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Cadernos da Comunicação Série Memória Jogos Pan-Americanos Uma olimpíada continental miolo.p65 7/12/2006, 17:36 1 Preto

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Série Memória 1

Cadernos da ComunicaçãoSérie Memória

Jogos Pan-AmericanosUma olimpíada continental

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2 Cadernos da Comunicação

Agradecemos a colaboração das bibliotecárias do Comitê Olím-pico Brasileiro (COB), pela gentileza com que atenderam as nossasconsultas relativas a fontes de informação sobre atletas participantesdos Jogos Pan-Americanos. Agradecemos também à equipe do setorde periódicos da Biblioteca Nacional pela presteza com que colocouà nossa disposição jornais necessários para a pesquisa do tema e suailustração, e aos jornalista Eduardo Mack, da Rede Globo, e NuriaCoelho, da TV Bandeirantes pela organização e envio de informaçõessobre a cobertura dos Jogos Pan-Americanos.

A coleção dos CADERNOS DA COMUNICAÇÃO pode ser acessada nosite da Prefeitura/Secretaria Especial de Comunicação Social:www.rio.rj.gov.br/secsDezembro de 2006

Prefeitura da Cidade do Rio de JaneiroRua Afonso Cavalcanti 455 – bloco 1 – sala 1.372Cidade NovaRio de Janeiro – RJCEP 20211-110e-mail: [email protected]

Todos os direitos desta edição reservados à Prefeitura da Cidadedo Rio de Janeiro. Nenhuma parte desta publicação pode serreproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquermeios (eletrônico ou mecânico) ou arquivada em qualquer sistemaou banco de dados sem permissão escrita da Prefeitura.

Rio de Janeiro (Cidade). Secretaria Especial de ComunicaçãoSocial. Jogos Pan-Americanos: Uma olimpíada continental /Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro.– A Secretaria, 2006. 120 p.: il.– (Cadernos da Comunicação. Série Memória)

ISSN 1676-5508 Inclui bibliografia

1.Jogos Pan-Americanos – História.I.Título.

CDD 796

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Série Memória 3

Prefeito

Cesar Maia

Secretária Especial de Comunicação Social

Ágata Messina

CADERNOS DA COMUNICAÇÃOSérie Memória

Comissão EditorialÁgata MessinaHelena Duque

Leonel KazRegina Stela Braga

EdiçãoRegina Stela Braga

Redação e pesquisaÁlvaro Mendes

Patrícia Melo e Souza

RevisãoAlexandre José de Paula Santos

Projeto gráfico e diagramaçãoMarco Augusto Macedo

CapaJosé Carlos Amaral/SEPROP

Marco Augusto Macedo

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4 Cadernos da Comunicação

CADERNOS DA COMUNICAÇÃOEdições anteriores

Série Memória1 - Correio da Manhã – Compromisso com a verdade2 - Rio de Janeiro: As Primeiras Reportagens – Relatos do século XVI3 - O Cruzeiro – A maior e melhor revista da América Latina4 - Mulheres em Revista – O jornalismo feminino no Brasil5 - Brasília, Capital da Controvérsia – A construção,

a mudança e a imprensa6 - O Rádio Educativo no Brasil7 - Ultima Hora – Uma revolução na imprensa brasileira8 - Verão de 1930-31 – Tempo quente nos jornais do Rio9 - Diário Carioca – O máximo de jornal no mínimo de espaço10 - Getulio Vargas e a Imprensa11 - TV Tupi, a Pioneira na América do Sul12 - Novos Rumos, uma Velha Fórmula – A mudança do perfil do rádio no Brasil13 - Imprensa Alternativa – Apogeu, queda e novos caminhos14 - Um jornalismo sob o signo da política15 - Diario de Noticias – A luta por um país soberano16 - 1904: Revolta da Vacina – A maior batalha do Rio

Série Estudos1 - Para um Manual de Redação do Jornalismo On-Line2 - Reportagem Policial – Realidade e Ficção3 - Fotojornalismo Digital no Brasil – A imagem na imprensa da

era pós-fotográfica4 - Jornalismo, Justiça e Verdade5 - Um Olhar Bem-Humorado sobre o Rio nos Anos 206 - Manual de Radiojornalismo7 - New Journalism – A reportagem como criação literária8 - A Cultura como Notícia no Jornalismo Brasileiro9 - A Imagem da Notícia – O jornalismo no cinema10 - A Indústria dos Quadrinhos11 - Jornalismo Esportivo – Os craques da emoção12 - Manual de Jornalismo Empresarial13 - Ciência para Todos – A academia vai até o público14 - Breve história da Imprensa Sindical no Brasil15 - Jornalismo Ontem e Hoje16 - Uma Questão de Estilo – A cobertura de moda16 - na mídia impressa carioca

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Série Memória 5

Na última edição dos Jogos Pan-Americanos, realizadaem Santo Domingo, capital da República Dominicana, em agos-to de 2003, o Brasil teve seu melhor desempenho na históriados Jogos, trazendo 122 medalhas para casa. Um ano antes,no México, a cidade do Rio de Janeiro já havia marcado outrotento importante para a história do nosso esporte, ao ser es-colhida, por 30 votos contra 21, para sediar os Jogos Pan-Americanos de 2007. Foi a maior margem de votos já obtidapor uma cidade na disputa pela sede dos Pan-Americanos.

De 13 a 27 de julho de 2007, o Rio será a capital esporti-va das Américas. Aqui estarão os melhores atletas do conti-nente, centenas de jornalistas internacionais e turistas vindosde várias partes do mundo. Para os cariocas, a realização doPan será um marco na história da cidade.

O Brasil já teve uma bem-sucedida experiência nesse cam-po. Em 1963, a cidade de São Paulo foi a sede dos Jogos Pan-Americanos. Foi um sucesso em todos os sentidos. O Brasilficou em segundo lugar no quadro de medalhas, e a Seleção defutebol, pela primeira vez, conquistou a medalha de ouro eterminou o torneio invicta. Ouro também para Maria EstherBueno, a eterna musa do tênis, e para o judoca Lhofei Shiozawa.E ouro para a cidade, que soube recepcionar atletas e turistasestrangeiros, construindo, em tempo recorde, a Vila Pan-Ame-ricana que abrigou as equipes e demais membros das delega-ções e que hoje pertence à Universidade de São Paulo.

A Série Memória dos Cadernos da Comunicação apre-senta um breve histórico dos Jogos Pan-Americanos, desdea sua primeira edição, em 1951, em Buenos Aires, Argentina,e conta episódios da vida de alguns de nossos maiores atletas.E mostra, também, como foi a cobertura dos Jogos realizadosem São Paulo pelos principais jornais da época.

CESAR MAIAPrefeito da Cidade do Rio de Janeiro

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6 Cadernos da Comunicação

O salto tripartido

Havia um arco projetado no soloPara ser recomposto em três curvas aéreas,Havia um vôo abandonado no chãoÀ espera das asas de um pássaro;

Havia três pontos incertos na pistaQue seriam contatos de pés instantâneos,Três jatos de fonte, contudo, ainda secos,Três impulsos plantados querendo nascer.

Era tudo assim, expectativo e planoTudo além somente perspectivo e inerte;Quando Ademar Ferreira,Com perfeição olímpica,Executou, em relevo, o mais alto,– Em notas de harpejo– Em ritmo iâmbicoO tripartido salto.

Joaquim Cardozo, poeta e engenheiro(1897 - 1978)

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Série Memória 7

De Buenos Aires a Santo DomingoI Jogos Pan-Americanos – Buenos Aires

II Jogos Pan-Americanos – México

III Jogos Pan-Americanos – Chicago

IV Jogos Pan-Americanos – São Paulo

V Jogos Pan-Americanos – Winnipeg

VI Jogos Pan-Americanos – Cáli

VII Jogos Pan-Americanos – México

VIII Jogos Pan-Americanos – San Juan

IX Jogos Pan-Americanos – Caracas

X Jogos Pan-Americanos – Indianápolis

XI Jogos Pan-Americanos – Havana

XII Jogos Pan-Americanos – Mar del Plata

XIII Jogos Pan-Americanos – Winnipeg

XIV Jogos Pan-Americanos – Santo Domingo

Pequena história de(alguns) grandes campeões

A imprensa no Pan-Americano de 1963São Paulo em festa

A tocha

Cuba e EUA: jogos políticos

Preparativos

Atletas e imprensa

A vila

Incidentes

O fim

Sites consultados

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DeDeDeDeDeBuenos AiresBuenos AiresBuenos AiresBuenos AiresBuenos Aires

aaaaaSanto DomingoSanto DomingoSanto DomingoSanto DomingoSanto Domingo

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IntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntrodução

Os Jogos Pan-Americanos são uma versão continental dos Jo-gos Olímpicos, incluindo esportes do Programa Olímpico e outrosnão disputados nas Olimpíadas. Realizados de quatro em quatroanos, tiveram sua primeira edição em 1951, em Buenos Aires, capi-tal da Argentina. Porém sua origem remete a 1932, aos Jogos Olím-picos de Los Angeles. Inspirados pela realização, seis anos antes,dos primeiros Jogos Centro-Americanos, representantes de paíseslatino-americanos no Comitê Olímpico Internacional (COI) propu-seram a criação de uma competição que reunisse todos os paísesdas Américas, com o intuito de fortalecer o esporte na região.

A idéia deu origem ao primeiro Congresso Esportivo Pan-Ame-ricano, realizado em Buenos Aires, em 1940. A princípio, o Con-gresso estabeleceu que os jogos inaugurais seriam disputados em1942, na própria capital argentina – planos adiados pela SegundaGuerra Mundial. Ao fim do conflito, um segundo Congresso Espor-tivo Pan-Americano, em Londres, durante os Jogos Olímpicos de1948, confirmou Buenos Aires como sede da primeira edição dosJogos Pan-Americanos, marcados, enfim, para 1951.

A competição foi aberta no dia 25 de fevereiro e reuniu 2.513atletas de 21 países, com 19 esportes em disputa. Ao longo de maisde 50 anos, os Jogos Pan-Americanos jamais deixaram de ser dispu-tados e passaram por cidades de todos os cantos do continente.

Em 1963, São Paulo recebeu a quarta edição do evento, mobili-zando a cidade a ponto de reunir cerca de 40 mil pessoas na Ceri-mônia de Abertura, no Estádio do Pacaembu. Em menos de meioséculo, o evento dobrou em número de países, atletas e modalida-des, até tornar-se uma das principais competições do calendárioesportivo mundial.

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I Jogos Pan-AmericanosI Jogos Pan-AmericanosI Jogos Pan-AmericanosI Jogos Pan-AmericanosI Jogos Pan-AmericanosBuenos Aires,Argentina,1951Buenos Aires,Argentina,1951Buenos Aires,Argentina,1951Buenos Aires,Argentina,1951Buenos Aires,Argentina,1951

Início: 25 de fevereiro de 1951 Término: 9 de março de 1951

No I Congresso Esportivo Pan-Americano ficou decidido que aprimeira edição dos Pan-Americanos seria disputada em 1942, emBuenos Aires. A Segunda Guerra Mundial adiou a realização doevento, mas, a cada ano, a capital argentina renovou seu direito deorganizar os Jogos. O II Congresso, em 1948, estabeleceu que aprimeira edição do Pan seria em 1951, com a sede em Buenos Aires,conforme programado anteriormente. No dia 25 de fevereiro, cercade 100 mil espectadores assistiram à cerimônia de abertura,prestigiada pelo presidente Juan Perón e sua esposa Evita, a co-presidente do Comitê Organizador dos Jogos. Os Pan-Americanosrespeitaram, desde o começo, alguns protocolos olímpicos. Já em1951, houve desfile de delegações, tocha e fogo pan-americanos,juramento olímpico e cerimônias de abertura e encerramento.

Um ano antes de quebrar o recorde mundial do salto triplo econquistar o ouro nos Jogos Olímpicos de Helsinque, na Finlândia,Adhemar Ferreira da Silva foi campeão na Argentina, saltando15m19. Na mesma prova, o brasileiro Hélio Coutinho da Silva fi-cou com a prata. Outro atleta que conquistou medalha de ouro emBuenos Aires foi o nadador Tetsuo Okamoto, nos 400m e 1.500mlivre. E foi também nos 1.500m que ganhou o bronze, um ano de-pois, nas Olimpíadas da Finlândia.

O Brasil ainda levou mais duas medalhas de ouro, com EricTinoco Marques, no pentatlo moderno, e com Roberto M. Bueno eGastão A. F. P. Souza, na classe star da vela. As regatas do iatismoquase não se realizaram por falta de concorrentes. Na star, apenasArgentina, Brasil e Chile participaram.

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O basquete masculino também ganhou a medalha de bronze.O time contou com a participação dos atletas Alberto Marson,Alfredo Rodrigues da Mota, Massinet Sorcinelli e Algodão,que fizeram parte da equipe que deu ao basquete brasileiro, nosJogos Olímpicos de Londres, em 1948, outro bronze e a sua pri-meira medalha olímpica.

Correio da Manhã4/3/1951

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Série Memória 13

Bronze também para a equipe brasileira de esgrima que, pelaprimeira vez, chegou à final de uma competição internacional degrande porte com o time masculino do sabre. O esgrimista EstevãoMolnar ainda conquistou outro bronze na disputa individual damesma arma. A ginástica olímpica brasileira estreou em competi-ções internacionais.

A Argentina foi a vencedora da competição, com 68 medalhasde ouro e 150 no total. Os atletas argentinos conquistaram todas as15 medalhas de ouro em disputa no remo e no boxe; no ciclismo,levaram sete de oito medalhas de ouro. Os EUA ficaram em segun-do lugar nos Jogos. Por problemas financeiros, a Delegação Ameri-cana limitou-se a 175 atletas e o país não teve representantes emsete esportes: hipismo, futebol, ginástica, pólo, remo, tênis e vela.

Número de países: 21Países: Argentina, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Cuba,Chile, Equador, El Salvador, EUA, Guiana Francesa,Guatemala, Haiti, Jamaica, México, Nicarágua, Pana-má, Paraguai, Peru, Trinidad e Tobago, Uruguai eVenezuela.Total de Atletas: 2.513Atletas do Brasil: 179Número de esportes: 19Esportes: Atletismo, basquete, beisebol, boxe, ciclis-mo, esgrima, esportes aquáticos (natação, saltos orna-mentais, pólo aquático), futebol, ginástica, hipismo,levantamento de peso, lutas, pentatlo moderno, pólo,remo, tênis, tiro esportivo e vela.

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II Jogos Pan-AmericanosII Jogos Pan-AmericanosII Jogos Pan-AmericanosII Jogos Pan-AmericanosII Jogos Pan-AmericanosCidade do México, México, 1955Cidade do México, México, 1955Cidade do México, México, 1955Cidade do México, México, 1955Cidade do México, México, 1955

Início: 12 de março de 1955 Término: 26 de março de 1955

Com uma população de mais de 3 milhões e meio de habitantes,a Cidade do México, sede dos Jogos Pan-Americanos de 1955, jáera uma grande cidade na época. Com os ginásios e estádios lotados,a competição marcou a estréia de duas novas modalidades no pro-grama: nado sincronizado e vôlei. Mas foi o atletismo que maisbrilhou neste ano. Apesar da altitude de 2.235m, foram quebrados23 recordes pan-americanos e estabelecidas duas novas marcasmundiais. No salto triplo, o brasileiro Adhemar Ferreira da Silva,campeão olímpico em 1952, quebrou o recorde do soviético LeonidScherbakov, ao saltar 16m56.

Os EUA conquistaram quatro das cinco medalhas de ouro emdisputa nesses esportes. Ao contrário do que aconteceu em 1951,não tiveram problemas para mandar sua delegação aos Jogos. Destavez, foram representados por mais de 300 atletas, e só não compe-tiram em uma modalidade, o futebol. O americano Louis W. Jones,com o tempo de 45s4 nos 400m rasos, bateu a marca do jamaicanoGeorge V. Rhoden.

O único país que competiu em todas as modalidades foi o Mé-xico. A delegação brasileira teve 135 atletas participando de 12modalidades esportivas: atletismo, basquete, boxe, ciclismo, esgri-ma, ginástica, levantamento de peso, esportes aquáticos – natação,pólo aquático e saltos ornamentais –, pentatlo moderno, tênis, tiroesportivo e vôlei. Além de Adhemar Ferreira da Silva, o pugilistaLuiz Ignacio (o Luizão) conquistou o primeiro ouro Pan-Americanodo Brasil no boxe, derrotando o mexicano Lorenzo Valles, por no-caute, e o argentino Abelo Mar Escalante.

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Série Memória 15

Jornal dos Sports25/2/1955

Correio da Manhã24/3/1955

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Na disputa masculina do basquete, o saldo de pontos tirou doBrasil as medalhas de ouro e prata. Além dos brasileiros, EUA eArgentina terminaram o torneio empatados em primeiro, com qua-tro vitórias de uma derrota cada (o Brasil só perdeu para o timeamericano). No desempate, os EUA ficaram em primeiro lugar, eos argentinos em segundo.

No tênis, Maria Esther Bueno, ao lado de Ingrid CharlotteMetzner, ganhou a medalha de bronze nas duplas femininas, inici-ando uma carreira de sucessos internacionais. Em 1958, conquista-ria seu primeiro título de duplas em Wimbledon e, um ano depois, oprimeiro troféu de simples no tradicional torneio inglês.

Número de países: 21Países: Argentina, Antilhas Holandesas, Bahamas, Bra-sil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, ElSalvador, EUA, Guatemala, Jamaica, México, Pana-má, Paraguai, Porto Rico, República Dominicana,Trinidad e Tobago, Uruguai e Venezuela.Total de atletas: 2.583Atletas do Brasil: 135Número de esportes: 17Esportes: Atletismo, basquete, beisebol, boxe, ciclis-mo, esgrima, esportes aquáticos (natação, saltos orna-mentais, natação sincronizada, pólo aquático), futebol,ginástica, hipismo, levantamento de peso, lutas, pentatlomoderno, remo, tênis, tiro esportivo e vôlei.Esportes estreantes: Natação sincronizada e vôlei.

