cadernodoprofessor 2014 2017 vol2 baixa ch historia ef 8s 9a

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Caderno Do Professor

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  • 8a SRIE 9oANOENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAISVolume 2

    HISTRIACincias Humanas

    CADERNO DO PROFESSOR

  • MATERIAL DE APOIO AOCURRCULO DO ESTADO DE SO PAULO

    CADERNO DO PROFESSOR

    HISTRIAENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS

    8a SRIE/9o ANOVOLUME 2

    Nova edio

    2014-2017

    GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULO

    SECRETARIA DA EDUCAO

    So Paulo

  • Governo do Estado de So Paulo

    Governador

    Geraldo Alckmin

    Vice-Governador

    Guilherme Af Domingos

    Secretrio da Educao

    Herman Voorwald

    Secretria-Adjunta

    Cleide Bauab Eid Bochixio

    Chefe de Gabinete

    Fernando Padula Novaes

    Subsecretria de Articulao Regional

    Rosania Morales Morroni

    Coordenadora da Escola de Formao e Aperfeioamento dos Professores EFAP

    Silvia Andrade da Cunha Galletta

    Coordenadora de Gesto da Educao Bsica

    Maria Elizabete da Costa

    Coordenadora de Gesto de Recursos Humanos

    Cleide Bauab Eid Bochixio

    Coordenadora de Informao, Monitoramento e Avaliao

    Educacional

    Ione Cristina Ribeiro de Assuno

    Coordenadora de Infraestrutura e Servios Escolares

    Dione Whitehurst Di Pietro

    Coordenadora de Oramento e Finanas

    Claudia Chiaroni Afuso

    Presidente da Fundao para o Desenvolvimento da Educao FDE

    Barjas Negri

  • Senhoras e senhores docentes,

    A Secretaria da Educao do Estado de So Paulo sente-se honrada em t-los como colabo-

    radores nesta nova edio do Caderno do Professor, realizada a partir dos estudos e anlises que

    permitiram consolidar a articulao do currculo proposto com aquele em ao nas salas de aula

    de todo o Estado de So Paulo. Para isso, o trabalho realizado em parceria com os PCNP e com

    os professores da rede de ensino tem sido basal para o aprofundamento analtico e crtico da abor-

    dagem dos materiais de apoio ao currculo. Essa ao, efetivada por meio do programa Educao

    Compromisso de So Paulo, de fundamental importncia para a Pasta, que despende, neste

    programa, seus maiores esforos ao intensificar aes de avaliao e monitoramento da utilizao

    dos diferentes materiais de apoio implementao do currculo e ao empregar o Caderno nas aes

    de formao de professores e gestores da rede de ensino. Alm disso, firma seu dever com a busca

    por uma educao paulista de qualidade ao promover estudos sobre os impactos gerados pelo uso

    do material do So Paulo Faz Escola nos resultados da rede, por meio do Saresp e do Ideb.

    Enfim, o Caderno do Professor, criado pelo programa So Paulo Faz Escola, apresenta orien-

    taes didtico-pedaggicas e traz como base o contedo do Currculo Oficial do Estado de So

    Paulo, que pode ser utilizado como complemento Matriz Curricular. Observem que as atividades

    ora propostas podem ser complementadas por outras que julgarem pertinentes ou necessrias,

    dependendo do seu planejamento e da adequao da proposta de ensino deste material realidade

    da sua escola e de seus alunos. O Caderno tem a proposio de apoi-los no planejamento de suas

    aulas para que explorem em seus alunos as competncias e habilidades necessrias que comportam

    a construo do saber e a apropriao dos contedos das disciplinas, alm de permitir uma avalia-

    o constante, por parte dos docentes, das prticas metodolgicas em sala de aula, objetivando a

    diversificao do ensino e a melhoria da qualidade do fazer pedaggico.

    Revigoram-se assim os esforos desta Secretaria no sentido de apoi-los e mobiliz-los em seu

    trabalho e esperamos que o Caderno, ora apresentado, contribua para valorizar o ofcio de ensinar

    e elevar nossos discentes categoria de protagonistas de sua histria.

    Contamos com nosso Magistrio para a efetiva, contnua e renovada implementao do currculo.

    Bom trabalho!

    Herman Voorwald

    Secretrio da Educao do Estado de So Paulo

  • Os materiais de apoio implementao

    do Currculo do Estado de So Paulo

    so oferecidos a gestores, professores e alunos

    da rede estadual de ensino desde 2008, quando

    foram originalmente editados os Cadernos

    do Professor. Desde ento, novos materiais

    foram publicados, entre os quais os Cadernos

    do Aluno, elaborados pela primeira vez

    em 2009.

    Na nova edio 2014-2017, os Cadernos do

    Professor e do Aluno foram reestruturados para

    atender s sugestes e demandas dos professo-

    res da rede estadual de ensino paulista, de modo

    a ampliar as conexes entre as orientaes ofe-

    recidas aos docentes e o conjunto de atividades

    propostas aos estudantes. Agora organizados

    em dois volumes semestrais para cada srie/

    ano do Ensino Fundamental Anos Finais e

    srie do Ensino Mdio, esses materiais foram re-

    vistos de modo a ampliar a autonomia docente

    no planejamento do trabalho com os contedos

    e habilidades propostos no Currculo Oficial

    de So Paulo e contribuir ainda mais com as

    aes em sala de aula, oferecendo novas orien-

    taes para o desenvolvimento das Situaes de

    Aprendizagem.

    Para tanto, as diversas equipes curricula-

    res da Coordenadoria de Gesto da Educao

    Bsica (CGEB) da Secretaria da Educao do

    Estado de So Paulo reorganizaram os Cader-

    nos do Professor, tendo em vista as seguintes

    finalidades:

    f incorporar todas as atividades presentes nos Cadernos do Aluno, considerando

    tambm os textos e imagens, sempre que

    possvel na mesma ordem;

    f orientar possibilidades de extrapolao dos contedos oferecidos nos Cadernos do

    Aluno, inclusive com sugesto de novas ati-

    vidades;

    f apresentar as respostas ou expectativas de aprendizagem para cada atividade pre-

    sente nos Cadernos do Aluno gabarito

    que, nas demais edies, esteve disponvel

    somente na internet.

    Esse processo de compatibilizao buscou

    respeitar as caractersticas e especificidades de

    cada disciplina, a fim de preservar a identidade

    de cada rea do saber e o movimento metodo-

    lgico proposto. Assim, alm de reproduzir as

    atividades conforme aparecem nos Cadernos

    do Aluno, algumas disciplinas optaram por des-

    crever a atividade e apresentar orientaes mais

    detalhadas para sua aplicao, como tambm in-

    cluir o cone ou o nome da seo no Caderno do

    Professor (uma estratgia editorial para facilitar

    a identificao da orientao de cada atividade).

    A incorporao das respostas tambm res-

    peitou a natureza de cada disciplina. Por isso,

    elas podem tanto ser apresentadas diretamente

    aps as atividades reproduzidas nos Cadernos

    do Professor quanto ao final dos Cadernos, no

    Gabarito. Quando includas junto das ativida-

    des, elas aparecem destacadas.

    A NOVA EDIO

  • Leitura e anlise

    Lio de casa

    Pesquisa em grupo

    Pesquisa de campo

    Aprendendo a aprender

    Roteiro de experimentao

    Pesquisa individual

    Apreciao

    Voc aprendeu?

    O que penso sobre arte?

    Ao expressiva

    !?

    Situated learning

    Homework

    Learn to learn

    Alm dessas alteraes, os Cadernos do

    Professor e do Aluno tambm foram anali-

    sados pelas equipes curriculares da CGEB

    com o objetivo de atualizar dados, exemplos,

    situaes e imagens em todas as disciplinas,

    possibilitando que os contedos do Currculo

    continuem a ser abordados de maneira prxi-

    ma ao cotidiano dos alunos e s necessidades

    de aprendizagem colocadas pelo mundo con-

    temporneo.

    Para saber mais

    Para comeo de conversa

    Sees e cones

  • Orientao sobre os contedos do volume 7

    Situaes de Aprendizagem 9

    Situao de Aprendizagem 1 Os dez princpios da Conferncia de Bandung 9

    Situao de Aprendizagem 2 Guerra Fria em notcias 14

    Situao de Aprendizagem 3 Populismo em Getlio Vargas 20

    Situao de Aprendizagem 4 Memria e imagens da ditadura militar brasileira 25

    Situao de Aprendizagem 5 Abertura lenta, gradual e segura 29

    Situao de Aprendizagem 6 Eu tenho um sonho 34

    Situao de Aprendizagem 7 Colapso do socialismo 40

    Situao de Aprendizagem 8 A Nova Ordem Mundial 45

    Quadro de Contedos do Ensino Fundamental Anos Finais 50

    Gabarito 51

    SUMRIO

  • 7Histria 8a srie/9o ano Volume 2

    ORIENTAO SOBRE OS CONTEDOS DO VOLUMECaro(a) professor(a),

    Este Caderno foi organizado com o pro-psito de auxili-lo no desenvolvimento dos temas que caracterizam o perodo posterior Segunda Guerra Mundial e facilitar a realiza-o de suas atividades e avaliaes durante a 8a srie/9o ano do Ensino Fundamental.

    Para cada tema foi criada uma Situao de Aprendizagem principal, um conjunto de questes para a avaliao e propostas para re-cuperao, nas quais foram destacados alguns dos aspectos mais significativos das discusses historiogrficas contemporneas.

    As sugestes aqui contidas devem ser ava-liadas por voc e consideradas, sempre, em funo da sua experincia; considere a possibi-lidade de realizar alteraes, no sentido de ade-quar as propostas ao seu atual grupo de alunos e s suas condies de trabalho.

    Conhecimentos priorizados

    Consideramos que a compreenso do perodo da Guerra Fria fundamental para a anlise das relaes internacionais durante a segunda meta-de do sculo XX, marcadas por novo alinhamen-to de foras polticas e ideolgicas, pelo perigo nuclear e pelos movimentos contra coloniais que conduziram independncia de pases na sia e na frica. O estudo do populismo, por sua vez, necessrio para a insero do Brasil nesse contex-to geral, caracterizan do-se pela maior participa-o poltica das massas urbanas, deflagradora de um processo de represso que acabou resultando na imposio de um regime ditatorial. Apresen-

    taremos tambm o colapso do socialismo real e suas consequncias para a formao de uma nova ordem global multilateral.

    Competncias e habilidades

    Todas as nossas propostas de Situaes de Aprendizagem esto baseadas nas orientaes para a rea de Histria estabelecidas pela Lei de Diretrizes e Bases da Educao (Lei no 9.394/1996) e nos Parmetros Curriculares Nacionais.

    Seguindo os exemplos anteriores, as com-petncias e habilidades a ser desenvolvidas nas Situaes de Aprendizagem deste Caderno fo-ram inspiradas pela matriz do Enema e Sarespb:

    f dominar a norma-padro da lngua portu-guesa e fazer uso das linguagens matemti-ca, artstica e cientfica;

    f construir e aplicar conceitos das vrias re-as do conhecimento para a compreenso de fenmenos naturais, de processos hist-rico-geogrficos, da produo tecnolgica e das manifestaes artsticas;

    f selecionar, organizar, relacionar e interpre-tar dados e informaes, representados de diferentes formas, para tomar decises e enfrentar situaes-problema;

    f relacionar informaes, representadas de diferentes formas, e conhecimentos dispo-nveis em diferentes situaes, para cons-truir argumentao consistente;

    f recorrer aos conhecimentos desenvolvidos na escola para a elaborao de propostas de interveno solidria na realidade, res-peitando os valores humanos e consideran-do a diversidade sociocultural.

    a Documento bsico do Enem. Fonte: . As competncias bsicas da rea enunciadas na Matriz de Referncias para o Enem 2009 encontram-se disponveis em: . Acesso em: 14 nov. 2013.b Sistema de Avaliao do Rendimento Escolar do Estado de So Paulo. Disponvel em: . Acesso em: 19 jun. 2009.

