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– 89    B    I    O    L    O    G    I    A    B    D    E FRENTE 1 Genética MÓDULO 19 Polialelia e Imunologia 1. POLIALELIA OU ALELOS MÚLTIPLOS Os casos de herança até agora estudados envolviam sempre carac - teres determinados por dois alelos, um dominante e outro recessivo. Exis- tem, entretanto, casos de heran ça em que um caráter é determinado por mais de dois alelos, constituindo uma série de alelos múltiplos. Tais alelos são produzidos por mutação de um gene inicial e ocupam o mesmo lócus em cromossomos homólogos. As rela- ções entre os diversos alelos da série são variáveis, podendo existir do- minância completa e incompleta. Resumindo: alelos múltiplos são séries de três ou mais formas alterna- tivas de um mesmo gene, locali zados no mesmo lócus em cromossomos homólogos e interagindo dois a dois na determinação de um ca ráter. 2. A COR DA PELAGEM EM COELHOS Em coelhos domésticos, a cor da pelagem é determinada por uma sé - rie de alelos múltiplos, determinando 4 fenótipos: 1) Selvag em ou aguti , com pela - gem cinza-escura. 2) Chinchil a, com pelagem cin za- clara. 3) Himalaia, com pelagem branca e extremidades (patas, rabo, orelhas e focinho) pretas. 4) Albino, sem pigmento. Os cruzamentos mostram a exis- tência de 4 alelos com a seguinte re- lação de dominância: C(selvagem) > c ch (chinchila) > > c ch (himalaia) > c a (albino) As relações genotípicas e fenotí - picas são: 3. MEROS DE GETIPOS Sendo n o número de alelos, te- remos: 1) Número de genótipos pos- síveis = 2) Número de homozigotos = n 3) Número de hetero zigoto s = = 4. IMUNIZAÇÃO Os seres vivos possuem uma pro  - priedade chamada de imunização, pela qual podem: 1 – Destruir células de agentes in  - fecciosos, como os microorganismos. 2 – Destruir ou eliminar moléculas, como as toxinas produzidas pelas bactérias. 3 – Eliminar tecidos estranhos ao organismo, como a rejeição de trans- plantes. T ais proce ssos envolvem rea ções do tipo antígeno-anticorpo. 5. REAÇÕES ANTÍGENOS ANTICORPOS Antígenos são substâncias que podem estimular a produção de um anticorpo e reagir especificamente com o próprio. Um antígeno típico é uma proteí- na ou um polissacarídeo, ou um com- plexo contendo ambas as subs tân-  cias. O anticorpo é sempre uma proteína. n (n + 1) –––––––– 2 n (n + 1) –––––––– 2 Fe nótipo Posveis genótip os Selvagem CC Cc ch  – Cc h  – Cc a Chinchila c ch c ch  – c ch c h  – c ch c a Himalaia c h c h  – c h c a A célula mestra no reconheci- mento de um antígeno e na resposta imune subsequente é o linfócito. Duas populações de linfócitos podem ser distinguidas, ambas deri - vadas da medula óssea: o linfócito B, responsável pela produção de anti- corpos circulantes, a que chamamos de imunidade humoral , e o linfóci- to T, responsável pela imunidade celular. Quando um microorganismo (ví rus, bactéria, protozoário ou fungo) penetra num organismo e produz antígenos, estes são fagocitados por macrófagos, células do tecido conjuntivo, e apresentados aos linfócitos T 4 . Nessa fase, os linfócitos T 4 são ativados e induzem, através de me- diadores químicos, à proliferação de linfócitos B, que se transformam em plasmócitos e produzem anticorpos que inativam os antígenos. 6. RESPOSTAS PRI MÁRIAS E SECUNDÁRIAS Quando ocorre a primeira inje ção de um antígeno, após uma semana começa a produção de anticorpos aum nível pouco elevado, diminuin  do a seguir: é a resposta primária. Se houver uma segunda injeção do antígeno, ocorre a resposta se cun-  dária, em que a produção de anticor - pos é mais rápida e atinge níveis mais elevados (Fig. 1). Figura 1. C5_Curso BDE_Teoria_To ny_2012 10/04/12 11:08 Page 89

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   B   I   O   L   O   G   I   A

   B   D   E

FRENTE 1 Genética

MÓDULO 19 Polialelia e Imunologia

1. POLIALELIA OUALELOS MÚLTIPLOS

Os casos de herança até agoraestudados envolviam sempre carac-teres determinados por dois alelos,um dominante e outro recessivo. Exis-tem, entretanto, casos de herança emque um caráter é determinado pormais de dois alelos, constituindo umasérie de alelos múltiplos. Tais alelossão produzidos por mutação de umgene inicial e ocupam o mesmo lócus

em cromossomos homólogos. As rela-ções entre os diversos alelos da sériesão variáveis, podendo existir do-minância completa e incompleta.

Resumindo: alelos múltiplos sãoséries de três ou mais formas alterna-tivas de um mesmo gene, localiza dosno mesmo lócus em cromossomoshomólogos e interagindo dois a doisna determinação de um caráter.

2. A COR DA PELAGEMEM COELHOS

Em coelhos domésticos, a cor dapelagem é determinada por uma sé-rie de alelos múltiplos, determinando4 fenótipos:

1) Selvagem ou aguti, com pela-gem cinza-escura.

2) Chinchila, com pelagem cinza-clara.

3) Himalaia, com pelagem brancae extremidades (patas, rabo, orelhas

e focinho) pretas.4) Albino, sem pigmento.

Os cruzamentos mostram a exis-tência de 4 alelos com a seguinte re-lação de dominância:

C(selvagem) > cch(chinchila) >> cch (himalaia) > ca (albino)

As relações genotípicas e fenotí-picas são:

3. NÚMEROS DE GENÓTIPOS

Sendo n o número de alelos, te-remos:

1) Número de genótipos pos-

síveis =

2) Número de homozigotos = n

3) Número de heterozigotos =

=

4. IMUNIZAÇÃO

Os seres vivos possuem uma pro -

priedade chamada de imunização,pela qual podem:1 – Destruir células de agentes in -

fecciosos, como os microorganismos.2 – Destruir ou eliminar moléculas,

como as toxinas produzidas pelasbactérias.

3 – Eliminar tecidos estranhos aoorganismo, como a rejeição de trans-plantes.

Tais processos envolvem rea çõesdo tipo antígeno-anticorpo.

5. REAÇÕES ANTÍGENOS –

ANTICORPOS

Antígenos são substâncias quepodem estimular a produção de umanticorpo e reagir especificamentecom o próprio.

Um antígeno típico é uma proteí-na ou um polissacarídeo, ou um com-plexo contendo ambas as subs tân- cias. O anticorpo é sempre umaproteína.

n (n + 1)––––––––

2

n (n + 1)––––––––

2

Fenótipo Possíveis genótipos

Selvagem CC – Ccch – Cch – Cca

Chinchila cchcch – cchch – cchca

Himalaia chch – chca

A célula mestra no reconheci-mento de um antígeno e na respostaimune subsequente é o linfócito.

Duas populações de linfócitospodem ser distinguidas, ambas deri-vadas da medula óssea: o linfócito B,responsável pela produção de anti-corpos circulantes, a que chamamosde imunidade humoral, e o linfóci-to T, responsável pela imunidadecelular.

Quando um microorganismo (vírus,bactéria, protozoário ou fungo) penetra

num organismo e produz antígenos,estes são fagocitados por macrófagos,células do tecido conjuntivo, eapresentados aos linfócitos T4.

Nessa fase, os linfócitos T4 sãoativados e induzem, através de me-diadores químicos, à proliferação delinfócitos B, que se transformam emplasmócitos e produzem anticorposque inativam os antígenos.

6. RESPOSTAS PRIMÁRIASE SECUNDÁRIAS

Quando ocorre a primeira injeçãode um antígeno, após uma semanacomeça a produção de anticorpos atéum nível pouco elevado, diminuin do aseguir: é a resposta primária.

Se houver uma segunda injeçãodo antígeno, ocorre a resposta secun- dária, em que a produção de anticor-pos é mais rápida e atinge níveis maiselevados (Fig. 1).

Figura 1.

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7. TIPOS DE IMUNIZAÇÃO

❑ Imunização ativaTrata-se da produção de anticor-

pos pelo próprio indivíduo que rece-beu antígenos. A imunização ativapode ser natural e artificial.

a) Natural. Ocorre quando o

antígeno penetra naturalmente no or-ganismo nos processos infecciososprovocados por vírus, bactérias etc.

b) Artificial. É determinada pelainoculação proposital de antígenos. Avacina é constituída pelo agente in-feccioso enfraquecido ou por toxinaspor ele produzidas. A vacina contémanticorpos especí ficos, sendo utiliza-da como um agente profilático.

Quando um microorganismo pe-

netra em pessoas vacinadas, já en-contra os anticorpos que inativam osantígenos por ele produzidos.

❑ Imunização passivaConsiste na inoculação, no orga-

nismo, de anticorpos produzidos porum outro organismo contra o corres-pondente agente infeccioso. Constituium processo de soros terapêuticos. Asoroterapia é utilizada durante a faseaguda de uma infecção. Salienta-se

que o anticorpo inoculado só protegepor tempo relativamente curto, sendologo destruído e eliminado.

MÓDULO 20 O Sistema ABO

1. OS GRUPOSSANGUÍNEOS

Quando se injeta sangue de umindivíduo em outro, realizando-se achamada transfusão, podem sobreviracidentes mais graves e até a morte.Isso porque há certa incompatibi-lidade entre as hemácias de deter-minados indivíduos e o plasma deoutros, que se caracteriza por umaaglutinação, ou seja, reunião de he-mácias em massas mais ou menoscompactas, de tamanho variável, quepodem obstruir capilares provocandoembolias. Há também hemólise, isto é,desintegração de hemácias comliberação de hemoglobina, da qualuma parte será excretada e outraproduzirá bilirrubina.

2. O SISTEMA ABO

Foi o austríaco Landsteiner que,em 1900, descobriu os grupos san-guíneos do sistema ABO, ao misturar osangue de algumas pessoas com osoro sanguíneo de outra. Verificavaque, em alguns casos, ocorria agluti-nação dos glóbulos vermelhos, isto é,reunião destes em grupos, seguida dedestruição. Com essa descoberta, tor-nou-se capaz de explicar por que astransfusões de sangue às vezes ma-

tavam (quando ocorria aglutinaçãonos vasos capilares de pessoastransfundidas) e às vezes nada acon-tecia. Assim é que Landsteiner mos-trou que a aglutinação era a mani-festação de uma reação do tipo antí-geno-anticorpo, encontrando-se o an-tígeno no soro, mas com a particula-ridade do anticorpo ser natural, ouseja, não necessitar da presença doantígeno para ser produzido. O antíge-

No quadro abaixo, (+) indica aglutinação e (–) indica não aglutinação.

AGLUTINASoro receptor Hemácias do doador

Grupo Aglutininas A A B B AB A e B O –

A Anti-B – + + –

B Anti-A + – + –

AB — – – – –

OAnti-A

e Anti-B+ + + –

no foi chamado aglutinogênio, e o anti-corpo, aglutinina.

3. CLASSIFICAÇÃODO SISTEMA ABO

Landsteiner encontrou dois aglu-tinógenos: A e B, e duas aglutininascorrespondentes, designadas anti-A eanti-B. É evidente que, se os glóbulosde um indivíduo possuírem um ououtro dos antígenos, o soro do mesmoindivíduo não poderá conter o corres-pondente anticorpo, pois, se houves-se a coexistência, dar-se-ia a agluti-nação das hemácias. Daí, o tipo san-guíneo das pessoas pode ser classifi-cado em quatro grupos, de acordocom o quadro a seguir.

Gruposanguíneo(fenótipo)

Agluti-nogênio(hemácias)

Agluti-nina(soro)

A A anti-B

B B anti-A

AB A e B —

O —anti-A

eanti-B

4. A HERANÇADO GRUPO ABO

Os grupos sanguíneos ABO sãodeterminados por uma série de trêsalelos múltiplos: IA, IB e i.

O gene IA determina a formaçãodo aglutinogênio A.

O gene IB, a formação do agluti-nogênio B.

O gene i não forma aglutinogênio.Entre os alelos IA e IB não há do-

minância. Quando juntos, ambos ma-nifestam seu efeito e a pessoa é dotipo AB.

Por outro lado, tanto IA como IB sãodominantes em relação a i e, somentequando os alelos IA e IB não estão

presentes, o indivíduo é do tipo O.O quadro a seguir resume a he-rança ABO.

Gruposanguíneo Genótipos

Tipo A IAIA ou IAi

Tipo B IBIB ou IBi

Tipo AB IAIB

Tipo O ii

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5. AS TRANSFUSÕESDE SANGUE

Nas transfusões leva-se em con-

ta apenas o efeito do soro receptor

sobre as hemácias do doador, visto

que a ação contrária entre as he-mácias do receptor e o soro do doa-

dor pode ser desprezada, atenden-

do-se ao pequeno volume de sangue

do doador em relação ao do receptor,

ou seja, à sua diluição.

Conclui-se que o indivíduo AB,

cujo soro não contém aglutinação,

pode receber sangue de todos ostipos e só pode doar para outro do

mesmo tipo; é chamado receptor

universal ou tipo egoístico.

O indivíduo do tipo O, cujos gló-

bulos não contêm aglutinogênio,

pode doar para todos e só recebe de

outro tipo O; é chamado doadoruniversal ou tipo altruístico.

MÓDULO 21 O Fator Rh

1. O FATOR RHESUS

Em 1940, Landsteiner e Wiener

publicaram a descoberta de um antí-

geno chamado fator Rhesus (fator

Rh). Tais autores verificaram que o

sangue do macaco Rhesus, quando

injetado em coelhos, induz a forma-

ção de anticorpos (anti-Rh), capazes

de aglutinar não só o sangue dessesmacacos como também os de uma

certa porcentagem de pessoas.

2. CLASSIFICAÇÃO

O anti-Rh é capaz de aglutinar ashemácias humanas portadoras do

antígeno correspondente, o chamado

fator Rh. Os indivíduos cujas hemá-

cias são aglutinadas possuem o fator

Rh positivo (Rh+) e correspondem a

85% da raça branca. Os chamados

Rh negativos (Rh–) não possuem ofator Rh e, consequentemente, suas

hemácias não são aglutinadas pelo

Rh.

3. HERANÇA

O fator Rh é herdado como um

caráter mendeliano dominante, con-

dicionado por um gene designado Rh

ou D. Assim, temos:

4. TRANSFUSÕES

Se uma pessoa possuir o sangue

do tipo Rh– e receber várias trans-

fusões de sangue Rh+, ela poderá,

eventualmente, formar anticorpos que

vão reagir com essas células em fu-

turas transfusões em que seja usado

sangue Rh+.

5. ERITROBLASTOSE FETAL

A eritroblastose fetal ou doença

hemolítica do recém-nascido pode

acontecer a uma criança Rh+, filha de

uma mulher Rh–.