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Série Memória 17

III Jogos Pan-AmericanosIII Jogos Pan-AmericanosIII Jogos Pan-AmericanosIII Jogos Pan-AmericanosIII Jogos Pan-AmericanosChicago, EUA, 1959Chicago, EUA, 1959Chicago, EUA, 1959Chicago, EUA, 1959Chicago, EUA, 1959

Início: 27 de agosto de 1959Término: 7 de setembro de 1959

Por indicação do V Congresso Esportivo Pan-Americano, reali-zado durante os Jogos Pan-Americanos de 1955, Cleveland, nosEUA, seria a cidade sede dos Jogos de 1959. Entretanto, devido aocorte de uma verba de US$ 5 milhões destinada à cidade pelo Con-gresso americano, Cleveland abriu mão desse direito e Chicago foiescolhida como substituta para realizar o evento.

Jogando em casa e contando com alguns dos maiores atletas da suaHistória, os EUA dominaram os Jogos com ampla vantagem sobre osadversários. Conquistaram 236 medalhas, sendo 115 de ouro, 69 deprata e 52 de bronze. Somente no atletismo e na natação, ganharam 41das 48 medalhas de ouro. O segundo colocado no quadro geral foi aArgentina, com nove ouros, 19 pratas e 11 bronzes, num total de 39.

No arremesso de disco, o americano Al Oerter, que seriatetracampeão olímpico (1956, 1960, 64 e 68), levou o ouro comfacilidade. Sua marca de 58m12 foi mais de três metros superior àdo segundo colocado. Nos 100m rasos da natação, a também ame-ricana Lucinda Williams ficou com o ouro, vencendo a prova em12s1. Sua compatriota Wilma Rudolph ficou com a medalha deprata e venceu o revezamento 4x100m rasos feminino em 46s4.Mais tarde, em 1960, Wilma Rudolph ganharia mais três ouros nosJogos Olímpicos de Roma, Itália.

O Brasil competiu em 17 modalidades, com 219 atletas (só nãohouve representação na luta olímpica). O destaque novamente fi-cou para Adhemar Ferreira da Silva, que venceu pela terceira vez osalto triplo, tornando-se o primeiro brasileiro tricampeão dos JogosPan-Americanos.

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Além dessa medalha de ouro, o Brasil conquistou mais oito, umadelas para a equipe feminina de vôlei. No basquete, o bronze ficoucom o time masculino, que tinha como base os jogadores campeõesdo mundial no Chile, nesse mesmo ano: Carlos Domingos Massoni(o Mosquito), Carmo de Souza (o Rosa Branca), Edson Bispo dosSantos, Fernando Pereira de Freitas, Jathyr Eduardo Scall, WaldemarBlatskauskas, Waldir Geraldo Boccardo, Wlamir Marques e Zennyde Azevedo (o Algodão).O time conquistaria seu segundo bronzeolímpico um ano depois, nas Olimpíadas de Roma (1960).

Folha da Manhã 3/9/1959

Folha da Manhã 9/9/1959

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Série Memória 19

Um ano antes, na Suécia, o Brasil havia conquistado sua primei-ra Copa do Mundo de futebol. Participando pela primeira vez comuma seleção nos Pan-Americanos, ganhou medalha de prata, per-dendo para a Argentina no saldo de gols. A equipe era formada porjovens jogadores de clubes do Rio de Janeiro, com destaque paraGérson, o meia que seria campeão da Copa de 1970, no México.

Apesar da atuação brilhante dos atletas, os Jogos Pan-America-nos de 1959 terminaram em tragédia para o Brasil. No dia do en-cerramento da competição, o remador Ronaldo Duncan Arantes foiassassinado. Ele participara da prova do oito, em que o barco brasi-leiro terminou em quarto e último lugar.

Número de países: 25Países: Antilhas Holandesas, Argentina, Bahamas, Ber-muda, Brasil, Canadá, Chile, Costa Rica, Cuba, El Sal-vador, Equador, EUA, Guatemala, Guiana, Haiti,Jamaica, México, Nicarágua, Panamá, Peru, Porto Rico,República Dominicana, Uruguai e Venezuela.Total de atletas: 2.263Atletas do Brasil: 219Número de esportes: 18Esportes: Atletismo, basquete, beisebol, boxe, ciclis-mo, esgrima, esportes aquáticos (natação, saltos orna-mentais, pólo aquático), futebol, ginástica, hipismo,levantamento de peso, lutas, pentatlo moderno, remo,tênis, tiro esportivo, vela e vôlei.

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20 Cadernos da Comunicação

IV Jogos Pan-AmericanosIV Jogos Pan-AmericanosIV Jogos Pan-AmericanosIV Jogos Pan-AmericanosIV Jogos Pan-AmericanosSão Paulo, Brasil, 1963São Paulo, Brasil, 1963São Paulo, Brasil, 1963São Paulo, Brasil, 1963São Paulo, Brasil, 1963

Início: 20 de abril de 1963

Término: 5 de maio de 1963

Dias antes do começo dos Jogos Pan-Americanos de Chicago,foi realizado o VII Congresso Esportivo Pan-Americano, que indi-cou a sede dos Jogos de 1963. Houve uma disputa inédita entreduas candidatas. A cidade de São Paulo venceu por 18 votos a cin-co a disputa contra Winnipeg, no Canadá. Pela primeira vez, o Bra-sil receberia uma edição dos Jogos Pan-Americanos.

A Vila Pan-Americana, que serviu de hospedagem para todos osatletas participantes, foi construída em tempo recorde na área quehoje pertence à Cidade Universitária da Universidade de São Paulo(USP). Obra prevista para ser concluída em três anos, a construçãoda Vila passou por um processo de aceleração e ficou pronta empouco mais de 150 dias. Com um projeto arrojado para época, deestruturas pré-fabricadas, os seis edifícios abrigaram durante o Pande São Paulo os atletas e os outros membros das delegações.

A Gazeta 22/4/1963

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Série Memória 21

Mas não apenas os alojamentos tiveram construção em temporecorde. Piscinas, quadras, refeitórios, serviço médico, transporte etoda a infra-estrutura foram executadas a tempo do início dos Pan-Americanos. Passaram a ser utilizados o ginásio e o velódromo doIbirapuera, o Autódromo de Interlagos, instalações dos clubes Palmei-ras, Paulistano e Pinheiros, além do Pacaembu, do Jockey Club, daHípica Santo Amaro, da Sociedade Hípica Paulista, da Academia Mili-tar das Agulhas Negras (Aman), em Resende, no Rio, entre outros.

Não havia lugar mais importante do que o Estádio do Pacaembupara a abertura dos Jogos. Fundado em 1940, o Estádio Municipalera, na época, a maior praça de esportes do Estado de São Paulo,tendo recebido cerca de 40 mil pessoas para o evento. A Cerimôniade Abertura começou em Brasília. A chama olímpica foi acesa nacapital por um grupo de índios carajás, que usou o método tradici-onal do seu povo para acender o fogo, ao som de Canto do Pagé, docompositor Heitor Villa-Lobos. De lá, ela passou por Goiânia,Uberlândia, Uberaba, Ribeirão Preto e Limeira até chegar a São Paulo,no Pacaembu, nas mãos do velocista José Telles da Conceição.

Sob salva de tiros de artilharia e revoada de pombos, foramhasteadas as bandeiras olímpica e pan-americana. Amaury Passos,campeão mundial com a Seleção brasileira de basquete em 1959,no Chile, fez o juramento do atleta. A cerimônia, encerrou-se ao somdo Hino Nacional Brasileiro.

Durante 15 dias, os 385 atletas do Brasil disputaram todas asmodalidades e tiveram boa atuação. Embora sem ameaçar o pri-meiro lugar dos EUA, o Brasil ficou em segundo no quadro de me-dalhas. Um dos destaques da campanha brasileira foi a Seleção defutebol, que pela primeira vez conquistou a medalha de ouro. OBrasil terminou o torneio invicto, com quatro vitórias e um empa-te, incluindo uma goleada por 10 a 0 sobre os EUA. No time, doisjovens jogadores que se destacaram como campeões da Copa doMundo de 70, no México: Carlos Alberto Torres e Jairzinho.

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22 Cadernos da Comunicação

Já consagrada no tênis por seus títulos em Wimbledon, MariaEsther Bueno ganhou a medalha de ouro em simples, e a prata nasduplas, ao lado de Maureen Schwartz. O time masculino de bas-quete conquistou a medalha de prata, atrás dos EUA.

Depois de oito anos sem alterações, o programa dos Jogos Pan-Americanos de 1963 abriu espaço para uma nova modalidade: ojudô. Foi uma estréia modesta: apenas três países (Brasil, EUA eUruguai), com um total de 11 atletas, participaram da competição,foi realizada em apenas um dia. Ao todo, houve disputa em quatrocategorias, e os EUA alcançaram o melhor desempenho conquis-tando três ouros (leve, pesado e absoluto). O Brasil levou a outramedalha de ouro (médio), com Lhofei Shiozawa.

O boxe foi o esporte que mais pódios deu ao Brasil, em 1963.Foram nove medalhas, sendo três de ouro, cinco de prata e uma debronze. As conquistas vieram com Rosemiro Mateus dos Santos(categoria pena, 57kg), Elcio Neves (média, 71kg) e Luís Cesar(média, 75kg). Foram as últimas medalhas de ouro do boxe brasilei-ro em Jogos Pan-Americanos.

A Gazeta 20/4/1963 – Foto da Vila Pan-Americana, no campus da Universidade deSão Paulo (USP)

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Série Memória 23

Logo atrás do boxe veio o atletismo, com a conquista de oitomedalhas, sendo duas de prata e seis de bronze. O Brasil faturoucinco medalhas na vela e três foram de ouro. Os irmãos ReinaldoConrad e Ralph Conrad venceram na snipe; Joaquim Roderbourg eKlaus Hendricksen, na flying dutchman; e Hans Domschke, na finn.

A eterna musa do tênis brasileiro conquistou três medalhas. Donade sete títulos de Grand Slams, Maria Esther Bueno foi campeã desimples e ainda ganhou duas pratas (duplas femininas e mistas).Pela primeira vez na História, o campeão da prova do salto triplonão foi o brasileiro Adhemar Ferreira da Silva. O americano WilliamSharpe ganhou o ouro com um salto de 15m15. Adhemar, tricampeãonas edições de 1951, 55 e 59, não competiu no Pan de São Paulo.

A Gazeta20/4/1963

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Ainda no atletismo, a final da prova dos 200m foi disputadíssima.Três atletas cruzaram a linha de chegada com o mesmo tempo, 21s2.Só o photochart definiu que o venezuelano Rafael Sandrea ficariacom o ouro; o americano Ollan Cassell, com a prata; e o venezuelanoArquimedes Herrera, com o bronze.

No levantamento de peso, o antilhano José Antonio Flores que-brou o recorde mundial na prova de desenvolvimento, categoriapesado-ligeiro (até 90kg), levantando 162kg05. Apesar disso, eleficou com a medalha de prata que, na época, só era dada a quemalcançasse o melhor desempenho geral em cada categoria. O ouroficou com o americano Bill F. March.

A grande novidade dos Pan-Americanos de 1963 foi a estréiado judô (masculino), dominado pelos atletas dos EUA, que ven-ceram três das quatro categorias. A outra foi vencida pelo judocabrasileiro Lhofei Shiozawa. O Brasil também somou duas pratasna modalidade.

Número de países: 22Países: Antilhas Holandesas, Argentina, Bahamas,Barbados, Brasil, Canadá, Chile, Cuba, El Salvador,Equador, EUA, Guatemala, Guiana, Jamaica, Méxi-co, Panamá, Peru, Porto Rico, Trinidad e Tobago,Uruguai e Venezuela.Total de atletas: 1.665Atletas do Brasil: 385Número de esportes: 19Esportes: Atletismo, basquete, beisebol, boxe, ciclis-mo, esgrima, esportes aquáticos (natação, saltos orna-mentais, natação sincronizada, pólo aquático), futebol,ginástica, hipismo, judô, levantamento de peso, lutas,pentatlo moderno, remo, tênis, tiro esportivo, vela evôlei.Esporte estreante: Judô

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Série Memória 25

V Jogos Pan-V Jogos Pan-V Jogos Pan-V Jogos Pan-V Jogos Pan-AAAAAmericanosmericanosmericanosmericanosmericanos Winnipeg, Canadá, 1967 Winnipeg, Canadá, 1967 Winnipeg, Canadá, 1967 Winnipeg, Canadá, 1967 Winnipeg, Canadá, 1967

Início: 22 de julho de 1967Término: 7 de agosto de 1967

Uma chuva torrencial empanou o brilho da cerimônia de abertu-ra, no Estádio de Winnipeg, afugentando a maioria dos espectado-res, mas o alto nível técnico e a quebra de numerosos recordes pan-americanos e mundiais marcaram os V Jogos Pan-Americanos. Noatletismo, foram estabelecidos 27 recordes pan-americanos e nanatação, 14, tendo como grande estrela o americano Mark Spitz.Com apenas 17 anos, quebrou dois recordes mundiais (100m e 200mborboleta) e ajudou a equipe americana a bater a marca mundial norevezamento 4x200m livre. Além disso, o jovem atleta também foivencedor nos revezamentos 4x100m livre e medley, conquistandocinco medalhas de ouro. Em 1972, nas Olimpíadas de Munique,Spitz levaria sete medalhas de ouro.

O saltador americano Bob Beamon foi outro atleta que mais tardeteria consagração olímpica. Medalha de prata em Winnipeg, com umsalto em distância de 8m07, perdeu para seu compatriota Ralph Boston,que atingiu a marca de 8m29. Um ano depois, na Cidade do México,Beamon estabeleceria o novo recorde na modalidade: 8m90.

O Brasil também teve bons resultados no atletismo. Participou em15 esportes, ficando ausente apenas nas disputas de beisebol, futebol,hóquei na grama e lutas. Com uma delegação bem menor do que as dosJogos anteriores, em São Paulo, conseguiu um resultado bem próximono quadro geral de medalhas (11 de ouro, 10 de prata e 5 de bronze,superando países com maior número de atletas, como Cuba e México.Nelson Prudêncio foi medalha de prata no salto triplo, com 16m45.Um ano depois, nos Jogos do México, foi novamente prata, com 17m27.Em 1972, em Munique, ganhou o bronze, saltando 17m05. Já Aída

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dos Santos, quarto lugar no salto em altura nos Jogos Olímpicos deTóquio, em 1964, não conseguiu medalha na modalidade em Winnipeg,mas garantiu o bronze no pentatlo.

Na vela, as equipes das classes finn (com Joerg Bruder) e snipe(com Nelson Piccolo e Carlos Henrique de Lorenzi) conquistaramo ouro. Burkhard Cordes e Reinaldo Conrad, prata na flying dutchman,foram os únicos velejadores brasileiros a ganhar uma medalha olím-pica um ano depois, no México: o bronze na mesma classe.

Correio da Manhã 25/7/1967

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Série Memória 27

Com os cavaleiros Nelson Pessoa – aclamado, na época, como omelhor do mundo –, Antonio Simões, José Reynoso e RenyldoGuimarães, os brasileiros foram ouro, derrotando a consideradaimbatível equipe americana de hipismo na prova de saltos por equi-pe. Outros desempenhos brilhantes foram os do nadador José SylvioFiolo, ouro nos 100m e 200m peito e bronze no revezamento4x100m medley (ao lado de Ilson Pinto Asturiamo, Waldyr MendesRamos e João Costa Lima Neto), e o tenista Thomaz Koch, primei-ro colocado nas competições de simples e duplas (ao lado de Ed-son Mandarino, com quem também formava uma equipe vencedo-ra na Copa Davis, na época).

Número de países: 29Países: Antilhas Holandesas, Argentina, Bahamas,Barbados, Belize, Bermuda, Bolívia, Brasil, Canadá,Chile, Costa Rica, Colômbia, Cuba, El Salvador, Equa-dor, EUA, Guatemala, Guiana, Ilhas Virgens, Jamaica,México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, PortoRico, Trinidad e Tobago, Uruguai e Venezuela.Total de atletas: 2.361Atletas do Brasil: 132Número de esportes: 19Esportes: Atletismo, basquete, beisebol, boxe, ciclis-mo, esgrima, esportes aquáticos (natação, saltos orna-mentais, pólo aquático), futebol, ginástica, hipismo,hóquei sobre grama, judô, levantamento de peso, lu-tas, remo, tênis, tiro esportivo, vela e vôlei.Esporte estreante: Hóquei sobre grama.

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VI Jogos Pan-AmericanosVI Jogos Pan-AmericanosVI Jogos Pan-AmericanosVI Jogos Pan-AmericanosVI Jogos Pan-AmericanosCáli, Colômbia, 1971Cáli, Colômbia, 1971Cáli, Colômbia, 1971Cáli, Colômbia, 1971Cáli, Colômbia, 1971

Início: 30 de julho de 1971Término: 13 de agosto de 1971

Os Jogos Pan-Americanos de Cáli marcaram a ascensão de Cubano cenário esportivo continental. O país conquistou 31 medalhasde ouro, oito a mais do que o total de ouros alcançados nas cincoedições anteriores dos Jogos somadas, terminando a competiçãoem segundo lugar no quadro de medalhas.

O maior destaque veio no atletismo. No salto triplo, Pedro Perezganhou o ouro e quebrou o recorde mundial da prova, com a marcade 17m40. Mas Cuba surpreendeu ainda mais no basquete masculi-no. Por 73 a 69, derrotou e eliminou os EUA na primeira fase, eacabou ficando com a medalha de bronze. Pela primeira e únicavez até hoje, os americanos, que sempre conquistaram o ouro namodalidade, ficaram fora do pódio.

