caderno de resumos - unesp: câmpus de marília · lição, publicada no livro intitulado...

26
1 Programa de Pós-Graduação em Filosofia Unesp/Marília Departamento de Filosofia da Unesp Conselho de Curso de Filosofia Caderno de Resumos 4º Encontro da Pós-Graduação em Filosofia da UNESP Marília 01/12 a 03/12 2010

Upload: lykhue

Post on 11-Nov-2018

219 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Caderno de Resumos - UNESP: Câmpus de Marília · lição, publicada no livro intitulado L'union de l'âme et du corps chez Malebranche, Biran e Bergson em 1978, Merleau-Ponty analisa

1

Programa de Pós-Graduação em Filosofia – Unesp/Marília

Departamento de Filosofia da Unesp

Conselho de Curso de Filosofia

Caderno de Resumos 4º Encontro da Pós-Graduação em Filosofia da UNESP

Marília – 01/12 a 03/12

2010

Page 2: Caderno de Resumos - UNESP: Câmpus de Marília · lição, publicada no livro intitulado L'union de l'âme et du corps chez Malebranche, Biran e Bergson em 1978, Merleau-Ponty analisa

2

PROGRAMAÇÃO

01 de Novembro de 2010 (quarta-feira)

9h30 – 12h00

Mesa-Redonda 1 - Teoria Crítica

Coordenador: Emerson Filipini de Lima

Local: Anfiteatro I

Educação pela dureza na primeira infância e o enfraquecimento do eu

LIMA, Emerson Filipini de (UNESP – Marília)

Os cenários sócio-histórico e filosófico da obra hegeliana sob a ótica de

Marcuse

SILVA, Thiago Evandro Vieira da (UNESP – Marília)

Racionalidade comunicativa e mundo da vida: reflexões acerca da teoria

evolutiva de Habermas

GRADSKI, Anatoli Konstantin (UNESP – Marília)

A tecnicização do homem e a tolerância religiosa na obra habermasiana:

problemas éticos.

FERREIRA, Luis Marcos (UNESP – Marília)

14h00 – 17h00

Mesa-Redonda 2 - de Filosofia Medieval e Renascentista

Coordenador: Estevam Roosevelt Franco

Local: Anfiteatro I

Natureza humana e teoria do conhecimento em Tomás de Aquino: a relação

entre o corpo e a alma e o processo intelectivo

BERGER, André de Deus (UFSCar)

A descrição do homem em Montaigne

SILVA, Nelson Maria Brechó da (UNESP – Marília)

O Problema do conhecimento em Espinosa

SILVA, Adriano Pereira da (UNESP – Marília)

Voltaire e o problema do reconhecimento do mal

FRANCO, Estevam Roosevelt Rodrigues (UNESP – Marília)

Montaigne: ceticismo e etnocentrismo

PETEAN, Antonio Carlos Lopes (UNESP- Araraquara)

Page 3: Caderno de Resumos - UNESP: Câmpus de Marília · lição, publicada no livro intitulado L'union de l'âme et du corps chez Malebranche, Biran e Bergson em 1978, Merleau-Ponty analisa

3

20h00 -22h00

Mesa-Redonda de Abertura: Do “método filosófico” ou do “fazer filosofia”

Expositores: Antonio Trajano Menezes Arruda (UNESP – Marília)

Lúcio Lourenço Prado (UNESP – Marília)

João de Fernandes Teixeira (UFSCar)

Mediador: João Antonio de Moraes (Pós-graduando do PPGFil-Unesp)

Local: Anfiteatro I

02 de Dezembro de 2010 (quinta-feira)

10h00 – 12h00

Mesa-Redonda 3 - Filosofia da Arte

Coordenador: Débora Barbam Mendonça

Local: Anfiteatro I

Orientações filosóficas de Sandro Botticelli no contexto do século XV

MENDONÇA, Débora Barbam (UNESP – Marília)

Crítica de Rousseau ao teatro e a sociedade à luz da ópera “O Adivinho da

Aldeia”

BUGANO, Tercio Reanto Nanni (UNESP – Marília)

Dissolução e aleatoriedade: reflexões sobre o romance contemporâneo

ENCINAS, Luis Fernando Catelan (UNESP – Marília)

10h00 – 12h00

Mesa-Redonda 4 - Filosofia da Mente e da Psicanálise

Coordenador: Fernando César Pilan

Local: Sala 64

A inteligência incorporada presente no conhecimento comum: as críticas de

Gilbert Ryle à tradição filosófica

PILAN, Fernando César (UNESP – Marília)

Articulação do conceito “eu” (ich) em duas obras freudianas

GUIDI, Giovanni José Signorelli (UNESP – Marília)

Instinto e Inteligência na epistemologia de Henri Bergson: uma

compreensão do método intuitivo como procedimento orientador da evolução

humana

RIO, Sinomar Ferreira do (FINAN)

Page 4: Caderno de Resumos - UNESP: Câmpus de Marília · lição, publicada no livro intitulado L'union de l'âme et du corps chez Malebranche, Biran e Bergson em 1978, Merleau-Ponty analisa

4

14h30 – 17h00

Mesa-Redonda 5 - Filosofia Moderna

Coordenador: Márcio Tadeu Girotti

Local: Anfiteatro I

Leibniz e a ordem das verdades

VAGNA, Rogério (UFSCar)

Kant e o comércio psico-físico: o influxo entre corpo e alma

GIROTTI, Márcio Tadeu (UNESP – Marília)

A efetivação e autodeterminação do Espírito na filosofia hegeliana: Um

estudo da introdução do terceiro livro da Enciclopédia das Ciências

Filosóficas em Compêndio

MENK, Tomás Farcic (UNESP – Marília)

Volkgeist: Tempo e o Espírito de um novo povo em Hegel

SILVA, Danilo Ramos Meira da (UNESP – Marília)

20h00 – 22h00

Mesa-Redonda 6 - Filosofia da Mente

Coordenador: Rodrigo Canal

Local: Anfiteatro I

O Novo Modelo para o Estudo da Mente segundo Daniel Dennett

PAULO, Gustavo Vargas de (UNESP – Marília)

Observação científica: Fodor versus Churchland

LAZARIN, Tales Carnelossi (UFSCar)

A obra de Descartes por Merleau-Ponty: sobre a união corpo e alma

ANDRADE, Eloísa Benvenutti de (UNESP – Marília)

As noções de atribuição de função, função de status, intencionalidade

coletiva e regras constitutivas como base da ontologia da realidade social

de John Searle

CANAL, Rodrigo (UFOPA)

03 de Dezembro de 2010 (sexta-feira)

9h30 – 12h00

Page 5: Caderno de Resumos - UNESP: Câmpus de Marília · lição, publicada no livro intitulado L'union de l'âme et du corps chez Malebranche, Biran e Bergson em 1978, Merleau-Ponty analisa

5

Mesa-Redonda 7 - Filosofia da Informação e da Neurociência

Coordenador: João Antonio Moraes

Local: Anfiteatro I

Da “virada Naturalista” à “virada Informacional” na Filosofia

MORAES, João Antonio de (UNESP – Marília)

Uma abordagem monista-naturalista de Espinosa sobre o conceito de saúde

mental LIMA, Orion Ferreira (UNESP – Botucatu)

A hipótese de Crick e o problema da consciência

MASSMANN, Diogo Fernando (UNESP – Marília)

Implicações éticas da computação ubíqua: uma análise a partir da ética da

informação

MORONI, Juliana (UNESP – Marília)

10h – 12h00

Mesa-Redonda 8 - Ética e Filosofia Política

Coordenador: Hélio Alexandre da Silva

Local: Sala 64

Bauman e a tensão entre moralidade e legalidade

SILVA, Paulo Fernando da (UNESP – Marília)

Rousseau: soberania popular e origens da esfera pública

SILVA, Helio Alexandre da (UNICAMP)

A virtude moral como condição necessária à consecução da eudaimonia na Ética Nicomaquéia SILVESTRINI, Renata Christina Ceroni (UNICAMP)

14h30 – 17h00

Mesa Redonda 9 - Estética

Coordenador: Guilherme Kaiala G. Ferreira

Local: Anfiteatro

O marginal e o pós-moderno: considerações sobre a estética do“Espaço

vazio” da 28a Bienal de Artes de São Paulo (2009)

FERREIRA, Guilherme Kaiala Goulart (UNESP – Marília)

O lugar do gênio na Crítica da Faculdade do Juízo

CITRO, Danilo (UFOP)

A música como arte romântica em Hegel

Page 6: Caderno de Resumos - UNESP: Câmpus de Marília · lição, publicada no livro intitulado L'union de l'âme et du corps chez Malebranche, Biran e Bergson em 1978, Merleau-Ponty analisa

6

SILVA, André S. (USP)

20h00 – 22h00

Mesa-Redonda 10 - Filosofia Contemporânea

Coordenador: Cláudia Simone Galassi

Local: Anfiteatro

Deleuze, a imagem do pensamento e a literatura: considerações sobre

Proust e os signos

SOUTO, Caio Augusto Teixeira (UFSCar)

A reificação e a proposta formativa em História e Consciência de Classe,

de Georg Lukács

MENDES, Bruno Moretti Falcão (UFSCar)

Nietzsche: razão e Linguagem

GALASSI, Cláudia Simone (UNESP – Marília)

Deus e o ser em si na dinâmica da imagem simbólica

EMÍLIO, Guilherme Estevan (UNIFESP)

22h30 - Encerramento

Local: Anfiteatro I

Page 7: Caderno de Resumos - UNESP: Câmpus de Marília · lição, publicada no livro intitulado L'union de l'âme et du corps chez Malebranche, Biran e Bergson em 1978, Merleau-Ponty analisa

7

RESUMOS

Page 8: Caderno de Resumos - UNESP: Câmpus de Marília · lição, publicada no livro intitulado L'union de l'âme et du corps chez Malebranche, Biran e Bergson em 1978, Merleau-Ponty analisa

8

RESUMOS DAS CONFERÊNCIAS

A OBRA DE DESCARTES POR MERLEAU-PONTY: SOBRE A UNIÃO

CORPO E ALMA.

