cairbar schutel - conferências radiofônicas

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    Nesta srie de Conferncias o leitor nada vai encontrarque no tenha j sido dito e escrito. Elas representam antes areproduo de fatos, de sentenas e at de palavras que

    outros, mais competentes, nos transmitiram e serviram paraque ergussemos em nossa alma o irredutvel monumento daf que tivemos a felicidade de, com tais materiais, construir.

    Conquanto no excluamos dessas conferncias o grandeauxlio dos Caros Espritos ao escrev-las, elas representammais um resultado de um estudo acurado e de uma anliseimparcial e inteligente no Campo do Espiritualismo emormente no do Espiritismo.

    Como o leitor ver, as cincias, as religies, e at asdoutrinas materialistas no ficaram alheias nossa ateno.Quer dizer que os princpios que abraamos e oferecemos considerao dos nossos ouvintes, no representam o produto de uma crena cega, mas sim o resultado deacurados estudos sob o controle da razo.

    Ao publicar estas conferncias, s nos move uma

    inteno, a de sermos teis aos nossos semelhantes, aconcorrermos para que a Luz se faa e os espritos de boavontade que nos lerem se orientem na trilha daEspiritualidade, para serem felizes.

    A felicidade no est nas coisas exteriores, nos tesourosda Terra, nas glrias mundanas, mas sim nas aquisies quefazemos, no progresso intelectual e moral que realizamos,nos conhecimentos espirituais que conquistamos.

    O Espiritismo veio nos ensinar os meios paraadquirirmos a felicidade. Expusemo-lo em suas linhas gerais,numa sntese imortalista. Cabe aos leitores melhor estudar osseus postulados e, se possvel, melhor do que ns cultivarem

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    essa rvore bendita que os nossos maiores chamam da Vida,para terem a Vida Eterna.

    Primeira conferncia

    A 19 DE AGOSTO DE 1936

    APRESENTAO

    A todos os ouvintes, minhas cortesias e respeitososcumprimentos.

    Estou representando um Ideal, e vos falo em nome domesmo. Julgo que este Ideal deve constituir os vossosmaiores desejos, as vossas mais justas aspiraes, porque ele o anseio de todos os coraes, o desejo de todas as almas,

    a seiva vital que vivifica a humanidade toda.Vim dizer-vos sobre o nosso futuro, sobre os nossosdestinos aps o fenmeno que chamamos Morte; vim,finalmente, falar-vos da Imortalidade da Alma, doprosseguimento da nossa vida Alm-Tmulo.

    Quem no deseja viver sempre, ter uma existnciainfindvel, obter a certeza de que os seus parentes, os seusamigos, os entes que lhes foram caros, e sofreram o golpefatal da morte do corpo, continuam a viver e se acham de plena posse de todas as suas aquisies e de suaindividualidade consciente! Ainda mais, quem no sealegrar ao saber que um dia, todos ns havemos de nos

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    encontrar com os entes queridos e com eles prosseguirmosnuma existncia de progresso e de felicidades!

    Pois, esta, meus ouvintes, a minha tarefa: garantir-vos a

    realizao deste desiderato, o cumprimento desta Esperanaque o Espiritismo nos veio dar.Eu cheguei resoluo deste problema, aps 30 anos de

    estudos profundos e de experincias inteligentes e bemcontroladas, que deram resultados positivos, evidentes danossa Imortalidade.

    E para desempenhar os deveres que tenho para com osmeus semelhantes, a minha boa vontade fez com que eu meesquecesse das comodidades do lar e dos meus afazeresmateriais, donde tiro o po de cada dia, para implorara vossapreciosa ateno e levar aos vossos lares e s vossas almas acerteza da vossa sobrevivncia, da vossa ImortalidadePessoal.

    A IMORTALIDADE DA ALMA

    "A imortalidade uma coisa que nos importa tanto, -disse Pascal, - nos toca to profundamente, que preciso terperdido todo o sentimento para sermos indiferentes de sabero que ela ."

    Esta necessidade de conhecer o nosso destino, tem sido ansia de inumerveis geraes.

    Nos nossos dias, esta nsia parece mais aguada do quenunca, porque as seitas religiosas, que constituam as nossasesperanas, perderam uma grande parte da sua autoridademoral e seu poder sugestivo, errando desvairadamente, nosobscuros ddalos de uma metafsica abstrata, muitas vezescontraditria, e por vezes incompreensvel.

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    bem possvel, que o extraordinrio desenvolvimentodas pesquisas positivas, em todos os ramos dosconhecimentos humanos, concorresse sobremodo para a

    decadncia do esprito religioso, preso aos limites restritosdos dogmas e do mistrio. Os conhecimentos novos, que nstemos adquirido, tm revolucionado nossas condies deexistncia, e melhorado nossa vida material, em proporesque parecem inverossmeis aos nossos antepassados. Mas fora de dvida que a cincia, materialista como se mostra emseus aspectos, tem feito bancarrota em todas as nossasesperanas. Se verdade que ela triunfa no domnio damatria, inegvel que se tornou verdadeiramente estranhaao que mais importa saber, isto , - "se temos uma almaimortal, e, no caso afirmativo, o que vem ela a ser depois damorte."

    A cincia foi capaz de edificar, como o fez no domnioda matria, mas foi tambm um poderoso instrumento dedestruio no domnio espiritual.

    As descobertas da astronomia, da geologia, daantropologia, ergueram o vu d nossa origem fsica, e luzdessas grandiosas revelaes naturais as fices religiosassobre a origem da Terra e do homem desvaneceram-se, comoacontece s lendas diante da histria.

    Doutra parte, a crtica intensiva dos exegetas, alou naBblia o carter confusionista, de modo que muitos espritossinceros recusam submeter-se sua autoridade.

    Esta decadncia da f resulta, j se v, do antagonismoque existe entre o ensino religioso e a razo.

    Foi justamente para resolver essa crise, essa questoentre a cincia e as religies, a primeira negando sem exame,e a segunda afirmando sem provas, que se ergueu no nosso

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    planeta uma nova doutrina que denominamos Esprita ouEspiritista, qual o grande Pinheiro Chagas denominou a" filosofia do futuro", e o grande sbio ingls Sir Russel

    Wallace, mulo de Darwin, chamou: "a cincia da naturezaespiritual do homem".

    O ESPIRITISMO E A IMORTALIDADE

    Esta doutrina se acha exclusivamente assentada sobrefatos, to cabalmente demonstrados como os que sopeculiares fsica, qumica e a todas as cincias positivas;fatos estes testemunhados por centenas de sbios e milharesde pesquisadores srios e imparciais, que viram neles aexistncia da alma e a sobrevivncia pessoal.

    Abordando, pois, o mais transcendente problema da vida,o Espiritismo se estendeu do Microcosmo ao Macrocosmo,criando uma filosofia clara, lgica e racional, digna deestudo e de observao, capaz de satisfazer as nossas mais

    justas aspiraes, os nossos mais ldimos interessesespirituais.Ns estamos convencidos que a alma existe e sobrevive

    substancialmente, provando a sua independncia doorganismo corpreo; que as relaes entre os vivos e os queindevidamente chamamos mortos, se estabelecem sobformas variadas, de escrita, de tiptologia, de vidncia, deaudio, etc.; enfim, os Espritos tm nos dado todas as provas de identidade, que qualquer um de ns, ainda naTerra, pode dar a outrem: apario, fotografia, impressodigital, voz direta, moldagem, etc.

    Os fatos espritas so irrefragveis, so evidentes, no selhes pode negar a veracidade. E uma verdade positiva que

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    no se pode ocultar sem lesara humanidade, - e quandoouvimos dizer que esses fatos no so possveis, noslembramos da reflexo de Pascal, sobre o julgamento que

    condenava a opinio de Galileu, a respeito do movimento daTerra: "Isso no provar, disse Pascal, que a Terra permanea em repouso... Todos os homens juntos no aimpediriam de girar e no se livrariam de girar com ela."

    Os fatos espritas vieram nos demonstrar, portanto, que o ser pensante uma realidade, e que a individualidadesobrevive morte. Essa nsia, que palpitava no nossocorao e que vibra no nosso crebro, essa interrogao que parte do fundo da nossa alma, como um apelo ao SerSupremo, foi respondida pelos Espritos dos nossosantepassados, que estabelecendo as relaes entre vivos emortos, nos acenaram com a luz consoladora da Esperanaque aclara os nossos destinos Imortais.

    "A comunicao com os Espritos, com os nossos seresqueridos, que venceram as barreiras do tmulo, um ato de

    tanta gravidade e transcendncia - como disse o filsofoespanhol, D. Jos Pellicer, que nenhum outro na vida dohomem, lhe pode ser comparado.

    "Por seu intermdio alcanamos a verdade psicolgica ea felicidade, que se elevam sobre tudo o mais que possa ohomem aspirar.

    " o telescpio, que pe ao alcance da nossa vista, omundo a que seremos transladados, aps a presenteperegrinao - e que nos faz conhecer a sorte que nos espera,como fruto de nossas obras.

    "A comunicao esprita, no um esconjurosupersticioso e malfico; uma orao humilde e respeitosa; o terno suspiro do filho entrelaado nos braos carinhosos

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    de seu pai, de sua me, de seus amigos do Alm; o gemidodorido do enfermo que se quer restabelecer; o aceno daalma que procura conhecer a vontade de Deus, para respeit-

    la e cumpri-la."*

    O Espiritismo proporcionando vos ao pensamento, noseleva a um alto pncaro, donde desvendamos horizontesvastssimos, que nos eram desconhecidos; ao mesmo tempoque nos mostra a nossa origem e o nosso destino, dando-nosposse da nossa individualidade imortal.

    Belssima e consoladora Doutrina, ele se tornou aEsperana dos desiludidos da sorte, a Luz que nos ilumina asveredas do porvir, o lenitivo para todas as dores; a Frobusta, que nos projeta, de olhos abertos, sustentando-noscom suas nveas asas, nos abismos do Universo, onde a vidapalpita, e as cores e sons se desdobram em paisagens e

    arabescos, deliciando-nos nas ascenses sucessivas para oAlto, para o Bem, para o Belo, para a Felicidade, para Deus.

    FINALIDADE DA EXISTNCIA TERRESTRE

    A nossa estadia na Terra breve, e o que temos paraaprender tudo.

    Os antigos filsofos repetiam quotidianamente asentena: "Vita breve, ars longa" - que quer dizer: "A vida breve e a arte longa".

    No a Vida que breve, porque a Vida Eterna, comodisse Jesus, mas sim a nossa passagem pelo mundo. A Vida,em sua significativa expresso, perpetua-se atravs dos

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    tempos: vivemos sempre, caminhamos, como os mundos eos sis, pela eternidade a fora, sempre crescendo, sempreprogredindo; engrandecendo-nos em sabedoria e em virtudes

    para nos aproximarmos do Foco Supremo e perene daVerdade Absoluta, que Deus.A nossa estadia neste planeta, segundo nos ensina o

    Espiritismo, tem por nico objetivo apressar esseengrandecimento, preparar a nossa mentalidade e o nossocarter para que novas terras e novos cus brilhem em nossasalmas, ainda atrasadas e indecisas.

