cadernodeatividadesprociencia 2009

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Secretária de Estado da Educação de MG Vanessa Guimarães Pinto Secretário Adjunto João Antônio Filocre Saraiva Universidade Federal de Viçosa Luis Cláudio Costa (Reitor) Parque da Ciência da UFV – órgão executor Evandro Ferreira Passos – Coordenação Geral (Organizador e primeiro autor deste Caderno de Atividades)

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Page 1: Cadernodeatividadesprociencia 2009

Secretária de Estado da Educação de MG Vanessa Guimarães Pinto

Secretário Adjunto

João Antônio Filocre Saraiva

Universidade Federal de Viçosa Luis Cláudio Costa (Reitor)

Parque da Ciência da UFV – órgão executor Evandro Ferreira Passos – Coordenação Geral

(Organizador e primeiro autor deste Caderno de Atividades)

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Índice

I) Introdução................................................................................................ 3

II) Roteiros de atividades

1) Órgãos dos sentidos.............................................................................17 2) Animais.................................................................................................31 3) Plantas..................................................................................................41 4) Corpo humano......................................................................................48 5) Solos.....................................................................................................54 6) Papel artesanal.....................................................................................66 7) Brincando com o lixo............................................................................76 8) Astronomia...........................................................................................92 9) Ar........................................................................................................102 10) Flutua ou afunda?..............................................................................112 11) Água na natureza..............................................................................123 12) Podemos construir ?..........................................................................129 13) Misturas................... .........................................................................131 14) Cartografia.........................................................................................134 15) Sistema de numeração......................................................................140 16) Desafios com algoritmos...................................................................154 17) Grandezas e medidas.......................................................................167 18) Tratamento das Informações.............................................................178 19) Geometria..........................................................................................189 20) Jogos matemáticos............................................................................203 21) Teatro......................................................................222 22) Podemos construir II..............................................224 23) Horta na Escola......................................................227

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Introdução

1. O que é?

O PRO-CIÊNCIA 2009 é um programa de capacitação de professores da rede estadual, executado pelo Parque da Ciência da UFV - www.ufv.br/crp - em parceria com a Secretaria de Estado da Educação. O programa prevê 80 horas de oficinas para 3.200 professores das séries iniciais do ensino fundamental, provenientes de todas as regiões do Estado. A metodologia adotada é a do projeto Mão na Massa.

O projeto ABC na Educação Científica - Mão na Massa tem como objetivo incentivar o ensino de ciências nas séries iniciais do ensino fundamental, utilizando atividades experimentais, propiciando o desenvolvimento da linguagem oral e escrita, investindo na formação de docentes e na implementação da proposta em sala de aula. Atualmente, existem também iniciativas no ensino infantil e na educação de jovens e adultos.

A proposta visa uma parceria das Universidades com as escolas através das Secretarias de Educação, além do fato de que a maior parte dos pólos de difusão do projeto no Brasil está ligada a Centros de Ciências, com o apoio da Academia Brasileira de Ciências. Os pólos de implementação e difusão do projeto são: Centro de Referência do Professor (UFV), Estação Ciência da USP, CDCC (Centro de Divulgação Científica e Cultural / USP - São Carlos), Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, FIOCRUZ (Instituto Oswaldo Cruz – Rio de Janeiro), entre outros.

O projeto sugere uma estrutura de aula em momentos que visam organizar o trabalho do professor e dos alunos, bem como a interação entre os alunos através da argumentação, da investigação e do registro da atividade. Estes pontos caracterizam o seu principal diferencial, que se refere ao trabalho específico com a atividade experimental, com todos os benefícios trazidos por esta prática. Desta forma, alunos e professores realizam e observam juntos as ações do trabalho e conversam sobre os resultados, formulando hipóteses e conclusões.

A motivação para o desenvolvimento deste tipo de iniciativa vem do fato de que a Língua Portuguesa e a Matemática são normalmente priorizadas nesta etapa da formação, cabendo às Ciências apenas um espaço restrito, inclusive nos cursos de formação de professores. Portanto, entre outros objetivos, o projeto busca dar a estes profissionais subsídios para uma abordagem interdisciplinar dos temas.

2. Histórico

O projeto ABC na educação científica - Mão na Massa, originalmente chamado la main à la pâte, iniciou-se na França pela ação de Georges Charpak, um renomado cientista ganhador do Prêmio Nobel em física no ano de 1992.

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Preocupado com a necessidade de uma renovação no ensino de ciências e tecnologia na escola francesa, ele conduziu um grupo formado por cientistas e membros do ministério da educação francês pela região pobre de Chicago nos EUA, onde um interessante método de ensino de ciências estava sendo aplicado às crianças de 5 a 12 anos. A experiência americana chamava-se Hands-on e havia sido idealizada por Leon Lederman (também ganhador do Prêmio Nobel). O material escrito, conhecido como Insights serviu de base para o desenvolvimento posterior de textos e atividades próprios, mas em algumas regiões da França ainda são utilizados. A partir daí, formou-se um grupo de discussão e reflexão que posteriormente solicitou ao Instituto Nacional de Pesquisas Pedagógicas, o INRP, um relatório sobre as atividades norte americanas e a possibilidade de adaptação das mesmas ao contexto francês.

No ano escolar de 1995-1996, com o auxílio da Academia Francesa de Ciências, intensificaram-se os movimentos pela implementação da iniciativa, o que se concretizou em setembro de 1996 com a adesão voluntária de 350 classes em cinco diferentes estados.

Contatos entre educadores franceses e brasileiros possibilitaram a implantação do projeto no Brasil sob a direção geral de Ernst Hamburger, professor membro da Academia Brasileira de Ciência e diretor da Estação Ciência da USP de 1994 a 2003.

A parceria teve inicio com uma viagem de capacitação aos três principais pólos na França. A delegação incluiu nove profissionais brasileiros de três diferentes pólos, São Paulo através da Estação Ciência, São Carlos, com o CDCC e Rio de Janeiro com o Instituto Oswaldo Cruz. A coordenação da equipe de viagem ficou com o professor Dietrich Schiel, diretor do Centro de Divulgação Científica e Cultural de São Carlos – CDCC. Os recursos da viagem foram bancados pelas academias de ciência francesa e brasileira, e pelo governo francês.

Assim, teve início em julho de 2001 a aplicação do projeto ABC na Educação Científica – Mão na Massa, em escolas públicas das Redes Municipal e Estadual, em escala piloto. O nome escolhido tem, propositadamente, um duplo sentido, referindo-se tanto ao apoio da Academia Brasileira de Ciências, quanto ao vínculo entre alfabetização e educação científica, característica do projeto. O tema inicial de trabalho foi definido como sendo A Água (flutua ou afunda?) e apresentou abordagens diferenciadas em cada um dos pólos de aplicação.

Em Minas Gerais, com apoio da Fundação VITAE e depois da FAPEMIG, a equipe do Prof. Evandro Passos tem realizado oficinas utilizando esta metodologia, desde 2004, para milhares de professores. Atualmente, com o PRO-CIÊNCIA, Minas Gerais torna-se o Estado brasileiro onde a metodologia é adotada em maior escala.

O projeto Mão na Massa também é aplicado em outros países como Senegal, Egito, Marrocos, Colombia, Vietnã e China, além de França e Brasil. Nestes pólos são mantidos os princípios fundamentais de conduta, mas, respeitando a adesão voluntária e o contexto local, diferentes estruturas e atividades aparecem. Mais informações podem ser obtidas no site oficial do projeto francês.

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As páginas 5 a 16 a seguir foram reproduzidas do livro “Ensinar as ciências na escola” traduzido pelo Prof. Dietrich Schiel, disponível no site http://educar.sc.usp.br/maomassa/

3. As aulas do Projeto

Este projeto veio enriquecer o trabalho em sala de aula, uma vez que a estratégia utilizada aguça a curiosidade e desperta o interesse nas crianças.

Quanto ao conteúdo, não tem novidade, pois são conteúdos conhecidos e trabalhados em sala de aula. O que faz a diferença é a forma com que é trabalhado. O assunto em pauta é bem explorado, criando situações investigativas, discussões no grupo e entre grupos. As hipóteses levantadas são registradas para possíveis comprovações através dos experimentos realizados pelas crianças. As conclusões finais não deixam dúvidas quanto à satisfação das crianças em relatar e registrar o que aprenderam com o experimento. Isto é visível através da segurança com a qual o aluno expõe o seu trabalho demonstrando a assimilação do conteúdo, uma vez que, durante o processo do experimento ele vivenciou as transformações que haviam sido discutidas em grupo.

Relato de uma professora da rede estadual de ensino

“Uma das preocupações do projeto Mão na Massa é criar o respeito ao processo individual de aprendizagem e procurar desenvolver a capacidade de criação de acordos coletivos”.

3.1. Metodologia A metodologia sugerida pelo projeto inclui a preocupação com a participação e o registro das ações pelos alunos, buscando favorecer as linguagens oral e escrita. Além disso, valoriza o raciocínio pré-experimento por meio de levantamento de hipóteses, seguida da experimentação realizada em grupo e desenvolvida sem a interferência do professor, objetivando testar as hipóteses levantadas para que sejam confirmadas ou reformuladas. A discussão coletiva coordenada pelo professor complementa a atividade permitindo a discussão de toda a classe na busca de uma conclusão única.

3.2. Roteiro das atividades:

1 - Apresentação do problema - Uma problematização inicial apresenta o assunto às crianças, resumindo na forma de um DESAFIO, de acordo com o planejamento e com os materiais disponíveis para trabalhar o assunto. 2 - Levantamento de hipóteses - A partir da definição do problemas e dos materiais disponíveis, as crianças fazem suposições na busca da solução. Estas suposições devem ser registradas. 3 - Experimentação - Em seguida, o experimento é realizado, procurando testar as hipóteses apresentadas.

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4 - Discussão coletiva - Em uma conversa conjunta afina-se a observação do grupo a partir da qual são efetivadas conclusões. Estas conclusões também devem ser registradas. 5 - Registro das conclusões - O registro das observações e conclusões é feito de duas formas: a primeira é em papel branco avulso e durante toda a aula de maneira livre. A segunda é feita em um caderno de rascunho ou outra folha, contemplando a discussão realizada no acordo coletivo. Apenas esta segunda pode ser corrigida pelo professor. O registro negociado coletivamente, será feito no caderno (escrita e/ou desenho).

4. Dez Princípios

O Desenvolvimento pedagógico

4.1. As crianças observam um objeto ou um fenômeno do mundo real, próximo e perceptível, e experimentam com ele.

4.2. Durante suas investigações as crianças argumentam, raciocinam e discutem suas idéias e resultados, constroem seu conhecimento - uma atividade puramente manual não é suficiente.

4.3. As atividades propostas aos alunos pelo professor são organizadas em seqüências de acordo com a progressão de sua aprendizagem. Realçam pontos do programa e deixam boa parte à autonomia dos alunos.

4.4. Um mesmo tema é desenvolvido durante ao menos duas horas semanais ao longo de várias semanas. Durante a escolaridade assegura-se uma continuidade de atividades e métodos pedagógicos.

4.5. Cada criança terá um caderno para suas experiências e anotações próprias.

4.6. O objetivo maior é uma apropriação progressiva de conceitos científicos e de aptidões pelos alunos, além da consolidação da expressão escrita e oral.

A Parceria

4.7. Solicita-se às famílias e aos moradores do bairro a cooperação com o trabalho escolar.

4.8. Os parceiros científicos nas universidades, bem como os colegas das Superintendências, acompanham o trabalho escolar e colocam sua competência à disposição.

4.9. Os educadores colocam sua experiência pedagógica e didática à disposição do professor.

4.10. O professor encontra na Internet módulos a executar, idéias para atividades e respostas às suas perguntas. Ele pode também participar em trabalhos cooperativos, dialogando com colegas, formadores e cientistas.

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5. Formação de Professores em Serviço

Em Minas Gerais o projeto Mão na Massa está sendo desenvolvido desde 2004, pela Universidade Federal de Viçosa, atingindo no início outros sete municípios do estado: Coronel Fabriciano, Governador Valadares, Ipatinga, Ouro Preto, Nova Lima, Raul Soares e Timóteo.

Nesses encontros procura-se proporcionar ao professor a vivência de uma aula de ciências diferenciada, na qual a atividade experimental é incentivada e, a partir dela, articulam-se as discussões de questões de ciência. Algumas vezes são oferecidas palestras por professores da UFV, visitas ao Parque da Ciência na própria UFV, ou a outros centros ou institutos. Estas atividades têm a finalidade de auxiliar a construção do conhecimento científico dos professores e, com isso, fazer com que se sintam seguros em “inovar” suas aulas de ciências, já que o Projeto Mão na Massa, de certa forma, propõe uma mudança na postura do professor em sala de aula.

A equipe de formadores do Centro de Referência do Professor (CRP-UFV) estrutura a formação em um tema do conhecimento e, sobre ele, articula uma seqüência de atividades, que são oferecidas nos encontros de formação e no material escrito. Alguns dos temas trabalhados inicialmente trabalhados foram: Flutua ou Afunda, Papel Artesanal, Podemos Construir e Solos.

PARTE II

AO PROFESSOR 1. Resumo de Atividades do Professor

Resumiremos as principais atividades e recomendações para o professor desenvolver da melhor maneira possível uma atividade do Projeto Mão na Massa.

Por “projeto” deve-se entender um conjunto de atividades ligadas à procura, pelos alunos, de possíveis respostas a uma problemática construída coletivamente. Distinguimos: – a problemática do docente: para incentivar a construção de conceitos, e a apropriação do conhecimento pelo aluno, em cada atividade; – a problemática dos alunos: que vai orientar o trabalho dos alunos a cada atividade. A situação inicial é proposta aos alunos pelo docente, por meio de

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perguntas e desafios no começo de cada atividade. Os alunos se depararão com questões que não teriam surgido sem

essas situações, e a partir das quais poderão, após reformulação, surgir problemas cuja solução constituirá para eles o interesse da aula. Durante essas atividades os alunos, aos poucos, construirão o conceito desejado. 2. O Módulo Didático do Projeto Mão na Massa.

2.1. Uma nova Postura

O estudo das Ciências sempre foi visto como “coisa” para maluco ou gênio. Essa imagem vem sendo passada através das gerações, provocando o surgimento e a manutenção de um medo ou da idéia de que a Ciência é algo presente só nos grandes laboratórios, distante do dia-a-dia do “ser humano normal”. Todos estes fatos nos levam aos seguintes questionamentos: O que poderia ser feito para transformar essa realidade? Seria possível trabalhar a Alfabetização e Letramento através das Ciências? Vamos tentar? 2.2. Pontos de Referência para uma atividade ou módulo

Para facilitar a apresentação, foram identificados cinco momentos essenciais. A ordem na qual se seguem não constitui um esquema para ser adotado de forma linear. Recomenda-se o uso intercalado desses momentos. Por outro lado, cada uma das fases identificadas é essencial para garantir uma boa investigação dos alunos.

1. Experimentação direta; 2. Realização material (construção de um modelo, busca de uma

solução técnica); 3. Observação direta ou auxiliada por um instrumento; 4. Pesquisa em documentos; 5. Investigação e visita.

A complementaridade entre esses métodos de acesso ao conhecimento deve ser equilibrada em função do objeto de estudo.

Sempre que possível devem ser privilegiadas a ação direta e a experimentação dos alunos. 2.3. Plano de uma seqüência A escolha de uma situação inicial:

• Parâmetros escolhidos em função dos objetivos dos programas. • Adequação ao projeto elaborado pelo conselho dos professores do

ciclo. • Caráter produtivo do questionamento ao qual a situação pode conduzir. • Recursos locais (recursos materiais e documentais). • Pontos de interesses locais, de atualidade ou evocados durante outras

atividades, científicas ou não. • Pertinência do estudo empreendido em relação aos próprios interesses

do aluno. A formulação do questionamento dos alunos:

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• Trabalho dirigido pelo professor. Eventualmente, ele ajuda na reformulação das perguntas, a fim de assegurar seu sentido, na refocalização do campo científico e na promoção da melhora da expressão oral dos alunos.

• Escolha dirigida e justificada pelo professor de trabalhar com perguntas produtivas (ou seja, perguntas que convenham a um procedimento construtivo, levando em conta a disponibilidade de material experimental e documental, conduzindo em seguida à aprendizagem, conforme os programas).

• Emergência dos conceitos iniciais dos alunos e confrontação de suas eventuais divergências, a fim de promover o entendimento do problema pela turma.

2.3.3. Elaboração de hipóteses e conceito das investigações • Gerenciamento, pelo professor, dos modos de agrupamento dos alunos

(de níveis diferentes conforme as atividades) e de instruções dadas (funções e comportamentos esperados dentro dos grupos).

• Formulação oral de hipóteses dentro dos grupos. • Eventual elaboração de roteiros com a finalidade de verificar ou refutar

as hipóteses. • Elaboração escrita, explicando as hipóteses e roteiros (textos e

esquemas). • Formulação oral e/ou escrita pelos alunos de suas previsões: “o que eu

acho que vai acontecer”, “por quais razões?”. • Comunicação oral à turma das hipóteses e dos eventuais roteiros

propostos. 2.3.4. A investigação conduzida pelos alunos:

• Momento de debate dentro do grupo de alunos: as modalidades de implementação da experimentação.

• Controle da variação dos parâmetros. • Descrição da experimentação (esquemas, descrição escrita). • Reprodutibilidade da experimentação (relação das condições de

experimentação pelos alunos). • Gerenciamento das anotações escritas pelos alunos.

2.3.5. A aquisição e a estruturação do conhecimento • Comparação e confrontação dos resultados obtidos pelos diversos

grupos, por outras turmas. • Confrontação com o conhecimento estabelecido (outro recurso à

pesquisa documental), respeitando os níveis de formulação acessíveis aos alunos.

• Procura das causas de um eventual conflito, análise crítica dos experimentos realizados e proposta de experimentos complementares.

• Formulação escrita, elaborada pelos alunos com a ajuda do professor, dos novos conhecimentos adquiridos no final da seqüência.

• Produções destinadas à comunicação do resultado (texto, gráfico, maquete e documento multimídia).

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2.4. Papel da pesquisa documental e das Tecnologias da Informação e da Comunicação-TIC.

“Os alunos constroem seu aprendizado como autores das atividades científicas”. Eles observam um fenômeno do mundo real e próximo, e fazem perguntas relacionadas ao assunto. Eles conduzem investigações ponderadas e realizam trabalhos de experimentação, eventualmente complementados por pesquisa documental. É importante que os alunos sigam um, ou mais, desses caminhos complementares.

O objetivo dos desenvolvimentos a seguir é especificar como a pesquisa documental pode e deve intervir como complemento de um trabalho que leva do questionamento ao conhecimento, passando pelo experimento.

2.4.1 A busca de conhecimentos Esta busca se dá na biblioteca, num dicionário, numa enciclopédia ou na

Internet, a fim de responder a perguntas “produtivas” da classe e a fim de resolver os problemas científicos que não poderiam ser resolvidos totalmente pela verificação experimental. O aluno deverá ser capaz de:

• Procurar em um dicionário a palavra que pode eventualmente lhe dar os elementos para a resposta;

• Saber utilizar o índice de uma enciclopédia; • Compreender a organização de uma biblioteca, para usar algumas obras

acessíveis e interessantes; • Saber utilizar o índice de um livro; • Saber extrair informação interessante de um artigo; • Saber decifrar textos, esquemas e ilustrações de um artigo; • Formular uma proposta eficiente em um procedimento apropriado de

pesquisa de busca na Internet e distinguir as respostas que possam apresentar algum interesse na investigação. Na verdade, essas competências se estabelecem progressivamente ao

longo da escolaridade, como parte do ensino, dos dispositivos interdisciplinares, como pesquisas e trabalhos escolares até dissertações e teses universitárias...

2.4.2 A pesquisa em documentos: Com a multiplicação das imagens e telas, observamos reações

contraditórias, muitas vezes passionais, quanto a seu impacto pedagógico. Entre os adeptos da educação informal (“de qualquer jeito as telas estão

aí, os jovens as aproveitam mais do que podemos imaginar...”) e os que temem pela saúde moral e intelectual das crianças, devemos, razoavelmente, adotar qual parte?

2.4.3 O impacto psicológico dos documentos:

• Impacto histórico: a chegada dos documentos pedagógicos audiovisuais, desde o início do século XX, foi marcada por um ápice, especialmente pelos filmes curtos e mudos (nos anos 1970) apresentando fenômenos que os alunos e a classe devem interpretar. A chegada dos programas de televisão, posteriormente gravados em VHS, fez com que a participação ativa dos alunos diminuísse consideravelmente.

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• Impacto geográfico: a qualidade das emissões de televisões mundiais tem se mostrado bastante dependente dos dispositivos pedagógicos que acompanham sua difusão. Revistas e sites na internet oferecem diversas formas de atividades, partindo de imagens televisivas, com documentos de acompanhamento para os programas educativos.

• Impacto pedagógico: qual a importância e que lugar deve ser dado a esses documentos comparados à confrontação com fenômenos reais diretamente perceptíveis pelo aluno? Em que tipo de trabalho pedagógico?

2.4.4 Quais documentos? Os documentos explicativos interpretados que, mostrando e dando

sentido, devem ser diferenciados dos documentos originais não-interpretados, em que o trabalho de busca de sentido é realizado pelos alunos (exemplo: a radiografia de uma fratura da perna, uma seqüência não comentada de uma erupção vulcânica ou imagens aceleradas do desenvolvimento de uma planta, da flor à fruta...).

2.4.5 Em que momento utilizá-los?

• Para facilitar o início de um questionamento estimulante. Exemplo: uma seqüência ou uma imagem da atualidade (terremoto); um canteiro de escavações arqueológicas, com a finalidade de iniciar um trabalho sobre fósseis e os rastros da evolução, etc.

• Para complementar informações a serem analisadas pelos alunos. Exemplo: ilustrações médicas do corpo humano ou os exemplos de documentos originais mencionados acima.

• Para ajudar na elaboração de uma síntese coletiva, com reformulação pela classe do que será inscrito no caderno de experimentos ao encerrar um trabalho de pesquisa. Exemplos: qualquer documento explicativo, em muitos casos tirados de programas de televisão, ou todas as seqüências de imagens de síntese com finalidade explicativa (trazendo a dificuldade para esclarecer os códigos ou as imagens analógicas empregadas).

• Para colocar em prática o conhecimento adquirido por meio de outros exemplos ou por avaliação. Por exemplo: seqüências ou imagens mostrando fontes de energia diferentes daquelas abordadas durante o curso, documentos que tratam de problemas mais amplos de educação nas áreas de saúde ou do meio ambiente (por exemplo, a partir de um estudo detalhado das fezes das aves de rapina, de um documentário sobre a importância ecológica da proteção delas) ou do impacto de nossos gestos cotidianos sobre o equilíbrio de certas cadeias alimentares.

2.5. Complementaridade entre objetos/fenômenos reais e documentos: Certos fenômenos ou objetos não são diretamente visíveis, pois são grandes demais (em astronomia), pequenos demais (micróbios), demorados demais (crescimento de uma árvore), curtos demais, raros demais ou perigosos demais (erupções, terremotos), caros demais (foguetes), ou ainda pertencentes ao passado (história das ciências e das técnicas). O real em si pode ser investigado sob vários ângulos: por observações, experimentações e comparações. Porém, documentos complementares podem

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enriquecer esse questionamento do real. Por exemplo, imagens de uma massa de gelo flutuante, de uma geleira, de uma queda de neve ou do congelamento de um riacho são interessantes para serem analisadas como complemento de um trabalho experimental sobre as mudanças dos estados físicos da água. Seria produtiva uma troca rápida de idéias sobre as diferenças entre o concreto e o abstrato, entre fenômenos científicos e técnicos e suas aplicações (por exemplo, no mundo profissional ou no funcionamento de objetos utilizados no dia-a-dia do aluno). A renovação do ensino das ciências e da tecnologia na escola tem por objetivo a aquisição de conhecimento e de habilidades, graças a um equilíbrio entre a observação do fenômeno e dos objetos reais, a experimentação direta e a análise de documentos complementares, cuja finalidade é ensinar ao aluno os métodos científicos de acesso ao conhecimento e levá-lo a verificar suas fontes de informação, desenvolvendo assim seu espírito crítico de cidadão. No escopo do plano, o papel das tecnologias da informação e da comunicação (TIC) pode ser identificado pela mesma lógica: “A experiência direta realizada pelos alunos é a base do trabalho implementado. Nesta perspectiva, a observação do real e a ação sobre este têm prioridade sobre o recurso em relação ao virtual.”. Essa consideração não reduz o interesse de recorrer às TIC, seja para consultar documentos que vêm complementar a observação direta, seja para buscar referências que permitam a confrontação dos resultados de experimentação com o saber estabelecido. 2.6. Ciência e linguagem na sala de aula Na aula de Ciências, a linguagem não é o tema principal de estudo. No entanto, durante as idas e vindas que o professor organiza entre a observação do real, a ação sobre o real, a leitura e a produção de textos variados, o aluno constrói progressivamente competências de linguagens (orais e escritas) ao mesmo tempo em que elabora seu raciocínio. Individualmente ou em grupo, a linguagem, nas ciências, é mais especificamente utilizada para:

• Formular o conhecimento que está sendo construído: nomear, rotular, organizar, comparar, elaborar referências, transmitir;

• Comparar, interpretar, reorganizar, dar sentido; • Defender seu ponto de vista, convencer, argumentar; • Interpretar documentos de referência, pesquisar, documentar, consultar.

A expressão dos conceitos iniciais dos alunos poderá ser feita tanto de forma oral quanto por escritos individuais, mas, muitas vezes, ela se completa apenas na ocasião da implementação da primeira experimentação. Esta também permitirá ao professor saber melhor quais os conceitos espontâneos dos alunos e permitirá aos alunos identificar melhor a natureza científica do problema. 2.7. O oral

Como a iniciativa é deixada aos alunos para conceberem as ações e solucionarem as divergências, estimula-se que na sala de aula haja conversas úteis e de bom senso. A expressão oral favorece o pensamento ponderado e espontâneo, divergente, flexível e propício à invenção. Isso implica que o tempo para a conversa seja compatível com o tempo disponível, graças ao questionamento pelo professor e ao trabalho entre pares.

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2.8. Do oral ao escrito O projeto desenvolvido pelos alunos faz com que determinados

elementos do discurso sejam fixados, seja como registros provisórios ou definitivos, seja como elementos de referência, seja como anotações ou relações, como mensagens a serem comunicadas.

Apoiando-se no escrito, a palavra também pode ser confirmada, remodelada, reescrita, colocada em relação a outros escritos. A língua, vetor do pensamento, permite antecipar a ação. Quando a palavra vem antes do escrito, o aluno passa de uma linguagem falada, cheia de subentendidos, a uma linguagem científica, incorporando ao escrito recursos variados, esquemas, gráficos, alíneas, grifos.

Escrever favorece a passagem para níveis de formulação e de conceitualização mais elaborados. 2.9. A escrita

Escrever convida a objetivar, distanciar-se. Produzir escritos para outros requer que os textos sejam interpretáveis num sistema de referência que não seja apenas o do próprio autor, e para isso é preciso esclarecer os saberes sobre os quais se está fundamentando.

Na aula de Ciências, a produção de escritos não tem por objetivo principal mostrar que sabemos escrever, mas sim favorecer o aprendizado científico ao aluno e facilitar o trabalho pedagógico do professor.

Os alunos são convidados, um a um ou em grupo, a produzirem textos que são aceitos em sua forma original e que serão utilizados durante a aula como meio para aprender melhor.

Além do texto narrativo, muito útil na escola, outras maneiras de usar o escrito são introduzidas. Essa relação renovada com a escrita é bastante interessante para os alunos que não têm vontade espontânea de escrever, e que apresentam rendimentos baixos, na matéria. 2.10. Escrever, por quê?

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Escrever para os outros com o objetivo de...

2.11. O caderno de experimentos

É de propriedade do aluno, por isso é o meio predileto para escrever para si mesmo, escritos sobre os quais o professor não tem autoridade direta. É também uma ferramenta pessoal de construção e de aprendizagem. Assim, é importante que o aluno guarde esse caderno durante todo o ciclo; para que possa encontrar nele os registros de sua própria atividade, de seu próprio pensamento, ou seja, elementos que o ajudarão na construção da nova aprendizagem, referências a serem mobilizadas ou melhoradas... O caderno contém tanto os registros pessoais do aluno quanto os escritos elaborados coletivamente e os que constituem conhecimento estabelecido, assim como a reformulação, feita pelo aluno, de suas últimas anotações. Todavia, o aluno não deve guardar todos os seus ensaios e rascunhos. Seus critérios para guardar ou não um registro devem estar ligados à pertinência do escrito em relação a sua intenção e não à qualidade intrínseca desse escrito em si mesmo.

O aluno terá facilidade em distinguir documentos de diferentes importâncias: por exemplo, sempre que possível, a síntese da classe poderá ser processada no computador e cada um receberá uma cópia. Quando trabalha com documentos sobre ciência, o aluno concentra a maior parte de seus esforços no conteúdo relacionado ao conhecimento e em sua atividade (experimentação, interações...). Por outro lado, ele emprega nos textos palavras, símbolos e códigos específicos da área de ciências.

O necessário envolvimento dos alunos com o trabalho deve levar o professor a uma razoável tolerância.

As competências específicas em produção de textos sobre as ciências se desenvolvem ao longo do tempo.

O permanente e ponderado vai-e-vem entre as anotações pessoais e o escrito-padrão favorece a apropriação pelo aluno, das características da linguagem específica:

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• Representações codificadas; • Organização dos escritos ligados ao estabelecimento de relações (títulos,

tipos de letra, sinais gráficos...); • Uso das formas verbais: presente, particípio.

2.12. O papel do professor O professor auxilia de várias maneiras: • Responde às perguntas; • Sob forma de um glossário construído à medida das necessidades e

relativo a determinado domínio; • Propõe ferramentas para registrar as observações, tais como:

- folhas de papel quadriculado ou linear que ajudam na construção de gráficos; -adesivos coloridos, que auxiliam na compreensão estatística (nuvens e pontos); -papel translúcido para copiar os elementos julgados pertinentes ou para reutilizar tudo ou parte de um documento anterior, construído ou escolhido na ocasião de uma pesquisa; -propõe quadros como guia para a escrita sem que seja um enquadramento rígido; -tabelas de dupla entrada; -calendários;

• Organiza a comunicação de experiências ou de sínteses na própria classe e com outras classes para permitir aos alunos testarem a eficiência de suas escolhas;

• Coloca à disposição dos alunos documentos, suportes de análise, referência e escritos mais complexos. Estes auxílios serão eficientes por ocasião das confrontações.

2.13. Os escritos intermediários Produzidos por grupos ou em conseqüência de interações entre alunos, permitem a passagem do “eu” para o “nós”. A generalização geralmente ocorre em toda a classe, com a ajuda do professor. Permite a volta de cada aluno para seu próprio caminho ou para a elaboração de propostas para a síntese da classe. Esses escritos são enriquecidos por todos os documentos colocados à disposição dos alunos. 2.14. Os documentos da classe

Decorrem dos documentos escritos individualmente e pelos grupos. O professor traz os elementos organizacionais, de formalização, que permitem resolver problemas causados pela confrontação das ferramentas intermediárias entre si. O nível de formulação desses documentos será compatível com os níveis de formulação do saber estabelecido, escolhidos pelo professor. Finalmente, é importante que o professor permita que cada aluno reformule com suas próprias palavras e argumentos a síntese coletiva validada. Assim, o professor terá certeza do nível de apropriação do conceito em questão.

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Os escritos pessoais

para Os escritos coletivos

para Os escritos coletivos

da classe com o professor para

Exprimir o que penso Comunicar a outro grupo, à classe, a outras

classes.

Reorganizar

Dizer o que vou fazer e por quê

Questionar sobre um dispositivo, uma pesquisa, uma

conclusão.

Recomeçar as pesquisas

Descrever o que faço e o que observo

Reorganizar, escrever Questionar, com base em outros escritos.

Interpretar resultados Passar de uma ordem cronológica à ação, a uma ordem ligada ao

conhecimento em questão.

Especificar os elementos do saber juntamente com

as ferramentas para expressá-lo

Reformular as conclusões coletivas

Institucionalizar o que será escolhido

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Oficina 1 – Órgãos de Sentidos

1. Introdução

A concepção de corpo humano como um sistema integrado, que interage com o ambiente e reflete a história de vida do sujeito, orienta essa oficina.

O conhecimento sobre o corpo humano para o aluno deve estar associado a um melhor conhecimento do seu próprio corpo, por ser seu e por ser único, e com o qual ele tem uma intimidade e uma percepção subjetiva que ninguém mais pode ter. Essa visão favorece o desenvolvimento de atitudes de respeito e de apreço pelo próprio corpo e pelas diferenças individuais.

As atividades dessa oficina incentivam a criança a prestar atenção em sim mesma e nos colegas percebendo-se única e também semelhante aos demais. Ao trabalhar os órgãos dos sentidos vamos além da simples descrição de um conteúdo, criando oportunidade para a criança compreender a relação entre sensações, memória, imaginação e percepção. Procuramos também incentivar a atenção e o cuidado da criança para com o próprio corpo em interação com o ambiente.

Proposta do Programa:

Objetivo do conhecimento Objetivos deste documento

Órgãos dos Sentidos

Para melhor preservar a saúde pessoal e a qualidade de vida

ampliando a capacidade de discriminação visual, olfativa, tátil, gustativa e

auditiva.

Competências específicas

• Identificação dos órgãos dos sentidos e suas funções;

• reconhecimento da importância dos órgãos dos sentidos para a identificação das características de diversos ambientes;

• conscientização da necessidade de se manter o corpo saudável, em especial os órgãos dos sentidos;

• identificação da origem dos alimentos e sua importância para uma vida saudável.

Comentários Após o nascimento, a criança começa a interagir e a explorar o meio em que vive e, gradativamente, vai adquirindo autoconsciência e conhecimento do mundo ao seu redor. O conhecimento com o qual o aluno chega à sala de aula é uma base sólida para a produção e o desenvolvimento do saber, é preciso levá-lo em conta e saber utilizá-lo dentro do processo pedagógico.

Atividade 1: Será que eu vejo alguma coisa dentro da lata?

1 – Apresentação do problema O professor apresenta o objeto e explica como foi confeccionado e faz a

pergunta: será que eu vejo alguma coisa dentro da lata? Objetivos:

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Mostrar a importância da visão na vida das pessoas; identificar e compreender quais as informações que recebemos através dos nossos olhos e como as interpretamos.

2 – Experimentação: Material: ☺ 1 abridor de latas ☺ 50 cm de arame fino ☺ um pedaço de cartolina: 4cm x 1cm ☺ 1 prego com ponta pequena (3mm de diâmetro) ☺ fita adesiva ☺ 1 lata vazia de óleo de cozinha ☺ papel vegetal 10 x 10 cm ☺ martelo Como fazer? 1) Abra completamente a parte de cima da lata. Fure o centro do fundo da lata com um prego grosso, com cerca de 3mm de diâmetro.

2) Recorte um retângulo de cartolina de 1 cm x 4 cm e cole-o com a fita adesiva sobre o furo da lata. Faça um furo na cartolina com uma agulha, coincidindo com o furo da lata.

3) Faça um anel de arame com um diâmetro um pouco menor que o da lata. Deixe um cabo no arame com cerca de 12 cm. Recorte um disco de papel vegetal um pouco menor que a largura da lata. Cole o disco de papel vegetal no anel, dobrando as pontas. Coloque este material montado dentro da lata e afaste-o cerca de 5 cm do fundo.

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Aponte a face furada da lata para um objeto que esteja num local bem iluminado. Aguarde alguns segundos para que sua vista se acostume com as condições de luz dentro da lata.

Observe a imagem formada na lata. Para evitar a entrada de luz pela parte aberta, segure a lata com as duas mãos bem próximas do olho, ou então, cubra a cabeça e parte da lata com um pano escuro. Varie a posição da tela e observe o interior da lata.

Deixe as crianças saírem da sala e observarem outras imagens.

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3 – Levantamento de hipóteses

As crianças poderão levantar várias hipóteses para responder a pergunta do problema:

• porque a imagem da lata não tem o cérebro para invertê-la; • a imagem dentro da lata aparece por causa dos raios de luz que passam

pelo furo que foi feito na lata; • parece com o funcionamento do olho humano para ver as imagens; • a pupila ajuda na entrada da luz para a imagem passar. • Não enxergamos sem a luz

4 – Discussão Coletiva: As crianças discutem no grupo suas respostas e o professor direciona fazendo os seguintes questionamentos:

• que relação existe entre o olho da gente e o que você vê na lata? • Qual a importância da luz para o olho humano? • Por que tem que está escuro para você vê dentro da lata? • Qual a comparação que você faz desta lata com um exame de vista? • O que é necessário para enxergar? • Você consegue enxergar a imagem dentro da lata se estiver muito

claro? 5 – Registro: Os alunos deverão escrever um pequeno texto contando como foi realizada a atividade.

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Atividade 2: O Olfato e o Paladar Eu preciso do nariz para sentir o gosto dos alimentos?

1 – Apresentação do problema

A professora inicia a atividade escrevendo no quadro a pergunta: Eu preciso do meu nariz para sentir o gosto dos alimentos? Objetivos:

Perceber e distinguir informações recebidas do ambiente através do

olfato; verificar a importância do cheiro para sentir o gosto das substâncias na boca; levar o aluno a identificar diferentes odores.

2- Levantamento de hipóteses

Provavelmente as crianças dirão que não precisam do nariz porque os alimentos são ingeridos pela boca e não pelo nariz.

3 – Experimentação: A professora direciona os alunos em grupos para as mesas que terão vários objetos para ele testar o olfato, o paladar e a audição.

Colocar um óculos de natação em um dos membros do grupo e tampá-lo para que a pessoa não veja nada do que está acontecendo ao seu redor. Um outro membro do grupo dirá para que coloque a mão na mesa e pegue um objeto da mesa e faça o teste com as seguintes perguntas: tem cheiro? que gosto tem? Os membros do grupo irão anotando num pequeno quadro tudo o que disser e depois fazem os questionamentos. 4 – Discussão Coletiva: As crianças discutem no grupo suas respostas e o professor direciona fazendo os seguintes questionamentos:

• Realmente precisamos sentir o cheiro para perceber o gosto?

• Todas as coisas que pegamos conseguimos perceber o cheiro?

• Quando estamos gripados sentimos o cheiro do mesmo jeito?

• Você conseguiu sentir vários cheiros diferentes?

• O que estes cheiros te lembram?

• Alimentos são mais fáceis de identificar só pelo cheiro que outros materiais?

• O nariz pode nos salvar dos perigos? 5 – Registro: Os alunos deverão escrever um pequeno texto contando como foi realizada a atividade.

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Atividade 3: Que som é este? 1 – Apresentação do problema

A professora inicia a atividade escrevendo no quadro a pergunta: que

som é este? Objetivos:

Reconhecer que o som ocorre por meio de vibrações; identificar diversos sons através de situações que já vivemos ou que estamos vivendo e que influência eles tem na nossa vida

2- Levantamento de hipóteses

Possivelmente as crianças reconhecerão a grande maioria dos sons e farão uma associação com alguma situação em sua vida.

3 – Experimentação:

O grupo vai escutar vários sons diferentes e, seguindo a tabela a seguir, irá fazer após a dinâmica alguns questionamentos:  

SOM  O QUE É?  O QUE SINTO? TIRO     AMBULÂNCIA     SAPO      NATAL     POLÍCIA     FORRÓ     PÁSSARO     CACHORRO     BATERIA DE CARNAVAL     

4 – Discussão Coletiva:

As crianças discutem no grupo suas respostas e o professor direciona fazendo os seguintes questionamentos:

• Como você identificou os diferentes sons? • O volume de algum som te incomodou? • Quem estava mais perto do som escutou melhor? • Percebi os sons com facilidade? • Como uma pessoa surda vive sem estes e outros sons? • Reconhecemos as pessoas pela voz?

5 – Registro:

Os alunos deverão escrever um pequeno texto contando como foi realizada a atividade.

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Atividade 4: Tem gosto de quê?

1 – Apresentação do problema A professora inicia a atividade escrevendo no quadro a pergunta: tem

gosto de quê?

Objetivos: Fazer com que os alunos percebam e identifiquem os diferentes sabores que existem; verificar se os alunos conseguem perceber a importância da língua na identificação dos sabores.

2- Levantamento de hipóteses As crianças conseguem identificar através da língua os diversos sabores apresentados a ela.

3 – Experimentação: Dividir os alunos em grupo de 5 pessoas. Separar vários alimentos e não permitir que os alunos os vejam: colocar vendas nos olhos para que possam somente sentir o gosto dos alimentos. Segue um modelo de um quadro a seguir: Primeiro, tampe o nariz e experimente os alimentos. O que acontece? Depois, experimente o alimento com o nariz aberto. Existe alguma diferença?

ALIMENTOS ÁCIDO AZEDO DOCE SALGADO O QUE É?

DOCE ALHO VINAGRE JILÓ PIPOCA COM SAL

PIPOCA SEM SAL

4 – Discussão Coletiva: As crianças discutem no grupo suas respostas e o professor direciona fazendo os seguintes questionamentos:

• Quando estamos gripados sentimos o gosto do mesmo jeito? • Por que conseguimos identificar os diferentes sabores? • Ao identificar os sabores você se lembrou de alguma situação? • Se lavarmos a boca com água depois de colocar um alimento na boca,

perceberemos alguma diferença? • Por que, as vezes, tampamos o nariz ao tomarmos um remédio amargo? • Se misturarmos vários sabores ao mesmo tempo perceberemos alguma

diferença?

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• A língua tem alguma importância no sabor dos alimentos?

5 – Registro: Os alunos deverão escrever um pequeno texto contando como foi realizada a atividade.

Atividade 5: O que tem atrás do muro?

1 – Apresentação do problema

A professora inicia a atividade escrevendo no quadro a pergunta: o que tem atrás do muro?

Objetivos: Perceber que a através do tato podemos identificar vários objetos; verificar se temos a mesma sensibilidade em várias partes do corpo; �levar os alunos a observarem que a sensibilidade varia de pessoa para pessoa; identificar objetos através do tato.

2- Levantamento de hipóteses Os alunos conseguirão sentir e identificar os objetos colocados na mão através do toque e do manuseio.

3 – Experimentação:

Os alunos deverão colocar as mãos em um buraco com um pano e tentar identificar os objetos que serão apresentados a ele, como por exemplo, gelo, prego, algum animal vivo, carrapicho, moeda, tijolo, bolsa de água quente, pedra, dentadura, amoeba (geléia), bichinho de plástico e senti-lo em várias partes do corpo – braço, perna, joelho, costas, no rosto. Analisar textura, tamanho, forma, calor, frio, etc. Após este teste, faça o mesmo colocando os objetos nas mãos e compare os resultados.

4 – Discussão Coletiva: As crianças discutem no grupo suas respostas e o professor direciona fazendo os seguintes questionamentos:

• Você sentiu diferença ao tocar os objetos apresentados? • Tem alguma diferença em sentir os objetos na mão e em outra parte do

corpo? • Como uma pessoa cega identifica as coisas no seu dia-a-dia? • Você consegue ler com o tato melhor que um cego? • Você conseguiu identificar os objetos mais rápido ou mais lentamente

que o seu colega ? 5 – Registro: Os alunos deverão escrever um pequeno texto contando como foi realizada a atividade.

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Atividade 6: Tem um rato na gaiola?

1 – Apresentação do problema O professor apresenta o objeto e explica como foi confeccionado e faz a

pergunta: tem um rato na gaiola? Objetivos: Mostrar a importância da visão na vida das pessoas; identificar e compreender quais as informações que recebemos através dos nossos olhos e como as interpretamos no nosso cérebro, enviando uma resposta. 2 – Experimentação: Material:

☺ 1 pedaço de papelão ☺ 1 pedaço de barbante de cerca de 1,5m ☺ papel e canetas coloridas, ou lápis de cor ☺ 1 agulha ou tesoura Como fazer: Recorte um círculo de papelão de 6cm de diâmetro. Desenhe o rato (ou cole uma figura de qualquer outro animal) num círculo de papel branco com os mesmos 6 cm de diâmetro. Desenhe a gaiola em outro círculo do mesmo tamanho. Recorte os desenhos e cole-os, um em cada face do círculo de papelão. Com a agulha ou tesoura, faça um furo em cada extremidade do círculo. Corte o barbante pela metade e passe um pedaço em cada furo do círculo. Agora faça o disco rodar, enrolando o barbante. Depois estique bem o barbante para ele desenrolar depressa. Observe o resultado.

3 – Levantamento de hipóteses As crianças poderão levantar várias hipóteses para responder a

pergunta do problema: • Quando a gente move depressa parece que o rato está preso.

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• A imagem está se movendo tão rápido que parece que o rato está em movimento. Nosso cérebro interpreta assim.

4 – Discussão Coletiva: As crianças discutem no grupo suas respostas e o professor direciona fazendo os seguintes questionamentos: O que está acontecendo? O rato e a gaiola rodam tão depressa que a persistência das imagens na retina faz com que o rato pareça estar dentro da gaiola. Essa é apenas uma das várias ilusões de óptica naturais ou artificiais capazes de enganar os seus sentidos. Se você segurar um livro fechado e passar rapidamente o canto superior direito com os dedos, vai ver outro movimento produzido por ilusão de óptica. 5 – Registro: Os alunos deverão escrever um pequeno texto contando como foi realizada a atividade.

Atividade 7: Isto se parece com quê?

1 – Apresentação do problema

O professor apresenta o objeto e explica como foi confeccionado e faz a pergunta: isto se parece com quê? Objetivos:

Mostrar a importância da audição na vida das pessoas; identificar e compreender quais as informações que recebemos através dos nossos ouvidos; comparar este simples experimento com o nosso modo de ouvir, ou seja, o funcionamento do nosso aparelho auditivo.

2 – Experimentação: Material: ☺ 1 lata vazia de conservas, limpa e sem rótulo ☺ cola ☺ elásticos de escritório ☺ 1 bola ou bexiga de encher ☺ 1 lanterna ☺ 1 espelho de 2 x 2 cm ☺ fita gomada Como fazer: Tire o fundo da lata. Corte o bico da bola e jogue fora. Estique o que sobrou da bola sobre uma das extremidades da lata e fixe-as com os elásticos. Cole o pedaço do espelho na borracha, mas não no centro, e sim mais para perto da borda da lata. Acenda a lanterna e dirija a luz para o espelho, de tal modo que

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você consiga enxergar a mancha luminosa refletida na parede. Fixe a lanterna com a fita gomada. Mantenha a lata na posição horizontal, sem movê-la. Agora cante ou grite na abertura da lata. Observe que, quando você canta, a mancha de luz oscila rapidamente.

3 – Levantamento de hipóteses

As crianças poderão levantar várias hipóteses para responder a pergunta do problema:

• Está mexendo porque a bexiga vibrou • O som vem através das vibrações • Esta membrana onde está o espelho vibra e se parece com nosso

ouvido quando escutamos um barulho muito alto. • Dependendo da intensidade, mexe mais ou menos.

4 – Discussão Coletiva: As crianças discutem no grupo suas respostas e o professor direciona fazendo os seguintes questionamentos: O que está acontecendo? O tímpano é uma membrana esticada. Quando chegam ao tímpano, as ondas sonoras vibram, e o cérebro interpreta essas vibrações como sons. A mancha oscilando na parede indica que a membrana onde está o espelho vibra. Isso acontece porque sua voz se propagou, alcançou a membrana e a fez vibrar. O nosso tímpano, que é uma membrana esticada, funciona assim.

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5 – Registro:

Os alunos deverão escrever um pequeno texto contando como foi realizada a atividade.

Atividade 8: será que vai dar som?

