caderno de segurança (epi e epc)

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Técnico em Segurança do Trabalho Rildo Duarte de Azevedo Filho 2014 Equipamentos de Proteção Individual e Coletiva

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Segurança do trabalho

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Page 1: Caderno de Segurança (EPI e EPC)

Técnico em Segurança do Trabalho

Rildo Duarte de Azevedo Filho

2014

Equipamentos de Proteção Individual e Coletiva

Page 2: Caderno de Segurança (EPI e EPC)
Page 3: Caderno de Segurança (EPI e EPC)

Presidenta da República Dilma Vana Rousseff Vice-presidente da República Michel Temer Ministro da Educação José Henrique Paim Fernandes Secretário de Educação Profissional e Tecnológica Aléssio Trindade de Barros Diretor de Integração das Redes Marcelo Machado Feres Coordenação Geral de Fortalecimento Carlos Artur de Carvalho Arêas Coordenador Rede e-Tec Brasil Cleanto César Gonçalves

Governador do Estado de Pernambuco João Soares Lyra Neto

Secretário de Educação e Esportes de

Pernambuco José Ricardo Wanderley Dantas de Oliveira

Secretário Executivo de Educação Profissional

Paulo Fernando de Vasconcelos Dutra

Gerente Geral de Educação Profissional Luciane Alves Santos Pulça

Coordenador de Educação a Distância

George Bento Catunda

Coordenação do Curso Manoel Vanderley dos Santos Neto

Coordenação de Design Instrucional

Diogo Galvão

Revisão de Língua Portuguesa Eliane Azevedo

Diagramação

Roberta Cursino

Page 4: Caderno de Segurança (EPI e EPC)

INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 3

1. COMPETÊNCIA 01 | CONHECER O CONCEITO E OS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO

INDIVIDUAL E COLETIVA ........................................................................................................... 5

1.1 Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) .............................. 6

1.1.1 EPC nas Instalações Elétricas ................................................ 7

1.1.2 EPC em Máquinas e Equipamentos ...................................... 8

1.1.3 EPC na Construção Civil ........................................................ 9

1.2 Equipamentos de Proteção Individual (EPI) ........................... 10

1.2.1 EPI para Proteção da Cabeça .............................................. 13

1.2.2 EPI para Proteção dos Olhos e Face .................................... 14

1.2.3 EPI para Proteção Auditiva ................................................. 15

1.2.4 EPI para Proteção Respiratória ........................................... 16

1.2.5 EPI para Proteção do Tronco .............................................. 16

1.2.6 EPI para Proteção dos Membros Superiores e Inferiores .... 17

1.2.7 EPI para Proteção do Corpo Inteiro .................................... 18

1.2.8 EPI para Proteção contra Quedas com Diferença de Nível . 19

2. COMPETÊNCIA 02 | IDENTIFICAR E UTILIZAR CORRETAMENTE EQUIPAMENTOS DE

PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA DE ACORDO COM A NATUREZA DO RISCO DE ACIDENTE

DE TRABALHO ......................................................................................................................... 22

3. COMPETÊNCIA 03 | AVALIAR E MONITORAR A QUALIDADE E ESPECIFICIDADES DOS EPI E

EPC .......................................................................................................................................... 29

3.1 Certificado de Aprovação (CA) ............................................... 30

CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................................... 34

REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 35

Sumário

Page 5: Caderno de Segurança (EPI e EPC)

3 Equipamentos de Proteção Individual e Coletiva

INTRODUÇÃO

Caro estudante,

Como futuros profissionais de segurança do trabalho, sabemos que os riscos

ocupacionais devem ser controlados. Se não tivermos a possibilidade da

eliminá-los por completo, devemos ao menos minimizar suas consequências

ao nosso trabalhador. O controle dos riscos será realizado após a avaliação,

conforme determina a Norma Regulamentadora nº 9 (NR9), e as medidas

serem tomadas para efetuar a intervenção decorrem de questões

administrativas, do uso das proteções coletivas e das proteções individuais.

O SESMT (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do

Trabalho), organização de que você fará parte, é responsável pela

determinação deste controle.

A nossa disciplina irá abordar as duas últimas medidas de controle, as

proteções coletivas e as individuais, ações que boa parte dos profissionais

técnicos julga como de simples aplicação, mas veremos no decorrer do curso

que esta determinação demandará muito esforço e entendimento das

normas.

Na primeira competência, abordaremos os conceitos e definições das

proteções coletivas (EPC) e individuais (EPI). Veremos que há apenas uma

norma específica para as proteções individuais, porém você irá observar que

faremos referências a outras normas e outras fontes de informação.

Na segunda competência, iremos analisar como são determinados controle

dos riscos, quais os parâmetros que utilizaremos para definirmos a proteção

específica para o risco em estudo. Também nesta competência, verificaremos

como são utilizadas essas proteções e como são realizados os treinamentos

específicos para os trabalhadores.

Page 6: Caderno de Segurança (EPI e EPC)

4 Técnico em Segurança do Trabalho

Na terceira e última competência, faremos a abordagem de como são

avaliadas e monitoradas os EPI e EPC. Este último passo é um dos mais

importantes para o sucesso do controle dos riscos ocupacionais e, nos dias

atuais, pois poucos são os profissionais que têm esta preocupação.

Então, caro técnico, tenhamos todos um bom curso!

Rildo Duarte de Azevedo Filho

Page 7: Caderno de Segurança (EPI e EPC)

5 Equipamentos de Proteção Individual e Coletiva

Competência 01

1. COMPETÊNCIA 01 | CONHECER O CONCEITO E OS

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA

Nesta competência, iremos abordar os conceitos das proteções individuais e

coletivas e quais as normas que podemos utilizar para as determinações.

Vocês devem observar que há pouco embasamento legal, então, o que

norteará o seu trabalho, muitas vezes, será a vivência prática.

