caderno revisto em 10022015 - aula 01 e 02 – 26012015 e 02022015 – fredie didier –...

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1 Aula 01 e 02 – 26/01/2015 e 02/02/2015 – Fredie Didier – Introdução ao processo civil contemporâneo e Neoprocessualismo – Processo Civil. Introdução. Professor: www.facebook.com/freddiedidierJR www.Frediediddier.com.br As aulas de processo civil do curso de 2015, serão sobre o Código de Processo Civil de 2015. As aulas referentes ao Código de Processo Civil de 1973 estarão disponíveis no site da L.F.G. Fórum Permanente de Processualistas Civis emitem enunciados doutrinários que visam interpretar o novo código civil. Bibliografia. www.Frediediddier.com.br Introdução ao processo civil contemporâneo.

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Meu caderno sobre as Aulas do Professor Didier, sobre Processo Civil, de acordo com o código de 2015.

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Aula 01 e 02 26/01/2015 e 02/02/2015 Fredie Didier Introduo ao processo civil contemporneo e Neoprocessualismo Processo Civil.Introduo.Professor: www.facebook.com/freddiedidierJRwww.Frediediddier.com.brAs aulas de processo civil do curso de 2015, sero sobre o Cdigo de Processo Civil de 2015. As aulas referentes ao Cdigo de Processo Civil de 1973 estaro disponveis no site da L.F.G.Frum Permanente de Processualistas Civis emitem enunciados doutrinrios que visam interpretar o novo cdigo civil.Bibliografia.www.Frediediddier.com.brIntroduo ao processo civil contemporneo.

Conceito de ProcessoO termo processo utilizado em 3 acepes. 1.1. Processo enquanto meio de criao de norma jurdica:Dentro da teoria da norma jurdica, processo significa um meio de criao de normas jurdicas. o chamado processo jurisdicional, significando o processo de interpretar o direito, e assim criar normas jurdicas.Obs.: Hoje fala-se muito em processo privado ou processo negocial. Ou seja, o processo de criao de normas jurdicas atravs da autonomia da vontade. Como em um contrato, desde a proposta execuo de um contrato, h um processo de criao, atravs da autonomia da vontade, de normas jurdicas. a chamada obrigao como um processo.A partir desse entendimento, podemos concluir que o juiz produz norma. Sendo que a jurisdio produz duas normas, a primeira que resolve o caso concreto, sendo a deciso a Lei entre as partes. E cria-se tambm a norma enquanto precedente judicial.1.2. Processo enquanto ato jurdico complexo:A segunda acepo diz que o processo um ato jurdico complexo. Significando que o processo um conjunto de atos jurdicos organizados para a produo de um ato final.1.3. Processo como relao Jurdica:O processo tambm pode ser entendido enquanto a relao jurdica entre os sujeitos processuais. Como a relao jurdicas entre Autor, Ru e JuizO processo um feixe de relaes jurdicas, entre os diversos sujeitos processuais. Seja a relao entre os auxiliares da justia e Juiz, Autor e Juiz, Juiz e Ru. E ao conjunto dessas relaes jurdicas, d-se o nome de processo.Dessa forma, podemos entender o processo como uma relao jurdica complexa.Obs.: A doutrina tradicional brasileira coloca o processo como uma espcie de procedimento. Sendo para eles o processo um procedimento qualificado pela existncia do contraditrio.

