cad erno pedagogic o

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  • CADERNO PEDAGGICO

  • A CST E O PROJETO MUSICULTURARTE

    A CST em sua Poltica Ambiental arma o compromisso de Contribuir com iniciativas educa-

    cionais que valorizem a conscientizao ambiental da comunidade. Nesse sentido, desenvolve

    h oito anos o Programa de Comunicao Ambiental CST-Escolas, junto s escolas da rede p-

    blica e particulares da Grande Vitria, incentivando aes de Educao Ambiental no contexto

    escolar.

    Dessa forma, a parceria com o Grupo Moxuara vem agregar um enorme valor ao nosso Progra-

    ma, quando atravs da msica apresenta s escolas uma proposta inovadora Projeto Musicultu-

    rarte a msica e a arte proporcionando um aprendizado mais dinmico e agradvel. Compro-

    metidos em buscar alternativas educacionais que valorizem a vida e transforme a realidade de

    tantas crianas e adolescentes que no tiveram oportunidade de conhecer e optar pela arte.

    O Grupo Moxuara apresenta a msica regional com toda riqueza cultural, belos arranjos e

    letras que falam de vida e reetem temas do nosso cotidiano em forma de poesia, possibilitando

    a construo do conhecimento de modo contextualizado, crtico e prazeroso.

    Acreditamos que um Projeto como esse deve ser abraado por todos aqueles que acreditam

    que possvel resgatar atravs da EDUCAO valores adormecidos em nossa sociedade, como

    a solidariedade, a amizade e a coragem de transformar, formando cidados crticos e conscien-

    tes capazes de preservar a VIDA.

    PROGRAMA DE COMUNICAO AMBIENTAL CST-ESCOLAS

  • GRUPO MOXUARA PRODUES ARTSTICAS

  • GRUPO MOXUARA PRODUES ARTSTICAS LTDA

    Flvio Vezzoni

    Jos Elias

    Luis Guilherme

    Marcos Cco

    Paulinho

    MUSICULTURARTE

    Projeto Terico: Flvio Vezzoni e Jos Elias

    Elaborao, organizao e redao: Flvio Vezzoni

    Projeto Grco e Diagramao: Marcos Cco

    Capa: Marcos Cco

    Superviso: Luis Guilherme

    Ilustrao: Luis Quintanilha, Rafael, Marcos Cco e alunos envolvidos no projeto

    Consultoria Tcnico-pedaggica: Adalvo da Paixo Antnio Costa e

    Renata Rosa Weixter

    Colaborao: Maria da Graa Silva Frade

    Apoio Tcnico: Equipe do Programa de Comunicao Ambiental CST/Escolas

    Agradecimentos: aos prossionais da educao, alunos e alunas e a todo(as) que participa ram, direta ou indiretamente, na construo deste Caderno Pedaggico.

  • Desse lado do planeta, d licena, moo, pra eu poder cantar!

    ( Flvio Vezzoni )

    A MSICA, O MOXUARA E A EDUCAO

    A msica, como qualquer outra manifestao artstica, uma necessidade humana, que se faz

    presente em nossa existncia, quer seja como um vigoroso canto de guerra ou um suave acalanto

    que embala uma criana.

    De todas as linguagens artsticas, a msica a que chega mais longe, vai ao encontro do ser,

    ao seu interior e alimenta sua alma. Para ela no existem fronteiras, porque no est limitada

    aos espaos fechados dos prdios, nem das pessoas. Escapa do olhar e do cantar daqueles que

    no conseguem guardar s para si, sua musicalidade. Assim o MOXUARA, que canta e en-

    canta seres de qualquer idade e de qualquer origem. Em seus lares, no carro ou no trabalho e,

    principalmente, na escola (melhor ainda quando esta o trabalho) e, ento, a escola/trabalho

    vira prazer, com a poesia musical do MOXUARA, a ensinar lies de vida e de amor aos nossos

    meninos e meninas, to expostos violncia, em seu cotidiano.

    Suas canes tm o cheiro de mato, de terra molhada, de fruta madura e pura, de ores

    silvestres que margeiam os caminhos de todas as infncias, e que nos deixam saudosos de tudo

    que tivemos e vivemos.

    Cultivemos ento na terra frtil desta poesia, a esperana, e que as novas geraes apren-

    dam a ver, ouvir e sentir a vida, preserva ndo suas ores e frutos em seu caminho, para dividir

    com todos os caminhantes, sem medo do desconhecido.

    Que o medo no impea as mos e os caminhos das novas geraes, cuja existncia neces-

    sita de maiores e melhores opes de lazer, de prazer e de fazer arte, a arte educativa do

    MOXUARA.

    Prof. Adalvo da Paixo Antonio Costa

    Mestre em Educao

  • SUMRIO

    I. O MOXUARA.................................................................................................................................... 06

    II. OS DESAFIOS DA EDUCAO................................................................................................07

    III. A MSICA COMO RECURSO INTERTRANSDISCIPLINAR.........................................09

    IV. CONHECENDO O MUSICULTURARTE....................................................................................11

    V. POR DENTRO DO MUSICULTURARTE....................................................................................12

    VI. O HORIZONTE...............................................................................................................................13

    1. O QUE PROPOMOS?...................................................................................................................14

    VII. EXERCITANDO A PRTICA DO MUSICULTURARTE.....................................................15

    1. COMUNGANDO EXPERINCIAS............................................................................................15

    1.1 Cultura capixaba..............................................................................................................15

    1.2 A relao com o ambiente............................................................................................17

    1.3 Afetividade e sexualidade...........................................................................................19

    2. BA DO MUSICULTURARTE..................................................................................................20

    3. REVIRANDO O BA..................................................................................................................25

    3.1 Repertrio musical........................................................................................................25

    3.1.1 CD Quarto Crescente...................................................................................25

    3.1.2 CD Pontos e Ns............................................................................................30

    3.1.3 CD Musiculturarte........................................................................................35

    3.1.4 CD Tempo de Colher.....................................................................................36

    3.2 A lenda O pssaro de fogo......................................................................................40

    VIII. ONDE CHEGAMOS?.................................................................................................................42

    IX. REFERNCIAS................................................................................................................................43

  • Ao exprimir e representar a arte, a msica abre possibilidades de tocar e/ou transformar as pessoas, que no tenham, ou no tiveram, a oportunidade de um contato sincero com ela.

    ( Maria da Graa Silva Frade )

    Vou, me tenho presente,na voz do povo, a paixo.

    Vou, me fao at por mim pra dizer, s pra dizer... nasci.

    ( Flvio Vezzoni )

    I. O MOXUARA

    Vamos comear esse bate-papo nos apre-

    sentando.

    Nosso nome uma homenagem a um belssimo macio em granito de setecentos e vinte e qua-

    tro metros de altura, e doze mil metros quadrados de rea, situado em Cariacica - ES. A origem

    da palavra provoca controvrsias entre os pesquisadores: dizem que deriva do tupi muxanara

    (pedra-irm) e muchuar (diamante); ou ainda, do francs mouchoir (leno de cabelo) aluso

    feita pelos navegantes franceses quando encontravam o cume do monte envolto em nuvens.

    Mas, para o povo do lugar, o nome simplesmente Moxuara, onde acontece um dos mais belos

    pores-do-sol do Esprito Santo, e onde os crepsculos do outono so magncos.

    ramos, ainda, universitrios, quando fundamos o Grupo MOXUARA, que nasceu com o obje-

    tivo de resgatar e divulgar a cultura popular, tendo como horizonte sua insero no panorama

    nacional e internacional. Como resultado de nossas pesquisas sobre a cultura regional, conclu-

    mos nosso primeiro registro fonogrco (CD) intitulado Quarto Crescente, em 1996, e com

    ele, inicia-se o nosso namoro com a educao. Em 1999, o CD Pontos e Ns, refora os temas

    abordados no CD anterior e enfatiza os temas sociais do mundo urbano. O CD Musiculturarte,

    lanado em 2002, surge como resultado do nosso trabalho artstico educativo, fruto de uma

    bela parceria entre a iniciativa privada (Companhia Siderrgica de Tubaro CST), escolas e

    MOXUARA. Em 2003 lanamos o CD Tempo de Colher, abordando os temas sociais, as relaes

    humanas, a sensibilidade e o amor.

    No conjunto da obra do MOXUARA, que constitui a matria-prima deste projeto artstico

    educacional, esto presentes as inuncias musicais de vrias geraes, a msica popular, eru-

    dita e regional, os ritmos afro-brasileiros como a capoeira, o congo, a congada e o maculel, os

    instrumentos alternativos, as expresses regionais da linguagem popular e os temas que tra-

    fegam os ambientes rurais e urbanos, cujo resgate caminho e condio, para a construo de

    uma musicalidade que extrapola as exigncias de mercado, no sentido de propor

    uma viso artstica que se fundamenta na solidarieda-

    de, na preservao da vida e na viso planetria.

    6

  • Me vestir da melodia,pra outra boca me contar.

    ( Flvio Vezzoni )

    1 Parmetros Curriculares Nacionais, 1998. p. 172 O mtodo cientco, ou mtodo experimental atribudo ao lsofo Francis Bacon, que viveu no sculo XVI,

    para quem a natureza existe para ser escravizada ou reduzida obedincia. No sculo seguinte, o lsofo francs Rene Descartes, outro importante fundador do mtodo cientco foi quem mais contribuiu para a armao da idia da natureza como mquina. Para Descartes, a melhor forma de se entender a natureza dividindo-a em partes, fragmentando-a. A partir de ento, esse modelo de pensamento passou a orientar os estudos cientcos, que optaram pela fragmentao do saber, subdividin-do-o em reas de conhecimento, ou em especialidades. A totalidade d lugar aos detalhes.