    PRINCPIOS ESPRITAS E ERRNEASINTERPRETAES

    As interpretaes errneas dos inscientes, em discussesorais e em crticas mordentes, impressas nas colunas dojornalismo indgena, tem feito referncia volta do EspritoHumano aos corpos dos animais. Sob a aparncia de chufa,

    essas tiradas puxando a ridculo, no tm outro fito senoafugentar os homens do estudo srio e concernente sinsignes obras de Allan Kardec.

    E falsssima a idia de que o Espiritismo patrocina edefende o regresso da alma s formas inferiores da vida.

    A Lei Divina do Espiritismo progredir sempre; oEsprito no recua jamais na trajetria da Imortalidade, porque o contrrio seria espoli-lo, constrang-lo amergulhar de novo nos invlucros deficientes da seriaozoolgica, apagando-lhe a razo, impondo-lhe umignominioso cativeiro, do qual no tiraria nenhum resultadopositivo na ordem do seu desenvolvimento.

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    As lies Kardecistas nos dizem que o Esprito jamaisrecua; ele pode parar um instante, mas a ao Providencial,cedo o encaminha para as alturas, onde reinam os eternos

    princpios do Bem, da Sabedoria e da Verdade, queconstituem os decretos de Deus, na excelsa plenitude de suasperfeies infinitas.

    Na alegria e na tristeza, na abastana e na misria, namocidade e na velhice, na sade e na enfermidade, e assimtambm na existncia terrestre, como aps esse fenmeno aque chamamos morte, o Esprito pode paralisar a sua marcha para a Verdade, mas nunca deixar de realizar o seuesplendoroso destino.

    A evoluo a Lei perene do Universo, e a nossa vida um caminhar incessante para as alturas.

    Concluo fazendo-vos um apelo para que estudeis oEspiritismo.

    Doutrina essencialmente de Vida Eterna, s ela podesatisfazer as vossas mais belas aspiraes. Sustentada sobre

    trs indestrutveis colunas - a F, a Esperana e a Caridade,s ela conseguir unir, em breves tempos, toas s almas,todos os homens, num s rebanho, tendo por pastor supremo,Jesus Cristo; porque no faz excluses de judeus e degentios; porque a sua F no termina com a morte; a suaCaridade invade as regies do Alm-Tmulo; e a suaEsperana fulge como luz iluminando os Espaos estrelados,onde vivem os nossos parentes e amigos que nos precederame aguardam a nossa chegada para nos estreitarem emamplexos amorosos.

    "Para o Espiritismo no h inferno, nem penas eternas,porque o progresso infinito a Lei de Deus.

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    "Cada qual responsvel pelas suas obras e o pagamentoest na proporo da dvida contrada.

    O seu mandamento : Vida Eterna.

    Concluo com estas substanciosas quadrinhas do ParnasoEsprita - "Lida e Vida":

    Quem luta, quem sofre,Quem nasce, quem vive,Quem lida, no morreMas vive e revive;

    Nossa alma centelhaDo lume que afagaDe Deus o olharQue nunca se apaga

    Segunda conferncia

    3 DE SETEMBRO DE 1936

    ESPIRITISMO CIENTFICO E CRISTO

    Scrates, ao morrer, disse ao seu amigo Kriton: "Vistoque somos imortais, devemos a Esculpio a oferenda de umgalo".

    O galo representava, para os atenienses, a vigilncia;assim como a serpente era para Esculpio o smbolo daprudncia.

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    Mas, para que haja prudncia e vigilncia na vida, indispensvel que no nos limitemos a uma f cega, e simque a nossa crena seja o resultado do estudo e da

    experimentao, para que cresamos em conhecimentos epossamos dar o motivo dessa F, dessa crena, que deve serinteligente e racional. A minha palestra de hoje , pois, umcomplemento da palestra passada.

    O clebre naturalista, que nomeei de outra feita, SirRussel Wallace, ex-presidente da Sociedade Inglesa deAntropologia, e famoso mulo de Darwin, disse, no seu livro"O Moderno Espiritualismo":

    - "At a poca em que me encontrei pela primeira vez em presena dos fatos espritas, eu era um materialista, tocompleto e to convicto, que no podia achar no meupensamento um lugar para a concepo de uma existnciaespiritual. Mas os fatos so coisas obstinadas, eles meconvenceram".

    O extraordinrio incremento e expanso que o

    Espiritismo tem tomado, deve-se freqncia com que serealizam as aparies e comunicaes dos chamados mortos,pois, essas manifestaes oferecem aos incrdulos as maisimprevistas e variadas provas da sobrevivncia morte docorpo.

    mesmo muito rara a pessoa que no conhea, um ououtro fato dos que a crena popular costuma atribuir s"almas do outro mundo", mormente nos nossos dias, em queo Esprito, na frase do Evangelho, derramado sobre toda acarne, produzindo manifestaes psquicas de toda anatureza. E essas manifestaes aumentaram de tal sorte,tornaram-se to familiares, que todos os experimentadores,homens que se celebrizaram nos diversos ramos do saber,

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    essa a fonte comum que tem dessedentado a humanidadedesde as eras as mais remotas.

    Quando Prometeu roubou aos "deuses" o fogo sagrado, o

    Verbo Divino, que a comunicao dos Espritos, se fezouvir.A Bblia esta cheia de fenmenos transcendentes e

    comunicaes com os mortos. Ora Saul que evoca osgnios para lhe aconselharem no seu reinado; ora ele prpriovai ao Endor, e por meio da pitonisa, conversa com oEsprito de Samuel. O prprio Samuel, quando ainda viviaem Israel comunicava-se sempre com um moo, que diziaachar-se vestido de roupas de linho e cingido com um cintode ouro.

    Em Betel, Rama, Jeric e Galgala, localizados na solidodas montanhas adustas, havia escolas de profetas que viviamem ntima comunho com os Espritos.

    Depois de Samuel, principalmente, - o profetismo, hojemediunismo, tomou notvel incremento, aparecendo ento,

    alm de outros profetas, Isaas, Ezequiel, Jeremias e Daniel.O Livro dos Macabeus est cheio de manifestaes.O Novo Testamento um arquivo perfeito de

    comunicaes com os indevidamente chamados mortos. assim que os discpulos de Jesus viram-no conversar comMoiss e Elias, no Tabor. O prprio Cristo apareceu ecomunicou-se com os seus discpulos depois da morte;primeiro a Madalena, depois a Cleofas e a outros discpulosno Caminho de Emas, e em seguida a todos os discpulosna Galilia, inclusive a Tom. Depois a Paulo na Estrada deDamasco e a mais de 500 pessoas, segundo narra oEvangelho. Foram s aparies de Jesus Cristo queencorajaram os discpulos a enfrentar os perigos, e

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    transformaram uma seita provinciana, na Religio Universal,tal como o Cristianismo.

    A vida dos Apstolos uma comunho permanente com

    o Mundo dos Espritos.A seu turno, no Alcoro ou o Kitab-Allah ( Livro doSenhor), ver-se- os mesmos notveis caractersticos. Oprprio Mahomet diz que o Alcoro no obra sua, mas simuma obra que lhe foi ditada pelo Esprito de Gabriel.

    O Zend-Avesta (Palavra da Vida), livro sagrado dospersas, foi revelado a Zoroastro por Espritos de uma elevadahierarquia.

    Nos santurios antigos, desde as criptas do Himalaia aoshipogeus egpcios, a comunicao com os mortos foi baseda crena.

    "Plutarco, que era sacerdote no templo de Apolo, afirmaque os Espritos se manifestavam nos "Mistrios".

    Lucano faz referncias a uma clebre mgica da Tesslia,que fazia entrar as almas no seu corpo; e foi por intermdio

    dela que Sexto Pompeu soube o desfecho da rivalidade entreseu pai e Csar."Orfeu evocou o Esprito de Eurdice. Ulisses interrogou

    a sombra do adivinho Tiresias, por intermdio de Circe, - dizHomero, na Odissia.

    Ccero conta que pio se comunicava freqentementecom os mortos, e segundo Plnio, - ele evocou o esprito deHomero para se informar da sua ptria e da sua famlia.Herdoto diz que Periandro, um dos sete sbios da Grcia,falava com o esprito de sua mulher.

    "Na Grcia chamavam-se psicagogos os padresencarregados de invocar as almas dos mortos.

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    Os antigos filsofos explicavam os orculos, pelainterveno dos mortos.

    Os orculos eram dados na prpria lngua dos

    consulentes. A resposta do orculo de Amon, a Alexandre,foi dada em grego. O de Jpiter e o de Apolo foram os maisclebres da Grcia. Creso manda emissrios aos principaisOrculos do seu tempo e fica maravilhado com a respostaque lhe vem de Delfos.

    "Filostrato diz que Apolnio, de Tiana, passou sete diasna caverna de Trofnio, durante os quais o orculo lhe ditouum livro inteiro.

    Longe eu iria, meus ouvintes, citando nomes eminentesque exerciam relaes com os mortos.

    Os principais sacerdotes da Igreja Grega, - S. Clementede Alexandria, Orgenes, S. Gregrio de Nissa, assim comoalguns vultos da Igreja Romana, comunicavam-se com osmortos. Santo Agostinho, nas suas obras, narra vriosfenmenos psquicos, dentre os quais, a "voz que ouviu" -

    "Tole et lege"(toma e l). Na "Cidade de Deus" - ele trata de processos tergicos para comunicao com as almas, eafirma ter se comunicado vrias vezes com sua me - SantaMnica. No seu tratado "De Cura promortuis" (Da Oraopelos Mortos), ele assim se exprime:

    "Os espritos dos mortos, podem ser enviados aos vivos; podem lhes desvendar o futuro, cujo conhecimento elesmesmos adquiriram, quer por outros espritos, quer pelosAnjos, quer por uma revelao divina.

    "S. Justino, na sua "Apologtica" apresenta comoargumento decisivo a favor da imortalidade da alma, apossibilidade de evocar os mortos.

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    Finalmente, para no vos arreliar mais com citaes, euapresento como um exemplo insuspeito, o Abade Poussin,Professor do Seminrio de Nice, que no seu livro - "Le

    Spiritisme devant L'Eglise" - afirma que ele prprio secomunicava com os seres do Outro Mundo; com os mortosque lhe informavam do estado das almas, pelas quais seinteressava; com os santos que o confortavam e lhemostravam os tesouros da sabedoria divina".

    MEUS OUVINTES:

    "Hypothesis non fingo", - no estou apresentandohipteses, mas sim a Verdade em sua nudez deslumbrante.

    Abri a Histria, lede-a do comeo ao fim e vos haveis decompenetrar da Verdade que vos afirmo. As manifestaesdos Espritos tm tanta influncia na Religio, que SoPaulo, o maior Gnio de que a Histria faz meno, chega adar regras sobre as relaes que devemos ter com os

    Espritos; e alm disso, ele afirma tenazmente que foi aapario de Jesus e sua conversao com o Divino Mestre naEstrada de Damasco, que o converteu ao Cristianismo.

    Com efeito, as sucessivas ressurreies de Jesus,constituem o fato mais extraordinrio da Histria. Sem ela osdiscpulos, que se haviam dispersado de medo dos judeus,no se teriam ajuntado novamente e levado s naes epovos, sociedade e s famlias, as novas vivificadoras daImortalidade, a certeza da Vida Eterna que aprenderam deseu Mestre redivivo.

    O sacrifcio e a morte de Jesus, a vspera do triunfo doseu Ideal, da vitria da sua Religio, pela Ressurreio.