ANDRADE, Eloisa Benvenutti de. Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus

de Marília. Bolsista CAPES. Email: [email protected].

Nesta conferência trataremos da leitura de Merleau-Ponty sobre a união corpo e alma

em Descartes partindo do que foi exposto na segunda lição do curso ministrado por

Merleau-Ponty na École Normale Supérieure entre os anos de 1947 e 1948. Em tal

lição, publicada no livro intitulado L'union de l'âme et du corps chez Malebranche,

Biran e Bergson em 1978, Merleau-Ponty analisa a questão da união da alma e do corpo

em Descartes. Apontaremos que os pilares desta lição se apresentam como pontos chave

para a forma como Merleau-Ponty realiza sua leitura sobre Descartes e fundamenta sua

proposta fenomenológica. Buscaremos mostrar através disso como Merleau-Ponty

sustenta que a união da alma com o corpo na obra de Descartes não é apenas uma mera

dificuldade especulativa, como frequentemente se pode supor, mas traz com ela o

problema da existência do corpo humano. Veremos que ao longo desta lição, intitulada

“L'union de l'âme et du corps chez Descartes”, Merleau-Ponty retoma vários escritos de

Descartes, tais como a Carta à Elizabeth de 28 de junho de 1643 e a Carta à Arnauld de

29 de julho de 1648, na tentativa de analisar profundamente a legitimidade da mistura

íntima da alma com o corpo, exposta na sexta meditação cartesiana, à luz do confronto

com a primeira meditação cartesiana, ocasião onde são descartadas as experiências

empíricas pela adoção metodológica da dúvida metódica voluntária, radical e

hiperbólica.

Palavras-chave: Merleau-Ponty. Descartes. Ontologia. União corpo e alma

NATUREZA HUMANA E TEORIA DO CONHECIMENTO EM TOMÁS DE

AQUINO: A RELAÇÃO ENTRE CORPO E A ALMA E O PROCESSO

INTELECTIVO.

BERGER, André de Deus. Universidade Federal de São Carlos – UFSCar. Bolsista

CAPES. Email: [email protected].

A questão 75 da primeira parte da Suma de Teologia de Tomás de Aquino abre o tratado

do autor sobre a natureza humana, e apresenta os elementos principais que serão alvo

de sua análise até a questão 89 da primeira parte da Suma, que fecha este tratado.

Relacionaremos aqui o quarto e quinto artigos desta questão, que trata da essência da

alma em si mesma. O artigo quatro se deterá sobre a questão de a alma ser o homem, e o

cinco sobre a questão de ser a alma composta de matéria e forma. No quarto artigo, o

autor terá como horizonte afirmar que a alma é o homem se se entende o homem como

um composto de alma e corpo. O corpo aqui ocupa posição determinante para tal

afirmação por conta das operações sensitivas, que ocorrem no conjunto formado de

alma e corpo. Sendo parte do conjunto que forma o homem, não se pode afirmar que

apenas a alma seja o homem. No artigo quinto, o objetivo tomasiano será o de afirmar

que a alma é composta de ato e potência, mas não de matéria e forma. Neste caso, ocupa

posição determinante aqui o fato de alma ser afirmada como substância intelectiva, que

tem por razão ser a forma de um corpo. Como intelectiva, a alma conhece as coisas de

maneira absoluta, pois recebe as naturezas das coisas de maneira absoluta, através de

Page 9: Caderno de Resumos - UNESP: Câmpus de Marília · lição, publicada no livro intitulado L'union de l'âme et du corps chez Malebranche, Biran e Bergson em 1978, Merleau-Ponty analisa

9

sua forma. Se fosse composta de matéria, receberia as coisas materialmente e

individualmente, e não absolutamente, como ocorre com as faculdades sensitivas que

operam pelo corpo.

CRÍTICA DE ROUSSEAU AO TEATRO E A SOCIEDADE À LUZ DA ÓPERA

“O ADIVINHO DA ALDEIA”.

BUGANO, Tércio Renato Nanni. Universidade Estadul Paulista – UNESP – Campus de

Marília. Email: [email protected]

O Adivinho da Aldeia é uma ópera composta por J. J. Rousseau em 1752, quando o

filósofo e também músico contava com 40 anos. Essa obra é uma referência das

propostas de Rousseau, pois apresenta uma temática simples, uma acentuada

valorização do cotidiano popular, juntamente com uma representação do homem

comum e seus problemas. Sendo assim, e por ser tratar de uma ópera que se passa na

natureza, podemos então perceber sua crítica à racionalidade do iluminismo. Para

Rousseau, os costumes de seu povo estavam corrompidos pela vaidade dos grandes

discursos e pelo ócio de uma vida que valorizava demais o homem letrado, em

detrimento ao rude camponês. É fato que essa corrupção se estendia através da ciência e

da arte que fomentavam a desigualdade entre as pessoas e que gerava a superioridade

justamente ao homem ocioso, que só produzia palavrórios, que por fim, dilaceravam os

costumes. O que fazer, então, se a corrupção atingiu o coração dos que amam as

ciências e as artes? Rousseau propõe que usemos a arte para curar a ferida que ela

própria abriu, fazendo do espetáculo uma célula que regulamenta os vícios eclodidos.

Assim, o mesmo distrai os homens corrompidos, evitando que pratiquem o mal. Temos

dessa forma o remédio, o soro extraído do próprio veneno, a fórmula que mantém os

homens na retidão, mesmo estando na mais profunda corrupção. E sempre que for

necessário, será usado esse artifício para a manutenção dos costumes. Então, utilizando

a sua própria criatura (O Adivinho da Aldeia) analisaremos a filosofia de Rousseau, que

exalta a singeleza da criação e destaca a imagem do “bom selvagem”, homem puro e

inocente de caráter intuitivo da alma, que por sua vez deveria ser maior que os preceitos

da civilização, logo servindo de modelo para o homem corrompido pela sociedade.

Palavras-chave: Teatro. Moral. Arte.

AS NOÇÕES DE ATRIBUIÇÃO DE FUNÇÃO, FUNÇÃO DE STATUS,

INTENCIONALIDADE COLETIVA E REGRAS CONSTITUTIVAS COMO

BASE DA ONTOLOGIA DA REALIDADE DE JOHN SEARLE.

CANAL, Rodrigo. Professor da Universidade Federal do Oeste do Pará – UFOPA.

Email: [email protected].

Nesta conferência descrevo breve e sucintamente, a abordagem de John Searle (1932 - )

que recentemente tem enfrentado o problema da natureza ontológica da realidade social.

O problema é formulado por ele de vários modos, entre eles citamos: “Como

construímos uma realidade social objetiva? Qual é a ontologia da realidade social?

como é possível que possa existir uma realidade social objetiva que apenas existe

porque acreditamos que exista? Como é possível que os seres humanos, através de suas

interações, seja por acordo ou por uma crença coletiva, possam criar uma realidade que

somente existe graças a esses acordos e crenças coletivas?” A ontologia da realidade

social elaborada por Searle sugere que para começarmos a compreender e chegar a ter

uma solução intuitiva desses problemas temos que explicar as noções de atribuição de

Page 10: Caderno de Resumos - UNESP: Câmpus de Marília · lição, publicada no livro intitulado L'union de l'âme et du corps chez Malebranche, Biran e Bergson em 1978, Merleau-Ponty analisa

10

função, intencionalidade coletiva – capacidade que as pessoas têm de agir

cooperativamente –, regras constitutivas e regras regulativas e a noção de função de

status – algo pode desempenhar uma função somente em virtude do fato de ser

reconhecido como tendo certo status. O objetivo central deste trabalho é descrever essas

noções tentando mostrar como é que elas juntas constituem a base do que Searle chama

de realidade social, lembrando mais uma vez que são os seres humanos que constroem,

ao ver de Searle, uma realidade social que apenas existe porque nós próprios

acreditamos, aceitamos, que ela existe.

O LUGAR DO GÊNIO NA CRÍTICA DA FACULDADE DO JUÍZO.

CITRO, Danilo. Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP. Email:

[email protected]

Nossa conferência pretende analisar a relação do conceito de gênio com os conceitos de

beleza, de gosto e de arte em geral na Crítica da Faculdade do Juízo de Immanuel Kant.

Levantamos um problema quanto ao lugar do gênio nesta obra, pois ela pode ser

confundida com o mero conceito de arte, ou até de arte bela em determinadas partes da

terceira crítica, dando a entender certa desvalorização do gênio por parte de Kant. Tal

desvalorização não está tão claro assim, se fizermos um exame mais atento do texto do

filósofo de Konigsberg. Para o exame desse problema, nos referimos à análise do juízo

de gosto puro, e a algumas partes da terceira crítica em que Kant fala da relação entre

algumas formas de beleza com conceitos e com a moralidade, enquadrando o gênio

como produtor dessa classe de objetos. Nos referimos também à parte em que Kant fala

de um interesse inferior pelo belo, um interesse empírico de satisfação de determinada

espécie de inclinação, em que Kant menciona a arte como fornecedora de tal satisfação.

Sugerimos então, que a arte do gênio é distinta dessa espécie de objetos que merece o

rebaixamento, segundo o modelo Kantiano de análise dos fenômenos estéticos, assim

como o próprio gênio, conceito totalmente distinto do gosto e da arte em geral.