1 – Apresentação do problema O professor apresenta o objeto e explica como foi confeccionado e faz a

pergunta: será que vai dar som? Objetivos:

Mostrar a importância da audição na vida das pessoas; identificar e compreender quais as informações que recebemos através dos nossos ouvidos; mostrar os diferentes tons que escutamos. 2 – Experimentação: Violão caseiro: Material: ☺ 1 caixa de sapato com tampa ☺ 6 a 8 elásticos de escritório ☺ 12 tarraxas ou pregos pequenos ☺ 1 cartolina de cor parda ou 1 folha de papel pardo Como fazer: Recorte um círculo em uma caixa de papelão comprida (pode ser de sapato e com tampa). Dobre uma cartolina para servir de “ponte” (apoio) e cole-a acima do buraco, como mostra a figura abaixo. Fixe seis prendedores (que pode ser tarraxas ou pequenos pregos) de cada lado da caixa e estique seis elásticos fortes cruzando a caixa por cima da “ponte”. Amarre-os nos prendedores. Dedilhe os elásticos para produzir som. Estique-os e você obterá um som mais agudo.

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Flauta primitiva: Material: ☺ 7 canudinhos (de preferência largos) ☺ 30 cm de plástico colante colorido

Como fazer: Distribua sete canudinhos a uma distância de 1,5 cm entre si. Com um plástico

colante, prenda-os

como mostra a figura abaixo. Para conseguir

notas diferentes,

corte-os em tamanhos decrescentes. Sopre na extremidade de cada canudinho para produzir as notas.

Corneta de funil - Material: ☺ 1 funil transparente, pequeno ☺ 1metro de mangueira

Como fazer: Você pode fazer uma corneta bastante simples acoplando um funil a um pedaço de mangueira. Tente pressionar seus lábios fortemente e depois sopre para provocar vibrações rápidas. O som emitido será similar ao do trompete. Depois, enrole a mangueira sobre seus ombros e segure o funil para cima. Ainda mantendo seus lábios pressionados, sopre com força na extremidade da mangueira. Com um pouco de prática, você emitirá uma nota nítida.

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3 – Levantamento de hipóteses As crianças poderão levantar várias hipóteses para responder a

pergunta do problema: • O som também vibra • Meu cérebro ajuda a interpretar o som • Os canudos, sendo de tamanhos diferentes, mostram sons também

diferentes. 4 – Discussão Coletiva: As crianças discutem no grupo suas respostas e o professor direciona fazendo os seguintes questionamentos: Será que o canudo mais curto produz um som diferente do canudo mais longo? Seu cérebro transforma as vibrações em sons. Por quê? Será que tem alguma outra estrutura envolvida neste processo? Se eu fizer mais força ao soprar o instrumento o som será diferente? Terá maior ou menor vibração? 5 – Registro: Os alunos deverão escrever um pequeno texto contando como foi realizada a atividade.

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Oficina 2: ANIMAIS

1. Introdução

Para compreender e respeitar a diversidade dos seres vivos é importante o estudo da reprodução dos vegetais e animais e para isso é necessário que as crianças percebam que podemos analisar o fenômeno “vida”, estudá-lo em etapas, nele interferir, mas que não deciframos completamente e tampouco podemos reproduzi-lo.

A continuidade de qualquer espécie viva depende de sua capacidade de reprodução. Podemos mesmo dizer que a capacidade de se reproduzir, gerando descendentes com as mesmas características, é uma qualidade básica de um ser vivo. Se um ser qualquer não tiver capacidade de se reproduzir, não pode ser considerado um ser vivo.

Sempre é bom fazer algumas comparações com outros animais e mostrar semelhanças e diferenças. Nessa oficina enfocaremos o desenvolvimento de dois seres vivos dentro de ovos (pintinho e borboleta), que podem ilustrar uma forma de reprodução.

Proposta do Programa

As crianças de 6 a 8 anos estão ávidas de descobertas, prontas para admirar o mundo. Manifestam espontaneamente o desejo de descobrir, experimentar, compreender. Cabe a nós, como educadores, aproveitar essa curiosidade, selecionando e organizando os conteúdos de forma contextualizada e significativa. Dentro desta perspectiva, a proposta curricular desta oficina prevê que, nos anos iniciais do ensino fundamental, o aluno deve ser levado a observar a reprodução dos seres vivos e sua inter-relação no ambiente. Essa perspectiva busca privilegiar, no estudo de Ciências, a compreensão do “começo da vida” e não a classificação, nomenclatura e definição memorizada. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais: a reprodução dos animais pode ser estudada enfocando-se o desenvolvimento dos filhotes no interior do corpo materno ou em ovos postos no ambiente, alimentação dos filhotes e o cuidado com a prole, os rituais de acasalamento, as épocas de cio, o tempo de gestação, o tempo que os filhotes levam para atingir a maturidade e o tempo de vida. São funções rítmicas, interessantes e importantes a serem estudadas. Dentro desse eixo propomos desenvolver o conhecimento da anatomia de um ovo de galinha, a construção de um borboletário e o desenvolvimento da borboleta, a importância das penas para as aves, formas de classificação dos animais e cuidados e prevenção contra a Dengue.

CONTEÚDOS ATIVIDADES Quem passou por aqui? O guarda chuva das aves

• Seguir uma trilha com diversas pistas de animais • Molhar uma ave para descobrir o óleo que

impermeabiliza as penas das aves.

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Construindo a casa da borboleta. Como nasce o pintinho Mosquitinho da Dengue

• Visitar o borboletário • Observar uma borboleta alimentando-se • Observar o desenvolvimento de uma lagarta • Aprender a construir um borboletário • Identificar a seqüência das fases do

desenvolvimento de uma borboleta

• Identificar ovo galado • Registrar, em um desenho, as estruturas do ovo,

identificando-as

• Observar um mosquito da Dengue, conhecer o ciclo reprodutivo e formas de prevenção contra a Dengue

Atividade 1: Quem passou por aqui?

1 – Apresentação do problema O nosso problema é descobrir quais foram os bichinhos que passaram na trilha. À medida que avançarmos na trilha serão fornecidas algumas dicas. A pergunta fundamental será: Quem passou por aqui? Objetivos: Identificar os diversos tipos de animais a partir da observação de pistas, vestígios de alguns animais. Material: Pelo de cachorro Ovos de codorna Teia de aranha Leite de vaca Milho Cabelo e unha Seda (tecido) Botão (madre pérola) ou conchinhas Escama de peixe Pena de passarinho, pavão... Um potinho de mel Perna de barata ou grilo ou cigarra ou asa de borboleta Perna de rã Pote com terra (minhoca) Rabo de lagartixa ou pele de cobra

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2 – Levantamento de hipóteses Os alunos observarão a trilha e completarão a tabela abaixo. Pista Nome do Animal

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15

3 – Experimentação Os alunos seguirão as pistas na trilha observando e pegando os vestígios dos animais para identificá-los. 4 – Discussão Coletiva: Após cada aluno preencher sua ficha de identificação dos animais, eles se sentarão em círculo e o professor perguntará o que encontraram em cada pista questionando sobre: - Onde vive - O que ele come - Sua forma de reprodução - Como se defende - Etc... O professor nesse momento vai mostrando que cada animal que possui características semelhantes pertence a um mesmo grupo introduzindo assim a classificação dos animais (mamíferos, répteis, aves, anfíbios, artrópodes, molusco, peixes) deixando bem claro para o professor que os alunos nessa fase não necessitam memorizar essa classificação, apenas conhecê-la a título de curiosidade. 5- Registro

Escolher um animal que achou mais interessante e criar uma história fantástica colocando-o como personagem principal e utilizando as informações obtidas sobre ele na aula. Não esquecer de ilustrar a história.

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Atividade 2: O guarda chuva das aves

1 – Apresentação do problema Levar uma codorna para a sala de aula, jogar água sobre ela e perguntar

aos alunos: Por que as aves não molham quando andam na chuva? Objetivo:

Conhecer a importância das penas para as aves. Material: Codornas Bacias Água Massinha de modelar Penas Palitos de dente Miçangas pretas Garrafa PET com furinhos na tampa (simulando um chuveirinho) 2- Levantamento

Cada aluno colocará sua opinião, buscando assim identificar os conhecimentos prévios dos mesmos. 3 – Experimentação Cada grupo receberá uma codorna, bacia e uma garrafa PET com água. O professor deverá chamar a atenção dos alunos quanto a temperatura debaixo das penas da codorna, pedir que molhem-na sem passar as mãos em suas penas e observem o que impede as penas de se molharem. 4- Discussão coletiva Cada grupo apresentará suas conclusões justificando cada opinião, a professora deverá conduzir a discussão questionando a organização das penas, mostrando a presença de um óleo que fica armazenado próximo à cauda (glândula uropigiana). O professor poderá levar um dorso de galinha, cortar e mostrar aos alunos. 5- Registro Fazer pintinhos com massinha de modelar e penas. Em seguida os alunos irão produzir uma frase para colocar numa faixa como manifestação contra os dejetos de detergente que são jogados nos rios e tiram essa proteção das aves aquáticas.

O professor pode pedir que os alunos criem uma poesia coletiva, sobre as aves, tendo como fundamento o que aprenderam na aula.

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Atividade 3: Construindo a casa da Borboleta

1 – Apresentação do problema

A professora leva algumas borboletas e bruxas para a sala de aula e faz os seguintes questionamentos aos alunos:

Podemos construir uma casa para as borboletas? Objetivos: Conhecer o ciclo de vida das borboletas (metamorfose) e sua importância nos ecossistemas. Materiais:

• Caixa de papelão • Filó • Fita crepe • Tesoura • Galho seco • Chumaço de algodão • Tampa de maionese • Lagartas • Folhas da planta onde estava a lagarta • Papel A4 • Giz de cera

2 – Levantamento de hipóteses O professor incentiva a escrita de hipóteses para garantir o sucesso da

experiência. Cada grupo deverá sugerir o que é preciso para a construção da casa da

borboleta, levando em consideração seu hábitat natural e nicho ecológico.

3 – Experimentação Esta é a ocasião de trabalhar com as crianças os medos e nojos desnecessários, de repensar tabus. Se elas não se sentirem seguras para tocar a borboleta, não as obrigue, mas encoraje-as mostrando a elas como se faz. Construir com elas um borboletário e observá-lo durante alguns dias fazendo anotações sobre o que vêem. Construindo o borboletário: - pegue a caixa de sapato de papelão e recorte em um dos lados, fazendo uma espécie de janela, que servirá para você fazer o manejo do borboletário. - na tampa da caixa, recorte um pedaço de papelão em forma de um retângulo. Tampe essa janela que se formou com o filó; - coloque as folhas que servirão de alimento para as lagartas de acordo com a espécie.

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- com um pequeno pedaço de madeira, pegue a lagarta (cuidado para não tocá-la para não ter problemas com seu pelos) e coloque-a dentro do borboletário. - coloque um chumaço de algodão umedecido sobre o filó para manter o ar umedecido dentro da caixa. 4 – Discussão Coletiva:

As crianças discutem no interior do grupo sobre o desenvolvimento da lagarta até a sua metamorfose, onde se transforma em borboleta. 5- Registro ( ler um livrinho com história de uma borboleta e pedir para os

alunos confeccionarem dobradura de borboleta) Fazer desenhos, colagens, pinturas de borboletas. Criar um personagem

e uma história com uma borboleta. Acompanhar o desenvolvimento da lagarta completando a seguinte tabela: Dias Observações

1° 2° 3° 4° 5° 6° 7° 8° 9° 10° 11° 12° 13° 14° 15° 16° 17° 18° 19° 20° 21º

Fazer um grande desenho de borboleta, onde todos os alunos poderão

fazer colagens, sobre a vida e a transformação destas, podendo colar folhas secas, fotos de variadas espécies, seus alimentos, etc.

Fazer um texto com desenhos para registrar as atividades realizadas.

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Atividade 4: Como nasce o pintinho?

1 – Apresentação do problema A professora mostra aos alunos dois ovos e

pergunta: - Todos os ovos postos por uma galinha originam pintinho? Objetivos:

• Identificar a importância reprodutiva do ovo. • Diferenciar ovo galado de ovo não-galado. • Comunicar de modo oral, escrito e por meio de desenhos, perguntas,

suposições, dados e conclusões, respeitando as diferentes opiniões e utilizando as informações obtidas para justificar suas idéias;

Materiais: Para cada grupo:

• 1 ovo galado e 1 não-galado • 2 pratinhos transparentes • Cartaz de desenvolvimento embrionário • Lupas

2 – Levantamento de hipóteses

Discutir no grupo a importância do ovo como fonte de alimentação e reprodução, e quais os ovos que podem originar pintinho. Observar as partes que constituem o ovo.

3 – Experimentação • Coloque à sua frente dois ovos de galinha. • Quebre cuidadosamente o pólo maior e observe o espaço de ar; • Verifique a presença de duas membranas: a externa, aderida à casca e

a interna, envolvendo a clara; • Quebre o ovo num pratinho; • Observe a mancha germinativa na gema do ovo • Observe a mancha germinativa e a calaza; • Tente identificar as partes do ovo mostradas na figura 01.

Figura 1: Corte transversal de um ovo de galinha permite diferenciar com

nitidez as partes fundamentais que o constituem e outras também com alguma importância.

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4 – Discussão Coletiva: As crianças discutem no interior do grupo sobre a anatomia do ovo de

uma galinha e a função de cada parte. O professor conduzirá a discussão levando os alunos a concluírem que a galinha que não cruzou com o galo não bota ovo galado (com embrião). Somente ovo galado produz o pintinho e que nutrido pela gema, o embrião (pintinho) se desenvolve, protegido pela casca, trocando ar com o ambiente através da casca porosa e fina. 5 – Registro: Cantar a música do Pintinho Amarelinho e pedir que eles desenhem no espaço ao lado o desenvolvimento do ovo até o pintinho.

O pintinho Amarelinho Meu pintinho amarelinho Cabe aqui na minha mão, na minha mão Quando quer comer bichinhos Com seu pezinho ele cisca o chão Ele bate as asas Ele faz piupiu E tem muito medo é do gavião

Atividade 5 – Mosquitinho da Dengue 1 – Apresentação do problema A professora levará para a sala de aula larvas e o mosquito Aedes aegypti e outros (que poderá conseguir com o setor de Vigilância Epidemiológica do município) e iniciará uma conversa com os alunos sobre a epidemia da Dengue que tem feito muitas vitimas em nosso pais. A partir de então, perguntará aos alunos: Todo mosquito transmite a Dengue? Objetivos: Conhecer o ciclo reprodutivo do mosquito e as medidas de prevenção contra a Dengue. Materiais: . Larvas do mosquito e mosquitos . Cartolina . Canetinha hidrocor . Tesoura . Fita adesiva . Lupa . Palito . Tinta guache preta e branca . Pincel . Papel A4

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2 – Levantamento de hipóteses Os alunos irão apresentar o que já sabem sobre o assunto. 3 - Experimentação Utilizando a lupa, os alunos observarão os mosquitos e descreverão as diferenças entre eles. 4 - Discussão Coletiva Após a observação dos mosquitos, cada grupo deverá apresentar aos outros grupos o que descobriram com a observação. O professor conduzirá a discussão levando os alunos conhecerem o mosquito e seu ciclo de vida, ressaltando a importância dos sintomas e formas de prevenção da doença. 5 – Registro Confeccionar o modelo de mosquito. Criação de um cartaz de orientação e prevenção contra a Dengue, utilizando as informações adquiridas na aula. O professor pode ainda ensinar músicas sobre a Dengue.

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Anexo 01: Texto de apoio ao professor

A Borboleta

A borboleta, invertebrado da classe dos lepidópteros, deve ter surgido a cerca de 70 milhões de anos atrás. É um bichinho que causa grande fascínio por sua capacidade de transformação. Depois de se reconhecerem pelas cores e formatos das asas, machos e fêmeas flertam, cruzam, e a fêmea deposita seus ovos em uma folha, deixando-os lá e indo borboletear em outros cantos por aí. Se as condições climáticas estiverem favoráveis, a larva (lagarta) vai sair do ovo. Senão, ela espera. E espera, espera, espera… Até conseguir nascer. Isso é uma coisa interessante para se aprender com os embriões de borboletas - a espera e a sensibilidade às condições do ambiente. Embrião apressado é lagarta morta.

E quando nasce, a lagarta nasce voraz. Devora a própria casca do ovo, e é capaz de comer uma planta com o triplo de seu tamanho em poucos minutos. Talvez porque a lagartinha, em sua sábia programação biológica, sabe que a maior responsabilidade de ser lagarta é a de extrair do ambiente o máximo que conseguir guardar em si mesma, para que consiga ficar forte depois. A vida da lagarta, que pode durar de meses até um ano, é andar por aí e se alimentar. Como acontece com todos os animais, ela está sujeita ao ataque de predadores. Por isso, ela guarda em si uma substância ácida e fedida que pode queimar, desagradar e afugentar os bichos que tentarem devorá-la. E não hesita em usá-la quando necessário. Espertinha, essa menina.

Durante essa fase, a lagarta troca de pele várias vezes. Imagina o que aconteceria se ela resistisse em abandonar a velha pele… Iria explodir apertada dentro de uma casca que já não lhe serve mais. É que as lagartas, como agente, crescem muito. E quando a gente cresce, deixa pra trás um pedaço de si mesma, para poder ganhar novas formas e cumprir o ciclo da vida. A lagarta, mais uma vez espertinha, não perde tempo quando está de casca nova. Começa a comer mais e mais, até crescer e ficar enorme, forte, gordinha e pronta pra virar borboleta.

O fato é que, na hora certa, nem antes nem depois, ela procura um lugar seguro, muito seguro para iniciar seu processo de reclusão. Nesse momento, ela perde todas as pernas, e fica incapacitada de andar. Troca de pele uma última vez, enquanto vai tecendo seus fios. Alguns lepidópteros se enterram, ou constroem uma espécie de casinha com gravetos e fios. E pronto: ela se fecha lá dentro, e vira uma pupa (ou crisálida, ou casulo).

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Oficina 03 – Plantas

Atividade 1: O que tem dentro da semente?

1- Apresentação do problema

Para iniciar a atividade, o professor deverá distribuir diferentes sementes e lançar a pergunta: O que tem dentro da semente?

Material: Lupas, lápis de cor ou giz de cera e sementes. As sementes escolhidas devem ser grandes, que abram facilmente em duas partes: ervilha, feijão, lentilha ou fava. 2- Levantamento de hipóteses

Pode-se propor aos alunos que desenhem e falem o que eles imaginam estar dentro da semente. É possível analisar e confrontar em conjunto algumas produções de alunos. 3 – Experimentação

Para confrontar a realidade com as hipóteses e responder ao questionamento, toma-se a decisão de abrir e observar o interior de uma semente. Num primeiro momento, é mais fácil propor que a classe inteira observe a mesma semente. A semente escolhida pode ser descascada pelo professor, para mostrar aos alunos qual a técnica a ser adotada, o que pode ser delicado por causa do tamanho da semente.

Os alunos descobrem e observam, por meio de uma lente de aumento, o interior de várias sementes, e descobrem e desenham os diferentes órgãos da semente: o broto (embrião) os elementos de reserva e invólucro que as protegem.

Após terem descascado as sementes, os alunos têm um momento para uma observação autônoma. Simultaneamente com suas observações, os alunos são convidados a fazer um desenho para confrontar seus conceitos iniciais com o que estão vendo. 4 – Discussão coletiva

O debate sobre as descobertas dos grupos deve ser orientado para a

produção de um desenho individual estruturado e legendado. Neste desenho, pode-se mencionar o broto com as suas duas folhas embrionárias brancas (que podem ser designadas pelos termos cotilédones ou primeiras folhas) e a “pele” ou invólucro (tegumento). Este desenho pode ser feito pelo professor no quadro. 5 – Registro Ao final as crianças devem produzir um texto relatando tudo que foi realizado e aprendido durante esta atividade.

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Atividade 2: De que a semente precisa para germinar?

1- Apresentação do problema

A noção de semente estando agora esclarecida, parece agora interessante questionar sobre as necessidades fisiológicas deste ser vivo, ou seja, sobre as condições ambientais necessárias ao seu desenvolvimento.

2- Levantamento de hipóteses

Em um primeiro momento, o professor pede a cada um para escrever o que pensa das necessidades da semente. Em um segundo momento, as idéias dos alunos são colocadas em conjunto, e são chamadas de “as idéias da classe”. Frases como as citadas a baixo os alunos costumam propor: “Pode ser que não se deve plantar fundo de mais? “Pode ser que precisa colocá-las na claridade? “Pode ser que não precisa de muita água?” “Pode ser que não pode ter frio?” Cada um anota as idéias da classe. Material:

• Sementes; • Garrafa pet transparentes; • Tesoura; • Terra.

3 – Experimentação

O questionamento inicial se é: “Se colocamos água, a semente brota ou não?” e “Se não colocamos água a semente brota ou não? Estas perguntas vão permitir aos alunos trabalharem sobre as condições de germinação das sementes.

Para material experimental é recomendável escolher dois ou três tipos de sementes. Isto permite perceber que as condições para a germinação são iguais para todas as sementes. Sementes como as de feijão, milho e ervilha podem ser qualificadas como sementes de referência e permitem otimizar o sucesso da experiência.

Em grupos pequenos, os alunos plantaram sementes em garrafas pet cortadas, em setores com água e em setores sem água e anotarão na plaqueta de identificação ou em fita adesiva o tipo de semente, a data, a hora e se há água ou não.

As crianças devem acompanhar o experimento durante dez dias e anotar e desenhar as observações a cada dois dias. Não podem esquecer de explicar e colocar legendas no desenho.

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Os alunos discutem os resultados obtidos nos seus experimentos e escrevem suas conclusões: para germinar, a semente precisa de água, sem água não germina.

Após alguns dias, pode-se constatar que nos setores onde há água, semente nenhuma germinou. Por outro lado, nos setores onde as sementes estavam em presença de água, os brotos pareceram. Cada aluno deve anotar os resultados dos experimentos de seu grupo assim como dos outros grupos da classe.

Observações

Experimento com água Experimento sem água

Data: Data:

Data: Data:

Data: Data:

Data: Data:

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Atividade 3: Por onde a água passa no interior das plantas? 1 – Apresentação do problema

Após a constatação da importância da água para a germinação da semente, essa experimentação tem como objetivo observar como a água é transportada no interior das plantas, reconhecendo a importância desse processo para o desenvolvimento dos vegetais. 2 – Levantamento de hipóteses Como a água pode entrar no interior das plantas? Somente a raiz é responsável pela captação de água? O professor nesse momento deve utilizar de um desenho simples de uma planta e traçar junto com os alunos um possível caminho por onde a água passa, além de ir anotando todas as hipóteses levantadas pelos alunos. 3 – Experimentação Material:

• 01 copo descartável (ou outro recipiente no qual poderá ser montado um “vaso”);

• Anilina de cores variadas; • Flores brancas “frescas” (rosas, crisântemo, beijo, margaridas, etc.)

Inicialmente, deve-se cortar

as hastes das flores transversalmente, de preferência dentro da água. Esse corte pode ser feito em um recipiente maior, antes de colocar as flores em seu local definitivo para a experimentação. Entretanto, essa fase da experimentação não deve se estender por muito tempo, devido a fisiologia do próprio vegetal.

Em seguida, adiciona-se anilina no recipiente com água até a obtenção de uma coloração viva e acondicionam-se as flores nesse recipiente.

Preferencialmente, utilizar hastes contendo uma ou duas flores e poucas folhas, para que a visualização seja mais rápida. Deixar por cerca de uma hora. 4- Discussão coletiva:

“Porque as pétalas mudaram de cor?“ “Porque a flor do meu colega mudou a cor mais rápida do que a minha?” podem ser alguns questionamentos levantados pelas crianças. A comparação da alteração das diferentes intensidades de cor entre as flores pode ser explicada pelas diferenças de atividade das plantas, ou seja, algumas plantas são mais “ativas” do que as outras. O corte na haste também interfere nesse resultado. Nesse ponto, deve-se relacionar o possível percurso da água no interior do vegetal levantado no inicio da experimentação com o resultado observado. Explicar que existem dentro das plantas os vasos condutores, que são responsáveis por conduzir a água e nutrientes obtidos pela raiz para todas as partes do vegetal (obs: esse trajeto dentro dos vasos condutores pode ser observado mais facilmente em

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caules mais finos e transparentes, como o da flor beijo) e assim possibilitar o crescimento do vegetal. 5- Registro O aluno deverá registrar as características das flores antes e depois de serem acondicionadas nos recipientes com a água já colorida. Esquematizar no caderno de aulas o percurso da água das raízes até as outras partes do vegetal, demonstrando a presença de vasos condutores dentro das estruturas.

Atividade 4: O que é o que é ? 1 – Apresentação do problema O que é raiz? O que é caule? O que é folha? O que é flor? O que é fruto? O que é semente? Objetivo: Identificar as várias partes das plantas. Material: Pedir para as crianças trazerem de casa hortaliças, legumes, frutas. Sair com a turma e buscar partes de plantas nas proximidades da escola. A professora poderá também levar algumas partes que causam dúvidas. 2 - Levantamento de hipóteses Os grupos devem separar tudo que têm, deixando juntos os frutos, as raízes, as folhas, as flores, etc. Devem também registrar como classificam cada objeto. 3 - Experimentação e discussão O professor promove a discussão entre os grupos e corrige alguma classificação errada. 4 – Registro Ao final da atividade, as crianças relatam o que fizeram, o que aprenderam

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Atividade 5: Podemos reproduzir um ecossistema? 1 – Apresentação do problema

Nesta parte é proposta a construção de um ecossistema artificial auto-sustentável. Ou seja, após a sua construção, não há mais a necessidade de se fazer qualquer tipo de intervenção. O problema é como reproduzir um ecossistema para o nosso estudo. Material:

• Uma garrafa PET transparente (pode ser um vidro de conservas); • Tesoura • Fita adesiva • 01 lata com pedrinhas; • 01 lata com terra e outra com areia; (a quantidade de terra e areia será

de acordo com a capacidade do recipiente); • Plantas; em princípio, qualquer planta pode ser utilizada, dando-se

preferência, no entanto para plantas com necessidades menores de luz direta. Também, escolher plantas de porte diminuto.

Obs.: Após ligeira discussão coordenada pelo professor, cada aluno do grupo deverá ser responsabilizado para trazer para a sala de aula uma planta e alguns pequenos bichinhos, como por exemplo: tatuzinhos, minhocas, caracóis, etc. Deverá ser registrado o nome do aluno e, o nome e o desenho da planta e dos bichinhos escolhidos por cada um.

2 – Levantamento de hipóteses “Posso plantar o que eu quiser?” “Vou ter que regar meu terrário?” são algumas possíveis indagações dos alunos durante esse momento. Nesse caso, cabe ao professor orientar quanto à escolha das plantas e dos animais, ressaltando que trata-se de um ecossistema em miniatura e que seus componentes deverão ser de tamanhos correspondentes.

3 – Experimentação

Parte I: Construindo um ecossistema Modo de fazer

• Lave bem o recipiente que você irá utilizar para evitar fungos e outros microorganismos indesejáveis; preferencialmente, utilize detergente (biodegradável) e deixe secar ao sol;

• De acordo com o recipiente que você irá utilizar, prepare uma quantidade de terra de tal forma que o volume da mesma, ocupe aproximadamente ¼ do recipiente. Peneire a terra e deixe secar, de acordo com a umidade que a mesma estiver apresentando. O ideal é que a terra esteja seca.

• Lave também as pedras e a areia. • Prepare o vidro da seguinte forma: Coloque inicialmente uma camada de

pedras, com aproximadamente 2 (dois) cm de altura. Em seguida, cubra

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as pedras com uma camada de areia da mesma espessura. Coloque então, 3 (três) cm da terra peneirada.

Parte II: Plantando

• Uma vez feita esta preparação, com o auxílio da pinça de bambu, fixar as plantas neste substrato preparado. Aqui, não existem muitas regras em relação ao arranjo das plantas dentro da garrafa. É importante apenas, não se esquecer que as plantas irão crescer e se desenvolver, embora lentamente, dentro da garrafa.

• Após o arranjo das plantas, colocar mais uma camada de terra de aproximadamente 5 (cinco) cm e compactar levemente, para que as plantas fiquem firmes no lugar.

• Regar as plantas de tal forma a não encharcar o interior da garrafa. Após regar, com o auxílio da pinça, utilizar um pedaço de pano ou algodão para limpar o interior do vidro.

• Após todo este procedimento fechar o vidro. Você terá então, feito o seu próprio ecossistema.

Observação: Nos primeiros dias, o interior da garrafa pode ficar embaçado, devido a respiração excessiva de todos os componentes vivos. Caso este embaçamento dure por muitos dias, abra a garrafa, deixe perder umidade colocando no sol e volte a fechá-la. Durante a semana os grupos estarão observando diariamente o seu ecossistema e estarão anotando suas observações em uma ficha.

4- Discussão coletiva: Ao longo dos dias as crianças relatam o que está acontecendo com seu

ecossistema. Com ajuda do professor, discutem e tentam compreender as mudanças que vão ocorrendo. 5- Registro O professor deverá negociar com o grupo o modelo da ficha que os alunos preencherão diariamente para registrar o andamento do ecossistema. A figura apresenta um modelo de ficha.

FICHA DE OBSERVAÇÃO DO TERRÁRIO DIA

(intervalo de uma semana)

ÁGUA ANIMAIS (invertebrados)

PLANTAS TERRÁRIO (conjunto)

Data da 1ª observação ________

Terra bastante úmida

Todos vivos Aparecimento de um broto

Aparência boa

Data da 2ª observação __________

Data da 3ª observação __________

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Oficina 4: Corpo Humano Nesta oficina serão trabalhadas duas atividades sobre alimentação, uma sobre as articulações e outra sobre a quantidade de ar que respiramos. Atividade 1: Para onde vão os alimentos que comemos? 1) Apresentação do problema: O professor verifica quais são os pontos de vista do aluno sobre a questão da alimentação. Alguns exemplos de perguntas pertinentes: - O que você prefere comer? - De que você não gosta, mas deve comer e por que? - O que acontece quando não se come? O desafio a ser colocado após esta sondagem é: como o nosso corpo se apropria dos alimentos? Qual é o caminho percorrido pelo pão e pela água? Objetivos: Levar o aluno a conhecer o caminho percorrido pelos alimentos Fazer perceber que o trato digestório é um tubo muito longo e cheio de curvas. Materiais: -Um boneco plástico cortado ao meio servirá para dois grupos de alunos. - Massinha - Uma figura ou modelo anatômico mostrando o sistema digestório.

2) Levantamento de hipóteses: As crianças, em grupo, deverão explicar suas idéias sobre esse trajeto, a partir da construção de um esquema com massinha de modelar dentro de um boneco de plástico.

Algumas explicações que possivelmente serão verbalizadas pelos alunos:

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• Há um caminho percorrido pelo liquido e outro caminho percorrido

pelos sólidos • Existe uma entrada, um tubo e duas saídas • Há uma ou duas entradas mas não tem saída.

3) Experimentação O professor mostra uma figura ou modelo anatômico mostrando o sistema digestório e explica a trajetória dos alimentos. Os alunos podem copiar através de um desenho ou com massinha no boneco, identificando com nome os vários órgãos do sistema digestório. 4) Discussão coletiva A hipótese segundo a qual os líquidos e sólidos seguem dois trajetos diferentes é descartada. Uma discussão com a turma toda serve para ver o que aprenderam e esclarecer dúvidas. 5) Registro: A produção do texto deve contemplar um relato do que foi feito e do que aprenderam. Atividade 2: O que acontece quando engolimos um alimento? 1 - Apresentação do problema Podemos respirar e engolir ao mesmo tempo? Como os alimentos são movidos da boca até o fim do intestino? Como o alimento será guiado para o esôfago e não para a traquéia? O que acontece quando se engasga? Objetivo Simular os movimentos que ocorrem quando engolimos Materiais

• Papel • Lápis de cor • Tesoura • Cola • Meia-calça e bolas plásticas pequenas (ou bolas de pingue-

pongue).

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2 - Levantamento de hipóteses Os alimentos não descem por gravidade A língua empurra os alimentos 3a – Experimentação 1 Usando uma técnica de animação de desenhos, podemos compreender o que acontece quando engolimos um alimento. Para isso, primeiro copie os desenhos abaixo e recorte os retângulos. A B

Agora cole a parte superior da figura da esquerda (A) sobre a parte superior da figura da direita (B) e espere secar. Pronto! Já pode observar como ocorrem os movimentos quando o alimento é engolido. Com uma das mãos segure a parte superior e, com a outra mão, segure um lápis, o qual já foi enrolado no papel que está em cima. Movimente o lápis várias vezes para cima e para baixo. 3b - Experimentação 2: Simulando os movimentos peristálticos Dentro de uma meia de náilon, que funcionará como um conduite, colocaremos algumas bolas de pingue-pongue. Os alunos deverão passá-las de um lado a outro da meia. Como passar as bolas de pingue-pongue (ou de isopor) de um lado a outro da meia de náilon?

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4 – Discussão coletiva Na discussão da experiência 1 pode-se questionar porque não podemos engolir e respirar ao mesmo tempo. O que acontece quando a gente engasga? Ao manipularem as bolas de pingue-pongue, os alunos vão simular o principio da peristáltica, que são ondas de contrações ao longo do intestino. Isto explica porque o sistema digestório funciona mesmo se estivermos de cabeça para baixo. 5 – Registro Ao final, os alunos devem relatar o que fizeram e o que aprenderam com estas atividades. Atividade 3: Articulações. 1 - Apresentação do problema Como podemos nos movimentar? Iniciamos com a observação do caminhar de alguma criança. Em seguida podemos fixar duas varinhas, uma em cada perna, as quais não permitirão que ela dobre os joelhos. Comparamos a diferença entre a primeira e a segunda caminhada.

Porque você consegue dobrar seu antebraço para frente, mas não faz o mesmo movimento dobrando o antebraço para trás? Objetivo Reconhecimento do corpo: as crianças devem descobrir como os ossos, as articulações e os músculos participam dos movimentos de flexão e extensão. Deverão perceber que os tendões existem e prendem os músculos nos ossos. Materiais

• Um pedaço de papelão grosso • Lápis • Tesoura • Tachinha ou percevejo • Dois pedaços de barbante ou elástico de 50 cm de comprimento

2 - Levantamento de hipóteses As crianças podem dizer que não dava para dobrar os joelhos. Devem ser provocadas a falar sobre a importância das articulações, sobre como funcionam.

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3a – Experimentação 1 Construindo um modelo de braço • No papelão grosso faça o contorno do braço separado, recorte e faça

dois buraquinhos de acordo com o desenho • Agora desenhe o antebraço e a mão juntos, recorte e faça também dois

furinhos de acordo com o desenho. Coloque • Amarre uma das pontas de cada pedaço do barbante nos furinhos do

antebraço. Depois passe as duas outras pontas pelo orifício do braço.

3b - Experimentação 2 Observando uma articulação: pé de galinha Consiga um pé de galinha cru e peça a um adulto que retire a pele ao redor dos tendões de modo que você possa vê-los. Usando um alicate ou pinça, puxe o tendão para ver o que acontece. 4 – Discussão coletiva Deve-se comparar o que foi observado no esquema do braço e no pé de galinha com o que acontece no nosso corpo. As crianças provavelmente perceberão que a maioria de seus músculos funcionam em conjunto. 5 – Registro Ao final das atividades é muito importante a produção de textos.

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Atividade 4: Quanto de ar eu respiro ? 1 - Apresentação do problema Quanto de ar cabe dentro do meu pulmão? Soprar bem forte para ver se você vai morrer. Porque continuamos vivos quando sopramos todo o ar? Objetivo Verificar quanto de ar cabe dentro do pulmão. Realizar medida de volume. Materiais

• Um balde • Uma garrafa pet 2 litros sem tampa • Um pedaço de mangueira (mais de um metro). • Um medidor de volume.

2 - Levantamento de hipóteses Nesta etapa as crianças são desafiadas a medir o quanto de ar conseguem soprar de uma só vez. Como fazer esta medida? Alguém pode sugerir encher um balão, ou um saco com ar, mas depois como medir este volume? Utilizando o material, o professor sugere o procedimento a ser adotado, podendo inclusive fazer uma demonstração. 3 – Experimentação

Encha o balde e a garrafa pet com água. Coloque a garrafa com a boca para baixo dentro do balde. A seguir você vai enfiar a mangueira bem dentro da boca da garrafa. Agora encha os pulmões e sopre de uma vez, bem forte. Verifique que o ar sobe, expulsando água de dentro da garrafa. Faça uma marca, depois retire a garrafa e encha de água até a marca. Use o medidor de volume para verificar o volume de ar que cada um soprou. 4 – Discussão coletiva Pode-se discutir quem tem maior capacidade pulmonar. As crianças deverão perceber que mesmo soprando forte ainda fica um ar residual nos pulmões, que nos mantém respirando. 5 – Registro Ao final os alunos registram o que fizeram e o que aprenderam.

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Oficina 5 – Solos

1. Considerações Programáticas Sólido como uma rocha! Quem já não ouviu esta frase algum dia,

normalmente referindo-se a algo imutável, definitivo? Exceto por algum fator como desmoronamentos ou interferências externas, parece que as rochas sempre estiveram onde estão no momento em que a conhecemos.

Com os solos a impressão não é diferente. Por ser algo que, no tempo de uma vida humana não sofre naturalmente transformações perceptíveis a olho nu, construímos a falsa idéia de que se trata de um elemento estático, definitivo, o que não é verdade.

Um dos riscos importantes desta interpretação errônea, tanto para rochas como para solos e outros materiais naturais, e que justifica, entre outros argumentos, a relevância da discussão deste tema com as crianças, é a percepção associada à idéia da imutabilidade, de que podemos tudo contra o solo, sem que venha dele uma resposta às ações humanas. Queimadas, agrotóxicos em geral, desmatamentos, monoculturas, são todos fatores que contribuem amplamente para alterar aquilo que um solo realmente é e pode ou não vir a ser no futuro. Agressões consecutivas podem transformar terras anteriormente descritas como férteis em, um deserto.

A parte de uma visão tão apocalíptica do futuro, o objetivo desta oficina construída sobre a perspectiva metodológica utilizada no projeto Mão na Massa é, principalmente, motivar as crianças a observarem o solo, construindo com eles a idéia de que se trata de um elemento da natureza produzido em milhões de anos por reações químicas e físicas sempre vindas das rochas que fornecem a “matéria prima”, do clima e do relevo que interferem e possibilitam reações dos componentes orgânicos, fundamentais para torná-lo rico e fértil. Observar os tipos de solos existentes, suas diferenças e semelhanças experimentando possibilidades de interferência através de atividades já conhecidas ou inéditas, desenvolvidas ou reunidas por iniciativa da equipe do projeto.

Proposta do Programa:

Esta oficina tem como objetivo principal, sensibilizar as crianças, chamando sua atenção para a presença de diferentes tipos de paisagens e seus elementos. Em seguida, as atividades sugeridas entrarão mais especificamente em um deles, os solos. Mas é preciso não perder de vista, em nenhum momento, o fato de que não existe sentido em se abordar as questões relativas a ele simplesmente, já que está localizado em uma paisagem. Fazemos o recorte desejado para estudar e depois voltamos à paisagem, analisando alguns fatos com base na informação obtida ao longo das pesquisas, discussões e atividades do módulo.

Assim, a seqüência compõe-se de atividades que buscam exercitar a confecção de boas perguntas e suas respostas através da observação de fatos e imagens que poderiam passar despercebidos.

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Objetivo do conhecimento Atividades do módulo

- Identificar as diferentes paisagens existentes; - Perceber os elementos que as compõem, como árvore, rio, mar, lago, casa, nuvem, pássaros, etc., e neles a hidrografia, o clima, o relevo e a vegetação. Categorizar semelhanças e diferenças a partir dos elementos componentes das paisagens; - Discutir as mudanças que uma paisagem pode sofrer; - Apresentar o ser humano como agente transformador e agente transformado das mudanças que sofrem as paisagens; - Investigar mudanças da paisagem local; e - Perceber o solo como elemento componente das paisagens.

– Observar o ambiente à sua volta; - Coletar materiais através de passeios, visitas e de excursões; - Promover discussões em sala de aula; e - Realizar experiências, pesquisas e exposições.

Atividade 01: Descobrindo paisagens 1 – Apresentação do problema O professor pode iniciar o assunto perguntando: o que é uma paisagem? Existem paisagens urbanas? Rurais? O tudo é a mesma coisa? O que é diferente? O que é igual? O que é semelhante? Forneça exemplos de objetos da sala que sejam: iguais, diferentes e semelhantes. Nas paisagens existem partes semelhantes e diferentes?

Terra e solo são a mesma coisa? E, pedra e rocha?

Objetivos: • Valorizar cada um dos componentes da paisagem que nos rodeia; • Desenvolver atitudes críticas, responsáveis e construtivas para

preservação das paisagens, e; • Despertar nos alunos a noção de paisagem, incentivando-os a adotar

posturas na escola, em casa e na comunidade que os levem a interações construtivas, justas e ambientalmente sustentáveis.

Material: • Revistas para recortar • 01 Tesoura • 01 Cola • Papel craft

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2 – Levantamento de hipóteses Como você vê as paisagens?

3 – Experimentação O professor distribui revistas entre os grupos e pede que escolham e recortem cinco ou seis figuras de paisagens descrevendo cada uma delas. Como é? De onde acho que é esta paisagem? Que elementos ela contém? (carros, prédios, ruas, plantações, mar, praia, etc.). Todas as imagens selecionadas devem ser coladas em um painel coletivo (que pode ser apenas um pedaço de papel craft facilmente encontrados nas escolas) e numeradas em seqüência, ou seja, não devem haver figuras com uma mesma numeração para que não haja confusões no momento posterior, quando as crianças deverão referir-se a elas. 4 – Discussão Coletiva: O relator de cada grupo vem à frente e apresenta aos demais as paisagens escolhidas pela equipe e que elementos ela contém. Isso se repete para cada grupo. Esse é outro momento onde o professor pode discutir, junto com as crianças, o papel do ser humano e do tempo como fatores que modificam as paisagens. O objetivo da introdução desta conversa é, além de insistir em uma visão mais ampla quanto ao que vem a ser paisagem, também reforçar que, por menor que pareça, trata-se de um ambiente em modificação constante. 5- Registro É importante frisar, mais uma vez, que tanto nesta quanto em qualquer outra atividade, espera-se que as crianças façam anotações em seu registro pessoal em todos os momentos da aula. É isso que permitirá a construção de um registro do momento final.

DESVENDAR PAISAGENS (Texto de apoio ao professor) Como você vê as paisagens? Normalmente as pessoas descrevem aquelas que acham mais bonitas. Costumeiramente chamam de paisagem as belezas naturais. Mas paisagem não é só isso. Ampliando este conceito, paisagem é um pouco diferente da noção que normalmente temos. E o que é a paisagem neste sentido? Bem... isso é o que vamos descobrir! Já aconteceu de você de repente repara alguma coisa em seu bairro, em sua cidade, que já estava lá há algum tempo e você nunca tinha percebido e depois disso passou a notá-la freqüentemente? Em geral só vemos coisas para as quais estamos alerta. Só damos atenção as coisas pelas quais demonstramos algum interesse. Como seres humanos, somos capazes de perceber as coisa de diversas formas. As primeiras sensações de descoberta que possuímos são dadas pelo tato e pelo paladar; por isso os bebês querem pegar e morder tudo. A visão também é uma importante fonte de descoberta – as crianças adoram as coisas coloridas. Na verdade, todos os cinco sentidos – visão, olfato, tato, paladar e audição – constituem fontes permanentes de descobertas para todos nós. Por isso é importante aguçar os sentidos nas pessoas, buscando ampliar a sua capacidade de descobrir, de DESVENDAR. A palavra desvendar significa, entre outras coisas, “tirar a venda dos olhos”; logo quando desvendamos alguém, essa pessoa volta a enxergar. Assim, o desvendamento se dá no sentido de ampliar a capacidade das pessoas de observar e compreender o que está sendo observado. Para desvendar alguma coisa, não basta olha-la despretensiosamente, sem procurar nada, como costumamos fazer. É necessário olhar com atenção, com curiosidade, com vontade de descobrir, com olhos críticos, procurando o que é mais importante, e também os

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detalhes. É necessário, na verdade, OBSERVAR. E cada pessoa tem seu jeito subjetivo de realizar essa observação, de perceber essa paisagem, pis cada uma traz consigo a sua história, sus costumes, seus valores. Com o passar do tempo, depois que já tomamos contato com as coisas, que já as conhecemos, ou nos familiarizamos com elas, muitas vezes não lhes prestamos mais atenção. Em nosso vai e vem diário: de casa para a escola, para casa de amigos ou de parentes, sempre vemos a paisagem do lugar onde vivemos. De tanto olhar essa paisagem, ela fica tão conhecida, tão familiar que muitas vezes não a observamos mais. Uma paisagem pode ser descrita por meio de várias linguagens. Além disso, uma mesma paisagem pode ser descrita de várias formas por observadores distintos, até quando utilizam a mesma linguagem. Isso acontece porque as pessoas são muito diferentes entre si, têm percepções, sentimentos habilidades, formações e interesses diversos, e assim cada uma tem seu jeito próprio de ver o mundo. Na verdade, não há apenas uma descrição correta de paisagem, mas tantas quantas forem seus observadores. Para cada olhar existe uma interpretação, e por isso, se faz necessário que saibamos reconhecer as diferentes visões de mundo, pois ao contrário do que muitos pensam, a diversidade de abordagens não é um mal, mas uma demonstração da nossa rica diversidade e de como somos capazes de criar e transformar. Texto adaptado e ampliado de: Sene, E. e Moreira, J. C., 2002. A geografia no dia-a dia: 5ª série (Coleção Trilhas da Geografia). Scipione, São Paulo, 200p.

Atividade 02 – Tipos de Solos

1 – Apresentação do problema

E ai pessoal! Vocês sabem que os principais elementos para a vida do ser humano são: terra, ar, água e fogo. Vocês conhecem outros elementos mais importante que os indicados?

Então terra é sinônimo de solo? O que é solo? Conhecem solos diferentes? Vermelhos, já viram? E Pretos? Areia é solo? Pedra é solo?

Quais as principais utilidades do solo? Para produzir alimentos? Para fornecer minérios? O solo aumenta o diminui com o tempo? Ele se transforma e se consome? Objetivos:

• Perceber o solo como um componente importante da paisagem; • Conhecer a origem do solo e seus componentes; • Perceber os diferentes tipos de solo; • Refletir sobre a relação de interdependência entre os seres vivos

(animais e vegetais) e os minerais. Material:

• Amostras de rochas; • Amostras de solos; • Água; • Lupas; • Tabela para anotação das observações (sugestão abaixo).

2 – Levantamento de hipóteses Que diferenças podemos perceber nas amostras de solos disponíveis?

3 – Experimentação

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Para esta atividade é importante que o professor tenha amostras de diferentes tipos de solos. Não é necessária uma variedade grande. Mas, para que a atividade seja produtiva, é fundamental ter solos arenosos, argilosos, com presença de matéria orgânica, por exemplo

Sugerimos que os professores façam com seus alunos uma coleção de rochas, para montarem seu laboratório. Observar as características das rochas auxilia a compreensão dos alunos sobre as diferenças dos solos.

Organize os alunos em grupos para que possam observar, molhar e tocar as amostras de solo percebendo melhor: sua cor, cheiro, textura, absorção ou retenção de água, presença de matéria orgânica, se possui brilho ou não... Dessa forma poderão diferenciar os tipos de solo e classificá-los.

Suas observações poderão ser registradas numa tabela como a que sugerimos:

Tipo de solo

Cor Textura Possui de matéria

orgânica?

Tem brilho? Dá forma quando úmido?

1

2

3

4

Oriente os alunos a compararem as amostras de solos e estimule-os observarem com a lupa, a cheirá-lo, a fazer bolinhas e cobrinhas com o solo molhado... Assim ficará mais fácil perceber suas diferenças e semelhanças. Não deixe de questioná-los sempre que possível, fazendo perguntas como: Por que com determinados tipos de solo conseguimos fazer bolinhas e com outros não? Por que possuem cores diferentes? Alguns têm brilho e outros não, por quê? 4 – Discussão Coletiva: Após o registro das observações, cada grupo deverá compartilhar com a turma suas conclusões. Neste momento a condução do professor será fundamental para sistematizar as conclusões dos alunos e fazer o registro coletivo de suas descobertas. Os alunos precisam perceber que o solo possui diversos componentes que variam de um lugar para outro, por isso apresenta cores e texturas diferentes. Além disso, sua formação se dá por um processo muito demorado, imperceptível aos nossos olhos.

