caderno do aluno 2a v1

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    N o m e : - - -- -- - ------ - -- --

    E s c o l a : -- --- -- - - -- ---- - --

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    Carola) aluno(a),

    Este Caderno apresenta temas de Sociologia relacionados diversidade social

    brasileira. Neste momento, voc ser convidado a desenvolver um olhar crtico

    segundo a sua realidade cotidiana, apoiado em discusses conceituais e informa-

    es de pesquisas sobre a diversidade social brasileira, tanto em mbito nacional

    quanto regional .

    Dando seguimento ao tema central deste Caderno, voc vai se deparar com os

    conceitos de imigrao e migrao, e com a questo do estrangeiro. Por fim, sero

    abordados a formao da diversidade e os conceitos de assimilao e aculturao .

    Com isso, esperamos que essa temtica traga elementos para que voc se sensi-

    bilize com as tenses decorrentes dos encontros prprios da diversidade brasileira.

    Todos esses temas aqui presentes exigem que voc dedique ateno s palavras

    do professor de Sociologia, proceda leitura dos textos - os que esto disponveis

    neste Caderno e outros que o seu professor julgar necessrios - e realize com cui-

    dado as atividades propostas. Lembramos que a Sociologia, como qualquer outra

    disciplina, exige dedicao e esforo cotidiano pata seu aprendizado.

    Bom estudo!

    Equipe Tcnica de Sociologia

    rea de Cincias HumanasCoordenado ria de Estudos e Normas Pedaggicas - CENP

    Secretaria da Educao do Estado de So Paulo

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    Sociologia - 2 srie - Volwne 1

    S IT UA A o D E A PR EN D IZ AG EM1

    , A PO PU LA A o B RA SIL EIRA:D IV E RS ID A D E N A C IO N AL E REGIONAL

    Neste primeiro Caderno estudaremos a questo da diversidadenacional, que, como veremos, pode ser expressa de diferentesformas.

    Iniciaremos nossa reflexo considerando a diversidade musicalde nosso pas com a leitura e discusso da msicaParatodos, deChico Buarque.

    Muitas composies de Chico Buarque tm como temas pre-diletos as questes tpicas dos seres humanos: o amor, as perdas, aspaixes, a tristeza e a saudade, entre outros. Ele tambm escreveumuitas letras sobre o Brasil e a realidade nacional, e tanto fez crticas

    como elogios ao nosso pas.Paratodos, por exemplo, expressa adiversidade de estilos e de pessoas ligadas msica brasileira, almde abordar a diversidade que pode existir dentro de cadaum de nse que aparecej na primeira estrofe.

    Copie no espao a seguir a letra da msicaParatodos.Chico Buarque de Holanda.

    Leitura e Anlise de Texto

    Paratodos

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    Sociologia - 2 srie - Volume 1

    ~ 1

    a) Zez Di Camargo e Luciano; b)Jair Rodrigues; c) Roberto Carlos, d) Gilberto Gil; e) Zeca Baleiro.

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    Sociologia - 2i ! srie- Volume 1

    Com base na leitura da letra da msica, escreva:

    1. O nome dos cantoresas) eco rnpositoresfas) que voc conhece e que so citados.

    2. A cidade e o Estado de nascimento deles.

    3. O estilo de msica que esses msicos cantam ou compem.

    4. Elabore uma lista com os mesmos dados (nome, cidade e Estado de nascimento e estilo demsica) dos cantores que aparecem nas fotos.

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    Sociologia - 2a srie - Volume 1

    PESQUISA INDIVIDUAL

    Voc sabe o nome do Estado e da cidade de nascimento de seus cantores prediletos? Faauma pequena pesquisa sobreeles e descubra um pouco mais a respeito da diversidadenacional.

    Exerccio

    1. Como afirmamos anteriormente, a diversidade social brasileira podeser expressa de diferen-

    tes formas. Veja nas imagens, a seguir, como h uma grande diversidade no s entre as regies,mas at em um mesmo municpio. Escreva um pequeno texto comentando as diferenas quevoc observou.

