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(ANTARES DA EDUCAÇÃO DO CAMPO
Projeto Gráfico: Marcos Pê Arte da Capa: Maria Aparecida de Lima Diagramação: Zenaide Busanello
Este livro contém as letras cifradas.das canções contidas no cd Cantares da Educação do Campo. MST/Setor de Educação
Secretaria Nacional _ MST AI. Barão de Limeira, 1232 01202-002 - São Paulo - SP Tel.:/Fax: (1113361-3866 [email protected]
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NA COLHEITA DAS ESPIGAS
CANTAM HOMENS E MULHERES,
NA RIQUEZA DOS SABERES,
EM POEMAS E CANTIGAS.
FORAM MUITAS MÃOS AMIGAS
PARA ESTA PLANTAÇÃO,
NO PULSAR DO CORAÇÃO,
SOB A LUZ DOS PIRILAMPOS,
NOS CANTARES DA EDUCAÇÃO DO CAMPO,
O CAMPO SE FAZ CANÇÃO.
MST - SETOR DE EDUCAÇÃO
SUMÁRIO
A Educação do Campo .............................................. 5
Sempre é tempo de aprender ................................... 7
Passos do saber ....................................................... 9
Menina do sertão ................................................... 10
Samba da Natureza ................................................ 12
Não vou sair do campo .......................................... lLi
Pra vida continuar .................................................. 15
Um novo jeito de educar ........................................ 16
Uma nova educação ................................................ 17
Caminhos Alternativos ........................................... 18
Pedagogia da terra ................................................. 20
Matutanto com Matura na ....................................... 21
Canção da Terra ..................................................... 22
Sonho e compromisso ............................................ 2Li
Construtores do Futuro .......................................... 26
Um canto novo ...................................................... 27
A EDUCAÇÃO DO CAMPO {Gilvan Santos)
c A educação do campo
G7 do povo agricultor
precisa de uma enxada c
de um lápis, de um trator
C7 precisa educador
F pra tocar conhecimento
G7 o maior ensinamento
c é a' vida e seu valor
G7 Dessa história
c nós somos os sujeitos
G7 lutamos pela vida
c pelo que é de direito
G7 as nossas marcas
e se espalham pelo chão
G7 a nossa escola
c ela vem do coração.
5
Se a humanidade produziu tanto saber o rádio e a ciência e a "cartilha do ABC" mas falta empreender a solidariedade "soletrar" essa verdade está faltando acontecer
6
SEMPRE É TEMPO DE APRENDER (Zé Pinto)
G D Quem é que tem interesse em participar
G Que é que se prontifica para ensinar
0 C G Ta lançado o desafio, num refrão vamos cantar.
Sempre é tempo de aprender G
Sempre é tempo de ensinar
D
D Sempre é tempo de aprender
G Sempre é tempo de ensinar
D G Quando criança nos negaram esse saber
D G G7 Depois de grande vamos por os pés no chão
e G Em A quem já sabe o dever de repartir
Am D G Todos na luta pela alfabetização
e G Em A quem já sabe o dever de repart ir
Am D G Todos na luta pela alfabetização
7
jovens e adultos, papel e lápis na mão Unificando educação e produção No gesto lindo de aprender e ensinar Se educando com palavra e com ação
Na nossa conta um mais têm que crescer A liberdade vai além do ABC Um conteúdo dentro da realidade Vai despertando o interesse de saber
8
PASSOS DO SABER {Marcinha)
G Muitos saberes vem do viver, Em Quanta alegria nos traz o saber. c Educar é saber amar,
D Uma sociedade poder transformar.
G Cada passo que andar
Em Esta historia vai nos dar
c Novo tempo pra colher,
D Aprender e ensinar.
Muitos saberes vem do coração, Mas é preciso também dizer não. Quando o mal vem nos impor Novos valores vamos nos propor.
Na terra amada do coração, Escolas, sonhos e plantação. Germina a semente, que nos uniu Povo Sem Terra é do Brasil.
9
MENINA DO SERTÃO (Ta/is Ribeiro - Alberto Oliveira)
D C G Quem é que paga pelo sonho derramado,
D Enxugue o pranto da menina do cerrado ...
C G Quem é que paga pelo sonho derramado,
D Enxugue o pranto da menina ... F# Bm Lenço branco no cabelo
E A E a tristeza no olhar.
