café com job - tcc rodrigo rasseli
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Programa de rádio experimental focado em Publicidade e Propaganda, com entrevistas sobre profissionais da área!TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CENTRO DE ARTES
DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
DIEGO SANTOS DE OLIVEIRA
PROGRAMA RADIOATIVIDADE: HUMOR QUE CONTAMINA
VITÓRIA
2015
DIEGO SANTOS DE OLIVEIRA
PROGRAMA RADIOATIVIDADE: HUMOR QUE CONTAMINA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Comunicação Social do Centro de Artes da Universidade Federal do Espírito Santo, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Comunicação Social – Habilitação em Publicidade e Propaganda.
Orientador: Prof. Ricardo Conde
VITÓRIA
2015
DIEGO SANTOS DE OLIVEIRA
PROGRAMA RADIOATIVIDADE: HUMOR QUE CONTAMINA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Comunicação Social do Centro de Artes da Universidade Federal do Espírito Santo, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Comunicação Social – Habilitação em Publicidade e Propaganda.
COMISSÃO EXAMINADORA
Prof. Ricardo CondeUniversidade Federal do Espírito SantoOrientador
Prof. Fernando ManhãesUniversidade Federal do Espírito Santo
Prof. Ismael Thompson PaulaUniversidade Federal do Espírito Santo
VITÓRIA
2015
"Um dia sem riso é um dia desperdiçado."
(Charles Chaplin)
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivos o planejamento e produção de podcasts que visam fortalecer a circulação de informações sobre publicidade no mercado capixaba. Parte-se do pressuposto de que o mercado local dispõe de poucas ações de interação em seu favor e o programa ora proposto pretende ser um canal de comunicação eficiente entre profissionais do Espírito Santo. Utiliza hospedagem de podcasts no Soundcloud e faz publicações no Facebook para promover ampla divulgação do material produzido. Este trabalho gerou um podcast piloto, cujo formato deve ser mantido nas produções futuras. A partir desse piloto, observou-se que é possível realizar edições periódicas, sempre com profissionais especialistas em vertentes da propaganda e gerando conteúdo de utilidade para o mercado.
Palavras-chave: programa de entrevistas, mercado publicitário, Espírito Santo, podcast, profissionais.
ABSTRACT
The following work objectives are the planning and production of podcasts in order to strengthen the advertisement information on Espírito Santo’s market. The local market has few influence actions in its favor, and this program will be an efficient communication channel among professionals of this area. It uses the Soundcloud as its podcasts host and Facebook to spread, widely, the material produced. This work has created a pilot podcast which must be used in future productions. Expert people in different areas of advertisement can edit this pilot to create new content for the market.
Keywords: interview programs, advertisement market, Espírito Santo, podcast, professionals.
LISTA DE FIGURAS
Fig. 1 – Postagem na fan page do Café com Job no Facebook................................15
Fig. 2 – Identidade visual do Café com Job na fan page...........................................15
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO......................................................................................................9
2. A PRÉ PRODUÇÃO ..........................................................................................11
2.1 POR QUE O FORMATO PODCAST?..............................................................11
2.2 O PLANEJAMENTO DA ESTRUTURA............................................................13
2.3 A DIVULGAÇÃO ..............................................................................................14
4. A PRODUÇÃO....................................................................................................18
5. CONCLUSÕES...................................................................................................20
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................21
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1. INTRODUÇÃO
Novas tecnologias, informação quase instantânea, constantes mudanças nas redes
sociais, tendências de design e conteúdo e vários outros assuntos são recorrentes
no mercado publicitário brasileiro e mundial. O público tem cada vez mais acesso a
informação e é preciso que os profissionais da propaganda não só acompanhem,
mas que estejam sempre um passo a frente para gerar conteúdo que desperte
interesse e convença o seu público alvo.
É certo que um diálogo constante e efetivo entre os profissionais do mercado, seja
em âmbito local, nacional e até mundial, só facilita a atuação de cada um – ou de
agências inteirais - e torna mais fácil a produção de um conteúdo eficiente.
