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PROFISSIONAL DE BIBLIOTECA MEDIAÇÃO DE LEITURA E PRODUÇÃO CULTURAL ESCOLAR - AÇÕES DESENVOLVIDAS NA ESCOLA/BIBLIOTECA E O PAPEL DO PROGRAMA DE LEITURA CADERNO 3

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PROFISSIONAL DE BIBLIOTECA

MEDIAÇÃO DE LEITURA E PRODUÇÃO CULTURAL ESCOLAR - AÇÕES DESENVOLVIDAS NA ESCOLA/BIBLIOTECA E O PAPEL DO PROGRAMA DE LEITURA

CADERNO 3

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃOSECRETÁRIO: José Ramoniele R. dos SantosSECRETÁRIO ADJUNTO: Ademilson Ferreira de Souza

DIRETORIA DE FORMAÇÃO CONTINUADACOORDENAÇÃO: Tereza Cristina de OliveiraCrélia Leite Madureira Ambires e Ana Paula Fernandes Pinto

ASSESSORIA PEDAGÓGICA

Aline de Oliveira França de SouzaEliana Correia Fogaça OikoGhisene Santos Alescrim GonçalvesMadalena Gomes BarretoTelma de FreitasHeddy Estanil De Oliveira MarquesLeonardo Oliveira Barbosa

PRODUÇÃO TEXTUAL

Alessandra Aparecida SoaresAna Maria Gomes AfonsoCláudia Márcia FerreiraCreuza Maria de AlmeidaDaniela Carla Ramos de MenezesLeonardo Antonio da Costa NetoRosania Maria de SouzaRosimeire Silva Campos de Lima

COLABORAÇÃO

Educação InfantilEnsino FundamentalEducação de Jovens e AdultosPrograma de LeituraDECADI- Diversidade e Ações AfirmativasEducação InclusivaEducação IntegralPrograma Saúde na escolares

PREFEITO: Carlos Magno de Moura SoaresVICE-PREFEITO: João Guedes Vieirawww.contagem.mg.gov.br

EDIÇÃO: Vilarejo ComunicaçãoPROJETO GRÁFICO: Marquélia DamacenoCAPA: Marquélia DamacenoFOTOS: Divulgaçãowww.vilarejocomunicacao.com.br

COORDENAÇÃO: Rudá RicciSECRETÁRIA: Juliana Velasco www.institutocultiva.com.br

EQUIPE DE CONSULTORES

Coordenação Programa de Formação Continuada:Franciele Alves da SilvaASSESSORIA PEDAGÓGICA

Marcelo AssisMichele Castro CaldeiraSara AzevedoEDIÇÃO DE TEXTO E APOIO TÉCNICO

Fabiana A. S. do Amaral

PROFISSIONAL DE BIBLIOTECA

MEDIAÇÃO DE LEITURA E PRODUÇÃO CULTURAL ESCOLAR - AÇÕES DESENVOLVIDAS NA ESCOLA/BIBLIOTECA E O PAPEL DO PROGRAMA DE LEITURA

CADERNO 3

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Mediação de leitura e produção cultural escolarAções desenvolvidas na escola/biblioteca e o papel do Programa de Leitura

“Aceitar que numa sociedade podemos ter gente que nunca vai ter a menor oportunidade de acesso a uma lei-tura literária é uma forma perversa de compactuarmos com a exclusão. Não combina com quem pretende ser democrático”.

Ana Maria Machado

Cabe entender a leitura como uma con-quista irreversível, sem derramamento de sangue, desacompanhada de qualquer exploração ou escravidão. Como território livre, fronteira de um horizonte que não acaba, lar nômade, pátria sem patriotis-mos, grata intempérie, espelho mágico no qual a madrasta reconhece sem ódio o saudoso rosto de Branca de Neve. (BÉR-TOLO, 2014, p.11)

Acredita-se que, por meio de projetos e ações de incentivo à leitura e de uso da biblioteca possa-se instigar os estudantes a ler e, conse-quentemente, conduzi-los ao prazer pela leitu-ra.