G D Uma lagrima pequenina C G D Desce para o chão molhar.
C/G D/C Quem é que paga pelo sonho derramado ...
D Quem é que paga pelo sonho ...
Doze, treze em sua vida E o vestido azul turquesa. Lua clara na retina, Choro da quase princesa. Por que a lagrima da menina do cerrado ... Por que a lagrima da menina ... Dm G Sereno da madrugada, Dm G Lava o sangue derramado. Dm G Vento frio do sertão
10
Dm G No lamento pranteado. D C G Acaba o sonho da menina do cerrado,
D Abala o sonho da menina ...
C D/C Quem é que paga pelo sonho derramado,
D Quem é que paga pelo sonho ...
11
SAMBA DA NATUREZA ( Lupércio Oarpasceno)
Em 87 Em O samba pede paz pra natureza,
87 Em Diante de tanta avareza,
F#75dim 87 Em 87 Em De um Progresso assustador.
87 Em Que em nome de uma estranha modernidade,
87 Em Lança sua crueldade
F#75dim 87 Em E provoca tanta dor. D G Mas chegará o momento
F#75dim Em que a voz pela vida
87 Em Calará a ambição. D G E a luz de um novo tempo,
c Toda a natureza
87 C#57dim F#7 Viverá em comunhão. 8m F# 8m Atrás do ouro fere a força a terra, F# 8m Sangra o seio da serra
C#57dim F#7 8m E deixa uma triste cicatriz.
F# 8m E tira o verde, o brilho e a beleza
12
F# 8m Destrói toda a natureza
C#57dimF# 8m Este progresso infeliz.
A D Mas chegará o momento ...
C#57dim Em que a voz pela vida
F#7 8m Calará a ambição. A D E a luz de um novo tempo,
G Toda a natureza
F#7 Viverá em comunhão.
8m F# 8m Lálálaiála laiálalaiá ...
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- 1 NAO VOU SAIR DO CAMPO (Gilvan Santos)
F Gm Não vou sair do campo
8b F Pra poder ir pra escola
Gm Educação do campo
8b F É direito e não esmola
Dm O povo camponês
c O homem e a mulher
8b O negro quilombola
Com seu canto de afoxé Dm
Ticuna, Caeté
F
c Castanheiros, seringueiros
8b Pescadores e posseiros
F Nesta luta estão de pé
Cultura e produção Sujeitos da cultura A nossa agricultura Pro bem da população Construir uma nação Construir soberania Pra viver o novo dia Com mais humanização.
Quem vive da floresta Dos rios e dos mares De todos os lugares Onde o sol faz uma fresta Quem a sua força empresta Nos quilombos nas aldeias E quem na terra semeia Venha aqui fazer a festa
PRA VIDA CONTINUAR (Zé Pinto)
E 8 Já que você me sorriu A E Vamos fazer parceria, A E Você pega o violão
8 E Que eu escrevo a poesia.
87 Pra fala r de educação
E Nesta nossa cantoria A G#m F#m Pra falar de educação
87 E Nesta nossa cantoria.
A Que Paulo Freire nos ilumine de lá,
E
87 E Da onde ele deve estar com sua pedagogia.
A G#m Aqui na terra vamos lutando por ela,
F#m 87 Aprendendo nesta guerra, soletrar cidadania.
Já que voce decidiu dé as mãos, vamos simbora porque pela estrada afora, vamos juntar muita gente, pois no campo vai florir uma educação decente.
Pra começar quando vi o sol raiar,
E
vi que soletrar a vida é bem mais que o 8, A, 8 é só contar. subtrair ou somar, dividir felicidade pra vida multiplicar. 15
I
UM NOVO JEITO DE EDUCAR (Cida Dias)
E A Um novo tempo chegou,
Am E É hora de semear.
C#m F#m Unindo campo e cidade
B7 E No direito de estudar.
B7 A Brasil de várias caras
E Abre seus olhos pra ver,
B7 Que em meio a tantas terras A E Teu povo vive a sofrer.
E7 A Passando fome e frio
G# C#m Sem saúde e educação,
A E Direitos negados a nós, B7 E Reforma no livro e no chão.