Pensando em agências e empresas ou até mesmo incluindo estudantes, não existe
uma vitrine expressiva, acessível e gratuita desse tipo de conteúdo no Espírito
Santo. Um publicitário conceituado é visto em prêmios, ou é falado pelos corredores
das agências, ou convidado para palestras – as quais nem sempre preço, horário e
local são compatíveis com parte do público interessado -, mas não são muitas as
ocasiões públicas. É fato que o diálogo entre profissionais e agências do mercado
pode ser mais aberto e que isso é amplamente vantajoso tanto para os que estão
começando quanto para os mais experientes. Essa falta de comunicação expressiva
não é por falta de estrutura; mas talvez por acomodação, falta de iniciativa ou de
incentivos externos.
Com proposta de tornar a comunicação entre os profissionais do estado mais
eficiente e constante e compartilhar opiniões sobre temas produtivos e relevantes,
veio a ideia de fazer o Café com Job: podcasts com abordagens opinativas de
profissionais do mercado capixaba sobre assuntos atuais e relevantes da
publicidade. O que tem a dizer um conceituado diretor de criação sobre criatividade,
formação, novas plataformas e censura na propaganda? Ou um analista de mídias
sociais sobre as incumbências e limites de sua função ao representar grandes
marcas, empresas ou organizações? Certamente, saber o que profissionais
conceituados do mercado pensam é de interesse de muitos estudantes, recém
formados e até de outros profissionais experientes.
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O que se tem de notícia e exposição de maneira mais expressiva quando se fala de
mercado publicitário no estado são a coluna do jornal A Tribuna, a revista – antes
impressa e agora online – Target1, e os blogs “Mídia e Mercado”2, do site Folha
Vitória e “No meio”3, do portal Sou ES. Estes canais geralmente mostram as novas
campanhas das agências de maneira sucinta e com base em textos enviados por
assessorias de comunicação. O Sou ES traz, ainda, perfis de publicitários do estado,
mas escritos pela própria equipe e fazendo uma abordagem mais voltada a trajetória
e projetos do entrevistado, e não de conteúdos, como é a proposta do Café com
Job.
O conteúdo será postado no Soundcloud e divulgações e postagens sobre os temas
tratados serão feitos em uma fan page no Facebook. O processo de produção e as
plataformas que serão mais bem explicados adiante.
1 www.targetes.com.br2 www.folhavitoria.com.br/midiaemercado3 www.blognomeio.soues.com.br
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2. A PRÉ PRODUÇÃO
2.1. POR QUE O FORMATO PODCAST?
É sabido que o público-alvo do programa – publicitários ou pessoas ligadas à área -
geralmente não tem muito tempo livre ou horários regulares. Por isso veicular ao
vivo o Café com Job, seja em rádios ou até mesmo pela internet, como em uma web
rádio, é restringir demais sua audiência. A quantidade de pessoas que terá
condições de ouvi-lo na exata hora programada possivelmente não será tão grande.
Por isso a ideia, desde o inicio do projeto, é fazer podcasts e postar em plataformas
amplamente acessíveis e gratuitas da internet, para dar a liberdade de cada um
ouvir quando for mais conveniente e, assim, atingir o máximo de público possível.
Além disso, por se tratar de um projeto idealizado e realizado por apenas uma
pessoa, foi preciso pensar em um formato que atendesse essa restrição de equipe,
mas que fosse eficiente no objetivo. E a produção em áudio e a postagem em
formato de podcast atende essas demandas. Como o autor teve experiências
anteriores em rádio e produção de áudio e lida constantemente com música - e por
isso está inteirado nas plataformas de áudio disponíveis atualmente -, as atividades
de produção já eram todas conhecidas, ainda que de maneira experimental e
amadora. Então, por não se tratar se um profissional especializado, o formato
proposto está menos suscetível a imperfeições técnicas tão notáveis, como o vídeo,
por exemplo. Como aponta Mcleish “[...] enquanto na televisão ou na imprensa
escrita qualquer perda de padrão técnico torna-se imediatamente óbvia e inaceitável,
em relação ao rádio existe uma margem identificável entre o excelente e o
suficiente. (MCLEISH, 1999. p.17).