Crê-se, ainda, que a formação no campo da lei-tura, literatura e biblioteca, aos educadores, é o referencial para a travessia das reflexões em torno do universo literário. Tem-se observado o quanto a leitura é essencial para a formação intelectual dos indivíduos e como ela tem se apresentado na vida das pessoas de forma tão tímida.

É com esse intuito de reconhecer e praticar a leitura, como caminhos para as aprendizagens, para a realização de propostas de trabalho, que se defende o fomento e o incentivo à lei-tura por meio de projetos e formações conti-nuadas.

Entende-se que é por meio da leitura que condi-ções são geradas para decodificação, interpreta-ção, compreensão, a fim de se estabelecer a co-municação entre seus iguais. Dessa forma, cabe às políticas públicas promover ações que possibili-tem o acesso aos livros e às outras formas de lei-tura; incentivar à realização de projetos de leitura, em especial, a literária; proporcionar a formação de professores, pedagogos e profissionais de bi-blioteca como mediadores de leitura; valorizar o ato de ler no imaginário coletivo. Porque,

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Mediação de LeituraQuando pensamos em mediação de leitura podemos associá-la a uma interposição de alguém entre o leitor e o texto, o que poderia suprimir o encanto e as descobertas promovidas pelo ato de ler. Porém, no contexto da presente refl exão, mediar signifi ca dialogar junto com o leitor debruçados sobre o tex-to, pois, quando lemos nos conectamos para além das barreiras espaço-temporais, estabelecendo vín-culos a partir da experimentação das sensações despertadas, provocadas em nós pelo texto literário.

Por muito tempo, o acesso a obras literárias fi cou restrito a um grupo, a uma parcela privilegiada da sociedade que, por isso, detinha grande parte do saber que, por direito, deveria ser público. Assim, criou-se um monopólio do conhecimento, da informação, algo preocupante, sobretudo quando se tra-ta da literatura, expressão artística presente desde os primórdios em nosso cotidiano, representando nosso modo de ser e de agir, de compreender a realidade e nela nos projetar.

Isso ocorreu porque, saber é poder: quem domina a informação detém o conhecimento e uma certa parcela de força, podendo se impor diante do mundo, alterando a re-alidade. Evidentemente, dados os confl itos sociais, políticos e histó-ricos, muitas vezes buscou-se silenciar, reprimir, proibir a produção, a circulação de textos literários e a leitura, porque esta mobiliza a autoridade comunicando cada vez mais e com mais pessoas. Desde

a Idade Média, livros eram escassos e obras religiosas, como a Bíblia, estavam restritas à nobreza, passando pela Segunda Guerra Mundial,

em que livros foram queimados em praça pública, juntamente, com outras obras de arte por serem consideradas obras degeneradas, ina-

propriadas para a moral e os bons costumes.

A inserção da leitura no universo escolar é essencial para se evitar a exclusão social. Dessa forma, a escola tem o papel fundamental de buscar a formação leito-

ra de educadores e educandos, no sentido de constituir uma comunidade leitora. É imprescindível que a proposta

pedagógica da escola contemple a criação e implementação de projetos de leitura, escrita e oralidade, envolvendo

todas as áreas do conhecimento. Os educadores de-vem buscar um trabalho compartilhado, na perspec-

tiva de melhor aproveitamento dos recursos infor-macionais.

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demos aceitá-la como castigo aos considerados indisciplinados ou mais lentos, é preciso torná-la um aprendizado de prazer, recusando a cópia com fi m em si mesma ou a leitura de um livro como punição.

Certos gêneros textuais, como crônicas, contos, novelas, romances, cartas, diários, poemas, pe-ças de teatro, entre outros, são bastante comuns no dia a dia das salas de aula e das bibliotecas do mesmo modo como determinadas produções literárias da cultura nacional e universal, bem como outras, de grande difusão junto ao públi-co. Estamos, em termos mais simples, tratando, aqui, dos clássicos e dos best-sellers. Nas obras clássicas, notamos marcas da própria condição e dos dilemas, dos sentimentos humanos que, recorrentes ao longo do tempo, sempre fi guram nos livros para que sejam motivo de refl exão por parte do leitor.