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    Submetendo-se a todas as torturas, sanha tigrina dosseus terrveis inimigos, Jesus quis provar categoricamenteque no h elemento nem potestade capaz de destruir a Vida,

    e que essa Vida que se manifesta temporariamente na Terra,tem prosseguimento Alm do Tmulo; que a morte no ofim do homem; que a inteligncia, vontade, a razo, aalma, so invulnerveis espada, ao veneno e ao canho; eque o sentimento, a vida individual no depende das clulasorgnicas, e que estas no so mais do que instrumentos deao exterior.

    A Doutrina de Jesus, por isso mesmo, a sano do amorem sua mais alta expresso; do progresso moral e espiritualpela razo, justamente, da Imortalidade da Alma, da VidaEterna que Ele no se cansava de anunciar, quer antes, querdepois dos seus encarniados inimigos infringirem-lhe amorte acintosa da cruz.

    MEUS OUVINTES:

    Emmanuel Kant, o clebre filsofo de Koenigsberg,autor da "Crtica da Razo Pura", proferiu esta sentenalapidar:

    - "Est prxima a poca em que se chegar a demonstrarque a alma humana pode viver desde esta existnciaterrestre, em comunicao estreita e indissolvel com asEntidades imateriais do Mundo dos Espritos. Ento sercompreendido que esse Mundo age sobre o nosso e lhecomunica influncias profundas de que o homem de hoje notem conhecimento".

    Esse tempo, profetizado por Kant, chegou.

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    O Espiritismo j tem demonstrado a contento, econtinuar a demonstrar que a alma humana uma realidade,sobrevive morte do corpo, e pode continuar, portanto, em

    estreita e indissolvel comunicao com os entes caros quedeixou na Terra.E assim que se explica a indissolubilidade do Amor

    contra a qual a morte no tem poder; assim que se explicao brado de So Paulo, nos combates do esprito contra amorte e seu definitivo triunfo da vida: - " morte, onde esto teu aguilho! - tmulo, onde est a tua vitria!"

    Eu devo concluir, afirmando-vos que o Espiritismo emseu contnuo progresso, mantm um Corpo de Doutrinamagnificamente sistematizado, caracterizando perfeitamentea palavra de luz e de Amor que o Cristo nos legou e quefelicitar as geraes vindouras. Convidamo-vos a perquiri-lo, a examin-lo, a estud-lo.

    O nosso anseio de propaganda, isento de interesses bastardos, no representa mais do que um influxo da

    Verdade, que reclama a ateno e a considerao de todos,inclusive das classes sociais desprestigiadas da sorte, paraque aproveitem as consolaes que o Espiritismo a todosoferece, fendendo uma abertura de esperana no cerradohorizonte do seu alto destino e proporcionando-lhes meiospara a conquista da sua futura liberdade.

    A vulgarizao do Espiritismo, para ns , pois, umdever do qual no nos devemos descurar.

    Trabalhando para que esta doutrina seja conhecida,trabalhamos pela coletividade, pela humanidade toda, etrabalhamos tambm para ns, preparando meios e condiesmais propcios ao nosso bem-estar, nossa felicidade futura.

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    Terceira conferncia

    17 DE SETEMBRO DE 1936EM TORNO DA IMORTALIDADE

    Quando Allan Kardec fundou a Sociedade Esprita deParis, e em seguida "La Revue Spirite" - a "Revista Esprita",que j completou 79 anos de existncia, o grande preladofrancs, Abade Marouzeau, escreveu-lhe uma carta na qualse salienta o seguinte trecho:

    - "Mostrai ao homem que ele imortal: Nada vos podemelhor secundar nessa nobre tarefa do que a constataodos Espritos do Alm-Tmulo e as suas manifestaes. Sassim vireis em auxlio da Religio, empenhando ao seulado os combates de Deus."

    Quo inspirado estava esse homem, e como ele se achavaassistido pelo Esprito Santo, ao traar to sbias linhas!O que seria a Religio sem a imortalidade?!A Imortalidade da alma base de todos os grandes e

    nobres ideais. Cincia, Virtude, Filosofia, Moral, tudo o queharmoniza e exalta, tudo o que vivifica e enaltece, sem aImortalidade o mesmo que um dia sem sol, que uma noitesem estrelas.

    A imortalidade a luz do nosso ideal, a hercleaconstelao das nossas mais nobres aspiraes, dos nossosmais justos desejos, o fundamento e a cpula do edifcio detoda a Religio e de todo o Saber, a senda que nos conduz,

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    trabalhos substanciosos de Aristteles, o prncipe dosfilsofos, de S. Tomaz de Aquino, o anjo da escola, e os deDescartes, o grande fundador da doutrina cartesiana; a onda

    niilista se avolumava cada vez mais.Foi em tais conjunturas que se fizeram sentir no nossomundo, as manifestaes espritas; os "mortos" comearam afalar ostensivamente em toda a parte, para nos provar queaqueles prncipes da cincia materialista, aplaudidos peloshomens intelectuais de ento, se haviam acertado em algunspontos da verdade, estavam em erro na parte referente constituio humana e o nosso destino depois da morte. Oque a doutrina filosfica dos Espiritualistas no pde fazer,os que chamamos "mortos" vieram fazer por meio defenmenos, por meio de fatos irrefragveis, inconcussos queningum pode negar.

    Foi assim que teve incio no nosso planeta, a EraEsprita, o erguimento da Religio pelos fatos, areivindicao do Cristianismo pelos fatos, pela apario e

    comunicao dos chamados "mortos".Esses fatos, como disse, verificados em todos os pases eobservados por homens de todas as classes sociais,comparados com os fenmenos ocorridos em tempos idos erelatados na histria de todos os povos, provam saciedade,que o homem no termina no tmulo, e que - "se este, comodisse Victor Hugo, o crepsculo de uma vida, tambm aaurora de outra."

    As demonstraes espritas da sobrevivncia, pelasaparies e comunicaes dos Espritos, aparecem sob todosos aspectos para que fique claramente elucidado - "no ser aalma humana uma coisa vaga, abstrata, mas sim um serconcreto, possuindo um organismo fsico perfeitamente

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    delimitado, portador de todas as aquisies morais eintelectuais, e dotado dos atributos necessrios sdemonstraes da cincia e da moral, principais insgnias da

    civilizao e do progresso. "Que outras provas podemos exigir da imortalidade dosnossos parentes e amigos, seno que eles prprios venhamnos trazer sua ficha de identidade? Que outros testemunhoslhes podemos pedir, seno que falem, cantem, sorriem, comofaziam quando se achavam conosco?

    Pois bem, essas provas positivas da existncia da almadepois da morte, ns as temos, graas nova cincia que sechama: Espiritismo.

    O ESPIRITISMO E O CRISTIANISMO

    Os incientes do Espiritismo, desconhecedores da suaedificante doutrina, nos julgam afastados do Cristianismo ealheios s indagaes das coisas Divinas. vezo dentre

    muitos deles, nos chamarem inimigos de Cristo, herticosdos seus ensinos.Eu no quero deixar passar sem protesto esses

    julgamentos precipitados e infundados. E assim que vosprometi na minha ltima conferncia, voltar a vos falar, seDeus o permitir, sobre a Palavra de Jesus Cristo, e a nossaVida no Outro Mundo.

    Uma parte da tese do meu programa eu j expus comaquela convico que colhi 31 anos de estudos religiosos efilosficos. Antes de acrescentar algo sobre os destinos quenos esperam, dir-vos-ei o que sei e o que sinto sobre Jesus ea sua Doutrina.

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    A Vida de Jesus, para ns espritas, um prodgio que

    nos assombra. No consta na Histria que homem algum,santo ou sbio, gnio ou missionrio, O igualasse em saber eem virtude. Figura inconfundvel no cenrio mundial, a suaPersonalidade se destaca altamente de todos os que oprecederam e de todos os que lhe sucederam. Jesus Cristo o prottipo da perfeio, nele se rene admiravelmente beleza e a bondade; dos seus olhos irradiam todas as carciaspara os desgraados, os infelizes, os prias; os maltrapilhosque O seguem pressurosos, cheios de esperana e de f,envoltos no seu amor imenso.

    Jesus Cristo , na verdade, o Filho de Deus, o nicoEmbaixador do Supremo Criador que soube interpretar epraticar a Vontade Divina. Na sua presena, sob a ao desuas mos misericordiosas, os enfermos se restabelecem, oscegos vem, os surdos ouvem, os paralticos andam, os

    hidrpicos saram, os leprosos ficam limpos. To grande asua sabedoria e o seu poder que at os prprios elementos danatureza, lhe obedecem. E ao lado de todo esse testemunhode Poder, de Sabedoria e Amor, o Meigo Nazarenodesdobra-se em incessante atividade, expondo a todos os queseguiam a Sua Palavra de Luz e de Caridade, que vibra nasalmas e embalsama os coraes aflitos. No seu Ensino Oral,Ele deixa de lado o Dogma e o Mistrio, que confundem eno edificam, e expe a Sua Doutrina com singeleza ehumildade, ao alcance de todas as inteligncias. Os sbiosusam de terminologias para confundir as massas, os filsofosso logomquicos e incongruentes nos seus discursos. Jesusfoi conciso, a lgica, o critrio e a Verdade. Por isso a sua

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    Doutrina o Caminho que devemos seguir, a Verdade quedevemos abraar. Os seus Ensinos ultrapassaram a todos osmtodos pedaggicos. Para que a sua Doutrina fosse

    compreendida por todos, Ele propunha parbolas, citavaalegorias, fazia comparaes; descrevia a natureza, suasforas; mostrava-lhes os campos, as montanhas, os mares, osventos, as chuvas; faiava-lhes das plantas, das flores, dosfrutos, das sementes, dos animais, dos pssaros, do homem.No h uma s coisa, um s ente na Terra, de que Jesus nose tivesse servido para com eles comparar a ExcelsaDoutrina que Ele velo pregar.

    At o sal, que abunda no Mar Morto, serviu para que Eleensinasse os seus discpulos a se preservarem da corrupodo mundo, e a servirem de condimenta para abrirem emtodas as almas, o gosto, o paladar, para a Recepo da suaDoutrina: da sua Religio, que Ele prprio intitulou o "Poda Vida".

    A tarefa de Jesus, pelo que se depreende dos Evangelhos,

    foi despertar o homem, faz-lo abrir os olhos e lhe ensinar averdade da Vida Eterna, dando-Ihe ao mesmo tempo o maisperfeita Cdigo de Amor, de F, de Esperana e de Caridade,para que, com o indispensvel aprendizado ele chegue aalcanar essa Vida Eterna.

    Os olhos representam para o Mestre o papel de lanternas:se eles forem luminosos, v-se tudo, e se forem tenebrosos,nada se v. assim que Ele faz um apelo aos seus discpulospara que sejam vvidos e diligentes na "busca da Verdade",exortando-os a "serem perfeitos como perfeito o nosso PaiCelestial"e acrescentando a recomendao: "Se vs fordesmeus discpulos, buscareis a Verdade, e a verdade vostornar livres".

