caderno do professor 2014 vol1 historia ef 5s 6a

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5 a SÉRIE 6 o ANO ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS Caderno do Professor Volume 1 HISTÓRIA Ciências Humanas

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Livro do Professor referente ao material didático utilizado pelo 6º ano no primeiro semestre na rede pública do Estado de São Paulo

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  • 5a SRIE 6oANOENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAISCaderno do ProfessorVolume 1

    HISTRIACincias Humanas

    Valid

    ade: 2014 2017

  • MATERIAL DE APOIO AOCURRCULO DO ESTADO DE SO PAULO

    CADERNO DO PROFESSOR

    HISTRIAENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS

    5a SRIE/6o ANOVOLUME 1

    Nova edio

    2014-2017

    governo do estado de so paulo

    secretaria da educao

    So Paulo

    HISTORIA_CP_5s_Vol1_2014.indd 1 30/10/13 09:09

  • Governo do Estado de So Paulo

    Governador

    Geraldo Alckmin

    Vice-Governador

    Guilherme Afif Domingos

    Secretrio da Educao

    Herman Voorwald

    Secretrio-Adjunto

    Joo Cardoso Palma Filho

    Chefe de Gabinete

    Fernando Padula Novaes

    Subsecretria de Articulao Regional

    Rosania Morales Morroni

    Coordenadora da Escola de Formao e Aperfeioamento dos Professores EFAP

    Silvia Andrade da Cunha Galletta

    Coordenadora de Gesto da Educao Bsica

    Maria Elizabete da Costa

    Coordenadora de Gesto de Recursos Humanos

    Cleide Bauab Eid Bochixio

    Coordenadora de Informao, Monitoramento e Avaliao

    Educacional

    Ione Cristina Ribeiro de Assuno

    Coordenadora de Infraestrutura e Servios Escolares

    Ana Leonor Sala Alonso

    Coordenadora de Oramento e Finanas

    Claudia Chiaroni Afuso

    Presidente da Fundao para o Desenvolvimento da Educao FDE

    Barjas Negri

    Senhoras e senhores docentes,

    A Secretaria da Educao do Estado de So Paulo sente-se honrada em t-los como colabo-

    radores nesta nova edio do Caderno do Professor, realizada a partir dos estudos e anlises que

    permitiram consolidar a articulao do currculo proposto com aquele em ao nas salas de aula

    de todo o Estado de So Paulo. Para isso, o trabalho realizado em parceria com os PCNP e com

    os professores da rede de ensino tem sido basal para o aprofundamento analtico e crtico da abor-

    dagem dos materiais de apoio ao currculo. Essa ao, efetivada por meio do programa Educao

    Compromisso de So Paulo, de fundamental importncia para a Pasta, que despende, neste

    programa, seus maiores esforos ao intensificar aes de avaliao e monitoramento da utilizao

    dos diferentes materiais de apoio implementao do currculo e ao empregar o Caderno nas aes

    de formao de professores e gestores da rede de ensino. Alm disso, firma seu dever com a busca

    por uma educao paulista de qualidade ao promover estudos sobre os impactos gerados pelo uso

    do material do So Paulo Faz Escola nos resultados da rede, por meio do Saresp e do Ideb.

    Enfim, o Caderno do Professor, criado pelo programa So Paulo Faz Escola, apresenta orien-

    taes didtico-pedaggicas e traz como base o contedo do Currculo Oficial do Estado de So

    Paulo, que pode ser utilizado como complemento Matriz Curricular. Observem que as atividades

    ora propostas podem ser complementadas por outras que julgarem pertinentes ou necessrias,

    dependendo do seu planejamento e da adequao da proposta de ensino deste material realidade

    da sua escola e de seus alunos. O Caderno tem a proposio de apoi-los no planejamento de suas

    aulas para que explorem em seus alunos as competncias e habilidades necessrias que comportam

    a construo do saber e a apropriao dos contedos das disciplinas, alm de permitir uma avalia-

    o constante, por parte dos docentes, das prticas metodolgicas em sala de aula, objetivando a

    diversificao do ensino e a melhoria da qualidade do fazer pedaggico.

    Revigoram-se assim os esforos desta Secretaria no sentido de apoi-los e mobiliz-los em seu

    trabalho e esperamos que o Caderno, ora apresentado, contribua para valorizar o ofcio de ensinar

    e elevar nossos discentes categoria de protagonistas de sua histria.

    Contamos com nosso Magistrio para a efetiva, contnua e renovada implementao do currculo.

    Bom trabalho!

    Herman Voorwald

    Secretrio da Educao do Estado de So Paulo

    HISTORIA_CP_5s_Vol1_2014.indd 2 30/10/13 09:09

  • Governo do Estado de So Paulo

    Governador

    Geraldo Alckmin

    Vice-Governador

    Guilherme Afif Domingos

    Secretrio da Educao

    Herman Voorwald

    Secretrio-Adjunto

    Joo Cardoso Palma Filho

    Chefe de Gabinete

    Fernando Padula Novaes

    Subsecretria de Articulao Regional

    Rosania Morales Morroni

    Coordenadora da Escola de Formao e Aperfeioamento dos Professores EFAP

    Silvia Andrade da Cunha Galletta

    Coordenadora de Gesto da Educao Bsica

    Maria Elizabete da Costa

    Coordenadora de Gesto de Recursos Humanos

    Cleide Bauab Eid Bochixio

    Coordenadora de Informao, Monitoramento e Avaliao

    Educacional

    Ione Cristina Ribeiro de Assuno

    Coordenadora de Infraestrutura e Servios Escolares

    Ana Leonor Sala Alonso

    Coordenadora de Oramento e Finanas

    Claudia Chiaroni Afuso

    Presidente da Fundao para o Desenvolvimento da Educao FDE

    Barjas Negri

    Senhoras e senhores docentes,

    A Secretaria da Educao do Estado de So Paulo sente-se honrada em t-los como colabo-

    radores nesta nova edio do Caderno do Professor, realizada a partir dos estudos e anlises que

    permitiram consolidar a articulao do currculo proposto com aquele em ao nas salas de aula

    de todo o Estado de So Paulo. Para isso, o trabalho realizado em parceria com os PCNP e com

    os professores da rede de ensino tem sido basal para o aprofundamento analtico e crtico da abor-

    dagem dos materiais de apoio ao currculo. Essa ao, efetivada por meio do programa Educao

    Compromisso de So Paulo, de fundamental importncia para a Pasta, que despende, neste

    programa, seus maiores esforos ao intensificar aes de avaliao e monitoramento da utilizao

    dos diferentes materiais de apoio implementao do currculo e ao empregar o Caderno nas aes

    de formao de professores e gestores da rede de ensino. Alm disso, firma seu dever com a busca

    por uma educao paulista de qualidade ao promover estudos sobre os impactos gerados pelo uso

    do material do So Paulo Faz Escola nos resultados da rede, por meio do Saresp e do Ideb.

    Enfim, o Caderno do Professor, criado pelo programa So Paulo Faz Escola, apresenta orien-

    taes didtico-pedaggicas e traz como base o contedo do Currculo Oficial do Estado de So

    Paulo, que pode ser utilizado como complemento Matriz Curricular. Observem que as atividades

    ora propostas podem ser complementadas por outras que julgarem pertinentes ou necessrias,

    dependendo do seu planejamento e da adequao da proposta de ensino deste material realidade

    da sua escola e de seus alunos. O Caderno tem a proposio de apoi-los no planejamento de suas

    aulas para que explorem em seus alunos as competncias e habilidades necessrias que comportam

    a construo do saber e a apropriao dos contedos das disciplinas, alm de permitir uma avalia-

    o constante, por parte dos docentes, das prticas metodolgicas em sala de aula, objetivando a

    diversificao do ensino e a melhoria da qualidade do fazer pedaggico.

    Revigoram-se assim os esforos desta Secretaria no sentido de apoi-los e mobiliz-los em seu

    trabalho e esperamos que o Caderno, ora apresentado, contribua para valorizar o ofcio de ensinar

    e elevar nossos discentes categoria de protagonistas de sua histria.

    Contamos com nosso Magistrio para a efetiva, contnua e renovada implementao do currculo.

    Bom trabalho!

    Herman Voorwald

    Secretrio da Educao do Estado de So Paulo

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  • Orientao sobre os contedos do volume 5

    Situaes de Aprendizagem 7

    Situao de Aprendizagem 1 Sistemas sociais e culturais de notao de tempo ao longo da histria 7

    Situao de Aprendizagem 2 As linguagens das fontes histricas: documentos escritos, mapas, imagens e entrevistas 15

    Situao de Aprendizagem 3 A vida na Pr-histria e a escrita 23

    Situao de Aprendizagem 4 Os suportes e os instrumentos da escrita 31

    Situao de Aprendizagem 5 O Rio Nilo e o trabalho dos camponeses no Egito Antigo 38

    Situao de Aprendizagem 6 O Cdigo de Hamurbi: os princpios de justia na Mesopotmia 48

    Situao de Aprendizagem 7 frica, o bero da humanidade 56

    Situao de Aprendizagem 8 Heranas culturais da China e trocas culturais em diferentes pocas 62

    Quadro de contedos do Ensino Fundamental Anos Finais 70

    Gabarito 71

    SumriO

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  • 5Histria 5 srie/6 ano Volume 1

    OriEntAO SObrE OS cOntEdOS dO VOLumECaro(a) professor(a),

    O objetivo deste Caderno auxili-lo no desenvolvimento de Situaes de Aprendiza-gem para alunos que iniciam a aprendizagem formal com os contedos de histria. Foram selecionados oito temas principais:

    f Sistemas sociais e culturais de notao de tempo ao longo da histria;

    f As linguagens das fontes histricas: docu-mentos escritos, mapas, imagens e entre-vistas;

    f A vida na Pr-histria e a escrita; f Os suportes e os instrumentos da escrita; f O Rio Nilo e o trabalho dos camponeses no Egito Antigo;

    f O Cdigo de Hamurbi: os princpios de justia na Mesopotmia;

    f frica, o bero da humanidade; f As heranas culturais da China e trocas cul-turais em diferentes pocas.

    Estes temas sero desenvolvidos em Situa-es de Aprendizagem que tero, entre seus objetivos, ressaltar as diferentes linguagens das fontes histricas, a vida na Pr-histria e a escrita. Trata-se de prticas que incentivam o exerccio de formulao de hipteses, o pro-cesso de criao, a compreenso e interao de narrativas, a representao simblica, por meio de encenaes e jogos dramticos que tm como objetivo estimular o processo de aprendi-zagem da leitura e da escrita.

    Para cada Situao de Aprendizagem foram elaboradas uma atividade principal, questes para a avaliao e propostas para recuperao,

    nas quais foram destacados alguns dos aspectos mais significativos das discusses historiogrfi-cas contemporneas. Considere a possibilidade de realizar mudanas para adequar as propos-tas sua experincia docente, ao seu atual gru-po de alunos e s suas condies de trabalho.

    Todas as Situaes de Aprendizagem esto acompanhadas da identificao dos princi-pais conceitos trabalhados, das competncias e habilidades priorizadas, das estratgias e dos recursos que podem ser utilizados, alm de um roteiro para a sua aplicao e de sugestes para avaliao.