O Brasil ficou com o ouro e Porto Rico, com a prata. Foi a equi-pe de basquete feminina do Brasil que conquistou a medalha deouro. Com isso, a jogadora Marlene Bento conquistou sua quintamedalha pan-americana – foram duas de ouro (em 67 e 71) e duasde prata (59 e 63) e uma de bronze (55). No boxe, o peso pesadoVicente Maximiliano de Campos perdeu a única luta em que partici-pou mas ganhou a medalha de bronze, porque havia apenas quatropugilistas inscritos na sua categoria. Como não existe disputa de tercei-ro lugar no boxe, foram dadas duas medalhas de bronze.

No atletismo, Nelson Prudêncio repetiu a façanha do Pan-Ame-ricano anterior, conquistando a medalha de prata no salto triplo. OBrasil só não participou das disputas de beisebol, futebol, hipismo,hóquei na grama e nado sincronizado. Pela primeira vez na históriados Jogos Pan-Americanos, o tênis ficou fora da competição.

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Série Memória 29

Número de países: 32Países: Antilhas Holandesas, Argentina, Bahamas,Barbados, Belize, Bermuda, Bolívia, Brasil, Canadá,Chile, Costa Rica, Colômbia, Cuba, El Salvador, Equa-dor, EUA, Guatemala, Guiana, Haiti, Ilhas Virgens,Jamaica, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru,Porto Rico, República Dominicana, Suriname, Trinidade Tobago, Uruguai e Venezuela.Total de atletas: 2.935Atletas do Brasil: 158Número de esportes: 17Esportes: Atletismo, basquete, beisebol, boxe, ciclis-mo, esgrima, esportes aquáticos (natação, natação sin-cronizada, saltos ornamentais, pólo aquático), futebol,ginástica, hipismo, hóquei sobre grama, levantamentode peso, lutas, remo, tiro esportivo, vela e vôlei.

Correio da Manhã 31/7/1971

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VII Jogos Pan-AmericanosVII Jogos Pan-AmericanosVII Jogos Pan-AmericanosVII Jogos Pan-AmericanosVII Jogos Pan-AmericanosCidade do México, México, 1975Cidade do México, México, 1975Cidade do México, México, 1975Cidade do México, México, 1975Cidade do México, México, 1975

Início: 12 de outubro de 1975

Término: 26 de outubro de 1975

Santiago, capital do Chile, havia sido escolhida para sediar osJogos Pan-Americanos de 1975. Entretanto, devido ao ambienteconturbado pelo golpe militar de Pinochet, em 11 de setembro de1973, o país abdicou de sua indicação. San Juan, capital de PortoRico, cidade suplente, preferiu se concentrar na já garantida reali-zação do evento em 1979. A cidade de São Paulo foi então indicadamas, no final de 1974, alegando também problemas internos, desis-tiu de novamente sediar os Jogos.

Aproveitando a estrutura e a experiência de ter recebido os Jo-gos Olímpicos em 1968 e a Copa do Mundo em 1970, a Cidade doMéxico ofereceu-se e foi aceita pelo Comitê Executivo da Odepapara receber o evento. Apesar de grande parte das instalações es-portivas já estarem prontas, a cidade teve apenas dez meses paraorganizar a competição.

A altitude da Cidade do México, como em 1955, ajudou na que-bra de vários recordes. No atletismo, foram estabelecidas 21 novasmarcas pan-americanas. Um recorde mundial no salto triplo – 17m89– foi estabelecido pelo brasileiro João Carlos de Oliveira, o João doPulo. Ele saltou 45 centímetros a mais do que o soviético VictorSaneyev, recorde anterior em 1972, e ganhou também a medalhade ouro no salto em distância (com 8m19). Um ano depois, nosJogos Olímpicos de Montreal, Canadá, João do Pulo foi bronzeno salto triplo.

A natação foi a líder do número de recordes, com 27 novas mar-cas pan-americanas. Nessa modalidade, os EUA dominaram, ao

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Série Memória 31

conquistar 27 das 29 medalhas de ouro, mas Canadá e Equadortambém se destacaram. A canadense Lyn Chenard ganhou a provados 100m costas (com o tempo de 1min06s59). O equatoriano Jor-ge Delgado ganhou a única medalha de ouro para seu país nos 200mlivre, com 1m55s45, e o bronze nos 200m borboleta.

No levantamento de peso, foram batidos 20 recordes pan-ame-ricanos e, no ciclismo, três. No tiro, foram 13 novas marcas pan-americanas e uma mundial, a do mexicano Olegário Vázquez, quesomou 393 pontos na prova de rifle de ar.

Mais uma vez, os EUA terminaram os Jogos em primeiro lugarno quadro de medalhas. Mas os Jogos de 1975 confirmaram tam-bém o surgimento de uma lenda do boxe, o cubano TeófiloStevenson, vencedor na categoria peso pesado e considerado umdos maiores pugilistas do seu tempo. Nos Pan-Americanos de 1971já havia se destacado ao ganhar a medalha de bronze e um anodepois, nos Jogos Olímpicos de Munique, conquistou a primeirade suas três medalhas olímpicas de ouro.

O Globo 13/10/1975

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O Brasil competiu em todas as modalidades, com exceção dobeisebol, do hóquei na grama e das disputas de natação sincroniza-da e pólo aquático, dentre os esportes aquáticos. A Seleção brasilei-ra masculina de futebol saiu com a medalha de ouro e ainda aplicoua maior goleada da História dos Pans até então, ao marcar 14 a 0sobre a equipe da Nicarágua.

Os velejadores Reinaldo Conrad e Burckhard Cordes, medalhade bronze na mesma Cidade do México, nos Jogos Olímpicos de1968, e prata no Pan de Winnipeg, Canadá, em 1967, ganharam oouro em 1975 na mesma classe flying dutchman. Nos Jogos de Mon-treal, em 1976, Reinaldo Conrad ainda conquistaria mais um bron-ze olímpico, ao lado de Peter Ficker, também na flying dutchman.

Número de países: 33Países: Antilhas Holandesas, Argentina, Bahamas,Barbados, Belize, Bermuda, Bolívia, Brasil, Canadá,Chile, Costa Rica, Colômbia, Cuba, El Salvador, Equa-dor, EUA, Guatemala, Guiana, Haiti, Honduras, IlhasVirgens, Jamaica, México, Nicarágua, Panamá,Paraguai, Peru, Porto Rico, República Dominicana,Suriname, Trinidad e Tobago, Uruguai e Venezuela.Total de atletas: 3.146Atletas do Brasil: 216Número de esportes: 19Esportes: Atletismo, basquete, beisebol, boxe, ciclis-mo, esgrima, esportes aquáticos (natação, natação sin-cronizada, saltos ornamentais, pólo aquático), futebol,ginástica, hipismo, hóquei sobre grama, judô, levanta-mento de peso, lutas, remo, tênis, tiro esportivo, velae vôlei.

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Série Memória 33

VIII Jogos Pan-AmericanosVIII Jogos Pan-AmericanosVIII Jogos Pan-AmericanosVIII Jogos Pan-AmericanosVIII Jogos Pan-AmericanosSan Juan, Porto Rico,1979San Juan, Porto Rico,1979San Juan, Porto Rico,1979San Juan, Porto Rico,1979San Juan, Porto Rico,1979

Início: 10 de julho de 1979Término: 15 de julho de 1979

Depois de 12 anos sem novidades na programação, os Jogos Pan-Americanos de San Juan inauguraram três novas modalidades: patina-ção, softbol e tiro com arco. Na primeira, Argentina e EUA dividiram asmedalhas de ouro, com destaque para a patinadora argentina Nora Vega,que conquistou quatro ouros. No softbol, o Canadá venceu a competi-ção masculina e os EUA, a feminina. Já no tiro com arco, os EUAlevaram todas as medalhas de ouro e prata em disputa.

O Brasil participou de todas as provas, exceto das de beisebol, hó-quei na grama, natação sincronizada (nos esportes aquáticos), softbol epatinação. O brasileiro João Carlos de Oliveira, o João do Pulo, tornou-se bicampeão de salto triplo, com a marca de 17m27 e de salto emdistância, com 8m18, antecipando a segunda medalha de bronze olím-pica que conquistaria nos Jogos de Moscou um ano depois. No futebol,numa partida que levou ao Estádio Sixto Escobar 10 mil pessoas – omaior público já registrado em um evento esportivo no país – o Brasillevou o ouro ao derrotar a seleção cubana por 3 a 0.

Na natação, Rômulo Arantes ganhou a medalha de prata nos100m costas. A equipe brasileira do revezamento 4x200m livre queganharia o bronze em Moscou, formada por Cyro Delgado, DjanMadruga, Jorge Fernandes e Marcus Mattioli, também foi prata emSan Juan. Djan Madruga ainda conquistou mais duas medalhas deprata (400m e 1.500m livre) e três de bronze (200m costas, 200mlivre e revezamento 4x100m livre). Cyro Delgado, Marcus Mattiolie Rômulo Arantes completavam o time do 4x100m livre.

O Brasil teve uma excelente performance no judô masculino,ganhando, em oito categorias, sete medalhas, sendo quatro de

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ouro – Oswaldo Cupertino Simões, Luiz Shinoara, CarlosAlberto da Cunha e Carlos Alberto Pacheco –, uma de prata –Luís Onmura – e duas de bronze – Roberto Machusso e OswaldoCupertino Simões. Apenas não se classificou no peso médio.

Mas o maior destaque dos Jogos de San Juan foi no atletismo e nanatação. Nas pistas, o americano Reinaldo Nehemiah bateu o recordemundial dos 110m com barreiras, com o tempo de 13s20. No atletis-mo, Evelyn Ashford ganhou o ouro nos 100m e 200m.

Dois nadadores americanos também estabeleceram novas mar-cas mundiais: Mary Meagher quebrou o recorde dos 200m borbole-ta, com 2min09s77; e Jesús Vasallo nos 200m medley, com 2min03s29.Nos saltos ornamentais, Greg Louganis conquistou duas medalhasde ouro em San Juan, no trampolim e na plataforma. O americanofoi tricampeão pan-americano nas duas provas, mas não conseguiurepetir a façanha nos Jogos Olímpicos em que conquistou umbicampeonato (84 e 88) nas duas modalidades.

Jornal dos Sports 10/7/1979

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Série Memória 35

A nadadora Cynthia Woodhead conseguiu cinco medalhas deouro: 100m, 200m e 400m estilo livre e nos revezamentos4x100m livre e 4x100m medley. Por causa do boicote americano,não pôde disputar os Jogos Olímpicos de Moscou, em 1980. EmLos Angeles, Woodhead ganhou a prata nos 200m livre. CynthiaWoodward acabou abandonando a natação e passou a dedicar-se ao triatlo.

A geração de grandes atletas americanos que brilhou emSan Juan não teve oportunidade de repetir a façanha nos Jo-gos Olímpicos realizados em Moscou, no ano seguinte. OsEUA boicotaram o evento e não mandaram nenhum atleta.

Número de países: 34Países: Antígua e Barbuda, Antilhas Holandesas, Ar-gentina, Bahamas, Barbados, Belize, Bermuda, Bolí-via, Brasil, Canadá, Chile, Costa Rica, Colômbia, Cuba,El Salvador, Equador, EUA, Guatemala, Guiana,Haiti, Honduras, Ilhas Cayman, Ilhas Virgens, Jamaica,México, Panamá, Paraguai, Peru, Porto Rico, Repúbli-ca Dominicana, Suriname, Trinidad e Tobago, Uru-guai e Venezuela.Total de atletas: 3.700Atletas do Brasil: 278Número de esportes: 22Esportes: Atletismo, basquete, beisebol, boxe, ciclis-mo, esgrima, esportes aquáticos (natação, natação sin-cronizada, saltos ornamentais, pólo aquático), futebol,ginástica, hipismo, hóquei sobre grama, judô, levanta-mento de peso, lutas, patinação sobre rodas, remo,softbol, tênis, tiro com arco, tiro esportivo, vela e vôlei.Esportes estreantes: Patinação sobre rodas, softbol etiro com arco.

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IX Jogos Pan-AmericanosIX Jogos Pan-AmericanosIX Jogos Pan-AmericanosIX Jogos Pan-AmericanosIX Jogos Pan-AmericanosCaracas, Venezuela, 1983Caracas, Venezuela, 1983Caracas, Venezuela, 1983Caracas, Venezuela, 1983Caracas, Venezuela, 1983

Início: 14 de agosto de 1983Término: 29 de agosto de 1983

Ao contrário dos Jogos Olímpicos de 1980, em Moscou, na an-tiga União Soviética, e 1984, em Los Angeles, EUA, marcados porboicotes de motivações políticas, o Pan de 1983 reuniu 36 paísesdas Américas, o maior número de participantes até então registra-do. Foi também a edição que se caracterizou pelos exames médicosmais acurados com o intuito de flagrar casos de doping. Foi detec-tado o uso de substâncias tóxicas em 17 atletas e muitos outrosabandonaram a competição para fugir dos exames.

Alguns dos atletas mais famosos dos EUA e do mundo partici-param dos Jogos Pan-Americanos de Caracas. Entre eles, MichaelJordan, considerado o melhor jogador de basquete de todos os tem-pos, duas vezes campeão olímpico e seis vezes campeão da LigaAmericana de Basquete (NBA). No Pan de 1983, com um total de138 pontos em oito jogos, foi duas vezes o cestinha da seleção ga-nhadora da medalha de ouro.

No beisebol, o americano Mark McGwire foi o maior destaque,mas não conseguiu evitar que os EUA perdessem o ouro para Cubae a prata para a Nicarágua. No boxe, Evander Holyfield, que maistarde seria campeão mundial na categoria peso pesado, conquistoua medalha de prata na categoria meio pesado. Numa decisão porpontos, o ouro ficou para o cubano Pablo Romero.

No atletismo, a modalidade que mais perdeu atletas devido àsmedidas antidoping, teve, apesar disso, alguns destaques dignos deregistro. Como o cubano Leandro Peñalver, campeão dos 100m ra-sos (com 10s06) e a do brasileiro Agberto Guimarães, ouro nasprovas dos 800m (1min46s31) e 1.500m (3min42s91). Outro bra-

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sileiro, Zequinha Barbosa, ficou com a prata nos 1.500m. O Brasilainda levou mais dois ouros, duas pratas e três bronzes no atletismo.

Ao todo, o Brasil competiu em 18 modalidades esportivas, fi-cando entre os oito melhores do ranking na maioria delas. O melhordesempenho, entretanto, foi na vela, em que conquistou quatro ouros(uma delas na soling, por Daniel Adler, Ronaldo Senfft e TorbenGrael, que um ano depois ganhariam a prata em Los Angeles, na

Cartaz oficial dos jogos de Caracas

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mesma classe) e uma prata. O nadador Ricardo Prado conquistouduas pratas e dois ouros nos 400m medley. No vôlei masculino, aovencer os EUA e Cuba na fase final, conquistou o ouro. No futebol,ficou com a prata. No judô, Luís Onmura garantiu a medalha deprata, na categoria leve.

Um erro na computação dos pontos fez com que o atleta RenatoDutra e Mello Emílio, medalha de bronze na pontuação geral dotiro com arco, só pudesse o comemorar a medalha de bronze no tiroao alvo a 70m com arco quatro anos depois. O erro foi corrigido noPan de Indianápolis, nos EUA, em 1987, com a devida premiaçãodo brasileiro.

Número de países: 36Países: Antígua e Barbuda, Antilhas Holandesas,Argentina, Bahamas, Barbados, Belize, Bermuda, Bolí-via, Brasil, Canadá, Chile, Costa Rica, Colômbia, Cuba,El Salvador, Equador, EUA, Guatemala, Guiana, Haiti,Honduras, Ilhas Cayman, Ilhas Virgens, Ilhas VirgensBritânicas, Jamaica, México, Nicarágua, Panamá,Paraguai, Peru, Porto Rico, República Dominicana,Suriname, Trinidad e Tobago, Uruguai e Venezuela.Total de atletas: 3.426Atletas do Brasil: 276Número de esportes: 22Esportes: Atletismo, basquete, beisebol, boxe, ciclis-mo, esgrima, esportes aquáticos (natação, natação sin-cronizada, saltos ornamentais, pólo aquático), futebol,ginástica, hipismo, hóquei sobre grama, judô, levanta-mento de peso, lutas, remo, softbol, tênis, tênis de mesa,tiro com arco, tiro esportivo, vela e vôlei.Esporte estreante: Tênis de mesa.

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Série Memória 39

X Jogos Pan-AmericanosX Jogos Pan-AmericanosX Jogos Pan-AmericanosX Jogos Pan-AmericanosX Jogos Pan-AmericanosIndianápolis,EUA,1987Indianápolis,EUA,1987Indianápolis,EUA,1987Indianápolis,EUA,1987Indianápolis,EUA,1987

Início: 7 de agosto de 1987Término: 23 de agosto de 1987

Por decisão da Odepa, de 1981, Santiago seria a sede dos JogosPan-Americanos de 1987. No entanto, devido à situação políticaconturbada do país naquela época, o Chile desistiu do seu direito.O Equador, país suplente, também abriu mão de seus direitos.Indianápolis, candidata a sediar os Jogos de 1991, surgiu então comoopção e aceitou sua indicação.

Apesar do pouco tempo que teve para se preparar, a cidade ame-ricana apresentou a versão mais exuberante dos Jogos Pan-Ameri-canos até então. A começar pelo número de atletas participantes,4.453, mais de mil em relação aos da edição anterior, em Caracas.

A cerimônia de abertura, no Indianapolis Motor Speedway, localonde se realiza a prova das 500 Milhas de Indianápolis, foi grandiosa,tanto para os 6.500 participantes como para os 70 mil espectadores. AWalt Disney World Productions, responsável pelo megaespetáculo, queteve um orçamento estimado em US$ 2,5 milhões.

Canoagem, handebol e tae-kwon-do, três novas modalidades es-portivas, entraram para os Pan-Americanos, e também voltou a serdisputado o pentatlo moderno, excluído dos Jogos 1963. Os anfi-triões dominaram, mas também tiveram derrotas inesperadas. Apre-sentaram grandes nomes, como o futuro tetracampeão olímpico CarlLewis, ouro no salto em distância, com a marca de 8m75 e JackieJoyner-Kersee, ouro na versão feminina da mesma prova, com 7m45.