Como já dito, a proposta é promover a aproximação entre os profissionais do
mercado e fazer com que a comunicação entre eles se torne mais efetiva. Por isso,
é primordial a produção de um conteúdo que instigue tanto os convidados de cada
edição quanto os ouvintes que acompanham os podcasts. E, de acordo com Emílio
Prado, a entrevista tem esse poder:
A entrevista, em todos os seus tipos e modelos, é formalmente um diálogo que representa uma das fórmulas mais atraentes da comunicação humana. Produz-se uma interação mútua entre o entrevistado e o entrevistador, fruto do diálogo. Esta interação – natural na comunicação humana a nível oral –
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exerce um efeito de aproximação no ouvinte, que se sente incluído no clima coloquial, ainda que não possa participar. (PRADO, 1989. p. 57)
E como é um programa com exposição de opinião e debates, o interessante é que
se mostre isso da maneira mais fiel e atrativa possível ao público. Quando nos
deparamos com entrevistas transcritas em textos, percebe-se um formato mais
restrito e contido de detalhes emotivos. Além disso, no texto, o autor pode modular o
conteúdo da maneira que achar conveniente. A proposta do Café com Job não é
julgar a opinião do entrevistado como certa ou errada e nem moldar o conteúdo para
chegar a um objetivo pré-estabelecido pelo entrevistador, mas mostrar, na íntegra, o
depoimento de profissionais sobre os temas propostos a cada edição; saber seu
sentimento, seu posicionamento e suas perspectivas.
A grande vantagem de um meio de comunicação auditivo sobre o meio impresso está no som da voz humana – o entusiasmo, a compaixão, a raiva, a dor e o riso. A voz é capaz de transmitir muito mais do que o discurso escrito. Ela tem inflexão e modulação, hesitação e pausa, uma variedade de ênfases e velocidades. (MCLEISH, 1999. p.17)
Por contar com debates e exposição de opiniões, e não com notícias que precisam
ser consumidas imediatamente como em jornais, as edições podem ser ouvidas
tanto no dia da postagem, quanto dias ou até meses depois sem que o propósito, o
entendimento ou a riqueza do material varie expressivamente. Por isso a postagem
de podcasts é interessante: além de abranger mais público do que uma ou poucas
veiculações em rádios, as pessoas vão poder ouvir quantas vezes quiserem, na hora
que quiserem.
E por último: ao postar conteúdo abertamente na internet, não se cria limites
geográficos. O interesse central é sim promover a aproximação dos profissionais
publicitários capixabas, mas, de forma alguma, isso deve se tornar uma restrição
geográfica de público. Postando o programa no Soundcloud e promovendo seu
conteúdo no Facebook, qualquer pessoa de qualquer lugar do mundo pode ter
contato com o Café com Job. Essas plataformas de hospedagem e divulgação
permitem que o público consuma o conteúdo em diversos dispositivos: smartphone,
tablet, desktop ou notebook. Basta ter acesso a internet.
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2.2. O PLANEJAMENTO DA ESTRUTURA
Decidido o formato e sua divulgação, outras questões começaram a ser pensadas
previamente - duração, conteúdos para as primeiras edições e com isso possíveis
convidados – enquanto outras, tais como trilha e vinhetas puderam ser melhor
pensadas após o resultado da gravação do primeiro podcast,
Desde o planejamento mais embrionário para a realização do Café com job, o
objetivo é ser simples e o mais natural e eficiente possível em sua proposta. Todos
os poucos equipamentos utilizados são de posse do autor e os entrevistados não
precisam se deslocar para lugar algum – todo o material de gravação será levado
até o local de trabalho ou residência do convidado, no horário e dia que for mais
conveniente. Isso tudo para deixar a entrevista o mais espontânea possível, para
praticamente esquecer que se tem um microfone gravando tudo e, com isso, evitar
uma preocupação excessiva em perfeccionismos que podem tornar o debate e os
depoimentos mais “quadrados”. Essa espontaneidade desejada possivelmente não
ocorreria da mesma maneira se as entrevistas fossem em um estúdio profissional –
como “território neutro”-, com hora marcada e vários equipamentos. Nessas
circunstâncias, talvez as duas partes –entrevistador e convidado – se obrigariam a
tornar tudo mais “enfeitado” – o que não é a proposta. Em suma, o objetivo é
mostrar o Café com job exatamente da maneira básica que ele ocorre: um
publicitário, com seus próprios equipamentos e instrução, buscando, por meio de
entrevistas, conteúdo de utilidade para si e também para o restante mercado.