  • 8Metodologia e estratgias

    Os temas estudados neste volume podem ser trabalhados por meio de Situaes de Aprendizagem que visam ao saber fazer, nas quais os alunos recorram a seus esquemas de conhecimento para resolver situaes-pro-blema. Para tanto, enfatizamos a anlise e a produo de textos, com todas as implicaes delas decorrentes: leitura, interpretao, com-preenso, sntese, associao, classificao, comparao, organizao, caracterizao, es-tabelecimento de relaes e concluso.

    Avaliao

    Os procedimentos de avaliao visam, so-bretudo, verificao do desenvolvimento da capacidade leitora e escritora do aluno, fun-damentada em contedos conceituais de His-tria. Esses conceitos devem ser, portanto, instrumentos para o desenvolvimento de con-tedos procedimentais e atitudinais, pois nos-sa proposta objetiva que a escolarizao alm de promover o desenvolvimento das competn-cias e habilidades dos alunos concorra para a formao de cidados crticos e participativos.

  • 9Histria 8a srie/9o ano Volume 2

    Esta Situao de Aprendizagem visa an-lise de um importante documento histrico, Os dez princpios da Conferncia de Bandung, reali-zada em abril de 1955. Com ela, voc pode ter como objetivo, principalmente, encaminhar as reflexes dos alunos, no sentido de lev-los a per-ceber as relaes entre passado e presente e as permanncias e rupturas na dinmica do proces-so histrico. Tambm pode contribuir para que os alunos compreendam as implicaes dos pro-cessos de descolonizao na atual situao da-queles pases, muitos deles ainda marcados por graves problemas socioeconmicos e polticos, como a misria, as epidemias e as guerras civis.

    A Situao de Aprendizagem tambm visa ao incentivo da prtica do trabalho com fon-tes histricas escritas, no s na busca de sua compreenso e interpretao, mas tambm de sua problematizao.

    Para a compreenso do processo de descoloni-zao, voc j deve ter abordado o Imperialismo e o Neocolonialismo, a Segunda Guerra Mun-dial e suas consequncias. Destaque, sobretudo, a grave crise que se abateu sobre as economias europeias, o novo alinhamento de foras polticas e a formao dos movimentos nacionalistas a fa-vor da libertao dos territrios coloniais.

    SITUAES DE APRENDIZAGEMSITUAO DE APRENDIZAGEM 1

    OS DEZ PRINCPIOS DA CONFERNCIA DE BANDUNG

    Contedos e temas: nacionalismo; autodeterminao; colonialismo; descolonizao; segregao racial; discriminao racial.

    Competncias e habilidades: compreenso de texto; domnio da norma-padro da Lngua Portuguesa; interpretar dados e informaes contidos em documentos histricos; relacionar informaes entre si, bem como conceitos previamente aprendidos, construindo uma argumentao consistente.

    Sugesto de estratgias: pesquisa de notcias, anlise de documento histrico, produo de texto como sntese e aula expositiva.

    Sugesto de recursos: diferentes mdias para pesquisa e documento histrico.

    Sugesto de avaliao: participao dos alunos na pesquisa das notcias, discusso em grupo e na apre-sentao oral, e produo de texto como sntese.

    Sondagem e sensibilizao

    Professor, antes da realizao da Situao de Aprendizagem, voc pode sugerir aos alu-nos que mencionem o que conhecem sobre a atual situao dos pases africanos.

    De acordo com seus critrios, voc pode solicitar aos alunos que pro-curem informaes na imprensa

    sobre tudo o que se refere frica e tragam essas informaes para a sala de aula, a ativi-dade de sondagem est presente no Caderno

  • 10

    do Aluno, na seo Pesquisa individual. Apro-veite para analisar as imagens que aparecem no Caderno do Aluno. Depois de ter realizado uma roda de discusso sobre as notcias e as imagens, d incio estratgia central desta Si-tuao de Aprendizagem.

    1. Durante uma semana, procure informaes na imprensa (jornais, revistas, rdio, televi-so e sites) sobre assuntos que se refiram frica e anote-as no espao a seguir. A rea-lizao desta pesquisa muito importante para o desenvolvimento do trabalho das prximas aulas.

    2. O que as notcias pesquisadas e as imagens a seguir sugerem sobre o continente afri-cano? Participe da discusso proposta pelo professor, analise as imagens e anote no es-pao a seguir suas consideraes.Professor, as imagens inseridas no Caderno do Aluno buscam

    destacar a grande diversidade tnica, cultural, econmica,

    Os dez princpios de Bandung

    1. Respeito aos direitos humanos fundamentais e aos objetivos e princpios da Carta das Naes Unidas.2. Respeito soberania e integridade dos territrios de todas as naes.3. Reconhecimento da igualdade de todas as raas e da igualdade de todas as naes, grandes e pequenas.4. Absteno de intervir ou interferir nos assuntos internos de outro pas.5. Respeito ao direito de cada nao de defender a si prpria, individual ou coletivamente, em confor-

    midade com a Carta das Naes Unidas.6. (A) Absteno do uso de acordos de defesa coletiva para servir aos interesses particulares de qualquer

    uma das grandes potncias. (B) Absteno, por parte de qualquer pas, de exercer presses sobre outros pases.

    7. Abster-se de atos ou ameaas de agresso ou do uso de fora contra a integridade territorial ou independncia poltica de qualquer pas.

    8. Soluo de todas as disputas internacionais por meios pacficos, tais como negociao, conciliao, arbitramento de acordo judicial, bem como outros meios de escolha prpria das partes, em confor-midade com a Carta das Naes Unidas.

    9. Promoo dos interesses mtuos e da cooperao.10. Respeito justia e s obrigaes internacionais.

    Fonte: Apud Afro-Asian Peoples Solidarity Organization. Towards 50th Anniversary of Bandung. Traduo Eloisa Pires.

    Disponvel em: .

    Acesso em: 14 nov. 2013.

    social e poltica, evitando a construo de imagens homo-

    gneas do continente.

    Imagem 1: Aldeia africana em Lalibela (Etipia).

    Imagem 2: Vista da Cidade do Cabo (frica do Sul).

    Imagem 3: Chefes de Estado na comemorao do jubileu de

    ouro da Conferncia sio-Africana de 1955.

    1a etapa

    Professor, o texto a seguir encontra--se no Caderno do Aluno, na seo Leitura e anlise de texto, precedido pelo enunciado:

    Leia atentamente o documento a seguir, di-vulgado na Conferncia de Bandung, que foi realizada entre 18 e 24 de abril de 1955, na Indonsia, com a participao de 29 pases africanos e asiticos. Essa reunio teve como objetivo discutir polticas de co-operao mtua e estratgias para a con-servao da independncia desses pases.

  • 11

    Histria 8a srie/9o ano Volume 2

    Para iniciar, faa uma leitura coletiva do texto e solicite aos alunos que verifiquem as in-formaes inseridas com destaque no Caderno do Aluno.

    Tome nota!

    A Carta da Organizao das Naes Unidas foi assinada em junho de 1945, quando da fundao da ONU. Ela composta por 111 artigos, cujos princi-pais objetivos so: a manuteno da paz e da segurana internacionais, a defesa dos direitos e das liberdades fundamentais do ser humano, a autodeterminao, a igual-dade de direito e o progresso social e eco-nmico para todos os povos.

    Voc pode dividir a classe em dez grupos e sugerir a cada um deles que discuta um dos princpios do documento, por meio da ativi-dade proposta no Caderno do Aluno:

    Qual a inteno contida na elaborao dos princpios de Bandung?Os alunos precisam identicar nesse documento alguns prin-

    cpios expressos pelos pases participantes da Conferncia de

    Bandung: a defesa dos direitos humanos, a justia e a auto-

    determinao dos povos, a condenao ao racismo e ao co-

    lonialismo, a colaborao para o combate ao subdesenvolvi-

    mento, o no alinhamento aos blocos poltico-ideolgicos

    da Guerra Fria e a busca de vias diplomticas para a resoluo

    de conitos internacionais.

    Depois, pea que cada um dos grupos apresente, oralmente, suas concluses para a classe. Ao final das apresentaes, interes-sante que cada grupo produza um texto como sntese, com o estabelecimento das ideias prin-cipais presentes no conjunto do documento.

    Para finalizar esta Situao de Aprendizagem, possvel propor as atividades a seguir, que esto inseri-

    das no Caderno do Aluno como Lio de casa. Com elas, os alunos ampliaro seus co-

    nhecimentos sobre o tema e podero registrar os resultados da pesquisa na forma de peque-nos textos.

    1. Que relaes podem ser estabelecidas en-tre o final da Segunda Guerra Mundial e a descolonizao afro-asitica?O aluno precisa considerar que, ao nal da Segunda Guerra

    Mundial, as potncias europeias, militar e economicamente

    comprometidas, no conseguiam combater os movimentos

    de independncia nas suas possesses coloniais.

    2. Identifique os dois princpios que marca-ram o processo de independncia da ndia, liderado por Mahatma Gandhi.O aluno deve identicar o princpio da no violncia e o da

    desobedincia civil boicote ao consumo de produtos in-

    gleses e recusa ao pagamento de impostos.

    Avaliao da Situao de Aprendizagem

    importante que os alunos considerem o contexto scio-histrico de produo do do-cumento e seus objetivos principais. Devem identificar no documento apresentado alguns princpios expressos pelos pases participantes da Conferncia de Bandung: a defesa dos di-reitos humanos, a justia e a autodetermina-o dos povos, a condenao ao racismo e ao colonialismo, a colaborao para o combate ao subdesenvolvimento, o no alinhamen-to aos blocos poltico-ideolgicos da Guerra Fria e a busca de vias diplomticas para a re-soluo de conflitos internacionais.

    Com base em suas observaes, voc pode verificar como o aluno se posicionou nas dis-cusses do grupo, como cada grupo realizou sua apresentao oral e elaborou a sntese das ideias principais do documento.

    Proposta de questes para avaliao

    As atividades a seguir encontram--se na seo Voc aprendeu?, no Caderno do Aluno.

  • 12

    1. As afirmaes a seguir referem-se ao direi-to de autodeterminao dos povos. Leia-as e assinale a alternativa correta.

    I. Trata-se do direito das naes de exer-cerem a soberania sobre seu povo e seu territrio.

    II. Trata-se do direito de pases mais de-senvolvidos de exercerem sua sobera-nia sobre pases menos desenvolvidos para promover o bem-estar social.

    III. Trata-se de um dos princpios que nortearam os processos de descoloni-zao afro-asitica.

    Esto corretas as afirmaes:

    a) I, II e III.

    b) I e II.

    c) I e III.

    d) II e III.

    e) nenhuma das afirmaes est correta.O aluno deve ser capaz de discernir, entre as proposies,

    aquelas que esto de acordo com o princpio de direito

    autodeterminao dos povos.