Outro aspecto importante a ser ressaltado com os alunos é a ação do homem no solo. O desmatamento, as queimadas, a utilização indevida de produtos químicos na lavouras, o lixo, dentre outros, comprometem a qualidade do solo e, consequentemente, a nossa qualidade de vida.

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5- Registro No momento da discussão coletiva, o professor deverá registrar as conclusões dos alunos, organizando as idéias na lousa e complementando-as. Cada aluno deverá, então, copiar tais conclusões no caderno.

O CICLO DAS ROCHAS (Texto de apoio ao professor) As rochas terrestres não constituem massas estáticas. Elas fazem parte de um planeta

cheio de dinâmica (variações de temperatura e pressão, abalos sísmicos e movimentos tectônicos). Da mesma forma, as atividades de intemperismo causam constantes alterações sobre as rochas.

As rochas ígneas superficiais da Terra (A) sofrem constante intemperismo, e lentamente reduzem-se em fragmentos (B), incluindo tanto os detritos sólidos da rocha original como os novos minerais formados durante o intemperismo. Os agentes de transporte redistribuem o material fragmentado sobre a superfície, depositando-o como sedimentos, que se transformam em rochas sedimentares (C). Estas, por aumento de pressão e temperatura geram as rochas metamórficas (D). Aumentando a pressão e a temperatura até determinado ponto, ocorrerá fusão parcial e novamente a possibilidade de formação de uma nova rocha ígnea (E), dando-se início a um novo ciclo.

Baseando-se em critérios genéticos, ou seja, como é seu modo de formação na natureza, a maioria das rochas podem ser classificadas em 3 grandes grupos: 1. Rochas Magmáticas, Eruptivas ou Ígneas - São aquelas resultantes da consolidação do magma (material ígneo que está no interior do globo terrestre). Quando a consolidação do magma ocorre em subsuperfície formam-se rochas plutônicas. Ex.: Granito. Quando ocorre em superfície (lava vulcânica) formam-se rochas magmáticas extrusivas. Ex.: Basalto.

2. Rochas Sedimentares - Resultam da deposição de detritos de outras rochas (magmáticas ou metamórficas), ou do acúmulo de detritos orgânicos ou ainda, da precipitação química. Ex.: Arenito, Calcário, etc.

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3. Rochas Metamórficas - Resultam da transformação de outras rochas preexistentes, agora, sob novas condições de temperatura e pressão. Ex.: Mármore, Gnaisse, etc.

O QUE É SOLO? (Texto de apoio ao professor)

O que é solo? Como ele é formado? Certamente os alunos darão as respostas mais variadas e responderão às perguntas feitas pelo professor, mas muitos elementos deverão ser introduzidos a partir do conhecimento do grupo.

Será necessário ressaltar que o solo, também chamado terra, tem grande importância na vida de todos os seres vivos do nosso planeta, assim como o ar, a água, o fogo e o vento. É do solo que retiramos parte dos nossos alimentos e que sobre ele, na maioria das vezes, construímos as nossas casas.

O solo é formado a partir da rocha (material duro que também conhecemos como pedra), através da participação dos elementos do clima (chuva, gelo, vento e temperatura), que com o tempo e a ajuda dos organismos vivos (fungos, liquens e outros) vão transformando as rochas, diminuindo o seu tamanho, até transformá-la em um material mais ou menos solto e macio, também chamado de parte mineral.

Mas, como os seres vivos ajudam na formação dos solos? Logo que a rocha é alterada e é formado o material mais ou menos solto e macio, os seres vivos (animais e vegetais) como insetos, minhocas, plantas e muitos outros, assim como o próprio homem, passam a ajudar no desenvolvimento do solo.

Eles atuam misturando a matéria orgânica (restos de vegetais e de animais mortos) com o material solto e macio em que se transformou a rocha. Esta mistura faz com que o material que veio do desgaste das rochas forneça alimentos a todas as plantas que vivem no nosso planeta.

Além disso, os seres vivos quando morrem também vão sendo misturados com o material macio e solto, formando o verdadeiro solo.

Deste modo o solo é representado pela seguinte expressão:

Material de Origem – rocha, restos vegetais e animais... Clima – chuva, temperatura (sol), vento... Tempo – centenas de anos, milhares de anos... Relevo – montanhoso, plano, ondulado. Organismos – insetos, bactérias, mamíferos, plantas...

O solo ou terra como também é chamado, é composto de quatro partes: ar, água, matéria orgânica (restos de pequenos animais e plantas) e parte mineral que veio da alteração das rochas, ou seja, a areia da praia, o barro que gruda no sapato e o limo que faz as crianças escorregarem.

Estes quatro componentes do solo se encontram misturados uns aos outros. A matéria orgânica está misturada com a parte mineral e com a água.

A FORMAÇÃO DO SOLO (Texto de apoio ao professor) O solo é o resultado de algumas mudanças que ocorrem nas rochas. Estas mudanças

são bem lentas, sendo que as condições climáticas e a presença de seres vivos são os principais responsáveis pelas transformações que ocorrem na rocha até a formação do solo. Para entendermos melhor este processo, acompanhe atentamente a seqüência abaixo: 1- Rocha matriz exposta. 2- Chuva, vento e sol desgastam a rocha formando fendas e buracos. Com o tempo a rocha vai esfarelando-se. 3- Microrganismos como bactérias e algas se depositam nestes espaços, ajudando a decompor a rocha através das substâncias produzidas. 4- Ocorre acúmulo de água e restos dos microrganismos. 5- Organismos um pouco maiores como fungos e musgos, começam a se desenvolver.

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6- O solo vai ficando mais espesso e outros vegetais vão surgindo, além de pequenos animais. 7- Vegetais maiores colonizam o ambiente, protegidos pela sombra de outros. 8- O processo continua até atingir o equilíbrio, determinando a paisagem de um local. Todo este processo leva muito tempo para ocorrer. Calcula-se que cada centímetro do solo se forma num intervalo de tempo de 100 a 400 anos! Os solos usados na agricultura demoram entre 3000 a 12000 anos para tornarem-se produtivos.

Processo de formação de solos

Chama-se de perfil do solo a seção vertical que, partindo da superfície, aprofunda-se até onde chega a ação do intemperismo, mostrando, na maioria das vezes, uma série de camadas dispostas horizontalmente (horizontes).

A natureza e o número de horizontes variam de acordo com os diferentes tipos de solo. Os solos geralmente não possuem todos esses horizontes bem caracterizados, entretanto, pelo menos possuem parte deles. Solos mais argilosos são derivados de rochas com grande quantidade de minerais feldspáticos enquanto solos arenosos provêm de quartzitos ou rochas sedimentares como arenitos.

HORIZONTES DO SOLO

Horizonte O: camada orgânica superficial. É constituído por detritos vegetais e substâncias húmicas acumuladas na superfície, ou seja, em ambientes onde a água não se acumula (ocorre drenagem). É bem visível em áreas de floresta e distingui-se pela coloração escura e pelo conteúdo em matéria orgânica (cerca 20%). Horizonte A: camada mineral superficial adjacente à camada O ou H. É o horizonte onde ocorre grande atividade biológica o que lhe confere coloração escurecida pela presença de matéria orgânica. Existem diferentes tipos de horizontes A, dependendo de seus ambientes de formação. Esta camada apresenta maior quantidade de matéria orgânica que os horizontes subjacentes B e C. Horizonte B: camada mineral situada mais abaixo do horizonte A. Apresenta menor quantidade de matéria orgânica, e acúmulo de compostos de ferro e argilo minerais. Ocorre concentração de minerais resistentes, como quartzo em pequenas partículas (areia e silte). Éo horizonte de máximo acúmulo, com bom desenvolvimento estrutural. Horizonte C: camada mineral de material inconsolidado, ou seja, por ser relativamente pouco afetado por processos pedogenéticos, o solo pode ou não ter se formado, apresentando-se sem ou com pouca expressão de propriedades identificadoras de qualquer outro horizonte principal.

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Horizonte R: camada mineral de material consolidado, que constitui substrato rochoso contínuo ou praticamente contínuo, a não ser pelas poucas e estreitas fendas que pode apresentar (rocha).

A presença dos vários tipos de horizontes mencionados está subordinada às condições que regulam a formação e evolução do solo. Como as condições variam de acordo com as circunstâncias do ambientes (material de origem, vegetação, clima, relevo, tempo) o tipo e número de horizontes de um perfil de solo são diferentes. situadas em determinado relevo e sujeitas à ação do clima e dos organismos vivos. Abaixo, estão listadas as substâncias sólidas, líquidas e gasosas que compõem o solo.

Fonte: http://educar.sc.usp.br/ciencias/recursos/solo.html

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Atividade 03 – Pintura com Solo

1 – Apresentação do problema Desta vez a investigação é sobre um dos usos que o solo pode ter e que

vem sendo explorado há muitos anos, a pintura. Normalmente pensamos que para fazer arte são necessários materiais

caros, mas não é bem assim. Atualmente, a idéia é usar a criatividade e aproveitar os recursos que dispomos. Podemos fazer arte utilizando basicamente os elementos da natureza como, por exemplo: sementes, flores, pedras, folhas e... solo.

Utilizar estes elementos traz uma série de benefícios ao meio ambiente, como a redução do consumo de produtos industrializados, além de despertar a consciência ecológica nos alunos.

Além de divertida, esta atividade vai permitir as crianças perceberem as diferentes tonalidades que apresentam as amostras de solo de que dispõem.

Em nosso caso, vamos usar tintas de solo e não apenas para pintar como também para estudar. Através destas tintas, vai ficar mais fácil perceber como os solos que, aparentemente têm cores muito parecidas, revelam-se bem diferentes em contato com a água e o papel.

Conseguir as tintas de solo é bastante fácil! Você precisa apenas montar seu estoque de cores, que com o tempo, pode ter uma grande variedade. Coloque uma colher bem cheia de cada uma das amostras de solo peneirado em potes depois acrescente a mesma quantidade de água, um pouco de cola branca e misture bem. A quantidade de água pode variar de acordo com o tipo de solo e a tonalidade da tinta que deseja. Objetivos:

• Fazer pinturas usando as todas as cores que se podem compor com os tons naturais do solo, coletados pelos alunos;

• Mostrar as outras possibilidades de conseguir cor a partir de materiais naturais, como os índios que usam plantas e sementes;

• Observar as características e comparar as tonalidades de tintas de solo feitas pelos alunos.

Material: • Cola branca; • Papel craft; • Amostras de solo; • 01 Peneira média; • Potes para confecção das tintas; • Pincéis; • Lupa (opcional);

2– Levantamento de hipóteses O professor pode começar conversando com as crianças sobre as

pinturas e algumas formas de se conseguir a tinta. Quem saberia dizer como as tribos indígenas da floresta podem fazer suas pinturas no corpo e em

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vestimentas se eles não tinham tinta? De que forma poderiamos produzir tintas usando os elementos da natureza, como o solo? 3 – Experimentação

Agora chegou a hora de ver a cor de cada amostra e os alunos podem fazer isso criando belos desenhos. Use o pincel para pintar. As pinturas podem ser feitas em pequenos grupos.

A observação da superfície pintada é outra atividade interessante. Na pintura pode-se perceber a presença de pequenos fragmentos não dissolvidos na água. Eis aí uma informação a ser discutida. Por que estes fragmentos não dissolveram? Todas as tintas preparadas possuem a mesma quantidade de fragmentos não dissolvidos? Por quê? 4 – Discussão Coletiva: Feito isso, peça que as crianças apresentem aos demais as tintas conseguidas com suas amostras. É interessante perceber quantos tons podem surgir além de cores como o vermelho, amarelo ou preto. O professor deve também ajudar os grupos a reparar na quantidade e variedade de pequenos fragmentos que aparecem na página pintada com cada amostra. Peça que retirem e observem. Podem inclusive usar a lupa. Provavelmente são restos de matéria orgânica ou de minerais e constituem mais uma informação sobre a amostra: a quantidade de pequenas partículas que não se desmancham com a água. 5- Registro

Além de registrar toda atividade, principalmente como cada informação nova sobre a amostra foi obtida, o professor pode sugerir que as crianças montem um painel com uma tabela de cores e suas principais características.

Agora que já tem a tinta os alunos podem soltar a imaginação e criar desenhos incríveis com os tons da natureza.

Listagem dos materiais necessários nas oficinas de Solos:

• Amostras de solo (argilosos, arenosos, siltosos, com matéria orgânica... Enfim solos de diferentes cores e características);

• 20 garrafas PET transparente para as amostras de solo e as tintas • Amostras de rochas (opcional) • Potes ou caixas para as amostras de solo (para os 5 grupos) • 5 potes para água (com ponta fina) • 20 revistas para recortar • 5 caixas de giz de cera

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• 30 folhas ofício • 7 folhas de papel craft • 5 tubinhos de cola • 1 tubo de cola grande (para confecção das tintas de solo) • 10 tesouras • 5 estojos de canetinha • 10 lápis nº 2 • 5 borrachas • 25 pincéis finos • Pote grande de vidro para montagem dos horizontes do solo (este

material ficará de amostra nas oficinas, portanto será feito apenas um) • 5 peneiras médias para coar os solos

TINTA DE SOLO

Para utilizar a tinta de solo na sala de aula, em atividades de arte, basta misturar bem:

• Solo peneirado; • Água; • Um pouco de cola branca (apenas para aderir melhor no papel);

A tinta de solo pode ser usada também para pintar paredes. O modo de preparo e de utilização da tinta você encontra na apostila “Cores da Terra”, elaborada pelo professor da UFV, Anôr Fiorini de Carvalho.

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Oficina 6: Papel Artesanal Objetivo Geral: Trabalhar consciência ambiental e ética, valores e atitudes dos alunos (pensar globalmente, mas agir localmente). Relacionar arte e ciência, quebrando a crença de que são incompatíveis. Alfabetização ambiental.

Caixa de Papel Artesanal incorporada ao kit do Pró-Ciência

Atividade 1: LIXO, PROBLEMA CAUSADO POR TODOS NÓS

O BICHO

Vi ontem um bicho Na imundície do pátio

Catando comida entre os detritos. Quando achava alguma coisa, Não examinava nem cheirava:

Engolia com voracidade. O bicho não era um cão,

Não era um gato, Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem.

Manuel Bandeira

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1. Apresentação do problema: Para introduzir o assunto, a professora pode pedir aos alunos que façam

uma lista em casa de todo o lixo que produziram lá no intervalo de um dia ou de um fim de semana. Depois organizar um arrastão no pátio, depois do recreio ou no quarteirão da escola com o objetivo de criar um amontoado de lixo. Definir lixão e aterro sanitário. A professora deve levar tipos de lixos que precisam de tratamento especial para complementar a coleta das crianças tais como pilhas, baterias, stencil, seringas, lâmpadas fluorescentes, pneus e outros.

Colocar, então, todos estes lixos amontoados em algum lugar e começar a discutir o problema do lixo levantando questões: O que é o lixo? Quem é/são o(s) responsável(eis) pela produção do lixo? Quanto de lixo a nossa casa produz por dia? O que acontece com o lixo depois que o caminhão da prefeitura o recolhe? Quais serão as conseqüências do lixão para o solo e consequentemente para a produção de alimentos? O lixo pode poluir a água? Objetivos:

Reconhecer o lixo como um problema sério do mundo atual. Definir responsabilidades diante deste problema, visto que é impossível viver sem consumir. Introduzir os temas: desenvolvimento, consumo e sustentabilidade. Material:

• 02 pares de luvas • Lixos diversos • Foto de lixão • Foto de aterro

2. Levantamento de hipóteses Incentivar o registro das idéias das crianças em relação aos tipos de lixos, dando exemplos do cotidiano. Como classificam o lixo? Onde é produzido o lixo em maior quantidade: em casa? Na escola? Nas indústrias? Que outro lugar? Fazer desenhos de um lixão e de como imaginam um aterro sanitário. Qual a diferença? 3. Experimentação Após a definição dos tipos do lixo feita pelo professor no quadro, de acordo com discussão inicial, cada grupo, com auxílio das luvas, tenta separar e classificar (colocando cartazes) o lixo disponibilizado. Depois de conferir os desenhos das crianças o professor apresenta as fotografias sobre lixão, e o aterro sanitário. As crianças fazem as comparações pertinentes com os seus desenhos e registram as observações.

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4. Discussão coletiva: O professor confere a classificação do lixo e os desenhos de cada grupo e avalia. Os alunos fazem as correções pertinentes e registram as novas observações e refazem os desenhos. 5. Registro das conclusões: Após definir a forma de fazer os registros o professor organiza os resultados no quadro a serem reproduzidos no caderno de cada aluno. Exemplo :

Registro dos Resultados Tipo de lixo Classificação Observação Cascas de batata Orgânico Pode ser usado numa composteira Folha de caderno Papel Podemos reciclá-lo aqui na sala de aulaCopo quebrado vidro É melhor que o plástico

Desafio: Identifique a fotografia

Atividade 2: O LIXO QUE NÃO É LIXO

1. Apresentação do problema: Desafio: o que cada um pode fazer pra diminuir a produção do lixo? (discussão dos 4 R’ s: repensar, reduzir, reutilizar, reciclar). Como identificar o lixo que não é lixo? Depois da discussão sobre este assunto, o professor apresenta as cores da coleta seletiva:

• Metais: amarelo: latas, em geral, cobre, pedaços de sucatas. • Vidros: verde: garrafas, potes e frascos.

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• Plástico: vermelho: garrafas pets, embalagens, sacos, pedaços de brinquedos e utensílios domésticos.

• Papel: azul: papel, papelão, jornais, revistas, embalagens, caixas de papelão, caixas de leite.

• Orgânico: marrom: tudo aquilo que já foi vivo: restos de comidas, cascas de frutas e legumes, pó de café.

• Não-recicláveis: cinza: papel higiênico, papel plastificado, vidros planos, absorventes, fraldas descartáveis, poeira.

• Lixo tóxico: laranja: papel de fax ou carbono, stencil, embalagens de agrotóxicos, de remédios, de combustíveis, remédios ou venenos, lixo atômico, lâmpadas, baterias de celulares, pilhas, remédios vencidos, herbicidas, restos de tintas de impressora e outras, fluidos automotivos.

Obs.: O lixo tóxico deve ser repassado à prefeitura, que é o órgão competente para recolher e dar um destino apropriado a este material. O lixo orgânico pode virar adubo, se for tratado. Objetivos:

Desenvolver uma visão empreendedora e/ou de solidariedade com entidades e meio-ambiente. Material:

• 02 pares de luvas; • 4 ou 5 caixas de papelão médias, de preferência do mesmo tamanho; • Papéis nas cores verde, amarela, vermelha, azul e laranja (para o caso dos

lixos tóxicos); • Identificar os nomes das empresas da cidade que comprem estes materiais ou

entidade beneficente que os venda;

2. Levantamento de hipóteses:

Registro através de texto sobre quais materiais que vocês conhecem que podem ser reciclados?. Quanto material poderia ser recolhido num mutirão na escola? Quanto dinheiro poderia ser recolhido vendendo o lixo? E outras hipóteses.

3. Experimentação Cada grupo identifica as caixas com as cores apropriadas para a coleta seletiva. Fazer o mutirão de coleta seletiva na própria escola ou outro lugar, e ou, aproveitar o material (lixo) da atividade anterior. Avaliar o lixo recolhido de acordo com algum interesse particular. Por exemplo: Na matemática: Investigar a quantidade de lixo recolhido e quanto lixo é produzido por pessoa. Quantificar quantas lixeiras de coleta seletiva existem na escola, na cidade, etc. Na educação-física: exploração de ambientes tanto da escola, quanto da comunidade, relacionando com o lixo. Na escola: fazer arrastões uma ou duas vezes por mês depois do recreio e observar se a quantidade de lixo aumenta ou diminui.

4. Discussão coletiva:

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A discussão sobre a quantidade de lixo produzida por cada um de nós, costuma ficar bem interessante. Outro assunto que deve motivar a discussão é a quantidade de dinheiro desperdiçado quando se joga fora o lixo reaproveitável. Quais as atitudes que cada aluno poderá adotar daqui para frente em relação a produção, coleta, e trato do lixo?

5. Registro das conclusões: Não se esqueça do registro sobre cada assunto tratado. Exemplos: Da classificação: A maior quantidade de lixo recolhido na escola foi papel, que poderá ser reciclado. Do valor: O lixo mais valioso é o metálico, mas a quantidade recolhida foi pouca. Das atitudes: Falarei com a minha família para tentar aproveitar o lixo orgânico numa composteira. Tentarei sempre separar o lixo para facilitar a coleta seletiva, principalmente do lixo tóxico, como as pilhas.

Desafio: Indique um lixo para cada lixeira

Atividade 3: ARTE E MEIO AMBIENTE – PAPEL MACHÉ

1. Apresentação do problema:

Desafio: Após separar o lixo que as crianças recolheram na escola, o professor pegará o papel e perguntará: O que nós podemos fazer com o

papel que sobra das atividades escolares? Objetivos:

• Investigar materiais do lixo doméstico que poderiam ser reaproveitados ou reciclados por nós mesmos.

• Motivar a necessidade de economizar matéria prima, não só minimizando os gastos como também reciclando a própria parte da sujeira quando possível.

• Analisar e motivar manifestações artísticas diversas como forma de denúncia, reflexão e conscientização de problemas ambientais.

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Material: • 01·liquidificador (opcional) • papel e água • balde e bacias: rasa e funda • moldura de madeira com tela de nylon ou peneira reta • moldura de madeira vazada (sem tela) • jornal, feltro ou similar • pano (ex.: morim), esponjas ou trapos • varal e pregadores • prensa ou duas tábuas de madeira

2. Levantamento de hipóteses: Registrar todas as respostas sobre a questão: O que fazer com o papel que sobra das atividades escolares?

3. Experimentação Preparando a polpa:

1. Separar o papel usado de acordo com o tipo, a cor e a gramatura; 2. Picá-los em pequenos pedaços; 3. Colocar de molho com água para amolecer; 4. Deixar descansando entre 3 e 4 dias 5. Bater no liquidificador por cerca de 10 segundos (para não danificar as

fibras); ou esfarelar com as mãos; 6. Coar com um pano, tirando o excesso de umidade;

Pronto! Guarde a massa em um pote bem coberto. Ela pode ser guardada por alguns meses. Podemos usar a criatividade agora. Obs.: Para fazer objetos que exigem detalhes maiores, coloca-se cola ou grude até chegar ao ponto de conseguir fazer uma bolinha com facilidade, e uma colher de polvilho ou farinha de trigo. Idéias: Os alunos podem construir um personagem de papel machê e depois desenvolverem um texto com a história de vida destes bonecos. Construa móbiles com temas dentro do contexto curricular (classificando animais, plantas, etc) 4. Discussão coletiva: Os alunos devem discutir e concluir sobre a importância de reciclar o papel. Devem também discutir a facilidade ou dificuldade em preparar as figuras e também sobre o que poderia ser melhorado na experiência. 5. Registro das conclusões: Após definir a forma do registro das conclusões o professor coordena a escrita no quadro. Por exemplo:

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Do lixo utilizado: Para fazer a massa usamos o papel recolhido na escola.

Desafio: Identifique a figura.

Atividade 4: Papel artesanal

Objetivos específicos: Além de trabalhar a percepção ambiental, sensibilidade, imaginação, criatividade, intuição, o trabalho com as mãos desenvolve habilidade motora e paciência. Preparando a polpa:

1. Seguir os passos 1, 2 e 3 do papel machê 2. Deixar descansar por 24 horas 3. Bater no liquidificador por cerca de 10 segundos (para não danificar as

fibras) Está pronta a polpa!!

Fazendo o papel:

4. Despejar na bacia e diluir com água 5. Colocar a moldura vazada sobre a moldura com tela 6. Mergulhar o conjunto verticalmente na bacia e deitá-la no fundo 7. Suspender horizontalmente e esperar o excesso de água escoar 8. Tirar a moldura vazada 9. Virar a moldura pra baixo sobre um jornal ou pano 10. Tirar o excesso de água com esponja ou trapos 11. Retire a moldura com tela e coloque outro pano ou 3 folha de jornal em

cima 12. Volte ao passo 5 e continue empilhando os papéis até o máximo de 11

camadas Prensando o papel:

13. Para que o entrelaçamento das fibras fique mais firme e o papel mais lisinho, ao terminar de empilhar as 11 camadas, coloque na prensa por cerca de 15 minutos. Se não tiver prensa, improvise colocando um pedaço de madeira com muito peso em cima.

14. Pendure as folhas de papel no varal até que sequem completamente

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15. Depois de seco, deverão ser prensados novamente durante pelo menos 24 horas, para deixá-los mais lisos.

Efeitos decorativos:

• Efeito sanduíche: antes de tirar o excesso de água, colocar o que quiser em cima do papel (flores, fios, barbantes, pétalas, etc) e depois colocar outra folha de papel em cima. As duas se uniram formando uma só com o enfeite no meio.

• Misture à polpa: linha, gaze, fio de lã, casca de cebola ou casca de alho, chá em saquinho, pétalas de flores e outras fibras.

• Bata no liquidificador junto com o papel picado: papel de presente, casca de cebola ou de alho.

• Alto-relevo: prensar o papel com rendas, folhas de arvores ou qualquer outra coisa que possa dar forma à ele.

• Para ter papel colorido: bata papel crepom, guache, tinta ou anilina com água e a polpa do papel no liquidificador. Tente também corantes naturais com beterraba, flores de hibisco, taioba, urucum, solos, etc

• Flores secas de camomila, alecrim e outras fazem papeis perfumados. • Grude sementes enquanto está molhado e dê de presente

Dicas ecológicas: Reutilize sempre a água que sobrar da bacia para bater mais polpa Para conservar a polpa que sobrou, esprema (como no papel machê) e

guarde em potes de plástico no congelador. Evite embalagens de plástico. Prefira as de papel.

Obs.: Não se esqueça do registro ou produção de texto !! Este registro pode ser feito abordando qual foi a parte mais fácil e qual a mais difícil do processo de reciclagem. As crianças vão descrever os vários procedimentos, os materiais usados, bem como o que escolheram fazer e como ficou o resultado. Podem também escrever sobre a importância da reciclagem. Curiosidades:

Segundo a Universidade das Nações Unidas (UNU), um computador comum (24 quilos, em média) emprega ao menos dez vezes o seu peso em combustíveis fósseis (contribuindo para o aquecimento global) e 1.500 litros de água em seu processo de fabricação. Esta relação supera, por exemplo, a dos automóveis, que utilizam, no máximo, duas vezes o seu peso em matéria-prima e insumos. Um único chip de memória RAM consome 1,7 quilos de combustíveis fósseis e substâncias químicas para ser produzido, o que corresponde a cerca de 400 vezes o seu peso. ∗∗ Algo a mais: As maiores vantagens da reciclagem de papel são a economia de recursos naturais, economia de água e energia e diminuição dos detritos

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sólidos. Para termos uma idéia a economia de energia chega a 80%. A nível de resíduos produzidos, as lamas resultantes dos efluentes podem, em alguns casos, ser utilizadas como fertilizantes na agricultura. Além disso a reciclagem de 1 tonelada de papel evita o corte de 15 a 20 arvores de médio porte.

Toda a matéria viva produzida pela natureza é decomposta rapidinho, servindo ainda para gerar mais energia para as novas substâncias que serão produzidas. Mas o ser humano é diferente: nós somos os únicos seres que modificamos o meio que vivemos de forma significativa, produzindo coisas artificiais, que podem levar muito tempo para decompor: vidro, plástico, isopor...

No Brasil, cada pessoa gera uma média de 1 kg de lixo por dia. Por ano, 55 trilhões de quilos. Estima-se que 35% do lixo poderia ser reciclado e 35% virar adubo. Isto já representaria 70% a menos de lixo no mundo. Cerca de 40% do lixo urbano é papel. Cada 100 kg de papel reciclado, poupa em média 60 árvores adultas. A reciclagem de papel também gera menos poluição da água (65%) e do ar (26%) do que a fabricação normal. Por isso só já seria interessante reciclar o papel. Além disso, os méritos da reciclagem, de forma geral, incluem o de reduzir o volume de lixo de difícil degradação, o de contribuir para a economia de recursos naturais, o de prolongar a vida útil dos aterros sanitários, o de diminuir a poluição do solo, da água e do ar e o de evitar o desperdício, contribuindo para a preservação do meio ambiente e manutenção da vida na Terra, além de criar empregos (catadores de papel, de sucatas, donos de depósitos, etc). Quem não conhece alguém que vive do lixo? A Educação Ambiental pretende aproximar a realidade ambiental das pessoas para que elas percebam que a dimensão ambiental impregna suas vidas e que cada um tem responsabilidades sobre o que ocorre no ambiente. Existe uma cultura de consumismo incrustada na nossa sociedade, e sabemos que isto gera conseqüências sócio-ambientais graves... A educação ambiental busca compreender tudo isto e, mais ainda, tenta produzir atitudes e mudanças de comportamento e de hábitos de vida que respeitem a biodiversidade e os direitos das gerações futuras...

Glossário Lixo: sujeira, imundície. É todo e qualquer resíduo proveniente das atividades humanos ou gerados pela natureza em aglomerações urbanas. Pode ser

O papel e o papelão podem levar de 3 a 6 meses para serem absorvidos. - Um simples chicletinho pode levar 5 anos! - Aquelas latinhas de refrigerante levam uma vida: de 80 a 100 anos! - O plástico pode levar até 500 anos. Mas alguns, simplesmente, não se decompõem. - E agora o vilão: o vidro fica um milhão de anos perturbando a natureza, dá para acreditar? A gente nasce, morre e o vidro ainda está lá, firme e forte (pode cortar o pé do seu ta-tá-tára-neto! )

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definido também como aquilo que ninguém quer. Esta palavra, em geral, refere-se à materiais no estado sólido. Os líquidos e os gases inúteis são chamados geralmente de resíduos. Reciclagem: quando o lixo é tratado como matéria-prima que será reaproveitada para fazer novos produtos. Pressupõe transformação física ou química. Coleta seletiva: é o termo utilizado para o recolhimento em separado dos materiais que são passíveis de serem reciclados presentes no lixo doméstico. Dentre estes podemos citar os diversos tipos de papéis, plásticos, metais e vidros. Um sistema de recolhimento de materiais recicláveis previamente separados na fonte geradora evita a contaminação dos materiais reaproveitáveis, aumentando o valor agregado destes e diminuindo os custos de reciclagem. Compostagem: é o conjunto de técnicas aplicadas para controlar a decomposição de materiais orgânicos, com a finalidade de obter, no menor tempo possível, um material estável, rico em húmus e nutrientes minerais, enfim um ótimo adubo. Assim, a terra fica mais fofinha, retém mais água e favorece o crescimento das plantas. Aterro sanitário, é um buracão forrado com lonas de plástico. Depois de jogar o lixo, passa uma a área é recoberta com uma camadinha de terra para evitar a festa de moscas, ratos e urubus. Os gases e o chorume (aquele líquido preto e fedido que escorre do lixo) são coletados e tratados para não contaminar os lençóis freáticos (as águas subterrâneas). Bibliografia: http://www.recicloteca.org.br Escola Sustentável – Lucia Legan

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Oficina 7: Brincando com o lixo

Atividade 1: Brincando com o lixo 1. Apresentação do problema

O lixo compromete a qualidade do ar, do solo, das águas superficiais e subterrâneas e, dessa forma, da qualidade de vida. A adoção de práticas de coleta seletiva do lixo e o uso da técnica de compostagem reduzem esses danos ambientais. Além disso, a partir do lixo pode-se fazer inúmeros objetos, utensílios, brinquedos, arte e adubo natural. Mas como podemos fazer tudo isso a partir do lixo que jogamos fora? Esta oficina, construída sobre a perspectiva metodológica do Projeto Mão na Massa, tem como objetivo principal sensibilizar as crianças em relação à problemática do lixo, aumentando sua percepção sobre o meio ambiente e levando-as a refletir quanto às questões ambientais, principalmente as que envolvem o lixo. As atividades sugeridas abordam o conceito de reciclagem, reutilização e coleta seletiva de lixo. Assim, as atividades buscam despertar discussões através da observação de fatos e imagens que poderiam passar despercebido. Bibliografia: Revista Professor Sassá; www.arvindguptatoys.com/toys.html e criações próprias.

2. Levantamento de hipóteses

• Será que todo o lixo que jogamos é lixo? Não tem utilidade nenhuma? • Quais são os produtos que compõem o lixo? • Quanto tempo cada tipo de material leva para se decompor? • Quais são os problemas causados pelo lixo? • O que podemos fazer com o lixo?

3. Experimentação

Esta atividade trabalhará com a temática lixo, abordando o que podemos fazer com o lixo reciclado. Além disso, serão abordados assuntos importantes como: diferentes componentes do lixo, tempo de decomposição de cada tipo de material e problemas advindos com o lixo. A partir do lixo comumente encontrado nas escolas, as crianças poderão confeccionar brinquedos como:

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3.1. Boneco de Tampinhas O que você precisa:

• 43 tampinhas plásticas pequenas e 1 tampinha plástica grande • Copinho de danoninho • Barbante ou linha de pescar • Tinta • Pincel • Tesoura ou prego

Como fazer: 1. Perfure todas as tampinhas no centro com auxílio de uma tesoura ou prego,

exceto as tampinhas da extremidade das pernas e braços que possuem dois furos.

2. Monte cada membro separadamente. Passe o barbante ou a linha de pescar nas tampinhas da extremidade, de modo que nas demais será passado um fio duplo.

3. Utilize 7 tampinhas para cada braço, 10 para cada perna e 9 para o corpo. 4. A cabeça será o copinho de danoninho e a tampinha plástica grande será o

chapéu. 5. Desenhe os olhos e a boca.

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3.2. Carrinho O que você precisa:

• 1 garrafa Pet de 2 litros • 4 tampinhas plásticas grandes • 5 tampinhas plásticas pequenas • 2 palitos de madeira • 1 caixinha de fósforo • Canudinho • Tinta • Pincel • Cola quente • Tesoura

Como fazer: 1. Fure a garrafa nas laterais, na região depois do gargalo e antes da base, de

maneira que os palitos a atravessem por inteiro, formando os eixos das rodas.

2. Fure as tampinhas de plástico e encaixe-as nos palitos, de forma que as tampinhas menores fiquem do lado de dentro e as maiores para fora.

3. Faça o motorista do carrinho com a caixinha de fósforo: desenho os olhos e a boca.

4. Com o canudinho faça os braços e as pernas. 5. Faça o volante com uma tampinha de plástico e um pedaço de palito de

madeira. 6. Decore o carrinho e prenda o motorista, bem como seus braços no volante

com cola quente.

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3.3. Automóvel O que você precisa:

• Bola de isopor com 5 cm de diâmetro • 2 garrafas Pet de 2 litros • 4 garrafas Pet de 500 ml • Estilete • Pincel • Tinta • Tesoura • Caneta

Como fazer: 1. Usando a tampa da garrafa Pet como molde, defina as áreas que serão

encaixadas as rodas, nas laterais da frente e trasseira da garrafa de 2 litros, deixando os círculos paralelos.

2. Aproveite e faça um círculo com 4 cm de diâmetro no centro da garrafa, para posicionar a bola de isopor posteriormente.

3. Para as rodas, utilize as garrafas de 500 ml. Use como referência os vincos da garrafa e faça 10 cortes paralelos no sentido vertical. Reserve 2 cm e corte a base da garrafa.

4. Vire a parte inferior para cima. Curve os 2 cm para dentro da garrafa para formar a roda.

5. Para os eixos das rodas, corte o gargalo e a base da outra garrafa de 2 litros. Depois, corte ao meio no sentido vertical.

6. Enrole os eixos e encaixe as rodas. 7. Pinte a parte interna das

rodas com tinta preta. Para o carro e a cabeça do boneco de isopor use as tintas coloridas.

8. Cole a cabeça no orifício do carro.

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3.4. Nega Maluca O que você precisa:

• 1 garrafa plástica de 2 litros • Folhas de jornal • Fita Crepe • Cola branca • Tinta • Pincel • 4 rolos de papel higiênico • Cola quente • Tesoura

Como fazer: 1. Amasse uma folha de jornal formando uma

bola. Encape-a com mais três folhas, uma colocada sobre a outra, aperte bem e prenda tudo com fita crepe.

2. Fixe a bola (cabeça) na garrafa com fita crepe.

3. Prepare 2 tiras de jornal enroladas e amassadas com cerca de 20 cm de comprimento e 2 cm de largura cada uma, formando os braços da boneca.

4. Com fita crepe, prenda os braços à garrafa. 5. Para os seios, faça 2 bolas no tamanho de um limão e prenda-as na garrafa. 6. Passe cola na garrafa e forre-a com folhas de jornal. 7. Corte os rolos de papel higiênico em 3 partes cada um e pinte-os de preto.

Com cola quente, aplique-os ao redor da cabeça e na parte de trás para formar os bobes.

8. Pinte o rosto e os braços com tinta marrom para fazer a base. Dê forma aos olhos e à boca da boneca com traços à mão livre.

9. Desenhe listras grossas no corpo. Para os detalhes da roupa, desenhe corações, bolinhas e listras.

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3.5. Avião O que você precisa:

• 1 caixa de suco • 2 caixas de leite • 2 caixas de creme dental • 3 tampinhas plásticas pequenas e 2 grandes • Arame • Palito de madeira • Tesoura • Cola quente • Tinta • Pincel

Como fazer: 1. Pegue as caixas de creme dental e com ajuda de uma tesoura faça um

buraco em uma delas da largura da caixa. Encaixe uma na outra, de modo a formar a hélice.

2. Fure o centro da hélice e passe um palito de madeira, fixando em uma das extremidades uma tampinha plástica.

3. Pegue uma caixa de leite e corte tiras arredondadas até sua metade. Faça um furo no centro da caixa de leite e fixe a outra extremidade do palito de madeira da hélice.

4. A caixa de suco permanece intacta. Encaixe-a na face que contém as tiras arredondadas da caixa de leite.

5. Pegue outra caixa de leite e faça as asas laterais superiores e inferiores e a asa posterior do avião.

6. Fixe as asas na caixa de suco, utilizando cola quente nas asas laterais e palito de madeira na asa posterior.

7. Para cada roda utilize uma tampinha plástica pequena e outra maior, presas ao arame.

8. Encaixe as rodas em baixo da asa lateral inferior.

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3.6. Turbina Estrela de Canudinho O que você precisa:

• 3 canudinhos de cores diferentes • 1 canudinho de diâmetro grande • Arame flexível • Agulha • Carga da caneta • Tesoura • Fita crepe

Como fazer: 1. Corte 3 pedaços de 6 cm cada do canudinhos de cores diferentes 2. Pegue 2 pedaços, dobre-os ao meio e corte com ajuda de uma tesoura as

quinas dos canudinhos, de maneira a formar um furo ao meio. 3. Pegue o canudo que não está furado e passe-o entre o furo de um dos

canudos furados, de modo a formar uma X. 4. Una as extremidades dos canudos e passe-as pelo furo do outro canudo,

formando uma estrela. 5. Faça um furo no centro da estrela e passe o arame. A estrela irá girar no

eixo do arame. 6. Utilize a carga da caneta somente para fazer o arremate do arame antes e

depois da estrela. 7. Pregue a outra ponta do arame no canudo longo e com diâmetro maior com

fita adesiva. 8. Assopre para fazer girar.

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3.7. Robô O que você precisa:

• 2 embalagens de ovos com tampa • 1 embalagem (bandeja) de ovos • Linha de costura ou de pesca • Agulha para costura • Tinta • Pincel • Cola quente • Tesoura

Como fazer: 1. Faça o corpo e a cabeça do robô com

uma embalagem de ovos com tampa. Reserve 3 fileiras de ovos para o corpo e 1 e ½ para a cabeça.

2. Utilize outra embalagem com tampa para as pernas. Corte ao redor de cada compartimento de encaixe dos ovos, totalizando 12 partes.

3. Encaixe-os 2 a 2 com cola quente, formando 6 unidades, 3 para cada perna. 4. Faça o mesmo para os braços. 5. Finalize cada braço e perna com um único compartimento de encaixe dos

ovos. 6. Costure as unidades das pernas e dos braços utilizando a linha de costura e

amarre-as ao corpo. 7. Pinte com tinta e deixe secar.

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3.8. Boneco do barulho O que você precisa:

• Lata de metal • 2 tampinhas plásticas • 2 pedaços de barbante de 30

cm • Retalhos de E.V.A. • Prego • Martelo • Tinta • Pincel • Cola quente • Tesoura

Como fazer: 1. Com o martelo e o prego, faça dois

furos paralelos no centro da lata. Fure também o centro das tampinhas.

2. Corte uma tira de E.V.A. com 19 cm x 3 cm e arredonde as laterais. 3.. Passe um barbante em cada tampinha e dê um nó na ponta, fixando-as

atrás da tira de E.V.A., para formar os braços. 4. Depois, passe cada barbante do braço pelos seus respectivos orifícios da

lata. Dê um nó na ponta dos barbantes na parte inferior da lata. 5. Recorte um círculo de 7 cm de E.V.A. cor de pele ou utilize o diâmetro da

própria lata. Desenhe o rosto do boneco. 6. Decore o corpo do boneco usando as tintas. 7. Fixe a cabeça do boneco, bem como a região central da tira de E.V.A na lata

com cola quente.

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3.9. Bichinhos e personagens O que você precisa:

• Embalagens (bandejas) de ovos • Tinta • Pincel • Cola quente • Tesoura • Retalho de E.V.A. • Barbante

Como fazer: 1. Boneco: Corte 4 compartimentos de encaixe dos

ovos e encaixe-os 2 a 2 com cola quente. Cole um sobre o outro formando a cabeça e o corpo. Pinte-os.

2. Gato: Corte 1 compartimento de encaixe dos ovos para compor o corpo. Utilize outro compartimento e mais duas porções que ficam levantadas quando olhamos por baixo da embalagem para formar a cabeça e as orelhas, respectivamente. Cole um sobre o outro formando a cabeça e o corpo. Pinte.

3. Cachorro: Corte 2 compartimentos de encaixe dos ovos e suas porções que ficam levantadas quando olhamos por baixo da embalagem para formar a cabeça com as orelhas e o corpo com as patas. Cole um sobre o outro e pinte.

4.. Tartaruga: Corte um compartimento de encaixe dos ovos, de maneira a fazer as 4 patas (que são as junções de um compartimento com outro) e a cabeça da tartaruga (porção que fica levantada quando olhamos por baixo da embalagem). Agora pinte.

5. Joaninha: Corte um compartimento de encaixe dos ovos. Utilize EVA para as antenas e pernas. Pinte.

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3.10. Fantoche O que você precisa:

• Embalagem de ovos com tampa • Tinta • Pincel • Cola quente • Tesoura • Retalho de E.V.A. • Barbante • Olhos articulados

Como fazer: 1. Recorte as partes da embalagem de ovo, como mostra a foto, deixando 3

pares para o corpo e um para os olhos. 2. Pinte a parte externa de uma cor. Deixe secar. Depois pinte a parte interna,

compondo a boca com a tinta vermelha. 3. Faça 2 orifícios na parte superior da embagem e fixe o cordão, que auxiliará

no manuseio do fantoche. 4. Recorte o E.V.A. para compor os dentes e as sobrancelhas. Fixe com cola

quente. 5. Aproveite e cole os olhos articulados.

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3.11. Robô O que você precisa:

• Caixa de suco • 2 palitos de madeira • Copinho de iogurte • 2 rolos de papel higiênico • 2 rolos de papel toalha • 4 tampinhas plásticas • Tinta • Pincel • Cola quente • Tesoura • Retalho de E.V.A.

Como fazer: 1. Utilize a caixa de suco para compor o corpo, o copinho de iogurte para a

cabeça e os rolos de papel para os braços e pernas. 2. Faça 4 orifícios nas laterais da caixa de suco, de modo que os palitos de

madeira atravessem toda a caixa e possa sustentar os braços e pernas. 3. Faça orifícios nos rolos de papel e os

articule aos palitos de madeira. 4. Finalize com tampinhas plásticas as

extremidades dos palitos. 5. Faça os olhos com retalho de E.V.A. 6. Fixe os olhos e a cabeça com ajuda da

cola quente no corpo. 7. Pinte-o.

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3.12. Jacaré O que você precisa:

• 1 garrafa Pet de 500 ml • 1 caixa de leite • 2 tampinhas plásticas • Papelão • Retalhos de E.V.A • Barbante • Tesoura • Tinta • Pincel • Cola quente

Como fazer: 1. Faça um orifício do tamanho da boca da garrafa Pet na caixa de leite, que representa o corpo do jacaré. 2. Dobre a garrafa Pet próxima à região do gargalo para formar a cabeça. Encaixe-a no orifício da caixa de leite. 2. Utilize as tampinhas para os olhos e recorte pedaços de E.V.A no formato da tampinha para compor as narinas e partes dos olhos. 3. Recorte no E.V.A os dentes, as 4 patas e a crista dorsal. 4. Faça a cauda de papelão, com cerca de 20 cm. 5. Pinte as partes e depois cole tudo com cola quente. 6. Utilize o barbante para compor o cabelo. Fixe-o logo atrás dos olhos.

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3.13. Porta Escova de Dente O que você precisa:

• Garrafa Pet de 500 ml • E.V.A. ou papelão • Tinta • Pincel • Tesoura • Lápis • Molde

Como fazer: 1. Posicione o molde no centro da garrafa e marque a posição da boca com a caneta. Recorte. 2. Seguindo o molde, recorte o bichinho e os dentes no E.V.A. Recorte também os olhos e o nariz. 3. Cole os dentes na porção inferior do bichinho. Depois, cole-o na garrafa. 4. Decore utilizando as tintas. Molde (tamanho real):

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3.14. Serpente O que você precisa:

• 5 rolos de papel higiênico • Tinta • Pincel • Tesoura • Cola quente • Barbante

Como fazer: 1. Para a cabeça, corte um triângulo no centro de uma das extremidades do rolo, para compor a boca. Desenhe os olhos. 2. Para a cauda, corte as laterais de uma das extremidades do rolo para formar uma cauda que afina na ponta. 3. Os 3 rolos restantes compõem o corpo. 4. Decore os rolos de forma bem divertida. 5. Corte um pedaço de barbante e passe os rolos por ele. 4. Discussão Coletiva

O que aprendemos com esta atividade? Você vê o lixo de outra maneira? O que mudou? 5. Registros

Além de registrar toda atividade, possibilitando o acompanhamento das etapas da atividade e permitindo a construção de uma idéia final, o professor deve sugerir que as crianças exponham seus brinquedos e apresentem a seus colegas.

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Oficina 8: Astronomia

O dia e a noite, o brilho das estrelas, o nascer do sol... Há tempos o homem observa o céu. Mas, por que ele faz isso? Seria apenas fascínio? Seria especulação? Seria pela necessidade de medir o tempo? O estudo da astronomia está, desde a antiguidade, ligado ao desenvolvimento do pensamento humano e permanece até hoje como desafio à inteligência humana. É bom que esse desafio seja lançado desde a infância a partir da sensibilização da criança para a observação do céu.

Objetivos dessa oficina Esperamos que as crianças atinjam alguns objetivos educacionais.

Desejamos que elas desenvolvam atitudes e valores e tenham a compreensão de conceitos, leis, fatos e explicações de temas relativos à astronomia como:

• Valorização dos fenômenos naturais. • Disposição em ler, admirar, declamar e produzir textos que tratem de

astronomia. • Utilização de sucata na construção de modelos para compreensão de

conceitos. • Disposição para fazer suposições e pensar sobre elas. • Curiosidade e interesse em observar o céu. • Percepção da relação entre fonte luminosa, objeto e sombra. • Inferir a posição do Sol através do estudo da forma e tamanho das

sombras. • Percepção do conceito de astro luminoso e iluminado. • Compreensão dos movimentos de Rotação e Translação da Terra. • Compreensão da Terra como um sólido esférico.