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    Se no quisssemos ver a Religio de Jesusmagnificamente esteriotipada no "Sermo do Monte"- maiorpea oratria e exortao moral que o mundo conhece, ns

    poderamos represent-la magnificamente na Parbola doBom Samaritano, na do Filho Prdigo, e nos seus insistentesconvites para a prtica do "Amor a Deus - do amor aoprximo, e para a obedincia Lei e aos Profetas". Em umapalavra, ns espritas abraamos e sancionamos a Doutrinade Jesus Cristo, e somos fervorosos admiradores daincomparvel Personalidade, de cuja singular missoresultou a mais pura moral que conhecemos e que se resumenesta sentena: ama ao teu inimigo, faze o bem a quem te persegue e calunia, para que sejas filho do nosso PaiCelestial, que faz com que o Sol se levante para os bons e para os maus, e as chuvas desam sobre os justos einjustas".

    A CRISE MATERIALISTA E O ESPIRITISMO

    No momento de avassaladora crise e de negras perspectivas que nos ameaam, - de lutas intestinas, deguerras, de dios acirrados, que atravessamos, ns julgamosmais do que utopia respigar a seara da moral e da religio,excluindo dela a sua principal seiva, que a Imortalidade daAlma.

    Em mais de trinta anos de insistentes estudos espritas,que abrangem todo o campo da religio, da cincia e dafilosofia, desde o incio dessas grandiosas aquisies para aformao de um tesouro legtimo, eu me convenci, no sobservando os homens, como estudando a mim prprio, quesem o conhecimento esclarecido e a compenetrao da Idia

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    Imortalista, humanamente impossvel a transformaosocial, a lapidao do carter, a transposio para a esferaEspiritual.

    Por isso, a nossa principal tarefa mostrar que o homem imortal, provar a ele a existncia perene, ilumin-loscom os esplendores da Imortalidade, com a Luz fulguranteda Vida Eterna. repetir aos seus ouvidos, insistentemente,o brado que ecoou h 2.000 anos na Judia, logo aps amorte do Cristo e por ocasio da sua Ressurreio: O Cristoressuscitou; o Cristo vive; e assim tambm nsressuscitaremos e viveremos!

    Tudo o que h de mais puro, de mais nobre, de maisgrandioso: a inteligncia, o sentimento, a razo, a memria,as nossas qualidades psquicas e morais, as nossasfaculdades de pensar, de querer e de amar; tudo nosdemonstra a realidade do nosso Eu, e o prosseguimento danossa vida em face da morte.

    O Espiritismo, libertando o homem das doutrinas

    derrotistas, que tm aniquilado as nobres aspiraes, e osrasgos de amor e de caridade, veio lhe restituir as posses dosseus direitos imortalistas e prepar-lo para as grandesconquistas.

    Sob os seus auspcios acabam-se as incertezas sobre onosso futuro. O Alm misterioso mostra-se-nos em toda asua realidade, e com profunda satisfao compreendemosque a presente existncia um preparativo para a Vida realque nos espera.

    A nossa filosofia alegra o corao; - considera osdesgraados, os deserdados deste mundo como irmos, aquem se deve caritativo auxlio. O Espiritismo destri oegosmo e proclama que ningum pode ser feliz se no amar

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    os seus irmos em Deus, se no os ajudar a progredir moral ematerialmente.

    Nenhuma filosofia pregou moral que se aproximasse

    nossa, nenhuma elevou-se ainda maior concepo da VidaUniversal. Segundo o Espiritismo, Deus nos aparece como aexpresso perfeita de toda a Cincia e de toda a Virtude. SuaInteligncia manifesta-se no conjunto admirvel das forasque dirigem o Universo; sua bondade revela-se pela lei daevoluo, a que esto submetidas todas as suas criaturas,com faculdades de resgatar as faltas e se elevaremgradativamente s regies da Espiritualidade.

    O Deus que conhecemos infinito em bondade, empoder, em justia; o nosso Pai Supremo, anunciado porJesus, que no quer ser adorado no Templo de Jerusalm.nem no Monte dos Samaritanos, mas sim em toda parte, porque Ele est em toda a parte, paira sobre a criao,envolve-a com a sua vontade, penetra-a com a sua razo,dignifica-a com a sua Luz!

    E por Ele que os Universos se formam, que as massascelestes espraiam seus brilhantes esplendores nas profundezas do ter, por Ele que os planetas gravitam,formando radiantes aurolas em torno dos sis.

    Deus , finalmente, para ns, o Autor da Vida imensa,eterna, indefinvel, - princpio de tudo quanto existe.

    MEUS OUVINTES:

    O eminente Gerald Massey, disse: - "O Espiritismotornar a religio infinitamente mais real, fazendo-a passardo domnio da crena para o da realidade. Eu comparo a vidasem o Espiritismo, a um prisioneiro encerrado num poro de

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    um navio, envolto em escurido profunda, aclarado somentepela fraca luz de uma vela, ignorando a glria que se ostentaacima da sua cabea. Cego s mil possibilidades do ser,

    subitamente, numa noite estrelada, levam-no coberta peiaprimeira vez para contemplar o estupendo mecanismo do cuestrelado, fulgurando com a gloria de Deus. Esse prisioneiro,sorve a longos tragos, em cada inspirao, uma nova vida, desua excelsa liberdade."

    Recomendo-vos o estudo do Espiritismo; e muitoagradeo a ateno que me dispensastes.

    Quarta conferncia

    8 DE OUTUBRO DE 1936

    O ESPRITO E SUAS PRERROGATIVAS

    No decurso das minhas Conferncias, quer desta tribuna,quer de outras que me tm sido facultadas, eu tenho meesforado, tanto quanto possvel, para erguer as almas e oscoraes, demonstrando que cada um de ns um espritoque vive e continua a viver depois da morte do corpo, quesomos imortais e que o alfanje destruidor da morte noaniquila a nossa existncia, no extermina a nossa vida, noextingue a nossa Personalidade.

    Hoje venho, novamente, reiterar a minha palavra, venhoconfirmar as minhas asseres, venho defender o meu e ovosso ideal que o da Imortalidade, venho encher-vos deEsperana, dizendo-vos que as vossas aspiraes, os vossos

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    desejos de viver sempre, de no serdes destrudos pelamorte, so intuies que vs recebeis dos ConselhosDivinos, de que, de fato, vivereis, de que, com efeito, no

    sereis aniquilados.Deus distinguiu o esprito com a insgnia daImortalidade, e o homem que se elevar em anseios para overdadeiro Norte da Vida, deve muito bem compreender quea sua existncia na Terra, passageira, fugaz - como - no mais do que uma fase limitadssima da Vida, onde cada qualvem concorrer com uma parcela, embora insignificante, parao progresso da coletividade, e o seu prprio progresso morale espiritual, pela aquisio das virtudes ativas, e a suaelevao moral e cientfica.

    O homem um ser que pensa, sente e quer; no seucorao palpitam afetos e no seu crebro brotam luzes.

    O nosso corpo: carne, sangre, nervos, ossos; ou seja,tudoo que nele se contm: cal, fsforo, sdio,potssio, silcio,flor, enxofre, cobre, chumbo, etc., etc., se decompe, se

    desagrega por fim e desaparece no oceano do ter, volta matria csmica universal.Mas o nosso "Eu", o nosso esprito, esse colibri que se

    eleva aos jardins dos Cus e esvoaa de flor em flor sugandodelas a seiva da Espiritualidade, esse rouxinol que canta osamores de uma Outra Vida, que ele j pde entrever, esseEnte que, cego - como disse o poeta, s pede luzes; quepequeno j fita os Andes, no pode dormir o sono eterno, aorudo funreo dos ciprestes e das casuarinas!

    At mesmo no limitado panorama das existnciasterrestres com as suas grandezas e misrias, suas arrancadaspara a luz e suas quedas para as trevas, a alma reala comoum ser distinto e positivo; se subirmos mais um pouco,

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    veremos que a vida o braso do Universo, que a Vida oformoso diadema que coroa a Obra de Deus, e o Espritonela reala como um ser positivo, incontestvel, dotado das

    grandes prerrogativas e capaz das mais arrojadas empresas.Olhai Rafael, atravs da tela da Transfigurao; olhaiMoiss no mrmore talhado por Miguel ngelo, e dizei se dasimples conjugao dos elementos que constituem o nossocorpo carnal podem resultar as mais excelsas virtudes da arteque os artistas fizeram palpitar com o seu pincel e o seucinzel?! Lede os poemas de Cames, a Divina Comdia, deDante, e respondei a vs mesmos se o lume do fsfororeunido aos demais elementos que contm o nosso corpopoderia engendrar tais obras!

    Pensai ainda mais, elevai mais o vosso pensamento edizei, se as ervilhas, os ovos, o trigo, o arroz e demaisalimentos que do formao aos corpos, poderiam ter produzido gnios como Galileu, que revolucionou aastronomia; como Galvani, cuja descoberta foi o incio do

    estudo da eletricidade dinmica, uma das maiores foras danatureza; como Newton, o descobridor da gravitaouniversal; e outros tantos como Franklin, Jenner, Vesale,Young, Darwin, Curie, Edison, Marconi, e outros que seriafastidioso enumerar!

    Como explicar, sem a existncia do esprito, que homensmal alimentados, depauperados mesmo, se tornassemverdadeiros gnios como S. Francisco de Assis, o amigo doshomens e dos animais, que constitui um dos belos exemplosdo Cristianismo, e que doze Apstolos ignorantes e mal providos de alimentos, fizessem de uma seita provincial,uma Religio Universal, pela sua palavra s e de Verdade,pelos seus atos de f e de caridade!

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    Srs.: A razo, a inteligncia, a conscincia, afirmam aexistncia do esprito; o coraro e o sentimento proclamam asua unidade indestrutvel.

    Ainda mais: se voltarmos perscrutadores olhares, paraessa faculdade que se chama Memria, que conserva ereflete os acidentes, as formas e as modificaes do pensamento; que representa essa sucesso de idias, deimagens, de acontecimentos, que ficaram sepultados nopassado; essa fora que os relembra e ressuscita, poderemos,porventura negar a existncia do Esprito?

    Como demonstrar, sem a alma, esse princpio imutvel,que permanece apesar das continuas e sucessivas mutaesdo nosso corpo carnal!

    As filosofias de Aristteles, Descartes, Leibnitz, S.Thomaz de Aquino, Ballanche, Van-Helmont, viram naMemria a prova demonstrativa da existncia do Esprito.

    Ns a confirmamos, mas vamos mais alm. A nossaexcelsa Filosofia vai mais longe ainda do que as daqueles

    eminentes pensadores, porque nos d as provas objetivas darealidade do Esprito, do nossoEU integral, para quem Jesusdestinou a posse das inextinguveis felicidades da VidaEterna.

    O Espiritismo nos fez penetrar no mistrio da Psique,encerrada com seus tesouros na crislida da carne, e nosmostrou depois o Esprito liberto das leis fsicas do tempo edo espao, afirmando-se em sua vida livre e espiritual.

    Para esse fim muito contriburam o hipnotismo, omagnetismo, o sonambulismo natural ou provocado, assimcomo a ao dos anestsicos.

    Dentre muitos casos de libertaro do ncleo anmico, doseu invlucro carnal, lembramos o caso do Dr. Velpeau,

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    apresentado Academia de Cincias de Paris, em 1884, deuma senhora a quem ele operara de um cncer no seio; e quesob a ao do clorofrmio, o seu esprito apareceu a grande

    distncia, verificando 0 que fazia naquela hora uma suaamiga.A Sociedade Real Inglesa de Pesquisas Psquicas, j

    conta 30 grossos volumes nos quais se salientam modernoscasos de bilocaco.