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    Avenida Brigadeiro Faria Lima com Avenida Cidade Jardim, So Paulo, SP dez/2007.

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    gr - - -- - - - -- - - - - - - - -~~2;o! :

    ~

    Vista panormica da cidade de Tiradentes, Minas Gerais.

    Periferia da cidade de So Paulo, 2006.

    Nosso objetivo discutir essa diversidade social usando tambm as tabelas apresentadas a seguir,que contm dados a respeito das condies de vida da populao: rendimento, acesso educao,ao saneamento e energia eltrica, para o Brasil e as grandes regies (Norte, Nordeste, Centro-Oeste,Sudeste e Sul). Anote as explicaes de seu professor para cada uma das tabelas a seguir.

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    1. Famli as por classes de rendimento mdio m ensal familiar

    Famlias por cl asses de rendimento mdio mensal famil iar (%) -1999

    Br asil eAt' 2 Mais de Ma is de 5

    Mais deMa is de Sem

    Grandes, . ,; ;e. ,

    2a5sm al0sm10 a20

    20sm RendimentoRegies

    sm * \'- ~ sm

    Brasil' 27,6 32,2 18,6 9,9 5,9 3,5

    N ort e' 29,2 34,9 17,0 8,6 4,3 5,4

    No rdeste 47,5 29,7 9,2 4,4 2,7 4,2

    S udeste 17,7 32,2 23,5 13,0 7,8 3,1

    S u l 22,2 34,5 21,7 11,3 6,4 2,6

    Cen tr o -Oeste 26,7 35,0 17,9 9,2 6,5 3,41 Exclusive a populao rural de Rondnia, Acre, Amazonas, Roraima, Par e Amap.

    2 Exclusive a populao rural. J* sm: salrios mnim os. ~

    Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios 1999 [CD-RO M}. Microdados. Rio de Janeiro: IBGE, 2000.

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    2. Ed ucaro - Taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais de idade (por sexo)

    ~.te':~~~.rio

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    3. Sa neamento e luz el trica - Domiclios por condio de saneamento e luz e ltr ica

    Br asi l e .gua can alizadaEsgoto e fossa

    Gr andes e rede geral de Lixo coletado Luz eltr icaRegies distribuio

    sptica

    BrasiP 76,1 52,8 79,9 94,8

    Norte" 61,1 14,8 81,4 97,8

    Nordeste 58,7 22,6 59,7 85,8

    Sudeste 87,5 79,6 90,1 98,6

    Sul 79,5 44,6 83,3 98,0

    Centro-Oeste 70,4 34,7 82,1 95,0

    I Exclusive a populao rural de Rondnia, Acre, Amazonas, Roraima, Par e Amap.2 Exclusive a populao rural.

    Fonte: Pesqu isa Naciona l por Amos tra deDomi clios 1999 [CD-ROM ). Microdados. Rio de Janeiro: IBGE, 2000.

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    Procure esses mesmos dados ou outros semelhantes, sobre a sua cidade. Essas informaes

    podem ser obtidas no site de sua prefeitura, no da Fundao Seade : ou no do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE): . A

    Fundao Seade o rgo do governo do Estado de So Paulo responsvel por pesquisar e analisaros principais dados estatsticos do nosso Estado. Possui os dados mais abrangentes e diversificados

    sobre os municpios paulistas. J o IBGE responsvel por pesquisar sobre o Brasil . Caso vocmore perto da prefeitura de sua cidade, no custa nada dar uma passadinha l para conversar com

    os funcionrios e conseguir os dados pessoalmente. (Acessos em: 21 out. 2010).

    No espao a seguir, voc pode anotar os dados mais relevantes de sua pesquisa e fazer uma anlise

    crtica.

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    r - - - - - - - - - - - - - - - - -

    II

    Il------ -- -------- - ----- -- ----- - ------13

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    VOC APRENDEU? >

    Para verificar se realmente aprendeu o que seu professor trabalhou em sala, responda:

    1. Em termos de rendimento mdio mensal familiar, qual a regio que tem a maior porcenta-gem de famlias commenor rendimento mdio mensal, e qual a que possui a maior porcen-tagem de famlias commaior rendimento mdio mensal?

