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CADERNO DE RESUMOS II Simpósio de Variação Linguística e Ensino UEL/ 2017

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CADERNO DE

RESUMOS

II Simpósio de

Variação Linguística e

Ensino

UEL/ 2017

II SIMVALE – SIMPÓSIO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO 2017

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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM – UEL

PROGRAMA DE ESPECIALIZAÇÃO EM LÍNGUA PORTUGUESA - UEL

II SIMVALE – SIMPÓSIO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO 2017

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COMISSÃO ORGANIZADORA

Joyce Elaine de Almeida Baronas (Presidente)

Fabiane Cristina Altino (Vice-Presidente)

Alida laryssa Espozetti de Assis

Celciane Alves Vasconcelos

Dircel Aparecida Kailer

Flávio Brandão Silva

Juliana Fogaça Sanches Simm

Marcelo Silveira

Rebeca Louzada Macedo

Reinaldo César Zanardi

Sandro Bochenek

Taciane Marcelle Marques

Thiago Leonardo Ribeiro

Vanessa Cruz Mantoani

Vanessa Yida

Vera Maria Ramos Pinto

Wéllem Aparecida de Freitas Semczuk

APOIO TÉCNICO

Ana Cléa Reis

Gabriela Champi Duarte

Giordana Di Paula Ferro

Giuliano Tadeu Mattos de Alice

Luisa Negrão de Souza (Secretaria)

Manuela da Silva Serpeloni (Secretaria)

ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE RESUMOS

Rebeca Louzada Macedo

II SIMVALE – SIMPÓSIO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO 2017

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CONSELHO EDITORIAL

Dircel Aparecida Kailer

Fabiane Cristina Altino

Flávio Brandão Silva

Joyce Elaine de Almeida Baronas

Juliana Fogaça Sanches Simm

Marcelo Silveira

Roberto Leiser Baronas

Vanderci de Andrade Aguilera

Vera Maria Ramos Pinto

II SIMVALE – SIMPÓSIO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO 2017

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NORMAS PARA RESUMO

TÍTULO: Deve vir em caixa alta, em negrito e centralizado, em espaçamento 1,5, a partir da segunda

linha, com no máximo 100 caracteres, fonte Arial 12.

NOME DO AUTOR: Completo, em ordem direta, sem inversão de sobrenome, sem caixa alta, em

espaçamento 1,5, 1 linha abaixo do título, alinhado à direita. Cada nome deve acompanhar a filiação

institucional a que pertence ou está vinculado. Cada trabalho pode ter, no máximo, três autores.

RESUMO: Precedido desse subtítulo em negrito e dois pontos, com a inicial em maiúscula, em

parágrafo único, entre 150 e 200 palavras, justificado, sem adentramento, em espaçamento

simples, 1 linha abaixo do nome do autor.

PALAVRAS-CHAVE: Três palavras-chave precedidas desse subtítulo em negrito e dois pontos, com a

inicial da primeira palavra em maiúscula, separadas por ponto. Fonte normal, em alinhamento

justificado, espaçamento simples, sem adentramento, duas linhas abaixo do resumo.

II SIMVALE – SIMPÓSIO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO 2017

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SIMPÓSIO: CONTRIBUIÇÕES DOS PROGRAMAS DE FORMAÇÃO DOCENTE PARA O

ENSINO DE LÍNGUAS

AUTOR: Flávio Brandão Silva (Unespar – PG/UEL)

[email protected]

VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E A FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DE

LÍNGUA PORTUGUESA

Flávio Brandão Silva (UNESPAR)

O processo de ensino-aprendizagem de língua portuguesa na escola, na maioria das vezes, ainda se

ancora em modelos normativos e metalinguísticos da gramática tradicional, pouco ajudando o aluno a

desenvolver uma reflexão sobre a língua e suas estruturas. Tal panorama constitui um desafio a ser

superado no processo de formação de professores. Um processo de ensino-aprendizagem mais eficaz

deve favorecer o aprimoramento da língua materna, deixando de ser somente o repasse de regras ou

mera nomenclatura da gramática tradicional, para oportunizar atividades escolares mais próximas das

práticas sociais letradas e cidadãs. Em tempos de inclusão social, a variação linguística insere-se nos

conteúdos da disciplina de língua portuguesa na escola, com o objetivo de colocar em evidência os

vários usos da linguagem, bem como a diversidade cultural existente nos diferentes grupos, espaços e

regiões. Assim, este trabalho pretende apresentar os resultados de uma pesquisa realizada, por meio

da aplicação de questionário, com professores participantes do Programa de Desenvolvimento

Educacional (PDE), quanto às crenças (valoração positiva ou negativa) em relação ao ensino de língua

portuguesa, e, mais especificamente, como esses professores avaliam a inserção da variação de

linguística no processo de ensino-aprendizagem. Com este estudo, espera-se contribuir com as

reflexões sobre um ensino de língua portuguesa na escola, que leve em consideração variação

linguística, bem como, sobre o papel do professor nesse processo, em vistas a uma verdadeira

pedagogia da variação linguística.

Palavras-chave: variação linguística; crenças e atitudes linguísticas; formação de professor de língua

portuguesa.

MINIVOCABULÁRIO ADOLESCENTE DA LÍNGUA VERNÁCULA: UMA

PROPOSTA DE ENSINO DE LÉXICO EM SALA DE AULA

ANIELE CRISTINA RODRIGUES

Nesta comunicação, apresento um recorte do projeto de pesquisa ainda em fase de desenvolvimento

no âmbito do Programa de Pós-Graduação Mestrado Profissional em Letras da Universidade Federal

de Uberlândia, que está relacionado ao projeto de pesquisa “Variação lexical e o ensino da Língua

Portuguesa: estudo com vistas a contribuições para a prática docente”, coordenado pela Professora

Dra. Adriana Cristina Cristianini. O objetivo geral é desenvolver uma proposta de intervenção

direcionada à ampliação do repertório semântico-lexical nas aulas de língua portuguesa, com foco na

II SIMVALE – SIMPÓSIO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO 2017

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variação diafásica, com vistas à elaboração de um minivocabulário animado. Para atingir o objetivo

proposto, recorrerei aos pressupostos de vocabulário (GARCIA, 1986) e léxico (BIDERMAM, 2001);

ensino de léxico (ANTUNES, 2012); variação semântico-lexical (CRISTIANINI, 2007), (COELHO,

2009) e; variação linguística (BORTONIRICARDO, 2004). Com relação à abordagem, a pesquisa será

qualitativa e, quanto aos procedimentos, será uma pesquisa-ação (THIOLLENT, 1986). A pesquisa

será realizada com um grupo de alunos do 9º ano do Ensino Fundamental de uma escola municipal da

cidade de Uberlândia, estado de Minas Gerais. Para a geração e coleta de dados será realizada a

observação do perfil dos participantes envolvidos na pesquisa e de seus conhecimentos semântico-

lexicais por meio de um questionário a ser respondido por eles e por meio de rodas de conversa. Em

seguida, haverá uma breve contextualização a respeito de variação linguística e léxico, com o objetivo

de expor aos alunos o tema que será estudado com aplicação de atividades. Então, serão aplicadas

oficinas das quais os alunos participarão e irão produzir um minivocabulário animado que,

posteriormente fará parte de um canal em uma rede social de grande repercussão, para a divulgação

dos resultados obtidos durante a realização da pesquisa, tendo em vista o fácil acesso de outros alunos

e professores. Dessa forma, pretende-se contribuir para o trabalho docente e para a aprendizagem

discente.

Palavras-chave: léxico; variação diafásica; adequação linguística; ensino-aprendizagem;

multimodalidade; Língua Portuguesa.

UMA PROPOSTA PARA ABORDAGEM DA RELAÇÃO ENTRE ORALIDADE E

ESCRITA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA)

Letícia Martins Feitosa Lopes (CAPES/UFPA)

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Iaci de Nazaré Silva Abdon (UFPA)

Este trabalho insere-se na área de Linguagens e Letramentos do Mestrado Profissional em Letras da

Universidade Federal do Pará e foi concebido com a intenção de contribuir para o desenvolvimento da

competência comunicativa de alunos, na textualização da escrita formal, sem marcas de textualização

da fala espontânea; bem como de auxiliar a prática docente no que tange a esse problema. São alunos

de uma turma de quarto ciclo da Educação de Jovens e Adultos de uma escola pública do município

de Castanhal – PA. No que se refere à pesquisa que precede a preparação da proposta de ensino

elaborada para esse fim, este estudo teve por objetivo observar, registrar, analisar, classificar e

interpretar os fatos da linguagem abordados nele. Realizou-se, portanto, uma abordagem qualitativa

de análise indutiva, tomando como objeto de estudo textos produzidos pelos alunos. Para a

fundamentação teórica deste trabalho, sobre a abordagem das estratégias de textualização, buscou-se,

embasamento em Oliveira (2010), Koch & Elias (2010), Koch (2005), Bronckart (1999) e outros.

Valeu-se, ainda, de embasamento nos estudos de Castilho (2014), Neves (2011), Koch-Travaglia

(2011), Brait (2010), Marcuschi (2005,2008), Ilari-Geraldi (2006), Freire (2005), Schneuwly & Dolz

(2004), Bortoni-Ricardo (2004), Bagno (2002, 2003, 2006,2009, 2011, 2013), Rojo (2000) e outros,

para abordagens de aspectos relacionados a texto e gêneros textuais, sequência didática, trabalho com

EJA, marcas da oralidade na escrita e peculiaridades destas modalidades da língua. A abordagem

teórica se fez com o propósito de ser uma fonte para acesso de professores de Língua Portuguesa,

estudantes de Letras e alfabetizadores para o trabalho com a relação oralidade/escrita em sala de aula,

de forma a apresentar-lhes, inicialmente, reflexões sobre a importância da busca de subsídios nas

teorias linguísticas como apoio permanente de suas práticas docentes, contribuindo para levar o falante

ao domínio da língua que usa. E, mais adiante, conforme a identificação do problema a ser discutido

na pesquisa, relacionou-se a teoria à prática, o que, além de ajudar na composição deste trabalho e na

elaboração do material didático para tratar das necessidades dos alunos, também se tornou um possível

II SIMVALE – SIMPÓSIO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO 2017

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modelo, de que o docente poderá dispor diante de tantos outros problemas que se encontram na sala

de aula. A partir da análise que interpretou que os alunos não conhecem as peculiaridades de cada uma

das modalidades da língua, pois empregam estratégias da oral na escrita inadequadamente, buscou-se

engendrar um material didático no formato de um caderno pedagógico baseado no procedimento

“sequência didática” – dos estudos de Schneuwly & Dolz (2004) –, cujos exercícios foram inspirados,

inclusive, na atividade de “retextualização” segundo Marcuschi (2005). Trata-se de atividades que têm

por objetivo contribuir para que o aluno aprenda a considerar o contexto de comunicação em que esteja

inserido para selecionar as estratégias de textualização mais adequadas a ele, o que inclui, quando

textualizarem a escrita formal, a eliminação de marcadores conversacionais, a adequação de introdução

tópica, a realização de referenciação textual adequada e o uso adequado e variado de conectores – o

que foi o objetivo principal desta pesquisa.

Palavras-chave: Oralidade. Escrita. Retextualização. Ensino de Língua Portuguesa.

DESVENDANDO O ROMANCE MENINOS DE KICHUTE: UM EXERCÍCIO DE

LEITURA COM EDUCANDOS DA EJA.

.

Maristela C.S.Senegalia (Prof.PDE/UEL)

O presente projeto de intervenção pedagógica desenvolve uma proposta de ensino de língua portuguesa

que tem como objetivo incentivar e desenvolver a capacidade de leitura do texto literário nos alunos

do ensino fundamental do CEEBJA Herbert de Souza, situado na cidade de Londrina – Pr., por

entendermos a leitura como principal instrumento na formação do indivíduo. Analisando a importância

da leitura, consideramos que só saber ler e escrever não é suficiente. É necessário compreender, fazer

inferências, relações com os saberes que cada um traz consigo. Para tanto é preciso conhecer o contexto

onde vivem e a história de vida e saberes desses sujeitos, educando da EJA. Utilizaremos a perspectiva

dos estudos de letramento de Roxane Rojo, bem como a Teoria de Análise do Discurso de José Luiz

Fiorin. A Teoria Semiótica foi escolhida para embasar a presente pesquisa, pois através dos

procedimentos metodológicos de análise do texto, presentes na citada teoria, o educando poderá

apreender mais eficazmente os sentidos do texto. Consideraremos que a prática da leitura, bem como

a compreensão do mesmo, contribuirá para tornar nossos educandos leitores proficientes e capazes

para terem uma visão mais crítica da sociedade onde estão inseridos, propiciando a inclusão e a

autonomia.

Palavras-chave: Leitura; literatura; inclusão.

II SIMVALE – SIMPÓSIO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO 2017

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SIMPÓSIO: PRODUÇÃO DE TEXTOS: PRÁTICAS E REFLEXÕES

Autor: Flávio Luis Freire Rodrigues (UEL)

[email protected]

A REVISÃO TEXTUAL A PARTIR DO PONTO DE VISTA DOS ESCRITORES

Flávio Luis Freire Rodrigues (UEL)

Esta comunicação tem o objetivo de mostrar um dos momentos fundamentais para a produção de texto

– a refacção ou revisão textual – a partir da ótica da Escrita Criativa. Eu gostaria de desenvolver o

tema, o da importância da revisão, tomando duas perspectivas: a do texto narrativo e do ponto de vista

dos escritores. Quero saber o que essas pessoas que passaram a vida escrevendo têm a me dizer sobre

revisão, de modo que eu posso apropriar-me disso e levar para minha sala de aula. Como análise,

tomarei excerto de texto de aluno de graduação e de uma primeira obra de autora novata. Dentre os

vários gêneros a serem trabalhados com os alunos, minha opção pela narrativa breve se dá por conta

de que, ao contrário dos textos dissertativos, aqui há necessidade de leitura nas entrelinhas, das

metáforas, dos silêncios, das contradições, o que aguça os rudimentos individuais de leitura e

interpretação.

A REDAÇÃO DO CONCURSO VESTIBULAR DA UNESPAR: COMANDO DE

PRODUÇÃO, ATUAÇÃO DE CANDIDATOS E A RELAÇÃO COM O ESINO DE LÍNGUA

PORTUGUESA NAS ESCOLAS

Cleber da Silva Luz (G/UNESPAR)

Adriana Beloti (UNESPAR)

RESUMO: Objetivamos, neste trabalho, apresentar uma análise do encaminhamento de produção e da

atuação de candidatos na prova de redação do Concurso Vestibular de 2014/2015 da

UNESPAR/Campo Mourão, a fim de identificar, pelas análises, como se dá a atuação dos candidatos

no processo de escrita e como pode estar relacionada ao ensino de Língua Portuguesa nas escolas,

refletindo acerca da produção do gênero proposto. As análises baseiam-se nos trabalhos de Geraldi

(1997), Menegassi (2003; 2011), Costa-Hübes (2012) sobre condições de produção e comandos de

produção textual, na concepção de gêneros discursivos proposta por Bakhtin (2003) e na concepção

de escrita como processo (MENEGASSI, 2016). As análises dividem-se em dois momentos:

primeiro,analisamos o encaminhamento para a escrita e o comando de produção, em relaçãoàs

condições estabelecidas; em seguida,analisamos as produções textuais de candidatos quanto às suas

atuações em relação à situação estabelecida para a escrita. Os resultados alcançados pelas análises,

neste trabalho,revelam como os elementos que compõem os encaminhamentos para a escrita são

responsáveis por possibilitar a produção de textos adequados ou não à situação de enunciação ecomo

a atuação dos candidatos que, em grande parte, são egressos da educação básica, está ligada às práticas

de escritas e ao ensino de Língua Portuguesa nas escolas.

Palavras-chave: Provas de redação. Condições de produção. Escrita como processo.

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SIMPÓSIO: ESTUDOS FUNCIONALISTAS DA LÍNGUA EM USO

AUTOR: Juliano Desiderato Antonio (UEM)

[email protected]

RELAÇÕES RETÓRICAS E TIPOS DE ARGUMENTOS EM TEXTOS DISSERTATIVO-

ARGUMENTATIVOS DO ENEM

Juliano Desiderato Antonio (UEM)

Virginia Maria Nuss (PG/Ibilce-Unesp)

RESUMO: Na perspectiva da Rhetorical Structure Theory (RST), além do conteúdo explícito

veiculado pelas orações de um texto, há proposições implícitas, as chamadas proposições relacionais,

que surgem das relações que se estabelecem entre partes do texto. As proposições relacionais recebem

outros rótulos como “relações discursivas”, “relações de coerência” ou “relações retóricas”

(TABOADA, 2009). Neste trabalho, pretende-se apresentar os tipos de argumentos utilizados pelos

produtores de textos dissertativo-argumentativos em situação de avaliação e as relações retóricas

emergentes desses argumentos. O estabelecimento de correlações entre os tipos de argumentos e as

relações retóricas permitirá que se identifiquem pistas que sinalizam as relações retóricas. A tipologia

dos argumentos utilizada na análise tem por base a Nova Retórica, de Perelman e Olbrechts-Tyteca

(2005). Essa teoria reformula os conceitos aristotélicos de argumentação e visa não mais somente

defender uma tese, mas fazer com que o ouvinte compartilhe do conteúdo informacional exposto pelo

falante. Isso por meio de formas de raciocínio, de fatores de argumentação e de processos de

construção dos argumentos. O córpus da pesquisa é formado por 22 textos dissertativo-argumentativos

produzidos por candidatos do Enem 2013 que foram disponibilizadas por grandes portais de notícias

da Internet.

Palavras-chave: Rhetorical Structure Theory. Argumentação. Enem.

AS CONSTRUÇÕES “PARA ALÉM DE” EM PORTUGUÊS

Ana Paula de Oliveira (PG-Unesp)

RESUMO: O trabalho “As construções para além de em português” é parte de uma investigação

maior, intitulada “As construções “além de” sob a perspectiva da Gramática Discursivo-Funcional”,

que tem por objetivo analisar as relações estabelecidas por sintagmas e orações construídos a partir da

estrutura “além de” no português, por meio da análise de ocorrências de língua falada nos países

lusófonos, selecionadas no córpus “Português oral”. Toma-se como aparato teórico a Gramática

Discursivo-Funcional, de Hengeveld e Mackenzie (2008), que privilegia a intenção comunicativa do

falante ao fazer uso do sistema linguístico em situação de interação. A análise revela que essa

construção corresponde a uma estratégia argumentativa proposital do falante para atingir seu objetivo

comunicativo, que se instaura a partir do estatuto comunicativo distinto dos Atos Discursivos

envolvidos na construção, evidenciando, consequentemente, a existência de uma hierarquia entre Ato

Subsidiário e Nuclear. No caso das construções “para além de”, essa hierarquia entre os componentes

da construção estabelece, no Nível Interpessoal, a Função Retórica Suporte, e se distingue, da

construção “além de” anteposta, que também desempenha o mesmo papel, na medida em que,

semanticamente, vale-se da preposição “para” para reforçar o valor alativo de além e,

morfossintaticamente viola o Princípio da Integridade de Domínio.

II SIMVALE – SIMPÓSIO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO 2017

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Palavras-chave: Gramática discursivo-funcional. Função retórica suporte. Descontinuidade

morfossintática.

MULTIETNIA, GRAMÁTICA E TRANSITIVIDADE – ELEMENTOS PARA UMA

GRAMÁTICA PEDAGÓGICA DO KAINGANG

Isabella Medeiros Ferro (G/UEL)

Luana Camila Costa (G/UEL)

Prof. Dr. Marcelo Silveira (Orientador)

Resumo: Este trabalho faz parte dos projetos de estudos linguísticos “Cadernos de Teorias da

Linguagem” e “Gramática, Bilinguismo e Multiculturalismo”, ambos da Universidade Estadual de

Londrina. Diferentemente da Gramática Tradicional, que estabelece a transitividade como propriedade

intrínseca do verbo, nossa base teórica, o funcionalismo norte-americano, determina a transitividade

como propriedade da oração, levando em conta o uso, o discurso, a semântica e a sintaxe analisados

em conjunto (cf. GIVÓN, 2001). Nosso objetivo é verificar os graus de transitividade presentes nas

orações da língua indígena Kaingang, pertencente à família Jê, do tronco Macro-Jê, utilizando de

verbos classificados como transitivos. Este estudo é continuação dos trabalhos de descrição dessa

língua indígena, para a elaboração de uma gramática pedagógica. Os falantes de Kaingang ocupam um

território que vai do Rio Grande do Sul ao estado de São Paulo. Nessa extensão geográfica, há uma

variação diatópica; assim, nossa gramática pedagógica precisa dar conta dessa variação, para que as

questões de língua em uso sejam contempladas na sala de aula. Nesta pesquisa, apresentamos propostas

sobre o verbo que facilitam a aprendizagem, observando a regência com outros olhos. A pesquisa está

sendo feita com falantes da Terra Indígena do Apucaraninha (Tamarana – PR) dos quais há também

pesquisadores.

Palavras-chave: Gramática. Transitividade. Língua Kaingang.

UMA INVESTIGAÇÃO DAS RELAÇÕES RETÓRICAS ESTABELECIDAS POR

HIPOTAXES ADVERBIAIS

Sâmia Leticia Cardoso dos Santos (PG/UEM)

Resumo: O objetivo deste trabalho é investigar as relações retóricas estabelecidas por meio das

hipotaxes adverbiais em um corpus formado por cinco elocuções formais (aulas) do banco de dados

do Funcpar – Grupo de Pesquisas funcionalistas do Norte/Noroeste do Paraná (ANTONIO, 2009),

mediante ao aporte teórico de duas teorias Funcionalistas, a Teoria da Estrutura Retórica do Texto

(RST), Mann & Thompson (1983) e a Gramática Sistêmico-funcional (GSF), Halliday (1985). Para a

RST, o texto apresenta um conteúdo proposicional explícito manifestado pelas orações que o constitui

e, também, preposições implícitas, nominadas preposições relacionais, ou seja, são relações que

surgem entre as maiores (macroestrutura) e as menores partes (microestrutura) do texto, certificando

a coerência entre essas partes e, concomitantemente, construindo a rede retórica desse texto. Foram

estabelecidas por meio da GST as hipotaxes adverbiais para identificação das relações retóricas

determinadas por Mann & Thompson (1989), assim diante da materialidade dos enunciados é possível

sugerir uma análise plausível.

Palavras-Chave: Teoria da Estrutura Retórica do Texto. Gramática Sistêmico – Funcional. Hipotaxes

Adverbiais.

