parágrafo único . Para efeito do disposto neste artigo, a destinação da importância recolhida ao fundo criado pela Lei n°7.347 de 24 de julho de 1985, ficará sustada enquanto pendentes de deci-são de segundo grau as ações de indenização pelos danos individuais, salvo na hipótese de o patrimônio do devedor ser manifestamente sufici-ente para responder pela integralidade das dívi-das.

Art. 100 . Decorrido o prazo de um ano sem habili-tação de interessados em número compatível com a gravidade do dano, poderão os legitimados do art. 82 promover a liquidação e execução da inde-nização devida.

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Parágrafo único . O produto da indenização devi-da reverterá para o fundo criado pela Lei n.° 7.347, de 24 de julho de 1985.

Das Ações de Responsabilidade do Fornece-dor de Produtos e Serviços

Art. 101 . Na ação de responsabilidade civil do fornecedor de produtos e serviços, sem prejuízo do disposto nos Capítulos I e II deste título, serão observadas as seguintes normas:

I - a ação pode ser proposta no domicílio do autor;

II - o réu que houver contratado seguro de respon-sabilidade poderá chamar ao processo o segura-dor, vedada a integração do contraditório pelo Instituto de Resseguros do Brasil. Nesta hipótese, a sentença que julgar procedente o pedido conde-nará o réu nos termos do art. 80 do Código de Processo Civil. Se o réu houver sido declarado falido, o síndico será intimado a informar a exis-tência de seguro de responsabilidade, facultando-se, em caso afirmativo, o ajuizamento de ação de indenização diretamente contra o segurador, ve-dada a denunciação da lide ao Instituto de Resse-guros do Brasil e dispensado o litisconsórcio obri-gatório com este.

Art. 102 . Os legitimados a agir na forma deste código poderão propor ação visando compelir o Poder Público competente a proibir, em todo o território nacional, a produção, divulgação distribu-ição ou venda, ou a determinar a alteração na composição, estrutura, fórmula ou acondiciona-mento de produto, cujo uso ou consumo regular se revele nocivo ou perigoso à saúde pública e à incolumidade pessoal.

§ 1° (Vetado).

§ 2° (Vetado).

Da Coisa Julgada

Art. 103 . Nas ações coletivas de que trata este código, a sentença fará coisa julgada:

I - erga omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação, com idêntico fundamento valendo-se de nova prova, na hipótese do inciso I do parágrafo único do art. 81;

II - ultra partes, mas limitadamente ao grupo, ca-tegoria ou classe, salvo improcedência por insufi-ciência de provas, nos termos do inciso anterior, quando se tratar da hipótese prevista no inciso II do parágrafo único do art. 81;

III - erga omnes, apenas no caso de procedência do pedido, para beneficiar todas as vítimas e seus sucessores, na hipótese do inciso III do parágrafo único do art. 81.

§ 1° Os efeitos da coisa julgada previstos nos inci -sos I e II não prejudicarão interesses e direitos individuais dos integrantes da coletividade, do grupo, categoria ou classe.

§ 2° Na hipótese prevista no inciso III, em caso de improcedência do pedido, os interessados que não tiverem intervindo no processo como litiscon-sortes poderão propor ação de indenização a título individual.

§ 3° Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art. 16, combinado com o art. 13 da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, não prejudicarão as ações de indenização por danos pessoalmente sofridos, propostas individualmente ou na forma prevista neste código, mas, se procedente o pedido, bene-ficiarão as vítimas e seus sucessores, que pode-rão proceder à liquidação e à execução, nos ter-mos dos arts. 96 a 99.

§ 4º Aplica-se o disposto no parágrafo anterior à sentença penal condenatória.

Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos I e II e do parágrafo único do art. 81, não induzem litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada erga omnes ou ultra par-tes a que aludem os incisos II e III do artigo ante-rior não beneficiarão os autores das ações indivi-duais, se não for requerida sua suspensão no pra-zo de trinta dias, a contar da ciência nos autos do ajuizamento da ação coletiva.

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Do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor

Art. 105 . Integram o Sistema Nacional de Defesa do Consumidor (SNDC), os órgãos federais, esta-duais, do Distrito Federal e municipais e as enti-dades privadas de defesa do consumidor.

Art. 106 . O Departamento Nacional de Defesa do Consumidor, da Secretaria Nacional de Direito Econômico (MJ), ou órgão federal que venha substituí-lo, é organismo de coordenação da polí-tica do Sistema Nacional de Defesa do Consumi-dor, cabendo-lhe:

I - planejar, elaborar, propor, coordenar e executar a política nacional de proteção ao consumidor;

II - receber, analisar, avaliar e encaminhar consul-tas, denúncias ou sugestões apresentadas por entidades representativas ou pessoas jurídicas de direito público ou privado;

III - prestar aos consumidores orientação perma-nente sobre seus direitos e garantias;

IV - informar, conscientizar e motivar o consumidor através dos diferentes meios de comunicação;

V - solicitar à polícia judiciária a instauração de inquérito policial para a apreciação de delito contra os consumidores, nos termos da legislação vigen-te;

VI - representar ao Ministério Público competente para fins de adoção de medidas processuais no âmbito de suas atribuições;

VII - levar ao conhecimento dos órgãos competen-tes as infrações de ordem administrativa que viola-rem os interesses difusos, coletivos, ou individuais dos consumidores;

VIII - solicitar o concurso de órgãos e entidades da União, Estados, do Distrito Federal e Municípios, bem como auxiliar a fiscalização de preços, abas-tecimento, quantidade e segurança de bens e ser-viços;

IX - incentivar, inclusive com recursos financeiros e outros programas especiais, a formação de enti-dades de defesa do consumidor pela população e pelos órgãos públicos estaduais e municipais;

X - (Vetado).

XI - (Vetado).

XII - (Vetado).

XIII - desenvolver outras atividades compatíveis com suas finalidades.

Parágrafo único . Para a consecução de seus objetivos, o Departamento Nacional de Defesa do Consumidor poderá solicitar o concurso de órgãos e entidades de notória especialização técnico-científica.

Da Convenção Coletiva de Consumo

Art. 107 . As entidades civis de consumidores e as associações de fornecedores ou sindicatos de categoria econômica podem regular, por conven-ção escrita, relações de consumo que tenham por objeto estabelecer condições relativas ao preço, à qualidade, à quantidade, à garantia e característi-cas de produtos e serviços, bem como à reclama-ção e composição do conflito de consumo.

§ 1° A convenção tornar-se-á obrigatória a partir do registro do instrumento no cartório de títulos e documentos.

§ 2° A convenção somente obrigará os filiados às entidades signatárias.

§ 3° Não se exime de cumprir a convenção o for-necedor que se desligar da entidade em data pos-terior ao registro do instrumento.

Art. 108 . (Vetado).

Disposições Finais

Art. 109 . (Vetado).

Art. 110 . Acrescente-se o seguinte inciso IV ao art. 1° da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985:

"IV - a qualquer outro interesse difuso ou coletivo".

Art. 111 . O inciso II do art. 5° da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, passa a ter a seguinte reda-ção:

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Caixa Econômica Federal 123

"II - inclua, entre suas finalidades institucio-nais, a proteção ao meio ambiente, ao consumi-dor, ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, ou a qualquer outro inte-resse difuso ou coletivo".

Art. 112 . O § 3° do art. 5° da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, passa a ter a seguinte redação:

"§ 3° Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por associação legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado assumirá a titularidade ativa".

Art. 113 . Acrescente-se os seguintes §§ 4°, 5° e 6° ao art. 5º. da Lei n.° 7.347, de 24 de julho de 1985:

"§ 4.° O requisito da pré-constituição pode rá ser dispensado pelo juiz, quando haja manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido.

§ 5.° Admitir-se-á o litisconsórcio facultativo ent re os Ministérios Públicos da União, do Distrito Fede-ral e dos Estados na defesa dos interesses e direi-tos de que cuida esta lei.(Vide Mensagem de veto) (Vide REsp 222582 /MG - STJ)

§ 6° Os órgãos públicos legitimados poderão to-mar dos interessados compromisso de ajustamen-to de sua conduta às exigências legais, mediante combinações, que terá eficácia de título executivo extrajudicial". (Vide Mensagem de veto) (Vide REsp 222582 /MG - STJ)

Art. 114 . O art. 15 da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, passa a ter a seguinte redação:

"Art. 15. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da sentença condenatória, sem que a associação autora lhe promova a execução, deve-rá fazê-lo o Ministério Público, facultada igual ini-ciativa aos demais legitimados".

Art. 115 . Suprima-se o caput do art. 17 da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, passando o pará-grafo único a constituir o caput, com a seguinte redação:

"Art. 17. "Art. 17. Em caso de litigância de má-fé, a associação autora e os diretores respon-sáveis pela propositura da ação serão solidaria-mente condenados em honorários advocatícios e ao décuplo das custas, sem prejuízo da responsa-bilidade por perdas e danos".

Art. 116. Dê-se a seguinte redação ao art. 18 da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985:

"Art. 18. Nas ações de que trata esta lei, não haverá adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas, nem condenação da associação autora, salvo comprovada má-fé, em honorários de advogado, custas e despesas processuais".

Art. 117 . Acrescente-se à Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, o seguinte dispositivo, renumeran-do-se os seguintes:

"Art. 21. Aplicam-se à defesa dos direitos e interesses difusos, coletivos e individuais, no que for cabível, os dispositivos do Título III da lei que instituiu o Código de Defesa do Consumidor".

Art. 118 . Este código entrará em vigor dentro de cento e oitenta dias a contar de sua publicação.

Art. 119 . Revogam-se as disposições em contrá-rio.

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124 Caixa Econômica Federal

DECRETO Nº 5.903, DE 20 DE SETEMBRO DE 2006.

Art. 1º Este Decreto regulamenta a Lei nº 10.962, de 11 de outubro de 2004, e dispõe sobre as prá-ticas infracionais que atentam contra o direito bá-sico do consumidor de obter informação adequada e clara sobre produtos e serviços, previstas na Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990.

Art. 2º Os preços de produtos e ser-viços deverão ser informados adequa-damente, de modo a garantir ao consu-midor a correção, clareza, precisão, ostensividade e legibilidade das in-formações prestadas.

§ 1º Para efeito do disposto no caput deste artigo, considera-se:

I - correção, a informação verdadeira que não seja capaz de induzir o con-sumidor em erro;

II - clareza, a informação que pode ser entendida de imediato e com faci-lidade pelo consumidor, sem abrevia-turas que dificultem a sua compreen-são, e sem a necessidade de qualquer interpretação ou cálculo;

III - precisão, a informação que seja exata, definida e que esteja física ou visualmente ligada ao produto a que se refere, sem nenhum embaraço físico ou visual interposto;

IV - ostensividade, a informação que seja de fácil percepção, dispensando qualquer esforço na sua assimilação; e

V - legibilidade, a informação que seja visível e indelével.

Art. 3º O preço de produto ou serviço deverá ser informado discriminando-se o total à vista.

Parágrafo único . No caso de outorga de crédito, como nas hipóteses de financiamento ou parcela-mento, deverão ser também discriminados:

I - o valor total a ser pago com financiamento;

II - o número, periodicidade e valor das presta-ções;

III - os juros; e

IV - os eventuais acréscimos e encargos que inci-direm sobre o valor do financiamento ou parcela-mento.

Art. 4º Os preços dos produtos e serviços ex-postos à venda devem ficar sempre visíveis aos consumidores enquanto o estabelecimento estiver aberto ao público.

Parágrafo único . A montagem, rearranjo ou lim-peza, se em horário de funcionamento, deve ser feito sem prejuízo das informações relativas aos preços de produtos ou serviços expostos à venda.

Art. 5º Na hipótese de afixação de preços de bens e serviços para o consumidor, em vitrines e no comércio em geral, de que trata o inciso I do art. 2º da Lei no 10.962, de 2004, a etiqueta ou similar afixada diretamente no produto exposto à venda deverá ter sua face principal voltada ao consumidor, a fim de garantir a pronta visualiza-ção do preço, independentemente de solicitação do consumidor ou intervenção do comerciante.

Parágrafo único . Entende-se como similar qual-quer meio físico que esteja unido ao produto e gere efeitos visuais equivalentes aos da etiqueta.

Art. 6º Os preços de bens e serviços para o con-sumidor nos estabelecimentos comerciais de que trata o inciso II do art. 2º da Lei nº 10.962, de 2004, admitem as seguintes modalidades de afi-xação:

I - direta ou impressa na própria embalagem;

II - de código referencial; ou

III - de código de barras.

§ 1º Na afixação direta ou impressão na própria embalagem do produto, será observado o disposto no art. 5o deste Decreto.

§ 2º A utilização da modalidade de afixação de código referencial deverá atender às seguintes exigências:

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Caixa Econômica Federal 125

I - a relação dos códigos e seus respectivos pre-ços devem estar visualmente unidos e próximos dos produtos a que se referem, e imediatamente perceptível ao consumidor, sem a necessidade de qualquer esforço ou deslocamento de sua parte; e

II - o código referencial deve estar fisicamente ligado ao produto, em contraste de cores e em tamanho suficientes que permitam a pronta identi-ficação pelo consumidor.

§ 3º Na modalidade de afixação de código de barras, deverão ser observados os seguintes re-quisitos:

I - as informações relativas ao preço à vista, ca-racterísticas e código do produto deverão estar a ele visualmente unidas, garantindo a pronta identi-ficação pelo consumidor;

II - a informação sobre as características do item deve compreender o nome, quantidade e demais elementos que o particularizem; e

III - as informações deverão ser disponibilizadas em etiquetas com caracteres ostensivos e em cores de destaque em relação ao fundo.

Art. 7º Na hipótese de utilização do código de barras para apreçamento, os fornecedores deve-rão disponibilizar, na área de vendas, para consul-ta de preços pelo consumidor, equipamentos de leitura ótica em perfeito estado de funcionamento.

§ 1º Os leitores óticos deverão ser indicados por cartazes suspensos que informem a sua localiza-ção.

§ 2º Os leitores óticos deverão ser dispostos na área de vendas, observada a distância máxima de quinze metros entre qualquer produto e a leitora ótica mais próxima.

§ 3º Para efeito de fiscalização, os fornecedores deverão prestar as informações necessárias aos agentes fiscais mediante disponibilização de cro-qui da área de vendas, com a identificação clara e precisa da localização dos leitores óticos e a dis-tância que os separa, demonstrando graficamente o cumprimento da distância máxima fixada neste artigo.

Art. 8º A modalidade de relação de preços de produtos expostos e de serviços oferecidos aos consumidores somente poderá ser empregada quando for impossível o uso das modalidades descritas nos arts. 5o e 6o deste Decreto.

§ 1º A relação de preços de produtos ou serviços expostos à venda deve ter sua face principal vol-tada ao consumidor, de forma a garantir a pronta visualização do preço, independentemente de solicitação do consumidor ou intervenção do co-merciante.

§ 2º A relação de preços deverá ser também afi-xada, externamente, nas entradas de restauran-tes, bares, casas noturnas e similares.

Art. 9º Configuram infrações ao direito básico do consumidor à informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, sujeitando o infrator às penalidades previstas na Lei no 8.078, de 1990, as seguintes condutas:

I - utilizar letras cujo tamanho não seja uniforme ou dificulte a percepção da informação, conside-rada a distância normal de visualização do con-sumidor;

II - expor preços com as cores das letras e do fun-do idêntico ou semelhante;

III - utilizar caracteres apagados, rasurados ou borrados;

IV - informar preços apenas em parcelas, obrigan-do o consumidor ao cálculo do total;

V - informar preços em moeda estrangeira, desa-companhados de sua conversão em moeda cor-rente nacional, em caracteres de igual ou superior destaque;

VI - utilizar referência que deixa dúvida quanto à identificação do item ao qual se refere;

VII - atribuir preços distintos para o mesmo item; e

VIII - expor informação redigida na vertical ou ou-tro ângulo que dificulte a percepção.

Art. 10. A aplicação do disposto neste Decreto dar-se-á sem prejuízo de outras normas de contro-le incluídas na competência de demais órgãos e entidades federais.

Art. 11 . Este Decreto entra em vigor noventa dias após sua publicação.

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CIRCULAR 3.289/2001

Art. 1º Constituir e implementar, no Banco Central do Brasil, o Sistema de Registro de Denúncias, Reclamações e Pedidos de Informações (RDR), destinado ao registro e ao tratamento de denún-cias, reclamações e pedidos de informações a ele apresentados por usuários de produtos e serviços das instituições financeiras, demais instituições autorizadas a funcionar pela referida autarquia e administradoras de consórcios.

Parágrafo único . Considera-se denúncia, para os fins desta circular, os fatos que caracterizem indí-cios de descumprimento de dispositivos legais e regulamentares cuja fiscalização esteja afeta ao Banco Central do Brasil.

Art. 2º As denúncias e as reclamações registradas no sistema RDR serão disponibilizadas às institui-ções e às administradoras referidas no art. 1º na página do Banco Central do Brasil na internet (www.bcb.gov.br).

Art. 3º As instituições e as administradoras referi-das no art. 1º devem responder ao interessado em até dez dias úteis, contados da data de disponibili-zação do registro no sistema RDR.

Parágrafo único . Cópia eletrônica da resposta e dos respectivos anexos, além de relato das provi-dências adotadas e dos esclarecimentos cabíveis, devem ser encaminhados ao Banco Central do Brasil, por meio do sistema RDR, no prazo men-cionado no caput.

Art. 4º As instituições e as administradoras referi-das no art. 1º devem designar diretor responsável pelo atendimento das denúncias, das reclamações e pela prestação de informações no sistema RDR, até 30 de setembro de 2005.

§ 1º Para fins da responsabilidade de que trata o caput, admite-se que o diretor indicado desempe-nhe outras funções na instituição, exceto a relativa à administração de recursos de terceiros.

§ 2º Os dados relativos ao diretor designado de-vem ser inseridos e mantidos atualizados no Sis-

tema de Informações sobre Entidades de Interes-se do Banco Central (Unicad).

Art. 5º Fica o Departamento de Supervisão de Cooperativas e Instituições Não-Bancárias e de Atendimento de Demandas e Reclamações (De-suc) autorizado a examinar, caso a caso, e decidir a respeito de eventuais pedidos de prorrogação do prazo para resposta fixado no art. 3º.

Parágrafo único. Eventuais pedidos de prorroga-ção de prazo devem ser registrados no sistema RDR.

Art. 6º A inobservância dos prazos e das condi-ções estabelecidos nesta circular sujeita a entida-de infratora às penalidades previstas na Resolu-ção 2.901, de 31 de outubro de 2001, e no art.16 da Lei 5.768, de 20 de dezembro de 1971.

Art. 7º Esta circular entra em vigor na data de sua publicação, produzindo efeitos a partir de 19 de setembro de 2005.

Dispõe sobre a constituição e a implementa-ção, no Banco Central do Brasil, do Sistema de Registro de Denúncias, Reclamações e Pedi-dos de Informações (RDR).

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RESOLUCAO 3.518/2007

Art. 1º A cobrança de tarifas pela prestação de serviços por parte das instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil deve estar prevista no contrato firmado entre a instituição e o cliente ou ter sido o respectivo serviço previamente autoriza-do ou solicitado pelo cliente ou pelo usuário.

Parágrafo único . Para efeito desta resolução:

I - considera-se cliente a pessoa que possui víncu-lo negocial não esporádico com a instituição, de-corrente de contrato de depósitos, de operação de crédito ou de arrendamento mercantil, de presta-ção de serviços ou de aplicação financeira;

II - os serviços prestados a pessoas físicas são classificados como essenciais, prioritários, especi-ais e diferenciados;

III - não se caracteriza como tarifa o ressarcimento de despesas decorrentes de prestação de servi-ços por terceiros, podendo seu valor ser cobrado desde que devidamente explicitado no contrato de operação de crédito ou de arrendamento mercan-til.

Art. 2º É vedada às instituições de que trata o art. 1º a cobrança de ta-rifas pela prestação de serviços ban-cários essenciais a pessoas físicas, assim considerados aqueles relativos a:

I - conta corrente de depósitos à vista:

a) fornecimento de cartão com função débito;

b) fornecimento de dez folhas de che-ques por mês, desde que o correntista reúna os requisitos necessários à u-tilização de cheques, de acordo com a regulamentação em vigor e as condi-ções pactuadas;

c) fornecimento de segunda via do cartão referido na alínea "a", exceto nos casos de pedidos de reposição formulados pelo correntista decorren-tes de perda, roubo, danificação e outros motivos não imputáveis à ins-tituição emitente;

d) realização de até quatro saques, por mês, em guichê de caixa, inclusi-ve por meio de cheque ou de cheque avulso, ou em terminal de auto-atendimento;

e) fornecimento de até dois extratos contendo a movimentação do mês por meio de terminal de auto-atendimento;

f) realização de consultas mediante utilização da internet;

g) realização de duas transferências de recursos entre contas na própria instituição, por mês, em guichê de caixa, em terminal de auto-atendimento e/ou pela internet;

h) compensação de cheques;

i) fornecimento do extrato de que trata o art. 12;

II - conta de depósitos de poupança:

a) fornecimento de cartão com função movimentação;

b) fornecimento de segunda via do cartão referido na alínea "a", exceto nos casos de pedidos de reposição formulados pelo correntista, decor-rentes de perda, roubo, danificação e outros motivos não imputáveis à ins-tituição emitente;

c) realização de até dois saques, por mês, em guichê de caixa ou em termi-nal de auto-atendimento;

d) realização de até duas transferên-cias para conta de depósitos de mesma titularidade;

e) fornecimento de até dois extratos contendo a movimentação do mês;

Disciplina a cobrança de tarifas pela prestação de serviços por parte das instituições financei-ras e demais instituições autorizadas a funcio-nar pelo Banco Central do Brasil.

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128 Caixa Econômica Federal

f) realização de consultas mediante utilização da internet;

g) fornecimento do extrato de que trata o art. 12.

§ 1º É vedada a cobrança de tarifas em contas à ordem do poder judiciário e para a manutenção de depósitos em consignação de pagamento de que trata a Lei nº 8.951, de 13 de dezembro de 1994.

§ 2º Com relação ao disposto no ca-put, inciso I, alínea "b", é faculta-do à instituição financeira suspender o fornecimento de novos cheques quan-do:

I - vinte ou mais folhas de cheque, já fornecidas ao correntista, ainda não tiverem sido liquidadas; ou

II - não tiverem sido liquidadas 50% (cinqüenta por cento), no mínimo, das folhas de cheque fornecidas ao cor-rentista nos três últimos meses.

Art. 3º Os serviços prioritários para pessoas físicas, assim considerados aqueles relacionados às contas de de-pósito, transferências de recursos, operações de crédito e cadastro, se-rão definidos pelo Banco Central do Brasil, que estabelecerá a padroniza-ção de nomes e canais de entrega, a identificação por siglas e a descri-ção dos respectivos fatos geradores.

Parágrafo único . A cobrança de tari-fas de pessoas físicas pela presta-ção, no País, de serviços prioritá-rios fica limitada às hipóteses pre-vistas no caput.

Art. 4º O disposto nos arts. 2º, 3º e 6º não se apli-ca à prestação de serviços especiais, assim con-siderados aqueles referentes ao crédito rural, ao mercado de câmbio, ao repasse de recursos, ao sistema financeiro da habitação, ao Fundo de Ga-rantia do empo de Serviço (FGTS), ao Fundo PIS/PASEP, ao penhor civil previsto no Decreto nº 6.132, de 22 de junho de 2007, às contas especi-ais de que trata a Resolução nº 3.211, de 30 de junho de 2004, às contas de registro e controle disciplinadas pela Resolução nº 3.402, de 6 de setembro de 2006, alterada pela Resolução nº 3.424, de 21 de dezembro de 2006, bem como às

operações de microcrédito de que trata a Resolu-ção nº 3.422, de 30 de novembro de 2006, entre outros, devendo ser observadas as disposições específicas contidas nas respectivas legislação e regulamentação.

Art. 5º Admite-se a cobrança de remu-neração pela prestação de serviços diferenciados a pessoas físicas, des-de que explicitadas ao cliente ou u-suário as condições de utilização e de pagamento, assim considerados a-queles relativos a:

I - abono de assinatura;

II - aditamento de contratos;

III - administração de fundos de in-vestimento;

IV - aluguel de cofre;

V - avaliação, reavaliação e substi-tuição de bens recebidos em garantia;

VI - cartão de crédito;

VII - certificado digital;

VIII - coleta e entrega em domicílio ou outro local;

IX - cópia ou segunda via de compro-vantes e documentos;

X - corretagem;

XI - custódia;

XII - extrato diferenciado mensal contendo informações adicionais àque-las relativas a contas-correntes de depósitos à vista e a contas de depó-sitos de poupança;

XIII - fornecimento de atestados, certificados e declarações;

XIV - leilões agrícolas;

XV - aviso automático de movimentação de conta.

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Art. 6º É obrigatória a oferta a pes-soas físicas de pacote padronizado de serviços prioritários, cujos itens componentes e quantidade de eventos serão determinados pelo Banco Central do Brasil.

§ 1º O valor cobrado pelo pacote pa-dronizado de serviços mencionado no caput não pode exceder o somatório do valor das tarifas individuais que o compõem, considerada a tarifa corres-pondente ao canal de entrega de menor valor.

§ 2º Para efeito do cálculo de que trata o § 1º:

I - deve ser computado o valor pro-porcional mensal da tarifa relativa a serviço cuja cobrança não seja men-sal;

II - devem ser desconsiderados os va-lores das tarifas cuja cobrança seja realizada uma única vez.

§ 3º É facultado o oferecimento de pacote de serviços distintos contendo outros serviços, inclusive serviços essenciais, prioritários, especiais e diferenciados, observada a padroniza-ção dos serviços prioritários, bem como a exigência prevista no § 1º.

Art. 7º Observadas as vedações esta-belecidas no art. 2º, é prerrogativa do cliente:

I - a utilização e o pagamento por serviços individualizados; e/ou

II - a utilização e o pagamento, de forma não individualizada, de servi-ços incluídos em pacote.

Art. 8º As tarifas debitadas em conta corrente de depósitos à vista ou em conta de depósitos de poupança devem ser identificadas no extrato de forma clara, com utilização, no caso dos serviços prioritários, da padronização de que trata o art. 3º.

§ 1º O valor do lançamento a débito referente à cobrança de tarifa em conta de depósitos de pou-pança somente poderá ocorrer após o lançamento dos rendimentos de cada período.

§ 2º O valor do lançamento a débito referente à cobrança de tarifa em conta corrente de depósitos à vista ou em conta de depósitos de poupança não pode ser superior ao saldo disponível.

Art. 9º É obrigatória a divulgação, em local e formato visível ao público no recinto das suas dependências e nas dependências dos correspondentes no País, bem como nos respectivos sí-tios eletrônicos, das seguintes in-formações relativas à prestação de serviços a pessoas físicas e pessoas jurídicas e respectivas tarifas:

I - tabela contendo os serviços cuja cobrança de tarifas é vedada, nos termos do art. 2º;

II - tabela, na forma do art. 3º, in-cluindo lista de serviços, canais de entrega, sigla no extrato, fato gera-dor da cobrança e valor da tarifa;

III - tabela contendo informações a respeito do pacote padronizado, na forma do art. 6º;

IV - demais tabelas de serviços pres-tados pela instituição;

V - esclarecimento de que os valores das tarifas foram estabelecidos pela própria instituição.

Parágrafo único . O início da divulga-ção das tarifas na forma prevista nesta resolução deve ocorrer até 31 de março de 2008.

Art. 10 . A majoração do valor de ta-rifa existente ou a instituição de nova tarifa deve ser divulgada com, no mínimo, trinta dias de antecedên-cia, sendo permitida a cobrança so-mente para o serviço utilizado após esse prazo.

§ 1º Os preços dos serviços referidos nos arts. 3º e 6º somente podem ser majorados após decorridos 180 dias de sua última alteração, admitindo-se a sua redução a qualquer tempo.

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§ 2º O prazo de que trata o § 1º deve ser contado a partir da primeira al-teração que ocorrer após a divulgação dos serviços e respectivas tarifas na forma prevista nesta resolução.

Art. 11. As instituições de que trata o art. 1º de-vem remeter ao Banco Central do Brasil, na forma a ser estabelecida por aquela autarquia, a relação dos serviços tarifados e os respectivos valores:

I - até 31 de março de 2008;

II - sempre que ocorrer alteração, observado o disposto no art. 10, caput, no caso de majoração.

Art. 12 . As instituições de que trata o art. 1º devem fornecer aos clientes pessoas físicas, até 28 de fevereiro de cada ano, a partir de 2009, extra-to consolidado discriminando, mês a mês, as tarifas cobradas no ano ante-rior em conta corrente de depósitos à vista e/ou em conta de depósitos de poupança.

Art. 13. Os contratos firmados a partir da vigência desta resolução devem prever a aplicação das regras estabelecidas pela Resolução nº 2.303, de 1996, até 29 de abril de 2008.

Art. 14 . Em relação aos contratos firmados até a data de vigência desta resolução, as instituições referidas no art. 1º devem utilizar, até 29 de abril de 2008, as tarifas divulgadas conforme as dispo-sições da Resolução nº 2.303, de 1996, e, a partir de 30 de abril de 2008, as tarifas estabelecidas na forma desta resolução.

Art. 15. Fica o Banco Central do Brasil autorizado a adotar as medidas julgadas necessárias à im-plementação do disposto nesta resolução.

Art. 16. Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação, produzindo efeitos a partir de 30 de abril de 2008, quando ficarão revogadas as Resoluções nºs 2.303, de 25 de julho de 1996, e 2.343, de 19 de dezembro de 1996, o art. 2º da Resolução nº 2.747, de 28 de junho de 2000, e o inciso III do art. 18 da Resolução nº 2.878, de 26 de julho de 2001.

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RESOLUÇÃO BACEN Nº 3.694, DE 26 DE MARÇO DE 2009

Art. 1º As instituições financeiras e demais institu-ições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil devem contemplar, em seus sistemas de controles internos e de prevenção de riscos pre-vistos na regulamentação vigente, a adoção e a verificação de procedimentos, na contratação de operações e na prestação de serviços, que asse-gurem:

I - a prestação das informações necessárias à livre escolha e à tomada de decisões por parte de seus clientes e usuários, explicitando, inclusive, as cláusulas contratuais ou práticas que impliquem deveres, responsabilidades e penalidades e forne-cendo tempestivamente cópia de contratos, reci-bos, extratos, comprovantes e outros documentos relativos a operações e a serviços prestados;

II - a utilização em contratos e documentos de redação clara, objetiva e adequada à natureza e à complexidade da operação ou do serviço presta-do, de forma a permitir o entendimento do conteú-do e a identificação de prazos, valores, encargos, multas, datas, locais e demais condições.

Art. 2º As instituições referidas no art. 1º devem divulgar, em suas dependências e nas dependên-cias dos estabelecimentos onde seus produtos são ofertados, em local visível e em formato legí-vel, informações relativas a situações que impli-quem recusa à realização de pagamentos ou à recepção de cheques, fichas de compensação, documentos, inclusive de cobrança, contas e ou-tros.

Art. 3º É vedado às instituições referidas no art. 1º recusar ou dificultar, aos clientes e usuários de seus produtos e serviços, o acesso aos canais de atendimento convencionais, inclusive guichês de caixa, mesmo na hipótese de oferecer atendimen-to alternativo ou eletrônico.

§ 1º O disposto no caput não se aplica às depen-dências exclusivamente eletrônicas nem à presta-ção de serviços de cobrança e de recebimento

decorrentes de contratos ou convênios que preve-jam canais de atendimento específicos.

§ 2º A opção pela prestação de serviços por meios alternativos aos convencionais é admitida desde que adotadas as medidas necessárias para pre-servar a integridade, a confiabilidade, a segurança e o sigilo das transações realizadas, assim como a legitimidade dos serviços prestados, em face dos direitos dos clientes e dos usuários, devendo as instituições informá-los dos riscos existentes.

Art. 4º Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 5º Ficam revogadas as Resoluções ns. 2.878, de 26 de julho de 2001, e 2.892, de 27 de setem-bro de 2001.

Dispõe sobre a prevenção de riscos na contra-tação de operações e na prestação de serviços por parte de instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil.

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DECRETO Nº 6.523, DE 31 DE JULHO DE 2008.

Art. 1º Este Decreto regulamenta a Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990, e fixa normas gerais sobre o Serviço de Atendimento ao Consumidor - SAC por telefone, no âmbito dos fornecedores de serviços regulados pelo Poder Público federal, com vistas à observância dos direitos básicos do consumidor de obter informação adequada e clara sobre os serviços que contratar e de manter-se protegido contra práticas abusivas ou ilegais im-postas no fornecimento desses serviços.

DO ÂMBITO DA APLICAÇÃO

Art. 2º Para os fins deste Decreto, compreende-se por SAC o serviço de atendimento telefônico das prestadoras de serviços regulados que te-nham como finalidade resolver as demandas dos consumidores sobre informação, dúvida, reclama-ção, suspensão ou cancelamento de contratos e de serviços.

Parágrafo único . Excluem-se do âmbito de apli-cação deste Decreto a oferta e a contratação de produtos e serviços realizadas por telefone.

DA ACESSIBILIDADE DO SERVIÇO

Art. 3º As ligações para o SAC serão gratuitas e o atendimento das solicitações e demandas previsto neste Decreto não deverá resultar em qualquer ônus para o consumidor.

Art. 4º O SAC garantirá ao consumidor, no pri-meiro menu eletrônico, as opções de contato com o atendente, de reclamação e de cancelamento de contratos e serviços.

§ 1º A opção de contatar o atendimento pessoal constará de todas as subdivisões do menu eletrô-nico.

§ 2º O consumidor não terá a sua ligação finaliza-da pelo fornecedor antes da conclusão do atendi-mento.

§ 3º O acesso inicial ao atendente não será con-dicionado ao prévio fornecimento de dados pelo consumidor.

§ 4º Regulamentação específica tratará do tempo máximo necessário para o contato direto com o atendente, quando essa opção for selecionada.

Art. 5º O SAC estará disponível, ininterruptamen-te, durante vinte e quatro horas por dia e sete dias por semana, ressalvado o disposto em normas específicas.

Art. 6º O acesso das pessoas com deficiência auditiva ou de fala será garantido pelo SAC, em caráter preferencial, facultado à empresa atribuir número telefônico específico para este fim.

Art. 7º O número do SAC constará de forma clara e objetiva em todos os documentos e materiais impressos entregues ao consumidor no momento da contratação do serviço e durante o seu forne-cimento, bem como na página eletrônica da em-presa na INTERNET.

Parágrafo único . No caso de empresa ou grupo empresarial que oferte serviços conjuntamente, será garantido ao consumidor o acesso, ainda que por meio de diversos números de telefone, a canal único que possibilite o atendimento de demanda relativa a qualquer um dos serviços oferecidos.

DA QUALIDADE DO ATENDIMENTO

Art. 8º O SAC obedecerá aos princípios da digni-dade, boa-fé, transparência, eficiência, eficácia, celeridade e cordialidade.

Art. 9º O atendente, para exercer suas funções no SAC, deve ser capacitado com as habilidades técnicas e procedimentais necessárias para reali-zar o adequado atendimento ao consumidor, em linguagem clara.

Art. 10 . Ressalvados os casos de reclamação e de cancelamento de serviços, o SAC garantirá a transferência imediata ao setor competente para atendimento definitivo da demanda, caso o primei-ro atendente não tenha essa atribuição.

§ 1º A transferência dessa ligação será efetivada em até sessenta segundos.

Regulamenta a Lei no 8.078, de 11 de setem-bro de 1990, para fixar normas gerais sobre o Serviço de Atendimento ao Consumidor - SAC.

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§ 2º Nos casos de reclamação e cancelamento de serviço, não será admitida a transferência da liga-ção, devendo todos os atendentes possuir atribui-ções para executar essas funções.

§ 3º O sistema informatizado garantirá ao aten-dente o acesso ao histórico de demandas do con-sumidor.

Art. 11 . Os dados pessoais do consumidor serão preservados, mantidos em sigilo e utilizados ex-clusivamente para os fins do atendimento.

Art. 12 . É vedado solicitar a repetição da deman-da do consumidor após seu registro pelo primeiro atendente.

Art. 13 . O sistema informatizado deve ser pro-gramado tecnicamente de modo a garantir a agili-dade, a segurança das informações e o respeito ao consumidor.

Art. 14 . É vedada a veiculação de mensagens publicitárias durante o tempo de espera para o atendimento, salvo se houver prévio consentimen-to do consumidor.

DO ACOMPANHAMENTO DE DEMANDAS

Art. 15 . Será permitido o acompanhamento pelo consumidor de todas as suas demandas por meio de registro numérico, que lhe será informado no início do atendimento.

§ 1º Para fins do disposto no caput, será utilizada seqüência numérica única para identificar todos os atendimentos.

§ 2º O registro numérico, com data, hora e objeto da demanda, será informado ao consumidor e, se por este solicitado, enviado por correspondência ou por meio eletrônico, a critério do consumidor.

§ 3º É obrigatória a manutenção da gravação das chamadas efetuadas para o SAC, pelo prazo mí-nimo de noventa dias, durante o qual o consumi-dor poderá requerer acesso ao seu conteúdo.

§ 4º O registro eletrônico do atendimento será mantido à disposição do consumidor e do órgão ou entidade fiscalizadora por um período mínimo de dois anos após a solução da demanda.

Art. 16. O consumidor terá direito de acesso ao conteúdo do histórico de suas demandas, que lhe

será enviado, quando solicitado, no prazo máximo de setenta e duas horas, por correspondência ou por meio eletrônico, a seu critério.

DO PROCEDIMENTO PARA A RESOLUÇÃO DE DEMANDAS

Art. 17. As informações solicitadas pelo consumi-dor serão prestadas imediatamente e suas recla-mações, resolvidas no prazo máximo de cinco dias úteis a contar do registro.

§ 1º O consumidor será informado sobre a resolu-ção de sua demanda e, sempre que solicitar, ser-lhe-á enviada a comprovação pertinente por cor-respondência ou por meio eletrônico, a seu crité-rio.

§ 2º A resposta do fornecedor será clara e objeti-va e deverá abordar todos os pontos da demanda do consumidor.

§ 3º Quando a demanda versar sobre serviço não solicitado ou cobrança indevida, a cobrança será suspensa imediatamente, salvo se o fornecedor indicar o instrumento por meio do qual o serviço foi contratado e comprovar que o valor é efetiva-mente devido.

DO PEDIDO DE CANCELAMENTO DO SERVIÇO

Art. 18 . O SAC receberá e processará imediata-mente o pedido de cancelamento de serviço feito pelo consumidor.

§ 1º O pedido de cancelamento será permitido e assegurado ao consumidor por todos os meios disponíveis para a contratação do serviço.

§ 2º Os efeitos do cancelamento serão imediatos à solicitação do consumidor, ainda que o seu pro-cessamento técnico necessite de prazo, e inde-pende de seu adimplemento contratual.

§ 3º O comprovante do pedido de cancelamento será expedido por correspondência ou por meio eletrônico, a critério do consumidor.

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DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 19 . A inobservância das condutas descritas neste Decreto ensejará aplicação das sanções previstas no art. 56 da Lei no 8.078, de 1990, sem prejuízo das constantes dos regulamentos especí-ficos dos órgãos e entidades reguladoras.

Art. 20 . Os órgãos competentes, quando neces-sário, expedirão normas complementares e espe-cíficas para execução do disposto neste Decreto.

Art. 21 . Os direitos previstos neste Decreto não excluem outros, decorrentes de regulamentações expedidas pelos órgãos e entidades reguladores, desde que mais benéficos para o consumidor.

Art. 22 . Este Decreto entra em vigor em 1o de dezembro de 2008.

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RESOLUÇÃO Nº. 3849 DE 25 /03/2010

CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL – CMN

Art. 1º As instituições financeiras e demais institu-ições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil que tenham clientes pessoas físicas ou pessoas jurídicas classificadas como microempre-sas na forma da legislação própria devem instituir componente organizacional de ouvidoria, com a atribuição de atuar como canal de comunicação entre essas instituições e os clientes e usuários de seus produtos e serviços, inclusive na mediação de conflitos.

§ 1º A estrutura do componente organizacional deve ser compatível com a natureza e a complexi-dade dos produtos, serviços, atividades, proces-sos e sistemas de cada instituição.