    2. Pelos dados das famlias cujos ganhos variam de mais de 5 a 10 sm, qual a regio que mais seaproxima da mdia nacional?

    3. Em relao taxa de analfabetismo, qual a regio que apresenta, em termos mdios, as taxasmais altas? E qual apresenta as taxas mais baixas?

    4. O que pode ser dito a respeito da taxa de analfabetismo segundo o sexo das pessoas?

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    5. Segundo os indicadores das condies de saneamento (gua canalizada e rede geralde distri-buio, esgoto e fossa sptica e lixo coletado) e luz eltrica, quais so as regies que esto em

    melhor situao e qual est em pior?

    6. A situao brasileira quanto ao acesso a saneamento bsico a mesma para todas as regies?Explique sua resposta.

    APRENDENDO A APRENDER

    Ter conscincia da diversidade social brasileira importante para todos ns. Muitasvezes, a grande diversidade que existe entre regies ou no interior de uma mesma regio encoberta pelos dados estatsticos. Uma forma de tomar conscincia disso no nosso dia adia prestar ateno nas tabelas que so colocadas nos jornais e revistas. A partir delas,

    convm sempre verificar as diferenas para mais e para menos nos dados das diferentesregies do pas em relao mdia nacional, ou entre diferentes Estados para umamesma regio, ou mesmo no interior de um Estado ou cidade.

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    I II

    III

    rI ~ PA RA SA BE R M A IS

    Gostou de conhecer um pouquinho melhor o nosso pas? Quer saber mais? Acesse ositeda prefeitura de suacidade ou o da Fundao Seade: ou odo IBGE: . Neles voc encontrar muitas informaes. AFundao Seade o rgo responsvel pela elaborao das principais pesquisas estatsticaspara o nossoEstado. J o IBGE responsvel pelos dados estatsticos para todo o Brasil.No sitedo IBGE tem uma seo dedicadaavoc-o IBGE teen.Acessos em: 21 out. 2010.

    Gostou da msicade Chico Buarque? Voc encontrar mais informaes sobre estecompositor,no site .Disponvel em: .Acesso em: 23 set. 2010.

    ~~)l__ _~""""""",,,,,,,,,,,,,==

    o q u e eu aprevcd! ...

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    -

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    o qu e eu apreod! ...

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    G SITUAAo DE APRENDIZAGEM 2I,. O ESTRANGEIRO DO PONTO DE VISTA SOCIOLGICO

    Nesta Situao de Aprendizagem o objetivo estabelecer uma reflexo sobre a migrao no Brasila partir de uma reflexo sobre a prpria famlia. Quase todos ns somos descendentes de estrangeiros,sejam eles asiticos, africanos ou europeus. Dificilmente um jovem ter apenas antepassadosindgenas.O Brasil um pas de grande miscigenao. Para verificar isso, organizem-se em grupos e troqueminformaes a respeito de suas respectivas famlias no que se refere migrao.

    Emigrante: Que ou quem emigra; emigrado.

    Emigrar: Deixar um pas para estabelecer-se em outro. Sair (da ptria) para residir emoutro pas.

    Imigrante: Que ou pessoa que imigra.

    Imigrar: Entrar (num pas estranho) para nele viver.

    Migrante: Que ou quem migra.

    Migrar: Mudar periodicamente ou passar de uma regio para outra, de um pas para outro.

    Dicionr io Au r li o da L ngua Por tuguesa. 5. ed . Verso em CD-ROM. Cur itiba: Po sitivo , 2010.

    Eis um roteiro para a sua discusso em sala. No se esquea de anotar as respostas noseu Caderno:

    A minha famlia j migrou, emigrou ou imigrou?

    H quanto tempo ela est aqui (bairro, cidade, pas)?

    O que eu sei sobre o passado da minha famlia?

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    Depois, conte para os colegas do prprio grupo o que voc sabe sobre sua famlia.