A Norma Regulamentadora nº 4 do Ministério do Trabalho e Emprego

determina que uma das atribuições do SESMT é:

Aplicar os conhecimentos de engenharia de segurança e de medicina do trabalho ao ambiente de trabalho e a todos os seus componentes, inclusive máquinas e equipamentos, de modo a reduzir até eliminar os riscos ali existentes à saúde do trabalhador.

Portanto, é nossa função esgotar todas as possibilidades de eliminação dos

riscos ocupacionais existentes no ambiente de trabalho. Mas, para que isso

ocorra, devemos agir na prevenção de acidentes e/ou doenças ocupacionais.

Por este motivo, você será conhecido como Profissional Prevencionista.

Diante disso, teremos que tomar algumas ações, conhecidas como MEDIDAS

DE CONTROLE. Como medidas de controle, temos: Proteções Coletivas,

Medidas Administrativas e Proteções Individuais, nesta ordem de priorização.

O controle dos riscos e a eliminação da insalubridade são viáveis do ponto de

vista legal, desde que seja comprovada tecnicamente a eliminação ou

neutralização dos agentes, que deve ocorrer seguindo a hierarquia de

controle abaixo:

1 – Na fonte;

2 – Na trajetória;

Page 8: Caderno de Segurança (EPI e EPC)

6 Técnico em Segurança do Trabalho

Competência 01

3 – No receptor do agente (o trabalhador).

As duas primeiras, geralmente, irão demandar um estudo de engenharia,

porém muitas empresas não tomam certas ações. A última, o controle do

risco no receptor, requererá ações administrativas, como rodízios de função,

pausas programadas, redução do tempo de exposição, além da utilização do

Equipamento de Proteção Individual.

1.1 Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC)

Os Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) devem ser utilizados para a

eliminação do agente do risco ocupacional na sua fonte ou na trajetória de

propagação, a fim de proteger todos os trabalhadores expostos a situações

periculosas. Esta será a primeira ação que o profissional técnico deverá tomar

quando reconhecer o risco no ambiente de trabalho. Não há uma norma

específica definindo os EPC, mas eles estão espalhados por boa parte das

Normas Regulamentadoras.

Para determinação de qual proteção coletiva deverá ser adotada no controle

do risco, há a necessidade de ser realizada uma avaliação previamente, quer

seja QUANTITATIVA ou QUALITATIVA.

Para execução de uma Proteção Coletiva é necessária a elaboração de um

projeto de execução, detalhando todas as etapas do EPC, elaborado por um

profissional legalmente habilitado.

A ausência da proteção coletiva é considerada uma situação em grave e

iminente risco, conforme a NR3, passível de embargo ou interdição.

Caro estudante, nos próximos itens, iremos exemplificar alguns tipos de EPC

em diversas atividades.

Avaliação QUANTITATIVA é a

mensuração do risco. Para tal, você deve quantificar o

agente no ambiente utilizando

equipamentos de medição

apropriados. A Avaliação

QUALITATIVA é a observação das

características do ambiente e da

atividade, verificando a

presença do agente nocivo.

“Considera-se grave e iminente

risco toda condição ou situação de

trabalho que possa causar acidente ou doença relacionada

ao trabalho com lesão grave à

integridade física do trabalhador.”

(Fonte: http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812DC56F8F012DCD20B10A1691/N

R-03%20(atualizada%

202011).pdf)

Page 9: Caderno de Segurança (EPI e EPC)

7 Equipamentos de Proteção Individual e Coletiva

Competência 01

1.1.1 EPC nas Instalações Elétricas

As proteções coletivas nas instalações elétricas são tratadas como ações

prioritárias dentro da Norma Regulamentadora nº 10 (NR10). Essas proteções

compreendem prioritariamente a desenergização das instalações. Caso não

seja possível, deverá ser utilizada tensão de segurança.

Na impossibilidade da implementação de uma destas duas ações, a norma

determina, em seu item 10.2.8.2.1, que devem ser adotadas as seguintes

proteções coletivas:

Isolação das partes vivas: é a utilização de materiais não condutores,

com a função de isolar os condutores ou outras partes da estrutura

energizadas;

Imagem 01 – Isolação das partes vivas Fonte: http://guitac.blogspot.com/2012/04/10_21.html

Obstáculos e barreiras: têm a função de impedir a aproximação física

acidental das partes energizadas;

Sinalização: tem a função de advertir e identificar a razão da atividade

realizada, assim como o responsável pela ação;

Page 10: Caderno de Segurança (EPI e EPC)

8 Técnico em Segurança do Trabalho

Competência 01

Imagem 02 – Sinalização em instalações elétricas Fonte: http://segurancadotrabalhonwn.com/placas-de-sinalizacao-de-seguranca-do-trabalho-3/

Sistema de seccionamento automático de alimentação: promove a

descontinuidade elétrica total, a partir do acionamento de

equipamentos apropriados;

Bloqueio do religamento automático: tem a função de manter,

mecanicamente, um dispositivo de manobra fixa numa mesma posição.

Geralmente são utilizados cadeados.

Imagem 03 – Bloqueio do religamento Fonte: http://www.seton.com.br/trava-para-disjuntores-extragrandes-69970.html

1.1.2 EPC em Máquinas e Equipamentos

A Norma Regulamentadora nº 12, que trata de proteções em máquinas e

equipamento, passou por uma grande reformulação em 2010, com alterações

principalmente nos itens de proteção de coletiva das máquinas e

Page 11: Caderno de Segurança (EPI e EPC)

9 Equipamentos de Proteção Individual e Coletiva

Competência 01

equipamentos. Desse modo, a NR ganhou 12 anexos elevando o nível de

detalhe dos itens de segurança básica.

Temos como exemplos de itens de proteção coletiva em máquinas e

equipamentos: dispositivos de acionamento, partida e parada; dispositivo de

parada de emergência; sinalizações; proteções de partes móveis.

Imagem 04 – Proteção de partes móveis Fonte: http://gesttech.com.br/adequacao_em_elevadores.html

1.1.3 EPC na Construção Civil

Na Construção Civil, há a necessidade de elaboração de um PCMAT (Programa

de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção)

quando houver a partir de 20 colaboradores em uma obra de construção civil.