Normalmente, a circulação mater-

 na e a fetal estão completamente se-

paradas pela barreira placentária, mas,

quando ocorrem rupturas nesta finamembrana, pequenas quantidades

de sangue fetal Rh+ atingem a circu-

lação materna Rh–.

As hemácias do feto Rh+ possuem

o fator Rh (antígeno), o que determina

a formação de anti-Rh no corpo da

mãe. Esses anticorpos, uma vez for-

mados, podem circular através da

Fenótipos Genótipos

Rh+RhRh ou DDRhrh ou Dd

Rh– rhrh ou dd

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placenta e destruir hemácias do feto,causando a doença hemolítica. Comona primeira gestação a taxa de anti-corpos é baixa, geralmente não ocorrea doença, a não ser que a mãe tenha,anteriormente, recebido uma transfu-são de sangue Rh+.

A quantidade de sangue que, du-

rante a gestação, passa do feto paraa mãe, devido a pequenas hemorragiasespontâneas da placenta, é insuficien-te para sensibilizar a mãe e provocara eritroblastose fetal. A passagem dosangue do feto para a circulaçãomaterna, em dose suficiente paraprovocar a sensibilização, ocorre noparto, quando a placenta se descola.

Como se forma um bebêcom a “doença-Rh”

Com a destruição de hemácias, ofeto torna-se anêmico e liberta grandenúmero de eritroblastos (hemáciasimaturas nucleadas) na circulação.

A hidropsia (edema causado porfalha cardíaca devido à severa anemia)

pode causar a morte intra-uterina.Após o nascimento, a hemólise(destruição de hemácias) produz umagrande quantidade de bilirrubina, oque causa icterícia durante as primei-ras 24 horas de vida. A presença debilirrubina pode provocar lesões cere-brais (síndrome de Kernicterus), deter- minando surdez e retardo mental.

6. PROFILAXIA

Atualmente, a eritroblastose fetalpode ser evitada com uma espéciede vacina chamada Rhogam ouParthogam. Quando uma mulher Rh–

tem um filho Rh+, dentro das primei-ras 72 horas após o parto, aplica-se

uma única dose de aglutinina anti-Dou anti-Rh, substância que provoca adestruição das hemácias Rh+ do fetoque passaram para o corpo da mãe,durante o parto, por ocasião do des-colamento da placenta. Desse modo,a mãe não produzirá os anticorposque poderiam afetar o próximo filhoRh+.

MÓDULO 22 Interação Gênica

1. CONCEITO

Fala-se em interação gênica quan-do um caráter é condicionado pelaação conjunta de dois ou mais paresde genes com segregação indepen-dente.

2. HERANÇA DO TIPO DECRISTA EM GALINHAS

Nas galinhas há quatro tipos decrista: simples, noz, rosa e ervilha. Nadeterminação desses tipos de cristaatuam dois pares de genes: Rr e Pp.Assim, temos:

Genótipos Fenótipos

RReeRree

rosa

rrEErrEe

ervilha

RREERREe

RrEERrEe

noz

rree simples

Ervilha  Rosa 

Simples Noz  

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3. GENES COMPLEMENTARES(RAZÃO 9 : 7)

Fala-se em interação de genescomplementares quando um deter-minado fenótipo depende da açãocomplementar de dois alelos domi-nantes que isoladamente produzemum outro fenótipo. É o caso da co-loração da flor da ervilha-de-cheiroque pode ser púrpura ou branca. Acoloração da flor depende da pre-sença de dois genes P e C; na faltade um ou outro desses genes, ouambos, a flor será branca.

4. EPISTASIA

Num cruzamento envolvendo doisgenes independentes que agem so-bre o mesmo caráter, um dos genespode impedir a manifestação do outrogene, e é por isso chamado de geneepistático. O gene cuja expressão éimpedida denomina-se hipostático. O

Genótipos Fenótipos

CCPPCCPpCcPPCcPp

Florpúrpura

CCppCcppccPPccPpccpp

Florbranca

efeito da epistasia é semelhanteàquele da dominância, somente que

a última se verifica entre dois alelos,enquanto a epistasia ocorre entre nãoalelos.

A epistasia pode ser exercida porum gene dominante ou recessivo, daía sua divisão em epistasia dominantee recessiva.

❑ Epistasia dominante(Razão 13:3)Nas galinhas de raça leghorn

existe um gene (epistático) queimpede a manifestação de cor, que écondicionada por um gene C (hipos-tático), e determina a plumagembranca. As galinhas wyandotte bran-cas não têm o gene I, mas não apre-sentam cor, por não possuírem o geneC; tais galinhas são iicc.

Uma galinha leghorn branca degenótipo IICC, quando cruzada com

um galo da raça wyandotte branca, degenótipo iicc, produz F1 toda brancade (IiCc), e uma F2 composta 13/16branca (9/16 I - C - + 3/16 I - cc + 1/16iicc) : 3/16 colorida (iiC-).

❑ Epistasia recessiva(Razão 9:3:4)Vejamos agora um caso de epis-

tasia em que um gene recessivoimpede a manifestação de um domi -nante. Em ratos, a coloração pode seraguti, preta e albina. A presença de

pigmento preto é condicionada porgene C, enquanto o alelo recessivo cproduz albino. Um gene A interagecom C e produz o rato aguti, cujospelos são pretos e possuem uma faixaamarela na extremidade. O gene c éepistático em relação ao gene A,enquanto o gene a não produz a faixaamarela.

Genótipos Fenótipos

CCAACCAaCcAACcAa

agutiou cinzento

CCaaCcaa preto

ccAAccAaccaa

albino

A seguir, analisaremos o cruzamento-padrão, no qual a F2 apresenta a proporção seguinte: 9/16 noz, 3/16 rosa,3/16 ervilha e 1/6 simples. A proporção 9:3:3:1 confirma a segregação de dois pares de genes.

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1. A SEGREGAÇÃOINDEPENDENTE

Os genes não alelos, situados emcromossomos diferentes, distribuem-se nos gametas segundo todas ascombinações possíveis. Assim, umdiíbrido (AaBb) pode formar, em pro-porções idênticas, quatro tipos degametas: AB, Ab, aB e ab, esquema-tizados na figura.

2. LIGAÇÃO FATORIAL(LINKAGE )

Quando dois ou mais genes estãolocalizados no mesmo cromossomo,diz-se que estão ligados.

Os genes ligados (ligação fato -rial) não sofrem a segregação inde -pendente, ficando juntos durante aformação dos gametas.

MÓDULO 23 Ligação Fatorial (Linkage 

) e Permutação (Crossing-Over 

)

Observe que o cruzamento de duas plantas de flor branca produz uma F1 púrpura que, intercruzada, origina umaF2 na proporção de 9 púrpuras para 7 brancas.

Quando um rato preto puro CCaa é cruzado com um rato albino ccAA, a F 1 é totalmente aguti devido à interaçãodos genes C e A. Quando dois irmãos da F1 são cruzados, a fim de se obter F2, verifica-se ser esta cons tituída por 9/16cinzento; 3/16 preto; 4/16 albino, como mostra o cruzamento abaixo.

A segregação independente.

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3. A REPRESENTAÇÃODO GENÓTIPO

Quando existe ligação gênica, osgenótipos podem ser assim represen-tados:

AB AB==== ou —— ou AB/abab ab

4. HÍBRIDO CIS E TRANS

Um diíbrido, quando apresenta osdois genes dominantes, ligados nocromossomo homólogo, forma a cha-mada posição CIS.

A B—————————————

• •• •

—————————————a b

Quando o diíbrido apresenta umgene dominante e um gene recessivo,ligados ao mesmo cromossomo, eoutro dominante ligado ao outrorecessivo, no cromossomo homólogo,forma a posição TRANS.

A b—————————————

• •• •

—————————————a B

5. RECOMBINAÇÃOOU PERMUTAÇÃO(CROSSING-OVER )

Durante a meiose, os cromos-somos duplicados formam pares (si-napse) e entre eles pode ocorrer achamada permutação ou crossing-over .

Tal fenômeno consiste na troca desegmentos entre duas cromátides ho-

mólogas. O processo envolve so-mente dois dos quatro fios e ocorreem qualquer ponto dos cromossomos.

Observe que dois dos gametas(AB e ab) têm os genes ligados damesma forma em que se encontra-vam ligados nos cromossomos paren-tais. Tais gametas são resultantes dascromátides que não se envolveram napermuta e são designados tiposparentais.

Os outros dois gametas (Ab e aB), produzidos através da permuta, apre-sentam combinações diferentes daquelas encontradas nos pares e sãodenominados tipos recombinantes. Assim, temos:

A ligação fatorial completa.

A permutação.

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FRENTE 2 Biologia Animal

MÓDULO 19 Poríferos e Celenterados

Poríferos

1. CARACTERES GERAISDOS PORÍFEROS

❑ MorfologiaAnimais sésseis, de forma varia-

da, assimétrica ou com simetria ra-diada. Paredes do corpo com nu-merosos poros. Ausência de órgãos eapêndices.

❑ Sistema tegumentário

Externamente, o corpo é revestidopor uma camada de células acha-tadas, os pinacócitos.

❑ Sistema esqueléticoPossuem um esqueleto interno

(endoesqueleto) formado por espícu-las cristalinas ou fibras orgânicas(espongina).

❑ Sistema digestórioNão existe. A digestão é exclusi-

vamente intracelular.

Apresentam coanócitos.

❑ Sistema excretorNão existe. As células eliminam

por difusão seus catabólitos, direta-mente para o meio externo.

❑ Sistema respiratórioNão existe. A respiração é aeró-

bica. Cada célula realiza diretamentecom o meio as trocas respiratórias.

❑ Sistema circulatórioNão existe.

❑ Sistema reprodutorAssexuado, feito por brotamento,

regeneração e gemulação; sexuado,produzindo uma larva ciliada (anfi-blástula).

❑ Sistema nervosoNão existe.

2. HABITAT 

São animais aquáticos, predomi-nantemente marinhos. Vivem nos ma-res, em qualquer profundidade, fixa- dos em rochas ou no solo submarino.Apenas uma família, a Spongilidae ,vive na água doce, em grande dis-tribuição.

3. ESQUELETO

É o principal caráter para a clas-sificação das esponjas. É interno, si-

tuando-se entre as duas camadascelulares. Pode ser mineral e/ou or-gânico.

❑ Esqueleto mineralÉ constituído por espículas calcá-

rias e silicosas.

❑ Esqueleto orgânicoÉ constituído por uma rede de

fibras de espongina (uma esclero -proteína). A esponja de banho é ape-nas o esqueleto orgânico da esponja.

4. TIPOS DE ESTRUTURA

Entre os poríferos distinguem-sediversos tipos de organização estru-tural. O tipo mais simples é chamadoÁSCON, o intermediário, SÍCON, e omais evoluído, LÊUCON ou RÁGON.

Áscon – aspecto geral.

5. ORGANIZAÇÃOESTRUTURALDO TIPO ÁSCON

A forma primitiva dos espongiá-rios é a de um tubo ou vaso, fixado nosubstrato. Na extremidade apical apa-rece uma grande abertura – o ósculo– que serve para a saída da água quecontinuamente atravessa o corpo daesponja. A parede do corpo é providade um grande número de poros (daí onome porífera), através dos quais pe-

netram água e partículas alimentares.

6. ORGANIZAÇÃOCITOLÓGICA DO ÁSCON

No áscon, bem como nos outrosdois tipos, não existem órgãos dife-renciados, mas distinguem-se diver-sos tipos celulares adaptados a de- terminadas funções. A parede do cor-po é formada por duas camadas ce-lulares. A camada mais externa é adermal, e a mais interna, denominadagastral. Entre as duas camadas celu-

lares, há um mesênquima gelatinoso.A cavidade central do corpo é cha-mada átrio ou espongiocela. Nas duascamadas celulares e no mesênquima,encontramos os seguintes tipos ce-lulares:

❑ PinacócitosSão células achatadas que, jus-

tapostas, formam a camada dermal.

❑ CoanócitosSão células flageladas e providas

de um colarinho, uma formação mem-branosa que envolve o flagelo. Re-vestem a cavidade atrial e constituema camada gastral.

❑ PorócitosSão células tubulosas, percor-

ridas por uma perfuração cônica. Sãoestas perfurações dos porócitos queconstituem os numerosos poros queligam o átrio ao meio externo.

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Corte longitudinal do áscon.

❑ MiócitosSão células alongadas e contrác-

teis que formam esfíncter em tornodos poros e do ósculo.

❑ AmebócitosNo mesênquima, aparecem nu-

merosos amebócitos, isto é, células

que possuem movimento ameboide,realizando várias funções e podendoser divididos em

– escleroblastos – células quesecretam as espículas minerais. Cadaeixo de espícula é formado por umescleroblasto;

– arqueócitos – amebócitos querealizam várias funções: recebem, di-gerem e fazem circular o alimento,além de formar elementos reproduti-vos: espermatozoides, óvulos e gê-mulas.

7. ORGANIZAÇÃOESTRUTURALDO TIPO SÍCONObservada externamente, apre-

senta-se como uma urna alongada fi-xada pela extremidade inferior. Oósculo, bem alargado, aparece na ex-tremidade superior, circundado poruma coroa de espículas longas e afi-ladas. A superfície do corpo possuinumerosas elevações ou papilas, dasquais saem pequenas espículas.Entre as papilas aparecem os poros.

Organização do sícon.

Cortada longitudinalmente, apre-senta a parede do corpo espessa ecom uma série de dobras, formandocurtos canais horizontais. Distingui-mos dois tipos de canais: inalantes eexalantes. Os primeiros abrem-se nasuperfície externa e terminam emfundo cego. Os canais exalantes são

internos e desembocam no átrio.

8. ORGANIZAÇÃOCITOLÓGICA DO SÍCON

A superfície externa e os canaisinalantes são revestidos pela cama-da dermal, formada por pinacócitos.A espongiocela também é revestidapor pinacócitos, ficando os coanó-citos limitados aos canais exalantes.O mesênquima gelatinoso é bem maisdesenvolvido do que no áscon: con-tém amebócitos e espículas.

Organização citológica do sícon.

9. ORGANIZAÇÃOESTRUTURAL DOTIPO LÊUCON

É o tipo mais evoluído. O átrio éreduzido, enquanto a parede do cor-po é bastante desenvolvida e percor-rida por um complicado sistema de

canais e câmaras. Os coanócitos en-contram-se revestindo câmaras esfé-ricas, também denominadas câmarasvibráteis, interpostas num sistema decanais. Os canais que partem dos po-ros e atingem as câmaras transpor-tando água são denomina dos ina-lantes ou aferentes.

Das câmaras, saem os canaisexalantes ou eferentes que atingem oátrio.

Lêucon (organização).