§ 2º As instituições a que se refere o caput devem:

I - dar ampla divulgação sobre a existência da ouvidoria, bem como de informações completas acerca da sua finalidade e forma de utilização;

II - garantir o acesso gratuito dos clientes e usuá-rios de produtos e serviços ao atendimento da ouvidoria, por meio de canais ágeis e eficazes; e

III - disponibilizar acesso telefônico gratuito, cujo número deve ser:

a) divulgado e mantido atualizado em local e for-mato visível ao público no recinto das suas de-pendências e nas dependências dos correspon-dentes no País, bem como nos respectivos sítios eletrônicos na internet e nos demais canais de comunicação utilizados para difundir os produtos e serviços da instituição;

b) registrado nos extratos, nos comprovantes, inclusive eletrônicos, nos contratos formalizados com os clientes, nos materiais de propaganda e de publicidade e nos demais documentos que se destinem aos clientes e usuários dos produtos e serviços da instituição; e

c) registrado e mantido permanentemente atuali-zado em sistema de informações, na forma esta-belecida pelo Banco Central do Brasil.

§ 3º A divulgação de que trata o § 2º, inciso I, de-ve ser providenciada inclusive por meio dos canais de comunicação utilizados para difundir os produ-tos e serviços da instituição.

§ 4º O componente organizacional deve ser se-gregado da unidade executora da atividade de auditoria interna, de que trata o art. 2º da Resolu-ção nº 2.554, de 24 de setembro de 1998, com a redação dada pela Resolução nº 3.056, de 19 de dezembro de 2002.

§ 5º Os bancos comerciais, os bancos múltiplos, as caixas econômicas, as sociedades de crédito, financiamento e investimento, as associações de poupança e empréstimo e as sociedades de ar-rendamento mercantil que realizem operações de arrendamento mercantil financeiro devem instituir o componente organizacional de ouvidoria na pró-pria instituição.

§ 6º As cooperativas singulares de crédito filiadas a cooperativa central podem firmar convênio com a respectiva central, confederação ou banco coo-perativo do sistema, para compartilhamento e utili-zação de componente organizacional de ouvidoria único, mantido em uma dessas instituições.

§ 7º As cooperativas singulares de crédito não filiadas a cooperativa central podem firmar convê-nio com cooperativa central, ou com federação ou confederação de cooperativas de crédito, ou com associação representativa da classe, para com-partilhamento e utilização de ouvidoria mantida em uma dessas instituições.

§ 8º As instituições não referidas nos §§ 5º, 6º e 7º podem firmar convênio com a associação de clas-se a que sejam afiliadas ou com as bolsas de va-lores ou as bolsas de mercadorias e de futuros nas quais realizam operações, para compartilha-mento e utilização da ouvidoria mantida em uma dessa entidades.

§ 9º As instituições que fazem parte de conglome-rado financeiro podem instituir componente orga-nizacional único que atuará em nome de todos os integrantes do grupo.

Dispõe sobre a instituição de componente or-ganizacional de ouvidoria pelas instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil.

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§ 10. As instituições referidas no caput que não façam parte de conglomerado financeiro podem firmar convênio com empresa não financeira liga-da, conforme definição constante do art. 1º, § 1º, incisos I e III, da Resolução nº 2.107, de 31 de agosto de 1994, que possuir ouvidoria, para com-partilhamento e utilização da respectiva ouvidoria.

§ 11. Os bancos comerciais sob controle direto de bolsas de mercadorias e de futuros que operem exclusivamente no desempenho de funções de liquidante e custodiante central das operações cursadas, constituídos na forma da Resolução nº 3.165, de 29 de janeiro de 2004, ficam excluídos da exigência estabelecida no caput.

§ 12. Nas hipóteses previstas nos §§ 7º e 8º, o convênio somente pode ser realizado com associ-ação de classe, ou bolsa de valores, ou bolsa de mercadorias e de futuros, ou cooperativa central, ou federação ou confederação de cooperativas de crédito que possua código de ética e/ou de autor-regulação efetivamente implantados aos quais a instituição tenha aderido.

Art. 2º Constituem atribuições da ouvidoria:

I - receber, registrar, instruir, analisar e dar trata-mento formal e adequado às reclamações dos clientes e usuários de produtos e serviços das instituições referidas no caput do art. 1º que não forem solucionadas pelo atendimento habitual realizado por suas agências e quaisquer outros pontos de atendimento;

II - prestar os esclarecimentos necessários e dar ciência aos reclamantes acerca do andamento de suas demandas e das providências adotadas;

III - informar aos reclamantes o prazo previsto para resposta final, o qual não pode ultrapassar quinze dias, contados da data da protocolização da ocorrência;

IV - encaminhar resposta conclusiva para a de-manda dos reclamantes até o prazo informado no inciso III;

V - propor ao conselho de administração ou, na sua ausência, à diretoria da instituição medidas corretivas ou de aprimoramento de procedimentos e rotinas, em decorrência da análise das reclama-ções recebidas; e

VI - elaborar e encaminhar à auditoria interna, ao comitê de auditoria, quando existente, e ao conse-lho de administração ou, na sua ausência, à dire-

toria da instituição, ao final de cada semestre, relatório quantitativo e qualitativo acerca da atua-ção da ouvidoria, contendo as proposições de que trata o inciso V.

§ 1º O serviço prestado pela ouvidoria aos clientes e usuários dos produtos e serviços das instituições referidas no caput do art. 1º deve ser identificado por meio de número de protocolo de atendimento.

§ 2º Os relatórios de que trata o inciso VI devem permanecer à disposição do Banco Central do Brasil pelo prazo mínimo de cinco anos na sede da instituição.

Art. 3º O estatuto ou o contrato social das institui-ções referidas no caput do art. 1º deve conter, de forma expressa, entre outros, os seguintes dados:

I - as atribuições da ouvidoria;

II - os critérios de designação e de destituição do ouvidor e o tempo de duração de seu mandato; e

III - o compromisso expresso da instituição no sentido de:

a) criar condições adequadas para o funcionamen-to da ouvidoria, bem como para que sua atuação seja pautada pela transparência, independência, imparcialidade e isenção; e

b) assegurar o acesso da ouvidoria às informa-ções necessárias para a elaboração de resposta adequada às reclamações recebidas, com total apoio administrativo, podendo requisitar informa-ções e documentos para o exercício de suas ativi-dades.

§ 1º O disposto neste artigo, conforme a natureza jurídica da sociedade, deve ser incluído no estatu-to ou contrato social da instituição, na primeira alteração que ocorrer após a criação da ouvidoria.

§ 2º As alterações estatutárias ou contratuais exi-gidas por esta resolução relativas às instituições que optarem pela faculdade prevista no art. 1º, §§ 6º e 9º, podem ser promovidas somente pela insti-tuição que constituir o componente organizacional único de ouvidoria.

§ 3º As instituições que não instituírem componen-te de ouvidoria próprio em decorrência da faculda-de prevista no art. 1º, §§ 6º a 10, devem ratificar tal decisão por ocasião da primeira assembleia geral ou da primeira reunião de diretoria, após a formalização da adoção da faculdade.

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Art. 4º As instituições referidas no caput do art. 1º devem designar perante o Banco Central do Brasil os nomes do ouvidor e do diretor responsável pela ouvidoria.

§ 1º Para efeito da designação de que trata o ca-put, são estabelecidas as seguintes disposições:

I - não há vedação a que o diretor responsável pela ouvidoria desempenhe outras funções na instituição, exceto a de diretor de administração de recursos de terceiros;

II - nos casos dos bancos comerciais, bancos múl-tiplos, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento e associações de poupança e empréstimo, o ouvidor não poderá desempenhar outra atividade na instituição, exceto a de diretor responsável pela ouvidoria; e

III - na hipótese de recair a designação do diretor responsável pela ouvidoria e do ouvidor sobre a mesma pessoa, esta não poderá desempenhar outra atividade na instituição.

§ 2º Nas hipóteses previstas no art. 1º, §§ 6º e 9º, o ouvidor e o diretor responsável pela ouvidoria responderão por todas as instituições que utiliza-rem o componente organizacional único de ouvi-doria e devem integrar os quadros da instituição que constituir o componente de ouvidoria.

§ 3º Nas hipóteses previstas no art. 1º, §§ 7º, 8º e 10, as instituições devem:

I - designar perante o Banco Central do Brasil a-penas o nome do diretor responsável pela ouvido-ria; e

II - informar o nome do ouvidor, que deverá ser o do ouvidor da associação de classe, bolsa de va-lores ou bolsa de mercadorias e de futuros, enti-dade ou empresa que constituir a ouvidoria.

§ 4º Os dados relativos ao diretor responsável pela ouvidoria e ao ouvidor devem ser inseridos e mantidos atualizados em sistema de informações, na forma estabelecida pelo Banco Central do Bra-sil.

§ 5º O diretor responsável pela ouvidoria deve elaborar relatório semestral, na forma definida pelo Banco Central do Brasil, relativo às atividades da ouvidoria nas datas-base de 30 de junho e 31 de dezembro e sempre que identificada ocorrência relevante.

§ 6º O relatório de que trata o § 5º deve ser:

I - revisado pela auditoria externa, a qual deve manifestar-se acerca da qualidade e adequação da estrutura, dos sistemas e dos procedimentos da ouvidoria, bem como sobre o cumprimento dos demais requisitos estabelecidos nesta resolução, inclusive nos casos previstos no art. 1º, §§ 7º, 8º e 10;

II - apreciado pela auditoria interna ou pelo comitê de auditoria, quando existente;

III - encaminhado ao Banco Central do Brasil, na forma e periodicidade estabelecida por aquela Autarquia:

a) pelas instituições que possuem comitê de audi-toria, bem como pelas cooperativas centrais de crédito, confederações e bancos cooperativos que tenham instituído componente organizacional úni-co para atuar em nome das respectivas cooperati-vas de crédito singulares conveniadas nos termos do art. 1º, § 6º; e

b) pelas instituições referidas no caput do art. 1º, no caso de ocorrência de fato relevante;

IV - arquivado na sede da respectiva instituição, à disposição do Banco Central do Brasil pelo prazo mínimo de cinco anos, acompanhado da revisão e da apreciação de que tratam os incisos I e II.

Art. 5º As instituições não obrigadas, no termos desta resolução, à remessa do relatório do diretor responsável pela ouvidoria ao Banco Central do Brasil, devem manter os relatórios ainda não envi-ados na forma exigida pela Resolução nº 3.477, de 26 de julho de 2007, na sede da instituição, conforme previsto no art. 4º, § 6º, inciso IV.

Art. 6º As instituições referidas no caput do art. 1º devem adotar providências para que todos os in-tegrantes da ouvidoria sejam considerados aptos em exame de certificação organizado por entidade de reconhecida capacidade técnica.

§ 1º O exame de certificação de que trata o caput deve abranger, no mínimo, temas relacionados à ética, aos direitos e defesa do consumidor e à mediação de conflitos, bem como ter sido realiza-do após 30 de julho de 2007.

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§ 2º A designação dos membros da ouvidoria fica condicionada à comprovação de aptidão no exa-me de certificação de que trata o caput, além do atendimento às demais exigências desta resolu-ção.

§ 3º As instituições referidas no caput do art. 1º são responsáveis pela atualização periódica dos conhecimentos dos integrantes da ouvidoria.

§ 4º O diretor responsável pela ouvidoria deve atender à formalidade prevista no caput somente na hipótese prevista no art. 4º, § 1º, inciso III.

§ 5º Nas hipóteses previstas no art. 1º, §§ 7º, 8º e 10, os respectivos convênios devem conter cláu-sula exigindo exame de certificação de todos os integrantes das ouvidorias das associações de classe, entidades e empresas conveniadas, nos termos desta resolução.

Art. 7º A ouvidoria deve manter sistema de contro-le atualizado das reclamações recebidas, de forma que possam ser evidenciados o histórico de aten-dimentos e os dados de identificação dos clientes e usuários de produtos e serviços, com toda a documentação e as providências adotadas.

Parágrafo único. As informações e a documenta-ção referidas no caput devem permanecer à dis-posição do Banco Central do Brasil na sede da instituição, pelo prazo mínimo de cinco anos, con-tados da data da protocolização da ocorrência.

Art. 8º O Banco Central do Brasil poderá adotar medidas complementares necessárias à execução do disposto nesta resolução.

Art. 9º Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 10 . Ficam revogadas as Resoluções nº 3.477, de 26 de julho de 2007, e nº 3.489, de 29 de agos-to de 2007.

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Marketing em empresas de serviços Conceitos A American Marketing Association definiu marketing como “um processo pelo qual se planeja e efetua a con-cepção, a fixação de preço, a promoção e a distribuição de idéias, bens e serviços que estimulam trocas que satisfazem aos objetivos individuais e organizacionais”. Para Peter Drucker, “sempre haverá alguma necessidade de vender, mas a meta do Marketing é tornar a venda supérflua, é conhecer e entender tão bem o consumidor que o produto ou serviço se adapte a ele e se venda sozinho.” Marketing, segundo Kotler, é um processo social por meio do qual pessoas e grupos de pessoas obtêm aqui-lo que necessitam e o que desejam com a criação, oferta e livre negociação de produtos e serviços de valor com os outros. Marketing como orientador da gestão Orientação para a Produção As organizações voltadas para a produção desenvolvem produtos em larga escala e preços baixos. Seguem a lógica do fabricante e não levam em conta a qualidade ou a variedade de ofertas. Orientação para o Produto Melhora a qualidade e o desempenho. A empresa foca as características do produto, sem considerar neces-sidades e desejos do cliente e atendê-las com benefícios e vantagens. Orientação para Vendas A orientação da empresa para vendas parte do princípio de que os consumidores e as empresas, por vonta-de própria, normalmente não compram os produtos da organização em quantidade suficiente. A empresa deve esforçar-se para vender. Os consumidores devem ser convencidos a comprar, mesmo com o sacrifício da fidelização. O objetivo da empresa com orientação para vendas é “vender o que fabrica e não fabricar o que o mercado necessita”. A empresa está voltada para suas necessidades de vendedor, de obter dinheiro com o produto da venda. Orientação para Marketing Essa orientação sugere que a empresa deve ser mais efetiva que os concorrentes na identificação das ne-cessidades e desejos dos clientes atuais e futuros e servir de base para a criação, entrega e comunicação de valor para o cliente de seus mercados-alvo selecionados. O marketing está voltado para as necessidades do comprador. O marketing está ligado à idéia de satisfazer as necessidades do cliente. Necessidades, Desejos e Demandas Necessidades referem-se às exigências humanas básicas, tais como: ar, água, roupa, abrigo, comida. As necessidades tornam-se desejos quando são dirigidas a algum objeto específico. Demandas são desejos por produtos específicos apoiados por uma possibilidade de pagar. Os profissionais de marketing não criam ne-cessidades, pois estas são inerentes à própria existência do ser humano. Eles podem é influenciar desejos. Marketing Mix Também conhecido como Mix de Marketing ou Composto de Marketing, é conceituado como o conjunto de ferramentas de marketing que a empresa utiliza para atingir seus objetivos de marketing. São os famosos 4 “P’s” de Marketing: • Produto – é algo que pode ser oferecido a um mercado para satisfazer uma necessidade. Inclui os servi-

ços e os bens físicos. Refere-se à marca, embalagem, famílias de produtos, cor, odor, dimensões... • Preço – refere-se a preço básico, preço por item, políticas de preço, descontos, promoções, forma de

pagamento, variação sazonal... • Praça – refere-se às formas de tornar o produto acessível nos locais e horários mais convenientes para o

consumidor, tais como tipos de lojas, localização e disposição dos produtos. • Promoção – refere-se à propaganda, promoção, publicidade, relações públicas ou venda pessoal.

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Marketing de Serviços Produtos X Serviços Não há consenso sobre os conceitos de produtos e serviços. Para alguns, tudo é produto, desde que consti-tua uma resposta para satisfazer a uma necessidade ou desejo. Para outros, a diferença está na tangibilida-de do bem. Enquanto ao adquirir um produto o comprador adquire um ativo, ao adquirir um serviço ele incor-re numa despesa que não está associada à transferência de propriedade do bem, mas a uma ação ou esfor-ço. Serviço é todo ato ou desempenho, essencialmente intangível, que uma parte pode oferecer à outra. Serviço é uma transformação realizada sobre uma pessoa, uma posse, uma mente ou uma informação por meio de um conjunto de atividades para cuja realização é necessária a autorização do usuário. Os bens têm embalagem, os serviços não. Os bens têm amostras, os serviços não. Os serviços podem ser classificados por tipo de processos: • processar pessoas – empresas aéreas, hotéis, restaurantes, cabeleireiros...; • processar posses – transporte de cargas, reparos, limpeza, paisagismo...; • processar mentes – educação, entretenimento...; • processar informações – contabilidade, finanças, seguros, serviços jurídicos... Características dos Serviços: • Intangibilidade – serviços não podem ser apalpados ou cheirados, provados ou testados, experimenta-

dos. Não podem ser avaliados pelos sentidos. A avaliação dos serviços é mais subjetiva. • Inseparabilidade – há a simultaneidade entre prestação e consumo. Há a interação entre produtor e con-

sumidor. • Variabilidade (ou heterogeneidade) - por mais que se esforce, um prestador de serviços não pode garan-

tir que diferentes prestações apresentem sempre o mesmo resultado. É difícil conseguir a padronização dos procedimentos, dos funcionários e dos usuários.

• Perecibilidade (ou inestocabilidade) - um produto é perecível quando resiste pouco tempo entre o mo-mento da produção e o seu consumo. E o serviço? É inestocável. Nada resta da produção após ser con-sumido.

No caso da CEF, Caderneta de Poupança, Cartão de Crédito ou Financiamento Imobiliário são produtos, enquanto Débito Automático, Ordem de Pagamento e Recebimento de Tributos são serviços. Serviço-essência e serviço-coadjuvante Serviço-essência já traz sua definição na própria nomenclatura: refere-se ao próprio serviço primário. Ex.: a hospedagem em um hotel. O conjunto de serviços agregados surpreendentes recebe o nome de serviços coadjuvantes. Podem ser pri-mários ou secundários. No mesmo exemplo, seriam primários os serviços de lavanderia, telefonia, frigobar em um hotel. Secundários seriam médico de plantão, ingresso para shows, serviço de busca no aeroporto etc. Palco e Bastidores Poderíamos definir como palco o local onde o usuário recebe a prestação do serviço (pessoas e instalações visíveis para o cliente). Bastidores seriam o local da prestação onde o ingresso do usuário é vedado. Distinções entre o Marketing de Bens e Marketing de Serviços Os “P’s” dos Serviços são diferentes. Além dos 4 “P’s” do Mix de Marketing de produtos, há também: • palpabilidades – aspectos tangíveis relacionados ao serviço; • participantes – interação usuário e prestador do serviço - como os clientes vêem os nossos funcioná-

rios?; • processos – forma de prestação do serviço; • performance – cumprimos o que prometemos? O chamado “Encontro de Serviço” também é conhecido como “Hora da Verdade”. Marketing de Relacionamento Uma definição freqüente do Marketing de Relacionamento é “conhecer melhor seus clientes (atuais, potenci-ais etc) de maneira que você possa atender melhor a seus desejos e necessidades”. O objetivo é um rela-cionamento genuíno com o cliente e sua satisfação a longo prazo. Isso não se limita às transações individu-ais.

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Tem como objetivo estabelecer relacionamentos mutuamente satisfatórios de longo prazo com partes-chave (clientes, fornecedores, distribuidores), a fim de ganhar e reter sua preferência e seus negócios no longo prazo. O MR estabelece sólidas ligações econômicas, técnicas e sociais entre as partes. Deixa de se con-centrar em transações para se preocupar com a construção de relacionamentos lucrativos de longo prazo. O Marketing de Relacionamento tem como ponto de partida todos os possíveis clientes, todos aqueles que presumivelmente poderão comprar o produto da empresa. A partir daí, trata os clientes potenciais. A empre-sa espera converter muitos de seus clientes potenciais em clientes eventuais e, depois, em clientes regula-res. Tanto o cliente eventual quanto o regular podem continuar comprando do concorrente. Daí a idéia de transformar estes clientes em preferenciais ou associados, através da oferta de benefícios. Reativa clientes insatisfeitos, recuperando-os. No marketing de relacionamento, além dos P’s, existem 4 R’s que devem ser levados em conta: retenção, relacionamentos, referências e recuperação. • A retenção de clientes é muito menos dispendiosa que sua aquisição. Deve ser retenção voluntária, ou

fidelidade, não um aprisionamento por falta de alternativas. • Os relacionamentos, por sua natureza, exigem confiança, compromisso, comunicação e compreensão • As referências dizem respeito ao efeito da propaganda boca a boca. Desde 2003, conforme a Future

Foundation, redes sociais, telefone, relações familiares e outros vínculos têm feito mais sucesso que a propaganda institucional em construir ou destruir a imagem de uma empresa.

• A recuperação de um mau desempenho deve ser importante, porque erros são fatos naturais. O imprevi-sível destrói os melhores planos, mas podem ser transformados em oportunidades de impressionar clien-tes com o compromisso com o serviço e a satisfação do cliente.

Satisfação, valor e retenção de clientes Satisfação Quando pessoas falam em bom atendimento, geralmente cometemos o equívoco de pensar num atendente bem educado, com um sorriso nos lábios e prestando atendimento cortês. Claro, cortesias básicas são indis-pensáveis no contato com o cliente, mas, por si só, não significam bom atendimento. Além do bom tratamen-to, que significa receber o cliente com cortesia e escutá-lo atentamente, temos de atender suas expectativas: levar em conta suas necessidades e oferecer produtos, serviços ou informações que satisfaçam essas ne-cessidades. O espaço da área de atendimento, a temperatura ambiente e o funcionamento dos equipamen-tos contribuem para a sensação de bom atendimento por parte do cliente. A satisfação consiste na sensação de prazer ou desprazer resultante da comparação do desempenho ou resultado de um produto em relação às expectativas do comprador. Clientes simplesmente satisfeitos podem mudar para outro fornecedor. Clientes altamente satisfeitos estão menos propensos à mudança. Um alto nível de encantamento ou satisfação cria vínculos emocionais com a marca e não apenas uma preferência. O bom atendimento sistemático ao cliente produz nele o desejo de voltar a buscar a satisfação de suas ne-cessidades e desejos na mesma empresa. A isso chamamos fidelização. Um cliente fiel não é apenas satis-feito; é alguém que se identifica com a empresa e seus produtos, que os divulga sempre que possível e os defende quando criticados. Os compradores formam suas expectativas com base em experiências anteriores, conselhos de outras pes-soas ou amigos, informações e promessas. Quanto maior o valor entregue ao cliente, maior será a sua satis-fação. Alguns fatores são determinantes da qualidade do serviço bancário e, portanto, da satisfação do cliente: • Competência técnica significa possuir conhecimentos e habilidades necessários para a prestação de um

serviço ou a venda de um produto. • Cortesia ou polidez, aliadas a boa apresentação, fazem com que o cliente se sinta relaxado e confiante

na empresa. • Confiabilidade envolve consistência do desempenho, honestidade, confiança e segurança de cumprir o

prometido. • Segurança inclui sigilo e segurança física no ambiente da empresa. • Comunicação significa manter o cliente informado em linguagem compreensível, fornecendo-lhe instru-

ções adequadas para o uso dos produtos. • Prontidão diz respeito a estar pronto para atender ao cliente com presteza e desembaraço.

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• Compreensão e conhecimento do cliente refere-se a entender as necessidades específicas do cliente. • Tangibilidade representa as evidências físicas ou a aparência do serviço. Valor A definição de valor refere-se a uma relação que o comprador faz entre o que ele recebe (benefícios) pelo produto ou serviço e o que ele dá (paga). O valor percebido pelo cliente Os clientes sempre avaliam qual a oferta proporciona o maior valor, a maior relação “custo-benefício”. O va-lor entregue ao cliente é a diferença entre o valor total para o cliente e o custo total para o cliente. O valor total para o cliente é o conjunto de benefícios que este espera de um determinado produto ou serviço. O custo total para o cliente é o conjunto de custos em que os consumidores esperam incorrer para avaliar, ob-ter, utilizar e descartar um produto ou serviço. O vendedor deve avaliar o valor e o custo total para o cliente em relação à oferta da concorrência para saber como sua oferta é vista pelo comprador. Algumas empresas se comprometem a fornecer um produto de necessidade constante regularmente a um preço unitário menor por acreditarem que se beneficiarão dos negócios do cliente por um período mais lon-go. O vendedor que estiver em desvantagem em termos de valor entregue tem duas alternativas: poderá tentar aumentar o valor total para o cliente ou reduzir o custo total para ele. A primeira alternativa requer o fortalecimento ou o aumento dos benefícios relacionados a produto, serviços, pessoal e imagem da oferta. A segunda requer uma redução de custos para o comprador, reduzindo-se o preço, simplificando-se o proces-so de encomenda e entrega ou absorvendo-se algum risco do comprador por meio de uma garantia. Ferramentas para avaliar a Satisfação do Cliente • Sistema de Reclamações e Sugestões – formulários, sistemas de ligações gratuitas (Ouvidoria), páginas

da WEB, e-mail etc. Menos de 5% dos clientes reclamam. Os outros 95% trocam para o concorrente. Um cliente insatisfeito compartilha com 11 pessoas a sua experiência negativa. Clientes cujas reclamações foram conduzidas de forma satisfatória tornam-se fiéis;

• Pesquisa de Satisfação dos Clientes – questionários ou telefonemas. Ao coletar os dados é necessário medir o índice de intenção de recompra e a possibilidade de o cliente recomendar a marca;

• Compras Simuladas – as empresas podem contratar pessoas para se passarem por compradores, a fim de avaliar o nível de atendimento;

• Análise de clientes perdidos – contatar clientes que tenham mudado de fornecedor. Retenção de Clientes Um cliente fiel se caracteriza, entre coisas, por repetir suas compras com regularidade, propagandear produ-tos ou serviços a outras pessoas, ser imune à pressão da concorrência e tolerar eventuais problemas de atendimento que recebe sem desertar. Para conseguir tudo isso, um plano de fidelização não pode resumir-se a táticas de retenção, como pensam muitas empresas. Para desenvolver tal programa de fidelização, a empresa deve adotar procedimentos específicos em cada uma dessas etapas, levando em conta que um bom serviço não é mais suficiente. Cada vez que se comuni-car com um cliente, ela deve lhe oferecer "algo mais". Como conseguir a fidelidade do cliente? Constrói-se fidelidade por meio de cada experiência que uma pes-soa vive em sua interação com a empresa. Um bom plano deve: • Converter os clientes presumidos em clientes potenciais qualificados. • Converter os clientes potenciais qualificados em clientes que efetuam a primeira compra. • Converter os clientes que efetuam a primeira compra em clientes freqüentes. • Converter os clientes freqüentes em clientes habituais (ou fiéis). • Converter os clientes fiéis em "pregadores" das boas qualidades do produto. • Recuperar os clientes perdidos.

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No intuito de melhorar seus relacionamentos com os clientes as empresas buscam desenvolver vínculos mais sólidos. Para atrair clientes é necessário utilizar-se de técnicas de prospecção, tais como visitas, malas-diretas, indicações, utilização de peças publicitárias, telefonemas, etc. Após essa etapa, avaliam-se quais desses clientes são potenciais compradores dos seus produtos. Mas não basta atrair os clientes. É necessá-rio mantê-los ou retê-los. A empresa deve identificar as causas das perdas de clientes. Muito pode ser feito para reter aqueles clientes que trocaram de fornecedor por mau atendimento ou pela qualidade dos produtos ou preços superiores aos da concorrência. A melhor forma é ouvir os clientes. A chave da retenção é a satis-fação dos clientes. Para fortalecer a retenção é necessário construir barreiras à saída dos clientes, barreiras à mudança. Os clientes são menos propensos a mudar para outros fornecedores se isso envolver altos custos de capital, altos custos relacionados a pesquisa de fornecedores ou à perda de descontos para clientes fiéis. No caso do mercado bancário, operações de longo prazo, tais como financiamentos imobiliários, títulos de capitaliza-ção e consórcios são poderosas barreiras de saída. Propaganda e promoção Propaganda É qualquer forma remunerada de apresentação não-pessoal e promocional de idéias, bens ou serviços por um patrocinador identificado. Pode ser informativa, quando o seu objetivo é desenvolver a demanda inicial. Pode ser persuasiva, quando o objetivo é desenvolver demanda seletiva para uma determinada marca. Pode ser de lembrete quando visa reforçar produtos maduros. A propaganda pode ser utilizada para desenvolver uma imagem, tal como a atual série de comerciais de televisão da CEF, que transmite a idéia de instituição versátil, moderna e segura. Promoção A promoção consiste num conjunto diversificado de ferramentas de incentivo, a maioria de curto prazo, proje-tadas para estimular a compra mais rápida ou em maior quantidade de produtos ou serviços específicos. A propaganda oferece a razão para comprar e a promoção oferece um incentivo à compra. A promoção de vendas pode ser utilizada para obter efeitos de curto prazo, tipo chamar atenção do compra-dor para o lançamento de produtos. As principais ferramentas são: amostras, cupons, reembolsos, descontos, brindes, concursos, recompensas, garantias e prêmios. A promoção oferece três benefícios: • comunicação – chama atenção; • incentivo – incorpora algum tipo de concessão; • convite – constitui um convite para a transação. As promoções geram resultados mais rápidos e mais fáceis que a propaganda. As promoções não tendem a gerar novos compradores de longo prazo. Os compradores fiéis não mudam seus hábitos por causa da pro-moção. Telemarketing Telemarketing Refere-se ao uso de operadores de telefone para atrair novos clientes, contactar clientes atuais, obter níveis de satisfação etc. A maioria dos sistemas de telemarketing é automatizada. Os sistemas discam números, através de buscas aleatórias ou não nos bancos de dados, reproduzem mensagens etc. Por segurança, as transações são gra-vadas. Geralmente há roteiros ou scripts onde as falas são preparadas para cada tipo de situação. Vendas Técnicas, planejamento, motivação para vendas Os vendedores são os elos entre a empresa e os clientes. Os vendedores devem: • prospectar: buscar novos clientes; • definir o alvo: decidir quais clientes “atacar”; • comunicar-se: transmitir corretamente a mensagem; • vender: apresentar a proposta ou o produto, conduzir objeções e fechar a venda;

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Técnicas A estrutura da força de vendas deve estar compatível com os tipos de canais adotados, bem como aderente à estratégia de abrangência territorial. A preparação da força de vendas requer seleção correta, treinamento, estrutura, tamanho, remuneração, definição de público-alvo, supervisão, motivação e avaliação de desempe-nho. A negociação é a arte da política de “ganha-ganha”, onde ambas as partes saem satisfeitas com o ne-gócio. O principal princípio a ser destacado é o profissionalismo, ou seja, a abordagem deve ser direcionada para ouvir o cliente e identificar corretamente suas demandas. Na abordagem, o vendedor deve trajar-se adequa-damente ao seu ambiente de trabalho e ao tipo de cliente que irá visitar. Nada destoante deve ser utilizado. Roupas extravagantes, vulgares ou pouco comuns devem ser evitadas. Um dos muitos métodos que pode ser utilizado é o chamado “AIDA”. Consiste em: obter a Atenção; manter o Interesse; aumentar o Desejo; e levar o cliente à Ação. Planejamento As fases da venda podem ser resumidas em pré-venda, abordagem, apresentação e demonstração, supera-ção de objeções, fechamento, e pós-venda. Pré-venda: Conheça o produto/serviço e sua oportunidade; conheça o cliente; levante argumentos sobre possíveis objeções do cliente; defina o objetivo e margem de negociação; planeje concessões e suas impli-cações. Abordagem: quebre o gelo; chame sempre o cliente pelo nome; não fale muito nem use gírias; não ironize; seja ético. Escolha entre “abordagem enlatada” (conversa memorizada), “abordagem formulada” (perguntas e respostas a partir das necessidades do comprador ou do estilo de compra) ou “abordagem de satisfação de necessidade” (busca as necessidades reais do cliente; o vendedor faz papel de consultor.) Apresentação e demonstração: use perguntas abertas (ponto de vista) e fechadas (sim/não); valorize a ne-cessidade do cliente; venda valor (valor monetário), benefícios (atributos positivos para o comprador) e van-tagens; observe sinais de compra. Superação de objeções e fechamento: Como superar objeções? A resistência psicológica do cliente inclui preferências, fontes, marcas, relutância em abandonar outra marca, conservadorismo, idéias pré-concebidas, preço, entrega, características do produto etc. O vendedor deve manter uma abordagem positiva, solicitar ao comprador que esclareça sua objeção, questioná-lo, refutar suas alegações ou argumentar contra elas. Res-ponda às perguntas; apresente alternativas; reforce os benefícios já aceitos; use fechamento por antecipa-ção ou condicionado quando cabível. Pós-venda: agradeça; coloque-se à disposição. Motivação para vendas Quotas ou metas A maioria das empresas estabelece quotas ou quantidades de produtos a serem vendidos, bem como utili-zam sistemas de avaliação de desempenho das vendas. A remuneração pode estar vinculada ao atingimento dessas quotas ou metas. Pode-se dar por comissões ou percentuais na forma de remuneração variável, ou em sistema de valores fixos. E quais seriam alguns critérios para medir a eficácia da força de vendas? Quan-tidade de clientes novos prospectados, volumes vendidos ou contratados, número de visitas etc. Concorrência Michael Porter identificou cinco forças que determinam a atratividade de um mercado ou segmento de mer-cado: concorrentes do setor, concorrentes potenciais, produtos substitutos, compradores e fornecedores. • Ameaça de Rivalidade intensa no segmento – um segmento não é atraente se já possui concorrentes

poderosos, agressivos ou em grande número. É menos atraente se estiver em declínio, se os custos fi-xos forem altos, se as barreiras à saída forem altas etc. Essas condições levarão às guerras de preços, batalhas por propaganda e novos produtos.

• Ameaça de novos concorrentes – a atratividade de um segmento varia conforme se configuram as barrei-ras à entrada ou à saída. O segmento mais atraente é aquele em que as barreiras à entrada são grande e as barreiras à saída são pequenas. Poucas empresas novas conseguem entrar. Quando tanto as bar-reiras à entrada quanto as barreiras à saída são pequenas, as empresas entram e saem do setor facil-mente e os retornos são estáveis e baixos.

• Ameaça dos produtos substitutos – um segmento não é atraente quando há substitutos reais ou potenci-ais para o produto. Os substitutos limitam os preços e os lucros. A empresa deve acompanhar as ten-dências de preços constantemente.

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• Ameaça do poder de barganha dos compradores – um segmento não é atraente se os compradores pos-suírem um poder de barganha grande ou em crescimento. Os compradores forçarão queda dos preços, exigirão mais qualidade e opções de serviços e colocarão os fornecedores uns contra os outros. Quanto mais organizados e concentrados, maior o poder dos compradores.

• Ameaça do poder de barganha dos fornecedores – um segmento não é atraente se os fornecedores da empresa puderem elevar os preços ou reduzir as quantidades fornecidas. Quanto mais organizados e concentrados, maior o poder dos fornecedores, se houver poucos substitutos, se o produto fornecido for importante e os custos de mudança para o comprador forem elevados. A ameaça de integração também torna o poder dos fornecedores maior.

Relações com clientes Etiqueta Empresarial Comportamento, aparência, cuidados no atendimento pessoal e telefônico A maioria das grandes empresas possui Código de Conduta ou normas internas que determinam quais as posturas são esperadas e quais práticas são vedadas aos funcionários. Normalmente essas normas também estabelecem padrões de comportamento. Exemplificamos algumas: - separar interesses particulares dos interesses profissionais; - imparcialidade; - idoneidade; - profissionalismo nas relações; - postura; - trajar-se adequadamente; - sigilo das informações e trato em local adequado; - preservar bens, equipamentos e marca; - educação, cortesia, atenção, respeito; - asseio; - pontualidade e assiduidade; - compliance. Princípios e Orientações do Atendimento - relação de confiança na base do “ganha-ganha; - comprometimento; - oportunidades de negócio; - identificar as necessidades do cliente; - fidelização = rentabilização; - ouvir; - proatividade; - fechar o atendimento, mas não fechar as portas, colocar-se à disposição; - agilidade; - clareza e objetividade; - tom de voz e linguagem (padrão, sem gírias e termos técnicos); - concentrar-se; - atender o telefone imediatamente; - comprometer-se somente com o que pode cumprir. Atendimento Pessoal - cumprimento e identificação; - receptividade (linguagem corporal); - escutar e ouvir (não fale e não tente adivinhar); - atenção, concentração, empatia; - controle o emocional – conte até 20; - imagem e nível (igualdade, sem soberba ou superioridade); - se o telefone tocar...; - despeça-se.

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Atendimento Telefônico - atenda imediatamente. - anote; - seja cordial, educado, cortês; - tom adequado; - seja receptivo, permeável, flexível; - busque soluções; - é o cliente quem desliga.

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HISTÓRIA E ESTATUTO DA

CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

CAIXA - O banco que acredita nas pessoas

A CAIXA foi criada em 1861 e, desde então, é o principal agente de políticas públicas do governo federal. Presente na vida de milhões de brasileiros, é uma empresa 100% pública que atende não apenas clientes bancários, mas todos os trabalhadores formais do Brasil por meio do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), do Programa de Integração Social (PIS), do Seguro-Desemprego, de programas sociais, além de usuários das unidades lotéricas.

Ao priorizar setores como habitação, saneamento básico, infraestrutura e prestação de serviços, exerce um papel fundamental na promoção do desenvolvimento urbano e da justiça social do país, além de contribuir para melhorar a vida das pessoas, principalmente as de baixa renda.

Além disso, a atuação da CAIXA se estende aos palcos, salas de aula e pistas de corrida ao apoiar inúmeras iniciativas artístico-culturais, educacionais e desportivas.

Um banco moderno e competitivo

A CAIXA é o maior banco público da América Latina. Números e conquistas do primeiro semestre de 2010 demonstram isso. Sua base de clientes atualmente é de mais de 51 milhões de pessoas entre correntistas e poupadores de todas as faixas de renda.

O volume de depósitos totais foi de R$ 195,9 milhões, correspondendo a um aumento de 11,3% sobre o mesmo período de 2009. A poupança apresentou saldo de R$ 116,3 bilhões, 18,3% de aumento em relação ao ano anterior.

Os ativos consolidados da CAIXA somaram R$ 380,5 bilhões, aumento de 11,3% no semestre. Além disso, o lucro líquido do primeiro semestre de 2010 atingiu R$ 1,7 bilhão e o patrimônio líquido chegou a R$ 14,3 bilhões, variações de 44,1% e 5,9%, respectivamente.

A CAIXA marca presença em todas as regiões brasileiras com uma ampla rede de atendimento. São mais de 36,2 mil unidades, que chegam a 5 mil e 467 municípios e mais de 6 mil unidades próprias, entre agências, postos e salas de autoatendimento, além de aproximadamente 29 mil correspondentes bancários, entre lotéricas e postos CAIXA AQUI.

Para a CAIXA, não existem limites no compromisso de oferecer um atendimento de qualidade. Com inovação o banco chega até regiões de difícil acesso terrestre: por meio da agência-barco, desde 2010 a CAIXA passou a atender comunidades ribeirinhas do norte do país.

E, para quem prefere outros canais de atendimento, o banco disponibiliza terminais eletrônicos, Banco 24h, CAIXA Rápido, débito automático, atendimento telefônico e Internet Banking CAIXA.

Até mesmo quem está fora do Brasil pode contar com a CAIXA. Desde 2004, brasileiros no exterior utilizam o CAIXA Internacional para fazer remessas de recursos ao país. Já são quatro instituições bancárias parceiras: o banco português Millenium BCP, o norte-americano Citibank / RIA e dois no Japão, o Iwata Shinkin Bank e o Japan Post Bank.

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Prêmios

No primeiro semestre de 2010, a CAIXA acumulou importantes reconhecimentos do mercado, que refletem a sua importante atuação no mercado financeiro. Confira:

Possui a oitava marca mais valiosa do mercado segundo estudo da Brand Finance, realizado em parceria com a revista The Brander/IAM e publicado na edição anual das 100 marcas mais valiosas presentes no Brasil.

Foi premiada pela revista ValorInveste como a melhor na categoria Maiores Gestoras de Renda Fixa, e recebeu o prêmio Top Gestão 2010, segundo estudo da Standard & Poor's (S&P).

A instituição ficou com a primeira colocação do Prêmio Brasil de Meio Ambiente na categoria Eficiência Energética. O reconhecimento, de iniciativa do Jornal do Brasil e da revista JB Ecológico, elege e divulga iniciativas que conciliam atividades produtivas com a proteção ambiental e o desenvolvimento sustentável.