Atividade 1: PERCEPÇÃO DO CÉU ATRAVÉS DA LEITURA Desafios:

• Quantas músicas ou poemas você conhece que fazem referência aos astros celestes?

Vocês vão precisar de: • Letras de músicas, poemas e textos que destaquem o tema em questão. Procedimento: • Dar à turma oportunidade de pesquisar, ler, declamar, e produzir textos

que falem sobre o assunto. • Expor releituras feitas pelos alunos das músicas, poemas e textos

pesquisados. • Expor ilustrações feitas pelos alunos para cada texto lido.

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Sugestão de poema a ser trabalhado:

Via Láctea Olavo Bilac

“Ora (direis) ouvir estrelas! Certo

Perdeste o senso"! E eu vos direi, no entanto, Que, para ouvi-las, muita vez desperto E abro as janelas, pálido de espanto...

E conversamos toda a noite, enquanto

A via láctea, como um pálio aberto, Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,

Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora! "Tresloucado amigo! Que conversas com elas? Que sentido

Tem o que dizem, quando estão contigo?”

E eu vos direi: "Amai para entendê-las: Pois só quem ama pode ter ouvido

Capaz de ouvir e de entender estrelas". Registrando suas conclusões: Faça com que o aluno registre de diversas formas o tema trabalhado como, por exemplo, através de desenho e produção de texto coletivo.

Atividade 2

AS SOMBRAS PROVOCADAS POR UMA LANTERNA E PELO SOL MUDAM OU NÃO DE LUGAR?

Desafios: • O que precisamos fazer para mudar uma sombra de lugar? • Como se forma o dia e a noite?

Vocês vão precisar para os procedimentos 1, 2 ,3 ,4 e 5 de:

1 lanterna Objetos de formas e tamanhos variados. 1 disco de papel (cartolina branca) de 30cm de diâmetro 1 luminária sem cúpula 1 bola para representar a Terra ou 1 globo terrestre 1 bola para representar a Lua Jornais velhos Barbante Fita crepe

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Procedimento 1: Brincando e produzindo sombras.

Coloque o disco de papel sobre a mesa e sobre ele os objetos de formas e tamanhos variados.

Escureça a sala. Utilize a lanterna para iluminar cada objeto separadamente Ilumine o objeto pelos lados direito, esquerdo, pela frente, por trás, por

cima, de longe e de perto. Aproxime e afaste a lanterna do objeto. A cada vez que iluminar um objeto observe e comente as diferenças

observadas nas sombras formadas como: de que lado é formada a sombra, se é grande ou pequena, se corresponde ao formato do objeto, etc.

Registrando suas conclusões:

A que conclusão podemos chegar sobre o tamanho, a forma e a posição das sombras que produzimos? Estimule os alunos a registrarem com desenhos e textos o que foi observado e a perceberem que:

*O tamanho da sombra altera-se quando aproximamos ou afastamos a lanterna do objeto. * A forma da sombra é correspondente à forma do objeto. * A sombra sempre se forma do lado contrário da fonte luminosa. Procedimento 2: Mudando sombras de lugar.

Agora, ilumine novamente um objeto sobre o disco de papel e desenhe, contornando com lápis, a sombra formada a fim de marcar o local onde foi formada essa sombra.

Demonstre como mudar a sombra de lugar sem mover a lanterna. Registrando suas conclusões:

O que foi preciso fazer para mudar a sombra de lugar sem mover a lanterna? Deixe que o aluno perceba que é preciso girar o disco.

Procedimento 3: Descobrindo a posição do Sol através de uma sombra.

No pátio ou qualquer outro local ao ar livre peça que as crianças descubram onde está o Sol observando apenas as sombras de seus corpos no chão.

Peça que respondam como é possível mudar a posição de suas sombras. (A tendência é que as crianças mostrem que basta mudar seus corpos de posição).

Peça então que observem algum objeto fixo nesse local e respondam também como a sombra desse objeto pode mudar de posição já que esse objeto não pode se mover.

Registrando suas conclusões: Deixe que as crianças descubram que a Terra deve girar para que os objetos fixos possam formar sombras em posições diferentes. Explore com muitos desenhos o registro dessas observações. Depois utilize também a produção de textos coletivos.

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Procedimento 4:Eu sou o Sol, você é a Terra. Deixe que as crianças explorem bastante seus próprios corpos para tentar simular os movimentos da Terra que levam à formação do dia e da noite. Em seguida realize a seguinte atividade: • Numa sala bem escurecida, uma criança ficará no centro, segurando uma

luminária sobre a cabeça. • Uma segunda criança segura uma bola ou um globo terrestre acima da

cabeça, enquanto gira apenas em torno da primeira criança. Cole nesta bola em um dos lados um boneco para representar um morador da Terra. Observe se as sombras provocadas no globo mudam de lugar. Discuta.

• A segunda criança agora, deverá ao mesmo tempo em que gira em torno da primeira criança, girar em torno dela mesma.

• Observe se as sombras provocadas no globo mudam de lugar e, se mudam, observe por que isto acontece. Discuta.

Registrando suas conclusões: • Observe e anote que tipos de movimentos foi necessário realizar para que

as sombras provocadas no globo mudassem de lugar. Justifique e ilustre suas experimentações.

Procedimento 5: Utilizando material alternativo para simular os movimentos de rotação e translação da Terra . • Coloque para a criança o seguinte desafio: Como utilizar de forma criativa e

divertida materiais alternativos ( jornais, barbante, fita crepe ) para demonstrar os movimentos de Rotação e Translação da Terra?

Registrando suas conclusões: Espera-se que a criança amasse os jornais formando uma bola, utilize a fita crepe para manter o papel nessa forma de bola, amarre o barbante e demonstre os movimentos de rotação e translação da Terra utilizando essa montagem e seu próprio corpo. Peça que as crianças registrem na forma de desenhos e produção de texto coletivo os conhecimentos adquiridos. Leitura complementar para o (a) professor(a).

A luz se propaga no espaço e as sombras acontecem quando a luz proveniente de uma fonte não atravessa o objeto. Dizemos nesse caso, que o objeto é opaco. Logo, a sombra é um espaço escurecido que acontece quando um objeto é colocado na frente da luz. O tamanho e a forma da sombra correspondem ao tamanho e forma do objeto iluminado. Variando a posição da fonte luminosa em relação ao objeto, é possível fazer as sombras se formarem em diferentes regiões do espaço.

Do ponto de vista da ciência, dizer que a sombra nasce da luz significa que ela precisa de luz, embora corresponda a um espaço não iluminado.

A Terra não está parada no espaço. Ela se movimenta em torno do Sol.. O movimento da Terra em torno do Sol é chamado de movimento de Translação. A translação da Terra dura cerca de 365 dias. Isso significa que uma volta completa do nosso planeta em torno do Sol corresponde ao ano terrestre.

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Temos a impressão de que o Sol é que gira em torno da Terra. Essa impressão é causada pelo movimento de Rotação, no qual a Terra gira em torno de si mesma, como um pião.

O movimento de rotação da Terra dura cerca de 24 horas. Isso significa que uma volta completa da Terra em torno de si mesma corresponde a um dia terrestre.

Quando a face da Terra em que estamos se volta para o Sol, podemos ver esse astro no céu. Esse é o momento que conhecemos como Dia. Quando a face da Terra em que estamos fica contra o Sol, não o vemos mais no céu. Esse é o período escuro do dia, que conhecemos como noite.

Divertindo-se em casa.

Desde antigamente os chineses se encantavam com a arte de brincar com as sombras. Com certeza, até hoje esta é uma brincadeira muito divertida. Então, em casa, convide sua família para esse momento de lazer.

Consiga uma lâmpada instalada num abajur sem cúpula, ou uma lanterna. A parede do seu quarto serve de tela. O quarto deve estar escuro. Com uma lanterna acesa e um quarto escuro, você poderá criar sombras engraçadas. Quer ver? Você encontrará vários personagens em suas próprias mãos e em alguns objetos. Você poderá ainda recortar imagens de personagens em cartolina.

Para dar mais clima às cenas, coloque um fundo musical. Divirta-se Direcione a luz da lanterna para uma parede. Coloque as mãos entre a

lanterna e a parede e crie figuras diferentes.

Atividade 3: RELÓGIO DE SOL

Desafios: • Imagine: Todos os relógios do mundo desapareceram. O rádio e a TV não

informam mais as horas. Como você faria para combinar a hora de encontrar seus amigos?

• Uma pessoa que ficasse sozinha, por alguns dias numa caverna escura e silenciosa, perceberia o tempo passar?

• Em um relógio-de-sol, o que funciona como ponteiro? Vocês vão precisar de: • Um cabo de vassoura • Uma lata vazia de tamanho médio • Um pouco de massa preparada com cimento, areia e água. • Uma garrafa PET cheia de areia • Uma vareta de bambu ou outro material • Um pedaço de papel cartão do tamanho de uma folha de papel A4 e um

pedaço de barbante de cerca de 50 cm. • Um pedaço de madeira e um pedaço de barbante de cerca de 50 cm.

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Procedimento: Construindo um relógio de sol Com o material acima temos 4 opções diferentes para construir relógios -de –sol: 1- Use a massa para fixar o cabo de vassoura dentro dela, mantendo o cabo na vertical. 2- Fixe a vareta de bambu ou qualquer outra vareta dentro da garrafa PET cheia de areia. 3- Dobre o papel cartão no sentido do comprimento, formando um “L”. Amarre o barbante em um buraquinho feito em cada uma das extremidades do papel , dando um nó nas partes externas do barbante evitando que ele se solte. Abra agora o papel formando um ângulo de 90 graus. 4- Construa com madeira uma estrutura em forma de “L” e amarre o barbante como no modelo de papel.

Utilizando o relógio- de- sol Coloquem a montagem numa área ensolarada do pátio. • Observem a sombra do cabo de vassoura ou da vareta projetada no chão. • Marquem o no chão o contorno da lata e da sombra do cabo de vassoura

ou da vareta. • Repitam a marcação da sombra de 1 em 1 hora. • De acordo com as sombras, aponte no céu o caminho que o Sol parece

percorrer. • Para o relógio-de-sol de madeira ou de papel, você deverá posicionar o

relógio de maneira que as laterais da folha ou da madeira fiquem na direção leste e oeste respectivamente. Assim, a parte vertical do relógio deve permanecer à sua frente e você ficará de frente para a direção norte. Marque as sombras projetadas pelo barbante

Registrando suas conclusões: Procure desenhar e produzir texto sobre suas observações. Leitura complementar para o(a) professor(a).

Podemos perceber a passagem do tempo por meio de mudanças que observamos no ambiente, ou seja, essas mudanças são as referências para marcar o tempo. São elas o nascer e o pôr-do-sol, a posição do sol no céu, a mudança de posição das sombras, a transformação cíclica da forma aparente da Lua, a floração de certas plantas, as chuvas ou secas, as cheias dos rios, o amadurecimento de frutos...

É possível marcar a passagem do tempo pela mudança de posição do Sol no céu e pela modificação das sombras, pois o comprimento e a posição da sombra de um objeto sob a luz do sol se modificam ao longo do dia. Assim, observando a posição da sombra de um objeto, podemos inferir a posição aparente do Sol no céu. Provavelmente, a forma mais antiga de marcar o tempo a partir do movimento aparente do Sol no céu tenha sido observar as sombras de uma haste fincada no chão, na posição vertical. Essa haste foi chamada de Gnômon, que, em grego, significa relógio de sol. Em um relógio de sol, a sombra de uma haste funciona como ponteiro. Foi assim que os antigos gregos, egípcios e astecas construíram os relógios de sol.

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O funcionamento dos relógios se baseia em regularidades. Assim, a comparação das sombras do gnômon em dias diferentes leva à constatação de que, em um mesmo horário, essas sombras têm comprimentos diferentes. Em tempo de calor, a sombra é mais curta. Em tempo de frio, é mais longa.

Isolados, sem podermos perceber os fenômenos naturais, privados assim de referenciais externos como a alternância de dias e noites, por exemplo, podemos ainda assim perceber o passar do tempo, pois sentimos fome, sede, sono, unhas e cabelos crescem. Mas perdemos a noção de quantos dias se passam.

Atividade 4 DE DIA EXISTEM ESTRELAS NO CÉU?

Desafio: Por que não enxergamos as estrelas de dia? Vocês vão precisar de:

Uma folha de papel branco. Lápis de cera branco. Tinta guache preta bem diluída em água. Pincel ou pedaços de espuma.

Procedimento:

Use o lápis de cera branco para desenhar estrelas na folha de papel. Usando o pincel, passe a tinta guache sobre a folha inteira, cobrindo o

desenho das estrelas. Registrando suas conclusões: Discuta bastante com as crianças o porquê delas não conseguirem enxergar as estrelas desenhadas com giz branco sobre o papel branco. Faça relação com o sol e as estrelas. Explique por que as estrelas apareceram após pintar o papel com tinta preta. Compare com o surgimento da noite. Leitura complementar para o (a) professor (a).

De noite e de dia

É interessante observar o comportamento diurno e noturno dos seres vivos: a abertura e o fechamento de certas espécies de flores, o exalar de perfumes, a maior atividade dos passarinhos durante o dia. Mas é à noite que as corujas caçam ratinhos para se alimentar. As borboletas procuram o néctar das flores durante o dia. E a vida das pessoas também acompanha a mudança do dia para a noite? O que você mais gosta de fazer durante o dia? Onde bate sol mais forte em sua casa? Em que horário? O nosso próprio comportamento obedece a ritmos: hora de acordar, hora de dormir. Hábitos noturnos fazem parte do conjunto de adaptações que facilitam a sobrevivência de algumas espécies E o brilho das estrelas? É interessante contemplar aspectos do céu e dos astros. Não poder ver o Sol no céu em um dia nublado ou durante a noite significa que ele desapareceu? Durante a noite as estrelas parecem pontinhos de luz. As estrelas se apagam de dia? Esses acontecimentos são explicados pela existência ou movimento de nuvens e pela rotação da Terra. As estrelas

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que estão no céu durante a noite só podem ser vistas do outro lado da Terra , enquanto no lugar em que estamos é dia. As estrelas que estão no céu diurno, e que não podem ser vistas devido à luminosidade do Sol, são aquelas outras, que foram vistas à noite pelas pessoas que estão do outro lado da Terra.

Atividade 5

POR QUE NEM SEMPRE ENXERGAMOS A LUA? O QUE FAZ A LUA MUDAR DE FORMA?

Desafios:

• A Lua desaparece durante o dia? • A Lua tem luz própria? • O que é preciso para que você consiga enxergar um objeto? • O que significa “lua nova, crescente, cheia e minguante”?

Vocês vão precisar de: • 1 caixa de sapatos lacrada tendo apenas um pequeno orifício que permita

olhar dentro da caixa. • 1 bolinha de isopor menor que uma bola de ping-pong • Durex • CD e cópia da letra para ouvir e cantar a música A LUA de MPB4 Procedimento 1 : O que é preciso para que possamos enxergar um objeto que não possui luz própria? Faça previamente, sem que as crianças percebam, a seguinte montagem:

• Faça um pequeno orifício na lateral menor de uma caixa de sapatos

com tampa. • Coloque a bolinha de isopor presa com um durex dentro da caixa,

bem no centro de modo que possa ser enxergada pelo orifício. • Mantenha a caixa escura e bem fechada. • Mostre para as crianças essa montagem. • Peça para que olhem através do orifício, sem abrir a caixa, perguntando a

elas o que elas vêm lá dentro. Pergunte por que elas não conseguem enxergar, já que foi afirmado que existe algo dentro da caixa.

• Deixe agora que as crianças repitam a observação do interior da caixa através do orifício, porém abrindo vagarosamente a tampa, deixando a luz entrar bem devagar.

. Registrando suas conclusões: Leve as crianças a perceber que ao abrir vagarosamente a tampa da caixa, a bola vai sendo iluminada, podendo assim ser enxergada. Pode-se até associar com as fases da Lua. Ao se iluminar dentro da caixa, é como se a Lua passasse da fase nova, pela crescente até chegar a cheia. Fechando vagarosamente percebe-se a fase minguante até chegar a nova. Espera-se também que a criança entenda que a bolinha só pode ser vista quando abrimos

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a caixa, assim como a Lua só pode ser enxergada quando é iluminada pelo Sol. Está se construindo aí o conceito de astro iluminado Leitura complementar para o (a) professor (a)

Repare o que acontece com a Lua. Às vezes ela aparece no início da noite, redonda feito uma bola. Às vezes aparece tarde da noite, fininha como uma unha. De vez em quando, não aparece à noite, mas durante o dia bem clarinha... Só podemos ver a Lua se ela estiver iluminada pelo Sol A Lua não produz sua própria luz. O luar, essa luz prateada que vemos iluminando o céu noturno e as paisagens da Terra, é a luz do Sol que a Lua reflete lá no espaço. Por isso dizemos que a Lua é um astro iluminado enquanto o Sol , assim como todas as estrelas, é um astro luminoso, pois tem luz própria. Procedimento 2: Observando as fases da Lua Desafio: A Lua sempre aparece igual no céu ou muda de forma? Como isso acontece? Vocês vão precisar de: • Radiografias velhas ou cartolina ou papel cartão. • 1 retroprojetor

Procedimento:

Recorte, no centro de uma radiografia ou da cartolina retangular, um circulo, ficando assim a radiografia vazada no centro.

Usar o retroprojetor para simular as fases da Lua, deslizando o circulo recortado sobre a radiografia ou cartolina vazada. Registrando suas conclusões: Lembre-se de fazer as associações. O retroprojetor está representando o Sol. O círculo brilhante projetado na parede representa a Lua e, o disco que você desliza sobre a cartolina e que vai provocando a sombra sobre o círculo projetado na parede, representa a Terra provocando sombras na Lua que então muda aparentemente de forma.

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Procedimento 3: Ouvir, cantar e discutir a música “A Lua “

A LUA ( MPB4 )

A Lua, quando ela roda, é nova, crescente ou meia-lua, é cheia. (bis)

E quando ela roda minguante e meia,

depois é Lua novamente. Quando ela roda é nova, crescente ou meia-lua, é cheia

E quando ela roda minguante e meia Depois é Lua nova

Mente quem diz que a Lua é velha Mente quem diz que a Lua é velha, mente quem diz...

Registrando suas conclusões: O que o autor da canção quis dizer com “a lua roda”? O que significa “lua minguate”? O que significa o termo “minguar”? FINALIZAÇÃO Procure expor todas as produções dos alunos na sua escola, seja na forma de desenhos ou textos. Estimule também a linguagem oral deixando que eles expliquem de forma simples, às outras turmas os trabalhos realizados durante o semestre. Atenção: O período de desenvolvimento deste projeto de Astronomia é estimado em um semestre letivo ou até um ano. Após realizar estas atividades, os alunos estarão preparados para comprender melhor, as estações do ano, os eclipses e muito mais... Bibliografia consultada:

1- Ciências - Pensar e Viver Rosely Lembo e Isabel Costa- Ed. Ática 2- Ciências- Descobrindo o ambiente – Jordelina Lage, Nyelda Rocha e

Simone de Pádua- Ed. Formato. 3- Ciências - Wilson Paulino e Carlos Barros- Ed. Ática 4- Ciências Naturais- Olga Santana e Aníbal Fonseca- Ed. saraiva 5- O Céu- Rodolpho Caniato.

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Oficina 9 – O Ar

Introdução

Alunos de 3 a 5 anos: o aluno se relaciona com o mundo pelos sentidos. As atividades propostas lhe permitem desenvolver sua percepção, entre outras, a tátil. Assim, o vento (ar em movimento) é uma primeira evidência de que o ar existe. A fabricação planejada de objetos utilizando o vento pode ajudar a estabelecer essa existência.

Alunos de 6 a 8 anos: a descoberta do mundo da matéria continua. Foram encontradas matérias sólidas e líquidas. Foram manipuladas e descobertas algumas de suas propriedades. Os alunos progressivamente estabelecerão a existência de uma matéria que não é visível, que permite ser conservada, que é capaz de se deslocar e mesmo de agir em estado imóvel. Encontrarão essa matéria novamente quando estudarem os cinco sentidos ou as manifestações da vida dos animais (condições para realizar uma criação, estudo dos modos de deslocamento, como o vôo dos pássaros).

Nas 3a e 4a séries segue o estudo da matéria: o ar, seu caráter pesado. Será estabelecido que o ar é pesado (que tem massa). Será encontrada outra matéria invisível, o vapor de água. Constrói-se aos poucos a noção do estado gasoso. Considerações sobre a adaptação dos seres vivos a seu ambiente permitem que o ar seja considerado vital (respiração, circulação).

Nas séries finais do ensino fundamental: uma outra propriedade do ar é colocada em evidência – a compressibilidade. O estudo do ar do ponto de vista químico (combustão, modelo atômico) permite aprofundar o conhecimento da matéria. O encontro com outros gases (oxigênio, gás carbônico) tanto na química quanto nas ciências da vida permite progredir na construção da noção de estado gasoso.

Por fim, estudos como o da fotossíntese dos vegetais e das condições de criação de animais levarão a considerar o ar, como ambiente de vida.

Proposta da Oficina:

Objetivo do conhecimento

Objetivos deste documento

A matéria

Conscientização da

existência do ar, primeira manifestação

de uma forma de matéria diferente do sólido e do líquido (o

estudo da materialidade do ar e

da construção do estado gasoso é

resumido nas 3a e 4a séries).

Competências específicas Ser capaz de evidenciar

que os espaços freqüentemente

qualificados de “vazios” estão cheios de ar. Saber

realizar e interpretar algumas situações simples em que se

percebe que: – o ar é capaz de se

deslocar; – o ar não desaparece e

não aparece.

Comentários Com cinco anos os alunos são capazes de formular raciocínios relativos à conservação da matéria para substâncias sólidas ou líquidas; o objetivo é incentivar os alunos a construir raciocínios análogos no caso do ar. Baseia-se, em primeiro lugar, em situações em que o ar se manifesta de maneira perceptível. O

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Se der a impressão de que desaparece de um

lugar é porque se deslocou para outro

lugar. Saber que vento é ar em movimento.

objetivo é reconhecer o ar mesmo quando está imóvel.

Conhecimento e habilidades que gostaríamos que fossem adquiridos ou que estivessem em fase de aquisição pelos alunos no fim do módulo:

• Saber diferenciar os estados da matéria por meio de algumas de suas propriedades.

• Começar a tomar consciência da existência de um novo estado da matéria: o estado gasoso. O ar é matéria em estado gasoso.

• Saber imaginar e em seguida implementar um roteiro experimental para responder a um questionamento.

• Colocar em prática as primeiras etapas de um trabalho experimental.

Observação: Este texto e os roteiros das atividades 1, 2 e 3 desta oficina foram retirados, com pequenas modificações, do livro traduzido pela equipe do Prof. Schiel, do CDCC da USP-São Carlos, disponível no livro on-line “Ensinar as ciências na escola” http://educar.sc.usp.br/maomassa/

Atividade 1: O que tem dentro de cada saco? 1- Apresentação do problema

Com base em suas experiências pessoais, os alunos tentarão diferenciar os diversos tipos de materiais, pelo toque, inclusive o ar. Desafio para os alunos: O QUE TEM DENTRO DE CADA SACO? 2- Objetivo: O aluno tentará descobrir as características de cada material através do tato e com base nos conhecimentos anteriores. 3-Materiais:

• 04 caixas de papelão • 04 sacos plásticos • Balão de aniversário,brita, folhas verdes (ou areia). • Pincel atômico • Barbante

4-Preparação prévia pelo professor: • Preparar antecipadamente, quatro sacos de plástico, fechados com nó

na boca, contendo separadamente: um balão cheio de água, brita, ar (encher um pouco antes de dar o nó na boca) e folhas verdes (ou areia).

• Preparar 04 caixas previamente rotuladas (1, 2, 3, 4). Cada caixa deve ter espaço suficiente para colocar um dos sacos plásticos preparados anteriormente, com duas aberturas para que sejam manipulados sem serem vistos pelos alunos. Veja figura.

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• O professor desafia os alunos para adivinhar o que há em cada um dos sacos.

• Organizar a turma para realizar a experiência, um a um.

Caixas desafio 5 – Levantamento de hipóteses Depois que todos os alunos manipularam o conteúdo de cada caixa, eles devem registrar o máximo de características do conteúdo de cada saco. Sugerir aos alunos o registro das suas observações usando palavras como mole – duro, leve – pesado, sólido-líquido. Eles também registrarão suas hipóteses sobre o conteúdo de cada saco. Na seqüência o professor registra no quadro todas as características propostas pelos alunos. Os alunos adivinham logo o que é, mas antes da confirmação, o professor deve explorar o vocabulário relativo às características de cada saco. 6 – Experimentação:

A confirmação ou não das hipóteses é efetivada pela retirada dos sacos das caixas e abertura dos mesmos.

7 - Discussão Coletiva: A discussão coletiva, que já havia começado quando o professor

registrou no quadro as características propostas pelos alunos, é retomada após a abertura dos sacos. Ao examinar o conteúdo de cada saco, o professor vai questionando a turma se todas as características propostas e registradas no quadro, estão adequadas.

Ao discutir o conteúdo da terceira caixa (o saco está vazio? O saco tem ar?) pode-se destacar o estado físico (gasoso) e o volume ocupado. 8 – Registro:

O registro individual deve ser feito relatando toda a experiência, as hipóteses e as descobertas a respeito de cada material, com ênfase para o ar.

Atividade 2 : Vamos encontrar o ar e pegá-lo num saco ?

1 – Apresentação do problema Os alunos são incentivados a manipular, ou seja, a considerar como matéria “a coisa” chamada de “ar”. Esta atividade consiste em realizar uma

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experiência simples: abrir um saco de plástico, enchê-lo de ar e fechá-lo. O ar existe e é matéria, pois pode-se pegá-lo e colocá-lo num recipiente. 2- Objetivos:

Conhecida a existência do ar e com base em suas experiências pessoais, os alunos tentarão encontrar e capturar o ar, em diversos espaços da escola. Estamos buscando construir o conceito do ar como matéria. 3-Materiais: Um saco (ou sacola) plástico, vazio e sem furos, para cada aluno. Uma bacia transparente com água. 4-Levantamento de hipóteses:

1. Posso pegar o ar e aprisioná-lo num saco? 2. O ar tem cor,cheiro,forma definida e volume? 3. Como provar que o saco não está vazio? 4. Tem ar no armário,no carro fechado e na geladeira fechada? 5. Na água dos rios e mares, tem ar? 6. Como é constituído o ar? 7. O que é ar rarefeito e onde encontrá-lo na natureza? 8. O que é o vento, pra que ele serve?

5 – Experimentação Cada grupo definirá os locais onde seus membros vão coletar o ar (sala de aula, atrás da porta, perto da janela, dentro do armário, pátio, geladeira, etc.). Uma vez coletado o ar, devem fechar bem a boca dos sacos com nó ou barbante. Em seguida os alunos colocarão sobre a mesa uma bacia (transparente), com água e com as duas mãos segura o saco de ar mergulhado na água . Um colega fura o saco de ar com a ponta do lápis ou da caneta. Fazer um furo bem pequeno para o ar sair devagarinho.

6 – Discussão coletiva Os grupos relatarão onde cada aluno foi pegar o ar e se conseguiram encontrar ar em todos os lugares onde procuraram, eles deverão também explicar a ocorrência das bolhas, na água. Os grupos responderão às questões e o professor socializa a discussão colocando as respostas no quadro.Os alunos devem registrar as respostas corretas. 7 – Registro:

O professor solicitará dos alunos o registro final da atividade, que deverá ser feito no caderno de experiências. Neste estágio o professor ajuda a escrever corretamente o texto.

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1- Apresentação do problema: Esta atividade trabalha três procedimentos que levarão os alunos a concluir que o ar ocupa lugar. 2- Objetivos: Levar o aluno a confirmação de que o ar ocupa espaço, através da realização das atividades, de sua conclusão e da discussão coletiva. 3-Materiais:

• Frasco de plástico transparente (bacia, lata) • Copos de vidro • Rolha de cortiça • Garrafa Pet • Balão de aniversário • Barbante

4- Levantamento de hipóteses: • O ar ocupa lugar no espaço? • Como você poderia provar que o ar ocupa lugar no espaço?

Observação: O professor vai construindo juntamente com os alunos as hipóteses ao realizar a experimentação. 5- Experimentação: 1) O professor orienta os alunos a colocar água no frasco transparente e jogar uma rolha dentro. Em seguida, emborcar um copo de vidro sobre a rolha. Por que a rolha estava flutuando na água? Por que a rolha foi empurrada para baixo? 2) Retire o copo sem deixar a água entrar dentro dele e cole com durex um pedaço de papel no fundo do copo e o emborque novamente dentro da água. Peça aos alunos para observar se o papel ficou molhado e para dar sua explicação sobre o ocorrido. 3) Nesta atividade o professor pode colocar o seguinte desafio: como tirar o ar de um copo e colocar este ar noutro copo? Oriente os alunos para fazer da seguinte forma: Coloque um copo na bacia, de boca para baixo (este primeiro copo vai continuar cheio de ar). Com a outra mão, introduza outro copo. Deixe o segundo copo encher-se de água, virando a boca para cima. Segure o segundo copo acima do primeiro, de boca para baixo. Vá virando o primeiro copo devagar, para deixar o ar escapar lentamente. Encha o segundo copo com o ar do primeiro. De que são bolhas? Onde elas estavam? Observe o que acontece e registre. 4) Encha de água uma garrafa pet e encha de ar um balão de aniversário e amarre-o no gargalo da garrafa. 1- Como fazer o ar passar para a garrafa? Vire a garrafa de boca para baixo com o balão sobre a mão esquerda e segure a garrafa com a mão direita e observe.

1- Por que o ar não desce do balão para a garrafa? 2-Virando a garrafa de boca para baixo, por que a água desce?

Espere os alunos registrarem suas justificativas e depois socialize as discussões para confirmar suas hipóteses.

ATIVIDADE 3 : O ar ocupa lugar no espaço

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6-Registro: O professor deve exigir o registro individual como parâmetro para avaliar a capacidade do aluno de observar, tirar conclusões, de se expressar e redigir. Todas as atividades deverão ser descritas e deverão ser citadas conclusões e justificativas para os fatos ocorridos sem perder de vista a faixa etária dos alunos em questão.

1-Apresentação do problema: Esta atividade trabalha a pressão do ar por meio de três experiências interessantes e de fácil realização.

2- Objetivos: Deixar os alunos executarem a experimentação que comprovam a pressão do ar. 3-Materiais:

• Copos de vidro • Garrafa pet • Agulha grossa ou prego • Papel de revista ou caderno usado

4-Levantamento de hipóteses:

1- O ar exerce pressão? 2- O que é pressão? 3-O que é pressão atmosférica?

5-Experimentação: 1) Com o canudinho na vertical, mergulhe uma parte dentro d’água, tampe a ponta de cima com o dedo e retire o canudinho, ele está com água. Para deixar a água cair, é só destampar o canudinho. Por que isto acontece? Se você mantiver o dedo tampando o canudinho e mergulhá-lo dentro d’água, a água entra? 2) Faça um furo bem em baixo da garrafa pet com uma agulha ou prego com a garrafa cheia de água e tampada. Por que a água não sai? Retire a tampa e verá que a água sai. Por que isso acontece? 3) Encha um copo com água, coloque um papel na borda e aperte. Em seguida vire o copo de boca para baixo e o segure.Retire a mão que segurava o papel, conforme o desenho abaixo.A água não cai!!! Por que a água não cai?

6-Discussão Coletiva: A discussão coletiva deverá ser feita após cada experimentação. 7-Registro: O aluno deverá registrar minuciosamente cada atividade com as conclusões bem claras.

Atividade 4: O ar exerce pressão

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Atividade 5: Qual carrinho vai mais longe?

1 – Apresentação do problema O ar existe e podemos conduzi-lo, então: vamos fazer um carrinho movido a ar? Objetivos:

Transferir o ar do balão através de uma mangueira, para deslocar um carrinho. O objetivo é atingir uma distância máxima. Materiais:

• Carrinhos adaptados, com uma mangueira; • Balões de aniversário de diversos tamanhos (muitos vão estourar e será

preciso substituí-los); • 01 pincel atômico; • Barbante; • Uma trena ou fita métrica para medir as distâncias percorridas.

2– Levantamento de hipóteses

Após apresentar o material disponível para a realização das experiências, os grupos devem ficar a vontade para escrever as suas próprias idéias sobre qual carrinho vai mais longe. Para atingir uma distância máxima deve-se pensar na saída do ar: rápida ou devagar? Pensar em uma bexiga: com ar de alta pressão (dura) ou pouca pressão (mole)? Encher muito ? Escreva e desenhe suas hipóteses e BOA SORTE. 3– Experimentação

Cada grupo pode escolher somente um dos carrinhos para testes. Para a escolha, deverão observar como foram feitos e como esses carrinhos funcionam. Em seguida vão treinar com o carrinho para a grande competição final, entre os grupos. Procedimento sugerido:

• Encher o balão com ar. • Segurar a saída do ar com o dedo indicador.

Carrinho Airton Senna

• Posicionar no ponto de partida previamente marcado, e liberar o ar (não

pode empurrar o carrinho com a mão, apenas soltá-lo). • Medir a distância percorrida usando o barbante ou a trena. • Repetir o teste quantas vezes seja necessário para conseguir o nosso

objetivo, da maior distância.

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A Competição Final:

Após cada grupo escolher um nome para a equipe, um representante é convidado para competir. A corrida poderá ter a seguinte pontuação: 1º lugar 5 pontos, 2º lugar 4 pontos, 3º lugar 3 pontos, 4º lugar 2 pontos e 5º lugar 1 ponto.

A professora deve fazer um quadro para marcar os pontos. Podem fazer 5 (cinco) rodadas e somar os pontos no final, assim dá oportunidade para todos participarem. Para identificar a classificação é aconselhável usar o barbante e/ou a trena, para comparar as distâncias. 4 – Discussão coletiva:

O professor deverá discutir com os alunos a experiência. Os grupos vão apresentar seus carros e expor para os outros a melhor forma de prepará-los, explicando como conseguiram o efeito desejado, e a distância atingida. Poderão inclusive testar uma “saída de ar adaptada”: um pedacinho de mangueira mais fina que pode ser adaptado na saída de ar. 5 – Registro. Não se esqueça da produção do texto ao final.

Anexo 01: Texto de apoio ao professor O ar é matéria?

Após as primeiras atividades, pode ser realizado um primeiro balanço em relação ao que foi descoberto sobre o ar: pode-se pegá-lo, encher um recipiente com ele, transladá-lo (passá-lo de um recipiente a outro). Isso leva a um primeiro passo rumo à caracterização de um terceiro estado da matéria: o gás, que tem o ar entre seus representantes.

Este módulo tem dois objetivos: um em termos do saber a ser adquirido no projeto e outro em termos do trabalho experimental e da autonomia.

Evidenciar experimentalmente a presença do ar no saco de plástico não foi tão fácil como os alunos pensaram no início: para mostrar que o saco contém algo bastaria furá-lo para que se esvaziasse.

Muitos alunos só conseguem entender o problema (o ar não cai na água ao abrir o saco de plástico acima da bacia de água) depois de realizarem a experiência. Muitas vezes o aluno aprende graças a um experimento que “não funciona” (desde que as razões do fracasso sejam analisadas coletivamente) e o professor deve sempre encorajar seus alunos a fazer as experiências que imaginam. Quando se precisa tirar o ar da garrafa, os alunos pensam rapidamente em enchê-la de água (para ver as bolhas). Os alunos colocam o saco de ar em cima da garrafa e não entendem porque as bolhas não descem para a garrafa. Eles só pensam em inverter o dispositivo (saco com ar em cima da garrafa de água) durante a ação, ou seja, pensando com as mãos. A priori, os alunos não pensam em colocar a garrafa em cima, pois acreditam que a água vai cair e, assim, o experimento vai falhar. O interessante é que este experimento raramente é realizado em sala de aula. Na maioria dos manuais escolares a experiência sugerida aos alunos consiste em colocar a garrafa

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diretamente em cima, o saco de ar em baixo, como se fosse evidente que seria a única possibilidade.

Durante este módulo, os alunos realizaram com ar as operações feitas correntemente com outras formas de matéria (pegar, transportar, conservar, transvasar). Nem todos assimilaram a idéia da materialidade do ar, por isso serão necessárias mais aulas, nas quais o ar será utilizado para encher bexigas e garrafas, assim como para deslocar objetos quando escapa deles. Este conceito da materialidade do ar pode ser construído apenas graças à duração e à diversidade das situações. Deverão ser apresentadas outras situações nas quais os alunos serão levados a sentir o vento, fazer perguntas sobre o peso do ar (3a e 4a séries), assim como sobre a necessidade de sua presença para os seres vivos (abertura desejável para outros ciclos sobre os seres vivos).

Anexo 02: Texto de apoio ao professor O AR

O ar é uma mistura de vários gases, vapor de água e partículas sólidas, presentes na atmosfera. O nitrogênio, presente em maior quantidade, é constituinte das proteínas. O oxigênio é utilizado principalmente na respiração dos organismos. Em terceiro lugar está o grupo dos gases nobres, elementos essenciais no metabolismo. O gás carbônico é utilizado principalmente na fotossíntese (produção do alimento pelos vegetais). Em outros estão agrupados vapor de água (que confere umidade ao ar) e partículas sólidas.

A poluição gerada nas cidades de hoje é resultado, principalmente, da queima de combustíveis fósseis como, por exemplo, carvão mineral e derivados do petróleo (gasolina e diesel). A queima destes produtos tem lançado uma grande quantidade de monóxido e dióxido de carbono na atmosfera. Estes dois combustíveis são responsáveis pela geração de energia que alimenta os setores industrial, elétrico e de transportes de grande parte das economias do mundo. Por isso, deixá-los de lado atualmente é extremamente difícil.

Esta poluição tem gerado diversos problemas nos grandes centros urbanos. A saúde do ser humano é a mais afetada com a poluição. Doenças respiratórias como a bronquite, rinite, alergias e asma levam milhares de pessoas aos hospitais todos os anos. A poluição também tem prejudicado os ecossistemas e o patrimônio histórico e cultural em geral. Fruto desta poluição, a chuva ácida mata plantas, animais e vai corroendo, com o tempo, monumentos históricos. Recentemente, a Acrópole de Atenas teve que passar por um processo de restauração, pois a milenar construção estava sofrendo com a poluição da capital grega.

O clima também é afetado pela poluição do ar. O fenômeno do efeito estufa está aumentando a temperatura em nosso planeta. Ele ocorre da seguinte forma: os gases poluentes formam uma camada de poluição na atmosfera, bloqueando a dissipação do calor. Desta forma, o calor fica concentrado na atmosfera, provocando mudanças climáticas. Futuramente, pesquisadores afirmam que poderemos ter a elevação do nível de água dos oceanos, provocando o alagamento de ilhas e cidades litorâneas. Muitas espécies animais poderão ser extintas e tufões e maremotos poderão ocorrer com mais freqüência.

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Apesar das notícias negativas, o homem tem procurado soluções para estes problemas. A tecnologia tem avançado no sentido de gerar máquinas e combustíveis menos poluentes ou que não gerem poluição. Muitos automóveis já estão utilizando gás natural como combustível. No Brasil, por exemplo, temos milhões de carros movidos a álcool, combustível não fóssil, que polui menos. Teste com hidrogênio tem mostrado que num futuro bem próximo, os carros poderão andar com este tipo de combustível que lança, na atmosfera, apenas vapor de água.

O Vento

Estou vivo, mas não tenho corpo, Por isso é que eu não tenho forma.

Peso eu também não tenho. Não tenho cor.

Quando sou fraco Me chamo brisa.

E se assovio Isso é comum.

Quando sou forte Me chamo vento.

Quando sou cheiro Me chamo pum!

Bacalov/Toquinho/Vinícius de Moraes

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Oficina 10: Flutua ou afunda?

Introdução

O tema água domina este texto. A importância dessa matéria em todas as áreas científicas é evidente. A água é um importante componente do planeta Terra e o ambiente natural de desenvolvimento de todos os organismos vivos.

Também sabemos que a água atrai os alunos de todas as faixas etárias. Graças às suas propriedades (a água corre...), às transformações pelas quais passa (mudanças de estado) e às que causa a outras substâncias (misturas, soluções). Ela é empregada em grande número de atividades capazes de ajudar o aluno a realizar as primeiras abstrações (a idéia de matéria e de conservação, aproximação do estado líquido...). O tema da água volta ao longo de toda a escolaridade.

Após uma primeira aproximação predominantemente sensorial na escola maternal, o aprendizado continua nos anos seguintes, em que são enunciadas as primeiras propriedades. Lembramos que o estudo das propriedades da água continua até mesmo no ensino superior.

No começo da educação infantil, a pedagogia se baseia freqüentemente em oficinas que utilizam materiais familiares. A parte “Oficinas sobre o tema água” apresenta um exemplo da evolução dessas oficinas com alunos de 3 a 4 anos. Progressivamente, a criança adquire capacidades que lhe permitem contemplar módulos de aprendizado compostos de aulas sucessivas e articuladas entre si.

As relações entre água e seres vivos, que por si só merecem vários capítulos das Ciências Naturais, posto que repor a água é condição para diferentes processos metabólicos (funcionamento bioquímico dos organismos), para processo de reprodução (em plantas e animais), para a determinação do habitat e do nicho ecológico, no caso de seres vivos aquáticos.

Proposta do Programa:

Objetivo do conhecimento Objetivos deste documento 1o ciclo

Descobertas sensoriais Exploração das propriedades da água pelos sentidos: cor, tato, gosto. Qualidade de vida Reconhecimento de água limpa e tratada. Alguns tratamentos (filtração, ebulição). Higiene Uso de água e detergentes para limpeza de materiais e do corpo. Transformação dos materiais. Estados físicos diferentes (sólido, líquido, gás)

Qualquer projeto no qual trabalhamos sem necessariamente ter vocação científica, requer o uso de matérias variadas. O professor deve escolher de maneira ponderada. Também se deve aproveitar ou provocar situações, nas quais, o aluno deve agir sobre a matéria para modificar suas propriedades em função de seu projeto. É o caso das atividades culinárias, quando se precisa decidir sobre acrescentar sal ou açúcar para alterar o sabor de um preparo, farinha ou água para modificar a consistência de uma massa.

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Conhecimento e habilidades que gostaríamos que fossem adquiridos ou que estivessem em fase de aquisição pelos alunos no fim do módulo:

• Saber diferenciar os estados da matéria por meio de algumas de suas propriedades.

• Relacionar água ao meio ambiente. • Saber imaginar e em seguida implementar um roteiro experimental para

responder a um questionamento. • Colocar em prática as primeiras etapas de um trabalho experimental.

Pré-testes Incentivar o aluno a citar exemplos do cotidiano para constatar a importância da água para: a vida, o transporte, o meio ambiente, a produção de energia, etc. No nosso cotidiano a água é muito importante para a vida. Sem água a gente não consegue sobreviver muito tempo. Quanto tempo será que conseguimos sobreviver sem beber água? Porque que a água é tão importante para o nosso corpo? Sabemos que a superfície da terra está ocupada por muita água. Vejamos um globo terrestre. Quanta é a superfície da terra ocupada pela água? Você não acha que o nosso planeta deveria se chamar Água? Porque a terra é azul? E o meio ambiente tem a ver com a água? Porque precisamos cuidar de nossos rios? Quantos rios nós temos em nossa região? Eles dependem da chuva? Como a chuva é produzida? E a chuva de granizo, todo mundo já viu? O granizo é água também? Em que outras atividades a água é importante: Na higiene? No transporte? Já andou de barco? Já tomou banho de rio?

Atividade 1: Flutua ou afunda? Material por grupo de 4 crianças

1 pote plástico transparente (de uns 5 litros de volume) ou bacia, com água. Objetos variados trazidos pelas crianças. Sugestões: Objetos do cotidiano das crianças, lápis, tubinho vazio de caneta, tesoura, frutas e legumes diferentes trazidos de casa, pedras, etc.

Procedimento

1. Peça que as crianças coloquem tudo o que trouxeram sobre a mesa e discutam no grupo o que acreditam que vai acontecer a cada objeto ao ser colocado na água, formulando um posicionamento coletivo, a opinião do grupo. ATENÇÃO: Isto deve acontecer antes da atividade experimental.

2. Em seguida, sugira que façam o registro individual. (Neste registro individual elas poderão anotar sua própria opinião, independente do grupo. Outra sugestão, é que o professor não participe desta primeira etapa, deixe

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que as crianças façam as anotações sem qualquer tabela ou outra formatação, o professor pode auxiliar num momento posterior, para compreenderem a utilidade da tabela.)

3. Faça o registro coletivo no quadro para socializar a opinião de todos. Uma sugestão pode ser a tabela 1 ou 2.

4. Faça o teste experimental com as crianças, cada grupo manipulando seus objetos. (Você pode sugerir que o registro individual seja complementado a partir das novas informações. Mas deixe claro que não é preciso apagar o que colocaram inicialmente, mesmo que não tenha se confirmado, trata-se da primeira impressão.)

5. Retome a discussão inicial observando item a item o que aconteceu e preenchendo a última coluna da tabela. (Tome cuidado para não valorizar demais erros e acertos. O mais importante é que fique clara a importância da investigação.)

Sugestão de Atividade 1 a) Faça uma lista no quadro, com os objetos que “enganaram” alguém. Eles

provavelmente possuem alguma característica especial. Sugestão de Atividade 2 a) Peça às crianças que observem os dois conjuntos de materiais, aqueles

que flutuam e aqueles que afundam. Como são os objetos que afundam? O que eles tem em comum? E os objetos que flutuam? O que há em comum entre eles? E o há de diferente entre os que afundam e os que flutuam? (Uma ótima conclusão, seria que conseguissem associar o fato de que os objetos que afundam são, em geral, muito pesados e/ou maciços e os que flutuam são leves e/ou ocos.)

Sugestão de Atividade 3 a) Problematização: Será que as frutas e legumes quando cortados em

pedaços menores continuam se comportando da mesma forma que inteiros?

b) Após uma discussão coletiva, cada grupo pode testar algum objeto em particular e apresentar os resultados à classe.

Observação: Esta questão em particular varia muito com o pedaço cortado. Lembre-se, o que define se um objeto flutua ou afunda é uma relação entre sua massa e seu volume. Mas pode ser explorada a diferença entre o tomate inteiro por exemplo, que possui uma área interna vazia o que permite grande volume sem aumento de massa e um pedacinho, que deve ser maciço. Sugestão de Atividade 4 a) Caso as crianças não tenham percebido que há objetos que quando flutuam

não ficam completamente dentro d’água (submersos) ou fora (emersos), peça que façam alguns desenhos e, para isso, escolha objetos com esta característica.

b) Problematização: O objeto tal, deve ser desenhado onde, flutuando no fundo?

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Sugestão de Atividade 5 Para a discussão coletiva ao final da aula, uma boa possibilidade é

representar a cuba em grandes dimensões e pedir que as crianças colem os objetos onde eles ficaram no experimento. (Isso pode ser substituído pelo nome do objeto ou por um desenho recortado com tesoura). Neste momento pode surgir um impasse: algumas coisas como a banana ou laranja, por exemplo, podem flutuar ou afundar dependendo do exemplar, há diferenças da banana nanica para a prata por exemplo. Caso isto aconteça, há duas soluções possíveis: uma seria explorar o objeto e suas diferenças, mencionando que os dois tem o mesmo tamanho (volume) mas um é mais pesado que o outro. Uma sugestão é pesar duas rodelas de mesmo tamanho, a mais pesada será, certamente, a que afunda. Outra possibilidade seria simplesmente explorar o fato de que alguns objetos aparentemente iguais são, na verdade, diferentes. Observação: Caso o professor opte por fazer uma ou mais das sugestões de atividades, não esqueça de pedir que às crianças, ao fim de cada ação, complementem o registro individual. Do mesmo modo, mencione todos os resultados obtidos na discussão coletiva.

Tabela 1

Objeto

Opinião do grupo

Quantos mais na classe acham que flutua?