10.ORGANIZAÇÃOCITOLÓGICA DO LÊUCON

Os coanócitos só aparecem nascâmaras vibráteis. Os pinacócitos re-vestem a superfície externa, o átrio e

os diversos canais. No desenvolvi-mento do mesênquima, encontramosamebócitos e espículas.

Organização citológica do lêucon.

11.SISTEMÁTICA❑ Phylum Porífera

Animais pluricelulares, sempreaquáticos e sésseis; em geral formamcolônias de forma variada; parede docorpo com duas camadas celulares e

perfuradas por numerosos poros; ca-vidades internas revestidas por coanó-citos; esqueleto calcário, silicoso oucórneo; 5.000 espécies.

Classe 1Calcária (Calcispongiae )Esponjas com esqueleto calcário

formado por espículas monoaxô-nicas, trirradiadas e tetraxônicas.

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BI  OL  O GI A

BDE 

Classe 2Hexactinellida ouTriaxônica (Hyalospongiae )Esponjas com espículas silicosas

triaxônicas.Ex.: Euplectella aspergillium 

(vulgarmente chamada de cesto devênus).

Classe 3Demospongiae 

Esqueleto de espículas silicosas,de fibras de espongina ou de ambos.

Ex.: Esponja sp  (esponja debanho).

Celenterados

ou Cnidários

1. CARACTERES GERAISDOS CELENTERADOS

Animais de simetria radiada. Dis-tinguem-se neste grupo animais dedois tipos morfológicos: o pólipo (ge-ralmente sedentário) e a medusa (ge-ralmente livre).

❑ MorfologiaSão diblásticos; o corpo apresen-

ta duas camadas celulares, uma epi-derme externa (ectoderma) e umagastroderme interna (endoderma).

Entre as duas, encontramos me- sogleia, de consistência gelatinosa.Presença de cnidoblastos nas duascamadas celulares.

❑ Sistema tegumentárioEpiderme formada por uma cama-

 da celular contendo fibras muscu-lares.

❑ Sistema esqueléticoOs antopólipos podem secretar

um exoesqueleto córneo ou calcário.

❑Sistema digestórioBoca circundada por tentáculos e

ligada a uma ampla cavidade di-gestória, saculiforme, simples ou divi-dida por septos; ausência de ânus,digestão extra e intracelular.

❑ Sistema respiratórioNão existe. As células realizam as

trocas respiratórias diretamente como meio externo. A respiração é sem-pre aeróbica.

❑ Sistema excretorNão existe. As células eliminam

diretamente no meio externo as subs-tâncias da excreção.

❑ Sistema circulatórioNão existe.

❑ Sistema nervosoÉ do tipo difuso, constituído por

uma rede de células nervosas, situa-das na mesogleia. Primeiros animaisque apresentam o arco reflexo. Exis-tência de células fotossensíveis e es-tatocistos.

Sistema nervoso da Hydra.

❑ ReproduçãoGeralmente é feita por alternância

de geração (metagênese), em que opólipo representa a fase assexuadae a medusa, a fase sexuada. Espé-cies monoicas e dioicas; fecundaçãoexterna e interna; existência de gôna-das, desprovidas de ductos genitais;presença de larva ciliada chamadaplânula.

Reprodução assexuada.

2. HABITAT 

São todos marinhos ou de águadoce. Geralmente vivem em colôniasfixas ou móveis.

3. TAMANHO

Os pólipos são geralmente mi-croscópicos, e os maiores não ultra-passam alguns milímetros. As me-dusas variam de 10 milímetros de diâ-metro até 2 metros.

Hydra sp.

4. METAGÊNESEDA OBELIA sp 

Na Obelia sp  ocorre uma alter-

nância de gerações ou metagênese.As hidromedusas constituem a fasesexuada. São dioicas e formam asgônadas, junto dos canais radiais. Afecundação é externa. O zigoto de-senvolve-se originando uma larvaciliada, denominada plânula. A plâ-nula fixa-se e dá origem a um pólipo,que, por brotamento (assexuada-mente), forma nova colônia.

5. ESTRUTURA DAAURELIA AURITA

É chamada vulgarmente deágua-viva. A água-viva, provavelmen- te, é a cifomedusa mais frequente nascostas brasileiras.

Tais medusas flutuam nos mares,ou então nadam lentamente, por con- trações da umbela.

São dioicas e apresentam fecun-dação interna. Possuem a larva plâ-nula.

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Ciclo reprodutivo da Aurelia sp.

6. SISTEMÁTICA DOSCELENTERADOS

❑ Phylum Coelenterata 

CLASSE 1 – HYDROZOA

Ordem 1 – Hydroida – Pólipossempre bem desenvolvidos e geral-

mente coloniais; medusas reduzidas.Hydra e Obelia .

Ordem 2 – Siphonophora –São colônias natantes polimórficas,com vários tipos de medusas; ma-rinhas (principalmente em maresquentes). A colônia adulta apresentaos seguintes indivíduos:

– PneumatóforoÉ uma medusa. Apresenta

uma vesícula cheia de ar, funcionan-do como órgão flutuador.

– GastrozoideÉ um pólipo usado para a

apreensão do alimento.

– NectozoideÉ um medusoide, funcionando

na propulsão da colônia.– DactilozoidePossui cnidoblastos.

– FilozoidePólipo protetor de outros indiví-

duos da colônia.

– GonozoidePólipo encarregado da repro-

dução da colônia.

Organização básica de um sifonóforo.

CLASSE 2 –SCYPHOZOA

Tem como forma predominante ascifomedusas, originadas de um esta -do poliploide, a partir de um processode estrobilização.

O cifopólipo possui quatro septos

internos dividindo o ênteron: é des-provido de estomodeu. As cifome-dusas sem véu, com braços orais,possuem gônadas formadas a partirda gastroderme. O estado de pólipopode faltar completamente, desenvol-vendo-se do ovo, diretamente, novamedusa. Exemplo: Aurelia aurita.

CLASSE 3 –ANTHOZOA

Não apresenta medusa. Ocorrempólipos isolados ou coloniais. Na or-dem actinária, encontramos as actí-nias (anêmonas-do-mar), que vivemisoladamente e não apresentam es-queleto.

Na ordem madreporária, encon- tramos os verdadeiros corais. Os co-rais são coloniais, com esqueletocalcário e responsáveis pela for-mação dos recifes, barreiras e atóis.

Metagênese na Obelia sp.Cnidoblastos, células urticantes dos cnidários.

Formação de um atol coralino, segundo Darwin.

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Polimorfismo nos ce lenterados. Pre sen ça de uma for ma lem - brando um tubo, o pólipo, e de outra lembrando a parte superior de um paraquedas aberto, a medusa.

Metridium sp (cortes: longitudinal e transversal).

Colônia polimórfica de caravela.

Medusas de Aurelia sp. São móveis por jatopropulsão.

Pólipos de antozoários (corais).

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MÓDULO 20 Platelmintos

1. GENERALIDADES

Os platelmintos são vermes comcorpo achatado dorsoventralmente.

2. SISTEMA TEGUMENTÁRIO

Sua epiderme é constituída porum epitélio simples, ciliado na pla-nária e recoberto por uma cutícula noesquistossomo e na tênia.

3. SISTEMA MUSCULAR

A parede do corpo do platelmintoé constituída pela epiderme e pelotubo musculodermático, formado portrês camadas musculares: circular, lon-

 gitudinal e dorsoventral ou oblíqua.Não apresentam sistema esque-lético.

Planária – corte transversal.

4. SISTEMA DIGESTÓRIO

É do tipo incompleto, pois nãopossui abertura de egestão, que érealizada pela boca.

Planária – sistema digestório.

A planária é carnívora e apre-senta uma faringe protráctil, além deum intestino ramificado.

A solitária não possui sistemadigestório.

5. SISTEMA EXCRETOR

Os platelmintos são os primeirosanimais da escala zoológica queapresentam um sistema excretor ecujo órgão fundamental é o sole-nócito ou célula-flama.

Planária – sistema excretor.

6. SISTEMA RESPIRATÓRIO

Não existe. As espécies de vidalivre têm respiração aeróbica, e astrocas gasosas ocorrem entre a epi-derme permeável e o meio ambiente.

Nas espécies parasitas, a respi-ração é anaeróbia.

7. SISTEMA CIRCULATÓRIO

Não existe. A distribuição dos ali-mentos é realizada pela ramificação

do intestino, por difusão nas célulasda parede intestinal.Na solitária, o alimento penetra

diretamente através da pele.

8. SISTEMA NERVOSO

São os primeiros animais da es-cala zoológica dotados de um siste-ma nervoso central. Há maior concen-tração de células nervosas nos gân-

glios cerebrais, sugerindo um proces-so de cefalização.

Há cordões nervosos longitu-dinais ligados entre si por comissurastransversais.

O sistema nervoso é do tipo gan-glionar.

Estudos realizados com a planá-ria evidenciam uma grande capa-cidade de responder a estímulosluminosos (fototactismo); corrente deáguas (reotactismo); alimentos (qui-miotactismo) e a estímulos mecânicos(tigmotactismo).

Planária – sistema nervoso.

9. REPRODUÇÃO

Os platelmintos são animais ge-ralmente hermafroditas. Possuem gô-nadas providas de ductos e órgãosacessórios.

A fecundação é interna, o desen-volvimento é direto na planária e indi-reto no esquistossomo e na tênia, comum ou vários estágios larvais em queé frequente a pedogênese.

A planária é hermafrodita; repro-duz-se sexuadamente por fecunda-ção cruzada e assexuadamente porbipartição transversal, devido à sua

alta capacidade de regeneração.

10.CARACTERÍSTICASGERAIS DOSPLATELMINTOS

Os platelmintos são animais queapresentam o corpo achatado (Platy = chato e Helminte  = verme), comsimetria bilateral, triblásticos e acelo-mados.

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BDE 

11.SISTEMÁTICAClasse 1

Turbelaria : Planária (Dugesia tigrina ).

Classe 2 

Trematoda : Fasciola hepatica,Schistosoma mansoni.

Classe 3 

Cestoda : Taenia sp.

12.ESTUDO DOS PRINCIPAISPARASITAS

❑ Fasciola hepatica 

Tem o corpo achatado e foliáceo(± 30mm). Possui duas ventosas (orale ventral). A ventosa ventral é usadapara a fixação junto ao hospedeiro.

É um verme endoparasita, cau-sando a fasciolose no fígado de

carneiro, boi, cabra e outros herbí-voros. Vive nos canais biliares, deter-minando ações tóxicas e irritativas,não existindo medicação eficiente pa-ra o seu tratamento.

Raramente ocorre no homem.O ciclo vital inicia-se pela elimina-

ção de ovos junto com as fezes do

animal infectado. Tem como hospedei- ro intermediário um caramujo do gê-nero Lymnaea , da classe Gastro poda ,do filo Molusca .

❑ Schistosoma mansoni 

É um verme platielminte, cujo ma- cho, de pequena extensão (9 a 22mm),possui um profundo sulco, o canal gi-necóforo, no qual se instala a fêmealonga e delgada (14 a 26mm).

São endoparasitas do homem ecausam a esquistossomose oubarriga-d'água. Esta doença pro-voca hemorragias, intoxicação e infla-mação do cólon, reto, pâncreas, fíga- do, baço etc. Nem sempre a doençaé fatal, mas causa vários problemas,debilitando as vítimas, que apresentam,

geralmente, o abdômen volumoso.O homem é o hospedeiro definiti-

vo do Schistosoma mansoni , que seinstala no sistema porta-hepático enas veias mesentéricas. O hospedeirointermediário é um caramujo de no-menclatura controvertida: Planor bis,Australorbis ou Biomphalaria. São en-contrados em água doce pouco cor-rente ou estagnada.

O corte parcial na região cefálica pode originar uma planária com muitas cabeças.

A fecundação 

cruzada aumenta a biodiversidade.

Anatomia da planária:a) Sistema excretor;b) Sistema nervoso apresentan do 

um início de cefalização;c) Sistema reprodutor.

A bipartição origina indivíduos geneticamente idênticos (clo nes).

Seres primitivos possuem elevada capacidade de regene ração.

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Ovo, miracídio e cercária de  Schistosoma mansoni.

A pessoa doente elimina ovos do

Schistosoma  juntamente com as fe-

zes, atingindo a água. Saem dos ovos

embriões ciliados, os mirací dios,

que após algumas horas penetram

no caramujo.

No caramujo, o mirací dio trans- forma-se em esporocisto, que pro-

duz cercárias, sempre por pedogê-

nese.

As cercárias saem do caramujo

e nadam livremente, podendo pene-

trar ativamente na pele do homem,

durante os banhos em rios e lagos.

O diagnóstico é feito pelo exame

de fezes, onde são encontrados ovos

portadores de espinho.

A penetração das larvas produz

irritação cutânea, daí o nome “lagoas

de coceira” dado vulgarmente aos lo-

cais infestados por esquistossomo.

A profilaxia indicada consiste em

não nadar em locais desconhecidos;

evitar a penetração de larvas na pele;

tratar as pessoas doentes para im-

pedir a distribuição geográfica da

doença; promover o extermínio do

caramujo e o saneamento básico.

Taenia solium – aspecto geral.

Platielmintos.

Ciclo biológico da Fasciola hepatica.

Ciclo biológico do Schistosoma mansoni.

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BDE 

❑ Taenia solium 

Pertence à classe Cestoda ; pos-sui o corpo alongado, delgado e cha-to, dividido em três porções: cabeçaou escólex, colo e estróbilos ou pro-glotes.

A cabeça ou escólex é a por-ção anterior destinada à fixação da

Taenia na superfície da mucosa intes-tinal do hospedeiro.Apresenta quatro ventosas e um

rostro ou rotellum  com 26 a 28ganchos quitinosos, para a fixação noorganismo do hospedeiro.

O pescoço, ou colo, é a partemais fina e não segmentada, e liga acabeça ao corpo. É a região onde sãoproduzidos novos anéis ou proglotespor estrobilização.

O estróbilo, ou corpo, é consti-tuído por uma série de anéis (± 800),

divididos em imaturos, maduros e, nofinal, os anéis grávidos.A teníase ou soli tária deve-se

à presença do animal adulto no intes-tino, causando uma série de pertur-bações gerais.

A Taenia adulta vive no intestino

delgado do homem, que elimina emsuas fezes anéis do animal, contendoovos fecundados (de 30 mil a 50 milpor anel).

Os ovos contêm embriões dota-dos de seis tentáculos (hexacanto),denominados oncosfera.

O porco, hospedeiro intermediá-

rio, ingere os ovos, que, ao atingir o in-testino do animal, libertam a oncos- fera que, através da circulação san-guínea, é distribuída para a muscu-latura sublingual, diafragma, cérebroetc. Nesses locais, evolui um estágiolarval, denominado cisticerco.

O homem sofre a infestação, quan- do ingere a carne de porco crua, oumal cozida, contendo cisticercos vivos.