Competindo em 23 modalidades (todas exceto beisebol,canoagem, hóquei na grama e softbol), o Brasil só deixou de ganharmedalhas em cinco. No basquete, venceu a favorita equipe ameri-cana, que tinha chegado invicta à decisão final. Neste jogo, os bra-

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sileiros conseguiram virar um placar em que perdiam por 68 a 54 nointervalo, e ganharam o ouro por 120 a 115. Oscar Schmidt, que jáno jogo contra o México fizera incríveis 53 pontos, foi o cestinhacom 46 pontos, seguido por Marcel de Souza, com 31.

O Brasil também levou o ouro no futebol. Da Seleção, faziamparte três jogadores que sete anos depois fariam parte da Seleção

Jornal dos Sports 24/8/1987

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vencedora da Copa do Mundo de 1994, também nos EUA: o golei-ro Taffarel, o zagueiro Ricado Rocha e o meia Raí. No judô, o ourona categoria meio-pesado foi para o brasileiro Aurélio Miguel, querepetiu o feito no ano seguinte, nas Olimpíadas de Seul.

O Pan-Americano de Indianápolis teve, no boxe, a participaçãode dois futuros campeões da categoria peso pesado: o americanoRiddick Bowe e o canadense Lennox Lewis. O primeiro ficou como bronze e o segundo com a prata, perdendo o ouro para o cubanoJorge González. Em 1988, em Seul, Lewis finalmente conquistariao ouro.

Número de países: 38Países: Antígua e Barbuda, Antilhas Holandesas, Ar-gentina, Aruba, Bahamas, Barbados, Belize, Bermu-da, Bolívia, Brasil, Canadá, Chile, Costa Rica, Colôm-bia, Cuba, El Salvador, Equador, EUA, Granada,Guatemala, Guiana, Haiti, Honduras, Ilhas Cayman,Ilhas Virgens, Ilhas Virgens Britânicas, Jamaica, Méxi-co, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Porto Rico,República Dominicana, Suriname, Trinidad e Tobago,Uruguai e Venezuela.Total de atletas: 4.453Atletas do Brasil: 309Número de esportes: 27Esportes: Atletismo, basquete, beisebol, boxe,canoagem, ciclismo, esgrima, esportes aquáticos (na-tação, natação sincronizada, saltos ornamentais, póloaquático), futebol, ginástica, handebol, hipismo, hó-quei sobre grama, judô, levantamento de peso, lutas,patinação sobre rodas, pentatlo moderno, remo, softbol,taekwondo, tênis, tênis de mesa, tiro, tiro com arco,vela e vôlei.Esportes estreantes: Canoagem, handebol e tae-kwon-do.

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XI Jogos Pan-AmericanosXI Jogos Pan-AmericanosXI Jogos Pan-AmericanosXI Jogos Pan-AmericanosXI Jogos Pan-AmericanosHavana, Cuba, 1991Havana, Cuba, 1991Havana, Cuba, 1991Havana, Cuba, 1991Havana, Cuba, 1991

Início: 2 de agosto de 1991Término: 18 de agosto de 1991

Apesar de não ter sido um ano fácil para o país, Cuba não desistiude sediar os Jogos Pan-Americanos de 1991. A perda da ajuda finan-ceira prestada pela União Soviética precipitou uma crise econômica nopaís que se estende até hoje. Mesmo assim, o empenho dos cubanospara a realização dos Jogos foi grande, tendo como símbolo maior aconstrução do Estádio Pan-Americano, onde foram realizadas as ceri-mônias de abertura e encerramento, e as competições de atletismo.

O desempenho dos atletas cubanos não ficou atrás. Pela primeira eúnica vez na história dos Jogos Pan-Americanos, outro país ficou àfrente dos EUA no cômputo geral das medalhas de ouro: 140 para

O Globo 5/8/1991

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Cuba e 130 para os EUA. Com o ouro nas seleções masculina e femi-nina de vôlei, surgia a geração que viria a ser tricampeã olímpica. Opresidente Fidel Castro, presente na maioria das competições, entre-gou pessoalmente as medalhas aos seus compatriotas. Só no levanta-mento de peso, foram 29 ouros, 18 no atletismo e 11 no boxe. Nobasquete feminino, entretanto, ficaram com a prata: o ouro foi ganhopela Seleção brasileira de Hortência, Paula e Janeth.

Competindo em todas as modalidades, o Brasil teve ainda comodestaques a equipe masculina de vôlei, medalha de prata com Tande,Giovane, Maurício e Marcelo Negrão, e o nadador Gustavo Borges,com duas de ouro, duas de prata e uma de bronze. Os EUA não tive-ram sorte na natação: na prova masculina do 4x100m livre, o quartetoamericano foi desqualificado e sequer disputou a final.

Número de países: 39Países: Antígua e Barbuda, Antilhas Holandesas, Ar-gentina, Aruba, Bahamas, Barbados, Belize, Bermu-da, Bolívia, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, CostaRica, Cuba, El Salvador, Equador, EUA, Granada,Guatemala, Guiana, Haiti, Honduras, Ilhas Cayman,Ilhas Virgens, Ilhas Virgens Britânicas, Jamaica, Méxi-co, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Porto Rico,República Dominicana, São Vicente e Granadinas,Suriname, Trinidad e Tobago, Uruguai e Venezuela.Total de atletas: 4.519Atletas do Brasil: 304Número de esportes: 27Esportes: Atletismo, basquete, beisebol, boliche, boxe,canoagem, ciclismo, esgrima, esportes aquáticos (na-tação, natação sincronizada, saltos ornamentais, póloaquático), futebol, ginástica (artística e rítmica),handebol, hipismo, hóquei sobre grama, judô, levan-tamento de peso, lutas, patinação sobre rodas, remo,softbol, tae-kwon-do, tênis, tênis de mesa, tiro com arco,tiro esportivo, vela e vôlei.Esporte estreante: Boliche.

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XII Jogos Pan-AmericanosXII Jogos Pan-AmericanosXII Jogos Pan-AmericanosXII Jogos Pan-AmericanosXII Jogos Pan-AmericanosMar del Plata, Argentina, 1995Mar del Plata, Argentina, 1995Mar del Plata, Argentina, 1995Mar del Plata, Argentina, 1995Mar del Plata, Argentina, 1995

Início: 11 de março de 1995Término: 26 de março de 1995

Em Mar del Plata, os Jogos Pan-Americanos atingiram o augedo seu crescimento, com o advento de sete novas modalidades.Destas, apenas o badminton já fazia parte do programa olímpicoe somente o triatlo seria integrado posteriormente às Olimpía-das. Foram 5.144 competidores, o maior número já registradona história do Pan, até então. Mar del Plata ficou pequena paratanta grandiosidade e teve de dividir a com outras seis cidadesargentinas a realização do evento. Em Buenos Aires, foram dis-putadas seis modalidades. O softbol foi para a capital argentinadeste esporte, Paraná. Santa Fé ficou com o esqui aquático, Mi-ramar com a prova de mountain bike do ciclismo, e Tandil eNecochea serviram como subsedes para o torneio de futebol.

Os atletas brasileiros tiveram ótima atuação. A natação conseguiuum recorde de 16 medalhas, entre elas o ouro de Fernando Scherer, oXuxa. Nos 50m livre, ele derrotou o americano Tom Jagger, recordistamundial. No tênis de mesa, Claudio Kano venceu seu quarto Pan-Americano consecutivo, ganhando medalha de ouro.

Mar del Plata marcou o retorno de Joaquim Cruz, campeãoolímpico de 1984. Depois de ter ficado quatro anos afastadodas pistas devido a lesões e cirurgias no tendão-de-aquiles, ga-nhou a medalha de ouro nos 1.500m No iatismo, o ouro tam-bém foi brasileiro na classe laser, com Robert Scheidt, que co-meçava uma brilhante carreira consolidada depois nas Olimpía-das de Atlanta, EUA.

No hipismo, Nelson Pessoa voltou a ganhar uma medalha deouro em Jogos Pan-Americanos depois de sua vitória em 1967,

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Série Memória 45

em Winnipeg, Canadá. Além dele, a equipe do concurso com-pleto de equitação, formada por Serguey Fofanoff, LucianoMiranda Drubi, André Luiz Giovanini e Ruy Leme da FonsecaFilho também levou o ouro em Mar del Plata.

Os argentinos, donos da casa, ganharam 104 medalhas a maisem relação aos Jogos de Cuba, sendo 40 de ouro. Com uma decisãopor pênaltis na final contra o México, um deles foi no futebol comouma seleção cheia de futuros astros como Zanetti, Ortega, Crespoe Sorín. Mas os EUA conseguiram retomar sua hegemonia nos Pan-Americanos, totalizando 170 medalhas de ouro.

O Globo 13/3/1995

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Número de países: 42Países: Antígua e Barbuda, Antilhas Holandesas, Ar-gentina, Aruba, Bahamas, Barbados, Belize, Bermu-da, Bolívia, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, CostaRica, Cuba, Dominica, El Salvador, Equador, EUA,Granada, Guatemala, Guiana, Haiti, Honduras, IlhasCayman, Ilhas Virgens, Ilhas Virgens Britânicas,Jamaica, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru,Porto Rico, República Dominicana, Santa Lúcia, SãoCristóvão e Nevis, São Vicente e Granadinas,Suriname, Trinidad e Tobago, Uruguai e Venezuela.Total de atletas: 5.144Atletas do Brasil: 401Número de esportes: 34Esportes: Atletismo, badminton, basquete, beisebol,boliche, boxe, canoagem, ciclismo, esgrima, esportesaquáticos (natação, natação sincronizada, saltos orna-mentais, pólo aquático), esqui aquático, futebol, ginás-tica (artística e rítimica), handebol, hipismo, hóqueisobre grama, judô, karatê, levantamento de peso, lu-tas, patinação sobre rodas, pelota basca, raquetebol,remo, softbol, squash, tae-kwon-do, tênis, tênis de mesa,tiro com arco, tiro esportivo, triatlo, vela e vôlei.Esportes estreantes: Badminton, esqui aquático, caratê,pelota basca, raquetebol, squash e triatlo.

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XIII Jogos Pan-AmericanosXIII Jogos Pan-AmericanosXIII Jogos Pan-AmericanosXIII Jogos Pan-AmericanosXIII Jogos Pan-AmericanosWinnipeg, Canadá, 1999Winnipeg, Canadá, 1999Winnipeg, Canadá, 1999Winnipeg, Canadá, 1999Winnipeg, Canadá, 1999

Início: 23 de julho de 1999Término: 8 de agosto de 1999

Os Jogos Pan-Americanos de 1999 primaram pela organiza-ção. Afinal, era a segunda vez que a cidade canadense deWinnipeg organizava o evento. Experiência não faltou para re-ceber os 5 mil atletas participantes, com as mulheres competin-do, pela primeira vez, em futebol, pentatlo moderno, levanta-mento de peso e pólo aquático. Os Jogos de Winnipeg marcaramtambém a estréia do vôlei de praia, em que Brasil e Canadá leva-ram a melhor, ganhando uma medalha de ouro cada. No femini-no, assim como aconteceu nos Jogos Olímpicos de Atlanta, oBrasil aproveitou a estréia da modalidade para ganhar o ouro,dessa vez com a dupla Adriana Behar/Shelda, que seriam prataum ano depois, na Austrália. No masculino, os canadensesHolden/Leinemann conquistaram o ouro.

Os EUA terminaram em primeiro lugar no quadro de medalhas,mas tiveram o menor número de ouros (106) desde os Jogos deCáli, na Colômbia, em 1971. Em segundo lugar ficou Cuba, comcinco ouros à frente do Canadá. O Brasil ficou em quarto lugar,empatando com a Argentina no número de medalhas de ouro (25),mas com maior número de medalhas de prata (32 a 19).

Os jogos de Winnipeg foram a consagração do nadadorFernando Scherer, o Xuxa, primeiro brasileiro a ganhar quatromedalhas de ouro – 50m, 100m e 4x100m livre, além do 4x100mmedley – em apenas uma edição do Pan, estabelecendo novosrecordes pan-ameicanos em todas elas. Gustavo Borges tornou-se o brasileiro com maior número de medalhas nos Jogos – trêsde ouro, uma de prata e uma de bronze. Estes dois atletas, junto

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com Carlos Jayme e Edvaldo Valério, conquistariam o bronze norevezamento 4x100m livre, nas Olimpíadas de Sidney, Austrália.

Com uma vitória sobre Cuba nas finais, a equipe brasileira devôlei feminino ficou com o ouro. A equipe masculina de basquetevenceu o time americano, formado por profissionais, e também ga-nhou o ouro.

O atletismo brasileiro conquistou 16 medalhas. Vencendo pelaterceira vez consecutiva a prova dos 400m com barreiras, EronildeAraújo tornou-se o segundo tricampeão pan-americano do Brasil

O Globo 26/7/1999

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Série Memória 49

(o primeiro havia sido Adhemar Ferreira da Silva). E, no hipismo,Rodrigo Pessoa, Vitor Alves Teixeira, Bernardo Resende Alves eAlvaro Affonso de Miranda Neto, o Doda, conquistaram obicampeonato pan-americano de saltos.

Cuba teve um bom desempenho esportivo, mas alguns impor-tantes revezes fora da competição. Nove membros da delegação –sete atletas, um técnico e um jornalista – abandonaram a equipe epediram asilo político. E o atleta Javier Sotomayor perdeu a meda-lha de ouro no salto em altura, em decorrência do exame antidoping.

Número de países: 42Países: Antígua e Barbuda, Antilhas Holandesas, Ar-gentina, Aruba, Bahamas, Barbados, Belize, Bermu-da, Bolívia, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, CostaRica, Cuba, Dominica, El Salvador, Equador, EUA,Granada, Guatemala, Guiana, Haiti, Honduras, IlhasCayman, Ilhas Virgens, Ilhas Virgens Britânicas,Jamaica, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru,Porto Rico, República Dominicana, Santa Lúcia, SãoCristóvão e Nevis, São Vicente e Granadinas,Suriname, Trinidad e Tobago, Uruguai e Venezuela.Total de atletas: 5 milAtletas do Brasil: 436Número de esportes: 34Esportes: Atletismo, badminton, basquete, beisebol,boliche, boxe, canoagem, ciclismo, esgrima, esportesaquáticos (natação, natação sincronizada, saltos orna-mentais, pólo aquático), esqui aquático, futebol, ginás-tica (artística e rítmica), handebol, hipismo, hóquei so-bre grama, judô, caratê, levantamento de peso, lutas,patinação sobre rodas, pentatlo moderno, raquetebol,remo, softbol, squash, tae-kwon-do, tênis, tênis de mesa,tiro com arco, tiro esportivo, triatlo, vela e vôlei (vôleie vôlei de praia).

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XIV Jogos Pan-AmericanosXIV Jogos Pan-AmericanosXIV Jogos Pan-AmericanosXIV Jogos Pan-AmericanosXIV Jogos Pan-Americanosde Santo Domingo,de Santo Domingo,de Santo Domingo,de Santo Domingo,de Santo Domingo,

República Dominicana,2003República Dominicana,2003República Dominicana,2003República Dominicana,2003República Dominicana,2003

Início: 10 de agosto de 2003Término: 17 de agosto de 2003

A edição dos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo, Re-pública Dominicana, não primou pela organização e algumasobras nos locais das competições foram concluídas em cima dahora. A empolgação dos dominicanos, entretanto, superou ospontos negativos.

Os atletas brasileiros tiveram seu melhor desempenho na histó-ria dos Jogos Pan-Americanos ao bater os recordes que haviam que-brado em Winnipeg, Canadá. Com 467 atletas, foi a maior delega-ção já enviada pelo Brasil ao evento, competindo em todos os es-portes, menos no hóquei na grama, no softbol, no raquetebol e napelota basca.

Em relação ao número de medalhas ganhas em 1999, teve umaumento de 21,7% no total (123 a 101), ficando em quarto lugar nocômputo geral, logo atrás dos canadenses, os donos da casa. Nasmedalhas de ouro, foram 16% a mais (29 a 25); nas de prata, 25%(40 a 32), e, nas de bronze, 23% (54 a 44). Os EUA ficaram emprimeiro lugar no quadro geral, com 270, sendo 117 de ouro. Emsegundo, Cuba, com 152 no total e 41 de ouro. Na terceira coloca-ção, os canadenses conseguiram 128 medalhas, sendo 29 de ouro.

A equipe brasileira de natação quebrou o recorde de medalhas con-quistadas por uma modalidade brasileira em uma única edição dos Jo-gos Pan-Americanos (que era da própria natação, com 16, em Mar delPlata, Argentina, em 95, e do atletismo, com o mesmo número emWinnipeg) e somou 21. Aos 33 anos, o veterano Rogério Romero ven-ceu os 200m costas. Fernando Scherer, o Xuxa, tornou-se tricampeão

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Série Memória 51

pan-americano ao vencer os 50m livre, derrotando o então campeãoolímpico da prova, o americano Gary Hall Jr.

A final masculina do tênis, entre o brasileiro Fernando Meligenie o chileno Marcelo Ríos, foi antológica. Era a última competiçãooficial de Meligeni, que decidira se despedir das quadras. Na deci-são, o brasileiro perdia para o chileno quando, no segundo set, numaemocionante partida de quase três horas, virou o jogo e fechou suacarreira com medalha de ouro.

O iatista Robert Scheidt foi outro a atingir três títulos consecu-tivos em Pans, confirmando o favoritismo na classe laser. Ele e onadador Xuxa igualaram os feitos de Adhemar Ferreira da Silva(campeão do salto triplo em Buenos Aires, Argentina, em 1951;Cidade do México, em 55; e Chicago, EUA, em 59) e Eronilde Ara-újo (vencedor dos 400m com barreiras em Havana, Cuba, em 91;Mar del Plata, em 95; e Winnipeg, em 99).