    Muitos so os autores que tratam o tema da migrao,imigrao e emigrao. Um deles foi o socilogo alemo GeorgSimmel (1858-1918). Ele discutiu especificamente a figurado estrangeiro e sua relao com o novo grupo. Para Simmel,

    o estrangeiro no era o simples viajante.IlGeorg Simmel

    , , ~ - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -1. Voc pode explicar quem foi Simmel? Aproveite para anotar no espao a seguir o que seu pro-

    fessor diz sobre a vida de Simmel.

    2. Para Simmel, qual a diferena entre o estrangeiro e o viajante?

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    3. Segundo ele, os estrangeiros so semprevistos como parte do grupo?

    Leitu r a e Anlise de Texto e Imagem

    No Brasil, at 1850, mais Importante do que a imigrao estrangeira espontneana composio do povo brasileiro, foi a chegada forada de milhes deafricanos. Operfil daimigrao no nosso pas variou com o passar do tempo, mas a maioria dos imigrantes veioda Itlia, Espanha e Portugal, portanto, do sul da Europa. Vrias so as questes que vm nossa mente quando di s cutimos o t e rna da mig rao, corno : Po r que as p e ssoas m igram ?

    Entre tantas naes, por que muitos escolheram o Brasil? Ser que aqui encontraram o queesperavam? Oque eles pensavam sobre o Brasil?

    Os textos e imagens a seguir nos ajudaro a refletir a esse respeito.

    Italianos recm-chegados Hospedaria dos Imigrantes, So Paulo, ca. 1900.

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    Imagem de passaporte de famlia de imigrantes.

    II

    Colonizao alem: colnia Santa Isabel (ES) - atual municpio deDomingos Martins, ea. 1870.

    Texto 1

    "Por que as pessoas migram? Eis uma pergunta tradicional que nunca recebeuuma resposta completa, mas que deu ensejo a muitas publicaes e debates. A questobsica envolve o peso dos fatores de expulso ou de atrao e a maneira como se equilibram.Para comear, deve-se dizer que a maioria dos migrantes no deseja abandonar suas casasnem suas comunidades. Se pudessem escolher, todos - com exceo dos poucos que anseiampor mudanas e aventuras- permaneceriam em seus locais de origem. A migrao, portanto,no comea at que as pessoas descobrem que no conseguiro sobreviver com seus meiostradicionais em suas comunidades de origem. Na grande maioria dos casos, no logram

    2 l

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    permanecer no local porque no tm como alimentar-se nem a si prprias nem aseus filhos.Num nmero menor de casos, d-se a migrao ou porque as pessoas so perseguidas por

    sua nacionalidade - como as minorias dentro de uma cultura nacional maior - ou seu credoreligioso minoritrio (dos judeus aos menonitas e aos dissidentes da Igreja russa ortodoxa) atacado pelo grupo religioso dominante.

    Uma vez que as condies econmicas constituem o fator de expulso mais importante, essencial saber por que mudam as condies e quais so os fatores responsveispelo agravamento dasituao crtica que afeta a capacidade potencial dos emigrantes deenfrent-Ia. Nessa frmula, trs fatores so dominantes: o primeiro o acesso terra e,

    portanto, ao alimento; o segundo, a variao da produtividade da terra; e o terceiro, onmero de membros da famlia que precisam ser mantidos.Na primeira categoria esto asquestes que envolvem a mudana dos direitos sobre a terra, suscitada via de regrapela variao da produtividade das colheitas, causada, por sua vez, pela modernizaoagrcola em resposta ao crescimento populacional. Nas grandes migraes dos sculos XIXe XX - poca em que chegaram Amrica mais de dois teros dos migrantes -, o que defato contava era uma combinao desses trs fatores."

    KLEIN, Herbert S. Migrao internacional na histria das Amricas. In: FAUSTO, Boris. Faz er a Amrica?A imigrao em massa para a Amrica Latina. So Paulo: Edusp, 2000. p. 13-14.