Quantos na classe acham que afunda?

O que aconteceu na experimentação?

Tabela 2

Objeto O que você acha que acontece?

(Flutua ou afunda?)

O que acontece? (Flutua ou afunda?)

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Atividade 2: Massinha pode flutuar ?

(Testando a influência do volume dos objetos através da forma.)

Material por grupo de 4 crianças 1 Cuba, aquário ou bacia transparente, com água. Pedaços de massa de modelar.

Procedimento 1. Antes de mais nada, ajude as crianças a obter dois pedaços iguais ou

equivalentes de massinha. Caso você não disponha de uma balança, use dois pedaços iguais da mesma caixa de massinha ou uma forma de gelo, enchendo-a até o limite, você terá duas porções muito próximas. Você pode também construir sua própria balança.

2. Peça às crianças que deixem uma das amostras de massa em um formato maciço (uma bolinha, um charuto, um cubinho...) e pergunte se ela deverá flutuar ou afundar ao ser colocada na água. Levante as hipóteses e depois faça o teste.

3. Problematização: “Se este outro pedaço de massinha é igual aquele que colocamos na água, será que vai afundar também?” “E será que não podemos fazer nada para que ele flutue?” A partir disso, discuta com as crianças o que é importante para fazer com que um objeto flutue. Um bom exemplo é um navio, que apesar de muito pesado, é capaz de flutuar.

4. Deixe os grupos livres para fazerem e testarem formatos capazes de flutuar. Sugestão de Atividade 1 Sugira que as crianças utilizem um copo, uma semente ou outros objetos de maior volume para moldar as formas que quiserem testar. Sugestão de Atividade 2 Peça que façam uma descrição detalhada dos objetos que testaram. Uma sugestão pode ser a tabela 3. (O preenchimento pode ser por escrito ou através de desenho.) Sugestão de Atividade 3 Represente uma cuba em grandes dimensões (você pode usar uma figura, pintura ou um simples desenho no quadro) e peça às crianças que desenhem seus objetos, recortem e colem no quadro, no mesmo lugar onde ficaram no experimento. Sugestão de Atividade 4 Peça às crianças que observem os objetos no quadro. Qual o formato daqueles que afundam? O que eles tem em comum? E os objetos que flutuam? E de diferente, o que há entre eles? Que espaço ocupam dentro da água os objetos que flutuam? E os que afundam? (Esta é a oportunidade para mencionar o que é o volume do objeto e o fato de que há uma grande influência dele sobre a aptidão dos corpos para flutuar ou não.)

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Tabela 3

Objeto Descrição O que acontece?

(Flutua ou afunda?)

Ao final da atividade, não se esqueça da produção do texto sobre as experiências.

Atividade 3: Como fazer o potinho afundar?

(Testando a influência da massa dos objetos.)

Material por grupo de 4 crianças

1 Cuba, aquário ou bacia transparente, com água. 1 potinho com tampa (pode pedir potes plásticos de filmes em lojas de

fotografia, ou comprar na farmácia potes para amostras) Materiais para teste (feijão, arroz, pedrinhas, pregos, areia, objetos da

classe...)

Procedimento

1. Problematização: Apresente um potinho tampado às crianças: “O que acontece quando o colocamos na água: flutua ou afunda?” “E o que podemos fazer para que ele afunde?” (Provavelmente não será difícil às crianças perceberem que é necessário colocar coisas dentro dele para o potinho ficar mais pesado). 2. Peça que seja feito o registro individual, que pode contemplar a opinião da criança e não do grupo. (Mais uma vez, a sugestão é que você não interfira neste primeiro registro, uma vez que poderá discutir os conceitos posteriormente.) 3. O que vocês acham que pode ser colocado dentro do potinho para que ele afunde completamente? Sugira que as crianças façam um discussão no grupo e obtenham uma conclusão, a opinião do grupo. 4. Em seguida, faça a discussão coletiva, levantando o que os grupos previram. (Para esta atividade uma sugestão é a tabela 4.) 5. Depois de esperar um tempo para que os grupos façam a atividade experimental, retome a tabela para o encerramento da discussão. (A massa é um dos fatores fundamentais para que um objeto flutue ou afunde. Sendo fixo o volume do potinho, isto poderá ser melhor compreendido). Observação: A recomendação de manter o potinho tampado, é para evitar que a água entre, alterando a massa do conjunto. Sugestão de Atividade 1

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Sugira que as crianças refaçam todos os testes com o potinho aberto. (Não esqueça de, ao final, atentá-las para o fato de que com o copo aberto, é mais fácil a água entrar, o que faz o conjunto mais pesado forçando-o a afundar. Sugestão de Atividade 2 Problematização: “O que acontece se o potinho estiver completamente cheio de água: flutua ou afunda?” Façam o teste!

Tabela 3

O que pode ser colocado dentro do potinho? Quanto? O que acontece?

(Flutua ou afunda?) Previsão

O que acontece? (Flutua ou afunda?)

Experimentação

Ao final da atividade, não se esqueça da produção do texto sobre as

experiências.

Atividade 4: Flutuando no copo, na bacia, na piscina.

(Testando a influência da quantidade de água na flutuação dos objetos.)

Material por grupo de 4 crianças

Copos, aquários ou bacias transparente (de diferentes tamanhos, com água)

Potinho com tampa; Objetos para teste (massa de modelar, frutas, legumes, etc)

Procedimento

1 .Problematização 1: Com uma das cubas bem cheia, peça para as crianças escolherem dois objetos, um que flutua e outro que afunda. 2. Problematização 2: E se tirássemos boa parte da água de dentro da cuba, continuaria igual? A quantidade de água faz diferença ou não para que um objeto flutue ou afunde? Peça aos grupos que discutam e tirem uma conclusão coletiva para apresentar a classe e depois façam o registro individual. 3. Em seguida, sugira que façam o teste com diferentes quantidades de água e anotem o que houve. 4. Discussão coletiva: O que perceberam? (As crianças certamente perceberão que a quantidade de água não influenciou no teste. No entanto, pode permanecer o pensamento de que se as alterações fossem grandes o suficiente, haveria influência. Por isso, é necessário continuar a discussão.) 5. Problematização 3: Tudo o que afunda em uma cuba ou vasilha pequena, afunda em uma piscina também? (Faça uma discussão coletiva na classe, pedindo a opinião das crianças, não precisa dizer o que vai acontecer, deixe as crianças experimentarem e descobrirem. Caso a escola uma piscina

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onde o teste possa ser feito... senão use um tanque ou panela grande cheia d’água).

Observação: Este teste é muito mais convincente em recipientes fundos do que extensos.

Atividade 5: Flutuando no rio, flutuando no mar...

(Testando a influência da densidade do líquido na flutuação dos objetos.)

Material por grupo de 4 crianças

3 Copos ou recipientes (transparentes) Alguns canudinhos de refresco 1 Tesoura 1 Canetinha de transparência 1 pedaço de massa de modelar 3 colheres grandes de sal 1 colher, um ovo, um pedaço de vela

Procedimento 1. Corte um canudinho em duas partes e outro em três partes de tamanho parecido. 2. Coloque na ponta uma pequena bolinha de massinha. (Peça que os alunos testem dentro do copo com água, com a massinha para baixo: quando for pequena o suficiente, o conjunto flutua, com parte do canudinho fora d’água. Em geral, demoram um pouco a acertar a quantidade.) 3. Usando a canetinha, peça que façam uma marca no canudinho, na altura atingida pela água. A marca com a caneta deve ser feita no ponto exato onde o canudinho aflora fora d’água. Esta pequena montagem (canudinho com massinha na ponta) equivale a um densímetro, aparelho usado para medir a densidade dos líquidos. 4. Peça às crianças que acrescentem sal a um segundo copo com água, misturando bastante até que comece a sobrar no fundo do copo (este é o sinal de que não adianta colocar mais sal). O terceiro copo o professor deve encher com álcool líquido. 5. A seguir os alunos devem colocar o densímetro no copo com água salgada e verificar se a marca da canetinha subiu ou desceu. O que aconteceu? (o densímetro sobe). Podemos concluir que a água salgada é mais densa que a água. Colocando o densímetro dentro do álcool, a marca afunda (o densímetro desce). Podemos concluir que o álcool é menos denso que a água. 5. Peça que as crianças façam desenhos, explicando o que fizeram e o que aconteceu.

Sugestão de Atividade 1 Coloque os três copos lado a lado e use um ovo para testar nos três líquidos. Se o ovo não estiver podre, deverá afundar na água doce, afundar no álcool e flutuar na água com sal. Sugestão de Atividade 2

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Use agora um pedaço de vela (parafina). É possível que ela flutue na água doce, flutue na água salgada e afunde no álcool. Ao final da atividade, não se esqueça da produção do texto sobre as

experiências.

Atividade 6: Procurando moedas no fundo do mar...

(Testando a influência do empuxo na flutução dos objetos.)

Esta atividade foi dividida em três partes e você pode fazer todas ou escolher alguma(s) em particular. No entanto, elas são complementares e o efeito pode ser potencializado pela persistência, mesmo porque são atividades curtas, cabendo em uma única sessão. Material por grupo de 4 crianças

1 Cuba, aquário ou bacia transparente 1 Potinho com tampa.

Procedimento

1. Problematização 1: “Vocês já tentaram apanhar uma moeda no fundo de uma piscina?” Sentiram algo diferente? É fácil ou difícil? Como não podemos ir para uma piscina testar, vamos experimentar aqui mesmo. 2. Peça às crianças que tentem colocar o potinho tampado (vazio) no fundo da cuba e observem o que acontece anotando os resultados. 3. Problematização 2: Discuta com elas a existência de uma força que empurra para cima o potinho. Ela existe e pode ser sentida com bastante força quando tentamos sentar no fundo de uma piscina, por exemplo.

Procurando moedas no fundo do mar... Segunda Parte

Material por grupo de 4 crianças 1 Cuba, aquário ou bacia transparente, com água. 1 pequeno pedaço de barbante; Massinha.

Procedimento 1. Peça para os alunos fazerem uma bola de massinha e depois prenderem o

barbante à bola de massinha. 2. Peça às crianças para segurar o barbante, mergulhar e tirar a massinha de

dentro d’água, sentindo com a mão a força quando a massinha está dentro da água e depois de já ter saído.

Procurando moedas no fundo do mar... Terceira Parte

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Material por grupo de 4 crianças 1 Balança (ver roteiro “podemos construir ?” para fazer uma balança com

PET) Massa de modelar Cuba ou balde com água.

Procedimento 1. Usando a balança, separe dois pedaços iguais de massinha (faça bolas de

uns 4 cm de diâmetro). 2. Coloque a balança na beira da mesa, com as duas massinhas equilibradas

nos pratos da balança. Pegue a cuba cheia d’água e coloque embaixo de um dos pratos da balança (“empurrando” com a água o prato da balança - para cima). Observe que a balança ficará desequilibrada.

Observação: Neste experimento, as crianças tendem a acreditar que os corpos são mais leves na água do que fora dela, o que não é verdade. Por isso não esqueça de, na discussão final, mencionar a existência de uma força de baixo para cima dentro de líquidos que, de certa forma “empurra” os objetos para cima. Sugestão de Atividade 1: Sugira às crianças que refaçam o equilíbrio da balança colocando mais massinha no prato em desnível. Elas facilmente perceberão que a diferença é bem grande.

Atividade extra: Construindo um submarino.

Material por grupo de 4 crianças 1 Cuba, Aquário ou bacia transparente 1 kipo (equipo) e uma seringa de 10 ml Uma porca do tamanho certo pra encaixar no kipo (melhor testar antes com

3 porcas de pesos diferentes, pois se a porca for muito pesada pode ser que o submarino, ao voltar do fundo, não flutue direito)

Procedimento para montagem do submarino

1. Retirar tudo do kipo, deixando apenas o tubinho plástico e o reservatório plástico pontudo. 2. Abrir a boca do tubo no bico do kipo, para ela entrar no bico da seringa 3. Encaixar a porca no bico do kipo. Está pronto o submarino !!

Plano de aula

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1. Problematização 1: “Há coisas muito leves que flutuam. Outras enormes e

bem pesadas que também flutuam. Há coisas bem levinhas que afundam como um grão de arroz por exemplo. E coisas que as vezes flutuam e às vezes afundam, existem?” (Deixe que as crianças falem todas as idéias, alguém vai lembrar do submarino!)

2. Problematização 2: “O que sabemos sobre os submarinos? O que será que

acontece dentro dele quando o capitão manda que ele afunde e ele vai, ou quando manda que ele volte à superfície e ele volta?”

Sugestão de Atividade 1

Substitua o registro final da experiência pelo seguinte desafio: “Faça de conta que um amigo seu mudou-se para outra cidade, uma que fica perto do mar, e escreveu para você perguntando se sabe explicar como funciona um submarino. Escreva para ele uma carta explicando como funciona o submarino. Aproveite e ensine a ele como montar a experiência que você aprendeu na escola!”

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Oficina 11: Água na natureza

Introdução O Brasil possui a maior reserva hídrica do mundo, concentrando cerca de

15% da água doce superficial disponível no planeta. Mas o contraste na distribuição é enorme:

A região Norte, com 7% da população, possui 68% da água do país, enquanto o Nordeste, com 29% da população, possui 3%, e o Sudeste, com 43% da população, conta com 6% da água. Além do contraste na distribuição da água, problemas como o desmatamento das nascentes e a poluição dos rios agravam a situação. Em conseqüência, 45% da população não tem acesso aos serviços de água tratada e 96 milhões de pessoas vivem sem esgoto sanitário.

A agricultura é o setor que mais consome água no país, cerca de 59%, o uso doméstico e o setor comercial consomem 22% e o setor industrial é responsável por 19% do consumo.

Projeções feitas por cientistas calculam que em 2025, cerca de 2,43 bilhões de pessoas estarão sem acesso a água. O desperdício é outro grande problema que contribui para a escassez. No Brasil 40% da água tratada fornecida aos usuários é desperdiçada. A Organização Mundial de Saúde considera que cada pessoa necessita de 40 litros de água por dia, entretanto, a média brasileira de consumo corresponde a 200 litros.

A ÁGUA QUE MINGUA

• De acordo com o relatório da ONU o consumo de água dobra a cada 20 anos; • Há 50 anos, as reservas mundiais (descontada a água necessária à agricultura, à indústria e ao uso doméstico) eram de 16.800 m³ por pessoa, a cada ano; • Hoje, essas reservas foram reduzidas a 7.300 m³ e, daqui a 25 anos, a previsão é de que caiamos para 4.800 m³ ; • A ONU adverte para a escassez de água, pois enquanto 1/4 da população mundial atual, estimada em 1,5 bilhões de pessoas, não tem acesso a água potável, em média 50% da água que vai para as grandes cidades é desperdiçada; • A ONU prevê que 2/3 da população mundial serão afetados pelo problema até 2025; • Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que 1/3 dos países do mundo já vive a escassez da água, enquanto os outros 2/3 têm de caminhar até 8 km por dia para encontrar uma fonte de água potável; • A poluição da água está associada a 335 diferentes tipos de causas das mortes no mundo; • Cerca de 40.000 crianças morrem diariamente no mundo (média de 15 milhões por ano) como resultado das enfermidades resultantes da contaminação das águas. Mais de um terço destas mortes são de crianças com menos de cinco anos de idade; • Embora dois terços do planeta sejam ocupados pela água, apenas 0,63 % dessa água podem ser explorados. 2,07% de água doce estão presas nas geleiras e icebergs.

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Atividade 1: COMO VEJO O RIO DA MINHA CIDADE? COMO GOSTARIA QUE O RIO DA MINHA CIDADE FOSSE?

1- Apresentação do Problema:

O professor poderá iniciar falando da importância da água para todos os seres vivos. Em seguida fazer questionamentos sobre a situação dos rios da cidade. Objetivo: despertar a percepção ambiental dos alunos. Com essa atividade os alunos tomarão consciência do estado em que se encontra o rio e de como seria melhor se não houvesse poluição.

Material

• Cartolina • Canetinha • Revistas • Tesoura • Cola 2- Metodologia

Após dividir a turma em grupos, o professor orientará os alunos a fazer um cartaz utilizando gravuras das revistas. A cartolina deve ser dividida em duas partes para ilustrar “o rio que vemos e o rio que queremos”.

3- Discussão Coletiva

Os grupos apresentam seus cartazes com as observações e o professor fará as interferências e questionamentos necessários.

O professor conduzirá a atividade, levando os alunos a perceberem a situação que se encontra o rio da sua cidade.

Atividade 2: O QUE ACONTECE QUANDO TRANSFORMAMOS O RIO NUM DEPÓSITO DE LIXO?

1- Apresentação do Problema: Comentar com os alunos a situação da maioria dos rios brasileiros,

que estão sendo transformados em esgoto a céu aberto. Discutir as causas e conseqüências.

Objetivo: entender que o excesso de lixo nos rios leitos provoca o transbordamento, levando às enchentes.

Material

• Bacia de plástico com água • Sucata 2- Metodologia

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Encher a bacia com água, em seguida colocar aos poucos a sucata. A água irá transbordar, simulando o que acontece com o rio. Com as chuvas fortes, os rios transbordam causando as enchentes.

3- Discussão Coletiva

Os alunos serão incentivados a criar um diálogo em que o rio aparece como um personagem. Em seguida deverão apresentar em forma de teatro para toda a turma.

Atividade 3: O QUE ACONTECE QUANDO O ESGOTO É LANÇADO NO RIO SEM TRATAMENTO?

1- Apresentação do Problema: Quais os prejuízos causados pelo lançamento do esgoto no rio? O

professor deve questionar as ações corretas e incorretas do homem que interferem no equilíbrio dos sistemas naturais. Comentar sobre a morte de animais e plantas, podendo alterar todo o equilíbrio ecológico. Objetivo: incentivar os alunos a entender os prejuízos causados pelo esgoto o esgoto lançado no rio pode prejudicar uma área muito grande, e não apenas a área do lançamento.

Material

• Bandeja de plástico • Anilina vermelha 2- Metodologia

Encher a bandeja com água, em seguida despejar aos poucos a anilina em um dos lados, simulando o despejo de esgoto.

Agitar a água com cuidado e observar o que acontece. Discutir os resultados.

3- Discussão Coletiva A bandeja com água representa o rio e a anilina com o esgoto

despejado. Os alunos deverão perceber que o lançamento de esgoto prejudica um grande área. O professor deve incentivar os alunos a perceberem que os animais, as plantas e o próprio homem sofrem as conseqüências dessa poluição. O aluno deve ser estimulado a propor soluções para o problema.

Atividade 4: QUAIS OS PREJUÍZOS CAUSADOS PELO DERRAMAMENTO DO PETRÓLEO NO MAR?

1- Apresentação do Problema: O professor deve explicar que periodicamente ocorre derramamento de

petróleo o mar e questionar os alunos sobre os ricos e prejuízos para o meio ambiente.

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Objetivo: fazer com que os alunos entendam que o petróleo quando derramado na água forma uma barreira que impede a penetração dos raios solares, prejudicando os seres que realizam a fotossíntese. Os alunos deverão entender que o petróleo em contato com a pena das aves e com as brânquias dos peixes causa sérios prejuízos. Material

• Bandeja de plástico • Óleo queimado • Uma ave (de preferência um pato pequeno) • Penas avulsas 2- Metodologia

Adicionar água até a metade da bacia, em seguida acrescentar meio copo de óleo. Colocar algumas penas, e observar. 3- Discussão Coletiva

Os alunos perceberão que as penas ficarão grudadas. Serão estimulados a entender que as aves não conseguirão. O professor deverá questionar quais os prejuízos que isso acarreta. O que acontecerá com as aves? E a luz solar vai penetrar? Devem entender que sem a luz, as plantas não realizam a fotossíntese, o oxigênio diminui e muitos seres aquáticos morrem.

Atividade 5: OS POLUENTES DO SOLO PREJUDICAM A ÁGUA?

1- Apresentação do Problema: A proposta é simular um ecossistema terrestre onde os poluentes são

lançados no solo e mostrar através do experimento que esses poluentes podem chegar até a água e causar prejuízos. O professor deverá explicar o que são agrotóxicos e para que servem e fazer com que os alunos entendam que a chuva arrasta as substâncias presentes no solo. Objetivo: perceber que os poluentes lançados no solo também prejudicam a água Material

• Bandeja de plástico • Anilina vermelha • Um pedaço de placa de grama • Regador pequeno • Água

2-Metodologia

Colocar a placa de grama em um dos lados da bandeja de forma inclinada. O espaço abaixo estará simulando o rio. Misturar anilina na água, em seguida colocar no regador. Irrigar a grama com essa mistura. Os alunos verão

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3- Discussão Coletiva A anilina está simulando ao poluente. Os alunos perceberão que a

anilina vai escorrer e será transportada o rio. Serão incentivados a entender que o mesmo pode acontecer com os poluentes lançados no solo. O professor poderá fazer os seguintes questionamentos: O que vai acontecer com a fauna e a flora aquática? E o homem será prejudicado?

Sugestão de atividade

Solicite aos alunos que façam uma análise crítica da letra das músicas abaixo. Quais as mensagens que os autores querem passar?

PLANETA ÁGUA (Guilherme Arantes)

Água que nasce na fonte serena do mundo

E que abre o profundo grotão Água que faz inocente riacho

E deságua na corrente do ribeirão Águas escuras dos rios

Que levam a fertilidade ao sertão Águas que banham aldeias

E matam a sede da população Águas que caem das pedras

No véu das cascatas, ronco de trovão, E depois dormem tranqüilas

No leito dos lagos, no leito dos lagos Água dos igarapés, onde Iara

Mãe d'Água, é misteriosa canção Água que o sol evapora,

Pro céu vai embora Virar nuvens de algodão Gotas de água da chuva,

Alegre arco-íris sobre a plantação Gotas de água da chuva, tão tristes,

São lágrimas na inundação Águas que movem moinhos

São as mesmas águas que encharcam o chão E sempre voltam humildes

Pro fundo da terra, pro fundo da terra Terra, Planeta Água Terra, Planeta Água Terra, Planeta Água

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PLANETA AZUL (Xororó e Aldemir)

A vida e a natureza Sempre à mercê da poluição

Se invertem as estações do ano Faz calor no inverno

E frio no verão Os peixes morrendo nos rios,

Estão se extinguindo espécies animais E tudo o que se planta, colhe,

O tempo retribui o mal que a gente faz Onde a chuva caía quase todo dia

Já não chove nada O sol abrasador rachando

O leito dos rios secos, Sem um pingo d'água

Quanto ao futuro inseguro Será assim de norte a sul:

A Terra nua semelhante à Lua O que será desse Planeta Azul? O que será desse Planeta Azul?

O rio que desce as encostas Já quase sem vida parece que chora,

Num triste lamento das águas Ao ver devastada a fauna e a flora

É tempo de pensar no verde, Regar a semente que ainda não nasceu,

Deixar em paz a Amazônia, Preservar a vida,

Estar de bem com Deus

Sugestão de alguns sites para pesquisa e mais informações:

http://www.emae.sp.gov.br http://www.sabesp.com.br http://www.aguaonline.com.br http://www.ambientebrasil.com.br http://www.amigodaagua.com.br http://www.meioambiente.pro.br/index.htm http://www.ecoviagem.com.br/ecoreporter/def_ecoreporter.asp?codigo=2882 http://www.ecoambiental.com.br/mleft/agua.htm http://www.mma.gov.br

http://www.tvcultura.com.br/aloescola/infantis/chuachuagua/

http://www.eciencia.usp.br/laboratoriovirtual/apresentacao.htm

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Oficina 12 - Podemos construir ?

Atividade 1: Podemos construir um ludião ?

Usa-se uma garrafa PET com tampa (pode ser de 2 litros, 1 litro ou mesmo 500 ml) e uma ampola (de vidro) de injeção. A parte superior da ampola (e o seu conteúdo) deve ter sido previamente descartada. Será usada apenas a parte inferior da ampola, que deve estar bem lavada e também lixada de forma a não apresentar pontas de vidro que possam ferir as crianças. As crianças devem trazer de casa a garrafa PET com tampa. O professor deve levar as ampolas assim preparadas (uma para cada aluno).

A ampola é cheia de água com um filete de água na torneira da pia. Ao virá-la de cabeça pra baixo a água não derrama pois o buraco é pequeno. A seguir, com pequenos “tecos”, vá retirando água da ampola (observe que, para cada gota que cai, vai subindo ar para dentro da ampola), sempre testando num copo com água para ver se ela flutua. Quando ela flutuar, está pronto o ludião: basta colocar a ampola – sempre de cabeça pra baixo – dentro da garrafa PET cheia d’água e fechar bem a tampa.

Ao apertar a garrafa, a pressão lá dentro aumenta, água entra pelo buraquinho da ampola (observe que o nível da água sobe dentro da ampola quando apertamos – isto pode ser melhor observado pelos alunos quando o ludião está no fundo da garrafa e apertamos ainda mais). O ludião assim fica pesado e desce. Quando relaxamos, o ar que ficou comprimido no topo da ampola se expande de novo, expulsando a água que tinha entrado, o ludião fica mais leve e sobe.

Atividade 2: Podemos construir um disco de Newton ?

Cada criança vai precisar de um CD (pode ser arranhado), de preferência

previamente furado com dois furinhos (feitos bem perto do orifício central e opostos um ao outro).

Colocando o CD contra a luz (do sol, de uma lâmpada) mostre que a luz branca se decompõe nas cores do arco-íris : vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta.

Usando o CD sobre uma folha de papel, faça um círculo e recorte o círculo de papel. Com lápis de cor, colorir o papel com as sete cores do arco-íris. Para isto seria preciso dividir o círculo em sete partes... Para facilitar, pode dividir em seis partes e usar os lápis: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul e roxo. Depois cole o papel colorido no outro lado do CD.

Corte cerca de um metro de barbante, passe pelos furinhos e dê um nó. Faça girar o disco de Newton movimentando as mãos (como se tocasse uma sanfona). Observe que a soma das cores dá o branco.

Este experimento é interessante pois permite, de um lado do CD, mostrar a decomposição da luz branca nas cores do arco-íris. Do outro lado, fazendo o disco girar, pode-se ver o fenômeno inverso: a soma das cores (luz) forma o branco.

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Observação: Se misturarmos tintas das várias cores do arco íris, a cor da tinta misturada vai ficando escura e nunca vai dar o branco. A cor das tintas é COR PIGMENTO: a soma das cores pigmento fica escura. A soma das CORES LUZ é que dá a luz branca.

Atividade 3: O copinho que gira. Porque será que o motoqueiro não cai quando passa no alto do globo da morte? Porque, na montanha russa, o trem não cai quando dá uma volta completa (looping) ? Porque a lua não cai na terra? Porque a terra não cai no sol? Um copo de plástico deve ser furado com três furos simétricos e amarrado por três barbantes de aproximadamente um metro cada, onde na ponta oposta serão amarrados de forma que a boca do copo fique na horizontal. Coloque um pouco de água no copo e gire-o constantemente (sem deixar o barbante ficar bambo). Podemos perceber que a água não cai, porque o corpo está em movimento.

Atividade 4: Podemos construir um caleidoscópio ?

Os caleidoscópios serão feitos com um pedaço de tubo de PVC, três

espelhos e três discos de plástico rígido (sendo dois transparentes e um translúcido), além de pedaços pequenos de acrílico de diferentes cores.

Os espelhos têm dimensão 12cm por 2,7 cm. O tubo de PVC tem diâmetro externo 40mm e comprimento 14 cm.

Atividade 5: A mágica dos canudinhos.

Ao atritar o canudinho com um papel, ocorre transferência de cargas e eletrização. O canudinho fica grudado na parede. Dois canudinhos assim eletrizados, se segurados pela ponta, mostram a força de repulsão (cargas iguais se repelem).

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Oficina 13: Misturas

Atividade 1 – Misturando 1 - Apresentação do problema:

Desafio: O que se mistura? Objetivos: Experimentar misturas homogêneas, heterogêneas e diferentes soluções. Materiais: Água, copos transparentes, sal, açúcar, suco em pó, pó de café, fubá, vinagre, óleo de cozinha, terra, areia, limalha de ferro, brita zero e/ou pó de pedra e/ou cimento em pó, conta-gotas e corante de uso alimentar. 2 – Levantamento de hipóteses Provocar os grupos a formularem hipóteses sobre o que vai acontecer quando se misturam os vários materiais e substâncias. As hipóteses devem ser registradas por escrito. Por exemplo: uma coluna pode ser feita no quadro pelo professor designando os diferentes pares a serem testados (1)água + sal; (2) água + açúcar; (3) água + vinagre; (4) água +óleo; (5) água + suco em pó; (6) água + terra; (7) terra + limalha de ferro; (8) pó de café + fubá; (9) terra+areia; (10) areia+brita (e outras combinações com cimento, terra, areia...) Cada aluno copia e, numa segunda coluna, escreve se vai misturar (sim ou não). 3 - Experimentação Cinco grupos podem experimentar diferentes pares. Grupo A: 1 e 2; Grupo B: 3 e 4; Grupo C: 5 e 6; Grupo D: 7 e 8; Grupo E: 9 e 10. O professor percorre os diferentes grupos orientando e questionando. No grupo A, o que acontece se misturamos com a colher mais e mais sal? A solução homogênea fica saturada, não mistura mais. No grupo B, no copo onde a água e o óleo ficaram separados (colocar pelo menos uns 2 cm de óleo), pingue cuidadosamente uma ou duas gotas de corante alimentar no óleo. A cor vai se depositar em bolas minúsculas porque o corante não se mistura com o óleo. Empurre as bolas coloridas para a água com uma colher. Observe-as explodir em uma nuvem de cor. O corante de uso alimentar, que consiste principalmente de água, não mistura com o óleo, mas mistura com a água. No grupo C, chamar atenção para a solução homogênea formada pela água + suco e para a suspensão formada pela água + terra (em repouso, esta tende a se depositar, ainda que parcialmente, no fundo). 4 – Expressão oral / discussão O professor provoca os grupos a relatarem suas experiências e observações. Pode também, conforme a faixa etária, introduzir conceitos como mistura e substância, mistura homogênea e heterogênea, solução, suspensão, colóide.

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5 – Registro O registro individual deve ser feito a partir de uma estrutura de tópicos proposta no quadro pelo professor (por exemplo: título, data, materiais utilizados, o que fiz, o que observei, o que aprendi, o que achei desta experiência). Um registro coletivo final pode ser feito numa outra aula, com o professor escrevendo no quadro.

Atividade 2 – Separando Esta atividade deve ser feita após a atividade anterior. De preferência no dia seguinte. 1 – Apresentação do problema: Desafio: Como se separa? Objetivos: Experimentar diferentes métodos de separação. Materiais: Peneiras diferentes, coador e filtro de papel, ímã, algodão, colheres, além das misturas feitas na atividade 1. 2- Levantamento de hipóteses Cada grupo deve levantar e registrar hipóteses sobre como separar os materiais que misturou ou tentou misturar. Cada grupo escolhe qual material vai usar para tentar separar. O professor deve deixar todos os materiais que trouxe para separação, juntos sobre uma mesa, para serem usados pelos vários grupos. 3- Experimentação De acordo com as hipóteses levantadas e os materiais escolhidos, cada grupo experimenta livremente e registra suas observações. No grupo D, caso necessário, sugerir a separação com ímã para terra+limalha de ferro e usando água para fubá e pó de café (o fubá afunda e o pó de café flutua). No grupo E, o sucesso na separação vai depender das diferentes peneiras disponíveis... 4 – Expressão oral / discussão Cada grupo relata suas hipóteses, os materiais utilizados, como fez e o que observou, o que aprendeu. 5 – Registro Depois do registro individual, o professor pode culminar estas atividades com a produção coletiva de um texto.

Atividade 3- Água suja, água clara.

1. Problematização: Como transformar água suja em água clara ? 2. Levantamento de hipóteses Os alunos levantam hipóteses, individualmente, de como transformar água suja em água clara, de acordo com seus conhecimentos prévios. Depois, confrontam suas hipóteses com o grupo de cinco alunos, produzindo um texto.

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3. Experimentação / discussão Os grupos recebem água suja (misturar água clara com terra de horta). O professor deve propor a construção de um filtro usando garrafa PET, areia, brita zero e algodão, não determinando a ordem de disposição dos materiais. Os grupos apresentam à turma seus experimentos e suas conclusões, não omitindo a ordem dos materiais que usou para montar o filtro caseiro. Após uma discussão sobre os resultados obtidos pelos alunos com os filtros, o professor pode mostrar a floculação usando algumas gotas de sulfato de alumínio na mistura de terra e água (esta solução pode ser obtida na ETA da cidade). Misturar com colher cerca de 10/15 min. para haver a floculação das partículas menores, formando partículas maiores que decantam. Esta água suja (turva) que já passou pelo processo de floculação e decantação, ao ser filtrada, torna-se mais clara. 4 – Discussão oral Deve-se, neste momento, após sistematizar os resultados obtidos com a filtração, comentar que a ordem dos materiais (areia, brita, algodão) não influi no resultado obtido (tanto faz). Fazer comentários e levantar discussão sobre a polêmica questão da água no nosso planeta e a necessidade de redução do consumo e melhor aproveitamento dos bens esgotáveis na natureza. 5. Registro final O professor vai à lousa e, coletivamente, produz um relatório sobre a experimentação ou outro registro escrito, como gráfico, descrição esquemática, quadrinhos e outros.

Atividade 4: Estação de Tratamento de Água (ETA)

1. Problema Planejar e realizar uma visita à Estação de Tratamento da Água da sua cidade. 2. Levantamento de hipóteses Antes do dia da visita, o assunto já deverá ter sido explorado e debatido em sala. Uma pesquisa poderá ser feita sobre como a água é tratada nas cidades. 3. Experimentação Chegou o dia da visita à ETA. Os alunos devem fazer anotações durante a visita. Na ETA as crianças ouvirão falar de processos como FLOCULAÇÃO, DECANTAÇÃO e depois FILTRAÇÃO. A água depois recebe CLORO (para matar microorganismos como bactérias e micróbios) e também FLÚOR (para fortalecer os dentes). 4. Discussão Ao retornar à escola, na aula seguinte, o professor retoma a discussão a partir do que as crianças observaram, registraram e aprenderam na visita à ETA. 5. Registro O professor pode culminar a atividade da visita à ETA escrevendo na lousa um texto coletivamente construído.

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Oficina 14: Cartografia

Atividade 1- Eu, um ponto de referência. 1 – Apresentação do problema Objetivos: - Localizar no espaço os objetos e pessoas que se encontram ao meu redor; - Desenvolver as primeiras noções de referência espacial (lateralidade). 2 - Levantamento de hipóteses: Se você estiver de frente para um amigo, a mão direita dele estará do mesmo lado que a sua? HIPÓTESES: Acho que sim: (n° de alunos) Acho que não: (n° de alunos) 3 – Experimentação Aos pares, um aluno de frente para o outro, realizam movimentos coordenados de acordo com os comandos do professor: - Dêem a mão direita; - Ergam o braço esquerdo; - Toquem com a mão direita, o pé esquerdo do companheiro; - Pulem com o pé esquerdo; - Com a mão esquerda, toquem o pé esquerdo do companheiro; Esta experimentação pode também ser repetida com um aluno na frente do outro, ou mesmo ao lado do outro. Os alunos podem fazer um círculo em cada grupo e o professor orientar: - coloque a mão direita no colega que está à sua esquerda; - coloque o pé esquerdo um passo à frente, etc. Explorar (esquerdo, direito) e também (na frente, atrás) (em cima, embaixo). “Através da atividade descobrimos que quando estamos de frente para um amigo, a nossa mão direita não fica do mesmo lado. Na atividade nossas mãos se cruzaram.” Helena Rio - 1° B 4 – Discussão. Questionar os grupos onde houve mais erros: na noção (em cima, embaixo); (na frente, atrás) ou (esquerdo-direito) ? Como cada um faz para saber qual seu pé direito e qual seu pé esquerdo? 5 – Registro Após a discussão nos grupos cada aluno produz um texto sobre o que fez, o que aconteceu, o que aprendeu e quais as dificuldades encontradas. Não se esqueça de fechar a atividade com um registro coletivo de toda a turma.

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Atividade 2 - Mapa do eu. 1 – Apresentação do problema Desafio: Como posso representar o meu corpo? Objetivos: - Traçar o contorno do próprio corpo; - Valer-se do desenho traçado do corpo para explorar detalhes do próprio corpo e para encontrar medida relativa à altura e estabelecer comparações. 2 – Levantamento de hipóteses - através de um boneco de pano; - através de uma fotografia; - de um desenho num papel do caderno; - através de um desenho do tamanho real. 3 – Experimentação - Escolha um colega para fazer esta atividade junto com você; - Deite-se no chão sobre uma folha de papel maior do que você, - Peça a um colega para fazer o contorno do seu corpo; - Agora faça o contorno do corpo do seu colega; - Com uma tesoura, recorte o contorno de seu corpo respeitando os limites; - Prenda o contorno de seu corpo em uma parede, junto ao de seus colegas; - Escrever os nomes dos colegas, do menor para o maior. Através da atividade encontramos medidas relativas à altura e estabelecemos comparações. 4– Discussão 5 - Registro

Atividade 3 – Fazendo Representações 1 – Apresentação do problema Desafios: Será que uma paisagem pode ser reproduzida como ela é na realidade em uma folha de papel? Objetivo: - Trabalhar com representações, empregando desenhos; - Utilizar símbolos para representar uma paisagem.

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- Construir legendas, identificando o significado de símbolos empregados em uma representação. - Saber que uma legenda pode ser representada de diferentes formas. 2 – Levantamento de hipóteses: - Se imaginássemos que a forma da palma da mão estivesse representando uma paisagem imaginária, seria possível usar essa forma para reproduzir esse lugar. - Representar a paisagem numa maquete. 3 – Experimentação - Material: - Tinta Guache azul - Tinta Guache verde - Pinte a palma da mão de verde (a cor verde representa a vegetação, o conjunto das plantas que existem no lugar e que cobrem todo o terreno); - Pinte as marcas da mão de azul (a cor azul está representando os rios que existem no lugar); - Numa folha de papel, estampe a palma da mão; - Para indicar como os componentes da paisagem estão representados, vamos organizar uma legenda. LEGENDA:

• = VEGETAÇÃO • = RIO

- Você percebeu que a legenda está indicando como o componente da realidade foram representados no papel? - Para organizar uma legenda, podemos usar: Cores, sinais, traços, formas 4- Discussão - Questionar os grupos se poderíamos representar a paisagem dos lugares com mais detalhes e maiores informações. 5 – Registro Após a discussão dos grupos, cada aluno produz um texto sobre o que fez, o que aconteceu, o que aprendeu e quais as diferentes formas apresentadas para representar a paisagem dos lugares. Não se esqueça de fechar a atividade com o registro coletivo de toda a turma.

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Atividade 4 – Maquete 1 – Apresentação do problema Objetivos: - Identificar diferentes pontos de vista na observação da paisagem de um lugar: horizontal, oblíqua e vertical. - Reconhecer que a aparência dos objetos muda dependendo da perspectiva a partir da qual eles são observados. 2- Levantamento de hipóteses: - Os componentes da paisagem podem ser representados por desenhos? - É possível representá-los de outra forma? - Se esses elementos fossem representados no seu tamanho natural, seria possível desenhá-los no papel? - Os elementos da realidade foram desenhados como se estivéssemos vendo tudo de cima para baixo? 3 – Experimentação - Tendo a escola como ponto de referência, cada grupo escolhe um lugar diferente ao redor da escola. - Durante o passeio observem alguns pontos de referência; - Ao voltarem para a sala de aula, desenhem numa folha avulsa o que foi visto. A escola é o ponto de partida e de chegada. No caminho estão os outros pontos de referência. - Substituam cada elemento do desenho por um símbolo; - Identifiquem na legenda o que representa cada um deles; - Compare o desenho com visão de cima para baixo para saber quais elementos estão em lugares diferentes. - Representar a paisagem numa maquete: - Material: - Caixas vazias de remédios, de alimentos, de fósforo, de produtos de higiene(sabonete, pasta de dente, etc); - Papeis coloridos; - Canudinhos, palitos usados(sorvete, fósforo, doces, etc); - Raspas de lápis, pedrinhas, grama, folhas seca, gravetos; - Jornais e revistas; - Cola, tesoura, barbante. Mão na massa: - Cubra as caixas com papel colorido, fazendo desenhos das diferentes construções;

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- Para montar as peças, primeiro é preciso conhecer bem o que existe no lugar: as construções, as ruas, as avenidas, os veículos, as árvores, os animais e as pessoas circulando no lugar, também devem ser representadas; - Aproveitem os croquis do passeio; - Localizem o prédio(Centro de Referência); - Completem com a vizinhança, até que o lugar fique todo ocupado. 4 – Discussão: Reunindo todos os grupos com seus devidos desenhos e maquetes questionar: - Posição do que está à direita, esquerda, frente, trás da escola(Parque da Ciência) - Que prédios aparecem na maquete? - Que prédios são vizinhos do Parque da Ciência? - Compare as maquetes com visão de cima para baixo para saber quais elementos estão em lugar diferente. 5 – Registro: Após a discussão do grupo, cada aluno produz um texto sobre o que fez, o que aconteceu, o que aprendeu e quais as dificuldades encontradas. Não se esqueça de fechar a atividade com um registro coletivo de toda a turma.

Atividade 5 – Eu, reduzido no espaço (escalas) 1 – Apresentação do problema Objetivos: - Identificar a escala empregada para representar a realidade. - Estabelecer relação entre o tamanho ou a dimensão real e sua representação em uma escala; - Compreender a relação entre o grau de redução de uma porção da realidade representada e a presença de mais ou de menos detalhes. 2 – Levantamento de hipóteses: - Para fazer um mapa, é necessário reduzir elementos e objetos, a fim de que possamos visualizá-los; - Como é feita essa redução? - Quantas vezes é menor que o espaço real apresentado? 3 – Experimentação: - Material: - Balão - Caneta

Mão na massa: - Encha o balão até que fique do tamanho do seu rosto. - Desenhe os olhos, sobrancelhas, nariz, boca, orelhas (quanto mais detalhes melhor);

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- Meça com a fita métrica e anote a medida no caderno; - Esvazie o balão e observe a redução do desenho, meça e anote; - Compare quantas vezes é menor que o espaço real apresentado. 4 – Discussão: Observando a medida anotada, quantas vezes foi reduzido o desenho do balão vazio em relação à medida do desenho com a dimensão real. Discuta com o grupo a relação entre o grau de redução de uma porção da realidade representada e a presença de mais ou de menos detalhes. Perceber que é preciso reduzir o tamanho dos lugares e de seus elementos para representá-los no papel. 5 – Registro: Após a discussão no grupo cada aluno produz um texto sobre o que fez, o que aconteceu, o que aprendeu e quais as dificuldades encontradas. Não se esqueça de fechar a atividade com o registro coletivo de toda a turma.

Atividade 6 – Orientando-se nos lugares 1 – Apresentação do problema: Objetivos: - Orientar-se com a ajuda da bússola; - Identificar os pontos cardeais e colaterais na rosa-dos-ventos. 2 - Levantamento de hipóteses: - Como podemos saber onde está o norte, o sul, o leste e o oeste em uma representação? - Como orientar-se em algum lugar? - Quais os pontos de referência você utilizou? 3 – Experimentação: Material: Agulha, copo descartável transparente, imã, linha, rolha, folha Consiga uma agulha e use um imã da caixa para imantar a agulha. Numa folha, escreva os pontos cardeais (N, S, L, O) e os colaterais (NE, SE, NO, SO). Pendure por uma linha, dentro do copo plástico, um pedacinho de rolha para que seja um suporte para a agulha, que deverá ficar suspensa e solta. Pronto! Você já sabe onde está o norte!. Utilize a bússola que você construiu para encontrar as direções no lugar onde você está e nas plantas que você usar. 4 – Discussão: Questionar com o grupo se essas direções estão indicadas corretamente. Se coincidiu a agulha da bússola com o norte da planta. Se as duas direções ficaram perfeitamente paralelas. 5- Registro: Após a discussão nos grupos cada aluno produz um texto sobre o que fez, o que aconteceu, o que aprendeu e quais as dificuldades encontradas. Não se esqueça de fechar a atividade com um registro coletivo de toda a turma.

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Oficina 15 – SISTEMA DE NUMERAÇÃO

1. Introdução Acredita-se que a necessidade de criação de números veio com a

necessidade de contar. Desde quando se começou a registrar informações sobre quantidades, foram criados diversos métodos de representar as quantidades. Seja o número de animais, alimentos, ou coisas deste tipo. Como a evolução nos legou algumas características, como os cinco dedos em cada mão e cinco dedos em cada pé, seria muito natural que os primeiros sistemas de numeração fizessem uso das bases 10 (decimal) e 20 (vigesimal).

A base de um sistema é a quantidade de algarismos disponível na representação. A base 10 é hoje a mais usualmente empregada, embora não seja a única utilizada. No comércio pedimos uma dúzia de rosas ou uma grosa de parafusos (base 12) e também marcamos o tempo em minutos e segundos (base 60).

Os computadores utilizam a base 2 (sistema binário) e os programadores, por facilidade, usam em geral uma base que seja uma potência de 2, tal como 24 (base 16 ou sistema hexadecimal) ou eventualmente ainda 23 (base 8 ou sistema octal).

O método ao qual estamos acostumados usa um sistema de numeração posicional. Isso significa que a posição ocupada por cada algarismo em um número altera seu valor de uma potência de 10 (na base 10) para cada casa à esquerda.

Nosso objetivo com esta oficina é explorar o sistema de numeração através de atividades que permitam aos alunos perceberem estes conceitos e identificar os sistemas de numeração mais utilizados.

No ensino tradicional da Matemática, para trabalhar o conceito de número, o professor se valia exclusivamente de exercícios estruturados apresentados em folhas mimeografados ou escritos no quadro de giz.

Tais atividades, de origem empirista, com o objetivo de treinar a criança e dar respostas tidas como “corretas” não levam em consideração os aspectos evolutivos e conceituais subjacentes ao conceito de número. Dentro dessa perspectiva, percebe-se a crença de que este e outros conceitos matemáticos podem ser “transmitidos” pelo professor e memorizados pelo aluno mediante a repetição de exercícios enfadonhos e mecânicos como os descritos.

A partir de vários estudos realizados por educadores, a aprendizagem de conceitos passou a ser tratada sob um enfoque diferente: o conceito de número, como os demais, deve ser construído pela própria criança, através de um processo que envolve seu amadurecimento biológico, as informações recebidas pelo meio, a manipulação de objetos e as experiências vividas.

Convém lembrar que, embora implicando a experiência, o conhecimento não provém dela, mas da coordenação das ações exercidas sobre os objetos do meio e das relações estabelecidas entre eles. Ao manipular tampinhas ou botões, são as ações de ordenar, de reunir, estabelecer correspondência, que levam às idéias de totalidade lógica ou numérica, de quantidade, de equivalência.

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Proposta do Programa

Antes mesmo de a criança chegar à escola, ela já convive diariamente com os números, contando os dedinhos para mostrar quantos aninhos tem ou fará, mudando os canais de tv nos controles remotos, comparando qual é o pedaço de chocolate maior e outros vários exemplos. Cabe à escola então, ampliar o significado do número natural proporcionando ao aluno condições de construir seu significado utilizando situações desafiadoras. Para a construção do significado do número natural, a abordagem piagetiana acentua a importância do domínio do conceito de conservação da quantidade, pois o número, enquanto representante de uma quantidade, é um conceito que se constrói articulado à condição de conservação desta quantidade. Além da conservação, a criança precisa dominar também a classificação e a seriação. A seriação está relacionada ao conceito de número envolvendo a compreensão de relação de ordem e a classificação possibilita à criança realizar inclusões hierárquicas, ou seja, perceber classes “encaixadas” sucessivamente umas nas outras. As atividades propostas apresentam situações do cotidiano que envolvem o uso do número de diferentes maneiras:

• Contar é uma função do número, utilizada para quantificar e ordenar objetos de uma coleção, e buscar responder às perguntas “quantos?” e “qual?”.