Mais recentemente, o período da ditadura militar em que poetas, artistas e pensadores foram perse-guidos por causa das suas produções e questiona-mentos; ou ainda, como é o caso de alguns países, onde governos cerceiam o acesso à internet. Per-cebemos que a informação, sendo ela de diversas ordens e estando em livros e outros portadores, sempre foi alvo de repressão por aqueles que do-minavam o poder, uma vez que não desejavam que as grandes parcelas sociais tivessem acesso a mais conhecimentos.

Em certos momentos, nas escolas, a leitura passou a ser uma forma de castigo às crianças e jovens, contribuindo para que o contato desses com os textos literários fi casse cada vez mais restrito e tenso. Além disso, precisamos considerar o empo-brecimento dos currículos em nome tão-somente da universalização do acesso à educação, sem a de-vida qualidade, ao modo como ocorreu na década de 1980, a partir de uma agenda de escala global defendida por organismos internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organi-zação das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).

No caso das práticas de leitura, sua didatização ocorreu via fragmentação dos textos para sua me-diação através dos livros didáticos: não se lê a obra integral, prefere-se o recurso do resumo, trecho, adaptação ou recorte – que, decerto, se bem tra-balhado trará bons resultados – como fatores que concorrem para a falta de espaço para as obras li-terárias nas escolas. Essas estratégias não são ruins em si mesmas, pelo contrário; o que ainda nos falta é uma boa mediação, que desperte o texto, que o ilumine diante dos olhos curiosos do leitor! Por isso, e para combater tal empobrecimento das práticas de leitura (e também de produção textual), não po-

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Quando lemos um clássico, podemos fazê-lo por lazer, conhecimento, para relaxar ou saber mais sobre outros povos, culturas e modos de vida. Cada livro é uma janela aberta para outro mundo, às vezes mais alegre, às vezes mais sombrio do que o nosso; mas sempre repleto de potencialidades. O clássico é atual porque, a partir dele, percebemos toda uma época ou um drama íntimo experimentado por uma personagem. Ele assim é chamado, porque nasce do laborioso trabalho de refi namento e reno-vação da linguagem, se estabelecendo como referência para um grupo de leitores. O clássico vence o tempo e rompe barreiras, consegue ser local e universal, atual e atemporal.

Ao seu turno, os chamados best-sellers, cada vez mais populares e controversos ocupam grande parte das prateleiras e espaço das livrarias, sítios de venda virtual, mochilas de crianças e jovens, nas cabeceiras dos adultos; eles se tornam fi l-mes e vários outros produtos comercializáveis. A grande característica deles é, então, a conquis-ta do gosto popular – no bom sentido – graças a sua linguagem acessível, temática envolvente e trama de fácil compreensão percebida em ou-tros trabalhos da sua categoria, como se o autor, ao contrário do que ocorre no clássico, buscasse utilizar de uma forma já convencionada de fazer literatura, tornando seu título mais atrativo; ven-dável.

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O que desejamos salientar aqui é que as opções feitas pelos que buscam obras nos acervos das bibliotecas es-

colares devem ser respeitadas; não somente por cau-sa dos leitores, mas também pelos próprios textos, que trazem consigo suas virtudes, caminhos a serem explorados. O mesmo ocorre com traduções e adap-tações que, de edição para edição, podem melhor re-presentar as características e temáticas essenciais do

original. A tarefa do tradutor consiste em manter a plenitude do texto em outra língua, fator que, natu-

ralmente, leva a algumas perdas associadas ao léxico, à cultura e história do idioma original, ao modo como

o autor estabelece seu discurso etc.