    2. Entre as causas do processo de descoloni-zao afro-asitica, no podemos citar:

    a) a crise das metrpoles europeias depois da Segunda Guerra Mundial.

    b) o nacionalismo dos povos coloniais, fortalecido durante a Segunda Guerra Mundial.

    c) a presso dos Estados Unidos e da Unio Sovitica, as novas superpotncias, inte-ressadas em conquistar novos aliados.

    d) a prosperidade econmica das antigas colnias, por causa de processos de in-dustrializao acelerados.

    e) o surgimento, nas antigas colnias, de movimentos de libertao nacional.

    Espera-se que o aluno encontre, entre as alternativas,

    aquela que no se refere s causas do processo de desco-

    lonizao afro-asitica, ou seja, o fato de no ter havido

    um processo de industrializao nas colnias, que, alis,

    mantiveram a dependncia econmica em relao s an-

    tigas metrpoles.

    3. Aps a Conferncia de Bandung, tornou--se usual a denominao Terceiro Mundo para um bloco de pases. Essa denomina-o referia-se a:

    a) pases alinhados ao bloco capitalista.

    b) pases alinhados ao bloco socialista.

    c) pases que defendiam uma posio de neutralidade no contexto do mundo bi-polar.

    d) pases empenhados na corrida espacial.

    e) pases de economia mista, ou seja, so-cialistas com algumas caractersticas capitalistas.

    Espera-se que o aluno encontre, entre as alternativas, aquela

    que representa a denio para Terceiro Mundo.

    Propostas de Situaes de Recuperao

    No caso de alunos que no tenham alcan-ado seus objetivos, tanto no que concerne apreenso dos contedos quanto ao desen-volvimento das habilidades e competncias, podemos utilizar diferentes estratgias para obter resultados que indiquem progresso no processo de ensino-aprendizagem.

  • 13

    Histria 8a srie/9o ano Volume 2

    A compreenso do processo de desco-lonizao afro-asitica essencial para a continuao dos estudos histricos, pois pr-requisito para outros temas, como a Guerra Fria, e para a prpria compreenso das desigualdades mundiais contempor-neas.

    Proposta 1

    Solicite aos alunos em recuperao que rea lizem uma pesquisa sobre um pas africano ou asitico que passou por processo de desco-lonizao e que, na atualidade, enfrente uma guerra civil.

    Depois de explicar, sucintamente, o que sig-nifica uma guerra civil, sugira a eles que bus- quem informaes como: breve relato da histria do pas, causas da guerra atual e suas relaes com o processo de coloni-zao/descolonizao, caractersticas da guerra e situao atual do conflito, visando produo de uma sntese. Como fontes de pesquisa, indique enciclopdias, inclusive virtuais, almanaques e jornais; lembre aos alunos que o texto final deve representar uma sntese do material pesquisado, que confronte as fontes e no uma cpia , e que necessrio indicar a bibliografia con-sultada.

    Proposta 2

    Outra possibilidade para a retomada dos contedos referentes ao tema a confeco, pelos alunos, de um mapa-mndi, no qual estejam localizados os pases que passaram por processos de descolonizao e que te-nham sido estudados pela classe. Pode-se produzir uma legenda numrica para a cla-reza das informaes, seguindo a ordem cronolgica dos acontecimentos. Os alunos podem consultar seu prprio material di-dtico, atlas histricos, enciclopdias e a internet.

    Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreenso do tema

    Livros

    CANDO, Letcia Bicalho. A descolonizao da sia e da frica: processo de ocupao co-lonial; transformaes sociais nas colnias; os movimentos de libertao. 4. ed. So Paulo: Atual, 1994. (Discutindo a Histria). Anlise dos processos de descolonizao e suas rela-es com o subdesenvolvimento.

    FERRO, Marc. Histria das colonizaes: das conquistas s independncias, sculos XIII a XX. So Paulo: Companhia das Letras, 2002. Ensaio abrangente sobre o fenmeno das colonizaes na Histria moderna e con-tempornea.

    Site

    TV Cultura. Disponvel em: . Acesso em: 14 nov. 2013. Pgina com textos sobre os mais importantes eventos do scu-lo XX, inclusive os processos de descolonizao.

    Filmes

    Os filmes a seguir podem ser utilizados para a preparao das aulas, mas importan-te que observe e se atenha classificao et-ria antes de indic-los aos alunos.

    Gandhi. Direo: Richard Attenborough. In-glaterra/ndia, 1982. 191 min. 14 anos. Bio-grafia de Mahatma Gandhi, lder poltico e espiritual da ndia durante o processo de des-colonizao.

    Indochina (Indochine). Direo: Rgis Wargnier. Sucia, 1992. 157 min. 16 anos. O filme retrata as tenses entre colonizadores e colonizados na Indochina sob domnio francs.

  • 14

    SITUAO DE APRENDIZAGEM 2 GUERRA FRIA EM NOTCIAS

    Esta Situao de Aprendizagem tem como objetivo trabalhar alguns dos principais acon-tecimentos mundiais durante a fase da Guerra Fria por meio da produo de notcias.

    Professor, a proposta colaborar para que voc encaminhe as reflexes dos alunos, no sentido da percepo das tenses internacio-nais caractersticas de um perodo da Histria, no qual o desenvolvimento das tecnologias blicas promoveu o temor da possibilidade de destruio do mundo por causa das rivalida-des entre Estados Unidos e Unio Sovitica.

    A Situao de Aprendizagem tambm visa incentivar o desenvolvimento da competn-

    cia escritora por meio da aprendizagem desse contedo curricular.

    Para tratar do tema da Guerra Fria, alguns assuntos, necessariamente, j devem ter sido abordados, como a Segunda Guerra Mundial e os acordos de paz.

    Ao caracterizar a Guerra Fria, neces-srio trabalhar temas fundamentais, como os processos revolucionrios e os confli-tos mundiais decorrentes da Guerra Fria, e os embates ideolgicos retomando os conceitos de capitalismo e socialismo em suas especificidades e em seus modelos di-versos.

    Contedos e temas: Guerra Fria; mundo bipolar; corrida espacial; guerra nuclear; corrida armamentista; coexistncia pacfica; capitalismo e socialismo.

    Competncias e habilidades: competncia escritora no gnero notcias.

    Sugesto de estratgias: pesquisa e elaborao de notcias.

    Sugesto de recursos: notcias de jornal, materiais de pesquisa, materiais para elaborao da pgina de jornal.

    Sugesto de avaliao: pesquisa e produo da notcia.

    Sondagem e sensibilizao

    Para esta sondagem inicial, solicite aos alunos que tragam algumas notcias de jornal para que voc faa, com eles, um levantamen-to das principais caractersticas desse gnero.

    Professor, apresente aos alunos as atividades da seo Lio de Casa, do Caderno do Aluno.

    1. Para a prxima aula, selecione algumas no-tcias de jornal para fazer um levantamen-to das principais caractersticas do gnero

    jornalstico. Escolha uma delas e cole-a no espao a seguir.

    2. Com base na notcia selecionada e seguin-do as orientaes do professor, identifique as caractersticas do gnero notcia e anote- -as no espao a seguir.Ajude os alunos a identicar as caractersticas do gnero no-

    tcia, por meio da comparao entre os textos trazidos pe-

    los alunos, observando as regularidades identicveis nesses

    textos.

    Informe que a notcia um gnero tex-tual jornalstico, constitudo por um texto

  • 15

    Histria 8a srie/9o ano Volume 2

    relativamente curto, uma manchete e, s ve-zes, alguma imagem. Ela deve apresentar um acontecimento e responder a seis questes principais: quem, o qu, quando, onde, como e por qu. Destaque a principal funo da not-cia, que informar, mas ressalte que ela tam-bm deve ser apresentada de modo a atrair a ateno do leitor.

    Use as notcias de jornal trazidas pelos alu-nos para identificar essas caractersticas.

    1a etapa

    No Caderno do Aluno encontram-se as etapas necessrias para a produo de uma notcia. Esclarea aos alunos que esta Situa-o de Aprendizagem visa produo de notcias sobre alguns dos principais aconte-cimentos ocorridos durante a Guerra Fria, conforme a atividade proposta a seguir, e presente no Caderno do Aluno. Lembre-os de respeitarem as caractersticas desse gnero textual.

    1. Circule o fato a ser pesquisado e noticiado por voc.

    a) Criao da Otan (Organizao do Tra-tado do Atlntico Norte).

    b) Proclamao da Repblica Popular da China.

    c) Execuo do casal Julius e Ethel Rosen-berg.

    Figura 2.

    Figura 3.

    Figura 4.Figura 1.

    S

    trin

    ger

    Key

    ston

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    d) Criao do Pacto de Varsvia.

    B

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    ann/

    Cor

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    Lat

    inst

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    /G

    etty

    Im

    ages

  • 16

    e) Lanamento do satlite Sputnik.

    f) Voo da espaonave Vostok I.

    g) Construo do Muro de Berlim.

    h) Fim da crise dos msseis de Cuba.

    R

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    B

    ettm

    ann/

    Cor

    bis/

    Lat

    inst

    ock

    i) Pouso da misso espacial Apolo 11.

    N

    ASA

    /Pho

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    sear

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    atin

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    Figura 5. Figura 7.

    Figura 6.

    Figura 8.

    Figura 9.

  • 17

    Histria 8a srie/9o ano Volume 2

    Para finalizar esta Situao de Aprendizagem, possvel propor as atividades a seguir, que esto inseri-

    das no Caderno do Aluno como Lio de casa. Com elas, os alunos ampliaro seus co-nhecimentos sobre o tema e podero registrar os resultados da pesquisa na forma de peque-nos textos.

    1. Explique por que as duas superpotncias mundiais na poca da Guerra Fria no tra-varam entre si um confronto armado.Espera-se que os alunos mencionem que, devido ao po-

    der dos arsenais nucleares de ambos, havia a certeza de

    que um confronto direto significaria a destruio mtua;

    o que estava em jogo era a diviso do mundo em duas

    reas de influncia, e, se no houve um confronto direto

    entre as duas superpotncias, nem tampouco um conflito

    de dimenses mundiais, ocorreram diversos conflitos lo-

    calizados.

    2. Explique por que podemos dizer que o Pla-no Marshall foi um aprofundamento da Doutrina Truman?Espera-se que o aluno mencione que o Plano Marshall

    previa uma ampla ajuda econmica dos Estados Unidos

    aos pases da Euro pa ocidental, como Frana, Inglaterra,

    Itlia, Alemanha, Holanda e Blgica, para reconstruo

    no contexto ps-Segunda Guerra Mundial; esperava-se a

    consolidao de uma base aliada na Europa. A Doutrina

    Truman designou um conjunto de prticas do governo dos

    Estados Unidos em escala mundial poca da Guerra Fria,

    que buscava conter a expanso do comunismo. Assim, o

    Plano Marshall fazia parte das prticas previstas na Dou-

    trina Truman.

    Avaliao da Situao de Aprendizagem

    Os alunos devem conseguir redigir uma notcia de acordo com as caractersticas desse gnero jornalstico. importante verificar a correo das informaes utilizadas.

    Por meio de suas observaes, voc pode verificar se:

    Ajude os alunos a selecionarem os temas para que sejam bem distribudos. Depois, soli-cite que, em primeiro lugar, realizem uma pes-quisa sobre o tema a ser noticiado.