Aplicao da norma Processual no tempo.Art. 14: A norma processual no retroagir, e ser aplicvel imediatamente aos processo em curso. Respeitados os atos processuais praticados e a situaes jurdicas consolidadas sob a vigncia da norma revogada.Conforme a constituio de 1988, que prev que a Lei nova deve respeitar o ato jurdico perfeito, e a coisa julgada. Artigo 5, inciso XXXVI da constituio federal.XXXVI - a lei no prejudicar o direito adquirido, o ato jurdico perfeito e a coisa julgada;Dessa forma, se a Lei processual for alterada durante o curso do processo ser aplicada a Lei processual nova. Porm respeitado os atos jurdicos perfeitos, e as situaes jurdicas consolidadas, estabelecidos na Lei anterior. Ex.: Assim, se intimado de uma deciso, nasce o direito para impugnao. Se tal impugnao foi extinta pela lei nova, ter direito a impugnao somente aquele que foi intimado antes da vigncia da nova Lei processual.Os trs vetores metodolgicos para compreenso do direito processual.1.4. Processo e Teoria do Direito.Transformaes na teoria de direito, 6 transformaes, divididas em 2 grupos. Primeiro grupo as transformaes na Hermenutica Jurdica. E as mudanas nas Fontes do Direito.3.1.1. Mudanas na Hermenutica Jurdica.3.1.1.1. Diferenas entre texto de Lei e norma jurdica.A norma jurdica aquilo que resulta da interpretao do texto da Lei. Logo a norma jurdica o resultado da interpretao do texto legal.Portanto, o texto de Lei nada mais do que fonte de criao de uma norma jurdica, e no a norma jurdica em si.3.1.1.2. A Constatao de que a interpretao uma atividade de recriao do direito.Quem interpreta recria e reconstri a norma jurdica. Pressupe-se que toda atividade interpretativa uma atividade de reconstruo de sentido da norma.A deciso judicial no um ato que aplica uma norma existente, mas sim uma um ato que d sentido, constri uma norma jurdica, tanto para o caso concreto, quanto como precedente judicial.3.1.1.3. Consagrou-se os princpios da proporcionalidade e da razoabilidade.A infiltrao desses valores constitucionais no direito processual civil.3.1.1.3. Proporcionalidade (Sanchs, 2005. Apud. Dimitri 2010.)A Teoria da Proporcionalidade uma teoria que busca realizar a harmonizao, entre Direitos Fundamentais conflitantes, para soluo de um caso concreto. Essa teoria, que inicialmente foi cunhada para soluo de conflitos entre Direitos Fundamentais, tem sido amplamente usada para soluo entre conflitos de mesma hierarquia normativa, e parte da doutrina defende sua aplicao mais ampla para qualquer conflito de normas.A ltima posio, parece ser a adotada pelo novo C.P.C., tendo em vista a redao do 2 do artigo 487. Art. 499. So elementos essenciais da sentena:(...) 2 No caso de coliso entre normas, o rgo jurisdicional deve justificar o objeto e os critrios gerais da ponderao efetuadas, enunciando as razes que autorizam a interferncia na norma afastada e as premissas fticas que fundamentam a concluso. 3 A deciso judicial deve ser interpretada a partir da conjugao de todos os seus elementos e em conformidade com o princpio da boa-f.A aplicao da proporcionalidade (ou ponderao) consiste em um procedimento de trs etapas.A primeira, chamada de exame de Adequao, cumpre saber se a limitao de um princpio realizar a finalidade proposta no caso concreto.A segunda, o exame de Necessidade, no sentido de que no posa haver outro meio que permita alcanar a mesma finalidade, limitando menos o direito fundamental ou o princpio que se pretende limitar ou afastar.E a terceira, chamada de proporcionalidade em sentido estrito o ltimo filtro da proporcionalidade, que visa medir o grau de satisfao do ordenamento jurdico frente a limitao imposta. Assim, quanto maior for o grau de no-satisfao ou de afetao de um princpio, tanto maior ter que ser a importncia da satisfao do outro. Ou seja, se o princpio satisfeito, no for amplamente satisfeito, somente uma limitao moderada ao princpio afastado poder ser realizada atravs da proporcionalidade.Assim, podemos dizer que a proporcionalidade um exame de adequao e necessidade da limitao de um princpio (ou norma) em favor de outro, no caso concreto.Cumpre salientar que tanto a doutrina, quanto a legislao, na forma do 3 do artigo 499 ou 487, exigem que na deciso que aplica a proporcionalidade ou ponderao, a motivao dever ser detalhada, a fim de que as partes, possam exercer seu direito de defesa ao atacar a deciso do magistrado, e sociedade entenda norma que ali foi criada que justifica o afastamento ou a limitao de um princpio.3.1.2. Mudanas na teoria das fontes.3.1.2.1. Constatao da fora normativa dos princpios.Princpio uma espcie de norma jurdica. Assim como as regras. Logo, normas = princpios + regras.A diferena entre regras e princpios pode ser percebido analisando se o texto prev a conduta, se prev regra. Se no prev, gerando apenas um objetivo, no uma conduta, um princpio.Fora normativa dos princpios: Complementar. Teoria dos princpios de Humberto vila. Art. 487*(novo C.P.C.): 2 No caso de coliso entre normas, o juiz deve justificar o objeto e os critrios gerais da ponderao efetuada, enunciando as razes que autorizam a interferncia na norma afastada e as premissas fticas que fundamentam a concluso.3.1.2.2. A fora normativa do precedente e da jurisprudncia.Tem fora de norma. No de forma auxiliar. Precedentes que vinculam.Smula Vinculante.3.1.2.3. O desenvolvimento da tcnica legislativa das clusulas gerais.Uma clusulas geral uma espcie de texto normativo, de alta densidade interpretativa. Em razo dessa alta densidade normativa, permite ao interprete da norma a aplicao de valores, para a soluo do caso concreto.A clusula geral um enunciado normativo que aberto na hiptese e aberto no consequente. Dessa forma um enunciado normativo duplamente indeterminado.A clusula geral um mtodo legislativo utilizado para permitir ao interprete da norma adaptar a interpretao de acordo com o caso concreto, sendo assim uma janela de abertura da Lei para incidncia de valores aplicveis ao caso concreto.Dessa forma, por aumentar a maleabilidade do texto normativo, permite uma maior correspondncia entre a norma jurdica, e os valores da sociedade. Assim oxigenando o ordenamento jurdico.Exemplos de clusulas gerais no novo cdigo:Art. 3 ao 7.Obs.: Se o enunciado aberto na hiptese, mas no aberto no consequncia, esse enunciado no uma clusula geral! Ex: Lei de drogas (norma penal em branco, mas a pena est definida na Lei de drogas.); Repercusso Geral (No se define no texto normativo o que a repercusso geral, mas se define o consequente de no ter repercusso geral: a inadmissibilidade do recurso);Direito constitucional e Direito processual.1.5. Fora normativa da constituio.A Constituio norma jurdica. E toda interpretao do direito processual deve ser feito, sempre, luz da constituio. Tal obviedade trazido pelo artigo 1 do novo Cdigo de Processo Civil.4.2. Relaes do direito constitucional com o direito processual.1. O processo concretiza as normas constitucionais (processo enquanto processo jurisdicional Juiz criador de norma.). 2. E as normas processuais devem ser interpretadas conforme a constituio (incidncia da constituio na interpretao da norma processual).3. Alm dessas duas relaes entre o direito processual e a constituio, a constituio de 1988, incorporou em carcter constitucional algumas normas processuais. Assim, h hoje um conjunto significativo de normas processuais constitucionais.4.3. Teoria dos direitos fundamentais. Dimenses objetiva e subjetiva dos direitos fundamentais. Processo e direitos fundamentais.Perdi essa parte da AULA. 20 primeiros minutos da aula do dia 02/02/2015.