    "Descrio da terra de Cocanha, 1606" Discritione dei paese di cuccagna (terra dafartura), tcnica mista de "torchio" (prensa) e colorao final mo, 1606. In:Capa do disco M rica, Mri ca = cantOSpopulares da imigrao italiana.

    rI

    ,

    Alegoria de 1606, que mostra o imaginrio europeusobre a Amrica, onde os rios iIo de vinho, as montanhas so de ouro, as chuvas so de prolas. Nesse lugar, quemganha mais quem trabalha menos.

    Na Europa, era muito comum cantar msicas que enalteciam as virtudes do Brasil,como os dois pequenos trechos a seguir:

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    "Vamos para a Amrica

    Naquele belo BrasilAqui ficam os nossos ricos senhoresA trabalhar a terra com a enxadaI [...."

    LMsica italiana tirada deLa grande Immigr azione, de EmilioFranzina. Veneza: Marslio Edirori, 1976. p. 204.-

    "O carro j est em frente porta,

    Partimos com a mulher e filharada,Emigramos para a terra prometida,Ali se encontra ouro como areia.Logo, logo estaremos no Brasil."

    Msica alem tirada do livro O imigrant e alemo, de CarlosF o uqu e t , So Paulo: Instituto Hans Staden, 1974. p. 82.

    Texto 2

    Esse era o imaginrio a respeito da Amrica que prevalecia na Europa desde o sculoXVI e que, a partir de meados do sculo XIX, serviu de atrativo para grande parcela dapopulao camponesa de vrios pases europeus. preciso, contudo, entender as condies devida dessa populao em um continente que passava por muitas transformaes decorrentesda transio da economia feudal para a economia capitalista, e do desenvolvimentodaindustrializao. Segundo Zuleika Alvim (Imigrantes: a vida privada dos pobres do campo.In: NOVAIS, Fernando A. (Org.). Histria da vidaprivada no Brasil - Repblica: da Bellepoque Era do Rdio. So Paulo: Companhia das Letras, 1998. p. 219-220), em linhasgerais, podemos apontar os seguintes fatores para esse processo histrico:

    1 . Concentrao da terra nas mos de poucos proprietrios, expulsando os trabalhadoresrurais do campo;

    2. Endividamento dos pequenos proprietrios rurais devido s altas taxas de impostos

    sobre a propriedade, o que levava solicitao de emprstimos;3. Dificuldade do pequeno proprietrio de enfrentar a concorrncia da oferta de produtosa preos inferiores por parte dos grandes proprietrios;

    4. Grande concentrao dessa populao expulsa do campo nas cidades, criando umareserva de mo de obra para a indstria nascente;

    5. Impossibilidade de absoro, especialmente na Itlia e na Alemanha, de todos essestrabalhadores pela indstria;

    6. Acentuado crescimento demogrfico, com a populao europeia aumentando duasvezes e meia;7. Desenvolvimento tecnolgico, com a mquina substituindo o trabalho do homem.

    Entretanto, o sonho de "fazer a Amrica" no era to facilmente realizado. A vida dessesimigrantes foi marcada, especialmente no seu incio, por muito trabalho, dificuldades de adaptao lngua, costumes e hbitos diferentes. Alm disso, no s traziam consigo os preconceitos dospases de origem, como tambm sofriam preconceitos, reproduzindo aqui as vises negativas que

    opunham alemes do norte ao sul, italianos setentrionais a italianos meridionais, alemes a po-loneses, italianos a japoneses (ALVIM, 1998, p. 269).Elaborado especialmente para o So Paulo foz escol a.

    2 3

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    Sociologia -2 > 1 srie - Volume 1

    Com base na aula, nas imagens e na leitura dos textos responda as seguintes questes:

    1. Por que aspessoas migram?

    2. Por que muitos ficam e no voltam?

    24

    S i l i 2 i l 1

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    3. O que levou as pessoas a sarem da Europa? No texto 1, falou-se em perseguio, mas persegui-o do qu? De quem? Voc pode dar outros exemplos, alm dos mencionados no texto, tendo

    em conta a situao de hoje?