Quanto às adaptações, elas podem ser de clássicos ou não, presentes em suportes como livros ou espaços

virtuais, se tornarem outro gênero como teatro, reconto, música etc.; ou ganhar vida a partir de ou-tros gêneros, como no caso de quadrinhos e man-

gás; ou ainda passarem para o campo de outras lingua-gens como o cinema, por exemplo. Mergulhado nesse universo de possibilidades,

o leitor pode e deve contar com nosso auxílio, especialmente nas bibliotecas, espaço onde se tem acesso a variados tipos de leitura, seus gêneros, suportes, linguagens etc.

Dessa maneira, os profi ssionais de biblioteca ao passo em que se pro-põem efetivamente a contribuir e orientar as escolhas dos leitores no sentido de torná-las mais enriquecedoras e prazerosas assumem um papel de efetivo protagonismo pela mediação. Todas as trocas hu-manas são baseadas na palavra, no discurso, já que vivemos em um mundo letrado, no qual o domínio das práticas de leitura e escrita, sobretudo àquelas ligadas à literatura são decisivas para o rompi-mento de limitações de todas as ordens do ser humano. É impossível prescindir da palavra nas mais variadas situações cotidianas, desde a escrita ou leitura de um bilhete de recado, bula ou receita médica até a fruição de um poema, conto, romance ou peça teatral. Todos esses gêneros textuais fazem parte do cotidiano, portando e comunicando ideias, crenças e valores do mesmo modo que uma conversa informal ou um discurso político, religioso, uma aula etc.

Construímos nossas identidades a partir das práticas sociodiscursi-vas, infl uenciando e sendo infl uenciados pelo outro e pelo espaço onde convivemos. A relação dialógica com o texto e com o próprio leitor nos conduz a uma compreensão maior: a de que a leitura é um ato solidário, compreensivo, que depende do compartilhamento de experiências, sensações, pontos de vista, enfi m, leituras.

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A biblioteca escolar está para além do seu espaço físico, especialmente porque ela se faz é no dia a dia, na relação que as pessoas, que nela atuam ou por ela passam, estabelecem consigo: podemos pensar na biblioteca a partir das diversas atividades que podem ser realizadas no que tange à mediação de lei-tura, seja nas salas de aula, pátios, auditórios, salas de projeções, sala dos funcionários etc. Ao romper com as barreiras físicas, compreendemos que ela assume uma dimensão subjetiva e, sobretudo, socia-lizante, transformando-se em ponto de encontro entre pessoas e com o próprio saber.

Porém, não queremos suprimir o valor desse espaço tão caro para nós. O que queremos dizer é que a biblioteca escolar pode – e deve – extrapolar suas fronteiras e limitações, estabelecendo e superan-do desafios, reconhecida como espaço essencial de aquisição de saberes altamente valorizados pela sociedade. Não basta reconhecê-la enquanto tal: precisamos levar à sua valorização por meio do uso efetivo, da formação de neoleitores e leitores, pois, frequentemente, ela é o primeiro (e talvez o único) contato de crianças e jovens com os livros, com a leitura.

A biblioteca não pode se resumir aos livros didáticos, tampouco se restringe às obras literárias. Nela, precisamos contar com obras de referências, paradidáticos, prática de ensino etc., servindo, ainda de ambiente multicultural, representando a própria riqueza dos textos que concentra e que refletem de algum modo a riqueza e a diversidade social. Acervos específicos da cultura afrodescendente, indígena, do campo, outras, representando os interesses e predileções do público infantojuvenil, entre outras, são formas de garantir a biblioteca escolar como sendo, de fato, centro de efervescência cultural da escola.