A cisticercose é uma enfermi-dade causada pela presença de umcisticerco no organismo. Esta doen-

 ça pode ocorrer no homem, quandoeste ingere ovos de Taenia solium .A casca dos ovos é digerida no

intestino, os embriões são transporta- dos pela corrente sanguínea, atingindoos olhos, a musculatura e o cérebro,causando cegueira, fraqueza

muscular e epilepsia. É uma doen-ça mais grave do que a teníase.

O homem pode adquirir esta doen-ça por autoinfestação interna, externae também por heteroinfestação.

❑ Taenia saginata 

Tem ciclo vital semelhante ao da

Taenia solium . Porém seu hospedeirointermediário é o boi, e em sua ca-beça não há ganchos quitinosos.

Possui aproximadamente 2 milproglotes. Os últimos anéis são elimi-nados isoladamente, forçando o esfínc-ter anal, fora das evacuações.

Produz a larva Cisticercus bovis ,que não causa cisticercose no homem.

Taenia saginata.

Taenia solium – ciclo biológico.

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   B   I   O   L   O   G   I   A

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1. CARACTERÍSTICASGERAIS

Os asquelmintos são animais decorpo cilíndrico, não segmentado, quepossuem simetria bilateral; distin guem-sedos platelmintos, principal mente porapresentar pseudoceloma e tubodigestório completo.

2. CLASSIFICAÇÃO

A principal classe é a nematoda.

3. TEGUMENTO

O corpo é revestido por uma cu-tícula elástica e flexível, acelular, se-cretada pela epiderme, que é de

natureza sincicial, sendo desenvolvi-da nas espécies jovens, e atrofiadanas espécies adultas.

4. SISTEMA MUSCULAR

Apresentam apenas a muscula-tura longitudinal abaixo da epiderme.

Cortes histológicos dos asquelmintos.

5. CAVIDADE DO CORPOEntre a camada muscular e a pa-

rede intestinal há uma cavidade, opseudoceloma. Esta cavidade não re- presenta um celoma verdadeiro, por-que não é revestida totalmente pelo

mesoderma.

6. SISTEMA DIGESTÓRIOÉ do tipo completo e contém bo-

ca, faringe, esôfago (faz a sucção), in-testino, ânus terminal ou subterminal.Nos machos há uma cloaca. A diges-tão é extracelular; o alimento é digeri-do por ação enzimática, na cavidadeintestinal, e é absorvido por células dasparedes do intestino.

MÓDULO 21 Asquelmintos ou Nematelmintos

Ascaris lumbricoides.

Enterobius vermicularis.

Nematoide – sistema digestório.

7. SISTEMA CIRCULATÓRIONão existe. Os alimentos absorvi-

dos pelas células da parede intestinalcaem no líquido que preenche o pseu -doceloma, sendo assim distribuídospara as demais células.

8. SISTEMA RESPIRATÓRIONão existe. Nas formas de vida li-

vre, o oxigênio difunde-se através dotegumento. Nas formas parasitas, arespiração é anaeróbia e realizada a

partir do glicogênio existente nas cé-lulas.

9. SISTEMA EXCRETOROs asquelmintos possuem dois

tipos de sistema excretor: o simples eo duplo.

O sistema simples aparece emnematoides de vida livre e é consti-tuído de uma grande célula ventral an-terior.

No sistema duplo, também conhe- cido por tipo em "H", existem dois tubosque correm ao longo das linhas late-rais, e que recolhem por osmose oscatabólitos, lançando-os por um poroque se abre na linha mediana ventral.

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BDE 

Nematoide – sistema excretor.

10.SISTEMA NERVOSOÉ constituído de um anel em volta

do esôfago e por vários cordões lon-gitudinais que dele partem.

11.REPRODUÇÃOA maioria dos nematoides possui

sexos separados, e o sistema reprodu- tor apresenta estrutura simples.

Os machos são sempre menores ede vida curta; distinguem-se das fê-meas pela extremidade posterior, quese enrola em espiral ou se expande embolsa copuladora, com duas espículasquitinosas que servem para agarrar-seà abertura genital das fêmeas.

12.HABITAT 

Existem nematoides de vida livrena água e no solo. Numerosas espé-cies vivem como parasitas de animaise vegetais. Muitos parasitas vivem ba-nhados pelos sucos digestórios dohospedeiro e resistem à ação diges-tória, provavelmente por causa da cu-tí cula, ou ainda pela produção deantienzimas, substâncias que inibema ação das enzimas digestórias dohospedeiro.

Galhas são intumescências de ra-mos vegetais infestados por asquel-mintos.

13.ESTUDO DOS PRINCIPAISNEMATOIDES PARASITAS

❑ Monogenéticos

ou monóxenosTêm evolução em um só hospe-

deiro, o definitivo.Ascaris lumbricoides 

Também denominada lombriga, éum verme cilíndrico e afilado nas duasextremidades. Possui boca trilabial, eo macho mede de 15 a 35cm, en-quanto a fêmea mede de 35 a 40cm.Vive no intestino delgado dos verte-brados, causando a ascaridíase.

Os vermes adultos vivem na luzdo intestino delgado. As fêmeas pos - suem grande fertilidade, chegando apôr 200 mil ovos por dia, que podemser eliminados com as fezes. Em con -dições ótimas, a evolução dura de 10a 12 dias, formando-se uma pequenalarva do tipo rabditoide, que em uma

semana sofre uma muda, transfor-mando-se numa larva infestante rab- ditoide. A infestação ocorre quandoo hospedeiro ingere ovos embrio-nados, que sofrem uma digestão noduodeno, libertando as larvas, quepassam pelo fígado, coração, pul-mões, tra queia, esôfago, estômago eintestinos, reiniciando um novo ciclo.A nova postura ocorrerá após doismeses e meio.

O verme provoca perturbaçõesna fase de larva migratória e na fase

adulta, localizada no intestino.Quando em grande número, os ver-mes chegam a provocar oclusão in -testinal.

Enterobius vermicularis 

(Oxyuris vermicularis) 

É um verme pequeno (3 a 12mm)com boca trilabiada e causador daoxiuríase ou enterobiose.

Parasitam o ceco e o apêndicececal. As fêmeas grávidas não depo-sitam os ovos e estes vão-se acumu-

lando no útero até o seu rompimentona luz intestinal, quando os ovosembrionados são libertados.

A transmissão é feita por via oral,através da ingestão dos ovos em brio- nados por auto ou heteroinfestação,podendo também ocorrer retroin festa- ção, determinada pela eclosão de

larvas na mucosa anal e posterior mi-gração para as partes superiores dointestino.

O verme adulto no intestino pro-duz inflamações, náuseas, catarro in-testinal, vômitos e dores intestinais. Osintoma mais típico da enterobiose é ointenso prurido anal, ativado à noitepelo calor do leito, quando o hos-pedeiro se deita.

Ancylostoma duodenale 

e Necator americanus Vermes de corpo cilíndrico, afilado

nas duas extremidades da fêmea eapenas na extremidade anterior domacho.

Medem cerca de 15mm e pos-suem uma cápsula bucal, dotada dedentes e placas cortantes.

Com pequenas diferenças, asduas espécies realizam o mesmo ci-clo. Os ovos, eliminados pelas fezesdo hospedeiro, evoluem em 24 horasaté chegar à larva rabditoide.

Ancylostoma duodenale e Necator americanus.

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Esta larva, após 48 horas, trans-forma-se em filarioide, que em umasemana torna-se infestante. A infesta-ção pode ser ativa ou passi va. A pri-meira é cutânea: ativamente as larvasatravessam a pele, principalmente ados pés, caem na circulação e atin-gem o coração e os pulmões, onde

sofrem a terceira muda. A seguir, mi-gram através dos brônquios, traqueia,esôfago e intestino delgado, onde so-frem a quarta muda, transformando-seem adulto. Na penetração passiva, aslarvas podem chegar por meio deágua contaminada ao estômago, on-de sofrem a terceira mu da; daí pas-sam ao intestino, ocorrendo a quartamuda, que caracteriza o estágioadulto.

São causadores da ancilosto-mose, amarelão, opilação ou

mal da terra, provocando no hos-

pedeiro uma anemia intensa, variandoa gravidade com o grau de infestação.

Ancylostoma caninum 

Parasita normal do cão, raramen-te encontrado no homem.

Ancylostoma brasiliensis 

É um parasita do cão e do gato.Quando suas larvas (Larva migrans )penetram na pele do homem, causama dermatose serpiginosa ou, co-mo é popularmente conhecida, o bi-

cho geográfico.

❑ Digenéticos oudi-heteroxenosSão parasitas com dois hospedei-

ros, o intermediário e o definitivo.

Wuchereria bancrofti 

É um verme de diâmetro muito pe-queno e de aspecto filamentoso, sen-do por esta razão denominadofilária; os machos atingem 4cm e as

fêmeas, 10cm de comprimento.

Doente apresentando elefantíase, doen ça cujo agente etiológico é a  Wuchereriabancrofti.

Esses vermes parasitam os gân-

glios linfáticos do homem, causando

a doença conhecida por elefantía-se, caracterizada pela hipertrofia dealguns órgãos, como o escroto, mem- bros inferiores, os seios e os lábios davulva.

No sistema linfático do hospedei-ro, as fêmeas colocam os ovos, quese transformam em microfilárias.Durante a noite, as larvas deslocam-se

para o sangue periférico, sendo entãoingeridas por mosquito do gêneroCulex . Nos insetos, as larvas sofremvárias mudas, transformando-se nasformas infestantes, que vão até atrompa do mosquito.

Quando o inseto pica a vítima,transmite a larva, que atinge o siste-ma linfático, tornando-se adulta e re -começando o ciclo.

No ciclo da Wuchereria bancrofti ,o homem é o hospedeiro definitivo e omosquito vetor é o hospedeiro inter-

mediário.

Ciclo biológico do Necator americanus.

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BDE 

MÓDULO 22 Anelídeos

1. CARACTERÍSTICASGERAISOs anelídeos são animais vermi-

formes, cujo corpo é composto de seg-mentos ou metâmeros, semelhan-

 tes entre si, em forma de anel, exceçãofeita aos dois primeiros e ao último seg- mento, denominados, respectivamen- te, prostômio, peristômio e pigídio.

São triblásticos com simetria bila-teral e a segmentação é tipicamentehomônoma.

2. SISTEMA TEGUMENTÁRIOA epiderme é um epitélio simples,

com células sensoriais, glândulas mu- cosas e recoberto por uma cutículapermeável. Nos oligoquetos (minhoca),

há fileiras de cerdas de quitina dis-postas na região ventral. Nos polique - tos (Eunice ), há um feixe de cerdas,apenas nos parapódios.

Organização do parapódio.

Parapódios são expansões der-momusculares laterais que servem co- mo remos, permitindo a natação dospoliquetos.

3. SISTEMA MUSCULARLogo abaixo da epiderme, encon-

tra-se a musculatura principal do cor-

po, composta de uma camada ex- terna circular e uma interna longitudi-nal, constituindo o tubo musculodér-mico, que forma a parede corpórea.

4. CAVIDADE DO CORPOOs anelídeos são animais que

apresentam uma cavidade geral se-cundária espaçosa, o celoma, divi-dido por septos transversais e longi- tudinais.

5. SISTEMA DIGESTÓRIOÉ do tipo completo, tubuloso e re-

 tilíneo. Inicia-se pela boca no prostô-mio, que contém, às vezes, maxilas ouestiletes quitinosos; segue-se a farin-ge, às vezes protrátil, que se comuni-ca com o esôfago, podendo esteformar um papo e uma moela forte-mente musculosa, que serve paramacerar os alimentos; segue-se o in-testino, às vezes com um par de sa-cos intestinais (tiflosolis), os quaisservem para aumentar a superfície deabsorção; o intestino terminal é emgeral curto e abre-se para o exterior,através do ânus.

Na parede do tubo digestório,existem células de peritônio que au-

 mentam consideravelmente seu volu-me, servindo para o acúmulo desubstâncias de reserva e que rece-bem o nome de cloragógenas.

Sistema digestório.

6. SISTEMA CIRCULATÓRIOÉ do tipo fechado, independente

do celoma e consiste, principalmente,em dois vasos sanguíneos longitudi-nais, colocados dorsal e ventralmenteem relação ao tubo digestório. O vasodorsal é contrátil, impelindo o sanguede trás para diante. Já no vaso ven tral,o sangue circula em sentido inverso.

O sangue é constituído de umplasma que contém amebócitos livrese hemoglobina dissolvida. Há tambémum pigmento verde, a clorocruerina,ou vermelho, a hemoeritrina, em outrosanelídeos.

Sistema circulatório.

7. SISTEMA RESPIRATÓRIO

A respiração é cutânea. Nos poli-quetos há brânquias ramificadas naregião dorsal dos parapódios, comrede capilar.

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8. SISTEMA EXCRETORA excreção é feita por nefrídios,

dispostos em um par por segmento.Cada nefrídio é formado por três par-tes: nefróstoma, um funil ciliado querecolhe os catabólitos na cavidade ce-lomática; nefroduto, um canal sinuo- so, internamente ciliado, que atraves-

 sa o anel e desemboca no nefridió-poro, um poro excretor situado no anelseguinte.

Estrutura do nefrídio.

9. SISTEMA NERVOSOO sistema nervoso é ganglionar.

Há dois gânglios cerebrais e um gran- de gânglio subfaríngeo, ligados porum anel nervoso ao redor da faringe,de onde sai um longo cordão nervosoventral, com dois gânglios por anel.

Nas minhocas há células tácteis,foto e quimiorreceptoras, dispersas noepitélio, especialmente nos primeirossegmentos.

Sistema nervoso.

10.HABITAT 

Em relação ao habitat , os anelí-deos podem ser aquáticos, marinhosou de água doce, e terrestres, viven doem lugares úmidos, debaixo de fo lhas,ou escavando galerias no solo, ondepassam a viver.

Nereis sp, verme marinho com aproximadamente 45cm e 220 metâmeros.

Lumbricus terrestris – morfologia externa.

A importância da minhoca em re-

lação aos solos é bastante conhecida.Elas melhoram a oxigenação e a repo- sição de minerais, a partir dos detritosorgânicos que comem. O verme Eunice viridis  (palolo) serve de alimen to aosnativos das ilhas Samoa e Fuji.

No passado, as sanguessugas(Hirudo medicinalis ) foram largamen-te empregadas em processo de san-gria, além do aproveitamento dahirudina, uma substância anticoagu- lante, de interesse médico, produzida

em suas glândulas salivares.

11.REPRODUÇÃOSão monoicos ou dioicos, com ou

sem clitelo; a reprodução sexuadaocorre com frequência por fecunda-ção cruzada; o desenvolvimento podeser direto ou indireto com larva trocó-fora (nos poliquetos). Há reproduçãoassexuada por brotamento e regene-ração.