    J

    Sugerimos que voc continue a discusso sobre a famlia. Mas agora o grupo deve escolher umanica famlia, de um dos seus membros, para aprofundar o tema da migrao, imigrao e emigrao.Faa, junto com os demais elementos do grupo, uma pequena pesquisa de campo com a famlia doaluno escolhido para compreender o tema da mudana. Juntos, entrevistem as pessoas que podemdar explicaes sobre o passado da famlia: s vezes so os avs, os tios ou mesmo os pais. Enfim,construam uma narrativa da histria de migrao de uma fomlia e apresentem para a classe.

    A seguir esto algumas sugestes de perguntas que podero nortear sua pesquisa.

    1. Voc sabe como se deu a emigrao, a imigrao ou a migrao na sua famlia?

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    2. O que sabiatm) da cidade/Estado/ou pas de destino?

    3. H quanto tempoesto) no lugar (bairro, cidade, pas)?

    4. Ainda se sentem) estrangeiro(s)? Tem vontade de voltar?

    5. J pde (puderam) voltar ao local de origem? Se sim, como fo i essa volta?

    6. J sentiu (sentiram) vontade de voltar para o lugar de origem? Se sim, por que ficou (ficaram)?

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    7. Por que voltou (voltaram) para o local de origem? (caso seja emigrao)

    rSe no seu grupo no houver nenhum jovem cuja famlia tenha se mudado de pais, Estado,

    I bairro ou cidade, voc pode fazer a pesquisa escolhendo alguma famlia da vizinhana que noII esteja h muito tempo na regio. )1\ ~ - - ~ - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -- -'

    VOCAPRENDEU?

    1. Quem foi Georg Simmel?

    2. Explique como eleanalisou a figura do estrangeiro.

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    g

    3. Explique a partir da leitura dos textos sobre emigrao europeia, por que, de repente, muitaspessoas deixaram os campos e foram morar nas cidades.

    4. Com base nas msicas cantadas na poca da imigrao, nas fotos de imigrantes e na discussoem sala, explique se a imagem idealizada pelos europeus estava de acordo com a realidade aquiencontrada.

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    APRENDENDO A APRENDER

    Uma forma muito gostosa de saber mais ir aum museu. Em muitas cidades do Estadode So Paulo h museus que contam a histria da imigrao, como em Jundia, Holambra,Santa Brbara D'Oeste, entre outras. Na sua prpria cidade, ou numa cidade vizinha, podeexistir um museu de imigrao. Vale a pena visita-los. A cidade de So Paulo tem um muitoimportante, que o Memorial do Imigrante, localizado na antiga Hospedaria dos Imigrantes,

    e tambm h o Centro de Tradies Nordestinas(CTN).

    Alm de ser um passeio agradvel, voc aprende mais sobre a sua histria.

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    I ~ PA RA SA BE R M AISI Sites

    CENTRO de Tradies Nordestinas (CTN). Disponvel em: .Acesso em: 23 set. 2010. Traz muitas informaes interessantes sobre os nordestinos emSo Paulo.

    MEMORlAL do Imigrante. Disponvel em: .Acesso em: 23 set. 2010. Pode ajudar muitos descendentes deimigrantes a descobrir umpouco mais sobre sua origem.L

    o qu e eu aprercd i ...

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    o SITUAO DE APRENDIZAGEM 3! A FORMAO DA DIVERSIDADE

    Grup o d e ado lesc e nt e s d e di ve rsas n ac ionalidad es .

    1. A imagem mostra jovens de diferentes origens usandocalas jeans, que uma roupa tipicamenteocidental. Escreva um breve texto que discuta o uso do jeans pelos jovens e os processos deaculturao e assimilao, tomando como base as explicaes de seu professor.

