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CONSÓRCIO DE ESTUDOS, RECUPERAÇÃOE DESENVOLVIMENTO DA BACIA DO

RIO SOROCABA E MÉDIO TIETÊ - CERISO

OPERTEC ENGENHARIA S/C LTDA.

PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE CADASTRAMENTO DE IRRIGANTES

E CARACTERIZAÇÃO DOS USOS DA ÁGUANA AGRICULTURA E PECUÁRIA,

NA BACIA HIDROGRÁFICA DA UHE DE ITUPARARANGA, NO ALTO RIO SOROCABA,

NO ESTADO DE SÃO PAULOCONTRATO Nº 002/2004



OPERTEC ENGENHARIA S/C LTDA.

O cadastro de irrigantes é uma recomendação do Plano Estadual de Recursos Hídricos do Estado de São Paulo e tem a finalidade de identificar e caracterizar os usuários de água no setor agrícola, visando dotar o Comitê das Bacias de levantamento dos usos da água, conhecendo-se o local de captação, o manancial, a vazão retirada, o tipo de equipamento utilizado e demais elementos de interesse.

A agricultura e a irrigação




• Apesar dos seus mais de dez mil anos, a agricultura permanece sendo a atividade humana que mais intimamente conecta a sociedade com a natureza.

• Por mais que esteja vivendo na “aurora de uma nova era” – rotulada de pós-industrial, pós-moderna ou pós-escassez, a verdade é que a humanidade continua muito longe de encontrar uma fonte de energia necessária à vida que dispense o consumo de plantas e animais, como ocorre há dois milhões de anos – Prof. José Eli da Veiga – FEA-USP.

• O desafio é conseguir alimentar a crescente população mundial, multiplicada por três ao longo do século XX.


• Diante dos desafios para a utilização sustentada dos recursos hídricos, que até então eram considerados como totalmente renováveis, torna-se premente o disciplinamento do uso destes recursos devido suas graves limitações de disponibilidade hídrica.

• A água é um bem público e um recurso natural limitado, que deve atender, também, a diversos outros usos como o abastecimento de cidades, o consumo industrial e a geração de energia.

• Para garantir o desenvolvimento sustentável na agricultura irrigada é preciso disciplinar o uso dos rios, lagos e reservatórios.

• Com as campanhas de cadastramento é possível garantir o uso sustentável das águas.

Síntese da experiência adquirida no Cadastramento dos Irrigantes da Bacia do

Rio Piracicaba

Decreto nº 28.489 de 9 de junho de 1988

Área da Bacia 11.020 km2

DEPARTAMENTO DE ÁGUAS E ENERGIA ELÉTRICA - DAEE

MAPA DA BACIA DO RIO PIRACICABA Delimitação dos municípios, áreas irrigadas e

irrigantes por município - Levantamento parcial - 1ª etapa

1ª etapa => início de 1991 => 1791 irrigantes => 11.161 hectares

2ª etapa Zona Leste=> início de 1993 => 414 irrigantes => 2.783 hectares

2ª etapa Zona Oeste=> início de 1993 => 513 irrigantes => 14.313 hectares


Principais comentários da 1ª etapa

a) Houve boa recepção por parte dos irrigantes ao cadastramento, registrando-se apenas um ou outro caso de reação contrária;

b) A absoluta maioria das propriedades levantadas não faz controle do consumo de água;

c) Os agricultores não dispõem de informações sobre a quantidade de água que deverão fornecer às culturas;

d) Praticamente todos os equipamentos estão superdimensionados;

e) Há uma tendência generalizada de irrigantes utilizarem água em excesso;

f) Os equipamentos de irrigação são adquiridos e utilizados quase sempre sem projeto ou assistência de um técnico especializado;

g) Mais de 60% dos irrigantes têm apenas o primeiro grau de ensino;

h) Cerca de 2% dos irrigantes receberam algum tipo de treinamento em irrigação;

i) Na região predomina o uso de sistemas elétricos. Quase 40% dos irrigantes utilizam seus equipamentos menos de duas horas por dia, em média;

Cada equipe cadastrou em média, três irrigantes por dia.

O custo deste serviço ficou em U$ 30 por ficha.