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OS CASOS DE SOBREPOSIÇÃO SEMÂNTICA EM SENTENÇAS HIPOTÁTICAS

ADVERBIAIS: UM ESTUDO FUNCIONALISTA DO GÊNERO MATÉRIA

Vanessa Leme Fadel Steinhauser (Graduanda/UNESPAR)

Juliana Carla Barbieri Steffler (Orientadora/UNESPAR)

RESUMO: Este trabalho provém do Projeto de Iniciação Científica (2016-2017) intitulado “Estudo

das orações hipotáticas adverbiais em textos jornalísticos: Uma proposta de análise e recategorização

semântica à par da noção de radialidade”. A pesquisa decorreu de uma análise funcionalista das

sentenças hipotáticas adverbiais, e tomou como aparato teórico as considerações de Castilho (2016),

Givón (1995), Halliday (1985), Martellota (2016), Neves (2011) e Perini (2010). O estudo evidenciou

casos de circunstâncias clássicas/centrais, bem como de sobrepostas/periféricas, havendo, ainda,

predominância de sentenças finais (41,21%), seguidas de temporais (17,56%), o que se justifica em

função do propósito comunicativo próprio do gênero. Ademais, de forma análoga à identificação e

quantificação dos casos mais prototípicos, o estudo procurou também deitar luzes sobre os menos

recorrentes, dado que esses traços apresentam, em conjunto, um panorama geral acerca das noções de

sentido veiculadas pelas sentenças adverbiais. É o caso, por exemplo, das finais, modais e

conformativas, nas quais não ocorre sobreposição semântica. Isso nos indica que tais circunstâncias

podem desempenhar funções mais “estáveis”/“regulares”. Por outro lado, em se tratando

especificamente da noção de conformidade, o baixo índice de ocorrências pode estar associado ao

valor, ou, ainda, à autoridade assumida pelos autores, vinculados a uma revista de circulação nacional.

Palavras-chave: Perspectiva funcionalista. Sentenças hipotáticas adverbiais. Sobreposição semântica.

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SIMPÓSIO: DESCRIÇÃO E ANÁLISE LINGUÍSTICA NO ENSINO/APRENDIZAGEM

DAS LÍNGUAS PORTUGUESA E INGLESA

AUTORES: Alexandre Stein (PG/UEL),

Dircel Aparecida Kailer (UEL) [email protected]

REALIZAÇÕES ORAIS DOS ENCONTROS VOCÁLICOS EM LÍNGUA INGLESA POR

APRENDIZES BRASILEIROS.

Alexandre Stein (PG/UEL)

RESUMO: A língua inglesa é considerada, em geral, uma língua difícil de pronunciar. (CELCE-

MURCIA et al, 2010; ASHTON; SHEPHERD, 2012). Sendo assim, o presente trabalho tem como

objetivo descrever e analisar as realizações orais dos ditongos da língua inglesa por aprendizes

brasileiros de níveis intermediário e avançado. 20 informantes serão selecionados a partir de seu nível

de proficiência e provêm de dois grupos: o primeiro, são alunos de uma escola de inglês da cidade de

Londrina-PR e, o segundo grupo é formado por alunos do último ano do curso de Letras de uma

universidade Estadual do norte do Paraná. Os instrumentos utilizados para a coleta de dados serão: um

questionário semiestruturado com 30 perguntas adaptadas do questionário fonético-fonológico do

Projeto ALiB (CARDOSO et al, 2013); 35 sentenças para leitura em voz alta; e um relato do

informante sobre um momento especial em sua vida. 80 palavras-alvo foram selecionadas para a coleta

de dados, das quais 61, embora grafadas com ditongos, são realizadas como monotongos na pronúncia

padrão da língua inglesa. As outras 19, usadas como controle, são grafadas e realizadas oralmente

como ditongos. Tanto a coleta quanto as análises ainda estão em andamento, não permitindo, até o

momento, uma conclusão.

Palavras-chave: Língua inglesa. Realização oral. Ditongos e monotongos.

O ROTACISMO NO FALAR CUIABANO

Ana Carolina Quintino de Oliveira (PG-UEL)

RESUMO: Acreditamos, pautados nos pressupostos teóricos e metodológicos da Geolinguística

(CARDOSO, 1994) e da Sociolinguística Variacionista (LABOV, 1972), que o estudo da língua

precisa, também, considerar a relação dos contextos sociohistórico e sociocultural no uso de

determinadas variantes linguísticas. Neste sentido, o presente estudo, com base nos dados fornecidos

pelo Projeto Atlas Linguístico do Brasil (ALiB), referentes à fala de informantes naturais de Cuiabá,

capital de Mato Grosso, tem como principal objetivo investigar o uso do rotacismo, ou seja, a

alternância das variantes “L” e “R” em ataque complexo (bicicLeta~ bicicReta, pLanta ~ pRanta) e

em coda silábica (calça ~ caRça, pastel ~ pasteR), na fala de oito informantes cuiabanos que foram

estratificados pela equipe do referido projeto quanto a faixa etária (18 a 30 anos e de 50 a 65 anos),

sexo (masculino e feminino) e escolaridade(Ensino Fundamental incompleto e Superior).Além disso,

buscamos, também, analisar as variáveis linguísticas e extralinguísticas que possam atuar favorecendo

ou desfavorecendo o uso do rotacismo no falar da capital matogrossense.

Palavras-chave: Rotacismo. Sociolinguística. Cuiabá-MT.

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O BETACISMO EM ALGUMAS LOCALIDADES DO INTERIOR DO RIO GRANDE DO

SUL: UM ESTUDO COM DADOS DO ALiB

Ana Cléa dos Reis (G/UEL)

RESUMO: O presente estudo visa investigar o processo fonético-fonológico Betacismo (alternância

entre [b] e [v] nos dados do Atlas Linguístico do Brasil (ALiB). Neste sentido, são analisadas as

respostas dos 16 informantes, (estratificados quanto à localidade, sexo e faixa etária) presentes nos

Questionários: Fonético-Fonológico (QFF) e Semântico Lexical (QSL) em algumas localidades do

interior do Rio Grande do Sul (Passo Fundo, Osório, Uruguaiana, Chuí). Sendo assim, à luz dos

pressupostos teórico-metodológicos da Dialetologia Pluridimensional (THUN, 1998) e da

Sociolinguística Variacionista (LABOV, 1972), foram recortadas, por meio do programa SondForge

(2011), as ocorrências que possibilitavam a alternância de [v] e [b] no intuito de: a) identificar a

produtividade do referido processo; b) verificar quais contextos linguísticos (item lexical, vogal da

sílaba alvo, extensão do vocábulo, classe gramatical) e extralinguísticos (faixa etária, sexo, localidade,

estilo de produção de fala) apresentam algumas influência no uso de uma ou de outra variante no

falar dos nas referidas localidades.

Palavras-chave: Betacismo. ALiB. Região Sul.

DA ESCRITA À ORALIDADE: EFEITOS DA NÃO CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA NO

INGLÊS POR FALANTES BRASILEIROS

Anilda Costa Alves (UFPB)

Rubens Marques de Lucena (UFPB)

RESUMO: Este trabalho objetiva demonstrar algumas consequências do não desenvolvimento da

consciência fonológica do inglês como segunda língua por falantes brasileiros. O não entendimento

das distinções existentes entre a fonologia do inglês e do português pode acarretar no indivíduo a

compreensão de que ambas as línguas apresentam os mesmos padrões estruturais. Mascherpe (1970),

Stampe (1973), Dupoux & Peperkamp (1999), Akamatsu (2005), Othero (2005), Zimmer (2004),

Erdener & Burnham (2005), Alves (2012) e Silva Jr (2014) trazem uma visão de como se dá o

processamento ativado pelo aprendiz no período de aquisição de uma segunda língua. A utilização de

atividades que estimulem o desenvolvimento da consciência fonológica durante o ensino de uma

segunda língua pode amenizar produções com interferência da língua materna. Para nossa

metodologia, utilizamos dados orais e escritos de alunos do oitavo ano do Ensino Fundamental I. Os

dados orais tiveram um tratamento acústico através do programa computacional PRAAT versão 5.3

(Boresma & Weenik, 2014). Após a análise e descrição dos dados orais e escritos, buscamos

comprovar que a discriminação de um ensino que tem como uma de suas bases a ativação dos aspectos

fonético-fonológicos da língua inglesa contribui para a obtenção de resultados menos eficazes.

Palavras-chave: Consciência fonológica. Língua inglesa. Ensino.

ANÁLISE FONÉTICA DA PRONÚNCIA DE PALAVRAS DO PORTUGUÊS BRASILEIRO

POR FALANTE AMERICANO: APROXIMAÇÕES E DISTANCIAMENTOS

II SIMVALE – SIMPÓSIO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO 2017

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Flávia Bissi de Oliveira (G/UEM)

Lara Beatriz Zanesco (G/UEM)

Vitor Vinicius Monteiro Gajardoni (G/UEM)

RESUMO: Este trabalho tem como objetivo verificar como se dá a articulação de sons do português

brasileiro por um falante nativo do inglês norte-americano. Parte-se da hipótese de que o falante

procura realizar os sons característicos do português brasileiro aproximando-os dos sons semelhantes

presentes na sua língua materna. O córpus é constituído por um vídeo no qual uma youtuber brasileira

desafia um norte-americano sem conhecimento do idioma português a ler frases em português.

Inicialmente, verificaram-se os contextos em que as duas línguas apresentam maior contraste. Na

sequência, analisou-se como o falante realizou a adaptação dos sons divergentes. As diferenças

encontradas se deram nos seguintes pontos: distribuição dos róticos, indicação da sílaba tônica,

realização da letra “l” em final de sílabas e de palavras e dos dígrafos “lh”, “nh”, “ch” e “qu”. Após a

análise, a hipótese inicial foi confirmada pelas evidências a seguir: a letra “r” ortográfica foi realizada,

em todas as ocorrências, como retroflexa; a letra “h” ortográfica, como fricativa glotal; a letra “l”

ortográfica, como lateral alveodental velarizada; os dígrafos não foram reconhecidos, e os segmentos

que os compõem foram realizados individualmente.

Palavras-chave: Estudo fonético. Análise comparativa. Aproximações/distanciamentos das línguas

portuguesa e inglesa.

O APAGAMENTO DO -R EM TEXTOS ESCRITOS DE ALUNOS DA EJA

Dircel Aparecida Kailer (UEL)

Suely Claudia Lobato Maciel (PG/UEL)

RESUMO: O apagamento do /R/ em coda silábica que já foi usado, de acordo com CALLOU et.al.

(1998), por Gil Vicente para representar, em suas peças, a fala de pessoas menos escolarizadas,

atualmente, no Português Brasileiro (PB), já não sofre o mesmo estigma, tanto que é recorrente na fala

de pessoas de qualquer grau de escolarização, principalmente, em coda externa de verbos (comer ~

comeØ), no discurso mais espontâneo (CALLOU et.al. 1998, MONARETTO, 2000, AGUILERA e

KAILER, 2015, ALMEIDA e KAILER,2015 entre outros). Sendo assim, este estudo, com base nos

pressupostos teórico-metodológicos da Sociolinguística Variacionista (LABOV, 1972) e da

Sociolinguística Educacional (BORTONI-RICARDO, 2004), tem como principal objetivo verificar a

produtividade do apagamento do -R em coda silábica externa e interna de verbos e de não verbos na

escrita de alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) de Belém do Pará. Além disso, busca-se

identificar os contextos linguísticos (extensão do vocábulo, classe gramatical, vogal da sílaba alvo,

ponto e modo de articulação seguintes) e extralinguísticos (tempo de escolaridade, sexo, faixa etária)

que possam favorecer ou desfavorecer o apagamento do referido segmento. Por entender a importância

da variação linguística no contexto da sala de aula, especialmente em se tratando de alunos da EJA,

que possuem pouca vivência com linguagem escrita; bem como do direito desses alunos a se

apropriarem da variante de prestígio para utilizá-la em situações mais monitoradas, esta pesquisa nos

parece uma importante contribuição para os estudos fonético-fonológicos e sociolinguísticos do PB no

contexto educacional.

Palavras-chave: Apagamento do –R em coda silábica. Escrita. Sociolinguística.

II SIMVALE – SIMPÓSIO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO 2017

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FORMAS ANAFÓRICAS NO ACUSATIVO UTILIZADAS NA REGIÃO CENTRO-OESTE

DO BRASIL

Josué Marques Ferreira (PG/UEL)

RESUMO: Embasado na Sociolinguística Quantitativa (Labov, 2008 [1972]), este trabalho discute um

fenômeno linguístico sintático que ocorre com muita frequência na fala não monitorada. Trata-se do

uso de pronomes pessoais do caso reto em posição de objeto direto. Os dados utilizados nesta

investigação fazem parte do banco de dados do projeto ALiB – Atlas Linguístico do Brasil. Sendo

assim, o presente artigo tem como objetivo principal analisar a alternância no uso das variadas formas

utilizadas no acusativo (objeto direto) e em suas formas no falar das capitais da Região-Centro Oeste

do Brasil: Cuiabá, Goiânia e Campo Grande. O corpus constitui-se, pois, de recortes da fala de

informantes de nível fundamental e nível superior de escolaridade, e estratificados segundo variáveis

extralinguísticas e sociais, sendo elas: diassexual (feminino e masculino) e diageracional (faixa etária

I 18-30 e faixa etária II 50-65 anos). Como objetivos propõem-se (i) fazer um levantamento das

variantes encontradas nas capitais da Região Centro-Oeste do Brasil; (ii) verificar as variáveis

independentes que contribuem para a utilização de determinada variante; (iii) investigar a frequência

de preenchimento das variantes do objeto direto anafórico. Conforme os principais resultados, percebe-

se que o clítico acusativo e o objeto nulo foram as variantes mais utilizadas pelos informantes.

Palavras-chave: Sociolinguística. Teoria da Variação. Clítico Acusativo.

OS PROCESSOS FONÉTICOS-FONOLÓGICOS PRESENTES NAS PRODUÇÕES ORAIS

E ESCRITAS DE ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Vanusa Fogaça de Freitas Prado (PG/UEL)

RESUMO: A intenção desta pesquisa surgiu a partir de questionamentos sobre a acentuada presença

de marcas características da fala nas produções escritas dos alunos de uma turma do 6.º ano de um

colégio estadual da cidade de Londrina – PR. Diante disso, o presente estudo, pautado nos pressupostos

teórico-metodológicos da Sociolinguística Educacional (BORTONI-RICARDO, 2005), tem como

objetivos : a) identificar os processos fonético-fonológicos recorrentes na fala desse grupo de alunos;

b) averiguar quais marcas da oralidade (processos fonético-fonológicos) estão presentes nos textos

escritos desses alunos; c) desenvolver atividades de intervenção sobre os processos mais recorrentes

nas produções orais e escritas. Sendo assim, primeiramente, foi feito um levantamento dos processos

fonético-fonológicos mais recorrentes na fala desses alunos, por meio da gravação de um fato narrado

oralmente; em seguida, foi realizado o mesmo levantamento em um texto relatado de forma escrita.

Após os dois levantamentos, serão desenvolvidas atividades de intervenção com base na reflexão

sobre o uso da fala e da escrita, assim como contribuir para a diminuição do preconceito linguístico.

Os dados serão analisados com base na teoria da Sociolinguística Educacional, por meio da categoria

de erros apresentada por Bortoni-Ricardo (2005), além de Cagliari (2008), Marcuschi (2008), Silva

(2009), dentre outros.

Palavras-chave: Sociolinguistica Educacional. Oralidade. Escrita.

II SIMVALE – SIMPÓSIO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO 2017

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II SIMVALE – SIMPÓSIO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO 2017

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SIMPÓSIO: VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO

AUTORAS: Eliane Vitorino de Moura Oliveira (UFAL/ Arapiraca)

[email protected]

Wellem Aparecida de Freitas Semczuk (PG-CAPES-UEL/UNOPAR)

[email protected]

O PAPEL DAS REDES SOCIAIS DE INTERAÇÃO PARA A FOCALIZAÇÃO E DIFUSÃO

DO FALAR RURAL

Eliane Vitorino de Moura Oliveira (UF Alagoas/Arapiraca)

Resumo: Por meio dos pressupostos da Sociolinguística, especialmente sua vertente qualitativa, com

ênfase na análise de redes sociais de interação (ARS), modelo analítico de grande valia nos estudos da

fala, e fundamentando-se nas bases de Letramento, este artigo expõe o peso do nível de letramento das

redes de interação em que os falantes se inserem para a mudança ou manutenção linguística, neste

caso, especificamente para a focalização ou difusão do falar rural. Para tanto, analisa a fala de 24

estudantes moradores no Distrito de Paiquerê – Londrina/Pr, com realidade sociolinguística análoga

Palavras-chave: Redes sociais. Letramento. Mudança linguística.

A VARIAÇÃO LINGUÍSTICA A PARTIR DO GÊNERO TEXTUAL CAUSO NO LIVRO

DIDÁTICO DE LÍNGUA PORTUGUESA

Aline Miyuke Miyamoto (PG/UEL)

Patrícia Cardoso Batista (PG/UEL)

Rosangela Maria de Almeida Netzel (PG/UEL)

RESUMO: Neste trabalho que será apresentado, o objetivo é discutir como a variação linguística foi

abordada no livro didático de Língua Portuguesa “Tecendo linguagens” (OLIVEIRA et al., 2012),

destinado ao 6.° ano do Ensino Fundamental. Uma vez que esse material, por vezes, é o direcionador

do trabalho pedagógico ou único recurso do professor em sala de aula. Em busca de melhor

compreensão desse cenário, pretende-se empregar como instrumento metodológico a pesquisa

bibliográfica. O capítulo escolhido para analisar trata sobre a variação linguística, a partir do gênero

causo. Para tanto, recorreu-se a Soares (2017); Mattos e Silva (2004); Bortoni-Ricardo (2005); Bakhtin

(2003-2006), a fim de contribuir para a discussão sobre variação e ensino, embora existente há certo

tempo, ainda tem tantos obstáculos a serem superados. Os resultados demonstram que o material

aborda a variação linguística presente no gênero causo, porém com limitações, no que se refere ao

tratamento dos traços linguísticos mais estigmatizados.

Palavras-chave: Variação linguística. Gênero causo. Livro didático.

TRABALHANDO A “AUTOESTIMA LINGUÍSTICA” NA EJA: UM TRABALHO À LUZ

DA PEDAGOGIA DA VARIAÇÃO LINGUÍSTICA.

Ana Cláudia Oliveira Araújo (Mestranda Profletras - UFU-Uberlândia)

Dra. Talita de Cássia Marine (Orientadora-UFU-Uberlândia)

II SIMVALE – SIMPÓSIO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO 2017

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RESUMO: O trabalho com alunos da Educação de Jovens e Adultos (doravante EJA) deve levar em

consideração que seu público alvo passa por diversas restrições, inclusive o não enquadramento no

modelo escolar regular. Muitas vezes tem de si uma autoimagem distorcida, permeada por insegurança

e desvalorização pessoal. Assim, o ensino de língua portuguesa pensado para tais alunos, deve ir além

dos aspectos formais da leitura e da escrita, requer por parte dos professores ações que estimulem a

melhoria da autoestima linguística, tendo em vista uma participação mais ativa em relação ao ensino

de língua portuguesa. Deve envolver práticas que valorizem seu conhecimento linguístico prévio e de

mundo. O educando deve ser considerado como sujeito social e a escola deve estimular atividades que

promovam o desenvolvimento integral do aluno, desenvolver sujeitos que se apropriem de múltiplas

habilidades que lhe proporcionem o uso efetivo e consciente da língua frente a sociedade. O projeto

em questão tem como objetivo avaliar se o estudo da variação linguística influencia na autoestima

linguística dos alunos da EJA, face à pedagogia da variação linguística. Será desenvolvido com alunos

do último ano do ensino fundamental de uma escola pública municipal na cidade de Caldas Novas-

GO.

Palavras-chave: Autoestima linguística. Variação linguística. Ensino.

OS PCNs EM PERSPECTIVA: UMA REFLEXÃO SOBRE LÍNGUA E VARIAÇÃO

LINGUÍSTICA A PARTIR DE UMA ANÁLISE ENUNCIATIVA

Érica Angela Correa (G-UNESPAR – Apucarana)

Anderson Braga do Carmo (UNESPAR-Apucarana)

RESUMO: A partir de uma perspectiva enunciativa e materialista da linguagem, este estudo objetivou

compreender como Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) significam as práticas de linguagem

e o ensino de língua portuguesa, focalizando o conhecimento e o entendimento deste documento sobre

variação linguística. Sabe-se que o Brasil possui uma rica diversidade linguística devido a vários

fatores, no entanto, parte da sociedade não considera essa diversidade como válida no ensino da língua,

prezando por um ensino gramatical pautado pelo viés normativo do “certo” e “errado”, logo, intenta-

se criar um espaço de reflexão nesta pesquisa para averiguar se este documento, oficial e norteador das

práticas pedagógicas, contempla uma definição social de língua e de ensino, apto a orientar o professor

a discutir questões de variação, visto que o uso linguístico é inerentemente variável. Para tanto,

consideramos os pressupostos teóricos da Semântica do Acontecimento – Guimarães (2002) – em

articulação com a Sociolinguística e os estudos variacionistas – Zilles; Faraco (2015) e Bortoni-

Ricardo (2005 e 2014). O presente estudo é resultado parcial de uma pesquisa maior, desenvolvida na

Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR-Apucarana), que tem como proposta estudar a

enunciação da variação linguística no livro didático Vontade de Saber Português (2012), das autoras

Tatiane Brugnerotto e Rosimeire Alves.

Palavras-chave: PCNs. Variação linguística. Semântica do Acontecimento.

A INFLUÊNCIA DAS MARCAS DE ORALIDADE NA ESCRITA

Elisângela Costa Consentino (PPGEL/UEL)

Tatiele Jesus Faria (PPGEL/UEL)

II SIMVALE – SIMPÓSIO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO 2017

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RESUMO: Baseado na realidade linguística brasileira, este artigo traz uma análise de textos de alunos

de 6º anos de uma escola da rede pública e de uma da rede particular de ensino, identificando os “erros”

de ortografia mais comuns, abordando aspectos linguísticos e gramaticais, sejam eles fonológicos,

morfológicos ou sintáticos. O trabalho apresenta também uma reflexão sobre o porquê da ocorrência

desses “erros” e a razão pela qual eles são recorrentes no decorrer de vários anos escolares. A

abordagem metodológica utilizada na pesquisa partiu da análise de produções textuais desses alunos a

partir dos estudos da Sociolinguística Educacional. A pesquisa apresenta duas realidades socioculturais

distintas, considerando que uma das escolas está situada na zona rural e a outra na zona urbana, em

diferentes cidades. Com isso, o trabalho mostra que o histórico cultural, pode influenciar na escrita do

usuário da língua em diversos aspectos linguísticos.