    Deve-se considerar tambm que as ativi-dades propostas esto baseadas nas orien-taes para a rea de Histria estabelecidas pela Lei de Diretrizes e Bases da Educao (Lei no 9.394/96) e nos Parmetros Curricu-lares Nacionais, principalmente no que se refere insero dos alunos na sua realida-de social, valorizando o direito de cidadania dos indivduos; ao reconhecimento de que o conhecimento histrico interdisciplinar; e ao estabelecimento de relaes entre con-tedo e atitudes que reconheam os alunos como agentes na construo do processo his-trico.

    As competncias e habilidades que devem ser desenvolvidas nas Situaes de Aprendi-zagem deste Caderno, extradas da matriz do Enema, so as seguintes:

    I. dominar a norma culta da lngua portu-guesa e fazer uso das linguagens matem-tica, artstica e cientfica;

    a Documento bsico do Enem. Fonte: . Acesso em: 10 out. 2013. As competncias bsicas da rea enunciadas na Matriz de Referencias para o Enem 2009 encontram-se disponveis em: . Acesso em: 17 maio 2013.

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  • 6II. construir e aplicar conceitos das vrias reas do conhecimento para a compreen-so de fenmenos naturais, de processos histrico-geogrficos, da produo tec-nolgica e das manifestaes artsticas;

    III. selecionar, organizar, relacionar e inter-pretar dados e informaes, representa-dos de diferentes formas, para tomar de-cises e enfrentar situaes-problema;

    IV. relacionar informaes, representadas de diferentes formas, e conhecimentos dis-ponveis em diferentes situaes para construir uma argumentao consistente;

    V. recorrer aos conhecimentos desenvolvidos na escola para elaborao de propostas de interveno solidria na realidade, respei-tando os valores humanos e considerando a diversidade sociocultural.

    O objetivo deste Caderno apoiar voc, pro-fessor, no desenvolvimento desses contedos,

    no primeiro contato formal dos alunos com informaes relacionadas Pr-histria e s civilizaes do Oriente e vida na China e na frica antigas.

    Alm disso, nas Situaes de Aprendiza-gem voc encontrar sugestes de avaliao, com atividades de anlise de documentos, produo e leitura de textos e atividades de mltipla escolha. Essas sugestes podero ser utilizadas para avaliar o processo de aprendi-zagem dos alunos. As atividades de mltipla escolha podero ser justificadas pelos alu-nos, o que possibilitar a observao da ar-gumentao e o entendimento das questes, bem como a assimilao do contedo. J as atividades de anlise de documento e leitura e produo de textos podero exercitar a ca-pacidade de interpretao e encadeamento de conhecimentos trabalhados sobre o perodo que est sendo estudado.

    Bom trabalho!

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  • 7Histria 5 srie/6 ano Volume 1

    A primeira Situao de Aprendizagem tem como objetivo propiciar aos alunos a compreen-so de que, ao longo da histria, diferentes po-vos colocaram-se questes sobre a natureza do tempo, cada um sua maneira. Como estrat-gia, sugerimos a organizao de um varal sobre os sistemas sociais e culturais de notao do tempo ao longo da histria. O varal local em que se penduram roupas e objetos dar lugar s produes dos alunos, como recortes, dese-nhos, registros visuais de entrevistas, fotografias e outros que mostrem vestgios e testemunhos do passado humano.

    H indicaes neste Caderno que podem auxiliar na preparao do varal sobre os sis-temas sociais e culturais de notao de tempo ao longo da histria. Essas indicaes foram elaboradas com a inteno de apresentar classe o conceito de tempo cronolgico e al-guns marcadores de tempo, considerando-os como criaes culturais de diferentes povos e lugares. Com isto, pretende-se estimular os alunos a compreender o tempo histrico como referncia de momentos histricos em seu processo de sucesso e na simultaneidade dos fatos.

    SITuAO DE APRENDIzAgEM 1 SISTEMAS SOCIAIS E CuLTuRAIS DE NOTAO DE

    TEMPO AO LONgO DA HISTRIA

    contedos e temas: sistemas sociais e culturais de notao de tempo; passado, presente e futuro, anterio-ridade, posteridade, calendrios, tempo, ampulheta, clepsidra, pndulo e solstcio.

    competncias e habilidades: reconhecer acontecimentos no tempo (tendo como referncia a anterioridade e a posteridade); reconhecer diferentes formas de marcao de tempo; trabalhar em equipe; pesquisar; sistematizar e apresentar conceitos e informaes; desenvolver a expresso oral e escrita.

    Sugesto de estratgias: pesquisa e construo de varal sobre sistemas sociais e culturais de notao de tempo.

    Sugesto de recursos: papel-jornal, sulfite ou folhas coloridas recicladas, prendedores de madeira, bar-bante, enciclopdias, livros de apoio didtico, dicionrios e mdias eletrnicas.

    Sugesto de avaliao: participao dos alunos no processo de trabalho e o produto final, ou seja, o varal.

    Sondagem e sensibilizao 1a etapa

    A primeira etapa desta Situao de Apren-dizagem ser importante para apresentar aos alunos a proposta sobre como organizar o varal sobre sistemas sociais e culturais de notao de tempo ao longo da histria e as

    etapas para sua realizao. Inicie a sonda-gem perguntando aos alunos como eles mar-cam o tempo. muito importante que voc mostre a eles que percebemos a existncia do tempo, mas no podemos v-lo nem segur--lo, embora possamos estabelecer maneiras para medi-lo.

    SituAES dE AprEndizAGEm

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  • 8Os dias podem ser iguais para um rel-gio, mas no para um homem.

    Marcel Proust, escritor francs (1871-1922). Chroniques,

    Vacances de Pques. Le Figaro, 25 mar. 1913.

    A palavra tempoQuando pensamos na palavra tempo,

    observamos que ela pode ter vrios signifi-cados. um deles sinnimo de clima, o tempo quando associado chuva, aos ventos e a outras condies atmosfricas em certo local e em determinado momento. Outro significado pode ser o de tempo cronolgi-co, marcado em segundos, minutos, horas, meses e anos. H ainda o tempo histrico, que nos ajuda a perceber as permanncias e mudanas, e as diferenas e semelhanas no modo de viver dos indivduos e dos grupos sociais ao longo de muitos anos, sculos ou milnios.

    Elaborado especialmente para o So Paulo faz escola.

    Faa um levantamento das semelhanas e diferenas entre os critrios para que cada um marque seu tempo. Pergunte, por exem-plo, quando eles sentem passar o tempo mais rpido e mais devagar. As respostas, que po-dem ser registradas no Caderno do Aluno, so pessoais e, a partir delas, voc pode mostrar a maneira como os povos utilizaram diferentes instrumentos para marcar o tempo.

    Tendo em vista a complexidade da elabo-rao da noo de tempo para a 5a srie/6o ano do Ensino Fundamental, recomendvel que voc estimule os alunos a indicar trs si-tuaes, relacionadas ao cotidiano deles, em que percebam a passagem do tempo de modo diferenciado (rpido e devagar).

    Escreva na lousa a seguinte frase:

    Aps a apresentao da citao, presente tambm no Caderno do Aluno, estimule os alu-nos a interpret-la e registrar suas impresses no Caderno. Pergunte se eles conhecem exemplos que estejam relacionados a diferentes formas de contar o tempo. Destaque a necessidade de di-ferentes povos, ao longo da histria, marcarem o tempo considerando os ritmos da natureza, como as mudanas de estaes e temporadas de chuvas, por exemplo. As atividades econmicas como as culturas agrcolas tambm servi-ram, e ainda servem, como referncia de tempo para populaes rurais.

    Considerando que os temas tempo e con-tagem do tempo esto muito presentes no cotidiano dos alunos, no ser difcil, no mo-mento da Sondagem, extrair deles diversas informaes. Voc poder mostrar que a pala-vra tempo pode ter vrios significados.

    O texto a seguir, tambm presente no Caderno do Aluno na seo Lei-tura e anlise de texto, estimula a

    reflexo sobre os vrios significados da pala-vra tempo.

    Para o historiador francs Fernand Brau-del (1902-1985), estudioso da multiplicidade do tempo histrico, o estudo dos fenmenos histricos inclui trs nveis: o tempo dos acon-tecimentos, de breve durao; o tempo das conjunturas, um perodo mdio de 10, 20 ou 50 anos, no qual um determinado conjunto de acontecimentos se prolonga; e o tempo de longa durao, que abrange sculos e se carac-teriza por mudanas quase imperceptveis.

    Caio Csar Boschi, em sua obra Por que estudar Histria? (2007), mostra-nos que para tornar sua teoria mais clara, Braudel com-parou o tempo histrico s guas do oceano. O tempo dos acontecimentos breve e m-vel, como a gua que fica na superfcie, agi-tada pelo vento e pela chuva. O tempo das conjunturas a camada que fica logo abai-xo, onde as guas so mais calmas e servem

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  • 9Histria 5 srie/6 ano Volume 1

    de apoio para a gua da superfcie. Por fim, o tempo de longa durao representado pelo fundo do oceano, onde as guas so pratica-mente imveis, mas sustentam as outras duas camadas. O tempo um s, mas inclui cama-das temporais da mesma forma que o oceano inclui camadas de gua. Nos dois casos, as ca-madas so sobrepostas e simultneas.

    Aps as reflexes realizadas com a participao dos alunos, voc poder propor a construo do

    varal sobre os sistemas sociais e culturais de notao de tempo ao longo da histria com base no conceito de tempo cronolgico e de tempo histrico, valendo-se do exemplo de alguns marcadores de tempo como o relgio de Sol, o gnmon, a clepsidra e a ampulhe-ta; e os calendrios gregoriano, juliano, ju-daico, chins, muulmano e japons. Professor, esta atividade encontra-se na se-o Pesquisa individual, do Caderno do Aluno. Oriente os alunos na organizao das diferentes etapas da pesquisa: coleta, seleo, anlise e registro escrito.

    Organize com seus alunos um roteiro de pesquisa sobre os sistemas sociais e culturais de notao de tempo ao longo da histria, como os diferentes tipos de calendrio: cris-to, judaico, muulmano, chins, indgenas etc. Alm disso, ser importante buscar in-formaes sobre a clepsidra, a ampulheta, o gnmon e os relgios de pndulo, de bolso, de pulso e digital; e os temas relacionados ao

    tempo histrico, como as origens dos nomes dos meses do ano e dos dias da semana, as ra-zes da periodizao do tempo e curiosidades sobre a necessidade de homens e mulheres de marcar o tempo.

    Apresente o cronograma, indique as etapas do trabalho e faa uma lista com os materiais necessrios para a pesquisa, como tambm os materiais que sero utilizados para confeccio-nar o varal: barbantes, prendedores de roupa e folhas de papel.

    2a etapa

    Antes da apresentao do roteiro de pesqui-sa aos alunos, voc poder desenvolver uma aula expositiva com base nos contedos apre-sentados nas questes que viro a seguir acom-panhando a atividade proposta no Caderno do Aluno: grifar no texto e escrever as frases que contem informaes importantes sobre o tem-po. Aqui, as respostas aparecem ampliadas e voc dever selecionar os contedos que con-siderar adequados para a sua turma. O impor-tante envolv-los na temtica e desenvolver um patamar equilibrado de conhecimentos so-bre o tema para o conjunto da classe.