Principais comentários da 2ª etapa Zona Leste

Permanecem os mesmos comentários dos itens “a” ao “f”

g) nota-se uma quantidade razoável usuários com algum tipo de treinamento ( 11% )

h) A aspersão convencional é a que abrange maior parte da área

i) O óleo diesel aciona 57% dos motores de irrigação, fato este justificado já que os batateiros são agricultores nômades e tem sistemas móveis de irrigação


Principais comentários da 2ª etapa Zona Oeste

Permanecem os mesmos comentários dos itens “a” ao “f”

g) Na região predomina a cana-de-açúcar como cultura irrigada:65 % em área;

h) Em média são 27,9 hectares irrigados por irrigante mas há uma predominância numérica de pequenas áreas; 42,3% são áreas inferiores a 2,0 hectares. Em contrapartida há grandes propriedades irrigadas; 8,6% tem área superior a 50,0 hectares;

i) Cerca de 30% dos irrigantes tem curso de nível médio superior, percentual alto, metade dos quais com algum tipo de treinamento em irrigação;

j) Dos 513 cadastrados, 385 utilizam energia elétrica e 154 diesel. Alguns irrigantes tem motores elétricos e diesel;

k) Após a cana-de-açúcar a cultura mais irrigada é a dos cítricos ( 18% ) havendo portanto uma grande variedade de cultura irrigada na zona oeste;

l) Na irrigação de cana-de-açúcar há uma predominância do sistema conhecido por “montagem direta” o que se reflete no alto percentual utilização de motores diesel



0 5 10 15 20 25 30 35 40

< 2

2 a 4,9

5 a 9,9

10 a 19,9

20 a 39,9

40 a 59,9

60 a 99,9

> 100

Cap

acid

ade

máx

ima

de c

apta

ção

(l/s)

( % )

PLANTA DIGITALIZADA EM AUTOCAD,ESCALA 1:50.000, COM A DELIMITAÇÃO DA BACIA,

CURVAS DE NÍVEL, HIDROGRAFIA E ACESSOS

CADASTRAMENTO DE IRRIGANTES DA BACIA

DA UHE DE ITUPARARANGA

Nesta fase do trabalho, serão cadastrados 1200 irrigantes localizados na área de

drenagem da bacia hidrográfica de Itupararanga, no Alto Sorocaba.

Metodologia Utilizada

No levantamento dos irrigantes (módulos de irrigação) adotou-se a metodologia da SENIR – Secretária

Nacional de Irrigação, preparada e implantada pelo PRONI – Programa Nacional de Irrigação, para

execução do Cadastro Nacional de Irrigantes, a mesma que foi utilizada com sucesso para o cadastro dos

irrigantes na bacia do Rio Piracicaba.

O trabalho compreende seis fases :

Serviços já executados Serviços em andamento

1º Fase – Planejamento Geral

-Elaboração de plantas da bacia hidrográfica -Coleta e informações dos censos agropecuários do IBGE -Contatos com órgãos e entidades atuantes no setor;-Quantificação de materiais e de equipes de campo;-Definição do software e equip.de proc. de dados;-Fluxograma de atividades.

2º Fase – Treinamento de monitores e Cadastradores

-Contato e definição de profissional especializado para execução do treinamento;-Definição de metodologia para cadastramento;-Obtenção de manuais e formulários;-Seleção e treinamento de monitores;-Seleção e treinamento de cadastradores;-Planejamento dos serviços de campo.

3º Fase – Levantamento Cadastral

-Montagem das equipes de campo;-Aquisição de material complementar;-Obtenção/confecção de fichas para cadastramento;-Priorização do cadastramento em função da área irrigada e número de irrigantes por município;

-Recepção, verificação e “feed-back” das fichas cadastrais;-Coleta de dados e de informações agropecuárias regionais;-Complementação ao cadastramento.

-Serviços de campo (levantamento cadastral) a nível de propriedade;

4º Fase – Informatização de Dados

-Recebimento centralizado e análise de consistência das fichas;-Distribuição das fichas para processamento;-Processamento de dados;-Acompanhamento e verificação de dados;-“Feed-back” com pessoal de campo;-Montagem de volume contendo fichas cadastrais;-Listagem com os espelhos de todas as fichas levantadas.

5º Fase – Análise dos Resultados

-Montagem de programas, faixas e quadros para analise;-Elaboração de quadros estatísticos representativos;-Localização em planta;-Análise de agropecuária regional;-Estudo do significado da irrigação no contexto da agricultura da bacia;-Esboço do relatório final.