Gustavo Borges, na natação, e Hugo Hoyama, no tênis de mesa,começaram e terminaram os Jogos como os brasileiros com o maiornúmero de medalhas de ouro na História do Pan até então. Gustavo,com o revezamento 4x100m livre (ao lado de Xuxa, Carlos Jayme eJáder Souza), no qual o Brasil foi bicampeão, e Hoyama, que ven-ceu nas duplas ao lado de Thiago Monteiro, passaram a somar oitomedalhas douradas cada. Gustavo ainda ganhou mais três meda-lhas (prata nos revezamentos 4x100m medley e 4x200m livre e bron-ze nos 100m livre), atingindo 19 pontos, marca recorde de um bra-sileiro nos Jogos.

A tenista Joana Cortez foi bicampeã, ao vencer novamente nas du-plas, agora ao lado de Bruna Colósio, e Vanderlei Cordeiro, na marato-na. Bicampeãs também foram as equipes feminina de handebol e deginástica rítmica desportiva (GRD). Outro destaque brasileiro foi ojudô, que conquistou oito medalhas, sendo cinco de ouro.

O time masculino de basquete, por sua vez, ganhou da seleçãocanadense na decisão, com o Palácio dos Esportes Virgilio T. Soto

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totalmente lotado. No caratê, Lucélia de Carvalho, além debicampeã, tornou-se a primeira mulher brasileira a ganhar o ouroem duas edições consecutivas do Pan, em provas individuais.

Em abril de 2004, oito meses após o fim dos Jogos, o Brasil teveconfirmado outro bicampeonato, o do revezamento 4x100m do atle-tismo (com André Domingos, Claudinei Quirino, Edson Luciano eVicente Lenílson). A Organização Desportiva Pan-Americana(Odepa) confirmou que, devido ao resultado positivo do antidopingdo americano Mickey Grimmes, vencedor da prova dos 100m ra-sos, os EUA também deveriam perder o ouro no 4x100m (no qualGrimmes integrou a equipe), porque o revezamento fora disputadodepois da final dos 100m. Com isso os brasileiros, que tinham con-quistado a medalha de prata, tiveram o ouro.

O handebol masculino foi outra modalidade brasileira vitoriosa,ao derrotar a Argentina, na prorrogação. No futebol, a Seleção fe-minina venceu o Canadá, na final, por 2 a 1, com um gol no tempocomplementar. O Brasil conseguiu também suas primeiras meda-lhas nos saltos ornamentais. O ouro veio ainda para os brasileirosna maratona para mulheres, com Márcia Noarloch, na canoagem,com Carlos Campos e Fábio Demarchi, e na patinação artística,com Marcel Stürmer. Na natação sincronizada, o conjunto brasilei-ro ficou em terceiro. No dueto, as gêmeas Isabela e Carolina deMoraes repetiram o bronze de Winnipeg, apesar de a segunda tercompetido com uma fratura no pé direito.

Segundo a jornalista Glenda Kozlowski, da Rede Globo, quecobriu os Pan-Americanos de 2003, em Santo Domingo, a organi-zação, em relação à tecnologia, não teve problemas: “Estávamospreocupados com a questão da infra-estrutura tecnológica, masnunca deixamos de gerar uma reportagem por causa de problemascom satélite. Quando necessário, parte do Globo Esporte foi apre-sentado do nosso estúdio montado no Centro de Imprensa. A rela-ção entre jornalistas e atletas foi a melhor possível, de amizade,

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Série Memória 53

O Globo 1/8/2003

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confiança e muito profissionalismo. Os atletas de outros países tam-bém não dificultaram o nosso trabalho e a zona mista (área reserva-da para entrevistas próxima ao local do jogo), funcionou maravi-lhosamente bem” ela conta.

“A briga pelo furo de reportagem é uma competição sadia, nãofoge da normalidade do dia-a-dia. Buscamos a palavrinha ‘exclusi-vo’ todo o tempo. Em Santo Domingo, conseguimos fazer algumasreportagens exclusivas: entramos na Vila Pan-Americana, fizemosa chegada de alguns atletas nos quartos, conseguindo levar para otelespectador a primeira impressão desses esportistas. Alguns esta-vam disputando o Pan pela primeira vez e, por isso, estavam maisagitados e emocionados. Passei a madrugada com a Seleção mascu-lina de basquete, depois da medalha de ouro. Os jogadores e a co-missão técnica saíram para jantar, teve batuque no ônibus e a noi-tada acabou no pátio principal da Vila. Isso tudo a TV Globo mos-trou para todo o Brasil.”

Glenda acompanhou todas as partidas de basquete, até a con-quista da medalha de ouro pelo Brasil. Para ela, outro momentoemocionante foi a conquista da medalha de ouro no tênis porFernando Meligeni, o Fininho: “Uma história muito particular noencerramento dos jogos foi eu ter desfilado com a delegação doBrasil, um momento único, principalmente para o pessoal de casa.Foi uma maneira de mostrar e aproximar o telespectador dessemomento tão distante dele. Mostramos a festa entre os atletas devários países, a confraternização e, durante o desfile, eu vi, e orepórter cinematográfico, Antônio Gil, conseguiu flagrar, o chorodo Fernando Scherer durante um abraço apertado no GustavoBorges. Em Santo Domingo, eles nadaram juntos pela última vez,num revezamento. Um instante muito íntimo desses heróis brasilei-ros que nós conseguimos dividir com o país inteiro”.

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Série Memória 55

Número de países: 44Países: Antígua e Barbuda, Antilhas Holandesas, Ar-gentina, Aruba, Bahamas, Barbados, Belize, Bermu-da, Bolívia, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, CostaRica, Cuba, Dominica, El Salvador, Equador, EUA,Granada, Guadalupe, Guatemala, Guiana, Haiti,Honduras, Ilhas Cayman, Ilhas Virgens, Ilhas VirgensBritânicas, Jamaica, Martinica, México, Nicarágua, Pa-namá, Paraguai, Peru, Porto Rico, RepúblicaDominicana, Santa Lúcia, São Cristóvão e Nevis, SãoVicente e Granadinas, Suriname, Trinidad e Tobago,Uruguai e Venezuela.Total de atletas: 5.500Atletas do Brasil: 467Número de esportes: 35Esportes: atletismo, badminton, basquete, beisebol, bo-liche, boxe, canoagem, ciclismo, esgrima, esportes aqu-áticos (natação, natação sincronizada, saltos ornamen-tais, pólo aquático), esqui aquático, futebol, ginástica(artística e rítmica), handebol, hipismo, hóquei sobregrama, judô, karatê, levantamento de peso, lutas, pa-tinação sobre rodas, pelota basca, pentatlo moderno,raquetebol, remo, softbol, squash, tae-kwon-do, tênis, tê-nis de mesa, tiro com arco, tiro esportivo, triatlo, velae vôlei (vôlei e vôlei de praia).

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Série Memória 57

Adhemar Ferreira da Silva, salto triplo

O canguru celestial

“Quando um homem vem ao mundo não sabe para onde vai ou para quevem. Eu fui longe, graças ao esporte. Escapei das drogas e da violência.”

Adhemar Ferreira da Silva

Único atleta brasileiro que,tendo conquistado duas meda-lhas de ouro olímpicas (sendouma delas o segundo ouro olím-pico do Brasil), também foi oprimeiro ouro brasileiro no atle-tismo (1952).

Entusiasmado desde cedopelo salto triplo, nos JogosPan-Americanos de BuenosAires, Argentina (1951),Adhemar Ferreira da Silvapulou 15m19, consagrando-se campeão. No ano seguinte(1952), em Helsinque, Fin-lândia, quebrou por quatro

vezes consecutivas, na mesma tarde, o recorde olímpico, e tam-bém um mundial: saltou 16m05; 16m09; 16m12; e 16m22. Nes-sa época, o recorde era de 16m. Foi a primeira vez em que umcampeão deu a volta olímpica na pista, para receber as aclama-ções do público.

Foi também o único atleta brasileiro a ter conquistado duas meda-lhas de ouro olímpicas seguidas: depois de Helsinque (1952), repetiu aperformance nas Olimpíadas de 1956, em Melbourne, Austrália, com

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58 Cadernos da Comunicação

um salto de 16m35, estabelecendo novo recorde olímpico.Filho de família humilde, nasceu em São Paulo em 1927, no

bairro proletário de Casa Verde. Começou a praticar atletismo poracaso. Não demorou muito tempo para que Adhemar Ferreira daSilva começasse a competir, obtendo 13m05 no Troféu Brasil(1947), o que o levou às Olimpíadas de Londres, em 1948, quandose classificou no 14º lugar, saltando 15m03. Adhemar foi tricampeãopan-americano de salto triplo (1951, Buenos Aires, Argentina; 1955,Cidade do México; e 1959, Chicago, EUA), bicampeão olímpico(1952 e 1956) e pentacampeão sul-americano. Conquistou dez tí-tulos brasileiros e cinco recordes mundiais (dois, no mesmo dia).Também foi o vencedor do campeonato luso-brasileiro, em Lisboa.Ganhou mais de 40 títulos e troféus internacionais e foi, por dezvezes, campeão brasileiro.

Adhemar morou algum tempo no Rio de Janeiro, onde competiupelo Vasco da Gama, quando já tinha conquistado o ouro olímpico.O Vasco da Gama, nessa época, era tricampeão do Troféu Brasil,por três anos consecutivos (1952, 1953 e 1954). Em 1955 e 1958,a equipe do Vasco obteve mais dois troféus, com o reforço deAdhemar. Quando disputou as duas Olimpíadas, o atleta pertenciaao clube cruzmaltino, a que sempre se mostrou ligado afetivamente.Abandonou as atividades esportivas aos 32 anos.

Seus interesses não se limitavam ao esporte: era escultor, for-mado pela Escola Técnica Federal de São Paulo (1948); formou-seem Educação Física na Escola do Exército, do Rio; em Direito,pela Universidade do Brasil (1968); e em Relações Públicas, na Fa-culdade de Comunicação Social, da Fundação Casper Libero (1960).Foi colunista esportivo do jornal Ultima Hora, no Rio. Falava fluen-temente vários idiomas.

Foi funcionário público da Prefeitura de São Paulo e, mais tarde,de 1964 a 1967, foi nomeado adido cultural na Embaixada Brasi-leira na Nigéria (Lagos). Morreu em São Paulo, em 2001.

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Série Memória 59

Agberto Guimarães,corrida

Em busca de novos talentos

Agberto Conceição Guimarães nasceu em Tucuruí, Pará, em1958. Em 1983, conquistou a medalha de ouro nos IX Jogos Pan-Americanos de Caracas, Venezuela (800m em 1min46s31; e 1.500m3min42s91); e a de prata, no revezamento 4x400m em 3min02s79.Os outros integrantes da equipe eram Gerson Souza, Evaldo Silvae José Luís Barbosa.

No Pan-Americanode San Juan de PortoRico, em 1979, Agbertoconquistou bronze nos1.500m (3min41s5) enos 800m (1min46s8).Classificou-se em quar-to lugar nos 800m dosJogos Olímpicos deMoscou (1980).

Começou a correraos 17 anos, estudou etreinou nos EUA. Aban-donou as pistas de atle-tismo com 31 anos, ain-

da com fôlego para continuar no esporte. Mas, segundo ele decla-rou, tudo foi planejado: “Forcei minha retirada precoce das provaspara ir atrás da carreira administrativa”.

Atualmente, coordena projetos do Programa de SolidariedadeAdulta do Comitê Olímpico Brasileiro (COB). Sua tarefa é desco-brir talentos novos.

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Aurélio Miguel, judô

Precocidade no tatame

Nascido em São Paulo,em 1964, Aurélio MiguelFernandez conquistou o cam-peonato mundial de judô (ca-tegoria júnior) nos Jogos Pan-Americanos de San Juan dePorto Rico, em 1979. Em1987, ganhou novamente oouro, no Pan-Americano deIndianápolis, EUA, quando jáera reconhecido como umdos mais importantes judocasbrasileiros.

Em 1988, também foimedalha de ouro nos JogosOlímpicos de Seul (Coréia),com uma vitória sobre ojudoca alemão Marc Meilling,na final da categoria meio-

pesado. Em 1996, ganhou bronze nas Olimpíadas de Atlanta.Aurélio Miguel subiu pela primeira vez no tatame quando tinha

apenas 4 anos: sofria de dificuldades respiratórias e, seguindo ori-entação médica, começou a prática do judô. Disputou o primeirotorneio aos 7 anos e conquistou o primeiro lugar no CampeonatoPré-Mirim do Torneio Budokan, em 1972. Fez diversos estágios deaperfeiçoamento no Japão.

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Série Memória 61

Eronilde de Araújo, corrida

Do vale-transporte ao ouro do pódio

Velocista brasileiro nasci-do em 1970, em Bom Jesusda Lapa, Bahia, tricampeãopan-americano de atletismo(três medalhas de ouro) nos400 metros com barreiras,Eronilde de Araújo foi o ven-cedor em três edições conse-cutivas dos Jogos Pan-Ame-ricanos: Havana, Cuba

(1991); Mar del Plata, Argentina (1995); e Winnipeg, Canadá(1999). Sua performance o põe a par de Adhemar Ferreira da Silva,também tricampeão de atletismo nos Pan-Americanos.

Em 1987, no mesmo ano em que fez um teste em Taguatingapara ganhar um vale-transporte, Eronilde conquistou seu primeiroouro nos 400m rasos dos Jogos Estudantis Brasileiros (JEBs) doDistrito Federal.

Em 1990, mudou-se para Presidente Prudente, SP, onde treinoucom Jayme Neto, da Seleção olímpica brasileira. Transferiu-se, emseguida, sob a orientação de Jayme, para São José do Rio Preto, SãoPaulo, onde fez o curso completo de Educação Física.

Além do tricampeonato nos Pan-Americanos, foi campeão bra-sileiro nos 400m com barreiras em dez anos consecutivos, de 1990a 1999. Neste último ano, em Sevilha, no Mundial de Atletismo,Eronilde classificou-se em quarto lugar, o que considera o seu me-lhor resultado internacional.

Antes de praticar atletismo, o velocista foi feirante, vendedor depicolé, doces e jornais.

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Fernando Meligeni (Fino), tênis

Nascido argentino, campeão brasileiro

O tenista brasileiro Fernando ArielMeligeni, o Fino, ou Fininho, nasceu em1971 em Buenos Aires, Argentina, econquistou a medalha de ouro nos XIVJogos Pan-Americanos, em Santo Do-mingo, República Dominicana, em2003. No segundo set, contra o chile-no Marcelo Ríos, virou o jogo, numapartida emocionante de quase três ho-ras, que vinha perdendo.

Com apenas 4 anos de idade, mu-dou-se com a família de Buenos

Aires para São Paulo. Optou pela nacionalidade brasileira em 1993.Como tenista juvenil, foi o vencedor do Orange Bowl de Miami,EUA, em 1989. Tornou-se tenista profissional em 1990.

No Aberto da Suécia, em 1995, ganhou seu primeiro título daAssociation of Professional Tennists (ATP – Associação de Tenis-tas Profissionais); em 1996, conquistou o segundo título emPinehurst (EUA), quando venceu, na final, o sueco Mats Wilander.Nos Jogos Olímpicos de Atlanta, no mesmo ano, o tenista chegou àsemifinal, sendo derrotado pelo jogador espanhol Sergi Bruguera.

Em 1999, foi às semifinais em Roland Garros. Venceu os cabe-ças-de-chave Patrick Rafter, Felix Mantilla e Alex Corretja. Perdeunas semifinais para Andrei Medvedev, jogador ucraniano.

Além desses títulos, obteve sete de duplas, a maior parte delasem parceria com Gustavo Kuerten (o Guga). Também integrou otime brasileiro da Copa Davies, em 2005 (recorde 13-16), quandofoi escolhido capitão.

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Série Memória 63

Fernando Scherer (Xuxa), natação

O melhor nadador do mundo

O atleta de natação Fernandode Queiroz Scherer, o Xuxa nas-cido em Florianópolis, SantaCatarina, em 1974, é o recordis-ta de quatro medalhas de ouro emapenas uma edição dos Jogos Pan-Americanos (Winnipeg, Canadá,1999): (100m livre, 50m livre,4x100m medley e 4x100m livre).Em 2003, nos XIV Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo,

na República Dominicana, Xuxa tornou-se o tricampeão pan-america-no, ao vencer os 50m livre, quando derrotou o campeão olímpico daprova, o americano Gary Hall Jr. O apelido, Xuxa, veio da adolescência efoi dado pelos colegas de turma, por causa, na época, de seus cabelos lou-ros, finos e compridos, como os da apresentadora.

Scherer especializou-se em provas de 50m. Seu primeiro título mun-dial importante foi o do Mundial de Piscina Curta, em Palma de Mallorca,Espanha, em 1993 (100m livre). Outras vitórias de Scherer: no Mun-dial de Roma, em 1994, bronze, nos 4x100m livre; em 1995, ouro noPan-Americano de Mar del Plata, Argentina, ao derrotar o americanoTom Jagger; e ouro no Mundial de Piscina Curta (100m livre); bronzenos 50m livre (Olimpíadas de Atlanta, 1996); em 2000, bronze nasOlimpíadas de Sidney, Austrália (revezamento 4x100m livre).

Foi escolhido Esportista Brasileiro do Ano, em 1995, depois deter conquistado dois ouros, no Mundial de Piscina Curta do Rio.Também foi eleito, pela Federação Internacional, o Melhor Nada-dor do Mundo.

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64 Cadernos da Comunicação

Gérson, futebol

Levando vantagem em tudo

Gérson de Oliveira Nunes, o meia conhe-cido como o Canhotinha de Ouro, pela grandeinteligência, astúcia de jogo e habilidade da per-na esquerda, nasceu em Niterói, Rio de Janei-ro, em 1941. Estreou na Seleção brasileira (ju-venil) aos 18 anos (Brasil x Costa Rica), nos IIIJogos Pan-Americanos de Chicago, EUA, em1959. Foi a primeira vez que o Brasil partici-pou dos Pan-Americanos com uma seleção defutebol, então formada por jovens jogadoresde times cariocas. O Brasil ganhou a medalhade prata, já que perdeu para a Argentina, nosaldo de gols. Gérson foi o grande destaque.