    A histria religiosa nos oferece tambm muitos exemplossemelhantes. S. Afonso de Liguori foi canonizado por sehaver mostrado simultaneamente em Arienzo e em Roma,onde assistiu morte do Papa Clemente XIV. Na Vida deSto. Ambrsio, S. Clemente de Roma, S. Jos de Cupertino,S. Francisco Xavier notam-se esses casos de desdobramento.

    Mas os fatos mais populares, conhecidos de todos, so osde Santo Antonio de Pdua.

    Em dia em que pregava na igreja de Limoges, na mesmahora foi visto oficiar num mosteiro, no extremo da cidade.

    Outra vez ele pregava em Pdua. Aconteceu que umvizinho de Martinho de Bulhes (pai de Sto. Antonio)matara um homem e enterrara o cadver no quintal deMartinho. A justia daquela poca condenou Martinho deBulhes, morte, julgando-o autor do crime. "Sto. Antonioestava a pregar em Pdua, teve uma viso que o informou docaso, e transpondo, em Esprito, em poucos minutos, adistncia que separa Pdua de Lisboa, fez parar o prstitoque se dirigia para o patbulo; evocou o morto, ordenando-lhe que falasse e dissesse se era Martinho o seu verdadeiroassassino, e depois de ter assim salvo o seu pai, voltou aconcluir o seu sermo".

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    a Vida Eterna, unindo os pais aos filhos, o parente aoparente, o amigo ao amigo, e facultando-nos os meios deaperfeioamento para a felicidade.

    E a Vida Eterna, desdobrando s nossas vistas ospanoramas dos mundos terrestres e siderais, que nos estoreservados e constituem as mltiplas moradas da Casa deDeus, de que Jesus falou no seu Evangelho.

    Esses fenmenos demonstrativos da existncia da alma,so sucedidos por outros tantos, que ocorrem depois damorte e vm nos provar a nossa imortalidade.

    No h morte, meus amigos; no h fim de existncia; oque h a passagem de um mundo material para um mundoespiritual; de um estado de inferioridade para um estado desuperioridade; mas esses estgios so gradativos, sem hiatos,sem abismos, sem saltos bruscos; porque a "natureza no dsaltos"; a lei eqitativa, relativa e justa, como o so todasas leis de Deus. Todos os seres gozam dessa graa, delavivem e dela se alimentam; nela crescem, progridem. se

    tornam adultos no entendimento; e emergindo do instinto, daignorncia, flutuam no oceano luminoso da Inteligncia e daSabedoria, onde cantam a sua gloriosa epifania!

    MEUS OUVINTES:

    Na "Parbola do Tesouro Escondido", Jesus comparou o"Reino dos Cus" a um tesouro oculto num campo, que umhomem achou e movido por um grande gozo, foi vender tudoo que possua e comprou aquele campo.

    O homem tem resumido a sua tarefa na Terra a procurare a achar tesouros.

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    Para que o homem trabalha, se esfora e luta, a ponto dematar o seu semelhante?

    Para possuir tesouros.

    Jesus aproveitando esse desgnio humano, comparou o"reino dos cus' a um tesouro escondido e incitou o homem aprocur-lo, visto ser ele imperecvel e inacessvel aos vermese aos ladres.

    Esse tesouro tem permanecido escondido, devido ainteresses inconfessveis e bastardo.

    O Espiritismo veio no-lo mostrar, veio nos convidar aadquirir esse tesouro; veio nos demonstrar que ele constitui amelhor de todas as fortunas, porque de posse permanente,efetiva, - nem a morte nos separa dele; veio nos dizer quesomos imortais, que existe Imortalidade; que todas asaquisies com que enriquecemos o nosso Esprito, todas asluzes com que o esclarecemos, so tesouros que nosfelicitaro no futuro; constituem a fortuna com quecompraremos a nossa carta de liberdade, para melhor estudar

    os enigmas do Universo e penetrar na Casa de Deus!A Imortalidade para ns a base de tudo. E por ela que omundo gira, os pssaros cantam, as feras rugem, os homensse movimentam e a Luz se faz. A Imortalidade a Vida; e aReligio est na vida, para poder estar em Deus!

    O Espiritismo um fanal no meio das trevas que noscercam, um farol que nos guia ao porto do salvamento. Sos que lhe conhecem a luz, que podem avali-lo na suagrandeza incomparvel.

    Todos os que aprioristcamente o tm atacado, curvaram-se diante dele os seus joelhos e bateram no peito o seuarrependimento.

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    Quinta conferncia

    21 DE OUTUBRO DE 1936SOBRE A ROCHA DA REVELAO

    Existe um trecho no Evangelho de S. Mateus, cap. X, v.27, que repete assim uma das recomendaes de JesusCristo: "O que eu vos digo s escuras, dizei-o s claras; e oque se vos digo ao ouvido, proclamai-o dos eirados".

    Muito prazer me d o cumprimento deste Preceito: subirs alturas e entrar pelos telhados dos vossos lares, para levars vossas almas a Palavra da Redeno, e acender nos vossoscoraes a lmpada sagrada da F que consola e vivifica.

    Ns chegamos aos ltimos tempos das grandesprovaes; a humanidade passa por uma crise acentuada de

    perturbaes e desvarios. E o nico meio de nosresguardarmos do mal que acabrunha e dizima os povos, nos abrigar sob as bastas ramagens da rvore da Vida, queDeus, em seus sbios desgnios, fez plantar, para refgio detodos aqueles que buscam observar os seus mandamentos.

    Entretanto, meus ouvintes, preciso no nosesquecermos, que o nosso planeta, tem j passado portemerosas crises, que so sempre resolvidas pelos PoderesSuperiores.

    Todas as vezes que a humanidade titubeia e paralisa asua ascenso, Deus envia ao mundo os Missionrios doEspao, que constituem a Igreja Triunfante, sob a direo deJesus Cristo, e a crise se resolve por um influxo divino.

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    A Revelao a base fundamental do progresso humano.Tanto na cincia, como nas artes, na filosofia, como na

    religio, a Revelao o punctum fluens, o motor

    maravilhoso que nos faz caminhar para as alturas, - de progresso em progresso, de luz em luz para as amplasclarinadas do Bem e da Verdade.

    A Revelao abrange todos os ciclos da evoluohumana ab incio - do comeo, ad eterno - por toda aeternidade.

    Nada h no mundo que o homem tivesse inventado coma sua prpria cabea. Ele estuda, trabalha, perquire,experimenta, e quando desanimado de suas lutas, de seussacrifcios, de seus labores, julga haver esgotado at o fim,at as fezes, o Clix do seu afanoso esforo, quando pensando na sua deficincia, quer abandonar a obra, aRevelao se faz ouvir, e o homem absorto, cheio de alegria,encontra a soluo do seu problema, o resultado da equaoque lhe parecia impossvel achar.

    Ns temos um exemplo, desta afirmao, comArchimedes que, aps esgotar todos os esforos parasolucionar um problema de peso especfico no estudo dahidrosttica, descobriu esse princpio cientfico estando no banho, sem conjeturar do assunto, e entusiasmado com arevelao recebida, saiu em trajes admicos pelas ruas deSiracusa, bradando: Eureka! Eureka! - achei! achei!

    Evoquemos esses homens ilustres que sulcaram o nossoorbe e enriqueceram as nossas almas, como CristvoColombo, Miguel ngelo, Buffon, Leibnitz, Newton, Pascal,Linneu, Kepler, Galileu, Bacon e outras centenas deles;Crookes, Wallace, Lombroso, Richet, etc., todos aqueles quese acham contados no nmero dos prncipes da inteligncia;

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    e procuremos saber se no foi o lume sagrado da Revelao,que os fez memorveis entre os povos, distinguidos entre osseus contemporneos!

    Todos os grandes homens tm recebido a Revelao doAlm.Scrates dizia ter um Gnio que o assistia e inspirava.Goethe bebia nas fontes do Invisvel, aps as suas

    relaes com Lavater e a sra. Klettenborg.Dante Alighieri s via o esplendor da luz eterna pelos

    olhos de sua Beatriz - morta.Virglio bebeu da gua da Revelao quando escreveu a

    suagloga Messinica.Pitgoras penetrava no Invisvel com o auxlio de

    Fenomene.Tasso escreveu o seu poema Renaud por inspirao de

    Aristo.Victor Hugo recebeu a Imortalidade por meio dos

    Espritos que se comunicavam por Mme. Girardin.

    Blake diz ter escrito por inspirao do Esprito deMilton.E longe iramos, se evocando esses gnios tivssemos de

    enumer-los um a um, para numa assemblia solene nosconfirmarem o que j disseram sobre a Revelao queobtiveram na sua passagem pela Terra.

    A Revelao a luz que os nossos Superiores fazemvibrar nas nossas almas para nos esclarecerem e orientarem.

    Newton concentra-se na queda de uma ma e recebe aRevelao do equilbrio universal. Yong fixa as suas vistasnos cus estrelados e lhe ciciam aos ouvidos, a Lei dasvibraes luminosas.

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    Na arte, como na cincia e na filosofia, sempre aRevelao que nos faz dar mais um passo para diante.

    Na Religio, a Revelao o influxo poderoso dos

    Espritos de Deus.Mahomet, Confucius, Buda, Zoroastro, e todos esses propulsores da Espiritualidade, dizem ter recebido aRevelao, para a fundao de suas Religies.

    Se passarmos uma vista de olhos na Histria da Religio,havemos de ver a Revelao como um diadema debrilhantes, ornando a fronte dos Patriarcas e dos Profetas.

    A primeira Revelao, que foi dada na infncia dahumanidade, e acolhida por Abrao, no ensinou mais doque a Unidade de Deus; no deu mandamentos, nem impsobrigaes.

    Passados dois mil anos, Moiss sobe ao Monte Sinai, erecebe de Jeov, (um dos Eloim) Esprito dirigente de Israel,o Declogo, que constitui os Dez Mandamentos, quedeveriam reger os povos e as naes. Nesses preceitos

    existem deveres e obrigaes para com Deus e para com oshomens, - at mesmo para a proteo que deveramosdispensar aos animais.

    O tempo corre, o mundo progride, as inteligncias seaguam, e, passados novamente dois mil anos, uma novaRevelao, mais ampla em extenso, pois que se estende atodos os povos da Terra, dada novamente humanidade.

    A Progressividade da Revelao, nos perodosconcomitantes das crises, est em relao com a evoluointelectual dos povos.

    A Revelao Messinica, trazida por Jesus Cristo,encerra a moral mais pura que o homem pde receber. AVinda de Jesus Terra e a pronncia da sua Palavra de

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    Ordem e de Paz, de Fraternidade e de amor a Deus, produziuuma revoluo to grande no nosso mundo, que chegou atransformar o calendrio. Foi uma era nova que surgiu nos

    nossos horizontes, foi uma nova aurora que bruxoleou portodos os lados, embalsamou todos os coraes, leniu todas asferidas e iluminou todas as almas.

    Mas infelizmente o depsito sagrado foi invadido pelosinteresses pequeninos e ambies bastardas, dando lugar crise ameaadora que nos ensombra. E alm de tudo, Jesusno disse, positivamente, tudo que tinha para nos dizer,porque a Revelao no se faz de um jacto. Ela como achuva, desce terra para regar as plantas, e mais tarde tornaa descer para faz-las florescer e frutificar.