Neste programa, é exigido Projeto de Proteção Coletiva, responsável por

descrever todos os itens de proteção necessários na obra. Esse Projeto deve

ser elaborado por um Engenheiro responsável com recolhimento de ART

(Anotação de Responsabilidade Técnica), emitida pelo CREA (Conselho

Regional de Engenharia e Agronomia).

Há várias atividades na construção civil que podemos aplicar as proteções

coletivas, como exemplo: escavações, andaimes, instalações elétricas,

trabalho em altura, em serviços em telhados, dentre outros.

Page 12: Caderno de Segurança (EPI e EPC)

10 Técnico em Segurança do Trabalho

Competência 01

Imagem 05 – Escoramento de proteção em escavação Fonte: http://paulochianezzi.blogspot.com/2011/07/sistemas-de-protecao-em-escavacoes.html

1.2 Equipamentos de Proteção Individual (EPI)

Os Equipamentos de Proteção Individual serão a última ação que tomaremos

na eliminação dos riscos ocupacionais. Eles atuarão no receptor do agente do

risco: o trabalhador. A Norma Regulamentadora nº 6 (NR6) define o conceito

de EPI:

“...todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador,

destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde

no trabalho”.

A utilização do EPI só será obrigatória, conforme a própria NR6 determina:

a) sempre que as medidas de ordem geral não oferecerem completa proteção

contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do

trabalho. Ou seja, quando as proteções coletivas e as medidas administrativas

não alcançarem a eficácia esperada, conforme veremos na Competência 3

desta disciplina.

b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas.

Durante a implementação dos EPC, o trabalhador ainda estará exposto ao

risco, por isso se faz necessária a utilização dos EPIs, mesmo que

temporariamente.

Page 13: Caderno de Segurança (EPI e EPC)

11 Equipamentos de Proteção Individual e Coletiva

Competência 01

c) para atender a situações de emergência. Como exemplo, podemos citar a

atividade dos Bombeiros: em um sinistro se faz necessário que eles utilizem

diversos EPIs, como luvas, roupas de combate, capacetes, protetores

respiratórios, entre outros.

Para ser classificado como EPI, é necessário que o equipamento tenha um

Certificado de Aprovação (CA), expedido pelo Ministério do Trabalho e

Emprego (MTE). Este Certificado tem por finalidade determinar as

características do equipamento, os riscos que podem ser atenuados e a faixa

de atenuação. O CA será emitido pelo MTE a partir de uma avaliação de uma

empresa acreditada pelo INMETRO.

Em todo EPI deve constar o nome comercial da empresa fabricante, o lote de

fabricação e o número do CA, ou, no caso de EPI importado, além dos itens

citados, deverá apresentar o nome do importador e o lote de fabricação. A

validade do CA consta no próprio certificado.

Quando estiver em fase de aprovação da aquisição do equipamento, o

profissional responsável deverá solicitar à empresa fornecedora o envio do

certificado com as devidas informações, inclusive a data de validade.

Alguns equipamentos são tratados como EPI, porém não possuem o CA, como

por exemplo, o protetor solar. Sabemos que esse dermocosmético é eficaz no

controle da exposição à radiação solar, radiação não ionizante, porém não

conta com o certificado de aprovação emitido pelo Ministério do Trabalho e

Emprego. Sendo assim, algumas empresas utilizam isso como desculpa para o

não fornecimento.

Como visto anteriormente, não é só o EPI que atua no controle dos riscos

ocupacionais, mas há outras ações que podem ser determinadas. O protetor

solar, neste caso, é uma medida administrativa de controle.

Para pesquisa do CA do EPI, você poderá utilizar a

página do Ministério do

Trabalho. Segue link para consulta:

http://www3.mte.gov.br/sistemas/caepi/PesquisarCAInter

netXSL.asp

Page 14: Caderno de Segurança (EPI e EPC)

12 Técnico em Segurança do Trabalho

Competência 01

Além disso, caro aluno, A NR6 ainda permite que utilizemos o EPI conjugado,

definido como todo aquele composto por vários dispositivos, que o fabricante

tenha associado contra um ou mais riscos que possam ocorrer

simultaneamente.

Imagem 06 – EPI Conjugado (Capacete, protetor auditivo e protetor facial) Fonte: http://www.riograma.com.br/capacete.html

A Norma também determina que a empresa deve fornecer o equipamento

adequado ao risco, gratuitamente, e em perfeito estado de conservação e

funcionamento. Também é determinado que seja trocado imediatamente

quando danificado ou extraviado. Algumas empresas não têm essa prática da

troca imediata.

Agora, pergunto-lhe: você acha que o trabalhador ficará sem exercer suas

atividades no período que ele estiver sem o EPI quando este for extraviado ou

danificado e não for reposto imediatamente?

É óbvio que não. Infelizmente, ele continuará exercendo suas atividades,

mesmo sem condições de proteção, arriscando sua saúde e integridade física.

Por isso, a NR 06 determina que o SESMT (Serviço Especializado em

Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho) é responsável por

recomendar ao empregador o EPI adequado ao risco. Quando dimensionamos

o equipamento de proteção, devemos sempre ouvir as informações e

sugestões da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), pois os

Page 15: Caderno de Segurança (EPI e EPC)

13 Equipamentos de Proteção Individual e Coletiva

Competência 01

membros desta Comissão conhecem bem as atividades laborais, então, fica

mais fácil saber se aquele equipamento poderá causar algum transtorno

prejudicando a produção e o trabalhador.

1.2.1 EPI para Proteção da Cabeça

Os EPI que utilizamos na proteção da cabeça são para controle de alguns

agentes Físicos e de Acidentes. O capacete, por exemplo, tem como principal

finalidade a proteção contra os Riscos de Acidente, como impactos de objetos

contra o crânio, assim como existem modelos que irão proteger o trabalhado

contra choques elétricos. Também existirão modelos que protegerão contra

os Riscos Físicos, como os agentes térmicos.