A CAIXA recebeu quatro estatuetas na 9ª edição do Prêmio e-Finance, da revista Executivos Financeiros, que premia instituições financeiras que apresentaram soluções tecnológicas inovadoras. A premiação foi concedida na categoria Educação e Treinamento com as ações Gestão do Conhecimento e Trilha de Desenvolvimento. Na categoria Gestão de Outsourcing, as ações premiadas foram Gestão de Contratos, Governança de TI e Desenvolvimento de Sistemas e Monitoração de Auditorias de TI. A ação Atendimento Móvel foi o destaque na categoria Inovação e Atendimento. Outra estatueta foi conquistada na categoria Segurança de TI, com as ações Antifraude, Biometria, Nova ICP e Senha ADM.

A Fitch Ratings, agência internacional de classificação de riscos, anunciou a elevação das notas da CAIXA de "AA(bra)" para "AA+(bra)". O rating de uma instituição financeira é uma medida que dá sustentação para o mercado operar e reflete, entre outras questões, a qualidade e a eficiência na gestão do crédito e as práticas de governança corporativa adotadas pela empresa.

Compromisso com o desenvolvimento do Brasil

Colaborar com o crescimento do país é prioridade para a CAIXA. Para isso, desenvolve parcerias com o poder público e proporciona soluções mais eficientes para a melhor gestão financeira e para a implantação de projetos de infraestrutura.

Além de disponibilizar recursos, a CAIXA auxilia prefeituras e governos estaduais a projetar e acompanhar com eficiência obras promotoras de desenvolvimento urbano. Da mesma forma, estimula o contínuo aperfeiçoamento da administração pública ao reconhecer as ações mais bem-sucedidas com o Prêmio Melhores Práticas de Gestão.

A CAIXA também é responsável pela coleta e gestão de dados contábeis e gerenciais de todos os órgãos da Federação. Dessa forma, auxilia a aplicação da Lei de Responsabilidade Fiscal em todo o país.

Uma empresa responsável e cidadã

Promover a inclusão social é um dos principais objetivos da CAIXA. Uma forma de tornar isso realidade é apoiar inúmeros projetos artístico-culturais, educacionais e desportivos, além de disponibilizar os principais benefícios aos trabalhadores. Confira:

Esporte – A CAIXA é uma das principais incentivadoras do esporte brasileiro e tem orgulho de ser a patrocinadora oficial do atletismo nacional. Por intermédio da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), atletas de todo o Brasil se preparam para competições nacionais e internacionais, com apoio e incentivo da instituição.

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Por meio das Loterias, a CAIXA também patrocina o Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB) e os atletas do paradesporto – atletismo, natação e judô – que mais se destacaram segundo critérios técnicos definidos pelo CPB.

Em 2006, a CAIXA iniciou o apoio inédito à ginástica brasileira e se tornou a patrocinadora oficial da Ginástica Artística Brasileira. Em 2009, o investimento realizado à Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) se estendeu às modalidades de Ginástica Rítmica e de Trampolim e, ainda, à criação do Circuito Brasileiro CAIXA de Ginástica.

A partir de 2007, outro esporte recebeu o apoio da CAIXA: a luta olímpica.

Cultura – Ao patrocinar eventos e projetos artísticos em todo o país, a CAIXA ajuda a preservar e difundir a cultura nacional. O Centro Cultural CAIXA está presente em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Recife e Salvador. Nos locais há uma programação contínua que conta com galerias, exposições, teatros e museus, além de projetos de inserção social voltados para escolas públicas, o que facilita o acesso de todos os segmentos sociais à arte e à cultura.

Benefícios – Além dos benefícios assegurados aos trabalhadores de todo o país, a CAIXA opera e paga o Bolsa Família, programa de transferência de renda do governo federal.

Para colaborar de forma positiva com as políticas sociais, a CAIXA desenvolveu o Cadastro Único, ferramenta capaz de apresentar informações sobre o perfil socioeconômico de mais de 50 milhões de pessoas situadas abaixo da linha de pobreza.

Loterias – Além de ser uma oportunidade para os apostadores realizarem sonhos, as Loterias CAIXA são uma importante fonte de recursos para a área social. Quase metade do total arrecadado com os jogos (incluindo o percentual destinado a título de Imposto de Renda) é repassado para ministérios beneficiários e entidades não governamentais para investimentos em áreas prioritárias que contribuem para o desenvolvimento do país.

Instituição sustentável

A CAIXA possui diversos produtos e serviços que contribuem para melhorar a qualidade de vida da sociedade e que reduzem os impactos sobre o meio ambiente. Ao financiar e repassar recursos para saneamento ambiental, infraestrutura, habitação e ações socioambientais para a população, a CAIXA promove o desenvolvimento sustentável e contribui para o alcance das metas nacionais dos Objetivos do Milênio, estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU).

A política ambiental da instituição faz parte do Projeto Corporativo de Responsabilidade Social, que desenvolve uma cultura organizacional de sustentabilidade e faz com que empregados, clientes, fornecedores e parceiros da CAIXA conheçam e pratiquem ações que contribuam com o meio ambiente.

Buscar a ecoeficiência nas operações, eliminar desperdícios e estimular o uso de materiais reciclados são conceitos e ações da CAIXA que atingem variados públicos, internos e externos, e a consolidam como empresa pública socialmente responsável.

Para quem busca exemplos de como controlar gastos na economia doméstica e na moradia, além de viver melhor com a saúde, a CAIXA disponibiliza gratuitamente, por meio do Programa de Racionalização de Gastos e Eliminação de Desperdícios (PROGED), o Guia CAIXA para uma vida melhor. Utilizado em escolas, universidades e prefeituras, o guia traz benefícios, dicas e informações úteis para o dia a dia.

Além disso, a CAIXA acredita na seguinte combinação: conquistar lucro com sustentabilidade ambiental. Por isso, reforça a importância de apoiar modos mais sustentáveis de produzir, fazer negócios e prestar serviços.

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História

Há 150 anos a história da CAIXA anda lado a lado com a trajetória do país. Além de presenciar transformações que marcaram a história do Brasil, a instituição acompanhou mudanças de regimes políticos e participou ativamente do processo de urbanização e industrialização do país.

Foi no dia 12 de janeiro de 1861 que a instituição deu início ao seu compromisso com o povo brasileiro, quando Dom Pedro II assinou o Decreto n° 2.723, que fundou a Caixa Econômica da Corte.

A experiência acumulada desde então permitiu que, em 1931, a CAIXA inaugurasse operações de empréstimo por consignação para pessoas físicas. Três anos depois, por determinação do governo federal, assumiu a exclusividade dos empréstimos sob penhor, com a consequente extinção das casas de prego operadas por particulares.

A primeira hipoteca para a aquisição de imóveis da CAIXA do Rio de Janeiro é assinada no dia 1º de junho de 1931. 55 anos mais tarde, incorporou o Banco Nacional de Habitação (BNH) e assumiu definitivamente a condição de maior agente nacional de financiamento da casa própria e de importante financiadora do desenvolvimento urbano, especialmente do saneamento básico.

Ainda em 1986, com a extinção do BNH, se torna o principal agente do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), administradora do FGTS e de outros fundos do Sistema Financeiro de Habitação (SFH). Em 1990, iniciou ações para centralizar todas as contas vinculadas do FGTS, que, à época, eram administradas por mais de 70 instituições bancárias.

Ao longo de sua trajetória, a CAIXA estabeleceu estreitas relações com a população ao atender necessidades imediatas do povo brasileiro, como poupança, empréstimos, FGTS, Programa de Integração Social (PIS), Seguro-Desemprego, crédito educativo, financiamento habitacional e transferência de benefícios sociais. E também ao proporcionar o sonho de uma vida melhor com as Loterias Federais, que detêm o monopólio desde 1961.

Desde sua criação, não parou de crescer, de se desenvolver, de diversificar e ampliar sua área de atuação. Além de atender correntistas, trabalhadores, beneficiários de programas sociais e apostadores, acredita e apoia iniciativas artístico-culturais, educacionais e desportivas em todo o Brasil.

Hoje, a CAIXA tem uma posição consolidada no mercado como um banco de grande porte, sólido e moderno. Como principal agente das políticas públicas do governo federal, está presente em todo o país, sem perder sua finalidade: a de acreditar nas pessoas.

Missão

Atuar na promoção da cidadania e do desenvolvimento sustentável do País, como instituição financeira, agente de políticas públicas e parceira estratégica do Estado brasileiro

Valores

• Sustentabilidade econômica, financeira e socioambiental. • Valorização do ser humano. • Respeito à diversidade. • Transparência e ética com o cliente. • Reconhecimento e valorização das pessoas que fazem a CAIXA. • Eficiência e inovação nos serviços, produtos e processos.

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Visão de futuro

A CAIXA será referência mundial como banco público integrado, rentável, socialmente responsável, eficiente, ágil, com permanente capacidade de renovação e consolidará sua posição como o banco da maioria da população brasileira.

Estrutura Organizacional

A CAIXA ECONÔMICA FEDERAL é uma instituição financeira sob a forma de empresa pública, criada nos termos do Decreto-Lei nº 759, de 12 de agosto de 1969, vinculada ao Ministério da Fazenda, com sede e foro na capital da República, prazo de duração indeterminado e atuação em todo o território nacional, podendo criar e suprimir sucursais, filiais ou agências, escritórios, dependências e outros pontos de atendimento nas demais praças do País e no exterior. Instituição integrante do Sistema Financeiro Nacional e auxiliar da execução da política de crédito do Governo Federal, a CAIXA se sujeita às decisões e à disciplina normativa do órgão competente e à fiscalização do Banco Central do Brasil. São órgãos de Administração da CAIXA:

1. O Conselho de Administração; 2. A Diretoria, constituída pela Presidência, Conselho Diretor, Vice-Presidência responsável pela gestão de ativos de terceiros e Vice-Presidência responsável pela administração ou operacionalização das loterias federais e dos fundos instituídos pelo Governo Federal, nestes incluído o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que compartilharão a representação orgânica e a gestão da CEF.

O Conselho de Administração é o órgão de orientação geral dos negócios da CAIXA, responsável pela definição das diretrizes, desafios e objetivos corporativos e pelo monitoramento e avaliação dos resultados da CAIXA, composto por sete conselheiros, como segue: cinco conselheiros indicados pelo Ministro de Estado da Fazenda, dentre eles o Presidente do Conselho; o Presidente da CAIXA, que exerce a Vice-Presidência do Conselho; um conselheiro indicado pelo Ministro de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão. A Presidência é órgão de administração responsável pela gestão e representação da CAIXA, a quem compete, entre outras atribuições, propor ao Conselho de Administração o modelo de gestão, os desafios e objetivos corporativos e o plano estratégico da CAIXA, além de coordenar e supervisionar os trabalhos das Vice-Presidências.

O Conselho Diretor é órgão colegiado responsável pela gestão e representação da CAIXA, composto pelo Presidente da CAIXA e por nove Vice-Presidentes, nomeados e demitidos ad nutum pelo Presidente da República, por indicação do Ministro de Estado da Fazenda, ouvido o Conselho de Administração.

Ao Conselho Diretor compete, entre outras atribuições, aprovar e apresentar ao Conselho de Administração as políticas, as demonstrações contábeis, as propostas orçamentárias e respectivos acompanhamentos mensais de execução, a prestação de contas anual, o sistema de controles internos; elaborar proposta de plano de implementação do plano estratégico da CAIXA; aprovar os limites de alçadas, a arquitetura organizacional e o modelo de funcionamento das Vice-Presidências e da Auditoria Interna; decidir sobre a criação, instalação e supressão de unidades internas e agências, escritórios, representações, dependências e outros pontos de atendimento no País. Além dos Vice-Presidentes que integram o Conselho Diretor, são nomeados e demissíveis ad nutum pelo Presidente da República, por indicação do Ministro de Estado da Fazenda, ouvido o Conselho de Administração, dois Vice-Presidentes, que respondem exclusivamente pela administração de ativos de terceiros e pela administração ou operacionalização das loterias federais e dos fundos instituídos pelo Governo Federal, nestes incluído o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Esses Vice-Presidentes não integram o Conselho Diretor e não respondem pelas demais atividades da CAIXA e deliberações daquele Colegiado. O Estatuto da CAIXA dispõe ainda sobre o Conselho Fiscal, integrado por cinco membros efetivos e respectivos suplentes, escolhidos e designados pelo Ministro de Estado da Fazenda. Dentre os integrantes do Conselho Fiscal, pelo menos um membro efetivo e respectivo suplente são obrigatoriamente indicados pelo Ministro de Estado da Fazenda, como representantes do Tesouro Nacional.

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Ao Conselho Fiscal compete exercer as atribuições atinentes ao seu poder de fiscalização, consoante a legislação vigente, entre as quais: fiscalizar os atos dos administradores e verificar o cumprimento de seus deveres legais e estatutários; opinar sobre a prestação de contas anual da CAIXA e dos fundos e programas por ela operados ou administrados, fazendo constar do seu parecer às informações complementares que julgar necessárias ou úteis; examinar as demonstrações financeiras semestrais e anuais da CAIXA e as de encerramento do exercício social dos fundos e programas por ela operados ou administrados, manifestando sua opinião, inclusive sobre a situação econômico-financeira da CAIXA. Compõem a CAIXA, ainda, oito órgãos colegiados estatutários, como segue:

1. a) Conselho de Gestão de Ativos de Terceiros. 2. b) Conselho de Fundos Governamentais e Loterias . 3. c) Comitê de Auditoria. 4. d) Comitê de Risco. 5. e) Comitê de Prevenção Contra os Crimes de Lavagem de Dinheiro. 6. f) Comitê de Compras e Contratações. 7. g) Comitê de Avaliação de Negócios e Renegociação. 8. h) Comissão de Ética.

Fonte: Sítio da caixa Economica Federal – www.caixa.gov.br

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DECRETO Nº 6.473, DE 5 DE JUNHO DE 2008.

ESTATUTO DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF

DA DENOMINAÇÃO, SEDE, FORO, DURAÇÃO E DEMAIS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º A Caixa Econômica Federal - CEF é uma instituição financeira sob a forma de empresa pública, criada nos termos do Decreto-Lei nº 759, de 12 de agosto de 1969, vinculada ao Ministério da Fazenda.

Art. 2º A CEF tem sede e foro na Capital da República, prazo de duração indeterminado e atuação em todo o território nacional, podendo criar e suprimir sucursais, filiais ou agências, escritórios, dependências e outros pontos de atendimento nas demais praças do País e no exterior.

Art. 3º Instituição integrante do Sistema Financeiro Nacional e auxiliar da execução da política de crédito do Governo Federal, a CEF sujeita-se às decisões e à disciplina normativa do órgão competente e à fiscalização do Banco Central do Brasil.

Art. 4º A administração da CEF respeitará os princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, bem como os seguintes preceitos:

I - programação e coordenação de suas atividades, em todos os níveis administrativos;

II - desconcentração da autoridade executiva como forma de assegurar maior eficiência e agilidade às atividades-fim, com descentralização e desburocratização dos serviços e operações;

III - racionalização dos gastos administrativos;

IV - simplificação de sua estrutura, evitando o excesso de níveis hierárquicos;

V - incentivo ao aumento de produtividade, da qualidade e da eficiência dos serviços;

VI - aplicação de regras de governança corporativa e dos princípios de responsabilidade social empresarial; e

VII - administração de negócios direcionada pelo gerenciamento de risco.

DOS OBJETIVOS

Art. 5º A CEF tem por objetivos:

I - receber depósitos, a qualquer título, inclusive os garantidos pela União, em especial os de economia popular, tendo como propósito incentivar e educar a população brasileira nos hábitos da poupança e fomentar o crédito em todas as regiões do País;

II - prestar serviços bancários de qualquer natureza, praticando operações ativas, passivas e acessórias, inclusive de intermediação e suprimento financeiro, sob suas múltiplas formas;

III - administrar, com exclusividade, os serviços das loterias federais, nos termos da legislação específica;

IV - exercer o monopólio das operações de penhor civil, em caráter permanente e contínuo;

V - prestar serviços delegados pelo Governo Federal, que se adaptem à sua estrutura e natureza de instituição financeira, ou mediante convênio com outras entidades ou empresas;

VI - realizar quaisquer operações, serviços e atividades negociais nos mercados financeiros e de capitais, internos ou externos;

VII - efetuar operações de subscrição, aquisição e distribuição de ações, obrigações e quaisquer outros títulos ou valores mobiliários no mercado de capitais, para investimento ou revenda;

VIII - realizar operações relacionadas com a emissão e a administração de cartões de crédito;

IX - realizar operações de câmbio;

Aprova o Estatuto da Caixa Econômica Federal - CEF e dá outras providências

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156 Caixa Econômica Federal

X - realizar operações de corretagem de seguros e de valores mobiliários, arrendamento residencial e mercantil, inclusive sob a forma de leasing;

XI - prestar, direta ou indiretamente, serviços relacionados às atividades de fomento da cultura e do turismo, inclusive mediante intermediação e apoio financeiro;

XII - atuar como agente financeiro dos programas oficiais de habitação e saneamento e como principal órgão de execução da política habitacional e de saneamento do Governo Federal, operando, inclusive, como sociedade de crédito imobiliário, de forma a promover o acesso à moradia, especialmente das classes de menor renda da população;

XIII - atuar como agente operador e financeiro do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS;

XIV - administrar fundos e programas delegados pelo Governo Federal;

XV - conceder empréstimos e financiamentos de natureza social, em consonância com a política do Governo Federal, observadas as condições de retorno, que, no mínimo, venham a ressarcir os custos operacionais, de captação e de capital alocado;

XVI - manter linhas de credito específicas para as microempresas e para as empresas de pequeno porte;

XVII - realizar, na qualidade de agente do Governo Federal, por conta e ordem deste, quaisquer operações ou serviços, nos mercados financeiro e de capitais, que lhe forem delegados;

XVIII - prestar serviços de custódia de valores mobiliários;

XIX - prestar serviços de assessoria, consultoria e gerenciamento de atividades econômicas, de políticas públicas, de previdência e de outras matérias relacionadas com sua área de atuação, diretamente ou mediante convênio ou consórcio com outras entidades ou empresas; e

XX - atuar na exploração comercial de mercado digital voltada para seus fins institucionais.

Parágrafo único . No desempenho de seus objetivos, a CEF opera, ainda, no recebimento de:

I - depósitos judiciais, na forma da lei; e

II - depósitos de disponibilidades de caixa dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por ele controladas, observada a legislação pertinente.

XXI - atuar em projetos e programas de cooperação técnica internacional, como forma de auxiliar na solução de problemas sociais e econômicos.

XXII - efetuar aplicações não reembolsáveis ou reembolsáveis ainda que parcialmente, destinadas especificamente a apoiar projetos e investimentos de caráter socioambiental, que se enquadrem em seus programas e ações, principalmente nas áreas de habitação de interesse social, saneamento ambiental, gestão ambiental, geração de trabalho e renda, saúde, educação, desportos, cultura, justiça, alimentação, desenvolvimento institucional, desenvolvimento rural, entre outras vinculadas ao desenvolvimento sustentável que beneficiem, prioritariamente, a população de baixa renda, na forma fixada pelo Conselho Diretor e aprovada pelo Conselho de Administração da CEF.

§ 1º No desempenho de seus objetivos, a CEF opera, ainda, no recebimento de:

I - depósitos judiciais, na forma da lei; e

II - depósitos de disponibilidades de caixa dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por ele controladas, observada a legislação pertinente.

§ 2º A atuação prevista no inciso XXI deverá se dar em colaboração com o órgão ou entidade da União competente para coordenar a cooperação técnica internacional.

DO CAPITAL

Art. 6º O capital autorizado da CEF é de R$ 13.562.433.000,00 (treze bilhões quinhentos e sessenta e dois milhões quatrocentos e trinta e três mil reais).

Art. 7º O capital social da CEF é de R$ 8.002.717.067,95 (oito bilhões dois milhões setecentos e dezessete mil sessenta e sete reais e noventa e cinco centavos), exclusivamente integralizado pela União Federal.

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Caixa Econômica Federal 157

§ 1º Anualmente, será efetuado o aumento do capital social até o limite autorizado, mediante incorporação do saldo das reservas de capital.

§ 2º O aumento do capital, com incorporação de outras reservas, não referidas no parágrafo anterior, e do saldo de lucros acumulados após a destinação do resultado do exercício, e a absorção de eventuais prejuízos com a utilização das reservas de lucros serão realizados mediante aprovação do Ministro de Estado da Fazenda, após deliberação das respectivas propostas pelo Conselho de Administração, ouvidos o Conselho Diretor e o Conselho Fiscal.

DA ADMINISTRAÇÃO E ORGANIZAÇÃO

Das Normas Comuns

Órgãos da Administração

Art. 8º São órgãos de Administração:

I - o Conselho de Administração;

II – a Diretoria, constituída pela Presidência, Conselho Diretor, Vice-Presidência responsável pela gestão de ativos de terceiros e Vice-Presidência responsável pela administração ou operacionalização das loterias federais e dos fundos instituídos pelo Governo Federal, nestes incluído o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que compartilharão a representação orgânica e a gestão da CEF.

Parágrafo único . Os órgãos de Administração deverão, no âmbito das respectivas atribuições e competências, observar as seguintes regras de segregação de funções:

I - as unidades responsáveis por funções de contabilidade, controladoria, controle e riscos ficarão sob a supervisão direta do Vice-Presidente designado exclusivamente para a função de controle e risco;

II - o Vice-Presidente designado exclusivamente para a função de controle e risco responderá junto ao Banco Central do Brasil pelo acompanhamento, supervisão e cumprimento das normas e procedimentos de contabilidade, riscos e do Sistema de Controles Internos;

III - as unidades responsáveis pela formulação de políticas e gestão de risco de crédito não podem ficar sob a supervisão direta de Vice-Presidente a que estiverem vinculadas as atividades de concessão de créditos ou de análise de garantias;

IV - é vedado ao Conselho Diretor e aos responsáveis pela administração de recursos próprios da CEF intervir na formulação de políticas de gestão de ativos de terceiros e de administração ou operacionalização das loterias federais e dos fundos instituídos pelo Governo Federal, nestes incluído o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS);

V - os membros do Conselho Diretor não responderão solidariamente pelas atividades de formulação de políticas de gestão de ativos de terceiros e pela administração ou operacionalização das loterias federais e dos fundos instituídos pelo Governo Federal, nestes incluído o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS);

VI - um dos Vice-Presidentes responderá pelo cumprimento das medidas bem como pelas comunicações relativas à prevenção e combate às atividades relacionadas com os crimes previstos na Lei no 9.613, de 3 de março de 1998;

VII - um dos Vice-Presidentes responderá junto ao Banco Central do Brasil pelo acompanhamento e supervisão das atividades afetas à Ouvidoria, sendo-lhe permitido exercer outras atividades na CEF, exceto a de responsável pela administração de recursos de terceiros.

Dos membros e da investidura

Art. 9º Os órgãos de Administração serão integrados por brasileiros residentes no País, dotados de reputação ilibada e de notórios conhecimentos, inclusive sobre as práticas de governança corporativa, experiência e capacidade técnica compatível com o cargo, observados os requisitos específicos dispostos no art. 11.

Parágrafo único . Os membros dos órgãos de Administração serão investidos em seus cargos mediante assinatura de termos de posse.

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Impedimentos e vedações

Art. 10 . Não podem participar dos órgãos de Administração, além dos impedidos por lei:

I - os condenados, por decisão transitada em julgado, por crime falimentar, de sonegação fiscal, de prevaricação, de corrupção ativa ou passiva, de concussão, de peculato, contra a economia popular, contra a fé pública, contra a propriedade, contra o Sistema Financeiro Nacional e os condenados a pena criminal que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos;

II - os declarados inabilitados para cargos de administração em instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil ou em outras instituições sujeitas a autorização, controle e fiscalização de órgãos e entidades da administração pública, aí incluídas as entidades de previdência complementar, as sociedades seguradoras, as sociedades de capitalização e as companhias abertas;

III - ascendente, descendente, parente colateral ou afim, até o terceiro grau, cônjuge ou sócio de membro do Conselho de Administração, Conselho Diretor, Conselho Fiscal e do Diretor Jurídico;

IV - os que estiverem em mora com a CEF ou que lhe tenham causado prejuízo ainda não ressarcido;

V - os que detiverem o controle ou parcela substancial do capital social de pessoa jurídica em mora com a CEF ou que lhe tenha causado prejuízo ainda não ressarcido, estendendo-se esse impedimento aos que tenham ocupado cargo de administração em empresa ou entidade nessa situação no exercício social imediatamente anterior à investidura;

VI - os que estiverem respondendo pessoalmente, ou como controlador ou administrador de pessoa jurídica, por pendências relativas a protesto de títulos não contestados judicialmente, cobranças judiciais com trânsito em julgado, emissão de cheques sem fundos, inadimplemento de obrigações e outras ocorrências da espécie;

VII - os declarados falidos ou insolventes, enquanto perdurar essa situação;

VIII - os que exercem cargos de administração, direção, fiscalização ou gerência, ou detenham controle ou parcela superior a dez por cento do capital social de instituição, financeira ou não, cujos interesses sejam conflitantes com os da CEF; e

IX - os que detiveram o controle ou participaram da administração de pessoa jurídica concordatária, falida ou insolvente, no período de cinco anos anteriores à data de nomeação, excetuados os casos em que a participação tenha se dado na condição de síndico, comissário ou administrador judicial.

Requisitos para o exercício do cargo

Art. 11 . Além dos requisitos previstos no caput do art. 9º e das vedações e impedimentos previstos no art. 10, devem ser observadas, cumulativamente, as seguintes condições para o exercício do cargo de Presidente, de Vice-Presidente e de membro do Conselho de Administração:

I - ser graduado em curso superior; e

II - ter exercido, nos últimos cinco anos:

a) cargos gerenciais em instituições integrantes do Sistema Financeiro Nacional, por pelo menos dois anos;

b) cargos gerenciais na área financeira em outras entidades detentoras de patrimônio líquido não inferior a um quarto dos limites mínimos de capital realizado e patrimônio líquido da CEF, por pelo menos quatro anos; ou

c) cargos relevantes em órgãos ou entidades da administração pública, por pelo menos dois anos.

§ 1º Ressalvam-se, em relação aos requisitos dos incisos I e II do caput, sem prejuízo das condições estabelecidas no caput do art. 9o, os ex-administradores que tenham exercido cargos de direção em instituições do Sistema Financeiro Nacional por mais de cinco anos, exceto em cooperativa de crédito.

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§ 2º O exercício do cargo de Diretor Jurídico é privativo de empregado ocupante do cargo de advogado da ativa do quadro permanente da CEF que detenha capacitação técnica compatível com as atribuições do cargo, a qual poderá ser comprovada com base na formação acadêmica, experiência profissional ou em outros quesitos julgados relevantes pelo Conselho de Administração, observados os requisitos e impedimentos contidos nos arts. 9º e 10 e a legislação pertinente.

§ 3º O exercício de cargo de Presidente, de Vice-Presidente e de Diretor Jurídico requer dedicação integral, sendo vedado a qualquer de seus integrantes, sob pena de perda do cargo, o exercício de atividades em outras sociedades com fim lucrativo, salvo:

I - em sociedades das quais a CEF participe, direta ou indiretamente; e

II - em outras sociedades por autorização prévia e expressa do Conselho de Administração, observada a regulamentação em vigor.

§ 4º O Presidente, os Vice-Presidentes e o Diretor Jurídico ficam impedidos, pelo período de quatro meses, contados do término de sua gestão, se maior prazo não for fixado nas normas regulamentares, de:

I - exercer atividades ou prestar qualquer serviço a sociedades ou entidades concorrentes da CEF;

II - aceitar cargo de administrador ou conselheiro, ou estabelecer vínculo profissional com pessoa física ou jurídica com a qual tenham mantido relacionamento oficial direto e relevante nos seis meses anteriores ao término da gestão, se maior prazo não for fixado nas normas regulamentares;

III - patrocinar, direta ou indiretamente, interesse de pessoa física ou jurídica, perante órgão ou entidade da Administração Pública Federal com que tenha tido relacionamento oficial direto e relevante nos seis meses anteriores ao término da gestão, se maior prazo não for fixado nas normas regulamentares.

§ 5º Incluem-se no período de impedimento a que se refere o parágrafo anterior eventuais períodos de férias anuais remuneradas não gozadas previstas no art. 15, § 4º deste Estatuto.

§ 6º Durante o período de impedimento, as pessoas indicadas no § 4º fazem jus à

remuneração compensatória equivalente à do cargo que ocupavam na CEF, observada a legislação vigente.

Art. 12 . Aos membros integrantes dos órgãos de Administração e do Conselho Fiscal é vedado intervir no estudo, processo decisório, controle ou liquidação de qualquer operação em que, direta ou indiretamente, sejam interessadas sociedades de que detenham o controle ou parcela superior a dez por cento do capital social, aplicando-se esse impedimento, ainda, quando o controle ou a participação no capital for detido por pessoas de que trata o art. 10, inciso III, e quando se tratar de empresa na qual ocupem ou tenham ocupado cargo de gestão no exercício social imediatamente anterior à investidura na CEF.

Perda do cargo

Art. 13 . Perderá o cargo:

I - o membro do Conselho de Administração que deixar de comparecer, sem justificativa escrita, a três reuniões ordinárias consecutivas ou a quatro reuniões ordinárias alternadas durante o prazo do mandato; e

II - o Presidente, o Vice-Presidente ou o Diretor Jurídico que se afastar, sem autorização, por mais de trinta dias.

Parágrafo único . A perda do cargo não elide a responsabilidade civil e penal a que estejam sujeitos os membros dos órgãos de administração da CEF, em virtude do descumprimento de suas obrigações.

Remuneração

Art. 14 . A remuneração dos membros dos órgãos de administração e do Diretor Jurídico da CEF será fixada anualmente pelo Ministro de Estado da Fazenda, mediante proposta do Conselho de Administração, observadas as prescrições legais.

Vacância, substituição e férias

Art. 15. As licenças do Presidente da CEF serão concedidas pelo Conselho de Administração, e as dos Vice-Presidentes e do Diretor Jurídico, pelo Presidente da CEF.

§ 1º O Presidente da CEF será substituído:

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I - nos afastamentos até trinta dias consecutivos, por vice-presidente designado pelo Conselho de Administração;

II - nos afastamentos superiores a trinta dias consecutivos, por quem, na forma da lei, for nomeado interinamente pelo Presidente da República; e

III - no caso de vacância, até a posse do novo Presidente, por vice-presidente designado pelo Conselho de Administração.

§ 2º Os Vice-Presidentes integrantes do Conselho Diretor serão substituídos por outro vice-presidente, e os Vice-presidentes responsáveis pelas áreas segregadas, por empregado da CEF em exercício de função compatível com a substituição, sendo que o substituto:

I - nos afastamentos até trinta dias consecutivos, será indicado pelo Presidente da CEF;

II - nos afastamentos superiores a trinta dias consecutivos, será nomeado interinamente, na forma da lei, pelo Conselho de Administração; e

III - no caso de vacância, até a posse do novo Vice-Presidente, será designado pelo Presidente da CEF.

§ 3º O Diretor Jurídico será substituído por empregado ocupante do cargo permanente de advogado da CEF no exercício de função compatível com a substituição, sendo:

I - até trinta dias consecutivos, mediante designação pelo Presidente da CEF; e

II - além de trinta dias consecutivos ou em caso de vacância, até a posse do substituto, mediante designação pelo Presidente e homologação, dentro do período de substituição, pelo Conselho de Administração.

§ 4º É assegurado ao Presidente, aos Vice-Presidentes e ao Diretor Jurídico o gozo de férias anuais remuneradas, vedado o pagamento em dobro da remuneração relativa a férias não gozadas no decorrer do período concessivo.

Do Conselho de Administração

Art. 16 . O Conselho de Administração é o órgão de orientação geral dos negócios da CEF, responsável pela definição das diretrizes, desafios e objetivos corporativos e pelo monitoramento e avaliação dos resultados da CEF.

Composição

Art. 17 . O Conselho de Administração será composto por sete conselheiros, como segue:

I - cinco conselheiros indicados pelo Ministro de Estado da Fazenda, dentre eles o Presidente do Conselho;

II - o Presidente da CEF, que exercerá a Vice-Presidência do Conselho; e

III - um conselheiro indicado pelo Ministro de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão.

§ 1º Os conselheiros serão nomeados pelo Ministro de Estado da Fazenda, para mandato de três anos, contados a partir da data de publicação do ato de nomeação, podendo ser reconduzidos por igual período.

§ 2º O membro do Conselho de Administração, nomeado na forma do § 1º, poderá ser reconduzido só uma vez, e só poderá voltar a fazer parte do Colegiado depois de decorrido pelo menos um ano do término de seu último mandato.

§ 3º A investidura dos membros do Conselho de Administração far-se-á mediante assinatura em livro de termo de posse.

§ 4º Na hipótese de recondução, o prazo do novo mandato contar-se-á a partir da data do término da gestão anterior.

§ 5º Findos os mandatos, os membros do Conselho de Administração permanecerão em exercício até a posse dos novos Conselheiros.

§ 6º Em caso de vacância no curso do mandato, será nomeado novo Conselheiro, que completará o prazo de gestão do substituído.

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Atribuições e competências

Art. 18 . Compete ao Conselho de Administração:

I - atuar como organismo de interlocução entre a CEF e o Ministério da Fazenda e opinar, quando solicitado pelo Ministro de Estado da Fazenda, sobre questões relevantes ligadas ao desenvolvimento econômico e social do País e relacionadas com as atividades da CEF;

II - aprovar o modelo de gestão da CEF e suas atualizações;

III - definir as diretrizes, desafios e objetivos corporativos da CEF;

IV - aprovar o plano estratégico da CEF e monitorar sua implantação;

V - monitorar e avaliar os resultados da CEF;

VI - aprovar as políticas de atuação da CEF;

VII - estabelecer e aperfeiçoar o sistema de governança corporativa da CEF;

VIII - autorizar a contratação de auditores independentes e a rescisão dos respectivos contratos;

IX - aconselhar o Presidente da CEF nas questões que dizem respeito às linhas gerais orientadoras da atuação da Empresa;

X - fiscalizar a execução da política geral dos negócios e serviços da CEF, acompanhar e fiscalizar a gestão do Presidente, dos Vice-presidentes e do Diretor Jurídico;

XI - deliberar sobre:

a) o Regimento Interno do Conselho Diretor e dos Conselhos, Comissão e Comitês Estatutários, exceto o do Conselho Fiscal;

b) os relatórios das auditorias interna, externa, integrada e do Comitê de Auditoria, bem como avaliar o nível de atendimento às recomendações neles contidas;

c) a proposta orçamentária da CEF e dos fundos e programas sociais por ela administrados ou operados e não subordinados a gestores externos,

sempre em harmonia com a política econômico-financeira do Governo Federal;

d) as propostas apresentadas pelo Presidente a respeito de dispêndios globais, destinação do resultado líquido, pagamento de dividendos e de juros sobre o capital próprio, modificação de capital, constituição de fundos de reservas e provisões e a absorção de eventuais prejuízos com as reservas de lucros;

e) as demonstrações financeiras da CEF e dos fundos e programas por ela administrados ou operados, inclusive seus balancetes;

f) o regulamento de licitações;

g) o sistema de controles internos e suas revisões periódicas;

h) propostas de implementação de medidas corretivas ou de aprimoramento de procedimentos e rotinas, em decorrência da análise das reclamações, sugestões, elogios e denúncias recebidas pela Ouvidoria;

XII - deliberar sobre as seguintes matérias a serem submetidas à decisão do Ministro de Estado da Fazenda, por proposta apresentada pelo Presidente da CEF:

a) prestação de contas anual, segregada, dos investimentos e custos das áreas de negócios da CEF, destacando especialmente os custos sociais e públicos assumidos pela empresa e relacionados a programas e serviços delegados pelo Governo Federal;

b) alienação, no todo ou em parte, de ações de propriedade da CEF em empresas controladas; subscrição ou renúncia a direito de subscrição de ações ou debêntures conversíveis em ações em empresas controladas; venda de debêntures conversíveis em ações de titularidade e de emissão de empresas controladas;

c) cisão, fusão ou incorporação de empresas controladas pela CEF;

d) permuta de ações ou outros valores mobiliários representativos da participação da CEF no capital de empresas controladas;

e) pagamento de dividendos e juros sobre o capital próprio;

f) modificação do capital da CEF;

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g) atos da CEF consistentes em firmar acordos de acionistas ou renunciar a direitos neles previstos, ou, ainda, em assumir quaisquer compromissos de natureza societária, referentes ao disposto no art. 118 da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976, com relação às empresas nas quais detém participação;

XIII - disciplinar a concessão de férias do Presidente, dos Vice-Presidentes e do Diretor Jurídico, inclusive no que se refere à conversão em espécie, vedado o pagamento em dobro da remuneração relativa a férias não gozadas;

XIV - nomear e destituir o Diretor Jurídico, por proposta do Presidente da CEF;

XV - estabelecer as áreas de atuação dos Vice-Presidentes, por proposta do Presidente da CEF, observados os limites deste Estatuto;

XVI - aprovar a criação, instalação e supressão de Superintendências Nacionais e Regionais, por proposta da Presidência da CEF;

XVII - comunicar ao Banco Central do Brasil a nomeação e exoneração do Presidente da CEF;

XVIII - designar o Vice-Presidente que substituirá o Presidente da CEF nos seus impedimentos;

XIX - deliberar, por proposta do Presidente da CEF, sobre a designação e dispensa do Ouvidor e do responsável pela Auditoria Interna da CEF, observada a legislação vigente;

XX - deliberar sobre nomeação e substituição dos representantes da CEF nos Conselhos Deliberativo e Fiscal da entidade de previdência privada por ela patrocinada, mediante proposta do Presidente da CEF;

XXI - decidir sobre vetos do Presidente da CEF às deliberações do Conselho Diretor;

XXII - avaliar os relatórios semestrais relacionados com o sistema de controles internos da CEF;

XXIII – nomear e destituir os membros do Comitê de Auditoria;

XXIV - aprovar o plano de trabalho anual do Comitê de Auditoria e o orçamento destinado a cobrir as despesas necessárias a sua adequada implementação;

XXV - aprovar e revisar a política anual de gerenciamento de riscos da CEF;

XXVI - manifestar-se acerca das ações a serem implementadas para correções tempestivas de eventuais deficiências de controle e de gerenciamento de riscos;

XXVII - aprovar proposta de criação, instalação e supressão de agências, filiais, representações ou escritórios no exterior;

XXVIII - exercer as demais atribuições atinentes ao seu poder de fiscalização e dirimir dúvidas emergentes de eventuais omissões deste Estatuto, observando, subsidiariamente, as disposições da Lei nº 6.404, de 1976.

§ 1º A fiscalização de que trata o inciso X poderá ser exercida isoladamente pelos Conselheiros, os quais terão acesso aos livros e papéis da CEF, podendo requisitar aos membros do Conselho Diretor as informações que considerem necessárias ao desempenho de suas funções.

§ 2º As providências decorrentes da fiscalização de que trata o § 1o serão submetidas à deliberação do Conselho de Administração.

§ 3º O Conselho de Administração é responsável pelas informações divulgadas no relatório anual a respeito da estrutura de gerenciamento de risco.

Funcionamento

Art. 19 . O Conselho de Administração reunir-se-á ordinariamente uma vez por mês e, extraordinariamente, sempre que convocado pelo seu Presidente ou pela maioria de seus integrantes.

§ 1º O Conselho somente deliberará com a presença de, no mínimo, quatro de seus integrantes.

§ 2º As deliberações do Conselho serão tomadas por maioria de votos e registradas em ata, cabendo ao Presidente o voto de qualidade, além do voto ordinário.

§ 3º O Presidente do Comitê de Auditoria participará de todas as reuniões do Conselho de Administração, sem direito a voto.

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Da Presidência

Atribuições e competências

Art. 20 . A Presidência é órgão de administração responsável pela gestão e representação da CEF.