Enxadas, foice e facão Começam a trilhar, Em mãos caderno e lápis Desenhando nova aurora. Unindo a uma só voz Crianças, juvens, adultos. Educação é um direito Em qualquer lugar do mundo.
lÓ
~ ~
u ~
UMA NOVA EDUCAÇÃO (Zé Claudio)
G Vou regar a terra
D plantar uma nova leitura, Em desse povo que sonha e faz,
D uma nova cultura. G Vou ficar no campo D Esse é meu lugar, Em Lutar pela vida,
Am D Dignidade conquistar. Em Com um novo ensinamento, Bm Com uma nova educação, c Que espalhe pelos campos
D Um sentimento de união.
A educação do campo Não pode se afastar, Pois a nossa realidade É preciso ensinar. Cultivar a esperança De uma vida em mutirão, Nossos homens e mulheres, Tem amor por este chão.
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, CAMINHOS ALTERNATIVOS (Zé Pinto)
D A Se planta o arroz aqui
D Se planta o milho acolá
A Um jeito de produzir
D Pra gente se alimentar D7 G Primeiro cantar do galo
D Já se levanta da cama
A E o camponês se mistura
D D7 A terra que tanto ama
G D Amar o campo ao fazer a plantação
A D D7 Não envenenar o campo é purificar o pão
G D Amar a terra e nela botar semente
E A A gente cultiva ela, e ela cultiva a gente G D A D A gente cultiva ela, e ela cultiva a gente
Choro virou alegria A fome virou fartura E na festa da colheita Viola e noite de lua Mutirão é a harmonia Com cheiro de natureza O sol se esconde na serra E a gente acende a fogueira
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Quando se envenena a terra A chuva leva pro rio Nossa poesia chora Se a vida tá por um fio E ela é pra ser vivida Com sonho arte e beleza Caminhos alternativos E alimentação na mesa
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PEDAGOGIA DA lERRA (Turma }ase Marti - /TERRA)
c G c Sonho que brota da terra, regado por liberdade
G C Com crença no ser humano, e na coletividade 0 F ~ C ~ Dentro da realidade ensinar e aprender
Dm G c A nossa pedagogia vai além do ABC.
G C Pedagogia da terra, povo do campo em ação
F G Buscando conhecimento, plantando educação F Fm C Am Dm jose Marti é exemplo nós somos fermento G C Nessa construção.
Numa educação do campo colhendo cidadania Homens, mulheres, crianças construindo um novo dia Numa canção libertária, reforma agrária no chão Queremos ser alicersse de uma nova nação.
Educar como sujeito que chegou para aprender Desafiando limites compartilhando o saber Resgatar nossa cultura, soletrar soberania E ver presente no povo a nossa pedagogia.
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MATUTANTO COM MATU RANA (Gilvan Santos)
D 87 Em Formiguinha lá da roça se encantou com a jitirana
A7 D Vou cantando minha toada matutando Maturana Quando é tempo bom de chuva
87 Em Vou plantar meu pé-de-flor
A7 Vou regando noite e dia
º-Pra poder colher amor Hoje fiz uma poesia
87 Em Vendo a lua da janela
A7 Quanto mais eu escrevia
D Mais estava perto dela
ó seu moço eu sou do campo Minha planta floresceu Aprofundou criou raízes E o campo também sou eu Não precisa que me digam Onde devo caminhar As veredas dessa vida Também posso imaginar Quando estou limpando o mato Pra fazer minha lavoura Tô pensando numa ídéia Que me disse a professora De quem zela a natureza Que está indo mais além Construindo mais a vida Cuidando de si também
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(ANÇ~O DA TERRA {Pedro Munhoz)
D A/C# Tudo aconteceu num certo dia
Em Hora da Ave Maria
Bm A O Universo viu gerar D A/C# No princípio. o verbo se fez fogo
Em Nem Atlas tinha o Globo
Bm A Mas tinha nome o lugar
D A/C# Em Bm A D A/C# Em Bm A Era Terra, Terra,
E fez o criador a Natureza Fez os campos e florestas Fez os bichos. fez o mar Fez por fim, então, a rebeldia Que nos dá a garantia Que nos leva a lutar
Terra,
D A/C# Em Bm A D A/C# Em B Pela Terra, Terra,
E B/D# Madre Terra. nossa esperança
F#m Onde a vida dá seus frutos
C#m B O teu filho vem cantar E B/D# Ser e ter ó sonho por inteiro
F#m
22
Terra,
Terra
Terra
Sou Sem Terra, sou guerreiro C#m B
Co'a missão de semear E B/D# F#m C#m B E B/D# F#m C#m B
A Terra, Terra,
Mas, apesar de tudo isso O latifúndio é feito um inço Que precisa acabar Romper as cercas da ignorância Que produz a intolerância Terra é de quem plantar A Terra, Terra, Terra, Terra
, r..,.