DEUS E O SER-EM-SI NA DINÂMICA DA LINGUAGEM SIMBÓLICA.

EMÍLIO, Guilherme Estevan. Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP. Email:

[email protected].

A conferência estuda a maneira com que Paul Tillich articulou a questão de Deus em

seus escritos sobre ontologia comparando isto ao conceito filosófico de ser-em-si.

Tillich retoma da filosofia clássica e medieval a comparação do termo ser-em-si com

Deus, porém, observando o aspecto metafórico do termo ser-em-si e o aspecto

simbólico da noção de Deus. A ontologia de Tillich não limita o ser a pressupostos

metafísicos e, ao mesmo tempo, submete a linguagem objetiva e a lógica à análise de

conceitos ônticos e ontológicos, isto é, impede que a linguagem técnica-objetiva tente

explicar ou fundamentar a existência, o ser e a vida. Para Tillich, o ser é uma

composição infinitamente complicada de ser explicada. Entretanto, é possível

identificar uma estrutura de conceitos ontológicos que pode ser descrita e, ao mesmo

tempo, aponta metaforicamente para um fundamento, denominado como ser-em-si.

Em termos lógicos, pouco se pode falar sobre ele. O ser precede a atitude cognitiva e,

por isto, não pode ser descrito. Todavia, a questão do fundamento do ser deve ser

discutida e não pode ser abandonada, já que a maioria das filosofias utiliza conceitos

ontológicos que apontam para um fundamento. O símbolo teológico Deus possui

grande semelhança com a noção filosófica clássica do ser-em-si. Tanto o símbolo

Page 11: Caderno de Resumos - UNESP: Câmpus de Marília · lição, publicada no livro intitulado L'union de l'âme et du corps chez Malebranche, Biran e Bergson em 1978, Merleau-Ponty analisa

11

Deus como a metáfora do ser-em-si devem ser observados a partir de uma linguagem

simbólica, que penetra o inconsciente coletivo, expõe dimensões profundas do ser

humano, traz à tona preocupações últimas e tenta responder à pergunta pelo sentido do

ser, da vida e da história. A hipótese fundamental desta pesquisa é que a linguagem

simbólica pode trazer novos significados à relação entre Deus e o ser-em-si sob o

prisma das filosofias contemporâneas.

DISSOLUÇÃO E ALEATORIEDADE: REFLEXÕES SOBRE O ROMANCE

CONTEMPORÂNEO.

ENCINAS, Luis Fernando Catelan. Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus

de Marília. Bolsista CAPES. Email: [email protected].

A presente conferência tem por objetivo analisar o estatuto do romance contemporâneo,

cujo problema de fundo é a falência das chamadas narrativas históricas ou tradicionais,

isto é, a perda de sentido se transforma no problema central do romance contemporâneo,

convertido em reflexão sobre o Nada (a exemplo de Burroughs, Pynchon e Bolaño). Na

verdade, este tipo de problemática pode ser remetido à obra de Flaubert, especialmente

ao seu romance “Educação Sentimental” (1869). Mas a perda de sentido aqui está

associada à ideia de desilusão (descrença), e muito longe de aboli-las, a narrativa

flaubertiana conserva ainda a unidade estética e o sentido monológico do texto. Em todo

o caso, o romance contemporâneo parece ter solapado os fundamentos do romance

tradicional, tais como enredo, linearidade e, sobretudo, a unidade formal; esta última foi

definitivamente abolida, dissolvida em favor de vários registros narrativos. E neste

sentido, somente a categoria de pluralidade é capaz de explicar esse grande composto

formado por vários registros em que foi convertido o romance contemporâneo;

pluralidade pura, ou seja, afirmação irredutível a qualquer unidade configuradora. Pois

diferentemente da totalidade hegeliana, a totalidade produzida aqui é produzida como

uma parte ao lado das partes, que ela não unifica nem totaliza – uma unidade entre

registros narrativos que conservam toda a sua diferença nas suas próprias dimensões,

enquanto conjunto de partes heterogêneas, como uma colcha de retalhos infinita. Assim,

nossa conferência pretende analisar todas essas características no intuito de apontar para

as transformações e radicalizações composicionais do romance contemporâneo (em

especial, o romance americano do pós-guerra).

O MARGINAL E O PÓS-MODERNO: CONSIDERAÇÕES SOBRE A

ESTÉTICA DO “ESPAÇO VAZIO” DA 28a

BIENAL DAS ARTES DE SÃO

PAULO (2009).

FERREIRA, Guilherme Kaiala Goulart. Universidade Estadual Paulista – UNESP –

Campus da Marília. Bolsista CAPES. Email: [email protected].

Nesta conferência, propomo-nos a discorrer em torno de um fato isolado na história das

Bienais de arte de São Paulo como pano de fundo para tratarmos alguns pontos de

contato entre arte marginal e a arte contemporânea, aliás, tratarmos a arte marginal

como parte da pluralidade de linguagens da arte contemporânea. Temos o filósofo

Arthur C. Danto como referência teórica nas discussões sobre os limites da arte

contemporânea na intersecção das narrativas oficiais e complexos institucionais do

mundo da arte. Para tal, escolhemos um fato real do cenário das artes visuais no Brasil.

A 28a Bienal de Arte de São Paulo (2009) foi alvo de bastante polêmica, suscita uma

interessante discussão em torno da legitimidade dos atos estéticos e os espaços

Page 12: Caderno de Resumos - UNESP: Câmpus de Marília · lição, publicada no livro intitulado L'union de l'âme et du corps chez Malebranche, Biran e Bergson em 1978, Merleau-Ponty analisa

12

institucionais da arte. Ao contrário das Bienais anteriores, nesta edição os curadores –

Ivo Mesquita e Ana Paula Cohen – apresentam uma proposta bastante provocadora: dos

três andares do prédio onde são realizadas as Bienais – Pavilhão Ciccillo Matarazzo,

Parque Ibirapuera na cidade de São Paulo – curiosamente, o segundo andar do prédio é

reservado para uma proposta estética: permanece inteiramente livre (12 mil m2) não

abrigando nenhum tipo de obra de arte. Segundo a proposta da curadoria, o que está em

jogo é o conceito de planta livre criado por Le Corbusier. O tema desta edição

carregava o título: “Em Vivo Contato”, entretanto, ficou conhecida enquanto “Bienal do

vazio”, que ironicamente, não passou em branco.

A TECNICIZAÇÃO DO HOMEM E A TOLERÂNCIA RELIGIOSA NA OBRA

HABBERMASIANA: PROBLEMAS ÉTICOS.

FERREIRA, Luis Marcos. Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de

Marília. Email: [email protected].

O nosso objetivo é a análise do posicionamento de Jürgen Habermas sobre o papel da

religião no interior debate público, com a análise de dois textos sobre o tema: o primeiro

Entre naturalismo e religião (2007) e O futuro da natureza humana (2004). No primeiro

texto ele disserta sobre a “tolerância religiosa” “como precursora dos d ireitos

culturais”; no segundo, sobre Fé e Saber; num discurso que apresentou em 14 de

outubro de 2001, após os acontecimentos de 11 de setembro de 2001, e no qual

desenvolveu um argumento que poderia ser pensado da seguinte maneira: o que a

“secularização”, tão presente nas sociedades pós-seculares, pretende dos cidadãos de um

estado democrático constitucional, tanto de crentes como dos que não creêm?

Tentaremos entender acompreensão habermasiana do tema em textos anteriores e

possíveis mudanças na sua descrição sobre o papel da religião na esfera pública e em

seu conceito de sociedade secular para sociedade pós-secular visando a construção de

um mundo mais justo e tolerante. Trata-se de parte de um capítulo no qual o tema da

tolerância religiosa será crucial na medida mesmo em que estará presente na nossa

abordagem da religião diante das questões ligadas à tecnicização do homem e

problemas éticos daí decorrentes, como p.ex. mutações genéticas, clonagem e eugenia.

VOLTAIRE E O PROBLEMA DO RECONHECIMENTO DO MAL.

FRANCO, Estevam Roosevelt Rodrigues. Universidade Estadual Paulista – UNESP –

Campus de Marília. Email: [email protected].

Reconhecidamente, a crítica de Voltaire a Leibniz se estende até as noções conceituais

de „bem‟ e „mal‟, onde o „melhor dos mundos possíveis‟, presente na monadologia e

nos ensaios de teodicéia, é tido por Voltaire como, no mínimo, escandaloso. Há dois

textos principais onde estão estruturados a crítica: no verbete tudo esta bem do

dicionário filosófico e no conto Candido. A conferência pretende demonstrar que

Voltaire não dirige suas criticas diretamente a Leibniz, mas ao seu legado: pensadores

como Shaftesbury e Pope que tentaram dar respostas ao problema do mal no mundo,

mas sempre de maneira contraditória segundo o autor.

NIETZSCHE: RAZÃO E LINGUAGEM.

GALASSI, Claudia Simone. Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de

Marília. Email: [email protected]

Page 13: Caderno de Resumos - UNESP: Câmpus de Marília · lição, publicada no livro intitulado L'union de l'âme et du corps chez Malebranche, Biran e Bergson em 1978, Merleau-Ponty analisa

13

A presente conferência trata-se de um estudo em torno da crítica feita por Nietzsche à

ideia de verdade. Em torno disso, linguagem e razão são temas que encontram-se

totalmente imbricados nas reflexões de Nietzsche quando se trata deste tema.