Para uma boa utilização dos capacetes, devemos observar um bom ajuste na

cabeça feito pela carneira, parte interna que serve para amortecer o impacto

na cabeça do trabalhador. Também é necessária a utilização da jugular que

auxilia na fixação do capacete à cabeça.

Outro equipamento utilizado na proteção do crânio, da face e do pescoço é a

Balaclava ou Capuz. Este EPI atuará na proteção contra riscos de origem

térmica (frio e calor), respingos de produtos químicos e contra agentes

abrasivos e escoriantes.

Imagem 07 – Capacete com jugular Fonte: http://nagillaalves.blogspot.com/2011/04/tente-um-dia-abrir-mao-algo-importante.html

Page 16: Caderno de Segurança (EPI e EPC)

14 Técnico em Segurança do Trabalho

Competência 01

Imagem 08 – Balaclava para frio Fonte: http://motoxwear.com.br/loja/index.php/balaclava-cottom-100-go-ahead-1769.html

1.2.2 EPI para Proteção dos Olhos e Face

Os equipamentos que utilizaremos na proteção dos olhos e face são no

controle dos riscos Físicos, como radiações e agentes térmicos e riscos de

Acidentes.

Os óculos de proteção são os utilizados na proteção dos olhos, porém muitas

vezes são utilizados de forma inadequada. Encontraremos diversos modelos

contra impactos de partículas volantes, luminosidade intensa, radiações

ultravioleta e infravermelha.

Também temos os protetores faciais, que atuarão na proteção da face contra

impactos de partículas volantes, contra radiação infravermelha, contra

luminosidade intensa, contra riscos de origem térmica e contra radiação

ultravioleta.

Page 17: Caderno de Segurança (EPI e EPC)

15 Equipamentos de Proteção Individual e Coletiva

Competência 01

Imagem 09 – Modelos de óculos de proteção Fonte: http://irissafety.com.br/site/produtos/extra_oculos_seguranca.php

1.2.3 EPI para Proteção Auditiva

Existem, hoje no mercado, diversos protetores auditivos para auxiliar no

controle da saúde e segurança de profissionais que trabalham sob ruído. Para

determinação desses artefatos, deveremos conhecer o Nível de Redução de

Ruído (NRR) do equipamento que indica o nível de atenuação do risco que o

EPI alcança, ou seja, quanto de nível de pressão sonora chegará aos ouvidos

do trabalhador exposto a este agente físico.

Temos como exemplos de proteções auditivas os protetores moldáveis, os

pré-moldáveis e os do tipo concha.

Imagem 10 – Modelos de proteções auditivas Fonte: http://www.logismarket.ind.br/leal-seg/protetor-auditivo/2105706977-2408099864-p.html

Page 18: Caderno de Segurança (EPI e EPC)

16 Técnico em Segurança do Trabalho

Competência 01

1.2.4 EPI para Proteção Respiratória

As proteções respiratórias são utilizadas para a proteção contra agentes

químicos, na sua maioria aerodispersóides.

Há alguns tipos de EPI para este tipo de proteção, temos respirador

purificador de ar não motorizado, o motorizado, o respirador de adução de ar

tipo linha de ar comprimido e o respirador de adução de ar tipo máscara

autônoma.

Imagem 11 – Modelos de proteções respiratórias Fonte: http://tecsafety.blogspot.com/2010/10/protecao-respiratoria.html

1.2.5 EPI para Proteção do Tronco

Este tipo de proteção individual é utilizado para controle de diversos riscos: de

origem térmica, mecânica, química, radioativa, meteorológica, além de

umidade. Um exemplo é o colete à prova de balas de uso permitido para

vigilantes que trabalhem portando arma de fogo. Desde dezembro de 2013, a

atividade que envolva segurança patrimonial e pessoal é considerada

perigosa. Sendo assim, o profissional da segurança recebe adicional de

periculosidade de 30% sobre o salário base da categoria.

Page 19: Caderno de Segurança (EPI e EPC)

17 Equipamentos de Proteção Individual e Coletiva

Competência 01

Imagem 12 – Modelo de colete à prova de balas Fonte: http://portaldablindagem.com.br/coletes-balisticos-corpo-fechado-coletes-a-prova-de-balas-blindam-e-salvam-vidas.html

1.2.6 EPI para Proteção dos Membros Superiores e Inferiores

Como proteções para os membros superiores, existem as luvas, os mangotes

e as braçadeiras. Esses equipamentos atuarão tanto no controle de riscos

físicos, químicos, biológicos e de acidentes, como no controle das radiações

ionizantes, vibrações, frio, calor, agentes abrasivos, cortantes, manipulação de

produtos químicos, além de choque elétrico, entre outros.

Para proteções dos membros inferiores, temos as botas e botinas, as

perneiras e calças utilizadas para minimizar riscos físicos, químicos e de

acidente, tais como: umidade, agentes térmicos, agentes abrasivos, agentes

perfurantes e utilização de produtos químicos.

As botas de segurança também apresentam diversos modelos. Entre eles

estão: com isolante elétrico, usadas para eletricistas; botas de PVC, utilizadas

para trabalhos em ambientes úmidos; botas com biqueira de aço, PVC ou

composite para proteção dos pés contra queda de objetos.

Page 20: Caderno de Segurança (EPI e EPC)

18 Técnico em Segurança do Trabalho

Competência 01

Imagem 13 – Modelos de botas de segurança Fonte: http://www.logismarket.ind.br/leal-seg/calcados-de-seguranca/2101726935-2408098425-p.html

Imagem 14 – Modelos de luvas de proteção Fonte: http://www.logismarket.ind.br/leal-seg/luvas/2100922045-2408100210-p.html

1.2.7 EPI para Proteção do Corpo Inteiro

Muitas vestimentas não são equipamentos de proteção individual. Mesmo

atenuando alguns agentes de riscos, elas não possuem o Certificado de

Aprovação (CA). As que são homologadas no Ministério de Trabalho e

Emprego são utilizadas para o controle de agentes químicos, térmicos,

umidade e eletricidade. São utilizadas em forma de macacão e também

utilizamos vestimentas de corpo inteiro.