❑ Fecundação

cruzada da minhocaNa fecundação cruzada da mi-

nhoca, os animais colocam-se em po-sição invertida, unindo-se pelasextremidades anteriores. Cerdas es-peciais penetram mutuamente nosdois parceiros, mantendo-os ligadosenquanto o clitelo secreta um mucoque envolve os dois parceiros. Emcada animal forma-se um par de sul-cos seminais, indo do 15º. anel até oclitelo, através do qual os esperma-tozoides de um animal passam para o

receptáculo seminal do outro, carac- terizando a fecundação cruzada se-guida da separação dos animais.

Logo após, o clitelo secreta o có-con, ou casulo, onde são depositadosos óvulos. O cócon desloca-se para afrente e, ao passar pelo receptáculoseminal, os óvulos são fer tilizados pe-los espermatozoides, que já estavamdepositados. O cócon, que agoracontém ovos, sai do animal medindo

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cerca de 7mm; apenas um ovo se de-senvolve.

Notamos que a fecundação doóvulo é feita no cócon ou casulo, por-tanto definimos como um caso defecundação externa e desenvolvi-mento direto.

12.SISTEMÁTICADOS ANELÍDEOSO filo Annelida é constituído apro-

 xidamente de 8.700 espécies, agrupa -das em três classes: Polychaeta ,Oligochaeta e Hirudinea .

Classe 1 – PoliquetosPossuem o corpo com metameri-

 zações externa e interna bem nítidas.Cada metâmero possui um par de ex-pansões laterais, os parapódios,que têm funções na respiração

branquial e na locomoção. Ca-beça distinta do corpo, sexos se-parados, com fecundação externa edesenvolvimento indireto, através dalarva trocófora. São quase exclusiva-mente marinhos.

Ordem 1 – Errantia 

Vida livre e brânquias nos para-pódios.

Ex.: Eunice sp e Nereis sp . Sanguessuga locomovendo-se.

Ordem 2 – Sedentária 

Fixos, em tubos calcários ou emescavações, na areia; possuem brân- quias na cabeça.

Ex.: Arenicola e Sabellaria .

Classe 2  – OligoquetosSão animais de corpo alongado,

cilíndrico, com segmentações exter nae interna bem nítidas, cabeça não dis-tinta do corpo, raras cerdas implanta-das diretamente na cutícula, nãopossuem parapódios, têm respiraçãocutânea, hermafroditas com clitelo esem larvas.

Ex.: Lumbricus terrestris (minhocacomum ou europeia); Pheretima hawaiana (minhoca-louca); Glossos - colex giganteus (minhocuçu).

Classe 3 – Hirudíneos

É formada de organismos com o

corpo de forma achatada e segmen-tado, porém a segmentação externanão corresponde à segmentação in-terna. Cabeça não distinta do corpo,ausência de cerdas, tentáculos e pa-rapódios. Possuem duas ventosas etêm o celoma obliterado, são herma-froditas com clitelo.

Ex.: Hirudo medi ci nalis , sangues- suga europeia, ectoparasitas, hemató- fagos, ocasionais no homem e emanimais domésticos. Vivem em águadoce, principalmente em brejos.

Sabellaria sp.

MÓDULO 23 Artrópodos1. ARTRÓPODES❑ Caracteres Gerais

Os artrópodes (arthros = articula-ção, e podos = pés) são organismosque se caracterizam por apresentaremapêndices e patas articuladas.

São metazoários, de simetria bi-lateral, com o corpo segmentado,triblásticos, protostômios e ce-lomados; possuem um exoesquele-to quitinoso, que só permite o cresci-

mento do animal por mudas (ecdises).Suas 830.000 espécies apresen-

tam um elevado grau de complexida-de, são encontradas na maior diver-sidade de hábitats e podem ingeriruma quantidade de alimento muitomaior que os representantes de qual-quer outro filo.

❑ ClassificaçãoOs artrópodes apresentam várias

classes, como: classe 1 – Crustacea ;classe 2 – Insecta ; classe 3 – Arachnida ;classe 4 – Chilopoda ; classe 5 –Diplopoda .

2. CLASSE CRUSTACEA

❑ Caracteres GeraisA classe Crustacea  (do latim

crusta = casca) é formada de orga-nismos com o corpo revestido por uma

cutícula quitinosa espessa e rígida,formando o exoesqueleto, que é im-pregnado de carbonato de cálcio.

Apesar de existir uma grande va-riedade de formas, pode-se dividir ocorpo em cabeça, tórax e ab dômen,ocorrendo, nas formas evoluídas, afusão dos anéis torácicos com a ca-beça, ficando o corpo dividido em ce-falotórax e abdômen, como, porexemplo, observamos no camarão.

❑ Morfologia ExternaA cabeça é formada pela fusão

de cinco segmentos, cada um delescom um par de apêndices bifurcados.Há dois pares de antenas (tetráceros),um par de mandíbulas e dois pares demaxilas.

O tórax apresenta segmentoscom números variáveis, podendo estarfundidos ou não. Seus apêndices sãodivididos em dois grupos: maxi-

lípedes e pereiópodes. Os maxi-lípedes servem para a apreensão dealimentos e ainda funcionam comoelementos tácteis, quimiorrecep-tores e respiratórios. Os pe- reiópodes, ou patas locomotoras,formam, nos primeiros segmentos, apinça ou quela, usada para ataque oudefesa.

No abdômen, os segmentos nãosão fundidos e seus apêndices são

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pleiópodes e urópodes. Os pleió-podes são natatórios e, nos machos, oprimeiro par é transformado em ór gãocopulador. Os urópodes são chama-dos também natatórios, formados porlâminas alargadas que, nas fêmeas,protegem os ovos. O último segmentoé o telso.

❑ Sistema DigestórioÉ completo e a digestão é extra-

 celular. É comum a existência de umestômago mastigador: o moli-nete gástrico. Nos crustáceos maissimples (microcrustáceos), há eficien-tes mecanismos de filtragem de águapara a coleta de nutrientes e de orga-nismos do fitoplâncton.

❑ Sistema RespiratórioA respiração é branquial. As brân-

quias localizam-se sobre as patas torá-cicas. Nos microcrustáceos, as trocasgasosas são feitas através da su per-fície do corpo.

❑ Sistema CirculatórioÉ do tipo aberto ou lacunar. Pos-

suem coração dorsal, que recebe dasbrânquias o sangue arterial, depoisdistribuído para o corpo. O sangue ge-ralmente contém um pigmento respi-ratório, a hemocianina. As lacunas sãocelomáticas (hemocelas).

❑ Sistema ExcretorA excreção se faz por glândulas

verdes ou antenárias, cujo poro ex-cretor abre-se na base da antena.Tais glândulas recolhem os catabóli-tos do celoma e do sangue.

❑ Sistema NervosoApresenta gânglios cerebroides e

uma cadeia nervosa ganglionar ven-tral.

❑ Sistema SensorialOs órgãos sensoriais são bem de-senvolvidos. Os olhos podem ser sim-ples ou compostos, sésseis ou pe-dunculados. Os compostos são for- mados por muitas unidades, os oma- tídeos.

Há órgão de equilíbrio, os esta-tocistos, na base das antenas, e ór-gãos tácteis e olfativos, espe- cialmente na região da cabeça.

Camarão – morfologia externa.

Os representantes do filo Arthropoda.

Classes Crustáceos Insetos Aracnídeos Quilópodos Diplópodos

Exemplos camarão mosquito aranha lacraia piolho-de-cobra

Número deantenas

tetráceros4

díceros2

áceros0

díceros2

díceros2

Número depatas

decápodos 10(1 par porsegmento)

hexápodos6

octópodos8

muitas;(1 par porsegmento)

muitas;(2 pares porsegmento)

Divisão docorpo

cefalotóraxe abdômen

cabeça, tóraxe abdômen

cefalotóraxe abdômen

cabeça ecorpo longo

cabeça,tórax curto

e corpo longo

Respi-ração

cutânea;branquial

traquealcutânea,traqueal,

filotraquealtraqueal traqueal

Digestão

tubo digestóriocompleto;molinetegástrico

tubodigestóriocompleto;

tubo digestóriocompleto;digestão

extracorpórea

tubodigestóriocompleto

tubodigestóriocompleto

Circulaçãoaberta;

hemocianinaaberta

aberta,hemocianina

aberta aberta

Excreçãoglândula

verdetubo deMalpighi

tubo deMalpighi;

glândula coxal

tubo deMalpighi

tubo deMalpighi

Sistema

Nervoso

ganglionar ganglionar ganglionar ganglionar ganglionar

Sexos dioicos dioicos dioicos dioicos dioicos

Desenvol-vimento

direto ouindireto

direto ouindireto

direto ouindireto

direto ouindireto

direto ouindireto

Habitat maioria

aquáticoprincipalmente

terrestreprincipalmente

terrestreterrestre terrestre

Obser-vações

partenogênese;autotomia;

heteromorfose

asas;partenogênese;poliembrionia

glândulasvenenosas;quelíceras;fiandeiras;

partenogênese

forcípulasvenenosas15 a 181

segmentos

não sãovenenosas;abdômen

com 9 a 100segmentos

duplos

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Aparelho reprodutor do lagostim. Note que o ovário se abre no terceiro par de pereió po dos da fêmea, e o testículo no quinto par de pereió podos do macho.

Estágios larvais do camarão: A - Nauplius;B - Zoea; e C - Mysis, o último estágio larval.

❑ ReproduçãoA maioria é unissexuada, e as aber-

turas genitais encontram-se na parteventral.

Há o dimorfismo sexual, e a fe-cundação é interna. Nos microcrustá- ceos é comum a partenogênese. Hámuitas larvas e a mais simples é Nau - plius , com apenas três pares de pa-tas. Nos crustáceos superiores, alémdessas, há também Protozoea , Zoea e Mysis .

Observamos grande capacidadede regeneração no camarão jovem,que se reduz nos adultos. A hetero-morfose é a regeneração de umaparte diferente daquela que foi perdi-

da. Assim, retirando-se apenas o olhodo camarão e deixando o pedúnculo,ocorrerá a regeneração normal de umnovo olho; porém, se olho e pedún-culo forem retirados, aparecerá emseu lugar uma antena.

A autotomia é um excelentemeio de defesa, pois consiste na auto- amputação e posterior regeneração deum segmento torácico, que fica com oagressor enquanto o animal foge.

❑ Habitat 

São animais predominantementeaquáticos, marinhos e dulcaquícolas.Podem viver na areia das faixas litorâ-neas (caranguejo), em terra úmida (ta-tuzinho-de-jardim), na lama do mangue(caranguejo maria-mulata) e fixos àsrochas, pilares de pontes, cascos de

navios etc. (cracas).

❑ SistemáticaA classe dos crustáceos, com cer-

ca de 25 mil espécies, apresenta doisgrupos: entomocrustáceos (primi-tivos) e malacrustáceos (evoluí-dos).

Entomocrustáceos são crustá-ceos inferiores, geralmente microscó-picos.

Subclasse 1

Branquiopoda Microscópicos, quase todos deágua doce, e adaptados à natação.Ex.: Daphnia pulex , a pulga-d’água.

Daphnia pulex.

Subclasse 2Copepoda 

Também microscópicos, com mui- tos representantes parasitas de peixes.

Ex.: Cyclops sp , vetor do botrio-céfalo e filária de Medina.

Cyclops sp.

Subclasse 3Ostracoides 

Organismo com o corpo protegi-do por uma “concha” bivalve, que en-cerra também a cabeça. Vivem emágua doce e no mar.

Ex.: Eucypris sp .

Eucypris sp.

Cirripédios.

Subclasse 4Cirripedia 

São animais fixos e protegidospor uma carapaça calcária, que vi-vem em ambiente marinho, cobrindorochas, madeira de cais, cascos denavios, carapaças de siris, lagostas,moluscos e até a pele de cetáceos.

Ex.: Mitella e B alanus , as cracas.

Subclasse 5

Malascrostaca São crustáceos evoluídos, todos

macroscópicos.Dividem-se em três ordens: lso - 

po da , Amphipoda e Decapoda .

Ordem 1lsopoda 

Têm o corpo comprimido dorso-ventralmente.

Ex.: Armadillidium  sp (tatuzi-nho-de-jardim) e Ligia sp  (barati-nha-de-praia).

Isópodos.

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Ordem 2Amphipoda 

Têm o corpo comprimido lateral-mente, vivem na água salgada e rara-mente na água doce.

Ex.: Gammarus ; Caprella e Hya le lla .

Ordem 3

Decapoda É constituída de organismos late-

ralmente comprimidos ou achatados;o abdômen em geral é maior que ocefalotórax. Alguns vivem em água do-ce; poucos são terrestres; e a maioriaé de ambiente marinho.

Ex.: Crangon ; Penaeus  – cama-rão; Panulirus  – lagosta; Pagurus  –eremita (vive em concha de caramu-jos); Cancer – caranguejo comestível;Callinectes – siri comestível.

4. CLASSE DOS INSETOS

❑ Caracteres GeraisA classe lnsecta (do latim in = den-

tro, secare = dividir) tem como carac-terísticas: um par de antenas (dí-ceros); três pares de patas (hexápo-des); corpo nitidamente dividido emcabeça, tórax e abdômen.

Inseto.

❑ Morfologia ExternaA cabeça é o centro sensorial do

animal. Nela estão localizados seusprincipais órgãos dos sentidos: asantenas e os olhos. As antenas são

órgãos quimiorreceptores, queapresentam também as funçõesolfativas e tácteis.

Os olhos podem ser de dois tipos:simples (ocelos) e compostos (face-tados).

Os olhos simples são no máximotrês, enquanto os olhos compostossão dois, porém formados por 15 mila 25 mil unidades visuais, os omatí -deos.

Olhos dos insetos.

O tórax é o centro locomotor dosinsetos. É formado por três segmen-

tos: protórax, mesotórax, metatórax,com um par de patas por segmento.Cada pata é constituída pelos seguin-tes artículos: coxa, trocanter, fêmur,tíbia e tarso.

As asas são estruturas vivas liga -das ao tórax (meso e metatórax), masnão são membros verdadeiros, e simuma expansão lateral do tegumento.Em suas nervuras passam vasos, tra-queias e lacunas sanguíneas.

Pata de inseto.

( Amphipoda).

3. DIFERENCIAÇÃO ENTRE SIRI E CARANGUEJO

SiriCefalotórax elíptico com a margem anterior denteada.Tem o último par de patas transformado em remos.

CaranguejoCefalotórax quadrado, trapezoide ou arredondado.O último par de patas não é transformado em remos.

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Asa membranosa.

Os tipos de asas são:a) Membranosas:

Finas e transparentes (moscas).

b) Pergamináceas:Finas, opacas, flexíveis e colo-

ridas (barata).

c) Élitros:Espessas e opacas (besouro).

d) Hemiélitros:São élitros na base e membra-

nosas na ponta (percevejo).O abdômen é o centro de nutri-

ção dos insetos, desprovido de apên-dices e com uma segmentação nítida.Os últimos segmentos nas fêmeas for-mam o ovopositor. Existem abertu-ras laterais das traqueias, denomina- das opérculos. Nas abelhas e ves-pas existem os ferrões.