    Professor, incentive os alunos a realiza-rem a pesquisa utilizando diferentes fontes de informaes, tanto em bibliotecas como na internet. Alerte-os que uma boa pesqui-sa pressupe informaes obtidas e devida-mente conferidas e, muitas vezes, caso no sejam encontradas todas as informaes em uma nica fonte, necessrio uni-las e organiz-las.

    Oriente os alunos a pesquisar em sites de instituies idneas, como universidades, cen-tros de pesquisa, enciclopdias e almanaques virtuais, tomando sempre a precauo de con-frontar as informaes e s utilizar aquelas sobre as quais conseguirem a confirmao em mais de um local.

    Estabelea a data para que os alunos tra-gam os resultados das pesquisas para a sala de aula e pea que anotem essa data no Caderno do Aluno. Com base nos dados levantados, os alunos redigiro a notcia, atendendo a orien-tao presente na atividade do Caderno do Aluno.

    2. Para redigir a notcia, voc deve responder, no mnimo, s seguintes questes sobre o evento selecionado.

    f Quem so os envolvidos? f O que aconteceu? f Quando ocorreu? f Onde ocorreu? f Como se desenrolaram os fatos? f Por que ocorreu?

    Voc pode sugerir a eles que montem a p-gina de jornal aps a reviso das notcias feita por voc. Uma possibilidade a produo de uma pgina virtual de notcias.

  • 18

    f a pesquisa realizada pelo grupo foi satisfa-tria;

    f a sntese de informaes focalizou os as-pectos principais do tema;

    f a notcia produzida foi coerente com as ca-ractersticas do gnero trabalhadas em sala de aula.

    Para responder a essas questes, voc pode elaborar uma planilha que contenha seus con-ceitos de avaliao.

    Proposta de questes para avaliao

    As atividades a seguir encontram--se na seo Voc aprendeu?, do Caderno do Aluno.

    1. As afirmaes a seguir so referentes ao perodo da Guerra Fria. Leia-as e assinale a alternativa correta.

    I. As potncias coloniais europeias per-deram a hegemonia econmica e pol-tica mundial.

    II. Os Estados Unidos preocuparam-se em ajudar economicamente a recupe-rao dos pases do bloco socialista.

    III. A Organizao das Naes Unidas (ONU) foi criada com a misso de pre-servar a paz mundial.

    Esto corretas as afirmaes:

    a) I, II e III.

    b) I e II.

    c) I e III.

    d) II e III.

    e) nenhuma das afirmaes est correta.

    Espera-se que o aluno seja capaz de discernir, entre as proposi-

    es, aquelas que esto de acordo com as caractersticas do pe-

    rodo da Guerra Fria e reconhecer que os Estados Unidos ofere-

    ceram ajuda econmica aos pases europeus do bloco capitalista.

    2. Sobre a Guerra da Coreia, assinale a alter-nativa correta.

    a) At o final da Segunda Guerra Mundial, esse pas estava sob o domnio chins.

    b) Aps a Segunda Guerra Mundial, a Coreia foi dividida entre russos e esta-dunidenses em duas reas de influncia, localizando-se a fronteira altura do Paralelo 38.

    c) A Coreia do Norte adotou o regime ca-pitalista de produo.

    d) Tropas sul-coreanas, em 1950, invadi-ram a Coreia do Norte, dando incio Guerra da Coreia.

    e) Os Estados Unidos optaram por no rea lizar uma interveno militar no conflito coreano.

    Espera-se que o aluno consiga encontrar, entre as proposi-

    es, a nica correta no que se refere Guerra da Coreia, ou

    seja, a diviso da Coreia em duas reas de inuncia, retra-

    tando de maneira explcita a diviso ideolgica presente no

    contexto da Guerra Fria.

    3. Sobre a crise de Berlim, no contexto da Guerra Fria, no podemos afirmar que:

    a) foi decorrente das tenses entre Estados Unidos e Unio Sovitica aps a Segun-da Guerra Mundial.

    b) em 1948, a Unio Sovitica decretou o bloqueio terrestre de Berlim Ocidental.

    c) no houve meios de romper o bloqueio imposto a Berlim Ocidental.

  • 19

    Histria 8a srie/9o ano Volume 2

    d) durante a crise, cogitou-se um confron-to armado entre os Estados Unidos e a Unio Sovitica.

    e) em 1961, o governo da Repblica De-mocrtica Alem separou fisicamente as duas partes da cidade de Berlim.

    Espera-se que o aluno consiga encontrar, entre as proposi-

    es, aquela que no identica uma das caractersticas da

    crise de Berlim, ou seja, o fato de que o bloqueio foi rompido

    pelos Estados Unidos ao estabelecer uma ponte area para o

    abastecimento de Berlim Ocidental.

    Propostas de Situaes de Recuperao

    Voc poder perceber que alguns dos alu-nos no alcanaram os objetivos planejados; por isso, devemos elaborar diferentes estra-tgias para tentar obter melhores resultados entre eles.

    A compreenso do tema da Guerra Fria essencial para a continuao dos estudos histricos, pois permite a apreenso das principais questes geopolticas ocorridas na segunda metade do sculo XX e, no s-culo XXI, suas rupturas e permanncias no mundo.

    Proposta 1

    Para a retomada dos contedos referentes ao tema, voc pode sugerir a sntese de dois conflitos que refletiram as tenses da Guer-ra Fria: a Guerra da Coreia e a Guerra do Vietn. Indique a produo de um texto de anlise a respeito de cada conflito, que contenha respostas a sete questes bsicas: quem o promoveu, o que foi, quando ocorreu, onde, como aconteceu, por que e como termi-nou?

    Sugira aos alunos que realizem a pesquisa no prprio livro didtico ou em livros de apoio, solicitando a eles que indiquem a bibliografia consultada.

    Proposta 2

    Outra possibilidade para a recuperao pode ser a elaborao de um pequeno dicion-rio conceitual da Guerra Fria. Pea para que seus alunos definam os seguintes termos: Dou-trina Truman, Plano Marshall, Otan, Pacto de Varsvia, CIA, KGB, macarthismo, capitalis-mo, socialismo, corrida espacial, mundo bipo-lar e coexistncia pacfica. O glossrio deve ser organizado em ordem alfabtica.

    Sugira aos alunos que realizem a pesquisa no prprio livro didtico ou em livros de apoio, en-ciclopdias e na internet. A pesquisa tem como objetivo possibilitar o entendimento dos signifi-cados dos termos em foco, mas as informaes no devem ser copiadas: destaque a importncia de as definies serem autorais. Diga aos alunos que possvel a elaborao de diferentes defini-es, desde que sejam respeitados os seguintes critrios: linguagem formal e destaque para in-formaes centrais relativas ao tema.

    Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreenso do tema

    Livros

    ARBEX JNIOR, Jos. Guerra Fria: terror de Estado, poltica e cultura. 2. ed. So Paulo: Moderna, 2005. (Polmica). Anlise dos prin-cipais conflitos durante a Guerra Fria.

    DIAS JNIOR, Jos Augusto; ROUBICEK, Rafael. Guerra Fria: a era do medo. So Pau-lo: tica, 1996. (Histria em Movimento). Anlise do contexto ideolgico do processo de Guerra Fria.

    Sites

    Almanaque Folha. Disponvel em: . Acesso em: 14 nov. 2013. Site do banco de dados do jornal Folha de S.Paulo.

  • 20

    durante a Guerra Fria, decide trancar-se em um abrigo nuclear, no qual permanece por 35 anos.

    O cu de outubro (October Sky). Direo: Joe Johnston. EUA. 1999. 107 min. Livre. Basea-do em fatos reais, o filme narra a histria de Homer Hickam Jr. e seu sonho de conquistar o espao, que nasce em seu corao ao ver o satlite sovi tico Sputnik cruzar os cus de sua cidade.

    TV Cultura. Disponvel em: . Acesso em: 17 dez. 2013. Site com textos sobre as principais caractersticas da Guerra Fria.

    Filmes

    De volta para o presente (Blast from the Past). Direo: Hugh Wilson. EUA, 1998. 112 min. Livre. Histria de famlia estadunidense que,

    SITUAO DE APRENDIZAGEM 3 POPULISMO EM GETLIO VARGAS

    Esta Situao de Aprendizagem visa com-preenso de elementos caractersticos do fen-meno poltico do populismo, presente em um discurso proferido por Getlio Vargas, em fe-vereiro de 1954.

    Tambm objetiva-se com esta Situao de Aprendizagem, incentivar a anlise do dis-curso e estimular a prtica de trabalho com fontes histricas escritas, que, alm de sua compreenso promova a sua problematiza-o, por meio de questionamentos como: quem a produziu, em que contexto foi produ-zida, como seus contemporneos a entenderam e qual foi sua importncia na dinmica do pro-cesso histrico?

    Para abordar o tema do populismo, im-portante que os alunos j conheam o proces-so poltico que encerrou o perodo do Estado Novo (1937-1945), bem como suas relaes com o trmino da Segunda Guerra Mundial e com o contexto da Guerra Fria.

    Ao descrever a fase do populismo, por meio da caracterizao dos governos de Ge-tlio Vargas, Juscelino Kubitschek, Jnio Quadros e Joo Goulart, destaque os pro-cessos de modernizao e urbanizao ocor-ridos a partir da segunda metade do sculo XX, acompanhados da manuteno da mar-cante desigualdade que caracteriza a socie-dade brasileira.

    Contedos e temas: populismo; nacionalismo econmico; desenvolvimentismo e trabalhismo.

    Competncias e habilidades: compreenso de texto; domnio da norma-padro da lngua portuguesa; capacidade de interpretar dados e informaes contidos em documentos histricos; relacionar informa-es entre si e com conceitos previamente aprendidos.

    Sugesto de estratgias: pesquisa e anlise de documento histrico.

    Sugesto de recursos: aula expositiva e documento histrico.

    Sugesto de avaliao: anlises relativas ao documento histrico.

  • 21

    Histria 8a srie/9o ano Volume 2

    Sondagem e sensibilizao

    Na proposio da Situao de Aprendi-zagem, desejvel que voc busque e valo-rize, por meio de questes muito simples, quais so os conhecimentos prvios dos alu-nos sobre o tema. Utilize a questo presente no Caderno do Aluno:

    O que voc sabe sobre a Era Vargas, tam-bm conhecida como perodo do populis-mo na Histria do Brasil?Pergunte aos alunos o que j ouviram falar do presidente

    Getlio Vargas. Caso eles demonstrem no ter referncias

    signicativas, voc pode optar por encaminhar uma situao

    de pesquisa preliminar que pode acontecer em sala de aula,

    com base no livro didtico. Outra possibilidade sugerir aos

    alunos que perguntem aos adultos com os quais convivem,

    de forma a fazer um levantamento das referncias que as

    pessoas tm a respeito de Getlio Vargas.

    1a etapa

    Professor, nesta Situao de Aprendiza-gem, muito importante que voc destaque algumas das contradies do discurso popu-lista: seu carter paternalista e autoritrio, pois, junto aos benefcios sociais, era mantida estreita vigilncia em relao aos movimen-tos trabalhistas; apesar da aparncia de que a vontade popular era soberana, pela sua rela-o direta com o lder carismtico, na prtica a poltica econmica do populismo esteve vol-tada para os interesses das elites e das cama-das mdias nacionais.