    Professor, o texto a seguir encontra--se no Caderno do Aluno, na seo Leitura e anlise de texto e pretende

    estimular a curiosidade dos alunos sobre a no-tao do tempo, seu surgimento e as necessi-dades que pretendia suprir.

    tempo: durao e medio

    No se pode definir com exatido o momento em que o ser humano sentiu necessidade de dividir o tempo em dias, semanas, meses, anos, sculos, horas, minutos e segundos. O que sabemos que as primeiras tentativas de medir o tempo aconteceram a partir da observao dos ciclos dos astros, espe-cialmente do ciclo lunar, h mais de 4 mil anos.

    Durante muitos sculos e ainda hoje, principalmente na zona rural, milhares de pessoas no mundo inteiro regulam suas vidas pelos ciclos ou fenmenos da natureza. Observando os movimentos do Sol, da Lua e das estrelas ou ainda o comportamento dos animais, as pessoas buscam saber quando vai chover e qual a melhor poca para o plantio e a colheita. Foi por meio da investigao da natureza

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  • 10

    que a agricultura se desenvolveu. O homem passou a observar a ocorrncia do solstcio, e, com isto, diferenciar as estaes do ano. O solstcio ocorre quando o movimento aparente do Sol atinge o maior grau de afastamento do Equador. um fenmeno que acontece duas vezes ao ano e marca o incio do vero, quando o dia tem sua maior durao, e o incio do inverno, quando o dia tem sua menor dura-o, e incide simultaneamente e de maneira inversa nos Hemisfrios Sul e Norte.

    Os astrnomos da Babilnia, cidade da antiga Mesopotmia regio onde se localizavam as pri-meiras civilizaes do antigo Oriente , observavam os movimentos das estrelas e dos planetas. Em seus registros eles mostram que, em cerca de sete dias, a Lua passa de Nova (seu disco no fica visvel) ao primeiro quarto; aps sete dias, ela fica Cheia; contando mais sete dias, ela est em seu ltimo quarto e, finalmente, sete dias depois, a Lua volta a ficar Nova. Esses astrnomos basearam seu calendrio no ciclo lunar: dividiram o ano em 12 meses de 29 ou 30 dias, formando um ano de 354 dias. Os 11 dias que ficaram faltando para completar 365 foram acrescentados em meses intercalares em relao s estaes.

    Elaborado por Raquel dos Santos Funari especialmente para o So Paulo faz escola.

    As questes sugeridas podem ser utiliza-das para atividade em sala, lio de casa ou verificao do contedo, de acordo com seu critrio.

    1. A necessidade de marcar o tempo nasce com o ser humano?

    2. Por que a semana tem sete dias?

    3. Qual a origem dos nomes dos meses do nosso calendrio?

    4. Com que objetivos se periodiza o tempo? Quais so os critrios usados nessa diviso do tempo em perodos?

    5. Quais so as informaes que temos sobre os relgios mais antigos?

    Professor, avalie a necessidade de seus alu-nos e, caso considere oportuno, levante hipte-ses sobre a origem da denominao dos meses do ano. Trata-se de um assunto que estimula o interesse por fazer parte do cotidiano.

    Em portugus e em outras lnguas de ori-gem latina, os nomes dos meses esto associa-dos antiga tradio romana.

    f Janeiro ms dedicado a Jano, deus roma-no dos comeos e das passagens, e que, por possuir duas faces, podia enxergar para trs e para a frente;

    f Fevereiro ms dedicado a uma divindade nefasta. Acredita-se que a um dos deuses dos mortos chamado Fbruo;

    f Maro ms do deus romano da guerra, Marte;

    f Abril acredita-se que tenha origem no verbo latino que significa abrir, porque o despertar da vegetao no Hemisfrio Norte;

    f Maio associado a Maia, me do deus Mercrio;

    f Junho ms de Juno, deusa das mulheres casadas;

    f Julho ms dedicado ao imperador J-lio Csar, o iniciador do calendrio ju-liano;

    f Agosto dedicado ao imperador Augusto, que aplicou o calendrio de Csar;

    f Setembro correspondia ao stimo ms do ano para os romanos, que comea no ms de maro. Para ns, o nono ms do ano;

    f Outubro, novembro, dezembro octo, novem e decem eram, em latim, o oitavo, o nono e o dcimo ms do ano romano.

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  • 11

    Histria 5 srie/6 ano Volume 1

    Assim como os meses do ano, os aconte-cimentos histricos desenrolam-se de maneira contnua. A diviso da histria em perodos um recurso que usamos para entender o pas-sado de uma determinada maneira. As perio-dizaes partem de critrios variveis e, por isso, elas tambm variam.

    Os perodos econmicos, por exemplo, po-dem no corresponder ou coincidir com as etapas polticas. Assim, o desenvolvimento de atividades econmicas, como o extrativismo do pau-brasil, o plantio da cana-de-acar, a minerao, o caf e a indstria, no coincide rigidamente com os perodos colonial, impe-rial e republicano da histria brasileira.

    Ainda que dentro de um mesmo tipo de periodizao, pode haver divergncia, depen-

    dendo das nfases e predilees dos estudio-sos. Assim, a Repblica brasileira, iniciada em 1889, pode ser dividida em diferentes pero-dos. Quantas e quais seriam as divises so questes muito discutidas por historiadores. O importante sabermos que os perodos histricos servem como um instrumento de anlise, mas so sempre sujeitos a diversas in-terpretaes.

    Professor, o texto a seguir encon-tra-se no Caderno do Aluno, na se-o Leitura e anlise de texto,

    acompanhado de uma atividade com imagens de relgios utilizados em diferentes lugares e pocas. Desta forma, os alunos podero veri-ficar a singularidade e a necessidade das so-ciedades na notao do tempo ao longo da histria.

    Os relgios e o tempoOs relgios mais antigos datam de mais de 4 mil anos. Foram criados pelos egpcios a partir da

    observao do movimento do Sol, para marcar a passagem do tempo. Eram compostos de uma haste presa ao solo ou a uma superfcie plana. O tamanho e a posio da sombra dessa haste mudavam de acordo com a posio do Sol durante o dia, marcando, assim, a passagem do tempo.

    O gnmon uma forma simples de relgio solar em que a sombra de uma vara plantada em uma superfcie plana permite calcular a hora de forma aproximada.

    A clepsidra um relgio de gua. Foi usada no Egito Antigo para registrar o tempo do fara e, em Atenas, cidade da grcia Antiga, para medir o tempo da fala dos oradores na gora a praa principal onde eram realizadas as assembleias , de modo que nenhum deles fosse privilegiado em relao aos outros. Na clepsidra, o fluir do tempo medido pelo escoamento da gua num recipiente graduado.

    Outro tipo de relgio antigo a ampulheta. Sua inveno atribuda a um monge da regio de Chartres, na Frana, chamado Luitprand, que viveu no sculo VIII. Na ampulheta, o intervalo me-dido pela passagem de uma quantidade de areia de um lado a outro de um recipiente.

    Elaborado por Raquel dos Santos Funari especialmente para o So Paulo faz escola.

    Ao final desta etapa, apresente aos alunos o roteiro de pesquisa que nortear a busca de novos dados para ampliar o entendimento do tema.

    roteiro de pesquisa

    Solicite aos alunos que realizem pes-quisas para caracterizar os marcadores de

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    tempo descritos a seguir. Pea que, para cada um dos marcadores temporais, vincu-lem um exemplo de utilizao, explicando o significado para a cultura que o utiliza; solicite a leitura do texto O calendrio, presente na seo Leitura e anlise de texto, no Caderno do Aluno.

    f Sol;

    O calendrio

    A observao dos ritmos da natureza permitiu que muitos povos soubessem o momento de plantar e colher alimentos e a poca de caar animais. Os primeiros calendrios foram feitos a partir dessas informaes. O calendrio um sistema baseado na natureza que permite que nos situemos no tempo. A palavra calendrio vem do uso que os romanos davam ao primeiro dia de cada ms, chamado de calendas e, na origem, era determinado pela apario da Lua Nova.

    Atualmente, h diferentes tipos de calendrio. O ano 1 do calendrio judaico, por exemplo, inicia-se no que os judeus acreditavam ser o sexto dia da criao do mundo. Para sabermos o ano do calendrio judaico que corresponde ao calendrio cristo somamos 3761 ao ano do calendrio cristo. Por exem-plo, para sabermos a que ano judaico correspondeu o ano 2000 somamos 3761: o resultado ser 5761.

    Elaborado por Raquel dos Santos Funari especialmente para o So Paulo faz escola.

    f Clepsidra; f Ampulheta; f gnmon; f Calendrio gregoriano; f Calendrio juliano; f Calendrio judaico; f Calendrio chins; f Calendrio muulmano; f Calendrio japons.

    Organize os alunos em grupos pequenos, de forma a contemplar os dez temas de pes-quisa. muito importante constituir critrios de pesquisa junto aos alunos, destacando a necessidade de coletar dados para, poste-riormente, elaborar textos autorais a partir da seleo das informaes que atendam aos objetivos propostos. Sugira aos alunos que desenhem ou selecionem imagens que se refi-ram ao assunto pesquisado.

    3a etapa

    A partir da pesquisa do material sobre sis-temas sociais e culturais de notao de tempo, pea aos alunos que se renam na classe para apresentar aos colegas o material coletado e comecem a fazer os registros, inicialmente em rascunhos. Em um segundo momento, orien-te-os a registrar nas folhas que sero expostas, o resultado pesquisado, insistindo para que

    observem a coerncia do texto e que consul-tem um dicionrio sempre que tiverem dvida sobre a escrita de uma palavra.

    fundamental compor legendas para as imagens ou ilustraes, que informem qual o calendrio ou relgio que est sendo mos-trado e em que poca e local foi tirada a fo-tografia ou feita a imagem. Caso se trate de ilustrao ou obra de arte, importante tam-bm apresentar o nome do autor.

    Passe pelos grupos ou chame-os sua mesa para orient-los na produo de textos, legendas, utilizao dos espaos nas folhas, na indicao do nome dos participantes, da disci-plina e do professor.

    Aps a avaliao do material, inicie com os alunos a montagem do varal, organizando uma faixa ou um cartaz com o ttulo da expo-sio.

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    Histria 5 srie/6 ano Volume 1

    Avaliao da Situao de Aprendizagem

    Ao avaliar as etapas da Situao de Apren-dizagem, voc poder observar os conheci-mentos adquiridos e examinar o aprendizado do aluno. No desenvolvimento das propos-tas, acompanhe o processo de aprendizagem deles, localizando dificuldades, propondo re-tomadas e fazendo mudanas, se necessrio.

    neste momento que voc poder acom-

    panh-los de forma sistemtica, utilizando instrumentos de medio do tempo que faam parte da realidade dos alunos (temporal e es-pacialmente) e fontes estudadas que ajudem no esclarecimento sobre o conhecimento histrico, para conduzi-los, de modo gradativo, cons-truo da noo de tempo histrico.

    No Caderno do Aluno o experi-mento a seguir est contemplada na seo Roteiro de experimenta-

    o Montagem de uma ampulheta.

    montagem de uma ampulheta

    materiais: 2garrafasplsticasderefrigerante(600ml)

    ou gua (500 ml) bem limpas e secas (uma delas com tampa).

    Sal,areiafinaoufarinhafinademesa(fari-nha de trigo ou de mandioca).