Práticas de Mediação de LeituraSomente quando as vivências que acontecem na biblio-teca forem essenciais à vida escolar é que ela deixará de ser um lugar de esconder livros (às vezes, até mesmo de depositar o “entulho” que não se sabe onde pôr). Somente quando as experiências vividas na biblioteca forem essenciais à vida escolar ela se tornará um local tão importante quanto à quadra de esporte, o refeitório, o banheiro. (MOLLO; NÓBREGA, 2011, p.9)

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Assim, esse espaço e os momentos dedicados à leitura no âmbito escolar devem ser prazerosos; de encontro não apenas com os textos em si, mas também com os diferentes atores sociais envolvidos no processo de ensino-aprendizagem, compreendidos como essenciais e dotados de expectativas e habilidades deslocadas para o diálogo com as pessoas e com o texto. Ler é (re)construir os sentidos do texto, levantando hipóteses e ouvindo as vozes que dele emanam, as das leituras já empreendidas, as das nossas próprias experiências que, ao longo do tempo, nos vão tornando leitores cada vez mais profi cientes, ou seja, capazes de ler variados gêneros e tipos textuais reconhecendo suas característi-cas funcionais, de estilo e composição situados na realidade.

O profi ssional de biblioteca deve estar aten-to ao seu leitor e às condições do espa-ço, às possibilidades que ele oferece, atraindo e fi delizando o público, compreendido como toda a co-munidade escolar: estudantes, professores, famílias e demais trabalhadores da educação. A mediação da leitura pode ocorrer por meio de contações de histó-rias, sessões de cine-ma comentado, rodas de leitura, concursos e ofi cinas literárias, realizações e visitas a exposições, entre outros.

Nada disso bastará, entretanto, se a gestão escolar, a equipe pedagógica e a comunidade não derem o real valor a esse espaço de aquisição e compartilhamento do saber no qual a biblioteca escolar se con-fi gura, sendo reconhecida somente, se for utilizada. Para além do empréstimo de volumes, ela pode e deve buscar ser dinâmica, por meio do estímulo das práticas de leitura que possam envolver a escola. Vale destacar que todo mediador de leitura, antes de tudo, deve ser alguém que lê, pois é ele que irá possibilitar o diálogo entre o texto e o leitor.

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Considerando a diversidade do acervo existente e os sujeitos envolvidos, é possível desenvolver, no contexto escolar, ações de leitura que podem ser adaptadas às realidades. Para tanto, sugerimos algu-mas atividades, conforme o quadro abaixo:

Nota: O público-alvo é apenas uma sugestão; as atividades podem ser adequadas para qualquer faixa etária.

Sugestões de ações de leitura

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Ações de leitura na Rede

Na Rede Municipal de Educação de Contagem, diversas práticas de mediação de leitura já vêm sendo desenvolvidas nas bibliotecas escolares, apresentadas nas Redes de Trocas de 2014/2015 pelos profis-sionais de biblioteca. Destacamos, dentre esses, alguns projetos e ações de mediação de leitura:

• Sabor de Leitura (Escola Municipal Fran-cisco Sales da Silva Diniz): exposição de diversos livros e associação das obras li-das com receitas distintas, por meio de um cardápio, com escolha da melhor re-ceita e preparada na escola. (2014)

• Fábulas Filosóficas (Escola Municipal Al-bertina Alves): promoção de habilidades artísticas e literárias por meio da leitu-ra de fábulas, voltadas à reflexão sobre questões sociais e humanas, ampliando noções de respeito e cidadania. (2014)

• Descobrindo os Clássicos (Escola Muni-cipal José Silvino Diniz): envolvimento dos estudantes no universo dos clássicos infantojuvenis, com promoção de ativi-dades recreativas, a partir da leitura de livros. (2014)

• Uma Carta para Bartolomeu Campos de Queirós (Escola Municipal Nossa Senho-ra Aparecida): leitura de obras do escri-tor e troca de correspondência entre os estudantes da rede e da cidade de Papa-gaios. (2014)

• Várias Leituras, Melhores Escritores (Escola Mu-nicipal Glória Marques Diniz): melhorar a leitura e escrita dos estudantes, a cada mês os estudantes leem um gênero diferente e produzem de forma alternada resenhas e sinopses das obras, que são publicadas no jornal da escola. (2014)