6º Fase – Elaboração de relatórios

TRABALHOS DESENVOLVIDOS

• Os serviços de campo sofreram um atraso em seu início, uma vez que entre dezembro e março (cerca de três meses), época normal de chuvas na região, tornou-se difícil a locomoção, fora o fato que, nesta época, é restrito o acionamento das bombas dos sistemas de irrigação.

• PRIMEIRA ETAPA

• Priorizou-se o município de Ibiúna dado o fato de que, indubitavelmente, é o município mais representativo da bacia em apreço, conforme se pode observar nos quadros e plantas abaixo;

• Foram mantidos contatos com a respectiva Casa da Agricultura, Sindicato Rural, Sindicato dos Trabalhadores e Empregados Rurais, ONG´s e Prefeitura Municipal, sob a supervisão da contratante e do Grupo Técnico de Acompanhamento;

• Cadastramento está sendo efetuado de montante para juzante;

• Todos os pontos de captação e de barramento estão sendo obtidos através de GPS, e constará nos mapas 1:25.000;

• Todas as informações coletadas serão disponibilizadas num sistema de informações geo-referenciadas, com o devido banco de dados a ele associado.

CADASTRAMENTO DE IRRIGANTES DA BACIA DA UHE DE ITUPARARANGA

6 (SEIS) ARQUIVOS DIGITALIZADOS, FORAM REUNIDOS EM UMA ÚNICA BASE, MANTENDO AS

MESMAS COORDENADAS

EQUIPES DE CAMPO

• Definiu-se que os profissionais destinados a efetuar os levantamentos junto aos agricultores seriam técnicos que detivessem bons conhecimentos tanto da região alvo como de sistemas de irrigação.

• QUANT. QUALIFICAÇÃO

• 3 Engº Agrônomos•• 1 Téc. Agrícola

• Foram selecionados profissionais que além de conhecerem o assunto “irrigação”, são oriundos da região, tendo já efetuado cadastramento para LUPA

• ( Levantamento das Unidades Produtoras Agrícolas), Programa de Micro-Bacias e Obtenção de Outorgas.

• Coordenação• Engº Ivan da Rocha Tavares Junior• Engº Prof. Dr. Dirceu D’Alkmin Telles

• + equipe de apoio ( escritório )

FICHA PARA CADASTRAMENTO

SEMINÁRIO APRESENTADO VOTORANTIM

CADASTRAMENTO

Medições de Vazão

FICHA CADASTRAL PREENCHIDAFRENTE

FICHA CADASTRAL PREENCHIDAVERSO

Dificuldades Encontradas

• Plaquetas de Identificação de Equipamentos

Incompletas e/ou Ilegíveis

Plaquetas de Identificação de Equipamentos Incompletas e/ou Ilegíveis


• ● Característica sócio-cultural do irrigante;

• ● Falta de campanhas de esclarecimento;

● Informalidade das instalações(não regularizadas);

• ● Temor de que seja penalizado, o que faz com que alguns se neguem a fornecer número de documento ou assinar a Ficha Cadastral;

• ● Receptividade por vezes hostil pelos irrigantes;

● Alguns produtores(já ocorreram 2 casos) não permitem o acesso à propriedade; atitude que pode vir a prejudicar o andamento dos trabalhos pois esta atitude tem repercussões entre outros agricultores;


• ● Dada a proposta do cadastro, que preconiza que as informações devem ser fornecidas pelo irrigante, há uma sensível perda de qualidade da informação, bem como omissão de dados mais realistas;

● Na maioria dos casos, as áreas vistoriadas são arrendadas e o arrendatário por vezes desconhece os dados do imóvel(denominação, área total, etc) alguns desconhecem até o nome do proprietário;

● Os produtores não costumam portar documentos quando estão nas lavouras e, alguns, apesar de játerem assinado a Ficha Cadastral; no momento em que o cadastrador volta para levantar o número dos documentos, se negam a fornecê-los;

• ● Falta de um compromisso do órgão responsável pelo cadastramento de que o irrigante venha a aser beneficiado de alguma forma(numa futura outorga) pela colaboração prestada.

Sugestões

• ● Cadastro venha a funcionar como pré-outorga;

• ● Esclarecimento/conscientização e futuro treinamento acerca do uso racional da água.

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