Art. 21 . Compete à Presidência:

I - elaborar, ouvido o Conselho Diretor, o modelo de gestão da CEF e submetê-lo, com suas atualizações e aperfeiçoamentos, à aprovação do Conselho de Administração;

II - propor ao Conselho de Administração, ouvido o Conselho Diretor, desafios e objetivos corporativos para a CEF;

III - elaborar, ouvido o Conselho Diretor, proposta de plano estratégico da CEF e submetê-la à aprovação do Conselho de Administração;

IV - encaminhar o plano estratégico da CEF ao Conselho Diretor, orientando-o quanto à elaboração do plano de sua implementação;

V - supervisionar, monitorar e controlar o cumprimento dos desafios e objetivos corporativos da CEF, de tudo prestando contas ao Conselho de Administração;

VI - homologar e monitorar o cumprimento do plano de implementação do plano estratégico da CEF;

VII - coordenar e supervisionar os trabalhos das Vice-Presidências;

VIII - propor ao Conselho de Administração a criação, instalação e supressão de Superintendências Nacionais e Regionais;

IX - aprovar normas corporativas propostas pelas Vice-Presidências;

X - elaborar os Regimentos Internos da Comissão de Ética e dos Comitês Estatutários, exceto os do Comitê de Auditoria, e submetê-los à apreciação do Conselho de Administração;

XI – analisar, com a Vice-Presidência de cada área, o desempenho e os resultados obtidos pela área, decidindo sobre a necessidade de ajustes, correções ou planos de contingência;

XII – divulgar, perante órgãos e instituições públicas, econômicas e sociais, os resultados obtidos pela CEF no cumprimento de seus objetivos e na administração ou operacionalização de fundos, programas e serviços delegados pelo Governo Federal;

XIII - requerer a cessão de servidores dos quadros de pessoal da administração pública federal e aprovar a contratação a termo de profissionais, na forma e limites estabelecidos no art. 46 deste Estatuto.

Do Conselho Diretor

Art. 22 . O Conselho Diretor é órgão colegiado responsável pela gestão e representação da CEF. Composição

Art. 23 . O Conselho Diretor é composto pelo Presidente da CEF, que o presidirá, e por nove Vice-Presidentes, os quais serão nomeados e demitidos ad nutum pelo Presidente da República, por indicação do Ministro de Estado da Fazenda, ouvido o Conselho de Administração.

Atribuições e competências

Art. 24 . Compete ao Conselho Diretor:

I - subsidiar a Presidência na elaboração do modelo de gestão e do plano estratégico da instituição;

II - elaborar proposta de plano de implementação do plano estratégico da CEF, submetendo-a à apreciação da Presidência;

III - aprovar o plano operacional proposto pelos integrantes do Conselho Diretor;

IV - supervisionar, monitorar e controlar a execução dos planos operacionais;

V - aprovar e apresentar ao Conselho de Administração, por intermédio do Presidente da CEF:

a) as políticas de atuação da CEF;

b) as demonstrações contábeis da CEF e dos fundos e programas por ela operados ou administrados, inclusive os balancetes mensais;

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164 Caixa Econômica Federal

c) as propostas orçamentárias e respectivos acompanhamentos mensais de execução, de destinação do resultado líquido, de pagamento de dividendos e de juros sobre o capital próprio, de modificação de capital, de constituição de fundos, reservas e provisões e de absorção de eventuais prejuízos com as reservas de lucros da CEF e dos fundos e programas por ela administrados ou operacionalizados e não subordinados a gestores externos;

d) a prestação de contas anual segregada, dos investimentos e custos das áreas de negócios da CEF, destacando especialmente os custos sociais e públicos assumidos pela empresa e relacionados a programas e serviços delegados pelo Governo Federal;

e) proposta de criação, instalação e supressão de agências, filiais, representações ou escritórios no exterior;

f) o regulamento de licitações; e

g) o sistema de controles internos e suas revisões periódicas, apresentando semestralmente os relatórios de situação ao Conselho de Administração;

VI - autorizar, facultada a outorga destes poderes com limitação expressa, a:

a) alienação de bens do ativo permanente, com exceção das participações acionárias em empresas controladas, ouvindo o Conselho Fiscal nos casos de alienação ou oneração de bens imóveis de uso próprio, exceto quando se tratar de penhora em ações judiciais;

b) constituição de ônus reais;

c) prestação de garantias a obrigações de terceiros;

d) renúncia de direitos; e

e) transação ou redução do valor de créditos em negociação;

VII - distribuir e aplicar os lucros apurados, na forma da deliberação do Conselho de Administração, observada a legislação vigente;

VIII - aprovar as alçadas propostas pelos Vice-Presidentes;

IX - decidir sobre:

a) planos de cargos, carreiras, salários, vantagens e benefícios;

b) regulamento de pessoal da CEF, no qual constem os direitos e deveres dos empregados, o regime disciplinar e as normas sobre a apuração de responsabilidade funcional; e

c) criação de empregos, quadro de pessoal e suas alterações;

X - aprovar a designação dos titulares dos cargos de Superintendentes, mediante proposta do Vice-Presidente a que estiver subordinado diretamente o indicado;

XI - aprovar os critérios de seleção e a indicação de conselheiros para integrar os conselhos de empresas e instituições das quais a CEF participe ou tenha direito de indicar representante;

XII - decidir sobre a criação, instalação e supressão de agências, escritórios, representações, dependências e outros pontos de atendimento no País;

XIII - aprovar arquitetura organizacional e modelo de funcionamento das Vice-Presidências e da Auditoria Interna, observadas as áreas de atuação estabelecidas pelo Conselho de Administração e o disposto no art. 21, VIII deste Estatuto;

XIV - ressalvados os atos consistentes em firmar acordos de acionistas ou renunciar a direitos neles previstos ou, ainda, assumir quaisquer compromissos de natureza societária referentes ao disposto no art. 118 da Lei no 6.404, de 1976, aprovar, em relação às empresas de cujo capital a CEF participe sem deter o controle, os seguintes atos societários:

a) alienação, no todo ou em parte, de ações de propriedade da CEF nas empresas; subscrição ou renúncia a direito de subscrição de ações ou debêntures conversíveis em ações nas empresas; venda de debêntures conversíveis em ações de titularidade e de emissão das empresas;

b) cisão, fusão ou incorporação das empresas; e

c) permuta de ações ou outros valores mobiliários representativos da participação da CEF no capital das sociedades;

XV – aprovar a cessão de empregados da CEF a outros órgãos da administração pública;

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Caixa Econômica Federal 165

XVI - formular políticas de captação e aplicação de recursos para a CEF;

XVII - comunicar formalmente ao auditor independente e ao Comitê de Auditoria, no prazo máximo de vinte e quatro horas da identificação, a existência ou evidência de situações cuja ocorrência importe notificação aos órgãos fiscalizadores, na forma do art. 34, § 12, inciso VIII;

XVIII - formular política de crédito para a CEF;

XIX - aprovar e encaminhar relatórios gerenciais e informes econômico-financeiros destinados à Presidência, ao Conselho de Administração e ao Ministério da Fazenda;

Parágrafo único . Ao Conselho Diretor é facultada a outorga, com limitação expressa, dos poderes de constituição de ônus reais, prestação de garantias a obrigações de terceiros, renúncia de direitos, transação ou redução do valor de créditos em negociação.

Funcionamento

Art. 25 . O Conselho Diretor reunir-se-á ordinariamente uma vez por semana ou extraordinariamente por convocação de seu Presidente, observadas as condições de funcionamento previstas em seu regimento interno.

§ 1º Das reuniões participarão, obrigatoriamente, o Vice-Presidente responsável pelas funções de controle e o Diretor Jurídico, ou os seus substitutos, sendo que o quorum para deliberação colegiada será de, no mínimo, sete membros titulares ou substitutos no exercício da titularidade.

§ 2º As deliberações do Conselho Diretor serão tomadas por maioria simples dos integrantes com direito a voto, titulares ou substitutos no exercício da titularidade, cabendo ao Presidente, em caso de empate nas votações, o direito ao voto de qualidade além do voto ordinário.

§ 3º O Presidente poderá vetar as deliberações do Conselho Diretor no prazo de setenta e duas horas contado do conhecimento da deliberação, devendo submeter o veto à apreciação do Conselho de Administração na primeira reunião do Colegiado que se realizar após a decisão.

Das Vice-Presidências segregadas

Composição e competências

Art. 26 . Além dos Vice-Presidentes que integram o Conselho Diretor, serão nomeados e demissíveis ad nutum pelo Presidente da República, por indicação do Ministro de Estado da Fazenda, ouvido o Conselho de Administração, dois Vice-Presidentes, os quais responderão exclusivamente pela gestão de ativos de terceiros e pela administração ou operacionalização das loterias federais e dos fundos instituídos pelo Governo Federal, nestes incluído o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

§ 1º Os Vice-Presidentes responsáveis pelas áreas segregadas não integrarão o

Conselho Diretor e não responderão pelas demais atividades da CEF e deliberações daquele Colegiado.

§ 2º As atividades das Vice-Presidências segregadas serão desenvolvidas em conformidade com as diretrizes estabelecidas pelos Conselhos previstos nos incisos I e II do art. 32.

Do Cargo de Diretor Jurídico

Art. 27 . A CEF terá um diretor jurídico vinculado à Presidência, escolhido pelo Presidente da instituição dentre os empregados ocupantes do cargo de advogado da ativa de seu quadro permanente e nomeado e destituído pelo Conselho de Administração.

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Das Normas Complementares

Atribuições e competências individuais

Art. 28 . São ainda atribuições e competências específicas do Presidente, Vice- Presidentes e Diretor Jurídico:

I - do Presidente:

a) representar a CEF em juízo ou fora dele, podendo para tanto constituir prepostos e mandatários e conferir-lhes poderes e prerrogativas, segundo disponham a lei e as normas internas;

b) encaminhar aos Conselhos de Administração e Fiscal as matérias sobre as quais devam pronunciar-se;

c) apresentar ao Banco Central do Brasil as matérias que dependam de sua audiência ou de deliberação do Conselho Monetário Nacional;

d) comunicar ao Banco Central do Brasil a nomeação, designação e exoneração de Vice-Presidente, Diretor Jurídico, Ouvidor e de integrante dos Conselhos de Administração e Fiscal e do Comitê de Auditoria;

e) admitir, dispensar, demitir, promover, designar para o exercício de cargo comissionado, transferir, licenciar, conceder menção honrosa, punir empregados, facultada a outorga destes poderes com limitação expressa;

f) propor ao Conselho Diretor a criação de empregos na carreira permanente e a fixação de salários e vantagens;

g) convocar, presidir e supervisionar a atuação do Conselho Diretor;

h) vetar decisões do Conselho Diretor;

i) propor ao Conselho de Administração o nome do Diretor Jurídico para aprovação, nomeação e destituição;

j) propor ao Conselho de Administração a área de atuação dos Vice-Presidentes, bem como eventual remanejamento;

l) supervisionar e coordenar a atuação dos responsáveis pelas unidades que estiverem sob sua supervisão direta;

m) integrar, como Vice-Presidente, o Conselho de Administração da CEF;

n) presidir o Conselho de Gestão de Ativos de Terceiros e o Conselho de Fundos Governamentais e Loterias;

o) fiscalizar a execução da política geral dos negócios e serviços da Vice-Presidência responsável pela gestão de ativos de terceiros e da Vice-Presidência responsável pela administração ou operacionalização das loterias federais e dos fundos instituídos pelo Governo Federal, nestes incluído o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), para o que poderá solicitar, a qualquer tempo, informações sobre livros, papéis, registros eletrônicos, serviços, operações, contratos e quaisquer instrumentos ou atos;

p) propor ao Conselho de Administração e, após aprovação deste, designar e dispensar o Ouvidor e o titular da unidade de Auditoria Interna da CEF;

q) nomear e substituir os representantes da CEF nos Conselhos Deliberativo e Fiscal da entidade de previdência privada patrocinada pela CEF, após aprovação do Conselho de Administração da CEF;

r) elaborar o plano operacional de sua área de atuação, estabelecendo as metas, objetivos, prazos e orçamentos a serem alcançados pelas unidades organizacionais sob sua subordinação, e submetê-lo, inclusive suas alterações, à aprovação do Conselho Diretor;

s) executar o plano operacional pertinente à sua área de atuação, monitorando e implementando ações corretivas, com vistas ao efetivo cumprimento das metas, objetivos, orçamentos e prazos de execução estabelecidos;

t) manter o Conselho Diretor informado sobre a execução do plano operacional da Presidência;

u) arbitrar impasses e conflitos de gestão relativos a decisões e ações executivas das Vice-Presidências;

v) exercer os demais poderes de direção executiva;

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II - dos Vice-Presidentes:

a) propor ao Conselho Diretor modelo de funcionamento da sua Vice-Presidência, observadas as diretrizes estabelecidas pelas áreas competentes;

b) propor ao Conselho Diretor desafios e objetivos corporativos para a CEF;

c) subsidiar o Conselho Diretor na elaboração do plano de implementação do plano estratégico da CEF;

d) elaborar o plano operacional de sua área de atuação, estabelecendo as metas, objetivos, prazos e orçamentos a serem alcançados pelas unidades organizacionais sob sua subordinação, e submetê-lo, inclusive suas alterações, à aprovação do Conselho Diretor ou, no caso das vice-presidências segregadas, de seus respectivos Conselhos;

e) executar o plano operacional pertinente à sua área de atuação, monitorando e implementando ações corretivas, com vistas ao efetivo cumprimento das metas, objetivos, orçamentos e prazos de execução estabelecidos;

f) manter o Conselho Diretor informado sobre a execução do plano operacional da Vice- Presidência;

g) executar e fazer executar as deliberações da Presidência e do Conselho Diretor e exercer as atribuições operacionais no âmbito da Vice-Presidência;

h) administrar as áreas que lhes forem atribuídas pelo decreto de nomeação ou pelo Conselho de Administração;

i) integrar o Conselho Diretor na forma definida neste Estatuto, exceto os Vice-Presidentes responsáveis pela gestão de ativos de terceiros e pela administração ou operacionalização das loterias federais e dos fundos instituídos pelo Governo Federal, nestes incluído o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS);

j) propor ao Conselho Diretor a designação dos titulares dos cargos de Superintendentes para as áreas sob sua supervisão;

l) submeter à apreciação da Presidência normas corporativas, no seu âmbito de atuação;

m) emitir normas corporativas e setoriais, no âmbito de atuação da Vice-Presidência;

n) propor alçadas ao Conselho Diretor, no âmbito de atuação da Vice-Presidência;

o) arbitrar impasses e conflitos de gestão entre as unidades organizacionais que lhes são subordinadas;

p) articular-se com as demais Vice-Presidências para tomar decisões e para implementar ações de interesse da CEF;

q) prestar informações acerca de sua Vice-Presidência à Presidência e, sempre que solicitado, ao Conselho Diretor e ao Conselho Fiscal;

r) representar a CEF em juízo ou fora dele e, em especial, em assuntos relacionados à sua Vice-Presidência.

III - do Diretor Jurídico:

a) representar judicialmente a CEF, na forma deste Estatuto;

b) administrar, supervisionar e coordenar as atividades, negócios e serviços das unidades sob sua responsabilidade;

c) prestar assessoria à Presidência, ao Conselho Diretor e às Vice-Presidências, no âmbito das respectivas atribuições.

Representação extrajudicial e constituição de mandatários

Art. 29. A representação extrajudicial e a constituição de mandatários da CEF competem ao Presidente ou aos Vice-Presidentes, estes nos limites de suas atribuições e poderes.

Parágrafo único . Os instrumentos de mandato serão válidos ainda que seu signatário deixe de ocupar o cargo, salvo se expressamente revogados. Representação judicial

Art. 30 . A representação judicial compete ao Presidente, aos Vice-Presidentes ou ao Diretor Jurídico, cabendo a este a outorga de mandato judicial que poderá ser por prazo indeterminado.

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Art. 31 A CEF assegurará aos integrantes e ex-integrantes da Diretoria e dos Conselhos de Administração e Fiscal a defesa em processos judiciais e administrativos contra eles instaurados pela prática de atos no exercício do cargo ou função, desde que não haja incompatibilidade com os interesses da CEF.

§ 1º O benefício previsto no caput aplica-se, no que couber e a critério do Conselho de Administração, aos ocupantes e ex-ocupantes dos cargos gerenciais e de assessoramento e aos prepostos, presentes e passados, regularmente investidos de competência por delegação dos administradores.

§ 2º A forma do benefício mencionado no caput será definida pelo Conselho de Administração, ouvida a área jurídica da CEF.

§ 3º A CEF poderá manter, na forma e extensão definida pelo Conselho de Administração, observado, no que couber, o disposto no caput, contrato de seguro permanente em favor das pessoas mencionadas no caput e no § 1o, para resguardá-las de responsabilidade por atos ou fatos pelos quais eventualmente possam vir a ser demandadas judicial ou administrativamente.

§ 4º Se alguma das pessoas mencionadas no caput e no § 1o, for condenada, com decisão judicial transitada em julgado, com fundamento em violação da lei ou do estatuto ou decorrente de ato doloso, esta deverá ressarcir a CEF de todos os custos e despesas decorrentes da defesa de que trata o caput, além de eventuais prejuízos.

Dos Conselhos, Comitês e Comissão

Dos Conselhos, Comitês e Comissão

Art. 32. A CEF constituirá os seguintes Conselhos, Comitês e Comissão:

I - Conselho de Gestão de Ativos de Terceiros;

II - Conselho de Fundos Governamentais e Loterias;

III - Comitê de Auditoria;

IV - Comitê de Risco;

V - Comitê de Prevenção Contra os Crimes de Lavagem de Dinheiro;

VI - Comitê de Compras e Contratações;

VII - Comitê de Avaliação de Negócios e Renegociação;

VIII - Comissão de Ética.

§ 1º Ressalvados os casos especificados em lei, os colegiados de que trata este artigo serão compostos por até cinco membros indicados pela Presidência da CEF ou, no caso do Comitê de Auditoria, pelo Conselho de Administração.

§ 2º A composição e o funcionamento dos colegiados de que trata este artigo serão disciplinados por regimento interno editado com observância às disposições deste Estatuto, no que couber, e submetidos à aprovação do Conselho de Administração por proposta do próprio Comitê, no caso do Comitê de Auditoria, e por proposta do Presidente da CEF nos demais casos.

Conselho de Gestão de Ativos de Terceiros

Art. 33. O Conselho de Gestão de Ativos de Terceiros é um órgão de caráter deliberativo, com a finalidade de fixar a orientação superior dos negócios e serviços, no seu âmbito de atuação, e aprovar o plano operacional da Vice-Presidência responsável pela gestão de ativos de terceiros.

Parágrafo único . Poderão participar das reuniões do Conselho, na forma prevista em seu Regimento Interno, sem direito a voto, profissionais capacitados a assessorar na tomada de decisões, à exceção dos responsáveis por atividades que possam conflitar com os interesses da Vice-Presidência de Gestão de Ativos de Terceiros.

Conselho de Fundos Governamentais e Loterias

Art. 34 . O Conselho de Fundos Governamentais e Loterias é um órgão de caráter deliberativo, com a finalidade de fixar a orientação superior dos negócios e serviços, no seu âmbito de atuação, e aprovar o plano operacional da Vice-Presidência responsável pela administração ou operacionalização das loterias federais e dos fundos instituídos pelo Governo Federal, nestes incluído o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

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Parágrafo único . Poderão participar das reuniões do Conselho, na forma prevista em seu Regimento Interno, sem direito a voto, profissionais capacitados a assessorar na tomada de decisões, à exceção dos responsáveis por atividades que possam conflitar com os interesses da Vice-Presidência de Fundos de Governo e Loterias.

Comitê de Auditoria

Art. 35. O Comitê de Auditoria será formado por três membros titulares e um suplente.

§ 1º Os membros titulares e o suplente serão escolhidos e nomeados pelo Conselho de Administração, com renovação a cada três anos, só podendo ser destituídos, nesse período, mediante decisão motivada da maioria absoluta dos membros do Conselho.

§ 2º O anterior ocupante do cargo só será nomeado novamente se já contar três anos sem ocupar o cargo de membro do Comitê de Auditoria.

§ 3º O Presidente do Comitê e o suplente passarão o cargo e a suplência em até três anos, um dos demais membros, em até dois, e o outro em até um ano, decorridos da primeira nomeação.

§ 4o Além dos requisitos e vedações previstos pelo Conselho Monetário Nacional, e que constam nos arts. 9o, 10 e 11, são condições para o exercício do cargo de membro do Comitê de Auditoria:

I - possuir comprovado conhecimento nas áreas de contabilidade e auditoria;

II - possuir comprovada experiência em assuntos de natureza financeira e bancária; e

III - deter total independência em relação à CEF e às suas ligadas, bem como em relação à União, com dedicação integral, no caso do Presidente do Comitê.

§ 5º A remuneração dos membros do Comitê de Auditoria, a ser definida pelo Conselho de Administração, será compatível com suas atribuições e com o plano de trabalho aprovado pelo Conselho de Administração, também observando que a remuneração dos membros titulares e do suplente, quando da condição de titular, não será superior a oitenta por cento da

remuneração do Presidente do Comitê de Auditoria.

§ 6º O Comitê de Auditoria reunir-se-á pelo menos uma vez a cada mês, com a presença de todos os seus membros, titulares e suplente, e terá o seu funcionamento e atribuições regulados em regimento interno aprovado pelo Conselho de Administração.

§ 7º Deverão participar das reuniões do Comitê, sem direito a voto, sempre que convocados, o Auditor-Geral ou qualquer membro da auditoria interna; os auditores independentes; quaisquer membros do Conselho Diretor e quaisquer empregados da CEF.

§ 8º O membro suplente auxiliará os titulares nos trabalhos do Comitê, só tendo direito a voto na falta de algum dos titulares.

§ 9º Na condição do § 8o e conforme dispuser o regimento interno, o suplente perceberá oitenta por cento da remuneração do membro titular do Comitê de Auditoria.

§ 10. O Comitê de Auditoria se reportará ao Conselho de Administração.

§ 11. O Comitê de Auditoria, o auditor independente e a auditoria interna devem manter comunicação imediata entre si, quando da identificação de fraudes, falhas ou erros que coloquem em risco a continuidade da CEF ou a fidedignidade das demonstrações contábeis, de tudo dando ciência ao Conselho Fiscal.

§ 12. Compete ao Comitê de Auditoria:

I - revisar, previamente à publicação, as demonstrações contábeis semestrais, inclusive notas explicativas, relatórios da administração e parecer do auditor independente;

II - avaliar a efetividade das auditorias independente e interna, inclusive quanto à verificação do cumprimento de dispositivos legais e normativos aplicáveis à CEF, além dos regulamentos e regimentos internos;

III - avaliar o cumprimento, pela administração da CEF, das recomendações feitas pelos auditores independentes ou internos;

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IV - estabelecer e divulgar procedimentos para recepção e tratamento de informações acerca do descumprimento de dispositivos legais, de normativos, de regulamentos e de normas internas aplicáveis à CEF, inclusive com previsão de procedimentos específicos para proteção do prestador e da confidencialidade da informação;

V - recomendar ao Conselho Diretor correção ou aprimoramento de políticas, práticas e procedimentos identificados no âmbito de suas atribuições;

VI - reunir-se, no mínimo trimestralmente, com o Conselho Diretor, com a Auditoria Independente e com a Auditoria Interna para verificar o cumprimento de suas recomendações ou indagações, inclusive no que se refere ao planejamento dos respectivos trabalhos de auditoria, formalizando em atas os conteúdos de tais encontros;

VII - reunir-se com o Conselho Fiscal e o Conselho de Administração, por solicitação destes, para discutir acerca de políticas, práticas e procedimentos identificados no âmbito das suas respectivas competências;

VIII - comunicar ao Banco Central do Brasil e ao Conselho de Administração, na forma e nos prazos estabelecidos pelas normas específicas, a existência ou evidência de fraudes, falhas ou erros que coloquem em risco a continuidade da CEF ou a fidedignidade de suas demonstrações contábeis;

IX - elaborar, manter à disposição do Banco Central do Brasil e publicar ao final dos semestres findos em 30 de junho e 31 de dezembro, relatório do Comitê de Auditoria, contendo as informações exigidas pela regulamentação aplicável;

X - elaborar e encaminhar para deliberação do Conselho de Administração, até o final do 3º trimestre, proposta de plano de trabalho para o ano subseqüente.

XI - estabelecer as regras operacionais para seu próprio funcionamento, as quais devem ser aprovadas pelo Conselho de Administração;

XII - recomendar, observada a legislação específica, à administração da CEF a entidade a ser contratada para prestação dos serviços de auditoria independente, bem como a substituição do prestador desses serviços, caso considere necessário; e

XIII - desempenhar outras atribuições estabelecidas em seu Regimento Interno ou determinadas pelo Conselho Monetário Nacional e Banco Central do Brasil.

Comitê de Risco

Art. 36 . O Comitê de Risco é um órgão de caráter propositivo e deliberativo, com a finalidade de propor a política de risco da CEF, decidir sobre a matriz de riscos globais e cenários econômicos, avaliar os níveis de exposição a risco da CEF e decidir sobre os modelos para mensuração de riscos.

Comitê de Prevenção Contra os Crimes de Lavagem de Dinheiro

Art. 37 . O Comitê de Prevenção Contra os Crimes de Lavagem de Dinheiro é um órgão autônomo de caráter deliberativo, com a finalidade de opinar e deliberar, observadas suas atribuições e abrangência do tema, sobre matérias que tratem da prevenção e combate contra os crimes de lavagem de dinheiro, no âmbito da CEF, cabendo-lhe, ainda:

I - propor a política interna de prevenção contra os crimes de lavagem de dinheiro;

II - avaliar os resultados da aplicação dos mecanismos adotados no âmbito da CEF para o cumprimento da política estabelecida, recomendando as correções e otimizações julgadas necessárias;

III - relatar ao Vice-Presidente responsável os casos de não correção tempestiva de procedimentos de que tenha conhecimento;

IV - solicitar informações e requisitar documentos, de qualquer unidade da CEF, sobre matérias que estejam sob sua apreciação.

Comitê de Compras e Contratações

Art. 38 . O Comitê de Compras e Contratações é um órgão autônomo de caráter deliberativo, com a finalidade de opinar e decidir, nos limites de sua competência, sobre as compras e as contratações com dispensa ou inexigibilidade de licitação, nos termos da legislação específica, e opinar sobre a deflagração de processos licitatórios cuja alçada seja do Conselho Diretor.

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Comitê de Avaliação de Negócios e Renegociação

Art. 39 . O Comitê de Avaliação de Negócios e Renegociação é um órgão autônomo e de caráter deliberativo, a quem compete opinar e decidir, nos limites de sua competência e alçadas, sobre as concessões de crédito, realização de negócios, renegociações e aquisições em programa de arrendamento residencial.

Comissão de Ética

Art. 40 . A Comissão de Ética é um órgão autônomo de caráter deliberativo, com a finalidade de orientar, aconselhar e atuar na gestão sobre a ética profissional dos dirigentes e empregados da CEF e no tratamento com as pessoas e com o patrimônio público, cabendo-lhe ainda deliberar sobre condutas antiéticas e sobre transgressões das normas da CEF levadas ao seu conhecimento.

DO CONSELHO FISCAL

Composição e funcionamento

Art. 41 . O Conselho Fiscal será integrado por cinco membros efetivos e respectivos suplentes.

§ 1º Os membros efetivos e suplentes serão escolhidos e designados pelo Ministro de

Estado da Fazenda, dentre brasileiros com idoneidade moral e de reputação ilibada, diplomados em curso de nível superior e detentores de capacidade técnica e experiência em matéria econômico-financeira, jurídica ou de administração de empresas, observado ainda o disposto nos art. 9o e 10.

§ 2º Dentre os integrantes do Conselho Fiscal, pelo menos um membro efetivo e respectivo suplente serão obrigatoriamente indicados pelo Ministro de Estado da Fazenda, como representantes do Tesouro Nacional.

§ 3º A remuneração mensal dos membros do Conselho Fiscal será fixada anualmente pelo Ministro de Estado da Fazenda, observadas as prescrições legais.

§ 4º Os membros do Conselho Fiscal terão mandato de um ano, podendo ser reconduzidos.

§ 5º O Conselho Fiscal reunir-se-á, pelo menos, uma vez a cada mês.

§ 6º No caso de ausência eventual, renúncia ou impedimento do conselheiro efetivo, o Presidente do Conselho Fiscal convocará o respectivo suplente até a posse do novo titular.

§ 7º Além dos casos de morte, renúncia, destituição e outros previstos em lei, o cargo será considerado vago quando o conselheiro deixar de comparecer, sem justificativa por escrito, a mais de três reuniões consecutivas ou alternadas.

§ 8º Além das pessoas com os impedimentos indicados no art. 10, não podem integrar o Conselho Fiscal membros dos órgãos de administração, empregados da CEF ou de empresas das quais ela participe e o cônjuge ou parente, até o terceiro grau, de administrador da CEF.

Atribuições e competências

Art. 42 . Compete ao Conselho Fiscal:

I - fiscalizar os atos dos administradores e verificar o cumprimento de seus deveres legais e estatutários;

II - opinar sobre a prestação de contas anual da CEF e dos fundos e programas por ela operados ou administrados, fazendo constar do seu parecer as informações complementares que julgar necessárias ou úteis;

III - analisar, ao menos trimestralmente, os balancetes e demais demonstrativos contábeis da CEF e dos fundos e programas por ela operados ou administrados;

IV - examinar as demonstrações financeiras semestrais e anuais da CEF e as de encerramento do exercício social dos fundos e programas por ela operados ou administrados, manifestando sua opinião, inclusive sobre a situação econômico-financeira da Empresa;

V - manifestar-se sobre alienação ou oneração, exceto penhora em ações judiciais, de bens imóveis de uso próprio;

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VI - denunciar aos órgãos de administração os erros, as fraudes ou outras irregularidades que tiver conhecimento e sugerir-lhes as providências cabíveis;

VII - opinar sobre as propostas:

a) orçamentárias da CEF e dos fundos e programas por ela operados ou administrados;

b) de destinação do resultado líquido;

c) de pagamento de dividendos e juros sobre o capital próprio;

d) de modificação de capital;

e) de constituição de fundos, reservas e provisões;

f) de absorção de eventuais prejuízos com as reservas de lucros; e

g) de planos de investimento ou orçamento de capital;

VIII - avaliar os relatórios semestrais relacionados com os sistemas de controles internos da CEF;

IX - apreciar os resultados dos trabalhos produzidos pelas auditorias externa, interna e integrada, relacionados com a avaliação dos processos de gestão de crédito, de análise de mercado e de deferimento de operações da CEF e respectivos fundos e programas por ela operados ou administrados;

X - reunir-se, ao menos trimestralmente, com o Comitê de Auditoria para discutir sobre políticas, práticas e procedimentos identificados no âmbito de suas respectivas competências; e

XI - exercer as demais atribuições atinentes ao seu poder de fiscalização, consoante a legislação vigente.

§ 1º Os órgãos de administração são obrigados a fornecer ao Conselho Fiscal cópia das atas de suas reuniões, dos balancetes e das demais demonstrações financeiras elaboradas periodicamente, bem como dos relatórios de execução de orçamentos.

§ 2º O Conselho Fiscal, a pedido de qualquer de seus membros, solicitará aos órgãos de administração esclarecimentos ou informações,

assim como a elaboração de demonstrações financeiras ou contábeis especiais.

DA RESPONSABILIDADE

Art. 43 . O Presidente, os Vice-Presidentes, o Diretor Jurídico e os membros dos Conselhos de Administração e Fiscal e dos Conselhos, Comissão e Comitês Estatutários são responsáveis, na forma da lei, pelos prejuízos ou danos causados no exercício de suas atribuições.

DO EXERCÍCIO SOCIAL, DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS, DOS

LUCROS E RESERVAS

Exercício social

Art. 44 . O exercício social da CEF corresponderá ao ano civil. Demonstrações financeiras, lucros e reservas

Art. 45. A CEF levantará demonstrações financeiras ao final de cada semestre, certificadas por auditores independentes, conforme normas do Conselho Monetário Nacional e do Banco Central do Brasil.

§ 1º Outras demonstrações financeiras intermediárias ou extraordinárias serão preparadas, caso necessárias ou exigidas por legislação específica.

§ 2º Após a absorção de eventuais prejuízos acumulados e deduzida a provisão para imposto de renda e contribuição social sobre o lucro líquido, o Conselho de Administração fixará a destinação dos resultados, observados os limites e as condições exigidos por lei, a saber:

I - cinco por cento para constituição da reserva legal, destinada a assegurar a integridade do capital, até que ela alcance vinte por cento do capital social;

II - reservas de lucros a realizar;

III - reservas para contingências;

IV - vinte e cinco por cento, no mínimo, do lucro líquido ajustado, para o pagamento de dividendos e de juros sobre capital próprio; e

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Caixa Econômica Federal 173

V - reservas estatutárias, assim consideradas:

a) reserva para expansão, destinada a fazer face aos investimentos necessários à manutenção e modernização das atividades da CEF, não podendo as parcelas de lucro, destinadas à formação dessa reserva, exceder ao valor da dotação orçamentária para investimentos aprovada para o ano subseqüente, excluídos os investimentos na área de loterias; e

b) reserva de loterias, destinada à incorporação ao capital da CEF, constituída por parte do resultado das loterias, na forma do art. 52.

§ 3º As reservas estatutárias não poderão exceder individualmente a vinte por cento e, na sua totalidade, a cinqüenta por cento do capital da CEF.

§ 4º No período em que as reservas estatutárias excederem o limite fixado no § 3º, a correspondente diferença deverá ser utilizada na compensação de eventuais prejuízos acumulados ou para modificação do capital da CEF.

§ 5º Os montantes referentes às reservas para expansão e às reservas de loterias, que tenham sido realizados no exercício anterior, constituirão, na forma do disposto neste Estatuto, objeto de proposta de modificação do capital da CEF.

§ 6º Os prejuízos acumulados devem, preferencialmente, ser deduzidos do capital, na forma prevista no art. 173 da Lei no 6.404, de 1976.

§ 7º Os valores dos dividendos e dos juros, a título de remuneração sobre capital próprio, sofrerão incidência de encargos financeiros equivalentes à taxa do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia - SELIC, a partir do encerramento do exercício social até o dia do efetivo recolhimento ou pagamento.

§ 8º Após levantado o balanço relativo ao primeiro semestre, poderá ser deliberado pelo Conselho de Administração, por proposta do Conselho Diretor apresentada pelo Presidente da CEF, o pagamento de dividendo, a título de adiantamento por conta do dividendo do exercício, e, na forma da lei, no mínimo vinte e cinco por cento do lucro líquido até então apurado.

§ 9º A proposta sobre a destinação do lucro do exercício, após análise conclusiva dos órgãos internos da CEF, será submetida à aprovação do

Ministro de Estado da Fazenda e publicada no Diário Oficial da União, em até trinta dias a contar da data da aprovação ministerial.

Art. 45 . A CEF levantará demonstrações financeiras ao final de cada semestre, certificadas por auditores independentes, conforme normas do Conselho Monetário Nacional e do Banco Central do Brasil.

§ 1º Outras demonstrações financeiras intermediárias ou extraordinárias serão preparadas, caso necessárias ou exigidas por legislação específica.

§ 2º Após a absorção de eventuais prejuízos acumulados e deduzida a provisão para imposto de renda e contribuição social sobre o lucro líquido, o Conselho de Administração fixará a destinação dos resultados, observados os limites e as condições exigidos por lei, a saber:

I - cinco por cento para constituição da reserva legal, destinada a assegurar a integridade do capital, até que ela alcance vinte por cento do capital social;

II - reservas de lucros a realizar;

III - reservas para contingências;

IV - reserva de incentivos fiscais;

V - vinte e cinco por cento, no mínimo, do lucro líquido ajustado, para o pagamento de dividendos e de juros sobre capital próprio;

VI - reserva de retenção de lucros; e

VII - reservas estatutárias, assim consideradas:

a) reserva de loterias, destinada à incorporação ao capital da CEF, constituída por cem por cento do resultado das loterias, apurado na forma do art. 52;

b) reserva de margem operacional, destinada à manutenção de margem operacional compatível com o desenvolvimento das operações ativas da CEF, a ser constituída mediante justificativa do percentual considerado de até cem por cento do saldo do lucro líquido após a destinação prevista nos itens de I a V, até o limite de oitenta por cento do capital social; e

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174 Caixa Econômica Federal

c) reserva para equalização de dividendos, destinada a assegurar recursos para o pagamento de dividendos, constituída pela parcela de até vinte e cinco por cento do saldo do lucro líquido após a destinação prevista nos itens de I a V, até o limite de vinte por cento do capital social.

§ 3º O saldo das reservas de lucros, exceto as para contingências, de incentivos fiscais e de lucros a realizar, não poderá ultrapassar o capital social.

§ 4º Caso o saldo das reservas de lucros referido no § 3º ultrapasse o valor do capital social, o Conselho de Administração deliberará sobre aplicação do excesso na modificação do capital da CEF ou na distribuição de dividendos.

§ 5º O montante referente à reserva de loterias, que tenha sido realizado no exercício anterior, constituirá, na forma do disposto neste Estatuto, objeto de proposta de modificação do capital da CEF.

§ 6º Os prejuízos acumulados devem, preferencialmente, ser deduzidos do capital, na forma prevista no art. 173 da Lei nº 6.404, de 1976.

§ 7º Os valores dos dividendos e dos juros, a título de remuneração sobre capital próprio, sofrerão incidência de encargos financeiros equivalentes à taxa do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia - SELIC, a partir do encerramento do exercício social até o dia do efetivo recolhimento ou pagamento.

§ 8º Após levantado o balanço relativo ao primeiro semestre, poderá ser deliberado pelo Conselho de Administração, por proposta do Conselho Diretor, o pagamento de dividendo, a título de adiantamento por conta do dividendo do exercício, e, na forma da lei, no mínimo vinte e cinco por cento do lucro líquido até então apurado.

§ 9º A proposta sobre a destinação do lucro do exercício, após análise conclusiva dos órgãos internos da CEF, será submetida à aprovação do Ministro de Estado da Fazenda e publicada no Diário Oficial da União, em até trinta dias a contar da data da aprovação ministerial.

DO PESSOAL

Art. 46 . O pessoal da CEF é admitido, obrigatoriamente, mediante concurso público, de provas ou de provas e títulos, sob regime jurídico da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e legislação complementar.

§ 1º A CEF poderá requerer a cessão de servidores dos quadros de pessoal da administração pública federal, inclusive das empresas públicas e sociedades de economia mista, para o exercício de função de assessoramento ao Conselho de Administração e à Presidência da CEF.

§ 2º Poderão ser contratados, a termo, profissionais para o exercício de função de assessoramento ao Conselho de Administração e à Presidência da CEF.

§ 3º A aplicação dos §§ 1o e 2o dar-se-á para, no máximo, doze cessões e doze contratações a termo, com remuneração a ser definida em normatização específica, limitada ao teto e aos critérios previstos para o quadro permanente de pessoal da CEF.

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Auditoria Interna

Art. 47 . A Auditoria Interna da CEF vincula-se ao Conselho de Administração, sujeita-se à orientação normativa e supervisão técnica do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo e tem como finalidade básica comprovar a legalidade e legitimidade dos atos e fatos administrativos e avaliar a eficácia da gestão de risco, do controle e das práticas de governança corporativa, além de executar, acompanhar e monitorar as determinações do Comitê de Auditoria.

§ 1º O titular da unidade de Auditoria Interna da CEF será designado ou dispensado por proposta do Presidente da CEF, aprovada pelo Conselho de Administração, observada a legislação pertinente.

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§ 2º A Auditoria Interna, o auditor independente e o Comitê de Auditoria devem manter, entre si, comunicação imediata quando da identificação de fraudes, falhas ou erros que coloquem em risco a continuidade da CEF ou a fidedignidade das demonstrações contábeis.

Ouvidoria

Art. 48. A CEF disporá em sua estrutura organizacional de uma Ouvidoria, com a atribuição de assegurar a estrita observância das normas legais e regulamentares relativas aos direitos do consumidor e de atuar como canal de comunicação entre a Instituição e os clientes e usuários de seus produtos e serviços, inclusive na mediação de conflitos.

§ 1º A atuação da Ouvidoria será pautada pela transparência, independência, imparcialidade e isenção, sendo dotada de condições adequadas para o seu efetivo funcionamento.

§ 2º A Ouvidoria terá assegurado o acesso às informações necessárias para a sua atuação, podendo, para tanto, requisitar informações e documentos para o exercício de suas atividades, observada a legislação relativa ao sigilo bancário.

§ 3º O serviço prestado pela Ouvidoria aos clientes e usuários dos produtos e serviços da CEF será gratuito e identificado por meio de número de protocolo de atendimento.