• Veja o Livro (Escola Municipal Deputado Jorge Fer-raz): apresentação de obras literárias que foram adaptadas para o cinema, com estudo sobre os au-tores e suas obras; divulgação do acervo existente e disponibilização, em que são lidos trechos da obra escolhida, que terão relevância na projeção cine-matográfica, acompanhada de discussão das seme-lhanças e diferenças entre a obra e a película, e suas curiosidades. (2014)

• Poesia com Pipoca (Escola Municipal Sócrartes Ma-riani Bittencourt): atrair os estudantes para a biblio-teca para conhecer poesias, ampliar cultura e bus-car interação dos estudantes com o gênero poesia. (2015)

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Conhecendo melhor o Programa de Leitura Contagem das LetrasA Secretaria de Educação, por meio do seu Programa de Leitura Contagem das Letras, tem buscado incentivar a leitura nas escolas, nos parques, e em muitos espaços da cidade, por acreditar que a lei-tura é o instrumento de mudança. Por acreditar que é necessário fazer políticas públicas efetivas que permitam criar marcos legais para transformação de realidades. Com isso, o Programa entende, tam-bém, e realiza muitas ações de leitura, com foco na formação de mediadores, nas ações de leitura das bibliotecas escolares escolares, na busca pela ampliação de acervo destas bibliotecas, por atividades de contação de histórias e oficinas literárias, pela promoção de projetos de leitura realizados por edu-cadores e profissionais de biblioteca, na divulgação de trabalhos literários, através de publicações de artigos e exposições, além de outras ações que envolvem todo o universo da leitura, sendo uma das responsáveis pela difusão da leitura no município.

As ações e projetos de incentivo à leitura do Programa perpassam por quatro eixos: Livro, Leitura, Li-teratura e Biblioteca.

• Pipocando Poesia (Escola Municipal Pro-fessor Domingos Diniz): estímulo ao inte-resse do aluno pelo biblioteca escolar e o despertar pelo gosto da leitura, em espe-cial pelo gênero poesia. (2015) – adapta-ção do projeto Poesia com Pipoca.

• Semana da Biblioteca Escolar (Escola Municipal Dona Babita Camargos): envol-vimento da escola com o propósito de di-vulgar a biblioteca escolar, estimulando toda a comunidade escolar para a leitura, por meio de diversas linguagens e textos variados. (2015)

• Desaparecidos (Escola Municipal Dona Ga-briela Leite Araújo): apresentação de auto-res de forma criativa e lúdica, aguçando a curiosidade dos estudantes, por meio de cartazes dos escritores em suas diversas fases da vida (fixação em diversas alturas), com textos literários, fotos etc, finalizan-do com uma recompensa. O projeto fo-mentou a integração do professor com a biblioteca escolar.

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Quanto ao eixo Livro, essa interface busca promover a significação do acesso ao livro literário e outras formas de expressão da leitura que pos-sam proporcionar aos estudantes o contato direto com a obra, a fim de despertá-lo para o ato de ler e pelo gosto da leitura. Ações de promoção do livro, como comemoração de sua data; distribuição de livros gratuitos às bibliotecas; atividades com o livro, em diversos espaços; possibilitam o direito de ler e oportunizam práticas de leitura, envolvendo os mediado-res de leitura, em prol da formação direta de neoleitores.

Por sua vez, os eixos Leitura e Literatura contemplam ações desenvolvi-das para se chegar ao livro e à leitura em si. Os mediadores de leitura, na escola e na biblioteca devem promover práticas como: contação de his-tórias, recontos, dramatização, saraus, recitais, rodas de leitura, encon-tro com escritores, dentre outras, contribuindo, assim, para a formação

de sujeitos leitores e pensadores críticos e efetivos usuários da informação, em todos os formatos e meios.