    Fitaadesiva.

    montagem: f Encha uma das garrafas com areia, sal ou

    farinha de mesa. f Tampe a garrafa e pea para um adulto fazer

    um pequeno furo na tampa. f Cole uma garrafa na outra pelo gargalo. f Ponha a garrafa cheia de areia virada para

    baixo e espere.

    usando a ampulheta: f Vire a ampulheta para marcar o tempo da

    atividade que est sendo realizada. f Registre quantas vezes, durante a atividade,

    a areia da ampulheta passou para a garrafa de baixo.

    Cincia Hoje na Escola, 7: Tempo e Espao. Rio de Janeiro, Instituto Cincia Hoje, 1999. v.7. p. 18.

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    Figura 1 Montagem de uma ampulheta.

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    proposta de questes para avaliao

    As questes a seguir esto inseridas na seo Voc aprendeu?, no Ca-derno do Aluno.

    1. Como o tempo medido pela ampulheta?O tempo medido pela velocidade da passagem de uma

    quantidade de areia de um a outro recipiente. Esta questo

    ser mais bem desenvolvida se voc propuser que os alunos

    construam uma ampulheta, conforme orientaes tambm

    includas no Caderno do Aluno.

    2. Elabore frases de abordagens histricas com as seguintes palavras:

    a) calendrio tempo.

    b) sculos humanidade.Para redigir frases historicamente corretas e completas,

    muito importante que os alunos retomem os temas estuda-

    dos e estruturem as frases de forma clara, coesa e coerente.

    Incentive-os a retomar os temas estudados para o registro

    escrito das frases selecionadas.

    3. O sculo I comeou no ano 1 e terminou no ano 100. O sculo II comeou no ano 101 e terminou no ano 200. O sculo XXI come-ou no ano 2001 e terminar em qual ano?

    a) 2988.

    b) 3001.

    c) 2999.

    d) 2100.

    e) 3002.Lembre aos alunos que sculo o perodo de cem anos, seu

    incio no ano que comea com 1 e seu trmino no ano

    que termina em 00. Na seo Lio de casa h um texto e trs

    atividades que esto relacionadas aos sculos e milnios e

    utilizao dos algarismos romanos.

    calendrio indgena

    Janeiro, ms de milho.Fevereiro, ms de abbora.Maro, ms de batata.Abril, ms de curso [dgua].Maio, ms de banana.Junho, ms de timb.Julho, ms de periquito.Agosto, ms de tracaj.Setembro, ms de Kuarup.Outubro, ms de pequi.Novembro, ms da chuva.Dezembro, ms de melancia.

    Tawala Trumai. Geografia indgena: Parque indgena do Xingu. So Paulo/Braslia: ISA/MEC/PNuD, 1996. p. 53.

    propostas de Situaes de recuperao

    proposta 1

    A observao dos ritmos da natureza per-mitiu que muitos povos soubessem o momento de plantar e colher alimentos e a poca de ca-ar animais. Com base nos estudos realizados nesta atividade, oriente os alunos a organizar um calendrio tendo como referncia os fen-menos da natureza. Sugira que desenhem no caderno o calendrio e faam marcos com as mudanas de tempo. Para facilitar, oriente-os a utilizar os meses do nosso calendrio. Para auxiliar os alunos nessa atividade, sugerimos a retomada da atividade Leitura e anlise de texto O Calendrio, do Caderno do Aluno.

    proposta 2

    Apresente o poema a seguir e pea aos alunos que destaquem os acon-tecimentos que permitem aos ind-

    genas observar a marcao do tempo. O poema est presente no Caderno do Aluno, na seo Leitura e anlise de texto.

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    Histria 5 srie/6 ano Volume 1

    Chame a ateno para frutas, cereais, aves, festas e curso dgua mencionados, o tracaj (um quelnio que vive em gua doce) e a festa do Kuarup.

    Em seguida, ajude-os a montar um calen-drio a partir das observaes de marcao de tempo do desenho.

    Se for oportuno, a turma pode selecio-nar um ou mais calendrios para registrar a agenda das atividades da classe.

    recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreenso do tema

    Livros

    ARIS, Philippe. O tempo da histria. Tra-duo M. S. Pereira. Lisboa: Antropos, 1992.

    Livro que trata da descoberta da histria por uma criana.

    BAuSSIER, Sylvie. Pequena histria da escri-ta. So Paulo: SM, 2005. Obra que apresenta a histria do tempo, entre diferentes povos, a partir da diversidade cultural.

    BOSCHI, Caio Csar. Por que estudar His-tria? So Paulo: tica, 2007. Livro que apresenta aos leitores o universo do saber his-toriogrfico, do trabalho do historiador, das fontes histricas, alm das noes de tempo histrico.

    BRAuDEL, Fernand. Escritos sobre a His-tria. Traduo J. guinsburg; T. C. S. da Motta. So Paulo: Perspectiva, 1978. Obra que apresenta a importncia do mtodo e das relaes entre a Histria e as outras cin cias sociais.

    SITuAO DE APRENDIzAgEM 2 AS LINguAgENS DAS FONTES HISTRICAS:

    DOCuMENTOS ESCRITOS, MAPAS, IMAgENS E ENTREVISTAS

    Esta Situao de Aprendizagem visa a analisar as diferentes linguagens das fontes histricas, a partir da organizao da primei-ra pgina de um jornal. Com ela, voc poder encaminhar a leitura de textos para analisar as fontes histricas e suas relaes com a construo do saber histrico.

    Para Caio Csar Boschi, especialista na rea de arquivos no Brasil e em Portugal, fonte histrica tudo o que pode fornecer informaes sobre o passado: documentos escritos, cartas, testemunhos, objetos do co-tidiano, instituies, fsseis, imagens, msi-cas, mapas, edifcios, jornais, obras de arte e

    qualquer tipo de material que aos olhos dos historiadores carregue vestgios de pocas e acontecimentos. Como voc v, muitas dessas fontes histricas no foram produzidas com o objetivo de informar ou perpetuar a memria, mas acabaram apropriadas como tal pelo fa-zer historiogrfico.

    Outro objetivo da Situao de Aprendi-zagem propiciar a prtica da atividade em grupo e aplicar conhecimentos para a produ-o da primeira pgina de um jornal histrico, incentivando a realizao de pesquisa sobre fontes histricas e a sistematizao de infor-maes e conceitos.

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    contedos e temas: fontes histricas: vestgios, documentos, relatos orais; historiador, investigao his-trica, conhecimento histrico, interpretao histrica.

    competncias e habilidades: desenvolver a capacidade de leitura, seleo, organizao, anlise e apresen-tao de conceitos e informaes.

    Sugesto de estratgias: reconhecimento das partes constitutivas de um jornal, pesquisa e produo de uma pgina de jornal.

    Sugesto de recursos: primeiras pginas de jornais diversos, materiais para pesquisa de textos e imagens, como enciclopdias, livros didticos e de apoio didtico. Papel canson, kraft, sulfite, papel-jornal ou papel-carto, canetas hidrogrficas coloridas ou lpis de cor e rgua.

    Sugesto de avaliao: apreenso de conceitos e contedos relacionados s fontes histricas e do papel dos documentos e vestgios para a produo historiogrfica, a produo da pgina do jornal e a partici-pao do aluno no processo de trabalho.

    Sondagem e sensibilizao 1a etapa

    Na proposio da Situao de Aprendiza-gem importante que voc busque e valorize, a partir de questes muito simples, os conheci-mentos prvios que os alunos j detm sobre o tema. Mostre a primeira pgina de um jornal, destacando seus principais elementos: ttulo, cidade, editora, data, ano, nmero, manchetes, imagens, legendas, chamadas e a diagramao, ou distribuio, das notcias na pgina.

    Na mesma etapa, voc pode abordar con-ceitos importantes a respeito de diferentes linguagens das fontes histricas, mostrando que a Histria se faz com elas. importante enfatizar a diferena entre Histria e fonte histrica.

    O desenvolvimento da aula deve assegurar que os alunos sejam capazes de identificar documentos escritos e diferentes vestgios, para utilizar essas informaes na montagem da pri-meira pgina. muito importante que possam estabelecer relaes entre fontes histricas e consigam identificar alguns conceitos.

    As perguntas aqui sugeridas devem ser utilizadas como motivadoras para iniciar a

    apresentao da proposta e despertar a curio-sidade sobre o tema em estudo. Aproveite as respostas dadas pelos alunos para, gradativa-mente, construir as primeiras noes a respei-to do tema.

    1. Como vocs imaginam que seja o trabalho de um historiador?

    2. Vocs sabem como o historiador obtm in-formaes para fazer o seu trabalho?

    3. Que tipos de fontes histricas vocs co-nhecem?

    4. Qual a importncia das fontes histricas para a Histria?

    Pautando-se pelas participaes dos alu-nos na Sondagem e sensibilizao e pela identificao do que eles conhecem ou no, desenvolva os seguintes contedos:

    f O que so fontes histricas; f Qual a importncia do uso de fontes his-tricas para a Histria;

    f Como o historiador utiliza as fontes hist-ricas em sua pesquisa;

    f Quais so os tipos de fontes histricas.

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    Histria 5 srie/6 ano Volume 1

    A noo de fonte histrica, originria do cientificismo do sculo XIX, nasceu das dis-cusses historiogrficas sobre a veracidade dos fatos histricos. Fonte uma metfora, pois o sentido inicial da palavra tem origem em bica dgua, no sentido figurado da pa-lavra fons (fonte) em latim. No caso da His-tria, mantm-se o sentido de origem, mas com uma conotao de fonte de informa-o, algo capaz de trazer luz dados desco-nhecidos.

    A Histria constitui um discurso sobre o mundo e a sociedade, tendo como objeto pre-tendido de investigao o passado. um mes-mo objeto de pesquisa pode ser interpretado de maneiras diversas, propiciando diferentes leituras do passado, o que faz da Histria construda pelos historiadores um discurso em constante transformao. Vale ressaltar que o que se escreve e se ensina sobre o pas-sado est ligado realidade dos dias de hoje. Por isso, a Histria tambm uma das ma-neiras pelas quais as pessoas formam as suas identidades.

    Trabalhar com o tema fontes histricas com crianas da 5 srie/6 ano do Ensino Fundamental uma experincia muito rica, pois permite a elas analisar uma diversidade de novos objetos muito prximos do seu coti-diano. O historiador Marc Bloch afirmou, em sua obra Apologia da histria, ou, o ofcio de historiador (2002) que a diversidade dos tes-temunhos histricos quase infinita. Tudo o que o homem diz ou escreve, tudo o que cons-tri, tudo o que toca, pode e deve fornecer in-formaes sobre elea. Isso abre perspectivas para que voc possa mostrar aos alunos que praticamente tudo o que as pessoas fazem, dizem ou escrevem pode ser considerado um documento, um testemunho ou uma fonte his-trica, servindo, portanto, ao entendimento dos acontecimentos da Histria.

    A historiadora Maria de Lourdes Janotti, na introduo do livro As fontes histricas (2005) mostra que o uso das fontes tambm tem uma histria, pois os interesses dos historiadores variaram e variam no tempo e no espao, em relao direta com as circunstncias de suas trajetrias pessoais e com suas identidades culturais. Ser historiador do passado ou do presente, alm de outras qualidades, sempre exigiu erudio e sensibilidade no tratamento das fontes, pois delas depende a construo convincente do discurso historiogrfico.