Palavras-chave: Análise de textos; Oralidade e Escrita; Língua Portuguesa.

NORMA CULTA E NORMA PADRÃO: DIFERENÇAS NO USO DA COLOCAÇÃO

PRONOMINAL

Gabrielly Champi Duarte (G/UEL)

RESUMO: O presente trabalho tem como objetivo abordar a colocação pronominal prescrita pela

norma padrão e diferenciá-la da utilizada pela norma culta brasileira. O tema é extremamente relevante

tanto para o ensino da língua materna quanto para o conhecimento da população em geral falante do

português brasileiro, tendo em vista as peculiaridades da norma padrão e da norma culta utilizadas no

país, que são, por vezes, confundidas, e, principalmente, devido ao conflito entre ambas no que

concerne à colocação pronominal e seus diferentes usos. Para isto, será feita a distinção entre tais

normas, segundo Faraco (2008), e a definição e as regras de colocação pronominal, segundo a norma

padrão, serão contrapostas às usadas pela norma culta do português do Brasil, fato que será

comprovado por meio de artigos de jornais prestigiados, como Folha de São Paulo, O globo, O Estado

de São Paulo e Folha de Londrina, a fim de mostrar a linguagem como interação social.

Palavras-chave: Norma padrão, Norma culta, Colocação pronominal.

“LIMO, LIMO, LIMO, NÃO ENTENDIMO NADA”: REFLEXÕES SOBRE ENSINO E

UMA CONCORDÂNCIA VERBAL NÃO PADRÃO NO SUL DO PARANÁ

Ivelã Pereira (PG/UFSC)

RESUMO: Objetiva-se, neste estudo, traçar reflexões sociolinguísticas, no âmbito do ensino,

considerando dados (do sul do Paraná) a respeito de um tipo de concordância verbal não padrão: a

variação morfêmica na P4 (nós) em verbos regulares de 1ª e 2ª conjugação. Um exemplo desta

alternância em 1ª conjugação é o verbo chegar, o qual é canonicamente conjugado em P4 como

chegamos (tanto no IdPr quanto no IdPt2), mas se verifica uma variação para a forma não canônica

cheguemo(s), sendo que o –s final pode ser pronunciado ou não. De modo semelhante, em 2ª pessoa,

ocorre a variação de lemos para limo(s), e isso pode ser observado, inclusive, entre estudantes

universitários no sul paranaense. Para o referencial analítico, levam-se em consideração as reflexões e

resultados de Amaral (1920) – a respeito do dialeto caipira –, Bortoni-Ricardo (2005; 2011), Görski e

Lehmkuhl-Coelho (2006), Castilho (1992), Frosi e Mioranza (1983), Zilles e Batista (2006), Zilles,

II SIMVALE – SIMPÓSIO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO 2017

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Maya e Silva (2000) e também Pereira (2014; 2016). São analisados dados de fala – mediante

entrevistas sociolinguísticas do banco VARLINFE (Banco de Variação na Fala Eslava), o qual

pertence à UNICENTRO (campus Irati) – e de escrita, nas cidades de Irati e Mallet.

Palavras-chave: Sociolinguística e ensino. Sul do Paraná. Concordância verbal.

A REALIZAÇÃO DA CONCORDÂNCIA VERBAL POR GRADUANDOS EM LETRAS

Álida Laryssa Espozetti de Assis (PPGEL-UEL/ CAPES)

Rebeca Louzada Macedo (PPGEL-UEL/ CAPES)

RESUMO: O presente trabalho objetiva compreender o conhecimento metalinguístico e a realização

da concordância verbal de futuros docentes de Língua Portuguesa. Para trabalhar esse tema serão

abordados os conceitos de concordância verbal para a gramática normativa e para os linguistas, além

dos estudos sobre o ensino desse conteúdo gramatical sob o viés da Sociolinguística Educacional.

Estudos sobre aplicação/não-aplicação da regra de concordância verbal no português não-padrão

foram realizados por, entre outros, Lemle e Naro (1977), Naro (1981), Guy (1981), Bortoni-Ricardo

(1981 e 1985), Assis (1988), Baxter e Lucchesi (1993), Mello (1996), todos eles baseados no

pressuposto de que português popular brasileiro, ou não-padrão, ou vernáculo brasileiro, é aquela

variedade utilizada por brasileiros do mundo rural ou do mundo urbano, analfabetos ou de baixo nível

de escolarização e letramento. A partir dos estudos anteriores, para a presente pesquisa, os corpora

selecionados consistem em relatos pessoais e correções de um conto com erros de concordância verbal.

Os dois corpora compreendem materiais elaborados por alunos do segundo semestre de Letras

Português Inglês de uma Faculdade da cidade de Ivaiporã, no interior do Paraná. Para a realização da

análise, a metodologia aplicada consistiu em análise quantitativa dos erros de concordância verbal

encontrados no conto pelos sujeitos da pesquisa e em análise qualitativa quanto às variáveis

linguísticas dos erros de concordância verbal nos relatos redigidos pelos discentes. Os resultados

demonstraram pouco conhecimento metalinguístico dos futuros docentes, além de apontarem ainda

erros de concordância verbal em seus relatos.

Palavras-chave: Concordância verbal. Variação linguística. Ensino de língua portuguesa.

REFLEXÕES SOBRE A ABORDAGEM DA VARIAÇÃO LINGUÍSTICA NO ENSINO DE

LÍNGUA PORTUGUESA NOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Alexandra Nunes Santana (UEPG)

RESUMO: O presente trabalho é um recorte de uma pesquisa de mestrado do Programa de Pós-

Graduação em Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de Ponta Grossa, que teve como

finalidade analisar a abordagem que é dada ao trabalho com a variação linguística no ensino de língua

portuguesa nos anos finas do Ensino Fundamental. O objetivo deste estudo é analisar as falas dos/as

alunos/as entrevistados durante a geração dos dados, com o intuito constatar se os/as estudantes

observavam o trabalho com a heterogeneidade/variação linguística em sala de aula. Para isso,

recorremos a alguns estudiosos, como Bagno ( 2014), Coracini (1999), Pessoa (2009), Tilio ( 2013),

Gottheim (2013); e Lopes Pereira (2013), para o estudo do livro didático de línguas, já que foi

constatado na pesquisa que o livro didático é uma das principais ferramentas utilizadas em sala de aula

no processo de ensino/aprendizagem; Ribeiro da Silva (2013); Schiffman (1996); Spolky (2004);

Shohamy (2006), para subsidiar a reflexão sobre políticas linguísticas; Woolard (1998), Kroskity

II SIMVALE – SIMPÓSIO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO 2017

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(1998) e Milroy (2011), para a reflexão sobre ideologias linguísticas. Com base na análise das

entrevistas e na literatura citada neste trabalho, pudemos concluir que a ideologia da padronização está

presente nas salas de aulas e que as políticas linguísticas efetuadas pelo/a docente levam a valorização

da norma-padrão.

Palavras-chave: Livro didático. Ideologias linguísticas. Políticas linguísticas.

REALIZAÇÃO DA NOÇÃO DE EXISTÊNCIA: O ENSINO DOS VERBOS TER E HAVER

NUMA PERSPECTIVA VARIACIONISTA

Leila Regina Naves (UFU/ILEEL)

RESUMO: O presente trabalho pretende ser desenvolvido com o intuito de contribuir – de forma

teórica e aplicada – para a melhoria da qualidade do ensino de Língua Portuguesa, sobretudo no que

se refere à análise linguística e gramatical, de modo a promover um aprendizado reflexivo dos usos da

língua. O objeto de estudo deste trabalho trata, especialmente, do ensino dos verbos ter e haver com

sentido de existência, tão comuns no Português Brasileiro, porém preteridos pelas gramáticas

normativas da língua portuguesa e pelos livros didáticos. O objetivo principal da pesquisa é elaborar e

aplicar um caderno de atividades destinado a alunos do oitavo ano do Ensino Fundamental II,

composto por teoria e exercícios que abordem os usos existenciais dos verbos ter e haver à luz da

Sociolinguística Educacional. Tendo em vista a natureza da pesquisa, parte-se do pressuposto de que

a variação linguística é uma característica da língua e não um problema a ser combatido. Nesse

contexto, tomam-se por base teórica as contribuições da Sociolinguística Educacional, tendo como

grande referência, no Brasil, os estudos de Bortoni-Ricardo (2005), Faraco (2008) e Bagno (2007;

2014).

Palavras-chave: Variação. Ensino. Linguística.

FUTURO DO PRESENTE: UMA PROPOSTA DE ENSINO EM TRÊS EIXOS

Luiz Felipe da Silva Durval (UFRJ/CNPq)

RESUMO: Este trabalho, que se insere no Projeto Gramática, variação e ensino: diagnose e propostas

pedagógicas, tem como objetivos: (i) elaborar, a título experimental, uma sequência didática que

permita propor uma abordagem eficiente de temas morfossintáticos e de fenômenos variáveis da língua

para as práticas cotidianas em sala de aula e; (ii) analisar os resultados de experiências, em sala de

aula, com atividades de leitura e produção de textos, de diferentes gêneros das modalidades oral e

escrita, para se pensar a gramática. A sequência didática, atividade preliminar que se experimentou em

intervenção em aula, pautou-se na concepção de ensino de gramática em três eixos, conforme Vieira

(2017), quais sejam: (i) abordagem reflexiva da gramática por meio de atividades linguísticas,

epilinguísticas e metalinguísticas; (ii) matéria para a produção de sentidos no texto; e (iii) manifestação

de regras variáveis, de acordo com os pressupostos da Teoria da Variação e Mudança. A aplicação de

sequências didáticas permitirá testar a hipótese de que a reflexão sobre temas gramaticais e o contato

com a variação linguística nas aulas, integrados às atividades textuais, sempre que possível, permite

cumprir melhor os objetivos do ensino de Língua Portuguesa, como os de ampliar a competência nas

áreas de leitura e produção de textos escrito e falado.

II SIMVALE – SIMPÓSIO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO 2017

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Palavras-chave: Ensino. Gramática. Sociolinguística.

A VARIAÇÃO DE REGISTRO DA LÍNGUA NAS CANÇÕES

Marize Aparecida Amaral Mehret (PG/UFU)

RESUMO: Uma visão contemporânea do ensino da língua, perpassa, indiscutivelmente, pelo respeito

à diversidade cultural e linguística do país e pelo reconhecimento da heterogeneidade da língua. A

despeito dos avanços dos estudos sociolinguísticos e das orientações oficiais, que preconizam o

tratamento da variação linguística nos materiais didáticos e na sala de aula, a prática docente se revela

ainda muito distante dessa teoria. Essa pesquisa pretende trazer uma proposta de discussão e estudo

que contemple a variação linguística, presente na constituição da língua materna, postulando o docente

de Língua Portuguesa como mediador, frente à diversidade linguística do português brasileiro, que

possa levar o estudante à reflexão sobre o uso da língua, com vistas ao reconhecimento da sua

variabilidade e aquisição de competência linguística nos diferentes contextos de uso, mais

especificamente nas letras das canções.

Palavras-chave: Ensino da língua. Variação linguística. Canções.

GRAMÁTICA E USO: CONCORDÂNCIA VERBAL

Giordana di Paula Ferro(G/UEL)

Joyce Elaine de Almida Baronas (/UEL)

RESUMO: A norma culta, sendo uma variação linguística empregada em determinado contexto

sociocultural, é vista como uma “língua de prestígio”, sendo as demais marcadas, pelos próprios

falantes, como variantes inferiores (Faraco,2008). A questão da norma e do uso será analisada através

do fenômeno gramatical: concordância verbal que, segundo Silvia Rodrigues Vieira, é significativa no

ensino de Língua Portuguesa, sendo verificado nos textos elaborados por discentes, de forma que sua

ausência no discurso oral/verbal produz um sentido estigmatizado. Por outro lado, os estudos

sociolinguísticos vêm promovendo voltadas que abordam o emprego ou não da concordância verbal,

dependendo e fatores diversos. O seguinte trabalho propõe verificar, em livros didáticos de ensino

médio e gramáticas modernas, como é apresentada a concordância verbal, baseando-se em uma visão

da Sociolinguística Educacional, que aborda peculiaridades das variantes linguísticas.

Palavras-chave: Norma padrão. Norma culta. Colocação pronominal.

VARIAÇÃO FONÉTICO-FONOLÓGICA: ANÁLISE DE PRODUÇÕES ESCRITAS DO

ENSINO FUNDAMENTAL II

Marlúcia Maria Alves (Profletras/ILEEL/UFU)

RESUMO: A presente pesquisa propõe uma reflexão sobre a variação fonético-fonológica no contexto

escolar. Os alunos devem estar expostos não apenas à variedade padrão e aceita como forma de

uniformização da língua, mas também às outras variedades. A escola, como espaço para discussão de

II SIMVALE – SIMPÓSIO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO 2017

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informações referentes à língua materna, deve proporcionar um debate mais profícuo das informações

sonoras para mostrar aos alunos que um modo diferente de pronunciar determinados sons da língua

mostra, principalmente, casos relacionados à variação. Assim, a presente pesquisa pretende investigar

a variação fonético-fonológica a partir da realização de processos fonológicos na escrita de alunos do

Ensino Fundamental II. A investigação estará embasada nos pressupostos da Sociolinguística

Educacional (Bortoni-Ricardo, 2005). A variação linguística será analisada através de dados coletados

por meio de eventos relacionados à produção de textos escritos produzidos por alunos do Ensino

Fundamental II em escolas públicas localizadas no centro e na periferia de Uberlândia/MG.

Palavras-chave: Processos fonológicos. Variação fonético-fonológica. Sociolinguística educacional.

A VARIAÇÃO LINGUÍSTICA NA ESCRITA E O PRECONCEITO LINGUÍSTICO

Taciane Marcelle Marques (PG/UEL)

RESUMO: Atribuições estereotipadas sobre um objeto, desenvolvidas durante o processo de

socialização, são denominadas de preconceito. Quando essas atribuições relevam uma ideia

preconcebida sobre a língua em uso são denominadas de preconceito linguístico. Essa forma de

preconceito é um reflexo do ambiente em que vive o falante. É possível evidenciar a existência de uma

atitude linguística negativa com relação ao uso de variedades estigmatizadas da língua. Nesse

processo, os falantes são capazes de mostrar seus julgamentos sobre o uso da língua. Este trabalho tem

por objetivo geral identificar a presença do preconceito linguístico em ambiente acadêmico, portanto,

tem por objetivo específico (i) descrever o julgamento dos alunos de diversos cursos superiores de

uma Universidade do Paraná sobre as variedades linguísticas da língua escrita, abordando o tratamento

dado ao uso da linguagem escrita em dois textos com o mesmo assunto, mas níveis de linguagem

diferentes e (ii) analisar a presença dessa forma de preconceito na universidade. Fundamentado na

análise das respostas dos alunos, verifica-se que, ao tratar de escrita, os falantes ainda projetam uma

atitude negativa com relação à linguagem informal, mostrando que usuários da língua com

determinadas profissões deveriam utilizar a linguagem formal, mesmo que o contexto não a exija.

Palavras-chave: Preconceito linguístico. Sociolinguística Educacional. Língua Escrita.

USO VARIÁVEL DO PRESENTE DO MODO SUBJUNTIVO: ENSINO EM DEBATE

Tatiana Schwochow Pimpão (FURG)

RESUMO: Normalmente, a classe morfológica verbo apresenta-se, nos livros didáticos, entre o sexto

e o sétimo ano do Ensino Fundamental e em três modos: indicativo, subjuntivo e imperativo.

Entretanto, a categoria verbal reúne propriedades sintáticas, semânticas e pragmáticas, para além das

morfológicas (GIVÓN, 1995; 2001). Especificamente quanto ao uso variável do presente do modo

subjuntivo, estudos apontam para um conjunto de propriedades (PIMPÃO, 1999; MEIRA, 2006;

CARVALHO, 2007; ALMEIDA, 2010; PIMPÃO, 2012). Resultados desses estudos apontam para a

importância do contexto sintático de subordinação; da semântica do verbo da oração matriz (no caso

das orações substantivas) ou mesmo das conjunções (no caso das orações adverbiais), por exemplo; e

ainda para a relevância do fator pragmático, especificamente manifestado em determinados contextos

de orações adverbiais concessivas e causais, bem como de orações parentéticas. Com base em

pressupostos teóricos da Teoria da Variação e Mudança (WEINREICH, LABOV, HERZOG, 1968;

II SIMVALE – SIMPÓSIO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO 2017

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LABOV, 1972) e da Linguística Funcional de orientação norte-americana, defende-se o trabalho mais

aprofundado da categoria verbo nos dois anos finais do Ensino Fundamental. Nessa perspectiva, o

trabalho na sala de aula pode prever atividades de pesquisa que apontem o uso mais frequente do

presente do indicativo em contextos de força pragmática mais acentuada.

Palavras-chave: Subjuntivo. Variação. Ensino.

REFLEXÕES SOBRE A FORMAÇÃO DOCENTE: DESAFIOS E POSSIBILIDADES NOS

ANOS INICIAIS

Wéllem A. de Freitas Semczuk (PG-UEL/UNOPAR)

RESUMO: Nos anos iniciais, há a preocupação com os conteúdos relacionados à alfabetização, leitura

e escrita, porém, para que os alunos adquiram tais conhecimentos, é preciso que o professor norteie o

seu trabalho com os preceitos de língua, visto que é necessário favorecer a reflexão sobre seus usos

em diversas situações comunicativas, em uma perspectiva que considere a variação e a apropriação

crítica da norma culta e da norma-padrão. Cyranka (2014), em seus trabalhos sobre crenças e atitudes

no setor educacional, já tem demonstrado que é preciso que a escola reconheça a legitimidade das

variantes utilizadas pelos alunos e que trabalhe com uma pedagogia diferenciada, por meio de crenças

e atitudes que construam e fomentem o respeito às variedades da língua em uso, sendo papel da escola

a busca por essa reeducação sociolinguística. Com base nisso, esta pesquisa tem por intuito identificar

os conhecimentos sobre as concepções de língua de professores que ministram aulas nos anos iniciais

em escolas públicas, em uma cidade interiorana do estado do Paraná. O corpus selecionado para análise

foi um questionário semiestruturado – diagnóstico. A análise dos dados trouxe questionamentos sobre

a prática de sala de aula e a visão de língua presente na escola, pois evidenciou o desconhecimento dos

estudos atuais sobre o ensino de língua.

Palavras-chave: Sociolinguística Educacional. Ensino de Língua Materna. Formação Docente.

II SIMVALE – SIMPÓSIO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO 2017

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SIMPÓSIO: LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO

AUTORAS: Esther Gomes de Oliveira (UEL);

Isabel Cristina Cordeiro (UEL)

[email protected]

VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, ARGUMENTAÇÃO E ENSINO

Esther Gomes de Oliveira (UEL)

Isabel Cristina Cordeiro (UEL)

RESUMO: Nesta comunicação, demonstraremos a necessidade de se colocar, no âmbito da educação,

as pesquisas realizadas na área da Sociolinguística, frisando, também, a força argumentativa dos

fenômenos sociolinguísticos na composição ideológica e discursiva de um texto. Portanto,

selecionamos o gênero publicitário para exemplificar as categorias de análise, pois, além de ser,

geralmente, um texto curto, é um gênero que prende a atenção do interlocutor devido à sua construção

híbrida (texto verbal e texto visual). Na área da Sociolinguística, focalizaremos o tema variação

linguística, considerando que, atualmente, o assunto diversidade (não apenas linguística) está presente

em nosso dia a dia. Em um país de dimensões continentais como o nosso, muitos são os fatores

responsáveis pelas diversas modalidades utilizadas pelos falantes; dessa forma, desenvolveremos

nossa análise com base nos quatro tipos de variação: a) diacrônica (ou histórica); b) diatópica (ou

geográfica); c) diastrática (ou social); d) diafásica (ou de estilo). Ao entrelaçar aspectos

sociolinguísticos e publicidade tentamos sensibilizar, no estudante, uma relação positiva quanto aos

estudos da língua materna, pois, no discurso publicitário, o intercâmbio das linguagens icônica e

linguística fortalece, potencialmente, a mensagem veiculada, fazendo sobressair o caleidoscópio de

valores (sociais, éticos, morais) que caracteriza esse gênero discursivo.

Palavras-chave: Variação linguística. Ensino. Argumentação.

AINDA MAIS UMA VEZ SOBRE A PERTINÊNCIA DE SE PENSAR A AFORIZAÇÃO NO

ENSINO DO PORTUGUÊS

Roberto Leiser Baronas (UFSCar/DL/PPGL)

RESUMO: O escritor Artur de Azevedo, em sua peça “Amor por anexins” nos mostra de maneira

bastante divertida no diálogo entre as personagens Isaías e Inês, em que a primeira personagem tenta

conquistar a segunda de maneira a convencê-la para que se case com ele, que pequenas frases

cristalizadas como os provérbios, as máximas, os slogans, diferentemente do que se afirma no senso

comum, podem ser um importante instrumento na arte de persuadir. Outro brasileiro que soube com

maestria mostrar como as pequenas frases ao veicularem verdades de cunho generalizante, objetivam

convencer os outros da pertinência das proposições enunciadas, foi Fernando Apparício de Brinkerhoff

Torelly, mais conhecido como o Barão de Itararé. Suas famosas máximas “Mais vale um galo no

terreiro que dois na testa”; “Quem ama o feio é porque o bonito não aparece”; “De onde menos se

espera. Daí é que não sai nada” entre outras fazem alusão a conhecidos provérbios que circulam desde

os tempos imemoriais na nossa sociedade. Embora seja factível reconhecer os provérbios que estão na

base de criação das máximas do Barão de Itararé, é possível perceber todo um trabalho autoral. Itararé

ao transformar o provérbio original “Mais vale um pássaro na mão do que dois voando” em “Mais vale

um galo no terreiro que dois na testa”, não está simplesmente modificando esse provérbio,

desvirtuando as palavras que tomou do outro, substituindo do enunciado original, termos como

II SIMVALE – SIMPÓSIO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO 2017

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“pássaro” por “galo”; “mão” por “terreiro” e “voando” por “testa”, mas, sobretudo, jogando, por

exemplo, com a polissemia da palavra galo que pode ser uma ave galiforme, que por extensão de

sentido pode ser associada a pássaro ou a um calombo causado por uma pancada na cabeça, criando

dessa forma uma espécie de pseudoprovérbio, que além de caçoar do provérbio original,

transformando-o numa caricatura verbal, está ancorando seu discurso numa cena de fala já validada e

desse modo valorando positivamente o seu discurso. Nesta intervenção, busco defender que essas

máximas do Barão de Itararé e outros enunciados de curta extensão (provérbios, slogans, máximas,

etc) podem se transformar num rico material para ser tratado didaticamente em sala de aula, dado que

englobam questões sociolinguísticas e discursivas.