Nesse sentido, o eixo Biblioteca concentra ações que visam ampliar nos usuários o interesse pela lei-tura e também a capacidade de localização, seleção e interpretação da informação, como a divulgação do acervo e outros recursos informacionais. Dessa forma, contribuirão para a construção de usuários autônomos. Para tanto, também faz-se necessário que a escola utilize todos os espaços como ambien-tes de leitura, promovendo a integração das ações desenvolvidas pela biblioteca à proposta pedagógi-ca e à sala de aula.

Desse modo, os objetivos gerais do Programa de Leitura se apresentam, quanto:

• Formação: Proporcionar momentos de formação aos profissionais da educação para melhoria da execução das atividades do trabalho.

• Contação de História: Divulgar obras do universo literário a estudan-tes e comunidade em geral, através de contações de história.

• Kit Literário: Proporcionar aos estudantes o acesso a obras de qualidade, representativas da lite-ratura.

• Assessorias: Garantir o acompanhamento às bibliotecas escolares e seus profissionais continua-mente.

• Projetos literários: Possibilitar o desenvolvimento de projetos literários de forma sistemática, pelos profissionais de biblioteca, que incentivem à leitura e possam melhorar a utilização desse espaço.

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O Programa, portanto, está estruturado da seguinte forma:

• Eventos Literários: Promover um conjunto amplo de ações voltadas para o acesso ao livro, forma-ção, práticas e experiências de leitura, destinado a estudantes e educadores.

• Vereda Literária: Integra projetos de incentivo à leitura, com promoção de atividades voltadas à Literatura e exposições temáticas.

ESTAÇÃO DAS LETRAS

PRIMAVERA LITERÁRIA

PROMOÇÃO LITERÁRIA

KIT LITERÁRIO

AMPLIAÇÃO DO ACERVO DAS BIBLIOTECAS

FORMAÇÃO AOS EDUCADORES

EQUIPE LEITORA

ASSESSORIA ÀS BIBLIOTECAS

VEREDA LITERÁRIA

TRILHAS DA HISTÓRIA

EVENTOS LITERÁRIOS

PROJETOS LITERÁRIOS DA BIBLIOTECA

Fluxograma do Programa de Leitura

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASBÉRTOLO, Constantino. O banquete dos notáveis: sobre leitura e escrita. Tradução Carolina Tarrío. 1. Ed. São Paulo: Livros da Matriz, 2014.

BEZERRA, Maria Auxiliadora et al. Gêneros textuais & ensino. São Paulo: Parábola Editorial, 2010.

BRASIL. Ministério da Educação. Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE): leitura e biblio-tecas nas escolas públicas brasileiras / Secretaria de Educação Básica. Brasília: Ministério da Edu-cação, 2008.

COSSON, Rildo. Letramento literário: teoria e prática. 2ª ed. São Paulo: Editora Contexto, 2012.

MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Pa-rábola Editorial, 2008.

MOLLO, Gláucia; NÓBREGA, Maria José. Biblioteca escolar: que espaço é esse? In: Salto para o Futuro. Biblioteca escolar: que espaço é esse?, Rio de Janeiro, ano XXI, p. 9, out. 2011.

NETO, José Castilho Marques Neto (org.) PNLL: textos e história. São Paulo: Cultura Acadêmica Editora, 2010.

SANTOS, Lília Vírgínia dos. Baú de ideias. Apresentação em powerpoint – 1ª Semana de Planeja-mento da Biblioteca Escolar da Rede Municipal de Educação de Contagem, 2014.

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DE CONTAGEM. Portfólio Programa de Leitura Contagem das Letras, 2014.

SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. 4ª ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2010.

SILVA, Vera Maria Tietzmann. Leitura literária & outras leituras – impasses e alternativas no traba-lho do professor. Belo Horizonte: RHJ, 2009.

UNESCO. Directrizes da IFLA/UNESCO para Bibliotecas Escolares, 2002, versão em português (Por-tugal), 2006, trad. Maria José Vitorino.

VARGAS, Suzana. Leitura: uma aprendizagem de prazer. 6ª ed. Rio de Janeiro: José Olympio Edi-tora, 2009.

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