• Medir é uma função do número que a criança utiliza inicialmente relacionando à comparação de coleções de objetos, quando se busca responder onde há mais? Onde há menos? Ou se há quantidades iguais. Uma outra aplicação está relacionada à comparação de grandezas contínuas, como a altura de duas pessoas, o comprimento dos lápis, a distância que separa uma pessoa de um objeto ou de outra pessoa, por exemplo, medidas em passos e palmos.

• Codificar é outra função do número, quando ele é utilizado para a identificação em situações tais como: número de telefone, placa de automóvel, camisa de jogador, carteira de identidade etc.

Para a construção do Sistema de Numeração Decimal são propostas atividades em que o aluno deverá utilizar materiais variados para realizarem contagens em diferentes bases. Assim, pretendemos que o aluno compreenda o princípio multiplicativo que origina a formação de diferentes ordens, pois, mesmo variando-se as bases, a regra usada na contagem de quantidades permanece a mesma: cada vez que atingimos um determinado número de elementos, formamos um agrupamento de ordem imediatamente superior. A contagem com bases diferentes de dez é de fundamental importância, pois o aluno constrói o princípio multiplicativo de forma lúdica, como se fosse a regra de um jogo, também vivencia situações que

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envolvem adição de parcelas iguais e, conseqüentemente a multiplicação. Sendo assim, ao iniciarem atividades com base dez, os alunos terão uma melhor compreensão do sistema, sem necessidade de manusear grandes quantidades de material, por já ser de seu conhecimento o critério utilizado para a escrita dos números. A partir de então, exploraremos leitura, e escrita, ordenação, composição, decomposição e valor relativo dos algarismos.

Conteúdos programáticos

Atividades

Desenvolvemos nesta oficina os conceitos de: • Número e exploração das

noções de quantidade; • Conservação de

quantidades descontínuas, seriação e classificação;

• Inclusão hierárquica e correspondência biunívoca.

• Número:

- números naturais - sistema de numeração - base de um sistema de numeração - base decimal e não decimal.

As oficinas que serão desenvolvidas: 1 – Blocos Lógicos 2 – Troca-peças 3 – Ábaco 4 – Tira 10 5 – Triângulos e quadrados com os números

Objetivos

� Construir o conceito de número natural. � Utilizar diferentes estratégias para quantificar elementos. � Ler, interpretar e produzir escritas numéricas com base no princípio posicional. � Interpretar regras do sistema de numeração decimal. � Relacionar os sistemas de numeração com o cotidiano.

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Atividade 1: Blocos Lógicos

1 – Apresentação do problema

A partir da manipulação das peças dos blocos lógicos, como o grupo poderia elaborar um jogo de regras envolvendo todos as pessoas do grupo e todas as peças do jogo?

Objetivos:

• Conhecer o material e explorar suas características, lançando mão das diferentes possibilidades de classificar, seriar, quantificar, corresponder, etc., o que promoverá a construção do conceito de número;

• Exercitar a criatividade e vivenciar a sócio-afetividade, a partir da construção, em grupo, das regras para o jogo.

Material

• Blocos lógicos.

2 – Levantamento de hipóteses

O professor solicita aos alunos que exponham as regras formuladas pelos diversos grupos, deixa que falem das diferentes possibilidades de pensar sobre o número e as relações matemáticas contempladas no jogo criado..

3 – Experimentação

O professor apresenta ao grupo as regras do Dominó de Semelhanças, um jogo divertido e com muitas possibilidades de se construir os conceitos matemáticos. São elas:

• Distribuem-se as peças igualmente aos jogadores;

• O primeiro jogador lança a primeira peça;

• O segundo tem que colocar uma peça com dois atributos semelhantes. O terceiro jogador coloca uma peça com dois atributos semelhantes à peça colocada pelo segundo, e assim sucessivamente;

• Vence quem terminar as peças primeiro.

Variação: O mesmo jogo pode ser jogado, considerando atributos diferentes.

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4 – Discussão Coletiva: Os blocos lógicos de Dienes constituem-se num material pedagógico conhecido e bastante utilizado nas escolas. No entanto, sua utilização poderia configurar-se em um momento mais envolvente e significativo para as crianças, que fosse além da mera nomeação dos atributos de suas peças. O que se propõe aqui é que ao vivenciar o jogo “Dominó das semelhanças ou das diferenças”, ou mesmo outros jogos criados pelas próprias crianças, as mesmas enriqueçam suas experiências referentes ao conceito de número, a partir das relações mentais que farão no jogo. Relações de colocar os objetos em série, agrupá-los, correspondê-los um a um, incluí-los ou excluí-los. Outros materiais são mostrados aos alunos, como os bonequinhos de madeira para a seriação e as tampinhas coloridas de garrafas pet, para as diferentes brincadeiras que podem surgir.

5 – Registro: Vamos registrar essa atividade de duas formas: um texto ressaltando os conceitos explorados na atividade, e um desenho de parte da seqüência obtida quando a fila do dominó está completa.

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Atividade 2: Troca-Peças

1 – Apresentação do problema

Será que vocês conseguem criar um jogo, utilizando as fichas de cores diferentes e o dado que aí se encontra?

Objetivos:

Incentivar o aluno a identificar o sistema de numeração proposto na atividade verificando a base, o fato de ter ou não valor posicional, a utilização de princípios aditivos e multiplicativos em sua representação e a quantidade de símbolos utilizados.

Materiais:

• 01 dado • 30 fichas de papel ou E.V.A. (quadradas de 3 cm de lado) coloridas de 3

cores diferentes (10 amarelas, 10 rosas e 10 verdes, por exemplo) • 01 ficha branca de mesmo tamanho.

2 – Levantamento de hipóteses Pedir aos diversos grupos que exponham suas formas de organizar as regras do jogo e como relacionariam esse jogo com o sistema de numeração decimal, ou outros sistemas de numeração. 3 – Experimentação

O professor explica aos alunos as regras a serem obedecidas na atividade e questiona possíveis estratégias que pretendem fazer.

As regras são:

• Joga-se inicialmente com 01 dado. • No início do jogo, todas as fichas pertencem à banca, ou seja, não

pertencem a nenhum aluno. • Cada aluno, na sua vez, lança o dado e pega o número correspondente

de fichas, sempre de uma mesma cor – amarela, por exemplo. Depois de retirar suas fichas, passa a vez para o aluno seguinte, que procede da mesma forma. Assim o jogo vai seguindo, com o dado sempre passando de mão em mão e com todos os alunos retirando somente as fichas amarelas correspondentes ao que foi sorteado no dado.

• Na sua vez de jogar, antes de lançar o dado, o aluno pode trocar fichas se as tiver em número suficiente, obedecendo à seguinte relação: 3 fichas amarelas são trocadas por 1 ficha rosa; 3 fichas rosas são trocadas por 1 verde e 3 fichas verdes são trocadas por 1 ficha branca.

• O aluno que, em primeiro lugar, pegar a ficha branca será o vencedor.

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Outras maneiras para trabalharmos outras bases nesta atividade são apresentadas a seguir:

• Joga-se da mesma forma que no modo 1. No entanto, utilizam-se 2 dados e modifica-se a base de troca. Agora, serão necessárias 5 amarelas para se obter uma rosa; 5 rosas para se obter uma verde e 5 verdes para se obter uma branca.

• Pode-se apresentar o material dourado e propor as mesmas regras para se vivenciar as trocas na base 10.

4 – Discussão Coletiva: A idéia principal nesta atividade é trabalhar o sistema de numeração com uma base diferente da decimal, procurando levar a criança a perceber o funcionamento, mesmo que informal, de um sistema de numeração. Esta atividade é essencial no sentido de preparar a criança para verificar a existência de outras bases num sistema de numeração. As crianças discutem no interior do grupo (ou da dupla) e depois com a classe toda, para tentar explicar o sistema de numeração utilizado na atividade promovida na experimentação. Incentivá-las a identificarem os sistemas de numeração existentes no cotidiano. Negociar coletivamente um registro de atividades para definir: que bases de numeração foram utilizadas na atividade. 5 – Registro: O professor deverá representar, no quadro, a quantidade de fichas de um determinado aluno, de preferência que tenha conseguido a branca. Fará no Quadro de Posição os sucessivos agrupamentos necessários para se conseguir a ficha branca, chegando à representação na base três, ou em outras não decimais, e na base dez. Incentivar os alunos a escreverem pelo menos um parágrafo sobre o que aprenderam com a oficina.

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Atividade 3: Ábaco

1 – Apresentação do problema

Dados os materiais expostos, tentem construir um ábaco. Como ele poderia ser utilizado para se compreender e operar no sistema de numeração decimal?

Objetivo

Incentivar o aluno a identificar o sistema de numeração decimal que é proposto na atividade, o fato de ter valor posicional, a utilização das operações de adição, subtração, multiplicação e divisão em sua representação e a quantidade de símbolos utilizados.

Materiais:

• 5 pentes de ovos ou pedaços de isopor que possam apoiar os palitos; • 20 palitos de churrasco; • 250 tampinhas de garrafa de cerveja furadas ao meio..

2 – Levantamento de hipóteses

O professor questiona aos alunos sobre a forma de representar as operações no ábaco. Em seguida, direciona para as regras que são apresentadas na experimentação.

3 – Experimentação

O professor apresenta aos alunos duas situações problema e pede que os mesmos as resolvam no ábaco. É importante que o professor resolva as operações com reserva e reagrupamento para que o processo fique claro.:

• Duas turmas do projeto “Mão na Massa” têm 26 alunos cada. Quantos alunos há no total?

• Considerando que 18 alunos chegaram atrasados para as oficinas da tarde, quantos alunos foram pontuais?

4 – Discussão Coletiva:

As crianças discutem no interior do grupo (ou da dupla) e depois com a classe toda para tentar explicar o processo utilizado. .Ressaltar que o ábaco foi a primeira calculadora inventada pela humanidade e é o que deu origem ao quadro de posição. O ábaco trabalha o sistema de numeração decimal, levando a criança a perceber o funcionamento deste sistema. Uma grande importância da utilização do ábaco está no fato de ele explicar a reserva na adição e o reagrupamento, na subtração, utilizados no algoritmo do sistema de numeração indo-arábico. É importante destacar que o ábaco não substitui a necessidade evidente de as crianças mostrarem seu raciocínio, a partir de algoritmos próprios.

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5 – Registro: Desenhe vários ábacos e escolha uma operação. Resolva-a representando cada fase de sua resolução nos ábacos desenhados.

Atividade 4: Tira 10

1 – Apresentação do problema

Vocês têm um saquinho sobre a mesa que contém tampinhas de garrafas de cerveja. Como pensam poder jogar com elas, sem retira-las da sacola?

Objetivo:

Incentivar o aluno a identificar o sistema de numeração proposto na atividade verificando a base, o fato de ter ou não valor posicional, a utilização de princípios de adição e subtração em sua representação e a quantidade de símbolos utilizados.

Materiais:

• Um pacote com 100 tampinhas de metal (cerveja). • Uma tabela de papel conforme modelo abaixo:

JOGADORES JOGADAS TIROU PASSOU FALTOU PONTOS 1ª

2ª 3ª 4ª

1ª 2ª 3ª 4ª

1ª 2ª 3ª 4ª

1ª 2ª 3ª 4ª

1ª 2ª 3ª 4ª

Desafio: Aproximar-se da base decimal.

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2 – Levantamento de hipóteses

Inicialmente, a tendência é que os alunos retirem as tampinhas da sacola e precisam retornar com elas para experimentar as regras do jogo

3 – Experimentação

O professor apresenta as regras que são:

• Cada aluno de olhos fechados tentará retirar do pacote 10 tampinhas de uma só vez.

• Feito isto, cada aluno conta as tampinhas para verificar quantas tampinhas retirou, anotando na tabela apresentada acima, a quantidade de tampinhas retiradas e também o quanto passou ou o quanto faltou para 10.

• Repete-se este procedimento por quatro rodadas. • Ganha o jogo que mais se aproxima de 10.

4 – Discussão Coletiva: Esta atividade trabalha o sistema de numeração decimal levando a criança a perceber o funcionamento mesmo que informal deste sistema. Esta atividade é válida no sentido de preparar a criança para trabalhar os conceitos de adição e subtração de números neste sistema.

5 –Registro: Refazer o registro do roteiro com as formas utilizadas para vencerem o jogo.

A tabela será entregue aos alunos em quantidade suficiente para pelo menos, quatro rodadas. Sugere-se, para o cálculo da pontuação, que quem tirar dez faz 20 pontos. Quem tirar 11 ou 9, faz dez pontos. As demais quantidades não resultam em marcação de pontos.

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Atividade 5 – Desafio

1 – Apresentação do problema

Uma criança brincando, formou 3 triângulos com tampinhas, representou-os usando 6, 10 e 16 tampinhas, respectivamente. Como ela fez? Depois ela formou 3 quadrados. Quantas tampinhas ela teria usado em cada quadrado? Após formar triângulos e quadrados com as tampinhas, descubra qual o menor número que possibilita formar 1 triângulo e também um quadrado?

Objetivos:

Desenvolver a habilidade de resolver problemas a partir de brincadeiras com os números;

Perceber as características aditivas e multiplicativas inerentes ao sistema de numeração decimal;

Materiais:

36 tampinhas de garrafas para cada grupo. 2 – Levantamento de hipóteses Como pensam em resolver o problema dos quadrados e triângulos? Que relações existiram entre a forma e a quantidade de tampinhas utilizadas? O professor tenta fazer com que as crianças imaginem possíveis soluções para o problema proposto antes de manusearem as tampinhas. Isso ajuda na construção do conhecimento porque o confronto desses conhecimentos prévios com os adquiridos na experimentação, amplia a capacidade operatória. 3 – Experimentação Incentivar as crianças a resolverem o problema, formando quadrados e triângulos, observando e registrando as relações existentes em cada quadrado e cada triângulo formado, de acordo com o número de tampinhas. 4 – Discussão Coletiva: As relações numéricas podem ser, na verdade, experimentadas a partir de brincadeiras. Os princípios de posição, de adição e de multiplicação estão sempre presentes no sistema de numeração decimal e as crianças só podem perceber esses princípios a partir de experiências com os números, resolvendo situações problemas e criando outras. 5 – Registro: O registro por meio do desenho das formas (triângulos e quadrados numéricos) é essencial nesse problema, assim como os algoritmos utilizados nas diferentes tentativas de resolução do problema. A explicação verbal, oral e escrita também poder ser utilizada.

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Referências Bibliográficas CARRAHER, Terezinha, Crianças Fazendo Matemática. Porto Alegre: AM,

1997.

CENTURION, Marilia, Números e operações, São Paulo, Scipione, 1994.

DANYLUK, Ocsana, Alfabetização Matemática: as primeiras manifestações da

escrita infantil. Porto Alegre: Sulina, 1998. 240p.

KAMII, C. e LINVIGSTON, S. J., Desvendando a Aritmética: implicações da

teoria de Piaget. Campinas-SP: Papirus, 1995. 299p.

KAMII, Constance, A Criança e o Número. 3ª ed. Campinas-SP: Papirus, 1985.

123p.

SANTANA, Liege, M. F. Crianças Aprendendo Matemática por meio da

Resolução de Problemas. Vitória, PPGE-UFES, 1999 (Dissertação de

Mestrado)

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ANEXO

Construção do Número

Jean Piaget (1896-1980) investigou como se processa a construção do conceito de número de forma experimental. Em sua teoria determinou quatro períodos do desenvolvimento do pensamento da criança: Período Idade aproximada Sensório-motor 0 a 2 anos Pré-operacional 2 a 7 anos Operações concretas 7 a 12 anos Operatório-formal 12 a 16 anos

O período pré-operacional corresponde a um período pré-numérico, pré operatório, ou seja, puramente intuitivo. Significa que a criança só percebe os fatos através dos sentidos, a partir de manipulações práticas.

O aparecimento da função simbólica permite à criança ter uma representação mental dos objetos e das coisas do ambiente, o que lhe possibilita fazer classificações.

Neste período, a criança classifica quando separa ou agrupa objetos por suas semelhanças ou diferenças, estabelecendo assim, relações das coisas do ambiente em que vive.

A classificação e a seriação são operações lógicas que têm estreita relação com a conservação numérica e favorecem a formação do conceito de número.

A criança tem condições de construir o conceito de número no período das operações concretas, pois é nesta fase que ela se apropria de vários esquemas de conservação.

O número, segundo Piaget, é uma síntese de dois tipos de relações que a criança elabora entre os objetos: ordem e inclusão hierárquica.

Ordem é a relação que a criança elabora ao contar um determinado número de elementos, sem saltar ou repetir algum.

Inclusão hierárquica é a relação que permite à criança a quantificação dos objetos como um grupo, ou seja, ao lhe pedirmos que nos mostre 8 objetos, arranjados numa relação ordenada, ela nos apontará para o grupo todo e não apenas para o último.

Entre 7 e 8 anos de idade, o número de relações que a criança estabelece permite-lhe a mobilidade do pensamento de forma a torná-lo reversível. A reversibilidade se refere à habilidade de realizar, mentalmente, ações opostas simultaneamente, isto é, separar o todo das partes e reuni-las novamente no todo. Assim, a criança compreende que uma ação inversa anula a transformação observada.

Na aquisição do conceito de número, destacam-se quatro noções básicas: classificação, seriação, correspondência biunívoca e conservação da quantidade.

Classificar é agrupar segundo um critério. Podemos classificar figuras geométricas (cor, forma, tamanho), utensílios de cozinha (utilidade), livros de história (gênero), animais (espécie), frutas (tipo), secos e molhados, insetos,

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figurinhas, materiais escolares, botões (número de furos, tamanho, cor), enfim, tudo aquilo que for da vivência da criança.

Seriar significa colocar em série, em ordem, ordenar. Podemos seriar com materiais diversos, tais como: blocos lógicos, botões, palitos, tampinhas e com os próprios alunos, estabelecendo relações do tipo: maior que, menor que, mais pesado que, menos pesado que, mais que, menos que. Seriar conforme a cor, do mais claro ao mais escuro, fazer seqüências lógicas em cartões (histórias), seqüências de posições e de atividades.

Correspondência biunívoca é a correspondência também chamada um a um, ou seja, cada elemento do primeiro conjunto deverá corresponder a um e somente um elemento do segundo conjunto que também será esgotado.Podemos fazer correspondência com bonecas e camas, xícaras e pires, meninos e bonés, bonecas e vestidos, cães e ossos, cartazes com encaixes para figuras.

Conservação da quantidade: a criança conserva a quantidade no momento em que ela reconhece que o número de elementos de um conjunto não varia, quaisquer que sejam as maneiras como se agrupam esses elementos. Podemos organizar duas fileiras de botões, tampinhas, bolinhas, fazendo a correspondência termo a termo. Após, modifica-se a disposição dos mesmos e questionamos a criança perguntando se nas duas fileiras tem a mesma quantidade.

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Oficina 16: DESAFIOS

A resolução de problemas e desafios para potencializar o raciocínio

lógico matemático nas séries iniciais do ensino fundamental.

Introdução

Nesta oficina trataremos da apropriação de habilidades para resolver

problemas nas séries iniciais do Ensino Fundamental. A proposta é que os alunos desenvolvam seus próprios métodos e estratégias para resolver problemas e desafios.

Rousseau, filósofo do século XVIII já advogava sobre a forma peculiar de pensar de cada criança, “A criança tem maneiras de ver, de pensar e de sentir que lhe são próprias”. Nesta perspectiva, é importante que se proporcione à criança a oportunidade de construir sua própria forma de raciocínio, e, não simplesmente impor formas e regras para resolver situações-problemas.

Vygotsky (1984), enfatiza a aquisição de conhecimentos pela criança a partir de suas relações sociais, muito antes de chegar à escola e que os profissionais da educação não podem ser indiferentes a estes processos subjetivos de lidar com questões matemáticas:

[...] o aprendizado das crianças começa muito antes delas freqüentarem a escola. Qualquer situação de aprendizado com a qual a criança se defronta na escola tem sempre uma história prévia. Por exemplo, as crianças começam a estudar aritmética na escola, mas muito antes elas tiveram alguma experiência com quantidades – elas tiveram que lidar com operações de divisão, adição, subtração e determinação de tamanho. Conseqüentemente, as crianças têm a sua própria aritmética pré-escolar, que somente psicólogos míopes podem ignorar (VYGOTSKY, 1984 p. 94-95).

Por ser a matemática uma disciplina da área das ciências exatas, é comum percebermos práticas pedagógicas apoiadas nesta concepção de exatidão desta ciência. Assim, professores restringem a prática pedagógica à resolução mecânica de atividades sem levar em conta o trabalho exploratório que deve estar presente em sala de aula.

Nesta rotina, alunos vão decorando regras e passos para resolução de situações-problema e muitas vezes se apavoram com a matemática e associam a ela somente cálculos intermináveis e atividades de difícil resolução.

Proposta da Oficina Nossa principal proposta é levar o aluno à apropriação de habilidades

para elaborar situações que lhe permita estabelecer estratégias para resolver problemas diversos, ligados ou não a cálculos numéricos.

As atividades deverão ser trabalhadas sempre em grupo para estimular a troca de idéias. Este momento de interação entre os membros do grupo é muito oportuno para observações, por isso é importante que o professor vá

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circulando entre os grupos e, preferencialmente, vá fazendo anotações sobre hipóteses e estratégias levantadas em cada grupo e observando se por intermédio das discussões e interações, o grupo chegará a uma solução.

Vygotsky (1989), ao definir a Zona de Desenvolvimento Proximal (ZPD), destaca a importância da interação com os pares. De acordo com ele, “depois do professor, quem mais contribui para a intervenção nas ZPD dos alunos, são seus próprios colegas. A criança aprende – e muito - com outras crianças”.

Conteúdo programático da oficina

Atividades da oficina

Resolução de situações-problema e desafios com o objetivo de estimular o raciocínio, o pensamento hipotético dedutivo e o pensamento lógico matemático.

Desafio 01: Quantos abraços foram dados? Desafio 02: Qual é a cor? Desafio 03: Onde está o Teobaldo? Desafio 04: De quantas maneiras diferentes o sapo pode subir? Desafio 05: Onde colocar cada figura geométrica? Desafio 06: Qual será o número? Desafio do ônibus Desafio 07: Onde ficará cada número? Desafio 08: Como deixar a soma igual mexendo somente dois números? Desafio 09: Quantos são os porcos e quantos são os pintinhos? Desafio 10: Quando o caracol chegará?

Objetivos: • Analisar, interpretar, formular e resolver situações-problema, compreendendo

sua aplicabilidade em sua vivência. • Reconhecer que diferentes situações-problema podem ser resolvidas de

maneiras diversas. • Desenvolver a habilidade de resolver desafios por meio de estratégias

pessoais e algumas técnicas convencionais.

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Atividade 1 Quantos abraços foram dados?

1 – Apresentação do problema Em uma turma do 2º ano tem 11 alunos. No 1º dia de aula a professora

pediu que se dividissem em dois grupos, um de seis e um de cinco e que em cada grupo, todas as crianças se abraçassem, para que se conhecessem e começassem a desenvolver laços de amizade. Quantos abraços foram dados em cada grupo? Quantos abraços foram dados ao todo? Se fosse formado somente um grupo de 11 alunos, quantos abraços seriam dados?

Objetivos: Elaborar estratégia para resolver a situação proposta. Estimular o relacionamento interpessoal. Desenvolver habilidades para trabalhar atividade corporal. Material:

Nesta atividade propositalmente não será oferecido nenhum material. Os alunos poderão buscar estratégias variadas e elegerem algum material concreto para simular as crianças, no entanto, o que se espera, é que busquem a solução utilizando o próprio corpo, ou seja, que se abracem. Caberá a cada grupo adotar sua forma de registro. 2- Levantamento de hipótese: O professor pode desafiar os alunos com os seguintes questionamentos: Quantos abraços serão dados? Como podem descobrir? Alguém receberá mais abraço? Quantos? Por quê? 3 - Experimentação: Os alunos vão testar suas hipóteses por meios próprios determinados por cada grupo, espera-se que busquem solução com o próprio corpo, caso isso não aconteça, o professor poderá fazer interferências adequadas.

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4 - Discussão Coletiva: Estimular os alunos a explicarem quais foram as estratégias utilizadas

para resolver a situação-problema. Quantas vezes tentaram até perceber que a solução estava em um simples abraço. 5- Registro:

O registro poderá ser realizado por desenhos, porém os alunos terão que ilustrar todas as tentativas. È importante que façam também um texto, que pode ser coletivo, neste texto, as crianças vão explicitar todas as tentativas, e, inclusive como perceberam que a solução do problema eram elas próprias.

Atividade 2: Qual é a cor?

1 – Apresentação do problema Márcio, Mateus, Marcelo e Maurício, são quadrigêmeos e a única

maneira de diferenciá-los é pela cor da camisa. Nem Márcio e nem Maurício gostam de vermelho. Marcelo sempre usa verde. Maurício pensou em escolher o amarelo, mas desistiu. A cor favorita de um irmão de Márcio é azul. Que cor de camisa cada menino usa?

Objetivos: Trabalhar a interpretação de texto, organização de idéias, elaboração de

prioridades e identificação de informações pertinentes à resolução de uma situação-problema. Material: 4 bonequinhos de EVA e a camisas de papel, lápis de cor. 2- Levantamento de hipótese: O professor poderá levantar os seguintes questionamentos: Qual é a primeira informação que vocês precisam? Quem está vestido com qual camisa? Como farão para descobrir? 3 - Experimentação:

Os alunos vão testar suas hipóteses utilizando o material que lhes foi fornecido. O lápis de cor não será oferecido inicialmente, para que o professor possa avaliar qual a habilidade dos alunos de buscarem soluções. Quando chegarem à conclusão que uma saída é pintarem as camisas, os lápis serão disponibilizados. A partir de então, farão as tentativas de acordo com as

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informações do problema. Os alunos poderão perfeitamente adotar outra solução que não seja pintar as camisas. Ótimo!!! O principal objetivo do trabalho com enigmas e desafios é estimular o desenvolvimento de habilidades e estratégias. 4 - Discussão Coletiva:

Estimular a discussão para que todas as soluções, ou busca pelas soluções possam ser explicitadas. É um momento muito importante para que os alunos percebam que uma situação-problema pode ter várias soluções. 5 - Registro

Após terem conseguido resolver a situação deverão explicar para a turma como conseguiram resolver o problema. Registrar em forma de texto e ilustrar no final. O registro pode ser feito por grupo.

Atividade 3 : Onde está o Teobaldo?

1 – Apresentação do problema Arnaldo é um coelho corredor! Adora passear pelos campos a toda velocidade. No momento, ele está correndo de um lado para outro à procura de seu amigo Teobaldo, o pato. Será que você consegue encontrá-lo? Objetivos: Trabalhar a discriminação visual. Desenvolver a habilidade de análise e síntese. Desenvolver a habilidade de lidar com perspectivas diferentes. Material: 1 coelho confeccionado em EVA ou madeira. 2- Levantamento de hipótese: O professor poderá levantar os seguintes questionamentos: Onde vocês acham que está o Teobaldo? O que ele pode estará fazendo? Será que está longe? 3 - Experimentação: Os alunos terão que observar a ilustração do cartaz para chegar à resposta. A princípio desenvolverão a habilidade de análise, ao observar o cartaz como um toso. Posteriormente, espera-se que desenvolvam o poder de síntese e analisem as partes. Inicialmente é provável que trabalhem com suposições mais elementares. Posteriormente vão descobrir que basta virar a figura de posição. 4 - Discussão Coletiva: Após terem conseguido resolver a situação deverão explicar para a turma como conseguiram resolver o problema. 5 - Registro: O registro poderá ser realizado em forma de um texto coletivo, contendo todas as hipóteses e a solução do desafio.

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Atividade 4: De quantas maneiras diferentes o sapo pode subir?

1 – Apresentação do problema

Um sapo sobe uma escada saltando de um em um ou de dois em dois degraus, mas não consegue saltar de três em três. A escada possui dez degraus e obrigatoriamente o sapo pára no sexto degrau para descansar. De quantas maneiras diferentes o sapo pode subir até o topo dessa escada?

Objetivos Trabalhar a interpretação de texto e o tratamento dado às informações.

Estimular o raciocínio e a troca de opiniões entre o grupo Materiais: Uma escadinha de madeira, um sapo de papel machê. 2 – Levantamento de hipótese De quantas maneiras o sapo pode subir a escada? De quantas maneiras ele sobe antes de parar para descansar? E depois que ele descansa, de quantas maneiras pode subir? 3 – Experimentação: Os alunos testam as hipóteses levantadas por eles. Vão levando o sapinho escada acima de acordo com as sugestões dos membros dos grupos. 4 – Discussão coletiva: Os alunos vão expor diante de toda a turma quais foram os procedimentos adotados para tentarem solucionar o problema. É importante que exponham suas dificuldades e quais foram os caminhos adotados para tentar vencê-las.

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5 – Registro: Após confirmarem suas hipóteses, registram a maneira pela qual chegaram ao resultado. Este registro pode ser coletivo, os alunos vão dizendo quais foram os procedimentos adotados e a professora vai anotando no quadro. Pode haver também registro por grupo.

Atividade 5: Onde colocar cada figura geométrica?

1 – Apresentação do problema Na primeira linha da tabela abaixo estão organizadas quatro figuras geométricas. Complete a tabela, organizando estas figuras nas outras linhas de forma que cada figura apareça uma única vez em cada linha, coluna ou diagonal.

l. Objetivos: Desenvolver a capacidade de observação, a capacidade de organizar idéias e estabelecer prioridades para solucionar uma situação-problema. Material 4 quadrados, 4 retângulos, 4 círculos e 4 triângulos, cada figura de uma cor primária. 2– Levantamento de hipóteses: Qual figura ficará em cada linha? Quantas vezes cada figura será utilizada? 3– Experimentação: Deixar que as crianças façam várias tentativas, movimentando as figuras na tabela. 4– Discussão coletiva: Os alunos vão discutir as dificuldades encontradas, quantas foram as tentativas para chegar ao resultado esperado.. 5– Registro: Este registro pode ser feito por meio de desenho, a cada tentativa, deve ser registrada, não importa se não houve acerto ainda. Os registros parciais serão importantes até para os alunos organizarem seu raciocínio. Se tentaram da forma que já foi registrada, deverão agora tentar outra maneira.

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Atividade 6: Qual será o número?

1 – Apresentação do problema Os números que aprecem neste círculo seguem uma ordem. De acordo com esta ordem, que número deve ocupar o lugar do ponto de interrogação?

Objetivos: Desenvolver a habilidade de percepção visual, de lógica e de cálculo mental. Materiais: Um círculo com os números registrados como mostra a figura. 2 – Levantamento de hipóteses: Os alunos vão tentar descobrir a lógica, para isto vão levantar hipóteses, as quais podem ser direcionadas pelo professor: Será que estes números foram colocados por acaso? Qual a relação que existe entre os números? 3- Experimentação: Deixar que as crianças tentem por dedução ou outra forma de resolução. 4 – Discussão coletiva: Todas as hipóteses que os alunos levantarem devem ser colocadas no momento da discussão coletiva. 5- Registro: Registrar em forma de texto todos os passos seguidos para a resolução do problema. As dificuldades e obstáculos, assim como as novas hipóteses levantadas também deverão fazer parte do texto. No registro deverão constar as hipóteses, as tentativas e as conclusões que os alunos chegarem, principalmente em relação aos números.

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Atividade 7: Onde ficará cada número?

1 - Apresentação do problema: Como é possível escrever nos círculos, os números de 1 a 19 (os já colocados servem de ajuda), de maneira que nas fileiras com três (tanto horizontais como diagonais) números, o total seja 30, nas de 4 números seja 40 e nas de 5 seja 50.

Objetivos: Desenvolver a habilidade de percepção visual, de lógica e de cálculo mental. Materiais: Uma cartela contendo o círculo e números móveis para fazerem as tentativas. 2 – Levantamento de hipóteses: Os alunos vão tentar descobrir a lógica, para isto vão levantar hipóteses, as quais podem ser direcionadas pelo professor: Por que estes números foram colocados? Há alguma explicação? Existe alguma relação entre eles? Se tirarmos estes números fica mais fácil ou mais difícil? Por quê? 3 – Experimentação; A experimentação consistirá em fazerem tentativas de organização dos números para que somem os resultados orientados. 4 – Discussão coletiva: Todas as hipóteses que os alunos levantarem devem ser colocadas no momento da discussão coletiva. 5- Registro: No registro devem constar as hipóteses, as tentativas e as conclusões a que

os alunos chegaram.

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Atividade 8: Como deixar as somas iguais mexendo somente dois números?

1 - Apresentação do problema: Coloque a cabeça para funcionar !! Mexa apenas duas peças de modo que a soma das duas colunas seja igual.

1 3 2 4 7 5 9 8 19 20

Objetivos: Desenvolver a habilidade de percepção visual, de lógica e de cálculo mental. Materiais: Números móveis para fazer as tentativas. 2 – Levantamento de hipóteses: Os alunos vão tentar descobrir a lógica, para isto vão levantar hipóteses, as quais podem ser direcionadas pelo professor: Como deixar os resultados iguais? Quais serão estes resultados? Existe alguma relação entre a colocação dos números? 3 – Experimentação; A experimentação consistirá em fazerem tentativas de organização dos números para que somem os resultados iguais. 4 – Discussão coletiva: Todas as hipóteses que os alunos levantarem devem ser colocadas no momento da discussão coletiva. 5- Registro: No registro devem constar as hipóteses, as tentativas e as conclusões que os alunos chegaram.

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Atividade 9: Quantos são os porcos e quantos são os pintinhos? 1 - Apresentação do problema: Em um quintal há 12 animais entre porcos e pintinhos e um total de 34 pés. Quantos são os porcos e quantos são os pintinhos.

Objetivos: Desenvolver a habilidade de organização de dados, interpretação de texto, estratégias para resolver problemas e raciocínio lógico. Materiais: Kit de porquinhos e pintinhos em EVA. 2 – Levantamento de hipóteses: Qual dos animais vocês acham, tem mais no quintal? Como vocês podem descobrir? 3 – Experimentação; A experimentação consistirá, com os kits, montar animais e porquinhos. 4 – Discussão coletiva: Todas as hipóteses que os alunos levantarem devem ser colocadas no momento da discussão coletiva. 5- Registro: Registrar em forma de texto por grupo, quais foram os caminhos adotados pelo grupo para chegar à solução do problema.

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Atividade 10: Quando o caracol chegará?

1 - Apresentação do problema: Um caracol resolve subir uma escada de 10 degraus. Durante o dia, ele consegue subir três degraus, mas, durante a noite, escorrega dois degraus. Quantos dias e quantas noites ele vai demorar para chegar ao topo da escada?

Objetivos: Desenvolver a habilidade de resolver situações por tentativas, utilizando o pensamento dedutivo e hipotético. Materiais: Uma escadinha de madeira de 10 degraus, um caracol de papel machê. 2 – Levantamento de hipóteses: Quantos dias o caracol vai gastar para subir toda a escada? Se o caracol não escorregar, quantos dias gastará? 3– Experimentação; A experimentação consistirá em tentativas sucessivas obedecendo ao comando do problema. 4– Discussão coletiva: Todas as hipóteses que os alunos levantarem devem ser colocadas no momento da discussão coletiva. 5- Registro: No registro deverá constar as hipóteses, as tentativas e as conclusões que os alunos chegaram.

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Referências Bibliográficas

BRASIL/MEC. Parâmetros curriculares Nacionais: matemática. Brasília: Secretaria de Educação Fundamental, 1997. CARRAHER, Terezinha Nunes. Aprender pensando. Contribuições da psicologia cognitiva para a educação. Petrópolis: Vozes, 1999. KAMII, Constance. Desvendando a Aritmética: Implicações da Teoria de Piaget. Campinas: Papirus, 1995. _______________A criança e o número. Trad. Regina A. de Assis. Campinas: Papirus, 1990, 28a ed. GÁLVEZ, Grécia. A didática da matemática. In: PARRA, Cecília, et. al. Didática da Matemática: reflexões psicopedagógicas. Porto Alegre – RS: Artes Médicas, 1996. SOARES, Eduardo Sarquis. Matemática com o Sarquis. Livro 1. Belo Horizonte: Formato. _______________Matemática com o Sarquis. Livro 2. Belo Horizonte: Formato. SMOLE, Kátia Stocco. DINIZ, Maria Ignez. Ler, escrever e resolver problemas. Habilidades básicas para aprender matemática. Porto Alegre: Artmed, 2001. VIGOTSKY, L. S. A formação social da mente; o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. São Paulo: Martins Fontes 1984. ________________Pensamento e linguagem. São Paulo: Livraria Martins Fontes, 1989.

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Oficina 17: GRANDEZAS E MEDIDAS

Introdução

Ao chegar à escola, a criança traz consigo uma bagagem muito rica de

experiências em relação às medidas vividas no seu dia a dia, nas brincadeiras e jogos e em muitas outras atividades como o esporte, o trabalho, etc.

As atividades escolares deverão ser vinculadas a essas situações de vida da criança.

Para que a matemática faça sentido na vida da criança é preciso usar a sua linguagem e dar oportunidade para que ela construa os seus próprios conhecimentos.

Piaget e seus colaboradores, em Genebra, comprovaram que, para a criança ter sucesso nas atividades envolvendo medidas, ela precisa ter atingido o nível da habilidade de conservação. A medição requer da criança a compreensão de que um objeto conserva o mesmo comprimento ou peso independente das mudanças que ocorram na sua posição ou na sua configuração.

A idéia de conservação ou invariância é dum conceito lógico-matemático e, para alcançá-lo, a criança deve ser estimulada a trabalhar de maneira a tornar-se capaz de raciocinar sobre o que vê.

O trabalho com medidas oferece excelentes oportunidades para uma viagem ao passado do homem.

As medidas surgiram a partir de necessidades sociais, tais como: demarcação de espaço, referências quantitativas para o comércio, determinação do tempo gasto nas atividades, cálculos de distâncias entre localidades, planejamento de rotas de viagem, interesse pelo movimento dos astros.

O uso das partes do próprio corpo como unidade de medida, tão comum entre os povos antigos e vigentes entre os europeus até alguns séculos atrás, é interessante ser praticado na escola como forma de reconstruir historicamente os processos de medição.

Assim como contar, medir também é uma necessidade do dia-a-dia do homem.

A necessidade de padronização da unidade de medida deverá surgir naturalmente da percepção do aluno de que, ao usar uma unidade não-padronizada, poderá encontrar diferentes números que expressam a mesma medida para um mesmo comprimento. Por exemplo, se a unidade escolhida for o palmo do aluno, eles poderão encontrar medidas diferentes já que as mãos têm tamanhos diferentes.

“O professor, ao organizar as atividades que envolvam grandezas e medidas, deverá levar em conta que o trabalho com esse tema dá oportunidade para abordar aspectos históricos da construção do conhecimento matemático, uma vez que os mais diferentes povos elaboraram formas particulares de comparar grandezas como comprimento, área, capacidade, massa e tempo. Assim também, o estudo das estratégias de medidas usadas por diferentes civilizações pode auxiliar o aluno na compreensão do significado de medida”. (Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Fundamental, p.129).

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PROPOSTA DO PROGRAMA

As medidas têm um uso de grande significado social, portanto estão

presentes nas atividades do nosso dia-a-dia. Daí decorre sua importância dentro de um programa de Matemática, não só por configurar a prática social da disciplina, como também por possibilitar a integração entre os vários tópicos programáticos. Sistema de numeração, operações com números naturais, medidas, operações com números racionais, espaço e forma.

Ainda que alguns dos aspectos a serem estudados sejam complexos, a necessidade do uso social gera a responsabilidade da escola em explorá-los desde o ingresso do aluno no Ensino Fundamental. Cabe ao professor, mais que ao programa, selecionar métodos, materiais e atividades adequadas.

É objetivo nos anos iniciais do Ensino Fundamental levar a criança a compreender o procedimento de medir, explorando para isso tanto estratégias pessoais quanto ao uso de alguns instrumentos, como balança, fita métricas e recipientes de uso freqüente.

Conteúdos

Atividades

- Medida de Tempo - De dia em dia, o mês se completa. - Medida de Comprimento - Comparando Massas - Medindo Líquidos

- Construir um instrumento para medir o tempo, antes da invenção do relógio: - Organizar o calendário do mês de junho de 2008. Utilizar vários instrumentos de medidas e medir várias coisas que se encontram na sala de aula. - Descobrir os objetos mais leves e mais pesados; - Coloca-los em ordem, isto é, do mais leve para o mais pesado; _Conferir a medida de massa, usando a balança. -Quem enche o recipiente de líquido, primeiro? - Vencendo desafio, movendo embalagens com líquidos.

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OBJETIVOS: - 1° Utilizar estratégias pessoais de medidas com uso de unidades

arbitrárias, chegando a usar a unidade padrão de comprimento, massa e capacidade.

-Ler hora exata e meia hora e utilizar, com compreensão, os termos dia, semana, mês e ano.

-2º Utilizar instrumento de medidas, estimar resultados, fazer medições e registrar medidas;

- Identificar a unidade fundamental das medidas de comprimento, massa e capacidade e utilizá-las juntamente com outras unidades de maior uso social;

- Usar o relógio e o calendário para identificar medidas de tempo e fazer registros de horários e em datas;

- Empregar com compreensão, os termos ano, semana, dia, hora, meia hora e minuto.

Atividade 1: Medida de Tempo

1- Apresentação do Problema O professor levará para sala de aula, vários tipos de relógio e deixar que os alunos falem a respeito dos mesmos. A professora perguntará: Quais as formas de se ver a hora, antes da invenção do relógio? Objetivos Compreender a história da medida de tempo. Materiais para cada grupo: 2 litros de pet grande; 2 canudos; Água; 2 garrafas de mini pet; Cola quente; Areia fina para encher uma garrafa de mini pet; 1 tesoura; 1 palito de churrasco; 1cartolina de cor clara; Relógios atuais (que não estão em uso). 2 - Levantamento de hipóteses Conduzir os alunos a um questionamento a respeito do conhecimento que eles têm do assunto, colocando a importância da observação do sol, da lua, das estrelas, pelo homem para a medida de tempo. 3 – Experimentação Cada grupo deverá escolher os materiais que serão colocados à disposição e usar a criatividade, construindo o seu próprio instrumento de medir o tempo.

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4- Discussão coletiva Cada grupo apresentará a sua descoberta. O professor apresentará os relógios de sol, de areia, de água (clepsidra), mostrando que esses eram os instrumentos usados antes da invenção do relógio (texto anexo). 5- Registro - Desenhar a clepsidra, ampulheta e o relógio de sol; - Escrever frases referentes aos desenhos.

Atividade 2: De dia em dia, o mês se completa

1- Apresentação do problema Como organizar um calendário, através de uma carta, criando legendas. Objetivo - Compreender a organização do calendário do mês. Materiais para cada grupo - Papel pardo (quadriculado); - 5 pincéis: 1preto, 1 vermelho, 1 azul, 1 verde e um amarelo; - 1 cópia da carta. 2- Levantamento de hipóteses Cada aluno dará sua opinião considerando seus conhecimentos prévios.

3- Experimentação Cada grupo receberá uma cópia da carta e deverá fazer a leitura (carta anexa). A medida dos acontecimentos das atividades de Joana, o grupo deverá descobrir a data de cada um, construindo o calendário do mês, criando legendas para os dias. 4- Discussão Coletiva: Cada grupo apresentará o seu calendário; Os grupos deverão falar sobre as dificuldades e facilidades encontradas na resolução das atividades; Discutir se o trabalho foi realmente coletivo. 5- Registro

Montagem do calendário.

Mês Ano Dias da semana

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Exemplos de legenda: ∆ visita ao Zoológico Ό Dias de aula - De acordo com o calendário construído, responda: •Quantos dias letivos? •Qual é o mês e o ano descoberto? •Quantas semanas? •Quantos Domingos? •Quantos aniversários comemorados? •Quantos dias?

Atividade 3: Medindo comprimento

1- Apresentação do problema O professor pedirá aos alunos que observem tudo ao seu redor e pergunta: tudo é do mesmo tamanho? Objetivo: Propor medições de interesse das crianças Material Barbante; Fita de papel pardo; Usar as mãos; Usar os pés e pernas; Dedo polegar. 2- Levantamento de hipóteses Os alunos darão opiniões sobre os diversos instrumentos de medidas que eles conhecem 3- Experimentação O professor pedirá a cada grupo que escolha o que será medido; Cada grupo usará a sua criatividade, usando instrumentos improvisados por eles. Cada grupo fará a sua medida. 4- Discussão Coletiva: Cada grupo apresentará o que foi medido e o seu resultado. Após a discussão de cada grupo, todos os grupos discutirão sobre as diferentes formas de medidas e farão a comparação entre elas. O professor deverá encaminhar a discussão mostrando e justificando a origem do metro. 5- Registro: Construir uma tabela

Grupos O que foi medido Qual instrumento usado para medida

Total de medidas

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5

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Atividade 4: Comparando massas

1- Apresentação do Problema

O professor pedira a dois alunos para que cada um leve um objeto até a frente e mostre para seus colegas, e o professor perguntará, Qual é o mais pesado?

Objetivo - descobrir a importância de medir a massa ou o peso de um corpo; - identificar o mais pesado e o mais leve. Materiais:

- Balança PET - Tampinhas de Garrafas - 1 Pilha pequena

2- Levantamento de Hipóteses Quantas tampinhas de garrafas são necessárias para medir o mesmo

peso que a pilha?

3- Experimentação - O professor colocará a balança PET e uma vasilha transparente cheia de vários tipos de tampinhas; - Colocará uma pilha pequena em um dos braços da balança; - Colocará tampinhas (de uma a uma) até que o peso se torne igual ao da pilha; - Será vencedor o grupo que acertar o nº de tampinhas.

4 – Discussão Coletiva Discutir sobre os tamanhos dos materiais utilizados, chegando a conclusão de que o peso do objeto nem sempre é pelo tamanho.

5- Registro

- Desenhar uma balança PET mostrando a pesagem de determinados objetos.

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Atividade 5: Comparando massas ( 2 )

1- Apresentação do problema O professor levará para a sala de aula duas caixas de tamanhos iguais, porém uma caixa vazia e a outra contendo areia e perguntará: Qual é a mais leve? Qual é a mais pesada? Após a resposta dos alunos, o professor chamará um aluno para verificar a resposta, mostrando a todos a caixa vazia e a outra com areia. Objetivos - descobrir a importância de medir a massa ou o ¨peso¨ de um corpo; - identificar o mais pesado e o mais leve. Materiais Para Cada Grupo - 1 mesa - 10 objetos que se encontram na sala de aula como por exemplo: - lápis; - caderno; - borracha; - 1 par de calçado, etc. Materiais para o professor: -2 caixas de tamanhos iguais, uma vazia e a outra com areia. 2 - Levantamento de hipóteses Discutir com os alunos sobre a importância de medir a massa ou o peso de um objeto. O que é medir massa? 3 - Experimentação Cada grupo vai comparar a massa de no mínimo 10 objetos que se encontram na sala de aula, segurando-os nas mãos; Coloque-os sobre uma mesa em ordem crescente de massa, isto é, do mais leve para o mais pesado; Conferir se os grupos acertaram a ordem, pesando os objetos na balança; Conferir a medida de massa utilizando a balança. 4- Discussão Coletiva O grupo deverá discutir os acertos e os erros da ordem dos objetos; Observar o que os outros grupos fizeram e conversar sobre a diferença da massa dos objetos escolhidos; 5- Registro Escreva os nomes dos objetos em ordem crescente de massa, isto é, do mais leve para o mais pesado.

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Atividade 6: Medindo volume de líquidos

1. Apresentação do problema O professor dispõe-se de uma embalagem grande e transparente com a marca da quantidade de litros e vários copinhos descartáveis (medida de café) e perguntará: Quantos litros de água cada grupo conseguirá colocar no recipiente durante o tempo que tocar a música? Objetivo: - Reconhecer o litro como unidade fundamental para medir a quantidade de líquidos; - Identificar os vários objetos que servem como medida de líquidos. Materiais para cada Grupo - Um recipiente grande e transparente com marcas de quantidades de litros; - Vários copinhos descartáveis (medida de café); - 1 CD. 2- Levantamento de hipóteses Dar oportunidade aos alunos para falarem sobre o conhecimento que eles já adquirem sobre o referente assunto. Eles deverão dar opiniões sobre a quantidade de copinhos de água que gastarão para colocar no recipiente no determinado tempo marcado pela música.