Palavras-chave: Aforização. Provérbios. Ensino.

CRENÇAS E ATITUDES LINGUÍSTICAS DE GRADUANDOS DO CURSO DE LETRAS

DO BRASIL E DE PORTUGAL

Talita de Cássia Marine (PROFLETRAS/UFU-CNPq)

Juliana Bertucci Barbosa (PROFLETRAS/UFTM-CNPq/Capes)

RESUMO: Há alguns anos, no Brasil, começou-se a trilhar caminhos para conhecer como as crenças

e as atitudes linguísticas interferem no processo de constituição da identidade de uma comunidade, por

meio de sua língua. Tal campo de investigação está em ascensão em nosso país e, sua relação com o

ensino de língua portuguesa pode ser evidenciado pelos trabalhos de AGUILERA (2008), CYRANKA

(2007; 2011; 2014), CYRANKA; RONCARATI (2008); BOTASSINI (2009), CUBA; BARBOSA

(2013), MARINE; BARBOSA (2016), entre outros. Tendo em vista tais considerações, buscaremos

apresentar resultados sobre uma investigação relacionada às crenças e atitudes linguísticas de

graduandos do Curso de Letras de duas universidades mineiras e de uma universidade portuguesa,

resultados estes que evidenciaram como os graduandos assumem e reconhecem certos usos linguísticos

regionais. Como afirmam Giles, Ryan e Sebastian (1982), em uma sociedade, as diferenças de “poder”

existentes entre grupos sociais podem ser observadas na variação linguística e nas atitudes para com

essas variações. Nesse sentido, nossa pesquisa proporcionou não só um levantamento social de quem

são esses alunos, como também evidenciou o que acreditam sobre a língua, sobre o ensino de língua

portuguesa e como julgam determinadas variedades do Português.

Palavras-chave: Crenças e atitudes linguísticas. Sociolinguística Educacional. Língua Portuguesa.

II SIMVALE – SIMPÓSIO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO 2017

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SIMPÓSIO: DIALETOLOGIA E SOCIOLINGUÍSTICA

AUTORAS: Fabiane Altino (UEL)

[email protected]

Marcela Paim (UFBA)

ATLAS LINGUÍSTICO DE FOZ DO IGUAÇU/PR

Michelli Cristina Galli (PG/UEL)

Fabiane Cristina Altino (PG/UEL)

RESUMO: A Dialetologia tem como objetivo identificar, descrever e situar, conforme a distribuição

espacial, a língua em uso. Para tanto, além dos fatores geográficos, os fatores sociais, culturais e

cronológicos dão base às pesquisas dialetológicas contemporâneas. A compreensão das variedades

encontradas em determinados espaços geográficos possibilita inferir sobre as particularidades que a

língua assume e o que a faz diferente das demais, ponderando sobre as situações de contato linguístico

e dialetal. Nesse sentido, esta comunicação tem como objetivo apresentar os primeiros caminhos

percorridos para a elaboração do Atlas Linguístico de Foz do Iguaçu/PR. Pautando-se nos princípios

da dialetologia pluridimensional, é objetivo discorrer sobre a seleção dos informantes e dos pontos de

inquérito, a organização do instrumento de coleta de dados e demais metodologias. O Atlas

Linguístico de Foz do Iguaçu surgiu do interesse em se registrar e publicar as formas linguísticas

encontradas na cidade por se tratar de um cenário fecundo, justificado pela diversidade sociocultural

e histórica. Espera-se poder contribuir para percepção do falante sobre a sua identidade linguística e

valorização dessas formas como patrimônio da localidade, uma vez que a história da língua poderá ser

traçada de forma acurada a partir da análise dialetológica.

Palavras-chave: Atlas linguístico. Foz do Iguaçu/PR. Dialetologia Pluridimensional.

O ATLAS LINGUÍSTICO DO BRASIL E O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA

Marcela Moura Torres Paim (UFBA)

RESUMO: Nesta comunicação se apresenta um dos aspectos de que se ocupa o Projeto Atlas

Linguístico do Brasil (Projeto ALiB), o ensino do português brasileiro. Dessa forma, este trabalho

investiga como a linguagem de indivíduos apresenta marcas linguísticas específicas que constroem,

mantêm e projetam a diversidade em inquéritos do Projeto ALiB a partir da utilização da variação

linguística. Nesse sentido, trata da importância dos atlas linguísticos para o ensino, destacando a

publicação dos atlas regionais brasileiros e do atlas linguístico do Brasil. Assim, discute a significativa

contribuição dessas obras para o conhecimento da realidade linguística do Brasil, visto que os atlas

podem otimizar e motivar as atividades em sala de aula, podendo também ser explorados nas demais

disciplinas do currículo escolar. A metodologia empregada consistiu na realização das seguintes

etapas: 1) leitura de textos teóricos referentes ao tema proposto; 2) escolha e formação do corpus,

constituído de inquéritos das capitais do Projeto ALiB; 3) análise do corpus a fim de verificar marcas

linguísticas transmissoras da construção, projeção e manutenção da variação linguística. As análises

dos inquéritos selecionados buscam estudar a variação e sua relação com o ensino no repertório

linguístico de informantes da faixa I (18-30 anos) e faixa II (50-65 anos) das diferentes capitais do

país. A análise do corpus possibilitou realizar o registro e a documentação da diversidade lexical do

português falado no Brasil, seguindo os princípios da Geolinguística moderna Pluridimensional em

que o registro segue os parâmetros diatópicos e diastráticos.

II SIMVALE – SIMPÓSIO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO 2017

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Palavras-chave: Variação. Ensino. Atlas linguísticos.

O PRONOME MIM COMO SUJEITO DE ORAÇÕES INFINITIVAS INTRODUZIDAS POR

PARA NO PORTUGUÊS DO INTERIOR PAULISTA

Aline Bianca dos Santos Gomes

Orientadora: Profa. Dra. Gisele Cássia de Sousa

RESUMO: Este trabalho é parte de uma pesquisa mais ampla cujo objetivo é investigar, sob o aparato

da Sociolinguística Variacionista (WEINREICH, LABOV & HERZOG, 1968; LABOV, 1972), a

ocorrência da forma oblíqua do pronome de 1a pessoa do singular (mim) em posição de sujeito de

orações infinitivas introduzidas por para /pra (como em “isto é para mim fazer"). Como objetivo

específico, procuramos identificar os fatores (linguísticos e extralinguísticos) condicionantes do

fenômeno e definir sua natureza sociolinguística: se um caso de variação estável ou de mudança em

curso, conforme os pressupostos da sociolinguística laboviana (LABOV, 1972). Com a apresentação

deste trabalho pretende-se, então, discutir os resultados obtidos com as análises já realizadas, bem

como os futuros encaminhamentos da pesquisa. Os dados analisados pertencem ao português falado

na região noroeste do estado de São Paulo, variedade em que a ocorrência de mim como sujeito de

orações infinitivas introduzidas por para é alvo de estigma social e de correção explícita no ensino

formal, em comparação ao emprego da forma reta do pronome de 1ª pessoa do singular (eu), conforme

prescrito pelas gramáticas normativas, e de zero anafórico, forma mais neutra e não estigmatizada na

variedade em questão. Como recurso metodológico, os dados da pesquisa foram coletados em

entrevistas do Banco de Dados IBORUNA e submetidos a tratamento quantitativo no programa

estatístico Goldvarb (TAGLIAMONTE, 2006). Considerando os resultados obtidos até o momento,

observou-se que a variante mim, em posição de sujeito de orações infinitivas iniciadas por para, é mais

recorrente na fala dos informantes do interior paulista do que a variante eu. Além disso, constatou-se

o uso mais frequente da variável não padrão pelos mais jovens, o que representa forte indício de que

o fenômeno em questão constitua um caso de mudança linguística em curso na comunidade linguística

investigada, uma evidência a ser confirmada com o aprofundamento do estudo.

Palavras-chave: Alternância pronominal, orações de finalidade, variação e mudança linguística.

O USO DO ADJETIVO ‘OBRIGADO’ NA CIDADE DE LONDRINA

Ana Carolina Bernardino (PG/UEL)

RESUMO: A concordância do adjetivo ‘obrigado’, como forma de agradecimento, gera uma dúvida

muito grande. Na maior parte das vezes, as pessoas não sabem como utilizar de forma adequada,

levando em consideração a norma culta/padrão da linguagem. A regra para concordância desse

adjetivo deve estar ligada a quem fala, ou seja, a um emissor que agradece por algo. Em geral a

confusão acontece, pois o emissor concorda o adjetivo à pessoa a quem está agradecendo, ocorrendo

o uso inadequado. Portanto, busca-se com esse trabalho, investigar como homens e mulheres se

comportam quanto a concordância desse adjetivo, na cidade de Londrina, Paraná. O estudo pretende

analisar o uso do adjetivo ‘obrigado’ quanto a sua flexão, levando em consideração as variáveis sexo

(masculino/feminino), escolaridade (ensino completo/ensino incompleto) e faixa etária (até 30/acima

de 50). O objetivo do trabalho consiste em observar quais as variáveis que mais influenciam na

concordância ou não do adjetivo. Para tanto a metodologia utilizada baseia-se em um questionário

desenvolvido ad hoc. Autores como Bortoni-Ricardo, Labov, Tarallo, entre outros fazem parte do

embasamento teórico, contribuindo para a construção do conhecimento.

II SIMVALE – SIMPÓSIO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO 2017

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Palavras-chave: Adjetivo. Obrigado. Adequação.

GÍRIAS PENITENCIÁRIAS COMO DETERMINANTE DE IDENTIDADE

Anderson Ciza (G/UEL)

RESUMO: O estudo das gírias tem se tornado área de grande volume de trabalhos do léxico da língua.

Incorporada à língua oral popular, a gíria está presenta na grande massa de falantes de uma língua e é

considerada fonte expressiva de uma comunidade linguística, sua disseminação ocorre entre os mais

diversos grupos sociais servindo para construção da marca de identidade. O objetivo desta

comunicação é investigar a variação linguística, mais propriamente dita a gíria, e a identidade como

consequência da utilização por detentos do Sistema Prisional no Paraná, mais detidamente em

Londrina. A diversidade linguística, tema principal desta comunicação, visita alguns trabalhos nesta

área, desenvolvidos na Universidade Estadual de Londrina, como Remenche (2003), Corrêa (2008) e

Silva (2014), bem como outros em elaboração para traçar um panorama dos estudos sobre gírias

prisionais na localidade. Desta forma, pretende-se demostrar as metodologias, os corpora recolhidos

pelos autores e conclusões, buscando traçar o estado da arte dos trabalhos com gírias prisionais nos

programas de pós-graduação desta universidade.

Palavras-chave: Variação linguística. Gírias. Identidade.

MODERNISMO E IDENTIDADE BRASILEIRA: MARCAS DA ORALIDADE NOS

POEMAS DE OSWALD DE ANDRADE E MANUEL BANDEIRA

Andréa Scavassa Vecchia Nogueira (PG/UNESP- Campus de Assis/SP)

RESUMO: A Semana da Arte Moderna de 22 teve como propósito inovar e transformar o contexto

artístico cultural. Os artistas romperam com as correntes passadas, com o academicismo, voltando-se

à criação de uma arte essencialmente brasileira. A partir de novas experiências artísticas, a fim de

consolidar uma arte verdadeiramente nacional, a linguagem proposta pelo movimento modernista

afastava-se dos padrões da sintaxe, da metrificação e das rimas, aproximando-se da linguagem

coloquial, crítica, sarcástica e irônica. Foi nesse contexto que muitos autores preocuparam-se com os

aspectos linguísticos, no intuito de representar a diversidade cultural do país pela marca da oralidade.

O objetivo desse artigo é apresentar a análise das marcas da oralidade nas poesias de Oswald de

Andrade e Manuel Bandeira, baseada na perspectiva sociointeracionista. A metodologia refere-se à

seleção de trechos poéticos dos respectivos autores à luz da teoria escolhida, enfocando tanto o nível

lexical e sintático quanto o nível discursivo. Para isso, foram utilizadas as teorias de Marcuschi (2000,

2001, 2002), Sapir (1980), Maingueneau (2001), Gnerre (1974), Preti (2000 e 2004) e Urbano (2000).

Palavras-chave: Modernismo. Variação linguística. Linguagem

CARACTERIZAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO NUMÉRICA E SUAS VARIAÇÕES EM

LIBRAS

André Luis Onório Coneglian (UEL)

II SIMVALE – SIMPÓSIO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO 2017

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Antônio Aparecido de Almeida (UEL)

Cleusa Camargo de Oliveira (UNESP)

RESUMO: Neste trabalho apresentamos algumas características do sistema de representação para

números em Libras, com o objetivo de informar acerca das particularidades dessa língua e seus

fenômenos linguísticos. Ressaltamos as variações que se manifestam particularmente no nível

fonológico, envolvendo, em especial, os parâmetros Configuração da Mão (CM) e Orientação da Mão

(Or), quando para representação dos números cardinais de um a quatro. As amostras foram coletadas

de dicionários e outros materiais em Libras, que evidenciam tais variações. Para a melhor compreensão

acerca das variações no nível fonológico, faremos uma breve descrição da estrutura fonológica da

Libras, de como os parâmetros se combinam dando origem aos sinais dessa língua espaço-visual. A

caracterização geral do sistema numérico foi baseada na literatura da área, cuja produtividade é maior

em textos didáticos de Libras. Os resultados apontam para a necessidade de estudos mais aprofundados

do fenômeno, principalmente no que se refere às variações dos números cardinais de um a quatro, que

ora se manifestam como diatópicas, ora como diastráticas.

Palavras-chave: Fonologia da Libras. Variação. Sistema numérico.

VARIAÇÃO E LETRAMENTOS: A CONSTRUÇÃO DE UM BANCO DE DADOS

SOCIOLINGUÍSTICOS DA FALA INFANTIL

Simone Mendonça Soares (UFSM)

Bibiana Cardoso da Silva (PG/UFRGS)

RESUMO: Este trabalho, num escopo que envolve a construção de um banco de dados

sociolinguísticos da fala infantil (SOARES, 2012), associado à geração de dados de cunho etnográfico

na mesma comunidade de periferia na zona norte de Porto Alegre (SILVA, 2012), tem como objetivo

discutir a relação das metodologias qualitativa e quantitativa como complementares na investigação

de processos variáveis de concordância verbal, na relação com as práticas letradas das crianças

participantes dos estudos. A partir da análise das metodologias adotadas e na interlocução dos dois

trabalhos para a compreensão mais profunda dos processos linguísticos e sociais envolvidos na fala

variável das crianças, discutimos a importância da geração de dados etnográficos na interpretação dos

dados de variação. Apresentaremos nesta comunicação questões sobre as diferentes etapas de

planejamento e produção do banco de dados, bem como discutiremos a importância da formação de

um banco desse tipo para as investigações envolvendo variação linguística e letramento.

Palavras-chave: Variação. Letramentos. Banco de dados.

LEITE QUENTE OU LEITI QUENTI?

A VOGAL MÉDIA /E/ POSTÔNICA FINAL NO FALAR PARANAENSE

Dayse de Souza Lourenço Simões (UEL/AEDU)

RESUMO: As discussões no que concerne aos falares da região sul do Brasil têm manifestado um

cenário perturbador em relação à realização do /e/ postônico no fim de palavra. Afinal, ocorre o

alçamento ou a manutenção na produção oral sulista? Posto isto, o objetivo geral deste trabalho

consiste em descrever e analisar comportamento da vogal média /e/ postônica final na produção oral

II SIMVALE – SIMPÓSIO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO 2017

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de falantes do estado do Paraná. No que concerne aos objetivos específicos, elencamos: i)

Compreender o processo de alçamento ou manutenção da vogal média /e/ postônica final; ii) Observar

o processo de alçamento ou manutenção da vogal média /e/ postônica final segundo as variáveis

linguísticas; iii) Analisar o processo de alçamento ou manutenção da vogal média /e/ postônica final

segundo as variáveis sociais e iv) Delimitar possíveis isófonas delimitadoras das variantes fonéticas

verificadas. Dessa forma, este trabalho pretende preencher a lacuna existente na descrição deste

fenômeno na produção oral do estado do Paraná.

Palavras-chave: Atlas Linguístico do Brasil. Vogal média /e/ postônica final. Falar paranaense.

O USO DO PROCESSAMENTO DE LINGUAGEM NATURAL PARA DIFUSÃO

CULTURAL E APRENDIZADO DE CONCEITOS LINGUÍSTICOS

Edio Roberto Manfio (Fatec Garça-SP)

Fábio Carlos Moreno (PG/UEL)

RESUMO: Este estudo tem por objetivo versar sobre alguns princípios teóricos e metodológicos para

o emprego das ferramentas digitais e, por extensão, processos de ensino-aprendizagem em ambientes

presenciais e virtuais por meio de robôs de conversação ou chatbots. Tais os robôs estão em constante

evolução e sua permeabilidade às novas tecnologias os tornam facilmente adaptáveis aos diferentes

computadores e perfis de usuários. Propõe-se a utilização de um robô chamado Tical para estudos

parciais de variantes lexicais do ALiB - Atlas Linguístico do Brasil - e verbetes organizados no

LHisPAR - Léxico Histórico do Paraná. Tical pode ser consultado convencionalmente – teclado e

mouse – ou com comandos por voz e é capaz de responder por meio das linguagens escrita e falada -

síntese de voz - ao mesmo tempo. O protótipo está preparado para operar junto ao portal do LHisPAR

– em desenvolvimento – que possibilitará aos interessados consultar verbetes e eventuais abonações,

documentos originais digitalizados onde ocorrem estes verbetes, transcrições dos documentos

relacionados entre outros. Relacionam-se a este estudo as áreas de Linguística, Processamento de

Linguagem Natural, Educação e Computação. Eventuais resultados obtidos com a implementação de

outros robôs e/ou analisadores lexicais também servirão de referência quando da projeção de

possibilidades durantes as discussões.

Palavras-chave: Processamento de Linguagem Natural. Linguística. Difusão cultural.

NORMAS LINGUÍSTICA SOCIOCULTURAL DA ELITE NA PRIMEIRA METADE DO

SÉCULO XX: PRIMEIROS RESULTADOS

Hélcius Batista Pereira (CCH/DLP-UEM)

RESUMO: A apresentação dará notícias de pesquisa em andamento que explora as mútuas relações

entre as normas linguística – em especial, a variação entre “este” e “esse” - e socicultural da elite

intelectual brasileira da primeira metade do século XX. Para tanto, analisamos o uso linguístico, as

práticas e concepções ideológicas de Júlio Mesquita Filho e Marina Mesquita, membros da família

proprietária de O Estado de São Paulo, em cartas trocadas nas décadas de 1930 e 1940. Quatro

fundamentos teóricos nos auxiliam nessa análise: a Teoria Multissistêmica

de Castilho (2010); a Sociolinguística Variacionista proposta por Labov (2008) e Weinreich; Labov &

Herzog (2006); o conceito de “comunidade de prática” de Eckert & McConnell-Ginet (2010); e a

Teoria da Economia das Trocas Linguísticas, encontrada Bourdieu (1994, 2003, 2007 e 2008). Em

nossa perspectiva a língua atua, em todos os seus subsistemas, como mecanismo para a distinção social

e instrumento fundamental no jogo estabelecido em torno do Poder Simbólico.

II SIMVALE – SIMPÓSIO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO 2017

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Palavras-chave: Dialeto da elite. Variação linguística. História social da língua.

ESTUDO DA VARIAÇÃO LINGUÍSTICA NA CANÇÃO “ZALUZEJO”

Júlia V. Sardi (Graduação/UEL)

RESUMO: A presente pesquisa se propõe em analisar a canção “Zaluzejo” da banda musical “O Teatro

Mágico”, a partir da abordagem da Variação Linguística, discutindo o tema preconceito linguístico no

intuito de entender a variação linguística e as marcas peculiares de determinado grupo social,

difundidas muitas vezes, por diversos meios de comunicação que disseminam concepções errôneas da

língua. Por conseguinte, foi realizada uma pesquisa bibliográfica baseada na temática variação

linguística e usada como metodologia para realização deste trabalho, que busca ressaltar, entre outros

tópicos, a história dos movimentos culturais da periferia, muitas vezes desvalorizada por empregar

uma linguagem excluída pela classe elitista, mas, em contrapartida, se faz presente e compreensível

dentro do seu espaço cultural. Nesse aspecto, os estudiosos da área como Bortoni-Ricardo (2004),

Brandão (2007), Camacho (1988), Faraco (2002), dentre outros serão a base teórica para as análises e

reflexões do corpus em questão.

Palavras-chave: Variação Linguística. Preconceito Linguístico. Canção “Zaluzejo”.

O QUE A GALINHA VAI FAZER QUANDO CANTA E VAI PARA O NINHO?

RESPOSTAS E NÃORESPOSTAS DOS INFORMANTES DO ATLAS LINGUÍSTICO DO

ESTADO DE ALAGOAS - ALEAL

Maranúbia Pereira Barbosa Doiron

Universidade Estadual de Londrina - UEL

Université Grenoble Alpes – UGA

RESUMO: Esta proposta de estudo tem como objetivo descrever e analisar abstenções e respostas

não-válidas que foram registradas pelos informantes do Atlas Linguístico do Estado de Alagoas –

ALEAL - a algumas perguntas do Questionário Fonético-Fonológico (QFF). Relativamente comuns

em trabalhos de campo, tanto no QFF quanto nos demais questionários aplicados, dados com essas

características ainda são pouco explorados em estudos científicos. Ao examinar as razões que levam

os falantes a realizar as referidas ocorrências, pretende-se contribuir para uma interpretação acertada

das informações obtidas, além de repensar as metodologias correntes, sempre tendo em vista a

produção de uma cartografia de excelência, ou seja, fidedignamente alinhada às diferentes variáveis

trabalhadas pelo pesquisador, e, naturalmente, aos registros coletados.

Palavras-chave: Atlas Linguístico do Estado de Alagoas. Respostas e não-respostas. Variáveis

diatópicas e diastráticas

GÊNERO E VARIAÇÃO LINGUÍSTICA: UMA PESQUISA DENTRO DO CÁRCERE

Rozeclair Aparecida Ranolfi Lima (PG/UEL)

II SIMVALE – SIMPÓSIO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO 2017

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RESUMO: A presente comunicação tem por objetivo investigar a influência do sexo/gênero na

variação linguística, uma vez que diversos estudos sociolinguísticos apontam nessa direção, indicando

que a linguagem sofre mutações na medida em que ocorre a variação quando falado por homens ou

por mulheres. Com efeito, o fator diassexual é determinante para variações nos níveis fonológico,

morfossintático e semântico. De acordo com o pensamento de Labov (2001), em situações de variação

estável, os homens costumam usar com maior frequência as formas não padrão enquanto que as

mulheres tendem a optar por formas prestigiadas. Esta comunicação apresentará o percurso

metodológico para a análise das respostas obtidas por meio de um questionário aplicado a mulheres

em situação de cárcere privado, com o objetivo de verificar o grau de utilização de gírias. A hipótese

deste trabalho reside na afirmação que homens e mulheres divergem bastante em suas expressões

linguísticas, evidenciando que homens utilizam de linguagem de menor prestígio, enquanto que as

mulheres procuram seguir os regramentos da variante padrão.