Conforme se pode verificar no texto Acerca da Verdade e da mentira no sentido

extra-moral, a propósito de uma contribuição para a gênese do intelecto, foi a partir da

necessidade de conservação que se iniciou um processo de desenvolvimento do

intelecto humano, tendo suas repercussões no pensamento grego, que por sua vez

culminou no pensamento ocidental. O homem desenvolveu o intelecto, com o intuito

de acordos entre os iguais e dominação da natureza. O pacto entre os humanos foi

possível através da linguagem, que convencionou signos e nomes para as coisas que

eram úteis e válidas para a sociedade. Assim, a linguagem foi criando um mundo

próprio e moldando nosso pensamento. O desenvolvimento da razão, segundo

Nietzsche, se deu conforme a crença de que com a linguagem e através dela, o homem

possuía um saber efetivo sobre as coisas. A linguagem enquanto instrumento de

cristalização da ideia de verdade, aliada aos processos psicológicos e sociais

(esquecimento, sentimento moral e o hábito) instauraram no homem uma segunda

natureza, marcando toda uma história de pensamento. Desde então, o pensamento

trágico e juntamente a ele, a linguagem poética e criadora, foram submetidos ao

pensamento do Ser e à linguagem do discurso pré-determinado. É este tipo de

pensamento, nada autêntico, nada genuíno, que é detectado e bombardeado por

Nietzsche.

KANT E O COMÉRCIO PSICO-FÍSICO: O INFLUXO ENTRE CORPO E

ALMA.

GIROTTI, Márcio Tadeu. Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de

Marília. Bolsista CAPES. Email: [email protected]

Diante da crítica kantiana lançada às concepções metafísicas sobre a doutrina da alma,

buscaremos abordar a questão do comércio psico-físico (troca de informações), entre o

mundo sensível e suprassensível, ou, entre a alma, o corpo e o espírito. A problemática

do comércio psico-físico é tratada por Kant na obra Sonhos de um visionário explicados

por sonhos da metafísica (1766), por conta da figura de Swedenborg, um entusiasta do

mundo suprassensível, um visionário sueco, que afirma ter contato com o mundo dos

espíritos. Com isso, Kant aborda a definição do conceito de espírito, bem como o

problema da relação alma e corpo, dentro da questão da impenetrabilidade: como pode

um ser imaterial ocupar um ser material? Na Dissertação de 1770, Kant retoma a

questão acerca das relações que se estabelecem entre corpos físicos e entre tais corpos e

uma possível unidade do Mundo encontrada em um ser fora do mundo, ou uma causa

comum (única): Deus. Essas relações, em certo sentido, fazem referência ao comércio

psico-físico estabelecido nos Sonhos de um visionário. Já na Crítica da razão pura

(1787), a questão é retomada com referência à crítica de Kant às teorias tradicionais da

doutrina pura da alma, que não são senão “paralogismos da doutrina transcendental da

alma, a qual é tomada falsamente como ciência da razão pura sobre a natureza do ente

pensante” (KrV, B 403). Nesse sentido, trataremos a questão entre as três obras citadas,

buscando, ao menos, levantar a questão da possibilidade da comunicação entre um

mundo e outro e, talvez, entre um ser e o outro.

REFLEXÕES ACERCA DA TEORIA EVOLUTIVA DE HABERMAS.

Page 14: Caderno de Resumos - UNESP: Câmpus de Marília · lição, publicada no livro intitulado L'union de l'âme et du corps chez Malebranche, Biran e Bergson em 1978, Merleau-Ponty analisa

14

GRADSKI, Anatoli Konstantin. Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de

Marília. Email: [email protected]

Com o conceito de intersubjetividade lingüística, Habermas busca compreender como a

interação entre os vários sujeitos num discurso os fazem pertencer a um espaço de

vivência e de experiências compartilhadas, o que para ele constitui o mundo da vida não

apreendido pelas ciências positivas e nem colonizado pelo sistema. Paralelo à sua crítica

à apreensão positivista do conceito de mundo da vida, ele apresenta uma reconstrução

evolutiva da racionalidade, cuja base está na epistemologia genética de Piaget e na

teoria do desenvolvimento do juízo moral de Kohlberg, e que concebe o entendimento

intersubjetivo como resultado da aprendizagem no processo cognitivo de aquisição de

competências operatórias, no qual se dá o desenvolvimento das relações interativas.

Tanto numa interpretação filogenética quanto na análise da evolução ontogenética da

consciência moral, Habermas constata o mesmo processo que, passo a passo, segue em

direção ao estabelecimento de princípios universalistas para a regulamentação de

conflitos que obstam o entendimento intersubjetivo das comunidades lingüísticas – e

isso tanto no âmbito do mundo da vida cotidiano quanto no âmbito da produção formal

do conhecimento. Ora, metodologicamente, aqui estamos diante de uma perspectiva

evolucionista da própria razão. O que cabe é questionar se tal perspectiva não pode

servir de pano de fundo a uma filosofia da história. Se sim, como então compreender

essa nova racionalidade diante da história visto que, segundo a própria crítica de

Habermas, a filosofia da história é aliada secreta do positivismo, e, em decorrência, por

ceder ao objetivismo cientificista anula o sujeito cognoscente da própria constituição

das estruturas sociais?

ARTICULAÇÃO DO CONCEITO “EU” (ICH) EM DUAS OBRAS

FREUDIANAS.

GUIDI, Giovanni José Signorelli. Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus

de Marília. Bolsista CAPES. Email: [email protected]

O “Projeto para uma Psicologia Científica” é um texto escrito por Freud em 1895 e

publicado postumamente em 1950. Essa obra é bastante interessante por ter sido o

primeiro momento no qual Freud tentou construir uma explicação do aparelho psíquico

buscando esclarecer os fenômenos mentais, como os presentes nas patologias e nos

sonhos. Para inúmeros pesquisadores, a definição dos conceitos presentes nesse texto

pode ser conferida nos escritos subseqüentes de Freud, fazendo com que o Projeto,

mesmo sendo uma obra abandonada pelo autor, seja comumente evocada, pairando

sobre a teoria psicanalítica freudiana como um fantasma, pois as elaborações posteriores

estariam presentes desde então. Nesse sentido, a presente conferência tem por objetivo

apresentar o conceito “Eu” (Ich) presente na primeira parte do Projeto, articulando-o

com a definição do mesmo conceito apresentada por Freud na obra de 1920, “O Eu e o

Isso”. Para tanto, serão analisados os dois momentos em que o autor construiu a sua

definição de “Eu” (Ich), para depois pensarmos se realmente existem semelhanças entre

o conceito apresentado em 1895 e o mesmo conceito definido no contexto da segunda

tópica.

Palavras-chave: Eu. Projeto para uma Psicologia Científica. O Eu e o Isso. Segunda

Tópica.

OBSERVAÇÃO CIENTÍFICA: FODOR VERSUS CHURCHLAND.

Page 15: Caderno de Resumos - UNESP: Câmpus de Marília · lição, publicada no livro intitulado L'union de l'âme et du corps chez Malebranche, Biran e Bergson em 1978, Merleau-Ponty analisa

15

LAZARIN, Tales Carnelossi. Universidade Federal de São Carlos – UFSCar. Email:

[email protected].

Nesta conferência pretende-se revisitar um confronto breve, porém significativo, sobre o

assunto das observações científicas. O pano de fundo do debate são as controversas

teses de autores construtivistas como Kuhn e Hanson de que as observações científicas

seriam essencialmente impregnadas pelas teorias esposadas pelos cientistas, e também

que não haveria um referencial externo às próprias teorias científicas que torne possível

uma comparação entre teorias rivais em um mesmo domínio (i.e. teorias distintas seriam

incomensuráveis). Fodor, sendo um realista, tenta confrontar essas teses buscando

resguardar a possibilidade de estabelecer o conhecimento científico objetivo. O autor

propõe, partindo da tese empírica da modularidade mental defendida previamente por

ele, que a percepção é uma faculdade modular e que, por isso, a informação ali

processada seria encapsulada, sofrendo influência muito restrita de processos cognitivos

superiores; desse modo haveria, sim, neutralidade perceptiva com relação às teorias

científicas - ao contrário do que afirmam os construtivistas. Churchland, também um

realista, objeta porém que, mesmo concedendo o ponto a Fodor, obter-se-ia com isso no

máximo um consenso perceptivo limitado, mas não a garantia de conhecimento

objetivo, dado que o processamento cognitivo, mesmo modular, poderia operar a partir

de um conjunto de suposições enviesadas ou falsas sobre o mundo. A isso Fodor replica

que, mesmo havendo um viés universal, basta que seja possível o consenso perceptivo

dos cientistas para se estabelecer uma base observacional neutra com relação às teorias

científicas, que poderia então ser empregada para decidir entre teorias científicas rivais,

afastando a tese de incomensurabilidade.

EDUCAÇÃO PELA DUREZA NA PRIMEIRA INFÂNCIA E O

ENFRAQUECIMENTO DO EU.

LIMA, Emerson Filipini de. Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de

Marília. Bolsista FAPESP. Email: [email protected]

Nos baseando principalmente no livro Educação e Emancipação de Adorno,

discutiremos como a “educação pela dureza” nos leva a uma relação de frieza e rancor

tanto em relação aos homens quanto em relação à cultura. Isto ocorre porque este tipo

de educação desumaniza o indivíduo. Na educação pela dureza o indivíduo é levado a

ter uma postura rígida, seguindo normas sem questioná-las, porém, esta postura

contribui para o enfraquecimento do eu. O enquadramento em regras sem reflexão e

questionamento indica uma situação de heteronomia e consciência reificada. Ao se

imporem normas de forma violenta, esta violência acaba sendo interiorizada como

sendo uma forma normal de comportamento, ela passa a fazer parte da personalidade do

indivíduo. Como resultado disso vemos o tipo de personalidade denominado por

Adorno como personalidade autoritária. É durante a primeira infância que a estrutura

psíquica é formada (ego e superego), nesta fase a educação pela dureza pode deixar

marcas na estrutura psíquica do individuo que influenciarão, de forma negativa, seu

comportamento por toda a vida, isto se o adulto tiver uma postura autoritária em sua

relação com a criança. Em um ambiente violento a criança pode decorar normas e

regras, porém não poderá ter uma relação viva com a cultura, mas sim uma relação de

ressentimento e desconfiança.