Page 21: Caderno de Segurança (EPI e EPC)

19 Equipamentos de Proteção Individual e Coletiva

Competência 01

Imagem 15 – Modelos de macacão de segurança Fonte: http://portuguese.alibaba.com/product-gs/man-s-orange-fire-retardant-safety-coverall-uniforms-521053058.html

1.2.8 EPI para Proteção contra Quedas com Diferença de Nível

Os EPI contra queda são os cintos de segurança. O cinto mais utilizado é o tipo

paraquedista, utilizado com 2 talabartes, o que permitirá ao trabalhador

realizar o seu deslocamento, quer seja horizontal ou vertical, de maneira

segura, sempre com um dos talabartes fixo. Outro equipamento que podemos

utilizar contra quedas é o trava-quedas que ficará fixo a uma linha de vida e

permitirá ao trabalhador o deslocamento sem que retire o talabarte. Ele

funciona similarmente ao cinto de segurança de veículos: se você fizer o teste

e puxar rapidamente o cinto do seu carro verá que ele trava. Assim funciona

este equipamento que trava em caso de queda.

Caro aluno, é preciso estar atento à colocação dos cintos, pois uma má

colocação poderá causar sérios problemas em caso de uma queda, por

exemplo. Se não houver um ajuste adequado, o cinto poderá prender a

circulação do trabalhador em uma queda, havendo a possibilidade de

ocasionar inclusive a morte.

Page 22: Caderno de Segurança (EPI e EPC)

20 Técnico em Segurança do Trabalho

Competência 01

A NR35, Trabalho em Altura, determina que deve ser utilizado, junto com o

cinto de segurança, um absorvedor de energia, equipamento que atenuará o

impacto da queda, quando o fator queda for maior que 1. Ou seja, se a

relação entre a queda do trabalhador e o comprimento do talabarte for maior

que 1, então teremos que utilizar o absorvedor. A norma também determina

que o absorvedor deve ser utilizado também quando o talabarte for maior

que 0,90m. Segue abaixo figura ilustrativa:

Imagem 16 – Cálculo do fator de queda Fonte: http://4climb.com.br/blog/2011/09/08/voce-sabe-o-que-e-fator-2/

Imagem 17 – Modelo de cinto de segurança tipo paraquedista com talabarte em Y e absorvedor de energia Fonte: http://newsegequipamentos.com.br/products/kit-cinto-tipo-para%252dquedista-e-talabarte-y-com-absovedor-de-energia..html

Page 23: Caderno de Segurança (EPI e EPC)

21 Equipamentos de Proteção Individual e Coletiva

Competência 01

Agora, meu caro aluno, assista a vídeo aula disponível no AVA e quaisquer

dúvidas relacionadas ao conteúdo desta competência podem ser enviadas

pelos fóruns. Recomendo que leiam o artigo ao lado para aprimorar cada vez

mais o nível de conhecimento.

Relatório Técnico de Procedimento da Fundacentro. Segue link para

consulta: http://www.fundacentro.gov.br/biblioteca/recomendacao-

tecnica-de-procedimento/publicacao/detalhe/201

2/9/rtp-01-medidas-de-

protecao-contra-quedas-de-altura

Page 24: Caderno de Segurança (EPI e EPC)

22 Técnico em Segurança do Trabalho

Competência 02

2. COMPETÊNCIA 02 | IDENTIFICAR E UTILIZAR CORRETAMENTE

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA DE

ACORDO COM A NATUREZA DO RISCO DE ACIDENTE DE TRABALHO

Nesta competência, iremos analisar como são identificadas as proteções

necessárias para cada risco ocupacional, além da correta utilização,

conservação e guarda dos equipamentos.

Para determinação de qual equipamento de proteção será usado no controle

do risco ocupacional, você deverá levar em consideração alguns aspectos do

agente do risco em estudo:

a) Concentração e tempo de exposição;

b) Fonte do risco;

c) Trajetória e meio de propagação;

d) Descrição das atividades expostas;

e) Quantidade de trabalhadores expostos.

Essas informações são obtidas nas etapas de antecipação e de

reconhecimento de riscos. Após o reconhecimento é que determinaremos

qual controle adequado para o risco a fim de que possamos eliminar, reduzir

ou minimizar as consequências do trabalhador exposto.

O controle será determinado visando à redução da concentração do agente

no ambiente ou reduzindo o tempo de exposição do trabalhador ao agente

nocivo. Para reduzir a concentração, é aconselhável o uso dos EPC, algumas

medidas administrativas e o uso dos EPIs. Para a redução do tempo de

exposição, o controle deve ser tratando com medidas administrativas, como

rodízios, pausas programadas e aumento do efetivo, a fim de reduzir a

exposição dos trabalhadores.

Para utilização correta do equipamento de proteção, é necessário um bom

treinamento de capacitação. Muitas empresas não têm esse cuidado, pois

Page 25: Caderno de Segurança (EPI e EPC)

23 Equipamentos de Proteção Individual e Coletiva

Competência 02

entregam um kit de EPI, por exemplo, ao trabalhador e o encaminham para o

serviço, sem prestar-lhe a mínima formação para o uso adequado dos

equipamentos.

Faça o teste: se você tentar utilizar pela primeira vez um cinto de segurança

tipo paraquedista, tenho a certeza de que terá certa dificuldade para

identificar qual a correta colocação do aparelho, devido à falta de

capacitação. Sendo assim, é necessário que o usuário saiba qual a finalidade

deste EPI, como é utilizado e como ele deve ser conservado, assim como

preconiza a NR6:

“6.6.1 Cabe ao empregador quanto ao EPI: d) orientar e treinar o

trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação;”

Se você observar, o treinamento tem sido muito exigido nas novas normas

regulamentadoras, inclusive com reciclagens anuais. Isso é um reflexo da atual

situação nas empresas que não fornecem uma capacitação adequada aos seus

trabalhos. Por isso, a norma teve que impor uma obrigação legal.