❑ Sistema DigestórioÉ do tipo completo.Possui boca, faringe, esôfago,

papo, moela, estômago, intestino,ânus e, como órgãos anexos, as glân-dulas salivares.

O aparelho bucal é adaptadoao tipo de alimentação do animal:a) mastigador ou triturador

(gafanhoto);b) lambedor (abelha);c) sugador (borboleta);d) picador-sugador (pulga);e) picador-não sugador (mos-

ca doméstica).

❑ RespiraçãoÉ do tipo traqueal. Entre os inse-

tos aquáticos, há os que respiram ooxigênio da atmosfera, subindo detempos em tempos; outros apresen-tam um sistema traqueal fechado, utili- zando o O2 dissolvido na água.

Sistema traqueal.

❑ Sistema CirculatórioA circulação é aberta ou lacunar.

O coração é um órgão tubuloso, dor-sal ao abdômen, e apresenta peque-nas câmaras contrácteis, as ventri- culites.

O sangue é incolor e não trans-porta gases respiratórios; serve paraa distribuição de alimentos.

Circulação do inseto.

❑ Sistema ExcretorA excreção é feita por tubos de

Malpighi, que eliminam especialmen-te ácido úrico.

Tubo digestório da barata. Observe que os túbulos de Malpighi recolhem o mate - rial de excreção do celoma e o lançam no tubo digestório.

❑ Sistema NervosoO cérebro é anterior e está ligado

aos gânglios subesofagianos por umanel nervoso; há ainda a cadeia ner-vosa ventral.

Sistema nervoso.

❑ Sistema SensorialA visão dos insetos (olhos simples

e compostos) distingue cores até ultra-violeta; a sensibilidade auditivase dá através dos pelos e órgãos cor-dotonais das patas; a sensibilidadeolfativa situa-se nas antenas; e asensibilidade táctil, em cerdas deapêndices.

❑ ReproduçãoSão animais dioicos, com dimor-

fismo sexual; (as fêmeas são sempremaiores). A fecundação é interna e odesenvolvimento pode ser direto ouindireto, com metamorfose. Há ca sosde partenogênese (afídeos); de neo-tenia (térmitas) e poliembrionia (hime-nópteros).

❑ SistemáticaA classe dos insetos apresenta

cerca de 750 mil espécies, sendo ani- mais de grande sucesso evolutivo.

Subclasse 1 – Apterigota 

Insetos sem asas e sem metamor-fose (ametábolos).Esquemas de tipos de aparelhos bucais.

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   B   I   O   L   O   G   I   A

   B   D   E

Ordem 1 – Thysanura 

Ex.: traça-dos-livros.Subclasse 2 – Pterigota 

lnsetos com asas e metamorfose.São divididos em dois grupos:1.o Grupo – Hemimetábolos 

Com metamorfose parcial: ovo –ninfa – imago (adulto).

Ordem 2 – Orthoptera Ex.: gafanhoto, barata, bicho-pau,

grilo, louva-a-deus.Ordem 3 – Ephemeroptera 

Ex.: siriruia.Ordem 4 – Dermaptera 

Ex.: lacrainha.Ordem 5 – Odonata 

Ex.: libélula.Ordem 6 – lsoptera 

Ex.: cupim, térmita.Ordem 7 – Anoplura 

Ex.: piolho (Pediculus humanus ),

“chato” (Phthirius pubis ).Ordem 8 – Hemiptera 

Ex.: barbeiro, percevejo-do-mato,baratinha-d’água.

Ordem 9 – Homoptera 

Ex.: cigarra, afídeos, jequitirana-bóia.

2.o Grupo – Holometábolos 

lnsetos com metamorfose comple- ta: ovo – larva – pupa – imago (adulto).Nas borboletas e mariposas, as fasessão determinadas: ovo – lagarta – cri-

sálida – adulto.Ordem 10 – Lepidoptera 

Ex.: borboleta, mariposa, bi-cho-da-seda, traça-de-roupa.

Ordem 11 – Diptera 

Apresenta duas subordens: Ne - 

ma to cera e Brachicera .Subordem 1 – Nematocera 

Conhecidos como mosquitos; pos- suem antenas longas.

Ex.: Cullex sp – principal vetor dasfilárias de W. bancrofti , causadorasda elefantíase.

Aedes aegypti – vetor da febreamarela (virose) e da dengue.Anopheles sp – vetor da malária.Phlebotomus intermedius – vetor

da úlcera de Bauru.Simulidium – mosquito borrachudo.Subordem 2 – Brachicera 

Conhecidos como moscas; pos-suem antenas curtas. Ex.: mosca do- méstica – grande transmissora me-cânica de germes.

Esquema de al guns repre sen tan tes das or dens mais importantes da classe dos in setos.

Glossina palpalis – vetor da doen-ça do sono.

Drosophila melanogaster – mos- ca-da-fruta.

Dematobia hominis  – a mos-ca-do-berne (é a larva do inseto).

Ordem 12 – Siphonaptera 

Ex.: pulga (Pulex irritans ); bi-cho-de-pé (Tunga penetrans ); pulgado rato (Xenopsylla cheops ), vetorada peste bubônica.

Ordem 13 – Coleoptera 

Ex.: besouro, joaninha.Ordem 14 – Hymenoptera 

Ex.: abelha, vespa e formiga.

5. CLASSE ARACHNIDA

❑ Caracteres GeraisA classe Arachnida é formada deorganismos cujo corpo divide-se emcefalotórax e abdômen; não possuemantenas (áceros) e têm quatro paresde patas (octópodes).

É o terceiro grande grupo dos ar-trópodes. São na maioria terrestres, vi- vem sob troncos, pedras, buracos nosolo, em vários habitat , desde o níveldo mar até altas montanhas.

Demodex folliculorum.

❑ Morfologia ExternaO cefalotórax possui seis pares de

apêndices: o primeiro par apresentaas quelíceras, que servem para cap-turar a presa e, na maioria dos repre-

sentantes da classe, terminam por umapinça; o segundo par de apêndicesapresenta os pedipalpos, que servempara a apreensão; e há também qua-tro pares de patas. O abdômen nuncaapresenta apêndices.

Nas aranhas, o abdômen tem ven- tralmente as aberturas das filo traqueiase o poro genital. Posteriormente, ficamo ânus e as fiandeiras, que tecem osfios da teia.

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Aranha – morfologia.

Nos escorpiões, existe um pós-abdômen, cujo último artículo é inocu- lador de veneno.

Nos ácaros, não há uma nítida se-paração entre cefalotórax e abdômen.

❑ Sistema DigestórioÉ do tipo completo e a digestão é

extracelular e extraintestinal, nas ara- nhas, sendo seus sucos digestóriosinjetados no corpo das presas (ondeé feita a digestão do animal).

Aranha capturando suas presas que fi ca - ram unidas à teia. Essas presas for ne ce - rão energia e os nutrientes necessários à continuidade da vida desse aracnídeo.

A aranha não devora uma presa,pois apenas pode absorver líquidos.lnjeta-lhe saliva e depois aspira o líqui- do resultante da digestão dos órgãosda presa.

❑ Sistema RespiratórioA respiração é feita por filotra-

queias (pulmotraqueias), onde ocor-re a hematose (troca de gasesrespiratórios). Em alguns ácaros, arespiração é cutânea ou traqueal.

❑ Sistema CirculatórioA circulação é lacunar e o cora-

ção é dorsal no abdômen. O “sangue”é formado por um plasma, contendoamebócitos e hemocianina como pig-mento respiratório. É co mum chamarde hemolinfa o líquido circulatório dosartrópodes.

❑ Sistema ExcretorA excreção é feita por um par de

tubos de Malpighi, que se ramificam eainda ficam situados no assoalho docefalotórax (excretam por ductos quese abrem entre as pernas).

❑ Sistema NervosoApresentam um cérebro, que está

ligado por um anel nervoso a uma ca-deia ganglionar ventral, semelhanteaos insetos.

❑ Sistema SensorialComo órgãos visuais há os oce-

los, com função tátil; os pedipalpos eas células quimiorreceptoras ficam nosapêndices.

❑ Glândulas VenenosasNas aranhas estão localizadas nas

quelíceras; nos escorpiões localizam-seno telso, que tem a forma de umaguilhão inoculador.

Produção da teia.

Vítimas de acidentes com aranhase escorpiões devem ser ime diatamen- te socorridas. O veneno de certas es-pécies pode resultar em consequên- cias graves, até a morte, quan do asvítimas, principalmente crianças, nãosão devidamente socorridas. Para issoexistem soros antiescorpiônicos e an-tiaracnídeos.

❑ Glândulas SericígenasLocalizam-se no abdômen da ara-

 nha e terminam nas fiandeiras, ondeproduzem o fio utilizado para tecer ateia.

❑ ReproduçãoSão animais de sexos separados,

com dimorfismo sexual e fecundaçãointerna. Nas aranhas, o macho utiliza

o pedipalpo como órgão copulador.São ovíparos e vivíparos (escorpiões).Possuem desenvolvimento direto,ocorrendo partenogênese entre al-guns ácaros.

❑ SistemáticaOs aracnídeos têm, aproximada-

mente, 30 mil espécies. As principaisordens são:

Ordem 1 – Araneídeos 

Engloba todas as espécies dearanhas, venenosas ou não. Os ór-gãos inoculadores de veneno são asquelíceras.

Ex.: Dugesiella (tarântula); La tro - dec tus (viúva-negra); Lycosa ; Sal ti cus (aranha papa-moscas); Tenus (arma-deira).

Ordem 2 – Escorpionídeos 

São os escorpiões; todos são ve-nenosos.

Ex.: Tytyus bahiensis – escorpiãopreto ou vermelho encontrado nocampo.

Ordem 3 – Acarídeos 

São os carrapatos parasitas dapele de mamíferos.

Ex.: Sarcoptes scabiei – causa-dor da sarna; Demodex folliculorum –é o “cravo” do rosto; Amblyomma ca - fen nense – é o carrapato.

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   B   D   E

Alguns ácaros.

Escorpião – morfologia externa.

6. MIRIÁPODOSConstituem um grupo de artró-

podos com o corpo alongado e cominúmeros pares de patas. Possuemum par de antenas, respiram portraqueia e excretam por túbulos deMalpighi. Compreendem duas clas-ses: Chilopoda e Diplopoda .

❑ Classe Chilopoda 

Ex.: centopeias ou lacraias.São venenosas, carnívoras, de

movimentos rápidos, não se enrolam,possuem secção corporal achatada,suas antenas são longas, e têm umpar de patas por segmento.

Morfologia externa da lacraia.

Anatomia interna da lacraia.

O primeiro par de patas é trans-formado em forcípulas (estruturas ino-culadoras do veneno). Têm porogenital na região posterior do corpo.São ovíparas, com ou sem larvas.

As centopeias são animais pre-dadores de insetos. Sua picada nohomem é perigosa. São de hábitosnoturnos.

❑ Classe Diplopoda 

Ex.: embuá, “piolho-de-cobra” egongolos.

Não são venenosos, possuemhábitos herbívoros, têm movimentoslentos, enrolam-se em espiral e pos-suem secção corporal cilíndrica. Suasantenas são curtas, e em cada seg-mento há dois pares de patas curtas.Não possuem forcípulas. Têm poro ge-

nital na região anterior. São ovíparoscom desenvolvimento direto.

O piolho-de-cobra.

Artrópodo da classe dos di plópodes, denomi nado pio lho-de-cobra. Apre senta o corpo cilíndrico, formado por um grande número de seg men tos. Muitos possuem uma coloração brilhante. Na ca beça há numerosos olhos simples e um par de antenas curtas (díce ros). Há quatro patas articuladas, por seg mento do corpo.

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FRENTE 3 Biologia Vegetal e Ecologia

MÓDULO 19 Hormônios Vegetais: O Pigmento Fitocromo

Quimicamente, o fitocromo é umaproteína de cor azul ou azul-verde.

O fitocromo é um pigmento capazde absorver a radiação vermelha comcomprimento de onda por volta de660 nm.

Quando isso ocorre, o fitocromotransforma-se numa espécie de en zi-ma que inicia uma série de reaçõesmetabólicas no vegetal. O fitocromofica ativado.

O fato importante é a reversibilida-de desse pigmento. Assim, quando

ele absorve luz vermelha por volta de730 nm, o efeito iniciado com a luz de660 nm torna-se nulo, e o fitocromofica novamente inativo.

No escuro, o fitocromo ativadovolta também lentamente ao estadoinativo.

Pelo gráfico, observa-se que ofitocromo absorve intensamente aradiação de 660 nm (vermelho curto –V.C.) e a radiação de 730 nm (verme-lho longo – V.L.).

AÇÃO DO FITOCROMO:

1. ESTIOLAMENTOQuando plantas crescem no es -

curo, observamos que os caules tor-nam-se exageradamente longos e asfolhas pequenas, fenômeno conheci-do por estiolamento. Se iluminar-mos agora as plantas com luzvermelha (660 nm), notaremos que ocrescimento do caule torna-se vaga-roso e as folhas crescem mais rapida- mente, cessando o estiolamento. Se a

luz for de 730 nm, ocorre o inverso. Opigmento envolvido no caso é o fito-cromo, e a sua ação ainda não estábem esclarecida.

2. FOTOBLASTISMOGERMINAÇÃO DESEMENTESNem todas as sementes dispõem

de reservas suficientes para germinara certas profundidades no solo.

Existem, no entanto, sementes dealgumas plantas que são pequenas egeralmente desprovidas de reserva,como ocorre com as sementes de or-

quídeas, bromélias, begônias, certasvariedades de alface etc.

Tais sementes só conseguem ger-minar na superfície do solo, onde pos-sam receber luz.

Nesse caso, as sementes são cha-madas fotoblásticas positivas.

Existem outras sementes que sógerminam na ausência completa deluz, como acontece com algumas va-riedades de sementes de melancia.

Nesse caso, as sementes são cha- madas fotoblásticas negativas.

Aqui também o sistema fitocromotem participação ativa.

Uma experiência realizada comsementes fotoblásticas positivas (alfa- ce) mostrou os seguintes resultados:

a) A radiação de 660nm (V.C.) de- sencadeia um processo que resultana germinação das sementes.

b) A radiação de 730nm (V.L.) ini-be a germinação.

c) Quando se faz um tratamentoalternado de 660-730nm (V.L.), o re- sultado depende do último tratamentoaplicado.

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   B   I   O   L   O   G   I   A

   B   D   E

Comportamento de planta de dia curto, co mo o crisântemo. O dia crítico para es sa planta está em torno de 14 – 14,5 ho ras. As plantas que recebem luz abaixo do valor crítico florescem, en quan to as de mais permanecem no es ta do ve ge ta ti vo.

Comportamento de uma planta de dia lon go, como o espinafre. O dia crítico pa ra essa planta está em torno de 13 – 14 ho ras. As plantas que recebem luz acima do valor críti co florescem,enquan to as de mais permanecem no estado ve ge ta ti vo.

d) A radiação de 660nm desenca-deia o processo de germinação, que érevertido pela radiação de 730nm.