A respeito do roteiro e do conteúdo, a intenção inicial era fazer uma série de
entrevistas breves, com cerca de 10 minutos, e abordar um ou dois temas em
poucas perguntas. Na edição do material coletado, a proposta é que não haja cortes
de conteúdo justamente para passar aos ouvintes a experiência fiel e espontânea de
se ouvir uma conversa que poderia ter acontecido em um corredor, durante o
intervalo de almoço ou em uma reunião informal.
O programa não será transmitido ao vivo, mas passará essa impressão aos ouvintes
por ser captado dessa maneira: gravador rodando e bate-papo. Não será como uma
reportagem em que um trecho poderá ser regravado até a “perfeição”. O roteiro foi
pensado para que a entrevista tivesse duração mais próxima possível à pretendida
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inicialmente - 10 a 12 minutos. Os ajustes na edição são para corrigir apenas
imperfeições técnicas: pausas longas, respirações, variações de volume e afins.
2.3. A DIVULGAÇÃO
Para hospedar o conteúdo, foi criada uma página no Soundcloud4 - uma plataforma
de compartilhamento de arquivos sonoros criada em 2007 na Alemanha e que
atualmente é uma das mais difundidas e utilizadas por músicos e radialistas,
amadores e profissionais, do mundo inteiro. Entrando no site, é possível
rapidamente criar uma conta e começar a compartilhar os materiais. A opção pelo
Soundcloud se fez com base em algumas vantagens oferecidas pela plataforma.
Primeiro: tem-se opção gratuita para utilização. Como a intenção do programa não é
comercial, é interessante que sua hospedagem e seu acesso sejam livres e sem
custos. Além disso, os podcasts com os programas ficam todos na mesma página e
podem ser facilmente incorporados a sites, blogs e redes sociais, aumentando o
alcance de divulgação e não restringindo as maneiras de cada usuário ouvir. E, por
fim, cada material pode ser baixado, receber comentários na própria postagem e ser
compartilhado livremente nas redes sociais e também em perfis de usuários
cadastrados no Soundcloud.
Parte importante na sustentação dos programas é a exposição constante de seu
conteúdo, que será divulgado não só na data de lançamento. E mais uma vez, como
não tem fins comerciais e está em estado inicial, isso deve ser feito sem custos e de
maneira a inserir de forma eficiente o conteúdo no dia a dia do público alvo.
Analisando o panorama atual de redes sociais, o Facebook é o mais difundido e
utilizado atualmente: de acordo com levantamentos do próprio site, são mais de 60
milhões de usuários ativos no Brasil. Além disso, a rede social aceita incorporação
do Soundcloud, de sites de notícias, de vídeos e outros conteúdos. Nessa fase
inicial é muito importante para aderência e aceitação do projeto que haja um
conteúdo todo integrado – plataforma de hospedagem incorporada à plataforma de
divulgação – facilitando a acessibilidade do conteúdo: as postagens da semana, os
podcasts e as atualizações podem ser encontradas no mesmo local. O feedback e o
4 www.soundcloud.com/cafecomjob
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contato próximo com os seguidores é outra vantagem interessante oferecida pelo
Facebook nesse trabalho de divulgação. Proposição de temas, sugestões de
postagens, discussões sobre os programas e outros tópicos podem ser partilhados
publicamente na fan page5.