Art. 49. A função de Ouvidor será desempenhada por empregado que compõe o quadro de pessoal próprio da CEF, mediante comissão compatível com as atribuições da Ouvidoria, que exercerá mandato pelo prazo dois anos, permitida uma recondução, sendo designado e destituído, a qualquer tempo, pelo Conselho de Administração, por proposta do Presidente da CEF.

Parágrafo único . A função de Ouvidor deverá ser de tempo integral e dedicação exclusiva, não podendo o empregado desempenhar outra atividade na Instituição.

Art. 50 . São atribuições da Ouvidoria:

I - receber, registrar, instruir, analisar e dar tratamento formal e adequado às reclamações, sugestões, elogios e denúncias dos clientes e usuários de produtos e serviços da CEF, que não forem tratadas pelo atendimento habitual realizado

por suas agências e quaisquer outros pontos de atendimento;

II - prestar os esclarecimentos necessários e dar ciência aos reclamantes acerca do andamento de suas demandas e das providências adotadas;

III - informar aos demandantes o prazo previsto para resposta final, o qual não pode ultrapassar trinta dias;

IV - encaminhar resposta conclusiva para as demandas até o prazo informado no inciso III;

V - propor ao Conselho de Administração medidas corretivas ou de aprimoramento de procedimentos e rotinas, em decorrência da análise das reclamações, sugestões, elogios e denúncias recebidas;

VI - elaborar e encaminhar à Auditoria Interna e Externa, ao Comitê de Auditoria e ao Conselho de Administração, ao final de cada semestre, relatório quantitativo e qualitativo acerca da atuação da Ouvidoria, contendo as proposições de que trata o inciso V;

VII - realizar interlocução entre a CEF e os órgãos reguladores e de defesa do consumidor;

VIII - realizar interlocução com a Ouvidoria Geral da União;

IX - propor políticas e diretrizes inerentes aos serviços de atendimento ao cliente.

Parágrafo único . O relatório de que trata o inciso VI deverá permanecer à disposição do Banco Central do Brasil pelo prazo mínimo de cinco anos.

Art. 51 . As substituições eventuais do Ouvidor não poderão exceder o prazo de quarenta dias, sem aprovação do Conselho de Administração.

Parágrafo único . Nos seus impedimentos, ausências ocasionais e vacância, o Ouvidor será substituído por outro empregado indicado por proposta do Presidente da CEF e aprovado pelo Conselho de Administração, para completar o mandato interrompido, no caso de vacância.

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Administração de loterias

Art. 52 . Os resultados da administração das loterias federais que couberem à CEF como executora destes serviços públicos serão incorporados ao seu patrimônio líquido, após deduzida a parcela apropriada ao Fundo para Desenvolvimento de Loterias.

§ 1º O Fundo para Desenvolvimento de Loterias tem por objeto fazer face a investimentos necessários à modernização das loterias e a dispêndios com sua divulgação e publicidade, nos termos da legislação específica, vedada sua aplicação no custeio de despesas correntes.

§ 2º A CEF deverá contabilizar em separado todas as operações relativas aos serviços de administração de loterias, não podendo os resultados financeiros decorrentes dessa administração, inclusive os referidos neste artigo, ser considerados, sob forma alguma, para o cálculo de gratificações e de quaisquer outras vantagens devidas a empregados e administradores.

§ 3º O limite máximo para as despesas efetivas de custeio e manutenção dos serviços lotéricos para remuneração da CEF será estabelecido pelo Ministro de Estado da Fazenda, observada a legislação em vigor.

§ 4º Os prêmios prescritos de loterias, excetuando-se aqueles que tenham, por disposição legal, destinação específica, serão contabilizados à renda líquida respectiva, na forma da legislação em vigor, após deduzidas as quantias pagas em razão de reclamações administrativas ou judiciais admitidas e julgadas procedentes, sobre as quais não caiba mais recursos.

Operações de penhor

Art. 53 . Nas operações de penhor a CEF emitirá contratos, que conterão todos os elementos exigidos pela legislação.

§ 1º Os leilões das garantias empenhadas serão realizados por empregados da CEF especialmente designados, e deverão ser precedidos de avisos publicados, no prazo legal, em jornais de grande circulação.

§ 2º Os objetos empenhados resultantes de furto, roubo ou apropriação indébita serão devolvidos aos seus proprietários após sentença transitada em julgado, devendo a devolução, na hipótese de apropriação indébita, ser precedida do resgate da dívida.

§ 3º Os objetos sob penhor, não reclamados após o resgate da dívida correspondente, ficarão sob a custódia da CEF e serão devolvidos aos respectivos proprietários mediante o pagamento de tarifa bancária, que será cobrada quando a devolução dos objetos empenhados ocorrer após o quinto dia útil, contado da data da disponibilização da garantia.

§ 4º Decorrido o prazo de cinco anos a contar da custódia, os objetos de que trata o § 3º serão leiloados, convertendo-se o resultado apurado em favor da CEF.

§ 5º Constituirá receita da CEF a quantia excedente do valor do empréstimo sob penhor, apurada em leilão, que não for reclamada na forma da legislação pertinente.

Apoio a projetos e investimentos de caráter socioambiental

Art. 53-A . A CEF poderá destinar recursos para a constituição de fundos específicos, entendidos como o conjunto de recursos financeiros destinados ao apoio a projetos socioambientais, que tenham por objetivo precípuo apoiar, em conformidade com o regulamento aprovado pelo Conselho Diretor da CEF, o desenvolvimento de iniciativas concernentes aos programas e projetos de que trata o inciso XXII do art. 5º deste Estatuto.

§ 1º Os fundos a que se refere o caput serão constituídos de:

I - dotações consignadas no orçamento de aplicações da CEF, correspondentes a até dois por cento do lucro líquido ajustado do ano anterior, apurados após a dedução dos dividendos devidos ao Tesouro Nacional, acrescido do saldo orçamentário não realizado no ano anterior; e

II - doações e transferências efetuadas à CEF para as finalidades previstas no caput .

§ 2º Será assegurada a publicidade e transparência na aplicação dos recursos e dos resultados atingidos pelos projetos apoiados pelos fundos a que se refere o caput .

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Publicações oficiais

Art. 54 . O Conselho Diretor fará publicar, no Diário Oficial da União, após as aprovações:

I - o regulamento de licitações;

II - o regulamento de pessoal;

III - o quadro de pessoal, com indicação, em três colunas, do total de empregos e o número de empregos providos e vagos, em 30 de junho e 31 de dezembro de cada ano; e

IV - o plano de salários, benefícios, vantagens e quaisquer outras parcelas que componham a remuneração dos empregados.

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LegislaçãoLegislação

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LEGISLAÇÃO 1. Princípios Constitucionais da Administração Públ ica Os princípios fundamentais orientadores de toda a atividade da Administração Pública encontram-se, explicita ou implicitamente, no texto da Constituição de 1988. Dentre os princípios norteadores da atividade administrativa, avultam em importância aqueles expressos no caput do art. 37 da Constituição. Após a promulgação da emenda Constitucional n° 19/1998, cinco passar am a ser esses princípios explícitos, a saber: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (LIMPE). Os princípios são as idéias centrais de um sistema, estabelecendo suas diretrizes e conferindo a ele um sentido lógico, harmonioso e racional, o que possibilita uma adequada compreensão de sua estrutura. Os princípios determinam o alcance e o sentido das regras de um subsistema do ordenamento jurídico, balizando a interpretação e a própria produção normativa.

DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 37 . A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União , dos Estados , do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: Pela expressa dicção do dispositivo, constante da Constituição de 1988, torna claro que os princípios ali enumerados são de observância obrigatória para todos os Poderes, quando estiverem no exercício de funções administrativas, e para todos os entes federados (União, Estados, Distrito Federal e municípios), alcançando a administração direta e indireta. ►Administração Direta==> é o conjunto de órgãos que integram as pessoas políticas do Estado (União, Estados, Distrito Federal e municípios), aos quais foi atribuída a competência para o exercício, de forma, centralizada, de atividades administrativas. ►Administração Indireta==> é o conjunto de pessoas jurídicas (desprovidas de autonomia política) que, vinculadas á Administração Direta, têm a competência para o exercício, de forma descentralizada, de atividades administrativas. No Brasil o Decreto 200/1967, em seu art. 4°, estab elece a organização da administração pública federal, conforme abaixo transcrito: Art. 4° A Administração Federal compreende: I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios. II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria: a) Autarquias; b) Empresas Públicas; c) Sociedades de Economia Mista. d) fundações públicas.

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1.1. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE O princípio da legalidade é o postulado basilar de todos os Estados de Direito, consistindo, a rigor, no cerne da própria qualificação destes (o Estado é dito “de direito” porque sua atuação está integralmente sujeita ao ordenamento jurídico, vigora o “império da lei”). A formulação mais genérica deste princípio encontra-se no inciso II do art. 5º da Constituição, artigo no qual se inserem alguns dos mais importantes direitos e garantias fundamentais de nosso ordenamento. Lemos no citado dispositivo, que, “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”, Como o art. 5º trata de direitos individuais, sobretudo os inicialmente delineados pelo Liberalismo do século XVII, voltados essencialmente, portanto, à proteção dos particulares contra o Estado, temos como corolário do inciso II do art. 5º que os particulares é lícito fazer tudo aquilo que a lei não proíba. Podemos de pronto perceber que a última asserção é inaplicável à atividade administrativa. Deveras, para os particulares a regra é a autonomia da vontade, ao passo que a Administração Pública não tem vontade autônoma, estando adstrita à lei, a qual expressa a “vontade geral”, manifestada pelos representantes do povo, único titular originário da “coisa pública”. Tendo em conta o fato de que a Administração Pública está sujeita, sempre, ao princípio da indisponibilidade do interesse público – e não é ela quem determina o que é de interesse público, mas somente a lei (e a própria Constituição), expressão legítima da “vontade geral” -, não é suficiente a ausência de proibição em lei para que a Administração Pública possa agir; é necessária a existência de uma lei que imponha ou autorize determinada atuação administrativa. A carta de 1988 não estabeleceu um enunciado específico para o princípio da legalidade administrativa. Conforme exposto, entretanto, pode-se afirmar que, no âmbito de direito administrativo, como decorrência do regime de direito público, a legalidade traduz a idéia de que a Administração Pública somente tem a possibilidade de atuar quando exista lei que o determine (atuação vinculada ) ou autorize (atuação discricionária ), devendo obedecer estritamente ao estipulado na lei, ou sendo, discricionária a atuação, observar os termos condições e limites autorizados na lei. Essa é a principal diferença do princípio da legalidade para os particulares e para a Administração. Aqueles podem fazer tudo o que a lei não proíba; esta só pode fazer o que a lei determine ou autorize. Inexistindo previsão legal, não há possibilidade de atuação administrativa. O princípio da legalidade administrativa tem, portanto, para a Administração Pública, um conteúdo muito mais restrito do que a legalidade geral aplicável à conduta dos particulares (CF, art. 5º, II). Por outro lado, para o administrado, o princípio da legalidade administrativa representa uma garantia constitucional, exatamente porque lhe assegura que a atuação da Administração estará limitada ao que dispuser a lei. Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, o princípio da legalidade representa a consagração da idéia de que a Administração Pública só pode ser exercida conforme a lei, sendo a atividade administrativa, por conseguinte, sublegal ou infralegal, devendo restringir-se à expedição de comandos que assegurem a execução da lei. Como a lei consubstancia, por meio de comandos gerais e abstratos, a vontade geral, manifestada pelo Poder que possui representatividade para tanto – o Legislativo -, o princípio da legalidade possui o escopo de garantir que a atuação do Poder Executivo nada mais seja senão a concretização dessa vontade geral. Em suma, a Administração, além de não poder atuar contra a lei ou além da lei, somente pode agir segundo a lei (a atividade administrativa não pode ser contra legem nem praeter legem, mas apenas secudum legem). Os atos eventualmente praticados em desobediência a tais parâmetros são atos inválidos e podem ter sua invalidade decretada pela própria Administração que os haja editado (autotutela administrativa) ou pelo Poder Judiciário. Observe-se, ainda, que, em sua atuação, a Administração está obrigada à observância não apenas do dispositivo nas leis, mas também dos princípios jurídicos (“atuação conforme a lei e o Direito”, na redação do inicio I do parágrafo único do art. 2º da Lei nº 9.784/1999). Ademais, a Administração está sujeita a seus próprios atos normativos, expedidos para assegurar o fiel cumprimento das leis, nos termos do art.84, inciso IV, da Constituição. Assim, na prática de um ato individual, o agente público está obrigado a observar não só a lei e os princípios jurídicos, mas também os decretos, as portarias, as instituições normativas, os pareceres normativos, em suma, os atos administrativos gerais que sejam pertinentes àqueles situação concreta com que ele se depara. É importante enfatizar que a edição de atos normativos pela Administração Pública só é legítima quando exercida nos estritos limites da lei, para o fim de dar fiel execução a esta. A atividade normativa administrativa típica não pode inovar o orçamento jurídico, não pode criar direitos ou obrigações novos, que não estejam, previamente, estabelecidos em lei, ou dela decorram.

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Devemos observar que a possibilidade de o Poder Executivo expedir atos que inaugurem o direito positivo somente existe nas situações expressamente previstas no próprio texto constitucional. Tais hipóteses possuem caráter excepcional, sendo as principais a edição de medidas provisórias “com força de lei” (CF, art.62) e de leis delegadas cuja edição deve ser autorizadas por resolução do Congresso Nacional (CF, art. 68). Merece menção, ainda, a atribuição, bastante restrita, acrescentada pela EC nº32/2001, de edição de decretos autônomos pelo Poder Executivo, ou seja, decretos que retiram seu fundamento de validade diretamente do texto constitucional, atos primários, isto é, que não são editados em função de qualquer lei, não regulamentam lei alguma. As matérias a serem disciplinadas por meio de decreto autônomo (matérias submetidas “reserva de Administração”) estão descritas no art. 84, inciso VI da Constituição. São, exclusivamente, as seguintes: (a) organização e funcionamento da Administração federal, desde que não impliquem aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; e (b) extinção de cargos ou funções públicas, quando vagos. O art. 84 da Constituição aplica-se ao Presidente da República (à esfera federal, portanto). Entendemos que, por simetria, tais atribuições podem ser exercidas pelos Governadores e Prefeitos, desde que lhes dê competência a respectiva Constituição ou Lei Orgânica municipal 1.2. PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE Os autores tratam do princípio administrativo da impessoalidade sob dois prismas, a saber: a) como determinante da finalidade de toda a atuação administrativa (também chamado princípio da finalidade, considerado um princípio constitucional implícito, inserido no princípio expresso da impessoalidade); Essa primeira é a acepção mais tradicional do princípio da impessoalidade, e traduz a idéia de que toda atuação da Administração deve visar ao interesse público, deve ter como finalidade a satisfação do interesse público. A impessoalidade da atuação administrativa impede, portanto, que o ato administrativo seja praticado visando a interesses do agente ou de terceiros devendo ater-se à vontade da lei, comando geral e abstrato em essência. Dessa forma, ele impede perseguições ou favorecimentos, discriminações benéficas ou prejudiciais aos administrativos. Qualquer ato praticado com objetivo diverso da satisfação do interesse público será nulo por desvio de finalidade. Exemplo marcante de ofensa ao princípio da impessoalidade (e também ao da moralidade, entre outros) é a prática do nepotismo – nomeação de parentes para cargos cujo provimento não exija concurso público -, infelizmente ainda corriqueira em nossos meios políticos. Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, a impessoalidade, especialmente na acepção ora em foco, é decorrência da isonomia (ou igualdade) e tem desdobramentos explícitos em dispositivos constitucionais como o art.37, inciso II, que impõe o concurso público como condição para ingresso em cargo efetivo ou emprego público (oportunidades iguais para todos), e o art. 37, inciso XXI, que exige que as licitações públicas assegurem igualdade de condições a todos os concorrentes. A finalidade da atuação da Administração pode estar expressa ou implícita na lei. Há sempre uma finalidade, que é o fim direto ou imediato que a lei pretende atingir. Por exemplo, o ato de remoção tem a finalidade específica de adequar o número de servidores lotados nas diversas unidades administrativas de um órgão ou entidade às necessidades de mão-de-obra de cada unidade, conforme a disponibilidade total de servidores no órgão ou entidade. Se um ato de remoção é praticado com a finalidade de punir um servidor, que tenha cometido uma irregularidade, ou que trabalhe de forma insatisfatória, o ato será nulo , por desvio de finalidade, mesmo que existisse efetiva necessidade de pessoal no local para onde o servidor foi removido. Observe-se que, no exemplo, a remoção não seria frontalmente contrária ao interesse público, não desatenderia abertamente a finalidade geral, porque realmente havia necessidade de pessoal na unidade para a qual o servidor foi deslocado, mas basta o desvio da finalidade específica para tornar o ato nulo. Outro exemplo. Imagina-se que um servidor, um Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil, peça licença para capacitação, prevista no art. 87 da Lei nº 8.112/1990, a fim de participar de um curso de pintura em porcelana. São os seguintes os termos do citado dispositivo legal: “Após cada quinqüenio de efetivo exercício, o servidor poderá, no interesse da Administração, afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, por até três meses, para participar de curso de capacitação profissional.” Suponhamos que a licença seja concedida.

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Neste caso, temos desvio da finalidade geral e da finalidade específica, pois o ato é contrário ao interesse público (o servidor ficará remuneradamente sem trabalhar para fazer um curso que não interessa a suas atribuições) e é contrário à finalidade específica da lei (pintura em porcelana não é, para esse servidor, “capacitação profissional”). b) como vedação a que o agente valha-se das atividades desenvolvidas pela Administração para obter promoção pessoal. A segunda acepção do princípio da impessoalidade está ligada à idéia de vedação à pessoalização das realizações da Administração Pública, á promoção pessoal do agente pública. Está consagrada no § 1º do art. 37 da Constituição, nestes termos: “A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.” Observa-se que esse segundo desdobramento do princípio da impessoalidade tem por escopo proibir a vinculação de atividades da Administração à pessoa dos administradores, evitando que estes utilizem a propaganda oficial para sua promoção pessoal. Assim, uma obra pública realizada, por exemplo, pelo Estado do Rio de Janeiro, numa poderá ser anunciada como realização de José da Silva, Governador, ou de Maria das Graças, Secretária Estadual de Obras, pela propaganda oficial. Será sempre o “Governo do Estado do Rio de Janeiro” o realizador da obra, vedada a alusão a qualquer característica do governante, inclusive a símbolos relacionados a seu nome. Cabe anotar, por fim, que a Lei nº 9.784/1999 refere-se a ambas as acepções do princípio da impessoalidade, no seu art. 2º, parágrafo único, incisivos III e XIII, abaixo transcritos: “Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de: III – objetividade no atendimento do interesse público, vedada promoção pessoal de agentes ou autoridades; XIII – interpretação a norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada a aplicação retroativa de nova interpretação.” 1.3. PRINCÍPIO DA MORALIDADE O princípio da moralidade torna jurídica a exigência de atuação ética dos agentes da Administração Pública. A denominação moral administrativa difere da moral comum, justamente por ser jurídica e pela possibilidade de invalidação dos atos administrativos que sejam praticados com inobservância desde princípio. É importante compreender que o fato de a Constituição haver erigido a moral administrativa em princípio jurídico expresso permite afirmar que ela é um requisito de validade do ato administrativo, e não de aspecto atinente ao mérito.Vale dizer, um ato contrário à moral administrativa não está sujeito a uma análise de oportunidade e conveniência, mas a uma análise de legitimidade, isto é, um ato contrário à moral administrativa é nulo , e não meramente inoportuno ou inconveniente. Em conseqüência, o ato contrário à moral administrativa não deve ser revogado, e sim declarado nulo. Mais importante, como se trata de controle de legalidade ou legitimidade, este pode ser efetuado pela Administração e, também, pelo Poder Judiciário (desde que provocado). A moral administrativa liga-se á idéia de probidade e boa-fé. A lei nº 9.784/1999, no seu Art. 2º, parágrafo único, refere-se a tais conceitos nestes termos: “nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de atuação segundo padrões de probidade, decoro e boa-fé”. Consoante formulado no “Código de Ética profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal” (decreto nº 1.171/1994), “o servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim. Não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto”. Para atuar observando a moral administrativa não basta ao agente cumprir formalmente a lei na frieza de sua letra. É necessário que se atenda à letra e ao espírito da lei, que ao legal junte-se o ético. Por essa razão, muito freqüentemente os autores afirmam que o princípio da moralidade complementa, ou torna mais efetivo, materialmente, o princípio da legalidade.

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A doutrina enfatiza que a moralidade administrativa independe da concepção subjetiva (pessoal) de conduta moral, ética, que o agente público tenha; importa, sim, a noção objetiva, embora indeterminada, passível de ser extraída do conjunto de normas concernentes à conduta de agentes públicos, existentes no ordenamento jurídico. O vocábulo “objetivo”, aqui, significa que não se toma como referência um conceito pessoal, subjetivo -referente ao sujeito- de moral, mas um conceito impessoal, geral, anônimo de moral, que pode ser obtido a partir da análise das normas de conduta das agentes públicos presentes no ordenamento jurídico. É evidente que “moral administrativa” consiste em um “conceito jurídico indeterminado”, mas, repita-se conquanto indeterminado, trata-se de conceito jurídico, portanto, objetivo – e não pessoa, subjetivo. Frise-se este ponto: afirmam os administrativistas que esse conceito objetivo de moral administrativa pode ser extraído do ordenamento jurídico, a partir do conjunto de normas, de todos os níveis, que versam sobre conduta dos agentes públicos em geral. Assim, embora sem dúvida se trate de um conceito indeterminado, com uma zona de incerteza na qual as condutas poderão, ou não, ser enquadradas como contrárias à moral administrativa, o certo é que nenhuma relevância tem a opinião de agente que praticou o ato cujo moralidade esteja sendo avaliada. Importa unicamente o que se extrai do ordenamento jurídico acerca da conduta compatível com a moralidade administrativa. Foi grande a preocupação da Constituição de 1988, com a moralidade administrativa, e o princípio se encontra resguardando em diversos dispositivos. Cada vez mais o Poder Judiciário tem conferido efetividade ao postulado e, hoje, não é raro deparamo-nos com sentenças e acórdãos invalidando atos ou procedimentos por ferirem a moralidade administrativa. É ilustrativa dessa noção esta ementa, do Tribunal de Justiça de São Paulo: “o controle jurisdicional se restringe ao exame da legalidade do ato administrativo; mas por legalidade ou legitimidade se entende não só a conformação do ato com a lei, como também com a moral administrativa e com interesse coletivo.” O § 4º do art. 37 do Texto Magno cuida da lesão à moralidade, referindo-se à improbidade administrativa, nos seguintes termos: “Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.” Com ênfase ainda maior, o art. 85, inciso V, da Carta da República tipifica como crime de responsabilidade administrativa. Ao lado desses dispositivos, a Constituição confere aos particulares o poder de controlar o respeito ao princípio da moralidade administrativa, seja mediante provocação à própria Administração Pública, por exemplo, exercendo o direito de petição, seja por meio de ações judiciais diversas. Um importante meio de controle judicial da moralidade administrativa é a ação popular, remédio constitucional no inciso LXXIII do art. 5º da Constituição nestes termos (grifamos): “qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.” 1.4. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE O princípio da publicidade também apresenta uma dupla acepção em face do sistema decorrente da Constituição de 1988, a saber: a) exigência de publicação em órgão oficial como requisito de eficácia dos atos administrativos gerais que devam produzir efeitos externos ou onerem o patrimônio público; Essa acepção, a publicidade não está ligada à validade do ato, mas à sua eficácia, isto é, enquanto não publicado, o ato não está apto a produzir efeitos. Evidentemente, em um Estado de Direito, é inconcebível a existência de atos sigilosos ou confidenciais que pretendam incidir sobre a esfera jurídica dos administrados, criando restringindo ou extinguindo direitos, ou que onerem o patrimônio público. Cabe observar que o parágrafo único do art. 61 da Lei n° 8.666/1993 estabelece como requisito indispensável de eficácia dos contratos administrativos a publicação resumida do seu instrumento na imprensa oficial. b) exigência de transparência na atuação administrativa. Essa acepção, derivada do princípio da indisponibilidade do interesse público, diz respeito à exigência de que seja possibilitado, da forma mais ampla possível, o controle da Administração Pública pelos administrados.

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Um dispositivo que deixa bem clara essa exigência de atuação transparente é o inciso XXXIII do art. 5º da Constituição, reproduzido abaixo (deve-se observar que não se trata de um direito absoluto): “XXXIII – todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.” Importante garantia individual apta a assegurar a exigência de transparência da Administração Pública é o direito de petição aos poderes Públicos; o mesmo se pode dizer do direito à obtenção de certidões em repartições públicas (CF, art. 5º, XXXIV, “a” e “b”, respectivamente). Decorrência lógica do princípio da transparência é a regra geral segundo a qual os atos administrativos devem ser motivados. Com efeito, a motivação (exposição, por escrito, dos motivos que levaram à prática do ato) possibilita o efeito controle da legitimidade do ato administrativo pelos órgãos de controle e pelo povo em geral. De forma mais ampla, a cidadania fundamenta a exigência de motivação, uma vez que esta é essencial para assegurar o efeito controle da Administração, inclusive o controle popular, uma das mais evidentes manifestações do exercício da cidadania. O princípio da motivação dos atos administrativos não é um princípio que esteja expresso na Constituição para toda a Administração Pública. Entretanto, especificamente para a atuação administrativa dos tribunais do Poder Judiciário a motivação está expressamente exigida no texto constitucional, no art. 93, inciso X, transcrito abaixo (grifou-se): “Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios: X – as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria de seus membros.” 1.5. PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA A EC nº 19/1998 inclui e eficiência como princípio expresso, no caput do art.37 da Constituição. A introdução da eficiência, como princípio explícito, no caput do art. 37 da Carta da República, aplicável a toda atividade administrativa de todos os poderes de todas as esferas da Federação, demonstra bem a concepção de Administração Pública propugna pelos arautos da corrente política e econômica comumente denominada – em que pesem as críticas a esta expressão – neoliberalismo. Conquanto perfilhem a assim chamada “doutrina do Estado mínimo”, esses teóricos reconhecem que a existência de uma Administração Pública é inevitável nas sociedades contemporâneas. Entendem, entretanto, que os controles a que está sujeita a Administração Pública, e os métodos de gestão que utiliza, acarretam morosidade, desperdícios, baixa produtividade, enfim grande ineficiência, em comparação com a administração de empreendimentos privados. Propõem, dessa forma, que a Administração Pública aproxime-se o mais possível da administração das empresas do setor privado. Esse modelo de Administração Pública, em que se privilegia a aferição de resultados, com ampliação de autonomia dos entes administrativos e redução dos controles de atividades-meio, identifica-se com a noção de administração gerencial, e tem como postulado central exatamente o princípio da eficiência. Exemplo típico de instrumento com essa finalidade – privilegiar a aferição do atingimento de resultados, com ampliação da autonomia administrativa de entidade e órgãos públicos, traduzida na redução dos controles das atividades-meio – são os contratos de gestão previstos no § 8º do art. 37 da Carta Política, dispositivo também incluído pela EC nº 19/1998. Para a Professora Maria Sylvia Di Pietro o princípio em foco apresenta dois aspectos: a) relativamente a forma de atuação de agente público, espera-se o melhor desempenho possível de suas atribuições, a fim de obter os melhores resultados; b) quanto ao modo de organizar, estruturar e disciplinar a administração pública, exige-se que este seja o mais racional possível, no intuito de alcançar melhores resultados na prestação dos serviços públicos. Exemplo de desdobramentos do princípio da eficiência, quanto ao primeiro aspecto, todos introduzidos pela EC nº 19/1998, são a exigência de avaliação especial de desempenho para a aquisição da estabilidade pelo servidor público e a perda do cargo do servidor estável “mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa” (CF, art.41). Outro exemplo, também quanto ao primeiro aspecto, temos no art. 39, § 2º, da Constituição “§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos”.

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2. Legislação

LEI Nº 7.998/1990

Art. 1º Esta Lei regula o Programa do Seguro-Desemprego e o abono de que tratam o inciso II do art. 7º, o inciso IV do art. 201 e o art. 239, da Constituição Federal, bem como institui o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT)

DO PROGRAMA DE SEGURO-DESEMPREGO

Art. 2º O Programa de Seguro-Desemprego tem por finalidade:

I - prover assistência financeira temporária ao trabalhador desempregado em virtude de dispensa sem justa causa, inclusive a indireta, e ao trabalhador comprovadamente resgatado de regime de trabalho forçado ou da condição análoga à de escravo;

II - auxiliar os trabalhadores na busca ou preservação do emprego, promovendo, para tanto, ações integradas de orientação, recolocação e qualificação profissional.

Art. 2 o-A. Para efeito do disposto no inciso II do art. 2o, fica instituída a bolsa de qualificação profissional, a ser custeada pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT, à qual fará jus o trabalhador que estiver com o contrato de trabalho suspenso em virtude de participação em curso ou programa de qualificação profissional oferecido pelo empregador, em conformidade com o disposto em convenção ou acordo coletivo celebrado para este fim.

Art. 2 o-B. Em caráter excepcional e pelo prazo de seis meses, os trabalhadores que estejam em situação de desemprego involuntário pelo período compreendido entre doze e dezoito meses, ininterruptos, e que já tenham sido beneficiados com o recebimento do Seguro-Desemprego, farão jus a três parcelas do benefício, correspondente cada uma a R$ 100,00 (cem reais).

§ 1o O período de doze a dezoito meses de que trata o caput será contado a partir do recebimento da primeira parcela do Seguro-Desemprego.

§ 2o O benefício poderá estar integrado a ações de qualificação profissional e articulado com ações de emprego a serem executadas nas localidades de domicílio do beneficiado.

§ 3o Caberá ao Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador - CODEFAT o estabelecimento, mediante resolução, das demais condições indispensáveis ao recebimento do benefício de que trata este artigo, inclusive quanto à idade e domicílio do empregador ao qual o trabalhador estava vinculado, bem como os respectivos limites de comprometimento dos recursos do FAT.

Art. 2 o-C O trabalhador que vier a ser identificado como submetido a regime de trabalho forçado ou reduzido a condição análoga à de escravo, em decorrência de ação de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego, será dessa situação resgatado e terá direito à percepção de três parcelas de seguro-desemprego no valor de um salário mínimo cada, conforme o disposto no § 2o deste artigo.

§ 1o O trabalhador resgatado nos termos do caput deste artigo será encaminhado, pelo Ministério do Trabalho e Emprego, para qualificação profissional e recolocação no mercado de trabalho, por meio do Sistema Nacional de Emprego - SINE, na forma estabelecida pelo Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador - CODEFAT.

§ 2o Caberá ao CODEFAT, por proposta do Ministro de Estado do Trabalho e Emprego, estabelecer os procedimentos necessários ao recebimento do benefício previsto no caput deste artigo, observados os respectivos limites de comprometimento dos recursos do FAT, ficando vedado ao mesmo trabalhador o recebimento do benefício, em circunstâncias similares, nos doze meses seguintes à percepção da última parcela.

Art. 3º Terá direito à percepção do seguro-desemprego o trabalhador dispensado sem justa causa que comprove:

I - ter recebido salários de pessoa jurídica ou pessoa física a ela equiparada, relativos a cada um dos 6 (seis) meses imediatamente anteriores à data da dispensa;

Regula o Programa do Seguro-Desemprego, o Abono Salarial, institui o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), e dá outras providências.

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II - ter sido empregado de pessoa jurídica ou pessoa física a ela equiparada ou ter exercido atividade legalmente reconhecida como autônoma, durante pelo menos 15 (quinze) meses nos últimos 24 (vinte e quatro) meses;

III - não estar em gozo de qualquer benefício previdenciário de prestação continuada, previsto no Regulamento dos Benefícios da Previdência Social, excetuado o auxílio-acidente e o auxílio suplementar previstos na Lei nº 6.367, de 19 de outubro de 1976, bem como o abono de permanência em serviço previsto na Lei nº 5.890, de 8 de junho de 1973;

IV - não estar em gozo do auxílio-desemprego; e

V - não possuir renda própria de qualquer natureza suficiente à sua manutenção e de sua família.

§ 1o A União poderá condicionar o recebimento da assistência financeira do Programa de Seguro-Desemprego à comprovação da matrícula e da frequência do trabalhador segurado em curso de formação inicial e continuada ou qualificação profissional, com carga horária mínima de 160 (cento e sessenta) horas.

§ 2o O Poder Executivo regulamentará os critérios e requisitos para a concessão da assistência financeira do Programa de Seguro-Desemprego nos casos previstos no § 1o, considerando a disponibilidade de bolsas-formação no âmbito do Pronatec ou de vagas gratuitas na rede de educação profissional e tecnológica para o cumprimento da condicionalidade pelos respectivos beneficiários.

§ 3o A oferta de bolsa para formação dos trabalhadores de que trata este artigo considerará, entre outros critérios, a capacidade de oferta, a reincidência no recebimento do benefício, o nível de escolaridade e a faixa etária do trabalhador.

Art. 3 o-A. A periodicidade, os valores, o cálculo do número de parcelas e os demais procedimentos operacionais de pagamento da bolsa de qualificação profissional, nos termos do art. 2o-A desta Lei, bem como os pré-requisitos para habilitação serão os mesmos adotados em relação ao benefício do Seguro-Desemprego, exceto quanto à dispensa sem justa causa.

Art. 4º O benefício do seguro-desemprego será concedido ao trabalhador desempregado, por um período máximo de 4 (quatro) meses, de forma contínua ou alternada, a cada período aquisitivo de 16 (dezesseis) meses, contados da data de dispensa que deu origem à primeira habilitação.

Parágrafo único . O benefício do seguro-desemprego poderá ser retomado a cada novo período aquisitivo, satisfeitas as condições arroladas no art. 3º desta Lei, à exceção do seu inciso II.

Art. 5º O valor do benefício será fixado em Bônus do Tesouro Nacional (BTN), devendo ser calculado segundo 3 (três) faixas salariais, observados os seguintes critérios:

I - até 300 (trezentos) BTN, multiplicar-se-á o salário médio dos últimos 3 (três) meses pelo fator 0,8 (oito décimos);

II - de 300 (trezentos) a 500 (quinhentos) BTN aplicar-se-á, até o limite do inciso anterior, a regra nele contida e, no que exceder, o fator 0,5 (cinco décimos);

III - acima de 500 (quinhentos) BTN, o valor do benefício será igual a 340 (trezentos e quarenta) BTN.

§ 1º Para fins de apuração do benefício, será considerada a média dos salários dos últimos 3 (três) meses anteriores à dispensa, devidamente convertidos em BTN pelo valor vigente nos respectivos meses trabalhados.

§ 2º O valor do benefício não poderá ser inferior ao valor do salário mínimo.

§ 3º No pagamento dos benefícios, considerar-se-á:

I - o valor do BTN ou do salário mínimo do mês imediatamente anterior, para benefícios colocados à disposição do beneficiário até o dia 10 (dez) do mês;

II - o valor do BTN ou do salário mínimo do próprio mês, para benefícios colocados à disposição do beneficiário após o dia 10 (dez) do mês.

Art. 6º O seguro-desemprego é direito pessoal e intransferível do trabalhador, podendo ser requerido a partir do sétimo dia subseqüente à rescisão do contrato de trabalho.

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Art. 7º O pagamento do benefício do seguro-desemprego será suspenso nas seguintes situações:

I - admissão do trabalhador em novo emprego;

II - início de percepção de benefício de prestação continuada da Previdência Social, exceto o auxílio-acidente, o auxílio suplementar e o abono de permanência em serviço;

III - início de percepção de auxílio-desemprego.

Art. 7 o-A. O pagamento da bolsa de qualificação profissional será suspenso se ocorrer a rescisão do contrato de trabalho.

Art. 8 o O benefício do seguro-desemprego será cancelado:

I - pela recusa por parte do trabalhador desempregado de outro emprego condizente com sua qualificação registrada ou declarada e com sua remuneração anterior;

II - por comprovação de falsidade na prestação das informações necessárias à habilitação;

III - por comprovação de fraude visando à percepção indevida do benefício do seguro-desemprego; ou

IV - por morte do segurado.

§ 1o Nos casos previstos nos incisos I a III deste artigo, será suspenso por um período de 2 (dois) anos, ressalvado o prazo de carência, o direito do trabalhador à percepção do seguro-desemprego, dobrando-se este período em caso de reincidência.

§ 2o O benefício poderá ser cancelado na hipótese de o beneficiário deixar de cumprir a condicionalidade de que trata o § 1o do art. 3o desta Lei, na forma do regulamento.

Art. 8 o-A. O benefício da bolsa de qualificação profissional será cancelado nas seguintes situações:

I - fim da suspensão contratual e retorno ao trabalho;

II - por comprovação de falsidade na prestação das informações necessárias à habilitação;

III - por comprovação de fraude visando à percepção indevida da bolsa de qualificação profissional;

IV - por morte do beneficiário.

Art. 8 o-B. Na hipótese prevista no § 5o do art. 476-A da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, as parcelas da bolsa de qualificação profissional que o empregado tiver recebido serão descontadas das parcelas do benefício do Seguro-Desemprego a que fizer jus, sendo-lhe garantido, no mínimo, o recebimento de uma parcela do Seguro-Desemprego.

Art. 8 o-C. Para efeito de habilitação ao Seguro-Desemprego, desconsiderar-se-á o período de suspensão contratual de que trata o art. 476-A da CLT, para o cálculo dos períodos de que tratam os incisos I e II do art. 3o desta Lei.

DO ABONO SALARIAL

Art. 9º É assegurado o recebimento de abono salarial no valor de um salário mínimo vigente na data do respectivo pagamento, aos empregados que:

I - tenham percebido, de empregadores que contribuem para o Programa de Integração Social (PIS) ou para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep), até 2 (dois) salários mínimos médios de remuneração mensal no período trabalhado e que tenham exercido atividade remunerada pelo menos durante 30 (trinta) dias no ano-base;

II - estejam cadastrados há pelo menos 5 (cinco) anos no Fundo de Participação PIS-Pasep ou no Cadastro Nacional do Trabalhador.

Parágrafo único . No caso de beneficiários integrantes do Fundo de Participação PIS-Pasep, serão computados no valor do abono salarial os rendimentos proporcionados pelas respectivas contas individuais.

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DO FUNDO DE AMPARO AO TRABALHADOR

Art. 10. É instituído o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), vinculado ao Ministério do Trabalho e Emprego, destinado ao custeio do Programa de Seguro-Desemprego, ao pagamento do abono salarial e ao financiamento de programas de educação profissional e tecnológica e de desenvolvimento econômico.

Parágrafo único . O FAT é um fundo contábil, de natureza financeira, subordinando-se, no que couber, à legislação vigente.

Art. 11 . Constituem recursos do FAT:

I - o produto da arrecadação das contribuições devidas ao PIS e ao Pasep;

II - o produto dos encargos devidos pelos contribuintes, em decorrência da inobservância de suas obrigações;

III - a correção monetária e os juros devidos pelo agente aplicador dos recursos do fundo, bem como pelos agentes pagadores, incidentes sobre o saldo dos repasses recebidos;

IV - o produto da arrecadação da contribuição adicional pelo índice de rotatividade, de que trata o § 4º do art. 239 da Constituição Federal.

V - outros recursos que lhe sejam destinados.

Art. 12 . (Vetado).

Art. 13 . (Vetado).

Art. 14 . (Vetado).

Art. 15 . Compete aos Bancos Oficiais Federais o pagamento das despesas relativas ao Programa do Seguro-Desemprego e ao abono salarial conforme normas a serem definidas pelos gestores do FAT.

Parágrafo único . Sobre o saldo de recursos não desembolsados, os agentes pagadores remunerarão o FAT, no mínimo com correção monetária.

Arts. 17 e 18 . Revogados

GESTÃO

Art. 18. É instituído o Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador - CODEFAT, composto por representação de trabalhadores, empregadores e órgãos e entidades governamentais, na forma estabelecida pelo Poder Executivo.

§ 3º Os representantes dos trabalhadores serão indicados pelas centrais sindicais e confederações de trabalhadores; e os representantes dos empregadores, pelas respectivas confederações.

§ 4º Compete ao Ministro do Trabalho a nomeação dos membros do Codefat.

§ 6º Pela atividade exercida no Codefat seus membros não serão remunerados.

Art. 19 . Compete ao Codefat gerir o FAT e deliberar sobre as seguintes matérias:

I - (Vetado).