    3 Z Remalho. Martelo dos trinta anos, faixa 7 do CD De gosto, de gua e amigos, Rio de Janeiro, 1985.4 Edgar Morin. Os sete saberes necessrios educao do futuro, 2003. P. 43.

    II. OS DESAFIOS DA EDUCAO

    Este Caderno Pedaggico dirige-se aos educadores que se empenham em

    encontrar alternativas renovadas para sua prtica diria, atualizando-se so-

    bre as abordagens metodolgicas que brotam nos canteiros da educao: a

    abordagem Interdisciplinar e a Transversalidade (termo derivado dos Temas

    Transversais propostos pelos Parmetros Curriculares Nacionais que so: ti-

    ca, Pluralidade Cultural, Meio Ambiente, Sade, Trabalho e Consumo e Orien-

    tao Sexual 1.

    Elas pairam como a luz do sol sobre a penumbra matizada do farol cartesia-

    no2, cuja visibilidade parcial que a sua luminosidade alcana, s nos permite

    ver fragmentos, ntidos certo, mas desconexos: a humanidade, ou a natu-

    reza? So animais, ou seres humanos? uma rocha, ou uma oresta? a prtica, ou a teoria?

    a mente, ou o corpo? So as clulas, ou o tecido? Ver muito, aos poucos, s nos permite ver

    pouco, muito pouco da complexidade da realidade que nos cerca. O paradigma que fundamenta a

    fragmentao da compreenso da realidade, o mesmo que privilegia economias, etnias e cultu-

    ras hegemnicas, condenando escurido dos pores do esquecimento a diversidade planetria,

    a imensa maioria de culturas e seres, mendigando um abrigo na casa da lembrana3; o gestor de uma educao anacrnica, cujos contedos isolados parca valentia tm, diante dos desaos

    diversos que o cotidiano nos impe, e que retrata e reproduz uma sociedade pretensamente

    globalizada, mas incapaz de considerar o contexto planetrio4.

    7

  • A meia-lua no cu avermelhou.Ergueu a lua, um canto ecoou.A liberdade no couro do tamb.A lua, girassol, a roda girou.

    (Jos Elias/Flvio Vezzoni)

    No seio da crise desse modo de compreender a realidade, nasce a Interdisciplinaridade, pro-

    pondo a integrao disciplinar como enfrentamento segmentao, viso compartimentada do

    saber (por disciplina), produzidas por uma abordagem que no considera a inter-relao entre

    as reas de conhecimento. E, numa dimenso menos epistemolgica e mais didtica, a Transver-

    salidade , por sua vez, prope que a transformao e a democratizao da sociedade carecem,

    sim, de uma prtica educativa que promova uma integrao disciplinar, mas tambm, que esta-

    belea uma profunda conexo entre o aprendizado dos contedos tericos sistematizados e as

    questes da vida, como uma das forma de garantir, que os rumos da busca pela compreenso da

    natureza humana no quem reduzidos aos interesses de uma pequena parcela da populao.

    No mbito da prtica educativa, Temas Transversais e Interdisciplinaridade caminham jun-

    tos e lado a lado, na direo de uma educao pautada na integrao entre as vrias disciplinas

    e a realidade nossa volta, e na incluso de saberes extracurriculares, fundamentais ao auto-

    conhecimento humano e construo de uma mentalidade crtica e participativa.

    Contudo, uma mudana to profunda, no jeito de se processar o ensino e a aprendizagem,

    implica rever, no somente as metodologias, mas os instrumentos pedaggicos de que dispomos

    no dia-a-dia escolar. Formar cidados ticos para agir nesta sociedade e participar de sua din-

    mica poltica e vida pblica, pressupe repensar os tempos, os espaos, os mtodos e as formas

    das relaes interpessoais presentes na instituio de ensino. necessrio introduzir novas

    temticas curriculares, coerentes com os anseios da maioria da populao. A compreenso da

    totalidade humana transdisciplinar, porque no se restringe ao limite das disciplinas, e, como

    tal, no pode ser reduzida a contedos tericos sistematizados. Alm dos conhecimentos tradi-

    cionais preciso abordar contedos pertinentes vida comunitria e cotidiana das pessoas: um

    ponto de partida, para que possamos entender a multidimensionalidade do contexto planetrio,

    estabelecendo uma necessria interligao entre os nveis micro e macro.

    E o que mais cotidiano do que a arte e a cultura?

    8

  • Restar, certo,um tempo novo a caminhar,

    alm das linhas do caderno azul.( Flvio Vezzoni )

    III. A MSICA COMO RECURSO INTERTRANSDISCIPLINAR

    Na vida de todos os povos a msica sempre esteve presente, ora assumindo caractersticas

    monumentais, com variada instrumentao e escalas musicais, ou, simplesmente, aliada dana,

    na forma de reverncia, ou agradecimento de nossos ancestrais, pela abundncia da caa e da

    pesca, pela fertilidade da terra e das mulheres; celebrando fatos importantes da sua realida-

    de, suas vitrias e descobertas, ao som e ritmo das primeiras canes e primeiros instrumen-

    tos, inspirados pelo sopro do vento, pelo canto dos pssaros ou pelo rudo das guas.

    Na trajetria humana, a msica sempre teve seu papel educativo, servindo a propsitos e

    circunstncias. O efeito que ela nos provoca na alma, explica essa espcie de onipresena e

    suas mltiplas aplicaes, na cultura, na religio, em aes coletivas como festas, revolues e

    guerras, e at mesmo, as aplicaes mais modernas, como na medicina.

    Enquanto linguagem artstica, a msica pode revelar o enorme potencial que o ser humano

    tem em si, motivando-o a atitudes equilibradas e ao desenvolvimento da percepo para com os

    seres e objetos que o rodeiam. Ela est presente j nos primeiros meses de vida intra-uterina,

    quando o corao da me, estimula e provoca sensaes e emoes, regidas pela cadncia do

    seu ritmo. A voz das pessoas que convivem no ambiente familiar, todos os sons e emoes, so o

    ponto de contato entre o feto e o mundo exterior. Assim que nasce, o universo do novo ser inun-

    da-se de musicalidade, que o far se desenvolver: os sons que o ensinaro a se comunicar com

    o mundo; as canes de ninar; as cantigas de roda; as msicas que animaro os

    jogos e as festas; as msicas religiosas; as msicas romnticas que fazem a

    trilha sonora de encontros e desencontros, de alegrias e saudades.

    9

  • O ato de educar no meio escolar, deve ser um encontro

    entre o universo familiar e um novo mundo, que at ento se li-

    mitou s nossas portas e janelas, algumas vezes traduzidas em

    aparelhos de tv. Deve ser, tambm, um encontro de pessoas bem

    intencionadas, que almejem a valorizao humana, por meios que

    facilitem a harmonia e a clareza perceptiva. Educar pela msica,

    possibilitar o livre trnsito entre o interior e o exterior, estimular

    os valores ticos, estticos e sociais, promover a fraternidade, a

    compreenso mtua e o equilbrio em nossas aes no plano fsico,

    emocional e mental, , por m, entender a tica como uma atitude dos que acreditam que a so-

    lidariedade entre as sociedades ainda possvel, mesmo que o caminho seja rduo.

    A escola que vislumbramos, prope transcender os limites das disciplinas, num esforo que

    rene cincias e humanidades, natureza e cultura. Prope escolher o prazer como forma de

    construo, e a arte, especialmente a msica, como base da sua educao, da qual se nutre

    para cumprir a sua sublime misso de possibilitar de maneira mpar, o encontro do ser com

    as mais importantes atividades psquicas humanas, como a inteligncia, a vontade, a imaginao

    criadora e, principalmente, a sensibilidade e o amor. Nisto est sua peculiaridade, pois rene,

    harmoniosamente, conhecimentos, sensibilidade e ao. 5

    A inteno deste Caderno Pedaggico propor um responsvel enfrentamento aos desaos

    educacionais da nossa realidade. fazer coro com a vozes que tm o benco poder de estimu-

    lar aos prossionais da educao, a irem luta, a m garantir, s futuras geraes, um mundo

    com mais beleza e sustentabilidade.

    5 Emlia DAnniballi Janibelli, 1971. 10

  • Me vestir da melodia,pra outra boca me contar.

    (Flvio Vezzoni)

    Acorda, menino, e espalha o meu cantar!Espalha pelos quatro cantos do mundo...eia, eia , eia.

    (Flvio Vezzoni)

    IV. CONHECENDO O MUSICULTURARTE

    O Musiculturarte , desde o seu nascimento, uma troca de

    experincias e resultados. Ele nasce na base da educao, na

    experincia prtica das escolas, para depois ganhar uma funda-

    mentao terico-metodolgica.

    A primeira experincia ocorreu em 1998, quando algumas professoras resolveram utilizar a

    msica do MOXUARA como ferramenta didtica em sala de aula. Esperava-se, inicialmente, que

    o assunto fosse car limitado s fronteiras da arte e da cultura, mas a criatividade dos alunos

    e a perspiccia das prossionais, aliadas ao teor dos temas musicais, germinaram fantsticos

    trabalhos artsticos, cuja beleza era apenas a face de contedos e conhecimentos profundos,

    que extrapolaram os limites das disciplinas e da rotina escolar. Arte, cultura, sociedade, po-

    ltica, ecologia, mercado e trabalho, temas curriculares comuns, passaram a ser reetidos,

    sob a luz da tica, da cidadania, da solidariedade, da pluralidade cultural e de etnias, da viso

    planetria, da cooperao, do amor, do respeito s diferenas e natureza, da incluso social,

    da vida.

    Dessa experincia surge, ento, o Musiculturarte, um trabalho de cooperao entre msicos,

    pedagogos e prossionais da educao, com o objetivo de levar uma mensagem diferenciada

    para a comunidade escolar, tendo a msica do MOXUARA por o condutor e as reexes sobre

    o mundo ao nosso redor, o ambiente, como terreno para o desenvolvimento do saber transdis-

    ciplinar.