Palavras-chave: Variação linguísticas; gírias; mulheres encarceradas.

COMO SE CHAMA O MILHO DE PIPOCA QUE NÃO ESTOUROU?

ESTUDO GEOSSOCIOLINGUÍSTICO NO NORTE DO PARANÁ

Thiago Leonardo Ribeiro (PG/UEL)

RESUMO: Este trabalho verifica as variantes para o grão de milho que não estourou quando estava

preparando a pipoca. Ao preparar a pipoca, alimento feito a partir de uma variedade especial de milho,

o milho-pipoca, que estoura quando aquecido, deixamos algumas vezes grãos intactos no fundo da

panela, os conhecidos piruá, que muitos nem nomeiam ou lhes atribuem outras designações

dependendo da região. A questão analisada é a de n. 42 do questionário elaborado para a verificação

do léxico coletado para a dissertação A variação lexical na Rota do Café: estudos geossociolinguísticos

no Norte do Estado do Paraná, que investigou parte do léxico em seis cidades que compõem a Rota do

Café: Ribeirão Claro, Cambará, Santa Mariana, Uraí, Londrina e Rolândia. Este estudo de variação

lexical, organizado sob a égide metodológica da Geossociolinguística, descreveu, analisou e

cartografou variantes recolhidas em inquéritos in loco de respostas dadas por 24 informantes nas

localidades de estudo, em que foram consideradas as dimensões diatópica, diassexual e diageracional

(conf. Thun, 2005). Assim, contribuímos para o inventário de parte da variação lexical estabelecida

com a vinda dos colonizadores e proporcionamos aos estudiosos da linguagem subsídios para o

conhecimento da realidade linguística da área investigada.

Palavras-chave: Variação lexical. Piruá. Norte do Paraná.

PORTUGUÊS BRASILEIRO: VARIEDADE DO PORTUGUÊS EUROPEU OU LÍNGUA

CONSERVADORA?

Vanessa Lini Dalto (PG-UEL)

RESUMO: Embora a língua portuguesa seja a língua oficial do Brasil, diferenças entre o Português

brasileiro e o Português de Portugal são evidentes. Vários são os fatores apontados como possíveis

responsáveis por esse distanciamento, entre eles, a possibilidade de o Português do Brasil constituir

uma forma conservadora do Português europeu arcaico. Nessa perspectiva, a presente pesquisa,

vinculada ao projeto “Para a história do português paranaense - PHPP”, objetiva analisar a língua

escrita praticada no Brasil e em Portugal no século XIX. Para tanto, os corpora deste estudo

constituem-se de manuscritos escritos no período de 1802 a 1820 produzidos em Lisboa (Portugal) e

em Curitiba (Paraná). Tal análise tem o intuito de observar as semelhanças em relação às características

II SIMVALE – SIMPÓSIO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO 2017

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de escrita nos aspectos, fonéticos, sintáticos e morfológicos presentes nos dois corpora que

estabelecem relação com o português praticado no Brasil atualmente, ou seja, pretende verificar se a

língua do Brasil apresenta traços linguísticos conservadores do português de séculos passados, assim

como do Português europeu. Com base nos dados obtidos pela pesquisa, espera-se ressaltar a

importância dos manuscritos antigos para o resgate histórico de uma língua, além contribuir com os

estudos sobre a formação e a história do português brasileiro.

Palavras-chave: Língua portuguesa. Português brasileiro. Conservadorismo Linguístico.

II SIMVALE – SIMPÓSIO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO 2017

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SIMPÓSIO: INTERSECÇÕES ENTRE GRAMÁTICA E VARIAÇÃO LINGUÍSTICA NO

ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA

AUTORA: Cristina Valéria Bulhões Simon (UEL)

[email protected]

DESAFIOS NO ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA: DO TEXTO AO TÓPICO

GRAMATICAL E VICE-VERSA

Cristina Valéria Bulhões Simon (UEL)

RESUMO: É consenso, já há alguns anos, que o ensino da língua materna deva partir de textos os mais

variados, de forma a contemplar as diferentes manifestações linguístico-discursivas, apoiadas

igualmente na diversidade de gêneros. Os livros didáticos mais bem avaliados buscam contemplar essa

que é a grande recomendação dos documentos oficiais de ensino. Entretanto, em que pesem tais

recomendações e o efetivo reconhecimento da importância de se trabalhar com textos, observa-se

enorme dificuldade dos professores em transitar, de modo efetivamente interessante e produtivo para

o aluno, entre o texto e os tópicos gramaticais, sem perder de vista a necessária e esperada

sistematização do ensino da língua portuguesa. Afinal, há conteúdos a serem explorados e uma

sequência a ser seguida. Este trabalho pretende apresentar discussões em torno da centralidade do texto

(e do discurso) no ensino do português bem como exemplos de atividades pautadas nessa concepção

de ensino a fim de promover reflexões sobre as dificuldades enfrentadas pelos professores quando do

trabalho com textos: do (quase) inevitável uso do texto como pretexto à seleção dos tópicos adequados

a cada nível escolar.

Palavras-chave: Ensino. Gramática. Textos.

REFLEXÕES ACERCA DA TEORIA GRAMATICAL ENSINADA NA ESCOLA

Daiany Bonácio (UEL)

RESUMO: O ensino da gramática na escola está sendo muito discutido e vem recebendo críticas nos

últimos tempos. A discussão gira em torno de questionamentos como: deve-se ensinar gramática nas

aulas de língua portuguesa? Que gramática ensinar? Para que ensinar teoria gramatical? Estudiosos

apontam que, da forma como a gramática é abordada atualmente, ela está sendo reduzida à

nomenclatura em si e não possibilita que o aluno domine a língua após vários anos de estudos no

ensino regular. A partir da problemática apresentada, consideramos importante trazer o tema em cena

e realizar reflexões acerca da teoria gramatical e a escola. Para tanto, buscamos base teórica em autores

os quais têm opiniões consolidadas sobre o assunto e que são referenciais quando se fala em ensino de

língua, como Maria Helena de Moura Neves, Luiz Carlos Travaglia, dentre outros. Ao final desta

discussão, julgamos ser necessária uma revolução na concepção de língua e de ensino, o que inclui

uma mudança na própria escola e nos professores.

Palavras-chave: Ensino. Escola. Língua Portuguesa.

II SIMVALE – SIMPÓSIO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO 2017

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POR UM ENSINO REFLEXIVO DOS PRONOMES DEMONSTRATIVOS À LUZ DA

SOCIOLINGUÍSTICA EDUCACIONAL

Mara Rúbia Fernandes (UFU)

RESUMO: O objetivo de nossa proposta é o ensino dos pronomes demonstrativos à luz da

Sociolonguística Educacional, em uma abordagem variacionista da língua, de modo a contribuir

positivamente para o aprendizado efetivo de tais pronomes, a fim de minimizar a distância entre os

conteúdos ensinados na escola e o uso que efetivamente fazem (ou podem fazer) desses pronomes,

contribuindo, assim, para o desenvolvimento da competência comunicativa dos aprendizes e para a

elevação da autoestima linguística dos alunos.Nosso aporte teórico se pautará, entre outros, em Bagno

(2007; 2014), Faraco (2008;2015), Bortoni-Ricardo (2013; 2012), Antunes (2013; 2015), Cyranka

(2007; 2014, 2015) no que se refere às contribuições da pedagogia da variação linguística ao ensino

de LP. Além disso, pautaremo-nos também nas contribuições de Castilho (1998; 2002; 2016),

Roncarati (1996; 2003), Marine (2005; 2009) quanto ao estudo dos pronomes demonstrativos e, por

fim, nas diretrizes oficiais dos Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa – doravante,

PCN - Brasil (1997; 1998) e, ainda, nas Diretrizes Curriculares Municipais – doravante, DCM -,

Uberlândia (2011).

Palavras-chave: Sociolinguística Educacional; Ensino; Pronomes Demonstrativos.

VARIAÇÃO E ENSINO: COMO MANUAIS DIDÁTICOS ABORDAM O OBJETO DIRETO

ANAFÓRICO

Niguelme Cardoso Arruda (IFSC-Criciúma)

RESUMO: O avanço dos estudos linguísticos, sobretudo os norteados pela perspectiva teórica da

Sociolinguística, trouxe para o campo do ensino de língua a necessidade de assumir a língua como um

fenômeno inerentemente variável. Ainda que por algum tempo (para não dizer até hoje) tenha se

verificado, no ambiente escolar, uma resistência a esse fato, os PCNs (tanto do ensino fundamental

quanto do médio asseguram que o ensino de língua materna deve tomar como princípio a “reflexão

sobre o uso da língua na vida e na sociedade” (BRASIL, 2000, p. 137). Uma vez que a variação reside

no uso, infere-se, então, a necessidade da adoção de práticas que proporcionem uma reflexão em torno

do caráter multifacetado da língua, de modo a eliminar polarizações do tipo “certo/errado”,

“formal/informal”, “culta/popular”, dentre outras, sendo, portanto, desenvolvido um trabalho com

língua materna que tenha maior clareza sobre as diferenças entre norma padrão e norma culta,

compreendendo esta como um conjunto de normas (cf. FARACO, 2008). Para tanto, propõe-se

verificar em que medida manuais didáticos adotados em escolas públicas contemplam esse caráter

inerentemente heterogêneo da língua. Toma-se, para análise, o tratamento dado ao um fenômeno

variável do objeto direto anafórico, assumindo que, por esses manuais enfatizarem a norma padrão,

não é dado destaque à variação desse fenômeno, centrando suas atenções no uso de clíticos, reforçando,

em certa medida, crenças e atitudes negativas em relação ao uso da língua.

Palavras-chave: Variação linguística. Ensino de língua. Objeto direto.

II SIMVALE – SIMPÓSIO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO 2017

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SIMPÓSIO: CRENÇAS E ATITUDES LINGUÍSTICAS

AUTORA: Jacqueline Ortelan Maia Botassini (UEM)

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RELATOS DE CARIOCAS, GAÚCHOS E NORTE-PARANAENSES SOBRE O SEU

DIALETO E SOBRE O DIALETO DO OUTRO

Jacqueline Ortelan Maia Botassini (UEM)

RESUMO: Estudos sobre atitudes linguísticas frequentemente estão voltados a pesquisar conflitos

interétnicos existentes em comunidades bilíngues ou multilíngues; a diversidade linguística,

entretanto, existe em todas as sociedades, sejam elas bilíngues ou não. Barbosa (2002, p. 43) argumenta

que, no Brasil, a ideia de homogeneidade enunciada “no discurso de que ‘falamos todos a mesma

língua’ não consegue mascarar esse fato [...] essa homogeneidade, muitas vezes traduzida em

harmonia, não tem lugar na sociedade”. E é a diversidade linguística existente no âmbito da própria

língua portuguesa falada no Brasil que nos interessa investigar. Mais especificamente, interessa-nos

investigar crenças e atitudes linguísticas de falantes brasileiros – naturais de diferentes regiões e

possuidores de diferentes dialetos – em relação ao seu dialeto e ao dialeto do outro. Para tanto, este

trabalho, pautado no referencial teórico-metodológico da Sociolinguística Variacionista e nos estudos

de Crenças e Atitudes linguísticas, analisou avaliações de falantes norte-paranaenses, cariocas e

gaúchos, todos residentes no Norte do Paraná, para verificar o quanto o contato entre dialetos diferentes

em um lócus para o qual migraram pessoas em busca de uma vida melhor pode trazer mudanças

linguísticas e de atitudes em relação ao falar e aos falantes de uma região vista, em geral, de forma

estigmatizada.

Palavras-chave: Crenças e atitudes linguísticas. Sociolinguística. Dialeto.

CRENÇAS LINGUÍSTICAS DE ALUNOS SOBRE A LÍNGUA PORTUGUESA NO

ÂMBITO DA EAD

Fátima Christina Calicchio (Unicesumar)

RESUMO: No âmbito de alguns cursos de ensino superior que possuem a Língua Portuguesa em suas

matrizes curriculares em EAD, há uma expectativa de se aprender a norma-padrão. Diante dessa

problemática, neste trabalho, procuramos responder a esta indagação: como possibilitar que o nosso

aluno de língua portuguesa desenvolva competências linguísticas, para que ele tenha acesso aos

saberes linguísticos necessários para o exercício da sua profissão e da sua cidadania? Para dar conta

de responder a essa indagação, acreditamos que um estudo sobre as crenças linguísticas poderiam se

configurar como um caminho profícuo para isso. Assim, o objetivo deste trabalho assenta-se na

tentativa de desconstruir o conceito de língua unívoca, a fim de evidenciar se a Sociolinguística

Educacional pode funcionar, ou não, como uma ferramenta favorável à desconstrução da concepção

de uma variedade tida como padrão sobre os estudos da língua aos alunos e aos professores de Letras

e áreas afins no âmbito da EAD. Para tanto, este trabalho tem como aporte teórico a Sociolinguística

Educacional. Com base nos resultados desta pesquisa, esperamos contribuir para estudos que

evidenciem a necessidade de se trabalhar com uma pedagogia da variação linguística (Faraco 2008).

II SIMVALE – SIMPÓSIO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO 2017

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Palavras-chave: Sociolinguística Educacional. Variações linguísticas. Educação a Distância.

ANÁLISE DE CRENÇAS E ATITUDES LINGUÍSTICAS NO USO DOS R NO NORTE

PIONEIRO NO ENSINO SUPERIOR

Luiz Antonio Xavier Dias(PG – UEL)

RESUMO: As escolhas fonéticas que são realizadas por um indivíduo em uma comunidade de fala

geralmente são rotuladas de forma positiva ou negativa, demonstrada por atitudes linguísticas. Tendo

como base a metodologia da Sociolinguística Variacionista, o presente trabalho tem por objetivo

avaliar as crenças e as atitudes de professores e alunos da Universidade Estadual do Norte do Paraná,

campus - Jacarezinho - PR em relação à utilização de róticos em coda silábica. Para tanto, foram

entrevistados quatro informantes de Jacarezinho – PR, dois professores e dois alunos e, posteriormente

foi realizado o registro, a descrição e a análise das variantes do /r/ em coda silábica. Na sequência,

analisamos as respostas dadas por esses informantes a perguntas específicas sobre crenças linguísticas.

Por fim, constatamos que a maioria dos entrevistados é fiel a suas origens e não disfarça a variante que

produz, todavia, ainda estão recheados de preconceitos e crenças de um falar “melhor” ou “pior”.

Palavras-chave: Crenças e atitudes linguísticas. Variedades linguísticas.

OS FATORES CRENÇAS E ATITUDES NOS ESTUDOS DOS PROCESSOS

COMUNICATIVOS, DA PSICOLOGIA SOCIAL E DA VARIAÇÃO LINGUÍSTICA

Marlene Ferreira Royer

RESUMO: O estudo das crenças e atitudes é recorrente em várias áreas do conhecimento, com mais

ênfase em disciplinas como Sociologia e Psicologia Social, no sentido de compreender seus efeitos no

comportamento humano e sua realidade social. Os psicólogos sociais foram os precursores e os

conceitos elaborados servem como base para as derivações de sentido dos temas. O objetivo deste

trabalho é analisar como os autores das áreas da Comunicação, da Psicologia Social e da

Sociolinguística definem os termos Crenças e Atitudes e aplicam em suas áreas de pesquisa. O enfoque

é no comportamento dos emissores e receptores e na produção de sentido que podem interferir na

interação dos envolvidos no ato comunicativo. Verificou-se que nas áreas pesquisadas os conceitos

têm abordagens diferenciadas, mas sentidos parecidos; não há consenso nem delimitação formal dos

termos; e as conceituações utilizadas na Comunicação e Sociolinguística têm origem nos estudos da

Psicologia social, pelo fato de considerarem a interação humana e a relação da língua e sociedade

como processos sociais.

Palavras-chave: Crenças e atitudes. Sociolinguística. Processo comunicativo. Psicologia Social.

CRENÇAS E ATITUDES LINGUÍSTICAS DE GRADUANDOS DO CURSO DE LETRAS

DO BRASIL E DE PORTUGAL

Talita de Cássia Marine (PROFLETRAS/UFU-CNPq)

Juliana Bertucci Barbosa (PROFLETRAS/UFTM-CNPq/Capes)

II SIMVALE – SIMPÓSIO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO 2017

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RESUMO: Há alguns anos, no Brasil, começou-se a trilhar caminhos para conhecer como as crenças

e as atitudes linguísticas interferem no processo de constituição da identidade de uma comunidade, por

meio de sua língua. Tal campo de investigação está em ascensão em nosso país e, sua relação com o

ensino de língua portuguesa pode ser evidenciado pelos trabalhos de AGUILERA (2008), CYRANKA

(2007; 2011; 2014), CYRANKA; RONCARATI (2008); BOTASSINI (2009), CUBA; BARBOSA

(2013), MARINE; BARBOSA (2016), entre outros. Tendo em vista tais considerações, buscaremos

apresentar resultados sobre uma investigação relacionada às crenças e atitudes linguísticas de

graduandos do Curso de Letras de duas universidades mineiras e de uma universidade portuguesa,

resultados estes que evidenciaram como os graduandos assumem e reconhecem certos usos linguísticos

regionais. Como afirmam Giles, Ryan e Sebastian (1982), em uma sociedade, as diferenças de “poder”

existentes entre grupos sociais podem ser observadas na variação linguística e nas atitudes para com

essas variações. Nesse sentido, nossa pesquisa proporcionou não só um levantamento social de quem

são esses alunos, como também evidenciou o que acreditam sobre a língua, sobre o ensino de língua

portuguesa e como julgam determinadas variedades do Português.

Palavras-chave: Crenças e atitudes linguísticas. Sociolinguística Educacional. Língua Portuguesa.

II SIMVALE – SIMPÓSIO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO 2017

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SIMPÓSIO: QUADRINHOS E HETEROGENEIDADE LINGUÍSTICA

AUTORA: Maria Isabel Borges (UEL)

[email protected]

“CHICO BENTO: ARVORADA”: A VARIAÇÃO SOB OUTRO OLHAR

Maria Isabel Borges (UEL)

RESUMO: No ano de 2017, o cartunista Orlandeli publicou um olhar, ao mesmo tempo, inspirado na

personagem Chico Bento (criança), criada por Mauricio de Sousa, e inaugural: “Chico Bento:

arvorada”. Neste trabalho, o objetivo é mostrar de que maneira as características de uma variedade

regional é utilizada para construir a identidade linguística do Chico Bento, pensado por Orlandeli.

Chico Bento da “Turma da Mônica” constitui um exemplo comum nos livros didáticos, para a

exploração da variação linguística no português. Infelizmente, certas abordagens reforçam: o

preconceito linguístico, a função de entretenimento neutro dos quadrinhos e, principalmente, a ideia

de que as escolhas das variedades visam apenas retratar ingenuamente como se fala em situações

menos monitoradas. Nesse sentido, pretende-se afastar da visão que desvaloriza uma cultura

tipicamente rural e característica de comunidades cujas interações verbais, às vezes, são tidas como

opostas às urbanas e, outras vezes, mescladas, de modo que haja certo “hibridismo” de modos de falar.

Por isso, há uma necessidade de repensar como é possível levar tais questões para a sala de aula.

Palavras-chave: Chico Bento. Variação. Orlandeli.

A HETEROGENEIDADE LINGUÍSTICA EM “OS FRADINHOS” DE HENFIL E A

CONSTRUÇÃO DO HUMOR

Amanda Carolina Pereira de Jesus (G/UEL)

RESUMO: Neste trabalho, o objetivo principal é caracterizar as diferenças de uso do português feitas

pelas personagens principais da série “Os Fradinhos” de Henfil: Baixim e Cumprido. As falas

constituem o objeto de estudo, o qual foi produzido em uma época de censura. As tiras cômicas —

uma combinação de construção de expectativa e desfecho cômico que aliam palavra e ilustração

(RAMOS, 2010; 2011; 2014) — driblam os censores, estabelecendo uma contraposição à opressão

imposta (BORGES, 2004). Para a análise da heterogeneidade linguística, foram consideradas as ideias

de Faraco (2008). Na variedade adotada por Baixim, há presença de várias marcas da oralidade (“pô”,

“puts”, “tô”), gírias (“manjando”, “ferrada”) e xingamentos (“puto”, “porco”). Cumprido, por sua vez,

faz uso de uma variedade mais próxima da norma culta, sem xingamentos e gírias. Observa-se que a

heterogeneidade linguística estabelecida nos diálogos contribui para: a constituição de Baixim e

Cumprido como personagens fixas e estilizadas; a construção dos sentidos das tiras cômicas,

sobretudo, do efeito cômico de viés ácido; os primeiros traços do estilo do autor, já que se trata de uma

criação pioneira como cartunista; a contraposição à ditadura militar, uma crítica à classe média da

época.

Palavras-chave: Heterogeneidade linguística. Quadrinhos. Henfil.

II SIMVALE – SIMPÓSIO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO 2017

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A UTILIZAÇÃO DOS GÊNEROS QUADRINÍSTICOS AO TRABALHO COM VARIAÇÃO

LINGUÍSTICA EM LIVROS DIDÁTICOS

Ana Paula da Silva e Lino (Mestranda/UEL)

Isabela Vieira (Graduanda/UEL)

RESUMO: Nesta pesquisa objetiva-se verificar como a representação da fala em alguns gêneros

quadrinísticos (RAMOS, 2010, 2011) é utilizada para o trabalho, em sala de aula, dos conceitos de

variação linguística e preconceito linguístico (FARACO, 2008; BAGNO, 2008) em alguns livros

didáticos do Ensino Médio. Para tal, analisou-se exemplares de livros de professor do Programa

Nacional do Livro Didático (PNLD), triênio 2018 a 2020, das editoras Moderna e FDT,

respectivamente, “Se liga na língua” (ORMUNDO, 2016) e “Novas Palavras” (AMARAL, 2016). No

entrecruzamento da linguagem quadrinística, principalmente do gênero tira cômica, e das abordagens

no tocante à variação linguística, tem-se como resultado a tendência ao uso dos quadrinhos como

pretexto para o trabalho com a variação e o preconceito, desconsiderando o contexto de produção de

tal gênero e suas singularidades, utilizando-o, em certos casos, para acentuar o caráter discriminatório

e preconceituoso da utilização de variante linguística social e situacional, sem a reflexão do uso de

gírias, por exemplo, como marca de identidade das personagens.