    O papel das fontes histricas para Caio Csar Boschi fundamental, mas o ponto de partida da produo historiogrfica o ques-tionamento que fazemos ao tema-objeto de nosso interesse o que os especialistas cha-mam de problematizao. Em um primeiro momento, fazemos perguntas cujas respostas sero buscadas em fontes. Em seguida, parti-mos em busca de fontes que possam oferecer subsdios para o conjunto de nossas indaga-es (o que recebe o nome de problemtica). De modo mais simples, tudo isso quer dizer que no dilogo com as fontes histricas que se inicia a interpretao histrica e se assen-tam as semelhanas e diferenas entre as an-lises dos pesquisadores.

    Professor, as diferentes formas de fontes histricas podem ser agru-pados em algumas categorias: fon-

    tes materiais, relatos orais, visuais e audiovisuais. No Caderno do Aluno, na se-o Leitura e anlise de texto, h um texto que sintetiza para o aluno as fontes descritas aqui, acompanhado de uma atividade de sen-sibilizao, na qual os alunos devero classi-ficar alguns objetos de acordo com a categoria de fonte histrica.

    Fontes ou documentos escritos: so as fon-tes histricas mais utilizadas pelos historiado-

    a BLOCH, Marc. Apologia da histria, ou, o ofcio de historiador. Rio de Janeiro: Jorge zahar Editor, 2002. p. 79.

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    res. Trazem informaes escritas em certides, cartas, testamentos, jornais, letras de msicas, livros, receiturios, discursos, dirios, auto-biografias, revistas, textos de rgos pblicos, religiosos e de empresas. Em geral, encon-tram-se guardados em arquivos universitrios e governamentais, igrejas, cartrios, centros de documentos de empresas ou em colees particulares.

    Fontes materiais: so os vestgios materiais. Sinais que o homem deixa pelos lugares por onde passa, que podem ser vistos em vrios stios arqueolgicos abertos visitao pbli-ca ou em museus especializados. Exemplos: cermicas com elementos femininos, pedras talhadas e polidas, sambaquis (grandes con-cheiros formados por restos de mariscos e que, s vezes, podem atingir vrios metros de altura; apresentam vestgios de enterramentos, mas tambm podem conter objetos de pedra em forma de animais, os zolitos, e tambm mveis, utenslios, indumentrias etc.). As pes-quisas arqueolgicas desenvolvidas a partir dos sculos XIX e XX comearam a revelar uma quantidade enorme de ruas, aquedutos, vasos, nforas e muitos outros artefatos. Vi-sando transformao da cultura material em fonte histrica, foram sendo criados mtodos cientficos, por exemplo, para o trabalho de datao, como o teste do carbono 14. Dentre a imensa quantidade de material arqueolgico que comeou a surgir a partir do sculo XIX, o que mais chamou a ateno dos arquelo-gos foram as inscries em pedra, cermica, tijolos, estelas e sarcfagos. Essas inscries se apresentam sob as mais diversas formas: mo-numentos em pedra, cursivas pintadas nas pa-redes ou nos vasos de cermica e ainda grafites em vrios tipos de suportes.

    Fontes ou relatos orais: o registro de teste-munhos amplia as possibilidades de estudo dos acontecimentos do passado. So exemplos as entrevistas gravadas com pessoas que partici-param ou testemunharam acontecimentos do

    passado. Para Verena Alberti, historiadora e coordenadora do Programa de Histria Oral do Centro de Pesquisa e Documentao de Histria do Brasil, da Fundao getulio Var-gas (FgV), no Rio de Janeiro, a Histria Oral permite o registro de testemunhos e o acesso s histrias dentro da Histria e, dessa forma, amplia as possibilidades de interpretao do passado. A utilizao de relatos orais possibi-lita, por exemplo, o registro e a coleta de infor-maes sobre semelhanas e diferenas entre brincadeiras, brinquedos e o funcionamento das escolas atuais e de antigamente, a partir de testemunhos de avs ou pais. A partir da d-cada de 1980, os historiadores passaram a se interessar por temas como a vida cotidiana, a famlia, as festas de comunidades, os gestos de trabalho, os quais tambm podem ser analisa-dos por meio de relatos orais. As etapas para a pesquisa com fontes orais podem envolver entrevista (escolha do depoente, grade de ques-tes), gravao do depoimento, transcrio e anlise. Os relatos orais so importantes fontes de informao para as histrias das comuni-dades, dos bairros, da origem dos imigrantes e migrantes, das tradies culturais e religio-sas. Nesse sentido, o pesquisador tem acesso a uma multiplicidade de histrias dentro da Histria que, dependendo de seu alcance e di-menso, permite alterar a hierarquia de sig-nificaes historiogrficas, como afirmou a historiadora italiana Silvia Salvatici.

    Fontes visuais ou iconogrficas: so imagens, pinturas, fotografias, anncios de publicidade e outros, sempre importantes como fontes his-tricas informativas de pocas, pessoas e das sociedades nas quais foram produzidas. No caso especfico das pinturas, possvel iden-tificar muitos aspectos do cotidiano, como ce-nas urbanas e rurais, tipos de trabalho escravo e vesturio, entre outros aspectos.

    Fontes audiovisuais e musicais: nesta cate-goria, encontram-se o cinema, a televiso e os registros sonoros em geral. Todo documen-

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    Histria 5 srie/6 ano Volume 1

    to de natureza audiovisual, segundo Marcos Napolitano, em seu texto como colaborador, na obra Fontes histricas (2005), deve ser analisado a partir de uma crtica sistemtica que d conta de seu estabelecimento como fonte histrica (datao, autoria, condies de elaborao e coerncia histrica do seu testemunho) e do seu contedo potencial informativo sobre um evento ou um processo histrico.

    Professor, no Caderno do Aluno, encon-tramos atividades de Leitura e anlise de tex-tos que remetem temtica da relao entre as fontes materiais e a arqueologia, e podem ser utilizadas de acordo com seu critrio.

    2a etapa

    Aps a Sondagem e sensibilizao, apre-sente as etapas da proposta da montagem da primeira pgina do jornal sobre fontes histricas, presente no Caderno do Aluno, na seo Pesquisa em grupo, esclarecendo as dvidas que possam ocorrer. funda-mental que todos os alunos tenham clareza a respeito da proposta, para que o trabalho possa fluir de forma clara, coesa e coeren-te. Apresente o cronograma das atividades, estabelecendo o prazo para a coleta de ma-terial, a data de entrega e o critrio para a organizao dos grupos.

    Ao lhes apresentar a proposta para a mon-tagem da primeira pgina do Jornal da His-tria: linguagens e fontes histricas muito importante deixar claro a importncia do jor-nal na sala de aula.

    Maria Alice Faria, autora do livro Como usar o jornal na sala de aula (2005), mostra--nos que a escola, como toda instituio, um estabelecimento relativamente fechado e nela os alunos recebem (ou deveriam receber) ins-truo e formao. Dado o anacronismo, em parte inevitvel, de sua estrutura e dos progra-

    mas, os alunos podem ficar isolados da socie-dade que evolui sua volta. um dos principais papis do professor seria, pois, o de estabele-cer laos entre a escola e a sociedade. Ora, le-var jornais e revistas para a sala de aula trazer o mundo para dentro da escola.

    Numa bela metfora, a jornalista argenti-na Roxana Morduchowicz chama o jornal de janelas de papel. Por essas janelas, o aluno pode atravessar as paredes da escola e entrar em contato com o mundo e a atualidade. Jor-nais e revistas so, portanto, mediadores entre a escola e o mundo.

    Vale a pena fazer um levantamento dos lo-cais em que se poder encontrar jornais, como pontos de venda e distribuio comercial e gratuita (bancas de jornal, lojas, livrarias, pon-tos de nibus, estaes do metr e esquinas de ruas movimentadas). Proponha que, em gru-pos, os estudantes faam um levantamento dos componentes de uma primeira pgina de jornal, observando sua diagramao e elabo-rando um registro escrito para que, na fase se-guinte, possam iniciar o projeto da primeira pgina do jornal sobre as fontes histricas.

    Pea-lhes que elaborem, em uma folha do caderno, um esboo da primeira pgina do jornal, destacando seus principais elementos: nome dos responsveis pela sua elaborao, manchete, subttulos, chamadas, abertura de texto, ndice, dados sobre a edio, imagens, legendas e crditos das imagens.

    Nesta fase, eles estaro desenvolvendo ope-raes e processos, como levantar hipteses e verific-las, codificar esquemas, reproduzir, transformar, transpor conhecimentos, concei-tuar, memorizar e reaplicar conhecimentos.

    3a e 4a etapas

    Nestas duas etapas, organize com os alu-nos critrios para o trabalho em grupo e para

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    a organizao da primeira pgina. Oriente os grupos a fazer uma leitura do esboo do jor-nal, organizado anteriormente, observando novamente os critrios estabelecidos para a produo do material.

    Nesta fase, os grupos devem iniciar o projeto grfico. Pea aos alunos que organizem a distri-buio do espao para o nome do jornal, deixem uma margem nas laterais, espao para as man-chetes, imagens, legendas, e textos da primeira pgina do jornal.

    5a etapa

    Agora, voc j pode passar orientao dos alunos para que finalizem as atividades da primeira pgina, usando canetas e lpis de diferentes cores e verificando a grafia dos

    textos e os conceitos utilizados. Organize uma roda com eles, para que os grupos apresentem as matrias tratadas nos jornais, destacando especialmente as informaes sobre as dife-rentes linguagens das fontes histricas: docu-mentos escritos, mapas, imagens, entrevistas.

    Organize uma exposio do material no mural da classe ou guarde para um evento da escola, como feira cultural, mostra cultural ou reunio de pais.

    Na seo Lio de casa, no Caderno do Aluno, est inserido o texto a se-guir, sobre a idade dos fsseis e sua

    utilidade para a investigao do passado. Voc pode tambm solicitar aos alunos, de acordo com seu critrio, que realizem a atividade da seo Leitura e anlise de texto na sala de aula.

    A idade dos fsseis

    Os fsseis so restos petrificados de plantas, animais ou seres humanos que viveram h milhares ou milhes de anos e que conservaram suas caractersticas principais. Por isso, so muito importantes na investigao do passado. um passo fundamental no estudo dos fsseis a determinao da sua idade, feita pelo teste do Carbono 14. Ao longo da vida, todos os seres absorvem carbono da atmosfera em duas verses, comum e radioativa. Quando morre, o ser para de absorver essa substncia, e o carbono radioativo, o C14, contido em seu orga-nismo, comea a se desintegrar. Como os cientistas sabem a velocidade dessa desintegrao, podem estabelecer a idade de um fssil, comparando a quantidade de carbono comum com o que resta de C14 nele.

    Elaborado por Raquel dos Santos Funari especialmente para o So Paulo faz escola.

    Avaliao da Situao de Aprendizagem

    O resultado da avaliao deve ser um diagnstico completo do processo de aprendizagem e um estmulo aos alunos, para que eles prprios possam analisar seu desempenho. A avaliao s passa a ter significado se for capaz de proporcionar o aprimoramento das atividades pedag-gicas, tanto por parte do professor quanto

    do aluno, devendo ser um momento de re-flexo para ambos e que inclua todo o pro-cesso de aprendizagem.