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    o termo outsider no tem uma traduo muito fcil para a lngua portuguesa.Literalmente, significa"de fora", ou seja, algum que veio de outro lugar e no membrooriginal do grupo, no se encaixa muito bem nele. Mas dizer em portugusele um "defora" ou algum fora do grupo soa um tanto quanto estranho aos nossos ouvidos. por issoque o termo no traduzido e usa-se a expresso em ingls.Estabelecidosrefere-se aos mo-

    radores no bairro mais antigo da cidade, aqueles que estavam mais integrados. J

    2. Descreva brevemente a vida de Norbert Elias e relacione-a a sua anlise sobre os estabelecidose os outsiders.

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    LIO DE CASA

    Na Situao de Aprendizagem2 voc fez um trabalho sobre a histria de migrao de uma famlia.Agora o trabalho deve dar continuidade ao anterior. O objetivo trabalhar aq u es t o d a a d ap ta onova real idadee do e str an ha m en to a nte a n ov a r ea lid ad e,seja a mudana de bairro, de cidade, de Estadoou de pas. Nem sempre a mudana fcil. Na maioria das vezes ela envolve adaptao e concesses.Isso se reflete na vida cotidiana das pessoas, nos seus hbitos, nas maneiras de ser e de agir. Voc podemanter os mesmos grupos e a mesma famlia da pesquisa anterior. Descubra astenses da migrao

    para eles.

    Sugerimos os seguintes pontos a ser abordados:

    1. Religio: o grupo poderia perguntar como foi possvel a manuteno de determinada religioou se houve converso de vrias pessoas da famlia a outra religio.

    2. Lngua (grias): a lngua tambm importante no momento da migrao, seja como facilitadorda integrao, seja como um elemento que a atrapalha. Voc pode fazer uma lista de palavrasque at hoje so usadas pela famlia e de outras novas, que no conheciam ou conheciam poroutro nome. Por exemplo, mandioca/aipim, abbora/jerimum etc.

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    3. Alimentao: a alimentao s vezes pode ser um dos elementos mais complicados emqualquer adaptao. Pea para as pessoas entrevistadas falarem sobre:

    a) Os tipos de alimentos: voc pode perguntar, entre outras coisas, sobre o consumo de carne. Porexemplo: coreanos: carne de cachorro; franceses: carne de cavalo; chineses: ratos, escorpies, certostipos de barata. Entre os prprios brasileiros, dependendo da regio, h consumo de diferentesanimais: o bode, em muitas localidades do Nordeste; jacar mato-grossense, i, a fmea daformiga sava nas regies Norte e Centro-Oeste etc. Ou aborde ainda outros tipos de alimentos.

    b) Pergunte seeles ainda consomem produtos ou alimentos de seu lugar de origem ecomofazem paraadquiri-los,

    c) As adaptaes de antigas receitas e a incorporao de novas: no deixe de pedir uma lista

    de alimentos e pratos que hoje comem e que no comiam ou nem conheciam, bem como denovas receitas que foram introduzidas na alimentao da famlia.

    4. Costumes: voc pode fazer perguntas sobre: vesturio, formas de casamento, brincadeiras,festas tpicas, danas, maneira de se cumprimentar etc.

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    5. Histrias de famlia: pergunte tambm a respeito das histrias de famlia. Histrias pitores-cas, engraadas ou tristes da adaptao das famlias/pessoas ao novo lugar.

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    Deixamos um espao para outros temas que queiraabordar e que no foram aqui sugeridos.

    [OC APRENDEU?

    1. Aculturao sinnimo de assimilao?Por qu?

    2. Explique a relao entre mudana cultural e aculturao.

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    3. Por que os estabelecidos se viam como melhores do que osoutsidersem Winston Parva?

    APRENDENDO A APRENDER

    Muitas vezes as discusses em sala de aula parecem distantes de nossa realidade. E svezes at so. Entretanto, em outras, saber mais sobre a histria da nossa famlia ajuda arefletir sobre questesmais amplas. Conversar com pais, parentes e avs sobre ahistria dafamlia pode ajudar a compreender certos acontecimentos mais gerais. Como, por exemplo,perceber que o desemprego de seu pai coincidiu com um perodo de recesso da economia,entre muitos outros. Isso nos ajuda a ver o mesmo fato sob um outro ngulo. Esse tipo deconversa, alm de ser muito interessante, pois nos aproxima de nossos pais e de nossahistria, tambm pode nos ajudar a compreender diversas situaes que marcaram oumarcam a histria do nosso pas.

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    PA RA SA BER M AIS

    Indicamos osite Rumo tolerncia. Disponvel em:

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