    Utilizando-se do carter informativo das letras, da melodia de suas canes e dos instru-

    mentos alternativos (boa parte deles construdos pelos prprios msicos) o MOXUARA pro-

    move seu intercmbio com a escola, envolvendo professores e professoras, direo, auxiliares,

    comunidade e estudantes, desde os da pr-escola at os do ensino superior, tornando a msica

    um recurso altamente estimulante para o crescimento do aprendizado mtuo que, alm de

    transcender as fronteiras das disciplinas, promove um rico intercmbio e uma prazerosa inte-

    grao entre as mais variadas reas do conhecimento.

    11

  • Fecundar a terra, fecundar a semente,fecundar os sonhos

    (Flvio Vezzoni)

    V. POR DENTRO DO MUSICULTURARTE

    Para facilitar a compreenso, de quem se aventura junto conosco nes-

    sa viagem ldica, dividimos didaticamente o Projeto em trs momentos.

    No primeiro momento, professores e professoras, direo e funcionrios da escola, alu-

    nos e representantes da comunidade, participam de uma ocina coordenada pelo MOXUARA,

    onde acontecem os exerccios de adequao dos contedos das msicas, com as demandas do

    conhecimento escolar, lembrando sempre que este no est restrito ao contedo corriqueiro

    das disciplinas. Ao nal do encontro, cada professor(a) que participou da ocina, recebe um

    exemplar do Caderno Pedaggico, contendo sugestes de atividades e troca de experincias

    anteriormente vivenciadas, e CDs, onde consta um repertrio musical com trinta e nove msi-

    cas, dentre as quais, podem ser escolhidas aquelas que melhor se encaixam ao objeto de estudo,

    ou ao tema que se pretende abordar.

    O segundo momento acontece no universo da sala de aula, aqui entendido como o lugar onde

    se desenlaa o processo de ensino-aprendizagem. Nessa etapa, em que os resultados dos tra-

    balhos praticados na ocina, so trazidos para o interior da relao professor-aluno, direo e

    prossionais da escola denem como o projeto vai acontecer. Os temas vo ser diludos dentro

    do contedo programtico anual das disciplinas? A escola vai abrir um parntese na progra-

    mao ou vai discutir os temas propostos pelo Musiculturarte, paralelamente ao currculo pre-

    estabelecido? H, ainda, uma proposta um pouco mais ousada: a escola pode fazer a opo de

    adotar uma integrao ou uma inter-relao disciplinar e aproveitar os temas propostos pelo

    Musicultuarte, e assim enriquecer e tornar mais prazerosa, a abordagem do contedo

    curricular das disciplinas.

    12

  • E vou vingando a cada primavera.Cheguei aqui, e venho pra ficar.

    (Flvio Vezzoni)

    Mares e montanhas, verde e azul de uma terra ao lu...Dorme o sonho de quem acredita naquele lugar

    (Marcos Cco)

    Fora da gente vencer fronteiras,e a cada nova era eu vou comungar

    (Flvio Vezzoni)

    Denida a forma de trabalho da escola, e seleciona-

    das as msicas que melhor se destinam ao objeto de es-

    tudo, passa-se, ento, ao levantamento e elaborao

    das atividades que vo representar, artisticamente, as

    concluses das reexes coletivas sobre o tema abordado. Para tanto, a escola tem a liberdade

    de se valer das alternativas de atividades sugeridas pelo Caderno Pedaggico , ou acrescentar

    novas possibilidades, que sero ofertadas, como experincia vivenciada, a escolas futuras.

    Terceiro. Neste momento, acontece o dia de coroao dos artistas da escola. um dia de

    festa!

    O MOXUARA vai escola, levando equipamentos de som, msicos e instrumentos musicais,

    para comungar sua msica, com as obras dos artistas da escola. um dia contagiante, de ale-

    gria, de troca de conhecimento e de muitas, muitas descobertas. Nesta data, prvia e conjun-

    tamente estabelecida, os trabalhos artsticos produzidos, as descobertas, as experincias de

    professores e alunos, so oferecidos, para a apreciao de toda a comunidade escolar.

    VI. O HORIZONTE

    O nosso objetivo norteador incluir no dia-a-dia

    escolar, por meio da msica, temas que contribuam para a construo da conscincia humana

    sobre a vida em sociedade, quais sejam: o respeito aos semelhantes e natureza; o respeito

    s diferenas culturais, sociais e tnicas; a viso planetria que nos impulsiona a reetir sobre

    o nosso estar no mundo; a arte como forma de exteriorizar nossos sonhos, medos e desejos; o

    prazer como forma de crescimento; a alegria como forma de aprendizado; a pluralidade cultu-

    ral; a incluso social; a nossa realidade como objeto de estudo; a defesa da vida humana e dos

    seres como exerccio de educao permanente.

    Este Projeto, juntamente com as estratgias estimulantes dos mtodos de ensino-aprendi-

    zagem j utilizados pelas escolas, aliado parceria de diferentes segmentos da sociedade (ins-

    tituies, empresas etc.) constitui um caminho para atingir, com eccia, o objetivo de contri-

    buir para a formao de pessoas cada vez mais crticas e atuantes em defesa da sensibilidade,

    da cidadania, da qualidade de vida e da preservao

    da natureza, enquanto condio para preservao da

    espcie humana.

    13

  • No tem saudade, no tem choro,no tem pena.S um olhar e uma cena J me bastam pra voar

    (Flvio Vezzoni)

    1. O QUE PROPOMOS?

    Exaltar a pesquisa sobre as tradies culturais do povo ca-

    pixaba e de outras regionalidades, de acordo com a locali-

    zao da escola, onde o projeto ser implantado.

    Estimular a criatividade e a sensibilidade dos alunos, para

    a produo de trabalhos artsticos ligados ao tema das msicas.

    Proporcionar aos alunos oportunidades de manter contato com uma msica, cujas

    razes so intrnsecas sua cultura.

    Oportunizar a todos os envolvidos o acesso boa msica, cuja construo do conceito

    uma discusso que a escola no pode mais adiar.

    Estimular, por meio da msica, a produo de textos e o exerccio da leitura.

    Criar espao para iniciao ao trabalho artstico e incentivar a produo artstica.

    Proporcionar o amadurecimento da inteligncia emocional dos alunos.

    Estimular a oralidade: aprender a ouvir e expressar opinies de forma crtica.

    Promover a integrao entre as diferentes disciplinas.

    14

  • Que a molecada logo se arrebanhae te acompanha no contarolar!

    (Flvio Vezzoni)

    VII. EXERCITANDO A PRTICA DO MUSICULTURARTE

    Nesta parte do Caderno Pedaggico passamos

    a oferecer algumas propostas de atividades e/ou

    reexes, que foram levantadas a partir da prtica

    vivenciada em escolas da rede pblica e particular, desde 1998. A inteno trocar experincias

    e abrir caminhos para o trabalho dos agentes atuantes no espao escolar. Essas sugestes,

    contudo, devem servir apenas como ponto de partida e esto, inclusive, abertas avaliaes e

    criatividade de prossionais, alunos e alunas. A matria-prima so as msicas do MOXUARA.

    1. COMUNGANDO EXPERINCIAS

    1.1 Cultura capixaba

    Msica: Os meninos da baa de Vitria

    Que tal estudarmos a constituio da populao capixaba, suas tradies (danas

    alems, culinria italiana, congo, ticumbi, artesanato em geral etc.) e seu momento

    atual?. Ou, se preferirem, a msica pode servir como pontap inicial para um estudo

    da geograa de Vitria, ilha cercada por morros e coberta por resqucios de mata

    atlntica. Na anlise social, Os meninos da baa de Vitria, coloca o tema da violncia

    infantil em pauta, com a nalidade de suscitar discusses sobre as variadas faces da

    violncia nas sociedades, no tempo, no espao e de como nos comportamos em relao

    a ela .

    Msica: Mar e montanha

    uma bela motivao para pensarmos nas peculiaridades da ocupao do solo esprito-

    santense. Ser que as nossas caractersticas culturais comportam, em suas origens,

    algum tipo de relao com a nossa geograa territorial? Como nosso relevo

    inuenciou na formao histrica e cultural do povo capixaba? Quem o

    povo que habita nossas serras? Como se caracteriza o povo do nosso

    litoral, cujas nuances se alternam entre manses e praias, palatas

    e mangues?

    15

  • Msica: Porto

    bom que o estudo da cultura de um povo venha, tambm

    acompanhado de uma anlise econmica, poltica e social,

    para que tenhamos uma viso mais ampla. A msica Por-

    to oferece uma boa possibilidade de reetirmos sobre a

    histria do Esprito Santo, considerando todos esses aspectos. um tema que chama

    a ateno para a importncia do porto na formao das cidades, sobre o qual, pode-

    mos pensar o potencial dos mares como fonte de renda e como meio de transporte.

    possvel, ainda, levarmos os alunos a reetir sobre a poluio do mar e sobre as

    conseqncias do efeito estufa, fazer um estudo sobre a vida dos pescadores, suas

    aventuras e perigos; estudar o mar como fonte de alimentao e a importncia da

    culinria baseada em peixes - valor nutritivo, tradio da moqueca capixaba, das pa-

    nelas de barro, etc.

    Msica: No mande a geada

    A vida no campo o tema da msica No mande a geada. Os desejos, a f e os

    sentimentos de homens e mulheres que vivem de plantar e colher. Inspirados por

    esta msica, podemos construir um mapa da produo de caf no Esprito Santo e no

    Brasil. Outras culturas agrcolas podem ser tambm estudadas, assim como a situa-

    o da segurana alimentar em nossa sociedade. O xodo rural, a luta pela terra, a

    reforma agrria, os grandes movimentos de migrao que geram favelas ao redor das

    cidades e conseqentes surtos de misria e violncia, as diferentes vises de mundo

    (da cidade e do campo) etc. tambm so temas sedutores.