    Eu vos disse que a Revelao abrange todos os ciclos daevoluo humana. E foi por isso que o Divino Nazareno,segundo refere o Evangelista S. Joo, cap. XVI, vv. 12 a 15,antes de sua passagem forada para o Alm disse aos que lheseguiam:

    - "Tenho muito para vos dizer, mas no podeis suportaragora; quando, porm, vier aquele Esprito da Verdade, elevos guiar em toda a verdade, porque no falar de simesmo, mas dir o que tiver ouvido e vos anunciar ascoisas que esto para vir. Ele me glorificar porque h dereceber do que meu e vo-lo h de anunciar".

    MEUS OUVINTES:

    Esta profecia de Jesus, tem a sua confirmao naRevelao Esprita. Chegamos quase aos dois mil anos,poca que sempre medeia entre as Revelaes Gerais, que seligam aos destinos da humanidade.

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    Ao lado de todas as trevas que paralisam a marcha dospovos, e os sofrimentos que acabrunham as almas, Deusmandou uma Luz, um Lenitivo, um Consolador,

    caracterizado na Revelao Esprita, que a Revelao dasRevelaes, porque vem confirmar todas as Revelaespassadas, e se esforar para fazer cumpri-Ias.

    Lembrando as palavras de Jesus, de "No ser o seuReino deste Mundo", o Espiritismo chama a nossa ateno para a Imortalidade, onde, do Outro lado do Tmulo, seacham os nossos destinos felizes, para a posse de umReinado, no qual o Grande Fundador do Cristianismo reinaem esprito e verdade, com amor, com sabedoria, comJustia.

    E para que alcancemos esse Reino, a GrandePersonalidade de Allan Kardec, aps haver coordenado osEnsinos dos Espritos, legou-nos uma Obra Monumental, naqual nos oferece as verdadeiras diretrizes da Vida,resolvendo todos os problemas que obscureciam o nosso

    entendimento e, abrindo-nos novas veredas de progresso, proporcionar um vasto campo de estudo e de pesquisas,trazendo, ao mesmo tempo s nossas almas doridas, aEsperana, a F e a Verdade.

    A Revelao Esprita veio concorrer para atransformao da humanidade. Baseando seus ditames nasobrevivncia do homem, aps a morte do corpo, naproclamao da Vida Eterna, ela ainda nos favorece com asaparies e comunicaes dos chamados "mortos", a fim deque a nossa f seja inteligente, racional e livre de toda equalquer dvida.

    O trabalho de Allan Kardec um conjuntoverdadeiramente harmnico, no qual a religio est de pleno

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    acordo com a cincia, constituindo uma admirvel filosofia,toda baseada em fatos.

    ILUSTRES OUVINTES:A Revelao o piv sobre o qual os povos se elevam

    em espirais para as alturas. E a manifestao de Deus na Natureza, a transmisso de suas Ordens pelos seusMensageiros.

    A Revelao luz que aclara, gua que dessedenta. Porela ns encontramos o Caminho, a Verdade e a Vida.

    To grande o seu poder, to slida a sua Casa, queJesus chegou a fundar a sua Religio sobre essa Rocha Vivaque resiste aos vendavais e s correntezas.

    As Revelaes de carter geral, se sucedem como aschuvas, como o orvalho matutino, como o dia e a noite, ecomo se sucedem e se engrandecem todas as verdades quefazem progredir a humanidade.

    Ela ofiat lux da legenda, como a Fnix da Fbula quequando parece morta que revive com mais pujana evitalidade.

    No povo hebreu, ao despontar a inteligncia humanizada,a Revelao Abramica repercutiu pela Judia, como umhino vindo dos Conselhos de Deus. Por toda a parte se ouviao grande anncio: "Existe um nico Deus, s Ele o Senhorcriador e dominador do Universo!"

    Mas nem ordenao, nem mandamentos se fizeramouvir!

    S depois de muitos sculos que a Revelao Mosaicafalou no Sinai. Esta no veio destruir aquela, mas dar-lhe

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    cumprimento e trazer o complemento de mandamentos epreceitos que deviam reger os povos daquela poca.

    Transcorridos novamente outros tantos sculos, aparece

    Jesus, o Portador da Revelao Messinica ou Crist,revogando o "dente por dente, olho por olho" e impondo atodos o amor e a caridade.

    Outros tantos sculos se escoaram na ampulheta dotempo, eis que Deus, movido de cuidados pelo destino dosseus filhos, movimenta seus Mensageiros, que sancionam asRevelaes passadas e abrem a todas as almas novas veredasda Verdade.

    a poca em que nos achamos, sob os auspcios daRevelao Esprita.

    Finalmente, meus ouvintes, to grande o poder daRevelao, como eu vos disse, que Jesus, maravilhado pelaresposta do seu Apstolo de ser Ele - "O Cristo Filho doDeus Vivo", exclama:

    - Bem-aventurado s, porque no foi a carne nem o

    sangue, quem teRevelou, mas sim meu Pai que est nos cus- SOBRE ESTA PEDRA EU EDIFICAREI A MINHAIGREJA.

    Sexta conferncia

    01 DE NOVEMBRO DE 1936

    A GUISA DE COMEMORAO DOS MORTOS

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    Parodiando o nosso grande Castro Alves, na sua belapoesia "O Livro e a Amrica", eu poderia comear a minhaconferncia, com o trechinho:

    "Por uma coincidncia"Dessas que vem do Alm"O dia que honra os santos"Honra aos mortos tambm.

    Assim quis Deus que tanto justos, como pecadores,recebam hoje por este microfone, as nossas sentidashomenagens.

    DANTE, disse naDivina Comdia:...E o amor que move o Sol e as outras Estrelas.E SCHELLEY, no seu Prometeu Libertado afirmou que:...O ar que se respira o amor, que se move sobre os

    ventos e sobre as vagas, pondo a Terra em harmonia em tudoo que ns sentimos acima dela.

    *

    O amor um fluido misterioso que une todos os seresnum mesmo elo para reconduzi-los a Deus, que o seu ponto de partida. O amor nunca se acaba. Oriundo doSupremo Criador ele no teve princpio e no ter fim. Porque criou Deus o mundo? Por que Ele faz fulgir as estrelas,equilibrarem-se os astros, descerem as chuvas, acariciaremas brisas?

    Por amor, responde o filsofo.O amor penetra em toda a parte: no palcio dos ricos, nas

    choupanas dos pobres, nos albergues, nos hospitais, nas

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    tavernas, nos prostbulos, como nos santurios e nas casas decaridade. Onde existe uma alma que vibra, um corao que pulsa, a est o Amor. L mesmo, longe, nas matas

    ensombradas de gigantescas rvores, onde rugem as feras eos pssaros desferem os seus cnticos, o amor faz sentir asua ao na lei que rene os seres da mesma espcie, nodevotamento maternal, nas necessidades filiais.

    Guerra Junqueiro, o grande poeta lusitano cantandoglrias ao amor, comps estes versinhos que narram bem agrandeza desse fluido misterioso, dessa emanao divina,que ressoou no Sinai e Jesus imps como o mandamentomximo, que resume toda a sua Lei:

    Se o fogo de mil craterasTombasse sobre o universoE mar e homens e ferasFicasse tudo submerso,Embora! Passado um dia,

    Num ngulo de rocha,Onde a urze desabrocha,O amor desabrocharia.

    O amor escada sublime,Vasta, imensa, luminosa,Que prende o filho do crimeAo doce olhar de Jesus; lngua de fogo eternoQue ascende vertiginosaDos sorvedouros do infernoAos sorvedouros da luz.

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    O amor a lei universal, invencvel, que tudo corrige,que tudo aperfeioa, que tudo ilumina, que tudo vivifica.

    No h poderes na terra e nem nos cus, capazes de

    destruir o amor; nem mesmo a morte com todos os seusaparatos e mistrios.Por isso, so muito justas as homenagens que prestamos

    aos nossos queridos que se acham "Alm do Vu". Essansia com que lhes patenteamos os nossos afetos, essaespontaneidade com que lhes oferecemos as nossaslembranas, esse instinto que vibra nos nossos coraes paraque ornemos os tmulos onde foram depositados os seusdespojos mortais, no representar um apelo, para que elesconosco se encontrem naquela mesma porta, por onde, nanossa viso estreita e acanhada os vimos desaparecer?

    A comemorao de amanh no representar, porventura,a intuio que temos, de que eles vivem e nos espreitam epodem entrar novamente em relao conosco?

    De fato, meus amigos, s esta demonstrao de hoje

    constitui um protesto contra a Morte; as homenagens prestadas aos que passaram um sinal de que os quechamamos "mortos" no morreram; porque, se, de fato, amorte fosse o fim da Vida, se tudo se acabasse no tmulo,seria a maior insensatez, homenagear o que no existe,prestar continncias a um tmulo, onde, s mais das vezes,nem mesmo um pedao de osso existe daqueles que nosforam caros!

    Seria cantar hosanas ao Nada; seria endeusar oMaterialismo, proclamar o Atesmo; seria, ainda mais, negara existncia de Deus e toda a obra Evanglica, bem como aObra Redentora de Jesus Cristo.

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    impossvel que essa Idia que movimenta as massas,que promove romarias, que emociona coraes, que fazderramar lgrimas, que evoca reminiscncias, que fere fundo

    a lira da saudade fazendo desferir acordes melodiosos,harmonias tristes, mas arrebatadoras, venha se curvargenuflexa, num culto de adorao, ao que no existe, a essehiante sorvedouro do Nada, que traga todas as Vidas queDeus criou!

    No, meus amigos, esse sorvedouro no existe.A Morte no o fim da Vida, mas sim a passagem de um

    plano a outro da existncia.A vossa comemorao de amanh um protesto contra

    as idias subversivas da morte, contra esse materialismodestruidor, que desarmoniza a famlia, que corrompe asociedade, que promove as lutas fratricidas, as guerras entreas naes, e que d por extintos os seres que nos so caros!

    A minha palavra de hoje, intuda por aqueles a quemchamam "mortos", vivificada por esses Espritos que

    deixaram o nosso plano terrestre, mas continuam a viver,vem, a seu turno, protestar contra esse modo de conceber aVida, fustigada sempre pela morte.

    REVIVESCNCIA ESPIRITUALISTA

    A presente poca se caracteriza por uma revivescnciafrancamente Espiritualista. As cortinas da Religio seabriram, como no momento do passamento de Jesus, paraque o homem compreenda a sua natureza e o seu destino, asua tarefa e os seus deveres. Voltamos fase histrica doEvangelho, para que o Esprito vivifique.

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    Conquanto nunca se deixasse sem o testemunhocompetente, a Imortalidade, de face coberta como a Isis doTemplo de Delfos, se limitava a intuir no homem a

    probabilidade do futuro, da Vida depois da morte. Hoje adeusa aparece sem vu, e a Imortalidade aparece por toda aparte exortando almas e embalsamando coraes.

    Em todas as pocas da histria os Espritos dos mortos semanifestaram para provar aos vivos que perambulam nastrevas, a existncia de uma outra vida. Escolhem para teatrode suas manifestaes as casas abandonadas, os palciosencantados, as estradas desertas em cujas margens eramerguidas cruzes de madeira, as bordas das matas silentes, ascampinas solitrias.

    Hoje eles esto por toda a parte, preferem as cidades, asmetrpoles onde os sbios estudam e examinam osfenmenos, onde os homens ilustrados organizam sessespara verificar os fatos e onde o retinir dos clarins se fazouvir, para chamar os homens Luz e Verdade.