A Norma determina que a guarda e conservação do equipamento é de

responsabilidade do trabalhador, porém é necessário que a empresa forneça

condições mínimas para isso, como armários com capacidade suficiente para

armazenar todos os EPIs com cadeado fornecido pela empresa.

Para os Equipamentos de Proteção Coletiva será necessária a utilização de um

projeto de proteção coletiva, comprovando tecnicamente que aquele

equipamento realmente reduzirá a exposição do trabalhador ao risco.

Como primeiro passo, devemos eliminar o risco em sua fonte, por isso a

necessidade da identificação da fonte geradora do risco. Cientes disso,

poderemos executar esta ação com os seguintes equipamentos, por exemplo:

Page 26: Caderno de Segurança (EPI e EPC)

24 Técnico em Segurança do Trabalho

Competência 02

Proteção de partes móveis de máquinas;

Utilização de sensores em máquinas;

Barreiras ou anteparos de proteção;

Enclausuramento de máquinas.

Imagem 18 – Enclausuramento de máquina Fonte:http://www.jordanbras.com.br/pt/index.php?option=com_properties&view=properties&Itemid=133

Se não obtivermos êxito na eliminação do risco na fonte, deveremos tentar

eliminá-lo em sua trajetória, por isso a necessidade de sabermos como o

agente se propaga no ambiente. Às vezes, ficamos apenas observando o

trabalhador que está exposto diretamente ao risco, mas esquecemos que

outros, de funções diferentes, também podem estar expostos ao mesmo

risco, da mesma fonte na mesma intensidade. Alguns exemplos de EPC na

trajetória:

Exaustão – Muito utilizado no controle do risco calor, por exemplo, em

padarias;

Ventilação – Utilizado em espaços confinados, quando a deficiência de

ventilação e também para o risco físico calor;

Page 27: Caderno de Segurança (EPI e EPC)

25 Equipamentos de Proteção Individual e Coletiva

Competência 02

Cabines de pintura – Usadas para o controle de névoas e neblinas

quando há pinturas à pistola;

Capelas de laboratórios – Controlam a dispersão das agentes químicos

em uma manipulação;

Revestimentos Acústicos – EPC eficaz no controle do risco físico ruído,

há diversos modelos de revestimentos.

Imagem 19 – Capela de laboratório Fonte: http://www.logismarket.pt/ip/erlab-camara-esteril-de-fluxo-laminar-vertical-camara-esteril-de-fluxo-laminar-vertical-flowcap-700-630493-FGR.jpg)

Outra proteção coletiva que gera um pouco de dúvida na conceituação e na

utilização são as Sinalizações. De acordo com a Fundacentro, órgão do

Ministério do Trabalho que tem finalidade educativa, as sinalizações são

consideradas EPC.

A dúvida a que me refiro é que, segundo o conceito de EPC, a sinalização não

se enquadraria neste quesito porque ela não elimina o risco nem na fonte

nem na trajetória. Desse modo, não poderíamos considerá-la como uma

proteção coletiva. Porém, é certo que ajudará no controle do risco,

Page 28: Caderno de Segurança (EPI e EPC)

26 Técnico em Segurança do Trabalho

Competência 02

orientando os trabalhadores que há a presença do risco no ambiente. Pense

nisso!

Algumas normas trazem uma sinalização específica para a sua área, como a

NR33 (Espaço Confinado). A Norma Regulamentadora nº26 é a norma da

sinalização, mas ela se restringe apenas a cores e rotulagem de produtos

químicos. As cores são definidas também pela NBR nº 7195.

Imagem 20 – Sinalização espaço confinado Fonte:http://www.towbar.com.br/loja/MaisProduto.asp?im=n&Produto=4172

Imagem 21 – Cores de sinalização de segurança Fonte: http://nrfacil.com.br/blog/?p=3122

Page 29: Caderno de Segurança (EPI e EPC)

27 Equipamentos de Proteção Individual e Coletiva

Competência 02

Para exemplificar melhor como são determinadas as proteções tomemos

como exemplo a seguinte situação: Estamos em uma fábrica com diversos

maquinários a pleno funcionamento. Realizamos o reconhecimento e

verificamos que uma determinada função tem o risco Ruído. Avaliamos e

detectamos que o Ruído está a uma concentração de 92 dB (A), mas, pela

NR15, o limite de tolerância para 8 horas de trabalho é de 85 dB (A). Quais

seriam nossas ações para o controle deste risco?

Baseando-nos no que foi estudado até agora, teríamos que primeiro tentar

eliminar o risco na fonte, que é o maquinário. Para eliminarmos na fonte,

podemos propor o enclausuramento do motor.

Após isso, realizaremos nova avaliação para verificar a eficácia da ação. Se os

níveis de ruído não forem reduzidos, deveremos propor uma medida de

controle para eliminar o risco na trajetória. Neste caso, podemos propor um

revestimento acústico no ambiente.

Após fazermos uma próxima avaliação ambiental e percebermos que os riscos

não foram a valores menores que o limite de tolerância, deveremos propor

uma ação para eliminar o risco no receptor, ou seja, no trabalhador.

Inicialmente, poderíamos propor um rodízio de função ou pausas

programadas, ações que não são bem vistas pelas empresas, pois elas terão

de aumentar o efetivo para continuar com a mesma produtividade. Visto este,

iremos propor um EPI, protetor auditivo, com o Nível de Redução de Ruído

(NRR) compatível com a atenuação de que necessitamos.

Portanto, meu caro aluno, o estudo para determinar o controle necessário

requer paciência, pois iremos tentar diversas formas de controle. Alguns

profissionais, por acomodação ou falta de conhecimento, irão pular logo para

a etapa do EPI.

Page 30: Caderno de Segurança (EPI e EPC)

28 Técnico em Segurança do Trabalho

Competência 02

Para complementar os estudos desta competência, recomendo a todos que

assistam a vídeo aula, no AVA. Como sugestão, recomendo que assistam ao

filme “O Operário”, que trata de transtornos psíquicos decorrentes de

atividades laborais.