Quantidade de copinhos de água –›

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5 Grupo 6

3 Experimentação

Um aluno colocará um copinho de água no recipiente, passando em seguida para o outro até terminar a música; O grupo vencedor será aquele que conseguir colocar mais água no recipiente.

4 Discussão Coletiva Cada grupo apresentará seu resultado, falando das dificuldades encontradas da forma como foi realizada a atividade e das descobertas. Porque o grupo X foi vencedor? 5 Registro

Produzir um texto, contando como foi a experiência.

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Atividade 7: Medindo volume de líquidos (2)

1. Apresentação do problema O professor dispõe-se de nove embalagens em fila. As cinco primeiras estão cheias e as quatro últimas vazias. Movendo somente duas garrafas, como tornar a fileira com embalagens alternadamente cheias e vazias? Objetivo: - Reconhecer o litro como unidade fundamental para medir a quantidade de líquidos; - Identificar os vários objetos que servem como medida de líquidos. Materiais Para Cada Grupo 1 caixa de leite (cheia de água); 1 caixa de leite vazia; 1 litro de refrigerante (cheio de água); 1 litro de refrigerante vazio; 1 lata de óleo (cheia de água); 1 lata de óleo vazia; 1 garrafa de água mineral (cheia de água); 1 garrafa de água mineral vazia; 1 caixa de achocolatado (cheia de água) 1 funil

5 Litros descartáveis de refrigerante (1litro); 5 garrafas descartáveis de refrigerante (meio litro); Pincel; Bola. 2- Levantamento de hipóteses Dar oportunidade aos alunos para falarem sobre o conhecimento que eles já adquirem sobre o referente assunto. 3 Experimentação

Os alunos procuram a solução do desafio movendo as embalagens como desejarem.

4 Discussão Coletiva Discutir sobre o comportamento do grupo durante a realização da atividade; Fazer comparação da medida dos líquidos das embalagens. Qual embalagem que contém mais líquido? E qual contém menos? Discutir a respeito do local, onde devem ser colocadas as embalagens vazias e suas utilidades. 5 Registro Produzir um texto, relatando a experiência de cada grupo.

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Anexos

Belo Horizonte, 15 de julho de 2008. Querida prima Marta, Tudo bem com você? Olha, eu estou muito bem, pois, o mês passado me trouxe grandes alegrias.Vou te contar com detalhes o que fiz durante o mês. Adorei o primeiro dia! Era domingo! Fui ao Zoológico com minha família. Os 05 dias após o domingo foram de muita responsabilidade: escola, tarefas e cursinhos de Inglês. Um outro dia se aproxima. Foi o meu aniversário. Houve uma grande festa com a presença dos meus amigos e familiares. Que pena! Só faltou você. Outro domingo de curtição. Fui à fazenda do vovô e lá passei o dia todo. Mais quatro dias de compromisso: Escola, tarefas e cursinhos de Inglês. No outro dia não houve, era dia de “Santo Antônio”. A escola comemorou com uma grande festa. A quadrilha ficou linda! Puxa! Dancei muito. Chegou o sábado. Procurei colocar meus estudos em dia. Outro domingo de alegria. Fui a um piquenique com meus amigos. Foi maravilhoso. Mais 05 dias de estudo, tarefas, cursinhos de Inglês e também excursão, pesquisa. Foram dias de muita agitação. No sábado ajudei a mamãe nas tarefas da casa. Mais um domingo feliz, toda a família reuniu para o almoço. Mais 05 dias de: estudos, tarefas e cursinhos de Inglês. Nesses 05 dias teve um especial: Era dia de “São João”. A comunidade fez uma festa para ajudar o hospital do Câncer. Eu fui convidada para dançar quadrilha. Que emoção, poder ajudar alguém! No sábado aproveitei para fazer uma faxina no meu quarto. Sai para uma entrevista a pessoas sobre o que elas acham da lei que pune as pessoas que dirigem alcoolizadas. Foi um sucesso a entrevista. No último domingo, era dia de “São Pedro”, fui à festa junina promovida por uma outra escola. No dia 30 foi o último dia do mês. Fizemos a apresentação da entrevista na escola, os alunos participaram dando a opinião sobre a nova lei. Gostaria de saber o dia do seu aniversário, e o da sua mãe, pois quero mandar um lindo presente para cada uma. Um conselho para você: Divertir não é só brincar e dançar. É também estudar. Abraços de sua amiga Joana.

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Medida de Tempo

Introdução

A Civilização e os horários andam lado a lado. Os horários significam acompanhamento do tempo, isto é, matemática.

Foi observando a natureza que o homem aprendeu a marcar o tempo. A história da medição de tempo passa pelo relógio de sol, pela clepsidra, relógio de água, relógio de areia (ampulheta).

A água também foi usada em instrumento de contagem de tempo. Os Gregos e os Romanos limitavam os discursos nas cortes de justiça, com um jarro de água que tinha pequenos furos no fundo por onde a água escapava. Este “cronômetro” chama-se clepsidra, que em Grego significa “roubar água”.

A clepsidra foi aperfeiçoada pelos chineses e transformada no chamado relógio

de água. Tratava-se de tanques, colocados em alturas diferentes e ligados por um sifão - que é um tubo em forma de "S". A água, então, passava de um tanque para outro, através desses tubos, numa mesma velocidade, marcando a passagem do tempo.

A ampulheta foi também inventada pelos egípcios, seu funcionamento é

simples: dois cones de vidro ligados por um pequeno orifício que regulava a passagem de areia colocada em uma das partes, marcavam determinado período de tempo. Depois era só virar o instrumento e repetir o processo.

Mas a invenção do relógio mecânico, o único instrumento de medir o tempo, em dias sem sol, só acontece no século XIV.

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Oficina 18: TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO

Introdução

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) o conteúdo “Tratamento da Informação”, deve ser trabalhado de modo que estimule os alunos a fazer perguntas, a estabelecer relações entre a matemática e o significado das informações obtidas por intermédio dos meios de comunicação, a construir justificativas e a desenvolver o espírito de investigação.

Hoje, existe uma demanda social que leva essa temática a se destacar como um conteúdo necessário, em função do seu uso no contexto social. É imprescindível saber interpretar, ou melhor, saber ler tais informações na forma de gráficos e tabelas, utilizando dados estatísticos e idéias de combinatória e probabilidade.

De fato, os estudos relativos à Estatística nos permitem prever, estimar, explorar, quantificar, comparar, ... uma infinidade de interações matemáticas e sociais, as quais precisamos conhecer para tomarmos decisões e para nos posicionarmos em relação à uma série de questões social, ambiental e de saúde pública. Ainda, com base nas competências e habilidades que devemos desenvolver com os alunos, ressaltamos a importância da argumentação através das hipóteses geradas nessas leituras. De acordo com os PCNs, “A finalidade não é a de que os alunos aprendam apenas a ler e a interpretar representações gráficas, mas que tornem capazes de descrever e interpretar sua realidade, usando conhecimentos matemáticos” (PCN, 1997, p. 69). Considerando que os gráficos e as tabelas são tipos de textos, eles podem ser contados como uma história, e a história tem uma função lúdica que desperta no aluno uma motivação para o aprendizado. Então, será mais uma forma de abordar a leitura e a escrita numa linguagem matemática de uma maneira contextualizada, numa perspectiva de análise crítica, optando por uma busca de conhecimento com vistas à formação de cidadãos.

Vários autores consideram importante que esse conteúdo cumpra um papel interdisciplinar, didático-pedagógico, psicológico motivacional e político-crítico. Por isso, no desenvolvimento dessa oficina estaremos preocupados com a participação ativa do aluno no processo ensino aprendizagem, mostrando uma proposta de trabalho reflexivo, propondo atividades de construção do conhecimento matemático, interdisciplinando com outros conteúdos, para a contextualização do problema e suas resoluções, partindo da idéia de que um problema pode ter várias respostas dependendo de cada ponto de vista. Além disso, deve-se permitir a elaboração dos instrumentos teóricos e das habilidades necessárias que conduzem de forma natural a uma fundamentação teórica.

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Proposta do Programa:

O núcleo da proposta é o desenvolvimento de capacidades necessárias

não só a leitura e a escrita, mas à compreensão e produção de textos coerentes, orais e escritos, visando à argumentação segura em situação de uso social. O conteúdo, Tratamento da Informação, foi selecionado pela importância de seu caráter integrador, que possibilita a interdisciplinaridade, além de contextualizar a matemática com assuntos do cotidiano. Verificamos a falta do conhecimento de que se trata de um conteúdo, portanto, necessário ser trabalhado com um pouco mais de evidência, iniciando nos primeiros anos de escolaridade, dando prioridades às construções de tabelas e gráficos pictóricos e lúdicos, por serem mais atraentes aos olhos da criança, e a experimentos com material concreto.

Conteúdos programáticos da oficina

Atividades da oficina

Leitura e interpretação de informações contidas em imagens. . Coleta de dados e criação de registros de informações: EstatÍstica, Probabilística e Combinatória. . Exploração da função do número como código na organização de informações.

Exploração das imagens construídas e selecionadas através de jornais, revistas e outras fontes. Descrição e interpretação da coleta de dados feita no contexto proposto (cores, brincadeiras, textos). Registros livres, escritos e orais em tabelas e gráficos a partir das pesquisas e dos experimentos propostos. Identificação do uso dos números como leitura e informação (linhas de ônibus, telefones, placas de carro, documentos, roupas, calçados).

Inúmeras questões podem ser abordadas com dados estatísticos em jornais, revistas, conteúdos de ciências ou geografia, contas de água e luz favorecendo a leitura e análise com compreensão, que o professor deve mediar para desenvolver o espírito crítico e argumentativo dos alunos. Além disso, é interessante que os alunos percebam, desde cedo, que existem resultados previsíveis, que revela uma matemática precisa, e resultados que não podem ser previstos com certeza, revelando soluções determinadas pelo acaso.

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Objetivos:

• Coletar, organizar, comunicar e interpretar dados, utilizando diversos tipos de registro, tais como tabelas, gráficos pictóricos, de coluna e de setor.

• Perceber a existência de acontecimentos previsíveis ou aleatórios, prevendo resultados com base e dados estatísticos e probabilísticos.

• Argumentar com criticidade sua opinião na solução das atividades propostas.

Atividade 1 : Quem encontra mais números nas fichas? O que eles representam?

1 – Apresentação do problema Objetivos:

• Observar a infinidade de informações, no nosso cotidiano, que utilizam a matemática.

• Expor as experiências pessoais, obtidas durante a pesquisa no material oferecido.

Materiais:

• Revistas e jornais para recortar vários tipos de informação (gráficos de vários tipos, tabelas, códigos).

• Tesouras • Cola • Papel cartão • Pincel ou canetas hidrocor •

2 – Levantamento de hipóteses Interpretar e utilizar informações numéricas que aparecem expressas em

vários meios de comunicação e no nosso dia a dia: esse é o nosso ponto de partida. Deixar que as crianças exponham suas idéias, opiniões.

3 – Experimentação Distribuir fichas com recortes de jornais e revistas para os alunos

descobrirem formas de informações numéricas como códigos, datas, apresentação de gráficos e tabelas.

Pedir para agruparem os dados coletados que possuem formas semelhantes e propor que apresentem suas descobertas, utilizando cartazes. Deixá-los explicitar os critérios usados para fazer estes agrupamentos.

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4- Discussão Coletiva A partir das apresentações, questionar sobre a denominação usual das

informações obtidas, pedindo para apresentar o que cada um nos informa, procurando enfatizar suas características, fonte, título, grandezas, legendas, etc.

Os alunos devem ser incentivados a expor a experiência de descobrir as funções dos números encontrados no material disponível e na discussão, promovendo a socialização da experiência e a argumentação. 5 – Registro Construir um quadro com os alunos onde eles farão o seguinte registro:

Fonte Informação

Calendário Dia do aniversário, dia de ir ao médico...

Mapa Quantidade de população, tamanho do estado...

Conta de Luz Dia de vencimento, quanto devo pagar, quanto gastou...

Atividade 2 : Que refrigerante é mais gostoso?

1 - Apresentação do Problema Levar para a sala de aula, várias tampinhas de refrigerante (coca-cola, guaraná Antártica, guaraná Coroa, Fanta Uva, Fanta Laranja, Mate Couro, etc) e perguntar às crianças: Qual refrigerante é mais gostoso?

Objetivos: • Construir tabelas e gráficos com material concreto, utilizando tampinhas

de garrafas “pet”, cartões coloridos, brinquedos e figuras ilustrativas, preocupando em dar um título, citar a fonte, a data, as grandezas, legendas, etc.

• Ler e interpretar as tabelas e os gráficos que foram elaborados, explorando o máximo as informações obtidas.

Materiais: • Tampinhas de garrafas “PET” • Cartões coloridos • Canetas hidrocor • Fita adesiva • Folhas de papel para construção dos gráficos • Giz

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2 – Levantamento de hipóteses Cada criança irá dizer qual o seu refrigerante preferido e porque acha este mais gostoso. 3 – Experimentação

Pedir que cada um escolha a tampinha do refrigerante preferido. Registrar no quadro os dados coletados na forma de uma tabela, que

deve ter um título e outras características convenientes. Pedir para distribuir as tampinhas alinhadas, de acordo com a

preferência, numa folha de papel ou no chão, orientando os alunos a relacionarem os dados de identificação necessários na construção de gráficos. - Interpretar a leitura daqueles dados. Elaborar questões para os alunos:

• Qual foi o refrigerante mais escolhido? E o menos escolhido? • Quantas pessoas participaram da atividade? • Quantas tampinhas têm ao todo? • Quantas tampinhas têm a coluna ou linha menor? E a maior? • Quantas tampinhas têm a coluna maior e a menor juntas? • Tem coluna com a mesma quantidade? • Vocês sabem o nome dessa construção? • Para que serve esta construção?

Variação da atividade: Utilizar cartões coloridos, brinquedos ou fichas da cor preferida, do esporte preferido, doce, fruta... Os procedimentos serão os mesmos da atividade com as tampinhas. 4 – Discussão Coletiva:

Propor a discussão do que foi feito, organizando uma seqüência da ordem que aconteceram as atividades. Questionar a relação entres as tabelas e os gráficos construídos. Se eles teriam uma outra forma de registrar esses dados? Se eles conhecem uma outra forma, ela seria mais fácil ou mais difícil do que essa? Se eles sabem como se chama esse gráfico? Quais são os elementos comuns entre eles? É necessário dar títulos e outras características? E com esse questionamento, o professor promove uma discussão com o objetivo de esclarecer a importância dessa forma de registrar dados, por ser mais simples a apresentação e a leitura das informações nele contidas. Nesse momento, o professor apresenta as nomenclaturas para formalizar os conceitos.

5 – Registro: O registro final será um texto, relatando o que foi feito. Ou ainda, o desenho do gráfico no caderno ou na forma de cartazes.

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Atividade 3: Quantas vogais tem no texto (música)?

1 – Apresentação do problema O problema a resolver é descobrir qual a melhor forma de coletar,

organizar e registrar o número de vogais que aparecem no texto. Objetivos:

Coletar, organizar e produzir registro da freqüência das vogais a partir de um texto. Materiais:

• Xerox de um texto • Xerox da tabela • Folha de papel quadriculado ou milimetrado • Canetas coloridas ou lápis de cor • Réguas

2 – Levantamento de hipóteses

Deixar livre, o primeiro momento, para a elaboração de estratégias para resolver esta proposta.

Estas estratégias devem ser registradas. Cada um deve de alguma forma dar sua opinião sobre as questões levantadas. 3 – Experimentação

Oferecer uma música para leitura, algum dos participantes deve perceber que se trata de uma música. Perguntar se sabem cantá-la e propor que cantem. A música é: Um, dois, feijão com arroz. Três, quatro, pé de pato. Cinco, seis, pulo uma vez. Sete, oito, como um biscoito. Nove, dez, olho meus pés.

Enciclopédia O Mundo da Criança. Contos e Poesias.São Paulo. Enciclopédia Britânica do Brasil, n. 1 – 1995.

Desafiá-los a descobrir qual o número exato de cada vogal que apareceu no texto, propondo uma coleta direta de dados numéricos. Primeiro, deixar livre para formação de opiniões e elaboração de estratégias, mas deve-se registrar e comentar as estratégias feitas por eles. Depois, com as orientações dadas, eles passarão pelas etapas de trabalho usualmente

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desenvolvidas em Estatística, produzindo e organizando os dados numéricos na forma de uma tabela, que será oferecida para cada um dos participantes. Por meio dessa coleta de dados na forma de tabela será proposta a construção do gráfico de barras ou de colunas, usando papel quadriculado e canetas coloridas. Na construção do gráfico é importante observar se o aluno registra o título, as grandezas e tudo que é necessário para a leitura desses dados com coerência.

Vogais Registro de Freqüência Total

A

E

I

O

U

4 – Discussão Coletiva:

Analisar a elaboração de estratégias que eles fizeram inicialmente, verificando se é possível registrar de forma mais objetiva a contagem, deixando cada um expor suas conclusões para o grupo.

É importante incentivar a participação de todos. E a argumentação será uma forma de reelaborar conceitos definidos durante a resolução da proposta, sendo o professor mediador dessa construção de conhecimento.

5 – Registro: O professor, junto com os alunos definirá o registro final. Poderá ser um

relato na forma de texto, que aborde os conceitos de coletar, organizar e registrar dados numéricos.

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Atividade 4: A sua altura é a maior ou a menor da sala?

1 – Apresentação do problema

O problema a resolver é o que seria estar na média. O que é média ? Objetivos: Conceituar Média numa situação contextual de medidas de altura dos alunos da sala, coletando informação por meio das medidas dos alunos.

. Materiais:

• Fita métrica. • Trena. • Giz. • Fichas na forma de discos. • Fitas de jornal de um metro de comprimento. • Canetas coloridas ou lápis de cor. • Réguas • Barbante • Papel craft.

2 – Levantamento de hipóteses

Qual é a medida de sua altura? O que você usaria para fazer esta medida? Qual a medida da altura de seus colegas? Quem é o mais alto? E o mais baixo? Como seria o registro dessas medidas? Qual o número de alunos que estão na média de altura da sala? E abaixo dela? E acima da média?

Ao fazer estes questionamentos os alunos começarão a elaborar hipóteses e conceitos a partir do que eles já conhecem sobre o assunto, permitindo a conexão entre o que se sabe e o que tem que aprender. Esta relação é muito importante para motivar o aprendizado de conceitos novos e promove a integração entre os conteúdos.

O professor deve ouvir com atenção cada possibilidade que os alunos colocarem, fazendo novos questionamentos. 3 – Experimentação

A partir das respostas dos alunos feitas no levantamento de hipóteses, o professor orientará a aula para que na prática sejam respondidas todas as questões.

Inicialmente, propor que todos os alunos encostem-se à parede e o professor deverá marcar a altura de cada aluno usando uma ficha.

Pedir para cada um dos alunos pegarem as fitas de jornal e medirem do chão a sua ficha, usando o raciocínio lógico na forma de obter a medida com a fita de jornal. Observando as medidas obtidas, comparando com a dos colegas e estabelecendo uma seqüência.

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Orientar a redistribuição das fitas e fichas no papel craft para mostrar o número de alunos que estão na média, que estão abaixo e que estão a cima da média de altura da sala.

Usando fita métrica ou trena, medir cada um dos participantes, anotando todas as medidas obtidas no quadro. Pedir para organizar as medidas obtidas na forma de uma tabela e de um gráfico, interpretando os registros. O professor utilizará esse registro para orientar a seqüência de sua aula. 4 – Discussão Coletiva:

Os alunos devem ser dispostos em grupos para responderem as questões iniciais, agora com base na prática que eles participaram. Depois, serão levadas as respostas para discussão entre os grupos.

Durante a discussão deve-se esclarecer que esses dados não mostram a exatidão de resultados, mas o que é provável. É importante que os alunos percebam a necessidade de serem analíticos e o professor deve estimular o desenvolvimento das capacidades nos alunos de prever, de estimar, de explorar os dados criticamente, fazendo uso da argumentação na defesa do seu pensamento.Os alunos discutem no interior do grupo e depois com a sala toda para explicar o que foi registrado.

Deixar claro que hoje, usamos no mundo todo um sistema de informação que nos permite várias interpretações, estimativas, explorações operatórias, enfim, uma infinidade de interações físicas e sociais, que devem ser exploradas com leitura crítica, argumentação e com raciocínio lógico, prevendo que os resultados obtidos é uma probabilidade, não uma certeza.

5 – Registro:

Cada aluno deverá expor as relações feitas na construção dos gráficos e das tabelas, suas características (titulo, fonte, grandezas, intervalos) e informações obtidas fazendo a leitura e a interpretação dos dados obtidos, respondendo as questões levantadas hipoteticamente, e registrando o que se entende por média.

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Atividade 5: Qual a cor é a mais escolhida na turma?

1 - Apresentação do Problema Levar para a sala de aula, lápis de cor e perguntar às crianças: Qual a cor que você escolhe?

Objetivos: • Construir tabela e gráfico de setor com material concreto, utilizando um

disco de papel recortado em frações, preocupando em dar um título, citar a fonte, a data, as grandezas, legendas, etc.

• Ler e interpretar a tabela e o gráfico que foi elaborado, explorando o máximo as informações obtidas.

Materiais: • Canetas hidrocor • Fita adesiva • cola • Folhas de papel para construção do gráfico • Giz • Disco de papel branco dividido em frações • Lápis de cor ou giz de cera • Tesoura • Régua, transferidor e compasso.

2 – Levantamento de hipóteses Cada criança irá dizer qual a cor ela escolheu. Como podemos representar essas predileções de forma evidente? Como mostrar a escolha de cores em um disco? Qual a cor mais escolhida? Qual a cor menos escolhida? 3 – Experimentação

Pedir que cada um escolha um lápis de cor com a cor que mais gosta de colorir.

Registrar no quadro os dados coletados na forma de uma tabela, que deve ter um título e outras características convenientes (cor, número de alunos,...). Distribuir uma fração de um disco para cada aluno colorir com a cor escolhida. O disco será dividido de acordo com o número de alunos da sala, usando régua e transferidor, encontrar as medidas calculando a divisão de 360° pelo número de alunos da sala. O resultado será o ângulo de cada fração que o disco deverá ser dividido. Depois de colorir, cada aluno deverá procurar os colegas que escolheram a mesma cor e se agruparem para colar sua fração. De acordo com a cor escolhida, cada grupo colará suas frações construindo um gráfico de

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setor numa cartolina. A seguir, os alunos deverão elaborar um título para o gráfico, dar a fonte de pesquisa e fazer uma legenda relacionando cor e número. O gráfico poderá ser explorado com questionamentos que favoreçam sua leitura e interpretação. 4 – Discussão Coletiva:

Propor a discussão do que foi feito, organizando uma seqüência da ordem que aconteceram as atividades. Questionando a relação entre a tabela e o gráfico construído. Se eles teriam uma outra forma de registrar esses dados? Se eles conhecem uma outra forma, ela seria mais fácil ou mais difícil do que essa? Se eles sabem como se chama esse gráfico? Quais são os elementos comuns entre eles? É necessário dar títulos e outras características? E com esse questionamento, o professor promove uma discussão com o objetivo de esclarecer a importância dessa forma de registrar dados, por ser mais simples a apresentação e a leitura das informações nele contidas. Nesse momento, o professor apresenta as nomenclaturas para formalizar os conceitos. 5 – Registro: O registro final será um texto, relatando o que foi feito. Ou ainda, o desenho do gráfico no caderno ou na forma de cartazes.

Referências Bibliográficas

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Ensino Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais. Brasília: 1997. MINAS GERAIS. Secretaria de Estado da Educação. Guia curricular de matemática (ciclo básico de alfabetização, ensino fundamental). Programa Proqualidade. Belo Horizonte: 1997. MINAS GERAIS. Coleção Veredas: Formação Superior de Professores (Guia de Estudo). Módulos I, II e III. Belo Horizonte: 2003.

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Oficina 19 – GEOMETRIA  

INTRODUÇÃO  

Desde  os  primórdios  o  homem  observava  o  espaço  e  as  formas, explorando o mundo que o cercava. Foi assim que ele descobriu a existência das regularidades  e aprendeu a utilizá‐las  em benefício próprio,  transformando o mundo. O  ato  de  observar  levou  o  homem  a  desenvolver  a  geometria,    um conhecimento essencialmente visual. 

Esse  fator  contribuiu,  também,  para  que  durante  muitos  anos acreditássemos  que,  para  aprender  os  conceitos  geométricos  as  crianças deveriam, sobretudo, prestar atenção às definições explicadas pelo professor e decorar as fórmulas. O professor por sua vez, considerando a geometria como difícil, porque era abstrata, direcionava sua preferência aos  temas aritméticos. Esses  temas,  por  sua  vez,  eram  desenvolvidos  em  nível  de  abstração  não condizente com o estágio de desenvolvimento do aluno, desprezando‐se assim, experiências preparatórias indispensáveis à construção do conhecimento lógico‐matemático. 

Alguns estudos, que buscaram compreender como as crianças constroem seu  conhecimento,  contribuíram  para  que  houvesse mudanças  no  ensino  da matemática para  crianças. Atualmente  sabemos que, no  ensino da geometria, devemos privilegiar o que se apreende com os olhos e com as mãos. 

“É preciso evitar a todo custo uma prática comum de “estudar” Geometria no final  do  ano  letivo,  trabalhando  com  os  alunos  um  grande  número  de conceitos  de  uma  só  vez;  esta  prática  reduz  o  estudo  a  um  amontoado  de nomes  e  definições,  “aprendidos”  por  “decoreba”  e  é  a  grande  responsável pelo  bloqueio  dos  alunos  frente  à  geometria  e  por  sua  rejeição  total.” (PROCAP;P:97.). 

 Observou‐se  que  desde  os  primeiros  anos  de  vida  as  crianças  jogam 

futebol, correm, se deslocando para  frente e para  trás, desenham,  jogam bola, brincam de pique, montam quebra cabeças. Enquanto brincam elas constroem e desconstroem  coisas  como  caixas de papelão, pipas,  barquinho,  robôs. Dessa forma  vão  explorando  o  mundo  a  sua  volta,  manipulando  os  objetos  e conhecendo  suas  formas,  suas  características  e  tamanhos.  Portanto,  a  criança desenvolve as primeiras noções acerca dos conceitos geométricos antes mesmo de  ingressar  na  escola.  Neste  sentido,  é  importante  observar  que  para  o professor que leciona para alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental,  

“A geometria é um campo fértil para se trabalhar com situações‐problema e é um  tema  pelo  qual  os  alunos  costumam  se  interessar  naturalmente.  O trabalho  com noções geométricas  contribui para aprendizagem de número  e medidas,  pois  estimula  a  criança  a  observar,  perceber  semelhanças  e diferenças, identificar regularidades e vice‐versa.” (PCNs, P: 55e56.) 

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PROPOSTA DO PROGRAMA 

O  ensino  de  geometria  nos  anos  iniciais do Ensino  Fundamental deve partir  da  valorização  das  experiências  anteriores  dos  alunos.  Para  tanto, devemos  respeitar  os  interesses,  motivações  e  principalmente  o  estágio  de pensamento do aluno. Sabemos que o aluno do 1º ciclo do Ensino Fundamental encontra‐se  em  processo  de  alfabetização  e  letramento,  nesta  etapa  a  fala funciona como elemento mediador na passagem do pensamento a escrita, assim como,  na  aprendizagem  matemática  a  expressão  oral  é  de  fundamental importância. 

Nesta  fase  inicial  a  aprendizagem  da  geometria  se  concretiza  por atividades  ligadas  à  ação,  deve  haver  o  predomínio  do  concreto  sobre  o simbólico: o aluno manipula e constrói objetos das mais variadas  formas para então  analisar  suas  características  físicas  e  geométricas. Nesta  perspectiva  o professor  deve  realizar  atividades  geométricas  que  possibilitem  a  exploração dos  conceitos  relativos  a  espaço  e  forma  contribuindo  para  que  o  aluno compreenda  o mundo  a  sua  volta. Cabe  ao professor  estimular  e  orientar  os alunos,  pois,  essa  fase  mais  informal  será  o  ponto  de  partida  para  a conceituação das formas e sólidos. 

 

 Conteúdo das oficinas 

 Atividades da oficina 

 ‐Descobertas sensoriais  ‐Desenvolvendo percepções  ‐Representando  e  dimensionando espaços  ‐Transformando as formas   

‐Manipular e explorar objetos (formas) e espaços. ‐Reconhecer  e  identificar  formas, semelhanças  e  diferenças  presentes nos  objetos  criados  pela  natureza  e pelo homem. ‐Localizar,  reproduzir  e  descrever movimentação  de  pessoas  e  objetos relacionando espaços e formas. ‐Construção  e  representação  das formas.  

OBJETIVOS • Identificar semelhanças, diferenças e regularidades das figuras   geométricas. • Representar e construir objetos empregando as figuras geométricas. • Reconhecer as figuras geométricas em situações do dia a dia. • Descrever e representar o mundo que nos cerca. 

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ATIVIDADE 1 – A GEOMETRIA NO TEMPO  1 – APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA 

Imagine cada um de vocês cultivando terras divididas em lotes, às margens de um rio. Na época das chuvas, o rio transborda alagando a terra e, quando volta ao normal, deixa o solo  fertilizado, bom para a agricultura. Como as marcas dos lotes foram carregadas pelas águas torna‐se necessário refazer as demarcações. 

Como vocês fariam para demarcar novamente o terreno? De que maneira o homem demarcava suas terras, antes de conhecer a forma 

utilizada atualmente?  OBJETIVO: 

  Conhecer a história da geometria. 

MATERIAL PARA CADA GRUPO: 

‐ 1 caixote retangular, com areia; ‐ papel cartão; ‐ papel de celofane; ‐ Malha quadriculada; ‐ Régua; ‐ Barbante; ‐ Palitos de fósforo e de Picolé.  

2 – LEVANTAMENTO DE HIPÓTESES 

 Os alunos darão suas opiniões considerando seus conhecimentos prévios. 

3 – EXPERIMENTAÇÃO          O professor  contará  a história das demarcações de  terras no  antigo Egito que deu origem à Geometria.           Os agricultores egípcios cultivavam as  terras que  ficavam nas margens do rio Nilo, divididas em lotes. Na época das chuvas, o Nilo transbordava alagando a terra  e, quando voltava  ao nível normal, deixava o  solo  fertilizado,  ideal para  a agricultura. 

Como  as  marcas  dos  lotes  eram  carregadas  a  cada  cheia,  tornava‐se necessário  refazer  as  demarcações  para  que  os  lotes  fossem  redistribuídos  aos agricultores.  Desta  forma,  medindo  e  desenhando  terrenos,  os  egípcios descobriram métodos e adquiriram conhecimentos que, depois, foram aprendidos pelos gregos.   Após a história, cada grupo fará a demarcação do terreno como os egípcios faziam.   

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4‐ DISCUSSÃO COLETIVA    Os alunos deverão discutir  sobre o  trabalho  realizado,  falando de  suas dificuldades  e  descobertas,  fazendo  uma  relação  entre  passado  e  presente, descobrindo o nascimento da geometria.  5‐ REGISTRO   Desenhar  as  formas  geométricas  encontradas  nos  terrenos  marcados, usando a malha quadriculada.  

ATIVIDADE 2 – O QUE PODE SER UM PONTO?  1 – APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA  

A  professora  levará  para  a  sala  cartões  com  desenhos  com  a representação de um ponto, que neste caso será um minúsculo quadrado. Em cada  cartão  a  figura deve  ter um  tamanho. A princípio  o professor pegará  o cartão com a menor  figura. Mantendo‐se afastado dos grupos ele pedirá para que os alunos observem a gravura e descrevam o que vêem. O que vocês estão vendo neste cartão? 

Quando  os  alunos  tiverem  respondido  o  professor  se  aproximará  dos grupos e pedirá para que olhem bem de perto. Usando a lupa eles irão perceber que a figura, na verdade, é um quadrado. 

O  professor  irá  trocando  os  cartões,  e  continuará  a  pedir  para  que  a turma fale sobre a figura que estão vendo de longe e depois de perto. A medida que  a  figura do quadrado  for maior provavelmente  a  opinião dos  alunos  irá mudar.  MATERIAL NECESSÁRIO:  ‐  Lupas,  barbante,  papel  A4,  lápis,  canetinha,  giz,  borracha,  blocos  lógicos, tintas, papel cartão, papel politac e massinha para modelar.  2‐ LEVANTAMENTO DE HIPÓTESES 

O  professor  então  desafiará  os  alunos  a  explicarem  porque  a  opinião deles mudou  se  a  figura  é  a mesma?  O  professor  deixará  que  cada  grupo formule suas hipóteses. 

É interessante também levar um cartão que tenha o desenho de vários pontos pequenos alinhados. Quando olhado de longe os alunos irão ver uma 

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linha retilínea e, quando visto de perto, os alunos perceberão que são vários pontos alinhados. O objetivo é possibilitar que intuitivamente percebam que quando estes pontos estão muito próximos temos uma linha.  3‐ EXPERIMENTAÇÃO  

O professor pedirá para que dois alunos caminhem de um ponto A até um ponto  B,  por  caminhos  distintos.  Um  colega  irá  traçar  no  chão  o  caminho percorrido. 

Em seguida os alunos deverão decidir como fazer para medir as distâncias (pegadas, polegadas, palmos, etc.) entre os pontos. As trenas que vem na caixa (kit experimental) poderão ser usadas. 

O objetivo é verificar que a reta é o menor caminho para ligar dois pontos.  4‐ DISCUSSÃO COLETIVA  

Nos  grupos  os  alunos  devem  discutir  a  atividade,  suas  dificuldades, descobertas e o que mudou em suas hipóteses. 

 5‐ REGISTRO  

Elaborar um texto individual ou coletivo sobre a realização da atividade e ilustrar.   ATIVIDADE 3– VAMOS COLOCAR TODOS OS SÓLIDOS DENTRO DE 

UMA SOMBRA?  1 – APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA • Quantos objetos consigo colocar dentro de uma sombra? • Como se forma uma sombra? • O que é preciso fazer para alterar o tamanho de uma sombra? • O que devo fazer com os objetos ou com a luminária para conseguir   colocar mais objetos dentro da sombra?  MATERIAL NECESSÁRIO:  • 1 luminária com tampão (existe 1 luminária na caixa, pode ser usado abajur); • Objetos de formas e tamanhos variados encontrados na própria sala de   aula ou os sólidos geométricos já feitos em atividade anterior. PROCEDIMENTO  

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Acender as luminárias, adaptando o “tampão” da luz em diferentes posições em relação à lâmpada, para que cada grupo forme sombras de diferentes tamanhos no chão. (Deixe que as crianças descubram sozinhas essas diferenças e tirem conclusões). 

Pedir às crianças que coloquem o máximo de objetos ou formas geométricas dentro da sombra. 

Cuide para que as crianças consigam descobrir sozinhas que os objetos devem ser empilhados ou que a sombra pode mudar de tamanho de acordo com o movimento do tampão para mais próximo ou mais longe da lâmpada.  DISCUTINDO E REGISTRANDO: Como se faz uma sombra? O que você fez para aumentar e diminuir o tamanho da sombra? O que acontece quando retiramos o tampão? Faça com que o aluno registre de diversas formas (desenho, produção de texto, texto coletivo) o tema trabalhado. 

ATIVIDADE 4 – SIMETRIAS  1 – APRESENTAÇÃO DO “DESAFIO ÓTICO”.  Leia as palavras através do cilindro transparente. Porque algumas palavras ficam invertidas e outras não?  

BICHO DOIDO  

GRANA FARTA  

CHICO FUMAÇA  

TURMA DO COCHICHO  Mostre imagens com formas simétricas: o que estas imagens têm em comum?  2‐ MATERIAL NECESSÁRIO:  ‐ Espelho,  folhas de papel A4 ou papel pardo, malha quadriculada, geoplano em papel e várias figuras.   3 – LEVANTAMENTO DE HIPÓTESES  Deixe as crianças tentarem resolver o desafio. Deixe as crianças observarem as figuras e anotarem suas observações. 

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4 – EXPERIMENTAÇÃO  

3.1 ‐ Uso do espelho; 3.2 ‐ Pintando figuras simétricas: pegue uma folha de papel e dobre pela metade. Faça um desenho com  tinta de um  lado e dobre a  folha sobre o desenho. Abra e veja: a figura resultante é simétrica em relação à dobra do papel; 3.3 – Fazer Lambrequins em malhas quadriculadas; 3.4 – Construir figuras em geoplanos (papel); 3.5 – Explorar simetria de bandeiras, desenhos.  5– DISCUSSÃO COLETIVA Caracterizar eixo de simetria vertical e horizontal  

6– REGISTRO:   Os alunos devem registrar por escrito o que fizeram e o que aprenderam.  SIMETRIAS: TEXTO DE APOIO 

Um  perfeito  exemplo  de  simetria  encontrado  na  natureza  é  o  caso  da borboleta, a qual apresenta um único eixo de simetria. Se olharmos bem à nossa volta,  encontraremos  facilmente  simetria  por  reflexão  –  trata‐se  da  simetria bilateral que caracteriza os animais. 

A simetria bilateral de uma borboleta e de uma figura humana

 Desenhe  uma  linha  vertical  no  meio  da  figura  da  borboleta  (ou  do 

homem). Agora, dobre a figura, mantendo a  linha central fixa. A sobreposição perfeita resultante indica que a borboleta permanece inalterada após aplicada a operação de simetria de reflexão ao longo da sua linha central. 

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Um floco de neve possui simetria rotacional 

A  simetria  rotacional  também  é  facilmente  encontrada na  natureza.  Se rodarmos um floco de neve 60, 120, 180, 240, 300 ou 360 graus em torno do seu eixo  central  (perpendicular  ao  plano  do  papel),  obteremos  configurações indistintas umas das outras. 

 As  letras  B  C D  E H  I O  X,  ao  serem  viradas  de  cabeça  para  baixo, 

permanecem idênticas. As letras A H I M O T U V X possuem simetria lateral. 

ATIVIDADE 5 – DESCOBRINDO FIGURAS PLANAS  1 – APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA 

As figuras foram criadas a partir da observação das formas existentes na natureza  e dos objetos produzidos pelo homem. Que  formas  encontramos no ambiente em que estamos? 

  MATERIAL NECESSÁRIO: ‐ Cartões com figuras e objetos existentes na sala de aula.  

2‐ LEVANTAMENTO DE HIPÓTESES Os alunos apresentarão suas idéias referentes às formas encontradas. 

 

3‐ EXPERIMENTAÇÃO Distribuir cartões com figuras para cada grupo. A partir das observações 

feitas, os alunos deverão discutir e anotar as formas encontradas nas figuras.  

4‐ DISCUSSÃO COLETIVA Cada grupo deve apresentar  seu  trabalho para os demais grupos. Essa 

interação permite que os alunos troquem experiências.  

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5‐ REGISTRO                          Complete a ficha: 

 Nome da forma geométrica 

Forma geométrica Imagem encontrada na natureza ou produzida 

pelo homem 

Triângulo 

   

Quadrado 

   

Retângulo 

   

Pentágono 

   

Hexágono 

   

Círculo 

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ATIVIDADE 6 – MONTANDO SÓLIDOS GEOMÉTRICOS  1 – APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA 

Como se faz para montar caixas de diferentes formatos, como as do chocolates, dos remédios e dos cremes dentais? 

 OBJETIVOS: 

‐ Estabelecer relações entre figuras geométricas planas e tridimensionais; ‐ Identificar arestas, faces e vértices.  

MATERIAL NECESSÁRIO:  Embalagens  (remédio,  creme  dental,  sucos,  leite  condensado,  etc.), 

Figuras tridimensionais planificadas para montagens, Lápis de cor, Canetinhas, Réguas, fichas com nomes das figuras, palitos de churrasco e bolinhas de isopor (menor) ou de massinha. 

 2 – LEVANTAMENTO DE HIPÓTESES       Deixar que os alunos apresentem suas opiniões sobre as diferentes formas montadas.  3 – EXPERIMENTAÇÃO           Distribuir  várias  embalagens  diferentes  aos  grupos  para  serem observadas;   Distribuir  figuras geométricas planificadas para que os grupos montem os sólidos geométricos, a partir da observação;   Após as descobertas, o professor  fará a apresentação de outros  sólidos geométricos e seus respectivos nomes.  4‐ DISCUSSÃO COLETIVA  

  Cada  grupo  fará  a  apresentação das  formas  encontradas  e dos  sólidos geométricos  montados,  permitindo  a  troca  de  experiências  com  os  outros grupos.        

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5‐ REGISTRO  Complete o quadro:  

  

Sólidos Geométricos construídos  

Nomes  Nº  de Vértices 

Nº de Arestas Nº de Faces

                        

ATIVIDADE 7 – AS TRÊS PARTES 

1‐ APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA 

Todas as pessoas precisam de um  lugar para morar? Vocês conhecem a história das Três partes? Vamos ouvi‐la com bastante atenção!   O professor  lê para as crianças o  livro “As  três partes” do autor: Edson Luiz Kozminski, Editora Ática. A seguir a história.  As três partes 

Era uma casa que estava com vontade de ser outras coisas além de ser uma casa. Por causa disso, ela se desmontou em três partes. 

As três partes ficaram pensando juntas, o que elas poderiam formar. Enquanto isso alguns pássaro passaram voando e as três partes gostaram muito da idéia... e foram ser pássaro também. 

Os pássaros voaram para  o mar. No mar navegavam muitos  barcos... As  três partes gostaram do que viram... e foram ser barco também. Enquanto o barco navegava, as três partes viram muitos peixes que nadavam na água... Elas, então, pularam para dentro da água e foram ser peixes também. 

Os pássaros comem peixe! Aconteceu, então, que as  três partes, que  formavam um  peixe,  foram  parar  na  barriga  de  um  pássaro...  E  justamente  na  barriga  de  um pássaro formado por outras três partes! E assim, as três partes voltaram a fazer parte de um pássaro  que voou... voou...  e passou perto de uma  janela do último  andar de um prédio bem alto. Lá, uma vovó regava suas plantas. 

As Três  partes  ficaram  com  vontade  de  ser  regada  também. E  formaram uma planta e um vaso. As três partes gostaram de ser planta e ficar crescendo... crescendo... aos pouquinhos... 

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Então,  num  dia  em  que  os  netos  da  vovó  vieram  visitá‐la  e  brincavam  de adivinhações, as três partes pularam da janela pra dentro da brincadeira e desafiaram os netos a descobrir qual o bicho que elas estavam formando, dizendo ainda que esse bicho gosta de visitar galinheiros...Os netos da vovó logo reconheceram que era uma raposa de focinho  pontudo.  Depois,  As  Três  Partes  inventaram  outras  brincadeiras...  Elas formaram uma ponte. E as crianças andaram em cima dessa ponte. 

As Três partes formaram também... Um escorregador. As crianças escorregaram nele. Depois, as três partes formaram uma gangorra. E, por fim, brincaram de esconde‐esconde com as crianças... Que de tanto procurar encontraram as três partes! 

Quando anoiteceu, as crianças voltaram para casa, e as três partes e a vovó ficaram conversando... A conversa foi ficando animada, divertida... As Três Partes estavam gostando tanto da vovó, que disseram que, se ela quisesse, ficariam morando ali, e assim poderiam se divertir bastante e contar muitas histórias juntas. A vovó gostou muito da idéia! E, para comemorarem, as três partes e a vovó colocaram um disco na vitrola e dançaram cada uma a seu jeito. 

Conforme o combinado, as três partes ficaram com a vovó e assim puderam conhecê‐la melhor em detalhe, e cada vez mais gostavam dela. Por isso resolveram fazer uma surpresa... Um presente... 

Algo que a vovó volta e meia falava... Uma casa... Numa cidadezinha!... Uma grande casa com um terreno em volta para ela plantar e cuidar de um 

jardim. E para ela receber a visita dos seus netos, onde eles poderiam continuar a se divertir com a vovó e as três partes.   

O  que  vocês  acharam  da  história?  Gostaram?  O  que mais  chamou  a atenção  de  vocês?  As  Três  partes  construíram  uma  casa  pra  quem  elas gostavam não  foi? Mas,  todas as pessoas moram em casas? Quais os  tipos de moradia  que  vocês  conhecem?  Vamos  construir  moradia  utilizando  outras partes?  MATERIAL NECESSÁRIO:  

Envelope com várias formas geométricas de tamanhos e cores diferentes: triângulos, círculos, retângulos e quadrados. 

Também utilizamos cola, papel A4, giz de cera e lápis de cor.     

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2‐ LEVANTAMENTO DE HIPÓTESE:  

Os  alunos  irão  apresentar  suas  idéias  de  moradias  e  o  professor  irá escrevê‐las  no  quadro,  chamando  a  atenção  para  o  espaço  ocupado  pela moradia: rua, campo, floresta, gelo, água...  3‐ EXPERIMENTAÇÃO:  

Os  alunos  irão  colocar  em  prática  sua  proposta  fazendo  um  croqui (desenho)  das  moradias  que  pretendem  construir  com  as  figuras.  Não esquecendo de desenhar também o espaço onde ficará a moradia (o entorno da morada).  Por  meio  da  realização  dessa  atividade  simples  que  tem  como referência a realidade, os alunos irão construir, representar, comparar, calcular e medir as figuras e construir suas casas.  4‐ DISCUSSÃO COLETIVA:  

Cada grupo deve apresentar seu trabalho para os demais colegas. Essa interação  permite  que  os  alunos  troquem  experiências  e  descubram  outras formas de resolver a questão.  5‐ REGISTRO:  

Os  alunos  farão  um  texto  coletivo  ou  individual  conforme  o  nível  da turma.  Esse  relato  poderá  ser  feito  individualmente  ou  através  de  um  texto coletivo  elaborado  oralmente  pelos  alunos  e  registrado  no  quadro  pelo professor da turma. Os alunos deverão fazer o desenho da casa. 

 UM POUCO DA HISTÓRIA DA GEOMETRIA 

 As  primeiras  moradias  inventadas  para  substituir  as  cavernas,  há 

milhares de anos, eram feitas de materiais que os seres humanos encontravam à sua volta: madeira, pedra, folha de arvores, pedaços de couro... 

Aos poucos, cada povo foi descobrindo novos materiais e novas formas de aproveitar  esses materiais modificando  suas  construções. Com o  tempo as construções  foram melhorando  em  resistência,  conforto  e  adaptação  a  cada ambiente. 

Alguns  povos  se  contentaram  em  fazer  construções  pequenas  que abrigaram um número reduzido de pessoas. Outros  inventaram casas prédios, edifícios, monumentos históricos e artísticos, e até canais para desvio da água e irrigação  de  terras  cada  vez maiores.  Essas  grandes  construções  passaram  a exigir  um  estudo  detalhado  através  de  maquetes,  plantas,  eram  planejados 

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espaços  da  construção  e  a  forma  que  ela  deveria  ter.  Isso  exigia  que  fossem feitos cálculos para garantir a resistência de cada parte e evitar desabamentos. 

Hoje  em  dia  o  planejamento  é  parte  importante  da  maioria  das atividades desenvolvidas pelos seres humanos. Grandes e pequenas obras e até mesmo embalagens de produtos industrializados são planejados antes de serem industrializados. 

Desse  modo,  a  geometria  veio  sendo  desenvolvida.  Essa  palavra,  de origem grega,  inicialmente significava agrimensura e queria dizer medição de terras. Hoje, GEOMETRIA é a área da matemática que estuda as  formas e os tamanhos. 