    Msica: Da janela e Memrias

    Outro forte elemento presente no imaginrio capixaba o trem. As ferrovias tm

    um grande signicado para a economia capixaba, seja para o transporte de cargas,

    ou para o translado de pessoas e culturas, ligando Vitria a Cachoeiro de Itapemirim

    e o Esprito Santo a Minas Gerais. A importncia das ferrovias pode ser explorada

    por meio das msicas Da janela e Memrias. A primeira,

    abordando os aspectos ldicos e imaginrios das imagens e os

    efeitos que estas provocam em cada viajante,

    16

  • e a segunda, enfatizando a ferrovia como simbologia da memria, enquanto transmis-

    sora das heranas culturais entre as geraes que se sucedem.

    Msica: Cuiam

    A msica Cuiam um canto de exaltao liberdade e s conquistas do povo negro.

    A revolta de Queimados (e outras tantas que houve no Brasil) pode ser resgatada

    com o valor histrico que merece, assim como a busca pela liberdade do povo negro

    escravizado. A capoeira, cujos elementos, vrios deles, esto presentes na msica,

    poder ser estudada ou transformada num objeto de pesquisa/depoimento, sobre a

    importncia dessa tradio na vida das pessoas que a praticam. H, ainda

    a possibilidade de se fazer uma pesquisa sobre a situao do povo negro

    no Brasil, abordando a fome, o desemprego, a discriminao e o longo

    caminho que ainda temos que percorrer, em defesa da pluralidade das

    culturas e das etnias.6

    1.2 A relao com o ambiente

    Msica: Poesia

    Como nos relacionamos com o as pessoas e seres que nos rodeiam? A natureza possui

    leis rgidas que possibilitam o equilbrio e fazem girar o ciclo da vida: o que ser hu-

    mano? Somos, mesmo, o centro do ciclo vital, ou a humanidade o resultado de uma

    conspirao do universo, que tornou o ser humano possvel?

    A natureza inspira vrias manifestaes artsticas, como a Poesia que o poeta foi

    buscar, para poder dizer que a natureza, tal qual a poesia, regida pelo ritmo, pela

    cadncia e por uma melodiosa harmonia que lhe prpria, e em que a humanidade

    pode estar inserida, se assim o quiser.

    Podemos traduzir estas reexes em trabalhos artsticos dos alunos: produo de

    poesias, textos e releituras, pinturas, peas teatrais, maquetes, etc.

    6 Lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003: torna obrigatria a temtica de Histria e Cultura Afro-brasileira, nas escolas pblicas e privadas brasileiras, de ensino fundamental e mdio.

    17

  • Msica: Crepsculo

    Na msica Crepsculo em seu ltimo vo, um pssaro denuncia as conseqncias da

    ao humana, o desmatamento criminoso, a caa predatria e a extino das espcies,

    simbolizados na agonia do Rio Itapemirim. Traando um paralelo, possvel analisar

    as transformaes no mapa do Brasil e do mundo, e as conseqncias ambientais, nas

    diversas regies. interessante levar os alunos a campo, para que se possa fazer

    uma leitura da situao atual dos mananciais, ou mesmo fazer uma anlise qumica da

    situao das guas, assim como conhecer projetos de tratamento de gua e esgoto.

    Msica: Versos de poesia hipcrita

    Ao reetirmos sobre a preservao ambiental, devemos olhar para a

    humanidade com os olhos da natureza, e lembrar que as pessoas tm o

    mesmo signicado e importncia, que os outros seres e que, por isso,

    devem ser preservadas na sua dignidade e no resguardo mnimo do

    direito vida. A msica Versos de poesia hipcrita permite uma

    reexo sobre a pobreza, um fenmeno comum, mas no natural, das

    sociedades modernas. possvel fazermos um mapa da fome, do de-

    semprego, utilizando grcos e dados estatsticos, buscando funda-

    mento histrico e ressaltando o mau aproveitamento dos recursos

    naturais. A partir deste estudo, podemos reetir sobre a nossa postura

    frente s mazelas da sociedade. preciso que assumamos um posicio-

    namento crtico em relao s condies desiguais, em que vivemos.

    Podemos considerar organizada, uma sociedade com tamanha desigualdade?

    Msica: Narciso

    Aqui ns temos uma declarao de amor do personagem, direcionada sua prpria

    imagem reetida na gua. A meno lenda de Narciso, da mitologia grega, nos levar

    a pensar sobre como o amor prprio, a auto-estima, so fundamentais para o nosso

    relacionamento com o mundo ao nosso redor, para nossas aspiraes, enquanto pes-

    soas, etnias e sociedades. A abordagem histrica suscita a importncia das lendas,

    tanto as locais, quanto as nacionais, na histria da humanidade, que vo nos ajudar

    a entender, assumir e respeitar as nossas e as outras peculiaridades culturais. Que

    tal coroar nossas discusses com pinturas, colagens, painis, cenrios, coreograas

    e contadores de histria? 18

  • Msica: Memrias

    E, por falar em contadores de histria...

    A msica Memrias cria um contexto mui-

    to propcio elaborao de textos, em que o

    enfoque seja a importncia da memria para a vida humana no decorrer da histria,

    ou sobre as diferentes signicaes da palavra memria. possvel, tambm, propor

    brincadeiras com exerccios de memorizao ou, quem sabe, uma gincana educativa

    com contadores de histria.

    Msicas: Onde quiser estar e Fim da histria

    A msica Onde quiser estar aponta vrias cenas da realidade brasileira: seca, rio,

    pobreza, riqueza, religiosidade, cultura etc. Por meio deste tema, podemos realizar

    uma anlise da multiplicidade que h na sociedade. J a msica Fim da Histria, nos

    convida a um questionamento sobre a nossa postura perante os desaos da realidade:

    preciso inamar coraes... regar a terra... tornar o deserto fecundo...

    1.3 Afetividade e sexualidade

    A escola precisa falar sobre o amor como sentimento supremo, capaz de abrigar sob suas

    asas, a amizade, o respeito, o carinho, a paixo, o cuidado, a benevolncia e a justia.

    A abordagem deste tema nas msicas do MOXUARA feita de forma potica e sublime,

    com a inteno de salvaguardar a essncia deste sentimento e de questionar as formas como

    o amor explorado na atualidade, principalmente, nos meios de comunicao de massa e por

    certas msicas.

    Msica: Olhos de Mar

    O texto dessa msica uma metafrica declarao de amor, onde o romantismo se

    revela nos elementos da natureza (arco-ris, estrela-cadente, cu, mar etc). Ela nos

    oportuniza relacionar o amor s coisas belas e grandiosas. A partir da, podemos dis-

    cutir o papel do amor nas diversas dimenses humanas (famlia, relaes de amizade,

    na sexualidade, etc). Pode-se tambm estabelecer uma comparao com as vises de

    amor nos meios de comunicao, sobretudo, na TV e no cinema.

    19

  • A ti no guardo segredo,se souberes ouviralm das histrias que ouvires contar...

    (Flvio Vezzoni)

    A lenda O Pssaro de Fogo

    A lenda capixaba registrada pela historiado-

    ra Maria Stella de Novaes, narra uma histria

    que defende a eternidade do amor. Dois n-

    dios que vencem as barreiras impostas pelas

    rivalidades tribais e seguem juntos at os

    dias atuais. A lenda um bom estmulo para

    buscarmos na literatura brasileira, na histria e no folclore outros exemplos de como

    o amor romntico est presente no imaginrio humano. Outra possibilidade discutir

    os conitos que existem com relao s formas de amar que fogem s convenes,

    por exemplo, o homossexualismo.

    Msica: Cano de ninar

    A msica Cano de Ninar uma declarao de amor entre pais e lhos. Podemos

    desenvolver um estudo sobre as relaes familiares e seus conitos na sociedade

    contempornea. Como a escola lida com os novos desaos que a ausncia, ou a mu-

    dana, da estrutura familiar impe? Qual a atitude da escola, enquanto instituio

    social, diante da violncia contra as crianas, que, por geraes sofrem a ausncia

    dos referenciais paternos e maternos?

    2. BA DO MUSICULTURARTE

    Outros exemplos de possibilidades pedaggicas, colhidas na seara das escolas que o Musi-

    culturarte visitou.

    Leitura individual e/ou coletiva, para anlise e reexo das letras das canes.

    Leitura circular e comentada.

    Estudo da graa MOCHUARA/MOXUARA/MOUCHUARA.

    Entrevista organizada com o GRUPO MOXUARA.

    Jogral.

    Levantamento de questes a partir de trechos das letras das canes, promovendo debates.

    20

  • Construo e interpretao de textos; estudo sobre os regiona-lismos na linguagem. Utilizao do imaginrio para descrever/comentar o que sente ao ouvir uma cano do MOXUARA; o qu

    transmite a letra e a msica/cano, aps ouvi-la (s), ou ouvir os

    diversos sons de pssaros, efeitos e percusso?

    Comparao entre a realidade de hoje e a de ontem (conceitos e termos que se modicam com o passar do tempo).

    Apresentao de projetos ambientais/vdeos desenvolvidos por empresas/empresrios instalados no Esprito Santo.

    Produo de histrias (em quadrinhos) com os temas das can-es.

    Criao de charges com as letras ou parte das canes, ou ainda, a partir dos temas abordados. Ex.: Se quiser me amar, de bom grado aceito a sua paixo. Bom saber das

    cadas do seu corao... (REMENDOS E EMBORNAL, 2 CD: Pontos e Ns) ou: De ma-

    nhzinha, quando o galo canta, eu me levanto para ir pra roa (NO MANDE A GEADA,

    2 CD: Pontos e Ns), etc.

    Interpretao das letras das msicas atravs de desenhos, poesias, cartazes, painis e colagens.