Palavras-chave: Teoria Crítica. Adorno. Primeira infância. Formação. Autoridade.

Page 16: Caderno de Resumos - UNESP: Câmpus de Marília · lição, publicada no livro intitulado L'union de l'âme et du corps chez Malebranche, Biran e Bergson em 1978, Merleau-Ponty analisa

16

UMA ABORDAGEM MONISTA-NATURALISTA DE ESPINOSA SOBRE O

CONCEITO DE SAÚDE MENTAL.

LIMA, Orion Ferreira de. Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de

Botucatu. Email: [email protected]

Nessa conferência iremos abordar o conceito de loucura como sinônimo de erro, ou

seja, de tudo aquilo que se constitui deturpação da realidade. Nessa perspectiva, o louco

tornou-se um alienado, alheio a si mesmo e ao mundo, em suma, um não-sujeito.

Entendida nesse sentido, a doença mental assume o caráter de desajuste biológico, mais

especificamente falando na esfera cerebral. É nesse universo de isolamento que a

loucura torna o indivíduo o sujeito da desrazão, em outras palavras, o sujeito, que por

conta de sua alienação, deixa de ser protagonista de sua própria história, dando lugar ao

objeto de alienação. Construímos nossas teorias e práticas a partir de uma série

coordenadas de sintomas que caracterizam o estabelecimento de um “desajuste” na

esfera dita mental; com isso diagnosticamos e traçamos um plano comum de

terapêutica. Nesse sentido, os aspectos histórico-social e individual não foram

valorizados. Sendo assim, temos a pretensão de valorizar essas dimensões,

considerando-as imprescindíveis à construção do conceito de saúde. Acreditamos que a

filosofia monista-naturalista de Espinosa nos garante subsídios imprescindíveis para se

entender como é possível alcançar uma vida satisfatória. Ao postular sua teoria do

conatus, Espinosa afirma que os afetos constituem elementos determinadores de uma

vida saudável ou não.

A HIPÓTESE DE CRICK E O PROBLEMA DA CONSCIÊNCIA.

MASSMANN, Diogo Fernando. Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de

Marília. Bolsista CAPES. Email: [email protected].

The Astonishing Hypothesis de F. Crick é uma tentativa notável de apresentar os

conhecimentos atuais sobre a natureza do cérebro em relação com um grande número de

domínios conexos, como as ciências cognitivas e a psicologia. Apesar de Crick

apresentar detalhes sobre a anatomia e a fisiologia da visão, deixa de lado certos

detalhes relativos aos canais iônicos, aos receptores químicos e aos diferentes tipos de

neurotransmissores. Crick estaria próximo do materialismo reducionista ao pensar que

toda a nossa „vida mental‟, todas nossas experiências conscientes se „explicariam‟ pelo

comportamento dos neurônios e nada mais seriam que propriedades que „emergiriam‟

do sistema de neurônios. Mas como que é possível que alguns sinais de neurônios de

natureza física, objetiva e quantificável possam causar experiências internas, subjetivas

e qualitativas? Crick e Koch haviam sugerido a hipótese que uma atividade sincronizada

de neurônios ao nível de 40Hz poderia ser o correlato neural da consciência visual.

Estes neurônios, que se situariam no sistema tálamo-cortical, poderiam ser a chave para

o problema da consciência, porque responderiam a todas as características de um objeto

percebido no espaço permitindo uma percepção unificada.

A REIFICAÇÃO E A PROPOSTA FORMATIVA EM HISTÓRIA E

CONSCIÊNCIA DE CLASSE, DE GEORGY LUKÁCS.

MENDES, Bruno Moretti Falcão. Universidade Federal de São Carlos – UFSCar.

Email: [email protected].

Esta conferência abordará a perspectiva formativa em História e Consciência de Classe,

procurando analisar como Lukács apreende o conceito de reificação de modo dinâmico

Page 17: Caderno de Resumos - UNESP: Câmpus de Marília · lição, publicada no livro intitulado L'union de l'âme et du corps chez Malebranche, Biran e Bergson em 1978, Merleau-Ponty analisa

17

e dialético, como processo de formação do ser social na medida em que é compreendido

como manifestação totalizante da realidade, em suas dimensões objetivas e subjetivas,

ao mesmo tempo em que procuramos destacar como o autor húngaro introduz a

possibilidade de uma formação subjetiva da consciência, recuperada a partir do trajeto

da filosofia clássica alemã, em consonância com a análise e apreensão das formas de

objetivação social reificadas, lançando mão do conceito de fetichismo da mercadoria.

Em termos gerais, reportamos nossa atenção ao modo como o autor busca reconciliar as

formas sociais objetivas afetadas pela mercantilização com a formação subjetiva. Nesta

medida, buscamos situar a discussão que o autor desenvolve, sobretudo na parte central

da obra, A Reificação e a Consciência do Proletariado, destacando a problemática das

antinomias, na medida em que a “originalidade do racionalismo burguês moderno”, que

permitira acessar a uma universalidade no plano da consciência, aparece na exposição

do trajeto da filosofia clássica alemã, no sentido de identificar modelos de pensamento

que já expressavam a fecundidade formativa do ser, como formas universais do ser

reificado e indicaria os caminhos para a sua superação. Dentro dessa proposta, seria

possível pensar no que seria a “gênese do marxismo”.

Palavras-chave: Lukács. Reificação. Antinomias. Totalidade. Filosofia clássica alemã.

ORIENTAÇÕES FILOSÓFICAS DE SANDRO BOTTICELLI NO CONTEXTO

DO SÉCULO XV.

MENDONÇA, Débora Barbam. Univesidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de

Marília. Bolsista FAPESP. Email: [email protected]

A conferência a ser apresentada tem por objetivo investigar a pintura de Sandro

Botticelli como o resultado de um intenso debate histórico-filosófico no Quattrocento

italiano (Renascimento no século XV). O período em questão contou com propostas

filosóficas que envolviam o universo das produções artísticas, bem como, com teorias

que realizavam reflexões sobre uma questão comum: o belo artístico. De um lado,

destacamos as teorias pautadas no cientificismo humanista representada pelo teórico

Leon Batista Alberti, que indicava aos artistas como deveria ser a composição de suas

obras, de maneira que fosse possível localizar a beleza dada pela natureza; de outro, a

vertente filosófica neoplatônica elaborada por Marsilio Ficino, que no final do século

teorizava a beleza como algo eterno e imutável. O desenvolvimento de nosso estudo

consiste na constatação de um conceito importante para o entendimento do belo no

século XV, seja pela via de Alberti ou de Ficino: o conceito de graça. Entendemos que

conceito de graça seja o elemento responsável pela relação inédita entre a reflexão

teórica e a prática artística, responsável por realizar uma intersecção do fazer artístico

com as propostas teóricas existentes no século XV. Pretendemos encontrar na pintura de

Sandro Botticelli os elementos que os italianos entendiam como graciosos, bem como

identificar os exemplares que indicam a inserção do pintor neste diálogo prático-teórico,

frizando sempre a importância de uma reflexão filosófica para o universo artístico, já

em Florença do século XV.

A EFETIVAÇÃO E AUTODETERMINAÇÃO DO ESPÍRITO NA FILOSOFIA

HEGELIANA: UM ESTUDO DA INTRODUÇÃO DO TERCEIRO LIVRO DA

ENCICLOPÉDIA DAS CIENCIAS FILOSÓFICAS EM COMPÊNDIO.

MENK, Tomás Farcic. Univesidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de Marília.

Bolsista CAPES. Email: [email protected].

Page 18: Caderno de Resumos - UNESP: Câmpus de Marília · lição, publicada no livro intitulado L'union de l'âme et du corps chez Malebranche, Biran e Bergson em 1978, Merleau-Ponty analisa

18

O conceito de Espírito possui na filosofia hegeliana uma função central. No contexto da

Enciclopédia das Ciências Filosóficas de 1830, o Espírito é o momento em que a Idéia

Lógica retorna e volta-se para seu ser outro, na figura da Natureza, e assim, surge à

unidade do Espírito. Ele é o todo, mas antes de ser todo, ou a verdade do todo, é uma

verdade parcial que necessita ser completada, determinada. O Espírito é o objeto e o

sujeito da consciência, mas não é algo particular, nem uma substância particular, pois

muito antes, o Espírito é o universal que desenrola a si próprio. A Fenomenologia é a

história deste desenrolar do Espírito, rumo ao conhecimento total. Ao longo desta

história estão os objetos que por meio deles, e contra eles, o Espírito se realiza. No

último estágio de seu desenvolvimento o Espírito reconhece-se como verdade, mas só

porque absorveu o erro, a negatividade, e a parcialidade. Este último estágio culmina no

regresso da natureza de si próprio no reino da razão. O Espírito é, portanto, o absoluto

no movimento de se autodeterminar. Nossa pretensão nesta conferência é estudar o

conceito de Espírito, mas como este é um tema muito amplo, nos propomos a analisá-lo

em dois momentos principais: Na primeira tentaremos demonstrar o Espírito como a

efetivação da suprassunção da Lógica e da Natureza; no segundo, tentaremos analisar o

movimento próprio do Espírito, como a autodeterminação de si mesmo.