    Trabalhadores de Volta Redonda! [...] De minha parte, no exerccio da suprema magistratura do pas, tudo farei para assegurar ao

    povo o livre exerccio do direito do voto, garantindo aos partidos polticos a eleio de seus represen-tantes e s classes trabalhadoras a escolha de seus dirigentes sindicais. A ordem ser mantida. Os que infringirem a lei com a prtica de atos criminosos encontraro no poder de polcia e nos tribunais de justia a represso necessria. Obediente ao regime institucional do pas, cumprindo a lei e promoven-do o bem-estar geral, estarei servindo democracia.

    Trabalhadores, meus amigos. Assim como estivestes ao meu lado no servio dos interesses supe-riores do pas, estarei sempre convosco, velando para que vos seja assegurado o direito de partilhar efetivamente dos benefcios de nosso soerguimento material.

    Para aprofundar o conhecimento dos alunos a respeito da Era Vargas e das medidas econmicas tomadas no Brasil

    naquele momento, voc pode sugerir que os alunos realizem a atividade proposta na seo Lio de casa, no Caderno do Aluno.

    Faa uma pesquisa sobre a Companhia Siderrgica Nacional (CSN) e registre-a no espao a seguir.A Companhia Siderrgica Nacional (CSN) a maior indstria

    siderrgica do Brasil e da Amrica Latina, e uma das maiores do

    mundo; situa-se na cidade de Volta Redonda, no Estado do Rio

    de Janeiro. Criada em 1941, durante o Estado Novo, comeou

    efetivamente a operar apenas em 1946. Foi uma empresa esta-

    tal at 1993, quando foi privatizada. Sua principal usina produz,

    atualmente, cerca de 6 milhes de toneladas de ao bruto e mais

    de 5 milhes de toneladas de laminados por ano, sendo consi-

    derada uma das mais produtivas do mundo.

    2a etapa

    Professor, o texto a seguir est presente no Caderno do Aluno, na seo Leitura e anlise de tex-

    to. Trata-se do discurso proferido pelo presi-dente Getlio Vargas, em fevereiro de 1954, dirigido aos trabalhadores da CSN durante uma homenagem que esses operrios estavam prestando a ele; trata-se de um importante documento para a anlise da prtica poltica do populismo.

    Leia o documento com a classe, transcrito tambm no Caderno do Aluno:

  • 22

    A reforma econmica que levamos avante neste momento visa, em primeiro lugar, o crescimento e a expanso da riqueza do pas e, em segundo lugar, a sua distribuio equitativa entre os que trabalham e produzem, concorrendo para a sua criao.

    O vosso bem-estar ser o sinal de triunfo alcanado na batalha que ora travamos juntos pelo enriquecimento e pela grandeza da ptria. Dentro da ordem, respeitando a lei e defendendo as instituies, podeis contribuir como uma fora benfica para o desenvolvimento da nao, a que juramos servir e que tudo espera de vs. No vos iludais: cada hora perdida de trabalho importa no declnio da produo e impe o sacrifcio de todos. S com o trabalho poderemos elevar a pro-duo e com ela a abundncia e a fartura, que foraro, por meios naturais, a queda dos preos e o barateamento da vida.

    Podeis estar certos de que, longe das influn cias do poder, serei sempre o amigo do povo humilde e esque-cido, e no exerccio do governo sou e serei sempre, meus fiis companheiros das horas incertas ou das horas afortunadas, o mesmo amigo solcito de sempre, pronto ao atendimento de vossas justas aspiraes.

    Discurso de Getlio Vargas aos trabalhadores da CSN. Publicado na Folha da Manh, tera-feira, 23 fev. 1954. Disponvel em: . Acesso em: 14 nov. 2013.

    Professor, voc pode iniciar fazendo uma leitura coletiva do documento, procurando interpretar o texto com os alunos, cuidando para que ele seja compreendido, inclusive es-clarecendo as palavras desconhecidas ou suge-rindo sua pesquisa no dicionrio.

    Para explorar o documento, proponha questes coletivas e dirigidas, para conseguir a participao daqueles que tm maior difi-culdade em se expor. Solicite a um aluno que explique, complete ou corrija o que outro afir-mou; indague se determinado aluno concorda com a afirmao de outro e por qu.

    Para compreender o contexto em que foi produzido o documento, retome as informa-es sobre a data que aparece no final, a au-toria do discurso, a quem ele se destinava e o local onde foi proferido. Solicite aos alunos que anotem as informaes no Caderno do Aluno.

    Para prosseguir a anlise do documento, pea aos alunos que preencham a tabela a se-guir, que consta do Caderno do Aluno. Pea que indiquem, no discurso, a numerao dos pargrafos, e quais deles sustentam algumas das principais caractersticas do fenmeno poltico do populismo.

    Caractersticas Pargrafos

    Estabelecimento de um vnculo emocional entre o lder e o povo.

    2o e 5o.

    Apoio poltico-eleitoral das massas urbanas aos lderes populistas, em troca de benefcios sociais.

    2o e 4o.

    Funcionamento dentro de uma ordem institucional democrtica.

    1o e 4o.

    Ideal desenvolvimentista. 3o e 4o.

    Ideia de pacto social para a prosperidade nacional.

    4o.

    Quadro 1.

  • 23

    Histria 8a srie/9o ano Volume 2

    Avaliao da Situao de Aprendizagem

    Voc encontra na tabela da pgina anterior as referncias para conduzir a correo e a ava-liao da proposta.

    Por meio de suas observaes, voc pode verificar, ainda, se o aluno:

    f conseguiu se posicionar criticamente na discusso coletiva;

    f desempenhou a atividade de identificao das principais caractersticas do populismo que aparecem no documento.

    Para responder a essas questes, voc pode elaborar uma planilha que contenha seus con-ceitos de avaliao.

    Proposta de questes para avaliao

    A atividade a seguir est presente no Caderno do Aluno, na seo Pesquisa individual.

    Explique os objetivos da campanha O pe-trleo nosso.Espera-se que os alunos expliquem que a campanha O petrleo

    nosso foi lanada, em 1948, pelo Centro de Estudos e Defesa

    do Petrleo, em resposta proposio do ento presidente da

    Repblica, Eurico Gaspar Dutra, que, por meio do Estatuto do

    Petrleo, pretendia abrir ao capital estrangeiro a participao

    na explorao mineral do pas. As origens do movimento pelo

    petrleo remontam s descobertas de jazidas na Bahia no m

    da dcada de 1930, com o apoio do ento governo de Get-

    lio Vargas, e s discusses na Assembleia Constituinte de 1946,

    com forte apelo nacionalista. A campanha O petrleo nosso,

    com ampla participao popular, visava fundao da Petrobras,

    uma empresa estatal enm criada em 1953, que passou a deter

    o monoplio da extrao e do reno do petrleo no Brasil, na

    perspectiva da defesa dos bens do subsolo brasileiro e da poltica

    nacionalista do governo Vargas, reeleito em 1950.

    A atividade a seguir est inserida na seo Voc aprendeu?, no Ca-derno do Aluno.

    Sobre o nacionalismo proposto por Get-lio Vargas, podemos dizer que:

    a) voltava-se para a incorporao das rei-vindicaes dos movimentos operrios independentes.

    b) baseava-se no apoio exclusivo grande lavoura voltada para a exportao.

    c) inspirava-se no modelo econmico de carter liberal.

    d) ignorava as massas trabalhadoras dos centros urbanos.

    e) preservava para o capital nacional seto-res estratgicos da economia.

    Espera-se que o aluno encontre, entre as proposies, a ni-

    ca que caracteriza o nacionalismo varguista, baseado no de-

    senvolvimento nacional autossustentado.

    Propostas de Situaes de Recuperao

    Voc poder perceber que alguns dos alunos no alcanaram os objetivos planejados; por isso, devemos elaborar diferentes estratgias para tentar obter melhores resultados entre eles.

    A compreenso do tema do populismo muito importante para a continuao dos estu-dos histricos, pois ele possibilita a compreenso desta fase de funcionamento institucional demo-crtico, interrompida pelo golpe militar de 1964, relacionando-se este processo ao contexto inter-nacional da Guerra Fria.

    Proposta 1

    Para a retomada dos contedos referentes ao populismo, voc pode sugerir aos alunos que redijam um texto histrico para analisar a prin-cipal caracterstica em Getlio Vargas e que defi-niu a sua poltica: o trabalhismo.

    Sugira aos alunos que realizem uma pesquisa no prprio livro didtico, e tambm em livros de

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    apoio, buscando relatar quais foram as aes de Getlio Vargas para consolidar a poltica traba-lhista. No deixe de indicar aos alunos que de-vem, tambm, buscar informaes sobre quais foram as consequncias dessa poltica para os trabalhadores e inclu-las no texto.

    Proposta 2

    Outra possibilidade de recuperao soli-citar aos alunos que pesquisem duas imagens sobre o perodo getulista, podendo inclusive ser charges. Enfatize aos alunos que a pes-quisa e seleo de imagens devem focalizar caractersticas do populismo. As imagens po-dem ser encontradas no livro didtico adota-do ou na internet. Pea a eles que escolham as imagens e elaborem para cada uma delas um pequeno texto explicativo das caracters-ticas populistas de Getlio Vargas. Nos livros didticos comum o uso de imagens de Ge-tlio Vargas discursando para trabalhado-res, fotos em desfiles cvicos, inaugurao de obras pblicas, fotos oficiais, charges etc.

    Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreenso do tema

    Livros

    BARROS, Edgard L. de. O Brasil de 1945 a 1964. 5. ed. So Paulo: Contexto, 1997. (Re-pensando a Histria). Livro que retrata os conflitos polticos que marcaram os governos Dutra, Vargas, Juscelino, Jnio e Jango por meio de ampla documentao.

    BERTOLLI FILHO, Cludio. De Getlio a Juscelino (1945-1961). So Paulo: tica, 2002. (Retrospectiva do Sculo XX). Retrata o perodo entre os governos Vargas e JK, en-focando a poltica e a economia.

    DANTAS FILHO, Jos; DORATIOTO, Francisco F. M. A repblica bossa-nova: a de-

    mocracia populista (1954-1964). 4. ed. So Paulo: Atual, 1991. (Histria do Brasil em Documentos). Com base na reproduo co-mentada de documentos de poca, a obra ex-pe temas polticos relativos ao perodo.

    Site

    Centro de Pesquisa e Documentao de His-tria Contempornea do Brasil CPDOC. Disponvel em: . Acesso em: 14 nov. 2013. Site com amplo ma-terial para o estudo da histria da Repblica brasileira desde Getlio Vargas.

    Filmes

    Os filmes a seguir podem ser utilizados para a preparao das aulas, mas importan-te que observe e se atenha classificao et-ria antes de indic-los aos alunos.

    Boa noite, boa sorte (Good Night, and Good Luck). Direo: George Clooney. EUA, 2005. 93 min. 14 anos. Conta a histria do macarthis-mo nos Estados Unidos.

    Getlio Vargas. Direo: Ana Carolina Teixeira Soares. Brasil, 1974. 76 min. Sem clas-sificao indicativa. Documentrio sobre o pe-rodo em que Getlio Vargas governou o Brasil.

    Jango. Direo: Silvio Tendler. Brasil, 1984. 117 min. 12 anos. O documentrio retrata o Brasil dos anos 1950 e 1960, at o golpe que derrubou Joo Goulart.