FOTOPERIODISMOA luz é importante para as plantas

também com relação à duração, istoé, a duração do dia e duração da

noite. Tais fenômenos são conhecidospor fotoperiodismo.O fotoperiodismo é essencial para

vários processos fisiológicos dovegetal, entre eles: floração, abscisãodas folhas, formação de raízes tu be-rosas, formação de bulbo (como ocor-re na cebola, fechamento dos folíolosdas leguminosas etc.).

FLORAÇÃOÉ a transformação das gemas

vegetativas em gemas florais.

Muitas plantas, para florescer,dependem do fotoperiodismo e sãonormalmente divididas em

a) plantas de dias curtos;b) plantas de dias longos;c) plantas indiferentes (neutras).

❑ Plantas de dias curtosSó florescem quando o tempo de

exposição à luz for inferior a um valorcrítico. Como exemplos, podemos citarcrisântemos, orquídeas, feijão, soja etc.

❑ Plantas de dias longosSó florescem quando o tempo de

exposição à luz for superior a um valorcrítico. Exemplos: espinafre, rabanete,cravo.

❑ Plantas indiferentesFlorescem independentemente do

tempo de exposição à luz. Exemplos:milho, tomate etc.

Do que sabemos atualmente so-bre a floração de plantas sensíveisaos fotoperíodos, pode-se dizer:

a) As folhas são responsáveis pe-la percepção do comprimento do diae da noite.

Vários experimentos comprovamtal fato.

– Se uma única folha da plantareceber o fotoperíodo indutor, a plantafloresce.

– Se uma folha de uma plantaque recebeu o fotoperíodo indutor forenxertada em outra planta que nãorecebeu o fotoperíodo indutor, estapassa a florescer.

b) A folha deve sintetizar um hor-mônio que ainda não foi isolado. Essehormônio é conhecido por florígeno.O florígeno, produzido na folha, deslo-ca-se até as gemas do vegetal,provocando a sua trans formação emgemas florais.

c) Nas plantas sensíveis ao foto-

período, foi observado que é de grandeimportância a continuidade da noite.

Assim, se uma planta de dia cur-to receber luz enquanto passa peloperíodo escuro, essa planta deixa deflorescer.

Foi observado que a interrupçãodo período de claridade por períodos

escuros não traz problemas para afloração.

d) O fitocromo também interferena floração.

Assim, se uma planta de dia curtoreceber luz com comprimento deonda por volta de 660 nm (V.C.),

enquanto passa pelo período escuro,ela não floresce. Nesse caso, o fito-cromo ativado pelo V.C. deve inibir aprodução do florígeno.

Se, após o tratamento com 660 nm,irradiarmos com 730 nm, a planta flo-rescerá.

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MÓDULO 20 Hormônios Vegetais: Giberelinas, Etileno, Citocininas e Ácido Abscísico

GIBERELINAS

São hormônios vegetais desco-bertos no Japão, em 1930.

Cientistas japoneses estudaramplantas de arroz que se apresentavammuito alongadas quando sofriam in-fecções por fungos do gêneroGiberella .Conseguiram extrair desses fungosuma substância ativa no crescimento,que foi chamada ácido giberélico.

Após esses estudos iniciais, ou -tras substâncias semelhantes ao áci-do giberélico foram descobertas. Hojesão conhecidas cerca de 20 subs-tâncias genericamente denominadasgiberelinas.

As giberelinas foram descobertastambém nos vegetais, e é possível quetodas as plantas tenham capacidadede produzir esses hormônios.

❑ ProduçãoAs giberelinas são produzidas pe-

lo vegetal:– nas folhas jovens;– nos embriões de sementes jo-

vens;– nos frutos;

– nas sementes em germinaçãoetc.

❑ TransporteAo contrário das auxinas, as gibe-

relinas são transportadas sem polari-zação (apolar) para as demais partesdo vegetal.

❑ AçãoAs giberelinas são hormônios que

agem diretamente na parede celulósica,

diminuindo a sua resistência e facili-tando a absorção de água. À medidaque a célula ganha água, ocorre dis -tensão da parede celulósica e, conse-quentemente, o crescimento celular. Asfiguras a seguir ilustram o fenômeno.

As plantas crescem graças aoaumento no tamanho das células.Uma única célula (I) se alonga paradar origem a outra maior (II).

A diferença entre PO e PT cons-titui o DPD, que é a sucção da célula.

À medida que o DPD aumenta,cresce a absorção de água e, con-sequentemente, a célula aumenta detamanho. As giberelinas, diminuindo aresistência da parede celulósica, fa-cilitam a entrada de água.

• CauleAs giberelinas provocam um rápi-

 do alongamento das células do caule.Foi observado que as plantas ge-

neticamente anãs são muito mais sen- síveis ao tratamento com giberelinasdo que as plantas de tamanho normal.Baseando-se nesses fatos, chegou-seà conclusão de que as plantasgeneticamente anãs eram incapazesde produzir giberelinas.

• FolhaComo acontece no caule, as célu-

las das folhas sofrem um acentuadoalongamento quando tratadas comgiberelinas.

Esse recurso pode ser usado emhorticultura para obtenção de plantascom folhas maiores e mais largas.

• FrutoTambém nesse caso as gibereli-

nas aceleram a distensão celular.A aplicação artificial de gibereli-

nas em frutos jovens pode provocarum acentuado aumento no tamanho.

Quando se aplicam giberelinasem flores não fecundadas, podemosprovocar a partenocarpia, isto é, o de-senvolvimento do ovário para a for- mação de frutos sem sementes.

• SementeAs giberelinas são capazes de

quebrar o estado de dormência dassementes, provocando a germinação.

• FloraçãoAs giberelinas induzem a floração

de plantas acaules, cujas folhas es-tão dispostas em roseta.

Essas plantas, para florescer, re- querem um tratamento sob baixastemperaturas durante um certo tem-po ou então um tratamento com diaslongos (veja fotoperiodismo).

Foi observado que na época dafloração esses vegetais apresentamum aumento no teor de giberelinas.Consequentemente, a produção degiberelinas intensificaria as divisões

celulares que levariam à formação doeixo floral.

De fato, a aplicação artificial degiberelinas nessas plantas pro vocauma rápida floração.

ETILENO

O gás etileno (H2C = CH2) é umproduto do metabolismo das célulasvegetais e é considerado atualmenteum hormônio vegetal.

P.O. representa a água que é sugada na célula por osmose.P.T. é a água forçada a sair pela pressão da parede celulósica.

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   B   D   E

❑ Ação do etileno (H2C = CH2)O gás etileno é capaz de provo-

car a maturação dos frutos.Foi observado que a maturação

de um fruto está relacionada com arespiração. O processo respiratórioaumenta muito durante a maturaçãopara depois sofrer um acentuado

declínio, na medida em que os teci-dos entram em decomposição. Essefenômeno é o climatério. Após oclimatério, o fruto inicia o processo dematuração.

Assim, os inibidores da respira-ção – baixa temperatura, concentra-ções altas de CO2 – são capazes deinibir a maturação.

Mas a aplicação de etileno é ca-paz de acelerar o processo.

Sabemos hoje que o gás etileno

é produzido no fruto um pouco antesdo climatério e provavelmente desen-cadeia o processo de maturação. Asua produção aumenta muito duranteo climatério.

Em algumas plantas, o etileno écapaz de provocar o início da flo ra-ção, como, por exemplo, no abacaxi.

O etileno é capaz de provocar aabscisão das folhas e o aparecimen-to do gancho apical no estiolamento.

CITOCININAS

São substâncias capazes de re-gular as divisões celulares dos vege-tais.

❑ CinetinaEssa substância não ocorre natu-

ralmente nos vegetais.A cinetina, aplicada juntamente

com auxinas, age numa série de fenô-menos:

a) Ativa as divisões celulares emcultura de tecidos vegetais, pro-

vocando o aparecimento de calos.

b) A diferenciação dos tecidos nacultura depende das concentraçõesde cinetina/auxina.

Assim:Cinetina > auxina⇒ formação de

gemasCinetina = auxina⇒ formação de

calosCinetina < auxina⇒ formação de

raízes

c) Observou-se também a ativi-dade dessas substâncias em gemaslaterais. A quebra da dormência emgemas depende da relação citocini-na/auxina.

Assim:Auxina > citocinina ⇒ a gema

lateral permanece dormente.Auxina < citocinina ⇒ a gema

lateral inicia o seu desenvolvimento.

d) Muitas plantas, quando cor ta-das, mostram nas suas folhas um rá-pido decréscimo do conteúdo protei-co e o consequente aumento no teorde nitrogênio solúvel.

Observou-se que a aplicação decitocininas nas folhas dessas plantasresultava numa permanência maior

da cor verde e da quantidade de pro-teínas. Dessa maneira, as citocininassão capazes de provocar um efeitoanti-senescente. Elas seriam capazesde manter a síntese de ácidos nu-cleicos e de proteínas, durante umcerto tempo.

❑ ZeatinaEssa citocinina ocorre natural-

mente nos vegetais, tendo sido ex-traída do milho. É produzida na pontada raiz e transportada para o caule eas folhas através do xilema.

AÇÃO DAS CITOCININAS❑ Nas folhas

Regulam o metabolismo e a se-nescência.

❑ Nos frutose sementes jovensEstimulam a divisão celular e o

crescimento.

ÁCIDO ABSCÍSICOEm climas temperados, as esta-

ções do ano são nitidamente distintas.Nos períodos favoráveis (prima-

vera e verão), as gemas das plantasestão em intensa atividade, dividindoconstantemente as células e promo-vendo o crescimento vegetal. No pe-ríodo desfavorável (inverno ou umperíodo de seca), as gemas devem

permanecer dormentes e protegidaspara suportarem, vivas, tais períodos.

Foi observado que, antes do pe-ríodo desfavorável, a planta produzum hormônio, denominado áci doabscísico (dormina), responsável peladormência das gemas do caule.

❑ FitoalexinasSão produzidas pelas células das

plantas em resposta a uma infecçãoprovocada por fungos. Trata-se de

substâncias fun gitóxicas.

❑ VitaminasNos vegetais, podem ser consi-

deradas como hormônios.São de importância as vitaminas

do complexo B.A tiamina (vit. B1), a pirodoxina

(vit. B6) e o ácido nicotínico sãoproduzidos nas folhas e chegam àsraízes, onde agem no seu desen-volvimento nor mal.

A ribofavina (vit. B2

) parece estarrelacionada com a inativação do AIA.

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BI  OL  O GI A

BDE 

1. MOVIMENTOSDOS VEGETAIS

Os movimentos dos vegetais po-

dem ser classificados em dois tipos:– movimentos de curvatura (cres-

cimento);– movimentos de locomoção (des-

 locamento).Os movimentos de crescimento

são, por sua vez, divididos em doistipos:

a) tropismos;b) nastismos ou nastia.

❑TropismosSão fenômenos de crescimento

ou de curvatura orientados em re-lação a um agente excitante; isto é, acurvatura depende da direção deonde vem o agente excitante. Confor-me a natureza desse agente, ostropismos são classificados em

a) fototropismo (luz);b) geotropismo (gravidade);c) quimiotropismo (substâncias

químicas);d) tigmotropismo (contato).São de especial interesse o foto-

tropismo e geotropismo. Podem-seexplicar os fenômenos trópicos basean-do-se fundamentalmente em doisfatores:

• o excitante deve incidir unilate- ralmente;

• as auxinas devem sofrer umaredistribuição, isto é, distribuir-se de-sigualmente nos dois lados do órgãoexcitado unilateralmente.

A distribuição desigual poderia

ser explicada pora) transporte lateral das auxinas;b) produção desigual das auxinas

no ápice;c) destruição desigual das auxi-

nas.Atualmente, a tendência é a de se

aceitar como verdadeira a hipó tese

do transporte lateral das auxinasquando ocorrer estímulo unilateral nosórgãos vegetais.

2. FOTOTROPISMO

Movimento de curvatura orienta-do em relação à luz.

O caule e os coleóptilos apresen- tam fototropismo positivo (curva emdireção à luz).

A raiz apresenta fototropismo ne-gativo (curva em direção oposta àluz).

As folhas são plagiofototrópicasou diafototrópicas (formam um ângu-lo reto em relação ao raio da Terra).

A experiência abaixo ilustra o fe-nômeno.

ExplicaçãoA luz provoca uma redistribuição

das auxinas, que se concentram nolado escuro.

Caule: o lado escuro apresentamaior concentração de auxinas e ocrescimento fica acelerado.

Raiz: o lado escuro apresentamaior concentração de auxinas e ocrescimento fica inibido.

É claro que a luz, para agir nofenômeno, tem de ser absorvida. Pa-ra tanto, devem existir pigmentos rela-

cionados com a absorção de luz. Foiobservado que as radiações eficien-tes nos fenômenos fototrópicos estãono início do espectro luminoso visí-vel (violeta, anil e azul). Os pigmen-tos que apresentam intensaab sorção nessa faixa são os carote-nos e as riboflavinas.

É possível que sejam esses ospigmentos responsáveis pela absor-ção de luz no fototropismo.

3. GEOTROPISMO

Crescimento orientado em rela-ção à força da gravidade.

• Caule e coleóptilos: apre-sentam geotropismo negativo (cresci-mento em sentido oposto à gravidade).

• Raízes: apresentam geotro-pismo positivo (crescem no mesmosentido da gravidade).

• Folhas: apresentam plagio-geotropismo ou diageotropismo.

A experiência abaixo ilustra o fe-nômeno.

Explicação• Raiz: quando se coloca uma

raiz na horizontal, ela cresce acen-tuadamente no lado superior, curva-see penetra no solo. Tal fato ainda sebaseia na ação do AIA, que se des-loca lateralmente, indo concentrar-seno lado inferior da raiz. A con centra-ção elevada de AIA nessa região ini-be o crescimento, enquanto o ladooposto fica com o crescimento acele-rado.

• Caule: o caule colocado hori-zontalmente sobre o solo cresceacentuadamente no lado inferior, cur-va-se e afasta-se do solo. Tambémnesse caso, o AIA, por ação da forçada gravidade, desloca-se do lado su-perior para o inferior, aí se concen-trando. Em consequência, essa re-gião tem crescimento acelerado.

MÓDULO 21 Movimento dos Vegetais

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   B   I   O   L   O   G   I   A

   B   D   E

4. TIGMOTROPISMO

Movimento de curvatura em res-posta a um estímulo mecânico (con-tato).

O fenômeno pode ser observadono movimento de enrolamento de ga-vinhas em um suporte.

As gavinhas são órgãos dorsiven-trais. Quando se estimula uma ga-vinha no lado inferior, ocorre umareação que determina uma diminuiçãono alongamento celular, enquanto olado oposto dorsal tem o alon- gamen-to acelerado. Dessa maneira, ocorre oenrolamento.