    Voc pode elaborar uma planilha contendo os conceitos de avaliao obtidos pelos gru-pos. A seguir, sugerimos um roteiro como re-ferncia para a elaborao da planilha:

    1. Os componentes do grupo participaram do trabalho de forma equilibrada?

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    Histria 5 srie/6 ano Volume 1

    2. Como foram realizadas pelo grupo as se-guintes etapas:

    f pesquisa; f seleo de imagens e/ou produo de desenhos;

    f diagramao dos espaos para a man-chete, imagens, legendas e textos;

    f apresentao do produto final.

    3. Os alunos demonstraram apreenso dos conceitos envolvidos?

    proposta de questes para a avaliao

    As questes a seguir esto inseridas no Caderno do Aluno, seo Voc aprendeu?.

    1. Qual a importncia das fontes materiais para o estudo da Histria? Cite alguns exemplos.As fontes materiais so muito importantes para o estudo da

    Histria, pois nelas que os arquelogos procuram vestgios

    deixados pelo ser humano. Os mais conservados so os lticos

    pedras trabalhadas pelo ser humano e os cermicos. As

    pinturas rupestres, encontradas em cavernas e, s vezes, em

    paredes inteiras, apresentam desenhos de barcos, animais, ca-

    adas, flechas, partos e elementos femininos. Civilizaes sem

    escrita ou com escrita no decifrada passaram a ser objeto de

    ateno dos historiadores, que se valem dessas fontes mate-

    riais, como artefatos, para estudar diferentes povos e culturas.

    2. O local onde h registro de uma antiga ocu-pao ou atividade humana chamado de:

    a) vestgios.

    b) pistas.

    c) stio arqueolgico.

    d) sambaqui.

    e) buracos do bugre.Um stio arqueolgico o local onde se encontram os ves-

    tgios materiais. Esse local pode ter sido a morada de pes-

    soas, como uma cabana de palha e madeira, ou ainda uma

    caverna onde os homens viveram e na qual foram deixados

    vestgios, como ferramentas de pedra lascada, restos de uma

    fogueira, uma pintura rupestre, entre outros.

    3. Vivemos em um mundo dominado por imagens e sons, com destaque para a tele-viso, o cinema e os registros sonoros em geral. Pensando na classificao das fontes histricas, podemos identific-las como sendo:

    a) fontes materiais.

    b) fontes escritas.

    c) fontes orais.

    d) fontes documentais.

    e) fontes audiovisuais.Entre as fontes audiovisuais destacamos os registros sonoros,

    como a msica, o cinema e a televiso.

    4. Assinale, entre as alternativas, o nome que o arquelogo brasileiro Walter Al-ves Neves deu para o crnio Pr-hist-rico reproduzido na imagem a seguir, o mais antigo j localizado no Brasil. Em seguida, crie uma legenda para a ima-gem.

    a) Lcia.

    b) Lusa.

    c) Luciana.

    d) Luzia.

    e) Luana.O arquelogo Walter Neves, ao encontrar, no Brasil, o mais

    antigo crnio feminino, deu ao achado o nome de Luzia, pois

    se lembrou do achado arqueolgico feito pelo pesquisador

    ingls Donald Johanson, em 1974, batizado de Lucy em ho-

    HISTORIA_CP_5s_Vol1_2014.indd 21 30/10/13 09:09

  • 22

    menagem msica Lucy in the sky with diamonds, da banda

    inglesa The Beatles.

    propostas de Situaes de recuperao

    Depois da realizao das atividades regula-res aula expositiva, estudo de textos, monta-gem da pgina do jornal e a avaliao , voc poder identificar entre seus alunos alguns que no tenham alcanado seus objetivos, tan-to os relacionados apreenso dos contedos quanto ao desenvolvimento das habilidades e competncias contempladas.

    Figura 2 Reconstituio do rosto de Luzia.

    D

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    Neste caso, podemos utilizar diferentes es-tratgias para obter resultados que indiquem progresso no processo de ensino-aprendi-zagem, especialmente para estes alunos que apresentam maiores dificuldades.

    A compreenso do tema quanto s dife-rentes linguagens das fontes histricas muito importante para a continuao dos estudos histricos, pois pr-requisito para outros contedos, como a vida na Pr-histria e a escrita, nosso prximo assunto.

    O mais importante que o aluno consi-ga identificar as diferentes espcies de fontes histricas, como documentos escritos, fon-tes materiais, imagens, documentos orais e audiovisuais e relacion-las com a produo do conhecimento histrico.

    proposta 1

    uma possibilidade para a retomada dos contedos referentes ao tema a montagem de um quadro comparativo com a definio de fontes histricas e a classificao utilizada para facilitar a aprendizagem. Oriente os alu-nos a elaborar uma lista dos principais tipos de fontes histricas, a escrever suas respecti-vas definies e, em seguida, a fazer desenhos para ilustrar os temas.

    f Fontes ou documentos escritos; f Fontes ou relatos orais; f Fontes materiais; f Fontes audiovisuais e musicais; f Fontes visuais.

    proposta 2

    A produo de frases curtas que caracteri-zem a definio de fontes histricas, documentos escritos, orais, materiais, visuais, audiovisuais e musicais outra estratgia que pode favorecer o processo de recuperao. Nessas frases devem ser explicados os principais temas trabalhados

    HISTORIA_CP_5s_Vol1_2014.indd 22 30/10/13 09:09

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    Histria 5 srie/6 ano Volume 1

    nas atividades. Alm disso, devem aparecer as palavras-chave relativas aos temas e suas rela-es com as fontes histricas estudadas.

    recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreenso do tema

    Livros

    BOSCHI, Caio Csar. Por que estudar Hist-ria? So Paulo: tica, 2007. O livro de Caio Csar Boschi apresenta valiosas consideraes sobre o trabalho do historiador, as fontes his-tricas e as diferenas de abordagens historio-grficas.

    FARIA, Maria Alice. Como usar o jornal em sala de aula. So Paulo: Contexto, 2005. . A obra

    apresenta uma anlise das partes de um jornal, como ele preparado e como a sua leitura cr-tica pode transformar as aulas de diferentes disciplinas.

    FARIA, Maria Alice; zANCHETTA JR., Ju-venal. Para ler e fazer o jornal na sala de aula. 3. ed. So Paulo: Contexto, 2009. (Repensan-do o Ensino). . A obra mostra a importncia da utilizao do jornal na sala de aula, a partir da ampliao da linguagem, do vocabulrio e da anlise de diferentes discursos.

    PINSKY, Carla B. (Org.). Fontes histricas. 2. ed. So Paulo: Contexto, 2010. . Obra que apresenta os mtodos e tcnicas utilizados pelos pesquisadores e historiadores, a partir do estudo de variadas fontes, vestgios e documentos histricos.

    SITuAO DE APRENDIzAgEM 3 A VIDA NA PR-HISTRIA E A ESCRITA

    Espera-se com esta Situao de Apren-dizagem construir, junto aos alunos, noes e conceitos que caracterizam a Pr-histria. Como estratgia principal, sugere-se que eles sejam envolvidos na ela-borao de um dicionrio temtico ilustra-do sobre a Pr-histria. Explique-lhes que a reunio das palavras ou vocbulos de uma lngua ou de uma rea especializada chama-se vocabulrio. Quando os vocbu-los so organizados em ordem alfabtica e

    acompanhados de seus significados temos um dicionrio.

    O dicionrio temtico ilustrado sobre a Pr--histria proposto como Pesquisa individual no Caderno do Aluno. O dicionrio poder ser de-senvolvido conforme as sugestes aqui apresen-tadas, formuladas com a inteno de aproveitar ainda mais sua experincia docente, para estimu-lar os alunos a participar do processo de produ-o e aquisio do conhecimento histrico.

    contedos e temas: relacionados Pr-histria, como Paleoltico, Neoltico, Pedra Lascada, Pedra Poli-da, nomadismo, sedentarismo, caa, coleta, pesca, pinturas rupestres e descoberta do fogo.

    competncias e habilidades: trabalhar em equipe, pesquisar, sistematizar e apresentar conceitos e infor-maes, expor oralmente e por escrito, selecionar, organizar, relacionar e interpretar dados, representa-dos de diferentes formas; desenvolver a capacidade de enfrentar situaes-problema.

    Sugesto de estratgias: pesquisas para o desenvolvimento do dicionrio temtico ilustrado sobre a Pr--histria.

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    Sondagem e sensibilizao 1a etapa

    Na proposio da Situao de Aprendiza-gem, ser muito importante que voc busque e valorize, por meio de questes muito simples, os conhecimentos prvios que os alunos tm sobre o tema. Aps a Sondagem e sensibiliza-o, apresente a proposta de trabalho classe, cuidando para que cada uma das etapas seja compreendida por todos.

    Compartilhe com os alunos algumas de-cises a respeito da viabilizao da proposta, como o critrio para a formao de duplas ou trios e a data de entrega do dicionrio temtico e da apresentao dos temas, pois essas so maneiras simples de envolv-los na proposta.

    propostas de perguntas

    A seguir, sugerimos algumas perguntas que voc pode fazer aos alunos. Alm dessas ques-tes, no Caderno do Aluno h duas sees Lei-tura e anlise de texto com atividades que podem colaborar com esta proposta.

    1. Vocs sabem o que significa Pr-histria?

    2. Como vocs imaginam que era a vida das pessoas nesse perodo?

    3. Como vocs acham que as pessoas obti-nham seus alimentos? O que ser que elas comiam?

    4. Como eram as suas moradias?

    5. Que outras informaes vocs tm sobre esse perodo?

    Sugesto de recursos: livros de apoio didtico e mdias eletrnicas.

    Sugesto de avaliao: autoavaliao do aluno, avaliao do processo e do produto pelo professor.

    Faa registros na lousa a respeito das prin-cipais manifestaes dos alunos. Pea a eles que as anotem nos respectivos cadernos e avi-se que, no final desta Situao de Aprendiza-gem, eles iro retornar a esses registros para confront-los com os novos conhecimentos adquiridos, podendo assim confirmar ou ne-gar as concepes iniciais.

    As perguntas e respostas devem servir como motivadoras para suscitar a curiosidade dos alunos sobre o tema. Permita a eles que se expressem e proponham questes relativas aos assuntos tratados e para as quais, even-tualmente, no tenham respostas.

    Considerando que o tema Pr-histria est muito presente no cinema, em histrias em quadrinhos, desenhos animados, programas de televiso e artigos de jornais e revistas, no ser difcil para os alunos, no momento de son-dagem, manifestar concepes a respeito do perodo. Voc deve ficar atento quelas cons-trudas a partir de referncias miditicas, nem sempre adequadas historicamente, para reto-m-las ao final. Por isso, muito importante o registro na lousa para cpia pelos alunos.

    2a etapa

    Forme duplas ou trios, ou permita que eles prprios se organizem li-vremente. Voc poder definir o

    critrio mais adequado, tendo em vista as ca-ractersticas e necessidades da turma. Avise-os que cada um dever fazer o seu dicionrio e que a avaliao ser coletiva no que se refere aos procedimentos de pesquisa e individual em relao ao produto final.