Palavras-chave: Linguagem Quadrinística. Variação Linguística. Livro didático.

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SIMPÓSIO: DIÁLOGOS EM ENSINO E TECNOLOGIA

AUTORAS: Juliana Fogaça Sanches Simm (UNOPAR/PPGEL-UEL)

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Eliza Adriana Sheuer Nantes (PPG PPGENS/UNOPAR/FUNADESP)

A INICIAÇÃO CIENTÍFICA NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: A FORMAÇÃO DE

ALUNOS DO CURSO DE LETRAS PARA A PRÁTICA DA PESQUISA

Eliza Adriana Sheuer Nantes (UNOPAR/PPGENS/FUNADESP)

Juliana Fogaça Sanches Simm (UNOPAR - SEED-PR – PPGEL/UEL)

Maria Gorett Freire Vitiello (PG/UNOPAR/PPGENS/CAPES)

RESUMO: Este trabalho apresenta reflexões oriundas das ações realizadas pelo projeto “A formação

no curso de Letras, na modalidade EAD, para o uso das tecnologias no ensino”, com a participação de

alunos de iniciação científica de diferentes polos. Ancorado na necessidade de se formarem

pesquisadores, desde a graduação, esta pesquisa se destaca por sua amplitude e por suas

especificidades, principalmente pelo fato de desenvolver a iniciação científica mediada pelas

tecnologias. Uma das principais finalidades desse projeto é a inserção dos discentes no contexto das

discussões teóricas que envolvem o preparo dos professores para o uso pedagógico dos recursos

tecnológicos. Nesse sentido, as ações deste estudo envolvem a instrumentalização dos alunos de

diferentes polos para o exercício da pesquisa, a partir de discussões teóricas com os docentes

participantes, elaboração de questionário, coleta, organização e análise dos dados. Assim, essa

proposta adota a metodologia qualitativa, à luz de teóricos como Moran (2015), Christensen, Horn e

Staker (2013) e seus caudatários, abarcando ações que demandam investigação bibliográfica e coleta

de dados via questionário, a fim de compreender o processo formativo dos alunos, contribuindo para

sua migração do “aprender com tecnologia” ao “ensinar com tecnologia”, via ensino híbrido, por meio

da modalidade de iniciação científica.

Palavras-chave: Ensino. Educação a Distância. Iniciação Científica. Formação discente.

CONECTADOS 2.0: APRENDER COM TECNOLOGIA PARA ENSINAR COM

TECNOLOGIA

Adriana Giarola Ferraz Figueiredo (Anhanguera/SEED)

RESUMO: As reflexões acerca da intersecção Tecnologia e Educação é um assunto que tem tomado

a sociedade já há algum tempo. O sujeito contemporâneo tem a necessidade de absorver questões

pertinentes a esse contexto, visto que se encontra imerso no cenário de desenvolvimento dos meios de

informação e de comunicação. Nesse âmbito, o projeto “Conectados 2.0”, uma iniciativa da Secretaria

de Estado da Educação do Paraná (2017), “que tem por objetivo favorecer e ampliar a discussão e o

uso de tecnologias educacionais junto à comunidade escolar”, tem proporcionado o acesso docente a

uma formação continuada cujo denominador comum compreende a “Educação na Cultura Digital”.

Considerando que o mundo contemporâneo está passando por inúmeras e aceleradas transformações,

que abarcam todos os campos da sociedade, e que o diálogo entre o ensino e a tecnologia compreende

um tema essencial na educação contemporânea, é preciso que se estabeleçam metas que alcancem e

que sensibilizem as crianças, os adolescentes e os jovens estudantes, que já estão inseridos nesse

contexto. Sendo assim, é exequível que professores interajam e aprendam com essa situação, para que

II SIMVALE – SIMPÓSIO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO 2017

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possam instrumentalizar-se e viabilizar o ensino e, consequentemente, a aprendizagem de forma

consistente e em conexão com as tecnologias.

Palavras-chave: Ensino. Aprendizagem. Tecnologia.

PRÁTICAS CONTEMPORÂNEAS DE LEITURA: O USO DO FACEBOOK NA

FORMAÇÃO DO LEITOR

Andressa Aparecida Lopes (UNOPAR)

Ednéia de Cássia Santos Pinho (UNOPAR/PPGEL-UEL)

RESUMO: O presente estudo objetiva refletir sobre a interferência das redes sociais – mais

especificamente o facebook – na formação do leitor. Pesquisas como as de Kenski (2002) e Moran,

Masetto e Behrens (2013) interseccionam-se com a voz de Rojo (2013) e indicam que as novas

tecnologias apontam para outras possibilidades de acesso a múltiplos conhecimentos, e isso se

concretiza via leitura. Tais proposições são ancoradas por resultados de avaliações educacionais,

dentre elas a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil (FAILLA, 2016) que reverbera a existência de

novas formas de leitura. Considerando essa nova realidade, o comportamento do leitor também se

altera mediante os novos recursos e suportes. Isso posto, é necessário observar como as novas redes

de comunicação podem fomentar a prática leitora cada vez mais multimodal e multissemiótica. Assim,

esta pesquisa visa apresentar como os alunos da educação básica entendem a influência do uso das

redes sociais no processo de formação do leitor, uma vez que estão inseridos e adaptados ao novo

contexto. Para tanto, este trabalho alicerça-se em pressupostos teóricos e documentos oficiais que

preconizam uma práxis pedagógica cada vez mais atenta ao uso reflexivo e planejado dos recursos

tecnológicos e das redes sociais em sala de aula.

Palavras-chave: Leitura. Facebook. Formação do leitor.

II SIMVALE – SIMPÓSIO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO 2017

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SIMPÓSIO: ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

AUTOR: Sandro Bochenek (UEL/PG/Capes)

[email protected]

A RELEVÂNCIA DOS “LETRAMENTOS” NA PROMOÇÃO DE POSTURAS

LETRAMENTO LITERÁRIO: A FORMAÇÃO DE SUJEITOS CRÍTICOS DESDE A

ALFABETIZAÇÃO

Sandro Bochenek (PPGEL/UEL)

Edna Gomes de Oliveira (PPGEL/UNESP)

RESUMO: O presente artigo tem por objetivo refletir a respeito da importância de se proporcionar

práticas relevantes de promoção de letramento desde o processo inicial de alfabetização, ou seja, desde

a formação inicial, tendo-se em vista que letramento extrapola o conceito de alfabetização,

entendendo-se esta como técnicas de utilização e aplicação das ferramentas necessárias ao processo

de leitura e escrita; e aquele como práticas sociais exercidas por meio da escrita. Para tanto, recorre-

se a autores como Freire (1987), Giroux (1987), Soares (2001, 2004, 2007), entre outros, como

fundamentação teórica, e Gregory; Cahill (2009), como idealizadores de técnicas possíveis de serem

utilizadas no processo de alfabetização visando a formação de sujeitos críticos. O presente estudo

empreendeu como pesquisa bibliográfica como pressuposto metodológico e também pesquisa de

campo junto a professores alfabetizadores, por meio de questionário elaborado a partir de uma

adaptação das soluções propostas por Gregory; Cahill (2009) no intuito de detectar quais são as atitudes

dos acadêmicos do terceiro ano de um curso de Pedagogia – ou seja, professores alfabetizadores em

processo de formação – em relação aos contos de fadas tradicionais e qual é o grau de aceitação das

ideias transmitidas por esses textos por parte dos professores alfabetizadores, tendo em vista que estes

futuros professores serão responsáveis pela formação inicial de muitos leitores e também pela

formação crítica inicial de muitos alunos.

Palavras-chave: Alfabetização. Letramento. Literatura crítica.

CRÍTICAS EM FACE DE DISCURSOS DEMAGÓGICOS E ANTIJURÍDICOS

Gean Carlos Dala Rosa (PROUNI/PUC-PR)

RESUMO: Este artigo pretende discutir a respeito da necessidade de se propiciar um ensino crítico de

Língua Portuguesa, que, na prática, seria proporcionar aos alunos das escolas brasileiras uma “versão

forte de letramento” (SOARES, 2001, 2004, 2007), ou “modelo ideológico” (KLEIMAN, 1995;

STREET, 2003), além de refletir acerca da urgência em promover o domínio de “outros letramentos”

nas escolas, para que um projeto de emancipação social torne-se de fato plausível. Afora os estudos

supramencionados, a fundamentação teórica deste artigo recorre também a Freire (1987), Giroux

(1987), Pinheiro (2013), Marshall (2003), Zanchetta Júnior (2004), entre outros. O presente trabalho

empreende pesquisa bibliográfica como pressuposto Metodológico pesquisa documental baseada em

doutrinas, jurisprudências e legislação esparsa do ordenamento jurídico pátrio; bem como análise de

discursos antijurídicos e demagógicos presentes em matérias jornalísticas de veículos de comunicação

com circulação nacional. Os resultados preliminares demonstram que a ideologia é inerente ao

processo de ensino e que mecanismos de manipulação ideológica ainda hoje são utilizados

II SIMVALE – SIMPÓSIO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO 2017

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cotidianamente por diversos meios de comunicação e por pessoas com vida pública a serviço dos

“opressores” (FREIRE, 1987), ou na defesa de pensamentos retrógrados, porém ainda latentes e a

produzir efeitos sociais diversos, como uma maneira de, demagogicamente, cativar os “oprimidos”

(FREIRE, 1987). Entretanto, se de fato assumido pelos professores o compromisso com um ensino

voltado à formação crítica dos alunos, acredita-se ser possível, em longo prazo, proporcionar justiça

social,

além, é claro, de romper com diversas maneiras de manipulação ideológica recorrentes hodiernamente

somente por se apoiarem em déficits educacionais que geram uma sociedade pouco crítica, servil e

suscetível a tirania.

Palavras-chave: Letramentos. Manipulação da imprensa. Mídia e ideologia. Discursos antijurídicos.

DESAFIOS DA ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NA PERSPECTIVA DOCENTE

Camila Aparecida Gomes (G/CTESOP)

Lauana Gabrielly de Oliveira Alves (G/CTESOP)

Patrícia dos Reis Martins (G/CTESOP)

Professor orientador: Sandro Bochenek (PPGEL/UEL)

RESUMO: O processo de alfabetização e letramento é a etapa relevante para aquisição da linguagem

oral e escrita, assim, este estudo buscou apresentar as dificuldades encontrada pelo professor nesta

perspectiva. A metodologia utilizada para essa análise foi realizada por meio de entrevista com

professores que atuam na alfabetização em escolas públicas e privadas. Para a realização deste

trabalho, fundamentou-se nos estudos de CARVALHO (2015), SOARES (2014 e 2017), FERREIRA

(1998). Esta pesquisa teve como propósito auxiliar na reflexão docente acerca das dificuldades

encontradas no processo de alfabetização e letramento contribuindo para análise de suas práticas

pedagógicas.

Palavras-chave: Alfabetização. Dificuldades. Análise.

LÍNGUAS QUE NÃO SABEMOS QUE SABÍAMOS: AS VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS E O

PAPEL DO PROFESSOR EM SALA DE AULA

Marieli Rosa (G/UNICENTRO)

Micheli Rosa (G/UNICENTRO)

Orientadora: Dra. Cindy Mery Gavioli-Prestes (UNICENTRO)

RESUMO: Pretendemos, com esta pesquisa, analisar o papel do professor no desenvolvimento de

discussões sobre as variações linguísticas em sala de aula, a partir das propostas dos Parâmetros

Curriculares Nacionais (1998). Para isso, tomaremos como base as reflexões advindas da

Sociolinguística educacional (BORTONI-RICARDO, 2004; 2005) e os debates sobre preconceitos

linguísticos (BAGNO, 2013). Com os estudos da Sociolinguística (CALVET, 2002), compreendemos

as estruturas sociais, culturais e políticas em que a língua se insere. Assim, o processo de

conscientização crítica dos professores quanto à variação e aos preconceitos advindos da linguagem

proporciona aos alunos uma visão cientifica dos processos de movimento da língua. Ao longo da

história do ensino de língua portuguesa, notamos a dicotomia “certo e errado” (POSSENTI, 1996) que

classificam socialmente determinados grupos sociais. A mudança de atitude em relação aos

II SIMVALE – SIMPÓSIO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO 2017

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preconceitos linguísticos em sala de aula vincula-se a postura reflexiva e crítica do professor. Portanto,

o papel do professor como mediador, pesquisador e agente social torna-se indispensável para as

transformações das aulas, principalmente, na atualidade diante da conjuntura política e social vigente.

Compreendemos que a língua é um organismo vivo, que está em constante mudança.

Palavras-chave: Ensino. Sociolinguística. Variação linguística.

MARCAS DA ORALIDADE NA ALFABETIZAÇÃO

Stéffani Priscila Léo Dos Santos Rocco (PG-UEL)

RESUMO: A variação linguística é classificada como um componente de identificação de cada

indivíduo, podendo expressar traços culturais e sociais adquiridos em sua comunidade de fala, durante

toda vida. Desse modo, essa bagagem torna-se muito importante, principalmente, no período inicial

de escolarização. O presente artigo, tratará da influência que, a variação linguística tem sobre o

processo de ensino-aprendizagem, na alfabetização. Tendo como foco a marca da oralidade,

encontrada na escrita e por muitas vezes ignorada ou dita como "errada", pelo professor alfabetizador.

Procura-se tecer uma reflexão de que deve haver um olhar flexível desse profissional, diante do

conhecimento prévio de seus alunos, para que não haja uma descriminalização linguística. Sendo

assim, o artigo apoia-se nos pesquisadores: Bortoni-Ricardo (2006), Abaurre (1984) e Bagno (1999).

A partir das discussões, aqui apresentadas, pode-se perceber que o professor, com dificuldade para

lidar com a linguagem espontânea desses alunos, acaba estigmatizando, dificultando e transformando

a bagagem linguística em deficiências.

Palavras-chave: Variação Linguistica. Alfabetização. Escrita.

II SIMVALE – SIMPÓSIO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO 2017

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SIMPÓSIO: EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: UMA RELAÇÃO ENTRE O SABER E A

PRÁTICA

AUTORA: Celciane Alves Vasconcelos (UEL)

[email protected]

PRODOCENTE – PROPOSTA DE ATUALIZAÇÃO DOCENTE PARA O ENSINO DE

LÍNGUA PORTUGUESA

Celciane Alves Vasconcelos (UEL)

RESUMO: Da preocupação e necessidade em melhorar o IDEB de Centenário do Sul – Paraná, nasceu

o PRODOCENTE – Proposta de Atualização Docente para o Ensino de Língua Portuguesa – em

parceria entre os docentes e discentes do Departamento de Letras Vernáculas e Clássicas, da

Universidade Estadual de Londrina, e a Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Esportes do

município supracitado. O objetivo maior deste projeto é elaborar e executar uma proposta de

atualização em Língua Portuguesa para os professores da rede municipal, envolvendo os campos da:

(i) Leitura e Interpretação de Texto; (ii) Produção de Texto; (iii) Literatura Infantil; e (iv) Variação

Linguística e Ensino. Para a consecução do plano pretendeu-se, metodologicamente, planejar cursos

de atualização por meio de novos materiais e a execução de oficinas para os professores municipais.

Seguindo este propósito, o presente trabalho propõe apresentar os passo a passo deste projeto, bem

como disseminar através de políticas públicas participativas a troca de experiência entre docentes, na

tentativa de instaurar novas práticas que possam resultar em melhores índices de aproveitamento pelos

discentes.

Palavras-chave: Atualização docente. Ensino de língua portuguesa. Extensão universitária.

PRELIMINARES DO PROJETO PRODOCENTE: A PRODUÇÃO ESCRITA ENQUANTO

AGIR SIGNIFICADO

Vanessa Yida (PG/UEL/Fundação Araucária)

RESUMO: Este trabalho tem como propósito discutir os resultados preliminares de uma experiência

de atualização docente, a partir da atuação no Projeto PRODOCENTE (Proposta de Atualização

Docente para o Ensino de Língua Portuguesa). O público-alvo foi formado por professores do Ensino

Básico, Fundamental I e equipe pedagógica, em Centenário do Sul - PR. As atividades visaram à

atualização do ensino de Produção de Texto (curso de oito horas, do total de trinta e duas horas do

Projeto). Ao partir do pressuposto de que os discentes estão inseridos na sociedade e as práticas sociais

são mediadas pela linguagem, salientamos a importância de reconhecer: (i) os variados gêneros

discursivos; (ii) a não neutralidade dos discursos e, (iii) a polifonia dos enunciados que emanam das

esferas da atividade humana (BAKHTIN, 1997),os quais se apresentam tão diversificados quanto os

modos de utilização da língua, ligados a esferas de comunicação. Por meio de uma série de atividades,

inserimos os docentes do município em papéis escolares diversificados, ora no papel do professor, ora

como discente, para averiguar aaplicação dos gêneros trabalhados no curso. Além dessas atividades,

foram trazidos, como estratégias de planejamento de aula, a reflexão a respeito da situação social e

histórica de produção, sobre os enunciadores e o reconhecimento de aspectos sócio-discursivos e

estilísticos relevantes na produção textual. Acreditamos que essas atividades preliminares poderão

II SIMVALE – SIMPÓSIO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO 2017

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apontar para muitas outras veredas que deverão ser percorridas até a consecução de uma escrita com

agir significado.

Palavras-chave: Extensão Universitária. Atualização Docente. Produção de Texto.

ENSINO DE LEITURA: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE OFICINA DE ATUALIZAÇÃO

DOCENTE

Mariana Spagnolo Martins (PG/UEL/CAPES)

Reinaldo César Zanardi (PG/UEL/CAPES)

RESUMO: Este estudo pretende relatar a experiência dos autores como ministrantes da Oficina de

Leitura ofertada aos professores da rede municipal de Centenário do Sul. A iniciativa surgiu a partir

da elaboração do Projeto de Extensão Prodocente (Proposta de Atualização Docente para o Ensino de

Língua Portuguesa) realizado por iniciativa de professores da Universidade Estadual de Londrina, em

parceria com o munícipio de Centenário do Sul-PR. As duas instituições criaram o projeto com o

propósito de proporcionar aos professores participantes a oportunidade de conhecer novos horizontes

e de refletir sobre a leitura e a sua própria atuação em sala de aula. Assim, professoras doutoras,

doutorandos e mestrandos do Programa PPGEL-UEL ministraram suas oficinas com o intuito de

acrescentar novas teorias e conceitos acerca do ensino de Língua Portuguesa. Desta forma, pretende-

se: (i) apresentar um relato sobre a experiência vivida sob o olhar dos ministrantes da Oficina de

Leitura; (ii) elaborar uma breve exposição sobre a situação atual da leitura no país, e (iii) destacar a

importância de projetos com a preocupação de efetuar melhorias no ensino público brasileiro, como a

proposta do Prodocente.

Palavras-chave: Ensino de leitura. Extensão universitária. Atualização docente.

ENSINO DE LEITURA LITERÁRIA INFANTIL E PRODOCENTE:

ÊXITO NA INTERFACE ENTRE UNIVERSIDADE E SOCIEDADE

Myriam Rossi Sleiman Gholmie (PG/UEL)

RESUMO: Diante das estatísticas desanimadoras a respeito da taxa de analfabetismo funcional no

Brasil, do notório fracasso da escola em sua missão de estimular a leitura, bem como da demanda

escolar pela instrumentalização do trabalho com a leitura literária, entre outros fatores, nasceu o

Projeto de Extensão “Proposta de Atualização Docente para o Ensino de Língua Portuguesa”

(PRODOCENTE). Este trabalho tem a intenção de divulgar o referido projeto e registrar as

contribuições dos estudos a respeito do ensino de leitura literária para sua elaboração e execução,

especialmente no que concerne à oficina de literatura infantil. Para tanto, procede-se às seguintes

etapas: contextualização da leitura no país, apresentação do projeto em tela, comentário sobre a

importância da leitura literária, levantamento de alguns pontos relevantes para a eficiência do ensino

de leitura e disseminação dos primeiros resultados do PRODOCENTE. Desse modo, constata-se o

quão significativas foram as contribuições dos pressupostos teóricos obtidos durante as aulas na

universidade para a atualização profissional promovida pelo projeto em tela, o que permite concluir

que a conexão entre a academia e a sociedade precisa ser estimulada e ampliada.

Palavras-chave: Ensino de leitura literária. Extensão universitária. PRODOCENTE.

II SIMVALE – SIMPÓSIO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO 2017

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SIMPÓSIO: VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO: EXPERIÊNCIAS REALIZADAS

PELO PIBID

AUTORA: Sheila Oliveira Lima

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RELATO DE EXPERIÊNCIA DO PIBID DE LÍNGUA PORTUGUESA: VARIAÇÃO

LINGUÍSTICA E ENSINO

Leslie Felismino Barbosa (Docente/Aplicação/PIBID)

Kayo Augustus de Souza Barboza (Let/UEL/PIBID)

RESUMO: O projeto Letras-Português do PIBID-UEL tem entre suas propostas de iniciação à

docência a procura de fornecer aos seus integrantes e colaboradores a oportunidade de problematizar

a temática acerca da variação linguística. Professores, coordenadores, supervisores e acadêmicos

levantam reflexões alusivas aos saberes didático e científico a partir de práticas realizadas em sala de

aula em turmas de ensino médio e fundamental. O objetivo deste trabalho é refletir os sentidos gerados

na trajetória dessa formação e sua contribuição aos envolvidos nesse programa. Para a elaboração da

pesquisa utilizara-se as reflexões de Bagno (2007) e Faraco (2008). Trabalhar a variação linguística

em sala de aula concede ao professor uma oportunidade de atribuir um significado mais amplo às aulas

de língua portuguesa: o aluno passa a ter acesso à ideia de que o português da escola não está

necessariamente distante dele e, aos acadêmicos, oportuniza-se uma experiência que os prepara ao

estágio e atuação em sala de aula.

Palavras-chave: Variação linguística. PIBID. Ensino.