Terra, Terra
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SONHO. E COMPROMISSO (Zé Pinto)
G D Foi por amar a nossa pátria brasileira
G G7 por uma bandeira foi que a gente de dispôs,
e G Em a educar no campo da Reforma Agrária,
Am D G G7 formar sujeitos pra o amanhã que vem depois.
e G Em a educar no campo da Reforma Agrária,
Am D G formar sujeitos pra o amanhã que vem depois
Pelos caminhos da nova sociedade a educação tem um papel fundamental, por isso vamos aprendendo e ensinando plantar um sonho de justiça social.
G e Se acha que é besteira
G só pensa asneira não sabe amar,
D G G7 pois nossa proposta é do aprender, socializar,
e G Em se acha que é perdido não tem sentido este seu pensar,
Am D G Em pois o grande sonho é todo o país alfabetizar.
. Am D G pois o grande sonho é todo o país alfabetizar.
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Às educadoras e educadores o compromisso, Do sacrifício assumindo sempre sem vacilar A realidade na produção do conhecimento E o latifúndio da educação vamos ocupar.
Segue os movimentos com escola, terra e dignidade Novas dimensões da pessoa humana pra conquistar Quem não ama a vida não pode nunca ensinar viver E na educação quem não ama nunca pode educar.
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CONSTRUTORES DO FUTURO (Gilvan Santos)
E Eu quero uma escola do campo
A E que tenha a ver com a vida, com a gente
F# B querida e organizada
E A E e conduzida coletivamente
Eu quero uma escola do campo A E
que não enxergue apenas equações F# B
que tenha como "chave mestra" E A E A E E7
o trabalho e os mutirões A B
Eu quero uma escola do campo A G#mF#m
que não tenha cercas que não tenha D
onde iremos aprender B E E7
a sermos construtores do futuro
Eu quero uma escola do campo onde o saber não seja limitado que a gente possa ver o todo e possa compreender os lados eu quero uma escola do campo onde esteja o ciclo da nossa semeia que seja como a nossa casa que não seja como a casa alheia.
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E muros
C#m
UM CANTO NOVO (Abrão Godois)
G G#dim Am Chegou a hora vamos caminhar,
D G Um novo dia vai amanhecer.
G#dim Am A estrada é longa, o sonho é maior,
D G o longe é perto pra quem quer viver.
Chegou a hora vamos construir, Uma nova terra, um novo Brasil. Onde as crianças poderão estudar, Se alimentar, brincar e ser felizes.
G G#dim Am A nossa força é a esperança de vencer,
D Bm De construir o nosso sonho de futuro.
E7 Am D Um novo céu, um novo sol irá brilhar,
G Prá nos tirar do escuro.
c E um canto novo prá cantar a liberdade,
Bm Solte seu grito que está preso na garganta.
Am D Vamos gritar: viva a nossa sociedade
G Com uma nova estampa. Chegou a hora de uma Pátria Livre, Sem indigencia é o que a gente quer. Onde os lixões não serão alimentos E o viaduto casa já não é.
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Chegou a hora de plantar escolas, Cultivar ~onhos.de liberdade. Regar as flores do conhecimento, Águas da fonte da realidade.
' :
. ~A COLHEITA ~AS ESPIGAS
CANT ~M +fOMENS E MULHERF;S, .. i; NA. RIQUEzA' [)OS SABeRES,
ÉM POEMA~: E CANTIGAS. .
~i- FO~AM MVIT~S M~OS AMIGAS.~ ~ PARA '.EST À:;pLANT AÇÃO.
' ,. : : ~ . . • N(?: .P~AR [)O COR~'ÃO, ..
. .. . .. " .. ~.
SÓB Â LUZ '[)OS PIRILAMPes.
·~ :: N~ ~~Nr ARf~ OA E/)VCA~ÃO DO d~PO . . ·.... .
·~: • O CAMPO ~. F~Z CANÇ~O . .