Como a fan page no Facebook será o principal instrumento de divulgação do projeto,
as postagens serão frequentes – três por semana, a priori – a fim de manter os
seguidores da página ativos e trazer novidades da publicidade, além de conteúdos
relacionados às próximas entrevistas – cases, matérias, fóruns, imagens etc. Isso
para que a atenção do público não se resuma aos podcasts, mas que haja interação
e expectativa na fan page para cada edição. Dessa maneira, o público já escuta o
programa inteirado do que há de vir. Após gravar cada entrevista, os assuntos
discutidos e trechos das entrevistas servirão como teasers/prévias – não
necessariamente sonoros. Pode se estender a imagem e textos – para chamadas na
fan page.
A seguir duas figuras: a primeira mostra uma postagem já feita na fan page, dando
uma prévia do podcast piloto e a segunda mostra a identidade visual criada para que
o público possa ter, também, uma associação imagética ao ver os conteúdos
postados nas redes sociais.
5 www.facebook.com/programacafecomjob
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Fig 1 – Postagem na fan page do Café com Job Facebook
Fig 2. – identidade visual do Café com Job na fan page
Com o propósito de ampliar o alcance na divulgação do projeto, postagens da fan
page e podcasts serão compartilhados também em grupos de publicidade no
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Facebook. Além disso, após a apresentação do projeto para o mercado com o
podcast piloto, serão enviados releases junto aos links dos materiais produzidos
para os próprios blogs “Mídia e Mercado” e “no Meio” já citados, além das colunas
de propaganda dos jornais A Gazeta e A Tribuna.
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3. A PRODUÇÃO
Após planejar toda a estrutura e roteiro do programa, foi preciso formular
tematicamente o programa piloto, o qual serviria para avaliação do projeto e para
iniciar sua exposição ao público. Foi escolhido um tema em que tenho mais
identificação e contato, e que, com isso, teria mais facilidade e propriedade em
abordar: criação publicitária. Dar o primeiro passo certamente é um pouco mais
complicado e por isso um tema confortável já adianta bastante. A escolha da
convidada seguiu esse mesmo raciocínio: Elisa Quadros, além de ter mais de vinte
anos de experiência no mercado e ser referência no assunto abordado, já lecionou
duas disciplinas em que frequentei na Ufes, ou seja, já existia um diálogo e um
conhecimento mútuo, o que dispensa cerimônias de apresentação ou a necessidade
de “quebrar o gelo”.
Como planejado, não obtive grandes dificuldades para a produção do primeiro
programa: foi enviado um e-mail explicando brevemente o projeto a Elisa, que
rapidamente aceitou o convite e, então, foi marcado o encontro. Como já dito, o
convidado não precisa ir a lugar algum. A entrevista aconteceu na Criativa
Propaganda, agência em que Elisa atua como diretora de Criação. Os equipamentos
foram – um microfone condensador, uma placa de gravação e um notebook – foram
rapidamente instalados e a entrevista aconteceu em uma sala da própria empresa.
Provavelmente por não precisar sair de seu local de trabalho, por estar na sala que
frequenta diariamente e por conversar sobre um assunto que lida há tantos anos, o
resultado foi interessante: uma entrevista sincera e natural.
Esses fatores positivos comentados acima fizeram com que a conversa rendesse
mais do que o imaginado e, com isso, alguma alterações no projeto se tornaram
inevitáveis. Percebeu-se que conversar com um profissional experiente, abordar
apenas um ou dois assuntos e apresentar um podcast de 10 minutos como produto
final, geralmente será limitar temática e cronologicamente o potencial e a riqueza do
conteúdo que poderia ser gerado. A entrevista com Elisa prova isso: novos assuntos
e novas perguntas surgiam junto a comentários e exemplos e, com isso, o resultado
final foi bastante satisfatório, porém com uma entrevista de cerca de 20 minutos e
com novos temas relacionados ao inicial surgindo a partir das respostas dadas. Isso
sem contar que depois de desligar o gravador foram mais alguns minutos
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conversando sobre outras áreas da publicidade e marketing. A satisfação veio,
também, em perceber que não foi apenas uma conversa formal para registrar a
entrevista para o projeto, mas um papo entre colegas de profissão que gostam de
conversar sobre o assunto.