II SIMVALE – SIMPÓSIO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO 2017

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SIMPÓSIO: MULTILETRAMENTOS E ENSINO CRÍTICO DE LÍNGUAS E

LITERATURA

AUTORA: Ana Lúcia de Campos Almeida (UEL)

[email protected]

MULTILETRAMENTOS E ENSINO CRÍTICO DE LÍNGUAS E LITERATURA

Ana Lúcia de Campos Almeida (UEL)

RESUMO: Atuando como pesquisadora vinculada ao projeto FELIP – Formação e ensino em língua

portuguesa, do Programa de Pós-graduação em Estudos da Linguagem (UEL), investigo questões

ligadas ao letramento de professores em formação inicial e continuada e práticas de letramento situadas

em contextos socioculturais diversificados, considerando suas implicações para o processo de ensino-

aprendizagem de línguas e literatura, sobretudo no que diz respeito ao desenvolvimento de uma

perspectiva crítica. Os pressupostos teóricos vinculam-se aos Novos Estudos de Letramento com

autores anglófonos como Barton, Gee, Heath, Street e, no Brasil, com Kleiman, Rojo e Soares, além

da adoção de uma concepção de linguagem discursiva bakhtiniana/faircloughiana e da perspectiva de

pedagogia crítica e emancipatória com autores como Freire, Giroux, Norton, Gregory, Cahill e Shor,

entre outros. A partir de tal filiação, desenvolvemos uma reflexão sobre o ensino crítico de línguas

com o propósito de gerar uma produção de propostas de ensino crítico e sua implementação em

contexto de escolas públicas de ensino básico. Algumas destas experiências constituem nosso relato

na presente comunicação.

Palavras-chave: Multiletramentos. Ensino-aprendizagem Perspectiva crítica.

O IMAGINÁRIO DISCURSIVO ACERCA DA ESCRITA NO UNIVERSO ESCOLAR

Aldimeres Ferraz da Silva (PG/UEL)

Eliana Maria Severino Donaio Ruiz (PG/UEL)

RESUMO: Este trabalho constitui o recorte de uma pesquisa na qual realizamos gestos de leitura

discursiva, com o objetivo de investigar as representações que professores e alunos têm acerca da

escrita na conjuntura social pós-moderna. Acreditamos na hipótese de que a construção desse

imaginário discursivo que sujeitos do universo escolar têm sobre a escrita esteja atrelada à

modernidade líquida (BAUMAN, 2000) e à intensificação dos usos das NTICs. Para tanto, apoiamo-

nos em considerações teórico-metodológicas fundamentais da Análise de Discurso de orientação

francesa (PÊCHEUX, 2014; ORLANDI, 2009; FOUCAULT, 2008; BRANDÃO, 2004; entre outros)

e em estudos acerca da escrita (AUROUX, 1998; KATO, 2003; entre outros). Os fatos de linguagem

observados foram gerados através de entrevistas semi-estruturadas, realizadas com professores e

alunos de diversos níveis de ensino: fundamental, médio e superior. Esperamos que os resultados

possam contribuir para o entendimento de como sujeitos da educação, em contexto escolar

contemporâneo, constroem um imaginário discursivo acerca da escrita e quais são os interdiscursos

que dialogam nessa construção.

Palavras-chave: Escrita. Escola. Imaginário discursivo.

II SIMVALE – SIMPÓSIO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO 2017

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DEIXE QUE DIGAM, QUE PENSEM, QUE FALEM: O GÊNERO DEBATE REGRADO

COMO POSSIBILIDADE PARA O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA

Bruna Carolini Barbosa (PG-UEL/CAPES)

RESUMO: A dicotomia entre oralidade e escrita, já superada pelas pesquisas que compreendem essa

relação a partir de um continuum (MARCUSCHI, 2001), é uma característica presente nas aulas de

Língua portuguesa. Materiais didáticos e pesquisas voltadas à análise das práticas em sala de aula,

apontam para uma supervalorização da escrita e dos gêneros escritos. Há, portanto, um visível

distanciamento entre o ensino e as formas de interação social mediadas por gêneros orais mais formais

e consequentemente, um cerceamento do direito de participação social nas esferas em que a oralidade

é requerida em um nível de maior elaboração e monitoração. Com o objetivo de evidenciar uma outra

via possível para o ensino de língua portuguesa, este artigo propõe um projeto didático (GUIMARÃES

& KERSCH, 2012) do gênero debate regrado sob à luz dos Estudos do Letramento (STREET, 2014;

GEE, 1990; KLEIMAN, 1995, 2015). Apresentamos, inicialmente, uma breve abordagem teórica

sobre ensino mediado por gêneros para, em seguida, elencarmos as características do gênero debate

regrado. Por fim, a partir do modelo didático do gênero debate regrado, estabelecemos os passos para

a didatização. Buscamos com esta proposta dar suporte ao trabalho docente e ampliar as possibilidades

metodológicas nas aulas de Língua.

Palavras-chave: Gêneros orais. Ensino de língua portuguesa. Estudos do letramento.

INGLÊS COM TEMAS POLÊMICOS: UM OLHAR SOBRE (E PARA) GRUPOS

MINORITÁRIOS

Irando Alves Martins Neto (IFSP)

RESUMO: Partindo de perspectivas críticas de áreas que permitem a discussão do ensino de inglês

como língua estrangeira (English as Foreign Language – EFL), como a Pedagogia Crítica (FREIRE,

2015; GIROUX, 1987; LUKE, 2004), a Linguística Aplicada Crítica (PENNYCOOK, 2001), os

Estudos de Letramento (STREET, 2014; BARTON, 2000), e o Multiculturalismo Crítico (KUBOTA,

2004), este trabalho apresenta dados obtidos por meio do curso de extensão Inglês com temas

polêmicos, ministrado no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, campus

Presidente Epitácio. Mediante temáticas como racismo, machismo e LGBTQfobia, o curso preocupa-

se não somente com a aprendizagem sistemática do inglês, mas também – e, principalmente - com as

injustiças sociais cometidas por meio do uso da língua. Para tanto, foram estudados textos com

diferentes pontos de vista acerca dos temas polêmicos apontados, na tentativa de promover consciência

crítica sobre as estruturas socais e suas relações de poder. Ainda em andamento, as respostas dos

estudantes confirmam a importância de incluir, em ambiente de ensino (de línguas), tal debate,

promovendo reflexões que visem à transformação social e à minimização de injustiças sociais.

Palavras-chave: Ensino crítico. Língua estrangeira. Multiculturalismo.

II SIMVALE – SIMPÓSIO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO 2017

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CIBERESPAÇO E LETRAMENTO DIGITAL NO ENSINO CRÍTICO DE LÍNGUA

PORTUGUESA PARA SURDOS

Josiane Junia Facundo (PG/UEL)

RESUMO: Este trabalho enfatiza a importância do ensino crítico de língua portuguesa para alunos

surdos, utilizando a rede social como recurso de ensino-aprendizagem. Para isso utilizou-se da técnica

de análise de conteúdo, cujo corpus de análise é constituído pelo conteúdo de 3 vídeos de professores

universitários surdos, disponíveis em Libras no facebook. A partir da publicação desses vídeos em

Libras, muito comentários e discussões se fizeram em língua portuguesa escrita. Os resultados

demonstraram que os surdos participam de práticas de letramento em língua portuguesa por meio da

rede social, de modo que a Libras não é excluída, ao contrário, ganha destaque por permitir a

compreensão dos membros da comunidade de surdos, falantes de Libras, e incentiva práticas bilíngues;

além de contribuir para a formação de consciência crítica dos membros da comunidade surda. As bases

teóricas deste texto se fundamentam em autores da corrente de ensino crítico (Fairclough, 1989;

Foucault,1996; Rajagopalan, 2003, entre outros) e suas ramificações; entre elas, o letramento crítico;

bem como em teses e artigos que tratam do letramento digital e do ciberespaço como recurso no ensino

de língua portuguesa.

Palavras-chave: Letramento digital. Língua portuguesa. Surdos.

A LEI 10639/03 NAS AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA: UMA EXPERIÊNCIA DE

ENSINO APRENDIZAGEM

Liliane Pereira (PG/UEL)

RESUMO: Este trabalho tem como propósito partilhar uma experiência de ensino-aprendizagem

numa escola pública de periferia, levando em consideração a lei 10639/03. Como uma das vertentes

sociais de propagação do saber, a escola ocupar papel fundamental na discussão, problematização e

reflexão sobre a história e cultura dos povos negros e dos afro-brasileiros que devem ser amplamente

discutidas por meio dos conteúdos disciplinares. Tomando como base Giroux (1987), que postula o

enfoque crítico dos conteúdos, procuramos levar os alunos a refletirem, por intermédio das crônicas

da escritora Cidinha da Silva, sobre a situação do preconceito racial camuflado existente na sociedade.

Assim, além das rodas de leitura e debates feitos em sala, os estudantes tiverem que produzir textos

opinativos e postá-los nas redes sociais. Nesta pesquisa, os pressupostos teóricos vinculam-se aos

Novos Estudos de Letramento com autores anglófonos como Barton, Gee, Heath, Street e, no Brasil,

com Kleiman, Rojo e Soares, além da adoção de uma concepção de linguagem discursiva

bakhtiniana/faircloughiana e da perspectiva de pedagogia crítica e emancipatória com autores como

Freire, Giroux, Norton e Shor, entre outros.

Palavras-chave: Ensino-aprendizagem. Letramento. lei 10639/03.

II SIMVALE – SIMPÓSIO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO 2017

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AUSÊNCIAS E ATUAÇÕES RESPONSIVAS E PRÁTICAS DE LETRAMENTO EM

CONTEXTO INDÍGENA

Marina Oliveira Barboza Brandão – (PG/UEL)

RESUMO: A escola aqui analisada está localizada numa comunidade indígena de MS, tem como

objetivo o ensino intercultural e bilíngue. Embora a escola seja um local de prática de letramento, o

espaço visual não incorpora essa perspectiva quando se refere à língua e à cultura indígena. Como as

práticas docentes vão delineando esse contexto? De que modo as ausências de representação da língua

indígena? respondem a um passado colonial que desabilita as línguas e os fazeres de professores

indígenas? Que relação essas ausências de escrita possuem com a oralidade, característica das

comunidades indígenas? Hamilton (2003) diz que as práticas de letramento incorporam propósitos e

valores sociais, são parte de uma mudança constante de contexto espacial e temporal. Entendemos

como “ausências e atuações responsivas” na escola as ausências de representação da língua indígena

em murais, ou espaços destinados, bem como a atuação do professor indígena em favor ou não de sua

língua, cultura e identidade. Desse modo, numa perspectiva bakhtiniana e dos Novos Estudos do

Letramento, nos propomos a analisar o espaço físico da escola como lócus de um saber que se

representa por meio da escrita em língua portuguesa, mas não em língua indígena. Refletiremos sobre

como essas ausências no espaço escolar se constituem em respostas ao passado sócio-histórico dessa

população ou como de lá ecoam até o presente considerando a atuação dos sujeitos envolvidos nesse

processo.

Palavras-chave: Responsividade. Escrita e oralidade. Representação

PRÁTICAS DE LETRAMENTO EM CONTEXTO VERNACULAR

Paulo Roberto Almeida (UEL)

RESUMO: Partindo-se do pressuposto de que linguagem é constituída pelos sujeitos e os sujeitos são

constituídos na e pela linguagem e apoiado no aporte teórico dos Novos Estudos do Letramento,

pressupostos teóricos de Bhabha (1990; 1998), de uma ressignificação do conceito de cultura e de

hibridismo cultural; estudos sobre gêneros do discurso (BAKHTIN, 1953), e ainda, a perspectiva de

um sujeito “trabalhador” (POSSENTI, 1995, 1996, 1998; CERTEAU, 1990), nosso olhar está voltado

para as manifestações de escrita em contexto social heterogêneo, marcado por vozes dissonantes da

doxa do hegemônico. Considerando a escrita como um modo de enunciação, não como um código,

observaremos texto escritos produzidos por sujeitos invisibilizados, em contextos vernaculares. Nessa

relação sujeito/linguagem, interessa-nos discutir: i) o modo pelo qual os sujeitos registram suas marcas

linguístico-históricas na escrita, a partir de suas experiências com a escrita; ii) o “trabalho” de sujeitos

anônimos na produção de diferentes formas/formas de percepção e apreensão do mundo social; iii) os

mecanismos linguístico-discursivos utilizados pelos sujeitos em sua estratégia persuasiva num

processo interlocutivo.

Palavras-chave: Letramento. Contexto vernacular. Ensino de língua portuguesa.

A CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS NA EJA: UM DIÁLOGO COM DIFERENTES PRÁTICAS

DE LETRAMENTO

II SIMVALE – SIMPÓSIO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO 2017

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Poliana Rosa Riedlinger Soares (PG/UEL)

RESUMO: O trajeto da educação de Jovens e adultos (EJA) é estritamente vinculado a questões

ideológicas e de poder, tendo sido guiada durante muitos anos por uma concepção paternalista e

marcada por um histórico de estigmatização, trazendo, de um lado os responsáveis pelo progresso da

nação – alfabetizados e, do outro, aqueles tidos como incapazes de pensar por si próprios – analfabetos.

Neste sentido, ao reconhecer que essa é uma modalidade de ensino complexa, pois assume dimensões

que ultrapassam a questão educacional, a pesquisa tem como objetivo, através de um estudo piloto em

uma Escola da rede Municipal de Londrina, apresentar experiências de Contação de Histórias como

um evento de letramento que dialoga com o saber cotidiano dos sujeitos aprendizes e com outras

práticas sociais relacionadas a suas histórias de vida. O estudo tem como base teórica autores como

Street (2014); Soares (2009); Kleiman (2005); Freire (1987), entre outros. Assim, o presente trabalho

justifica-se pela escassez de discussão nessa perspectiva, bem como pela relevância de uma abordagem

afirmativa que dialogue com o universo social e cultural desses educandos, abrindo espaço para a

utilização de distintas práticas de letramento em contexto escolar.

Palavras-chave: Educação de Jovens Adultos. Contação de Histórias. Evento e práticas de

Letramento.

PROJETO ENTREVISTA: UMA ALTERNATIVA DE LETRAMENTO POR MEIO DE

GÊNEROS DISCURSIVOS.

Sônia Maria Fernandes Gregório (Mestrado UNESP-Assis)

RESUMO: O presente trabalho visa apresentar um projeto de letramento realizado com alunos de 7º

ano da Escola Estadual Dalton Morato Villas Boas e idosos moradores do Lar Santa Teresa de Jornet

em Ourinhos-SP. O ensino do gênero discursivo entrevista como ampliação do currículo de Língua

Portuguesa foi a motivação inicial para o desenvolvimento de um evento de letramento em que os

alunos pudessem vivenciar todo o processo de construção deste gênero num contexto real, com

interlocutor e finalidade reais de comunicação. Trata- se, pois, de uma alternativa para que o ensino

da linguagem não se limite ao aprender a ler e escrever somente, mas que se leia e escreva para a

construção de algo com significado para o aluno. Assim, a escola passa, então, a ser um espaço de

construção de cidadania, contribuindo para uma aprendizagem mais autônoma e crítica.

Palavras-chave: Projeto. Letramento. Entrevista.

DA ALFABETIZAÇÃO AOS MULTILETRAMENTOS: UMA REFLEXÃO NECESSÁRIA

Viviane de Moura Fonseca (UEPG)

RESUMO: A partir das premissas legais, de preparar todas as pessoas cidadãos plenos, encontradas

na Constituição Federal, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação, nos Parâmetros Curriculares

Nacionais de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental, e da grande problemática escolar com seu

alto índice de alfabetismo funcional, conforme dados do Instituto Paulo Montenegro e resultados da

Prova Brasil, este artigo visa uma compreensão mais clara sobre a dimensão da situação atual.

Entendendo que é indispensável conhecer a teoria para repensar e intervir na prática foi realizado uma

breve revisão bibliográfica sobre alfabetização X letramento, novos letramentos e multiletramentos,

II SIMVALE – SIMPÓSIO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO 2017

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percorrendo a teoria de autores como Soares (1998, 2003), Rojo (2009, 2012), Kleiman (1995),

STREET (2003), CAZDEN, COPE et al. (1996), Kalantzis e Cope (2006a), COPE; KALANTZIS

(2000, 2009), GRUPO DE NOVA LONDRES (2000, 1996) e Moita Lopes & Rojo (2004). Foi

possível observar a preocupação urgente e necessária sobre o assunto, para que a escola possa

concretizar suas metas cumprindo efetivamente sua função de viabilizar ao seu alunado o

envolvimento crítico, democrático, consciente e ético, tornando-o capaz de exercer sua cidadania nas

mais diversas semioses e culturas do mundo contemporâneo.

Palavras-chave: Alfabetização. Letramento crítico. Multiletramentos.

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SIMPÓSIO: MEDIAÇÃO PEDAGÓGICA DA LEITURA

AUTOR: Rovilson José da Silva (PED/UEL)

[email protected]

MEDIAÇÃO DA LITERATURA NUMA ESCOLA PÚBLICA DE ENSINO

FUNDAMENTAL II, EM LONDRINA - PR

Rovilson José da Silva (EDUCAÇÃO/UEL)

RESUMO: Esta pesquisa, em desenvolvimento numa escola pública de Ensino Fundamental II com o

7º ano, faz parte do projeto de pesquisa intitulado Biblioteca no Ensino Fundamental de Escolas

Públicas de Londrina: mediação pedagógica da leitura e informação. Trata-se de uma abordagem

predominantemente qualitativa, que busca evidenciar como ocorrem as aulas de literatura na biblioteca

da escola. Nessa primeira fase apresenta considerações parciais acerca das observações no período de

maio a setembro de 2017 com duas turmas do referido ano; do contato com os professores de língua

portuguesa e da entrevista semiestruturada com os atendentes da biblioteca. Como suporte teórico

para a mediação pedagógica utiliza-se Bakhtin (1997), Bortoni-Ricardo et al. (2012); Kleiman (1999),

Vigotsky (2000) e Colomer (2003). As considerações parciais apresentam caracterização da rotina de

utilização da biblioteca escolar, os procedimentos pedagógicos para a mediação da leitura dos alunos

pela professora; as obras que são utilizadas e a mediação que é realizada pelas atendentes da biblioteca

aos alunos.

Palavras-chave: Mediação pedagógica da literatura. Biblioteca escolar. Ensino Fundamental II.

LEITURA LITERÁRIA E FÍLMICA:

UMA PRÁTICA PARA PRODUÇÃO DE TEXTO

Tania Regina Montanha Toledo Scoparo (PG/UEL)

RESUMO: Literatura e cinema são artes que não se repelem, aproximam-se na fruição e despertam e

aprimoram a sensibilidade estética e as dimensões da leitura. Dessa forma, propomos aprofundar, por

meio da leitura de textos literários e fílmicos, a capacidade de compreensão e interpretação desses

textos para formar o pensamento crítico e a sensibilidade estética, permitindo que o aluno produza

textos com mais consciência e qualidade. Pensamos para isso numa prática de produção de texto, tendo

como leitor, como propõe a semiótica, um destinatário da comunicação e também sujeito que produz

o discurso, pois o resultado do ato de leitura é produto de uma criação, um ato de linguagem em que o

leitor produz significação. A concepção de leitor desses dois objetos culturais como um coenunciador

exige uma postura metodológica interdisciplinar, uma interação das muitas modalidades discursivas

para aumentar e dinamizar as suas competências, oferecendo-lhes condições reflexivas de

aprofundamento e integração de linguagens.

Palavras-chave: Leitura. Leitor coenunciador. Produção de texto.

II SIMVALE – SIMPÓSIO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO 2017

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LEITURAS DE NARRATIVAS FANTÁSTICAS EM SALA DE AULA

Tiago Alves Santos (G-UENP/CJ)

Orientadora: Dra. Nerynei Meira Carneiro Bellini (UENP/CJ)

RESUMO: Sabemos da importância da leitura em sala de aula, para a formação de leitores, partindo

deste pressuposto o objetivo do nosso trabalho é fazer uma proposta metodológica com leituras de

narrativas fantásticas no âmbito escolar. Percebemos que tal narrativa colabore mais para imaginação

e também a curiosidade dos alunos através das leituras. Como exemplo, para trabalhar essa temática

do insólito, escolhemos o conto O Homem Cuja Orelha Cresceu (1993) de Ignácio de Loyola Brandão

(1936). Para a nossa análise usaremos a teoria da estética da recepção de Jauss (1979), e também as

ponderações de Cosson (2016), Dalvi/Resende/Jover-Faleiros (2013), Viana (s/d), Zibermam (1989)

e demais teóricos. Para esta proposta metodológica, pensamos que pode ser aplicado no 9° ano do

ensino fundamental II, mas pode ser adaptado conforme a série e a realidade dos alunos. Esperamos

que o nosso trabalho consiga contribuir para formação de novos leitores, sobretudo de leitores críticos.

Palavras-chave: Estética da Recepção. Formação de Leitores. Literatura e Ensino.

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SIMPÓSIO: DEBATENDO A DIVERSIDADE DE FUNÇÕES DA LÍNGUAESTRANGEIRA

AUTORA: Andréia C. Roder Carmona-Ramires (UNESPAR)

[email protected]

A LÍNGUA ESPANHOLA PARA FINS ESPECÍFICOS NA UNESPAR: PESQUISAS NO

ÂMBITO DOS NEGÓCIOS

Andréia C. Roder Carmona-Ramires (UNESPAR)

RESUMO: Ao pensarmos sobre o ensino de língua espanhola, observamos que cresce a cada dia o

trabalho com essa língua voltada para o uso em contextos específicos, haja vista que a busca pela

aprendizagem do espanhol aumentou nas últimas décadas devido a inúmeros fatores, a saber: países

fronteiriços ao Brasil são falantes dessa língua; apresenta grande expressão cultural fortemente

representada nas áreas da literatura mundial, na música e etc. (SEDYCIAS, 2005); possui destaque em

pesquisas no âmbito científico, econômico e também no aspecto turístico. Ao depararmo-nos com

essas diferentes possibilidades de ensino, constatamos que várias são as perspectivas de trabalho

possíveis nessa vertente. Destarte, observar e considerar os diferentes objetivos de aprendizagem dos

discentes ao entrarem em contato com uma língua estrangeira é fator significativo para se alcançar

melhor desenvolvimento no processo de ensino/aprendizagem, seja esse ensino geral ou específico.

Por conseguinte, ambicionamos apresentar um histórico da constituição do projeto de extensão

Laboratório de Línguas: desenvolvendo a aprendizagem do espanhol dos negócios, sediado na

UNESPAR – Apucarana, bem como expor as pesquisas desenvolvidas por meio da coleta de dados

advindos da realização desse projeto. Esperamos que essas discussões subsidiem futuras pesquisas em

LE para fins específicos, objetivando fomentar mais debates nessa área.

Palavras-chave: Língua Espanhola. Fins Específicos. Léxico.

ANÁLISE FRASEOGRÁFICA DA VARIANTE CUBANA DO ESPANHOL NO

DICIONÁRIO EL HABLA POPULAR CUBANA DE HOY

Arelis Felipe Ortigoza (Docente/UEL)

RESUMO: A variante do espanhol falada em Cuba mostra a imutabilidade e a mutabilidade do signo

linguístico, ou seja, apesar de se manter a estrutura da língua herdada da metrópole espanhola no

período colonial, por fatores políticos, sociais, econômicos e culturais, unidades léxicas de

significantes pertencentes à língua espanhola passaram a ter, ao longo dos anos, novas acepções no

espanhol de Cuba. Santiesteban (1985) dedicou-se a registrar a forma de falar do povo cubano no seu

dicionário de autor El habla popular cubana de hoy, o qual será objeto de análise neste trabalho.