5. QUIMIOTROPISMO

São fenômenos de crescimentoorientados em relação a uma substân- cia química, mas ainda não estãomuito esclarecidos.

Podemos citar como exemplos:a) crescimento do tubo polínico

das angiospermas à procura do óvulo;b) crescimento das hifas vegetati-

vas dos fungos em direção ao ali-mento.

❑ NastismosSão movimentos de curvatura não

orientados em relação ao agenteexcitante, isto é, não dependem dadireção de onde vem o excitante, massim da simetria interna do órgão quereage.

Os nastismos só ocorrem em ór -gãos dorsiventrais.

Exemplos de nastismos:

• Fotonastismo: há flores quese abrem quando iluminadas, fazen-do as pétalas um movimento de cur-vatura para a base da corola.

A direção dos raios luminosos nãoinfluencia a direção da reação. Esta ésempre orientada para a base da flor.Há outras flores que fazem o movi-mento contrário, abrindo-se durante anoite. Essas flores, quando ilumina-das, fecham a corola.

• Tigmonastismo: observa-se,por exemplo, nos tentáculos das fo-lhas de Drosera . Estes, irritados porum inseto, sempre se dobram para ointerior da folha.

Drosera com tentáculos.

• Quimionastismo: tambémobserva-se na Drosera quando os ten-táculos se curvam, orientados porsubstâncias químicas emanadas doinseto.

• Nictinastismo: movimentocomplexo que depende da excitaçãoexterior (alternância de luz e obscu-ridade, calor e frio) e também de fato-res internos; tal fato é verificado emmuitas leguminosas que, à noite, fe-

cham os seus folíolos.Nas mimosas (sensitivas) um aba- lo promove uma reação rápida de fe-chamento dos folíolos. Os folíolosaparecem com articulações (espes- samentos) ricas com um parên quimaaquoso. Quando uma folha se abaixa,as células das regiões superiores des-se parênquima aumentam a sua tur-gescência.

Folha de Dionaea 

capturando uma libé lula (inseto).

Em caso de elevação da folha,ocorre o inverso. O fenômeno é co-nhecido por seismonastia.

Folhas de Dionaea.

❑ TactismosMovimentos de deslocamento de

seres vivos. São orientados em re-lação ao excitante e podem ser posi-tivos ou negativos.

Exemplos de tactismos:

• Quimiotactismo: movimen- to de deslocamento em relação asubstâncias químicas.

Exemplo: deslocamento de ante-rozoides à procura do órgão feminino(arquegônio).

• Aerotactismo: quando o ele-mento químico é o oxigênio.

Exemplo: bactérias aerotácteis.

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BI  OL  O GI A

BDE 

MÓDULO 22 Conceitos Ecológicos, Cadeias e Teias Alimentares

1. CONCEITO DE ECOLOGIA

A palavra ecologia foi criada em1869 pelo biólogo alemão ErnestHaeckel, e deriva de duas palavrasgregas: oikos , que significa casa e,num sentido mais amplo, ambiente, elogos , que quer dizer ciência ou estu-do. Assim, ecologia significa ciênciado ambiente ou, numa definição maiscompleta, a ciência que estuda asrelações entre os seres vivos e o am-biente em que vivem. Também podeser definida como a ciência que estu-da os ecossistemas.

2. NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO

Os seres vivos podem ser subdi-vididos, de maneira quase arbitrária,em unidades estruturais caracterizá-veis especificamente, segundo osníveis de organização. Das uni-dades mais simples até as mais com-plexas, temos: macromoléculas→ cé- lulas→ tecidos→ órgãos→ sistemas(= aparelhos) → indivíduos → po-pulações→ comunidades→ ecossis-temas→ biosfera.

Em ecologia são analisados es-pecificamente os níveis: populações,comunidades, ecossistemas e bios- fera.

❑ PopulaçãoÉ o conjunto de indivíduos da

mesma espécie vivendo juntos nomesmo espaço e na mesma unidadede tempo.

❑ Comunidade

É o conjunto de populações inter-dependentes, no tempo e no espaço.

❑ EcossistemaÉ o conjunto formado pela comu-

nidade e pelo ambiente físico que elahabita.

❑ BiosferaÉ o conjunto dos ecossistemas da

Terra.

3. O CONCEITO DEECOSSISTEMA

Ecologia é a ciência que estudaos ecossistemas. Podemos definirecossistema como um conjuntoformado por um ambiente físico (solo,ar, água) e pelos seres vivos que ohabitam. No ecossistema, conside-ramos dois componentes: um físicoou abiótico, a que chamamos debiótopo, e outro vivo ou biótico, queocupa o primeiro, chamado de bio-cenose ou comunidade.

❑ HábitatO termo hábitat indica o lugar

onde o organismo vive.

❑ Nicho ecológicoO nicho ecológico define o

papel que o organismo desempenhano ecossistema. A partir do conheci-mento do nicho ecológico, sabe-se oque a espécie come, por quem é co-

mida e como se reproduz.

4. EQUILÍBRIOECOLÓGICOOs ecossistemas são sistemas

equilibrados. Assim, por exemplo, umecossistema consome certa quantida-de de gás carbônico e água, enquan- to produz um determinado volume deoxigênio e alimento.

Qualquer mudança na entrada ouna saída desses elementos desequi-libra o sistema, alterando a produçãode alimento e oxigênio.

Cada espécie viva tem o seupapel no funcionamento do ecossis-tema a que pertence. Por exemplo:quase todo vegetal que se reproduzpor meio de flores necessita dealguma espécie de inseto para apolinização. O extermínio de tal inse-to também provocará a extinção daespécie vegetal.

5. A DIVISÃO DA ECOLOGIA

Distinguimos em ecologia trêsgrandes subdivisões: a auto-ecologia,a demoecologia e sinecologia.

❑ Auto-ecologiaEstuda as relações de uma única

espécie com o ambiente.

❑ DemoecologiaEstuda a dinâmica das popula-

ções, descrevendo as variaçõesquantitativas das espécies, bem co-mo a causa de tais variações.

❑ Sinecologia

Estuda as correlações entre asespécies e as relações destas com omeio ambiente.

6. RELAÇÕES TRÓFICASEM UMA COMUNIDADE

Comunidade é o conjunto de po-pulações interdependentes no tempoe no espaço. A interdependênciaobservada deriva das relações trófi-cas entre as populações que a cons-

tituem, relações evidenciadas pormeio das cadeias alimentares.

❑ Cadeia alimentarCadeia alimentar, ou cadeia trófi-

ca, é uma sequência de seres vivosna qual uns comem aqueles que osantecedem na cadeia, antes de se-rem comidos por aqueles que os se-guem. A cadeia mostra a transfe- rência de matéria e energia atravésde uma série de organismos.

Esquema geral de uma cadeia alimentar.

Ecossistema = biótopo +

+ biocenose

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   B   I   O   L   O   G   I   A

   B   D   E

❑ Níveis tróficosNa cadeia alimentar, distinguem-

se os seguintes níveis tróficos ou ali-mentares:

7. PRODUTORESSão os vegetais autótrofos ou clo-

rofilados que, por meio da fotossínte-se, fixam a energia luminosa, utilizamsubstâncias inorgânicas simples(água e gás carbônico) e edificam su -bstâncias orgânicas complexas (gli- cose, amido). No meio terrestre, osprincipais produtores são os faneró- gamos (vegetais com flores); no meioaquático marinho, principalmente asalgas microscópicas; na água doce,as algas e os fanerógamos.8. CONSUMIDORES

PRIMÁRIOS OU DE

PRIMEIRA ORDEMSão os organismos que comem

os produtores, sendo heterótrofos egeralmente herbívoros. Também sãoconsumidores primários os parasitasde vegetais. No meio terrestre, temosos herbívoros, principalmente insetos,roedores e ungulados.

9. CONSUMIDORESSECUNDÁRIOS OUDE SEGUNDA ORDEM

Vivem às expensas dos herbívoros,sendo representados por carnívoros.Acham-se nos mais variados grupos.

10.CONSUMIDORESTERCIÁRIOS OU DETERCEIRA ORDEMSão os carnívoros maiores que se

alimentam de carnívoros menores, co-mo é o caso de um gavião que comeuma cobra.

De maneira idêntica, poderíamos

definir consumidores de quarta or-dem, quinta ordem etc.Normalmente, devido ao desperdí-

cio de energia, como veremos adian -te, as cadeias alimentares não ultra-passam 5 ou 6 níveis.

Exemplos de cadeias alimentares.

11.DECOMPOSITORESFinalizando a cadeia trófica,

aparecem os decompositores, tam-bém chamados biorredutores ou sa-prófitas, micro-organismos represen- tados por bactérias e fungos. Tais or-ganismos atacam os cadáveres e osexcrementos, decompondo-os. Sãomuito importantes, visto que realizamo reaproveitamento da matéria, devol-

vendo os elementos químicos ao am -biente.

12.TEIAS ALIMENTARESEm um ecossistema, as cadeias

alimentares interagem, formando re-des alimentares. Na teia, representa-mos o máximo de relações tróficasexistentes entre os diversos seres vi-vos do ecossistema. Na teia, observa-mos que um animal, por exemplo,pode pertencer a níveis tróficos dife-rentes. É o caso dos omnívoros, queconsomem simultaneamente animaise vegetais; e dos carnívoros, que ata-cam variadas presas. Como observa-mos, a seguir, a rede ou teia alimentarresulta do entrelaçamento das ca-deias alimentares.

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BI  OL  O GI A

BDE 

MÓDULO 23 O Fluxo de Energia e Pirâmides Ecológicas

1. NECESSIDADESENERGÉTICAS

Todo ser vivo necessita de ener -gia, que é utilizada para

1. construção do organismo;2. realização de suas atividades

(manutenção de temperatura, rea-ções químicas etc.).

Os seres vivos são constituídospor moléculas orgânicas, ou seja, ma - cromoléculas, formadas por extensascadeias de carbono. Quanto maiorfor a molécula, maior será a quan-tidade de energia nela armazenada edisponível para as necessidades me-tabólicas do ser vivo.

2. A PRODUTIVIDADE NACADEIA ALIMENTAR

❑ Produtividade PrimáriaBruta (PPB)Como sabemos, toda a energia uti-

lizada pelos seres vivos vem da luzsolar.

No capítulo anterior verificamosque, através da fotossíntese, as plan-tas verdes captam a energia luminosado sol, transformando-a em energiaquímica, contida em compostos or-gânicos, produzida pelos vegetais fo-tossintéticos por unidade de área etempo, é o que se denomina produti-vidade primária bruta.

❑ Produtividade PrimáriaLíquida (PPL)É a produtividade primária bruta

menos a quantidade de energia con-sumida pelo vegetal na respiração(R).

❑ Produtividade SecundáriaBruta (PSB)É a quantidade de energia obtida

pelos consumidores primários ao co-merem os produtores.

❑ Produtividade SecundáriaLíquida (PSL)Trata-se da produtividade secun-

dária bruta menos a energia dis pendi-

da na respiração dos consumidores.

❑ Produtividade TerciáriaBruta (PTB)É a quantidade de energia obtida

pelos consumidores secundários aocomerem os produtores.

❑ Produtividade TerciáriaLíquida (PTL)

É a produtividade terciária brutamenos a energia consumida na respi-ração dos carnívoros.

3. DIAGRAMA DO FLUXODE ENERGIA

No diagrama, as caixas represen-tam os elos da cadeia alimentar, R re-

PPL = PPB – R

PSL = PSB – R

Diagrama do fluxo de energia.

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   B   I   O   L   O   G   I   A

   B   D   E

presenta a energia perdida na respi-ração e eliminada sob a forma decalor, e NA, a energia que não éabsorvida na passagem de um nívelao outro.

Somente uma parte da luz total(LT) recebida pela planta é absorvidapela clorofila. Uma parte da energiaabsorvida é eliminada na forma decalor, além da perda correspondenteà respiração.

4. CARACTERÍSTICAS DOFLUXO ENERGÉTICO

1. O sol é a fonte de energia paraos seres vivos.

2. A maior quantidade de energiaestá nos produtores.

3. À medida que nos afastamosdo produtor, o nível energético vai di-minuindo.

4. A energia que sai dos seres vi-vos não é reaproveitada.

5. O fluxo energético é unidirecio-nal.

5. PIRÂMIDES ECOLÓGICAS

Pirâmides ecológicas são repre-sentações gráficas das cadeias ali-mentares. A seguinte pirâmide éconstituída por uma série de degrausou retângulos superpostos, represen-

tando os diversos níveis tróficos dacadeia.

Existem três tipos de pirâmides:pirâmide de números, pirâmide debiomassa e pirâmide de energia.

❑ Pirâmide de númerosA pirâmide de números é edifica-

da com a superposição de retânguloshorizontais da mesma altura, sendo o

comprimento proporcional ao númerode indivíduos existentes em ca danível trófico.

Na típica pirâmide de números, onúmero de indivíduos diminui a cadanível trófico. São necessários váriosprodutores para alimentar um peque-no número de herbívoros, que, porsua vez, servirão de alimento a umnúmero menor de carnívoros.

A forma de uma pirâmide de nú-meros pode ser muito variada. Assim,uma árvore pode ser o produtor quenutre numerosos insetos, que servem

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BI  OL  O GI A

BDE 

de alimento a algumas aves. Nestecaso, tem-se a pirâmide es quemati-zada na figura a seguir.

Uma pirâmide invertida podeocorrer quando uma planta é parasi-tada por pulgões, que, por sua vez,são parasitados por protozoários.

A pirâmide de números não temmuito valor descritivo, porque dá igualimportância aos diversos indivíduos,sem considerar o tamanho e o peso.

❑ Pirâmide de biomassaNesta pirâmide é indicada, em

cada nível trófico, a biomassa dos or-ganismos correspondentes. Por bio-massa entendemos a massa orgânicado ecossistema. Geralmente, a pirâ- mide de biomassa apresenta o vértice

voltado para cima.

Porém, há exceções encontradasem ecossistemas marinhos, nos quais

o fitoplâncton possui uma bio massainferior à do zooplâncton, mas comuma velocidade de renovação (re- produção) muito rápida.

A pirâmide de biomassa é melhorque a de números, por indicar, paracada nível trófico, a quantidade dematéria viva presente. Contudo, tal pi-râmide atribui a mesma importânciaaos diversos tecidos, embora tenhamvalores energéticos diferentes. Nãose leva em conta o fator tempo, umavez que as biomassas podem ter sidoacumuladas em alguns dias, como éo caso do fitoplâncton, ou em cen-tenas de anos, como ocorre em umafloresta.

❑ Pirâmide de energiaA melhor representação da cadeia

alimentar é a pirâmide de ener-gia, em que cada nível trófico é re-presentado por um retângulo, cujocomprimento é proporcional à quan-

tidade de energia acumulada nonível. Tal pirâmide apresenta sempreo vértice para cima.

O fluxo unidirecional da energia e o fluxo cíclico da matéria. Fig. 2 – Fluxos da matéria e energia.

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