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10 //edição especial 85 anos Bombeiros Voluntários de S. João da Madeira \\ 2 MAIO 2013 \\ Primeiro simulacro «Reviver a História» Bombeiros sanjoanenses viajaram no tempo Pouco passava das 15h30 quando se ouviu o primeiro pedido de ajuda. Os sinos tocam a rebate. Há um incêndio em curso numa habitação. A população começa a chegar com baldes de água para ajudar. Pouco tempo depois, surgem os bombeiros com a sua bomba braçal. A Praça Luís Ribeiro recuava para uma data algures na década de 30 do século XX. Rapidamente os populares formam uma fila, para mais facilmente fazer chegar os baldes de água recolhidos na fonte junto à Capela de Santo António, para auxiliar os bombeiros. Com o material existente à época, os bombeiros tinham de usar unicamente a sua força de braços para bombear a água para as mangueiras. O incidente juntou muitos curiosos. Extinto o incêndio, os Bombeiros avançaram para a acção de rescaldo, com o aplauso da população que assistia. No final, com balanço positivo, todos os intervenientes uniram-se numa foto de grupo, assinalando o arranque desta iniciativa, que vai fazer a cidade viajar no tempo através dos métodos e materiais que os Bombeiros foram tendo à sua disposição ao longo da história. Manuel Oliveira está há mais de 60 anos na corporação Uma vida dedicada aos Bombeiros Manuel Oliveira era apenas um menino quando começou a passar tempo no Quartel dos Bombeiros Voluntários de S. João da Madeira, ainda na Rua Visconde, antes da inauguração do actual Quartel Sede, cujas obras de construção acompanhou a partir da escola. Já criança e a frequentar a Escola dos Condes, era com entusiasmo que via a azáfama do Quartel sempre que tocava a sirene. Recorda que chegou a ficar a “tomar conta” do Quartel, depois dos Bombeiros saírem em serviço. Com outros Bombeiros na família, foi em 1948, que Manuel Oliveira, então apenas com 15 anos entrou na corporação. Desde a sua promoção, em Outubro de 1950 a aspirante, foi subindo em cada escalão da actividade de Bombeiro, chegando ao topo da hierarquia dos corpos de bombeiros, ao assumir o posto de Comandante a 5 de Novembro de 1986. Cargo que ocupou até Fevereiro de 1997, data em que atingiu a idade limite de actividade, passando ao quadro honorário da Associação Hu- manitária, como Comandante honorário. “Os Bombeiros foram a minha universidade”, diz com o orgulho de uma vida dedicada a esta corporação. Hoje recorda que conheceu a bomba braçal usada no simulacro do passado fim-de-semana, mas nunca a viu a funcionar. Mas lembra-se e usou a primeira viatura que chegou à corporação. Ainda hoje o Comandante Manel, como é carinhosamente chamado, é recordado como uma das principais figuras do projecto «Eu Sou Vigilante da Floresta», promovido em parceria com o Lions Clube. A família de Manuel Oliveira está ainda hoje bastante ligada aos Bombeiros sanjoanenses, com um filho como adjunto de Comando e uma neta no corpo activo. Manuel Oliveira viveu e acompanhou cada evolução nas corporações de Bombeiros, reconhe- cendo que com os materiais e ferramentas de hoje o trabalho está mais facilitado, mas os desafios são também diferentes. Mas há uma coisa que o tempo não muda ou apa- ga: a “paixão” vivida e sentida pelos bombeiros que fazem a história das corporações, essa nunca muda.

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10 //edição especial 85 anos Bombeiros Voluntários de S. João da Madeira \\ 2 MAIO 2013 \\ 11//edição especial 85 anos Bombeiros Voluntários de S. João da Madeira \\ 2 MAIO 2013 \\

Primeiro simulacro «Reviver a História»

Bombeiros sanjoanenses viajaram no tempo

Pouco passava das 15h30 quando se ouviu o primeiro pedido de ajuda. Os sinos tocam a rebate. Há um incêndio em curso numa habitação.

A população começa a chegar com baldes de água para ajudar.

Pouco tempo depois, surgem os bombeiros com a sua bomba braçal. A Praça Luís Ribeiro recuava para uma data algures na década de 30 do século XX.

Rapidamente os populares formam uma fila, para mais facilmente fazer chegar os baldes de água recolhidos na fonte junto à Capela de Santo António, para auxiliar os bombeiros.

Com o material existente à época, os bombeiros tinham de usar unicamente a sua força de braços para bombear a água para as mangueiras.

O incidente juntou muitos curiosos.

Extinto o incêndio, os Bombeiros avançaram para a acção de rescaldo, com o aplauso da população que assistia.

No final, com balanço positivo, todos os intervenientes uniram-se numa foto de grupo, assinalando o arranque desta iniciativa, que vai fazer a cidade viajar no tempo através dos métodos e materiais que os Bombeiros foram tendo à sua disposição ao longo da história.

Manuel Oliveira está há mais de 60 anos na corporação

Uma vida dedicada aos BombeirosManuel Oliveira era apenas um menino quando

começou a passar tempo no Quartel dos Bombeiros Voluntários de S. João da Madeira, ainda na Rua Visconde, antes da inauguração do actual Quartel Sede, cujas obras de construção acompanhou a partir da escola.

Já criança e a frequentar a Escola dos Condes, era com entusiasmo que via a azáfama do Quartel sempre que tocava a sirene.

Recorda que chegou a ficar a “tomar conta” do Quartel, depois dos Bombeiros saírem em serviço.

Com outros Bombeiros na família, foi em 1948, que Manuel Oliveira, então apenas com 15 anos entrou na corporação. Desde a sua promoção, em Outubro de 1950 a aspirante, foi subindo em cada escalão da actividade de Bombeiro, chegando ao

topo da hierarquia dos corpos de bombeiros, ao assumir o posto de Comandante a 5 de Novembro de 1986. Cargo que ocupou até Fevereiro de 1997, data em que atingiu a idade limite de actividade, passando ao quadro honorário da Associação Hu-manitária, como Comandante honorário.

“Os Bombeiros foram a minha universidade”, diz com o orgulho de uma vida dedicada a esta corporação.

Hoje recorda que conheceu a bomba braçal usada no simulacro do passado fim-de-semana, mas nunca a viu a funcionar. Mas lembra-se e usou a primeira viatura que chegou à corporação. Ainda hoje o Comandante Manel, como é carinhosamente chamado, é recordado como uma das principais figuras do projecto «Eu Sou Vigilante da Floresta»,

promovido em parceria com o Lions Clube.A família de Manuel Oliveira está ainda hoje

bastante ligada aos Bombeiros sanjoanenses, com um filho como adjunto de Comando e uma neta no corpo activo.

Manuel Oliveira viveu e acompanhou cada evolução nas corporações de Bombeiros, reconhe-cendo que com os materiais e ferramentas de hoje o trabalho está mais facilitado, mas os desafios são também diferentes.

Mas há uma coisa que o tempo não muda ou apa-ga: a “paixão” vivida e sentida pelos bombeiros que fazem a história das corporações, essa nunca muda.

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10 //edição especial 85 anos Bombeiros Voluntários de S. João da Madeira \\ 2 MAIO 2013 \\ 11//edição especial 85 anos Bombeiros Voluntários de S. João da Madeira \\ 2 MAIO 2013 \\