    Os fenmenos espritas chegaram ao auge de arrebatarmilhes de homens de todas as classes sociais para as fileirasdo Neo-Espiritismo, que veio promover a redeno dahumanidade.

    A diversidade copiosa de fatos, que se tem verificado nonosso planeta, em todos os pases, salientando as vontadeslivres e diferentes umas das outras, como as folhas de umarvore, provam muito bem a inteligncia, o arbtrio, asabedoria, a arte dos seres que se comunicam afirmandoterem vivido na Terra.

    No h negar, os "mortos" nos batem porta para nosfalar da Vida. Aqueles que nos precederam, voltam para nosensinar o caminho, sustentar-nos nas lutas, amparar-nos nas

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    quedas, iluminar e nos dizer que os horizontes da Vida notm fim, que o tmulo no a ponto final da existncia. Suaspalavras falam alma e ao corao, vibram em nossa mente,

    exaltam o raciocnio, e fazem desaparecer a negao e advida.

    O TRIUNFO SOBRE A MORTE

    A morte tem sido at aqui a esfinge devoradora dasalmas, o tit invencvel, o indecifrvel enigma que tempreocupado os filsofos de todos os tempos. A morte temsido considerada o maior inimigo do homem, o maispoderoso; to poderoso que S. Paulo, o doutor dos gentios,enumerou-o como o ltimo a ser vencido.

    Todas as dificuldades foram vencidas pelo homem, masat agora ningum ousou vencer a morte: nem as cincias,nem as filosofias, nem as religies. As trevas e o frioenvolviam o nosso planeta, e o homem descobriu o fogo que

    d o calor e o lume. A vastido dos mares impedia asrelaes humanas, e o homem descobriu o barco que dominaos mares. O gnio subiu s alturas e dominou os ares, quelhe servem de estrada para unir povos e continentes.

    Inmeras so as descobertas no campo da cincia, mas aMorte prevalece sem soluo, assombrando as geraes.

    Mas aquilo que o homem no pode fazer, Deus o faz. EDeus vendo a deficincia de seus filhos para resolver todifcil problema, revelou-nos o conhecimento dessefenmeno, para que compreendamos a Vida, com todas assuas nuances. A Revelao Esprita, constitui, por isso, amais pujante manifestao da graa divina que o homempodia receber.

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    Diversos videntes tm assistido o transe da morte e tmverificado a sada do Esprito do corpo como a borboleta saida crislida, sem que se d a mudana de personalidade. A

    individualidade permanece na outra vida com todas as suasaquisies, e se apresenta do outro lado do tmulo tal comoera at o momento de para l se passar: com os seus vciosou as suas virtudes, sua ignorncia ou sua sabedoria.

    As qualidades, morais e espirituais pertencem ao Espritoe no ao corpo; e o prprio Esprito, na Outra Vida, revestido de um corpo, na aparncia, igual ao que tinha naTerra, mas de mais leveza e como que transparente, devido matria rarefeita que o compe.

    Estas revelaes comprovadas pelos fatos, inclusive afotografia, nos vm cercar de uma F cheia de certeza daImortalidade; assim como nos do verdadeira consolao, pois, ficamos sabendo que os nossos amigos e parentescontinuam a viver num Outro Mundo, assim como setivessem mudado para um outro pas, donde poderemos

    receber suas notcias, pois, a morte no extinguiu a suaexistncia. E alm disso, assiste-nos a certeza de nosencontrarmos com eles, ao passarmos tambm para o OutroMundo.

    Muito eu teria para vos dizer sobre este assunto eproporcionar-vos assim bastas consolaes e substanciososconhecimentos sobre o nosso futuro, mas o microfone limitao nosso tempo, exige breve exposio. No faltar,entretanto, ocasio para me estender sobre essesconhecimentos, de suma importncia para a nossa felicidade.

    Hoje o meu dever se resume em demonstrar-vos a minhasolidariedade fraterna, e aliar-me convosco nessahomenagem aos habitantes de Ultra-Tumba, aos que

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    deixaram o Mundo Fsico, deixando tambm no nossocorao a rvore da Saudade que floresce todos os diasenvolvendo-nos com o doce aroma de suas flores.

    Saudade! quem no sentir seus eflvios santos, quem,evocando os tempos idos, no recordar aqueles fragmentosdo nosso corao que partiram, abrindo to fundas lacunasno nosso Esprito!

    Se temos saudades da terra em que nascemos, do ar querespiramos, da gua que bebemos, dos jardins em que, nanossa infncia, brincvamos e saltvamos, no muito justoque se avivem na nossa alma as emoes que sentimos pelaausncia daqueles que conosco misturaram seus risos e seusprantos!

    O CULTO DOS MORTOS

    O culto dos "mortos" vem de tempos imemoriais. Ostemplos do Egito, os recintos da Glia, em Roma ou na

    Grcia, na China como na ndia, por todo o mundo, o cultodos "mortos" foi praticado de modo a acender na almahumana a chama da Imortalidade. At nas ridas costas dafrica, os selvagens afirmam a sua crena na volta dosEspritos, a quem no cessam de prestar homenagens.

    Para confirmar esta Verdade, bastaria rever as pginas doEvangelho que relatam as aparies sucessivas de JesusCristo, durante 40 dias, no s aos Apstolos, mas a mais de500 pessoas, manifestaes estas que constituem a base doCristianismo. O prprio Cristo, acompanhado de trsdiscpulos evocou os Espritos de Elias e de Moiss, que comEle se comunicaram no Monte Tabor.

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    O Espiritismo, sancionando o vosso Culto aos chamados"mortos", vem tambm hoje, pela minha palavra, relembraresses fatos gloriosos da histria, para acentuar ainda mais a

    vossa convico, as vossas intuies na sobrevivnciahumana.Ele vem dizer-vos que os mortos vivem e vos agradecem

    a lembrana que tendes deles; que as suas aparies ecomunicaes constituem um pacto de amor com os entesqueridos que deixaram na Terra. Que a intermita Estrada daVida, prossegue alm do tmulo, de etapa em etapa, de luzem luz, para as alturas, para a Felicidade, para Deus!

    Numa carta que me escreveu o eminente ProfessorCharles Richet, um dos maiores sbios contemporneos,concluiu com a sbia sentena: Mors janua vitae - "a morte a porta da Vida".

    E eu concluo tambm a minha orao, rogando aoSapientssimo Senhor do Universo que vivifique a vossa F,faa pairar sobre vs o Sol da Esperana, e derrame os seus

    eflvios santos sobre os nossos parentes e amigos que seacham para l do vu, porque - Mors janua vitae - "A morte a porta da Vida".

    Stima conferncia

    22 DE NOVEMBRO DE 1936

    O ESPIRITISMO - AS VIDAS SUCESSIVAS E APLURALIDADE DOS MUNDOS HABITADOS

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    No fim do sculo VIII, antes da Era Crist, nasceu nacidade de Kapilavastu, na ndia Central, um grande vulto,cuja Religio - o Budismo - abrange a 5. parte da

    humanidade.Kapilavastu era a Capital de um Reino junto smontanhas de Nepal, ao norte do Uda atual.

    O pai dessa personalidade era o Rei Cuddohodana ereinava naquele pas. A me chamava-se Maydevi,extremamente formosa; mas faleceu sete dias aps onascimento do infante, que deveria ser o fundador doBudismo.

    Depois de moo, Sidharta Muni, o filho do Rei,deliberou renunciar a herana do trono, manifestando ao seupai o seu propsito.

    Para dissuadi-lo de to extravagante idia, o pai disse-lheque pedisse tudo o que quisesse, com a condio dele desistirde seus intuitos.

    O jovem Buda respondeu-lhe:

    - "Quero trs coisas:1. - Que a velhice nunca se apodere de mim;2. - que a doena, impotente para comigo, nunca me

    acometa;3. - que a minha vida no tenha limite nem declinao".Incapaz de satisfazer os desejos de seu filho, o Rei

    deixou que partisse.Ele despediu-se de seu pai, despiu os fatos de finssimas

    sedas de Benares, envergou, como Joo Batista, o grosseirovesturio de peles de veado, freqentou as escolas, osmosteiros e as bibliotecas dos mais eruditos brmanes, como fim de resolver o "Problema da Vida"; mas noencontrando naqueles cursos e naquela cincia, a soluo do

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    "porqu da existncia terrestre", com as suas apavorantesdesigualdades; no tendo podido saciar o seu imenso ardorde saber, como o "Profeta do Deserto", retirou-se dos

    homens, e - reza a tradio - com as pernas cruzadas, sentadonum relvado, o corpo ereto, voltado para o Oriente e junto auma rvore fez voto de no se levantar, enquanto no lhefosse revelada a razo da existncia terrestre.

    Assim ficou ele um dia e uma noite imvel, quando sesentiu inundado por uma luz do Cu, recebendo dosMensageiros de Deus a resposta s suas interpelaes,respostas estas que constituem os princpios fundamentais doBudismo.

    1. - A dor inseparvel da existncia terrestre;2. - A vida neste mundo tem por causa o atraso do

    Esprito e por corolrio a necessidade do seu progresso;3. - A Lei da transmigrao das almas explica as

    desigualdades de condies e raas.Foi, ento, que Buda saiu por toda a ndia, onde pregou

    essas verdades cardeais, constituindo-se assim o Fundadordo Budismo que, como vos disse, abrange a 5. parte doshabitantes da Terra.

    AS VIDAS SUCESSIVAS

    MEUS OUVINTES:

    Para o esprito vido de saber, que deseja conhecer osmistrios da existncia na Terra, com as suas desigualdades eflagrantes contradies, suas formas aberrativas de vida, noexiste outra Doutrina que melhor explique seno a das VidasSucessivas, proclamada por Buda, por Scrates e Plato, por

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    Pitgoras, pelos grandes sbios da Grcia, e magnificamentereferendada por Jesus Cristo, no seu colquio comNicodemos.

    Que outra doutrina vem resolver esse problema dasdesigualdades sociais, esse to variado aspecto do cenrioterrestre, desde o perverso at o santo, desde o cafre boalat o sbio?

    Se fosse Deus a causa dessas contradies flagrantes; seEle houvesse criado uns bons e outros ruins; uns adiantadose outros atrasados e exigisse de todos, em uma nicaexistncia, o mesmo progresso, a mesma perfeio, a mesmasantidade, ficaria prejudicado em seus atributos de Justia ede Amor.

    Mas assim no . Deus o Sumo Bem e a Justiainflexvel. Ele criou todos os Espritos iguais, dando a todosa mesma meta a alcanar, a mesma felicidade a conquistar.

    A Vida terrestre uma escola, onde viemos desenvolveras nossas aptides. Se uns so adiantados porque j

    viveram muito; os atrasados so espritos infantis que estodando os primeiros passos na Estrada da Vida. Na vida humana ns podemos ter o espelho da Vida

    Espiritual, no infinito da evoluo; todas as crianas nascemignorantes e inocentes, mas todas alcanam depois amadureza e a razo.

    Assim tambm, no plano espiritual, Deus cria todos osEspritos iguais, a todos d as mesmas graas, os mesmosmeios de progresso, e todos alcanaro os mesmos destinos,as mesmas glrias, dependendo do esforo de cada um paramais depressa chegar aos estgios superiores da perfeio edo Bem.