DA “VIRADA NATURALISTA” À “VIRADA INFORMACIONAL” NA

FILOSOFIA.

MORAES, João Antonio de. Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de

Marília. Bolsista CAPES. Email: [email protected]

Buscaremos, nesta conferência, apresentar nossa hipótese segundo a qual a “virada

naturalista” na Filosofia teria propiciado a emergência de uma segunda virada, agora

informacional, na Filosofia. O eixo central que focalizaremos para defender nossa

hipótese é a análise do processo de desconstrução da metafísica da subjetividade, que,

supostamente, teria ocorrido com a “virada naturalista na Filosofia”. O tema da

subjetividade, mesmo já tendo sido expressa anteriormente na Filosofia, ele se destaca,

como explicitaremos, no pensamento de Descartes (1973a, 1973b), a partir do

pressuposto de que o homem é o único possuidor de alma e a medida de todas as coisas.

Esse pressuposto começa a ser superado com a “virada naturalista na Filosofia”, cujo

marco tem por representantes centrais, segundo nosso entendimento, La Mettrie (1748)

e Dewey (1909). Esses filósofos iniciaram um processo de desconstrução da

subjetividade, segundo o qual o homem perde seu papel central na compreensão do

mundo e é entendido como um organismo complexo dentre os outros existentes. A alma

não é mais entendida como um elemento superior, mas é situada no mesmo contexto do

corpo. Entendemos que o processo de desconstrução da subjetividade se consolida com

a ocorrência da “virada informacional na Filosofia”, dando origem a novas disciplinas

no estudo da mente tais como a Filosofia da Mente e a Ciência Cognitiva.

Principalmente nesta última ciência, se assume que “conhecer é fazer” via modelagem,

o que possibilita o entendimento de que sistemas artificiais também poderiam possuir

processos mentais. Enfim, buscaremos destacar que é neste contexto que àquele homem,

dotado de alma segundo a concepção da modernidade, se dissolveria.

Palavras-chave: Virada Naturalista. Virada Informacional. Desconstrução da

subjetividade. Mente.

IMPLICAÇÕES ÉTICAS DA COMPUTAÇÃO UBÍQUA: UMA ANÁLISE A

Page 19: Caderno de Resumos - UNESP: Câmpus de Marília · lição, publicada no livro intitulado L'union de l'âme et du corps chez Malebranche, Biran e Bergson em 1978, Merleau-Ponty analisa

19

PARTIR DA ÉTICA DA INFORMAÇÃO.

MORONI, Juliana. Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de Marília.

Bolsista FAPESP. [email protected]

Estudos acerca da natureza da informação têm contribuído para pesquisas de questões

recorrentes na Filosofia como a relação mente-corpo, o processo de aquisição do

conhecimento e os aspectos éticos da relação entre mentes e máquinas. Nesse contexto,

o objetivo desta conferência é investigar a relevância da aplicação do conceito de

informação nos estudos sobre o desenvolvimento de sistemas artificiais tais como

máquinas inteligentes, bem como implicações éticas da tecnologia informacional no

estudo da ação. Para isso, realizamos uma breve abordagem histórica da virada

informacional na Filosofia e discutimos aspectos éticos ligados a utilização de

tecnologias informacionais no direcionamento da ação. No contexto da ética

informacional procuramos problematizar os efeitos da inserção da tecnologia

informacional no cotidiano das ações dos organismos nos seus respectivos ambientes.

Aspectos positivos e negativos de tais efeitos são discutidos com o propósito de

contribuir para o desenvolvimento de uma ética não antropocêntrica que esteja voltada

ao estudo da diversidade das ações de agentes situados e incorporados no ambiente.

O NOVO MODELO PARA O ESTUDO DA MENTE SEGUNDO DANIEL

DANNETT.

PAULO, Gustavo Vargas de. Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de

Marília. Bolsista FAPESP. Email: [email protected]

O objetivo desta conferência é apresentar o novo e contra-intuitivo modelo para o

estudo da mente do filósofo Daniel Dennett, ressaltando as implicações de sua visão do

funcionamento do cérebro para o estudo da consciência. O novo modelo proposto por

Dennett encontra coerência teórica no encontro das noções da máquina Joyceana e da

mente como um pandemônio. Buscaremos abordar os motivos pelos quais o filósofo

almeja rever o que entendemos por “consciência” com base neste modelo. Dennett tenta

explanar o conceito de consciência de forma que ela não se apresente como algo

misterioso na mente, mas como algo que certamente é produto da evolução biológica e

que está em íntima conexão com os tipos de processamento de informação mais simples

que a precederam na cadeia evolutiva e que estão em grande parte ainda presentes em

nossos cérebros. O seu modelo de estudo da mente considerando-a sob a perspectiva de

terceira pessoa aparentemente nega a consciência porque considera os qualia das

experiências conscientes como parte de uma ficção filosófica que não teria espaço em

um estudo sério amparado pelas disciplinas das ciências cognitivas. Neste trabalho

defenderemos que as propostas de Dennett seriam melhor encaradas como uma

reformulação da noção de consciência, de maneira que uma negação categorial desta

atribuída ao filósofo seria forte demais, com vistas a que os próprios termos do debate

podem necessitar um maior esclarecimento em relação a cada teoria que os utiliza.

Dennett acredita explanar os fenômenos diários que dizem respeito à consciência dentro

de seu escopo teórico, mas acaba por rejeitar grande parte dos conceitos comuns que

carregam nossas concepções normais destes fenômenos.

MONTAGNE: CETICISMO E ETNOCENTRISMO.

PETEAN, Antonio Carlos Lopes. Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus

de Araraquara. Email: [email protected]

Page 20: Caderno de Resumos - UNESP: Câmpus de Marília · lição, publicada no livro intitulado L'union de l'âme et du corps chez Malebranche, Biran e Bergson em 1978, Merleau-Ponty analisa

20

O pensador francês Michel de Montaigne se preocupou em retratar a diversidade de

costumes e hábitos que os homens são capazes de criar. Em pleno século XVI sua obra

“Ensaios” abordou, no texto “Dos Canibais”, os hábitos e costumes dos Tupinambás.

Enquanto no texto “Dos Coches”, que também faz parte dos seus “Ensaios”, as

reflexões se concentram na crueldade e incompreensão dos espanhóis ao se defrontarem

com povos nativos da América. Suas reflexões nestes textos buscarão relativizar o

conceito de “povos bárbaros”. Conceito muito presente na literatura ocidental, desde os

primórdios da civilização grega. Montaigne vai nos dizer que somos escravos de

costumes, hábitos e opiniões que circulam entre nós e aos quais aderimos através da

educação, dos ensinamentos dados por nossos pais ou através do grupo social com o

qual partilhamos nossa vida. Para Montaigne a tirania dos costumes e hábitos nos

impede o livre exercício da razão e de construirmos um juízo sobre o outro que leve em

conta a própria diversidade humana. Podemos dizer que Montaigne antecipou, com suas

especulações filosóficas, as teses que condenam os olhares etnocêntricos nas ciências

humanas e, ao mesmo tempo, podemos ver nos “Ensaios”, um ceticismo quanto ao livre

discernimento do qual a razão seria capaz, segundo os racionalistas da sua época.

AS CRÍTICAS DE GILBERT RYLE À TRADIÇÃO FILOSOFIA: A

INTELIGÊNCIA INCORPORADA PRESENTE NO CONHECIMENTO

COMUM.

PILAN, Fernando César. Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de

Marília. Bolsista CAPES. Email: [email protected]

O objetivo da presente conferência é apresentar os argumentos de Gilbert Ryle (1949,

2000), a respeito da inteligência incorporada presente no conhecimento comum (know

how). Segundo Ryle, dentre as várias abordagens que procuraram explicar a natureza da

mente, predomina a dualista substancial. Esta abordagem estabeleceu dois âmbitos

ontológicos distintos: um material, correspondente ao corpo, e outro, imaterial,

responsável pela produção do conhecimento, correspondente à mente. O autor critica

esta interpretação da tradição afirmando que ao invés de resolver o problema da mente,

este legado complica-se, gerando pseudoproblemas como, por exemplo, a espinhosa

explicação da interação entre mente e corpo. Destaca ainda que tal dificuldade presente

na tradição filosófica trate-se de um erro categorial: tal equívoco consistiria em entender

a mente como um tipo ou categoria diferente da categoria física, mas que interagiria

causalmente sobre o substrato físico/corpóreo. Em seu contraponto à tradição, Ryle

afirma que a ação realizada inteligentemente não necessitaria de antecedentes

intelectuais que ajam causalmente sobre o corpo. O plano do know how ou

“conhecimento comum” teria uma inteligência inerente que muitas vezes é realizada nas

ações sem a necessidade do amparo do raciocínio. É preciso desfazer este equívoco,

para que a investigação filosófica acerca da natureza da mente considere a relevância

cognitiva do plano da ação. Em suma, Ryle nos propõe um conceito de mente mais

amplo, segundo o qual os eventos mentais seriam um conjunto de relações

disposicionais que não se limitariam à inteligência teórico-intelectual.

INSTINTO E INTELIGêNCIA NA EPISTEMOLOGIA DE HENRI BERGSON:

UMA COMPREENSÃO DO MÉTODO INTUITIVO COMO PROCEDIMENTO

ORIENTADOR DA EVOLUÇÃO HUMANA.

RIO, Sinomar Ferreira do. Professor das Faculdades Integradas de Nova Andradina/MS.

Email: [email protected]

Page 21: Caderno de Resumos - UNESP: Câmpus de Marília · lição, publicada no livro intitulado L'union de l'âme et du corps chez Malebranche, Biran e Bergson em 1978, Merleau-Ponty analisa

21

Henri Bergson apresenta em sua filosofia duas maneiras distintas e complementares que

a vida efetivou como método de organização da realidade, a instintiva e a inteligente.