4.4. O desenvolvimento e a expanso da jurisdio constitucional.Tanto o controle difuso, quanto o controle concentrado, expandiu-se o controle pelo judicirio, atravs do processo, da aplicao direta da constituio.Com o advento das aes de controle concentrado, e a popularizao do controle difuso, levou a uma crescente aplicao da constituio ao judicirio.Relao do direito processual com direito material.O direito material o fator de adequao do processo. Assim o processo um meio de concretizao do direito material. uma relao intima e de necessria observncia. Que conferir ao direito material concretude, e ao direito processual sentido. Uma verdadeira relao simbitica, tambm chamada de circular.Importante esclarecer que hoje se entende que no h hierarquia entre direito material e direito processual, mas sim uma relao simbitica. um pensamento que nasceu na instrumentalidade do processo, como veremos a seguir.De modo que o processo no bem entendido sem o direito material, pois lhe faltar sentido. E o direito material inconcretizvel sem o auxlio do direito processual.1.6. Breve histrico do direito processual.Podemos separar o direito processual em 3 momentos histricos caractersticos de um pensamento processual.5.1.1. Praxismo ou Imanentismo.Em tal perodo de tempo no havia uma clara distino entre o estudo do processo e o do direito material. Em tal poca estudar processo era o mesmo que estudar prtica forense, e to s.Teve seu perodo mais expressivo no sculo XIX.5.1.2. Processualismo.Teve seu momento auge no sculo XX.Tem como sua caracterstica mais marcante o seu distanciamento do direito material. Como uma cincia autnoma buscou-se o aperfeioamento da forma, e do estudo do direito processual enquanto cincia.5.1.3. Instrumentalismo.Final do sculo XIX.Existe uma mudana enquanto as preocupaes do estudo do processo, no preocupando mais com a aperfeioamento da sua forma, mas sim com sua adequao para cumprir seu fim ltimo, como a adequada proteo dos direitos, e a efetividade do processo.Assim reafirmando a independncia como cincia do processo, mas reconhecendo a necessidade da aproximao do direito material.Preocupando com a tutela dos novos direitos, acesso universal (?) ao processo, e adequada proteo do direito material.Em tal fase o processo passa a ser estudado por outras cincias que no a cincia do direito. Como a sociologia e a economia.5.1.4. Neoprocessualismo, neoconstitucionalismo, ou ps-positivismo processual.Tambm chamado de formalismo-valorativo.Essa fase se caracteriza com a reconstruo da cincia do direito. So elementos dessa nova fase do direito processual o tpico 4..Obs.: Os desvirtuamentos do neoconstitucionalismo. um grupo de crticas ao neoconstitucionalismo e sua impreciso e falta de segurana jurdica.A) Neoconstitucionalismo Humberto vila. B) Neoconstitucionalismo, riscos e possibilidade Daniel Sarmento.C) Teoria da katchanga George.