Em 1960, integrou a Seleção que disputouas Olimpíadas e, em 1966, defendeu novamente o Brasil, na Inglaterra.Em 1970, participou da Seleção que venceu a Copa do Mundo, naCidade do México. A atuação de Gérson (como a de toda a Seleção) foiconsiderada excelente. Pelé reconheceu a importância do meia na con-quista do título (Brasil tricampeão).

Gérson disputou a última partida pela Seleção no Maracanã, em1972 (Brasil 1x0 Portugal). Abandonou o futebol em 1974, quandojogava no Fluminense. Marcou 28 gols pelo Brasil, tendo disputado83 jogos oficiais na Seleção. Senhor de um chute poderoso e degrande precisão, Gérson caracterizou-se também por um enormesentido de estratégia. Pelo seu senso de oportunidade, em 1976, ojogador fez o comercial de uma marca de cigarros, na televisão,com o slogan: “Você também gosta de levar vantagem em tudo, cer-to?” O slogan ficou conhecido como a Lei de Gérson.

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Série Memória 65

Gustavo Borges, natação

Recordista de pódios“Acordo de madrugada para treinar, seja inverno ou verão. As medalhas

provam que vale a pena sofrer.” Gustavo Borges

Nascido em1972, em RibeirãoPreto, São Paulo,Gustavo FrançaBorges é uma dasmaiores estrelasda natação brasi-leira. Nos JogosPan-Americanosde Havana, Cuba,em 1991, con-

quistou duas medalhas de ouro (100m livre e 4x100m livre); duasde prata (200m livre e 4x200m) e uma de bronze (50m livre). NasOlimpíadas de Barcelona, Espanha, em 1992, conquistou duasmedalhas de prata (100m livre e 4x100m livre); e em 1996, nas deAtlanta, EUA, uma medalha de prata (200m livre) e uma de bronze(100m livre); e em 2000, em Sidney, Austrália, ganhou bronze.

Quando ainda era criança, sua família se mudou de Ribeirão Pretopara Ituverava, a 410km de São Paulo. Gustavo passava o dia napiscina do quintal de sua casa, para onde os pais levaram todos osbrinquedos dele. Seu pai, José Jovino, um empresário, lembra: “To-das as suas brincadeiras se relacionavam com a água. Nas festas deaniversário, ele chamava seus pequenos convidados e todos se di-vertiam na piscina”.

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66 Cadernos da Comunicação

Gustavo Borges, mais conhecido pelo estilo livre, destacou-sepela primeira vez nos 100m no nado de peito (1984), em São Joãoda Boa Vista, São Paulo. Mudou-se para São Carlos, depois paraSão Paulo, capital, onde treinou no E.C. Pinheiros, e em seguidapara a Flórida, EUA, ainda sem falar bem inglês. Foi lá que con-cluiu o ensino médio e se formou na Universidade de Michigan.

Dentro de pouco tempo, venceu quatro provas do High ShoolSwimming Championship, quando estabeleceu novo recorde mun-dial das 100 jardas estilo livre. Logo em seguida, ganhou bronze noUS Open, quando venceu Matt Biond, recordista mundial do estilolivre, e ouro nos Jogos Olímpicos de Seul, na Coréia (1988).

Nas Olimpíadas de Sidney, Austrália (2000), Gustavo Borgesganhou bronze no comando de uma equipe de que também partici-pava Fernando Scherer, em fase ruim, no revezamento 4x100m li-vre. A importância da vitória deve-se ao fato de ter sido a primeirade uma Seleção brasileira de natação em Jogos Olímpicos.

Borges despediu-se da natação em 2004, nas Olimpíadas deAtenas, Grécia, onde pouco se destacou (décimo segundo coloca-do na Seleção brasileira, no revezamento de 4x100m livre). É re-cordista brasileiro de pódios, ao lado do iatista Torben Grael.

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Série Memória 67

Hortência, basquete

A rainha das cestas

Considerada a “rainha do bas-quete” do Brasil, Hortência Mariade Fátima Marcari Oliva nasceu emPotirendaba, São Paulo, em 1959.Algumas de suas principaisperformances ocorreram em JogosPan-Americanos.

Em 1983, nos IX Pan-America-nos de Caracas, na Venezuela, deve-se a Hortência a cesta que deubronze ao Brasil contra o Canadá;e nos de Havana, Cuba, em 1991,Hortência estava na Seleção quan-do o basquete brasileiro conquistoua medalha de ouro.

Também se destacou em campeonatos sul-americanos e participoudos Jogos Olímpicos em Barcelona, Espanha (1992) e em Atlanta,EUA (1996), quando o Brasil conquistou a medalha de prata. Até agostode 2006, era a maior pontuadora da Seleção brasileira, com 936 pontosem 36 jogos, e com a maior média de 26 pontos/partida.

Hortência integra a Woman’s Basketball Hall of Fame e, desde2005, o Naismith Memorial Basketball Hall of Fame, ao lado deatletas mundiais do esporte como Magic Johnson, Kareen Abdul-Jabbar e Isiah Tohmas.

Nos Jogos Pan-Americanos de Havana, em 1991, Hortência,Paula e Janeth receberam a medalha de ouro do presidente FidelCastro, depois que a Seleção brasileira, numa partida emocionante,derrotou as atletas cubanas, que ficaram com a prata.

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68 Cadernos da Comunicação

Hugo Hoyama, tênis de mesa

Recorde em medalhas

“O que falta pra eles [os novatos] é colocar na cabeça que precisamsuperar os que estão lá em cima.”

Hugo Hoyama

Mesatenista brasileiro, nas-cido em Ribeirão Preto, SãoPaulo, em 1969, é recordistade medalhas em Jogos Pan-Americanos: medalhas deouro, Indianápolis, EUA, 1987(equipes); Havana, Cuba,1991 (individual, duplas eequipes); individual, Mar del

Plata, 1995 (individual, duplas e equipes); Santo Domingo, 2003(duplas); medalha de prata: Indianápolis, 1987 (duplas); medalhasde bronze: Mar de Plata, 1995 (duplas mistas); Winnipeg, Canadá,1999 (equipes); e individual, Santo Domingo, 2003. Foi tambémcampeão latino-americano individual e, por diversas vezes, em to-das as categorias, campeão brasileiro, paulista e sul-americano.

No começo de sua adolescência, já tinha conquistado os títu-los de campeão paulista, brasileiro e sul-americano na categoriajuvenil. Divide com o nadador Gustavo Borges o recorde de oitomedalhas de ouro para o Brasil em Jogos Pan-Americanos. Con-sidera o ouro da individual, em Havana, o mais importante desua vida esportiva, quando venceu seu ídolo na época, CláudioKano, na final simples.

Considerado o melhor tenista brasileiro, sua característica é ade ser um jogador de estilo caneta-canhoto.

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Série Memória 69

Janeth, basquete

Um sonho realizado

Nascida em Carapicuíba, São Paulo,em 1969, a jogadora de basquete femi-nino Janeth dos Santos Arcain integra-va a Seleção que conquistou a medalhade ouro nos Jogos Pan-Americanos de1991, em Havana, Cuba, ao lado deHortência Marcari e Magic Paula. As trêsreceberam o troféu das mãos do presi-dente Fidel Castro, quando a equipebrasileira derrotou a seleção de Cuba,que ficou com a prata.

Janeth conquistou o sétimo lugar nasOlimpíadas de Barcelona, Espanha, em 1992; a medalha de pratanas Olimpíadas de Atlanta (EUA), em 1996; a de bronze na deSidney (Austrália), em 2000; e o quarto lugar em Atenas, Grécia,nas Olimpíadas de 2004. É quatro vezes campeã da WNBA (Ligade Basquete Profissional Feminino dos EUA), pelo HoustonCommets, de 1997 a 2000. Ela ainda é detentora dos títulos decampeã invicta e melhor jogadora do Torneio Pré-Olímpico deCuliacan, México (2003); campeã dos Jogos Abertos (1986, 1991,1992, 1994, 1995, 1998 e 1999); campeã carioca (2000); melhoratleta brasileira pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB), em 1999;campeã brasileira (1986, 1987, 1988, 1990, 1991, 1999 e 2001); ecampeã sul-americana (1986, 1987, 1988, 1990 e 1999).

Janeth Arcain é responsável pelo projeto do Centro de FormaçãoEsportiva Janeth Arcain (CFE), dedicado à preparação de jovens ta-lentos para o esporte.

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70 Cadernos da Comunicação

João Carlos de Oliveira

(João do Pulo), salto triplo

Ouro roubado

Filho de família humilde, nas-ceu em 1954, em Pindamo-nhangaba, São Paulo, o atletaque, aos 21 anos, nos VII JogosPan-Americanos da Cidade doMéxico, em 1975, conquistou amedalha de ouro e estabeleceuum novo recorde mundial nosalto triplo, com 17m89. Apenasdez anos depois, essa marca foisuperada. João pulou mais 45cmdo que o ucraniano-soviéticoViktor Saneyev, num salto con-siderado, na época, unbelieva-ble (“inacreditável”, “absurdo”).Nos mesmos Jogos, o atleta con-

quistou ouro no salto em distância, com 8m19.João do Pulo foi bicampeão do salto triplo nos Jogos Pan-Ame-

ricanos de Porto Rico, em 1979, com a marca de 17m27, e aindaganhou bronze com salto em distância (8m18).

No ano seguinte, nos Jogos Olímpicos de Montreal, Canadá,conquistou bronze no salto triplo, com 16m90, feito que repetirianas Olimpíadas de Moscou, em 1980, com o salto que os árbitrosdisseram ser de 17m22, marca, para muitos, para lá de discutível:João teria pulado bem mais alto, mas o salto foi anulado pela deci-são da arbitragem soviética. O técnico Pedro Henrique de Toledo,que estava com João, observou que ele saltou mais de 18m, marca

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Série Memória 71

superior à do estoniano Jaak Udmae, representante da URSS, quelevou o ouro com 17m35.

A prata ficou com outro representante da União Soviética, VictorSaneyev, que saltou 17m24. “João ganhou, mas não levou”, co-mentou, na época, Pedro Henrique. Em 1992, Harry Steinberg, opreparador físico da URSS em 1980, pediu desculpas ao atleta bra-sileiro, na Paraolimpíada de Barcelona, e lhe disse: “Você foi rou-bado”. João do Pulo levou o caso ao Comitê Olímpico Internacio-nal, que chamou Steinberg para prestar depoimento. O técnico, po-rém, recuou da afirmação feita em Barcelona.

O último recorde de João do Pulo foi no Sul-Americano, realiza-do na Bolívia, em 1981, quando conquistou ouro com um salto de17m05. Com um recorde mundial, duas medalhas olímpicas, qua-tro títulos em Jogos Pan-Americanos e ainda tricampeão da Copado Mundo, João do Pulo foi eleito um dos dez melhores atletas desalto triplo do século XX.

Em 1981, o atleta sofreu traumatismo craniano em um acidentede carro e, um ano mais tarde, após 22 cirurgias, teve uma pernaamputada. Duas vezes eleito deputado estadual por São Paulo (1986e 1990), reformou-se como sargento. Morreu em 1999, de cirrose,um dia após ter feito 45 anos. Teve o corpo velado na AssembléiaLegislativa de São Paulo e foi sepultado com honras de herói emPindamonhangaba, sua terra natal.

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72 Cadernos da Comunicação

Joaquim Cruz (Quinca), corrida

O rei dos 800m

Atleta brasileiro (meio-fundista) nas-cido em Taguatinga, cidade-satélite a25km de Brasília, em 1963, foi medalhade ouro nos Jogos Pan-Americanos deIndianápolis, EUA, em 1987, vencendoos 1.500m em 3min47s. Também con-quistou a medalha de prata no Pan-Ame-ricano de Mar del Plata, Argentina, em1995, última grande prova de que parti-cipou.

Seu título mais importante foi a con-quista da medalha de ouro nas Olimpíadas de Los Angeles, EUA, em1984, nos 800m rasos (1min43s), batendo o recorde olímpico. NasOlimpíadas de Seul, Coréia, Quinca conquistou medalha de prata nos800m rasos (1min43s90).

Deu início à sua série de medalhas com apenas 15 anos, com asvitórias dos 400m e dos 800m no Campeonato Brasileiro de Menores eno Sul-Americano do Uruguai. Em 1978 conquistou o ouro nos 1.500mdo Mundial de Menores. No ano seguinte, ganhou mais três ouros, noSul-Americano da Bolívia e no Mundial Juvenil, de Turim, Itália.

Em 1981 conquistou o recorde mundial juvenil de 800m rasos(1min44s3), no Troféu Brasil de Atletismo. Em 1982, mudou-se defi-nitivamente para Oregon, EUA, onde a empresa sua patrocinadoraprovidenciou tênis especial para o atleta, que tem na perna direita me-nos 2cm do que na esquerda. Desde 1982, Joaquim Cruz sofreu delesões nos pés, e numerosos problemas nos músculos, o que lhe com-prometeu o futuro de atleta. Despediu-se do esporte em 1997, no Riode Janeiro, no último dia do Troféu Brasil de Atletismo.

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Série Memória 73

Maria Esther Bueno,tênis

Sete vezes campeã

Nascida em São Paulo, em 1939,Maria Esther Bueno, “a rainha do tê-nis”, foi a maior tenista brasileira e umdos nomes mais importantes do es-porte no mundo. Em 1955, conquis-tou a medalha de bronze nas duplasfemininas, com Ingrid CharlotteMetzner, nos Jogos Pan-Americanosda Cidade do México; no Pan-Ameri-cano de São Paulo, em 1963, ganhouuma medalha de ouro, na categoriasimples, e duas de prata: uma nas du-plas, ao lado de Maureen Schwartz, e

outra nas mistas. Conquistou 20 títulos do Grande Slam e manteve-se,durante dez anos, entre as cinco melhores esportistas em sua categoria.Foi, por sete vezes, campeã em Wimbledon.

Tinha apenas dois anos quando segurou sua primeira raquete detênis. Com 14 anos, já era considerada a maior tenista brasileira: foi acampeã na categoria adulto. Conquistou o primeiro campeonato inter-nacional em 1957, o Orange Bowl, EUA, com apenas 18 anos. Seustítulos foram, durante anos, as únicas vitórias no tênis do Brasil. Entreelas, destacam-se: bicampeã em Wimbledon (1960); medalha de ourono Pan-Americano de São Paulo (1963); campeã de duplas do Abertodos EUA; tricampeã de duplas em Wimbledon (1963); tricampeã emWimbledon e no Aberto dos EUA (1964); tetracampeã de duplas emWimbledon (1965); tetracampeã do Aberto dos EUA (1966); vence-dora do último torneio do Grande Slam (1968). Fez a última finalem Dublin e, aos 38 anos, afastou-se do tênis em Wimbledon (1977).

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74 Cadernos da Comunicação

Maury e Marcel de Souza, basquete

Os irmãos campeões

“Um bom jogador se faz com muita disciplina e muito treinamento.É preciso se superar sempre e ser disciplinado nas quadras.”

Maury de Souza

Maury Panickwar deSouza, nascido em Campi-nas, São Paulo, em 1962,foi o armador de basquetebrasileiro que integrou aSeleção vencedora da me-dalha de ouro nos históri-cos X Jogos Pan-America-nos de Indianápolis, EUA,em 1987. “Foi a conquista

mais importante da minha geração”, diz o atleta. A Seleção era coman-dada por Marcel de Souza, seu irmão, e Oscar Schmidt, o Mão Santa.

Também participou dos Jogos Pan-Americanos de Havana, Cuba,em 1991, quando a Seleção se classificou em quinto lugar. Foi bronzena Copa América (México, 1989). Tomou parte em quatro campeo-natos mundiais (1982, 1986, 1990 e 1994) e nos Jogos Olímpicosde Seul (1988) e Barcelona (1992).

Filho de Romão de Souza, jogador (capitão) de basquete na dé-cada de 1950 e irmão do atleta medalhista Marcel de Souza, come-çou a praticar o esporte quando tinha seis anos de idade. Jogoupelos clubes Jundiaí, Sírio, Monte Líbano, Guarulhos, Franca eBauru, todos de São Paulo; Flamengo, RJ; Varese, Itália; e Univer-so/Ajax, Goiás. Considera Marcel de Souza, seu irmão, o jogadormais completo de basquete que ele já viu jogar.

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Série Memória 75

“Vamos tentar mudar a cara do basquete.”Marcel de Souza

O jogador de basquete (o ala)Marcel Ramon Panickwar de Sou-za, nascido em Campinas, São Pau-lo, em 1956, conquistou ouro nosX Jogos Pan-Americanos deIndianápolis (1987), comandando,com Oscar Schmidt, o Mão Santa, aSeleção em que também jogava oirmão, Maury de Souza. Foi pratanos Pan-Americanos de Caracas,Venezuela (1983); e bronze nosPan-Americanos de San Juan, Por-to Rico, em 1979.

Formou-se em Medicina e, assimcomo o irmão Maury, foi também campeão em várias edições doSul-Americano juvenil e adulto. Conquistou o quinto lugar nas Olim-píadas de Moscou, em 1980. Integrou a Seleção que participou dosJogos Olímpicos de Los Angeles (1984) e foi quinto lugar nas Olim-píadas de Seul, Coréia (1988). Seus títulos mais importantes, paraele, são a medalha de bronze no Mundial de 1978, e a de ouro noPan-Americano de 1987, na partida contra os EUA.

Marcel de Souza, que começou no Palmeiras, clube para o qualdepois voltou, também jogou nos clubes Corinthians, Jundiaí, Sírio,todos de São Paulo; Fabriano e Caserta, Itália; e University, EUA.Afastou-se do esporte em dezembro de 2004. O último clube emque jogou foi o Databasket/São Bernardo.

Atualmente, Marcel e seu irmão Maury são, respectivamente,técnico e assistente técnico da equipe profissional de basquetemasculino do Tahitian Noni/Jundiaí.