    Os anos JK, uma trajetria poltica. Direo: Silvio Tendler. Brasil, 1980. 110 min. Livre. Documentrio que relata a ascenso poltica, o governo e a luta de JK para recuperar seus direitos polticos, cassados pelo golpe de 1964. Retoma o contexto poltico nacional a partir de Getlio Vargas, estabelecendo um para-lelo entre o que ocorria no Brasil e a vida de Juscelino Kubitschek.

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    Histria 8a srie/9o ano Volume 2

    SITUAO DE APRENDIZAGEM 4 MEMRIA E IMAGENS DA DITADURA MILITAR BRASILEIRA

    Nesta Situao de Aprendizagem, o obje-tivo a compreenso da ditadura militar em suas mltiplas manifestaes: a represso, a propaganda poltica, o milagre econmico, os movimentos de resistncia e a efervescncia cultural. Propomos a realizao de um painel com imagens representativas do perodo suge-ridas com base em depoimentos.

    Com esta Situao de Aprendizagem, voc pode buscar, principalmente, encami-nhar as reflexes dos alunos, para que per-cebam as re laes entre passado e presente, as permanncias e rupturas na dinmica do processo histrico, bem como contribuir

    para que eles compreendam a importncia do estudo daquela fase para a ampliao das discusses sobre questes relativas construo da cidadania no Brasil.

    Para propor esta Situao de Aprendiza-gem, voc j deve ter abordado o populismo (1946-1964), a ruptura da ordem democr-tica no golpe de 1964 e as relaes que es-ses eventos histricos tiveram com a Guerra Fria. Mais ainda, tambm j dever ter sido tratado o perodo da ditadura militar, pelo menos nas suas duas primeiras fases: de 1964 at o AI-5 e os chamados Anos de Chumbo (1969-1974).

    Contedos e temas: golpe militar; ditadura militar; represso; censura; propaganda oficial; milagre eco-nmico; direitos humanos; movimento estudantil e subverso.

    Competncias e habilidades: trabalho em equipe; treino da iniciativa e da autonomia na busca de dados e infor-maes pertinentes ao tema, alm da possibilidade de entrar em contato com diferentes fontes de informaes.

    Sugesto de estratgias: aulas expositivas, trabalho em grupos, realizao de entrevistas, pesquisa de imagens e elaborao do painel.

    Sugesto de recursos: materiais para pesquisa, cartolina, papel-carto ou papel kraft.

    Sugesto de avaliao: participao dos alunos e elaborao do painel.

    Sondagem e sensibilizao

    Para dar incio a esta Situao de Apren-dizagem, solicite aos alunos que entrevistem parentes, amigos e vizinhos que tenham 50 anos ou mais.

    Professor, as perguntas a seguir es-to inseridas no Caderno do Alu-no, na seo Lio de casa.

    1. Qual seu nome?

    2. Quantos anos tem?

    3. Quais acontecimentos nacionais voc lem-bra do perodo da ditadura militar, princi-palmente entre os anos de 1964 e 1974?

    4. Ao lembrar do perodo, que imagens fica-ram mais marcadas em sua memria?

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    Combine uma data para que todos tra-gam as anotaes sobre os depoimentos re-colhidos; sugira, a quem for possvel, o quo interessante seria se os depoimentos fossem gravados.

    No dia agendado, permita aos alunos que relatem e confrontem os testemunhos para valorizar a diversidade das percepes e das memrias. Conte-lhes que esta uma meto-dologia muito usada em pesquisas histricas, conhecida como Histria Oral, na qual ocorre a valorizao das memrias e as recordaes de indivduos com informaes recolhidas por meio de entrevistas com pessoas que vivencia-ram algum fato.

    1a etapa

    Em seguida, informe que a atividade pro-posta tem como objetivo a confeco de um painel ilustrado dos acontecimentos citados nesses depoimentos, de acordo com a orienta-o presente na seo Pesquisa em grupo, no Caderno do Aluno.

    Assim, importante elencar quais fa-tos foram citados pelos entrevistados, para estabelecer os temas de pesquisa e trabalho. Encaminhe a situao de maneira que os prprios alunos determinem os temas, com o objetivo de realizar a sntese entre as informa-es que recolheram e o que aprenderam nas aulas expositivas. Anote, no quadro, as suges-tes de temas dos alunos.

    H mltiplas possibilidades de assuntos, entre elas: o movimento estudantil, a repres-so policial, as atividades de grupos guerri-lheiros, os festivais de msica, a conquista do tricampeonato mundial de futebol, as obras faranicas do milagre econmico, como a Usina Hidreltrica de Itaipu, a ponte Rio-Ni-teri e a Usina Nuclear Angra 1, os cartazes e as msicas de propaganda do governo, os generais-presidentes da Repblica etc.

    Divida a classe em grupos e estabelea um tema para cada um deles; interessan-te utilizar o sistema de sorteio, tanto para a montagem dos grupos quanto para selecio-nar o assunto. A seguir, solicite a pesquisa de imagens que ilustrem o tema do grupo, orientando que ela deve ser feita em dife-rentes fontes de informaes; indique enci-clopdias, almanaques, livros e a internet. Alerte-os para o fato de uma boa pesquisa pressupor variadas fontes e que as imagens, sempre que possvel, devem ser identifica-das, com data e local. Finalmente, indique uma data para que cada grupo traga as ima-gens pesquisadas.

    Cada grupo deve montar o painel de ima-gens em uma cartolina, papel-carto ou papel kraft.

    importante que voc participe da realiza-o desta etapa do trabalho: coordene a ativi-dade, faa sugestes sobre a diviso de tarefas e avise os alunos que o processo de preparao tambm est sendo avaliado.

    Instrua-os a buscar uma distribuio equi-librada das imagens no painel, que cada uma das imagens deve ter sua legenda, indicando local e data, e que o tema deve aparecer no ttulo.

    Para finalizar esta Situao de Aprendizagem, possvel propor as atividades a seguir, que esto

    inseridas no Caderno do Aluno como Pesqui-sa individual. Com elas, os alunos ampliaro seus conhecimentos sobre o tema e podero registrar os resultados da pesquisa na forma de pequenos textos.

    1. O que foi o milagre econmico durante os Anos de Chumbo da ditadura militar? Espera-se que o aluno responda que o milagre econ-

    mico corresponde a um curto perodo de prosperidade

    econmica, ocorrido durante a ditadura militar, marcado

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    Histria 8a srie/9o ano Volume 2

    pela grandiosidade das obras pblicas, como a Ponte Rio-

    -Niteri, a Rodovia Transamaznica e a Hidreltrica de Itai-

    pu. Essa prosperidade foi condicionada abertura para o

    capital externo.

    2. O AI-5, muitas vezes, mencionado como um golpe dentro do golpe. Qual seria o significado dessa expresso? Espera-se que o aluno responda que o Ato Institucional

    no 5, ao conceder plenos poderes ao Executivo para decretar

    o recesso do Congresso Nacional, das Assembleias Legislati-

    vas e das Cmaras de Vereadores e violar os direitos humanos,

    polticos e civis, ampliando o poder dos rgos de represso,

    institua, sem nenhum disfarce, a situao de ditadura que at

    ento vinha sendo mantida dentro de uma aparente ordem

    constitucional.

    Avaliao da Situao de Aprendizagem

    Para avaliao de contedo, o principal verificar se os alunos conseguiram, por meio dos depoimentos, estabelecer temas e com-por painis ilustrativos das duas primeiras fases da ditadura militar no Brasil e se con-seguiram organizar as imagens de maneira coerente.

    A avaliao dos processos de ensino-apren-dizagem deve proporcionar o aprimoramento das atividades pedaggicas. Nesta atividade, o foco o desenvolvimento da capacidade argu-mentativa.

    Por meio de suas observaes, voc pode verificar:

    f como o aluno conseguiu posicionar-se no trabalho coletivo;

    f se o aluno contribuiu para o desenvolvimen-to da proposta com dados de entrevista;

    f se o aluno participou da elaborao e da escolha dos temas de trabalho;

    f se o grupo desenvolveu o painel conside-rando critrios de organizao esttica e espacial das informaes.

    Proposta de questes para avaliao

    As atividades a seguir esto presen-tes na seo Voc aprendeu?, no Caderno do Aluno.

    1. Leia os itens a seguir, que contm informa-es sobre as causas do golpe de 1964.

    I. Vrios setores polticos acusavam o presidente Joo Goulart de querer instalar, no Brasil, um regime comu-nista.

    II. As promessas do governo federal de fazer a reforma agrria e urbana es-timularam as intenes golpistas de setores conservadores.

    III. A Marcha da Famlia com Deus pela Liberdade, em 19 de maro de 1964, na cidade de So Paulo, buscava dar apoio poltico ao presidente Joo Goulart.

    Quais, dentre as afirmaes, so verda-deiras?

    a) Apenas I.

    b) I e II.

    c) I e III.

    d) II e III.

    e) I, II e III.Espera-se que o aluno seja capaz de discernir, entre as pro-

    posies, aquelas que esto de acordo com as causas para o

    golpe de 1964 e que a Marcha da Famlia com Deus pela Li-

    berdade ao contrrio do que se arma na proposio foi

    uma resposta dos opositores de Joo Goulart a seu comcio

    na Central do Brasil, no Rio de Janeiro.

    2. Em relao luta armada que fazia opo-sio ao regime militar, no podemos afir-mar que:

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    a) pode ser considerada uma resposta s me-didas repressivas tomadas pelo governo.

    b) algumas organizaes realizaram se-questros de autoridades estrangeiras para troc-las pela liberdade de prisio-neiros polticos.

    c) algumas organizaes realizavam assal-tos a bancos para conseguir recursos para a guerrilha.

    d) representou uma verdadeira ameaa segurana nacional, pois chegou a reu-nir cerca de dez milhes de adeptos.

    e) algumas organizaes realizaram movi-mentos de guerrilha em zonas remotas do territrio nacional.

    Espera-se que o aluno consiga encontrar, entre as propo-

    sies, aquela que no contm uma caracterstica da luta

    armada durante os anos da ditadura militar, que no repre-

    sentou uma verdadeira ameaa segurana nacional nem

    conseguiu reunir cerca de dez milhes de adeptos.

    3. Em resposta aos movimentos da oposio poltica, os governos militares ditatoriais:

    a) no utilizavam tortura como meio de obter depoimentos.

    b) no tinham conhecimento da morte e do desaparecimento de prisioneiros po-lticos.

    c) usavam o Servio Nacional de Informa-o (SNI) como rgo a servio do apa-rato repressivo.

    d) garantiam liberdade de expresso e de imprensa, apesar da estrutura repressiva.

    e) no interferiam nos conflitos polticos entre os militares, o movimento estu-dantil e os movimentos de luta armada.

    Espera-se que o aluno consiga encontrar, entre as propo-

    sies, aquela que identica uma das caractersticas da re-

    presso poltica ocorrida durante a ditadura militar, que foi o

    controle do sistema pelo SNI.

    Propostas de Situaes de Recuperao

    A recuperao o meio que voc pode utilizar para ajudar os alunos que encontram maiores dificuldades nos processos de ensino e aprendizagem. Tais dificuldades podem ocor-rer na apreenso dos contedos, quando o aluno no consegue compreender o texto, no domina o vocabulrio e os conceitos especfi-cos da rea e no consegue estabelecer rela-es de sequncia. Voc precisa identific-las para conseguir uma interveno satisfatria.