Dessas duas formas de organização, a inteligente apreende a realidade pela

exterioridade ao fixar pontos no espaço, constituindo um ambiente apropriado para um

agir interessado. Já o instinto se efetiva como uma organização interior da vida. O ser

vivo, firmando sua existência pelo método instintivo, não constitui uma realidade

exterior: ele se efetiva em um contínuo com o real. Esses dois métodos de organização

vital são constitutivos de toda ordem vida. A diferença entre os seres vivos se manifesta

pela preponderância de um ou de outro método de organização. Na espécie humana, a

inteligência se efetivou como o método de organização por excelência. Essa espécie, por

exigência existencial, elevou ao máximo essa tendência vital e se fez capaz de dominar

toda a realidade material. No exercício dessa capacidade, ela se fez prisioneira da

exterioridade que produziu para si como modo de viver. Não vê que a exterioridade é

uma produção cujo fim é libertar o ser vivo da necessidade imediata e da inconsciência

do existir instintivo. A vida, nessa perspectiva, ampliou suas potencialidades ao firmar a

inteligência como método de organização humana, mas se determinou nas próprias

necessidades que inventou para si. Não obstante esse impasse, a vida é concebida por

Bergson como uma expressão de liberdade. À luz dessas considerações, focaremos a

hipótese de que a intuição deve ser um retorno do ser inteligente para sua origem, de

maneira a fazer consciência de si no tempo como ser capaz produzir seu próprio destino

e, assim, ampliar sua humanidade como exercício de liberdade.

O PROBLEMA DO CONHECIMENTO EM ESPINOSA.

SILVA, Adriano Pereira da. Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de

Marília. Email: [email protected].

A filosofia de Espinosa pode ser considerada como uma verdadeira síntese do

pensamento do século XVII, no que tange à busca de uma explicação acerca da natureza

e da vida. Sua investigação busca uma concepção ética da vida humana, conduzida em

função do ser: “Deus sive natura”. Por isso, sua teoria do conhecimento parte da plena

convicção de que existe o Ser e a verdade, e somos capazes de conhecê-los. Segundo

ele, a verdade existe e não é produzida por nós, ou seja, é preciso somente buscar um

caminho seguro para descobri-la, e o critério que permite esta segurança é distinguir as

ideias verdadeiras (adequadas) das falsas (inadequadas) voltando-se para si mesmo e

fazendo uma reflexão sobre as próprias ideias. Assim, para Espinosa, há somente três

tipos de ideias: 1) as ideias afecções (affectio); 2) as ideias noções e 3) as ideias

essências. Cada uma correspondendo aos três gêneros de conhecimento: primeiro,

segundo e terceiro gêneros na obra Ética e aos quatro modos de percepção presentes no

Tratado da reforma da Inteligência. O conhecimento do primeiro gênero na Ética

corresponde ao primeiro e segundo modos de percepção no Tratado; o do segundo na

Ética ao terceiro modo no Tratado e, por fim, o do terceiro na Ética corresponde ao

quarto modo no Tratado. O método espinosano consiste em buscar ordenadamente a

verdade, isto é, a essência objetiva das coisas, para assim, chegarmos ao conhecimento

reflexivo e intuitivo da realidade.

A MÚSICA COMO ARTE ROMANTICA EM HEGEL.

SILVA, André S. Universidade do Estado de São Paulo – USP. Bolsista CAPES. Email:

[email protected]

Page 22: Caderno de Resumos - UNESP: Câmpus de Marília · lição, publicada no livro intitulado L'union de l'âme et du corps chez Malebranche, Biran e Bergson em 1978, Merleau-Ponty analisa

22

G.W.F.Hegel elabora sua filosofia da música no quadro teórico dos Cursos de Estética,

tendo em vista neles há uma teoria que visa compreender o status da arte como um todo

e seu papel no mundo e a teoria sobre a música se insere nesta direção. O filósofo

concebe a música como uma arte na qual o Espírito alcançou uma grande compreensão

de si e liberdade em sua atividade, na medida em que , na música , o conteúdo humano

se expressa em toda sua extensão ( o amor, a dor, a alegria, a morte...). A música , de

acordo com o Ideal, coloca-se como arte principal no seu desenrolar histórico-conceitual

na humanidade, quando a sujeito humano quer que todo seu interior se aprofunde, que a

subjetividade se expanda cada vez mais, fazendo com que o sentimento possa cada vez

mais alcançar sua expressão. Este aprofundamento da interioridade, da espiritualidade

começa com o advento da pintura como arte central- tendo nas pinturas alemã e

holandesa seu exemplo efetivo- que surge quando a escultura clássica grega não pode

elevar a interioridade e subjetividade humanas a um maior aprofundamento. Este

despertar da interioridade e subjetividade na arte é representada conceitualmente pelas

artes chamadas por Hegel de românticas (a pintura, a música e a poesia) colocadas sob o

conceito de Arte romântica. A música eleva a interioridade a um maior

aprofundamento,tendo em vista que , o som,seu material, é um meio muito mais

adequado para o interior ( e consequentemente para o sentimento) que todos os outros

(como a pedra, o mármore, as cores), fazendo com que tudo que pertença à interioridade

se eleve a um alto nível de desenvolvimento, tendo na música luterana sua realização

histórica.

VOLKSGEIST: TEMPO E O ESPÍRITO DE UM POVO EM HEGEL.

SILVA, Danilo Ramos Meira da. Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus

de Marília. Email: [email protected];

A noção de Volksgeist encontra-se, por certo, intimamente relacionada a várias

passagens do sistema filosófico hegeliano. Justifica-se então a reflexão do sentido que a

noção de Volksgeist carrega dentro da filosofia de Hegel. Assim, atento para o papel que

este possui na noção hegeliana de Tempo e História e, por conseguinte, seu vínculo com

algumas noções básicas do pensamento hegeliano, tais como, Absoluto, Espírito, Razão

e História Universal. Podemos dizer que o princípio fundamental da filosofia hegeliana

é a relação entre finito e infinito como uma identidade entre o real e o racional. A

dialética desta relação e identidade se faz presente também em sua noção de História e

desenvolvimento histórico. Assim, um estudo do contexto ocidental moderno e de sua

peculiar representação do tempo, associado ao estudo da perspectiva histórica dos

trabalhos de Hegel nos conduz para um aprofundamento do sentido da noção de

Espírito de um povo (Volksgeist) e ao problema do desenvolvimento histórico, bem

como a organização das idéias hegelianas na intuição de vida orgânica de um povo e sua

relação com a história do Espírito do mundo. Percebemos que para Hegel, o indivíduo

reduzido a si mesmo é uma abstração. É, portanto o Povo, a unidade orgânica

verdadeira, o universal concreto, a expressão do absoluto. O povo constitui um Estado,

uma nação, e a particularidade desta é o Espírito de um Povo. Aqui, o tempo e o

movimento dialético/histórico são justamente as noções de base de tal constituição. Para

Hegel, a Liberdade é universal e só tem sua objetividade no Estado, e o indivíduo não

poderia realizar-se em sua plenitude senão participando do que o ultrapassa e o exprime

ao mesmo tempo, de uma família, de uma cultura, de um povo, compreendidos dentro

de um movimento temporal.

ROUSSEAU: SOBERANIA POPULAR E ORIGENS DA ESFERA PÚBLICA.

Page 23: Caderno de Resumos - UNESP: Câmpus de Marília · lição, publicada no livro intitulado L'union de l'âme et du corps chez Malebranche, Biran e Bergson em 1978, Merleau-Ponty analisa

23

SILVA, Hélio Alexandre da. Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP. Email:

[email protected].

A presente conferência pretende investigar no pensamento de Jean Jacques Rousseau

indícios que permitem apontar para presença de elementos capazes de influenciar e

delimitar a construção teórica do que contemporaneamente tomamos como esfera

pública. Para tanto serão centrais três categorias que compõem a natureza humana

segundo Rousseau, são elas: a perfectibilidade natural (capacidade que todo homem

possui de aprender e se aperfeiçoar seja enquanto individuo ou enquanto espécie),

amor-de-si (espécie de reconhecimento mútuo que se manifesta principalmente no

padecer individual diante do sofrimento de seu semelhante) e liberdade natural (que

permite ao homem resistir aos instintos naturais e que por isso os distingue dos animais

que não possuem tal capacidade). Rousseau pode apostar na capacidade de cada homem

tornar-se um cidadão em grande medida graças ao campo de possibilidades aberto por

essas categorias, pois é também da articulação entre elas que surge a possibilidade de

pensar um espaço político público capaz de ampliar o papel dos cidadãos no contexto de

legitimação da soberania política. Em outras palavras, poderia dizer que a antropologia

de Rousseau possui um papel fundamental no processo que articula natureza e política

pensado na chave da soberania popular. Nesse sentido, penso ser possível investigar a

categoria de soberania popular como um primeiro passo no sentido de construir a noção

de esfera pública.

A DESCRIÇÃO DO HOMEM EM MONTAIGNE.

SILVA, Nelson Maria Brechó da. Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus

de Marília. Email: [email protected]

Esta conferência aborda o homem e sua descrição em Montaigne. Trata-se do livro

terceiro dos Ensaios, pertencente ao capítulo segundo, cujo título Do arrependimento. O

autor parte do pressuposto de que ele descreve o homem ao ensaiar. Haja vista que tal

descrição é assegurada pela escrita. Por essa razão, cada vez que ele escreve, mais se

amplia o seu retrato. Este, por sua vez, possui variação e diversidade, que indicam a

instabilidade do homem e a ausculta de registrar no escrito suas vivências. A descrição

se move à luz de uma embriaguez natural, ou seja, num movimento cético e

humanizador. Em cada ato de ensaiar ou pintar, o pensador o faz tal como aparece em

dado instante. A alma humana não para e se agita sempre à procura do caminho certo. A

felicidade do homem compreende em bem viver, pois não se lamenta com o passado e

tampouco teme o futuro. Os pensamentos dele sempre se acordaram com os seus atos.