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    e proclama positivamente a idia imortalista. E por ela quese compreende porque, de um mesmo casal, uns saem comuma aptido, outros com outra; porque uns so propensos ao

    bem, outros carregam o estigma do mal; porque uns sointeligentes e facilmente assimilam e outros aprendemdificilmente o que se lhes ensina e so tardios deentendimento.

    O mundo uma escola, qual voltamos tantas vezesquantas sejam precisas para conquistarmos a sabedoria e aVirtude, as duas asas com as quais nos alamos ao Reino deDeus, que Liberdade e Felicidade.

    O Espiritismo no admite o inferno eterno, porqueachamos que Deus no seria justo se criasse um filho,sabendo que ele ia ser ruim para conden-lo eternamente.Mas existem castigos, de acordo com a natureza da falta,para reparao e progresso do Esprito.

    OS MUNDOS HABITADOS

    MEUS OUVINTES:

    A Doutrina da pluralidade das existncias, tem comocorolrio o princpio mximo da sabedoria, que constitui: Apluralidade dos Mundos habitados.

    A "Casa de Deus" o Universo Infinito, e o nossomundo no o nico mundo habitado. Deus semeou mundosnos cus como areias no mar, e todos eles, segundo afirma aRainha das Cincias, que a Astronomia, tm as mesmascondies de vida, que tem o nosso planeta. Acresce aindaque, a maioria desses mundos , em volume, muito maior doque a Terra. Por exemplo: Saturno 374 vezes maior do que

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    a Terra, e tem uma particularidade geodsica - colocadodentro de um anel luminoso. O equincio l perptuo, oclima constante, e Saturno servido por 8 satlites, ou seja,

    8 luas que o acompanham. Jpiter 1.300 vezes maior doque a Terra e servido por 4 luas. Netuno 105 vezes maiordo que o nosso mundo; Urano 82, ainda, maior do que onosso, e assim por diante. O nosso planeta um gro deareia em vista dos gigantes do Espao; mesmo o nosso Sol 1.300.000 vezes maior do que a Terra. Nos demais globosplanetrios, segundo as observaes astronmicas, existe oque existe no nosso; ar, gua, atmosfera, terra, mares, rios,etc.

    H pouco tempo, deveis saber, os nossos astrnomos sereuniram, por ocasio da aproximao de Marte, com o fimde obterem comunicaes dos habitantes deste planeta, ondese verificou a existncia de canais, ligando dois mares, obrade engenharia humana.

    A doutrina dos mltiplos mundos habitados uma

    glorificao Obra de Deus, que no resumiu a sabedoriaDivina feitura de um nico mundo, atrasado ainda como o nosso, mas semeou nos cus estrelas que so como o nossoSol, centros de sistemas planetrios, e mundos, cujos seresdevem dar testemunho de sua operosidade e reconheceremnEle o amor que devota a toda criao, a todos os seusfilhos, criados para gozarem dessas maravilhas celestes.

    O TRIUNFO DA VERDADE

    MEUS OUVINTES:

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    Aqueles que conhecem a Verdade e a escondem dos seussemelhantes, incorrem em grande falta, e vo encontrar noOutro Mundo a escurido e o sofrimento, e os seus nomes se

    eternizaro como "Mensageiros das Trevas"."Dizem, a propsito, que um dia Pan ousou comparar asua flauta de sete carrios com a lira de Apolo. Para tal fim,props um Conselho ao "Deus da Harmonia", sendo rbitro ovelha Midas, Rei da Frgia. Ressoaram os acordes rsticos dePan, e Apolo cantou com sua lira ao compasso de suasmelopias divinas. Todos decidiram que a flauta no podiacomparar-se lira, todos unanimemente, menos o Rei, quereclamou a vitria para Pan.

    Imediatamente cresceram sob os cabelos do Rei, duasmilagrosas orelhas. Apolo ficou vingado, e Pan refugiou-sena sombra. O Rei confuso, quis ocultar as orelhas debaixo dacoroa. Um camareiro, porm, as descobriu; correu a um valelongnquo, cavou um poo e contou ali o seu segredo. Mas aVerdade no se enterra. Floresceram rosais que, agitados

    pelas brisas, relembram as duas milagrosas orelhas do Rei daFrigia.

    *

    No se pode esconder a Verdade; mais hoje, maisamanh, ela se manifesta. O nosso Juzo sobre a Verdadedeve ser justo e reto, para que no se repita conosco olegendrio Juzo de Midas.

    A nossa elevao espiritual e moral depende da Verdadeque abraamos, porque sem ela no podemos formar o nossocarter.

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    Em cinco sucessivas conferncias, j vos demonstrareique a morte no extingue a nossa individualidade, que oEsprito no pode ficar encerrado em um tmulo, e que Deus

    no nos criou para a morte e sim para a Vida. A Imortalidade plenamente demonstrada pela razo, pela lgica e pelosfatos: sentimos que somos imortais. Os fenmenos dohipnotismo, do magnetismo, do sonambulismo so provascabais da Imortalidade.

    Evoquei o fenmeno da memria, absolutamenteinexplicvel, sem a existncia do Esprito. Apelei para asaparies dos indevidamente chamados "mortos",mostrando-vos que as mais pujantes intelectualidades dovelho mundo, abraaram essa Verdade consoladora, quetodos ns queremos e sentimos, como um influxo divino anos envolver de carcias.

    Hoje venho confirmar todos esses princpios, que, alis,constituem as bases fundamentais do Cristianismo, desdeque se interprete os Evangelhos em Esprito e Verdade.

    O Espiritismo, como se tem visto e ouvido, umaFilosofia essencialmente cientfica e adstritamente religiosa.As magnificncias com que ele apresenta Obra de Deus esua solicitude para com as suas criaturas, so dignas da vossaateno e do vosso estudo.

    Insisto para que cultiveis o Ideal. O cultivo do Ideal, a busca da Verdade deve ser a nossa maior preocupao,porque s conseguimos a Felicidade pelo nosso progresso,nela nossa elevao espiritual.

    Os homens ou as mulheres sem ideal, no vivem,vegetam; caminham tateando em trevas, sem compreender asua situao, ignorantes do destino que os espera.

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    pela concepo do Ideal que o homem se afirma umser espiritual, porque o alcance do Ideal uma antecipaodo futuro, a viso de novos horizontes, no percebidos pelo

    homem medocre.Deus deu-nos o livre arbtrio para que busquemos aVerdade, estudemo-la, analisemo-la, perquiramo-la, com asnossas prprias cabeas, livres das injunes inferiores, dasidias preconcebidas, da escravido da razo.

    A rotina, a domesticidade, a subservincia, paralisam oprogresso social, geram a hipocrisia e a descrena.

    Amigos: - A nossa existncia na Terra tem por escopo ainstruo. E da instruo que vem o conhecimento, e com oconhecimento se alcana a perfeio.

    No temais buscar a Verdade, porque s por elaalcanareis o Reino de Deus.

    Jesus Cristo disse: "Se fordes meus discpulos, buscareisa Verdade, e a Verdade vos tornar livres".

    Oitava conferncia

    13 DE DEZEMBRO DE 1936

    A SITUAO MUNDIAL E OS MEIOS DEREALIZAR AS NOSSAS ASPIRAES

    LIBERTADORAS

    No mais possvel calar ante a situao angustiosa queo mundo atravessa; achamo-nos em vsperas de grandes

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    acontecimentos que abrangero todas as naes, todos ospovos.

    Daqui a pouco veremos o esboroar do mundo, mas

    tambm presenciaremos o erguimento de outro.H 18 anos que as naes no fazem outra coisa que searmar. A Guerra de 1914, que deveria servir de lio para aentrada da humanidade na Espiritualidade, parece, aocontrrio, ter sido um preparativo para esta outra, prestes adesencadear. A semente do mal plantada em terra frtil,germinou, lanou pendo, cresceu, tornou-se rvore frondosae est carregada de amargos frutos que esta gerao h detragar, porque a rvore Maldita lanou razes por toda aTerra e estendeu seus galhos por toda a parte. Ela tem sidohabilmente cultivada pelos fatores mximos daMaterialidade, espalhados pelo mundo sob diversasdenominaes.

    O grande vulco j tem abertas as suas crateras, e o gritode morte ressoa do oriente ao ocidente, do sul ao setentrio.

    Est tudo por um triz, tudo est minado e os estopinspreparados para receber a brasa que incendiar o mundo.Dizem os entendidos que na bem prxima guerra, igual

    garantia tero os que se acharem nas linhas de frente, comona retaguarda; os que estiverem nos campos como os queestiverem nas cidades; os que se acharem nas praas e nasruas, como os que permanecerem em suas casas de portasfechadas.

    A julgar pelo que se ouve e observa, como tambm pelasprofecias que sancionam e repetem o "Sermo Proftico deJesus" - exarado no Captulo XXIV do Evangelho de S.Mateus, nem mesmo as mulheres e as crianas ficaro

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    resguardadas, porque os elementos mortferos sero de todasas espcies.

    "A tribulao, diz Jesus no referido Captulo, ser to

    grande que - se Deus no abreviasse os dias, por causa dosescolhidos, ningum se salvaria." "Mas os dias seroabreviados, e o Pastor recolher e resguardar suas ovelhasno aprisco".

    A guerra que se processa vai abranger todo o mundo,porque uma guerra de idias e no de fronteiras. No setrata, como outrora, de sentimento ptrio nem de defesa daptria. A idia "estreita de ptria", que tem feito derramartanto sangue, j se mostra incompatvel com o progressomoderno. Como afirma um observador - "o tempo dasguerras internacionais passou e, infelizmente, entramos napoca das guerras civis. Mesmo que envolva as naes, afutura guerra ser como a atual espanhola, entre esquerdistase direitistas, sem distino de nacionalidade e de raas. porisso que a nesse Campo de Morte se nota italianos, russos,

    franceses, etc. J morreram muitos italianos combatendo aolado dos marxistas, e muitos russos brancos ao fado dosfalangistas, embora a Itlia oficial apie os rebeldes e aRssia oficial apie a Repblica da Frente Popular".

    Esta guerra no mais que uma miniatura da prximaguerra mundial, apavorante e predita com antecedncia detantos sculos. E a tragdia Apocalptica, cuja realizao jcomeou e lavrar um fogo devorador, estendendo suaschamas pelo mundo todo. E com essa guerra, disse o lcidoEsprito do Dr. Bittencourt Sampaio, numa comunicaodada na Federao Esprita Brasileira, pelo mdiumFrancisco Candido Xavier: "Instituies veneradas, sistemas filosficos, organizaes polticas, desaparecero no

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    abismo que tragar todos os fatores de estacionamento e daesterilidade entre os homens. A luta ser gigantesca. Vereishomem contra homem, nao contra nao. A guerra, esse

    pavoroso gnio do extermnio, alargar todas as possibilidades de destruio e suas vozes aterradorasanunciaro outros flagelos, decorrentes da sua aocorrosiva, mas necessria."E mais adiante: acrescenta: "taisacontecimentos sero o atestado de uma civilizaodecrpita, escrava do ouro corruptor e tomada pelo vrus deegosmo sem limites - infensa s coisas espirituais e aosPreceitos Divinos. Mas, depois de tudo, raiar uma nova

    aurora; sobre os escombros de um mundo materialista,surgir, ento, o Novo Mundo, da harmonia e da paz, comtodos os caractersticos do Reino de Deus".

    MEU