II - aprovar e acompanhar a execução do Plano de Trabalho Anual do Programa do Seguro-Desemprego e do abono salarial e os respectivos orçamentos;

III - deliberar sobre a prestação de conta e os relatórios de execução orçamentária e financeira do FAT;

IV - elaborar a proposta orçamentária do FAT, bem como suas alterações;

V - propor o aperfeiçoamento da legislação relativa ao seguro-desemprego e ao abono salarial e regulamentar os dispositivos desta Lei no âmbito de sua competência;

VI - decidir sobre sua própria organização, elaborando seu regimento interno;

VII - analisar relatórios do agente aplicador quanto à forma, prazo e natureza dos investimentos realizados;

VIII - fiscalizar a administração do fundo, podendo solicitar informações sobre contratos celebrados ou em vias de celebração e quaisquer outros atos;

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IX - definir indexadores sucedâneos no caso de extinção ou alteração daqueles referidos nesta Lei;

X - baixar instruções necessárias à devolução de parcelas do benefício do seguro-desemprego, indevidamente recebidas;

XI - propor alteração das alíquotas referentes às contribuições a que alude o art. 239 da Constituição Federal, com vistas a assegurar a viabilidade econômico-financeira do FAT;

XII - (Vetado);

XIII - (Vetado);

XIV - fixar prazos para processamento e envio ao trabalhador da requisição do benefício do seguro-desemprego, em função das possibilidades técnicas existentes, estabelecendo-se como objetivo o prazo de 30 (trinta) dias;

XV - (Vetado);

XIV - (Vetado);

XVII - deliberar sobre outros assuntos de interesses do FAT.

Art. 19-A (Vide)

Art. 20. A Secretaria-Executiva do Conselho Deliberativo será exercida pelo Ministério do Trabalho, e a ela caberão as tarefas técnico-administrativas relativas ao seguro-desemprego e abono salarial.

Art. 21 . As despesas com a implantação, administração e operação do Programa do Seguro-Desemprego e do abono salarial, exceto as de pessoal, correrão por conta do FAT.

Art. 22. Os recursos do FAT integrarão o orçamento da seguridade social na forma da legislação pertinente.

DA FISCALIZAÇÃO E PENALIDADES

Art. 23 . Compete ao Ministério do Trabalho a fiscalização do cumprimento do Programa de Seguro-Desemprego e do abono salarial.

Art. 24 . Os trabalhadores e empregadores prestarão as informações necessárias, bem como atenderão às exigências para a concessão do seguro-desemprego e o pagamento do abono salarial, nos termos e prazos fixados pelo Ministério do Trabalho.

Art. 25 . O empregador que infringir os dispositivos desta Lei estará sujeito a multas de 400 (quatrocentos) a 40.000 (quarenta mil) BTN, segundo a natureza da infração, sua extensão e intenção do infrator, a serem aplicadas em dobro, no caso de reincidência, oposição à fiscalização ou desacato à autoridade.

§ 1º Serão competentes para impor as penalidades as Delegacias Regionais do Trabalho, nos termos do Título VII da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

§ 2º Além das penalidades administrativas já referidas, os responsáveis por meios fraudulentos na habilitação ou na percepção do seguro-desemprego serão punidos civil e criminalmente, nos termos desta Lei.

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 26. (Vetado).

Art. 27. A primeira investidura do Codefat dar-se-á no prazo de 30 (trinta) dias da publicação desta Lei.

Art. 28. No prazo de trinta dias as contribuições ao PIS e ao Pasep, arrecadadas a partir de 5 de outubro de 1988 e não utilizadas nas finalidades previstas no art. 239 da Constituição Federal, serão recolhidas como receita do FAT.

Parágrafo único . (Vetado).

Art. 29 . Revogado.

Art. 30. O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de 90 (noventa) dias e apresentará projeto lei regulamentando a contribuição adicional pelo índice de rotatividade, de que trata o § 4º do art. 239 da Constituição Federal, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias.

Art. 31 . Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 32 . Revogam-se as disposições em contrário.

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LEI COMPLEMENTAR Nº 7/1970

Art. 1.º - É instituído, na forma prevista nesta Lei, o Programa de Integração Social, destinado a promover a integração do empregado na vida e no desenvolvimento das empresas. § 1º - Para os fins desta Lei, entende-se por empresa a pessoa jurídica, nos termos da legislação do Imposto de Renda, e por empregado todo aquele assim definido pela Legislação Trabalhista. § 2º - A participação dos trabalhadores avulsos, assim definidos os que prestam serviços a diversas empresas, sem relação empregatícia, no Programa de Integração Social, far-se-á nos termos do Regulamento a ser baixado, de acordo com o art. 11 desta Lei. Art. 2 º - O Programa de que trata o artigo anterior será executado mediante Fundo de Participação, constituído por depósitos efetuados pelas empresas na Caixa Econômica Federal. Parágrafo único - A Caixa Econômica Federal poderá celebrar convênios com estabelecimentos da rede bancária nacional, para o fim de receber os depósitos a que se refere este artigo. Art. 3º - O Fundo de Participação será constituído por duas parcelas: a) a primeira, mediante dedução do Imposto de Renda devido, na forma estabelecida no § 1º deste artigo, processando-se o seu recolhimento ao Fundo juntamente com o pagamento do Imposto de Renda; b) a segunda, com recursos próprios da empresa, calculados com base no faturamento, como segue: 1) no exercício de 1971, 0,15%; 2) no exercício de 1972, 0,25%; 3) no exercício de 1973, 0,40%; 4) no exercício de 1974 e subseqüentes, 0,50%. § 1º - A dedução a que se refere a alínea a deste artigo será feita sem prejuízo do direito de utilização dos incentivos fiscais previstos na legislação em vigor e calculada com base no valor do Imposto de Renda devido, nas seguintes proporções: a) no exercício de 1971 -> 2%;

b) no exercício de 1972 - 3%; c) no exercício de 1973 e subseqüentes - 5%. § 2º - As instituições financeiras, sociedades seguradoras e outras empresas que não realizam operações de vendas de mercadorias participarão do Programa de Integração Social com uma contribuição ao Fundo de Participação de, recursos próprios de valor idêntico do que for apurado na forma do parágrafo anterior. § 3º- As empresas a título de incentivos fiscais estejam isentas, ou venham a ser isentadas, do pagamento do Imposto de Renda, contribuirão para o Fundo de Participação, na base de cálculo como se aquele tributo fosse devido, obedecidas as percentagens previstas neste artigo. § 4º - As entidades de fins não lucrativos, que tenham empregados assim definidos pela legislação trabalhista, contribuirão para o Fundo na forma da lei. § 5º - A Caixa Econômica Federal resolverá os casos omissos, de acordo com os critérios fixados pelo Conselho Monetário Nacional. Art. 4.º - O Conselho Nacional poderá alterar, até 50% (cinqüenta por cento), para mais ou para menos, os percentuais de contribuição de que trata o § 2º do art. 3º, tendo em vista a proporcionalidade das contribuições. Art. 5º - A Caixa Econômica Federal emitirá, em nome de cada empregado, uma Caderneta de Participação - Programa de Integração Social - movimentável na forma dos arts. 8º e 9º desta Lei. Art. 6.º - A efetivação dos depósitos no Fundo correspondente à contribuição referida na alínea b do art. 3º será processada mensalmente a partir de 1º de julho de 1971. Parágrafo único - A contribuição de julho será calculada com base no faturamento de janeiro; a de agosto, com base no faturamento de fevereiro; e assim sucessivamente. Art. 7º - A participação do empregado no Fundo far-se-á mediante depósitos efetuados em contas individuais abertas em nome de cada empregado, obedecidos os seguintes critérios: a) 50% (cinqüenta por cento) do valor destinado ao Fundo será dividido em partes proporcionais ao montante de salários recebidos no período;

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b) os 50% (cinqüenta por cento) restantes serão divididos em partes proporcionais aos qüinqüênios de serviços prestados pelo empregado. § 1º - Para os fins deste artigo, a Caixa Econômica Federal, com base nas Informações fornecidas pelas empresas, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contados da publicação desta Lei, organizará um Cadastro - Geral dos participantes do Fundo, na forma que for estabelecida em regulamento. § 2º - A omissão dolosa de nome de empregado entre os participantes do Fundo sujeitará a empresa a multa, em benefício do Fundo, no valor de 10 (dez) meses de salários, devidos ao empregado cujo nome houver sido omitido. § 3º - Igual penalidade será aplicada em caso de declaração falsa sobre o valor do salário e do tempo de serviço do empregado na empresa. Art. 8º - As contas de que trata o artigo anterior serão também creditadas: a) pela correção monetária anual do saldo credor, na mesma proporção da variação fixada para as Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional; b) pelos juros de 3% (três por cento) ao ano, calculados, anualmente, sobre o saldo corrigido dos depósitos; c) pelo resultado líquido das operações realizadas com recursos do Fundo, deduzidas as despesas administrativas e as provisões e reservas cuja constituição seja indispensável, quando o rendimento for superior à soma dos itens "a" e "b". Parágrafo único - A cada período de um ano, contado da data de abertura da conta, será facultado ao empregado o levantamento do valor dos juros, da correção monetária contabilizada no período e da quota - parte produzida, pelo item c anterior, se existir. Art. 9º - As importâncias creditadas aos empregados nas cadernetas de participação são inalienáveis e impenhoráveis, destinando-se, primordialmente, à formação de patrimônio do trabalhador. § 1º - Por ocasião de casamento, aposentadoria ou invalidez do empregado titular da conta poderá o mesmo receber os valores depositados, mediante comprovação da ocorrência, nos termos do regulamento; ocorrendo a morte, os valores do depósito serão atribuídos aos dependentes e, em sua falta, aos sucessores, na forma da lei.

§ 2º - A pedido do interessado, o saldo dos depósitos poderá ser também utilizado como parte do pagamento destinado à aquisição da casa própria, obedecidas as disposições regulamentares previstas no art. 11. Art. 10 - As obrigações das empresas, decorrentes desta Lei, são de caráter exclusivamente fiscal, não gerando direitos de natureza trabalhista nem incidência de qualquer contribuição previdenciária em relação a quaisquer prestações devidas, por lei ou por sentença judicial, ao empregado. Parágrafo único - As importâncias incorporadas ao Fundo não se classificam como rendimento do trabalho, para qualquer efeito da legislação trabalhista, de Previdência Social ou Fiscal e não se incorporam aos salários ou gratificações, nem estão sujeitas ao imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza. Art. 11 - Dentro de 120 (cento e vinte) dias, a contar da vigência desta Lei, a Caixa Econômica Federal submeterá à aprovação do Conselho Monetário Nacional o regulamento do Fundo, fixando as normas para o recolhimento e a distribuição dos recursos, assim como as diretrizes e os critérios para a sua aplicação. Parágrafo único - O Conselho Monetário Nacional pronunciar-se-á, no prazo de 60 (sessenta) dias, a contar do seu recebimento, sobre o projeto de regulamento do Fundo. Art. 12 - As disposições desta Lei não se aplicam a quaisquer entidades integrantes da Administração Pública federal, estadual ou municipal, dos Territórios e do Distrito Federal, Direta ou Indireta adotando-se, em todos os níveis, para efeito de conceituação, como entidades da Administração Indireta, os critérios constantes dos Decretos - Leis nºs 200, de 25 de fevereiro de 1967, e 900, de 29 de setembro de 1969. Art. 13 - Esta Lei Complementar entrará em vigor na data de sua publicação. Art. 14 - Revogam-se as disposições em contrário.

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LEI Nº 8.036/1990

Art. 1º O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), instituído pela Lei nº 5.107, de 13 de setembro de 1966, passa a reger-se por esta lei.

Art. 2º O FGTS é constituído pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualização monetária e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obrigações.

§ 1º Constituem recursos incorporados ao FGTS, nos termos do caput deste artigo:

a) eventuais saldos apurados nos termos do art. 12, § 4º;

b) dotações orçamentárias específicas;

c) resultados das aplicações dos recursos do FGTS;

d) multas, correção monetária e juros moratórios devidos;

e) demais receitas patrimoniais e financeiras.

§ 2º As contas vinculadas em nome dos trabalhadores são absolutamente impenhoráveis.

Art. 3 o O FGTS será regido por normas e diretrizes estabelecidas por um Conselho Curador, composto por representação de trabalhadores, empregadores e órgãos e entidades governamentais, na forma estabelecida pelo Poder Executivo.

I - Ministério do Trabalho;

II - Ministério do Planejamento e Orçamento;

III - Ministério da Fazenda;

IV - Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo;

V - Caixa Econômica Federal;

VI - Banco Central do Brasil.

§ 1º A Presidência do Conselho Curador será exercida pelo representante do Ministério do Trabalho e da Previdência Social.

§ 2o Revogado.

§ 3º Os representantes dos trabalhadores e dos empregadores e seus respectivos suplentes serão indicados pelas respectivas centrais sindicais e confederações nacionais e nomeados pelo Ministro do Trabalho e da Previdência Social, e terão mandato de 2 (dois) anos, podendo ser reconduzidos uma única vez.

§ 4º O Conselho Curador reunir-se-á ordinariamente, a cada bimestre, por convocação de seu Presidente. Esgotado esse período, não tendo ocorrido convocação, qualquer de seus membros poderá fazê-la, no prazo de 15 (quinze) dias. Havendo necessidade, qualquer membro poderá convocar reunião extraordinária, na forma que vier a ser regulamentada pelo Conselho Curador.

§ 5o As decisões do Conselho serão tomadas com a presença da maioria simples de seus membros, tendo o Presidente voto de qualidade.

§ 6º As despesas porventura exigidas para o comparecimento às reuniões do Conselho constituirão ônus das respectivas entidades representadas.

§ 7º As ausências ao trabalho dos representantes dos trabalhadores no Conselho Curador, decorrentes das atividades desse órgão, serão abonadas, computando-se como jornada efetivamente trabalhada para todos os fins e efeitos legais.

§ 8º Competirá ao Ministério do Trabalho e da Previdência Social proporcionar ao Conselho Curador os meios necessários ao exercício de sua competência, para o que contará com uma Secretaria Executiva do Conselho Curador do FGTS.

§ 9º Aos membros do Conselho Curador, enquanto representantes dos trabalhadores, efetivos e suplentes, é assegurada a estabilidade no emprego, da nomeação até um ano após o término do mandato de representação, somente podendo ser demitidos por motivo de falta grave, regularmente comprovada através de processo sindical.

Dispõe sobre o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, e dá outras providências.

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Caixa Econômica Federal 195

Art. 4º A gestão da aplicação do FGTS será efetuada pelo Ministério da Ação Social, cabendo à Caixa Econômica Federal (CEF) o papel de agente operador.

Art. 5º Ao Conselho Curador do FGTS compete:

I - estabelecer as diretrizes e os programas de alocação de todos os recursos do FGTS, de acordo com os critérios definidos nesta lei, em consonância com a política nacional de desenvolvimento urbano e as políticas setoriais de habitação popular, saneamento básico e infra-estrutura urbana estabelecidas pelo Governo Federal;

II - acompanhar e avaliar a gestão econômica e financeira dos recursos, bem como os ganhos sociais e o desempenho dos programas aprovados;

III - apreciar e aprovar os programas anuais e plurianuais do FGTS;

IV - pronunciar-se sobre as contas do FGTS, antes do seu encaminhamento aos órgãos de controle interno para os fins legais;

V - adotar as providências cabíveis para a correção de atos e fatos do Ministério da Ação Social e da Caixa Econômica Federal, que prejudiquem o desempenho e o cumprimento das finalidades no que concerne aos recursos do FGTS;

VI - dirimir dúvidas quanto à aplicação das normas regulamentares, relativas ao FGTS, nas matérias de sua competência;

VII - aprovar seu regimento interno;

VIII - fixar as normas e valores de remuneração do agente operador e dos agentes financeiros;

IX - fixar critérios para parcelamento de recolhimentos em atraso;

X - fixar critério e valor de remuneração para o exercício da fiscalização;

XI - divulgar, no Diário Oficial da União, todas as decisões proferidas pelo Conselho, bem como as contas do FGTS e os respectivos pareceres emitidos.

XII - fixar critérios e condições para compensação entre créditos do empregador, decorrentes de depósitos relativos a trabalhadores não optantes, com contratos extintos, e débitos resultantes de competências em atraso, inclusive aqueles que forem objeto de composição de dívida com o FGTS.

XIII - em relação ao Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FI-FGTS:

a) aprovar a política de investimento do FI-FGTS por proposta do Comitê de Investimento;

b) decidir sobre o reinvestimento ou distribuição dos resultados positivos aos cotistas do FI-FGTS, em cada exercício;

c) definir a forma de deliberação, de funcionamento e a composição do Comitê de Investimento;

d) estabelecer o valor da remuneração da Caixa Econômica Federal pela administração e gestão do FI-FGTS, inclusive a taxa de risco;

e) definir a exposição máxima de risco dos investimentos do FI-FGTS;

f) estabelecer o limite máximo de participação dos recursos do FI-FGTS por setor, por empreendimento e por classe de ativo, observados os requisitos técnicos aplicáveis;

g) estabelecer o prazo mínimo de resgate das cotas e de retorno dos recursos à conta vinculada, observado o disposto no § 19 do art. 20 desta Lei;

h) aprovar o regulamento do FI-FGTS, elaborado pela Caixa Econômica Federal; e

i) autorizar a integralização de cotas do FI-FGTS pelos trabalhadores, estabelecendo previamente os limites globais e individuais, parâmetros e condições de aplicação e resgate.

Art. 6º Ao Ministério da Ação Social, na qualidade de gestor da aplicação do FGTS, compete:

I - praticar todos os atos necessários à gestão da aplicação do Fundo, de acordo com as diretrizes e programas estabelecidos pelo Conselho Curador;

II - expedir atos normativos relativos à alocação dos recursos para implementação dos programas aprovados pelo Conselho Curador;

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III - elaborar orçamentos anuais e planos plurianuais de aplicação dos recursos, discriminando-os por Unidade da Federação, submetendo-os até 31 de julho ao Conselho Curador do Fundo;

IV - acompanhar a execução dos programas de habitação popular, saneamento básico e infra-estrutura urbana, decorrentes de aplicação de recursos do FGTS, implementados pela CEF;

V - submeter à apreciação do Conselho Curador as contas do FGTS;

VI - subsidiar o Conselho Curador com estudos técnicos necessários ao aprimoramento operacional dos programas de habitação popular, saneamento básico e infra-estrutura urbana;

VII - definir as metas a serem alcançadas nos programas de habitação popular, saneamento básico e infra-estrutura urbana.

Art. 7º À Caixa Econômica Federal, na qualidade de agente operador, cabe:

I - centralizar os recursos do FGTS, manter e controlar as contas vinculadas, e emitir regularmente os extratos individuais correspondentes às contas vinculadas e participar da rede arrecadadora dos recursos do FGTS;

II - expedir atos normativos referentes aos procedimentos administrativo-operacionais dos bancos depositários, dos agentes financeiros, dos empregadores e dos trabalhadores, integrantes do sistema do FGTS;

III - definir os procedimentos operacionais necessários à execução dos programas de habitação popular, saneamento básico e infra-estrutura urbana, estabelecidos pelo Conselho Curador com base nas normas e diretrizes de aplicação elaboradas pelo Ministério da Ação Social;

IV - elaborar as análises jurídica e econômico-financeira dos projetos de habitação popular, infra-estrutura urbana e saneamento básico a serem financiados com recursos do FGTS;

V - emitir Certificado de Regularidade do FGTS;

VI - elaborar as contas do FGTS, encaminhando-as ao Ministério da Ação Social;

VII - implementar os atos emanados do Ministério da Ação Social relativos à alocação e aplicação dos recursos do FGTS, de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo Conselho Curador.

VIII - (VETADO)

IX - garantir aos recursos alocados ao FI-FGTS, em cotas de titularidade do FGTS, a remuneração aplicável às contas vinculadas, na forma do caput do art. 13 desta Lei.

Parágrafo único . O Ministério da Ação Social e a Caixa Econômica Federal deverão dar pleno cumprimento aos programas anuais em andamento, aprovados pelo Conselho Curador, sendo que eventuais alterações somente poderão ser processadas mediante prévia anuência daquele colegiado.

Art. 8º O Ministério da Ação Social, a Caixa Econômica Federal e o Conselho Curador do FGTS serão responsáveis pelo fiel cumprimento e observância dos critérios estabelecidos nesta lei.

Art. 9 o As aplicações com recursos do FGTS poderão ser realizadas diretamente pela Caixa Econômica Federal e pelos demais órgãos integrantes do Sistema Financeiro da Habitação - SFH, exclusivamente segundo critérios fixados pelo Conselho Curador do FGTS, em operações que preencham os seguintes requisitos:

I - Garantias:

a) hipotecária;

b) caução de Créditos hipotecários próprios, relativos a financiamentos concedidos com recursos do agente financeiro;

c) caução dos créditos hipotecários vinculados aos imóveis objeto de financiamento;

d) hipoteca sobre outros imóveis de propriedade do agente financeiro, desde que livres e desembaraçados de quaisquer ônus;

e) cessão de créditos do agente financeiro, derivados de financiamentos concedidos com recursos próprios, garantidos por penhor ou hipoteca;

f) hipoteca sobre imóvel de propriedade de terceiros;

g) seguro de crédito;

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Caixa Econômica Federal 197

h) garantia real ou vinculação de receitas, inclusive tarifárias, nas aplicações contratadas com pessoa jurídica de direito público ou de direito privado a ela vinculada;

i) aval em nota promissória;

j) fiança pessoal;

l) alienação fiduciária de bens móveis em garantia;

m) fiança bancária;

n) outras, a critério do Conselho Curador do FGTS;

II - correção monetária igual à das contas vinculadas;

III - taxa de juros média mínima, por projeto, de 3 (três) por cento ao ano;

IV - prazo máximo de trinta anos.

§ 1º A rentabilidade média das aplicações deverá ser suficiente à cobertura de todos os custos incorridos pelo Fundo e ainda à formação de reserva técnica para o atendimento de gastos eventuais não previstos, sendo da Caixa Econômica Federal o risco de crédito.

§ 2º Os recursos do FGTS deverão ser aplicados em habitação, saneamento básico e infra-estrutura urbana. As disponibilidades financeiras devem ser mantidas em volume que satisfaça as condições de liquidez e remuneração mínima necessária à preservação do poder aquisitivo da moeda.

§ 3º O programa de aplicações deverá destinar, no mínimo, 60 (sessenta) por cento para investimentos em habitação popular.

§ 4º Os projetos de saneamento básico e infra-estrutura urbana, financiados com recursos do FGTS, deverão ser complementares aos programas habitacionais.

§ 5º As garantias, nas diversas modalidades discriminadas no inciso I do caput deste artigo, serão admitidas singular ou supletivamente, considerada a suficiência de cobertura para os empréstimos e financiamentos concedidos.

§ 6o Mantida a rentabilidade média de que trata o § 1o, as aplicações em habitação popular poderão contemplar sistemática de desconto, direcionada em função da renda familiar do beneficiário, onde o valor do benefício seja concedido mediante redução no valor das prestações a serem pagas pelo mutuário ou pagamento de parte da aquisição ou construção de imóvel, dentre outras, a critério do Conselho Curador do FGTS.

§ 7o Os recursos necessários para a consecução da sistemática de desconto serão destacados, anualmente, do orçamento de aplicação de recursos do FGTS, constituindo reserva específica, com contabilização própria.

§ 8º É da União o risco de crédito nas aplicações efetuadas até 1º de junho de 2001 pelos demais órgãos integrantes do Sistema Financeiro da Habitação - SFH e pelas entidades credenciadas pelo Banco Central do Brasil como agentes financeiros, subrogando-se nas garantias prestadas à Caixa Econômica Federal.

Art. 10. O Conselho Curador fixará diretrizes e estabelecerá critérios técnicos para as aplicações dos recursos do FGTS, visando:

I - exigir a participação dos contratantes de financiamentos nos investimentos a serem realizados;

II - assegurar o cumprimento, por parte dos contratantes inadimplentes, das obrigações decorrentes dos financiamentos obtidos;

III - evitar distorções na aplicação entre as regiões do País, considerando para tanto a demanda habitacional, a população e outros indicadores sociais.

Art. 11 . Os depósitos feitos na rede bancária, a partir de 1º de outubro de 1989, relativos ao FGTS, serão transferidos à Caixa Econômica Federal no segundo dia útil subseqüente à data em que tenham sido efetuados.

Art. 12. No prazo de um ano, a contar da promulgação desta lei, a Caixa Econômica Federal assumirá o controle de todas as contas vinculadas, nos termos do item I do art. 7º, passando os demais estabelecimentos bancários, findo esse prazo, à condição de agentes recebedores e pagadores do FGTS, mediante recebimento de tarifa, a ser fixada pelo Conselho Curador.

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1º Enquanto não ocorrer a centralização prevista no caput deste artigo, o depósito efetuado no decorrer do mês será contabilizado no saldo da conta vinculada do trabalhador, no primeiro dia útil do mês subseqüente.

2º Até que a Caixa Econômica Federal implemente as disposições do caput deste artigo, as contas vinculadas continuarão sendo abertas em estabelecimento bancário escolhido pelo empregador, dentre os para tanto autorizados pelo Banco Central do Brasil, em nome do trabalhador.

3º Verificando-se mudança de emprego, até que venha a ser implementada a centralização no caput deste artigo, a conta vinculada será transferida para o estabelecimento bancário da escolha do novo empregador.

4º Os resultados financeiros auferidos pela Caixa Econômica Federal no período entre o repasse dos bancos e o depósito nas contas vinculadas dos trabalhadores destinar-se-ão à cobertura das despesas de administração do FGTS e ao pagamento da tarifa aos bancos depositários, devendo os eventuais saldos ser incorporados ao patrimônio do Fundo nos termos do art. 2º, § 1º.

5º Após a centralização das contas vinculadas, na Caixa Econômica Federal, o depósito realizado no prazo regulamentar passa a integrar o saldo da conta vinculada do trabalhador a partir do dia 10 (dez) do mês de sua ocorrência. O depósito realizado fora do prazo será contabilizado no saldo no dia 10 (dez) subseqüente após atualização monetária e capitalização de juros.

Art. 13 . Os depósitos efetuados nas contas vinculadas serão corrigidos monetariamente com base nos parâmetros fixados para atualização dos saldos dos depósitos de poupança e capitalização juros de (três) por cento ao ano.

1º Até que ocorra a centralização prevista no item I do art. 7º, a atualização monetária e a capitalização de juros correrão à conta do Fundo e o respectivo crédito será efetuado na conta vinculada no primeiro dia útil de cada mês, com base no saldo existente no primeiro dia útil do mês anterior, deduzidos os saques ocorridos no período.

2º Após a centralização das contas vinculadas, na Caixa Econômica Federal, a atualização monetária e a capitalização de juros correrão à conta do Fundo e o respectivo crédito será efetuado na conta vinculada, no dia 10 (dez) de cada mês, com base no saldo existente no dia 10

(dez) do mês anterior ou no primeiro dia útil subseqüente, caso o dia 10 (dez) seja feriado bancário, deduzidos os saques ocorridos no período.

3º Para as contas vinculadas dos trabalhadores optantes existentes à data de 22 de setembro de 1971, a capitalização dos juros dos depósitos continuará a ser feita na seguinte progressão, salvo no caso de mudança de empresa, quando a capitalização dos juros passará a ser feita à taxa de 3 (três) por cento ao ano:

I - 3 (três) por cento, durante os dois primeiros anos de permanência na mesma empresa;

II - 4 (quatro) por cento, do terceiro ao quinto ano de permanência na mesma empresa;

III - 5 (cinco) por cento, do sexto ao décimo ano de permanência na mesma empresa;

IV - 6 (seis) por cento, a partir do décimo primeiro ano de permanência na mesma empresa.

4º O saldo das contas vinculadas é garantido pelo Governo Federal, podendo ser instituído seguro especial para esse fim.

Art. 14 . Fica ressalvado o direito adquirido dos trabalhadores que, à data da promulgação da Constituição Federal de 1988, já tinham o direito à estabilidade no emprego nos termos do Capítulo V do Título IV da CLT.

1º O tempo do trabalhador não optante do FGTS, anterior a 5 de outubro de 1988, em caso de rescisão sem justa causa pelo empregador, reger-se-á pelos dispositivos constantes dos arts. 477, 478 e 497 da CLT.

2º O tempo de serviço anterior à atual Constituição poderá ser transacionado entre empregador e empregado, respeitado o limite mínimo de 60 (sessenta) por cento da indenização prevista.

3º É facultado ao empregador desobrigar-se da responsabilidade da indenização relativa ao tempo de serviço anterior à opção, depositando na conta vinculada do trabalhador, até o último dia útil do mês previsto em lei para o pagamento de salário, o valor correspondente à indenização, aplicando-se ao depósito, no que couber, todas as disposições desta lei.

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4º Os trabalhadores poderão a qualquer momento optar pelo FGTS com efeito retroativo a 1º de janeiro de 1967 ou à data de sua admissão, quando posterior àquela.

Art. 15 . Para os fins previstos nesta lei, todos os empregadores ficam obrigados a depositar, até o dia 7 (sete) de cada mês, em conta bancária vinculada, a importância correspondente a 8 (oito) por cento da remuneração paga ou devida, no mês anterior, a cada trabalhador, incluídas na remuneração as parcelas de que tratam os arts. 457 e 458 da CLT e a gratificação de Natal a que se refere a Lei nº 4.090, de 13 de julho de 1962, com as modificações da Lei nº 4.749, de 12 de agosto de 1965.

§ 1º Entende-se por empregador a pessoa física ou a pessoa jurídica de direito privado ou de direito público, da administração pública direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que admitir trabalhadores a seu serviço, bem assim aquele que, regido por legislação especial, encontrar-se nessa condição ou figurar como fornecedor ou tomador de mão-de-obra, independente da responsabilidade solidária e/ou subsidiária a que eventualmente venha obrigar-se.

§ 2º Considera-se trabalhador toda pessoa física que prestar serviços a empregador, a locador ou tomador de mão-de-obra, excluídos os eventuais, os autônomos e os servidores públicos civis e militares sujeitos a regime jurídico próprio.

§ 3º Os trabalhadores domésticos poderão ter acesso ao regime do FGTS, na forma que vier a ser prevista em lei.

§ 4º Considera-se remuneração as retiradas de diretores não empregados, quando haja deliberação da empresa, garantindo-lhes os direitos decorrentes do contrato de trabalho de que trata o art. 16.

§ 5º O depósito de que trata o caput deste artigo é obrigatório nos casos de afastamento para prestação do serviço militar obrigatório e licença por acidente do trabalho.

§ 6º Não se incluem na remuneração, para os fins desta Lei, as parcelas elencadas no § 9º do art. 28 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991.

§ 7o Os contratos de aprendizagem terão a alíquota a que se refere o caput deste artigo reduzida para dois por cento.

Art. 16 . Para efeito desta lei, as empresas sujeitas ao regime da legislação trabalhista poderão equiparar seus diretores não empregados aos demais trabalhadores sujeitos ao regime do FGTS. Considera-se diretor aquele que exerça cargo de administração previsto em lei, estatuto ou contrato social, independente da denominação do cargo.

Art. 17 . Os empregadores se obrigam a comunicar mensalmente aos trabalhadores os valores recolhidos ao FGTS e repassar-lhes todas as informações sobre suas contas vinculadas recebidas da Caixa Econômica Federal ou dos bancos depositários.

Art. 18 . Ocorrendo rescisão do contrato de trabalho, por parte do empregador, ficará este obrigado a depositar na conta vinculada do trabalhador no FGTS os valores relativos aos depósitos referentes ao mês da rescisão e ao imediatamente anterior, que ainda não houver sido recolhido, sem prejuízo das cominações legais.

§ 1º Na hipótese de despedida pelo empregador sem justa causa, depositará este, na conta vinculada do trabalhador no FGTS, importância igual a quarenta por cento do montante de todos os depósitos realizados na conta vinculada durante a vigência do contrato de trabalho, atualizados monetariamente e acrescidos dos respectivos juros.

§ 2º Quando ocorrer despedida por culpa recíproca ou força maior, reconhecida pela Justiça do Trabalho, o percentual de que trata o § 1º será de 20 (vinte) por cento.

§ 3° As importâncias de que trata este artigo deverão constar da documentação comprobatória do recolhimento dos valores devidos a título de rescisão do contrato de trabalho, observado o disposto no art. 477 da CLT, eximindo o empregador, exclusivamente, quanto aos valores discriminados.

Art. 19 . No caso de extinção do contrato de trabalho prevista no art. 14 desta lei, serão observados os seguintes critérios:

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200 Caixa Econômica Federal

I - havendo indenização a ser paga, o empregador, mediante comprovação do pagamento daquela, poderá sacar o saldo dos valores por ele depositados na conta individualizada do trabalhador;

II - não havendo indenização a ser paga, ou decorrido o prazo prescricional para a reclamação de direitos por parte do trabalhador, o empregador poderá levantar em seu favor o saldo da respectiva conta individualizada, mediante comprovação perante o órgão competente do Ministério do Trabalho e da Previdência Social.

Art. 19-A . É devido o depósito do FGTS na conta vinculada do trabalhador cujo contrato de trabalho seja declarado nulo nas hipóteses previstas no art. 37, § 2o, da Constituição Federal, quando mantido o direito ao salário.

Parágrafo único. O saldo existente em conta vinculada, oriundo de contrato declarado nulo até 28 de julho de 2001, nas condições do caput , que não tenha sido levantado até essa data, será liberado ao trabalhador a partir do mês de agosto de 2002.

Art. 20 . A conta vinculada do trabalhador no FGTS poderá ser movimentada nas seguintes situações:

I - despedida sem justa causa, inclusive a indireta, de culpa recíproca e de força maior;

II - extinção total da empresa, fechamento de quaisquer de seus estabelecimentos, filiais ou agências, supressão de parte de suas atividades, declaração de nulidade do contrato de trabalho nas condições do art. 19-A, ou ainda falecimento do empregador individual sempre que qualquer dessas ocorrências implique rescisão de contrato de trabalho, comprovada por declaração escrita da empresa, suprida, quando for o caso, por decisão judicial transitada em julgado;

III - aposentadoria concedida pela Previdência Social;

IV - falecimento do trabalhador, sendo o saldo pago a seus dependentes, para esse fim habilitados perante a Previdência Social, segundo o critério adotado para a concessão de pensões por morte. Na falta de dependentes, farão jus ao recebimento do saldo da conta vinculada os seus sucessores previstos na lei civil, indicados em alvará judicial, expedido a requerimento do

interessado, independente de inventário ou arrolamento;

V - pagamento de parte das prestações decorrentes de financiamento habitacional concedido no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação (SFH), desde que:

a) o mutuário conte com o mínimo de 3 (três) anos de trabalho sob o regime do FGTS, na mesma empresa ou em empresas diferentes;

b) o valor bloqueado seja utilizado, no mínimo, durante o prazo de 12 (doze) meses;

c) o valor do abatimento atinja, no máximo, 80 (oitenta) por cento do montante da prestação;

VI - liquidação ou amortização extraordinária do saldo devedor de financiamento imobiliário, observadas as condições estabelecidas pelo Conselho Curador, dentre elas a de que o financiamento seja concedido no âmbito do SFH e haja interstício mínimo de 2 (dois) anos para cada movimentação;

VII – pagamento total ou parcial do preço de aquisição de moradia própria, ou lote urbanizado de interesse social não construído, observadas as seguintes condições:

a) o mutuário deverá contar com o mínimo de 3 (três) anos de trabalho sob o regime do FGTS, na mesma empresa ou empresas diferentes;

b) seja a operação financiável nas condições vigentes para o SFH;

VIII - quando o trabalhador permanecer três anos ininterruptos, a partir de 1º de junho de 1990, fora do regime do FGTS, podendo o saque, neste caso, ser efetuado a partir do mês de aniversário do titular da conta.

IX - extinção normal do contrato a termo, inclusive o dos trabalhadores temporários regidos pela Lei nº 6.019, de 3 de janeiro de 1974;

X - suspensão total do trabalho avulso por período igual ou superior a 90 (noventa) dias, comprovada por declaração do sindicato representativo da categoria profissional.

XI - quando o trabalhador ou qualquer de seus dependentes for acometido de neoplasia maligna.

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Caixa Econômica Federal 201

XII - aplicação em quotas de Fundos Mútuos de Privatização, regidos pela Lei n° 6.385, de 7 de dezembro de 1976, permitida a utilização máxima de 50 % (cinqüenta por cento) do saldo existente e disponível em sua conta vinculada do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, na data em que exercer a opção.

XIII - quando o trabalhador ou qualquer de seus dependentes for portador do vírus HIV;

XIV - quando o trabalhador ou qualquer de seus dependentes estiver em estágio terminal, em razão de doença grave, nos termos do regulamento;

XV - quando o trabalhador tiver idade igual ou superior a setenta anos.

XVI - necessidade pessoal, cuja urgência e gravidade decorra de desastre natural, conforme disposto em regulamento, observadas as seguintes condições:

a) o trabalhador deverá ser residente em áreas comprovadamente atingidas de Município ou do Distrito Federal em situação de emergência ou em estado de calamidade pública, formalmente reconhecidos pelo Governo Federal;

b) a solicitação de movimentação da conta vinculada será admitida até 90 (noventa) dias após a publicação do ato de reconhecimento, pelo Governo Federal, da situação de emergência ou de estado de calamidade pública; e

c) o valor máximo do saque da conta vinculada será definido na forma do regulamento.

XVII - integralização de cotas do FI-FGTS, respeitado o disposto na alínea i do inciso XIII do art. 5o desta Lei, permitida a utilização máxima de 30% (trinta por cento) do saldo existente e disponível na data em que exercer a opção.

§ 1º A regulamentação das situações previstas nos incisos I e II assegurar que a retirada a que faz jus o trabalhador corresponda aos depósitos efetuados na conta vinculada durante o período de vigência do último contrato de trabalho, acrescida de juros e atualização monetária, deduzidos os saques.

§ 2º O Conselho Curador disciplinará o disposto no inciso V, visando beneficiar os trabalhadores de baixa renda e preservar o equilíbrio financeiro do FGTS.

§ 3º O direito de adquirir moradia com recursos do FGTS, pelo trabalhador, só poderá ser exercido para um único imóvel.

§ 4º O imóvel objeto de utilização do FGTS somente poderá ser objeto de outra transação com recursos do fundo, na forma que vier a ser regulamentada pelo Conselho Curador.

§ 5º O pagamento da retirada após o período previsto em regulamento, implicará atualização monetária dos valores devidos.

§ 6o Os recursos aplicados em cotas de fundos Mútuos de Privatização, referidos no inciso XII, serão destinados, nas condições aprovadas pelo CND, a aquisições de valores mobiliários, no âmbito do Programa Nacional de Desestatização, de que trata a Lei no 9.491, de 1997, e de programas estaduais de desestatização, desde que, em ambos os casos, tais destinações sejam aprovadas pelo CND.

§ 7o Ressalvadas as alienações decorrentes das hipóteses de que trata o § 8o, os valores mobiliários a que se refere o parágrafo anterior só poderão ser integralmente vendidos, pelos respectivos Fundos, seis meses após a sua aquisição, podendo ser alienada em prazo inferior parcela equivalente a 10% (dez por cento) do valor adquirido, autorizada a livre aplicação do produto dessa alienação, nos termos da Lei no 6.385, de 7 de dezembro de 1976.

§ 8o As aplicações em Fundos Mútuos de Privatização e no FI-FGTS são nominativas, impenhoráveis e, salvo as hipóteses previstas nos incisos I a XI e XIII a XVI do caput deste artigo, indisponíveis por seus titulares.

§ 9° Decorrido o prazo mínimo de doze meses, contados da efetiva transferência das quotas para os Fundos Mútuos de Privatização, os titulares poderão optar pelo retorno para sua conta vinculada no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço.

§ 10. A cada período de seis meses, os titulares das aplicações em Fundos Mútuos de Privatização poderão transferi-las para outro fundo de mesma natureza.

§ 11. O montante das aplicações de que trata o § 6° deste artigo ficará limitado ao valor dos créditos contra o Tesouro Nacional de que seja titular o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço.

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202 Caixa Econômica Federal

§ 12. Desde que preservada a participação individual dos quotistas, será permitida a constituição de clubes de investimento, visando a aplicação em quotas de Fundos Mútuos de Privatização.

§ 13. A garantia a que alude o § 4o do art. 13 desta Lei não compreende as aplicações a que se referem os incisos XII e XVII do caput deste artigo.