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    Histria 5 srie/6 ano Volume 1

    Explique que o objetivo da proposta que os alunos pesquisem em enciclopdias, livros de apoio didtico e sites alguns conceitos liga-dos Pr-histria e origem da escrita. Apre-sente os conceitos listados a seguir e solicite a eles que iniciem a atividade.

    f Pr-histria; f Paleoltico; f Neoltico; f Pedra Lascada; f Pedra Polida; f Nomadismo; f Sedentarismo; f Caa; f Coleta de razes; f Pesca; f Pinturas rupestres; f Descoberta do fogo; f zolito; f Raspadores; f Furadores; f Pontas de Projteis; f Machados de Pedra.

    Pea-lhes que coloquem os conceitos em ordem alfabtica e que comecem a pesquisa. Como se trata de um dicionrio ilustrado, oriente-os a buscar informaes em textos e em imagens relacionadas.

    3a a 5a etapa

    Essas etapas foram pensadas para a reali-zao do dicionrio ilustrado.

    Oriente-os a utilizar obras de refern-cia como dicionrios, enciclopdias e revis-tas, para iniciar os registros escritos e ainda para verificar em casa se existem estes livros de referncia e outros, didticos ou no, que possam dar alguma informao. Jornais e re-vistas tambm podem conter informaes e fotografias sobre os temas propostos para a atividade.

    Voc pode levar sala de aula materiais pr-selecionados no acervo escolar ou condu-zi-los para que faam essa seleo, caso isso seja vivel, levando em considerao o tempo de durao da aplicao desta Situao de Aprendizagem.

    Oriente os alunos a iniciar os registros so-bre os temas pesquisados no caderno, em fo-lhas de papel almao, monobloco ou sulfite; lembre a eles a necessidade de organizar o tempo previsto para a atividade. Pea que ob-servem as ideias centrais dos temas trabalha-dos, grifando-as para facilitar o registro dos termos histricos.

    Em seguida, pea que registrem os dados coletados durante a pesquisa, buscando prin-cipalmente respostas para questes curiosas sobre as palavras listadas, como suas origens e seus significados.

    Pea que faam uma capa sobre o tema da pesquisa: a Pr-histria, destacando tam-bm o nome do autor, nmero, turma, s-rie e nome do professor e disciplina. Pea ainda que faam um desenho ou recortem e insiram uma imagem para ilustrar o tema proposto.

    Na terceira etapa, com a inteno de cons-truir referncias tericas comuns a todos os alunos, organize uma exposio oral a partir da seleo dos contedos organizados, a se-guir, em forma de questes. Selecione as infor-maes que voc considerar importantes para construir as referncias a respeito do perodo e do tema em foco.

    O texto que segue, inserido no Caderno do Aluno na seo Lei-tura e anlise de texto pode ser

    lido pela sala e, em seguida, voc poder propor as questes inseridas na sequncia do texto.

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    Diversos estudos realizados por especialistas tm mostrado que os homens e os macacos, por pos-surem muitas semelhanas, tm origem comum. Quem no notou que as caretas de um macaco so parecidas com as nossas, ou que eles so os nicos animais que tm mos, como ns? H alguns mi-lhes de anos, nossos mais antigos antepassados viviam na frica, e foi ali que comearam a andar em p, o que permitiu o desenvolvimento de suas mos e, em seguida, a abertura de caminhos pelos quais, muito depois a partir de uma origem comum , os homens comearam a traar sua prpria histria. O uso das mos permitiu a produo de artefatos, com utilidade em seu dia a dia. Ao esfregar gravetos, por exemplo, foi possvel acender fogueiras, com o que se pde aguentar o frio, afastar insetos e assar carne ou frutos. Alm disso, com as mos, de uma pedra se fez uma espcie de faca, que serve para cortar arbustos, colher frutos ou retirar a carne de um animal morto.

    Os primeiros ancestrais do homem surgiram h aproximadamente 5 milhes de anos, e todo o tempo transcorrido entre esse surgimento e o desenvolvimento da escrita por volta de 4 mil anos atrs rece-be o nome de Pr-histria. Nesse longo perodo, alm do controle do fogo, desenvolveram-se inmeras tcnicas para dominar a natureza, talhar e polir a pedra, extraindo-se dela lascas para fazer ferramentas e armas, destinadas principalmente caa que, em geral, era feita coletivamente. Nossos antepassados conseguiram tambm cultivar as primeiras espcies vegetais, passando a dominar a tcnica da agricul-tura por volta de 10 mil anos a.C.

    A utilizao do termo Pr-histria criticada por muitos historiadores, pois a anlise do termo d a ideia de que a Pr-histria antecede a Histria ou est fora dela. O conceito Pr-histria foi proposto em 1851, nos Anais pr-histricos e arqueolgicos da Esccia, para dar nome aos perodos que no foram registrados por meio da escrita, acabando por tornar-se universal. Essa utilizao significa no admitir como histria o perodo mais longo do passado da humanidade, alm de desconsiderar que independentemente da escrita todos os povos produzem histria.

    Elaborado por Raquel dos Santos Funari especialmente para o So Paulo faz escola.

    As questes sugeridas podem ser utilizadas para que os alunos identifiquem as informaes importantes do texto apresentado, e levantem hi-pteses para verificarem nos textos subsequentes.

    1. Como teria surgido o homem?

    2. correto o uso do termo Pr-histria?

    3. Onde surgiram os nossos primeiros ante-passados?

    4. Quais foram as principais mudanas ocor-ridas na vida do homem pr-histrico?

    5. O que significa coletar alimentos?

    importante considerar que muitas res-postas relativas origem do homem devero

    incluir posicionamentos coincidentes com as opes religiosas dos alunos. Por se tratar de questo de foro ntimo, essas ideias no devem ser desvalorizadas. Ao contrrio, fundamen-tal respeit-las, recomendando-se apenas que voc assegure aos alunos a possibilidade de conhecer as pesquisas que a Arqueologia vem fazendo a esse respeito.

    Professor, no Caderno do Aluno, h a proposta de atividade dos alunos confec-cionarem um caa-palavras. Instrua-os a selecionarem oito palavras do texto que con-siderem como palavras-chave para organizar um caa-palavras, e que utilizem o espao quadriculado, distribuindo as palavras em di-versas posies: vertical, horizontal, de cima para baixo, de baixo para cima, da esquerda para direita e da direita para esquerda. Os

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    Histria 5 srie/6 ano Volume 1

    espaos que ficarem em branco devero ser preenchidos aleatoriamente com letras. Ao trmino da atividade, pea-lhes que troquem

    Os homindeosApesar de diversos estudos, no sabemos quando surgiu o mais antigo antepassado do homem,

    mas conhecemos os restos de esqueletos de diversos animais, chamados homindeos, que tinham algu-mas das caractersticas que s a espcie humana possui: andavam em p e tinham mos. Ao longo de 2 milhes de anos, esses homindeos foram se tornando menos parecidos com os macacos, passaram a andar eretos com mais facilidade, suas mos se tornaram mais hbeis, a caixa craniana aumentou e sua face ficou mais delicada. H aproximadamente 200 mil anos, surgiram os primeiros antepassados dire-tos do homem, chamados pelos estudiosos de Homo sapiens (homem que sabe, em latim). Os gran-des grupos tnicos atuais negros, amarelos e brancos formaram-se entre 40 mil e 80 mil anos atrs.

    Elaborado especialmente para o So Paulo faz escola.

    Professor, na seo Leitura e an-lise de texto do Caderno do Alu-no, h um texto acompanhado de

    uma atividade que trabalha com imagens. Por meio do texto e da atividade, busca-se

    o Caderno do Aluno com um colega e que encontrem as palavras espalhadas por ele no caa-palavras.

    estimular no aluno a identificao do pe-rodo com a necessidade do homem de in-tervir na natureza, de acordo com as possibilidades tcnicas do perodo em que vivia.

    Os perodos da pr-histriaPara facilitar o estudo da histria da humanidade, ela foi dividida em dois grandes perodos: a Pr-his-

    tria e a Histria. Apesar das crticas feitas a essa diviso, vamos utiliz-la. , no entanto, muito impor-tante voc estar atento ao fato de que todos os povos, independentemente da escrita, produzem histria.

    No Paleoltico, tambm chamado de Idade da Pedra Lascada, os seres humanos no praticavam a agricultura nem a criao de animais. A alimentao baseava-se na caa, na pesca e na coleta de frutos, gros e razes, o que dependia da mudana de local para buscar alimentos. Por isso, diz-se que, nesse perodo, os homens eram nmades, ou seja, no tinham moradia fixa.

    uma das caractersticas do perodo Paleoltico foi o lascamento das pedras, que serviam como instrumentos para cortar alimentos, como perfurantes e como armas. Foi devido ao lascamento das pedras que o perodo Paleoltico ficou conhecido como Idade da Pedra Lascada.

    Nos ltimos 40 mil anos, ocorreram transformaes profundas na vida do homem. Primeiro, ele comeou a pintar paredes de cavernas, trabalhar ossos, enfeitar seu corpo, enterrar seus mortos, ar-mazenar coisas, construir tendas, escavar pedreiras, trocar matrias-primas a longa distncia, ocupar regies geladas ou desrticas, viajar pelos mares, sempre lutando para conquistar espaos ou pela sua sobrevivncia. Durante todo esse tempo, o homem usava, basicamente, instrumentos de pedra, mas j possua a habilidade de polir as pedras para fabricar seus instrumentos. Nesse perodo, a partir da observao de sementes e razes, o homem iniciou o cultivo de cereais, e foi possvel comear a produ-zir mais alimentos, o que garantiu o processo de sedentarizao, ou seja, de fixao da moradia. Essa domesticao das plantas explica por que, hoje, temos grande diversidade de frutos e cereais.

    Esse perodo recebeu a denominao de Idade da Pedra Polida ou perodo Neoltico. Para armaze-nar os cereais produzidos foram feitos vasos de cermica e, h menos de 5 mil anos, teve incio o uso de metais: primeiro o cobre e o bronze e, por ltimo, o ferro, dando incio Idade dos Metais.

    Elaborado por Raquel dos Santos Funari especialmente para o So Paulo faz escola.

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    1. Quais so as duas hipteses mais aceitas sobre a origem do homem? A primeira hiptese considera que os modernos africanos,

    europeus, asiticos e australianos podem derivar de diferen-

    tes espcies. Neste caso, por exemplo, os neandertais seriam

    antepassados dos europeus atuais. Na segunda hiptese,

    a mais aceita, todos descendemos de um nico grupo: o

    Homo erectus africanus, que no tem nenhum parentes-

    co direto com os neandertais.

    2. De que modo possvel saber como era uma moradia na Pr-histria?Uma das maneiras de se saber como viviam as pessoas de ou-

    tras pocas estudar os restos antigos. Por meio de escava-

    es arqueolgicas, entre outros materiais, possvel encon-

    trar as runas de uma moradia, vestgios de fogueiras, alm de

    alguns utenslios. Foi o caso, por exemplo, de estudiosos que

    encontraram runas dos muros de uma moradia em Hassuna,

    no atual Iraque, habitada h milhares de anos. A partir desses

    vestgios, um artista moderno pode imaginar e representar

    como seria a moradia no tempo em que estava em uso.

    3. Onde foram encontrados os primeiros si-nais de agricultura?Em algumas regies do globo comearam a surgir a agricul-

    tura, as aldeias e as cidades. A cidade mais antiga do mundo

    talvez seja a atual Jeric, na Palestina, com pelo menos 7 mil

    anos. H registros de que aldeias e cidades foram sendo cria-

    das ao longo dos vales de rios que facilitavam a agricultura,

    como teria acontecido nas proximidades dos rios Nilo, no

    Egito; Tigre e Eufrates, no Oriente Mdio; Indo, na ndia; e

    Amarelo, na China.