Sugestão de Filme

O Operário (The Machinist, Espanha/2004). Trevor Reznik (Christian

Bale) é um operário que sofre de insônia. Na fábrica onde trabalha,

as condições de trabalho oferecem risco. Para Trevor, os perigos são

agravados pela fadiga crônica. Notando a aparência estranha, os

colegas percebem que algo está errado, mas não dão a devida

importância. Um operário perde um braço em um acidente e todos

se voltam contra Trevor, considerando-o culpado. Ele encontra

bilhetes anônimos em seu apartamento e fica sabendo que o suposto

funcionário envolvido no acidente, na realidade, não existe. Trevor

agora se empenha em saber se é tudo um plano para deixá-lo louco

ou se o cansaço está provocando uma confusão mental.

Disponível em: http://www.interfilmes.com/filme_15191_O.Operario-

(The.Machinist).html

Page 31: Caderno de Segurança (EPI e EPC)

29 Equipamentos de Proteção Individual e Coletiva

Competência 03

3. COMPETÊNCIA 03 | AVALIAR E MONITORAR A QUALIDADE E

ESPECIFICIDADES DOS EPI E EPC

Chegamos a nossa última competência desta disciplina. Trataremos como

podemos avaliar e monitorar nossas proteções, como podemos ter a certeza

que nosso trabalhador está livre de agentes nocivos.

Não adianta apenas determinar o EPI e EPC correto, assim como também não

é suficiente realizar um bom treinamento sem que tenha uma avaliação e

monitoramento constante da eficácia dos equipamentos. Esta ação tem pouca

divulgação nas empresas e com os profissionais da área, não há uma avaliação

da eficácia das proteções, pois os profissionais apenas determinam qual

controle será necessário e ponto final. Mas será que realmente ele conseguiu

controlar o agente nocivo no ambiente? Infelizmente, a fiscalização também

observa pouco este item e não há uma cobrança sobre as empresas.

Quando realizamos um projeto para implementação de uso de equipamentos

de proteção, quer seja individual ou coletiva, não sabemos a real eficácia da

proteção, pois nos baseamos em estudos anteriores e, principalmente, nos

Certificados de Aprovação para os EPIs. Porém, sem a avaliação e

monitoramento ficamos sem parâmetros.

Com a avaliação das proteções coletivas, a nossa atividade se tornará um

pouco mais simples, pois o que devemos fazer é uma nova avaliação

ambiental. Se a fizermos, constataremos, através dos resultados, se estamos

reduzindo a concentração do agente nocivo no ambiente.

As avaliações médicas também são um fator que nos ajudam bastante para o

efetivo monitoramento dos equipamentos de proteção. Neste sentido, a

medicina deve interagir com a segurança do trabalho com a finalidade da

antecipação a doenças e possíveis lesões nos trabalhadores.

Page 32: Caderno de Segurança (EPI e EPC)

30 Técnico em Segurança do Trabalho

Competência 03

Quando surge uma doença, o médico do trabalho realiza o nexo causal,

determina se as características da doença em questão mantêm relação com as

atividades desenvolvidas pelo empregado. Caso isso ocorra, nós, da segurança

do trabalho, deveremos intervir na atividade, verificando se as medidas de

controle estão sendo realmente eficazes.

Também poderemos utilizar uma pesquisa de percepção, solicitando aos

trabalhadores que falem o que sentem utilizando aquele equipamento de

proteção em questão. A norma determina que o equipamento seja

confortável. Podemos fazer esta pesquisa com a utilização de um questionário

aplicado com todos os colaboradores que utilizam este equipamento. Temos

que tomar cuidado com esse tipo de pesquisa, pois é necessário que o

equipamento ofereça conforto ao trabalhador, porém é difícil que isso ocorra

porque todo equipamento gerará algum desconforto. Então, temos que

diferenciar o que está desconfortável para o que realmente prejudica

operário.

3.1 Certificado de Aprovação (CA)

Os equipamentos de proteção só poderão ser comercializados e distribuídos

se tiverem o Certificado de Aprovação (CA), emitido pelo Ministério do

Trabalho, e que é de suma importância.

Ao nos depararmos com o CA, não devemos apenas verificar se há um

número, mas analisá-lo por completo, pois nele haverá a descrição do

equipamento, em que agente de risco ele atuará e como será esta atuação.

Essas informações ajudarão bastante na avaliação e monitoramento do EPI.

É obrigação do fornecedor do equipamento de proteção solicitar a emissão e

renovação do CA. Ele só deverá comercializar o equipamento que portar o

Certificado. O EPI deverá ser comercializado com instruções técnicas no

idioma nacional, orientando sua utilização, manutenção, restrição e demais

Recomendo que vocês escutem o Podcast da Rádio da Fundacentro. A edição trata do

assunto: Avaliação de EPI. Link:

http://www.fundacentro.gov.br/multimidia/detalhe-do-

podcast/2013/11/programa-160-%E2%80%93-

avaliacao-de-epis

Page 33: Caderno de Segurança (EPI e EPC)

31 Equipamentos de Proteção Individual e Coletiva

Competência 03

referências ao seu uso, assim como deve constar o número do lote de

fabricação.

Segue abaixo modelo de um Certificado de Aprovação de um Protetor

Auditivo. Atentem para a descrição do equipamento e para que ele foi

aprovado, observem o NRR (Nível de Redução de Ruído), pois este é o valor

que será atenuado. Porém este valor não será o real, pois, se o trabalhador

não colocar adequadamente o EPI, ele não atingirá a atenuação proposta.

Portanto, há a necessidade latente de um bom treinamento e uma boa

fiscalização da utilização do equipamento.

Também, você, profissional da área de segurança deve observar o prazo de

validade do EPI para ter o melhor equipamento em mãos. Ao sinal de

vencimento, o aparelho não deve ser utilizado.