    Gravao ou vdeo, leituras, recitaes e interpretaes (cantadas) das msicas/can-es.

    Interpretao das letras das msicas atravs de pinturas em tecido. Os desenhos podem se transformar, posteriormente, numa bela colcha ou numa cortina.

    Montagens de peas teatrais baseadas em contos populares, a partir das descobertas obtidas mediante a anlise das msicas.

    Confeco de instrumentos musicais, utilizando-se de materiais descartveis.

    Utilizao de massas e colagens para confeco dos objetos/imagens citados nas m-sicas.

    Organizao do coral da escola.

    Construo de murais, painis e mosaicos, inspirados nos temas musicais.

    21

  • Estudo dos diversos aspectos geogrcos que podem ser capta-dos atravs da interpretao das msicas do MOXUARA: aspectos

    humanos e polticos; geograa espacial; a economia e a lgica de

    mercado que, de um lado engloba e do outro, exclui; o planeta e as

    caractersticas de sua ocupao; as diversas culturas; a distribuio

    populacional; identicao, no mapa, das regies citadas nas can-

    es direta ou indiretamente; os relevos; os problemas do mundo

    urbano e a relao cidade x campo.

    Estudo e desenho, ou pintura, da geograa local. O recorte do desenho ou da pintura pode se transformar em um quebra-ca-

    bea, cujas partes, so guras geomtricas, sobre as quais se podem elaborar os clculos

    de rea, de ngulos, etc. e operaes matemticas bsicas.

    Estudos sobre os fenmenos qumicos que se desencadeiam internamente quando ex-perimentamos emoes diferenciadas; estudo da relao dos gases e sua importncia para

    a sobrevivncia do planeta; as plantas; a humanidade; os animais; os elementos qumicos

    utilizados na produo de materiais no-degradveis; que tratamento devemos aplicar, a

    tais materiais? Como os agentes qumicos, mal manipulados, podem levar morte de rios e

    poluio do solo e dos lenis subterrneos de gua.

    Identicao dos elementos da natureza atravs dos sons: Ex. sol, terra, lua, gua, vento, etc.

    Apresentao das aves da cano Crepsculo e reexo sobre os diversos efeitos causados pelo desequilbrio ambiental.

    Estudos sobre as plantas e animais citados nas canes; exposio oral utilizando-se de cartazes, slides, documentrios, etc. sobre a composio de certas folhas, rvores,

    animais; estudos sobre a importncia do equilbrio na cadeia alimentar (o ciclo da vida,

    os gases, as plantas, os animais); a importncia da respirao para o ato de cantar; o que

    ocorre no nosso corpo quando realizamos esses movimentos? Os msculos e seus movimen-

    tos na dana. interessante um estudo sobre a sexualidade a partir do tema amor, mos-

    trando a importncia do sexo na vida do ser humano, ao mesmo tempo em que se orienta

    sobre os cuidados necessrios para uma sexualidade pautada na preveno e no respeito.

    22

  • Histrico ou biograa do GRUPO MOXUARA.

    A partir da lenda O Pssaro de fogo, promover uma pesquisa sobre o repertrio de lendas brasileiras e de lendas do municpio onde se loca-

    liza a escola atendida.

    Estudar as desigualdades sociais (local, nacional e mundial) a partir das letras. Pode-se estudar a degradao ambiental de regies analisan-

    do-as a partir da interpretao de algumas canes, buscando na Histria,

    paralelos de degradao (por exemplo, na Europa a partir da Revoluo

    Industrial e no Brasil no incio colonizao). Economia, poltica, religio, cul-

    tura, preservao x degradao do planeta, a humanidade no novo milnio so

    temas que podero ser abordados enfatizando as relaes humanas (escravi-

    do e discriminao racial, por exemplo).

    Levantamento dos conhecimentos prvios e socializao sobre a concepo (o que pensa) de humanidade-mundo-escola-educao.

    Reviso de conceitos ticos em relao humanidade e natureza.

    Organizao de coreograas, danas (como a capoeira, por exemplo), dramatizaes e declamaes.

    Organizao de atividades de dana e/ou biodana, utilizando as msicas dos CDs, que podem ser coordenadas pelos prossionais da Educao Fsica, para professores e pro-

    fessoras, alunas e alunos que queiram participar. Alguns minutos de relaxamento, antes do

    incio dos trabalhos dirios.

    Exerccios de coordenao motora atravs de ritmos executados com as mos.

    Reproduo de sons a partir dos desenhos das notas musicais, utilizando-se das mos e da voz.

    Pesquisa sobre a capoeira, o maculel, o congo, o jongo, o catira, a congada, o forr, etc. Como, onde e em que regio do Brasil ou do Esprito Santo, se apresentam, ou so en-

    contrados? Tcnica de relaxamento e reexes sobre como a msica pode inuenciar, ao

    mesmo tempo, o exerccio da mente (letra e melodia) e do corpo (ritmos); os alunos podem

    organizar uma apresentao de dana, aos pares, com vestimentas tpicas de cada tipo de

    manifestao, por exemplo.

    23

  • Um mundo novo encalhadoem algum lugar dessas estradas

    o tempo esqueceu.(Flvio Vezzoni)

    Tcnica de relaxamento para a busca do equilbrio mente x corpo, como a fsica que busca estudar o relacionamento dos corpos em busca do equilbrio, seus movimentos, a

    fora; estudo de terminologias com signicados contrrios; a velocidade constante de-

    terminando o andamento dos compassos; acelerao e desacelerao; estudo sobre as

    medidas de intensidade dos sons grave, mdio e agudo.

    Pesquisa sobre a concepo matemtica da origem das notas musicais (Pitgoras).

    Demonstrao, com tambores, da diviso e a durao das notas musicais no contexto do estudo das fraes: 1 inteiro simbolizado por uma nica e longa nota, que se obtm com

    uma batida no tambor; a frao representada por duas notas, cuja durao total igual

    durao da primeira nota; simbolizado por quatro batidas que, juntas, devem ter a

    mesma durao que a primeira, e assim sucessivamente, para outras subdivises. Podemos,

    ento, construir um ritmo musical, utilizando fraes. (Atividade criada e desenvolvida na

    escola Eliane Rodrigues, da rede pblica municipal de Vitria-ES, no ano 2001)

    Estudo sobre como a Matemtica se insere no estudo da msica, qual sua importncia? A subdiviso dos compassos; as guras geomtricas imaginrias que denem os compas-

    sos, como, por exemplo, o tringulo que , ao mesmo tempo, um instrumento musical, e uma

    gura geomtrica e que pode ser utilizada para se entender o compasso de 3 tempos das

    composies de valsas, baladas e outros ritmos valseados.

    Utilizar a msica do MOXUARA para relaxamento antes de exerccios complexos (ava-liao comparativa de resultados). Com os alunos menores pode-se adotar a msica para

    ensinar a contar (nmero de versos, de estrofes ou de compassos).

    Utilizar guras geomtricas e/ou fraes para reapresentao dos textos poticos (por exemplo: ando procurando para estar + com voc) e jogos: por exemplo, um quebra-

    cabeas com desenhos criados a partir dos temas das msicas do MOXUARA.

    Atividades especcas com crianas PNE (Portadoras de Necessidades Especiais).

    24

  • 3. REVIRANDO O BA

    No fundo do ba do Musiculturarte, est a nossa matria-prima, pronta para ser revirada, lapidada e moldada pelas mos dos trabalhadores da arte.

    3.1 Repertrio musical

    3.1.1 CD Quarto Crescente

    1- DA JANELA (*) Flvio Vezzoni

    G G7+Trem no trilho, milho ao sol,Em Cmato ralo deixa nu o cho.G DP na lida, enxada mo, C G D Gp, poeira, vento.

    G D/F#Galho seco, um sono, um sonho, Em Cuma estradinha sem destino.G DPonto verde, boi, vaqueiro, C G G7trem no trilho... no rosto o sol.

    CVoz, viola, o canto, Ga saudade amarga a hora.D C G D G Violeiro na janela, preso o canto.

    (*): Msica regravada no CD Musiculturarte, com a tonalidade modicada para:Tom: CHarmonia (acordes): C C7+ Am F G G/B C7

    2 - LUZ DA ESCURIDO (*) Flvio Vezzoni

    G D9/AQuando cala o som, G/B G/C fala mais alto o corao.Am7 CQuando cala a luz,Am7/B D7fala a escurido.

    G D/F#Sem nada a resolver,Em C resta o calar, ouvir Am7/B Ga ausncia das palavras, Am7 D7um universo to homem C/E C G G7to menino.C DUm tempo sem fronteiras, G D/F# Em Cfantasias pelo ar. O mundo meu, Am7/B Am7 D7 s deixar falar a voz da solido. G D/F#Sou folha ao vento, sou luar, Em Cpoesia, sou cano, Gsol nas montanhas, Am7 D7sozinho...soluos... C/E C Gsou silncio.

    (*): Msica regravada no CD Musiculturarte, com a mesma tonalidade.

    3 - NASCE UMA CANO Flvio Vezzoni

    Intr.: Eb7+ Fm7 Eb7+ Cm Bb Ab7+/9 Bb/C Bb

    Eb7+ Fm7Ento se fez a luz...e os primeiros passos Eb7+ tateiam o escuro.Fm7 Eb7+ preciso car...chegar.

    Cm Bb Ab7+/9 Bb

    Eb7+ No sei dos caminhos, Fm7nem onde vo dar... se vo. Eb7+ Que uma voz me tenha urgeFm7 pra poder estar. Eb7+ BbMe vestir da melodia Ab7+/9 Bbpra outra boca me contar.Eb7+ Bb/D CmVou, me tenho presente,Gm Ab Abm na voz do povo, a paixo.Eb7+ Bb/D Cm GmVou, me fao at por mim Ab Abmpra dizer, s pra dizer... (Eb7+ Fm7) solo D7+nasci.