    A possibilidade de viver na cidade repre-sentou considervel mudana para muitos seres humanos que haviam vivido no campo desde sempre. Nelas, alm de moradias e ruas, tambm foram construdos grandes edifcios, como templos e palcios, concentrando-se a trabalhadores, artesos, comerciantes e um pequeno nmero de sacerdotes e governantes. O que acabou transformando esses espaos em centros de exerccio do poder poltico.

    A agricultura, por sua vez, permitiu a pro-duo de alimentos e seu armazenamento, re-

    sultando na possibilidade de planejar o uso dos alimentos e acumular bens. Conquanto a vida na cidade permitisse uma crescente especializao da produo tendo surgido padeiros, carrocei-ros, oleiros, entre outros , isto acabou trazendo tambm diversos problemas provocados pelas mudanas nos padres de alimentao dos ho-mens, que at aquela poca sempre contaram com muita fruta e carne de caa, o que significava uma dieta variada e rica em protenas. A alimen-tao dos agricultores passou a ser mais limita-da, com grande predomnio de cereais, como o arroz, a cevada, o trigo e, na Amrica, o milho, a mandioca, o inhame e a batata. Alm de ser pou-co variada, a alimentao baseada no consumo de cereais causou uma piora na dentio.

    Ademais, antes da agricultura, os homens viviam em sociedades em que todos trabalha-vam e se divertiam de maneira mais ou menos igual. Da caa, assim como das festas, todos participavam. Com a agricultura, a vida de trabalhadores e no trabalhadores, como sa-cerdotes e governantes, passou a ser muito diferente. Os trabalhadores podiam at ser escravizados, enquanto os governantes come-aram a viver em palcios com grande luxo.

    Avaliao da Situao de Aprendizagem

    Por meio da observao direta, voc poder analisar em cada etapa o desempenho dos alu-nos, sua capacidade de compreender metodo-logias e de estabelecer relaes de socializao durante a realizao das atividades, a efetiva utilizao, articulao e leitura dos recursos documentais, a iniciativa individual na busca de material de apoio, o esprito questionador e par-ticipativo e os potenciais dos resultados finais.

    proposta de questes para avaliao

    Lembre-se de voltar aos registros realizados no momento da Sonda-gem e sensibilizao para avaliar

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    Histria 5 srie/6 ano Volume 1

    junto com os alunos as mudanas de concep-o em relao Pr-histria. Algumas das atividades sugeridas tambm esto na seo Voc aprendeu?, do Caderno do Aluno.

    1. A partir dos temas estudados sobre a Pr--histria, organize uma linha do tempo com os perodos da Pr-histria. O aluno deve organizar uma linha do tempo dos perodos da

    Pr-histria. Como existe uma discusso historiogrfica mui-

    to grande sobre este tema, sugerimos a seguinte diviso, a ser

    feita no caderno ou em uma folha de papel sulfite:

    perodos da pr-histria

    f paleoltico ou idade da pedra Lascada: 2 milhes a 120 mil anos atrs (homindeos).

    f paleoltico mdio: 130 a 35 mil anos atrs (surgimento do Homo sapiens).

    f paleoltico Superior: 35 a 12 mil anos atrs (migrao dos primeiros grupos hu-manos para a Amrica).

    f mesoltico: 12 a 9 mil anos atrs. f neoltico ou pedra polida: 9 a 5,5 mil anos

    atrs na Europa, sia e frica; 7 mil a 2 mil anos atrs na Amrica.

    2. Explique como ocorreu a expanso do povoamento do globo terrestre. Faa um desenho, utilizando os continentes para ex-plicar sua resposta. Nos primeiros 4 milhes de anos, os homindeos viviam ape-

    nas no continente africano. Depois, expandiram-se para a

    Europa e a sia, chegando s Amricas mais recentemente.

    3. Quatro das alternativas a seguir caracteri-zam o perodo Paleoltico. Marque a alter-nativa que no pertence a esse perodo.

    a) O Paleoltico tambm chamado de Idade da Pedra Lascada.

    b) No Paleoltico, os seres humanos no pra-ticavam a agricultura, nem a criao de animais.

    c) A alimentao no Paleoltico baseava-se na caa, pesca, coleta de frutos, gros e razes.

    d) No perodo Paleoltico, os seres huma-nos aprenderam a polir as pedras e a de-senvolver tcnicas agrcolas.

    e) uma das caractersticas do perodo Pa-leoltico foi o lascamento das pedras, que serviam como instrumentos para cortar alimentos, como perfurantes e ainda como armas.

    O termo Paleoltico, ou Idade da Pedra Lascada, foi criado no

    sculo XIX para caracterizar o perodo em que a existncia hu-

    mana se assentava na caa, pesca, coleta de frutos, gros e razes.

    4. Em 1816, Christian J. Thomsen, primeiro conservador do Museu Nacional dinamar-qus, deu ordem s sempre crescentes co-lees de antiguidades. Assim o fez, clas-sificando-as em trs idades: da Pedra, do Bronze e do Ferro.

    O texto faz referncia aos materiais utiliza-dos por nossos antepassados durante:

    a) a Idade dos Metais.

    b) a Pr-histria.

    c) a Idade da Pedra Lascada.

    d) a Idade da Pedra Polida.

    e) o perodo Paleoltico.Antes de o homem aprender a usar metais, vivera na Idade

    da Pedra e, aps ter dominado esta tcnica, utilizou apenas o

    cobre e o bronze, s mais tarde passando ao ferro.

    5. A maioria das plantas que comemos hoje produto de modificaes introduzidas pelo homem. Quando se passou a cultivar cere-ais, foi possvel comear a fazer com que as plantas produzissem muito mais alimentos do que originalmente. A produo de ali-

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    mentos possibilitou ao homem ter moradia fixa, processo conhecido como:

    a) nomadismo.

    b) agricultura.

    c) sedentarizao.

    d) coleta de alimentos.

    e) nenhuma das respostas anteriores.A quantidade disponvel de alimentos permitiu que o homem

    se fixasse, reduzindo sua dependncia da prtica da coleta.

    propostas de Situaes de recuperao

    A compreenso do tema Pr-histria es-sencial para a continuao dos estudos his-tricos, pois pr-requisito para entender os temas relacionados ao mundo antigo: frica e Oriente Prximo.

    proposta 1

    Solicite aos alunos que selecionem dez pa-lavras-chave relacionadas Pr-histria. Em seguida, pea que identifiquem o significado dos termos escolhidos. Oriente-os na organi-zao de um diagrama de palavras, presente tambm no Caderno do Aluno, na seo Pro-duzindo um caa-palavras. O caa-palavras um instrumento de aprendizagem muito im-portante para trabalhar palavras-chave com os alunos da 5a srie/6o ano do Ensino Fun-damental. Ajude-os na seleo das palavras--chave, destacando, por exemplo, homem, esqueletos, animais, homindeos, macacos, hbeis, caixa craniana, Homo sapiens, grupos tnicos, negros, amarelos e brancos. Pea que distribuam as palavras aleatoriamente em um quadro, em diversos sentidos de baixo para cima, da esquerda para a direita, de cima para baixo, e da direita para a esquerda. Os espaos que sobrarem devero ser completados com letras avulsas. Ao final, pea que troquem os

    esquemas entre si, para descobrir no caa-pa-lavras do colega as palavras escolhidas.

    proposta 2

    Pea que os alunos selecionem palavras--chave relacionadas Pr-histria. Em seguida, auxilie-os a redigir frases com as palavras es-colhidas, estabelecendo como critrio que cada frase tenha pelo menos trs dessas palavras.

    Como exemplo, sugira:

    f Paleoltico nmades agricultura. f Sedentrios agricultura caa e coleta de razes.

    f Lticos artefatos Pr-histria.

    recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreenso do tema

    Livros

    BRzILLON, Michel. Dicionrio de Pr-his-tria. Lisboa: Edies 70, 1990. Dicionrio que trata de vrios perodos da Pr-histria, apresentando-os segundo as regies e as ma-nifestaes culturais que caracterizam o ho-mem pr-histrico.

    TORRONTEguY, Tefilo. A Pr-histria. 2. ed. So Paulo: FTD, 1999. (Para Conhecer Me-lhor). A obra faz parte da coleo Para Conhecer Melhor e tem por objetivo aprofundar os conhe-cimentos de temas relacionados Pr-histria.

    Filme

    A guerra do fogo (La guerre du feu). Direo: Jean-Jacques Annaud. Canad, 1981. 100 min. 12 anos. Alm de mostrar a descoberta do fogo e as dificuldades de sobrevivncia, o filme re-trata o convvio entre diversos grupos huma-nos em diferentes momentos histricos. Em funo da idade dos alunos, selecione algumas cenas, como, por exemplo, a conquista do fogo.

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    Histria 5 srie/6 ano Volume 1

    contedos e temas: histria da escrita e seus diferentes suportes ao longo do tempo.

    competncias e habilidades: reconhecer a histria da escrita e seus diferentes suportes; desenvolver a autonomia na busca de informaes; habilidade de sistematizar; capacidade de leitura; selecionar, orga-nizar e analisar conceitos e informaes; realizar exposio oral e escrita.

    Sugesto de estratgias: trabalho em duplas ou trios, exposio oral e produo do mural.

    Sugesto de recursos: materiais de pesquisa como enciclopdias e livros de apoio didticos, mdias ele-trnicas, caixa, cascas e folhas de rvores secas, pedras, ossos desidratados, diferentes tipos de tecido (algodo, seda, linho, polister), tabletes de argila e diversos tipos de papis (jornal, carto, cartolina, kraft, sulfite, seda, vegetal e canson).

    Sugesto de avaliao: apreenso de conceitos; o processo de trabalho na dupla ou trio e a produo final do mural.

    Sondagem e sensibilizao 1a etapa

    Converse com seus alunos sobre os su-portes da escrita que eles utilizam durante as atividades escolares e quais so os conhe-cimentos prvios que eles tm sobre os ma-teriais utilizados para a escrita ao longo da histria.

    Esta Situao de Aprendizagem tem por objetivo encaminhar reflexes sobre os diver-sos materiais que a humanidade utilizou para fazer seus escritos e que so chamados de suportes da escrita. A estratgia que estamos propondo visa montagem de uma exposio sobre a histria da escrita e seus suportes ao longo do tempo.

    Diferentes materiais foram utilizados como suportes para escrever, desenhar e pintar: seda, bambu, cascas de rvores, no Extremo Orien-te, Oceania, frica, Amrica Central e do Sul; algodo e folhas de palmeira, na ndia; linho e papiro no Egito; tbuas de barro e peles de ani-mais, na Mesopotmia; ossos, na sia e Orien-te Prximo; metais, como por exemplo, placas

    de cobre, na ndia; cobre e chumbo, usado pe-los hebreus (um dos rolos do Mar Morto de cobre); chumbo, usado pelos gregos, e bronze, pelos romanos.

    Com esta proposta voc pode encaminhar as reflexes para que os alunos percebam as relaes passado-presente e as permanncias e rupturas da histria da escrita e seus suportes ao longo do tempo, co