Depois da primeira entrevista já veio um questionamento: se a proposta é trazer um
clima espontâneo de bate-papo e se esse estiver rendendo, apressar seu
encerramento, podendo deixar até de abordar questões pertinentes, para fazê-lo
“caber” em uma duração pré-determinada, também não seria tirar parte da
naturalidade proposta? A entrevista com Elisa acabou quando o entrevistador se
satisfez com o que ouviu e quando ela disse tudo o que gostaria. Nada impôs o seu
término forçado. Por isso, o podcast ter um padrão de duração para todas edições
ainda é uma questão que precisa ser analisada com base nas experiências obtidas
nas próximas gravações.
Após a captação da entrevista era preciso definir alguns detalhes técnicos para a
edição: qual trilha utilizar? Alguma imperfeição técnica prejudicou o material em
algum momento? Como será a abertura? Quanto à trilha, a ideia de não utilizar foi
logo descartada. São vinte minutos de entrevista contando apenas com voz. É
primordial tornar o material mais atrativo possível e a trilha se faz importante para
isso. Outra razão é que qualquer ruído externo se destaca muito mais e pode até
tirar o foco do ouvinte quando não se tem trilha de acompanhamento.
Para evitar empasses com direito autoral de artistas e também com ideia de fazer
um background que se encaixasse bem com o conteúdo, sem muitos detalhes
instrumentais que desviem a atenção do ouvinte, foi produzida uma trilha
especialmente para o projeto. A gravação e edição da trilha foi toda feita em casa,
com os mesmos equipamentos utilizados para a captação do programa.
Apesar de as postagens sempre trazerem o título do podcast e também o nome do
convidado, considerou-se importante destacar essas informações também nos
primeiros segundos do áudio. Mas, para não fazer isso de maneira muito formal, foi
criada uma vinheta que anunciasse de maneira mais dinâmica e pudesse até criar
uma identidade/unidade para a abertura dos podcasts. A vinheta ambienta a
chegada de um profissional a empresa, batendo o ponto de entrada e falando em
voz alta o job do dia e com quem será o brainstorm – no caso, a entrevista.
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4. CONCLUSÕES
O mais satisfatório na realização do projeto é que não se trata somente de criar
conteúdo, mas também servir como uma utilidade pública para os profissionais da
área de propaganda, além de me permitir estar sempre em contato com profissionais
experientes do mercado, aprendendo sobre várias vertentes da área e inteirado de
diferentes realidades. Outro ponto positivo é o projeto ser tão produtivo e ao mesmo
tempo de fácil realização. Não se teve nenhum custo para concebê-lo: os
equipamentos são próprios, a edição, produção e divulgação feitas por conta própria
e os convidados cedem a entrevista sem qualquer custo financeiro. Nada mais justo
do que passar isso adiante gratuitamente para o público.
A intenção, daqui para frente, é continuar abordando temáticas de amplo interesse
de cada área de atuação desses profissionais: diretores de arte, profissionais de
marketing, atendimento, planejamento, criação, relações públicas etc. e levar, além
de informação, a experiência do entrevistado para os ouvintes. Por isso a proposta
de sempre trazer convidados com experiência e reconhecimento no mercado.
Certamente são muitos os que querem ouvir o que tem a dizer, por exemplo, um
diretor de criação com anos de experiência, ou um premiado profissional de uma
grande agência.
O formato e periodicidade do programa – podcast e mensal - são decorrências da
fase ainda embrionária do projeto, que não ainda não conta com outros
colaboradores e nem com investimentos financeiros externos. Posteriormente, com
uma possível chegada de colaboradores, o programa pode facilmente migrar para
vídeo e ser quinzenal ou semanal, por exemplo. Pautas para as edições não vão
faltar: como comentado na entrevista com Elisa, a publicidade sempre se reinventa e
traz novidades que podem ser conversadas.
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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. MCLEISH, Robert. Produção de rádio: Um guia abrangente de produção
radiofônica. São Paulo: Summus, 2001.
2. PRADO, Emílio. Estrutura da informação radiofônica. São Paulo: Summus, 1989