    No tema da ditadura militar, o aluno deve perceber as principais questes polticas, eco-nmicas e sociais, e inclusive suas contradi-es. Essa apreenso muito importante para a continuao dos estudos histricos, pois fundamental para que se compreenda a his-tria brasileira dos ltimos 25 anos do sculo XX, sobretudo para a caracterizao das lutas sociais e polticas na fase de redemocratizao.

    Proposta 1

    Para a retomada dos contedos referentes ao tema, voc pode propor uma atividade na qual o aluno elabore dez frases que sintetizem os dois primeiros perodos da ditadura militar, ou seja, de 1964 at o AI-5 (13 de dezembro de 1968) e os chamados Anos de Chumbo (1969-1974).

    Com esta atividade, voc pode verificar o do-mnio de seus alunos sobre a norma-padro da lngua portuguesa e sua capacidade de sinteti-zar contedos, utilizando conceitos para a com-preenso desse contexto histrico especfico.

    Proposta 2

    Para a recuperao, voc tambm pode su-gerir a elaborao de uma pesquisa sobre os cinco Atos Institucionais, estabelecidos entre

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    Histria 8a srie/9o ano Volume 2

    1964 e 1968. Sugira a pesquisa no prprio li-vro didtico e tambm em livros de apoio. A pesquisa pode ser apresentada em um quadro, no qual conste o nmero do Ato, a data de sua imposio e suas principais determinaes.

    Esta atividade pode ser realizada em duplas e os alunos podero perceber como, por meio deles, houve a consolidao da situao de ditadura.

    Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreenso do tema

    Livros

    FICO, Carlos. O regime militar no Brasil: 1964-1985. 3. ed. So Paulo: Saraiva, 1999. (Que Histria Essa?). Estudo com base em textos e imagens sobre o perodo da ditadura militar no Brasil.

    NAPOLITANO, Marcos. O regime militar brasileiro: 1964-1985. So Paulo: Atual, 1998. (Discutindo a Histria do Brasil). Discusso sobre as questes polticas, econmicas e so-ciais brasileiras durante o regime militar.

    Filmes

    Os filmes a seguir podem ser utilizados

    para a preparao das aulas, mas importan-te que observe e se atenha classificao et-ria antes de indic-los aos alunos.

    O ano em que meus pais saram de frias. Di-reo: Cao Hamburger. Brasil, 2006. 97 min. 10 anos. Os pais de um garoto, inesperada-mente, deixam-no com o av paterno, por te-rem de fugir devido represso da ditadura militar.

    O dia que durou 21 anos. Direo: Camilo Tavares. Brasil, 2013. 77 min. 12 anos. Docu-mentrio que mostra a influncia do governo dos Estados Unidos da Amrica no Golpe de Estado no Brasil em 1964. A ao militar que deu incio ditadura contou com a ativa par-ticipao de agncias como CIA e a prpria Casa Branca.

    O que isso, companheiro? Direo: Bruno Barreto. Brasil, 1997. 105 min. 14 anos. Basea-do no livro homnimo de Fernando Gabeira, conta o sequestro do embaixador dos Estados Unidos em 1969.

    Pra frente, Brasil. Direo: Roberto Farias. Brasil, 1982. 110 min. 16 anos. Conta a hist-ria de um homem que foi confundido com um ativista poltico, preso e torturado durante a Copa de 1970.

    Esta Situao de Aprendizagem trata da derrota da emenda Dante de Oliveira, que tinha como objetivo reinstaurar eleies di-retas para presidente da Repblica no Bra-sil. A estratgia sugerida prope a anlise do editorial do jornal Folha de S.Paulo, de 26 de abril de 1984, que est reproduzido no Caderno do Aluno para o encaminhamento da proposta a ser desenvolvida.

    Para a compreenso do processo de rede-

    SITUAO DE APRENDIZAGEM 5 ABERTURA LENTA, GRADUAL E SEGURA

    mocratizao no Brasil, desejvel que voc j tenha abordado a ditadura militar, em suas mltiplas possibilidades de caracterizao. Devem ter sido destacados, sobretudo, os conceitos de represso poltica e de resistn-cia ordem instituda.

    Alm disso, espera-se que tenha sido men-cionada a primeira fase do processo de abertura, com as eleies parlamentares de 1974; a extino dos Atos Institucionais, em 1978; os movimentos

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    estudantis e grevistas de 1978; a anistia e o fim do bipartidarismo, aprovados em 1979; as eleies diretas para governadores dos Estados, em 1982; e a campanha das Diretas J, entre 1983 e 1984. fundamental mencionar que o governo militar tentou impedir o processo de abertura poltica, e dizer que seu aparelho repressivo provocou o desaparecimento de milhares de pessoas, alm de mortes confirmadas como a do jornalista Vladi-mir Herzog e do operrio Manoel Fiel Filho, em 1975 e 1976, respectivamente; o Pacote de Abril, de 1977; e a bomba no Riocentro, em 1981. Essas sequncias so muito proveitosas para tratar os conceitos de tempo e processo histrico.

    Contedos e temas: ditadura; redemocratizao; abertura poltica; eleies; bipartidarismo e plu-ripartidarismo; anistia; eleies diretas; Assembleia Constituinte; Constituio; Nova Repblica e emenda constitucional.

    Competncias e habilidades: dominar a norma-padro da lngua portuguesa; interpretar dados e infor-maes contidos em textos jornalsticos; relacionar essas informaes entre si e com conceitos previa-mente aprendidos; argumentar.

    Sugesto de estratgias: leitura e anlise de documento histrico, elaborao de frases-sntese.

    Sugesto de recursos: aula expositiva e anlise de textos.

    Sugesto de avaliao: participao dos alunos e texto de sntese.

    Procure, inicialmente, orientar os alu-nos para que trabalhem a ideia de proces-so histrico em sua dimenso no li near, portador de ritmos diversos, marcados por avanos e recuos. Procure tambm contri-buir para que compreendam as implicaes da redemocratizao na atual situao po-ltica brasileira.

    A Situao de Aprendizagem tambm visa incentivar a prtica do trabalho com textos jornalsticos, no s na busca de sua com preenso e interpretao, mas tambm de sua problematizao.

    Sondagem e sensibilizao

    Uma aula antes da realizao da Situao de Aprendizagem, procure trazer, e tambm solicitar aos alunos que tragam, editoriais de diversos jornais para fazer com eles um levantamento de suas principais caracters-ticas, conforme est sugerido na seo Lio de casa, no Caderno do Aluno.

    Professor, certifique-se que os alunos compreenderam o que so editoriais, usando como exemplo os editoriais trazidos por eles, ajude-os a identificar suas caractersticas. No Caderno do Aluno h um pequeno texto in-

    Curiosidade

    O jornalista encarregado de redigir os editoriais chamado de editorialista, mas, geralmente, seu nome no aparece, pois os editoriais expressam a opinio do respectivo veculo de imprensa, jornal ou revista, sobre determinado assunto. Por essa razo, esses textos so opinativos e no informativos. Via de regra, os editoriais aparecem nas primei-ras pginas do jornal ou da revista.

    formativo sobre o editorial, verifique-o a se-guir:

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    Histria 8a srie/9o ano Volume 2

    1a etapa

    Em seguida, divida a turma em grupos e pea aos alunos que fa-

    am uma primeira leitura silenciosa do edi-torial a seguir, que est reproduzido no Caderno do Aluno, na seo Leitura e an-lise de texto.

    Cai a emenda, no ns

    Frustrou-se a esperana de milhes. Uma compacta minoria de maus parlamentares disse no vontade que seu prprio povo soube expressar com transparncia, firmeza e ordem. Nunca a sociedade brasileira se ergueu com tal vulto, nunca um movimento se irradiou de modo to amplo nem o curso da histria se apresentou assim palpitante e inconfundvel. Em poucos meses, a campanha pelas Diretas J dissolveu fronteiras de todo tipo para imantar o esprito dos brasileiros numa torrente serena, profun-da, irrefrevel. Um povo sempre acusado de abulia e de inaptido para a vida pblica ofereceu, ante a surpresa de observadores locais e estrangeiros, o espetculo de seu prprio talento para se organizar e manifestar com responsabilidade, energia e imaginao.

    A tudo isso alguns congressistas disseram no. Evitemos insultar a memria do passado e as ge-raes de amanh chamando-os congressistas: so representantes de si prprios, espectros de parla-mentares, fiapos de homens pblicos, fsseis da ditadura. Antes votar no a omitir-se covardemente, como muitos fizeram; melhor, porm, era renunciar ao mandato do qual no conseguiram mostrar-se altura, devolvendo-o com um pedido de desculpas a sua fonte legtima de origem. No foi o que fize-ram e eles sabem o que fazem. Mas no sabem que o Brasil felizmente! mudou, que a sociedade civil resgatar seus compromissos, a populao exigir seus direitos tantas vezes postergados e os leitores retribuiro na mesma moeda: no mais ter votos quem lhes negou o direito ao voto.

    Esta Folha no foi a primeira nem a nica a exigir Diretas J. Mas no mediu esforos, desde o incio, para que a campanha se transformasse nesse grande festival de civilizao poltica que vimos pre-senciando e estimulando. nessa condio que dirigimos agora um apelo aos nossos leitores e a todos os brasileiros, cidados desta Ptria renascida. Neste momento de amargura, fundamental preservar aquilo que tem sido a fora do movimento. Em lugar da violncia, a participao; em lugar do tumulto, a tranquilidade; em lugar do desespero, a persistncia; em lugar do desnimo, a vitalidade renovada a cada revs. De onde proveio a fora moral e poltica desta campanha seno de seu carter pacfico, de sua forma organizada, de sua natureza unitria, de sua amplitude social e geogrfica, de seu propsito radicalmente democrtico, de seu estilo generoso, de seu aspecto colorido? preciso aprender com os erros, certamente; mais importante no abandonar os acertos.

    Acima de tudo necessrio manter a ordem, a paz e a tranquilidade. No somos o primeiro povo a lutar por sua emancipao definitiva e a lio das experincias anlogas que a luta sempre longa, difcil e peno-sa. A emenda Dante de Oliveira est derrotada, no ns. Ainda que j tivssemos reconquistado as diretas ha-veria um extenso caminho a percorrer. Continuemos com a mesma intransigncia e com a mesma esperana.

    Colocamos ontem mais um tijolo nesse edifcio que os homens e as mulheres do futuro, diferentes por suas etnias, pensamentos e interesses, ho de contemplar e dizer: eis a um belo lugar, eis a onde queremos que nossos filhos cresam, ao mesmo tempo trabalhando, aprendendo e divertindo-se.

    Editorial publicado na Folha de S.Paulo, 26 abr. 1984.

    Disponvel em: . Acesso em: 14 nov. 2013.

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    Aps a leitura do texto, solicite aos alunos que verifiquem suas dvidas sobre o vocabul-rio e esclarea-lhes, oferecendo tambm infor-maes sobre a votao em questo. O texto a seguir est presente no Caderno do Aluno e ofe-rece subsdios para o entendimento do momento histrico que est sendo retratado no editorial.

    Em seguida, sugira aos alunos que discutam a posio desse veculo da imprensa, nitida-mente a favor do movimento das Diretas J e crtico em relao aos congressistas que ocasio-naram a derrota da emenda Dante de Oliveira.

    De acordo com seus critrios, voc pode propor que a classe se divida em duplas ou gru-pos, para escrever uma frase que sintetize cada pargrafo e registr-la no Caderno do Aluno. Depois solicite a cada dupla ou grupo que apresente oralmente sua sntese para a classe.