    Eb7+ Fm7 Ento se fez a luz Eb7+ Fm7e me pus a caminhar Eb7+ Ab7+/9noutros caminhos ou pelo ar.Bb

    25

  • 4 - BALACHO Flvio Vezzoni

    (A F#m4 )Na cadncia do balano baixoa cangaia do balacho,balacho, baix.Enquanto canta o galo na cumiera,esburra o leite na leitera, chera,o dia clare.

    Ferradura presa na solera,calango na ribancera,bate o ferro na puera,trote lento, passo bambo,balacho cai na cadnciado balano do balaio,faz caminho pelo pasto,rasga um pedao de cho.

    Mariazinha colhe a lenha traz pra sorte, que j trovej no norte, So Pedro vai desagu.V se no molha as cala presa no arame,traz pra dentro, reza pra Santa Luzia abeno.

    Balacho passa, passando pisando baixo, passa a chuva, passa o passoe a cadncia do compasso do balacho se quebr.Enquanto passa, escurrega morro abaixo.Passa a chuva, passa o passos num passa o passad.

    Na cadncia........Santa Luzia Abeno.

    Balacho passa.... Passad.

    5 - ORAO DO LAVRADOR Flvio Vezzoni

    ( B11/E B11/F# B/A B )Oh! Santo dono da claridade, tenha em seus braos a prenha terra, aquea o ninho do nosso po.

    A guardi do vosso descansodeixai atenta ao m do dia,enquanto durmo o sono humano,pra garantir o novo ser.

    Oh! Deus da cura, bondoso tempoque a vida possa romper o solopor tuas lgrimas regado.O canto do vento j anunciaa nova estao.Amm.

    6 - FIM DA HISTRIA Flvio Vezzoni

    Intr.: D9 Dm9 C6/D D4/9 D

    DJ possvel dizer que morreu.Que o nal da histria chegou. C/EUm mundo novo encalhado C12 G/B G/Bbem algum lugar dessas estradas G/A Do tempo esqueceu. C DNo v embora sem me dizer. C DO homem novo quem realizar? C D preciso inamar coraes. C D Que o medo no impea as mosC D e os caminhos das novas geraes. C F#2-/5+/7 D/F#No v embora..... C DQuem vai fazer a semente brotar, C Da terra seca regar com o suor; C/E C12 G/B e duvidar das verdades, verdades,G/Bb G/A Dverdades eternas.C DV, nada mudou! C DAinda preciso regar a semente. C DTornar o deserto fecundo. C D C DFecundar a terra. Fecundar os sonhos. C D C DFecundar a semente. Fecundar o homem. CFecundar....

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  • 7 - NARCISO Flvio Vezzoni

    Intr.: (G Em Em/D)

    G Em Em/D C7+Bom te ver pela ltima vez. G Em E uma estrela que brinca de esconde-esconde, G Em Eb sobe, desce, desaparece e brota feito luz F# D7/F# G D/F#dentro do seu olhar. EmDentro do seu olhar, Guma tarde cor de tempo, Em Em/D G D/F#laranjeira na beira da estrada. C7+ G F# D7/F# G D/F#E um cantar sombrio me faz voar. EmDentro do meu olhar, Guma tarde cor de tempo, Em Em/D G D/F#laranjeira na beira da estrada. C7+ G F# D7/F# G D/F#E um cantar sombrio me faz sonhar.Em Em/D C7+ G D/F# Voar feito passarinho, Em Em/D C7+ G D/F#sonhar feito um menino.Em Em/D C7+ G F# G D/F# ...feito sabi voar. EmDentro do nosso olhar, Guma tarde cor de tempo, Em Em/D G D/F#laranjeira na beira da estrada. C7+ G F# D7/F# G D/F#E um cantar sombrio me faz sonhar. Em Em/D C7+ G D/F#Sonhar feito passarinho.Em Em/D C7+ G D/F#Voar feito um menino.Em Em/D C7+ G F# G D/F# ....feito sabi, voar.

    8 - POESIA (*) Flvio Vezzoni

    Intr.: ( G6 G6/F# C/E Em C Bm4 Am D C/E D/F# )

    G D/F#T no cho rachado seca, C/E Emno limiar da nova or. C BmNo orvalhar da madrugada, Am7 D7no olhar na escurido. G D/F#Na luz da lua, no teu cheiro, C/E Emnos caminhos do peo.C BmNo silncio dos teus braos, Am7 D7no abrao da solido.

    G D/F#Na prece rogada ao vento, C/E Emna cegueira do clarear.C BmNo murchar, no desalento, Am7 D7no dormir sem despertar.

    G D/F#Nas lgrimas, no sorriso, C/E Emno s, na multido. C BmCantar nem preciso Am7 D7soa como uma cano que G D/F#ecoa nos estalosC/E Emdo canavial. C BmE acorda a lha dos sonhos Am7 D7para um novo ser... para o novo.

    (G D/F# C/E Em C Bm Am7 D7)

    (*): Msica regravada no CD Musiculturarte, com a tonalidade modicada para:Tom: DHarmonia (acordes): D A/C# G Bm G F#m Em A7

    27

  • 9 - LEMBRAR Flvio Vezzoni

    ( Bm/D Em7 )Vou-me embora,levo a mala e a velha cano,nas mos, no peito.Deixo aqui nada maispra recordar do que um mundoque o tempo far lembrana G Gm5e a impresso que o univer so (Bm/D Em7)me trar.

    Vai comigo um sonho,a casinha, o luar, um violo,um choro.Um inverno, uma estao,um te amo, um at.

    Levo mais, muito maisque a velha cano.E o vagar nas lembranasme traz tua luz.Um soluo eternamente seu.Senhora, que um dia,me fez.

    10 - CANTADOR (*) Flvio Vezzoni

    E B7Pego a sacola, visto a viola, A Evou cantar uma nova vida noutra regio. A E Uma estao qualquer preferida, A E meu ponto de partida, de chegada at. A EEu vou de trem, barcaa ou avio, A Ese carrego um corao eu chego at a p. A EEu vou de trem, barcaa ou avio, A Eeu carrego o corao e chego at a p.

    B7 AC vem comigo, vem, Maria, vem!A EVoc vai cantar comigo noutra regio. A EC vem comigo, vem, Maria, vem, mas A E A E A Ese vem comigo, traz o corao! E B7Nenhum lugar um bom lugar A Equando se sai pelo caminho e no se quer chegar. A E Vou caminhando feito folha ao vento, A Esem pressa, no pergunto onde vai me levar. A ESem compromisso sigo a passo lento, A Evou cantando a alvorada de outro madrugar.

    B7L, bem em frente, uma estao perdida! A ENo a preferida mas bom lugar. A EPara cantar uma nova vida, A Eat que o vento sopre e me leve pra l... A EQue importa o trem, barcaa ou avio, A Ese carrego o corao, aonde vou chegar? A ENo importa o trem barcaa ou avio, A Eeu carrego o corao, bom mesmo cantar.

    (*): Msica regravada no CD Musiculturarte, com a mesma tonalidade.

    28

  • 11 - POT-POURRI Domnio Popular, trechos adaptados por Tavinho Moura e Fernando Brant Organizao: Moxuara

    G C D G Ol mulher rendeira, ol mulher rend, Em Am Dtu me ensina a fazer renda, que eu te ensino G a namorar. (2x) C G Esse moo de onde vem? Esse moo C G pra onde vai? (2x)

    C Eu no sou daqui - marinheiro s. G Em Eu no tenho amor - marinheiro s. Am D7Eu sou da Bahia - marinheiro s. G De So Salvador - marinheiro s DO marinheiro, marinheiro - marinheiro s. G Oi quem te ensinou a nadar - marinheiro s. DFoi o tombo do navio - marinheiro s. GOu foi o balano do mar - marinheiro s. C L vem, l vem - marinheiro s. G EmComo ele vem faceiro - marinheiro s. Am D7Todo de branco - marinheiro s. G Com seu bonezinho - marinheiro s.GQuem te ensinou a nadar marinheiro.Quem de ensinou a nadar marinheiro.

    C G D G Foi, foi, moreninha, foi os peixinhos do mar (2x)

    Ou foi a...G C G Gente que vem de Lisboa, gente que vem pelo mar. Am D7 Lao de ta amarela na ponta da vela Gno meio do mar (2x) G C Ol mulher rendeira....pra onde vai?

    G DBeira-mar, beirar mar novo, foi s eu que cantei, G D G C G beira-mar, adeus dona, adeus riacho de areia.

    G DVou buscar amor mais longe, que os de perto j deixei, G D G beira-mar , adeus dona, adeus riacho de areia. D G D Adeus, adeus, dona adeus, eu j vou-me embora.

    Eu morava no fundo dgua, no sei quando voltarei... G G C GEu sou canoeiro.

    BANDA DE CONGO SO SEBASTIO DE TAQUARUU

    Oi no p da pedra tem gua, oi tem gua no p da pedra (2x)Tem gua, tem gua, no p da pedra tem gua (2x)Eu mandei carimb, eu mandei carimb, eu mandei carimbmeu dinheiro, eu mandei carimb (2x)Eu vou, eu vou, eu vou carimb meu dinheiro, eu vou (2x)

    12 - LUA CHEIA (*) Flvio VezzoniIntr.: Em7/A Em6/A Em/G Em6/A

    D A/C# Brinca no cu, campeia lua, G D D11lua cheia, amarela e meia.

    D A/C#Doura de um dourado pardo G pardeando a tarde, D D11o desmaiar do dia. D D/C Ela nova, renova o manto G/B Bb C Arevela o canto do rei cabur.