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76 Cadernos da Comunicação

Nelson Pessoa (Neco), hipismo

O encantador de cavalos

Um dos maioresnomes do hipismobrasileiro, NelsonPessoa Filho, nascidono Rio de Janeiro em1935, conquistou amedalha de ouro nosjogos Pan-America-nos de Winnipeg, Ca-

nadá, com a equipe da qual participavam, além dele, Antônio Ale-gria Simões, José Roberto Reynoso e Renyldo Guimarães. Nessesmesmos jogos, obteve, ainda, a medalha de prata individual.

Foi ainda como júnior que tomou parte na Internacional do Riode Janeiro. Integrou, em seguida, a equipe brasileira na Internacio-nal de Buenos Aires (Argentina), e foi durante a mesma turnê queobteve a primeira vitória fora do Brasil, em Mar del Plata. Partici-pou dos Jogos Olímpicos de Estocolmo, Suécia, em 1956.

Em 1967, ganhou ouro nos Pan-Americanos de Winnipeg, Ca-nadá; e, em 1995, mais um ouro no Pan-Americano de Mar delPlata, Argentina. Nelson Pessoa também é um técnico conceitua-do. Seu trabalho nesse setor foi importante para que o Brasil con-quistasse a primeira medalha olímpica brasileira (bronze), nos Jo-gos Olímpicos de Atlanta, EUA, em 1996, numa equipe integrada,entre outros, por seu filho, Rodrigo Pessoa.

Conquistou, entre outros títulos, duas medalhas de ouro e umade prata nos Pan-Americanos; sete vezes campeão no Derby deHamburgo (Alemanha); campeão europeu; vitórias em 150 GPs naEuropa; quatro vezes campeão brasileiro.

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Série Memória 77

Nelson Prudêncio, salto triplo

No pódio e na academia,sempre um mestre

O atleta brasileiro de salto triploNelson Prudêncio nasceu em Lins, SãoPaulo, em 1944. Ele é, com AdhemarFerreira da Silva e João do Pulo, umdos três grandes esportistas brasileirosna modalidade. Conquistou a medalhade prata no salto triplo dos V JogosPan-Americanos de Winnipeg, Cana-dá, em 1967, com 16m45. Em 1968,aos 24 anos, também ganhou prata nasOlimpíadas da Cidade do México, com

o recorde mundial de 17m27, superado dentro de alguns segundos.Em Winnipeg, ele estava competindo, lado a lado, com os

triplistas preferidos, o soviético Viktor Saneyev (que conquistououro com 17m37) e o italiano Giuseppe Gentile. Os três quebra-ram o recorde mundial nove vezes, em quatro horas. Em 1972, emMunique, Alemanha, levou bronze, com 17m05.

Nelson Prudêncio só aos 20 anos tomou parte na primeira com-petição em salto triplo, em 1964. Filho de uma família pobre, sópodia treinar duas vezes por semana, às quartas-feiras e nos domin-gos, já que estudava e trabalhava em dois locais diferentes, precisa-va ajudar no sustento da casa.

Encerrou a vida profissional nas Olimpíadas de Montreal, Ca-nadá, em 1976. É professor de Educação Física da Universidadede São Carlos, SP, e estuda a detecção de futuros atletas em saltotriplo, tema de sua tese de doutorado.

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78 Cadernos da Comunicação

Oscar Schmidt, basquete

O Mão Santa

Oscar Daniel Bezerra Schmidtque, com a equipe brasileira de bas-quete conquistou para o Brasil a me-dalha de ouro nos X Jogos Pan-Ame-ricanos de 1987, em Indianápolis,EUA, nasceu em Natal, Rio Grandedo Norte, em 1958. Foi, em 120anos, a primeira e única vez em queos EUA perderam jogando em casa.

Em 1974, com apenas 15 anos,Oscar foi jogar no infantil do Pal-meiras e, pouco tempo depois, che-

gou à Seleção juvenil. Em 1977, com 19 anos, integrou a Seleção prin-cipal e consagrou-se campeão sul-americano. No ano seguinte, con-quistou, com a Seleção do Brasil, a medalha de bronze no CampeonatoMundial das Filipinas. Em 1979, no Clube Sírio, ganhou a Copa WilliamJones e, em 1980, participou das Olimpíadas de Moscou, permanecen-do na Seleção nacional em cinco edições consecutivas das Olimpía-das. Nas de Seul, em 1988, foi o cestinha dos Jogos, com 338 pontos e,em 1996, participou da Olimpíada de Atlanta, EUA.

Jogou em vários clubes brasileiros, bem como na Espanha e naItália. Encerrou a carreira jogando no Flamengo, clube onde se tor-nou vice-campeão nacional em 2000. Despediu-se da Seleção, em2003, com 7.693 pontos e 326 jogos. Em 1997, foi nomeado secre-tário Municipal de Esportes de São Paulo.

Considerado um dos grandes nomes do basquete mundial, é osegundo maior pontuador do esporte, depois do americano KareenAbdul-Jabbar.

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Série Memória 79

Paula (Magic Paula), basquete

Ela é mágica!

Nascida em 1970, em OswaldoCruz, noroeste paulista, Maria PaulaGonçalves da Silva é um dos nomesmais importantes do basquete brasi-leiro, foi medalha de ouro no Pan-Ame-ricano de Havana, Cuba, em 1991, namesma Seleção em que atuaramHortência Marcari e Janeth; e a de pra-ta, no de Indianápolis, EUA, em 1987.Campeã mundial na Austrália (1994)e tetracampeã brasileira de clubes(1986, 1987, 1991 e 1995), Paula étambém medalha de prata nas Olim-píadas de Atlanta, EUA, em 1996.

Integrou pela primeira vez a Se-leção brasileira adulta de basquete aos 14 anos, quando, ao lado deoutra jovem atleta, Hortência Marcari, disputou o Campeonato Sul-Americano do Peru. Na Seleção brasileira, as duas disputavam acamisa número 4. Paula terminou ficando com a camisa 8, poisHortência disputou (e ganhou) a 4, no par ou ímpar.

Paula começou a treinar basquete aos 10 anos e, aos 11, foititular de um time de Oswaldo Cruz. Foi a primeira atleta do bas-quete brasileiro a jogar fora do Brasil quando, por um time de Ma-dri, o espanhol Tintoretto, conquistou o vice-campeonato da LigaEspanhola, em 1989.

Foram os americanos que acrescentaram o Magic a seu nome, numareferência a Magic Johnson, ídolo da jogadora e um dos grandes mitosdo basquete americano por sua força, determinação e talento.

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80 Cadernos da Comunicação

Raí,futebol

Arte dentro e fora do campo

Raí Souza Vieira de Oliveira, nas-cido em 1965, irmão do também co-nhecido jogador Sócrates, nasceu emRibeirão Preto, São Paulo. Ele integroua equipe que conquistou o ouro nosJogos Pan-Americanos de Indianápolis,EUA, em 1987, ao lado do goleiroTaffarel e do zagueiro Ricardo Rocha.

Raí estudou no Colégio Marista deRibeirão Preto, onde o incentivarama praticar esportes, e nas Faculdadesde História e de Educação Física e

Fisioterapia (sem se formar em nenhuma delas). Começou a se in-teressar por futebol quando criança, brincando na rua, com os ami-gos. “Foi aí que me aprimorei no futebol”, disse o jogador.

Começou a carreira no Botafogo Futebol Clube de sua cidade.Passou pela Associação Atlética Ponte Preta e pelo São Paulo Fu-tebol Clube (1987). Foi campeão paulista em 1989, 1991 e 1992;campeão brasileiro em 1991; e bicampeão da Taça Libertadores daAmérica, em 1992-1993.

Recebeu propostas do Atlético de Madri e do Barcelona, masdecidiu-se, em 1992, pelo Paris Saint-Germain (França). Em 1994,integrou a Seleção brasileira campeã da Copa do Mundo, nos EUA,jogando como titular em algumas partidas. Voltou para o São Pauloem 1998 e afastou-se do futebol em 2000, depois de ter sido, maisuma vez, campeão paulista.

É considerado um jogador culto, apreciador de pintura (Salva-dor Dali) e de literatura (José Saramago e Roland Barthes).

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Série Memória 81

Ricardo Prado,natação

Vencedor em todos os estilos

Nascido em Andradina,São Paulo, em 1965, RicardoPrado foi o único nadadorque conquistou plenamentea torcida brasileira, até a as-censão de Gustavo Borges eFernando Scherer, o Xuxa.Venceu, em 1983, nos JogosPan-Americanos de Cara-cas, Venezuela, as provas de200m e 400m medley, con-quistando duas pratas e doisouros, numa disputa exigen-te, ganha nos quatro estilosde nado (peito, costas, bor-

boleta e livre).Em 1982, em Guaiaquil, no Mundial do Equador, já havia bati-

do o recorde mundial em piscina de 50m, conquistando a medalhade ouro: por 27 centésimos, superou a prova de Jesse Vassalo, ame-ricano de Porto Rico, marcando 4min19s78. Em 1984, conquistoua prata nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, EUA. Também ga-nhou medalhas em Barcelona, Atlanta e Sidney.

Em março de 2003, Ricardo Prado submeteu-se a uma cirurgiacardíaca, com pleno êxito, no Hospital de Clínicas de São Paulo. Éconsiderado por alguns especialistas o melhor nadador brasileiro detodos os tempos.

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82 Cadernos da Comunicação

Robert Scheidt,vela

O fenômeno dos mares

O iatista brasileiro RobertScheidt, nascido em São Paulo,capital, em 1973, é vencedor damedalha de ouro na classe laserem três Jogos Pan-Americanosconsecutivos: Mar del Plata, Ar-gentina, 1995; Winnipeg, Cana-dá, 1999; e Santo Domingo, Re-pública Dominicana, 2003.Também conquistou ouro nasOlimpíadas de Atlanta, EUA,em 1996; em Atenas, Grécia,

2004; e prata em Sidney, Austrália, 2000, na classe laser.É o único octacampeão mundial da categoria laser, tendo venci-

do os da Espanha (Tenerife, 1955), África do Sul (Cidade do Cabo,1996), Chile (Algarrobo, 1997), México (Cancún, 2000), Irlanda(Cork, 2001), EUA (Cape Cod, 2002) e Turquia (Bodrum, 2004).Ganhou ainda o Mundial do Brasil, em 2005. É, igualmente, o ven-cedor de dez Campeonatos Brasileiros (1992, 1994, 1995, 1998,1999, 2000, 2001, 2003 e 2004).

Antes de suas grandes conquistas internacionais, quando tinhaapenas 12 anos de idade, consagrou-se campeão sul-americano deOptimist (infantil) em Algarrobo, em 1985, e foi chamado para re-presentar o Brasil (Optimist) em Rosas, na Espanha. Em 1990 foivice-campeão brasileiro de juniores em snipe, e campeão brasileiro tam-bém de laser, tendo se classificado para o Mundial de Juniores, naHolanda. Seu título mais significativo, como juvenil, foi o de campeãomundial classe laser em 1991, na Escócia.

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Série Memória 83

Rodrigo Pessoa,hipismo

Herança de cavaleiro

Nascido em Paris(1972), Rodrigo Pessoa,campeão mundial dehipismo em 1998 etricampeão das Copas doMundo de 1998, 1999 e2000, é filho do cavaleiroNelson Pessoa, lendaviva do hipismo brasilei-ro. Conquistou também obicampeonato pan-ameri-cano de saltos, em 1999,nos XIII Jogos Pan-Ame-ricanos de Winnipeg,Canadá, com Vitor Al-ves Teixeira, BernardoResende Alves e AlvaroAffonso de Miranda Neto,

o Doda. Em 1995, com seu pai, Nelson Pessoa, André Johannpetere Vitor Alves Teixeira, levou o ouro por equipes no Pan-Americanode Mar del Plata, Argentina. Ganhou, ainda, a medalha de bronzepor equipes nas Olimpíadas de Atlanta (1996) e Sidney (2000).Nos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004, conquistou a prata.

Rodrigo disputou sua primeira competição de pôneis emHickstead, na Inglaterra, em 1981, e três anos depois, em 1984,ganhou o título de campeão da mesma classe poneys, na Bélgica.No ano seguinte, foi novamente campeão na mesma classe na Bél-gica e na Inglaterra.

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84 Cadernos da Comunicação

Foi a partir de 1988 que Rodrigo Pessoa passou a disputar osgrandes prêmios de maior importância, como o de Francoville (Fran-ça), em seguida aos GPs de Juniores em Reims (França) e Milão(Itália). Em 1990, conquistou os GPs de Nice (França) e, na Ale-manha, o de Donaueschingen. Também foi em 1990 que venceu aprova de abertura do Mundial de Estocolmo, na Suécia. E, em 1991,foi o vencedor dos GPs de Zuidlaren e Paderborn. Em seguida,ganhou os GPs de Wiesbaden, Paris e Aachen (Aix-la-Chapelle); oprimeiro Derby, em Eindoven, título em que se notabilizou seu pai,Nelson Pessoa.

Estreou nas Olimpíadas de Barcelona, Espanha, em 1992, com19 anos de idade. Era o cavaleiro mais jovem na disputa. Em 1996,teve participação decisiva na obtenção da medalha de bronze, nosJogos Olímpicos de Atlanta, EUA. Por fim, na Copa do Mundo emHelsinque, Finlândia, em 1998, Rodrigo Pessoa sagrou-se cam-peão. É tricampeão da Copa do Mundo (1998, 1999 e 2000).

Em 2004, conquistou a medalha de prata nos saltos, nas Olim-píadas de Atenas, o que é considerado o melhor resultado da histó-ria olímpica do Brasil na modalidade. Apesar de nunca ter vividono Brasil, é tido como o melhor cavaleiro do Brasil em todos ostempos. Mora em Bruxelas, na Bélgica, onde, com o pai, NelsonPessoa, é proprietário de importante centro de equitação.

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Série Memória 85

Rogério Romero, natação

O grande nome do nado de costas

“Acho que qualquer esporte ensina a lidar com a vitória e com a derrota.”Rogério Romero

Nascido em 1969 emLondrina, Paraná, o nada-dor Rogério Aoki Romeroconquistou medalha deouro nos Jogos Pan-Ame-ricanos de 2003, em San-to Domingo, RepúblicaDominicana, quando, aos33 anos, venceu os 200mde costas. É consideradoo mais importante nada-dor de sua especialidadeno Brasil, tendo partici-pado ainda dos Pan-Americanos de 1991(Havana, Cuba) e 1995

(Mar del Plata, Argentina), dos Mundiais desde 1991; e de todos osJogos Olímpicos desde 1988.

Até 1986, Rogério Romero participava apenas de campeonatosregionais, pela Associação Cultural e Esportiva de Londrina. Mu-dou-se para o Clube Golfinho, de Curitiba, em 1987 e no mesmoano passou a integrar a Seleção brasileira.

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86 Cadernos da Comunicação

Rômulo Arantes, natação

Das piscinas para o palco

Rômulo DuncanArantes Júnior nasceuno Rio de Janeiro, em1957. Nos Jogos Pan-Americanos de San Juan,Porto Rico, em 1979,conquistou prata para oBrasil, nos 100m de cos-tas. Arantes também in-

tegrava a equipe que, com Djan Madruga, Cyro Delgado e MarcusMattioli conquistou bronze, no revezamento 4x100m livre.

Rômulo começou a nadar aos 8 anos, e foi representante brasi-leiro em três olimpíadas, nadando no estilo costas. Era consideradoum dos melhores nadadores que já representaram o clube Flamengo,do Rio de Janeiro. Depois, dedicou-se ao teatro e à televisão.

O nadador morreu, aos 42 anos, em acidente aéreo demonomotor, que caiu na sua fazenda na cidade de Maripá, a 50kmde Juiz de Fora, Minas Gerais. Rômulo pilotava o pequeno avião ecom ele estava o seu instrutor, Fábio Ruivo, que também morreu.

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Série Memória 87

Taffarel, futebol

Vai que é tua, Taffarel

O goleiro Cláu-dio André MergenTaffarel, nascidoem Santa Rosa,Rio Grande do Sul,em 1966, garantiua Copa do Mundono jogo contra aItália, em 1994,nos EUA, defen-dendo um pênalti,na final. Também

já tinha integrado, com o meia Raí Souza Vieira de Oliveira e ozagueiro Ricardo Rocha, a Seleção brasileira que deu ao Brasil, em1987, a medalha de ouro, nos Jogos Pan-Americanos de Indianápolis(EUA).

Taffarel é o goleiro brasileiro com maior número de jogos pelaSeleção: apareceu 101 vezes. Participou também das Copas de 1990e da de 1998. Nesta última, defendeu dois pênaltis contra a seleçãoda Holanda. Nas copas de que participou, Taffarell sofreu 15 gols.

O jogador fez parte das equipes dos clubes: Internacional, dePorto Alegre (1985-1990); Parma (1990-1993 e 2001-2003);Reggiana, Itália (1993-1994); Atlético Mineiro (1995-1998); eGalatasaray, da Turquia (1998-2001).

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Torben Grael (Turbina), vela

Iatismo no sangue

Descendente de família develejadores, Torben Grael nasceuem São Paulo, capital, em 1960.Ganhou o primeiro barco do avô,e seus tios gêmeos Erik e AxelSchmidt, que lhe deram estímulo,foram os primeiros iatistas brasilei-ros campeões mundiais.

Velejou em dupla com o irmão,Lars Grael. Nos IX Jogos Pan-Ame-ricanos de Caracas, Venezuela, em1983, integrou a equipe brasileira que

conquistou quatro medalhas de ouro, sendo uma delas na soling, comRonaldo Senfft e Daniel Adler. É o maior vencedor olímpico do Brasile, até o momento, o velejador olímpico do mundo recordista de meda-lhas: duas de ouro, uma de prata e duas de bronze. Superou o dinamar-quês Elvstron (quatro ouros) e o ucraniano Valentin Mankin e o ale-mão Jochen Schumann (cada um deles com quatro pódios).