    Com um colega, escreva uma frase que sintetize a ideia principal de cada par-grafo do texto Cai a emenda, no ns.

    Voc sabia?

    A emenda constitucional Dante de Oli-veira, que leva o nome do ex-deputado fe-deral mato-grossense que a props, tinha como objetivo reinstaurar eleies diretas para presidente da Repblica. Em todo o Brasil, manifestaes populares a favor des-sa emenda deram origem a um dos maiores movimentos civis de nossa histria: o movi-mento das Diretas J! Contudo, no dia 25 de abril de 1984, a emenda foi derrotada, com o seguinte resultado: 298 deputados votaram a favor, 65 contra e trs abstiveram-se; 113 par-lamentares no compareceram ao plenrio. Como para a aprovao da emenda seriam necessrios dois teros dos votos, faltaram 22 votos. Assim, na eleio para presiden-te da Repblica de 1985, que foi indireta, o Congresso Nacional elegeu Tancredo Neves.

    Elaborado especialmente para o So Paulo faz escola.

    1 Elogio feito pelo editorial ao movimento das Diretas J.

    2 Crtica aos congressistas que se omitiram e queles que

    disseram no vontade popular.

    3 Apelo manuteno da mobilizao popular.

    4 Apelo a favor da manuteno da esperana na redemo-

    cratizao do pas.

    5 Declarao de crena na importncia daquele momen-

    to histrico.

    Avaliao da Situao de Aprendizagem

    Verifique se cada dupla ou grupo atingiu o objetivo de sintetizar as ideias principais do edi-torial. No primeiro pargrafo, os alunos devem conseguir identificar o elogio feito pelo editorial ao movimento das Diretas J; no segundo, a crti-ca aos congressistas que disseram no vontade popular e queles que se omitiram; no terceiro, um apelo manuteno da mobilizao popu-lar; no quarto, um apelo a favor da manuteno da esperana na redemocratizao do pas; e, no quinto e ltimo, a ideia de que este o pas que construmos hoje para o futuro dos nossos filhos.

    Por meio de suas observaes, verifique como o aluno se posicionou nas discusses.

    Proposta de questes para avaliao

    As atividades a seguir esto inseri-das na seo Voc aprendeu?, no Caderno do Aluno.

    1. Durante o processo de abertura poltica, entre as medidas do governo federal estava a suspenso da censura a veculos da im-prensa. Como isso contribuiu para o pro-cesso de redemocratizao no Brasil?Espera-se que o aluno responda que a liberdade de imprensa

    um dos elementos fundamentais para a existncia de uma

    situao democrtica, pois por meio da informao que a

    opinio pblica pode se articular e se expressar.

    2. Qual foi a importncia do movimento das Diretas J para o fim da ditadura militar no Brasil?

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    Histria 8a srie/9o ano Volume 2

    Espera-se que os alunos identiquem que o movimento das

    Diretas J, ao exigir eleies diretas para presidente da Re-

    pblica, representou o incio de uma intensa mobilizao

    sociopoltica para a redemocratizao do pas.

    3. As afirmaes a seguir referem-se ao pro-cesso de redemocratizao no Brasil.

    I. Esse processo foi marcado por avan-os das foras democrticas, sem quaisquer resistncias de setores con-servadores e desfavorveis ao fim da ditadura militar.

    II. Durante esse processo, no houve mani-festaes do movimento operrio; hou-ve somente manifestaes estudantis.

    III. Esse processo foi prejudicado por-que importantes lideranas polticas estavam exiladas e s puderam retor-nar ao Brasil aps a promulgao da Constituio de 1988.

    Esto corretas as afirmaes:

    a) I, II e III.

    b) I e II.

    c) I e III.

    d) II e III.

    e) nenhuma das afirmaes est correta.Espera-se que o aluno possa perceber que nenhuma das pro-

    posies est correta, pois houve resistncias redemocra-

    tizao, bem como mobilizaes do operariado, e a anistia

    poltica, aprovada em 1979, trouxe de volta ao pas impor-

    tantes lideranas para a consolidao da redemocratizao.

    4. A derrota do movimento das Diretas J, que, entre 1983 e 1984, promoveu intensa mobili-zao popular, teve como consequncia:

    a) a eleio direta de Fernando Collor de Mello.

    b) a promulgao da Constituio de 1988.

    c) a eleio indireta de Tancredo Neves.

    d) o fim do bipartidarismo.

    e) a extino dos Atos Institucionais.Espera-se que o aluno identique, entre as alternativas, aque-

    la que se refere s consequncias do movimento das Diretas

    J, ou seja, a eleio indireta de Tancredo Neves, pois todos

    os outros fatos mencionados esto equivocados quanto se-

    quncia cronolgica e s relaes de consecuo.

    5. Identifique a nica medida que no fez par-te do processo de abertura poltica lenta, gradual e segura:

    a) revogao dos Atos Institucionais em 1978.

    b) aprovao da Lei de Anistia em 1979.

    c) retorno ao pluripartidarismo em 1979.

    d) aprovao de eleies diretas para presi-dente da Repblica em 1984.

    e) restabelecimento de eleies diretas para governadores de Estados em 1982.

    Espera-se que o aluno encontre, entre as alternativas, aquela que

    no representa uma medida do governo no sentido da abertura

    poltica, ou seja, a aprovao de eleies diretas para presidente da

    Repblica a proposta foi rejeitada pela Cmara dos Deputados.

    Propostas de Situaes de Recuperao

    A compreenso do processo de redemocrati-zao essencial para os estudos referentes His-tria do Brasil, pois permite aos alunos entender melhor a realidade contempornea, no s em ter-mos polticos, mas tambm sociais e econmicos.

    Proposta 1

    Solicite aos alunos em recuperao que rea lizem uma pesquisa sobre as principais

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    mudanas introduzidas pela atual Constitui-o do Brasil, promulgada em 1988. Valorize o texto constitucional como uma conquista do processo de redemocratizao.

    Como fontes de pesquisa, indique enciclo-pdias, inclusive virtuais, almanaques e jornais. Lembre-os de que o texto final deve constituir uma sntese do material pesquisado, que confron-te as fontes e no seja apenas uma cpia, e de que necessrio indicar a bibliografia consultada.

    Proposta 2

    Outra possibilidade para a retomada dos contedos referentes ao tema a produo de um texto sobre o processo de impeachment so-frido pelo presidente Fernando Collor de Mello (1990-1992), em todas as suas caractersticas, sobretudo referindo-se mobilizao popular.

    Sugira que elaborem um texto no qual fi-que claro por que esse tipo de processo pol-tico-criminal s possvel em uma situao democrtica. Os alunos podem consultar seu prprio material didtico, livros de apoio, en-ciclopdias e a internet.

    Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreenso do tema

    Livros

    KUCINSKI, Bernardo. O fim da ditadura mi-litar. So Paulo: Contexto, 2001. (Repensando a Histria) . Traz uma reflexo acerca do longo processo de transio da ditadura democracia, no Brasil.

    SADER, Emir. Que Brasil este? So Paulo: Atual, 1999. (Histria Viva). Apresenta uma anlise sobre a histria poltica do Brasil nos ltimos anos do sculo XX, destacando os principais dilemas nacionais.

    Sites

    Banco de dados Folha: Acervo on-line. Dispo-nvel em: ; e . Acesso em: 14 nov. 2013. Pginas com textos publicados sobre os mais importantes acontecimentos no Brasil nas dcadas de 1970 e 1980.

    Filmes

    ABC da greve. Direo: Leon Hirszman. Bra-sil, 1990. 75min. Livre. O documentrio conta a trajetria das greves de metalrgicos da re-gio do ABC paulista, retratando em especial o ano de 1979, grande marco na busca dos operrios por melhores salrios e melhores condies de vida.

    Entreatos Lula e 30 dias do poder. Direo: Joo Moreira Salles. Brasil, 2004. 117 min. Li-vre. Documentrio sobre a campanha presi-dencial de 2002. O diretor que acompanhou o cotidiano do candidato vencedor, Luiz Incio Lula da Silva.

    Pees. Direo: Eduardo Coutinho. Brasil, 2004. 85 min. Livre. Premiado documentrio sobre as greves da regio do Grande ABC poca da abertura poltica, com base em de-poimentos de metalrgicos que permanecem em relativo anonimato.

    SITUAO DE APRENDIZAGEM 6 EU TENHO UM SONHO

    Esta Situao de Aprendizagem tem como objetivo estudar o discurso pronunciado por Martin Luther King, em 28 de agosto de 1963,

    durante a Marcha de Washington por Emprego e Liberdade, um momento importante na histria do Movimento Americano pelos Direitos Civis.

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    Histria 8a srie/9o ano Volume 2

    Contedos e temas: direitos civis; cidadania; movimentos sociais; contestao e rebeldia.

    Competncias e habilidades: encadear argumentos de forma coerente e produzir um texto de carter argumentativo; estabelecer relaes, a partir da seleo e da organizao de informaes registradas em documentos de natureza variada; analisar os processos de formao e transformao das institui-es poltico-sociais como resultado das lutas coletivas.

    Sugesto de estratgias: pesquisa, fichamento e produo textual.

    Sugesto de recursos: discurso de Martin Luther King.

    Sugesto de avaliao: produo do texto.

    Para tratar do tema dos movimentos so-ciais e culturais nas dcadas de 1950, 1960 e 1970, importante que alguns assuntos j tenham sido abordados, como: a Guerra Fria e suas consequncias e o desenvolvimento do capitalismo na segunda metade do sculo XX.

    Ao caracterizar os movimentos sociais e culturais da dcada de 1960, destaque as propostas de mudana dos movimentos estu-dantis, como os ocorridos em Paris e Praga, em 1968, os aspectos de contestao da so-ciedade de consumo, tpicos de movimentos de contracultura, como o movimento hippie, e os avanos do movimento feminista. im-portante ajud-los a identificar as influncias

    desses movimentos no mundo contempor-neo, principalmente nas questes relativas ao comportamento e aos costumes.

    Com a proposio desta Situao de Aprendizagem, oriente os alunos para que percebam os movimentos de contestao da dcada de 1960 como um momento impor-tante na luta pelos direitos civis no mundo ocidental, sensibilizando-os para alguns dos problemas sociais brasileiros atuais.

    A Situao de Aprendizagem tambm visa incentivar o desenvolvimento da competncia escritora, por meio da aprendizagem desse contedo curricular.

    O contexto da luta

    Pela atual Constituio brasileira, promulgada em 1988, o racismo considerado crime inafianvel e imprescritvel, sujeito pena de recluso; porm, nem sempre foi assim. Nos Estados Unidos da Amrica, desde o final do sculo XIX, muitos Estados adotavam a poltica do separados, mas iguais; na prtica,

    Sondagem e sensibilizao

    Nesta aula, para introduzir brevemente o tema, solicite aos alunos que mencionem como avaliam a questo do racismo na sociedade atual. Pode ser algo de que tenham conhecimen-to, de que tenham ouvido falar, lido em jornais ou revistas, visto em filmes ou novelas ou mes-mo em situaes do seu cotidiano. Permita aos alunos que se expressem livremente, garantindo

    o respeito s diferenas e um ambiente voltado formao de cidados conscientes.

    1a etapa

    Professor, o texto a seguir est inse-rido no Caderno do Aluno, na seo Leitura e anlise de texto, e oferece

    uma breve contextualizao histrica sobre a discriminao racial e a luta por direitos iguais.

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    Considerado um dos mais importantes d