    D A/C#Cabur-do-sol campeia, G Dlua, lua, cheia, amarela e meia A B/C# Bm/C#pardeando a tarde, o anoitecer.

    D A/C# Cabur-do-sol campeia lua, G Dlua cheia, amarela e meia A D6pardeando a noite, o amanhecer.

    (*): Msica regravada no CD Musiculturarte, com a tonalidade modicada para:Tom: GHarmonia (acordes): G D/F# C G11 G/F C/E D# F D B/C# Bm/C# G629

  • 1-REMENDOS E EMBORNAL (*) Flvio Vezzoni

    G D CNo trago no bolso tesouro das Minas, Gerais, D C Dnem trago no copo a cana das bandas do norte. G D CNo trago no alforje couraas dos pampas do sul, D C Dnem trago comigo mentiras do planalto central. C D CSe quiser me amar de bom grado aceito a sua paixo. D CBom saber das cadas do seu corao. G D CNo trago no peito pedaos de antigas paixes. D C DPassei por estradas sem volta de nica mo. G D C E os trechos desentoados de antigas canes D C D caram, sem eco, nos trilhos da velha estao. C GVim de longe, das cinzas de um velho ba. C GMatinadas, cantigas, guardei pra servir a quem segue. C DMe segue, o cruzeiro do sul.

    (Bm Em C D) G D CEu trago no canto um tesouro das Minas Gerais. D C DTambm j bebi cantoria nos copos do norte. G No alforje viagens. D CNo peito, cantigas do sul. D C DNo som da viola, matizes do planalto central

    (*): Msica regravada no CD Musiculturarte, com a tonalidade modicada para:Tom: CHarmonia (acordes): C G F Em Am

    2- NO MANDE A GEADA (*) Maria do Cu

    EDe manhzinha, quando o galo canta, E7 Aeu me levanto para ir pra roa. B7Enxada ao ombro, vou l pro caf, Edeixo Rosinha cuidando da choa. AVou capinar aquele mato duro Eque est matando a minha lavoura. F#m B7E bem baixinho, mas, com devoo, A Eeu vou rezando a minha orao: E C#mMeu Deus, meu Deus, A B7 E no mande a geada, no! ( Bis ) E Se meu caf crescer assim, bonito, E7 Aano que vem eu vou poder comprar B7 aquelas coisas que, l na cidade, Eminha famlia vive a namorar. A Enquanto a enxada vai partindo o mato E E7Me o suor escorre do meu rosto, F#m B7e bem baixinho, mas, com devoo, A Eeu vou rezando a minha orao: Meu Deus..

    (*): Msica regravada no CD Musiculturarte, com a tonalidade modicada para:Tom: CHarmonia (acordes): C C7 F G7 Dm Am C7M

    3.1.2 CD Pontos e Ns

    30

  • 3- MEMRIAS Flvio Vezzoni

    G CO Velho trem na estao parou, G Cos ps descalos nos degraus pisaram.G CMais um trecho de histria, G C Gnos trilhos, na ferrugem dos vages. G CMemrias incontidas, universos,G Ctantas bocas, tantos ps... G9 F9Subindo e descendo cordilheiras,Em Em/D C9 G7M Gm/E Gm/Ebmilharais, paineiras,fumegando os cus... De vai... e vem! C GHomens, mulheres, trajetos e planos,C Gconstruindo, virando os danos C G Cde eternidades vs, vai carregando. G C GO velho trem da estao saiu. C GQuem viveu, viveu e viu. C GMas, se perdeu a hora, certo, C G C no demora, vai ouvir de ouvir dizer. G C GMemrias vo e vm!

    E F#m E F#m E F#mda noite e vo... vo se juntar aos meninos de l.A D AOs meninos de l so passado, D Apassados a o de faco. D AOlha a roda, a ciranda de guerra! D A Olha o sangue, o cordeiro que berra! D A... o sangue que serve o cantor.

    (*): Msica regravada no CD Musiculturarte, com a tonalidade modicada para:Tom: BHarmonia (acordes): B E D#m G#m F# A

    5- SOBREVIVER (*) Flvio Vezzoni

    GPassa nos cus, Cabre caminho nas nuvens,G traa quadras de um sonhador Ccondor do ar.G CPssaro livre viaja e vai!G Quem voa contigo, Csabe o quanto preciso viver. D GE assim que a nova estao D G D D# Dzer orir o meu jardim.GE no for preciso mais me esconder Ccontigo voarei.GPassa nos cus, abre caminho Cque eu vou.GEu vo contigo, sei o quanto C preciso viver. Obs.: 2 vez: E assim que a novaestao zer orir nosso jardim

    (*): Msica regravada no CD Musiculturarte, com a tonalidade modicada para:Tom: BbHarmonia (acordes):Bb Bb7M D# F

    4- OS MENINOS DA BAA DE VITRIA (*) Flvio Vezzoni

    A D ATem um menino subindo a ladeira, D Atem gente correndo na noite! D AUm estampido ecoa no beco! D ATem um corpo estendido no cho! C#m F#m C#m F#m que os meninos da baa de Vitria vo pra alm do marE F#mDo senhor do Bom Fim.A C#m F#m E F#m que os meninos da baa de Vitria esto pra viajar.E D F#m o santo viajando pro Rio! E F#m o rio que vai dar no bom m! E F#m Os meninos de c passeiam pelas margens

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  • 7- DEPOIS DE NS Flvio Vezzoni

    G D Nada alm de um canto, um cheiro, Bm Emum velho boto no bolso.C G C D GNada alm da rosa seca entre as folhas do caderno azul.G DNada alm de um canto, um cheiro, Bm Emum velho boto no bolso.C D C GNada alm das pginas de um poeta morto. C D/C Bm EmDo passado, s lembrana ir restar para ns dois.C D GBelo o que vir depois! C D/C Bm EmDo passado, s lembrana ir restar para ns dois.

    8- CANTAROLAR Flvio Vezzoni

    DAcorda, menino, e espalha o meu cantar!Espalha pelos quatro cantos do mundo...eia, eia , eia. No ligue pra histria, por ele h de passar!Nas cantigas de roda nos cantos, G D G Ddos cantos, pros cantos, eia, eia. G DCantarolando pela estrada a fora, G Dno passo certo do compasso vai, G Dque a molecada logo se arrebanha G De te acompanha no cantarolar! C GRoda ciranda, vira, briga, guerra! E A a fora do meu canto a rasgar o cho! G DBrota pra vida, traz da madrugada G Do brilho da alvorada que h de vingar! D# DQue h de vingar! D CBate com fora, arrasta o p na terra, D# Dque a poeira cuidar de colorir! D festa dana vamo mulecada, deixa meninada o meu canto uir! Eia!

    6- CREPSCULO (*) Flvio Vezzoni

    F#m EDescem pro mar D F#mas guas barrentas do Itapemirim.D E F#m Um ltimo bonde me levar,E F#mjunto das guas, de encontro com o mar. E F#mSilenciou o mato...um tiro ecoou!D E F#mMacuco, ja, capoeira, mutum. E F#m E F#mNo voar por aqui guar, tuiuiu, magua. A E F#mO destino me deu este canto pra contar.D E F#mQuero-quero que cante se um dia calar. E F#mCante por mim, conte! D E F#mNo vou no ar, nem de bonde, E F#mde encontro com o mar.D E F#mQue levem meu corpo a navegar,E F#mde encontro com o mar,E D F#mas guas barrentas do Itapemirim.

    (*): Msica regravada no CD Musiculturarte, com a tonalidade modicada para:Tom: AmHarmonia (acordes): Am G F Am

    C Am D C D Em Belo o que vir... depois... do anoitecer! C D GDepois do amanhecer! G DNada alm da cicatriz Bm Emque a marca j no faz lembrar.C G C GNada alm do bom sabor de ter passado por a. C D/C Bm Em Restar, certo, um tempo novo a caminhar, C D Galm das linhas do caderno azul. C DRosa, boto no bolso, um velho cheiro,Bm Em Cuma cicatriz e o bom saborD C Gde um canto novo pra compor.

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  • 9- VERSOS DE POESIA HIPCRITA Flvio Vezzoni

    G DAperta o peito, di o ventre Em Bmamargura amarga a vida de cantar.C, parece, G G/Avem brotando das entranhas da misria Duma cano. G DTantos quantos nus, sem dentes Eme os aplausos dessa gente Bm C D Gque nunca me viu chorar. G D EmDesse lado do planeta d licena moo Bmpra eu poder cantar! C GAs dores que lhe incomodam A Drecito em versos num ato de f. G DAs lgrimas lhe encharcam o peito Em Bme no chegam a molhar a ponta do meu p.C D G, novo dia vir!G DZ, Maria, e Joo Em Bme Pedro - da misria a inspirao.C GNus, sem dentes, essa gente A Dainda traz os grilhos de escravido. G DAs lgrimas lhe encharcam peito Em Bme no chegam a molhar a ponta do meu p.C D G D Em Bm G D Em B7, novo dia vir!(E F# A B7 E A B7 C D G F/G G7)

    (modulao para C)

    10- ONDE QUISER ESTAR Flvio Vezzoni

    E DJ resisti s secas do serto, Efui condente do mandacaru. Plantei nas terras de nosso senhor. D ADesci a serra no Santa Maria C B7 Ecom o vento de guia e o cu protetor. D No tem saudade, no tem choro, E Dno tem pena, s um olhar e uma cena Ej me bastam pra voar. DSou beija-or Edourando o cheiro da aucena, Dnavego mesmo sem vela, E Dvou onde quiser estar. D EE vou vingando a cada primavera. D ECheguei aqui e venho pra car. D AFora da gente vencer fronteiras C B7 Ee a cada nova era eu vou comungar: D E casa pobre, casa rica e de favela, Dmorro, beco e pinguela, Elivro, tero e patu; Dtambor de morro, Ea ribalta, na avenida, Daprendendo a cantiga, E Dvou onde quiser estar.