§ 14. Ficam isentos do imposto de renda:

I - a parcela dos ganhos nos Fundos Mútuos de Privatização até o limite da remuneração das contas vinculadas de que trata o art. 13 desta Lei, no mesmo período; e

II - os ganhos do FI-FGTS e do Fundo de Investimento em Cotas - FIC, de que trata o § 19 deste artigo.

§ 15. A transferência de recursos da conta do titular no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço em razão da aquisição de ações, nos termos do inciso XII do caput deste artigo, ou de cotas do FI-FGTS não afetará a base de cálculo da multa rescisória de que tratam os §§ 1o e 2o do art. 18 desta Lei.

§ 16. Os clubes de investimento a que se refere o § 12 poderão resgatar, durante os seis primeiros meses da sua constituição, parcela equivalente a 5% (cinco por cento) das cotas adquiridas, para atendimento de seus desembolsos, autorizada a livre aplicação do produto dessa venda, nos termos da Lei no 6.385, de 7 de dezembro de 1976.

§ 17. Fica vedada a movimentação da conta vinculada do FGTS nas modalidades previstas nos incisos V, VI e VII deste artigo, nas operações firmadas, a partir de 25 de junho de 1998, no caso em que o adquirente já seja proprietário ou promitente comprador de imóvel localizado no Município onde resida, bem como no caso em que o adquirente já detenha, em qualquer parte do País, pelo menos um financiamento nas condições do SFH.

§ 18. É indispensável o comparecimento pessoal do titular da conta vinculada para o pagamento da retirada nas hipóteses previstas nos incisos I, II, III, VIII, IX e X deste artigo, salvo em caso de grave moléstia comprovada por perícia médica, quando será paga a procurador especialmente constituído para esse fim.

§ 19. A integralização das cotas previstas no inciso XVII do caput deste artigo será realizada por meio de Fundo de Investimento em Cotas - FIC, constituído pela Caixa Econômica Federal especificamente para essa finalidade.

§ 20. A Comissão de Valores Mobiliários estabelecerá os requisitos para a integralização das cotas referidas no § 19 deste artigo, devendo condicioná-la pelo menos ao atendimento das seguintes exigências:

I - elaboração e entrega de prospecto ao trabalhador; e

II - declaração por escrito, individual e específica, pelo trabalhador de sua ciência quanto aos riscos do investimento que está realizando.

§ 21. As movimentações autorizadas nos incisos V e VI do caput serão estendidas aos contratos de participação de grupo de consórcio para aquisição de imóvel residencial, cujo bem já tenha sido adquirido pelo consorciado, na forma a ser regulamentada pelo Conselho Curador do FGTS.

Art. 21 . Os saldos das contas não individualizadas e das contas vinculadas que se conservem ininterruptamente sem créditos de depósitos por mais de cinco anos, a partir de 1º de junho de 1990, em razão de o seu titular ter estado fora do regime do FGTS, serão incorporados ao patrimônio do fundo, resguardado o direito do beneficiário reclamar, a qualquer tempo, a reposição do valor transferido.

Parágrafo único . O valor, quando reclamado, será pago ao trabalhador acrescido da remuneração prevista no § 2º do art. 13 desta lei.

Art. 22 . O empregador que não realizar os depósitos previstos nesta Lei, no prazo fixado no art. 15, responderá pela incidência da Taxa Referencial – TR sobre a importância correspondente.

§ 1o Sobre o valor dos depósitos, acrescido da TR, incidirão, ainda, juros de mora de 0,5% a.m. (cinco décimos por cento ao mês) ou fração e multa, sujeitando-se, também, às obrigações e sanções previstas no Decreto-Lei no 368, de 19 de dezembro de 1968.

§ 2o A incidência da TR de que trata o caput deste artigo será cobrada por dia de atraso, tomando-se por base o índice de atualização das contas vinculadas do FGTS.

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Caixa Econômica Federal 203

§ 2o-A. A multa referida no § 1o deste artigo será cobrada nas condições que se seguem:

I – 5% (cinco por cento) no mês de vencimento da obrigação;

II – 10% (dez por cento) a partir do mês seguinte ao do vencimento da obrigação.

§ 3o Para efeito de levantamento de débito para com o FGTS, o percentual de 8% (oito por cento) incidirá sobre o valor acrescido da TR até a data da respectiva operação.

Art. 23 . Competirá ao Ministério do Trabalho e da Previdência Social a verificação, em nome da Caixa Econômica Federal, do cumprimento do disposto nesta lei, especialmente quanto à apuração dos débitos e das infrações praticadas pelos empregadores ou tomadores de serviço, notificando-os para efetuarem e comprovarem os depósitos correspondentes e cumprirem as demais determinações legais, podendo, para tanto, contar com o concurso de outros órgãos do Governo Federal, na forma que vier a ser regulamentada.

§ 1º Constituem infrações para efeito desta lei:

I - não depositar mensalmente o percentual referente ao FGTS, bem como os valores previstos no art. 18 desta Lei, nos prazos de que trata o § 6o do art. 477 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT;

II - omitir as informações sobre a conta vinculada do trabalhador;

III - apresentar as informações ao Cadastro Nacional do Trabalhador, dos trabalhadores beneficiários, com erros ou omissões;

IV - deixar de computar, para efeito de cálculo dos depósitos do FGTS, parcela componente da remuneração;

V - deixar de efetuar os depósitos e os acréscimos legais, após notificado pela fiscalização.

§ 2º Pela infração do disposto no § 1º deste artigo, o infrator estará sujeito às seguintes multas por trabalhador prejudicado:

a) de 2 (dois) a 5 (cinco) BTN, no caso dos incisos II e III;

b) de 10 (dez) a 100 (cem) BTN, no caso dos incisos I, IV e V.

§ 3º Nos casos de fraude, simulação, artifício, ardil, resistência, embaraço ou desacato à fiscalização, assim como na reincidência, a multa especificada no parágrafo anterior será duplicada, sem prejuízo das demais cominações legais.

§ 4º Os valores das multas, quando não recolhidas no prazo legal, serão atualizados monetariamente até a data de seu efetivo pagamento, através de sua conversão pelo BTN Fiscal.

§ 5º O processo de fiscalização, de autuação e de imposição de multas reger-se-á pelo disposto no Título VII da CLT, respeitado o privilégio do FGTS à prescrição trintenária.

§ 6º Quando julgado procedente o recurso interposto na forma do Título VII da CLT, os depósitos efetuados para garantia de instância serão restituídos com os valores atualizados na forma de lei.

§ 7º A rede arrecadadora e a Caixa Econômica Federal deverão prestar ao Ministério do Trabalho e da Previdência Social as informações necessárias à fiscalização.

Art. 24 . Por descumprimento ou inobservância de quaisquer das obrigações que lhe compete como agente arrecadador, pagador e mantenedor do cadastro de contas vinculadas, na forma que vier a ser regulamentada pelo Conselho Curador, fica o banco depositário sujeito ao pagamento de multa equivalente a 10 (dez) por cento do montante da conta do empregado, independentemente das demais cominações legais.

Art. 25 . Poderá o próprio trabalhador, seus dependentes e sucessores, ou ainda o Sindicato a que estiver vinculado, acionar diretamente a empresa por intermédio da Justiça do Trabalho, para compeli-la a efetuar o depósito das importâncias devidas nos termos desta lei.

Parágrafo único. A Caixa Econômica Federal e o Ministério do Trabalho e da Previdência Social deverão ser notificados da propositura da reclamação.

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204 Caixa Econômica Federal

Art. 26 . É competente a Justiça do Trabalho para julgar os dissídios entre os trabalhadores e os empregadores decorrentes da aplicação desta lei, mesmo quando a Caixa Econômica Federal e o Ministério do Trabalho e da Previdência Social figurarem como litisconsortes.

Parágrafo único . Nas reclamatórias trabalhistas que objetivam o ressarcimento de parcelas relativas ao FGTS, ou que, direta ou indiretamente, impliquem essa obrigação de fazer, o juiz determinará que a empresa sucumbente proceda ao recolhimento imediato das importâncias devidas a tal título.

Art. 27. A apresentação do Certificado de Regularidade do FGTS, fornecido pela Caixa Econômica Federal, é obrigatória nas seguintes situações:

a) habilitação e licitação promovida por órgão da Administração Federal, Estadual e Municipal, direta, indireta ou fundacional ou por entidade controlada direta ou indiretamente pela União, Estado e Município;

b) obtenção, por parte da União, Estados e Municípios, ou por órgãos da Administração Federal, Estadual e Municipal, direta, indireta, ou fundacional, ou indiretamente pela União, Estados ou Municípios, de empréstimos ou financiamentos junto a quaisquer entidades financeiras oficiais;

c) obtenção de favores creditícios, isenções, subsídios, auxílios, outorga ou concessão de serviços ou quaisquer outros benefícios concedidos por órgão da Administração Federal, Estadual e Municipal, salvo quando destinados a saldar débitos para com o FGTS;

d) transferência de domicílio para o exterior;

e)registro ou arquivamento, nos órgãos competentes, de alteração ou distrato de contrato social, de estatuto, ou de qualquer documento que implique modificação na estrutura jurídica do empregador ou na sua extinção.

Art. 28 . São isentos de tributos federais os atos e operações necessários à aplicação desta lei, quando praticados pela Caixa Econômica Federal, pelos trabalhadores e seus dependentes ou sucessores, pelos empregadores e pelos estabelecimentos bancários.

Parágrafo único . Aplica-se o disposto neste artigo às importâncias devidas, nos termos desta

lei, aos trabalhadores e seus dependentes ou sucessores.

Art. 29 . Os depósitos em conta vinculada, efetuados nos termos desta lei, constituirão despesas dedutíveis do lucro operacional dos empregadores e as importâncias levantadas a seu favor implicarão receita tributável.

Art. 29-A . Quaisquer créditos relativos à correção dos saldos das contas vinculadas do FGTS serão liquidados mediante lançamento pelo agente operador na respectiva conta do trabalhador.

Art. 29-B . Não será cabível medida liminar em mandado de segurança, no procedimento cautelar ou em quaisquer outras ações de natureza cautelar ou preventiva, nem a tutela antecipada prevista nos arts. 273 e 461 do Código de Processo Civil que impliquem saque ou movimentação da conta vinculada do trabalhador no FGTS.

Art. 29-C. Nas ações entre o FGTS e os titulares de contas vinculadas, bem como naquelas em que figurem os respectivos representantes ou substitutos processuais, não haverá condenação em honorários advocatícios.

Art. 29-D. A penhora em dinheiro, na execução fundada em título judicial em que se determine crédito complementar de saldo de conta vinculada do FGTS, será feita mediante depósito de recursos do Fundo em conta vinculada em nome do exeqüente, à disposição do juízo.

Parágrafo único . O valor do depósito só poderá ser movimentado, após liberação judicial, nas hipóteses previstas no art. 20 ou para reversão ao Fundo.

Art. 30 . Fica reduzida para 1 1/2 (um e meio) por cento a contribuição devida pelas empresas ao Serviço Social do Comércio e ao Serviço Social da Indústria e dispensadas estas entidades da subscrição compulsória a que alude o art. 21 da Lei nº 4.380, de 21 de agosto de 1964.

Art. 31 . O Poder Executivo expedirá o Regulamento desta lei no prazo de 60 (sessenta) dias a contar da data de sua promulgação.

Art. 32 . Esta lei entra em vigor na data de sua publicação, revogada a Lei nº 7.839, de 12 de outubro de 1989, e as demais disposições em contrário.

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Caixa Econômica Federal 205

LEI No 10.836/2004

Art. 1 o Fica criado, no âmbito da Presidência da República, o Programa Bolsa Família, destinado às ações de transferência de renda com condicionalidades.

Parágrafo único . O Programa de que trata o caput tem por finalidade a unificação dos procedimentos de gestão e execução das ações de transferência de renda do Governo Federal, especialmente as do Programa Nacional de Renda Mínima vinculado à Educação - Bolsa Escola, instituído pela Lei nº 10.219, de 11 de abril de 2001, do Programa Nacional de Acesso à Alimentação - PNAA, criado pela Lei n o 10.689, de 13 de junho de 2003, do Programa Nacional de Renda Mínima vinculada à Saúde - Bolsa Alimentação, instituído pela Medida Provisória n o 2.206-1, de 6 de setembro de 2001, do Programa Auxílio-Gás, instituído pelo Decreto nº 4.102, de 24 de janeiro de 2002, e do Cadastramento Único do Governo Federal, instituído pelo Decreto nº 3.877, de 24 de julho de 2001.

Art. 2 o Constituem benefícios financeiros do Programa, observado o disposto em regulamento:

I - o benefício básico, destinado a unidades familiares que se encontrem em situação de extrema pobreza;

II - o benefício variável, destinado a unidades familiares que se encontrem em situação de pobreza e extrema pobreza e que tenham em sua composição gestantes, nutrizes, crianças entre 0 (zero) e 12 (doze) anos ou adolescentes até 15 (quinze) anos, sendo pago até o limite de 5 (cinco) benefícios por família;

III - o benefício variável, vinculado ao adolescente, destinado a unidades familiares que se encontrem em situação de pobreza ou extrema pobreza e que tenham em sua composição adolescentes com idade entre 16 (dezesseis) e 17 (dezessete) anos, sendo pago até o limite de 2 (dois) benefícios por família.

§ 1o Para fins do disposto nesta Lei, considera-se:

I - família, a unidade nuclear, eventualmente ampliada por outros indivíduos que com ela possuam laços de parentesco ou de afinidade, que forme um grupo doméstico, vivendo sob o mesmo teto e que se mantém pela contribuição de seus membros;

II – Revogado.

III -renda familiar mensal, a soma dos rendimentos brutos auferidos mensalmente pela totalidade dos membros da família, excluindo-se os rendimentos concedidos por programas oficiais de transferência de renda, nos termos do regulamento.

§ 2o O valor do benefício básico será de R$ 58,00 (cinqüenta e oito reais) por mês, concedido a famílias com renda familiar mensal per capita de até R$ 60,00 (sessenta reais).

§ 3o Serão concedidos a famílias com renda familiar mensal per capita de até R$ 120,00 (cento e vinte reais), dependendo de sua composição:

I - o benefício variável no valor de R$ 18,00 (dezoito reais); e

II - o benefício variável, vinculado ao adolescente, no valor de R$ 30,00 (trinta reais).

§ 4o Os benefícios financeiros previstos nos incisos I, II e III do caput deste artigo poderão ser pagos cumulativamente às famílias beneficiárias, observados os limites fixados nos citados incisos II e III.

§ 5o A família cuja renda familiar mensal per capita esteja compreendida entre os valores estabelecidos no § 2o e no § 3o deste artigo receberá exclusivamente os benefícios a que se referem os incisos II e III do caput deste artigo, respeitados os limites fixados nesses incisos.

§ 6o Os valores dos benefícios e os valores referenciais para caracterização de situação de pobreza ou extrema pobreza de que tratam os §§ 2o e 3o poderão ser majorados pelo Poder Executivo, em razão da dinâmica socioeconômica do País e de estudos técnicos sobre o tema, atendido o disposto no parágrafo único do art. 6º.

§ 7o Os atuais beneficiários dos programas a que se refere o parágrafo único do art. 1º , à medida que passarem a receber os benefícios do Programa Bolsa Família, deixarão de receber os benefícios daqueles programas.

Cria o Programa Bolsa Família e dá outras providências.

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206 Caixa Econômica Federal

§ 8o Considera-se benefício variável de caráter extraordinário a parcela do valor dos benefícios em manutenção das famílias beneficiárias dos Programas Bolsa Escola, Bolsa Alimentação, PNAA e Auxílio-Gás que, na data de ingresso dessas famílias no Programa Bolsa Família, exceda o limite máximo fixado neste artigo.

§ 9o O benefício a que se refere o § 8o será mantido até a cessação das condições de elegibilidade de cada um dos beneficiários que lhe deram origem.

§ 10. O Conselho Gestor Interministerial do Programa Bolsa Família poderá excepcionalizar o cumprimento dos critérios de que trata o § 2o , nos casos de calamidade pública ou de situação de emergência reconhecidos pelo Governo Federal, para fins de concessão do benefício básico em caráter temporário, respeitados os limites orçamentários e financeiros.

§ 11. Os benefícios a que se referem os incisos I, II e III do caput deste artigo serão pagos, mensalmente, por meio de cartão magnético bancário fornecido pela Caixa Econômica Federal, com a respectiva identificação do responsável, mediante o Número de Identificação Social - NIS, de uso do Governo Federal.

§ 12. Os benefícios poderão ser pagos por meio das seguintes modalidades de contas, nos termos de resoluções adotadas pelo Banco Central do Brasil:

I – contas-correntes de depósito à vista;

II - contas especiais de depósito à vista;

III - contas contábeis; e

IV - outras espécies de contas que venham a ser criadas.

§ 13. No caso de créditos de benefícios disponibilizados indevidamente ou com prescrição do prazo de movimentação definido em regulamento, os créditos reverterão automaticamente ao Programa Bolsa Família.

§ 14. O pagamento dos benefícios previstos nesta Lei será feito preferencialmente à mulher, na forma do regulamento.

Art. 3 o A concessão dos benefícios dependerá do cumprimento, no que couber, de condicionalidades relativas ao exame pré-natal, ao acompanhamento nutricional, ao acompanhamento de saúde, à freqüência escolar de 85% (oitenta e cinco por cento) em estabelecimento de ensino regular, sem prejuízo de outras previstas em regulamento.

Parágrafo único . O acompanhamento da freqüência escolar relacionada ao benefício previsto no inciso III do caput do art. 2o desta Lei considerará 75% (setenta e cinco por cento) de freqüência, em conformidade com o previsto no inciso VI do caput do art. 24 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996.

Art. 4 o Fica criado, como órgão de assessoramento imediato do Presidente da República, o Conselho Gestor Interministerial do Programa Bolsa Família, com a finalidade de formular e integrar políticas públicas, definir diretrizes, normas e procedimentos sobre o desenvolvimento e implementação do Programa Bolsa Família, bem como apoiar iniciativas para instituição de políticas públicas sociais visando promover a emancipação das famílias beneficiadas pelo Programa nas esferas federal, estadual, do Distrito Federal e municipal, tendo as competências, composição e funcionamento estabelecidos em ato do Poder Executivo.

Art. 5 o O Conselho Gestor Interministerial do Programa Bolsa Família contará com uma Secretaria-Executiva, com a finalidade de coordenar, supervisionar, controlar e avaliar a operacionalização do Programa, compreendendo o cadastramento único, a supervisão do cumprimento das condicionalidades, o estabelecimento de sistema de monitoramento, avaliação, gestão orçamentária e financeira, a definição das formas de participação e controle social e a interlocução com as respectivas instâncias, bem como a articulação entre o Programa e as políticas públicas sociais de iniciativa dos governos federal, estadual, do Distrito Federal e municipal.

Art. 6 o As despesas do Programa Bolsa Família correrão à conta das dotações alocadas nos programas federais de transferência de renda e no Cadastramento Único a que se refere o parágrafo único do art. 1º , bem como de outras dotações do Orçamento da Seguridade Social da União que vierem a ser consignadas ao Programa.

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Parágrafo único . O Poder Executivo deverá compatibilizar a quantidade de beneficiários do Programa Bolsa Família com as dotações orçamentárias existentes.

Art. 7 o Compete à Secretaria-Executiva do Programa Bolsa Família promover os atos administrativos e de gestão necessários à execução orçamentária e financeira dos recursos originalmente destinados aos programas federais de transferência de renda e ao Cadastramento Único mencionados no parágrafo único do art. 1º .

§ 1o Excepcionalmente, no exercício de 2003, os atos administrativos e de gestão necessários à execução orçamentária e financeira, em caráter obrigatório, para pagamento dos benefícios e dos serviços prestados pelo agente operador e, em caráter facultativo, para o gerenciamento do Programa Bolsa Família, serão realizados pelos Ministérios da Educação, da Saúde, de Minas e Energia e pelo Gabinete do Ministro Extraordinário de Segurança Alimentar e Combate à Fome, observada orientação emanada da Secretaria-Executiva do Programa Bolsa Família quanto aos beneficiários e respectivos benefícios.

§ 2o No exercício de 2003, as despesas relacionadas à execução dos Programas Bolsa Escola, Bolsa Alimentação, PNAA e Auxílio-Gás continuarão a ser executadas orçamentária e financeiramente pelos respectivos Ministérios e órgãos responsáveis.

§ 3o No exercício de 2004, as dotações relativas aos programas federais de transferência de renda e ao Cadastramento Único, referidos no parágrafo único do art. 1º , serão descentralizadas para o órgão responsável pela execução do Programa Bolsa Família.

Art. 8 o A execução e a gestão do Programa Bolsa Família são públicas e governamentais e dar-se-ão de forma descentralizada, por meio da conjugação de esforços entre os entes federados, observada a intersetorialidade, a participação comunitária e o controle social.

§ 1o A execução e a gestão descentralizadas referidas no caput serão implementadas mediante adesão voluntária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios ao Programa Bolsa Família.

§ 2o Fica instituído o Índice de Gestão Descentralizada do Programa Bolsa Família - IGD, para utilização em âmbito estadual, distrital e municipal, cujos parâmetros serão

regulamentados pelo Poder Executivo, e destinado a:

I - medir os resultados da gestão descentralizada, com base na atuação do gestor estadual, distrital ou municipal na execução dos procedimentos de cadastramento, na gestão de benefícios e de condicionalidades, na articulação intersetorial, na implementação das ações de desenvolvimento das famílias beneficiárias e no acompanhamento e execução de procedimentos de controle;

II - incentivar a obtenção de resultados qualitativos na gestão estadual, distrital e municipal do Programa; e

III - calcular o montante de recursos a ser transferido aos entes federados a título de apoio financeiro.

§ 3o A União transferirá, obrigatoriamente, aos entes federados que aderirem ao Programa Bolsa Família recursos para apoio financeiro às ações de gestão e execução descentralizada do Programa, desde que alcancem índices mínimos no IGD.

§ 4o Para a execução do previsto neste artigo, o Poder Executivo Federal regulamentará:

I - os procedimentos e as condições necessárias para adesão ao Programa Bolsa Família, incluindo as obrigações dos entes respectivos;

II - os instrumentos, parâmetros e procedimentos de avaliação de resultados e da qualidade de gestão em âmbito estadual, distrital e municipal; e

III - os procedimentos e instrumentos de controle e acompanhamento da execução do Programa Bolsa Família pelos entes federados.

§ 5o Os resultados alcançados pelo ente federado na gestão do Programa Bolsa Família, aferidos na forma do inciso I do § 2o serão considerados como prestação de contas dos recursos transferidos.

§ 6o Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios submeterão suas prestações de contas às respectivas instâncias de controle social, previstas no art. 9o, e, em caso de não aprovação, os recursos financeiros transferidos na forma do § 3o deverão ser restituídos pelo ente federado ao respectivo Fundo de Assistência Social, na forma regulamentada pelo Poder Executivo Federal.

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§ 7o O montante total dos recursos de que trata o § 3o não poderá exceder a 3% (três por cento) da previsão orçamentária total relativa ao pagamento de benefícios do Programa Bolsa Família, devendo o Poder Executivo fixar os limites e os parâmetros mínimos para a transferência de recursos para cada ente federado.

Art. 9 o O controle e a participação social do Programa Bolsa Família serão realizados, em âmbito local, por um conselho ou por um comitê instalado pelo Poder Público municipal, na forma do regulamento.

Parágrafo único . A função dos membros do comitê ou do conselho a que se refere o caput é considerada serviço público relevante e não será de nenhuma forma remunerada.

Art. 10 . O art. 5º da Lei nº 10.689, de 13 de junho de 2003, passa a vigorar com a seguinte alteração:

"Art. 5º As despesas com o Programa Nacional de Acesso à Alimentação correrão à conta das dotações orçamentárias consignadas na Lei Orçamentária Anual, inclusive oriundas do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza, instituído pelo art. 79 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias." (NR)

Art. 11 . Ficam vedadas as concessões de novos benefícios no âmbito de cada um dos programas a que se refere o parágrafo único do art. 1º.

Parágrafo único . A validade dos benefícios concedidos no âmbito do Programa Nacional de Acesso à Alimentação - PNAA - "Cartão Alimentação" encerra-se em 31 de dezembro de 2011.

Art. 12 . Fica atribuída à Caixa Econômica Federal a função de Agente Operador do Programa Bolsa Família, mediante remuneração e condições a serem pactuadas com o Governo Federal, obedecidas as formalidades legais.

Art. 13 . Será de acesso público a relação dos beneficiários e dos respectivos benefícios do Programa a que se refere o caput do art. 1º.

Parágrafo único . A relação a que se refere o caput terá divulgação em meios eletrônicos de acesso público e em outros meios previstos em regulamento.

Art. 14 . Sem prejuízo das responsabilidades civil, penal e administrativa, o servidor público ou o agente da entidade conveniada ou contratada responsável pela organização e manutenção do cadastro de que trata o art. 1º será responsabilizado quando, dolosamente:

I - inserir ou fizer inserir dados ou informações falsas ou diversas das que deveriam ser inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal - Cadúnico; ou

II - contribuir para que pessoa diversa do beneficiário final receba o benefício.

§ 1º (Revogado).

§ 2º O servidor público ou agente da entidade contratada que cometer qualquer das infrações de que trata o caput fica obrigado a ressarcir integralmente o dano, aplicando-se-lhe multa nunca inferior ao dobro e superior ao quádruplo da quantia paga indevidamente.

Art. 14-A . Sem prejuízo da sanção penal, será obrigado a efetuar o ressarcimento da importância recebida o beneficiário que dolosamente tenha prestado informações falsas ou utilizado qualquer outro meio ilícito, a fim de indevidamente ingressar ou se manter como beneficiário do Programa Bolsa Família.

§ 1º O valor apurado para o ressarcimento previsto no caput será atualizado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA, divulgado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

§ 2º Apurado o valor a ser ressarcido, mediante processo administrativo, e não tendo sido pago pelo beneficiário, ao débito serão aplicados os procedimentos de cobrança dos créditos da União, na forma da legislação de regência.

Art. 15 . Fica criado no Conselho Gestor Interministerial do Programa Bolsa Família um cargo, código DAS 101.6, de Secretário-Executivo do Programa Bolsa Família.

Art. 16 . Na gestão do Programa Bolsa Família, aplicarse-á, no que couber, a legislação mencionada no parágrafo único do art. 1º, observadas as diretrizes do Programa.

Art. 17 . Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

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3. Seguro-desemprego O Seguro-Desemprego é um benefício integrante da seguridade social, garantido pelo art.7º dos Direitos Sociais da Constituição Federal e tem por finalidade prover assistência financeira temporária do trabalhador desempregado em virtude de ter sido dispensado sem justa causa, inclusive no caso de dispensa indireta (aquela na qual o empregado solicita judicialmente a rescisão motivada por ato faltoso do empregador). O seguro-desemprego também auxilia os trabalhadores na busca de um novo emprego, promovendo, para tanto, ações integradas de orinetação, recolocação e qualificação profissional. Após a Constituição de 1988, o benefício do Seguro-Desemprego passou a integrar o Programa do Seguro-Desemprego que tem por objetivo, além de prover assistência financeira temporária ao trabalhador desempregado em virtude de dispensa sem justa causa, inclusive a indireta, auxiliá-lo na manutenção e busca de emprego, promovendo para tanto, ações integradas de orientação, recolocação e qualificação profissional. O Programa foi criado por intermédio da Lei n.º 7.998, de 11 janeiro de 1990, que também deliberou sobre a fonte de custeio, com a instituição do Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT, o que permitiu a definição de critérios de concessão do benefício mais acessíveis e mudanças substanciais nas normas para o cálculo dos valores do Seguro-Desemprego. Essa legislação, também, instituiu o Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador - CODEFAT, constituído por representantes dos empregadores, dos trabalhadores e do governo, responsáveis pela gestão do FAT. A partir de 20 de dezembro de 1991, por intermédio da Lei nº 8.287, foi criado o Programa Seguro-Desemprego Pescador Artesanal, que se destina ao pagamento do benefício ao Pescador Profissional desde que este, artesanalmente exerça suas atividades de forma individual ou em regime de economia familiar. 3.1. Beneficiários do seguro-desemprego São beneficiários do seguro-desemprego: ► Trabalhador formal e doméstico, em virtude da dispensa sem justa causa, inclusive a dispensa indireta (aquela na qual o empregado solicita judicialmente a rescisão motivada por ato faltoso do empregador); ►Trabalhador formal com contrato de trabalho suspenso em virtude de participação em curso ou programa de qualificação profissional oferecido pelo empregador; ►Pescador profissional durante o período do defeso (procriação das espécies); ►Trabalhador resgatado da condição análoga à de escravo em decorrência de ação de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego. 3.2. Hipóteses de concessão do seguro-desemprego O seguro-desemprego será concedido ao trabalhador que for dispensado sem justa causa ou em decorrência de rescisão indireta. Se o empregado pedir demissão, for dispensado por justa causa ou culpa recíproca, ou tiver o contrato a prazo determinado expirado, não fará jus ao seguro-desemprego. Nos contratos a prazo determinado, se houver rescisão antecipada do ajuste, por iniciativa do empregador, o empregado terá direito ao seguro-desemprego, pois esta situação equipara-se à dispensa sem justa causa. 3.3. Condições para concessão do seguro-desemprego O trabalhador que for dispensado sem justa causa, inclusive mediante dispensa indireta, deverá comprovar:

a) Ter recebido salários consecutivos no período de 6 (seis) imediatamente anteriores à data da dispensa, de uma ou mais pessoas jurídicas ou físicas equiparadas às jurídicas;

b) Ter sido empregado de pessoa jurídica ou pessoa física equiparada à jurídica durante, pelo menos 6 (seis) meses nos últimos 36 (trinta e seis) meses que antecederam a data de dispensa que deu origem ao requerimento do seguro-desemprego;

c) Não estar em gozo de qualquer benefício previdenciário de prestação continuada da previdência social, exceto o auxílio-acidente, auxílio-reclusão e pensão por morte;

d) Não possuir renda própria de qualquer natureza suficiente à sua manutenção e de sua família. 3.4. Modalidades do benefício 3.4.1. Trabalhador formal É o benefício destinado ao trabalhador que possuía vinculo empregatício com pessoa jurídica ou com pessoa física equiparada à jurídica (inscrita no CEI), sob o regime da CLT.

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3.4.2. Empregado doméstico É o benefício destinado ao trabalhador sem vínculo empregatício com pessoa jurídica e que exercia suas atividades sob contrato de trabalho com pessoa física inscrita no CEI, em regime de trabalho doméstico (ex.: cozinheira, copeira, jardineiro, motorista particular), sob o regime da CLT. 3.4.3. Pescador artesanal É o benefício destinado ao pescador profissional que exerce atividade de forma artesanal, individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com o auxílio eventual de parceiros, durante o período de proibição da pesca para a preservação da espécie. Entende-se como regime de economia familiar a atividade em que o trabalho dos membros da mesma família é indispensável à própria subsistência e exercido em condições de mútua dependência e colaboração, sem utilização de empregados. 3.4.4. Trabalhador resgatado É o benefício destinado ao trabalhador que foi submetido a regime de trabalho forçado ou reduzido a condição análoga à de escravo e dessa situação resgatado em decorrência de ação de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego. 3.4.5. Bolsa de qualificação profissional É o benefício destinado somente ao trabalhador formal com o contrato de trabalho suspenso em virtude de participação em curso ou programa de qualificação profissional oferecido pelo empregador, conforme disposto em convenção ou acordo coletivo celebrado para esse fim. 3.5. Duração do benefício O trabalhador formal tem direito de três a cinco parcelas do benefício, a cada período aquisitivo de 16 meses, sendo esse o limite de tempo que estabelece a carência para recebimento do benefício, contado a partir da data de dispensa que deu origem à última habilitação ao Seguro-Desemprego. A partir de 1º de julho de 1994, entrou em vigor a Lei n.º 8.900, de 30 de junho de 1994, que estabeleceu novos critérios diferenciados para a concessão de parcelas do benefício, quais sejam: I - três parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa jurídica ou pessoa física a ela equiparada, de no mínimo seis meses e no máximo onze meses, nos 36 (trinta e seis) meses que antecederam à data de dispensa que deu origem ao requerimento do Seguro-Desemprego; II - quatro parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa jurídica ou pessoa física a ela equiparada, de no mínimo doze meses e no máximo vinte e três meses, nos 36 (trinta e seis) meses que antecederam à data de dispensa que deu origem ao requerimento do Seguro-Desemprego; III - cinco parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa jurídica ou pessoa física a ela equiparada, de no mínimo vinte e quatro meses, nos 36 (trinta e seis) meses que antecederam à data de dispensa que deu origem ao requerimento do Seguro-Desemprego. A quantidade de parcelas, de três a cinco meses, poderá ser excepcionalmente prolongada em até dois meses, para grupos específicos e segurados, conforme Lei nº 8.900, de 30/6/1994. A lei garante ao pescador artesanal receber tantas parcelas quantos forem os meses de duração do período de defeso. Se o período de proibição da pesca durar além do prazo determinado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), o pescador tem direito a mais uma parcela. O empregado doméstico e o trabalhador resgatado recebem, no máximo, três parcelas. Em caráter excepcional, o CODEFAT poderá deliberar pelo prolongamento do período máximo de concessão, em até dois meses, para grupos específicos de segurados. 3.6. Prazo para requerimento O trabalhador deve requerer o benefício nos prazos abaixo, conforme a modalidade do benefício: Trabalhador formal – Do 7º ao 120º dia, contados da data de dispensa; Bolsa Qualificação – Durante a suspensão do contrato de trabalho; Empregado doméstico – Do 7º ao 90º dia, contados da data de dispensa; Pescador artesanal – Durante o defeso, em até 120 dias do início da proibição; Trabalhador resgatado – Até o 90º dia, a contar da data do resgate. 3.7. Fonte de custeio A partir da sua criação, pelo Decreto-Lei n.º 2.284, de 10 de março de 1986, as despesas do Seguro-Desemprego correram por conta do Fundo de Assistência ao Desempregado (Lei n.º 6.181, de 11 de dezembro de 1974).

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Durante o exercício de 1986, o benefício foi custeado pelos recursos provenientes de créditos suplementares, quais sejam: a) o excesso de arrecadação; b) a anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de créditos adicionais autorizados em lei. Com a promulgação da Constituição Federal, de 5 de outubro de 1988, a fonte de recursos necessários ao pagamento do benefício foi assegurada por meio do redirecionamento das receitas provenientes das contribuições para o Programa de Integração Social - PIS e para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público - PASEP. Dos recursos que constituem a receita do Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT, 40% são repassados ao BNDES para aplicação no financiamento em programas de desenvolvimento econômico. O restante dos recursos são destinados ao custeio do Programa do Seguro-Desemprego, que compreende: o pagamento do benefício do Seguro-Desemprego, inclusive o benefício do Pescador Artesanal, a orientação, a intermediação de mão-de-obra e a qualificação profissional executadas pelos Estados e DF mediante convênios; do Programa de Geração de Emprego e Renda - PROGER; do Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar - PRONAF; do Programa de Expansão do Emprego e Melhoria da Qualidade de Vida do Trabalhador - PROEMPREGO e ao pagamento do Abono Salarial do PIS-PASEP. 4. PIS – Programa de Integração Social O PIS foi criado pela Lei Complementar 07/1970. PIS – CONTRIBUINTES São contribuintes do PIS as pessoas jurídicas de direito privado e as que lhe são equiparadas pela legislação do Imposto de Renda, inclusive empresas prestadoras de serviços, empresas públicas e sociedades de economia mista e suas subsidiárias, excluídas as microempresas e as empresas de pequeno porte submetidas ao regime do Simples Federal (Lei 9.317/96) e, a partir de 01.07.2007, do Simples Nacional (LC 123/2006). BASE DE CÁLCULO A partir de 01.02.1999, com a edição da Lei 9.718/98, a base de cálculo da contribuição é a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrelevante o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas. ALÍQUOTAS A alíquota do PIS é de 0,65% ou 1,65% (a partir de 01.12.2002 - na modalidade não cumulativa - Lei 10.637/2002) sobre a receita bruta ou 1% sobre a folha de salários, nos casos de entidades sem fins lucrativos. 4.1. Abono salarial PIS/PASEP O programa do Abono Salarial é um benefício no valor de um salário mínimo anual, assegurado aos empregados que recebem até dois salários mínimos de remuneração mensal de empregadores que contribuem para o Programa de Integração Social ou para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público, conforme determina o artigo 239, § 3º da Constituição Federal, e que atendam aos critérios definidos pela Lei Nº 7.998, de 11 de janeiro de 1990, especificamente em seu artigo 9º, quais sejam: 1 - Tenham exercido atividade remunerada pelo menos durante 30 dias no ano-base; 2 - Estejam cadastrados há pelo menos 5 (cinco) anos no Fundo de Participação PIS/PASEP ou no Cadastro Nacional do Trabalhador. Instituído em 1.970, por intermédio das Leis Complementares Nºs 7 e 8, de forma similar para Empregados Privados e Servidores Públicos, objetivando promover a integração na vida e no desenvolvimento das Empresas/Entidades Públicas, mediante contribuições dos empregadores a serem distribuídas em contas individuais em nome de cada empregado/servidor. Posteriormente foram unificados, sob a denominação de PIS/PASEP, os fundos constituídos com recursos do Programa de Integração Social PIS e do Programa de Formação do Servidor Público - PASEP (Lei Complementar Nº 26, de 1975). 4.2. Quem tem direito ao recebimento do abono salar ial PIS/PASEP O trabalhador ou o servidor público que, no ano anterior ao início do calendário de pagamento: Esteja cadastrado há pelo menos cinco anos no PIS-PASEP; Tenha recebido, em média, até dois salários mínimos mensais. (considerar apenas os meses trabalhados) Tenha trabalhado, no mínimo, 30 dias para empregadores contribuintes do PIS-PASEP com carteira assinada ou nomeado efetivamente em cargo público.

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Tenha sido informado corretamente na RAIS - Relação Anual de Informações Sociais. Tem direito aos rendimentos do PIS os trabalhadores cadastrados no Programa de Integração Social (PIS) ou no Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP) até 4/10/1988 e que possuem saldo de quotas. 4.3. Como o trabalhador/servidor pode participar? O empregador (empresa, entidade privada ou órgão público) deve informar ao Ministério do Trabalho e Emprego, na data determinada (janeiro e fevereiro), os dados da Relação Anual de Informações Sociais RAIS. Após o processamento das informações da RAIS e conforme calendário de pagamento do Abono Salarial, os agentes pagadores, CAIXA (PIS) e Banco do Brasil (PASEP), estarão autorizados a efetuar o pagamento ao trabalhador, mediante apresentação da Carteira de Trabalho, Carteira de Identidade e Comprovante de Inscrição no PIS-PASEP. 4.4. Qual o período de pagamento? O pagamento do Abono Salarial tem início no 2º semestre de cada ano e vai até junho do ano seguinte, conforme calendário divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego/CODEFAT aos agentes pagadores (CAIXA e Banco do Brasil). 4.5. Como receber? Folha de Salários/Proventos - Será feita mediante convênio celebrado entre o empregador e o agente financeiro(Banco do Brasil para os identificados no PASEP e CAIXA para os identificados no PIS). Crédito em Conta Corrente - Os trabalhadores que tiverem direito ao Abono Salarial e tiverem conta corrente no Banco do Brasil ou na CAIXA podem receber o seu benefício através de crédito em conta. Saque on-line - Os trabalhadores com direito ao Abono Salarial que não forem atendidos pelos sistemas de pagamento em folha de salários ou crédito em conta, receberão o benefício de acordo com o calendário de pagamento, diretamente nos caixas do Banco do Brasil ou da Caixa Econômica Federal. Documentos necessários para realizar o saque: Carteira de Identidade. Carteira de Trabalho e Previdência Social - CTPS (somente os inscritos no PIS). Cartão ou comprovante de inscrição no PIS-PASEP. 4.6. Perda do benefício O Abono Salarial não recebido pelo trabalhador durante o exercício de pagamento em que for disponibilizado não poderá ser sacado no exercício subseqüente, tendo em vista que os recursos são devolvidos ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) a cada encerramento de exercício de pagamento. 4.6. PIS - Empresa – Pagamento pelo empregador- Van tagens O Programa de Integração Social - PIS foi instituído com a finalidade de possibilitar a participação dos trabalhadores no desenvolvimento das empresas, promovendo a distribuição dos benefícios entre os seus empregados. Por meio do cadastramento no Programa, o trabalhador recebe o número de inscrição no PIS, que possibilitará a consulta e saques aos benefícios sociais administrados pela CAIXA. A CAIXA, como administradora do PIS, efetua o cadastramento dos trabalhadores vinculados a empregadores do setor privado, e pagamento de Quotas de participação, Rendimentos e Abono Salarial. O CAIXA PIS-Empresa é um canal exclusivo para pagamento dos benefícios do PIS (Abono e/ou Rendimentos) aos empregados das empresas conveniadas, diretamente no contracheque, com recursos repassados pela CAIXA. Ele é totalmente gratuito e gera comodidade aos empregados e facilidade à empresa. Para usufruir desta facilidade, a empresa poderá fazer o cadastro no CAIXA PIS-Empresa de duas maneiras: Por meio do Conectividade Social ou; Em uma das agências da CAIXA de sua preferência. Para efetivar o convênio CAIXA PIS-Empresa pelo Conectividade Social, sua empresa deve estar certificada no Conectividade Social e ter instalado o aplicativo SXPIS. O prazo de validade do convênio é indeterminado. A empresa conveniada é notificada a cada ano para ratificar sua participação e verificar a necessidade de realizar manutenção no convênio. O pagamento por meio do convênio é efetuado independentemente do escalonamento do calendário de pagamentos. O empregador que contar 1 (um) empregado ou mais com direito ao benefício, poderá firmar o convênio por meio do Conectividade Social ou em qualquer agência da CEF.