 Texto retirado do livro: MATEMÁTICA COM O SARQUIS (3ª série). Editora: Formato     

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS  

  Almeida,  Rosângela  Doin  de,  Passini  Elza  Yasuko.  O  espaço  Geográfico: Ensino e representação. 10. Ed. São Paulo: Contexto, 2001.  BRASIL.  Ministério  da  Educação  /  Secretaria  de  Educação  Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: matemática‐ 1º e 2º  ciclos. 3ª ed. Brasília: MEC/SEF, 1997.  Soares, Eduardo  Sarquis. Matemática  com  o Sarquis. Livro3. Belo Horizonte Ed. Formato.  Minas  Gerais.  Secretaria  do  Estado  de  Educação.  Guia  Curricular  de matemática: ciclo de alfabetização, ensino fundamental. Secretaria do estado de educação; coordenação de Wanda Maria de Castro Alves; elaboração Sônia Fiuza  da  Rocha  Castilho,  Stella  Maris  Fernandes  Fialho  de  Marins  Flores, Wanda Maria de Castro Alves‐ Belo Horizonte, SEE/MG, 1997. 

       

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Oficina 20: JOGOS

Jogos clássicos têm sido fortemente avaliados por educadores como um valioso

recurso didático no ensino de Matemática, já que através destes jogos é possível

libertar os alunos do receio que estes têm de errar quando o assunto é Matemática.

Sumário Considerações Programáticas

Atividade 1: Torre de Hanói Atividade 2: Borboleta Atividade 3: Tapatan

Atividade 4: Sempre dez Atividade 5: Feche a caixa (adição) Atividade 6: Cinco em linha (adição)

Atividade 7: Corrida de menos Curiosidades

Referencias Bibliográficas

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Introdução

Jogos clássicos têm sido fortemente avaliados por educadores como um valioso recurso didático no ensino de Matemática, já que através deles é possível libertar os alunos do receio que estes têm de errar quando o assunto é a Matemática. Isto torna o processo de ensino e aprendizagem mais fácil.

O processo de ensino e aprendizagem é uma tarefa difícil para o professor quando este tem que lidar com o desinteresse, a falta de concentração, a indisciplina e as dificuldades de aprendizagem. Este processo torna-se bem simples, quando colocamos o conteúdo de uma maneira mais concreta tal como é feito no Projeto Mão na Massa. Neste aspecto, o principal desafio é atuarmos com criatividade aperfeiçoando os materiais que temos a disposição e gerando assim mais e mais maneiras de conquistar a atenção da criança desenvolvendo seu aprendizado de uma maneira eficiente.

De acordo com Borin, alguns professores com o apoio do CAEM (Centro de Aperfeiçoamento do Ensino de Matemática), usaram jogos como auxílio na resolução de problemas de matemática. Neste trabalho, ao ensinarem matemática para alunos de quinta série, em escolas da rede estadual de ensino, notaram que em situações informais, quando propunham quebra-cabeças, charadas ou problemas curiosos, os alunos motivavam-se e saíam-se muito bem. Nessas ocasiões, habilidades de raciocínio como organização, atenção e concentração, tão necessárias ao aprendizado de Matemática, estavam sempre presentes. Mas, quando propunham a resolução de problemas nas aulas de Matemática, acontecia exatamente o contrário, ou seja, pequeno envolvimento e era bastante acentuada a rejeição na tarefa de enfrentar situação-problema.

Estes professores salientaram que a atividade de jogar, se bem orientada, tem papel importante no desenvolvimento de habilidades de raciocínio como organização, atenção e concentração, tão necessários para o aprendizado. Além disto, os jogos auxiliam também na descentralização, que consiste em desenvolver a capacidade de ver algo a partir de um ponto de vista que difere do seu, e na coordenação destas opiniões para chegar a uma conclusão.

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Proposta do Programa:

Para Piaget há três tipos indissociáveis de conhecimento: o físico, o

lógico-matemático e o social. O conhecimento físico ocorre por meio da abstração simples que é a

abstração das propriedades observáveis no objeto. O conhecimento lógico-matemático desenvolve-se através da abstração

reflexiva que ocorre como resultado da coordenação das ações mentais do sujeito sobre o objeto, estabelecendo relações.

Já o conhecimento social é externo e tem como fonte primária as convenções desenvolvidas pelas pessoas.

Nos anos iniciais do Ensino Fundamental já são trabalhados indiretamente estes conceitos. Nós reforçaremos nesta oficina a criação e o aprimoramento dos conhecimentos lógico-matemático e do conhecimento social.

Conteúdo Programático da Oficina Atividades da Oficina

Aprimoramento e criação do conhecimento lógico-matemático, ou seja, o conhecimento abstrato que é inventado a partir das ações mentais do sujeito sobre o objeto, estabelecendo relações. Abordamos também a resolução de problemas que consiste essencialmente nos atos de pensar, descobrir e resolver.

As atividades desenvolvidas serão:

1. Torre de Hanói 2. Borboleta 3. Tapatan 4. Sempre dez 5. Feche a caixa (adição) 6. Cinco em linha (adição) 7. Corrida de menos

Objetivos da Oficina:

• Organizar a estrutura no pensamento. • Interagir com os colegas. • Trocar informações. • Criar e aprimorar o conhecimento lógico-matemático. • Gerar ações exploratórias. • Exercitar a concentração e também ações estratégicas.

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Atividade 1: Torre de Hanói

1 – Apresentação do problema Para introduzir as atividades, o professor pode colocar os seguintes problemas:

Quem será o primeiro a mover a torre para o terceiro piso utilizando menos jogadas?

Quem conseguirá o maior número de pontos? Objetivos:

Incentivar os alunos a trabalharem simbolização, seqüenciamento, generalização, raciocínio lógico, ações exploratórias, contagem e planejamento de ação.

Materiais:

• Tabuleiro de madeira e E.V.A. com furos (de três a cinco; a distância entre os furos deve ser próxima da medida do quadrado maior);

• Varetas em madeira sem ponta (encaixáveis nos furos do tabuleiro); • um conjunto de seis quadrados de diferentes tamanhos feitos em E.V.A.

com um furo central. 1. Exemplo de tabuleiro

Desafio: O desafio consiste em transferir os discos (que devem estar inicialmente empilhados em um dos pinos, em ordem decrescente de tamanho, com o maior deles na base e o menor no topo) para qualquer um dos outros pinos livres, no menor número de movimentos possíveis, movendo apenas um disco de cada vez e sem colocar um disco maior sobre um disco menor. A disposição final dos discos deve ser igual a do início do jogo.

2 – Levantamento de hipóteses Incentivá-los a descobrirem o número mínimo de movimentos para mover a torre do primeiro para o terceiro piso, supondo uma torre com três quadrados, depois quatro e etc. Observar se o número mínimo de movimento altera quando o número de quadrados da torre é alterado. Diante disto,

• Incentivar os alunos a gerarem estratégias para vencerem o jogo.

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• Jogar diversas vezes até que percebam quais os pontos (as estratégias) que levam a vitória no jogo.

• Tentar conduzi-las para expressarem verbalmente as propostas a serem utilizadas para vencerem o jogo.

Sugere-se iniciar a atividade com três pinos na base.

3 – Experimentação

O professor incentiva os alunos a compreenderem bem as regras do jogo. As regras são:

• Move-se um quadrado de cada vez. • Um quadrado maior não pode ser posto sobre outro menor.

Ganha o jogo quem transfere os quadrados em menos tempo, mantendo-se a mesma disposição inicial, do primeiro pino para o terceiro pino.

4 – Discussão Coletiva:

As crianças discutem no interior do grupo (ou da dupla) e depois com a classe toda para tentar explicar como proceder para fazer a mudança em menos movimentos.

Refazer o registro do roteiro com as formas utilizadas para vencerem o jogo.

Tentar descobrir qual a relação entre o número mínimo de movimentos necessários para realizar a tarefa e o número de discos (sugestão: verificar qual o número mínimo de movimentos para um disco, dois discos, e assim por diante, chegando ao caso geral, se possível). Resolvido o problema para a Torre de três pinos, repita a atividade, com o mesmo número de discos e obedecendo as mesmas regras do caso anterior, para a Torre de quarto e de cinco pinos.

Pergunta-se: Qual o número mínimo de movimentos para a Torre de três pinos, com seis discos? O número mínimo de passos necessários para resolver o problema mantém-se igual ao do caso inicial? Caso não, ele diminui ou aumenta?

5 – Registro:

Negociar coletivamente um registro de atividades para definir: que formas foram mais eficazes para vencer o jogo? Quais mudanças poderiam ser feitas nas regras de forma a dar mais chances a todos os jogadores?

O professor, junto com os alunos, definirá os registros finais da experiência, que deverá ficar no caderno de experiência. Neste estágio o professor ajuda a escrever corretamente o texto.

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Atividade 2: Borboleta

1 – Apresentação do problema Nesta atividade trabalharemos o Jogo Borboleta que é bem simples nos permite explorar conceitos geométricos, gerar estratégias e trabalhar o raciocínio lógico-matemático. Inicia-se com o seguinte problema:

Quem captura primeiro todas as bolinhas? Objetivos:

Trabalharem Raciocínio lógico. Geometria.

Histórico: O jogo tem esse nome por causa da forma do tabuleiro. Na Índia e em Bangladesh, as crianças chamam esse jogo de Lau Kata Kati. Materiais:

• Tabuleiro em papel conforme modelo abaixo; • 18 peças/marcadores em E.V.A. (9 de cada cor);

2. Exemplo de tabuleiro

Desafio: Capturar todas as peças do adversário.

2 – Levantamento de hipóteses O professor pode nesta etapa explorar um pouco de geometria observando no tabuleiro que figuras geométricas são encontradas. Em seguida, questiona-se sobre como jogar analisando e discutindo as sugestões. Depois disto, o professor deverá:

• Incentivar os alunos a gerarem estratégias para vencerem o jogo e conduzi-las para expressarem as propostas verbalmente.

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3 – Experimentação O professor incentiva os alunos a compreenderem bem as regras do. As

regras são:

• Os jogadores colocam suas peças em todas as casas do seu tabuleiro, deixando a casa do meio vazia.

• Um jogador de cada vez movimenta uma de suas peças em linha reta para a casa mais próxima.

• O jogador pode pular uma peça do adversário se a casa seguinte (em linha reta) estiver livre, e tirar essa peça do tabuleiro. E pode continuar pulando com a mesma peça, "comendo" outras peças do adversário enquanto for possível.

• O jogador que deixar de "comer", perde a peça para o adversário. Se tiver mais de uma opção para "comer" a peça do opononente, ele pode escolher uma delas, sem perder peças.

• O jogador que tirar todas as peças do adversário do tabuleiro ganha. 4 – Discussão Coletiva:

As crianças discutem no interior do grupo (ou da dupla) e depois com a classe toda para tentar explicar como vencem.

Refazer o registro do roteiro com as formas utilizadas para vencerem o jogo. 5 – Registro:

Negociar coletivamente um registro de atividades para definir: que formas foram mais eficazes para vencer o jogo? Quais mudanças poderiam ser feitas nas regras de forma a dar mais chances a todos os jogadores?

O professor, junto com os alunos definirá os registros finais da experiência, que deverá ficar no caderno de experiência. Neste estágio o professor ajuda a escrever corretamente o texto.

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Atividade 3: Tapatan

1 – Apresentação do problema

Esta atividade, é para trabalharmos o Jogo Tapatan onde se trabalha ações exploratórias, noção de geometria, raciocínio lógico-matemático e geração de estratégias.

O professor inicia a atividade com o seguinte problema: Quem coloca suas peças em linha reta primeiro?

Objetivos:

Incentivar o aluno a ações exploratórias, trabalhando o raciocínio lógico. Gerar estratégias. Histórico: O tapatan é jogado nas Filipinas, um país de muitas ilhas ao sudeste da Ásia. Algumas famílias têm belos tabuleiros de madeira para o tapatan. Outras tem o tabuleiro desenhado no chão. Os filipinos usam peças redondas especiais para esse jogo, três de madeira clara para um jogador, três de madeira escura para o outro. Materiais:

• Tabuleiro de papel conforme modelo abaixo; • 6 peças de E.V.A. (3 de cada cor). Exemplo de tabuleiro:

Desafio: Colocar suas peças em linha reta.

2 – Levantamento de hipóteses O professor poderá nesta etapa explorar conceitos de geometria com perguntas tal como: o que é uma linha reta? Outro questionamento é: quais as possibilidades de linha reta sobre o tabuleiro? Em seguida, deve-se incentivar os alunos a gerarem estratégias para vencerem o jogo e tentar conduzi-las a expressarem verbalmente as propostas a serem utilizadas para vencerem o jogo.

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3 – Experimentação

O professor incentiva os alunos a compreenderem bem as regras do jogo e discutir antes de iniciarem a partida.

As regras são: • Um jogador de cada vez coloca uma de suas peças num dos pontos

vazios do tabuleiro, até que todas as suas peças sejam colocadas no tabuleiro.

• O primeiro jogador mexe uma de suas peças para o ponto vazio mais próximo, em linha reta. Não pode pular peça, depois é a vez do segundo jogador, e assim continuam revezando.

• Ganha quem conseguir primeiro uma linha de três peças, na diagonal, horizontal ou vertical.

• Se nenhum jogador colocar três peças em linha e repetir a mesma jogada por três vezes, a partida termina empatada.

4 – Discussão Coletiva:

As crianças discutem no interior do grupo (ou da dupla) e depois com a classe toda para tentar explicar como procedem para vencer.

Refazer o registro do roteiro com as formas utilizadas para vencerem o jogo.

5 – Registro:

Negociar coletivamente um registro de atividades para definir: que formas foram mais eficazes para vencer o jogo? Quais mudanças poderiam ser feitas nas regras de forma a dar mais chances a todos os jogadores?

O professor, junto com os alunos, definirá os registros finais da experiência, que deverá ficar no caderno de experiência. Neste estágio o professor ajuda a escrever corretamente o texto.

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Atividade 4: Sempre dez

1 – Apresentação do problema Nesta atividade, trabalharemos o jogo Sempre Dez onde desenvolvemos

o conteúdo de sistema de numeração, raciocínio lógico-matemático e ações exploratórias.

O professor pode iniciar a atividade com o seguinte problema: Quem completa o quadro de forma a ter sempre dez em linha reta?

Objetivos:

Trabalhar o conteúdo de sistema de numeração. Incentivar o aluno a ações exploratórias, trabalhando o raciocínio lógico. Gerar estratégias. Materiais:

• Tabuleiro de papel conforme modelo abaixo; • Peças numeradas de 1 a 9. Exemplo de tabuleiro:

Desafio: A soma das peças em cada linha deve ser sempre 10. 2 – Levantamento de hipóteses O professor poderá nesta etapa explorar conceitos de geometria com perguntas tal como: o que é uma linha reta? Outro questionamento é: quais as possibilidades de linha reta sobre o tabuleiro? Em seguida, deve-se:

• Incentivar os alunos a gerarem estratégias para vencerem o jogo e tentar conduzi-las a expressarem verbalmente as propostas a serem utilizadas para vencerem o jogo.

3 – Experimentação

O professor incentiva os alunos a compreenderem bem as regras do jogo e discutir antes de iniciarem a partida.

As regras são: • Colocar somente uma ficha em cada posição do quadro. • Distribuir todas as fichas de modo que a soma em linha reta seja

sempre 10.

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4 – Discussão Coletiva:

As crianças discutem no interior do grupo (ou da dupla) e depois com a classe toda para tentar explicar como procedem para vencer.

Refazer o registro do roteiro com as formas utilizadas para vencerem o jogo.

5 – Registro:

Negociar coletivamente um registro de atividades para definir: que formas foram mais eficazes para vencer o jogo? Quais mudanças poderiam ser feitas nas regras de forma a dar mais chances a todos os jogadores?

O professor, junto com os alunos, definirá os registros finais da experiência, que deverá ficar no caderno de experiência. Neste estágio o professor ajuda a escrever corretamente o texto.

Atividade 5: Feche a caixa (Adição) 1 – Apresentação do problema

Nesta atividade, trabalharemos o jogo Feche a Caixa onde desenvolvemos o conteúdo de sistema de numeração, raciocínio lógico-matemático e ações exploratórias.

O professor pode iniciar a atividade com os seguintes problemas: Quem completa o quadro primeiro?

Objetivos:

Trabalhar o conteúdo de sistema de numeração. Incentivar o aluno a ações exploratórias, trabalhando o raciocínio lógico. Gerar estratégias.

Através do lançamento de três dados numéricos, somar ou subtrair os valores obtidos e tentar cobrir os números entre 1 e 18. Materiais:

• Tabuleiro de papel conforme modelo abaixo; • 18 marcadores em E.V.A. • 4 dados.

Exemplo de tabuleiro:

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

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Desafio: Cobrir todos os valores de 1 a 18 do tabuleiro mediante a soma ou subtração dos valores obtidos com o lançamento dos quatro dados. 2 – Levantamento de hipóteses O professor poderá nesta etapa explorar conceitos de adição e subtração com perguntas tal como: como obter o número 15 somando-se quatro números entre 1 e 6? Outro questionamento é: quais as outras possibilidades para a resposta anterior? Em seguida, deve-se:

• Incentivar os alunos a gerarem estratégias para vencerem o jogo e tentar conduzi-las a expressarem verbalmente as propostas a serem utilizadas para vencerem o jogo.

3 – Experimentação O professor incentiva os alunos a compreenderem bem as regras do

jogo e discutir antes de iniciarem a partida. As regras são: • O jogo se inicia com todas as casas abertas, cada jogadora faz sua

partida, marca seus pontos e entrega para o próximo. • Cada jogador lança os dados, soma o total obtido e escolhe qual

combinação de números quer cobrir. • As casas abertas ficam bloqueadas e o mesmo jogador continua e

repete a operação para tentar cobrir os números restantes. • Caso algum jogador tenha coberto os números 16, 17 e 18 ele

poderá utilizar somente três dados para os lançamentos seguintes. Quando cobrir os números entre 10 e 18, ele deverá fazer uso de somente dois dados para os lançamentos seguintes.

4 – Discussão Coletiva:

As crianças discutem no interior do grupo (ou da dupla) e depois com a classe toda para tentar explicar como procedem para vencer.

Refazer o registro do roteiro com as formas utilizadas para vencerem o jogo.

5 – Registro:

Negociar coletivamente um registro de atividades para definir: que formas foram mais eficazes para vencer o jogo? Quais mudanças poderiam ser feitas nas regras de forma a dar mais chances a todos os jogadores?

O professor, junto com os alunos, definirá os registros finais da experiência, que deverá ficar no caderno de experiência. Neste estágio o professor ajuda a escrever corretamente o texto.

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Atividade 6: Cinco em linha (adição) 1 – Apresentação do problema

Esta atividade é para trabalharmos o Jogo Cinco em Linha onde se trabalha ações exploratórias, noção de geometria, raciocínio lógico-matemático e geração de estratégias.

O professor inicia a atividade com o seguinte problema: Quem primeiro consegue cinco números em linha reta?

Objetivos:

Incentivar o aluno a ações exploratórias, trabalhando o raciocínio lógico. Gerar estratégias. Trabalhar adição ou subtração. Materiais:

• Tabuleiro de papel conforme modelo abaixo; • 40 peças de E.V.A. (20 vermelhas e 20 amarelas). Exemplo de tabuleiro:

Desafio: Colocar cinco números em linha reta.

2 – Levantamento de hipóteses O professor poderá nesta etapa explorar conceitos de geometria com perguntas tal como: o que é uma linha reta? Outro questionamento é: quais as possibilidades de linha reta sobre a tabela apresentada acima?

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Em seguida, deve-se:

• Incentivar os alunos a gerarem estratégias para vencerem o jogo e tentar conduzi-las a expressarem verbalmente as propostas a serem utilizadas para vencerem o jogo.

3 – Experimentação O professor incentiva os alunos a compreenderem bem as regras do jogo e discutir antes de iniciarem a partida. As regras são:

• Cada uma das equipes recebe 20 fichas (marcadores). • A primeira equipe a jogar escolhe dois números do tabuleiro menor indicando-as à equipe adversária. • Em seguida calculam, dizendo em voz alta, a soma dos números escolhidos, procuram este valor no tabuleiro maior e colocam sobre ele um de seus marcadores. • Uma vez colocada esta ficha não pode ser mais retirada. • Se a equipe na sua vez errar ou fizer uma soma que já tenha sido coberta, ela passa a vez sem colocar nenhuma ficha. • O objetivo do jogo é ser a primeira equipe a conseguir cobrir cinco números seguidos do tabuleiro maior, em qualquer direção (horizontal, vertical, diagonal). • Se nenhuma equipe conseguir colocar cinco fichas em linha e o tabuleiro ficar completo, ganha o jogo a que tiver colocado mais marcadores no tabuleiro.

4 – Discussão Coletiva:

As crianças discutem no interior do grupo (ou da dupla) e depois com a classe toda para tentar explicar como procedem para vencer.

Refazer o registro do roteiro com as formas utilizadas para vencerem o jogo.

5 – Registro:

Negociar coletivamente um registro de atividades para definir: que formas foram mais eficazes para vencer o jogo? Quais mudanças poderiam ser feitas nas regras de forma a dar mais chances a todos os jogadores?

O professor, junto com os alunos, definirá os registros finais da experiência, que deverá ficar no caderno de experiência. Neste estágio o professor ajuda a escrever corretamente o texto.

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Atividade 7: Corrida do menos 1 – Apresentação do problema

Esta atividade, é para trabalharmos o Jogo Corrida do Menos onde se trabalha ações exploratórias, noção de subtração, raciocínio lógico-matemático e geração de estratégias.

O professor inicia a atividade com o seguinte problema: Quem alcança a chegada em primeiro lugar?

Objetivos:

Incentivar o aluno a ações exploratórias, trabalhando o raciocínio lógico. Gerar estratégias. Trabalhar subtração. Materiais:

• 2 dados. • Tabuleiro de papel conforme modelo abaixo; • 5 peças de E.V.A. (1 azul, 1 amarela, 1 verde, 1 vermelha, 1 preta). Exemplo de tabuleiro:

-3 -3 -3 -3 -3

Desafio: Alcançar a chegada em primeiro lugar.

2 – Levantamento de hipóteses O professor poderá nesta etapa explorar conceitos de subtração. Em seguida, deve-se:

• Incentivar os alunos a gerarem estratégias para vencerem o jogo e tentar conduzi-las a expressarem verbalmente as propostas a serem utilizadas para vencerem o jogo.

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3 – Experimentação O professor incentiva os alunos a compreenderem bem as regras do jogo e discutir antes de iniciarem a partida. As regras são:

• Escolhe-se a partir de qualquer critério, quem será o primeiro, o segundo, etc. • Cada jogador na sua vez, lança os dados e subtrai o número menor do maior e o resultado é o número de casas que ele deve andar. • Aquele jogador que cair na quinta casa (onde se lê: -3) deve voltar três casas. • O vencedor será o jogador que na subtração dos números dados, obter o número exato que falta para a linha de chegada de sua cor correspondente. • Se um jogador tirar um número maior do que necessita para sua chegada, ele deve voltar o número de casas correspondentes.

4 – Discussão Coletiva:

As crianças discutem no interior do grupo (ou da dupla) e depois com a classe toda para tentar explicar como procedem para vencer.

Refazer o registro do roteiro com as formas utilizadas para vencerem o jogo.

5 – Registro:

Negociar coletivamente um registro de atividades para definir: que formas foram mais eficazes para vencer o jogo? Quais mudanças poderiam ser feitas nas regras de forma a dar mais chances a todos os jogadores?

O professor, junto com os alunos, definirá os registros finais da experiência, que deverá ficar no caderno de experiência. Neste estágio o professor ajuda a escrever corretamente o texto.

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Curiosidades

Dado

Os dados são pequenos poliedros gravados com determinadas instruções. O dado mais clássico é o cubo (seis faces), gravado com números de um a seis. Existem também dados de duas faces (representados por moedas), três faces (igual a um dado clássico de seis lados, mas com apenas três números, sendo cada um repetido duas vezes), quatro faces (em formato piramidal), oito faces, dez faces, 12 faces, 20 faces, entre outros.

Costuma-se usar uma barra aproximadamente cilíndrica com lados aplainados na construção dos dados, por exemplo, um dado de "cinco lados" teria lados de 72º. A função do dado é gerar um resultado aleatório que fica restrito ao número de faces dele. Esse resultado, então, pode ser manipulado (caso seja um número) através de fórmulas caso o jogo exija. Por exemplo, um número entre 20 e 25 utilizando dados de seis lados exige a aplicação de uma fórmula matemática. Os dados são comumente utilizados em jogos de tabuleiro tradicionais e jogos de RPG.

Uma pequena curiosidade quanto aos dados clássicos (fabricados de forma correta), de seis lados: a soma dos lados opostos resulta no número sete. Ou seja, se de um lado temos o número um, automaticamente teríamos o número seis do outro lado. Isso ocorre também com o dois casando com o cinco, e o três com o quatro. Isso se aplica também a qualquer outro dado, a soma de dois lados opostos sempre é igual ao número de faces mais um. Assim, um D20 somaria 21 nos lados opostos, um D12 somaria 13, e assim por diante. Para maiores informações consulte o site

http://pt.wikipedia.org/wiki/Dado

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Referências Bibliográficas

[1] Borin, Júlia. Jogos e Resolução de Problemas: Uma Estratégia para as

Aulas de Matemática. Centro de Aperfeiçoamento do Ensino de Matemática

(CAEM), IME-USP, São Paulo, 2002.

[2] Faria, Mercio Botelho. Jogos Clássicos como Recurso Didático no Ensino de

Matemática. Minicurso apresentado no Encontro Mineiro realizado na UNIPAM

em 2005.

[3] Faria, Mercio Botelho; Takahashi, L.T.; Oliveira, E. A.; Moura, A. C.;

Amorim, E. M; Guerreiro, M.. Brincar e Educar: Jogos Matemáticos I. Minicurso

apresentado na 77a Semana do Fazendeiro, 2006.

[4] Consultamos também os seguintes sites http://pt.wikipedia.org/wiki/Dado

consultado em 06/2007, http://www.mat.ibilce.unesp.br/laboratorio/ .

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Material Necessário para os Jogos Atividade 01 25 torres de Hanói completas (um jogo para cada aluno)

Atividade 02

• 13 Tabuleiros em papel conforme modelo abaixo; • 117 peças/marcadores em E.V.A. na cor azul • 117 peças/marcadores em E.V.A. na cor vermelho;

Atividade 03

• 13 Tabuleiros de papel conforme modelo abaixo; • 39 peças de E.V.A. na cor vermelha • 39 peças de E.V.A. na cor azul

Atividade 04 • 25 Tabuleiros de papel conforme modelo abaixo; • 25 grupos de 9 peças numeradas de 1 a 9 (ou seja, 25 peças com o

número 1, 25 peças com o número 2, ... ). Atividade 05

• 25 Tabuleiros de papel conforme modelo abaixo; • 450 marcadores em E.V.A. (18 marcadores em E.V.A para cada

tabuleiro) • 52 dados (4 dados para cada tabuleiro)

Atividade 06

• 6 Tabuleiro de papel conforme modelo abaixo;

• 240 peças de E.V.A. (120 vermelhas e 120 amarelas). Atividade 07

• 5 Tabuleiros de papel conforme modelo abaixo; • 10 dados (sendo 2 para cada tabuleiro). • 25 peças de E.V.A. (5 azuis, 5 amarelas, 5 verdes, 5 vermelhas, 5

pretas).

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Oficina 21: Teatro

Atividade 1: Maquiagem e encenação

O segredo da lata amestrada – Encenação com a participação do(a)s professore(a)s, usando personagens de Monteiro Lobato, sobre a atitude perante o mundo. A atitude mágica da Cuca, a atitude livresca do Visconde contrastam com a curiosidade da Emília, que acaba descobrindo o segredo da lata amestrada.

Esta atividade serve para estimular e encorajar o uso do teatro dentro de sala.

Será dada nesta atividade uma oficina de maquiagem, onde as professoras aprenderão como maquiar as crianças de Emília e Visconde.

Atividade 2: Teatro de sombras

De noite, numa sala escura, através de um lençol e uma lâmpada, é

possível projetar as sombras das pessoas (ou de algumas crianças) para a platéia que fica do outro lado (o resto da turma). Observação da própria sombra, percepção do próprio corpo, descobertas de como as dimensões da sombra mudam de tamanho conforme a distância até o lençol, etc.

Oficina de Sombras para sensibilização e compreensão dos requisitos

técnicos. Como segunda parte desta oficina, será apresentado um palco menor para

teatro de sombras. Os grupos serão convidados a criar alguns personagens (a partir de figuras fornecidas) e improvisar alguns roteiros breves com estes personagens.

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No teatro de sombras, figuras que se movimentam são projetadas em uma

tela com a ajuda de uma fonte de luz. Para apresentar à garotada essa técnica chinesa criada há mais de 2 mil anos, você vai precisar de materiais como papelão e papel-manteiga (para fazer o palco), e um abajur ou uma lanterna.

Desenhe os personagens de perfil no papel cartão ou E.V.A. Recorte-os e cole uma vareta atrás de cada um. A arte de animar silhuetas é um convite ao universo lúdico, à criatividade e ao jogo de luz e sombras.

SUGESTÃO DE UM ROTEIRO SOBRE A DENGUE: Um mosquito

chamado Aedes (será fornecida uma sugestão de perfil do mosquito), ronda a pracinha onde crianças brincam. Tal qual as bruxas dos contos de fadas, ela está à caça de novas vítimas para suas trapaças. Sua intenção é conseguir algumas gotas de sangue para procriar sua espécie. Por outro lado, Dengão, uma das crianças, é um garoto inteligente e estudioso que adora se divertir com os amigos. No entanto, está sempre atento para as coisas que aprendeu na escola, por isso toma muito cuidado com a higiene pessoal e está sempre virando pneus e latinhas de boca para baixo para evitar acúmulos de água, pois sabe que é ali que se formam os criadouros dos mosquitos transmissores da dengue.

Um certo dia ele estava caçando mosquitos e encontrou-se com sua amiga Juju que achou muito engraçada aquela atitude. Foi quando Dengão explicou que naquela região havia sido detectado um foco do mosquito da dengue e que, alguma coisa tinha que ser feita. A princípio sua amiga não entendeu como que um mosquitinho poderia causar tantos problemas, apesar de suas explicações. Num belo dia Dengão convidou a Juju para jogar peteca na pracinha e foi aí que o mosquito da dengue atacou. A pobre Juju ficou doente e se não fosse a pronta intervenção de seus pais, ela poderia ter morrido.

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Atividade 3: Teatro de Fantoches

Nesta atividade será oferecido aos participantes um entendimento das possibilidades expressivas do Teatro de Fantoches enquanto linguagem cênica, rica em imagens e significados. Ela permitirá aos participantes iniciarem um processo de criação de um espetáculo. Alguns fantoches e roteiros serão fornecidos para os participantes atuarem como animadores. Será também mostrado um modelo de palco.

Oficina 22 - Podemos construir? II

Atividade 1: Podemos construir um pulmão PET ? Um modelo de pulmão é construído com a metade superior de uma garrafa PET de 2 litros. A tampa é furada e um tubo plástico transparente é introduzido bem justo, a ponta de fora do tubo fica livre e a de dentro bifurca levando a dois balões pequenos (de festa). A parte aberta em baixo da garrafa é preparada com um anel de PVC serrado de um tubo (cerca de 1 cm) de forma a ficar rígido, sendo a seguir fechada com um pedaço redondo de balão surpresa e fita adesiva (por exemplo aquela transparente e larga). O experimento não pode apresentar vazamento e pode ser feito sem uso de uma gota de cola. Mas se vazar não tem problema, use cola quente. Funcionamento: Ao puxar o balão surpresa (diafragma) os dois balõezinhos (pulmões) se enchem de ar.

Atividade 2: Podemos construir um foguetinho?

Uma garrafa PET ( pode ser de 500ml, 1 ou 2 litros) é preenchida com uns cinco dedos d’água e, através da bomba de ar (de encher pneu de bicicleta), comprime-se o ar no interior da garrafa até que a rolha é expulsa. Quando isto acontece, o ar comprimido expulsa a água para baixo e o foguete sobe (ação e reação). Este foguete pode atingir mais de 50 metros!!

MATERIAL PARA CONSTRUÇÃO: 1 – Foguete – 1 garrafa plástica de refrigerante PET. 2 – Bomba de ar – 1 bomba de encher pneu (compre na loja de 1,99), 3m de mangueira de nível (tubo plástico transparente com diâmetro cerca de 3/16 ou 5 mm). 3 – Base –1 cabo de vassoura comum, 1 m de fio de cobre grosso ou arame. DETALHES DE CONSTRUÇÃO

Você pode conseguir uma rolha de cortiça ou de borracha que feche a boca do PET e furá-la com uma broca de mesmo diâmetro da mangueira de nível. Outra possibilidade é fazer uma rolha de madeira afinando um pouco a ponta do cabo de vassoura. Para isto, pode-se raspar a ponta do cabo de vassoura no cimento áspero (movimente o cabo bem na horizontal,

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raspando a ponta e girando). Teste para ver se a rolha já entra uns dois centímetros na boca da garrafa e depois serre uma ponta de 3 cm formando a rolha. O desbaste deve ser tal que a rolha entre sob pressão na boca da garrafa. Abra um furo no centro da rolha com o mesmo diâmetro do tubo plástico (o melhor é fixar a rolha e usar uma furadeira elétrica). Passe o tubo pelo furo, enfiando o tubo plástico pelo lado mais largo da rolha, e puxando depois pelo lado mais fino. Deixe sobrar uns 18 cm e cole a rolha de madeira com cola de silicone ou araldite, nos dois lados, para ficar bem vedado. A sobra de 18 cm é importante para não deixar a água descer para o tubo plástico (e para a bomba) quando o ar for bombeado.

Para adaptar o tubo plástico ao bico da bomba tente usar 1 cm de um tubo de cobre com 5 mm de diâmetro externo (destes usados em oficinas de geladeiras). Enfie a ponta do tubo plástico dentro do tubinho de cobre (molhando antes com cola bonder o interior do tubinho de cobre, para ficar bem firme).

Outra possibilidade é usar uma válvula de pneu de bicicleta e uma braçadeira para fixá-la dentro do tubo plástico, mas neste caso a bomba deve ter rosca. Esta opção é boa pois assim não vaza do lado da bomba. 2) Para fazer a base de lançamento, faça uma ponta no cabo de vassoura, de forma a poder fincá-lo na terra. Do outro lado do cabo de vassoura, amarre uma volta de arame ou fio grosso de cobre, com uns 13 cm de diâmetro e outra volta, menor e mais embaixo, com cerca de 8 cm de diâmetro.

Para posicionar o foguetinho na base de lançamento basta colocar um pouco de água (uns 8 cm de altura), passar o tubo plástico com a rolha por dentro das

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voltas (de baixo para cima), apertar bem a rolha, apoiar o foguete dentro da plataforma. Depois é só bombear...

Detalhe importante: não coloque água demais dentro do foguetinho; o tubo plástico deve estar sempre aparecendo fora d’água para evitar que a água entre no tubo e na bomba.

Atividade 3: Podemos construir um motor elétrico? Material: Para fazer a base: Fio de cobre rígido diâmetro 1,5 mm (40 cm), dois parafusos pequenos de madeira com arruela, um pedaço de madeira com cerca de 15 cm por 5 cm. Para fazer a espira: Fio de cobre esmaltado (de enrolar motor) bitola entre 19 e 24 ( 1 m ), Detalhes da construção: Base do motor - Corte dois pedaços de 20 cm do fio rígido e tire cerca de 3 cm do plástico isolante dos dois lados. Numa das extremidades de cada fio, faça uma volta. Fixe os dois fios na base de madeira, apertando os parafusos com arruela. Use como modelo a base fornecida na caixa. Espira: Pegue o fio de cobre esmaltado (de enrolar motor) e, deixando uma ponta de uns 10 cm, dê umas 10 voltas em torno da pilha, formando uma bobina. Deixe duas sobras de uns 10 cm de cada lado da bobina. Enrole na bobina estas sobras do fio, de forma que ela não se desfaça, deixando alinhadas as pontas nos lados opostos da bobina. Corte as pontas deixando cerca de 2 a 3 cm de cada lado. Raspando o fio com uma faca qualquer retire o esmalte de uma extremidade (em volta do fio todo). Observe que o fio ficará mais claro quando o esmalte isolante for raspado. Na outra extremidade, retire o esmalte só de um lado do fio, deixando o outro lado esmaltado (meio a meio). Para fazer funcionar o motor, coloque a bobina na posição e dê um pequeno empurrão (um “teco”) fazendo-a girar. A bobina deve estar bem equilibrada de forma a girar bem (senão ajeite a bobina, fazendo seu eixo ficar bem reto e centrado). Pegue o ímã e aproxime-o da bobina (na posição vertical). Dê outro “teco” (pequeno empurrão) para começar a girar. A bobina continuará girando enquanto a pilha não descarregar. Observe que o motor não gira se você afastar o ímã. Se você mudar a polaridade do ímã, virando-o do outro lado, a bobina inverte o sentido de rotação. Não se esqueça de separar a pilha do motor elétrico depois da experiência, para a pilha não descarregar. Lembre-se que o cobre oxida e que, depois de alguns dias, pode ser necessário passar bombril ou raspar com faca os terminais da bobina, retirando

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o zinabre. Assim a cor original do cobre, mais clara, volta a aparecer, assegurando um bom contato.

Atividade 4: Podemos construir uma lata amestrada?

Esta montagem é constituída de um peso amarrado a um elástico preso no eixo da lata, internamente. Sugerimos usar uma lata de 3,6 litros (de tinta). Quando empurramos a lata o elástico se enrola dentro da lata devido ao peso. A seguir o elástico vai desenrolando e a lata retorna ao ponto inicial: a energia potencial elástica transforma-se de novo em energia cinética (de movimento).

Atividade 5: Podemos construir um jogo Torre de Hanói?

Este jogo é descrito na oficina 20. Chamamos atenção para os materiais que usamos: base de madeira, as três hastes com palito de churrasco (de bambu) e as peças em E.V.A. Os furos na base para fixação dos três palitos podem ser feitos com prego, que pode varar do outro lado. Escolha um prego compatível com o diâmetro do palito.

Atividade 6: O buraco na mão.

Enrola-se um papel A4 no sentido do comprimento formando um tubo com cerca de 2 cm de diâmetro e 30 cm de comprimento. A experiência deve ser feita com os dois olhos abertos. Segura-se o tubo com uma das mãos. A outra mão aberta, a palma da mão voltada para o próprio rosto, é encostada no tubo. Aproxima-se o tubo e a mão espalmada do rosto, olhando com um olho dentro do tubo e com o outro a mão espalmada. Vê-se um buraco na mão! Esta experiência está relacionada com a visão. A imagem projetada na retina de um olho (o buraco) soma com a imagem projetada na retina do outro olho (a mão) para formar, dentro do cérebro, a imagem do buraco na mão.

Oficina 23 - HORTA NA ESCOLA

Introdução Inúmeras atividades educativas podem ser desenvolvidas, nos anos iniciais do Ensino Fundamental, abordando como tema a Horta, pois este assunto possibilita o desenvolvimento de um trabalho pedagógico contextualizado, significativo e interdisciplinar (ver http://www.ufv.br/crp/projetohorta.htm ).

Saber cuidar de uma semente, de uma mudinha, de uma planta, de uma horta, é SABER CUIDAR (de uma amizade, de um amor, de uma casa, de uma cidade, de um país...). Toda a vida depende das plantas, pois é ao reino vegetal que a humanidade recorre em busca de combustíveis, alimentos, medicamentos, vestuários, construção, etc. Então é fundamental conscientizar nossos alunos sobre a importância das plantas em nossa vida e conhecer alternativas de utilização

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dos vegetais no nosso dia-a-dia, em especial para uma alimentação saudável e a valorização, pela escola, dos saberes tradicionais sobre nossa flora medicinal. Vamos plantar? - Vamos sim !!!

Atividade 1 - O que vamos plantar? Propor aos alunos a escolha de semente para a semeadura. Poderá ser solicitado aos alunos que tragam de casa pacotes com sementes de plantas variadas, contendo informações coletadas preliminarmente em seu ambiente familiar. O professor poderá também fazer um passeio com os aluno numa loja que venda sementes, para que todos possam interagir entre si, realizando observações, fazendo julgamentos e discutindo seus projetos sobre: o que vamos plantar? Através da leitura e da análise das informações contidas em envelopes de sementes, tais como época de plantio, quantidade de água, tipo de cuidados, o professor vai conduzir a discussão dos alunos, no sentido de fazer escolhas sobre o que plantar. - Por que vamos plantar? - Onde vamos plantar? - O que vamos plantar? - Por que você escolheu esta planta? - Do que vamos precisar? Momento do registro: Vamos anotar no nosso Caderno de Ciências (Mão na Massa): Por que é importante cuidar das plantas? O que fizemos para conseguir nossas sementes? Por que escolhemos determinadas plantas? O que vamos precisar para plantar?

Atividade 2 - Horta alternativa Esta oficina tem como proposta utilizar materiais reutilizáveis para o plantio de plantas de pequeno porte, tais como: plantas medicinais, temperos. Para esta atividade o professor poderá utilizar caixas de leite, garrafas Pet, caixas de ovos. Após o manuseio dos envelopes de sementes, realizar com a turma o preparo da terra e da sementeira. Observar com os alunos o modo de plantio e o período que cada planta leva para crescer. Discutir com as crianças sobre as plantas na nossa vida: plantas medicinais e temperos utilizados no nosso cotidiano. Realizar a semeadura na sementeira de caixa de ovos. Momento do registro: - O que fizemos hoje? - Como plantamos? - O que plantamos?

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- Quais os cuidados devemos ter para que nossa sementinha brote?

Após alguns dias as sementes terão brotado na sementeira e logo chegará a hora de repicar para o canteiro (ou para um vaso feito de Pet)... Neste momento, três alternativas devem ser consideradas pelo professor:

(1) As crianças levam as mudinhas para casa e pedem para os pais ajudarem a plantar e cuidar – trata-se de tentar mobilizar a família a ter uma horta no quintal da casa, estimulando hábitos de alimentação saudáveis. Após algumas semanas cada criança pode relatar o que aconteceu com sua mudinha, se foi plantada, se foi cuidada, se cresceu, se foi comida no almoço, com discussões e registros.

(2) As crianças plantam suas mudinhas num canteiro na horta da escola. Se a Escola ainda não tem uma Horta, quem sabe é hora de começar a juntar forças para realizar este projeto... A expectativa, na medida em que a horta seja assumida como parte do projeto político pedagógico da escola, é de que ela torne-se auto-sustentável...

(3) A horta alternativa que propomos depende apenas do professor e de seus alunos. Esta horta alternativa pode ser um primeiro passo para a mobilização dos pais para fazer uma horta no quintal da casa ou para a própria escola implementar o projeto de uma Horta na Escola. Nesta alternativa, vamos usar pequenos vasos de materiais reciclados e “plantar uma horta na sala de aula”, usando variedades de pequeno porte, tais como alho, alface, salsa, cebolinha, losna, bálsamo, menta, mil folhas, dente de leão, funcho, estévia, etc. Os vasinhos de Pet devem ser identificados com o nome da criança que ficará responsável pelos cuidados. Ao longo destas atividades, uma brincadeira que sugerimos é perguntar quem conhece mais hortaliças. Cada aluno fala o nome de uma hortaliça, quem não lembrar ou repetir sai da roda. Quem ficar por último ganha o jogo. Qualquer um pode interromper para comentar sobre vitaminas e nutrientes contidos na hortaliça citada. A mesma brincadeira pode ser feita com nomes de ervas medicinais e temperos – neste caso, são bem vindas interrupções que descrevam para que são indicadas as plantas medicinais ou como é o sabor ou aroma daquele tempero.

Atividade 3 - Hora do chá

Esta atividade tem como objetivo fazer com que os alunos percebam o sabor e o aroma de chás feitos a partir de temperos e ervas medicinais. O professor poderá convidar, a partir de indicação dos próprios alunos, pessoas da comunidade para falarem sobre o conhecimento que detém sobre temperos e plantas medicinais.

Fazer com a turma a preparação dos chás. Depois de prontos, servir os chás para a turma. Sugestões: erva-doce, camomila, boldo, alecrim (estimulante), capim cidreira ou melissa (calmante), hortelã, menta, estévia. Momento do registro: - Vamos registrar nossa observações sobre as plantas que escolhemos para fazer o chá. - Podemos também explicar como foi feito o chá.

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- Não se esqueçam de escrever sobre a forma, a cor, o cheiro e o sabor das plantas. - Podemos desenhar as formas das folhas.

Atividade 4 – Experimentando as plantas (receitas) Esta atividade propõe a realização de um caderno de receitas. Pedir à turma que leve diferentes receitas com legumes, verduras, frutas e plantas (sucos, chás, vitaminas, bolos, etc). Momento do registro: Entrevistar e escrever sobre receitas para fazer um caderno bem diversificado. Experimentar as receitas. Esta atividade acontece fora de sala de aula. As crianças poderão fazer entrevistas em folhas de papel ofício, fazendo simultaneamente registro das receitas e uma pesquisa sobre o valor nutricional e medicinal das plantas. Depois as receitas poderão ser distribuídas na escola.

Atividade 5 - Brincando com Plantas (carimbos)

Esta atividade propõe a realização de brincadeiras e experimentos que mostrem como é divertido conhecer e brincar com plantas.

Pedir à turma que leve para a escola diferentes legumes, verduras, frutas. É interessante coletar uma grande variedade de plantas... Momento do registro:

Cortar os legumes e as frutas para fazer carimbos. Com tinta guache deixe as crianças experimentarem os “carimbos das plantas” Deixe que esta atividade aconteça no chão da sala de aula ou no pátio da escola. As crianças poderão fazer a marca do carimbo em folha de papel ofício, fazendo simultaneamente registro do nome da planta e a forma geométrica do carimbo (quadrada, circular, triangular...) Depois os “carimbos das plantas” poderão ser fixados num mural no pátio da escola. Outras sugestões: O professor atento poderá aproveitar atividades com horta para trabalhar conteúdos curriculares tais como: geometria dos canteiros- forma, perímetro; alimentação e nutrição-importância das plantas para a saúde; poesia e música sobre as plantas- “Alecrim Dourado” – português confecção de bijouterias com sementes – arte, entre outros.

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Texto de apoio ao professor – Esta música está no CD

Sandy E Junior

Seu Rabanete lá na horta perguntou:

Mas o que foi que aconteceu? E a dona Couve chateada respondeu: A dona Salsa é mais bonita do que eu

O seu Repolho piscou o olho O seu Quiabo sacudiu o rabo

E responderam: dona Couve é um amor Não é a toa que lhe chamam Couve-flor

O seu Pepino comovido olhou pra ela

E disse: Couve, tu és tão bela! E ela dengosa suspirou e até sorriu Porém negou o beijo que ele pediu

O seu Repolho piscou o olho O seu Quiabo sacudiu o rabo

E responderam: dona Couve é um amor Não é a toa que lhe chamam Couve-flor

Seu Rabanete então falou pro Aipim

A dona Couve gosta mesmo é de mim Vamos casar no domingo na capela

Depois passar lua-de-mel numa panela

O seu Repolho piscou o olho O seu Quiabo sacudiu o rabo

E responderam: dona Couve é um amor Não é a toa que lhe chamam Couve-flor Não é a toa que lhe chamam Couve-flor Não é a toa que lhe chamam Couve-flor

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A fábula da galinha ruiva

Para conscientização da importância da participação de toda a

comunidade escolar no processo da formação da horta na escola, pode-se trabalhar de diversas formas a fábula da galinha ruiva:

com desenhos sugestivos, teatro, dança e coral.

A galinha ruiva foi plantar o grão de milho. E perguntou a todos:

_ Quem quer PLANTAR comigo? - Eu não, eu não, eu não dona galinha.

- Está bem, está bem, eu vou PLANTAR sozinha.

(substituir: REGAR, ADUBAR, COLHER, AMASSAR) A galinha ruiva foi fazer o grande bolo.

E perguntou a todos: - Quem quer comer comigo?

- Eu sim, eu sim, eu sim dona galinha! _ Isto não, isto não, eu vou comer sozinha.

Questionamento: será que a atitude da galinha está correta?