Page 34: Caderno de Segurança (EPI e EPC)

32 Técnico em Segurança do Trabalho

Competência 03

Imagem 22 – Cópia de CA

Fonte:http://www3.mte.gov.br/sistemas/caepi/Relatorios/CertificadoAprovacaoPDFXML.asp?NRFolha

Rosto=12029434

Chegamos ao final desta competência, vocês devem ter observado que a

avaliação e o monitoramento das proteções se fazem necessário, temos que

comprovar se o que foi determinado realmente acontecerá, ou seja, a

redução do agente nocivo, assim teremos a certeza de que nosso trabalhador

não sofrerá uma lesão ou adquirirá uma doença decorrentes do trabalho.

Page 35: Caderno de Segurança (EPI e EPC)

33 Equipamentos de Proteção Individual e Coletiva

Competência 03

Peço que vocês assistam nossa vídeo aula, que está disponível no AVA. Como

sugestão, recomendo que assistam aos vídeos abaixo, produzidos pela

Fundacentro.

Recomendo que vocês assistam aos

vídeos abaixo:

http://www.fundacentro.gov.br/multimidia/detalhe-do-

video/2010/3/protecao-respiratoria

http://www.fundacentro.gov.br/multimidia/detalhe-do-video/2013/11/voce-trabalhador-da-limpeza-vamos-

conversar

Page 36: Caderno de Segurança (EPI e EPC)

34 Técnico em Segurança do Trabalho

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como observamos durante todo o nosso estudo, a determinação da medida

de controle ideal nos dará muito trabalho, pois faltam normas mais

específicas e também falta um pouco de interesse por conta dos profissionais

da área. Para boa parte dos riscos ocupacionais, há meios de controle,

entretanto alguns requererão estudos de engenharia mais profundos.

O embasamento técnico e legal dará a você, futuro profissional

prevencionista, condições de argumentar com os patrões, a fim de mostrar-

lhes a importância do controle dos riscos, não apenas por obrigação legal e

questões financeiras, mas acima de tudo pela proteção do trabalhador, peça

fundamental no desenvolver de qualquer empresa, pois sem o profissional

não há produção. Temos de colocar em nossas mentes que fazer Segurança

significa investimento e não apenas custo. Além disso, conscientizar as

pessoas de que isso será rentável para a empresa.

O estudo não acaba por aqui, pois a cada dia aparecerão outras novidades em

controle de riscos ocupacionais e você deve estar sempre atento (a) já que

normas são modificadas, tecnologias são criadas e nossa atividade vai sendo

moldada e modificada ao longo dos anos. Portanto, estejam sempre buscando

o que há de novo na vida técnica e, acima de tudo, buscando cada vez mais

sua capacitação.

Bons Estudos!

Page 37: Caderno de Segurança (EPI e EPC)

35 Equipamentos de Proteção Individual e Coletiva

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Segurança e saúde do

trabalho (SST). Portaria 3214/78. NR 06

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Segurança e saúde do

trabalho (SST). Portaria 3214/78. NR 10

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Segurança e saúde do

trabalho (SST). Portaria 3214/78. NR 12

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Segurança e saúde do

trabalho (SST). Portaria 3214/78. NR 18

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Segurança e saúde do

trabalho (SST). Portaria 3214/78. NR 35

BRASIL. Fundacentro. Relatório Técnico de Procedimento nº01 – Medidas de

Proteção Contra Queda de Altura. 2003.

Page 38: Caderno de Segurança (EPI e EPC)

36 Técnico em Segurança do Trabalho

CURRÍCULO DO PROFESSOR-PESQUISADOR

RILDO DUARTE DE AZEVEDO FILHO

Engenheiro Civil e Engenheiro de Segurança do Trabalho

E-mail: [email protected]

EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL

Empresa: GRUPO PÃO DE AÇÚCAR Cargo: Engenheiro Coordenador de Segurança do Trabalho. Empresa GRÉS ENGENHARIA/ PORTO SALGADO CONSTRUÇÕES Cargo: Engenheiro Residente. Empresa: VIANA & MOURA CONSTRUÇÕES LTDA Cargo: Gerente de Unidade de Negócio e Engenheiro de Segurança do Trabalho Empresa: EMPRESA METROPOLITANA LTDA/ RODOVIÁRIA CAXANGÁ LTDA. Cargo: Supervisor de Patrimônio e Engenheiro de Segurança do Trabalho Empresa: A.C. EMPREENDIMENTOS E CONSTRUÇÃO LTDA Cargo: Engenheiro Residente e Representante da Direção Empresa: DALLA NORA ENGENHARIA LTDA Cargo: Engenheiro Residente e Representante da Direção

EXPERIÊNCIA DOCENTE

Séc. de Educação de PE (Escola Almirante Soares Dutra) Professor de Educação Profissional – Segurança do Trabalho Disciplinas: Segurança do Trabalho I e II, Sinistro e Combate a Incêndio, Ergonomia, Medidas de Proteção Coletiva e Individual e Construção Civil. Centro Profissional Especial (Piedade e Boa Vista) Professor de Educação Profissional Disciplinas: Higiene Ocupacional e PPRA, Técnicas Laboratoriais e Sistema de Gestão Integrada Séc. de Educação em PE (Educação a Distância) Professor Formador e Tutor

Page 39: Caderno de Segurança (EPI e EPC)

37 Equipamentos de Proteção Individual e Coletiva

Consultorias e Treinamentos Física Aplicada a Construção Civil. Sistema de Gestão da Qualidade (ISO 9000). Treinamentos de Execução de Serviços e Instruções de Seguranças. Auditor Interno da Qualidade – SENAI PE Programa 5S Desenvolvimento Gerencial (TGI/ INTG) Gerenciamento da Rotina Gerenciamento Por Diretrizes Perícia Judicial

FORMAÇÃO Engenharia de Segurança do Trabalho (Especialização) Escola Politécnica de Pernambuco Término: março de 2005. Engenharia Civil (Graduação) Escola Politécnica de Pernambuco Término: junho de 2003

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