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Após a realização do convênio (o qual deve ser formalizado) e feito a carga do arquivo contendo o nome dos empregados e os respectivos valores a receber, o empregador deverá fazer a manutenção necessária, incluindo empregados ativos que não constem no arquivo ou excluindo empregados que constem no arquivo mas que já foram demitidos da empresa. Após a manutenção, a empresa devolverá o arquivo acordando um prazo para que a CEF credite o valor necessário na conta do empregador, o qual será repassado aos respectivos empregados diretamente na folha de pagamento. Vantagens para empresa Permite que os empregados recebam os benefícios sem se ausentarem do local de trabalho; Reforço positivo na imagem da empresa junto aos seus empregados, uma vez que proporciona comodidade e antecipação no recebimento dos benefícios; Facilidade no acesso e simplicidade na utilização do serviço; Inexistência de custos adicionais. Vantagens para o empregado Recebimento antecipado dos benefícios do PIS, independente do escalonamento do Calendário de Pagamentos. Comodidade e facilidade no recebimento dos benefícios na folha de pagamento. 4.7. PIS sobre a folha de pagamento O PIS sobre a folha de pagamento é uma obrigação tributária principal devida por todas as entidades sem fins lucrativos, classificadas como Isentas, Imunes ou Dispensadas, e calculado sobre a folha de pagamento de salários, à alíquota de 1%. A contribuição para o PIS das será determinada na base de 1% sobre a folha de salários do mês, pelas seguintes entidades: 1. Templos de qualquer culto 2. Partidos políticos 3. Instituições de educação e assistência social imunes ao Imposto de Renda 4. Instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural, científico e associações isentas do Imposto de Renda 5. Sindicatos, federações e confederações 6. Serviços sociais autônomos, criados ou autorizados por lei 7. Conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas – do tipo CRC, CREA, etc. 8. Fundações de direito privado e fundações públicas instituídas ou mantidas pelo poder público 9. Condomínios de proprietários de imóveis residenciais ou comerciais 10. A Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e Organizações Estaduais de Cooperativas – previstas na Lei 5764/1971 5. Fundo de garantia por tempo de serviço – FGTS O FGTS foi instituído pela Lei nº 5.107, de 13/09/66. Esta lei foi regulamentada pelo Decreto nº 59.820, de 20/12/66. Formado por depósitos mensais, efetuados pelas empresas em nome de seus empregados, no valor equivalente ao percentual de 8% das remunerações que lhes são pagas ou devidas; em se tratando de contrato temporário de trabalho com prazo determinado, o percentual é de 2%, conforme dispõe o inciso II do art. 2º da Lei nº 9.601, de 21/01/98. Atualmente, a Lei que dispõe sobre o FGTS é a de nº 8.036, de 11/05/90, republicada em 14/05/90, já tendo sofrido várias alterações. Todo trabalhador brasileiro com contrato de trabalho formal, regido pela CLT e, também, trabalhadores rurais, temporários, avulsos, safreiros e atletas profissionais têm direito ao FGTS. O diretor não-empregado e o empregado doméstico podem ser incluídos no sistema FGTS, a critério do empregador. O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS foi criado em 1967 pelo Governo Federal para proteger o trabalhador demitido sem justa causa. O FGTS é constituído de contas vinculadas, abertas em nome de cada trabalhador, quando o empregador efetua o primeiro depósito. O saldo da conta vinculada é formado pelos depósitos mensais efetivados pelo empregador, equivalentes a 8,0% do salário pago ao empregado, acrescido de atualização monetária e juros. Com o FGTS, o trabalhador tem a oportunidade de formar um patrimônio, que pode ser sacado em momentos especiais, como o da aquisição da casa própria ou da aposentadoria e em situações de dificuldades, que podem ocorrer com a demissão sem justa causa ou em caso de algumas doenças graves.

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O trabalhador pode utilizar os recursos do FGTS para a moradia nos casos de aquisição de imóvel novo ou usado, construção, liquidação ou amortização de dívida vinculada a contrato de financiamento habitacional. Assim, o FGTS tornou-se uma das mais importantes fontes de financiamento habitacional, beneficiando o cidadão brasileiro, principalmente o de menor renda. A importância dos recursos do Fundo para o desenvolvimento do país ultrapassa os benefícios da moradia digna, pois financiam, também, obras de saneamento e infra-estrutura, gerando melhorias na qualidade de vida, ao proporcionar água de qualidade, coleta e tratamento do esgoto sanitário. O FGTS tem sido a maior fonte de recursos para a Habitação Popular e o Saneamento Básico. A partir de 2008, o Fundo de Investimento FGTS - FI-FGTS, amplia a atuação do Fundo, ao direcionar recursos para outros segmentos da infra-estrutura, como a construção, a reforma, a ampliação ou a implantação de empreendimentos de infra-estrutura em rodovias, portos, hidrovias, ferrovias, obras de energia e de saneamento. 5.1. Objetivos do FGTS O Governo Federal criou o FGTS, com o objetivo de proteger o trabalhador regido pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, contra despedidas sem justa causa, mediante a formação de um pecúlio a ser recebido quando da demissão. O Fundo possibilita, ainda, a arrecadação de recursos para aplicação em programas sociais, tais como: habitação popular, saneamento básico e infra-estrutura urbana (ex. construção de casas populares, calçamento de ruas, rede de esgotos sanitários etc). Os objetivos pretendidos com a instituição do FGTS podem ser assim resumidos: Formar um Fundo de Indenizações Trabalhistas; Oferecer ao trabalhador, em troca da estabilidade no emprego, a possibilidade de formar um patrimônio; Proporcionar ao trabalhador aumento de sua renda real, pela possibilidade de acesso à casa própria; Formar Fundo de Recursos para o financiamento de programas de habitação popular, saneamento básico e infra-estrutura urbana. 5.2. Quem tem direito ao FGTS Todos os trabalhadores regidos pela CLT que firmaram contrato de trabalho a partir de 05/10/1988. Antes dessa data, a opção pelo FGTS era facultativa. Também têm direito ao FGTS os trabalhadores rurais, os temporários, os avulsos, os safreiros (operários rurais, que trabalham apenas no período de colheita) e os atletas profissionais (jogadores de futebol, vôlei, etc.). O diretor não-empregado poderá ser equiparado aos demais trabalhadores sujeitos ao regime do FGTS. É facultado ao empregador doméstico recolher ou não o FGTS referente ao seu empregado. A opção pelo recolhimento estabelece a sua obrigatoriedade enquanto durar o vínculo empregatício. O FGTS não é descontado do salário, é obrigação do empregador. 5.3. Quem efetua o depósito O empregador ou o tomador de serviços faz o depósito na conta vinculada ao FGTS do trabalhador. O depósito pode ser feito até o dia 7 de cada mês. 5.4. Valor de depósito De acordo com a legislação é ônus do empregador efetuar o recolhimento do FGTS do trabalhador, ou seja, o FGTS não é descontado do empregado, pois deve ser pago pelo empregador. Este recolhimento é realizado mensalmente, no percentual de 8% sobre o salário do trabalhador e deve ser efetuado até o sétimo dia do mês subseqüente ao mês trabalhado. Para os casos dos trabalhadores contratados sob a égide da Lei 11.180/05, ou seja, contrato de aprendizagem, o percentual a ser recolhido é de 2% sobre seu salário. O percentual também é de 2% para os casos de contratação temporária por prazo determinado nos casos tratados pela Lei 9601/98. 5.5. Possibilidade e condições de utilização/saque 5.5.1. Saque - Na demissão sem justa causa; - No término do contrato por prazo determinado; - Na rescisão do contrato por extinção total da empresa; supressão de parte de suas atividades; fechamento de quaisquer de seus estabelecimentos, filiais ou agências; falecimento do empregador individual ou decretação de nulidade do contrato de trabalho - inciso II do art. 37 da Constituição Federal, quando mantido o direito ao salário; - Na rescisão do contrato por culpa recíproca ou força maior;

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- Na aposentadoria; - No caso de necessidade pessoal, urgente e grave, decorrente de desastre natural causado por chuvas ou inundações que tenham atingido a área de residência do trabalhador, quando a situação de emergência ou o estado de calamidade pública for assim reconhecido, por meio de portaria do Governo Federal; - Na suspensão do Trabalho Avulso; - No falecimento do trabalhador; - Quando o titular da conta vinculada tiver idade igual ou superior a 70 anos; - Quando o trabalhador ou seu dependente for portador do vírus HIV; - Quando o trabalhador ou seu dependente estiver acometido de neoplasia maligna - câncer; - Quando o trabalhador ou seu dependente estiver em estágio terminal, em razão de doença grave; - Quando a conta permanecer sem depósito por 3 anos ininterruptos cujo afastamento tenha ocorrido até 13/07/90, inclusive; - Quando o trabalhador permanecer por 03 (três) anos ininterruptos fora do regime do FGTS, cujo afastamento tenha ocorrido a partir de 14/07/90, inclusive, podendo o saque, neste caso, ser efetuado a partir do mês de aniversário do titular da conta; - Na amortização, liquidação de saldo devedor e pagamento de parte das prestações adquiridas em sistemas imobiliários de consórcio; - Para aquisição de moradia própria, liquidação ou amortização de dívida ou pagamento de parte das prestações de financiamento habitacional. 5.5.2. Utilização para aquisição de moradia própria Para utilizar os recursos da conta vinculada do FGTS na aquisição de moradia própria o proponente deve atender aos seguintes pré-requisitos: - Contar com o mínimo de três anos, considerando todos os períodos de trabalho, sob o regime do FGTS; - Não ser titular de financiamento imobiliário ativo, concedido no âmbito do SFH, em qualquer parte do Território Nacional. - Não ser proprietário, promitente comprador, cessionário ou usufrutuário de imóvel residencial concluído ou em construção localizado: - No município onde exerce sua ocupação principal; - Na região metropolitana na qual se situe o município onde exerce sua ocupação principal; - Nos municípios limítrofes daquele onde exerce sua ocupação principal; - No atual município de residência; - No município onde pretende adquirir com o uso do FGTS. Valor do Imóvel O valor do imóvel não pde ultrapassar o valor limite de avaliação estabelecido para o âmbito do SFH. Valor do FGTS Saldo disponível nas contas vinculadas do trabalhador, desde que o valor do FGTS, acrescido da parcela financiada, quando houver, não exceda ao menor dos seguintes valores: a) Limite máximo do valor de avaliação do imóvel estabelecido para as operações no SFH; ou b) Da avaliação feita pelo agente financeiro; ou c) De compra e venda. Interstício mínimo entre utilizações: Para utilização do FGTS na modalidade de aquisição, o imóvel transacionado não pode ter sido objeto de utilização do FGTS há menos de 03 anos. Proprietário de fração de imóvel residencial quitad o ou financiado, concluído ou em construção: Pode utilizar o FGTS para adquirir outro imóvel no caso da propriedade da fração ideal ser igual ou inferior a 40% do total do imóvel. Compra de fração remanescente de imóvel residencial quitado ou financiado, pelo proprietário de fração do mesmo imóvel: Pode ser utilizado o FGTS para compra da fração remanescente, desde que o adquirente figure na escritura aquisitiva do imóvel ou contrato de financiamento como co-proprietário. Neste caso particular, a detenção de fração ideal pode ultrapassar os 40%.

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Proprietário de lotes ou terrenos: Pode utilizar o FGTS se comprovada a inexistência de edificação, através da apresentação do carnê do Imposto Predial Territorial Urbano - IPTU e matrícula atualizada do imóvel. Proprietário de imóvel residencial recebido por doa ção ou herança: Se o imóvel recebido por doação ou herança estiver gravado com cláusula de usufruto vitalício em favor de terceiros, o seu proprietário pode adquirir outro imóvel com recursos do FGTS. Construção: Caso haja um financiamento concedido dentro ou fora do SFH ou de autofinanciamento contratado junto a Cooperativa Habitacional, Companhia de Habitação, Administradora de Consórcio de Imóveis ou por contrato de empreitada, o FGTS pode ser utilizado. O construtor deverá apresentar cronograma de obra. Aquisição e construção de imóvel misto, destinado à residência e instalação de atividades comerciais: A utilização de recursos do FGTS na aquisição de imóvel misto é restrita à fração correspondente à unidade residencial. Localização do imóvel: - No município onde os adquirentes exerçam a sua ocupação principal ou em município limítrofe ou integrante da região metropolitana; - No município em que os adquirentes já residam há pelo menos 1 ano, comprovados por, no mínimo, 2 documentos simultâneos, tais como contrato de aluguel, contas de água, luz, telefone ou gás, recibos de condomínio ou declaração do empregador ou de instituição bancária. O atendimento dos requisitos é exigido, também, em relação ao co-adquirente, exceto ao cônjuge. Cônjuges ou companheiros (as), independentemente do regime de casamento: Pode ser utilizado o FGTS, desde que o cônjuge ou companheiro (a) que não é o adquirente principal compareça no contrato como co-adquirente. Pagamento de Poupança para aquisição de moradia O trabalhador pode comprar um imóvel com financiamento e utilizar o FGTS para pagamento da parte não financiada ou poupança. Caso seu FGTS não seja suficiente para pagamento integral, poderá ser complementado com recursos próprios. Redução do Financiamento Ocorre quando a pessoa vai assumir um financiamento no SFH e pretende utilizar o FGTS para reduzir o valor financiado, como forma de diminuir sua dívida e o valor da prestação mensal. 5.6. Certificado de regularidade do FGTS ► O QUE É REGULARIDADE DO FGTS ==> Situação própria do empregador que está regular com suas obrigações para com o FGTS, caracterizada pelo cumprimento de suas obrigações legais junto ao FGTS, tanto no que se refere às contribuições devidas, incluídas aquelas instituídas pela Lei Complementar nº. 110, de 29/06/2001, quanto a empréstimos lastreados com recursos originários desse Fundo. ► O QUE É O CERTIFICADO DE REGULARIDADE DO FGTS ==> O CRF é o único documento que comprova a regularidade do empregador perante o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, sendo emitido exclusivamente pela CAIXA. ► QUEM PODE OBTER O CERTIFICADO DE REGULARIDADE DO FG TS==> Os empregadores cadastrados no sistema do FGTS, identificados a partir de inscrição efetuada no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas - CNPJ ou no Cadastro Específico do INSS - CEI, desde que estejam regulares perante o Fundo de Garantia.

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► CONDIÇÕES BÁSICAS PARA SE OBTER O CERTIFICADO DE RE GULARIDADE DO FGTS ==> Estar em situação de regularidade para com o FGTS, ou seja, estar em dia com as obrigações para com esse Fundo, inclusive com os pagamentos das contribuições sociais instituídas pela Lei Complementar nº. 110, de 29/06/2001, considerando os aspectos financeiro (pagamento das contribuições devidas), cadastral (consistência das informações do empregador e de seus empregados) e operacional (procedimentos no pagamento de contribuições em conformidade com as regras vigentes para o recolhimento), bem como estar em dia com o pagamento de empréstimos lastreados com recursos do FGTS, se for o caso. ► SITUAÇÕES EM É OBRIGATÓRIA A APRESENTAÇÃO DO CERTIF ICADO DE REGULARIDADE DO FGTS==> Nas situações previstas no artigo 27 da Lei nº. 8.036, de 11 de maio de 1990 e na Lei nº. 9.012, de 30 de março 1995, conforme a seguir: Lei nº. 8.036/90 Art. 27 A apresentação do Certificado de Regularidade do FGTS, fornecido pela Caixa Econômica Federal, é obrigatória nas seguintes situações: a) habilitação e licitação promovida por órgão da administração federal, estadual e municipal, direta, indireta ou fundacional ou por entidade controlada direta ou indiretamente pela União, estado e município; b) obtenção, por parte da União, estados e municípios, ou por órgãos da administração federal, estadual e municipal, direta, indireta ou fundacional, ou indiretamente pela União, estados ou municípios, de empréstimos ou financiamentos junto a quaisquer entidades financeiras oficiais; c) obtenção de favores creditícios, isenções, subsídios, auxílios, outorga ou concessão de serviços ou quaisquer outros benefícios concedidos por órgão da administração federal, estadual e municipal, salvo quando destinados a saldar débitos para com o FGTS; d) transferência de domicílio para o exterior; e) registro ou arquivamento, nos órgãos competentes, de alteração ou distrato de contrato social, de estatuto, ou de qualquer documento que implique modificação na estrutura jurídica do empregador ou na sua extinção. Lei nº. 9.012/95 Art. 1. é vedado às instituições oficiais de crédito conceder empréstimos, financiamentos, dispensa de juros, multa e correção monetária ou qualquer outro benefício a pessoas jurídicas em débito com as contribuições para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS. $ 1. A comprovação da quitação com o FGTS dar-se-á mediante apresentação de certidão negativa de débito expedida pela Caixa Econômica Federal. $ 2. Os parcelamentos de débitos para com as instituições oficiais de crédito somente serão concedidos mediante a comprovação a que se refere o parágrafo anterior. Art. 2. As pessoas jurídicas em débito com o FGTS não poderão celebrar contratos de prestação de serviços ou realizar transação comercial de compra e venda com qualquer órgão da administração direta, indireta, autárquica e fundacional, bem como participar de concorrência pública. ► OS ÓRGÃOS PÚBLICOS SÃO OBRIGADOS A APRESENTAREM O C ERTIFICADO DE REGULARIDADE DO FGTS ==> Sim. Necessitam de CRF para obtenção de empréstimos ou financiamentos junto a quaisquer instituições financeiras públicas, por parte de órgãos e entidades da Administração Pública Direta, Indireta ou Fundacional, bem assim empresas controladas direta ou indiretamente pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios. ► PRAZO DE VALIDADE DO CERTIFICADO DE REGULARIDADE DO FGTS==> O CRF terá validade de 30 dias contados da data de sua emissão.

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► QUAIS OS PRINCIPAIS IMPEDIMENTOS À CERTIFICAÇÃO DE REGULARIDADE DO FGTS:

Débitos

Administrativo Inscrito Ajuizado Confessado Diferenças no Recolhimento

Parcelamentos

Formalizado sem o pagamento da 1ª parcela Em Atraso Rescindido

Inadimplência Fomento Contrato em atraso ou rescindido Indícios de Irregularidades

Recolhimento Parcial Ausência de Recolhimento Recolhimento após Encerramento de Atividades Divergência de Enquadramento de Contribuição Social Ausência de Parâmetros de Contribuição Social Existência de Notificação não Cadastrada

Inconsistências Cadastrais Nos dados do Empregador

5.7. Guia de Recolhimento - GFIP O QUE É A GFIP==> GFIP é a Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações à Previdência Social, oferecendo informações para montar um cadastro eficiente de vínculos e remunerações dos segurados da Previdência Social. A GFIP substituiu a Guia de Recolhimento do FGTS - GRE, trazendo novas informações de interesse da Previdência Social. As informações deverão ser apresentadas por meio magnético, gerado pelo programa SEFIP A lei nº 9.528/97 introduziu a obrigatoriedade de apresentação da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e Informações à Previ dência Social - GFIP . Desde a competência janeiro de 1999, todas as pessoas físicas ou jurídicas sujeitas ao recolhimento do FGTS, conforme estabelece a lei nº 8.036/90 e legislação posterior, bem como às contribuições e/ou informações à Previdência Social, conforme disposto nas leis nº 8.212/91 e 8.213/91 e legislação posterior, estão obrigadas ao cumprimento desta obrigação. Deverão ser informados os dados da empresa e dos trabalhadores, os fatos geradores de contribuições previdenciárias e valores devidos ao INSS, bem como as remunerações dos trabalhadores e valor a ser recolhido ao FGTS. A empresa está obrigada à entrega da GFIP ainda que não haja recolhimento para o FGTS, caso em que esta GFIP será declaratória, contendo todas as informações cadastrais e financeiras de interesse da Previdência Social. OBJETIVOS==> Viabilizar o recolhimento/individualização de valores do FGTS e permitir à Previdência Social:

• tornar mais ágil o acesso e aumentar a confiabilidade das informações referentes à vida laboral do segurado possibilitando melhor atendimento nos postos do INSS;

• desobrigar o segurado, gradativamente, do ônus de comprovar o tempo de contribuição, a remuneração e a exposição a agentes nocivos, no momento em que requerer seus benefícios;

• melhorar o controle da arrecadação das contribuições previdenciárias; • distinguir o sonegador do inadimplente e tratá-los de forma diferenciada.

PERIODICIDADE==> A GFIP deverá ser entregue mensalmente, a partir de 01 de fevereiro de 1999, quando houver:

• recolhimento ao FGTS e informações à Previdência Social; • apenas recolhimento ao FGTS; • apenas informações à Previdência Social.

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PRAZO DE ENTREGA==> A GFIP deverá ser entregue até o dia 7 do mês seguinte ao da competência. Caso não haja expediente bancário no dia 7, a entrega deverá ser antecipada para o dia de expediente bancário imediatamente anterior. CONTEÚDO DAS INFORMAÇÕES==> As empresas deverão informar os vínculos, remunerações e movimentações de seus trabalhadores. Deverão informar também, quando for o caso, além de outras informações específicas:

• valor da comercialização da produção rural; • a receita bruta decorrente dos espetáculos desportivos; • a despesa com patrocínios a clubes de futebol profissional; • os trabalhadores expostos a agentes nocivos.

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EXERCÍCIOS 1. (Auditor de Tributos Municipais – Fortaleza/2003 ) - O princípio constitucional da legalidade significa: a) que tudo que não estiver proibido por lei é lícito ao administrador público fazer. b) que os atos praticados pelos servidores públicos devem estar de acordo com o que estabelece a lei. c) que, se determinada tarefa operacional não estiver especificamente descrita em lei, o servidor não deve fazê-la, ainda que se inclua no rol geral de suas atribuições. d) que todos os atos dos servidores públicos devem ser públicos. e) que o servidor público não deve agir de modo impessoal. 2. (Procurador de Fortaleza/2002) – O princípio constitucional da eficiência vincula-se à noção da administração: a) patrimonialista b) descentralizada c) gerencial d) burocrática e) informatizada 3. (Agente Tributário Estadual - ATE – MS/2001) - A vedação à utilização de imagens e símbolos que possam significar promoção pessoal de autoridades e servidores públicos justifica-se, basicamente, pelo princípio da a) legalidade b) publicidade c) eficiência d) moralidade e) razoabilidade 4. (Analista de Finanças e Controle – Controladoria Geral da União - 2003/2004) – Entre os princípios básicos da Administração Pública, conquanto todos devam ser observados em conjunto, o que se aplica, particular e apropriadamente, à exigência de o administrador, ao realizar uma obra pública, autorizada por lei, mediante procedimento licitatório, na modalidade de menor preço global, no exercício do seu poder discricionário, ao escolher determinados fatores, dever orientar-se para o de melhor atendimento do interesse público, seria o da a) eficiência b) impessoalidade c) legalidade d) moralidade e) publicidade 5. (AFC/2002) – A legalidade, como elemento sempre essencial dos atos administrativos em geral, consiste em que o seu objeto a) não seja vedado em lei. b) não viole expressa disposição de lei. c) seja expressamente previsto em lei d) seja expressamente autorizado em lei. e) seja autorizado ou permitido em lei. 6. (Inspetor de Controle Externo – TCE/RN - 2000) - O ato de remoção de servidor público, de ofício, como forma de punição do mesmo, confronta o seguinte princípio da Administração Pública: a) Legalidade b) Finalidade c) Publicidade d) Razoabilidade e) Ampla defesa

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7. (TRF/2002) – A finalidade. Como elemento essencial à validade dos atos administrativos, é aquele reconhecido como o mais condizente com a observância pela Administração do princípio fundamental da a) legalidade b) impessoalidade c) moralidade d) eficiência e) economicidade 8. (TRE_MT/Agente_Adm/CESPE/2010) Assinale a opção correta relativamente à responsabilidade civil do Estado. a) Os agentes que, por ação ou omissão, podem gerar a responsabilidade civil do Estado são os servidores estatutários, uma vez que apenas eles têm relação de trabalho que os vincula diretamente à administração. b) Se a pessoa que sofrer dano contribuir, de alguma forma, para o resultado danoso, a responsabilidade do Estado estará, então, afastada, pois este só responde pelos danos cuja responsabilidade lhe seja integralmente atribuída. c) A reparação de danos causados a terceiros somente pode ser feita no âmbito judicial, pois a administração não está legitimada a, por si só, reconhecer a sua responsabilidade e definir o valor de uma possível indenização. d) A força maior, como acontecimento imprevisível e inevitável, estranho à vontade das partes, não gera a responsabilidade civil do Estado. e) O Estado pode exercer o direito de regresso contra o agente responsável pelo dano praticado, independentemente de este ter agido com culpa ou dolo. 9. (TRE_GO/Técnico_Administrativo/CESPE/2009) Assinale a opção correspondente a princípio constitucional aplicável à administração pública, porém não previsto expressamente na CF, Capítulo VII, Seção I, art. 37, que trata das disposições gerais aplicáveis à administração pública. a) princípio da eficiência b) princípio da impessoalidade c) princípio da moralidade d) princípio da proporcionalidade 10. (MDA/Administrador/CESPE/2009) Se, nos atos que pratica, o administrador público busca notoriedade para si próprio, divulgando como suas realizações da Administração Pública, resulta ferido, sobretudo, o princípio da: a) legalidade; b) impessoalidade; c) moralidade; d) publicidade; e) eficiência. 11. (TJ_RS/JUÍZ_SUBSTITUTO/2009) São princípios que regem a Administração Pública, previstos expressamente na Constituição Federal em vigor, a) impessoalidade, moralidade, publicidade, probidade e eficiência. b) legalidade, moralidade, publicidade, eficiência e especialidade. c) legalidade, impessoalidade, probidade, motivação e continuidade. d) legalidade, impessoalidade, moralidade, motivação e publicidade. e) legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. 12. (TCE_MT/PROCURADOR/2008) O princípio da publicidade e eficiência são de obediência obrigatória a) tanto da Administração Pública direta e indireta, quanto da União, dos Estados do Distrito Federal ou dos Municípios. b) apenas dos entes da Administração Pública indireta. c) apenas dos entes da Administração Pública direta. d) apenas aos órgãos públicos federais. e) apenas para os entes públicos que possuam personalidade jurídica de direito privado.

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13. (TRF_2/Técnico Administrativo/FCC/2007) Em razão do princípio da legalidade, é correto afirmar que a a) atividade administrativa deve ser exercida com presteza, qualidade e produtividade funcional. b) Administração Pública tem certa liberdade de atuação, pois pode exercer qualquer atividade, desde que a lei não proíba. c) Administração Pública só pode fazer o que a lei determina ou autoriza. d) Administração Pública fica obrigada a manter uma posição imparcial em relação aos administrados. e) atividade administrativa somente poderá ser válida, se exercida no limite e intensidade necessária ao fim proposto.

CEF/Técnico_Bancário/FCC/2004

14. A CAIXA tem como grande fonte de recursos os depósitos em cadernetas de poupança. Sua atuação também está dirigida à centralização do recolhimento e à posterior aplicação de todos os recursos oriundos do FGTS. Constitui impedimento para utilização do FGTS na comprada casa própria: a) comprovação de tempo de trabalho superior a 3 anos sob regime de FGTS. b) utilização anterior, para aquisição/construção de imóvel, em um período inferior a 3 anos. c) o imóvel estar localizado no município onde o comprador exerça sua ocupação principal, nos municípios limítrofes e na região metropolitana. d) não ser promitente comprador ou proprietário de imóvel residencial, concluído ou em construção, financiado no SFH, em qualquer parte do território nacional. e) o imóvel estar localizado no atual município de residência do comprador.

CEF/Técnico_Bancário_Administrativo/CESPE/2010

15. Acerca do Programa do Seguro-Desemprego, assinale a opção correta. a) A extinção do contrato de trabalho em decorrência de rescisão indireta possibilita a percepção dos valores relativos ao seguro desemprego. b) Por falta de previsão legal, quando o empregado é retirado de situação de trabalho forçado, não faz jus ao seguro-desemprego. c) A dispensa motivada dá ao empregado o direito à percepção dos valores inerentes ao seguro-desemprego. d) O Programa do Seguro-Desemprego somente atende às necessidades de desempregados. e) No caso da dispensa sem justa causa, o trabalhador terá direito à percepção do seguro-desemprego, desde que comprove ter recebido salários de pessoa jurídica ou pessoa física, relativa a cada um dos quatro meses imediatamente anteriores à data da dispensa. 16. No que diz respeito ao abono salarial e ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), assinale a opção correta.

a) O abono salarial corresponde a, no máximo, quatro salários mínimos. b) O FAT, vinculado ao Ministério do Trabalho e Emprego, é destinado ao custeio do Programa de Seguro-Desemprego, ao pagamento do abono salarial e ao financiamento de programas de desenvolvimento econômico. c) Empregados que tenham percebido, de empregadores que contribuem para o Programa de Integração Social (PIS) ou para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP), até cinco salários mínimos médios de remuneração mensal no período trabalhado e que tenham exercido atividade remunerada pelo menos durante trinta dias no ano-base têm assegurado o direito à percepção do abono salarial. d) Empregados que estejam cadastrados há pelo menos três anos no Fundo de Participação PIS-PASEP ou no Cadastro Nacional do Trabalhador têm assegurado o direito à percepção do abono salarial. e) Bancos privados ou oficiais federais podem proceder ao pagamento das despesas relativas ao abono salarial, conforme normas definidas pelos gestores do FAT.

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17. Relativamente ao Programa de Integração Social (PIS), assinale a opção correta. a) Entidades de fins lucrativos que tenham até três empregados conforme definição pela legislação trabalhista, estão isentas da contribuição para o Fundo de Participação do PIS. b) Os depósitos destinados ao Fundo de Participação do PIS somente podem ser feitos pelas empresas na CAIXA, sendo impossível que entidades da rede bancária nacional recebam tais depósitos. c) A omissão dolosa de nome de empregado entre os participantes do Fundo de Participação do PIS sujeitará a empresa a multa, em benefício do fundo, no valor de cinco meses de salários, devidos ao empregado cujo nome houver sido omitido. O empregador incorrerá nessa mesma multa em caso de declaração falsa sobre o valor do salário e do tempo de serviço do empregado na empresa. Em caso de reincidência, a multa corresponderá a vinte vezes o salário do empregado. d) O trabalhador é responsável pela sua inscrição nesse programa. e) A participação do empregado no Fundo de Participação do PIS far-se-á mediante depósitos efetuados em contas individuais abertas em nome de cada empregado, sendo que 50% do valor destinado ao fundo será dividido em partes proporcionais ao montante de salários recebidos no período e os 50% restantes serão divididos em partes proporcionais aos quinquênios de serviços prestados pelo empregado. 18. A respeito da multa inerente ao FGTS devida ao empregado por ocasião da extinção do contrato de trabalho, assinale a opção correta. a) Na hipótese de extinção do contrato de trabalho por culpa recíproca, a multa deve corresponder a 15% do valor existente na conta vinculada do empregado. b) Na dispensa por justa causa, a multa a ser paga ao empregado deve corresponder a 20% do montante de todos os depósitos realizados na respectiva conta vinculada durante a vigência do contrato de trabalho, atualizados monetariamente e acrescidos dos respectivos juros. c) No caso de extinção do contrato por motivo de força maior, a multa corresponderá a 20% do montante de todos os depósitos realizados na respectiva conta vinculada durante a vigência do contrato de trabalho, atualizados monetariamente e acrescidos dos respectivos juros. d) O valor relativo à multa em decorrência da extinção do contrato de trabalho deve ser entregue diretamente ao empregado, no momento da quitação das verbas rescisórias. e) Na hipótese de dispensa sem justa causa, é devida ao empregado multa no valor de 50% do montante de todos os depósitos realizados na conta vinculada durante a vigência do contrato de trabalho, atualizados monetariamente e acrescidos dos respectivos juros. 19. Com relação aos princípios constitucionais da administração pública, assinale a opção correta. a) Os princípios constitucionais a serem observados pela administração pública direta são mais abrangentes do que aqueles a serem observados pela administração pública indireta. b) Considerando a rigidez que deve ser observada quanto aos princípios constitucionais que regem a administração pública, a aplicação do princípio da legalidade não comporta exceção. c) O princípio da legalidade se revela como uma das garantias dos administrados. Esse princípio consiste na necessidade de prévia legislação que permita a atuação do poder público. d) De acordo com o princípio da publicidade, todos os atos da administração devem ser públicos, não cabendo exceção à aplicação desse princípio. e) A exigência de concurso público para ingresso em cargo ou emprego público está relacionada ao princípio da publicidade.

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PROVA - CEF/Técnico_Bancário/CESPE/2010

20. Em cada uma das opções abaixo, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada com relação ao FGTS. Assinale a opção em que a assertiva está correta. a) Pedro trabalhou em cinco empresas diferentes, tendo pedido demissão da última empresa para trabalhar em uma empresa de confecções. Na empresa de confecções, Pedro se desentendeu com o empregador e nada recebeu a título de verbas rescisórias. A justiça do trabalho, julgando ação movida por Pedro, entendeu que tanto empregado quanto empregador praticaram, ao mesmo tempo, atos que levam ajusta causa de ambos. Nessa situação, Pedro tem direito à percepção de multa correspondente a 20% de todo o valor existente em sua conta vinculada. b) A empresa onde Aline trabalhava não pôde continuar suas atividades, pois foi destruída por um incêndio que ocorreu em outra empresa que funcionava a poucos metros de distância. Nessa situação, por não existir culpa do empregador, Aline não terá direito à multa do FGTS. c) João trabalhou em uma empresa de construção civil desde 10/5/2000 e faleceu em 15/3/2010, sem deixar dependentes. A mãe de João está viva. Nessa situação, tão logo apresente à CAIXA a certidão de óbito de João, a mãe poderá sacar o FGTS de seu filho. d) Jacinto foi condenado pela justiça do trabalho em ação ajuizada por empregada doméstica que trabalhara para ele durante cinco anos, tendo sido o valor da condenação arbitrado em RS 4.800,00. Nessa situação, caso Jacinto tenha, em conta vinculada ao FGTS, valor igual ou superior ao montante estabelecido na condenação, essa conta poderá ser penhorada para fins de garantia de pagamento da dívida trabalhista. e) Joaquim foi contratado para prestar serviço em órgão da administração indireta, sem, entretanto, ter obtido aprovação em concurso público. A justiça do trabalho declarou nulo o contrato de trabalho, considerando devidos apenas os salários inerentes ao serviço prestado. Nessa situação, Joaquim tem direito ao saque dos depósitos do FGTS. 21. Quanto ao Programa de Integração Social (PIS), assinale a opção correta. a) Caso o trabalhador esteja impossibilitado de sacar, pessoalmente, suas quotas do PIS, seu representante legal, dependente ou sucessor legal pode fazê-lo em seu nome. b) É garantido a pessoa portadora de diabetes o saque de suas quotas do PIS. c) Suponha que Gilmar, brasileiro residente no exterior, precise que lhe seja fornecido o saldo do PIS e que, para tanto, nomeie seu primo Vander como seu representante legal. Nesse caso, com a apresentação da procuração, Vander poderá requerer, verbalmente, o fornecimento do saldo de Gilmar. d) O pagamento de quotas do PIS obedece a calendário próprio, não podendo ser pago a qualquer tempo. e) As importâncias creditadas aos empregados nas cadernetas de participação do PIS são alienáveis e penhoráveis. 22. Com relação ao seguro-desemprego, assinale a opção correta. a) Considere que Osvaldo tenha trabalhado, de 10/9/1998 a 22/4/2010, em uma empresa de informática, quando pediu demissão. Nesse caso, Osvaldo tem direito à percepção de cinco parcelas do seguro-desemprego, correspondentes ao tempo de serviço. b) Suponha que Pedro tenha trabalhado em uma panificadora por quatro meses, tendo sido dispensado, sem justa causa, em 27/4/2010. Nessa situação, Pedro tem direito à percepção de duas parcelas do seguro-desemprego. c) Faz jus à percepção do seguro-desemprego o trabalhador que, dispensado sem justa causa, comprovar ter sido empregado de pessoa jurídica ou pessoa física a ela equiparada ou ter exercido atividade legalmente reconhecida como autônoma durante, pelo menos, quinze meses nos últimos vinte e quatro meses. d) Tem direito ao benefício do seguro-desemprego o trabalhador que esteja desempregado por período máximo de seis meses, de forma contínua ou alternada, a cada período aquisitivo de doze meses, contados da data de dispensa que deu origem à primeira habilitação. e) Considere que, durante fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego, Júlio tenha sido resgatado de situação de trabalho forçado. Nesse caso, o referido trabalhador tem direito à percepção de cinco parcelas do seguro-desemprego.

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23. A respeito do abono salarial, assinale a opção correta. a) Empregado cadastrado no PIS desde 10/3/2009 tem direito ao recebimento do abono salarial em 2010. b) O empregado que tenha trabalhado por cinco meses no ano-base e recebido 1,5 salário mínimo por mês trabalhado terá direito ao saque do abono salarial. c) Se uma trabalhadora, inscrita no PIS há dez anos, falecer, a filha dessa trabalhadora, sua dependente, poderá sacar o abono salarial mediante a apresentação, tão somente, de certidão de nascimento ou de qualquer outro documento que comprove seu parentesco com a falecida. d) O pagamento do abono salarial é feito no período compreendido entre 1.° de março e 31 de março de cada ano. e) A execução dos pagamentos do abono salarial referente a cada exercício financeiro é disciplinada em resoluções do Conselho Monetário Nacional, e as contribuições para o PIS/PASEP, sua cobrança, fiscalização, metodologia de identificação dos fatos geradores e aplicação de alíquotas, normatizadas pela CAIXA. 24. Com referência à guia de recolhimento do fundo de garantia por tempo de serviço e informações à previdência social (GFIP), assinale a opção correta. a) Todas as pessoas físicas e jurídicas sujeitas a recolhimento ao FGTS e às contribuições e(ou) informações à previdência social estão obrigadas a entregar a GFIP. b) O empregador doméstico é sempre obrigado a entregar a GFIP. c) Caso o número de inscrição de determinada empresa individual cujas atividades estejam paralisadas não tenha sido ainda encerrado junto à previdência social e haja, nessa empresa, somente uma secretária segurada junto à previdência social, então o proprietário dessa empresa não estará obrigado a entregar a GFIP. d) Empresa que não faça depósito no FGTS está desobrigada da entrega da GFIP. e) As empresas em que não haja nenhum fato gerador de contribuição previdenciária a ser informado, em razão de determinadas competências, tais como comercialização de produção rural, remuneração de contribuinte individual, retirada de pró-labore, valores pagos a cooperativa, não estão obrigadas a entregar a GFIP. Gabarito: 1 - B; 2 – C; 3 – B; 4 – B; 5 – E; 6 – B; 7 – B; 8 – D; 9 – D; 10 – B; 11 – E; 12 – A; 13 – C; 14 – B; 15 – A; 16 – B; 17 – E; 18 – C; 19 – C; 20 – E; 21 – A; 22 – C; 23 – B; 24 - A Bibliografia: Direito Administrativo Descomplicado - Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo - 16ª edição Direito do Trabalho – Vicente Paulo & Marcelo Alexandrino - 2ª edição – Impetus editora Direito Administrativo – Di Pietro, Maria Silvia - 12ª edição www.fgts.gov.br www.caixa.gov.br

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