Santiesteban (1985), no seu dicionário de autor, costuma contrapor a forma de falar dos cubanos ou os

cubanismos com as lexias simples ou compostas da variante padrão do espanhol. Sendo assim, temos

como objetivo descrever as principais características do espanhol de Cuba por meio de unidades

fraseológicas dessa variante linguística registradas na obra de Santiesteban (1985), como forma de

exemplificar a variação linguística que aconteceu nessa ilha do Caribe nas décadas de sessenta a

oitenta. Esperamos contribuir com a Sociolinguística, com a Lexicografia e com a Fraseografia por

meio deste estudo sobre a variante cubana do castelhano.

II SIMVALE – SIMPÓSIO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO 2017

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Palavras-chave: Variante cubana do espanhol. Lexicografia. Fraseografia.

INGLÊS COMO LÍNGUA FRANCA (ILF) E REGISTROS DA LÍNGUA INGLESA

Eva Cristina Francisco (IFSP, Campus Avaré)

Fernanda de Cássia Miranda (UENP/CJ)

RESUMO: Pesquisas relacionadas ao ensino-aprendizagem da língua inglesa têm ultrapassado

fronteiras no que tange à comunicabilidade, ou seja, enxergar o referido idioma como

instrumento/ferramenta de transmissão e trocas de mensagens. Nesse sentido, esta comunicação tem

como objetivo apresentar e discutir algumas ocorrências na língua inglesa, considerando as normas

padrão e coloquial, isto é, os registros em seus usos mais frequentes. Para tanto será utilizada a

perspectiva do Inglês como Língua Franca (JENKINS, 2009; SEIDLHOFER, 2011; GIMENEZ et al,

2015), que considera a inteligibilidade na comunicação entre seus interlocutores, mesmo que aqueles

usos não sigam as normas da gramática prescritiva e não priorizem apenas as variedades norte-

americana e britânica. A fim de que o objetivo do trabalho seja atingido, contamos com uma pesquisa

bibliográfica, bem como análises de fragmentos de textos que corroboram o exposto.

Palavras-chave: Inglês como Língua Franca (ILF). Contextos comunicativos. Registros da língua

inglesa.

A VARIABILIDADE LEXICAL EM LIVROS DIDÁTICOS PARA APRENDIZES

BRASILEIROS DE ESPANHOL COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA

Sueli Cabrera Fioravanti (PG/UEL)

RESUMO: Nesta pesquisa analisou-se livros didáticos de espanhol elaborados para aprendizes

brasileiros em relação às variantes lexicais do idioma. Para tanto realizou-se um recorte, escolhendo

somente as variedades referentes ao campo semântico gastronômico apresentadas nos materiais

publicados e aprovadas para o PNLD. Justifica-se a escolha destas obras, por serem as indicadas para

uso nas escolas públicas no Brasil. Foi selecionado o léxico dos alimentos porque o ato de alimentar-

se faz parte do convívio social e cultural dos povos no decorrer da historia. Neste trabalho observou-

se como os manuais didáticos apresentam as variantes regionais da língua espanhola; Se a maneira

como as obras revelam essa particularidade contribui para o ensino e a aprendizagem do espanhol

como língua estrangeira e; Se a forma na qual as variantes linguísticas pertencentes ao léxico dos

alimentos em espanhol são expostas pode favorecer para a ampliação do conhecimento dessas

unidades lexicais. Constatou-se que somente um terço das coleções analisadas explicitam as formas

lexicais utilizadas nos países de fala hispânica. Desta maneira, as obras didáticas nas quais a

variabilidade lexical encontra-se exposta pode colaborar ao ensino e aprendizagem do idioma.

Entretanto, ressalta-se a importância dos manuais didáticos serem harmonizados a proporcionar um

conhecimento peculiar das variabilidades da língua espanhola.

Palavras-chave: Variação lexical. Livros didáticos. Língua espanhola.

A ABORDAGEM DO CONTEÚDO “VARIAÇÃO LINGUÍSTICA” NAS AULAS DE

LÍNGUA ESPANHOLA PELA ÓTICA DE PROFESSORES EM FORMAÇÃO

Vanessa Cruz Mantoani (PG/UEL)

II SIMVALE – SIMPÓSIO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO 2017

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RESUMO: Tendo em vista os aspectos da Sociolinguística Educacional proposta por Bortoni-Ricardo

(2005), a abordagem da diversidade linguística faz-se necessária nas aulas de línguas estrangeiras, pois

possibilita aproximar os estudantes aos aspectos culturais implícitos numa língua. Com o objetivo de

descrever a abordagem do conteúdo “variação linguística” nas aulas de língua espanhola a partir do

conhecimento de estudantes dos quartos anos da graduação em Letras Espanhol, um questionário

composto de seis perguntas abertas e fechadas foi aplicado aos discentes de uma universidade pública

da região norte do Estado do Paraná. Para tanto, buscou-se verificar possíveis crenças e atitudes

referentes ao conteúdo e os motivos de sua abordagem em sala de aula de língua estrangeira,

observando sua prática como futuros professores em exercício. Desse modo, como aporte teórico à

pesquisa, são considerados os estudos de Lambert e Lambert (1975) e de Cyranka (2014a; 2014b)

referentes às crenças e atitudes linguísticas, por serem relevantes à temática discutida.

Palavras-chave: Variação da língua espanhola. Crenças e atitudes linguísticas. Professores em

formação.

II SIMVALE – SIMPÓSIO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO 2017

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SIMPÓSIO: BILINGUISMO, LÍNGUAS EM CONTATO

AUTOR: Marcelo Silveira (UEL)

[email protected]

VARIAÇÃO DIASTRÁTICA: VARIEDADE PADRÃO E NÃO PADRÃO DO VERBO

TIG/IR NA LÍNGUA KAINGANG

Damaris Kaninsãnh Felisbino

RESUMO: Este trabalho aborda a variação diastrática do verbo tĩg (ir), na língua kaingang, língua

indígena que pertence à família Jê do Tronco Macro-jê, falada na Terra Indígena Apucaraninha,

localizado no município de Tamarana. Neste trabalho aponto os passos metodológicos seguidos

durante o desenvolvimento da pesquisa: gravações de áudios e informações sobre o informante.

Apresento definições sobre a variação diastrática: variedade padrão e não padrão do português e

aplicado na língua kaingang, pois ainda não há trabalhos científicos que tratam desse assunto, de

variação diastrática da língua kaingang. Em seguida trago informações sobre o povo kaingang da Terra

Indígena Apucaraninha. Partindo de uma abordagem sociolinguística será desenvolvido este trabalho

sobre a variação diastrática desse verbo. A partir da análise de dados, foi possível observar que, essa

variação ocorre quando a língua é falada normalmente. Comprovou-se também por meios de dados

que essa variação ocorre de acordo com o grau de escolaridade dos informantes sendo que o verbo tĩg

(ir) variedade padrão que é de prestígio usado na pergunta e a variedade não padrão ocorre na resposta

dada numa pergunta. Essa variedade padrão e não padrão desse verbo será desenvolvido no corpus

deste trabalho.

Palavras-chaves: Variedade padrão e não padrão, verbo tĩg e língua kaingang.

CRENÇAS E ATITUDES LINGUÍSTICAS DOS KAINGANG E GUARANI DO NORTE DO

PARANÁ

Gislaine Domingues (PG/UEL)

RESUMO: Neste trabalho abordaremos aspectos relacionados as crenças e atitudes de indígenas das

etnias Kaingang e Guarani, moradores de aldeias localizadas no Estado do Paraná. Para os Kaingang

do Apucaraninha a primeira língua é a indígena, o português é utilizado em contextos específicos, por

exemplo, durante o período de educação escolar e em situações fora da aldeia, que exigem o uso da

língua oficial. Em contrapartida, os Guarani da TI Pinhalzinho têm a língua portuguesa como primeira

língua e a língua indígena em processo de revitalização. Apesar das diferenças observadas, os dois

grupos partilham do contexto de bilinguismo e dividem a ideia de que a língua indígena deve ser

preservada, como uma das marcas de identidade do grupo. Diante do quadro exposto, este trabalho

busca apresentar as impressões que os diferentes grupos têm acerca da língua indígena e da língua

portuguesa. O referencial teórico adotado é o da Sociolinguística, área voltada aos estudos das crenças

e atitudes linguísticas. O corpus do trabalho será constituído por entrevistas com falantes das duas

etnias. Esperamos que este trabalho contribua para a valorização dos povos e das línguas indígenas

brasileiras e para o fortalecimento dos estudos das Crenças e Atitudes, voltados para as questões

indígenas.

II SIMVALE – SIMPÓSIO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO 2017

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Palavras-chave: Kaingang. Guarani. Crenças e atitudes.

GRAMÁTICA, ENSINO, VARIAÇÃO E MULTILINGUÍSMO

Lucas M. da Silva Carvalho

Stefany C.Santos Bernardo

Tatiele Martins Prieto

RESUMO: O presente trabalho faz parte dos projetos de estudos linguísticos Cadernos de Teorias da

Linguagem e Gramática, Bilinguismo e Multiculturalismo, ambos da Universidade Estadual de

Londrina, cujos objetivos estão ligados a modelos descritivos das ciências da linguagem, levando em

conta contextos multiculturais. Trata-se, aqui, de uma pesquisa bibliográfica em gramáticas presentes

nos estudos escolares e acadêmicos, cujos fundamentos traduzem as propostas da Nomenclatura

Gramatical Brasileira – NGB. Para essa análise qualitativa, são utilizadas dez gramáticas

representativas do período posterior ao ano de 2000 de autores brasileiros, tais como: Cintra e Cunha

(2016), Bechara (2002), Castilho (2015) e outros. Nosso objetivo é observar a maneira pela qual a

gramática tradicional – embasada na NGB – incorpora a variação linguística no tratamento da estrutura

gramatical e como isso está refletido no ensino de língua. Dentre o olhar dos vários gramáticos, há um

percurso que vai do olhar mais descritivo, considerando o peso do uso e da variação; até o olhar mais

normativista, concebendo a estrutura gramatical como definida pela norma padrão e enfatizando a

escrita. Escolhemos o adjetivo para realizarmos nossa pesquisa; por meio, especificamente, de uma

classe, perceberemos a perspectiva que está sendo utilizada, observaremos se esses adjetivos são

tratados normativamente ou descritivamente.

Palavras-chave: Gramática Descritiva. Gramática Normativa. Adjetivo. Multiculturalismo. Variação

Linguística.

AS BASES DESCRITIVAS E NORMATIVAS DE ALGUMAS GRAMÁTICAS

BRASILEIRAS: DIFERENÇAS DE ABORDAGEM NA CLASSE DO SUBSTANTIVO

Letícia Gabriele Zilli (UEL)

Yuri Santos da Luz (UEL)

RESUMO: Este trabalho faz parte dos projetos de estudos linguísticos Cadernos de Teorias da

Linguagem e Gramática, Bilinguismo e Multiculturalismo, ambos da Universidade Estadual de

Londrina, cujos objetivos estão voltados à elaboração de uma base teórica para a reflexão crítica sobre

gramáticas pedagógicas que podem ser utilizadas para a compreensão da estrutura de línguas ágrafas.

Trata-se de uma pesquisa bibliográfica levando em conta algumas das gramáticas presentes nos

estudos escolares, cujo fundamentos traduzem as proposições da Nomenclatura Gramatical Brasileira

– NGB. Para isso, utilizaremos a pesquisa bibliográfica em dez gramáticas brasileiras, das mais

normativas (Rocha Lima, 2002) às mais descritivas (Castilho, 2015). Nosso objetivo é observar a

maneira pela qual da gramática tradicional – formalizada na NGB – incorpora a variação linguística

no tratamento da estrutura gramatical da língua; e como essa abordagem está refletida nas obras que

embasam as nossas salas de aula. Escolhemos os substantivos para realizarmos nossa pesquisa. A

classe gramatical escolhida como tema mostrará o comportamento e descrição dos gramáticos

escolhidos sobre essa escolha, neste caso, o substantivo. Será possível, então, observar se esses

substantivos são tratados normativamente ou descritivamente.

II SIMVALE – SIMPÓSIO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO 2017

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Palavras-chave: Gramática normativa. Gramática descritiva. Substantivos. Nomenclatura Gramatical

Brasileira. Variação Linguística

II SIMVALE – SIMPÓSIO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO 2017

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SIMPÓSIO: FORMAÇÃO DOCENTE E ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA

AUTORAS: Vera Maria Ramos Pinto (PG – UEL/UENP)

[email protected]

Patrícia Cristina de Oliveira (UENP)

A EDUCAÇÃO SOCIOLINGUÍSTICA NOS CURSOS DE LETRAS

E A VISÃO DE ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA

Vera Maria Ramos Pinto (UENP- PG/UEL)

RESUMO: A Sociolinguística Educacional, uma das subáreas da Sociolinguística, vislumbra estudos

reflexivos sobre a abordagem da heterogeneidade linguística no ambiente escolar. Assim, considera

que os vários fenômenos da variação linguística, tanto lexicais, morfossintáticos, fonético-fonológicos,

ocorridos no Português Brasileiro (PB), devem ser abordados no processo de ensino e aprendizagem

da linguagem, sobretudo, em relação ao ensino da Língua Portuguesa. Diante disso, empreendemos

pesquisa com acadêmicos dos 1º e 4º anos dos cursos de Letras (Licenciatura) da Universidade

Estadual do Norte do Paraná (UENP) campus/ Jacarezinho e da Universidade Estadual de Londrina

(UEL), a fim de diagnosticar, por meio de questionários, crenças e atitudes linguísticas desses

acadêmicos sobre a visão de ensino de Língua Portuguesa, principalmente, no que diz respeito à

abordagem da variação linguística nas salas de aula. Neste simpósio, com base em estudos de Bortoni

- Ricardo (2004, 2005); Mattos e Silva (2003,2004); Bagno (2007); Faraco (2008, 2015); Cyranka

(2014), Coelho et al (2015) dentre outros, objetivamos apresentar a análise dos resultados da pesquisa

realizada com os graduandos da UENP/ campus Jacarezinho e da UEL, a fim de delinear o perfil do

futuro profissional dos cursos de Letras.

Palavras-chave: Variação. Ensino de Língua Portuguesa. Alunos de Letras.

O TRATAMENTO DA VARIAÇÃO EM LIVROS DIDÁTICOS: POR UMA PEDAGOGIA

DA VARIAÇÃO LINGUÍSTICA

Adriana Monteiro (G-UENP/CJ)

Lucas Fernandes de Lima Franco (G-UENP/CJ)

Orientadora: Vera Maria Ramos Pinto (UENP/CJ)

RESUMO: Em contextos sociais, como o acesso a emprego, ou, no próprio contexto escolar, a língua

continua sendo forte elemento de discriminação social. Desse modo, a escola ainda é um espaço em

que o estudante pode ter acesso ao conjunto de conhecimentos socialmente elaborados e reconhecidos

como necessários ao exercício da cidadania. Assim, considerando-se o livro didático um importante

instrumento do trabalho docente, faz-se necessária a verificação de como esse suporte didático-

pedagógico tem abordado a variação linguística do Português Brasileiro (PB). Nesse trabalho, então,

fazemos uma reflexão sobre a Pedagogia da Variação Linguística e investigamos se e como livros

didáticos de Língua Portuguesa do PNLD 2018 abordam a questão da variação linguística.

Palavras-chave: Pedagogia da Variação. Livros Didáticos. Variação Linguística.

II SIMVALE – SIMPÓSIO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO 2017

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EXPERIÊNCIA DE PRÁTICA DOCENTE NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES: UM

OLHAR PARA OS NOVOS RUMOS DA SOCIOLINGUÍSTICA

Carla Regina Martins Valle (PNPD/CAPES/UFSC)

Christiane Maria Nunes de Souza (PNPD/CAPES/UFSC)

Clóvis Alencar Butzge (PG/UFSC/UFFS)

RESUMO: O objetivo deste trabalho é relatar uma experiência de prática docente na disciplina

Sociolinguística em duas turmas de graduação em Letras-Português da Universidade Federal de Santa

Catarina. No decorrer do primeiro semestre de 2017, em um grupo de três professores, procuramos

oferecer a essas turmas uma abordagem da Sociolinguística que contemplasse, além da ementa

tradicionalmente proposta, perspectivas mais recentes acerca de identidade e estilo, relacionadas com

o que tem sido chamado de Terceira Onda dos Estudos Sociolinguísticos (ECKERT, 2012; 2015). Tal

abordagem se refletiu na escolha das leituras para as discussões em sala de aula e para a elaboração de

seminários que serviram de base para a realização do trabalho final da disciplina. Ao longo do

semestre, os estudantes trabalharam na pesquisa de um tema a sua escolha, produzindo,

posteriormente, um vídeo de curta duração, direcionado para alunos de ensino médio. A produção

desse vídeo possibilitou aos graduandos desenvolver algumas práticas importantes para a sua formação

como professores e pesquisadores, como: (i) realizar pesquisa de campo; (ii) lidar com gêneros

multimodais que promovam o uso de novas tecnologias nas práticas de ensino e pesquisa; e (iii) refletir

sobre formas de abordar a diversidade linguística e cultural, considerando demandas contemporâneas.

Palavras-chave: Formação docente. Sociolinguística. Terceira Onda.

O GÊNERO ANÚNCIO PUBLICITÁRIO:

ESTUDO E ANÁLISE DA VARIAÇÃO E MUDANÇA LINGUÍSTICA

Eduardo Sae Bonoto (GP Leitura e Ensino /PICV – G-UENP/CJ)

Orientadora: Vera Maria Ramos Pinto (GP Leitura e Ensino – UENP/CJ)

RESUMO: Nesta comunicação, apresentamos resultado de pesquisa com anúncios publicitários,

gênero discursivo/textual do cotidiano, que usa vários recursos da linguagem para atingir seu público-

alvo. As características desse gênero possibilitam estudo e análise da heterogeneidade da língua

portuguesa e dos fenômenos de variação e mudança linguística. Essa pesquisa faz parte do projeto

Variação e mudança linguística em anúncios publicitários, do PICV, vinculado ao GP Leitura e Ensino

do CLCA –UENP/CJ e teve início no 2º ano da nossa formação inicial no curso de Letras/Inglês da

UENP/CJ. Tendo como corpus anúncios publicitários, estudamos e refletimos sobre a variação

linguística do Português Brasileiro e as mudanças que uma língua sofre devido a vários fatores internos

e externos. Assim, chegamos à compreensão da importância da abordagem da variação linguística no

contexto escolar, concomitante ao ensino da gramática normativa. Afinal, nem tudo que lemos e

ouvimos é escrito e falado usando a norma-padrão. Portanto, na formação docente inicial, conhecer os

conceito básicos da Sociolinguística, conhecer os fenômenos de variação e mudança linguística que

nos cercam é fundamental para adquirirmos competência e desempenho sobre e como lidar com as

variedades da língua nas salas de aula.

Palavras-chave: Anúncios publicitários. Sociolinguística. Variação e Mudança.

II SIMVALE – SIMPÓSIO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO 2017

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A FORMAÇÃO DOCENTE INICIAL E A PESQUISA DE CAMPO: ESTUDO DOS

RÓTICOS

João Ricardo Rodrigues (G-UENP/CJ)

Orientadora: Vera Maria Ramos Pinto (UENP/CJ)

RESUMO: Pesquisar é inerente ao exercício da docência e a maneira mais prática para a formação

contínua e continuada. Pela pesquisa, o professor poderá tornar mais flexível a sua proposta

pedagógica, ampliar a compreensão do processo educativo e entender o próprio desenvolvimento de

seus alunos. Nesta comunicação, temos como objetivo apresentar pesquisa de campo realizada na

nossa formação docente inicial, no 3º ano do curso de Letras/Espanhol, da UENP/CJ, que investigou

a produção dos róticos ou variantes dos sons de /R/ em coda silábica, na fala de informantes de quatro

regiões do Brasil. A pesquisa possibilitou verificamos a presença de variantes dialetais distintas,

quando analisamos a variação e a predominância dos róticos (se tepe, fricativo, retroflexo

[aproximante], ou apagado [Ø]). Assim, constatamos que não existe variante melhor, mais rica, mais

bonita que a outra, mas sim, diferentes formas de expressar os sons de /R/, que depende de vários

fatores externos à língua, como a região em que o falante mora. O estudo que apresentamos contribuiu

para a nossa formação docente, para que adquiríssemos conhecimentos além da sala de aula e teve

como aparato teórico Amaral (1982); Labov (1972 [2008]); Bortoni - Ricardo (2004,2005); Bagno

(2007); Faraco (2008, 2015); Brescancini & Monaretto (2008).

Palavras-chave: Formação docente inicial. Pesquisa de campo. Róticos.

FORMAÇÃO DOCENTE E ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA

Vera Maria Ramos Pinto (PG – UEL/UENP)

Patrícia Cristina de Oliveira (UENP)

Rosiney Aparecida Lopes do Vale (UENP)

RESUMO: Qual é a concepção de língua que subjaz aos cursos de Letras? Qual a visão de ensino que

os professores de Língua Portuguesa têm dessa disciplina? Qual o perfil do estudante dos cursos de

Letras que se pretende formar? Considerando os Projetos Pedagógicos de Cursos (PPC) dos cursos de

Letras, como também as preconizações dos documentos oficiais de ensino, notadamente, os

Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN (BRASIL, 1998) e as Diretrizes Curriculares de Educação

Básica do Estado do Paraná – DCE (PARANÁ, 2008), que reconhecem a linguagem como forma de

interação social, resultado de uma construção coletiva e de processos interativos que se efetivam em

situações reais de uso, neste simpósio busca-se discutir e refletir a respeito do trabalho realizado com

o ensino de Língua Portuguesa tanto nas escolas de educação básica como nas salas de aula de

formação docente dos cursos de Letras. Desse modo, objetiva-se reunir pesquisadores e professores

em formação inicial ou continuada que desejam apresentar pesquisas e relatos de experiência de práxis

docente. Respaldando-se na visão arrolada, o simpósio configura-se como espaço de socialização de

pesquisas concluídas e as que se encontram em andamento, tendo como base teórico-metodológica

fundamentos da Linguística Aplicada, da Sociolinguística e da Sociolinguística Educacional.

Palavras-chave: Formação docente. Ensino. Língua Portuguesa.

II SIMVALE – SIMPÓSIO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO 2017

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