    33

  • 11- PERMANESCENTE Marcos Cco/Flvio Vezzoni

    (introduo)(Bm A E/G# G A/G D)

    D/F# A/C#Sereno orvalho, Gencanto das tardes Gm D/F#em que adormeci ao teu lado. G D D/C GE me z delirar pela fresta da janela A/G (introduo)reetida no teu olhar. Bm A E/G#Clareia meus caminhos,G A/Gquarto crescente de mim.D/F# D/C GNoiva da madrugada, G A/G (introduo)o m do choro sem m. D A/C# GMesmo confusa a cantilena das guas Gm D/F#- caminhos, trilhas, paixes. G DComo o eterno estradar da vida G A/G D - viagens, sorrisos, razes. Bm A E/G#Clareia meus caminhos,G A/Gquarto crescente de mim.D/F# D/C GNoiva da madrugada, A/G Do m do choro sem m. (Bis) (introduo)

    12- OLHOS DE MAR Flvio Vezzoni

    E C#m G#mCantarei eternamente at, A E E7M Ase preciso for, morrer, viver! E C#m G#mSerei estrela cadente no cu, A9 E E7Mum risco de lua, um pingo de nota no ar! A7M B/A G#m C#m C#m/BA ti no guardo segredo, G#m A9se souberes ouvir almdas estrias que ouvires E E7M D7Mcontar, contar, contar. E C#m G#m to brilhante poder te sentir A9sem querer fugir... E C#m G#mno cu, um arco-ris mudando de cor... A9 E A9 EDeixa pra mim orescer a fora que vem, A9 F# ETudo que vem, dos teus olhos de mar

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  • 11 - CANO DE NINAR Jos Elias

    C F CSe o seu andar bambeia C F CSe ainda no d pra falar F F#dim C C#dimJ me basta seu sorriso Dm7 F/G CPara me encontrar

    C F CEm meu colo j no cabe C F CMundo novo a conquistar F F#dim C C#dimAventuras pela sala Dm7 F/G CCai aqui, bate ali, acol

    G C G GBate as mozinhas, quer afeioD G D GFaz pirracinha, quer atenoF C Brinca de esconde com a moDm G CRola no cho.

    (F C G7 C F C G7 C)

    C F CMas a tarde vai caindo C F CSeus olhinhos querem descansar F F#dim C C#dimDorme, dorme, sonha, sonhaDm7 F/G CPra amanh recomear.

    F CDorme meu anjinho G Aqui sempre estarei CPara te cuidar

    3.1.3 CD Musiculturarte

    O CD

    Musiculturarte,

    cuja gravao contou com a

    participao dos alunos de

    diversas escolas, fruto

    da parceria entre o Progra-

    ma de Comunicao Ambiental

    da Companhia Siderrgica de

    Tubaro e MOXUARA. Seu

    repertrio, exceto a msica

    Cano de ninar, descrita nas linhas ao lado, com-

    pe-se das peas musicais Da janela, luz da es-

    curido, Poesia, Cantador e Lua Cheia, que fazem

    parte do Cd Quarto Crescente, (p. 25) e das peas

    musicais Remendos e embornal, No mande a geada,

    Os meninos da baa de Vitria, Sobrevi-

    ver e Crepsculo que fazem parte do

    CD Pontos e Ns. (p. 30)

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  • 1 - CORPO E ALMA Flvio Vezzoni

    FSabe? Bb FNo sei o quanto o tempo passa, Bb Feu, que nem sei o tanto que vivi.Bb FTambm no sei o quanto a vida abraa Bb Fdas dores, de ns, dos dias que perdi.

    FSabe? Bb FNo sei se a vida vira a barca, Bb Fse, de roda, carrega os mitos que herdei.Bb FTambm no sei o quanto ela tragaBb Fdos risos, de ns, dos dias que ganhei.

    A BbEntretanto, se refaam Fidas e vindas, beijos e adeus Bb F a noite sempre suspende a alvorada. C BbAt que te surpreendas calada, C Fsem querer, sequer, saber por onde andei.

    2 - CRISTAIS Flvio Vezzoni/Marcos Cco

    C7M/G B7M Am D/F#

    G G/FAmanheci assim... Cquerendo ver de mim, Am G/B C D/F# Am Bm por entre as gretas da brutalidade,

    3.1.4 CD Tempo de Colher F7M/A Bb9 F Gum leve sinal sim e no de outra metadeC D/F# Am D/F#a bater porta do quarto de dormir.

    Am BmSobre a cmoda, C D/F# uma vila de cristais,Am Bm C D G C Gvidros e doces perfumes.

    C D/F# Sim, h cumplicidade e complexidade no arG C G Ca trafegar as vias das almas dbias: D/F# Emsaber e seduo. G C D/F# G Interminvel labirinto de mistrios mudando

    vidas mil. G C D/F# GE o que delas, parece j ter sido meu.

    3 - QUE FIM LEVARAM TODAS AS FLORES Joo Ricardo

    C GQue m levaram todas as ores, G7 Cque o preto velho me contava? GQue m levaram todas as ores, G7 Cque a rainha louca no gostava?

    C7 FQue lapela a moa carregava? CQue o olhar de todos me lembrava? GQue m levaram todas as ores G7 Cque qualquer coisa no estragava?

    C7 FEm qualquer dia que pedia Ccom grande amor e alegria. GQue m levaram todas as ores que a Ccriana, s vezes, me pedia?

    C7 FQue lapela a morta carregava...C GQue m levaram todas as ores?

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  • 4 - CAMAR Flvio Vezzoni

    D ECamar s morre quando morre a terra. D EA terra morre quando morre o camar. D EEu, nos teus braos, sou promessa, uma quimera! D ESou chuva e seca, sou a or, sou camar

    D EAbacaxi plantado no p da serra, D Ecoroa doce, sabugo de anan, D Eeu te espero no trevo da primavera, D Esou gua mansa, boiando no gravat. D EO boa-noite tem cara que o dia chega. D EA gua quente borbulha no caldeiro. D ETeu olhar me nega, mas no me desespera! D ELadro, reluto na hora da redeno!

    Porque camar....

    D ETua moeda compra toda liberdade, D Emas no garante a ti as chaves da priso D EAqui, de longe, eu me farto da saudade. D EQueria, mesmo, sustentar minha paixo. G C GEta, paixo que do tamanho da verdade! D C EmMinha verdade, eu sei, tua perdio. A C#mFilosoa parte, quero a eternidade. D A E Ela me cabe no bater do corao.

    5 - MAR E MONTANHA Marcos Cco

    E9Entre serra e mar, F#m11/7/C#das tardes num rio a se banhar, A B7 E B7os pensamentos vagueiam num dourado cu de acol.E F#m11/7/C#Vales e montanhas, verde e azul de uma terra ao lu... A B7 EDorme um sonho de quem acredita naquele lugar.

    6 - TEMPO DE COLHER Flvio Vezzoni

    G C GAndo caando pedaos de mim,G G/F Cremexendo o que cou da exploso.Am Ando por sobre os destroos D/F#do jardim,C D/F#procurando a or do perdo.

    G C GAndo caando pedaos de ti, G/F Cremexendo o que cou desse no.Am D/F#Procurando a or do jardim,G Cando por sobre os destroos D/F# C Gdo perdo.

    D/F# CDa primavera,G C Gdo que plantamos cou: G/F Cum olhar da janela G e uma ptala...e uma ptala.

    C D/F#Em roda da pedra ou na Barra G Cum congo a cantarolar, a danar...Am Ticumb nas dunas,D/F# G B7Jongo e Folia vm l.

    EGente que planta a semente, F#m11/7/C#sopro de vida de um ser maior...A B7 ECala a palavra e o que fala a vida ao luar

    CEm roda da pedra...EEntre serra e mar...

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  • 8 - ADONDE C VAI? Wagner Moura

    EViajando no cu estrelado, C#mVi, da janela do meu sobrado, A EA lua dizendo pra estrela, A B7que o sol se tapa com a peneira.Entonce eu vi aA E A E A G#m F#m Eterra, terra, terra.

    B7 E A EVento! Vento! A G#m F#m E Adonde c vai B7 Ecom minha ?

    7 - CUIAM Jos Elias / Flvio Vezzoni

    A F#mA meia-lua no cu avermelhou. A F#mErgueu a lua, um canto ecoou. E D/F# F#mA liberdade no couro do tamb. E D/F# F#mA lua, girassol, a roda girou.

    B F#mFloreia pomba, or do sol, B F#mque cuiam, no vento, vai danar B F#msob o manto da cor da lua. B F#m D quando a lua beija o mar.C# Bm F#m EMar da dor, da cor, dos tons, D/F# F#mdas tranas dos lhos de Can.

    A Veio do som dos pores, dos negreiros, F#m um canto de fora, de raa e vigor.ABerimbau, ginga, atabaque. F#mEle bate no peito

    e rebate na palma da moBMente quem diz um lamento F#mna voz do grilhado que o grito entoou.D/F# E F#mNa roda, luz, redeno.

    9 - FORROZINHO Flvio Vezzoni

    Em AmUma cantiga bonitinha, bem, B7 Emme leva no balano, feito marejar. AmVai velejando o barquinho vai, B7 Emlevando o marinheiro para o alto mar.

    AmEu vou cantando, mar. EmEu vou cantando , mar. AmRemando, velejando, Emeu vou cantando, mar

    Em AmPelo caminho encontrei, meu bem, B7 Emaquela gente boa que o Tadeu falou, AmQue vem de Lisboa, vindo pelo mar, B7 EmCom uma ta amarela presa, a navegar.

    C