Nesse sentido, o autor não se arrepende das suas ações, porque a consciência precisa se

corrigir por si mesma, por intermédio do fortalecimento da razão. À medida que o

tempo passa, a velhice se infiltra no homem como uma doença terrível. Faz-se mister

uma preparação cuidadosa para evitar a decadência. Assim, Montaigne luta com suas

forças contra a velhice. Aliás, a descrição que ele faz do homem se refere a ele mesmo.

Realiza tal proeza para garantir vivo no tempo as experiências vividas.

BAUMAN E A TENSÃO ENTRE MORALIDADE E LEGALIDADE.

SILVA, Paulo Fernando da. Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de

Marília. Email: [email protected].

Segundo Bauman, a teoria ética moderna teve como base dois pontos principais: a ética

estabelecida por leis e a moralidade como construção social. O primeiro ponto deriva da

Page 24: Caderno de Resumos - UNESP: Câmpus de Marília · lição, publicada no livro intitulado L'union de l'âme et du corps chez Malebranche, Biran e Bergson em 1978, Merleau-Ponty analisa

24

rejeição dos filósofos modernos de aceitar qualquer ética fundamentada

metafisicamente e apoiar sua teoria no conjunto de leis criadas pelo agente racional

autônomo. O segundo ponto advém da concepção de moral como criação da sociedade

e, portanto, do sujeito moral moldado a partir de sua inserção no meio social. Todavia,

conforme afirma Bauman, as Leis do Estado Moderno são criadas por Legisladores

agregados ao Poder e a conformação do sujeito aos padrões sociais está intimamente

ligada à obediência legal por meio da coerção. Desta forma, existe na teoria de Bauman

uma tensão entre Lei e Moralidade, pois a Moralidade é, então, nem um questão da

compulsão social, nem da formulação racional das leis universais, mas uma questão de

sentimentos, ou seja, um pré-social instinto irracional, que é ativado no encontro com o

Outro enquanto “Face”.

OS CENÁRIOS SÓCIO-HISTÓRICOS E FILOSÓFICO DA OBRA

HEGELIANA SOB A ÓTICA DE MARCUSE.

SILVA, Thiago Evandro Vieira. Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de

Marília. Email: [email protected].

Na presente conferência pretende-se analisar a importância da filosofia de Hegel para o

pensamento dialético do teórico Herbert Marcuse a partir do tema da Filosofia da

história de modo a identificar, problematizar e definir os conceitos de dialética e de

negatividade. Para tal, será utilizado o livro Razão e Revolução, no qual Marcuse faz

uma investigação minuciosa da filosofia de Hegel ao interpretá-lo sob a luz da história

da filosofia ocidental utilizando o método da contextualização sócio-histórica e

filosófica. Tentar-se-á identificar o legado do pensamento dialético de Hegel de acordo

com a teoria de Marcuse de modo a buscar responder a seguinte questão: qual é a

importância da negatividade hegeliana para a teoria crítica de Marcuse?

A VIRTUDE MORAL COMO CONDIÇÃO NECESSÁRIA À CONSECUÇÃO

DA EUDAIMONIA NA ÉTICA NICOMAQUÉIA.

SILVESTRINI, Renata Christina Ceroni. Universidade Estadual de Campinas -

UNICAMP. Bolsista FAPESP. Email: [email protected].

Apresentaremos o modo pelo qual entendemos ser a virtude moral condição necessária,

apesar de não isoladamente suficiente, à consecução da eudaimonia. Em I.7, Aristóteles

define a eudaimonia como “atividade da alma racional na virtude (e, havendo mais de

uma, na melhor e na mais completa)”, no entanto, que tese estaria ele defendendo? Uma

tese dominante, na qual ela seria exclusivamente identificada com a sabedoria teorética,

ou uma tese inclusiva, na qual ela seria um bem não contável com os demais e que os

incluiria e os concatenaria. Se admitirmos a tese dominante, colocaríamos a virtude

moral num lugar secundário, o que acreditamos não ser razoável. Preferimos admitir

uma tese inclusiva na qual os bens da alma, tanto os desiderativa capaz obedecer à

calculativa, quanto os da calculativa e os da teorética, seriam condições necessárias,

apesar de não isoladamente suficientes. Deste modo, a virtude moral seria condição

necessária, visto que, conforme define Aristóteles, em II.6, esta é uma “disposição para

a escolha da mediedade relativa a nós, mediedade esta que é determinada pela

prescrição racional e do modo como aquele que possui sabedoria prática determina-a.”,

existindo, portanto, uma relação necessária entre virtude moral e sabedoria prática,

reafirmada em VI.12, quando ele defende que, além da sabedoria teorética, a

eudaimonia também possui como condições necessárias a virtude moral, que faz com

que o fim da ação seja correto, e a sabedoria prática, que faz com que seja correto aquilo

Page 25: Caderno de Resumos - UNESP: Câmpus de Marília · lição, publicada no livro intitulado L'union de l'âme et du corps chez Malebranche, Biran e Bergson em 1978, Merleau-Ponty analisa

25

que melhor realiza pela ação tal fim, aquilo que a virtude moral escolhe. Sendo assim,

pela relação existente entre virtude moral e sabedoria prática acreditamos ser possível

incluir a virtude moral como condição necessária à consecução da eudaimonia.

DELEUZE, A IMAGEM DO PENSAMENTO E A LITERATURA:

CONSIDERAÇÕES SOBRE PROUST E OS SIGNOS.

SOUTO, Caio Augusto Teixeira. Universidade Federal de São Carlos – UFSCar. Email:

[email protected].

Esta conferência abordará a importância da literatura na filosofia de Gilles Deleuze

tendo como ponto de partida a crítica elaborada pelo autor a uma certa imagem do

pensamento filosófica da qual a literatura constituiria uma subversão. Para tanto,

traremos à análise o capítulo terceiro de Diferença e repetição, tencionando esclarecer

quais os principais elementos dessa crítica. Após isso, pretendemos mostrar que a

literatura desempenha um papel primordial na obra de Deleuze porque seria, segundo

ele, a mais apta a romper com essa imagem do pensamento e com o chamado modelo da

recognição que a embasa, abrindo o pensamento a experimentações que o libertam da

clausura implicada por tal modelo. Faremos isso a partir da análise deleuziana sobre a

obra de Proust em Proust e os signos.

Palavras-chave: Deleuze. Imagem do pensamento. Literatura. Proust.

LEIBNIZ E A ORDEM DAS VERDADES.

VAGNA, Rogério. Universidade Federal de São Carlos – UFSCar. Email:

[email protected].

É comumente aceita a ideia de que Leibniz teria escrito várias de suas obras motivado

pelas circunstâncias. Não é diferente quando compõe sua Teodiceia: ela se propõe

rebater as objeções feitas por Pierre Bayle à justificação racional das verdades da fé.

Com o intuito de defender a conciliação entre fé e razão, ou seja, entre a teologia e a

filosofia, Leibniz conduzirá a discussão nestes termos: pode-se realmente refutar a tese

de que a razão deve ser utilizada para fundamentar as verdades da fé? Para que seus

opositores consigam responder afirmativamente a essa questão será necessário provar

que as verdades reveladas e as demonstradas pela razão são contraditórias. Assim,

pretendemos apresentar, a partir da primeira parte da Teodiceia, intitulada “Discurso

sobre a conformidade da fé com a razão”, como Leibniz dissolve a crítica de seus

opositores recorrendo à distinção entre verdades eternas ou de razão e verdades

positivas ou de fato.

Page 26: Caderno de Resumos - UNESP: Câmpus de Marília · lição, publicada no livro intitulado L'union de l'âme et du corps chez Malebranche, Biran e Bergson em 1978, Merleau-Ponty analisa

26

.:: Comissão Organizadora::.

Ricardo Pereira Tassinari (Coordenador do Programa de Pós-Graduação em

Filosofia da UNESP);

Reinaldo Pereira Sampaio (Vice-Coordenador do Programa de Pós-Graduação em

Filosofia da UNESP)

João Antonio de Moraes (Aluno da Graduação – Unesp/Marília);

Débora Barbam Mendonça (Aluna da Pós-Graduação – Unesp/Marília);

Marcio Tadeu Girotti (Aluno da Pós-Graduação – Unesp/Marília);

Fernando César Pilan (Aluno da Pós-Graduação – Unesp/Marília).

.:: Secretaria Geral::.

Edna Bonini de Souza

.:: Comissão Científica ::.

Alfredo Pereira Junior (Unesp/Botucatu)

Antonio Trajano Menezes Arruda (Unesp/Marília)

Clélia Aparecida Martins (Unesp/Marília)

Lucio Lourenço Prado (Unesp/Marília)

Marcio Benchimol Barros (Unesp/Marília)

Maria Eunice Quilici Gonzalez (Unesp/Marília)

Mariana Cláudia Broens (Unesp/Marília)

Reinaldo Sampaio Pereira (Unesp/Marília)

Ricardo Monteagudo (Unesp/Marília)

Ricardo Pereira Tassinari (Unesp/Marília)

Ubirajara Rancan de Azevedo Marques (Unesp/Marília)

.:: Elaboração dos Anais ::.

João Antonio de Moraes

APOIO:

SAEPE

STI