Além das medalhas olímpicas, Torben Grael tem enorme currí-culo de regatas de oceano. É o único brasileiro a ter disputado aAmerica’s Cup, competição que já tem mais de 152 anos. Em 2006,comandou a equipe do Brasil 1, o primeiro barco brasileiro que par-ticipou da Volvo Ocean Race.

Em 2000, foi o tático do sindicato italiano Prada, sendo um dosresponsáveis pelo título da equipe na Luis Vuitton Cup, classificatóriapara a Worlds´s Cup. Seu tio Erik foi o técnico de Torben Grael quan-do este conquistou, com Marcelo Ferreira, sua primeira medalha deouro nas Olimpíadas de Atlanta, EUA, em 1996.

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Série Memória 89

Zequinha Barbosa, corrida

Arruda contra mau-olhado

Nascido em 1962, em Três La-goas, Mato Grosso do Sul, de fa-mília pobre, o corredor meio-fundista José Luís Barbosa con-quistou a medalha de prata(1.500m) nos Jogos Pan-America-nos de Caracas, Venezuela, em1983. No ano seguinte, foi semi-finalista nas Olimpíadas de LosAngeles. Conquistou mais umamedalha de prata no Mundial deAtletismo de Tóquio (1991),quando ficou a cerca de 20m daconquista do ouro.

Zequinha Barbosa começou acorrer em Guarulhos quando cri-ança, em troca de sanduíches. Sua

primeira vitória, aos 21 anos, foi a conquista do Troféu Brasil deAtletismo. Uma de suas melhores realizações esportivas foi a provados 800m no Torneio de Rieti, Itália, com a marca de 1min43s08.Classificou-se em sexto lugar nas Olimpíadas de Seul, Coréia,em 1988.

Tagarela e supersticioso, o atleta, antes das provas, não tomabanho, e carrega com ele um saquinho vermelho com alecrim earruda, que lhe foi dado pela mãe, “contra o mau-olhado”.

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A imprensa noA imprensa noA imprensa noA imprensa noA imprensa noPan-AmericanoPan-AmericanoPan-AmericanoPan-AmericanoPan-Americano

de 1963de 1963de 1963de 1963de 1963

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São Paulo em festa

Uma revoada de pombos brancos anunciou a abertura dos pri-meiros Jogos Pan-Americanos sediados no Brasil, no Estádio doPacaembu, em São Paulo, a 20 de abril de 1963, às 15h. Os 40 milespectadores que assistiram à cerimônia fizeram desse dia um dosmaiores espetáculos da história do país, até então. São Paulo viviaum momento de modernização, com obras acontecendo por toda acidade, como o início da construção da nova sede da Câmara Mu-nicipal, próxima do Viaduto Jacareí. Estiveram presentes à soleni-dade o governador Adhemar de Barros e o prefeito Prestes Maia. Opresidente da República, João Goulart, realizou durante os jogosviagem ao Chile e Uruguai, para tratar de acordos comerciais.

Um dos pombos usados na cerimônia, perdido, entrou em vôo ra-sante na tribuna da imprensa. Rapidamente, uma assessora de comuni-cação da organização dos Jogos acolheu a ave e organizou a cena. Na-quela época, o jornalismo já havia rompido a barreira das redações dejornais e chegado ao outro lado do balcão, mesmo no esporte.

Os avanços tecnológicos começavam a facilitar a divulgação dasimagens. Em 12 de abril de 1962, um ano antes dos Jogos, a cena dopresidente João Goulart desembarcando em Brasília foi a primeiraradiofoto transmitida na América Latina, sob a coordenação da agên-cia de notícias brasileira, a Interpress.

O Pan aconteceu num momento conturbado da vida política dopaís. O presidente João Goulart sofria ataques ferrenhos por parteda oposição, e críticas dos EUA, pelo modelo econômico adotado.No jornal O Estado de S. Paulo, extremamente engajado na batalhapolítica, poucas vezes o Pan ganhou a primeira página. Já A Gazetadeu grande destaque às competições, com matérias sobre compor-tamento e o dia-a-dia da Vila. Fotos em preto-e-branco registravamos momentos de superação. As imagens dos Jogos ficaram sob a res-ponsabilidade do documentarista Primo Carbonari, dono da empresa

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cinematográfica Amplavisão Cinema e Vídeo. A equipe de jornalismoda TV Tupi de São Paulo também filmou parte dos Jogos.

Durante os IV Jogos Pan-Americanos, a Biblioteca Municipalde São Paulo sediou o Congresso da Organización Desportiva Pan-Americana (Odepa), reunindo dirigentes, chefes de delegações, di-retores e técnicos. A pauta do encontro foi a escolha da sede dos VJogos Pan-Americanos e a criação de federações americanas de es-portes. Cinco cidades disputaram o direito de recepcionar os jogosde 1967: Winnipeg, no Canadá, Santiago do Chile, Caracas, capitalda Venezuela, Miami e Kansas City, nos EUA.

A maior dificuldade da organização, segundo os jornais, foi coorde-nar a venda de ingressos para jogos entre atletas de países que eramdúvida de participação. Em 13 de abril, A Gazeta publicava matériacom o título “Torneios de Judô e Voleibol Feminino estão Ameaçadosde Cancelamento”. Muitas delegações, enfrentando dificuldades finan-ceiras, apesar de promessa anterior, não compareceram, ocasionandoproblemas na grade da programação. Bermudas, El Salvador e Para-guai, por exemplo, faltando apenas dois dias para os Jogos, ainda nãohaviam confirmado presença.

No dia 30 de abril, A Gazeta publicava matéria com o título“Pan (por fora) Tem Torcida Educada e Desfile”, mostrando o show,a parte protagonizada pela juventude brasileira, que, além de ani-mação, teve comportamento exemplar. Em 7 de maio, o título damatéria no mesmo jornal marcava o fim do evento “Adeus dos Cam-peões”, um registro da Vila, já vazia.

A tocha

Os 1.230km percorridos pela tocha olímpica entre Brasília e SãoPaulo mereceram atenção à parte da imprensa. O ritual realizadoem todos os Jogos buscou inspiração nas Olimpíadas. A cerimôniateve origem na Grécia antiga, quando uma tocha era acesa no Mon-te Olimpo e atletas a levavam até a cidade de Olímpia, dando iní-

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cio aos Jogos. A tocha chegou à capital do Brasil dia 14 de abril efoi acesa por índios da tribo dos carajás, pelo método de fricção.Fotos do momento foram estampadas nos principais jornais do país.Depois de passar pelas mãos de autoridades federais, coube ao jo-gador de futebol aposentado Augusto da Costa salvaguardá-la até odestino final. A falta de tempo provocou uma mudança no proto-colo. Em vez de o transporte da chama ser feito por corredores, aviagem aconteceu em um carro oficial do Estado de São Paulo.

Ao chegar em São Paulo, a tocha foi conduzida à sede do gover-no estadual, nos Campos Elíseos, onde o governador Adhemar deBarros a recepcionou. Depois, ela foi levada para o Monumento daIndependência, no Ipiranga, ficando sob a guarda de honra da For-ça Pública, até o momento de seguir para o Estádio do Pacaembu,sede da abertura das competições.

Cuba e EUA: jogos políticos

Só a chegada da delegação cubana ao Aeroporto de Congonhas, em15 de abril, no avião da empresa Consolidada Cubana, garantiu a pre-sença dos atletas nos IV Jogos Pan-Americanos. O grupo que desem-barcou, composto de 90 pessoas – 65 atletas, além de jornalistas, téc-nicos e dirigentes –, teve que esclarecer as dúvidas de dezenas de jor-nalistas sobre a polêmica envolvendo o país. A participação de Cubafoi aprovada com ressalvas do presidente do Comitê Olímpico In-ternacional (COI), Avery Brundage. Foram necessárias longas nego-ciações de Manuel Gonzalez Guerra e Raudal Ruiz, representantesda Comissão Olímpica Cubana, com a participação do general me-xicano José Clark Flores, presidente da Organização DesportivaPan-Americana (Odepa), para que o COI aceitasse o grupo.

O problema começou com uma entrevista publicada em 3 de no-vembro de 1961 no jornal Hoy, de Havana, onde o dirigente nacionalda área de Esportes de Cuba, José Llanusa, afirmava que “não se pode-ria separar a política do esporte, pois eles marcham juntos”. No dia 22

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de janeiro de 1963, outra afirmação de Llanusa causou polêmica: “Énecessário trabalhar mais a Educação Física e os esportes para realizaro pensamento de Lênin de uma pátria de braços e ombros fortes ondese assentará o futuro de Cuba”.

O COI alegou que a postura infringia o artigo 25 do regulamentoolímpico, ratificado em 16 de junho de 1962, em encontro em Lausanne,Suíça, segundo o qual “os Comitês Nacionais deverão ser completa-mente independentes e autônomos e numa posição que possam resistira quaisquer pressões políticas, religiosas ou comerciais”. Foi aberto umprocesso de investigação sobre o Estatuto da Comissão Olímpica Cu-bana e a ingerência do governo no esporte do país, motivo pelo qualAvery Brundage se mostrava contrário à participação dos cubanos. Aequipe rebateu as acusações e afirmou que a conduta de seus atletas seajustaria estritamente aos princípios da Comissão Olímpica da Odepa.

No desembarque no Brasil, a preocupação era mostrar serem infunda-das as informações do COI. Um membro do Instituto Cubano de Radio eTelevisão afirmou que, em Cuba, havia absoluta liberdade de imprensa, eaté a questão da fome, sobre a qual os jornalistas fizeram insistentes pergun-tas, foi negada. Cuba também denunciou os EUA, através do jornal ElMundo, por infiltrarem fuzileiros navais e outros militares no time de beise-bol americano, com a intenção de ganhar “por bem ou por mal”. De fato,estava incorporado à delegação americana um grupo de oficiais do Pentágono,chefiados pelo capitão de marinha J.L. Counham. No dia 20 de abril, AGazeta publicava foto-legenda que mostrava a pacífica convivência ameri-cano-cubana, na Vila Pan-Americana.

Preparativos

A cidade estava em êxtase com a presença dos atletas. Osalunos da rede pública receberam cadernetas especiais que lhespermitiam assistir aos Jogos em horário de aula. O governo en-viou nota oficial aos motoristas de táxi, pedindo que atendes-sem os visitantes da melhor forma possível.

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Jornalistas receberam credenciais e distintivos para cobrir os Jogos,e, na sede administrativa, no antigo prédio do Clube Pinheiros, recep-cionistas, telefonistas e 119 intérpretes voluntários trabalhavam parafazer os Jogos acontecer. Para os profissionais da imprensa, principal-mente os estrangeiros, foram disponibilizados teletipos de empresastelegráficas, por onde os textos das matérias podiam ser enviados. Paraa premiação, o COB preparou 1.080 medalhas de latão, folheadas aouro, prata e bronze. Gravada no adereço, havia a imagem da tochaolímpica, adornada pelas palavras Espírito Sport Fraternité.

Atletas e imprensa

As grandes estrelas que brilharam na mídia durante os IVJogos Pan-Americanos foram as atletas Maria Esther Bueno,tenista, e Patricia Galwin, amazona americana. A praticantede hipismo chamava a atenção por sua beleza e elegância.Com 20 anos, ela morava na França e, segundo o jornal OEstado de S. Paulo de 18 de abril de 1963, tinha “cabelos cas-tanhos, olhos verdes e fala delicada”. Maria Esther Bueno,uma arrebatadora de medalhas, causava pânico em suasadversárias, e sempre era retratada como exemplo de garra.Após campanha vitoriosa, a jovem foi mostrada sendo rece-bida pelos pais, no aeroporto, partindo para o próximo desa-fio. Os EUA, país que levou a maior equipe, despertava aatenção da imprensa em todos os itens, principalmente devi-do ao elevado número de medalhas conquistadas.

Adereços, comportamento, nada escapou ao olhar atento dosrepórteres. Nas matérias registravam-se o chapéu de palha dos pa-namenhos e as capas vermelhas, meias e sapatos brancos das ame-ricanas. Na imprensa, ganhou espaço até mesmo um caso amorosoentre a funcionária da Vila e o atleta americano, que deixou o Brasilcom a promessa de casar com a brasileira.

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A vila

Os preparativos na Vila Pan-Americana, que abrigou os atletas,mereceram grande destaque na cobertura da imprensa nacional.Matéria publicada no jornal O Estado de S. Paulo, em 16 de abril de1963, anunciava que para alimentar os atletas, os cozinheiros res-ponsáveis pelo funcionamento do restaurante reservaram 1.500 fran-gos, 3 mil ovos, 300 quilos de arroz, 400 de batata, 3 mil litros deleite, 3 mil e 200 bifes e 70 quilos de café.

Situada no campus da Universidade do Estado de São Paulo(USP), a Vila foi construída no tempo limite para os Jogos. Emboraa entrega simbólica das chaves tenha sido registrada em matériaspublicadas dia 11 de abril, nos seis blocos de apartamentos, operá-rios ainda cuidavam dos retoques finais quando os atletas começa-ram a chegar. Equipada com lojas, banco, cinema, correio e restau-rante, ela foi comparada pelos repórteres a uma pequena cidade.

De acordo com os jornais da época, empresas de ônibus da capi-tal cederam os veículos que faziam o transporte dos atletas para oslocais de treino. A segurança do local foi garantida por soldados daForça Pública. O bloco que abrigava a representação feminina con-tava com um muro de 2m de altura, para garantir a privacidade dasmoças, e um aramado cercando todo o terreno evitava invasões.Visitas, só com a apresentação de documentos e a autorização docoordenador da Vila, o general Pires de Castro. No dia da aberturados jogos, 1.901 atletas já estavam alojados na USP.

Incidentes

O evento encerrou-se cercado de elogios dos participantes. Pou-cos foram os problemas apresentados nos jornais, que não passa-ram de casos sem mais conseqüências, como os sete atletas e umjornalista porto-riquenhos que, intoxicados com a comida do aviãoda empresa Pan-American, acabaram internados por um dia no Hos-

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pital Paulino Werneck, na Ilha do Governador, Rio de Janeiro. NoGinásio do Ibirapuera, um dia antes da abertura, as equipes de bas-quete do México, Porto Rico e Brasil receberam a orientação detreinar no mesmo dia e horário, problema logo contornado.

Na alfândega do Rio de Janeiro, os veleiros de algumas equi-pes, como as das Bahamas e do México acabaram barrados e foinecessária a intervenção da Confederação Brasileira de Vela eMotor para a liberação dos barcos. A imprensa destacou o gestode companheirismo, dos velejadores brasileiros que chegaram aoferecer barcos de fabricação nacional para os atletas estrangei-ros não deixarem de competir, além de organizarem um abaixo-assinado pedindo a solução do problema.

No dia 3 de maio, O Estado de S. Paulo noticiou um conflito, na noiteanterior, para o compra de ingressos numa bilheteria no Estádio doIbirapuera, envolvendo três mil pessoas que esperavam na fila.

O fim

Os jornais não pouparam elogios rasgados ao descrever o encerra-mento dos Jogos Pan-Americanos no Estádio do Pacaembu. Em ma-téria publicada dia 6 de maio, com título, “Jogos Pan-Americanos: Elode Paz entre os Povos das Três Américas”, A Gazeta descreve de for-ma emocionada a última cerimônia do evento: “Somente um adjetivodará ao acontecimento constituído pelo crepúsculo dos IV Jogos Pan-Americanos a graduação certa do mérito altíssimo alcançado: ‘Maravi-lhoso!... Foi uma demonstração de vida, uma demonstração de capaci-dade dos nossos devotados dirigentes e atletas e povo, que evidencia-ram o alto grau de evolução através da organização ímpar do início aofim dos IV Jogos Pan-Americanos. E isso ficou evidenciado, na tardede ontem no Pacaembu, quando ficou patenteado que o trabalho feitopor São Paulo em favor do ideal olímpico, sintetizado nos IV JogosPan-Americanos, foi plenamente concretizado no êxito espetacular da

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‘Olimpíada das Américas’, que muitos não acreditavam fosse possívelrealizar em nossa terra”.

A repercussão do Pan-Americano aumentou depois que os jo-gos começaram a fazer parte da grade de programação da TV. Oprimeiro evento transmitido pela TV Globo, com imagens em coresexclusivas para todo o Brasil, aconteceu em 1975, na Cidade doMéxico. Além de reproduzir as cenas, a emissora mandou equipe derepórteres ao local, para a realização de matérias inéditas sobre osjogos e atletas de maior interesse aos brasileiros.

A TV Bandeirantes, integrada a um pool de emissoras, transmi-tiu pela primeira vez imagens do Pan em 1987, direto deIndianápolis, Estados Unidos, sem, no entanto, enviar jornalistas.Nos jogos de 1991, em Havana, Cuba; 1999 (Winnipeg, Canadá) e2003 (Santo Domingo, República Dominicana), uma equipe de seisprofissionais, contando sempre com a narração oficial de ÁlvaroJosé, garantiu à emissora cobertura diferenciada, com destaque paraas modalidades de voleibol e basquete.

As imagens dos jogos são produzidas e comercializadas pela or-ganização do evento. As emissoras compram o direito de transmis-são, firmado em contrato, no qual se comprometem a não revendê-lo. A preparação começa com um ano de antecedência, aproxima-damente, quando as TVs enviam representantes à sede das compe-tições para definição de hospedagem, transporte local e soluçãopara as necessidades técnicas. A grade de exibição das redes só édefinida após a divulgação da tabela dos jogos. Iniciados os jogos,hora do espetáculo: os telespectadores mergulham num mundo desons, cores e muito movimento, e passam a fazer parte da competi-ção através da tela da TV.

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Este livro foi composto em Garamond,

corpo 12/16, abertura de capítulos em

DotMatr ix Bold, corpo 28, 20 e 16,

legendas e notas em Arial, corpo 8/9. Miolo

impresso em papel offset 90gr/m2 e capa

em cartão supremo 250gr/m2, na Imprensa

da Cidade, em dezembro de 2006.

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